gazeta rural nº 239

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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 239 | 15 de Janeiro de 2015 | Preço 2,00 Euros www.fnapf.pt | www.facebook.com/FNAPF Floresta é riqueza! Floresta é vida! Montalegre espera 100 mil visitantes na Feira do Fumeiro Lusovini quer crescer nos mercados lusófonos Terra Nostra lançou programa “Leite de Vacas Felizes” Vai uma alheira? Os seus rins agradecem! 5 14 26 11

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E se um médico prescrever uma alheira para a dieta de um doente renal? Este é o tema em destaque na edição nº 239 da Gazeta Rural, a primeira do ano de 2015. Na edição de 15 de Janeiro pode ainda ficar a par das novidades deste ano da Feira do Fumeiro, em Montalegre, do Festival do Azeite Novo em Mirandela, da aposta da Lusovini no mercado da Lusofonia, a apresentada do Programa Vacas Felizes, apresentado pela Bel Portugal para os Açores, entre outras notícias que marcam a actualidade.

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w w w. g a z e t a r u r a l . c o m

Director: José Luís Araújo | N.º 239 | 15 de Janeiro de 2015 | Preço 2,00 Euros

www.fnapf.pt | www.facebook.com/FNAPF

Floresta é riqueza! Floresta é vida!

Montalegre espera 100 mil visitantes na Feira do FumeiroLusovini quer crescer nos mercados lusófonos

Terra Nostra lançou programa “Leite de Vacas Felizes”

Vai uma alheira? Os seus rins agradecem!

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Sum

ário

04 Câmara de Vouzela recupera tradições para o centenário das Festas do Castelo

05 Montalegre à espera de 100 mil visitantes na Feira do Fumeiro

06 Almeida organiza a VII Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural

08 Santa Maria da Feira à espera de milhares de pessoas na Festa das Fogaceiras

10 Festival dá as boas vindas ao Azeite Novo em Mirandela

11 Alheira de Mirandela promete inovação na dieta de doentes renais

14 Lusovini quer continuar a crescer nos merca-dos lusófonos

18 Alvarinho de Monção e Melgaço com “selo de garantia”

19 Produtores de vinho Callum reuniram-se em jantar vínico

articold.pdf 1 10-01-2015 12:13:34

23 Universidade de Aveiro descobre método para aproveitar resíduos de eucalipto

25 Universidade de Vila Real quer reduzir im-pactos ambientais dos dejectos das vacas

26 Terra Nostra lançou Programa Leite de Va-cas Felizes

29 Agrária de Viseu com novo laboratório na área da microbiologia veterinárias

30 Ecoapis vai construir unidade produtiva em Boticas

31 Feira Gastronómica do Porco de Boticas teve mais gente do que nunca

33 Proder pagou 721 milhões de euros aos agricultores em 2014

35 Oleiros apresentou candidaturas comuni-tárias para limpeza da floresta

37 Agim promove formação prática em podas de mirtilos em Grândola

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No ano em que as Festas do Castelo vão assinalar o seu centená-rio, as tradições que fizeram parte da sua história vão ser recuperadas, destacando-se o baile das Capuchas, revelou a Câmara de Vouzela.

A vereadora da Cultura da Câmara de Vouzela, Carla Maia, explicou que foi pensado “um vasto programa” que tem por objectivo recuperar e revitalizar algumas tradições que fizeram parte da história dos 100 anos das Festas do Castelo.

“Vamos ter 100 dias em festa, com um conjunto alargado de actividades musicais, culturais e desportivas. O Município de Vouzela pretende celebrar e promover a efeméride através da valorização da dimensão histórica e simbólica”, alegou.

Os 100 dias em festa decorrem de 08 de Maio a 17 de Agosto e, apesar de pretenderem recriar tradições, “foi sempre tida em conta a componente da modernidade”. “Pretendemos construir as memórias das novas gerações através da aposta na recupe-ração de tradições, aliada a uma fonte de renovação autêntica e inovadora”, acrescentou.

De acordo com Carla Maia, o baile das Capuchas - que dei-xou de se realizar há largos anos - fará parte da programação, “sendo recriado o ambiente intimista deste evento que decorria nos Bombeiros”.

A salva de 21 tiros e a erguida do mastro na Senhora do Cas-telo são outras das tradições a recuperar. “Queremos que esta seja uma festividade de todas as freguesias do concelho e não apenas da vila de Vouzela. Pretendemos que toda a população do concelho se identifique com esta festa”, realçou.

Para envolver as freguesias do concelho, estão previstas duas actividades de destaque: o Desfile Etnográfico das Fre-guesias e o Dia das Freguesias. “O nosso objectivo primordial é envolver todas as forças vivas das nossas freguesias”, informou.

As Festas do Castelo têm um orçamento que “rondará os 60 a 70 mil euros”.

Festividades decorrem de 8 de Maio a 17 de Agosto

Câmara de Vouzela recupera tradições para o centenário das Festas do Castelo

Festival de Imagem de Natureza leva a Vouzela alguns dos maiores nomes da fotografia

Vouzela volta a ser palco do Cinclus- Festival de Imagem de Natureza, o único evento do género a acontecer no país, e que este ano se realizará nos dias 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro.

O V Cinclus Fest, promovido pelo Município de Vouzela, re-cebe pela quinta vez consecutiva os maiores nomes nacionais da imagem de natureza, numa iniciativa que conta uma vez mais com o patrocínio do Grupo Generg e da Turismo do Centro e co-laboração da National Geographic, Fnac, Comercial Foto, Canon Foto e Fotocamo.

Já confirmadas estão as presenças dos fotógrafos Ricardo Guerreiro, Luís Quinta, Jacinto Policarpo, Luís Afonso, Carlos Rio, João Nunes da Silva, Gonçalo Lemos, Tiago Magalhães, Miguel Claro e o vouzelense João Cosme. Como ilustradora científica estará presente Joana Bruno e o orador internacional será o es-panhol Oriol Alamany, conhecido pelas suas fotografias e repor-tagens sobre temas de natureza e viagens.

O programa conta ainda com a exposição “Momentos na Natureza” de Francisco Calado, que estará patente no Museu Municipal de Vouzela e com palestras destinadas às escolas do concelho que acontecerão durante a semana que antecede o evento.

A iniciativa decorre uma vez mais no cineteatro e a entrada é gratuita.

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A Feira do Fumeiro de Montalegre, que decorre entre 22 e 25 de Janeiro, vai ter à venda 70 toneladas de enchidos esti-mando-se uma receita de cerca de três milhões de euros, disse o presidente do município.

O certame, que vai na sua XXIV edição e representa uma oportunidade de negócio para os produtores locais, vai rece-ber a visita do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, da pre-tendente da Assembleia da República, Assunção Esteves, do secretário-geral do PS, António Costa, e ainda do secretário de Estado da Alimentação, Nuno Vieira e Brito. Para o presi-dente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, estas visitas “reflectem a importância que a feira assume a nível nacional”.

Durante os quatro dias, 87 expositores vão ter à venda 70 toneladas de fumeiro que deverão render, segundo o autarca, um volume de negócios na ordem dos três milhões de euros.

Os produtos disponíveis são as alheiras, de alheiras, chou-riças, sangueiras, salpicões e presuntos. “Este ano espero aqui uma enchente enorme e vamos ultrapassar todos os registos e deveremos andar muito próximos dos 90 a 100 mil pessoas”, salientou. Orlando Alves sublinhou o “impacto enorme” que a feira possui na economia da região, a nível da venda dos pro-dutos, mas também na restauração e na hotelaria.

No concelho existem 103 produtores. Alguns deles já não participam no certame porque possuem os próprios canais para o escoamento e vendem durante todo o ano. “São pe-quenas empresas familiares, formadas por quatro a cinco pes-soas que estão cá e desistiram de fugir do país. Conseguem viver aqui, com dignidade, e tudo à volta desta dinâmica que é a criação do porco e a sua transformação”, sublinhou. Esta actividade dinamiza, segundo o autarca, a produção pecuária no concelho e o trabalho na agricultura.

Nas primeiras edições do certame a média de idades dos

Entre 22 e 25 de Janeiro

Montalegre à espera de 100 mil visitantes na Feira do Fumeiro

produtores rondava os 60 anos. Actualmente há pessoas mais novas e com formação superior a apostarem na produção de fumeiro, aliando o saber dos antigos, como a alimentação dos animais e temperos usados nos enchidos - às novas máquinas, técnicas e conhecimentos.

Na edição deste ano, segundo Orlando Alves, as novidades surgem ao nível da organização e, “neste aspecto, temos que inovar”, mas “quanto ao evento em si não se mexe muito”.

Segundo o autarca, “há alterações ao nível de organiza-ção do espaço, para que as coisas não se tornem repetitivas, porque é nossa obrigação inovar e criar as melhores condições para que os produtores se instalem conveniente dentro do pa-vilhão. Esta e a única novidade”.

O edil de Montalegre realça o aumento do número de ex-positores presentes, superior a uma centena. Por via disso, pela primeira vez os 88 produtores de fumeiro ficarão dentro do pa-vilhão, enquanto todos os demais produtos, num total de cerca de 30 expositores, como o pão, os folares, os licores, as bolas de carne, o mel, as compotas, a batata de Montalegre, entre outros, estarão numa carpa exterior ao pavilhão.

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O Pavilhão Multiusos de Vilar Formoso recebe de 6 a 8 de Fevereiro a VII edição da Feira de Caça, Pesca e Desenvolvi-mento Rural, uma iniciativa da Câmara de Almeida.

O evento decorrerá em ambiente de feira, durante três dias, com áreas de exposição dentro e fora do pavilhão. Expo Termal e Bem-Estar, Expo Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural.

Expo Tasquinhas sob o lema “Caça e Pesca no prato, com Animação estão confinadas ao interior do pavilhão. Na área envolvente decorrerá a Expo Florestal, uma mostra de espé-cies autóctones e cinegéticas, a Expo Radical e Infantil, com touro mecânico, parede escalada, rappel e insuflável, a Expo Canina, com o cão de caça e cão da Serra da Estrela”, e a Expo Agropecuária, com uma mostra de maquinaria, gado bovino, ovino, caprino, asinino, ente outros.

A área global do certame será abrangida pela animação contínua com grupos de expressão musical tradicional, noites temáticas com espectáculos de diversos géneros musicais com identidade portuguesa e muita animação interactiva com o público, com encenação teatral de rua. Destaque para os espectáculos de “Augusto Canário e Amigos”, no dia 6 de Fevereiro (sexta-feira), Fado e “Sons do Minho”, no dia 7 (sá-bado), e da variante popular do folclore, no dia 8 (domingo).

Do programa do evento, numa vertente actual e espe-cialmente dirigido a todos os profissionais e possíveis investi-dores do sector agrícola, terá lugar na sexta-feira, dia 6, pelas 14,30 horas, o colóquio subordinado ao tema “Esclarecimen-to aos agricultores- Política Agrícola Comum 2014-2020”.

Paralelamente, serão muitas e variadas as actividades que contemplam o programa do evento, como a Montaria ao Javali, Largada de Perdizes, Demonstração de Falcoaria, Pes-ca à Truta “Demonstração ao Vivo”, Tiro com Arco e Besta, entre outras.

O evento, organizado pela Câmara de Almeida, é co-fi-nanciado por Territórios do Côa, Vale do Côa, PROVER, Mais Centro QREN e União Europeia.

A Fogaça de Palmela está em destaque ao longo deste mês de Janeiro, com a realização de um programa diversificado, pro-movido pela Câmara de Palmela, Rota de Vinhos da Península de Setúbal e Confraria Gastronómica de Palmela.

O programa teve início com a Bênção das Fogaças, a 15 de Janeiro, numa cerimónia em homenagem a Santo Amaro, numa iniciativa da Confraria Gastronómica de Palmela com a Paróquia de Palmela, apoiada pelo Município e pela Junta de Freguesia de Palmela.

De acordo com a tradição, os biscoitos eram oferecidos ao Santo como pagamento de promessas e pedido de protecção para a saúde, as colheitas e o gado, estando as formas das Fo-gaças directamente ligadas ao propósito a que se destinavam.

O programa integra, também, os Fins-de-semana Gastronó-

Com harmonizações, concurso e fins-de-semana gastronómicos

Fogaça de Palmela é rainha durante o mês de Janeiromicos da Fogaça de Palmela, iniciativa que decorre nos dias 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de Janeiro, integrada no “Palmela – Experiên-cias com Sabor”, com a participação de diversos estabelecimen-tos de restauração.

