gazeta rural nº 216

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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 216 | 15 de Janeiro de 2014 | Preço 2,00 Euros Enchidos na época Conferência debate a Vinha e o Vinho na região do Dão

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As festas em torno do fumeiro e de outros produtos da terra merecem destaque na primeira edição de 2014 da Gazeta Rural. A Feira Gastronómica do Porco, em Boticas, e a Feira da Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural, em Vi9lar Formoso, entre outras, merecem destaque nesta edição. Especial referência para o Seminário “A Vinha e o Vinho do Dão”, a realizar em Viseu. Para além destes, outros temas da actualidade, sobre vinhos, gastronomia, agricultura, caça e ambiente, merecem a sua atenção. Boa leitura.

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Page 1: Gazeta Rural nº 216

w w w . g a z e t a r u r a l . c o mDirector: José Luís Araújo | N.º 216 | 15 de Janeiro de 2014 | Preço 2,00 Euros

Enchidos na época

Conferência debate a Vinha e o Vinho na região do Dão

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Sumário

SEDE: Lugar o Barbeiro - Est. Aeródromo 3515-342 CAMPO VISEU Tel.: 232 424 182 - E-mail: [email protected] - www..magril.pt FIlial: EN 111 - Quimbres - 3025-528 SÃO SILVESTRE COIMBRA

SEDE: Lugar o Barbeiro - Est. Aeródromo 3515-342 CAMPO VISEU Tel.: 232 424 182 - E-mail: [email protected] - www..magril.pt FIlial: EN 111 - Quimbres - 3025-528 SÃO SILVESTRE COIMBRA

MAGRILMAGRILMáquinas Agrícolas LdaMáquinas Agrícolas Lda

SEDE: Lugar o Barbeiro - Est. Aeródromo 3515-342 CAMPO VISEU Tel.: 232 424 182 - E-mail: [email protected] - www..magril.pt FIlial: EN 111 - Quimbres - 3025-528 SÃO SILVESTRE COIMBRA

Desde 1993…

05 Festa das Fogaceiras em Santa Maria

06 Câmara de Seia organiza Feira do Queijo

07 Feira Gastronómica do Porco de Boticas

08 Clube Caça e Pesca de Vila Formoso

09 VI Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural em Vilar Formoso

10 Artefumo ‘preserva’ a tradição com inovação

11 XVIII Feira da Caça e VIII Feira de Turismo em Macedo de Cavaleiros

12 Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros – Entrevista ao presidente

13 Gastronomia e vinhos são apostas do Alentejo no mercado inglês

14 Seminário internacional sobre o vinho Alvarinho

15 Quinta do Arcossó: Vinho de Trás-os-Montes

17 Conferência “A Vinha e o Vinho na região do Dão”

19 Vinhos dos Mortos: um ex-líbris de Boticas

21 Exportações de vinhos da Beira Interior cresceram em 2013

23 Proença-a-Nova Origem diversifica produtos

24 Penela recria rebanho comunitário

25 Oleiros vai certificar produtos tradicionais

28 Municípios de Viseu e Aveiro vão ter Caminho de Santiago

30 Centro de Biotecnologia de Plantas no Fundão

33 Mata do Buçaco tem novo presidente

34 Concurso quer descobrir o melhor mel português

35 Montaria ao Javali na Lousã

36 Verallia Portugal promove Concurso de Design e Criatividade

38 Festa de Santo Antão em Moimenta da Beira

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4 www.gazetarural.com

II Festival Gastronómico da Abóbora em Ferreira do Zêzere

Ferreira do Zêzere recebe até 26 de Janeiro um dos festivais gastronómicos mais originais e saudáveis em que a Abóbora é “rainha” à mesa. Uma grande diversidade de pratos saborosos está disponível na restauração local, durante os fins-de-semana deste mês de Janeiro.

A juntar a tudo isto também os doces, as geleias, as compo-tas feitas com Abóbora, dão nome e constituem atractivo maior a Ferreira do Zêzere, que com toda a sua grandiosidade e beleza, justificam uma ida até esta terra e certame.

Festival de Sabores do Azeite Novo em Mirandela

O Azeite novo transmontano é “rei” durante este mês de Ja-neiro em Mirandela no âmbito do “Festival de Sabores do Azeite Novo”.

A gastronomia, mas também as tradições, como a apa-nha manual da azeitona, os processos tradicionais de fabrico do “ouro” transmontano e a comercialização deste produto de qualidade, produzido no concelho de Mirandela e na região transmontana, são os principais vectores desta iniciativa levada a cabo, nesta altura do ano, pela autarquia local.

O evento conta com o apoio da CAP, da Associação de Oli-vicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro, e do Portugal Sou Eu, entre outras entidades. Inclui diversas iniciativas como um festival gastronómico nos restaurantes aderentes, uma apre-sentação de torradas de azeites nas pastelarias participantes e o workshop “Sabão de Azeite Tradicional”, entre outras.

II Feira de Caça & Gastronomia nas termas de Monfortinho

O Município de Idanha-a-Nova e a União das Freguesias de Monfortinho e Salvaterra do Extremo organizam nos dias 18 e 19 de Janeiro a II Feira de Caça & Gastronomia, que decorre em Ter-mas de Monfortinho. Ao longo do fim-de-semana os visitantes irão desfrutar de um vasto programa de actividades que alia a promoção do sector cinegético, ao turismo e gastronomia re-gional.

A caça promete estar no centro das atenções, não fosse o concelho Idanha-a-Nova um dos maiores territórios cinegéticos do país, com uma área ordenada de 120 mil hectares e 86 zonas de caça.

F I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 216Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Fernando Ferreira, José Martins e Helena MoraisOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores - Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Marzovelos - ViseuTiragem média Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

Semana da Chanfana em Vila Nova de Poiares

Decorre até ao dia 20 de Janeiro, em Vila Nova de Poiares, nos restaurantes aderentes, a Semana da Chanfana. Está é uma excelente oportunidade para se deliciar com esta iguaria e apro-veitar para descobrir outros sabores tradicionais deste concelho.

Organizada pela Confraria da Chanfana, esta iniciativa é uma homenagem a um dos pratos mais tradicionais de Vila Nova de Poiares, considerada a Capital Universal da Chanfana. Carne de cabra velha, vinho tinto, banha de porco, colorau, louro, cabe-ças de alho e piri-piri são os ingredientes da famosa chanfana, cozinhada nos célebres caçoilos de barro preto de Olho Marinho.

Feira do Fumeiro de Vinhais

A Feira do Fumeiro de Vinhais realiza-se de 6 a 9 de Fevereiro, no Parque Municipal de Feiras e Exposições de Vinhais. Conside-rado o maior evento gastronómico do norte país, torna Vinhais na capital do Fumeiro durante quatro dias.

Os visitantes podem ver, provar e comprar os inúmeros pro-dutos em exposição e ainda assistir a um largo programa de ac-tividades, como mostra de artesanato, arraial, luta de touros e espectáculos musicais). Para além disso, o destaque vai para a enorme variedade de fumeiro, como os salpicões, as chouriças de carne, as alheiras, os butelos, chouriços azedos, chouriças doces e presuntos, confeccionados a partir de carne de porco Bísaro, uma raça autóctone da região, alimentada à base de produtos naturais como a castanha.

Festival de Sabores Mirandeses

Miranda do Douro prepara mais uma edição dos “Sabores Mi-randeses”, que decorre de 14 a 16 de Fevereiro. Este evento alia a gastronomia, o artesanato e a cultura, nomeadamente as tradi-ções locais e o dialecto mirandês, numa festa ímpar e cada ano mais concorrida, graças à qualidade e diversidade da oferta em presença no certame.

Festa do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço

Em Melgaço, no distrito de Viana do Castelo, ao fumeiro junta--se o vinho, na Festa do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço, que este ano decorre de 29 de Abril a 1 de Maio, no Largo do Mercado.

Neste certame, realizado desde 1995, marcam presença to-dos os produtores de alvarinho e de fumeiro do concelho, atrain-do visitantes dos diversos pontos de Portugal, assim como um grande número de espanhóis, sobretudo da Galiza.

A VINHA E O VINHONA REGIÃO DEMARCADA DO DÃO:

Sociedade, Economia, Quotidiano

ESCOLA SECUNDÁRIA ALVES MARTINS,Viseu18 Janeiro, 2014

Conferência

Inscrições: www.esam.pt

232 419 820/ Ext. 231 (Fernanda Ferreira) [email protected] limite: 13 de Janeiro

ORGANIZAÇÃOEscola Secundária Alves Martins

APOIOSAss. de Mun. Portugueses do VinhoCâmara Municipal de ViseuHotel Montebelo/Visabeira Turismo Turismo do Centro

MEDIA PARTNERSGazeta RuralRevista de VinhosTSF

PATROCÍNIOSCaixa Geral de Depósitos CVR DãoIdeal Drinks SAUdaca

Agenda gastronómica

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5www.gazetarural.com

A mais emblemática festividade do concelho de Santa Maria da Feira regressa de 20 a 25 de Janeiro. A Festa das Fogaceiras é uma tradição secular que, em 2005, com-pletou quinhentos anos, marcados pela devoção do povo das Terras de Santa Maria.

A Festa das Fogaceiras teve origem num voto ao már-tir S. Sebastião, em 1505, altura em que a região foi asso-lada por um surto de peste que dizimou parte da popula-ção. Em troca de protecção, o povo prometeu ao santo a oferta de um pão doce chamado fogaça.

Cumprida em cada dia 20 de Janeiro, esta promessa constitui uma referência histórica e cultural para as Terras de Santa Maria. A missa solene, com sermão, precedida da bênção das fogaças, celebrada na Igreja Matriz, e a procissão, que sai da Igreja Matriz, percorrendo algumas ruas da cidade, integrando as meninas ‘fogaceiras’ ves-tidas de branco com uma faixa à cintura, que levam as fogaças à cabeça, é o ponto alto da festa

A fogaça é um pão doce tradicional de Santa Maria da Feira. É cozida diariamente em várias casas de fabri-co do concelho e distingue-se por tradicionais aprestos, quer no preparo, quer na forma como vai ao forno. Os in-gredientes base utilizados na confecção desta iguaria são água, fermento, farinha, ovos, manteiga, açúcar e sal. A fogaça é comercializada durante todo o ano e utilizada como voto na Festa das Fogaceiras.

Em Santa Maria da Feira de 20 a 25 de Janeiro

Festa das Fogaceiras 2014 cumpre voto a S. Sebastião

A VINHA E O VINHONA REGIÃO DEMARCADA DO DÃO:

Sociedade, Economia, Quotidiano

ESCOLA SECUNDÁRIA ALVES MARTINS,Viseu18 Janeiro, 2014

Conferência

Inscrições: www.esam.pt

232 419 820/ Ext. 231 (Fernanda Ferreira) [email protected] limite: 13 de Janeiro

ORGANIZAÇÃOEscola Secundária Alves Martins

APOIOSAss. de Mun. Portugueses do VinhoCâmara Municipal de ViseuHotel Montebelo/Visabeira Turismo Turismo do Centro

MEDIA PARTNERSGazeta RuralRevista de VinhosTSF

PATROCÍNIOSCaixa Geral de Depósitos CVR DãoIdeal Drinks SAUdaca

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Montalegre prepara-se para receber milhares de visitantes. De 23 a 26 deste mês realiza-se a XXIII edição da Feira do Fumeiro de Montalegre, uma iniciativa do Município de Montalegre e da Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã

A “rainha do fumeiro” prepara-se para quatro dias de festa do maior cartaz gastronómico da re-gião. A apresentação da “rainha da feira do fumei-ro” volta às cidades do Porto (16) e Braga (17), nas casas de Trás-os-Montes e Alto Douro do Porto e Braga.

O presidente da Câmara, Orlando Alves espe-ra contar “com muita gente que vive sobretudo na área metropolitana de Braga, Guimarães, Felguei-ras, Penafiel, Paços de Ferreira, Barcelos, tudo ali à volta da sede distrital. É daí que vem a maioria dos nossos visitantes. Essas pessoas preparam o calendário das suas saídas, a contar que no último fim-de-semana de Janeiro, acontece a Feira do Fumeiro em Montalegre. Quando as coisas aconte-cem, remata, “no mesmo sítio e com a sazonalida-de ou a anuidade que é reconhecida na nossa feira, obviamente que as coisas aí acontecem melhor”.

Seia retoma, este ano, a realização da Feira do Queijo, promo-vendo, no fim-de-semana de 1 e 2 de Março, que antecede o Car-naval, um evento dedicado à promoção do Queijo Serra da Estrela e dos produtos endógenos do concelho.

O presidente da autarquia, Carlos Filipe Camelo, confirmou o evento durante uma reunião de Câmara. Como explicou o edil, o certame, com forte tradição neste concelho, foi organizado nos últimos três anos no âmbito da Comunidade Intermunicipal da Serra da Estrela, em regime de rotatividade nos três municípios que a integravam. Entretanto, face à realidade actual e “à se-melhança de Gouveia e Fornos de Algodres, a iniciativa em Seia acontecerá de uma forma individualizada”.

