gazeta rural nº 268

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Época de Termas: Saúde e Bem-Estar Director: José Luís Araújo | N.º 268 | 15 de Abril de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural.com “Todo o Alentejo deste Mundo” Novos vinhos no mercado

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As Termas são um dos temas em destaque na Gazeta Rural de 15 de Abril. Na edição nº 268, referencia para a Ovibeja, com a última entrevista de Manuel Castro Brito; o Mercado de Queijo Rabaçal e dos Romanos, em Penela; a I Feira das Tecnologias para as Energias, no Sabugal; os preparativos da Feira do Mirtilo, em Sever do Vouga, e o XXI Concurso Nacional do Ovino de Raça Churra Mirandesa, em Miranda do Douro. No sector do Vinho, Anadia acolhe Wine Trophy 2016 e aposta nos espumantes; para a Festa do Vinho do Cartaxo; Foz Côa que acolhe o Festival do Vinho do Douro Superior; para a Quinta das Marias que lançou novos brancos, bem como os resultados do Wine Master e do Concurso de Vinhos do Algarve ou dos Concurso Interbacional de Azeites da Ovibeja, entre outos temas da actualidade.

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Época de Termas:Saúde e Bem-Estar

Director : José Luís Araújo | N.º 268 | 15 de Abri l de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural .com

“Todo o Alentejo deste Mundo”

Novos vinhos no mercado

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2 www.gazetarural.com

Sumário04 A OVIBEJA representa o espírito alentejano que é leal e

saudoso da sua terra

06 Penela realiza Mercado de Queijo Rabaçal e dos Romanos

08 Proença Origem 2016 destaca a caça e a pesca

09 Sabugal promove Feira das Tecnologias para as Energias

10 Sever do Vouga acolhe a IX Feira Nacional do Mirtilo

11 Mercado de Gado de Malhadas recebe XXI Concurso

Nacional do Ovino de Raça Churra

12 Nova época já começou nas Termas de Sangemil

14 “Falta um balneário novo” nas Termas do Carvalhal, diz

Fernando Carneiro

16 Vinho vai ser a alma da Festa no Cartaxo

17 Anadia acolhe Wine Trophy 2016 e aposta nos espumantes

18 Festival do Vinho do Douro Superior mostrar o melhor da

região desde 2012

19 Quinta das Marias lançou novos ‘Lote Branco’ e ‘Encruzado

2015’

20 Vinhos Mont’alegre alargam distribuição para o Brasil

23 Adega de Valpaços aposta na exportação e em produtos de

qualidade

25 Nelas recebe segundo Trail Caminhos Cruzados

26 Portugal lidera Rede Europeia de Cidades do Vinho

27 Escola Superior Agrária de Viseu ‘celebrou’ 22 anos de

excelência

28 Estudo demonstra propriedades terapêuticas das Termas da

Felgueira

29 APH testou competências dos futuros engenheiros

agrónomos

30 Carne de vaca Cachena conquista cada vez mais

apreciadores fora do Norte

35 Festival Pão de Portugal volta a ser distinguido nos Prémios

Lusos

36 Portugal e Espanha dividiram os prémios do VI Concurso de

Azeites da Ovibeja

38 Aguiar da Beira recebe Campeonato Ibérico Feminino de

Orientação Pedestre

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Manuel Castro e Brito, presidente da direcção da ACOS

A OVIBEJA “representa o espírito alentejano que é leal e saudoso da sua terra”

Gazeta Rural (GR): A menos de um mês do início da Feira qual a expectativa gerada pela OVIBEJA? Tem havido boa adesão por parte dos expositores?

Manuel Castro e Brito (MCB): Sim, a Feira está com muita procura, a expectativa é a do costume. A Feira vai fazendo o seu trajecto tranquilamente com sucesso e sempre com muita procu-ra também porque trabalhamos para que haja inovação. O núme-ro de expositores relativamente vai manter-se ou, eventualmente, pode aumentar.

GR: Ao longo destes 33 anos têm existido algumas transformações na OVIBEJA. A Feira, que ao princípio era essencialmente agro-pecuária, tem-se vindo a di-versificar e a abranger outros sectores?

MCB: Nos últimos anos temos apostado mais na imagem do Alentejo e este ano vamos insistir também com o artesanato e al-gumas exposições sobre os produtos daqui, sobretudo alguns que vão ficando esquecidos como o barro, a lã… Isso tem trazido re-conhecimento por parte das pessoas e tem trazido mais afluência de uma faixa que não está tão envolvida na agricultura, mas que aprecia muito tudo aquilo que está ligado à nossa região.

GR: Mas ainda é o sector agrícola que marca a OVI-BEJA?

NCB: Sim. O próprio sector agrícola tem crescido muito na OVIBEJA e tem-se especializado mais. Isso é notório com a ex-posição de maquinaria agrícola aqui naquilo a que chamamos o Campo da Feira, onde as empresas de maquinaria agrícola e de factores de produção que estão ligadas à agricultura expõem e que já ocupa cinco hectares. Depois, também as temáticas da agricultura presentes, como o azeite com o Concurso de Azeite Virgem Extra e a Exposição da Terra Fértil, que envolve uma nova agricultura e com o sector do regadio de Alqueva já a funcionar quase em pleno aqui no Alentejo.

GR: Quem atravessa o Alentejo, mas sobretudo o dis-trito de Beja, nota uma grande alteração na paisagem e no tipo de agricultura que é praticada. Concorda?

MCB: Sim, essa é uma realidade principalmente no eixo que vem de Grândola para Beja porque é aqui que está implantado o regadio do Alqueva e as pessoas que vêm pela estrada são con-frontadas com essa evolução.

GR: Isso tem a ver apenas com Alqueva?MCB: Isso tem a ver unicamente com Alqueva. Os outros tipos

de explorações de sequeiro são explorações tradicionais, de cria-ção de gado, duma agricultura extensiva, de sequeiro, que não está nos melhores dias.

GR: A OVIBEJA já retrata essa nova agricultura do Alentejo?

MCB: Sem dúvida nenhuma. Retrata tanto a nível de exposito-res, a nível de colóquios, mas também a nível de uma movimenta-ção mais política que tem a ver com a defesa de outros sectores, neste caso do regadio e principalmente na necessidade de uma moderação nos preços da água. Esta movimentação é uma situ-ação nova, como também o tem sido desde há dois anos a mo-vimentação em defesa da continuação das obras de Alqueva. A Ovibeja teve neste aspecto uma posição importantíssima para que o regadio do Alqueva fosse concluído.

GR: Algo que ainda não aconteceu?MCB: De facto, o regadio do Alqueva ainda não está totalmen-

te concluído. Falta ainda uma parte na zona de Moura e também mais a norte que terá possibilidades, segundo o ministro da agri-cultura, de conseguir financiamento para estar pronto dentro de dois anos.

GR: O preço da água de Alqueva teve um período de transição durante os anos de implantação do regadio. Como é que os agricultores vêm a evolução deste pre-ço?

MCB: Os agricultores têm noção de que a água é um factor de produção que tem custos e que tem que ser pago. No entanto, entendem que eles próprios, através das associações de regantes poderão gerir melhor e diminuir os custos da água, que continua a ser gerida por uma empresa cem por cento do Estado que é a EDIA.

GR: Há uns anos houve a proposta de que a EDIA acabasse com a conclusão das obras de Alqueva e a gestão da água fosse assegurada por associações de regantes. É um debate ainda em cima da mesa?

MCB: É natural que estas estruturas tendam a perpetuar-se, mas o papel principal da EDIA, que é a construção do regadio de

Está tudo a postos para mais uma OVIBEJA. A trigésima terceira, que vai decorrer de 21 a 25 de Abril. Ao longo destes anos, a OVIBEJA viu a passagem da agricultura de sequeiro para o regadio, com novas culturas e também novos mercados, tendo nesse processo num papel fundamental. Hoje a agricultura alentejana é um sector em desenvolvimento acentuado, com uma diversidade de produtos só possível pela água de Alqueva.

Manuel Castro e Brito, presidente da Associação de Criadores de Ovinos do Sul, entidade que organiza desde sempre a OVIBEJA falou-nos nesta entrevista da trigésima terceira edição da Feira, da necessidade de não deixar morrer o CEBAL (criado para acompanhar os investimentos agrícolas no regadio), chama a atenção do preço da água para rega e destaca no novo governo o facto do actual titular da pasta da agricultura ter estado em todas as edições da OVIBEJA.

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Alqueva, está particamente feito e está bem feito. A gestão da água deverá caber aos agricultores.

GR: A água, o azeite, o vinho, o montado, os produtos transformados… Todas estas componentes têm tido sempre muito peso na Ovibeja. Continuam ainda a ser os produtos-âncora da economia alentejana?

MCB: O azeite é um deles, sem dúvida. Quer a Ovibeja, quer a ACOS têm aposta muitíssimo nesse sector e na promoção do azeite com o único Concurso Internacional de Azeite que há em Portugal, patrocinado pelo Crédito Agrícola, que neste momento está no topo dos concursos de azeite em todo o mundo. Está no primeiro lugar entre 19 concursos mundiais exaequo com o Con-curso Mario Solinas que é promovido pelo COI (Comité Oleícola Internacional). É um concurso que tem uma grande qualidade, uma grande procura e é composto por um júri internacional com peritos de todo o mundo.

GR: É desse júri também que lhe vem a qualidade.MCB: Sim. Daí e também do tipo de azeites que se apresentam

a concurso, bem como da diversidade e da categoria desses azei-tes que vêm de todo o mundo.

GR: Os azeites alentejanos têm tido sucesso quando comparados com outros azeites a nível mundial?

MCB: No ano passado houve algumas menções honrosas para azeites alentejanos e quem ganhou o concurso foi uma empresa de Trás-os-Montes, a Cooperativa de Valpaços.

GR: No ano passado, a Feira teve uma inovação mar-cante, o Espaço do Cante, que teve a ver com o facto do Cante Alentejano ter sido classificado como Património Imaterial da Humanidade pela Unesco, facto assinalado também pelo encontro na Feira de cerca de dois mil elementos de grupos que cantaram em conjunto cinco modas. Esse espaço vai manter-se este ano?

MCB: Vamos continuar nesse caminho e este ano, de novo, vamos convidar muitos grupos corais para virem aqui cantar. É um ponto de encontro dos alentejanos e o cante alentejano é o hino do Alentejo. A criação deste espaço no ano passado foi muito po-sitivo, as pessoas ficaram muito agradadas, e foi um espectáculo muito emocionante ver tanta gente a cantar a uma só voz.

GR: Portanto, o Espaço do Cante vai-se manter, em-bora não se esperem este ano duas mil pessoas a can-tarem ao mesmo tempo…?

MCB: Mas vai ser, de certeza, muito concorrido. É um espaço muito descontraído e informal, que este ano vai ser complemen-tado com uma exposição sobre a lã, com trabalhos ao vivo, nos teares, e também sobre o barro e sobre os chocalhos, como não podia deixar de ser.

GR: Que também foram recentemente classificados como Património da Humanidade…

MCB: Sim, e que apareceram pela primeira vez aqui na OVIBE-JA há já quase 20 anos.

GR: A exposição de artesanato, que é apresentada como um dos aspectos inovadores este ano da OVI-BEJA, vai estar localizada também neste Pavilhão do Cante?

MCB: Sim. Este projecto artesanato, que já estamos a traba-lhar há algum tempo, pretende fazer com que apareça um arte-sanato genuíno e com qualidade, muito embora se pretenda em muitos casos um tipo de artesanato mais inovador.

GR: O cartaz de espectáculos da OVIBEJA 2016 é entendido, por muitos, como o mais popular dos últi-mos anos. D.A.M.A., CARLÃO, NELSON FREITAS, DAVID CARREIRA são alguns dos nomes já confirmados.

MCB: A OVIBEJA é uma feira popular. Os queques também po-dem vir, mas o povo e a juventude são quem faz a OVIBEJA. Por isso, penso que o cartaz está adequado ao tipo de festa que se faz aqui, que geralmente dura até quase de manhã e continuando na senda de trazer aqui grupos nacionais os que trazemos este ano pareceu-nos serem os mais adequados.

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A estação arqueológica da Villa romana do Rabaçal recebe a 24 de Abril o Mercado de Queijo Rabaçal e dos Romanos, evento que pretende ser um louvor ao deleitável Queijo Raba-çal, elemento diferenciador da cultura local, e a celebração dos sabores e produtos tradicionais deste território do concelho de Penela.

Com este certame a Câmara de Penela pretende-se revelar a arcaica actividade da pastorícia e da produção tradicional do Queijo do Rabaçal, valorizando em simultâneo outros produtos e elementos que caracterizam a região, como o vinho, o mel, as nozes e o azeite, num ambiente de festa popular, protago-nizada pela música e folclore, aos quais se juntará a recriação histórica.

Os visitantes são convidados a (re)viver o ambiente do palá-cio da Villa romana do Rabaçal do século III DC à actualidade, participando numa história que vai percorrendo os diversos espaços e tempos deste complexo agrícola.

Misto de cabra e ovelha, as pastagens da Erva-de-Santa--Maria (tomilho) dão ao Queijo do Rabaçal um sabor e aro-ma muito característico, que lhe confere individualidade no contexto dos seus congéneres. De produção com seculares tradições, a sua existência remonta à mais Alta Antiguidade. Comprovado parece estar o seu consumo entre as diferentes classes sociais da civilização romana, sendo uma ‘figura’ sem-pre presente na mesa dos camponeses e escravos, na ração militar, na provisão dos viajantes e no cardápio dos alberguis-tas.

Do programa do evento destaque para os ateliers de fabrico de queijo, do pão e de mosaicos e o Mercado de Agricultura, Tradicional e Familiar. A manhã começa com a recepção aos

Na estação arqueológica da Villa romana do Rabaçal a 24 de Abril

Penela realiza Mercado de Queijo Rabaçal e dos Romanos

expositores e a Caminhada “Rota do Queijo Rabaçal”. A aber-tura do certame está marcada para as 9,30 horas, a que se seguem as IV Jornadas de Lacticínios. Pelas 11 horas haverá a recriação histórica “Chegada dos Romanos”, seguindo-se a recepção às entidades oficiais e um desfile etnográfico, a fina-lizar a parte da manhã.

