hoje macau 10 nov 2014 #3210

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PUB Ter para ler Já era previsível mas agora é certo. A bandeirada dos táxis aumenta no fim do ano. O anúncio foi feito pelo o director da DSAT que prometeu uma subida não superior à inflação. PÁGINA 9 TOCA A SUBIR TÁXIS TARIFAS VÃO AUMENTAR ATÉ AO FIM DO ANO REPORTAGEM PÁGINAS 2-3 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB ONU/MACAU Por caminhos já percorridos NOVO GOVERNO OS TRILHOS DA MODA DE SER SAUDÁVEL POLÍTICA PÁGINA 4 DIREITOS HUMANOS PÁGINA 5 EXERCÍCIO DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEGUNDA-FEIRA 10 DE NOVEMBRO DE 2014 ANO XIV Nº 3210 hojemacau A directora do Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais, Sónia Chan Hoi Fan, deverá assumir a pasta da Administração e Justiça. Os nomes que compõem o novo elenco do Executivo têm vindo a ser divulgados na imprensa nos últimos dias mas o anúncio oficial só deverá acontecer no próximo sábado. PUB

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Hoje Macau N.º3210 de 10 de Novembro de 2014

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Ter para ler

Já era previsível mas agora é certo. A bandeirada dos táxis aumenta no fim do ano.O anúncio foi feito pelo o director da DSAT que prometeu uma subida não superior à inflação.

PÁGINA 9

TOCA A SUBIRTÁXIS TARIFAS VÃO AUMENTAR ATÉ AO FIM DO ANO

REPORTAGEM PÁGINAS 2-3

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

ONU/MACAUPor caminhosjá percorridos

NOVO GOVERNO

OS TRILHOS DA MODADE SER SAUDÁVEL

POLÍTICA PÁGINA 4 DIREITOS HUMANOS PÁGINA 5

EXERCÍCIO

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 S E G U N DA - F E I R A 1 0 D E N O V E M B R O D E 2 0 1 4 • A N O X I V • N º 3 2 1 0

hojemacau

A directora do Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais, Sónia Chan Hoi Fan, deverá assumir a pasta da Administração e Justiça. Os nomes que compõem o novo elenco do Executivo têm vindo a ser divulgados na imprensa nos últimos dias mas o anúncio oficial só deverá acontecer no próximo sábado.

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hoje macau segunda-feira 10.11.20142 REPORTAGEM

LEONOR SÁ [email protected]

A CTUALMEN-TE, Macau conta com 24 infra-es-truturas e com-

plexos desportivos espalha-das pela península, Taipa e Coloane. Serão, contudo, suficientes para a margem de procura de actividades desportivas no território? O HM falou com alguns residentes e a grande maioria considera-se satisfeita com o estado actual da oferta local. Houve, no entanto, quem se queixasse da falta de espaços e dificuldade na marcação dos mesmos, ale-gando mesmo a existência de “privilégios”.

Macau é facilmente re-conhecível pelas centenas de pequenas máquinas amare-las e vermelhas espalhadas um pouco por toda a cidade, sem nunca esquecer jardins e parques de lazer. Neles, homens e mulheres de todas as idades fazem alongamen-tos, ‘jogging’ e exercícios vários. Parece haver, numa primeira análise, cada vez mais pessoas a praticar desporto em Macau. Há, no entanto, quem defenda

DESPORTO REDE PÚBLICA SATISFAZ CADA MAIS OS CIDADÃOS

A MODA DE SER SAUDÁVEL

que o número de residentes obesos – principalmente crianças – e com problemas cardíacos está a aumentar exponencialmente, mas as estatísticas não parecem fazer jus à quantidade de pessoas nas ruas, espaços e campos desportivos, diaria-mente. Contudo e embora o website oficial do Instituto do Desporto (ID) refira

que existem 24 instalações desportivas activas no ter-ritório, tal não corresponde à realidade. Exemplo disso é a Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental – mais conhecido como Macau Dome –, descrita online como sendo “a maior infra-estrutura desportiva de Macau”. No entanto, este espaço está encerrado há

já vários meses, antes de lá ter tido lugar a eleição para o Chefe do Executivo, em Agosto passado. Espera-se que reabra ao público em Dezembro.

PARA TODOS OS GOSTOS E FEITIOSSe, por um lado, há quem prefira apenas correr e caminhar em zonas ao ar livre sem que para isso seja necessário pagar, outros optam por alugar campos de futebol, ténis ou basquetebol com amigos ou colegas. Há, ainda, quem escolha dar aos braços e pernas numa das mais de seis piscinas públicas espalhadas pelo ter-

ritório. Esta é, contudo, uma actividade que raramente sai imune à carteira, a entrada nas piscinas oscilando entre as 15 e 150 patacas. Jason Ferreira aterrou em Macau há pouco mais de um mês. Um dos passatempos do jovem electrotécnico passa por correr, cerca de três ve-zes por semana, junto à zona pedonal da Taipa. “Embora não esteja ainda acabada, já tem mais de dois quilóme-tros”, refere.

De acordo com uma pes-quisa do ID, em 2006, mais de metade dos inquiridos – 60% - considerava que a abertura da rede ao público dá “grande benefício” a si

próprio e aos cidadãos de Macau quanto aos respecti-vos exercícios desportivos. Já ao nível da qualidade, serviços oferecidos e equipa de funcionários, a grande maioria definiu o sistema geral como “insuficiente”. No entanto, já lá vão oito anos e por isso mesmo, o relatório do ID de 2010 mostra que, embora o número de pessoas a fre-quentar espaços desportivos públicos tenha aumentado, pouco continuou a ser feito em prol da sua publicitação. Também há quatro anos, os cidadãos continuavam a queixar-se dos horários pouco alargados, da falta de espaços para a prática desportiva individual e, em alguns casos, de preços demasiado elevados para a utilização dos espaços. “[Os cidadãos] esperam que possa haver um aumento do número das instalações bem como das actividades ou que o horário de fun-cionamento das instalações possa ser mais alargado para utilização individual.

ROTINASPara José Maria Álvares, em Macau há já dois anos,

Há máquinas e infra-estruturas desportivas em cada canto da cidade, mas nem tudo é perfeito nesta terra. Embora os complexos desportivos sejam mais de duas dezenas, há quem peça mais, mas há tambémquem prefira ginásios e aulas privadas

“Acho que Macau está bastante bem dotado de instalações desportivas, tanto em termos de interiorescomo de exteriores”JOSÉ MARIA ÁLVARES Advogado

FACE

BOOK

INFRA-ESTRUTURAS DO TERRITÓRIO

3 reportagemhoje macau segunda-feira 10.11.2014

O HM falou com vá- rias pessoas que preferem o públi-

co ao privado, argumen-tando que não faz sentido pagar mais para ter uma coisa que se atinge de forma gratuita. “Claro que os gi-násios têm a vantagem dos treinadores, que medem a nossa performance e ritmo, mas não creio que isso fun-cione para toda a gente”, explica José Maria Álvares. É que, para o jovem, a ins-crição num ginásio adequa--se a pessoas com hábitos

de prática física. Para quem faz desporto apenas quan-do pode, o advogado luso considera preferível fazer uso dos espaços gratuitos disponíveis.

Para os mais activos, existem já vários ginásios e clubes nos quais se podem inscrever, nomea-damente a técnicas des-portiva Crossfit, muito em voga por todo o mundo. O preço para um conjunto de duas sessões de treino semanais por mês fica por 1000 patacas, enquanto

quatro vezes por sema-na somam 1400 patacas mensais. Também as aulas colectivas fora do ginásio e dirigidas por treinadores ‘freelancer’ têm sido uma prática com bastante ade-são. Estes queixam-se, no entanto, da falta de espaço e horários pouco flexíveis dos locais que alugam. O regime de aulas colectivas com treinadores podem custar entre 500 e 900 patacas, dependendo da carga semanal e do tipo de treino.

REDE DE INSTALAÇÕES

DESPORTIVAS DO INSTITUTO

DO DESPORTO:

• 11 em Macau

• 6 na Taipa

• 7 em Coloane

REDE DE ESPAÇOS

DESPORTIVOS

DO IACM:

• 15 campos livres

gratuitos

• 17 trilhos para

caminhadas e bicicleta

• 5 piscinas

• 10 espaços ao ar livre

o desporto sempre foi pedra basilar na rotina semanal, pelo que tenta fazer exer-cício físico pelo menos duas vezes por semana. Ao HM, disse considerar que as instalações desportivas existentes, - nomeadamente os trilhos e passadiços de corrida e caminhada ou o Centro Olímpico da Taipa – estão bastante bem equi-pados e servem os propósi-

tos pretendidos. O mesmo diz dos campos de futebol, basquetebol e ténis que tem utilizado. “Acho que Macau está bastante bem dotado de instalações desportivas, tanto em termos de interiores como de exteriores”, comen-ta. O advogado compara a qualidade dos espaços do território com aqueles existentes em Portugal e diz não restarem dúvidas: “só há dois anos é que comecei a ver campos [de futebol] em Portugal com a mesma qualidade dos de cá”. Ao HM, o macaense Rogério Chan confessa não ter gran-de margem de tempo, pelo que reserva o fim de semana à prática desportiva. “Prefiro correr e jogar basquetebol ao ar livre, ao invés de pagar a mensalidade num ginásio.”

Nem tudo é, no entanto, um mar de rosas. Há quem por cá viva há mais de 30

anos e bata o pé em prol de melhores condições e mais espaços desportivas em Ma-cau. “Os campos de bowling e de ténis, por exemplo, estão sempre lotados”, la-menta João Roque. Muito disso, aponta, deve-se ao facto dos serviços públicos reservarem, de antemão, os campos e instalações para os seus funcionários, sem

deixar margem para que outras pessoas façam mar-cações. “Mesmo quando há um espaço livre, este é muitas vezes partilhado por duas equipa, o que faz com que tenha que ser repartido e esteja o dobro das pessoas a treinar do que era suposto”, refere Roque.

Em resposta ao HM, o Instituto do Desporto asse-gurou que estão a ser feitos “os possíveis” para reforçar o número de instalações e fazer face às necessidades da população. “Devido à escassez de terrenos em Macau e à falta de recursos disponíveis para a criação dos espaços desportivos, o Instituto do Desporto tem envidado todos os esforços para melhorar através de di-ferentes meios e medidas”, lê-se na resposta. O ID apro-veitou ainda para referir a reconstrução do Pavilhão de Mong-Há, através do con-

Privados preferidos

ceito de espaço com vários pisos e multifuncional.

FISICAMENTE EDUCADOSPara o presidente da So-ciedade Internacional de Educação Física e Desporto Comparado, Walter Ho, tudo começa com a educação

daquilo que significa ter um estilo de vida saudável, entre os oito e os 10 anos de idade. O também professor da Uni-versidade de Macau (UM) considera que tudo passa por “educar e explicar”, ao invés de “instruir ou treinar”. Integrar a prática desportiva no quotidiano do indivíduo enquanto actividade habi-tual é, para Ho, a medida mais eficaz para implemen-tar o referido estilo de vida saudável, assim combatendo aquilo que refere ser “um aumento exponencial do número de pessoas obesas”.

Quando questionado acerca da quantidade de

instalações desportivas, o também vice-presidente do Conselho Internacional de Ciências do Desporto e Edu-cação Física mostra mais preocupação relativamente à localização destes mesmos espaços e não tanto ao seu número. “Há uma grande concentração de espaços desportivas na Taipa e são locais bastante úteis, mas se nos focarmos na zona norte de Macau, percebemos que, tendo em conta o volume populacional, não há assim tantos locais como seria de esperar”, referiu o respon-sável ao HM.

Walter Ho refere ainda que nem tudo é perfeito para os amantes de trilhos, corridas e caminhadas. “As pessoas que gostam de cami-nhar pela montanha e fazer ‘trekking’, não têm como fazê-lo sem terem que se deslocar até à Taipa ou Coloa-ne. Não há nenhum circuito que ligue as ilhas”, lamenta. Infelizmente, este não é um problema de fácil resolução. É necessário repensar o pla-neamento urbano de toda a cidade e incutir alguma consciência de boa prática desportiva, medida que deve começar pelos mais novos. Isto porque, de acordo com o professor da UM, as crianças são mais fáceis de “moldar”, muito devido ao facto dos jovens e adultos terem um vida mais exaustiva e com horários menos flexíveis.

ASSOCIAÇÕES SEM FALTAHá, no território, mais de 40 associações dedicadas à prática desportivas, muitas delas estando hoje em dia in-tegradas no circuito das insta-lações desportivas públicas, como é o caso do Centro de Serviços do Lago da Taipa, que pertence à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Em trabalho de parceria com o ID estão a Universidade de Macau, as escolas secundá-rias Sam Yuk e Keang Peng, o Colégio Dom Bosco, a já referida FAOM e, finalmen-te, a Associação Geral das Mulheres de Macau.

Para Walter Ho, tudo começa com o Governo, mas também com as asso-ciações. “Temos que olhar para aquilo que tem sido e não tem sido feito pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude e pelas associações. Acho que é importante começar por aí”, referiu. Muitos dos programas pensados pela entidade governamental estão, para Ho, por fazer.

“As pessoas que gostam de caminhar pela montanha e fazer ‘trekking’, não têm como fazê-lo sem terem que se deslocar até à Taipa ou Coloane. Não há nenhum circuito que ligue as ilhas”WALTER HO

“Há uma grande concentração de espaços desportivas na Taipa e são locais bastante úteis, mas se nos focarmos na zona norte de Macau, percebemos que, tendo em conta o volume populacional, não há assim tantos locais comoseria de esperar”WALTER HO Presidente da Sociedade Internacionalde Educação Física e Desporto Comparado

4 POLÍTICA hoje macau segunda-feira 10.11.2014

Sónia Chan Hoi Fan, actual directora do Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais, deverá ser a nova Secretária para a Administração e Justiça

ANDREIA SOFIA [email protected]

É certo que ainda não foi feito o anúncio oficial dos nomes que vão compor o

próximo Governo, mas a actual directora do Gabine-te de Protecção dos Dados Pessoais (GPDP), Sónia Chan Hoi Fan, deverá su-ceder a Florinda Chan no cargo de Secretária para a Administração e Justiça, disse fonte bem informada ao HM.

Este é o único nome que difere no painel de escolhas que têm vindo a ser divul-gadas desde quinta-feira na

O presidente do Insti-tuto Cultural (IC),

Guilherme Ung Vai Meng, afirmou, em declarações à TDM, que a divisão de trabalhos entre o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e o IC têm prejudicado a utilização dos recursos culturais.

“Têm sido dois sis-temas paralelos duran-te muito tempo e isso prejudicou a utilização dos recursos culturais de Macau”, afirmou o pre-sidente. Guilherme Ung Vau Meng falava à comu-nicação social depois de um encontro com os seis directores de serviços.

