jornal locomotiva 82

8
Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação Locomotiva 1 de setembro de 2012 - sábado - nº 82 - Distribuição gratuita O artesão Antonio Bueno (foto) foi à polícia após ter parte de sua casa demolida em operação de desapropriação da prefeitura - Pág. 3 Candidatos se aproveitam de distribuição de leite para pedir votos Entrega do produto, que faz parte de programa do governo estadual, só começou após a chegada de Pinduca (PSDB) e Toninho Natal (PTB). Lei proíbe esse tipo de prática - Pág. 5 Desocupação truculenta Caso foi tema de reportagem do telejornal SBT Brasil na quarta-feira passada. Na foto, reprodução do site da emissora com o assunto em destaque

Upload: jornal-locomotiva

Post on 11-Mar-2016

220 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

01 de Setembro de 2012

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Locomotiva 82

Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação

Locomotiva1 de setembro de 2012 - sábado - nº 82 - Distribuição gratuita

O artesão Antonio Bueno (foto) foi à polícia após ter parte de sua casa demolida em operação de desapropriação da prefeitura - Pág. 3

Candidatos se aproveitam de distribuição de leite para pedir votos

Entrega do produto, que faz parte de programa do governo estadual, só começou após a chegada de Pinduca (PSDB) e Toninho Natal (PTB). Lei proíbe esse tipo de prática - Pág. 5

Desocupação truculenta

Caso foi tema de reportagem do telejornal SBT Brasil na quarta-feira passada. Na foto, reprodução do site da emissora com o assunto em destaque

Page 2: Jornal Locomotiva 82

Locomotiva é uma publicação semanal da Editora Havana Ltda. ME.

Circula em Franco da Rocha, Caieiras, Francisco Morato, Mairiporã e região.

E-mail: [email protected] Endereço: Rua Bazilio Fazzi, 442o andar, sala 8

Impressão: LWC Gráfica e editora

Tiragem: 10 mil exemplares

Redação: Pedro Mikhailov e Thiago Lins

Projeto gráfico: Feberti

Diagramação: Luiz Dimm

Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do jornal.

NOS TRILHOS

EDITORIAL

A natureza ensina

Expediente

Segundo a sabedoria popular, o joão-de-barro, pássaro astuto que é, constrói sua casa de barro com a entradapara o lado onde a chuva não vem. Diferente dos humanos, para os quais a

relação chuva e moradia ainda é motivo problemas, como desabamentos em áreas de risco, a água e o barro ajudam a ave a construir sua morada. Na foto, um joão-de-barro fez sua casa no topo de

um poste, na estrada da Vargem Grande. Os joões-de-barro também preservam as casas uns dos outros.Sem dúvida, temos muito o que aprender com esses passarinhos.

Calendário EleitoralFaltando 36 dias para as eleições, as campanhas começam a se preparar para a reta final. É o momento culminante e decisivo em que a cha-mada maioria silenciosa começa a pensar em quem vai votar.

Ordem na casaO Juiz Eleitoral de Fran-co da Rocha tomou uma atitude digna de louvor. Diante da confusão de cavaletes nas calçadas e do intenso barulho dos carros de som, além do desrespeito com relação ao tamanho das propagandas, colocou ordem na casa proibin-do os abusos. A cidade agradece.

Mais visitasCom essa onda de ministros visitando Franco da Rocha, quem pode vir é o Ministro da Justiça, José Eduar-do Cardoso, que, entre outras funções, coman-da a Polícia Federal. Já tem gente com a orelha em pé, afirmando “não fica um meu irmão”.

Medida civilizatóriaOs candidatos deve-riam perceber que o

melhor método para obter o voto não é infernizando a vida do eleitor, obrigando-o a escutar o que não quer e atrapalhando o seu caminho, mas conquistá-los colocando propostas para uma feliz cidade.

