gazeta rural nº 266

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Director: José Luís Araújo | N.º 266 | 15 de Março de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural.com Quadra recheada de eventos

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A quadra pascal é fértil em eventos de cariz diverso, nomeadamente a Via Sacra, que se realiza ou pouco por todo o país. Mas há outros. Em Ourique, Feira do Porco Alentejano; Miranda do Douro, Festa da Bôla Doce; Constância, Festas do Concelho – Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem; Valpaços, Feira do Folar; Alvaiázere, Feira dos Produtos da Terra, ou Alcains, Festa do Queijo em Alcains, entre outros eventos de cariz gastronómico. Nesta edição pode ler ainda outras notícias do Mundo Rural, mas também a opinião sobre o Queijo Serra da Estrela (Paulo Barracosa) e a Floresta (Miguel Galante). Boa leitura.

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Director : José Luís Araújo | N.º 266 | 15 de Março de 2016 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural .com

Quadra recheada de eventos

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Sumário05 Fileira do porco alentejano é muito importante para a

economia de Ourique

06 Miranda do Douro promove o maior desfile de Capas de

Honra da região

07 Bola Doce Mirandesa é mote para feira de produtos da terra

08 Boticas já prepara XIX Feira Gastronómica do Porco

09 Constância recebe a “grande festa” de Nossa Senhora da

Boa Viagem

10 Valpaços quer abrir lojas no estrangeiro para venda de

produtos bandeira do concelho

12 Câmara de Castelo Branco aposta em certame para

promover queijo de Alcains

13 Feira dos Produtos da Terra de Alvaiázere apostada na

diferenciação

14 Santa Maria da Feira apresentou XX Viagem Medieval

15 Ovibeja aposta na excelência e projecção internacional da

sua actividade

16 Ponte de Lima promove a III Feira Gastronómica da Lampreia

17 Quinta das Corriças vai lançar em breve novos vinhos

18 Minho já tem museu do vinho em Ponte de Lima

19 Gala premiou os vinhos da região e restaurantes por todo

o país

21 Portugal celebra o Ano Internacional das Leguminosas

22 Municípios criam Rede de Territórios do Alto Mondego para

desenvolver a economia

23 Encontro Nacional Select 2016 reuniu cerca de 200

participantes

24 Diminuição do número de abelhas e borboletas coloca

agricultura mundial em risco

26 Agrobio lança campanha informativa sobre agricultura

biológica

28 Fumeiro transformou-se na pujança económica de Vinhais

29 Mercado do Gado em Mosteiro concluído até final do ano

30 Governo quer garantir autenticidade do queijo certificado da

Serra da Estrela

31 Opinião: É tempo de ‘cuidar da alma’ do Queijo Serra da Estrela

32 Deficiente gestão das florestas no topo das preocupações

com pinheiro bravo

33 Opinião: A floresta, uma actividade económica com futuro

34 FNAPF apresentou livro e filme sobre a Doença da Murchidão

do Pinheiro

35 Lisagri apresentou novo equipamento multifunções

36 Termas do Carvalhal iniciaram nova época Termal

38 Universidade de Coimbra recebe I Exposição Internacional de

Orquídeas

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A Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA) é parceira na organização da Feira do Porco Alentejano, que vai decorrer em Ourique. O presidente da ACPA tem a expectativa de que “um grande evento”, já que “um papel muito importante para a divulgação do porco alentejano e dos seus produtos”. Nuno Faustino adiantou à Gazeta Rural que há “um crescente interesse no sector por parte de jovens agricultores”.

Gazeta Rural (GR): Que expectativa tem a edição des-te ano da Feira do Porco Alentejano?

Nuno Faustino (NF): A expectativa é que seja mais um grande evento à semelhança das realizadas nos anos anterio-res. Esta feira tem um papel muito importante para a divulga-ção do porco alentejano e dos seus produtos, sobretudo a nível nacional e tem contribuído positivamente para o desenvolvi-mento desta fileira.

GR: Vai fazer algum pedido especial ao Ministro da Agricultura? Que importância tem a sua presença?

NF: Seguramente vou abordar as questões que preocupam este setor como sejam as relacionadas com a Norma de Ca-lidad Espanhola, medidas agroambientais, pequenos investi-mentos nas explorações agrícolas, etc.

Ter o senhor Ministro presente na Feira do porco alentejano é muito importante, pois significa que a tutela reconhece valor ao setor e que acredita no seu potencial. O porco alentejano é uma mais-valia socioeconómica, sobretudo para estas regiões de montado, marginais em termos agrícolas, em que a pecu-ária extensiva é uma das possibilidades de exploração para

Revela o presidente da Associação de Criadores de Porco Alentejano

Há “um crescente interesse no sector por parte de jovens agricultores”

estas gentes do campo, aqui a água do Alqueva não chega, os solos são pobres, o clima é irregular e a indústria é pratica-mente inexistente. Assim sendo, não existem muitas fontes que gerem algumas receitas ainda que escassas, mas que tornem possível a permanência do homem nestas zonas, isto é, a fixa-ção das populações em zonas rurais.

GR: No âmbito da Feira, vai ter lugar o Seminário “ Políticas Agrícolas, o Futuro dos Sistemas Agro-Silvo--Pastoris de sequeiro”. Quais os temas que vão ser debatidos e o que espera que saia do mesmo?

NF: O que se pretende esclarecer os agricultores da região é, tanto quanto possível, os apoios/medidas para estes seto-res de atividade e a perspetiva futura destes sistemas de pro-dução. Queremos ouvir responsáveis políticos e técnicos de forma a ter uma posição/visão da administração sobre esta temática.

No contexto global da agricultura europeia e mediante os constrangimentos de natureza ambiental (problemas do declí-nio do montado, má distribuição da chuvas e anos secos) as questões de mercado dos produtos agrícolas, etc. Por outro lado, estando estas regiões “condenadas” à agricultura de se-queiro que servem de apoio à pecuária extensiva, em que nas zonas de montado o porco alentejano tem um peso significa-tivo, em muitas das explorações representa a atividade com maior peso, as perguntas a colocar serão: Que futuro terão es-tes sistemas de produção? Que poderemos das políticas agrí-colas europeias e nacionais? Vamos continuar a ser apoiados? De que forma?

GR: Qual a situação atual do sector do Porco Alen-tejano?

NF: Presentemente, o mercado valoriza o porco alenteja-no de montanheira, existe procura por parte das indústrias, sobretudo as espanholas. Creio que poderemos ter a nível dos mercados um período de estabilidade (assim espero) pois o consumo destes produtos originários desta matéria-prima em Espanha está a aproximar-se de valores pré-crise. A nova Nor-ma de Calidad Espanhola está mais rígida, ou seja, tem mais re-gras de produção destes porcos e existe maior controlo (fisca-lização) nestas produções o que em meu entender é bom pois limita estas produções sobretudo as da montanheira, todas estas questões contribuirão para a estabilidade dos mercados.

GR: Há novos criadores ou a produção estabilizou?NF: Depois da crise 2008-2012, houve efetivamente alguns

produtores que abandonaram a atividade, sobretudo os que se dedicavam apenas à produção de leitões e que não obtinham a mais-valia de fazer engordas em regime de montanheira, outros diminuíram os seus efetivos reprodutores. Desde 2013, têm-se verificado cotações históricas (positivas) no mercado do Porco Alentejano e também preços de fatores de produção (cereais) ligeiramente mais baixos e estáveis o que se traduz, consequentemente, num incremento ligeiro dos censos dos efetivos. Verifica-se também um crescente interesse no setor por parte de jovens agricultores.

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A fileira do porco alentejano é “muito importante” para a economia e “um dos maiores motores” de criação de riqueza e emprego em Ourique, que aposta na promoção daquela carne, disse o presidente do município.

“É uma fileira muito importante para a economia do con-celho”, afirmou o presidente da Câmara de Ourique, Marcelo Guerreiro, a propósito da Feira do Porco Alentejano deste ano, que vai decorrer de 18 a 20 de Março nesta vila do distrito de Beja. Segundo o autarca, a fileira, através da produção, da transformação e da comercialização de porco de raça alen-tejana, “tem um conjunto de actividades que abrange os três sectores da economia e, nesse sentido, é um dos maiores mo-tores de criação de valor acrescentado, riqueza e postos de trabalho”.

A fileira abrange o sector primário, através da produção de porco de raça alentejana, o secundário, através da transfor-mação da carne, e o terciário, através da prestação de servi-ços e da comercialização da carne e de produtos derivados, explicou.

No concelho, indicou, há explorações agropecuárias que produzem porcos de raça alentejana e pequenas e médias indústrias que transformam e empresas que comercializam a carne e produtos derivados. Por isso, frisou, o município, “por sentir o valor económico e o impacto” da raça na economia do concelho, “aposta fortemente” na estratégia de afirmação de Ourique como “capital do porco alentejano” e na promoção da carne e dos produtos derivados da raça junto de mercados considerados “fundamentais” para a fileira.

A feira, organizada pela Câmara de Ourique e pela Associa-ção de Criadores de Porco Alentejano, pretende afirmar a vila como a “capital do porco alentejano” e promover a fileira e a “qualidade” da carne daquela raça e dos produtos derivados, explicou Marcelo Guerreiro.

O certame vai decorrer no Pavilhão Multiusos de Ourique e contar este ano com a participação de 150 expositores, mais cinco em relação à edição do ano passado, disse.

“A feira tem crescido de forma consolidada, porque não que-remos que cresça abruptamente”, disse o autarca, referindo que, “todos os anos, há empresas que gostariam de participar na feira, mas ficam de fora, porque não há lugar para acolher todos os interessados”.

Um colóquio sobre as políticas agrícolas e o futuro dos siste-mas agro-silvo-pastoris, degustação de presuntos, demons-trações de cozinha, de corte de presunto e do processo de transformação da carne de porco alentejano são algumas das ofertas do certame.

A feira vai incluir também sorteios de presuntos, petiscos e pratos à base de carne de porco alentejano, animação de rua e dois concursos lúdicos já tradicionais, o de jovens porquinhas, que vão disputar o título de “Miss Piggy”, e o de grunhidos, para testar os dotes dos humanos na imitação da voz dos porcos.

O cartaz cultural da feira, além de actuações de grupos co-rais alentejanos e de música popular e de sessões de dj, vai incluir uma “opening night”, na quinta-feira, com espectácu-los da Banda Filarmónica 1.º de Janeiro, de Castro Verde, e de Ruben Baião, e os concertos Diogo Piçarra, na sexta-feira, e de Paulo Gonzo, no sábado.

Diz o presidente da Câmara de Ourique

Fileira do porco alentejano é muito importante para a economia de Ourique

Ministro da Agricultura encerra seminário O Ministro da Agricultura vai estar presente na Feira do Por-

co Alentejano. Luís Capoulas Santos participará na sessão de encerramento do Seminário “ Políticas Agrícolas, o Futuro dos Sistemas Agro-Silvo-Pastoris”, organizado pela Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA) e pela Câmara de Ouri-que, no Centro de Convívio de Ourique, almoçará com agricul-tores e visitará o espaço da Feira.

A presença de Capoulas Santos, que é sócio honorário da ACPA desde 2015, testemunha o compromisso do Governo com a valorização da fileira do Porco Alentejano, com a afir-mação do Mundo Rural e com esta iniciativa que se constituiu num dos principais eventos regionais do sul do País.

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O município de Miranda do Douro vai promover no dia 19 de Março um desfile de pessoas ostentando a tradicional Capa de Honras Mirandesa, uma iniciativa que a autarquia pretende transformar na “maior” de sempre no género.

“A Capa de Honras é um ícone da identidade mirandesa e, por esse motivo, apelamos aos proprietários para trazerem as suas ca-pas para fazermos, em conjunto, o maior desfile de sempre, onde esta peça de vestuários será o principal motivo de atracção”, disse o presidente da câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes.

A capa é feita de pura lã de ovelha (burel) e requer um traba-lho minucioso por parte de quem a confecciona, devido à sua complexidade. Segundo os artesãos que ainda a fabricam, o seu preço pode ir além dos 600 euros.

Actualmente, é apenas utilizada em cerimónias protocolares ou aptos de importância relevante. No entanto, é usual ofe-recer uma capa de honras as pessoas distintas que visitam o município de Miranda do Douro.

O desfile do dia 19, adiantou o presidente da Câmara, está enquadrado numa cerimónia de “Exaltação da Capa de Honras Mirandeses” e vai contar ainda com a participação de pesso-as ostentando capas representativas dos territórios de Aliste

Autarquia pretende transformar esta iniciativa na “maior” de sempre no género

Miranda do Douro promove “o maior desfile” de Capas de Honra da região

e Zamora, em Espanha. “O objectivo da iniciativa é também preservar e recuperar este património, associando-o também às regiões espanholas de Aliste e Zamora e, ao mesmo tempo, perceber o número de capas de Honra existentes no território”, declarou o autarca Artur Nunes.

O número de capas de honras mirandesa “é indeterminado”. No entanto, ao longo dos tempos “muitos exemplares foram feitos” e transitaram de geração em geração, assumindo-se como um valor familiar de relevante importância.

Para o investigador António Rodrigues Mourinho, a capa de honras mirandesa tem origem na região espanhola de Leão. “A sua origem remontará aos séculos nove ou 10, portanto medieval, tendo origem na ‘capa de chiba’, que traduzido do espanhol para português quer dizer ‘capa de cabra’”, indicou.

Segundo o estudioso, apesar de se pensar que esta peça ‘sui generis’ ser de origem “medieval”, só há dois documentos co-nhecidos, até agora, que referem este tipo de capa e são data-dos de 1819 e um outro de 1828.

Outras da teorias defendidas é que a capa de honra miran-desa poderá ter surgido da capa pluvial de Arperjes, usada nos mosteiros das Terras de Leão (Espanha).

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A Bola Doce Mirandesa é um doce genuíno e um dos ícones gastronómicos de Miranda do Douro, tradicionalmente asso-ciado à Páscoa, e é mote para a realização da Feira que vai decorrer de 24 a 26 de Março, no largo do Castelo, em Miranda do Douro.

A esta fina doçaria associam-se outros produtos da terra como o pão, fumeiro, licores e vinhos, entre outros. O saber ancestral está garantido em todos os produtos característicos desta altura do ano, como é o folar de carne, confeccionado o com o melhor fumeiro caseiro.