Em causa está a rees-truturação do IACM. “O nosso objectivo é ajustar o sistemas do IC através desta transferência de funções. Não podemos ter bibliotecas com dois sistemas ou duas galerias

com dois sistemas num mesmo instituto”, afirmou. Já no início do próximo ano cerca de 300 funcio-nários serão transferidos para o IC e para o Instituto do Desporto, mas só a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública é que tem o poder de decisão e é que pode avançar com o número total de funcionários a ser transferidos. Também nas mesmas declarações, Ung Vai Meng revelou que a primeira fase da inspec-ção do sítio arqueológico da Rua dos Estaleiros, em Coloane, já está ter-minada. No local foram encontradas relíquias que remontam para a idade do bronze, tal como noticia a TDM, que agora foram transferidas para um la-boratório para análise. A segunda fase, explicou o presidente, deverá come-çar esta semana.

N UM nova interpela-ção subordinada ao

tema das drogas e tráfi-co de estupefacientes, a deputada Melinda Chan questiona o Governo so-bre a necessidade de um novo grupo de trabalho, recentemente anunciado pelo próprio Executivo. “Queria perguntar às au-toridades: que diferença existe entre o novo ‘Grupo de trabalho especializado para a revisão da Lei de Combate a Droga’ e o antigo ‘Grupo de traba-lho para a execução e acompanhamento da Lei de Combate à Droga’? Porque é que se cria agora mais um grupo de trabalho?”, pergunta. Na mesma intervenção, a

deputada defende que a “sociedade entende que é necessário elevar a pe-nalidade” relativamente à punição em caso de condução sob influência de estupefacientes. Me-linda Chan pergunta, por exemplo, se este novo grupo já pode apresentar uma calendarização so-bre a revisão das penas aplicáveis e se é possível proceder a alterações para proibir a substituição de pena de prisão por pena de multa. “As autoridades concordam que as penas dos crimes relacionados com droga sejam demasia-do leves? De que medidas concretas dispõem para resolver activamente esta situação?”, questiona. - F.A.

NOVO GOVERNO DIRECTORA DO GPDP PODERÁ SUBSTITUIR FLORINDA CHAN

Renovação da velha guarda

“Estes nomes têm vindo a ser falados, mas vejo alguns sinais de uma substituição um pouco aleatória, especialmente na área da Administração e Justiça”LARRY SO Politólogo

IC Divisão de funções “tem prejudicado recursos culturais”

Droga Questionado novo grupo e penas aplicadas

imprensa e redes sociais, nomeadamente pelo Jornal Tribuna de Macau (JTM) e pelo jornal All About Media. A mesma lista apontava o nome da juíza Song Man Lei para suceder a Florinda Chan, mas uma fonte confirmou ao HM que Song Man Lei deverá manter-se no Tribunal de Última Instância (TUI).

O empresário e membro do Conselho Executivo, Lionel Leong, deverá suce-der a Francis Tam na pasta da Economia e Finanças, enquanto que Alexis Tam deverá assumir o cargo de Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Raimun-do Arrais do Rosário deverá ser o novo Secretário para as Obras Públicas e Trans-portes, enquanto que Wong Sio Chak, actual director da Polícia Judiciária (PJ) irá ocupar o cargo na tutela da Segurança, avança a imprensa.

André Cheong, actual-mente director dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ), deverá ser o novo comissário do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), enquanto que Lai Kin Hong será o procurador-geral do Ministério Público. Ho Veng On mantém-se no Comis-sariado de Auditoria (CA) e Mandy Lai Man Va ficará nos Serviços de Alfândega.

Convidado a comentar estes nomes, o deputado José Pereira Coutinho pre-fere dizer salientar apenas a “falta de experiência” nas áreas das várias secretarias e o facto de, diz, “nunca” ter havido formação”.

“Parece-me que o crité-rio utilizado para a escolha dos Secretários foi substituir todos os que tenham mais de 15 anos no exercício das funções de titulares dos principais cargos. Esta foi também uma nossa reivindicação, porque a população está farta e a Lei Básica permite apenas dois mandatos ao Chefe do Executivo e não se percebe muito bem porque é que

alguns deles conseguiram exercer funções durante 15 anos”, disse ao HM.

Caso o novo Governo fique, de facto, composto por esta equipa, José Pereira Coutinho prefere esperar “algum tempo” pelos novos Secretários. “Vamos esperar pelas Linhas de Acção Go-vernativa (LAG) e perceber quais são as linhas orienta-doras e médio e longo prazo e como vão ser resolvidos de imediato os problemas mais pertinentes e que são do interesse dos cidadãos que sejam resolvidos, para poder avaliar a capacidade e competência dos Secretá-rios”, apontou.

POUCA EXPERIÊNCIAContactado pelo HM, o ex-docente do Instituto Po-litécnico de Macau (IPM) e politólogo, Larry So, reve-lou estar algo surpreendido. “Estes nomes têm vindo a ser falados, mas vejo alguns sinais de uma substituição um pouco aleatória, espe-cialmente na área da Admi-nistração e Justiça. Não é especialmente uma pessoa experiente nesta área, onde temos muitos problemas, como a questão da reforma jurídica ou em termos de produção legislativa”, disse ao HM.

Relativamente ao nome de Lionel Leong para o lugar ocupado por Francis Tam, Larry So lembrou que, tal como o actual Secretário, Lionel Leong não é um funcionário público, nem tem experiência nessa área. Contudo, dá cartas em vários sectores económicos.

“Está na área de negó-cios e tem muita experiência nos contactos com diversas áreas da Economia. Tem algum conhecimento e ex-periência mas não propria-mente como funcionário público. Mas isso não inte-ressa muito, porque Francis Tam também vinha do meio empresarial. Presumo que tenha de deixar todos os cargos e posições que ocupa antes de assumir este cargo. Mas tem diferentes tipos de experiências”, concluiu Larry So.

O novo Governo deverá ser anunciado oficialmente no próximo sábado, dia 15 de Novembro.

TIAGO ALCÂNTARA

5 políticahoje macau segunda-feira 10.11.2014

Função Pública Associação sugere aumento do índice de 6,8% O presidente da Associação dos Técnicos da Administração Pública de Macau, Kun Sai Hoi, sugeriu um aumento de mais de 6% no índice dos funcionários públicos. O responsável quer que este passe, assim, para 79 patacas, já a partir de Janeiro de 2015. O presidente recordou que o Chefe do Executivo tinha garantido implementar a reforma administrativa em Janeiro do próximo ano, sendo que este, diz, será o tempo ideal para que o índice dos funcionários públicos aumente de 74 patacas para 79 patacas (6,8%). “O sistema de remuneração dos funcionários públicos é uma das expressões mais importantes da política da Função Pública. A atracção de talentos para a Função Pública é um factor crítico de desenvolvimento sustentável do Governo. No entanto, actualmente, cerca de dois mil funcionários públicos têm salários ainda inferiores ao salário médio de 15600 patacas.”

Au Kam San Criticas a comentários de Liu Chak Wan sobre habitação

JOANA [email protected]

A Organização das Na-ções Unidas (ONU) aconselhou Macau a recolher mais dados

sobre os perpetradores de violência contra mulheres. Na conclusão da análise a Macau sobre a aplicação da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discrimi-nação contra as Mulheres, que ter-minou na sexta-feira, o organismo volta ainda a alertar a RAEM sobre a ausência de uma instituição que promova os direitos humanos.

CRIME PÚBLICOComo tem sido hábito, a ONU volta a realçar a necessidade de se ter uma Lei de Combate à Violência Doméstica que englobe todos os aspectos de violência doméstica e que seja reconhecida como crime público. A ONU assegura que a delegação de Macau terá dito que a proposta de lei sobre este tema será “entregue em breve” à AL, ainda que não tenha sido dada data em Macau, e, por isso, o Comité exortou Macau a encorajar as pessoas a fazerem queixa de todos os tipos de violência contra as mulheres, incluindo a doméstica, e a assegurar que a investigação de queixas e a punição dos perpetradores são apropriadas.

A ONU critica Macau por não ter uma instituição de direitos humanos e repete alguns dos alertas já dados ao território.Uma sugestão é ainda deixada no mais recente relatórioda organização internacional: que Macau melhore a formacomo recolhe os dados de agressores contra mulheres

ONU PEDIDA MELHORIA NOS DADOS SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

Recados repetidos

AU Kam San partilhou na sua página de Fa-

cebook críticas a Liu Chak Wan, membro do Conselho Executivo e promotor imo-biliário. O deputado escreve que “não é estranho que uma pessoa que possui tantos edifícios privados se oponha à construção de habitação económica”, comentando recentes declarações de Liu Chak Wan.

Recorde-se que este refe-riu, na semana passada, que Macau não precisa de um grande número de habitações

públicas. As declarações surgiram depois de ter sido anunciado que os trabalhos em dois lotes de terreno no Fai Chi Kei estavam em andamento. O deputado Au Kam San criticou a afirma-ção, questionando porque é que o também responsável da Companhia de Investimentos Tin Wei tem uma opinião diferente da maioria dos re-sidentes do território.

“Sob a coordenação do antigo Chefe do Executivo, Edmond Ho, Liu Chak Wan gastou 80 milhões de patacas

para conseguir tornar um ter-reno de mais de cem metros quadrados da antiga fábrica de autocarros da Transmac num terreno de uso comer-cial e residencial, ou seja o actual The Praia. Além disso, sendo membro do Conselho Executivo, [sabia do] Plano

de Urbanização do Noroeste de Coloane e tornou a antiga pedreira novamente num terreno [com fins] comercial e residencial, em vez de construir habitação social”, lia-se na página pessoal do Facebook de Au Kam San.

O democrata deixou ain-da em aberto uma questão. “Caso o Governo não cons-trua habitações económicas suficientes, de acordo com necessidades sociais, como é que as fracções privadas caras de Liu podem ser ad-quiridas?” - F.F.

“O Comité nota um progresso do Governo no combate à violên-cia contra as mulheres, incluindo a violência doméstica, e dá as boas-vindas à elaboração da Lei de Combate à Violência Doméstica”, começa por dizer o relatório da ONU, que indica que “de acordo com a delegação [de Macau], a lei vai ser entregue à Assembleia

Legislativa em breve”. Contudo, continua, “o Comité recorda as anteriores sugestões e continua preocupado com a prevalência de violência contra as mulheres, incluindo a doméstica.”

O Comité para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres volta a repetir alertas que já tinham sido dados a

“Urge considerar o estabelecimento de uma instituição independente de direitos humanos, com uma ampla competênciade promover eproteger os direitoshumanos, incluindoos das mulheres”COMITÉ DA ONU

Macau em anos anteriores, sem que ainda nada tenha sido feito pela RAEM. Uma dessas sugestões passa pela melhoria para a recolha de dados de agressores.

“O Comité insta Macau a reforçar o sistema de recolha de dados relacionados com todas as formas de violência contra as mulheres, particularmente no caso de violação”, defende.

E A INDEPENDÊNCIA?Os alertas do Comité da ONU não se ficam por aqui, mas realçam situações que já têm vindo a ser destacadas pela organização. Uma delas é, por exemplo, a falta de uma instituição inteiramente dedicada à defesa e promoção dos direitos humanos na RAEM.

“O Comité está preocupado com o facto de Macau não ter estabelecido uma instituição de di-reitos humanos, de acordo com os princípios relativos ao estatuto de instituições nacionais de promoção e protecção dos direitos humanos

(princípios de Paris)”, começa por apontar o Comité na secção das “principais áreas de preocupação” relacionadas com Macau. “Urge considerar o estabelecimento de uma instituição independente de direitos humanos, com uma ampla competência de promover e prote-ger os direitos humanos, incluindo os das mulheres.”

Não é a primeira vez que a ONU nota a ausência desta instituição, sendo que, apesar da organização internacional dizer que esta não existe – de todo – no território, Macau já respondeu à questão, assegurando que se tem esforçado na propagação de informação so-bre a necessidade de respeitar os direitos humanos.

No ano passado, a ONU quis sa-ber se a população tem conhecimento do que se passa com os direitos huma-nos e o cumprimento das Convenções a eles ligados, mas apesar da ONU ter assegurado que recebeu muitos relatos de defensores dos direitos humanos sobre restrições, Macau garantiu que “a instituição nacional dos direitos humanos na RAEM é independente”, sendo que as queixas sobre o assunto são tratadas também de forma independente. A RAEM falou ainda da existência do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais e da possibilidade de os residentes poderem fazer queixas de forma independente.

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

6 política hoje macau segunda-feira 10.11.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

“O S grandes gru-pos financei-ros controlam os resultados

das eleições”. É desta for-ma que o deputado Leong Veng Chai caracteriza os actos eleitorais para os 14 deputados que são eleitos pela via directa para a As-sembleia Legislativa (AL). Leong Veng Chai diz mesmo que o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) “nunca

CECÍLIA L [email protected]

A deputada Wong Kit Cheng pediu ao Governo, através de interpelação escrita, que

inclua as mulheres com mais de 40 anos num plano de saúde que lhes forneça serviços para a detecção do cancro da mama. A deputada pede ainda que também as mulheres com historial desta doença na família sejam incluídas.

Numa interpelação entregue ao Governo, Wong refere que, num relatório sobre o cancro em Macau de 2011 – último ano disponível -, o cancro da mama é a causa de

LEONG VENG CHAI CCAC NUNCA RESOLVEU OS PROBLEMAS DA CORRUPÇÃO

Combate permanente

CANCRO DA MAMA DEPUTADA PEDE MAIS PROMOÇÃO E EXAMES

Acabar com liderança fatal

“Segundo a legislação em vigor, apenas é punido quem pratica o acto, nada se podendo fazer em relação aquele que está por detrás a manipular”

O número dois de José Pereira Coutinho no hemiciclo, defende que a comissão destinada a comandar as eleições para a Assembleia Legislativa deveria ser “permanente” de forma a combater a corrupção eleitoral. Corrupção que o deputado diz que o CCAC nunca conseguiu resolver

causa verem-se livres de responsabilidades”, acusa.

Leong Veng Chai acredi-ta ainda que o Governo deve-ria “apresentar uma proposta de revisão da Metodologia para a Constituição da AL, aumentando o número de de-putados eleitos por sufrágio directo e, consequentemen-te, a representatividade da população”.

conseguiu adoptar medidas para resolver a situação”.

“O Procurador afirmou que a legislação é pouco clara no que se refere à sanções para as irregulari-dades eleitorais”, aponta. “Os manipuladores praticam corrupção em pirâmide, o que dificulta a identificação da sua origem. Segundo a legislação em vigor, apenas é punido quem pratica o acto, nada se podendo fazer em relação aquele que está por detrás a manipular”, aponta ainda o deputado.

