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PUB bens de altos cargos QUEM TEM MUITO TEM DE MOSTRAR... NA INTERNET • Página 4 TEMPO MUITO NUBLADO MIN 19 MAX 25 HUMIDADE 55-90% CÂMBIOS EURO 10.9 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 14 DE NOVEMBRO DE 2011 ANO XI Nº 2492 PUB Ter para ler Governo vai rever restrição de seis meses para empregadas domésticas Esfregonas sem interrupção LAG | Juventude CASAS PARA RICOS INDIGNAM JOVENS • Página 4 Benfica de Macau INTERNACIONAL PORTUGUÊS REFORÇA DEFESA • Página 12 Depois de estar há ano e meio em vigor, a lei dos trabalhadores não residentes vai ser revista. O Conselho de Concertação Social quer retirar do articulado a obrigação das trabalhadoras domésticas terem de abandonar por seis meses o território ao deixarem os seus empregos. Há vozes contra e umas quantas outras a favor. > PÁGINA 6

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Edição do Hoje Macau de 14 de Novembro de 2011 • Ano X • N.º 2492

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Page 1: Hoje Macau 14 NOV 2011 #2492

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bens de altos cargos

QUEM TEM MUITO TEM DE MOSTRAR...

NA INTERNET• Página 4

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 19 MAX 25 HUMIDADE 55-90% • CÂMBIOS EURO 10.9 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 14 DE NOVEMBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2492

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Ter para ler

Governo vai rever restrição de seis meses para empregadas domésticas

Esfregonas sem interrupção

LAG | Juventude

CASAS PARA RICOS INDIGNAM

JOVENS • Página 4

Benfica de Macau

INTERNACIONAL PORTUGUÊS

REFORÇA DEFESA• Página 12

Depois de estar há ano e meio em vigor, a lei dos trabalhadores não residentes vai ser revista. O Conselho de Concertação Social quer retirar do articulado a obrigação das trabalhadoras domésticas terem de abandonar por seis meses o território ao deixarem os seus empregos. Há vozes contra e umas quantas outras a favor. > PÁGINA 6

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SEGUNDA-FEIRA 14.11.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

FORAM detidas 13 de mais de 40 pessoas que no sábado tentaram visitar Chen Guangcheng, um

activista dos direitos humanos chinês que está desde o ano pas-sado em residência fixa, depois de ter cumprido quatro anos de prisão – noticiaram testemunhas ouvidas pela AFP. Os visitantes

O tratado de comércio livre para a região Ásia-Pacífico começou a tomar forma

com um acordo em Honolulu sobre as suas linhas mestras, anunciado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, durante a Cimeira do Fórum Ásia-Pacífico (APEC).

“Ainda há muitos pormenores para re-solver, mas estamos confiantes de que con-seguiremos alcançá-lo”, disse Obama depois de reunir com os líderes dos nove países que manifestaram intenção de integrar o tratado: EUA, Brunei, Malásia, Peru, Chile, Nova Zelândia, Austrália, Singapura e Vietname.

“Demos orientações aos grupos de trabalho para finalizarem este acordo no próximo ano”, acrescentou o presidente norte-americano.

O presidente do Chile, Sebastian Piñera, dis-se por seu lado, numa conferência de imprensa, que o acordo permitirá criar “a maior zona de comércio livre do mundo”, numa altura em que a ronda de Doha “continua paralisada”.

TRÊS CONDENADOS À MORTE PELO INCÊNDIO NUM HOTEL QUE CAUSOU 11 MORTOSO Tribunal Intermédio da localidade de Tonghua, na província chinesa de Jilin, condenou à morte três pessoas acusadas de terem provocado em Maio um incêndio num hotel que causou a morte a 11 pessoas e dezenas de feridos.Entre as vítimas encontravam-se hóspedes e vários funcionários do hotel, bem como um bombeiro. O incêndio causou danos avaliados em 1,8 milhão de yuans. Outras quatro pessoas foram detidas e acusadas de colaboração com os indivíduos condenados à morte, mas ainda não é conhecida a sua situação actual nem as penas a que poderão ter sido condenadas.

VINTE E DOIS MINEIROS MORTOS EM ACIDENTEPelo menos 22 mineiros morreram numa explosão numa mina de carvão na província chinesa de Yunnan e a probabilidade de sobrevivência dos restantes 21 trabalhadores presos diminuiu. “O ar [dentro da mina] está a escassear e a hipótese”, de acordo com o quartel-general de segurança, citado pelo site oficial da província. As famílias das vítimas receberão cada uma 660 mil yuans pela morte dos seus familiares, tendo 17 delas já recebido 10 mil yuans para os funerais. O acidente ocorreu na quinta-feira de manhã numa mina de carvão no distrito de Shizhong, parte do município de Qujing, tendo deixado um grupo de 40 mineiros presos no subsolo. Seis equipas de resgate revezam-se em busca dos mineiros presos, enquanto 240 toneladas de terra já foram retiradas e foi escavado um túnel de 250 metros de comprimento.

MAQUINISTA ADORMECE A CONDUZIR COMBOIO A 200 KM/HUm maquinista chinês foi fotografado por um passageiro a dormir enquanto conduzia um comboio de alta velocidade a cerca de 200 quilómetros horários, noticiou o “Xiamen Daily”. A companhia ferroviária já negou que o condutor tenha “passado pelas brasas”. O comboio D3212 faz a ligação entre Xiamen e Wenzhou. A foto tirada pelo passageiro foi colocada a 4 de Novembro no Sina Weibo, um serviço semelhante ao Twitter na China, gerando milhares de comentários, a maioria dos quais criticando o maquinista. Em resposta às críticas, a administração da companhia ferroviária negou que o maquinista estivesse a dormir. A empresa explicou que o condutor tem de pisar um sistema de alarme a cada 50 segundos, caso contrário o alarme dispara, pelo que seria impossível que estivesse a dormir, uma vez que não houve qualquer registo de alarme durante a viagem em questão. A companhia referiu que o maquinista terá encostado a cabeça para trás por breves instantes, o que terá induzido em erro o passageiro que o fotografou.

Polícia chinesa detém amigos de activista dos direitos humanos

Apagar as velas na prisão

TRATADO DE COMÉRCIO LIVRE PARA ÁSIA-PACÍFICO TOMA FORMA

China dá passo atrás

Os 44 visitantes que ontem pretendiam encontrar-se com ele fi-zeram uma viagem de 600 quilóme-tros, mas, segundo as informações da agência, foram impedidos de chegar ao destino final. O autocar-ro em que seguiam foi bloqueado num parque pouco depois de sair da auto-estrada, vigiado por três dezenas de carros da polícia.

“Viemos pelos direitos huma-nos na China, pelos quais Chen Guangcheng fez muito. Tem o direito de comer um pedaço de bolo com pessoas comuns”, disse telefonicamente Zhang Fuying, um dos visitantes, segundo o qual 13 foram levados pela polícia. “Chen Guangcheng interessou-se sempre pelos desfavorecidos, ago-ra precisa que nos interessemos por ele”, disse outro, Mao Hen-gfeng. Contactadas pela agência, as autoridades declararam não estar ao corrente da situação.

Um número crescente de chi-neses, por vezes idos de muito longe, tem procurado visitar Chen Guangcheng. Uma rede chinesa de defesa dos direitos humanos informou que 150 pessoas se reu-niram na quarta-feira na Praça do Povo, em Xangai, e depois num restaurante, para assinalarem o seu aniversário.

As equipas que negoceiam o TPP vão voltar a reunir-se em Dezembro e ao longo de 2012, segundo informaram os países membros, em comunicado. Entre as questões que estão por resolver figuram assuntos como serviços transfronteiriços e o comércio electrónico.

A meta é dispor de um texto legal sobre a criação da zona de comércio livre no verão, para que possa ser revisto pelos ministros da Economia dos nove na reunião que têm prevista para essa altura.

Obama deverá reunir-se ainda hoje com o primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, que sexta-feira manifestou o interesse do país em juntar-se ao TPP.

Uma adesão do Japão, a terceira economia mundial, beneficiaria o projeto e abriria as portas a países como o México ou o Canadá.

Obama considerou que o acordo poderá vir a servir de modelo a futuros tratados de comércio livre por incluir aspectos que outros pactos do género até agora não incluíram, como a regulação do mercado, os direitos dos trabalhadores ou a proteção do ambiente.

Estes três aspectos são precisamente os que afastaram a China do projecto, que considera “demasiado ambicioso”.

pretendiam estar com Chen por ocasião do seu 40.º aniversário.

Chen Guangcheng é um advogado autodidacta, cego desde a infância, que se tornou conhecido por revelar práti-cas abusivas de esterilização de milhares de mulheres e de abortos tardios e forçados no seu distrito, Shandong, no Leste,

no quadro da política oficial de “filho único”.

O activista está privado de contactos telefónicos com o exte-rior. Depois de ter denunciado as condições de isolamento em que se encontra foi espancado, segun-do informações divulgadas em Fevereiro por uma organização de defesa dos direitos humanos.

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SEGUNDA-FEIRA 14.11.2011

3www.hojemacau.com.mo

Falsas promessas e tecnologias falhadas

Transgénicos a falhar

Leia mais notícias sobre a China e a Ásia em www.hojemacau.com.mo@

Maria João [email protected]

A história infantil do rei vai nu serve como título ao mais recente relatório publicado sobre as conse-

quências do uso de transgénicos no mundo. Divulgado no final de Outubro, o relatório de 250 páginas analisa a influência do cultivo de transgénicos sobre o ambiente e a presença das maiores empresa mundiais do sector. E a conclusão é que o rei vai mesmo nu embora ninguém o diga.

Segundo o relatório do Global Citizens Network, a promessa de que os produtos geneticamente mo-dificados iriam alimentar o mundo em poucos anos, está muito longe de acontecer e, nas duas décadas de comercialização dos produtos, o único que se conseguiu foi o desen-volver de tolerância aos herbicidas e resistência dos insectos. São muitos milhões de dólares investidos em culturas que ficaram muito aquém das metas de produção.

MAIS ERVAS DANINHASInsectos mais resistentes, ervas daninhas que crescem cada vez mais entre as plantações, pestes antes desconhecidas, são alguns dos riscos apontados. Da Índia à Argentina não se está a reduzir a utilização de pesticidas através dos transgénicos, uma vez que estas culturas necessitam uma utilização crescente de químicos sintéticos.

A China tem culturas de arroz e milho transgénico no país e é um dos maiores produtores de algodão

Os portugueses vivem tempos muito difíceis. Os cofres públicos estão exauridos, atingiu-se uma situação de quase descapitalização e perdeu-se praticamente acesso ao crédito internacional para as operações mais simples de tesouraria, incluindo o pagamento de salários e pensões. Pedro Correia, P. 15

PEQUIM AUTORIZA PARTIDA DE 19 DESERTORES NORTE-COREANOS

Aqui não, mas no Sul sim

geneticamente modificado. No Congresso do governo em Março, o ministro da Agricultura avisou que era preciso criar uma maior supervisão sobre estas culturas.

Em 2010 a China tinha 3,5 milhões de hectares de culturas geneticamente modificadas, sendo o sexto país mundial com maior área plantada de transgénicos, segundo dados do Instituto Chinês de Agricultura Biotecnológica. A maior parte da área cultivada é de algodão, o que representa 3,3 milhões de hectares. A seguir na lista surgem as papaias, os toma-tes e as malaguetas. O ministério da Agricultura chinês certifica estas culturas mas a organização Greenpeace alertou para outras plantações de transgénicos exis-tentes que não estão permitidas a nível governamental e que podem representar um risco.

O relatório publicado como resultado de um trabalho de várias organizações diferentes é uma men-sagem de alerta sobre o que devia mas não está a acontecer. A erosão dos solos continua a suceder e o risco de super-pestes é uma realidade.

No mundo mais de mil milhões de pessoas continuam a passar fome. A segurança alimentar pro-metida não chegou a quem precisa em parte porque os transgénicos,

de acordo com o relatório, estão a alimentar animais e carros. Uma grande maioria das culturas está a ser dirigida para a produção de biocombustíveis num modelo económico muito mais rentável do que se dirigido às populações ameaçadas pela fome.

