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J o r n a l Quinzenal Jornal Nacional da Umbanda São Paulo,15 de Maio de 2012. Edição: 36 Ano: 02 [email protected] Expediente: Pai Rubens Saraceni Pai Alan Levasseur Jornal Nacional da Umbanda página 01 JNU, INFORMAÇÃO, DOUTRINA, REDE SOCIAL E MUITO MAIS EM UM SÓ LUGAR. Agora na pagina inicial do site do JNU, www.jornalnacionaldaumbada.com.br você tem acesso a todas as edições do JNU, ao Fa- cebook, fazer comentarios diretamente pela sua conta, curtir e muito mais. Visite o site: www.madras.com.br A maior editora holistica do Brasil. JORNAL NACIONAL DA UMBANDA ED. 36 INDICE DE MATÉRIAS EDITORIAL 13 de Maioa aniverssario do Colegio (Rubens Saraceni) pág. 02 CADERNO DO LEITOR Oração a Mãe Iansã (Cicera C.Neves) pág. 03 Não achamos o que nunca perdemos (Baba Dirce) pág. 03 Pai José o Tata Corongo(Edenir Santos) pág. 04 Pai Nosso. O Filho Nosso.(José Carlos Sampaio) pág. 05 Pai Joaquim e Pai Mané (Ogan Juvenal) pág 05 Derrubando as cavernas humanas (Junior Pereira) pág. 06 Preconceito religioso é crime (Renam moyle de Oliveira) pág. 06 Coroa de Luz (Eden Carlos da Silva) pág. 07 O amor e nossos corpos sutis (Ocarlina Lopes Ferreira) pág. 08 Aguas na Umbanda (Alan Levasseur) pág. 09 DOUTRINA Corrente ancia e os Pretos Velhos (João Barbosa Jr.) pág. 11 A nossa jornada espiritual (Pai Laerte Nogiri) pág. 12 Não confunda o medium com a entidade (Andrei vinicov) pág. 13 Avida em minha vida (Thiago Paiva Carvalho) pág. 14 Dificuldade da homogeneidade na Umbanda (Denis Moura) pág. 15 PSICOGRAFIA No tempo do Cativeiro(Pricila de Toledo) pág. 16 Mensagem de proteção dos Anjos (Vera Vargas) pág. 16 Orai e Vigiai (Eduardo Vicentini) pág. 17 DIVERSOS Sabe dizer o que é isto?(JNU) pág. 17 Religiosidade do povo Africano(Adriana Quadros) pág. 18 Indicação de Leitura - Madras (JNU) pág. 19 Perguntas e Respostas Quito Formiga (Sandra Santos) pág. 20 MAGIA, OFERENDAS E TRABALHOS UMBANDISTAS Magia feita no tempo contra o Cancêr (Rubens Saraceni) pág. 22 APOIO CULTURAL E EVENTOS Cursos de Magia e Sacerdocio e Outros. pág. 24 ÚLTIMA PÁGINA Enigma Exu Mirim (Rubens Saraceni). pág. 27 13 de Maio, aniverssario de 13 anos do Colegio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda. Em 1999 foi fundado o colégio de umbanda sagrada Pai Benedito de Aruanda com a proposta de tornar-se uma instituição de ensino religioso umban- dista. Em pouco tempo de funcionamento eu tornei- me um aglutinador único de pessoas e poderia ter procedido de forma concentradora ou expansora.

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Page 1: Jornal nacional da Umbanda Ed 36

J o r n a lQ u i n z e n a l

Jornal Nacional da Umbanda São Paulo,15 de Maio de 2012. Edição: 36 Ano: 02 [email protected]

Expediente:Pai Rubens SaraceniPai Alan Levasseur

Jornal Nacional da Umbanda ● página 01

JNU, INFORMAÇÃO, DOUTRINA, REDE SOCIAL E MUITO MAIS EM UM SÓ LUGAR. Agora na pagina inicial do site do JNU, www.jornalnacionaldaumbada.com.br você tem acesso a todas as edições do JNU, ao Fa-cebook, fazer comentarios diretamente pela sua conta, curtir e muito mais.

Visite o site: www.madras.com.brA maior editora holistica do Brasil.

JORNAL NACIONAL DA UMBANDA ED. 36INDICE DE MATÉRIAS

EDITORIAL13 de Maioa aniverssario do Colegio (Rubens Saraceni) pág. 02

CADERNO DO LEITOROração a Mãe Iansã (Cicera C.Neves) pág. 03

Não achamos o que nunca perdemos (Baba Dirce) pág. 03Pai José o Tata Corongo(Edenir Santos) pág. 04

Pai Nosso. O Filho Nosso.(José Carlos Sampaio) pág. 05Pai Joaquim e Pai Mané (Ogan Juvenal) pág 05

Derrubando as cavernas humanas (Junior Pereira) pág. 06Preconceito religioso é crime (Renam moyle de Oliveira) pág. 06

Coroa de Luz (Eden Carlos da Silva) pág. 07O amor e nossos corpos sutis (Ocarlina Lopes Ferreira) pág. 08

Aguas na Umbanda (Alan Levasseur) pág. 09DOUTRINA

Corrente ancia e os Pretos Velhos (João Barbosa Jr.) pág. 11A nossa jornada espiritual (Pai Laerte Nogiri) pág. 12

Não confunda o medium com a entidade (Andrei vinicov) pág. 13Avida em minha vida (Thiago Paiva Carvalho) pág. 14

Dificuldade da homogeneidade na Umbanda (Denis Moura) pág. 15PSICOGRAFIA

No tempo do Cativeiro(Pricila de Toledo) pág. 16Mensagem de proteção dos Anjos (Vera Vargas) pág. 16

Orai e Vigiai (Eduardo Vicentini) pág. 17DIVERSOS

Sabe dizer o que é isto?(JNU) pág. 17Religiosidade do povo Africano(Adriana Quadros) pág. 18

Indicação de Leitura - Madras (JNU) pág. 19Perguntas e Respostas Quito Formiga (Sandra Santos) pág. 20MAGIA, OFERENDAS E TRABALHOS UMBANDISTAS

Magia feita no tempo contra o Cancêr (Rubens Saraceni) pág. 22APOIO CULTURAL E EVENTOS

Cursos de Magia e Sacerdocio e Outros. pág. 24ÚLTIMA PÁGINA

Enigma Exu Mirim (Rubens Saraceni). pág. 27

13 de Maio, aniverssario de 13 anos do Colegio

de Umbanda Pai Benedito de Aruanda.

Em 1999 foi fundado o colégio de umbanda sagrada Pai Benedito de Aruanda com a proposta de tornar-se uma instituição de ensino religioso umban-dista. Em pouco tempo de funcionamento eu tornei-me um aglutinador único de pessoas e poderia ter procedido de forma concentradora ou expansora.

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EDITORIALwww.jornalnacionaldaumbanda.com.br São Paulo, 15 de Maio de 2012. Edição: 36 [email protected]

13 de Maio, aniverssario de 13 anos do Colegio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda.

Por Rubens Saraceni Em 1999 foi fundado o colégio de umbanda sagrada Pai Benedito de Aruanda com a proposta de tornar-se uma instituição de ensino religioso umbandista. Em pouco tempo de funcionamento eu tornei-me um aglutinador único de pessoas e poderia ter procedido de forma concentradora ou expansora. A forma concentradora e a da maioria dos centros de umbanda, onde o médium entra e fica ligado a ele para sempre e a forma expansora é aquela em que a pessoa entra,estuda, desenvolve sua mediunidade, aprende a trabalhar com seus guias e depois opta por permanecer ou afastar-se da casa que o formou. Após ouvir muitas orientações dos meus Guias espirituais optei pelo procedimento expansor. Eu explico-me! Muitas pessoas vinham estudar a Umbanda e a Magia comigo e, como os grupos de estudos eram formados, cada um com centenas de pessoas, entre elas haviam muitas que, após serem preparadas poderiam desenvolver grandes tra-balhos dentro da Umbanda. Havia um selecionamento natural e sem nenhuma interferência minha, aonde os mais aptos iam sobressaindo-se e exteriorizando seus dons, suas vocações e seus talentos. Aos poucos cada um ia dando inicio às suas missões e compromissos para com suas forças espirituais e seus orixás e eu apoiava suas iniciativas torcendo para que prosperassem. E pude ver pessoas crescerem de forma única dentro da Umbanda e começarem a realizar um ótimo trabalho, tanto no campo do ensino religioso quanto no de auxilio à expan-são da Umbanda, levando-a para pessoas que dificilmente eu sozinho alcançaria. O Colégio de Umbanda Sagrada, como é conhecido carinhosamente o núcleo central de um movimento livre de renovação e expansão da Umbanda ainda é um referencial para alguns desses talentosos umbandistas, altamente capacitados para o que se propuseram. Cito só alguns para exemplificar o meu acerto em confiar na capacidade e nas boas intenções de pessoas maravilhosas que Deus e os Orixás confiaram-me por um instante de suas vidas, instante esse que foi suficiente para acender no intimo delas a luminosíssima chama da confiança em si mesmos e de infinitas possibilidades. O que eu quero que entendam é que se eu tivesse optado pela forma concentradora, eu teria me transformado em uma arvore frondosa onde muitos se abrigariam mas daria frutos e quando eu morresse todos ficariam ao relento e possivelmente só um ou outro vingaria individualmente, como é que tem acontecido tanto na Umbanda com os seus lideres concentradores que reteem junto de si e por muito tempo médiuns excepcionais mas que eles não deixam sair de suas casas, bloqueando neles seus crescimentos como dirigentes de centros de umbanda. Isso escrevo com conhecimento de causa porque são muitos os que me procuram justamente porque isso esta acontecendo com eles. Como optei pela forma expansora, optando por contribuir com suas formações e estimulando seus crescimentos pessoais, hoje me sinto como uma arvore, ainda muito frondosa e muito frutífera, mas cercado de muitas outras arvores, também frondosas e frutíferas e que estão criando vicejantes bosques aos seus redores e, assim, com todos nós forman-do uma floresta que vem servindo a muitas pessoas necessitadas, constituindo-se em uma força expansora da Umbanda, com cada um formando novos umbandistas e auxiliando-os a, também eles, crescerem frondosos e frutíferos. Poderia citar os nomes de outros dirigentes espirituais umbandistas que me concederam um instante de suas vidas e juntos, aprendemos no Colégio de Umbanda Sagrada. Mas não há espaço suficiente aqui nesta pagina e não sei se gostariam de ser citados nesse contexto, pois assim como há os que sentem orgulho de terem estudado nessa escola impar dentro da Umbanda, há os que depois de terem adquirido nela tudo o que precisavam para iniciar suas missões e cumprirem seus compromissos espirituais, do Colégio se afastaram porque dele já não precisam mais. A todos eu peço a Deus que abençoe-os (as) e quero que saibam que sou grato a Ele, aos vossos Orixás e aos vossos Guias espirituais por terem me concedido a honra e a satisfação de ter convivido com vocês por um instante muito luminoso de nossas vidas. Na comemoração dos treze anos de existência do Colégio de Umbanda Sagrada, aceitem os meus sinceros votos de parabéns e de muito sucesso a todos!

E-mail: [email protected]

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CADERNO DO LEITORORAÇÃO A MÃE IANSÃ

Por: Cicera C. Neves.