O que não vai também faltar é a animação musical, sempre presente em qualquer festa mirandesa, gaiteiros e pauliteiros, que são, também eles, imagem de marca deste município.

Esta Feira decorre em plena Semana Santa, uma época vi-sitada por muitos espanhóis que tradicionalmente visitam Miranda do Douro, essencialmente para fazer compras. Para além do comércio tradicional, desta feita, os visitantes podem encontrar e comprar os produtos mais genuínos da terra.

Miranda do Douro leva Bola Doce Mirandesa a concurso

Inserido na Festa da Bola Doce e Produtos da Terra, a Câma-ra de Miranda do Douro e a Sabores de Miranda – Associação de Produtores Gastronómicos das Terras de Miranda promo-vem o Concurso de Bola Doce Mirandesa, no dia 25 de Março, a partir das 15 horas, no Largo do Castelo.

Este é um concurso que tem como objectivo promover e di-vulgar a produção e consumo da Bola Doce Mirandesa, pre-servando os usos e costumes tradicionais. Sendo um doce ge-nuíno e um dos ícones gastronómicos do concelho de Miranda do Douro, a Bola Doce mantém a sua autenticidade ao longo do tempo.

É um bolo doce, maravilhosamente envolvente com sabor

Em Miranda do Douro, de 24 a 26 de Março

Bola Doce Mirandesa é mote para feira de produtos da terra

intenso a canela. A massa, semelhante à do folar, mas mais fina, é intercalada com camadas de açúcar e canela e o recheio também é feito em camadas. O aspecto exterior da bola doce é característico é único, e internamente, descobre-se uma mas-sa surpreendentemente fofa e de sabor autêntico.

Concurso do Folar de Carne inserido na Festa da Bola Doce

Ainda no âmbito da Festa da Bola Doce a autarquia e a Sa-bores de Miranda promovem o Concurso do Folar de Carne, no próximo dia 26 de Março, às 15,30 horas, no Largo do Castelo. Esta é mais uma actividade inserida na Festa da Bola Doce Mi-randesa e Produtos da Terra.

O concurso tem como objectivo promover e divulgar mais um dos produtos da terra, com qualidade e tradição, que é o Folar de Carne. Este é um produto típico da época que se avi-zinha, a Páscoa, e está presente na mesa de todos os mirande-ses juntamente com a Bola Doce e a restante Doçaria regional para celebrar em família mais uma quadra festiva.

Miranda do Douro associa- se aos festejos das Amendoeiras em Flor

Os Municípios do Douro Superior (Miranda do Douro, Moga-douro, Freixo de Espada à Cinta e Moncorvo) e um da Guarda (Foz Côa) articulam as festividades das “Amendoeiras em Flor”, em parceria com a Associação de Municípios do Douro Supe-rior (AMDS).

Neste contexto, a AMDS, em colaboração com os municípios preparou um cartaz festivo para as “Amendoeiras em Flor” em que as autarquias promovem os seus eventos em conjunto.

Música, gastronomia, desporto, e diversos certames de pro-dutos tradicionais são os ingredientes para todo o mês Março nos concelhos do Douro Superior.

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O borrego regressa em força à mesa dos restaurantes de Ar-raiolos entre 25 de Março e 10 de Abril, altura em que os res-taurantes locais o elegem nas ementas. São 17 os restaurantes do concelho que terão as portas abertas para receber todos os que pretendem desfrutar de sabores tradicionais da gastrono-mia à base de carne de borrego e outros produtos regionais.

Ensopado, estufado, guisado, no tacho e assado, o borrego surge em variadíssimas receitas que vão deliciar os arraiolen-ses e os forasteiros na demanda de genuínas iguarias alente-janas

Contudo, no decorrer destas semanas, a gastronomia não se esgota em pratos à base de carne de borrego, sobrando sem-pre a boa doçaria local e as empadas registadas, entre muitos outros manjares…

A iniciativa é promovida pela Câmara Municipal de Arraiolos que pretende proporcionar aos visitantes que gostam dos bons sabores alentejanos a melhor gastronomia da cozinha Arraio-lense.

De 25 Março a 10 de Abril

Borrego é rei em Mostra Gastronómica de Arraiolos

A Câmara de Boticas já prepara a edição 2017 de Feira Gas-tronómica do Porco e, para o efeito, reuniu com os produtores de fumeiro tendo em vista a preparação do evento. Ainda sem data confirmada, o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, informou os produtores sobre algumas alterações a serem adoptadas na próxima edição do certame.

Sendo a Feira Gastronómica do Porco de Boticas um dos eventos mais importantes da região, o autarca apelou à dedi-cação e trabalho de todos, para que a edição de 2017 volte a ser um sucesso. “Quero que todos aqueles que visitam a Feira Gastronómica do Porco de Boticas fiquem agradados e satis-feitos com a qualidade dos produtos que lá são vendidos e para tal é fundamental que trabalhemos todos pelo mesmo objec-tivo, a qualidade de tudo aquilo que é exposto”, acrescentou Fernando Queiroga.

O autarca fez um balanço geral do evento e aproveitou a oportunidade para explicar aquilo que tem que ser melhora-do na próxima edição da mostra gastronómica. Nos próximos meses serão realizados, pela equipa veterinária do município, vários procedimentos relacionados com a marcação e acom-panhamento dos animais destinados ao fabrico do fumeiro e enchidos para a feira.

A realizar em Janeiro de 2017

Boticas já prepara XIX Feira Gastronómica do Porco

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A Vila de Constância recebe mais uma edição das Festas do Concelho/Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, evento que decorre de 26 a 28 de Março, e que têm como cabeça de car-taz a bênção dos barcos nos rios Tejo e Zêzere, na segunda-feira, feriado municipal. No plano de animação, Jorge Palma é o nome sonante da música nacional, que actuará no último dia das festas.

A apresentação das Festas decorreu no Parque Ambiental de Santa Margarida, o que aconteceu pela primeira vez, com Júlia Amorim, presidente da Câmara de Constância, a justificar a op-ção com “o envolvimento de toda a população e instituições do concelho, que convergem para as festividades”, mas também por aquele ser “um espaço muito interessante, que foi apoiado por fi-nanciamentos comunitários, e que alavancou nesta zona, da fre-guesia de Santa Margarida da Coutada, o comércio local”.

Relativamente às Festas, “a tradição mantêm-se” e “está tudo a postos para que a segunda-feira seja um dia em grande”, com “as embarcações a subirem e descerem o Tejo e o Zêzere”. Júlia Amorim adiantou que são esperadas cerca de meia centenas de embarcações vindas de vários municípios ribeirinhos do Tejo, bem como uma de Aveiro. A autarca espera que seja “um dia em gran-de” para Constância, onde são esperadas milhares de pessoas. Quanto às Festas “o figurino mantem-se”, pois “pouco pode ser alterado, em termos gerais, mas tentamos sempre melhorar, com algumas novidades”.

No plano de animação, Júlia Amorim destacou a presença de grupos do concelho, com Jorge Palma a actuar no último dia das Festas, mas também o concerto “Roaming Bells Show”: Carrilhão Lusitanus & Rosemarie Seuntiens, um espectáculo que junta a artista holandesa, a tocar o maior carrilhão do mundo, a um es-pectáculo de fogo-de-artifício, da Pirotecnia de Oleiros, que terá lugar no dia 26, às 22,45 horas, na margem do rio Zêzere.

Do programa das Festas, destaque para o programa desporti-vo, com o

A Festas do concelho incluem uma Mostra de Doces Sabores

No fim-de-semana da Páscoa, de 26 a 28 de Março

Constância recebe “a grande festa” de Nossa Senhora da Boa Viagem

e Exposições, tasquinhas, exposições, provas desportivas, - com destaque para o Grande Prémio de Atletismo, onde são espera-dos perto de um milhar de atletas, - e as tradicionais ruas floridas, que dão um colorido especial à Vila, numa iniciativa que envolve toda a comunidade.

O ponto alto das Festas é, naturalmente, a bênção dos barcos nos rios Tejo e Zêzere, na segunda-feira da Páscoa. António Ma-tias destacou a importância desta Festa para os marítimos do Tejo. A devoção a Nossa Senhora da Boa Viagem, em Constância, está associada ao intenso tráfego fluvial de mercadorias que se fez durante séculos entre o porto desta vila e a capital.

Doces e sabores pelos recantos da vila

Caldeirada de peixe, peixe do rio frito, migas tradicionais, gre-lhados, enchidos, arroz de feijão, caldo verde, tigeladas, queiji-nhos do céu, entre outras iguarias, são os doces e os sabores que se podem encontrar pelos recantos da vila e nas tasquinhas que estarão em funcionamento durante a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem.

Dinamizadas por associações e colectividades do Concelho e por alguns comerciantes, as tasquinhas surgiram inicialmente como resposta às necessidades de milhares de forasteiros que visitam a vila por esta ocasião. Hoje, respondendo também aos objectivos iniciais, as Tasquinhas são uma parte indissociável da festa, como forma de divulgação e promoção da gastronomia e da doçaria local e regional. Desfrutando dos prazeres da festa, num passeio pela Vila Poema, aconselham-se os paladares típi-cos da cozinha regional que podem ser apreciados nos restau-rantes da vila.

Indissociável da festa, é também a Mostra de Doces Sabores, que este ano cumpre a sua 10ª edição, a qual funcionará no Par-que de Merendas, apresentando ao público, o melhor da doçaria local, regional e nacional.

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A Câmara de Valpaços quer construir um novo pavilhão de exposições e abrir lojas no estrangeiro para venda dos produ-tos locais, como forma de promover e valorizar um sector que representa 80 milhões de euros anuais para o concelho. A es-tratégia delineada e anunciada pelo presidente do município, Amílcar Almeida, visa apostar no sector agrícola, “a bandeira” deste município do distrito de Vila Real.

E, para conseguir uma maior comercialização da castanha, do vinho, azeite, folar, fumeiro, mel e compotas, a câmara vai juntar-se a entidades locais para abrir lojas de venda destes produtos em Lisboa e ainda Paris (França) e Genebra (Suíça).

Os parceiros no projecto são a Cooperativa dos Olivicultores, a Adega Cooperativa, a Cooperativa Agrícola e a Associação Regional da Agricultura das Terras de Montenegro. “Decidimos explorar o mercado da saudade. Temos uma franja populacio-nal, em termos de emigração, muito grande quer em França quer na Suíça”, afirmou Amílcar Almeida. A ideia é colocar à venda os produtos locais nesses países a preços mais acessí-veis e, ao mesmo tempo, transformar essas lojas «em espaços de convívio e de encontro» para os emigrantes.

“O litro de azeite na Suíça é vendido a 20 euros, um preço exorbitante, quando aqui compramos cinco litros e ainda fica-mos com algum dinheiro. E lá não tem a qualidade do nosso

Câmara vai juntar-se a várias entidades locais

Valpaços quer abrir lojas no estrangeiro para venda de produtos bandeira do concelho

azeite”, frisou.O autarca salientou que o vinho, o azeite e a castanha são

produtos que “representam mais de 80 milhões de euros por ano” de volume de negócio para o concelho. Mas é também para promover este sector que o município quer construir um novo pavilhão de exposições, ao lado do existente. A candida-tura já foi submetida a fundos comunitários, representa um in-vestimento de um milhão de euros e Amílcar Almeida acredita que “vai ter êxito”.

O autarca disse que o actual espaço já é exíguo para acolher todos os participantes da Feira do Folar, o único certame que actualmente se realiza no pavilhão e que se repete no próximo fim-de-semana. “Não faz sentido termos um pavilhão só para realizar um certame por ano quando temos um enorme po-tencial que é preciso aproveitar”, salientou. A Feira do Folar de Valpaços gera um volume de negócios de um milhão de euros e representa “uma lufada de ar fresco” para a economia local.

No recinto vão espalhar-se 100 expositores que vão ter à venda cerca de 50 toneladas de folar, uma iguaria que marca presença obrigatória em praticamente todos os lares trans-montanos durante a celebração da Páscoa e é feita com ovos, farinha, azeite e várias carnes como presunto, salpicão, lingui-ça e carnes de porco.

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A Câmara de Al-justrel realiza, no segundo fim-de--semana do mês de Junho, a XVI edição da Feira do Campo Alentejano, no Par-que de Exposições e Feiras. A progra-mação deste cer-tame agroindustrial está a ser ultimada,

sendo já conhecida do grupo musical The Gift, para a noite de sábado, dia 11.

A Feira do Campo Alentejano tem como finalidade a divulga-ção e a promoção das actividades económicas do concelho, e pretende ainda ser um espaço para a promoção e divulgação das potencialidades turísticas, para a valorização de activida-des tradicionais, como o artesanato e a gastronomia.

Neste espaço de exposição do mundo rural pretende-se dar a conhecer aos investidores as mais-valias do concelho e mos-trar a dinâmica empresarial e as condições excepcionais que Aljustrel tem para oferecer às novas empresas que ali queiram instalar-se. Por isso, além da forte ligação de Aljustrel à activi-

A XI Feira do Queijo de Alcains decorre entre os dias 18 e 20 de Março com a participação de uma dezena de pequenos produtores e para promover um dos produtos mais emble-máticos do concelho de Castelo Branco.

“Vamos realizar mais uma feira do queijo, inte-grada no caminho que o município escolheu de apoio aos pequenos produtores. Esta é mais uma oportunidade que os produtores têm para comercializar e inovar os seus produ-tos”, disse o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia.

O autarca, que falava durante a apresen-tação da Feira, realçou a importância de con-tinuar o trabalho de promoção daquele que considerou ser “o melhor queijo do mundo”. “Esta é também uma forma de dinamizar socialmente Al-cains. Quer queiramos ou não, são as feiras que permitem o contacto entre produtores e a inovação. É mais um canal de distribuição aberto e que também serve de incentivo para ini-ciar este tipo de actividades”, disse.