HÁ COMIDA PARA TODOSA investigação publicada assegu-ra que há comida para todos no mundo. Apenas que a distribuição não funciona com este modelo que assenta num mercado global e na importação e exportação. As tec-nologias exportadas para o cultivo de transgénicos são muito caras e difíceis de manter. Por outro lado,

retiram o acesso à terra que de outra maneira podia ser usada para o cultivo orgânico com métodos simples e acessíveis.

O poder de lobby que as maiores empresas de transgénicos exercem sobre os governos é apontado como uma das razões para o “sucesso” aparente do modelo. Em vários países as campanhas de grupos de activistas contra a utilização de transgénicos são ignoradas pelos governos que se justificam com as forças do mercado.

Além do risco existente na falta de variedade de culturas, as sementes geneticamente modifica-das estão a entrar ilegalmente em muitos países. E o relatório acusa

as maiores companhias mundiais de não assumirem consequências quando as plantações não chegam às altas metas de resultados anun-ciados. “O problema da agricultura deve ser resolvido nas terras e não em laboratórios”, diz o relatório.

Na União Europeia, este ano, apenas três países seguiram em frente com plantações de trans-génicos. Em primeiro lugar surge Espanha com 70 mil hectares plantados, a maior área da União Europeia, seguida da República Checa com 3000 hectares e Portugal com quinhentos hectares.

Ao contrário dos Estados Uni-dos, casa da maior empresa do sec-tor, a norte-americana Monsanto, o cultivo de transgénicos na Europa tem sido mal recebido e a legislação exige a identificação clara de todo os produtos importados. A recusa da população em geral está hoje nos setenta por cento mas, o relatório diz que continuam a ser enco-mendados estudos para provar o carácter inofensivo dos produtos geneticamente modificados.

A apontar vários mitos sobre a biotecnologia, o relatório finaliza com vozes da ciência, especia-listas que mostram que os riscos continuam a ser muito mais altos que o retorno que o cultivo dos organismos geneticamente modifi-cados pode trazer ao mundo. E na voz dos especialistas em ciência a tentativa erro não pode continuar a ser feita com experiências sobre o meio ambiente e as pessoas. O que se dizia há 20 anos já se provou não ser verdade. Para os activistas chegou o tempo de parar.

PEQUIM vai autorizar a partida de 19 desertores

norte-coreanos, que se encon-tram em território chinês, para serem acolhidos pela Coreia do Sul em vez de os repatriar como costuma acontecer, in-formou no fim-de-semana a agência sul-coreana Yonhap.

Até ao momento o Mi-nistério dos Negócios Es-trangeiros da Coreia do Sul não confirmou a situação, mas uma fonte diplomática citada pela Yonhap garante que Pequim decidiu abrir uma excepção e autorizar o grupo de 19 desertores a partirem para Seul.

O Governo chinês, o principal aliado da Coreia do Norte, tem negado a condição de refugiados aos

desertores norte-coreanas e ignorado os seus pedidos de asilo na Coreia do Sul.

Geralmente a China en-

com a recente visita a Seul do vice-primeiro-ministro chinês, Li Kequiang.

Os 19 norte-coreanos foram detidos em Setembro na cidade de Shenyang pelas autoridades chinesas, que se preparavam para os enviar de volta ao seu país de origem.

Dois dos desertores já tinham nacionalidade sul--coreana e alegadamente estariam a facilitar a fuga de outros compatriotas.

A China enviou no mês passado para a Seul um daqueles dois desertores

pelo facto de ser cidadão sul-coreano, mas o segundo será colocado em liberdade sob fiança, já que as autorida-des o acusam de lucrar com o facto de ajudar à fuga de compatriotas.

Os outros 18 desertores estão retidos num centro da cidade chinesa de Tumen e deverão chegar à Coreia do Sul no próximo dia 20.

Seul tem uma política de acolhimento de todos os norte-coreanos que desejam instalar-se no país, a quem é dada automaticamente a nacionalidade sul-coreana, e, desde o final da Guerra da Coreia (1950-53), mais de 22 mil cidadãos da Co-reia do Norte conseguiram estabelecer-se no Sul.

via os desertores de regresso à Coreia do Norte, onde sofrem represálias por parte das autoridades.

De acordo com a fonte diplomática citada pela Yo-nhap, a decisão de Pequim poderá estar relacionada

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SEGUNDA-FEIRA 14.11.2011

4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Lia [email protected]

A proposta de lei de revisão do Regime da Declaração de Rendimentos, apre-sentada sexta-feira pelo

Conselho Executivo, prevê que os bens patrimoniais e interesses dos

Virginia [email protected]

Habitação”, “infla-ção” e “educação”

são os temas que mais geram preocupação junto dos cida-dãos jovens de Macau, de acordo com uma sondagem que a associação Dinâmica da Juventude de Macau lan-çou na Internet. A ideia era identificar quais os assuntos que a população local mais desejava ver abordados nas próximas Linhas de Acção Governativa (LAG), que serão apresentadas amanhã.

Nesta sondagem, foram entrevistadas 210 pessoas, através de questionário enviado pela Internet, ten-do a associação de jovens recuperado 209 cópias com respostas válidas. Entre essas, 43,54% consideraram que a habitação era a área mais carente de melhorias em Macau; 20,57% acharam prioritárias as políticas de

Titulares dos principais cargos vão ter rendimentos divulgados na Internet

Bens à distância de um clique

titulares dos principais cargos de Macau passem a ser divulgados na Internet.

O novo documento “introduz o regime da divulgação pública dos bens patrimoniais e interes-ses de determinados titulares de cargos públicos e políticos” e foi já encaminhado para a Assembleia

número que a proposta se centra, passando o índice a ser de 85.

Informatizados serão também os dados dos documentos, que po-derão ser descarregados na página electrónica do Comissariado para a Corrupção (CCAC).

A destruição dos documentos também foi ponderada. A proposta prevê ainda a revisão do período de destruição dos documentos. “Na legislação vigente estas são destruídas cinco após o falecimento dos declarantes ou 15 anos após a cessação de funções”, afirmou o re-presentante do Conselho Executivo.

Na nova lei a entrar em vigor, os cincos anos serão mantidos, mas após o término do exercício da profissão, o período passa ser de 10 anos. A destruição de processos será ordenada pelo presidente do TUI ou pelo Comissário contra a Corrupção. Em caso de instaura-ção de um processo crime, será o acesso e a manutenção dos docu-mentos prologar-se-á até ao final dos trâmites. As declarações são confidenciais e só serão de domínio público caso seja instaurado um processo crime, como referiu um representante do CCAC.

LAG | JOVENS LANÇAM SONDAGEM SOBRE OS TEMAS MAIS DESEJADOS

Povo quer casas“apoio social, numa altura em que se assiste ao au-mento dos preços das mer-cadorias; enquanto 12,44% defendem que o Governo deveria atacar primeiro os problemas existentes na área da educação e formação de profissionais.

Passada uma dúzia de anos da transferência, Macau está gradualmente a caminhar em direcção à maturidade e anseia por um sistema moderno e activo em termos de for-mação de consenso social. A educação tem um papel importante no evoluir das mentalidades, pelo que os responsáveis da associação não deixaram de sublinhar o estado actual de falta de investimento proporcional

nessa área. A importância atribuída à educação terá estado ligada também ao facto de quase metade dos entrevistados serem estu-dantes. De acordo com os entrevistadores, os resulta-dos reflectem a descrença dos jovens em relação ao actual estado da educação e da qualidade dos cursos existentes – muitos duvi-dam da capacidade desses cursos em mudar o seu destino e o ambiente so-cialmente instituído em que são valorizadas as relações em detrimento dos talentos.

Quanto às políticas de distribuição de dinheiro, a Dinâmica da Juventude revelou ainda resultados curiosos: 8,61% dos inqui-ridos gostariam que essa política fosse substituída por investimento do Go-verno em áreas considera-das necessárias, enquanto 7,18% apelaram à extinção pura e simples da prática.

Legislativa (AL) para se submeter ao escrutínio dos deputados, como referiu o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng.

O Chefe do Executivo, o pre-sidente do Tribunal de Última Instância (TUI), bem como ad-ministradores de empresas e da administração pública vão ter de

passar a declarar “bens imóveis, empresas comerciais ou estabeleci-mentos industriais, quotas, acções, participações ou outras partes sociais do capital em sociedades civis ou comerciais, bem como cargos exercidos em quaisquer organizações sem fins lucrativos”, enumerou o porta-voz.

A divulgação ao público terá livre acesso ao teor da Parte IV e será feita através da página da Internet do TUI, com uma visão de redução de custos. Ao Chefe do Executivo cabe também a tarefa de poder fixar por despacho outras formas de publicitação.

“Não vai haver um exame sistemático ao conteúdo das decla-rações porque não há necessidade de se efectuar esse tipo de mecanis-mo”, acrescentou Leong.

APERFEIÇOAMENTO DE PROCEDIMENTOSA proposta prevê ainda o aperfeiço-amento dos trâmites procedimen-tos das declarações. Na legislação em vigor, a informação tem que ser feita 90 dias após a alteração do vencimento, cujo valor seja supe-rior ou igual ao do índice 45. É neste

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SEGUNDA-FEIRA 14.11.2011

5www.hojemacau.com.mo

Virginia [email protected]

VÁRIOS deputados da Assembleia Legislativa (AL) manifestaram-se preocupados com a pos-

sibilidade de mudança do terminal marítimo do Porto Exterior para Pac On, na Taipa, conforme sugeria o “Plano Director dos Novos Aterros Urbanos de Macau”. O Governo não tem uma posição clara quanto ao tema, nem sequer orientações definidas para o Porto de Pac On, protestaram, enquanto decorria a segunda fase de consulta pública sobre o novo planeamento urba-nístico. Não é necessário mudar os “ferries”, defendem, pelo menos enquanto o actual terminal tiver ca-pacidade para responder à procura.

Lia [email protected]

O Fundo de Previdência Central vai finalmente

arrancar. Segundo uma nova proposta de lei apresentada pelo Conselho Executivo na sexta-feira, as pessoas com mais de 65 anos de idade vão poder requerer o levantamen-to parcial ou total da verba disponível nas suas contas individuais.

O “Quadro do regime do Fundo de Previdência Cen-tral” foi aprovado em Março pelo Conselho Permanente de Concertação Social e está ago-ra prestes a ser enviado para a Assembleia Legislativa (AL), como referiu Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo, sem, contudo, arriscar previsões de quando é o diploma entrará em vigor. Anteriormente, o Fundo de Segurança Social (FSS) tinha prometido o regulamento para o segundo semestre deste ano.

A proposta estipula que quem não tenha chegado aos 65 anos poderá levantar

BNU PREVÊ LUCROS SEMELHANTES A 2010, MAS VALEM MAIS EM EUROSO Banco Nacional Ultramarino vai encerrar 2011 com “sensivelmente” os mesmos lucros de 2010, mas a desvalorização do euro vai permitir ao banco português encaixar mais dividendos na moeda europeia. Fonte da instituição contactada pela agência Lusa explicou que 2010 “foi um ano muito bom em termos de resultados” e que é “impossível, no imediato, fazer melhor”. A instituição fechou 2010 com um resultado líquido positivo de 373,1 milhões de patacas.

Polémica da mudança do terminal de “ferries” no plano director dos novos aterros

Opção da Taipa sob ataqueDe acordo com informações

fornecidas pelo Governo, existe um grande número de viajantes dispos-tos a entrar em Macau pelas fronteiras terrestres, havendo uma tendência para diminuir lenta e gradualmente os números relativos ao movimento no terminal marítimo, observou a deputada Kwan Tsui Hang.

Para a população, notou, o mais importante é que a localização do terminal seja conveniente, enquan-to a classe empresarial está preocu-pada com o impacte da mudança no desenvolvimento dos negócios da zona próxima ao terminal. A decisão do Executivo, defende a parlamentar, deve ser tomada tendo em conta o desenvolvimento económico a longo prazo e incen-tivando a comunidade a perceber os objectivos governamentais, pelo

que a informação ao público deve ser maior e mais esclarecedora.

