gazeta rural nº 213

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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 212 | 15 de Novembro de 2013 | Preço 2,00 Euros “Corrida” aos cogumelos silvestres

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Gazeta Rural nº 2013 Os cogumelos são, cada vez mais, um recurso a explorar e nesta época do ano há uma grande corrida a esta iguaria que nasce da terra. Este é o tema central da edição de 15 de Novembro da Gazeta Rural, onde abordamos outros temas que marcam a actualidade agrícola em Portugal.

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w w w . g a z e t a r u r a l . c o mDirector: José Luís Araújo | N.º 212 | 15 de Novembro de 2013 | Preço 2,00 Euros

“Corrida”aos cogumelos

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GuardaAzeite biológico da Beira InteriorA valorização e comercialização do azeite biológico produzido na região da Beira Interior são os principais objectivos do projecto Agri-logis - Logística e Distribuição na Fileira do Azeite, apresentado na Guarda

Trás-os-MontesCogumelos silvestresO potencial dos cogumelos silvestres aumenta de ano para ano na região do Nordeste Transmontano, como conse-quência da identificação pelos especialistas de um maior número de espécies comestíveis e rentáveis do ponto de vista comercial.

BoticasXVI Feira Gastronómica do PortoA XVI edição da Feira Gastronómica do Porco, um evento que é já uma das grandes referências do Concelho de Boticas, vai realizar-se nos dias 17, 18 e 19 de Janeiro de 2014, prometendo a qualidade a que habituou todos os visitantes e muita animação

PenedonoCarlos Esteves aposta na vertente SocialO autarca de Penedono está preocupado com os efeitos da crise nas pessoas e por isso vai centrar a sua actuação, no próximo mandato, na parte social.

CoimbraEstado vai intervir nas terras abandonadasO secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Fran-cisco Gomes da Silva, disse, em Coimbra, que o Estado vai intervir nas “propriedades aparentemente sem dono e visivelmente abandona-das” para as “colocar sob melhor gestão”.

OleirosCertificar produtos derivados do medronhoOleiros quer certificar “alguns dos produtos locais, nomeadamente os derivados do medronho”. A garantia foi deixada pelo presidente da Câmara de Oleiros na abertura da VII Mostra do Medronho e da Castanha

Moimenta da BeiraNovas Caves Terras do Demo O povo era tanto que a visita inaugural às novas Caves do espumante Terras do Demo, em Moimenta da Beira, teve de ser feita em grupos de 30/40 pessoas, uns a seguir aos outros. A obra custou cerca de meio milhão de euros e tem capacidade para acolher 700 mil garradas de espumante.

22 MangualdeEntrevista a João AzevedoO presidente da Câmara de Mangualde, em conversa com a Gazeta Ru-ral, abordou o momento do sector primário no concelho. João Azevedo diz que Mangualde se está a reforçar “como sendo o principal polo dos frutos vermelhos no país”, mas onde outros sectores, como o vinho e as frutas, têm um peso significativo na economia do concelho.

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Um jovem empreendedor de 35 anos, residente em Montale-gre, criou um `kit´ para cultivar cogumelos comestíveis em casa que dá, pelo menos, três colheitas em espaços de 15 a 20 dias.

O `kit´ criado por José Gonçalves, chamado de “Nyscarus”, é composto por uma caixa de papelão que tem, no seu interior, borra de café onde se desenvolvem os fungos e um borrifador para regar.

“O Nyscarus é uma pequena horta de cogumelos que o cliente compra, abre, rega, colhe, cozinha e come, tudo sem sair de casa”, disse o jovem, explicando que “basta regar duas ve-zes por dia para, na primeira ou segunda semana, os cogumelos começarem a crescer”. Depois de colhidos, avançou, os cogu-melos, sem aditivos nem conservantes, podem ser cozinhados frescos ou guardados no frigorífico por alguns dias. O `kit´ está disponível em três tamanhos (S - 600 gramas, M - um quilo e L - um quilo e meio) e tem um preço médio de sete euros.

João Gonçalves revelou que a ideia surgiu depois de ter feito um curso de jovens empresários agrícolas e acções de forma-ção sobre produtos regionais e cultivo de cogumelos em palha e borra de café. “Os meus pais são proprietários de um café e, sendo a borra de café a matéria orgânica ideal para o desen-volvimento da semente dos cogumelos, não pensei duas vezes e comecei a aproveita-la”, adiantou.

Dado ser necessário uma grande quantidade de borra de café, José Gonçalves, além do estabelecimento dos pais, per-

Com três colheitas de 15 a 20 dias

Jovem de Montalegre lança `kit´para cultivar cogumelos comestíveis em casa

corre mais cafés da vila de Montalegre, transformando o que era desperdício num alimento de alto valor nutritivo.

O produto, lançado no passado mês de agosto, está ainda em fase experimental sendo, para já, vendido a amigos, na rede social Facebook, no Ecomuseu do Barroso, em Montalegre, e em encontros micológicos. “As pessoas adoram o produto, acham divertido ver os cogumelos crescerem na sua cozinha e poder consumi-los o ano inteiro”, disse.

Neste momento, afirmou o empreendedor, tem pedidos pendentes para revenda aos quais não consegue dar resposta porque trabalha sozinho no projecto e tem de o conciliar com a sua actividade profissional.

A trabalhar no Ecomuseu do Barroso, José Gonçalves clas-sificou esta actividade como um “extra” no orçamento mensal. O objectivo, frisou, é colocar o produto no mercado, sobretudo na região norte do país, produzir mais variedades de cogumelos, além do que desenvolve agora - “Pleurotus Ostreatus” -, vulgar-mente conhecido por “repolgas”.

O jovem tenciona ainda construir um armazém com uma câ-mara de incubação porque, actualmente, o espaço onde traba-lha é a cozinha dos avós.

José Gonçalves reivindicou mais apoio por parte das auto-ridades na área do empreendedorismo para ajudar os jovens a constituir empresas, elaborar projectos e poder viver em Mon-talegre.

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Com o aumento de espécies comestíveis e rentáveis

Potencial gastronómico e comercial dos cogumelos cresce no Nordeste Transmontano

O potencial dos cogumelos silvestres au-menta de ano para ano na região do Nordeste Transmontano, como consequência da iden-tificação pelos especialistas de um maior nú-mero de espécies comestíveis e rentáveis do ponto de vista comercial. “Podemos percorrer o mesmo sítio durante 20 anos e encontra-mos sempre espécies de cogumelos diferen-tes no mesmo espaço”, disse o micólogo e investigador António Monteiro, no decurso do XV Encontro Micológico Transmontano, que decorreu em Mogadouro.

O especialista disse ter conhecimento de que houve um apanhador que, num hec-tare de terreno, colheu cerca de 100 quilo-gramas de “boletus edulis”, sendo esta uma espécie “altamente comercializável”. “Ao longo de uma década ou duas, um souto de castanheiros poderá ser mais rentável do ponto de vista micológico que propriamen-te na produção de castanha, ou madeira”, exemplificou o também vice-presidente da associação micológica “A Pantorra”, com sede em Mogadouro.

Face a esta situação, os especialistas que estudam os cogumelos alertam para “os perigos escondidos” associados a esta “comida de risco”, devendo ter-se em conta que estes fungos só devem ser recolhidos por quem conhece e estuda as diversas es-pécies. “Só se deve confeccionar e comer o que se tem a certeza que é comestível. E para se ter certeza no mundo dos cogume-los há que ter sempre o apoio de literatu-ra científica actualizada e não confiar nas tradições populares”, acrescentou António Monteiro. “Num ano rico em cogumelos como aquele que foi 2013, há o conheci-mento de pelo menos seis mortes provo-cadas pela ingestão de cogumelos veneno-sos”, frisou o também médico.

O Encontro Micológico de Mogadouro contou com participantes de diversas ida-des e vários pontos do país, além de uma associação micológica norueguesa, que está a assinalar 40 anos.

Para Joana Melo, uma jovem aprecia-dora de cogumelos, do Porto, o mundo da micologia “é fascinante” e proporciona um contacto directo com a natureza. Por seu lado, Ana Ferreira disse que desde cedo lhe despertou o interesse pela micologia, sendo esta é a primeira vez que participa numa sa-ída de campos para recolher e identificar as mais diversas espécie de cogumelos.

Sanchas, boletos, repolgas ou míscaros são, nesta altura do ano, dos fungos mais procurados pelos apreciadores na região do Interior Norte e Centro.

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Produtor da região Oeste criou unidade fabril no Bombarral

Tradição de desidratar fruta é negócio que começa a conquistar consumidores

O método tradicional do passado de desidratar fruta, para a ter em épocas de escassez, está a transformar-se em Portugal num negócio que começa a conquistar consumidores pela forma alter-nativa, crocante e divertida de a consumir.

A experiência dos antepassados levou um produtor de maçãs e peras da região Oeste a criar uma empresa e a abrir há um ano uma unidade fabril no Bombarral. “A minha avó fazia fruta desidratada” num processo que consiste em “retirar água da fruta, colocando-a em tabuleiros para secarem ao sol. Como estava ligado ao sector da produção de fruta fresca, percebi que esta área, que já existia noutros países, não estava muito desenvolvida em Portugal”, explicou João Azevedo, sócio-gerente da Azevagro.

O empresário decidiu avançar, então, para um projecto que consiga combater “a obesidade in-fantil e o problema das crianças não comerem fruta”, criando produtos naturais, como pedaços cro-cantes ou gomas de pera e maçã que, em muitos casos, ganham formas divertidas.

“Comecei a pensar em dar formas à fruta, como corações, ursinhos, estrelinhas, tornando a fru-ta apelativa às crianças” para que passassem a consumi-la, disse. O objectivo passa, também, por aproveitar fruta que, pelo seu calibre reduzido ou “cosmética mais deficiente”, não tem aceitação no mercado. “Uma das missões deste projecto é também dar valor a uma parte da fruta que não é vendida em fresco”, reconheceu o empresário.

A partir das crianças, o grande público-alvo do negócio, a empresa começou a pensar em diver-sificar os produtos a pensar nos pais, criando linhas “gourmet”, como as barras de pera, que chegam ao cliente em embalagens com design atractivo e que são adquiridas sobretudo para presentes.

A procura do mercado permitiu escoar mais de seis toneladas de fruta no último ano, levando a empresa a exportar para Inglaterra e Bélgica e a equacionar a ampliação da fábrica.

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A valorização e comercialização do azeite biológico produ-zido na região da Beira Interior são os principais objectivos do projecto Agrilogis - Logística e Distribuição na Fileira do Azeite, apresentado na Guarda.

O Agrilogis é apoiado por fundos comunitários e integra, en-tre outros organismos, a Associação Empresarial da Região da Guarda (NERGA), a Associação de Agricultores para Produção Integrada de Frutos de Montanha (AAPIM), a Agência de Desen-volvimento para a Sociedade da Informação e do Conhecimen-to (ADSI), e a Associação do Cluster Agro-industrial do Centro (Inovcluster).

Segundo os promotores, o projecto apresentado nas ins-talações da associação NERGA “foi estruturado com o intuito de promover e alavancar a capacidade competitiva da fileira do olival do território de intervenção, através da promoção de con-dições de produção, operacionais, organizativas e de comer-cialização”, tendo em conta que o azeite biológico é “cada vez mais” procurado pelo mercado, segundo o dirigente da AAPIM, José Assunção.

O responsável referiu que a região tem “condições poten-ciais e organizações de produtores”, sendo apenas necessário “aumentar a produtividade do olival” para tornar a fileira do azeite mais competitiva.

Projecto foi apresentado na Guarda

“Agrilogis” quer aumentar competitividade do azeite biológico da Beira Interior

José Assunção referiu que a AAPIM tem actualmente dez produtores de azeite em modo biológico e em toda a região da Beira Interior existe uma área de produção “de 500 a 600 hectares”. No entanto, apontou que a região possui um total de 60 mil hectares de olival e um “potencial para ter 120 mil”. “Pretendíamos que o olival tradicional se convertesse em bioló-gico e fosse competitivo”, disse José Assunção, que defende do Governo a criação de um programa idêntico ao que existe para a reconversão da vinha “para introduzir tecnologia e aumentar a produtividade do sector”.

O azeite produzido actualmente “tem qualidade, mas é pre-ciso dar-lhe valor acrescentado”, o que só poderá ser feito com um projecto como o Agrilogis, admitiu.

Na conferência de imprensa, o presidente da ADSI, Constan-tino Rei, anunciou que vai ser criada uma plataforma electrónica para comercialização do azeite. Será desenvolvido “um espaço virtual onde produtos e serviços são oferecidos no mercado na-cional e internacional”, disse.