O enfoque da Feira do Queijo de Seia recai “nos atores ligados à produção deste produto endógeno de qualidade”, congregando todo este sector numa grande mostra, para a qual são convidados todos os produtores (pastores, queijarias tradicionais, queijo DOP e fábricas) a comparecer na festa dedicada à ampla promoção do queijo. A par desta mostra, como adiantou o presidente, “não dei-xaremos de chamar responsáveis por outros produtos endóge-nos, concretamente o pão, o vinho do Dão, os enchidos e o mel”, bem como o artesanato, lã Serra da Estrela, ovinos, o cão Serra da Estrela e as colectividades ligadas ao folclore e à música.

A feira, “à semelhança de sempre”, vai ter lugar no contexto do mercado municipal e realiza-se no sábado de Carnaval, tendo como principal novidade o facto de este ano contar “com uma ex-tensão ao domingo”, “dando uma outra dignidade a este evento e possibilitando portas para outros eventos que queremos também desenvolver no decorrer deste ano, como seja a Feira do Outono, um evento traduzido igualmente em torno dos produtos endóge-nos”, como frisou o presidente da Câmara.

No fim-de-semana de 1 e 2 de Março

Câmara de Seia organiza Feira do Queijo

De 23 a 26 Janeiro

Feira do Fumeiro de Montalegre espera milhares de visitantes

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Boticas recebe de 16 a 19 de Janeiro a XVI edição da Feira Gastronómica do Porco, um certame que o presidente da Câma-ra de Boticas diz estar “consolidado”. Fernando Queiroga espera alcançar os “resultados da edição do ano passado” e receber “mais de 50 mil pessoas”. O certame tem um peso significativo na economia do concelho, gerando um volume de negócios su-perior a 350 mil euros. O autarca realça a dinâmica do sector pri-mário do concelho, para o qual contribuiu a Feira Gastronómica do Porco que, diz, “vale pelo seu todo”.

Gazeta Rural (GR): Em Outubro, na reunião que teve com produtores, procurou conhecer aspectos que poderão ser me-lhorados no certame. Que alterações ou melhorias serão feitas?

Fernando Queiroga (FQ): Foram introduzidas pequenas alterações, sobretudo a nível organizativo e que não têm visibi-lidade junto do público, nomeadamente ao nível da optimização da entrada dos produtos na feira, marcando horários de entrada aos produtores que evitem que estejam muito tempo à espera que os produtos que irão vender na feira passem pelo controlo de qualidade. É uma medida que facilita a vida aos produtores, que não têm que perder tempo à espera da sua vez para entrar na Feira, evitando ainda uma acumulação de viaturas junto à en-trada da feira. O número de estacionamentos disponíveis junto ao Pavilhão também aumentou, fruto de obras recentes, pas-sando os produtores e expositores a beneficiarem de estaciona-mentos próprios e reservados.

De resto, foram ainda alterados outros pequenos aspectos, de menor relevância, mas que no seu conjunto permitem uma maior funcionalidade da Feira Gastronómica do Porco.

GR: O sector primário tem ganho crescente relevância. A pecuária no concelho, em particular o porco, ganhou dimensão? Que melhoria notou?

FQ: Neste momento de crise que o país enfrenta, nem tudo é mau. No concelho notamos efectivamente que começa a ha-ver o regresso à terra e à agricultura de muitas pessoas, haven-do também um aumento do número de jovens que apostam na agricultura. Felizmente, e contrariando a tendência das últimas décadas, a agricultura e o mundo rural começam a ganhar ou-tra notoriedade e a ser-lhe reconhecida a importância devida e justa na economia do interior do país e, neste caso concreto, no concelho de Boticas. Com a recuperação da agricultura notamos também um aumento ao nível das explorações pecuárias, para o qual também muito tem contribuído a Feira Gastronómica do Porco. Este certame dá aos produtores a garantia da venda dos produtos e isso é o mais importante, já que não basta apenas produzir, sendo fundamental que os produtos produzidos sejam procurados e vendidos, garantindo aos agricultores os necessá-rios rendimentos à sua actividade. Felizmente, já vemos alguns jovens a fazerem desta actividade o seu “ganha-pão”, o que nos dá também a garantia de que a produção de fumeiro de forma artesanal e de acordo com tradições seculares está garantida, abrindo boas perspectivas quanto ao futuro da Feira Gastronó-mica do Porco.

GR: O que representa, em termos económicos, para o con-celho de Boticas?

FQ: É óbvio que a Feira Gastronómica do Porco, por toda a sua envolvência, tem um grande peso económico para o con-

Afirma o presidente da Câmara de Boticas

“A Feira Gastronómica do Porco vale pelo seu todo”

celho. Não só pelo que ela representa em termos directos, mas também por que se assume como um cartão-de-visita do con-celho e é responsável por trazer muita gente à nossa terra. Essas mesmas pessoas acabam por voltar noutras ocasiões, contri-buindo para o incremento do turismo e de toda a economia a ele associada. A Feira do Porco é sobretudo uma grande montra que permite dar a conhecer o que de melhor se faz nesta região.

GR: Que perspectivas tem para esta edição?FQ: As expectativas passam por alcançar os resultados da

edição do ano passado, ou seja, receber a visita de mais de 50 mil pessoas e realizar um volume de negócios superior a 350 mil eu-ros. E acredito que será mesmo possível superar estes objectivos, pois os produtos de qualidade são sempre procurados.

GR: O que mais destacaria do programa deste ano?FQ: Este certame, que cumprirá este ano a sua XVI edição,

está perfeitamente consolidado, pelo que não há necessidade de fazer grandes alterações nem acrescentar muitas melhorias. Trata-se de dar continuidade ao que de bom tem sido feito e se-guir o modelo que adoptámos para esta Feira e que tanto suces-so tem alcançado. Eu diria que a Feira Gastronómica do Porco vale pelo seu todo, sem que se destaque este ou aquele aspecto. A qualidade deste certame resulta da conjugação perfeita dos produtos à venda com a gastronomia, o artesanato, os cantares tradições, as chegas de bois e toda a animação que temos no recinto. Acrescentaria que a Feira Gastronómica do Porco é, por si mesma, motivo de destaque.

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8 www.gazetarural.comAv. das Tilias - Casa das Associações * 6365-909 Vilar Formoso * Telm: 966 794 740

O Clube Caça e Pesca de Vila Formoso, criado em 1982, é uma das associações com mais actividade na região, promovendo, ao longo do ano, diversas iniciativas em torno do sector cinegético, mas também a sua preservação. Potenciar e promover o turismo cinegético é o objectivo do clube, numa região onde “há boas re-servas”, como referiu José Manuel Pataco.

O clube, com cerca de uma centena de associados, vai estar presente na VI Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural com uma tasquinha onde os visitantes poderão provar diversos pratos feitos à base de caça da região. No âmbito daquele certame, o Clube vai ainda levar a cabo um a largada de perdizes, contando com uma boa adesão de caçadores, a que seguirá almoço conví-cio com os praticantes.

Nesta zona fronteiriça a caça é uma das actividades que atrai inúmeros visitantes de várias regiões do país, desde Viseu, Aveiro e região do grande Porto e que contribui para a pequena econo-mia local. No sentido de poder atrair caçadores, o clube trata as

Presente na Feira de Caça e Desenvolvimento Rural

Clube Caça e Pesca de Vila Formoso preserva sector cinegético na região

zonas de caça, pois, de outro modo, “não tínhamos animais”, refere José Manuel Pataco, apontando “os incêndios e alguns produtos usados em plantas”, como “prejudiciais para a caça existentes”. Para que isso seja minimizado, o clube faz repovoa-mentos e cultiva algumas zonas. José Manuel Pataco refere o facto de este ser um serviço gracioso e sem apoios, em prol de uma actividade importante para a região.

Na zona de caça sob a égide do clube predominam a perdiz, “a rainha do campo”, o javali, num ano “muito mau para o coe-lho”, mas, em contrapartida, “muito bom para a lebre”, sublinha o presidente do Clube Caça e Pesca de Vila Formoso.

Mas nem tudo são rosas. O sector, em geral, também atra-vessa algumas dificuldades, nomeadamente com os aumentos de custos dos equipamentos, dos combustíveis e das taxas. “Há muito que é reclamada “uma percentagem sob as licenças”, que, apesar de “prometida, nunca foi concretizada”, refere José Manuel Pataco.

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9www.gazetarural.com

O Pavilhão Multiusos de Vilar Formoso volta a ser palco da sexta edição da Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural, nos dias 1 e 2 de Fevereiro/2014, uma organização da Câmara de Almeida.

Entre as actividades programadas destacam-se as monta-rias ao javali, largada de perdizes e de pombos, demonstração de aves de rapina, tiro com arco e besta e, como novidade, uma de-monstração de cães de “madriguera”. Haverá, também, mostras de fauna viva e espécies cinegéticas, animação em trampolim, pinta faces, moldagem de balões para os mais pequenos, exposi-ção de artigos de caça e pesca, taxidermias, entre outros.

No plano gastronómico haverá degustação, exposição e venda de produtos regionais, como enchidos, queijos, licores, compotas, pão e doçaria e expositores com artigos de caça e pesca.

Integradas no espaço de gastronomia, as já tradicionalmen-te conhecidas “tasquinhas” acolhem os gostos e paladares mais exigentes e as mais diversificadas iguarias regionais.

Na animação há a destacar os espectáculos musicais com os grupos “Tintus Brass” e “Santacruz”, que animarão o certame ao longo dos dois dias.

A Câmara de Almeida conta com a colaboração da Associa-ção Recreativa de Nave de Haver, Clube de Caça e Pesca de Vilar Formoso e Clube de Caça e Pesca da Freineda, tendo os apoios dos Programas PROVER, Mais Centro, QREN, União Europeia e Territórios do Côa.

Nos dias 1 e 2 de Fevereiro

Vilar Formoso recebe VI Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural

Programa:

26 de Janeiro (domingo)08h30 - Montaria ao Javali

(Local: Freineda – Clube de Caça e Pesca da Freineda)

01 de Fevereiro (sábado)08h30 - Montaria ao Javali (Local: Nave de Haver - Associação Recreativa de Nave de Haver)10h00 - Abertura da Feira10h30 – Inauguração da Feira11h30 – Demonstração de Aves de Rapina 11h30 – Animação musical 12h00 – Exibição de Cães de Madriguera15h00 - Animação musical 15h30 – Demostração de Tiro ao arco e Besta16h00 – Exibição de Cães de Madriguera 21h30 – Espectáculo de música com a Bandinha Tintus Brass23h00 - Encerramento da feira.

02 de Fevereiro (domingo)09h30 – Largada de Perdizes e Pombos (Local: Vilar Formoso - Clube de Caça e Pesca de Vilar Formoso)10h00 - Abertura da feira11h30 - Demonstração de Aves de Rapina12h00 – Exibição de Cães de Madriguera15h00- Demonstração de Tiro ao arco e Besta15h30 – Espectáculo Musical com o grupo “Santacruz”16h00 – Exibição de Cães de Madriguera19h00 - Encerramento da 6ª Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural.

Actividades no decorrer da feira- Exposição de Fauna Viva- Tasquinhas com pratos e petiscos de caça e pesca- Exposição de cães de raça- Jogos tradicionais- Arco e flecha e Zarabatana- Trampolim- Pinturas faciais e moldagem de balões

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10 www.gazetarural.com

Há um ditado que diz que “o caminho faz-se caminhando”. Porém, há quem caminhe e fique atento aos passos que deu, per-cebendo o momento certo para mudar de rumo. É o caso da Arte-fumo, criada por Antónia Gonçalves, em 1991, em Chaves.

A empresa começou por produzir as tradicionais alheiras de porco, mas com o tempo foi dando conta das necessidades dos consumidores, cada vez mais exigentes. Hoje produz cerca de duas dezenas de variedades de alheira e já está no mercado da exportação, nomeadamente da saudade.

Os últimos anos foram de inovação. À receita tradicional, An-tónia Gonçalves juntou a cozinha de fusão. Assim apareceram as alheiras de ananás com presunto, de cogumelos ou de azeitona. Em 2012, a empreendedora voltou a dar um passo em frente. O folhadinho de alheira é um enorme sucesso. À Gazeta Rural, a em-presária contou um pouco da história da empresa e os passos que foi dando ao longo de 20 anos.

Gazeta Rural (GR): Quais as maiores dificuldades que sentiu nestes 20 anos?

Antónia Gonçalves (AG): As dificuldades foram muitas, mas neste momento julgo que estamos no caminho certo. Nestes 20 anos a Artefumo teve coisas boas e outras menos boas, até por-que, a nível pessoal, houve também alguns problemas.

