hoje macau 15 nov 2011 #2493

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TEMPO MUITO NUBLADO MIN 21 MAX 27 HUMIDADE 60-90% CÂMBIOS EURO 10.9 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ TERÇA-FEIRA 15 DE NOVEMBRO DE 2011 ANO XI Nº 2493 PUB Ter para ler Repavimentação das ruas OBRAS MADRUGADA A DENTRO SEM AVISO PRÉVIO • Página 6 Prevenção de acidentes JOVENS QUEREM TABULEIRO INFERIOR DE SAI VAN PARA MOTOS • Página 7 Eleito o melhor treinador da China CHINESES ESTÃO MALUCOS COM JAIME PACHECO • Página 12 Governo abate árvores supostamente doentes para plantar palmeiras na praia A máfia das palmeiras A desculpa é plausível: as árvores estão velhas e doentes. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) está a mandar abaixo todas as causarinas da praia de Hac Sá para plantar palmeiras e outras espécies. O deputado José Pereira Coutinho desconfia da acção, denuncia o que considera um crime e fala num esquema em que alguém está a sair com os bolsos recheados. > CENTRAIS

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Edição do Hoje Macau de 15 de Novembro de 2011 • Ano X • N.º 2493

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Page 1: Hoje Macau 15 NOV 2011 #2493

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 21 MAX 27 HUMIDADE 60-90% • CÂMBIOS EURO 10.9 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 15 DE NOVEMBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2493

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Ter para ler

Repavimentação das ruas

OBRAS MADRUGADA A DENTRO SEM AVISO PRÉVIO

• Página 6

Prevenção de acidentes

JOVENS QUEREM TABULEIRO INFERIOR DE SAI VAN PARA MOTOS

• Página 7

Eleito o melhor treinador da China

CHINESES ESTÃO MALUCOS COM JAIME PACHECO

• Página 12

Governo abate árvores supostamente doentes para plantar palmeiras na praia

A máfia das palmeirasA desculpa é plausível: as árvores estão velhas e doentes. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) está a mandar abaixo todas as causarinas da praia de Hac Sá para plantar palmeiras e outras espécies. O deputado José Pereira Coutinho desconfia da acção, denuncia o que considera um crime e fala num esquema em que alguém está a sair com os bolsos recheados. > CENTRAIS

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TERÇA-FEIRA 15.11.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

PRESSIONADO pelo presi-dente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a cotação do yuan durante o

Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, no Havai, o presi-dente chinês, Hu Jintao, reiterou a posição da China sobre a sua política cambial.

Num conversa com Obama à margem do fórum da APEC, Hu dis-se que o défice comercial dos EUA e o mercado de trabalho fraco não são consequências do câmbio do yuan e não poderão ser resolvidos mesmo se houver um grande aumento na cotação da moeda chinesa.

Hu disse que a China tem uma política cambial responsável e que o país continuará a avançar na re-visão do seu mecanismo de taxas de câmbio, que visa estabelecer um sistema de câmbio flutuante gerenciado, mas com base no mercado, vinculado a um cabaz de moedas.

O presidente chinês referiu que os EUA devem tomar as suas próprias medidas para resolver os problemas, incluindo a flexibiliza-ção de restrições às exportações de

AS trocas comerciais en-tre a China e os países

de língua portuguesa subi-ram 2,69% até Setembro face ao período homólogo de 2010 para 86,4 mil milhões de dólares.

De acordo com as estatís-ticas dos Serviços de Alfân-dega da China divulgadas pelo Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau, entre Janeiro e Setembro, a China comprou aos oito países de língua portuguesa produtos no valor de 57,6 mil milhões de dólares, mais 23% relati-vamente aos primeiros nove meses de 2010.

Já as vendas efectuadas pela China aos mesmos pa-íses sofreram um acréscimo de 34% comparativamente ao período homólogo de

EXPLOSÃO MATA SETE EM XI’ANAs autoridades chinesas actualizaram na tarde de ontem para sete o número de mortos da explosão registada num centro comercial da cidade de Xi´an, capital da província de Shaanxi. De acordo com os responsáveis pelas operações de socorro, além das sete mortes confirmadas, o número de feridos elevou-se a 31 pessoas. A explosão ocorreu às 7h30 de ontem no “Jiatian International Mansion”, um edifício comercial no distrito de Gaoxin. Apesar das causas não estarem ainda identificadas, testemunhas no local apontaram uma explosão de gás num restaurante do primeiro andar como causa do acidente que provocou ainda danos materiais em lojas e carros das imediações, existindo também relatos de janelas partidas a três quilómetros do local.

SEUL QUER QUARTEL MILITAR NA ILHA MAIS PRÓXIMA DO NORTEA Coreia do Sul planeia construir um quartel militar para albergar as tropas norte-americanas na ilha de Baengnyeong, a mais próxima da Coreia do Norte, no Mar Amarelo, informou a agência sul-coreana Yonhap. O quartel, com capacidade para 160 soldados, poderá começar a ser construído no próximo ano para estar concluído em 2013 e alojar as “tropas dos EUA durante exercícios militares conjuntos ou em caso de emergência”, informou uma fonte do Governo de Seul citada pela Yonhap. Os EUA têm cerca de 28.500 militares em território sul-coreano desde o fim da Guerra da Coreia, que terminou com um armistício e não com um tratado de paz.

China resiste à pressão de Washington em guerra cambial

No yuan mandam os chineses

COMÉRCIO COM PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA AUMENTOU 27% ATÉ SETEMBRO

Brasil é o líder indiscutível2010, ao cifrarem-se em 28,8 mil milhões de dólares.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro lusófono da China com um volume de trocas comer-ciais de 62,4 mil milhões de dólares, mais 37,38% comparativamente a igual período do ano passado.

As exportações da China para o Brasil totalizaram 24 mil milhões de dólares, mais 35,5% em relação ao apura-do entre Janeiro e Setembro do ano passado, enquanto as importações chinesas subiram 38,49% para 38,3 mil milhões de dólares.

Já as trocas comerciais com Angola, o segundo maior parceiro chinês no universo lusófono, au-mentaram 2,2% em termos anuais, ao alcançar 20,26

mil milhões de dólares, com as importações chinesas a caírem 0,29% para 18,3 mil milhões de dólares e as ex-portações de Pequim para Luanda a subirem 34% para 1,95 mil milhões de dólares.

Para Portugal, o terceiro parceiro comercial da China na lusofonia, com um volume de trocas comerciais de 2,9 mil milhões de dólares – mais 23,6% do que em 2010 –, seguiram mercadorias

chinesas no valor global de 2,1 mil milhões de dólares, mais 15,9% em relação aos primeiros nove meses de 2010.

Já as compras chinesas a Portugal somaram 818 milhões de dólares entre Janeiro e Setembro, valor que traduz um acréscimo significativo de 49,5%.

Apesar do incremento registado nos primeiros nove meses do ano, as trocas comerciais entre a China e os oito países de língua portuguesa atingiram em Setembro 11,2 mil milhões de dólares, valor que traduz um decréscimo anual de 978 milhões de dólares e uma descida de oito por cento face ao mês anterior.

As importações da China ao universo lusófono so-maram 7,7 mil milhões de dólares, recuaram 5% face ao mês anterior, enquanto que as exportações atingiram 3,4 mil milhões de dólares, diminuindo 14% face ao apurado em Agosto.

alguns produtos de alta tecnologia para a China e facilitar o investimen-to por parte de empresas chinesas nos EUA.

Obama, por sua vez, “deixou bem claro que o povo americano e a comunidade empresarial ame-ricana estão a ficar cada vez mais

impacientes e frustrados com as mudanças na política económica da China” e querem resultados concretos, disse Mike Froman, vice--conselheiro de segurança nacional para assuntos económicos interna-cionais dos EUA.

O encontro, o primeiro entre os

dois líderes desde a visita de Hu a Washington em Janeiro, ocorre num momento em que o Congresso ame-ricano e candidatos presidenciais republicanos estão a pedir mais urgência sobre a adopção de uma política mais severa contra o sistema cambial de Pequim, que é acusada por Washington de manter o yuan fraco para ajudar os exportadores chineses.

Obama continuou a pressionar Hu sobre compromissos feitos pela China durante a cúpula do G-20 na semana passada, na França, de aumentar a flexibilidade da moeda e reequilibrar a economia para que se direccione mais à demanda interna, disse Froman.

Questionado sobre se o Con-gresso americano pode necessitar aprovar uma lei para endurecer as sanções contra a política cambial da China, Froman disse que o governo compartilha os objectivos da legis-lação e está “a considerar todas as possibilidade para tentar resolver” o problema cambial, disse ele. Mas qualquer acção deve reflectir e ser consistente com as regras do co-mércio internacional, acrescentou.

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TERÇA-FEIRA 15.11.2011

3www.hojemacau.com.mo

GIGANTE CHINESA DAS JÓIAS QUER

CAPTAR INVESTIDORES OCIDENTAIS

A líder que ninguém conhece

Leia mais notícias sobre a China e a Ásia em www.hojemacau.com.mo@

A maior joalheira do mun-do está prestes a realizar

uma das maiores aberturas de capital do ano. A empresa pretende aproveitar as suas impressionantes taxas de crescimento recentes e a ob-sessão de muitos chineses por ouro e diamantes para atrair investidores.

A joalheira tem lucros 50% maiores do que o da Tiffany & Co, e ligeiramente maior do que o da suíça Ri-chemont (dona de marcas de luxo e jóias como Montblanc e Cartier, entre outras). A sua meta é captar até 3500 milhões de dólares numa oferta de acções a ser realiza-da na bolsa de Hong Kong. O grande atractivo para os investidores é uma taxa de crescimento anual de 60% e mais de 1500 lojas na Ásia, quase todas na China, onde é também uma das marcas mais conhecidas.

O nome da empresa? Chow Tai Fook Jewellery Co, que também brota como cogumelos por toda Macau.

A companhia original de Hong Kong, com 80 anos de vida e propriedade de uma das famílias mais ricas da cidade, é provavelmente a maior marca da região que ainda é quase completamen-te desconhecida no Ocidente. “Esta é a principal rede de joalheiras da China”, diz Aaron Fischer, analista da consultoria CLSA em Hong Kong. “A Chow Tai Fook é tão grande que as pessoas nos países ocidentais ficariam surpresas.”

Na Ásia, é impossível que a marca passe despercebida. As lojas da joalheira estão em todas as principais ruas co-merciais nas maiores cidades chinesas, com 50 lojas apenas em Hong Kong, algumas de frente umas para as outras nas mesmas ruas, tal como acontece em Macau.

Os seus anúncios estão estampados em táxis, auto-carros e outdoors. Mas é a presença da rede nas cidades

menores na China que a dife-rencia dos seus concorrentes ocidentais, como a Tiffany’s, que tem 16 lojas no país. As lojas da Chow Tai Fook são cheias de peças de ouro, que respondem por mais da me-tade das suas vendas. A rede foi a pioneira na venda de ouro 24 quilates, quase puro, que hoje virou o padrão que a maioria dos compradores chineses quer.

E tem ainda outros toques asiáticos. Aos consumidores que olham as montras, os vendedores, vestidos de forma impecável, servem chá ou água. Os preços das jóias de ouro estão atrelados aos do mercado, mas se o cliente encontra um anel de brilhante ou um colar de jade que gosta, a pechincha come-ça. Os vendedores sacam as suas calculadoras e começam a digitar furiosamente preços menores — e o comprador fica à vontade para fazer as suas ofertas.