O projecto será concretizado até 31 de Dezembro de 2015 e tem um investimento total elegível de 560 mil euros, segundo Pedro Tavares, presidente do NERGA. “O Agrilogis nasce da ideia de haver centros logísticos para os produtos agrícolas e este é o começo”, disse.

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Oleiros quer certificar “alguns dos produtos locais, nomeadamente os derivados do medronho”. A garantia foi deixada pelo presidente da Câmara de Oleiros na abertura da VII Mostra do Medronho e da Castanha.

Fernando Jorge quer continuar a dinamizar a iniciativa, que serve para potenciar e impulsionar a economia do concelho. “A ideia está montada e assente, agora há que pensar no futuro. O objectivo é certificar alguns dos produtos locais, nomeadamente os derivados do medronho”. O autarca referiu ainda que pretende dar apoio à plantação de medronheiros e castanheiros e confessou já ter feito contactos junto do Ministério da Agricultura, no sentido de valorizar alguns dos produtos endógenos de Oleiros, tais como o medronho, o vinho Callum e a broa da Isna. Fernando Jorge está confiante no futuro e acredita que irá ter bons resultados.

Recorde-se que nos últimos anos a fileira do medronho tem verificado um grande aumento de produção e existem actualmente alguns pomares a produzir intensivamente.

Mostra do Medronho e da Castanha consolidada

Oleiros ficou a cheirar a medronho e castanha com a realização da sétima mostra dedicada aos mais famosos frutos do Pinhal. Para além do envolvimento do comércio local, não faltou um alambique a destilar aguardente de medronho, assadores de castanhas, artesanato ao vivo, acordéons, teatro, muita animação e desporto de natureza. Os restaurantes aderentes da Mostra Gastronómica trouxeram ainda às suas mesas iguarias de comer e chorar por mais.

Autarca de Oleiros diz que “há que pensar no futuro”

Oleiros quer certificarprodutos derivados do medronho

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A ministra da Agricultura afirmou que a agricultura deve as-sociar-se à agroindústria para acrescentar valor aos produtos, criar riqueza e emprego. A transformação de produtos, nome-adamente da castanha, permite, na opinião de Assunção Cris-tas, criar postos de trabalhos fixos durante o ano, e não apenas sazonais, e atrair “mais” investimentos, sobretudo estrangeiros. “Dar novas formas aos produtos é muitíssimo positivo e os mer-cados internacionais agradecem essa vivacidade”, afirmou.

Assunção Cristas visitou um souto na Serra da Padrela, em Valpaços, e considerou que a união entre a agricultura e a agroindústria deve ser, no futuro, a aposta e o caminho a “tri-lhar”.

Enquanto caminhava pelo souto, acompanhada pelos filhos, a ministra caracterizou a castanha como o “ouro” da região de Trás-os-Montes e lembrou que o sector tem ganho “grande di-namismo e impulso” no país.

Nos últimos dois anos, avançou, a área de soutos plantados duplicou, o que demonstra a sua importância. E, acrescentou, “os investimentos nacionais e estrangeiros neste sector estão a aumentar, criando postos de trabalho, o que, aqui, é muito im-portante”.

A governante relembrou que, em 2012, foram exportados 17,5 milhões de euros em castanhas e derivados e canalizados para o sector, no âmbito do programa de desenvolvimento rural, 10 milhões de euros. Este ano, comentou, a produção da casta-nha vai aumentar 27%.

Ministra visitou um souto na região da Padrela, em Valpaços

Assunção Cristas defende união entre agricultura e agroindústria para criar riqueza

Além de castanhas, a ministra da Agricultura recebeu, por parte dos produtores, pedidos de ajuda. O proprietário do souto, Flávio Batista, relembrou que “nem tudo é bom”. “Temos várias dificuldades, por exemplo, os castanheiros estão a ser afectados e a morrer devido a várias doenças, por isso, precisávamos de ajuda, não financeira, mas técnica para as travar”.

O produtor anotou que noutros países, nomeadamente na França, existem já tratamentos para pôr fim a “estas pragas”, pedindo à ministra para copiar este exemplo.

Ao repto, Assunção Cristas garantiu estar “muito atenta”, sobretudo a fenómenos que começam noutros países e atin-gem Portugal, por isso, vai aumentar a formação e informação no domínio das boas práticas agrícolas.

Depois de apanhar castanhas, a ministra da Agricultura visi-tou uma unidade de produção, comercialização, transformação e distribuição de frutos secos, frutos vermelhos, produtos trans-formados e `gourmet, em Vila Pouca de Aguiar. O administrado da empresa Agroaguiar, Rodrigo Reis, pediu “sensibilidade” ao Governo para pequenos investimentos que, nesta região, “sig-nificam muito”.

A fábrica, que exporta 75% da sua produção, está a construir uma nova base logística para armazenar os produtos congela-dos, num investimento de 1, 5 milhões de euros.

Assunção Cristas garantiu que o próximo programa do Go-verno terá medidas “concretas” para a agricultura tradicional e das espécies para revitalizar o sector.

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O secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Ru-ral, Francisco Gomes da Silva, disse, em Coimbra, que o Estado vai intervir nas “propriedades aparentemente sem dono e visi-velmente abandonadas” para as “colocar sob melhor gestão”.

Já está concluída uma proposta de lei que “procura ope-racionalizar” o artigo do Código Civil determinando que “qual-quer propriedade abandonada pertence ao Estado”, anunciou o governante, que falava na sessão de abertura de um seminá-rio sobre “Grandes incêndios florestais: causas, consequências e propostas de prevenção e minimização de impactos”, numa iniciativa da Ordem dos Engenheiros (OE).

“Não é objectivo do Estado apoderar-se da propriedade pri-vada”, assegurou Francisco Gomes da Silva, sublinhando que o projecto de lei visa permitir ao Estado dar “o destino que enten-der melhor” às “propriedades aparentemente sem dono e visi-velmente abandonadas”, isto é, sem “uso agrícola, florestal ou silvo-pastorícia”.

O melhor destino para as terras naquela situação, que o governante não sabe se “são muitas ou poucas”, sendo certo que “as estimativas apontam para números muito diversos”, é associá-las à necessária correcção da “estrutura fundiária” em Portugal, que “é deficiente” e “impede uma maior geração de valor”, afirmou o secretário de Estado.

“Não se trata de expropriação, trata-se de um procedimento de procura de donos”, sublinhou o governante, adiantando que se os proprietários “existirem ser-lhes-ão pedidas responsabili-dades”, se “não existirem o Estado tem obrigação de encontrar forma de colocar essas propriedades sob melhor gestão”. Este cenário constitui uma “oportunidade de actuar sobre as parce-las pequenas, tornando-as maiores, do ponto de vista da sua utilização exclusivamente”, sustentou.

Francisco Gomes da Silva anunciou, também, que “estão a ser preparadas” iniciativas de “âmbito fiscal, fundamentalmente no que diz respeito aos impostos sobre o património e de ma-neira muito concreta sobre o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), que na propriedade rural é muito pouco eficaz”. “É essen-cial que, do ponto de vista dos interesses da floresta em Portu-gal, as questões ligadas à propriedade rural possam ser revistas rapidamente”, defendeu o governante, revelando que “estão a ser trabalhadas propostas” neste sentido.

O seminário, que decorreu no auditório da OE em Coimbra, contou com a participação de especialistas de diversas áreas, que debateram a “problemática dos incêndios florestais”, pro-curando “identificar as suas causas e as suas consequências” e apontar soluções, sobretudo no plano da prevenção.

O encontro foi uma organização conjunta dos colégios re-gionais da OE do Centro das engenharias Florestal, Agronómica, do Ambiente, Mecânica e Geográfica.

Garantiu o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural

Estado vai intervirnas terras abandonadas e sem dono

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Os últimos números oficiais da estatística das áreas ardi-das contabilizam cerca de 141.000 ha de área ardida. Em 2013 contabilizaram-se 21 grandes incêndios florestais (com uma área ardida de povoamentos e matos superior a 1000 ha), que percorreram 52.000ha (36% do total de área ardida) e foram responsáveis pela destruição de mais de 21.000 ha de povoa-mentos florestais (41% da área contabilizada de povoamentos florestais ardidos). Trata-se de uma situação preocupante, na medida em que o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios aprovado em 2006 estabeleceu como meta opera-cional a eliminação dos incêndios com área superior a 1000 ha.

Foi ciente da preocupação crescente que acarretam os grandes incêndios florestais que, oportunamente, a Ordem dos Engenheiros promoveu a realização em Coimbra de um debate alargado sobre este problema, no que respeita à protecção de pessoas e bens, aos danos ambientais, ao combate e também à prevenção, a montante.

Das várias intervenções a que tive oportunidade de assistir, gostaria de me debruçar sobre a visão defendida pelo vice-pre-sidente do ICNF, o departamento governamental com a respon-sabilidade da coordenação do pilar da prevenção estrutural no Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios. E, se concordo com a leitura do Eng. João Soveral de que a alteração do modelo de ocupação do solo, decorrente do abandono da agricultura e dos território rurais, tem motivado o aumento da continuidade e acumulação dos combustíveis, conjugado com condições meteorológicas adversas e com uma elevada con-centração diária de incêndios em determinados período do ano (esse ano, esta situação verificou-se na segunda quinzena de Agosto) proporciona as condições para a ocorrência de grandes

OPINIÃO

incêndios florestais, já a afirmação que a politica florestal não exerce influência nos grandes incêndios florestais merece o meu desacordo.

Concretamente, um exemplo oriundo do outro lado do Atlântico. Nos EUA, a política de gestão das Matas Públicas e dos Parques Nacionais destinada à redução da gestão para fins de conservação da biodiversidade, somada com os objectivos de supressão total do fogo desses espaços, resultou na acu-mulação e continuidade da carga combustível que tem como consequência os mega-incêndios de efeitos verdadeiramente devastadores que se têm assistido nos últimos anos.

É por isso que acredito que a politica florestal, no contex-to específico nacional em que a floresta ocupa cerca de 40% do território e em que o sector florestal pode dar um contributo ainda mais importante para o desenvolvimento económico do país, deve exercer um papel liderante na promoção da gestão activa e protecção dos espaços florestais, nomeadamente na mitigação do risco de incêndio, que é o principal risco percep-cionado para a sustentabilidade da floresta em Portugal e que está consagrado na estratégia nacional para as florestas como o domínio prioritário para a actuação das políticas públicas.

Conforme identificava o estudo de avaliação externa do Plano Nacional DEFCI no biénio 2009/2010 (o estudo relativo ao biénio 2011/2012 ainda está por realizar …), a persistência de elevada carga combustível sem uma mudança no paradig-ma do ordenamento do território e da produção florestal, con-diciona a eficácia das respostas institucionais ao problema da ocorrência dos incêndios florestais. É, portanto, neste domínio de intervenção que a política florestal deve exercer o seu papel, na definição dos princípios orientadores, nomeadamente, para a programação dos apoios comunitários do próximo Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020, que possam contribuir para a mudança do paradigma.

É, nesse prisma, que considero urgente prosseguir o trabalho iniciado em Coimbra e aprofundar o debate político e técnico--científico em torno dos grandes incêndios florestais (alguém se lembra do estudo realizado pela UTAD em 2007?), avaliar os impactos das medidas e soluções adoptadas (qual é o futuro das equipas do Grupo de Análise e Uso do Fogo?), proceder às necessárias revisões e ajustamentos de rumo e, nesse domínio concreto, a avaliação e revisão intercalar do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios afigura-se determinante.

Os cenários das alterações climáticas com o agravamento das condições extremas de risco meteorológico de incêndio e o continuado despovoamento do interior do País (um estudo da Universidade de Aveiro recentemente publicado estima que em 2040 o interior terá um terço da população actual), são facto-res que devem merecer a preocupação dos decisores políticos na formulação da política florestal para o país. A preocupação manifestada pelo Secretário de Estado das Florestas e Desen-volvimento Rural de que o Estado estaria a preparar os instru-mentos legais para a intervenção nas terras abandonas e sem dono é um importante sinal político no bom caminho.

Após os incêndios florestais de 2003 e 2005, Portugal fez um trabalho notável para mitigar o flagelo dos incêndios flores-tais. Um trabalho que tem perdido força nos últimos anos, mas que é essencial retomar rapidamente sob pena de daqui por uns anos, em vez de debater os grandes incêndios florestais nos en-contremos novamente em Coimbra, ou noutro local, a debater os mega-incêndios como uma fatalidade que ano após ano vai destruindo o principal riqueza natural do país – a floresta!

Miguel Galante(Eng. Florestal)

Serão os grandes incêndios florestais

uma fatalidadenacional?