Sagrada mãe Iansã! Senhora dos ventos e das tempestades! Senhora guerreira e cheia de luz! Nós vos pedimos sagrada mãe, que os turbilhões de seus ventos, passem pelas nossas vidas, recolhendo tudo de negativo que age contra nós. E que esses mesmos turbilhões de ventos, nos traga, saúde, equilíbrio, coragem, discerni-mento, sabedoria, amor, alegria e nos impulsione a seguir adiante. E se nos tropeços de nossos caminhos, nós cairmos e nos perdermos em meio a escuridão, que o clarão de seus sagrados raios, purifique, reordene e ilumine nossos caminhos, nossos corpos, nosso espírito, nossa mente e nosso ínti-mo. E se por ignorância nossa, nós perdermos a fé e o amor pela vida, que o troar de seus trovões nos desperte, nos reequilibre, nos reordene e nos traga a razão. Pedimos também sagrada mãe Iansã, que no brilho de sua espada, seja ofuscada a visão dos nossos inimigos, para que não nos enxergue e nem nos envie nenhuma ação negativa e que um circulo de vento seja formado à nossa volta, para que nenhum espírito trevoso nos atinja. Que a senhora nos dê o vosso amparo e proteção divina, para que possamos caminhar de corpo, espírito, nossa mente e coração purificados, reordenados, equilibrados e iluminados. Que assim seja. Salve nossa mãe Iansã!

E-mail: [email protected]

NÃO AChAMOS O qUE NUNCA PERDEMOS...por Babá Dirce

Casa de Pai Benedito de Aruanda Boa tarde ao meu povo de UMBANDA, boa tarde ao povo que assim como eu tem a fé em nossos Orixás e que tem orgulho de dizer que É UMBANDISTA! Vinha pensando no que escrever aqui, que mensagem deixar para vocês, então comecei a refletir sobre a vida, sobre religião foi quando lembrei algo que li: “... depois que eu sai da Umbanda, eu sai do buraco que eu estava, encontrei Jesus e agora estou bem melhor”. Pensei por algum tempo nessa frase e algumas perguntas me tocaram, a principal foi: “Como encontrar alguém que jamais devíamos ter perdido?”. Afinal, como depois de passar tempos pela nossa religião, alguém sai dela critican-do? Será mesmo que a culpa de uma vida que não está dando certo está em nosso Pai Oxalá, nos sagrados Orixás ou na UMBANDA? Então pensei que a pergunta para essas pessoas deveria ser: “Como estaria minha vida, se eu não tivesse naquele momento difícil o amparo de nossos Orixás? “ Eu ainda sou capaz de tocar em um assunto ainda mais delicado... Como foi o comportamento da pessoa o tem-po que frequentava uma tenda de UMBANDA? Colocar roupa branca e carregar guias não é ser Umbandista, o tempo que passamos no terreiro é curto, o que importa é nossa postura todos os dias. Será que levamos em nosso coração todos os dias a FÉ, o AMOR e a CARIDADE? Essa é a bandeira da UMBANDA, mas certamente se encaixa em qualquer religião. Sermos caridosos com nossos irmãos, sermos gentis e cordiais, nos mantermos sempre com o coração puro e a postura correta nos fazem pessoas melhores, não é apenas a máxima de uma religião. Como é possível alguém dizer que saiu de uma religião e encontrou Jesus em outra? Para encontrar é necessário ter perdido. Eu nunca perdi Jesus, nunca perdi a fé, nunca perdi a crença. Quem achou quando saiu, é porque perdeu, e esse não é o intuito. Não deveria ser. A fé está em carregar em nosso coração uma força superior que nos guia, que nos ampara, isso é fé! As portas da minha casa, da nossa religião está sempre aberta, como de qualquer templo seja qual for o rito, deveria estar. Mas vamos ter sempre em nosso coração que precisamos ter humildade para reconhecer o que foi nossa fé, sem esnobar como se não fizesse parte da própria história daqueles que seguiram para outro caminho. Não tem problema trocar, tentar novas possibilidades, mas tenhamos respeito com a religião que lhe amparou, tenha respeito com a religião do seu irmão, não mais irmão de fé, mas irmão que compartilha o mesmo mundo que você. Estamos em pleno século XXI o homem visitou o espaço, viaja de um continente pra outro em horas, fala com outro por telas de computador, e nós ainda temos preconceito religioso?

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Eu aceito a minha fé, eu tenho orgulho de cada guia que eu carrego no meu pescoço, eu honro o solo sagrado que eu piso para incorporar as entidades, bato cabeça no altar sagrado para os Orixás, sou guiada por Pai Oxalá e protegida pelos Exus. Salve nosso Pai Oxalá bendito, Laroyê todos os Exus. Diga sim sou Umbandista!

Fonte: http://casadepaibenedito.blogspot.com.br

PAI JOSÉ O TATA CORONGO Por Edenir Santos - Ogum Marê Edições

Pai José era o Tatá-Corongo-em-Chefe das falanges dos guerreiros capoeiras do Vale do Paraíba, sua fama de líder transcendeu as senzalas e chegou ao conhecimento dos brancos. Depois do levante liderado pelo Pai Manoel Con-go, os senhores passaram a perseguir os tatás. Pai José encontrava-se de castigo amarrado ao tronco, ele havia apanhado muito e estava com fome e com sede. O feitor não permitia que ninguém se aproximasse para dar auxílio ao Pai José. As ideias abolicionistas que circulavam com força na corte, também já haviam chegado à região do Vale do Paraíba, trazidas pelos sinhozinhos que foram estudar fora e depois retornaram para as fazendas. A notícia do martírio de Pai José correu a região e comoveu os jovens abolicionistas, que resolveram ajudá-lo. Que Pai José tinha de ser liberto do castigo, isso era uma certeza, mas como livrá-lo, já que estava sob vigilância dia e noite. Sinhazinha, nunca saiu para estudar fora da fazenda, mas desde muito pequena, nunca gostou que se judiasse dos pretos. Ela resolveu apoiar os abolicionistas no resgate de Pai José. O plano, qualquer que fosse, tinha de ser elaborado e executado com urgência, pois, Pai José não aguentaria sobreviver àquela tortura por muito tempo. À noite, somente um homem ficava vigiando Pai José. Seria o momento adequado para a operação? Porém, as coisas não eram tão fáceis assim. O senhor havia deixado recomendações expressas para que ninguém se aproximasse. Mariana Crioula descumpriu as ordens do senhor e foi até ao local, levando uma janta para o homem que vigia-va Pai José. A comida estava bem preparada, com bastante sonífero, até a garapa continha um pouco da droga. O homem ao ver aquele prato bem feito e saboroso, não resistiu, aceitou, comeu, empapuçou-se, lambeu os beiços e caiu em sono profundo. Sinhazinha, que estava de tocaia, coberta com um manto azul celeste para não ser reconhecida, aproximou-se e pegou as chaves no bolso do colete do homem, abriu o cadeado das correntes que aprisionavam Pai José. Um grupo de abolicionistas levou-o sob escolta em segurança. O homem despertou e viu uma silhueta de uma mulher coberta com um manto azul e as correntes abertas, sem a presença de Pai José. Contudo, ele estava muito grogue e não tinha condições para reagir. No dia seguinte, o reboliço estava formado. O senhor queria saber quem havia libertado Pai José. O homem, pressionado, achou melhor não revelar ao patrão que havia sido uma mulher coberta por um manto azul, pois certamen-te, o senhor o castigaria com demissão ou coisa ainda pior. Ele resolveu dizer. - Foi Nossa Senhora! O senhor muito intrigado. – Nossa Senhora? Ela não iria gastar o seu tempo ajudando negros. O homem insistiu e voltou a afirmar. - Foi Nossa Senhora, sim patrão! Ela usava um manto azul e libertou Pai José, diante dos meus olhos. O homem levou o chapéu ao peito em reverência a santa. O senhor encarou-o, pois não estava completamente convencido. - Nossa Senhora e Pai José seguiram em qual direção? - Eles não foram para lado algum senhor, desapareceram na escuridão da noite. Eu nem me atrevi atentar contra Nossa Senhora, pois quero que ela interceda por mim no dia do juízo. Diante de tamanha convicção do homem, o senhor, que também era devoto de Nossa Senhora, resolveu acredi-tar e aceitar a perda do escravo, tanto que ele nem acionou o capitão-do-mato para realizar a busca e a captura do negro sumido, dando o caso por encerrado. O fazendeiro, no Vale do Paraíba, era senhor de café e de gente. Todavia, no plano celeste, certamente, careceria da interseção de Nossa Senhora e não seria nada sábio arranjar uma demanda com a santa. Foi desse jeito, com o apoio dos abolicionistas, da sinhazinha e a interseção de Nossa Senhora, que Pai José livrou-se do castigo, foi liberto do cativeiro e foi viver livre e feliz no quilombo de Pai João de Angola.

E-mail: [email protected]

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Já pensou como Deus diria o

“PAI NOSSO”? - Ou melhor, o “FILhO MEU”Enviado por José Carlos Sampaio da Silva.

Filho meu, que estais na terra e se sente preocupado, confuso, desorientado, só, triste e angustiado. Eu conheço perfeitamente o teu nome e o pronuncio bendizendo-o, porque te amo, e te aceito assim como és. Juntos construiremos o meu Reino, do qual tu é meu herdeiro e não estarás sozinho, pois Eu estou em ti, assim como tu estás em Mim. Desejo que tu faças sempre a Minha vontade, porque a Minha vontade é que tu sejas humanamente feliz Terás o pão de cada dia… Não te preocupes. Entretanto, lembra-te, não é somente teu, peço-te que divida-o sempre com o teu próximo, é por isso que o dou a ti, pois sei que tu sabes que é para ti e para todos os teus irmãos… Perdoo sempre as tuas ofensas, aliás te absolvo antes mesmo que as cometa, sei que as cometerás, mas também sei que as vezes é o único modo que tens para aprender, crescer e aproximar-te de Mim, é a tua vocação... Te peço somente, que da mesma forma, perdoes a ti mesmo e perdoes aqueles que te ferem… Sei que terás tentações e Estou certo que as superarás… Segures a minha mão, agarra-te sempre em Mim, e Eu te darei o discernimento e a força para que te livres do mal… Nunca te esqueças que TE AMO antes mesmo que tu nascesses, e que te amarei além do fim dos teus dias, PORQUE ESTOU EM TI… ASSIM COM TU ESTÁS EM MIM…

Que a Minha benção desça e permaneça sobre ti para sempre e que a Minha paz e o amor eterno te acompanhem pela eternidade… Somente por Mim poderás alcançá-la e somente Eu posso dá-la a ti, porque… EU SOU O AMOR E A PAZ! “envia a Minha prece a todos aqueles que tu amas e que tu desejas que saibam que os abençôo, como abençoei a ti...” Amém.Anônimo.

E-mail: [email protected]

PAI JOAqUIM E PAI MANÉ.Por Ogan Juvenal

Há algum tempo atrás, eu estava num Seminário fazendo uma palestra sobre os Pretos Velhos, e eu fiz um co-mentário sobre este ponto: “Pai Joaquim, cadê Pai Mane? Tá na mata colhendo guiné. Diga a ele que quando vier “que suba a escada e não bata o pé”. Esta cantiga, ou como queiram, este ponto, fala destas duas entidades maravilhosas de nossa Umbanda, Pai Joaquim e Pai Mane, que eram dois excelentes curandeiros, e cuidavam de todos os negros com muito carinho. “Certa vez na senzala, o filho do dono da fazenda ficou muito doente, o fazendeiro rico, mandou vir médicos de todas as partes, mas nenhum deles resolveu o problema daquela criança, foi quando a escrava, a ama de leite da criança, falou para a esposa do fazendeiro, que o Pai Joaquim e o Pai Mané poderiam curar a criança com suas rezas e com suas ervas. A esposa do fazendeiro falou jamais, meu marido me mataria se soubesse que um negro escravo pôs a mão em meu filho. Mas a negra foi muito insistente até que conseguiu convencer a patroa em deixar os escravos cuidarem da criança. Daí vem a primeira parte da cantiga (desculpem mais falo cantiga, rs), a negra escrava pergunta ao Pai Joaquim onde está Pai Mane, e ele responde que foi para a mata colher a guiné e as outras ervas para poderem cuidar da criança. Em seguida a escrava fala para Pai Joaquim avisar ao Pai Mané, quando chegar a casa não bater o pé, não fazer barulho, para o fazendeiro não saber que eles estão ali. Os dois curandeiros conseguem curar a criança, e ai vem a segunda parte da cantiga, onde todos os negros da senzala homenageiam os dois, dizendo que vieram de tão longe para trazer a cura para os necessitados: “Pai Joaquim ê

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ê, Pai Joaquim ê a, Pai Joaquim vem lá de Angola, Pai Joaquim vem de Angola, angolá”. O mais curioso disso tudo, é que a criança foi curada, e ninguém teve a coragem de falar para o fazendeiro que foram os dois escravos que curaram a criança. Vocês viram uma cantiga tão simples, mas com muito fundamento. Quando narrei essa história no Seminário teve gente que chorou de emoção, é isto ai, a humildade dos nossos Pretos Velhos, rezadores e curandeiros. Adorei as Almas !