A Casa Mãe da Rota de Vinhos da Península de Setúbal pro-move duas harmonizações, com a Fogaça de Palmela no centro das atenções, iniciativas que terão a colaboração da Confraria Gastronómica de Palmela, de adegas convidadas e do “Jardim da Boa Palavra”.

Por último, a Casa Mãe da Rota de Vinhos acolhe, no dia 24, às 15 horas, o Concurso de Fogaça de Palmela. As inscrições de-verão ser efetuadas até dia 22 de Janeiro.

De 6 a 8 de Fevereiro no Pavilhão Multiusos de Vilar Formoso

Almeida organiza a VII Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural

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7www.gazetarural.com

Tel.:961544238 / 935604325

Sede:Rua das Freiras, Edifício Santa Clara, nº5, R/C Direito5320 – 326 Vinhais

Secção de venda:Rua da Fonte da Eira, Caixa nº 22 Medeiros da Chã

5470 – 067 Montalegre

Apoio a apicultoresMel biológicoHidromel

Venda de material apícolaProjectos de investigação apícolaDerivados da colmeia (Cêra, Própolis, etc.)

ecoapis.pdf 1 10-01-2015 11:54:28

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É uma tradição secular que este ano cumpre 510 anos, mar-cados pela devoção do povo das Terras de Santa Maria. A Festa das Fogaceiras é a mais emblemática festividade do concelho de Santa Maria da Feira, que anualmente se cumpre a 20 de Janeiro.

A Festa teve origem num voto ao mártir S. Sebastião, em 1505, altura em que a região foi assolada por um surto de peste que dizimou parte da população. Em troca de protecção, o povo prometeu ao santo a oferta de um pão doce chamado fogaça. S. Sebastião, que segundo a lenda padeceu de todos os sofrimen-tos aquando do seu martírio em nome da fé cristã, tornou-se, assim, o santo padroeiro de todo o condado da Feira.

Cumprida em cada dia 20 de Janeiro, esta promessa cons-titui uma referência histórica e cultural para as Terras de Santa Maria. A procissão festiva realiza-se a meio da tarde e congrega símbolos religiosos, com destaque para o mártir S. Sebastião, bem como uma representação civil, com símbolos autárquicos, económicos, sociais e culturais de cada uma das 31 freguesias do concelho, numa curiosa mistura entre o civil e o religioso. No cortejo e procissão as atenções recaem, naturalmente, sobre as fogaceiras, segundo a tradição “crianças impúberes”, pro-venientes de todo o concelho, vestidas e calçadas de branco, cintadas com faixas coloridas, que levam à cabeça as fogaças

Uma tradição com 510 anos que se cumpre a 20 de Janeiro

Santa Maria da Feira à espera de milhares de

pessoas na Festa das Fogaceiras

do voto, coroadas de papel de prata de diferentes cores, recortado com perfis do castelo.

Para a edição deste ano, a Câmara de Santa Maria da Feira tem “as melhores espectativas”, revela o vereador com o pelouro da Cultura e Turismo. “É um ano em que temos algumas novidades, designadamente na transfor-mação da fogaça, na medida em que no passado dia 12, na Mostra de Fabrico de Fogaça mostramos o processo de fabrico tradicional de um produto com identificação geográfica protegida (IGP), que é também uma novida-de”, refere António Gil Ferreira, naquilo que considera ser “a concretização de um desiderato antigo”.

Na “Mostra de Fabrico de Fogaça” foram apresenta-dos menus elaborados pelos chefs Lindolfo Ribeiro e Luís Sottomayor, que associaram a “Rainha da Feira” a outros produtos, nomeadamente a carne de porco, presunto e sobremesas, como pudim. Foram também apresentados outros produtos confeccionados por membros do agru-pamento de produtores, nomeadamente bombons, ge-lados e tiramisu. Gil Ferreira diz que, com isto, “quisemos mostrar das potencialidades deste produto tão nobre, designadamente nas aplicações na doçaria e na gastro-nomia em pratos salgados”.

A importância da Fogaça na economia do concelho é também salientada por Gil Ferreira. “Representa um grande fluxo de visitantes ao território, o que mexe com a economia do concelho, para a hoteleira e restauração, mas principalmente para os produtores, que por esta al-tura não tens mãos a medir, quando o pão doce é mais procurado”, salientou o pelouro da Cultura e Turismo.

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A XXXIII edição da Ovibeja tem em marcha várias novidades. Em homenagem ao Cante Alentejano, ou canto da terra, a XXXII edição da Ovibeja vai mostrar, promover e valorizar a genuini-dade e a identidade rural através de um muito grande e plural encontro do cante(o), com “todo o Alentejo deste mundo”.

A Ovibeja é um evento com raízes no campo e, por isso, as-sume-se como uma oportunidade única para mostrar e poten-ciar a diversidade, a espontaneidade, a geografia dos diferentes cantes. É um espaço privilegiado para ponto de encontro de to-dos os alentejanos de alma e de coração independentemente da sua área de residência dentro do nosso país ou nos quatro cantos do mundo onde se canta Alentejo.

O Cante vai ser um dos temas centrais da Ovibeja através de uma exposição interactiva, de palestras e colóquios sobre a ori-gem e a importância do canto coral, da sua expressão antropo-lógica e sociológica, da actuação de grupos corais alentejanos existentes em todo o País e nos diversos países onde há grupos organizados e activos, além das mais variadas manifestações culturais associadas ao cante.

A organização do certame está ainda a reformular um espa-ço físico na feira, como um dos locais onde vai acontecer a festa do cante, no qual se pretende manter a rusticidade e o ambiente o mais natural e próximo possível da realidade natural do cante.

Para que a festa do cante seja o mais abrangente e ampla possível, a organização da Ovibeja convidou todos os interve-nientes do cante, com especial destaque para os grupos corais alentejanos, a juntarem-se à homenagem ao canto da terra, numa grande iniciativa que pretende mostrar ao mundo a ex-pressão do ser e cantar alentejano.

Em Beja de 29 de Abril a 3 de Maio

Ovibeja 2015: a identidade do campo revela-se e canta-se na cidade

Organização já está a receber muitos pedidos de inscrição para expositor

Já são muitos os expositores que se estão a inscrever para participar na edição deste ano da Ovibeja. Com uma aposta for-te na inovação e no empreendedorismo, a Ovibeja constrói-se também por via das raízes do campo.

Sempre com muitas novidades, a Ovibeja destaca, também este ano, uma exposição de animais ao ar livre – no Campo da Feira - que se acrescenta ao habitual pavilhão do gado.

O Campo da Feira, um espaço de produção agrícola, de-monstração, investigação e mostra de equipamentos com tec-nologia de ponta, revela e promove o que de melhor se faz na agricultura e, ao mesmo tempo, funciona como espaço lúdico para os visitantes, especialmente pais e filhos, para conhecerem e desfrutarem a realidade do mundo agrícola.

A realidade do mundo agrícola também se revela através dos produtos da terra, da riqueza e diversidade da gastronomia e da doçaria, pontos fortes da feira.

A marca Ovibeja faz desta uma das mais mediáticas e visita-das feiras do País, onde marcam presença membros do Gover-no, deputados e eurodeputados, delegações empresariais e de embaixadores de diferentes países, entre responsáveis das mais diversas entidades nacionais e internacionais.

A Ovibeja é a festa do campo na cidade. Organizada pela ACOS – Associação de Agricultores do Sul, acontece em Beja de 29 de Abril a 3 de Maio.

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O Festival de Sabores do Azeite Novo, que vai já na sua décima edição, abre o novo ano em grande celebrando a chegada do produto da nova colheita do tão apreciado azeite transmon-tano. O Festival tem como objectivo principal de fomentar o consumo de azeite e divulgar e pro-mover as suas potencialidades nas mais diversas facetas.

O Festival é organizado pela Câmara de Mi-randela, em colaboração com várias entidades, como a Associação dos Olivicultores de Trás-os--Montes e Alto Douro (AOTAD), Rota do Azeite, Agricultores de Portugal (CAP), Escola Profissio-nal de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais (EPA), Instituto Politécnico de Bragan-ça (IPB), Instituto Piaget, Agrupamento de Esco-las de Mirandela, Escola de Hotelaria e Turismo, restaurantes e pastelarias aderentes e produto-res de azeite da região.

Como é habitual, toda a comunidade é con-vidada a envolver-se nesta homenagem que ao longo do mês de Janeiro se desdobra num con-junto de actividades em que predomina a temá-tica do azeite. Estão programadas 32 acções, nos domínios da educação, cultura, etnografia, ciência, lazer, desporto, formação e gastronomia, num mês de Janeiro cheio de animação e bem re-gado a azeite novo. O programa passa, em parte, pelos restaurante e pastelarias da cidade ade-rentes a esta iniciativa, cumprindo-se também desta forma o principal objectivo deste festival, que é fomentar o consumo do azeite, para além de divulgar e promover as suas potencialidades.

Restaurantes e Pastelarias aderem ao evento

As pastelarias e os restaurantes do concelho de Mirandela associam-se mais uma vez ao Fes-tival de Sabores de Azeite Novo na promoção do consumo de azeite.

Dando continuidade ao que já é um hábi-to estabelecido ao longo do ano, as pastelarias aderentes disponibilizam aos seus clientes, du-rante o mês de Janeiro, torradas de azeite novo. Da mesma forma, os restaurantes aderentes re-novam nesta altura os seus menus de azeite e en-feitam-se para acolher o azeite novo bem como os seus apreciadores, no já tradicional Festival Gastronómico.

Evento decorre até 31 de Janeiro

Em Mirandela Festival dá

as boas vindas ao Azeite Novo

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Um médico prescrever uma alheira para a dieta de um doente renal pode parecer um contra-senso que uma clínica de hemodiáli-se de Mirandela acaba de contrariar com um enchido adaptado às necessidades de quem padece da doença.

O alimento resulta de um desafio lançado pela empresa Tecsam, responsável pela uni-dade de Mirandela, à Faculdade de Ciências de Nutrição do Porto, que encontrou a receita na original alheira à base de aves criado pelos judeus e que ao longo dos tempos foi sendo adaptada à tradições transmontanas da carne de porco.

Os promotores prometem, a partir da terra da famosa alheira de Mirandela, criar um ali-mento que pode também ajudar a atenuar o problema de subnutrição de proteínas de que padecem alguns doentes renais em hemodiá-lise, por não comerem carne e peixe.

A responsável pelo estudo para o projec-to produtos alimentares adaptados a doentes em hemodiálise, Olívia Pinho, confessou que quando foi confrontada com o desafio hesitou por lhe parecer um contra-senso dar alheira, um enchido gordo e salgado, a estes doentes.

As desconfianças despareceram depois de a empresa de Mirandela lhe ter apresentado a ideia que surgiu da dificuldade em alimentar os hemodialisados, que ficam com um baixo teor de proteína, com perda de músculo e por vezes desnutrição.

Analisou várias alheiras produzidas nesta re-gião de Trás-os-Montes e encontrou aquela que tem o ponto certo para estes doentes: um en-chido à base de carne de aves, com azeite, pão e ervas aromáticas, em vez da carne de porco, banha e alho. Esta alheira tem menos potássio e sódio, que estes doentes não podem ingerir.

A investigadora alerta, contudo que “tem de se ter muito cuidado e alguma vigilância sobre os restaurantes que vão aderir” e “aten-ção à quantidade” que os doentes vão ingerir.

Uma das principais produtoras de alheira em Mirandela, Sónia Carvalho, forneceu alguns produtos para a fase de investigação e garan-tiu que, nos estudos realizados, a tradicional alheira de caça que confecciona foi aprovada com apenas alguns ajustes nos teores de sal.

Os produtores vão poder comercializar este enchido com um rótulo adaptado a cha-mar a atenção de que pode ser consumido por estes doentes.

O administrador da empresa responsável pelo centro de hemodiálise, Nunes Azevedo, explicou como surgiu esta ideia e novo pro-duto já experimentado entre os cerca de 100 doentes que fazem tratamento nesta unidade.

Enchido adaptado às necessidades de quem padece da doença

Alheira de Mirandela promete inovação na dieta de doentes renais

“Aos doentes que têm resistência à ingestão de carne e peixe, sempre que lhes fazia a pergunta: e uma alheira, come? A resposta era 100 por cento po-sitiva e, daí, surgiu esta ideia”, contou. O curioso, continuou, é que, embora com menos sal e com estas características, “os doentes saborearam a alheira e gostaram imenso dela”.