A Chow Tai Fook está entre as marcas mais procu-radas na China. Um estudo da empresa CLSA sobre as marcas mais pesquisadas no site Baidu, o maior da China, mostra a Chow Tai Fook em quinto lugar, logo atrás da Louis Vuitton, Chanel, Gucci e Coach, e à frente de Prada, Cartier, Tiffany e Rolex.

A história da Chow Tai Fook começou em Macau, onde o negociante de jóias e ouro Chow Chi Yuen criou a empresa e deu-lhe um nome que pode ser traduzido por alto como “boa sorte”.

O presidente do conselho da companhia, Cheng Yu--tung — hoje com 86 anos — casou com a filha de Chow Chi Yuen e mudou-se para Hong Kong para expandir os negócios da família. Hen-ry Cheng, filho de Yu-tung, preside actualmente um império multimilionário com negócios nas áreas imobiliá-ria, comércio e transportes, o New World Development Ltd.

A terceira geração da fa-mília também está envolvida nos negócios. Sonia e Adrian Cheng são ex-alunos de Harvard, e Adrian trabalhou no Goldman Sachs — foi o responsável por levar a joalheira a investir mais em diamantes e outras pedras preciosas, para reduzir a sua dependência do ouro, que tem margens menores. A mudança de geração é uma das razões para a abertura de capital — a família pretende vender de 10,5% a 13% da sua participação na empresa.

O tamanho e o rápido crescimento da Chow Tai Fook podem ser o principal atractivo para investidores. Pessoas próximas ao negó-cio dizem que as vendas alcançaram 4500 milhões de dólares no último ano fiscal terminado em Março, 53% a mais do que no ano anterior. O lucro foi de 464 milhões de dólares, um aumento de 64%. No ano actual, espera-se que as vendas cresçam 71%, para 7700 milhões de dólares; o lucro deve aumentar 80%, para 835 milhões. Este ritmo deve, contudo, diminuir ligeiramente no próximo ano.

Considerando apenas concorrentes que estão ex-clusivamente no negócio de joalheiras, a receita da Chow é a maior; a Tiffany registou vendas de 3090 milhões de dólares no seu último ano fis-cal (terminado em Janeiro) e a Signet Jewelers (proprietária da Kay Jewelers nos Estados Unidos e da H. Samuel no Reino Unido), facturou 3400 milhões em 2010. A Signet tem 1857 lojas, mais do que a Chow Tai Fook.

A abertura do capital da Chow Tai Fook chega num momento de baixa num mercado que já foi dos mais vibrantes da Ásia. A família decidiu manter os planos numa reunião na sexta-feira, depois do mercado de acções em Hong Kong ter caído 5%, em parte devido a preocupa-ções com a crise na Europa.

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TERÇA-FEIRA 15.11.2011

4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

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DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMOANÚNCIO

A Região Administrativa Especial de Macau, através da Direcção dos Serviços de Turismo, faz público que, de acordo com o Despacho de 27 de Outubro de 2011 do Exmo. Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, se encontra aberto concurso público para adjudicação da prestação do serviço de realização de um Espectáculo de Fogo-de-Artifício destinado à Celebração do Ano Novo Lunar 2012.

Desde a data da publicação do presente anúncio, nos dias úteis e durante o horário normal de expediente os interessados podem ser examinado o Processo do Concurso na Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d´Assumpção, n.º s 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andar, e levantadas cópias, incluindo o Programa do Concurso, o Cad-erno de Encargos e demais documentos suplementares, mediante o pagamento de duzentas patacas (MOP200.00), além disso ainda se encontra igualmente patente no website da Direcção dos Serviços de Turismo (http://industry.macautourism.gov.mo), podendo os concorrentes fazer “download” do mesmo.

Sessão de esclarecimento será realizado no Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d´Assumpção, n.º s 335-341, Edifício “Hotline”, 14.º andar pelas 10:30 horas do dia 22 de Novembro de 2011.

O limite máximo do valor global da prestação de serviço é de MOP2,500,000.00 (dois milhões e quinhentas mil patacas)

Critério de apreciação das propostas e percentagem:Preço 60%Experiência em espectáculos semelhantes 20%Maior garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço 20%

Os concorrentes deverão apresentar as propostas na Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d´Assumpção, n.º s 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andar durante o horário normal de expediente e até às 17:00 horas do dia 29 de Novembro de 2011, devendo as mesmas ser redigidas numa das línguas oficiais da RAEM ou em inglês, e prestar a caução provisória de MOP50.000,00 (cinquenta mil patacas), mediante 1) depósito em numerário à ordem da Direcção dos Serviços de Turismo no Banco Nacional Ultramarino de Macau 2) garantia bancária 3) depósito nesta Direcção do Serviços em numerário, em ordem de caixa ou em cheque visado, emitidos à ordem da Direcção dos Serviços de Turismo 4) por trans-ferência bancária na conta da Direcção dos Serviços de Turismo no Banco Nacional Ultramarino de Macau.

Acto público do concurso, no Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d´Assumpção, n.º s 335-341, Edifício “Hotline”, 14.º andar pelas 10:30 horas do dia 30 de Novembro de 2011.

Os representantes legais do concorrentes deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados ao con-curso, nos termos do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho.

Os representantes legais do concorrentes poderão fazer-se representar por procurador devendo, neste caso, o procurador apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto público do concurso.

Direcção dos Serviços de Turismo, aos 3 de Novembro de 2011

O Director dos Serviços, João Manuel Costa Antunes

Gonçalo Lobo [email protected]

DEPOIS de, na última reunião, assumir que não quer entrar no Fun-do de Previdência para

docentes, o Governo apresentou um novo texto de trabalho para discussão da proposta de lei do “Quadro-geral do pessoal docente das escolas particulares do ensino não superior” na reunião de ontem da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL).

Novidades? Poucas. O docu-mento, assume o presidente da 2.ª Comissão, Chan Chak Mo, “ainda precisa de ser amplamente discuti-do” e, para já, há apenas a certeza que a lei se vai aplicar apenas a escolas particulares do regime local.

AS autoridades de Macau registaram, entre Janei-

ro e Junho, 746 participações de transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou financiamento de ter-rorismo, valor que traduz uma subida de 71% face ao período homólogo de 2010.

Dados oficiais apontam que das 746 participações sobre transacções suspei-tas que deram entrada no Gabinete de Informação Financeira (GIF) no primeiro semestre deste ano, somente 31 foram enviadas para o Ministério Público para investigação.

A indústria do jogo foi a actividade que deu origem ao maior número de denúncias (519 ou 69% do total), seguindo-se na lista o sector financeiro, da banca e seguradoras (223 ou 30%), bem como outras instituições (4 ou 1%).

Apesar dos casinos terem vindo a figurar, nos últimos anos, no topo da origem das participações de transacções

Professores | Governo apresentou novo texto de trabalho à apreciação dos deputados

Muitas agulhas ainda para acertar Igualmente, o Governo elimi-

nou da proposta do articulado a idade limite de 65 anos para os docentes e quer que os directores das escolas sejam devidamente avaliados, algo que já havia sido aventado em discussões anteriores.

O subsídio para o desenvolvi-mento profissional, contemplado no n.º 2 do artigo 70.º, começará, segundo o Executivo e com o apoio dos deputados, a ser pago no pri-meiro dia do mês seguinte ao da lei entrar em vigor.

RETROACTIVOS COMPLEXOSA retroactividade na efectivação da lei também é algo que preo-cupa os deputados. “O Governo acha que a retroactividade é uma questão não viável, muito por culpa da programação das aulas.

Apesar disso já tinha admitido na Comissão estudar a aplicação de efeitos retroactivos na questão dos subsídios de desenvolvimento profissional. É uma situação com-plexa que ainda vamos continuar

a discutir”, disse aos jornalistas Chan Chak Mo.

Outras questões também estão em cima da mesa. Os deputados já fizeram saber ao Governo que que-rem discutir situações relacionadas

com os cuidados de saúde, 25 anos de serviço, docentes estrangeiros e o prémio de antiguidade.

Querem ainda saber como irão ser canalizadas 70% das receitas das escolas, verba utilizada para pagamento de vencimentos, dis-tribuído pelo director e profes-sores das instituições de ensino. “Que percentagem cabe a quem?”, perguntou o Chan Chak Mo.

O sistema educacional de Ma-cau é composto essencialmente por escolas oficiais e particulares, sendo estas últimas subdivididas em dois tipos: escolas particula-res do regime escolar local e esco-las particulares do regime escolar não local. As escolas particulares podem também ser classificadas como escolas sem fins lucrativos ou escolas com fins lucrativos.

TRANSACÇÕES SUSPEITAS DE BRANQUEAMENTO

DE CAPITAIS AUMENTARAM 71%

O paraíso das ilegalidades

suspeitas, a diferença em termos anuais foi significa-tiva, dado que entre Janeiro e Junho foram efectuadas mais 239 denúncias.

Já na área das institui-ções financeiras, em que se inclui a banca, as partici-pações passaram de 131 no primeiro semestre do ano passado para 223.

Desde a entrada em vigor da legislação contra o branqueamento de capitais e financiamento do terro-rismo no território, no ano de 2006, posteriormente

complementada com medi-das de natureza preventiva e instruções direccionadas para os diferentes sector de actividade, têm-se vindo a verificar um aumento ao ní-vel de participações relativas à prática daqueles crimes.

O total de participações sobre transacções suspeitas subiu de 725 em 2007 para 838 em 2008, para 1156 em 2009 e para 1220 em 2010, tendência de crescimento que não será contrariada a manter-se o actual ritmo de aumento.

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Professores | Governo apresentou novo texto de trabalho à apreciação dos deputados

Muitas agulhas ainda para acertar

TERÇA-FEIRA 15.11.2011

5www.hojemacau.com.mo

DELEGAÇÃO DA RAEM EM TAIWAN JÁ FUNCIONA OFICIALMENTEO regulamento administrativo nº33/2011, que oficializa a criação da Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan, foi publicado ontem em Boletim Oficial. A delegação tem três objectivos principais: assegurar o apoio aos residentes de Macau na região, nomeadamente em situações de emergência; promover a cooperação entre Macau e Taiwan em múltiplas áreas (Economia, Turismo, Cultura, etc.); e reforçar a colaboração entre Macau e Taiwan no combate ao crime e na assistência judicial.

Virginia [email protected]

A legislação sobre as de-clarações de rendimen-

tos e património de membros do Conselho Executivo e deputados da Assembleia Legislativa (AL), conside-rada um importante passo rumo à governação de trans-parência, continua encra-vada na teia burocrática da máquina legislativa. O facto foi criticado pelo deputado Ng Kuok Cheong, que apre-sentou uma interpelação escrita a pedir explicações ao Governo.

“Desde a criação da RAEM, a área dos serviços de legislação administrativa do Governo demonstra uma liderança ineficiente, que provoca atrasos na reforma legislativa e o consequente criticismo público”, afirmou o democrata. “A primei-ra questão importante na construção da governação de transparência é corrigir a lei da ‘Declaração de Rendimentos e Interesses Patrimoniais’ e é uma ver-dadeira decepção que essa legislação ainda não tenha sido apresentada à AL,

DEPUTADO CRITICA LENTIDÃO NA INTRODUÇÃO

DE POLÍTICA DE TRANSPARÊNCIA

Políticos e enriquecimento ilícito

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como tinha sido prometido”, acrescentou.

