hoje macau 29 nov 2013 #2985

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CENTRAIS PUB DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 SEXTA-FEIRA 29 DE NOVEMBRO DE 2013 ANO XIII Nº 2985 Potencial descurado José Cesário assume que Portugal nem sempre soube tirar o devido proveito do Fórum Macau hojemacau De visita a Macau para apadrinhar a iniciativa “Luso-Talentos”, o secre- tário de Estado das Comunidades Portuguesas refere que falta “apren- dizagem” por parte de Portugal face ao Fórum Macau. José Cesário admite que “nem sempre” foram retirados os benefícios que a plataforma entre a China e os países lusófonos pode dar. Ao mesmo tempo, o governante “está convicto” que agora é que é, até porque considera que o “empenha- mento” do cônsul-geral Vítor Sereno trará “repercurssões muito positivas”. • MÃO-DE-OBRA ILEGAL Secretário para a Segurança satisfeito com trabalho feito PÁGINA 5 MICE FRANCIS TAM AVISA Governo cessa ajuda quando a indústria gerar lucro PÁGINA 6 • AJUDA ÀS FILIPINAS RAEM DÁ CINCO MILHÕES DE PATACAS COM O AVAL DO GOVERNO CENTRAL ÚLTIMA PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB ENTREVISTA JOSÉ DRUMMOND FALTA “DESOBEDIÊNCIA” NO ÂMBITO CULTURAL PÁGINAS 2 E 3

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Edição do jornal Hoje Macau N.º2985 de 29 de Novembro de 2013

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Page 1: Hoje Macau 29 NOV 2013 #2985

CENTRAIS

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 S E X TA - F E I R A 2 9 D E N O V E M B R O D E 2 0 1 3 • A N O X I I I • N º 2 9 8 5

Potencial descurado

José Cesário assume que Portugal nem sempresoube tirar o devido proveito do Fórum Macauhojemacau

De visita a Macau para apadrinhar a iniciativa “Luso-Talentos”, o secre-tário de Estado das Comunidades Portuguesas refere que falta “apren-dizagem” por parte de Portugal face ao Fórum Macau. José Cesário admite que “nem sempre” foram retirados

os benefícios que a plataforma entre a China e os países lusófonos pode dar. Ao mesmo tempo, o governante “está convicto” que agora é que é, até porque considera que o “empenha-mento” do cônsul-geral Vítor Sereno trará “repercurssões muito positivas”.

• MÃO-DE-OBRA ILEGAL

Secretário para a Segurança satisfeito com trabalho feito

PÁGINA 5

• MICE FRANCIS TAM AVISA

Governo cessa ajuda quando a indústria gerar lucro

PÁGINA 6

• AJUDA ÀS FIL IP INAS

RAEM DÁ CINCO MILHÕES DE PATACAS COM O AVAL DO GOVERNO CENTRAL

ÚLTIMA

PUB

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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• ENTREVISTA JOSÉ DRUMMOND

FALTA “DESOBEDIÊNCIA”NO ÂMBITO CULTURAL

PÁGINAS 2 E 3

Page 2: Hoje Macau 29 NOV 2013 #2985

2 hoje macau sexta-feira 29.11.2013ENTREVISTA

JOSÉ C. [email protected]

R ADICADO em Ma-cau há mais de 20 anos, José Drum-mond frequenta

actualmente um curso de mestrado e doutoramento em belas-artes de prática de estúdio e criação no Instituto Transart, em Nova Iorque, com viagens regulares a Berlim. Artista plástico, curador, escritor, Drum-mond desempenha ainda as funções de vice-presidente da AFA (Art for All). A ex-periência numa “big apple” absorvente e numa Berlim intelectualizada, deram o mote para uma conversa

JOSÉ DRUMMOND, ARTISTA PLÁSTICO, PEDE MAIS “DESOBEDIÊNCIA” EM MACAU

“A cultura só cresce se for uma cultura de risco”sobre o estado da arte con-temporânea naqueles locais e não só. Com um trabalho centrado na área do neo--existencialismo o artista português defende um espí-rito criativo desobediente e de constante desafio para se dar passos em frente.

Como está a correr a ex-periência académica em Nova Iorque?Muito bem. Para começar, o programa é considerado um dos mais inovadores por ser mais extensivo e incluir resi-dências, não só em Nova Ior-que, mas também em Berlim.

Todos os verões temos uma visita a Berlim o que nos dá uma perspectiva mais global dos dois campos artísticos, o europeu e o americano.

Do ponto de vista pessoal como é que tem vivido esta nova realidade?

Tem sido uma experiência fantástica, não só pelo lado do desafio académico, mas também por ser uma oportunidade de estar em contacto com estas duas realidades artísticas e ao mesmo tempo ter como orientadores e professores

pessoas com carreiras bem definidas.

E como tem sido o contacto com os outros alunos?O convívio com os colegas também tem sido bastante interessante. Apesar do insti-tuto ser em Nova Iorque, só cerca de metade dos meus colegas é que são ameri-canos, os restantes vêm de todo o lado do mundo, o que ajuda a ter uma perspectiva mais global, o que vai ao en-contro da política do próprio instituto.

Em que é que está a traba-lhar de momento?O trabalho é contínuo...te-mos de apresentar relatórios e de fazer constantemente apresentações do trabalho que estamos a desenvolver. Escolhi como tema “Desas-sossego e Solidão”, que tem como base de inspiração a questão pessoana, o “Per-sona”, de Ingmar Bergman e determinados produtos japoneses que têm sido cria-dos para combater a solidão contemporânea.

E como é que vê as duas realidades artísticas, a eu-ropeia e a americana, no contexto da crise que afecta ambos os continentes?Berlim e Nova Iorque são completamente diferen-tes, embora acabem por se assemelhar em alguns aspectos, mas são duas ci-dades bastante diferentes, tanto a nível geográfico, como ao nível da arte que se faz em cada um destes sítios. O que sinto é que o lado americano é um lado mais pragmático, mais objectivo, enquanto o lado alemão é um pouco mais intelectualizado. Com mais

Este ano foi mais um ano de mudança, voltamos [AFA] a ter de mudar de instalações por não conseguirmos suportar o aumento das rendas, uma história que se repete com frequência em Macau

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3 entrevistahoje macau sexta-feira 29.11.2013

[A desobediência na arte] é uma realidade que Macau, e até um pouco Hong Kong e a própria China ainda estão muito longe de perceber

PRÓXIMAS ACTIVIDADES

• 29 DE NOVEMBRO na AFA Macau –“Forbidden Sins” –

Hong Wai Pop Ink – Curador José Drummond.

• 30 DE NOVEMBRO no Auditório do Consulado Geral de

Macau, pelas 17h, “Encontros com Macau” – Conferência

que visa reflectir sobre a experiência dos artistas

portugueses e chineses contemporâneos no território, e

a abertura à China, com Mio Pang Fei, Carlos Marreiros,

James Chu, José Drummond e moderação de Nuno

Figueiredo.

• 1 DE DEZEMBRO, no Café Xina, das 16 às 17h –

Palestras em Cafés – A Transcendência Desconhecida –

Visões da fotografia a preto e branco. A fotografia a preto

e branco não pretende imitar o mundo de forma similar à

que o olho humano é capaz de captar. Tem a capacidade

de comunicar as viagens psicológicas e existenciais dos

artistas com uma intensidade muito maior do que a cor.

Felizes e perturbadoras, íntimas e directas, estas visões a

preto e branco não visam retratar a verdade ou encontrá-

la. Elas existem no reino da ficção e invocam o poder das

metáforas e a possibilidade de transcendência.

espaço para experiências alternativas. E a crise?A crise sente-se nos dois sí-tios! (risos) Embora Berlim seja uma cidade mais barata do que Nova Iorque. Berlim tem uma coisa muito inte-ressante, durante os últimos dez anos tornou-se o grande centro de arte, a competir com Londres, mas como se ganhou essa noção de ser mais barato muitos artistas acabam por ir para lá residir. Estivemos em Berlim cerca de um mês e só na segunda semana é que conheci um artista alemão, o que não deixa de ser curioso.

Essa constante passagem entre os dois mundos tem sido uma experiência en-riquecedora?Sem dúvida. Nova Iorque é uma cidade muito espe-cial. Tem uma capacidade de absorção muito maior. Ao fim de algum tempo os

artistas e as práticas acabam por ser um bocado iguais. Em Berlim, apesar de tudo ainda se sente uma realidade diferente...os artistas espa-nhóis dão-se com os artistas espanhóis, os portugueses como os portugueses e por aí fora. Ainda existe uma separação de identificação nacional, embora num aglo-merado europeu. Em Nova Iorque, com a capacidade de absorção que existe na cultura nova-iorquina pa-rece que é tudo americano.

Embora sejam realidades completamente distintas, quais são as maiores di-ferenças, e os pontos de contacto, se é que existem, que encontras entre essas

duas cidades e um territó-rio como Macau?Tenho estado a desenvolver um trabalho paralelo que passa por tentar encontrar asiáticos e entrar em con-tacto com as comunidades asiáticas nos dois sítios...até por contraponto à mi-nha condição de ocidental que vive na Ásia...e é curioso notar que a maior parte destas comunidades, mais até em Nova Iorque, vivem fechadas no seu próprio mundo, com as suas próprias referências, e criam uma série de alterna-tivas quotidianas para irem sobrevivendo no espaço americano. É um trabalho paralelo que tenho vindo a fazer, numa base quase

documental. Através deste trabalho tenho encontrado alguns pontos de contacto com Macau.

E do ponto de vista artístico?É muito difícil de encontrar pontos de contacto em rela-ção ao meio artístico porque são dimensões completa-mente diferentes. Em ambas as cidades as dimensões são avassaladores com imensas galerias e museus enormes. Aliás, na última sexta-feira estive em Hong Kong no Arts & Museum Summit, para o qual fui convidado, sendo a única pessoa de Macau presente no evento. Estranhei não estar mais ninguém de qualquer outra instituição do território, porque foi uma oportunida-de interessantíssima de ver e ouvir o director do MOMA e a directora da Tate Gallery a falarem na primeira pes-soa sobre os problemas do sector e a tentar identificar qual é o papel dos museus no século XXI.

E qual é?O director do MOMA foi muito pragmático. Disse uma coisa que achei fasci-nante e que acho que espelha bem qual é a dimensão ame-ricana para entender este tipo de problemas, e como isso é completamente diferente de Macau. Disse ainda que um director de um museu tem de ter a capacidade de ser desobediente, sabendo logo que está a criar uma convenção para a seguir e voltar a ser desobediente, e desobedecer-se a si pró-prio. Esta é uma realidade que Macau, e até um pouco Hong Kong e a própria Chi-na ainda estão muito longe de perceber. O que é este estado de desobediência... só se pode avançar se se continuar a criar desafios e a quebrar barreiras para se dar um passo em frente e criar algo de novo. Esta é uma das grandes diferenças entre Macau e Berlim e Nova Iorque em que os meio ar-tístico e o meio institucional têm a noção de que a cultura de que a cultura só cresce se for uma cultura de risco. Que não seja uma cultura estan-que, fechada em si própria à espera que a renovação aconteça por si. A renova-ção só acontece se houver pessoas com capacidade de arriscar e desafiar os valores anteriores.

E para si o que é que o mo-tiva a criar?Faço isto porque é onde

me sinto melhor. Sem isto seria como se me estivesse a mutilar. As minhas áreas de interesse, embora grande parte tenham a ver com a identidade, não sou propria-mente um artista político, no sentido em que se traba-lham as questões sociais... embora também considere que toda a arte acaba por ser um pouco política mesmo quando não se olha para essas questões...a mim inte-ressa-me mais olhar para a identidade da pessoa duma forma mais existencialista. É um pouco essa noção de um neo-existencialismo e de um pós-pós-modernismo que vivemos hoje que move o meu trabalho. Neste contexto, o estar em Ma-cau acaba por ser bastante interessante.

Mudando um pouco de assunto. Enquanto vice--presidente da AFA, que balanço faz do ano que está quase a terminar?Este ano foi mais um ano de mudança, voltamos a ter de mudar de instalações por não conseguirmos suportar o aumento das rendas, uma história que se repete com frequência em Macau. Isto acabou por condicionar o nosso trabalho e acabámos por fazer menos exposições, porque fomos mais uma vez obrigados a uma reestrutura-ção interna e tentar continuar

a acreditar que podemos continuar a existir. Mesmo assim continuámos a parti-cipar em várias feiras de arte porque acreditamos que isso é importante para a difusão do trabalho dos artistas de Macau. A colaboração com a Fundação Oriente também continuou e o Salão de Outo-no voltou a cumprir os seus objectivos, com trabalhos de grande qualidade.

E até ao fim do ano o que é que ainda se pode esperar?Vamos ter uma exposição da Pang Yun em Pequim, na próxima sexta-feira [hoje], vou ser o comissário da exposição, na AFA, da artista de Macau que vive em Paris, Hong Wai, que tem uma série de trabalhos novos muito interessantes e inovadores em tinta da china e papel de arroz. No domingo, vou ainda fazer uma conferência sobre o meu trabalho de fotografia a preto e branco, uma ini-ciativa do Instituto Cultural que tem organizado este tipo de eventos com escritores e artistas de Macau e Hong Kong. São conversas em cafés e a minha vai ser no Café Xina.

Para quando uma exposi-ção de novos trabalhos do José Drummond?Não sei...(risos)

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4 hoje macau sexta-feira 29.11.2013POLÍTICA

RITA MARQUES [email protected]

O S casos de consumo e tráfico de droga têm vindo a aumentar, no-meadamente, entre os

jovens. E são uma fonte de preocu-pação para a Segurança, Justiça e Assuntos Sociais. Embora a revisão da lei de combate à droga seja tratada a nível interdepartamental, o secre-tário para a Segurança explica que não cabe à sua tutela a legislação da matéria que, sabe, precisa de obter primeiro consenso.

