jornal locomotiva 69

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Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação Locomotiva 2 de junho de 2012 - sábado - nº 69 - Distribuição Gratuita Renê do Bar tem sempre um petisco a preço honesto e uma cerveja gelada | Pág. 6 As histórias de Fátima Pelizari, professora há 32 anos | Pág . 6 Os encantos das árvores e flores que habitam o Juquery| Pág. 7 Entrevista com o delegado de polícia Dr. Nivaldo| Pág . 7 Moradores reclamam que ônibus não entram nos bairros, demoram para passar e Prefeitura não resolve problema| Pág 5

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02 de junho de 2012.

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Page 1: Jornal Locomotiva 69

Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação

Locomotiva2 de junho de 2012 - sábado - nº 69 - Distribuição Gratuita

Renê do Bar tem sempre um petisco a preço honesto e uma cerveja gelada | Pág. 6

As histórias de Fátima Pelizari, professora há 32 anos | Pág . 6

Os encantos das árvores e flores que habitam o Juquery| Pág. 7

Entrevista com o delegado de polícia Dr. Nivaldo| Pág . 7

Cadê o ônibus que deveria passar aqui? Moradores reclamam que ônibus não entram nos bairros,

demoram para passar e Prefeitura não resolve problema| Pág 5

Page 2: Jornal Locomotiva 69

Fora de contextoA Prefeitura Municipal de Franco da Rocha continua, teimosamente, afirmando que a nova estação e as obras de revitalização do centro não saem por culpa do Governo Federal. Ainda não caiu a ficha. Nem os imóveis pertencentes à própria CPTM foram reintegrados, e muito menos demolidos.

Fase de delírioAfirma também que “projeto técnico da revitalização e urbanização da Rua Angelo Sestini está pronto e a sua execução depende somente do Governo federal disponibilizar o imóvel da extinta RFFSA, onde estão os boxes”. Nenhuma informação sobre a obtenção do financiamento para a obra e nem sobre a concorrência. A própria CPTM já informou que a nova estação só estará pronta em 2014, mas nem isso tira a prefeitura da fase de delírio.

Uso eleitoralComo se não bastasse, o site da prefeitura, de caráter institucional e pago com dinheiro do povo, agora dá palpites

Locomotiva é uma publicação

semanal da Editora Havana Ltda. ME.

Circula em Franco da Rocha,

Caieiras, Francisco Morato,

Mairiporã e região.

E-mail: [email protected]

Impressão: LWC Gráfica e editora

Tiragem: 50 mil exemplares

Redação: Pedro Pracchia e Thiago Lins

Projeto gráfico: Feberti

Diagramação: Vinícius Poço de Toledo

Todos os artigos assinados são de responsa-

bilidade de seus autores e não representam,

necessariamente, a opinião do jornal.

Expediente

de ordem ideológica e partidária. O seu diretor de Habitação e Planejamento afirma que “(...) correm boatos de que partido de oposição está trabalhando nos bastidores para que a obra não saia”. É uma mera opinião, sem respaldo na realidade, dentro de um órgão público de informação. O uso da máquina na eleição já está em prática.

E o que importa?Já a informação que toda população quer, e que a nova Lei de Acesso à Informação regulamentou, a de que a prefeitura deve colocar no site todos os seus gastos, incluindo a lista de funcionários e o seus salários, nenhuma linha. Quando a realidade se impõem, se calam.

Aguarde!Para terminar a série de notas relativa ao site, uma pérola: no item Agenda Cultural, temos: “Principais eventos agendados para 2012: Em breve informações para os eventos deste ano”.

EmpregosA Prefeitura divulgou dois editais de concurso público para 143 vagas em cargos de nível médio/técnico e superior. Os salários vão de R$ 687 a R$ 5.411,29. As inscrições podem ser feitas de 28/05 a 8/6 pelo site www.viclamtreinamento.com.br.

NOS TRILHOS

Está tudo parado!

A Constituição Brasileira, em seu artigo 5º, parágrafo XV, deter-mina que todos os cidadãos têm

o direito de ir e vir. Já o parágrafo XXXIII do mesmo artigo estabelece que todos têm direito à informação pelos órgãos públicos, sobre assuntos individuais e coletivos.

Nesta edição trazemos duas matérias que demonstram o não cumprimento desses dis-positivos legais, especialmente o segundo que, além de tudo, tem nova ordenação jurídica.