A vaca foi pro brejoO uso eleitoral do Programa Viva Leite do governo esta-dual está se tornando moda, com o leite das crianças se tornando moeda corrente na obtenção de votos. Às vezes o tiro sai pela culatra, e não adianta reclamar do leite derramado.

Deu na FolhaForte desejo de mudança faz Serra despencar na pesqui-sa em São Paulo. Institutos atribuem isso ao desejo paulistano de mudança, o que aumenta a rejeição do candidato. Últimos númerosPesquisa Datafolha dá empate técnico entre Serra e Haddad. A curva mostra que tucano pode ficar fora da disputa no segundo turno HistóriaO Datafolha diz que São Paulo nunca elegeu um prefeito que tivesse mais do que 32% de rejeição. Serra tem neste momento 43%. E crescendo.

Há algum tempo passou a ser conhecida uma expressão um tanto inusitada.

A presidente Dilma Rousseff chamou de “malfeito” os procedimentos considerados por ela inadmissíveis por parte de seus ministros ou outros colaboradores, que foram excluídos do círculo do poder central.

A palavra é forte. Tem a ver com fa�zer de forma errada, mas também com maldade, malefício, crime. É um jeito educado de se dizer que o sujeito que o faz não merece a oportunidade de con�tinuar por perto.

Na maioria dos casos nos quais a

presidente mostrou seu punho forte, isso se deu por “apenas” denúncias da imprensa ou de outros atores. O que você acha, prezado leitor, que deveria ser feito se um daqueles servidores do executivo fosse pego fazendo malfeitos e ainda houvesse uma gravação que provasse isso?

Nesta edição repercutimos reporta�gem do SBT que mostra um candidato a prefeito de Franco da Rocha pego cometendo “malfeito”. Será preciso uma pessoa de punho forte para as devidas providências.

2 1 de setembro de 2012 - sábado - nº82 Distribuição gratuita Locomotiva

Page 3: Jornal Locomotiva 82

“Me sinto um lixo. Mexeram na minha casa dessa maneira. É muita falta de respeito, não está certo”Antonio Bueno, artesão

Desocupacão de área pública acaba na políciaMorador teve parte de sua casa demolida e diz que não foi avisado por escrito

Uma ação no mínimo desastrosa de desocupação de espaço público por parte da prefeitura terminou na polícia ontem. Sem apresentar um mandado que autorizasse o proce-dimento, fiscais da administração municipal estiveram no local para retirar de sua casa o artesão e ven-dedor Antonio Bueno, 53 anos, em terreno ao lado da Estação Baltazar Fidélis. A truculência no procedi-mento fez com que Bueno fosse à delegacia para registrar boletim de ocorrência. “Parou um caminhão aqui às 8 da manhã. O Ari Pontes (chefe da fiscalização da Secretaria da Fazenda que comandou a operação) chegou gritando e dizendo para desocupar o local. Quando entrei na frente dizendo que ele não podia fazer isso, ele me empurrou e perguntou quem eu achava que era para ficar na frente dele”, disse a aposentada Valdete Souza dos Santos, de 68 anos, que ajuda a cuidar da casa de Bueno, morador do local há mais de 30 anos. Os móveis e pertences de Bueno foram colocados em um caminhão. “Me sinto um lixo. O dia inteiro indo atrás de prefeitura, fórum e delegacia para recuperar um direito que me foi roubado. Jogaram meu café da manhã fora. Mexerem na minha casa dessa maneira. É muita falta de respeito. Não recebi nada por escrito, apenas avisos verbais. Não está certo isso”, se queixou o artesão.Bueno e Valdete saíram da delegacia às 18h45 de ontem e até aquela hora estavam sem comer. No BO, ficou registrada a lista dos pertences da casa de Bueno que foram danificados na remoção. Os problemas do artesão começa-ram na quarta-feira à noite, quando a eletricidade da casa foi cortada. Segundo a Elektro, a energia foi des-ligada com base em uma solicitação da prefeitura feita por meio de ofício para desapropriação. A adminis-tração alega que o imóvel abrigava comércio em área irregular, sem considerar que era usado também como moradia. Na quinta-feira, a mesma equi-pe de fiscalização demoliu parte do imóvel, alegando que se tratava apenas de comércio. No dia, Pontes afirmou desconhecer que Bueno mo-rava no local. “Aqui existem apenas comércios. Está feito um acordo e os ambulantes terão uma nova área, ainda sem previsão de ser entregue”,

