hoje macau 21 nov 2014 #3219

24
EVENTOS CENTRAIS Mio Pang Fei e o destino de Macau Bienal de Veneza Pequim já deu o aval e as fronteiras do Cotai e da Ilha da Montanha vão passar a funcionar 24 horas, a partir de 18 de Dezembro. Quanto ao número de turistas a entrar no território, o Governo para já diz não ter previsões. É esperar para ver. Uma lei em contra-relógio TÁXIS DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEXTA-FEIRA 21 DE NOVEMBRO DE 2014 ANO XIV Nº 3219 hojemacau POLÍTICA PÁGINA 4 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB FRONTEIRAS HORÁRIOS ALARGADOS A TODA A HORA PÁGINA 7 CHEQUES PECUNIÁRIOS O que fazer ao dinheiro? REPORTAGEM PÁGINAS 2-3 PUB

Upload: jornal-hoje-macau

Post on 06-Apr-2016

238 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Hoje Macau N.º3219 de 21 de Novembro de 2014

TRANSCRIPT

Page 1: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

EVENTOS CENTRAIS

Mio Pang Fei e o destinode Macau

Bienal de Veneza

Pequim já deu o aval e as fronteiras do Cotai e da Ilha da Montanhavão passar a funcionar 24 horas, a partir de 18 de Dezembro. Quanto

ao número de turistas a entrar no território, o Governopara já diz não ter previsões. É esperar para ver.

Uma lei em contra-relógio

TÁXIS

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 S E X TA - F E I R A 2 1 D E N O V E M B R O D E 2 0 1 4 • A N O X I V • N º 3 2 1 9

hojemacau

POLÍTICA PÁGINA 4

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

FRONTEIRAS HORÁRIOS ALARGADOS

A TODAA HORA

PÁGINA 7

CHEQUES PECUNIÁRIOS

O que fazer ao dinheiro? REPORTAGEM PÁGINAS 2-3

PUB

Page 2: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

hoje macau sexta-feira 21.11.20142 REPORTAGEM

ANDREIA SOFIA SILVA*[email protected]

D E cada vez que o Chefe do Executivo vai à As-sembleia Legislativa (AL) apresentar as Li-

nhas de Acção Governativa (LAG) ou falar do orçamento, os valores do Programa de Comparticipação Pecuniária fazem habitualmente os títulos dos jornais. Há dias, Chui Sai On anunciou, aquando da apre-sentação do Orçamento de 2015, que os cheques não só vão conti-nuar como não haverá aumentos. Quem é residente permanente de Macau continuará a receber nove mil patacas. Quem não é, recebe 5400 patacas.

Mas como é, afinal, gasto o cheque que, afirma o Governo,

CHEQUES PECUNIÁRIOS RESIDENTES NÃO TÊM DESTINO ESPECIAL PARA DINHEIRO

“Não nos faz mais ricos nem paga a renda”

JOVENS DIZEM QUE “NÃO É SUFICIENTE”Apesar do dinheiro do Governo poder ser um atractivo para gastar em outras coisas, as jovens Mia Leong e Jessica Mak, ambas a trabalhar nos casinos, com 23 anos de idade, dão o dinheiro do cheque pecuniário directamente aos pais. Para elas, este programa é bom, porque “o salário de dez mil patacas não é suficiente para o custo de vida”. No caso de Jessica Mak, um cheque adicional serve para os pais pagarem a renda do apartamento onde vivem. Já Gary Hoi gastou as suas nove mil patacas num tratamento dentário. “Mesmo que todos os residentes ganhem o dinheiro do Governo, a diferença entre ricos e pobres é grande e os grupos mais vulneráveis continuam a viver com poucas condições. O apoio do Programa de Comparticipação Pecuniária não é tudo, não é suficiente”, conta ao HM.

São funcionários públicos, freelancers, juristas, donas de casa. Auferem níveis salariais diferentes,mas admitem: as nove mil patacas que recebem do Governo todos os meses, por serem residentes permanentesda RAEM, gastam-se quase sem se dar por isso. A maioria discorda da política, ainda que gaste o dinheironas despesas do dia-a-dia ou faça uma conta poupança. Muitos usam o dinheiro para viajar

pretende ajudar a combater o eterno problema da inflação, actualmente nos 6,06%? O HM falou com pessoas de estratos sociais dife-rentes, com profissões e salários diferentes. A maioria não concorda

com a política e pede medidas de longo prazo.

Para Loi Kam Son, a vida é pas-sada a contar os tostões. Esta dona de casa, de 59 anos de idade, tem ainda dois filhos a seu cargo. “Sendo

mãe, o dinheiro serve sempre para comprar alimentos, artigos domés-ticos, para pagar a luz, o telefone, a água. Gasto um pouco de cada vez, mas mesmo assim o dinheiro gasta-se muito depressa”, contou ao HM. Para ela, “o dinheiro é útil para cada um comprar mais coisas e comer melhor. É bom o Governo fazer isso”, acrescentou ainda.

AREIA PARA OS OLHOSRui Rasquinho, designer, reside há 16 anos em Macau e também usa o seu cheque nas despesas do dia-a--dia. Confessa que gosta de receber um dinheiro extra na sua caixa de correio, mas lança duras críticas a esta política. “É sempre bom ter mais um dinheiro, mas como políti-ca acho que é um disparate total, que a longo prazo não ajuda em nada.

Se a ideia é distribuir os lucros do Jogo, a medida serve apenas para atirar areia para os olhos. É a pior solução possível”, aponta.

Antonieta Fam é natural de Macau e é funcionária pública. Também ela não dá um destino especial ao dinheiro que recebe do Executivo. “Uso o cheque para pagar as coisas do dia-a-dia. Há pessoas que usam o dinheiro para alguma coisa, mas eu não”, afirma.

Antonieta acredita que é difícil que o Programa de Compartici-pação Pecuniária um dia venha a acabar, pois “muitas pessoas iam ficar descontentes”. Se bem que acredita que o dinheiro poderia ser aplicado em coisas bem mais úteis para a sociedade.

“Penso que isso ajuda as pes-soas mais desfavorecidas, mas para

Page 3: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

3 reportagemhoje macau sexta-feira 21.11.2014

“Sendo mãe, o dinheiro serve sempre para comprar alimentos, artigos domésticos, para pagar a luz, o telefone, a água. Gasto um pouco de cada vez, mas mesmo assimo dinheiro gasta-semuito depressa”LOI KAM SON Doméstica

“É sempre bom ter mais um dinheiro, mas como política acho que é um disparate total, que a longo prazo não ajuda em nada”RUI RASQUINHO Designer

“Penso que seria melhor se esse dinheiro fosse para a assistência médica, para construir o novo hospital, porque é uma coisa que a população precisa”ANTONIETA FAM Funcionária pública

A NA (nome fictício) fez de Macau a sua casa há muitos anos e actualmente

trabalha como jurista. Quando a questionamos sobre a utilização que dá ao cheque do Governo, não tem dúvidas: “uso o dinheiro para viagens”. “Não concordo com esta política, acho que serve para consolar as pessoas. O Governo deveria controlar os preços da ha-bitação e não é com um cheque que vai controlar isso”, acrescenta.

Ana lembra que qualquer residente, independentemente do salário que tenha no final do mês, recebe o mesmo valor, o que não ajuda a diminuir as desigualdades. “Há camadas da população com mais dificuldades e um cheque não vai resolver o problema da igual-dade. Era preferível que criassem um subsídio para as famílias que estão no limiar da pobreza e que controlassem os preços dos pro-dutos, o que fez disparar o custo de vida. O território iria beneficiar mais com políticas a curto e médio prazo”, acredita.

OUTROS VOTOS CONTRATambém Goreti Lima, psicóloga, usa o dinheiro para viajar, mas com um objectivo claro: tirar cursos de especialização na sua área, já que em Macau “não há nada”. “Normalmente ou gasto o dinheiro no curso ou na viagem, para depois aplicar os meus co-nhecimentos aqui”. Ao comentar esta política do Executivo, Goreti Lima defende que “o dinheiro não dá para nada”. “Ainda agora mudei de casa e não compensa. Acho que esta política é para nos calar um bocado. Nove mil patacas não chegam para cobrir a inflação das coisas, as rendas.”

Quando foi ao hemiciclo fazer o balanço das LAG de 2014 e apresentar o Orçamento para 2015, Chui Sai On lá deixou escapar um pedido de desculpas. “Agradeço a compreensão pelo facto de manter o valor do cheque”. Alguns poderiam esperar um aumento, mas a verdade é que o Executivo decidiu manter os mesmos valores que foram actualizados em 2013. A agência Lusa fez as contas e, desde 2008, ano em que foi lançado o programa, que já foram gastos 16,96 mil milhões de patacas. Os residentes permanentes já ganharam, até 2013, 15,46 mil milhões de patacas, enquanto que os não permanentes receberam 1,5 mil milhões. Os cheques de 2014 estão agora a ser distribuídos, com o Governo a estimar gastar 5,7 mil milhões de patacas no plano, que este ano deve chegar a 650 mil pessoas. O Programa de Comparticipação Pecuniária tem sido alvo de muitas críticas por parte de economistas. Em Agosto, José Isaac Duarte e

José Sales Marques criticaram a política, também em declarações à agência Lusa. “O Governo distribuir cheques nunca foi uma boa ideia. Mas entretanto criou-se o hábito. Mais valia repensar o sistema fiscal, repensar o sistema de segurança social”, disse Isaac Duarte. “Distribuir dinheiro por cheque é, obviamente, uma medida populista para calar as pessoas, para receberem e agradecerem, mas não resolve problema nenhum. Para uma pessoa que ganha cinco mil ou seis mil patacas por mês tem alguma repercussão. A forma como esse actor económico gasta o cheque é completamente diferente da forma como um actor económico que ganha 20 mil ou 50 mil patacas gasta o dele”, disse José Sales Marques. Sales Marques afirma que “enquanto para um serve para pagar algumas das suas necessidades básicas, para outros serve para trocar de telemóvel ou ir dar uma volta à Tailândia”.

“Era preferível que criassem um subsídio para as famílias que estão no limiar da pobreza e que controlassem os preços dos produtos”ANA (nome fictício) Jurista

nós é apenas mais um dinheiro que recebemos. Penso que seria melhor se esse dinheiro fosse para a assistência médica, para construir o novo hospital, porque é uma coisa que a população precisa”, defende.

Para Carina Ribeiro, dona de casa e mãe de três filhos, o dinheiro do Programa de Comparticipação Pecuniária vai directo para uma conta poupança. Carina é chef de cozinha mas actualmente tem um negócio próprio de venda de bolos por encomenda.

Apesar de gostar da política do Governo, onde quer continuar a viver nos próximos anos, Carina Ribeiro deixa o alerta. “Não serve de muito, é mais um presentinho. Não nos vai fazer mais ricos nem pagar a renda da casa”, aponta. - *com Flora Fong e Cecília Lin

Viagens da minha Ásia

CHEQUES CUSTARAM 16,96 MIL MILHÕES

No caso de uma funcionária pública, que pediu para não ser identificada, o dinheiro do che-que é gasto também para viajar e, de vez em quando, na educação dos filhos.

“Não concordo com esta política. Todos os anos o Chefe

dá o cheque e cada vez as coisas estão mais caras. Prejudica o mer-cado, porque vai puxar mais pelo consumo. Preferia que o Governo não desse o cheque. Nove mil patacas não ajuda muito. Este ano quando deu o cheque, as coisas já estavam três vezes mais caras, no

supermercado, cafés, as rendas”, conclui.

Bo Cheong, de 24 anos, é vendedora de malas de uma mar-ca conhecida. No início guarda sempre as suas nove mil patacas no banco, mas quando viaja, vai buscar esse montante à conta poupança. Já Carki Lee deposita o dinheiro numa conta na moeda japonesa, uma vez que o Yen está desvalorizado, podendo, assim, “ganhar mais”. “Mas também tenho planos de viajar para o Japão para gastar o dinheiro”, defendeu. - A.S.S., F.F. e C.L.

Page 4: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

4 POLÍTICA hoje macau sexta-feira 21.11.2014

LEONOR SÁ [email protected]

A Direcção dos Ser- viços para os As-suntos de Trá- fego (DSAT)

anunciou ontem que a revi-são do Regime Jurídico do Transporte de Passageiros em Automóveis Ligeiros de Aluguer (Táxis) poderá es-tar pronto até final deste ano. A informação foi avançada pelo Chefe de Departamento do organismo, Dick Lo, du-rante uma conferência sobre os resultados da consulta pública acerca da mesma matéria.

“Estamos quase na fase final. Esperamos que possa acabar ainda neste ano e vamos tentar entrar na fase legislativa. Nesta altura, tentamos acabar com a elaboração da proposta de lei. Quando pode ser imple-mentada? Tentamos que no mais curto prazo possível”, frisou Lo.

Nos inquéritos – em papel e via online – par-ticiparam mais de 20 mil pessoas e mais de 19 mil destas concordam com várias das medidas de re-forço de fiscalização e de execução da lei por parte das autoridades policiais.

As conclusões da con-sulta pública, que decor-reu entre 9 de Agosto e 23 de Setembro, estão agora a ser finalizadas para que a seguir o Governo possa seguir em frente com o texto de revisão. Este de-verá, assim, compreender questões como os tipos de fiscalização – agentes à paisana ou videovigi-lância dentro dos táxis –, medidas de execução da lei por parte de funcio-nários da DSAT e agentes policiais, ou ainda o tipo de consequência para os infractores.

A cessação da licença

e proibição de conduzir um táxi e a imposição de multas elevadas são duas das possibilidades em cima da mesa. “Sabemos que a necessidade [da população] está a aumentar. Estamos a definir um regime novo para os táxis de acordo com as necessidade da sociedade do território”, esclareceu Dick Lo.

Os resultados do inqué-rito via internet revelaram que 97% das pessoas con-corda com a fiscalização por agentes à paisana. Ques-tionado pelos jornalistas sobre o presente número de agentes de inspecção da DSAT nas ruas, Dick Lo aponta para um valor acima dos 50, excluindo alguns agentes do corpo policial que também têm vindo a ajudar nesta matéria. No ano passado, o número de agentes fiscais não passava dos oito.

PUNIR PARA ENSINARA lei actualmente em vigor não contém medidas de punição para os infrac-tores, mesmo depois da população se queixar de actos de má conduta como cobrança abusiva, escolha premeditada de clientes e de trajectos mais longos. Eventualmente, as soluções passam pela não renovação da licença dos taxistas em incumprimento e a fixação de regimes de tarifas. Como medidas de prevenção, alguns inquiridos sugerem o aumento de acções de formação e a definição de novos critérios para emis-são de licenças.

Por enquanto, muito está ainda por decidir. Uma coisa é, contudo, certa: a grande maioria dos cidadãos que partici-pou na consulta pública quer alterações no serviço actualmente providenciado no território.