A proposta, observa o deputado, está pronta a ser implementada, mas a intenção do Governo so-freu entretanto uma súbita alteração e os membros do Conselho Executivo passam a não estar obrigados a di-vulgar as fontes de riqueza. “É um grande passo atrás”, argumenta.

Ng Kuok Cheong quer saber qual a razão dessa alte-ração repentina nas intenções do Governo e se os conse-lheiros directos do Chefe do Executivo não estarão a tentar evitar serem fiscalizados. “Qual é a razão para tal? Por que é que os membros do Conselho Executivo ficam de fora da nova proposta de lei? Foi porque pediram para ficar isentos?”, questiona.

Em Hong Kong, por exemplo, os conselheiros e os deputados constam na lista de personalidades que podem ver os seus bens divulgados publicamente. Sem que o mesmo aconteça em Macau, o deputado con-sidera que se está a privile-giar determinadas pessoas, já que os conselheiros tam-

bém têm, assim como os altos cargos, acesso a informações importantes e poderão tirar benefícios dessa posição, aponta Ng Kuok Cheong.

A deputada Kwan Tsui Hang veio juntar a sua voz à do democrata, criticando tam-bém a modificação ao carácter mais abrangente da lei inicial. “O Conselho Executivo é um órgão muito importante em termos de tomada de decisões políticas. Os seus rendimen-tos e interesses, tal como os dos deputados, devem ser tornados públicos”, considera a parlamentar.

Na sexta-feira, o Con-selho Executivo anunciou a proposta de revisão do regime da declaração de rendimentos, que passará a prever que os bens patrimo-niais e interesses dos titula-res dos principais cargos de Macau vão ser divulgados, ficando disponíveis para consulta através da Internet. A actual lei está em vigor há mais de oito anos. O acesso pelo público pode ser feito através da página electró-nica do Tribunal de Última Instância, ainda que o Chefe do Executivo possa fixar por despacho outras formas de publicitação.

Além dos dados referen-tes ao Chefe do Executivo e aos titulares dos principais cargos, ao presidente do Tri-bunal de Última Instância e ao procurador serão também divulgados os de directores e subdirectores dos serviços da Administração, incluindo os de fundos autónomos e demais institutos, bem como os do presidente e membros dos órgãos de direcção, administração, gestão e fiscalização.

HOJE

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TERÇA-FEIRA 15.11.2011

6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Vanessa [email protected]

O estaminé começa a ser montado às 21h. Che-gam máquinas pesadas e quase duas dúzias de

trabalhadores da construção civil. Gritam uns com os outros e arma-se o circo. Durante as últimas semanas têm sido esse o cenário de algumas ruas do bairro de São Lourenço. O Instituto para os Assuntos Cí-vicos e Municipais (IACM) está a repavimentar as ruas da zona, mas esqueceu-se de avisar previamente os moradores de que iam passar noites às claras.

Frederick Lau, estudante uni-versitário de 23 anos, já contabiliza três noites sem dormir devido à barulheira da obra. “Isto é inacredi-tável. Andam até às sete da manhã a fazer os trabalhos sem que nos tenham avisado antes que isto ia ser assim”, queixa-se ao Hoje Macau.

O IACM defende-se a dizer que não havia outra hora do dia para se fazer a repavimentação. “As ruas envolvidas são artérias principais, por onde todos os dias transitam muitos veículos, incluindo auto-carros. Achou-se conveniente, para não prejudicar o trânsito diurno, que a obra se processasse por várias fases, todos os dias das 20h às 6h”, argumenta o organismo quando questionado pelo Hoje Macau.

Nuno G. [email protected]

O comunicado afixado no interior do prédio não

deixa dúvidas: quando os bólides do Grande Prémio acelerarem, os carros dos moradores não andam um metro. Por causa das alte-rações impostas no espaço urbano pelas corridas que agora animam Macau, dois prédios ficaram sem acesso à saída das suas garagens.

Os edifícios são o Seng Vokok e o Jubilee Court, perto do Hotel Presidente,

IACM faz obras nas ruas de bairro antigo em horas impróprias sem aviso prévio

Dormir no inferno para pisar o paraíso Duram a madrugada inteira e estão a deixar os moradores do bairro de São Lourenço de cabelos em pé. As obras de repavimentação das ruas acontecem sem aviso prévio aos moradores e até fazem os prédios tremerem

Como obras são obras e acon-tecem aos montes em Macau, o IACM não achou ser necessário lançar uma auscultação pública para recolher opiniões sobre o melhor horário para a barulheira, muito menos lançar um aviso a comunicar que durante 14 dias a vida nocturna do bairro ia estar literalmente a tremer.

“Além do barulho ensurde-cedor, o meu prédio ressente-se com as vibrações das máquinas. As janelas abanam numa sinfonia constante”, queixa-se Frederick, acrescentando que o seu rendimen-to escolar e profissional tem ficado seriamente condicionado com as obras do IACM.

O IACM afirma que os pavimen-tos de algumas artérias, como os da rua de São Lourenço, Travessa do Paiva, e avenidas da Praia Grande e de D. João IV, estavam seriamente danificados devido ao uso prolon-gado e a manutenção de manta de retalhos. “Por isso, o IACM vem procedendo, desde 25 de Outubro, à colocação de novo asfalto”, aponta.

Nos últimos dias, muitos

foram os moradores que saíram de pijama à rua para ver o que se estava a passar. A polícia foi chamada várias vezes, mas nada pôde fazer. “A repavimentação, sob a responsabilidade do IACM, recebeu autorização das Obras Públicas para acontecer justamente de madrugada. Não há nada que se possa fazer”, explica fonte da

Polícia de Segurança Pública (PSP).Os poucos lugares de estaciona-

mento tanto para automóveis como para motociclos desapareceram num ápice, sem que novas alterna-tivas tenham sido apresentadas aos habitantes. “Tenho passado horas a dar voltas no bairro à procura de um lugar para estacionar. Isto não se faz desta forma. É preciso

informar as pessoas antes”, diz o estudante. A isso ainda se soma o facto da polícia de trânsito não perdoar mal estacionamentos nesse período, tendo multado os veículos parados em locais proibidos.

O IACM prometeu acabar com as obras no prazo de 14 dias, mas a verdade é que o expediente madrugador manteve-se até, pelo menos, ao passado fim-de-semana. O organismo compromete-se, en-tretanto, a “reforçar a fiscalização da situação de execução da obra e a sua progressão, de modo a reduzir o máximo possível a influência negativa que a obra tenha para a vida quotidiana dos cidadãos e do trânsito diário”.

De acordo com dados oficiais, as reclamações relativas ao ruído causado pelas obras em Macau representaram, em 2008, mais de 20% das reclamações globais relativas ao ruído, tendo o núme-ro de reclamações apresentadas mostrado uma tendência de cres-cimento nos últimos anos. Segundo a legislação em vigor (Decreto-Lei n.º 54/94/M), não são permitidas obras com o uso de bate-estacas ou martelos pneumáticos – como aquelas usados nas obras do IACM - aos domingos e feriados nem como entre as 20h e as 8h nos res-tantes dias da semana. Mas para o próprio Governo, a excepção passa a ser regra.

MORADORES DE DOIS PRÉDIOS COM GARAGENS BLOQUEADAS

Grande Prémio acelera à custa de carros paradoscom a bomba de gasolina da Avenida da Amizade entre eles. A situação é an-tiga, repetindo-se sempre que há Grande Prémio. Os moradores até gostam do evento, mas sentem-se des-respeitados com a completa ausência de compensação pelo transtorno sofrido.

O aviso é seco: “A en-trada para a garagem do edifício estará fechada entre as 10h00 do 14/11/2011 e as 18h00 do dia 20/11/2011”. Uma semana sem acesso ao carro, a não ser que o po-nham noutro local. Segundo

os moradores, a Comissão do Grande Prémio devia dar uma senha para outro parque (o estacionamento subterrâneo do Jardim das Artes, ali perto, por exem-plo), abrangendo os cerca de 30 carros dos dois prédios, durante o período em causa.

A Comissão do Grande Prémio de Macau manifes-tou-se surpreendida com a sugestão, em resposta dada ao Hoje Macau. “Apesar de contactos e diálogos que a entidade organizadora tem mantido com as asso-ciações de moradores e de

condomínios, a proposta de criar ‘senhas de estacio-namento’ ou atribuição de ‘valores monetários’ para estacionamento em outros silos automóveis, nunca foi apresentada à Comissão do Grande Prémio, pelo que esta hipótese nunca foi ponderada.”

A entidade acrescen-ta, porém, estar sempre disponível para auscultar opiniões da população, no-meadamente sobre o ponto da discórdia. “As propostas podem ser avaliadas no futuro após um estudo por-menorizado, e sublinha-se que a Comissão está aberta para qualquer proposta que seja viável, construtiva e que a legislação vigente permita concretizar.”

HOJE

MAC

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TERÇA-FEIRA 15.11.2011

7www.hojemacau.com.mo

Virginia [email protected]

NA sequência de vários acidentes de trânsito gra-ves ocorridos

recentemente, a associação Dinâmica da Juventude de Macau apelou à Direcção dos Serviços para os Assun-tos de Tráfego (DSAT) para que estudasse a hipótese de abrir o tabuleiro inferior da ponte Sai Van apenas à circulação de motociclos.

“O que nos preocupa é saber se o Governo está de-terminado a fazê-lo e se irá fazê-lo. Se o Governo tiver a determinação para resolver o problema, muitas questões podem ser solucionadas”, afirmaram ontem os res-ponsáveis da Dinâmica da Juventude, em conferência de imprensa. “A governa-

SUSPEITO DE ABUSO A MENOR EM PRISÃO PREVENTIVAUm homem de 56 anos, acusado de abuso a menor, ficou em prisão preventiva após análise do caso pelo Ministério Público. O suspeito, residente em Macau, é acusado de cometer abusos de teor sexual sobre uma menina de nove anos, que terá convencido a acompanhá-lo a uma zona vazia da Rua de Areia Preta. A acusação diz também que a criança escapou depois de gritar por ajuda, tendo o assunto sido revelado às autoridades por uma assistente social da sua escola. O delegado do procurador titular do processo considerou haver fortes indícios de crime e viu ser aceite pelo juiz o pedido de prisão preventiva. De apelido Choi, o suspeito foi detido a 2 de Novembro, estando agora a aguardar julgamento no Estabelecimento Prisional de Macau.

DST REFORÇA APOIO ONLINE PARA CARTÃO DE GUIA TURÍSTICOA Direcção dos Serviços de Turismo já tem disponíveis três novos serviços na Internet para quem usa cartão de identificação de guia turístico: o pedido pela primeira vez de cartão, o pedido de nova via do cartão e o aumento do número de idiomas para a realização dos pedidos. A DST garantiu também que irá ampliar a disponibilização de serviços de pedidos através da Internet, em sintonia com a política de informatização do Governo. Em Macau, há 1521 detentores de cartão de identificação de guia turístico válido (precisa de ser renovado a cada três anos).

Jovens querem pista só para motociclos na ponte Sai Van

A lambreta é quem mais ordena

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ção baseada nos cidadãos é um lema do Governo, resta saber é se este considera que os motociclistas estão incluídos na categoria de cidadãos”, afirmaram, sem poupar ironia.