DERRUBANDO AS CAvERNAS hUMANAS!Por Junior Pereira

Hoje estive pensando no objetivo de um trabalho espiritual e me lembrei do mito da caverna... Cheguei a conclusão que é, primeiramente conhecer uma mundo de sombras e ter a capacidade de observar que isso é algo de outra realidade, e que dessa forma podemos ir em busca do desconhecido. É sair dessa caverna humana que somos e, ao mesmo tempo, querer ajudar os que ainda se encontram sobre as sombras, criando assim condições de voltarem a enxergar uma luz em nossa própria realidade... É ser chamado de louco... Talvez por conseguir se livrar dessa caverna sombria e ir em busca de novos conhe-cimentos, quebrando paradigmas dia a dia... Sim, posso até ser louco! Mas talvez seja louco por uma humanidade melhor e que vive em cada pessoa aí a fora... Talvez loucos pelo desconhecido e pelo conhecimento... Existe um lugar sombrio, úmido e triste dentro de nós... Muito talvez criado pelo medo do novo, do desconhe-cido... Talvez alguns prefiram passar a vida dentro de uma escuridão... Dentro de uma caverna ou até pior, na caverna dos outros... O corajoso está disposto a sair de sua própria caverna, escura, fria e triste... E eu digo mais: há os que vão na caverna dos outros e os chamam de volta para a realidade! Há os que estendem a mão para que se inicie esse novo ciclo... Esse é meu trabalho, essa é minha fé, essa é minha razão, essa é a minha alegria e essa é minha UMBANDA.

E-mail: [email protected] com

PRECONCEITO RELIGIOSO É CRIME.Por Renan Moyle de Oliveira.

Caso este texto venha a ser publicado futuramente, gostaria primeiramente de estar agradecendo a Ele, nosso Pai Amado e também aos Sagrados Orixás e aos guias espirituais que sempre estão nos ajudando de alguma forma em nossa jornada no plano material e sem dúvidas continuarão nos ajudando após o nosso retorno ao mundo espiritual. Eu sempre ouvi falar da Umbanda Sagrada porque meu irmão e amigos frequentam e fazem um trabalho mara-vilhoso como médiuns, sempre visando ajudar o seu semelhante, seja ele negro, índio, branco, alto, baixo, etc. O que aconteceu é que eu comecei a estudar um pouco sobre essa tal de Umbanda Sagrada e o resultado foi esse, não consigo me ver em outra religião, descobri o quanto podemos ajudar nossos irmãos através dela, além de nos beneficiar também. Eu sou novo na religião, mas já pude observar algumas coisas, e uma delas é sobre esse preconceito que existe na Umbanda, e cheguei a conclusão de que existem 2 classes que pessoas que ridicularizam a nossa religião: 1) pessoas não umbandistas e 2) pessoas que se dizem umbandistas. A classe 1 é meio obvio o porque disso. Em relação a classe

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COROA DE LUZPor: Eden Carlos da Silva

Certa vez antes de começar a reunião espiritual, soube que uma assistida tinha vindo de Minas Gerais para passar nos tratamentos, pois ela estava passando por sérios problemas espirituais devido a magias negras que estavam sendo feitas por uma ex amiga dela. O que ocorria é que elas tinham uma sociedade, um “Centro de Umbanda” e entraram em desavença e uma despachava contra a outra e a corda arrebentou do lado mais fraco, causando uma série de eventos negativos na vida dessa pessoa, inclusive afetando a sua saúde física. Essa assistida já tinha passado por vários outros centros espíritas e que não obteve sucesso e resolveu vir aqui pras bandas de São Paulo e alguém conhecido dela á levou lá na Casa da Cigana, Casa Sara Kali. Naquela época eu estava trabalhando com a Magia Divina dos 7 Mantos Sagrados e quando chegou a assistida até mim, recebi a intuição de que deveria colocar os mantos nela, dar alguns nós e fazer toda ativação. Pois bem, ajoelhado, de olhos fechados, segurando a ponta dos mantos comecei fazer as invocações e logo no início recebi a intuição de que deveria abrir os olhos e qual não foi minha surpresa? os mantos estavam todos jogados no chão. Achei estranho, mas tudo bem, devia ter caído sozinho, levantei coloquei novamente, dei os nós e continuei o trabalho, mas logo em seguida recebi novamente a intuição para abrir os olhos e estava outra vez tudo no chão, aí não tive dúvida e perguntei para a assistida: por que você está jogando os mantos no chão? E só foi aí que eu descobri que ela estava incorporada com um Exu que trabalhava para o mal. E ele começou a dar risada e falou mais ou menos assim: “aqueles caras que estavam lá fora eu já arrebentei todos. Ela já foi em vários

2 o que tenho a comentar é que tem muitas pessoas por ai que se dizem umbandistas apenas porque são médiuns e incorporam em seus terreiros e muitas vezes acabam dizendo mentiras a respeito da nossa religião como resultado da sua ignorância interior. Eu digo que um umbandista tem que ser mais que um simples médium incorporante, um umbandista tem que estudar sobre a sua religião, ler livros, pesquisar, ir procura do conhecimento, fazer caridade, tem que expandir o bem que ela nos traz, etc. Pessoas por exemplo, insistem em dizer que espíritos portadores do Mistério Exu são ex-bandidos e do Mistério Pombagira são ex prostituta, e para consolidar essa idéia dizem que são umbandista e médiuns a 20 anos. A mediunidade esta sim dentro da Umbanda, mas não quer dizer que um médium seja umbandista. Estou estu-dando a Umbanda Sagrada há 6 meses e já posso afirmar que pessoas que dizem essas mentiras sobre a nossa religião são pessoas ignorantes e nem um pouco umbandistas. Devido a tudo isso que citei temos como resultado o preconceito religioso no qual nos prejudica diretamente. Andei pesquisando sobre as algumas leis sobre isso e encontrei algumas bem interessantes, todo mundo sabe que existem essas leis, mas é sempre bom saber mais sobre elas para quando necessário as utilizarem. Preconceito re-ligioso é CRIME, de acordo com as seguintes leis: Lei nº 16/2001 de 22 de Junho: Artigo 1.º - Liberdade de consciência, de religião e de culto: a liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável e garantida a todos em conformidade com a Constituição, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o direito internacional aplicável e a presente lei. Artigo 2.º - Princípio da igualdade1 — Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, perseguido, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever por causa das suas convicções ou prática religiosa.2 — O Estado não discriminará nenhuma igreja ou comunidade religiosa relativamente àsoutras. Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940: Art. 208 - Escarnecer (ridicularizar) de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar (desprezar) publicamente ato ou objeto de culto religio-so é crime. Pena: detenção, de um mês a um ano, ou multa. Espero que este texto seja de grande agrado aos umbandistas, e que tenha ampliado o conhecimento de todos. Temos que lutar em nome da nossa Umbanda Sagrada. Agradeço ao Pai Rubens Saraceni, porque è através do seu trabalho que nós temos a oportunidade de aprender a verdade sobre o mundo espiritual e estarmos sempre ajudando o próximo.

E-mail: [email protected]

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outros lugares e já venci até Xangô e aqui não têm ninguém que pode comigo”. Como um dos meus defeitos é de não suportar ser desafiado falei pra ele então esperar um pouco que ele já ia ver uma coisa. Peguei os mantos e eu mesmo os vesti, dei vários comandos, mas não acontecia nada, só ouvia a risada do carcará, eu sabia que tinha que colocar os mantos nele mas isso ele não ia permitir. Chamei os trabalhadores e fizemos uma roda em volta dele e ativamos a Chama Violeta do amado Mestre Saint Germain e fizemos ela girar com intensidade no sentido anti-horário para enfraquecer o tal espírito, mas nada, não fazia nem cócegas, incrível! e só ouvíamos as risadas dele, no fim quem ficou enfraquecido fomos nós e desistimos. O tal espírito deu o tanto de risada que quis até ir embora por vontade própria. Notei que os trabalhadores ficaram desapontados, mas nenhum deles ficou como eu, esgotado, arrasado, enver-gonhado e impotente. É até pecado o que vou confessar aqui, mas naquela noite quando fui dormir roguei a Deus que não deixasse nunca mais aquela mulher ir lá na reunião. Mas qual não foi a minha surpresa, na próxima reunião ela estava lá nova-mente sentada na primeira fila. Antes mesmo de começar a reunião, desci sozinho ao salão de tratamentos, ajoelhei e roguei ao Mestre Seiman (Ogum Megê das 7 Espadas da Lei e da Vida) que não deixasse o inimigo entrar novamente na nossa casa, arrebentar nossas forças e zombar de nós. Naquele exato momento senti uma vibração muito forte e uma pressão grande no chacra coronário e notei que algo tinha sido colocado na minha cabeça. Bem, já fiquei mais feliz, pois os céus tinham ouvido a minha prece, mas o que será aquilo que estava na minha cabeça? Logo que os trabalhos foram abertos a Cigana Esmeralda já incorporada na minha esposa Elaine, desceu ao salão de tratamentos e aproveitei para perguntar para ela o que tinha na minha cabeça? E ela respondeu: “uma coroa de luz”. Novamente perguntei quais os poderes que aquela coroa dava? E ela respondeu: “você é que tem que me falar, pois foi você quem conseguiu”. Pronto! A minha Felicidade durou pouco e se transformou em Preocupação, o que fazer com aquela coroa de luz que estava na minha cabeça? O plano espiritual maior são sempre assim, eles nos ajudam, nos fornecem as coisas mas ao mesmo tempo não explicam nada e também não dão manual de instrução. Você é que tem que descobrir sozinho. E agora o que eu faço para ativar os poderes dessa coroa de luz? Pois bem, novamente a assistida chegou até mim e quando ia começar o tratamento ela novamente incorporou aquele Exu do Mal e ele já chegou dando risada até que ele olhou pra mim e como fosse num passe de mágica na hora que ele viu a coroa de luz, nem precisei fazer nada, ele simplesmente se calou, abaixou a cabeça e se submeteu ao tratamento dos 7 Mantos Sagrados, que desta vez o engoliu em pouquíssimos minutos e só Deus sabe pra onde ele foi enviado. Como esse povo é sábio! Quem pode mais que Deus?

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O AMOR E NOSSOS CORPOS SUTIS. por: Ocarlina Lopes Ferreira.

