jornal locomotiva 80

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Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação Locomotiva 18 de agosto de 2012 - sábado - nº 80 - Distribuição gratuita Eles são unidos pelo prazer de acelerar suas motos pelas estradas do país. Conheça o Kangoja, o moto clube de Franco da Rocha. Pág. 7 No bairro Bom Tempo, faltam asfalto e água encanada. Segundo os moradores, nenhuma autoridade resolve o problema. Pág. 3 Produtor agrícola de Franco da Rocha sofre com falta de apoio Sede da Casa da Lavoura está abandonada Sem a Casa da Lavoura, órgão que seria responsável por ações de incentivo para o setor rural da cidade, agricultores franco-rochenses perdem espaço no mercado. Reunião com o prefeito para reativar a entidade realizada em 2008 não teve resultado. Pág.5 Descaso Sobre duas rodas

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18 de Agosto de 2012

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Page 1: Jornal Locomotiva 80

Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação

Locomotiva18 de agosto de 2012 - sábado - nº 80 - Distribuição gratuita

Eles são unidos pelo prazer de acelerar suas motos pelas estradas do país. Conheça o Kangoja, o moto clube de Franco da Rocha.

Pág. 7

No bairro Bom Tempo, faltam asfalto e água encanada. Segundo os moradores, nenhuma autoridade resolve o problema.

Pág. 3

Produtor agrícola de Franco da Rocha sofre com falta de apoio

Sede da Casa da Lavoura está abandonada

Sem a Casa da Lavoura, órgão que seria responsável por ações de incentivo para o setor rural da cidade, agricultores franco-rochenses perdem espaço no mercado. Reunião com o prefeito para reativar a entidade realizada em 2008 não teve resultado. Pág.5

DescasoSobre duas rodas

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Locomotiva é uma publicação semanal da Editora Havana Ltda. ME.

Circula em Franco da Rocha, Caieiras, Francisco Morato, Mairiporã e região.

E-mail: [email protected] Endereço: Rua Bazilio Fazzi, 442o andar, sala 8

Impressão: LWC Gráfica e editora

Tiragem: 10 mil exemplares

Redação: Pedro Mikhailov e Thiago Lins

Projeto gráfico: Feberti

Diagramação: Luiz Dimm

Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do jornal.

NOS TRILHOS

EDITORIAL

Acidente na pista

Expediente

No dia 10 de agosto, um caminhão de entregas de materiais de construção tombou em uma das ruas do bairro Pretória. “Se a rua fosse asfaltada,

isso não aconteceria”, disse Agnaldo Correa, motorista do caminhão, que terá de arcar com o material danificado na queda. Segundo comerciantes do bairro,

não existe lugar pior na cidade para entre- gar materiais do que o Pretória. Acidentes por falta de infraestrutura são recorrentes no bairro.

Tá chegando!Faltam 50 dias para a cidade conhecer os no-vos vereadores e o novo prefeito. As eleições continuam sem novida-des, mas a previsão é de que logo virão chuvas e trovoadas.

Um canteiro de obrasDeveria haver eleição todo ano. A quantidade de obras iniciadas, a pleno vapor, durante o período eleitoral é digna de nota. Aumenta muito a sensibilidade dos polí-ticos com as demandas dos eleitores, principal-mente as mais vistosas.

PegouA lei proibindo a pintura de muros em Franco da Rocha para publicidade eleitoral, felizmente, pegou. Em um país onde algumas leis pegam outras não, é saudável verificar que a cidade ficou menos suja.

Doendo os ouvidosOs eleitores já não po-dem ignorar as eleições que se aproximam. E não é pelo interesse que os candidatos desper-tam, mas pelo barulho dos carros de som. Deveríamos instituir um

concurso para o pior jingle, e a concorrência é grande. Deveríamos, ainda, lutar por uma legislação que deter-minasse horários e altura do som. Querendo ou não, somos obrigados a ouvi-los.