A tarde começa com um atelier de empreendedorismo rural, pelas 14,30 horas. Meia hora mais tarde decorrerá a recriação histórica “Quotidiano Romano” e, às 16 horas, o XVI Festival de Folclore do Rabaçal. O encerramento do certame está marca-do para as 19 horas.

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Três associações portuguesas apresentaram uma candi-datura da Gastronomia e dos Produtos da Terra Ligados à Alimentação de Trás-os-Montes a Património Cultural Ima-terial da Humanidade, da Unesco. “Esta candidatura da nossa gastronomia a tão elevada distinção certamente unirá à volta deste desígnio todos os filhos destas terras, os que cá estão e toda a nossa diáspora”, pode ler-se num comunicado dos pro-motores.

Desta forma, a candidatura pretende que seja dado o “pri-meiro passo em direcção a um antigo objectivo antigo das gentes de Trás-os-Montes e Alto Douro”. “Esta candidatura da nossa gastronomia a tão elevada distinção certamente unirá à volta deste desígnio todos os filhos destas terras, os que cá estão e toda a nossa diáspora”, referem os promotores, acres-centando que este desafio valoriza a “forma de ser e de estar” das gentes transmontanas e “promoverá um futuro com mais oportunidades”.

Numa iniciativa da Câmara de Proença-a-Nova vai decorrer de 9 a 13 de Junho o evento Proença Origem 2016, que este ano tem a Caça e Pesca como tema central e que são bastante re-presentativas no concelho pelas suas características. O último dia do certame coincide com as comemorações do Dia do Mu-nicípio.

Em Proença-a-Nova existem seis Zonas de Caça Municipais, seis cursos de água com condições para a prática da pesca des-portiva e centenas de adeptos em ambas as modalidades que as praticam com a regularidade permitida pela legislação em vigor.

Até ao final deste mês de Abril estão abertas as inscrições para os expositores. Além da área temática do evento, estão disponíveis espaços de exposição em áreas distintas como o artesanato, actividades económicas, gastronomia e produtos regionais, entidades oficiais ou associações e tasquinhas, tanto do concelho de Proença-a-Nova como de qualquer outro pon-to do país.

O programa do evento vai ser conhecido em breve, estando garantido um cartaz atractivo para os cinco dias de festa, in-cluindo concertos com artistas nacionais de renome, bem como o programa de animação que incluirá demonstrações diárias de falcoaria, demonstrações de raças caninas, concurso de pesca desportiva, oficinas de ciência – com o Centro Ciência Viva da Floresta, concurso gastronómico – com a União de Freguesias de Proença-a-Nova e Peral e sessões de cozinha ao vivo, teatro de rua, arruadas, entre muitas outras propostas.

Já estão confirmadas a prova de Santo Huberto (para caça-dores com cão de parar), de apuramento à final do Campeona-to Nacional com acesso ao Campeonato do Mundo; a primeira prova de cães coelheiros, a contar para o Campeonato Nacio-nal, e prova de obediência básica e agility.

Vai decorrer de 9 a 13 de Junho

Evento Proença Origem 2016 destaca a caça

e a pesca

Apresentada por três associações portuguesas

Gastronomia transmontana candidata a Património

Cultural Imaterial da Humanidade

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A biomassa florestal é o tema em destaque na I ENERTECH Sabugal 2016 - Feira das Tecnologias para as Energias, que vai decorrer de 2 a 5 de Junho. Sob o lema ‘Sabugal Fonte de Energia Natural’ esta feira pre-tende ser uma mostra tecnológica para profissionais do sector da floresta e do aproveitamento energético da Biomassa Florestal Residual (BFR), nomeadamente em estratégias de eficiência energética.

O evento, da responsabilidade do Município do Sa-bugal, no âmbito da “Sabugal + Valor”, é realizado em parceria com a Associação Malcata com Futuro (AMCF), Fórum Florestal - Estrutura Federativa da Flo-resta Portuguesa (FF), Associação Empresarial do Sa-bugal (ADES), e o Instituto Politécnico da Guarda.

A realização desta feira, refere o presidente da Câ-mara do Sabugal em conversa com a Gazeta Rural, terá o enfoque na demonstração do potencial do con-celho na produção de energia, bem como na estraté-gia de eficiência energética, tecnologias e produtos associados.

Do programa do evento constará uma conferência, demonstrações e exposições temáticas em espaço preparado para proporcionar trocas de experiências e contactos entre os agentes do sector e ser um local de informação e aproximação à sociedade em geral.

ENERTECH vai decorrer de 2 a 5 de Junho

Biomassa em destaque na Feira das Tecnologias para as Energias no Sabugal

Gazeta Rural (GR): Como surgiu a ideia de levar a cabo esse evento?

António dos Santos Robalo (ASR): O concelho do Sabugal, nalgumas vertentes de produção energética, é dos que tem mais concentração no país, nomeadamente na produção eólica. Ora, apercebendo-nos nós que estamos num território com um po-tencial de manifestações de energia diversificados e enorme, tanto eólica, solar, biomassa florestal e até hídrica, por um lado temos argumentos para nos posicionarmos e levarmos a cabo

um evento desta natureza, por outro fazer com que este poten-cial se possa desenvolver e dinamizar no concelho.

Já temos alguns operadores nesta área que trabalham no concelho, mas queremos potenciar esse investimento. Por um lado temos a existência de recursos, por outro a vontade e a necessidade que os utilizar de uma forma eficaz e eficiente faz com que possamos desenvolver uma iniciativa destas e só es-peramos a adesão dos parceiros institucionais e das empresas seja à medida do empenho que colocamos nesta organização deste evento.

GR: Tem alguma expectativa?ASR: Vamos apostar muito forte na organização deste even-

to. Temos um conjunto de parceiros que reputamos de excelen-te capacidade de mobilização, de trabalho e aporte na área do conhecimento, mas também na área das tecnologias e empre-sarial.

Temos connosco os Politécnicos da Guarda e Castelo Branco, a Agencia Regional de Energia (ENERAREA), a Associação de Desenvolvimento Empresarial, mas também a sociedade civil, como a Malcata Com Futuro, uma associação que tem preocu-pações ambientais e a sustentabilidade dos recursos e que está connosco na organização deste evento.

GR: Esta primeira edição terá como tema central a biomassa?ASR: A nossa vontade, embora tendo uma manifestação que

esteja preocupada com várias áreas de produção energética, queremos anos após ano particularizar e dar enfâse a uma ou outra área de energia. Nesta primeira edição vamos apostar na biomassa florestal, não só por termos um enorme potencial nessa área, mas porque a mesma está associada a outras preo-cupações que temos, como as questões ambientais, a preven-ção de incêndios e a manutenção da nossa paisagem. Temos também um conjunto de operadores no terreno que nos dão a garantia de que podemos apostar e evoluir na vertente da bio-massa florestal.

A primeira feira tem a preocupação de querermos trabalhar as tecnologias e as energias na sua amplitude e diversidade, mas vamos particularizando um dos sectores. Não nos podemos esquecer de um dos importantes lemas deste evento é mostrar que o Sabugal é uma verdadeira fonte de energia natural.

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Santo António das Areias, em Marvão, recebe o II Mercado da Terra (Feira das Actividades Eco-nómicas de Marvão) nos dias 23 e 24 de Abril, num evento que pre-tende contribuir para a divulgação, estímulo e sustentabilidade das empresas, produtores e artesãos concelho.

O evento, promovido pelo Mu-nicípio, em colaboração com o Forti(ficar) Marvão (CLDS 3G) e a Freguesia de Santo António das Areias, decorre no Largo D. João da Câmara, entre as 10 e as 20 horas, e conta com um espaço de exposição e venda de produtos, animação de rua e música popular.

Esta iniciativa realiza-se no âmbito das tradicionais Festas de São Marcos e pretende dar a conhecer o que de melhor se faz e produz no concelho de Marvão, como é o caso dos pro-dutos hortícolas, dos doces, licores, queijos, enchidos, sabo-netes, azeite, vinho, ou mel.

Ao longo do dia, o recinto terá animação constante com os Três Irmãos - “Os Fadistas e as Desgarradas”, personagens do

A edição de 2016 da Feira Nacional do Mirtilo vai realizar-se em Sever do Vouga entre 23 e 26 de Junho. A Capital do Mirtilo acolhe a IX edição deste que é o evento de referência em Por-tugal para a fileira do mirtilo.

À semelhança dos anos anteriores, a Feira Nacional do Mir-tilo terá uma vincada componente técnica com a realização de dois dias de palestras temáticas (dias 24 e 25), bem como uma área onde os agentes que operam na fileira do mirtilo mostram os seus produtos e serviços.

Durante os quatro dias do evento, de entrada gratuita, o Par-que Urbano da Vila de Sever do Vouga conta receber várias dezenas de milhares de pessoas para visitar os cerca de 100

Entre 23 e 26 de Junho

Sever do Vouga acolhe a IX Feira Nacional do Mirtilo

expositores presentes este ano, desde as artes e ofícios, pas-sando pelos técnicos, viveiristas e produtores que vendem o mirtilo em fresco e seus derivados, não esquecendo a gastro-nomia local.

Além da componente profissional da Feira, a organização está a preparar um programa lúdico e de animação destina-do às famílias que se desloquem a Sever do Vouga. Animação musical, animação para os mais novos, viagens em comboio turístico, visitas a plantações de mirtilos, apanha do mirtilo, showcookings, entre muitas outras actividades, estarão ao dispor dos visitantes durante os quatro dias da Feira Nacional do Mirtilo.

No concelho de Marvão, a 23 e 24 de Abril

Santo António das Areias recebe II Mercado da Terra

foro cómico que perderam o seu rebanho e se passeiam pelas ruas em grande alarido e preocupação. Às 15 horas actua o grupo de mú-sica popular portuguesa “Vozes da Aldeia”.

O tradicional Festival Taurino de Beneficência, a favor da cons-trução do Lar de Idosos da Casa do Povo, realiza-se a partir das 17 horas, na Praça de Toiros de Santo António das Areias, com a participação dos cavaleiros João Moura, Rui Salvador, Tito Semedo,

Sónia Matias, Marcos Bastinhas e Mara Pimenta. Lidam-se seis imponentes toiros da ganadaria João Ramalho, e as pegas fi-cam a cargo dos Grupos de Forcados Amadores de Portalegre, Cascais e Coimbra.

Já no domingo, o Mercado da Terra conta com a animação de rua dos Três Irmãos - “Os Pastores”, personagens do foro cómico que cantam fados e cantigas, conhecidas do público em geral, apresentando-se com um acordeão e boa dispo-sição, mas o ponto alto do dia será a actuação de “Rosinha”, marcada para as 17,30 horas.

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O Mercado de Gado de Malhadas, em Miranda do Douro, recebe no próximo dia 30 de Abril, a partir das 10 horas, o XXI Concurso Nacional do Ovino de Raça Churra Galega Mirandesa, evento que preten-de divulgar esta raça de prestígio do planalto miran-dês, dentro e fora de portas.

Ana Torrão, actualmente vereadora da Câmara de Miranda do Douro e Secretária Técnica da Associa-ção de Criadores de Raça Churra Galega Mirandesa entre 1999 e 2009, referiu à Gazeta Rural a impor-tância desta raça autóctone para a região, que con-tará, nesta altura, com cerca de 6500 fêmeas.

O concurso que tem por objectivo o estímulo e a orientação dos criadores na produção e melho-ramento animal de ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa por contribuírem para a valorização e aproveitamento de recursos forrageiros de regiões desfavorecidas, bem como para a obtenção de car-ne de elevada qualidade.

Gazeta Rural (GR): Que importância tem este concur-so e o que representa a raça para Miranda?

Ana Torrão (AT): Um dos objectivos do concurso é esti-mular os criadores e promover a raça, porque estamos a fa-lar numa raça autóctone que é um património zootécnico de Miranda do Douro, que todos, o Município, à Associação e os produtores, devemos preservar e promover.

Além disso, este concurso é um dia de festa, de convívio e de troca de experiência entre os criadores, o que também é im-portante. Um dos objectivos do concurso é o melhoramento animal e de ano para ano ir apurando, qualificando e classifi-cando os melhores exemplares desta raça.

GR: Tem-se aproveitado todo o potencial desta raça?AT: A Churra Galega Mirandesa é uma raça de carne e que

não produz leite para queijo. É das melhores carnes de cordei-ro, senão a melhor, com Denominação de Origem Protegida (DOP), fruto não só dos pastos da região, mas também a gené-tica dos animais, que conferem características organolépticas únicas à carne de cordeiro mirandês.

Dia 30 de Abril, em Miranda do Douro

Mercado de Malhadas recebe XXI Concurso Nacional do Ovino de Raça Churra Mirandesa

A Churra é uma raça de carne, com o aproveitamento do cordeiro Mirandês, bem como para a produção de lã, muito apreciada por ser comprida. Para além disso esta raça é im-portante no controlo e preservação das pastagens, mas tam-bém na defesa contra os incêndios.

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Já começou a nova época das Termas de Sangemil, em La-jeosa do Dão, Tondela, que estão especialmente vocacionadas para o tratamento de problemas de funcionalidade motora e vias respiratórias.

Situadas na margem do Rio Dão, as Termas de Sangemil estão envoltas numa paisagem marcada pela água, o granito, os pinhais e as terras de cultivo. Distam a cerca de 20 quiló-metros da Serra do Caramulo, de Viseu e Carregal do Sal. As suas águas sulfúreas e quentes, que brotam no leito do rio, são utilizadas com fins terapêuticos há muito tempo e são procu-radas por termalistas de todo o país. O actual balneário está equipado com modernos meios nos domínios da mecanotera-pia, electroterapia e termoterapia, especialmente vocaciona-do para problemas da funcionalidade motora. As suas águas têm também bons resultados no tratamento e prevenção de doenças das vias respiratórias.