TARIFAS SOBEMA DSAT confirmou ontem a subida da bandeirada das actuais 15 para as 17 patacas, sendo que o valor ao longo de cada 230 metros, que é de 1,5 patacas, passará para as duas patacas, tal como o tempo de espera por minuto, que terá o mesmo valor. De acordo com o Chefe de Departamento da DSAT, Dick Lo, o aumento inicialmente pedido pelos taxistas – de 15 para 18 patacas nos primeiros 1600 metros – foi considerado ser “um pouco alto”. Agora, os novos preços poderão entrar em vigor no final deste ano.

97%dos inquiridos concordam com a introduçãode agentes à paisana

O Executivo anunciou ontem que a proposta de lei de revisão do diploma relativo ao serviço de táxis poderá estar pronto ainda este ano. Sabem-se já os resultados da consulta pública e a opinião é unânime: é preciso reforçar a fiscalização. Cerca de 97% concordam com a introdução de agentes à paisana

TÁXIS LEI PODERÁ ESTAR PRONTA ATÉ AO FIM DO ANO

Sem tempo a perder

“ESTIGMATIZADO”Em comunicado, a DSAT explica que o sector dos taxistas se sente “estigmatizado” e está contra a maioria das sugestões da população, nomeadamente a videovigilância dentro dos automóveis, pois pode violar a sua privacidade e dos passageiros, dizem. “O sector dos táxis assume, na sua maioria, a opinião oposta, porque preocupa-se que o sector possa ser estigmatizado”, explica a DSAT.

Page 5: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

HOJE

MAC

AU

5 políticahoje macau sexta-feira 21.11.2014

Os deputados reuniram ontem com representantes da União Geral das Associações de Moradores, que pedem que o novo Regime de Propriedade Horizontal e de Licenciamento de Empresas de Administração de edifícios entrem em vigor ao mesmo tempo da legislação sobre o salário mínimo

ANDREIA SOFIA [email protected]

C OMO aumentar os sa-lários mínimos dos fun-cionários de segurança e limpeza nos edifícios,

se os moradores têm dificuldade em reunir numa assembleia de condomínio? É esta a principal preocupação da União Geral

A Coligação Anti-Violên-cia Doméstica de Macau mostrou-se preocupada e

confusa com o comunicado emi-tido esta semana pelos Serviços de Assuntos de Justiça, a propósito da futura proposta de Lei de Combate à Violência Doméstica.

De acordo com a rádio, Me-lody Lu, porta-voz da Coligação que tem lutado pela definição da violência doméstica como crime público, ressalva que o grupo não quer precipitar-se na análise do comunicado do Governo, mas admite que a nota levanta algumas dúvidas.

Recorde-se que o Governo mostrava não ter ainda uma de-

Regime de Contrato de Trabalho pode não ser aprovado este ano O Regime de Contrato de Trabalho da Função Pública pode não estar aprovado até ao final do ano. De acordo com a TDM, Florinda Chan diz que a proposta de lei ainda está a ser revista, sendo que a Comissão da Assembleia Legislativa que está a analisar o diploma – que já foi aprovado na generalidade - tem nas mãos a avaliação da revisão que o diploma já fez. “Já entregámos uma versão revista à comissão da AL de forma não oficial. Depois da comissão ler o documento, vai chamar-nos para uma reunião. Vamos fazer uma explicação e depois rever a proposta de lei outra vez”, disse a Secretária, citada pelo canal Macau da TDM. O Regime vem então substituir os actuais contratos além do quadro de assalariamento na Função Pública e vai abranger cerca de 13 mil funcionários públicos.

SALÁRIO MÍNIMO UGAMM RECEIA CONFLITOS NOS EDIFÍCIOS

Tudo no mesmo saco

COLIGAÇÃO ANTI-VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONFUSA COM NOTA DA DSAJ

Charada por resolver

“De acordo com a UGAMM, se não conseguirem reunir as assembleias de condóminos, como será possível obter o dinheiro suficiente para corresponder ao salário mínimo definido na futura lei?CHEANG CHI KEONG Deputado

finição clara sobre o que vai ser considerado um acto de violência doméstica e admitia a hipótese de que actos que “resultassem numa consequência leve” não serem tidos como crime público.

Em declarações à Rádio, Lu mostrou-se preocupada. “Ficámos preocupados com a hipótese de a expressão “não tão graves” repre-sentar, no fundo, o mesmo que o Governo queria antes: separar o que seriam actos menores, não repetitivos ou ocasionais, dos actos considerados graves. É algo novo para nós. Ainda estamos à espera da versão formal da proposta de lei para vermos, em linguagem legal, o que isto significa. De momento,

não é muito claro”, afirmou Me-lody Lu, ressalvando esperar que o Executivo não esteja, assim, a voltar atrás.

A Coligação consultou já uma advogada, que também entende que o significado do que consta da nota do Governo não é claro, em termos legais. Melody Lu ad-mite, por isso, que o grupo ficou um pouco confuso com os termos usados pelo Executivo e alerta que “o foco da lei deve ser o que é a violência doméstica e não o que não é”.

Segundo a rádio, a activista admite que a Coligação pode vir a pedir esclarecimentos ao Governo, de forma informal.

das Associações de Moradores de Macau (UGAMM), também conhecida como os Kaifong. Representantes desta entidade reuniram ontem com deputados e membros do Executivo, tendo sido pedido que o Regime Jurí-dico de Propriedade Horizontal e o Regime de Licenciamento de Companhias de Administração possam entrar em vigor “em simultâneo” com a proposta de Lei do Salário Mínimo.

“Em alguns edifícios é feita a administração, noutros não. Há ainda casos em que são os próprios condóminos que administram di-rectamente o edifício”, explicou Cheang Chi Keong, deputado que preside à 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL).

“Os representantes entendem que os dois regimes jurídicos devem ser estabelecidos, e esse acto pode contribuir para a im-plementação sem sobressaltos do salário mínimo”, disse ainda o deputado indirecto.

“De acordo com a UGAMM, se não conseguirem reunir as as-sembleias de condóminos, como será possível obter o dinheiro suficiente para corresponder ao salário mínimo definido na futura lei? Defendem que o estabele-cimento do salário mínimo vai fazer sobressair os problemas já existentes na administração dos edifícios há vários anos. A UGAMM espera que possamos ter em conta os eventuais conflitos ou agravamento dos conflitos que poderá surgir devido à entrada em vigor da nova lei”, explicou Cheang Chi Keong.

MENOS DRAMAContudo, do lado da 3.ª Comissão Permanente, a dimensão das preo-cupações é menor. “Tivemos de esclarecer que se tratam de coisas distintas e que não se deve indexar o salário mínimo com os outros problemas que se verificam com a administração dos edifícios”, apontou o presidente.

Esta foi a primeira de uma ronda de cinco reuniões com associações locais sobre a im-plementação do salário mínimo, sendo que para a semana será a Associação Novo Macau a ser ouvida no hemiciclo. Para já, os deputados pediram mais dados à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) sobre o número de trabalhadores abran-gidos pela futura lei e quantos ganham actualmente menos de 30 patacas por hora. Segundo a UGAMM, a legislação sobre o salário mínimo deverá abranger entre 20 a 30 mil trabalhadores.

Page 6: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

6 política hoje macau sexta-feira 21.11.2014

O IACM dispõe actualmentede algumas regras para o abate de animais vivos nos mercados, mas não há sanções para os incumpridores. A nova lei de protecção dos animais vai alterar o panorama

ANIMAIS NOVA LEI REGULA ABATE NOS MERCADOS

Por todos elesEXPERIÊNCIAS DEVEM TER REGISTOOutro dos pontos abordados na reunião de ontem prendeu-se com o facto de muitas das experiências com animais não estarem actualmente reguladas. Kwan Tsui Hang deu o exemplo das escolas e das experiências feitas em laboratório. Com a nova lei, as escolas devem pedir registo ao IACM e explicar o projecto em questão e depois fazer um relatório. Os deputados pedem mais fiscalização, mas temem a falta de funcionários. “A comissão questionou o IACM sobre se haveria necessidade de aumentar o número de funcionários”, explicou Kwan Tsui Hang.

“Há que haver controlo e fiscalização. Se calhar o sector não tem seguido essas orientações, mas isso vai mudar depois da entrada em vigor desta lei”KWAN TSUI HANG Deputada

ANDREIA SOFIA [email protected]

É comum ir a um mercado munici-pal em Macau e ver uma galinha

a ser morta em frente ao cliente, sendo que este também pode comprar um peixe ao qual se acabou de desferir o golpe mortal e, muitas vezes, este ainda respira mesmo estando a ser cortado. Os deputados questionaram ontem até que ponto estes animais não sofrem nesse processo e se não merecem estar melhor protegidos pela nova Lei de Protecção dos Animais. Algo que, agora, deverá mudar.

O Instituto para os Assuntos Cívicos e Mu-nicipais (IACM) garantiu que já tem normas que devem ser cumpridas pelos comerciantes. Contudo, não têm força legal, pelo que não se podem aplicar

sanções, situação que vai mudar com a futura lei.

“O IACM diz que já emitiu instruções para os operadores, mas como não existe uma lei, não faz diferença. Há que haver controlo e fiscalização. Se calhar o sector não tem seguido essas orientações, mas isso vai mudar depois da entrada em vigor desta

lei”, explicou a deputada Kwan Tsui Hang, pre-sidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL).

LICENÇAS EM CAUSAKwan Tsui Hang deu ainda o alerta sobre a necessidade de definir melhor o licencia-mento dos animais, uma vez que a proposta de lei apenas

prevê que os cães tenham registo e licença.

“Está em causa o mo-mento em que os donos quei-ram abandonar os animais e o Governo não consegue ter conhecimento disso. Com a entrada em vigor da lei, se calhar isso vai causar problemas. Há o princípio de igualdade para todos os animais, mas com o registo e licenciamento só para cães, como podemos saber que tipo de animais estão a ser criados pelos donos?”, explicou a deputada, que garantiu ainda não existir consenso sobre a questão.

Os deputados concor-dam que haja licencia-mento para outros animais, como os gatos.

DST Ponte Zhuhai-Hong Kong-Macau “será bem aproveitada”A directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, assegurou a jornalistas da província Guangdong que a construção da ponte Zhuhai-Hong Kong – Macau vai ser bem aproveitada, porque vai trazer os turistas de Macau para outros lugares. A responsável respondeu que Macau vai aproveitar bem esta oportunidade, até porque, com a ponte, os três locais terão todos vantagem em atrair turistas, podendo haver uma cooperação para promover os produtos turísticos. Um recente inquérito dava conta que mais de metade dos turistas consideram que faltam sítios para visitar em Macau. Sobre isto, Maria Helena de Senna Fernandes afirmou que iria continuar a promover os percursos pedestres e a ajustar e adicionar percursos, a fim de que os turistas e residentes “saibam que há mais sítios a visitar”.

Page 7: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

NOVOS HORÁRIOS

7SOCIEDADEhoje macau sexta-feira 21.11.2014

JOANA [email protected]

A S fronteiras entre Ma-cau e o continente vão estar abertas durante mais tempo a partir de

dia 18 do próximo mês. A fronteira Flor de Lótus, no Cotai, e a da Ilha da Montanha estarão abertas 24 horas, enquanto a das Portas do Cerco abre uma hora mais cedo e fecha uma hora mais tarde. Tam-bém a do Parque Industrial Trans-fronteiriço vai abrir aos residentes do território.

De acordo com o anúncio ontem feito pelo porta-voz do Governo, Alexis Tam, apenas as fronteiras da Flor de Lótus e da Ilha da Montanha vão estar abertas 24 horas a partir da meia--noite de dia 18 de Dezembro, porque “não há condições para que a do Parque Industrial” tenha este horário.

No que diz respeito a esta fron-teira, que agora funciona apenas para os trabalhadores e empre-sários que possuem um cartão de trabalho do parque, vai começar a funcionar para “trabalhadores do interior da China, residentes de Macau e estudantes” da meia-noite às sete da manhã.

Quanto às Portas do Cerco, e apesar de estar estipulado entre Macau e Guangdong que esta es-teja sempre aberta, o horário vai--se alargando progressivamente até poder ser implementada a abertura total. “A fronteira de Gongbei [Portas do Cerco] vai abrir às 6h00 e fechar à 1h00 do dia seguinte. Mantém-se inalterado o horário para mer-cadorias”, aponta Alexis Tam. “A da Flor de Lótus e da Ilha da Montanha abrem 24 horas, tanto para [as pessoas], como para os autocarros de turismo.”

Um dos objectivos do Acordo Quadro Guangdong-Macau é a abertura das fronteiras 24 horas. Contudo, três anos após a entrada em vigor deste acordo ainda não é possível isso acontecer com todas as fronteiras, incluindo a mais movimentada, a das Portas do Cerco. “Vamos fazendo um prolongamento [faseado] até atingirmos as 24 horas”, explicou Alexis Tam.

SEM PREVISÕES Apesar de ontem o Executivo ter garantido que está tudo preparado para estes trabalhos – incluindo o reforço de recursos humanos em algumas fronteiras, o aumento de canais de passagem e o aumento das carreiras de autocarros – a

A notícia é tida como “boa e importante” pelo Executivo: após autorização de Pequim, as fronteiras entre Macau e o continente vão finalmente ter horários mais alargados e haverá também mais autocarros. Só há um problema: o Governo não fez previsões quanto ao número de pessoas que poderão cá entrar

FRONTEIRAS HORÁRIOS ALARGADOS A PARTIR DE 18 DE DEZEMBRO

Com as portas abertas

Portas do Cerco das 6h00 à 1h00Flor de Lótus 24 horasIlha da Montanha 24 horas Parque Industrial Transfronteiriço 00h00 às 7h00 para residentes, trabalhadores da China e estudantes apenas

“Quanto ao número de turistas... para já, não temos uma previsão. Daqui para a frente temos de ver como é”ALEXIS TAM Porta-voz do Governo

AUTOCARROS CIRCULAMMAIS CEDOCom as novas medidas em vigor, a partir de dia 18 haverá também mais autocarros a circular. De acordo com Wong Wan, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), haverá autocarros toda a noite para o Cotai, com o novo ‘N4’, e haverá ainda ajustamentos tanto nos horários, como nas frequências dos transportes para as Portas do Cerco. São 19 os autocarros que chegam e partem de Gongbei, sendo que – a partir de dia 18 de Dezembro – estes começam a funcionar mais cedo: a partir das 5h45, ao invés das 7h00 actuais, e terminam o serviço à 1h15 da manhã, em vez da actual meia-noite e meia. Haverá ainda carreiras nocturnas e ligar a Rua Norte do Patane e a Ilha Verde. Local que vai contar também com mais lugares de estacionamento para motociclos e grades nas passadeiras, para evitar o estacionamento ilegal, já que a fronteira do Parque Industrial não tem lugar de estacionamento.

verdade é que não foi feita uma previsão de quantas pessoas poderão chegar, agora, a Macau assim que as fronteiras entrarem em funcionamento com os novos horários.