A empresa vai agora realizar um estudo em doentes desnutridos, a quem será dada uma alheira no final de cada sessão de hemodiálise para perceber de que forma contribui para atenuar o problema de desnutrição proteica. As conclusões serão apresentadas no congresso português de nefrologia e na Associação europeia de diálise e transplante.

O administrador espera que a clínica com a empresa mãe em Mirandela possa “dar à comunidade internacional um alimento que o doente renal gos-ta e resolver o problema de subnutrição proteica”.

Para breve está também o lançamento de um livro com receitas de vários chefs de cozinha transmontanos à base de alheira para doentes renais e a forma de a combinar com outros alimentos.

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A Câmara da Guarda abriu as inscrições para a Feira Ibérica de Turismo, a realizar entre 30 de Abril e 3 de Maio com o ob-jectivo de fomentar o intercâmbio transfronteiriço e estimular a economia. Segundo a autarquia presidida por Álvaro Amaro, o certame, que vai na segunda edição, será “uma ocasião úni-ca para contactos, troca de informações e desenvolvimento de parcerias”.

A Feira Ibérica de Turismo (FIT) 2015 decorrerá no Parque Urbano do Rio Diz, “um local atractivo da cidade da Guarda, com excelentes condições para acolher um evento desta di-mensão, nomeadamente em termos de acessibilidades e de estacionamento”. Na segunda edição, o certame “voltará a proporcionar quatro dias de promoção, encontros, contactos e muitas emoções para todos os participantes, expositores e visitantes”, anuncia a organização.

Segundo Álvaro Amaro, o evento tem como objectivos “fo-mentar o intercâmbio transfronteiriço, estimular o relacionamen-to comercial e o progresso dos vários sectores e segmentos da economia e, consequentemente, o desenvolvimento da região”.

Regiões de turismo, operadores hoteleiros, produtores vi-nícolas, agências de viagens, câmaras municipais e associa-ções “encontrarão neste evento uma plataforma de excelên-cia para a promoção dos seus produtos e serviços”, refere a entidade promotora. A câmara da Guarda reconhece que a FIT será “uma oportunidade privilegiada de divulgação, promoção, captação e desenvolvimento de fluxos turísticos e de valori-zação dos recursos endógenos” da “vasta e riquíssima região transfronteiriça”.

O evento, que tem uma vertente profissional e de negócios, também se destina ao público em geral, contando com um programa de animação diversificado, que inclui espectáculos musicais, actividades desportivas e de lazer, “workshops”, gas-tronomia e artesanato, entre outras acções. Os interessados podem inscrever-se, até ao dia 01 de Março, através do “site” da autarquia (www.mun-guarda.pt) ou contactando a organi-zação através do endereço de correio electrónico [email protected] ou do telefone 271220220.

A realizar entre 30 de Abril e 03 de Maio

Câmara da Guarda abriu as inscrições para a Feira Ibérica de Turismo

Na primeira edição da FIT, realizada em 2014, “milhares de vi-sitantes puderam descobrir uma vasta área de expositores, além de uma zona de restauração, degustação, actividades lúdicas e desportivas ‘indoor’ e ‘utdoor’ para toda a família: corrida, cami-nhada, BTT, equitação, ‘paintball’, entre muitas outras”, lembra a câmara da Guarda.

Segundo a autarquia, pelo recinto do certame, que juntou mais de 100 empresas e instituições ligadas ao sector turístico, passaram cerca de 20 mil visitantes.

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No âmbito da estratégia de crescimento definida para os próximos anos, a distribui-dora de vinhos portugueses Lusovini, se-deada em Nelas, promoveu no Palácio da Ajuda a apresentação do guia “O vinho à Mesa, Sabores da Lusofonia”.

Com distribuição gratuita em restauran-tes, lojas, hotéis e supermercados que ven-dem as marcas de vinho, o guia reúne recei-tas de países de língua portuguesa - como caldeirada de cabrito à angolana, moqueca de bacalhau (Brasil) ou camarão com caril, manga e malagueta verde (Moçambique) - sugeridas pelo chefe de cozinha português Vítor Sobral (que detém restaurantes em Lisboa, Luanda e São Paulo).

Cada prato é acompanhado por suges-tões de vinhos portugueses, feitas pelo di-rector da Revista de Vinhos, Luís Lopes, in-cluindo brancos, tintos, rosés, espumantes e Portos.

“Pretendemos mostrar que os vinhos portugueses têm versatilidade para se con-jugar com as gastronomias de vários países. O grande potencial é o facto de este país tão pequeno ter tal diversidade de vinhos”, sus-tentou Casimiro Gomes.

Lusovini quer continuar a crescer nos mercados

lusófonos

A distribuidora de vinhos portugueses Lusovini espera crescer 20 por cento em 2015, apostando na consolidação nos mer-cados brasileiro, angolano e moçambicano, onde está presente, além de outros merca-dos internacionais, afirmou o presidente da empresa, Casimiro Gomes.

Com mais de 70 referências de vinhos portugueses, a Lusovini - que constituiu, nos últimos anos, empresas em Angola, Bra-sil e Moçambique - exporta para 27 países 70 por cento da produção total. Angola é o principal mercado de destino, com 25 por cento do total dos vinhos exportados.

Casimiro referiu que, este ano, a Lusovini facturou seis milhões de euros, mantendo, pelo terceiro consecutivo, um crescimento

Numa acção que decorreu no Palácio da Ajuda

Lusovini apresentou o guia “O vinho à Mesa, Sabores da Lusofonia”

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na ordem dos 20%. Para o próximo ano, a empresa quer manter o ritmo, através de um “crescimento homogéneo” a nível interno e nos mercados externos, que incluem, além destes países lusófonos, destinos como China, Esta-dos Unidos e países do norte da Europa.

Casimiro Gomes defendeu que o crescimento só é ga-rantido pela estratégia de internacionalização, ou seja, a criação de empresas nos mercados externos, e que tal não seria possível apenas através da exportação. Até 2016, a distribuidora admite mesmo apostar em duas novas inter-nacionalizações, adiantou o responsável.

Nos mercados onde está presente com a Lusovini Angola, a Brasvini (Brasil) e a Mozamvini (Moçambique), a distribuidora aposta na formação dos profissionais dos sectores hoteleiro e da restauração e na divulgação dos vinhos através de provas, degustações e formação, tam-bém junto de “consumidores nas novas classes alta e mé-dia-alta que florescem nesses países”. A ideia, afirmou o presidente da empresa sediada em Nelas, é “pôr os vinhos portugueses na moda noutros países, nomeadamente na lusofonia”. “Quando abordamos um novo público consu-midor, temos não só de explorar formas novas de consu-

mir o vinho, mas também de ir ao encontro dos sabores e das rotinas a que esses públicos estão habituados”, diz, acrescentando: “Quanto mais mostrarmos, melhor. Temos de posicionar bem os vinhos portugueses, que são únicos no Mundo. Somos o país com o maior património vinícola a nível mundial”.

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No âmbito da segunda edição do Concurso de Design & Cria-tividade, cujo tema é “Prático e Fácil de Utilizar”, os alunos da Uni-versidade Lusíada do Porto visitaram as instalações da Verallia Portugal. Com o claro objectivo de aproximar os alunos da realida-de profissional e com a aposta no futuro e na inovação, a empresa realizou uma sessão de esclarecimento e visita à unidade industrial para os alunos da Universidade Lusíada do Porto.

Ao longo da sessão conduzida pela equipa da Verallia Portu-gal, os alunos puderam conhecer a empresa, a marca Selective Line, a linha ECOVA, os conceitos e simbologias das garrafas, limitações técnicas bem como todo o processo de fabricação, que se terminou com uma visita à fábrica. Fruto da curiosidade e dedicação dos alunos e da equipa de docentes, a Verallia Por-

No âmbito da segunda edição do Concurso de Design & Criatividade

Universidade Lusíada do Porto visitou a Verallia Portugal

tugal sai satisfeita e orgulhosa pelo empenho demonstrado ao longo da visita.

Os alunos da Universidade Lusíada do Porto tiveram igualmen-te a oportunidade de conhecer, o aluno Rui Antunes (da Universi-dade Lusófona de Lisboa), quinto vencedor da primeira edição do Concurso de Design & Criatividade, que relatou a sua experiência relativa ao ano anterior e apresentou o projecto “Été” que o levou a ganhar um estágio de um mês na Verallia Portugal.

Este ano os candidatos terão que propor projectos que facilitam a utilização ou um gesto do quotidiano com base na inovação e na diferenciação e podendo chegar a novos consu-midores. O objectivo é de relembrar as qualidades de proximi-dade do vidro com o consumidor e propor soluções que possam simplificar e agilizar o dia-a-dia, com a criação de embalagens em vidro que sejam práticas e fáceis de utilizar. Assim, os candi-datos terão que se familiarizar com a essência e potencialida-des do material e do processo vidreiro orientando os projectos em função do público-alvo e ter em consideração as questões económicas relacionadas com o lançamento de uma garrafa ou

de um boião em vidro. Salete Peixinho, presidente do Conselho Fiscal e membro da direcção da Associação Nacional de Desig-ners, abraçou esta segunda edição do concurso aceitando ser a Madrinha.

Os candidatos já podem efectuar a inscrição e submeter os projectos online até dia 30 de Abril. A equipa de jurados irá vo-tar online entre os dias 1 e 31 de Maio de 2015. A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar no dia 26 de Junho no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, com a apresentação do célebre humorista Nilton.

Fica o convite para participar neste desafio. Mais informa-ções em www.criatividade-verallia.pt ou através do email [email protected].

A nova aplicação Virtual Glass da Verallia

A Verallia revoluciona a indústria da embalagem com a sua nova ferramenta de criação, a aplicação Virtual Glass. Uma ferra-menta simples para criar, partilhar e testar um ou diversos designs de garrafas num tablet ou iPad. A aplicação de personalização de embalagem, disponível gratuitamente na App Store da Apple, utili-za as últimas inovações de 3D e de realidade aumentada.

Assim, escolha a garrafa pretendida através do catálogo da Verallia, seleccione a cor do vidro, do conteúdo, da cápsula, insere as suas etiquetas personalizadas (rótulos e contra-rótu-los), as possibilidades são infinitas.

É tudo simples e a qualquer momento pode visualizar o resultado da criação 3D: a garrafa pode girar, aumentar o ta-manho, reduzir o tamanho e examinada sob diversos ângulos através de um simples gesto. O objectivo é simplificar a vida dos clientes bem como a dos designers e equipas de marketing.

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Após recentemente ter elegido os novos órgãos sociais, a Adega Cooperativa da Vermelha, agora liderada por Rui Soares, está atualmente empenhada em alcançar novos mercados in-ternacionais e, ao mesmo tempo, em consolidar os mercados onde já está inserida.

Como resultado do ato eleitoral interno levado a efeito a 23 de novembro último, com base em duas listas candidatas, a Adega Cooperativa da Vermelha (ACV) tem como novo pre-sidente da direção Rui Soares (Sobrena), também vereador da câmara municipal.

Integram ainda a nova direção da adega Hélder Joaquim e Mário Rui Ribeiro, cabendo a presidência da Assembleia Geral a Gonçalo Daniel.

Trata-se do terceiro mandato de Rui Soares como diretor daquela cooperativa vinícola, sendo que nos dois anteriores es-teve na qualidade de tesoureiro e vice-presidente.

O dirigente afirmou-se satisfeito pela «grande expressão de votos» conseguida pela lista que encabeçou, o que traduz,

Eleitos recentemente novos órgãos sociais

Adega Cooperativa da Vermelha em busca

de novos mercados

segundo refere, o reconhecimento daquilo a que a equipa se propõe, ao nível da melhoria geral da cooperativa e do bem--estar dos associados, mas sobretudo intentando uma maior rentabilidade daquela entidade.

Possuindo, em termos globais, acima de um milhar de só-cios, a adega da Vermelha tem todavia no ativo (ou seja, a entregar uvas) cerca de 600 associados, adianta Rui Soares. «Este ano, até teve menos, pois devido às condições climaté-ricas houve menos produção.»

Outro fator que poderá ter originado algum decréscimo pro-dutivo teve que ver com a reconversão verificada nalgumas par-celas de vinha. Porém, diz o responsável, «a estimativa é de, no futuro, haver mais produção». «Este ano recebemos, aproxima-damente, cinco mil toneladas de uva, enquanto no ano passado essa quantidade situou-se nos sete mil», afirma. Já no que toca à quantidade de vinho escoado, a mesma salda-se entre 10 a 12 milhões de litros. «Chegámos a comprar algum vinho não só às nossas congéneres como a particulares, para fazer face à pro-cura por parte dos nossos clientes. Felizmente, temos clientes em quase todo o hemisfério», realça.