Luís Correia realçou ainda que o queijo de Alcains é um pro-duto de qualidade, em muitos casos “feito artesanalmente por pequenos produtores. Queremos também manter essa tradi-

Confirmada a actuação do grupo The Gift

Aljustrel prepara edição 2016 da Feira do Campo Alentejano

Décima primeira edição decorre de 18 e 20 de Março

Câmara de Castelo Branco aposta em certame para promover queijo de Alcains

ção”, sustentou.Questionado sobre se os recentes acontecimentos que le-varam ao encerramento da Cooperativa de Produtores de

Queijo da Beira Baixa, em Idanha-a-Nova, devido à contaminação por uma bactéria, afectaram de

algum modo a imagem ou as vendas do queijo de Alcains, o autarca refutou de imediato esse

panorama. “Se afectou alguma coisa, não foi sentido. Temos que continuar o nosso traba-lho e promover o nosso queijo. Temos quali-dade e acreditamos nos nossos produtores”, afirmou.

Por seu turno, a presidente da junta de fre-guesia de Alcains, Cristina Granada, explicou que

o certame em que o queijo é o rei conta também com outros produtos e produtores. “Temos uma de-

zena de produtores de queijo e mais uma dezena de outros expositores com produtos como o enchido, o azeite, o mel, o artesanato ou a gastronomia local”, disse.

Além disso, a autarca realçou ainda que durante os três dias da feira haverá também animação cultural. Na edição anterior da feira, foram comercializados mais de 10 mil queijos de Al-cains.

dade mineira, também será dada ênfase à actividade agrícola em franca expansão devido à ampliação da rede secundária de Alqueva, que veio alargar o perímetro de regadio permitindo o aparecimento de novas alternativas para o agronegócio no concelho de Aljustrel.

Como nos anos anteriores, a feira será composta por vários stands, pavilhões e espaços lúdicos. Haverá como habitual-mente o pavilhão de exposições, o pavilhão agroindustrial, o pavilhão do gado, com o picadeiro exterior e a quinta pedagó-gica, uma exposição de automóveis, o espaço dos produtos da terra, o espaço criança e desporto, o espaço Jovem e o espaço da saúde. Além disso, espectáculos do mundo taurino e eques-tre, provas de queijo, vinho, mel e outros produtos regionais, tasquinhas com petiscos, workshops de cozinha à base de pão e colóquio sobre novas oportunidades de negócio no mundo agrícola também estão previstos.

A Feira do Campo é também sinónimo de lazer e divertimen-to. De 10 a 12 de Junho, os dias serão preenchidos por um vasto programa musical e cultural a decorrer nos diversos palcos, e que contará com as actuações de grupos corais e musicais do concelho, bem como de nomes sonantes da música nacional e diversos Djs. Prevê-se, que à semelhança das edições an-teriores, todas estas actividades venham a atrair milhares de visitantes a esta grande feira do Baixo Alentejo.

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Gazeta Rural (GR): Qual a receptividade das Feiras dos Produtos da Terra?

Francisco Agostinho Gomes (FAG): Realizamos esta fei-ra trimestralmente e já vamos na décima edição. Os resultados têm sido muito bons. Temos cerca de 60 stands muito diversos, nomeadamente com produtos endógenos, e é por isso que de-senvolvemos este evento, porque, enquanto município, quere-mos promover o comércio local e o desenvolvimento de novos produtos, nomeadamente à base de chícharo.

GR: Esta é uma mostra de produtos da região?FAG: Sim. Para além do chícharo, temos o mel, as passas,

os enchidos, entre outros. Este evento ainda fica mais preen-chido com produtos de outras regiões, como o mel da Lousã, para além do artesanato, com vários artesões que vêm expor os seus produtos, como a verga e outros. É um evento que dignifica o território local, mas também a região.

GR: As pessoas hoje procuram cada vez mais produ-tos diferenciados. Nota isso nesta Feira?

FAG: Diria que se não investirmos na invulgaridade os eventos morrem. Temos ser diferentes e mostrar cada vez mais a diferença e a diversidade de produtos. É por isso, que esta feira é muito procurada e tem sempre muitos visitantes. Aliás, o seu crescimento tem sido evidente. Inicialmente fa-zia-se no mercado e hoje ocupa uma tenda com mil metros quadrados.

GR: O chícharo foi o impulsionador desta dinâmica criada em Alvaiázere?

FAG: Sem dúvida. O chícharo, enquanto leguminosa, é de facto o agente dinamizador da gastronomia desta região e, especialmente, do concelho. Daí que, anualmente, associado a Alvaiázere Capital do Chícharo, desenvolvermos a gastro-nomia em trono desta leguminosa, inserida nas comemora-ções do Dia do Município, a 13 de Junho.

Cerveja artesanal de chícharo chega até Junho

GR: A FAO determinou que 2016 é o ano das legumi-nosas e vai haver diversas iniciativas em Portugal. O chícharo vai estar presente?

FAG: Para além de vereador na Câmara, sou também vice--presidente da Confraria do Chícharo. Não posso confirmar, mas temos todo o interesse em ir ainda mais longe. Por isso é

A primeira do ano de 2016

Feira dos Produtos da Terra de Alvaiázere apostada na diferenciação

que dia a dia surgem na região novos produtos associados ao chícharo, como o gelado e outros. Vou dar-lhe uma novidade. Espero que em Junho possamos apresentar um novo produto, que é a cerveja artesanal de chícharo.

Para além desta, temos outras em mente, porque queremos novos produtos, para que as pessoas não se sintam castradas por aquilo que há, pois queremos mais. Tudo o que pudermos inventar à volta do chícharo é sempre bom.

GR: Está presente no Dia Nacional da Gastronomia, no dia 29 de Maio, em Aveiro?

FAG: Naturalmente sim. Já estamos a preparar a nossa presença.

GR: Que outras acções serão promovidas em torno do chícharo ao longo deste ano?

FAG: Queríamos promover um colóquio, ou uma formação, para que os produtores de chícharo na região pudessem pro-duzi-lo com qualidade. Estamos a desenvolver um projecto com uma entidade do conhecimento, que já está a germinar. É um projecto para cinco anos, que espero dê frutos. Apostar na qualidade do chícharo é o caminho. Não queremos apre-sentar um produto que não seja diferenciador.

Alvaiázere promove, no próximo dia 20 de Março, a primeira de quatro edições anuais da Feira dos Produ-tos da Terra. A iniciativa, que vai na décima edição, começou no mercado local e agora já ocupa uma tenda com cerca de mil metros quadrados, o que demonstra o crescimento e interesse não só dos produtores da região, mas também do público que a visita em grande número.

Francisco Agostinho Gomes, vereador da Câmara de Alvaiázere, realçou o crescimento de um certame apostado na “diferença e na diversidade de produtos”, nomeadamente do chícharo. O também vice-pre-sidente da Confraria do Chícharo adiantou à Gazeta Rural que até Junho será apresentada uma cerveja artesanal desta leguminosa.

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A Câmara da Feira apresentou a XX Viagem Medieval, que vai decorrer de 27 de Julho a 7 de Agosto, e o estudo que atribui a essa recriação histórica um retorno económico de 10 milhões de euros anuais, valor que a autarquia considera pecar por de-feito.

“A Viagem Medieval tem um impacto tremendo no territó-rio, como demonstrou este trabalho do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM), mas o estudo estima que o impacto do evento é de 10 milhões de euros em cada edição e eu penso que esse valor peca por escasso”, declarou o presi-dente da Câmara, Emídio Sousa. “Em cada ano temos recebido 500.000 a 600.000 visitantes, portanto basta que cada um gaste em média 20 euros no evento para o retorno económico mais imediato ser logo de 10 a 12 milhões - isto sem considerar o seu impacto na hotelaria, a receita das instituições e grupos de animação que participam na Viagem e uma série de outros aspectos como os voos que se fazem para cá estar, o que eleva logo o volume de negócios gerado pelo projecto”, observa o autarca.

Para Emídio Sousa, “inquestionável” é que essa recriação histórica “é hoje uma marca do território, mobilizando em tor-no da sua realização habitantes, associações e tecido econó-mico e empresarial, o que se verifica não apenas no concelho, mas em toda a região, já que diferentes entidades adaptam a sua actividade em função das datas do evento”.

O autarca admite que foi graças à recriação que a Feira se tornou um destino turístico e defende que a afirmação do con-celho a esse nível se tem verificado também no contexto inter-nacional, seja devido aos prémios atribuídos ao evento por en-tidades estrangeiras, às diligências da autarquia na atracção de visitantes ao recinto ou à iniciativa privada na promoção do projecto.

“Graças aos convites que temos dirigido a embaixadas, já cá recebemos comitivas do México e do Japão, por exemplo, mas

Estudo estima retorno de 10 ME em cada edição

Santa Maria da Feira apresentou

XX Viagem Medievalas empresas da região também incluem a Viagem nos progra-mas que organizam para receber os seus principais parceiros e clientes internacionais”, explica.

Outro efeito que Emídio Sousa reconhece ao evento em termos turísticos é a renovação que esse vem permitindo no centro histórico da cidade, onde a mudança será mais eviden-te para a população local. “A Viagem contribuiu decisivamente para a recuperação da floresta das Guimbras e da Quinta do Castelo, e, à custa disso, os feirenses voltaram a usufruir des-ses espaços em condições que não tinham antes”, afirmou o autarca.

Paulo Sérgio Pais, que é o director-geral da empresa mu-nicipal Feira Viva e nessas funções assume a coordenação do evento, concorda que muito mudou na cidade e no concelho desde a primeira edição da Viagem (que teve a sua estreia em 1996 e só foi interrompida em 1998), mas garante que desafios mais exigentes se colocam ao seu futuro.

“A geração de competências e o desenvolvimento de um sentimento de identidade e pertença em toda a população fo-ram claramente os dois eixos mais marcantes destes 20 anos de Viagem Medieval”, defende. “Mas isso também aumentou o grau de exigência e um dos desafios para o futuro é adaptar o nosso programa à época dos Descobrimentos, quando já não havia mouros em terra e a acção decorria no mar”, adianta.

Paulo Sérgio Pais acredita, contudo, que também essa tare-fa será superada. “O nosso movimento associativo soube evo-luir, começou a exportar o seu trabalho para outros territórios e, em alguns casos, passou até a viver exclusivamente dessas competências. Se, há 20 anos, cinco em cada 10 miúdos da Feira jogava futebol, agora cinco em cada 10 sabe cuspir fogo, equilibrar malabares no ar ou fazer performances teatrais - o que significa que mais gente saberá corresponder às exigên-cias da Viagem no futuro”, conclui.

Estaleiro de naus rumo à era das Descobertas A XX edição da Viagem Medieval inclui um estaleiro naval que

introduzirá nessa recriação histórica a temática dos Desco-brimentos. Paulo Sérgio Pais, coordenador-geral do projecto promovido pela autarquia, pela empresa municipal Feira Viva e pela Federação das Colectividades de Recreio e Cultura do concelho, declarou que essa é uma evolução natural na linha cronológica do evento, desde que esse abordou a fundação da nacionalidade, na sua edição de 2010, e chegou à conquista do Algarve, em 2015. “A XX Viagem Medieval vai ser dedica-da ao reinado do Plantador de Naus, como Fernando Pessoa chamou ao rei D. Dinis”, declara o coordenador da recriação, que irá assim abordar o período entre o final do século XIII e o princípio do século XIV.

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Com uma aposta forte na inovação e nos agronegócios, a XXXIII Ovibeja já conta com muitos expositores inscritos e está a suscitar muito interesse por parte de novos participantes. Além de muitas novidades que estão a ser preparadas, a edi-ção deste ano reforça o projecto “Terra Fértil”, uma mostra de inovação agrícola e de agronegócios que reafirma o potencial agrícola da região e do País.

A Ovibeja 2016 vai ainda dinamizar um espaço dedicado à cultura alentejana, no qual será apresentada a exposição te-mática “O Nosso Cante”, a par com um conjunto de projectos culturais de artes e de ofícios. Nesta área vai ser promovido um conceito de partilha e de fusão cultural, entre o rural e o urba-no, a tradição e a contemporaneidade que reposiciona o ser, o saber e o sentir alentejanos à luz dos novos tempos.

A Ovibeja é uma das mais mediáticas e visitadas feiras do País, onde marcam presença membros do Governo, deputados e eurodeputados, delegações empresariais e de embaixadores de diferentes países, entre responsáveis das mais diversas en-tidades nacionais e internacionais.

A Ovibeja distingue-se ainda pelo Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja – que já atingiu o primeiro lugar, ex-aequo com o Mário Solinas, entre 16 concur-sos internacionais de vários países.

Organizada pela ACOS – Associação de Agricultores do Sul, a Ovibeja realiza-se de 21 a 25 de Abril no Parque de Feiras e Exposições de Beja. A feira é uma das actividades engloba-das na Certificação de Qualidade NP EN ISO 9001, que a ACOS recebeu este ano, em resultado da melhoria contínua do seu desempenho e da qualidade dos serviços prestados.

De 21 a 25 de Abril no Parque de Feiras e Exposições de Beja

Ovibeja aposta na excelência e projecção internacional da sua actividade

“Terra Fértil” produz sementes na Ovibeja e enche Pavilhão

A Ovibeja vai expandir o conceito Terra Fértil dedicando um pavilhão inteiro à inovação e ao agronegócio. São cada vez mais os expositores interessados nesta temática que funciona como um centro de excelência da promoção e venda do que de melhor se faz no campo e a partir do campo. Desde as no-vas culturas, ao agroalimentar e às agro-indústrias, passando pelos equipamentos e tecnologias de ponta, bem como pelas mais recentes técnicas de marketing.

No Pavilhão Terra Fértil vai estar em destaque uma mostra com um forte cariz empresarial e tecnológico que reúne em-presas nacionais e internacionais, marcas, entidades e orga-nizações de produtores que operam na inovação das culturas tradicionais e nas novas culturas e fileiras agrícolas. Em foco vai estar a sua incontornável importância para a afirmação e desenvolvimento do sector agrícola e para a economia agrí-cola nacional.

O Pavilhão Terra Fértil vai contemplar uma zona de apresen-tações ao dispor dos expositores para a qual vai ser delineada uma programação própria. Estas iniciativas, que contam com o envolvimento de entidades oficiais, técnicos e peritos dos mais variados sectores agrícolas, têm como meta o fortalecimento de relações de proximidade com o público interessado, para identificar e debater os diferentes desafios e oportunidades de um sector em franca expansão.