A ciência vem avançando a passos largos e auxiliando em muito em várias situações complexas da vida coti-diana do ser humano, mas percebemos que quando se trata do equilíbrio e alegria, sensação da vida bem vivida nossa existência fica bastante “debilitada”, isto porque em nossa grande maioria, deixamos de viver no ritmo e na harmonia que a natureza conduz, de relacionar saudavelmente com o mundo a nossa volta, sentir parte do todo, estudar e realizar experiências sem medo, observar, ouvir, manusear, experimentar, silenciar, deixamos de perceber a imanência do Cria-dor. Deixamos também de observar que o mundo físico é sustentado pelo mundo sutil, que são as energias mais sutis que mantêm o ser vivo, que sem o Prana que é absorvido pelos nossos inúmeros chacras não sobreviveriamos nenhum único tempo. É importante entender que o ser vivo é energia pulsante que contém informações, que é um sistema altamente sensível e perceptivo e é por ele que estamos em comunicação com tudo que nos cerca, absorvendo e irradiando. Este ser vivo pulsante tem diferentes frequências ou níveis de manifestação a que costumamos chamar de cor-pos, este sistema guarda em si experiências sendo elas felizes ou não. Todas essas sensações ficam impressas nos nossos

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campos e precisam ser bem cuidadas, pois elas contribuem para formação de nossos tecidos celulares. Através da consciência desses corpos e de como relacionamos com o mundo de forma equilibrada, caminhamos progressivamente, realizando assim o conhecimento de nós mesmos, expandindo a percepção não só dos bloqueios como também de nossas capacidades. E nesse contexto, a nossa capacidade de amar deveria ser mais bem observada e expandida. Quando se fala de amor a própria palavra já nos remete a um sentimento ou sensação de uma energia sublime, mesmo que manifestado como amor físico, amor materno, fraterno, filial, amor a Deus, mostrando bem o nosso caráter através do fator que nos motiva a amar, e por manifestá-lo em nós dessa maneira fracionada temos dificuldade de entender a magnitude deste sentido da vida que traz consigo grande Força e Poder. O mundo nos impõe situações e verdades e através de nossa conduta fazemos nossas escolhas de agir com amor ou com egoísmo e é nessas decisões que poderemos nos observar e perceber a intensidade deste sentido dentro de nós. Ter confiança absoluta nos desígnios do Criador, procurar a sabedoria nas verdades Divinas, perdoar, ser tole-rante, indulgente, ter compaixão e desapego, valorizar o que deve ser valorizado, não ficar preso a mágoas e injustiças, amar e respeitar a natureza são caminhos de entender e valorizar a nossa existência. Acredito que só desta maneira atingiremos nossa paz interna vivendo na alegria do amor incondicional. Nosso corpo físico não poderia existir sem os corpos sutis (não visíveis), porque são eles que captam as energias essenciais que alimentam todo nosso sistema. Mas todo este sistema só será saudável quando a vibração da energia do amor incondicional estiver ancorada dentro de nós e irradiarmos naturalmente por onde passarmos através de nossos atos, palavras e mente, neste momento chegaremos felizes a um importante degrau em nosso caminho evolutivo.

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ÁGUAS NA UMBANDA. Por Alan Levasseur.

Sua utilidade é variada. Serve para os banhos de amacís, para cozinhar, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos, para o batismo. Dependendo de sua procedência (mares, rios, chuvas, poços...), terá um emprego diferen-te nas obrigações. A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego. A Água é um fator preponderante na Umbanda. Ela mata, cura, pune, redime, enfim ela acha-se presente em to-das as ações e reações no orbe terráqueo, basta exemplificar com as lágrimas, que são água demonstrando o sentimento, quer seja positivo ou negativo. Sabemos que três quartos do planeta que habitamos, são cobertas por água; 86,9% do corpo humano é composto de água ou carboidratos; mais ou menos 70% de tudo que existe na Terra leva água, tornando-se desta forma o fator predominante da vida no Planeta. Por esta razão, ela é utilizada na Quartinha, no copo de firmeza de Anjo de Guarda. Ás vezes, um guia indica: Coloque um copo com água do mar ou água com sal atrás da porta. Qual é o porquê disto? Por que a água tem o poder de absorver, acumular ou descarregar qualquer vibração, seja benéfica ou maléfica. Nunca se deve encher de água, o copo até a boca, porque ela crepitará. Ao rezar-se uma pessoa com um copo de água, todo o malefício, toda a vibração negativa dela passará para a água do copo, tornando-a embaciada; caso não haja mal algum, a água ficará fluidificada. Nunca se deve acender vela para o Anjo da Guarda, para cruzar o terreiro, para jogar búzios, enfim, sem ter um copo de água do lado. A água que se apanha na cachoeira, é água batida nas pedras, nas quais vibra, crepita e livra-se de todas as im-purezas, assim como a água do mar, batida contra as rochas e as areias da praia, também acontece o mesmo, por isso nunca se apanha água do mar quando o mesmo está sem ondas. A água da chuva, quando cai é benéfica, pura, porém, depois de cair no chão, torna-se pesada, pois atrai à si as vibrações negativas do local. Por esse motivo nunca se deve pisar em bueiros das ruas, porque as águas da chuva, passando pelos trabalhos nas encruzilhadas, carregam para os bueiros toda a carga e a vibração dos trabalhos; convém notar que os bueiros mais próximos da encruzilhada são os mais pesados, porém não isenta de carga, embora menos intensa, os demais bueiros da rua. A importância da água pode ser traduzida numa única palavra: ”VIDA!” Sem água (COABA) a vida é impossível.

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A Água está presente em praticamente todos os tra-balhos de Umbanda, e sua função é importantíssima. Por seu poder de propiciar vida ela atrai a vida à sua volta, seja material ou Espiritual. As águas utilizadas para descarrego, têm funciona-mento parecido com a fumaça, sendo que a fumaça carrega as energias consigo similar ao vento, e a água absorve es-tas energias. As águas em copos nas obrigações significam ener-gia vital, e nos copos junto às velas de Anjo da Guarda ou atrás das portas de entrada, têm a finalidade de atrair para si as energias que por ali passam, atraídas pela Luz ou pas-sando pela porta. Os copos de água utilizados para estes fins (Anjo de Guarda ou atrás das portas) devem ser descarregadas pelo menos de 7 em 7 dias, pois senão ficarão saturadas e perderão seu poder de absorção. Esta descarga deve ser feita em água corrente (na pia com a bica aberta, por exem-plo), pois simboliza movimento, necessário para transpor-tar as energias absorvidas por ela. Podemos fazer uso em rituais de água de procedên-cia de dez campos sagrados.Rocha Água detida em saliências nas rochas. Ligada a Xangô - entre suas funções, traz força física, disposição, boa-von-tade, sabedoria.Mar Ligada a Yemanjá - imã de energias negativas, anti-séptico e cicatrizante, fertilidade, calma.Mina Ligada a Oxum e Nanã - força, vitalidade - é a mais indi-cada para se utilizar nas quartinhas e em assentamentos de anjo-de-guarda.Mar Doce Encontro de rio e mar. Ligada a Ewá (Candomblé) - trato do corpo sentimental, humor, bom senso e independência.Chuva Ligada a Nana e Iansã - excelente função de limpeza e des-carrego, fluidez.Cachoeira Ligada a Oxum e Xangô - sentimentos, afeto, força de pen-samento, alegria, jovialidade, equilibrio.Rio Ligada a Oxum (na correnteza) e a Obá (nas margens) - de-terminação, bons pensamentos, novos caminhos.Poço Ligada a Nanã - resistência, sabedoria, decantação.Lagos e Lagoas Ligada a Oxumarê - inventividade, imaginação, renova-ção.Orvalho Recolhido das folhas, ao alvorecer do dia. - Ligado a Oxa-lá - calma, paciência, fecundidade. Todas podem ser utilizadas em banhos, assim além

de portadoras de seus próprios axés, serve de veículo para o axé dos demais componentes do banho. Em especial, o banho é feito usando-se sete destas águas, dependendo do Orixá da pessoa, e no assentamen-to de Oxalá da casa, enche-se o pote (quartilhão, porrão, vaso...) com todas as dez águas citadas. Estas águas devem preferencialmente ser recolhi-das e armazenadas, utilizando-se potes de louça branca virgem, e só utilizadas para esse fim, por filhos de Oxalá ou Iabás. Algumas águas não podem e não devem ser arma-zenadas por muito tempo, “água parada apodrece”.As águas e os orixás femininos (Candomblé) A água é muito utilizada nas casas de Candomblé. Em muitos ritos ela aparece tendo um significado muito importante, desde o rito do padê, até o ritual das águas de Oxalá. Colocar água sobre a terra significa não só fecundá-la, mas também restituir-lhe seu sangue branco com o qual ela alimenta e propicia tudo que nasce e cresce em decor-rência, os pedidos e rituais a serem desenvolvidos. Deitar água é iniciar e propiciar um ciclo. As águas de Oxalá pelas quais começa o ano litúrgico yorubá tem pre-cisamente este significado. É comum ao se chegar a uma entrada de uma casa de Candomblé vir uma filha da casa com uma quartinha com água e despejar esta água nos lados direito e esquerdo da entrada da casa. Este ato é para acalmar Exu e também para despachar qualquer mal que por ventura possa estar acompanhando esta pessoa. Neste caso, a água entra como um escudo contra o mal. Entre os orixás femininos, destacamos aqui Nana que está associada à terra, à lama e também às águas. Nana no antigo Daomé, é considerada como o ancestral feminino dos povos fons. Outro orixá feminino associado à água é a orixá Oxum. Oxum tem toda a sua história ligada às águas pois, na Ni-géria, Oxum é a divindade do rio que recebe o mesmo nome do orixá. Oyá e Iansã, divindades dos ventos e tempestades, tam-bém estão ligadas às águas, pois na Nigéria Oyá é dona do rio Niger, também chamado pelos yorubás de Odò Oyá ou “Rio de Oyá”. Não diferente dos demais orixás femininos, Ieman-já também está muito ligada às águas. É o orixá que em terra yorubá é patrona de dois rios: o rio Yemonja e o rio Ogun – não confundir com o orixá Ogum, Deus do ferro. Daí Yemanja estar associada à expressão Odò Iyá, ou seja, “Mãe dos Rios”. Resumindo, a água é um elemento natural aos orixás femininos. Não só dentro do culto de Umbanda e Can-domblé, mas como em toda a vida, ela é de suma impor-tância pois, como é dito, a água é o princípio da vida.

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DOUTRINACORRENTE ANCIÃ E OS PRETO-vELhOS

Por João Barbosa Junior

Todas as culturas têm em seus anciãos a imagem de conhecimento, todas as mais tradicionais culturas os respeitam por isso, pelo seu conhecimento e pela sua inteligência emocional. Nos do mundo moderno, dos bits e bytes, das viagens interplanetárias, da ganância e do falso poder, estamos segredando nossos anciãos ao segundo plano, muitas vezes, mesmos os que estão sãos, deixando-os em verdadeiros depósitos de velhos, seja com o nome de asilo, seja com o nome de casa de re-pouso, seja com o nome de retiro, não passam de depósitos de velhos que estão atrapalhando nossa vida dinâmica e empolgante e jovem. Nossa necessidade de gastar dinheiro à toa, justifica nosso empenho no trabalho, para ganhá-lo, e muitas vezes sem escrúpulos, apenas para ter o que mostrar. Nestas condições, não há tempo para se dedicar a família, que dirá dedi-car-se a cuidar do velho.