Segundo o presidente, os vinhos da ACV estão atualmen-te presentes em mercados tão diversos como Inglaterra, Ho-landa, França, Guiné, São Tomé, Moçambique, Angola, Brasil, Rússia, Polónia, Macau, China e Lituânia. «Estamos a tentar expandir para outros países, tais como a Argélia, África do Sul e Colômbia», aponta o dirigente, estando a adega a desenvol-ver um trabalho promocional relevante nesse domínio.

Uma forte aposta na qualidade produtiva e na evolução tecnológica garante, atualmente, um vinho certificado e à medida das necessidades do consumidor.

Detentora de vários prémios ao longo dos tempos, a ACV recebeu, mais recentemente, o galardão Prata, no 4.º Con-curso de Vinhos Leves da Região de Lisboa (parceria da CVR Lisboa com o Município do Cadaval), decorrido no âmbito da Festa das Adiafas 2014. Por sua vez, o vinho comemorativo dos 50 anos da adega (completados em 2013) arrecadou o prémio Ouro no Concurso de Vinhos de Lisboa de 2014, or-ganizado pela CVR Lisboa. Fora de portas, Rui Soares refere ainda uma medalha de Ouro alcançada na Rússia e uma de Prata na China.

«Estamos a tentar alcançar novos mercados, em busca de incremento e de novas oportunidades e, ao mesmo tempo, a procurar consistência nos mercados onde já estamos inseri-dos», conclui o dirigente da ACV.

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Os produtores Monção e Melgaço vão poder usar “um selo de garantia” nos seus vinhos Alvarinho e a Sub-Região, formada pelos dois concelhos, vai dispor de três milhões de euros para investir em promoção, nos próximos seis anos.

A informação foi avançada pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) no final da última reu-nião do Grupo de Trabalho Alvarinho (GTA), constituído pelo Governo para negociar a denominação do vinho Alvarinho na região. “Foi elaborado um documento que permite a ro-tulagem de Vinho Verde Alvarinho em toda a Região, a par da introdução de uma série de medidas correctivas, nomea-damente, passando a existir um mínimo de 30 % para que um vinho de lote possa mencionar a casta Alvarinho”, lê-se no comunicado.

Na nota, a CVRVV adiantou que “os Vinhos de Monção e de Melgaço terão ainda um selo de garantia próprio - uma rotulagem específica - e será desenvolvido um programa de investimento na promoção dos vinhos e enoturismo daqueles dois Concelhos, no valor de três milhões de a executar num período seis anos”.

O documento, emitido no final do encontro realizado nas instalações da CVRVV em Arcos de Valdevez, a CVRVV adiantou que o acordo “foi aprovado por todos os membros do GTA, com abstenção das Quintas de Melgaço, empresa de que a autarquia de Melgaço é a principal accionista”.

“O grupo mandatou os mediadores para reunirem com as Quintas de Melgaço, SA e identificarem alguma medida adi-cional que dê resposta às justas reservas manifestadas por aquela entidade”, adiantou a CVRVV.

Com um novo conteúdo mais focali-zado na promoção dos vinhos nacionais, no seu bom serviço e na divulgação das vantagens da implementação de um ser-viço a copo de qualidade, assim serão as várias acções de formação, que serão realizadas à segunda-feira, nas salas de provas da ViniPortugal, em Lisboa e Por-to, de 19 de Janeiro até 14 de Dezembro. As formações são de inscrição gratuita e realizam-se entre 15 e as 18 horas, con-duzidas pela formadora Daniela Macedo.

O novo formato das formações pre-vê ser mais abrangente e focar não só no serviço de vinho a copo, como incidir na sensibilização para o vinho, aumento de conhecimento, introdução à especifica-ção dos vinhos e das castas nacionais e potenciar o melhoramento do serviço de

Durante todo o ano de 2015

ViniPortugal investe na formação a copo em Lisboa e Porto

Sub-Região vai dispor de três milhões de euros para investir em promoção,

Alvarinho de Monção e Melgaço com “selo

de garantia”

vinho nos dois principais centros turísticos nacionais.

Jorge Monteiro, presidente da ViniPor-tugal, afirma que “Porto e Lisboa foram definidos como os alvos prioritários da formação de vinho a copo”. O foco con-tinuar a ser formar o Canal Horeca a nível nacional, reforçar o seu conhecimento do vinho nacional e transmitir as inúmeras vantagens do serviço de vinho a copo.

A ViniPortugal considera que existe ainda muito trabalho a desenvolver para melhorar o serviço de vinho a nível na-cional, fundamental para conquistar o consumidor e promover a qualidade dos vinhos portugueses”

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Numa iniciativa do Município de Oleiros, vários produtores de vinho Callum reuniram-se, juntamente com a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC) e Escola Superior Agrária de Castelo Branco, num jantar vínico.

A ideia passou por incrementar o volume e a qua-lidade de produção deste “arcaísmo vitivinícola”, ao mesmo tempo que se pretende obter no futuro um produto uniforme, passível de ser comercializado nos mercados mais exigentes e assim gerar riqueza para o território.

Na ocasião, todos os produtores se mostraram interessados em participar neste empreendimento e foi manifestada a disponibilidade por parte das enti-dades presentes em prestar apoio técnico no âmbi-to da valorização deste produto único e genuíno de Oleiros.

Neste ponto do processo, entendeu-se ser es-sencial efectuar um levantamento, o mais completo possível, de todas as videiras Callum existentes, de forma a garantir a defesa desta especialidade que se produz tradicionalmente e desde sempre em Olei-ros, sendo considerada “um tesouro antropológico” que faz parte do património imaterial concelhio. Por este motivo, foi solicitado aos proprietários de videi-ras “caluas” do concelho que contactem a autarquia local, a fim de se proceder ao inventário de todos os exemplares desta casta.

A abrir o novo ano, o evento representou um pas-so importante para a afirmação deste produto endó-geno de Oleiros, dando espaço ao diálogo e à partilha de ideias entre todos os intervenientes. No final, o entusiasmo foi geral, pois foram abertos novos hori-zontes para a definição de uma estratégia comum em torno desta causa.

Numa iniciativa do Município de Oleiro

Produtores de Callum reuniram-se em jantar vínico

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O sector do agronegócio está em expansão e com ele o aparecimento de empresas associadas. A prestação de serviços de qualidade e de proximi-dade com o cliente são requisitos a ter a conta para os empresários que deci-dem apostar nesta área.

Foi com este sentido que nasceu a Agroviriato, que para além da venda de produtos para o sector agrícola, é o novo distribuidor dos tractores Gol-dini para a região. A empresa distribui também a marca Mitsubishi.

Rui Manuel Oliveira, gerente da empresa, à Gazeta Rural, afirmou a aposta, lembrando a necessidade de “dar um atendimento capaz às reais necessidades de quem se dedica a esta área”.

Gazeta Rural (GR): Porque decidiu investir neste sector?

Rui Manuel Oliveira (RO): Apos-tamos no sector do agronegócio por-que entendemos ser necessário dar um atendimento capaz às reais necessida-des de quem se dedica a esta área. Nes-se âmbito, temos marcas de prestígio para os nossos clientes, que nos deram também a possibilidade de dar uma boa assistência técnica, que entendemos ser fundamental.

GR: Que marcas representam?RO: Temos a representação da

Goldoni e da Mitsubishi, duas grandes marcas a nível mundial, que dão boa assistência e garantias para podermos prestar um bom serviço pós-venda.

Pretendemos satisfazer as necessi-dades dos nossos clientes, oferecendo um produto de alta qualidade e, com isso, ter um cliente fidelizado. Esta é a nossa filosofia e postura na vida. Honestida-de, seriedade e um bom atendimento ao cliente são requisitos que entendemos fundamentais para estar neste negócio.

GR: Qual a área de cobertura da empresa?

RO: O nosso plano é o sul do distrito, nomeadamente os concelhos de Viseu, Carregal do Sal, Satão, Penalva do Cas-telo, São Pedro do Sul, Vouzela, Oliveira de Frades, Tondela, Santa Comba Dão e Mortágua.

Vamos procurar ter um atendimen-to de proximidade, não só aos novos clientes, mas também aqueles que têm as nossas marcas. Para isso vamos criar uma equipa de apoio ao cliente, seja de peças, seja em termos mecânicos. As nossas equipas estarão sempre prontas a ir ao local onde estão as máquinas para fazer as reparações necessárias.

Para além de representar a Mitsubishi

Agriviriato é o novo agente da Goldoni para Viseu

GR: Como vê o sector agrícola?RO: Está com algumas dificuldades,

mas tem gente que se dedica e traba-lha. São pessoas honestas, sérias e essa é uma das razões porque enveredamos por este sector.

GR: São um dos distribuidores que vai fazer o lançamento do novo Goldoni de 60 cavalos?

RO: Exactamente. Somos uma em-presa jovem, que, a nível nacional, vai lançar o Goldoni 60, que pela primeira vez vai ser comercializado na Penínsu-la Ibérica. São equipamentos fiáveis e com excelentes motores. Temos tam-bém máquinas com 20, 25, 30, 40 e 50 cavalos, a que juntamos agora o de 60. Temos também de 75 e 95 cavalos.

Temos também equipamentos para ao sector florestal, uma área que tem vindo a desenvolver-se de forma sig-nificativa. Neste campo, trabalhamos

com as maiores empresas a nível nacional de fornecimento de máquinas e equipa-mentos.

GR: Na região predominam a vi-nha e pomar, duas áreas que requerem equipamentos especificos?

RO: A Goldoni é uma marca forte nos vinhateiros e nos pomareiros. Vamos pri-vilegiar os vinhateiros, porque a marca é excelente para as vinhas. Temos máquinas com cabine, não só para a comodidade do condutor, mas especialmente para a apli-cação de produtos fitossanitários. Neste campo, vem equipado com filtros ade-quados.

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Investigadores da Universidade de Aveiro descobriram um processo “simples e eficaz” de aproveitar os resíduos de eu-calipto da produção de pasta de papel, extraindo compostos bioquímicos para uso farmacêutico e alimentar, anunciou hoje fonte académica. O processo de extracção é o culminar de uma investigação científica que teve início há 12 anos.

Primeiro descobriram que a casca do eucalipto é muito rica numa classe de compostos, designada por ácidos triterpéni-cos, e que é conhecida por ter uma ampla gama de proprie-dades biológicas. A esta descoberta, alcançada em 2002 por uma equipa de investigadores do Departamento de Química (DQ) da Universidade de Aveiro (UA), seguiram-se 12 anos de trabalho até anunciarem agora que desenvolveram um méto-do “simples, rápido e eficaz” de extracção e purificação desses compostos. O objectivo é que 2015 marque o início da imple-mentação industrial do processo de extracção dos compostos para que possam ser usados pelas indústrias farmacêutica e alimentar.

“A casca de eucalipto é um resíduo vegetal da indústria de pasta de papel, cuja utilidade tem sido unicamente a queima para geração de energia”, refere Carlos Manuel Silva. O investi-gador, um dos responsáveis pelo projecto, lembra que se trata de “um resíduo muito abundante que contém este conjunto de compostos de elevado valor acrescentado”, e cuja exploração a UA descobriu que pode ser realizada de forma integrada com o processo industrial de produção de pasta de papel.

As aplicações dos ácidos triterpénicos, aponta Armando Silvestre, coautor do estudo, podem ser muito variadas, po-dendo ir desde a cosmética, à nutrição humana e animal e à indústria farmacêutica. Neste último caso “os compostos pre-tendem-se geralmente puros, mas em cosmética e nutrição o próprio extracto - não purificado ou com níveis variáveis de purificação - poderá ser utilizado desde que os restantes com-ponentes não levantem entraves”.

Ao nível farmacológico, vários estudos publicados na li-teratura mostram que os ácidos triterpénicos existentes na casca do eucalipto possuem importantes propriedades bioac-

Empresa espanhola já mostrou interesse na extracção industrial

Universidade de Aveiro descobre método para aproveitar resíduos de eucalipto

tivas. É o caso dos ácidos ursólico, oleanólico e betulínico. Os dois primeiros, refere Armando Silvestre, “podem ser aplicados como antimicrobianos, antitumorais e hepatoprotetores, que protegem as células hepáticas de agentes tóxicos”. No que diz respeito ao ácido betulínico, “foi identificada a sua acção como agente anti-malária e anti-HIV”.