Para garantir uma dinâmica empresarial e de networking vai estar também ao dispor uma zona destinada a reuniões entre empresas (B2B) e potenciais clientes e parceiros (B2C), num contexto de Unique Selling Point, uma abordagem integrada da produção ao consumidor final.

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Considerando o turismo gastronómico como uma das suas principais atracções turísticas, e um factor de desenvolvimen-to económico e social, o Município de Ponte de Lima aposta em mais um evento gastronómico, de 18 a 20 de Março, com a III Feira Gastronómica da Lampreia.

Este evento gastronómico, que vai decorrer na Expolima e nos restaurantes aderentes, encerra o projecto Em Época Bai-xa, Ponte de Lima em Alta, que desde Novembro dinamizou onze eventos, sendo quatro feiras gastronómicas, nomeada-mente o I Festival da Carne Minhota; o V Festival do Bacalhau e da Doçaria; a VIII Feira do Porco e as Delícias do Sarrabulho e, este fim-de-semana, a III Feira Gastronómica da Lampreia.

É entre Janeiro e Abril que decorre a época de safra da Lam-preia, sendo estes, em termos gastronómicos, classificados como os meses da Lampreia. Nesta altura no Rio Lima a acti-vidade piscatória aumenta, com a pesca da Lampreia. De pre-ferência pela manhã, os pescadores limianos ocupam os seus lugares na margem do Lima e, com arte e perícia, tentam a sua sorte. Para uns é um desporto, mas para outros é uma fase de muita azáfama, procurando rentabilizar e equilibrar o sustento familiar com esta actividade.

Para fechar em grande, o projecto Em Época Baixa, Ponte

De 18 a 20 de Março, na Expolima e nos restaurantes aderentes

Ponte de Lima promove a III Feira Gastronómica

da Lampreiade Lima em Alta, a par da Lampreia apresenta ou-tros sabores da gastronomia limiana como alternativa, no-meadamente o Arroz de Sarrabu-lho à Moda de Ponte de Lima, o Naco da Minhota e a Espetada do Brutus, pratos confeccionados com produtos endógenos de características únicas, de qualidade e excelência; bem como o Bacalhau de Cebolada, receita típica e muito apreciada nas feiras quinze-nais de Ponte de Lima, e que ainda subsiste nas tabernas e nos restaurantes da Vila.

Recordamos ainda que estão em vigor neste fim-de-sema-na, as campanhas especiais de alojamento, com a oferta de condições especiais de estadia. Durante esse fim-de-semana haverá um desconto de 15% em alojamento nas unidades ho-teleiras aderentes, para a noites de sexta-feira e sábado, da mesma forma que a restauração aderente oferece um leite--creme, por dose, nas refeições de sábado e domingo. Trata-se de um convite aos visitantes e turistas para que, não só per-noitem em Ponte de Lima, como aproveitem os dois dias para gozar de outros prazeres no concelho.

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Gazeta Rural (GR): Que novidades há das Quinta das Corriças?

Telmo Moreira (TM): A colheita de 2015 foi excepcional, com condições climatéricas favoráveis e acredito que pode ser um ano de vinhos de altíssima qualidade. Temos um vinho tinto fantástico e um monocasta Tinta Amarela soberbo. A novidade é o branco que está muito bom, que deve ser lançado em breve. O Reserva, colheita de 2015, só daqui a dois anos é que deverá ir para o mercado.

GR: Como vê hoje os vinhos de Trás-os-Montes?TM: Vejo-os de uma forma completamente diferente. Os vi-

nhos transmontanos estão na moda, são procurados não só a nível nacional como internacional. Há pessoas que lá fora co-nhecem os nossos vinhos e pedem-nos. Ainda há poucos dias enviámos uma encomenda. Aliás, a região está a exportar, o que é muito bom.

Relativamente à colheita de 2015

Quinta das Corriças vai lançar novos vinhos

GR: O que marca, efectivamente, os vinhos de Trás--os-Montes?

TM: Os nossos vinhos são de uma estrutura diferente, en-corpados, com teor alcoólico elevado, mas que, na substân-cia, são vinhos aromáticos, muito frutados, alguns florais, e variados. Talvez seja nesta variedade e diversidade que Trás--os-Montes se impõe perante outras regiões, que também têm excelentes vinhos, mas os nossos, pela diferenciação, são fa-cilmente distinguidos. Isso deve-se também às nossas castas autóctones e aos microclimas que podemos desfrutar e usu-fruir.

A região de Valpaços, nomeadamente as encostas do Raba-çal, é muito típica, com um clima próprio. Portanto, sendo uma região pequena é muito diversificada em termos de terroir, o que faz a diferença nos vinhos.

GR: Mas que não são iguais em toda a região?TM: Somos, como disse, uma região pequena, onde as cas-

tas não variam muito, mas há distinção de paladares. Se de-gustarmos os vinhos transmontanos vemos que há diferenças. Um tinto da Sub-Região de Chaves é diferente de Valpaços ou do Planalto Mirandês. Significa isto que temos três regiões di-versificadas.

GR: Como olha para o actual momento da Comissão Vitivinícola de Trás-os-Montes, que, ao que sabemos, vai ter eleições em breve?

TM: A minha posição é a que sempre defendi, nomeadamen-te a democraticidade internas dos seus órgãos institucionais. As pessoas que se querem candidatar estão no seu pleno di-reito e se ganharem têm plena legitimidade. O presidente eleito será o de todos os vitivinicultores da região.

Enquanto viticultor, o que mais quero, um sentimento que, penso, é extensível a todos os outros, é a unidade e o que mais gostamos, e o que sempre procurámos, é que a região prospe-re. O nome Trás-os-Montes é muito antigo e apesar de ter es-tado durante algum tempo um pouco adormecido, temos um histórico fantástico na produção de vinho, que aqui acontece desde a época dos romanos. Eram vinhos de excelente quali-dade, que os romanos levavam para Roma.

Diria, que queremos ter à frente da CVR de Trás-os-Montes gente que não confunda fileiras e propague a nossa região de forma eloquente, serena e tranquila, mas também una a região, para que o nome, lá fora, seja cada vez mais conhecido.

A colheita de 2015 foi “excepcional” na Quinta das Corriças, um produtor de vinho transmontano da Sub--Região de Valpaços. Foi, segundo o produtor Telmo Moreira, um ano com condições climatéricas favorá-veis e que “pode ser um ano de altíssima qualidade”.

Em conversa com a Gazeta Rural, o produtor diz que em breve deverá lançar um branco, enquanto o Re-serva de 2015 só daqui a dois anos chegará ao mercado. Telmo Moreira adiantou que os vinhos trasmonta-nos “estão na moda” e que são cada vez mais procurados nos mercados nacional e internacional.

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A região do Minho passou a dispor, em Ponte de Lima, de um Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde, que re-presentou um investimento de 1,6 milhões de euros.

O novo museu, que tem como mote a cultura da vinha e do vinho e o património regional, “funcionará como uma estrutu-ra abrangente, integrando a diversidade e identidade das nove sub-regiões que integram a Região Demarcada dos Vinhos Verdes, na perspectiva da promoção do vinho e divulgação do património vitivinícola”.

O equipamento resulta de uma candidatura conjunta da Câ-mara Municipal e da Comissão de Viticultura da Região dos Vi-nhos Verdes (CVRVV) no âmbito do programa ON.2 - O Novo

Representou um investimento de 1,6 milhões de euros

Minho já tem Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde em Ponte de Lima

Norte (Programa Operacional Regional do Norte), designado MINHO IN II. A nova estrutura resultou da recuperação da Casa Torreada dos Barbosa Aranha, classificada como Imóvel de In-teresse Público desde 1977.

O novo espaço, situado em pleno centro histórico da vila, “destina-se a promover a Rota dos Vinhos Verdes e os respec-tivos aderentes, reforçando o posicionamento do Minho como destino de referência no enoturismo a nível nacional e inter-nacional”.

A inauguração daquele centro, pelo primeiro-ministro, Antó-nio Costa, às 17:00, integra-se nas comemorações da entrega da Carta de Foral pela Rainha D. Teresa a Ponte de Lima, em 1125.

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Realizou-se em Santarém a Gala Vinhos do Tejo 2016, organi-zada pela Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo em parceria com a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo - CVR Tejo, du-rante a qual foram divulgados e entregues os prémios Empresa Dinamismo, Empresa Excelência e Enólogo do Ano, bem como os prémios do VII Concurso de Vinhos Engarrafados do Tejo e do Tejo Gourmet 2015.

Com o prémio Empresa Excelência foi distinguida a Adega Co-operativa do Cartaxo, enquanto o Prémio Empresa Dinamismo foi atribuído à Adega Cooperativa de Benfica do Ribatejo, tendo sido Pedro Gil considerado o Enólogo do Ano 2015.

Concorreram 141 vinhos e 36 produtores na sétima edição do Concurso de Vinhos Engarrafados do Tejo, que tem como prin-cipal objectivo promover os Vinhos do Tejo, e cujas provas se realizaram no Museu Rural e do Vinho do Cartaxo, nos dias 10 e 11 de Fevereiro. No âmbito deste concurso foram atribuídas 34 medalhas de ouro e 14 de prata.

O Concurso distinguiu este ano com a Medalha Excelência os vinhos Casal da Coelheira Private Collection Branco 2015 e Conde de Vimioso Reserva Tinto 2012, dos produtores Casal da Coelheira e Falua.

Na categoria de Melhores Brancos da Colheita de 2015 o pri-meiro classificado foi o Cabeça de Toiro Reserva Branco 2015, do produtor Enoport United Wines, seguido pelo Casal da Coe-lheira Private Collection Branco 2015 (Casal da Coelheira) e pelo Conde de Vimioso 2015 (Falua).

Quanto aos Melhores Rosés da Colheita de 2015, Terra de Lo-bos Rosé 2015, do produtor Casal Branco, ficou em primeiro lu-gar, seguindo-se Cabeça de Toiro Reserva Rosé 2015 (Enoport United Wines) e @batista s Colheita Selecionada Rosé 2015 (Pi-tada Verde).

Organizada pela Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo e CVR Tejo

Gala premiou os vinhos da região e restaurantes por todo o país

Por sua vez, foram também revelados os resultados do Con-curso “Tejo Gourmet”, cuja edição 2015 decorreu de 3 a 25 de Outubro, contando com a participação de 41 restaurantes. O concurso continua a desafiar a restauração de todo o país a preparar as melhores receitas harmonizadas com Vinhos do Tejo e este ano distinguiu os restaurantes participantes com 20 diplomas de ouro, 18 de prata e 10 condecorações espe-ciais.

As condecorações especiais foram atribuídas a 11 restau-rantes devido ao desempenho que apresentaram em critérios específicos considerados pelo júri. Deste modo, o prémio “Re-velação” foi atribuído aos restaurantes Beef & Wines (Funchal) e Dois Petiscos (Santarém). A distinção “Melhor Promoção” foi para o restaurante O Marisco (Albufeira), e o prémio de “Melhor Carta de Vinhos” foi atribuído ao restaurante Veneza (Albufeira).

Os prémios “Melhor Cozinha de Autor”, “Melhor Tradicional” e “Melhor Internacional” foram entregues aos restaurantes Ta-berna Ó Balcão (Santarém), Copo 3 (Cartaxo) e Calça Perra (To-mar), respectivamente.

Quanto às receitas propriamente ditas, o troféu “Melhor Entrada” foi para o restaurante Taverna do 8 ó 80 (Nazaré), o prémio “Melhor Prato Principal” foi entregue ao restauran-te Sala de Corte (Lisboa) e o Café Alentejo (Évora) recebeu o prémio “Melhor Sobremesa”. O restaurante Chalet Vicente, no Funchal, recebeu este ano o troféu “ O Melhor Restaurante”.

Ao criar novas oportunidades aos vinhos da região através dos concursos que promove, a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo demonstra assim, ano após ano, o trabalho de equipa que tem vindo a cultivar junto de todos os agentes económicos corporizando assim o espírito Team Tejo, o qual tem sido reco-nhecido em Portugal e a nível internacional.

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A Câmara de Penalva do Castelo atribuiu à Queijaria de Germil o Prémio Produto de Excelência 2016. O critério para esta distinção teve por base, entre outros, a obtenção do primeiro lugar na cate-goria “Queijo Serra da Estrela DOP” – “Francela de Ouro”. Nesse sentido o Presidente da Câmara, Francisco Carvalho, assinalou este feito com a entrega de uma lembrança alusiva do Concelho, ao proprietário da Queijaria de Germil, Carlos Alberto Lopes.

A Queijaria de Germil existe desde do ano de 1990, instalada

Atribuído pela Câmara de Penalva do Castelo

Queijaria de Germil recebeu prémio Produto de Excelência 2016

na Quinta do Patarrego, em Germil, concelho de Penalva do Cas-telo, e conta com o contributo de cerca de 350 ovelhas de raça “Bordaleira Serra da Estrela” para a produção de Queijo Serra da Estrela DOP e Requeijão.

A qualidade do Queijo Serra produzido no concelho de Penalva do Castelo voltou a ser reconhecida. O galardão agora conquis-tado vem reforçar o já extenso portefólio de prémios, angariados em vários certames.

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O Ano Internacional das Leguminosas promove em Portu-gal um grande Festival de Leguminosas, oficinas de culinária e agricultura, cinema, debates e conferências. Iniciativas que prometem sensibilizar os portugueses para a importância das leguminosas secas na saúde, agricultura e segurança alimen-tar.

Cada português consome em média quatro quilos de legu-minosas secas por ano, valor muito abaixo da quantidade re-comendada para uma dieta saudável e equilibrada. Apesar da popularidade de pratos como a feijoada, o bacalhau com grão e o feijão-frade com atum, o consumo e a produção de legu-minosas secas mantém-se reduzido em Portugal, não sendo aproveitadas as suas extraordinárias potencialidades para a saúde, nutrição, agricultura e ambiente.

As leguminosas secas são sementes com elevado valor nu-tricional, armazenáveis por longos períodos de tempo, que ajudam a prevenir e a combater doenças como a obesidade, a diabetes e o cancro. Quando cultivadas, as leguminosas ferti-lizam naturalmente os solos, prevenindo a sua erosão e redu-zindo o impacto ambiental, assegurando uma produção mais sustentável dos produtos alimentares.