Os jovens falaram à imprensa no mesmo dia em que apresentaram uma petição à DSAT justamente com a exigência de fazer da plataforma inferior da ponte Sai Van um canal rodoviário exclusivo para o trânsito de veículos de duas rodas. E agora esperam que a ideia se concretize antes das intervenções na ponte para construir a passagem

do metropolitano ligeiro de superfície. A associação defende ainda que também seja criado um canal espe-cial para motociclos quan-do for construída a quarta travessia Macau-Taipa.

DEPUTADO AO ATAQUEAlém da associação de jovens, o deputado da As-sembleia Legislativa (AL) Paul Chan Wai Chi juntou a sua voz ao coro de protes-tos pela actual situação, ao apresentar uma interpelação escrita sobre o problema da segurança rodoviária. “O departamento competente ainda não tomou medidas efectivas para controlar o aumento do número de veículos nem medidas para melhorar a segurança no trânsito, o que tem levado ao aumento contínuo da quantidade de acidentes de trânsito”, criticou.

Paul Chan recordou

sem opções de condução segura, sobretudo quando está mau tempo”, afirmou, inquirindo se o Governo estava disposto a aprender a lição com a mais recente série de acidentes graves, e considerar de uma vez por todas a hipótese de construir na ponte Sai Van uma via exclusiva para motociclos para evitar a repetição das tragédias.

O deputado pró-de-mocrata questionou ainda o Governo sobre se tinha planos para reforçar a vigi-lância sobre os condutores que falam ao telemóvel quando estão a conduzir, e se a legislação actual seria revista com vista à intro-dução da carta por pontos.Acidentes preocupam juventude

A respeito dos recentes acidentes de trânsito que têm ganhado destaque na imprensa, os jovens da associação Dinâmica da Juventude de Macau consideram urgente tomar medidas preventivas e apresentaram uma série de sugestões à DSAT:

1. Recolher opinião pública para melhorar a construção da ponte Sai Van e criar um túnel inferior para motociclos antes de avançarem as obras do metro. Projectar a pista especial para motociclos no nível superior da ponte após a construção do metro, para assegurar a segurança dos motociclistas.

2. Criar um túnel especial para motociclos quando for a altura de planear a construção da quarta ponte de travessia entre Macau e a Taipa, de acordo com o novo plano urbanístico da cidade.

3. Implementar um sistema da carta de condução por pontos (a pontuação é atribuída consoante as infracções cometidas, com a inibição de conduzir depois de alcançada uma determinado limite de pontos). Obrigar os infractores a frequentarem cursos de “reciclagem” sobre o código da estrada para reforçar a sua consciência e atitude para uma condução em segurança, criando um verdadeiro efeito dissuasor para salvaguardar um ambiente de segurança rodoviária, com especial atenção para a velocidade excessiva, condução sob os efeitos do álcool e acidentes de trânsito graves.

que a sugestão para abrir o tabuleiro inferior da ponte aos motociclos não era nova, mas observou que a DSAT ainda não tomou

qualquer acção nesse senti-do. “Em vez disso, continu-am a usar várias desculpas para os seus atrasos, o que deixa os motociclistas

O Sr. José e a Sra. Cristina são bons amigos desde a infância e cresceram juntos. Um dia, foi-lhes tirada uma fotografia durante uma festa de aniversário onde pareciam estar muito íntimos e todas as pessoas presentes gostaram da foto. O Sr. José quis carregar esta fotografia para a sua página electrónica pessoal para partilhar esta cena engraçada com os seus amigos. O Sr. José está sempre atento às activi-dades promocionais realizadas pelo Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP) e sabia que precisava de obter o consentimento inequívoco do titular antes de poder divulgar os dados pessoais na Internet. Por isso, telefonou para a Sra. Cristina para pedir o seu consentimento.

A Sra. Cristina é uma pessoa com uma mentalidade aberta e gosta também de partilhar os momentos da vida com outras pessoas, aceitou o pedido do Sr. José sem hesitação.

Alguns dias depois, o marido da Sra. Cristina disse-lhe que uma das suas colegas dele tinha visto a fotografia íntima dela com Sr. José na Internet. A fotografia tinha causado comentários no seu local de trabalho e por isso ficou discontente. O casal acabou por ter uma briga em resultado desta situação.

A Sra. Cristina não tinha previsto esta consequência. Para evitar prejudicar a relação com o marido, telefonou ao Sr. José, pedindo-lhe para apagar a fotografia. O Sr. José removeu imediatamente a fotografia da sua página electrónica.

Conforme os ‘Assuntos a observar aquando da divulgação de dados pessoais na Internet’ publica-dos pelo GPDP, se alguém quiser divulgar os dados pessoais de outrem através da Internet, precisa de satisfazer uma das condições de legitimidade antes de o fazer. A obtenção do “consentimento inequívoco do titular” é a forma mais simples e directa de satisfazer o requisito de legitimidade; todavia o respon-sável pelo tratamento dos dados precisa também de garantir que o titular tem o direito de recusar ou retirar, livremente, o seu consentimento. Se as partes acordarem que o consentimento do titular é a única condição de legitimidade para um determinado tratamento, o responsável pelo tratamento dos dados não poderá invocar outra condição se o titular retirar o seu consentimento. Para além disso, o titular também goza do direito de oposição e se o titular dos dados tiver um motivo razoável para exercer este direito, o responsável pelo tratamento dos dados deve cessar a divulgação dos respectivos dados conforme o pedido do titular.

O pequeno desentendimento relativo à fotografia acima referida resultou do facto de o Sr. José ter colocado esta fotografia na Internet com o consentimento da Sra. Cristina. Ele tinha legitimidade conforme os requisitos da “Lei da Protecção dos Dados Pessoais”; todavia, já não o tinha quando a Sra. Cristina decidiu retirar o seu consentimento. Por conseguinte, ele removeu a fotografia de acordo com o pedido da Sra. Cristina. Isto foi a abordagem mais correcta: não só satisfez os requisitos da lei, como também respeitou os direitos do titular dos dados.

(Caso fictício criado a partir da realidade social e/ou baseado em casos reais anteriormente ocorridos. Para informações adicionais sobre a protecção de dados pessoais, por favor, contacte o Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais - telefone 2871 6006).

Privacidade Consigo (Texto disponibilizado pelo Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais)

O consentimento pode ser retirado

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8www.hojemacau.com.mo vida

O abate de árvores na praia de Hác Sá já havia sido anunciado em Julho mas agora o deputado Pereira Coutinho vem alertar para o facto de o corte das árvores devido a doença ser justificação para “uma negociata com interesses obscuros”

Gonçalo Lobo [email protected]

AS árvores casuarinas que bordejam a praia de Hac Sá chegaram à sua fase final (...) No en-

tanto, ao envelhecer, a sua capacidade de resistência a insectos fica reduzida e a recuperação é lenta”, justificou assim o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) o abate de árvores e substituição ordenada que está a ocorrer naquela praia.

Há que tenha, contudo, uma outra interpretação dos factos. “Estamos perante um negócio da China. Suspeita-se que, dentro do IACM, trabalha um indivíduo com interesse em trazer palmeiras da China para substituir as casuarinas de Hac Sá. É um ‘bluff’ dizer que todas as árvores estão doentes”, referiu José Pereira Coutinho ao Hoje Macau.

Casuarinas de Hac Sá podem ser substituídas por palmeiras

Literalmente um negócio da ChinaO deputado da Assembleia

Legislativa (AL) vai mais longe e desafia o IACM a convocar todos os deputados para verem as árvores in--loco. “Porque é que não convidam os deputados a verem, no local, as árvores que estão doentes?”, questiona.

O projecto de abate não é novo. Em Julho, o IACM já tinha levado os jornalistas a Hac Sá para explicar que as árvores precisavam de ir abaixo “por motivos de seguran-ça”, mas Pereira Coutinho sempre duvidou das intenções por detrás do abate. “Até pode ser que uma ou outra árvore esteja velha ou doente, mas abater entre 300 a 1000 árvores não me parece a melhor solução. Estão todas doentes ou é mais um daqueles negócios que alguém fi-cará com o bolso recheado?”, acusa o deputado.

Nunca até aqui o IACM invocou a questão de doenças nas árvores, justificando apenas que as árvores estariam a chegar ao fim do seu ciclo de vida. “Há árvores dessas com idades centenárias por toda a Ásia, África e América do Sul. Não vejo que a idade seja um problema para as casuarinas. E se vai haver abate porque não substituir por outras casuarinas? Porquê palmeiras?”, atacou Coutinho.

EM ESTADO TERMINÁLIAAs casuarinas têm mesmo os dias contados. O objectivo, como se sabe, não é a desarborização da zona mas sim a transformá-la na actual “zona de espécie única numa zona de várias espécies”, com terminálias e palmeiras, explica o comunicado do IACM.

Em colaboração com especialis-tas da Universidade de Sun-Yat-Sen do Interior da China, o IACM tem vindo a realizar uma avaliação su-cinta sobre o envelhecimento das

casuarinas. “Consideradas as carac-terísticas especiais de suas raízes, difícil é recuperá-las naturalmente, não podendo assim ser replantadas nas suas zonas originais”, pode ler-

-se no esclarecimento prestado ao Hoje Macau.

Depois de abatidas o organismo tem em vista, numa primeira fase, plantar um tipo de árvores denomi-nado “terminálias de folha pequena” – árvore tropical muito popular no Brasil. “É mais adequada ao meio que ladeia o mar, na zona verde que fica em frente da praia de Hac Sá e tem o efeito de melhorar a panorâmica da zona verde”, explicou o IACM.

A nova selecção de árvores e ar-bustos a plantar terão de “amenizar a intensidade dos ventos, consolidar as areias, ter capacidade de resistên-cia ao sal, moldar o ambiente com areias e terras e criar uma panorâmi-ca tropical”. Coisa que as casuarinas sempre fizeram até agora.

ASSUMIR A MORTEMacau, como toda esta zona asiática, é assolada por ventos de monção e por tufões. A Administração Portu-guesa, para amortecer a intensidade dos ventos e consolidar as areias, plantou, a partir da década 60 e até à década de 80, uma grande quanti-dade de casuarinas na zona de Hac Sá e noutras zonas do território. Sempre o fez nas ex-colónias onde esteve como Brasil, Angola, Moçam-bique ou Timor-Leste. “Ainda hoje é visível casuarinas plantadas pelos portugueses nesses países durante o tempo ultramarino”, lembrou Pereira Coutinho.

Para o IACM, o papel das casua-rinas está desempenhado e agora é mesmo tempo de alterar a botânica da praia de Hac Sá. “Embora a sua constituição física e capacidade de resistência aos ventos sejam boas, sofreram por muito anos aragens salgadas, tempestades de areia, elevada densidade de nutrientes de terras com alto teor de sal, a carência de nutrientes minerais, a fúria de tufões e a invasão de insectos. To-dos estes efeitos negativos fizeram com que as árvores começassem a atingir a sua fase final. Contudo, esta situação faz parte do fenómeno natural, porque é uma fase que pas-sa, tal como a vida do ser humano”, conclui a entidade.

Casuarina é o nome comum de várias espécies de árvores do género Casuarina, que pertence a família Casuarinaceae. Este tipo foi sempre utilizado como uma espécie de árvore para obstar a ventos, e os colonizadores portugueses espa-lharam-na nas costas das colónias durante séculos para prevenir o avanço do mar. Está provado, muito depois dos estudos efectuados após os tsunami da Ásia em 2004, que as casuarinas, a par dos mangais, foram responsáveis por não ter ha-vido uma maior destruição do mar quando este invadiu a terra.

