gazeta rural nº 212

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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 212 | 31 de Outubro de 2013 | Preço 2,00 Euros Pêra de S. Bartolomeu Uma oportunidade

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A Pera Passa, um produto endógeno da região de Viseu, está em destaque na edição nº 212 da Gazeta Rural, naquela que é, também, uma oportunidade para os novos agricultores. Na edição de 31 de Outubro, entre outros assuntos, pode também conhecer as dificuldades do Matadouro Regional da Beira Serra, em Oliveira do Hospital, para encontrar criadores de gado na região; a Feira do Míscaro, em Sátão; a Feira dos Santos, em Mangualde; as Feiras da Castanha de Marvão e Carrazedo de Montenegro, no concelho de Valpaços; ou os investimentos que vão ser feitos no sector em Trás-os-Montes.

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w w w . g a z e t a r u r a l . c o mDirector: José Luís Araújo | N.º 212 | 31 de Outubro de 2013 | Preço 2,00 Euros

Pêra de S. BartolomeuUma oportunidade

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Sede:Rua dos Combatentes da Grande Guerra, 12 a183530-277 Mangualde

Rua 1.º de Maio, 7, 7 D3530-139 Mangualde

Telef.: 232 611 337 * 232 622 245Fax.: 232 612 449E-mail.: [email protected]

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Oliveira do Hospital Matadouro Regional Beira Serra sem gado para abate na regiãoA produção de animais para abate no interior tem vindo a decres-

cer a olhos vistos, fruto das sucessivas políticas implementadas, que muitas vezes não têm em conta as especificidades destas regiões. Os responsáveis do Matadouro Regional Beira Serra são obrigados a ‘viajar’ para outros regiões para terem gado para abate, tanto de suínos como de novilhos.

Pêra Passa de ViseuÉ uma variedade regional de enorme potencial em

que Hugo Fonseca apostou. Este agricultor decidiu produzir Pera de São Bartolomeu e registar a marca “Pêra Passa de Viseu®”.

EuropaPrecisam-se 40 mil hectares de souto

A Europa precisa de aumentar em 40 mil hectares a área de sou-to para responder à escassez de castanha, provocada também pela praga que está a assolar os soutos, a vespa do castanheiro, disse a associação do sector.

Tavira Fórum Nacional da Apicultura

A cidade de Tavira recebe, de 15 a 17 de Novembro, a Feira Na-cional do Mel e a XIV edição do Fórum Nacional de Apicultura, dois eventos que marcam a apicultura no nosso país.

MerujeXI Feira do Porco e do Enchido

A Freguesia de Meruge vai receber, a 10 de Novembro, a XI edição da Feira do Porco e do Enchido, considerada a mais genuína e expres-siva mostra lúdico-gastronómica da região.

Mangualde Feira dos Santos

No fim-de-semana de 1 a 3 de Novembro, Mangualde continua a apostar nas suas tradições seculares e promove mais uma edição da Feira dos Santos, sob o lema «Da Tradição à Modernidade». A inicia-tiva, promovida pela Câmara de Mangualde, realiza-se como habitual no centro da cidade.

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SátãoFeira do Míscaro

O Município de Sátão promove a VII edição da Feira do Míscaro, que decorrerá no Largo de S. Bernardo, domingo, dia 10 de Novem-bro.

Carrazedo de Montenegro-Castmonte Festa da Castanha

A vila de Carrazedo de Montenegro, no concelho de Valpaços, re-cebe de 8 a 10 de Novembro mais uma edição da Castmonte, certame que visa promover a castanha do concelho, que integra a região da Padrela DOP, mas também outros produtos da terra.

SEDE: Lugar o Barbeiro - Est. Aeródromo 3515-342 CAMPO VISEU Tel.: 232 424 182 - E-mail: [email protected] - www..magril.pt FIlial: EN 111 - Quimbres - 3025-528 SÃO SILVESTRE COIMBRA

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Hugo Lobo da Fonseca, é produtor em Tábua

“A Pêra Passa de Viseu® é um produto único que só nesta região

se consegue produzirӃ uma variedade regional de enorme potencial em que

Hugo Fonseca apostou. Este agricultor decidiu produzir Pera de São Bartolomeu e registar a marca “Pêra Passa de Viseu®”.

Do interesse à prática foi um pulo. Hugo Fonseca investigou os métodos de produção da Pera de São Bartolomeu, uma varie-dade regional, e em 2008 começou a procurar árvores de porte (árvores mãe) para retirar material vegetativo para trabalhar. Em 2009 plantou o primeiro pomar para começar a produzir Pera de São Bartolomeu, a qual depois de um processo de descasca e secagem ao sol, chega ao mercado com a marca “Pera Passa de Viseu”.

Hugo Fonseca diz que esta é uma variedade de enorme po-tencial e desafia jovens agricultores a plantar esta variedade, que tem mercado. O passo seguinte, diz, é “juntarmo-nos todos numa organização forte”.

Gazeta Rural (GR): Como começou a produzir Pera Passa de Viseu?

Hugo Lobo da Fonseca (HLF): Tudo começou com a re-conversão de um pomar, numa altura em que não estava a ser competitivo com a maçã bravo de Esmolfe. Foi nessa altura que um amigo me falou da pera passa, a propósito de um seminário em Oliveira do Hospital em que não participei, e fui investigar.

Estávamos em Agosto e nesse Inverno fui para o campo à procura de pereiras “mãe” para obter garfos, que seguidamente seriam encaminhados para enxertar árvores. Em 2009 plantei o primeiro pomar, que já entrou em produção há dois anos.

GR: Escolheu os porta-enxertos?HLF: Sim. Tenho formação em Agronomia, mas tive que

aprender muito, pois, de certo modo, em Portugal não temos muita investigação nesta área. Por exemplo, a Escola Agrária de Viseu só faz investigação na maçã. De peras não se faz nada. Investiguei bastante e, neste momento, já tenho vários porta--enxertos com a variedade de São Bartolomeu. Estou na fase de ver o comportamento da árvore nestes porta-enxertos.

GR: Produz pera de S. Bartolomeu e faz investigação? Já che-gou a alguma conclusão, nomeadamente sobre se a produção é atractiva?

HLF: Neste momento, a produção da pera passa provém, na sua maior parte, de árvores de grande porte, dispersas e proprie-dade de diversos pequenos agricultores. O maior produtor de pêra de São Bartolomeu, que é de Oliveira do Hospital, faz a colheita dessas pêras, comprando-as a esses pequenos agricultores. Só que essas árvores alternam.

A vantagem de ter um pomar moderno e intensivo é que pos-so ter maiores calibres e uma produção mais constante ano após ano, enquanto as árvores de grande porte têm muita produção num ano e, no seguinte, têm pouca.

No pomar consigo ter rega, fazer fertirrega, fazer os tratamen-tos fitossanitários, ter produção e ser competitivo. Por exemplo, na região onde tenho o pomar se produzisse pera rocha ou maçã não era competitivo. Com esta variedade consigo.

GR: Todo o processo de produção da pera passa é artesanal?HLF: Sim, desde a apanha até à descasca à mão. Este ano tive

pessoal a descascar de 15 de Agosto a 10 de Setembro. Depois da descasca, a pera é estendida em redes, ao sol, com temperaturas a rondar os 33 graus durante sete dias, a meio deste período tem

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que ser virada para ficar com a coloração mais homo-génea dos dois lados, até estar pronta para espalmar. Depois é espalmada e passa mais um tempo ao sol, até ser armazenada em caixas.

GR: E quando não há sol?HLF: Quando não há sol é um problema que temos

que ultrapassar. Contudo, a falta de sol poderá ser ape-nas temporária. A apanha decorre normalmente na pri-meira quinzena de Agosto. Por exemplo, este ano em Setembro o tempo foi mais problemático. Teve noites mais secas que em Agosto, pelo que tive que fazer ne-bulizações de água na pera para não ganhar crosta e para secar mais lentamente. Tenho uma estufa solar para proteger a pera em secagem e de alguma trovoa-da que possa surgir.

GR: Tem neste momento um pomar com cerca de dois hectares de pera São Bartolomeu e vai plantar mais?

HLF: Sim, vou plantar mais cerca de um hectare de árvores, com porta-enxertos diferentes, para ir estu-dando qual o melhor que se adapta a esta variedade.

GR: Falta uma organização de produtores?HLF: Já falei com alguns produtores, nomeadamen-

te o José Francisco, de Oliveira do Hospital, que é quem mais produz. Aliás, quando falei com ele a primeira vez já tinha um pomar instalado. Ele notou o meu interesse na pera, no entanto, não se mostrou muito receptivo em se associar. Aliás, falta mais gente a produzir pêra. Gostava de ver jovens com garra que quisessem plantar pera São Bartolomeu e juntarmo-nos todos numa or-ganização forte.

GR: Quer dizer que há aqui um potencial por explorar?HLF: Exactamente. Há um potencial enorme. É uma

variedade regional que tem um potencial impressionan-te. Isto é um produto único, que só aqui, nesta região, se consegue produzir.

GR: Esta é uma variedade autóctone da região?HLF: Exactamente. Pereira de São Bartolomeu.