“Quanto ao número de turis-tas... para já, não temos uma pre-visão. Daqui para a frente temos de ver como é”, explicou Alexis Tam. “Por agora, é para aliviar o fluxo de turistas e também porque

há uma grande parte [da população] a viver em Zhuhai e pensamos que este prolongamento vai aliviar a pressão, de certeza. Não temos uma previsão sobre o aumento de turistas.”

Alexis Tam acredita que os turistas vão usar mais as frontei-ras da Flor de Lótus e da Ilha da Montanha, ainda que afirme que, actualmente, a maior concentra-ção de turistas se dá nas Portas do Cerco.

Só nesta fronteira passam cerca de 300 mil pessoas por dia, um número que sobe para 380 mil nos feriados.

A Polícia de Segurança Pública não tem também previsões face ao número de pessoas que poderão cá

chegar, sendo que é dito apenas pelas autoridades que se “acredita que não haverá uma subida muito grande no número de pessoas”.

Alexis Tam sublinha ainda que esta é uma “boa notícia”, que parte de um desejo “do Governo e da população”.

Page 8: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DA CÂMARA DE COMÉRCIO EUROPEIA

O HM ERROU

8 sociedade hoje macau sexta-feira 21.11.2014

No artigo de ontem sobre o falecimento da Madre Gertrudes do Nascimento escrevemos erradamente que Vitório Cardoso estaria a trabalhar no Secretariado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, quando de facto o seu cargo é consultor diplomático da Câmara Municipal de São João da Pesqueira. Ao visado e aos leitores, as nossas desculpas.

Associação de Passageirosde Táxis cria petiçãoA Associação de Passageiros de Táxis de Macau está a organizar uma petição e as assinaturas estão abertas a todos que queiram participar. O intuito do documento é, segundo o dirigente da associação, Andrew Scott, “mostrar e sensibilizar o Governo para os problemas que a população passa em Macau”, referiu. Em Dezembro, o documento deverá ser entregue ao Governo. “Até hoje, recebemos mais de 2,3 mil assinaturas e o prazo para a submissão é 30 de Novembro para que possamos entregar a petição ao Governo em inícios de Dezembro”, disse Andrew Scott, em declarações ao HM.

• Festejou-se esta

quarta-feira o primeiro

aniversário da Câmara

de Comércio Europeia,

com a presença de Vítor

Sereno, cônsul-geral de

Portugal em Macau e Hong

Kong. Também Ambrose

So, director-executivo da

Sociedade de Jogos de

Macau, esteve presente,

tendo dito aos jornalistas

que gostou que o Governo

tivesse apresentado um

orçamento que qualifica

de “prudente e cauteloso”.

Na foto, também Mr.

Alessandro Paolicchi,

presidente da Secção

de Trocas Comerciais

do escritório da UE

em Macau e Hong Kong.

Activos internacionais sobem em Setembro

CECÍLIA L [email protected]

G UILHERME Ung Vai Meng, presi-dente do Institu-to Cultural (IC),

assegurou que a Biblioteca Central da Taipa vai abrir em breve. De acordo com uma resposta do responsável à deputada Song Pek Kei, a Bi-blioteca “poderá voltar a abrir ao público a curto prazo”, sendo que o principal motivo para que isso ainda não tenha acontecido se prendeu com a falta de recursos humanos.

Guilherme Ung Vai Meng diz que, graças ao Concurso Centralizado de Ingresso na Função Pública, “vários técni-cos adjuntos podem começar a trabalhar no próximo ano, por forma a aliviar a falta de pessoal nas bibliotecas públicas”.

O presidente do IC admitiu que a falta de recursos huma-nos foi o que dificultou a entra-

LIVROS BIBLIOTECA CENTRAL DA TAIPA ABRE “A CURTO PRAZO”

Recursos no centro da questãoA falta de recursoshumanos voltaa ser o grão de areia na engrenagem. Segundo o presidente do Instituto Cultural, Ung Vai Meng, o espaço ainda não está em funcionamento devido às dificuldades com o recrutamentode pessoal

“O IC sempre tentou aproveitar os recursos humanos por ajuste interno. No ano passado, já começámos a contratar pessoal através do concurso centralizado, mas o processo aindaestá a decorrer segundo a lei”GUILHERME UNG VAI MENG Presidente do IC

da em operação da Biblioteca Central da Taipa.

“O IC sempre tentou apro-veitar os recursos humanos por ajuste interno. No ano passado, já começámos a contratar pes-soal através do concurso cen-tralizado, mas o processo ainda está a decorrer segundo a lei e é previsto que o pessoal possa ter formação para assumir o cargo no próximo ano”, explicou.

A construção das novas ins-talações está também “quase concluída”, garantiu ainda o presidente do IC.

Song Pek Kei havia ques-tionado o Executivo sobre o atraso no recrutamento, já que “em dois anos os funcionários não conseguiram começar o trabalho”. Mas Ung Vai Meng garantiu que houve muitos candidatos, sendo que o problema se prendeu com a demora na feitura de exames e outros procedimentos. En-tretanto, avançou, a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) redu-ziu o período de selecção para sete meses.

OS activos interna-cionais do sector

bancário de Macau atingiram 100,6 mil milhões de euros no fi-nal de Setembro, mais 24% face ao período homólogo de 2013, indicam dados oficiais ontem divulgados. No entanto, de acordo com estatísticas publica-das pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), o total de activos internacionais diminuiu 1% em ter-mos trimestrais.

As disponibilida-des sobre o exterior aumentaram 18,5% para 754,1 mil milhões de patacas, ao passo que os activos locais em moeda estrangeira subiram 43,4% para 254,5 mil milhões de patacas.

Os empréstimos e depósitos no exterior constituíram a maior parte dos activos in-ternacionais, atingindo 476,5 mil milhões de patacas, mais 21,5% em termos anuais. O total das responsabi-lidades internacionais

do sector bancário de Macau atingiu 958 mil milhões de pa-tacas, registando um aumento de 23,2% face ao ano anterior. As responsabilidades para com o exterior e as responsabilidades internas em moedas estrangeiras atingiram 495 mil milhões e 463 mil milhões de patacas respectivamente, face às do ano anterior, cres-cendo 24,9% e 21,4%, informa a AMCM.

Os depósitos em moedas estrangeiras dos residentes e do Governo de Macau nos bancos locais con-tinuaram a representar a maior componente no total das responsa-bilidades internacio-nais. Esses depósitos aumentaram 18,4% para 423,9 mil milhões de patacas no final de Setembro, em termos anuais.

A actividade ban-cária internacional de Macau distribuiu--se principalmente pela Ásia e Europa. - LUSA/HM

Page 9: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

9 sociedadehoje macau sexta-feira 21.11.2014

PUB

AvisoDetalhes sobre o Exame (em Macau) de Admissão dos Candidatos ao Curso de

Pós-Graduação das Instituições do Ensino Superior do Interior da China, de 2015

Estão abertas as inscrições para o Exame (em Macau) de Admissão dos Candidatos ao Curso de Pós-Graduação das Instituições do Ensino Superior do Interior da China, de 2015, organizado pelo Ministério da Educação da República Popular da China e coordenado pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior. Os candidatos interessados, provenientes de Hong Kong, Macau e Taiwan, em participar no exame para a frequência dos cursos de mestrado e de doutoramento nas instituições do ensino superior do Interior da China, podem aceder ao sistema de inscrição do GAES, para preencherem o boletim de inscrição. Para realizarem esta formalidade, os candidatos devem imprimir e assinar o respectivo boletim depois de o preencherem, deslocando-se depois, pessoalmente ou através do seu representante, com os elementos necessários, ao Centro dos Estudantes do Ensino Superior, do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior. Também o podem enviar pelo correio.

InscriçõesPrazo: De 20 de Novembro a 19 de Dezembro de 2014Horário de funcionamento:Aberto na terça-feira a sexta-feira, das 10h30 às 19h00 e sábado, das 11h00 às 18h00 (sem intervalo durante a hora de almoço);Encerrado às segundas-feiras, domingos e feriados (8 de Dezembro).Local: Centro dos Estudantes do Ensino Superior do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior(Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida n.º 68-B, Edifício Va Cheong, R/C B, Macau, ou seja, em frente da paragem de autocarro do Jardim Lou Lim Ieoc)

ExameDatas: 11 e 12 de Abril de 2015 (sábado e domingo).Local: Escola Secundária Pui Ching (na Avenida de Horta e Costa, n.º 7)

ConsultaOs interessados podem dirigir-se, pessoalmente, ao Centro dos Estudantes do Ensino Superior, deste Gabinete, para consultarem os regulamentos de admissão das instituições do ensino superior, ou acederem à página electrónica do GAES (http://www.gaes.gov.mo/admission/nd) para conhecerem os detalhes. Podem, ainda, ser obtidas mais informações, através dos telefones (853) 28563033 / (853) 83969345 / (853) 83969356. 21 de Novembro de 2014.

O Coordenador,

Sou Chio Fai

FLORA [email protected]

L AM U Tou, vice-presidente da Associação Choi In Tou Sam, do grupo da Federação das Associações dos Operários

de Macau (FAOM), acusou ontem as operadoras de telecomunicações de estarem a querer terminar, “de forma unificada” com os planos ili-mitados de internet para utilizadores de smartphone e pede provas que demonstrem que isto é necessário.

“Não se deve cessar os planos ilimitados de imediato. Se as operadoras acharem que os planos

Desde a tentativa de eliminar a internet ilimitada ao facto de as queixas dos residentes não serem ouvidas, muitas são as críticas que a Choi In Tou Sam tece às operadoras de telemóveis. Um responsável sugere a implementação de um mecanismo de arbitragem para conflitos que passam, por exemplo, pela não disponibilização do serviço de consulta de dados utilizados

INTERNET ASSOCIAÇÃO CRITICA OPERADORAS DE TELEMÓVEL

Todas remam no mesmo sentido“Não se deve cessar os planos ilimitados de imediato.Se as operadorasacharem que os planos ilimitados não são justos, devem mostrar dados e análisescomo provas”LAM U TOU Vice-presidenteda Associação Choi In Tou Sam

ilimitados não são justos, devem mostrar dados e análises como provas, e também a Direcção dos Serviços de Regulação das Telecomunicações (DSRT) deve supervisionar. Mas pelo que sei que não estão a fazer isso”, apontou.

Mas, Lam U Tou diz que as queixas não se ficam por aqui. Em conferência de imprensa, o responsá-vel alertou para o facto dos serviços de acesso à internet em telemóvel oferecidos pelas operadoras de Macau não estarem de acordo com a protecção dos direitos dos consu-midores, porque, defende, há falta de um “mecanismo razoável” para a apresentação de queixas e resolução de queixas pela via da arbitragem.

CONSULTAS SEM ACESSO“Citando informações mais recentes da DSRT, apenas a China Telecom oferece o serviço de consulta da uti-lização dos dados móveis, sendo que as restantes operadoras só permitem consultas de utilização de duas horas ou até às últimas 24 horas”, disse Lam U Tou.

“Recebemos queixas de resi-dentes de casos em que os consu-midores não estão contentes com a quantidade de dados móveis contabilizados pelas operadoras e, apesar de fazerem queixas, as operadoras insistem sempre que essa contagem está correcta. Mesmo que se queixem à DSRT ou Conselho dos Consumidores, a resposta será igual. Isso significa que os consumidores não têm um caminho para reclamar”, apontou.

Lam U Tou defende, por isto, a resolução dos conflitos pela via da arbitragem obrigatória, para “proteger melhor os direitos dos consumidores”.

Page 10: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

10 publicidade hoje macau sexta-feira 21.11.2014

Page 11: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

11CHINAhoje macau sexta-feira 21.11.2014

O Tribunal voltou a julgar o caso do jovem executado em 1996 depoisde outro homem ter confessadoo mesmo crime

U M tribunal do norte da China reabriu ontem o caso de um adolescente executado há quase 20

anos por violação e homicídio, numa rara reavaliação de uma possível condenação errada.

O jovem de 18 anos, de apelido Hugjiltu, foi declarado culpado e condenado à morte na Mongólia Interior em 1996, mas o veredicto foi ensombrado por

Hebei Dirigente investigado pelo Partido ComunistaLiang Bin, dirigente da província chinesa de Hebei, no norte do país, encontra-se sob investigação por “graves violações da lei e disciplina”, disse ontem a Comissão Disciplinar do Partido Comunista Chinês (PCC), citada pela agência Xinhua. Liang lidera o departamento organizacional do Comité Provincial de Hebei e é membro do Comité Permanente do PCC. A China está a levar a cabo uma intensa campanha anti-corrupção que já resultou na investigação e punição de milhares de dirigentes públicos e utiliza, habitualmente, a referência a “graves violações da lei e disciplina” para se referir a investigações sobre corrupção. A campanha foi lançada logo após o XVIII Congresso do PCC, em Novembro de 2012, que elegeu a nova liderança do país para a próxima década, encabeçada pelo novo secretário-geral do partido e Presidente da República, Xi Jinping.

O Governo chinês divulgou on-tem pela primeira vez as suas

reservas de petróleo, que totalizam 91 milhões de barris (12,43 milhões de toneladas) de crude, segundo da-dos publicados pelo Departamento Nacional de Estatísticas.

O anúncio aconteceu depois de a China se ter comprometido, na recente reunião do G20, a comunicar regu-larmente os dados sobre o nível das reservas nacionais, com o objectivo de melhorar a transparência no mercado mundial de crude.

O Departamento Nacional de Esta-

tísticas salienta que os 91 milhões de barris de crude estão armazenados em quatro depósitos distribuídos por várias zonas da China, no âmbito da primeira fase da sua reserva estratégica.

O programa, de 2004, prevê a criação de mais duas fases, a primeira destas a estar concluída em 2020.

A reserva estratégica de petróleo chinês, que actualmente cobre o con-sumo nacional durante nove dias, é um projecto iniciado em 2004, e que pretende proteger o país das flutuações de preço ou de possíveis perturbações no fornecimento.

SETE pessoas, incluindo seis enfermeiras e um

segurança, morreram ontem, apunhaladas num hospital no norte da China, em mais um caso de violência em centros médicos chineses.

De acordo com a agência Xinhua, o caso aconteceu quando as enfermeiras e o segurança se encontravam no dormitório dos funcio-nários do hospital, situado na localidade costeira de Beidaihe.

Além dos mortos, outra enfermeira ficou gravemente ferida, indica a agência, que informa que um suspeito já foi detido.

Este é o mais recente caso de violência num hos-pital chinês, numa altura em que o país assiste a uma

onda de crimes na área da saúde - segundo a Associa-ção de Hospitais da China, 96% dos trabalhadores foi alvo de violência verbal em 2012 e 63,7% de violência física.