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ESTUDO MOSTRA RISCO DE INCÊNDIO NA AMAZÓNIA COM ANTECIPAÇÃO

Salvar a floresta do mundoUM novo método promete pre-

ver com até cinco meses de antecedência os surtos de incêndios florestais que ocorrem na Amazónia cada vez que uma seca inesperada atinge parte da floresta.

A nova técnica foi apresentada por cientistas da Universidade da Califórnia e do Centro Goddard da Nasa. Os pesquisadores elaboraram o método com base em medições feitas entre 2001 e 2009, analisando a influência do clima dos oceanos sobre a floresta.

O modelo de computador que os cientistas criaram conseguiu prever como oscilações no supera-quecimento do Pacífico (o El Niño) estão relacionadas a secas no leste da Amazónia. Anomalias de tempe-ratura no Atlântico, por outro lado, favorecem mais a disseminação de incêndios no sul e sudoeste.

Fazer esse tipo de previsão é

UM TERÇO DOS GATOS E QUASE METADE DOS CÃES PORTUGUESES SÃO OBESOSUm terço dos gatos e quase metade dos cães portugueses sofre de obesidade, o principal factor de risco para a diabetes que, tal como nos humanos, se manifesta por perda de peso e aumento de sede, fome e urina. A propósito do Mês da Diabetes Animal, que se assinala em Novembro, um hospital veterinário decidiu alertar para os factores de risco desta doença, cuja variante é muito parecida com a humana. Em Portugal estima-se que existam 30% dos gatos e 40% dos cães obesos.

complicado porque, além de esti-mar quando e onde a floresta vai estar seca, é preciso saber onde agricultores vão iniciar os incêndios nas lavouras. Quando o fogo para limpar o campo de plantio sai do controlo é que a floresta começa a queimar.

Segundo Yang Chien, autor prin-cipal do trabalho, a criação do novo modelo precisou de uma espécie de salto de fé dos cientistas. “Estudos anteriores em geral separavam esse problema em dois, primeiro observando como a temperatura da superfície do mar afecta as chuvas e, segundo, como o nível de chuvas afecta a ocorrência de fogo”, diz. “No nosso estudo, decidimos com-binar isso directamente para inferir como a temperatura do mar afecta os incêndios.”

O que os pesquisadores também fizeram foi procurar correlações de

longo prazo entre o clima oceânico e o florestal. O mecanismo com que essa influência se dá ainda é pouco compreendido. “Nós sugerimos que as temperaturas oceânicas durante a estação húmida e no começo da estação seca são muito importantes para recarregar o nível de humidade do solo”, diz Chien. “Esses factores afectam a humidade que alimenta a chuva na estação seca.”

O trabalho dos pesquisadores, publicado na revista “Science”, segue os passos de um estudo publicado em Julho, liderado pela brasileira Kátia Fernandes, que já tinha conseguido previsões até mais precisas que as de Chien, mas apenas para o oeste da Amazónia.

Segundo Fernandes, as duas técnicas podem ajudar a aumentar a robustez dos sistemas de moni-toramento do clima da região, que hoje só conseguem identificar secas

violentas com três semanas de antecedência. “No ano passado, que teve uma seca forte, o gover-no do Estado do Acre suspendeu as permissões de queima para os agricultores, porque o tempo já

estava seco e a previsão era que continuasse assim”, conta. Com uma previsão de três meses, diz Fernandes, os governos podem an-tecipar o planeamento desse tipo de medida complicada.

Outros climató-logos, porém, ainda são cépticos quanto à fiabilidade do mé-todo para períodos tão longos. “Faltou os autores desse estudo trabalharem com as previsões reais, e não só com os dados reco-lhidoss”, diz Alberto Setzer, coordenador do monitoramento de queimadas do Inpe (Instituto Nacional

de Pesquisas Espaciais do Brasil).Chien, porém, afirma que o

modelo conseguiu uma previsão adequada para meados de 2011. “Só não incluímos no estudo porque a es-tação seca ainda não tinha acabado.”

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10www.hojemacau.com.mo CULTURA

Lia [email protected]

COMPRAR peças de arte não é acessível a todos. Mas é possível comprar algumas obras a baixo

preço entre sexta-feira e domingo, em Singapura, na segunda edição da “Affordable Art Fair 2011” - AAF. O conceito segue o título – a arte moderna acessível a todos e aos mais diferentes bolsos, com as obras a não ultrapassarem as 30 mil patacas. Macau vai estar presente pela primeira vez no certame.

Além de oferecer aos amantes de arte peças a montantes mais bai-xos, a AAF pretende trazer à luz e explorar as capacidades dos jovens artistas, que querem vingar neste mundo, explicou Sandy Leong, da Art for All Macau (AFA).

Pela primeira vez a participar, a galeria do território escolheu seis jovens artistas locais, que levam até Singapura a criatividade da região sob forma de pinturas a óleo, fotografia e tinta em tela. E numa vertente mais dinâmica, quem por lá passar poderá ver estes criadores em acção, numa espécie de directo de plena produção criativa.

Os talentos locais levam até Sin-gapura um total de 40 trabalhos. Lai Sio Ki, Peng Yun, Silviye Lei, Nick Tai, Mina Ao e Fortes Pakeong Sequeira são os nomes, que viajam esta sema-na. É através das mãos e imaginação

A Associação Moda Ma-cau (AMM) marcou

presença em Pequim pela quinta vez consecutiva para assistir a algumas colecções apresentadas durante a “China Fashion Week – Spring Summer 2012”. Este ano a delegação que se deslocou à capital chinesa levou 13 elementos de várias áreas profissio-nais – arquitectura, design, direito, fotografia, moda e relações públicas.

A importância da junção destes diferentes sectores pretende ser uma aposta no futuro. Os objectivos passam pela criação de uma equipa que actue em diversas áreas, fortalecer futuras organizações da AMM, conhecer o meio e perceber como se organi-za um evento de âmbito internacional. Do encontro resultou o fortalecimento de contactos e a partilha de ideias sobre os projectos da associação e do futuro da moda no território.

AFA pela primeira vez na “Affordable Art Fair” em Singapura

Arte de todos para todos

do artista Pakeong Sequeira que a pintura vai ser processada ao vivo. “O jovem acredita que enriquece a atmosfera e permite aos visitantes uma troca mais intensa em termos de arte e cultura”, como descreveu Sandy Leong ao Hoje Macau.

Eventos nos quais a perso-nagem principal tem o nome de criação local é o argumento que escreve a história da AFA. A feira de Singapura é o terceiro evento internacional da associação. À cidade-Estado chegam depois de exposições em “Tokyo Frontline,

“Art Beijing”, “Young Art Taipei”, “SH Contemporany”, em Xangai e na “Art Expo Malaysia”.

Este ano a AFA apostou em Macau e em Pequim para revelar e apoiar a nova geração de artistas do território. A aposta passa ainda por perseguir o cenário artístico internacional, com mostras da arte contemporânea das recentes revela-ções. “Queremos atingir o plano in-ternacional, usando várias formas de arte e fazer da nossa associação uma plataforma para criadores locais”, referiu ainda Leong.

O QUE É A “AFFORDABLE ART FAIR”?A AAF teve origem num projecto de âmbito global, que tem como objectivo explorar e apoiar jovens artistas. Seguiu a “TimeOut London”, que integra a revista cultural “TimeOut”. O projecto da publicação alargou-se a várias cidades do mundo e chegou de forma positiva a todos os amantes de arte. Seguindo o querer colocar visível a arte que se faz por todo o globo, a AAF nasceu pelas mãos de William Ramsay, em 1999. O homem pôs assim a oportunidade de seguir e de poder adquirir trabalhos artísticos disponível e acessível a todos os enamorados por cultura. “Não se pede um doutoramento em arte, nem que seja milionário”, refere. Tudo teve início há 12 anos em Londres. No presente, o evento corre mundo e está presente em diversas cidades, como Amesterdão, Paris, Milão, Bruxelas, Bristol, Sidney, Melbourne, Los Angeles, Nova Iorque e Singapura.

MACAU MARCOU PRESENÇA NA “CHINA FASHION WEEK”

Moda para costurar fronteiras Quem participou e o que disse

Patricia Khan, designer de interiores, fala de uma experiência “rica de aprendizagem e da possibilidade de ver como se organiza um evento de moda”. De Pequim trouxe a vontade de, no futuro, poder fazer uso dos conhecimentos adquiridos nesta passagem pela capital – quando por cá se fizer a Macau Fashion Week.

De França, Loic, designer industrial, diz que o convite da AMM lhe proporcionou uma experiência única. “Cada passagem de modelo tinha a sua própria característica criativa , a iluminação, o ambiente que nos eleva ao real mundo da moda.”

José César conta um evento melhorado de ano para ano. “É bem visível que o Fashion Week na capital chinesa já se encontra numa fase bastante madura em termos de organização, muito bem divulgado no países e no ocidente”, disse. Deixa ainda um sentimento comum de ver o evento em Macau.

Linda Chiu considera que a AMM junta agora os requisitos necessários para organizar algo semelhante, mas precisa do apoio do Governo da RAEM.

Paulo de Senna Fer-nandes, estilista, fundador e presidente da AMM e membro da Pacific Asia Travel Association (PATA), salienta o papel da associa-ção no desenvolvimento e promoção da indústria da moda além fronteiras. O estilista conta ainda, em comunicado de imprensa, que a organização do Ma-cau Fashion Week faz parte dos seus planos e espera que este venha a ter lugar no calendário no panorama da moda internacional.

O responsável salienta ainda as dificuldades no sector, nomeadamente dos designers em encontrar em Macau os tecidos que vão de encontro às suas expectativas. Para tal, têm que se deslocar a Cantão ou Hong Kong para encontrar

as matérias-primas para a produção das suas criações. “Macau carece, assim, de uma plataforma onde os es-tilistas locais possam encon-trar apoio para a divulgação e promoção das suas ideias”, refere. O estilista salienta ainda os vários convites recebidos por outras capitais da moda – como Tóquio, Moscovo e Paris, “mas a sua participação acaba por não se concretizar por falta de apoios financeiros”, frisa.

Ao longo destes últimos cinco anos, a AMM tem vindo a recolher ideias, conhecimentos e contactos que lhe permitem organizar o Macau Fashion Week. O presidente da AMM tem confiança na associação que preside e acredita que “a organização de um evento semelhante na região seria

um grande desafio”. No decorrer da sua actividade, a associação tem contacta-do com diversos agentes do mundo da moda, com a finalidade de estabelecer alguns contactos a nível global - como por exemplo russos, italianos, franceses, japoneses que trabalham na área da moda, dos media, entre outros.

A associação já partici-pou nas semanas de moda em Banguecoque, Singapura e Pequim, mas nos desejos do presidente o caminho é chegar a os “mais cobiçados eventos, como os de Paris, Milão, Nova Iorque, Londres e Tóquio”.

Para criar novos talentos, sejam eles amadores ou pro-fissionais, tem que se apostar num bom ensino e investir. Paulo de Senna Fernandes defende que a AMM tem conhecimentos e condições de transmitir e encaminhar quem esteja interessada nes-ta modalidade do mundo da moda e eventos.

