jornal locomotiva 87

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Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação Locomotiva 5 de outubro de 2012 - sábado - nº 87 - distribuição gratuita dúvidas sobre crimes eleitorais e suas penas Pág. 7 Maria Fernanda foi entrevistada com exclusividade pelo jornal Locomotiva Págs. 4 e 5 Com jornal apreendido e liminar negada, campanha de Pinduca segue cassada Pág. 3 Professor, curador, artista plástico: Pedrinho Quintanilha é incansável na missão de manter viva a cultura em Franco da Rocha PROMOTORA ESCLARECE

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05 de Outubro de 2012

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Page 1: Jornal Locomotiva 87

Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação

Locomotiva5 de outubro de 2012 - sábado - nº 87 - distribuição gratuita

dúvidas sobre crimes eleitorais e suas penas

Pág. 7

Maria Fernanda foi entrevistada com exclusividade pelo jornal Locomotiva

Págs. 4 e 5

Com jornal apreendido e liminar negada, campanha de Pinduca segue cassada

Pág. 3

Professor, curador, artista plástico: Pedrinho Quintanilha é incansável na missão de manter viva a cultura em Franco da Rocha

PRoMotoRa esCLaReCe

Page 2: Jornal Locomotiva 87

Locomotiva é uma publicação semanal da Editora Havana Ltda. ME.

Circula em Franco da Rocha, Caieiras, Francisco Morato, Mairiporã e região.

E-mail: [email protected] Endereço: Rua Bazilio Fazzi, 442o andar, sala 8

Impressão: LWC Gráfica e editora

Tiragem: 10 mil exemplares

Redação: Pedro Mikhailov e Thiago Lins

Projeto gráfico: Feberti

Diagramação: Luiz Dimm

Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do jornal.

NOS TRILHOS

EDITORIAL

Expediente

Na madrugada de quarta (3/10) para quinta-feira, um incêndio destruiu um caminhão de som da campanha do candidato a pre-feito Pinduca (PSDB). Ninguém ficou ferido, mas o veículo ficou completamente destruído. Na de-legacia, o motorista do veículo

apontou como culpado um outro motorista, com quem ele teria tido uma discussão no trânsito. Mesmo assim, nas redes sociais, pessoas ligadas à campanha tu-cana tentaram imputar o incêndio à disputa eleitoral. A polícia vai investigar o caso.

após discussão de trânsito, caminhão

pega fogo

eleiçõesEm Franco da Rocha, o pro-cesso eleitoral de 2012 termina com a votação deste domingo. Às 17h encerra-se a participa-ção do eleitorado, e a previsão é de que até as 22h saberemos o nome do novo prefeito da cidade. A nova composição da Câmara dos vereadores demorará mais, já que temos mais de 200 candidatos.

Ficha LimpaA grande novidade deste pleito é o elevado número de im-pugnações e cassações de can-didaturas. Em nossa cidade, com apenas dois candidatos a prefeito, tivemos um deles (Pinduca) cassado em primeira instância. Em Francisco Morato são dois os cassados e, em Caieiras, um até o presente momento. Todos os recursos e pedidos de liminares não mudaram as decisões.

aperfeiçoamento democráticoPara as próximas eleições, espera-se menos insegurança jurídica, já que candidatos se valem de recursos sem fim para manter um processo pelo maior tempo possível, sem que se chegue a uma decisão definitiva. Mesmo a dúvida de até quando é pos-

sível substituir um candidato que renuncia persiste, já que pode acontecer o absurdo de se votar em uma pessoa na urna eletrônica mas eleger outra. Foi o que aconteceu em Cajamar nas eleições de 2008.

Violência na noiteA campanha negativa, que só tenta desqualificar o adversário mas não pede voto para si, está proliferando com força nessas noites da última semana. Recursos caros, como caminhões de som, também são utilizado só com o propó-sito de falar mal do outro. As propostas que trazem esperan-ça ficam em segundo plano.

Compra de votosA velha prática de compra de voto também persiste, tendo em uma ponta o candidato “com-prando” e na outra ponta o eleitor “vendendo” um direito conquis-tado a duras penas, na luta pela restauração da democracia.

aos poucosMas parece que o processo democrático vai aos poucos avançando. Quem tem culpa no cartório tem que pagar a sua pena, mesmo que seja com o fim de sua pretensão de representar todos os mo-radores da cidade.

