gazeta rural nº 243

40
www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 243 | 15 de Março de 2015 | Preço 2,00 Euros Assim se faz o folar Tel. 232 430 450 | Avenida da Bélgica - Viseu Vendas & Peças & Oficina & Assistência Técnica www

Upload: jose-araujo

Post on 08-Apr-2016

252 views

Category:

Documents


20 download

DESCRIPTION

Gazeta Rural nº 243 A Festa do Folar de Valpaços está em destaque na edição de 15 de Março da Gazeta Rural, onde merecem também referência a Festival Pão de Portugal 2015, em Albergaria-a-Velha; as Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Constância; o Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Maranho, em Oleiros; a confecção do Maior Bolo Podre, em Castro Daire; a Gala Anual dos Vinhos do Tejo; o curso “A tracção animal na gestão agro-florestal sustentável”, em Bragança; a Expoflorestal 2015; a Feira do Porco Alentejano 2015, em Ourique, entre outros assuntos que marcam a actualidade do mundo rural.

TRANSCRIPT

Page 1: Gazeta Rural nº 243

w w w. g a z e t a r u r a l . c o mDirector: José Luís Araújo | N.º 243 | 15 de Março de 2015 | Preço 2,00 Euros

Assim se faz o folar

Tel. 232 430 450 | Avenida da Bélgica - ViseuVendas & Peças & O�cina & Assistência Técnica

www

Page 2: Gazeta Rural nº 243

Sum

ário

04 Albergaria-a-Velha já prepara II Festival Pão de Portugal 2015

05 Constância celebra “a grande Festa do Tejo”

07 Na quadra da Páscoa é tempo de Cabrito da Paz em Oleiros

08 Castro Daire prepara a confecção do Maior Bolo Podre do concelho

10 Feira Vidigueira Branco promove o Vinho e o Cante

12 Feira do Folar promete ser um dos maiores eventos gastronómicos da região

21 Espumante Terras do Demo ganha medalha de ouro no Japão

22 Gala Anual premiou excelência dos Vinhos do Tejo

25 Direcção Regional quer incentivar cultura de espargos em Trás-os-Montes

27 Crianças de Viseu acompanham ciclos da terra através da Academia Dão Petiz

29 Enchidos da região da Guarda a caminho da Certificação

30 Açores querem “atenção diferenciada” para enfrentar fim das quotas leiteiras

31 Portugal recebe em Junho 28 países europeus para debater a economia rural

32 Federação Minha Terra organiza Oficinas de Turismo em Meio Rural

33 Bragança recebe curso “A tracção animal na gestão agro-florestal sustentável”

34 Expoflorestal 2015 conta com mais de duas centenas de expositores

36 Câmara de Tondela quer rever PDM para uma melhor gestão dos solos florestais

38 Ourique recebe Feira do Porco Alentejano 2015

39 Mil lampreias em Valença esperam por apreciadores

Page 3: Gazeta Rural nº 243
Page 4: Gazeta Rural nº 243

4 www.gazetarural.com

A segunda edição do Festival Pão de Portugal já tem data marcada e realiza-se de 5 a 7 de Junho, na Quinta da Boa Vista, em Albergaria-a-Velha. O certame foi apresentado na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), no espaço do Turismo Centro de Por-tugal.

No maior certame do sector no País, que contou com repre-sentações dos quatro cantos do Mundo, o público pôde conhe-cer o festival que reúne a maior variedade de pães de Portugal.

O vice-presidente da Câmara l de Albergaria-a-Velha e res-ponsável pela área do Turismo, aproveitou a ocasião para apre-sentar as características do evento que, no ano passado, contou com mais de 20 000 visitantes e representou um retorno de 820 000 euros, tendo ainda sido destacada a importância estraté-gica do mesmo para o Concelho de Albergaria-a-Velha. Para Delfim Bismarck, “a realização de um evento sobre o pão, com relevância nacional, surge como oportunidade para construir e comunicar uma imagem sinérgica do produto-território, assente na sua qualidade e sustentabilidade a partir dos respectivos re-cursos únicos”.

De 5 a 7 de Junho, na Quinta da Boa Vista

Albergaria-a-Velha prepara II Festival Pão de Portugal 2015

O Festival Pão de Portugal - com a sua área de exposição única, sessões de degustação, showcooking, conversas temáti-cas, animação infantil e musical, entre outras actividades – apre-senta-se não só como um foco de atracção para turistas, mas também como uma marca identitária, capaz de dar visibilidade ao território e fomentar o empreendedorismo e a exploração dos recursos locais. Na verdade, este festival acaba por ser o evento âncora de um projecto mais global que inclui a dinamização da Rota dos Moinhos de Albergaria-a-Velha e a promoção dos pro-dutos associados, como a marca de farinha ALVA.

No actual contexto de globalização, em que se assiste a uma maior competição entre regiões, um dos factores fundamentais para um posicionamento privilegiado “consiste na criação de uma singularidade territorial e de uma imagem de marca asso-ciada, que confira às cidades elementos de distinção e condições de afirmação à escala supra-regional, nacional e internacional”, afirmou Delfim Bismarck.

Page 5: Gazeta Rural nº 243

5www.gazetarural.com

É a “grande festa do Tejo”, assim a baptizou António Matias na apresentação da edição 2015 das Festas de Nossa Senhora de Boa Viagem que decorrem em Constância de 4 a 6 de Abril. Mais de meia centena de embarcações, proveniente de mais de duas dezenas de municípios ribeirinhos, são esperadas no cais de Constância, numa cerimónia que pretende celebrar as tradições históricas, culturais e religiosas locais.

“Em termos culturais, patrimoniais e de afirmação na região e no país, este é o momento mais importante em Constância”, disse a presidente da Câmara, Júlia Amorim, adiantando que vão ser investidos 100 mil euros para a dinamização dos três dias de festas, com a autarquia a contar com “apoios na ordem dos 64 mil euros por parte do tecido empresarial”.

Segundo a autarca “não podemos permitir que a nossa es-trela deixe de bilhar”, numa alusão à importância das festas para a dinamização do tecido empresarial local”, nomeadamente os sectores da restauração. Para além disso, e segundo Júlia Amorim, com estas festas “que valorizam o trabalho colectivo, pretende-se também o reforço de Constância no contexto do Turismo no Centro do país”. É que as Festas “são um motivo de afirmação e desenvolvimento económico, com o sector da res-tauração a ‘mexer’ nesta altura do ano”, afirmou a autarca.

“Atrair gente ao concelho” é um dos grandes objectivos das Festas e, ao mesmo tempo, “criar oportunidades de investimen-to”, nomeadamente para a reabilitação de casas na zona histó-rica da vila. Júlia Amorim destacou a crescente procura de lotes de terreno na Zona Industrial de Montalvo como um sinal da im-portância do concelho.

A 6 de Abril, no Dia de Nossa Senhora da Boa Viagem

Constância celebra “a grande Festa do Tejo”Para além de pequenas alterações no figurino das Festas,

nomeadamente no plano estrutural, a novidades deste ano é o almoço convívio, no dia do concelho, de todos os barqueiros, bem como para os convidados.

As festas do concelho de Constância, em honra da Padroeira Nossa Senhora da Boa Viagem, contam no plano de animação como artistas convidados, Sam The Kid, Ricardo Rebelo, Tiago Bettencourt, The Peakles e os Dama, que vão actuar na noite de segunda-feira de Páscoa, às 22 horas, encerrando as festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, e antecipando o tradicional fogo-de-artifício.

Grande Prémio da Páscoa em Atletismo

Um dos destaques do programa das Festas são as diversas actividades desportivas, com destaque para a XXVII edição do Grande Prémio da Páscoa em Atletismo, vai ter lugar no sábado, dia 4 de Abril, às 9:30. A prova, com partida e chegada na Aveni-da das Forças Armadas, está inserida no calendário da Associa-ção de Atletismo de Santarém e é parte integrante das Festas do Concelho. São esperados mais de sete centenas de atletas.

Este a ano também se realiza a VII edição da Caminhada de Constância, embora em momento separado da prova principal.

Page 6: Gazeta Rural nº 243

6 www.gazetarural.com

A Cavaca, secular e famoso doce do concelho de Resende, vai estar em festa no próximo dia 22 de Março, a partir das 11 ho-ras, em Caldas de Aregos, numa organização do Município local, em parceria com a Companhia das Águas das Caldas de Aregos e com o apoio da Dolmen, Cooperativa de Desenvolvimento do Baixo Tâmega.

Cerca de duas dezenas de produtores vão preencher o es-paço do Pavilhão Multiusos de Caldas de Aregos, situado a cerca de 5 quilómetros da Vila de Resende, na margem esquerda do rio Douro, para a realização da Festa das Cavacas, que vai na nona edição. Conhecer e provar o resultado de uma receita de séculos transmitida de geração em geração e apreciar os licores e vinhos de Resende será possível durante todo o dia.

Para além do programa de animação, com grupos tradicio-nais do concelho, durante o domingo em que decorre a festa, os visitantes poderão usufruir, gratuitamente, de uma experiência Termal, nas Termas de Caldas de Aregos, devendo para tal fazer marcação prévia.

Pelo segundo ano consecutivo realiza-se o concurso “Melho-res Cavacas da Festa das Cavacas”, que visa premiar os três pro-dutores que se distinguirem com as melhores cavacas do certame.

A 22 de Março, numa organização do Município local

Caldas de Aregos são palco da festa das Cavacas de Resende

O sucesso alcançado com a realização dos Fins-de-Semana Gastronómicos do Cozido Barrosão, que decorreram no concelho de Boticas durante o mês de Fevereiro, numa organização do Muni-cípio de Boticas, através da Loja Interativa de Turismo, contou com elevada adesão por parte dos restaurantes do concelho.

O êxito da iniciativa levou a que o município a prolongasse durante todo o mês de Março, indo ao encontro da vontade manifestada pelos proprietários dos restaurantes. Isso mesmo foi transmitido ao presidente da Câmara numa reunião mantida com os responsáveis pelos estabelecimentos de restauração do concelho, onde se discutiram medidas que levem a uma maior

Iniciativa prosseguirá com outros pratos locais

Fins-de-Semana do Cozido Barrosão prolongam-se durante o mês de Março

promoção e divulgação da gastronomia e dos pratos tradicio-nais e que resultem, ao mesmo tempo, numa maior rentabilidade para os restaurantes e num superior volume económico.

Dado o grande número de pessoas que visitou e degustou o Cozido Barrosão nos restaurantes do concelho no decorrer do mês de Fevereiro, ficou definido não só que os fins-de-semana gastronómicos do Cozido Barrosão de prolongarão durante to-dos os fins-de-semana do mês de Março, como também nos meses seguintes se irá manter a iniciativa dos fins-de-semana gastronómicos, dedicados a outros produtos e pratos tradicio-nais, como sejam a Carne Barrosã, o Cabrito de Barroso e a truta à Moda de Boticas.

Incrementar o turismo e a economia locais

O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, afir-mou que “esta é uma boa forma de dar um pouco mais de visi-bilidade aos pratos da gastronomia tradicional do concelho, de inegável qualidade, promovendo o que de melhor a nossa terra tem para oferecer e contribuindo para um importante incremen-to do Turismo e da Economia na nossa terra”.

De resto, “uma das grandes apostas do actual executivo é o Turismo, por acreditarmos que temos grandes potencialidades naturais, de património e gastronómicas para podermos atrair cada vez mais gente a visitar o Concelho de Boticas”, acrescen-tou Fernando Queiroga.

Juntar as cavacas de Resende, confeccionadas de acordo com a receita tradicional, o Douro no seu melhor e usufruir de banhos termais, fazem de Resende o destino turístico de exce-lência, no norte do país, no penúltimo fim-de-semana de Março.

Page 7: Gazeta Rural nº 243

7www.gazetarural.com

Pelo sétimo ano consecutivo, o Município de Oleiros volta a destacar um menu beirão com realce para um dos pratos mais antigos e difíceis de encontrar no país: o Cabrito Estonado.

Nos fins-de-semana de 28 e 29 de Março e 4 e 5 de Abril, nove restaurantes do concelho, aderentes do Festival Gastronó-mico do Cabrito Estonado e do Maranho, esperam por si.

Em pleno período pascal, Oleiros oferece uma sugestão su-culenta, dando destaque a uma receita medieval que se confec-ciona desde tempos remotos em Oleiros. Trata-se de um cabrito assado no forno com uma particularidade única: é assado com a pele, passando anteriormente por um processo de “estona-gem”, que não é mais do que a remoção de todo o pelo do ani-mal. Mantendo a pele, que fica estaladiça, o cabrito não perde os seus sabores, ganhando a sua carne em suculência e paladar.

Sendo o cabrito um pitéu nacional, esta forma oleirense de o confeccionar tem atraído anualmente muitos visitantes e turis-tas. Em pleno coração da Beira Baixa, nesses dias pode também degustar os maranhos, uma especialidade da cozinha tradicio-nal da Zona do Pinhal. Estes consistem numa espécie de enchido fresco recheado com carne de caprinos, alguns produtos do fu-meiro, arroz e uma quantidade apreciável de hortelã. Acompa-nhe com vinho Callum.

“Durante dois fins-de-semana, delicie-se com uma gastro-nomia do outro mundo. Torne a sua Páscoa mais saborosa e aprecie o Cabrito Estonado de Oleiros e os Maranhos do Pinhal.