Assim, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas (AIL). Sob a égi-de da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), durante este ano serão dinamizadas acti-vidades de sensibilização para os benefícios das leguminosas

Declarado pela Assembleia Geral das Nações Unidas

Portugal celebra o Ano Internacional das Leguminosas

secas como parte de uma produção sustentável de alimentos, visando atingir a segurança alimentar e nutricional.

O escritório da FAO em Portugal e junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUH-NAC-UL) e o Comité Matemática do Planeta Terra da UNESCO (MPT-UNESCO) estabeleceram uma parceria para organizar e dinamizar um programa nacional de actividades de promoção científica, cultural e educacional.

Estão já previstas várias iniciativas, como conferências e en-contros científicos, oficinas sobre hortas urbanas e agricultura biológica, conversas e debates sobre os bancos de sementes e a pegada ecológica dos sistemas alimentares, e a exibição do documentário Seed Act, da realizadora e produtora Sara Baga do colectivo LIQUEN.

Para incentivar o consumo de leguminosas secas, está tam-bém prevista a realização do ciclo de oficinas de cozinha “Le-guminosas no Ponto!”, com a participação de Chakall, entre outros chefs portugueses, a produção de um receituário e a realização de um festival onde são esperadas várias centenas de pessoas. Estas organizações apelam ainda às várias enti-dades públicas, privadas e da sociedade civil (universidades, escolas, sociedades científicas, centros de investigação, so-ciedade civil, etc.) de todo o país que participem nas comemo-rações do AIL e entrem em contacto através do e-mail [email protected].

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Os municípios de Gouveia, Fornos de Algodres, Mangualde e Nelas anunciaram a constituição de uma Rede de Territórios do Alto Mondego, para promoção de “uma nova estratégia de de-senvolvimento económico e social” daquela área.

“A Rede de Territórios do Alto Mondego é constituída pelos quatro municípios, dos distritos da Guarda e de Viseu, que bali-zam a matriz de intervenção territorial do projecto, numa óptica de parceria e desenvolvimento de polos de competências para revitalização e capacitação de negócios e iniciativas empresa-riais focadas nos produtos endógenos”, refere em comunicado o município de Gouveia.

Segundo a autarquia, com o protocolo, celebrado em Gou-veia, a Rede de Territórios do Alto Mondego irá submeter, numa fase inicial, uma candidatura a fundos europeus para um pro-jecto de investimento estimado em 6,2 milhões euros. “A cap-tação de financiamento público e privado, materializando in-vestimentos produtivos, com efeito multiplicador na economia local, é o principal objectivo definido para a Rede Territorial do Alto Mondego”, assinala a autarquia.

A nota refere que o município de Gouveia pretende desenvol-ver a fileira agropastoril e o de Fornos de Algodres a fileira do azeite. A autarquia de Mangualde desenvolverá acções na área da fruticultura e a de Nelas no sector do vinho.

O protocolo territorial será apoiado pelos institutos politéc-nicos de Castelo Branco, Coimbra, Guarda e Viseu e pelas uni-

Gouveia, Fornos de Algodres, Mangualde e Nelas são os promotores

Municípios criam Rede de Territórios do Alto Mondego para desenvolver a economia

versidades da Beira Interior e de Trás-os-Montes e Alto Douro. São ainda parceiros institucionais o IAPMEI - Agência para a Competitividade Inovação, o AICEP Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, a Comis-são de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, a Direcção Regional de Cultura do Centro e a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal.

O presidente da Câmara Municipal de Gouveia, Luís Tadeu, refere que o seu município foi o promotor da iniciativa, mas as entidades envolvidas irão “criar uma candidatura que promova o desenvolvimento do Alto Mondego enquanto território de ino-vação e empreendedorismo para revitalizar o tecido económico local”.

O autarca de Fornos de Algodres, Manuel Fonseca, considera que “as parcerias que promovam o reforço da coesão e aumen-tem a competitividade dos territórios são fundamentais” para os quatro concelhos envolvidos. “A cultura, o turismo, o inves-timento privado e o mercado de arrendamento são vectores de desenvolvimento que defendo para o concelho de Mangualde e este projecto consubstancia três destes vectores”, refere, por seu lado, o autarca de Mangualde, João Azevedo, citado na mesma nota.

O presidente da Câmara de Nelas, Borges da Silva, destaca o facto de o rio Mondego, que separa aqueles quatro municípios, ser agora “um bom pretexto” para uni-los.

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A Selectis promoveu no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro (Aveiro-Expo) o Encontro Nacional Select 2016, evento onde a empresa reuniu os seus Clientes de Proximidade. O En-contro contou com cerca de 200 participantes, reforçando o carácter de compromisso que pauta as relações da empresa com os agricultores. Com tradição regional até agora (norte, centro e oeste), este ano foi ampliada a abrangência do Encon-tro Select com uma iniciativa de carácter nacional.

Nuno Sérgio, Gestor do Projecto SELECT, referiu-se a “um projecto que tem sido muito enriquecedor para todos”, desta-cando “a Selectis, os seus Distribuidores e os Clientes de Pro-ximidade como principais beneficiários desta iniciativa”. É um projecto que tem crescido e que é de todos, feito por pessoas e para pessoas”, reforçou o responsável.

Marcada por quatro pontos de agenda, a ordem de trabalhos da sessão plenária abordou uma retrospectiva do projecto, uma abordagem ao novo momento da Selectis, com desenvolvi-

Decorreu no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro

Encontro Nacional Select 2016 reuniu cerca de 200 participantes

mento e lançamento de vários novos produtos, a entrega dos prémios do concurso de fotografia “Veste a Camisola Selectis” e o já habitual momento de reconhecimento, que tem caracteri-zado todos os Encontros Select. Uma visita ao Museu Marítimo de Ílhavo e um jantar de convívio animado completaram o dia dos participantes.

Em apenas um mês, a Selectis realizou três eventos de grande envergadura e mobilização. João Faria, Director de Marketing da Selectis, salientou a importância da dinâmica da empresa: “os Workshops de Novos Produtos e agora o Encontro Nacional Select têm sido óptimas oportunidades de trabalho e, acima de tudo, excelentes oportunidades para estarmos todos juntos”. Motivos não faltam, segundo João Faria: “valorizamos as pes-soas, o agricultor e a proximidade entre todos”. “Além disso, as novidades no portfólio constituem um momento extremamente rico, gerador de conhecimento útil e que constitui uma grande oportunidade para todos.

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O declínio da população de abelhas, borboletas e outros in-sectos, importantes para a polinização agrícola, está a colo-car em risco a agricultura mundial. O alerta foi feito pela ONU, depois da divulgação de um relatório sobre biodiversidade. O declínio dos insectos polinizadores não é um tema novo, mas este relatório vem dar-lhe mais força.

O trabalho realizado pela Plataforma Intergovernamen-tal sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES, em inglês) chegou a esta conclusão no seu primeiro relatório, divulgado em Kuala Lumpur, e comentado pela ONU a 26 de Fevereiro.

As populações de “abelhas e borboletas têm vindo a diminuir em abundância, ocorrência e diversidade, numa escala local e regional do Nordeste da Europa e América do Norte devido a vários factores, muitos deles causados pelo homem, o que coloca em risco os meios de subsistência de milhares de pes-soas”, denuncia o relatório, que foi encomendado pela ONU, em 2012.

Na Europa, 9% das abelhas e borboletas estão ameaçadas de extinção e as suas colónias tiveram um declínio de 37%, no caso das abelhas, e de 31%, no caso das borboletas, de acordo com os dados disponíveis sobre esta espécie. O relatório refere também que, em alguns locais da Europa, mais de 40% das es-pécies de abelhas podem estar ameaçadas.

Segundo a IPBES, o declínio da população destes polini-zadores também foi detectado em outros pontos do planeta

Alerta a Organização das Nações Unidas

Diminuição do número de abelhas e borboletas coloca agricultura mundial em risco

devido a várias causas, como pesticidas, poluição, espécies invasoras, perda de habitat ou alterações climáticas.

No entanto, a falta de dados oficiais na América Latina, na Ásia e em África fragiliza a análise deste estudo, em relação a estas espécies, uma vez que nestes continentes a informação é mais consistente no que toca a outros animais, como morce-gos e pássaros.

O relatório alerta ainda para o facto de 5% a 8% da produ-ção agrícola mundial, que gera entre 235 a 577 mil milhões de dólares (cerca de 213 a 523 mil milhões de euros), estarem di-rectamente dependentes da acção dos polinizadores nas co-lheitas de cereais e frutas.

Os alimentos “dependentes dos polinizadores abrangem fru-tas, vegetais, sementes e frutos secos, que fornecem grandes proporções de micronutrientes, vitaminas e minerais, essen-ciais à nossa dieta” comentou Simon Potts, vice-presidente do IPBES e professor da Universidade de Reading, Reino Unido.

De maneira geral, pelo menos três quartos das colheitas mundiais dependem de polinizadores para o crescimento e qualidade das plantas, indicam estes especialistas. O relatório salvaguarda, no entanto, culturas como o arroz, trigo e outros cereais, que não dependem da polinização.

Este relatório foi realizado por cerca de 80 cientistas de todo o mundo. O IPBES está encarregue de fazer relatórios sobre o declínio de espécies animais e vegetais, assim como sobre os seus ecossistemas, que constituem a biodiversidade mundial.

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A Câmara de Miranda do Douro vai transformar o Posto Zoo-técnico de Malhadas num centro de produção e valorização animal. “É uma aposta que queremos fazer para a valorização das nossas raças autóctones”, afirmou Artur Nunes, presidente daquela autarquia do nordeste transmontano.

O espaço composto pelo Posto Zootécnico e também pelo Centro de Formação já está na posse da Câmara de Miranda do Douro, numa ‘luta’ que durou seis anos. Para dar corpo à ideia, Artur Nunes adiantou que já houve várias reuniões com as as-sociações que representam as diversas raças autóctones exis-tentes no concelho, como a Mirandesa (bovinos), Churra (ovinos e caprinos) e Asinina, mas também com a raça de porco Bísaro, para que esta possa ser uma realidade no concelho.

Para dotar o Centro das diversas especialidades, a Câmara de Miranda já fez parcerias com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Instituto Politécnico de Bragança, para a valorização e criação do Centro Genético de Valorização das Raças Autóctones, mas também com a Confederação dos Agri-cultores de Portugal (CAP), instalada no Centro, ao nível da for-mação e especialização da produção animal.

Destas parcerias, segundo o autarca de Miranda do Douro, deverão “emanar um conjunto de projectos de valorização das nossas raças autóctones”, mas também “dos nossos produtos agroalimentares, como os enchidos, que são reconhecidos pela sua qualidade no mercado nacional e internacional”.

Cooperação transfronteiriça na bacia do Douro

Cinco milhões de euros é o investimento que a Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro (AIMRD) aprovou em Zamora nas áreas da cooperação transfronteiriça, vitivinicultu-ra e empreendedorismo. “São projectos plurinacionais, que en-volvem várias regiões de Portugal e de Espanha, especialmente virados para a cooperação transfronteiriça”, afirmou Artur Nu-nes, presidenta daquela organização.

Aliás, Miranda do Douro será ‘chefe de fila’ do projecto ‘You Shadowing’, virado para o empreendedorismo, que tem 1,2 mi-lhões de euros para investir. “Esperamos executar todas estas propostas aprovadas ao longo dos próximos anos. Miranda do Douro tem um papel de destaque na área do empreendedoris-mo, para que se possa avançar com projectos nesta área”, afir-mou o autarca mirandês à Rádio Renascença.

Foram também aprovados dois projectos na área da vitivini-cultura (INNOVID), que envolvem diversas entidades de Portu-gal, Espanha e França, dotados de “uma forte componente de promoção”, na área da vinha e do vinho,

Já na posse da Câmara de Miranda

Posto Zootécnico de Malhadas

transformado num centro de produção

e valorização animal

Fundada em 1994, a Associação Ibérica de Municípios Ribei-rinhos do Douro integra 56 concelhos, dos dois lados da fron-teira, situados nas margens do rio Douro. É desde Julho de 2014 presidida pelo município de Miranda do Douro. Porto, Vila Nova de Gaia e Penafiel ocupam as vice-presidências reservadas a Portugal.

A associação nasceu da vontade de diversas localidades ri-beirinhas do Douro de criar um órgão capaz de se ocupar da cooperação transfronteiriça entre Espanha e Portugal, assim como de tentar conseguir a consecução de um projecto eco-nómico e ecológico comum. Esta associação tem procurado promover a cooperação transfronteiriça entre Espanha e Por-tugal, desenvolvendo a articulação de políticas entre os vários municípios de ambos os países.

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A associação da agricultura biológica juntou 14 municípios e 40 parceiros e lançou uma campanha nacional de informa-ção sobre consumo saudável e sustentável, para generalizar esta alternativa, aumentar a produção e conseguir preços mais baixos.

Andrea Pereira, da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), disse que “esta é a maior acção de co-municação na área do consumo sustentável e da alimentação biológica alguma vez feita em Portugal”. A iniciativa, referiu a organizadora, “surge da necessidade de divulgar o consumo de alimentos biológicos, ligado ao consumo justo e sustentável, de uma forma geral, e não apenas para grupos específicos”.

A campanha Grow Green Semana “Pergunte pelo Bio” foi apresentada em Canha, no concelho do Montijo, e vai decorrer de 11 a 16 de Abril. A ideia é, “através da consciencialização, au-mentar a produção e o consumo” já que, “se as pessoas consu-mirem mais, haverá mais produção, e se há mais produção, os preços baixam”, resumiu Andrea Pereira.

Para a Agrobio, a redução da distância entre o consumidor e o produtor também permite reduzir os preços do transporte e “uma das razões pelas quais o produto biológico é tão caro é que na sua grande parte é importado”. “Nós temos grande carência de produção, é um mercado em crescimento e pre-cisamos de produtores”, alertou a organizadora da Semana “Pergunte pelo Bio”.

Ao contrário do que acontece em alguns países, principal-mente do norte da Europa, em que a agricultura biológica “é a regra”, em Portugal “ainda é a excepção” e, em 2014, abrangia 220 mil hectares, enquanto no ano passado este mercado re-presentava cerca de 20 milhões de euros, valores que terão, segundo Andrea Pereira, subido este ano, atendendo ao au-mento de 15% do número de candidaturas às medidas agro--ambientais.