No entanto, Cheong Kuok Vá defende urgência porque o “melhor combate ao consumo das drogas”, que depende da inclusão de novas drogas na lista de estupefacientes ilícitos, só pode ser “realizado com suporte legal, sem o qual não se consegue realizar cabal-mente as funções”. “Esperamos que o diploma seja apresentado o quanto antes. (…) [A revisão] está na competência de outra tutela [secretaria dos assuntos sociais e cultura]. Apresentamos opiniões à Comissão de Luta Contra a Droga mas há assuntos polémicos, como seja a desintoxicação obrigatória,

A segunda leva de pre-ocupações levantadas na sessão de debate

com o secretário para a Se-gurança, Cheong Kuok Vá, prendeu-se com a insufici-ência de recursos humanos, nomeadamente, no patrulha-mento das ruas. “Pode ou não dizer-nos se há ou não uma solução? Quais as medidas de que dispõe para resolver o problema e garantir a segu-rança pública?”, questionou Chui Sai Cheong.

Logo de seguida, foi a vez de Chui Sain Peng também mostrar algumas dúvidas. “Há pressão em

COMBATE À DROGA CHEONG KUOK VÁ PROMETE RAPIDEZ NA REVISÃO DO ARTICULADO

Fiscalização reforçada e tudo dentro da lei

MAIS 190 POLÍCIAS VÃO SER RECRUTADOS E COMEÇARÃO A TRABALHAR EM MAIO DE 2014

Prontos para o serviçorelação ao recrutamento de recursos humanos. Qual a percentagem de forças de segurança e outros trabalha-dores? Analisaram que seja transferido pessoal militar para outros serviços? Há 30 milhões de turistas por ano. Há muita pressão nos postos fronteiriços, com falta de recursos humanos é difícil desempenhar este trabalho. Podemos ter em Macau a avaliação dos agentes nas fronteiras, tal como existe já nas Portas do Cerco?”, interrogou.

O secretário lembrou que existem hoje 9.400

agentes distribuídos entre o Corpo de Polícia de Se-gurança Pública (CPSP), os Serviços de Alfândega (SA) e o Corpo de Bom-beiros (CB), salientando que em 2007 havia apenas um contingente com 3.500 trabalhadores.

Contudo, revelou uma novidade: há mais agentes policiais a serem formados e que começarão a trabalhar em Maio de 2014. “Existem 208 instruendos para o CPSP e bombeiros. Para o ano vamos ter 190 finalistas para reforçar as corporações. Já se passou o pico da aposen-

tação, ou seja, já não há uma grande aberta de pessoa. 190 vão trabalhar em campo”, explicou Cheong Kuok Vá que prometeu ainda mais formação das forças de segurança, nomeadamente, ao nível das línguas.

Chan Meng Kam foi o único a salientar que o nú-mero de agentes destacados já está em número mais do que satisfatório. “Nas LAG, o secretário para a Segurança defende que o problema não pode ser resolvido, apenas através do recrutamento, no entanto, olhando para a situação actual parece seguir o método antigo de recrutar inúmeras pessoas. Vão ser recrutados mais 750 agentes no próximo ano, o número de profissionais vai exceder os 10 mil em 2014.” - R.M.R.

testes de urina, isto tudo carece de consenso geral”, lembra o secre-tário, depois de Wong Kit Cheng ter inquirido o responsável sobre o aumento de crimes de drogas enquanto a lei está a ser revista.

No entanto, Cheong Kuok Vá deixa claro que a fiscalização tem sido uma prioridade das autoridades policiais. “Neste ano, fiscalizámos mais de 1.300 recintos. E os envol-vidos no consumo e no tráfico de

drogas, independentes de ser ou não menores, são integres à PJ. A PSP procede à patrulha e fiscalização nos perímetros das escolas. Temos de avançar em primeiro lugar com a educação e sensibilizar os

jovens, através de mecanismos de comunicação. Prevenir a intrusão de malfeitores nas escolas”, frisou.

“Damos atenção também às formas ocultas de consumo através da cooperação com as escolas para prevenir e combater este fenómeno. Houve já 1.807 docentes a participa-rem em sessões de esclarecimento e obtivemos resultados satisfatórios”, respondeu à deputada Melinda Chan, que pedia prevenção sobre casos de consumo escondidos.

Segundo últimos avançados re-centemente pelo Instituto de Acção Social (IAS), houve um aumento de 23,5% de jovens toxicodependentes (42, com menos de 21 anos) no pri-meiro semestre deste ano em relação com o período homólogo do ano passado. “Em Abril e Maio foram apanhados dois jovens envolvidos no tráfico e os crimes de droga pra-ticados por estudantes aumentaram envolvendo nove casos registados. Também reforçámos os nossos tra-balhos junto das fronteiras, fazendo uma vistoria aos jovens que saem de Macau ou entram no território”, avançou o director da PJ, Wong Sio Chak.

“Entre Junho e Agosto, reforça-mos a fiscalização junto dos recintos mais frequentados pelos jovens. Em 2012, a PSP encaminhou 539 indiví-duos suspeitos de consumo e tráfico de estupefacientes e substâncias psi-cotrópicas”, assegurou o secretário.

O secretário para a Segurança assegurou ainda que vai adquirir mais detectores de droga raio-X, além dos que se encontram no aeroporto e, mais recentemente, no terminal marítimo.

O aumento crescente de tráfico e consumo de drogas, sobretudo entre os jovens, preocupa a secretaria para a Segurança. Mas, além do aumento da fiscalização e prevenção junto das escolas e nas fronteiras, a penalização só pode ser mais efectiva se a revisão ao diploma da lei de combate à droga e a inclusão das novas drogas na lista de estupefacientes ilícitos for feita a breve trecho

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5 políticahoje macau sexta-feira 29.11.2013

RITA MARQUES [email protected]

A U Kam San e Ella Lei foram os primeiros a pedir esclareci-

mentos ao secretário para a Segurança, Cheong Kuok Vá, e não foram brandos na questão que consideram mais premente: o combate ao trabalho ilegal. “Não se regista sucesso no esforço de pessoal da linha da frente. É na construção civil que são contratados mais trabalha-dores ilegais, há que reforçar as sanções a aplicar. Ao lon-go de sete ano, houve 1219 casos de emprego ilegal e 431 processos devolvidos à PSP para continuar com as investigações. Não con-seguem identificar quem

Criminalidade informática e burlas telefónicas aumentamEm 2010, houve 127 casos de criminalidade informática, no ano a seguir 188 e este ano 377. “Apelamos para que utilizem de boa fé e proferir as palavras de forma ilegal. PJ tem vindo a seguir rigorosamente a lei para caso de injúrias na rede. Actos semi-públicos que dependem da queixa ou de denúncia particular”, disse Cheong Kuok Vá, mas “como é um problema transfronteiriço é mais complicado”, acrescentou o director da PJ. Wong Sio Chak explicou que o mesmo sucede com as burlas telefónicas (44 até Outubro deste ano) que registaram “um aumento”, salientando o agravamento sobre extorsão.

EPM Cheong Kuok Vá espera que se cumpra o “erário público”Sio Chi Wai perguntou sobre o curso das obras no novo Estabelecimento Prisional de Macau, com receito de que haja novos reforços orçamentais, concluindo-se em mais uma obra pública com derrapagem. O secretário para a Segurança nada garante porque é matéria da tutela de Obras Públicas mas espera que “se concluam o quanto antes” e que “o trabalho para que se cumpra o erário público”, por isso, vão acompanhá-lo, disse Cheong Kuok Vá.

TRABALHO ILEGAL SECRETÁRIO PARA A SEGURANÇA MOSTRA OBRA FEITA

Cumprimento da lei de “consciência tranquila”A resposta aos deputados que se mostraram preocupados com o trabalho ilegal conhecido nas áreas de construção civil, condução de ‘shuttle bus’ e ‘croupiers’ veio de Cheong Kuok Vá com números sobre a fiscalização. A quem apela a um revisão da lei labora, o secretário para a Segurança endereça a questão para a Concertação Social

são os empregadores e não conseguem pôr no banco dos réus estas pessoas. Há que ter uma lei específica para combater os trabalhadores ilegais, reforçar as penas e não apenas aplicar pena suspensa”, pediu a deputada.

Já Au Kam San lembrou um pedido feito anterior-mente pelo colega Ng Kuok Cheong para apelar a um mecanismo especializado para combater as actividades ilegais, antes de lembrar os condutores ilegais de auto-carros dos casinos. “Esses ‘shuttle bus’ continuam a cir-cular em Macau conduzidos por não-residentes. Será que não tem prestado atenção?”, pergunta a Cheong Kuok Vá. “Apesar de não ser permiti-do contratar não-residentes para ‘croupiers’, algumas operadoras destacam pesso-al para exercer essa activida-de nos casinos. E quando é feita fiscalização é passada de imediato informação para que saiam do local. Quanto à fuga de informações, o Governo tem medidas para agir contra estas situações?”, questionou Ella Lei.

O secretário respondeu com dados referentes a este ano, até Setembro. “As autoridades policiais nunca pouparam esforços em coo-peração conjunta com a Di-recção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Até Setembro 2013 foram inspeccionados 3.536 locais. 18.210 pessoas detectadas a trabalhar ilegalmente. Houve 95 empregadores au-

tuados”, adiantou. “Quanto a motoristas ilegais, foram inspeccionados 5.003 veí-culos. [Quanto aos casinos], quando detectado trabalho ilegal a situação é encami-nhada para a DSAL. Vamos reforçar a nossa fiscalização para combater o fenómeno.”

Já no âmbito das “leis e políticas”, Cheong Kuok Vá adiantou que é matéria decidida por outra tutela juntamente com o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS). “A polícia trabalha de acordo com a lei. Há quem entende que a lei é perniciosa e há quem enten-da que não é rigorosa. Nós cumprimos a lei e estamos de consciência tranquila”, avaliou o secretário.

O comandante da PSP, por sua vez, referiu-se aos números do ano transacto, avançando que “4.400 locais foram inspeccionados” e en-contrados 389 trabalhadores ilegais. “Com a entrada em vigor do último diploma, mais de 153 patrões foram acusados e foram detidos 224 trabalhadores ilegais. Houve mais de 400 empre-gadores multados, mais de 1200 empregados foram encaminhados para o Minis-tério Público e 14 presos”, salientou Lei Siu Peng.

Sobre a condução ilegal de veículos pesados, trans-portes urbanos e ‘shuttle bus’, disse ainda, “houve mais de 7.000 operações de fiscalização no ano pas-sado”, repetindo o número deste ano, para explicar que

o mote é “verificar a quali-ficação desse motoristas”.

Song Pek Kei chamou a atenção para as pensões ile-gais e, concretamente, para os efeitos conseguidos desde que lei de proibição ilegal de pres-tação de alojamento entrou em vigor, há três anos. “Os esta-belecimentos estão na internet para chamar mais clientes. Existem novas formas de combate às pensões ilegais?”, questionou. O secretário disse que “a polícia em conjunto com os serviços de turismos tem vindo a envidar os maio-res esforços para combater o funcionamento destas casas” e refugiou-se nas recentes afirmações de André Cheong, director da DSEJ, que disse que se transformasse o acto em crime iria demorar o processo de recolha de provas.

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hoje macau sexta-feira 29.11.20136 política

CECÍLIA L [email protected]

N A apresentação oficial do novo plano de apoio a feiras, exposições e convenções internacio-

nais, o secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, disse que o sector MICE “ainda está na primeira fase” e que, neste momen-to, “o Governo deve fortalecer o investimento, para que a indústria possa tornar-se num meio de diver-sificação económica”.

Contudo, Francis Tam deixou o aviso: o financiamento gover-namental ao sector poderá acabar quando este se tornar auto-susten-tável e com lucros. O secretário lembrou mesmo as palavras do deputado Fong Chi Keong, que na Assembleia Legislativa (AL) disse que o Executivo financiava “em demasiado” o sector de expo-sições e convenções. “O Governo quer apoiar o desenvolvimento da indústria, e espero ver a indústria MICE crescer fortemente. E o que eu quero dizer é que deve crescer até chegar ao ponto em que possa, ela própria, gerar os seus benefí-cios económicos. Depois, será o momento do Governo deixar de apoiar o sector.”

Sou Tim Peng, director dos Serviços de Economia, referiu que o plano de apoio já recebeu este ano 81 pedidos, entre Janei-ro e Outubro, estando prevista a aplicação de 46 milhões de patacas. Sou Tim Peng garantiu que o Governo não vai financiar todos os pedidos, e que já foram

SJM VENETIAN MGMCargos locais TNR Total locais TNR Total locais TNR TotalGestor de nível mais alto 18 0 18 4 4 8 3 0 3Gestor de nível médio 1381 1 1382 732 30 762 230 1 231Gestor de nível básico 2374 0 2374 1769 0 1769 697 0 697Croupier 7818 0 7818 6748 0 6748 1574 0 1574TOTAL 11591 1 11592 9253 34 9287 2504 1 2505

GALAXY WYNN MELCOCargos locais TNR Total locais TNR Total locais TNR TotalGestor de nível mais alto 5 2 7 2 1 3 4 1 5Gestor de nível médio 574 12 586 308 13 321 324 11 345Gestor de nível básico 1906 0 1906 1264 0 1264 1321 0 1321Croupier 3705 0 3705 1638 0 1638 2298 0 2298TOTAL 6190 14 6204 3212 14 3226 3957 12 3969

TRABALHADORES LOCAIS TNR TOTALGestor de nível mais alto 36 8 44Gestor de nível médio 3559 68 3627Gestor de nível básico 9331 0 9331Croupier 23781 0 23781TOTAL 36707 76 36783

MICE NOVO PLANO DE FINANCIAMENTO COMEÇA EM JANEIRO, AVISA FRANCIS TAM

Governo sai de cena quando houver lucro

O gabinete do secretário Francis Tam, da tutela da Economia

e Finanças, divulgou ontem dados oficiais quanto às posições ocupa-das por residentes e não residentes nas seis operadoras de jogo. Os dados mostram que 67,2% dos resi-dentes ocupam posições de gestão mais altas, 82,9% trabalham em serviços de categoria média e que 85,7% têm trabalhos com um nível mais básico. 84,5% dos cargos de gestão existentes são ocupados pelos residentes, sendo que os não residentes ocupam apenas 15,5%.

A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) tem a maior quantidade de croupiers, uma vez que, do total de 23,781 croupiers, 7,818 são da SJM.

O Venetian, da Sands China, tem 6,748 croupiers. Apesar das

associações terem feito manifes-tações de protesto contra o facto de alguns não residentes ocupa-rem posições de croupier, gestor de croupiers ou supervisores de sala, a verdade é que os dados do Governo revelam o contrário. Nenhum desses cargos é ocupado por um não residente, sendo que existem um total de 33,112 pos-tos de trabalho. Do total de 3,627 cargos de gestão considerados de nível médio, 68 são ocupados por não residentes, 1,8%.