N esta edição trazemos uma entre-vista com uma representante do

Ministério Público Estadual. Essa ins-tituição tão importante na sociedade tem, nos últimos tempos, recebido o reconhecimento que merece. Sua força ganha a cada dia mais argumentos.

Ainda não há por estas plagas, como por exemplo acontece nos Estados Unidos da América, a percepção clara de que os promotores de justiça são os represen-tantes do povo junto à justiça. Nas ações

movidas lá, pelos promotores, escreve-se e entende-se “O povo contra...”, para que todos saibam que o réu, supostamente, atentou contra a sociedade e por essa deve ser julgado.

Nesse caso, como de resto em muitos outros, falta a nós brasileiros a clareza de que “a coisa” pública é todos e não de ninguém, como gostam alguns. Com os bravos promotores ganhando a cada dia mais espaço, a tendência é de que, aos poucos, vamos aprendendo.

Após o escândalo do caso do leite, Pinduca entrou com um recurso tentando parar com as investigações da Justiça Eleitoral e evitar a cassação de sua candidatura. Mas a Justiça não aceitou a liminar.

Atualmente, a candidatura de Pin-duca está aguardando julgamento da segunda instância no TRE, o que permite que ele continue com a cam-panha até o resultado da sentença. Após a decisão, que deve sair ain-da nesta semana, tanto o candidato quanto o Ministério Público podem recorrer do resultado.

Pinduca tem liminar negada pela Justiça

Um jornal de campanha do PSDB, distribuído nas últimas semanas pela cidade, teve mandado de busca e apreensão decretada pela Justiça Eleitoral. O juiz Arthus Fucci Wady também determinou multa de R$ 100 mil, caso o material volte a ser distribuído.

A sentença considera que o jornal contém “condutas criminosas, difamatórias e injuriosas, utilizando-se de imagem de petição inicial protocolada nesse juízo, dando-se destaque para o carimbo com o nome da Justiça Eleitoral”. O carimbo foi utilizado antes mesmo de haver a oficialização do recurso de cassação do candidato Pinduca.

Wady enfatiza que a proteção à liberdade de imprensa não pode ser deixada de lado, pois é garantida pela Constituição Federal – que também coloca como direitos fundamentais das pessoas a dignidade, a intimidade, a honra e a imagem das pessoas. “Não é porque estamos em Período eleitoral que se pode abolir direitos funda-mentais, em regime de exceção, em tentativa desesperada para se angariar eleitores”, escreveu o juiz.

No jornal autuado pela Justiça, duas páginas se dedicam a enfatizar que Pinduca ainda é candidato, já que a coligação entrou com recurso, ainda não julgado, sobre o processo que pede a cassação de sua candidatura por captação ilegal de sufrágio. O episó-dio ficou conhecido na cidade como “caso do leite”: segundo acusação do Ministério Público, Pinduca teria associado à sua campanha a distribuição de leite do programa estadual Viva Leite.

As outras duas páginas atacam candidatos do Partido dos Trabalhadores, entre eles Kiko Celeguim, candidato a prefeito, e Cleiton Gouveia e Felipe Cí-cero, que pleiteiam cargos de vereador. Segundo a ação de investigação judicial com pedido de busca e apreensão do jornal, a propaganda eleitoral do PSDB imputa prática de crimes ao representante, caracterizado o abuso do poder econômico, e utiliza de maneira indevida um meio de comunicação.

A reportagem do Locomotiva tentou contato com a coordenação de campanha de Pinduca, mas não obteve resposta até o fechamento dessa edição.