GR: Quanto à comercialização?HLF: Consigo vender mais ou menos bem no mer-

cado nacional, apresentando um produto selecciona-do e com uma embalagem atractiva. Sei o que estou a vender e não tenho medo de pedir um preço mais alto. Comercializa-se bem em lojas gourmet, nalguns gran-des retalhistas da grande Lisboa e na região de Aveiro.

GR: E o mercado internacional?HLF: Tenho tido algumas propostas, nomeadamente

do Brasil. É um mercado muito bom para este produto, mas tem de ser trabalhado e, para isso, é preciso en-contrar o parceiro certo.

GR: Além da sua próxima plantação, qual o seu pró-ximo grande passo?

HLF: O meu próximo grande passo, será conseguir uma certificação DOP (Denominação de origem Prote-gida) ou IGP (Indicação Geográfica Protegida) para este produto. Quero elaborar o Caderno de Encargos para a Pêra Passa de Viseu e formar uma associação, de forma a candidatar o produto a uma daquelas certificações.

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A produção de animais para abate no interior tem vindo a de-crescer a olhos vistos, fruto das sucessivas políticas implemen-tadas, que muitas vezes não têm em conta as especificidades destas regiões. Tal facto reflecte-se nos matadouros instalados no interior, onde a pequena produção de gado quase desapa-receu e com isso as dificuldades para ‘alimentar’ o negócio au-mentam. Que o digam os responsáveis do Matadouro Regional Beira Serra, situado em Oliveira do Hospital, que se vêm obriga-dos a ‘viajar’ para outros regiões para terem gado para abate, tanto de suínos como de novilhos.

António José Álvaro, da administração do Matadouro, em conversa com a Gazeta Rural diz que a maior dificuldade é a “si-tuação geográfica” do mesmo, longe das zonas de produção de gado, com o consequente aumento do custo final da carne. O empresário lamenta as políticas implementadas nesta área, que levaram à extinção de muitos produtores de gado nas regiões do interior, nomeadamente no norte.

Gazeta Rural (GR): Quais são as dificuldades com que se debate um matadouro nesta zona do interior?

António José Álvaro (AJA): É a nossa situação geográfica, pois há falta de produtores de gado, o que origina que, ao lon-go dos anos, a prestação de serviços tenha andado numa curva descendente, porque os talhos não compram gado para abater.

Na parte comercial debatemo-nos com o problema da loca-lização, mas também a falta de criadores, o que nos obriga a ir comprar gado longe da nossa região. Por via disso, o produto final sai-nos mais caro que a concorrência. Para combater isso, tentamos reduzir o tempo de pagamento aos produtores. Ou seja, se pagamos atempadamente conseguimos melhor preço.

Situado em Oliveira do Hospital

Matadouro Regional Beira Serra atravessa “dificuldades” para encontrar

gado para abate na região

Se estivéssemos mais perto da produção seriamos mais competi-tivos e poderíamos pagar melhor aos criadores.

GR: Situando-se Oliveira do Hospital, numa região com alguma tradição no sector da pecuária, nomeadamente ovinos e porcos, e com um equipamento desta dimensão, o que falta aos agricul-tores da região para criarem gado para abate?

AJA: As políticas para o sector não ajudaram nada, com im-

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posições aos agricultores que originaram o abandono da ac-tividade. Hoje há jovens na agricultura, o que é de louvar, mas esqueceu-se que a agricultura na região era feita por pessoas com grau académico muito reduzido e ate analfabetos. As im-posições legais que têm vindo a ser implementadas, quanto à saúde e bem-estar animal e ao transporte, veio fazer com que as pessoas acabassem por abandonar a criação de gado. Com isso, no nosso caso, perdemos a prestação de serviços. Havia na região muitos talhos que compravam os animais aos agricultores e vinham ao matadouro, que abatia e conservava a carne, que depois era distribuída em carros próprios. Hoje em dia, a questão fiscal ainda veio piorar a situação. Já não há borregos nem novi-lhos para comprar e, por consequência, para abater.

Neste sentido, no matadouro temos que fazer um grande es-forço para comprar animais, pagá-los, abate-los e comercializar a carne, quando os recebimentos estão pela hora da morte.

No sector, por via do momento que atravessamos, temos que ter uma gestão apertada. Já vi gente nesta área que estava mui-to bem, fez investimentos, e que hoje está mal na vida.

Hoje o consumidor já não vai ao talho, mas sim às grandes su-perfícies, porque os preços são mais baratos.

GR: Como ultrapassar essa questão? AJA: Há várias coisas que originam isso. Nós não trabalhamos

para perder dinheiro. Gostamos de cumprir os nossos compro-missos e estamos no mercado de forma honesta. Nas grandes superfícies a concorrência é grande e temos conhecimentos de algumas situações. Sabemos a que preços compram e a que preço vendem a carne e sabemos também que perdem muitas

centenas de milhares de euros, o que é prejudicial para o país, mas principalmente para o agricultor.

Na zona de Leiria e da Benedita já fecharam muitas explorações de suínos. Nos bovinos tem acontecido o mesmo, por causa destas promoções ‘malu-cas’. E a única justificação que encontro é querer vender por vender.

GR: Onde compram os animais para abate?AJA: Os nossos principais fornecedores, nos suínos, são de Lei-

ria, enquanto os bovinos compramos a maior parte dos animais nas regiões de Idanha, Penamacor e Alenquer. Temos outros for-necedores, em sistema rotativo porque não têm quantidade.

GR: Os animais que abatem têm controlo prévio as explorações?AJA: Nós verificamos várias vezes os animais nas explorações,

sabemos o que comem, e antes de serem abatidos são vistoriados.No matadouro temos um controlo absoluto ao nível da higiene

e segurança alimentar, cumprindo todas as especificações. Faze-mos análises regulares para que não haja nenhum problema nesta matéria. Temos sempre a preocupação de melhorar. É com esse intuito que trabalhamos todos os dias.

GR: Numa região onde predomina o borrego “Serra da Estrela”, ainda há quem venha abater estes animais?

AJA: Nós não comercializamos carne de borrego “Serra da Estrela”. Não é um negócio muito atractivo, por ser muito espe-cífico. Fazemos abate, nomeadamente para um cliente que tem apostado nesse tipo de borrego, que compra na região da Serra da Estrela. Somos o único matadouro que pode matar e certificar borrego “Serra da Estrela”, embora não haja nenhum protocolo da entidade certificadora.

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A Freguesia de Meruge vai receber, a 10 de Novembro, a XI edição da Feira do Porco e do Enchido, considerada a mais genuína e expressiva mostra lúdico-gastronómica da região.

Criada para homenagear os vendedores de carne de porco, que deram fama à freguesia, e valorizar a excelência dos enchi-dos produzidos no concelho de Oliveira do Hospital, rapidamente a Feira do Porco se transformou num evento de dimensão nacio-nal, atraindo todos os anos milhares de pessoas.

No cenário mítico da Lage Grande, os novos e os indefectíveis visitantes disporão de especialidades gastronómicas exclusivas da Feira, como o “Arroz de Suã” os “Torresmos à Moda de Meru-ge” ou a “Feijoada à Moda de Nogueirinha”.

Para não perder pitada dos espectáculos de rua, os forasteiros vão ter de correr de um para outro lado do recinto para assistir às representações de actores improváveis, de saltimbancos e malabaristas, ou dos tocadores de concertina e cantadores ao desafio, em disputa saudável com os sons cavos dos bombos, a estridência das gaitas de foles e a virtuosa algazarra dos “Fan-farraKaústica”.

Para recuperar velhas e gulosas receitas, guardadas no baú da memória, o “Concurso de Doçaria Tradicional” voltará a premiar as mais criativas e originais.

De todo o país vão chegar mais de uma centena de artesãos que irão expor e vender a diversidade colorida dos seus produtos.

Dos campos em redor, agricultores vão trazer à ”Feira da Agri-cultura Familiar” as nozes, os figos e as pêras secos, as castanhas e as abóboras, assim como a jeropiga, o azeite e os licores.

“Mostra do Porco Bísaro”.Este ano, os visitantes poderão também participar no “Desafio Fo-

tográfico” on line, enviando para o email [email protected] a cap-tação fotográfica de momentos impressivos sobre a Feira. Os vence-dores habilitam-se a um fim-de-semana nas casas de turismo rural da freguesia, a um presunto curado e a um cesto de enchidos.

No sábado, dia 9, quando for noite, o Magusto Tradicional com as castanhas assadas na caruma e a jeropiga caseira, mais o es-pectáculo de Fogo e Música, anteciparão na Lage Grande a forte animação que reinará no domingo, dia 10.

Alargar o espaço da FeiraUm dos problemas com que se debate a Junta de Freguesia de

Meruje é o espaço da Feira, pois há cada vez mais expositores in-teressados em ali mostrar os seus produtos. O presidente Aníbal Correia, em conversa com a Gazeta Rural, diz que esse é um pro-jecto para implementar em próximas edições, com o envolvimen-to de toda a população.