Costumo dizer que a empresa teve dois inícios. Um há cerca de 20 anos, quando foi criada e licenciada. Impusemo-nos no mercado pela qualidade e sempre conseguimos ter boas vendas, num caminho percorrido com cuidado e com um crescimento sustentado.

Há cerca de 15 anos tive um problema familiar, que me afastou da empresa por alguns meses, e que me obrigou a ‘recomeçar’ e voltar a colocar a empresa no trilho que vinha a fazer.

GR: Os últimos anos foram de mudanças e novas apostas?AG: Nos últimos anos apareceram muitas cozinhas regionais

e o mercado começou a ficar saturado de produtores de fumeiro tradicional. Daí que começámos a pensar noutra maneira de man-ter a empresa e de nos impormos no mercado.

GR: Mercado que ditou a mudança?AG: Temos que estar atentos ao mercado e, naturalmente,

ao consumidor, percebendo que está disposto a ‘receber’ novos produtos. As pessoas gostam de comer alheiras ou enchidos, mas querem experimentar novos sabores e novos temperos. Foi aí que decidimos avançar com produtos novos e diferenciados.

Pegámos nas receitas tradicionais e juntámos-lhe com um pouco da chamada ‘cozinha de fusão’. Assim, criámos a alheira de ananás com presunto, a alheira de cogumelos, de azeitona, e

Criada há cerca de 20 anos, em Chaves

Artefumo: da cozinha tradicional à inovação

decidimos, perante os resultados que obtivemos, que o futuro passava pela inovação. A partir daí tem sido um descobrir de no-vos sabores, novos situações, que nos trouxeram, ao fim de 20 anos, à posição de relevo que ocupamos no mercado.

GR: O folhadinho de alheira foi a última aposta e a entrada na gama gourmet?

AG: Foi um projecto que desenvolvemos durante o ano de 2012 e que colocámos no mercado no final desse ano, a 18 de Dezembro. Teve um enorme sucesso e neste momento repre-senta 41% das nossas vendas, vindo confirmar que o caminho que seguimos estava certo. Se queremos estar com uma pos-tura diferente, temos que estar atentos àquilo que o mercado nos pede e inovar.

Page 11: Gazeta Rural nº 216

11www.gazetarural.com

A caça e o turismo estão lado a lado na promoção do conce-lho de Macedo de Cavaleiros. De 30 de Janeiro a 2 de Fevereiro os visitantes terão a oportunidade de participar num evento de referência em toda a região e de explorar um território único e inspirador.

Tendo como mote a caça e as suas diversas vertentes, na Feira da Caça e Feira de Turismo destacam-se por oferecer um progra-ma vasto, com expositores de grande qualidade e um conjunto de actividades para toda a família. Exposições de falcoaria e de fau-na viva de espécies cinegéticas estão á disposição dos visitantes, para além da prática de tiro com arco e besta, no parque aventu-ra, e passeios a cavalo.

No Parque Municipal de Exposições Macedo de Cavaleiros mostra a oferta turística da região, mas também sabores e aro-mas singulares. A rica e variada gastronomia macedense, com produtos como os enchidos, o vinho, o azeite, as casulas secas, os queijos e os pratos de caça, tem o merecido destaque, seja nas bancas tradicionais ou nos restaurantes regionais. Nos restauran-tes da cidade aderentes, quem demandar o nordeste transmonta-no pode deliciar-se com os pratos de javali, na rota gastronómica que nestes dias decorre.

Para os caçadores aguardam-se grandes jornadas de caça, com destaque para as afamadas montarias (sábado e domingo). Destaque para a Prova de Santo Huberto, que decorre no sába-do, no VIII Prémio Galaico-Português. Os adeptos da Cetraria têm também nestes dias a VII Copa Ibérica, a única prova realizada a nível nacional. Pelo final da tarde de sábado decorre o leilão de ja-valis e, após o jantar, os julgamentos são momentos a não perder.

A RTP, com o programa “Aqui Portugal”, com apresentação de Sónia Araújo e Jorge Gabriel, estará em directo do recinto da Feira da Caça e Feira de Turismo durante toda a tarde de sábado.

A Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros e a Federação das Associações de Caçadores da I Região Cinegética, são as en-tidades organizadoras destes eventos.

De 30 de Janeiro a 2 de Fevereiro

Macedo de Cavaleiros recebe XVIII Feira da Caça e VIII Feira de Turismo

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A Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros (CAMC), com cerca de 2000 cooperantes activos, é uma instituição de referência neste concelho transmontano. Responsável pelo es-coamento de dois produtos importantes no concelho, como são o azeite e o vinho, a instituição é o ‘motor’ do desenvolvimento do sector primário naquele concelho. O presidente da instituição, à Gazeta Rural, espera que “a renovação na agricultura se man-tenha”, apontando a pequena dimensão das explorações como um óbice à rentabilização das áreas de cultivo.

Gazeta Rural (GR): O que representa a Cooperativa para o concelho?

Luís Rodrigues (LR): Além da importância ao nível dos postos de trabalho, representa para todos os seus sócios uma instituição de confiança onde podem depositar os seus produ-tos, sabendo que a estes será dado o melhor tratamento. Serão depois vendidos e pagos aos cooperantes pelo maior valor pos-sível, tendo sempre em conta as condições de mercado.

No sector agrícola, cada vez mais abandonado pelos nossos governantes, o concelho pode contar com uma instituição que dá escoamento a produtos como azeite e vinho.

No complexo da Cooperativa Agrícola estão também insta-ladas várias empresas que empregam algumas dezenas de tra-balhadores. Importância também ao nível de parcerias com al-gumas instituições, nomeadamente com o Instituto Jean Piaget.

GR: Azeite e vinhos são os principais produtos da coopera-tiva, tendo o primeiro, se bem entendi, maior peso. O que mais destacaria nestes dois produtos em comparação com os produ-zidos noutros concelhos da região?

LR: O azeite da região apresenta características muito pró-ximas uns dos outros, uma vez que as variedades de azeitona que se encontram presentes na região são maioritariamente a verdeal, madural e cobrançosa. Os métodos de extracção é que poderão diferenciar o produto, uma vez que o método de apanha e as variedades são muito idênticas em toda a região. No que diz respeito ao vinho, e se tivermos em conta a Região Demarca-da do Douro, não se poderá comparar com o dessa região, pois trata-se de um vinho de mesa bastante harmonioso com cerca de 12º de teor alcoólico.

GR: Como olha para a agricultura do concelho? Tem havido renovação no sector?

LR: Hoje em dia, e tendo em conta a minha experiência de varias décadas no que diz respeito à agricultura, principalmente na região e no concelho, penso que apesar da renovação não ter ocorrido em grande escala, ela tem sido de forma gradual. Isso deve-se também aos apoios concedidos aos jovens agriculto-res para a sua instalação, com as ajudas comunitárias dadas no âmbito da Politica Agrícola Comum. Estando agora a começar o quadro de apoio comunitário para o período de 2014 a 2020, esperamos que essa renovação se mantenha e previsivelmente aumente nos próximos anos, uma vez que o sector agrícola é de enorme importância para o país.

GR: Para além do vinho e do azeite, que outros produtos se produzem no concelho e que são mais-valias para a cooperativa e para o concelho?

Afirma o presidente da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros

“Esperamos que a renovação na agricultura se mantenha”

LR: Neste momento a CAMC apenas recebe vinho e azeitona dos seus cooperantes. Há, no entanto, algumas culturas na re-gião que se têm revelado mais-valias para os agricultores, prin-cipalmente no que diz respeito ao cultivo da castanha.

GR: Acha que se tem olhado para a agricultura da região como ela merece?

LR: De facto, essa é uma questão pertinente. A região norte do país tem um problema estrutural na sua génese, que é a redu-zida dimensão das suas explorações que não permite rentabilizar as áreas de cultivo. Apesar de ser um sector predominante na região, a dimensão das explorações dificulta a obtenção de lu-cros por parte dos agricultores. A formação profissional e a in-trodução de novos e modernos métodos de produção e colheita permitiriam melhorar a agricultura desta região, tantas vezes es-quecida pelos nossos governantes.

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O produto “Gastronomia e Vinhos” vai ser a “âncora” para “vender” o Alentejo no mercado turístico inglês, este ano, com a agência regional de promoção externa a apresentar este des-tino como a “alma gastronómica” de Portugal. “A gastronomia e vinhos são um produto muito forte no Alentejo e acordámos com os operadores ingleses com os quais trabalhamos que, este ano, esse é o tema ‘âncora’ para esse mercado”, disse Vítor Silva, presidente da agência turística.

O responsável pela Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA), sediada em Grândola, realçou que esta já é uma área fulcral para “vender” o destino alentejano, mas, no mercado inglês, vai ser dada “ainda mais atenção” a este pro-duto. “Um dos mercados estratégicos para o Alentejo é o inglês e vai ser tratado com a mesma intensidade de anos anteriores. Só que, este ano, sem esquecer outros potenciais da região, a promoção turística vai estar focada na gastronomia e vinhos”, explicou.

A campanha, a desenvolver em parceria com a Entidade Re-gional de Turismo (ERT) do Alentejo, ainda está a ser ultimada, mas o lema vai ser “Alentejo - The Gastronomic Soul of Portu-gal”, ou seja, “Alentejo – a Alma Gastronómica de Portugal”. O objectivo é promover o território alentejano como “um destino onde existe, ao longo de todo o ano, um festival de gastronomia”, explicou Vítor Silva.

“Esta ideia é materializada num conjunto de eventos gas-tronómicos existente no território e que, como produto turístico,

Avançou o presidente da Agência Regional de Promoção Turística da região

Gastronomia e vinhos são “cartão-de-visita” do Alentejo no mercado inglês

pensamos estar ‘amadurecido’ para apresentar ao mercado in-glês”, frisou. Como exemplo, o responsável indicou as semanas gastronómicas da região, quase todas promovidas pela Turismo do Alentejo e dedicadas à caça, porco, borrego ou sopas e toma-tadas, entre outros temas. “São realizações perfeitamente ca-lendarizadas e que podemos comunicar para o mercado inglês, identificando até os restaurantes que participam”, argumentou Vítor Silva.

O que os restaurantes aderentes vão ter de fazer, alertou o presidente da ARPTA, é “adaptar para inglês as ementas ou, pelo menos, os pratos da semana gastronómica”. “Outro dos eventos importantes que temos e que podemos apresentar ao mercado inglês é o Festival das Gastronomias Mediterrânicas, que vai de-correr no litoral, este ano, com o peixe em foco”, acrescentou.

A abordagem centrada na gastronomia “é validada” pelos operadores britânicos, mas a região tem também “trunfos” viti-vinícolas a promover: “A qualidade dos nossos vinhos é grande e temos muitos enoturismos, abertos vários dias da semana”, destacou Vítor Silva. “Os ingleses têm dos melhores críticos de vinho do mundo e interessam-se muito por esta área, além de não podermos esquecer que foram eles que inventaram o vinho do Porto e que há muito produzem vinhos no Douro”, vincou.

Caso esta “âncora” da “Gastronomia e Vinhos” tenha re-sultados positivos na captação de mais turistas ingleses para o Alentejo, a ARPTA admite poder vir a implementar estratégias idênticas para outros mercados externos.

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A sub-região de Melgaço e Monção vai promover em Fe-vereiro um seminário internacional dedicado ao vinho alvari-nho, encontro em que os promotores pretendem definir uma “estratégia” de futuro para a produção e comercialização daquela casta regional.

O objectivo foi definido em Melgaço, durante um encon-tro de trabalho dedicado ao vinho alvarinho que, além das duas autarquias abrangidas pela sub-região, reuniu ainda produtores e especialistas.

Este encontro, que antecede o seminário internacional a realizar em “finais de Fevereiro”, surgiu precisamente numa altura em que, garantem as duas autarquias, se coloca a possibilidade de alargamento da denominação exclusiva de produção de vinho alvarinho à restante região dos Vinhos Verdes. “A possibilidade de alargamento é um problema, mas não será o único. Temos outros, como melhorar a qualidade do produto, a sua comercialização e o marketing internacio-nal, necessitamos de definir uma estratégia de futuro para tal”, explicou o presidente da Câmara de Melgaço, Manoel Batista.

A definição de formas para potenciar a comercialização deste vinho, cuja produção se distribui por 1.500 hectares en-cepados com uvas da casta alvarinha envolvendo 1.800 pro-dutores e mais de 150 marcas, será, por isso, um dos objecti-vos do seminário internacional a realizar em Monção. “Desde logo pretendemos, também, arrancar com um projecto de caracterização, de forma técnica, desta sub-região. Para ex-plicar porque é adequada especificamente para a produção de vinho alvarinho, o que servirá para sustentar posições de princípio contra o eventual alargamento da produção”, dis-se ainda Manoel Batista. Este estudo, acrescentou, ficará a cargo do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. As autar-quias de Melgaço e Monção assumem “preocupação” com a possibilidade de a “denominação exclusiva” de produção de vinho alvarinho, vir a ser “alargada” à restante área da Co-missão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).