disse ele. Nenhum documento oficial foi apresentado autorizando a deso-cupação nem a demolição. Quando interpelado pela população, Pontes afirmou que teriam de falar no de-partamento jurídico da prefeitura, onde o responsável, Sandro, só vol-taria ao trabalho na segunda-feira. O vereador George dos Santos (PT), morador do bairro, ajudou a interromper a demolição anteontem, alegando que os direitos de Bueno haviam sido violados. “O problema é de ordem social. Tem de resolver o problema do rapaz. Além de co-merciante, ele reside no imóvel há mais de 30 anos. A prefeitura não deveria demolir a casa antes de en-contrar outro local onde ele possa morar”, afirmou. De acordo com a GCM, que acompanhou a desocupação, a pre-feitura informou que se tratava da desocupação de uma área comercial.“O argumento da fiscalização da prefeitura era de que o local era de comércio. Segundo os fiscais, o proprietário (Bueno) tinha auto-rizado a desocupação. Quando eu

soube que era uma residência, pedi de imediato para que os caminhões devolvessem os pertences”, disse o subcomandante da GCM que se identificou apenas como Benami. Conhecido por fazer miniaturas de igrejas de palitos de madeiras na cidade, Bueno vai continuar no imóvel até o caso ser resolvido, sem água e sem luz e à espera de uma nova moradia.

Valdete e Bueno com o boletim de ocorrência

Operação de desocupacão próxima à estacão de trem

31 de setembro de 2012 - sábado - nº82 Distribuição gratuitaLocomotiva

Page 4: Jornal Locomotiva 82

Ministro Gilberto Carvalho participou de missa na cidade

Ministro Padilha (em pé) em Franco da Rocha

Gilberto Carvalho afirma que recursos para a cidade serão quintuplicados nos próximos anos

Ministro promete R$ 100 milhões para investimentos em Franco

Franco da Rocha terá R$ 100 milhões do governo federal para investimentos nos próximos anos. A afirmação foi feita pelo secretário--geral da Presidência da República, o ministro Gilberto Carvalho, no último dia 19, quando esteve na cidade para manifestar o apoio do governo Dilma Rousseff ao candida-to petista Francisco Daniel Celeguim de Morais, o Kiko.

Segundo o ministro, a verba deve subir de R$ 20 milhões em quatro anos – R$ 5 milhões anuais – para R$ 100 milhões no mesmo período para investir no desenvolvimento do município e implantar os programas federais que nos últimos dez anos têm melhorado significativamente a qualidade de vida de milhões de brasileiros. “Vivemos um momento de crescimento que não pode ser atrapalhado por maus gestores do dinheiro público”, disse Gilberto Carvalho. Ele afirmou estar con-fiante nas novas ideias e na vontade política de Kiko e Dr. Nivaldo (vice de Kiko) “para colocar Franco da Rocha novamente nos trilhos do desenvolvimento”.

Universidade FederalGilberto Carvalho também con-

firmou o interesse em instalar uma Universidade Federal no Juquery. “Kiko foi a Brasília para apresentar um material e conversar sobre a possibilidade. A presidente Dilma mostrou entusiasmo e pediu que eu encaminhasse o pedido para o Ministério da Educação”, disse o secretário-geral da Presidência.

A instalação da Universidade Federal no Juquery foi tema de de-bate no Senado, com a presença do

senador Eduardo Suplicy (PT) e do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que externou toda a dis-posição de o governo federal firmar parceria com o governo do estado para o desenvolvimento econômico e educacional do município.