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A Cooperativa Agrícola de Apicultores da Lousã e Concelhos Limítrofes (Lousamel) está a comemorar 25 anos, sendo res-ponsável pela gestão da Denominação de Origem Controlada (DOP) que abrange dez municípios dos distritos de Coimbra e Leiria. “Foram 25 anos de muito trabalho e dedicação aos api-cultores”, afirma o presidente da cooperativa, António Carvalho.

Em 1996, foi atribuída a “menção honrosa DOP” ao mel produzido por colmeias que laboram na Serra da Lousã. Cabe à Lousamel divulgar e promover a DOP junto dos produtores e dos consumidores, estando a certificação confiada a uma empresa. A criação da DOP gerou “um movimento de apoio à coopera-tiva”, que resultou “num aumento substancial dos pedidos” de certificação e ainda do número de sócios e da produção.

Nestes 25 anos, “fizemos um trabalho sério e honesto, sem-pre com o pensamento de fazer cada vez melhor na questão da DOP”, sublinha. “O consumidor fica um pouco mais descansado quando compra produtos certificados”, enfatiza António Carva-lho.

Após a criação da DOP, “mais que triplicou o número de associados” da Lousamel, que dispõe de uma moderna central meleira, onde recebe a produção dos apicultores. O enchimento e a rotulagem dos frascos também são realizados nas instala-ções, na Lousã.

Há um ano, a Lousamel firmou com a Soane um contrato para abastecimento da sua rede de supermercados, mas já an-

Reúne 350 apicultores de vários concelhos

Cooperativa de apicultores celebra 25 anos e exporta mel DOP Serra da Lousã

tes vendia mel para algumas lojas do grupo. Tem vindo a expor-tar “algumas pequenas quantidades” para Angola e Noruega.

Para a Alemanha, envia “quantidade mais substancial” de mel a granel, contando também nesse país com “um cliente que compra mel enfrascado”, refere António Carvalho. A Lousamel tem exportado 10 a 15 toneladas de mel por ano para a Alema-nha, o que faz em cooperação com outros produtores.

A última safra de mel DOP Serra da Lousã sofreu uma quebra de 40% devido às condições climatéricas. A cooperativa reco-lheu “na ordem das 20 toneladas, o que é muito pouco”, na óp-tica do dirigente.

Pela sua qualidade, o mel da região, em cuja flora melífera predominam urzes e castanheiros, “tem facilidade de entrar em qualquer país” da União Europeia. Mas, não sendo ano de exce-dentes, “está primeiro o país”, preconiza o presidente da Lou-samel.

A directora executiva tem a mesma posição: “Temos de pro-mover o que é nosso primeiro cá dentro”, afirma a engenheira Ana Paula Sançana. “Enquanto não formos auto-suficientes na nossa produção, não faz sentido privarmos o mercado nacional daquilo que realmente é bom”, defende.

O mel DOP Serra da Lousã é produzido nos concelhos de Ar-ganil, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Mi-randa do Corvo, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Vila Nova de Poiares.

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Durante o fim-de-semana de 23 e 24 de Novembro, em que se descobre o néctar de cada talha, as adegas de Ervidel, no concelho de Aljustrel, abrem as suas portas para dar a conhecer o vinho produzido na aldeia. Este vinho concebido de forma ar-tesanal, ou seja, em talha de barro, é muito conhecido na região e recomendado pelos apreciadores.

Como tem vindo a acontecer nos últimos anos, o Largo da Li-berdade de Ervidel, também conhecido como largo da feira, é o epi-centro do evento. Ali, junto ao Jardim da Liberdade, situam-se os stan-ds, que funcionam como montra dos produtos locais e regionais, onde se pode encontrar também artesanato, doçaria, leguminosas, azeite, enchidos, vinho; entre muitos outros produtos de qualidade.

Bem perto deste local, no antigo lagar, os visitantes podem ver o modo artesanal de produção de azeite, que nestes dias

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Técnicos Oficiais de Contas | Consultores Fiscais e de Gestão

Nos dias 23 e 24 de Novembro

Adegas de Ervidel abrem portas e talhas e dão a conhecer o vinho da aldeia

mostrará a laboração de um lagar antigo. A poucos metros de distância situa-se o Núcleo Rural do Museu, que também tem um espólio cultural para oferecer aos visitantes. Mesmo ao lado fica a adega colectiva, onde se pode apreciar todos os vinhos dos produtores locais, comer um petisco, conviver e assistir aos espectáculos musicais.

Depois, aqui e ali, como que a tecer uma manta de retalhos, há adegas que salpicam as ruas da aldeia e que nestes dias es-tão abertas de par-em-par para dar a conhecer o seu produto e a receber residentes e visitantes.

Esta feira, centrada na temática da vinha e do vinho, é pro-movida pela Câmara de Aljustrel com o apoio da Junta de Fre-guesia de Ervidel, produtores e movimento associativo.

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O Fórum Vinhos de Portugal reúne o sector do vinho em tor-no das questões das exportações e promoção internacional. A iniciativa organizada pela ViniPortugal terá lugar no dia 28 de Novembro, a partir das 9,30 horas, no Palace Hotel da Curia. Or-ganizado em duas sessões, no Fórum serão analisados e deba-tidos dois temas fundamentais: a importância da informação de mercado nas estratégias de exportação e a apresentação dos planos de promoção para 2014.

“O IVV e a Viniportugal, conscientes da importância da in-formação sobre os mercados, têm vindo a trabalhar cada vez

Os noruegueses procuram, cada vez mais, os vi-nhos portugueses e a prova disso é o oitavo lugar al-cançado por Portugal no ranking de países exportado-res para aquele mercado, resultados que têm vindo a aumentar de ano para ano e que, em 2012, registaram um valor de cerca de dois milhões e 300 mil litros co-mercializados.

Segundo dados da Comissão Vitivinícola da Re-gião de Lisboa (CVR Lisboa), os vinhos desta região são os que mais têm contribuído para colocar Portugal no ranking dos grandes exportadores para a Noruega. “Em 2012, ano de algum crescimento, 61% do total de vinhos portugueses exportados para a Noruega foram da Região de Lisboa, que, ao todo, comercializou mais de um milhão e 400 mil litros”, afirma Vasco d’Avillez, presidente da CVR Lisboa.

O consumo de vinhos portugueses na Noruega tem crescido, sobretudo, no segmento de brancos, onde se registou um aumento de 17,3% nos primeiros seis meses de 2013 face ao período homólogo ante-rior. “As exportações dos Vinhos de Lisboa acompa-nham esta tendência de crescimento dos vinhos por-tugueses, com um grande aumento no consumo dos vinhos brancos, mas a nossa grande base de negócio continua a ser o vinho tinto”, mantendo uma presença que vem dos anos 50, quando ambos os países per-tenciam à EFTA, explica o responsável.

O perfil do consumidor norueguês justifica esta ten-dência nos hábitos de consumo, uma vez que prefere be-bidas com um menor teor alcoólico. “O consumidor no-rueguês é cada vez mais cuidadoso com o teor alcoólico do vinho e esse perfil permite-nos prever algumas ten-dências de consumo. É esperado que, no médio e longo prazo, as vendas de vinho tinto baixem alguma coisa e que as vendas de brancos, sobretudo, e depois de rosés e espumantes aumentem”, refere Vasco d’Avillez.

Esta tendência pode ser mais um factor de sucesso para os Vinhos de Lisboa, uma vez que é uma das duas únicas regiões portuguesas que produz vinho leve, que tem um teor alcoólico baixo, entre 9 e 10 graus.

Segundo dados da CVR Lisboa

Vinhos de Lisboasão os mais consumidos na Noruega

Fórum Vinhos de Portugal dia 28 de Novembro, no Palace Hotel na Curia

Viniportugal debate a importância da informação de mercado para as políticas de exportação

mais de forma articulada e é o fruto deste trabalho que será apresentado no Fórum. As exportações de vinho português têm evoluído de forma positiva e constante mas a concorrência é forte, pelo que revela-se importante trabalhar e disponibilizar a informação certa aos intervenientes do sector. Sabemos que cada mercado tem valores e lógicas diferentes e por tal as es-tratégias individuais ou colectivas deverão responder às espe-cificidades de cada mercado” afirma Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal.

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O Douro recorre cada vez mais a tecnologia de precisão para gestão das vinhas, como aeronaves que recolhem imagens que de-tectam zonas com vigor diferente, indicativo de doenças ou falta de água, permitindo uma intervenção mais eficiente. “Noventa por cento do trabalho e do resultado do vinho está na vinha. Com uma área de 67 hectares é importante termos o nosso trabalho o mais optimizado possível”, afirmou a enóloga Gabriela Canossa, da Quin-ta Maria Izabel.

O Douro dos socalcos e encostas íngremes possui micro climas, uma grande variedade de solos e de castas. “Até mesmo dentro da mesma casta temos imensas variantes no terreno”, acrescentou. Por isso, esta propriedade recorre à fotografia aérea que “permite ver cepa a cepa”. Este trabalho de recolha de imagens é feito por empresas especializadas que utilizam aeronaves tripuladas ou não tripuladas, os chamados drones. “Esta tecnologia permite-nos au-mentar a eficiência no trabalho de gestão das vinhas, permitindo--nos trabalhar vastas áreas de vinha com uma precisão quase à planta”, afirmou António Graça, da Sogrape Vinhos.

O responsável acrescentou que, com estas imagens que são depois tratadas através de computação avançada, é possível de-tectar zonas “com vigor diferente, o que pode indiciar deficiências de nutrição, seja incidência de doenças ou problemas a nível do abastecimento hídrico” da videira. “Em vez de termos que calcor-rear dezenas de hectares para fazer essa verificação é possível, em poucas horas, detectar essas áreas e imediatamente dar início às operações de correcção”, salientou.

Com a informação sectorizada, Gabriela Canossa diz que é pos-sível colocar um “chip ligado ao GPS do tractor, que fica ligado ao satélite, que permite que o doseamento dos tratamentos fitossa-nitários e de adubação seja feito consoante as necessidades das plantas”. “Permite-nos optimizar as aplicações e baixar custos”, frisou.

Este ano, a enóloga fez também “micro vinificações”. “Nós con-seguimos hoje dizer aos nossos trabalhadores que é para vindimar, para um determinado vinho “premium”, até, por exemplo, à 25.ª planta daquele bardo e a partir dali vai para a nossa segunda mar-ca”, sustentou.

António Graça referiu que esta tecnologia “não é barata”, mas salientou que, cada vez mais, começam a aparecer fornecedores e soluções mais acessíveis.

Uma das empresas que está a apostar nesta área é a UAVision, que desenvolveu um drone, um pequeno quadricopetero, que faz a recolha de vídeos e fotografias, com imagem visível ou térmica, com imagem nocturna ou infravermelho, a que é mais importante para a agricultura.

Estas imagens permitem identificar variações no desenvolvi-mento vegetativo das culturas, fazer estimativas de produção ou identificar as áreas mais susceptíveis de virem a sofrer de pragas e doenças.

João Noéme, um dos responsáveis da empresa, referiu que os drones podem fazer a “fotografia área à medida do que o agricul-tor quiser”. “Posso voar a baixa altitude e ter uma precisão maior, com uma área de fotografia menor, ou voar mais alto em que, para o mesmo tempo de voo e custo, consigo uma área muito maior com precisões mais baixas”, salientou.

A UAVision desenvolveu a tecnologia e a partir de Janeiro irá fa-zer a prestação deste serviço aos agricultores, que poderá custar cerca de mil euros por dia de voo, e que incluiu depois o trabalho de processamento.

Nova tecnologia permite aumentar a eficiência no trabalho

Douro aposta em tecnologia de precisão para gestão da vinha

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A comitiva norte-americana de especialistas em vinho que visitou a região vitivinícola do Tejo e que compreendia jornalistas, empresá-rios de restaurantes, importadores e sommeliers, deixou em Portugal uma mensagem muito importante para os produtores nacionais. “Os vinhos portugueses têm que construir uma imagem mais assente na cultura e na história do país para penetrar no mercado americano e não cingir-se apenas a uma ou duas boas marcas de vinho, como aconteceu com os australianos e argentinos, que hoje estão com maiores dificuldades, porque o consumidor cansou-se e procura no-vos sabores”, defendeu, em conferência de imprensa, Candela Prol, sommelier e wine educator norte-americana.