Os restaurantes Callum (272 680 010), Casa Peixoto (272 682 250), Ideal (272 682 350), Maria Pinha (965 586 477), Pronti-nho (272 682 338), Regional (272 682 309), Salina (961 258 844), Pérola do Orvalho (272 746 119) e Slide (965 720 287), estão à sua espera, sugerindo que efectue marcação prévia de forma a confeccionarem um cabrito a sair do forno, suculento e com a pele bastante estaladiça”, é o apelo da autarquia de Olei-ros

Aproveite a estadia e descubra também um cartaz apelativo de actividades, onde a aventura marcará a sua presença, no dia 28, no arranque do Festival, com a inauguração do Trilho Inter-nacional dos Apalaches português. Haverá também representa-ções teatrais de época, música folk e uma Ceia Lusitana. No dia seguinte, o passeio pedestre Rota das Sesmarias da Pinhal Total, com visita às gravuras rupestres de Oleiros e a recriação histó-rica do período Neolítico pela companhia de Teatro Viv´Arte, no Jardim Municipal, esperam por si. Emaranhe-se nesta ideia.

No âmbito do Festival, vai ter lugar no próximo dia 11 de Abril o Passeio TT Rota do Cabrito Estonado promovido pela associa-ção Trilhos do Estreito.

Nos fins-de-semana de 28 e 29 de Março e 4 e 5 de Abril

Na quadra da Páscoa é tempo de Cabrito da Paz em Oleiros

Page 8: Gazeta Rural nº 243

8 www.gazetarural.com

A Câmara de Castro Daire, em parceria com a Confraria do Bolo Podre e Gastronomia do Montemuro, está a preparar a confecção do Maior Bolo Podre do concelho. A iniciativa irá realizar-se no dia 29 de Março, domingo de Ramos, e terá lugar na praça central das Termas do Carvalhal.

Este evento pretende promover uma das maiores bandei-ras da gastronomia da região que é o Bolo Podre e ganha ainda maior significado nesta época pascal, visto que o Bolo Podre de Castro Daire é originariamente um folar típico desta época do ano que se foi perpetuando no tempo, até hoje ser considerado uma das marcas do concelho de Castro Daire.

O Maior Bolo Podre de Castro Daire terá cerca de 500 quilos e cerca de 100 metros de cumprimento, sendo posteriormente fatiado e dado como prova a todos aqueles que desejem asso-ciar-se a esta iniciativa.

Do programa do evento constam workshops de preparação e confecção do Bolo Podre, provas gastronómicas variadas, di-vulgação da cultura local e momentos festivos associados de forma a abrilhantar um dia que se pretende seja de afirmação da identidade castrense.

O evento será aberto a todo o público em geral, esperando--se uma grande adesão a esta iniciativa, dando o destaque ao Bolo Podre, que é também nos dias de hoje, além de uma iguaria gastronómica, um pólo de desenvolvimento da economia local, sendo vários os produtores que cada vez mais vão tendo na pro-dução do bolo podre uma importante fonte de rendimento.

A 29 de Março, na praça central das Termas do Carvalhal

Castro Daire prepara confecção do Maior Bolo Podre do concelho

Nos dias 27, 28 e 29 de Março, decorre em S. Gonçalo, na freguesia de Quinta do Anjo, a XXI edição do Festival Queijo, Pão e Vinho, momento alto de promoção e divulgação, junto dos diferentes públicos, do melhor que o concelho de Palmela e a região da Arrábida têm para oferecer.

Além do queijo de ovelha (com destaque para o afamado Quei-jo de Azeitão DOP), dos vinhos da Península de Setúbal e do pão tradicional, o Festival é palco privilegiado para a fruta, os licores, as compotas, a doçaria, o mel e outras riquezas da gastronomia regio-nal. Um programa de animação diversificado, com música, despor-to, actividades equestres e muitas oportunidades para conviver de perto com o mundo rural, fazem deste festival uma iniciativa a não perder, para momentos especiais, em família.

O Festival Queijo, Pão e Vinho é organizado pela Associação Regional de Criadores de Ovinos Leiteiros da Serra da Arrábida (ARCOLSA), com o apoio da Câmara de Palmela, que atribuiu um apoio financeiro no valor de quatro mil euros, além do apoio téc-nico, logístico e de divulgação, cujo montante supera o valor da comparticipação financeira.

XXI Festival Queijo, Pão e Vinho decorre de 27 a 29 de Março

Palmela promove produtos locais de qualidade

Fins-de-Semana Gastronómicos do Queijo de Ovelha

O concelho de Palmela recebe, também, nos dias 27, 28 e 29 de Março e 3, 4 e 5 de Abril dois Fins-de-Semana Gastronó-micos do Queijo de Ovelha, evento organizado pela Câmara de Palmela, Rota de Vinhos da Península de Setúbal e estabeleci-mentos aderentes.

Nos restaurantes aderentes, os visitantes podem provar as especialidades gastronómicas confeccionadas com queijo de ovelha, com destaque para o Queijo de Azeitão DOP. Menus criativos e requintados para paladares muito exigentes.

Page 9: Gazeta Rural nº 243

9www.gazetarural.com

Page 10: Gazeta Rural nº 243

10 www.gazetarural.com

A Feira Internacional de Agropecuária e Artesanato de Es-tremoz (FIAPE), um dos mais importantes certames do Alente-jo, decorre de 29 de Abril a 03 de Maio, dando destaque aos vinhos do concelho, anunciou a organização.

O presidente do município, Luís Mourinha, disse que a FIA-PE, que agrega a Feira de Artesanato de Estremoz, pretende “contribuir para o desenvolvimento económico do concelho e da região”. “Na edição deste ano do certame, a aposta princi-pal vai para o sector da vitivinicultura, com uma mostra e um concurso de vinhos de produtores do concelho”, salientou.

Luís Mourinha indicou que a organização da feira, a cargo da Câmara de Estremoz, aposta também na área da gastrono-mia e que o sector da pecuária, da responsabilidade da Asso-ciação de Criadores de Ovinos da Região de Estremoz (ACO-RE), vai “ter algumas inovações”. Realçando que a FIAPE e a Feira de Artesanato de Estremoz mostram “as potencialidades e aquilo que de melhor se produz no concelho”, o autarca afir-mou que “as expectativas são elevadas para a edição deste ano da feira”.

A XXIX edição da FIAPE decorre no parque de feiras e exposições de Estremoz, no distrito de Évora, e conta com a participação de expositores de sectores tão diversos como a agricultura, produtos regionais, pecuária, artesanato, vinhos, comércio, indústria e serviços. O certame, que pretende tam-bém contribuir para a promoção turística do concelho, recebe anualmente milhares de visitantes.

A Feira de Artesanato de Estremoz, que completa este ano a XXXIII edição, é considerada pelos promotores como “uma das mais conceituadas a nível nacional”, contando com a par-ticipação de artesãos de diferentes localidades do país. Este ano, a Festa da Juventude de Estremoz (Juvemoz) vai nova-mente decorrer em simultâneo com a FIAPE.

O cartaz de espectáculos, que vão animar as noites do certame, inclui concertos com Amor Electro (30 de Abril), An-selmo Ralph (01 de Maio) e D.A.M.A. (02 de Maio). O programa inclui, entre outras iniciativas, animação cultural, actividades desportivas e colóquios, estando também prevista uma cor-rida de toiros e a entrega dos prémios do Concurso de Cozi-nha Alentejana e da terceira edição do Concurso Regional de Azeites.

De 29 de Abril a 03 de Maio

FIAPE destaca vinhos de Estremoz

A Câmara de Vidigueira vai organizar de 3 a 5 de Abril, o “Vidigueira Branco – Feira do Vinho e do Cante”, evento que pretende promover os vinhos da sub-região vitivinícola de Vi-digueira, o cante alentejano e a gastronomia tradicional.

Contribuir para o fortalecimento da atractividade turística do concelho; promover a excelência produtiva do território no domínio da produção vitivinícola; divulgar os vinhos da sub--região vitivinícola, em especial os brancos e a casta Antão Vaz; dignificar o cante alentejano como factor de promoção da cultura alentejana e promover as tradições da gastronomia mediterrânica e das migas em particular, são os principais ob-jectivos a alcançar com a realização do evento.

A excelência dos produtos do concelho e o potencial de afirmação e reconhecimento que os sectores do vinho e do azeite já alcançaram pode ser estendido a outros domínios produtivos. É nesse sentido que este evento integra também uma Mostra de Pão e Doçaria Tradicional e um Festival Gas-tronómico de Migas.

Do programa irá fazer parte exposição e venda de produ-tos agroalimentares, ateliês de pão, showcooking, lançamento de livros editados pela autarquia, provas de vinho e espectá-culos musicais e de animação (na sexta-feira-feira, o progra-ma é dedicado ao cante alentejano e, no domingo, ao folclore tradicional).

De 3 a 5 de Abril com Pão, Migas e Doçaria Tradicional

Feira “Vidigueira Branco” promove o Vinho e o Cante

Page 11: Gazeta Rural nº 243

11www.gazetarural.com

“O folar de Valpaços tem sempre categoria e cada um tem a sua maneira de o fazer, sendo que o segredo está na qualidade das carnes, no azeite e na massa bem batida”, diz Cristina Perei-ra, da Pastelaria Pereira.

A Feira do Folar é uma boa forma de promoção, que ‘arrasta’ outros produtos locais. “Se não fosse a Feira, o nosso conheci-mento ficava aqui em Valpaços e não era conhecido”, refere a produtora, que nos três dias do evento não tem mãos a medir, vendendo cerca de meio milhar de folares. “Temos clientes que fazem encomendas por telefone e nós mandamos pelo correio ou por transporte rodoviário, não só para vários pontos do país, mas também para a França e Alemanha”, refere Cristina Pereira.

Para além do folar, a Pastelaria Pereira está a produzir outros produtos, tendo sempre por base ingredientes da terra, como o pastel de nata de castanha, queijadas de castanha e de amên-doa, entre outros.

“O segredo está na qualidade das carnes e na massa bem batida”

Com cerca de 23 hectares de vinha, Fernando Faria, mais conhecido por Xalana dos tempos em que jogada futebol pe-los campos de Trás-os-Montes, tem hoje uma produção anual de cerca de 40 mil litros de vinhos, 80% dos quais de tintos e o restante de brancos.

Este produtor da região de Valpaços, que pretende che-gar aos 30 hectares de vinha dentro de dois a três anos, tem apostado na inovação e em vinhos de qualidade, o que lhe tem permitido ter os seus vinhos medalhados em vários concursos. Porque pretende atingir a excelência, Fernando Faria tem vindo a apostar na reconversão de algumas vinhas, bem como a plan-tação de outras com as castas autóctones de Trás-os-Montes.

A campanha de 2014, apesar de afectada pelas chuvas “foi bastante boa ao contrário daquilo que se previa, pois fiz alguma vindima antes das chuvas e a restante, mesmo após as chuvas, não estavam estragadas”, afirmou Fernando Faria, que não pen-sa a curto prazo lançar novos vinhos.

Quanto ao mercado, “está um pouco complicado. Está difícil, pois há muita oferta e pouca procura, mas vamos lá devagari-nho”, referiu Fernando Faria, que entende faltar “promoção de divulgação aos vinhos de Trás-os-Montes”, mostrando-se con-tudo confiante de que “dentro de 4 a 5 anos Trás dos Montes está no mapa de vinhos de Portugal e do mundo”. É que, para os menos atentos, a região está hoje a produzir vinhos de elevada qualidade, fruto não só da reconversão das vinhas, do apareci-mento de novos produtores e a recuperação de castas autóc-tones da região. Os vinhos Xalana estão presentes no mercado nacional, mas também em Moçambique, França, Suíça e Alema-nha.

Sobre a Feira do Folar, Fernando Faria entende ser uma for-ma de “divulgação de um produto secular na região”, que, por

Fernando Faria quer atingir os 30 hectares de vinha

Vinhos Xalana já chegam a Moçambique e à Europa Central

sua vez, promove também os vinhos, azeites e outros produtos da terra.

Sobre o Museu do Vinho de Valpaços, o produtor diz que “é já uma estrutura muito importante, para dar a conhecer os nossos vinhos e a sua história”. “É uma aposta para a região”, sublinhou.

Folar de Valpaços

Page 12: Gazeta Rural nº 243

12 www.gazetarural.com

As expectativas crescem de ano para ano para a Feira do Folar, que de realiza em Valpaços de 27 a 29 de Março, e que prome-te continuar a ser um dos maiores eventos gastronómicos realizados na região.

O certame contará com exposição e venda de folar, o rei da festa, mas tam-bém vinhos, azeites e outros produtos da terra. Para além da presença do progra-ma ‘Aqui Portugal’ da RTP, haverá sessões de showcooking, apresentações de livros, actuação de grupos musicais, bandas fi-larmónicas, ranchos folclóricos, provas desportivas e cerca de cem expositores que darão a provar o que de melhor o con-celho tem para oferecer.

O certame pela Câmara de Valpaços, com o apoio da Empreendimentos Hi-droeléctricos do Alto Tâmega e Barroso (EHATB), contará com um investimento de cerca de 120 mil euros.

À Gazeta Rural, o presidente da Câma-ra de Valpaços destacou a preocupação em “garantir a qualidade” dos produtos vendidos da Feira, destacando também “a riqueza do sector agrícola” do conce-lho que movimenta por ano cerca de 50 milhões de euros.

Gazeta Rural (GR): Que novidades apresentarão na Feira do Folar 2015?

Amílcar Almeida (AA): Todos os anos tentamos melhorar o evento e ir de encon-tro às necessidades e anseios de exposito-res e visitantes. Teremos um grupo de Fado

Em Valpaços, 27 a 29 de Março

Feira do Folar promete ser um dos maiores eventos gastronómicos da região

à hora e local das refeições, mais sessões de show cooking que no ano transacto, um es-paço dedicado às crianças que funcione de apoio para os pais visitarem a feira de forma mais descansada e momentos de anima-ção também diferentes. A nível desportivo, teremos, ainda, uma Prova de Caça de Cão Coelheiro e o Encontro Nacional de Cami-nheiros “Trilho do Folar”, eventos associa-dos ao certame.