Cinturão vermelhoSaiu na revista Veja: além de manter o controle de suas 11 atuais prefeituras - de um total de 39 -, o PT trabalha para expandir seu domínio. A legenda tem candidatos em 29 das 39 cidades da região. “O objetivo do PT na região metropolitana é sair maior do que entrou”, diz o prefeito de Osasco, Emídio de Souza. Na mira petista estão principalmente cidades como Santo André - que o partido já governou por qua-tro anos -, Franco da Rocha, Mogi das Cruzes e a peque-na Rio Grande da Serra.

Pedir voto antes de dar o leiteDeu na rádio Bandeirantes: uma ONG que participa do programa Viva Leite, do governo paulista, cobra R$ 1,6 mil para “deixar” que candidatos façam campa-nha na hora da distribuição do produto na cidade de São Paulo. O secretário de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, pede à po-pulação que faça denúncias pelo telefone 0800 055 45 66. Se a moda pega!

Franco da Rocha já foi governada por representantes de boa parte do espectro

político do país. Tivemos desde mandatários designados e sem voto até representantes das chamadas classes populares, além das ditas elites locais.

Pelo clamor das gentes que aqui habitam, o que se espera daquele que ocupará a cadeira de prefeito, não é a representação de um ou de outro segmento. O que se espera de ver-dade, é alguém que se importe de fato com a cidade e dê rumos corretos ao seu futuro.

O país não tem a tradição de outras para-gens de votar em projetos ou ideologias. Aqui vota-se em pessoas. Infelizmente.

Num futuro, espera-se não muito

distante, aprenderemos que a busca por cidades, estados e país melhores, deve-se dar pela opção por um modo de fazer as coisas e não apenas por uma cabeça que se supõe iluminada.

Quando se opta por um jeito de fazer valer os nossos anseios, opta-se também pela participação e responsabilidade que é de todos. A figura que ocupará a cadeira será, então, mero instrumento daquilo que consideramos correto.

Nossa cidade, como de resto todo o planeta, está em processo permanente de aprendizado. Com erros e acertos. À medida que cometemos erros, aprendemos, se não o que fazer, pelo menos o que não fazer.

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Acidente na pista

Até abaixo-assinado foi feito para pedir melhorias na rua , mas sem sucesso

A precariedade da Rua Belgrado

Falta de água encanada, ruas sem asfalto que ficam cheias de poeira nos dias de sol e enlameadas quando chove. Essa situação precária faz parte do dia a dia das mais de 30 famílias que vivem na Estrada da Servidão, no bairro Bom Tempo. O local, que é afastado do centro, parece esquecido pelas autoridades.

“Aqui a gente não tem água; para conseguir, tem de puxar da rua de trás. Não temos relógios medidores de água, a Sabesp veio aqui, olhou a rua, mediu, mas não voltou mais. Já levamos abaixo-assinado na

prefeitura, mas não adiantou nada”, diz Sebastião Malagutti.

“A rua está muito ruim, quando tem muito sol fica essa poeira e nem dá para respirar direito. Quando chove fica completamente ruim de andar, carro nenhum sobe aqui”, conta Daniel da Silva. “Fora a ma-nutenção que tem que fazer nos veículos porque suspensão nenhu-ma aguenta rodar por essa estrada todo dia”, completa.

Outros moradores, como Valde-lice Dias, preferem nem sair de casa quando chove no bairro. “A rua fica

Bom Tempo, um bairro esquecidoMoradores sofrem com ruas sem asfalto e sem água encanada. E quando chove, piora

muito lisa, começou a chover eu nem saio de casa. Se alguém cai e se machuca e liga para uma ambulân-cia, ela não consegue subir a rua, é arriscado demais”, afirma ela.

Quem vive na Estrada da Servidão reclama também que a via não tem CEP, o que dificulta o recebimento de correspondência ou mesmo entrega de encomendas. “Lojas de eletrodo-mésticos vivem confundindo o local de entrega, já confundiram aqui onde a gente mora com Jardim Progresso e Monte Verde. É bem complicado”, diz Luis Bastos.

“Quando chove fica completamente ruim de andar, carro nenhum sobe aqui”

Daniel Silva, morador

Rua com estrutura comprometida no Parque Vitória No começo do ano passado a

Rua Belgrado, no Parque Vitória, começou a ceder. Com as chuvas e sem um muro de arrimo, a estrutura está comprometida. Além disso, os moradores temem acidentes graves no local em razão de a via não ter lombadas e os carros passarem em alta velocidade pelo local.