Garantem que o tema tem sido “abordado” dentro da-quela estrutura, mas asseguram que “a manutenção dessa exclusividade é fundamental”, não apenas “como garantia da singularidade e da fama já conquistada” para o vinho alvari-nho, mas “também pela extrema importância que tem para a economia local”.

Segundo números da Associação de Produtores Alva-rinho, a actividade reúne 60 empresas desta sub-região demarcada centenária, Monção e Melgaço, onde são pro-duzidos quatro milhões de quilogramas daquela uva, anual-mente. A selecção “das melhores” dá origem a mais de 1,5 milhões de garrafas de vinho alvarinho.

A exportação representa 10 por cento do total das ven-das anuais do vinho alvarinho de Melgaço e Monção, sobre-tudo para mercados da América do Norte e norte da Europa, além de outros países com forte presença de emigrantes portugueses, como a França.

Trata-se também da casta cuja uva “mais rende ao pro-dutor”, com excepção da uva utilizada para o vinho do Porto de mesa, chegando a valer 1,10 euros por cada quilo. É por isso a “matéria-prima mais cara” do país, garantem os pro-dutores.

Agendado para o mês de Fevereiro

Seminário internacional debate futuro do vinho Alvarinho

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É já um dos produtores de referência da Comissão Vitiviní-cola de Trás-os-Montes. A Quinta do Arcossó tem vindo a des-pontar na região transmontana e um produtor a ter em conta. Em 2005, Amílcar Salgado decidiu investir nos vinhos e hoje possui 12 hectares de vinha, situados em Ribeira de Oura, perto de Vidago, uma zona com um microclima muito especial, que lhe permite fazer vinhos de elevada qualidade.

A Quinta do Arcossó lançou recentemente novos vinhos no mercado, um branco 2012, um rosé e três novas referências nos tintos, como o Bago a Bago 2009; um tinto 2010 e um Reserva de 2008 nos quais Amílcar Salgado tem elevadas expectati-vas. Brevemente ao mercado deverão chegar dois monocastas tintos: um Syrah 2011 e um bastardo 2012. “Temos procurado fazer cada mais e melhores vinhos”, numa região onde “ances-tralmente eram transaccionados de camponês para camponês e que hoje se tornaram vinhos de excelência”, refere o produtor.

Amílcar Salgado continua a acreditar e quer “continuar a crescer”. Para tal apostou na exportação, que já significa cer-ca de 30% do volume de negócios da Quinta do Arcossó. “O objectivo é consolidar os mercados para onde exportamos e encontrar outros”, afirma o produtor, reafirmando a sua aposta na qualidade e em vinhos de gama média, média alta. Por isso, “não exportamos em volume”.

Situada na Ribeira de Oura, perto de Vidago

Quinta do Arcossó: Vinhos de Trás-os-Montes

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A VINHA E O VINHONA REGIÃO DEMARCADA DO DÃO:

Sociedade, Economia, Quotidiano

Conferência

Sábado18 janeiro 2014

ESCOLA SECUNDÁRIA ALVES MARTINS

09h00RECEPÇÃO AOS PARTICIPANTES

10h00SESSÃO SOLENE DE ABERTURA . Presidente da Câmara Municipal de Viseu . Presidente da CVR Dão . Director da Escola Secundária Alves Martins . Presidente da UDACA . Organização

10h30PainelPRODUÇÃO E CONSUMO DE VINHO EM PORTUGAL:O CONTRIBUTO BEIRÃOProfessora Doutora Dulce FreireInst. de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

11h10DEBATE

11h25COFFEE BREAK

11H45PainelO VINHO E A DEFESA DA RURALIDADE NOPORTUGAL CONTEMPORÃNEOProfessora Doutora Ana LavradorFac. de C. Sociais e Humanas, Univ. Nova de Lisboa

12h20DEBATE

12h35ALMOÇO LIVRE

14h15PainelO VINHO NA CONFLUÊNCIA DE INTERESSESLOCAIS E DO PODER CENTRAL DURANTE AI REPÚBLICA E O ESTADO NOVO (1910-1939)Professor Doutor António Rafael AmaroFac. de Economia, Universidade de Coimbra

15h00DEBATE

15h15PainelESTILOS DE VINHO DO DÃO: DOS LAGARESESCAVADOS NA ROCHA À TECNOLOGIADO SÉC. XXIEngenheiro Professor Doutor Virgílio LoureiroInstituto Superior de Agronomia, Univ. de Lisboa

15h55DEBATE

16h10COFFEE BREAK

16h30PainelO VINHO E AS CASTAS. AS CASTAS AUTÓCTONES E AS OUTRAS (DITAS NOVAS)Engenheiro Mestre João Paulo GouveiaEscola Superior de Agronomia. Inst. Pol. de Viseu

17h10DEBATE

17h25CONCLUSÕES

17h40SAÍDA PARA A UDACA

18h15PROVA EXPLICADA

19h45JANTAR VÍNICO

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Realiza-se no dia 18 de Janeiro, na Escola Alves Martins, em Viseu, um seminário sobre “A Vinha e o Vinho na Região Demar-cada do Dão”, em que serão debatidos temas gerais de elevado interesse para os viticultores, mas também para a generalidades dos consumidores do mais emblemático produto da região.

Paulo Albernaz, da Escola Secundária Alves Martins (ESAM) e responsável pela organização do evento, traçou à Gazeta Rural as expectativas para esta conferência, mas também o que esteve na essência da sua realização.

Gazeta Rural (GR): O que esteve na génese da realização desta conferência e que expectativa tem para a mesma?

Paulo Albernaz (PA): Esta conferência decorre de uma vasta planificação de actividades que irá acontecer ao longo de vários meses, abrangendo não só este ano lectivo, mas também o próximo (2014/2015). O facto de começarmos pela abordagem da vitivinicultura na Região Demarcada do Dão prende-se, des-de logo, pela transversalidade da temática, no contexto da nossa comunidade sócio escolar. A cidade e o concelho de Viseu estão indissociavelmente ligados ao vinho, desde a sua produção até à comercialização. Nesta Escola tudo o que se faz, faz-se com paixão, empenho e espírito de missão. Depreenderá, então, que temos boas expectativas, direi legítimas expectativas.

A realidade do vinho do Dão para se consubstanciar não pode viver só do “microcosmos” dos vitivinicultores, tem que saber valer-se do que gostamos de chamar ‘públicos improváveis do vinho’, que só por si, de forma discreta, podem relevar a notorie-dade desta região e dos seus vinhos.

GR: A realização desta iniciativa é uma forma da Escola inter-vir na sociedade, olhando para um sector em expansão e impor-tante na região?

PA: A ESAM – os seus responsáveis, o seu corpo docente, todo o pessoal administrativo e auxiliar – há muito que intervém na sociedade viseense (lato senso). Dir-lhe-ei que esta iniciativa

Dia 18 de Janeiro, na Escola Alves Martins, em Viseu

Conferência debate a vinha e o vinho na região do Dão

sublinhará, ainda mais, essa intervenção. Uma escola é tanto mais importante, é tanto mais referencial quanto mais souber interpretar e imiscuir-se, no bom sentido, no meio que a rodeia, em que se insere e com quem interage. Sublinharemos que a melhor relação de uma escola com o seu mundo social é aquela que chamaremos de simbiótica. Permito-me, mesmo, dizer que esta é a chave, que esta tem sido a chave do sucesso da ESAM. No concreto da vitivinicultura direi que um copo de vinho tem muito mais atrás de si do que, apenas, técnicas/conhecimentos vitícolas e vinícolas. O vinho do Dão é nesta região muito mais do que um sector em expansão. O vinho é uma das nossas mar-cas identitárias. Urge, pois, potenciá-la, exponenciá-la.

GR: Porquê a vinha e o vinho na Região do Dão? Tem-se discutido pouco sobre o tema na região?

PA: Na resposta anterior já terá sido, porventura, dito quase tudo. No entanto sublinharei que, sendo a vinha e o vinho mar-cas identitárias da nossa terra é importante assumi-las fora de uma lógica meramente comercial. Estou em crer que o enotu-rismo só vingará se se fizer apelo dessas marcas e se se incutir nos mais díspares públicos-alvo o gosto pelo Dão, numa lógica ampla, global e não confinado a um “perímetro vítreo”. Beber vinho não é apenas um acto degustativo, mas sim um acto cul-tural, com o seu óbvio lastro endógeno. Como em tudo na vida, só gostamos do que conhecemos.

GR: O que mais destacaria do programa deste seminário?PA: Procurámos que o programa fosse transversal de mol-

de a captar o maior número de adesões. Diz-nos a imodéstia que todas as suas componentes nos parecem bem gizadas e sobretudo fica-nos, já, a vontade de organizar outras iniciativas dentro desta temática. Quem sabe se não estaremos a dar o pontapé de saída para um grande evento, em Viseu, em que o vinho, a gastronomia e as gentes sejam o grande cartaz promo-cional que falta.

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Os 50 grandes vinhos portugueses para os EUA se-leccionados por Joshua Greene, crítico e especialista norte-americano, são revelados no próximo dia 16 de Janeiro, na emblemática Biblioteca de Nova Iorque, nos EUA. A selecção de Joshua Greene foi composta após a degustação de 600 vinhos nacionais, de várias regiões nacionais.

Joshua Greene destaca que “os vinhos portugueses sempre me agradaram porque são tão diferentes dos vinhos de outras partes do Mundo, pois é quase como se Portugal tivesse um microcosmo” que lhe permite ter “um mundo inteiro de vinhos num só país”. “Portugal é concentrado porque tem as suas variedades que mais ninguém tem”. O especialista considera que “os vinhos portugueses já têm um grande sucesso nos EUA” e salien-ta que “há oportunidades para os produtores nos EUA”, mas aconselha-os a “escolher uma área geográfica pois o mercado norte-americano é enorme para atacar.”

Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal, preci-sa “ os EUA são já o maior mercado mundial de vinho e continuarão a apresentar um elevado potencial de oportunidade e crescimento para as exportações da produção nacional. No Plano de 2014 a ViniPortugal atribui novamente o maior investimento da promoção internacional de vinho português a este mercado”.

Revelados no próximo dia 16 de Janeiro

Estados Unidos conhecem os 50 grandes vinhos portugueses

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Bem se poderia dizer que “a culpa” foi dos franceses. Em Boticas, aquando das Invasões Francesas, a população procurou esconder dos saqueadores os seus pertences. Solta-ram o gado para o monte, esconderam os cereais e enterraram o vinho nas adegas ou debaixo dos lagares. “Depois da retirada, o povo voltou a procurar os seus haveres. No caso do vinho, encontraram-no mais sabo-roso e com algum gás natural. A partir daí fi-cou a chamar-se “Vinhos dos Mortos”, conta Armindo Sousa Pereira, que detém o registo da designação e o único produtor da região

Armindo Pereira é o único produtor que mantem a tradição

“Vinhos dos Mortos”: Um ex-líbris de BoticasA história *

Foram as Invasões Fran-cesas que vieram originar o aparecimento do que hoje é um verdadeiro ex-libris de Boticas – o Vinho dos Mor-tos. Foi durante a II Invasão Francesa (1808) e em face do avanço das tropas comanda-das pelo General Soult, que na sua passagem tudo saquea-vam, pilhavam e destruíam, que a população de Boticas, para tentar defender o seu património, decidiu esconder, enterrando, o que tinha de mais valioso. O vinho foi en-terrado no chão das adegas, no saibro, debaixo das pipas e dos lagares.

Mais tarde, depois dos franceses terem sido expul-sos, os habitantes recupera-ram as suas casas e os bens que restaram. Ao desenter-rarem o vinho, julgaram-no estragado. Porém, descobri-ram com agrado que estava muito mais saboroso, pois tinha adquirido propriedades novas. Era um vinho com uma graduação de 10º/11º, palhe-te, apaladado, e com algum gás natural, que lhe adveio da circunstância de se ter pro-duzido uma fermentação no escuro a temperatura cons-tante.

Por ter sido “enterrado” ficou a designar-se por “Vi-nho dos Mortos” e passou a utilizar-se esta técnica, descoberta ocasionalmente, para melhor o conservar e optimizar a sua qualidade. O Vinho dos Mortos é, por isso, o símbolo de uma guerra de subsistência, não só material e económica, mas também e essencialmente moral. É o exemplo da sagacidade e da resistência do Povo de Bo-ticas, “obrigado” a usar das mais inimagináveis formas de preservar o seu património.

* CM Boticas

que comercializa este néctar. “Hoje, tal como no tempo dos meus avós, continuo a manter tradição. O vinho é engarrafado em Janeiro/Fevereiro e fica enterrado até Agosto”, conta o produtor. Apesar das dificuldades, Armindo Pereira persiste em manter a tradição. É que já são poucos os agricultores da região que a mantêm viva.