Numa visita, com jornalistas, à estância termal, o presidente da Câmara de Tondela diz que aquele espaço é de “importân-cia vital para a estratégia de desenvolvimento do concelho, em particular no domínio da saúde”, pelo que a autarquia “tem tido a preocupação de garantir o mais elevado nível de qualidade na prestação de serviços, na satisfação dos utentes e nos cri-térios de qualidade”, referiu José António Jesus.

O actual balneário, construído em meados da década de 80, do século XX, tem sido sujeito a intervenções permanentes de conservação, devido à sua utilização. A Câmara de Tondela su-blinha a necessidade de “investimentos estruturais profundos no balneário”, que a autarquia pretendia candidatar ao “novo quadro comunitário no âmbito do Portugal 2020”.

Segundo o edil tondelense, “durante o último quadro co-munitário, no âmbito do PROVERE, este programa “apontava valores disponíveis que permitiam fazer algumas reabilita-

Autarquia quer reabilitar o espaço

Nova época já começou nas Termas de Sangemil

ções e tínhamos esperança que o novo PROVEVE pudesse satisfazer as nossas preocupações”. Contudo, prosseguiu José António Jesus, “segundo um aviso da CCDR Centro, os cinco PROVERE tem uma dotação de 10 milhões de euros, o que quer dizer que, no limite, só um dos programas pode atin-gir o máximo de três milhões de euros”. Deste modo, “se per-cebermos que há um conjunto municípios na região que tem actividade termal, não haverá disponibilidade financeira para intervenções estruturais como a que pretendíamos”, lamenta o autarca.

Haverá para promoção, marketing, divulgação e comuni-cação. “Este cenário leva-nos a desenhar as soluções pos-síveis, mas necessárias, para intervir, nem que no limite seja com recurso a capitais próprios”, admitiu o presidente da Câ-mara de Tondela.

A estimativa das obras, com a construção de um novo bal-neário, andaria, segundo o autarca, acima dos dois milhões de euros, “numa óptica de termos fundos comunitários, que pudessem ser alocados para este fim”. No novo cenário, “de realismo, não conseguiremos reabilitar o balneário, como entendemos desejável, por menos de meio milhão de euros, incluindo captações e outras remodelações”, refere o edil.

Para além da zona do balneário, a autarquia de Tondela vai intervir na área de lazer do rio, pois ficou um pouco degrada após as cheias verificadas em Fevereiro.

As termas têm grande importância para a economia da-quela região do concelho de Tondela. No pico máximo de uti-lização a estância termal terá 16 postos de trabalho, directos e indirectos, pois além dos técnicos que ali trabalham, há clí-nicos que estarão com uma carga mais ou menos intensa em função do número de utentes, para além dos empregos cria-dos à volta da actividade económica que as Termas geram.

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Autarca de Castro Daire quer candidatá-lo ao novo quadro comunitário

“Falta um balneário novo” nas Termas do Carvalhal

GR: Então, o que falta?FC: Um balneário novo. No último QREN teve uma candi-

datura âncora e só não avançou porque demorou o parecer de algumas entidades, em especial de uma. Houve muita buro-cracia e não chegou a tempo da candidatura. Espero que neste novo quadro comunitário, na Agenda 2020, no Centro 2020, no Portugal 2020, chame-se o que se quiser, mas no Castro Daire 2020 quero incluir essa candidatura.

GR: Que importância o novo balneário pode ter?FC: O novo balneário terá mais valências, trará mais pesso-

as e permitirá a redução do tempo de espera do tratamento. A qualidade da água é a mesma.

Os balneários actuais são bons, mas nós queremos mais e, especialmente, servir melhor as pessoas, o que é importante, para além de que temos que progredir. E tendo uma janela para podermos beneficiar dos fundos estruturais, e sendo a Europa

A burocracia impediu a candidatura de um novo balneário nas Termas do Carvalhal ao anterior qua-dro comunitário. Contudo, o presidente da Câmara de Castro Daire não se conforma e quer inclui-la no novo quadro “chame-se Portugal 2020 ou outro nome qualquer”. Fernando Carneiro refere que o ac-tual balneário tem todas as condições para receber os aquistas, mas diz que um novo iria melhorar ainda mais a qualidade do serviço prestado.

Em entrevista à Gazeta Rural, o autarca sublinha a importância do centro termal do Carvalhal no concelho, que é hoje um dos três polos importantes para o turismo de Castro Daire, como são também o rio Paiva e a serra do Montemuro.

Gazeta Rural (GR): Estamos no início de uma nova época termal. Como estão as Termas do Carvalhal?

Fernando Carneiro (FC): As Termas do Carvalhal são um polo de atracção do concelho, pela quali-dade das suas águas, benéficas para as vias respi-ratórias, para a prevenção e cura de problemas de pele, mas também no tratamento dos ossos e reu-

matismo.Estão situadas num local aprazível, com ligação

ao mundo através da A24. Estamos bem em termos de vias de comunicação, de águas, de acolhimento, de pessoal qualificado e especialmente de aquistas, que são o mais importante.

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a primeira a dizer para requalificar aquilo que dá saúde, bem--estar e conforto às pessoas, nós temos que estar abertos para o fazer. É isso que temos feito e continuaremos a fazer, perante a CCDR Centro, onde pertencemos, para que os novos balneários sejam uma realidade.

GR: Que peso tem hoje a estância balnear no conce-lho?

FC: No concelho temos três polos muito importantes para o turismo, que criam emprego directo e indirecto, mais indirecto. Um é as Termas do Carvalhal, outro é o rio Paiva, um dos menos poluídos do mundo, com águas cristalinas, e a Serra do Mon-temuro, que está classificada como uma das Serras Mágicas. São três eixos importantes, aliados a um outro não menos im-portante, que são as pessoas, espalhadas por 392 km2, e que sabem bem receber.

Para além destes três eixos, temos o património edificado. Castro Daire tem um dos dois monumentos existentes na Pe-nínsula Ibérica, que é a Igreja das Siglas ou o Mosteiro da Ermi-da, que requer alguma requalificação, que já está contemplada no nosso plano de actividades. Temos o nosso património re-ligioso, igrejas, como há por todo o lado, que os nossos ante-passados nos deixaram como testemunho de bem-fazer.

“O meu concelho não é rural”

GR: São três polos de um concelho rural. Como se pode desenvolver um território onde predomina o meio rural e a pequena propriedade?

FC: Fala da ruralidade do concelho, mas outros apontam--nos como um concelho do interior, uma palavra de que não gosto. Castro Daire, se calhar, está mais perto de um aeroporto internacional do que está Cascais, que não é interior. Estamos a uma hora do Porto, a menos de uma hora do mar e a cerca de hora e meia de uma grande centro, que é Fátima. Estamos ao lado do Douro, que é Património Mundial. Portanto, as deslo-cações não são obstáculo.

Agora dão-nos outros nomes, como um concelho de baixa densidade e rural. O meu concelho não é rural só porque temos uma agricultura de subsistência, e ainda bem que é, porque as pessoas ainda têm essas boas práticas de, nos tempos livre do trabalho, produzirem meios complementares para a sua sub-sistência. Há um velho ditado, que é actual e continuará a ser no futuro, que diz que “só somos fartos daquilo que produzi-mos e que temos em casa”.

Não é daquilo que compramos, mas daquilo que produzi-mos. É diferente, e são muito melhores, ir buscar uma alface ou

uma couve ao quintal do que comprá-las. É um bom hobby que os nossos agricultores têm no concelho.

Para além disso, temos a produção de gado, que antigamen-te era uma das grandes fontes de riqueza das famílias, como bovinos de raça Arouquesa, mas também rebanhos de capri-nos e ovinos. Neste momento, é uma actividade que está em crescendo, nomeadamente a criação de gado arouquês.

GR: Tem a perspectiva, como outros autarcas da re-gião, de que se mais gado bovino arouquês houvesse mais carne se vendia?

FC: É uma actividade em crescimento no nosso concelho, que o município apoia, com um subsídio por cabeça, porque queremos estimular a sua criação. Integrado na Festa das Colheitas, que promovemos em Setembro, o último dia, no domingo, realiza-se a Feira de Gado de raça Arouquesa, do concelho e não só. É a maior feira da região que reúne o maior número de cabeças de gado. No concelho comemos boa car-ne, mas a maior parte da nossa produção vai para fora, nome-adamente em torno da Serra do Montemuro, mas também na Região Metropolitana do Porto. Para o criador de gado isso é que é importante.

Mas no concelho temos também a criação de gado caprino e ovino, especialmente o primeiro, que é também uma activi-dade em crescimento, cuja carne sai para os grandes centros. O nosso povo, neste momento, está encontrar formas de dar volta à vida.

GR: O desenvolvimento do concelho começa na terra?FC: É a partir da terra. Antigamente era toda cultivada, pois

era necessário produzir para sobreviver, porque não havia di-nheiro nem coisas para comprar. Não havia estradas, energia eléctrica ou água canalizada. Neste momento, temos tudo isso, mas temos que dar vida e sentido à terra, porque as pes-soas querem emprego, e a nossa preocupação é responder a essa necessidade, e nas horas vagas trabalham a terra para terem as coisas em casa.

GR: Falou da vitela, mas o concelho tem outros pro-dutos que marcam a sua gastronomia, que é bastante rica e variada?

FC: Naturalmente. Temos uma gastronomia excelente. Para além da vitela Arouquesa, temos a truta do rio Paiva e afluen-tes, o cabrito, o borrego, o mel do Montemuro, entre outros produtos. Temos o cozido à Portuguesa, o arroz de salpicão, famoso na Associação do Mezio, mas também o Bolo Podre de Castro Daire, que é uma iguaria única.

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Anadia acolhe entre 5 e 8 de Maio o Wine Trophy 2016, um dos mais importantes concursos mundiais de vinhos, que este ano oferece condições especiais de participação aos produ-tores da Região Demarcada da Bairrada.

Pelo segundo ano consecutivo, Portugal foi escolhido para acolher uma das etapas europeias do evento promovido pe-los alemães da Deutsche Wein Marketing, que, para além de duas provas de vinhos anuais em Berlim, organiza em Outubro a Asia Wine Trophy, na cidade de Daejeon, Coreia do Sul.

O Portugal Wine Trophy vai decorrer nas instalações do Museu do Vinho Bairrada, em Anadia, estando previsto que entre 60 e 70 provadores avaliem 1.700 vinhos provenientes de todo o mundo. A Câmara de Anadia, principal impulsiona-dora nacional do evento, negociou este ano contrapartidas para a participação dos 117 produtores registados na Comis-são Vitivinícola da Bairrada, como forma de incentivo.

Os produtores bairradinos de espumantes, vinhos “tranqui-los” e aguardentes podem inscrever a concurso cinco produ-tos diferentes (registo) gratuitamente, têm a possibilidade de estar representados sem custos no Asia Wine Trophy e esta-rão envolvidos em acções de promoção de espumantes em Berlim e Daejeon.

“O evento é um investimento da Câmara da Anadia que julgamos ser importante para o município e para a região da Bairrada”, explicou o vice-presidente da autarquia, Jorge Sampaio, numa cerimónia em que foi ainda apresentada a

Um dos mais importantes concursos mundiais de vinhos

Anadia acolhe Wine Trophy 2016 e aposta nos espumantes

edição 2016 da Feira da Vinha e do Vinho, que este ano passa a chamar-se Anadia, Capital do Espumante. “Com a mudança do nome procuramos reforçar a imagem de marca do conce-lho: os vinhos espumantes”, resumiu Jorge Sampaio.

A produção de vinho espumante na Bairrada registou um 2015 um aumento de mais de 25 por cento em relação ao ano anterior, reforçando a liderança desta região demarcada na produção de espumantes nacionais.

A estimativa do aumento de produção foi feita pelo pre-sidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CRVB), Pedro Soares, e tem como base o crescimento “entre 25 e 30 por cento” da venda na região demarcada dos selos de garantia do Instituto da Vinha e do Vinho.

O Selo de Garantia certifica em cada garrafa a autenticida-de e genuinidade do vinho das regiões demarcadas, garan-tindo a sua origem e o controlo rigoroso efetuado a todas as fases do processo de produção.

Em 2015, ano em que se assinalaram 125 anos de produção de espumantes na Bairrada, a venda de selos na região de-verá ter rondado os dois milhões de unidades, contra pouco mais de um milhão e meio em 2014.

O evento Anadia, Capital do Espumante decorre entre 18 e 26 de Junho e para além da promoção do vinho terá uma componente forte de animação, destacando-se a presença de grupos musicais como GNR, Resistência, Agir ou Martinho da Vila.

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O Pavilhão Municipal de Exposições do Cartaxo recebe de 28 de Abril a 1 de Maio a XXVIII edição da Festa do Vinho, que con-tará com a presença do Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luis Medeiros Vieira, na cerimónia de abertura.

Tasquinhas, que servem os pratos regionais, casas agrícolas que dão a provar e vendem as suas melhores colheitas, pro-vas de vinho conduzidas por enólogos e chefs de cozinha que mostram ao vivo como preparar uma refeição dedicada a um vinho especial, ou como escolher o vinho certo para aquele prato que tanto aprecia, são algumas das propostas da Festa.

As provas de vinho são todas de participação gratuita e servem para abrir o apetite para os pratos tradicionais que as tasquinhas oferecem. Do rio virá certamente o sável e a açor-da preparada com as suas ovas ou as enguias pescadas pela manhã em Valada, do campo chegarão o ensopado de borre-go bem apurado ou o magusto que acompanha carne frita ou bacalhau assado.

Depois de uma refeição bem acompanhada pelos néctares da região, os visitantes podem ainda escolher um dos muitos vinhos – premiados nacional e internacionalmente –, que as casas agrícolas oferecem e levar para casa garrafas que guar-dam os sabores da Festa do Vinho.