EDUCAÇÃO NOS NOVOS ATERROSO aumento de espaço destinado à educação, com acréscimo de terrenos com essa finalidade, está previsto no “Plano Director dos Novos Aterros Urbanos de Ma-cau” , mas quanto desse espaço será destinado a organizações de ensino superior é ainda um incógnita, conforme observou a deputada Ho Sio Kam, que ape-lou ao Governo para que definisse as proporções, de forma a poder fornecer informação mais escla-recedora às escolas e permitir que estas pudessem ter mais certezas sobre as suas possibilidades de desenvolvimento futuro.

O plano director mereceu tam-bém as críticas de Ho Ion Sang. O deputado apontou o facto de não serem actualmente visíveis direcções concretas no novo pla-neamento, tanto em termos de po-lítica habitacional, como outros. O que isso irá fazer, prevê, é que cada departamento vai aparecer com ideias mais próximas do seu âmbito, mas como o espaço tem limites, a cidade nova não poderá atender a todos os anseios, pelo que o Governo deveria ter em conta aspectos práticos e permitir que o público percebesse as suas ideias e decidisse as direcções a tomar.

As preocupações dos deputa-dos mereceram uma resposta do chefe de gabinete da Secretaria para os Transportes e Obras

Públicas, Wong Chan Tong, que garantiu que as propostas actuais tinham em consideração os pro-blemas da reserva de terrenos, a densidade demográfica e a habi-tação pública. Relativamente ao terminal marítimo, o responsável disse que nesta fase era preciso ter considerações abrangentes e que seria um risco deixar ajustes por fazer posteriormente.

PROPOSTA DE LEI DO FUNDO DE PREVIDÊNCIA CENTRAL NA AL

O direito ao numerárioo montante atribuído pelo Governo em caso de despesas elevadas de saúde devido a uma doença grave. O Chefe do Executivo poderá ainda de-terminar a atribuição da verba antes do prazo obrigatório por razões humanitárias.

Todos os residentes da RAEM com mais de 18 anos e inscritos no FSS têm direito a uma conta individual de poupança. Segundo as contas do Conselho Executivo, há já 245 mil trabalhadores cobertos pelo fundo.

Uma nova introdução à lei em vigor diz respeito às dotações e contribuições de trabalhadores, empregado-res e demais residentes ao Fundo de Segurança Social. O valor ainda não está de-finido e encontra-se para já a ser discutido no Conselho de Concertação Social, como revelou o porta-voz

Relativamente à atribui-ção de dotações dos saldos de exercícios anteriores, a lei mantém-se. Os maiores de 22 anos continuam a ter direito à verba, “desde que tenham permanecido em Macau, por

um período de 183 dias, do ano civil anterior”, explicou Leong. Uma outra novidade é o facto das atribuições das verbas prescreverem ao fim de três anos, a partir de 31 de Dezembro do ano em que o valor é disponibilizado. A proposta contempla ainda que a conta individual do regime de poupança central, de acordo com as alterações introduzidas no regulamento administrativo, passa auto-maticamente para a conta do regime de previdência central.

O responsável recordou ainda que o Governo vai incentivar as empresas de Macau a criarem fundos de aposentação privados. O Governo pretende promover a integração de forma gradual dos actuais fundos privados no regime de previdência central não obrigatório. Está também a ser estudada a viabilidade e a possibilidade da transferência do fundo de uma empresa para outra. Le-ong Heng Teng sublinhou que tais situações são pormenores e que o importante, para já, é definir um quadro geral.

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SEGUNDA-FEIRA 14.11.2011

6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Governo pondera revisão da lei dos trabalhadores domésticos

Seis meses na corda bamba

Vanessa [email protected]

A cada seis meses, em média 700 trabalhadoras do-mésticas recebem

ordem para deixar Macau por se terem despedido ou por terem sido despedidas por justa causa dos empre-gos que lhe garantiam a autorização temporária de residência. Só passados seis meses é que as empregadas podem retornar ao território. Depois de muitos protestos de associações de migrantes, o Conselho Permanente de Concertação Social pode vir a alterar essa realidade.

A última reunião do grupo, com a presença de Francis Tam, secretário para a Economia e Finan-ças, serviu para decidir que o artigo 4.º da lei, em vigor desde Abril do ano passado, vai ser revisto. Nos próximos três meses, vai haver discussão sobre o assunto, mas as nego-ciações não deverão ser pacíficas. Alguns membros do Conselho opõem-se, no entanto, à possibilidade de mudança, uma vez que acreditam que as emprega-das passarão a despedir-se para encontrar empregos melhores, incitando mais migrantes no território.

Segundo Francis Tam, caso a revisão seja aceite, as empregadas domésticas não vão poder mudar de área de trabalho. Ou seja, uma vez doméstica em Macau, sempre doméstica.

Apesar de algumas vozes contra, o Conselho Permanente para a Concertação Social vai rever a lei dos trabalhadores não residentes. O principal objectivo é acabar com a interdição de seis meses imposta às empregadas domésticas quando mudam de emprego. Daqui a três meses poderá haver novidades

Jasmine, indonésia, é um desses exemplos. Chegou a Macau há dois anos para trabalhar na casa de uma família chinesa e abando-nou o trabalho por sentir-se explorada poucos meses mais tarde. “Trabalhava 14 horas por dia, ganhava 2500 patacas e estavam sempre a controlar o que eu tirava do frigorífico. Senti-me mal e fugi”, relata. Os patrões cortaram-lhe o “blue-card” e, desde então, Jasmine anda a fugir da polícia. Não pode sair de Macau, devido às multas elevadas que deve-rá pagar, mas também não pode ficar. Agora sente-se esperançada em arranjar outro trabalho legalmente reconhecido.

FALSOS TURISTASHá ainda os casos de pessoas que chegam ao território com visto de turista, arran-jam um trabalho doméstico e poucos dias depois saltam do barco. As autoridades suspeitam de que muitas têm a intenção de procurar oportunidades noutras acti-vidades mais rentáveis. De acordo com os números da Polícia Judiciária (PJ), 468 trabalhadoras importadas rescindiram só este ano os seus contratos de trabalho como empregadas domésti-cas para procurarem outros empregos, passados apenas 10 dias ou menos de perma-nência em Macau.

A vice-presidente da Fe-deração das Associações dos Operários de Macau, Ella Lei Chen I, também presente no encontro de sexta-feira, quer que a Polícia de Segu-rança Pública (PSP) reveja o quanto antes as políticas de migração, para impedir que estrangeiros cheguem com um visto de turista e acabem por cá ficar à procura de trabalho. “Deve haver mais limitações”, defendeu.

De acordo com dados do Gabinete de Recursos Humanos actualizados em Setembro, dos 89.896 tra-balhadores não residentes, mais de 16 mil estão concen-trados na actividade domés-tica – a segunda maior fatia do bolo a seguir aos hotéis e restaurantes. Uma grande parte das empregadas (42%) é proveniente das Filipinas, seguindo-se Vietname (34%) e Indonésia (22%).

De onde vêm e quantas são as empregadas domésticas1.º Filipinas 67352.º Vietname 54303.º Indonésia 35864.º Tailândia 1065.º Birmânia 946.º Nepal 247.º China 128.º Malásia 79.º Hong Kong 410.º Taiwan 2Outros proveniências 30

Total: 16.030

* Dados relativos ao mês de SetembroFonte: Gabinete de Recursos Humanos

Principais áreas dos não residentes

1.º Hotéis e restaurantes 26.0712.º Trabalhos domésticos 16.0303.º Casinos 11.6044.º Construção 98505.º Comércio 9065

“Esperamos chegar a um consenso o quanto antes. Pretendemos ter esta dis-cussão finalizada entre dois e três meses, de forma a iniciarmos os respectivos trabalhos legislativos”, apontou o secretário aos jornalistas no final do en-contro de sexta-feira.

JUSTIÇA LABORALCatalina Yamat, presidente da Associação Migrante Internacional, entusiasma--se com a hipótese de se pôr termo “a uma grande injustiça”. “É um sinal de reconhecimento dos direitos humanos das trabalhadoras. É um sinal de evolução labo-ral”, disse ao Hoje Macau.

Quando uma trabalha-dora se despede ou é des-pedida por justa causa, tem oito dias para deixar Macau. A defensora das migrantes

aponta que esse período é demasiado curto para se provar, por exemplo, que a empregada deixou o traba-lho devido a maus-tratos por parte dos patrões. “É um pro-cesso burocrático, em que geralmente a trabalhadora não tem tempo para prepa-

rar a sua argumentação e apresentá-la antes do prazo de saída”, argumentou. A somar o receio das não residentes apresentarem--se às autoridades, muitas desistem do processo e continuam por permanecer no território ilegalmente.

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SEGUNDA-FEIRA 14.11.2011

7www.hojemacau.com.mo

O secretário para os As-suntos Sociais e Cultura,

Cheong U, deslocou-se a Portugal, no início deste mês, a convite do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, com quem abordou o futuro da Escola Portuguesa de Macau. De acordo com uma nota divulgada pelo Gabinete do Secretário, no encontro com Nuno Crato foram abordados “assuntos de interesse comum”, como o futuro da Escola Portuguesa.

Cheong U “apresentou propostas que podem con-tribuir para o seu melhor funcionamento e desenvolvi-mento”, a serem “estudadas e oportunamente discuti-das”, indica a nota que não refere, contudo, quais as propostas apresentadas.

O secretário para os As-suntos Sociais e Cultura vol-tou a manifestar a “posição clara” do Governo de Macau

de continuar a apoiar aquele estabelecimento de ensino. O ministro português, por seu turno, “reconheceu e agradeceu” o apoio que o Governo de Macau “tem prestado à Escola e reiterou a posição de que o Gover-no Português continuará a assumir as suas responsa-bilidades nesta matéria”, segundo indica a mesma nota oficial.

Depois de a Fundação Oriente ter deixado de con-tribuir na sua quota de 49% no financiamento da Escola Portuguesa de Macau, que possui cerca de um terço das receitas asseguradas pelas propinas, Macau assumiu a garantia de continuar a financiar as necessidades da escola.

Discutida foi ainda “a possibilidade de serem re-vistos e alargados os pontos de cooperação” dos acordos

existentes no âmbito das tu-telas dos dois responsáveis, segundo a nota.

Cheong U manteve ainda encontros com o secretário de Estado do Desporto e Juventude, com quem acor-dou manter a cooperação, e com o reitor da Universidade Católica, o qual manifestou “abertura” para a possibili-dade de aumentar o número de estudantes a receber, bem como a diversificação das áreas de estudo a frequentar, lê-se na nota oficial.

Acompanhado pelo presidente do Instituto Cultural e pela directora dos Serviços de Educação e Juventude, Cheong U esteve ainda em Paris para participar da 36.ª Confe-rência Geral da UNESCO e numa sessão especial de celebração do 10.º Aniversá-rio da Declaração Universal da Diversidade Cultural.

O sector do jogo em Macau encerrou 2010 com um “lucro” de 99.400 milhões de

patacas, indica o inquérito ao sector feito pelos Serviços de Estatística e Censos do Governo.

Nos dados oficiais divulgados na sexta--feira e correspondentes ao ano de 2010, é salientado que o sector do jogo teve receitas de 190,67 mil milhões de patacas, contra despesas de 91,27 mil milhões de patacas, valores que traduzem crescimentos ho-mólogos de, respectivamente, 57% e 44%.

Entre as receitas do sector, 190,62 mil milhões de patacas são oriundas do jogo e serviços relacionados e 50,55 milhões de patacas dos juros recebidos, um valor 71% inferior ao apurado em 2009.

Face aos resultados do sector, o Valor Acrescentado Bruto, que reflecte o contri-buto económico foi de 113,34 mil milhões de patacas - mais 58% do que em 2009 - e a Formação Bruta de Capital Fixo de 1,10 mil milhões de patacas, ou menos 63%, devido à conclusão sucessiva de empre-endimentos de turismo e jogo ao longo do ano anterior.