O ‘Vinho dos Mortos’ é feito a partir de uvas colhidas nas vinhas da região, em terrenos xis-tosos nas encostas de Boticas e da Granja, que possuem condições de clima e solo adequadas à produção deste precioso néctar.

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Lampreia à Bordalesa ou de CabidelaSável frito com Açorda

R E S T U A R A N T E

A Partir de Agora

Os vinhos produzidos na Beira Interior conheceram em 2013 um aumento das exportações de 21 por cento relativamente a 2012, anunciou a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Inte-rior (CVRBI). Segundo a CVRBI, os vinhos da Beira Interior “ter-minaram o ano de 2013 com um aumento das exportações de 21 porcento relativamente ao ano transacto, com mais de 620 mil garrafas de vinho exportado”.

“Os mercados que mais se destacaram, fora da União Euro-peia (UE), foram Angola, Brasil, China e Estados Unidos da Amé-rica (EUA). Na Europa, os mercados da Polónia, França, Suíça e Luxemburgo foram os mais importantes”, refere a Comissão Vitivinícola Regional.

Numa altura em que a conjuntura económica “não é a mais favorável” para o negócio dos vinhos, a fonte assinala que o au-mento nas exportações é o resultado da estratégia que a CVRBI tem vindo a implementar “na internacionalização e na presença em alguns dos eventos vínicos mais importantes a nível nacio-nal”.

As acções realizadas estão a aumentar “gradualmente” a notoriedade da região e a “tornar possível aumentar as vendas dos vinhos da Beira Interior”, reconhece. Aquela entidade, que tem sede na cidade da Guarda, anuncia que este ano “conti-nuará a dar ênfase aos mercados externos”, com uma acção prevista para os EUA, para finais de Fevereiro, e para a presença na London International Wine Fair (Londres), de dois a quatro

Anunciou a Comissão Vitivinícola Regional

Exportações de vinhos da Beira Interior cresceram 21% em 2013

de Junho. A nível nacional, os vinhos da Beira Interior marcarão presen-

ça no SISAB - Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas 2014, a realizar em Lisboa, nos dias 17, 18 e 19 de Fevereiro, indica a direcção da CVRBI liderada por João Carvalho.

Em Maio, aquela entidade também realizará o sétimo concur-so de vinhos produzidos na região demarcada da Beira Interior, que abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel.

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Termina a 31 de Janeiro o prazo para a entrega das candi-daturas ao Concurso de Ideias de Negócio da Vinha e do Vinho, promovido pela Câmara de Anadia e pelo Instituto Politécnico Coimbra, que irá distinguir, naquele sector, o melhor projecto de negócio original com aplicabilidade no concelho de Anadia.

A iniciativa visa estimular o desenvolvimento de conceitos de negócio em torno dos quais se perspective a criação de no-vas empresas ou apoiar o desenvolvimento de novos produtos e serviços com viabilidade de implementação e sucesso naquele concelho da Bairrada.

As candidaturas devem ser submetidas através do site www.economiadavinhaedovinho.com, e podem ser individuais ou apresentadas por equipas até três elementos, devendo explorar uma ideia ainda em fase de concepção ou um plano de negócio. Os candidatos a concurso, que podem ser singulares ou colecti-vas, é dada total liberdade de escolha quanto ao tipo de oportu-

Largas centenas de pessoas voltaram a marcar presença na terceira edição do projecto “Os Quintais nas Praças do Pinhal”, realizada no Parque de Feiras de Vila de Rei. O evento, organi-zado pela Pinhal Maior com o apoio dos Municípios de Mação, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei, tem como objec-tivo o aproveitamento dos excedentes agrícolas dos pequenos produtores da zona do Pinhal, oferecendo-lhes a possibilidade de os comercializarem em mercados periódicos, realizados nos cinco concelhos.

Nesta edição, o certame repetiu o sucesso que tinha vindo a alcançar ao longo dos catorze mercados anteriormente reali-zados, com cerca de 40 expositores e com uma grande adesão

Próxima edição vai decorrer na Sertã a 9 de Fevereiro

“Os Quintais nas Praças do Pinhal” repetiram sucesso em Vila de Rei

de visitantes.Ricardo Aires, presidente da Câmara de Vila de Rei, referiu que

“as largas centenas de pessoas que visitaram esta terceira edição do mercado “Os Quintais nas Praças do Pinhal em Vila de Rei con-firmaram o sucesso desta iniciativa que, uma vez mais, se com-provou ser um importante meio de dinamizar o comércio local, através da comercialização dos excedentes agrícolas dos produ-tores da região. Iniciativas como estas permitem que as pessoas tenham acesso a produtos frescos e biológicos de elevada qua-lidade, servindo ainda como possível incentivo para a produção agrícola”.

A próxima edição está marcada para a Sertã a 9 de Fevereiro.

Prazo de candidaturas termina a 31 de Dezembro

Anadia promove concurso de ideias de negócio da vinha e do vinho

nidade de negócio quer pretendem desenvolver. A ideia vencedora receberá um prémio no valor de cinco mil

euros, dois mil e quinhentos em valor monetário e os restantes convertidos no equivalente a um ano de serviços de incubação na Incubadora de Empresas do Curia Tecnoparque, caso os promo-tores avancem para a constituição de uma empresa resultante da sua ideia de negócio. O período definido para o vencedor poder beneficiar desta segunda vertente do prémio, isto é, constituir a sua empresa, será até seis meses após a data de atribuição do prémio.

Para a avaliação das candidaturas, o júri, que integrará re-presentantes do Município de Anadia, do Instituto Politécnico de Coimbra e dos restantes parceiros, terá em conta a viabilidade do projecto, a criatividade e a inovação, o perfil dos promotores e a qualidade da candidatura.

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Loja online estuda venda de maranho

Marca “Proença-a-Nova Origem” diversifica produtos

Ervas aromáticas, licores, doces e compotas, queijo e vinho são alguns dos novos produtos que preparam a adesão à marca Proença-a--Nova Origem. Está igualmente a ser estudada a possibilidade de colocar o maranho na loja onli-ne, com perspectivas positivas ao nível do em-balamento – o factor mais crítico para assegurar que a qualidade do produto se mantém intacta.

Um ano depois do lançamento, a marca comprova ter sido decisiva a impulsionar os pro-dutos locais, com um total de 11 500 visitas ao site e cerca de 200 produtos vendidos. Cerca de 88% das visitas à loja online são feitas em terri-tório nacional, mas há uma curiosidade significa-tiva do outro lado do Atlântico: 4,21% dos aces-sos vêm do Brasil. Suíça, Estados Unidos, França e Alemanha são os países que se seguem nas visitas ao site da marca, que contempla produtos e serviços exclusivamente do concelho. Embora o artesanato e o alojamento sejam os produtos mais visualizados, no momento de comprar des-tacam-se a charcutaria (23%), pão e bolos (15%) e o vinho (14%).

A apresentação da primeira edição do ma-nual que apoia os produtores no acesso à marca decorreu a 8 de Janeiro de 2013 e um ano depois vai ser lançada uma segunda edição que incor-pora alterações na legislação. A par das vendas propriamente ditas, a marca tem-se revelado um incentivo ao licenciamento, sendo dado apoio a todos os interessados através do Gabinete de Apoio ao Empresário e Agricultor. Foram também aprovadas as cartas de três artesãos – um pro-cesso demorado, mas que agora permite a sua participação em feiras em qualquer ponto do país.

Mais difícil de medir é o impacto que a mar-ca teve no mercado dos produtos associados, já que foram abertas portas através da participa-ção em feiras, como foi o caso da Feira dos Vi-nhos e Sabores, em Lisboa.

O site permitiu ainda dar visibilidade a pro-dutores que isoladamente não tinham canais de promoção. Apesar de o Google ser a principal via de acesso à loja online, destacam-se enca-minhamentos a partir de sites como o do Centro Ciência Viva da Floresta, havendo igualmente alguma procura gerada por parceiros da marca.

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A falta de leite de cabra para produzir queijo certificado do Rabaçal, em Penela, levou a autarquia a investir na recriação de um antigo rebanho comunitário, tirando partido das modernas tecnologias de comunicação.

Integrado na rede Aldeias do Xisto, o lugar de Ferraria de São João, na Serra da Lousã, chegou a ter um rebanho com mais de mil caprinos, mas esta actividade foi-se extinguindo à medida que a desertificação avançava, desde meados do século XX.

Premiado no Brasil, em Setembro, o projecto FarmReal, en-volvendo a Câmara de Penela e o Instituto Pedro Nunes (IPN) da Universidade de Coimbra, visa “contribuir para a conservação de uma actividade tradicional” com peso económico nos territórios de baixa densidade demográfica da Região Centro.

O queijo com Denominação de Origem Protegida (DOP) do Rabaçal distingue-se pela sua pasta mole, com sabor e aroma determinados por pastagens nas quais abunda a tomilhinha, popularmente conhecida por erva-de-santa-maria. Segundo processos de produção ancestrais, este queijo DOP inclui leite de ovelha, mais disponível no mercado local, e leite de cabra, cuja escassez acompanhou o decréscimo do pastoreio nos maciços montanhosos da Lousã e de Sicó, de xisto e calcário, respectiva-mente, que se encontram no concelho de Penela.

“Tínhamos um problema, que era a falta de leite de cabra”, afirma o presidente da Câmara Municipal, Luís Matias, realçando a necessidade de “criar valor com base num produto muito forte” como o queijo DOP Rabaçal.

A autarquia, quando o ex-governante Paulo Júlio era presi-dente do executivo, aliou-se ao IPN, tendo o investigador Antó-nio Cunha coordenado a concepção das soluções tecnológicas do projecto. “Temos de induzir alguns elementos inovadores na

Para produzir queijo certificado do Rabaçal,

Penela recria rebanho comunitário com apoio de novas tecnologias

actividade do pastoreio e pensamos que esta é uma forma de resolver o problema”, refere Luís Matias.

Contando com a participação da Associação de Moradores na gestão do projecto, a Câmara e o IPN querem repor o antigo rebanho comunitário em Ferraria de São João. “O dono dos ani-mais pode ser um brasileiro, um japonês, um inglês ou um lisboe-ta”, revela António Cunha, ao explicar que, em qualquer ponto do mundo, uma pessoa pode comprar uma ou mais cabras, poden-do ainda optar pela adopção.

Actualizando “um conceito que já existia” em Penela, os pro-motores querem “manter o rebanho comunitário, mas os pro-prietários já não vão ser os habitantes da aldeia, mas sim quem acede à internet”, adianta.

Com apoio de fundos comunitários, a Câmara recuperou e adaptou vários currais em Ferraria de São João, que os donos disponibilizaram por um período de 12 anos. Nas obras, foram gastos 25 mil euros, enquanto a parte imaterial do projecto re-presenta um investimento de 50 mil euros, segundo Luís Matias, que está entusiasmado com as perspectivas de fazer regressar à aldeia o numeroso rebanho de outrora.

”Estes territórios vão ganhando mais massa crítica”, regozija-se o autarca, ao salientar que, nos últimos dois anos, nasceram qua-tro crianças em Ferraria de São João, o que não acontecia há muito tempo. António Cunha partilha deste optimismo. O investigador do IPN prevê que a instalação dos primeiros animais ocorra em 2014.

Em qualquer ponto do mundo, um cibernauta poderá con-sultar as imagens da sua cabra em tempo real. Como num jogo virtual, saberá também o leite que ela produz por dia. Desta vez, um sonho chamado FarmReal, concebido como aposta na eco-nomia real.

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Os produtos tradicionais de Oleiros, como o cabrito estonado, o medronho, a broa da Isna e o vinho Callum, vão ser certificados, disse o pre-sidente do município. Segundo Fernando Marques Jorge, a câmara desenvolveu contactos com o Mi-nistério da Agricultura “ao longo das últimas sema-nas”, que vão culminar com uma reunião, no dia 17 deste mês.

A reunião, explicou, irá juntar responsáveis e técnicos do Ministério da Agricultura em Oleiros para “apresentar o processo de certificação dos produtos”, referiu Fernando Marques Jorge.

O autarca salientou que a câmara correspon-de, assim, a um desejo antigo da população do concelho de Oleiros, estando “totalmente disponí-vel para colaborar em todo o processo de certifi-cação”, que dá agora os primeiros passos.

Fernando Marques Jorge considerou que a cer-tificação dos produtos tradicionais “constitui um valor acrescido” para o concelho e para a região. “Estes produtos são produzidos há décadas de uma forma artesanal. Com a certificação e com um selo de garantia, vão ter maior promoção, mesmo em termos turísticos, e podem ainda servir como incentivo ao aumento de produção e, consequen-temente, à criação de mais postos de trabalho no concelho”, disse o autarca. Para já, o processo de certificação vai abranger o cabrito estonado, a broa da Isna, o medronho e o vinho Callum.