Numa interpelação es-crita entregue ao Executi-vo, Leong Veng Chai pede mesmo que a Comissão Eleitoral da AL se torne “permanente, com o objec-tivo de combater todas as formas de corrupção e com vista ao reforço dos conhe-cimentos da população sobre a corrupção eleitoral e para, através da educação, incutir nos estudantes noções de civismo correctas”, aponta o deputado. Este já tinha sido um pedido defendido também por José Pereira Coutinho.

REVISÃO PARA QUANDO ?Além disto, Leong Veng Chai questiona o Executivo sobre a data de revisão da Lei Eleitoral da AL, algo que, diz, deverá introduzir “normas necessárias” de forma a pôr fim ao que o deputado consi-dera serem “graves lacunas”.

“Nos casos de corrup-ção eleitoral registados no passado, os residentes das camadas sociais mais bai-xas é que foram acusados, enquanto os manipulado-res que tinham interesses directos não tiveram de assumir quaisquer respon-sabilidades e até foram, naturalmente, eleitos. Isto porque existem graves lacu-nas nos actuais regimes e no enquadramento jurídico que permitem aos indivíduos em

às mulheres qualificadas exames gratuitos de citologias cervicais, desde há cinco anos. [Esta medida] teve bons resultados. De 2010 a 2012, os números dos casos de cancro em Macau mostram que o cancro de colo do útero nas mulheres diminuiu de 7% para 4%, indicando que a promoção e divulgação da triagem podem desempenhar um papel significa-tivo”, defende.

“Por outro lado, para a pre-venção do cancro da mama [não há programas], as autoridades apenas encorajam as residentes a fazer exames por si próprias, mas não têm as medidas de prevenção

morte mais comum nas mulheres residentes desde há dez anos. A deputada refere que a tendência é que sejam cada vez mais as jovens vítimas, mas pede que as autorida-des elaborem um plano que inclua as mulheres com mais de 40 anos, as que têm historial de cancro na família e as que forem consideradas de alto risco. Wong Kit Cheng pede que os Serviços de Saúde forneçam ecografias mamárias, angiografias e acompanhe os casos onde consi-dere que existe risco.

DA PREVENÇÃO“Para prevenir o cancro do colo do útero, as autoridades fornecem

“Em Macau só 14 dos 33 deputados são eleitos pelos residentes, nem sequer metade do total, e se a corrupção elei-toral continuar, será mínima a representação da opinião da população na AL, e esta vai transformar-se numa verda-deira entidade de chancela e num local para a partilha de interesses entre senhores que detêm o poder”, conclui.

mais avançadas. De acordo com os dados dos SS, a situação é preocupante”, defende Wong Kit Cheng.

A deputada, ligada à área da

Saúde, insta as autoridades a fazer mais promoção ao nível da pre-venção e a fazer “mais triagens ou recenseamentos” sobre as pessoas com cancro.

7SOCIEDADEhoje macau segunda-feira 10.11.2014

GP Estrada parao CHCSJ cortada durante quatro diasOs Serviços de Saúde informaram, em comunicado à imprensa, que durante a realização do 61º Edição do Grande Prémio de Macau (GPM), o troço da Estrada de São Francisco que permite o acesso ao Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) estará encerrado. Contornando a situação, os cidadãos podem optar pela estrada Visconde de São Januário ou o elevador da Calçada da Surpresa junto à Rua Nova à Guia para aceder ao hospital ou ao serviços de urgência. Entre as 9h00 e as 18h00 de 13 a 16 de Novembro será ainda proibida a entrada de veículos pesados (salvo autocarros públicos e de excursões) na zona do Terminal do Porto Exterior, sendo que algumas carreiras de autocarros, que originalmente passam pelo Terminal Marítimo do Porto Exterior e outras pelo antigo edifício dos Serviços de Migração, serão alteradas e passam a ter paragem no Fórum de Macau. Recorde-se ainda que o Circuito da Guia passa a estar fechado ao trânsito a partir das 6h00.

Sacos de plástico Redução sujeitaa consulta A Direcção dos Serviços para a Protecção Ambiental (DSPA) vai consultar a população sobre a possibilidade de redução do uso de sacos plásticos. Segundo um comunicado, a DSPA “prevê que no primeiro semestre do próximo ano se irá realizar uma consulta sobre as formas de limitar o uso de sacos de plástico, no sentido de recolher diversas opiniões da sociedade, de modo a concretizar a ideia de ‘Não aos sacos de plástico’ e ‘Sim a uma cidade mais verde’”. A DSPA apela ainda a que a população diminua o uso deste material, de forma a proteger o ambiente.

Criação de sociedades aumentou 20,5% Dados recentes da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) apontam para a criação de 3955 sociedades nos primeiros trimestres deste ano, o que significa um aumento de 20,5% face a igual período do ano passado. O capital social destas sociedades é de 1,53 mil milhões de patacas, um aumento de 235,3% face a 2013. No final do terceiro trimestre de 2014 havia um total de 47.317 sociedades registadas em Macau, mais 4643 em termos anuais.

LEONOR SÁ [email protected]

O Conselho Australiano de Normas da Saú-de (ACHS, na sigla inglesa) considera

a segurança, confidencialidade, os dados dos pacientes e a falta de espaços para doentes como os principais problemas do território na área da saúde, mas assegura que Macau está num nível elevado em relação aos cuidados de saúde fornecidos. Depois de, na semana passada, conforme noticiou o HM, ter entregue a seis Centros de Saúde locais um certificado de acreditação com três anos de duração, a enti-dade de avaliação indica que “há sempre espaço para melhorar”, ain-da que não refira exactamente quais os pontos negativos da avaliação.

Durante a cerimónia de entrega do certificado, na semana passada, os responsáveis ACHS não referi-ram que características negativas tem o sistema de saúde local, ape-nas informando que os seis Centros de Saúde passaram nos exames num total de 26 critérios. Contudo, admitiram que a falta de médicos e de camas – um assunto que merece críticas da parte da sociedade - não conta para a avaliação.

“O que eu acredito é que o pessoal médico que trabalha nos Centros de Saúde de Macau faz o melhor que pode para disponibilizar bons cuidados de saúde”KAREN LINEGAR Presidente da ACHS

Apesar de não contabilizar a falta de médicos ou camas, o Conselho Australianode Normas da Saúde considera o nível de cuidados de saúde da RAEM muito elevado. O grupo atribuiu a seis Centros de Saúde locais um certificado internacional

SAÚDE AVALIAÇÃO DO ACHS NÃO CONTA COM FALTA DE MÉDICOS OU CAMAS

“Nível muito elevado”

“O sistema de avaliação do ACHS é bastante completo e começa no momento em que um doente entra no Centro, passa pelo tratamento e pela forma como é medicado”, explicou Karen Li-negar, presidente da organização, acrescentando que muitos países e regiões sofrem com o problema de falta de pessoal médico. “O que eu acredito é que o pessoal médico que trabalha nos Centros de Saúde de Macau faz o melhor que pode para disponibilizar bons cuidados de saúde. É sempre um desafio quando se precisa de mais médicos ou enfermeiros. O certificado que passámos é já de serviços com um padrão bastante elevado”, disse, citada pela TDM. “Pode ser sempre melhor e é um problema transversal a todos os países. Acredito que o rácio [entre médico e paciente] é aceitável”, frisou Linegar aos jornalistas, mais uma vez acrescentando que

o enfoque da avaliação teve que ver com a performance e cuidados de saúde providenciados pelos médicos, pelo que os critérios impostos não tiveram a ver com a falta de médicos, enfermeiros ou camas.

DO RIGORApesar de os responsáveis austra-lianos não terem adiantado quais os aspectos a melhorar, o subdi-rector dos SS, Cheang Seng Ip, informou os jornalistas que estes incluem melhorias na “conser-vação dos dados pessoais dos doentes para garantia de confi-dencialidade” e a necessidade de “mais espaços”.

“Nos Centros de Saúde, os doentes são todos colocados no mesmo espaço. Nos próximos anos, vamos ter mais cinco Centros de Saúde, portanto, este problema poderá ser melhorado”, acrescentou, citado pela TDM.

Quando questionado acerca da escassez de estruturas de tratamento, o director-executivo da organização, Desmond Yen, referiu que é necessário olhar para a evolução do território. “Macau cresceu muito e muito rápido nos últimos anos. O me-lhoramento dos cuidados de saúde não acontece do dia para a noite e nem sempre tem que ver com o tamanho dos espaços ou o número de profissionais”, referiu.

Note-se, contudo, que a avalia-ção se foca nas qualificações dos profissionais de saúde a exercer e que, sobre isso, não há dúvidas da parte do conselho australiano. “O nível de cuidados de saúde corresponde a um nível muito elevado”, apontou Karen Linegar.

Desmond Yen fez ainda ques-tão de frisar que a avaliação feita pelo Conselho é “muito rigorosa” e que os Centros de Saúde precisa-ram de dois anos para se preparar.

Os Centros juntam-se ao Cen-tro Hospitalar do Conde de São Januário, que já tinha recebido a certificação internacional ante-riormente, sendo que o Hospital Kiang Wu e o Hospital da Univer-sidade de Ciência e Tecnologia já estão em contacto com o ACHS, sem que ainda haja conclusão.

hoje macau segunda-feira 10.11.20148 sociedade

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FIL IPA ARAÚ[email protected]

S EM conseguirem che-gar a um acordo, os Serviços de Saúde (SS)

anunciaram, na passada sex-ta-feira, que colocaram a Me-lco Crown em tribunal. Já na semana passada se tinha dado conta que o Governo “iniciou procedimentos jurídicos” contra a operadora, depois de esta ter alegadamente violado a lei que proíbe o fumo nos casinos. Lei Chin Ion, director dos SS fala em possibilidade de diferentes interpretações da lei.

Numa conferência, o

PROIBIÇÃO TOTALPODE SER REALIDADE Lei Chin Ion disse na semana passada que os Serviços de Saúde “esperam concretizar o objectivo final de proibição total de fumar”. De acordo com um comunicado, o Governo irá iniciar uma avaliação dos efeitos do Regime de Prevenção e Controlo de Tabagismo, com apresentação de resultados durante o ano de 2015. Depois, basta que “o relatório seja apresentado à Assembleia Legislativa” a par da revisão do panorama geral sobre o controlo do tabagismo em Macau. “Sob o ponto de vista da defesa da saúde pública, os SS esperam que a meta final de proibição total de fumar possa ser concretizada”.

“Aquilo que dizemos e a forma como procedemos têm que ver com a nossa interpretação. Eles podem também invocar a lei para recorrer. Vamos ver mais tarde qual vai sera sentençado tribunal”LEI CHIN IONDirector dos SS

O Governo diz que sim, masa Melco Crown nega que tenha violado a lei anti-tabágica.A decisão cabe agora ao tribunal, até porque Governo e operadora estão a interpretar a leide forma diferente

TABACO CITY OF DREAMS E GOVERNO COM DIFERENTES VISÕES

Luta segue para tribunal

director dos SS, Lei Chin Ion reafirmou que os serviços de inspecção do tabagismo con-tinuam a enviar pessoal para fiscalização e obtenção de provas no local. Apesar do desacordo seguir agora para tribunal, não há qualquer de-cisão relativamente à sanção que pode ser aplicada. “(...) Quanto à aplicação ou não de sanção, será procedido conforme as disposições legais. Ainda não há nenhu-ma decisão”, explica um comunicado dos SS.

TER OU NÃO TER AUTORIZAÇÃOEm causa está a denúncia, em Outubro, sobre a criação

de uma área de fumo, no casino do City of Dreams, sem que existisse autoriza-ção por parte das autoridades competentes. “Os SS, até à presente data, não autori-zaram qualquer pedido de criação de nova área para fumadores nos casinos”, reforçam.

Do outro lado, a opera-dora continua a alegar que, em 2012, obteve autorização do Chefe do Executivo, Chui Sai On, para a criação de uma área para fumadores na área comum de Jogo do casino. Área esta, que agora segundo os SS, “encontra-se a ser transformada em sala VIP”. Como esta sala VIP está instalada na área para fumadores anteriormente autorizada, explicam os SS, o casino considera que é legal.

O director dos SS, contu-do, admite que a lei está a ser interpretada de duas formas diferentes. “Eu percebo que o argumento deles é que já tinha sido aprovada em 2012 e que continua a ser uma sala VIP, portanto mantém-se tudo como antes. São duas interpretações da lei”, de-clarou Lei Chin Ion, citado pela rádio Macau. “Aquilo que dizemos e a forma como procedemos têm que ver com a nossa interpretação. Eles podem também invocar a lei para recorrer. Vamos ver mais tarde qual vai ser a sentença do tribunal.”

Lei Chin Ion

9 sociedadehoje macau segunda-feira 10.11.2014

FLORA [email protected]

O director dos Serviços para Assuntos de Trá-fego (DSAT), Wong Wan, confirmou a

semana passada que as tarifas dos serviços de táxi vão subir já no final deste ano. A certeza surge depois de, em Abril, seis associações de táxi terem entregue uma proposta de aumento de tarifas ao Governo.

Wong Wan esclareceu que o aumento será dentro de um “nível aceitável para os residentes”. No programa de televisão ‘Fórum Macau’ da TDM, o director re-feriu ainda que as autoridade já concluíram a análise do pedido de ajustamento de tarifas, sendo que a proposta está em processo da aprovação administrativa.

“Acompanhando a inflação dos últimos anos, o aumento da tarifa [dos táxis] é necessário, porque o último aumento já aconteceu há quatro anos. Já recolhemos opiniões da população e vamos tomar uma decisão [sobre o valor] em breve, prevejo que já no fim do ano”, esclareceu Wong Wan.

Talentos Novo plano de apoio a formaçãoA partir de amanhã estará activo o Plano de Apoio a Formação de Talentos Profissionais de Convenções e Exposições, da responsabilidade do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (FDIC). Em comunicado, o FDIC explica que o plano pretende apoiar o sector a organizar cursos de formação e recomendar trabalhadores a participar em acções de formação ou exames, “no sentido de preparar talentos e elevar o nível profissional dos trabalhadores efectivos do sector”. O apoio financeiro será então concedido a dois tipos de actividades, sendo elas “organização de cursos” e “recomendação de empregados activos a participarem em formações e exames relacionados ao sector de convenções e exposições, cujos candidatos qualificados podem ser ‘candidatos patronais’ ou ‘candidatos de associação’”. No primeiro tipo, os candidatos podem ser instituições de ensino superior, instituições de formação contínua ou associações sem fins lucrativos, desde que todas privadas, na RAEM ou noutro região asiática, de cursos de formação não conferentes de grau académico.