Implementação industrial no horizonte

O método de extracção e purificação dos ácidos triterpé-nicos da casca de eucalipto, já patenteado pela UA, baseia--se em processos de separação típicos e bem conhecidos da engenharia química e não requer solventes nem condições de operação especiais ou estranhos à realidade industrial. Para além disso, acrescenta Carlos Manuel Silva, “é comprovada-mente simples, rápido e eficaz”. Assim, refere o investigador, “para além do conhecimento científico que o suporta, existem garantias tecnológicas para uma implementação futura”.

O método descoberto na UA consegue extrair de cada 100 quilogramas de biomassa do eucalipto cerca de um quilograma de extracto bioactivo, quantidade que depois de ser purifica-da, e dependendo das concentrações de ácidos triterpénicos, pode alcançar valores entre as centenas e os milhares de euros por quilo.

A primeira empresa a sinalizar interesse na extracção in-dustrial dos ácidos triterpénicos derivados da biomassa de eu-calipto foi uma empresa espanhola dedicada à produção e co-mercialização de extractos vegetais. “Estamos presentemente em negociações e testes mais avançados, tendo em vista uma adaptação industrial do nosso processo e o uso dos nossos extractos como nutracêuticos [produto nutricional com valor terapêutico] em alimentação animal, para que 2015 possa ser um ano conclusivo no que à implementação industrial deste processo diz respeito”, desvenda Carlos Manuel Silva.

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O chão que pisamos, essa fina película do nosso planeta rica em vida e matéria inorgânica que veste os continentes e que designamos por solo, requere uma melhor compreensão e a nossa melhor atenção. E, este ano de 2015, é a ele dedicado. De facto, a Assembleia Geral das Nações Unidas, na sua 68º Sessão, declarou o dia 5 de Dezembro como Dia Mundial do Solo e 2015 como o Ano Internacional dos Solos.

Esta iniciativa internacional, que se desenvolverá ao longo de 2015, visa aumentar a consciencialização e a compreen-são da importância do solo para a segurança alimentar e as funções vitais dos ecossistemas. Tem os seguintes objectivos específicos: consciencializar a sociedade e os decisores públi-cos sobre a profunda importância do solo para a vida humana; educar o público sobre o papel crucial que o solo desempenha na segurança alimentar, na adaptação e mitigação das mu-danças climáticas, nos serviços essenciais dos ecossistemas, na redução da pobreza e no desenvolvimento sustentável; apoiar políticas e acções efectivas para a gestão sustentável e a protecção dos recursos do solo; promover o investimento em actividades de gestão sustentável do solo para desenvol-ver e manter solos saudáveis para diferentes utilizadores da terra e grupos populacionais; advogar por um reforço rápido da capacidade de recolha de informação sobre o solo e da sua monitorização em todos os níveis (global, regional e nacional).

Mas o que é o solo? Existem diferentes perspectivas sobre o que se entende por ‘solo’, a que correspondem também di-versas definições. No sítio na internet da Sociedade Portugue-sa da Ciência do Solo (http://www.spcs.pt/) encontram-se al-gumas definições que coincidem “quanto à localização do solo (à superfície da Terra), à sua constituição (muito heterogénea) e ao seu papel vital para os ecossistemas e a biosfera (através das plantas e de outros organismos vivos)”.

Uma das definições é esta: “O solo é geralmente definido como a camada superior da crosta terrestre, formada por par-

OPINIÃO

tículas minerais, matéria orgânica, água, ar e organismos vivos. O solo constitui a interface entre a terra, o ar e a água e aloja a maior parte da biosfera”.

Uma outra definição: “O solo é o material não consolidado, mineral ou orgânico, existente à superfície da terra e que serve de meio natural para o crescimento das plantas”. Esta definição sublinha a importância do solo como material de enraizamento das plantas e que é reservatório de nutrientes para elas. Sem solo não seria possível a agricultura e logo toda a civilização humana que se desenvolveu desde há cerca de 10 mil anos.

O solo está em íntima relação com a vida, permitindo que ela exista. Mesmo as formas de vida aquáticas, nos rios, lagos e oceanos, dependem do fluxo de materiais que são para eles transportados a partir dos solos.

Os solos não têm voz e há poucas pessoas a falar por eles, a estudá-los, a protegê-los, a usá-los de forma equilibrada. Uma boa utilização dos solos é crucial para a sobrevivência da espé-cie humana no planeta Terra. Por isso é de extrema importância estudar o solo para melhor o conservar e utilizar.

O solo é um recurso que está sujeito ao impacto da activi-dade humana. O solo demora milhares de anos a ser desenvol-vido, mas a actividade humana pode destruí-lo em horas! Daí a importância de iniciativas internacionais como o Ano Interna-cional dos Solos para nos consciencializarmos do que devemos ou não fazer para preservar os solos.

Assim que tiver oportunidade, apanhe um punhado de ter-ra do solo. E observe-a. Sinta a sua importância para todas as formas de vida e para a civilização humana.

António PiedadeCiência Viva

2015: Ano Internacional dos Solos

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Responsáveis pela emissão de 51% de todos os gases com efeito de estufa

Universidade de Vila Real quer reduzir impactos ambientais dos dejectos das vacas

Investigadores da Universidade de Vila Real estão a desen-volver soluções para reduzir os impactos ambientais causados pelos dejectos de vaca, animais que são considerados responsá-veis pela emissão de 51% de todos os gases com efeito de estufa.

“A utilização das técnicas que optimizámos permite uma redução até 50% da emissão de gases com efeito de estufa (GEE), como o dióxido de carbono e o metano, e de quase 100% da emissão de outros gases prejudiciais, como o amo-níaco”, afirmou, em comunicado, Henrique Trindade, investi-gador do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroam-bientais e Biológicas (CITAB).

O grupo de investigadores do CITAB, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, está a tratar chorume (dejec-tos animais misturados com água) através de processos de separação das fracções sólida e líquida e utilizando aditivos químicos e biológicos que permitem a redução dos gases. De acordo com Henrique Trindade, “os bovinos são responsáveis pela emissão de GEE em dois momentos distintos, no interior do animal: durante o processo digestivo e durante a transfor-mação dos efluentes (dejectos) produzidos”. Cada uma destas etapas corresponde, “em sistemas de produção intensiva, res-pectivamente, a cerca de 60% e de 40% do total das emissões de gás metano”.

O processo de tratamento, segundo Henrique Trindade, “é relativamente barato e tem viabilidade económica, mas vai obrigar à formação dos produtores para a optimização dos re-sultados”.

A investigação na academia transmontana está a ser feita no âmbito do projecto internacional “ReUseWaste”, que en-globa oito unidades de investigação e ensino e oito empresas de sete países europeus. O grupo do CITAB já está também a desenvolver estudos semelhantes na área da suinicultura e vai avançar ainda este ano com um projecto idêntico com aves.

Henrique Trindade referiu que uma vaca emite, em média, “115 quilos de gás metano por ano, o que equivale a quase três mil quilos de dióxido de carbono”. “Considerando o efeito de estufa num intervalo de 100 anos, um quilo de gás metano equivale a 25 quilos de dióxido de carbono. Este é um dos prin-cipais contributos destes animais e outros ruminantes para as alterações climáticas”, explicou o responsável.

Segundo um estudo do “Worldwatch Institute”, estes ani-mais são responsáveis pela emissão de 51% de todos os ga-ses com efeito de estufa e que estão na origem de alterações climáticas, como o aumento da temperatura. O documentário “Cowspiracy”, recentemente exibido em Portugal, aponta a produção animal como a causa número um da emissão de GEE e de outros problemas ambientais.

Apesar disso, o investigador do CITAB realçou a importância da pecuária. “Os animais têm um papel importante no equilíbrio dos ecossistemas agrícolas, na estabilidade económica e ajudam a valorizar muitos recursos vegetais, como a erva, que não são adequados para utilização directa na alimentação humana”, sus-tentou. Além disso, acrescentou, “o sector animal permite obter matérias-primas e produtos essenciais como as peles, a lã e os fertilizantes orgânicos (estrumes)”.

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“Transformar os produtos leiteiros açorianos nos “melhores do mundo”, potenciando as suas características naturais” é o objectivo do Programa “Leite de Vacas Felizes”, um projecto da Bel Portugal, através da marca Terra Nostra., que fez o lançamento do Programa junto dos seus 500 produtores de leite nos Açores.

Este projecto tem como missão contribuir para uma produ-ção mais sustentável, de forma a conseguir um leite único de qualidade superior – um puro leite de pastagem. Na apresenta-ção do programa a directora geral da BEL Portugal, Ana Cláudia Sá, defendeu que este projecto visa transformar os produtos lei-teiros açorianos nos “melhores do mundo”, potenciando as suas características naturais.

Com práticas agrícolas sustentáveis e elevados critérios de qualidade, a grande diferenciação deste programa está na pastagem. O melhor leite vem da pastagem e de vacas felizes, que vivem ao ar livre e em comunidade, com uma alimentação à base de erva fresca o ano inteiro. É também uma preocupação do programa, contribuir para a viabilidade económica das explo-rações parceiras.

O programa Leite de Vacas Felizes está dividido em cinco pilares: pastagem, bem-estar animal, qualidade e segurança ali-mentar, produção sustentável e eficiência. Para aderir ao pro-grama e ser um produtor certificado, este tem de cumprir um conjunto de requisitos e boas-práticas agro-pecuárias tendo,

Marca açoriana ‘Terra Nostra’ aposta na diferenciação

Programa “Leite de Vacas Felizes” quer transformar os produtos leiteiros

açorianos nos “melhores do mundo”

por outro lado, à sua disposição um conjunto de benefícios que passam por uma melhor valorização do leite, suporte técnico dedicado, apoio na aquisição de sistemas informáticos ade-quados e vários benefícios sociais.

A marca Terra Nostra, símbolo de pura naturalidade, re-força com este programa o investimento na sua origem única, Açores. Terra Nostra representa a terra das vacas felizes, a ter-ra do puro leite de pastagem.

O programa foi anunciado num evento realizado em Ponta Delgada, que contou com a presença de Vasco Alves Cordei-ro, presidente do Governo Regional dos Açores, de Luís Neto Viveiros, secretário Regional da Agricultura e Ambiente e da vereadora da Câmara de Ponta de Delgada.

“O lançamento do Programa Leite de Vacas Felizes é mais um passo na superiorização do nosso leite, vindo também criar valor e proteger o nosso bem mais precioso – os Açores, a nossa terra. Este programa revela o compromisso da BEL para com a nossa origem, em termos o melhor leite, único, distinto, que crie valor em toda a cadeia de produção. Este Programa é sobre fazer o bem, para os nossos animais, para o ecossistema, para os Açores e para todos nós. Vamos trabalhar em conjunto com os nossos produtores e com o Governo Regional, para que seja uma verdadeira parceria, e que no final, tenha a garantia de um leite distinto – puro leite de pastagem, protegendo os

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belos recursos naturais dos Açores”, declarou Ana Cláudia Sá, Directora Geral da Bel em Portugal.

Em Portugal, a BEL conta com três fábricas, duas nos Aço-res e uma em Vale de Cambra, dando emprego a cerca de 500 colaboradores. Nos Açores, emprega perto de 250 pessoas e trabalha com 500 produtores locais.

Para 2015 a empresa tem previsto um reforço de investimento nos Açores, na ordem dos sete milhões de euros, que inclui investi-mento directo no Programa Leite de Vacas Felizes, bem como nas unidades fabris dos Açores.

Apesar do enquadramento socioeconómico com menor poder de compra, 2014 foi um ano positivo para a BEL. No ano passado a empresa facturou cerca de 130 milhões de euros, re-gistando um crescimento de mais 7% do que em igual período do ano anterior. O ano transacto foi também de consolidação da sua posição como líder no mercado total de queijo, alcançada através de uma forte aposta na I&D e na manutenção de inves-timentos em comunicação de todas as marcas. Para 2015 a BEL anuncia previsões de crescimento em todas as marcas do seu portefólio, como Terra Nostra e Limiano, bem como uma evolu-ção mais célere das marcas internacionais A Vaca que Ri e Mini Babybel, direccionadas ao target infantil.

Açores querem compensação financeira de Bruxelas devido

ao fim das quotas leiteiras

Presente na apresentação do Programa “Leite de Vacas Fe-lizes”, o presidente do Governo Regional dos Açores defendeu um financiamento complementar ao POSEI para compensar as regiões ultraperiféricas (RUP) do impacto do desmantelamento do regime de quotas leiteiras na União Europeia.