Mas não foi sempre assim, houve uma época, e em algumas culturas ainda há que o velho era venerado, era considerado como fonte de sabedoria, e nenhum dos membros destas culturas, iniciavam uma nova atividade sem antes consultar aos anciãos. Os anciãos governavam com sabedoria e o povo os respeitava e viviam felizes. Na Umbanda não é diferente, graças a Deus (diz o Pai Joaquim em meu ouvido direito), a nossa religião é regida pelo mistério ancião. No mistério ancião, estão os Orixás revelados ao plano material como ancião, nosso Divino Pai Oxalá, regente do Trono das Sete Encruzilhadas, Nosso Divino Pai Obaluaiê, regente da evolução, Nossa Divina Mãe Nanã, também regente da nossa evolução e aclamada em nossos corações como Mãe de todos os Orixás, Nosso Divino Pai Omolú regente da vida. O nosso respeito por estes Orixás é tão grande que quando se manifestam em seus médiuns são cobertos por um pano branco, usado somente para esse fim, cobrem-se as cabeças desses Orixás em respeito aos mistérios de suas coroas, preservando assim o mistério que trazem consigo. No mistério ancião, regido por estes Orixás, se manifestam em nossos terreiros não só os amados pretos velhos, mas também os caboclos velhos e os exus velhos, formando uma potente corrente de cura. Os Caboclos Velhos trazem consigo o arquétipo dos Pajés, que nas culturas indígenas eram os mais velhos da aldeia e profundos conhecedores das matas, erva e mistérios da pajelança e magia. Os Pretos Velhos e as Pretas Velhas; é um arquétipo que demonstram na sua simplicidade toda a mensagem de Jesus o Cristo, humildade, amor ao próximo, conhecimento, cura, etc. Neste arquétipo as entidades que se manifestam em seus médiuns, não necessariamente são nem pretos e nem velhos, mas se utilizam do arquétipo ancião nas suas manifestações. Mas na sua grande maioria são espíritos de negros escravos, que mesmo com todo o sofrimento que a escra-vidão tenha lhes causado, desde a retirada de sua terra natal, o transporte e navios negreiros, as chibata dos senhores de engenho, o ódio dos capitães do mato, a senzala, a separação das famílias, entre outras mais que deixo para vossa imaginação, pois a historia de cada negro é única e recheada de maus tratos. Contudo, hoje se manifestam e se apresentam em nossas vidas sempre com muito Amor; a ajuda e caridade são seus traços fortes, sem falar no conhecimento (O Pai Joaquim da Guiné, preto velho que se manifesta através da minha mediunidade, sempre mostra tanto conhecimento da língua, de detalhes do corpo humano, que cheguei a pensar que na sua ultima encarnação ele era medico, mas me enganei, era escravo mesmo, apenas aprendeu para poder ajudar.). A Umbanda usa o dia 13 de maio, em menção a libertação dos escravos, para comemorar o dia do Preto Velho, toda oferenda de agradecimento a esta magnífica e respeitada corrente, é pouco pelo trabalho que eles têm realizados nos terreiros de Umbanda e nas roças de Candomblés (Cultos de Nação) e a melhor oferenda que podemos fazer é se-guir seus exemplos e ensinamentos, ai sim estaremos retribuindo o amor, com amor.

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A NOSSA JORNADA ESPIRITUALPor Pai Laerte Nogiri

1ª parte: Sou filho de Japoneses e tive minha infância em uma fazenda até a idade escolar, após minha família se mudou para a cidade. Em todas as mudanças, de costume vinham também às dificuldades financeiras e perturbações espirituais dos meus pais, onde minha mãe era quem mais sofria. Foi desta forma que ela conhecera um casal de idosos, dona Carmem e seu Sebastião que trabalharam espiri-tualmente em sua casa, auxiliando a todos os necessitados tanto encarnados quanto desencarnados. Já com doze anos, voltando para casa na hora do almoço, passava próxima a casa de dona Carmem, que estava no portão, quando ela me chamou e disse: - Você é filho de dona Maria costureira? Sim! Respondi prontamente. - Diga a ela para me procurar rapidamente, antes do meio dia de hoje, indagou dona Carmem. Quando cheguei a casa para almoçar, minha mãe não sentia bem, dei a ela o recado de dona Carmem. Após o almoço, levei minha mãe até dona Carmem no caminho para o trabalho, vim saber mais tarde que da chegada de minha mãe até as 17:00h, foi travado uma batalha para a retirada de um obsessor que atormentava minha mãe. Em outra oportunidade, a pedido de minha mãe fui até a casa de dona Carmem, vim saber então que minha mãe era médium, mas não queria assumir este compromisso, mas com minha maturidade, assumiria este legado, a mediuni-dade. Foi dito por um Caboclo incorporado pela dona Carmem. Em 1974, conheci minha amada esposa. No dia 10 de Maio de 1975, seis meses depois, nos casamos na Igreja Matriz de Barretos, após três meses de casados, iniciaram as perturbações espirituais com minha esposa como: incorporações que a deixaram travada na cama, visões medonhas, sonambulismo, quando saia de casa sozinha, andava sem rumo se perdendo pela cidade. Com o auxílio de minha mãe, procuramos em vários terreiros a solução dos problemas, mas não obtivemos êxito. Foi quando encontramos dona Nair, senhora humilde que para seu sustento lia cartas atendendo as pessoas que a ela busca-vam. Foi assim que conhecemos um grupo espírita formado por familiares e amigos próximos, que realizavam traba-lhos, os quais sitos em forma de agradecimento pelo amparo que deram em nosso início de jornada.Sr Pedro Pucci, esposa e filhos, Sr Willian Salun, Sr Gerson Terense e dona Nair, médium vidente deste grupo espiritu-al. Nesta casa ficamos por um ano e meio, minha esposa Cristina já se encontrava equilibrada em sua mediunidade. Foi quando o Sr Pedro Pucci junto com o Sr Gerson Terense vieram conversar comigo dizendo: - Infelizmente vocês não poderão continuar conosco, pois os guias de Cristina são todos de terreiro, caberá a você conduzir sua esposa em procurar um terreiro para seu desenvolvimento mediúnico, e você será o responsável, caso ela não cumpra sua missão. Nós conhecemos diversos terreiros e não nos encontramos em nenhum, quando voltamos para casa havíamos tomado a decisão de não buscar lugar algum, nesta altura dos acontecimentos, tínhamos adquirido nosso estabeleci-mento comercial, os anos se passaram com certa tranqüilidade, já tínhamos três filhos, dois meninos e uma menina. Contratamos então uma funcionária conhecida de minha mãe, quando em certo dia, conversando com Cristina, comentou que sua irmã viera de São Paulo com a missão de conversar conosco. Foi marcada um dia, esta senhora veio e passou o dia conosco, incorporando pombagira, fumando e bebendo, conversando com Cristina e minha mãe, durante os sete dias que esta senhora passou conosco, as entidades queriam falar comigo, mas não aceitava falar com elas, no último dia, minha mãe veio até mim e disse: - o preto velho está te chamando A contra gosto e revoltado, fui falar com a entidade, que muito me falou e pouco eu guardei em minha memória, só me lembro que gargalhei sarcasticamente quando me disse: - Tu és médium! Quando essa senhora foi embora, Cristina comprou duas peças de tecido de cores vermelha e preto para presen-tear-lhe, e ao receber o presente, esta senhora disse que estava envergonhada pelo fato da entidade ter pedido o presente, se a Cristina não gostaria de ficar com ele, no dia seguinte, a Cristina começou a incorporar esta entidade diariamente, ficando quase todo o período desta forma e fazendo todos os trabalhos cotidianos. Apavorado, procurei Dona Nair pedindo auxilio e como resposta, ela solicitou que procurasse um terreiro, ou senão estude a doutrina, entre em acordo com esta entidade para se ter hora certa de incorporação.

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Quando voltei, fui conversar com a entidade e ficamos combinados que diariamente das 20:00h as 22:00h es-taria a sua disposição com uma garrafa de espumante, um maço de cigarros de filtro branco e uma taça vermelha, este acordo durou quatro anos. No início ela vinha mancando de uma perna, com a voz rouca, tomava uma garrafa do espumante e fumava um maço de cigarros, eu ficava muito nervoso e amedrontado, mas com decorrer do tempo, após estudar bastante e apren-dendo a doutrinar, mudanças ocorreram para melhor em ambas as partes, mas hoje, sei que fui doutrinado por ela e não o inverso, após três anos, ela solicitou para nos prepararmos para sete provas, a qual para cada uma nos seria dado uma proteção, a primeira foi uma folha de guiné, a segunda foi o guiné mais um galho de arruda, a terceira era os elementos anteriores mais um novo e assim foi até a sexta prova. Cada prova era um obstáculo a ser passada, uma perda material ou financeira. Quando passamos pela sexta prova ela nos informou que teríamos um período de calmaria e preparação para a sétima prova que seria muito dolorosa e durante seis meses, todos os dias ela vinha e nos orientava, preparando, falando do amor, da fé e os desígnios de Deus, da união, da razão de viver, até que ela nos ensinou que a única defesa existente para superarmos a sétima prova era a fé em Deus e a razão de viver. No dia seguinte eu levantei com uma dor atrás da orelha onde havia um calombo, em consulta a um médico, este me informou estar com caxumba e que a mesma havia descido na virilha, recomendou repouso absoluto por 30 dias; e foram 21 dias de cama. Em uma manhã, quando minha esposa Cristina acordou e foi ver nosso filho caçula, fui acordado com um grito de desespero, ao chegar ao quarto, nosso filho estava em seus braços desfalecido, da forma em que estávamos, fomos rapidamente ao hospital, mas já era tarde... Ele tinha falecido... Só então nos demos conta de que a sétima prova era como ela havia dito... Um pedacinho de nossos corações.

Continua na próxima edição.

NÃO CONFUNDA O MÉDIUM COM A ENTIDADE! Autor Desconhecido

É muito comum ver esse tipo de confusão sendo feita pelos consulentes, pessoas que vão ali no terreiro para conversar com as entidades, pedir conselhos ou apenas ouvir uma palavra de conforto pois, muitas vezes, elas fixam em suas cabeças a imagem do médium (que está com o corpo ali presente) proferindo aquelas palavras de conforto ou dando sábios conselhos sem sequer notar que quem na verdade está falando (ou deveria estar) é a entidade que está (ou deveria estar) ali trabalhando. Há casos em que o consulente que esteve presente em alguma sessão no terreiro encontra um médium no meio da rua e resolve, sabe-se lá por qual motivo, pedir-lhe conselhos ali mesmo ou até mesmo contar uma longa história de sua vida, achando que ali, no meio da rua, o médium vai poder lhe ajudar da mesma forma que o ajudou no quando estava em transe mediúnico no terreiro. É de fundamental importância que se tenha consciência que quando você vai a algum terreiro e conversa com uma entidade o médium está ali apenas como um canal de comunicação e não é ele (ou não deveria ser) que está profe-rindo aquelas palavras e, por mais que você se apegue à imagem do médium, você não estava conversando realmente com ele. Portanto, se você quer algum conselho, espere até a próxima sessão e vá até o terreiro para conversar com al-guma das entidades, não ache que o médium está sempre com pensamentos positivos o suficiente para lhe dar um bom conselho. Médiuns são pessoas comuns e, como tal, tem sua vida e seus próprios problemas. Lá no terreiro é outra his-tória, ele está ali disposto a deixar seus problemas de lado e permitir que as entidades venham para, quem sabe, resolver os problemas de outras pessoas.