No ano passado regista-ram-se 70.000 conflitos em centros médicos chineses e pelo menos 11 incidentes graves, que resultaram na morte de sete médicos e 28 feridos.

Na origem destes ata-ques está a insatisfação com os tratamentos e também em relação às facturas, já que a maioria dos chineses não tem seguro médico estatal e tem de pagar do seu bolso os gastos com a saúde, de custo elevado no caso de doenças graves.

A jornalista veterana Gao Yu, uma das

mais respeitadas na China, responde na sexta-feira, em tribunal, por acusações de revelação de “segredos de Estado”, crimes que nega ter cometido.

Em declarações à EFE, o advogado de Gao explicou que, se a jornalista for declarada culpada, pode enfrentar uma pena de prisão entre cinco e 15 anos.

“Não sei o que a acusação tem prepara-do”, disse Mo Shaoping, que alertou para o facto de Gao, com 70 anos,

não se encontrar bem de saúde, sofrendo de problemas de coração e de hipertensão.

Esta não é a primeira vez que a jornalista ve-terana enfrenta a Justiça devido a trabalhos de cariz político.

Em 1993 foi conde-nada a seis anos de prisão pelas mesmas acusações que agora enfrenta, e passou 15 meses presa por ter apoiado os pro-testos pró-democráticos de Tiananmen, em 1989.

Gao Yu é suspeita de ter obtido ilegalmente um documento altamente

confidencial e de enviar uma cópia por correio electrónico a um website no exterior da China, em Junho passado.

Segundo as agências France Presse e EFE, a jornalista escreveu sobre o chamado “documento 9”, uma comunicação interna do Partido Comu-nista Chinês defendendo uma dura repressão sobre dissidentes e alertando para os “perigos” da de-mocracia multipartidária.

Uma cópia completa do documento foi publi-cada em Hong Kong em Agosto.

JUSTIÇA REABRE CASO DE ADOLESCENTE EXECUTADO

Reavaliar o irremediável

O interrogatório durou 48 horas, ao fim das quais o adolescente confessou ter violado a estrangulado uma mulher na casa de banho de uma fábrica de têxteis

dúvidas depois de outro homem ter confessado o crime em 2005.

Há quase uma década que a família de Hugjiltu tenta provar a sua inocência. Ontem, o Tribunal Popular de Hohhot começou oficialmente a julgar novamente o caso, de acordo com a agência Xinhua.

“Quaisquer erros no veredic-to anterior, se é que houve algum, têm de ser analisados”, disse o presidente do tribunal no início deste mês, citado pela Xinhua.

DEPRESSA E NEM SEMPRE BEMAs autoridades chinesas lançam regularmente duras campanhas anti-crime, durante as quais um grande número de suspeitos é julgado rapidamente e recebe pesadas penas.

No caso de Hugjiltu, o interrogatório durou 48 horas, ao fim das quais o adolescente confessou ter violado a estran-

gulado uma mulher na casa de banho de uma fábrica de têxteis, de acordo com relatos do jornal oficial China Daily. O jovem foi executado 61 dias após a morte da mulher.

Em 2005, a polícia deteve Zhao Zhihong, que confessou ter violado e assassinado 10 mulheres, incluindo a vítima da fábrica de têxteis.

Vários casos de condenações injustas têm gerado indignação no país.

No ano passado, um homem que cumpriu 17 anos de prisão pelo homicídio da sua mulher foi declarado inocente por um tribunal de recurso na província de Anhui.

Meses antes, dois homens que tinham sido condenados à morte e prisão perpétua em 2004, pela violação de uma rapariga de 17 anos, foram também ab-solvidos.

Hugjiltu

Seis enfermeiras e um segurança apunhalados em hospital

Jornalista veterana em julgamento

Reservas de petróleo divulgadas

Page 12: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

FRANNY E ZOOEY • J. D. SalingerFranny e Zooey apareceu em livro em 1961. Compõe-se de um conto e de uma novela, publicados inicialmente em separado na revista The New Yorker. Franny e Zooey são irmãos, dois dos sete irmãos da família Glass, cujos membros – todos precocemente adultos, hiperinteligentes, e às voltas com questões existenciais – são personagens frequentes na obra de Salinger. “Para além conseguir a proeza de ficcionar, com humor e ritmo irresistíveis (…), uma discussão sobre o conceito de santidade, Salinger expõe ainda de forma admirável os meandros do cristianismo e do budismo, num livro que é, também, uma réplica hiperlúcida à dicotomia sabedoria/felicidade, um dos pilares mais nefastos da nossa esquizofrénica cultura.” (Expresso).

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

OUTRA VIDA • Rodrigo LacerdaSão 7h15 da manhã. Um homem, uma mulher e uma criança esperam na rodoviária o momento de embarcar na camioneta que os levará de volta à pequena cidade de onde vieram. Foram expulsos da capital pelos fantasmas do passado e pelas deformações do seu projeto comum. O marido, ligado a um escândalo de corrupção, agarra-se ao amor da filha e espera uma vida melhor. A mulher não se conforma com ter de abandonar o que conquistou. Outra Vida é um romance surpreendente sobre o relacionamento amoroso e uma narrativa que - a partir dos dilemas éticos e sociais de uma família - expõe magistralmente as encruzilhadas do mundo contemporâneo.

12 hoje macau sexta-feira 21.11.2014EVENTOS

O artista, cuja vida e obra vai pode ser vista em cinema já em Dezembro, é descrito como “neo-orientalista”

LEONOR SÁ [email protected]

O artista chinês Mio Pang Fei foi o es- colhido para re-presentar o terri-

tório na 56.ª edição da Bienal de Arte de Veneza, que se realiza desde 1958. De acordo com Chan Hou Seng, director do Museu de Arte de Macau

Carlos do CarmoGrammy dividido com portuguesesFadista recebeu prémio em Las Vegas. Deixou elogios aos portugueses e convidou os presentes na cerimónia a visitar Lisboa e Porto. Carlos do Carmo recebeu o Grammy Latino de Carreira por “excelência musical”, numa cerimónia que decorreu no Hollywood MGM Theatre, em Las Vegas. O fadista começou por agradecer em espanhol, à academia, a distinção, mas rapidamente passou a discursar em português. Salientou que o povo português é “fiel aos seus artistas”. “Não teria sido possível cantar 51 anos sem o seu apoio”, acrescentou. Aproveitou ainda o momento para agradecer à família, desde os avós até aos netos e para realçar o “privilégio de cantar grandes poetas portugueses”. Ficou ainda o convite para visitar “Lisboa, Porto e outras cidades”. “Lisboa tem a luz e a canção mais bonita do mundo”. Para terminar o discurso de agradecimento, Carlos do Carmo disse: “Quero repartir com o povo da minha terra.”

Hard Rock Festa Latina este sábadoO último sábado deste mês, dia 29, será marcado por uma festa diferente no Hard Rock Café. Unindo os sons latinos da Zumba, com Salsa, Forró, Zouk, Bachata e muitas outras sonoridades, os amantes da dança poderão abraçar a pista do Hard Rock Café. Para os interessados, o preço de entrada será de 150 patacas com direito a duas bebidas. A festa contará ainda com a presença dos bailarinos Kelson Costa e Giovanna Leoni que farão um pequeno show.

BIENAL DE ARTE DE VENEZA MIO PANG FEI VAI REPRESENTAR MACAU

NASCIDO PARA CRIAR

(MAM), a escolha de Mio teve em conta a produção artística e o contributo do trabalho para as artes, tendo o nome reunido consenso entre os três membro do júri que compôs a comissão de selecção.

“Mio Pang Fei foi es-colhido de entre uma lista de 40 artistas”, acrescentou Chan, director da instituição responsável pela representa-ção do território na iniciativa internacional.

Esta será a primeira vez em que Mio Pang Fei integra uma exposição do género, estando já preparado para “absorver” tudo o que diante de si estiver.

“É uma honra para mim re-presentar Macau em Veneza. Tenho altas expectativas para esta iniciativa, mas desta vez vou observar a arte da bienal cuidadosamente e escrever

artigos e ensaios sobre as minhas observações”, referiu ontem aos jornalistas.

A Bienal de Veneza, que acontece entre 9 de Maio e 22 de Novembro do próximo ano,

compreende vários trabalhos dos mais diferentes géneros artísticos, desde a pintura, às instalações, arquitectura ou escultura. Em Veneza esta-rão expostas várias obras do

autor, incluindo instalações e pinturas de caligrafia, bem como de outros elementos mais abstractos.

“NEO-ORIENTALISMO”Mio Pang Fei nasceu em Xan-gai, em 1939 e formou-se em Belas Artes, na Universidade Normal de Fujian. Durante a Revolução Cultural – movi-mento político e cultural, em grande parte levado a cabo por Mao Tsé Tung –, o artista chinês foi proibido de conti-nuar o seu trabalho e grande parte dele foi destruído. De entre as fases mais conhecidas de Mio estão uma dedicada à caligrafia chinesa ou outra mais abstracta. É com a ex-pressão “Neo-orientalismo” que, na qualidade de consultor do MAM, António Conceição Júnior descreve a corrente que Mio integra.

Tudo se trata de uma fusão entre as culturais ocidental e oriental e a condição humana, assim criando a ponte para obras de cariz abstracto, mas com fortes simbologias e men-sagens. “[Mio] é considerado um ícone artístico, mas também pode ser visto com o destino de Macau”, referiu Conceição Júnior acerca do pintor esco-lhido. O consultor do MAM acrescentou ainda que Mio se considera macaense, tendo vindo novo para o território. “Ele é macaense, até porque não é preciso ter-se nascido aqui para isso... É preciso amar a cidade”, destacou Conceição Júnior, também ele artista.

É uma honra para mim representar Macau em

Veneza. Tenho altas expectativas para esta

iniciativa, mas desta vez vou observar a arte da bienal cuidadosamente

e escrever artigos e ensaios sobre as minhas

observações

FILME EM DEZEMBROO filme intitulado ‘Mio Pang Fei’, realizado pelo português Pedro Cardeira, vai estrear pela primeira vez no território no próximo dia 4 de Dezembro nos cinemas UA, no casino Galaxy. A obra versa sobre a vida e obra do artista chinês, que reside em Macau, e fez parte da edição do festival DocLisboa 2014.

Page 13: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

13 eventoshoje macau sexta-feira 21.11.2014

PUB

UM Nobel da Economia Robert Engle em palestra Na próxima terça-feira, o Nobel da Economia Robert F Engle está em Macau, para uma palestra na Universidade de Macau (UM). Robert Engle, um economista reconhecido mundialmente que venceu o Nobel da Economia em 2003, vai falar sobre as “Perspectivas para uma Estabilidade Financeira Mundial”, num evento organizado não só pelo departamento da Faculdade de Administração da UM, mas também pela Academia de Economia e Gestão da Ásia-Pacífico. A palestra tem lugar dia 25 de Novembro, às 15h00, sendo que os interessados terão de registar com a UM. Robert Engle foi premiado em 2003 pelas suas investigações sobre o conceito de ‘heterocedasticidade condicional auto-regressiva’ (ARCH). Engle irá compartilhar os seus pontos de vista sobre a estabilidade financeira global, ao mesmo tempo que vai demonstrar um método de estimar quanto capital uma empresa financeira precisaria para se erguer na eventualidade de uma outra crise financeira assolar os mercados mundiais.

O raro atlas de Gazio-so Benincasa (1400-

1482) com ligação aos Des-cobrimentos portugueses foi leiloado nesta quarta-feira na Christie’s de Londres mas não houve nenhum comprador interessado. A base de licitação do atlas era de 1,8 milhões de euros.

É um dos 58 atlas que existem no mundo datados do século XV, um dos três em mãos privadas. Uma peça “extremamente rara”, como havia dito ao PÚ-BLICO Julian Wilson, es-pecialista do departamento de Livros e Manuscritos da Christie’s. É um dos pou-

cos atlas da época em que vemos os Descobrimentos portugueses em África e ficou por vender no leilão que aconteceu nesta quarta--feira à tarde em Londres.

Desenhado à mão pelo italiano Gazioso Benincasa, um dos mais notáveis car-tógrafos do século XV, há vários detalhes que fazem deste atlas da Europa e de África, de 1468, uma peça histórica e um dos escassos relatos da exploração por-tuguesa que chegaram até hoje, além de conter o mapa individual mais antigo da Irlanda, dando-lhe um des-taque que até então não tinha

Apesar de Julian Wilson ter revelado que já havia compradores interessados, a verdade é que a peça não encontrou licitadores. As estimativas da leiloeira situavam-se entre os 1,8 e os 3,1 milhões de euros. “Houve um interesse e uma admiração generalizados desde o anúncio à pré-venda pública, que teve muitos visitantes na Christie’s de Londres, assim como tam-bém foi muito procurado online. No entanto, o atlas não teve um comprador no leilão”, disse ao PÚBLICO Katie Carder, da assessoria de imprensa da leiloeira.

Christie’s Atlas de Gazioso Benincasa do século XV ficou por vender

Page 14: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

14 hoje macau sexta-feira 21.11.2014

hARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS

José simões morais

N O último artigo relatamos os problemas que o então Capitão Geral André Pes-soa teve com os dois gru-

pos de marinheiros japoneses que se encontravam em Macau e em bandos passeavam armados pela cidade provo-cando desacatos. Os portugueses já ti-nham problemas com os chineses pela existência na Cidade do Nome de Deus de cristãos japoneses que os jesuítas ti-nham trazido do Japão para os livrar das perseguições e torturas que nesse país eram alvo e que por essa altura trabalha-vam no esculpir a pedra da fachada da Igreja de S. Paulo. Outros havia na ci-dade que vieram para serem formados e iniciados como padres. A quantidade de nipónicos em Macau era grande, o que muito desagradava as autoridades chi-nesas, já que na China os japoneses não podiam permanecer sob pena de morte.

A todos estes japoneses (encontra-mo-nos no Inverno do ano de 1608), juntavam-se os marinheiros de um grande junco de alto-bordo enviado a Champa pelo cristão Dáimio de Arima, Harunobou, que por ser já demasiado tarde e faltar a monção para a viagem de regresso ao Japão, foram forçados a ficar em Macau. Também dias antes tinham chegado outros marinheiros japoneses cujo barco a caminho do Camboja nau-fragara na costa da China e tomando embarcações de pesca chinesa, foram para Macau. Ter japoneses em Macau era um grande embaraço para as autori-dades portuguesas.

O então Capitão Geral da cidade, André Pessoa, que comprara a viagem do Japão para o ano de 1607, não a pôde realizar devido ao receio de a Nau do Trato ser capturada pela armada ho-landesa. O mesmo aconteceu no ano se-guinte e assim, André Pessoa ficou mais um ano como comandante militar de Macau. Altura em que na cidade ocor-reu o grave problema provocado pelos marinheiros japoneses.