“Esse asfalto foi feito há oito anos, era época de eleição e fizeram sem qualquer tipo de preocupação; o resultado nós vemos agora, com ele cedendo, pois não tem um muro de arrimo. Você olha na calçada as bocas de lobo totalmente sujas, destampadas e ninguém faz nada”, afirma José Oliveira.

Para Maria Tomé o problema da rua é a falta de lombadas que impeçam que os carros passem em alta veloci-dade a todo instante. “Aqui é bastante perigoso, já caíram carros aqui no meu quintal. Minha família estava dormindo e, de repente, ouvimos o barulho. Sorte que não aconteceu nada de ruim conosco. Lombadas na rua ajudariam bastante para evitar novos acidentes desse tipo”, diz.

Maria Petromilia considera a situação da Rua Belgrado lamen-tável. “Já vieram, olharam tudo, prometeram resolver nossa situação, mas, no final das contas, ninguém volta e acabam não fazendo nada por nós”, desabafa a moradora.

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Formulário mostra o horário do atendimento

Caieiras: medidas são insuficientes para maternidade

Índice da qualidade da educação piora em Franco A educação em Franco da Rocha

piorou. No mais recente relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o in-dicador da educação municipal retrocedeu um ponto porcentual, passando de 5,2 para 5,1. Com o resultado, a cidade ficou abaixo da meta de 5,2 para 2011 projetada pelo governo federal. A meta para 2013 é de 5,5 pontos para o ensino público municipal.

As medidas tomadas pelo go-verno do Estado para resolver o problema da falta de médicos na maternidade de Caieiras – úni-ca na região que atende também Franco da Rocha, Francisco Morato, Mairiporã e Campo Limpo – não foram suficien-tes, até agora, para reforçar o quadro de profissionais.

O assunto voltou à tona na semana retrasada quando o prefeito de Caieiras, Roberto Hamamoto, convocou a im-prensa para rebater as críticas que vinha recebendo sobre a carência de médicos.

Segundo o governo estadual,

O Ideb foi criado em 2007 e mede a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. Ele é calculado com base no desempe-nho de cada estudante e nas taxas de aprovação. Para que o Ideb melhore é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e não falte às aulas. O índice é medido de dois em dois anos. O objetivo é que o Brasil alcance nota 6, a mesma de países desenvolvidos.

a maternidade conta atualmen-te com 65 médicos, número que o prefeito de Caieiras considera insuficiente. “Temos hoje um dé-ficit de 40% de profissionais”, diz Hamamoto.

A Secretaria de Saúde do Es-tado afirma que deverá contratar mais 16 médicos para reforçar o atendimento na maternidade de Caieiras e diz ter adotado medidas para incentivar os profissionais com planos de carreiras e salários com até 71% maiores, equiparáveis à rede privada. Mesmo assim, a prefeitura de Caieiras continua arcando com partos de moradores das cidades da região em convê-nio com atendimento particular, quando a demanda assim exige.

Ainda segundo a Secretaria, o problema da escassez de médicos na rede pública afeta todo o Brasil, em razão da defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos salários mais competitivos em hospitais e clínicas particulares.

O fato é que, enquanto a situação não é resolvida, as moradoras de Franco da Rocha, sem uma ma-ternidade na cidade, continuam obrigadas a recorrer a Caieiras, onde o atendimento esbarra na falta de médicos, para dar à luz.

Para isso é preciso que municípios e Estados atinjam a pontuação prevista.

Entre as 15 escolas de Franco avaliadas, duas pioraram as notas: a EMEB Dionysio Bovo, que obteve 4,7, e EMEB da Vila Bela, com 5,1. As escolas mais bem avaliadas da cidade são a EMEB Serra dos Abreus, com 6,1, e EMEB Nilza Dias Mathias, com 5,9. Entre as piores, estão a EMEB José Augusto Moreira, com 4,5, e Parque Montreal e Dyonisio Bovo, com 4,7.