Na conferência, a bordo do ‘Lisboa vista do Tejo’, organizada pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo), Adele Capela, importadora norte-americana, defendeu também que a penetração dos vinhos portugueses nos EUA tem que ser feita de forma tradi-cional, sempre através de importadores que, por sua vez, tratarão da relação com os distribuidores, o trade e a restauração. “O mais importante é que o importador acredite nos vinhos que está a co-mercializar, pois este é um negócio de carácter muito pessoal e, a partir do momento em que acreditamos no vinho vamos fazendo a introdução no mercado por fases, primeiro num ou dois estados e, só depois, apresentar aos demais”, explica a empresária.

Para Adele Capela, a estratégia dos vinhos portugueses não pode apenas assentar no ‘mercado da saudade’, mas antes pela excelente relação qualidade/preço que estes apresentam.

No decorrer da conferência foi ainda abordado o perfil do consu-midor de vinho norte-americano que está mais disponível para pro-curar novos sabores, onde se enquadra o vinho nacional. “O consu-midor de vinho dos EUA situa-se na casa dos 30 anos e é exigente no que diz respeito à relação qualidade preço dos vinhos que compra”, afirma Adele Capela.

Por outro lado, Candela Prol, defendeu que a aposta nas denomi-nações de origem e nas castas portuguesas é muito importante, uma vez que o consumidor norte-americano está constantemente à pro-cura de novas tendências, sabores e experiência na prova de vinhos.

Esta sommelier reforçou, ainda, a vantagem apresentada pelos vinhos portugueses em relação aos de outros países, uma vez que combinam com toda a gastronomia mundial e não apenas com a do próprio país. “A restauração é muito importante no crescimento da exportação dos vinhos portugueses nos EUA, visto que, para além de ser o local ideal para promoção de um vinho, os preços apresentam margens de cerca de 300%”, explica a mesma responsável.

Os Vinhos do Tejo nos EUA

Os EUA têm sido um mercado de grande importância para os Vinhos do Tejo, principalmente nos últimos 2 anos, onde apresentaram cresci-mentos na ordem dos 119%. “Num espaço de cinco anos queremos qua-driplicar o volume de litros exportados para os EUA, atingindo o valor de cerca de 2.500 litros comercializados’, afirmou na mesma conferência de imprensa José Pinto Gaspar, presidente da CVR Tejo.

Segundo este responsável, o mercado norte-americano é muito importante, não só por ser o maior mercado importador de vinhos a nível mundial, mas também, porque, ao ser uma referência, é uma porta aberta na exportação para outros países. A filosofia a adoptar pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo passa pela consolidação nos mercados onde os vinhos da região estão presentes. “Já este ano devemos exportar €1M e devemos duplicar este volume já em 2014”, conclui.

Uma acção promovida pela CVR Tejo

Americanos explicam como podemos vinhos nacionais crescer nos EUA

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O povo era tanto que a visita inaugural às novas Caves do espumante Terras do Demo, em Moimenta da Beira, teve de ser feita em grupos de 30/40 pessoas, uns a seguir aos outros.

A obra custou cerca de meio milhão de euros e tem capacidade para acolher 700 mil garradas de espumante.

João Silva, presidente da direcção da Cooperativa Agrícola do Távora e princi-pal impulsionador do investimento, rodeado e acarinhado pela multidão presente, emocionou-se no discurso improvisado da cerimónia de inauguração que juntou de-putados, presidentes de câmara, dirigentes de instituições da administração central, regional e local, presidentes de organizações privadas, empresários e comerciantes também, associados de várias cooperativas agrícolas da região e povo, muito povo anónimo que se juntou à inauguração.

“Hoje é um dia festa, merece ser um dia de festa”, disse o presidente da Câmara de Moimenta da Beira, José Eduardo Ferreira, que elogiou o trabalho do dirigente da cooperativa e o empenho, “sempre esforçado”, do director regional de Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, que chamou de “amigo de Moimenta da Beira”.

As novas caves têm mil metros quadrados de área e ficam a mais de quatro metros de profundidade. Têm capacidade para 700 mil garrafas em estágio a uma tempera-tura média de 14/15 graus centígrados. As paredes são de blocos de granito rústico, amarelado, de muitas toneladas de peso, que lhe dão imponência e grandiosidade.

Em paralelo, e à superfície, está a nascer um edifício de apoio às caves que inclui sala de negócios, sala de provas e um espaço para restauração com área suficiente para receber mais de duas centenas de pessoas. “Conjugamos assim gastronomia, lazer, sabores, aromas e negócio num conceito moderno e pleno de enoturismo”, ex-plicou João Silva, presidente da direcção da Cooperativa Agrícola do Távora.

Um mar de gente quis ver a nova obra

Cooperativa Agrícola do Távora inaugurou novas Caves Terras do Demo

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No âmbito do Dia Europeu do Enoturismo, evento organi-zado pela Recevin em parceria com a Associação de Municípios Produtores de Vinhos (AMPV), a Câmara de Nelas promoveu um passeio pelas adegas e quintas dos produtores de vinho do concelho que se associaram a esta iniciativa, cujo objectivo de promoção e divulgação do património vinícola do Dão foi ple-namente atingido.

Os cerca de 80 de participantes tiveram a oportunidade de conhecer a cultura e paisagens vínicas do Coração do Dão, através de visitas às adegas e vinhas, provas de vinhos, degus-tação de produtos regionais e apresentação de projectos liga-dos ao enoturismo. Com início nos Caminhos Cruzados (Nelas), a tarde seguiu-se pela Quinta da Fata (Vilar Seco), Quinta do Sobral e Paço dos Cunhas (Santar), Lusovini (Nelas), Carvalhão Torto (Nelas), terminando nas instalações do Palwines (Nelas).

De salientar, que durante o fim-de-semana, estes produto-res de vinho receberam cerca de 200 visitantes, o que traduz a determinação da autarquia em promover iniciativas que di-namizem a economia do concelho e atrair novos investimento privados e públicos potenciais geradores de emprego qualifica-

Cerca de 80 de participantes visitaram adegas e quintas em Nelas

“Coração do Dão”comemorou o Dia Europeu do Enoturismo

do para a região, promovendo também o empreendedorismo dos agentes locais. Aliando cultura e tradição, o município de Nelas pretende apostar na organização de um vasto leque de actividades que fomentem a promoção e a divulgação da região vitivinícola do Dão, vinhos e produtos típicos locais enquanto símbolos de qualidade de vida.

As comemorações do Dia Europeu do Enoturismo tiveram como objectivo global posicionar o enoturismo como uma rea-lidade única e múltipla em todos os estados-membros da rede (Recevin), ao incentivar o consumo dos produtos locais, como argumentos de qualidade intrínseca da vida na Europa, promo-vendo uma homogeneização dos padrões de qualidade das di-ferentes vias de vinho europeu.

Esta acção é parte da necessidade actual de avaliação e promoção dos territórios rentáveis como activos económi-cos, para alcançar uma posição competitiva no mercado do território-produto, a obtenção de um mercado com canais de distribuição bem definidos, para melhorar as estratégias de sen-sibilização, e, finalmente, para estimular a inovação empresarial para o enoturismo.

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A Federação Nacional das Adegas e Cooperativas de Por-tugal (Fenadegas) reclama a redução da tributação dos sub-sídios ao investimento na agricultura de 75% para 20%, con-siderando a actual taxa “lesiva do interesse dos viticultores e investidores”.

“Tendo em conta a actual situação económica e financeira vivida em Portugal, os subsídios ao investimento na agricultura são um forte incentivo à produtividade, tendo como objectivo principal a reestruturação do tecido empresarial e a manuten-ção das boas condições agrícolas e ambientais”, sustenta a Fenadegas.

Neste contexto, a federação “exige a revisão da tributação deste apoio aos produtores que se insiram no regime simplifi-cado, ou seja, aos empresários cujo montante anual ilíquido de rendimentos seja inferior a 150.000 euros”.

Com este objectivo, a Fenadegas diz ter enviado um “pe-dido de esclarecimento” ao Ministério da Agricultura em que “exigiu à tutela esclarecimentos mais profundos”, mas relativa-mente ao qual não obteve ainda resposta.

O presidente da Fenadegas defendeu a aplicação aos sub-sídios para investimento do mesmo coeficiente, de 20%, usado nos subsídios à exploração. Segundo explicou Basto Gonçal-ves, os pequenos agricultores não estavam sujeitos a este im-posto por não terem contabilidade organizada, tendo passado a estar abrangidos na sequência das novas medidas relativas à fiscalidade na agricultura inscritas no Orçamento do Estado para 2013.

De acordo com a Fenadegas, são particularmente pe-nalizados os pequenos viticultores, que, com o objectivo de se favorecer a reestruturação da vinha, foram estimulados a apresentar candidaturas, nalguns casos agrupadas, ao progra-ma Vitis, de forma a obterem uma majoração do subsídio. “É manifestamente exagerado, no caso do investimento, aplicar um coeficiente desta natureza”, sustentou Basto Gonçalves, antecipando que, a manterem-se os atuais níveis de tributa-ção, muitos agricultores serão “apanhados de surpresa” no momento de liquidação do IRS.

Fundada em 1981 por um conjunto de 24 adegas, a Fena-degas tem actualmente 56 cooperativas associadas directa-mente e ainda com três uniões de cooperativas (UNIDOURO, UDACA e VERCOOPE), representativas de quase todas as re-giões do país.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (AMPV) vai realizar no dia 23 de Novembro, no CNEMA, em Santarém, a Assembleia Electiva dos Órgãos Sociais para o quadriénio 2014 / 2017, em simultâneo com o XXI Congresso Nacional da ANMP

De forma a garantir a afluência e a participação, do maior número possível de municípios a este acto eleitoral, a ANMP e o CNEMA cederam uma sala à AMPV, para que esta pudesse realizar esta Assembleia, aproveitando ocasião do congresso da

Considera a actual taxa “lesiva do interesse dos viticultores e investidores”.

Fenadegas reclama redução da tributaçãodos subsídios ao investimento na agricultura

Para o quadriénio 2014/2017

Associação Nacional de MunicípiosPortugueses vai eleger novos Órgãos Sociais

ANMP, que irá mobilizar a maioria, se não, todos os municípios portugueses a estarem presentes.

De acordo com os estatutos, o regimento da Assembleia In-termunicipal e os respectivos prazos legais foi, apenas, apresen-tada uma proposta de lista aos Órgãos Sociais.

Assim, a presidência do concelho irá continuar a ter como presi-dente o representante da Camara do Cartaxo, enquanto a presidência da mesa da Assembleia Inter-municipal pertencerá a Lamego.

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O Top 100 Cellar Selection da presti-giada revista de vinhos norte-americana Wine Enthusiast escolheu nove vinhos portugueses para a sua selecção de vinhos com grande capacidade de en-velhecimento, ou seja para guardar até chegar o momento certo para os beber. Destas nove marcas, duas pertencem aos produtores Casa da Passarella e So-grape Vinhos, da Região Demarcada dos Vinhos do Dão. As marcas seleccionadas foram: Casa da Passarella O Enólogo Vinhas Velhas Tinto 2009 e Quinta dos Carvalhais Único 2009, respectivamente.

A revista descreve o vinho da Casa da Passarela como sendo “um vinho madu-ro, seleccionado a partir de vinhas velhas e que apresenta uma estrutura rica e só-lida. Os aromas a frutos vermelhos ma-duros combinam com uma acidez fresca e um sabor a compota de ameixa. Apre-senta uma cor escura, densa e cheia de grande profundidade”. A revista adianta ainda que se trata de um vinho com uma capacidade extraordinária de envelheci-mento e por isso aconselha que este seja consumido a partir de 2017.

A Wine Enthusiast descreve o Quinta dos Carvalhais Único 2009 como sendo “o vinho de topo” da Sogrape, “produ-zido a partir da selecção das melhores parcelas. Revela características mine-rais, taninos fortes e combinações de frutos vermelhos. Uma linha fina de aci-dez suculenta percorre toda a firme es-trutura deste vinho”. No lote dos vinhos portugueses descritos no Top 100 Cellar Selection, o Douro detém as restantes referências.

De salientar, que Portugal, consegue colocar nesta lista mais vinhos do que o Chile, a Austrália, a Argentina, Africa do Sul, Espanha e Alemanha. O Top 100 é liderado pelos EUA com 34 vinhos refe-renciados e pela França que aparece 26 vezes nesta lista.

Casa da Passarella e Sogrape Vinhos

Vinhos do Dão figuram no Top 100Cellar Selection da Wine Enthusiast

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O Esporão foi o vencedor da categoria “Agricultura, Mar e Turismo” nos Green Project Awards 2013. Esta distinção premeia o Esporão pelas suas práticas de produção agrícola sustentável, entre as quais a transição do modo de produção integrada para a produção biológica, contando actualmente com 77 hectares de vinha e 80 hectares de olival em modo de produção biológica certificada, e ainda a criação de um campo ampelográfico, com 9,7 hectares, onde foram cultivadas 189 castas distintas, com o objectivo de preservar e estudar a potencialidade de cada casta.