Na SJM e na MGM não existe nenhum não residente para ocupar um cargo de administração mais elevado. Dos 36 cargos de adminis-tração considerados de topo, 8 são desempenhados por estrangeiros, 2,2% do total. - C.L.

MUDANÇAS NO GABINETE DE RECURSOS HUMANOSA partir do dia 5 de Dezembro Lau Wai Meng, vice-coordenador do Gabinete de Recursos Humanos, vai assumir a mesma posição nos Serviços para os Assuntos Laborais. Francis Tam justificou a mudança com falta de posições de chefia na DSAL. “O Governo estava à procura de um vice-director adaptado, e Lau Wai Meng já trabalha no Gabinete há muito tempo, e já tem experiência.”

Jogo Posição de croupier ocupada por mais de 85% dos residentes

descobertos casos de eventos onde apenas se fez a inaugura-ção. “Para este tipo de casos o Governo não financia.”

O novo plano ontem apresen-tado entra em vigor no próximo dia 1 de Janeiro, sendo que no próximo dia 18 de Dezembro o Executivo vai fazer uma apresen-

tação específica para cada sector. Apesar de ainda não haver um valor total para o novo plano, já se sabe que cada evento pode re-ceber até três milhões de patacas em apoios.

JÁ HÁ INTERESSENO PLANO Entretanto Ho Hoi Meng, vice--presidente da Associação de Convenções e Exposições, disse à TDM que já há muitos investi-dores estrangeiros com interesse no novo plano de apoio anunciado pelo Governo. “As desvantagens da indústria é haver poucos in-vestidores, porque a maioria quer ir para Hong Kong em vez de vir para Macau. Muitas organizações indianas querem participar nas exposições de Macau, mas não há ligações aéreas directas, e de Hong Kong demora-se quase um dia. Espero que o Governo aposte na abertura de mais rotas de avião.”

Já Keykin Bi, director da As-sociação de Empresas e Serviços de Publicidade de Macau, disse que as empresas internacionais consideram que o mercado de Macau ainda é limitado, por isso muitas vezes “preferem não vir”.

“Se eles tiverem mais li-gações aos países de língua portuguesa, podem aproveitar mais oportunidades”, apontou. Keykin Bi disse que mais empre-sas portuguesas podem participar nas feiras para contactar com empresas internacionais e, assim, aproveitar o papel de Macau como plataforma.”

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7 políticahoje macau sexta-feira 29.11.2013

O director dos Serviços para os Assuntos de

Tráfego (DSAT), Wong Wan, garantiu ontem à imprensa que o assunto da troca recíproca de cartas de condução entre Macau e a China vai ser estudada pela Universidade de Macau (UMAC).

Em declarações repro-duzidas no canal chinês da Rádio Macau, o director dis-se que o estudo vai ser feito nos primeiros seis meses de 2014. “O reconhecimento das cartas de condução vai ser apenas para os veículos

FDCT ORÇAMENTO PARA INVESTIGAÇÃO AUMENTA 30 MILHÕES EM 2014

Fundo pede mais projectos na área do ambienteMais de 60 projectos receberam apoios do Fundo do Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia, na maioria na área da medicina tradicional chinesa. Mas Paulo Cheang pede mais investigação para a “melhoria do território”

ANDREIA SOFIA [email protected]

A Universidade de Macau (UMAC) e a Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST) continuam a

liderar o número de projectos con-correntes ao Fundo para o Desenvol-vimento das Ciências e Tecnologia (FDCT). Ontem, foram apresentados os mais de 60, sendo que a UMAC entregou 38 pedidos, e a MUST apenas 24.

Segundo Paulo Cheang, do conselho de administração, foram investidos um total de 101 milhões de patacas, sendo que a principal área de investigação continua a ser a medicina tradicional chinesa. Dessa fatia, 51 milhões foram parar à UMAC, enquanto que os projectos da MUST arrecadaram 47 milhões de patacas.

Contudo, o responsável do FDCT considera que os investigadores devem começar a olhar para outras áreas de estudo. “Até este ano a prin-cipal área dos projectos é a medicina tradicional chinesa, principalmente na verificação de qualidade. Mas Macau tem um grande desenvolvi-mento do turismo e temos de estudar mais o ambiente.”

“Há muitos (projectos), mas temos de ter mais. Não podemos

forçar as universidades a fazer investigação nesta área, mas ten-tamos encorajar a que sejam feitos mais projectos para a melhoria do território”, disse ainda.

Uma das universidades a ter uma investigação nessa área é a Universidade de São José (USJ), que “já submeteu antes quatro ou cinco projectos”, mas que desta vez “foram só dois”.

Paulo Cheang disse estar satis-feito com a qualidade dos projectos concorrentes, sendo que 60% das candidaturas foram aprovadas.

ORÇAMENTO AUMENTA Quando ao orçamento a aplicar na ciência, promete não ficar por aqui. Se este ano o FDCT teve um orçamento na ordem das 140 milhões de patacas, o valor deverá subir para 170 milhões no pró-ximo ano. As razões para esse aumento são muitas, apontou Paulo Cheang. “Os prazos de candidatura foram prolongados, e também por causa dos salários dos investiga-dores, que aumentaram, bem como a qualidade dos projectos, ao nível dos equipamentos. Foram adqui-

ridos mais equipamentos e tudo isto é importante para melhorar os resultados.”

Paulo Cheang defende que a prevalência é para apoiar os dois la-boratórios de investigação cientifica que existem em Macau e que cada vez mais deve haver uma ligação com o futuro parque de medicina chinesa na Ilha da Montanha. “As equipas de investigação vão aumentar, com mais de 50 pessoas, principalmente ao nível dos docentes. Pelo que sei a MUST também vai aumentar a equipa de investigadores, e recrutaram mais pessoas de Hong Kong e de Inglaterra. Tem de haver mais projectos.”

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AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.Localização dos terrenos:- Rua de Évora, nºs 11 a 21, Rua de Bragança, n.ºs 9 a 177, Avenida de Guimarães, n.ºs 30 a 68 e Avenida Olímpica,

n.ºs 33 a 139, na Ilha da Taipa, (Edifício Wa Bao);- Estrada do Campo, n.º51, na Ilha de Coloane, (Edifício Cheung Seng).

2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento da Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.Aos, 17 de Outubro de 2013.

A Directora dos Serviços de Finanças, Vitória da Conceição

UMAC vai estudar troca de cartas de condução ligeiros, e não envolve mu-danças nas profissões ou na entrada dos veículos do continente. Queremos saber quais as preocupações e a procura ao nível das car-tas de condução, e depois

iremos fazer uma pesquisa quantitativa.”

O director falou ainda da existência de “opiniões diferentes” sobre o assunto dentro do conselho consul-tivo do trânsito, que voltou a reunir ontem. “Primeiro temos de saber quais as opiniões dos cidadãos e se vão fazer objecções. O Go-verno tem que encontrar uma medida para equilibrar quem é a favor e quem é contra. No fim do ano vamos ter um plano para esta política, e a UMAC vai entregar as opiniões recolhidas.” - C.L.

Paulo Cheang

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8 publicidade hoje macau sexta-feira 29.11.2013

NOTIFICAÇÃO EDITAL(Solicitação de Comparência do Trabalhador)

Nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugadas com o artigo 58.º e n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notificam-se os trabalhadores abaixo indicados:

1. O Sr. LIANG, JINYUAN, então trabalhador não-residente autorizado a prestar trabalho para a sociedade “AGÊNCIA COMERCIAL MENG LEI INTERNACIONAL LIMITADA.” (Processo n.º 7055/2010);

2. A Sra. HO, LAIPENG, então trabalhadora residente da sociedade “MELCO CROWN JOGOS (MACAU), S.A.” (Processo n.º 7777/2011);

3. O Sr. FOK, CHI TONG, então trabalhador residente da “SOCIEDADE DE JOGOS DE MACAU S.A.” (Processo n.º 572/2012);

4. O Sr. LUO, YAOSEN, então trabalhador não-residente autorizado a prestar trabalho para a sociedade “VENETIAN MACAU, S.A.” (Processo n.º 619/2012);

5. A Sra. PUN, MEI LIN, então trabalhadora residente da sociedade “MELCO CROWN HOSPITALIDADE E SERVIÇOS, LIMITADA” (Processo n.º 3187/2012);

6. O Sr. 李東陽(romanizado em Lei, Tong Ieong), então trabalhador residente da sociedade “COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO FINE STYLE, LIMITADA” (Processo n.º 3600/2012);

7. O Sr. CHAN, CHAN SENG, então trabalhador residente da sociedade “THE DAIRY FARM COMPANY, LIMITED – MACAU BRANCH” (Processo nº 4949/2012);

8. A Sra. JI, BING, então trabalhadora não-residente autorizada a prestar trabalho para a sociedade “PONTE 16 – GESTÃO, LIMITADA” (Processo n.º 5635/2012);

9. O Sr. ZHAO, DE, então trabalhador não-residente autorizado a prestar trabalho para a sociedade “VENETIAN COTAI – GESTÃO HOTELEIRA, LIMITADA” (Processo n.º 5860/2012);

10. A Sra. LAM, SIO HEONG, então trabalhadora residente da sociedade “WYNN RESORTS (MACAU) S.A.” (Processo n.º 6187/2012);

11. O Sr. NG, HOK KEONG, então trabalhador residente da sociedade “MELCO CROWN HOSPITALIDADE E SERVIÇOS, LIMITADA” (Processo n.º 7375/2012);

12. O Sr. CHEONG, IM NAM, trabalhador residente (Processo n.º 7428/2012);13. A Sra. WANG, YUN, então trabalhadora não-residente autorizada a prestar

trabalho para a empresa “MARISCOS FRESCOS MACAU WENZHOU.” (Processo n.º 7639/2012);

14. A Sra. BOSITO, MARIVIC CLARINO, então trabalhadora não-residente autorizada a prestar trabalho para a sociedade “VENETIAN COTAI – GESTÃO HOTELEIRA, LIMITADA” (Processo n.º 9777/2012);

15. A Sra. WANG, SHIWEN, então trabalhadora não-residente autorizada a prestar trabalho para a sociedade “HOTEL GRANDE LISBOA” (Processo n.º 479/2013);

16. O Sr. GIL, PABLO DANIEL, então trabalhador não-residente autorizado a prestar trabalho para a sociedade “GM COMPANHIA DE GESTÃO DE HOTÉIS, LIMITADA.” (Processo n.º 944/2013);

17. A Sra. WANG, YING, então trabalhadora não-residente autorizada a prestar trabalho para a empresa “SALÃO BELEZA WAI IN (Processo n.º 1528/2013);

18. A Sra. LIU, XIANGNAN, então trabalhadora não-residente autorizada a prestar trabalho para a sociedade “GM COMPANHIA DE GESTÃO DE HOTÉIS, LIMITADA” (Processo n.º 2312/2013);

19. O Sr. LI, HAI, então trabalhador não-residente autorizado a prestar trabalho para a “SOCIEDADE DE CONSTRUÇÃO E FOMENTO PREDIAL SAN KIN LEI, LIMITADA.” (Processo n.º 5380/2013);

20. O Sr. CHAN, TAT MENG, então trabalhador residente do “RESTAURANTE TOU TOU KOI” (Processo n.º 9877/2012);

21. O Sr. KUONG, KA KIT, então trabalhador residente da sociedade “MGM GRAND PARADISE S.A.” (Processo n.º 2385/2013).

Para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do primeiro dia útil seguinte à da publicação do presente édito, comparecerem no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, a fim de prestarem as respectivas declarações dos processos instaurados relativamente ao acidente de trabalho em que os notificados foram vítimas.

Mais se comunica que nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 103.º do aludido Código do Procedimento Administrativo, o procedimento é extinto quando por causa imputável aos notificados estes estejam parados por mais de seis meses.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 25 de Novembro de 2013.

A Chefe de Departamento

Lurdes Maria Sales

N.º 116/2013

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9CHINAhoje macau sexta-feira 29.11.2013

O ministro japonês da Defesa, Itsunori Ono-dera, e o Secretário da Defesa dos Estados

Unidos, Chuck Hagel, classifica-ram de “extremamente perigosa” a decisão da China de aumentar a sua zona de defesa aérea, disse ontem o governante japonês. “Coincidimos na opinião de que a acção unilateral da China pode desencadear um inci-dente inesperado e é extremamente perigosa”, disse Itsunori Onodera em declarações recolhidas hoje pela agência Kyodo após uma conversa telefónica entre ambos os políticos na noite de quarta-feira.

Itsunori Onodera assegurou que Tóquio e Washington consi-deram que a decisão de Pequim infringe a legislação internacio-nal, ao mesmo tempo que acor-daram reforçar a cooperação, o intercâmbio de informações e a manutenção de tarefas de vigi-lância na zona.

A conversa entre os dois titulares da pasta da Defesa no Japão e Estados Unidos acontece depois de, no sábado, o Ministério chinês da defesa ter anunciado o estabelecimento de uma “zona de identificação de defesa aérea”, que inclui as ilhas Diaoyu, con-troladas por Tóquio, mas também reclamadas por Pequim.

Situado no Mar da China Oriental, o pequeno arquipélago das Diaoyu tem pouco mais de sete quilómetros quadrados, está desabitado e voltou à agenda po-lítica depois do Governo japonês ter adquirido em Setembro do ano passado três dos cinco ilhotes, que especialistas acreditam conter importantes reservas de petróleo e gás natural.

Campanha anti-corrupção atinge mais “um tigre”

Tailândia Governo sobreviveua moção de censuraO Governo tailandês liderado por Yingluck Shinawatra superou ontem no parlamento a moção de censura apresentada pelo Partido Democrata, apesar de milhares de pessoas continuarem o protesto contra o Executivo nas ruas da capital e noutras províncias do país. Yingluck Shinawatra, irmã do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto por um golpe militar em 2006, sobreviveu à moção de censura devido à ampla maioria que o seu partido tem no congresso, recolhendo 297 votos a seu favor contra 134 votos que apoiavam a sua saída da liderança do Governo. Ao mesmo tempo que decorria a votação, milhares de pessoas continuavam o protesto contra Yingluck que acusam de representante do irmão Thaksin, refugiado no exterior depois de ter sido julgado e condenado por corrupção.