Mas não há Festa sem música, pelo que as bandas filarmóni-cas e os grupos de cantares regionais vão também passar pelo recinto das tasquinhas durante a tarde e à hora do jantar, no

Pavilhão Municipal de Exposições, de 28 de Abril até 1 de Maio

Vinho vai ser a alma da Festa no Cartaxo

sábado, será outra a música – com o con-certo Bandas Rock’n Cartaxo a levar ao palco o som das ban-das do concelho.

Do programa, des-taque para o seminá-rio “Cortiça e Vinho – uma união natural”, no dia 29 de Abril (sexta feira), pelas 15 horas no Auditório Municipal da Quinta das Pratas; a cerimónia da entrega de prémios do Concurso de Vinhos da Campanha 2015/2016 do Melhor Vinho na Produção do Concelho do Car-taxo e da Região Tejo, integrada no Seminário “Cortiça e Vinho – uma união natural”.

No sábado, 30 de Abril, pelas 19 horas, terão lugar as co-memorações do nono aniversário da Associação de Municí-pios Portugueses do Vinho (AMPV), numa cerimónia que in-clui a entrega dos Prémios Prestigio 2015 da AMPV, “Prémio Personalidade do Vinho do Ano” e “Prémio Entidade do Vinho do Ano”- com um “La Selezione del Sindaco de honra”: Área reservada no Pavilhão Interior do Pavilhão Municipal de Expo-sições

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Vila Nova de Foz Côa volta a receber um dos mais emblemáticos eventos vínicos realizados no interior do país. Numa região onde têm origem algumas das mais prestigiadas marcas de vinho do Douro, a cidade recebe pelo quinto ano consecutivo o ‘Festival do Vinho do Douro Superior’, de 20 a 22 de Maio.

O Festival tem entrada livre e permite aceder aos stands de mais de 70 pro-dutores de vinho que vão marcar presença no ExpoCôa - Pavilhão de Exposi-ções e Feiras, dando a provar os seus vinhos aos visitantes. Os stands de sa-bores e as “tasquinhas” serão também cartão-de-visita do festival e, tanto no vinho como na comida, a maior parte dos produtos em exposição estarão à venda no local. Serão centenas as iguarias a representar não só a cidade de Vila Nova de Foz Côa, mas também os concelhos circundantes, de Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mêda, São João da Pesqueira, Torre de Moncorvo e Vila Flor.

O Festival do Vinho do Douro Superior veio para ficar e conta, ainda, com diversas actividades paralelas. Um concurso de vinhos, provas temáticas co-mentadas, animação de rua e música ao vivo são algumas das ‘atracções’ que irão tornar a visita ao evento num momento único para os apreciadores.

Colóquio “Douro Superior: Fronteiras da Liberdade” com nomes de peso

Organizado pelo Município de Foz Côa e produzido pela Revista de Vinhos, o ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ é um evento que em muito tem contri-buído para afirmar a cidade como “Capital do Douro Superior” e divulgar esta sub-região como terra de dinamismo e qualidade.

Partindo desta premissa, o já habitual colóquio, que este ano se realiza na sexta-feira, dia 20 de Maio, no ExpoCôa, está subordinado ao tema “Douro Superior: Fronteiras da Liberdade” e recheado de convidados de peso. São enólogos, proprietários, administradores, comunicadores, criadores, todos de tarimba e prontos a discutir questões como o conflito entre a tradição e a inovação, a adaptação do terroir, a categorização do vinho do Porto e o que define a identidade do Douro.

O programa conta com Mateus Nicolau de Almeida (“Trans-Douro Express”), do actual projecto familiar Quinta do Monte Xisto, que irá representar a ter-ceira geração de grandes enólogos durienses; João Brito e Cunha (“Velho vs. Novo Douro”), proprietário da Quinta de S. José e enólogo da Quinta da Touriga Chã; António Agrellos (“Tradição e/ou Liberdade”), enólogo autor dos presti-giados Douro e Porto da Quinta do Noval; e Luís Sottomayor (“Barcas Velhas e Novas”), enólogo da Sogrape e responsável pelo mítico ‘Barca Velha’, um filho de terras do Douro Superior – actualmente da Quinta da Leda.

O convidado especial é Mário Zambujal, jornalista e escritor, autor de livros como ‘Crónica dos Bons Malandros’, que irá abordar o tema ‘Vinho, fronteira e liberdade’. O colóquio encerra com o painel ‘Caminhos do Futuro’ em que participam Francisco (Vito) Olazabal, descendente da Ferreirinha e produtor da Quinta do Vale Meão; Joaquim de Almeida, proprietário do (recente) projec-to Quinta de Vale de Pios; José Cordeiro, chef e proprietário dos restaurantes Porto Sentido (Porto), Chefe Cordeiro (Lisboa) e Moments (Luanda); Manuel Novaes Cabral, presidente do Instituto do Vinho do Douro e do Porto; Pedro Ferreira, escanção no restaurante Pedro Lemos; Nuno Magalhães, professor de agronomia; Manuel Lobo Vasconcelos, enólogo da Quinta do Crasto; e Du-arte Fernandes, director comercial da Heritage Wines.

Certame realiza-se de 20 a 22 de Maio

Festival do Vinho do Douro Superior mostrar o melhor da região desde 2012

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Fruto de uma ‘parceria’ com um vizinho, a Quinta das Marias, produtor do Dão em Oliveira do Conde – Carregal do Sal, lançou recentemente um vinho diferente. O ‘Lote Branco’ é um vinho produzido com as Sémillon, Gouveio e Barcelo existentes numa vinha que Peter Eckert explora em Comodato. Ao mercado chegou também o novo Encruzado 2015, “talvez o melhor de sempre”, diz quem já o provou.

Em conversa com a Gazeta Rural, Peter Eckert diz que vai manter a aposta no mercado nacional, onde vende cerca de 40% da sua produção. “Sou suíço e quero vencer no mercado em Portugal”, afirmou, com um brilhozinho nos olhos. O produtor realça o facto dos seus vinhos brancos terem boa aceitação na Suíça, para muitos um mercado inacessível.

Gazeta Rural (GR): Como nasceu o vinho ‘Lote Bran-co’?

Peter Eckert (PE): Um vizinho tinha uma vinha que foi abandoando, pois o encarregado foi para a reforma. Falei com ele e fiz-lhe a proposta de me ceder a vinha em comodato, que é um tipo de aluguer diferente, pois se um dia o proprietário vender a quinta eu tenho que entregar a vinha.

Nessa parcela havia videiras com as castas Sémillon, Gou-veio e Barcelo e decidimos fazer um vinho. Fizemos 4400 gar-rafas que lançamos este ano, com o rótulo “Lote Branco” e que está muito bom.

GR: Entretanto, lançou o novo Encruzado 2015?PE: Sim, mas só o que foi vinificado na cuba de fermenta-

ção. O Barricas fica para mais tarde.Fizemos cerca de 18 mil garrafas, que está muito bom. Aliás,

estou muito satisfeito, pois houve quem me dissesse que foi o melhor Encruzado que fizemos até agora.

GR: Está também para breve o lançamento do Tou-riga Nacional 2014?

PE: Sim. Fizemos dois lotes de Touriga Nacional colheita de 2012, um com estágio prolongado. Em 2013 não fiquei satisfei-to com a qualidade do vinho e decidi não engarrafar.

O de 2014 está muito bom. Tive alguma sorte, pois houve muita gente que se queixou que 2014 não foi uma boa colheita. Estou muito contente, pois tratámos muito bem as vinhas e as uvas. Este novo vinho deverá chegar ao mercado em Junho.

GR: Como foi a colheita de 2015?PE: Acredito que estará no mesmo patamar de qualidade de

2014 e até pode chegar à de 2011, que foi um ano fantástico, mas com menor teor alcoólico. Não quero fazer vinhos com 15 graus, mas com 13,5/14. Será de uma qualidade muito boa.

Este ano temos também em quantidade, pois ao longo dos anos plantámos novas vinhas que começam agora a produzir na sua plenitude.

Touriga Nacional 2014 chega em Junho

Quinta das Marias lançou novos ‘Lote Branco’ e ‘Encruzado 2015’

GR: Qual a actual capacidade produtiva da Quinta das Marias?

PE: Em 2015 andaremos pelos 20 mil litros de vinhos branco e 25 mil de tinto.

“Sou suíço e quero vencer no mercado em Portugal”

GR: Os vinhos da Quinta das Marias mantêm uma excelente reputação?

PE: Sim, felizmente. Vendemos muito bem para a região de Lisboa, nomeadamente para a zona do Estoril. O nosso bran-co é um vinho muito apreciado nos restaurantes à beira mar, para acompanhar pratos de peixe.

Vendemos também muito bem na Suíça, o que é interes-sante, pois há quem diga que não se consegue vender vinho branco para este país. Vendemos também para a Alemanha, Macau e Canadá.

GR: O mercado internacional está a mexer?PE: Vendo 40% em Portugal e o restante é para exporta-

ção. Queria manter estes valores, porque entendo ser impor-tante estar no mercado português com bons vinhos.

GR: Há quem aposte cada vez mais na exporta-ção?

PE: Eu prefiro manter. Costumo dizer que temos andar com duas pernas. O que é importante para o mercado nacional é a relação qualidade/preço e nós conseguimos manter este equilíbrio.

Para além disso, para mim é importante. Sou suíço e que-ro vencer no mercado em Portugal, para que quando vier cá um jornalista do meu país perceba que a Quinta das Marias tem uma boa reputação no mercado em Portugal. Para mim é muito importante que, no mercado nacional, a Quinta das Marias seja um produtor de referência não só na região do Dão, mas no país, e penso que o temos conseguido.

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Mont’Alegre Clássico Tinto 2013 foi seleccionado pelo Grupo Pão-de-Açúcar para integrar os lineares da moderna distribuição em território brasileiro. O pri-meiro vinho com estágio em altitude do enólogo Francisco Gonçalves alarga, assim, a distribuição na América do Sul, com vista a comercializar também as outras referências do portfólio a médio-prazo.

Após uma selecção de referências por Região Demarcada, a marca Mont’Alegre destacou-se entre os vinhos de Trás-os-Montes como única escolha do Grupo Pão-de-Açúcar. A cadeia que detém mais de 2.100 lojas no Brasil passará a dis-por da colheita de 2013 entre os vinhos de Portugal seleccionados.

O enólogo Francisco Gonçalves diz que “ver o primeiro vinho que lancei num projecto próprio a ser escolhido para representar a minha Região num mercado tão alargado e apetecível como o do Brasil é um claro sinal de que a marca está a crescer e a afirmar-se com qualidade e ambição suficientes para chegar cada vez mais longe”, refere.

Grupo Pão-de-Açúcar detém mais de 2.100 lojas

Vinhos Mont’alegre alargam distribuição

para o Brasil

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Numa iniciativa do Município de Miranda do Douro e da Confraria dos Vinhos Transmontanos, vai decorrer no próximo dia 23 de Abril, a partir das 10 horas, na Casa da Música e no Largo do Castelo o “Capítulo de Primavera – Festa do Vinho”, com a presença de cerca de 12 produtores/expositores.

Esta iniciativa pretende promover os Vinhos de Trás-os-Montes, bem como contribuir para a divulgação, promoção, venda de produtos regio-nais e locais e fomentar o convívio e animação no Largo do Castelo de Miranda do Douro e Casa da Música Mirandesa.

O programa inicia-se às 10 horas com a abertura Festa do Vinho, no Largo do Castelo, a que seguirá a recepção no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Pelas 11 horas haverá a apresentação dos Vinhos do Planal-to Mirandês, na Casa da Música, com o presidente da Câmara de Miran-da, Artur Nunes, e o presidente da Adega Cooperativa de Sendim, Óscar Afonso, um produtor de Vinhos do Planalto.

Pelas 11.30 horas decorrerão as Entronizações - Brinde Honor et Gloria Transmontano Vino, a que seguirá o desfile da Confraria e Pauliteiros de Miranda. O encerramento do Capítulo de Primavera – Festa do Vinho está marcado para as 18 horas.

Dia 23 de Abril, no Largo do Castelo

Miranda do Douro recebe Capítulo

de Primavera – Festa do Vinho

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AL–RIA Reserva Tinto 2014, da Casa Santos Lima, Compa-nhia das Vinhas, SA, foi considerado o “Melhor Vinho do Algar-ve” no IX Concurso de Vinhos do Algarve, promovido pela Co-missão Vitivinícola do Algarve em parceria com a Associação de Escanções de Portugal e a Câmara de Lagoa.

Realizado no Convento de São José em Lagoa, o Concurso foi aberto a vinhos brancos, rosados e tintos. O júri do con-curso, formado por especialistas escanções nacionais, atribuiu medalhas a 25 dos 81 vinhos a concurso, que representaram 20 produtores da região.

Segundo Carlos Gracias, presidente da CVA, esta edição marcou um ponto de viragem, “tendo em consideração a ex-pressiva participação de produtores e o número de amostras a concurso, associado às elevadas pontuações obtidas pelos vinhos à prova (todas superiores a 80 pontos) consideramos que os nossos vinhos atingiram um patamar de excelência e serão muito valorizados pelos consumidores”.

Os prémios serão entregues em cerimónia posterior, por ocasião da Fatacil 2016.

XVIII Concurso Mundial de Vinhos decorreu no Estoril

Portugal ‘dominou’ Wine Masters Challenge 2016

Os vinhos portugueses estiveram em destaque no Wine Masters Challenge 2016 - XVIII Concurso Mundial de Vinhos, realizado no Estoril, obtendo sete das nove medalhas de Ouro, com a Austrália a ficaras outras duas.

Nas medalhas de prata os vinhos portugueses obtiveram a grande maioria dos prémios.