Para a organização dos Green Project Awards,“a experiência da Herdade do Esporão contribuiu também para o desenvolvimento do plano de sustentabilidade para a vitivinicultura do Alentejo.”

Para além do primeiro prémio, o Esporão foi também distinguido com uma menção Honrosa na categoria “Gestão Eficiente de Recursos”, pelas boas práticas a nível de redução de consumo de água, energia e resíduos. A organização considera o projecto de redução do consumo de água para 1,59 litros de água por cada litro de vinho engarrafado, “um caso de estudo”, destacando ainda os “vários projectos que envolvem os colaboradores, decisores e fornecedores do Esporão com o objectivo de diminuir o consumo de recursos, aumentar a produção de energia de fonte renovável, reutilizar e gerir eficientemente os resíduos”.

Segundo João Roquette, CEO do Esporão, “acreditamos que produzir de forma racional e responsável não é apenas compatível como potenciadora de produtos de melhor qualidade. O modo de produção utilizado é determinante na qualidade e fertilidade dos solos, plantas e, consequentemente, na qualidade dos nossos produtos. Tem sido sempre este o nosso objectivo: produzir vinhos e azeites cada vez melhores, por isso protegemos os recursos naturais determinantes na sua qualidade e continuidade”.

Os Green Project Awards, que vão na sexta edição, premeiam os projectos que promovam o desenvolvimento sustentável, alertando a sociedade civil para a importância do equilíbrio ambiental, económico e social. Organizado pela Agência Portuguesa do Ambiente, a Quercus e a GCI, tem o alto patrocínio do Presidênte da República.

Este ano, a cerimónia de atribuição de prémios foi na Fundação Champalimaud e contou com a presença do Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, e da Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas.

Recorde-se que, na sequência da implementação de uma alargada gama de práticas sustentáveis inovadoras, o Esporão tinha já sido distinguido, este ano, com o prestigiado prémio internacional “Sustainability of the year award” nos “The Drinks Business Green Awards 2013”.

Vencedor da categoria “Agricultura, Mar e Turismo” dos Green Project

Awards 2013.

Esporão premiado por práticas de produção agrícola sustentável

Vilar Seco 3520-225 Nelas - Portugal

Tel./Fax (+351) 232 942 332

Tlm. 914 559 086

Mail: [email protected]

www.quintadafata.com

GPS: N 40º 33' 33,01''

W 007º 52' 25,84''

Tudo que o Dão tem de bom para oferecer

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No rescaldo da Feira dos Santos, que voltou a atrair muitas dezenas de milha-res de pessoas, o presidente da Câmara de Mangualde, em conversa com a Gaze-ta Rural, abordou o momento do sector primário no concelho. João Azevedo diz que Mangualde se está a reforçar “como sendo o principal polo dos frutos verme-lhos no país”, mas onde outros sectores, como o vinho e as frutas, têm um peso significativo na economia do concelho.

O autarca, contudo, lançou um alerta e um apelo aos jovens agricultores, que tem a ver com a existência no concelho de uma empresa de recepção e transfor-mação de frutos secos, que importa ma-téria prima, nomeadamente avelã, para a sua laboração, porque na região e no país não há.

Gazeta Rural (GR): Este ano a Feira dos Santos recebeu mais uma enchente?

João Azevedo (JA): Sim, estávamos a contar que isso, pela dimensão que a Fei-

João Azevedo, em entrevista à Gazeta Rural

“Mangualde é o principalpolo dos frutos vermelhos no país”

ra dos Santos está a tomar, pela promo-ção que tem nos meios de comunicação social e também da qualidade que apre-sentou nos últimos anos.

Foram milhares e milhares de pessoas a circular na cidade de Mangualde, ape-sar de alguns chuviscos terem prejudica-do a vinda de pessoas à feira, mas houve muito movimento, o que foi bom quer para o evento quer para os comerciantes e feirantes.

GR: A Feira dos Santos tem muito a ver com o sector primário, que está a mexer no concelho?

JA: Está, claramente. Há poucos anos começamos a fazer um trabalho de for-miguinha no sentido de perceber o que era mais importante para o futuro dos mangualdenses, mas também a possibi-lidade de termos um concelho competi-tivo.

Percebemos que o sector primário era onde se podia investir e de uma forma

quase criativa, através do trabalho con-junto com outras entidades, como a Ade-ga Cooperativa, a Cooperativa Agrícola, a COAPE e outras instituições que perten-cem a Mangualde, conseguimos projetar um sector que estava um bocado ador-mecido. Hoje estou satisfeito e orgulhoso pelo facto de saber que há cerca de seis dezenas de novos jovens agricultores no concelho, que trabalham para poderem ter um futuro melhor, não só em termos pessoais mas também da própria família.

GR: O concelho de Mangualde hoje produz vinhos de excelência, frutas de grande qualidade, como maçã e pêra, mas há outras áreas onde se tem apostado bastante?

JA: Por exemplo, frutos secos. Temos no concelho uma empresa privada que faz a recepção de frutos secos. Aliás, por incrível que pareça, hoje não temos ca-pacidade produtiva para responder às necessidades da mesma, que importa grande parte da matéria-prima.

GR: Está a falar da Transagri, que não encontra avelã no mercado nacio-nal para as suas necessidades?

JA: Sim. A região de Mangualde não consegue ser competitiva para produzir ao nível que eles querem e precisam, e, por isso, a necessidade de procurar no-vos mercados, o que me deixa preocu-pado. Aproveitava e fazia um alerta para que os jovens agricultores, os homens e as mulheres da agricultura, pensem e re-flitam sobre isto.

Nos frutos vermelhos, sem dúvida ne-nhuma, somos a “capital”, e eu não que-ro usar isto como uma expressão vulgar, mas hoje Mangualde está a reforçar-se como sendo o principal polo dos frutos vermelhos no país.

GR: Essa não é uma área “perigo-sa”, onde muita gente investiu, e vai continuar a investir. Isso não pode vir a ser preocupante daqui a algum tempo?

JA: O mercado é que dita as leis. Há muitos anos houve os investimentos nos kiwis e hoje ainda há gente a produzir a ganhar muito dinheiro com o kiwi. Há mui-tos anos houve a moda da maçã e hoje ainda é produzida e vendida. Houve a moda da vinha e, efectivamente, também houve muita gente que a abandonou, mas efectivamente há muito vinho e de grande qualidade. Nos frutos vermelhos,

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efectivamente é uma nova variante que existe nesta zona e eu quero acreditar que quem trabalhar bem, quem fizer bem e produzir com qualidade vai ter sucesso.

GR: Que importância teve neste desenvolvimento do sector primário o Gabinete de Apoio ao Agricultor?

JA: Foi fundamental. São as tais de-cisões silenciosas, que parecem muito discretas, mas que são de uma enorme importância. O Gabinete de Apoio ao Agricultor, como estrutura municipaliza-da, foi o primeiro do país. Tem uma im-portância enorme, não só pelo facto de existir e, portanto, onde as pessoas sa-bem que podem procurar ajuda, mas, e em consequência disso, que é a resposta, a informação, o aconselhamento, o cari-nho, a disponibilidade que as pessoas que estão nesse gabinete têm tido ao longo dos anos, o que acabou por criar um efei-to contagiante, porque isso fez com que outras entidades, como a Adega Coope-rativa, a Cooperativa Agrícola, a COAPE, pudessem apanhar também o comboio, embora com a sua própria identidade, do desenvolvimento no sector primário.

Não tenhamos dúvidas que o fac-to, por exemplo, da COAPE ter hoje uma grande dimensão nos frutos vermelhos,

da Adega Cooperativa de Mangualde ter as medalhas que teve nos últimos tem-pos, o facto da Cooperativa Agrícola ter a dimensão que tem, tudo isto tem mui-to a ver com o investimento que foi feito pelos seus dirigentes, e aproveito esta oportunidade para felicitá-los, porque todas estas instituições caminharam em conjunto, numa estratégia preparada e organizada por um conjunto de pessoas que achou que deveria de ser assim.

GR: Teve um primeiro mandato a ‘arrumar a casa’, como disse na altu-ra. E agora, olhando para os próximos quatro anos?

JA: Falta fazer muita coisa. Aliás, te-mos sempre que fazer muita coisa, mas principalmente há uma aposta que é importante. Tenho falado ao longo dos anos, nos períodos de apresentação dos nossos projectos, naquilo que é mais im-portante, que é manter as pessoas nos concelhos, principalmente no interior. E nós só conseguiremos manter as pes-soas nos concelhos do interior, como Mangualde, competindo com os que têm outro tipo de ofertas e competindo com outros países, se houver capacidade de empregabilidade em primeiro lugar, atra-vés de atracção de investimento privado.

Dou-lhe como exemplo a barragem Girabolhos, que vai ser uma realidade e que nos deixa orgulhosos com esse gran-de investimento, de quase 500 milhões de euros, que vai acontecer nos próximos meses, que vai criar centenas de postos de trabalho e uma economia muito forte, que nos deixa muito satisfeitos.

Depois a questão da competitividade turística, que tem a ver não só com o sec-tor do turismo, mas também no sector pri-mário, que pode ter aqui uma importância muito grande, no sentido de atrair pessoas para virem ver o temos no concelho, como, por exemplo, a Feira dos Santos. Depois, na área social há tolerância zero. Tenho dito isso em todo o lado. Temos de ter a capa-cidade de ter informação permanente da-quilo que pode acontecer, especialmente nas faixas das pessoas mais desprotegi-das, os seniores, os jovens, as crianças, ou seja, criar um plano, que existe, uma rede, que existe, que seja ainda mais eficaz e que atina patamares de apoios ainda maiores, para que não haja problemas.

Na área da competitividade Mangualde apresenta-se como uma marca importan-te. A marca Mangualde é hoje uma marca com força. Depois, temos que estimular a vinda de pessoas para Mangualde, porque é essa a nossa obrigação é essa.

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A XVI edição da Feira Gastronómica do Porco, um evento que é já uma das grandes referências do Concelho de Boticas, vai realizar-se nos dias 17, 18 e 19 de Janeiro de 2014, prometen-do a qualidade a que habituou todos os visitantes e muita ani-mação, a começar pela realização do Programa da TVI “Somos Portugal”, que pelo segundo ano consecutivo marcará presença em Boticas, depois do enorme sucesso alcançado da edição de 2013.

A organização do certame está já em pleno andamento, tendo o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, já reunido com os produtores que irão participar no evento, pro-curando ouvir a sua opinião sobre alguns aspectos que poderão ser melhorados para aumentar ainda mais a excelência daquela que é uma das grandes referências do Mundo Rural barrosão e de toda a região. Ao mesmo tempo, o autarca procurou sensibi-lizar os produtores para a necessidade de manter bem elevados

A realizar nos dias 17, 18 e 19 de Janeiro de 2014

Boticas prepara XVI ediçãoda Feira Gastronómica do Porco

os padrões de qualidade dos produtos que são vendidos na Fei-ra, “como forma de preservar a sua autenticidade e garantir que todos quantos nos visitam possam saborear o que de melhor a região do Barroso tem para oferecer”.

Desta reunião com os produtores de fumeiro saiu também a decisão de manter os preços inalterados em relação aos da última edição do certame, tendo em conta o actual momento de “crise” vivido no País, já que “atendendo à redução do poder de compra dos portugueses, não faz muito sentido aumentar os preços praticados na feira.

Fernando Queiroga aproveitou ainda para manifestar o seu optimismo, esperando que “o sucesso que a Feira Gastronómica do Porco tem vindo a registar ao longo dos anos tenha continui-dade em 2014, até porque sabemos que os produtos com qua-lidade continuam a ter muita procura e a merecer a confiança”.

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Pelo décimo ano consecutivo, Fornos de Algodres recebe, no dia 23 de Novembro, mais um Passeio Micológico, evento que une esforços das entidades organizadoras para dar continuidade a uma estratégia de transformação progressiva do património natural e gastronómico do concelho num produto turístico. Ao longo de dez anos esta iniciativa tem atraído diversos visitantes e estudiosos a Fornos de Algodres, incentivando o interesse pela etno-botânica e pela micologia, ou se preferirem pela “etnomicologia”, que nesta edição será objecto de uma abordagem tão profunda quanto reveladora de surpreendentes “cogumelos hipógeos”, um mundo por descobrir, verdadeiramente surpreendente e encantador!