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Maria João [email protected]

MERYL Streep, Joel Coen, Yo-Yo Ma, Orville

Schell, Jonathan Spence, Amy Tan, entre muitos outros. A lista dos oradores nos três dias do Fórum Estados Unidos – China sobre Artes e Cultura traz esta semana alguns dos grandes nomes do cinema, literatura e arte a Pequim.

A abrir na quinta-feira, o Fórum é organizado pela “Asia Society” como uma amostra do que é a criativi-dade americana apresenta-da agora ao público chinês. Vários intervenientes vão falar de filmes, de livros, mas também de gastrono-mia, de sustentabilidade, de cultura e de arte.

O encontro quer apre-sentar vários aspectos da sociedade civil americana. Orville Schell, sinólogo americano que há décadas estuda o país e é o director do Centro para as relações

SEMANA DO FÓRUM DE ARTES E CULTURA REÚNE

ESTRELAS NORTE-AMERICANAS NA CHINA

Elenco de luxo em Pequim sino-americanas na “Asia Society”, vai moderar os debates no encontro que tem lugar no Grande Teatro Na-cional, a obra do arquitecto Paul Andreu junto à praça Tiananmen. O objectivo é criar conversas à vontade, sem discursos ou apresen-tações de slides. Vai falar-se como se fosse nos Estados Unidos mas num país e para um público diferente.

No primeiro painel de discussão, o violinista Yo--Yo Ma e a escritora Amy Tan irão contar experiên-cias sobre a vida entre dois mundos, como chineses nascidos fora da China, fi-lhos das primeiras gerações de emigrantes.

As conversas durante os dias do Fórum vão passar ainda pela perspectiva de realizadores de cinema, com Joel Coen e David Fanning, o criador de “Frontline”, entre os oradores. Sobre li-teratura, o escritor Jonathan Spence entrará no diálogo

no segundo dia falando sobre o poder da narrativa e do contar histórias. Entre o elenco de luxo segue-se Meryl Streep que reserva para si a conversa na pers-pectiva de uma actriz. Será da sintonia entre o público e os intervenientes que se vai medir o sucesso deste primeiro Fórum.

Na agenda do encontro está ainda marcado o vi-sionamento de dois filmes, um deles em antestreia mundial. “True Grit”, o último dos irmãos Coen será exibido durante o en-contro e no último dia, para encerramento do Fórum no Museu Nacional da China, está guardado o filme “The Iron Lady”, a mais recente presença de Meryl Streep no grande ecrã onde a actriz norte-americana interpreta a primeira-ministra britâni-ca Margaret Thatcher. Um filme biográfico que só che-gará aos cinemas no Reino Unido em Janeiro de 2012.

Horário de encerramento das barreiras do Grande Prémio

O 58º Grande Prémio de Macau realiza-se entre os dias 17 e 20 do corrente mês. Este evento dedicado ao desporto motorizado atrai anualmente milhares de visitantes, sendo particularmente importante para promover e desenvolver a indústria do tur-ismo local, bem como para elevar a imagem de Macau como cidade internacional. Em grande parte, o sucesso do Grande Prémio deve-se ao apoio e colaboração da população de Macau.

Para minimizar os inconvenientes ao trânsito devido ao encerramento de algumas vias, a organização aumentou este ano o número de portões ao longo do circuito, para um total de 99. Contudo, devido a certos constrangimentos, algumas vias vão manter-se encerradas durante todo o evento. A Comissão do Grande Prémio solicita a melhor compreensão dos condutores e apela à atenção ao horário de encerramento das barreiras, bem como ao respeito pela sinalização provisória e às instruções da Brigada de Trânsito.

Horário e Locais de fecho dos portões de barreiras metálicas entre os dias 17 e 20 de Novembro: 1. Os portões de barreiras metálicas colocados nos acessos a todos os edifícios residenciais, hotéis ou outras entidades serão encerrados a partir das00h00,permanecendofechadosatéaofinaldascorridasdecadadia. 2. Os portões de barreiras metálicas colocados nos acessos a vias públicas serãoencerradosapartirdas03h00,permanecendofechadosatéaofinal das corridas de cada dia.

A Comissão do Grande Prémio solicita a todos os condutores a melhor compreensão por eventuais transtornos causados, bem como o respeito pela sinalização provisória instalada e pelas instruções da Brigada de Trânsito. Para informações, é favor de ligar para o número de telefone: 28-728482

16 de Novembro (Quarta-feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

15:00

Av. Ramal dos Mouros

Saída do viaduto na Estrada do Reservatório junto ao Baguio Court

Acesso condicionado

Av. da Amizade Entrada principal do Hotel Grand Lapa

Acesso fechado19:00Est. D. Maria II

Porta principal de Edf. CEM

20:00 Est. de Cacilhas Cruzamento para acesso à Seaview Garden

17 de Novembro (Quinta-feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

00:00 Est. de Cacilhas Entrada da garagem do Baguio Court e Cheng Pak Kok

Acesso fechado03:00 Av. de Lopo

Sarmento de Carvalho

Porta principal de Restaurante 456

Av. Ramal dos Mouros

Junto à Edf. Industrial Cheong Long (escapatória)

Page 12: Hoje Macau 15 NOV 2011 #2493

TERÇA-FEIRA 15.11.2011

12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

O técnico português que orienta o Bei-jing GuoAn foi considerado “o

treinador do ano na China” por um jornal chinês e reno-vou o contrato com aquele clube de Pequim por mais dois anos. “Já sei que o meu futuro é na China. Sinto-me feliz aqui”, disse Jaime Pache-co, no final da sua primeira época na China. “Há um grande entendimento e em-patia com a direcção do clube. Eles queriam até renovar o contrato por quatro anos”.

A super-liga chinesa, disputada por 16 equipas, terminou no dia 2 de No-vembro. Sob a direcção de Jaime Pacheco, o Beijing GuoAn conseguiu o 2.º lugar, três lugares acima da classificação de 2010, e qualificou-se para a Liga dos Campeões Asiáticos. “Foi uma época, a todos os títulos, maravilhosa. Os jogadores, que estavam sem confiança, tiveram vontade de apren-der e reconquistaram o seu espaço no futebol chinês”, afirmou Pacheco.

Quando o Beijing GuoAn o contratou, em Dezembro passado, o clube tinha per-dido alguns dos melhores jogadores, dois dos quais ti-tulares de selecção da China,

O piloto português An-dré Couto subiu no

domingo ao terceiro lugar do pódio da “sprint cup” disputada no circuito de Fuji, que fechou a tempora-da do campeonato japonês de Super GT.

Na primeira prova da “sprint cup”, o compa-nheiro de equipa de André Couto, Juichi Wakisaka ficou no terceiro lugar para, na segunda corrida, o português terminar no sexto posto.

Em declarações à agên-cia Lusa, André Couto explicou que depois de ter saído do 12.º lugar da grelha conseguiu chegar até ao terceiro posto, até que, na última volta, uma “ultrapassagem tentada

a três curvas do fim por Kazuki Nakajima” atirou o piloto português para fora da pista.

“Consegui fazer um peão rápido e voltar à pista acabando no sexto posto, o que, não sendo o ideal, foi, finalmente, uma boa quali-ficação”, explicou.

A uma semana do Gran-de Prémio de Macau, no qual estará aos comandos de um Seat Leon, o pódio japonês veio “tirar um pouco da raiva cá para fora”, porque a equipa nunca conseguiu “fazer um bom resultado ao longo do campeonato, apesar de estar a melhorar”. “O carro esteve muito bem e quando isso acontece fazemos boas corridas”, disse.

Para Macau, apesar do carro “não ser de fábrica e não poder esperar competir com os Chevrolet”, Couto vai “tentar fazer o melhor e conseguir um bom resul-tado para o território”.

A dupla André Couto e Juichi Wakisaka, aos comandos de um Lexus, terminou a temporada de GT no 14.º lugar, com apenas nove pontos, num campeonato ganho por Ma-sataka Yanagida e Ronnie Quintarelli, aos comandos de um Nissan.

No segundo lugar, tam-bém com um Nissan, ficou a dupla Satoshi Motoyama e Benoit Treluyer, enquanto na terceira posição o Honda de Takashi Kogure e Loic Duval.

Treinador do ano na China e um caso sério de popularidade em Pequim

Jaime Pacheco só há um

e a direcção estava mentali-zada para terminar este ano no 7.º ou 8.º lugares, contou o treinador português.

Jaime Pacheco elogiou também os adeptos do clube, que considerou “excepcio-nais”: “Em cada jogo, temos

sempre 40 a 50 mil aficiona-dos a apoiar-nos”.

A ADMIRAÇÃO É RECÍPROCA“Pa Qie Ke (Pacheco, em chi-nês) é fantástico. Vejo todos os jogos do Beijing GuoAn. Aqui

ou pela televisão, quando joga fora”, contou uma das deze-nas de fãs que acorreram na semana passada ao anexo do Estádio dos Trabalhadores, na zona oriental de Pequim, para ver o último treino da equipa antes das férias de Inverno.

Um outro adepto, Yang Bin, de 22 anos, trouxe até uma rosa de pano para ofere-cer a Pacheco: “É um grande treinador. No início não davam muito por ele, mas afinal ficámos em segundo lugar”, disse.

O Beijing GuoAn foi também a segunda equipa mais goleadora da super-liga chinesa, a seguir ao novo campeão, o Guangzhou, e a que sofreu menos golos. “Fizemos 20 jogos seguidos sem perder”, realçou ainda o técnico português.

Ao distinguir Jaime Pa-checo como “treinador do ano” na China, o semanário Titan salientou que o técnico português tem “uma forte personalidade” e “introduziu uma profunda mudança” no Beijing GuoAn.

A equipa técnica de Pa-checo inclui ainda dois outros portugueses - Luís Diogo e António Natal - e um sene-galês, o ex-Boavista Khadim.

Segundo os editores do Titan, o Beijing GuoAn con-seguiu “inovar tecnicamen-te” e “mostrou vontade de jogar”. Para Jaime Pacheco, “o problema maior, na Chi-na, é a língua”, mas - remata - “o futebol é universal e as suas regras são iguais em todo o mundo”.