XI Feira do Porco e do Enchido realiza-se a 10 de Novembro

Meruje recebe a mais genuína mostra lúdico-gastronómica da região

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Gazeta Rural (GR): Que Feira teremos este ano?Aníbal Correia (AC): Vamos ter uma feira igual a anos ante-

riores. Vamos dar continuidade ao que temos feito, porque hou-ve eleições e há sempre aquela incerteza quanto aos resultados. Portanto, não podíamos estar assumir algumas mudanças, que estamos a preparar para próximas edições.

GR: Que mudanças?AC: Mais estruturais. Vamos ter que alargar o espaço, pois há

muita gente a querer vir à feira e a Laje Grande já está completa-mente cheia. Vamos ter que alargar o espaço de exposição para as ruas circundantes, mas para isso temos que criar dinâmicas diferentes e envolver toda a população. É isso que estamos a tentar fazer, num projecto mais arrojado para os próximos anos.

GR: O evento engloba uma ”Feira da Agricultura Familiar”. Numa altura em que muito se fala dos pequenos mercados ru-rais, é possível a realização de outras pequenas feiras de produ-tos locais, nomeadamente hortícolas, ao longo do ano?

AC: Fazer uma feira da dimensão da do Porco e do Enchido não é tarefa fácil, muito menos repeti-la ao longo do ano. Po-demos vir a pensar a realização de outros eventos de menor di-mensão ao longo do ano, que possam proporcionar aos artesão locais e às famílias poder escoar os produtos que produzem.

GR: Qual a ‘magia’ da Laje Grande?AC: A Laje Grande é um palco natural. Só quem ali passa o

dia da Feira, toda aquela envolvência, aqueles espectáculos, naquele anfiteatro natural, sabe dar o valor à Laje Grande. Já se pensou tirar dali a feira para um espaço maior, mas, se calhar, íamos matá-la, já que está enquadrada naquele espaço natural, naquele anfiteatro, onde os espectáculos acontecem e atraem muita gente.

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Os apicultores denunciaram que a progressão da vespa asiá-tica, uma espécie predadora de abelhas, está “descontrolada” e que além de Viana do Castelo a sua presença começa a ser detectada em vários distritos do norte.

Os números mais recentes, avançados pela Protecção Civil, apontam para um total de 119 ninhos de vespa velutina - tam-bém conhecida como asiática, dada a sua proveniência - de-tectados no distrito de Viana do Castelo só este ano. Destes, 105 já foram destruídos pelos bombeiros, com recurso a lança--chamas, mas só 98 ninhos foram encontrados no concelho de Viana do Castelo, considerado pelos apicultores como porta da entrada da espécie em Portugal, através da importação de ma-deiras pelo porto comercial da cidade.

Na região do Alto Minho, os apicultores garantem que o nú-mero de ninhos desta vespa, oficialmente detectados, “prati-camente triplicou” entre Janeiro e Outubro de 2013, o que terá consequências na produção de mel, por ser uma espécie maior e mais agressiva do que a vespa nacional, sendo predadora de abelhas, atacando directamente as colmeias.

Segundo o presidente da Associação Apícola do Minho (API-MIL), recentes “relatos” de outros produtores já apontam para a presença desta vespa em distritos como Braga, Vila Real, Bra-gança e até no Porto.

No entanto, afirma Alberto Dias, continua a tardar a definição de uma “estratégia” de combate a esta espécie invasora por parte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, apesar da “disponibilidade” para colaboração já demonstrada pelos apicultores. “Ainda não temos traçadas linhas estratégi-

Reunidos em Vila Nova de Cerveira

Apicultores dizem que progressão da vespa asiática está descontrolada

cas de combate, quem combate, como vai combater. Podemos dizer, efectivamente, que há esta expansão um bocado descon-trolada”, apontou o dirigente, que representa centena e meia de apicultores, que produzem, no Alto Minho, mais de 150 toneladas de mel por ano.

Associações de produtores e técnicos de vários pontos do país estiveram reunidos em Vila Nova de Cerveira para as VII Jornadas do Mel do Alto Minho, dedicadas à expansão da vespa asiática e face à “falta de informação” sobre o tema.

Este encontro, que contou com o apoio da Federação Nacional de Apicultores de Portugal, recebeu produtores de todo o país, que insistem nas críticas à falta de uma estratégia de combate à progressão desta vespa. É o caso de Paulo Mota, um apicultor de Vila Verde que já sentiu uma quebra na produção de mel, que ronda a meia tonelada anual, devido aos ninhos que começam a multiplicar-se naquele concelho do distrito de Braga. “Uma das minhas colmeias baixou de produção e foi muito atacada. À volta das abelhas viam-se cinco ou seis vespas a atacar. Está a ser um problema muito grave”, apontou. Garante mesmo que os apicul-tores locais começaram a destruir estes ninhos a tiro e não pelo fogo, como é recomendado. “Em desespero estão a multiplicar estes ninhos porque elas fogem. Cada ninho pode ter 150 rainhas”, sublinhou este apicultor e engenheiro agrónomo.

A vespa asiática é maior e mais agressiva do que a espécie au-tóctone nacional e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, no ano de 2004.

Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir do final de 2012.

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A cidade de Tavira recebe de 15 a 17 de Novembro dois eventos que marcam a apicultura no nosso país. Numa organização conjunta da Fe-deração Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP), da Associação de Apicultores do Sotavento Algar-vio (MELGARBE), da Direção Re-gional de Agricultura e Pescas do Algarve e da Câmara de Tavira vão decorrer nesta cidade algarvia a Feira Nacional do Mel, assim como a XIV edição do Fórum Nacional de Apicultura, em Tavira.

No sábado dia 15 de Novembro o Anfiteatro do Parque de Feiras e Exposições de Tavira recebe o XIV Fórum Nacional de Apicultura, um espaço que se pretende aberto à discussão entre apicultores, diri-gentes associativos e técnicos do sector.

Fórum Nacional de Apicultura

Para além da apresentação dos resultados finais dos projectos de investigação aplicada realizados no âmbito do PAN 2011-2013, do programa consta ainda a apresen-tação pública do filme “Abelhas e Homens” seguida de debate e dis-cussão do mesmo, bem como uma mesa redonda onde se junta a pro-dução com as entidades públicas

De 15 a 17 de Novembro

Tavira é “capital nacional” do melcom competências no sector apícola, cujo objectivo é discutir o presente e o futuro da apicultura portuguesa.

O Fórum Nacional de Apicultura é hoje reconhecido pelos apicultores, dirigentes associativos e técnicos do sector como o espaço por excelência, onde são abordadas e discutidos os temas mais atuais do sector. Na edi-ção de 2013 destacamos a realização de uma mesa redonda dedicada ao futuro da fileira apícola, onde serão apresentados e discutidos as pers-pectivas dos produtores de mel, mas também das entidades públicas com responsabilidades no sector como o GPP, a DGAV ou o ICNF. O programa inclui também a apresentação dos re-sultados finais de vários projectos de investigação, versando temáticas que incluem a sanidade, o melhoramen-to, a tecnologia de novos produtos, a certificação e ainda a apresentação de sistemas de controlo e monitoriza-ção de apiários.

Feira Nacional do Mel

A Feira Nacional do Mel tem vindo a as-sumir-se como a principal mostra da varie-dade e qualidade dos produtos da apicul-tura nacional, na medida em que constitui uma oportunidade única para os produto-res e suas organizações divulgarem os seus produtos, junto dos consumidores e dos principais operadores do mercado nacional

e europeu do mel, bem como contactar com as principais empresas fornecedoras de factores de produção a operar na fileira apícola.

Estarão presentes as principais empresas na-cionais e europeias de material apícola, ficando a edição de 2013 da Feira marcada pela apre-sentação da edição filatélica dedicada à Apicul-tura Portuguesa, e pelo lançamento em DVD do filme “Abelhas e Homens”.

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De 1 a 3 de Novembro, no centro da cidade

Mangualde recebea secular Feira dos Santos

No fim-de-semana de 1 a 3 de Novembro, Mangualde continua a apostar nas suas tra-dições seculares e promove mais uma edição da Feira dos Santos, sob o lema «Da Tradição à Modernidade». A iniciativa, promovida pela Câ-mara de Mangualde, realiza-se como habitual no centro da cidade.

Desde há três séculos que Mangualde se no-tabiliza pela realização deste evento, que se tornou um marco a nível nacional, pelas várias ofertas que proporciona aos milhares de visi-tantes desde a gastronomia, através das tradi-cionais febras, o artesanato, os produtos agrí-colas, entre outras. Durante o fim-de-semana, as várias artérias da cidade serão animadas proporcionado a todos os residentes e visitan-tes momentos de diversão.

Manguald´Arte 2013 (VIII Mostra de Artesa-nato Nacional), Mangualde Regional (Mostra de produtos regionais, um espaço de promo-ção, degustação e lançamento de novos pro-dutos), Artes & Ofícios, Manguald´Auto (expo-sição de automóveis), Feira dos Santos à Mesa, Animangualde e Agromangualde são as várias iniciativas que compõe o programa.