Medalhas de Ouro:Wakefield / Taylors Wines St. Andrews - Chardonnay 2014, Branco

Clare Valley Australia Casa Santos Lima - Al-Ria 2015 Tinto, Algarve

Concurso premeia 25 vinhos

AL–RIA Reserva Tinto 2014 é o “Melhor Vinho do Algarve”

Vinhos Medalhados:Grande Medalha de Ouro: “Melhor Vinho do Algarve”:AL–RIA Reserva - Vinho Regional Algarve Tinto 2014, da Casa

Santos Lima, Companhia das Vinhas, SA

Casa Agrícola Alexandre Relvas Lda - Herdade São Miguel Touriga Franca 2014 Tinto, Alentejo Casa Santos Lima - Confidencial Reserva 2013 Tinto, Lisboa

Quinta dos Termos Lda - Quinta dos Termos Selecção 2013 Tinto, Beira Interior

Wakefield / Taylors Wines St. Andrews - Shiraz 2013 Tinto, Clare Val-ley Australia

Carmim - Reserva dos Sócios 2012 Tinto, Alentejo João Reinaldo Gingeira Sobral - Casal Seixas Sobral Grande Reser-

va 2012 Tinto, Douro Vinilourenço Lda - Dª Graça Grande Reserva Vi-nhas Antigas 2011 Tinto, Douro

Medalhas de Ouro:Alvor Mitto - Vinho Regional Algarve Rosé 2015, da Quinta do

Morgado da Torre, LdaMarquês dos Vales DUO Petit Verdot & Touriga Nacional - Vi-

nho Regional Algarve Tinto 2012, da Quinta dos Vales

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Instituição com seis décadas, a Adega Cooperati-va de Valpaços é uma referência no panorama viní-cola de Trás-os-Montes, com os actuais dirigentes apostados em continuar o legado que receberam. Encostas do Rabaçal, nos vinhos, e São Pedrinho, nos espumantes, são hoje duas referências incon-tornáveis da Adega, que quer reforçar a exporta-ção, que actualmente representa cerca de 12% do volume de vendas. Aquelas referências juntam-se a Ponte do Arquinho, Dólmen, Terra do Quente, Casa do Adro (bag-in-box), Fonte Quente (aguardentes), entre outras.

O actual presidente da Adega, Arnaldo Varandas, adiantou à Gazeta Rural que a aposta na melho-ria dos produtos e na procura de novos mercados é para continuar. Colômbia e São Salvador podem, em breve, receber vinhos da Adega, enquanto have-rá um reforço da aposta na França e Suíça. Moçam-bique e a Ásia são outros mercados a explorar.

Gazeta Rural (GR): O Encostas do Rabaçal é uma marca emblemática da Adega de Valpaços?

Arnaldo Varandas (AV): É, efectivamente, uma marca de âmbito nacional, mas que também está presente no merca-do da saudade. É um produto que a nossa equipa de enologia melhorou ainda mais, numa aposta de fazer chegar ao merca-do produtos de elevada qualidade. Todos os dias procuramos melhorar, corrigindo pormenores para que o consumidor fique cada vez mais satisfeito com os nossos vinhos.

GR: Como está a Adega neste momento?AV: Está como todas as empresas da região, procurando

novos caminhos, novos clientes e novos mercados, o que es-tamos a conseguir.

GR: Falou no mercado da saudade. A internacionali-zação é uma aposta forte?

AV: Neste momento a Adega de Valpaços exporta cerca de 12% da produção. É pouco para as nossas possibilidades e necessidades. Recentemente participámos num certame in-ternacional, em Lisboa, e vamos conseguir exportar para mer-

Uma instituição com seis décadas

Adega de Valpaços aposta na exportação e em produtos de qualidade

cados distantes, como a Colômbia e São Salvador, mas tam-bém aumentar o volume de exportação para França e Suíça. Há poucas semanas enviámos uma encomenda de espumante São Pedrinho para Hong Kong, numa parceria com um empre-sário português de Arcos de Valdevez.

GR: O espumante São Pedrinho está no mercado há mais de uma década e tem sido muito bem recebido?

AV: A nossa equipa de enologia tem tido uma grande preo-cupação na melhoria da qualidade dos nossos vinhos, nome-adamente o espumante São Pedrinho, que hoje é um produto bandeira da Adega, considerado pelos críticos como o melhor espumante na relação preço/qualidade e daí ser bastante pro-curado, nomeadamente por exportadores.

No SISAB tivemos um contacto de Moçambique, para onde vamos enviar o nosso espumante. Tivemos também a visita do senhor vereador da Câmara de Nacala, Evaristo Sivoco, conjuntamente com um empresário português que lá está a investir e que tem levado para Moçambique vinhos Fonte do Arquinho, Encostas do Rabaçal e o espumante São Pedrinho.

GR: Como olha para a evolução dos vinhos trans-montanos?

AV: A Adega de Valpaços é uma instituição com 60 anos, que tem sido dirigida de uma forma hábil e inteligente por val-pacenses, que souberam aproveitar as condições climáticas desta região para a produção de vinhos de grande qualidade, que chegam a vários pontos do mundo e que levam o nome e a marca Valpaços muito longe.

Seria desprestigiante para nós, nos dias de hoje, não honrar tudo o que foi feito nestes 60 anos. A Adega de Valpaços é lí-der na região de Trás-os-Montes, que deu um salto nos últimos anos, mas foi um saltinho pequenino, comparado com o que a Adega de Valpaços fez nos últimos 60 anos.

GR: Ainda assim, houve uma evolução significativa dos vinhos na região?

AV: Apareceu um conjunto de produtores que quiseram mostrar a sua marca, porque existem ‘nichos’ onde se podem produzir vinhos de excelente qualidade. Contudo, a Adega não pode viver de nichos ou de coisas micro. Tem que viver com milhões, tem 60 anos e tem que crescer de forma sustentada. A Adega é uma instituição emblemática do concelho de Val-paços, da região de Trás-os-Montes e do país, com produtos dispersos por todo o mundo.

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Está a chegar mais uma edição da Festa do Alvarinho e do Fumeiro em Melga-ço. De 22 a 24 de Abril, o alvarinho e o fumeiro serão o centro das atenções, este ano com uma imagem renovada, mas com a mesma qualidade e tradição.

Num só espaço a oferta é diversificada e deliciosa: 31 produtores de alvarinho, 18 de fumeiro e produtos locais e 8 tasquinhas. O certame contará ainda com a presença de 16 associações e instituições que mostraram o que de melhor de faz no artesanato. Este ano, nas novidades há a destacar os showcooking &harmoni-zação com os chefes Vítor Matos, Marlene Vieira e Rui Paula.

A Festa do Alvarinho e do Fumeiro é uma festa tradicional que tem evoluído ao longo dos anos, sem nunca perder a sua identidade e sempre focada na promo-ção e valorização da região e das suas principais características. Em Melgaço, durante três dias assiste-se a uma mostra dos produtos locais ao Minho, a Portu-gal e ao mundo: todos os anos são muitos (e cada vez mais) os que de Portugal, e não só, se deslocam ao Município mais a Norte de Portugal para participar neste certame de renome, um evento incontornável na rota das festas gastronómicas do país.

Dos Vinhos Alvarinhos, ao Fumeiro e ao Artesanato, passando pelo Turismo e pela Gastronomia, o evento reúne as características populares que estiveram na sua origem e a evolução natural assinalada ao longo dos anos.

O espumante m&m Gold Edition Branco Bruto, (IGP-Beira Atlântico), produzido pelas Cave Cen-tral da Bairrada, sedeada em Anadia, recebeu a medalha de ouro na mais antiga e maior competi-ção internacional de vinhos, o Challenge International du Vin, em Bordéus – França.

A cada primavera, mais de 5.000 vinhos de 38 países são provados ao longo de dois dias em por cerca de 700 profissionais e especialistas em vinho. É também o maior concurso internacional de vinhos realizado em França e certificado com a ISO 9001 (versão 2008), que atesta a sua aborda-gem de alta qualidade e a aplicação de normas rigorosas para as organizações.

De 22 a 24 de Abril

Alvarinho e do Fumeiro são centro das atenções em Melgaço

No Challenge International du Vin

Espumante m&m Gold Edition Branco Bruto recebeu

Medalha de Ouro

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O concelho de Nelas recebe, no próximo dia 24 de Abril, o segundo Trail da Caminhos Cruzados, empresa produtora de vi-nhos do Dão. O evento começa às nove horas da manhã e conta com três modalidades: um Trail Curto, de 16 quilómetros; um Trail Longo, de 35 quilómetros, e uma caminhada, de 10 quilómetros. A prova, que se inicia no Largo Vasco da Gama, em Nelas, termi-na com um almoço regado com vinhos da Caminhos Cruzados, na nova adega, situada na Quinta da Teixuga.

“O objectivo é trazer a Nelas uma grande prova desportiva e pôr as pessoas a percorrer as paisagens da região, os vales do rio Mondego, as vinhas do Dão e termina na Quinta da Teixuga com um bom almoço, regado com os nossos vinhos”, afirmou Paulo Santos à Gazeta Rural.

Para o trail o preço de inscrição é de 10,00 euros e 2,5 euros para a caminhada. A receita das inscrições reverte para as Asso-ciações dos Bombeiros Voluntários de Nelas e de Canas de Se-nhorim. O almoço terá um custo adicional de cinco euros. Para o vencedor o prémio são 36 garrafas de vinhos Titular, Terras de Nelas e Terras de Santar, o segundo receberá uma garrafeira composta por 12 vinhos e o terceiro um conjunto de seis vinhos. Para além dos prémios para os três vencedores, será entregue uma t’shirt e garrafa de vinho a todos os participantes que cru-zarem a meta.

O produtor Caminhos Cruzados, sedeado em Nelas, nasceu

No dia 24 de Abril, com prémios aliciantes

Nelas recebe segundo Trail “Caminhos Cruzados”

em 2012 pela mão de Paulo Santos, empresário da área têxtil, que tinha o sonho de regressar às origens e colocar Nelas no mapa dos grandes vinhos do Dão. Os seus nectares são feitos a partir de uvas de produção própria, e de produtores selecciona-dos, a partir de castas características da região do Dão, como a Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz, nos tintos, e Encruzado, Bical e Malvasia Fina, nos brancos. Terras de Nelas, Terras de Santar e Titular, a marca bandeira deste produtor, são as referências que tem no mercado. Vinhos com assinatura da equipa dos enólogos Manuel Vieira e Carlos Magalhães.

A empresa adquiriu a Quinta da Teixuga, no concelho de Ne-las, onde produz o Teixuga, o topo de gama dos vinhos da Cami-nhos Cruzados. “O novo Teixuga é um grande vinho que vai ser lançado em Maio”, adiantou Paulo Santos.

A nova adega, situada na Quinta da Teixuga, deverá ficar con-cluída nos próximos meses, mas, segundo Paulo Santos, não ficará pronta a tempo de receber as vindimas deste ano, mas “já podemos mostrar o que vai ser, pois a parte da estrutura do edifício já está concluída”.

A Caminhos Cruzados comercializa vinhos em todo o merca-do nacional, Açores e Madeira incluídos, exportando já para a Alemanha, Angola, Brasil, Canadá, China, França, Suíça, entre outros países. A Revista de Vinhos considerou-a Produtor Re-velação de 2015.

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A Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) foi eleita para liderar a Rede Europeia de Cidades do Vinho, com o autarca alentejano de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, a assumir a presidência.

O ato eleitoral, que culminou na escolha da candidatura da AMPV, teve lugar na assembleia-geral da Rede Europeia de Ci-dades do Vinho (RECEVIN), que decorreu na localidade italiana de Valdobbiadene.

Em comunicado, a AMPV revelou que o presidente da Câma-ra de Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, foi eleito como presidente da RECEVIN e que também os autarcas dos municípios de Cartaxo, Lamego e Palmela vão integrar o con-selho de administração da rede europeia.

A eleição de José Calixto “é um justo reconhecimento do trabalho extraordinário que fez em Reguengos de Monsaraz enquanto Cidade Europeia do Vinho em 2015 e será muito importante para dar um novo impulso a esta rede europeia”, congratulou-se o presidente da AMPV e da Câmara de Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro.

O mesmo autarca destacou a “forte” representação portu-guesa na RECEVIN (Reguengos de Monsaraz, Cartaxo, Lame-go e Palmela), considerando que “espelha o reconhecimento internacional do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela AMPV e pelos seus associados”. Na assembleia-geral da RECEVIN ficou também decidido que todas as cidades portu-guesas associadas da AMPV vão passar a integrar esta rede

Autarca de Reguengos de Monsaraz é o novo presidente

Portugal lidera Rede Europeia de Cidades do Vinho

europeia de cidades do vinho.José Calixto, o novo presidente da RECEVIN, sucedendo no

cargo ao italiano Pietro Iadanza, assumiu que, entre outras propostas, pretende “estabelecer uma estrutura de acesso aos fundos comunitários”, assim como “constituir as Rotas do Vi-nho da Europa”.

No seu mandato à frente da RECEVIN, o autarca alentejano, citado pela Câmara de Reguengos de Monsaraz, destacou que vai também “trabalhar o enoturismo com todos os parceiros europeus” e criar “uma rede de Museus do Vinho da Europa” e “uma grande base de dados dos territórios vinhateiros da Eu-ropa”.

Outras prioridades vão ser “promover os interesses comuns das regiões vitícolas na economia europeia, reforçar a repre-sentação das diversas regiões junto das instituições europeias e posicionar um espaço/grupo de trabalho em Bruxelas que vise a defesa dos territórios produtores de vinho e, simultane-amente, valorize e aumente a dimensão” da RECEVIN.

Depois de Reguengos de Monsaraz ser Cidade Europeia do Vinho 2015, este “selo” é, em 2016, ostentado por Conegliano e Valdobbiadene, que lideram o grupo de 15 cidades da região italiana do vinho “Prosecco Superiore”.

A Rede Europeia das Cidades do Vinho integra cidades da Alemanha, Áustria, Bulgária, Eslovénia, Espanha, França, Gré-cia, Hungria, Itália, Portugal e Sérvia conhecidas pela qualida-de da sua produção de vinho.