“Pretende-se, pouco a pouco, mostrar às pessoas que o consumo sustentável é a única forma de vivermos neste pla-

Por forma a generalizar consumo sustentável

Agrobio lançou campanha informativa sobre agricultura biológica

neta”, realçou, recordando as decisões da conferência sobre alterações climáticas de Paris, decorrida em Dezembro de 2015, acerca da necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

Para a técnica da Agrobio, “é necessário haver, de facto, uma mudança de mentalidades e de consumo” para defender o pla-neta, mas também para optar por alternativas mais saudáveis.

Questionada acerca das razões para o afastamento dos consumidores da agricultura biológica, respondeu que “a prin-cipal tem a ver com os hábitos de vida das pessoas”, destacan-do o nível de informação: “há muita falta de conhecimento re-lativamente a este assunto, as pessoas ainda não sabem bem o que é a agricultura biológica e também não sabem bem o que consomem”.

Se o consumidor tiver noção do que está a consumir, “no-meadamente em relação às tecnologias usadas e àquilo que é usado para a produção daquele alimento, muitas vezes pesti-cidas, herbicidas, fungicidas que são prejudiciais à saúde hu-mana, tem mais poder de escolha”, salientou Andrea Pereira.

Em articulação com os 14 municípios envolvidos e os 40 par-ceiros, entre produtores, distribuidores e organizações não--governamentais, como a associação ambientalista Quercus, será seguido em vários pontos do país um programa com acti-vidades, `workshops e palestras para esclarecer os portugue-ses acerca deste modo de produção mais amigo do ambiente e da saúde.

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Apesar de ser um sector em grande expansão e de futuro, a agricultura não é apelativa para a grande maioria dos jovens. Há, contudo, quem teime em provar o contrário e mostrar que é possível viver da terra. É o caso de Martina Castro, de 31 anos, que apostou nas terras da família e na marca “100% Planalto Mi-randês”, que criou.

Na exploração de Sendim trabalham ela a mãe e o marido de onde sai amêndoa, nozes, castanhas, figos, leguminosas, azeite e outros produtos da terra que Martina vende nas feiras da re-gião, mas também na vizinha Espanha.

“Tirei um curso de cabeleireira, mas não consegui emprego. Entretanto, tive um filho e decidi dedicar-me à agricultura, se-

Martina Castro é um exemplo a seguir

A cabeleireira de Sendim

que acabou… agricultora

guindo os passos da minha mãe, que me ensinou a fazer as coi-sas, desde a plantação até às colheitas e como apresentar os produtos”, afirmou Martina Castro à Gazeta Rural.

De aspecto franzino mas denotando uma garra enorme, Mar-tina Castro assume-se como agricultura e comercializa o que vão produzindo ao longo do ano. “O trajecto tem sido bom”, diz, reconhecendo as dificuldades que, entretanto, tratou de ultra-passar.

Mas a jovem agricultora não se fica pela produção e comer-cialização dos seus produtos. Ela é também vice-presidente da Associação “Sabores de Miranda” que promove os produtores de fumeiro e outros produtos regionais do Planalto Mirandês. “Só são aceites associados que sejam produtores, pois não queremos pessoas que façam revenda de produtos”, afirma Martina. Neste momento a Associação já tem certificada a Bola Doce de Miranda e também a Tabafeia de Miranda, “que é a nos-sa alheira… em mirandês”.

Apesar de também produzir fumeiro, Martina prefere os pro-dutos da terra. “Gosto mais deste tipo de produtos, pois dão-me mais adrenalina”, afirmou à Gazeta Rural.

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No rigoroso inverno transmontano, há quem faça centenas de quiló-metros ao extremo nordeste para comprar, em Vinhais, o fumeiro mais caro de Portugal e o único com cinco peças certificadas. O “bem-vindo à capital do fumeiro” resume a pujança económica desta actividade que emprega cerca de 300 pessoas, 11 por cento da população activa do concelho com pouco mais de nove mil habitantes.

Há 30 anos, a riqueza endógena existia já, mas apenas para consu-mo doméstico e com base numa economia local em que a matança do porco era um ritual comunitário. Actualmente, há um matadouro, o mo-vimento anual é de seis milhões de euros, havendo milhares de clientes fixos, 80 produtores certificados, 20 pequenas fábricas, 70 unidades de transformação e 150 pocilgas licenciadas.

Carla Alves cresceu com este processo e contou que há 21 anos ninguém acreditava nela quando, ainda na universidade, começou a dedicar-se à raça suína autóctone, o Bísaro. Foi assim que começou o processo de reconhecimento da raça e a certificação do fumeiro que, para ser de Vinhais, tem de ter carne bísara e obedecer a um rigoroso caderno de encargos reconhecido e protegido pela União Europa.

Todo este processo garantiu dois ganhos, segundo Carla Alves, téc-nica da associação da raça e directora da Feira do Fumeiro de Vinhais. “O Bísaro veio dar grande genuinidade e expressão ao fumeiro, mas a raça também ganhou, porque senão estava extinta”, afirmou. O Bísa-ro, garantiu, tem contrariado a tendência de outras raças autóctones e tem aumentado anualmente, havendo já cinco mil porcas reprodutoras.

O presidente da Associação Nacional de Criadores de suínos da Raça Bísara, Domingos Fernandes, explicou que “alguém se lembrou de fabri-car o fumeiro como antigamente e a raça foi essencial”.

O Bísaro ainda garante subsídios da União Europeia por se tratar de uma raça nacional e protegida. Tanto o porco como o fumeiro “têm criado emprego”, asseverou Domingos Fernandes, indicando que “pes-soas que não trabalhavam estão agora três e quatro meses sem parar”.

Tudo começou há 36 anos com o desafio do então presidente da Câ-mara, Sobrinho Alves, às mulheres do concelho para venderem o que confeccionavam em “meia dúzia” de barracas instaladas no largo da Escola Secundária, que se transformou numa feira anual, em geral em Fevereiro. Nos quatro dias da feira, há quem ganhe “entre seis a sete mil euros” e o certame atrai cerca de 50 mil visitantes, muitos organizados em excursões, sobretudo do Norte.

O Fumeiro de Vinhais é o mais caro. O quilo do salpicão custa 40 euros e da chouriça 30, mas Graça Ferreira, de 63 anos, garante que “também é o melhor, não há nada que se compare”. “Tenho clientes que nem sei de onde são. Só sei que já os conheço e vêm todos os anos procurar-me”, contou.

Simone Fernandes, filha dos proprietários de uma unidade de enchi-dos do concelho com 11 anos, fez o pai regressar da Suíça para abrir os Enchidos Aurélios, que dão hoje emprego a mais três pessoas. Simo-ne diz que “já se vendeu melhor” e que a crise levou a que nem todas as pessoas possam comprar um fumeiro tão caro, em que apenas um salpicão “vai para 12 euros”. Mas uma família gastar 250 a 300 euros, nesta feira, é uma realidade que tem resistido à concorrência e mesmo à crise dos últimos anos.

Adosinda gerou dois novos postos de trabalho e o dela quando, há 25 anos, desempregada, criou a própria empresa, que faz fumeiro de Vi-nhais e de outros concelhos limítrofes, já que as regras destes enchidos permitem o certificado Indicação Geográfica Protegida.

Actividade que emprega 11% da população activa do concelho

Fumeiro transformou-se na “pujança” económica de Vinhais

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O Município de Aguiar da Beira homenageou os pastores e as queijeiras do concelho, em mais uma edição da Festa do Pastor e do Queijo, que decorreu em Mosteiro, freguesia de Penaverde. Na ocasião, o presidente da Câmara de Aguiar da Beira anun-ciou que o novo mercado do gado de pequenos ruminantes, equipamento que ficará junto ao espaço onde se realiza a Festa, ficará concluído durante o corrente ano.

Com um investimento de cerca de 230 mil euros, o projecto já aprovado pela autarquia e brevemente irá ser posto a concurso. Segundo Joaquim Bonifácio, “trata-se de uma obra estruturan-te”, com uma área de 1800 metros quadrados, dos quais 450 de área coberta, e que disporá de diversas valências, nomea-damente uma zona de exposição e venda de gado, zona de de-sinfecção de viatura, e um gabinete veterinário. Para o autarca, “este investimento contribuirá para valorizar os produtos locais, como o borrego Serra da Estrela DOP, bem como outros, e que vai dinamizar esta região”, afirmou Joaquim Bonifácio.

Na ocasião, Luis Caetano, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Cento (CCDRC”, lembrou aos criadores de gado que este organismo “tem fun-

Anúncio feito pela autarca de Aguiar da Beira

Mercado do Gado em Mosteiro concluído até final do ano

dos comunitários disponíveis para apoiar projectos que valori-zem os nossos produtos, as nossas terras e, por consequência, as nossas gentes”.

O certame promovido pelo município de Aguiar da Beira contou com uma grande afluência de visitantes, mas também com várias personalidades. Para além do edil local e do vice--presidente da CCDRC, marcaram presença Armindo Matos Florêncio, presidente da Junta de Penaverde, Virgílio Cunha, presidente da Assembleia Municipal, Jorge Carreira, represen-tante da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), bem como de José Morgado, presidente da CIM Viseu Dão Lafões.

Durante a sessão de abertura da Festa, a autarquia distin-guiu as queijeiras do concelho, onde se produzem entre 15 e 20 toneladas de queijo, a que se seguiu uma degustação de queijos do concelho.

No âmbito da Festa do Pastor e do Queijo decorreu um con-curso de gado, que contou com 33 criadores, num total de 106 animais, distribuídos nas categorias de ovelhas, carneiros, ma-latos e malatas.

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A quinta edição da Feira do Fumeiro do Demo saldou-se por mais um êxito, demonstrando o potencial deste território e dos seus produtos endógenos, a confecção tradicional e, sobretu-do, os sabores típicos. O certame, que decorreu no aprazível Parque Urbano da Freguesia de Touro, pautou-se pela quali-dade e variedade dos produtos expostos, pelas tasquinhas de petiscos e pelos espaços de restauração e ementas típicas à base de carnes e enchidos, pela animação e espectáculos mu-sicais.

Os visitantes, proveniente de vários pontos do país e em grande número, degustaram e compraram fumeiro tradicional, pão caseiro, queijos, licores e doces, mel e artesanato em mais de 80 expositores de produtores e artesãos locais e de outros pontos do país.

Pelo certame passaram o presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva, José Morgado, da Junta de Freguesia de Touro, Amândio Salvador, o presidente da Entidade Turismo do Cen-tro de Portugal, Pedro Machado, Jorge Carreira, da Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Centro, bem como outras individualidades, como deputados e ex-deputados do Círculo Eleitoral de Viseu, de autarcas ou representantes de Municípios vizinhos.

Houve tempo para um momento simbólico da cunhagem da moeda comemorativa da V Feira do Fumeiro do Demo, uma visita aos stands pelas entidades e a prova gastronómica de enchidos e presunto dos vários produtores presentes na fei-ra. Os porcos no espeto, a animação para o público infantil e a exposição de equipamentos agrícolas, também estiveram ao

O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, disse que o Governo “tudo fará” para assegurar a autenticidade do queijo certificado da Serra da Estrela. “Quando se confunde gato por lebre, todos são tratados como gato”, afirmou Capoulas San-

Capoulas Santos esteve em Oliveira do Hospital

Governo quer garantir autenticidade do queijo certificado da Serra da Estrela

tos, na Festa do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital.A pureza do queijo Serra da Estrela com denominação de

origem protegida (DOP) constitui “um testemunho de home-nagem para aqueles que conseguem produzir algo que é único no mundo”, salientou. Neste contexto, o ministro da Agricultu-ra disse que o Governo vai apostar na “simplificação do pro-cesso” de instalação e legalização das “pequenas queijarias”. Capoulas Santos frisou que o Governo “pretende reconciliar o país consigo próprio”, além de procurar “dar estabilidade” aos portugueses.

O Presidente da República eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, também esteve na XXV Festa do Queijo da Serra da Estrela, defendeu a necessidade de reforçar a auto-estima dos portu-gueses nos próximos anos. Os produtores de queijo com deno-minação de origem protegida (DOP) da Serra da Estrela e de outros bens tradicionais podem, segundo o Marcelo Rebelo de Sousa, “dinamizar economicamente uma região e, ao mesmo tempo, criar envolvimento e proximidade das pessoas”.

O novo presidente da República percorreu o recinto da Fei-ra, provou queijo e outras iguarias regionais e foi entronizado como confrade de honra da Confraria do Queijo da Serra da Estrela.

Visitantes vieram de várias regiões do país

Feira do Fumeiro do Demo muito participada

alcance de quem visitou este certame. A Feira do Fumeiro do Demo foi uma iniciativa do Município

de Vila Nova de Paiva e da Junta de Freguesia de Touro.

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O queijo Serra da Estrela (QSE) é um dos maiores patroci-nadores das festas de “província” das TVs, que supostamente ajudam a promover o que de melhor há no mundo rural, desde que paguem, claro!

Esta é a estratégia que cada um dos autarcas de per si apre-senta como forma de diferenciarem o seu concelho, no que respeita às suas gentes, produtos, recursos e valências. Esta forma de pensar um todo às “fatias”, atinge o seu zénite no lema “Cada um que siga o seu Concelho”. Para além de uma festa do QSE por concelho, agora também um museu do QSE por concelho, um centro de investigação do QSE por concelho, um concurso de queijo…. Que mais virá!

Eu bem sei que o lema é ”O Centro é um pais dentro do país”, mas coloco a questão se não haverá um Conselho Empresarial Estratégico do Centro para a valorização dos recursos natu-rais, culturais e produtivos endógenos deste território e das suas gentes que pensasse nos produtos premium desta região numa acção concertada de valorização e promoção, aprovei-tando todo o saber técnico-científico e capacidade produtiva que aqui radica, mas não só.