De destacar ainda que este ano, ire-mos introduzir uma equipa multidiscipli-nar, externa à organização, que fará o seu papel no que concerne à fiscalização dos produtos vendidos na feira. A nossa preo-cupação é garantir a qualidade que faz desta feira um enorme sucesso.

GR: Para além do Folar, o certame é também uma mostra de outros pro-dutos regionais. É o espelho do que se produz no concelho?

AA: Sim, naturalmente que é o certa-me que serve de montra ao que de melhor se produz no concelho nesta altura do ano. Temos expositores só de folar tra-dicional, folar de padaria, fumeiro, bolo podre, frutos secos, mel, vinho, azeite, a mais variada doçaria, etc. Por sua vez, temos seis restaurantes e tasquinhas, que permitem no recinto da feira saborear os nossos pratos e este ano com a novidade de a refeição ser acompanhada de espec-táculo de fado ao vivo.

GR: A produção de folar arrasta, consigo, outros produtos, como o fu-meiro. Qual o valor estimado que repre-senta anualmente a produção do folar?

AA: O Folar de Valpaços é um produ-to de panificação específico, cuja massa contém ovos, o melhor azeite do mundo, o de Valpaços, e margarina ou banha, na qual são incorporadas carnes de porco com diferentes características e formas, designadamente carnes gordas salgadas e secas e fumeiro, nomeadamente sal-picão, linguiça, pá e/ou presunto. São os ingredientes ímpares do nosso concelho que o diferenciam dos demais e lhe con-ferem um gosto marcado. Ao conter tan-tos ingredientes e especificidades que o tornam único, o folar agita vários secto-res da economia rural, que faz com que se devolvam pequenos núcleos de negócio.

Antigamente, o folar era considerado um bem de luxo e exclusivo da época pas-cal. Hoje em dia, as padarias valpacenses já fazem folar durante o ano inteiro e en-viam encomendas de centenas de folares para vários pontos do país e estrangeiro.

Não temos dados concretos de valo-res, até porque, como referi anteriormen-te, a produção do folar já se estende por todo o ano, mas sabemos que é uma acti-vidade rentável, comprovada até pelo nú-mero crescente de inscritos na feira e de interessados em produzir à moda antiga.

GR: Como olha para o sector primá-rio no concelho?

AA: Valpaços é um concelho do inte-rior, com a riqueza assente, na verdade, no sector agrícola, movimentando por ano cerca de 50 milhões de euros. Orgulha-se de ter produtos de excelente qualidade, capazes de rivalizar com os melhores do mundo, uma qualidade reconhecida pelos prémios alcançados em Portugal e além--fronteiras.

Assim sendo, encontramos no Turis-mo o meio de promover, divulgar e po-tenciar a comercialização desses mesmos produtos, aproveitando ainda a forma de dar a conhecer ao mundo inteiro a nossa cultura, a nossa gastronomia, o nosso pa-trimónio cultural e paisagístico, pleno de história e tradição.

A cidade de Valpaços tem, desde Agosto passado a Casa do Vinho e uma Loja Interactiva de Turismo, duas infra--estruturas municipais de âmbito regio-nal, que engrandeceram definitivamente, o sector no concelho. Na Casa do Vinho, os equipamentos multi-touch de última

Page 13: Gazeta Rural nº 243

13www.gazetarural.com

Pastelaria PereiraFolar de Valpaços Pastel de Castanha Pastel de Amêndoa

Rua Professor Armando Tavares, Edifício Povoa, Lj 31 | 5430-487 ValpaçosTel.: 278 729 619

geração desvendam a história, as carac-terísticas e especificidades dos vinhos da região, dando realce também ao patrimó-nio arqueológico e paisagístico. É também na Casa do Vinho que se encontra, ago-ra, a nova sede da Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (CVRTM). A sua presença em Valpaços já demonstra por si só a importância do vinho no nos-so concelho. É a entidade que certifica o vinho com denominação de origem de Trás-os-Montes e indicação Geográfica Transmontano e controla as condições subjacentes à certificação.

A Loja Interactiva de Turismo de Val-paços está ligada à rede de espaços de promoção e divulgação turística da En-tidade de Turismo Porto e Norte de Por-tugal (TPNP). Dispõe de um conjunto de valências tecnológicas, nomeadamente promotoras virtuais, ecrã panorâmico, mesa interactiva multi-touch e espaço de divulgação e venda dos produtos do concelho, e devo dizer-lhes que têm tido muita procura por parte dos visitantes. Os equipamentos dispõem de informação

actualizada e permanente, no sentido de operar sob uma plataforma que disponi-biliza informação turística, segmentada desde o alojamento à restauração, de forma a responder às necessidades de cada utilizador.

GR: Para além do vinho e do azeite, que outras áreas se desenvolverem?

AA: A amêndoa, por exemplo, é um sector em expansão no nosso concelho. O mesmo se diga quanto à plantação de castanheiros, e de outros frutos secos, como a noz, que sendo notória a sua ren-tabilidade tem sido uma aposta reforçada.

Na produção de mel começa a haver um grande interesse e, com menos ex-pressão mas a comprovar a nossa veia agrícola, digamos assim, a produção de mirtilos e de godji começam a dar largos passos.

GR: Há gente nova a dedicar-se à agricultura?

AA: Destacaria a agro-indústria e o turismo nas mais variadas vertentes como

sectores chave para a economia local e, nesse sentido, temos um número consi-derável de jovens no nosso concelho que vê na agricultura uma porta de fuga para o desemprego, não só quem herdou ter-renos e que até por questões familiares decidem dar continuidade ao património, mas também aqueles que com alguma formação superior e gosto à terra vêem uma oportunidade de negócio e expan-são.

Hoje em dia, os jovens que envergam pelo sector agrícola são jovens infor-mados, quer das regras, quer dos apoios disponíveis, são jovens que sabem que têm de por a mão na massa para colher os seus frutos, com a vantagem de terem sido ensinados por aqueles que aprende-ram durante várias gerações. É o saber fazer do qual o concelho muito se orgulha.

Page 14: Gazeta Rural nº 243

14 www.gazetarural.com

Não se encontram facilmente nos es-caparates das grandes superfícies, mas os vinhos de Trás-os-Montes começam a surgir no mercado, procurados por con-sumidores que, como diz Telmo Moreira, produtor da Quinta das Corriças, “querem vinhos diferentes”.

Com uma produção anual que ronda as 50 mil garrafas, Telmo Moreira, à Ga-zeta Rural, destaca as particularidades e especificidades dos vinhos transmon-tanos, sustentando que região “tem sido esquecida pelo poder central”, que é “fa-bulosa para produzir vinhos”.

Gazeta Rural (GR): Como foi a últi-ma campanha?

Telmo Moreira (TM): A campanha, podemos considerar, que está a ser boa. Tivemos alguma sorte, porque fizemos as vindimas praticamente toda antes das chuvas, o que beneficiou imenso a qua-lidade dos vinhos. Portanto, quem fez as vindimas antes das chuvas de Outubro, teve muita sorte. É que as vindimas feitas depois das chuvas dão origem a qualida-des dos vinhos diferente.

GR: Lançou algum vinho recente-mente?

TM: Fizemos um branco muito agra-dável da colheita de 2013 que saiu no Natal. É um branco bem vinificado, de qualidade, com estrutura, elegante, muito aromático e com o teor alcoólico de 13’. Neste vinho conseguimos reter a maior parte dos aromas, que são fabulosos das nossas principais castas brancas, como o Rabigato, Malvasia Fina, Codega de Lari-nho, Viosinho e Arinto. Tudo isto contri-buiu para que fizéssemos um vinho muito elegante, substantivo, tendo em conside-ração que acompanha com pratos indife-renciados, fortes, de carne ou peixe. Esta-mos muito satisfeitos, pois é um vinho que tem sido muito bem recebido no mercado e pelo consumidor.

GR: Em que patamar coloca os vi-nhos transmontanos, quando compa-rados com o Dão, Douro ou Alentejo? A região tem sido esquecida?

TM: Acho que Trás-os-Montes é uma região que, infelizmente, tem sido esque-cida pelo poder central. Esta minha afir-mação é subjetivamente conhecida em Portugal e no estrangeiro, de quem sofre por causa das consequências que ela acarreta. O que é certo, é que até agora, embora tenha sido repetido milhares de vezes, ainda não vi ninguém a querer in-verter esta tendência.

Trás-os-Montes é uma região fabu-losa para produzir vinhos. É umas das re-giões mais antigas do mundo em termos de vinhos. E o que o prova são os inú-meros lagares cavados na rocha que se vêem abundantemente falados na obra do doutor Adérito Feitas, que escreveu sobre isso. Portanto, estamos a falar de questões de carácter científico.

A região de Trás-os-Montes tem sido votada ao esquecimento e esta afirma-ção pode não convir a alguém. Mas Trás dos Montes, repito, é uma região fabulosa em termos de vinhos, nomeadamente no concelho de Valpaços, onde temos aqui condições soberbas para fazer vinhos de alta qualidade.

Nos finais do século IX a nossa região pertencia ao Douro e isso, por si, quer di-zer alguma coisa. Porém, se hoje me per-guntarem se quero pertencer ao Douro digo que não, porque tenho a certeza que a minha designação de origem é melhor.

Acredito no Douro, que tem gran-des vinhos, mas Trás-os-Montes tem

Diz Telmo Moreira, produtor da Quinta das Corriças

“Trás-os-Montes é uma região fabulosa para produzir vinhos”

Page 15: Gazeta Rural nº 243

15www.gazetarural.com

algumas particularidades inconfundíveis, e refiro-me aos microclimas que existem en-tre Rabaçal e Tuela, onde temos solos dife-rentes, solos que se misturam, onde posso fazer vinhos com características especiais e diferentes. Tenho xisto, tenho granito, misturo xisto com granito. Tenho xisto em determinada altitude e tenho granito tam-bém noutras altitudes. A juntar a tudo isto, tenho sol. Se calhar temos um terroir único no mundo, que o Douro não tem. Somos é muito pequeninos e daí que não sejamos falados, mas para nós esta região tem ca-racterísticas que nos identificam e de forma excepcional pela positiva.

GR: Como está o mercado?TM: Há uma retracção grande no con-

sumo interno e, por isso, recorremos à ex-portação. É um princípio inerente a todos. No entanto, estou muito satisfeito com os vinhos de Trás dos Montes, porque que-brando a regra geral, e ainda bem, - e falo dos meus, - tem alguma procura interna mais do que seriamos levados a pensar. Hoje pedem-me vinhos desde Viana do Castelo até Faro, passando por Lisboa e Porto.

As pessoas procuram as coisas diferen-tes, vinhos diferentes, e os nossos são dife-rentes. As pessoas também estão algo sa-turadas de um tipo de sabor, que é inerente a todos. Portugal é uma ‘região’ grande.

Se repararmos, as castas de Trás dos Montes, o Douro e o Alentejo também as tem e, por conseguinte pode mudar algu-ma coisa, mas não tanto. O Bastardo que se produz em Trás-os-Montes não há muita gente a tê-lo. Talvez isso nos identifique e nos dê alguma particularidade. É isso que o mercado procura e é por isso que estamos satisfeitos, porque os nossos vinhos, inde-pendentemente da retracção no consumo, estão a ser procurados e isso agrada-nos particularmente.

Page 16: Gazeta Rural nº 243

16 www.gazetarural.com

“O segredo é a alma do negócio” é um ditado po-pular que Eugénia Xavier leva à letra, quanto ao se-gredo do Folar de Valpaços. “Isso não se dá a ninguém e fica sempre na casa”, diz a proprietária da Pastelaria Royal em Valpaços, que, ainda assim, vai dizendo que “leva farinha, ovos, fermento, azeite e manteiga, tudo bem amassado”.

Mas “a carne e o azeite” podem fazer toda a dife-rença, salienta a produtora, que vende mais de meio milhar de folares por altura da Feira que se realiza em Valpaços.

Eugénia Xavier destaca a importância da Feira do Folar, “um evento que tem muito a ver com a terra”, para além de divulgar um produto que se “vende o ano inteiro”.

A Pastelaria Royal produz folar ao longo do ano, embora esta quadra “seja a de maior procura”, com clientes da região, mas também, e especialmente, do litoral norte do país.

Para além do folar, a Pastelaria Royal tem outras especialidades muito procuradas, como bolos econó-micos, bolo com castanha, bolo noz e bolo podre, en-tre outros, “sempre feitos com os produtos da terra”.

Folar de Valpaços

Na Pastelaria Royal “o segredo não se dá a ninguém”

Orlando Pardelinha é um produtor de vinho trans-montano na região de Valpaços, que chega ao mer-cado com a marca “Persistente”. A colheita de 2010 recebeu uma medalha de ouro no Concurso de Vinhos de Trás-os-Montes de 2012, promovido pela CVR local.

Com cerca de seis hectares de vinha, Orlando Pardelinha quer aumentar a área de produção, mas “pouco a pouco”. Com uma produção anual a rondar os 15 mil litros de vinhos, o produtor vai colocar brevemente no mercado o Persistente Reserva 2011, que espera seja bem recebido pe-los consumidores. “O mercado de Trás dos Montes está cada vez mais receptivo ao vinho transmon-tano, o que não acontecia há anos atrás”, refere o produtor, que destaca, também, a boa receptivi-dade do mercado nacional, mas também a nível in-ternacional, um mercado que tem vindo a explorar “há já alguns anos”.