O Tribunal de Última Ins-tância (TUI) decidiu negar

provimento a um recurso rela-cionado com um processo de requerimento de arrendamento perpétuo de campas, em que estava em causa uma informação alegadamente incorrecta que envolveu o Chefe do Executivo. O tribunal não deu razão a quem dizia que o Chefe do Executivo tinha errado, avança a rádio.

Segundo se lê no acórdão do TUI, tudo começou no dia 28 de Dezembro de 2001, quando foi apresentado um requerimento de arrendamento perpétuo de campas. A resposta demorou dois anos a chegar. Em Dezembro de 2003, o Chefe dos Serviços de Ambiente e Licenciamento do IACM infor-mou a requerente que esta não tinha sido contemplada com uma campa e acrescentava que o mesmo

regulamento determina que “o Chefe do Executivo pode conce-der o direito de uso prolongado de sepultura em virtude de factos considerados relevantes”, entre os quais “os méritos pessoais” ou o “contributo para a sociedade”.

Foram endereçados ao então Chefe do Executivo Edmund Ho dois requerimentos, em que se pedia a reavaliação, mas este nunca respondeu. Silêncio que foi entendido como um “indefe-rimento tácito”, de acordo com o recurso. Contudo, o colectivo da Segunda Instância entendeu que “o Chefe do Executivo não detém competência material para decidir sobre a matéria, razão pela qual o silêncio não confere ao requerente o direito de presumir indeferida a sua pretensão”. Novo recurso seguiu, mas desta vez para o TUI, que voltou a rejeitar.

O Secretário para a Econo-mia e Finanças, Francis

Tam, admitiu na passada sexta-feira aos jornalistas que a RAEM é diferente face à região vizinha no que diz res-peito aos acordos comerciais que as Pequenas e Médias Empresas (PME) conseguem obter no âmbito do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Sociais (CEPA). Segundo um comunicado emitido, Francis Tam disse esperar que “todos os sectores entendam que Macau é muito diferente de Hong Kong no que concerne às dimensões da economia e dos serviços, bem como a diversificação dos próprios sectores” e que, por essa razão, “nos acordos complementares Hong Kong consegue mais do que Macau”.

O Secretário da tutela disse que “ao longo dos últimos dez anos os secto-res comercial e industrial tiveram e têm oportunidades suficientes e formas de ge-rir as suas reivindicações”, tendo acrescentado que “todos os anos Macau é contemplado com medidas específicas para a RAEM”. Francis Tam apresenta como exemplo a autorização que os advogados portugueses no território receberam para prestarem serviços no inte-rior da China, bem como as “políticas especiais de apoio ao sector turístico”.

À margem de uma ceri-mónia sobre o CEPA, Fran-cis Tam disse que já foram assinados dez acordos entre Macau e o interior da China.

TÁXIS AUMENTO DE TARIFAS NO FINAL DO ANO

Vamos lá subir com isto

“Acompanhando a inflação dos últimos anos, o aumento da tarifa [dos táxis] é necessário, porque o último aumento já aconteceuhá quatro anos”WONG WAN Director da DSAT

A subida do preço das tarifas foi anunciada pelo directorda DSAT que afirmou ainda que a substituição da Vang Iekna gestão do serviço de rádio-táxis deverá ser asseguradapor uma empresa de “alguma dimensão”

TUI Recurso em caso de campa perpétua rejeitado

PME Macau com menos acordos do que Hong Kong

O aumento não será mais alto do que a inflação, tornando-se, na visão do director, suportável para os residentes que utilizam o serviço.

O TAMANHO IMPORTA No que toca à viabilidade de co-branças adicionais para o serviço

CARROS SEM DESTINO Os táxis da Vang Iek deixaram de circular na sexta-feira, mas ainda não se sabe o que irá acontecer aos cem carros. Alguns motoristas, contudo, já foram transferidos para outras funções. O director executivo da empresa, Eugénio Cheng, disse aos jornalistas que “não queria dizer que a saída dos táxis amarelos era triste”, adiantando apenas que alguns dos motoristas já foram “transferidos pela empresa” para outros cargos. Eugénio Cheng disse entender que, se as autoridades acabaram com o contrato, é porque “têm as suas razões”, mas diz que não quer “descrever a saída dos táxis amarelos como triste”. Ainda não há planos para o que fazer com os cem táxis amarelos.

de rádio-táxis, o director referiu no mesmo programa que será ne-cessário cobrar taxas adicionais, ainda que deva haver consenso da sociedade. O facto de não ter sido permitido à Vang Iek a cobrança destas taxas, justifica Wong Wan, deve-se ao tamanho da companhia.

“A dimensão de negócio da Vang Iek era demasiado pequeno e o custo de cada chamada de rádio--táxis era bastante alto. Portanto, o futuro serviço de rádio-táxis deve funcionar como uma empresa de alguma dimensão”, explicou o di-rector, esclarecendo que até agora não há calendário para a abertura do novo concurso público que vai permitir a empresas concorrer aos serviços dos táxis amarelos.

Sobre o assunto, o presidente da Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau, Raymond Leng, considera que para o bom funcionamento do serviço, o Governo deve ter um pa-pel de órgão de auxílio. Raymond sugere que se criem mais estações de rádio-táxis, por exemplo, em es-tacionamentos públicos, aumento assim o espaço de sobrevivência deste serviço.

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

MACAU 1937-1945: OS ANOS DA GUERRA • João F. O. BotasEntre 1937 e 1945 Macau viveu um dos períodos mais conturbados da sua história quando confluíram no território duas guerras: a Sino-Japonesa e a do Pacífico. Macau escapou aos combates mas não às agruras da guerra tendo sido porto de abrigo para milhares de refugiados. Este livro é o primeiro a abordar o tema e inclui não só documentos, testemunhos e imagens inéditas, como também uma cronologia dos principais acontecimentos dos anos da guerra.

10 hoje macau segunda-feira 10.11.2014EVENTOS

Nêveda-dos-gatos

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

HOJE NA CHÁVENA

Nome botânico: Nepeta cataria L.Família: Lamiaceae (Labiatae).Nomes populares: Catária; Catéria; Erva--dos-gatos; Erva-gateira; Nepeta; Nêveda.

Herbácea pubescente que pode alcançar mais de meio metro de altura, a Nêveda apresenta caule erecto, ramoso, de secção quadrangular, e folhas largas, triangulares e de cor verde acinzentada; as flores são rosadas ou amareladas, pontuadas de púr-pura e reunidas num ramalhete terminal. Originária do Mediterrâneo oriental, evadiu--se dos jardins onde era cultivada para usos medicinais e disseminou-se pela Europa, habitando actualmente nos terrenos baldios e outros locais pedregosos e ensolarados.O seu nome de espécie botânica cataria, deriva do latim catus, numa alusão à irre-sistível atracção que o cheiro desta planta exerce sobre estes felinos: sob o seu efeito estimulante, os gatos rebolam-se excitados sobre ela e ingerem-na deliciados. Se tiver um gato em casa, esta particularidade pode ser aproveitada esfregando com a planta um local próprio para ele afiar as unhas. Medicinalmente, embora já tenha sido considerada uma panaceia universal, hoje a Nêveda tem uma utilização residual. Em fitoterapia são usadas as sumidades floridas e as folhas, da planta seca ou fresca.

COMPOSIÇÃOÓleo essencial (nepetalactonas), flavo-noides, iridoides (actinidina, de estrutura próxima dos valpotriatos da Valeriana), saponinas, taninos, ácidos fenólicos, sais minerais (cálcio, fósforo, magnésio, potás-sio) e oligoelementos (cobalto, cobre, ferro, manganês, selénio).Aroma e sabor semelhante ao da Hortelã--pimenta, embora menos aromático.

ACÇÃO TERAPÊUTICATendo como principal propriedade a acção anti-espasmódica (inibe os espasmos), a Nêveda é ainda refrescante acalmando a sede, tonifica o estômago, favorece a di-gestão, auxilia a expulsão de gases e trata as diarreias por ser um adstringente; pode ser usada em caso de soluços, digestões difíceis, flatulência, atonia do estômago, gastralgias, cólicas intestinais e dores de cabeça de origem digestiva.Esta planta, excelente calmante da tosse e boa para as afecções do peito, estimula

a sudação favorecendo a descida da febre e é diurética e depurativa, aumentando a eliminação das toxinas. Constipação e gripe, febre, sinusite, dores de garganta, catarro, tosse e bronquite são algumas das suas indicações. De sabor agradável e ação suave é ideal para as crianças, tendo sido empregue no tratamento da tosse convulsa. Tonificante do sistema nervoso, a Nêveda acalma a ansiedade, a agitação e o nervosismo e induz um sono tranquilo, sendo muito recomendada para evitar os pesadelos dos mais pequenos. Às mulheres, regulariza a menstruação aliviando as dores associadas. Também pode ser útil para combater as cãibras.

OUTRAS PROPRIEDADESUsada externamente, em lavagens ou com-pressas, a Nêveda desinfecta, desinflama, detém as hemorragias, favorece a cicatri-zação de feridas e a cura de contusões; é igualmente indicada nas inflamações da pele, picadas de mosquito, úlceras dérmicas e equimoses; uma pomada pode ser aplicada em caso de hemorroidas. As fricções ou fomentações, com a tintura ou a decocção em vinho, são empregues como analgésico no lumbago, artrite e reumatismo em geral. Nas dores de dentes, mastigar algumas folhas frescas.

COMO TOMAR• Uso internoInfusão: 1 colher de sobremesa por chávena de água fervente. Tomar quente, 3 chávenas por dia, depois das refeições. Nas afecções respiratórias, adoçar com mel.Em ampolas, tintura e comprimidos para o sistema nervoso e cólicas das crianças.As folhas frescas podem ser usadas para aromatizar saladas, temperar a carne ou apimentar os cozinhados.• Uso externoInfusão: 60 gramas por litro de água fer-vente.Decocção: 15 gramas de sumidades floridas frescas por litro de vinho, ferver até reduzir a metade.

PRECAUÇÕESA Nêveda-dos-gatos não deve ser usada durante a gravidez. Não são conhecidos efeitos secundários nas doses indicadas. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.

A escritora Isabel Al-çada apresentou na sexta-feira em Macau “Missão

Impossível”, um livro sobre a relação histórica de Portugal com o Oriente para criar “uma ponte de comunicação entre as escolas nacionais e a Es-cola Portuguesa de Macau”. Editado pela Fundação Jorge Álvares, “Missão Impossí-vel” foi escrito em parceria com Ana Maria Magalhães, com quem Isabel Alçada assinou outros títulos sobre o Oriente, como “Uma Aventu-ra em Macau” e “Tufão nos Mares da China”. As duas autoras escreveram ainda “Os Descobrimentos Portugueses. Viagens e Aventuras”, este úl-timo em co-autoria com Luís de Albuquerque e traduzido para chinês.

“Missão Impossível”, que já tinha sido distribuído pela Fundação Jorge Álvares às bibliotecas escolares em Por-tugal, passa agora a integrar o acervo da Escola Portuguesa

LIVRO ISABEL ALÇADA APRESENTA “MISSÃO IMPOSSÍVEL”

Ponte entre escolas

de Macau (EPM), num total de 500 exemplares.

MISTÉRIO NUMA GARRAFAO livro destinado ao público infanto-juvenil relata “um mistério” que envolve uma garrafa de porcelana decorada a azul-cobalto sob o vidrado, que foi encomendada pelo navegador Jorge Álvares e é parte do espólio da Fun-dação homónima, estando em exposição no Museu do

Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa.

“Este livro pretende aprofundar a relação entre Portugal e Macau, dando a conhecer às crianças alguma coisa da História e da reali-dade de Macau e do Oriente e criando também uma ponte de comunicação entre as escolas portuguesas e a Es-cola Portuguesa de Macau”, afirmou Isabel Alçada.

A EPM foi ainda o local

O livro gira à volta do mistério de uma garrafade porcelana encomendada pelo navegador Jorge Álvares e tem como objectivo aprofundar a relação entre Portugal e Macau

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LICEU DE MACAU 1893-1999 • João F. O. Botas Criado por em 1893 o Liceu de Macau (Liceu Nacional Infante D. Henrique) teve um papel primordial na educação de milhares de portugueses, macaenses e até chineses durante mais de um século. A sua história, de tão rica, confunde-se com a própria história da presença portuguesa em Macau. Wenceslau de Moraes, Camilo Pessanha, Manuel Teixeira e Manuel da Silva Mendes foram alguns dos ilustres professores desta instituição centenária que ensinou alunos brilhantes como Luís Gonzaga Gomes, Henrique de Senna Fernandes e Carlos D’Assumpção, entre outros.

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

11 eventoshoje macau segunda-feira 10.11.2014

Prémios Lusos Prazo de entrega de projectos alargadoO prazo de entrega de projectos para a participação nos Prémios Lusos foi alargado até dia 21 de Novembro. Estava previsto terminar no dia de ontem, mas a organização decidiu estender o tempo de entrega. “Desta forma, é possível às agências que ainda queiram fazer parte dos Lusos submeter trabalhos a concurso”, disse a organização. O júri é constituindo por Rui Oliveira Marques, da Meios&Publicidade, Vítor Frias, da Briefing, Maria João Lima, da Marketeer, Laís Prado, da CCSP, Adonis Alonso, do blog do Adonis, Paulo Rosa, da AdNews e Marcello Queiroz da Propmark.

Cinema Festival de Lanzhou com dois filmes de Macau O 23º Festival de Cinema Galo Dourado e Cem Flores, em Lanzhou, capital da província de Gansu, contou com dois filmes locais este ano. ‘The Memories’ e ‘Timing’ foram exibidos no Festival, que é um dos quatro principais festivais de cinema da China. No discurso da inauguração, Li Xuejian, Presidente da Associação de Cinema da China, afirmou que “o surgimento recente de vários jovens promissores realizadores de Macau mostra que podem enriquecer o mercado do cinema chinês”.

LIVRO ISABEL ALÇADA APRESENTA “MISSÃO IMPOSSÍVEL”

Ponte entre escolas

escolhido para apresentar a biblioteca digital da Fundação Jorge Álvares, cujas colec-ções temáticas, divididas em três grandes áreas – Tradições de Macau e da China, História de Macau e Como é Macau estão disponíveis em http://www.fundacaojorgealvares--bibliotecadigital.com.

IR MAIS ALÉMO projecto é do Centro de In-vestigação para Tecnologias

Interactivas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e integra livros da História e cultura de Macau e da China produzidos por professores da EPM.

“Com estes livros digitais e esta narrativa [“Missão Impossível] que os projecta para o Oriente, os alunos podem ir mais longe: podem sentir interesse e curiosidade por saber mais e, por outro lado, receber informação”, destacou Isabel Alçada.

A escritora sublinhou a importância do contacto com os mais jovens para que “se interessem ainda mais pela leitura e pela escrita”.