De volta ao trabalho, e pensando em exclusivo no QSE, con-sidero que a Confraria do Queijo Serra da Estrela pode e deve assumir um papel mais activo nas questões técnico-científicas relacionadas com este ícone do nosso território. Toda a parte social e de “estandarte” são importantes para a promoção e divulgação de um produto e, neste último capítulo, a entroni-zação do actual Presidente da República recolheu o afecto de muitos, até pela forma sentimental como referiu estar ligado a este produto pelas raízes maternas.

Contudo, a grande realização da confraria, este ano, foi le-var a cabo, em conjunto com outros parceiros, a realização do concurso do Queijo Serra da Estrela e do Requeijão que jun-tou cerca de 30 produtores de todo o território da DOP. Sen-do importante quem ganha, é motivo de regozijo saber que os prémios foram distribuídos pelo território, o que revela que há produtores a trabalhar bem por toda uma vasta região.

Em relação ao futuro, entendo que a Confraria, com a rede

É tempo de ‘cuidar da alma’ do Queijo Serra da Estrela

que granjeou fruto de 27 anos de actividade, pode desempe-nhar um papel técnico-científico em conjunto com a Estrela-Coop, Beira Tradição, Ancose, DRAPCentro e todos os produ-tores que estejam dispostos e sintam necessidade de algum apoio para melhorarem ainda mais ou para debelaram alguns dos problemas com os quais se possam estar a confrontar.

Eu desde já me disponibilizo, estou certo, a par de muitos ou-tros que estão não só na região mas distribuídos por todo este Portugal em instituições de referência que já integram esta rede. Uma rede de partilha de conhecimento e de vontade e de ser consequente na busca de soluções.

No queijo Serra da Estrela não podemos ter uma meia dúzia de excelências... e o resto. Temos e podemos ser um exemplo a nível nacional e mundial na defesa, promoção, transmissão de conhecimento e divulgação daquele que é, seguramente, um dos melhores no mundo. É claro que é preciso o apoio po-lítico e aqui podem e devem entrar as autarquias, as direcções regionais e o ministério da Agricultura, procurando enquadrar e financiar projectos neste quadro comunitário de importância crucial para o futuro do sector, desde a produção à comercia-lização e muito em particular nos incentivos à instalação de novos produtores e no controlo da qualidade do leite e do car-do.

Não nos podemos é “sentar à sombra da bananeira”. Isso já nos aconteceu em muitos sectores em que fomos perdendo vigor e o reconhecimento a nível mundial por perda desse pa-trimónio, genético, cultural, técnico científico e produtivo. Isto não é nada de novo mas é preciso lançar este desafio de novo.

Eu faço uma proposta para começar! A Ancose responsa-biliza-se por arranjar um lote de leite em volume suficiente para distribuir por um número significativo e representativo de produtores das várias sub-regiões seleccionados pela Estrela-coop/Beira Tradição. Os queijos daí provenientes irão ser es-crutinados no painel de provadores do Queijo Serra da Estrela e sujeitos a análises finas. Acredito que poderá ser um bom co-meço para sabermos quem poderá estar com algumas dificul-dades e em que ponto teremos que actuar. Se a “montante”...se a “ jusante”. Se na forma como as ovelhas Bordaleira são alimentadas, nas práticas de ordenha e conservação do leite cru ou nos modos de fabrico e cura. Irmos para o terreno, téc-nicos e investigadores, monitorizarmos algumas das questões que julgarmos pertinentes, não numa atitude fiscalizadora, mas muito pelo contrário, numa atitude conselheira e aberta ao diálogo, procurando aprender de parte a parte em busca da excelência.

Acredito que seria uma forma inclusiva de conhecermos me-lhor cada uma das realidades sem estarmos contra ninguém e a favor de ninguém (onde é que já ouvi isto!). Com certeza que tenho mais ideias e muitos outros terão ideias ainda mais váli-das que as minhas, mas este pode ser o momento.

Hoje, no Queijo Serra da Estrela à semelhança da imagem do pastoreio, não nos podemos dar ao luxo de deixar ficar alguém para trás.

Paulo BarracosaDocente da Escola Superior Agrária de Viseu

OPINIÃO

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O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, considera que a deficiente gestão acti-va das florestas está no topo das preocupações relacionadas com a fileira do pinheiro bravo.

“As preocupações relacionadas com o pinheiro bravo tradu-zem-se fundamentalmente, em primeira mão, com a deficiente gestão activa das florestas. Mais de 80% da floresta portugue-sa é privada e existem dualidades na área da gestão”, alegou.

No final de uma reunião do conselho geral do Centro de Competências do Pinheiro Bravo, que decorreu em Vouzela, Amândio Torres sublinhou que as debilidades na área de ges-tão da floresta fazem com que sejam criadas condições para a propagação de incêndios, para além de trazerem problemas de ordem fitossanitária.

“Estes problemas seriam mais resolvidos se houvesse uma gestão mais activa, pois quando se faz a gestão valorizamos o produto e, ao valorizar o produto, temos tendência a protegê--lo mais. Há aqui um ciclo que temos de romper em definitivo e isto [reunião de hoje] é um contributo para esse efeito, jun-tando na mesma mesa e fórum as pessoas e as partes inte-ressadas, com o Estado a funcionar como entidade facilita-dora”, justificou, apontando ainda a importância dos centros

Segundo o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural

Deficiente gestão das florestas no topo das preocupações com pinheiro bravo

de competência, que “focam a investigação de acordo com as necessidades dos agentes económicos”.

“Neste caso, faz-se investigação do pinheiro bravo para resolver problemas de melhores produtividades no terreno, maior produção florestal que se vai transformar num benefí-cio para quem produz madeira. Vai abrir também um sector de investigação para a exploração de novos produtos resultan-tes da produção florestal, com novas utilizações da madeira”, acrescentou.

De acordo com o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, em Portugal é muito pouco comum a utilização da madeira em construção, ao contrário do que acontece em países do norte da Europa. “Utilizam a madeira para construir habitação própria e até edifícios públicos. Abrir a estes novos produtos é para o que o centro de competência serve, analisando prós e contras e caminhos a seguir”, referiu.

Durante a primeira reunião do conselho geral do Centro de Competências do Pinheiro Bravo - em que foi aprovado o pla-no de actividades e a agenda de investigação para o sector do pinheiro bravo em Portugal - as entidades presentes identifi-caram ainda a necessidade de haver uma maior comunicação com o público-alvo. “Em tempos havia publicações muito sim-ples do Ministério da Economia, com linguagem simples para pessoas do terreno. Em verdade, um sistema desses, acompa-nhado paralelamente de um sistema digital de informação que hoje está vulgarizado, é um caminho que foi hoje aqui identifi-cado como necessário de realizar”, sublinhou.

Amândio Torres defendeu ainda que a boa utilização e ges-tão dos recursos endógenos são o grande desafio do futuro, depois de terem sido feitos saneamentos, estradas e rotundas. “Não utilizando aquela palavra feia que é fora do litoral, não é interior, é fora do litoral, temos um mundo de oportunidades com base nos recursos endógenos enorme, mas muitas vezes faltam-nos as pessoas para fazer a operacionalização des-ses recursos. O factor pessoas é fundamental e o processo de baixa demográfica tem afectado zonas onde diminui a massa crítica para avançar com novos projectos e ideias”, concluiu.

O Auditório Municipal de Tondela vai receber no próximo dia 19 de Março o Seminário “A Floresta Somos Nós”, evento que tem como objectivo fazer uma reflexão científica e pedagógica sobre a floresta, enquanto garante da sustentabilidade ecoló-gica do planeta e da sua biodiversidade, sobre a especificidade da Serra do Caramulo e sobre projectos de educação ambiental.

Como momento de abertura do seminário será também apre-sentado o projecto “Renascer das Cinzas”, bem como todas as acções e iniciativas que lhe estão associadas.

O restante período deste encontro está dividido em três pai-néis. O primeiro será da responsabilidade de Milene Matos, bió-loga natural do concelho de Tondela, que tem desenvolvido um trabalho direccionado para a defesa da floresta, nomeadamen-

No Auditório Municipal, a 19 de Março

Tondela recebe seminário “A Floresta Somos Nós!”te no Parque Natural da Mata do Buçaco, e cujos resultados já foram reconhecidos com a atribuição de prémios nacionais e internacionais.

O segundo painel está a cargo de Pedro Ribeiro, docente da Escola Secundária de Viriato, que abordará o tema “Biodiversi-dade do Caramulo, um tesouro partilhado”.

O último painel com o tema “Projectos de Educação Am-biental no contexto local” será conduzido por Carla Ferreira, da Associação Portuguesa para a Educação Ambiental (ASPEA), entidade parceira do Município, sendo uma das instituições que apadrinha o projecto “Padrinhos da Floresta”, iniciativa desen-volvida pelo Município na defesa e preservação da Serra do Ca-ramulo, em particular das áreas recentemente reflorestadas.

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O Banco de Portugal apresentou no final de Janeiro um estudo em que analisa a situação económica e financeira das empre-sas dos Sectores da Madeira, da Cortiça e do Papel no período 2010-2015, e que merece um olhar atento sobre um sector de actividade económica que no final do primeiro semestre de 2015 era o quinto principal sector exportador da nossa economia e representava 7,9% das exportações de bens.

Trata-se de uma análise sectorial que surge num momento oportuno, de início de um novo ciclo político e que deve olhar para a floresta como um sector estratégico para a revitalização da economia nacional. O estudo do Banco de Portugal, ainda que de forma bastante sintética, apresenta um retrato objectivo da actividade económica empresarial do sector e permite uma visão clara das quatro componentes principais que o compõem: as empresas de silvicultura, a montante, e a jusante o segmento transformador da Madeira e Mobiliário, da Cortiça e do Papel.

Numa primeira leitura, evidencia-se a recuperação da crise económica internacional que afectou o sector em 2008-2010 e que fruto de um conjunto de medidas tomadas na altura (recordo o Plano de Apoio à Industria da Cortiça de 2009, que constituiu a alavanca para o sector enfrentar a crise), hoje apresenta-se em ascensão, como sublinha João Ferreira do Amaral, presidente da Associação das Industrias da Fileira Florestal (AIFF). Os nú-meros da actividade económica falam por si: o volume de negó-cios dos sectores da madeira, cortiça e papel cresceu cerca de 5% em 2015, mais 3% do que o conjunto das empresas nacionais.

Apesar das boas notícias, uma leitura mais fina do estudo aponta um conjunto de situações que importa ter em linha de conta na perspectiva do desenvolvimento sustentável do Sec-tor Florestal em Portugal. Desde logo a natureza distintiva das características do tecido empresarial de cada segmento, com destaque para o conjunto de microempresas empresas de sil-vicultura (mais de 80% das empresas deste ramo), que operam muitas vezes sem respeito pelas condições de segurança do tra-balho florestal e que podem condicionar, no médio prazo, a ne-cessária aposta na certificação florestal da cadeia de valor. Este é um aspecto que realça ainda mais a urgência de regulamen-tação desta actividade, através da obrigatoriedade do “alvará florestal” que há anos é reivindicado pela ANEFA.

Na vertente industrial, os subsectores da Cortiça e do Papel revelam fileiras consolidadas, com estruturas bem definida e

OPINIÃO

A floresta, uma actividade económica com futuro

com empresas líderes de mercado, já no subsector da Madeira e Mobiliário (a “fileira do pinho”), são muitos os problemas que subsistem.

Esta é uma nota importante, pois este subsector congre-ga cerca de 60% do emprego e das empresas que laboram no Sector Florestal, assente num tecido empresarial onde as PME assumem um peso relevante (os gastos com pessoal registam o maior peso relativo dos 4 subsectores, com 20%) e com maior concentração nos distritos de Coimbra e Castelo Branco, ter-ritórios de interior, onde o emprego é um factor critico para a fixação de população.

Em 2014, segundo o estudo em análise, o rácio de autono-mia financeira das empresas do subsector da Madeira e Mo-biliário cifrava-se em 33%, o que implica uma dependência de capital alheio e passivos preocupantes e que contribuem para um elevado nível de pressão financeira que pode condicionar no médio-longo prazo a sustentabilidade desta fileira, que era apontada no famoso Relatório Porter, de 1992, como um dos clusters (produtos florestais) em que Portugal apresentava uma vantagem competitiva.

Não obstante o investimento realizado neste subsector na inovação tecnológica e no design e que tem permitido um regis-to interessante nos mercados externos e o desenvolvimento da indústria do mobiliário na “capital do móvel” (Paredes e Paços de Ferreira), a montante, a indústria de serração e a silvicultura do pinho continuam a definhar.

Ainda recentemente, em Vouzela, o Secretário de Estado das Florestas sinalizou a persistência das debilidades na gestão da floresta, nomeadamente no pinhal, que contribui para que se-jam criadas condições para a propagação de incêndios e para a proliferação de problemas fitossanitárias, com natural destaque para o Nemátodo da Madeira do Pinheiro.

Apesar de todas estas fragilidades, a fileira floresta-madeira--móvel constitui um sector em que Portugal deve apostar. O programa do Governo aponta o reforço do ordenamento flores-tal e da produtividade das principais fileiras silvo-industriais, o apoio à melhoria das organizações de produtores e da gestão interprofissional como linhas orientadoras para o desenvolvi-mento do Sector Florestal.

E é nesse sentido que termino com palavras do presidente da AIFF, que corroboro: “Existe grande capacidade empresarial e de inovação no sector florestal. Há condições para manter e até desenvolver estas capacidades. O ponto essencial é que a pro-dução florestal consiga ter as condições para corresponder com mais e melhor madeira e mais e melhor cortiça”.

A floresta está na base de uma actividade económica que em 2014 representava cerca de sete mil empresas (2% das empre-sas portuguesas) e geria 3% do volume de negócios e de núme-ro de pessoas empregadas em Portugal. No entanto, faltam as medidas concretas para concretizar a floresta como um recurso económico com futuro aos seus proprietários, para atrair inves-timento e gerar mais riqueza. Veremos que anúncios o Governo fará por ocasião das comemorações do Dia Internacional das Florestas, pois está na hora de passar das palavras à acção!