Gilberto Carvalho fez as declara-ções após participar de uma missa na Paradinha e de uma grande carreata que terminou num comício na Vila Bazu, quando subiu ao palanque ao lado de Kiko, Dr. Nivaldo e de outros integrantes do PT no estado.

Para Kiko, os compromissos as-sumidos pelo ministro confirmam a seriedade do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos meses na ela-boração de um plano de governo

ousado e ao mesmo tempo com os pés no chão. “Nossas propostas para melhorar a cidade e a qualidade de vida da nossa gente não são meras promessas. Pois o que queremos é colocar à disposição do franco-ro-chense tudo de bom que o governo Lula e, agora, o governo Dilma têm feito para o Brasil. Estamos diante de uma grande chance de colocarmos Franco da Rocha no mesmo rumo de desenvolvimento do país.”

A promessa de R$ 100 milhões para investimentos na cidade também foi tema de reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo na terça--feira passada. A matéria ressalta o fato de Gilberto Carvalho ter se referido a Kiko como uma “pérola” do PT na região. “Num tempo tão difícil, de tantos problemas, de tan-ta corrupção, a gente se alegra de encontrar uma pérola como essa”, afirmou ele no palanque de Kiko. No texto é mencionado que o atual prefeito, Marcio Cecchettini (PSDB), é acusado de corrupção. O seu vice, José Antonio Pariz Junior, o Pinduca (PSDB), e candidato a prefeito tem seu nome envolvido no mesmo caso de desvio de dinheiro público.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve em Franco da Rocha no domingo passado para prestigiar o lançamento do plano de governo de Francisco Daniel Celeguim de Morais, o Kiko (PT), que tem como prioridade melhorar a qualidade da saúde pública franco-rochense, o que inclui construir uma maternidade na cidade. O evento, realizado no Colégio Absoluto, foi acompanhado por cerca de 500 pessoas e contou ainda com a presença do deputado federal Vicente Cândido (PT) e do deputado estadual Alencar Santana (PT).

“As crianças vão voltar a nascer em Franco da Rocha. Pois vamos ajudar na construção de uma maternidade”, afirmou Padilha.

Foi a segunda visita de um integrante do primeiro

Ministro da Saúde diz que cidade terá maternidade novamente

escalão do governo da presidente Dilma Rousseff à cidade em sete dias. Antes de Padilha, no dia 19, o secretário-geral da Presidência, o ministro Gilberto Carvalho, esteve no município. Na ocasião ele afirmou que a cidade receberá um aumento para R$ 100 milhões no repasse de recurosos nos próximos quatro anos para investimentos.

O ministro da Saúde mostrou entusiasmo ao observar que o plano de governo de Kiko con-templa os principais programas federais para a área, como a construção de uma unidade de pronto atendimento (UPA) e, principalmente, de uma maternidade integrada à Rede Cegonha.

Padilha garantiu apoio do Ministério da Saúde para que a cidade possa colocar à disposição da população os programas federais.

Projeto para universidade tem o apoio da presidente Dilma

4 1 de setembro de 2012 - sábado - nº82 Distribuição gratuita Locomotiva

Page 5: Jornal Locomotiva 82

Em matéria do começo do ano na série Par-ceiros do SP, o SPTV, telejornal da Rede Globo de televisão, denunciou uma investigação co-mandada pelo Ministério Público federal sobre a contratação de 134 funcionários sem concurso público pela prefeitura de Franco da Rocha. Na teoria, esses cargos eram de confiança, mas, na prática, as funções exercidas eram de fiscais de consumidor, de trânsito e médicos plantonistas. Como esse tipo de contratação é proibido por lei, a Justiça condenou a Prefeitura a demitir os funcionários contratados irregularmente e a abrir concurso público. Na quarta-feira, dia 29 de Agosto, foram encerrados os contratos de cerca de 70 pessoas.