Vasco Cordeiro explicou que as verbas reivindicadas como complemento ao POSEI, programa específico da UE para com-pensar as RUP, visam também o facto dos grandes países produ-tores, no âmbito do embargo russo, poderem criar mecanismos de compensação para fazer face à queda do preço do leite aos produtores.

Vasco Cordeiro considerou que o fim do regime de quotas no espaço comunitário vai resultar em “desafios significativos”, mas defendeu que se deve encarar este cenário “não como uma inevitabilidade sem resposta possível, mas sim como uma opor-tunidade para vingarmos num mercado com novos contornos”. “Um mercado mais desregulado, é certo, mas também, cada vez mais consciente de que não é tudo igual nas prateleiras das su-perfícies comerciais, e cada vez mais exigente quanto a matérias como a qualidade, a segurança alimentar e a sustentabilidade de modos de produção”, declarou.

O presidente do executivo açoriano reiterou que vai conti-nuar a lutar contra uma decisão da UE que, como está desenha-da, “não tem em conta a situação das economias” das regiões ultraperiféricas, de forma particular dos Açores. Vasco Cordeiro quer inscrever na agenda da XX conferência dos presidentes das RUP, que vai ter lugar a 5 e 6 de Fevereiro, em Guadalupe, a questão das quotas leiteiras.

O presidente do Governo dos Açores declarou, por outro lado, que se tem vindo a trabalhar internamente o desmantela-mento das quotas leiteiras com todos os agentes do sector que souberam, na sua óptica, “utilizar de forma eficiente” os recursos disponibilizados pelo executivo nos últimos anos.

De acordo com o líder do executivo açoriano, entre 2007 e 2013, os investimentos efetuados na modernização das explora-ções agro-pecuárias totalizaram cerca de 80 milhões de euros, enquanto a produção média anual por exploração se situa ac-tualmente em cerca de 200 mil litros, quando, há quatro anos,

era de cerca de 150 mil litros.Vasco Cordeiro apontou ainda que foi canalizado um volu-

me de fundos comunitários que gerou um investimento supe-rior a 90 milhões de euros na modernização do nosso sector agroindustrial.

O chefe do executivo açoriano afirmou que foi inscrito na carta regional de obras públicas, para esta legislatura, inves-timentos num valor de cerca de 30 milhões de euros que vão “contribuir para uma maior qualidade” e para “reforçar a com-petitividade das explorações, por via da redução dos custos de produção”. Vasco Cordeiro considerou que todo o traba-lho desenvolvido internamente só surtirá efeito se os produtos açorianos forem diferenciados dos restantes que chegam ao mercado, apelando à qualidade. Deixou ainda a mensagem de que os desafios que se colocam ao sector só podem ser ul-trapassados num ambiente de “forte parceria” e “cumplicidade entre a produção, transformação e comercialização”.

Vasco Cordeiro divulgou também que iria ser aprovado em Conselho de Governo, a estratégia de operacionalização, iden-tidade visual e assinatura da marca Açores, transversal a toda a produção regional.

A Gazeta Rural esteve nos Açores a convite da Bel Portugal

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A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) passou a dispor de instalações laboratoriais com o nível 3 de biossegurança, que possibilitarão o diagnóstico e a investigação na área da microbiologia veterinária.

Na câmara do laboratório “serão manipulados, em condições de segurança, agentes indígenas ou exóticos que podem causar doenças graves ou letais em humanos”, explicam os docentes da escola João Mesquita e Fernando Esteves.

Segundo os docentes, o laboratório de biossegurança de nível 3 (Biosafety level 3 -- BSL3) é considerado “uma infra-estrutura veterinária de excelência no apoio da sanidade na ovinicultura da região centro”. Foi criado no âmbito de uma estrutura mais ampla do Departamento de Zootecnia, Engenharia Rural e Veterinária de apoio à produção animal, o Ovislab. A implementação deste novo equipamento resulta de uma candidatura do IPV no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro Mais Centro, com um financiamento total de 680.019 euros.

João Mesquita e Fernando Esteves referem que o labora-tório BSL3, “único no país, é adequado a necropsias de animais de espécies de pequeno, médio e grande porte, centrando-se e focando-se em Viseu o núcleo científico de sanidade animal ovi-nícola de apoio à produção animal nas doenças de sério potencial zoonótico”. “Permite ainda prestar apoio à monitorização e aler-ta precoces de vírus emergentes e tendencialmente epidémicos, com potencial impacto muito negativo para a saúde animal, te-cido produtivo primário e, consequentemente, para a economia regional”, acrescentam.

Os docentes realçam que, “com a instalação deste labora-tório, é agora possível disponibilizar suporte numa panóplia de

Uma infra-estrutura de excelência no apoio da sanidade na ovinicultura da região

Agrária de Viseu com novo laboratório na área da microbiologia veterinária

doenças infecciosas em ovinos”, cuja manipulação era le-galmente vedada devido à “transmissibilidade e perigosidade para a saúde humana”.

Graças às “modernas barreiras de segurança biológica agora instaladas é adequada a manipulação de agentes mi-crobiológicos do nível de segurança 3”, ou seja, aqueles que são capazes de causar “doença grave na saúde humana e risco grave para os trabalhadores e capaz de se propagar na colectividade”. Muitas destas doenças humanas de nível de segurança biológica 3 são provenientes de ovelhas.

João Mesquita e Fernando Esteves lembram que a região da Serra da Estrela “é o solar da ovelha autóctone com o mes-mo nome, cujo potencial produtivo, associado ao saber fazer de um dos melhores queijos de montanha da Europa, consti-tui um dos pilares da sustentabilidade socioeconómica” desta área. “A rusticidade e as potencialidades produtivas da ovelha Serra da Estrela fazem dela o motor de desenvolvimento que contribui decisivamente para a fixação de pessoas e ocupa-ção do território, nesta área significativa da Região Centro”, frisam.

Atendendo à proximidade à Serra da Estrela e ao trabalho que tem desenvolvido na área da ovinicultura, a Escola Supe-rior Agrária de Viseu “está fortemente sensibilizada e compro-metida na prática de investigação aplicada e de desenvolvi-mento tecnológico de apoio à ovinicultura da região”.

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Ecoápis vai construir unidade produtiva em Boticas

“Queremos apostar forte na transformação do mel”

O sector do mel tem vindo a re-velar-se uma boa opção para quem se quer dedicar a uma actividade no meio rural. Contudo, há ainda um lon-go caminho a percorrer, nomeada-mente na área da investigação.

A Ecoapis, sedeada em Vinhais, é uma empresa que se dedica não só à produção, mas também o apoio a outros apicultores. A empresa vai apresentar uma candidatura para a construção de uma unidade fabril em Boticas, para a produção de hidromel e outros produtos derivados.

Gazeta Rural (GR): O que é a Ecoapis?

Nelson Moura (NM): A Ecoapis foi criada em 2010 com o objetivo de auxiliar o sector apícola, investindo e desenvolvendo várias componentes, nomeadamente científica, produtiva e a transformação dos produtos e dos subprodutos.

Contamos com o apoio de uma ins-tituição de ensino superior, o Instituto Politécnico de Bragança, que está a de-senvolver um estudo da transformação do mel em hidromel e vinagre. Vamos também apresentar uma nova candida-tura para a construção de uma unidade fabril de hidromel e de vinagre em Bo-ticas.

Neste momento a empresa dá apoio na elaboração e acompanhamento de projetos apícolas, na venda de material e também na análise e aplicação de fi-tofármacos em apiários.

GR: O projecto de produção de hi-dromel em que consiste?

NM: Uma das valências em que queremos apostar forte na transfor-mação do mel em outros produtos, nomeadamente o hidromel e o vinagre. Entendo que na componente científi-ca, na investigação, o sector ainda tem muito para se desenvolver. Há poucos estudos sobre a área apícola, nomea-damente o comportamento das coló-nias, as doenças e pragas que afectam, muitas vezes, a produção, nas técnicas e melhoramentos produtivos, mas tam-bém os aspectos ambientais, como o rejuvenescimento da flora apícola, que, muitas vezes, com as más práticas agrí-colas leva a um declínio do meio am-biente, nomeadamente com a aplicação de alguns fitofármacos e pesticidas.

GR: Para além da produção, ela-boram projectos?

NM: Trabalhamos com um gabine-te que faz a parte mais burocrática das candidaturas. Nós fazemos no terreno o acompanhamento de todo o processo,

desde o aconselhamento ao apicultor e material mais adequado, qual o in-vestimento que deve fazer, para que tenha uma boa taxa de rentabilidade, se a ideia for aumentar consideravel-mente a produção dos vários produ-tos.

Tentamos direccionar o projecto para o produto que o apicultor quer produzir. Se um apicultor quer pro-duzir pólen, própolis ou outro tipo de subproduto, nomeadamente a cera. Também damos formação ao apicul-tor de modo a que tenha o conheci-mento necessário para que atingir as metas produtivas.

Neste momento acompanhamos oito apicultores.

GR: Com a nova unidade, quan-tos postos de trabalho pensa criar?

NM: Com o novo projecto, que está em andamento, logo no arran-que na unidade industrial teremos seis funcionários, três dos quais qualifica-dos. Estimamos nos próximos quatro anos chegarmos aos 20 postos de trabalho.

GR: Tem uma parceria com a CAPOLIB. Que importância atribui ao projecto e, por outro lado, a essa parceria?

NM: Estamos abertos a melhorar a parceria com a Capolib, nomeada-mente na mais-valia que é o mel DOP de Barroso. Pretendemos que Boticas aumente o seu poder de compra com a criação de novos postos de traba-lho, com o incentivo para que mais jovens e mais pessoas invistam no sector.

GR: Está a investigar o ‘Veneno da Abelha’?

NM: Vamos iniciar este ano de 2015 uma investigação em torno do veneno da abelha, que consiste na recolha e no estudo comportamental da colónia após a recolha. Pensamos que ao retiramos o veneno, isso irá in-duzir um comportamento na colonia e que poderá levar a um aumento da produtividade.

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A XVII Feira Gastronómica do Porco, em Boticas, abriu com “chave de ouro” o ciclo das feiras de fumeiro que no início de cada ano se realizam na região transmontana, tendo atraído milhares de pessoas àquele concelho, ultrapassando as expec-tativas da organização, com mais de 70 mil visitantes, o que se repercutiu num elevado volume de negócios, resultante da venda de fumeiro e dos derivados do porco, mas também das refeições servidas nas “tasquinhas” presentes no recinto.

Nem mesmo o facto da edição deste ano ter acontecido mais cedo do que o habitual, e muito próxima das festividades natalícias e de Ano Novo, foi razão para impedir que milhares de pessoas visitassem o concelho de Boticas, desfrutassem da boa música tradicional, assistissem às espectaculares chegas de bois e adquirissem algum fumeiro e artesanato. A anima-ção começou logo nos primeiros instantes quando as portas abriram na hora do almoço de sexta-feira, começando desde logo a azáfama e a correria às “tasquinhas”, reinando a ansie-dade em voltar a sentir o gosto das saborosas especialidades gastronómicas locais, como o Arroz de Costelas e Chouriça, o Cozido à Barrosã, o Caldo Barrosão, os Rojões no Pote, as Costelas de Vinho e Alho e a Feijoada Barrosã, assim como dos produtos fumados como o salpicão, a chouriça e a alheira, não esquecendo o presunto de Barroso e a bola centeia. Tudo isto acompanhado dos vinhos regionais, com destaque para o pe-culiar “Vinho dos Mortos”, procurado por todos os visitantes.

Para o presidente da Câmara de Boticas, a XVII edição da Feira “não podia deixar o Município mais orgulhoso, quer pela qualidade que continua a oferecer, quer pela quantidade de pessoas que nos visitou”. Fernando Queiroga sublinhou que a “aposta na organização deste evento está claramente ganha, assentando no valor insubstituível destes produtos e na impor-tância que esta iniciativa representa para o desenvolvimento da economia local”, afirmou o autarca.

A edição deste ano contou com redobrados motivos de inte-resse, a começar pela muita animação presente ao longo dos três dias e terminou em grande com a transmissão do programa da TVI “Somos Portugal” directamente de Boticas, que acabou por ser também responsável pela grande “enchente” registada durante o domingo no recinto da feira e por um anormal movimento na vila. Pelo meio, a realização de várias sessões de showcooking no re-cinto da Feira, com a presença de conceituados chefs da gastro-

Ciclo de Feiras do Fumeiro abriu com chave de ouro em Boticas

Feira Gastronómica do Porco teve mais gente do que nunca

nomia portuguesa, como Luís Portugal, ex-concorrente do progra-ma Masterchef, Hugo Laranjeira, chef do Boticas Hotel - Art & Spa, Lígia Santos, primeira masterchef de Portugal, e Filipe Moreira, da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro, bem como alguns alunos da mesma escola, num programa organizado por Graça Saraiva, da empresa transmontana Ervas Finas e comentado pelo crítico gas-tronómico Fernando Melo.