AUTOMOBILISMO | ANDRÉ COUTO NO PÓDIO EM FUJI

Bom agouro para Macau

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[ ] CinemaCineteatro | PUB

[f]utilidadesTERÇA-FEIRA 15.11.2011www.hojemacau.com.mo

13

[Tele]visãoTDM 13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:30 RTPi DIRECTO14:50 Declaração do Chefe do Executivo sobre o Relatório das Linhas de Acção Governativa para o ano financeiro de 2012 (Directo)17:00 Linhas de Acção Governativa 2012 - Conferência de Imprensa do Chefe do Executivo (Directo)18:00 That 70\’s Show (Que Loucura de Família)18:30 TDM Desporto (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Cougar Town22:00 Passione23:00 TDM News23:30 Magazine Liga dos Campeões00:00 Landmarks (Ex-Líbris)00:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Novos Digitais15:00 Magazine Macau Contacto15:30 Edição Especial: Herança Maldita16:00 Bom Dia Portugal 16:55 Fado Maior 17:00 O Elo Mais Fraco17:45 Resistirei18:30 A Alma E A Gente19:00 Documentário – Fernando Bento20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Magazine Macau Contacto22:45 Portugal no Coração

ESPN 3012:30 Emirates Australian Open - Highlights Day 113:30 KIA X Games Asia 2011 Day 215:30 Rugby World Cup 2011 Australia vs. Italy17:30 Rugby World Cup 2011 South Africa vs. Wales19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Geico PBA Team Shootout

20:30 Emotions - Sports Magazine 21:00 World Cup Hungary - Womens 22:00 Sportscenter Asia 22:30 Rugby World Cup 2011 New Zealand vs. Japan

STAR SPORTS 3113:00 V8 Supercars Championship Series 2011-Races14:30 FIA Formula 2 Championship 2011 - Highllights15:30 International Motosport News 2011 16:30 Rebel TV Series 17:00 HSBC FEI Classics 2011 - Les Etoiles De Pau 18:00 Barclays Singapore Open Day 221:00 Planet Speed 2011/12 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 World of Gymnastics 2011 22:30 Golf Focus 2011 23:00 England Friendlies 2011/12 England vs. Spain03:55 England Friendlies 2011/12 England vs. Sweden

STAR MOVIES 4012:05 Fantastic Mr. Fox13:35 Percy Jackson & The Olympians15:40 Whip It17:35 Tooth Fairy19:25 Hunt For Eagle One21:00 The Men Who Stare At Goats22:40 The Replacement Killers00:15 Fantastic Mr. Fox

HBO 4112:00 Falcone13:50 Wild Bill15:30 The Man In The Iron Mask17:45 Love HaPPens19:45 John Grisham’S The Rainmaker22:00 Chloe23:40 The King Of Fighters

CINEMAX 4212:20 Memphis Belle14:10 Game Of Thrones16:00 Frankenstein 1970 17:20 20 Million Miles To Earth18:40 Hercules And The Circle Of Fire20:15 Game Of Thrones23:55 S.W.A.T: Firefight

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

SALA 1THE KILLER WHO NEVER KILLS [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês)Um filme de: Fengbo Lee, Jimmy WanCom: Jam Hsiao, Chrissie Chow, Eric Tsang14.315 16.00, 17.45

YOU ARE THE APPLE OF MY EYE [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês/inglês)Um filme de: Giddens KoCom: Zhendong Ke, Yanxi Chen, Siu-Man Fok19.45, 21.45

SALA 2THE THREE MUSKETEERS 3D[B] Um filme de: Paul W.S. AndersonCom: Logan Lerman, Milla Jovovich14.30, 16.30, 19.30, 21.30SALA 3TOWER HEIST [B] Um filme de: Brett RatnerCom: Ben Stiller, Eddie Murphy, Matthew Broderick14.15, 16.00, 17.45, 19.45

THE KILLER WHO NEVER KILLS [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês)Um filme de: Fengbo Lee, Jimmy WanCom: Jam Hsiao, Chrissie Chow, Eric Tsang21.45

Aqui há gato

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

HORIZONTAIS: 1-Cara, rosto. Atar, conciliar. 2-Eleve, erga. Antiga forma de oui. Elogio. 3-Não digas mais (Interj.). Mesa onde se celebra missa. Escândio (s.q.). 4-Afastamo-nos. 5-Conserva de uvas. Arma que difere do punhal por ser mais larga. 6-Espécie de jogo-da-glória. Discurso. 7-O m. q. fouce. Lajeamento onde se trilham os cereais (pl.). 8-Pequeno réptil semelhante à víbora, mas sem escamas, também chamado cobra-de-vidro. 9-Aqui. Artéria do ventrículo esquerdo do coração. Peso bruto (abrev.). 10-Abecedário. Esteja em suor. Tenha confiança. 11-Põe a navegar um navio encalhado. Reduzem a fio.VERTICAIS: 1-Fixou a vista ou a atenção. Navalhas. 2-Cá (Pop.). O espaço percorrido no ar sem pousar. Parte inferior da encosta dos montes. 3-Cério (s.q.). Que se consegue sem grande trabalho. Confronte (abrev.). 4-Impulso que leva a realizar actos difíceis ou perigosos. 5-Planície entre outeiros (Prov.). Reflexão da voz ou de um som (pl.). 6-Tio ou tia (Infant.). Planta aroídea também chamada jarro. 7-Sacerdote do lamaísmo. O que existe ou pode existir. 8-O m. q. rodouça. 9-49 (Rom.). Tártaro. Letra grega correspondente a F. 10-A eles. Cidade da India. Pedra escavada para líquidos. 11-Fragmenta-se, lasca-se. Não ignoram.

HORIZONTAIS: 1-FACE. T. LIAR. 2-ICE. OIL. LOA. 3-TA. ALTAR. SC. 4-O. FUGIMOS. H. 5-UVADA. ADAGA. 6-OCA. ORO. 7-FOICE. EIRAS. 8-A. LICANÇO. A. 9-CA. AORTA. PB. 10-ABC. SUE. FIE. 11-SAFA. M. FIAM.VERTICAIS: 1-FITOU. FACAS. 2-ACA. VOO. ABA. 3-CE. FACIL. CF. 4-E. AUDACIA. A. 5-OLGA. ECOS. 6-TITI. ARUM. 7-LAMA. ENTE. 8-L. RODOIÇA. F. 9-IL. SARRO. FI. 10-AOS. GOA. PIA. 11-RACHA. SABEM.

CHEQUES DE AREIA Numa região aparentemente com os bolsos a transbordar de patacas, tudo parece fácil demais e vive-se numa riqueza utópica. Os cheques pecuniários são a demonstração disso mesmo. O Governo é “um porreiro, pá”, porque quase que paga às pessoas apenas por viverem cá. Então assim todos acham muito bom, agradecem e esperam ansiosamente para ver de quanto é este ano e quando vão ser distribuídos. Eu tenho uma outra opinião e vou partilhá-las com vocês, aqui que ninguém nos ouve!Os cheques mostram o poder que um Governo tem sobre a população. Trazem dinheiro lá dentro, mas são areia que nos atiram para os olhos. Os mais desatentos apanham com ela, os mais impertinentes dizem ser pouco e para outros é “fixe”, mas não muda nada. Ora vejamos. A ajuda é dada sem ter em conta a classe social da população, divididos apenas por residentes permanentes e não permanentes. Bem, se realmente os nossos governantes quisessem ajudar os mais desfavorecidos, na minha modesta visão das coisas, teria tal critério, como principal. E para que serve cerca de 3000 ou 8000 patacas anuais. Não quero dizer, que não seja bom, mas resolve a vida de alguém? Principalmente dos mais necessitados? Os argumentos que defendem este “subsídio de residência” são pertinentes, mas não suficientes. “Ah e tal, porque os que mais precisam juntam o dinheiro e pode ajudá-los naquele mês”. E eu pergunto-me, e os outros meses? Talvez nesse mês deixam de comer só enlatados (que com isto da inflação já nem isso é comida de pobre). Bem, talvez paguem dívidas acumuladas de um restante de 10 meses.Os mais riquinhos ouço-os dizer que é pouco e o que fazem com um montante tão baixo. Ora, se não o quiserem há mais quem queira e talvez o usasse melhor. Isto leva-me a crer que nesta terra o dinheiro é dado “sem rei nem roque”. As patacas valem pouco, uma nota de 1000 são tostões. Mas, na verdade olhando à volta e não só para Macau. A China é potência mundial, tem os cofres cheios e... e passa-se uma simples fronteira para Zhuhai e vê-se o consumismo de mãos dadas com pedintes e crianças a vaguear no sentido das ruas e da desilusão de uma vida, que quem deve não toma conta.Macau quer saber de casinos, néones e sexo. Quem por cá vive pensa-se a ter grande vida, mas quem vê a verdadeira Macau? Quem cuida das pessoas além da placa que diz turistas? Dão-se cheques, gasta-se dinheiro. Porque se pode, dizem. E isto tudo é verdadeiro ou não passa de um território, onde reina a ilusão.Gosto muito de cá andar. Talvez mais que uma crítica a uma sociedade, um desabafo com os nossos caros leitores.

Pu-Yi

Treinador do ano na China e um caso sério de popularidade em Pequim

Jaime Pacheco só há um

O TIGRE BRANCO • Aravind AdigaRomance de estreia, entrou de imediato nas preferências dos críticos, que o classificaram como “uma estreia brilhante e extraordinária”. O livro revela uma Índia ainda muito pouco explorada pela ficção, a Índia negra, violenta e exuberante das desigualdades socioculturais. Toda a obra é uma longa carta dirigida ao Primeiro-Ministro chinês, escrita ao longo de sete noites. Descrevendo a sua notável ascensão de pobre aldeão a empresário e empreendedor social, o autor da carta, Balram, faz o retrato de uma sociedade brutal, impiedosa, em que as injustiças se perpetuam geração após geração, como uma ladainha que se entoa incessantemente ao ritmo de uma roda de orações. São muito poucos os animais que conseguem abrir um buraco na vedação e escapar ao destino do cárcere eterno. O Tigre Branco é um deles.

O HOMEM DO TURBANTE VERDE • Mário de CarvalhoNuma altura em que o interesse pela narrativa curta se renova por todo o lado e depois da reedição muito esperada de “Contos da Sétima Esfera”, surge este perturbador “O Homem do Turbante Verde”. Cenários evocadores dos nossos dias enlaçam-se com os destinos de uma juventude confrontada com perplexidades e dilemas de um tempo histórico ainda recente. Percursos aven-turosos numa África irreal, toda feita de caprichos literários, vão de par com histórias sombrias, cheias de inquietação e susto. A ironia afável conjuga-se com a crueldade. Uma estranheza, ora inquietante ora divertida, acompanha o delírio mais inesperado. Uma linguagem que aposta na clareza, sem fazer quaisquer concessões ao facilitismo.

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OPINIÃOTERÇA-FEIRA 15.11.2011

14www.hojemacau.com.mo

Entre 2000 e 2050, segundo cálculos de Mark Schill, do Praxis Strategy Group, a força de trabalho americana deve crescer 37%. Enquanto isso, a chinesa vai diminuir em 10% e a europeia em 21%

Que economia está pior: eua, europa ou china?Ian Bremmer e Nouriel RoubiniIn “The Wall Street Journal”

ÃO admira que os mercados glo-bais estejam tão nervosos. As três maiores economias do Planeta não

podem continuar no mesmo rumo das suas trajectórias actuais e toda a gente sabe isso. Os investidores procuram nervosamente sinais de que a China está caminhando para um arrefecimento brusco, que os Estados Unidos vão afundar de novo na recessão, e que a zona do euro vai simplesmente implodir.

Nos três casos, empurrar com a barriga tem mitigado o desastre até agora, mas a tarefa está cada vez maior e mais pesada. Que economia será a primeira a tropeçar nos seus problemas?

Na Europa, as decisões mais difíceis foram adiadas porque os principais protago-nistas não concordam sobre como e porque começaram os problemas. A Alemanha e os outros países mais ricos põem a culpa na farra de gastos de Grécia, Portugal e Itália, temendo que um resgate concedido venha travar a mudança de comportamento destes esbanjadores crónicos. Os países devedores, por sua vez, julgam que toda a zona euro está desequilibrada e que os países mais prósperos, como a Alemanha, deveriam exportar menos e consumir mais, para endireitar a situação.

Outros europeus dizem que uma moeda comum não pode sobreviver indefinidamente quando a política monetária é administrada por uma entidade central, mas cada governo decide quanto cobrar de impostos e quanto gastar. Outros ainda alertam que o acesso ao mercado de capitais exige algum tipo de seguro colectivo, de preferência sob a forma de um título em euros. Não surpreende que a Alemanha resista a essa solução, pois im-plica uma transferência gradual da riqueza das economias mais fortes para a periferia do euro, uma “união de transferência” dos países ricos para os mais pobres.