Paciente espera 5 horas para ser atendida na Praça da SaúdeCom fortes dores, franco-rochense chegou às 12h50, só conseguiu falar com o médico às 17h55 e nem foi examinada

cessar suas dores.Suzana sofre com dores no nervo ciático e

já havia tido uma crise no dia anterior, quando procurou atendimento no Hospital São Paulo, onde trabalha na capital paulista como assis-tente administrativa.

Descaso Revoltada, Suzana relata o descaso no aten-

dimento na Praça da Saúde. “O nome desse lugar deveria ser ‘Praça da Morte’. Enquanto aguardava atendimento por cinco horas, os fun-cionários estavam mal-humorados e tratavam todos com muita arrogância e falta de respeito.”

Segundo a paciente, na fila crianças e idosos esperavam sem nenhum tipo de triagem. “É muita falta de respeito com o ser humano, atendimento é feito de qualquer jeito com o munícipe. Nunca passei tanto tempo num serviço de saúde”, desabafa.

Procurada pela reportagem, a administra-ção da Praça da Saúde não se pronunciou até o fechamento desta edição.

Uma moradora de Franco da Rocha sofreu para conseguir atendimento na Praça da Saúde na semana passada. Ela teve de esperar duran-te cinco horas para ser atendida e voltou para casa revoltada com o serviço prestado. O caso ocorreu na quinta-feira, 9 de agosto, quando Suzana dos Santos, de 34 anos, esteve no local por causa de fortes dores.

Suzana conta que chegou à Praça da Saúde às 12h50. Preencheu a ficha às 13h, mas ficou até as 17h55 esperando a triagem para nem ser examinada. “Após cinco horas de espera sentada e com dores, o médico apenas perguntou o que eu estava sentindo e me passou um antiinfla-matório, sem nenhum tipo de exame”, afirma.

Mas, após o atendimento do médico, as filas não terminaram. Suzana foi encaminhada para a sala de enfermagem, onde a fila que teria de aguardar para ser medicada também era gran-de. “Tinha gente lá aguardando havia mais de uma hora.” A solução encontrada pela franco--rochense foi ir para casa e utilizar os remédios que o outro médico já havia receitado para

Maternidade de Caieiras atende cinco municípios

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Reunião realizada em 2008 com o prefeito Marcio Cecchettini para incentivar a produção rural da cidade não resultou em nenhuma ação prática. Com isso, agricultores locais perdem mercado

é o número de produtores de

Franco da Rocha que utilizam crédito

rural

toneladas por semana é a

produção na cidadeÉ o tempo que a Casa

da Lavoura está fechada

Fonte: Governo do Estado de São Paulo

0 500 8anos

Fachada da Casa da Lavoura: abandono é visível

Setor tem necessidade de investimentos

Casa da Lavoura fechada atrasa agricultura de Franco da Rocha

O que deveria ser o pontapé inicial para reativar programas de incentivo à produção agrícola de Franco da Rocha não teve nenhum resultado.

Em novembro de 2008, foi realizada uma reunião entre o prefeito Marcio Cecchetini, o diretor-técnico regional da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), João Carlos de Campos Pimentel, a gerência local do Banco do Brasil e os principais produtores agrícolas da cidade para discutir a melhora da situação do setor agrícola do município. Os principais pontos discutidos no encontro foram a reabertu-ra da Casa da Lavoura - órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento fechado na cidade há oito anos, que atua diretamente para ajudar o produtor - e a pavimentação das estradas em torno da Vargem Gande, por onde escoam 500 toneladas de produtos agrícolas por semana.

Pimentel explica que para reativar a Casa da Lavoura, bastaria a contratação de um en-genheiro agrônomo pela prefeitura junto ao Sistema Estadual Integrado de Agricultura e Abastecimento (Seiaa), um profissional cujo salário inicial varia de R$ 2,9 mil a R$ 3,9 mil, na média do mercado. Segundo ele, Cecchetini alegou que a prefeitura não teria dinheiro para arcar com os custos da contratação. “Se o prefeito quiser, a gente pode assinar um convênio. Ele só precisa contratar essa pessoa que nós damos toda a assessoria. Continuamos com essa possi-bilidade, para disponibilizar assistência técnica à extensão rural, toda a articulação política e econômica para o produtor rural”, diz o diretor.