O Município do Fundão organiza, de 15 a 24 de Novembro, a Mostra Gastronómica “Fundão, Aqui Come-se Bem – Sabores do Cogumelo”, que decorre em 14 restaurantes do concelho.

Neste festival irão participar os restaurantes Boguinhas, Moagem d’Avó, Eclipse, Dom Martim, Marisqueira Bela Vista, Hermínia, O Mário, Alambique D’ Ouro, Mário’s, O Pierrot (todos no Fundão), O Fiado (Janeiro de Cima), O Pipo (Souto da Casa), Pensão Clara (Alpedrinha) e O Rochedo (Pêro Viseu).

Com esta mostra gastronómica, que decorre a par do Mís-caros – Festival do Cogumelo, pretende-se que sejam criados

No dia 23 de Novembro

Fornos de Algodresrecebe X Passeio Micológico

De 15 a 24 de Novembro no Fundão

Mostra Gastronómica cria e recria pratos com os “Sabores do Cogumelo”

e recriados pratos típicos regionais e ligados ao acervo gastro-nómico do concelho do Fundão, permitindo preservá-lo e en-riquecê-lo, assim como valorizar e defender o cogumelo como produto gastronómico de excelência.

Os cogumelos silvestres são, desde tempos imemoriais, uma forma das populações do Pinhal complementarem a sua ali-mentação e o seu rendimento familiar, uma vez que a região do Fundão sempre foi um habitat privilegiado de diversos tipos de cogumelos silvestres, tais como os Frades, Tortulhos e Míscaros, estando desta forma a iguaria enraizada na gastronomia local.

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De 29 de Novembro a 1 de Dezembro, as portas da NERVIR – Associação Empresarial vão estar abertas para celebrar a décima sexta edição consecutiva de uma das mais antigas, senão a mais antiga, Feira de Ar-tesanato e Gastronomia da região.

A FAG – Feira de Artesanato e Gastronomia do dis-trito de Vila Real vai ter entrada gratuita para os visitan-tes, que no Pavilhão de Exposições da NERVIR encon-trarão artesãos com artigos em pele, cestaria, olaria e couro, trabalhos em linho, bijuteria, bordados, madeira, brinquedos tradicionais, granito e muitos outros artigos únicos e originais, feitos ao vivo e fruto da sua criativi-dade. Para além disso, e na parte da gastronomia, ha-verá fumeiro, doces tradicionais e conventuais, choco-late, compotas, mel e outras iguarias.

Mas, visitar a FAG 2013 é também uma forma de privilegiar a economia nacional e regional, as pequenas empresas, as empresas familiares, que vendem exclusi-vamente produto nacional e que, apesar da mudança de paradigmas, na economia, na educação e no de-senvolvimento, continuam a preservar no tempo o que outrora constituiu, na economia e na mesa, a sua iden-tidade.

A Câmara de Penalva do Castelo e a Junta de Freguesia de Pindo promovem a XVI Festa da Castanha e do Vinho, cujo certame tem início às 13,30 horas do próximo dia 16 de Novembro no pavilhão da Junta de Freguesia.

Os objectivos essenciais desta festa são a divulgação da cas-tanha e do vinho – dois produtos que representam um contributo insubstituível para a economia de muitas famílias do concelho de Penalva do Castelo - e a fruição de agradáveis momentos de conví-vio entre a população desta freguesia e os forasteiros.

O território da freguesia de Pindo é marcado pela existência de dezenas de produtores do afamado vinho do Dão, que aproveitam a excelente exposição solar das encostas da margem direita deste rio para as suas produções. Nesta freguesia também são produzidas, anualmente, algumas toneladas de castanhas.

A partir das 13:30 horas e durante o evento estará patente uma mostra/exposição de artesanato e funcionará uma exposição/ven-da de produtos endógenos da região.

Às 15.00 horas inicia-se o momento musical, que conta com a actuação do Grupo de Cantares de Pindo, Rancho Folclórico de S. Pedro de France, Tuna de S. Martinho de Pindo e Grupo Aldiz. Neste certame os visitantes poderão ainda apreciar o “caldo de casta-nhas”, que é um prato característico da gastronomia regional.

Com a XVI Festa da Castanha e do Vinho, a Câmara Municipal de Penalva do Castelo e a Junta de Freguesia de Pindo pretendem apoiar os produtores locais de castanha e de vinho do Dão, promo-vendo estes produtos de excelência e o desenvolvimento económi-co do concelho. Esta iniciativa conjunta, constitui uma importante montra de produtos locais e uma oportunidade de convívio.

Com entrada livre e descontos para os artesãos

Feira de Artesanato e Gastronomiade Vila Real celebra 10 anos

No próximo dia 16 de Novembro no pavilhão da Junta de Freguesia

Pindo promove XVI Festada Castanha e do Vinho

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A VII edição da Feira do Míscaro, promovida pelo Municí-pio de Sátão, mais uma vez superou todas as expectativas. Estiveram presentes milhares de pessoas, entre as quais entidades civis, militares, religiosas e comunicação social.

As condições meteorológicas foram propícias para que os míscaros se apresentassem com uma qualidade exce-lente e também em grande quantidade. O dia começou animado, com a compra e venda de míscaros, bem como do artesanato concelhio, de onde se destacaram alguns produtores de cogumelos: Bioterris, da freguesia de Ferreira de Aves, concelho de Sátão, Bynatura e empresa João Mar-tins, ambos de Viseu. Também se destacaram alguns pratos confeccionados com míscaros, como doce de míscaros, li-cor de cogumelo, cheesecake de cogumelo.

Durante o certame os visitantes também puderam apreciar a cozedura de cerâmica a partir da técnica da soenga. Seguiu-se a prova de míscaros, que também se re-petiu durante a tarde, bem como o magusto de S. Martinho. Ao início da tarde Rebeca animou ainda mais o certame. O Grupo Etnográfico de Danças e Cantares de Mioma e o Grupo de Concertinas de S. Miguel de Vila Boa continuaram com a animação da Feira.

Os apreciadores de míscaros também tiveram à sua dis-posição durante a Semana Gastronómica, que antecedeu o evento, pratos confeccionados com míscaros, nos restau-rantes que aderiram ao certame: “O Reis”, “O Camponês”, “Sabores da Quinta”, “Churrasqueira Moderna” e “Multisa-bores”.

Sátão, a Capital do Míscaro, ofereceu a todos os saten-ses e visitantes um evento já com tradição, onde o míscaro e uma vasta oferta cultural e gastronómica proporciona-ram a já proclamada “Arte de Bem Receber”.

Evento superou, mais uma vez, as expectativas

Milhares de pessoasna Feira do Míscaro em Sátão

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Aveludado de Abóbora com Norça e Mimos de Perdiz, da União de Freguesias de Jun-cais, Vila Ruiva e Vila Soeiro do Chão foi a grande vencedora do XIV Festival de Sopas da Serra da Estrela, organizado pela Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela (ADRUSE).

À semelhança das edições anteriores, o recinto da Adega Cooperativa de S. Paio, no concelho de Gouveia, foi o palco da iniciativa que faz dos sabores tradicionais da região um evento de referência na promoção gastronómica e turística da Serra da Estrela.

No total estiveram a concurso vinte e três sopas, confeccionadas por vinte e dois participantes provenientes dos cinco concelhos de intervenção da ADRUSE (Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Manteigas e Seia). A presidir ao júri da edição deste ano esteve o conhecido Chef Hernâni Ermida, uma presença habitual e admiradora do Concurso de Sopas Tradicionais da Serra da Estrela.

Nas categorias que estiveram a concurso, a “Sopa de S. Martinho” preparada por Maria Ascensão Martinho, da freguesia de S. Paio, concelho de Gouveia ganhou o primei-ro prémio no escalão de Sopa de Castanhas/Sopas de S. Martinho; no escalão Outro Tipo de Sopas, um grupo de alunos da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do IPG, arreca-dou o primeiro lugar com a “Sopa da Avó dos Vitor´s” que ainda recebeu a “panela” para a Melhor Decoração do Stand. Na categoria de profissionais de restauração, o grande vencedor foi o Páteo das Galinhas, do Espaço Gastronómico da Casa de Santana da Bei-ra, de Paranhos da Beira, em Seia. O Festival de Sopas da Serra da Estrela, cofinanciado pelo Subprograma 3 do PRODER/Abordagem LEADER, conta com a colaboração da Câ-mara de Gouveia, da Adega Cooperativa de S. Paio, da ADRUSE, da Junta de Freguesia de S. Paio e insere-se no Plano de Animação Territorial da ADRUSE, promovendo o desen-volvimento da região, com enfoque nos produtos provenientes da actividade agrícola.

Organizado pela Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela

Aveludado de Abóbora com Norça e Mimos de Perdiz venceu XIV Festival de Sopas

da Serra da Estrela

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O autarca de Penedono está preocu-pado com os efeitos da crise nas pessoas e por isso vai centrar a sua actuação, no próximo mandato, na parte social. Carlos Esteves, que falava à Gazeta Rural no rescaldo de mais uma edição do Merca-do Magriço, entende que a Câmara “tem a obrigação de ter uma atenção cuidada em relação às pessoas”.

Terra de castanheiros, Penedono mostrou no Mercado Magriço um pouco da actividade do concelho, centrada, em parte, no sector primário, onde a casta-nha teve um lugar de destaque.

Gazeta Rural (GR): O Mercado Magriço mostra um pouco o sector primário do concelho, mas também o empreendedorismo de Penedono?

Carlos Esteves (CE): É importante, para nós, dar força e actuar com determi-nação em iniciativas como esta, de onde podem resultar motivações para nos tornamos cada vez mais empreendedo-res. Já lá vai o tempo em que estávamos a espera que as pessoas nos dessem as coisas, mas hoje isso não acontece e te-mos que dar os nossos passos, havendo uma estrutura, eventualmente a Câmara Municipal, para acompanhar a caminha-da desses empreendedores.

Por detrás de eventos como o Mer-cado Magriço está a iniciativa privada e onde se pode ver muito do sector primá-rio que caracteriza este concelho.

A nossa agricultura pode conside-rar-se de subsistência, mas com bons produtos. Esta iniciativa visa também a aposta na valorização daquele que é o nosso produto principal, que é a casta-nha, pois, efectivamente, somos uma ter-ra de castanheiros e castanhas.

GR: Centrou a actuação do último mandato no turismo medieval. Essa é uma aposta para continuar?

CE: Sem dúvida nenhuma. Faz parte do nosso plano estratégico de turismo e, portanto, não deixaremos de manter a aposta nessa área, pois sentimos que pode ser uma oportunidade para o nosso concelho.

Desde que se consiga, vamos sempre buscar um pouco dessa temática, como nesta iniciativa, que tem características de mercado, pela comercialização de produtos locais. Podíamos ter-lhe cha-mado outra coisa, mas fomos buscar o “Mercado Magriço”. Não é uma iniciativa

Autarca de Penedono preocupado com os efeitos da crise

Carlos Esteves apostana vertente social no próximo mandato

de cariz medieval, mas transportamos no nome da iniciativa um pouco da nossa história…

GR: …Olhando do castelo?CE: Exactamente. Portanto, essa

aposta na temática medieval é para con-tinuar.

GR: Vivemos uma fase de grande actividade no sector primário. Tem havido jovens ou gente nova a querer investir na agricultura no concelho?

CE: Penso que a procura da terra é capaz de vir a crescer, pelas circunstân-cias que vivemos, e não quero dizer que, neste momento, isso já se verifica no nosso concelho. Também neste sector estamos com uma atenção muito cui-dada, porque a Câmara aprovou no ano passado um regulamento, que intitula-mos de Penedono Rural, que visa acom-panhar e ajudar as pessoas nesta área da agricultura, tanto na produção como no investimento ou mesmo na comercializa-ção dos produtos. Tudo isto para estar-mos preparados, se efetivamente houver uma procura maior, a ajudar as pessoas a fazer essa caminhada.

GR: Qual a grande meta que tem traçada para o próximo mandato?

CE: A nossa preocupação, nos pró-ximos tempos, está centrada na parte social, onde temos que ter uma atenção muito cuidada, porque, com a situação que o país atravessa, estas agressões constantes que as pessoas e as famílias estão a sentir diariamente, está a implicar algumas dificuldades. Portanto, entendo que a Câmara tem a obrigação de ter uma atenção cuidada em relação às pes-soas e a situações que daí possam advir.

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Cconsiderado o “ouro” de Trás-os-Montes, a castanha tem “um peso assinalável” para as economias das regiões onde se produz, como é o caso da Padrela. Na abertura da Castmonte, em Carrazedo de Montenegro, o presidente da Câmara de Val-paços, Amílcar Almeida disse que “é o suporte de 95% da po-pulação” da região e que representa entre “20 a 30 milhões de euros por ano”.