Contra o livre direito de ir e vir, temos bairros onde não há transporte público, o que impede o deslocamento de pessoas. Ah, dirão,

quem disse que ônibus são constitucionais? É verdade. Não são. Mas à medida que bairros são legalizados pelos poderes públicos, deve-ria ser automático o transporte dito público. Afinal, é normal andar a pé por quilômetros para ir à escola ou ao trabalho?

Quanto à transparência dos atos públicos, todos desejam que ela seja total. Prefeituras, estados e a união precisam praticá-la diutur-namente, sob risco de serem desacreditadas.

Quando saberemos, sem a burocracia dos papéis protocolados, quanto de nosso dinheiro vai para cada despesa? Ou esses dados são impublicáveis?

EDITORIAL

De segunda a sexta-fei-ra, sempre no fim da tarde, o cenário é o mesmo no viaduto que atravessa a linha do trem no centro de Franco da Rocha. Carros, ônibus e caminhões completamente parados.

O motivo de todo esse trânsito são as interminá-veis obras na estrada que liga Franco a Mairiporã. Os “siga e pare” distribuídos ao longo da estrada contribuem para o cobgestionamento.

Os motoristas reclamam, mas não há nada que mude essa realidade. Carros em fila única do centro da cida-de até Vila Ramos. Um trajeto normalmente feito em cinco minutos chega levar até 25.

2 2 de junho de 2012 - sábado - nº69 Distribuição gratuita Locomotiva

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Dr. Nivaldo, delegado e político que gosta de ideias inovadoras

Como foi o seu envol-vimento na política?

Como nasci e morei em Franco da Rocha, tenho muitos amigos na cidade. Sempre gozei de bom con-ceito por aqui. Filiei-me ao PMDB e lá estou. Na eleição de 2000, fui eleito vice-prefeito.

E hoje, como está sua si-tuação no partido?

Com muita alegria fui convidado a ser candidato a vice-prefeito novamente. O anúncio deve ser ratificado na convenção do partido. Dessa vez, fizemos aliança com o PT, que tem o Kiko como pré-candidato. Tive vários encontros com ele. Não tinha uma convivên-cia, mas fui conhecendo

aos poucos e me surpre-endi positivamente. Ideias arrojadas, a vontade própria da juventude. E os projetos que ele tem para a cidade acabaram fazendo com que eu aceitasse.

Essa inovação não contras-ta com o perfil conservador de um delegado?

Não concordo que dele-gado seja um conservador. Pela formação jurídica ele se atenta às leis. Posso até parecer conservador por aplicar as leis, mas eu nunca fiquei preso a ideias. Sempre aprendo novas coisas.

Como o senhor vê a evo-lução política de Franco nos últimos anos?

Estaria exagerando se

dissesse que não houve pro-gresso. Mas foi menor do que a cidade exige. De 10 anos para cá houve progresso, inclusive em arrecadação. Quando terminou o man-dato de vice, em 2004, a prefeitura tinha orçamento

de R$ 60 milhões. Hoje está quase R$ 170 milhões. Acredito que boa parte disso deve-se aos acertos econô-micos e sociais dos governos Lula e Dilma. A cidade hoje

pode contar com diversas obras financiadas pelo go-verno federal, as pessoas ganham o bolsa família e tudo isso influencia também o comércio da cidade, que cresceu bastante e ainda tem muito para se desenvolver.

Como delegado, o que o senhor tem a dizer sobre a relação entre política e violência na cidade?

O que causa uma mancha em Francod a Rocha é que

“Temos que tomar cuidado para não descambar questões políticas para a violência”

tivemos problemas de vio-lência anos atrás. Quando disputei a eleição era uma época muito complicada. A polícia trabalhou bem e identificou as agressões, como morte de vereado-res, morte de empresários. A partir dessa ação, tudo acabou melhorando aqui na cidade. Eu acho que as pessoas estão mais cons-cientes de que a política não pode acontecer desse jeito. O trabalho policial na cidade vai conseguir conter qualquer tentativa de violência. A tensão é até um pouco natural quando chega perto da eleição, mas nós temos que tomar cui-dado para não descambar as questões políticas para a violência física.