Os Conselhos Directivos do concelho de Vila Pouca de Aguiar vão participar em grupos sectoriais de produção para retirar proveitos económicos da floresta e do mundo rural.Cerca de meia centena de pessoas participou na reunião, que de-correu no auditório municipal, onde ficou estabelecida a criação de grupos sectoriais de produção, designadamente na castanha, resinagem, pinheiro- bravo, entre outras áreas.O presidente da autarquia, Alberto Machado, referiu a importância da Câmara em “estar ao lado” dos Conselhos Directivos e poder ajudar na criação de riqueza e postos de trabalho. Na reunião, fi-cou estabelecido que o vereador Duarte Marques vai impulsionar a agregação de representantes de conselhos directivos em gru-pos de trabalho para criar dimensão de produção com impacto.Nesta reunião, foi aprofundada a gestão florestal para o conce-lho com a dinamização económica dos baldios (castanha; fogo controlado; resinagem; micologia; pastorícia; aproveitamento flo-restal e biomassa em pinheiro-bravo), a defesa da floresta contra incêndios através da limpeza de faixas combustíveis e de pontos de água, e a aquisição de máquina de rastos. A produtividade da floresta passa também por saber aproveitar o quadro comunitário de apoio.

Depois de contactos com o Ministério da Agricultura

Oleiros avança com certificação de produtos tradicionais

Para retirar proveitos económicos da floresta e do mundo rural

Vila Pouca de Aguiar cria grupos sectoriais de produção

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A Cooperativa Agropecuária Mirandesa (CAM) iniciou a exportação de carne de bovino de raça mirandesa para a Rússia, país que começa a dar “nota positiva” a esta raça autóctone do Nordeste Transmontano. “Estamos a exportar para a Rússia através de uma plataforma comer-cial existente no Luxemburgo e o retorno tem-se revelado muito pro-missor”, disse o administrador da CAM, Nuno Paulo.

Segundo o responsável, os russos estão mesmo a “render--se” ao paladar desta carne produzida e embalada na região nordestina. No entanto, países como Angola ou o Dubai fazem já parte da lista de clientes da carne mirandesa. No mercado euro-peu, a CAM já exporta de forma regular carne para países como a França, Suíça, Luxemburgo e Andorra.

Face a esta política de “expansão” adoptada pela CAM, atra-vés da sua unidade transformadora situada em Vimioso, o volu-me de negócios para 2013 vai crescer cerca de 12 por cento, o que se traduzirá numa facturação que rondará os três milhões de euros. Em 2013 foram comercializadas mais de 300 toneladas de carne em carcaça em Portugal e no estrangeiro.

O mercado francês já representa cerca de oito por cento das vendas de carne mirandesa da cooperativa, que actualmente comercializa mais de 2.500 carcaças por ano. Por isso, a CAM está a incrementar uma estratégia de promoção junto de outros mercados, de forma a incentivar o consumo.

Os dirigentes da cooperativa estão cientes de que há outros mer-cados com potencial, embora reconheçam a necessidade de se ter “al-gumas cautelas” com os negócios. “Não estamos a vender mais carne

“Retorno tem-se revelado muito promissor”

Carne de bovino de raça mirandesa à conquista do mercado russo

para o estrangeiro porque as garantias de pagamento apresentadas por alguns países não são fiáveis”, acrescentou o técnico.

O Solar da Raça Mirandesa, que engloba os concelhos nor-destinos de Miranda do Douro, Vimioso, Mogadouro, Bragança, Macedo de Cavaleiros e Vinhais, dispõe de um efectivo pecuário de cerca de 4.000 vacas. Espalhados por todo o país estão mais de 5.100 animais de raça bovina mirandesa, uma espécie autóc-tone protegida por denominação comunitária e que já esteve ameaçada de extinção.

Para satisfazer as necessidades do mercado externo será preciso aumentar o efectivo de animais e, para o efeito, é “im-portante incentivar os produtores a criarem mais animais”, já que trata de uma raça “com potencial de mercado”.

COOPERATIVA AGRÍCOLAMACEDO DE CAVALEIROS

CONTACTOS:

Telf 278 421 145 Fax 278 422 830 email:[email protected] MACEDO DE CAVALEIROS

www.coopmacedo.pt

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O Instituto de Investigação Biomédica de Málaga - IBIMA (Es-panha) e seis empresas da Andaluzia (Espanha) estão a desen-volver um estudo sobre o leite de cabra e seus derivados.

O projecto, denominado Capritec --Tecnologías para la Op-timización de la Sanidad, Producción y Productos de la Leche de Cabra en Andalucía, pretende desenvolver produtos lácteos de elevada qualidade microbiológica e nutricional, conseguidos por meio de acções integradas em toda a cadeia, desde a produção primária, processo tecnológico até ao produto final, segundo in-formou a Junta de Andalucía em comunicado.

A investigação focar-se-á na diferenciação e no acréscimo de valor destes alimentos e terá em conta os aspectos sanitários e de produção, assim como as propriedades nutricionais do leite de cabra e os benefícios do seu consumo para a saúde.

O consórcio, liderado pela Cooperativa Ganadera del Valle de los Pedroches (Covap), é constituído por seis empresas perten-centes a diferentes âmbitos: agroalimentar, com a participação de Covap, Los Balanchares e Corsevilla; o da biotecnologia, com Domca e Biomedal; e o da restauração colectiva, com a partici-pação da Serunion.

Os investigadores do Instituto de Málaga terão como linhas de investigação estudar o consumo de produtos lácteos e os

As criações de gado, presentes em grande parte do território terrestre, fazem com que bois e vacas criados com propósitos alimentares emitam mais de três quartos de toda a emissão de gases com efeito de estufa entre os animais da pecuária.

O dado é de uma pesquisa financiada pelo Instituto Interna-cional de Pesquisas em Pecuária e pela Organização Comunitária de Pesquisas Científicas e Industriais (ambos órgãos de actuação global) e divulgada na mais recente edição do jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

O estudo é descrito pelos seus autores como o mais detalha-do já feito sobre o assunto e aponta a Europa e Américas como os epicentros das emissões por gado de gases prejudiciais à ca-mada de ozono. O estudo comparou emissões no mundo todo geradas por criações de gado

bovino, animais ruminantes de pequeno porte, porcos e aves. No total, foram analisadas 28 regiões da Terra.

De acordo com os condutores do estudo, foram recolhidos dados sobre alimentação de todas as culturas pecuárias abor-dadas pelo estudo, sobre o quão eficientemente os animais es-tavam a produzir leite, ovos e carne, e o volume de gases pró--efeito de estufa emitidos por eles.

Assim, os cientistas observam que as maiores emissões de gases que fazem mal à camada de ozono, propiciando o efeito de estufa, dão-se pelo gado bovino. “Temos observado muitas pesquisas focadas nos desafios referentes a isso a nível mun-dial, mas se os problemas são mundiais, as soluções mostram--se praticamente locais e muito específicas a cada situação”, disse à BBC o cientista Mario Herrero, autor da pesquisa. “O nos-

Revela um estudo recentemente publicado

Gado bovino encabeça emissão animal de gases do efeito estufa

Dirigido pelo Instituto de Investigação Biomédica de Málaga

Estudo em consórcio pretende valorizar o leite de cabra e derivados

seus determinantes na população espanhola, bem como ava-liar as alterações na composição do leite de cabra durante os processos de transformação industrial, comprovando os efeitos fisiológicos que produz no consumo humano.

O consórcio das seis empresas de Andaluzia investigará em vá-rias linhas, como a aplicação de tecnologias a nível de parâmetros sanitários e produtos de rebanhos para a melhoria da qualidade do leite; o desenvolvimento de novas tecnologias para a conservação e melhoria das propriedades do produto; a revalorização dos sub-produtos das indústrias lácteas; a inclusão de novos produtos em dietas específicas e a obtenção de um leite de cabra e produtos de-rivados de Qualidade Certificada. A partir dos resultados deste pro-jecto pretende-se dar a conhecer ao consumidor as propriedades do leite de cabra e dos seus produtos derivados.

O projecto desenvolver-se-á ao longo de 2014 e conta com um orçamento que ascende a 2.620.075 euros, procedente do Programa Feder-Interconecta, cofinanciado pelo Fundo Tecno-lógico e gerido pelo Centro para el Desarrollo Tecnológico Indus-trial (CDTI). Este programa destina-se a fomentar a cooperação público-privada em investigação e desenvolvimento (I&D), em áreas de importância estratégica para o desenvolvimento da economia espanhola.

so objectivo é fornecer os dados necessários para que haja um debate sobre o papel da pecuária nas nossas dietas e no nosso meio ambiente e para que possamos procurar as soluções para os seus desafios”.

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Os municípios de Vouzela, Tondela, Oliveira de Frades, Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha e a Turismo Centro de Portugal assinaram um protocolo para implementação do Caminho de Santiago, no âmbito de uma estratégia de reforço do turismo religioso.

Os cinco municípios do Centro de Portugal comprometeram--se a elaborar, até Novembro, um traçado oficial do Caminho Português de Santiago pelo interior, com cerca de cem quilóme-tros e que ligará ao existente no litoral. Aqueles municípios ficam responsáveis pela conservação, limpeza e sinalização do traça-do, bem como pela sua promoção, em parceria com a Turismo Centro de Portugal, no âmbito do protocolo celebrado.

Com a assinatura deste protocolo, os cinco municípios es-peram beneficiar do potencial cultural e turístico de desenvol-vimento económico que as peregrinações a Santiago de Com-postela representam. “Queremos investigar o contexto e todo o conteúdo técnico dos Caminhos de Santiago e que seja ho-mologado devidamente”, disse o presidente da Câmara de Vou-

Terá cerca de cem quilómetros e ligará ao existente no litoral

Cinco municípios do Centro vão traçar caminho de Santiago pelo interior

zela, Rui Ladeira, durante a cerimónia. O autarca espera que os municípios consigam durante este ano preparar a versão final do traçado e de todas as informações de que ficará dotado, para que depois possa ser promovido no contexto nacional e inter-nacional.

O protocolo estipula que no traçado devem constar informa-ções relativas a farmácias, restaurantes, centros de saúde, pon-tos de água, igrejas, pontes e outros pontos de interesse existen-tes num raio de um quilómetro.

Rui Ladeira avançou que os municípios tencionam candidatar este projecto a fundos comunitários, de forma a não sobrecarre-gar os orçamentos camarários. “Se não houver enquadramento comunitário, há vontade dos municípios de assumir as despesas, a sinalização e toda a informação”, garantiu.

O presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, lem-brou que a repercussão deste tipo de investimentos não é facil-mente mensurável. “Há um conjunto de investimentos que, não sendo facilmente avaliados, trarão implicações a montante no

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desenvolvimento económico e, acima de tudo, em territórios de baixa densidade”, afirmou, sublinhando que muitos dos impactos acontecerão fora dos principais centros das cidades e das vilas.

A vereadora da Câmara de Oliveira de Frades, Elisa Oliveira, considerou importante não só fazer um traçado que ajude os pe-regrinos a chegarem a Santiago de Compostela, mas que tam-bém beneficie as populações que vivem nos territórios.

Já o presidente da Câmara de Sever do Vouga, António Cou-tinho, sublinhou a importância das parcerias entre municípios, independentemente de onde se localizem. “Não somos das mes-mas Comunidades Intermunicipais e juntamo-nos num projecto que vai ser uma mais-valia para o território”, referiu.

O vice-presidente Câmara de Albergaria-a-Velha, Delfim Fer-reira, lembrou que o concelho já faz parte do Caminho Principal e se encontra a desenvolver várias actividades. Além da preparação de sinalética mais pormenorizada que será colocada brevemente, está a ser ultimado “um albergue que abrirá ao público em Março ou Abril, com uma capacidade que rondará as 15 camas para dar apoio aos peregrinos”. O autarca lançou o desafio aos colegas de organizarem em conjunto uma peregrinação anual.

Turismo do Centro aposta no reforço do turismo religioso

O presidente da Turismo Centro de Portugal considerou que “a assinatura deste protocolo casa na perfeição num calendário em que o turismo religioso em Portugal é efectivamente um pro-duto turístico”. Pedro Machado disse que tem havido “um traba-lho afincado no reforço de um produto que é o turismo religioso, nos seus três eixos”, nomeadamente o culto mariano, o turismo judaico e o Caminho de Santiago.

Pedro Machado adiantou que haverá uma parceria com a associação de peregrinos Via Lusitana, entidade com a qual a Turismo Centro de Portugal tem trabalhado desde o início. “A associação Via Lusitana trabalha a dimensão do caminho e, em particular, da peregrinação. Portanto, nós desde o início trouxe-mos a associação Via Lusitana connosco para que reforçásse-mos essa identidade e a autenticidade do caminho”, justificou.

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A Casa S. Cristóvão é um espaço que foi reabilitado com o in-tuito de preservar o património local. Situada no centro histórico de Boticas, era uma casa rústica tornada num dos mais belos e acolhedores locais para se pernoitar.