Feira dos Santos à Mesa

No mesmo fim-de-semana, Mangualde aco-lhe mais edição da «Feira dos Santos à Mesa». Os restaurantes aderentes, assinalados pelo selo «Feira dos Santos à Mesa 2013», apresen-tarão uma ementa especial com pratos típicos regionais. Assim, para apreciar as iguarias tra-dicionais da região os interessados deverão di-rigir-se aos restaurantes aderentes: “O Valério”, “Cantinho dos Petiscos”, “Os Galitos”, “Aldeão”, “Marisqueira S. João”, “ Cascata de Pedra”, “Chafariz Beirão”, “Cruzeiro”, “Moderno”, “Ges-tur”, “Kerú”, “Casa do Ermitão”, “O Faísca”, “Rio Dão” e aos restaurantes dos hotéis: Mira Serra, Cruz da Mata e Senhora do Castelo.

A iniciativa, promovida pela Câmara de Man-gualde, insere-se na programação da Feira dos Santos 2013.

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A aposta nos pequenos frutos, nomeadamente no mirtilo, tem sido um êxito para a Cooperativa Agro-Pecuária dos Agricultores de Mangualde (COAPE). A parceria com a Asturian Berries tem sido profícua, estando quase atingidos os objectivos iniciais, com aquela empresa espanhola a garantir o escoamento da produção de fru-tos, numa área de 100 hectares. A garantia foi dada pelo presidente da COAPE, que se mostra satisfeito com a resposta dada pelos as-sociados, que nesta altura rondam os 4600.

Rui Costa, em entrevista à Gazeta Rural, enviou uma mensa-gem de confiança aos associados, aos mangualdenses e às gen-tes da região para que confiem instituição.

Gazeta Rural (GR): Como está a parceria com os espanhóis? Rui Costa (RC): Estamos quase no final da fase de implementa-

ção dos pomares de mirtilos. Tínhamos cerca de 100 hectares de mir-tilo, com a garantia de escoamento de toda a produção, e estamos a fechar o ciclo, dado que temos aproximadamente essa área plantada.

Parceria com a Asturian Berries tem sido profícua

Projecto da COAPE para os pequenos frutos tem sido um êxito

Quanto à comercialização, estamos já a prepararmo-nos para, na produção de 2014 a partir do mês de Maio/Junho, estarmos em condições de receber e comercializar mirtilo de alguns dos nossos associados e, nesta fase, também de todos os interessados em escoar o seu produto.

Estamos naturalmente a acompanhar a evolução dos traba-lhos, mas temos tido algumas dificuldades, nomeadamente com o fornecimento de plantas, porque a procura tem sido muito grande e há que ter cuidado na selecção das mesmas, pelo que não é fá-cil satisfazer as necessidades. Vamos fazer as coisas com calma, atempadamente, de modo a que todos os nossos produtores te-nham sucesso com a produção de pequenos frutos.

GR: Qual a área de abrangência deste projecto? Resume-se à região?RC: Temos uma abrangência grande, que vai desde Marco de Ca-

naveses, Braga, Porto, Coimbra, Oliveira do Hospital, São Pedro do Sul, Vouzela, concelhos que saem fora da área da COAPE. Temos muitos associados, de diversos locais, a procurar-nos como parcei-ros. Sabíamos, desde o princípio, que estávamos muito bem apoia-dos tecnicamente pela nossa parceira, a Asturian Berries, pelo que sabíamos que o projecto ia dar os seus frutos, mas queremos fazer as coisas bem-feitas, de acordo com as normas e das exigências na produção para estarmos na frente de toda a fileira do mirtilo.

GR: Há um novo projecto em marcha, que passa pela renova-ção e modernização das instalações da Cooperativa?

RC: A COAPE dispõe actualmente de instalações, com cerca de 5 mil metros quadrados de área coberta, no centro de Mangualde, entre as duas ruas mais movimentadas da cidade. Quando tomamos posse, achámos que era importante rentabilizar esse posicionamen-to geográfico. Arranjamos um parceiro, a nível arquitectura e de en-genharia civil, que nos propôs um projecto, que está concretizado, no sentido de criar um corredor pedonal que ligasse as duas ruas. Além disso, aportar também outras áreas de negócio, que possa fazer com que as pessoas entrem nas instalações da cooperativa, para comprar pão, o jornal, um vestuário ou outra coisa qualquer.

GR: A COAPE tem mais de 4500 associados?RC: Neste momento temos cerca de 4580 associados, embora

nem todos possam estar no activo. Infelizmente alguns faleceram, mas em termos do código cooperativo o título não se perde e transita para os familiares.

Estamos a crescer. A cooperativa há 10 anos que não admitia novos sócios. Agora estamos a faze-lo, sobretudo no âmbito do projecto dos pequenos frutos, e com isso aumentámos significati-vamente o número de associados, em cerca de 800%.

GR: Os associados podem vender os seus produtos no espaço da cooperativa?

RC: Sim, desde que reúnam as condições de higiene e seguran-ça da sua produção, para que consigamos ter qualidade e preço. Esta é também uma aposta nossa, no sentido de criar condições para vender os produtos dos nossos associados, mas não pode ser qualquer produto. Têm que cumprir as normas para que pos-sam estar expostos e ter o acolhimento favorável dos clientes.

Queria deixar uma mensagem final. Queremos trabalhar em prol de todos, com um forte sentido de cooperativismo, para que no futuro possamos ter aqui uma base de economia social, que pro-mova emprego e melhore a qualidade de vida a todos.

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Torres Vedras recebe até 11 de Novembro, no Pavilhão Mul-tiusos da Expotorres, a terceira edição do Festival do Pastel de Feijão, integrado nas Festas da Cidade 2013.

O Pastel de Feijão faz parte do legado dos torrienses, um sabor que traduz a identidade de Torres Vedras, apurado pelo passar dos séculos, amassado por mãos conhecedoras e saboreado por milhares. Quem passa por Torres Vedras não passa sem uma cai-xa levar! Por tudo isto e para destacar a importância deste doce, a Câmara de Torres Vedras decidiu promover, em parceria com os produtores locais, o Festival do Pastel de Feijão.

Esta iniciativa contará com três componentes: mostra e ven-da de pastéis de feijão, com a presença diária de uma marca; workshops; e os concursos “Pastel de Feijão 2013” e “A minha

Até 11 de Novembro, no Pavilhão Multiusos da Expotorres

Festival promove Pastel de Feijão em Torres Vedras

sobremesa tem Pastel de Feijão de Torres Vedras”. Quanto à mostra e venda de pastéis de feijão, cada produtor irá

expor a sua marca a todos os visitantes do Pavilhão Multiusos da Expotorres, que podem escolher e levar o seu pastel preferido. Cada produtor contará ainda com um dia específico para evidenciar a sua marca – “Marca do Dia” - podendo realizar diversas actividades que promovam o seu pastel de feijão. Estarão presentes, ao longo do festival, 17 marcas distintas de pastéis de feijão.

Durante o Festival do Pastel de Feijão decorrerão vários workshops, limitados a um número máximo de 10 participantes e de inscrição prévia no local, de diferentes produtores, que irão proporcionar aos participantes a oportunidade de confeccionar pastéis de feijão. Quanto ao concurso “Pastel de Feijão 2013”, a marca vencedora será a utilizada pela Câmara de Torres Vedras, pelo período de um ano, para as suas ofertas institucionais.

O Festival do Pastel de Feijão é uma organização da Câmara de Tor-res Vedras e conta com o apoio da Qualifica, ACIRO, Fagor e Biotrab.

Festival do Vinho de Torres Vedras até 11 de Novembro 2013

O Festival do Vinho de Torres Vedras, que decorre até 11 de No-vembro, assume-se como mais uma forma de celebração do S. Martinho, da vinha e do vinho, elementos fundamentais que tra-duzem a vivência do concelho de Torres Vedras, o trabalho das populações, o saber dos antigos e a arte ligada à actividade.

Com esta iniciativa “brindamos ao nosso bom vinho e enalte-cemos a importância socioeconómica que este tem em Torres Vedras, um dos concelhos com maior tradição vitivinícola do país”, refere a autarquia.

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A vila de Carrazedo de Montenegro, no concelho de Valpaços, recebe de 8 a 10 de Novembro mais uma edição da Castmon-te, certame que visa promover, em primeiro lugar, a castanha do concelho, que integra a região da Padrela DOP, mas também outros produtos da terra. A XVII edição da Feira da Castanha é uma organização da Junta de Freguesia de Carrazedo de Monte-negro, com o apoio da Câmara de Valpaços.

Na apresentação do certame, Amílcar Castro Almeida, novo pre-sidente da Câmara de Valpaços, salientou a nova face do certame, que pretende dar maior destaque à castanha. “Sabemos que é um fruto apetecível e que tem um peso muito significativo na economia do concelho”, sendo “uma mais-valia” para a região. Por isso, “ha-via necessidade de centrar a feira na castanha”, referiu o edil.

Para Amílcar Almeida o certame tinha “muitos produtos à mis-tura”, pelo que este ano “já houve um trabalho sério e respon-sável” no sentido de destacar a castanha no pavilhão principal, mas também os nossos produtos da terra, como o vinho, o azei-te, o folar, o bolo podre, a maçã de Carrazedo ou a jeropiga, que, no fundo, “tenham proximidade com a castanha”.