Jornal de campanha do PsDB é apreendidosegundo o juiz eleitoral, o jornal teria ataques desesperados em busca de votos

Capa do jornal do PsDB apreendido pela Justiça

32 5 de outubro de 2012 - sábado - nº87 Distribuição gratuita5 de outubro de 2012 - sábado - nº87 Distribuição gratuita LocomotivaLocomotiva

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“Candidato não pode sair por aí dizendo que cassação é mentira do adversário”

Na reta final das eleições, o Jornal Locomotiva foi entrevistar a promotora Maria Fernanda, responsável pelas cidades de Caieiras e Franco da Rocha. ela falou sobre as infrações comuns no período eleitoral, sobre as penas que podem ser aplicadas e sobre a condição do candidato Pinduca, do PsDB, que, segundo o Ministério Público, está cassado

Recomendações de Maria Fernanda para os eleitores

“A primeira recomendação é que todos devem ir votar, porque é obrigatório, e votar com a cons-ciência tranquila. É bem interessante, inclusive para as pessoas envolvidas nas campanhas, que tenham conhecimento da Lei para saber o que pode e o que não pode. O que a Lei não proíbe, é permitido. Ela é bem clara, as pessoas tem de ficar atentas para não pensar que os crimes se aplicam só aos candidatos. Faça uma escolha pelo melhor candidato, pense bem em quem vai votar. Não troque seu voto por nada. Vira e mexe, escuto gente que troca voto por azulejo. É

tão difícil acreditar nessas coisas, só vendo pra crer. Mas acontece bastante. Só não pegamos mais porque não temos prova. É preciso escolher com calma seu candidato, ele será o representante da sua cidade para os próximos quatro anos. O prefeito é nosso político mais próximo e, em municípios menores como Franco da Rocha, o reflexo de quem for eleito é ainda mais próximo. É importante analisar as propostas dos candida-tos. No meu entender, a eleição para prefeito é a mais importante. Hoje, a prefeitura pode

fazer muito mais coisa do que fazia no passado. Pense que o prefeito é a pessoa que vai lutar por você com os governos federal e estadual. Há cidades que têm repasse de verbas mas o prefeito não faz nada, não apresenta projetos para seu uso. É importante as próprias pessoas cobrarem uma postura, tem gente que nem lembra em quem votou. E isso não temos como fiscalizar. Sobre a boca de urna, a Lei diz que não deve acontecer sob nenhuma hipótese. Não participe dessa infração. E, se vir boca de urna acontecendo, denuncie.”

Locomotiva - Qual o balanço do Ministério Público sobre as eleições em Franco da Rocha?

Maria Fernanda - Poderia ter ido melhor. Gosta-ríamos de ter feito mais. Recebi várias denúncias anônimas, mas são tão poucas que não podemos levar adiante. O pior momento é antes da eleição, a fase crítica é a partir de 5 de julho, o que pega é a questão de propaganda. Nessa eleição, uma novidade: muita denúncia por causa de declara-ções na internet, principalmente na rede social Facebook. Mas nenhuma deu em nada. Tivemos muitas reclamações quanto a propagandas, tanto por parte da população quanto de candidato para candidato. Muitas pessoas reclamando de cavaletes que atrapalham passagem em via pública. Tanto que o Dr. Arthus [Fucci Wady, o juiz] saiu varias vezes, pessoalmente, para retirar esse material da rua. Bastante gente fez muita denúncia, mas acaba-vam não trazendo informações suficientes. Faziam denuncias genéricas. Então ele teve de ir às ruas várias vezes, tanto em Franco quanto em Caieiras.

L – Então cavaletes causaram muitos transtornos?

MF – Os cavaletes deram muitos problemas e causaram muitas reclamações. Tanto denúncias

formais, aqui com a gente, como informais, com pessoas reclamando nas ruas e até aqui dentro do Fórum. Foram tantas reclamações que o Dr. Arthus teve que sair daqui mais de uma vez e ir ele mesmo até a rua ver o que acontecia. Che-gou a um ponto em que ele teve que pedir um carro na prefeitura para ir recolher o material de campanha, tanto aqui quanto em Caieiras. Recolheram muitas coisas. Algumas de tamanho irregular, já que o permitido é até 4 m² e havia muita propaganda além desse tamanho, algumas colocadas em locais impróprios, atrapalhando a calçada, a faixa de pedestre.

L – Quais as consequências da compra e venda de voto?

MF – O artigo 209 do Código Eleitoral tipifica a compra e a venda de votos como crimes, com pena de reclusão até quatro anos e pagamento de multa. É importante ressaltar que não é só o candidato que está sujeito ao crime, mas também quem vende. A lei fala em dar, oferecer, prometer ou receber, então aquele que recebe o dinheiro ou a benfeitoria tam-bém esta cometendo o crime. Não é uma denúncia que costuma chegar até aqui frequentemente. Vem muito fato genérico toda hora, mas fato concreto de que a pessoa pagou a gente não tem.