“Para mim também é muito agradável ver que os professores promovem a leitura na sala de aula e nas

bibliotecas escolares, que são essenciais para o desen-volvimento intelectual dos mais novos. Não venho aqui dinamizar a leitura – isso são os professores que fazem – mas venho potenciar essa dinamização”, acrescentou.

Isabel Alçada observou ainda a curiosidade que o Oriente gera em Portugal, onde “há muito interesse pela aprendizagem do chinês”.

“A partir de algumas imagens, os miúdos come-çam a imaginar o exotismo longínquo, o diferente. E depois, muitos têm amigos chineses na escola, sabem que é diferente. Eles têm interesse em conhecer. Se os professores desenvolve-rem esse interesse é muito mais fácil a aproximação”, sustentou.

O livro gira à volta do mistério de uma garrafade porcelana encomendada pelo navegador Jorge Álvares e tem como objectivo aprofundar a relação entre Portugal e Macau

12 CHINA hoje macau segunda-feira 10.11.2014

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APOIO A CY LEUNGO Presidente chinês, Xi Jinping, manifestou ontem o seu apoio ao chefe do Executivo de Hong Kong e aos esforços envidados pelo seu governo para salvaguardar o Estado de Direito e manter a ordem social na Região Administrativa Especial. Xi Jinping manifestou a sua confiança em Leung Chun-ying num encontro, em Pequim, para onde rumou o líder de Hong Kong para participar, na cimeira de líderes da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico). Segundo a agência oficial chinesa Xinhua, que revela o conteúdo da reunião, o Presidente chinês reiterou que o governo central “apoia totalmente” os esforços envidados pelo chefe do Executivo de Hong Kong e pela sua administração em governar conforme a lei e, em especial, o grande trabalho em defender a autoridade da mesma e em manter a ordem social. “O Estado de Direito é um alicerce fundamental para a prosperidade e estabilidade a longo prazo de Hong Kong”, disse Xi Jinping.

ZONAS ECONÓMICAS ESPECIAIS COM BIRMÂNIAXi Jinping, reuniu-se sábado com o seu homólogo birmanês, U Thein Sein, num encontro em que lhe propôs o desenvolvimento de zonas económicas especiais conjuntas e de projectos de transporte e comunicações. O Presidente birmanês encontra-se em Pequim para participar no fórum da APEC, quando falta menos de uma semana para o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, viajar para a capital Naypyidaw para assistir designadamente à cimeira da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático). Xi Jinping sublinhou no encontro com o chefe de Estado birmanês que os dois países “devem aumentar a comunicação entre os seus partidos no poder, melhorar o intercâmbio de experiências na governação e promover a cooperação cultural e entre pessoas”. “A China deseja fortalecer a cooperação com a Birmânia em zonas fronteiriças para promover a paz e a estabilidade na região”, destacou o Presidente chinês que propôs a criação de uma nova “Rota da Seda Económica” para ligar a China os seus países vizinhos no século XXI.

O Presidente chi-nês, Xi Jinping, alargou ontem à Ásia-Pacífico

o “sonho de rejuvenesci-mento da nação chinesa”, afirmando que o desenvolvi-mento económico da China proporcionará grandes opor-tunidades e benefícios a toda a região e ao mundo inteiro.

RISCOS ECONÓMICOS NÃO ASSUSTAM

Na abertura da Cimeira da APEC, em Pequim, que acolhe vários líderes mundiais, como Obama e Putin, o Presidente projectou a ambiçãodo rejuvenescimento chinês a toda a região da Ásia-Pacífico

XI JINPING “SONHO CHINÊS” ALARGADO À ÁSIA-PACIFICO

Um mundo de oportunidades

“Temos a responsabili-dade de criar e concretizar um sonho da Ásia-Pacífico para os povos da região”, disse Xi Jinping na abertura de um fórum com cerca de 1.500 empresários de 21 países e regiões do anel do Pacífico, da Austrália ao Vietname.

O fórum insere-se no

programa da Cimeira anual da APEC (Cooperação Eco-nómica Ásia-Pacífico), que reúne segunda e terça-feira os líderes da região, entre os quais os Presidentes Barack Obama e Vladimir Putin, e os primeiros-ministros do Japão e da Canadá.

No conjunto, os mem-bros da APEC representam 57% do produto económico mundial e quase metade do comércio global.

CRESCIMENTO PARA TODOSPara projectar o futuro da região, Xi Jinping recorreu ao “sonho chinês”, uma das imagens mais conhecidas do novo discurso politico na China, e que alude à ambição de transformar o país numa nação “rejuvenescida”, próspera e desenvolvida.

“Enquanto a China con-tinuar a fortalecer-se”, terá capacidade e vontade para oferecer “novas iniciativas e visões para ampliar a cooperação regional”, disse o presidente chinês.

“A China quer viver em harmonia com todos os seis vizinhos”, afirmou.

Ao longo da próxima dé-cada, o investimento externo da China deverá atingir 1,25 biliões de dólares e as suas im-portações somarão 10 biliões de dólares, indicou Xi Jinping.

“Para a Ásia-Pacífico e o mundo em geral, o desenvol-vimento da China irá gerar enormes oportunidades e benefícios”, disse o presi-dente chinês.

A economia chinesa é a segunda maior do mundo e, apesar do actual abrandamen-to, continua a crescer acima dos 7% ao ano, mais de o dobro da média mundial.

Fundada em 1989 como um fórum de diálogo e cooperação, a APEC é cons-tituída pela Austrália, Bru-nei, Canada, Chile, China, Coreia do Sul, Estados Uni-dos, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Peru, Rússia, Singapura, Tailân-dia, Taiwan e Vietname.

Os riscos financeiros que a China enfrenta “não são assim tão assustadores”, afirmou ontem o Presidente chinês, Xi Jinping, numa altura em que os líderes da segunda economia mundial olham para uma transição de décadas de forte crescimento para uma expansão mais sustentável. O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu ao ritmo mais lento em cinco anos no terceiro trimestre, com Xi Jinping a

afirmar que a economia chinesa entrou numa era “normal nova” que vai ser mais benéfica para o país e para o mundo a longo prazo. “Alguns preocupam-se com a possibilidade de a taxa de crescimento económico da China vir a cair ainda mais e se conseguiremos superar as dificuldades”, disse o Presidente chinês, afirmando que “há, de facto, riscos, mas não são assim tão assustadores”.

Excedente comercial aumenta 46,3%O excedente comercial da China atingiu 45,41 mil milhões de dólares em Outubro, aumentado 46,3% face ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais sábado divulgados. As exportações da segunda economia mundial cresceram 11,6% em termos anuais homólogos para 206,8 mil milhões de dólares, enquanto as importações subiram 4,6% para 161,4 mil milhões de dólares, segundo dados revelados pela Administração-Geral das Alfândegas da China. O excedente comercial da China em Outubro, que cresceu mais do que o esperado em termos anuais, também aumentou face a Setembro – 31 mil milhões de dólares, mas ficou ainda assim abaixo do recorde de 49,8 mil milhões de dólares de Agosto.

hoje macau segunda-feira 10.11.2014

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N ASCIDA a 28 de Setem-bro de 1865 em Twicke-nham, no Reino Unido, a Rainha D. Amélia de

Orleães, baptizada Maria Amélia Luísa Helena de Orleães, foi a última rainha de facto de Portugal.

Filha de Luís Filipe Alberto de Or-leães, Conde de Paris, e da Princesa Maria Isabel de Orleães-Montpensier, Infanta de Espanha, sua prima e filha dos duques de Montpensier, D. Amélia era, através de sua irmã Luísa, tia-avó do Rei Juan Carlos I de Espanha. Quan-do a família Orleães foi expatriada de França em 1848, ano em que Napoleão III subiu ao trono, estabeleceu a sua re-sidência em Inglaterra, onde a princesa teve esmerada educação, adquirindo vastos conhecimentos literários e ar-tísticos, afirmando-se ao mesmo tempo uma notável desportista.

A par dos seus estudos, cuidadosa-mente feitos sob a direcção dos mais afamados professores, a jovem princesa recebeu também uma sólida educação de família ministrada por sua mãe. Foi por intermédio da Duquesa de Mon-tpensier que se preparou o casamen-to da Princesa D. Maria Amélia, sua neta, com o então Príncipe D. Carlos de Portugal, após tentativas falhadas . Foi o Conselheiro Andrade Corvo, mi-nistro de Portugal em Paris em 1886, o encarregado de entregar as cartas au-tógrafas de El-rei D. Luís de Portugal e da Rainha Senhora D. Maria Pia, ao Conde e Condessa de Paris, em que era pedida em casamento a sua filha. Esta cerimónia realizou-se no palácio de Varennes no dia 7 de Fevereiro do ano referido.  Sendo favorável a resposta dos condes de Paris, o casamento de D. Carlos deixou de ser segredo de estado e foi declarado oficialmente no dia 8 dos citados mês e ano. A futura Rainha de Portugal recebeu em Paris, em 11 de Fevereiro, as maiores provas de simpa-tia por parte da aristocracia francesa e de algumas povoações de França, rece-bendo igualmente preciosas ofertas.

No dia 15 de Maio realizou-se no palácio Galliera, da rua Varennes, em Paris, o baile de despedida, saindo a futura Rainha de Portugal desta cida-de no dia 18 e chegando a Lisboa no dia 19 às 5 horas da tarde. O Príncipe D. Carlos havia partido na véspera ao encontro da sua noiva, pernoitando na

Michel Reis

D. AMÉLIA DE ORLEÃESO MAIS BELO PRESENTE QUE A FRANÇA DEU A PORTUGAL

“LEVEM-ME PARA PORTUGAL, ADORMEÇO EM FRANÇA MAS É EM PORTUGAL QUE QUERO DORMIR PARA SEMPRE. NO PRESENTE,DEUS ESTÁ COMIGO”ÚLTIMAS PALAVRAS DA RAINHA D. AMÉLIA

Pampilhosa, onde esperou o comboio em que vinha a Princesa, com seus pais, irmã e irmão, a Princesa de Joinville, e todo o numeroso séquito que desde Paris a acompanhava. Depois de almo-çarem na estação de caminho-de-ferro, seguiram no expresso para Lisboa, sen-do em todas as estações saudados com enorme entusiasmo. Quando o com-boio chegou à estação de Santa Apo-lónia, onde eram esperados por toda a família real, o Duque de Aosta, a corte e o ministério. Dali seguiram todos em carros descobertos para o Paço das Ne-cessidades, que se destinara para a hos-pedagem dos condes de Paris no meio de grandes aclamações do povo que se aglomerava por todas as ruas daquele longo caminho. 

O casamento realizou-se no dia 22 de Maio na Igreja de Santa Justa, tendo-se visto ornamentadas elegante-mente as ruas por onde seguia o cor-tejo. Durante alguns dias houve pom-posas festas: iluminações brilhantes, récitas de gala nos teatros de S. Carlos e de D. Maria, que se viam ricamente adornados, baile no Paço da Ajuda, pa-rada militar na Avenida da Liberdade, fogo-de-artifício, corridas de cavalos, tourada, dada pelo Turf Club, etc.

A Rainha D. Amélia evidenciou-se sempre na propaganda do bem; era ca-ritativa em extremo, chegando a socor-rer pobres e doentes nas suas próprias casas, acompanhada unicamente de uma das suas damas, em trem de alu-guer. Fundou a Assistência Nacional aos Tuberculosos, instituição de que nasceram Dispensários, que tão bons serviços têm prestado às classes neces-sitadas. A bondosa rainha interessava--se particularmente pela prosperidade desta grande obra de humanidade, a que aplicou toda a sua atenção e in-teligência. Visitava amiudadas vezes o Dispensário de Lisboa, assistindo às consultas e dirigindo palavras consola-doras aos doentes. Mostrou sempre o maior interesse pela medicina e pelos cuidados de enfermeira. Um jornal in-glês refere que foi a rainha quem serviu de enfermeira a sua avó, a Duquesa de Montpensier, tratando-a com a maior perícia e caridade, e conseguindo mais de uma vez pelos seus cuidados conser-var-lhe a existência. Foi também muito dedicada às Belas Artes; são trabalhos seus os desenhos que ilustram o livro

o Paço de Cintra, escrito a seu pedido, pelo Conde de Sabugosa. O produto desta obra, que constitui um notável trabalho de história e de arte, foi desti-nado pela augusta soberana a aumentar o fundo para a luta contra a tubercu-lose, a nobre cruzada em que tanto se empenhou. 

Amada por uns, odiada por outros, D. Amélia de Orleães viveu num mun-do em grandes transformações polí-ticas, sociais e culturais. Princesa de França, mas portuguesa de coração, assistiu em 1908 ao assassinato do ma-rido, o Rei D. Carlos I e do filho, D. Luís Filipe, príncipe herdeiro, a tiro de carabina em pleno Terreiro do Paço e assistiu também ao fim da monarquia num país que a havia acolhido com en-

tusiasmo. Rumou ao exílio primeiro em Inglaterra e depois em França, viveu a Primeira Guerra Mundial, onde resistiu contra a ocupação nazi, recusando dei-xar o país que a acolhera e que também era seu. Contudo, apesar da tragédia que marcou o seu quotidiano, D. Amé-lia orientou a sua vida pela divisa que escolheu para si: Esperança.

José Alberto Ribeiro, Director da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, um apaixonado pela figura desta rainha alta e de personalidade forte, escreveu uma biografia reveladora de factos e acontecimentos até agora ignorados ou silenciados sobre a sua vida: Rainha D. Amélia – Uma Biografia (editora A Esfera dos Livros, 2013). Após anos de pesquisa em arquivos nacionais e es-trangeiros, nomeadamente no Arquivo Nacional de França, em Paris, através da leitura dos diários privados da rai-nha, escritos ao longo de 65 anos, des-de que chegou a Portugal até ao fim dos seus dias, o autor reconstituiu a vida e o quotidiano de D. Amélia. Da sua infân-cia, passando pelo seu casamento, a re-lação com D. Carlos e com os filhos de quem sempre foi uma mãe extremosa, os dias comuns e os dias de grande gala, os seus gostos, a sua curiosidade pelas novidades da ciência, pela cultura e as suas acções de solidariedade, passando pelos seus desencantos e tristezas, o exílio forçado, o calvário da morte de mais um filho, D. Manuel, as questões de sucessão do trono português e a sua relação de correspondência com Antó-nio de Oliveira Salazar que a convida a visitar Portugal em 1945. A Rainha deixou expresso que após a sua morte estes diários deveriam ser queimados, o que não veio acontecer. Esta biografia amplamente ilustrada inclui a repro-dução de um conjunto de imagens até então desconhecidas. D. Amélia morre a 25 de Outubro de 1951, há 63 anos, na sua cama gravada com as armas de França e dos Bragança. Tinha então 86 anos. As suas últimas palavras foram: “Levem-me para Portugal, adormeço em França mas é em Portugal que que-ro dormir para sempre. No presente, Deus está comigo”.