O “lucro” dos casinos não inclui o im-posto pago ao Governo num valor directo de 35 por cento da receita bruta - total das receitas do sector - e de cerca de quatro por cento de impostos indirectos, além de outras taxas sobre licenças, mesas e máquinas em operação.

Horário de encerramento das barreiras do Grande Prémio

O 58º Grande Prémio de Macau realiza-se entre os dias 17 e 20 do corrente mês. Este evento dedicado ao desporto motorizado atrai anualmente milhares de visitantes, sendo particularmente importante para promover e desenvolver a indústria do turismo local, bem como para elevar a imagem de Macau como cidade internacional. Em grande parte, o sucesso do Grande Prémio deve-se ao apoio e colaboração da população de Macau.

Para minimizar os inconvenientes ao trânsito devido ao encerramento de algumas vias, a organização aumentou este ano o número de portões ao longo do circuito, para um total de 99. Contudo, devido a certos constrangimentos, algumas vias vão manter-se encerradas durante todo o evento. A Comissão do Grande Prémio solicita a melhor compreensão dos condutores e apela à atenção ao horário de encerramento das barreiras, bem como ao respeito pela sinalização provisória e às instruções da Brigada de Trânsito.

15 de Novembro (Terça-feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

10:00

Av. de Lopo Sarmento de

CarvalhoCruzamento em frente ao restaurante 456 (no meio da Av. de Lopo Sarmento de Carvalho)

Acesso condicionado

Est. de S. Francisco

Saída da garagem de Quartel-General do Secretário para a Segurança

(incluíndo a paragem de autocarros)

Acesso fechado

15:00

Est. dos Parses Saída da garagem do Autoridade Monetária de Macau

Av. da Amizade

Ponte da Amizade – saída para a Av. de Amizade (120m)

Rua de Nagasaki(Xin Wa)

Acesso condicionado

Esquina junto ao Hotel Landmark Plaza(Av. da Amizade- Alameda Dr. Carlos

d’Assumpção)

20:00

Est. dos ParsesSaída da Escola Leng Nam

Entrada do Cemitério dos Parses

Est. D. Maria II

Estabelecimento de automóveis(no topo da calçada atrás da Escola Hou Kong) Acesso fechado

Porta principal do Museu das Comunicações

16 de Novembro (Quarta-feira)

Hora Arruamentos Local Acesso

15:00

Av. Ramal dos Mouros

Saída do viaduto na Estrada do Reservatório junto ao Baguio Court

Acesso condicionado

Av. da Amizade Entrada principal do Hotel Grand Lapa

Acesso fechado19:00 Est. D. Maria II Porta principal de Edf. CEM

20:00 Est. de Cacilhas Cruzamento para acesso à Seaview Garden

A Comissão do Grande Prémio solicita a todos os condutores a melhor compreensão por eventuais transtornos causados, bem como o respeito pela sinalização provisória instalada e pelas instruções da Brigada de Trânsito. Para informações, é favor de ligar para o número de telefone: 28-728482

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CHEONG U DISCUTE FUTURO DA ESCOLA

PORTUGUESA COM MINISTRO PORTUGUÊS

Propostas para melhorar ensino

JOGO COM LUCRO DE MAIS DE 99 MIL MILHÕES EM 2010

São cada vez mais zeros

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SEGUNDA-FEIRA 14.11.2011

8www.hojemacau.com.mo vida

PARQUE SEAC PAI VAN QUER DIVERSIFICAR VIDA ANIMAL

Uma fauna maior em Macau

A CESL-Asia, líder do consór-cio que assumiu a gestão da Central de Tratamento de Águas Residuais (ETAR)

da península de Macau, espera transformar a infra-estrutura numa “referência” e que a reutilização da água seja uma realidade em três anos.

“Estou convencido que é possível e que vamos fazê-lo nos próximos três anos”, afirmou o presidente da CESL-Asia, António Trindade, em entrevista à agência Lusa, ao ressalvar, porém, que tal será possível se “as coisas puderem andar com a urgência que o interesse público exige”.

A gestão da ETAR foi assumida pela ‘joint-venture’ entre a CESL--Asia (de Macau), a portuguesa Indaqua e a chinesa Tsing Hua Tong Fang só no início de Outubro, dado que acções interpostas em tribunal por outros concorrentes atrasaram o processo de adjudicação concluído em 2010.

Lia [email protected]

O Parque de Seac Pai Van vai ter mais hóspedes. O número de animais e de espécies ainda

está em fase de estudo. O certo é que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) pretende transformar o parque “numa plataforma de educação natural de Macau”, referiu uma fonte da entidade ao Hoje Macau.

A aposta passa assim por uma cada vez maior tentativa de dar ao território um espaço dedicado à conservação da natureza. Ao mesmo tempo, oferecer à população uma área de lazer, onde o contacto com o mundo animal se torna mais pró-

A Amazónia, Baía de Halong, Cataratas do Iguaçu, Ilha Jeju,

parque nacional de Komodo, rio subterrâneo Puerto Princesa e a Ta-ble Mountain foram seleccionadas de um total de 440 locais em 220 pa-íses como as novas Sete Maravilhas da Natureza. A validação oficial só deverá acontecer em 2012.

Depois de quatro anos de tra-balhos, os locais escolhidos foram anunciados ontem à noite por Ber-nard Weber, fundador e presidente da fundação New7Wonders, em Zurique. No entanto são considera-dos provisórios e baseados apenas na primeira contagem de votos. Estes serão verificados e validados e a confirmação acontecerá no início do próximo ano.

“Quando forem validados ofi-cialmente, estes locais farão parte da Memória Global da Humanidade para sempre”, disse Weber, citado em comunicado.

Esta semana, o jornal “The Guardian” revelou que o concurso está envolvido em polémica, de-pois de vários Governos terem acu-sado a fundação de exigir milhões de dólares para fins de marketing. Depois de terem pago 145 euros

pelo registo dos locais, foi pedido aos Governos que pagassem uma campanha global de marketing. As Maldivas e a Indonésia protesta-ram e quiseram sair do concurso mas permaneceram na competição a pedido dos organizadores. A fundação suíça negou ter pedido quantias exorbitantes que, segun-do as Maldivas, chegavam aos 500 mil dólares (366 mil euros).

OS LOCAIS SELECCIONADOSA floresta tropical da Amazónia e a bacia hidrográfica do rio Amazonas estendem-se ao longo de sete milhões de quilómetros quadrados, ocupando partes da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. “A Amazónia representa mais de metade das florestas tropicais do planeta”, salienta a organização do concurso.

Um dos seleccionados, a Baía de Halong, fica no Vietname e tem uma costa de 120 quilómetros e 1969 pequenas ilhas. “Várias das ilhas têm enormes grutas e naquelas águas vivem mais de 200 espécies de peixes e 450 de moluscos”.

As cataratas do rio Iguaçú, na Argentina e Brasil, estão entre as

maiores cataratas do mundo e estão rodeadas por dois parques nacionais e floresta tropical, com centenas de espécies de fauna e flora raras e ameaçadas.

A ilha vulcânica de Jeju, com uma superfície de 1846 quilómetros quadrados fica 130 quilómetros a Sul da Coreia. Jeju tem a montanha mais alta da Coreia do Sul, Hallasan, que se ergue 1950 metros acima do nível do mar.

Ainda na Ásia, o Parque Na-cional Komodo, na Indonésia, está entre os sete seleccionados. Criada em 1980 para proteger o dragão de Komodo, esta área protegida estende-se por 1871 quilómetros quadrados.

O rio subterrâneo Puerto Prince-sa localiza-se nas Filipinas. O curso de água, navegável por mais de oito quilómetros, entra por uma gruta com várias câmaras e estalactites e estalagmites.

Por fim, Table Mountain é um ícone da África do Sul. Sobreviven-do a seis milhões de anos de erosão, este local – 1086 metros acima do nível do mar - alberga mais de 1470 espécies de plantas, um dos mais ricos do mundo.

RINOCERONTE NEGRO OFICIALMENTE EXTINTOA Lista Vermelha das espécies de 2011 torna oficial a extinção do rinoceronte negro da África ocidental e considera ameaçadas 19.570 animais e plantas, revela a UICN (União Mundial para a Conservação). Em Portugal são 245 as espécies com esse estatuto. O rinoceronte negro da África ocidental (Diceros bicornis longipes) é declarado extinto e o rinoceronte branco da África central (Ceratotherium simum cottoni) possivelmente extinto na natureza.

Nova operadora da ETAR de Macau tem planos ambiciosos até 2014

Tratar esgotos e voltar a usar a água

AMAZÓNIA E CATARATAS DO IGUAÇÚ ENTRE

AS NOVAS SETE MARAVILHAS DA NATUREZA

Os sítios mais encantadores do mundo

de, em Macau, terem sido feitos testes e adjudicados alguns contratos, “até hoje não se conseguiu”.

“O que está previsto, neste mo-mento, é que aquela água seja atirada para o Delta, mas não há razão” para isso, apontou, ao defender que “pro-vavelmente será oportuno” que a água seja reutilizada para fins diver-sos, menos para consumo humano de modo a que seja reduzido o consumo de água potável, um bem escasso na natureza que Macau “não tem”.

Actualmente, Macau consome diariamente, uma média, de 220 a 230 mil metros cúbicos de água potável e a ETAR vai tratar cerca de 180 a 190 mil metros cúbicos por dia, indicou, ao considerar que, neste sentido, “há potencial para que aquela ETAR deixe de ser o cancro ou de ter a co-notação tão negativa que tem hoje e até seja vista com uma perspectiva mais simpática pelos seus vizinhos”.

Situada numa zona de elevada

ximo. As datas são distintas e é uma pretensão. Para a concretização deste objectivo há um plano definido, que conta com três fases distintas.

Numa primeira etapa, e esta com calendari-zação prevista para ainda para o final deste ano, está a reabertura do Aviário. Este já contava com pavões, faisões e outras espécies mais. A juntar--se às cores destas espécies, vão estar mais aves coloridas e de grande porte, como por exemplo a Chrysolophus. Esta é uma ave originária da China, da família dos pavões. O objectivo é enriquecer a diversidade das espécies e proporcionar a quem por lá passar, mais vida.

Na segunda fase dos propósitos para o Parque, o IACM planeia instalar ainda mais um espaço

230.000 metros cúbicos de água potável são consumidos em média em Macau a cada dia

António Trindade vincou que a reutilização da água é um “proces-so de alto risco, de saúde pública” que obriga a “grande seriedade no projecto, na técnica, na tecnologia e operação” para destacar que, apesar

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PARQUE SEAC PAI VAN QUER DIVERSIFICAR VIDA ANIMAL

Uma fauna maior em Macau

RINOCERONTE NEGRO OFICIALMENTE EXTINTOA Lista Vermelha das espécies de 2011 torna oficial a extinção do rinoceronte negro da África ocidental e considera ameaçadas 19.570 animais e plantas, revela a UICN (União Mundial para a Conservação). Em Portugal são 245 as espécies com esse estatuto. O rinoceronte negro da África ocidental (Diceros bicornis longipes) é declarado extinto e o rinoceronte branco da África central (Ceratotherium simum cottoni) possivelmente extinto na natureza.

Nova operadora da ETAR de Macau tem planos ambiciosos até 2014

Tratar esgotos e voltar a usar a água

dedicado a aves. A ideia passa pela construção de uma área para criação de flamingos e o projecto das instalações já está em execução. Segundo avançou fonte do Instituto, a introdução desta nova espécie está prevista acontecer no segundo semestre do próximo ano.

E para se juntarem às mascotes de Seac Pai Van, os pandas Hoi Hoi e Sam Sam, está a ser analisada a possibilidade de trazer mais mamíferos, desta feita pandas-vermelhos ou pandas-pequenos. Esta espécie é conhecida ainda como raposa-de-fogo ou gato-de-fogo, é um pequeno mamífero arborícola e a única espécie do género Ailurus. Pertence à fa-mília Ailuridae, mas já foi classificado nas famílias como sendo parente dos guaxinins e dos ursos. O panda-vermelho é nativo das regiões montanhosas do Himalaias e do sul da China e está associado às florestas temperadas de altitude e a bambuzais.