Todavia, tudo isto não chega e o produtor diz que “há necessidade de fazer muito mais”, nomea-damente na restauração, que deveria “limitar a margem de lucro em cada garrafa”. Orlando Par-delinha ressalva, no entanto, alguns restaurantes da região, que “já têm essa percepção e estão a colaborar na promoção dos vinhos da região”.

A vindima de 2014 foi “difícil, devido às chuvas que dificultaram as vindimas e a qualidade talvez seja pouco inferior a anos anteriores”, refere o produtor.

Do produtor Orlando Pardelinha

‘Persistente’ Reserva de 2011 chega ao mercado

Page 17: Gazeta Rural nº 243

17www.gazetarural.com

Av.ª Nossa Sr.ª da Encarnação3430-603 Vassal - Valpaços

Tlm.: 936 319 923Email: [email protected]

Produção em modo biológico

É nas encostas da aldeia de Vassal, concelho de Valpaços, que Rui Lino tem as suas vinhas, onde pro-duz néctares, que chegam ao mercado sob a marca “Encostas do Vassal”. Com solos arenosos e a alti-tudes que rondam entre os 250 e os 400 metros, o produtor tem sete hectares de vinha, um acabado de plantar.

A produção própria ronda os 20 mil litros, contro-lada e seleccionada de castas autóctones da região transmontana, aliada a um processo de vinificação tradicional e ao gosto do querer e do saber de expe-riência feita. Todos estes factores tornam os vinhos Encostas do Vassal especiais, produzidos em modo de produção biológico. Os tintos são feitos com as castas Bastardo e Tinta Amarela e os brancos com Códega de Larinho e Moscatel galego.

Distribuídos na região transmontana, em vários restaurantes de referência, os vinhos Encostas do Vassal podem também ser encontrados em restau-rantes e em lojas biológicas e gourmet das regiões metropolitanas do Porto e Lisboa.

Produzido no concelho de Valpaços

Vinhos “Encostas do Vassal” produzido em modo biológico

Page 18: Gazeta Rural nº 243

18 www.gazetarural.com

Encostas de Sonim é a marca do produtor Fernando Pessoa, com sede em Sonim, no concelho de Valpaços. A marca tem vindo a ganhar relevo no contexto dos vinhos transmontanos, numa aposta em nova tecnologia, bem como na enologia.

O produtor vai lançar em breve um novo vinho tinto, um Grande Reserva Encostas do Sonim 2012”, que es-pelha bem todo o potencial da região. “É um belíssimo vinho, que transmite o que de melhor se pode fazer nes-ta região”, refere o enólogo Francisco Montenegro, sa-lientando que é um néctar “de grande potencial, frutado e com pureza de aromas”. O enólogo destaca o poten-cial dos vinhos da região, sejam brancos, tintos ou rosés.

Com 14 hectares de vinha, algumas pequenas e em reconversão, a produção rondou os 20 mil litros. A vindi-ma de 2014 foi atípica um pouco por todo o país e Trás--os-Montes não fugiu à regra. “Foi bastante difícil por-que o tempo não ajudou e as maturações avançaram lentamente”, refere Francisco Montenegro, “foi boa em termos de qualidade”, acrescenta o produtor.

Fernando Pessoa diz que as vinhas “não estão a pro-duzir muito”, pois “têm crescido gradualmente”, desta-cando o investimento numa nova adega, com tecnolo-gia de ponta para a produção de vinhos e uma linha de engarrafamento.

O produtor destaca a qualidades das uvas produzi-das na região, que permite obter vinhos de grande qua-lidade e diferentes. “A região produz brancos muito finos e elegantes”, salienta Fernando Pessoa, que destaca a sua “a paixão pelo vinho”, espelhada nos investimentos feitos, que espera sejam “uma mais-valia para os meus filhos e netos”.

E Fernando Pessoa não esquece a região. “Trás dos Montes merece todo este carinho, porque tem muito bons vinhos”, refere o produtor, que destaca ainda o tra-balho feito na região, que a aproxima de outras regiões produtoras. “Há bons vinhos em todo o país”.

Questionado sobre o que mais desataria nos vinhos de Trás-os-Montes, Francisco Montenegro refere “a frescura e a longevidade dos taninos”, fruto “de algu-mas castas que aqui encontraram um terroir diferente, ao qual se adaptaram muito bem”. “É a junção de vários factores e a intervenção humana” que permitem produ-zir grandes vinhos.

Produtor Fernando Pessoa investiu numa nova adega

“Encostas de Sonim” vai lançar um Grande Reserva tinto 2012

Serviço de Cafetaria | Pastelaria Diversa | Bolos para casamentos e Batizados

Rua Marechal Carmona - Mercado Municipal | 5430-483 ValpaçosTel.: 278 711 344

Page 19: Gazeta Rural nº 243

19www.gazetarural.com

Ingredientes:

•1 kg de farinha;•12 ovos mais uma gema;•350 g de gordura (150 g de manteiga, 150 g de banha, 50

g de azeite);•30 g de fermento de padeiro;•1 frango pequeno corado;•1 salpicão pequeno;•200 g de presunto;•1 chouriço de carne (linguiça);•salsa

Confecção:Peneira-se a farinha com um pouco de sal fino para um

alguidar e faz-se uma cova no meio. Desfaz-se o fermento de padeiro em 0,5 dl de água tépida, deita-se na cova da farinha e vai-se envolvendo nela. Colocam-se os ovos inteiros com a casca numa tigela e cobrem-se com água morna (não quente).

Alguns minutos depois, abrem-se para dentro da farinha (sempre ao centro) e vai-se fazendo absorver a farinha traba-lhando-a a partir do centro. Juntam-se as gorduras e põem-se a derreter sobre lume brando. Juntam-se à massa e trabalha--se tudo adicionando a quantidade de água necessária para se obter uma massa fina. Em seguida, bate-se a massa com as duas mãos até esta se desprender completamente do alguidar. A massa considera-se bem batida quando à superfície aparece-rem umas bolhas.

Nesta altura polvilha-se a massa com um pouco de farinha, cobre-se com um pano e envolve-se o alguidar com um cober-tor. Coloca-se num local tépido e onde possa receber mesmo uma certa quantidade de calor, mas indirectamente. Nestas cir-cunstâncias, a massa leva mais ou menos 2 horas a levedar. A massa está levedada quando atingir o dobro do volume e quan-do ao abrir apresentar um aspecto rendado.

Tem-se um tabuleiro rectangular, cujos bordos não devem exceder 8 cm de altura, muito bem untado com banha. Cortam--se o chouriço e o salpicão às rodelas, o presunto às tiras e de-sossa-se o frango limpando-o de peles e ossos e desfazendo-o em febras. Divide-se a massa em três partes, devendo uma delas ser um pouco maior. Estende-se esta parte maior e forram-se com ela o fundo e os lados do tabuleiro. Espalha-se por cima metade da porção das carnes e salsa e cobre-se com a segunda parte da massa, sobre a qual se dispõem as restantes carnes. Finalmente, tapa-se o folar com a terceira parte da massa e unem-se os bordos a esta camada final. Deixa-se o folar levedar novamente até aparecerem à superfície umas bolhinhas. Nesta altura, pincela-se com gema de ovo e leva-se a cozer em forno bem quente durante cerca de 45 minutos.

Fonte: Editorial Verbo

Faça o seu Folar de Valpaços Folar de Valpaços

António Castro é o exemplo de um jovem que se dedicou à agricultura como forma de vida há cerca de seis anos. Face às dificuldades de emprego resultantes da interioridade, o jovem decidiu dedicar-se à apicultura, uma vez que desde criança sempre lidou com as colmeias de um vizinho.

Actualmente este apicultor de Argeriz, no concelho de Val-paços, possui cerca de 200 colmeias. Como está a aumentar o efectivo de abelhas, este ano produziu cerca de três toneladas

Toni Castro produz mel, vinho e amêndoa

Marca “Produtos Castro” chega em breve

ao mercadode mel, que consegue escoar sem dificuldade na região. Trata-se de um mel multifloral, à base de rosmaninho e de amendoeiras. Numa segunda colheita, na montanha, produz mel de carvalho.

No que concerne aos derivados do mel, nomeadamente a produção de pólen ou própolis, Toni Castro entende que não é o momento adequado, pois implicaria sacrificar algumas abelhas e o objectivo passa por aumentar o efectivo.

Além do mel, Toni Castro produz também azeite, vinho e amêndoa. Em relação aos dois primeiros, optou por entregar a produção nas respectivas cooperativas, mas em breve terá a sua linha de “Produtos Castro”, que comercializará. Em relação à amêndoa, consegue vendê-la directamente ao consumidor sem grande dificuldade.

Acerca da apicultura, Toni Castro sente que “pode ser uma boa opção para quem procurar um modo de vida rentável”, mas avisa que “é preciso cautela”, pois “estão a fazer-se projectos muito grandes para gente sem experiência e isso, quase sempre, corre mal”. Porque, refere, “estamos a falar de animais, que re-querem muito cuidado”, avisa o apicultor.

Page 20: Gazeta Rural nº 243

20 www.gazetarural.com

Page 21: Gazeta Rural nº 243

21www.gazetarural.com

Quinta do GagoSociedade Agrícola, Unipessoal, Lda

Bairro Alto, nº 17 | 5430-272 Sonim - ValpaçosTlm.: 966 224 323

Um espumante Terras do Demo, Touriga Nacional Bruto, “Olho de Per-diz”, produzido pela Cooperativa Agrí-cola do Távora, em Moimenta da Beira, conquistou uma medalha de ouro no “Sakura Japan Women’s Wine Awards”, o maior concurso de vinhos do Japão cujo painel de jurados é composto apenas por mulheres. Os vinhos por-tugueses conquistaram um total de 36 medalhas na competição que decorreu em Fevereiro.

A variante “Olho de Perdiz” carac-teriza-se e distingue-se por ter aspecto límpido, uma bolha fina e persistente e uma cor olho de perdiz. O aroma é in-tenso, primoroso e floral, com um pa-ladar fresco e muito frutado e um final prolongado.

A competição contou com a par-ticipação de 2.900 vinhos de todo o mundo, 1.223 dos quais foram conde-corados. Os vinhos foram avaliados por um painel composto por ‘sommeliers’,

Num painel de jurados composto apenas por mulheres

Espumante Terras do Demo ganha medalha de ouro no Japão

‘chefs’, jornalistas, entre outras espe-cialistas, todas elas do sexo feminino.

De acordo com a organização do concurso, o facto de o júri contar ape-nas com mulheres deve-se ao facto de estas terem uma influência crescente no mercado vínico japonês, seleccio-nando e comprando cada vez mais vinhos e viajando cada vez mais para provar os vinhos e a gastronomia inter-nacional.

“Muitas mulheres estão a fazer cur-sos em escolas de vinhos e a desfrutar da arte da degustação. As mulheres são as líderes do mercado vínico do Ja-pão e compreender o que elas preferem e aquilo de que necessitam é a chave do sucesso para este mercado”, expli-cam os promotores da competição.

Page 22: Gazeta Rural nº 243

22 www.gazetarural.com

O Convento de S. Francisco, em Santarém, recebeu a Gala de Vinhos do Tejo que deu a conhecer a excelência da vitivinicultura e enologia da região do Tejo assim como da gastronomia portuguesa.

Nesta prestigiada Gala, foram distinguidos a Adega Cooperativa de Cartaxo, galardoada com o troféu “Empre-sa Excelência Vinhos do Tejo 2014”, Pedro Gil com o troféu “Enólogo do Ano Vinhos do Tejo 2014” e a Adega Coopera-tiva de Almeirim com o troféu “Empresa Dinamismo Vinhos do Tejo 2014”.

Foram também entregues os prémios do VI Concurso de Vinhos Engarrafados do Tejo, organizado pela CVR Tejo com o apoio da Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo, que este ano teve a maior participação de sempre, ava-liando 124 vinhos de 31 produtores, distinguindo 49 com as medalhas de “Excelência”, “Ouro” e Prata” .

Nos vinhos “Excelência” destaque para o produtor Ca-sal do Conde que arrecadou os dois troféus, com os vinhos Terra Chã Branco 2012 e Casal do Conde Touriga Nacional/Cabernet Sauvignon Reserva Tinto 2012.

O diploma Melhor Branco da Colheita de 2014 foi atri-buído ao vinho “Tyto Alba”, do produtor Companhia das Lezírias e o Melhor Rosé de 2014 foi entregue ao “Casal da Coelheira”, do produtor Casal da Coelheira.

Durante o evento foram igualmente premiados os me-lhores restaurantes do Concurso Tejo Gourmet lançado pela primeira vez a nível nacional. Os troféus para “ O Me-lhor Restaurante” e “Melhor Restaurante Tradicional” foram atribuídos ao restaurante “Bem-me-quer” (Braga); o troféu de “Melhor Restaurante Gourmet” foi atribuído ao “Segre-dos de Vale Manso” (Abrantes); o restaurante eleito” Melhor Restaurante Popular” foi a “Adega do Albertino” (Caldas da Rainha). Já o troféu ” Revelação” foi entregue aos restau-rantes “Taberna Ó Balcão” (Santarém) e “Taberna Rua das Flores” (Lisboa). Ao restaurante” “A Lúria” (S. Pedro Tomar) a sua carta de vinhos valeu-lhe o troféu “Melhor Carta de Vinhos do Tejo” e ao restaurante “Almourol” (Tancos), o troféu de “Melhor Promoção”.

Para além destes, também foram entregues diplomas “Ouro” aos restaurantes: “A Lúria”, “AveiraMariscos” (Avei-ras de Cima); “Dom Joaquim” (Évora) “Palhinhas Gold” (Rio Maior) e “Tejá” (Santarém). O diploma “Prata” foi entregue aos estabelecimentos: “Tascá” (Santarém); “A Escola” (Al-cácer do Sal) e “A Casa do Avô” (Guia-Albufeira).