No entanto, outro ponto de vista europeu sustenta que os planos de austeridade agora concebidos pela Alemanha e o Banco Central Europeu são piores do que a própria doença. O continente precisa de crescimento, não apenas de reformas e de um aperto de cintos, argu-mentam eles, e apenas uma onda de estímulos em toda a área do euro pode conseguir isso.

Os 17 países e quatro instituições euro-peias agora enredados na crise do euro vão continuar empurrando com a barriga, mas isso é insustentável. Os mercados já estão a perder a confiança numa reforma feita em pequenas etapas. E as dúvidas sobre a Itália, uma economia demasiado grande para ser resgatada, só vão aumentar a volatilidade.

A Europa será a primeira a parar de pro-telar decisões e empurrões com a barriga: é de esperar uma moratória desordenada da Grécia, mais problemas para os bancos europeus e uma recessão acentuada em todo o continente.

Na China, a necessidade de reformas económicas também é óbvia. Já são quatro anos desde que Wen Jiabao advertiu pela primeira vez que o modelo económico do país é “instável, desequilibrado, descoordenado e, em última análise, insustentável”. Os três anos desde a crise financeira deixaram claro que o crescimento chinês continua perigosamente dependente das exportações para Europa, Estados Unidos e Japão.

Para garantir a expansão económica (e a estabilidade política) a longo prazo, o governo chinês tem que descobrir uma maneira de incentivar os consumidores do país a com-prar mais produtos locais. Isto exigirá uma transferência maciça de riqueza do Estado e das empresas estatais para as famílias do país.

Mas Pequim ruma na direcção oposta. A liderança reagiu à turbulência dos mercados ocidentais não impulsionando o consumo, mas sim aumentando as despesas estatais e privadas em investimentos fixos, que hoje res-pondem por quase a metade do crescimento da China. O resultado foi um boom no sector imobiliário residencial e comercial, maiores gastos governamentais em infra-estruturas e mais empréstimos baratos dos bancos estatais a empresas estatais.

De facto, um sério obstáculo às reformas é que a China continua tão decidida em manter o seu modelo de capitalismo com gestão esta-tal. Das 42 firmas chinesas listadas na edição de 2010 da “Fortune 500”, 39 eram estatais. Alem disso, três quartos das 100 maiores

empresas de capital aberto do país são con-trolados pelo governo. Dirigentes do partido que têm interesse no sucesso das empresas estatais acumularam um poder considerável na liderança. Sem surpresa, resistem feroz-mente aos esforços para transferir a riqueza das empresas estatais para as privadas e para os cidadãos comuns.

A China tem reservas disponíveis de caixa e moeda estrangeira para adiar a crise. Mas o crescimento do país já está a encolher e as tensões financeiras estão a aumentar. Logo, há razões para temer que os dias em que a China ainda poderá empurrar com a barriga estão contados.

E com isso, sobram os Estados Unidos.Ninguém pode restaurar a confiança na

saúde fiscal norte-americana de longo prazo sem um plano credível para cortar gastos com benefícios governamentais e orçamentos militares, ao mesmo tempo que aumentam as receitas, actualmente no seu ponto mais baixo em 60 anos ,como proporção do PIB. Porém, não se espere qualquer solução imediata de Washington. A campanha presidencial só vai exacerbar o partidarismo mesquinho e o impasse político, ou seja, os problemas estruturais da economia norte-americana tendem a persistir.

A longo prazo, contudo, o futuro parece muito mais brilhante para os EUA do que para a Europa ou China. Os Estados Unidos ainda são o líder em tecnologia de ponta, aquela que expande o potencial económico de um país a longo prazo, desde energias renováveis e aparelhos médicos até à nanotecnologia e à computação na “nuvem”. Com o tempo, essas vantagens trarão um crescimento económico mais robusto.

Os EUA também têm uma vantagem de-mográfica. Na Europa, a queda nas taxas de natalidade e o crescente sentimento contra a imigração indicam que a população vai dimi-nuir em cerca de 100 milhões de pessoas até 2050. Na China, graças, em parte, à política do filho único, a população economicamente activa já começou a contrair. Em 2030, cerca de 250 milhões de chineses terão passado dos 65 anos e proporcionar-lhes pensões e assistência médica será muito caro.

Apesar do debate sobre a imigração ile-gal, a população americana provavelmente aumentará de 310 milhões para cerca de 420 milhões até meados do século. Entre 2000 e 2050, segundo cálculos de Mark Schill, do Praxis Strategy Group, a força de trabalho americana deve crescer 37%. Enquanto isso, a chinesa vai diminuir em 10% e a europeia em 21%.

Por fim, apesar da crescente exasperação do público americano, os EUA têm muito mais probabilidades do que a Europa ou a China de parar de empurrar as coisas com a barriga. Nada vai mudar muito em 2012, ano da eleição presidencial, mas 2013 abre a oportunidade de uma verdadeira reforma fiscal.

Este mês, os republicanos provavelmente ganharão o controle das duas casas do Con-gresso. Se um republicano for eleito presi-dente, o Partido Republicano enfrentará uma enorme pressão pública para implementar as reformas prometidas. Mesmo se o presidente Obama for reeleito, a perspectiva de um grande acordo é promissora. Ele estará livre das obrigações políticas imediatas e, tal como outros presidentes em segundo mandato, poderá começar a considerar o seu legado presidencial.

Que ninguém se engane: os desafios dian-te dos EUA são formidáveis e um impasse político persistente pode atrasar as reformas fiscais e estruturais essenciais. Mas como tudo é relativo, neste momento a melhor aposta é sem dúvida este país.

* Bremmer é presidente do Eurasia Group e autor de “The End of the Free Market” (O fim do livre mercado, em

tradução livre). Roubini é presidente da Roubini Global Economics e professor da faculdade de Administração

Stern, da Universidade de Nova York.

N

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TERÇA-FEIRA 15.11.2011

15www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Nunio G. Pereira; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Se for votada pelos ilustres senhores deputados, a lei “anti-tabaco” pára à porta das salas de jogo dos casinos, nomeadamente as salas VIP, claro. A saúde de jogadores e empregados tem aqui menos preocupação oficial, não vá perder-se algum numerário

à f l o r da pe leHelder Fernando

I O denominado Grupo Permanente de Tra-balho Interdepartamental para Demolição e Desocupação de Obras Ilegais divulgou a notícia, através dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, de que “está a instau-rar os procedimentos sancionatórios a cerca de 20 edifícios. Pujante e aplaudida iniciativa que tardava. Só faltam para aí uns 20 mil edifícios de todas as idades e tamanhos com obras ilegais, para além de perigosíssimas, há várias gerações. Já não falando nos monstru-osos edifícios, eternamente inacabados, num dos espaços mais nobres de Macau, junto aos ainda chamados Lagos Nam Van. Mas desconheço se o desvendar desse mistério cai na alçada dos referidos Serviços.

Notícia possivelmente curiosa aquela dos 70 inspectores que alegadamente irão fiscalizar o cumprimento da lei vulgarmente conhecida por “anti-tabaco”. Pelos pormeno-res conhecidos, está a ser criado, no âmbito dos Serviços de Saúde, um gabinete, mais um, este com o objectivo de dar caça aos fumadores ilegais e a quem os proteja, para além de controlar a qualidade dos produtos do tabaco destinados ao consumo público. Será obra!

Se for votada pelos ilustres senhores deputados, a lei “anti-tabaco” pára à porta das salas de jogo dos casinos, nomeadamente as salas VIP, claro. A saúde de jogadores e empregados tem aqui menos preocupação oficial, não vá perder-se algum numerário. Anuncia-se também que o tal gabinete irá promover campanhas de informação e educação para a saúde. Deseja-se que os interessantes “especialistas” e “criativos” das campanhas que costumam andar por aí em jornais, rádios e televisão, nos alertem e aliciem inteligentemente.

Outra bela novidade macaense é a existência de um projecto de regulamento administrativo que vai enquadrar a emissão de licenças de exploração de instalações eléctricas. Mais uma vez alegadamente, este regulamento é para “salvaguardar a vida e os bens da população”. Será este o primeiro passo para acabar de vez com o “chau min” de fios de todas a espécie pendurados de todas as maneiras, por ruas e avenidas, geração sobre geração? Ou uma tal decisão também andará em estudo?

A propósito de estudo, foi divulgado outro, este da Associação da Economia

Tão descarTáveis como as fraldas

de Macau. Imensos elementos podem ser observados nesse trabalho, destacando--se a constatação de que apenas 23,7% da população preenche os requisitos de se poder chamar, em rigor, “classe média”. Na realidade, guiando-nos pelo que diz o docu-mento, “se nos guiarmos por uma definição rigorosa, em Macau a classe média nuclear

só representa cerca de 20% da sociedade; (ao passo que aqui mesmo ao lado, em Hong Kong, a classe média representa 50% da população, Singapura um pouco mais, a média europeia está em 75% e a dos Estados Unidos a classe média é representada por 85% da população). O estudo desta realidade da RAEM responde porquê: principalmente

pela falta de formação profissional e pelos preços demasiado elevados da habitação. Resta desejar que não apareça alguém, com intuitos de propaganda pimba, a considerar como pertencendo à classe média um tra-balhador que aufira 1 000 patacas mensais.

Nos últimos dias também ficámos a saber que “os crimes contra o património” preo-cupam entidades oficiais. Alega-se que esta região mantém a denominação de “segura”, apesar da criminalidade violenta ter aumen-tado nos primeiros nove meses deste ano, tal como os casos de tráfico de drogas, casos de furto a residências, furtos de carteiras, motociclos e telemóveis. Devemos “ser mais cautelosos e guardar melhor os nossos bens”, aconselha gentilmente o secretário para a Segurança lembrando ainda que a maioria dos crimes são praticados por cidadãos do interior da China. Bem me queria parecer.

II De acordo com o relatório “World Deve-lopment Indicators 2011”, por acaso um documento do Banco Mundial, cerca de 1 bilião e 300 milhões de pessoas no mundo vivem abaixo do limiar da pobreza.

III Numa ocasião perguntaram a António Ge-deão se achava que o homem caminhava para a autodestruição. Respondeu assim, o poeta e historiador: “Não caminha, está sempre nessa situação. Basta ver os episó-dios da História das várias nações, mesmo na idade contemporânea. Olhe o exemplo de Auschwitz. Seria uma coisa própria de uma humanidade civilizada? E temos exemplos ainda mais recentes. Verifica-se um grande progresso na ciência e na técnica, mas apenas aí”.

IV Continuam, embora com alguma contenção, os esforços de melhor descoberta do espaço exterior, a sua sonhada “conquista”. O nosso espaço interior permanece muitas vazes em plano secundário. Aumentam astronomica-mente os lucros na mesma medida em que aumenta o número daqueles que passam fome, o número das vítimas de guerras e atentados. Almeja-se a paz mundial, mas as populações irritam-se e muitas já estão a perder a cabeça.

Há influentes e decisores tão descartáveis como as fraldas.

Ciclone Aquele subsídio manhoso, sem sentido e nem razão. É como atirar osso a perro para ele vir lamber a mão. Por Fernando

Page 16: Hoje Macau 15 NOV 2011 #2493

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