L – Entre as irregularidades em período eleitoral, a mais comum é a boca de urna, certo? O que configura essa infração e quais as punições cabíveis?

MF – Precisa haver uma distância mínima da propaganda. Outra coisa que acho importante é que, no dia da eleição, não pode haver forne-cimento gratuito de alimentos, de transporte, nada disso. Também é crime. Do mesmo jeito, situações contrárias, como aumentar o preço de taxi ou ônibus para que as pessoas não vão votarem, também é crime. Pelo que me lembro, a boca de urna é realmente a infração que mais acontece. É o que mais leva gente para a delegacia no dia da eleição. Você, sim, pode usar uma camiseta do seu partido, des-de que não faça propaganda no caminho. Se fizer e te pegarem, vai preso. A boca de urna é um crime, do artigo 39, parágrafo 5, da lei 9504-97, e dá seis meses a um ano de prisão. No passado era uma prática permitida, mas foi proibida. Depois, foi restringida para uma distância de 100 metros dos locais de votação. Agora, o entendimento é de que não pode acontecer boca de urna. No dia da eleição, a propaganda fica muito prejudicada. Carro de som também não pode. As pessoas têm de

tomar muito cuidado. Há muitos municípios que até solicitam outros espaços públicos no dia da eleição, porque não cabe mais gente nas delegacias não cabe mais gente.

L – Muita gente forra os colégios eleitorais de santinhos na madrugada anterior, é crime?

MF – Isso é proibido. Se for pego, está preso também. Temos que provar que aquilo aconte-ceu a mando do candidato ou que ele sabia que aquilo ia acontecer. Você pode dizer, “mas você tem que ter provas concretas”. E é justamente essa a nossa maior dificuldade, as pessoas têm medo de vir aqui falar como testemunhas. Dei-xamos de tomar muitas atitudes em relação a crime eleitoral porque não tem testemunhas. O pessoal fica com medo. Agora, boca de urna a gente pega em flagrante.

L – Os carros de som chegaram a níveis altos nesse campanha, qual a postura da vocês?

MF – Carros de som não pode passar em pré-dio público. Antes das eleições, o juiz fez uma reunião com todos os candidatos e deixou isso claro, se passasse aqui em frente ao Fó-rum ia ser apreendido na hora. Não tivemos esse problema, apenas muita reclamação dos moradores. Mas é o que já disse, por falta de provas não pudemos fazer nada. Mas hoje em dia é fácil, é só tirar uma foto ou filmar com o celular que conseguimos agir. Tenho escutado muita coisa, até advogado reclamou de carro de som em audiência. Mas reclamação formal, com o nome do candidato, placa do veículo, dia e horário, nenhuma. Sem isso não temos como fazer nada.

L – Nesta eleição, o maior exemplo de irre-gularidade é o caso do leite. No processo, coube recurso, então a candidatura ainda está apta, certo?

MF – Eu acredito que o recurso seja julgado até mesmo antes da eleição. O TRE é muito rápido, e está tudo lá desde segunda-feira. Até o final da semana acho que temos o resultado. É a segunda instância, e a terceira é o TSE [Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília]. Se chegar à terceira ins-tância e o TSE manter a cassação, podemos até ter uma nova eleição, caso o candidato Pinduca vença. Hoje ele mantém a candidatura por conta e risco. Alguns municípios já tiveram outras elei-ções, como Mauá em 2004. O segundo colocado pode até assumir, mas geralmente acontece outra eleição, com outro candidato da coligação. Se ele perder, aí não muda nada.

L – Teve algo relacionado à Ficha Limpa na região?

MF – Foram duas impugnações de candidatos a prefeito em Caieiras. Uma do atual vice-prefeito, Kleber Furlan (PPS), e a outra de Nevio Dartora (PSDB). Nós aqui decidimos que eles estavam aptos, mas o TRE reformou a decisão e declarou o Nevio inelegível, por conta da Ficha Limpa. Ele provavelmente recorreu, mas não recebemos a decisão ainda.