Muitas famílias dedicam-se à produção de castanha na zona da Padrela, no distrito de Vila Real, que é depois vendida para unidades que embalam, congelam e transformam este produto, que parece passar ao lado da crise. A Denominação de Origem Protegida (DOP) da Padrela estende-se por cinco mil hectares, estando principalmente na zona de Carrazedo de Montenegro (Valpaços), mas abrangendo ainda algumas freguesias de Cha-ves, Murça e Vila Pouca de Aguiar.

O autarca de Valpaços congratulou-se com os investimen-tos feitos no sector e na região, em particular, nomeadamente “a instalação de uma fábrica em Carrazedo”, que já começou a laborar, fruto do investimento de mais de um milhão de euros, e que criará “cerca de 40 postos de trabalho”. Amílcar Almeida destacou a importância desta unidade agroindustrial, que “será uma fonte de escoamento dos produtos locais”, referindo que a Câmara de Valpaços “apoiará estes e outros investimentos que venham para o concelho”. Para o autrarca “a castanha, o vinho e o azeite são os produtos por excelência que o concelho consegue apresentar, quer no mercado nacional quer a nível in-ternacional”.

Presidente da Câmara de Valpaços satisfeito com investimento no sector

Castanha rende cercade 20 a 30 ME na região da Padrela

Um sector estratégico

Presente na abertura da Castmonte, o director Regional de Agricultura e Pesca do Norte destacou o peso da castanha na região. “É um sector estratégico, que num curto espaço de tempo incorpora muitas dezenas de milhões de euros na eco-nomia região”, frisou Manuel Cardoso, lembrando que na área da DRAPN “existem três designações DOP da castanha (Padrela, Terra Fria e Soutos da Lapa). Portanto, acrescentou o dirigente “é um produto extremamente importante, que desejamos que cresça” e, para isso, “temos que aumentar a produção nos pró-ximos anos, garantindo, ao mesmo tempo, um aumento das ex-portações”

A crise que vem de Itália, por via de algumas doenças, “deixa espaço para que Portugal possa produzir, mas deixa-nos todo espaço para reflectir que a aposta na produção, nos próximos anos, tem de ser de uma forma sustentável”, porque “não e pos-sível responder à falta de castanha no mercado internacional com a produção de um ou dois anos”, sustentou Manuel Car-doso.

É que, “quando se planta um castanheiro, só começamos a ter quantidades apreciáveis de castanha depois de alguns anos”, pois “não é uma cultura imediata e isso obriga a uma cer-ta planificação, a plantar castanheiros para o futuro e em novas áreas”. Manuel Cardoso afirmou que “é muito importante au-mentarmos exponencialmente a área dedicada ao castanheiro e temos terrenos disponíveis para isso”, afirmou.

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A matança de bovinos até 12 meses para autoconsumo, proibida devido aos casos de encefalopatia espongiforme bo-vina, passa a ser permitida a partir de Janeiro de 2014, segundo um despacho publicado em Diário da República.

Emitido pela Direcção-geral de Alimentação e Veteriná-ria, do Ministério da Agricultura e do Mar, o despacho autoriza a “matança para autoconsumo de bovinos, ovinos e caprinos, com idade inferior a 12 meses, [e] de suínos, aves de capoeira e coelhos domésticos, desde que as carnes obtidas se destinem exclusivamente ao consumo doméstico do respectivo produtor, bem como do seu agregado familiar”. Por ano, é estabelecida como quantidade máxima para abate dois bovinos, três suínos, oito caprinos e seis ovinos.

Proibida está a matança, “fora dos estabelecimentos apro-vados, de bovinos, ovinos e caprinos com idade igual ou superior a 12 meses, bem como de equídeos, independentemente da ida-de”. Também proibida está a matança de bovinos “que tenham sofrido um acidente ou que sofram de perturbações comporta-mentais, fisiológicas ou funcionais”.

No despacho publicado, salienta-se que a autorização dada para matança de animais fora dos estabelecimentos aprovados “não pode comprometer o respeito pelas regras aplicáveis à ga-rantia da saúde pública e da protecção animal, designadamen-te as relativas ao bem-estar dos animais durante o abate” e à “prevenção, controlo e erradicação de determinadas encefalo-patias espongiformes transmissíveis”. Definidas são também um conjunto de regras sanitárias para a matança dos animais fora

A partir de Janeiro de 2014

Levantada a proibição de abatede bovinos até um ano para autoconsumo

dos estabelecimentos de abate, quando é efectuada em even-tos ocasionais, mostras gastronómicas ou de carácter cultural para a manutenção de tradições rurais, como a matança tradi-cional do porco.

Igualmente abrangidas por estas normas são as “situações em que as refeições são servidas ao consumidor em ambiente familiar, como as servidas em casas de campo e empreendi-mentos de agroturismo, classificados como empreendimentos de turismo no espaço rural e nos empreendimentos de turismo de habitação”.

No que se refere à matança tradicional de suíno, organiza-da por entidades públicas ou privadas, é autorizada “desde que as carnes se destinem a ser consumidas em eventos ocasionais, mostras gastronómicas ou de carácter cultural” e respeitando um conjunto de condições.

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O projecto português ‘Pastagens Semeadas Biodiver-sas’ venceu o concurso europeu para a melhor solução contra as alterações climáticas, com a sua “solução ino-vadora para a redução das emissões de CO2”.

“As ‘Pastagens Semeadas Biodiversas’ estão de pa-rabéns! Este projecto é o exemplo perfeito de como uma solução prática contra as alterações climáticas pode também poupar dinheiro, criar emprego e gerar cresci-mento”, disse a comissária europeia para a Acção Cli-mática, Connie Hedegaard, na cerimónia de entrega dos prémios Sustainia, que teve lugar em Copenhaga.

Para a “Comissão Barroso”, o projecto português, para além de apresentar “uma solução inovadora para a redução das emissões de CO2”, destina-se ainda a combater “a ero-são dos solos e os riscos de incêndios florestais, aumentan-do simultaneamente a produtividade das pastagens”.

Portugal reúne condições para se tornar “auto-suficiente” na produção de determinados cereais, oleaginosas e proteagi-nosas, combatendo as importações que dominam o mercado, revela um estudo divulgado em Elvas, por uma associação agrí-cola. “Acreditamos piamente que esse caminho é possível, assim queira o Estado, os produtores e a indústria”, disse o presidente da Associação Nacional de Produtores de Cereais, Oleaginosas e Proteaginosas (ANPOC), Bernardo Albino.

O estudo não abrange determinados cereais, como o milho, o sorgo e o arroz, dedicando-se a investigação ao mercado dos trigos (mole e duro), aveia, triticale, centeio, cevada, girassol, soja, feijão, fava e ervilha. “Dentro destes produtos que organi-zámos por fileiras, estudámos de que forma a produção agrícola nacional poderia gerar mais rendimento para os agricultores e organizações de produtores. Estamos a falar de importações no sector num valor superior de mil milhões de euros por ano”.

Alterações climáticas

Projecto português ‘Pastagens Semeadas Biodiversas’ venceu prémio europeu

O projecto ‘Pastagens Semeadas Biodiversas’ envolve mais de mil agricultores portugueses, proporcionando--lhes variedades de sementes adaptadas a cada tipo de solo, que ajudam a aumentar a resistência dos solos à ins-tabilidade ambiental.

O projecto, promovido pela organização Terraprima, permitiu obter uma maior fertilidade dos solos, bem como uma maior retenção de água e resistência à erosão, aju-dando a aumentar a produtividade das pastagens em muitas regiões de Portugal.

O concurso faz parte integrante da campanha de sen-sibilização pública da Comissão Europeia “Um mundo que me agrada com um clima de que gosto”, que promove so-luções práticas, inovadoras e eficazes em termos de cus-tos, para as alterações climáticas.

Revela a Associação Nacional de Produtores de Cereais, Oleaginosas

Portugal pode ser “auto-suficiente”na produção de cereais

O dirigente agrícola observou que o estudo revela, ainda, que Portugal “não é muito competitivo” na produção de produtos agrícolas indiferenciados, defendendo que o País tem de apostar na “qualidade”. “Nós não temos capacidade para ser auto suficientes em várias áreas, mas nos produtos de menor valor acrescentado temos imenso espaço para crescer, como é o caso da cevada dísti-ca, trigo duro, trigo mole, grão, fava, entre outros”.

Para combater as importações, Bernardo Albino defendeu uma “maior concentração” da produção, cabendo às organiza-ções de produtores o trabalho de concentrarem a produção e gerar uma “maior homogeneidade” do produto ano após ano.

Do lado da indústria, segundo o dirigente da ANPOC, o estu-do sugere que o sector deverá “trabalhar mais” com a produção, no sentido de a “conhecer melhor” para identificar o caminho que deverá ser seguido. “Tem de haver mais contacto da produ-ção com a indústria, isto de forma reciproca”, aconselha.

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Foi uma reunião espontânea aquela que se verificou em Armamar, com os clientes da Magril, concessionária John Dee-re para o distrito de Viseu, a reunirem-se durante a Festa da Maçã, numa exposição dos equipamentos que adquiriram à Magril.

A iniciativa, ao mesmo tempo que serviu como mostra da marca, foi também uma demonstração do grau de satisfação que os clientes da empresa sedeada em Viseu têm da mesma e da sua representada.

Os responsáveis da Magril, ao mesmo tempo que ficaram profundamente satisfeitos com a iniciativa, entenderam a mesma como um aumento das suas responsabilidades para com os seus clientes, mas também as exigências de uma as-sistência cada vez melhor aos equipamentos que negociaram.

Durante a Festa da Maçã

Clientes da Magril juntaram-se em Armamar

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A certificação GLOBALG.A.P é, actualmente, uma exigência de grande parte dos im-portadores de fruta europeus, prevendo-se que, no curto e médio prazo, a apresentação desta certificação venha a ser uma condição obrigatória para se poder exportar produ-tos alimentares. Por outro lado, verifica-se uma certa tendência do mercado interno em solicitar também este tipo de certificação, nomeadamente as grandes superfícies.

Posto isto, a apresentação da certificação GLOBALG.A.P será, no futuro, uma garantia de escoamento para os produtos nacionais, tanto para o mercado interno, como para o mer-cado externo.

A certificação GLOBALG.A.P. é um referencial de certificação voluntário, reconhecido mundialmente, visando o cumprimento de normas ou regulamentos técnicos específicos, nomeadamente o cumprimento de medidas a nível de gestão da exploração, de resíduos e poluentes, ambiente e respectiva conservação, saúde, segurança e bem-estar dos tra-balhadores, rastreabilidade e higiene e segurança alimentar.

A implementação dos requisitos GLOBALG.A.P., designadamente nas infraestruturas existentes, determinação das avaliações de risco e respectivos procedimentos, forma-ção dos trabalhadores, planos de acção, sinalética, etc., deverá ser feita anteriormente à obtenção da certificação e poderá ser aplicada a qualquer tipo de exploração. Esta implementação poderá ser optimizada se for solicitado o apoio de uma entidade para o efeito, como é o caso da Agim – Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Em-presarial, uma vez que poderá facilitar a implementação do referencial através da apli-cação de alternativas práticas, simples e económicas para o cumprimento dos requisitos, apoiadas pelo conhecimento que dispõe

O produtor que pretender certificar o seu produto deverá proceder à sua implementação o quanto antes, uma vez que poderá exigir alguma situação que requeira mais tempo do que o pressuposto inicialmente. Por norma, são necessários alguns meses para a implementação do referencial antes da primeira colheita.

Paula PinhoTécnica da Agim

Cerca de duas dezenas e meia de técnicos reuniram-se em Guimarães, para analisar e discutir o documento de orientações técnicas para a produção de mirtilo em solo na região Norte e Centro do país.

O objectivo deste documento, elaborado pela Agim, COTHN e INIAV e discutido com técnicos da fileira, passa por criar um documento que contenha as principais orientações técnicas do que deve ser adoptado em Portugal, nas zonas Norte e Centro, para a produção em solo do mirtilo.

Pretende-se, com este documento, elevar o nível do co-nhecimento técnico na cultura do mirtilo em Portugal e con-tribuir para criar o consenso possível ao nível dos princípios e orientações básicas desta cultura de modo a elevar o potencial produtivo das plantações em quantidade e qualidade das suas produções e minimizar/reparar os erros de instalação que estão a ser cometidos um pouco por todo o país.

O III Encontro de Técnicos promovido pela Agim neste ano de 2013 começou com uma visita às instalações da Bioberço, em Guimarães, uma exploração que possui cerca de um hectare de plantação de mirtilo, 6.000 metros quadrados de framboesa e 2.000 metros quadrados de groselha. No local, os técnicos trocaram ideias e esclareceram dúvidas com a produtora, Fernanda Machado.