Mas as mudanças na feira não se ficam por aqui. “Vamos tam-bém voltar as origens, assistindo ao corte do bolo de castanha na forma original”. O autarca lembra que o bolo terá cerca de 600 quilos e será em forma de castanha. Este é apenas um dos muitos atractivos do certame, que, segundo Amílcar Almeida, quer receber “20 a 30 mil visitantes” nos três dias de duração.

Para a vereadora da Cultura da Câmara de Valpaços, a autar-quia “está empenhada em valorizar a feira, acrescentando mais e melhor nesta XVII edição”. Teresa Pavão sublinha que o pú-blico-alvo é cada vez “mais exigente e procura visitar certames com qualidade”, pelo que “vamos colocar no pavilhão principal única e exclusivamente produtos locais, com uma apresentação

De 8 a 10 de Novembro, em Carrazedo de Montenegro

Castmonte 2013 - Feira da Castanha quer atrair cerca de 30 mil visitantes

cuidada, bem como os seus expositores”. Para Teresa Pavão, “tem que haver uma apresentação extremamente rica do produto, mas o expositor, que está atrás a promover, tem também que ter essa apresentação e ir de encontro ao público-alvo”.

A gastronomia, presente através das tradicionais tasquinhas, e a animação estarão numa tenda instalada junto ao pavilhão principal.

Para além do concurso da melhor castanha e do magusto tra-dicional, a novidade deste ano é um concurso de jeropiga, que faz parte da tradição, combinando com a castanha.

Na vertente de animação, actuarão o Rancho Folclórico de Car-razedo, a banda musical de Carrazedo e dois conjuntos de con-certinas. No plano desportivo, destaque para o passeio turístico nocturno de jipe, o passeio BTT Tour Castmonte, um passeio TT tu-rístico de jipes e motos, pista trial e demonstração de taekwondo.

Quebra na produção de cerca de 30%

A região de Carrazedo de Montenegro tem uma produção mé-dia anual de 10 a 12 mil toneladas de castanha. “Este ano há uma quebra na ordem os 20% a 30%”, adiantou o autarca de Valpaços, devido ao “verão demasiado seco”, pelo que a produção anda-rá entre as oito e as nove toneladas. “O preço da castanha, que em 2012 rondou 1.80€/1.90€ o quilo, está este ano a ser vendida 2.20€, havendo uma grande procura”, referiu Amílcar Almeida, acrescentando que o peso do sector na economia do concelho representa cerca de 20 milhões de euros.

Recorde-se que deverá entrar em breve em funcionamento uma unidade de recepção e transformação de castanha em Car-razedo de Montenegro, numa parceria entre um empresário local e um italiano. Esta unidade deverá receber já este ano algumas toneladas de castanha, prevendo, dentro de poucos anos, poder vir a receber a quase totalidade da produção da região.

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Marvão celebra nos dias 9 e 10 de Novembro a trigésima Festa da Castanha, evento que este ano tem como grande atractivo a realização do maior magusto do Mundo. Em conversa com a Gazeta Rural, José Manuel Pires, vereador daquela autarquia do norte alentejano, tem boas perspectivas para este evento, sen-do esperados mais de 15 mil visitantes.

No âmbito da Festa da Castanha, vai ser lançado um site sobre a Feira e uma página no facebook, que permitirá aos visitantes conhecer o que é a Feira da Castanha de Marvão e interagir e dar sugestões no sentido de melhorar o certame.

No capítulo da animação a Festa da Castanha de Marvão tem ‘ingredientes’ vários, bastante atractivos para os visitantes. Me-lech Mechaya, Cabra Cega, CantAreias, Mimo’s Dixieband, Ran-cho Folclórico da Casa do Povo de Santo António das Areias, Domingos e Dias Santos e Projeto EZ, Bate no Fole, DJ Reis e Escola de Música do Marvão animarão o certame.

Gazeta Rural (GR): Qual a novidade da XXX Festa da Cas-tanha?

José Manuel Pires (JMP): Nesta edição da Feira vamos fa-zer o maior magusto do mundo. Queremos bater o recorde com a maior assistência de sempre num evento social. O magusto não é um assador de castanhas, mas sim uma festa que envolve tudo o que anda à volta da castanha assada e do bom vinho. Estamos confiantes e com boas perspectivas para a feira, para além de esperamos receber em Marvão mais de 15 mil pessoas.

No âmbito dos 30 anos fizemos também um desafio á Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre no sentido de nos ajudar a criar um doce e um prato, ambos com castanha, para serem apresentados na inauguração da feira, para que, o doce e o pra-to, passem a ser característicos de Marvão, como por exemplo

Na XXX Festa da Castanha e do Castanheiro

Marvão vai fazer o maior magusto do mundoa Palha de Abrantes ou o Pastel de Tentúgal. Uma coisa que seja identificativa e única da nossa terra, que é Marvão, e que tenha como um dos ingredientes na sua confecção a castanha.

GR: O que mudou em Marvão nestes 30 anos com a Festa da Castanha?

JMP: É um evento que tem vindo em crescendo, que ajudou a posicionar, até em termos turísticos, a vila e o concelho de Mar-vão. É um evento cada vez mais dos produtores e dos produtos da terra, mas isso deve-se a três ou quatro pessoas, os carolas, que há 30 anos pensaram e criaram esta Feira e que este ano vamos homenagear.

Para assinalar os 30 anos da Feira da Castanha vamos lançar uma semana antes um site, com o endereço, (www.feiradacastanhamar-vao.pt), onde está toda a informação sobre a feira, como foi o ano passado ou está a ser este ano, um site interactivo, com uma página do facebook que se chama “o maior magusto do mundo”.

Temos actualização em termos da interação com o público, para que as pessoas possam postar fotografias, deixar comentá-rios e críticas construtivas, para melhorarmos a feira e estarmos mais próximos das pessoas.

GR: A produção de castanha tem evoluído no mesmo sentido da feira?

JMP: Tem evoluído bastante. Estamos no Projecto REFCAT e já foram reflorestados cerca de 50 a 60 hectares de castanheiros em Marvão, o que significou um aumento considerável de área e de produção de castanhas já este ano. Foram plantadas outras variedades que têm outros calibres. A castanha de Marvão é mais miudinha mas é muito doce, muito característica desta região, e este ano já vão aparecer outras variedades à venda.

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A Adega Cooperativa de Portalegre espera este ano um au-mento na produção de vinho, em relação a 2012, na sequência da entrada de “mais de 800 mil” quilos de uva, disse a directora da empresa.

Fernanda Dias explicou que, este ano, houve uma “recupera-ção” na produção de uva, em comparação com os 600 mil quilos da campanha de 2012, embora seja um resultado “aquém” das necessidades contratuais e de mercado. “De qualquer maneira, acaba por ser positivo em relação ao ano passado. Nota-se al-guma recuperação, mas também pela interiorização dos coope-radores da importância que é a existência da adega e da valori-zação das uvas da região”, disse.

Indicando que só no Alentejo existem “mais de três mil marcas de vinhos”, a directora da Adega Cooperativa de Portalegre la-

Com a entrada de “mais de 800 mil” quilos de uva

Adega de Portalegre aumenta este ano produção de vinho

mentou que o mercado esteja actualmente “esmagado”. Segun-do Fernanda Dias, o volume de negócio anual da empresa situa--se nos “2,5 milhões de euros” e as exportações representam “20 por cento” da facturação.

A Adega Cooperativa de Portalegre, que está a apostar na en-trada nos mercados alemão e chinês, exporta os seus produtos para vários países europeus, como França, Inglaterra e Suíça, além de Angola e Moçambique.

Com oito sub-regiões vitivinícolas (Portalegre, Borba, Redon-do, Reguengos de Monsaraz, Vidigueira, Moura, Évora e Gran-ja/Amareleja), o Alentejo, que possui 22 mil hectares de vinha, exporta os seus vinhos para os quatro cantos do mundo, sendo Angola, Brasil, Estados Unidos e Canadá alguns dos principais mercados.

Download na Appstore e Google Play, com utilização gratuita

Aplicações sobre enoturismo no Douro já podem ser descarregadas

para dispositivos móveisO Douro está cada vez mais próximo, a um simples

toque no nosso smartphone. A aplicação “Douro Wine Tourism”, de utilização gratuita, já pode ser descarre-gada para os dispositivos móveis que funcionam com o sistema operativo iOS (iPhone e iPad) e Android.

Nas lojas virtuais Appstore e Google Play, o download desta ferramenta permite aceder a vá-rias informações sobre quintas emblemáticas do Douro, oferta de serviços e actividades de enotu-rismo, contactar proprietários, reservar e planear uma visita à região vinhateira. A aplicação permi-te ainda conhecer melhor a história dos vinhos do Douro e do Porto, as castas tradicionais mais usadas, o clima, o terroir e outras particularidades que conferem aos vinhos elaborados na Região Demarcada do Douro características de singula-ridade e reconhecimento no mundo do vinho.