L – Como você analisa o teor da campanha na cidade?MF – Acho que a campanha poderia ser mais limpa, vi muitos ataques entre candidatos. Po-deria ter sido conduzida de outra forma, afinal, não teve nem debate.

L – Em geral as pessoas respeitam a lei eleitoral?

MF – Acredito que não. Apenas nos faltam provas para tomarmos as medidas cabíveis. No caso do Viva Leite, por exemplo, ouvi-mos varias outras histórias, mas ninguém veio aqui com provas e fez a denúncia. Estamos na expectativa da decisão, mas não se sabe o que vai acontecer. Hoje a situação é essa: a

candidatura de Pinduca está indeferida. Ele pode continuar fazendo campanha porque ainda cabe recurso, mas ele está cassado. Eu torço para que seja mantida a decisão, porque ficou provada a irregularidade. Vou me importar muito com o resultado. Acho importante esse tipo de decisão para mostrar que o Ministério Público está atento ao que está acontecendo. Teve um cidadão que nos mandou um e-mail dizendo que viu a reportagem do SBT, mas que achava que isso não ia dar em nada e se sentia frustra-do. E realmente é uma frustração pra gente quando não dá em nada, pois lutamos para isso, pela justiça. Mas às vezes esbarramos na falta de provas, o que não foi o caso. Nesse caso havia provas concretas, então conseguimos. Hoje todo mundo tem um telefone que filma, que grava áudio, e alguém registrou. E quando as testemunhas vieram dar depoimento na audiência, confirmaram o que estava gravado. Não adianta dizer que o vídeo foi montado, que o áudio foi fraudado, as testemunhas vieram até aqui e confirmaram. Então quanto mais provas a gente tiver, melhor. A decisão não se baseou em apenas uma prova. Sinceramente espero, e tenho certeza de que o juiz também, que a decisão se mantenha.

L – Muita gente diz que o autor da gravação é filiado ao PT, e que isso seria armação.

MF – Não importa o autor da gravação, e sim o conteúdo dela. É uma coisa que me irrita muito, porque na gravação dá para ouvir crianças chorando e as mães nervosas. Porque, para o Ministério Público e para mim, é indiferente quem é cassado. Nós nos preocupamos com a justiça. Agora, o candidato não pode sair por aí dizendo que é mentira que foi cassado. Embora caiba recurso, a situação dele hoje é de cassação.

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Fala, povo!“A cidade precisa

engrenar. As coisas caminham muito devagar”

“Precisa criar áreas de lazer nos bairros, pra tirar a criançada da rua”

“Será que muda mesmo ou esses

candidatos só sabem prometer?”

“Tem que melhorar a saúde,

e muito”

“Acredito que Franco da Rocha tem jeito, basta

vontade política”

Luiza Costa, 34 anos, dona de casa

Juliana Rocha, 18 anos, estudante

Marcos Ferreira, 45 anos, autônomo

Giuliano Gomes, 23 anos

A eleição é neste domingo. Depois de três meses de

campanhas, a população já ouviu muitas propostas, e a maioria já escolheu seus

candidatos. Mas sempre há os indecisos, aqueles que ainda não conseguiram definir que número digitarão nas urnas.

A única certeza é de que, tantos os convictos quanto os indecisos, querem o melhor

para a cidade. Fomos às ruas perguntar o que as pessoas esperam apos as eleições.

Francisco Silva, 62 anos, aposentado

“A cidade vai ficar mais

limpa sem tanta propaganda

política”

Márcia Fernanda Oliveira, 25 anos, estudante

Esta sEção do Locomotiva é dEdicada ao comércio dE Franco da rocha, o mais FortE da rEgião. Em cada Edição, vamos mostrar um produto ou sErviço quE é prEstado aqui, do Lado dE casa.AQUI TEM

Juquery Pneusendereço: rua Professor Carvalho Pinto, 198 – Centrofuncionamento: de segunda a sába-do, das 9h às 19h

Juquery PneusA Juquery Pneus já soma uma

trajetória de 18 anos na cidade. Seu proprietário, Lourival, 51 anos, explica a escolha do nome: “Franco da Rocha cresceu em torno do hospital. Então é uma maneira de homenagear a cidade em que vivo”. O símbolo da loja, uma ca-ricatura de um interno do antigo hospital, está espalhado em muros e placas publicitárias pela cidade. É a maior menção às origens do município – ou “à gênese dele”, como prefere Lourival.