Indiciada pelo MP, prefeitura demite não concursados

Na última quarta-feira, 29 de agosto, o juiz eleitoral Arthus Fucci Wady determinou que fossem apreendidos todos os cavaletes de can-didatos do centro de Franco da Rocha sobre alegação de que estariam atrapalhando o flu-xo de pedestres no local. Carros de som dos candidatos à prefeitura, Kiko e Pinduca, foram autuados e tiveram de diminuir o tamanho dos adesivos e o volume do som, que, no entender do juiz, vem causando transtornos aos ouvidos dos cidadãos. Procurado pelo Locomotiva, o juiz responsável pela decisão não quis dar declarações. Segundo o Cartório Eleitoral de Franco de Rocha, os cavaletes apreendidos serão devolvidos após a eleição.

O Locomotiva obteve vitória na Justiça na quinta-feira passada. A coligação partidária que apoia o candidato à prefeitura de Franco da Rocha José Antonio Pariz Junior, o Pinduca (PSDB), havia entrado com uma ação alegando que o jornal fez propaganda a favor de Fran-cisco Daniel Celeguim de Morais, o Kiko (PT). Segundo a coligação, houve abuso do poder econômico ao veicular reportagens que supos-tamente favoreciam o petista. Porém, a Justiça Eleitoral não acolheu a denúncia e argumentou que não houve uso indevido do meio de comu-nicação social. A Justiça também se baseou em parecer do Ministério Público de que a ação era incabível. A coligação pode recorrer da decisão.

Juiz manda retirar cavaletes e baixar volume do som

Justiça rejeita denúncia contra Jornal Locomotiva

Reprodução de site do SBT com a reportagem sobre o caso do leite

O vice-prefeito e candidato à pre-feitura pelo PSDB, José Antonio Pariz Junior, o Pinduca, e Antônio Natal de Oliveira, o Toninho Na-tal, candidato a vereador pelo PTB, usaram o programa de distribuição gratuita de leite à população carente de Franco da Rocha para pedir votos.

O fato se deu em 14 de agosto e veio à tona por meio de denúncia de duas donas de casa que estavam no local. Uma delas gravou o ocor-rido. Segundo elas, a distribuição do leite só começou após a chega-da dos candidatos. “Só quando o candidato chegasse. Ele tinha que chegar primeiro para depois liberar o leite para a gente”, afirmou uma das mulheres que preferiu não se identificar.

Na gravação, Pinduca pede des-culpa pela demora. “Mais uma vez, desculpa do meu atraso. Deus abençoe todos vocês. Vou contar com o voto e com a ajuda de vo-cês”, afirmou.

Uma das donas de casa que fize-ram a denúncia ressalta o pedido de voto feito por Toninho Natal. ”Ele falava que era para votar nele, para pedir voto para a família”, conta ela. A gravação confirma o relato. “Se você for dar o seu voto, peça mais um para mim. Para o Pinduca. Peça cinco para mim na família. No final, vou ter dois mil votos e aí, vai ter um vereador aqui”, disse Natal.

O programa de distribuição de leite é do governo estadual. O caso é investigado pela Justiça Eleitoral de Franco da Rocha a pedido do Ministério Público. Pela lei, quem usar a máquina pública na campa-nha ou comprar voto pode ter a candidatura cassada e está sujeito a responder por crime eleitoral.

O Jornal Locomotiva teve acesso

à íntegra do áudio gravado. Nela, Pinduca chama o candidato do PT à prefeitura Francisco Daniel Celeguim de Morais, o Kiko, a or-ganização de sua campanha e o PT de “moleques assaltantes de banco”. Procurado pela reportagem, Kiko se mostrou incrédulo com a atitude. “Como alguém que pretende ser prefeito pode declarar algo desse tipo? É inacreditável”, afirmou. O candidato petista disse que tomará as medidas legais cabíveis diante do caso.