Timor-Leste PR pede unidadepara continuar a construir o paísO Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, pediu ontem unidade aos timorenses para continuar a haver paz e estabilidade para a construção do país, por ocasião do 38.º aniversário da proclamação da independência. “Com a nossa unidade, alcançamos a vitória. Só com unidade podemos continuar a alcançar novas vitórias, hoje e no futuro”, afirmou Taur Matan Ruak. O Presidente falava em Crarás, no distrito de Viqueque, onde foi comemorado o 38.º aniversário da proclamação da independência e o 30.º aniversário do massacre de Crarás, aldeia onde as tropas indonésias chacinaram os cerca de 300 habitantes, incluindo recém-nascidos. A cerimónia contou com a participação do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Luís Campos Ferreira. “Tem de haver estabilidade, paz e trabalho para assegurar a nossa Nação e para construir a nossa terra e garantir boas condições de vida para todos os timorenses. Temos de continuar unidos”, insistiu o chefe de Estado timorense, no discurso divulgado à imprensa. O Presidente prestou homenagem aos heróis nacionais que perderam a vida durante a luta pela independência e às mulheres timorenses.

ILHAS DIAOYU JAPÃO E EUA CONSIDERAM “PERIGOSA” ZONA DE IDENTIFICAÇÃO AÉREA

Tensão cresce dia após dia

COREIA DO SUL ATRAVESSOU SEM AVISO ZONA DE IDENTIFICAÇÃO DE DEFESA

REGIÃO

A Coreia do Sul fez terça-feira sobrevoar na nova zona de identificação de defesa criada pela China um dos seus aviões militares numa missão de vigilância regular do país sem informar Pequim. A China criou sábado a nova zona de identificação de defesa no Mar

da China Oriental que inclui as ilhas Diaoyu, administradas por Tóquio e reclamadas por Pequim. O voo de terça-feira do avião militar da Coreia do Sul, que descolou sem informar Pequim da rota definida – como reclama a China – decorreu sem problemas e segundo o Ministério da Defesa

estava integrado na missão de vigilância de um rochedo conhecido como Ieodo, que está submerso, mas é alvo de disputas entre Pequim e Seul. Um porta-voz sul-coreano garantiu que os aviões do país vão continuar a sobrevoar a região do rochedo sem notificar Pequim.

MAIS um alto funcionário chinês, desta vez com a

categoria de vice-ministro, está a ser investigado por suspeita de corrupção, anunciou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

Guo Youming, vice-governa-dor da província de Hubei, centro da China, é suspeito de “grave

violação da disciplina e da lei”, indicou a Xinhua, citando um comunicado da Comissão Central de Disciplina e Inspecção do Par-tido Comunista Chinês (PCC).

Desde o 18.º Congresso do PCC, há um ano, mais de uma dezena de altos quadros, entre os quais um antigo membro do

Politburo do partido, Bo Xilai, foram presos e condenados por corrupção.

Assumindo o combate anti--corrupção como “uma questão de vida ou de morte” para o regime, o novo líder do PCC, Xi Jinping, prometeu “atacar tanto as moscas como os tigres”.

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HOJE

MAC

AU

10 hoje macau sexta-feira 29.11.2013LUSO-TALENTOS 2013PUB

ANDREIA SOFIA [email protected]

A S visitas de José Cesário, secre-tário de Estado das Comunidades

Portuguesas, a Macau são uma constante, e desta vez o motivo prende-se com a realização da iniciativa Luso--Talentos 2013, promovida pelo Observatório dos Luso--descendentes [ver caixa].

Ao HM, o secretário de Estado do Governo português não deixou de comentar a po-

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas está de regresso a Macau para apadrinhar a iniciativa Luso-Talentos 2013. José Cesário aponta que “há uma aprendizagem que é preciso fazer” da parte de Portugal face ao Fórum Macau e que o país pode ganhar ainda mais. Não comenta a polémica do atraso de Paulo Portas aquando do evento e assume que os cortes no Instituto Camões trazem “algumas dificuldades”

JOSÉ CESÁRIO, SECRETÁRIO DE ESTADO PORTUGUÊS, SOBRE O FÓRUM MACAU

“Admito que nem sempre retirámos benefícios”

sição do país face ao Fórum Macau, depois da assinatura de mais um memorando de ob-jectivos até 2016. “O Fórum Macau tem muito potencial, e admito que nem sempre retirámos dele os benefícios que ele pode ter. Há uma aprendizagem que é preciso fazer.”

Cesário elogia ainda a nomeação de Vítor Sereno, cônsul-geral de Portugal na RAEM, para a representação do país junto do Fórum. “Estamos convictos que o empenhamento do cônsul-

Portugal fez-se representar neste Fórum ao mais alto nível, o que significa que lhe damos uma importância muito grande (acerca da polémica em torno do atraso de Paulo Portas)

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11 luso-talentos 2013hoje macau sexta-feira 29.11.2013

Reconhecemos o grande esforço que o Governo da RAEM faz para apoiar globalmente a língua portuguesa e o próprio ensino do português

“Não há diplomacia sem cultura”

CÔNSUL QUER RESIDÊNCIA ABERTA A TODOSNo seu discurso de apresentação do programa Vítor Sereno assumiu que quer que a residência oficial do cônsul-geral esteja aberta a todos. “Vocês (participantes do Luso-Talentos) são o orgulho de Portugal e esta estratégia insere-se numa onda de abertura, em que estamos a utilizar uma estratégia de proximidade. Quero estar próximo da minha comunidade e vamos fazer isso com a abertura de um auditório no consulado que estará à disposição dos compatriotas e daqueles que o procuram.” José Cesário frisou que “é muito bonito ver um consulado aberto a trabalhar para a comunidade”.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas está de regresso a Macau para apadrinhar a iniciativa Luso-Talentos 2013. José Cesário aponta que “há uma aprendizagem que é preciso fazer” da parte de Portugal face ao Fórum Macau e que o país pode ganhar ainda mais. Não comenta a polémica do atraso de Paulo Portas aquando do evento e assume que os cortes no Instituto Camões trazem “algumas dificuldades”

JOSÉ CESÁRIO, SECRETÁRIO DE ESTADO PORTUGUÊS, SOBRE O FÓRUM MACAU

“Admito que nem sempre retirámos benefícios”

-geral irá com certeza ter repercussões muito posi-tivas.”

Questionado sobre o po-lémico atraso de Paulo Portas

para uma recepção oficial na residência da Bela Vista, aquando da realização do Fórum Macau, José Cesário prefere ser restrito nas pala-

vras. “Não comento coisas que não são da minha res-ponsabilidade directa. Mas saliento um aspecto muito importante: Portugal fez-se

representar neste Fórum ao mais alto nível, o que significa que lhe damos uma importân-cia muito grande. Olhamos hoje para a CPLP e para a relação dos países lusófonos com a China com muita aten-ção e grande empenhamento. Daí que o nosso Governo se tenha representado pelo vice--primeiro-ministro.”

PORTUGUÊS SEM ENTRAVESJosé Cesário garante que nunca sentiu “entraves” à expansão da língua portugue-sa nas escolas locais, tanto

luso-chinesas como na Escola Portuguesa de Macau. “Reco-nhecemos o grande esforço que o Governo da RAEM faz para apoiar globalmente a língua portuguesa e o próprio ensino do português. Admiti-mos que tem de haver sempre mais colaboração entre todos nós, o nosso Governo, da RAEM e outras instituições não governamentais. Não escondo que nunca encontrei nenhuma reserva da parte do Governo da RAEM em rela-

PROJECTO LUSO-TALENTOS NA BELA VISTA

ção ao investimento na língua e na cultura portuguesa, bem pelo contrário. Encontrei um grande interesse e empenha-mento.”

Quanto ao ensino do português como língua es-trangeira, a ser ministrado no Instituto Português do Oriente (IPOR), Cesário prevê “algumas dificuldades” com os cortes já anunciados no Instituto Camões (IC) no próximo Orçamento de Estado para 2014. “Não lhe vou dizer que os cortes não impliquem algumas difi-culdades, implicam, se lhe dissesse o contrário mentia. Mas essas dificuldades são esbatidas, tendo em conta o fazer repercutir esses cortes em públicos que são maiori-tariamente não portugueses, e em experiências que sabemos que o sucesso estava aquém do desejável. Até agora não tenho grandes preocupações sobre isso. Conseguiremos desenvolver todos os planos que temos em mãos.”

AO HM, José Cesário destacou a entrega de

15 mini-bibliotecas a escolas luso-chinesas e à EPM este domingo, um projecto que faz parte do Plano de Incen-tivo à Leitura, pelo IC e pelo Governo português. “Pre-tende-se atingir um plano de leitura em comunidade, em família, em grupo, na escola, contacto com escritores, que esperemos que venham a ter resultados no aumento pelo gosto do português, a começar pelos mais novos. Macau não fica de fora, e é isso que pretendemos dizer com esta cerimónia que se realiza no Domingo. Pode

haver projectos neste âmbito que se venham a seguir, mas também depende da própria iniciativa local.”

Cesário considera que o evento Luso-Talentos mos-tra que “não há diplomacia sem cultura”. “Muitas vezes olhamos para as comunida-des como fontes de receitas, a visão é muito económica, e as comunidades têm um potencial do ponto de vista cultural, politico e social que vai muito além do plano económico. São pessoas que hoje estão nos mais varia-dos espaços de intervenção cultural, e que são pontos de apoio muito importantes.”

A segunda edição do projecto Luso-Talentos arrancou ontem com uma apresentação oficial na residência consular da Bela Vista, marcada pelos discursos de Vítor Sereno e José Cesário. Se o cônsul-geral frisou algum receio na organização do evento, pois “não sabíamos se íamos estar à altura de um evento desta envergadura”. “Trata-se de um programa muito completo e que mostra as nossas multiplicidades e que dá uma ideia daquilo que os nossos talentos

valem.” A ideia é haver Quatro Dias, Dez Acções, sendo que o programa já começou nos jardins do consulado, com a inauguração de uma exposição da autoria de Carlos Farinha e Fortes Pakeong Sequeira. Já está inaugurada a exposição fotográfica de Joaquim Magalhães de Castro, na residência consular, intitulada “Os portugueses esquecidos do Oriente”. Ontem, foi ainda visualizado o filme “A Gaiola Dourada”, na Torre de Macau.

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hoje macau sexta-feira 29.11.201312 publicidade

WWW. IACM.GOV.MO

Aviso de recrutamentoPretende admitir, mediante contrato individual de trabalho, nos termos do “Novo Estatuto

de Pessoal do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, homologado pelo Despacho n° 49/CE/2010, trabalhadores para os seguintes cargos:

1. Um Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de recursos humanos, Referência n°3004/DGRH-SAA/2013)

Área funcional: Cabe-lhe exercer funções consultivas, de investigação, estudo, concepção e adaptação de métodos e processos técnico-científicos, de âmbito geral ou especializado, executadas com autonomia e responsabilidade, tendo em vista informar para a tomada de uma decisão superior; requer uma especialização e formação básica de nível de licenciatura, já que executará trabalhos, nomeadamente, na área da análise e estudo de trabalhos no âmbito dos recursos humanos; do planeamento, coordenação e organização de diversos projectos de optimização; da elaboração de planos de trabalho anual e seu orçamento; da redacção de diversos expedientes e verificação dos documentos; de resposta às consultas e da prestação de pareceres profissionais.

2. Um Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de Direito, Referência n°3104/DLA-SAL/2013)Área funcional: Cabe-lhe exercer funções consultivas, de investigação, estudo, concepção e

adaptação de métodos e processos técnico-científicos, de âmbito geral ou especializado, executadas com autonomia e responsabilidade, tendo em vista informar para a tomada de uma decisão superior; requer uma especialização e formação básica de nível de licenciatura, já que executará trabalhos, nomeadamente, na área de direito, iniciação e acompanhamento de casos que envolvam sanções no domínio do licenciamento administrativo, publicidade sem a devida licença, tratamento de queixas, participação em estudos no âmbito da alteração de Leis, emissão de pareceres jurídicos e redacção de diversos relatórios e ofícios.

3. Um Técnico de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de informática, Referência n°3204/CS/2013)Área funcional: Cabe-lhe exercer funções de estudo e de aplicação de métodos e processos

de natureza técnica, com autonomia e responsabilidade, enquadradas em planificação estabelecida, requerendo uma especialização e conhecimentos profissionais adquiridos através de um curso superior, já que executará trabalhos, nomeadamente, na área dos trabalhos informáticos; da gestão, desenvolvimento, estudo de diversos sistemas informáticos relativos aos Centros de Prestação de Serviços ao Público e da estipulação de respectivos projectos de optimização; bem como da ajuda da manutenção e aperfeiçoamento dos equipamentos, i.e. a gravação digital e o sistema de vídeo em rede, etc.

4. Um Técnico de 2.ª classe, 1.º escalão (Área da Administração, Referência n°3304/SFI/2013)Área funcional: Cabe-lhe exercer funções de estudo e de aplicação de métodos e processos

de natureza técnica, com autonomia e responsabilidade, enquadradas em planificação estabelecida, requerendo uma especialização e conhecimentos profissionais adquiridos através de um curso superior, já que executará trabalhos, nomeadamente, responsabilizar-se por trabalhos da área administrativa, coordenação e acompanhamento de diversas actividades, estabelecimento e promoção de diversos programas de trabalho e optimização de projectos, apoio a tratamento de trabalhos de aprovisionamento, análise de dados estatísticos e redacção de diversos acordos escritos e relatórios.

Requisitos gerais:Aplicável para a inscrição de Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão, (Referência n°3004/DGRH-SAA/2013, 3104/DLA-SAL/2013):

1) Residente permanente da R.A.E.M.; 2) Idade não superior a 50 anos nem inferior a 18 anos; 3) Capacidade profissional;4) Inexistência de impedimento legal;5) Aptidão física e mental para o desempenho de funções;6) Possuir Licenciatura (para mais pormenores relativos à exigência habilitacional, queira

consultar os respectivos avisos de recrutamento.