Miguel GalanteEngenheiro Florestal

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34 www.gazetarural.com

“A enorme experiência acumulada em Portugal, desde 1999, tem-se traduzido numa melhor preparação para proactivamen-te se combater a doença da murchidão do pinheiro e se desen-volverem estratégias internas que permitam conviver de forma saudável com este problema fitossanitário, de forma a minimi-zar os impactos socioeconómicos na fileira do pinho”. Foi com estas palavras de esperança, e de alerta, que Vasco Campos, presidente da direcção da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), marcou a sua intervenção na sessão de apresentação pública dos materiais produzidos no âmbito do Projecto “A Doença da Murchidão do Pinheiro na Europa – Interacções Biológicas e Gestão Integrada”, apoiado pelo PRODER.

Referiu ainda que a concretização deste projecto só tinha sido possível devido a uma forte articulação mantida ao longo de mais de cinco anos, entre os vários parceiros da FNAPF, nomea-damente a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, o INIAV - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e a Escola Superior Agrária de Coimbra, ao apoio do Instituto de Conservação da Natureza e Floresta (ICNF) e ao grupo Portucel Soporcel que patrocinou o projecto.

A sessão, que decorreu no Palace Hotel do Bussaco, foi pre-sidida pelo Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvi-mento Rural, Amândio Torres. A apresentação do livro bilingue e do guia de campo e de laboratório foi realizada pelo Professor Doutor Francisco Castro Rego, presidente da Sociedade Portu-

Com a presença do Secretário de Estado das Florestas

FNAPF apresentou livro e filme sobre a Doença da Murchidão do Pinheiro

guesa de Ciências Florestais, que teceu grandes elogios às pu-blicações apresentadas, focando o carácter inovador do livro, a sua profundidade técnico-científica e a facilidade de leitura, que as tornava acessíveis a qualquer pessoa. Destacou a importân-cia do Guia de Campo e de Laboratório, que complementava o livro com bastante informação prática.

Seguiu-se a apresentação do filme, cuja qualidade gráfica e conteúdo, foram largamente apreciados e repetidamente elo-giados pelo público presente, cerca de 100 pessoas, que enchia por completo a sala.

O Secretário de Estado das Florestas elogiou a qualidade dos materiais e a sua importância para a consciencialização dos ci-dadãos relativamente a esta doença, assumindo que “a ausên-cia de gestão na área da floresta também ajudou a uma maior propagação da doença”, referindo que o caminho estava a ser cumprido e que o Governo estava a melhorá-lo, estando muito focado no problema, não deixando de se mostrar preocupado, uma vez que “não estamos blindados e podemos ser atacados por novos agentes”.

É de salientar a unanimidade dos intervenientes que antece-deram a intervenção do Secretário de Estado das Florestas em considerar estas publicações de grande qualidade e “inéditas”, não só em Portugal, como no resto da Europa, dando um for-te contributo para o conhecimento desta doença que constitui uma das principais ameaças à fileira do pinho em todo o espaço europeu.

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Gazeta Rural (GR): Quais são as especificidades deste novo equipamento?

Gabriel Pereira (GP): A Powercoup PW2 é um equipa-mento multifunções, que permite tirar a maior rentabilidade com menor investimento, conseguindo fazer mais. Com um só motor, conseguimos utilizar seis ferramentas, como o vareja-dor, a desbastadora, à desladroadora, à serra ou moto serra e o corta sebes.

GR: Nesta área há uma evolução permanente?GP: Hoje, cada vez mais, os equipamentos passam de moda

rapidamente, pois há inovação permanente. Este fabricante francês, o primeiro que apresentou uma tesoura eléctrica no mercado, tem vindo ano após ano a produzir novos equipa-mentos, com uma aposta constante na evolução, mas também preocupado em dar respostas ao mercado e na defesa do uti-lizador. Dou como exemplo a luva anti-corte, de protecção dos dedos da mão.

Powercoup PW2 pode utilizar seis ferramentas

Lisagri apresentou novo equipamento multifunções

GR: Os agricultores são exigentes nos equipamen-tos que estão no mercado? Dão sugestões?

GP: Há sempre. Cada cliente tem a sua maneira de ver as coisas e quer adaptar cada equipamento às suas necessida-des. Contudo, é impossível fazer equipamentos à medida ou de acordo com as necessidades de cada um. Temos que encon-trar um equipamento que seja adaptável à maioria das situa-ções, como é o caso.

GR: A tesoura eléctrica é o que se vende mais?GP: Não temos elementos para o poder afirmar, tampouco

sabemos se vendemos mais que os outros. Em França a marca que representamos tem mais de 60% do mercado, o que revela a aceitação dos seus equipamentos.

Em Portugal temos muitos clientes que já exigem e pedem esta tesoura, pela sua qualidade, potência, abertura, eficiên-cia e porque pode ser utilizada com várias cabeças e lâminas, permitindo o corte de paus mais finos ou mais grossos, o que significa uma maior poupança por parte de quem a utiliza.

A Lisagri, sedeada em Leiria, apresentou a nova Powercoup PW2, da Infaco, um equipamento multifunções que permite a utilização de seis ferramentas para diferentes trabalhos com um menor investimento.

Gabriel Pereira, gerente da Lisagri, diz que a Infaco, que representa em Portugal, tem uma preocupação constante com a inovação, mas também com as necessidades do cliente e a sua segurança. A Infaco foi a pri-meira empresa a colocar no mercado uma tesoura eléctrica e em França tem uma cota de mercado superior a 60%, o que revela a aceitação dos seus equipamentos.

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano XII | N.º 266 | Periodicidade: QuinzenalDirector: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | [email protected] | 968044320Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel GalanteDepartamento Comercial: Coordenação Filipe Figueiredo Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: [email protected] | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

O Instituto Politécnico de Beja vai acolher no próximo dia 6 de Abril, a partir das 8,30 horas, o Simpósio Internacional de Azeites do Sul – Beja 2016. Pro-movido pela Associação de Agricultores do Sul (ACOS), pelo Instituto Politéc-nico de Beja (IPB) e pelo Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-alimentar do Alentejo (CEBAL) no Auditório dos Serviços Comuns do IPB, este evento surge no âmbito VI Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio C A Ovibeja.

Vários especialistas de diferentes países como Alemanha, Argentina, Espa-nha ou França, bem como de Portugal, irão partilhar o seu know-how numa temática cada vez mais importante para o país nas fileiras agroalimentares, e onde o Alentejo se vem destacando, como região de excelência.

O actual contexto nacional e internacional, a produção, a transferência de conhecimento e as novas aplicações do azeite são os principais temas des-te simpósio que irá decorrer num formato de “mesa redonda”, fomentando a partilha de conhecimento entre os vários intervenientes. Haverá também lu-gar a uma prova comentada de azeites pelo júri do sexto concurso de azeites virgem extra, bem como a uma exposição fotográfica sobre o tema.

As Termas do Carvalhal reabriram para mais uma época ter-mal recheada de saúde e bem-estar. A nova época promete trazer novidades e uma, ainda, maior diversidade de serviços e tratamento aos aquistas.

Esta estância termal está vocacionada para tratamentos de doenças músculo-esqueléticas e reumatológicas, das vias respiratórias, de pele e do aparelho digestivo. A diversificada oferta termal oferece tratamentos termais adequados a cada uma destas patologias bem como à prevenção das mesmas.

A aposta na prevenção e no benefício de todas as proprie-dades que a água mineromedicinal das Termas do Carvalhal têm para oferecer são ofertas que o público ali pode encontrar, conjugando sempre a saúde e o bem-estar de forma perfeita. Os momentos de relaxamento da agitação diária, longe dos grandes centros e perto das paisagens bucólicas e encantadas da região, são também uma realidade neste centro termal e que permite ser uma das melhores formas de combater o stress diário ao que muitos estão sujeitos.

A juntar à oferta variada e diversificada de tratamentos e programas de bem-estar, as Termas do Carvalhal são também

No Instituto Politécnico de Beja, a 6 de Abril

Simpósio Internacional de Azeites do Sul debate sector em Portugal

um destino onde é fácil chegar com óptimas acessibilidades proporcionadas pela A24 e onde os visitantes podem encon-trar outros pontos de interesse turístico, com especial desta-que para o Rio Paiva, a Serra de Montemuro, os monumentos históricos ou ainda a excelência da gastronomia local

Este ano as Termas do Carvalhal vão assinalar o 100º aniver-sário da Concessão deste Centro Termal, pelo que o Executivo da Câmara l de Castro Daire promete muitas e variadas sur-presas ao longo destas comemorações, naquele que se espera seja um ano muito especial para as Termas do Carvalhal.

No ano do centenário

Termas do Carvalhal iniciaram nova época Termal

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Breves

ÚLTIMAS

Feira do Folar e dos Produtos da Terra em Car-razeda de Ansiães

A Feira do Folar e dos Produtos da Terra realiza-se anual-mente, no fim-de-semana da páscoa, no CITICA de Carrazeda de Ansiães. Com a organização deste evento a autarquia local pretende dar a conhecer e estimular a produção deste carac-terístico produto regional transmontano.

Durante esta mostra os visitantes podem também degustar e comprar outros produtos da terra como o vinho, o azeite, doces, compotas, licores e frutos secos. Paralelamente à feira decorrem vários espectáculos de música tradicional e folclore regional assim como acções de promoção turística.

Município de S. Pedro do Sul e Termalistur apre-sentaram eventos para 2016

A Câmara de São Pedro do Sul apresentou a agenda para 2016, em conjunto com a Termalistur. Cerca de 100 actividades fazem parte de uma programação variada, onde se pretende aumentar a oferta cultural e desportiva contemplando todas as faixas etárias e todo o território, assim como fomentar a di-vulgação do concelho e dos produtos endógenos.

O regresso das marchas populares e dos jogos desportivos foram as grandes novidades apresentadas, que contou com a presença do vice-presidente do Município, Pedro Mouro, da vereadora, Teresa Sobrinho, e do presidente da Termalistur, Ví-tor Leal.

De destacar o trabalho conjunto com a Termalistur, com as associações do concelho, com os operadores turísticos e com a Associação de Hoteleiros, visando atrair mais turistas a S. Pedro do Sul e oferecendo um vasto leque de actividades a todos os que visitam o concelho, proporcionando novas ex-periências.

Município do Sabugal atribui 243 mil euros para prevenção florestal

O Município do Sabugal atribuiu subsídios no valor de 243 mil euros para acções de prevenção, defesa e valorização do património florestal do concelho. A autarquia presidida por António Robalo celebrou protocolos de colaboração com sete associações locais, das quais fazem parte oito equipas de sa-padores florestais.

Páscoa em Mangualde A Páscoa em Mangualde é revestida de uma programação

diversificada e especificamente pensada para esta época do ano. De 12 a 27 de Março a Semana Santa será sentida no concelho através de várias iniciativas, desde «Amentar das Al-mas», «Via Sacra», concerto de estreia ibérica «A Paixão de

Cristo», entre outras. A programação «Páscoa em Mangualde 2016» é uma organização conjunta da Câmara de Mangualde e da Paróquia de Mangualde, com a parceria da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde e o Grupo Cultural e Recreativo de Santo Amaro de Azurara.

Espinho Vive a Semana Santa”A Câmara de Espinho e as Paróquias de Nossa Senhora da

Ajuda, de Anta e Guetim organizam em conjunto o Programa “Espinho Vive a Semana Santa”. Este evento surge na sequên-cia da dinâmica de promoção e organização de eventos que o Município entende ser fundamental para potenciar o concelho como destino turístico nesta época do ano.

A partir de 20 de Março, o município torna-se o palco das representações dos últimos dias da vida de Jesus Cristo, com um programa de actividades atractivo.

Semana Santa em S. Martinho PortoA Quaresma e as comemorações da Semana Santa em São

Martinho do Porto são dos acontecimentos religiosos mais im-portantes da região que todos os anos atrai centenas de fiéis para assistir às celebrações da Paixão, a Morte e a Ressurrei-ção de Jesus Cristo. O programa tem início a partir do próximo dia 12 de Março e estende-se até 27 de Março.

A Semana Santa de S. Martinho Porto é uma organização conjunta da Câmara de Alcobaça e da Paróquia de São Mar-tinho do Porto com apoio da Casa da Cultura José Bento da Silva, Fundação Manuel Francisco Clérigo, Confraria do Santís-simo Sacramento, Bombeiros Voluntários de São Martinho do Porto e GNR de São Martinho do Porto.

Medelim em festa com “Páscoas Judaica e Cristã”O evento Páscoas Judaica e Cristã vai invadir as ruas de Me-

delim, no concelho de Idanha-a-Nova, nos dias 19 de 20 de Março, com animação itinerante, recriações históricas e artes performativas, rábulas e estórias, música e danças sefarditas e cristianas.

Ao longo de dois dias, a aldeia viverá sob o lema “uma festa, duas culturas”, num certame organizado pela Câmara Munici-pal de Idanha-a-Nova e a Junta de Freguesia de Medelim.

A par da animação em permanência, haverá pelas ruas de Medelim tasquinhas e lojas de produtos regionais e produtos kosher que prometem fazer as delícias de todos os visitantes.

Entre as novidades deste ano, destaca-se a apresentação do projecto “Centro Interpretativo da Cultura Judaica em Me-delim”. Será durante a Conferência “Encontro de Culturas” que na manhã de domingo, dia 20, vai sentar à mesa representan-tes das culturas judaica e cristã.

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O Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra recebe de 23 a 25 de Abril a I Exposição Interna-cional de Orquídeas, evento que inclui um Simpósio onde serão abordados diversos temas relacionados com esta planta, bem como vários workshops técnicos. A exposi-

ção é uma organização conjunta da Universidade Coimbra, através do Departamento de Ciências da Vida, e da Associação

UC-InProPlant.O principal objectivo do Simpósio é reunir especialistas, técnicos,

produtores, investigadores, professores, estudantes e orquidófilos para par-tilharem conhecimentos técnico-científicos, naquela que é uma área ainda com muito potencial inexplorado em Portugal. Uma vez que a exposição contará com

a presença de vários hortos, estrangeiros e nacionais, e dado o carácter técnico dos workshops, a organização espera receber um público muito variado, pelo que será

um evento interessante para as empresas do sector divulgarem os seus produtos e serviços.No programa do evento está ainda incluído um concurso de orquídeas com as categorias “me-

lhor cultivo” e “melhor floração”.

De 23 a 25 de Abril, no Departamento de Ciências da Vida

Universidade de Coimbra recebe I Exposição Internacional

de Orquídeas

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