iii mostra nacional de produção em saúde da família...
TRANSCRIPT
III Mostra Nacional de Produção emSaúde da Família
Brasília/2008A ousadia de vivenciar a integralidade, a interdisciplinaridade e a competência coletiva do cuidar em saúde: Relato de
28/09/2008 1
Escola de Governo em Saúde/ENSP/FIOCRUZ
Margareth Rose Gomes Garcia
Maria Alice Pessanha de Carvalho
Helena Seidl
em saúde: Relato de experiência do Curso de Especialização em Saúde da Família nos Moldes da residência
Objetivo
uRelatar a experiência no desenvolvimento de uma formação lato sensu: resgatar os princípios orientadores, a concepção pedagógica, as
28/09/2008 2
orientadores, a concepção pedagógica, as metodologias propostas, as competências a serem desenvolvidas, as modalidades de monitoramento e avaliação, a identificação das estratégias de superação dos desafios e enfrentamentos dos fatores dificultadores.
O que significa Ousar?
uCompetência coletiva que esta associada àcoragem, a responsabilidade, a capacidade derealizar as rupturas ou promover transgressões
28/09/2008 3
realizar as rupturas ou promover transgressõessilenciosas. A ousadia envolve romper com umadada dinâmica e propor novas maneiras de fazer.
Ousadia
uQuanta ousadia enfrentamos no nosso cotidiano de vida e trabalho?uQuantas vezes precisamos diagnosticarsituações, fazer escolhas, implementar ações,
28/09/2008 4
situações, fazer escolhas, implementar ações,propor alternativas, avaliar os riscos, monitorar econtrolar os resultados?uEspecialmente, quantas vezes precisamos ousarquanto tratarmos de formar profissionais para osistema de saúde brasileiro?
Modos de ousadia do sistema formador
uArticular trabalho e formação
uPerceber atos educativos na vida
28/09/2008 5
uPerceber atos educativos na vida
uDesenvolver processos pedagógicos promotores de cuidado para com a vida
uFormar para as necessidades do SUS/adversidades
Desafio para o sistema formador
u“O grande desafio para o ser humano é combinartrabalho com cuidado. Eles não se opõem, mas secompõem. Limitam-se mutuamente e ao mesmotempo se complementam. Juntos constituem a
28/09/2008 6
tempo se complementam. Juntos constituem aintegralidade da experiência humana, por um lado,ligada à materialidade e por outro a espiritualidade.O equívoco consiste em opor uma dimensão àoutra e não vê-las como modos-de-ser do único emesmo ser humano” (Boff, 1999:97).
Segundo Boff (1999) “cuidar é mais que um ato, é uma atitude do humano. Atitude de
ocupação, preocupação, de responsabilização e de desenvolvimento
Cuidado em saúdeCuidado em saúde
28/09/2008 7
responsabilização e de desenvolvimento afetivo com o outro”.
“ O cuidado entra na natureza e na constituição do ser humano. Sem o cuidado,
ele deixa de ser humano”.
28/09/2008 8
““Se não receber cuidado, desde o nascimento Se não receber cuidado, desde o nascimento até a morte, o ser humano desestruturaaté a morte, o ser humano desestrutura--se, se, definha, perde sentido e morre”definha, perde sentido e morre” Boff,1999Boff,1999..
Como promover Como promover aa produção da produção da relação e da relação e da intersecção intersecção
desses desses olhares/saberes/olhares/saberes/
cuidadoscuidados??olhares/saberes/olhares/saberes/
cuidadoscuidados??
Como o sistema formador pode contribuir com este grande desafio, articular trabalho com
28/09/2008 10
grande desafio, articular trabalho com cuidado?
uCurrículo por competência“Competência com a capacidade de articular e mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes, colocando-os em ação para resolver problemas e enfrentar situações de imprevisibilidade em uma dada situação concreta de trabalho e em um
Fundamentos
28/09/2008 11
enfrentar situações de imprevisibilidade em uma dada situação concreta de trabalho e em um determinado contexto cultural” (Deluiz 2001).
uArticulação trabalho e formaçãoParte da valorização do saber construído no campoe abarca a prática profissional - compreendida nãocomo o fazer irrefletido, não como mera atividade,mas como enfrentamento de situações não
Fundamentos
28/09/2008 12
mas como enfrentamento de situações nãoprevistas, exigindo uma reflexão desencadeadapelos sujeitos, a partir de uma relação teórica como objeto, e desenvolvida com base na interaçãoprática entre eles e o objeto do conhecimento”(EGS/ENSP, 2003).