Esta ideia está ainda em fase preliminar de estudo, porque há que aprofundar mais como vi-vem, técnicas de criação, entre outros pormenores.

densidade populacional, a ETAR de Macau tem sido alvo de críticas nomeadamente pelos maus cheiros que emite, tendo sido encetadas recentemente intervenções ao nível do sistema de desodorização. “Acho que têm razão pelos protestos que têm andado a fazer”, disse António Trindade confiante de que “é possível alterar completamente o impacto público negativo”.

Mas, “tal como todos os outros assuntos que respeito à ETAR de Macau, as informações que tínha-mos não eram suficientes e eram deficientes em relação àquilo que fomos encontrar”.

Por outro lado, especificou, a empresa está a “avaliar porque é que dizem que a ETAR foi projectada e construída para 144 mil metros cúbi-cos de tratamento [diário] e nunca se conseguiu mais do que metade”. “Já conseguimos ainda assim melhorar em cerca de 20 por cento a capacidade

de tratamento das águas e mesmo na quantidade de lamas que estamos a produzir - mostra de que o processo está a funcionar”, vincou.

ximo. As datas são distintas e é uma pretensão. Para a concretização deste objectivo há um plano definido, que conta com três fases distintas.

Numa primeira etapa, e esta com calendari-zação prevista para ainda para o final deste ano, está a reabertura do Aviário. Este já contava com pavões, faisões e outras espécies mais. A juntar--se às cores destas espécies, vão estar mais aves coloridas e de grande porte, como por exemplo a Chrysolophus. Esta é uma ave originária da China, da família dos pavões. O objectivo é enriquecer a diversidade das espécies e proporcionar a quem por lá passar, mais vida.

Na segunda fase dos propósitos para o Parque, o IACM planeia instalar ainda mais um espaço

190.000metros cúbicos de água utilizada vão ser tratados pela ETAR de Macau

No entanto, entende, “tem que haver uma maior consideração pelo interesse público”, aspecto que nas últimas décadas parece ter estado “completamente fora das conside-rações de quem lá andou a operar”. “Estamos a oferecer a tecnologia mais avançada” e “também não há muitas [centrais] no mundo que tenham este tipo de processo, que é relativamente moderno e está a entrar agora no ‘mainstream’”, frisou o responsável, ao destacar as capacidades do consórcio.

A CESL-Asia “opera em infra--estruturas públicas sem nenhuma delas ter tido nem de perto nem de longe problemas com o desempe-nho dos seus contratos” e “a Tsing Hua Tong Fang e a Indaqua têm no currículo capacidades técnicas de perceber o serviço público”, disse, ao realçar ainda a tecnologia de ponta e de “referência” da General Electric.

Uma das inovações da ETAR, que entrou em funcionamento em 1995, prende-se com o facto do tratamento da água residual ser efectuado em reac-tores com tecnologias de membranas.

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11www.hojemacau.com.moCULTURA

OS chefes Fausto Airoldi e Celestino Grave estão em Macau a “fazer co-mida verdadeiramente

portuguesa” para a clientela in-ternacional do Clube Militar de Macau, no 13.º Festival de Gas-tronomia e Vinhos de Portugal, a decorrer até 20 de Novembro.

“É um festival que se está a afirmar cada vez mais em Macau e é bom fazer parte dele, por conhecermos outra realidade, outra cultura, mas também por conseguirmos promover a nossa gastronomia pelo mundo, e este é um ponto de referência com muita história”, disse à agência Lusa o chefe Fausto Airoldi.

Com a exigência de um percur-so feito em vários restaurantes de referência de Portugal - “Bica do Sa-pato”, “Suite”, “Spot LX” e “Átrio” do Casino Lisboa - Fausto Airoldi está satisfeito com os primeiros dois dias de festival, depois de 90 jantares e 100 almoços servidos a uma clientela mista de ingleses, australianos, chineses, e também portugueses.

“Já tivemos um feedback muito positivo dos clientes, que estão a co-mer comida portuguesa mesmo”, afirmou, ao justificar que é exacta-mente essa a missão dos chefes fora do país: “Fazer comida portuguesa e não fazer comida global num país que não é o nosso”.

Conhecido pelos “à Brás”, Faus-to Airoldi já conquistou os sócios do Clube Militar pelo estômago, sobretudo com o seu ‘bacalhau

UMA exposição com 140 peças de arte antiga

chinesa da colecção do artista José de Guimarães, algumas mostradas pela primeira vez, vai ser inau-gurada a 16 de Novembro no Museu do Centro Cien-tífico e Cultural de Macau, em Lisboa. “Bronzes e Jades da China Antiga na Colec-ção de José de Guimarães” é o título desta exposição que ficará patente até 30 Abril

Chefes Fausto Airoldi e Celestino Grave no Clube Militar

Gastronomia verdadeiramente portuguesa

MUSEU DE MACAU EM LISBOA MOSTRA COLECÇÃO DE JOSÉ DE GUIMARÃES

Arte antiga chinesa nas mãos de um português10 peças de arte contempo-rânea da série “China” cria-da por José de Guimarães, que reflectem o processo de aproximação e assimilação da cultura chinesa por parte do artista.

Esta exposição acontece dois anos depois de José de Guimarães ter apresentado ao público, em Lisboa, a colecção pessoal de arte tribal africana, um conti-nente com o qual também tem uma ligação próxima. “Bronzes e Jades da China Antiga na Colecção de José de Guimarães” é comissa-riada por Nuno Faria e Rui Oliveira Lopes.

de 2012, de acordo com a entidade.

Entre as 140 peças es-tão 36 bronzes e 94 jades que cobrem os períodos que vão desde o Neolítico (3400-1045 antes de Cristo) até à dinastia Han (202 anos antes de Cristo), passando pelas dinastias Shang (de 1600 a 1045 antes de Cristo) e Zhou (1045-221 antes de Cristo).

As peças ilustram a evo-

lução técnica e estilística na utilização do bronze e do jade na China, consi-derados os mais preciosos materiais a partir dos quais eram executados objectos rituais, objectos de uso quotidiano e ornamentos, que reflectiam o poder, o estatuto social ou espiritual na antiguidade chinesa, se-gundo uma nota do Museu de Macau.

A mostra integra ainda

assado com a caldeirada’, a ‘açorda com garoupa’ e depois nas carnes, com a ‘cabidela de pato’, cuja acei-tação surpreendeu o próprio chefe.

Esta é a primeira vez que Fausto Airoldi participa no festival, mas além de trazer muitas referências de outros colegas portugueses que já participaram no certame, “muniu-se” dos conhecimentos de Celestino Grave.

Premiado em várias competi-ções internacionais e com carreira no Ritz Four Seasons de Lisboa ou Westin de Torres Vedras, o chefe nascido e criado no Alentejo acei-tou o convite de Fausto Airoldi uma semana depois de ter aterrado em Portugal vindo de Macau, após seis meses de trabalho no Hotel Lisboa.

O tempo era muito curto para esquecer o paladar do cliente chi-nês - por norma mais doce e menos tolerante para com o sal e temperos

fortes - e revelou-se bastante útil nos contactos locais para obter os produtos portugueses e não só.

“É também uma ajuda porque conheço um pouco o mercado local. Tudo é diferente. O peixe está vivo e é amanhado à nossa frente, os animais estão vivos e são mortos à nossa frente”, explicou, ao salientar que os produtos “são bons” e que se conseguem arranjar com facilida-de, incluindo os portugueses, dada a quantidade de representantes na Região.

Manuel Geraldes, membro da direcção do Clube Militar e respon-sável pelo restaurante, observou a “tradição do festival”, iniciado, em 1999, antes da transferência da administração do território para a China e destacou a mais-valia do certame coincidir nos últimos dias com o 58.º Grande Prémio de Macau.

“Procuramos que esta conju-gação se dê, precisamente, para o Clube Militar participar na promo-ção de Macau como centro de di-versidade gastronómica e afirmar a gastronomia portuguesa entre os visitantes de Macau”, salientou.

“BOLSA DE PROMOÇÃO” DE PRODUTOS Fausto Airoldi, também presiden-te da Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal (ACPP), defende que as marcas portuguesas devem criar uma “bolsa de promo-ção” dos produtos nacionais para defender a genuinidade da gas-tronomia e difundir a imagem do país no estrangeiro. “Não é só por causa da crise que devemos estar a defender o nosso produto. Agora, muitas vezes, essa promoção não é fácil pela falta de apoio. Passa um bocadinho por aí, passa por as

grandes marcas criarem quase uma bolsa de valores de promoção”, disse o chef.

“Temos grandes marcas co-nhecidas e devíamos ter quase um gabinete de apoio [para quando vamos representar o país]. O chefe vai promover Portugal? Então esta, esta, e esta marca estão consigo”, exemplificou, ao defender que de-veriam ser estas entidades a tratar da logística para fazer chegar o produto ao destino.

Para o presidente da ACPP, “não é ético estar a promover uma comida e depois fazê-la com outros produtos”, ao dar o exemplo de, por vezes, ter de recorrer ao azeite espanhol em representações gas-tronómicas.

“Muitas vezes, vou fazer fes-tivais lá fora, onde os apoios são praticamente nulos, e por isso nós vamos à mercê do que encontra-mos no outro país. E isso é pena porque deveríamos ir sempre com uma bagagem de fornecedores e produtores atrás, porque somos um veículo de promoção não só da gas-tronomia, mas do produto”, frisou.

Ao realçar que o mais impor-tante é passar a “genuinidade” e o “perfil do gosto português”, Airoldi salientou que é preciso “aprender com quem faz bem”. “Quem faz bem essa promoção no mundo são os noruegueses, com o salmão. Todos os produto-res pagam, acho que 15 cêntimos, por um ‘núcleo de promoção’ para promover o salmão em todo o mundo”, explicou.

Fausto AiroldiCelestino Grave

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12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

Gonçalo Lobo [email protected]

O Hoje Macau sabe que o central Fi-lipe Duarte é o patrão da defesa

escolhido pelo Benfica de Macau para o ataque à Liga de Elite onde chegou pela primeira vez. De acordo com fontes ligadas ao antigo clu-be do jogador, o Oriental, o jogador estará já em trânsito para o território, devendo chegar nas próximas horas.

Filipe Duarte, actual-mente com 26 anos, foi formado nas escolas do Benfica e foi internacional nas camadas jovens até aos sub-20, onde foi companhei-ro de selecção de Cristiano Ronaldo por diversas vezes.

O defesa-central, que no defeso prestou provas no Leixões onde até chegou a jo-gar no jogo de apresentação da equipa de Matosinhos, estava no Oriental onde foi titular indiscutível nas últi-mas duas épocas, mas este ano, apesar de ter sido con-vocado para todos os jogos, nunca foi primeira opção na equipa orientada por Filipe Moreira, tenho alinhado em apenas cinco jogos. Jogou ainda dois anos no Chipre (Appolon Limassol) e um ano no Operário dos Açores, antes de ingressar na equipa

Marco [email protected]

O grupo de trabalho da Casa de Portugal conquistou ao fim da

tarde de sexta-feira um lugar entre os grandes do futebol de sete do território, ao derrotar o Heng Sai por três bolas a zero. O encontro ajudou também a definir o nome do terceiro e quarto classificados da edição de 2011 do Campeonato da II Divisão da Bolinha.

A formação orientada pelo são--tomense Pelé não se deixou abalar pela derrota rotunda sofrida a meio da semana passada, em partida a contar para as meias-finais da com-petição. Na terça-feira, o conjunto de matriz portuguesa foi dolorosa-mente derrotado pelo Chang Wai por seis bolas a zero.