O caso foi tema de reportagem da edição da quarta-feira passada no telejornal SBT Brasil. A repórter Si-mone Queiroz informa que Pinduca faltou à entrevista marcada com a

Candidatos usam distribuição gratuita de leite para pedir votosPinduca e Toninho Natal se aproveitaram de programa do governo para fazer campanha

Pela lei eleitoral, usar a máquina pública para fazer campanha pode ter a candidatura cassada

emissora e em seu lugar mandou seu advogado, Antônio da Silva. Segundo ele, o caso é uma “situação criada por pessoas que têm interesse em denegrir a imagem do nosso candi-dato, o Pinduca”. Toninho Natal não foi encontrado pela equipe do SBT.

Ao final da matéria, a âncora do SBT Brasil, Rachel Sheherazade, apre-sentou um editorial no qual chamou a atenção para a condenável compra de votos que acontece no País, na qual o voto é trocado por “um litro de leite, uma dentadura, uns tijolos”. Ela conclui o texto afirmando que essa prática prejudica a democracia. Para ver a reportagem é só acessar www.sbt.com.br, clicar em jornalismo e buscar Franco da Rocha.

51 de setembro de 2012 - sábado - nº82 Distribuição gratuitaLocomotiva

Page 6: Jornal Locomotiva 82

Seu Chasca tem seu bar há 42 anos

Esta sEção do Locomotiva é dEdicada ao comércio dE Franco da rocha, o mais FortE da rEgião. Em cada Edição, vamos mostrar um produto ou sErviço quE é prEstado aqui, do Lado dE casa.AQUI TEM

Sanduíche na transversal Seu Chasca, como é conhecido e como

gosta de ser chamado, tem 66 anos. Há 42 anos é dono do bar do Chasca, famoso na cidade pelo seu sanduíche de mortadela, um sucesso entre os frequentadores. “Meu sanduíche não tem nada de mais. O segredo é escolher uma mortadela boa. Mas o pessoal fica impressionado porque eu o corto na transversal”, diz o divertido dono do bar, que chega a vender 40 sanduíches de mortadela por semana. “Mas não é nada de mais. Tem dia que saem 15, tem dia que não sai nenhum. O que sai todo dia é cafezinho e pão com manteiga.” O local é metade bar, metade merce-aria. Vende frios, pasta de dente, cerveja e lâmpada. Em 42 anos, mudou muito pouca coisa. “Sempre foi um lugar hu-milde, sem frescura. As anotações das contas dos clientes mais assíduos são feitas a mão, em papel

pardo. Seu Chasca nunca frequentou a escola, aprendeu a ler na zona rural de Espírito Santo do Pinhal quando era pe-queno, mas se orgulha da letra. “Está direitinha, olha só.” Foi funcionário durante 12 anos do Esquina Chic, no centro de Franco da Rocha, e então decidiu abrir o seu bar, quando cansou de ser empregado. A freguesia do seu Chasca é fiel, e já se acostumou aos horários nada regula-res do bar, já que ele abre e fecha ao bel prazer do proprietário. “Meus clientes são principalmente moradores antigos da cidade. De 0 a 10, posso dizer que a fidelidade dos clientes é 8.”

ChascaRua Professor Carvalho Pinto, 300O horário e os dias de funcionamento dependem do humor do seu Chasca

Voto Limpo incentiva escolha conscienteCampanha do Tribunal Superior Eleitoral em rádio e TV ressalta importância da Lei Ficha Limpa

Desde o dia 21, está no ar na pro-gramação de emissoras de rádio e TV a campanha Voto Limpo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São peças publicitárias com mensagens que incentivam os eleitores a votarem em candidatos ficha limpa, ou seja, aqueles sem problemas na Justiça.