Resolvida a desordem pelo uso da força, que levou à morte de quarenta ja-poneses, o então capitão geral obrigou os quinze sobreviventes a assinar um documento, reconhecendo a responsa-bilidade e ilibando as autoridades portu-guesas do que tinha acontecido. A vida da cidade, que atravessava uma grande crise económica devido à falta das lucra-

A MORTE DE ANDRÉ PESSOAEM NAGASÁQUI

tivas viagens comerciais ao Japão, vol-tou à normalidade.

Para bem da cidade, estava na hora de voltar a pôr a Nau do Trato a navegar até ao Japão, após dois anos sem essa viagem.

PROBLEMAS NO PORTO DE NAGASÁQUI

Em 1609, André Pessoa partiu para o Ja-pão com a Nau do Trato, o navio Nossa Senhora da Graça também conhecido por Madre de Deus. Durante a viagem, no estreito da Formosa, dois barcos ho-landeses tentaram interceptar os navios portugueses, que por sorte escaparam devido a uma providencial tempestade. Chegando ao porto de Nagasáqui em 29 de Junho de 1609, logo começaram os problemas.

O Governador de Nagasáqui deu ordens aos soldados e fiscais japoneses para que entrassem a bordo e não dei-xassem ninguém desembarcar sem sua autorização, mas logo André Pessoa reclamou pelos direitos portugueses no porto de Nagasáqui. Então o gover-nador mandou pedir permissão para a entrada nos barcos a dois funcionários japoneses, a fim de fiscalizarem e inven-tariar as mercadorias. O Capitão André Pessoa também não permitiu e assim, os comerciantes portugueses desem-barcaram e colocaram as mercadorias nos armazéns, onde logo apareceram os japoneses, que fizeram uma rigorosa inspecção.

André Pessoa trazia como intenção queixar-se ao Shogum Tokogawa Hi-detada do comportamento dos mari-

nheiros japoneses em Macau, mas foi aconselhado a não o fazer. No entanto, quando se apresentou ao Governador de Nagasáqui, Hasegawa Sahioye, rela-tou-lhe a sua versão sobre os aconteci-mentos ocorridos com os japoneses em 1608 na cidade de Macau. Rudemente tratado pelo Governador da cidade, An-dré Pessoa, instigado pelos mercadores portugueses, propunha-se queixar do Governador de Nagasáqui ao Shogum, mas logo ali os jesuítas o demoveram de tal. Hasegawa ficou a saber dessas inten-ções, o que muito o enfureceu e votou um ódio de morte a Pessoa.

Por essa altura, os marinheiros japo-neses tinham chegado de Macau e foram contar a sua versão dos acontecimentos de 1608 ao Dáimio de Arima, Haronu-bu. Este foi logo queixar-se a Tokoga-wa Ieyasu, que nessa altura já não era o Shogum, pois delegara ao seu filho Hi-detada esse cargo, apesar de continuar a superintender efectivamente os negó-cios de império. Quando Ieyasu soube que o Governador de Nagasáqui já sabia do caso e nada lhe contara, repreendeu Hasegawa e mandou abrir um inquérito sobre o incidente.

As autoridades japonesas exigiram a André Pessoa que se dirigisse à corte para esclarecer o assunto. Por receio de represálias, esta ordem não foi cumprida e por isso, o capitão português foi con-denado.

O DIFÍCIL ANO DE 1609

Dois anos sem a viagem da Nau do Tra-to ao Japão, devido aos receios de ser apresada pelos holandeses, deixavam Macau em más condições económicas, assim como os japoneses não tiveram a preciosa seda chinesa.

Os portugueses tinham até então o monopólio do comércio estrangeiro no Japão mas, no ano de 1609, os interesses portugueses estavam a ser minados pelos holandeses, que se estabeleceram em Hi-rado onde abriram nos primeiros dias de Julho desse ano a primeira feitoria em ter-ras nipónicas. Depois, enviaram à Corte o comandante holandês Abraham Van der Broek, onde foi recebido por Ieyasu, que autorizou a fixação do feitor Jaques Specx no Hirado e aí abrir um posto comercial holandês para comercializar. De salientar que os holandeses só conseguiam a seda chinesa através do assalto aos barcos por-tugueses e chineses.

Também os espanhóis de Manila tentavam intrometer-se no profícuo ne-gócio português e com as sedas adquiri-das aos chineses de Fujian procuravam o trato com o Japão. De lembrar que des-de 1580 os portugueses estavam sobre o domínio espanhol, mas o Rei Filipe II de Espanha e primeiro de Portugal tinha feito a separação das administrações dos

EM 1609, ANDRÉ PESSOA PARTIU PARA O JAPÃO COM A NAU DO TRATO, O NAVIO NOSSA SENHORA DA GRAÇA TAMBÉM CONHECIDO POR MADRE DE DEUS

Page 15: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

15 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 21.11.2014

territórios além-mar e por isso, os por-tugueses continuavam a governar o que até então era seu, ficando assim sepa-rados os interesses comerciais entre os dois povos, agora unidos sobre a mesma coroa.

Foi devido ao naufrágio na costa do Japão em 1609 da nau São Francisco, que transportava o ex-governador das Filipinas para Acapulco, que de novo parecia abrir-se para os espanhóis a possibilidade de voltarem a negociar em terras nipónicas. Ieyasu, na sua re-cepção amistosa ao ex-governador das Filipinas, Dom Rodrigo Vivero y Ve-lasco, sondou-o sobre a possibilidade de os espanhóis poderem fornecer seda crua nas mesmas condições que os por-tugueses. Perante a resposta afirmativa, Ieyasu manifestou vontade de substituir os mercadores portugueses pelos espa-nhóis, pois estava farto dos problemas causados pelos barcos lusos, que às es-condidas transportavam os padres jesuí-tas para o seu país. Ficava Ieyasu com a garantia dos holandeses e espanhóis fornecerem o Japão de produtos estran-geiros, substituindo assim os portugue-ses nesse comércio.

A posição portuguesa parecia, aos

olhos de Ieyasu, que deixara de ter a im-portância que anteriormente apresentara.

FIM TRÁGICO

André Pessoa, percebendo que os ven-tos não estavam a seu favor, recusou dirigir-se à corte imperial japonesa por receio de represálias.

O relatório do inquérito aos aconte-cimentos de Macau comprometia o ca-pitão português, mas Ieyasu conteve-se devido aos interesses comerciais da via-gem para o Japão. Foi por essa altura que o barco do ex-governador das Filipinas naufragou na costa japonesa e já com garantias dos espanhóis e holandeses de conseguir a tão desejada seda, Ieyasu ordenou ao Dáimio de Arima, a quem pertenciam os barcos que estiveram em Macau, para capturar André Pessoa vivo ou morto. Caso a tripulação portuguesa não oferecesse resistência, seria autori-zada a regressar a Macau.

Avisado André Pessoa do que se tra-mava, tomou as precauções e não saindo do barco, estava preparado para zarpar a qualquer momento, apesar dos conse-lhos dos jesuítas para se apresentar na capital, pois nada lhe aconteceria mes-mo se fosse considerado culpado. Hou-ve portugueses que acreditaram, mas André Pessoa achou ser uma armadilha.

O Dámio Arima Haronubu dirigiu--se a Nagasáqui com o pretexto de ne-gociar o preço da seda trazida na nau Nossa Senhora da Graça, mas Pessoa recusou-se vir a terra para comerciar.

A 3 (outros autores referem a data de 6) de Janeiro de 1610, Haronubu con-centrava no cais do porto de Nagasáqui mil e duzentos samurais e ao ver tama-nho grupo de soldados japoneses, Pes-soa mandou chamar os mercadores que estavam em terra. Menos de dez entra-ram no barco, sendo alguns impedidos de o fazer, ficando ao todo na embarca-

SEM CONSEGUIREM APRESAR A NAU PORTUGUESA, OS JAPONESES TROUXERAM SOBRE UMA JANGADA UMA TORRE DE MADEIRA COM TRÊS ANDARES, ESCOLTADA POR UMA FROTA DE BARCOS BEM ARMADOS. LOGO CERCARAM A NAU E ATACARAM-NA POR TODOS OS LADOS

ção quarenta europeus, mais os negros e lascares. Aproveitando a escuridão da noite, Pessoa deu ordens para levantar a âncora, cortar as amarras que prendiam o barco ao cais e tentar sair do porto.

Sendo a manobra detectada e aper-cebendo-se que Pessoa se preparava para zarpar, Haronubu embarcou na flotilha que mandara preparar com a intenção de tomar a nau portuguesa pela força. O capitão português ainda tentou des-fraldar as velas, mas faltava o vento. Foi logo a nau cercada por trinta embarca-ções, que fizeram fogo com mosquetes e dispararam setas. Como resposta rece-beram duas bordadas, de cinco canhões cada, tiros todos certeiros, conseguindo a nau deslocar-se apenas pela força da corrente, para os confins da baía.

Como os japoneses não se arrisca-vam a combater durante o dia, devido à precisão da artilharia portuguesa, desen-rolou-se a batalha durante três noites.

Ainda na manhã do dia 5 de Janei-ro, Arima Haronubu mandou recado a Pessoa para renegociar o preço da seda e convidou o capitão a vir a terra, pois deixaria reféns japoneses a bordo. An-dré Pessoa indicou o filho de Haronu-bu e o de Hasegawa como reféns, mas afirmou que se tivesse vento iria para uma posição mais segura. Nessa altura, o governador de Nagasáqui e o dáimio cristão Haronubu entraram em conflito, pois Hasegawa dizia que Pessoa não es-tava em condições de negociar.

No dia seguinte de manhã, 6 ou 10 de Janeiro de 1610, Pessoa com a ajuda de batéis conseguiu colocar a nau fora do porto e os japoneses, vendo estarem os

portugueses prestes a escapar-se, tenta-ram com mergulhadores cortar os cabos. Dois samurais ainda entraram na nau para matar o capitão, mas foram mortos.

Sem conseguirem apresar a nau por-tuguesa, os japoneses trouxeram sobre uma jangada uma torre de madeira com três andares, escoltada por uma frota de barcos bem armados. Logo cercaram a nau e atacaram-na por todos os lados. Ainda assim os portugueses consegui-ram repelir os japoneses, que sofreram grandes perdas. Levantando-se uma pe-quena brisa, Pessoa deu ordens para des-fraldar as velas e zarpar. Atirada da torre flutuante, uma granada incendiou uma das velas e aproveitando estar a tripula-ção concentrada no apagar o fogo, foi a nau invadida por imensos samurais. An-dré Pessoa, vendo tudo perdido, abriu caminho com a espada e correndo para o paiol da pólvora, fez explodir o navio.

Até à explosão, nos quatro dias de combate, houvera apenas três ou quatro baixas entre os portugueses, atingin-do as japonesas várias centenas. Com o afundar da nau, perdeu-se, para além das vidas, toda a seda e prata que não fora desembarcada. Prejudicados foram os investidores chineses e portugueses, assim como os jesuítas, que ficaram sem dois anos de rendimento, tal como a população de Nagasáqui, que vivia do comércio dos produtos trazidos na Nau do Trato. Após este episódio, os holan-deses ficaram com a sua posição reforça-da perante Ieyasu, que endureceu a sua atitude contra os portugueses.

No ano de 1611, a viagem da Nau do Trato não se realizou.

Tokogawa Hidetada

Page 16: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

16 publicidade hoje macau sexta-feira 21.11.2014

DECLARAÇÃO

Em 19 de Julho de 2013, o Jornal “Hoje Macau” publicou uma notícia, em artigo da autoria da sua jornalista Cecília Lin, sob a designação “Caso de Park’n Shop”, onde reportou um incidente ocorrido no dia anterior no Edifício Flower City, na Taipa. Essa notícia foi redigida com base numa entrevista telefónica com o Sr. Lao Kam Chio, presidente da administração do condomínio do referido Edifício.

O Sr. Lao Kam Chio, a jornalista Cecília Lin e o Jornal “Hoje Macau” reconhecem que a caracterização do incidente que foi feita pela referida notícia é incorrecta para com a pessoa do Sr. Fong Chi Keong e lamentam profunda e publicamente o desgosto e ofensa que, por esse motivo, a notícia possa ter-lhe causado.

Cecília Lin, Hoje Macau, Lao Kam Chio

Macau, aos 20 de Novembro de 2014.

Page 17: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

17DESPORTOhoje macau sexta-feira 21.11.2014

PUB

ANÚNCIOHM-2ª Vez 21-11-14

Acção de Interdição n.º CV2-14-0033-CPE 2º Juízo Cível

Requerente: O MINISTÉRIO PÚBLICO.Requerido: LIENG PHOY YONE, (梁佩勇).

***

O MERETÍSSIMO JUIZ DO 2º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.: FAZ SABER que foi distribuída ao 2º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, contra LIENG PHOY YONE, (梁佩勇), solteira, nascida em 03/08/1973 na Birmânia, filha de Leong Chi Pui aliás Lieng Ge Pwe e de Wong Wai Man aliás Wong Fwee Min, titular do BIRPM nº.1256109(8), residente em Macau, na Rampa dos Cavaleiros, Edifício San Yick, Bloco I, 15º andar “G”, para o efeito de ser declarada a sua interdição por anomalia psíquica. Macau, ao 12 de Novembro de 2014.

*****

MARCO [email protected]

O piloto ma-caense Ál-varo Mou-rato vai dis-

putar no próximo ano pela segunda temporada consecutiva a Touring Car Series in Asia. A prova, que se disputa in-tegralmente no circuito malaio de Sepang, reúne no mais conhecido dos circuitos da península malaia pilotos oriundos de Macau, de Hong Kong, da Tailândia e da própria Malásia. Na temporada de estreia na

competição, Mourato ajudou a equipa Ted-co Sports a garantir o terceiro lugar na com-petição e viu os res-ponsáveis pela scuderia avançar com a proposta para um novo contrato válido por um ano. A revelação foi feita pelo próprio piloto, no rescaldo de um Grande Prémio de Macau que não deixou grandes saudades: “Competi du-rante o fim-de-semana todo com problemas electrónicos. Quando parti para a corrida já sabia que o carro tinha estes problemas e a prio-ridade foi mesmo a de acabar a corrida. Fiquei em 12º lugar, longe dos objectivos que tinha tra-çado, mas bom. Para o ano há mais e vou dar o meu melhor para voltar ao pódio”, confessa o piloto, de 38 anos.

Para se apresentar

no Circuito da Guia na máxima força, Álvaro Mourato vai, uma vez mais, aprimorar quali-dades na Touring Car Series in Asia by IMSP. O piloto macaense en-controu no Circuito de Sepang uma espécie de segunda casa e durante o ano de 2015 vai voltar de novo com regula-ridade à Malásia para disputar as cinco etapas da prova: “Já renovei o contrato com a equipa com a qual competi ao longo da última época. Assinei com eles um contrato válido para correr o Campeonato

inteiro. Este ano aca-bamos a competição em terceiro lugar e as indicações que tenho é que os responsáveis pela equipa ficaram satisfei-tos com as prestações que eu obtive”, revela o piloto.