A avaliar pelos comentários dos visitantes, a Feira Gastronó-mica do Porco de Boticas é, de facto, uma oposta ganha e um exemplo de sucesso, que promete continuar por longos anos e ser um ponto de romaria obrigatório a cada ano que passa.

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Algumas aldeias de Vila Flor, no distrito de Bragança, con-trariam o cenário generalizado de abandono do meio rural com o nome associado a marcas líderes de mercado e a uma con-centração de investimentos garante de algumas centenas de postos de trabalho.

A aldeia de Benlhevai pôs os portugueses a comer cogume-los há 25 anos, sendo a sede do maior produtor ibérico do sec-tor, criado por um empresário local. E em Sampaio, no mesmo concelho, jorram nascentes naturais de águas gaseificadas que curavam maleitas digestivas, foram vendidas em farmácias e inspiraram uma nova líder de mercado, com os sabores da Frize.

Totalizam mais de 200 postos de trabalho a que se juntam mais de uma centena, divididos pelo centro de apoio e manu-tenção da Ascendi - a concessionária das novas estradas IP2 e IC5, que se cruzam neste concelho da Terra Quente -, pela Capsfil, uma pedreira do grupo Mota-Engil para pavimentos ro-doviários, da Resíduos do Nordeste e da DouroGás, que inves-tiu num posto de abastecimento de Gás Natural Veicular para frotas de camiões.

A Santa Casa da Misericórdia lidera como maior emprega-dora, com 220 postos de trabalho num concelho com menos de 6.500 habitantes.

O sector agrícola marca também a dinâmica empresarial com as novas potencialidades do alargamento do regadio no Vale da Vilariça, terra fértil em hortícolas e pomares de citrinos e pêssego distribuídos por grandes superfícies.

Uma “economia muito sustentada” que faz de Vila Flor “o segundo ou terceiro maior exportador do distrito” de Bragança, segundo o presidente da Câmara, Fernando Barros, que aponta ainda as “grandes empresas agrícolas”, com destaque para os mercados do vinho e do azeite.

Em pleno Vale da Vilariça está instalada uma das fábricas da Sumol/Compal, responsável pelas águas com gás natural Frize que foi mostrada, no início de Dezembro, junto com as empresas locais de cogumelos, como exemplo de investimento sustentável, no evento Smart Travel, que reuniu no Nordeste Transmontano especialistas em soluções inteligentes, o cha-mado conceito “smart”.

Há mais de um século que há registo da exploração das “milagrosas” águas com gás natural na zona de Sampaio. “Eram um remédio milagroso, davam para tudo e até para to-mar banhos”, recorda José Afonso Lopes, natural do concelho e actual responsável pela manutenção.

Da exploração artesanal que era feita pela família Morais já nada resta e, há 20 anos, aquelas que foram vendidas como águas Bem Saúde deram lugar à Frize, com a aquisição por par-te pela Fonte Netura. Mais tarde, chegou o grupo Sumol Com-pal, introduziu a novidade dos sabores e criou uma marca líder, sobretudo com o sabor a limão.

Em Sampaio são produzidos oito milhões de litros por ano, desde a extracção, ao processo de separação do gás natural e reintrodução do mesmo, engarrafamento, rotulagem e arma-zenamento. A empresa emprega 27 pessoas. Já teve o dobro. O responsável local garante que a apesar de a crise ter travado o crescimento, a produção está “estabilizada”.

Na aldeia de Benlhevai crescem os cogumelos, desde que há 25 anos o jovem Artur Sousa descobriu os “champignon” numa viagem e a França e decidiu “importar” o negócio, numa época em que os fungos ainda não eram moda na culinária portuguesa.

Com várias empresas ali instaladas

Aldeias de Vila Flor lideram mercados dos cogumelos às águas com gás

Começou com seis salas de produção na aldeia de Benlhe-vai, onde continua a empresa-mãe, com cerca de 170 postos de trabalho daquele que se transformou num grupo com mais unidades em Paredes, Vila Real e Espanha, e com perspectivas de expansão que não revela “por uma questão de estratégia”.

De Benlhevai saem para todas as unidades, por semana, 400 toneladas do composto conhecido na zona pelo caracte-rístico cheiro e que permite produzir semanalmente 170 tone-ladas de cogumelos.

Mais de metade, “60 a 70%” é exportada para Espanha, França e Holanda, como explicou Amável Teixeira, director do departamento de produção do grupo, que conquistou 90% do mercado português de cogumelo fresco e enlatado. A Sousa-camp emprega directa e indirectamente “700 pessoas, 170 na empresa-mãe”.

Da mesma família, mas com um negócio à parte, um irmão, Eurico de Sousa, criou há 20 anos a Micellium, que produz co-gumelos em fresco e produtos transformados, com a marca Alfunghi, dos quais se destaca a alheira de cogumelos, que é produto patenteado, os cogumelos de azeite de ervas finas e pudim de cogumelos.

A organização da empresa assenta num modelo de franchi-sado e, “nos próximos cinco dez anos”, Eurico Sousa ambiciona instalar 20 franchisados em Trás-os-Montes e mais dez a nível nacional, em zonas estratégicas”. Com 40 postos de trabalho, comercializa 15 toneladas por semana em fresco e factura cer-ca de dois milhões de euros por ano. “Há aqui um conhecimen-to que pode criar riqueza”, realça o autarca local, defensor da criação de um centro de investigação do cogumelo em torno deste núcleo de Benlhevai.

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A Câmara de Idanha-a-Nova vai vender os 45% da sua participação na empresa Hortas de Idanha, instalada no Centro Logístico Agroalimentar de Ladoeiro. A empresa Hortas de Idanha é uma sociedade comercial anó-nima, fundada em Março de 2010, pelo município de Idanha-a-Nova, por produtores agrícolas e por agentes económicos.

“O próximo quadro comunitário de apoio Portugal 2020 é de oportu-nidade para as organizações de produtores e a câmara não podia manter este valor, 45 por cento do capital social, e tinha de o pôr à venda”, susten-tou o presidente do município de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto.

O autarca explicou ainda que atendendo ao valor patrimonial que a Hortas de Idanha já tem, entendeu-se “ser este o momento certo para sair e dar lugar” aos interessados, sendo que “os associados têm preferência nesta aquisição”.

Caso os associados da empresa não comprem os 45 por cento de ca-pital social detido pelo município, as acções que sobrarem serão colocadas à venda, tendo, então, preferência os agricultores, acrescentou o autarca. “A Câmara teve o propósito com o projecto Hortas de Idanha de intervir na economia dentro do que é legalmente possível, para promover as activida-des económicas”, explicou Armindo Jacinto.

O município de Idanha-a-Nova foi o sócio com maior parcela do ca-pital social na empresa, mas a sua participação é inferior a 50 por cento, salientou. “Entendemos que a empresa Hortas de Idanha tem tido um de-senvolvimento positivo, que se reflecte no seu valor patrimonial”, concluiu o autarca de Idanha-a-Nova.

A Hortas de Idanha, situada no Centro Logístico Agro-alimentar de La-doeiro, no concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, assu-miu-se como mais uma resposta à necessidade de desenvolver e dinamizar o potencial agrícola do concelho de Idanha-a-Nova.

A empresa tem por objecto a produção, transformação e comerciali-zação de produtos hortofrutícolas e prestação de serviços associados e comercializa de produtos originários dos seus agricultores, cujo destino é o mercado em fresco e a indústria.

Os pagamentos aos agricultores no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder) atingiram 721 milhões de euros em 2014, menos dez milhões do que em 2013, valor ao qual se somam 109 milhões de euros pagos ao abrigo do novo progra-ma PDR2020. No total foram cerca de 830 milhões de euros destinados à agricultura, dos quais 110 milhões de euros prove-nientes do Orçamento do Estado, segundo os dados fornecidos pelo Ministério da Agricultura.

Os 109 milhões de euros pagos no âmbito do PDR 2020, o programa de fundos comunitários que substitui o Proder, são relativos à manutenção da actividade agrícola em áreas des-favorecidas, compensando os agricultores pelas desvantagens inerentes à produção agrícola em zonas de montanha ou zonas que integram a Rede Natura 2000, por exemplo. A medida be-neficia cerca de 112 mil agricultores.

O ano de 2014 marcou a transição entre o Proder, o progra-ma de fundos comunitários destinado à agricultura e ao desen-volvimento rural, que vigorou entre 2007 e 2013, e o novo PDR 2020, cuja execução se vai prolongar até 2022. Os programas

Segundo os dados fornecidos pelo Ministério da Agricultura

Proder pagou 721 milhões de euros aos agricultores em 2014

de fundos comunitários podem ser executados, ou seja, pagar despesas, durante dois anos após o fim do seu período de vi-gência, podendo haver transferência de verbas entre progra-mas.

A taxa de execução do Proder chegou aos 93% em 2014, enquanto a execução do PDR 2020, que abriu as primeiras me-didas em Novembro, ficou em 2%. Quanto às ajudas directas, ou seja, os subsídios pagos aos agricultores em função do his-tórico de produção, o Ministério da Agricultura salienta que fo-ram antecipados para Outubro os pagamentos previstos para Dezembro, pelo terceiro ano.

“Como previsto, em Dezembro, foram feitos os pagamentos (...) da primeira prestação de 45% do Regime de Pagamento Único (118 milhões de euros), de 15% do Prémio por Vaca em Aleitamento (21 milhões de euros) e de 45% do Prémio por Ovelha e Cabra (14 milhões de euros)” que complementam os pagamentos feitos em Outubro, adianta o ministério.

Associados têm preferência nesta aquisição

Câmara de Idanha-a-Nova vende participação na empresa Hortas de Idanha

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7ª EDIÇÃO DA FEIRA DE CAÇA,PESCA E DESENVOLVIMENTO RURAL

06 A 08 FEVEREIRO 2015VILAR FORMOSO | Pavilhão Multiusos

DIA 6 AUGUSTO

CANÁRIO EAMIGOS

DIA 7 SONS DO MINHO

E FADOS

DIA 8RANCHOS

Expo Tasquinhas‘Caça e Pesca no Prato’Expo Termal e Bem-EstarExpo Canina e FlorestalExpo Agro-PecuáriaExpo Radical e Infantil

Colóquio Subordinado ao Tema “Esclarecimento aos Agricultores - Política Agrícola Comum 2014-2020”Abertura da 7ª Edição da Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural Pesca à Truta “Demonstração ao Vivo”Inauguração Ocial da Feira“Caça ao Gambuzino”Demonstração de FalcoariaExpo Tasquinhas “Caça e Pesca no Prato” com AnimaçãoEspetáculo “Augusto Canário e Amigos” Encerramento da Feira

06 DE FEVEREIRO (SEXTA-FEIRA)

14h30-

18h00-

18h00-

18h30-18h45-19h00-

19h30-

21h00-

24h00-

Montaria ao Javali (Local: Nave de Haver – Associação Recreativa, Cultural e Social de Nave de Haver)

Abertura da FeiraPesca à Truta “Demonstração ao Vivo”Demonstração de FalcoariaExpo Tasquinhas “Caça e Pesca no Prato” com AnimaçãoDemonstração de Tiro ao Arco e Besta- Federação de Arqueiros e Besteiros de Portugal“Caça ao Gambuzino”Leilão das Peças Abatidas na Montaria ao Javali de Nave de Haver, no Pavilhão Multiusos de Vilar FormosoExpo Tasquinhas “Caça e Pesca no Prato” com FadosEspetáculo com o Grupo “Sons do Minho”Encerramento da Feira

07 DE FEVEREIRO (SÁBADO)

08h30-

10h30-11h00-11h30-12h00-

14h30-

16h00-17h00-

19h30-

21h30-24h00-

Largada de Perdizes e Pombos (Local: Vilar Formoso-Clube de Caça e Pesca de Vilar Formoso)

Abertura da FeiraPesca à Truta “Demonstração ao Vivo”Demonstração de FalcoariaExpo Tasquinhas “Caça e Pesca no Prato” com AnimaçãoDemonstração de Tiro ao Arco e Besta - Federação de Arqueiros e Besteiros de Portugal“Caça ao Gambuzino”Encontro de Ranchos em Ambiente de ArraialEncerramento da 7ª Edição da Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural

09h30-

11h00-10h30-

11h30-12h00-

15h00-

15h15-

15h30-20h00-

08 DE FEVEREIRO (DOMINGO)

co-nanciamentoORGANIZAÇÃOCâmara Municipal de Almeida

APOIOJunta de Freguesia de Vilar Formoso

ATIVIDADES A DECORRER NA FEIRA

* 25 de Janeiro- 08h30- Montaria ao javali – Local: Freineda – Clube de Caça e Pesca da Freineda

Passeios de Charrette, “Caça ao Gambuzino”, “Os Beirões da Horta”, Expo Termal e Bem- Estar, Expo Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural, Expo Tasquinhas “Caça e Pesca no Prato” com Animação, Expo Florestal (Mostra de Espécies Autóctones e Cinegéticas), Expo Radical e Infantil (Touro Mecânico, Parede Escalada, Rappel, e

Insuável), Expo Canina (Cão de Caça e Cão Serra da Estrela) e Expo Agro-pecuária (Maquinaria, Gado Bovino, Ovino, Caprino, Asinino, entre outros)

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O presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Marques Jorge, disse que o município apresentou candidaturas co-munitárias no valor de 4,7 milhões de euros destinadas à limpeza da floresta do concelho. “A Câmara de Oleiros tem como um dos pontos principais de acção a defesa da flo-resta do concelho. Daí ter inscrito no orçamento deste ano verbas para investimentos na videovigilância, rede primária e apoio aos bombeiros”, referiu Fernando Marques Jorge.