A elegância e a sobriedade arquitectónica sugerem a harmo-nia entre a tradição e a modernidade que se traduzem no con-forto e bem-estar de quem por ali passa. A pureza do ar e da água, a excepcional gastronomia regional e um ambiente familiar e discreto fazem deste um espaço de excelência na região.

Pelas mãos de Maria da Conceição, “Mariazinha”, saem os melhores petiscos e paladares da verdadeira carne de porco e de vitela. Da simpatia de “Mariazinha” e seu marido José Moura, o convite de momentos bem passados, de convívio e amizade.

A Casa S. Cristóvão é um espaço de traços ancestrais, recu-perado e adaptado ao turismo rural. O responsável, José Moura, confessa que “este espaço junta o útil ao agradável; o útil foi a reabilitação de uma casa em ruinas e o agradável foi o de per-mitir aos clientes, mais do que um simples local para descansar, um espaço aberto a novas amizades. De resto, José Moura não esconde que “é muito difícil lidarmos comercialmente com os nossos clientes, porque não os conseguimos olhar como tal, mas antes como amigos”.

A Casa de S. Cristóvão é uma oportunidade inigualável para dar a conhecer a terra e os seus costumes. O belo espaço de magnífico encanto é formado por seis quartos, apenas prejudi-cado pela imagem de um conjunto de ruinas próximas da casa,

Situada no centro histórico de Boticas

Casa de S. Cristóvão junta requinte e tradição num espaço familiar

cuja reabilitação o município de Boticas tem vindo a inviabilizar.O simpático casal espera que o ano de 2014 seja “uma con-

tinuidade nos serviços que estamos a prestar em defesa da pre-servação de um espaço histórico”. Os mesmos acrescentam que “desejamos que o próximo ano continue a ser tão satisfatório e que possamos continuar a responder a todas as solicitações dos nossos clientes”.

Depois de algum tempo encer-rado, reabriu em Vilar Formoso o Restaurante-Snack Bar STOP TIR. Pedro Ribeiro acreditou e reabriu o espaço, apostando na inovação para atrair clientela, numa zona de fronteira.

Petiscos, como peixinhos do rio, grelhados, nomeadamente borrego, e o leitão frito são alguns dos pratos mais procurados, mas também em pratos de caça, como lebre, perdiz e coelho à caçador, regados com os bons vinhos por-tugueses.

A clientela do STOP TIR, diz Pe-dro Ribeiro, “vem gente de toda a parte”, dos dois lados da fronteira. Zona turística e de passagem, os camionistas são clientes habituais, pois há as refeições rápidas ou as famosas bifanas. Também os emi-grantes por ali param para apreciar a típica cozinha portuguesa.

Em Vilar Formoso

Restaurante STOP TIR reabriu com nova gerência

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O parque agroindustrial de Soalheira, Fundão, vai receber o Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior, no âmbito de um protocolo celebrado entre o Politécnico de Castelo Bran-co (IPCB) e a Universidade da Beira Interior (UBI).

O IPCB e a UBI assinaram dois protocolos de cooperação que envolvem a Escola Superior Agrária de Castelo Branco e a Fa-culdade de Ciências da Saúde da UBI. Os documentos assinados pelo presidente do IPCB, Carlos Maia, e pelo reitor da UBI, Antó-nio Fidalgo, incluem as áreas da biologia da reprodução animal e

Nova Gerência

RestauranteSnack-Bar

Menu DiárioPetiscos

Take AwayRefeições Económicas

Sr. Pedro - 962 160 6256355 Vilar Formoso

Protocolo entre o Politécnico de Castelo Branco e a Universidade da Beira Interior

Centro de Biotecnologia de Plantas nasce no Fundão

da biotecnologia de plantas.Carlos Maia referiu que no âmbito do protocolo da biotec-

nologia de plantas será criado um novo centro (Centro de Bio-tecnologia de Plantas da Beira Interior), “que engloba também a Câmara Municipal do Fundão”. “O centro vai ficar no parque agroindustrial de Soalheira, no concelho do Fundão”, disse.

O presidente do IPCB explicou ainda que, neste momen-to, “estão a lançar-se concursos para adaptar alguns edifícios e para aquisição de equipamentos. Tudo isto foi submetido a uma candidatura e aguarda-se que seja aprovada”. “Hoje é um dia importante, em que consolidamos a nossa posição, e estas parcerias ajudam-nos também a concretizar a missão do IPCB”, referiu Carlos Maia.

O reitor da UBI congratulou-se com a assinatura dos dois protocolos, realçou a importância da colaboração entre as ins-tituições de ensino superior e disse que “hoje em dia as institui-ções dependem muito das actividades de investigação”. “Com estes protocolos estamos a cimentar parcerias estratégicas que darão resultado a breve, médio e longo prazo. É destes pequenos passos que se faz a história das instituições”, disse o reitor da UBI.

“Tanto a UBI como o IPCB têm dezenas de anos de actividade a promover a região. Penso que as instituições ainda têm muito mais para dar à região se o fizerem em parceria”, referiu António Fidalgo.

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Muitos países na Europa estão a enfrentar uma preocupan-te falta de abelhas para a polinização das culturas, um problema causado principalmente por uma mudança de política da União Europeia favorável aos biocombustíveis, alertaram cientistas em estudo recentemente divulgado. “A Europa, enquanto tal, só tem dois terços das abelhas de que precisa, com um défice superior a 13,4 milhões de colónias, o que corresponde a cerca de 7 mil milhões de abelhas”, quantificaram.

Os cientistas, da Universidade de Reading, no sul do Reino Unido, compararam o número de abelhas domésticas em 41 paí-ses europeus com a necessidade de polinização entre 2005 e 2010. Apuraram que em 22 países, as abelhas foram incapazes de responder às necessidades, o que forçou os agricultores a re-correrem a vespas e a outros insectos selvagens.

A situação era melhor na Turquia e na Grécia e nos Balcãs, onde há uma forte tradição de apicultura e a oferta preencheu 90% da procura. Mas era pior nas antigas repúblicas da União Soviética e no Reino Unido, com menos de 25, e na Alemanha e França, com uma satisfação da procura entre 25 e 50%. Em re-sultado, os agricultores dependem cada vez mais de polinizado-res selvagens, em vez das abelhas domesticadas, cujos serviços alugam durante o tempo da polinização.

Esta dependência crescente é preocupante, dadas as flutua-ções nas populações de insectos selvagens e a sua vulnerabilidade à agricultura intensiva e caracterizada pela monocultura, com me-nos plantas com floração para oferecer alimentação ou protecção,

Alertam cientistas em estudo recentemente divulgado

Europa precisa de milhares de milhões de abelhas

alerta-se no estudo. “Enfrentamos uma catástrofe no futuro, a não ser que ajamos agora”, afirmou o investigador que liderou a equi-pa, Simon Potts. “Os polinizadores selvagens requerem uma grande protecção. Eles são os heróis desconhecidos do campo, ao consti-tuírem uma ligação crítica na cadeia alimentar para os humanos e fazerem o trabalho de graça”, acrescentou.

Uma estimativa datada de 2009 previu que o contributo da polinização dos insectos para o valor global das colheitas é de 153 mil milhões de euros.

A nova investigação, publicada na revista científica norte--americana PLOS ONE, associa o défice de abelhas ao aumento em 38% na área afectada a plantações de oleaginosas, como soja, girassol ou colza. Este número compara com um aumento de 07% no stock de abelhas domésticas, entre 2005 e 2010, de 22,5 milhões de colónias para 24,1 milhões.

A expansão da área das oleaginosas resultou de uma direc-tiva da União Europeia, de 2003, que determinou o aumento do consumo de biocombustíveis na Europa para 5,75% dos com-bustíveis consumidos pelos transportes em 2010. A União Euro-peia estabeleceu um objectivo de 10% para 2020, o que suscitou um debate sobre a limitação da quota das colheitas alimentares para evitar um efeito negativo nos mercados alimentares mun-diais e regionais.

O estudo nota ainda que as abelhas domésticas ocidentais (Apis mellifera), usadas na Europa, têm sido vítimas nos últimos anos de pestes, bem como da exposição a pesticidas.

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O novo presidente da Fundação Mata do Bussaco (FMB), Fernando Correia, disse que uma das prioridades da sua gestão vai ser a projecção internacional deste património natural do concelho da Mealhada. Investido nas funções de presidente da FMB, o biólogo Fernando Correia, investigador da Universidade de Aveiro (UA) disse que irá trabalhar para que a Mata do Buçaco “seja mais conhecida do que é”, no país e no mundo.

Na sua opinião, importa “catapultar a Mata a nível interna-cional”, mas “sem alterar a sua identidade”, através do estabele-cimento de “parcerias estratégicas” com outras entidades.

“A Mata Nacional do Buçaco é o maior museu vivo de Portu-gal. É também o museu ao ar livre mais antigo de que temos co-nhecimento”, afirmou Fernando Correia no discurso de tomada de posse, que se centrou, sobretudo, nas valências da mata nacional e na importância de dar a conhecer este espaço florestal ao mundo. “Temos de valorizar ainda mais este património e divulgá-lo fora de portas. É importante dar projecção internacional à Mata Nacional do Buçaco”, avançou o novo presidente da FMB.

Escolhido para o cargo pela Câmara da Mealhada, Fernando Correia (especialista em ilustração científica, autor de mais de 85 publicações, tendo participado em mais de 30 em coautoria, entre artigos e livros) encara as novas funções como “um desa-fio importante” da sua carreira. “Será um percurso de continui-dade em relação ao que eu fazia. A Mata tem necessidade de crescer e evoluir”, afirmou o presidente da FMB.

Admitindo que, dentro do possível, vai manter a ligação ao Departamento de Biologia da UA, Fernando Correia realçou que “não podia deixar ao abandono” as responsabilidades que de-

Novo presidente da Fundação tomou posse

Biólogo Fernando Correia aposta na projecção internacional da Mata do Buçaco

têm nas áreas da formação, pós-graduações e doutoramentos.A apresentação do novo presidente da FMB foi feita pelo pre-

sidente da Câmara da Mealhada. “O professor Fernando Correia é sobejamente conhecido nos meios universitários e um apaixo-nado pela Mata Nacional do Buçaco. Tem reconhecimento cien-tífico, vários livros escritos, prémios nacionais e internacionais. É, sem dúvida, a melhor escolha”, avançou Rui Marqueiro, congratu-lando-se pelo facto do professor ter aceitado o convite da autar-quia. “Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para ajudar o novo presidente da FMB”, garantiu o edil, concluindo: “Desejo-lhe as maiores felicidades, sendo certo que lhe arranjei uma grande dor de cabeça”.

O convite da autarquia para assumir a liderança da Fundação Mata do Bussaco traduz, também, “o reconhecimento do trabalho feito em prol do concelho”. Em 2011, Fernando Correia publicou o livro de divulgação científica “Mealhada - naturezas sem igual”, com 400 páginas e chancela da Câmara da Mealhada.

O novo presidente da FMB reside há 17 anos na Pampilhosa, concelho da Mealhada. Docente universitário e especialista em Ilustração Científica (IC) e Design de Comunicação, Fernando Cor-reia é director do Laboratório de Ilustração Científica e coordena-dor do Curso de Formação em IC do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.

O novo presidente da FMB substituiu António Jorge Franco, que em Outubro decidiu abandonar o cargo, alegando que o seu projecto para a Fundação Mata do Bussaco é diferente do que é defendido pelo presidente da Câmara, o socialista Rui Marqueiro, que sucedeu a Carlos Cabral, também do PS.

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O Município de Castro Daire em parceria com a Casa do Povo de Cabril vai levar a cabo a realização do XV Encontro de Cantares de Janeiras do Concelho, que se realizará no sábado, 25 de Janeiro, pelas 17 horas, na Igreja Matriz de Castro Daire, depois da Eucaristia.

Neste encontro vão participar quatro grupos. A represen-tação do Concelho de Castro Daire ficou a cargo do Grupo de Cantares da Casa do Povo de Cabril que servirá de anfitrião aos Grupos de Cantares “Cantorias” de Vila Chã de Sá - Viseu; Grupo Orfeão de Arouca e Rancho Folclórico das Lavradeiras – Trofa.

Mais do que um espectáculo, esta iniciativa representa um reviver das tradições e da cultura que marcam a região e con-tribuem para preservar o que de bom temos da nossa cultura.

Este Encontro de Cantares de Janeiras é já uma das referên-cias do panorama cultural do concelho de Castro Daire, cons-tituindo um evento para todas as idades e do agrado geral, es-perado sempre com grande expectativa pelo público castrense.

Espera-se uma participação massiva do público castrense, como acontece sempre nestes encontros, contribuindo para animar ainda mais esta iniciativa que promete uma tarde muito agradável.

À semelhança das três primeiras edições, no último fim-de--semana de Janeiro, dias 25 e 26, Vouzela volta a ser palco para a realização do único festival de imagem de natureza do país.