Em breve falaremos de uma outra interessante obra sobre a monarca, As Memórias Secretas da Rainha D. Amé-lia, de Miguel Real (Publicações Dom Quixote, 2010).

14 DESPORTO hoje macau segunda-feira 10.11.2014

JOÃO [email protected]

C OMEÇOU este sá-bado o Campeonato do Mundo de Xa-drez que irá colocar

frente a frente, de novo, o norueguês Magnus Carlsen e o indiano Vishvanathan Anand, a ser disputado na cidade russa olímpica de Sochi. Magnus Carlsen é o actual campeão do mundo, tendo conquistado o título há cerca de um ano atrás, curiosamente contra Anand, na altura o campeão mun-dial, em Chennai, Índia, sem perder qualquer jogo, por 6,5 a 3,5. É também o grande favorito à vitória, não só porque é o jogador nº 1 no ranking mundial do xadrez com 2863 pontos ELO enquanto que Anand é nº 6 com 2792 pontos ELO, mas também porque é 21 anos mais novo e, diz-se, por que Anand tem problemas psicológicos em adaptar-se ao tipo de jogo de Carlsen. Este tem um estilo de jogo preciso, persistente, eficaz, que já lhe valeu o epíteto de “Centauro” (meio homem, meio computador) ou o de “Buldogue norueguês”. Anand, o “Tigre de Madras” tem um estilo menos preciso mas mais criativo, todavia, com 44 anos, já não tem a energia e a resistência de um jovem. Talvez por tudo isto, as bolsas de apostas dão, sem excepção, o favoritismo a Carlsen com probabilidades oficiais que oscilam entre 1,22 e 1, 27 para Carlsen, con-tra 3,25 a 4,15 para Anand.

Mas ouçamos alguns dos maiores nomes mundiais do xadrez a este respeito:

Nepomniachtchi, um dos segundos de Carlsen e um dos melhores jogadores russos, diz que Carlsen é o favorito mas que Anand vai estar muito mais competiti-vo do que no ano passado, quando perdeu a sua coroa, porque desta vez não recai sobre si qualquer pressão.

O nº 3 do mundo, o armé-nio Levon Aronian, que mui-tos tinham apontado como o grande favorito a desafiar Carlsen para a disputa deste título, mas que desiludiu no torneio de candidatos reali-zado para o efeito (que foi ganho por Anand) dá todo o favoritismo a Carlsen e du-vida mesmo que o encontro dure os 12 jogos previstos por considerar que Anand tem um problema psicoló-gico histórico com Carlsen, não conseguindo jogar bem contra ele.

As bolsas de apostas dão,sem excepção, o favoritismo a Carlsencom probabilidades oficiais que oscilam entre 1,22 e 1, 27 para Carlsen, contra 3,25 a 4,15 para Anand

XADREZ CAMPEONATO DO MUNDO APADRINHADO PELO MAIS PODEROSO SER HUMANO DO PLANETA

O buldogue contra o tigre

O nº 4 do mundo, Grishuk, tembém considera o campeão em título o favorito mas vaticina um match muito mais disputado do que o do ano passado, apesar de os adversários serem os mesmos. Aconselha a Anand a adopção de uma estratégia com base no jogo activo e táctico, nor-malmente mais espectacular e arriscado mas também de desfecho muito mais rápido, o que evitaria ao indiano a exaustão física das partidas longas. “A audiência pode esperar muitos sacrifícios e posições interessantes”.

Confiantes numa surpre-sa ou num regresso histórico só mesmo os indianos, in-condicionalmente ao lado do seu herói, e o próprio Anand que diz ter gostado de se preparar para o match, sentir-se bem e sem pres-sões, preparado para estar ao

seu melhor nível. Inquirido sobre se existia alguma riva-lidade entre ele e Carlsen a resposta do indiano foi algo surpreendente, tendo em conta que não há notícia de nenhum atrito entre ambos e que até já treinaram juntos há alguns anos atrás: “I am not his friend, I have better re-lations with others in chess. There is rivalry between us. Even when we joke there is a certain tension”.

Do lado dos russos, o apoio também parece estar do lado de Anand.Por exem-

plo, o Grande mestre Sergei Smagin, Vice-presidente da Federação russa de xadrez chegou a afirmar que “Em ta-lento e conhecimento Anand é superior a Carlsen, mas este é 21 anos mais novo”.

Alheios – ou talvez não – a comentários e previsões, os dois Grandes Mestres, o jovem e actual dominador em absoluto do xadrez mun-dial e o respeitado e histórico ex-campeão, já chegaram a Sochi. Foram recebidos e cumprimentados, nada mais, nada menos, do que

pelo próprio Vladimir Pu-tin, confessado apaixonado pelo xadrez. Poucas horas depois de os haver cumpri-mentado e dado as boas--vindas, o Presidente russo era considerado pela Revista Forbes o mais poderoso ser humano do planeta. A título de curiosidade, diga-se que Barack Obama (E.U.A.) foi o 2º, seguido de Xi JinPing (China) em 3º lugar, o Papa Francisco em 4º e Angela Merkel (Alemanha) em 5º lugar.

Depois dos cumpri-mentos, cada comitiva foi inspeccionar ao pormenor o recinto onde vai ser dis-putado o match e cada jo-gador experimentou vários modelos de cadeiras até concordarem naquele que iriam utilizar durante as par-tidas. Há no recinto mas em áreas separadas uma zona

de lazer e descanso, buffet e casas de banho para cada jogador, tudo previamente escolhido e acordado. Du-rante a sua estadia, Anand vai ter à sua disposição uma variegada confecção de pra-tos vegetarianos, como ele, enquanto que Carlsen não esteve com meias medidas e trouxe o seu próprio Chef na comitiva. Temos, assim, um tigre vegetariano e um buldogue gourmet, no capí-tulo da alimentação.

Iremos acompanhar este grande evento nestas pági-nas, se possível às Terças e Sextas. Quem quiser ir seguindo as partidas em tempo real e ao vivo, pode fazê-lo através de vários websites disponíveis, desde o site oficial da Federação Mundial de Xadrez (www.fide.com) até ao conhecido www.chessdom.com.

FACE

BOOKMARCO CARVALHO

[email protected]

A comitiva que represen-tou Macau na 22ª edi-ção do Campeonato do Mundo de Karaté deu

por encerrada a participação no certame sem qualquer medalha e longe dos lugares do pódio. A competição teve a cidade alemã de Bremen como palco entre quarta-feira e o final da tarde de ontem e a representação da Região Administrativa Especial esteve a cargo de oito atletas, entre os quais a macaense Paula Carion.

Depois de ter conquistado em Setembro uma medalha de bronze na 17ª edição dos Jogo Asiáticos, Carion procurava alcançar em Bremen a sua melhor prestação no âmbito de um Campeonato do Mundo, com a presença nos quartos-de-final da categoria em que compete. A atleta macaense acabou, no entanto, por não ser feliz na deslocação ao norte da Alemanha, despedindo-se da competição ao fim de um único

É visto por muitos como o mais talentoso fu-tebolista de Macau,

foi por duas vezes eleito o melhor atleta da Liga de Elite e aos 21 anos torna--se o segundo jogador do território a assinar um con-trato profissional com uma formação da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong e o primeiro a disputar a Hong Kong Premier League. Leong Ka Hang trocou na sexta-feira o Clube Desportivo Monte Carlo pelo Tai Po Football Club, formação que asse-gurou na última temporada a ascensão ao convívio dos grandes do futebol da antiga colónia britânica.

Aluno do quarto ano do curso de ciências da comu-nicação da Universidade de Macau, Leong Ka Hang terá que protelar o fim dos estu-dos para abraçar um outro so-nho. O atleta, que completa 22 anos a 22 de Novembro, oficializou o vínculo com o neo-primodivisionário Tai

J Á não há equipas de matriz portuguesa no

Campeonato de Futebol de Sete da II Divisão. O Organismo Autónomo Desportivo da Casa de Por-tugal de Macau era a única formação ainda em prova, mas o conjunto orientado pelo são-tomense Pelé despediu-se ontem da competição, ao perder pela margem mínima frente ao Nam Ut. O emblema lusitanista só se pode queixar de si próprio: mais inconformado, mas pouco eficaz, a Casa de Portugal foi somando oportunida-des, mas nunca conseguiu traduzir em golos o maior ascendente ofensivo. Com uma noite tranquilo no último reduto da formação de matriz portuguesa, João Guedes não fez uma defesa digna desse nome em todo o desa-fio, acabando por sofrer um golo de forma inesperado no derradeiro mi-nuto da partida.

O tento, apontado num pontapé de livre em po-sição frontal à baliza do Organismo Autónomo Desportivo, teve origem num lance muito contes-tado pelo grupo de tra-balho às ordens de Pelé. O treinador são-tomense lamenta a eliminação, mas reconhece que a Casa de Portugal está fora da prova por culpa própria: “Falha-mos inexplicavelmente na finalização. Tivemos várias oportunidades du-rante o jogo e a ideia com que fiquei é que podería-mos ter ido mais longe , não apenas no jogo, mas também e sobretudo no Campeonato. Estou certo que poderíamos ter che-gado até às meias-finais, mas o futebol faz-se de resultados. Agora vamos

a Phuket, ao Internatio-nal Soccer Sevens,

defender o título que conquista-mos no ano pas-sado”, explica o técnico da Casa

de Portugal. - M.C.

KARATÉ CAMPEONATO DO MUNDO TERMINOU ONTEM NA ALEMANHA

Macau longe do pódio em Bremen

LEONG KA HANG ASSINOU PELO TAI PO FOOTBALL CLUB

Jogador vai para Hong Kong

combate. A desportista, que ven-ceu em 2005 o ouro na 4ª edição dos Jogos da Ásia Oriental, não conseguiu evitar uma derrota por 6 – 0 na categoria para atletas com menos de 68 kg frente à neo--zelandesa Amy Thompson e disse exteporaneamente adeus à prova.

Melhor ligeiramente esteve Lam Sou Soi. A competir na categoria para atletas com peso inferior a 61 quilogramas, a atleta do território pisou por duas vezes o tatami, somando uma vitória de índole técnica no duelo frente à boliviana Denisse Fernandez Mariel, para depois ser derrota-da por 2-0 pela ucraniana Anita Serogina.

Nas lides da categoria para atletas com menos de 50 quilo-gramas, Cheung I Ching também não foi feliz. A jovem karateca disputou um único combate nos tatamis germânico, ficando-se pela face inicial da competição. Menos experiente e menos ex-pedita que a adversária, Cheung perdeu com a dominicana Ana Josefa Villanueva por 4-0.

Wong Sok I assinou em Bre-

men um desempenho similar. A atleta do território competiu na categoria para atletas com menos de 55 quilos, caindo ao fim de um

único combate. Wong Sok I foi derrotada pela norte-americana Brandi Robinson por 3-0. No tor-neio feminino de Kata, Ng Si Wai

ficou-se pelos oitavos-de-final da competição. A atleta só entrou em prova nos dezasseis-avos de final da competição, derrotando a húngara Laura Sterck por 5-0. Na segunda fase da prova, Ng não conseguiu levar a melhor sobre a brasileira Alessandra Caribe Moura, perdendo por 5-0.

HOMENS AO MESMO NÍVELNa competição masculina, os representantes do território não estiveram muito melhor. Na categoria para atletas com menos de 60 quilogramas, Lon Chong Wai caiu logo ao fim de um combate, ao perder frente ao espanhol Mathias Garcia Gomes, por 4 – 0. No escalão para atletas com menos de 67 quilogramas, o mais conceituado karateca do território desiludiu, ao não conseguir superar o seu primeiro adversário que encontrou pelo caminho em Bremen. Pang Iat Long, que brilhou há um ano em Tianjin, na última edição dos Jo-gos Asiáticos, perdeu pelo parcial de 7-0 frente ao australiano de ascendência japonesa Tsuneari Yahiro. No torneio masculino de Kata, Hang Kuok Kin esteve pouco melhor. O atleta do ter-ritório pisou por duas vezes o tatami, derrotando o palestiniano Mohammed Jaafra e perdendo depois com o sul-coreano Park Hee-jun.

II Divisão da “Bolinha” sem equipas de matriz portuguesa

Poo Football Club na sexta--feira, um dia depois de se ter estreado com a camisola da formação da antiga coló-nia britânica numa partida amigável frente ao South China. O antigo jogador do Monte Carlo e da Selecção

de Sub-23 da Associação de Futebol de Macau mostrou--se feliz por poder cumprir um grande sonho de infân-cia: “Ainda me sinto nas nuvens. Estou obviamente satisfeito por poder realizar este sonho e por ter a opor-

tunidade de poder mostrar o meu valor como atleta profissional. Vou continuar a trabalhar arduamente e a batalhar primeiro para poder ser titular e depois para poder fazer aquilo que melhor sei fazer e que mais gosto de fazer, que é marcar golos”, explicou o jovem avançado aos jornalistas.

Considerado pelos seus pares por duas ocasiões como o melhor jogador a alinhar no principal campeo-nato de futebol de Macau, Leong Ka Hang é um dos mais influentes jogadores do território. Internacional desde 2010, o agora dian-teiro do Tai Poo Football Club vestiu por seis ocasiões a camisola da selecção do Lótus em jogos sancionados pela FIFA, apontando cinco golos. O último garantiu há menos de um mês um empate a duas bolas frente a Singa-pura, num desafio amigável disputado no Campo da Universidade de Ciência e Tecnologia. - M.C.