Nascido em Franco da Rocha, Nivaldo da Silva San-tos, 59 anos, é hoje delegado da Seccional de Franco da Rocha. Mas sua história na polícia teve início há 36 anos. Foi investigador, trabalhou no Deic (Departamento de Investigação sobre Crime Organizado), e na Delegacia de Homicídio antes de passar no concurso para delegado, em 1984.

Também tem história na

política. Filiado ao PMDB por longos anos, foi vice--prefeito da cidade entre 2001 e 2004, durante o go-verno de Roberto Seixas. Recusa o rótulo de con-servador e diz que ideias inovadoras são sempre bem vindas para fazer a cidade se desenvolver. “Posso até parecer conservador por aplicar as leis, mas eu nunca fiquei preso a ideias. Sempre aprendo coisas novas”.

32 de junho de 2012 - sábado - nº69 Distribuição gratuitaLocomotiva

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Moradores reclamam que Prefeitura não tapa buraco que já fez aniversário

Uma erosão compro-mete o tráfego na Rua Elvira Vicente Gaborim e coloca em risco os moradores do Jardim Alice. Já são mais de dois anos desde que a cratera surgiu na rua. O problema começou com o excesso no número de caminhões que

jogavam lixo e entulho no local. Com as fortes chuvas, o asfalto não suportou e ruiu, desbarrancando e atingindo a via de baixo, Rua Milton José Mourão. Segundo mora-dores, o prefeito e vereadores visitaram o local há quatro meses, mas nada foi feito.

“Garantiram que tinham dinheiro extra para fazer a obra, mas ficou tudo no papo”, diz o pedreiro José Araújo Barreto, de 52 anos.

A via chegou a ficar in-terditada por três meses, mas logo voltou a atividade. ”Os caminhões voltaram a

passar por aqui. Como a rua agora esta mais estreita, eles ainda passam por cima da calçada, quebrando as guias”, revela o pintor Luís Francisco de Oliveira, de 53 anos.

Nenhum acidente gra-ve foi registrado ainda no

lugar, mas o medo é parte do cotidiano dos moradores. “Nunca ninguém se machu-cou, mas com a volta das chuvas não sabemos o que pode acontecer com quem passa por aqui”, afirma o metalúrgico Tiago Pereira, de 27 anos.

A rua fica a cada dia mais estreita com a ampliação da cratera; perigo de queda é constante no local

Moradores em frente ao buraco que tem mais de dois anos

Barranco no Jardim Cruzeiro

Medo, preocupação, abandono, são os sentimen-tos dos moradores da Rua Delfina Mendes Faria, no Jardim Cruzeiro. Há mais de uma década, parte da rua desabou, colocando em ris-co a vida de quem mora na beira do buraco. Até agora, nada foi feito.

“Nos meses de chuva todos ficam muito preocupados. Todo ano é a mesma coisa. Sempre algum vizinho acaba sofrendo com os deslizamen-tos de terra. É normal ver os

moradores reconstruindo os muros das casas”, conta o motorista Edvaldo Ferreira.

Além do risco de desaba-mento, os moradores ainda temem algum acidente quando vêem as crianças brincando perto do buraco. “Elas descem pelo barran-co pra brincar no meio do mato, ou pra buscar pipas. Corre o risco de pegar algu-ma doença ou até mesmo de serem picadas por cobras”, diz a cozinheira Valquíria do Amaral.

O barranco causa medo nos moradores

4 2 de junho de 2012 - sábado - nº69 Distribuição gratuita Locomotiva

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Falta de ônibus é motivo de reclamação em vários bairros

Nesta semana, o SPTV, da Rede Globo, noticiou que os morado-res do Parque Santa Delfa já não sabem mais o que fazer para terem uma linha de ônibus que atenda o bairro. Cerca de 1,5 mil

pessoas são afetadas pelo problema e têm de andar longos trajetos todos os dias para pegar o ônibus que leva ao centro de Franco da Rocha.

O drama vivido por estas pessoas não sensibilizou a

Prefeitura, que disse que ainda vai estudar a possi-bilidade de instalar uma nova linha de ônibus no local, mas sem dizer o modo e a data para re-solver a situação.

O Parque Santa Delfa

não é o único que sofre com este tipo de descaso. Denúncias de abandono do poder público também chegaram de outros locais da cidade. Faltam ônibus também nos bairros Par-que dos Eucaliptos, Vila

Leópolis e Portal das Ala-medas, por exemplo.