O Médium Como diz o sábio ditado, “quando um não quer, dois não brigam” e isso é válido também para os médiuns que são abordados por pessoas no meio da rua que pedem insistentemente por algum conselho ou, com a desculpa de “apenas conversar”, tentam conseguir uma consulta fora de hora, em local inapropriado ou até mesmo com assuntos completamente alheios ao conhecimento do médium. O pior é que em alguns casos, o médium tentando dar uma de bom samaritano, acaba caindo na conversa e começa a dar conselhos e pitacos na vida de uma pessoa e esquece daquele outro velho ditado que diz que “se conselho fosse bom, não se dava, vendia”. O perigo de sair dando conselho à revelia é que, vai que o conselho que você deu ali na maior das boas intenções

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“A vIDA EM MINhA vIDA”.Por Thiago Paiva Carvalho

Diariamente seguimos um roteiro, esquema, definições já estabelecidas por nós e inevitavelmente pela “Vida”, isto é, a natureza das coisas, das posturas sociais, políticas, econômicas e do ambiente físico do panorama deste mundo. Consequentemente nos habituamos a visualizar, perceber ao redor sob o crivo subjetivo, perdurando os aspectos rudimentares de analise, avaliação, sendo tal fato, comum, natural, pois somos humanos e seguimos os sentidos que o corpo físico oferece para assim conviver, manter-se em constância em nossas realizações triviais. Com essa afirmação concebe-se que estamos trilhando parâmetros vistos como meios para expressar desejos, gostos, vontades, metas e etc.. Logo se conclui que vivemos em uma “Vida” pré-moldada e configurada, e todos sob o efeito semelhante a um magnetismo acompanha esse fluxo, pois compreende que esta é única via apresentada, ou seja, coliga-se com as trans-formações incessantes fixadas na sociedade. Essa perspectiva é cultuada, fertilizada e, sobretudo aperfeiçoada pelos céticos, materialista que cogita e sus-tentam tão-somente conceitos, critérios de avaliação defasados, obsoleto e reacionário, pois a sensação de estar sob o controle, dominando, estabelecendo, é um gene do espírito humano que em sua devida aplicabilidade pode ser tornar útil, porém, é sabido que nossa realidade é descomedida, colaborando com o fenômeno infantil do obter para si, da propriedade, portanto, torna-se indevido, colocando o individuo marionete dos sentidos elementares, ofuscando outras camadas de sua natureza, infelizmente velada pela ignorância, vaidade, orgulho, medo, ciúmes, inveja entre outros es-tados emocionais desproporcionais as belezas, revelações, conquistas que nossa era alçou! A pauta religião, Deus, universo, vida extracorpórea, em decorrência da realidade mencionada acima, é fre-quentemente refutada com malgrado; esnobado, esquecido, pois assim é o ser humano, partindo da premissa que tudo gravita de acordo com suas impressões, captações, sensações, extraindo com isso, a confirmação que o espírito humano atualmente acredita, respeita somente sob a ótica de suas necessidades e conveniências. Assistimos em todos meios de comunicação à pregação, a disseminação de varias correntes interpretativas do mistério Deus, e nota-se que novamente o ser humano expele seu hálito egocêntrico na leitura do Divino, acentuando a posição dos materialistas, mas por outra doutrina, outros comportamentos que se filtrá-los resultarão na mesma matéria paralisante, putrefata e corrosiva para a expansão da consciência do ser: a máxima finalidade destes estagiarem na ma-quina rotulada como corpo humano!

acabou por desencadear uma série de acontecimentos que fugiram completamente ao controle tanto do seu “novo ami-go” quanto ao seu próprio controle, se é que alguém alguma vez teve qualquer tipo de controle sobre os acontecimentos. Quando acontece algo deste tipo, você acaba manchando o seu nome, o nome do seu terreiro (claro, porque quando acontece algo de ruim a culpa é do terreiro que não presta, mesmo que o conselho não tenha saído diretamente lá de dentro) e, é aí que vem a pior parte, acaba manchando também o nome da entidade pois quando o fulano foi no terreiro, foi aconselhado por determinada entidade e, quando te encontrou no meio da rua e veio lhe pedir conselhos, na verdade estava querendo ouvir um conselho da entidade e vai, sem sombra de dúvidas, achar que é a entidade que a está aconselhando novamente. Outro grande perigo para os médiuns é quando, em sua cabeça, ele começa a se confundir com a entidade que está ali trabalhando e começa a achar que ele deve interferir no que está sendo dito. Se você é um médium consciente (e imagino que muitos sejam) concentre-se ao máximo possível para que você nunca interfira no que a entidade está falando e se você sentir que algo não está certo ou que a entidade “se afastou” muito de você, é melhor parar a consulta e falar que a entidade foi embora, mesmo que seja no meio de uma conversa, vai ser muito melhor para você e para a pessoa que está ali se consultando. Volte a se concentrar, peça auxílio para o dirigente da casa ou algum outro médium com mais experiência para que a entidade volte e possa continuar a conversa com o consulente ou apenas para que ela (a entidade) fique ali energizando o seu corpo para que haja novamente o equilíbrio. Nunca tente continuar a conversa caso você sinta que a entidade não está mais ali ou “se afastou” muito. Há também os que acabam desenvolvendo amizade ou contato mais próximo com algum consulente. Não é nenhum crime ter amizade por alguém, acontece que é muito importante, desde o início, que fique bem claro que uma coisa é a entidade dentro do terreiro, outra coisa é o médium, a pessoa que serve de canal para a entidade. Esse assunto é muito delicado e deve sempre ser tratado com o máximo de seriedade e cuidado.

Enviado por Andrei Vinicov KalazansE-mail: [email protected]

Page 15: Jornal nacional da Umbanda Ed 36

Jornal Nacional da Umbanda ● página 15

www.jornalnacionaldaumbanda.com.br São Paulo, 15 de Maio de 2012. Edição: 36 [email protected]

A DIFICULDADE DA hOMOGE-NEIDADE NA UMBANDA.

Enviado por Dênis Moura.

Quando se reflete sobre as práticas umbandistas sempre há divergências entre o ritual praticado em um ter-reiro e o mesmo ritual, com as mesmas finalidades, prati-cado em outro. Desde que a Umbanda foi fundamentada em 1908 pelo médium Zélio de Moraes, as práticas um-bandistas (já que a Umbanda existia, porém não era fun-damentada) encontradas em São Paulo e as que seguem os preceitos da Umbanda do caboclo das Sete Encruzilhadas não são da mesma forma, pensando no modo em que os rituais se seguem nas sessões. Já há inúmeras discussões sobre esse assunto que não se esgota, porém o que quero ressaltar é que a Um-banda, mesmo nas diferentes faces ritualísticas, continua sendo Umbanda. Quando surgiu em 1908 e ainda agora nos terreiros que seguem os fundamentos do Caboclo das Sete Encruzilhadas, não há o uso do atabaque, das palmas ou de qualquer outro objeto sonoro, em alguns terreiros de Umbanda em São Paulo se usa os atabaques e as palmas, além dos médiuns dançarem quando estão na corrente igualmente no sul do país em que há o uso dos tambores e do argê (chocalho). Então nos perguntamos qual delas é Umbanda? Todas essas práticas, independente da forma como utilizam para cultuar a Umbanda, se seguem os preceitos de humildade e caridade, são de Umbanda. O importante, nesse momento, é que não se per-ca a essência umbandista, as mentes ainda se encontram fechadas demais para uma discussão de conceito, alguns crêem que a Umbanda é de origem da cidade perdida de Atlântida, outros que ela é genuinamente brasileira e ou-tros que ela é do mundo tanto espiritual como material. É difícil conceituar uma simples palavra que de-signe a mesma coisa em todos os estados brasileiros, o pão francês no Rio Grande do Sul é chamado de cacetinho e em outros estados de pão d’água. Então se nem nossa lín-gua é homogênea, como podemos querer que a Umbanda

Com toda essa balburdia, análoga ao parque de diversões; palco de um teatro cujo tema é a ignorância, surge no horizonte como um balsamo com seus deriva-dos: a Umbanda, com a qual apresenta o mistério da Cria-ção isenta de pré-julgamento, códigos de conduta pseudo puritana, restrições, privações, castrações, ou seja, sem a participação venenosa do “homem”. Eclodiu genuinamente divina, espiritual, um arre-batamento sereno nas construções sob a bandeira da vai-dade!

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de caráter universalista seja também homogênea? Encerro essa reflexão deixando em aberto essa dis-cussão de definição, levando em consideração que esteja-mos de mentes limpas e abertas para a busca conjunta da homogeneidade da nossa querida Umbanda.

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Page 16: Jornal nacional da Umbanda Ed 36

Jornal Nacional da Umbanda ● página 16

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PSICOGRAFIASNO TEMPO DO CATIvEIRO

Por Priscilla de Toledo No tempo do cativeiro, muitas vezes esse nêgo não tinha o que comer.Muitas vezes não podia tomar banho.Muitas vezes dava o pouco de comer que tinha para o que não tinha nada e estava muito tempo sem comer.Dividia o pouco de farinha e fubá que tinha com os bacu-ris.Mas, tinham a benção da Mãe Terra.A cura da Terra.As ervas da Terra.E o amor no coração.Amor por tudo que Deus criou.Amor pelos irmãos.Esse nêgo não tinha nada, mas tinha tudo.E hoje, esse mesmo nêgo vem fazer o trabalhador nos ter-reiros.Ele vê muitos que tem tudo, mas não tem nada.Não tem o mais importante, amor.

Amor no peito, no coração.Amor pelos velhos.Amor pelos bacuris.Amor pela terra que Deus nos deu.O nêgo velho fica triste.Todos nós nascemos do amor.O nêgo velho pode trazer o conforto para nós.Mas não pode mudar o mundo.O mundo só pode ser mudado por nós.Plantando o amor.

Adorei as Almas.Saravá Vô José de Aruanda e toda sua banda.

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MENSAGEM DE PROTEÇÃO DOS ANJOS DAS ESTRELAS

Por Vera Vargas - Terapeuta Holística

Os Anjos das Estrelas,vem abençoar e proteger tudo e a todos, com suas asas douradas de Luz translúcidas para a tudo proteger e afugentar as almas perversas, assim derrubar com suas asas aladas e suas turbinas de forças e energias que são vórtices de Luz que a tudo protegerá sem-pre, sempre, arrastando tudo que seja de energias nefastas

para permanecer somente a Luz Divina e o néctar e o perfume das flores de Deus para trazer a Luz tão almejada para todos e, nós os Anjos das Estrelas trazemos essa cortina de Luz translúcida como gotas de Luz de orvalho da manhã. Com todo o perfume da relva e da chuva, garoa fina suave para a tudo acalmar, protegermos a todos e com a suavidade das nossas asas que são puras fontes de forças protetoras que nada pode ultrapassar, pois será totalmente dissolvida por nossa Luz, por nossos raios de força que ofuscarão qualquer ser ou energia nefasta e serão definitiva-mente afastados de qualquer pessoa que necessite de ajuda, ou desse querido planeta Terra, agora mais do que nunca iluminado por nós os Anjos das Estrelas. Que estamos definitivamente adentrando a esse planeta e com nossa Luz e com nossa força, estaremos sempre em qualquer hora em qualquer momento em qualquer lugar para ajudá-los e protegê-los, assim é e assim será sempre, pois trabalhamos, atuamos com a chama violeta de pura Luz Cristalina. Agradeço a todos do Jornal de Umbanda, estou enviando mais uma mensagem dos nossos amigos espi-rituais, para compartilharmos com nossos irmãos, e que faz um bem enorme a nossa alma, a nossa essência.beijos e abraços a todos.

Visitem: http://tudoesoterico.blogspot.com/http://www.elo7.com.br/ateliecarinhadegato/

Page 17: Jornal nacional da Umbanda Ed 36

Jornal Nacional da Umbanda ● página 17

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ORAI E vIGIAIEnviado por Eduardo Vicentini.

Vocês sabem ou já ouviram falar em demanda mental ou até mesmo projeção de miasmas e larvas atrais? Aposto que a resposta da maioria é que sim, sabem do que se trata ou já ouviram falar. O que vocês não sabem é que quando vocês sentam para almoçar e começam a falar mal daquele colega de tra-balho, ou quando sentam para tomar aquela “cervejinha” no final de semana e “malham” essa ou aquela pessoa, estão justamente mandando altas cargas de energias negativas para aquela pessoa. Os maus pensamentos tomam formas horríveis e escurecidas e vão direto ao encontro da pessoa citada nessas conversinhas “sem maldade” e se a pessoa não estiver com suas forças em dia e o seu equilíbrio espiritual em perfeita harmonia levam um choque energético daqueles. E vocês sabem que em lugares onde geralmente as pessoas se encontram para tomar a cervejinha no final de semana esta repleto de seres espirituais que adoram se alimentar dessas energias negativas que são desprendidas nessas conversas “sem maldade” e pegam carona nessa onda magnética e vão direto bater no corpo espiritual da pessoa citada? Sabedores disso tudo, já podem imaginar o quanto mal vocês podem causar a uma pessoa apensas por essas conversas “despretensiosas”, mas que na verdade se tornam armas poderosíssimas do baixo espiritual, então pensem muito e reflitam antes de escolher alguém para “malhar” na sua próxima conversa, e fique também sabendo que aos olhos da lei e da justiça divina não há diferenciação entre a demanda mental ou aquela que se usam elementos.A lei e a justiça julgam de acordo com o malefício causado a um semelhante, portanto fica aqui o meu conselho “ORAI E VIGIAI”

Laroyê Exu Marabô.