A Gala, organizada pela Confraria Enófila Nossa Senho-ra do Tejo com o apoio da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, pretendeu elevar e promover a marca Vinhos do Tejo, estimular a produção de vinhos de qualidade e dar a conhecer os grandes protagonistas de 2014 quer na área vinícola quer na área gastronómica.

Sector cooperativo esteve em destaque

Gala Anual premiou excelência dos Vinhos do Tejo

Page 23: Gazeta Rural nº 243

23www.gazetarural.com

Produtor Falua e representante Verallia

Page 24: Gazeta Rural nº 243

24 www.gazetarural.com

PROGRAMA:

9h30�-�Anunciar�do�Evento�pelo�Grupo�de�Bombos�de�Teivas

9h30�-�Inicio�de�Workshops�-�Fazer�Bolo�Podre�(prova�no�final)

14h30�-�Arruada�de�Bombos�pelas�ruas�das�Termas

Animação:

Rancho�Folclórico�das�Termas�do�Carvalhal

Cantares�ao�desafio

Grupo�de�Bombos�de�Teivas

15h00�-�Receção�às�entidades

16h00�-�Bênção�do�bolo�pelas�entidades�Eclesiásticas

16h15�-�Prova�livre�do�Bolo�Podre�de�Castro�Daire�para

todos�os�presentes

Parque�Infantil

Temático

O Grupo Crédito Agrícola é, pela primeira vez, patrocinador exclusivo do Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio Ovibeja, que tem por objectivo distinguir os melhores

azeites nesta categoria e promover a cultura e a imagem deste produto.

Organizado pela Associação de Agricultores do Sul, em parceria com a Casa do Azeite - Associação do Azeite de Por-tugal, esta é a quinta edição da única competição de âmbito internacional realizada no país e que é já considerada um dos mais prestigiados concursos do mundo. Os melhores azeites nas categorias Frutado Verde Intenso, Frutado Verde Médio, Frutado Verde Ligeiro e Frutado Maduro serão distinguidos com as me-dalhas de Ouro, Prata, Bronze e as menções honrosas.

Este concurso destina-se a produtores individuais, associa-ções de produtores, cooperativas e empresas de embalamen-to nesta área. A cerimónia de entrega de prémios será dia 2 de Maio e decorre no âmbito da Feira Ovibeja, Parque de Feiras e Exposições, em Beja, da qual o CA é patrocinador oficial. Com esta iniciativa o Crédito Agrícola pretende reforçar o seu posi-cionamento de apoio ao sector agrícola e mais concretamente à produção de azeite, uma área com elevado potencial no con-texto da economia nacional. Para além da promoção da imagem desta área o CA pretende, acima de tudo, apoiar empresas e produtores a gerar novas oportunidades de negócio e dinamizar as comunidades onde desenvolvem o seu trabalho.

A realizar no âmbito da Ovibeja

Crédito Agrícola patrocina Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra

Page 25: Gazeta Rural nº 243

25www.gazetarural.com

A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN) quer incentivar a cultura do espargo em Trás--os-Montes com a garantia de mercado assegurado e de rentabilidade elevada, revelou o director, Manuel Cardoso.

A região transmontana já foi produtora de espargo verde há quase 50 anos, no tempo do Complexo Agro--industrial do Cachão, que embalava e vendia este pro-duto, como recordou o director regional. O que a direcção regional pretende agora é, não só recuperar essa cultura, mas também “corresponder a uma solicitação do merca-do inglês, que garante o escoamento da produção a quem apostar na sua produção”, assegurou Manuel Cardoso, acr4ewscentando que “a Inglaterra é altamente deficitá-ria em espargos, que importa do Chile, Polónia e de outros países”.

Trás-os-Montes, segundo ainda o director regional, “tem aqui uma janela de oportunidade porque a época em que consegue produzir espargos é aquela em que o mer-cado os não tem, a não ser desses destinos mais longín-quos”. “E, por isso, é muito importante aproveitarmos esta oportunidade”, porque “acho que pode ser uma cultura muito promissora para a nossa região”, afirmou.

Em Portugal já se cultivam espargos na zona de Entre o Douro e Minho e do Oeste. Trás-os-Montes pode seguir o mesmo caminho, aproveitando os terrenos disponíveis e o regadio instalado em toda a região, segunda ainda aquele responsável.

O director regional garantiu que o espargo “é uma cultura que uma vez instalada dura uma década a déca-da e meia e pode assegurar, numa relativamente peque-na área, um elevadíssimo rendimento”. O rendimento dos espargos, concretizou, é na ordem dos 25/30 mil euros por hectare, mais rentável do que qualquer outra cultura. “Num hectare de espargos, podemos pôr o rendimento de uma família, enquanto com um hectare de olival nem nada que se pareça”, exemplificou.

Para esclarecer e cativar potenciais interessados, a direcção regional promoveu na Escola Agrícola de Carva-lhais, em Mirandela, no distrito de Bragança, uma sessão sobre esta cultura com a presença de Jamie Petchell, da Hargreaves Plants, especialista nesta área.

“É uma aposta séria e ainda por cima nós estamos a fazer as coisas com o destino final à vista. Ou seja, a pes-soa, quando plantar, já pode ter o mercado assegurado. Basta que faça os contractos com as empresas importa-doras, sobretudo para o mercado inglês”, reiterou Manuel Cardoso. O director regional indicou ainda que existe fi-nanciamento para projectos desta natureza, nomeada-mente através do Plano de Desenvolvimento Regional (PDR).

Tendo o mercado inglês como destino assegurado

Direcção Regional quer incentivar

cultura de espargos em Trás-os-Montes

Page 26: Gazeta Rural nº 243

26 www.gazetarural.com

CastroMel

Toni Manuel Soeíma de Castro

Apicultor e Produtor Agrícola

Bairro de S. João Nº2 | 5445-011 Argeriz - Carrazedo de MontenegroTel.: 278 783 674 | Tlm.: 936 495 728

Email: [email protected]

Sociedade Agrícola Encostas de Sonim LdaRua da Mourisca, nº15430-273 - Valpaços

Email.: [email protected]/Fax.: (+351) 278 759 227

Tlm.: (+351) 969 777 397 / (+351) 968 948 923

www.facebook.com/encostas.de.sonim

WWW.ENCOSTASDESONIM.PT

A Syngenta realizou várias acções de formação sobre poda em vinha na região do Minho, onde alertou para a im-portância da mesma também como estratégia de preven-ção na transmissão das doenças do lenho. O Quadrix Max é o fungicida da Syngenta indicado para o tratamento da escoriose, uma das doenças do lenho que mais afecta as vinhas portuguesas. Este fungicida está igualmente homo-logado para controlo do oídio, do míldio e do black rot.

Num périplo pela região minhota, a Syngenta organizou diversos dias de campo nos quais partilhou com agriculto-res e técnicos informação sobre técnicas de poda em vinha. As acções decorreram em Ponte de Lima, Lousada, Melga-ço, Monção, Santo Tirso e Arco de Baúlhe.

A formação sobre poda esteve a cargo de Manuel Oli-veira, técnico da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), que alertou para a importância das me-didas profiláticas a executar antes do início da poda, como desinfectar com álcool as tesouras e outros materiais usa-dos, sobretudo após a poda de videiras onde se confirme a existência de doenças. As videiras infectadas por doenças do lenho ou pela flavescência dourada devem ser identifi-cadas e marcadas, para que possam ser podadas à parte e todos os resíduos de lenha destruídos, o que minimizará o risco de contágio às plantas sãs.

Realizadas na região do Minho

Syngenta promoveu formação sobre poda em vinha

Page 27: Gazeta Rural nº 243

27www.gazetarural.com

CastroMel

Toni Manuel Soeíma de Castro

Apicultor e Produtor Agrícola

Bairro de S. João Nº2 | 5445-011 Argeriz - Carrazedo de MontenegroTel.: 278 783 674 | Tlm.: 936 495 728

Email: [email protected]

Crianças dos seis aos doze anos vão poder experimentar o trabalho de agricultor, repórter e investigador em quintas do concelho de Viseu, acompanhando vários ciclos da terra no âmbito do projecto Academia Dão Petiz.

Este projecto de serviço educativo resulta de uma parceria das escolas superiores de Educação e Agrária e da Câmara de Viseu e arranca no dia 25, com o ciclo da vinha. “As crianças terão oportunidade de aprender, experimentando e fazendo, pondo a mão na massa”, afirmou a presidente da Escola Supe-rior Agrária de Viseu, Paula Correia.

A academia pretende ser “um espaço de desenvolvimento e aprendizagem num contexto informal”, onde as crianças po-derão viver “experiências de rotina e do quotidiano dos vários ciclos da terra e desenvolver actividades de exploração e inves-tigativas sobre o ambiente e o mundo rural”, explicou.

As actividades - que irão realizar-se sobretudo nos períodos de férias escolares - acompanham o ciclo da terra ao longo do ano, podendo as crianças participar apenas numa ou em todas.

No que respeita ao ciclo da vinha, a primeira actividade está marcada para o dia 25, nas férias da Páscoa, e será dedicada aos rebentos e à formação do cacho na videira. Em Julho, nas férias de verão, as crianças já poderão observar o cacho total-mente formado.

Em Setembro, a actividade será a vindima, em Dezembro, o processo de vinificação e, nas férias do Carnaval de 2016, a

Projecto arranca a 25 de Março com o ciclo da vinha

Crianças de Viseu acompanham ciclos da terra através da Academia Dão Petiz

poda. O objectivo é, nos próximos anos, adicionar novos ciclos da terra, como os do pão, do linho, do queijo e de outros produ-tos característicos da região.

Paula Correia sublinhou que, além do conhecimento com que ficam sobre os ciclos da terra, as crianças vão também po-der reflectir sobre “o desenvolvimento sustentável e a alimen-tação saudável”.

A presidente da Escola Superior de Educação de Viseu, Cris-tina Gomes, explicou a importância deste projecto quer para os docentes, quer para os alunos, que serão monitores das activi-dades. Segundo a responsável, houve a preocupação de orga-nizar não uma visita às quintas, mas sim “actividades onde as crianças pudessem participar”, ao assumirem os papéis de agri-cultores, de repórteres e de investigadores. Haverá três grupos de seis crianças por cada quinta, cada um acompanhado por dois monitores. “Temos grandes expectativas relativamente aos resultados desta iniciativa”, frisou.

O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, su-blinhou que este é “um projecto credível e inovador” e que tem o “objectivo nobre de ligar os mais jovens aos produtos da ter-ra”. “Quem sabe se não estamos aqui a despertar vocações?”, questionou, acrescentando que o projecto será também “um contributo para que, em casa, os filhos sejam os embaixadores dos produtos locais”.

Page 28: Gazeta Rural nº 243

28 www.gazetarural.com

A freguesia de Touro, no concelho de Vila Nova de Paiva recebeu mais uma edi-ção da Feira do Fumeiro, evento que este ano ultrapassou as expectativas da Câ-mara local, entidade promotora do even-to. Se o tradicional fumeiro de Barrelas e os outros produtos da terra foram os reis do evento, Quim Barreiros foi a atracção no plano da animação.

O certame apresentou-se este ano com um “novo rosto, fruto das experiên-cias anteriores, na perspectiva de ser sempre mais e melhor”, referiu a vice--presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva. À Gazeta Rural, Delfina Gomes referiu a importância do certame não só para a promoção do fumeiro da região, mas também no aumento significativo da produção e qualidade do mesmo, bem como o relançamento de novos projectos no sector primário do concelho.

Gazeta Rural (GR): A realização da feira impulsionou a produção de enchi-dos na região?

Realizada na freguesia de Touro, em Vila Nova de Paiva

Feira do Fumeiro do Demo 2015 ultrapassou as expectativas

Delfina Gomes (DG): Sim, cada vez se encontra mais gente que pretende reavi-var esta tradição secular e também gente mais nova, impulsionada por esta inicia-tiva. É gente que arregaçou as mangas e pôs mãos ao trabalho. Por isso, podemos ver o nosso fumeiro a secar nas velhinhas lareiras de pedra.

GR: O que diferencia o fumeiro des-sa região?

DG: O nosso fumeiro diferencia--se pela qualidade do produto primário, aliando-se uma certa ruralidade. A fide-lidade às receitas originais é outro factor diferenciador do nosso saber fazer, que proporciona ao presunto, às chouriças, às alheiras, ao salpicão, às moiras e aos tor-resmos, um sabor típico que vale mesmo a pena degustar.

GR: Como está o sector primário do concelho?

DG: O sector agrícola tem conhecido alguns avanços. No entanto, ainda vai im-

perando o conceito de agricultura familiar de subsistência.

GR: Que novos projectos têm apare-cido e em que áreas?

DG: Os novos projectos que têm sur-gido, têm vindo a modernizar o conceito de agricultura, tal como o conhecíamos, há alguns anos. A aposta em projectos de produção de pequenos frutos, de co-gumelos ou até de ervas aromáticas, já existentes no concelho, pretendem alterar este paradigma, havendo assim um rea-proveitamento de terras que já não eram cultivadas e um maior interesse dos jo-vens na criação do seu próprio emprego.

Page 29: Gazeta Rural nº 243

29www.gazetarural.com

A Associação Comercial da Guarda (ACG) e a Associação Empresarial do Nordeste da Beira (AE-NEBEIRA) celebraram em Trancoso, por ocasião da XII Feira do Fumeiro, um protocolo para a criação de um consórcio representativo do agrupamento de produtores, tendo em vista a sua certificação com Identificação Geográfica Protegida (IGP), de alguns dos mais emblemáticos enchidos da região.