Ainda que de forma tremida, a estratégia do Heng Sai deu frutos durante a primeira parte do desafio; apesar de dominar amplamente o encontro, o sete de matriz portugue-

Internacional português sub-20 assina pelo Benfica de Macau

Filipe Duarte para a defesa

PALMARÉSNOME Filipe DuarteNACIONALIDADE PortugalDATA DE NASCIMENTO 1985-03-30 (26 anos)POSIÇÃO Defesa-centralALTURA 1,81 cmPESO 76 kg

CLUBES POR ONDE PASSOU2011/12 Oriental (POR) e Benfica (MAC)2010/11 Oriental (POR)2009/10 Oriental (POR)2008/09 Operário (POR)2006/07 Apollon Limassol (CHI)2005/06 Apollon Limassol (CHI)2004/05 Benfica B (POR)2003/04 Benfica B (POR)

VITÓRIA SOBRE HENG SAI GARANTE SUBIDA DE DIVISÃO

Depois do susto, a festasa não conseguiu evitar que o nulo se eternizasse no marcador, mas o rumo do desafio mudou por com-pleto a meio da segunda metade, depois da linha avançada da Casa de Portugal já ter visado a baliza adversária por várias ocasiões.

Aos 35 minutos, Jean Friedman aproveitou uma falha da defensiva adversária para impulsionar a joga-da que culminou no primeiro golo do encontro. O médio gaulês recuperou a bola à entrada da área do Heng Sai e colocou em Hélder Ricardo. O dianteiro do conjunto de matriz lusa remata forte em pleno coração da área adversária, colocando a Casa pela primeira vez em vantagem.

Numa noite tranquila em que o jovem guarda-redes Pio quase não foi incomodado, o sete do Organis-

mo Autónomo Desportivo precisou apenas de outros nove minutos para reivindicar de uma vez por todos o seu domínio sobre o encontro. Aos quarenta e quatro minutos, Hélder Ricardo voltou a brilhar, ao conduzir de forma imperturbável um contra-ataque rápido pelo lado esquerdo do ataque da formação de matriz portuguesa. O tetracampeão asiático de hóquei em patins opta pela triangulação com Jean Fried-man, que devolve o esférico para o remate bem sucedido do conjunto orientado por Pelé.

O jovem treinador, que estava também inscrito como jogador no evento, ainda não tinha dado o seu contributo à equipa esta temporada e no mais importante jogo da época mostrou que quem sabe, nunca

esquece. O são-tomense entrou ao intervalo para o sector mais recuado da Casa de Portugal com o intuito de transmitir confiança à equipa, mas acabou por ser no ataque que deixou a sua marca na partida. Aos 46 mi-nutos, Hélder Ricardo é derrubado no lado direito do ataque e o árbitro aponta livre directo. O terceiro golo do desafio nasce da cobrança perfeita do lance, mas se foi bom o passe, melhor foi o golo: bem posicionado na pequena área do Heng Sai, Pelé desenvencilha-se dos adversários e cabeceia com conta e medida para o terceiro e último tento da noite.

Mais do que assinalar o con-tributo dado à equipa, o técnico sublinha a concretização dos ob-jectivos a que se propunha a Casa de Portugal. “Os jogadores sempre

trabalharam com afinco para con-seguir levar a equipa à primeira divisão. Sempre acreditámos que este era um objectivo que estava ao nosso alcance e mostrámos que os nossos argumentos estavam certos. A Casa de Portugal tem um grupo de trabalho forte que vai continuar a dar que falar no futebol de Macau. O próximo objectivo é o futebol de onze, mas contámos a seu tempo com seis novos jogadores para poder continuar a responder aos desafios que se atravessam no nosso percurso”, remata o jovem técnico.

Junto com a Casa de Portugal, sobem ao primeiro escalão da Bo-linha as formações do Wing Kei e do Chang Wai, as duas formações que disputaram a final do Campe-onato da II Divisão. Mais forte, o Chang Wai não deu hipóteses ao adversário, apontando três golos no primeiro quarto de hora. O Wing Kei não conseguiu fazer melhor do que reduzir para as três bolas a uma já na recta final do encontro.

na zona oriental de Lisboa.Depois do guarda-redes

ex-Mafra Juan Castro, esta é a segunda contratação das

águias para a próxima época que arranca no final do ano. O Benfica já assumiu que quer fazer um campeonato

para lutar pelos lugares de topo e, com o timing que achar adequado, irá reforçar--se com diversos jogadores

que evoluem no futebol por-tuguês, portanto esperam-se mais novidades para breve.

Um empresário de joga-dores em Portugal, que pre-feriu não dar a cara, já tinha admitido ao Hoje Macau que o Benfica de Macau está a contratar no mercado portu-guês. O mesmo empresário assumiu que podem vir “até jogadores com experiência de Primeira Liga”.

Aos poucos os encarna-

dos vão delineando plantel e estratégias. Continua assim a promessa de revolucionar o futebol de Macau, tor-nando-o mais profissional e competitivo, como já haviam afirmado responsáveis do clube ao Hoje Macau.

Contactados pelo Hoje Macau, os responsáveis do Benfica de Macau não se mostraram disponíveis para comentar a notícia. O jogador está incontactável.

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[ ] CinemaCineteatro | PUB

[f]utilidadesSEGUNDA-FEIRA 14.11.2011www.hojemacau.com.mo

13

[Tele]visãoTDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:30 RTPi Directo17:30 Que Loucura de Família18:00 Música Movimento (Repetição)18:30 Contraponto (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 TDM Desporto22:10 Passione23:00 TDM News23:30 Portugueses Pelo Mundo00:15 Telejornal - Repetição00:45 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Consigo15:00 Magazine EUA Contacto – N. Inglaterra15:30 Gostos e Sabores16:00 Bom Dia Portugal17:00 Fado Maior17:05 O Elo Mais Fraco18:00 Resistirei18:45 Linha da Frente19:00 Ler +, Ler Melhor 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 Fado Maior 21:20 O Preço Certo22:15 Magazine EUA Contacto – N. Inglaterra22:45 Portugal no Coração

ESPN 3013:00 KIA X Games Asia 2011 Day 115:00 Emirates Australian Open Day 418:00 World of Gymnastics 201118:30 World Cup USA - Mens 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 World of Gymnastics 2011 20:30 Emotions - Sports Magazine 21:00 Paris - Bruxelles 22:00 Sportscenter Asia 22:30 World of Gymnastics 2011

23:00 Emotions - Sports Magazine 23:30 Emirates Australian Open - Highlights Day 4

STAR SPORTS 3112:00 GP 2 Series Final 2011 14:00 FEI Equestrian World 14:30 FIA F1 World Championship Raceday 2011 Abu Dhabi Grand Prix 15:15 FIA F1 World Championship 2011 - Main Race Abu Dhabi Grand Prix 17:15 FIA F1 World Championship Chequered Flag 2011 Abu Dhabi Grand Prix 18:00 Barclays Singapore Open Day 121:00 Game21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Motorsports@Petronas 2011 22:30 Engine Block 2011 23:00 FIA F1 World Championship Highlights 2011 Abu Dhabi Grand Prix

STAR MOVIES 4013:00 Wall Street: Money Never Sleeps15:15 Inside The Walking Dead15:45 A Knight’S Tale18:00 Percy Jackson & The Olympians20:05 The Walking Dead21:00 Stealth23:05 Amelia

HBO 4112:00 Dinner For Schmucks14:00 Open Season 315:25 Cloudy With A Chance Of Meatballs17:30 Harry Potter And The Chamber Of Secrets20:20 The Big Hit22:00 Falcone23:45 Turn Left, Turn Right

CINEMAX 4212:00 Ronin 14:05 Game Of Thrones16:00 Kaleidoscope 17:45 2001: A Space Odyssey20:10 Game Of Thrones23:45 Epad On Max00:00 Candyman: Farewell To The Flesh

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

SALA 1THE KILLER WHO NEVER KILLS [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês)Um filme de: Fengbo Lee, Jimmy WanCom: Jam Hsiao, Chrissie Chow, Eric Tsang14.315 16.00, 17.45

YOU ARE THE APPLE OF MY EYE [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês/inglês)Um filme de: Giddens KoCom: Zhendong Ke, Yanxi Chen, Siu-Man Fok19.45, 21.45

SALA 2THE THREE MUSKETEERS 3D[B] Um filme de: Paul W.S. AndersonCom: Logan Lerman, Milla Jovovich14.30, 16.30, 19.30, 21.30SALA 3TOWER HEIST [B] Um filme de: Brett RatnerCom: Ben Stiller, Eddie Murphy, Matthew Broderick14.15, 16.00, 17.45, 19.45

THE KILLER WHO NEVER KILLS [C] (Falado em putonghua, legendado em chinês)Um filme de: Fengbo Lee, Jimmy WanCom: Jam Hsiao, Chrissie Chow, Eric Tsang21.45

Aqui há gato

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

HORIZONTAIS: 1-Compact-.. . Relativo ao dorso dos insectos. 2-Narração ou discurso em louvor de alguém ou de alguma coisa. Planta oleagínea do Brasil. 3-Exclamação que exprime admiração. De Nor-nor-deste. Antiga medida oriental. 4-Papagaio da Amazónia. Elemento de origem grega que significa dente. Quarta corda do violoncelo 5-Magistrado superior de algumas antigas cidades da Sicília. 6-Correio electrónico. Dor nos rins. 7-Que tem bafio. 8-Primeira corda do violino. Move. Oh! 9-Associação Académica de Lisboa. Espécie de jogo. Designação de vários frutos. 10-Dirigir súplicas a Deus. Antigamente trazer. 11-Arca de roupa. Acuação.VERTICAIS: 1-Resolve. Indespensáveis ao tacto. 2-Terra cercada de água. Género de plantas. 3-Puequeno macaco. Animal que sendo, macho, deu o ser a outro animal. Lugar em que se acende fogo, na cozinha. 4-Símbolo de quilograma. Planta leguminosa de Diu. Rádio. 5-Aguele que trata de indologia. 6-Conserto em tonéis. Riso sarcástico. 7-Obstruir-se o orifício da ampulheta. 8-República Portuguesa. Medida francesa. Duas vezes a. 9-Vapor do estômago. Grande quantidade de líquido. União Geral dos Consumidores. 10-Consertador de redes. Acto de espantar caça. 11-Forma antiga de leão. Capital de Portugal.

HORIZONTAIS: 1-DISL. TERGAL. 2-ELOGIO. PATI. 3-CHI. NNE. SAA. 4-IA. ODONT. DO. 5-D. PROAGORO. 6-EMAIL. REIRA. 7-NIDOROSO. V. 8-MI. AGITA. OE. 9-AAL. OCA. UXI. 10-ORAR. TRAGER. SORACO. ACUO.VERTICAIS: 1-DECIDE. MAOS. 2-ILHA. MNIARO. 3-SOI. PAI. LAR. 4-KG. ORIDA. RA. 5-INDOLOGO. C. 6-TONOA. RICTO. 7-E. ENGROTAR. 8-RP. TOESA. AA. 9-GAS. RIO. UGC. 10-ATADOR. OXEU. 11-LIAO. AVEIRO.

O PRIMEIRO ANO DE UMA ESCOLA FANTÁSTICA! • Margarida Fonseca SantosO Colégio das Artes abria as suas portas pela primeira vez, para receber uma pequena multidão cheia de expetativas em relação a um projeto de ensino artístico nunca antes experi-mentado em Portugal.

EU SEI TUDO SOBRE A ESCOLA • Nathalie Delebarre e Aurélie Blanz Depois de Eu Sei Tudo sobre o Pai Natal e Eu Sei Tudo Sobre as Mamãs terem feito as delícias das crianças, chega Eu Sei Tudo Sobre a Escola. No período de regresso às aulas, esta é uma leitura que contrapõe a visão dos crescidos com a dos mais pequeninos num exercício de imaginação e criatividade.

KARAOKE NA ESCOLA - GRANDES KARAOKES PARA PEQUENOS GRANDES CANTORES… CANTE E ENCANTE …• Danças de Roda - Livro com letras e partituras de 12 canções infantis, acompanhadas de sugestões de atividades; Dançar, jogar e dramatizar.• Tecno-tabuada - Uma forma divertida de aprender a tabuada com música Tecno e House.