15 desportohoje macau segunda-feira 10.11.2014

O QUE FAZER ESTA SEMANA?16 hoje macau segunda-feira 10.11.2014(F)UTILIDADESTEMPO PERÍODOS DE CHUVA MIN 19 MAX 23 HUM 70-95% • EURO 9.9 BAHT 0.2 YUAN 1.3

wJoão Corvo fonte da inveja

ACONTECEU HOJE 10 DE NOVEMBRO

Nasce Álvaro Cunhal,histórico comunista

• Dez de Novembro é dia de homenagear Álvaro Cunhal, na data do seu nascimento. Apesar de ser natural da cidade de Coimbra, mudou-se para a capital com a família e concluiu a formação na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde iniciou a sua actividade revolucionária.Em 1931, com 17 anos, filia-se no Partido Comunista Português (PCP) e integra a Liga dos Amigos da URSS e o Socorro Vermelho Internacional. Três anos mais tarde, torna-se representante dos estudantes no Se-nado da Universidade de Lisboa. E no ano seguinte, chega a secretário-geral da Federação das Juventudes Comunistas.A sua actividade política e cívica era intensa, até que em 1936 é recrutado para o Comité Central do PCP, depois de uma visita à então URSS.A escrita era a sua maior paixão e, por isso, desde muito jovem colaborou com alguns jornais, como O Diabo, a Seara Nova, algumas publicações clandestinas do PCP, o Avante e O Militante, onde também assina diversos artigos de intervenção.Os ideais comunistas e oposição ao Estado Novo levaram--no à prisão, em 1937, 1940 e 1949-1960. Foram 13 anos de reclusão, oito dos quais em total isolamento. Cunhal foi torturado, mas manteve o silêncio de um inocente.E foi na prisão que se dedicou à escrita ainda com maior intensidade, rubricando diversos trabalhos, como a tradução e ilustração da obra Rei Lear, de William Shakespeare. Até que no dia 3 de Janeiro de 1960, Cunhal e alguns camaradas comunistas levam a cabo a célebre “fuga de Peniche”, que resultou de um plano perfeito.Entre 1961 e 1992, foi secretário-geral do PCP, suce-dendo a Bento Gonçalves, até ser substituído por Carlos Carvalhas. Em 1962, enviado pelo partido para Moscovo e para Paris. Regressa a Portugal com o 25 de Abril de 1974 e comemorou com Mário Soares a conquista da Democracia.Foi ministro sem pasta em governos provisórios e de-putado à Assembleia da República, entre 1975 e 1992. Foi ainda conselheiro de Estado. Em 1995, revela a sua obra, que escreveu sobre o pseudónimo de Manuel Tiago. Álvaro Cunhal morre a 3 de Junho de 2005, em Lisboa.

“SUBURBAN NATURE”(SARAH JAFFE, 2010)

À porta dos cinco anos, “Suburban Nature” de Sarah Jaffe mantém--se tão actual como na altura em que foi feito. Apesar de ainda não apresentar uma presença contínua e forte nas tabelas do top de vendas, Sarah Jaffe não passa despercebida aos amantes do indie. De voz macia e incomum, um caderno de letras e palavras soltas constituem aquele que foi o seu primeiro álbum. A música “Clementine” é a escolhida para esta segunda-feira. O álbum é para toda a semana. - Filipa Araújo

• HojeSEMINÁRIO “O CONDE MAURICE AUGUST BENYOWSKY EM MACAU (1771)” POR EDWARD KAJDANSKIInstituto Ricci, 15h30Entrada livre

RECITAL DA SOPRANOANG MEI FOONGTeatro D. Pedro V, 20h00Entrada livre

• Quinta-feiraCONCERTO “ACAPELLA DE FUNKSCHON”Fundação Rui Cunha, 18h30Entrada livre

• SábadoPEÇA DE TEATRO “ESPERPENTO”,DA COMPANHIA DE TEATRODA AREIA PRETA (FRINGE)Rua dos Mercadores,parque dos grafites, 18h15Entrada livre

• DiariamenteEXPOSIÇÃO “ESCREVER MACAU EM PORTUGUÊS”,DE ANTÓNIO MIL-HOMENS (ATÉ 23/11)Edifício do antigo tribunal Entrada livre

EXPOSIÇÃO “BEYOND PIXELS” DE VICTOR MARREIROS (ATÉ DIA 31/12)Signum Living Store, Rua Almirante SérgioEntrada livre

FEIRA DE ARTESANATO DA CHINA E DOS PAÍSESDE LÍNGUA PORTUGUESAFeira do Carmo, Taipa, 16h00 às 21h00Entrada livre

C I N E M ACineteatro

SALA 1INTERSTELLAR [B]Um filme de: Christopher NolanCom: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Jessica Chastain14.30, 18.00, 21.00

SALA 2KUNG FU JUNGLE [C](FALADO EM CANTONÊS,LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Teddy ChenCom: Donnie Yen, Charlie Young, Wang Bao-qiang14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3GANGSTER PAY DAY [C](FALADO EM CANTONÊS,LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Lee Po CheungCom: Anthony Wong, Charlene Choi, Wong Yau Nam14.15, 16.00, 17.45, 21.30

OUIJA [C]Um filme de: Stiles WhiteCom: Olivia Cooke, Daren Kagasoff, Douglas Simth, Ana Coto19.30

INTERSTELLAR

U M D I S C O H O J E

Não há vela sem tufão.

hoje macau segunda-feira 10.11.2014 17OPINIÃO

“The welfare states face a trade-off that seems to be universal, between the creation of jobs and equality. Despite global interdependence being a feature of the dilema, a comparative study of different kinds of welfare states shows that the institutional makeup and the national strategies of welfare provision persist as key variables for appraising the present panorama and the perspectives of the welfare state in the twentieth-first century.”After the Golden Age: The Future of the Welfare State in the New Global OrderGosta Esping-Andersen

A Europa tem cumprido com as suas obrigações, tendo o Conselho Euro-peu que se reuniu, em Bruxelas, entre 23 e 24 de Outubro de 2014, aprovado um “Quadro de Acção Relativo ao Clima e à Energia para 2030”, tendo registado

consideráveis progressos quanto ao cum-primento das metas propostas e relativas à redução de emissões de gases com efeito de estufa, energias renováveis e eficiência energética, que terão de ser implementadas na sua totalidade até 2020.

Tendo por base os princípios definidos no Conselho Europeu que decorreu em Bruxelas, entre 20 e 21 de Março de 2014, cujo fim era atingir a máxima coerência em termos de política energética e climática da União Europeia (UE) pela garantia de preços de energia acessíveis, competitivi-dade industrial, segurança de fornecimento e realização dos objectivos ambientais e climáticos previamente acordados.

Assim, foram conseguidas melhorias con-sideráveis em favor da redução de emissões de gases com efeito de estufa, e nas áreas das energias renováveis e eficiência energética. O calendário acordado na 19.ª Conferência das Partes (COP 19), em Varsóvia, para a celebração do “Acordo Universal sobre o Clima”, aquando da realização da 21.ª Con-ferência das Partes (COP 21), em Paris, em 2015, foi o “leitmotiv’ ou ‘raison d’être” para a realização da “Cimeira sobre o Clima”, a 23 de Setembro de 2014, em Nova Iorque.

A UE apresentará a sua proposta durante o primeiro trimestre de 2015, tal como deverão fazer todos os demais países e economias desenvolvidos. Tendo como previsão as decisões que poderiam resultar da “Cimeira sobre o Clima”, o particular objectivo da UE quanto à redução de emissões de gases com efeito de estufa para 2030, estaria em harmonia total com o ambicioso objectivo da Europa acordado para 2050.

A aprovação de um quadro de acção para a UE com o fim de regular as emissões de gases com efeito de estufa, energias renováveis e eficiência energética, a elaborar, proporcio-naria a indispensável segurança e previsão aos operadores económicos e viria confirmar o papel da UE de grande interlocutor nas questões climáticas a nível mundial.

O novo “Quadro de Acção Relativo ao

A Europa face às questões climáticas

Clima e à Energia para 2030” deveria ter em consideração os princípios do incremento da coerência, entre a redução de emissões de gases com efeito de estufa, eficiência energética e recurso às energias renováveis, bem como realizar os objectivos para 2030 de forma eficaz em termos de custos, tendo como instrumento central procedimentos de comércio de emissões reestruturados.

Teria igualmente, de ter em consideração os princípios do alargamento de um quadro de apoio ao progresso das energias renováveis e que defendesse a competitividade interna-cional; garantir a segurança do fornecimento energético às famílias e empresas a preços acessíveis e competitivos; proporcionar maleabilidade aos Estados-Membros acerca da forma de realização dos seus acordos, como meio de reflexão dos condicionalismos nacionais e respeitar a liberdade na definição do seu cabaz energético.

A fim de acordar rapidamente o novo “Quadro de Acção Relativo ao Clima e à Energia 2020-2030’’, o Conselho Euro-peu solicitou ao Conselho e à Comissão a continuação dos trabalhos começados, desenvolvendo-os na consideração da im-portância que revestia o facto de examinar e estudar as implicações, para cada Estado--Membro, das propostas de objectivos à dimensão europeia relativas às reduções

de emissões e energias renováveis; con-ceber instrumentos que permitissem fazer uma partilha globalmente equitativa dos esforços e estimulassem a modernização do sector energético; incrementar medidas destinadas a acautelar os riscos de fuga de carbono e divulgar a segurança do pla-neamento a longo prazo para investimento industrial, a fim de acautelar a competiti-vidade das indústrias europeias com o uso intensivo de energia e rever em tempo útil a Directiva 2012/27/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Outubro de 2012, relativa à eficiência energética e conhecida por “Directiva Eficiência Ener-gética”, bem como desenvolver um quadro de eficiência energética.

O Conselho Europeu avaliou os trabalhos realizados, em Junho, tendo por base as con-sultas efectuadas aos Estados-Membros, de forma a permitir que pudesse ser aprovado o “Quadro de Acção Relativo ao Clima e à Energia para 2030” no Conselho Europeu de Outubro, o que veio a acontecer. Os objectivos da realização do mercado interno da energia até final de 2014 e do desenvolvimento de interligações para pôr termo, até final de 2015, ao isolamento de alguns Estados-Membros das redes de gás e electricidade europeias foram considerados prioritários.

O Conselho Europeu de Março de 2014

foi mais longe que o previsto, tendo pedi-do ao Conselho e à Comissão que fossem acelerados os estudos e trabalhos quanto à implementação célere de todas as medidas com o fim de serem aplicadas a todos os Estados-Membros a interligação de pelo menos 10 por cento da capacidade instalada de produção de electricidade.

O pedido do Conselho Europeu de Março de 2014 à Comissão para propor até Junho, os objectivos de interligação específicos a alcançar até 2030, deveria dar uma atenção especial à melhoria das interligações com as partes mais longínquas e/ou menos bem interligadas do mercado único, particularmente, por meio do me-lhoramento e criação de fluxos inversos, e à integração dos Estados-Membros nas redes continentais europeias; à execução definitiva e coerente do terceiro pacote energético por todos os intervenientes no mercado europeu da energia; à aplicação e execução reais das regras da UE em matéria de integração do mercado e de eficiência energética, e a pesquisa de condições de concorrência equitativas para as empresas que operam no espaço europeu.

A Comissão Europeia cumpriu o solicita-do, permitindo a aprovação do dito “Quadro de Acção”. O Conselho Europeu voltará a analisar esta questão após a COP 21, mo-nitorizando todos os elementos do “Quadro de Acção”, providenciando indicações estra-tégicas quando se tornarem necessárias, no respeitante ao acordo sobre o “Regime de Comércio de Licenças de Emissão (RCLE) ”, aos sectores não abrangidos pelo mesmo, às interligações e eficiência energética, de-vendo a Comissão manter uma comunicação regular com as partes interessadas.

O Conselho Europeu de Outubro de 2014 aprovou uma meta utópica e vinculativa de pelo menos, 40 por cento de redução interna de emissões de gases com efeito de estufa até 2030, comparativamente com os valores de emissões de 1990. A meta deverá ser atingida por todos os Estados-Membros de forma eficaz em termos de custos, devendo até 2030 a redução nos sectores abrangidos pelo RCLE e não abrangidos ser de 43 por cento e de 30 por cento, respectivamente, em comparação com 2005.

É de questionar e de difícil compreensão como será possível a uma Europa de mui-tos desentendimentos, desenvolvimentos a várias velocidades, profundas assimetrias, desacreditada pelos seus cidadãos dos mo-delos e soluções de governança impostos por Bruxelas e com uma taxa de desem-prego de 11 por cento em 2013 nos grupos etários dos 15 aos 64 anos, que todos os Estados-Membros participem em comunhão igual de esforços, garantindo um equilíbrio inexistente por falta de liderança credível e reconhecida, entre os grandes princípios da equidade e da solidariedade.

Os líderes europeístas da burocrática Europa deviam estudar o livro “Lessons from the Great Depression” de Peter Temin, onde entre muitas notáveis conclusões, afirma que as economias saídas da depressão e recessão profundas levam à aniquilação do tecido social e a um quadrode violência desamparada

perspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

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18 opinião hoje macau segunda-feira 10.11.2014

Apple e Facebook promovem congelamento de óvulos

N O dia 14 de Outubro, o site da “yahoo” em Hong Kong publicou uma notí-cia sobre uma série de no-vas medidas apresentadas pela “Facebook” e pela “Apple”. De acordo com esta fonte, ambas fizeram uma proposta inovadora aos seus empregados,

agradando especialmente aos membros do sexo feminino, ao mesmo tempo que geraram uma grande polémica e discussão em blogues informáticos.

As revelações diziam respeito aos benefícios adicionais a ser oferecidos aos empregados do sexo feminino. A “Apple”, por exemplo, oferecia:1. Uma quantia de 20.000 dólares ameri-canos para as funcionárias que decidissem congelar os seus óvulos como uma forma de manutenção para uso futuro (abrangendo trabalhadores a tempo inteiro assim como em regime de part-time);2. Uma pensão adicional para funcionários que quisessem adoptar uma criança;3. Uma licença de parto prolongada;4. Uma provisão especial para os funcio-nários tratarem de outros assuntos não directamente ligados à gravidez.

A “Facebook”, por sua vez, propunha:1. Um orçamento para as funcionárias que desejassem congelar os seus óvulos;2. Uma licença de parto de 4 meses para aquelas pessoas que fossem mães pela primeira vez;3. Uma quantia de 4 mil dólares america-nos, em dinheiro ou através de um fundo de investimento, para adquirir provisões para o bebé.

Estes benefícios seriam usufruídos pe-los seus funcionários, assim como os seus cônjuges ou companheiros em regime de união de facto.

As notícias sobre esta matéria transmi-tidas pela estação NBC informavam que as medidas eram uma inovação no mercado de trabalho e que os funcionários da “Facebook” poderiam gozar destas medidas (voluntárias, quer dizer, não sujeitas a recomendação mé-dica) a partir de Janeiro de 2015.

Nos Estados Unidos, o custo de conge-lar um óvulo ronda os 10.000 mil dólares americanos, sendo ainda cobrada uma taxa de manutenção anual de 500 dólares ameri-canos. Assim, os 20.000 dólares oferecidos pela “Apple” aos seus funcionários deviam ser suficientes para cobrir a totalidade das despesas envolvidas neste tipo de operação.

Os comentários exprimidos nos blogues informáticos apresentavam uma grande va-riedade de opiniões. Enquanto que algumas pessoas apoiavam a iniciativa, alegando que as companhias visadas se preocupavam verdadeiramente com os seus funcionários

Existem várias visões da Europa con-forme a perspectiva que a cada um melhor cabe, mas de entre essas é de realçar a Europa ilusória que os políticos e teóricos pretendem que exista for força das decisões que tomam e as tornam vinculativas aos Estados-Membros e que ao invés de criar progresso, desenvolvimento e inovação, tem efeito oposto.