O TSE tem direito a dez minutos diários na programação das emis-soras. São veiculados cinco filmes e cinco áudios de 30 segundos de duração cada que abordam temas relativos à Lei Ficha Limpa. As pe-ças ressaltam a importância de os eleitores pesquisarem o histórico de cada candidato e suas propostas. A propaganda estimula ainda os eleitores de todas as idades, de 16 a até os com mais de 70 anos, a votar, já que para as pessoas dessas faixas etárias o voto é facultativo.

Este ano, a campanha da Justiça Eleitoral teve início mais tarde, 45 dias antes do primeiro turno. Em eleições anteriores, as peças publi-citárias começaram a ser veiculadas com 60 dias de antecedência. A mudança ocorreu porque o TSE detectou em pesquisa que os eleitores tinham dificuldade de lembrar das campanhas de outros anos, quando elas ficavam dois meses no ar. Este

ano, a campanha será veiculada até 4 de outubro e, nas cidades onde houver segundo turno, volta ao ar após o anúncio do resultado, com encerramento em 26 de outubro, portanto, no mesmo período da

Entenda a lei A Lei Ficha Limpa teve origem

em iniciativa popular, instrumen-to previsto na Constituição que permite que um projeto de lei seja apresentado ao Congresso desde que, entre outros requisitos, tenha as assinaturas de 1% de todos os eleitores brasileiros. A Ficha Limpa obteve 1,3 milhão de assinaturas.

A lei impede a candidatura por oito anos de político condenado por um órgão colegiado (com mais de um juiz, como o Tribunal de Justiça), que tiver mandato cassado ou que tiver renunciado para evitar a cassação.

A regra foi aprovada em 2010, mas como seu texto tinha pontos que se chocavam com a Constitui-ção, como o princípio de anuidade (qualquer mudança na legislação eleitoral só é válida para leis apro-vadas um ano antes das eleições) e o princípio da inocência presumida (ninguém pode ser considerado culpado até que sejam esgotados os recursos de apelação), coube ao Supremo Tribunal Federal (STF) julgá-la. Em março do ano passado, os ministros do STF decidiram que a lei valeria para as eleições de 2012.

propaganda eleitoral gratuita.O levantamento também consta-

tou que, mesmo tendo origem em iniciativa popular, a lei Ficha Limpa é pouco conhecida dos eleitores, daí a opção pelo tema Voto Limpo.

Um dos cartazes da campanha do TSE

6 1 de setembro de 2012 - sábado - nº82 Distribuição gratuita Locomotiva

Page 7: Jornal Locomotiva 82

Orquestra Guanabara, formada em 1950, embalou as festas da cidade durante anos

Houve um tempo em que as músicas que faziam as festas de Franco da Rocha ferve-rem não eram encontradas nos discos. Eram versões orquestradas de sucessos da época. Carnavais, bailes, aniversários e comemo-rações eram regidos por melodias ao vivo, saindo de clarinetes, trompetes, acordeons, cavaquinhos e trombones. Boleros, sambas, marchinhas e baladinhas embalavam casais na pista de dança.

A coisa começou quando José Trevisan chegou em Franco da Rocha, em 1947. Saindo do exército aos 21 anos e com um clarinete na mão, desembarcou na cidade e logo arrumou trabalho no hospital do Juquery. A notícia de que tinha instrumentista bom na área se espalhou rapidamente e, naquele tempo, não

havia músicos em Franco da Rocha. Logo um trompetista chamado Roque Lirani, morador do Monte Mor, apareceu para trabalhar no hospital, que na época era o coração da cidade.

Depois desse encontro, o pequeno con-junto de Trevisan ganhou corpo e surgiu a Orquestra Guanabara em 1950. O sucesso em festas da região levou a banda a tocar no programa Silvio Santos. Violão, bateria, acordeom e instrumentos de sopro davam o tom. “Foram quase 20 anos de Orquestra”, recorda Trevisan, hoje com 86 anos e ainda na ativa, à frente do J. Trevisan e Seu Conjunto. No repertório do grupo, as músicas mais românticas de Roberto Carlos e boleros de Consuelo Velasquez, como Bésame Mucho. “Hoje esse tipo de música perdeu espaço na

região, sobram apreciadores em Jundiaí, mas nas outras cidades é mais raro”, diz Trevisan. Atualmente ele toca saxofone, mas garante que precisaria de apenas uma semana para “lembrar o macete do clarinete, que tem um som muito bonito”. Da Orquestra Guanabara para cá, passou por outros grupos, como a Musical Jazz Band, de Jundiaí.