Antes de disputar a Touring Car Series in Asia, Álvaro Mourato já tinha participado em duas edições de uma outra competição com sede no circuito de Sepang, a Malaysian Super Series. Mourato não é, de resto, o único piloto de Macau a viajar com frequência para a Malásia para compe-tir. A edição de 2014 da Touring Car Series in Asia foi disputada também por Jerónimo Badaraco e por pilotos como Leong Ian Veng, Lo Chon Him, Cheong Chi On ou Ng Kin Veng.

Kempes «Cristiano Ronaldotem mais fome que Messi» A antiga referência do futebol argentino, Mario Alberto Kempes, partilha da opinião que o compatriota Lionel Messi não está ao seu melhor nível e que o rival Cristiano Ronaldo parece mais determinado. «Não acho que Messi esteja nesta altura num bom momento, tal como acontecia há alguns anos. Acho que tem jogado a nível inferior do que estamos habituados. Essa é a diferença entre o Real Madrid e o Barcelona. Cristiano Ronaldo tem mais fome do que Messi», afirmou Kempes, em entrevista ao as . A antiga lenda argentina considera que esta «versão» de Messi é diferente daquela que os adeptos estavam habituados. «Ele não tem o sprint que tinha há dois ou três anos. Messi está um pouco mais atrás e dá o último passe, onde mostra que é o melhor.»

Van Gaal Não merecem Bola de OuroPara Louis van Gaal, nem Cristiano Ronaldo, nem Lionel Messi merecem ganhar a Bola de Ouro. O treinador do Manchester United acredita que o vencedor do prémio da FIFA para o melhor jogador do Mundo acabará nas mãos do português ou do argentino, o que será injusto, pois devia de ser atribuído a um futebolista da selecção alemã, que venceu o Mundial’2014. “Na maior parte das vezes ganha sempre quem é mais conhecido. Acho que se trata de um prémio mais para o mundo do futebol e para quem está fora, do que outra coisa. Assim, acredito que acabará por ser atribuído a Ronaldo ou Messi”, afirmou o holandês em declarações ao canal de televisão do United. “Mas quero dizer que deveria de ser necessário ganhar alguma coisa e o mais importante que há para ganhar é o Mundial. Por isso, espero que seja um jogador alemão, porque eles merecem. Além disso, o nível de competição na Bundesliga também é muito alto”, acrescentou Van Gaal.

Enzo Informado sobre pretendentesA reabertura do mercado de transferências aproxima-se a passos largos e, tal como no último verão, o nome de Enzo Pérez começa a surgir novamente como um dos mais cobiçados pelos clubes do Velho Continente. O interesse do Valencia é conhecido, e, segundo um artigo publicado ontem pelo diário espanhol “Marca”, também o Manchester United segue de perto o médio benfiquista. Escreve a publicação que o camisola 35, que esteve integrado na selecção da Argentina que defrontou a Croácia e Portugal, já se informou sobre o emblema che e os red devils junto de Otamendi e Di María, jogadores de Valencia e Manchester United, respectivamente, com quem partilha o balneário ao serviço da alviceleste.

PILOTO MACAENSE FALHOU OBJECTIVOS NA TAÇA CTM

Álvaro Mourato repeteexperiência na Malásia

Quando parti para a corrida já sabia que o carro tinha estes problemas e a prioridade foi mesmo a de acabar a corrida. Fiquei em 12º lugar, longe dos objectivos que tinha traçado, mas bom. Para o ano há mais

Page 18: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

“O PAI GORIOT”/ “LE PÉRE GORIOT”(HONORÉ DE BALZAC, 1969)

Este romance faz parte dos “Estudos dos Cos-tumes - Cenas da Vida Privada” e ocorre em Paris a partir de Novembro de 1819, na época da Restauração dos Bourbons. É uma história de duas filhas ingratas que arrancam tudo do pai para depois o abandonarem. Nem sequer o visitam no leito de morte. Através da experiência de vida desta personagem, consegue-se demonstrar a na-tureza social e humana e um lado extremamente escuro e feio: as chamadas relações familiares

quentes e harmoniosas, ou relacionamentos humanos, dependem do dinheiro para serem mantidas. Quando não há dinheiro, essa relação de repente torna-se fria e até muito cruel. - Cecília Lin

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 19 MAX 25 HUM 60-90% • EURO 9 .9 BAHT 0 .2 YUAN 1 .3

ACONTECEU HOJE 21 DE NOVEMBRO

O QUE FAZER ESTA SEMANA?

U M L I V R O H O J E

João Corvofonte da inveja

18 hoje macau sexta-feira 21.11.2014(F)UTILIDADES

Thomas Edison inventa o fonógrafo• A 21 de Novembro de 1877, Thomas Edison apresenta ao mundo o fonógrafo, desenvolvido pelo inventor norte--americano como um equipamento para o registo da voz, mas que rapidamente se transformou num veículo de difusão da música.Foi rapidamente adoptado como meio para registo musical, o que permitiu à música encontrar um modo de se difundir pelo mundo.O aparelho consistia num cilindro com sulcos, coberto por uma folha de estanho. Uma ponta aguda era pressionada contra o cilindro. Na ponta oposta, estava o diafragma, uma membrana vibratória que convertia sons em impulsos mecânicos – e vice-versa.Este mecanismo estava ligado a um bocal em forma de cone, com um cilindro girado manualmente. A voz provocava uma vibração no diafragma que, por sua vez, quando a gravação estava completa e o processo concluído, reproduzia palavras.Edison trabalhou neste projecto em laboratório e não teria noção do impacto que a sua invenção teria na difusão da música.Thomas Edison, que nasceu em Ohio, a 11 de Fevereiro de 1847, destacou-se pela sua capacidade criativa. Foi um inventor e empresário, que desenvolveu diversos dispositivos que suscitaram o interesse da indústria. O ‘feiticeiro de Menlo Park’, como era conhecido, registou 2332 patentes, sendo que o fonógrafo é uma de suas principais invenções.Nasceram a 21 de Novembro Voltaire, filósofo francês (1694), Francisco Tárrega, violonista espanhol (1852), Columbano Bordalo Pinheiro, pintor naturalista e realista português (1857), René Magritte, pintor belga (1898), Roy Thomas, escritor norte-americano (1940), e Björk, cantora islandesa (1965).Hoje, assinala-se o Dia Mundial da Televisão.

• Hoje APRESENTAÇÃO DO FILME “FRAME BY FRAME” (EXIM 2014 – CHINA EXPERIMENTAL FILM AND VIDEO ART FESTIVAL IN MACAU)Armazém do Boi, 20h00Entrada livre

• SábadoWORKSHOP “FAZ A TUA IMPRESSORA 3D” (THIS IS MY CITY)Centro de Ciência de Macau, 11h00 às 18h00Entrada livre

HUSH!!! (FESTIVAL DE ROCK)Praceta do Centro Cultural de Macau, 13h30Entrada livre

APRESENTAÇÃO DE FILME DE ANIMAÇÃO DE ZHANG XIAO TAO (EXIM 2014 – CHINA EXPERIMENTAL FILM AND VIDEO ART FESTIVAL IN MACAU)Armazém do Boi, 15h00Entrada livre

APRESENTAÇÃO DE VÍDEO-ARTE “MEMORY LIVE” (EXIM 2014 – CHINA EXPERIMENTAL FILM AND VIDEO ART FESTIVAL IN MACAU)Armazém do Boi, 17h00Entrada livre

JAZZ NUMA NOITE DE OUTONO Casa Garden, 20h00Entrada livre

• DomingoCOMBATE DE BOXE COM MANNY PACQUIAO E CHRIS ALGIERICotai Arena, Venetian, 8h00Preço dos bilhetes varia consoante o lugar

WORKSHOP “FAZ A TUA IMPRESSORA 3D” (THIS IS MY CITY)Centro de Ciência de Macau, 11h00 às 18h00Entrada livre

APRESENTAÇÃO DE VÍDEO-ARTE “ABSURDIST THEATRE” (EXIM 2014 —CHINA EXPERIMENTAL FILM AND VIDEO ART FESTIVAL IN MACAU)Armazém do Boi, 17h00Entrada livre

MOSTRA DE TRABALHOS DE CAO KAI (EXIM 2014 – CHINA EXPERIMENTAL FILM AND VIDEO ART FESTIVAL IN MACAU)Armazém do Boi, 17h30Entrada livre

APRESENTAÇÃO DE FILME DE ANIMAÇÃO DE SUN XUN (EXIM 2014 – CHINA EXPERIMENTAL FILM AND VIDEO ART FESTIVAL IN MACAU)Armazém do Boi, 20h00Entrada livre

• DiariamenteEXPOSIÇÃO “BEYOND PIXELS” DE VICTOR MARREIROS (ATÉ DIA 31/12)Signum Living Store, Rua Almirante SérgioEntrada livre

ESCREVER MACAU EM PORTUGUÊS, DE ANTÓNIO MIL-HOMENS (ATÉ DIA 23/11)Edifício do Antigo TribunalEntrada livre

MACAU FOOD FESTIVAL (ATÉ DIA 23/11)Praça em frente à Torre de Macau, 17h00 às 23h00Entrada livre

CARTOONMANIA, EXPOSIÇÃO DE ANTÓNIO MARTINS (ATÉ 24/11)Galeria da Fundação Rui Cunha Entrada livre

C I N E M ACineteatro

SALA 1THE HUNGER GAMES:MOCKINGJAY (PART 1) [B]Um filme de: Francis LawrenceCom: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, liam Hemsworth14.30, 16.45, 19.15, 21.00

SALA 2DON’T GO BREAKINGMY HEART 2 [B](FALADO EM CANTONÊS, LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Johnnie ToCom: Louis Koo, Miriam Yeung, Gao Yuanyuan, Vic Chou14.30, 16.30, 19.30, 21.30

THE SNOW WHITE MURDER CASE [C]Um filme de: Yoshihiro NakamuraCom: Mao Inoue, Go Ayano, Nobuaki Kanebo14.15, 16.00, 19.30, 21.30

SALA 3BEFORE I GO TO SLEEP [C]Um filme de: Rowan JoffeCom: Nicole Kidman, Colin Firth, Mark Strong14.30, 16.30, 19.30, 21.30

THE HUNGER GAMES: MOCKINGJAY (PART 1)

Como se vê agora, as armas nunca estiveram em boas mãos.

Page 19: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

19OPINIÃOhoje macau sexta-feira 21.11.2014

N ÃO vale a pena dizer que não, porque não é realista pensar que se muda o mun-do. Vale a pena, isso sim, pensar no modelo, se o que se quer é (apenas) dinheiro em troco de residência, se não seria melhor (e se seria viável) aceitar só quem cria emprego, quem gera

verdadeiras mais-valias. Vale a pena pensar seriamente em formas de evitar a corrupção, aquela que alegadamente já aconteceu e a que estará ainda a ser engendrada. Vale muito a pena criar mecanismos de controlo mais apertados, que acabem com o nacional--porreirismo português e com o eu-posso--que-tenho-dinheiro chinês.

O que já está, já era. Os vistos gold estão aí e são o que são – são a forma rápida de entrar na Europa pela porta dos fundos, onde os bilhetes são mais baratos. São a menina dos olhos do ministro Portas, a vivenda em Cascais do senhor Chang e a vergonha dos últimos dias.

Os arguidos todos que, preventivamente, fazem contas à vida na prisão são, até ver, inocentes. Alimentam manchetes de jornais há uma semana mas são, até sentença tran-sitada em julgado, inocentes. Pode haver fumo sem fogo e tudo isto não passar de um grande engano, já aconteceu, a justiça é feita pelos homens e os homens enganam-se, pois claro. Mas não há enganos e inocências que nos valham: da vergonha já ninguém nos livra. A vergonha de sermos baratinhos e, em sendo baratinhos e em nada remediados, andarmos por aí a tentar fazer uns trocos a mais. Legal ou ilegalmente.

Portugal tem um problema de custo, de valor. Como estamos lá longe, lá onde os aviões não chegam sem aterrarem primeiro noutro sítio qualquer, recebemos de braços abertos qualquer um que tenha a coragem de se meter mais uns quilómetros a caminho. Somos pequeninos e achamos, provavelmente desde sempre – o que não consigo garantir –, que valemos pouco. Porém, há alturas, numa esquizofrenia nacional altamente contagiosa, em que achamos que somos os melhores. Para isso basta um golo, um penálti bem marcado ou um espantoso livre a 40 metros da baliza. Depois chega a ressaca do dia seguinte e regressa o estado natural da vida portuguesa: somos baratinhos, valemos pouco, vendemo-nos por ainda menos, numa campanha contínua de rebaixas a ameaçar liquidação total.

É a Portugal que hoje vão buscar os mé-dicos mais baratos, os enfermeiros mais em conta. E pilotos e engenheiros e investigado-res de assuntos estranhos e académicos dos mais diversos saberes. E os outros todos que, não sabendo nada, sabem de tudo e metem mãos à obra para que os filhos cresçam com pão na mesa. Somos baratos e estamos cada vez mais a preço de saldo, a vender o que é privado e, sobretudo, o que é público, o que é de todos. Qualquer maço de notas de yuan provoca o delírio de quem foi eleito

Não há enganos e inocências que nos valham: da vergonha já ninguém nos livra. A vergonha de sermos baratinhos e, em sendo baratinhos e em nada remediados, andarmos por aí a tentar fazer uns trocos a mais. Legal ou ilegalmente

Os baratinhoscontramãoISABEL CASTRO

[email protected]

para governar o país, aquele país de sol e de bons restaurantes e de gente simpática e de praia e de campo e que é meu e que me faz falta, mas não assim.

Portugal tem um problema de educação para o poder. Quem chega ao poder ou se julga com o poder na mão tem tendência para a perdição – e só a educação, ou a falta dela, explica este fenómeno estranho e labiríntico que consiste em privilegiar os clãs prejudicando-se todos os outros.

Portugal sofre ainda de outro problema – que conhecemos bem aqui em Macau – chamado novo-riquismo que, aliado à falta de educação para o poder, faz com que os caminhos com perigosos atalhos se tornem ainda mais tentadores, mais lascivos, mais irresistíveis.

E depois há ainda a eterna insatisfação de quem, valendo pouco, se vende por ainda menos. O rapaz que é funcionário público e que até tem a vida organizada, mas que dá um jeito a troco de uns trocos para que qualquer coisa aconteça mais depressa, para ele e para quem lhe deu os trocos. O empresário que passa mais um cheque para que os outros cheques valham mais. O dono da fábrica que desvia os fundos comunitários para construir uma modesta residência com 17 casas de banho a achar que ninguém ia dar

por ela. E que acaba na prisão, preventiva e por alguns anos, sem 17 casas de banho por onde escolher, numa eterna aflição. E os outros que também andam num novo--riquismo baratinho e que conseguem passar pelos pingos da chuva, muito mal-educados para o poder que alguém lhes deu por engano.