Em comum, têm o desca-so por parte da Prefeitura e respostas evasivas sobre prazo para resolução deste problema que tira o sono da população.

Depois que o problema foi mostrado, moradores procuraram o Locomotiva para relatar problemas

Portal das Alamedas Quando se fala em Portal

das Alamedas, logo pensam no grande condomínio fechado que se instalou perto da rodovia Tan-credo Neves. Só que beirando a propriedade privada tem o bairro que sofre muito com a falta de infraestrutura.

Ruas esburacadas, sem ilumi-nação e sem asfalto são só alguns dos obstáculos que os moradores precisam enfrentar para chegar ao ponto de ônibus. O local mais crítico é uma trilha de terra que

liga o bairro até o Jardim União. São 10 minutos de caminhada em mato fechado e com o perigo de ataques de cobras. “Aqui no meio do mato é cheio de bicho. A gente merecia uma rua decente para andar”, diz o moleiro Albertino dos Santos.

“Eu tenho que caminhar 50 minutos até chegar ao ponto. Se tivesse uma linha aqui no lo-teamento seria muito melhor”, completa a vigilante Sandra Regina.

Bairro Leópolis Apenas uma linha de

ônibus para servir todas as pessoas que moram no bairro Leópolis. E cada veículo só passa de hora em hora. Quem pega de manhã e de noite para trabalhar sabe a dificuldade que tem para chegar na hora.

“Tem gente que anda mais de 20 minutos em uma rua

de terra, deserta e sem ilumi-nação para chegar ao ponto, que fica no trevo da pista. Dá muito medo de passar por ali”, diz Adriana de Brito.

As ruas estreitas e de terra não permitem que novas ro-tas de ônibus sejam criadas para atender ao bairro. Antes disso, obras de urbanização

teriam de ser feitas para dei-xar o local propício. Mas uma solução simples e de baixo custo já atenderia aos anseios da população.

“Se os ônibus passassem com menor tempo de intervalo e as ruas de acesso à pista fossem mais claras já seria muito me-lhor do que é hoje”, completa.

Parque dos Eucaliptos O Parque dos Eucaliptos é

um bairro fica na divisa de Franco com Caieiras. O afastamento acaba gerando problemas para quem pre-cisa pegar o trem ou fazer alguma coisa no centro da cidade.

Para chegar ao ponto de ônibus são quase 25 minutos, e o veículo costuma passar uma vez por hora. Isso quando não atrasa. “Tem quem não aguenta esperar tanto tempo e acaba indo a pé para a estação”, afirma Justino Meirelles.

Existe também a opção de pegar o ônibus intermunicipal. Só que o preço é maior e nem todos podem pagar a diferença todos os dias.

Outro complicador é o perigo de onde o ponto está instalado. Para chegar nele os moradores têm que atravessar a rodovia. “Não dá para atravessar em ho-rário de pico”, diz.

Segundo moradores, nunca houve uma linha de ônibus que atendesse o bairro.

Rua de terra que leva moradores até o ponto de ônibus

Moradores andam em ruas esburacadas

Ônibus passam de hora em hora

52 de junho de 2012 - sábado - nº69 Distribuição gratuitaLocomotiva

Page 6: Jornal Locomotiva 69

Informações sobre gastos ainda são omitidas no site da Prefeitura

Uma semana depois do jornal Locomotiva informar que a Prefeitura de Franco da Rocha ainda não cumpria o que foi determinado na Lei de Acesso à Informa-ção, que passou a vigorar no mês passado, a página do órgão na internet ainda não providenciou a atualização dos dados.

A informação mais recente na página de transparência é do mês de março e, mesmo assim, contém informações parciais das despesas. Não há explícito o que foi gas-to com funcionários, por exemplo. Isso é lei e deve ser publicado.

Como ocorrido na se-mana anterior, as ligações do jornal para a Prefeitu-ra, a fim de esclarecer por que as informações ainda não estão disponíveis, não

foram atendidas.A cidade de Caieiras era

uma das poucas da região em que o sistema estava funcionando no início da semana. O site trazia infor-mações como, por exemplo, gastos com licitações e os valores pagos a cada servi-dor público no mês de maio.

Três dias depois da pri-meira consulta aos salários dos funcionários públicos, a página saiu do ar. Até o fechamento desta edição, ela ainda não havia voltado. As demais páginas, no entanto, seguem disponíveis para a consulta da população.