Fotos da Orquestra, matérias de jornais e outras menções da trajetória de Trevisan ocupam as páginas de um caderno amarelo, todas coladas a mão com muito zelo, e talvez sejam a memória mais bem cuidada da música na cidade. “Estudava-se muito para se tornar músico”, orgulha-se Trevisan, com o saxofone por perto, pronto a tocar algumas notas para embalar quem quiser dançar.

Trevisan , aos 86 anos, ainda está na ativa com

seu sax; acima, ele com sua Orquestra Guanabara

71 de setembro de 2012 - sábado - nº82 Distribuição gratuitaLocomotiva

Page 8: Jornal Locomotiva 82

NOSSA GENTE

SOCIAIS

nEsta sEção vamos rEgistrar as histórias, os “causos”, a vida dos homEns E muLhErEs quE FizEram E FazEm, a cada dia, a nossa cidadE.

Os motores 4X4 da antiga Rua da Biquinha

Denise Silvia1 de setembro

nEsta sEção, trarEmos sEmprE as pEssoas, LugarEs E EvEntos quE briLham na vida sociaL dE nossa cidadE E rEgião.

Aniversariantes

A história de João Roberto Di Mello, o Joca, com a Rua Luis Vi-tal Trevisan vem desde os tempos em que ela era chamada de Rua da Biquinha, antiga Rua Itu. Foi lá que Joca comprou a oficina mecânica do homem que dá nome à rua. A casa onde viveu Trevisan, irmão do músico José Trevisan (em destaque na página 7), fica ao lado da oficina, no número 58.

Nas ruas onde hoje estaciona, lava e conserta jipes – seus e dos outros integrantes do grupo de jipeiros que ajudou a fundar, chamado Loko Lama –, Joca passou a infância jo-gando bola de gude e atormentando a vizinhança com um estilingue.

“Ainda não existia o canteiro com essas árvores, era uma valeta, e a água da bica, que hoje é con-taminada, era limpa”, lembra ele, referindo-se à fonte de água com cara de leão existente no local. “A turma se reunia aqui, eram quase 20 moleques. Era uma das únicas

ruas em que as pessoas ficavam até tarde fora das casas.”

Na mesma oficina em que se especializou em 4x4 e recebe clientes de toda a Região Sudeste, o mecânico conseguiu seu pri-meiro emprego como lavador de peças automotivas. Em 22 anos, tornou-se uma espécie de dono do pedaço. A paixão de Joca, hoje com 48 anos, por colocar carros com suspensões enormes no meio do mato já chegou ao filho de 16 anos e foi responsável por reunir quase 50 carros no dia 14 de agos-to, lotando a rua “da biquinha”. O objetivo desse encontro foi fa-zer um passeio pela zona rural de Franco. Agora, o desafio será maior. “No aniversário da cidade, vamos sair com quase 200 jipes para o passeio.” Mas, dessa vez, o amante da lama e sua turma vão ter que partir de outro lugar. “A rua não vai comportar tanto carro”, diverte-se Joca.

Rafaela Lins28 de agosto

Ines Souza Silva

28 de agosto

Francione Palhari

29 de agosto

Adriano Santos

29 de agosto

Antonio Noé31 de agosto

Aline Silva de Oliveira

27 de agosto

Márcia Leão25 de agosto

Joca tem clientes de toda a Região Sudeste

8 1 de setembro de 2012 - sábado - nº82 Distribuição gratuita Locomotiva