E-mail: [email protected]

DIvERSOSvOCÊ SABE DIZER O qUE É ISTO?

Caso tenha uma sugestão nos envie pelo e-mail [email protected]

Page 18: Jornal nacional da Umbanda Ed 36

www.jornalnacionaldaumbanda.com.br São Paulo, 15 de Maio de 2012. Edição: 36 [email protected]

Jornal Nacional da Umbanda ● página 18

RELIGIOSIDADE DO POvO AFRICANOAdriana Quadros

A religiosidade do povo africano, onde foram capturados escravos trazidos ao Brasil, toda a sua vida era ex-plicada pelo sobrenatural, estava atrelada ao além, em dimensões que só os especialistas (Sacerdote), ritos e objetos sacralizados podiam atingir. Na costa da África que vai do Senegal a Moçambique, localidade esta que os portugueses e outros europeus negociavam o povo africano, como escravo, também em regiões ligadas a esses litorais, quase tudo era explicado por forças divinas, que eram manipuladas por curandeiros, adivinhos, médiuns e sacerdotes, que foram chamados pelos portugueses que primeiro chegaram à África, de feiticeiros. Pelo ponto de vista destes, no seu vocabulário, chamavam de feitiço as práticas mágicas e religiosas que os africanos utilizavam em sua relação com o sobrenatural. Para o grupo ou linhagem da qual se fazia parte o membro, era definido o seu lugar no mesmo, no que diz respeito ao conhecimento, a explicação das coisas e a possibilidade de interferir no rumo de sua vida, gerava em torno do mundo natural e sobrenatural. A orientação de como agir em diferentes momentos de sua vida, em situações diversas, era traçada de acordo ou valendo-se do sagrado, antepassados, ancestrais, heróis fundadores, deuses, espíritos e da grande variedade de seres sobrenaturais que habitavam dimensões com as quais era possível manter contato em certas condições específicas, os infortúnios eram considerados fruto de ações profanas ou impróprias, conscientes ou inconscientes, que desarmoniza-vam o grupo. Se alguém do grupo ficasse doente, se uma seca atingisse a plantação, se uma mulher não conseguisse engravi-dar, ou se fosse preciso descobrir algum furto, os oráculos eram consultados para que as forças divinas mostrassem a solução, os ritos de possessão eram realizados para que os espíritos orientassem os vivos. A liderança nestas comunidades também era sustentada pelo sobrenatural, depois de serem reconhecidos como lideres pelos membros dos seus grupos, os chefes tinham que receber a confirmação pelo sacerdote mais importante, que prezava pela harmonia e bem estar de toda a comunidade. Os sacerdotes consultavam as entidades sobrenaturais adequadas, que poderiam ser os espíritos ancestrais, deuses locais, espíritos chefes fundadores, decorrente daquela co-munidade ou espíritos responsáveis pelos recursos naturais da região. Era por meio de ritos apropriados que os chefes eram confirmados pelas forças divinas e se tornavam intermedi-ários entre elas e os membros da comunidade, além de ser autoridade máxima, este também representavam de maneira intensa, a relação do divino e os vivos. Considerando a relação do sobrenatural e todas as crenças, como também as cerimônias para que ela se estabeleça, são formas de religião, podemos dizer que esta era o elemento central em todas as sociedades africanas. SOUZA (2007) afirma que “a religião estava presente no exercício do poder, na aplicação de normas de convi-vência do grupo, na garantia da harmonia e do bem estar da comunidade”. O mundo era codificado e controlado pela religião, que nestas sociedades tinham o papel equivalente ao que a tecnologia e a ciência têm para nossa sociedade. E o mundo era dividido em duas partes: uma habitada pelos vivos e outra habitada pelos mortos, espíritos e en-tidades sobrenaturais, separando os dois mundos, havia grande massa de água e um mato fechado, que os especialistas estabeleciam a comunicação entre o céu e a terra. Havia uma infinidade de espíritos que comandava o sobrenatural: espíritos das águas e das terras, das plantas e dos animais, das doenças e suas curas, das guerras, das alianças, das caçadas e das colheitas. Sobre todos os seres sobre-naturais pairava o inatingível, uma força que era fonte de todas as coisas, e são essas forças que constantemente eram chamadas para resolver os problemas, e mesmo quando não era solicitado seu auxilio, estes se manifestavam através de sonhos e de sinais que podiam facilmente ser reconhecido por qualquer membro do grupo. Porém ao mais importante fazia se necessário à intermediação de um especialista, ou seja, um sacerdote religioso. Diante do exposto, percebemos a grande ligação do povo africano com as divindades na sua vida cotidiana. A comunicação entre os dois mundos era fator que nunca se tornava indissociável.

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Título: Os Cavaleiros Templários nas Cruzadas Subtítulo: Prisão, Fogo e Espada Título Original: Autor: John J. Robinson Tradutor: Assunto/Gênero: História/Templários Páginas: 592 Formato: 16x23 cm Orelha: 7 cm Editora: Madras Editora Ltda. ISBN: 978-85-370-0685-6¬ Tipo de Capa: Laminado Brilhante Quarta capa: Este livro reconta a excitante saga dos Cavalei-ros Templários, os monges guerreiros que ocuparam o monte sagrado logo após a carnificina da Primeira Cruzada. Os Templários acumularam grande fortuna, que empregaram para financiar seus 200 anos de guerra contra os muçul¬manos no deserto, nas montanhas e ao longo da vasta extensão do vale do Nilo. Por esses dois séculos de martírio militar, sua recompensa constitui em ser presos pelo papa e pelo rei, além de serem torturados pela Inquisição e, por fim, extintos por decreto. No entanto, sua lenda e seu legado não morreriam assim tão simplesmente. Ao contar a inacreditável história dos Cavaleiros Templários, a clara explicação que o autor faz das diferenças culturais e religiosas entre os adversários e aliados dos Templários no Oriente Médio proporcio-na uma compreensão vívida do povo que habita essa região turbulenta, que figura de maneira tão proemi-nente nas manchetes atuais. A A semelhança de seus antagonismos, de hoje e de 800 anos atrás, é tão impressionante quanto perturbadora. Os Cavaleiros Templários nas Cruzadas – Prisão, Fogo e Espada é uma brilhante obra de história narrativa que pode ser lida como uma simples aventura, uma obra de moral ou uma lição de política de guerra. Orelhas: John J. Robinson trabalhou como executivo e fuzileiro naval. Ele é autor de diversos livros, incluindo a provocativa história medieval Nascidos do Sangue – Os Segredos Perdidos da Maçonaria, pu-blicado em língua portuguesa pela Madras Editora. Eis alguns depoimentos sobre esta obra de sua autoria:

“Os Cavaleiros Templários nas Cruzadas – Prisão, Fogo e Espada é um excelente livro para todos os que apreciam uma história bem escrita e pesquisada sobre estupidez, ganância, barbárie, cruel¬dade inexprimível, mentiras, fraudes, traições e hipocrisia (...) John J. Robinson escreveu uma história fascinante sobre uma época inacreditável.” – Washington Times

“De grandioso entusiasmo e narrativa vívida (...), essa é uma grande aventura.” – The New York Times Book Review

“Nesta história extraordinária e cativante dos Cavaleiros Templários, é possível ver, desde os tempos remotos, a origem dos ódios e rivalidades antigos no Oriente Médio (...) Rica em incidentes hu¬manos (...), trata-se de uma grande aventura de primeira classe.” – Publishers Weekly

“O relato de Robinson sobre uma das Ordens Militares mais famosas do mundo me-dieval serve para lembrar que a história pode ser mais cati¬vante do que a mais imagina-tiva das ficções.” – Booklist

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Jornal Nacional da Umbanda ● página 20

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PERGUNTAS E RESPOSTAS COM O vEREADOR qUITO FORMIGA

Vereador sabemos que o senhor possui uma larga vivência dentro da religião espírita, gostaríamos de saber como tudo começou?

Resposta: Minha vida de frequentador e trabalhador dentro da doutrina espírita se iniciou quando eu tinha 9 anos de idade. Naquela época eu apresentava manifestações diversas, mas principalmente a incorpora-ção sem nenhum conhecimento até então. Meus pais, sem idéia do que estava acontecendo comigo, me encaminharam para médicos especialistas como psicólogos, neurologistas, entre outros, na esperança de que aquelas “crises” terminassem sem se darem conta que na verdade a questão não era física, mas espiri-tual. Depois de algum tempo sem obter sucesso em tratamentos, meus pais procuraram ajuda e orientação junto a amigos que tinham conhecimento das questões que envolviam mediunidade, o que possibilitou o início de uma série de tratamentos e o começo dos meus trabalhos mediúnicos. A partir daí nunca mais me afastei do caminho espiritual, onde estou até os dias de hoje.

Hoje, qual é o trabalho que o senhor desenvolve?

Resposta: Tenho trabalhado hoje em duas frentes mediúnicas, sendo a primeira uma atuação junto ao Centro Espírita Perseverança onde desenvolvo um trabalho de psicografia todas as semanas, atendendo diversas pessoas que buscam notícias de seus familiares já desencarnados. Lá ainda participo de diversas reuniões doutrinárias como reunião de trabalhadores da casa e reuniões para orientação às mães que per-deram o contato com seus filhos neste plano. Já no Lar Espírita Estrela da Paz, faço trabalhos de sustenta-ção e proteção espiritual com a incorporação dos meus guias, na linha da Umbanda.

Qual a importância do trabalho espiritual tem para sua vida pessoal?

Resposta: O trabalho espiritual, como tive oportunidade de dizer em uma das perguntas anteriores, faz parte da minha vida desde que ainda era garoto. Não sei como classificar a importância do meu trabalho

Foto tirada no prédio da Rádio Mundial, em 24/04/2012, com o escritor e dirigente espiritual Rubens Saraceni, o vereador Quito Formiga e o escritor, consultor organizacional e palestrante César Romão.

Enviado por Sandra Santos

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Jornal Nacional da Umbanda ● página 21

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mediúnico porque a vida espiritual tem sido a minha própria vida. Não sei como viver sem ele. A espiritu-alidade faz parte não só da minha vida, como também da vida do meu pai carnal Eurícledes Formiga, já desencarnado, da minha mãe que é detentora de uma mediunidade intuitiva maravilhosa, minha irmã e irmão que também trabalham com suas mediunidades tanto no kardecismo como também incorporando seus guias na Umbanda. O que posso dizer é que tudo o que sei e tudo o que sou devo a doutrina espírita.

Aprendi dentro do espiritismo valores como a caridade, abnegação, amor ao próximo, renúncia e despren-dimento das coisas terrenas. Dar ao próximo sem nada esperar em troca, ser paciente e solidário princi-palmente com os mais necessitados, enfim, muito que está em mim é fruto desta religião maravilhosa que aprendi a amar, respeitar e defender.

Agora gostaríamos que o senhor nos dissesse: Política e Religião se misturam?

Resposta: Essa é uma excelente pergunta. Não acho que política e religião se misturam, melhor que isso, elas se completam, necessitam uma da outra e vou explicar porque penso assim. As religiões espíritas seja ela da vertente que for prega valores fundamentais para a boa convivência entre as pessoas: a caridade e amor ao próximo, a verdade e compreensão, a paz. Como seria bom se todos os políticos compactuassem desses valores. A religião pode e deve estar cada vez mais presente na vida política deste país, porque desta forma poderemos lutar com muito mais força contra questões fundamentais como a intolerância reli-giosa, o preconceito de todas as formas, a corrupção, a falta de humanidade, e compromisso com os menos necessitados. O poder público será cada vez melhor, a medida em que tenhamos em todos os níveis pes-soas afins aos princípios religiosos. Precisamos lutar para que no futuro tenhamos uma classe política mais humana, mais atuante junto a questões que possam contribuir para uma redução das diferenças sociais. A política deve fazer pelo nosso país o que as religiões fazem por seus seguidores: o bem, somente o bem.