Para os produtores, a reabertura da Casa da Lavoura significa, além de assistência na produção para o combate a pragas, subsídio para compra de insumos e acesso a linhas de crédito, um aliado na distribuição dos produtos. “Distribuo a maioria dos meus produtos em São Paulo”, diz Paulo Yukio, 34 anos, produtor agrícola, principalmente de alface e mandioca. “Com a Casa da Lavoura aberta, existiria alguém responsável para articular e facilitar a distribuição pela região, fazendo com que o produto circule menos e chegue mais fresco e com mais qualidade nos mercados”, completa Yukio.

Na opinião de Leonardo Tiê, 49 anos, pro-dutor de morangos hidropônicos, a Casa da Lavoura é fundamental para a expansão do agronegócio na cidade. “A casa da agricultura é o intermediário entre o produtor, a técnica e o financiamento. Sem ela, você não consegue aumentar a quantidade. Não consegue incre-mentar sua produção. Ela está ali para ajudar. Sem assistência técnica, o produtor tem um percurso muito longo e custoso para desen-volvimento de variedades que se adaptem às condições de nossa região, com qualidade e produtividade. E isso é só um dos exemplos.”

Procurada pelo Locomotiva, a prefeitura não respondeu até o fechamento desta edição.

Segundo o último Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuárias do Estado de São Paulo (Lupa), são 94 unidades de produção agrícola em Franco da Rocha com uma produção de 500 toneladas por semana, demanda que justifica a necessidade de investimento no setor. Nenhum delas utiliza crédito rural, porque o município, sem a Casa da Lavoura, não está apto a receber recursos. Todo crédito agrícola necessita de um laudo técnico emitido pela Casa da Lavoura. Com isso, o produtor, mediante projeto com o aval do órgão, consegue obter uma linha de crédito agrícola até sem juros para suprir suas necessidades.

Franco da Rocha hoje tem 180 hectares (180.000 metros) de plantio de cultura de

ciclo curto, como hortaliças, e 44,8 hectares de plantio de ciclo longo, como cana-de-açúcar. Dessa produção, 80% não utilizam assistência técnica. “Sem assistência técnica, a não ser que o produtor seja muito empreendedor, ele não tem acesso a todo o conhecimento do Estado. O Estado, como ente público, fornece todo o conhecimento acadêmico para o produtor, além de fazer a articulação política com outros agentes públicos para respaldar a produção e segurança alimentar de São Paulo”, diz Pimentel, que vê potencial na área rural da cidade. “A produção tem um grande futuro em Franco da Rocha. Com apoio, pode crescer muito e ter um papel representativo no abastecimento de São Paulo.”

“Se o prefeito quiser, a gente pode assinar um convênio. Ele só

precisa contratar um profissional responsável que

nós damos toda a assessoria”,João Carlos de Campos

Pimentel , do Cati

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Candidatos no corpo a corpo com o eleitor

Franco da Rocha acostumou-se com ou-tra importante faceta das campanhas dos candida-tos aos cargos públicos: o corpo a corpo com os cidadãos, forma mais dire-ta de quem pleiteia o voto do eleitor se apresentar.

Para os candidatos, o corpo a corpo funciona como um termômetro da opinião popular. Nas andanças, comícios e carreatas pelas ruas da cidade, são ouvidas as re-clamações dos problemas que afetam os moradores,

sugestões sobre o que pode ser feito e palavras de apoio, diretamente da boca do povo. O corpo a corpo favorece o debate de ideias, tão importante nessa época de campanhas para a escolha do melhor candidato.

Em Franco, Kiko, do PT, e Pinduca, do PSDB, têm intensificado suas andanças pela cidade. O candidato petista postou no Facebook fotos de comícios nos bair-ros Pretória e Monte Verde, além de caminhadas pela cidade. Já Pinduca Pariz

Francismar Guimarães (dir.), dono do Bar do Ceará, com o amigo Cleber Alves Pereira

Esta sEção do Locomotiva é dEdicada ao comércio dE Franco da rocha, o mais FortE da rEgião. Em cada Edição, vamos mostrar um produto ou sErviço quE é prEstado aqui, do Lado dE casa.AQUI TEM

Com a proximidade da eleição, contato direto com a população ganha força em Franco

Kiko tem percorrido as ruas de Franco e ouvido a população O candidato tucano Pinduca em conversa com eleitores na cidade

aparece nas ruas do bair-ro Parque Vitória em sua página digital. O Jornal Lo-comotiva lembra o quanto é importante analisar as propostas dos candidatos e escolher o que melhor re-presenta o que os eleitores querem para sua cidade.