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A Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV) comemorou 22 anos, num sessão que decorreu na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu, que incluiu uma mesa redonda subordi-nada ao tema “O Papel dos Investidores e do Ensino Superior na Fileira Agro-Alimentar na Região”, onde especialistas das áreas produtivas com mais impacto na região abordaram os principais problemas que preocupam cada sector e elencaram linhas orientadoras para ultrapassar alguns obstáculos ao de-senvolvimento, numa perspectiva de proximidade com o Ensi-no Superior Agrário.

A ESAV pretendeu com a realização da iniciativa divulgar a instituição junto de todos os que têm ao longo dos anos con-tribuído para o seu crescimento, tendo congregado para o efeito um conjunto de personalidades, interesses e vocações relacionados com o sector agrícola e com o desenvolvimen-to rural. A partilha e o debate sobre a importância do ensino agrário no desenvolvimento das regiões e do país e o papel dos jovens numa agricultura que se quer de futuro foi o mote das comemorações.

Criada a 19 de Dezembro de 1994, a Escola Superior Agrá-ria de Viseu (ESAV) está actualmente instalada na Quinta da Alagoa e Viseu e forma estudantes nas áreas de produção agrícola, ciência animal, engenharia alimentar e enfermagem veterinária, numa actividade que se tem revelado como um contributo extremamente importante para o desenvolvimento da economia regional.

A ESAV começou com três cursos de bacharelato, 16 docen-tes, quatro funcionários e uma centena de alunos. 22 anos de-pois a Escola tem 18 funcionários, 40 docentes, na sua grande

maioria Doutorados, e meio milhar de alunos, tendo formado ao longo destes anos mais de dois milhares de alunos, “todos com muito boa reputação no mercado”, como referiu o actual presidente, António Monteiro.

Nesta altura a ESAV lecciona sete licenciaturas, quatro em funcionamento (Ciências e Tecnologia Animal, Enfermagem Veterinária, Engenharia Agronómica e Qualidade Alimentar e Nutrição); quatro mestrados (Qualidade e Tecnologia Alimen-tar, Tecnologias de Reprodução Animal e, em parceria com outras Escolas Agrárias, Enfermagem Veterinária de Animais de Companhia, Meios Complementares de Diagnostico de Enfermagem Veterinária) e duas pós-graduações (Nutrição e Segurança Alimentar e Agropecuária Sustentável). Para além destas tem ainda seis Cursos Técnicos Superiores Profissio-nais, com destaque para o de Viticultura e Enologia.

Equipada com infraestruturas adequadas e meios laborato-riais, a ESAV desenvolve projectos de ensino, de investigação e de apoio à comunidade, salientando-se como uma referência incontornável no panorama do ensino superior da região.

Na sessão comemorativa, o presidente da ESAV, António Monteiro, destacou a aposta “num ensino de excelência”, mas também “em mais alunos”. Por sua vez João Paulo Gouveia, antigo docente da ESAV e actualmente vereador na Câmara de Viseu, referiu que “o ensino agrícola é estratégico para o concelho e para a região”.

Já vice-presidente do IPV, Pedro Rodrigues, salientou a “importância da Escola” no âmbito do IPV e que a mesma é “uma mais-valia para a região, que queremos rentabilizar ainda mais”.

Com uma sessão e uma mesa redonda

Escola Superior Agrária de Viseu ‘celebrou’ 22 anos de excelência

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Os resultados preliminares de um estudo realizado nas Cal-das da Felgueira indicam que as pessoas com doença pulmo-nar obstrutiva crónica revelam melhorias após tratamento termal, adiantou o responsável daquela estância do concelho de Nelas.

De acordo com Adriano Ramos, os resultados preliminares deste trabalho de investigação foram apresentados no início do mês no Centro Hospitalar Tondela -Viseu, aquando da reali-zação das II jornadas de Pneumologia - Interface com a Medi-cina Geral e Familiar, nas quais conquistaram o primeiro prémio atribuído no evento por pneumologistas.

O trabalho apresentado sob a forma de poster `Crenote-rapias na DPOC - Um estudo feito nas Caldas da Felgueira “espelha apenas os resultados preliminares de um projecto de investigação mais abrangente em curso” e “evidencia a me-lhoria dos doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), avaliada espirometricamente, com o tratamento ter-mal”.

Adriano Ramos explicou que o estudo em curso tem por objectivo estabelecer, de forma mais consistente, “a relação entre o tratamento termal e a qualidade de vida dos doentes, através não só de parâmetros espirométricos, mas também de indicadores clínicos com a aplicação do questionário mMRC, cujos resultados serão apresentados em 2017”.

Sobre o prémio, atribuído por um júri constituído por pneu-mologistas, considera que é “o merecido reconhecimento do tratamento termal nas Caldas da Felgueira, naquela que tem sido a sua principal vocação terapêutica: as doenças do apa-relho respiratório superior e inferior, com recurso, entre outras técnicas, a aplicações médicas específicas, executadas por médicos hidrologistas”.

“Estas são certamente algumas das razões que justificam a crescente procura das Caldas da Felgueira por doentes com patologia respiratória de todas as faixas etárias, muito em par-ticular em idades pediátricas”, concluiu.

O Fundão está a levar a cabo diversas acções e actividades para afirmar a paisa-gem natural das cerejeiras em flor como cartaz turístico, numa oferta que até inclui passeios de balão. “Queremos aumentar não só o número de turistas e visitantes que possam passar pelo nosso concelho, mas, sobretudo, queremos aumentar o número de dias que esses visitantes aqui permanecem. Queremos que a duração média das visitas passe de 1,6 dias para pelo menos mais de duas noites”, explicou Paulo Fernandes, presidente da Câmara do Fundão.

A aposta tem sido realizada em parceria com outras entidades e empresas pri-vadas, contando com passeios pedestres organizados, provas de atletismo e de ciclismo, bem como com passeios num comboio turístico urbano, que atravessa uma das principais áreas de pomar das encostas da Serra da Gardunha. Há ainda possibilidade de sobrevoar a área num balão de ar quente, actividade que só se realiza caso as condições meteorológicas o permitam.

Numa oferta que até inclui passeios de balão

Fundão aposta nas cerejeiras em flor como cartaz turístico

Situadas no concelho de Nelas

Estudo demonstra propriedades terapêuticas das Termas da Felgueira

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O valor da nova geração de futuros engenheiros agrónomos foi posto à prova nas 24H Agricultura Syngenta e os cerca de 150 alunos envolvidos nesta competição formativa passaram no teste com distinção. A Associação Portuguesa de Horti-cultura (APH) validou as suas competências em provas que simulam o contexto real do mercado de trabalho, ajudando os alunos na transição para a vida profissional.

A primeira edição das nas 24H Agricultura Syngenta decorreu no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, e encerrou com um balanço extremamente positivo, reconhecido por todos os participantes e parceiros desta iniciativa inédita em Portugal.

Num roteiro de mais de 20 provas, que duraram 24 horas consecutivas, os alunos foram desafiados a testar conheci-mentos técnicos, bem como competências de gestão de tem-po, trabalho em equipa e resistência à pressão. Participaram cerca de 8% dos alunos do ensino superior agrário nacional, provenientes de todo o país.

A estória da competição desenrolou-se a partir da estru-turação de um plano estratégico de negócio para uma ex-ploração agrícola, seguindo-se um carrossel de provas, como diagnóstico de problemas fitossanitários numa vinha; cálculo dos tratamentos e qualidade da pulverização, calibração de pulverizadores e preparação de caldas com mediação de pH através de equipamentos de precisão.

Na componente de mecanização, os alunos aprenderam a conduzir um tractor guiado por GPS e a montar um pulveri-zador; simularam sementeira de precisão de milho e calcula-ram a fertilização ultra-localizada. Foram ainda desafiados a programar a rega, fertilização e os tratamentos fitossanitários para uma cultura, através de uma aplicação em tablet. Na ver-tente de pós-colheita analisaram a qualidade de framboesas, classificando-as por categorias comerciais.

Os alunos enfrentaram ainda provas teórico-práticas como o dimensionamento de estufas, cálculos de fertilização e ne-cessidade de água, bem como de eficiência do uso da água. Responderam a desafios comportamentais, como a gestão de

Cerca de 150 alunos envolvidos passaram no teste com distinção

APH testou competências dos futuros engenheiros agrónomos

crises, tendo de enfrentar perguntas duras numa conferência de imprensa.

Testaram ainda competências de comunicação numa si-tuação de crise na exploração agrícola, perante jornalistas e realizaram um peddy paper nocturno incluindo perguntas que visaram testar a aprendizagem dos conteúdos assimilados du-rante a jornada.

Nas palavras do presidente da APH “as 24H Agricultura Syn-genta demostraram aos futuros profissionais que os saberes não chegam, são necessárias competências para fazer acon-tecer, em ambientes organizacionais e sociais de grande com-plexidade. O know-how e know-who adquirem-se nestes círcu-los e não no ambiente conservador do ensino superior agrário nacional”, afirmou Domingos Almeida, também professor de Agronomia na Universidade de Lisboa.

“A APH irá continuar a proporcionar à futura geração de agrónomos oportunidades para se testarem e desenvolverem. Fiquei espantado com a dedicação e resiliência das equipas e do verdadeiro espírito de missão que testemunhei. Ninguém vacilou, mesmo em condições de extremo cansaço físico e esforço intelectual. Temos de ajudar esta geração de elevado valor a ir mais além”, acrescenta Domingos Almeida.

Por seu turno, a IAAS Portugal, Associação Internacional de Estudantes de Agricultura, parceira da APH na organização, destacou a “mais-valia deste evento para os futuros engenhei-ros agrónomos, pelos contactos e laços que pudemos estabe-lecer com empresas e profissionais do sector, cujos ensina-mentos nos servirão de base para realizar um melhor trabalho na tão nobre actividade agrícola”.

A definição, coordenação e avaliação das provas foi reali-zada pela APH, IAAS e Sfori, em estreita parceria com os pa-trocinadores do evento, que se mostraram incansáveis no seu envolvimento e empenho para o sucesso do evento. A valia pe-dagógica e experiencial das provas permitiu aos participantes sentirem as falhas nas suas competências, que ainda estão a tempo de colmatar e construir.

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A nortenha carne de vaca Cachena, com Denominação de Origem Protegida desde 2002, tem conquistado cada vez mais apreciadores fora da região, sobretudo em Lisboa e Espanha, e a produção quase triplicou entre 2014 e 2015.

“Temos interessados em Lisboa, mas também em Espanha. Temos contactos de restaurantes da capital e há espanhóis de Vigo e Ourense, por exemplo, a viajarem até Melgaço para vi-rem comer bifes de vaca Cachena”, conta José Gonçalves, pre-sidente da Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, entidade que gere a denominação de origem da car-ne Cachena da Peneda.

A vaca Cachena da Peneda é a mais pequena raça bovina portuguesa e uma das mais pequenas do mundo. O animal atinge uma altura máxima de 110 centímetros e sobrevive ao frio nas serras da Peneda, Soajo e Amarela, no Parque Nacio-nal na Peneda-Gerês (Norte de Portugal).

A sua carne distingue-se por ser suculenta, tenra, de cor ró-sea clara, com uma consistência firme, ligeiramente húmida e com pouca gordura intramuscular.

Segundo José Gonçalves, em causa está um produto ‘slow food’ que sabe “à terra, às gentes e às tradições”. A produção da carne da Cachena no Norte de Portugal quase triplicou en-tre 2014 e 2015, passando das 80 carcaças vendidas para as 216.

Para este ano, a Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca estima que a produção continue a crescer e aumente 20 por cento em relação a 2015. Actualmente, há cerca de cinco mil cabeças de gado bovino da raça no mundo.

Com a parceria do grupo Agros, a carne da vaca Cachena

Produção quase triplicou entre 2014 e 2015

Carne de vaca Cachena conquista cada vez mais apreciadores

começou a ser comercializada em todo o Norte de Portugal, mas o objectivo da Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca “é ampliar a produção e tentar ajudar os pro-dutores a aumentar a produção”, refere José Gonçalves.

Assumindo que se trata de “um nicho de mercado”, aquele responsável refere que o futuro passa por educar os produto-res, com formação e sensibilização, para que “saibam tratar ainda melhor dos animais”. Outra medida para aumentar a pro-dução de carne da Cachena é não abater as fêmeas daquela raça portuguesa para continuarem a procriar.

O sabor peculiar, a suculência e a maciez da carne da Ca-chena são conseguidos por os bovinos serem “quase de caça”, pois andam à solta nos terrenos das serras. Outro elemento es-sencial para tornar a carne mais tenra e especial é, segundo o especialista, colocar os animais em estábulos durante três ou quatro meses.

Nas últimas semanas decorreram em Portugal manifesta-ções de protesto de produtores dos sectores agrícola e pecuá-rio, desde a suinicultura à produção de leite e de carne, a exigir mais medidas de apoio por parte do Governo e da União Euro-peia, numa altura de crise. Aquele responsável diz que para já “este nicho de mercado não se pode queixar muito”, todavia, há matadouros a pagar muito pouco pelo quilo de carne.

A garantia da qualidade da carne da Cachena é sujeita a um sistema de controlo e certificação desde o produtor até ao consumidor final. A raça é explorada em regime extensivo, por vezes quase semi-selvagem e é actualmente parte “integrante do património genético de Portugal”, considera a cooperativa agrícola.

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O Crédito Agrícola distinguiu as empresas suas clientes que, no ano de 2015, receberam o estatuto PME Líder e PME Excelência, pelo seu contributo para a competitividade e desenvolvimento da economia nacional. Entre as empresas homenageadas esti-veram 10 da região de Viseu.