O senhor acredita que a classe política desse país melhorará, ou seja, se tornará mais preocupada com as necessidades do povo em geral ?

Resposta: Veja, antes de mais nada eu acredito no ser humano. Vejo que a política brasileira já evoluiu muito, obtivemos uma grande reformulação, e existem aí muitas caras novas na nossa política com idéias e ideais verdadeiramente importantes para nossa sociedade. Muito ainda precisamos fazer, temos ainda muito a evoluir, mas isso só será possível com a participação do povo, do voto. Nós Espíritas e Umbandis-tas temos um papel muito importante com relação a isso. Precisamos participar mais, precisamos apoiar aqueles que pensam e sentem o que sentimos, temos que acreditar naqueles que acreditam no que acre-ditamos, precisamos enfim incentivar na verdade uma maior participação de pessoas do bem para que te-nhamos uma política cada vez melhor e mais voltada para o povo. Cá entre nós, acho que todas as religiões precisam já a muito tempo de um maior número de representantes na política brasileira, porque somente poderemos cobrar algo do poder público se tivermos lá nossos representantes.

E com relação ao espiritismo, a Umbanda propriamente dita, o senhor acha que está crescendo, evoluindo como religião junto à sociedade brasileira?

Resposta: Não tenho absolutamente nenhuma dúvida disso. A Umbanda é uma religião brasileira, diga-se de passagem, que vem crescendo de forma incontestável, se organizando cada dia mais, conquistando adeptos, e principalmente, conquistando o respeito e a admiração que merece.

O seu espaço junto à sociedade já está solidificado.

É claro que muito ainda há de se fazer, até porque se trata de uma religião nova se a compararmos com as demais, ou principais do país, mas entendo que o excelente nível de suas associações, de seus dirigentes e sacerdotes tem contribuído muito para sua evolução. A lei que tivemos oportunidade de promulgar – O Dia Municipal da Umbanda e do Umbandista foi para mim motivo de grande satisfação, pois para ser aprovada teve de contar com o apoio da maioria dos vereadores de São Paulo e isso ocorreu com muita tranquilidade. Isso significa que a Umbanda é uma realidade incontestável na vida de todos e seu caminho está aberto para um crescimento sempre maior.

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MAGIA, OFERENDAS E TRABALhOS UMBANDISTAS

MAGIA NA FORÇA DO ORIXÁ TEMPO.MAGIA PARA O APARELhO CIRCULATÓRIO

NA FORÇA DO ORIXA TEMPO

1º Pegar um tomate maduro e abrir em duas partes sem separá-las.

2º Colocar dentro dele 1 foto 3x4 ( rosto)

3º Colocar o tomate dentro de uma tigela e cobri-la com água

4º colocar a tigela no tempo em um local descoberto sem teto (quintal, área fora etc.), e ascender uma vela branca ao lado.

5° Fazer o Clamor:

Sagrado Orixá Tempo eu o saúdo e clamo que atue em meu beneficio ou no beneficio de (nome da pessoa para a qual for fazer ), auxiliando na cura e regeneração do meu aparelho circulatório e do meu coração, assim como da cura de outras doenças que estejam no seu corpo energético. Amém.

Obs.: Após 24 horas o tomate com a foto dentro dele, deve ser retirado da tigela e colocado em um local aberto para o tempo onde se deteriorará naturalmente.

Esta magia deve ser acompanhada do consumo de um tomate maduro antes de dormir (sempre).

Para dissolver coágulos e desentupir as veias e preservar as artérias e toda parte circulatória (coração).Comer toda noite antes de dormir, 30 a 60 dias para ter resultado e melhora.

A tigela e a foto podem ser guardadas depois para outra utilidade.Por Rubens Saraceni

O JNU AGORA ESTA NO FACEBOOK TAMBÉM, NÃO DEIXE DE CURTIR A FANPAGE DO MAIOR JORNAL vIRTUAL DE UMBANDA DO BRASIL.

hOJE COM MAIS DE 5.290.077 LEITORES.

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Jornal Nacional da Umbanda ● página 23

Matérias para o Jornal Não deixe de nos enviar suas matérias, textos e informações so-bre festas e cursos. Colocaremos no jornal virtual e no site do jornal para consulta aber-ta a todos que visitarem a pagina. Lembrando que ao enviar sua matéria, não se esqueça de colocar seu nome, e autorização para divul-gação.

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Pode ser associado individual, núcleo (centro, associação), colaborador jurídico ou colaborador físico.

Se você acredita que vale a pena lutar por nossa religião, venha juntar-se a nós, que nada mais queremos além de ver a Umbanda crescer e de valorizar nossas práticas religiosas e nosso sacerdócio.

Falar com Sandra SantosFone: (11) 2954-7014

E-mail: [email protected]

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Jornal Nacional da Umbanda ● página 24

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Título: Espadas Sacras Subtítulo: Jihad na Terra Santa 1097-1291 Título Original: Autor: James Waterson, Prefácio de Terry Jones Tradutor: Assunto/Gênero: História Páginas: 256 Formato: 16x23 cm Orelha: 7 cm Editora: Madras Editora Ltda. ISBN: 978-85-370-0760-0 Tipo de Capa: Laminado Brilhante Quarta capa: Espadas Sacras é uma história essencial das invasões dos cruzados e mongóis no Oriente Médio, recheada de narrati-vas de teste¬munhas oculares de batalhas e cercos, de intrigas políticas, mo¬mentos de nobreza e extrema coragem. Descreve cada batalha e campanha desde a destruição da Cruzada Popular em 1097 até a conquis-ta do Acre em 1291 e deixa claro o modo islâmico de guer¬ra e dos guerreiros. Ao fazer isso, abrange os grandes temas da história medieval e relata eventos que retêm relevância especial nos dias de hoje. O livro mostra que, na Idade Média, a Igreja estereotipava os muçulmanos como “idólatras”, o que denota de forma nítida como eles conheciam (ou não) seu inimigo. O autor traz à luz o mundo islâmico dos séculos XI a XIII, bem como suas tenta¬tivas de se defender contra os mongóis do leste e os cristãos do oeste. Conheça essa história fascinante, focada no aspecto militar e nas campanhas políticas, mas que também contém uma rique¬za de detalhes que traz o mundo islâmico da época à vida. Orelhas: James Waterson graduou-se na Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres e defendeu seu mestrado na Universidade de Dundee. Ele viajou e trabalhou no Oriente Médio e na China por alguns anos, mas agora mora na Toscana. Espadas Sacras é seu terceiro livro. Seu primeiro trabalho, Knights of Islam, foi recomendado para tradução para o árabe pelo Conselho do Egito. The Ismaili Assassins, sua outra obra, foi publicada em 2008. Terry Jones é escritor, diretor de cinema e ator, mais conhecido por seu trabalho televisivo e cinema-tográfico com o Monty Python’s Flying Circus. Ele dirigiu, em companhia de Terry Gilliam, Monty Python em Busca do Cálice Sagrado, e coescreveu e estrelou em A Vida de Brian, O Sentido da Vida, Erik - o Viking, Amigos para Sempre, entre outros. Os créditos televisivos incluem Crusades, Hidden Histories e Medieval Lives. Terry escreveu muitos livros, incluindo The Saga of Erik the Viking, Nicobobinus e Chaucer’s Knight. Atualmente, ele está trabalhando com Anne Dudley em uma pequena ópera para a Royal Opera House.

“James Waterson oferece-nos uma narrativa inspirada (…) com uma riqueza de detalhes que dá vida ao mundo muçulmano daqueles tempos.” (TERRY JONES)

Page 25: Jornal nacional da Umbanda Ed 36

Jornal Nacional da Umbanda ● página 25

www.jornalnacionaldaumbanda.com.br São Paulo, 15 de Maio de 2012. Edição: 36 [email protected]

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Jornal Nacional da Umbanda ● página 27

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ÚLTIMA PAGINAO ENIGMA EXU MIRIM

No decorrer dos milênios, todas ou quase todas as religiões organizadas tiveram nos gêmeos infan-tis um dos seus mistérios, e eles ocuparam e ainda ocupam um lugar de destaque em muitas delas. Na África, em várias religiões, os gêmeos estão presentes ou, quando não aparecem juntos, pelo menos um se faz presente. Assim como ocorre entre os índios brasileiros, em que a criança é chamada de curumim e há seres sobrenaturais infantis ou mirins. Se assim foi, é e será, en tão temos que identificar me lhor esse mistério e descobrir al gumas de suas funções na Criação, porque a partir daí ele fica fundamentado e o enten dimento sobre ele torna-se aces-sível a todos os umban distas que, quer queiram ou não, têm à esquerda uma entidade “infantil” cuja com-panhia não recomenda ao seu filhinho, pois preferem colocá-lo num jardim de infância fre qüentados só por criancinhas da “direita”. Afinal, essas crianças da “esquerda” (os Exus e as Pom bagiras Mirins) fumam, bebem, e ainda ata-zanam a vida de quem os ofende ou os desagrada, não é mesmo?

São crianças condenadas ao purgatório ou ao aban-dono nas “ruas”, largadas não se sabe por quem, pois nenhum Orixá assumiu a paternidade delas e nenhum os recolheu aos seus Domínios na Criação, preferindo enviá-los para os de Exus que, ao contrário dos outros Orixás, não nega abrigo em seus domínios a ninguém. A todos Exu acolhe e com todos se relaciona amiga-velmente. E assim foi na Umbanda, quando ninguém sabia o que fazem com os infantes da esquerda, Exu deu-lhes casa e comida, digo, domínio e campo de ação. Firmado no lado de fora dos templos de Umbanda, mas ganhando aqui e acolá um “ebozinho” minguado para resolver complicações indissolúveis, Exu Mirim foi sobrevivendo à mingua e entre a própria sorte... ou azar quem sabe? Isolado no gueto ou no cortiço dos

meninos mal educados e desbocados, Exu Mirim raramente entra na “casa grande” (no templo) e, ainda assim, é para limpar e levar embora a sujeira alheia (dos consulentes). Afinal, só raramente o chamam para realizar um trabalho de ponta a ponta, ou seja, do começo ao fim! Mas, boa parte da má educação e do “desbocamento” dessas entidades infantes da esquerda deve-se ao comportamento dos seus médiuns e não ao Orixá Exu Mirim. Afinal , que melhor momento há para fazer “artes” do que quando incorporado com seu Exu Mirim, não é mesmo? Que melhor oportunidade há para falar palavrões do que quando incorporado por um espírito “des-bocado e mal educado?” Há médiuns que chegam a enfiar os dedos nas narinas e comer ou fingirem que comem “ronhas”, chocando quem os vêem fazendo tal coisa. Há outros que fazem micagens (gestos de macacos) e mos tram a língua para os assistentes, além de gestos obsce nos impublicáveis quando incorporados com seus Exus Mirins, fazendo uma pantomima nada religiosa. Mas isso não é inerente aos Exus Mirins, e sim, à falta de informações dos seus médiuns, pois não se doutrinam nem aos espíritos que incorporam e os usam para extravasarem o que têm em seus íntimos. Exu Mirim é superior a tudo isso e, mesmo sendo re legado à mingua na maioria dos centros e por um grande número de médiuns umbandistas, vem sobrevivendo com um dos mais fechados dos mistérios da Umbanda e vem resistindo a comentários mais absurdos possíveis já publicados por pessoas que não só o desconhecem como nada sabem sobre ele.

Texto extraído do livro “Orixá Exu Mirim” de Rubens Saraceni, Editora Madras.

Pai Rubens Saraceni.