A aplicação agora disponível integra um conjunto de novas ferramentas de comunica-ção, apresentadas no passado mês de Junho, em Lamego, durante o “Douro Wine Tourism International Seminar”, seminário internacio-nal que debateu o enoturismo com a presença de especialistas de Portugal, Espanha, França e Estados Unidos. Além desta aplicação para smartphones, desde aquela data que estão disponíveis um guia e um manual de boas prá-ticas sobre enoturismo no Douro, bem como o website www.dourowinetourism.com

O projecto “Douro Wine Tourism” é promovido pela Beira Douro – Associação de Desenvolvimento do Vale do Douro, Associação do Douro Histórico e Douro Superior – Associação de Desenvolvimento e teve como consultor o conceituado crítico de vi-nhos de vinhos Rui Falcão.

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Resultado do esforço conjunto desenvolvido pelos produtores e pelo Governo

Secretário Regional dos Recursos Naturais dos Açores diz que

vitivinicultura é “bom exemplo” O Secretário Regional dos Re-

cursos Naturais destacou o “bom exemplo” que representa a evo-lução registada na vitivinicultura açoriana, em resultado do esforço conjunto desenvolvido pelos pro-dutores e pelo Governo dos Açores, através da criação de incentivos e apoio técnico.

“Foi desta conjugação de esfor-ços que resultou aquilo que temos hoje, um sector forte, produtivo e que começa já a deixar uma imagem daquilo que se produz de bom nos Açores em termos vinícolas, tanto em termos produtivos como com os seus reflexos no enoturismo, parti-cularmente na ilha do Pico”, afirmou Luís Neto Viveiros.

O Secretário Regional falava durante o debate de uma propos-ta apresentada pelo PCP para o desenvolvimento de estudos téc-nicos com vista à criação de um sistema de protecção e incentivo à reutilização produtiva das zonas de currais de vinha dos Açores e de reforço dos apoios à criação de actividades turísticas relacionadas com a produção de vinho e com a paisagem da vinha, que foi aprova-da por unanimidade.

“Existem apoios que têm sido muito bem utilizados, tanto na re-conversão de vinhas antigas, na reestruturação dessas vinhas, na recuperação – no caso concreto do Pico – de vinhas em currais e em curraletas, de reabilitação des-sas vinhas”, afirmou Neto Viveiros, sublinhando o potencial de cresci-mento do sector.

Luís Neto Viveiros revelou que o inventário da vinha indica que “exis-tem neste momento nos Açores, re-gistados, cerca de 1.700 hectares, dos quais cerca de 300 fazem parte dos conhecidos vinhos de Denomi-nação de Origem Protegida e de In-dicação Geográfica Protegida.

“Temos cerca de 1.400 hectares que não estão ainda incluídos nes-tas categorias e sobre os quais ain-da há naturalmente muito a fazer”, concluiu o Secretário Regional.

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A ViniPortugal apresentou uma acção de charme na embaixada de Portugal em França, com o ob-jectivo de “sensibilizar o mercado [francês] para a existência de outros vinhos portugueses de muito melhor qualidade”, disse o presidente da associa-ção.

Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal, as-sociação interprofissional do sector vitivinícola que tem como missão promover a imagem de Portugal, enquanto produtor de vinhos, considera que “a França já é um grande importador de vinhos portu-gueses”, mas acredita que Portugal produz vinhos “muito melhores do que aqueles que o mercado francês consome e importa”.

“Detectámos também que havia em Portugal mui-tos investidores franceses no mundo do vinho. Em-presas francesas que têm empresas portuguesas, enólogos franceses que trabalham em empresas por-tuguesas, e percebemos que se os franceses vão para Portugal investir no vinho e se os enólogos se asso-ciam e se envolvem em projectos de vinho em Portu-gal, é porque acreditam neles e porque esses vinhos têm um potencial muito elevado”, acrescenta.

O dirigente associativo admite pretender apro-veitar o facto de os franceses “consumirem bas-tante vinho”, para “sensibilizar o mercado para a existência de outros vinhos portugueses de muito melhor qualidade, vinhos diferentes baseado nas castas autóctones”.

A maioria dos vinhos presentes “já têm importa-dores que estão presentes no mercado” francês, de forma a existir algum suporte que permita “alavan-car vendas”, explica Jorge Monteiro.

O presidente da ViniPortugal acrescenta que “o objectivo não é aumentar as exportações para França, é substituir vinhos de qualidade não distin-tiva por vinhos de qualidade muito elevada, diferen-tes”. “No fundo mostrar um outro Portugal, outros vinhos portugueses num mercado tão difícil como é o francês”, diz.

Numa actualização recente do catálogo oficial de castas autorizadas em França o governo fran-cês autorizou a entrada de dez castas, das quais quatro portuguesas. Jorge Monteiro acredita que se trata de uma “conjugação de factores”, através dos quais “a França começa a olhar de uma outra maneira para Portugal”. “É um sinal de que prova-velmente o mercado está no ponto para conseguir-mos alavancar a produção dos nossos melhores vi-nhos”, conclui.

A acção destinou-se ao mercado francês e à im-prensa, com a prova da escolha de vinhos de três enólogas portuguesas. Cada enóloga apresentou na embaixada uma selecção de quinze vinhos, cinco vinhos que produzem e dez que escolheram como representativos da produção de vinhos portuguesa.

Acção de charme decorreu na embaixada de Portugal em França

ViniPortugal sensibiliza o mercado francês para os vinhos portugueses

de maior qualidade

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A Festa da Vinha e do Vinho decorre de 9 a 17 de Novem-bro em Borba, distrito de Évora, com a participação de 80 expositores, com destaque para os produtores do Alentejo.

A XXII edição do certame dedicado ao vinho e à vinha, que recebe todos os anos milhares de visitantes, decorre no pavilhão de eventos e vai promover, sobretudo, os vinhos do Alentejo, com a participação de vários produtores que apre-sentam as suas marcas para degustação e venda. A festa in-clui um conjunto de eventos temáticos dedicados aos vinhos e enoturismo, gastronomia, produtos e doçaria regionais, ar-tesanato e equipamentos e serviços vitivinícolas.

O certame, que serve de apresentação do vinho novo dos produ-tores locais pelo São Martinho, pretende ainda promover os produtos regionais, dando especial realce à produção vinícola regional e aos queijos, enchidos, pão, azeite, mel, frutos secos e doçaria regional.

Com palco numa das mais importantes regiões viti-vinícolas do Alentejo, o certame está a cargo do mu-nicípio, Associação Técnica dos Viticultores do Alente-jo (ATEVA), Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) e Turismo do Alentejo.

O programa inclui um circuito das tascas no dia inau-gural e, ao longo dos nove dias, engloba provas de vinhos, animação musical, conferências e actividades culturais e desportivas. Para o dia de São Martinho, está previsto um arraial com oferta de castanhas e vinho de talha.

De 9 a 17 de Novembro, com a participação de 80 expositores

Festa da Vinha e do Vinho em Borba destaca produtores do Alentejo

Cozinha Regional • Pratos TípicosFabrico Especial de Bolos Podres

Bôlas Caseiras

R. do Tune - Fontelo • 5110-320 Armamar • Tel.: 254 851 511

Casa Pereira de: António Carlos Osório Pereira

e Ana Isabel Afonso Gonçalves Pereira

Café • Restaurante

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O Centro de Congressos de Lisboa é o palco de mais uma edição do ‘Encontro com o Vinho e Sa-bores’, uma iniciativa da Revista de Vinhos, que se realiza pelo XIV ano consecutivo, naquela que é a maior prova de vinhos e sabores dirigida ao grande público.

É um evento único em Portugal, que reúne mais de 350 produtores de vinhos, queijos, presuntos, enchidos e azeites. Provas de vinhos e sabores, provas especiais, harmonizações vínicas, con-cursos – “A Escolha da Imprensa” e “Melhor Carta de Vinhos” –, loja de vinhos, expositores de aces-sórios, tudo num só lugar e com o cunho de quali-dade da Revista de Vinhos. Tal como nas edições anteriores, os melhores vinhos e algumas das de-licatessens de países estrangeiros, disponíveis no mercado português, vão também objecto de livre degustação por todos os participantes.

No que toca as Provas Especiais, os temas são bem diversos e extravasam a fronteira nacional. “Champagnes Deutz”; “Vinho do Porto: os colhei-tas de excelência da Kopke”; “Luís Pato – Barro-sa e Pan: Baga to Baga”; “SA PRUM, Rieslings de Mosela há mais de 800 anos” (produtor que vem pela primeira vez ao nosso país); “Grandes tin-tos de 2003”; “Ramos Pinto: vinho e arte desde 1880”; “IdealDrinks”; “Em torno da excelência!”; “Herdade da Malhadinha Nova: 10 anos de gran-des vinhos!”; “20 Anos de grandes vinhos tintos do Douro Superior”; e “Álvaro Castro: terroirs do Dão”. Uma panóplia de vinhos nacionais e inter-nacionais, todos eles com algum factor distinti-vo – raros, diferentes ou de excelência – que vão estar em prova em pequenos seminários sob a orientação dos seus criadores ou pelos críticos da Revista de Vinhos.