Aplicável para a inscrição de Técnico de 2.ª classe, 1.º escalão (Referência n°3204/CS/2013 ou 3304/SFI/2013):

1) Residente permanente da R.A.E.M.; 2) Idade não superior a 50 anos nem inferior a 18 anos; 3) Capacidade profissional;4) Inexistência de impedimento legal;5) Aptidão física e mental para o desempenho de funções;6) Possuir curso superior (para mais pormenores relativos à exigência habilitacional, queira

consultar os respectivos avisos de recrutamento).

Forma e prazo de apresentação da candidatura:• O prazo de apresentação das candidaturas terminará no dia 18 de Dezembro de 2013.• Os interessados poderão obter os formulários de candidatura através da internet do IACM,

efectuando o download dos formulários no endereço (http://www.iacm.gov.mo/c/pdf/eformDetail/PDF354) ou, durante a hora de expediente, dirigir-se aos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação e solicitá-los.

• Os formulários devidamente preenchidos e assinados, deverão ser entregues pessoalmente nos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação, acompanhados da seguinte documentação:

- Fotocópia do Bilhete de Identidade de Residente Permanente na RAEM válido(em papel de formato A4, com os dois lados na mesma página)*;

- Nota curricular (devem indicar o conteúdo e o período funcional);- Registo biográfico (Apenas aplicável aos candidatos vinculados a serviços públicos)**;- Para se candidatar a Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Referência n°3004/

DGRH-SAA/2013) é necessária a entrega da fotocópia do respectivo diploma de licenciatura* e boletim de classificação;

- Para se candidatar a Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Referência n°3104/DLA-SAL/2013) é necessária a entrega da fotocópia do respectivo diploma de licenciatura* e boletim de classificação; se a licenciatura em direito foi obtida no exterior da RAEM, e tenha matriz diferente do curso de direito aprovado pelo sistema oficial de ensino de Macau, deverá também entregar fotocópia do curso complementar de direito de Macau*, aprovado para o efeito;

- Para se candidatar a Técnico de 2.ª classe, 1.º escalão (Referência n°3204/CS/2013 ou 3304/SFI/2013) é necessária a entrega da fotocópia do respectivo diploma de curso superior * e boletim de classificação;

* Os concorrentes devem apresentar, para efeitos de autenticação, o original dos respectivos documentos no acto de entrega das fotocópias. Se não apresentarem os originais, serão considerados em falta esses documentos.

**Entregar o registo biográfico emitido pelos Serviços a que pertence, do qual constem, designadamente, os cargos anteriormente exercidos, a carreira e categoria que detém, a natureza do vínculo, a antiguidade na categoria e na função pública e a avaliação do desempenho. Os candidatos vinculados ao IACM ficam dispensados da apresentação deste documento.

• Caso não sejam entregues todos os documentos exigidos dentro do prazo da inscrição do concurso, a candidatura não será considerada, salvo se o candidato apresentar, sob compromisso de honra, uma declaração sobre as razões que justifiquem a falta dos documentos referidos, e o Júri as aceitar.

Os interessados podem consultar os avisos, com informações pormenorizadas sobre estes concursos, na página da internet deste Instituto (http://www.iacm.gov.mo/p/recruit/) ou nos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação abaixo indicados, durante a hora de expediente.

Locais e horário de expediente dos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação: Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Norte – Rua Nova da Areia Preta, n° 52,

Centro de Serviços da RAEM (Tel. 2847 1366) Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas – Rua da Ponte Negra, Bairro Social da

Taipa, n° 75 K (Tel. 2882 5252) Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Central – Rotunda de Carlos da Maia, Nos

.5 e 7 , Complexo da Rotunda de Carlos da Maia, 3º andar (Tel. 8291 7233) Posto de Atendimento e Informação Central – Avenida da Praia Grande nos 762-804, China

Plaza, 2° andar (Tel. 2833 7676) Posto de Atendimento e Informação de T’ói San – Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, n°

127, r/c, Edf. D. Julieta Nobre de Carvalho, bloco “B” (Tel. 2823 2660) Posto de Atendimento e Informação de S. Lourenço – Rua de João Lecaros, Complexo

Municipal do Mercado de S. Lourenço, 4° andar (Tel. 2893 9006)

Horário: Centro de Prestação de Serviços ao Público: 2ª a 6ª feira, das 09:00 às 18:00 horas, sem interrupção ao almoço.Posto de Atendimento e Informação: 2ª a 6ª feira, das 09:00 às 19:00 horas, sem interrupção ao almoço.

A lista provisória dos candidatos será publicada na página da internet (http://www.iacm.gov.mo/p/recruit/) e afixada nos Serviços de Apoio Administrativo, sitos na Calçada do Tronco Velho, n.º14, Centro Oriental, M, e aquando da publicação da lista definitiva dos candidatos, dar-se-á a conhecer a data, a hora e o local de realização da prova.

Os dados que o concorrente apresente, servem apenas para efeitos de recrutamento. Os dados pessoais apresentados serão tratados de acordo com as normas da Lei n° 8/2005, “Lei da Protecção de Dados Pessoais”, da RAEM. Caso advenham algumas dúvidas na verificação de documentos dos candidatos, os respectivos dados poderão ser entregues às entidades competentes para o devido apuramento ou para a obtenção de informações. Os candidatos, no uso do direito que lhes assiste nos termos legais, podem obter as informações que pretendam, consultar os seus dados e exercer o direito de oposição, necessitando, para o efeito, de apresentar o respectivo pedido, por escrito, ao IACM.

Macau, aos 25 de Novembro de 2013.

Presidente do Conselho de Administração, Substo.

Lo Veng Tak

Page 13: Hoje Macau 29 NOV 2013 #2985

13EVENTOShoje macau sexta-feira 29.11.2013

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

O ÚLTIMO PAPA • Luís Miguel Rocha29 de Setembro de 1978. O mundo acorda com a chocante notícia da morte do Papa João Paulo I, eleito há apenas trinta e três dias. O Vaticano declara que Sua Santidade morreu de causas desconhecidas e que o corpo será embalsamado dentro de vinte e quatro horas, impossibilitando qualquer autópsia...2006. A jornalista Sarah Monteiro recebe na caixa de correio um envelope com uma lista de nomes que não conhece e uma mensagem codificada. Inicialmente, Sarah fica apenas confusa, mas depois de a sua casa ser assaltada percebe que aquela lista a coloca em perigo. O conteúdo do envelope revela um mundo de corrupção que a jornalista nunca imaginara e ajuda a descobrir a verdade sobre a misteriosa morte de João Paulo I.

ESPADA E CIMITARRA • Simon ScarrowNo ano de 1565, a Europa ameaça desmoronar-se. Dividida, não consegue fazer frente a um implacável Império Otomano em expansão. Quando uma gigantesca frota turca se aproxima, toda a esperança de um continente caído em desgraça está numa minúscula ilha no meio do Mediterrâneo: Malta. E para a defender apenas restam os Cavaleiros da Ordem de Malta.

U M quadro a óleo de mais de 150 anos, intitulado “A Lorcha”, vai ser recupera-do para Macau. A peça, de

inegável valor patrimonial pintada por Marciano António Baptista, está a ser restaurada por uma equipa de especialistas, ficando depois em exibição permanente num museu que está a ser criado em Macau por entidades privadas, informa o comunicado de imprensa do Insti-tuto Internacional de Macau, (IIM).

A pintura (de 60 por 45 cm de dimensão) foi feita em homenagem ao seu pai que comandava a lorcha que está retratatada e faz parte da memória colectiva da família, tendo figurado tradicionalmente, através de sucessivas gerações, na sala de jantar dos descendentes de Baptista: herdado por Marciano Jr., passou pela casa de Marciano III (conhecido por Naneli) estando ultimamente na posse de Filome-no Marciano Baptista, bisneto do pintor. De acordo com Filomeno, o quadro teria de “ir para Macau, local de nascimento de Marciano Baptista, ou para Portugal”, para “uma instituição que pudesse cui-dar devidamente dele e exibi-lo”.

Marciano António Baptista (1826-1896), considerado o me-lhor pintor de Macau do século XIX, aprendeu as técnicas da pin-tura europeia com o pintor irlandês, George Chinnery, tornando-se seu discípulo, quando este se es-tabeleceu em Macau, fugido dos credores. Dizia-se que pintava as cores, em aguarela ou em óleo, sobre os esboços que Chinnery lhe entregava, quando este cumpria os trabalhos encomendados da Companhia das Índias Orientais Inglesas que usava Macau como base dos seus lucrativos negócios com a China. Em finais de 1840, juntando-se ao maciço êxodo de macaenses para Hong Kong, Marciano Baptista mudou-se com a família para colónia britânica, onde foi professor no St. Saviour’s College e na Victoria Boys’ School.

As suas pinturas iniciais asse-melhavam-se no estilo às do seu mestre mas, com o passar dos tempos, ele desenvolveu técnicas e feições próprias. Marciano gos-tava de pintar o Templo de A-Ma e existem quadros de diferentes

O S artistas Délio Jasse (Angola), José Pedro Cortes (Portugal) e Letícia Ramos (Brasil) são os finalistas ao Prémio BES

Photo 2014, no valor de 40 mil euros, anunciou ontem a organização do galardão.

De acordo com a organização, uma parceria entre o Banco Espírito Santo e o Museu Coleção Berardo, esta 10.ª edição do prémio BES Photo 2014 é a quarta com estatuto internacional, abrangendo artistas de nacionalidade portugue-sa, brasileira ou de um dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

A exposição dos finalistas será apresentada no Museu Coleção Berardo em maior 2014 e viajará para o Brasil, para ser instalada em Outubro no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

A escolha de Délio Jasse, José Pedro Cortes e Letícia Ramos foi feita pelo júri de selecção representativo do triângulo geográfico que o galardão abrange.

Foi composto por Jacopo Crivelli Visconti (Brasil), crítico e curador independente, João Fernandes (Portugal), subdirector do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madrid, e Bisi Silva (Nigéria), fundadora e directora do Centre for Contemporary Art, em Lagos, que analisaram o panorama expo-

sitivo da fotografia no período a que reporta o prémio (2013).

Segundo o júri, a nomeação de Délio Jasse (Angola) prende-se com “a apresentação de três trabalhos distintos, mas inter-relacionados, que exploram as formas como o passado continuam a ter impacto no presente”.

No caso deste artista, o júri destaca as ex-posições “Além_Mar” (2013), sobre a história colonial, também “Arquivo Urbano” (2013), sobre as transformação da paisagem urbana, especialmente em Luanda, com a arquitectura dos anos de 1950 e 1970 a ser apagada por novos edifícios, e ainda “Contacto” (2012), com imagens de indivíduos encontradas pelo mundo fora, em feiras de objectos usados.

Para o júri, José Pedro Cortes (Portugal) “tem-se destacado com uma obra fotográfica que cruza o registo da vida urbana contem-porânea com uma narrativa muito pessoal da intimidade e da anonímia na delimitação entre o espaço público e o privado, centrada na relação entre os lugares e as pessoas que os vivem”.

“Costa”, o projecto que apresentou no espaço Carpe Diem, em Lisboa, foi também seleccionado para a European Exhibition Photo Award, apresentada em 2012 na Deichtorhal-len, em Hamburgo.

Na opinião do júri, o trabalho de Letícia Ramos (Brasil) “revela um amadurecimento da sua prática artística, evidenciado pelas recentes exposições” no espaço Pivô, em São Paulo, e no Museu do Trabalho de Porto Ale-gre. A selecção dos artistas tem por base uma exposição de obras de suporte fotográfico e/ou a edição de uma publicação durante o período anterior à data de reunião do júri de selecção.

Como nas edições anteriores, os três artistas seleccionados como finalistas vão receber uma bolsa para apresentarem trabalhos inéditos na exposição BES Photo, com base na qual um júri internacional, com nacionalidades distintas dos artistas seleccionados, elegerá o vencedor do prémio.

Iniciativa do Banco Espírito Santo em par-ceria com o Museu Coleção Berardo, o Prémio BES Photo foi lançado em 2004 com o objectivo de premiar artistas portugueses, ou residentes em Portugal, que durante no ano transacto tivessem apresentado projectos fotográficos.

Helena Almeida foi a vencedora da 1.ª edi-ção, em 2004, José Luís Neto venceu em 2005, Daniel Blaufuks em 2006, Miguel Soares em 2007, Edgar Martins em 2008, Filipa César em 2009, Manuela Marques em 2011, Mauro Pinto em 2012, e Pedro Motta em 2013.

QUADRO DE MARCIANO BAPTISTA RECUPERADO PARA MACAU

O bom filho à casa torna

BES PHOTO 2014 DÉLIO JASSE, JOSÉ PEDRO CORTES E LETÍCIA RAMOS SÃO OS FINALISTAS

Prémio disputado por triângulo geográfico

perspectivas sobre o tema que, no parecer de peritos de arte, são as pinturas mais apreciadas. O Museu de Hong Kong conta na sua colecção um quadro sobre esta construção histórica de Macau. Existem tam-bém outros quadros de cenas de rua e da vida marítima da Costa do Sul da China, feitos cerca de 1850, que enriquecem a colecção do Museu de Arte de Macau. Marciano Baptista pintou também o tecto e o altar das igrejas de Santo António e de São Lourenço.

O quadro, intitulado “A Lor-cha”, vai ser agora formalmente entregue a Macau, na sessão organi-

zada pelo Instituto Internacional de Macau, que terá lugar no Centro de Actividades Turísticas, no dia 4 de Dezembro, durante o Encontro das Comunidades Macaenses. Filome-no Baptista, bisneto de Marciano, vai formalizar o acto da entrega, através do IIM, à Associação dos Treze Hongs para a Promoção do da Cultura e do Comércio de Macau, acrescenta a nota de imprensa.

Uma vez recuperado, o quadro vai ser exposto num Museu privado que está a ser montado em Macau pela referida Associação, na zona do Patane, em cujos cais, nos tem-pos remotos, atracavam os barcos de comércio que iam e vinham de Cantão, transportando os familia-res daqueles que negociavam com os comerciantes (“hongs”) que, durante o período de 1757 a 1852, detinham o exclusivo privilégio de trabalhar com as feitorias estran-geiras, finaliza a nota.