O IV Cinclus Fest, promovido pelo Município de Vouzela, re-cebe pela quarta vez consecutiva os maiores nomes nacionais da imagem de natureza, numa iniciativa que conta uma vez mais com o apoio do Grupo Generg.

Já confirmadas estão as presenças dos fotógrafos Ruben Vicente, Ricardo Lourenço, Rui Bernardo, Pedro Narra e Gon-çalo Pereira, este último director da Revista National Geogra-phic Magazine. O fotógrafo internacional convidado é Markus Varevuo, da Finlândia, premiado em numerosos concursos de fotografia de natureza, com destaque no GDT Fotógrafo do Ano Europeu 2011.

O programa conta ainda com a exposição “Fragmentos de Vida” de João Petronilho e de David Guimarães, no Museu Municipal e da apresentação informal do livro “Momentos de Montanha” de Miguel Serra e João Gabriel Leitão, no átrio do cine-teatro João Ribeiro, em Vouzela. A iniciativa decorre uma vez mais no cine-teatro e a entrada é gratuita.

A Praça Sacadura Cabral, em Pinhel, recebe no dia 19 de Ja-neiro, a partir das 10 horas, mais uma edição do Mercado da Agricultura Familiar, evento que pretende dinamizar e fomentar a agricultura tradicional familiar, promover o escoamento dos produtos agrícolas, assim como oferecer aos consumidores produtos endógenos de qualidade.

Este evento destina-se exclusivamente aos agricultores do concelho que pratiquem uma agricultura familiar e de conser-vação, proporcionando assim uma oportunidade de comércio e, simultaneamente, contribuindo para manter viva a tradição dos mercados agrícolas e do mundo rural, com a participação de consumidores oriundos da região e daqueles que visitam o concelho. Nas bancas de produtos da agricultura tradicional destacam-se os vinhos, o mel, o azeite, os enchidos, os produ-tos hortícolas, os frutos secos, os doces, as compotas regionais e também algum artesanato.

O Mercado da Agricultura Familiar é um evento mensal, que se realiza sempre no terceiro domingo de cada mês, na Praça Sacadura Cabral, em Pinhel.

Dia 25 de Janeiro, na Igreja MatrizCastro Daire recebe XV

Encontro de Cantares de Janeiras

No cine-teatro de Vouzela a 25 e 26 de Janeiro

Festival de Imagem de Natureza recebe alguns dos

maiores nomes da fotografia

A 19 de Janeiro na Praça Sacadura Cabral

Pinhel promove Mercado da Agricultura Familiar

BREVES

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Confraria do Mel estão a promover um concurso nacional de mel, que visa premiar a qualidade e divulgar duas das principais categorias deste produto.

O concurso decorre no dia 15 de Fevereiro, devendo os api-cultores fazer a entrega das suas amostras até ao dia 10, na sede da Confraria do Mel, em Macedo de Cavaleiros. Apenas serão admitidos méis constituídos por lotes oriundos de produ-ção nacional, com categorias divididas em mel de Rosmaninho e mel de Urze.

Para promover e assegurar a qualidade do mel que se pro-duz em Portugal, a UTAD e a Confraria vão realizar também um curso de análise sensorial do mel, curso de provadores, tendo como formadores: Paulo Russo Almeida, da UTAD e António Gomez Pajuelo, da Universidad Complutense de Madrid.

Uma iniciativa da UTAD

e Confraria do Mel

Concurso quer descobrir o melhor mel português

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Numa iniciativa do Clube de Caça e Pesca da Lousã (CCPL), vai decorrer no próximo dia 25 uma Montaria ao Javali, que vai contar com a participação de 120 monteiros, o número máxi-mo de participantes. Mário Rodrigues, secretário da direcção do CCPL, refere, por isso, que as “expectativas são altas”, tendo em conta o trabalho que o clube tem desenvolvido na mancha.

O responsável do CCPL refere, também, que na Lousã “a caça maior está no bom caminho”, pelo que as Montarias já são bas-tante conhecidas.

Gazeta Rural (GR): Que expectativa tem para a montaria do próximo dia 25, tendo em conta a edição anterior, em Outubro de 2013?

Mário Rodrigues (MR): As expectativas são altas, tendo em conta o trabalho que tem sido desenvolvido na mancha, a qualidade das reses avistadas e os cevadouros têm sido “devo-rados”. Esta Montaria está esgotada. Estão garantidos 120 mon-teiros.

A Montaria anterior correu bastante bem, mesmo assim teve um lado bom e outro menos bom. Com um resultado de 10 vea-dos e 11 javalis, teve apenas a duração aproximada de hora e meia. Tal fato deveu-se á queda de um matilheiro num barranco, e após entrada, por terra, do INEM, os seus médicos decidiram que o acidentado teria de ser evacuado por via aérea, tendo sida interrompida e terminada de imediato a montaria para a entrada do Helicóptero. Analisado no Hospital de Coimbra foi mandado para casa porque não tinha “nada”.

No próximo dia 25, na Lousã

Montaria ao Javali com “lotação esgotada”GR: Como está, neste momento, o sector da caça no con-

celho?MR: No concelho da Lousã a caça maior está no bom cami-

nho. As aproximações ao veado (troféu) têm sido um sucesso, e as Montarias já não precisam de apresentação.

GR: O momento difícil que o país atravessa também se re-percutiu o sector?

MR: Claro! Se assim não fosse seria estranho, mas, o Muni-cípio da Lousã, soube estar atento, e aceitou baixar o custo da inscrição para a Montaria permitindo, com bastante esforço, que Monteiros de todo o país nos visitem e usufruam de uma jorna-da Monteira nesta serra maravilhosa, para além da hospitalidade sincera destas gentes beirãs.

GR: Portugal tem aproveitado todas potencialidades do sec-tor?

MR: Penso que não. Pese embora o esforço titânico de al-guns clubes, federações e outras organizações, existe sempre a inércia e o desconhecimento de quem legisla, por um lado, e os jogos de interesses, mais ou menos confessáveis, por outro. Veja-se, a título de exemplo, e só aqui na nossa terra, o que se passa com o Corço, e mais gritante, com a Zona de Caça Nacio-nal da Lousã. Mas este tema, importantíssimo, terá de ficar para outra oportunidade, porque aqui, hoje não haveria espaço.

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A Verallia Portugal lança, pela primeira vez em Portugal, um concurso de Design e Criatividade subordinado ao tema “À Con-quista de Novos Mercados e Consumidores”. O desafio é lançado aos alunos do ensino superior de escolas de design do país e pro-cura encontrar novas tendências de merca-do no universo do vidro de embalagem.

A Verallia Portugal, empresa de vidro de embalagem sedeada na Figueira da Foz, de-clara aberto o concurso de Design e Criativi-dade “À Conquista de Novos

Mercados e Consumidores”. Os candi-datos deverão estar inscritos no ano lectivo

2013/2014 e frequentar uma institui-ção de ensino superior nas áreas de arte e design. O desafio consiste em antecipar novas tendências de consumo responden-do a necessidades inexistentes na área do vidro de embalagem. As propostas pode-rão direccionar-se a nichos de mercado ou a mercado de massas, propondo soluções de embalagem de vidro vantajosas para os consumidores e diferenciadoras no merca-do vidreiro.

Uma página de Internet foi especial-mente criada para este concurso com toda a informação institucional e legal, bem como com a possibilidade de submissão dos projectos e votação online. Os jurados responsáveis por avaliar as candidaturas apresentadas são provenientes de diferen-tes áreas de negócio e assumem-se como clientes da Verallia Portugal, órgãos de co-municação social especializados em vinho e embalagem, agência de design e tendências e elementos da própria Verallia.

A votação decorrerá no segundo tri-mestre de 2014 após a submissão dos pro-jectos por parte dos alunos. A Verallia Por-tugal atribuirá prémios aos cinco trabalhos mais apreciados e melhor classificados pelo júri, sendo que as primeiras três propostas receberão prémios monetários. Um estágio de Verão na Verallia Portugal e uma entre-vista com o Director Geral e com a Directo-ra de Recursos Humanos, estão reservados para os quarto e quinto prémios, respecti-vamente. Mais informações: http://criativi-dade2014.verallia.pt/

“À Conquista de Novos Mercados e Consumidores”

Verallia Portugal promove Concurso de Design e Criatividade

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31 JAN. 1 2 FEV. 2014

De 31 de Janeiro a 2 de Fevereiro, a cidade flaviense vai de novo encher com mais uma mostra “Sabores de Chaves”. Aqui, o fumeiro é rei - no ano passado foram vendidas cerca de 20 toneladas - e o Pastel de Chaves é príncipe - com 17 mil unidades vendidas na última edição. A juntar aos enchidos, concebidos de forma artesanal, e ao famoso pastel de carne de vitela picada em massa folha, juntam-se os restantes ar-tigos de panificação, os produtos da região (como a couve penca e a batata DOP) e o artesanato, perfazendo um volume de negócios estimado na ordem dos 250 mil euros. Durante os três dias, o pavilhão Municipal da cidade torna-se pequeno para acolher tanta gente.

Na edição do ano passado, mais de 30 mil pessoas acor-reram ao certame, que visa recuperar toda uma tradição, sempre numa linha de fidelidade ao “saber fazer”, com sabo-res tradicionais genuínos e autênticos de elevada qualidade e reputação. Este saber, que perdura nas tradições das gentes flavienses, faz hoje parte do rico património cultural e gastro-nómico de Chaves. Em tempos meio de subsistência essencial para muitas famílias rurais, estes produtos ocupam lugar de destaque à mesa dos portugueses. A crescente procura tem potenciado a sua comercialização e a realização de vários eventos regionais que, a par do surgimento de novas unidades produtivas, se afirmam como importantes agentes de desen-volvimento local.

Este ano, a mostra Sabores de Chaves conta com 54 ex-positores, dos quais 37 produtores agroalimentares, 17 dedi-cados ao artesanato e 3 institucionais, num total de 72 stands ocupados. De realçar que nesta edição a aposta recai em ex-clusivo nos produtores de Chaves, em oposição com as ante-riores edições, assumindo um grande desafio, ao investirem na imagem e dimensão dos seus espaços.

Paralelamente, no Mercado Municipal, existirão tasqui-nhas que propõem aos visitantes experimentar e degustar muitas das afamadas iguarias flavienses.

Do programa do certame, destaque para dois concertos de música tradicional/Folk que terão lugar no recinto da fei-ra, na sexta-feira e sábado, pelas 21,15 horas. “Enraizarte”, um projeto da Academia de Artes de Chaves com música tradi-cional da região e Galandum Galundaina, um grupo de Miran-da do Douro e dos mais internacionais do Folk português, são os grupos convidados.

“Sabores de Chaves” reunidos em marca promocional comum

O Município promove a mostra “Sabores de Chaves - Feira do Fumeiro” pelo nono ano consecutivo, inaugurando assim um ciclo anual de promoção e valorização dos produtos e da

Na cidade flaviense de 31 de Janeiro a 2 de Fevereiro

Fumeiro é protagonista na mostra “Sabores de Chaves”

região, assentes na projecção da marca Sabores de Chaves. Seguir--se-á, na Páscoa, a Feira do Folar, em Agosto a Feira do Pastel e para encerrar, em simultâneo com a Feira dos Santos, a Feira do Presunto, Vinho, Castanha e Mel.

Sob uma marca comum, “Sabores de Chaves” foi criada pelo mu-nicípio para distinguir os produtos agroalimentares produzidos no con-celho, em especial os que utilizem matérias-primas locais, tendo em conta a necessidade de reposicionar no mercado os produtos tradicio-nais flavienses, dando-lhes uma imagem de qualidade e modernidade, capaz de gerar maior atractividade e competitividade.

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O Santuário de Santo Antão, em Peva, no con-celho de Moimenta da Beira, volta a ser palco da Festa do santo com o mesmo nome e que é o pa-droeiro dos animais. A 19 de Janeiro o programa pro-mete muita animação, mas cumprindo a tradição.

Os festejos começam manhã cedo (8,30 horas) com o início das romagens ao santuário. Depois, pelas 11 horas de manhã decorrerá a cerimónia da bênção aos restauros feitos à capela, seguida da eucaristia. Ao meio-dia, uma segunda bênção, mas desta vez aos animais.

A tarde arranca com o leilão das oferendas e prossegue com o período mais aliciante, tradicional e popular do programa festivo: a Marrada de Carnei-ros, às 15,30 horas; a Luta de Bois, meia hora depois, e a Cagadela da Vaca, a fechar, às 17 horas. Tudo no espaço e nas proximidades do Santuário de Santo Antão.

As festas são organizadas por uma comissão de mordomos, com a paróquia à cabeça, e têm o apoio da União de Freguesias de Peva e Segões, da Câmara de Moimenta da Beira e da associação Baldios – Terras de Aquilino Ribeiro.

Em Moimenta da Beira a 19 de Janeiro

Festa de Santo Antão mantém tradição com animais

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