Bar do Ceará: uma tradição do Parque Vitória

Após trabalhar por alguns anos na Padaria Santo Antônio, Francismar Guimarães resol-veu tentar a sorte adquirindo o bar que era do seu sogro, o famoso bar do Ceará, na Rua Luís Coutinho de Abreu, 871, Parque Vitória.

“O bar já existe há mais de 20 anos, mas venho tomando conta há aproximadamente cinco anos. Hoje em dia eu sou mais o Ceará do que ele mesmo”, diverte-se o proprietá-rio. O estabelecimento é bem conhecido no bairro e muitos frequentadores adoram os caldos e outros aperitivos servidos. “Temos o tradicional caldo de mocotó com fava e o frangão de domingo que todo mundo adora, são os nossos campeões de venda”, conta Guimarães. De acordo com ele, domingo é o dia de maior movimento. “É quando temos mais clientes”, completa.

Além disso, ainda trabalha com as mais variadas porções e diversos tipos de bebidas.

Também é conhecido por servir café da manhã para os trabalhadores que saem de casa cedo. “Aqui, além de servir café para os moradores, nós temos um compromisso com a empresa de revestimento industrial Pinter: seus trabalhadores podem tomar o café aqui na madrugada, horário que abro o bar”, explica.

Guimarães conta com a ajuda de seu irmão Roberto para tocar o bar. Eles também são proprietários do Bar do Ro-berto, que fica próximo ao ponto final do Parque Vitória.

Bar do CearáRua Luís Coutinho de Abreu, 871 Parque Vitória - Franco da RochaHorário de funcionamento: todos os dias, das 5h30 às 21h

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Kanjica, fundador e presidente do Kangoja

Moto, estrada e rock and roll na veia

Kangoja, o moto clube de Franco da Rocha, está na ativa desde 2002 acelerando sobre duas rodas

Moto, estrada e rock and roll na veia

Ao som de muito rock and roll, eles se reúnem, sobem em suas motos e vão para a estrada. São os integrantes do Kangoja, o moto clube de Franco da Rocha, grupo que desde 2002 acelera suas máquinas de duas rodas para exer-citar seu espírito de liberdade, como eles mesmos frisam.

No começo, eram poucos, cerca de meia dúzia, hoje são em torno de 60 integrantes que rodam não só por São Paulo, mas por outros estados e já foram até a paí-ses vizinhos, como Argentina e Paraguai. Apesar de ter sido criado um ano antes, oficialmente, o Kangoja foi fundado em 2003, quando atingiu o número mínimo de membros para obter o registro em cartório. Sim, porque para se tornar um moto clube de verdade não basta reunir apaixonados por motos. É preciso ter o registro e, entre outros requisitos, um brasão que identifica o grupo e vai estampado no colete que os motociclistas usam. “O colete com brasão é um RG”, explica o presidente e fundador do Kangoja, Nelson Rodrigues, o Kanjica. Isso significa seguir o estatuto do grupo e manter uma conduta que preserve a imagem do moto clube, como obedecer as leis de trânsito. Segundo Kanjica, se um membro cria problema, é o moto clube que tem sua reputação arranhada.

Kanjica explica que, diferentemente dos grupos de motociclistas dos Estados Unidos, muitos dos quais cos-tumam provocar brigas por onde passam, os moto clubes brasileiros são pacíficos e não nutrem rivalidade entre si. “Os encontros de moto clubes são uma forma de conhecer lugares e fazer amigos”, completa o vice-presidente do Kangoja, Jean Teixeira, o Jabá. E eles fazem questão de deixar bem claro que são motociclistas e não motoquei-ros, pois não querem ser confundidos com aqueles que pilotam suas motos de modo irresponsável pelas ruas.