Esta iniciativa, que tem por base um levanta-mento desenvolvido há vários anos pela ACG na elaboração de Cadernos de Especificações de mais de uma dezena de produtos tradicionais do Distri-to da Guarda, mas que não foi concluído, pretende agora recuperar esta base de trabalho, actualizá-la e obter a respectiva denominação IGP.

As duas entidades acordaram desenvolver o processo de certificação destes produtos junto das entidades competentes, envolvendo neste proces-so os diversos atores na produção dos enchidos (produtores de suínos, indústria transformadora e comércio), tendo como objectivo final a criação de valor acrescentado e maior notoriedade junto do consumidor final.

Numa primeira fase, serão desenvolvidos tra-balhos para os seguintes produtos: Morcela da Guarda, Bucho da Guarda, Paio, Farinheira e Chou-riças de Carne e de Bofes, seguindo-se numa se-gunda fase outros produtos tradicionais.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) promo-ve a participação de um conjunto de 12 empresas portuguesas ligadas ao sector da caça na Cinegética 2015, Feira Internacio-nal de Caça e Pesca que se realiza em Madrid, de 19 a 22 de Março, sob a designação “Año de Portugal”.

Participam na Cinegética 2015, através da CAP, a Caçabra-va, Curel, FRD – Caça e Assessoria, Herdade da Contenda, José Carlos Palma, MaisCaça, Mancha Maior, Rovisco Garcia, RSCJ Internacional, Sercaça, Serracaça e Sodarca. Estas empresas praticam um modelo de exploração sustentável, introduzindo a caça nos respectivos territórios antes do início da época e ge-rindo as densidades disponíveis ao longo do ano. Deste modo, mantém-se o equilíbrio ao nível da biodiversidade das explora-ções, correspondendo às características procuradas pelos ca-çadores, nacionais ou estrangeiros, e desenvolvendo uma acti-

vidade ambientalmente sustentável, economicamente rentável e contributiva para a economia nacional.

A CAP participa ainda directamente no evento, através da promoção de um espaço de exposição no interior da feira, onde estarão expostos e disponíveis para degustação uma série de produtos nacionais de qualidade reconhecida. Assim, apresen-ta-se para degustação o azeite Casa de Santo Amaro, distingui-do com o Primeiro Prémio Mário Solinas, na categoria frutado verde ligeiro, sendo servido o vinho português Porto Reccua no jantar oficial da feira.

O certame realiza-se no centro de exposições IFEMA, Feria de Madrid, na capital espanhola, e conta com um stand da CAP no pavilhão 12 da feira. A iniciativa conta com o apoio do Safari Club Internacional, da Associação Nacional de Proprietários e Produtores de Caça e do Clube Português de Monteiros. Está ainda confirmada a presença do Secretário de Estado da Ali-mentação e Investigação Agro-alimentar, Nuno Vieira e Brito, que detém a tutela do sector da caça.

A Cinegética foi fundada em 2013, com base na união de duas feiras de caça que existiam em Espanha – Venatoria e Ficaar – reunindo expositores dos sectores da caça e pesca desportiva, e tendo como objectivo constituir um certame de referência tanto em Espanha quanto a nível europeu. Em 2014, a Cinegética contou com a visita de 33 mil pessoas a três cen-tenas de expositores.

“Año de Portugal” na Cinegética 2015

CAP apoia produtores de caça no mercado

internacional

ACG e a AENEBEIRA celebram protocolo para o efeito

Enchidos da região da Guarda a caminho da Certificação

Este processo de certificação, dinamizado pelas duas associações empre-sariais, será assessorado pela Associação Nacional de Municípios e de Produ-tores para a Valorização e Qualificação dos Produtos Tradicionais Portugue-ses (QUALIFICA).

Page 30: Gazeta Rural nº 243

30 www.gazetarural.com

O secretário regional da Agricultura dos Açores declarou que pediu uma reunião com o comissário europeu que tem a mes-ma pasta para debater medidas a adoptar para a região face ao desmantelamento das quotas leiteiras. “Vamos pedir um encon-tro com o comissário da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Não foi possível ainda agendá-lo porque, estando a Comissão Europeia nos meses iniciais das suas actividades, não foi possível ainda encontrar uma data para que este encontro acontecesse”, declarou Luís Neto Viveiros.

Luís Neto Viveiros pediu reunião com comissário europeu da Agricultura

Açores querem “atenção diferenciada” para enfrentar fim das quotas leiteiras

O titular da pasta da Agricultura nos Açores falava em confe-rência de imprensa, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, onde foi anfitrião de um fórum sobre o leite que visou reflectir o futuro do sector com diversos agentes, face ao desmantelamento do regime de quotas a 1 de Abril de 2015. Neto Viveiros declarou que vai levar ao comissário Phil Hogan as preocupações manifesta-das pelo sector e “sensibilizá-lo para uma atenção diferenciada” para a região ultraperiférica dos Açores.

Também na última reunião de presidentes das regiões ultra-periféricas europeias o executivo açoriano defendeu a necessi-dade de a Comissão contemplar, ao abrigo do programa POSEI, específico para as ultraperiferias, um envelope financeiro ex-traordinário para fazer face aos impactos negativos que a aboli-ção das quotas terá no arquipélago.

O responsável açoriano pela Agricultura considerou que foi consensual no encontro da necessidade de a estratégia da região num mercado competitivo como o europeu passar pela valorização e diferenciação dos seus produtos, destacando a forma natural como o leite é produzido.

Neto Viveiros declarou-se convicto de que o sector, na re-gião, tem capacidade “de enfrentar o desafio” que se coloca e destacou que os Açores conseguiram manter envelopes finan-ceiros europeus para a agricultura num cenário de contenção orçamental na União Europeia. O governante, que reiterou a im-portância de apostar em produtos com maior valorização, de-fendeu que a harmonia entre a produção, indústria e distribuição é o único caminho para vencer os novos desafios.

Portugal recebe, em Junho, um encontro da Comissão de Recursos Naturais (NAT) do Comité das Regiões, actualmente presidida pelo presidente da Câmara de Baião, José Luís Car-neiro, que contará com a participação de 28 países da União Europeia (UE).

A inovação e a modernização da economia rural será o tema central da reunião que se realizará entre 18 e 19 de Ju-nho, disse o autarca. “Queremos que deste encontro europeu resulte a convicção de que é necessário reforçar o diálogo en-tre os meios urbanos e rurais e, simultaneamente, a defesa de instrumentos que possibilitem valorizar esses territórios e os seus recursos”, afirmou José Luís Carneiro.

A NAT é a comissão especializada do Comité das Regiões em turismo, desenvolvimento rural, saúde pública, protecção civil, pes-cas, política marítima, defesa do consumidor e silvicultura na União Europeia. “Foi com satisfação que verifiquei existir um apoio unânime à proposta que fiz para que ocorra uma reunião desta comissão em Portugal”, frisou o autarca de Baião, acrescentando que será “um grande momento para a região e para o país”.

O Comité das Regiões é um órgão consultivo, criado em 1992, e composto por 353 membros representantes locais e re-gionais dos 28 países da UE. A sua função é apresentar os pontos de vista regionais e locais sobre a legislação europeia, através de

Comissão de Recursos Naturais (NAT) do Comité das Regiões reúne em Junho

Portugal recebe encontro para debater a economia rural

relatórios sobre as propostas da Comissão Europeia.A Comissão, o Conselho e o Parlamento Europeu devem con-

sultar o Comité das Regiões antes da tomada de decisões sobre questões relativas à administração local e regional, por exemplo, sobre política de emprego, ambiente, educação ou saúde públi-ca. O órgão realiza cinco sessões plenárias por ano e tem seis comissões especializadas: coesão territorial; política económica e social; educação, juventude, cultura e investigação; ambiente, alterações climáticas e energia; recursos naturais e cidadania, governação, assuntos institucionais e relações externas.

Page 31: Gazeta Rural nº 243

31www.gazetarural.com

A ADICES, em parceria com a Câmara de Carregal do Sal e colaboração da União das Freguesias de Currelos, Papízios e Sobral, promoveram uma sessão sobre os apoios à agricultura previstos no novo quadro comunitário de apoio. Mais de 30 agri-cultores marcaram presença para ouvirem os esclarecimentos que se impunham sobre a matéria.

Rogério Abrantes, edil carregalense, abriu a sessão aludindo à importância da agricultura, actividade que nos últimos anos foi perdendo amplitude e que defendeu, deve voltar a constituir uma mais-valia para o concelho, a região e o país. E o novo qua-dro comunitário, disse, vem reforçar esta ideia ao permitir, entre outras novidades, pagamentos adiantados aos agricultores.

O autarca reportou-se depois à importância do cultura do pinheiro manso, recordando que o concelho assumiu essa cen-

Numa sessão sobre apoios à agricultura

Autarca de Carregal do Sal reforça importância da aposta no pinheiro manso

tralidade em finais do ano passado, e desafiou os presentes a investirem nesta espécie. Rogério Abrantes designou-o “ouro branco” para sustentar a grande rentabilidade que daí pode advir. O autarca afirmou ainda que a Câmara de Carregal está empenhada em fazer proliferar o pinheiro manso e prova disso, adiantou em primeira mão, é o facto de a Autarquia ter decidido apoiar quem esteja interessado em plantar esta espécie através da cedência de garfos.

Regina Lopes, coordenadora da ADICES, fez o enquadra-mento das novas medidas de apoio à agricultura e floresta; prazos de candidatura; despesas elegíveis e não elegíveis; paga-mentos diretos e adiantamento; incentivos aos jovens; majora-ções às candidaturas e investimentos excluídos.

A Articold Project participou mais uma vez na terceira edição da Frutitec/Hortitec organizada pela Exposalão. A nossa partici-pação teve o privilégio de contar com o apoio dos nossos forne-cedores ao nível da refrigeração – Centauro Internacional, Lda. e da atmosfera controlada/ dinâmica - Storex.

Este ano a nossa participação nesta feira teve como prin-cipal objectivo a divulgação das mais recentes novidades tec-nológicas e inovações feitas para o ramo da hortofruticultura, nomeadamente no que diz respeito à conservação no período pós-colheira. Os visitantes mostraram bastante interesse nas novas soluções tanto ao nível de refrigeração como de atmos-fera controlada.

No que diz respeito à refrigeração actualmente trabalhamos com a empresa Centauro Internacional ao nível dos equipamen-tos de refrigeração, tais como Evaporadores, Condensadores, Grupos, Centrais entre outros equipamentos.

A Centauro é uma empresa portuguesa que se dedica ao fa-brico e ao desenvolvimento dos mais sofisticados equipamentos para a indústria da refrigeração a nível mundial. A indústria da re-frigeração encontra-se em constante mudança devido à altera-

OPIN

IÃO

Novas soluções de refrigeração para a hortofruticulturação da legislação referente à utilização de gases que contenham CFC. Actualmente esta empresa tem apostado fortemente nas alternativas aos gases comuns de forma a conseguir uma me-lhoria da eficiência energética e na redução do impacto ambien-tal e mantendo a tradicional robustez, fiabilidade, flexibilidade e boa aptidão ao uso que é destinado aos diversos equipamentos por eles desenvolvidos e fabricados.

Relativamente aos equipamentos de atmosfera, somos os representantes da marca Storex, uma empresa holandesa que se dedica ao desenvolvimento e ao fabrico de equipamentos para atmosfera controla, sendo que nos últimos 2/3 anos se tem dedicado fortemente ao desenvolvimento dos equipamentos para a atmosfera controlada dinâmica, desenvolvimento esse que levou a que consigamos ter no mercado um sistema auto-mático e inovador.

O Sistema que apresentamos denomina-se por atmosfera controlada dinâmica (DCS). Este processo permite medir auto-maticamente os valores de oxigénio e Etanol dentro da câmara, proveniente da respiração da fruta, optimizando-o consoante as necessidades da fruta durante a sua permanência dentro das câmaras frigoríficas. Estas medições são feitas todos os dias ao longo do período de armazenamento da mesma. Com este sis-tema, conseguimos saber quais as reais necessidades da fruta, ajustando assim os valores necessários ao seu estado de matu-ração, tendo como resultado final uma conservação em condi-ções optimizadas durante mais tempo e um melhor resultado em termos de dureza e sabor, não necessitando de recorrer a tantos produtos químicos para a sua conservação.

A medição de etanol é feita através de um analisador desen-volvido com um sistema de medição feita ppb (…) que vai dando origem a relatórios diários em forma de gráficos gerados pelo sistema com ligação através de Internet para que possamos analisar o estado da conservação da fruta.

Estes relatórios são analisados pelos nossos técnicos e pelos técnicos da própria marca (Storex) de forma a perceber se está tudo bem ou se é necessário fazer algum ajuste em termos de valores de O2/CO2.

Paulo Pires (Gerente Articold)

Page 32: Gazeta Rural nº 243

32 www.gazetarural.com

Analisar o contributo das Estratégias de Desenvolvimento Local de Base Comunitária para o desenvolvimento turístico nos territórios rurais é o tema principal das três oficinas, que decor-rem entre 16 e 23 de Março.

Tendo em conta a necessidade de concertar as abordagens para o desenvolvimento turístico nos territórios rurais, identifi-cando os principais constrangimentos e oportunidades regio-nais subjacentes às Estratégias de Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC), a Federação Minha Terra promove um ciclo de oficinas de turismo em meio rural, com a colaboração do Turismo de Portugal e da Direcção-Geral de Agricultura e De-senvolvimento Rural. A primeira ocorrerá no dia 16 de Março, na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra.

A iniciativa reúne os Grupos de Acção Local, Entidades Re-gionais de Turismo e outros parceiros do sector, que irão focar--se no debate e reflexão da estruturação do produtos turísticos das regiões – desde a criação de novos negócios à diversifica-ção de actividades –, da qualidade dos serviços e da capacita-ção dos agentes do sector, e da promoção e comercialização da oferta regional.