A assessoria de impren-sa da Prefeitura de Caieiras disse, por telefone, que o problema pode ter sido ori-ginado por uma falha técnica no sistema e que deveria ser corrigido em breve.

Na página, relatório de gastos ainda datam de março; Em Caieiras problema técnico complica acesso

Petisco, tira-gosto e música no fim de tarde

Esta nova sEção do Locomotiva é dEdicada ao comércio dE Franco da rocha, o mais FortE da rEgião. Em cada Edição, vamos mostrar um produto ou sErviço quE é prEstado aqui, do Lado dE casa.AQUI TEM

Comerciante na cidade há 20 anos, Renê Dias Tei-xeira, 41 anos, é proprietário de um Restaurante e Bar na Avenida da Saudade, no Jar-dim Progresso. O gosto pelo comércio vem desde que che-gou à cidade, quando ainda era um jovem. “Cheguei a Franco da Rocha, vindo da Bahia, em 1987 e comecei a trabalhar no Mercadão da Lapa. Percebi que levava jeito e resolvi abrir o meu próprio bar em 1992”, conta Renê.

O Renê Restaurante e Bar funciona de segunda a

sábado, das 9h até o último cliente. O almoço é servido todos os dias no sistema self--service. “É o menor preço da região”, garante o comer-ciante, que cativa os clientes pela boca e pelo estômago. Cada refeição custa R$ 8 e não tem limite, pode comer à vontade.

O almoço faz sucesso, mas é no fim da tarde que o local começa a encher. “O pessoal gosta de vir à noite pra ba-ter um papo, e tomar uma cerveja com os amigos tran-quilamente. Tenho clientes

Renê do Bar faz sucesso com seus pratos bem servidos, cerveja gelada e sons que agradam a todos os clientes

até de outras cidades”, revela. O bar oferece várias op-

ções de porções e tira-gosto preparados no capricho para acompanhar um gole e ou-tro. A diversão também é garantida com um jukebox tocando a música a gosto do freguês.

Renê do BarAv. da Saudade, 1333, Jardim Progresso.Segunda a sábado, das 9h até o último cliente.

Lei de acesso à informação

Caieiras

Franco da RochaPáginas mostram os gastos da Prefeitura com licitações e outras despesas. Lista com os nomes e salários dos funcionários está fora do ar.

A Prefeitura ainda colocou informações no site da transparência.

6 2 de junho de 2012 - sábado - nº69 Distribuição gratuita Locomotiva

Page 7: Jornal Locomotiva 69

O complexo do Ju-query é peculiar no mundo por estar no meio de uma área de preservação ambien-tal. Os limites do hospital não são cercas ou muros, mas a mata virgem. Cas-cavéis, espécie de cobra venenosa, são comuns por ali. É a última área do esta-do de São Paulo que possui cerrado de mata atlântica. Aliás, o nome tupi guarani vem de uma planta que tinha em abundância nas margens do rio que corta o complexo.

Em 1993, quando Marce-lo Torelli assumiu a função de engenheiro agrônomo, chegou a trabalhar um pe-ríodo com laborterapia em hortas. Ali, os internos co-locavam a mão na massa e conseguiam renda com as verduras que vendiam. Na etapa final da criação de bovinos que por anos alimentaram os pacientes e funcionários, os animais eram mantidos apenas para gerar esterco para as

plantações.As hortas e pomares

acompanham o Juquery desde sua criação. “Quando Franco da Rocha idealizou o espaço, o Brasil ainda era inteiramente rural. Em torno de cada colônia de pacien-tes tinha uma plantação de verduras e árvores frutífe-ras, com jabuticas, goiabas, limões, laranjas e mexericas de tipos variados”, diz Mar-celo, engenheiro agrônomo do Juquery. As colônias iso-lavam os pacientes do resto do complexo, embora muitos deles tivessem livre acesso ao espaço. Por muito tempo, viveiros de plantas existiram espalhados pelo parque para fazer uma manutenção mais racional da expansão das mudas. A proximidade com mata selvagem proporciona rica fauna, com diversidade de pássaros, esquilos, qua-tis e veados, que espalham sementes pelo local e fa-zem nascerem árvores em lugares impróprios para sua

existência, como embaixo de outras árvores ou em meio as construções. “A nature-za se reproduz de maneira desordenada. Dá muita dó cortar, mas é preciso”, diz o engenheiro. Entre as plantas mais comuns estão tipuanas, espatódias, bromélias, pau ferro e cibipiruna. Até um pé de mogno é encontrado por lá.