Seguiu-se a análise do documento de orientações técnicas, que foi amplamente discutido e que contou com o contributo

Certificação GLOBALGAP:uma garantia de escoamento para os produtos nacionais

Encontro em Guimarães juntou duas dezenas e meia de participantes

Técnicos discutiram modelo de orientação para a produção de mirtilo

de todos os técnicos presentes, o que permitirá obter um do-cumento muito mais rico e completo. O próximo passo será a elaboração de um documento final com a inclusão das diversas sugestões apresentadas pelos técnicos.

Este III Encontro de Técnicos foi realizado no âmbito do pro-jecto Cluster Pequenos Frutos, em parceria com o COTHN e o INIAV.

A Agim prepara já um plano para 2014, que contará com a realização de três encontros de técnicos, estando o próximo agendado para Março do próximo ano na região do Algarve e que será dedicado às Orientações Técnicas da Produção de Framboesa em Portugal.

OPINIÃO

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A Universidade de Aveiro (UA) vai receber, a 25 de Novembro, a Ministra da Agricultura e do Mar, de Portugal, e o Ministro da Pesca e Aquicultura, do Brasil, no âmbito do seminário “Aquacultura e Pescas, Oportunidades de Negócio, Portugal--Brasil”.

O seminário que contará com a presença de outras entidades governamen-tais, representantes de associações e de empresas do sector dos dois países e decorrerá no Auditório da Reitoria da UA. As inscrições estão abertas até dia 21 de Novembro através da página web do evento.

A aquacultura é o agro-negócio que apresenta a maior taxa de crescimen-to à escala mundial. Esta actividade enfrenta o desafio de assegurar a produção sustentável de proteína animal através da inovação e optimização do processo produtivo, da utilização de fontes alternativas de matéria-prima e de uma maior integração económica, ambiental e social.

O Brasil tem uma das maiores reservas mundiais de água doce, a temperaturas tropicais e subtropicais, assim como uma das maiores biodiversidades ictiológi-cas e posiciona-se, hoje, como um dos países com maior potencial aquícola de espécies de água doce, para além de uma extensa zona de costa oceânica. Por-tanto, tem todo o potencial para vir a ser um dos maiores produtores aquícolas do mundo.

Neste seminário de um dia, “Aquacultura e Pescas-Oportunidades de Negócio, Portugal-Brasil”, com a participação dos mais altos responsáveis governamen-tais de ambos os governos, nomeadamente os ministros que tutelam este sector, bem como representantes de associações, empresários e órgãos financiadores, entre os quais, bancos de Portugal e do Brasil, serão apresentados vários casos de sucesso em ambos os lados do Atlântico. As várias possibilidades de apoio e financiamento a este sector económico, em Portugal e no Brasil, no sentido de um crescimento sustentado e a valorização económica e social da Aquacultura, serão outros temas em debate.

Para além do intenso programa do seminário, haverá um jantar, com música ao vivo e degustação de produtos regionais e portugueses.

ÚLTIMASNum seminário na Universidade de Aveiro

Ministros de Portugal e Brasil debatem aquacultura e pescas

Pela primeira vez a Associação Internacional de Estudantes de Agricultura (IAAS Coimbra) e a Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) organizam o I Seminário de Suinicultura Biológica, no dia 29 de Novembro, no auditório daquela Escola.

“Sendo a ESAC a única a ter a Licenciatura em Agricultura Biológica, e com o forte crescimento dos jovens a apostar na agricultura biológica, queremos incen-tivar a produção de suinicultura biológica. Deste modo decidimos organizar este seminário com o objectivo de informar/criar ligações entre os jovens estudantes e produtores, e até mesmo ‘convencer’ os produtores a converterem para o Modo de Produção Biológica”, revela a organização em comunicado.

Outro dos objectivos deste seminário, segundo os promotores, “é identificar as la-cunas que existem no Modo de Produção Biológico e como resolvê-los, para isso, va-mos reunir especialistas, técnicos, produtores, investigadores, professores e estudantes para debater a suinicultura biológica no nosso país”.

No local do seminário haverá stands onde estarão presentes várias empresas do sector.

Dia 29 de Novembro, no auditório daquela Escola.

I Seminário de SuiniculturaBiológica realiza-se em Coimbra

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

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A ministra da Agricultura e Mar, Assunção Cristas, disse que a eficiência do uso da água na agricultura aumentou 30% nos últimos dez anos, atribuindo a melhoria à evolução do regadio. Segundo a ministra este uso efi-ciente da água por hectare de rega “tem a ver com o conhecimento e a tecnologia”. As-sunção Cristas defendeu, por isso, que apoiar a reconversão de sistemas antigos de rega-dio, para os tornar mais eficientes, é também uma forma de promover um desenvolvimen-to mais sustentável.

O Programa Nacional para o Uso Eficien-te da Água (PNUEA), aprovado no ano pas-sado, contempla 87 medidas para uso efi-ciente da água, prevendo uma poupança de 38,5 milhões de euros no sector urbano, de 47,3 milhões na agricultura e de 15,2 milhões na indústria.

A Verallia Portugal recebeu nas suas instalações a visita de um gru-po de produtores de vinho da região vitivinícola da Bairrada. A organi-zação desta iniciativa contou com a colaboração activa da Associação Rota da Bairrada e da Comissão Vitivinícola da Bairrada.

A Bairrada, conhecida pelos seus vinhos e espumantes feitos da casta Baga, reuniu um grupo considerável de Caves e Adegas e visitou, no dia 5 de Novembro, a Verallia Portugal. Esta iniciativa foi organizada pela empresa em parceria com a Associação Rota da Bairrada e Comis-são Vitivinícola da Bairrada que igualmente marcaram presença.

Do programa constaram a projecção de uma apresentação insti-tucional conduzida pelo Director Geral, Paulo Pinto, e a visualização de breves filmes sobre o Grupo Saint-Gobain, sobre a Verallia, e ainda so-bre as marcas estratégicas como a Selective Line e a gama ECOVA. Se-guiu-se a visita à zona fabril que permitiu acompanhar todo o processo de fabrico das soluções de embalagem da empresa e esclarecer todas as dúvidas colocadas pelos produtores de vinho presentes. O progra-ma finalizou com um almoço que contribuiu para o reforço das relações com clientes e parceiros de negócio e onde todos puderam saborear as iguarias do mar da Figueira da Foz e os néctares das vinhas da Bairrada.

Produtores de vinho da Bairradavisitaram a Verallia Portugal

ESPAÇO VErAllIA

Segundo a ministra da Agricultura e Mar

Eficiência do uso da água na agricultura aumentou 30% nos últimos dez anos

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BREVES

Numa altura em que as atenções se viram para o sector da castanha, enquanto promotor de desenvolvimento económico, a freguesia de Sambade, no concelho de Alfândega da Fé, vai debater a importância deste fruto na economia local.

Numa freguesia que se assume como uma das principais produtoras concelhias de cas-tanha, sendo a apanha e comercialização im-portante fonte de rendimento para os locais, a estratégia passa por encontrar formas de pro-mover e valorizar este produto. É neste âmbito que se insere a realização do Seminário “A cas-tanha na economia local.” A iniciativa decorre a 24 de Novembro, a partir das 14 horas, nas instalações da Junta de Freguesia.

O seminário, organizado pela Junta de Fre-guesia em colaboração com o Município de Al-fândega da Fé, vai trazer a debate temas como: o panorama actual da castanha; a transforma-ção e comercialização do fruto; as doenças e as perspectivas futuras da cultura; a apanha e comercialização de cogumelos em soutos. No final haverá lugar a uma degustação de produ-tos à base de castanha.

Esta iniciativa conta com a participação de representantes da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast), da UTAD e da Associação Aguiar Floresta.

Projectode plantação

de árvores em baldios de Beça

A Junta de Freguesia de Beça, no con-celho de Boticas, apresentou uma candi-datura ao PRODER, com o apoio do Ga-binete Técnico Florestal do Município de Boticas, em que será possível a plantação de diferentes espécies de árvores em ter-renos baldios.

Este projecto encontra-se na sua fase inicial, estando a ser feita a prepara-ção de terreno, para posterior plantação de espécies de árvores como o Carvalho Negral e o Pinheiro Bravo. Ao nível de da-tas pretende-se a sua conclusão até ao final do presente ano.

FPCG realizou sessão de esclare-cimento no Pombal

Confrarias querem ajudar economia com

exportaçãode produtos tradicionais

A Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas (FPCG) quer reforçar a aposta na inter-nacionalização dos produtos tradicionais para ajudar a econo-mia nacional, disse a presidente daquela entidade. “Os produtos tradicionais são a base da nossa economia. Pode ser difícil, podem existir obstáculos, mas há que dar conta dos constrangimentos e oportunidades aos produtores para proporcionar a expansão co-mercial lá fora”, sublinhou a presi-dente da FPCG.

A FPCG realizou em Pombal uma sessão de esclarecimento junto dos produtores, de forma fornecer a informação necessária que lhes permita avançar para a exportação. “Não podemos pen-sar apenas nas grandes empresas e nas grandes marcas. Por outro lado, as confrarias e a federação têm o dever, com os produtores locais e com a economia nacional, de partilhar essa informação”, sa-lientou Olga Cavaleiro.

A sessão contou com a pre-sença do responsável pela Loja de Exportação de Coimbra, João Nuno Ferreira, tendo sido aborda-dos os procedimentos financeiros, logísticos e comerciais que facili-tem a integração do produto nos mercados externos. “No imenso mercado global em que vivemos, os nossos produtos apresentam genuinidade, singularidade e qua-lidade e, por isso, são elegíveis no conjunto de produtos que podem ser bem-sucedidos no estrangei-ro”, lê-se numa nota divulgada pela FPCG.

Um estudo realizado recentemente concluiu que existem na Mata Nacional do Buçaco mais de 115 espécies de cogume-los. Para além de uma exposição sobre esta temática, a Fundação Mata do Buçaco vai organizar ainda um Passeio para Observa-ção de Cogumelos e a Oficina para Famílias “Produção Doméstica de Cogumelos”, no âmbito do Sement Event 2013.

O referido Passeio para Observação de Cogumelos da Mata Nacional do Bu-çaco realiza-se dia 24 de Novembro, das 9 às 12,30 horas, e vai estar a cargo do biólogo André Aguiar, da Universidade de Aveiro, que no âmbito dos trabalhos do projecto BRIGHT tem vindo a identificar as espécies de cogumelos existentes na Mata, estimando que a diversidade das mesmas possa chegar às 200.

Esta actividade é gratuita, mas carece de inscrição prévia até dia 21 de Novembro, até às 18 horas. O limite de participantes é de 25 e as inscrições podem ser efectua-das através do email [email protected] ou através do telefone 231 937 000.

Dia 24 de Novembro, na freguesia de Sambade,

Alfandega da Fé

Seminário debate “A castanha

na economia local”

Na Mata Nacional do Buçaco

Estudo da Uni-versidade de

Aveiro diz que há mais de 100 espé-cies de cogumelos

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Rua Coração de Jesus, Bloco B3, cave | Marzovelos | 3510-013 VISEUTelef. 232 422 364 - Fax 232 420 899

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No Baixo Minho, Vila Verde promove de 22 a 24 de Novembro um Fim-de-semana Gastronómico com a temática ‘Vila Verde, Capital do Pica no Chão’, que inclui ainda a realização da II Mostra Doces Sabores da Nossa Terra, em cinco pastelarias locais e um doceiro. Dedicado à iguaria principal, o Pica no Chão e também uma homenagem a um dos mais famosos doces nacionais, com raízes no concelho, o Pudim Abade de Priscos.

O Pica no Chão é um frango criado ao ar livre, em regime caseiro, alimentado por milho, couves e o que encontrar de sucu-lento na terra. Nunca chegam à mesa an-tes de atingir a idade adulta, entre os 3 e 4 meses. A sua carne é por isso mais rígida e musculada, assim como o porte, mais en-corpado e robusto que os restantes fran-gos. Confeccionado nas suas mais varia-das formas, ilustra a riqueza e intensidade deste território, tendo no Arroz de Frango de Cabidela, feito com o sangue do animal, a sua expressão mais emblemática. Esta é uma das mais sugestivas propostas gas-tronómicas do Baixo Minho, confeccionado especialmente nas estações frias, e imper-dível para quem se deslocar a Vila Verde.

Fim-de-semana Gastronómico de 22 a 24 Novembro

Vila Verde é a “Capital do Pica no Chão”

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