UM CABAZ CHEIO DE NADASO Governo anda a passear para tentar encontrar forma de combater a inflação em Macau. E não vai sozinho. Nas “viagens de estudo” leva consigo diversas empresas do território para tentar firmar contratos de exportação-importação. Resultado: zero. Mas zero bem à esquerda. O mais caricato aconteceu na passada quinta-feira com o porta-voz do Executivo, Alexis Tam, a assumir, na conferência de imprensa para anunciar as novas medidas anti-inflação, que nada tem sido feito de concreto para travar a escalada de preços.Aparentemente os senhores que mandam por aqui andam a viajar pela Ásia à conta do erário público para assinarem cartas de intenção. Só. Mas de boas intenções está o inferno cheio, diz o adágio popular.A equipa liderada por Chui Sai On nada tem feito pelo fim do aumento da inflação. Não há qualquer tipo de medida. Só chequinhos para o pessoal e, em filinha com a cabeça entre as orelhas, lá caminhamos todos nós.Não há nada e, com este panorama, nada continuará a haver. Não há medidas de combate à inflação, não há medidas de combate à especulação imobiliária, não há medidas de incentivo à protecção do meio ambiente. Nada. Este Governo tem governado a bel-prazer dando nada de verdadeiramente concreto e palpável à população. Um redondo nada, ou muito pouco.O serviço de saúde público (o privado também) é lastimável. Não há número suficiente de médicos há anos e os que há muitas vezes apresentam um comportamento duvidoso, conforme se vem comprovando pelas notícias que ecoam nos jornais. Ter um filho em Macau é hoje um 31 do século passado.Urge perguntar. Afinal para que serve o dinheiro que o Governo, humildemente, tem vindo a ganhar e a poupar? Sejamos sinceros, pouca obra se tem vindo a fazer. Não há habitação social, não há estradas com verdadeiro piso alcatroado em Macau (lembrei-me, parece que se está a fazer qualquer coisa, mas a horas impróprias), não há estacionamentos, o serviço de táxis é deplorável, os transportes públicos têm funcionado com diversas incongruências, o caos do trânsito é cada vez maior, a reciclagem é como D. Sebastião... virá, quiçá, numa manhã de nevoeiro. Blablabla, balelas e patacoadas atrás umas das outras. Enfim, um rol de coisas que o Governo poderia fazer, sem que estivesse constantemente a oferecer o dinheirinho que todos esperam ansiosamente.Adoro Macau. Acho uma cidade surpreendente. Fiz a melhor escolha ao vir para cá viver. É minha obrigação, portanto e como cidadão residente, colocar as cartas em cima da mesa. Numa cidade, ainda muito virada para o jogo, aproveito este espaço para assim mostrar as minhas preocupações, os meus anseios.É preciso que cada um de nós pare, escute e olhe. Mas olhe com olhos de ver. Está aí à porta mais umas LAG e o que será que vai ser anunciado? Aumento do valor do cheque pecuniário? Maravilhas na Ilha da Montanha? Mais casinos para o Cotai? Bom, acho que está na hora de o Governo assumir, claramente, quais são as suas prioridades, sob pena daqui a alguns anos ainda andarmos a pensar: valerá a pena?

Pu-Yi

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OPINIÃOSEGUNDA-FEIRA 14.11.2011

14www.hojemacau.com.mo

URGIRAM alguns websites engra-çados com referência ao facto de a população mundial ter ultrapassa

do a fasquia dos sete biliões. Um deles, www.7billionandme.org, dá-nos os valores comparativos entre a população mundial actual e a população que existia no dia em que nascemos. Embora eu não tenha tantos anos como isso, fiquei surpreendido de saber que, no dia em que vim ao mundo, existiam no planeta ‘apenas’ 3,9 biliões de pessoas e que, destas, só 1,4 biliões viviam nas cidades de então. Actualmente vivem 3,6 biliões, mais de metade de toda a população mundial. E a tendência é crescente.

Quem suba à Fortaleza da Nossa Senhora do Monte ou ao Farol da Guia, depara-se com a densidade de construção em Macau. E se algum residente mais antigo o acompanhar, poderá testemunhar tudo aquilo que não havia no seu tempo, o que abrange a maior parte da cidade. As hortas, segundo me tes-temunharam recentemente, ainda há poucos anos começavam um quarteirão a seguir ao Hotel/Casino Lisboa, o único local de jogo do território de então.

Estas transformações, encaradas de uma forma global, são avassaladoras. Não há soluções universais para elas, embora constituam um desafio constante à criativi-dade e vontade do Homem. A vida é uma luta constante e um desafio ao ânimo de empreender. Sem isso não haveria espe-rança, que mais parece deslizarmos para situações de insustentabilidade absoluta.

Quem contabilize as proporções de áreas impermeabilizadas em Macau e as compare depois com as áreas verdes, constatará que a diferença é muito significativa. Para além da humana, não há muita vida no território, reconheça-se. Sim, é certo, Macau possui espaços verdes agradáveis e bem tratados, canteiros e separadores de estrada bem aparados. Mas sobressai um facto para o qual não há muitos argumentos: do ponto de vista biofísico, ou ambiental, é indiferente que um espaço verde esteja ou não bem cuidado. Antes: um espaço verde onde não são impostos limites à vegetação, onde esta se desenvolve livremente, é potencialmente um espaço mais rico.

Evidentemente, as áreas verdes de uma cidade devem ter também uma função social e são por isso de louvar os cuidados que se tenham com elas. Mas, em qualquer caso, faltam em Macau áreas de espaços verdes que compensem a den-sidade e actividades urbanas existentes. Somos seres vivos, não somos máquinas, e o nosso habitat natural é o meio vivo, não é o betão e o monóxido de carbono, ainda que nos tenhamos habituado a eles. O facto, por exemplo, de o cancro do pul-

Quem contabilize as proporções de áreas impermeabilizadas em Macau e as compare depois com as áreas verdes, constatará que a diferença é muito significativa. Para além da humana, não há muita vida no território, reconheça-se

Um oUtro olhar: de cima para baixofo lha so l ta

Gonçalo Alvim*

mão ser a doença cancerígena que mais mata em Macau, não pode deixar de nos fazer reflectir sobre o caminho que tem sido seguido.

Mas o que se pede são soluções razo-áveis e não observações críticas que não levem a nada. Vale-nos o facto de o ser humano ser criativo e ter a capacidade de encontrar soluções, ainda que as adap-te – ou copie – de outras que já existem

pelo mundo. E nisto de copiar, adaptar, desenrascar, chineses e portugueses po-dem dar as mãos, que são mestres. É só preciso vontade.

Façamos um ‘bird’s-eye view’ sobre Macau e procuremos encontrar saídas para o que existe. Sim, temos de reconhecer, não sobram muitas áreas livres onde seja possível a construção de novos espaços verdes, e as que há estão já destinadas a determinados usos ou são demasiado valiosas para se supor que possam transformar-se em espaços ver-des no futuro. Temos de ser razoáveis. Mas, se olharmos de uma nova forma, veremos que a quantidade de áreas onde é possível implantar áreas verdes é imensa. Não por baixo, junto ao solo, mas por cima, nas cober-turas. Somadas, têm uma enorme dimensão, o que permitiria mudar substancialmente o ambiente em Macau. Basta haver vontade de empreender esse caminho.

As coberturas ajardinadas – que po-demos procurar na internet como ‘green

roofs’ ou ‘roof gardens’ – constituem uma excelente solução para a falta de áreas de espaços verdes ao nível do solo. A sua uti-lização está já bastante experimentada e há disponíveis todos os materiais e técnicas necessárias, toda a legislação de referência para a sua aplicação e desenvolvimento, toda a informação que possamos necessitar. Basta copiar e adaptar, talvez desenrascar nalgumas situações particulares, mas não precisamos de inventar muito. Embora já em franco desenvolvimento em alguns países, como na Alemanha, não foram ainda dados em Macau os primeiros passos neste novo campo de oportunidades – e o território tem tudo para o poder fazer.

Sem me alongar muito, direi que o seu desenvolvimento traria inúmeros e compro-vados benefícios, como os exemplo:

1 – Ambientais: melhoria da qualidade do ar; redução do efeito de ilha de calor urbano; desenvolvimento da biodiversidade; reten-ção de água nos sistemas nos picos de chuva, aliviando assim os sistemas de drenagem.

2 – Amenidades várias: criação de novos espaços de lazer e convívio; valorização estética da cidade; contributos vários para a saúde física e psicológica dos residentes.

3 – Económicas – Isolamento da cobertura e consequente aumento da eficiência ener-gética do edifício; aumento do período de vida da cobertura; valorização dos edifícios; desenvolvimento turístico.

Os espaços verdes de cobertura divi-dem-se normalmente em dois grandes grupos: ‘extensivos’ e ‘intensivos’. Os primeiros suportam apenas uma vegetação mais rasteira, exigem um menor volume de terras e requerem menos manutenção. Adequam-se bem a edifícios já existentes cuja cobertura não foi construída com o intuito de suportar muito peso. Os segun-dos admitem uma vegetação de maiores dimensões, requerem maiores volumes de terra e água e exigem uma maior ma-nutenção. São adequados a coberturas acessíveis a utilizadores.

Necessariamente, seria primeiro conve-niente desenvolver-se uma moldura legisla-tiva que lhes desse um impulso convincente, para além de haver necessidade de preparar técnicos que acompanhem e fiscalizem novos projectos e sua execução. Tudo isto está por fazer, o trabalho é grande, mas os benefícios seriam imensos.

Acredito que o futuro de Macau haverá de passar por aqui. Mas quanto mais cedo melhor, que não vejo vantagens em se adiar para as calendas gregas o bem-estar e felici-dade de vivos e pósteros.

*Arquitecto Paisagista, Mestre em Engenharia Urbana - [email protected]

S

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SEGUNDA-FEIRA 14.11.2011

15www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

A supressão das consoantes ditas mudas (e porque não também o H?) reforçará a nossa tendência para fechar a pronúncia das vogais. Isso sucederá inevitavelmente com palavras que vejo estampadas nesta obra. Palavras como ator, reação, reflete, aspeto, adota, perspetiva, afetado, correção e redator. Não custa vaticinar que as sílabas átonas vão crescer e multiplicar-se na pronúncia do português de Portugal, precisamente ao contrário do que sucede no Brasil

SEGUNDA, 7 Leio uma biografia de Ernest Hemingway distribuída gratuitamente com o Expresso de sábado. Na capa, o nome do autor -- um tal Hans-Peter Rodenberg, sobre o qual ficamos a saber quase nada -- vem im-pressa em corpo muito reduzido, enquanto o autor do prefácio, Miguel Sousa Tavares, surge em letras muito mais visíveis apesar de escrever apenas três páginas. A obra está traduzida em acordês, numa apressadíssima tentativa de beber o ar do tempo. E nem Sousa Tavares -- público e notório opositor a essa aberração que é o “Acordo Ortográfico” de 1990 -- escapa à fúria avassaladora dos acordistas, que querem moldar tudo e todos ao seu padrão, mesmo quem não comunga dessa obsessão de extermínio das consoantes ditas mudas.

Imagino a irritação de Sousa Tavares ao ver-lhe atribuída, logo na primeira página do seu prefácio, a autoria de uma palavra que nunca escreveu -- a palavra corretamente. Em que, por ausência do C, o E sofre uma muta-ção eufónica. Este é, de resto, um dos efeitos mais perniciosos do dito “acordo”: em nome da inalcançável unificação ortográfica, que jamais se concretizará, aumentam drastica-mente as diferenças fonéticas entre Portugal e o Brasil. A supressão das consoantes ditas mudas (e porque não também o H?) reforçará a nossa tendência para fechar a pronúncia das vogais. Isso sucederá inevitavelmente com palavras que vejo estampadas nesta obra. Palavras como ator, reação, reflete, aspeto, adota, perspetiva, afetado, correção e redator. Não custa vaticinar que as sílabas átonas vão crescer e multiplicar-se na pronúncia do português de Portugal, precisamente ao contrário do que sucede no Brasil.