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14 hoje macau sexta-feira 29.11.2013

hARTE

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昆曲 ÓPERA KUNQU A MÃE DA ÓPERA CHINESA

José simões morais

E NCONTRAMO-NOS na China Central e chegados pelo Rio Comprido, tradução para Changjiang, mas que os es-

trangeiros chamam Yangtzé, aporta-mos no cais de Nanjing, a capital do Sul. À nossa frente temos a ponte rodo-viária e ferroviária construída em 1968, primeira obra de vulto da engenharia chinesa do século XX, libertadora de um estigma que assolara a China após a Guerra do Ópio. Feita num período de reduzido trânsito, tanto de comboios como de carros, estoicamente carrega agora por dia, o que fora pensado para uma década. Um pouco mais para nas-cente, conta com a ajuda de uma nova ponte, edificada para o século XXI. O transporte, que aumentou sobre rodas, diminuiu pelas águas do rio e assim de-sapareceu a concorrida e animada mo-vimentação das embarcações, que dia e noite sulcavam aquela importantíssima estrada de água. Nessa ligação do Oes-te com o Leste, o vai e vem de um con-tínuo fluir de outrora, não passa hoje de uma leve memória da vida fluvial. As linhas na água abrem em leque, sem se desfazerem pelo cruzar com as ras-gadas por outros barcos e assim ficam longo tempo marcadas naquela super-fície dourada, esquecida a vibração on-dulante de uma vida de outros tempos.

Já quanto à cidade, se em área não conseguiu aumentar, espartilhada entre as montanhas que se encontram na par-te Leste e o rio, na parte Oeste, cresceu e muito em altura. Lembramo-nos, num carinho doloroso, de a vermos, quar-teirão a quarteirão, de prédios baixos e moradias, com os residentes a passar as horas de Sol conversando na rua e de-pois, a rapidez com que do fundo das lojas foram saindo as relíquias esqueci-das e ao desbarato serem vendidas, para os edifícios serem demolidos.

Cidade extensa, de uma população com mais de oito milhões de habitan-tes, presenciamos a sua total renovação pelos edifícios a crescer desmesurada-mente em altura. Construída para os carros e não para as pessoas, as distân-cias são grandes e andar a pé, de um lado para o outro a conhecer os pólos da cidade, é um gasto de tempo e ener-gia. O metro demorou a chegar e foi a opção que logo conquistou os habi-tantes.

Após muito vaguear, de volta ao centro da cidade procuramos a Sala de Kunju junto ao Palácio da Dinastia Celeste e ao lado do novo templo de Confúcio. Encontramos a entrada do teatro, onde se costuma realizar a ópe-ra de Kunqu, mas fechada e pelo car-taz, já muito esbatido pelo Sol e mal tratado pelo tempo, ia para um ano que não se realizavam espectáculos naquela sala.

Temos a viagem para o dia seguin-te, logo de manhã muito cedo e por isso, retiramo-nos para o quarto do hotel da Universidade na esperança

de adormecer rapidamente. Mas como sempre acontece, quando é preciso, o que queremos nunca é o que acontece e assim, em vez de contar carneirinhos, abrimos o televisor e assistimos à ceri-mónia de abertura do ano cultural de Nanjing. Cerimónia realizada na forta-leza de Zhonghua, a Porta Sul, locali-zada onde foi há 2500 anos fundada a cidade, que hoje é capital da província de Jiangsu.

A EVOLUÇÃO DA ÓPERA KUNQUPara acompanhar a leitura dos livros sobre as origens da Ópera Kunqu,

preparamos um chá que trouxéramos de Nanjing. Mas o posicionamento na água das suas pequenas folhas fechadas, em suspensão vertical, que lentamente vão caindo até ao fundo do copo como pingos de chuva, desvia-nos a atenção. Deleitamo-nos com um chá verde, cujo nome, Yuhua, significa Pingos de Chuva e só ao fim de sorver a terceira porção de água deitada sobre as folhas, come-çamos, despertos, a leitura.

Nos finais do século XIII, no litoral da província de Zhejiang, tinha surgi-do a Ópera do Sul (Nanxi), conhecida também por Ópera de Wenzhou, ou Ópera de Variedades de Yongjia. A unificação da China pela dinastia Yuan levou as diferentes formas de entoação e melodias dispersas pelo território, a servir de base à criação da Ópera de Variedades Yuan. Com essa essência, passados cem anos, voltou a apresen-tar-se a Ópera de Variedades do Sul.

Originária de Kunshan, na provín-cia de Jiangsu, a Ópera Kunqu é um dos mais antigos estilos sobreviventes das óperas chinesas. Herdeira da Ópe-ra de Variedades do Sul, Kunju conta com mais de 600 anos de actuações, sendo inicialmente conhecida como Kunshan Qiang (a tuna da montanha de Kun).

Pelo livro da família Gu ficamos a saber que a ópera Kunqu foi criada no século XIV por Gu Jian. Este nasceu e viveu na montanha de Kun, hoje Qian Deng, próximo de Suzhou e foi educa-do pela tia, que o ensinou ainda criança a cantar. Feng Yue Sanren, o nome ar-tístico de Gu Jian, escreveu Yue Fu, uma peça com oito actos, que é a primeira em forma de romance (estilo Chuanqi) representada na Ópera Chinesa.

Já nos finais da dinastia Song (960-1279) e durante a Yuan (1279-1368) aparecera no Norte da China o estilo Zaju, usando as pronúncias locais, ten-do apenas quatro actos e representado por um único cantor. Apresentava de um modo curto e conciso apenas um acontecimento.

Com o padrão tonal do Sul, Chuan-qi usava longas histórias, que por ve-zes continuavam pelos dias seguintes. Contava com partes cantadas e outras faladas, executadas por vários cantores; era acompanhada apenas por instru-mentos de precursão e explanava uma

JOSÉ

SIM

ÕES

MOR

AIS

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15 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 29.11.2013

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vida inteira, com todas as suas caracte-rizações. Muito mais tarde, como um Chuanqi continha algumas dezenas de actos e era muito longo, começou-se a seleccionar para ser representado num formato curto, denominado Zhezixi.

Em meados do século XVI, já duran-te a dinastia Ming, as elites culturais vi-raram-se para os espectáculos de Ópera Chinesa, estudando-os e fazendo-lhes grandes reformas. Começaram por refi-nar a representação, pesquisando tanto ao nível dos movimentos, como sobre técnicas vocais e os actores tornaram-se profissionais. São criados novos argu-mentos e introduzidos outros contri-butos como novos cenários, maquilha-gens, roupas e adereços, que a elevaram a um estatuto de arte.

Foi sobretudo com a reforma do padrão tonal Kun, que a Ópera Kun-qu atingiu a maturidade e tal aconteceu durante a dinastia Ming, no reinado do imperador Jiajing (1522-1566).

Das elites culturais, os nomes de Wei Liangfu (1489-1566) e Liang Chenyu (c.1521-1594) distinguiram--se no elevar a Ópera Kunqu a um alto nível artístico.

Wei Liangfu, com o estudo do tem-pero da tonalidade musical, registado no livro “Guia para a Melodia do Sul” (南词引正 Nan Ci Yin Zheng). “As cinco notas musicais estão baseadas nas quatro tonalidades da linguagem clássi-ca chinesa. Se um actor não consegue articular correctamente os quatro tons, não está habilitado a cantar com suces-so as cinco notas musicais. Um actor deve estudar o nível, o subir e descer e o entrar dos tons, um a um, para ter a certeza que consegue pronunciá-los precisos e correctamente. Se não tiver suficiente cuidado e cometer erros ne-les, o seu cantar não será agradável para ser ouvido.”

Já Liang Chenyu distinguiu-se pela qualidade das letras apresentadas num Chuanqi que escreveu com o título Huan Sha Ji (História do Lavar Gaze). Relata o drama de amor entre Xi Shi e Fan Li, que ocorreu no Período Prima-vera Outono, quando os reinos Wu e Yue se guerreavam. Encenou-a com o grupo Kun Qiang e após o grande êxi-to em Kunshan, foi representada nos palcos de Suzhou e daí levada para toda a província de Jiangsu. Tal suces-so, no entretimento das noites das ca-madas populares e dos eruditos, levou à formação de novos grupos de Kunju e à criação de novas peças. Estava-se no reinado de Wan Li (1572-1620) da dinastia Ming e a ópera Kunqu espalhou-se também pela província de Zhejiang.

Com o refinar da representação, pelo incorporar eloquentes expres-sões, a ópera Kunqu elitizou-se e chegou à corte do Palácio Imperial. O imperador Qianlong (1735-1795) da dinastia Qing, ao celebrar os 80 anos, mandou chamar muitos grupos de ópera existentes pelo país para re-presentarem na capital. Pegando no Kunju e incorporando partes das ópe-

ras praticadas nas províncias de Anhui e Hubei, foi criada a Ópera de Pequim (Jingju).

Desde então, até ao reinado do im-perador Jiaqing (1796-1820), a ópera Kunqu floresceu com a integração de novos poemas, músicas, canções, dan-ças e teatro, tendo também influenciado muitos outros estilos de ópera.

No século XVIII apareceram novas formas de ópera, mais ligadas ao gosto popular e a erudita ópera Kunqu perdeu adeptos. Moribunda, quase tinha desa-parecido quando, em 1921, foi aberta uma escola para o ensino de Kunju em Suzhou, onde se começou a pesquisar a esquecida História da Ópera Kunqu. Alguns dos elementos, que passaram por essa escola, formaram em 1956 o Grupo de Kunju de Zhejiang. Com um enorme sucesso apresentou um remodelado Chuanqi, “ShiWuGuan”, “Quinze Cordas de Dinheiro”, ao qual Zhou Enlai se referiu com as palavras: “Uma Ópera que Salvou a Cultura”.

ÓPERA KUNQU EM SUZHOUChegamos por fim ao Paraíso sobre a Terra, cidade de magníficos jardins. Como são duas da tarde de um Domin-go, dirigimo-nos do terminal de auto-carros directamente para o museu da Ópera Kunqu.

Na última estadia em Suzhou ten-táramos, três dias antes de deixarmos a cidade, assistir a um espectáculo de Kunju. No Museu da Ópera Kunqu ficámos a saber que este só se realiza-va exactamente no dia da nossa parti-da, mas como íamos para Nanjing e aí existia outra sala onde se poderia ver tal espectáculo, despreocupadamente aguardamos até lá para o ver em cena.

Agora aqui estamos de novo para assistir ao espectáculo, com início às quatro da tarde. O táxi deixa-nos na Rua Pingjiang (um dos antigos nomes de Suzhou), pois a confusão que reina na estreita rua onde fica situado o Mu-seu da Ópera Kunqu, não aconselha a entrada da viatura.

Após passar a multidão de carros estacionados e outra que, tentando circular, entope a rua, chegamos à en-trada do museu, onde nos é cobrado o

bilhete. Seguimos pelo corredor fecha-do por portadas de madeira e vidro a contornar um pátio interior. Pavilhões com compartimentos para permitirem aos espectadores ficar resguardados a beber chá e trincar pevides enquanto fora, no palco exterior, o espectáculo se desenrolava. Um palco na sala prin-cipal do museu permite representações para menos pessoas, numa forma edu-cacional e mais íntima.

O actual reportório da Ópera de Kun conta com mais de 400 actos dos Zhezixi seleccionados de muitos Chuanqi. Assistimos a dois actos reti-rados de MuDanTing (Pavilhão Peó-nia). A história é a de uma donzela, Du Liniang, de uma família de oficiais, que se entretêm no jardim da casa a sonhar uma relação amorosa com um jovem. Apaixonada, vivendo na vida real o so-nho de um grande desgosto de amor, pois o jovem não lhe aparece, deixa-se morrer. O seu pai constrói-lhe um tem-plo, onde coloca o retrato da falecida filha. Local onde o jovem Liu Meng-mei pernoita, quando vai a caminho da capital de província para realizar os exames imperiais. Quase duas horas passam e no palco evoluem três acto-res que, condensando o momento, re-presentam com uma vincada expressão teatral, o sonho nos diferentes tempos conjugados pela magia. As três perso-nagens: Du Liniang, representada pela

actriz Zhao Yun-jian, a sua aia, com um papel secundário e pontual e o jovem Liu Mengmei, cujo actor é Zhang Jun, usam muita mímica na actuação. Dão grande atenção à boca na expressão dos lábios, à qualidade do som e ao rit-mo das palavras e dos gestos das mãos e dedos. Salientam os movimentos do andar com os sapatos de solas altas e nas túnicas de seda bordadas, os movi-mentos das longas mangas, cujo rodar dá o passar do tempo.

O cenário é composto apenas por uma cadeira, uma cómoda com um es-pelho e mais tarde a pintura, desenrola-da sobre uma cana de bambu para fazer a ligação com o sonho do passado.

Ao lado do palco, uma pequena or-questra com sete músicos. O maestro pa-rece ser o que toca tabuinhas, enquanto outros instrumentos tradicionais, como o sheng, o xiao, o erhu, uma pipa e ou-tras duas mais pequena, complementam as vozes ou, dão outro fundo à peça quando, não havendo o uso da voz, esta é substituída pelos movimentos do an-dar, cujos passos, nos tradicionais sapa-tos de solas altas, expressam também o passar do tempo.

Terminado o espectáculo, visitamos o museu onde ficando a saber que a Ópera de Kunqu, conhecida como “A Mãe da Ópera Chinesa”, foi distinguida em 2001 pela Unesco como Património Oral Intangível da Humanidade.

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16 DESPORTO hoje macau sexta-feira 29.11.2013

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N ÃO tinha a fama de Pelé, nem o talento de Garrincha, mas tem um lugar im-

portante na história do futebol brasileiro. O ex-jogador bra-sileiro Nilton Santos morreu na quarta-feira, aos 88 anos, devido a uma pneumonia, agravada pela doença de Al-zheimer e uma insuficiência cardíaca grave. Foi conside-rado numa votação da FIFA o melhor lateral esquerdo do século XX, tendo participado em quatro Mundiais e vencido dois (1958 e 1962).

Nilton Santos foi um dos ícones do Botafogo e a sua história cruza-se com a de Garrinha, um dos mais talentosos futebolistas bra-sileiros. Diz a lenda que no primeiro treino ao serviço do clube de São Paulo, Garrin-cha fintou Nilton Santos, que logo exigiu ao treinador que colocasse o “anjo das pernas tortas” como titular.