Na cerimónia, que decorreu no Campo Pequeno, em Lis-boa, a entrega dos prémios foi conduzida por Sílvia Alberto. Os homenageados com o estatuto de PME Líder foram: Cons-truções Laurindo de Almeida, Lda.; Machado & Rodrigues, Lda.; Moreira & Rodrigues, Lda.; Predial das Termas – Agência Imobiliária, Lda.; Ramos & Ramos, Lda. (do Crédito Agrícola de Lafões); Adega Cooperativa de Mangualde, C.R.L.; Antó-nio Acácio – Transportes, Lda.; Arqueohoje – Conservação e Restauro do Património Monumental, Lda. (do Crédito Agrí-cola de Vale do Dão e Alto Vouga); Silva & Reis, Lda. (do Crédi-to Agrícola de Vale do Távora e Douro). Já com o estatuto PME

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, anunciou que o Governo vai obrigar à rotulagem da car-ne de porco para que os consumidores portugueses saibam se é importada ou nacional.

“Vamos obrigar a rotular com a origem do produto, para que os consumidores, quando vão comprar carne de porco, saibam se é porco importado ou nacional”, referiu. Capoulas Santos acrescentou que também já apelou à indústria de lacticínios para que, nos pacotes de leite, queijo e manteiga, “seja claramente posta a identificação nacional”, eventualmente até a bandeira nacional.

“Na carne do porco, a rotulagem será obrigatória, temos base legal para essa imposição. Nos pro-dutos lácteos, a regulamentação comunitária não nos permite uma determinação com essa clareza, mas nada impede à indústria de o fazer”, referiu. Em relação às importações, disse que vai ser apertada a fiscalização, para que os produtos entrem em Portugal “em respeito” pelas regras da União Europeia.

Prémios às PME Líder e Excelência 2015

Empresas da região de Viseu homenageadas pelo Crédito Agrícola

Excelência o galardoado foi Carlos Rua Trindade & Filhos, Lda. (do Crédito Agrícola de Vale do Távora e Douro).

O evento contou com a presença dos representantes das várias Caixas de Crédito Agrícola do país, do presidente do Conselho Geral e de Supervisão e do Conselho de Administra-ção Executivo do Crédito Agrícola, do presidente do IAPMEI e de um representante do Turismo de Portugal.

O Crédito Agrícola, que ao longo dos anos tem vindo a re-forçar o apoio ao tecido empresarial português – quer atra-vés do lançamento de produtos e serviços que respondam às suas necessidades, quer pela criação de iniciativas que visem o desenvolvimento das empresas –, vê crescer o número de PME suas Clientes distinguidas. Entre 2014 e 2015 o núme-ro de empresas com estatuto aumentou 123%, o que denota o cuidado e a proximidade do único Banco cooperativo aos seus Clientes.

Para que os consumidores saibam se é importada ou nacional

Ministro da Agricultura anunciou rotulagem obrigatória da carne de porco

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Com a chegada da Primavera, assume-se como importante abordar a temática da multiplicação de colónias uma vez que nesta época estarão reunidas as condições para a execução deste tipo de técnicas.

A enxameação é uma forma natural de reprodução de coló-nias, favorecido pela existência de rainha velha (ilustração 1), falta de espaço para a colónia, falta de ventilação, predispo-sição genética para a enxameação e pela abundância de ali-mento. Contudo, em virtude da necessidade de profissionalizar o sector apícola, são vários os apicultores que se têm dedicado a proceder a aumentos de efectivos apícolas e as técnicas de multiplicação de colónias têm sido muito aperfeiçoados e uti-lizadas.

As colónias a multiplicar devem ser seleccionadas de acor-dos com as seguintes características: elevada produtividade, baixa tendência para enxamear, boa postura, elevada sanida-de e baixa agressividade.

O desdobramento é a técnica artificial de multiplicação de colónias mais usada, e desdobrar um enxame consiste em divi-di-lo em dois ou mais enxames. São várias as metodologias que o permitem, nomeadamente desdobramentos sem procura da rainha com uma ou com duas colónias e desdobramento com procura da rainha. Sendo que os aspectos comuns são a exis-tência de um quadro com ovos ou larvas até ao segundo dia

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Paixão pela cor

OPINIÃO

Multiplicação de colónias(ou alvéolo real), pelo menos dois quadros com criação oper-culada e quadro de reservas de mel e pólen. Contudo outras técnicas baseadas nos mesmos princípios podem ser usadas.

A criação de rainhas é importante e pode ser ter como ob-jectivos a substituição de rainhas com características inde-sejáveis (rainhas velhas, com elevada tendência para a en-xameação), em casos em que há morte acidental da rainha, e introdução em colónias órfãs recém-estabelecidas. A criação de rainhas pelo método Doolittle é a mais frequente, onde se utiliza o “picking” (ilustração 2), pequeno instrumento exis-tente em vários modelos, cuja função é retirar e transportar a larva do alvéolo para a cúpula, juntamente com a porção de geleia real que a envolve. Posteriormente os suportes com as respectivas cúpulas são colocados numa incubadora para que as rainhas tenham as condições de temperatura e humidade necessárias ao seu desenvolvimento. E depois de nascerem, cada uma destas rainhas poderá ser fecundada artificialmen-te, ou colocada num nucléolo de fecundação juntamente com abelhas “amas” para que a fecundação decorra naturalmente ao ar livre. Sendo que a fecundação natural ocorre normal-mente 7 a 10 dias após o nascimento, em pleno voo (entre as 12 e as 16 horas em dias solarengos) e após o sucesso desta, a rainha inicia a postura em média após quatro ou cinco dias.

Associação de Apicultores da Beira Alta

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OPINIÃO

O Primeiro-Ministro António Costa esteve em Mação onde presidiu às comemorações oficiais do Dia Internacional das Florestas. “Roubei” o título da peça da TSF sobre essa jornada pela forma perfeita como sintetizou o discurso feito na ocasião por António Costa, com base na experiência vivida na primeira pessoa quando vivenciou a tragédia dos incêndios devasta-dores do verão de 2005, quando era Ministro de Estado e da Administração Interna.

“Uma floresta à prova de fogo” representa uma visão políti-ca assente em espaço florestais ordenados, geridos de forma profissional e que visam aumentar a sua resiliência ao fogo (e a outras ameaças, tais como as pragas e as doenças) e, simul-taneamente, gerarem riqueza aos seus proprietários e ao País.

De facto, Mação foi uma boa escolha para falar de flores-ta. Trata-se de um território que tem sofrido bastante com os incêndios florestais e que não baixou os braços. Logo após os grandes incêndios de 2003 que dizimaram quase toda a floresta desse concelho, o concelho de Mação foi pioneiro a apresentar a solução da gestão integrada do microfúndio flo-restal em que assentava a mancha de pinhal, ou seja, aquilo que viria a ser consagrado nas Zonas de Intervenção Florestal. Mais tarde, em 2010, foi em Mação que se realizou o primeiro Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Zonas de Inter-venção Florestal.

De acordo com a informação disponível no ICNF, estão formalmente constituídas 178 ZIF, que abrangem cerca de 920.000 hectares, encontrando-se em preparação mais 33 ZIF que cobrem uma área superior a 280.000 hectares. Ou seja, se tudo correr bem, durante 2016 mais de um milhão de hectares estarão integrados em ZIF.

E esta é uma dimensão de território florestal que não pode ser ignorada pelo poder político. Também por isso foi impor-tante a mensagem política que António Costa deixou em Ma-ção no dia 21 de Março, de valorização da importância do tra-balho de “intervenção estrutural” na floresta. E neste domínio, as ZIF podem assumir um papel central.

Apesar da robustez destes números, a realidade no terreno evidencia que as ZIF ainda são “gigantes com pés de barro”, ou seja, os problemas e condicionalismos para a sua opera-cionalização mantêm-se quase inalterados, 5 anos depois do encontro nacional de Mação. Os números do ProDeR são es-clarecedores das dificuldades das ZIF na mobilização dos fun-dos comunitários para o investimento na beneficiação dos po-

António Costa quer uma floresta à prova de fogo

voamentos florestais ou na realização de novas arborizações, o que contrasta com a elevada capacidade de absorção dos dinheiros públicos para as intervenções na Defesa da Flores-ta Contra Incêndios, ou para o combate às pragas e doenças… mas neste caso trataram-se de projectos financiados a 100%.

Mas de Mação veio um outro sinal político importante. O Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, reforçou a meta já anunciada pelo Governo de recuperação de 150 mil hectares de floresta numa década, com ênfase para o aproveitamento da regeneração natural de pinheiro bravo. E também neste de-siderato as ZIF podem assumir um papel relevante, diria mes-mo, decisivo.

O anterior Governo introduziu um conjunto de alterações legislativas no Decreto-lei n.º 27/2014, de 18 de Fevereiro, que consagraram a existência legal das “ZIF de administração total”, em que a Entidade Gestora fica habilitada a proceder à administração integrada de todas as componentes do sistema agro-silvopastoril inserido na ZIF. No entanto, apesar dessa “agilização legislativa”, a verdade é que nos territórios onde prevalece a pequena propriedade as ZIF continuam sem con-seguir ter uma implementação eficaz.

Na prática, subsiste a necessidade por todos identifica-da aquando do Encontro Nacional de 2010 “da existência de instrumentos financeiros que permitam às ZIF contornar a descapitalização da generalidade dos proprietários florestais aderentes” e, em certa medida, era essa a expectativa do sec-tor em torno do Dia Internacional das Florestas, a expectativa do Governo anunciar a estratégia de desenvolvimento para as Zonas de Intervenção Florestal.

“Hoje, temos um sistema de prevenção mais robusto. Hoje, temos um sistema de combate mais robusto. Mas aquilo que temos de ter, sobretudo, é uma floresta mais robusta, mais re-siliente ao fogo e por isso mais susceptível de criar riqueza”, afirmou, convicto, António Costa e eu assino por baixo, mas para que essa visão se torne realidade são precisas medidas concretas de política florestal que tardam a aparecer dos lados do Terreiro do Paço. E, desse ponto de vista, em Mação per-deu-se uma boa oportunidade para relançar as ZIF na agenda política e combater o absentismo e o desinvestimento na flo-resta…

Miguel GalanteEng.º Florestal

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O maior Festival das Sopas Tradicionais do país, em Proen-ça-a-Velha, voltou a bater todos os recordes, com 119 sopas a concurso e milhares de visitantes numa edição que chegou a todo o mundo através da TVI.

O programa televisivo “Somos Portugal” acompanhou em directo a arrebatadora prova das sopas, sempre muito parti-cipada, mas divulgou ainda outros pormenores da gastrono-mia, produtos locais, artesanato e património do concelho de Idanha-a-Nova.

“Foi mais um êxito na promoção daquilo que a nossa região tem de melhor, neste caso as sopas que são uma grande ri-queza da nossa dieta mediterrânica. Com os eventos que orga-nizamos no concelho temos conseguido promover os nossos produtos, criar riqueza e emprego”, afirma Armindo Jacinto, presidente da Câmara de Idanha-a-Nova.

A presidente da Junta de Freguesia de Proença-a-Velha, He-lena Silva, considera que a XIV edição do Festival das Sopas foi “mais uma aposta ganha”, este ano ampliada pela transmissão televisiva.

Mais uma vez, coube aos visitantes a eleição das melhores receitas a concurso. Os grandes vencedores foram a Sopa da Pedra de João Martinho (Rosmaninhal), na categoria Particu-lares, a Sopa de Feijão da Junta de Freguesia de Rosmaninhal, na categoria Instituições, e a Sopa de Cogumelos da Tasquinha do Manteigas (Idanha-a-Nova), pelo quinto ano consecutivo, na Restauração. Nesta última categoria, houve ainda votação por júri, o qual optou pela Sopa Fria de Framboesa c/ Poejos do Rio e Flor de Laranjeira, do Restaurante “Helana” (Idanha--a-Nova).

Realizado em Proença-a-Velha

Maior Festival das Sopas chegou a todo o mundo

A animação musical foi uma constante, no sábado com o Encontro de Acordeonistas e Tocadores de Concertina e no domingo com o evento Toques e Cantares Raianos.

Vencedores do Festival das Sopas 2016Particulares (voto popular): 1º Sopa da Pedra – João Martinho (Rosmaninhal); 2º Sopa de Peixe – Conceição Correia (Proença-a-Velha); 3º Sopa de Agrião – Emília Moreira (Monfortinho)

Instituições/Associações (voto popular): 1º Sopa de Feijão – Junta de Freguesia de Rosmaninhal; 2º Gaspacho d’Aldeia – Cantigas d’Aldeia (Monfortinho); 3º Sopa da Matança – Centro Social e Cultural de Toulões e

Canja Conventual – Paróquia de Proença-a-Velha (ex aequo)

Restauração (voto popular): 1º Sopa de Cogumelos – Tasquinha do Manteigas (Idanha-

-a-Nova); 2º Creme de Arroz Doce, Baunilha e Canela – Restaurante

“Helana” (Idanha-a-Nova); 3º Caldo Verde – Tasca do João (Proença-a-Velha)

Restauração (voto do Júri): 1º Sopa Fria de Framboesa c/ Poejos do Rio e Flor de Laran-

jeira – Restaurante “Helana”; 2º Creme de Arroz Doce, Baunilha e Canela – Restaurante

“Helana”; 3º Sopa de Peixe – Snack Bar “Esplanada” (Idanha-a-Nova)

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A Festa das Cavacas de Resende está de regresso a Caldas de Aregos, junto a uma das mais belas paisagens do rio Douro. A décima edição do evento tem lugar a 24 de Abril, entre as 11 e as 18 horas, numa organização da Companhia das Águas em colaboração com o Município de Resende.

O certame, que todos os anos tem registado uma forte ade-são de visitantes, constitui uma oportunidade única de provar e adquirir esta delícia da doçaria tradicional, conhecida desde tempos imemoriais, e que ainda é feita, por regra, à moda anti-ga, mexida à mão e cozida nos fornos alimentados a lenha, tal como faziam no tempo dos nossos avós. Os visitantes terão, ainda, à disposição o bom vinho produzido na região, os licores e compotas tradicionais e o artesanato local.

A festa tem, também, uma componente cultural, com a ac-tuação de grupos do concelho que animarão o espaço durante todo o dia, como o Grupo de Bombos de S. Romão, a Orquestra da Academia de Música de Resende, a Classe de Conjunto de Acordeões e Concertinas da Academia de Música de Resende e o Grupo de Danças e Cantares “Os Moleiros” de Cárquere.