O autarca revelou ainda que aquele município do distri-to de Castelo Branco está também “em negociações com o Ministério da Defesa para a cedência de maquinaria pesada ao município cujo destino é a limpeza das matas”.

O município de Oleiros já iniciou a preparação para a época dos fogos florestais, com a realização de trabalhos de beneficiação da Rede Viária Florestal (RVF), no âmbito do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI). Nesta primeira fase, os trabalhos compreendem a limpeza de caminhos florestais em duas freguesias do concelho (Madeirã e Sobral), numa extensão de 100 qui-lómetros, sendo posteriormente alargados às restantes freguesias de Oleiros. A RVF inclui um conjunto de vias de comunicação, asfaltadas ou não, que atravessam ou dão acesso aos espaços florestais do concelho.

Os trabalhos agora iniciados têm como objectivo me-lhorar as condições de circulação dos diversos veículos de combate a incêndios florestais e a criação de locais de cru-zamento e de pontos de inversão de marcha. A autarquia considera que a criação destas “boas condições de acessi-bilidade são fundamentais para uma rápida intervenção nas acções de detecção e combate aos incêndios florestais, diminuindo a probabilidade de ocorrência de incêndios de maior dimensão”.

Doenças e pragas do pinheiro e eucalipto levam especialistas a Oleiros

Realiza-se no próximo dia 22 de Janeiro, pelas 10 horas, no Auditório da Casa da Cultura de Oleiros, uma acção de sensibilização e informação sobre as doenças e pragas que ocorrem nas espécies florestais com maior expressão no território: o pinheiro bravo e o eucalipto.

A iniciativa é do Município de Oleiros, em parceria com o Insti-tuto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e destina-se à população em geral, com especial enfoque para produtores, técnicos, OPF´s, empresários e proprietários florestais.

A acção irá contar com a intervenção dos especialistas José Manuel Rodrigues, do ICNF, e Edmundo Sousa, do Ins-tituto de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), e terá como moderador o Comendador José Santos Marques.

Esta será uma excelente ocasião para esclarecer os vá-rios interessados sobre alguns dos vectores bióticos que mais ameaçam a floresta portuguesa, sendo responsáveis pelo seu declínio. É o caso do gorgulho-do-eucalipto, da proces-sionária do pinheiro, da broca do eucalipto, do nemátodo da madeira de pinho, do cancro e do bolor cinzento do eucalipto, entre outros.

Revelou o presidente da Câmara de Oleiros

Município apresentou candidaturas comunitárias de 4,7 ME para limpeza da floresta

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 239Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, Fernando Ferreira e José MartinsOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores | Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Zona Industrial de Coimbrões, Lote 44 - 3500-618 ViseuTiragem média Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

Sustentabilidade é uma palavra cada vez mais comum no nosso vocabulário, mas o que é a sustentabilidade na agricultu-ra e como podemos aplicar este conceito?

Na década de 60, entendeu-se que com o crescimento ex-ponencial da população, os produtos agrícolas que se produ-ziam não seriam suficientes para alimentar toda a população mundial. E com esta preocupação introduziu-se na agricultura o conceito de produção intensiva!

Produção intensiva não é nada mais, nada menos, que ex-plorar ao máximo todos os recursos agrícolas: solo, água, mate-rial vegetal, factores de produção, etc.

Durante muitos anos, o objectivo da agricultura foi produzir o máximo possível (a máxima quantidade ao mais baixo custo) sacrificando-se desta forma os recursos naturais, em alguns ca-sos de forma irreversível.

Mas a que custo? A custos muito elevados, causando pro-blemas ambientais e de saúde humana, como poluição, degra-dação do solo e perda de biodiversidade!

Hoje, sabe-se também que não existe falta de produção agrícola, existe sim, produtos agrícolas mal distribuídos e, des-perdícios em algumas partes do planeta, quando noutras parte há escassez de alimentos. Sustentabilidade agrícola, também passa por mitigarmos este problema.

Se a agricultura é uma actividade económica e deve ser vista como tal, ou seja, as explorações agrícolas devem ser rentáveis e autossustentáveis, porque não aplicar estes con-ceitos a todos os níveis da exploração? Porque não, introduzir pequenas boas práticas agrícolas na exploração?

Boas práticas agrícolas, são práticas que consistem em preservar o ambiente: o solo, a água, a fauna, a flora, o ar, etc. São práticas que podem ser adoptadas por todos os produto-res e na maior parte das vezes, de forma simples e sem com-prometer a produção.

Estas práticas podem passar pelo uso equilibrado de ferti-lizantes, pelo recurso de produtos fitofarmacêuticos adequa-do e apenas quando estritamente necessário, pela eficiência energética e uso de sistemas de rega com elevada eficiência, pela mobilização mínima de solo, entre muitas outras. Todas estas práticas tornam as explorações agrícolas mais sustentá-veis, mas acima de tudo, mais eficientes!

Neste contexto, enquadram-se os Modos de Produção Sustentável: Modo de Produção Biológico e Produção Integra-da. Estes dois modos de produção (Modo de Produção Bioló-gico e Produção Integrada) permitem ir ao encontro dos as-pectos aqui apresentados. Os produtores que adoptam estes modos de produção e se submetem a um sistema de controlo que certifique os seus produtos, podem candidatar-se às Me-didas Agro-Silvo-Ambientais, beneficiando de apoios financei-ros do PDR para a manutenção ou conversão a estes modos.

As candidaturas aos Modos de Produção Sustentável abri-rão brevemente (Fevereiro 2015), pelo que, os interessados deverão obter informações sobre os critérios de elegibilidade.

No site da NATURALFA (www.naturalfa.pt), disponibilizamos informação actualizada sobre este assunto.

Liliana PerestreloGerente da Naturalfa

Produzir de forma sustentável - a opção acertada!

OPINIÃO

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Agim promove formação prática em podas

de mirtilos em GrândolaA Agim - Associação para os Pequenos Frutos e

Inovação Empresarial vai promover uma nova forma-ção prática em podas de mirtilos, desta vez com varie-dades Sul. A formação irá decorrer a 24 de Janeiro, em Grândola, na maior exploração de mirtilos do país, um pomar com cerca de 15 hectares. Os formadores serão Anne Bournot e técnicos da Agim.

Esta formação será composta por duas partes: uma teórica, onde serão explicados aos participan-tes os princípios básicos da poda e as boas práticas que devem ser observadas na realização desta tarefa. A segunda parte será passada no pomar de mirtilos onde os participantes poderão ver na prática o que an-teriormente foi explicado na teoria e terão também a oportunidade de eles próprios colocarem em prática os conhecimentos que adquiriram.

Cooperativa da Beira Central organiza workshop sobre

Medronheiro

A Cooperativa da Beira Central organiza um Workshop Medronheiro, a decorrer no próximo dia 23 de Janeiro, no Auditório da Caixa de Crédito de Oliveira do Hospital.

O programa inclui temas como o contributo da cul-tura do medronheiro para uma boa gestão da floresta, técnicas de confecção de aguardente e a organização do sector para a sua valorização. As inscrições para a participação no workshop são gratuitas e obrigatórias até o próximo dia 21 de Janeiro.

FIAPE 2015 já tem data marcada

De 29 de Abril a 3 de Maio, Estremoz irá receber,

uma vez mais, um dos maiores certames do Alentejo, a FIAPE, que engloba a XXIX edição da Feira Internacio-nal de Agropecuária de Estremoz e a XXXIII edição da Feira de Artesanato de Estremoz.

Município Oleiros promove Desfile de

Carnaval 2015O Município de Oleiros leva a efeito, no dia 15 de

Fevereiro (domingo), o habitual Desfile de Carnaval. A iniciativa está agendada para as 14 horas, no Jardim Municipal e conta com a participação das escolas, as-sociações, outros grupos informais e todos os cidadãos interessados.

O tema de cada disfarce é livre, procurando apelar à imaginação e à criatividade dos participantes, num evento em que predomina o convívio e a folia, tão ha-bituais nas tradicionais comemorações carnavalescas em Oleiros.

ÚLTIMAS

Recriada rotulagem para toda a gama

Quinta dos Carvalhais renova-se para colocar

o Dão na ModaHá ventos de mudança na Quinta dos Carva-

lhais. Novas tonalidades dão agora forma à mu-dança de imagem e de identidade gráfica da mar-ca da Sogrape Vinhos na região do Dão – uma mudança que, ainda assim, faz questão de respei-tar e honrar o posicionamento premium dos deli-cados e elegantes vinhos que aspiram a colocar o Dão cada vez mais na moda.

Sem esquecer o historial da casa que há déca-das corporiza a aposta da Sogrape Vinhos no vas-to potencial vitivinícola da região do Dão, a Quin-ta dos Carvalhais vive um tempo de passagem de testemunho que sublinha o desejo de fortalecer o prestígio de um terroir capaz de produzir vinhos tão diversificados e com uma extraordinária ca-pacidade de envelhecimento.

Foi precisamente para melhor diferenciar a vasta oferta de Quinta dos Carvalhais que agora se introduziram diferentes colorações numa re-criada rotulagem dos brancos, tintos, espumante rosé e colheita tardia, produzidos em exclusivo a partir dos 50 hectares de vinhas abrigados nas faldas da Serra da Estrela, entre Nelas e Mangual-de.

A viver uma época de emoções fortes, em que a jovem enóloga Beatriz Cabral de Almeida assu-me a responsabilidade de recriar os ensinamen-tos do mestre e experimentalista Manuel Vieira, a Quinta dos Carvalhais sinaliza assim um passo de modernização e diferenciação que ao mesmo tempo facilitará aos apreciadores a escolha da melhor companhia para cada momento muito es-pecial!

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É um dos mais afamados néc-tares da região transmontana. O “Vinho dos Mortos” esgotou o stock disponível durante a época do Natal e no Festival Gastronómico do Por-co, em Boticas.

O produtor revelou à Gazeta Ru-ral que as próximas encomendas só

Próximas encomendas serão entregues em Maio

“Vinhos dos Mortos” esgotou stock no Natal e na Feira de Boticas

serão entregues em Maio. “O ano de 2014 foi excepcional”, afirmou Ar-mindo Sousa Pereira, que garante não ter vinho para responder às cer-ca de 400 encomendas que tem em carteira, pois o stock disponível es-gotou durante o Festival Gastronó-mico do Porco. “Vou engarrafar em Fevereiro para entregar em Maio”, garantiu.

Questionado sobre a possi-bilidade de exportar o “Vinho dos Mortos”, o produtor rejeita tal possi-bilidade. “O ano passado foi excep-cional, pois a produção de 2013 não chegou para as encomendas” e, por isso, nem sequer pensa na hipótese de exportação.

Além de produzir e comerciali-zar o “Vinho dos Mortos”, Armindo Sousa Pereira possui uma oficina de pneus, que recentemente ampliou as instalações, proporcionando agora, também, serviço de manutenção e reparação de automóveis.

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