A palavra Kangoja veio da junção dos nomes de seus fundadores (Kanjica, Gomes e Jardel). A motivação para eles formarem um moto clube surgiu quando, nos en-contros de motociclistas, para poder ganhar um troféu de participação era preciso ser um grupo oficialmente constituído. Nesses anos o grupo não só se estruturou como, desde 2007, organiza seus próprios eventos. O primeiro foi realizado em Caieiras porque não encontra-ram um lugar disponível em Franco da Rocha. Mas, de 2008 para cá, já foram cinco edições, todas em Franco. Este ano, o evento ocorre nos dias 1º e 2 de setembro no Clube da Sabesp. Nesses encontros, há shows com

bandas locais de rock, é montada uma estrutura com segurança, praça de alimentação, estacionamento para motos, triciclos e carros e, como duram dois dias, há chuveiros e espaço para quem quiser dormir em barracas. Apesar da turma de roupa preta ser maioria, é possível ver famílias inteiras participando. Na trilha sonora, Led Zeppelin, AC/DC, Motorhead, Creedence Clearwater Revival, Kiss, Judas Priest e rock nacional dos anos 80, além do hino dos motociclistas brasileiros: Jesus numa Moto, da dupla Sá e Guarabira.

Os encontros promovidos pelo Kangoja reúnem em média 1 mil a 1,5 mil pessoas e são custeados com as mensalidades dos associados e patrocínio de comerciantes que trabalham no evento. O grupo ressalta que não visa lucro e a verba que eventualmente sobra é usada para uma confraternização entre os integrantes do moto clube. O ingresso para o encontro custa R$ 3 ou dois quilos de alimento não perecível, que são doados a instituições.

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NOSSA GENTE

SOCIAIS

nEsta sEção vamos rEgistrar as histórias, os “causos”, a vida dos homEns E muLhErEs quE FizEram E FazEm, a cada dia, a nossa cidadE.

Uma vida ligada à política da cidade

Compro, troco e vendo livros

usados

Rua Cavalheiro Angelo Sestine, 11 - Centro Franco da Rocha

Bar Deprec (Bar do Zé)

Marcelo Cypriano13 de agosto

Vinícius Seixas16 de agosto

nEsta sEção, trarEmos sEmprE as pEssoas, LugarEs E EvEntos quE briLham na vida sociaL dE nossa cidadE E rEgião.

Aniversariantes

Com a proximidade das elei-ções, o Jornal Locomotiva abre a coluna Nossa Gente para mostrar os perfis dos dois ex-prefeitos da cidade ainda vivos: Roberto Seixas e Mário Maurici. O pri-meiro está nesta edição.

Roberto Seixas nasceu em Franco da Rocha em 1944, onde passou a infância, a adolescência e construiu sua vida. “Apesar das dificuldades de falta de estrutura, era um bom lugar para se morar. Tinha aquele clima de cidade pequena, onde todo mundo se conhecia. A cidade tinha uma vida social mais ativa que hoje, marcada pelo respeito entre as pessoas. Eram raríssimos os ca-sos de violência”, diz Seixas.

No começo da vida adulta, op-tou por estudar direito, curso que fez na instituição pública Univer-sidade São Francisco sediada em Bragança Paulista, referência na formação de advogados no Brasil. Trabalhou como comerciante

com o pai, foi professor, cor-retor de imóveis, advogado e Procurador Municipal da Pre-feitura de Caieiras.

Seixas foi vice-prefeito na gestão de 1997 a 2000, quando assumiu a prefeitura com a perda do mandato do titular. Na vida pública, ainda foi ve-reador e secretário adjunto da Secretaria de Relações do Tra-balho do Governo do Estado de São Paulo. “Como cidadão, sempre me vi com a obrigação de estar ativo na vida pública. Como político, sinto-me na obrigação de participar das eleições, ainda que indireta-mente. Nesta eleição temos um fato novo em Franco da Rocha: uma disputa polarizada entre duas candidaturas. Uma chapa pura do PSDB da situ-ação e outra formada de uma aliança entre o PT e o PMDB. É um momento importante da política da cidade”, diz Seixas.

George Joventino dos Santos11 de agosto

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