FUTEBOL FOI CONSIDERADO O MELHOR LATERAL ESQUERDO DO SÉCULO XX

Morreu Nilton Santos

Nascido no Rio de Janei-ro, a 16 de Maio de 1925, Nilton Santos começou bem cedo a jogar no Botafogo, clube que representou em 729 jogos (um recorde na equipa carioca). Esteve no Mundial de 1950, sendo su-plente na fatídica final com o Uruguai, que ficou conhe-cida como o Maracanaço.

Nilton Santos era defesa e foi um dos percursores dos laterais ofensivos, apesar de os treinadores da época não gostarem dessa abordagem. “Dos laterais de hoje em

dia não invejo nem a fama, nem o dinheiro, mas sim a liberdade”, disse um dia Nilton Santos, explicando uma das histórias mais fa-mosas da sua carreira. No Mundial de 1958, no jogo frente à Áustria (2-0), Nilton começou a atacar, perante os gritos do treinador, Vicente Feola, para não avançasse no terreno. O lateral-esquerdo acabou por marcar golo e receber os elogios do técni-co: “Dizem que o Feola, na beira do gramado [relvado], gritava: ‘Volta! Volta! É louco, esse é louco!’ Sei que, depois que eu marquei o golo, ele só olhou para mim e disse: ‘Boa!”, contou Nilton Santos ao site da FIFA.

Campeão mundial em 1958 e 1962, o antigo jogador brasileiro ficou conhecido como “a Enci-clopédia do Futebol”, gra-ças ao seu conhecimento sobre o jogo. “Não era à

toa que Nilton Santos era conhecido como a Enci-clopédia do Futebol. Ele entendia tudo do desporto, era generoso e um amigo e jogador exemplar. Nos cinco anos que passámos juntos no Botafogo (entre 1958 e 1963), ele foi o melhor maestro, e o clube, uma grande universidade”, disse outro ex-futebolista Amarildo Tavares Teixei-ra, citado pelo El País.

“Sempre que me pedem para escalar a selecção mundial de todos os tempos, não tenho dúvidas sobre al-guns jogadores, como Pelé, Garrincha, Messi, Marado-na, Beckenbauer e Nilton Santos, a Enciclopédia do Futebol. Foi o maior jogador de defesa que vi no futebol brasileiro, no mesmo nível de Beckenbauer”, escreveu Tostão, ex-internacional brasileiro, no jornal Folha de São Paulo.

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C I N E M ACineteatro

hoje macau sexta-feira 29.11.2013 FUTILIDADES 17

TEMPO POUCO NUBLADO MIN 11 MAX 18 HUM 35-65% • EURO 10.8 BAHT 0.2 YUAN 1.3

SALA 1THE HUNGER GAMES: CATCHING FIRE [C]Um filme de: Francis LawrenceCom: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hamsworth14.30, 19.15, 21.45

SALA 2 SPACE PIRATE: CAPTAIN HARLOCK [B](FALADO EM JAPONÊSLEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)16.45

INSIDIOUS CHAPTER 2 [C]Um filme de: Kees van OostrumCom: Patrick Wilson, Rose Byrne, Barbara Hershey, Lin Shaye14.30, 21.30

THE HUNGER GAMES: CATCHING FIRE [C]Um filme de: Francis LawrenceCom: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hamsworth16.30

SPACE PIRATE: CAPTAIN HARLOCK 3D [B](FALADO EM JAPONÊSLEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)19.30

SALA 3DELIVERY MAN [C]Um filme de: Ken ScottCom: Vince Vaughn, Cobie Smulders14.10, 16.00, 19.50, 21.45

SPACE PIRATE: CAPTAIN HARLOCK [B](FALADO EM JAPONÊSLEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)17.50

SIMPLESMENTE BRIGITTE...

E porque é, e sempre será, uma das mulheres mais sexys de todos os tempos, Brigitte Bardot merece destaque nesta página. A actriz francesa, que fez furor em Hollywood nos anos 50 e 60 do século passado, tem actualmente 79 anos. Foi, durante várias gerações, uma beleza exótica, quase que diremos, vanguardista para a altura. O Sofitel Ponte 16 está a homenagear Brigitte com uma exposição de fotografias inéditas e nós homenageamos o leitor, com esta foto que nos tira mais palavras...

Pu YiPOR MIM FALO

Meninas poderosas põem os jovensem perigo

Jovem ia a 170km/h e tirouuma foto antes de morrernum despiste• Se conduzir, não fotografe: em especial quando circula em excesso de velocidade. No Brasil, uma jovem de 19 anos morreu num despiste após tirar uma fotografia ao velocímetro, que indicava 170 quilómetros por hora. O acidente ocorreu na cidade de Itanhaém, em São Paulo. A polícia foi chamada para um despiste e embate da viatura contra o pilar de uma ponte e as investigações permitiram concluir que a condutora, Giovana Alves, tirara uma foto ao velocímetro segundos antes do acidente. Na imagem consta a velocidade nos instantes que antecederam o choque fatal: 170 quilómetros por hora. A jovem, que trabalhava num banco na Praia Grande, era uma conhecida entusiasta da velocidade. Na conta do Instagram publicara várias fotos a comprovar velocidades acima dos 180 quilómetros por hora. A última foi mesmo no “instante decisivo”, como diria o fotógrafo Henri Cartier-Bresson: Giovana morreu no local.

Se desligar o telemóvel, só paga metade da conta• Um restaurante em Israel está a oferecer 50% de desconto aos clientes que desligarem o telemóvel durante a refeição. A iniciativa é do proprietário, Jawdat Ibrahim, para quem os telemóveis são os principais responsáveis pelo fim do convívio entre familiares e amigos. Para Jawdat, de 49 anos, os ‘smartphones’ vieram destruir a experiência de se ir jantar ou almoçar fora. O objectivo do israelita é recuperar a cultura de se estar à mesa, fora de casa, fazendo com que as pessoas voltem a aproveitar a companhia umas das outras e apreciem ao máximo a comida que lhes é servida.

Song Pek Kei tem vindo a ter intervenções de facto surpreendentes. Reconheço-lhe mérito pela criatividade (que, por vezes, roça a aberração) do seu discurso na Assembleia Legislativa, e fora dela. A última, como decerto o leitor já pôde reparar nesta edição, prende-se com a distribuição de panfletos pornográficos.Ora bem, não podemos estar mais de acordo que esta actividade conspurca a sociedade e, sem dúvida, deve ser punida a distribuição destes “flyers” bem como controlados os serviços prestados, sobretudo, quando os mesmos envolvem casos de tráfico sexual. Mas a abordagem da deputada foi irreverente e inédita. Consta que no entender desta graduada em direito, o mal desta promoção de serviços – deixada ao abandono pelo chão em papéis apelativos – é a de que os jovens, facilmente aliciados, podem levar os panfletos para dentro das instituições escolares o que resulta em expulsões.De facto, é um encadeamento de situações muito evidente. Eu diria mais, é isto que tem levado com certeza a juventude a meter-se nas drogas e fazer acrescer o número de crimes por consumo e tráfico.E, se pensarmos bem, isto tudo porque os estudantes não têm espaço a brincadeiras e passatempos próprios da sua idade. Não há terrenos. Os que há são para os não-residentes que roubam habitações aos restantes. E, portanto, todos têm de ser expulsas para o continente e lá viver. Mas, por favor, enquanto sem vocês não encontramos cá quem se queira sujeitar a esses trabalhos, voltem para cá. Vão e venham. Todos os dias. É isto. Todos os males têm um denominador comum: a ineficácia e inoperação do Governo, mesmo os mais insólitos e menos difíceis de prever. Amigos governantes, vocês não estão atentos à raiz dos problemas.Tudo começa numas tentadoras maminhas espalhadas pelo chão da cidade e, de repente, os jovens ficam sem rumo…

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18 OPINIÃO hoje macau sexta-feira 29.11.2013

“Emerging China is changing the face of global economics and politics. The market will go forward on a healthy track in the future. China will benefit from cooperation with market leaders such as the United States and the United Kingdom.”

Salih N. Neftci and Michelle Yuan Menager-XuChina’s Financial Markets: An Insider’s

Guide to How the Markets Work

O ressurgir da China como po-tência global está a afectar de forma crescente o mun-do. É preocupante a nova tendência dos académicos de conhecer cada vez mais, sobre cada vez menos e a sua exponencial incapaci-dade de generalização, em todos os aspectos, sobre o

desenvolvimento da China, ou seja, nas últi-mas três décadas, a comunidade académica tem realizado estudos imensos acerca de fenómenos no micro nível, o que talvez tenha permitido conhecer mais sobre as “árvores”, o que não implica necessariamente ter uma melhor compreensão sobre a “floresta”.

A desagregação excessiva não levou a uma melhor compreensão da China na sua totalidade. A ascensão da China é o grande momento da história de nossa era. Os es-tudiosos do tema, tem uma obsessão pelas teorias e metodologias das ciências sociais, que mais que esclarecer o objecto de estudo são um obstáculo ao entendimento da China.

O teste de teorias e aplicação de meto-dologias, infelizmente, tornou-se um fim, ao invés de ser um meio para aprofundar o conhecimento e a compreensão, o que faz que as escolas, e em particular as universi-dades, se divorciem cada vez mais da sua missão que é a de iluminar os espíritos e educar as mentes.

O maior e melhor conhecimento da China parece residir nos profissionais ou insti-tuições que desenvolvem actividades nas áreas dos negócios, bancárias, consultoria, direito, diplomacia, segurança, jornalismo e organizações não governamentais ao invés da comunidade académica.

Os estudiosos sobre a China não são mais um repositório de conhecimento como o foram no passado recente, o que parece ser natural, não deixando porém de ser lamentável. Existe uma frustração enorme quanto à comunidade académica, quando os cidadãos pretendem conhecer a China na sua totalidade.

É uma necessidade premente com-preender a ascensão global da China. O despertar da China que abalaria o mundo, foi profetizado por Napoleão. As perguntas inevitavelmente surgem. Mas como? Qual a forma? Será possível compreender as várias dimensões, complexidades e implicações da marcha da China?

Os cépticos podem contestar essa sa-bedoria convencional e inquirir se a China na realidade, está a abalar o mundo e a tornar-se numa potência global e se assim

O ano de 2010 ficou conhecido como o de “afirmação” da China. O governo chinês durante esse ano desdobrou-se num conjunto de acções diplomáticas intensas e complexas com os seus vizinhos asiáticos, os Estados Unidos, Austrália e União Europeia e que parece ter desconcertado o mundo. O dragão estava a polir as suas garras

A China como potência globalé, exactamente como, ou, será que a China está a assumir e a exercer uma influência internacional, derivada de uma campanha publicitária vazia de conteúdo?

Existem muitas respostas e desde logo algumas provieram do extremo norte da Praça da Paz Celestial, que simboliza o poder político na China, por ocasião do dia nacional e aquando da celebração do sexagésimo aniversário da implantação da República Popular da China, a 1 de Outubro de 2009, sob o olhar atento do retrato gigante do “grande timoneiro” Mao Tsé-Tung, na simbólica “Porta de Tiananmen”, tornando claras as antinomias da ascensão da China, pelo desfile das colunas de dez mil soldados que marcharam a passo rígido de ganso em formação cerrada, mostrando as armas automáticas com cabeças inclinadas em direcção ao palanque oficial.

A infantaria era seguida por enormes camiões que transportavam gigantescos mísseis balísticos intercontinentais e mísseis de cruzeiro furtivos, tanques modernos, lançadores de foguetes, arti-lharia, veículos blindados, com caças e bombardeiros estratégicos.

de ter a capacidade de defesa e dissuasão no Pacífico, em caso de ameaça de conflito.

O presidente chinês passou revista às tropas com saudações calorosas, mostrando um ar grave, dada a seriedade do momento, aliviado após a parada, pelo desfile de carros alegóricos floridos, com crianças a cantar, dançarinos, minorias étnicas de trajes colo-ridos e outras mostras da China.

A colagem de imagens não parece ser contraditória, ao contrário do pensado no Ocidente, por se tratar de uma tentativa de transmitir ao mundo que a China deseja o desenvolvimento pacífico e quer ter um papel conciliador global sem descurar a sua defesa.

Afim de evitar um ataque terrorista surpresa, como o acontecido a 28 de Ou-tubro, perpetrado por terroristas da Região Autónoma Uigure de Xinjiang, de etnia muçulmana e língua turca que causou cinco mortos e quarenta feridos na praça Tiananmen, foram tomadas as mais ínfimas medidas de protecção com intensa seguran-ça, sendo mobilizadas a polícia e as forças especiais que se estenderam pela capital do país, com os bairros patrulhados, a estradas

Existem infinitas respostas, mas é razo-ável pensar que as autoridades realmente temiam sabotagem do equipamento militar ou interrupção das festividades por “separa-tistas étnicos” ou terroristas domésticos, que a acontecer deixariam irremediavelmente uma mancha muito escura na imagem do governo, que faria criar uma torrente de bo-lhas de descontentamento que produziriam ondulações na sociedade.

Tal entendimento, deita por baixo, o argu-mento da existência de profunda insegurança dentro do regime. A justaposição de orgulho e patriotismo, por um lado, misturados com possíveis dissensões ou desvios no seio do regime, logo corrigidos como foi revelado pelo julgamento do ex-dirigente Bo Xilai, acusado de abuso de poder, má gestão de fundos públicos e corrupção não são fortes razões para crer na existência de condições de conflito na China.

O anterior evento realizado catorze meses antes na capital chinesa no Estádio Olímpico “Ninho de Pássaro” aquando do encerramento da XXIX Olimpíada, foi uma demonstração de “soft power” da China, traduzido em várias horas de coreografia criativa, teatro de tirar o fôlego, inundação de colorida iluminação, com os atletas de duzentos e quatro países e territórios a balancear o corpo no interior do recinto sob o tema chinês de “Um Mundo, Um Sonho”, que pressagiavam os festejos culturais do ano seguinte.

A impressionante exibição de encerra-mento, bem como as cerimónias de abertura dos excelentemente geridos Jogos Olímpicos, deixaram a esperança de que durante o tempo que durou o evento e foi centro das atenções internacionais, a China tinha a capacidade de lançar o seu sexagésimo ano de identidade nacional de vitimização pelos estrangeiros e avançar no mundo, com uma nova confiança.