Segundo Regina Lopes, presidente da Federação Minha Ter-ra, “é nossa função clarificar as prioridades e os constrangimen-tos subjacentes à promoção do turismo em meio rural e, com

De 16 e 23 de Março

Federação Minha Terra organiza Oficinas de Turismo em Meio Ruralbase nessa análise, categorizar os critérios que deverão ser con-siderados na definição dos investimentos a priorizar para cons-truir produtos turísticos com viabilidade e sustentabilidade. Con-sideramos que as estratégias de desenvolvimento local devem, simultaneamente, estar alinhadas com todas estas necessidades e responder às especificidades de cada território.”

A oficina dedicada à Região Norte será realizada no dia 20, em Lamego, e no dia 23, em Faro, terá lugar a oficina destinada às Associações de Desenvolvimento Local do Alentejo e Algarve.

Page 33: Gazeta Rural nº 243

33www.gazetarural.com

Numa iniciativa da Associação Portuguesa de Tracção Animal (APTRAN), vai decorrer em Bragança de 5 a 11 de Abril, nas instalações da Escola Superior Agrária, o curso “A tracção animal na gestão agro-florestal sustentável”. Os objectivos do curso passam pela recuperação da tracção animal, numa zona do país onde a sua utilização foi uma realidade constante até há muito pouco e onde existem ainda pequenos produtores que continuam a recorrer a esta tecnologia.

Pretende-se com este curso dotar os formandos de conhe-cimentos e ferramentas adequadas que lhes permitam reconhe-cer na tracção animal uma solução moderna, de menor impac-to e economicamente viável, competitiva e sustentável, como complemento ou mesmo em alternativa aos modelos conven-cionais normalmente utilizados.

Os animais com capacidade de tracção continuam a repre-sentar uma importante fonte de energia em todo o mundo, sendo essenciais tanto em actividades agrícolas como industriais, par-ticularmente em áreas rurais e periurbanas em países em vias de desenvolvimento, onde a tracção animal assume um papel funda-mental junto das populações que dela dependem directamente.

Apesar de restarem poucas dúvidas acerca do papel fun-damental dos animais de trabalho, enquanto fonte de energia renovável, de menor impacto e economicamente viável, num mundo moderno industrializado e em constante progresso, a tracção animal tem vindo a perder de forma marcada a sua im-portância ao longo das últimas décadas.

A falta de interesse em torno da tracção animal, demons-trada pelos vários agentes envolvidos no desenvolvimento rural, levou mesmo a um atraso considerável na investigação científi-ca e no desenvolvimento de técnicas e equipamentos eficientes e acessíveis aos utilizadores de tracção animal. A própria FAO afirma, num dos seus recentes relatórios anuais, que esse desin-teresse leva a que os decisores ignorem a importância da trac-ção animal como uma peça importante para a sustentabilidade, excluindo-a das estratégias de desenvolvimento internacional.

Paradoxalmente, é no seio da própria sociedade moderna e em pleno século XXI que surge uma consciência ecológica (mas também económica), assente na necessidade de reduzir a motorização e industrialização excessivas em sectores como o agro-florestal. Observa-se um crescente e renovado interesse

pelo uso da tracção animal como uma fonte válida de energia. A necessidade de preservar a agro-biodiversidade, de reduzir as emissões de carbono, de estimular a auto-suficiência e reduzir o consumo de recursos não renováveis contribuiu também para esta tendência.

A importância emergente da tracção animal como uma alter-nativa/opção complementar à tracção motorizada é realçada pelo aumento do uso de tal tecnologia em pequenas e médias explora-ções agrícolas (horticultura, vinha, gestão florestal) nos países mais desenvolvidos da Europa como a França, Alemanha, Reino Unido, Suécia ou Suíça entre outros, onde se comprovou a sua viabilida-de económica, aliada a um menor impacto sobre o meio. Também nestes países e em ambiente urbano a tracção animal moderna assume-se como uma excelente solução em áreas como a gestão e manutenção de espaços verdes, orla costeira, recolha selectiva de lixo ou até mesmo noutras áreas como o transporte escolar ou a limpeza e manutenção da via pública.

Olhando para a realidade nacional portuguesa, o sector agro-pecuário tem sofrido alterações significativas ao longo dos últimos anos, com a redução de cerca de 50% no núme-ro de explorações agrícolas entre 1989 e 2009 e a redução do efectivo pecuário, com a paisagem agrícola a reorientar-se para sistemas de produção extensivos, levando a um ligeiro aumen-to da dimensão média das explorações. No entanto, Portugal apresenta condições muito favoráveis à utilização de tracção animal. Tendo em conta que 75% das unidades produtivas ainda exploram menos de cinco hectares ou que 80 % do volume de trabalho agrícola é realizado por mão-de-obra agrícola familiar, o caminho que tem sido trilhado nos países atrás referidos pare-ce ser o que leva ao surgimento de modelos de desenvolvimento competitivos, sustentáveis e ecológicos.

A (re)utilização desta tecnologia desempenha também um papel fundamental na preservação dos recursos genéticos ani-mais, através do fomento do uso de raças autóctones com me-lhor aptidão para a tracção animal. Contribui desta forma para a sua conservação e expansão, respeitando sempre a sua dig-nidade, integrando-os novamente num modelo agro-pecuário onde os animais sejam uma elemento fundamental.

Uma iniciativa da Associação Portuguesa de Tracção Animal

Bragança recebe curso “A tracção animal na gestão agro-florestal sustentável”

Page 34: Gazeta Rural nº 243

34 www.gazetarural.com

A Câmara de Castro Daire promove de 16 a 20 de Março a X Semana Florestal de Castro Daire, onde se vão realizar varias acções, com o objectivo de sensibilizar a comunidade escolar e a população castrense para a importância da conservação da floresta e destacar o seu interesse económico para a região.

Na Abertura da Semana Florestal irá realizar-se o espec-táculo músico-teatral “Missão Terra: Salvem a Floresta” dirigi-do aos alunos do primeiro ciclo do agrupamento de escolas de Castro Daire, onde se fará uma abordagem à floresta enquanto ecossistema natural e habitat de inúmeros seres vivos, demons-trando a importância da sua preservação para manter a biodi-versidade e o equilíbrio do nosso Planeta. O mesmo espectáculo será repetido a 17 de Março, desta vez dirigido aos alunos do pré-escolar do agrupamento de escolas de Castro Daire.

De forma a demonstrar a importância da preservação e manutenção das galerias ripicolas, irá realizar-se no dia 18 de Março, em parceria coma Quercus, a plantação de espécies ri-picolas nas margens do Rio Paiva. Esta acção será efectivada com a participação dos alunos do agrupamento de escolas de Castro Daire.

Por sua vez a 19 de Março, decorrerá uma reunião da Comis-são Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios com visita a trabalhos realizados no âmbito do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

Na X Semana Florestal decorre de 16 a 20 de Março

Câmara de Castro Daire sensibiliza comunidade escolar para a importância da floresta

O encerramento da Semana Florestal de Castro Daire terá lugar a 20 de Março, com o X Seminário “Floresta Sem Frontei-ras no Montemuro e Paiva”, onde vão ser abordados temas re-lacionados com o novo PDR 2014 – 2020, com uma abordagem aos apoios definidos no Programa Desenvolvimento Rural para a floresta, agricultura, apicultura e turismo.

A realização destas acções tem como objectivo obter por um lado a sensibilização de todos os participantes para a im-portância dos espaços florestais na multiplicidade dos seus usos e funções e para a responsabilidade colectiva na sua protec-ção e valorização, através de um melhor conhecimento do que é a floresta. Por outro lado, obter também a sensibilização dos jovens para as mais correctas práticas ambientais, apontando para a importância da floresta e sua preservação. Apostando desta forma numa faixa etária que está em formação e por isso mais “vulnerável” à aprendizagem, esta iniciativa remeterá um conjunto de práticas que, com certeza, serão interiorizadas por todos.

A Semana Florestal é uma iniciativa da Câmara de Castro Daire em parceria com a Associação de Produtores Florestais de Montemuro e Paiva, o Agrupamento de Escolas de Castro Daire, a ADRIMAG e a DRAPC.

A nona edição da Expoflorestal vai decorrer entre os dias 8 e 10 de Maio em Albergaria-a-Velha, numa organização da As-sociação Florestal do Baixo Vouga, Associação dos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha e Associação Nacional de Empresas Florestais Agrícolas e do Ambiente (ANEFA). O evento decorrerá na Zona Industrial de Albergaria, no parque de Cepos e Biomassa do Grupo Portucel Soporcel, propriedade com cerca de 70.000 metros quadrados.

Esta é a maior feira florestal da Península Ibérica, e a grande referência no sector, e tem vindo a crescer ao longo das edições anteriores. Isso mesmo tem vindo a ser registado pela organiza-ção, que prevê para 2015 uma presença a rondar os 30 mil visi-tantes e mais de duas centenas de expositores, distribuídos por entidades institucionais, empresas do sector florestal, escolas, artesanato, desporto, lazer, gastronomia e outras que mostram interesse em estar no certame.

Recorde-se que, em 2013, o certame teve a visita da então Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, que ficou impressionada com a qualidade do mesmo e com o número de expositores, classifi-cando o evento como “uma referência da fileira florestal”. Este ano, a presença de Assunção Cristas está igualmente confirma-da.

Nas edições anteriores, a organização apostou na interna-cionalização da feira, pelo que a edição de 2015 vai contar com

Certame realiza-se de 8 e 10 de Maio em Albergaria-a-Velha

Expoflorestal 2015 conta com mais de duas centenas de expositores

um programa repleto de conferências, seminários, demonstra-ções e exposições com variados temas, com o grande objectivo de ter, em Albergaria-a-Velha, um espaço de reunião entre os agentes do sector a nível ibérico.

Page 35: Gazeta Rural nº 243

35www.gazetarural.com

As Nações Unidas elegeram o papel das florestas no combate às alterações climáticas como o tema para as celebrações do Dia Internacional das Florestas em 2015. As mudanças climáticas cons-tituem a maior ameaça ambiental do século XXI, com consequên-cias profundas e transversais em vários domínios da sociedade.

Os estudos realizados em Portugal nos projectos SIAM I e II evidenciam que as alterações climáticas irão produzir impactos particularmente gravosos nas florestas, por via do aumento da temperatura e sobretudo da redução da precipitação. De acordo com esses estudos, nas florestas haverá alterações da produti-vidade dos povoamentos florestais e da distribuição geográfica das espécies florestais, que tenderão a migrar de sul para norte e do interior para o litoral. A investigação concluiu também que existe um risco acrescido de aparecimento de novas pragas e de agravamento dos incêndios florestais, em resultado de um clima mais quente e seco.

Nas principais espécies do nosso coberto florestal, prevê-se uma redução da produtividade que no pinheiro-bravo, com excep-ção do norte litoral, onde poderá aumentar 10%, será compreendi-da entre 27% no centro litoral e acima de 50% no sul. No eucalipto, a produtividade também pode aumentar em cerca de 10% no norte litoral, mas no coração da área de produção – a região centro – a diminuição da produtividade ser generalizada (mais acentuada no centro interior (-30%) do que na região litoral (cerca de -15%). Nes-tas duas espécies, os estudos realizados indicam uma diminuição da área de distribuição potencial, com retracção significativa a sul e aumento nas zonas de maior altitude.

No caso do sobreiro, a produtividade primária líquida au-menta nas regiões norte e centro litoral, diminuindo de forma significativa nos solos com menor capacidade de retenção para a água da região sul litoral (- 25%) e da região sul interior (- 60%). A área de distribuição desta espécie poderá ser afec-tada, em particular no sul e interior do continente, resultado do aumento da aridez. Atendendo à distribuição geográfica actual desta espécie, o impacto económico resultante da diminuição da produtividade e do aumento da mortalidade será substancial.

Tendo presente que os incêndios florestais constituem a principal ameaça à sustentabilidade da floresta portuguesa, o agravamento das condições meteorológicas favoráveis à ocor-rência de grandes incêndios florestais não pode ser ignorado. Assim, justifica-se o reforço das políticas de Defesa da Floresta Contra Incêndio, sobretudo na implementação de medidas de prevenção estrutural, com ênfase para uma gestão mais eficien-te dos combustíveis, que não pode ser dissociada da melhoria da gestão dos povoamentos florestais. Por outro lado, a diminuição do número de ocorrências contribuiria de forma relevante para aumentar capacidade de resposta dos meios de primeira inter-venção e combate, um domínio onde a sensibilização da popu-lação assume particular relevância.

No que respeita aos incêndios florestais importa assinalar o debate realizado no plenário da Assembleia da República, no qual foi notada a ausência da Ministra da Agricultura, tra-duzindo-se num lamentável sinal político do desinvestimento do Governo na prevenção estrutural dos incêndios flores-tais e como se as condições meteorológicas mais favoráveis ocorridas no verão passado tivessem resolvido os problemas

estruturais que tornam as florestas portuguesas tão vulne-ráveis aos incêndios.

Contrariamente ao facilitismo do Governo nesta matéria, os cenários de alterações climáticas sugerem uma tendência para o aumento do risco meteorológico de incêndio, desta-cando-se o seu aumento substancial nos meses de primavera e outono com o consequente alargamento da época de maior risco de incêndio. O relatório do IPCC lançado no ano passado aponta nesse sentido e alerta para um agravamento entre três e cinco vezes do problema dos incêndios florestais para o Sul da Europa e Portugal. Sendo Portugal o país europeu onde a floresta mais arde, é urgente actuar no ordenamento florestal e no combate ao abandono da floresta.