Próximo à primeira colônia, em meio as jabuti-cabeiras centenárias está um Cambucá, arvore de tronco alaranjado rara no parque. “Ele foi plantado junto com as jabuticabeiras, por um feliz engano. Hoje temos um trabalho de espalhar mu-dar pelo parque. Por sorte ela se desenvolveu aqui”, comemora. Na construção do hospital novo, existiu a preocupação de se cortar o menor número de árvores nativas possível. “Não foi gasto um centavo com pai-sagismo, ele já estava todo ai”, brinca Marcelo.

Universidade Federal no Juquery

Os jardins da mata

MagnóliasUma das mais antigas árvores plantadas no complexo. As que restaram têm mais de 100 anos.

Figus MicrocarpaConsumo nem impróprio, nem aconselhado. Muitos internos devem ter comido a frutinha.

Ipê Roxo de bolaQuase na entrada do complexo, um florido exemplar da planta.

Tipuana e epífetasÉ das árvores mais comuns no Juquery. Na foto, o tronco tomado por epífetas.

GeriváEspécie de palmeira grande, responsável por atrair maritacas.

YuqueryNome origina numa planta conhecida como “Dorme Maria”.

72 de junho de 2012 - sábado - nº69 Distribuição gratuitaLocomotiva

Page 8: Jornal Locomotiva 69

Uma vida dedicada a educação

NOSSA GENTE nEsta sEção vamos rEgistrar as histórias, os “causos”, a vida dos homEns E muLhErEs quE FizEram E FazEm, a cada dia, a nossa cidadE.

nEsta sEção, trarEmos sEmprE as pEssoas, LugarEs E EvEntos quE briLham na vida sociaL dE nossa cidadE E rEgião. SOCIAIS

Aniversariantes

“Todo mundo quer ser professor quando pequeno”. A frase se aplica bem a Fá-tima Pelizari, de 57 anos, professora há 32. Na época em que entrou na faculdade de biologia, o caminho era seguir a vida acadêmica. Mas após preparar uma aula para alunos do Ensino Médio, se apaixonou pela coisa. Na sua vida profissional, deu aulas para alunos de 11 a 70 anos.

Dos professores que leva na memória, lembra de dois com carinho especial. “A professora Edinir, no Befa-ma, me despertou a paixão pela biologia. Mas meu gran-de mestre foi o professor Timochenko, de português no Ensino Médio. Na época

da ditadura, poucas pesso-as falavam o que acontecia. Os jornais não diziam nada. Uma vez, vi andando na linha do trem policiais ar-mados com metralhadoras, porque tinham pichado uma foice e um martelo (símbolo do comunismo) nas paredes de uma fábrica. Meu pai me disse pra ficar fora daquilo e que era coisa de adulto. “Mas o Timochenko furou essa mentalidade de cidade pequena e deu um panora-ma real do que acontecia naquele momento histórico do país”, relembra.

Para Fátima, a função do professor é muito maior do que apenas transmitir o que está nos livros. “Nosso

trabalho é preparar o cida-dão para a vida, em todos os sentidos. É preciso ser muito otimista, estudar muito, gostar do que se faz e principalmente, gostar mui-to de pessoas”. O que faz a profissão valer a pena é o reconhecimento dos alunos. Uma vez, ao ficar doente, uma aluna levava pratos tí-picos do nordeste em sua casa todos os dias, até que melhorasse. “Alguns alunos seguiram a mesma profissão, e outros se apaixonaram pela política. Tenho a consciên-cia de que meu trabalho foi bem feito. Ser professora é na relação com o aluno. Mas a financeiramente ainda é muito desvalorizada”.

Vania Lima,29 de maio

Nathalia Alvarenga, 28 de maio

Alice Saouza, 28 de maio

Gilson Ferreira, 31 de maio

Vinicius Guberev,1 de junho

Sueli Oliveira,2 de junho

Professora há 32 anos, Fátima Pelizari traz na lembrança os fatos que contribuíram para sua formação acadêmica

Tania Bonvicini, 1 de junho

Marilia Eliza, 1 de junho

8 2 de junho de 2012 - sábado - nº69 Distribuição gratuita Locomotiva