A visão da Europa pelo conhecimento e educação que é ensinada apaixonadamente e de forma louvável pelas Universidades e que começa com notável e a bela história da integração europeia, é totalmente neste último decénio invertida, mas cuja fonte de males vem de longe, da visão dos seus criadores e que ao invés de caminhar para um alargamento e aprofundamento da unidade económica e política da Europa, está a con-duzir à sua fragmentação e ao renascimento perigoso dos nacionalismos.

A visão real da Europa travada pelo princípio oposto ao da igualdade e da maior invenção idiota denominada de austeridade, com reconhecidos méritos prejudiciais na prática, tenta estabelecer o equíbrio orça-mental à custa do não crescimento, destrui-ção do “Welfare State”, ameaça da coesão social e do severo drama do desemprego. O centro nevrálgico de todas as crises é o Conselho e a Comissão Europeia no respeito pelas decisões do mal governado Banco Central Europeu (BCE) e do seu princípio basilar de “whatever it takes” salvarem o Euro à custa de profunda recessão, porque o importante é a moeda não as economias, a sobrevivência dos Estados-membros e da qualidade de vida dos seus cidadãos.

Tardiamente e infelizmente todos aca-baram por reconhecer o mal austero desde o ex-presidente da Comissão Europeia, até recentemente ao presidente do BCE, que afirma falaciosamente que irá propor um conjunto de medidas que solucionem a coesão social e o desemprego. Trans-pondo para a UE 28, o princípio de que o contrário aos interesses dos Estados Uni-dos é também um atentado aos interesses globais, o ministro das Finanças alemão, recentemente, afirmou ser um “erro” pensar que atenuar a disciplina orçamental criaria crescimento na Europa e que violar as regras orçamentais com a expectativa de estimular o crescimento económico é um erro, do qual não encontraremos o caminho. O que não interessa à Alemanha fatalmente não interessa à Europa.

Os líderes europeístas da burocrática Europa deviam estudar o livro “Lessons from the Great Depression” de Peter Temin, onde entre muitas notáveis conclusões, afir-ma que as economias saídas da depressão e recessão profundas levam à aniquilação do tecido social e a um quadro de violência desamparada.

O esforço em igualdade exigida pela política ambiental comum da UE, instituída pelo Acto Único Europeu, em 1987, tem como principal instrumento para atingir as metas aprovadas pelo Conselho Europeu de Outubro de 2014, no âmbito do “Quadro de Acção Relativo ao Clima e à Energia para 2030”, o singelo “Regime de Comércio de Licenças de Emissão (RCLE) ” operativo e restaurado, munido de um instrumento de estabilização do mercado.

macau v is to de hong kongDAVID CHAN*[email protected] • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

(especialmente os do sexo feminino), outras manifestavam desagrado quanto a este tipo de benefícios. De acordo com os dados do “Centers for Disease Control and Preven-tion of the US”, a idade média para uma mãe ter o seu primeiro bebé foi de 25.8 anos em 2012, enquanto que em 2011 a média era de 25.6 anos. Em contraste, em 1970 o normal era ser mãe aos 21 anos. Assim, a tendência é as mulheres optarem por ter o seu primeiro bebé cada vez mais tarde. Como sabemos, o ideal é uma mulher ser mãe entre os 22 e os 28 anos, sendo a “pressão no trabalho” a origem deste tipo de benefícios, que acabam por atrasar a idade da gravidez de ano para ano.

Assim, os pacotes acima mencionados pretendem fomentar a lealdade das fun-cionárias do sexo feminino. Mas alguns cibernautas manifestaram opiniões dife-rentes, salientando que a melhor idade para obtenção de óvulos ronda a casa dos 25 anos, considerada a “idade dourada” das mulheres, e que estes benefícios pretendiam fazer com que as funcionárias dedicassem a sua “idade dourada” à entidade patronal.

Em segundo lugar, as estatísticas mos-tram que a gravidez não é a principal fonte de “pressão no trabalho” para as mulheres. Independentemente de estas serem ou não

mães, os seus salários são em média apenas 82% do valor dos seus colegas masculinos.

Um terceiro ponto mencionado é o facto de apenas 35% dos óvulos serem congelados com sucesso, o que faz com que este método seja uma maneira pouco eficaz de atrasar a idade da gravidez.

Finalmente, os críticos destas medidas apontam uma razão prática, questionando se seria possível para uma mulher de 40 anos de idade engravidar com um dos seus óvulos congelado há duas décadas atrás? Considerando que o estado de saúde do útero deteriora com o tempo, isto levanta questões quanto à probabilidade de nas-cimento de um bebé saudável.

Apesar de haver aqueles que concor-dam e discordam das medidas, estas duas companhias pretendem avançar com a sua implementação como forma de combater a falta de funcionários do sexo feminino. Será que os benefícios acima mencionados ajudam a resolver o problema?

Considerando que a taxa de congela-mento de óvulos com sucesso é apenas de 35%, será que estes benefícios conseguem atrair mais mulheres com idades entre os 22 e os 28 anos? A resposta é óbvia.

Além disso, estes procedimentos são controlados por lei. O site “ctity” indica que existem 53 países ou regiões diferentes com leis estabelecidas para regulamen-tar a reprodução humana, chegando 20 destes locais a exigir que as mulheres estejam casadas antes de poder proceder ao armazenamentos dos seus óvulos para utilização numa data futura. Isto quer dizer que o sémen utilizado para a fecundação tem de ser derivado dos seus maridos. Apenas os Estados Unidos, a Inglaterra e outros países europeus é que permitem o acesso de mulheres solteiras a este tipo de serviços. Quanto a Hong Kong, a secção 15(1) do “Human Reproductive Techno-logy Ordinance Cap. 561, Laws of Hong Kong” indica que esta opção é apenas disponível a pessoas casadas.

Porque razão é que esta secção não per-mite o acesso de uma mulher solteira a este tipo de solução? A razão é simples. Em Hong Kong, o congelamento de óvulos destina-se aqueles que pretendam constituir família, por isso compreende-se a razão de o serviço estar apenas aberto a pessoas casadas.

Do ponto de vista do empregador, a melhor maneira de garantir a lealdade e permanência dos seus empregados é a “se-gurança do trabalho”. Se os funcionários de uma empresa considerarem que o ambiente de trabalho é seguro, isto permite-lhes viver uma vida estável, o que acaba por os tornar mais leais ao seu empregador.

*Professor Associado

no Instituto Politécnico de Macau

Se os funcionários de uma empresa considerarem que o ambiente de trabalho é seguro, isto permite-lhes viver uma vida estável, o que acaba por os tornar mais leais ao seu empregador

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L I GUE - S E •PA R T I L H E •V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

www.hojemacau.

com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

DIÁRIO 19DE BORDO

“Quando o Governo aprecia e autoriza qualquer projecto de aproveitamento, deve não apenas considerar se este está em conformidade com as normas jurídicas ou exigências técnicas, mas ainda ponderar o desenvolvimento global da cidade e o interesse público. Por isso, queria saber se o Governo procedeu a algum estudo, análise ou avaliação sobre os impactos a causar nas zonas circundantese nos seus moradores”HO ION SANG• Deputado, sobre o projectodo Ramal dos Mouros

“Actualmente, só os organismos públicos ou empresas de grande dimensão usam automóveis eléctricos. É difícil um residente comprá--los, porque existem apenas nove estações públicas de carregamento, tem de se esperar [que carregue] e não se sabe sequer onde estão.Se o [posto] de carregamento estivesse nos edifícios onde moram as pessoas, ou nos locais de trabalho, o problema já seria resolvidoe este mercado poderiaestar mais desenvolvido”WILSON MOK• Director de uma empresade venda de veículos eléctricos

“Normalmente, a percentagem para o recebimento da pensãopara idosos, com antecipação a cinco anos, é de 70%, enquanto que em Macaué de 75% e se mantém inalterada até aos 80 anos. [Trata-se de] um arranjo mais vantajoso do que a providência internacional”IP PENG KIN• Presidente do FSS

QUANDO EM jovial con-vívio ou arruaceira conversa, tratamos de um qualquer problema é com normalidade que alguém sempre evoca números, quantidades, esta-tísticas para apoiar o seu ponto de vista. Não raro é também logo surgir outro, também dotado dos mesmos instru-mentos, cujas conclusões se dirigem no sentido inverso. A quantificação do mundo, para além de ter uma extrema utilidade para a técnica e para a ciência, soçobra quando enfrenta realidades humanas. Tal é claramente explícito em determinadas situações, em específicos confrontos. Penso nomeadamente no confronto entre a experiên-cia e o número, ou seja, na discussão que oporia alguém com vivência do tema em questão, a um outro que, so-bre esse mesmo tema, tivesse uma abundante informação estatística. Ainda que a ar-gumentação explanada certa-mente contivesse tonalidades emocionais bem diversas, poderemos admitir que se produziria uma intersecção substancial entre os dois dis-cursos, podendo até chegar a conclusões semelhantes e complementares.No entanto, existiria sempre um resto, um ponto de discór-dia, normalmente reflectido, mais do que diagnóstico, nas medidas a tomar. É, geral-mente, na acção que diver-gem os que têm experiência do terreno daqueles que se limitam a um conhecimento quantitativo dos problemas.Tomemos o exemplo de Macau. Quando o Governo se nos dirige exalando cienti-ficidade no seu discurso, essa ciência é em geral produto de números mortos e não do sopro real da vida; atem--se a regularidades mas não conhecem as asperezas do quotidiano de cada um. Para essa ciência dos números é, afinal, inacessível o infinito das variações humanas, que só pode ser apreendido e entendido pela sensibilidade de outro ser humano. E ele há tanto no entendimento que escapa à razão...

A experiência e os númerosEP

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O EX-VICE-PRESIDENTE regional da Catalunha e antigo líder da Esquerda Republicana Catalã (ERC),Josep Lluis Carod-Rovira, vota no referendo informal sobre a independência da Catalunha de Espanha. O TribunalConstitucional de Espanha já considerou o “referendo” ilegal, mas continuam as votações.

“O nível de cuidados de saúde [em Macau]corresponde a um nível muito elevado”

Karen Linegar, presidente do Conselho Australiano de Normas da Saúde | P. 7

cartoonpor Stephff

NOVOMURO

hoje macau segunda-feira 10.11.2014

A antiga ministra da Cul- tura portuguesa, Isabel Pires de Lima, consi-dera que Macau é a

“excepção” à regra no que toca a promover a lusofonia. Em Macau para a palestra “As culturas da lusofonia no mundo contemporâ-neo”, no Instituto Politécnico de Macau (IPM), a antiga governante afirmou que, no âmbito da promo-ção da língua, Macau tem “um lugar angular neste momento”, já que “é uma praça-forte e uma plataforma de lançamento num continente que é o mais populoso de todos e num país que é o mais populoso do mundo”.

Isabel Pires de Lima apresen-tou uma palestra onde defendeu que “havendo vontade política,

Estância de Madeira Responsável daLei Seng entregacarta à AL

A responsável da Estância de Madeira Lei Seng,

Iong Lao Tsing, entregou uma carta à Assembleia Legislativa na sexta-feira, onde pede que os deputados tratem o caso da estância “com justiça”. A responsável não explicou por que decidiu recorrer ao hemi-ciclo, mas assegura que “houve pessoas que forjaram a verdade e que transferiram direitos de propriedade”.

Recorde-se que o caso diz respeito a uma guerra entre a família de Iong e a Tong Sin Tong. A família Iong estará à frente do negócio da estância de madeira desde 1914, até que o proprietário passou a ser Tong Sin Tong, só dando a família Iong conta disso quando a as-sociação pediu a propriedade de volta, exigindo-lhe que deso-cupasse o espaço. Desde então, a luta litigiosa tem-se mantido.

A família acusa José Chui Sai Peng, vice-presidente da Tong Sin Tong, de ter ligações ao banco onde foi feita esta transferência de propriedade alegadamente com assinaturas falsas, mas este ano o Tribunal de Segunda Instância (TSI) manteve a decisão do Tribunal Judicial de Base (TJB), que diz que a Associação de Be-neficência Tong Sin Tong tem o direito de propriedade sobre os dois terrenos agrícolas onde fica a estância de madeira, junto ao mercado vermelho. A estância de Madeira perdeu o processo, mas a responsável continua a insistir na mesma tese, pedindo agora auxílio aos deputados.

José Chui Sai Peng é também membro do hemiciclo.

LÍNGUA PORTUGUESA MACAU ELOGIADO POR ANTIGA MINISTRA

A “excepção” à regraIsabel Piresde Lima aplaudiua postura de Macauna promoçãoda lusofonia

“Macau é uma excepção nesta promoção,já que na maioria dos países lusófonosa vontade política para a promoçãoda lusofonia é ‘debilzinha’”

há muitas medidas que podem ser extremamente produtivas” para a promoção da lusofonia, mas considera que Macau é uma excepção nesta promoção, já que na maioria dos países lusófonos a vontade política para a promoção da lusofonia é “debilzinha”, diz.

“A acção que o Centro Pe-dagógico e Cientifico da Língua Portuguesa [promotor da palestra]

está a desenvolver, de formar professores e os colocar a ensi-nar português pela China fora, é uma acção extraordinariamente potenciadora para o português”, elogiou.

PUXAR PARA O MESMO LADOA antiga ministra considera que os países lusófonos devem cooperar no ensino da língua portuguesa no estrangeiro, ao invés de compe-

tirem. Além da criação de “con-teúdos em português na Internet” através de meios partilhados pelos diferentes países, Isabel Pires de Lima defendeu que o ensino do português no estrangeiro seja feito de forma coordenada de modo a poupar esforços e recursos.

“É preciso congregar políticas no sentido em que, nos locais onde se ensina português no estrangeiro, como os leitorados, não esteja o Brasil a puxar para um lado, Portugal a puxar para outro, e em breve, e, provavel-mente, Angola a puxar para ou-tro”, alertou, exemplificando que “quando está presente o Brasil não precisa de estar presente Portugal nem precisa de estar presente Angola”.

“Podem conjugar-se no senti-do de cobrir espaços diferentes e terem mais capacidade de inter-venção. Se houver congregação de esforços é muito mais eficaz”, concluiu.

Os motivos são vários e de natureza diferente. “Algumas re-ticências que os países africanos de língua portuguesa colocam decorrem do facto de serem países que saíram há pouco tempo da era colonial, há ressentimentos coloniais que demoram tempo a ser ultrapassados”, explicou. Já o Brasil, “tem uma dimensão continental que lhe dá a ilusão de que talvez possa actuar sozinho”, lamentou. - LUSA/HM