uProfissional reflexivoO profissional reflexivo deve ter a capacidade de ver a prática como espaço de problematização da realidade e de construção de conhecimento na ação pedagógica. A ação desenvolvida na prática
Fundamentos
28/09/2008 13
ação pedagógica. A ação desenvolvida na prática como espaço para relacionar criticamente, analisar e refletir sobre os caminhos na solução dos conflitos construídos e reconstruídos no exercício profissional (Schon,2000).
O Curso de Especialização em Saúde da Família nos moldes da residência/ENSP/FiocruzuÁreas de competênciauOrganização do Processo de Trabalho,uCuidado a Saúde: individual, coletivo e familiar
Educação e Formação em saúde
28/09/2008 14
uEducação e Formação em saúdeuCarga horária: 3000 h uVagas: 5 enfermeiros, 5 médicos, 5 odontólogos, 2nutricionistas, 2 assistentes social e 2 psicólogosuGestão Colegiada: ENSP, SMS e ResidentesuAcompanhamento pedagógico contínuo:Equipe preceptora, preceptor de equipeterritório, equipe,orientadores/tutores e professores.
Como avaliar competência?uA competência não é algo que se observadiretamente, porém que se infere pelo desempenho(realização das tarefas essenciais, fundamentadaspor atributos cognitivos, psicomotores e atitudinaisqualificados). Os desempenhos são, assim,
28/09/2008 15
qualificados). Os desempenhos são, assim,observáveis e, a partir desses, se infere acompetência. Os padrões de competênciaexplicitam o que o profissional deve ser capaz defazer para desempenhar sua prática com sucesso(Ribeiro, 2003).
Ferramentas pedagógicas
uDiário reflexivouMapa conceitual
28/09/2008 16
uMapa conceitual
Diário reflexivo
u “Um conjunto coerente de documentação refletidamente selecionada, significativamente
28/09/2008 17
selecionada, significativamente comentada e sistematicamente organizada e contextualizada no tempo, reveladora do percurso profissional”(Alarcão, 2004).
Diário reflexivou Permite acompanhar os desempenhos das atividades e atuação
profissional dos residentes no campo, utilizando a perspectivas dosestudantes;
u Traz conhecimento a cerca de aspectos envolvidos na relaçãopedagógica;
u Fornece subsídios para a avaliação dos estudantes em termoscognitivos/atitudinais e afetivos;
28/09/2008 18
cognitivos/atitudinais e afetivos;u Serve como recurso para a reformulação da prática pedagógica a
partir do retorno dos alunos;u Funciona como instrumento de auto avaliação (registro da evolução
do aprendizado);u Facilita comunicação entre os alunos e a coordenação do curso;u Auxilia na elaboração de experiências significativas dos estudantes
como produtoras de conhecimento. Fonte de pesquisa para o TCC.
Diário reflexivou O aluno/residente dialoga consigo mesmo, com o
processo de trabalho e a sua aprendizagem. Ao repassaros registros do caderno ocorre um distanciamento daação, e surge a possibilidade de refletir novamente sobreeventos passados, de modo que ocorre a chamada
28/09/2008 19
eventos passados, de modo que ocorre a chamada“reflexão sobre a ação e reflexão na ação”. Procuradialogar com as teorias que o ajudem a entender econfrontar a realidade. Um dos grandes desafios é aconstrução da competência narrativa: conjunto dehabilidade requerida para reconhecer, absorver,interpretar e ser mobilizados pelas histórias que se ouveou lê.
- Diferentes formatos: relatório de atividade, análise com impressões e sínteses e muitas vezes com revisão bibliográfica;- Análise: graus diferentes de interatividade, de cooperação e de autonomia;
Anotações do diário reflexivo
28/09/2008 20
interatividade, de cooperação e de autonomia;- Produção da relação e da intersecção de olhares/ saberes/ cuidados.