O desfile foi a combinação de “soft po-wer” e de algum “hard power”, sendo que o primeiro tranquilizou o mundo e o segundo parece tê-lo assustado. A combinação des-sas duas faces da mesma moeda parece ter levantado outras interrogações no Ocidente, nomeadamente, a de saber qual das faces será o suporte do novo projecto de projecção da China no cenário mundial.

O ano de 2010 ficou conhecido como o de “afirmação” da China. O governo chinês durante esse ano desdobrou-se num conjunto de acções diplomáticas intensas e complexas com os seus vizinhos asiáticos, os Estados Unidos, Austrália e União Europeia e que parece ter desconcertado o mundo. O dragão estava a polir as suas garras.

No seguimento dessas acções, durante 2011 e 2012, a China mudou e aferiu a sua diplomacia, empreendendo uma campanha de reafirmação diplomática em direcção a esses países, de multifacetado “soft power” e pública diplomacia, visando melhorar a sua imagem no mundo. No entanto, encaixados nestes eventos e apresentações pessoais encontram-se algumas das complexidades da “ascensão” da China.

Tal demonstração, ao contrário do que se possa pensar, não é uma cópia dos misteriosos desfiles marciais semelhantes aos orquestrados pelos anteriores regimes marciais ex-soviéticos, e pelo actual norte--coreano, exibindo uma metáfora perfeita para as contradições que a ascensão da China tem engendrado.

A leitura a fazer, é de que o desfile além de ter sido um evento especial, foi destinado ao consumo interno dos mais de cerca 1,3 mil milhões de chineses em cumprimento da promessa de que o seu país, após as seis décadas de implantação da República Popular da China, devia ocupar um papel grandioso como potência mundial.

As comemorações revelaram uma core-ografada cuidada e praticada com precisão meticulosa, quando comparadas com o ano precedente, acalmando a ânsia nacional no respeito internacional que o país detém, após ter retomado o seu lugar como uma das potências mundiais.

O equipamento militar mostrado, parecia destinar a impressionar o mundo com o novo poderio militar, mas nem por isso se trata de uma contradição na ascensão pacífica da China e nas suas intenções benignas, mas deve ser encarado como uma demonstração

de acesso bloqueadas, os imigrantes e dis-sidentes sujeitos a medidas de segurança extraordinárias, a minuciosa inspecção e verificação dos documentos de identificação dos estrangeiros, colocados vigias e criados pontos de observação por toda a cidade.

Ao longo do percurso do desfile, todos os escritórios foram encerrados uma sema-na antes e vários dias depois, enquanto os residentes de apartamentos voltados para a Avenida Chang’an (que significa paz eterna) foram instruídos a permanecer afastados das janelas no dia das comemorações. A cidade parou totalmente no dia 1 de Outubro, as ruas foram bloqueadas ao trânsito e não foi per-mitida a circulação de pessoas no perímetro de um quilómetro do percurso do desfile.

Os que tiveram a sorte de receber um convite para o evento foram transportados para a Praça Tiananmen, por autocarros a partir de uma zona especial no Estádio dos Trabalhadores. A segurança intensa em Pequim tinha-se registado no ano anterior, aquando da realização das Olimpíadas. As grandes questões colocadas residiam no facto de saber qual a razão de tamanho receio se o Partido Comunista estava tão orgulhoso dos seus sessenta anos no poder e qual a necessidade de tamanha segurança?

perspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

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19 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

hoje macau sexta-feira 29.11.2013

contramãoISABEL [email protected]

C ONFESSO: nunca tinha visto a menina Song mais gorda até à noite eleitoral, aquela em que uns votos inesperados (surpre-sa!), qual ovo Kinder, lhe deram o privilégio de se sentar entre os ilustres políticos da terra, vulgo deputados. Não conheço o passado da menina Song, não faço ideia do que os aninhos

de vida lhe deram, do que tem na cabecinha, e até para escrever o nome completo – Song Pek Kei, aqui está ele – tenho de ir ao Google conferir se não me enganei. A menina Song não me interessa nada, mas mesmo nada.

Mas escrevo sobre a menina Song, que esteve esta semana na Assembleia Legislativa a brincar aos deputados e a dizer umas pateti-ces sobre estrangeiros que ocupam o espaço dos residentes, num discurso feio, feiinho até dizer chega. Não se fala em voz alta do diabo do estrangeiro, menina Song. E o diabo do estrangeiro, menina Song, não é um produto descartável, que se deita ao lixo depois de usar.

Aprendi entretanto que esta menina que nunca vi mais gorda é filha de imigrantes, o que não espanta. A verdade é que a menina Song sabe pouco de história e de demografia – é nestas alturas que faz falta a antiga presidente da Assembleia, Susana Chou, para explicar aos deputados tontinhos que, vistas bem as coisas e desenterrados os ossos, ninguém chega a ser bem de cá. (Nem sequer o presidente do Tribunal de Última Instância, me-nina Song, veja lá o que diz.) A menina Song não respeita os antepassados, nem a história corajosa dos antepassados – estou em crer que os pais não teriam imigrado se na terra de origem a vida fosse melhor.

Mas adiante, que as patetices da menina Song – e principalmente a menina Song – não me interessam e acredito que ao leitor também não. Já muito se disse e escreveu sobre a menina que quer brincar aos deputados, com cara de má e óculos pendurados no nariz, a ver se respira intelectualidade. O que me interessa mesmo é o que o discurso da menina Song significa, o que este tipo de discurso representa.

Antes de mais, significa que há meninas e meninos que, não obstante o esforço dos papás para lhes darem um curso e um canudo, têm cabecinhas pequeninas e são destituídos da capacidade básica de olhar para os lados, para trás e para a frente. São as meninas e os meninos que deviam ter espírito aberto, as cabecinhas pequeninas no sítio, ávidas por conhecimento, pela diferença, pela mudança de mentalidades. Mas não são assim – conse-guem ser piores do que os piores que já todos tínhamos visto, mais gordos e mais magros.

A retórica pobre da menina Song (que não me vou dar ao trabalho de rebater) não é nova – é populista para um certo tipo de eleitorado (o menos instruído, o mais carenciado e o mais fácil de enganar, o que torna ainda o discurso mais abjecto). Não é uma retórica nova, mas é uma retórica que atrapalha, que há muito que atrapalha.

Atrapalha aqueles que, como eu, se sentem incomodados com semelhantes tontarias, por entendermos que o mundo não se divide por cores, etnias, naturalidade, nacionalidade, cor do cabelo ou cor dos olhos.

Atrapalha quem cá está em condições diferentes das da menina Song, que tem uns pais que vieram para Macau noutros tempos, com outras condições de fixação de residência. Atrapalha quem vive aqui há anos – e há décadas – com a permanente sensação de que para o ano às tantas já cá não está, por causa das meninas e dos meninos Song.

Atrapalha aqueles que, estando em posição de decisão, tentam empurrar o carro para a frente mas se deparam, a cada passo, com estes pedregulhos enfiados na engrenagem. Aqueles que – e esses eu sei quem são – andam por aí em diplomáticos movimentos a ver se enfiam nas cabecinhas pequeninas algumas lições

de História e outras de Introdução à Economia (coisas básicas, para as cabecinhas não se cansarem).

É por causa de dis-cursos como os da menina Song, feitos por gente saltitante a pulular na Assembleia Legislativa e noutros sítios onde é fácil cha-mar a atenção do povo, que Macau está como está: sem gente que chegue, em número e em qualidade. Passá-mos anos sem que se fossem buscar médicos lá fora e os que há não chegam; os enfermeiros não chegam; os juízes

de cá não chegam; os pedreiros, os carpintei-ros e os pintores de paredes não chegam; os professores não chegam; os especialistas em coisas diversas (tipo ordenamento do trânsito) não chegam; os tradutores não chegam; as empregas domésticas não chegam; e etc. e tal. As pessoas que pensam sem terem cabecinhas pequeninas não chegam.

A menina Song – e todas as meninas Song deste mundo – têm medo da própria sombra. Por isso é que fingem ser piores do que já são, mazinhas a sério, para assustarem a própria sombra. A menina Song não interessa. O que interessa mesmo é que o discurso não pegue, que não se dê ouvidos à menina Song que, vendo bem as coisas, ainda tem uns quantos anos para brincar aos deputados. Nunca vi a menina Song mais gorda nem quero ver, que não gosto de tontinhas.

A menina Song não interessa. O que interessa mesmo é que o discurso não pegue, que não se dê ouvidos à menina Song que, vendo bem as coisas, ainda tem uns quantos anos para brincar aos deputados. Nunca vi a menina Song mais gorda nem quero ver, que não gosto de tontinhas

Macau das tontas

JHERONIMUS BOSCH, A BARCA DOS TOLOS

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hoje macau sexta-feira 29.11.2013

Portugal Empresário tem “vergonha”do salário mínimoO empresário Patrick Monteiro de Barros afirmou esta quinta-feira ter «vergonha» do valor do salário mínimo nacional pago em Portugal, considerando-o «um dos mais baixos da Europa». O empresário falou durante a conferência «Empresas na Caixa», promovida pela Caixa Geral de Depósitos, em parceria com o Jornal de Notícias, Diário de Notícias, Dinheiro Vivo e TSF, a decorrer em Lisboa. Patrick Monteiro de Barros defendeu ainda que «o problema resolve-se aumentando a educação, a produtividade global», mas considerou que «não há vontade política para fazê-lo». «Hoje em dia, ser político é uma profissão. Uma pessoa nunca vai tomar medidas contra a sua profissão», acrescentou.

Proibir mulheresde conduzir “protegea sociedade do mal”Um responsável religioso da Arábia Saudita afirmou que a proibição de conduzir para as mulheres destinava-se a «proteger a sociedade do mal», informou a imprensa saudita. O xeque Abdel Aziz al-Cheikh pediu, durante uma conferência realizada na quarta-feira em Medina que «não se fizesse desta questão [autorizar as sauditas a conduzir] uma das principais preocupações da sociedade», defendendo que «devia ser vista como uma necessidade para proteger a sociedade do mal», o que seria impossível caso as sauditas fossem autorizadas a conduzir. Militantes sauditas disseram, na quarta-feira, ter recebido garantias do ministro do Interior, príncipe Mohammed ben Nayet, que a questão do direito das mulheres a conduzir estava a ser estudada.

Rússia Último activista da Greenpeace libertado sob cauçãoO último membro da tripulação do navio da Greenpeace que foi apresado no Árctico, foi ontem libertado sob caução, anunciou a organização ecologista. «Excelente notícia! O australiano Colin Russel foi libertado sob caução», escreveu a Greenpeace na rede social Twitter. O Tribunal de São Petersburgo fixou a caução em 45 mil euros, o mesmo valor que foi aplicado aos outros 29 membros da tripulação que já tinham sido libertados.

Snowden Canadá e EUA espiaram membros do G20O governo do Canadá permitiu que os Estados Unidos espiassem os mais altos dirigentes que participaram da Reunião do G20, na cidade de Toronto, em Junho de 2010, segundo documentos facultados por Edward Snowden, ex-técnico da NSA, Agência de Segurança Nacional, divulgados na quarta-feira pela emissora canadiana CBC.

Portugal ascendeao 16.º lugar na tabela de cuidados de saúde Portugal sobe nove lugares e ocupar agora a 16.ª posição na lista de cuidados de saúde, que classifica 34 países europeus, divulgada ontem em Bruxelas pela organização «Health Consumer Powerhouse». No primeiro lugar está a Holanda, com 870 pontos, seguindo-se Suíça, Islândia, Dinamarca e Noruega. Portugal totalizou 671 pontos num máximo de mil. Segundo a organização, a subida de Portugal explica-se parcialmente pelas alterações dos critérios que passaram a valorizar mais os cuidados com a prevenção.

ANDREIA SOFIA SILVA*[email protected]

O Governo de Macau vai finalmente enviar ajuda financeira às vítimas daquele que já é considerado o maior tufão das Filipinas dos últimos anos,

e que já causou mais de cinco mil mortes. Numa reunião ocorrida ontem entre o Chefe do

Executivo e o cônsul-geral das Filipinas em Macau e Hong Kong, Danilo T. Ibayan, ficou tomada a decisão de enviar cinco milhões de patacas. A noticia foi di-vulgada momentos depois, em comunicado. “O apoio do Governo de Macau vai ajudar imenso a população das Filipinas”, diz ao HM o cônsul-geral, que frisa que esta ajuda só chegou porque Pequim autorizou.

“Penso que o Governo de Macau esteve sempre em ligação com o Governo Central e decidiu dar o apoio depois de Pequim ter feito essa decisão”, disse, acrescentando que não esperava esta quan-tidade de dinheiro.

Para já, os cinco milhões deverão chegar direc-tamente ao departamento de serviço social do Go-verno das Filipinas, através de uma conta bancária.

A China vai também enviar dinheiro, iniciativa que poderá ser o primeiro passo para o estreitar de relações com as Filipinas. Questionado sobre se isso será possível, Danilo T. Ibayan apenas diz “claro”, acreditando que as más relações diplomáticas por causa dos territórios no Mar do Sul da China, que ambos os países reivindicam.

No comunicado, citado pela Lusa, Chui Sai On “manifestou a atenção do Governo sobre os traba-lhos de salvamento após o tufão que assolou o país”, e reforçou a vontade de “ajudar na reconstrução das zonas afectadas com esta doação pecuniária”.

O Chefe do Executivo reiterou ainda o “profundo

Demorou, mas foi. A RAEM vai enviar uma tranche de cinco milhões de patacas para ajudar as vítimas do Hayan. Danilo T. Ibayan, cônsul-geral das Filipinas em Macau, diz que este pode ser o inicio do recomeço das relações do país com a China

RAEM DÁ CINCO MILHÕES DE PATACAS ÀS FILIPINAS

Governo Central deixou

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pesar e solidariedade para com as vítimas desta ca-tástrofe natural e à comunidade filipina estabelecida em Macau, fazendo votos de que as zonas afectadas possam ser recuperadas o mais rápido possível”.

Dados oficiais revelam que o Haynan já matou 5500 pessoas, fez 26.136 feridos e 1757 desapa-recidos, tendo afectado um total de 9,9 milhões de pessoas, em 574 municípios de Tacloban. A tempestade destruiu 574.000 casas e outras 575.000 terão sido parcialmente danificadas. - *com Lusa