As paredes da loja são forradas de rodas, calotas e pneus, a espe-cialidade da casa. Apesar do nome e da decoração, lá são oferecido serviços que abrangem variadas etapas da manutenção de veículos: troca de pneus, escapamentos, lim-pezas de bicos, sons e acessórios, alarmes, películas protetoras para vidros, molas e amortecedores, entre outros. “O serviço mais que realizamos com mais frequência é

a manutenção de freios e suspensão. Mas em todo lugar é assim”, diz o dono da Juquery Pneus.

Lourival trabalha somente com produtos de primeira linha, buscan-do durabilidade e a excelência dos serviços, que têm garantia assegu-rada pela loja. O estabelecimento tem clientes fiéis, mas o dono não conta quantos atendimentos faz por dia. Segundo ele, há muita con-corrência na cidade. De segunda a sábado, uma equipe funcionários bem preparados espera seu carro, seja nacional ou importado, para algum eventual conserto.

A resistência cultural segue a pinceladas firmes

“Quem vê Van Gogh pintando uma tela, segurando sua orelha, acha engraçado e ri. Mas de en-graçado não tem nada. Só quem rema na contramão sabe de suas dores.”

A linha que divide a loucura e a genialidade é tênue. Pedrinho Quintanilha acende mais um cigarro. Coça a cabeça, ansioso ao falar da sua arte, e mergulha no tempo relembrar

os festivais de arte que participou em Franco da Rocha na década de 1970.“Foram três anos de festival, com artes plásticas, teatro, música, poesia e feira de

folclore. Mas acabou. Tornou-se um espaço para atividades como show de calouros e rei do ringue. Deixaram de lado a criação de artistas na cidade, esqueceram os festivais

de música universitária e de cultura.”O hiato cultural durou 20 anos, até a realização do festival “20 anos depois” –

cujo nome Pedrinho Quintanilha ajudou a escolher. Depois disso, outro período sem cultura dominou a cidade.

Até que dois amigos “cabeçudos” (termo que Pedrinho usa para definir pessoas inteligentes), Ranulfo e André, resolveram montar um festival para quebrar o gelo do inverno cultural que assolava Franco da Rocha.

A primeira edição aconteceu em 2000, com teatro, artes plásticas e música. Tudo foi montando com madeirites

recolhidas no comércio, sem apoio nenhum. O festival durou até 2009, com os mesmo madeirites.

Professor de artes não diplomado, Pedrinho Quin-tanilha vai aos poucos conectando a cena cultual da

região. De Perus, o Quilombaque. De Francisco Morato, o espaço Girândola. Ele é o único curador que monta toda

a exposição, desde as telas ao cenário, e até vai na casa dos artistas buscar suas obras para expô-las.

“É a única maneira de a arte sobreviver, com os próprios artistas tomando a frente da organização, do marketing e colo-

cando a mão na massa.”Em 2011, Pedrinho organizou uma exposição com os quadros

dos internos do Juquery. Foi a primeira vez que o busto do Doutor Franco da Rocha, que ficava na biblioteca que pegou fogo em 2005, saiu de dentro do complexo.

“É preciso fazer com que a cidade se acostume com exposições de arte. Criar uma cultura de apreciação e um mercado consumidor.”

Como artista plástico, o trabalho de Pedrinho, de traço firme, in-fluenciou toda uma geração de pintores da cidade. Para ele, é preciso o contato com as obras para que novos artistas sejam despertados.

“Se as novas gerações não tomam conhecimento da arte, não se pode cobrar delas que a vivam.”

Com uma releitura de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, os quadros que ilustram essa matéria estão expostos no Museu Afro, em São Paulo.

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ANÚNCIOS

SOCIAISnEsta sEção, trarEmos sEmprE as pEssoas, LugarEs E EvEntos quE briLham na vida sociaL dE nossa cidadE E rEgião

Aniversariantes

Mauricio oliveira “Cabeça”

4 de OutubroClaudio Fernandes

5 de Outubro

antonia santos

3 de OutubroLeonardo tie augusto

7 de Outubro

8 5 de outubro de 2012 - sábado - nº87 Distribuição gratuita Locomotiva