Claro que depois há o resto – o resto que não queria saber dos vistos dourados até ter ligado a televisão um dia destes e ter ficado a saber que, ao que parece, houve gente que andou a fazer o que não devia. O resto

paga taxas solidárias para que o país tenha solidariedade para com bancos mal geridos de pessoas que quiseram mais do que aquilo a que tinham direito. O resto faz a vida com o coração nas mãos para saber se este será o último mês no emprego, se ainda tiver emprego, ou se a reforma vai baixar ainda mais, se ainda puder baixar mais, se vai ter dinheiro para a electricidade, que sem luz é difícil viver, apesar de haver pouco no frigorífico. Há também os que vivem mais remediados, sem tantas equações difíceis, sem poder mas também sem grandes angús-tias. Dizem-me que são poucos.

A vergonha dos últimos dias não come-çou nos últimos dias. Vem de há uns meses, quando um jornal português denunciava que os empresários chineses à procura de residência europeia andavam a ser enga-nados por algumas lusitanas imobiliárias que, achando que os senhores Chang eram ingénuos, decidiram inflacionar os preços das vivendas de Cascais.

A vergonha dos últimos dias é maior nos últimos dias porque, parece, nem quando o barco vai ao fundo e nos acenam com maços de notas de yuan conseguimos erguer a ca-beça e deixar de ser baratinhos, pequeninos nos esquemas e mal-educados no poder que não temos.

MAR

K RO

BSON

, THE

HAR

DER

THEY

FAL

L

Page 20: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

20 opinião hoje macau sexta-feira 21.11.2014

A Cimeira sobre o Clima que se realizou, a 23 de Setem-bro de 2014, em Nova Ior-que, pretendia que todos os participantes, quer os representantes dos países, como da sociedade civil chegassem a um consenso que será aperfeiçoado na “Conferência das Partes

(COP 20) ”, que se inicia, a 1 de Dezembro de 2014, em Lima.

A “COP” é o órgão supremo da “Con-venção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC na sigla inglesa) ” que elaborará o futuro “Acordo Universal sobre o Clima”, para ser assinado na “COP 21”, que se realiza, entre 1 e 15 de Dezembro de 2015, em Paris. A “COP” cuida também, da implementação dos seus compromissos e quaisquer outros instrumen-tos legais que venham a ser estabelecidos no âmbito do futuro “Acordo”.

Tal objectivo, só será possível com o compromisso sólido de todos os interve-nientes activos, que devem tomar as medidas adequadas sem dilação nas áreas definidas como críticas, a fim de evitar que a tem-peratura global do planeta suba mais dois graus centígrados. Assim, foram definidas oito acções essenciais, sendo uma relativa à agricultura, pelo que nos próximos trinta e cinco anos deverá ser aumentada a produção de alimentos em 60 por cento para propor-cionar a segurança alimentar aos nove mil milhões de seres humanos que viverão no planeta em 2050.

As mudanças climáticas afectam direc-tamente a segurança alimentar e o forne-cimento de fontes de alimento nutritivo, abundantes e seguras a preços razoáveis para os mais de sete mil milhões de pessoas que habitam o planeta actualmente, bem como para satisfazer as suas necessidades, cada vez maiores.

O aquecimento do planeta afecta as co-lheitas dos cultivos que constituem a base da alimentação. A quarta parte de todas as emissões de gases de efeito estufa provém do uso da terra, o que torna essencial a imple-mentação imediata de práticas sustentáveis na agricultura.

A “Aliança Global para a Agricultura Climática Inteligente” tem como objectivo, que quinhentos milhões de agricultores no mundo pratiquem uma agricultura que implique o aumento dos rendimentos e da produtividade na agricultura, o fortalecimen-

“In urban areas, climate change is projected to increase risks for people, assets, economies and ecosystems, including risks from heat stress, storms and extreme precipitation, inland and coastal flooding, landslides, air pollution, drought, water scarcity, sea-level rise, and storm surges (very high confidence). These risks are amplified for those lacking essential infrastructure and services or living in exposed areas.”Climate Change 2014: IPCC Fifth Assessment Synthesis Report

As cidades face às questões climáticas

to da resiliência dos sistemas de alimentos e dos meios de vida dos agricultores e a redução das emissões dos gases de efeito estufa ligados à agricultura.

A “Aliança” é uma coligação voluntá-ria de uma ampla série de partes interes-

sadas, como sejam os países, produtores de alimentos, agricultores, cientistas, sociedade civil, organizações multilate-rais e sector privado. A “Nova Aliança para o Desenvolvimento de África”, por exemplo, colaborou com um conjunto

de organizações internacionais e não governamentais para formar a “Aliança Africana pela Agricultura Climática Inte-ligente” a fim de intensificar a resiliência e a segurança alimentar de vinte e cinco milhões de agricultores até 2025.

A “Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição (CIN2) ”, que está a decorrer entre 19 e 21 de Novembro de 2014, em Roma, é uma reunião intergovernamental sobre a nutrição organizada conjuntamente, pela “Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO na sigla inglesa) ” e “Organização Mundial da Saúde (OMS) ”. Os dois documentos principais resultantes da conferência serão a “Decla-ração de Roma sobre a Nutrição”, que é um

O SYR começa por afirmar que as mudanças climáticas impõem uma acção urgente e adverte que redução do aquecimento global implica o investimento por parte de cada país de 0,06 por cento do seu PIB. É uma contribuição escassa dada a gravidade das mudanças climáticas e os seus efeitos

BUST

ER K

EATO

N,DO

NALD

CRI

SP, T

HE N

AVIG

ATOR

Page 21: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

21 opiniãohoje macau sexta-feira 21.11.2014

perspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

documento de compromisso político entre os países, e o “Marco Estratégico de Acção”, que é um guia técnico para implementação da “Declaração”.

A conferência é de extrema importância, pois convém recordar, que existem duzentos milhões de pessoas subalimentadas, e que apesar, do número ter reduzido nas duas últimas décadas, oitocentos e cinco milhões de pessoas continuam a passar fome, ou seja, uma em cada nove pessoas. A desnutrição impede as pessoas de atingirem o seu poten-cial, reduzindo a sua produtividade, criando sérios efeitos socioeconómicos negativos. A falta de exercício e uma dieta pouco saudável são a causa de quase 10 por cento das doenças a nível mundial e da incapacidade. Existem

A fim de garantir o crescimento económico e aumentara capacidade energética estão a ser desenvolvidosprojectos de grandes dimensões, que constituem o iníciodo ajustamento da estrutura energética e de transformaçãodo modelo de desenvolvimento

quarenta e dois milhões de crianças com idade inferior a cinco anos que são obesas e mais de quinhentos milhões de adultos sofrem de obesidade.

É preocupante a existência de sessenta e um milhões de crianças de idade inferior a cinco anos que sofrem atrasos de cresci-mento, ou seja, baixa estatura para a sua idade. É irreversível, e afecta gravemente a sua saúde e desenvolvimento. Existem duas mil milhões de pessoas, o que representa quase 1/3 da população mundial que sofre de carência alimentar. A desnutrição que inclui a fome, carências de micro nutrientes e obesidade representa um custo de 2,8 a 3,5 mil milhões de dólares, ou seja, 4 por cento a 5 por cento do PIB mundial. A desnutrição é a causa subjacente de 45 por cento de todas as mortes infantis.

As cidades são responsáveis por 70 por cento das emissões de gases de efeito estufa e podem desempenhar um papel importante em termos de redução das emissões, em particular, quanto se prevê um aumento monumental das suas populações nas pró-ximas décadas, a par de terem de fazer face ao problema do envelhecimento e à falta de infra-estruturas adequadas.

As mudanças climáticas aumentam o risco e o “stresse” por deficit dos sistemas de recursos hídricos, esgotos, drenagem, transportes e de infra-estruturas, pois estão mais expostos aos efeitos de ciclones, tufões e outros desastres naturais que têm cada vez maior intensidade. Os mais importantes elementos para que as cidades reduzam as emissões e aumentem progressivamente a sua resiliência passam pela determinação de estratégias exequíveis, capacidade reforçada e financiamento acessível.

As administrações centrais, regionais e locais dos países estão a colaborar com parceiros dos sectores público e privado, com o fim de ajudar as cidades a reduzir drasticamente a sua produção de gases de efeito estufa e a resistir aos desastres naturais. Tais estratégias, centram-se na compilação e uso de dados, aperfeiçoamento da legislação ambiental, ajuste das estratégias, desenvol-vimento de programas em sectores críticos e na prestação de opções de financiamento viáveis e concretas para as soluções urbanas.

O “Pacto de Autarcas” tem como ob-jectivo, o aproveitamento pelos autarcas das redes actuais dos governos nacionais e locais no sentido de fortalecer e aumentar os compromissos dos governos nacionais, contribuindo em conjunto, para atingir os objectivos de redução de emissões a

nível da cidade e para as principais redes urbanas se empenharem a aplicar políticas transparentes, quanto à informação sobre os objectivos e estratégias de redução de emissões urbanas.

Os principais grupos de países, unidos ou associados a nível regional ou mundial, estão a criar uma plataforma de informa-ção denominada de “Pacto de Estados e Regiões”, para estabelecerem objectivos, reduzir emissões e reforçar a capacidade das cidades de resistir aos desastres naturais. Os grupos representativos dos países trabalham, igualmente, para desenvolver legislação ambiental através dos seus parlamentos e órgãos legislativos antes da realização da “COP 21”.

A “Aliança para a Liderança em Matéria de Financiamento Climático das Cidades” tem por objecto unir os programas principais e satisfazer as necessidades crescentes das cidades em termos de financiamento para fazer face aos desafios que implicam as mudanças climáticas. Os compromissos dos seus participantes englobarão um conjunto de princípios, um novo instrumento de fi-nanciamento e um mercado para adequar a assistência técnica e financeira aos projectos destinados a reduzir as emissões de carbono e aumentar a resiliência das cidades nos países em desenvolvimento.

O “Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC na sigla in-glesa) ” está a elaborar o “Quinto Relatório de Avaliação (AR5 na sigla inglesa) ”, preparado pelos três grupos de trabalho, que compreende contribuições, como são as bases físicas, impactos, adaptação e vulnerabilidade e mitigação das mudanças climáticas. O “IPCC” elaborou um “Relató-rio Síntese (SYR na sigla inglesa) ” que foi apresentado em Copenhaga, a 2 de Novem-bro de 2014. O “AR5’, comparado com os relatórios anteriores, concentra-se mais na avaliação dos aspectos socioeconómicos das mudanças climáticas e das suas consequên-cias para o desenvolvimento sustentável. O “AR5” concentra-se ainda, nos aspectos regionais, gestão de riscos e elaboração de uma resposta quanto à adaptação e mitigação das mudanças climáticas.

O SYR no seu longo conteúdo, começa por afirmar que as mudanças climáticas impõem uma acção urgente e adverte que redução do aquecimento global implica o investimento por parte de cada país de 0,06 por cento do seu PIB. É uma contribuição escassa dada a gravidade das mudanças climáticas e os seus efeitos.

O planeta será atingido, em especial, os países mais pobres serão os que mais sofrerão, e existem fortes indícios da futu-ra existência de sérios riscos à segurança alimentar, além do aparecimento de novas áreas de pobreza extrema. Os avisos feitos aquando da apresentação do SYR demons-tram quão decisivas são as próximas nego-ciações a realizar no quadro da “COP 20”, cujos acordos terão de ser mais alargados que o bilateral firmado entre a China e os Estados Unidos, a 12 de Novembro de 2014, com o objectivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O acordo celebrado entre os dois países maiores poluidores mundiais é relevante, mas insuficiente. Os Estados Unidos com-prometeram-se até 2025, a reduzir as suas emissões de gases poluentes entre 26 por cento a 28 por cento, em relação aos níveis de 2005. A China prevê que em 2030, atinja o máximo de emissões de gases de efeito de estufa, pelo que tendo em consideração esse marco, iria iniciar um processo de redução das suas emissões, planeando duplicar o consumo de combustíveis não fósseis no seu modelo energético e que actualmente representa 10 por cento.

Os compromissos da China resultam das decisões do “Comité Permanente da Assem-bleia Popular Nacional (ANP) ” tomadas em Abril de 2014, aquando da avaliação da proposta de revisão da lei de protecção ambiental. O órgão propôs normas mais pormenorizadas para combater a poluição atmosférica, em que o governo aceleraria programas sobre as questões energéticas de fontes limpas, eficazes, seguras e sus-tentáveis.

O “Conselho Jurídico da ANP” defendeu a tese de que é importante criar normas uniformes para a prevenção e combate, em conjunto, da poluição entre as diversas regiões do país. O “Conselho de Estado” e os governos locais devem implementar medidas ajustadas para desenvolver a pro-dução e o uso de energia limpa. Assim, os governos locais vão criar sistemas de alarme para a poluição, através da publicação de avisos e implementar medidas urgentes. A nova lei prevê ainda, um aumento de entidades qualificadas a participar com novos processos e tecnologias no combate à poluição ambiental.

A nova “Comissão Nacional de Energia” discutiu as grandes questões estratégicas e os principais projectos de energia em desenvolvimento no país, tendo sido de-terminado que a energia é a base e o motor da modernização, pelo que a China deve manter um desenvolvimento energético limpo, como base do crescimento susten-tável da sua economia. A fim de garantir o crescimento económico e aumentar a capacidade energética estão a ser desen-volvidos projectos de grandes dimensões, que constituem o início do ajustamento da estrutura energética e de transformação do modelo de desenvolvimento.

Page 22: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

ADRIANA LUCAS, MANAGER DE EVENTOS

“QUERO FICAR AQUI POR MAIS ALGUNS ANOS”

22 PERFIL hoje macau sexta-feira 21.11.2014

FIL IPA ARAÚ[email protected]

E STÁ sempre agarrada aos telemóveis para “o constante ‘check’ de emails e das várias plataformas de redes sociais”.

Um vício que Adriana Lucas considera ser “terrível” mas, enquanto luta para acabar com ele, mostra-nos o seu olhar de Macau.

“Cheguei a Macau em Janeiro de 2011”, começa por contar a jovem natural de Ar-cozelo, em Vila Nova de Gaia. “Vim para cá através do programa Inov Contacto, com mais 27 portugueses que também vinham estagiar”, continua.

O programa que tem como principal objectivo apoiar a formação de jovens profissionais num contexto internacional tem trazido dezenas de jovens portugueses anualmente a Macau. Sem ter hipótese de escolha, tal como ditam as regras do progra-ma Inov, Adriana “teve a sorte” - tal como a própria reforça - de entrar para o grupo Sands China, especificamente no projecto do Venetian Macao. “Aterrei num mercado de trabalho muito promissor, que me ajudou a progredir na carreira”, confessa-nos.