No pelouro da gastronomia, as quatro harmo-nizações dão destaque, respectivamente, aos queijos, às carnes fumadas, às conservas e às so-bremesas, sempre acompanhadas de uma selec-ção de bons vinhos, criteriosamente eleitos por jornalistas e críticos da Revista de Vinhos, que conduzirão estas iniciativas.

Aberto ao público consumidor na sexta-feira (das 18 às 22 horas), sábado e domingo (das 14 às 20 horas), o valor da entrada no evento é de 10 euros. Na segunda-feira, dia 11, o evento de-corre entre as 11 e as 18 horas, mas apenas para profissionais do sector. Prevê-se a visita de di-versos importadores estrangeiros, aproveitando para provar e avaliar muitas das aquisições a fa-zer durante o próximo ano.

Com a actual situação de crise bem presente, o sector do vinho, acaba por se revelar como um dos polos mais dinâmicos da economia portu-guesa conseguindo um crescimento nas expor-tações que se tem vindo a consolidar de ano para ano. Um evento a não perder.

‘Encontro com o Vinho e Sabores 2013’ decorre de 8 a 11 de Novembro

Lisboa recebe o maior e mais antigo evento vínico e gastronómico do país

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O Wine In Azores afirma-se, cada vez mais, como um grande evento vínico nacional. A edição 2013 foi mais um grande suces-so, justificando a aposta da região num grande evento vínico nos Açores. Reputados chefes de cozinha harmonizaram os produtos da Região Autónoma com os melhores vinhos locais e nacionais.

“Este ano tivemos mais gente presente na feira e batemos o record de pessoas que vieram de fora da região, nomeadamente de jornalistas e chefs de cozinha”, exultava Joaquim Coutinho, o organizar e mentor do evento.

Com o Pavilhão do Mar, em Ponta Delgada, todos os dias cheios, onde os visitantes puderam degustar alguns dos melhores vinhos nacionais, assim como dos Açores, que nesta edição teve a maior representação de sempre, para além da gastronomia da região.

Para a edição de 2014 prevêem-se algumas alterações. A possibilidade de descentralização da Feira está em cima da mesa. O novo pavilhão da Associação Agrícola de São Miguel (AASM), em Santana, é uma forte possibilidade, mas Joaquim Coutinho não quer dar isso como um dado adquirido, admitindo, contudo, que é uma possibilidade “muito forte”, justificando a provável mudança, com as dificuldades logísticas que o Pavilhão do Mar oferece.

Quem está pronto para receber o evento é o presidente da AASM, parceira desde a primeira hora do Wine In Azores. “Para o ano poderá haver algumas mudanças”, diz Jorge Rita, que já tem tido conversas nesse sentido com Joaquim Coutinho. “Um dos grandes objectivos é transferir o evento para o nosso novo es-paço em Santana, que tem melhores condições, mas é também

Para além de mais expositores

Wine In Azores 2013 levou mais visitantes a Ponta Delgada

uma forma de descentralizar os grandes eventos das cidades para os meios mais rurais”, diz o dirigente associativo.

Jorge Rita sublinha o “grande impacto, regional e nacional, que este evento já tem, mas “queremos que continue a crescer de uma forma gradual e sustentável”, pois “percebemos que estes even-tos são demasiados importantes para mostrar o real valor aos nossos produtos”, que têm “excelente capacidade de exportação e a região e o país precisam de produtos e bens transaccionáveis, com capacidade exportadora e com valor acrescentado”, subli-nha o presidente da AASM.

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O sector da castanha está a atrair investimento nacional e es-trangeiro à região transmontana com novos projectos em curso que irão atingir 10 milhões de euros, anunciou o director regional de Agricultura e Pescas do Norte. Manuel Cardoso adiantou que “neste momento existem vários investimentos em curso, que irão atingir quase 10 milhões de euros nos próximos ano e meio, dois anos e metade é investimento estrangeiro”.

A castanha que, em 2012, contribuiu com 17,5 milhões de eu-ros para as exportações portuguesas é, segundo o director re-gional, “neste momento o único sector que está a fazer com que haja incorporação de capital estrangeiro nos investimentos que estão a ser feitos” na região.

Manuel Cardoso realçou que os novos investimentos “têm uma componente associada que é muito promissora em termos de postos de trabalho”, com uma laboração menos sazonal ao tra-balharem com outros produtos. O responsável perspectiva que os novos projectos “venham a possibilitar o aparecimento de dezenas de postos de trabalho, talvez cinco dezenas durante já o próximo ano”. Na região existem já várias unidades industriais e organiza-ções de produtores que comercializam e transformam a castanha.

Em Trás-os-Montes concentram-se quase 30 mil dos 35 mil hectares de soutos nacionais e perto de 80 por cento das 19 mil toneladas de produção anual de castanha. Das quatro “De-nominações de Origem Protegida” (DOP) para a castanha que existem em Portugal, três centram-se em Trás-os-Montes, no-meadamente, a Castanha da Terra Fria, Castanha da Padrela e Castanha dos Soutos da Lapa.

O castanheiro passou em menos de três décadas de «árvore-

De investidores nacionais e estrangeiros

Castanha atrai milhões de euros de investimento a Trás-os-Montes

-do-pão» que alimentava os mais pobres da população rural do interior a fonte de riqueza com real expressão económica no ren-dimento agrícola familiar.

A castanha é hoje em dia aceite no mercado como um “artigo de luxo” e aquela que é produzida na região de Trás-os-Montes destina-se essencialmente à exportação para países como Itália, Brasil, França, Suíça, Canadá, Alemanha, Holanda, Luxemburgo, Bélgica, Espanha, Angola, Estados Unidos da América, Áustria, Cabo Verde, entre outros.

A área de soutos de castanheiros mais do que duplicou em Por-tugal, com especial expressão nos últimos dois anos, mas o direc-tor regional acredita que é possível duplicar este número e tornar o país mais competitivo em relação a outros países produtores. Manuel Cardoso garantiu que “vai haver dinheiro no próximo Qua-dro Comunitário de Apoio” e com a simplificação do Programa de Desenvolvimento Regional (ProDer) acredita será possível “arran-car para um verdadeiro fomento desta cultura”. “Estou a apelar aos jovens e a todas as pessoas que tenham terrenos disponíveis e que não precisem da sua utilização imediata, porque os casta-nheiros não começam a produzir no ano em que são plantados, começam a produzir apenas alguns anos depois. Acho que nós devemos tomar isso como sendo um investimento estratégico para a nossa região”, afirmou.

O director regional alertou, no entanto para a necessidade da “organização interprofissional do sector”, exortando as organi-zações de produtores a aproveitar ao máximo o próximo Quadro Comunitário de Apoio para se porem a funcionar com uma escala que a nível internacional represente de facto algo significativo.

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Produtores perspectivam uma boa campanha de castanha

Os produtores de Trás-os-Montes perspectivam uma boa produção de castanha nesta campanha, com o fruto saudável embora, nesta primeira fase, mais pequeno, segundo avançam as organizações locais do sector.

A região transmontana concentra a maior parte da produção de castanha do país, possuindo cerca de 30 mil dos 35 mil hec-tares de área de souto existentes em Portugal.

“Os castanheiros estão, em geral, bem carregados. Perspectiva--se uma boa produção, saudável e de qualidade”, afirmou Eduardo Roxo, presidente da associação florestal ARBOREA, de Vinhais.

Por esta altura, os produtores já apanham o fruto. A chuva que começou a cair em Setembro ainda veio a tempo de salvar a pro-dução deste ano. No entanto, segundo Eduardo Roxo, a primeira castanha a sair da árvore, a temporã, “é pequena”. Apesar disso, o

responsável espera que a água, que entretanto caiu, venha ajudar a aumentar o calibre na “segunda ronda, nas variedades como a judia ou a longal, que está atrasada cerca de 15 dias.

Nesta zona do nordeste transmontano, associada à Denomi-nação de Origem Protegida (DOP) da Terra Fria, a produção de castanha rondou as 12 mil toneladas no ano passado. “A amostra que nós temos para este ano é boa e estamos com muitas ex-pectativas de ter uma boa produção”, referiu ainda Eduardo Roxo. Para já, de acordo com o presidente da ARBOREA, “está a haver uma boa procura e com um bom preço”.

Também Filipe Pereira, técnico da Associação Regional dos Agriculto-res das Terras de Montenegro (ARATM), em Carrazedo de Montenegro, Valpaços, espera uma “produção melhor do que a do ano passado”, pre-vendo “cerca de mais um milhão de quilos” do que em 2012.

Na área da DOP da Padrela, no ano passado colheram-se entre “seis a oito milhões de quilos”. “A qualidade é óptima, espera-se um bom calibre e, em termos de sanidade, não há problemas de bichos”, salientou. No entanto, o responsável advertiu que mui-tas das castanhas ainda estão dentro dos ouriços pelo que “ainda não se pode fazer uma previsão rigorosa”.

Nestes territórios a castanha possui uma grande importância para a economia das famílias. “Costumo até dizer que é a nossa melhor Segurança Social, precisamente porque é bem distribuída e é um bom apoio para a economia familiar”, afirmou Eduardo Roxo.