Não há tempo para tudo: enquanto andavam obcecados na fixação das regras do acordês, os responsáveis editoriais por esta obra descuraram o resto. Só isto explica que As Verdes Colinas de África (1934), uma narrativa autobiográfica de Hemingway, seja aqui apresentada como “romance”, coisa que manifestamente não é, e o “magnífico Adeus às Armas” (1928), como justamente o designa Sousa Tavares no prefácio, não venha nunca mencionado com o nome correcto na tradução desta biografia, onde aparece com uma estranha designação: Noutro País.

Ironia das ironias: uma obra tão apostada em alinhar com o “acordês”, adaptando a norma ortográfica portuguesa à brasileira, altera afinal a ortografia norte-americana, reconvertendo-a à norma inglesa num to-pónimo como Pearl Harbor (pág. 93), aqui escrito Pearl Harbour, ao clássico estilo britânico. Apesar de Pearl Harbor se encon-trar no arquipélago do Havai, território dos Estados Unidos.

caderno d iá r i oPedro Correia

Mais depressa se apanha um falso “modernizador” da língua do que um coxo verdadeiro...

TERÇA, 8 Frase da semana: “Uma coisa não é forçosamente verdadeira lá porque um homem morreu por ela.” (Oscar Wilde)

QUARTA, 9 Novos cortes na despesa pú-blica que implicam mais sacrifícios: este é o peso a pagar em Portugal pelo programa de assistência financeira internacional. Desta vez é anunciado o fim do desconto de 50% nos bilhetes de comboio que abrangiam estudantes e pensionistas. O memorando de entendimento assinado em Maio determina a “revisão do regime de tarifação de infra--estrutura para introduzir um regime de desempenho que permita aos operadores introduzir a gestão das receitas dos bilhetes, em particular aumentando o preço dos bi-lhetes”. Isto, naturalmente, para “equilibrar as receitas e as despesas” do sector, como também espeficia o documento, subscrito em Maio entre o então Governo socialista e as entidades internacionais que de algum modo tutelam hoje as contas públicas portuguesas.

A propósito de transportes ferroviários, convém recordar que a CP é uma empresa em falência técnica: encerrou o ano de 2010 com prejuízos operacionais de 195 milhões de euros, passando a ter “capitais próprios negativos” (como se diz em jargão eco-nómico) de 2.446 milhões de euros. Este passivo monumental, que implica uma factura elevadíssima de juros, torna-a na campeã das perdas no sector empresarial do Estado, pelo menos ao nível das empresas não-financeiras.

QUINTA, 10 Os portugueses vivem tem-pos muito difíceis. Os cofres públicos estão exauridos, atingiu-se uma situação de quase descapitalização e perdeu-se praticamente acesso ao crédito internacional para as opera-ções mais simples de tesouraria, incluindo o pagamento de salários e pensões. Este era o cenário em Maio deste ano, quando Portugal pediu a ajuda financeira externa de emer-gência, que felizmente nos foi concedida. extremis. Apesar das drásticas medidas de contenção dos gastos orçamentais postas em prática pelo actual Governo, os meses que aí vêm não auguram ainda grandes melhoras:

hoje mesmo a Comissão Europeia reviu em baixa as estimativas para o crescimento em 2012 na União Europeia, que não será supe-rior a 0,5%. Impera um cenário de estagnação económica à escala continental.

Não subsiste margem para enganos: feliz-mente os vendedores de ilusões foram pregar para outras paragens. Nos próximos dois anos nada mais resta aos portugueses senão apertar o cinto. E mesmo assim estamos dependentes -- mais que nunca -- das contingências inter-nacionais. Basta ver o que se passa em Itália, onde todas as luzes vermelhas estão acesas e o primeiro-ministro Silvio Berlusconi acaba de ser forçado à demissão, abrindo caminho ao economista Mario Monti, ex-comissário europeu. Ou o que sucede em França e no Reino Unido, onde começaram a vigorar as medidas de austeridade mais severas de que há memória em tempo de paz.

SEXTA, 11 Apesar de tudo, os portugueses entendem que não existe alternativa actual aos sacrifícios impostos no memorando de entendimento assinado há seis meses entre o Governo do PS (com o apoio expresso do PSD e do CDS, partidos então na oposição) e a chamada troika -- Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Interna-cional. As notícias que nos chegam de outros países são bem ilustrativas do estado actual da Europa. A vizinha Espanha, com cinco milhões de pessoas sem trabalho, sofre hoje a maior taxa de desemprego do continente e a maior da sua história, enquanto regista a maior diferença entre ricos e pobres de toda a União Europeia. A Grécia, onde hoje o tecnocrata Lucas Papademos substituiu o de-sacreditado socialista Georgios Papandreou como primeiro-ministro, à frente de um Go-verno de unidade nacional, necessita de uma remessa imediata de oito milhões de euros, sob pena de não haver dinheiro para pensões e salários já em Dezembro. Em certas zonas do país, a taxa de desemprego ronda os 70%. E 17% dos estabelecimentos comerciais de Atenas fecharam definitivamente as portas. Recordistas europeus da fuga aos impostos, os gregos continuam a desafiar as regras da austeridade tal como sucedia em Janeiro de 2010, quando a Comissão Europeia acusou o Executivo ateniense de “irregularidades sistemáticas” no envio de dados fiscais para Bruxelas. Não há cadastro de propriedades e a esmagadora maioria dos utentes de trans-portes públicos utiliza-os sem pagar bilhete. O movimento anti-austeridade, sob a sigla “Não pagamos”, congrega já 30 mil pessoas.

O problema é se os contribuintes alemães, holandeses e finlandeses também começam a dizer “não pagamos”. Como irá a Grécia continuar a pagar salários e pensões?

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SEGUNDA-FEIRA 14.11.2011www.hojemacau.com.mo

ITÁLIA “É COMO SE TIVÉSSEMOS GANHO UM MUNDIAL”Foi com a abertura de garrafas de champanhe e gritos de “liberdade, liberdade” e “Viva Itália” que milhares de italianos festejaram a demissão de Sílvio Berlusconi na praça do Quirinal, sede da presidência da República, quando foi anunciada a saída do poder de Berlusconi. Os milhares de italianos que juntaram na noite de sábado (madrugada de domingo em Macau) frente ao Parlamento, à sede do governo e à presidência esperando o anúncio da demissão do primeiro-ministro souberam do facto pelas 21h45 locais (4h em Macau). Nos minutos que se seguiram, as ruas do centro da capital italiana foram invadidas por milhares de pessoas e automóveis. “É como se a Itália tivesse ganho um Mundial” de futebol, comentou à agência EFE Antonello, um dos manifestantes concentrados em frente do palácio Grazioli, residência oficial do primeiro-ministro, onde peões e condutores festejavam agitando bandeiras de Itália e tocado insistentemente buzinas.

BRASIL MAIOR FAVELA OCUPADA SEM NENHUM DISPAROOs 3000 homens das forças policiais na operação “Choque de Paz” ocuparam no domingo a Rocinha, a maior favela do Brasil, sem um disparo. A operação começou ainda o dia não tinha nascido, às 04h10 (14h10, hora de Macau), com a entrada de veículos blindados da Marinha. A favela, onde vivem cerca de 400 mil pessoas, foi cercada por 3000 homens do Batalhão de Operações Especiais, Batalhão de Choque e polícias civis, apoiados por quatro helicópteros e três aeronaves. Retroescavadoras foram mobilizadas para derrubar possíveis barricadas que pudessem dificultar a entrada da polícia. Segundo as autoridades, cerca de 200 traficantes de droga, fortemente armados, estariam no interior da Rocinha.

CRISE FMI DIZ QUE NENHUM PAÍS ESTÁ IMUNEA directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou que nenhum país está imune à crise europeia e que a reforma financeira de Itália é a chave para reduzir o seu impacto sobre a economia mundial. Depois de encontros com membros do Governo do Japão, Lagarde manifestou preocupações acerca das consequências da crise europeia, em particular sobre a Ásia, realçando que todos os países estão interligados e que o Japão, como nenhum outro país, pode não estar imune à situação actual.

car toonpor Steff

VASCO LOURENÇO DIZ QUE OTELO PREJUDICOU A IMAGEM DO 25 DE ABRILO capitão de Abril Vasco Lourenço participou, este sábado, na manifestação de militares que considerou ter demonstrado a “indignação” perante “a forma como a condição militar tem sido degradada”, criticando ainda Otelo Saraiva de Carvalho que diz ter “prejudicado a imagem dos militares e do 25 de Abril”. Otelo Saraiva de Carvalho defendeu, esta semana, que “ultrapassados os limites”, os militares devem “fazer uma operação militar e derrubar o Governo”, o que Vasco Lourenço considera ter sido “uma estupidez”. “Ofendeu-se a ele próprio como militar de Abril e ofendeu-nos a todos nós. O 25 de Abril foi feito para acabar com a ditadura, criar democracia, paz e justiça social e os militares não se regem por interesses pessoais, portanto não sei o que é que lhe passou pela cabeça para dizer uma coisa dessas”, afirmou Vasco Lourenço à margem da manifestação, em Lisboa.

LA GALAXY QUER LAMPARD NO LUGAR DE BECKHAMO LA Galaxy, dos Estados Unidos da América, deverá avançar com uma proposta para a contratação de Frank Lampard, do Chelsea. O emblema norte-americano está já a prever a saída de David Beckam, e procura uma solução de qualidade para ocupar o lugar do médio inglês. Lampard, do Chelsea, é visto como o reforço ideal. No entanto, será necessária uma proposta muito tentadora para convencer Lampard a abandonar o Chelsea, equipa treinada pelo português, André Villas Boas.

FUTEBOL MACAU ENCAIXA 12A selecção de futebol sub-18 do território foi derrotada pela sua congénere australiana por 12-0 num jogo que decorreu ontem na Malásia a contar para a qualificação para o Asiático daquele escalão. Num jogo de sentido único, a Austrália mostrou que é muito mais equipa do que os miúdos do Lotus. Anteriormente Macau já tinha perdido 5-0 com a China, 3-0 com a Indonésia e empatado a zero com Singapura. Mau de mais para ser verdade.

ZONA EURO BUNGA BUNGA

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O Governo diz-se disposto a desenvolver e diversifi-car as trocas com a China Continental, mas o de-

putado da Assembleia Legislativa (AL) Au Kam San está farto de ouvir promessas e quer medidas efectivas

Deputado preocupado com ausência de planos para desenvolver mercado grossista

Guerra aos monopóliospara expandir a comercialização por atacado, de forma a combater os monopólios e aumentar verdadei-ramente os canais de importação, para assim conseguir um maior equilíbrio nos preços.

A disparidade de preços prati-cados em Macau e do outro lado da fronteira, em Zhuhai, levaram o Chefe do Executivo a incumbir

oficialmente a secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, e o secretário para a Eco-nomia e Finanças, Francis Tam Pak Yuen, de tratarem de estudar formas de abordar o problema dos preços. Mas os dois secretários não tardaram em sacudir o capote para cima do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e da Direcção dos Serviços de Economia, lembra Au Kam San, criticando a ausência de desenvolvimentos na resolução dos problemas.

A actual forma de funcionamen-to do organismo responsável pelo sistema de inspecção dos produtos que vêm da China Continental e as restrições à entrada de mercadorias frescas vindas de certas regiões contribuem para a criação de uma situação monopolista, observou o deputado pró-democrata, que apre-sentou uma interpelação escrita para questionar o que pensava o Governo fazer em relação a isso.

Au Kam San considera que o actual mercado grossista está ultra-passado e não consegue satisfazer as necessidades decorrentes do de-senvolvimento social, e questiona o Governo sobre a possibilidade de construir um novo mercado por atacado sem ferir os direitos de operação do actual. O parlamentar quer também saber se o Executivo tem planos de desenvolvimento para expandir o actual mercado grossista e quando pretende avan-çar com propostas.

ANTÓ

NIO

FALC

ÃO