Mapa conceitualu Mapa Conceitual: São diagramas de relações significativas,
de hierarquias conceituais e suas inter-relações de umdeterminado conhecimento. Apresentam conceitos maisinclusivos articulados (ficam no topo do diagrama) comconceitos específicos (parte inferior). É uma técnica
28/09/2008 21
conceitos específicos (parte inferior). É uma técnicadesenvolvida por Josef Novak (1975).
u Articular o saber teórico com o da prática para construir ainterdisciplinaridade.
u Ancorar na construção individual e coletiva do MapaConceitual o aprendizado significativo das Unidades deAprendizagem.
Critio
SenCom
u
Su
scita
OriginaOrigina
Auo Atuaç
Atuação d pe
Risco r/Social
Te
Te
Diagnósti
Diagstio
Diagnóstio
caçDeterm Saúde
Auo
Te
Atrib
FormPsion
FormPsion
Critio
to Científ
ic
Educa
Perma
Diagnóst
Dióstio
Diagnóstio
Diagnóstio
Diagnóstio
Organização
Organizaç
ão do
Necessidades potencialidade
Necessidadepotencialida
Necessidades de saúde e potencialidades
Organização do Processo de Trabalho
DefineDefine Define
Impacta
OriginaOrigina
GeraContribui
Pauta-seGera
PotencializaGera
PotencializaPotencializa
Contribui
DialogaDialoga
UtilizaIncita
Suscita
Modula
Induz
Almeja
Provoca
Interfere
Orienta
Depende
Interfere
Define
Avalia
Impacta
Influenciam
Engloga
Determina Determina
DefineConverge
caç
EducContin
EducConti
n
EdCon
Educ
Conti
SenCom
u
Atrib
Atrib Atrib
Educ
Perm
Determ Saúde
Te
Atuaç
Atuação d pe
Risco r/Social
Determinantes Sociais de
Saúde
Educação
Diagnóstico da realidade
Concepção de Necessidade
Oferta / Demanda
Planejamento das
Território
Risco / Vulnerabilidade
Risco Familiar/
Social
Risco Ambiental
Ambiente Saudável
Familiograma
Instumentaliza
EducaçãoContinuada
Educação
Popular
EducaçãoPermanente
Formação Profission
al
to Científ
ic
Conhecimento Científico
Senso Comum
Criticismo Atribuição
Atrib AtribCapacitação Legislação
28/09/2008 22
Intersetori
PROMOÇÃO
Converge
Necessita Necessita
Participaçã
o Avalia
InfluenciaAtuação d pe
ão d pe
Clínica Sujeito
Diagnóstio
Diagnóstio
Diagnóstio
Equ
Atrib
Reestruturação
Diagnóstio
Diagnóstio
Diagnóstio
Promove
PotencializaPotencializa
Viabiliza , Gera
Reorganiza
Potencializa
Sensibiliza
NecessitaNecessita
Converge
Converge Converge
Reflete
Cristaliza
Engloga
Favorece
Propicia
InterfereFavorece
ContribuiResponsabiliza
Potencializa
Clínica Sujeito
Integral Integral
PROMOÇÃO
Gestãoa Gestãoa
Participação
Atrib Equi
Reestruturação
Intersetori
Auto Auto Auto Auto
Auo Auo
Atuação d pe
ão d pe
Planejamento das Ações
Acolhimento / Vínculo
Qualificação da Assistência
Clínica Ampliada do Sujeito
Saudável
Atuação da Equipe
Cuidado
Promove
Auto Cuidado
AutonomiaGestão Compartilhada
Reestruturação da prática
Participação Popular
IntegralidadeEquidadeUniversalidade
Intersetorialidade
PROMOÇÃO DA SAÚDE
Considerações Finaisu O ato de compartilhar, na vida do aluno, inserido em seu processo de
desenvolvimento, é conflituoso e apaixonante, mas de muitaresponsabilidade, o que pode ser traduzido no grande investimentoafetivo para ambos.
u O nosso papel de formadores não se resume em desenvolverhabilidades técnicas (é incontestável sua importância), mas estimularo pensamento, a busca pelo conhecimento, a emoção e a crítica. O
28/09/2008 23
o pensamento, a busca pelo conhecimento, a emoção e a crítica. Opensamento crítico só é possível com o diálogo.
u Os residentes estão construindo o habitus de sua profissão comotambém o processo de trabalhar em equipe e na comunidade. Elesnão estão protegidos por muros em instituições acadêmicas (comohospitais universitários), eles estão no território, com tudo que istosignifica.
28/09/2008 24