Como já é habitual, quem nesse dia viajar de comboio até à estação de Aregos (Tormes), na margem direita do rio Dou-ro, pode contar com 30% de desconto no bilhete e a travessia gratuita, em embarcação turística, até à outra margem, local onde decorre a festa, e regresso.

O Festival Pão de Portugal voltou a ser premiado no festival internacio-nal de criatividade. Desta vez foi um Luso de Bronze, Prémio Lusófono de Criatividade, alcançado na categoria “Activação e Eventos”, atribuído ao Festival realizado em Albergaria-a-Velha.

Os Lusos, Prémios Lusófonos da Criatividade, são o único festival inter-nacional de criatividade realizado em Portugal dedicado exclusivamente a premiar, homenagear e debater os mercados publicitários e de comuni-cação dos países de língua oficial portuguesa.

A candidatura do Festival Pão de Portugal foi apresentada pela agência Porto de Ideias, que produz o evento para o Município de Albergaria-a--Velha. Com a edição de 2015, o principal objectivo foi elevar o estatu-to do certame como instrumento de Marketing Territorial do Concelho. Desta forma procurou-se aumentar o número de expositores e visitantes, mas envolver também os restaurantes locais, colectividades e IPSS. Em termos de público o festival contou com cerca de 27 mil pessoas, aumen-tando a afluência face à primeira edição, realizada em 2014.

O Festival Pão de Portugal regressa este ano a Albergaria-a-Velha, à Quinta da Boa Vista/Torreão, nos dias 10, 11 e 12 de Junho. Além de stands de venda de pão, concursos de culinária e sessões de show cooking, vai contar também com um festival de curtas metragens dedicado ao pão.

Certame realiza-se no dia 24 de Abril

Festa das Cavacas de Resende anima Caldas de Aregos

Pelo terceiro ano consecutivo, o Município de Resende irá proceder à entrega dos incentivos às “Melhores Cavacas da Festa das Cavacas”, que visa premiar os três produtores que se distinguirem com as melhores cavacas do certame.

Este ano, três unidades hoteleiras do concelho (Alojamento das Caldas, Hotel Comércio e Douro Park Hotel) associaram-se ao certame e oferecem um programa especial de alojamento, com a oferta de circuito e experiência termal, proporcionados pelas Termas de Caldas de Aregos.

Certame regressa de 10 a 12 de Junho

Festival Pão de Portugal volta a ser distinguido nos Prémios Lusos

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano XII | N.º 268 | Periodicidade: QuinzenalDirector: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | [email protected] | 968044320Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel GalanteDepartamento Comercial: Coordenação Filipe Figueiredo Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: [email protected] | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

A Espanha, com onze prémios, e Portugal, com dez, domi-naram o VI Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja. A Cooperativa de Olivicultores de Valpa-ços, com três prémios (uma medalha de prata, uma medalha de bronze e uma menção honrosa), foi o único produtor que viu mais azeites premiados. Destaque para a Quinta do Cras-to, que recebeu a única medalha de ouro atribuída a azeites portugueses.

Os 42 jurados, representantes de 13 nacionalidades, esti-veram em Beja durante dois dias e provaram 140 amostras de azeite. O júri foi presidido, como nos anos anteriores, pelo professor José Gouveia, especialista nacional em azeites.

Em escrutínio estavam quatro categorias de azeites: Fru-tado Maduro, Frutado Verde Ligeiro, Frutado Verde Médio e Frutado Verde Intenso, em cada uma das quais foram clas-sificados os três primeiros lugares e três menções honrosas.

Das 62 amostras de azeites a concurso provenientes de Portugal, foram premiadas 10, sendo que Espanha arrecadou 11 prémios, de Itália saíram dois vencedores e da Grécia um. A concurso estiveram amostras provenientes de Israel, Eslové-nia, Chile e Alemanha.

Os prémios aos vencedores do Concurso vão ser entre-gues na Ovibeja, a 23 de Abril, pelas 12 horas, na Arena do

Azeite – Pavilhão Terra Fértil. Os azeites premiados vão estar disponíveis na feira, de 21 a 25 de Abril, para

provas comentadas por especialistas. As provas são abertas aos visitantes.

O concurso é organizado pela ACOS – Associação de Agricultores do Sul, em

parceria com a Casa do Azeite – As-sociação do Azeite de Portugal, e é

patrocinado em exclusivo pelo Crédito Agrícola.

Lista dos azeites premiados:

Frustrado Maduro:Ouro: Aceites Campoliva, EspanhaPrata: Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, PortugalBronze: Molino del Genil, EspanhaMenção Honrosa:Erta, Sociedade Agrícola Lta, PortugalAlmazara “As Pontis” - Agropecuária Carrasco, EspanhaFio da Beira, Lda, Portugal

Frutado Verde LigeiroOuro: Quinta do Crasto, SA, PortugalPrata: Elaia Lagar - Produção e Comercialização de Azeites

S.ABronze: Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, PortugalMenção Honrosa:Sovena Portugal - Consumer Goods, SA, PortugalTrás-os-Montes Prime, Lda, PortugalCelso Hernâni Gastalho Madeira, Portugal

Frutado Verde MédioOuro: Hazienda Agrícola Leone Sabino, ItáliaPrata: Conde Mirasol, EspanhaBronze: Sociedad Olivarera La Purísima, EspanhaMenção Honrosa:Almazaras de la Subbética, EspanhaKyklopas Olive Mill, GréciaAceites Oro Bailén, Espanha

Frutado Verde IntensoOuro: Aceites Finca la Torre, EspanhaPrata: Paolo Bonomelli, ItáliaBronze: Sucessores de Hermanos Lopez, EspanhaMenção Honrosa:Almazaras de Muela, EspanhaExplotaciones Jame, EspanhaCooperativa de Olivicultores de Valpaços, Portugal

Galardões vão ser entregues na XXXIII Ovibeja

Portugal e Espanha dividiram os prémios do VI Concurso Internacional deAzeites da Ovibeja

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Breves

Bragança recebe Feira das Cantarinhas de 1 a 3 de Maio

De origem medieval, a Feira das Cantarinhas decorre nos primei-ros dias de Maio e tem como principal característica a comerciali-zação de cantarinhas de barro.

A cântara de barro, que outrora serviu no campo para acompa-nhar os trabalhadores com água fresca, é agora utilizada também para adorno das casas transmontanas. Dizem os mais antigos que estas trazem sorte a quem as receber.

Também nesta feira aparecem as primeiras cerejas, vendidas em pequenos ramos e o renovo (hortaliças de várias qualidades pron-tas a serem plantadas). A Feira decorre das 10 às 23 horas nas prin-cipais ruas no centro da cidade

Miranda do Douro adere ao movimento Eva Dream – Flo-rir Portugal

Miranda do Douro é uma das cidades do país a aderir ao movi-mento Eva Dream – Florir Portugal, um projecto que pretende levar os portugueses a florir o país, apelando a que coloquem flores nas janelas, canteiros e jardins das cidades, vilas e aldeias. Esta iniciati-va é promovida pelo director da agência Central Models, Tó Roma-no, e promete dar mais vida e cor ao país, provendo uma imagem atractiva que beneficiará não só as populações locais mas também o sector turístico e vai ser apresentada no próximo dia 14 de Maio, na cidade mirandesa.

Recorda-se que o projecto foi apresentado em Cascais no pas-sado dia 21 de Março, na Casa de Histórias Paula Rego, e contou com a presença de artistas nacionais, embaixadores deste movi-mento, e ainda com Artur Nunes, presidente da Câmara de Miran-da do Douro. O autarca de Miranda do Douro aproveitou a ocasião para felicitar e presentear o seu homólogo de Cascais, Carlos Car-reiras, com dois lenços típicos dos pauliteiros das terras de Miranda.

A apresentação do movimento Eva Dream – Florir Portugal, no município de Miranda do Douro vai decorrer no próximo dia 14 de Maio.

Passeio pedestre no Trilho dos Apalaches

Realiza-se no próximo dia 24 de Abril o passeio pedestre que irá percorrer parte da Grande Rota Muradal Pangeia (ou Trilho In-ternacional dos Apalaches português), num percurso de 12,6Km. A iniciativa é do Município de Oleiros, com o apoio das Juntas de Freguesia de Estreito-Vilar Barroco (JFEVB) e de Orvalho e da As-sociação Trilhos do Estreito.

Os interessados em participar deverão inscrever-se até ao dia 21 de Abril, no Posto de Turismo de Oleiros (272 681 008) ou na JFEVB (272 654 670). O custo da inscrição é de 10 euros e inclui reforço alimentar (Portelo), almoço (Vilar Barroco) e brinde. A concentra-ção terá lugar na JFEVB, pelas 8,30 horas e no final do passeio ha-verá transporte de regresso para o Estreito (início do percurso), a partir das 15 horas.

Termas de Alcafache abriram com novos tratamentos

As Termas de Alcafache já reabriram para mais uma época ter-mal. A funcionar com duas valências, – termalismo terapêutico e bem-estar –, as Termas de Alcafache, nos arredores de Viseu, re-gistaram em 2015 um aumento de clientes, com um crescimento de

38% na área do bem-estar.As obras de requalificação levadas a cabo pela Câmara de Viseu,

na margem direita do Rio Dão, dotaram a estância termal de uma nova iluminação pública, um parque de lazer e merendas, percur-sos pedestres, arruamentos e passeios, entre outras obras de be-neficiação.

Em 2015 frequentaram as Termas de Alcafache 2.463 pessoas, o que representou um aumento de 15,7% face a 2014. Para esta épo-ca termal, a aposta é no aumento do número de aquistas.

Novo guia “Aldeias de Portugal” promove turismo no Norte durante todo o ano

“Aldeias de Portugal” é um novo guia para “combater a sazo-nalidade turística” e promover a “economia local” que o Turismo do Porto e Norte de Portugal e a Associação de Turismo da Aldeia.

O novo guia turístico apresenta 80 aldeias de Portugal ao longo de cerca de 100 páginas e revela aqueles espaços rurais como um “produto turístico único e inimitável”, “personalizado” e que valo-riza a “hospitalidade”, “lazer” e “tradições”, refere um comunicado do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP). “Este projecto é uma excelente aposta para combater a sazonalidade, aumentar a estada média e trazer valor acrescentado aos nossos parceiros públicos e privados, com a dinamização da economia local”, de-fende o presidente do turismo do Porto e Norte de Portugal TPNP, Melchior Moreira.

Para Ana Paula Xavier, da Associação de Turismo da Aldeia (ATA), as aldeias da região Norte apresentam locais “de uma be-leza paisagística e riqueza arquitectónica memoráveis”. “Ao longo dos últimos dez anos, temos promovido um esforço importante no desenvolvimento integrado e sustentado do turismo nos territórios rurais, na valorização de recursos e produtos locais e na preser-vação da cultura e do património do mundo rural”, adiantou Ana Paula Xavier.

Marvão promove Percurso do Contrabando do Café

O Município de Marvão promove, dia 7 de Maio, o Percurso do Contrabando do Café/Ruta del Contrabando del Café, em home-nagem aos antigos contrabandistas da raia. O percurso, de grau de dificuldade média/alta, tem cerca de nove quilómetros de extensão e está devidamente sinalizado e homologado.

Galegos, La Fontañera e Pitaranha são as localidades por onde o Percurso do Contrabando do Café vai passar. A partida para a ca-minhada está agendada para as 9h, junto à antiga Escola Primária dos Galegos, mas antes disso, os “caminheiros” poderão degustar as típicas migas de pão com carne de porco frita e “café do con-trabandista”.

No regresso aos Galegos, os “contrabandistas” terão à sua dis-posição, mediante inscrição prévia, um retemperador almoço con-vívio, no edifício da antiga Escola Primária, onde se realizará tam-bém um pequeno Mercado de Produtos Locais, com a presença de produtores/empresários marvanenses e espanhóis.

Os caminhos sinuosos, outrora percorridos pelos contrabandis-tas, pretendem dar a conhecer uma zona de extraordinária beleza natural e paisagística. O trajecto tem um traçado maioritariamente inserido em antigos trilhos do contrabando, com passagens por pequenos aglomerados urbanos, historicamente ligados a esta temática.

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Aguiar da Beira vai receber o Campeonato Ibérico Feminino de Orientação Pedes-tre, que ali vai decorrer no fim-de-semana de 22 a 24 de Abril, sendo esperados mais de 700 atletas. O concelho possui excelentes percursos para a realização deste tipo de provas e o desporto na natureza em Aguiar da Beira é, definitivamente, uma mais--valia para o concelho.

Aguiar da Beira provou em 2014 ser um local perfeito para a prática desta modali-dade e é de novo chamado para receber uma prova onde vão ser disputados os títulos de campeãs ibéricas femininas da época de 2016.

As provas começam pela distância média em floresta no dia 23 de Abril de manhã, enquanto da parte da tarde tem lugar o sprint urbano. Já para dia 24 ficou reservada a prova de distância longa na floresta.

Ao contrário do que o nome pode dar a entender, esta é uma prova desportiva aberta a ambos os sexos. Assim, em paralelo com a competição, existirão percursos abertos disponíveis para todos aqueles que querem conhecer a modalidade, ganhar mais experiência ou simplesmente fazer um passeio diferente a sós ou em grupo, com amigos ou família. Contudo, sendo necessário, existirão monitores para o acompa-nhamento e auxílio na compreensão do mapa.

O evento é organizado pelo Clube Ori-Estarreja – Clube de Orientação de Estar-reja em parceria com o Município de Aguiar da Beira, e as inscrições, para atletas de nacionalidade portuguesa e espanhola, decorrem até dia 18 de Abril. As inscrições podem ser feitas pelos e-mails [email protected], [email protected] ou no Centro de Atendimento Municipal de Aguiar da Beira.

Esperados mais de 700 atletas

Aguiar da Beira recebe Campeonato Ibérico Feminino

de Orientação Pedestre

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