Quase quatro anos depois, Adriana Lucas mantém-se apaixonada pelo trabalho. Neste momento trabalha no Departamento de Eventos e Entretenimento do grupo Sands China. Agir é, na vida da jovem, uma cons-tante. A portuguesa está encarregue tanto da organização de festivais na ‘lagoon’ do Venetian, como da gestão das celebridades que visitam o grupo, como de evento espe-ciais de ‘red carpets’, ‘movie premieres’, ‘gala dinners’, ‘awards’, entre muitos outros.

“Há sempre novas actividades e desafios

a acontecer no Venetian, o importante é agarrarmos em qualquer tarefa com garra e determinação”, frisa.

UM MUNDO À ESPERAGarra e determinação são características que, de facto, não faltam à jovem de olho azul. Adriana Lucas não pensa deixar Macau nos próximos tempos e, mais uma vez, é o trabalho que dita esta decisão.

“Penso ficar em Macau mais alguns anos até porque vamos abrir uma nova proprie-dade, o que é sempre muito estimulante acompanhar. Adicionalmente também quero assistir ao tal ‘boom’ de Macau. Quero ficar para ver o Cotai crescer e estou muito inte-ressada em ver o que os outros operadores vão trazer de novo para a região”, esclarece.

Ao olhar para trás, manager de eventos sublinha que “não fazia ideia de que quatro anos depois ainda estaria aqui”. A jovem, que chegou com uma bagagem cheia de entusiamo e esperança a Macau, não sabia as portas que, mais tarde, se iriam abrir. “Cheguei com um grupo super animado e com muito potencial e estávamos todos muito excitados por estar em Macau e aproveitámos para viajar muito. Olhámos para esta oportunidade como um estágio que poderia dar certo, mas penso que nenhum de nós no primeiro mês pensaria chegar onde estamos agora”, partilha.

MAIS DO QUE TRABALHO É essa janela aberta para o mundo do trabalho que fascina Adriana Lucas. No seu ponto de vista, a melhor coisa de Macau são as “oportunidades de trabalho”.

A verdade, diz a jovem, é que dificilmen-

te teria tantas oportunidades deste género noutro sítio qualquer. “Penso que não teria a oportunidade de fazer o que faço de mo-mento se não estivesse em Macau”, conta, explicando que “a quantidade e diversidade de eventos que são organizados é sem dúvida extraordinária e há sempre muita vontade de adicionar algo de novo”.

Mas não é só de trabalho que se fazem as boas experiências que Macau providencia. Adriana Lucas conta que Macau tem os seus próprios encantos, que vão conquistando quem por cá passa.

Para a jovem é difícil definir o melhor momento vivido aqui, pois, segundo a mesma, muitos têm sido os “momentos inesquecíveis”.

O mais recente, conta, foi o fim-de--semana no Cotai Jazz & Blues Festival, que decorreu no mês passado. “Estive rodeada de pessoas super talentosas de países diferentes, com tantos pontos de vista distintos e todos a juntarem-se para tocarem música juntos”, conta, adiantando que, por outro lado, “ver pessoas a ir ao festival e a gostarem de estar num evento” que ajudou a criar é algo ines-quecível que a faz “muito feliz”.

Um dos outros momentos que mais

marcou Adriana está na mente da simpática portuguesa e ela faz questão de partilhar connosco: foi a sua primeira “junk boat party”, uma festa num barco que o grupo de 27 jovens portugueses da qual fazia parte organizou como despedida dos estágios.

QUEM BEBE ÁGUA DO LILAU... Sem hesitar, Adriana Lucas conta-nos os piores momentos: as partidas. As despedidas de quem vai embora deste lado do mundo.

“O que mais custa aqui em Macau é dizer adeus a pessoas que fizeram parte da nossa vida. De repente, vão-se embora, deixando um enorme vazio”, conta. Adriana Lucas partilha que já viveu esse momento várias vezes. “Várias amigas minhas foram embora”, lamenta, acrescentando que apesar da distância o contacto regular é sempre mantido.

“Macau ainda é um sítio onde muita gente trabalha ou estuda temporariamente, e depois volta às suas raízes. Mas o engraçado é que todas elas querem voltar, mais cedo ou mais tarde”, declara em tom de esperança.

Se tivesse que escolher um sítio de eleição em Macau, Adriana não hesitaria: as Casas--Museu da Taipa. “É um sítio onde existe um ‘mix’ da cultura portuguesa e macaense, unido a uma vista linda para os casinos. À noite é um local muito calmo, perfeito para pensar, relaxar ou até fazer exercício”, avan-ça, deixando em claro que não perde uma oportunidade para visitar o local.

Enquanto há coisas menos boas a apontar por que cá vive, como os problemas dos táxis, que Adriana nos recorda, não há dúvidas que Macau é, para já, um motivo para Adriana Lucas ser feliz.

O que mais custa aqui em Macau é dizer adeus a pessoas que fizeram parte da nossa vida. De repente, vão-se embora, deixando um enorme vazio

Page 23: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

hoje macau sexta-feira 21.11.2014

‘‘édi toon t em

macauhorah

hojeglobalw w w. h o j e m a c a u . c o m . m of a c e b o o k / h o j e m a c a ut w i t t e r / h o j e m a c a u

L I G U E - S E • PA R T I L H E • V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

www.hojemacau.

com.mo

DIÁRIO 23DE BORDO

O Tempo e a Física

MAN

UEL

DE A

LMEI

DA /

LUSA

“Por agora, é para aliviar o fluxo de turistas e também porque há uma grande parte [da população] a viver em Zhuhai e pensamos que este prolongamento vai aliviar a pressão, de certeza. Não temos

uma previsão sobre o aumento de turistas”Alexis Tam, sobre o alargamento dos horários das fronteiras | P. 7

UM CONDUTOR aguarda calmamente pela descida das àguas no túnel dos Pupilosdo Exército, em Benfica, devido à forte chuva que assolou Lisboa e inundou várias artériasda capital portuguesa.

“É um grande problema, porque as obras só estão a ser realizadas no troço da Taipa e em Macau ainda está tudo por definir, alguns troços ainda estão na fase de consulta. Por isso é que alguns deputados levantaram dúvidas sobre como vai serfeita a ligação entreos vários troçosem Macau”CHAN MENG KAM• Deputado, sobre o metro

“Todos os planos das operadoras devem ser autorizados pela DSRT, mas a verdade é que os planos ilimitados são apenas um dos planos de promoção a curto prazo por parte das operadoras, que dura um ou dois anos. Quando o prazo expirar, o planopoderá acabar naturalmente e voltar ao preço normal”HO CHI LEONG • Subdirector da DSRT sobre o corte da internet ilimitada nos telemóveis

“Acho que o Governo tem que começar a pensar para além da perspectiva da criação de t-shirts e canecas”JOSÉ DRUMMOND• Criativo, sobre as indústrias culturais

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

O TEMPO é complicado. Como dizia Santo Agosti-nho, sabemos tudo sobre o tempo até ao momento em que temos de explicá-lo, dizer o que ele é. Passado, presente, futuro, real e psico-lógico, convenção ou talvez não. Ele há muitos tempos diferentes, mas nem sempre há tempo para tudo. Macau vive um desses mo-mentos em que, claramente, o tempo escasseia. Sente-se a falta dele e a urgência das coi-sas, do que tem de ser feito e do que tem de acontecer. Mas o tempo passa e muito pouco acontece. E assim é pesado o tempo, desconfortável, uma era de fraca qualidade.Sempre se disse isto do pró-prio tempo, pois é constante nos homens queixarem-se e o tempo não deixa de ser um excelente pretexto para a lamúria. “Naquele tempo é que era bom”, ouve-se dizer, quando na realidade, a julgar pelos testemunhos antigos, nenhum tempo prestou para nada. Não há tempo a perder e perde-se, no entanto, tanto tempo. E se tempo é di-nheiro, nos últimos tempos temos sentido que o tempo se nos escapa dos bolsos, fugaz, nem nos dando tempo para respirar um pouco mais fundo e ganhar tempo.Com falta de velocidade, demora-se mais tempo a chegar ao objectivo deseja-do. É lógico. Mas será lógico esse objectivo? Ou outras lógicas mais lógicas que a própria lógica se levantam? E será por isso que o tempo se expande, na satisfação de universos paralelos, e o que é aparentemente lento, realiza o seu trabalho com uma eficácia singular numa outra dimensão? Assim, aparentemente, neste nosso mundo, nada acontece e o tempo escasseia; mas nou-tros universos, tudo se passa à velocidade da ganância, que é – e Einstein não sabia disto – superior à da luz. Es-tamos a precisar de um novo modelo da Física que nos explique de outra maneira este mundo.

Page 24: Hoje Macau 21 NOV 2014 #3219

hoje macau sexta-feira 21.11.2014

cartoon por Stephff

CHINA MAIS DE 160 MORTOS DIARIAMENTE POR AFOGAMENTO

Estatísticas devastadoras

C ERCA de 164 pessoas mor-rem, diariamente, vítimas de afogamento na China,

um país onde esta é a principal causa de morte das crianças en-tre os 5 e os 14 anos, revela um estudo da Organização Mundial de Saúde.

O estudo apela a uma maior consciencialização do mundo para este problema e destaca que, em 2012, 60.000 pessoas morre-ram afogadas na China, número que poderia ser elevado a 90.000

Fukushima Sismo de magnitude 5,3Um terramoto de magnitude 5,3 graus na escala aberta de Richter sacudiu ontem a prefeitura de Fukushima, onde está localizada a acidentada central nuclear atingida pelo sismo e tsunami de Março de 2011, que não terá sido afectada. A agência meteorológica japonesa não activou qualquer alerta de tsunami devido ao terramoto.

Coreia do Norte Ameaça de teste nuclearA Coreia do Norte ameaçou ontem realizar um novo teste nuclear em resposta à recente aprovação de uma resolução da ONU que apela ao Tribunal Penal Internacional que julgue o país por “crimes contra a humanidade”. O regime de Kim Jong-un considera que a resolução, aprovada na terça-feira, é um “acto de agressão dos Estados Unidos” que não permite ao país “abster-se de realizar um novo ensaio nuclear”, explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte em comunicado divulgado pela agência estatal KCNA. O Governo de Pyongyang rejeitou “completamente” a resolução da ONU que, “liderada pelos Estados Unidos, deseja derrubar o Estado socialista”, e também ameaçou “intensificar a capacidade de dissuasão militar” do país, segundo o comunicado. A resolução não vinculativa foi aprovada com 111 votos a favor, 19 contra e 55 abstenções. A ONU teve por base o texto elaborado por uma comissão, encarregada de se pronunciar especificamente sobre as violações aos direitos humanos e amplamente assente num relatório de 400 páginas da ONU divulgado em Fevereiro, que concluiu, após uma longa investigação, que a Coreia do Norte cometeu violações dos direitos humanos “sem paralelo no mundo contemporâneo”.

Coreia do Sul Dez anos de prisão para CEO da operadora do ferry naufragadoO director executivo da empresa que operava o ferry sul-coreano Sewol, que naufragou em Abril causando a morte de mais de 300 pessoas, foi ontem condenado a dez anos de prisão por homicídio involuntário. O tribunal da cidade de Gwangju determinou que Kim Han-Sik, CEO da Chonghaejin Marine Co., permitiu que o ferry transportasse regularmente carga em excesso e aprovou remodelações ilegais para aumentar a capacidade de levar passageiros. O naufrágio do Sewol, ocorrido a 16 de Abril ao largo da ponta sul da península coreana, provocou 304 mortos, na sua maioria estudantes. Segundo um relatório divulgado pela Procuradoria, a sobrecarga do navio, a incompetência da tripulação e obras de redimensionamento ilegais na estrutura do barco levaram ao desastre do ‘ferry’. Sete meses depois do naufrágio, a embarcação continua debaixo de água e nove corpos permanecem desaparecidos.

Índia Meninode oito membrosconsiderado «Deus»

M ILHARES de pessoas des-locaram-se até uma aldeia

na Índia depois de saberem do nascimento de um menino com quatro pernas e quatro braços, que está a ser considerado pelos locais «uma divindade».

A pequena aldeia em Ben-gala Ocidental ficou apinhada de crentes curiosos para ver a criança no hospital.

Estima-se que a condição do bebé tenha a ver com ter nascido «pegado» a um gémeo, mas para a população menos instruída, trata-se ou da «encarnação do Deus Brahma», ou de «um sinal do fim de mundo».

Um familiar da criança afir-mou à TV do Estado em Baruipur «Quando o vimos pela primeira vez, mal podíamos acreditar. As enfermeiras disseram que era muito deformado, mas vi aquilo como um sinal de Deus».

«De facto, isto é um milagre, é o bebé de Deus. As divindades indianas também têm membros extra como ele», sublinhou.

Uma fonte policial declarou que as autoridades estão a ter dificuldade em controlar as multidões na aldeia.

«Este é um bebé anormal e é trágico, não há nada de divino acerca dele, de todo. Mas as multidões estão a enlouquecer e a exigir ver o bebé», referiu.

«Há centenas de pessoas a chorar nas ruas, outras tantas estão a rezar e vieram para aqui montar acampamento. Alguns estão a entrar em pânico porque acreditam que é o fim do mun-do». «Nunca vi nada assim em toda a minha carreira», concluiu a fonte policial, citada pela im-prensa britânica.

60.000pessoas morreram afogadas na

China, em 2012

se se incluíssem as estatísticas dos suicídios e as vítimas de desastres naturais como inunda-ções ou tempestades tropicais e os acidentes industriais.

O progresso da China para o cumprimento dos denomina-dos “Objectivos do Milénio” na redução da pobreza mun-dial “deixaram a descoberto o impacto das causas de morte de crianças, até então ocultas, como os afogamentos”, advertiu o representante da Organização

Mundial de Saúde no país, Bernhard Schwartländer, em comunicado da instituição.

DA PREVENÇÃOA organização recomenda, por isso, a aposta em medidas preven-tivas que passam desde o ensino de natação a treino de pessoal para salvamento e primeiros socorros, além da instalação de barreiras protectoras nos rios e outros cursos de águas, criando lugares mais seguros para a natação.

“As acções recomendadas pela Organização Mundial de Saúde, poderiam salvar a vida de milhares de crianças vulneráveis na China”, salientou Bernhard Schwartländer.

A China é um dos países mais afectados pelo problema, segundo o relatório global da or-ganização internacional, em que se assinala que cerca de 372.000 pessoas morrem em todo o mundo anualmente devido a esta causa, sendo que mais de metade das vítimas tem menos de 25 anos.

Os números divulgados pela OMS indicam que esta é a principal causa de morte entre as crianças até aos 14 anos