Como enfatizam as Nações Unidas, a gestão sustentável das florestas é decisiva para vencer a batalha das alterações climáticas e este é um combate em que Portugal tem de estar com grande empenho, sobretudo no que respeita à mitigação do problema dos incêndios florestais.

Sem confiança no futuro da floresta, o investimento na gestão dos recursos não acontece e com isso, a floresta passa de um sumidouro de Carbono para um emissor de CO2, liber-tando para a atmosfera o carbono sequestrado durante o seu crescimento no tronco e nas raízes.

Conforme afirma o Prof. Filipe Duarte Santos, o principal in-vestigador das alterações climáticas em Portugal, o nosso país constitui um caso complexo e preocupante. Portugal é bastan-te vulnerável às alterações climáticas e o processo de adapta-ção ainda está numa fase muito incipiente. Este investigador conclui ainda que é preciso desenvolver uma estratégia inte-grada e multissectorial de adaptação às alterações climáticas, uma estratégia que permita mobilizar os portugueses e recur-sos financeiros para travar esse combate às alterações climá-ticas e aqui o Fundo Português de Carbono, o Fundo Florestal Permanente e os Fundos comunitários do Programa Operacio-nal da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) e do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) deverão ser constituir fontes de financiamento prioritárias.

Miguel galanteEng.º Florestal

A floresta no centro dos desafios das

alterações climáticas

OPINIÃO

Page 36: Gazeta Rural nº 243

36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 243Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, Fernando Ferreira e José MartinsOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores | Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Zona Industrial de Coimbrões, Lote 44 - 3500-618 ViseuTiragem média Mensal Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

O presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, anunciou que pretende abrir este ano um processo de revisão do Plano Director Municipal (PDM), para ajudar a regular melhor a gestão dos solos agrícolas e florestais no concelho.

Ao intervir no seminário “Caramulo, que floresta no futuro?”, o autarca lembrou que, após os incêndios do verão de 2013, a prioridade foi avançar com intervenções como limpeza de linhas de águas e reabilitação de bermas, caminhos e estradas, que estão agora a ser concluídas e nas quais foram investidos cerca de 1,6 milhões de euros (do PRODER e do Fundo de Emergência Municipal). “Estamos agora num tempo em que queremos de-senvolver outro tipo de estratégias”, frisou.

Segundo José António Jesus, uma delas passa por “olhar para o PDM não só como um instrumento de planeamento ur-banístico, mas também, e principalmente, como um instrumento de gestão dos recursos naturais, quer na relação com o espaço agrícola, quer com o espaço florestal”. “Entendemos que o PDM deve ter a capacidade de interagir com estas novas realidades, principalmente num tempo em que queremos revalorizar a flo-resta, o sector da agro-pastorícia e o da agricultura”, sublinhou.

O autarca assegurou que o concelho pretende continuar a liderar “no sector da indústria”, mas considerou que isso “não impede que não se possa olhar para estas novas dinâmicas”, podendo o PDM “ajudar a regular a boa gestão dos solos”.

A Câmara de Tondela espera, no arranque do novo quadro

Revelou José António Jesus no seminário “Caramulo, que floresta no futuro?”

Câmara de Tondela quer rever PDM para uma melhor gestão dos solos florestais

comunitário, encontrar os recursos financeiros para desen-volver esse trabalho, ao mesmo tempo que vai desenhando as soluções. “Estamos motivados, mas também esperamos que os organismos do poder central, em particular o Instituto da Con-servação da Natureza e das Florestas, acompanhem esta dinâ-mica e exerçam o seu poder fiscalizador”, referiu.

Na opinião de José António Jesus, esta fiscalização é muito importante “para que as operações de rearborização não dei-xem de observar os parâmetros e os graus de exigência que de-vem ter”, de modo a que, após um incêndio, “a floresta esteja or-denada e preservada com uma boa gestão do espaço florestal”. “Planear a floresta não se resolve com medidas avulsas ou com estados de alma. Resolve-se com instrumentos reguladores e com um poder de fiscalização que tenha este grau preventivo”, defendeu.

Durante o seminário, foi apresentado o projecto “Padrinhos da floresta”, que envolve escolas, empresas e outras entidades da região que têm demonstrado preocupação com a preserva-ção da floresta.

José António Jesus disse que se trata de um conjunto de en-tidades que, “ao longo destes anos, têm tido uma atitude pe-dagógica, cívica, de responsabilização e de envolvimento social dos seus colaboradores, no sentido de, com eles, criar um regis-to afectivo que é importante ter com a floresta”.

Page 37: Gazeta Rural nº 243

37www.gazetarural.com

BREVES“Jornada dos Pequenos Frutos” em Viseu

A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro em colaboração com a Escola Superior Agrária de Viseu, vai realizar, no dia 23 de Março, a “Jornada dos Pequenos Frutos”, na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu.

O evento, dirigido às organizações de produtores, téc-nicos e produtores de pequenos frutos, pretende abordar aspectos culturais, fitossanitários e outros desafios que a fileira atravessa no momento actual.

As inscrições, gratuitas, mas obrigatórias, devem ser feitas até ao próximo dia 18 de Março, ao cuidado de Fernanda Rodrigues, pelo telefone 232 467 220 ou pelo email [email protected]

Adega de Mangualde inaugura Centro Interpretativo

da Vinha e do VinhoA Adega Cooperativa de Mangualde vai inaugurar o

Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho, no próximo dia 20 de Março, a partir das 16 horas. O evento contará com a presença do Secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque.

I Festival de Vinho em Nave do Barão

A freguesia de Salir, no concelho de Loulé, vai acolher

o I Festival do Vinho na Nave do Barão, evento promovido pela Associação «Os Barões». Neste festival, que conta-rá, durante a tarde3, com um concurso de vinhos, estarão presentes produtores artesanais e algumas das melhores adegas do Algarve. A entrada é livre e o copo para prova de vinhos pode ser adquirido no local por 2 euros.

Nerga promove Workshop de Vinhos

O NERGA - Associação Empresarial da Região da Guarda vai promover nos dias 26, 27 e 28 de Março o Workshop de Vinhos (nível II) “Vinhos de Portugal e do Mundo”. A iniciativa, além de prova de vinhos nacionais e internacionais, inclui ainda uma degustação temática com vários pratos, diferentes vinhos e respectivas combi-nações num restaurante da cidade.

O preço da inscrição é de 100 euros, beneficiando os associados do NERGA de um desconto de 10%.

Portugal Tour MTB 2015 Foi apresentado o Portugal Tour MTB 2015, evento de

BTT que promete dar a descobrir os trilhos das serras de Montemuro, São Macário, Serra da Freita e Caramulo. A prova, que durará 6 dias, entre 31 de Março e 5 de Abril, prevê a participação de 100 atletas de 10 nacionalidades e tem Viseu como ponto de partida e chegada.

O Município de Viseu dá apoio institucional à reali-zação, que reforça a promoção do concelho e da região como destino de turismo activo e de natureza e a impor-tância das modalidades de bicicleta em Viseu.

Palmela é a capital do Queijo de Ovelha

Palmela recebe de 27 a 29 de Março o XXI Festival Queijo, Pão e Vinho. O evento mais saboroso da região terá a Arrábida como cenário. O Queijo de Azeitão e o Moscatel de Setúbal são duas das principais atracções, num evento que conta com um vasto programa de animação para toda a família.

O evento é organizado pela Associação Regional dos Criadores de Ovinos da Serra da Arrábida (ARCOLSA) com o apoio da Câmara de Palmela

Fins-de-Semana Gastronómicos do Queijo de Ovelha em PalmelaO concelho de Palmela recebe nos dias 27, 28 e 29 de

Março e 3, 4 e 5 de Abril dois Fins-de-Semana Gastronó-micos do Queijo de Ovelha. Nos restaurantes aderentes, os visitantes podem provar as especialidades gastronómicas confeccionadas com queijo de ovelha, com destaque para o Queijo de Azeitão DOP. Menus criativos e requintados para paladares muito exigentes.

O evento é organizado pela Câmara de Palmela, Rota de Vinhos da Península de Setúbal e estabelecimentos aderentes.

Palestra assinala Dia Mundial da Floresta em Vila de Rei

O Auditório Municipal de Vila de Rei recebe, pelas 16 horas do dia 21 de Março, a palestra “Que Floresta para Vila de Rei?”, numa iniciativa inserida nas comemorações do Dia Mundial da Floresta.

O evento, aberto a toda a população, contará com a presença de responsáveis da Câmara de Vila de Rei, Ins-tituto de Conservação da Natureza e Florestas, Portucel Soporcel, Unimadeiras e Associação de Produtores Flo-restais de Vila de Rei.

Quinta de Holminhos lança Vila Frol em garrafa e bag-in-box

“Vila Frol, refere a lenda, foi o nome de uma localidade, povoada por gente boa e enqua-drada numa paisagem única. Conta a lenda que o Rei D. Dinis, por aí passando a caminho de Castela, se apaixonou por uma Pastora, de nome Maria Frol, que veio a morrer para des-gosto do nosso Rei que, em sua homenagem, mandou designar a sua terra, Povoa d´Além Sabor, com o nome de “Vila Frol”, em 1286. Termo arcaico que daria origem a Vila Flor, onde se produz excelente vinho que, tratado por mãos experientes, protegido e acondicio-nado nesta embalagem, se pode desfrutar até ao último copo”.

Page 38: Gazeta Rural nº 243

38 www.gazetarural.com

Orlando José Taveira PardelinhaRua Principal, nº 36 | 5430-031 Barreiros - Valpaços

Tlm.: 918 323 666

Hotéis localizados no centro da zona turística do Funchal com piscina exterior, spa e restaurante/bar com serviço de pequeno-almoço e tem acesso a uma vasta oferta de facilidades inserido no complexo Dorisol com piscinas interior e exterior, sauna, jacuzzi, sala de fitness, spa, ténis, sala jogos, restaurantes, bares.

Hotéis Dorisol a partir de 22.50 por pessoa em quarto duplo com pequeno-almoço

(Hotel Florasol 3*)

Marque em www.dorisol.pt ou por telefone (+351) 291 706 661

Garantimos o melhor preço.Oferecemos preço especial para grupos.

Marque as suas férias na Madeira

A vila de Ourique recebe de 20 a 22 de Março a edição 2015 da Feira do Porco Alentejano 2015. Numa edição que reforça a área de exposição e quase duplica o número de expositores, a organi-zação aposta na variedade da oferta com espec-táculos musicais, prova de presuntos do mundo, animação musical, parque infantil, artesanato, gas-tronomia e tasquinhas. Tudo num evento que cele-bra a fileira do porco alentejano, com entradas gra-tuitas entre os dias 20 e 22 de Março, em Ourique.

A Feira do Porco Alentejano é um dos principais eventos que se realizam no sul de Portugal e que em 2014 foi visitada por cerca de 50 mil pessoas. “Em 2015 estamos a preparar mais uma edição com grande sucesso, aumentando significativa-mente a área da Feira e criando novos atractivos, com a preocupação de satisfazer as expectativas de visitantes e expositores”, diz a organização do certame.

A aposta nos espectáculos vai desde os gru-pos de música popular no palco 2, os espectáculos principais com Tiago Bettencourt, David Antunes, Jorge Roque, D.A.M.A, Kussondulola, Trigo Roxo e ainda a emissão em directo do programa da TVI Somos Portugal, no dia 22 a partir das 14 horas.

Nos dias 20 e 22 de Março

Ourique recebe Feira do Porco Alentejano 2015

Page 39: Gazeta Rural nº 243

39www.gazetarural.com

Hotéis localizados no centro da zona turística do Funchal com piscina exterior, spa e restaurante/bar com serviço de pequeno-almoço e tem acesso a uma vasta oferta de facilidades inserido no complexo Dorisol com piscinas interior e exterior, sauna, jacuzzi, sala de fitness, spa, ténis, sala jogos, restaurantes, bares.

Hotéis Dorisol a partir de 22.50 por pessoa em quarto duplo com pequeno-almoço

(Hotel Florasol 3*)

Marque em www.dorisol.pt ou por telefone (+351) 291 706 661

Garantimos o melhor preço.Oferecemos preço especial para grupos.

Marque as suas férias na Madeira

Mil lampreias já esperam, em Valença, pe-los apreciadores, para o Festival Gastronómico “Sabores da Lampreia” que decorrerá em São Pedro da Torre, no fim-de-semana de 20 a 22 de Março. A 10 euros a dose, Valença promete dar a saborear, a preços económicos, a famosa lampreia do Rio Minho, considerada a melhor do mundo, confeccionada e apresentada de cinco formas diferentes.

Pescada artesanalmente no rio Minho, pe-los pescadores das comunidades piscatórias, sobretudo, de São Pedro da Torre e Cristelo--Côvo, as mil lampreias estão já em tanques da Associação Sabores do Rio Minho a preparar-se para serem confeccionadas. A técnica de “apu-rar” a lampreia em tanques de água corrente é antiquíssima e conhecida por “bater a lampreia”. Uma técnica que faz a lampreia apurar a sua carne, enrijecendo-a, o que permitirá, aquando da sua confecção, pratos de excelência.

Lampreia à Bordalesa, Arroz de Lampreia, Fumada/Grelhada, Assada no Forno, Recheada ou o prato dos cinco sabores, são os tipos de lampreia possíveis de saborear. Como prato al-ternativo os tradicionais Rojões. Acompanham o caldo verde, bem como os bons vinhos verdes da região e as sobremesas típicas.

A iniciativa é da Câmara de Valença, Junta de São Pedro da Torre e da Associação Sabores do Rio Minho.

A 10 Euros a dose, no Festival Gastronómico

Mil lampreias em Valença esperam por apreciadores

Page 40: Gazeta Rural nº 243

40 www.gazetarural.com