Filipe Pereira referiu que na Padrela são cerca de 1.800 as famí-lias que se dedicam a esta produção, que se “tem vendido muito bem nos últimos anos”. Este fruto “não pára em casa dos agricul-tores” o que, para o responsável, “é bom sinal”. “Não há agriculto-res a queixarem-se de que não há compradores, ao contrário do que acontece com outros produtos agrícolas”, acrescentou.

José Gomes Laranjo, presidente da Associação Portuguesa da Castanha – RefCast, estima que a produção média de castanha em Portugal ronde entre as 45 e as 50 mil toneladas, o que pode repre-sentar cerca de “75 a 80 milhões de euros pagos à produção”. Esta associação, formalmente constituída em Fevereiro, acredita que po-derão estar envolvidas na produção cerca de 17 a 20 mil famílias.

Eduardo Roxo

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A Europa precisa de aumentar em 40 mil hectares a área de souto para responder à escassez de castanha, provocada tam-bém pela praga que está a assolar os soutos, a vespa do casta-nheiro, disse a associação do sector.

José Gomes Laranjo, presidente da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast), disse à que, em Setembro, num encontro da Comissão Europeia da Castanha, em Itália, foi lançado o “Desafio de Bolonha”. “Este desafio tem a ver com a plantação de 40 mil hectares de souto nos países europeus produtores de castanha (Itália, França, Espanha e Portugal) nos próximos 10 anos”, afir-mou o responsável.

A Europa precisa de “fazer face à escassez do produto”, uma situação que, segundo o José Gomes Laranjo, preocupa o sector porque pode “abrir as portas à importação de castanhas de ou-tros países fora do espaço europeu, nomeadamente da China”, um dos maiores produtores mundiais deste fruto. “Nós estamos preocupados com isso, até porque esta castanha, que pode vir de fora, é seguramente sempre de pior qualidade e isto pode co-locar em risco a sustentabilidade da castanha europeia”, frisou.

Uma das causas apontadas para a quebra de produção é a vespa do castanheiro, uma praga que “está a assolar os soutos em Itália, França e já chegou a Espanha”. Em Portugal, segundo frisou, ainda não foi detectada mas é uma situação que está a causar grandes preocupações.

Esta vespa aloja os seus ovos nos gomos dos castanheiros, os quais depois de picados não conseguem dar mais fruto.

Para combater escassez do fruto e evitar importação de castanha

Europa precisa aumentar 40 mil hectares de souto

José Gomes Laranjo referiu que a RefCast, a Direcção Regio-nal de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) estão “atentos” e a prepararem-se para actuar mal a vespa seja detectada no país. “Nós queremos estar prepa-rados para rapidamente introduzirmos o parasitóide, já utilizado em Itália, nos nossos soutos, para que ela não cause cá os estra-gos que causou lá”, salientou. Segundo o responsável, esta praga “dizimou quase metade da produção de castanha” em Itália.

Esta nova ameaça surge depois do aparecimento e propagação da doença da tinta e do cancro que levou, também em Portugal, a um decréscimo da produção principalmente nas décadas de 80 e 90.

Para concretizar o “Desafio de Bolonha”, o responsável referiu que é necessário sensibilizar os governos dos quatro países para esta questão, precisamente agora que se estão a definir as estra-tégias da Política Agrícola Comum (PAC) para 2014/2020. “Pre-cisamos de alertar e trabalhar para que o castanheiro não seja esquecido”, frisou. Em Portugal, segundo acrescentou, seria dese-jável aumentar a área de souto em mais 10.000 hectares.

Por causa da escassez de castanha na Europa, José Gomes La-ranjo diz que actualmente que se assiste a uma “grande pressão para exportar” o fruto colhido em Portugal. “Há uma enorme pro-cura da castanha portuguesa por parte das indústrias italiana e francesa”, salientou.

Em 2011, Portugal exportou 7.3 mil toneladas de castanha, que renderam 17.4 milhões de euros.

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O Município de Sernancelhe levou a cabo mais uma edição da Festa da Castanha, evento que promoveu um produto que marca o concelho e que este ano voltou a receber muitos mi-lhares de visitantes. “Temos sempre grandes expectativas, que este ano voltaram a ser superadas, sobretudo porque este cer-tame já atingiu um patamar muito importante para Sernancelhe e para a região, mas, acima de tudo, para os nossos produtores de castanha”, referiu o presidente da Câmara de Sernancelhe, Carlos Silva.

O autarca destacou o “êxito” de mais esta edição e diz que a Festa da Castanha é, também, “um estímulo para os nossos produtores para que, de ano para ano, possamos melhorar a produção e aumentar a qualidade da nossa castanha”.

Num ano em que a Feira teve menos castanha, fruto da ma-turação tardia da mesma, “uma redução pouco significativa”, esclareceu Carlos Silva, que realçou a “qualidade” do fruto pre-sente na Feira, que este ano atingiu patamares bastante ele-vados, com uma qualidade muito superior e isso é importante”. “Às vezes a quantidade é importante, mas aquilo que vende a castanha no mercado é a qualidade e é nisso que apostamos”, sustenta o autarca.

Milhares de pessoas passaram por Sernancelhe

Feira da Castanha mostrou dinamismo do sector no concelho

Sendo a castanha uma das apostas do concelho, o apa-recimento de novos agricultores tem sido dos aspectos que ajudaram, também, na melhoria e aumento da produção que se tem vindo a verificar. Todavia, Carlos Silva destaca que há jovens agricultores no concelho a apostar em “diferentes áreas, nomeadamente na maçã, no vinho e nos pequenos frutos”.

“A agricultura é o pontapé de saída para nos ajudar a supe-rar a crise que atravessamos”, frisa o presidente da Câmara de Sernancelhe, que defende a aposta no sector, pois “há terrenos à disposição dos jovens e, com os incentivos que existem, penso que podemos criar uma agricultura de escala e, ao mesmo tempo, através do empreendedorismo dos jovens, ajudar a fixar gente no meio rural, sendo a agricultura um meio para ajudar a diminuir o desemprego”.

O autarca de Sernancelhe diz ser “muito importante” o “apro-veitamento de algo que até há bem pouco tempo não demos valor, aproveitando os incentivos, reconvertendo terrenos e cul-turas, e, ao mesmo tempo, acabando com algum desemprego, fixando os jovens na agricultura”.

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O Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar foi a Armamar apelar à Câmara e aos produtores de maçã para se uniram em torno de uma Organização de Pro-dutores (OP), de modo a que se possam candidatar às verbas do próximo quadro comunitário, no sentido de ultrapassarem alguns dos problemas com que se debatem, nomeadamente a capacidade de frio instalada, insuficiente para as necessidades.

De visita à Feira da Maçã, acompanhado do presidente da Câmara local, João Paulo Fonseca, Nuno Vieira e Brito levou de Armamar uma impressão muito positiva do trabalho que se tem feito e do que se pode fazer em prol do desenvolvimento económico do município.

Nuno Vieira e Brito, à Gazeta Rural, referiu o facto de a maçã ser “um produto relevante, não só do ponto de vista económico, mas também na área da estratégia de internacionalização das nossas funções de Secretaria de Estado”. O governante desta-cou a necessidade de perceber os problemas do sector e encon-trar soluções. “Nós vimos estimular e perceber aquilo que cada fileira, ou cada sector, mais necessita, quais as suas vantagens, o que está a correr bem, mas também os seus estrangulamentos e, com base nas autarquias e nos produtores, conseguir corrigir estratégias ou propor novas filosofias, inclusivamente enqua-dradas naquilo que vai ser o novo ProDeR 2014/2020”.

Na visita à feira, Nuno Vieira e Brito elogiou os produtores da região, onde se produz cerca de 50% da maçã em Portugal, destacando as boas práticas de produção, com a aposta na qualidade. Porém, há alguns problemas a ultrapassar, nomeada-mente na questão da comercialização e na necessidade de frio.

Na Feira da Maçã, em Armamar

Nuno Vieira e Brito desafiou Câmara e agricultores “a criarem uma organização de produtores”

Neste âmbito, Vieira e Brito desafiou a Câmara e os produtores a unirem-se em torno de uma organização de produtores, que “vão ser bem financiados no novo quadro comunitário” e que, para além da comercialização directa, olhem “para novas formas de criar valor, muito importantes para melhor remunerar a produção primária e os produtores”.

Feira foi um sucesso

A autarquia e a Associação de Fruticultores de Armamar, enti-dades promotoras da Feira da Maçã, fizeram um balanço positivo e destacaram o sucesso conseguido de um certame a repetir no próximo ano. A Vila encheu-se de gente e nos dois dias do even-to passaram por Armamar alguns milhares de pessoas, vindas de vários pontos do país, que puderam medir o potencial económico deste o município da margem esquerda do Douro.

A Feira da Maçã, instalada no centro da vila, foi o local onde se concentraram os agentes económicos de Armamar, das mais di-versas áreas, para mostrar os produtos agrícolas, as iguarias gas-tronómicas, as tradições culturais e o trabalho desenvolvido na área da acção social e na educação daquele concelho duriense.

No último dia da Feira destaque para as Jornadas Técnicas, di-namizadas pela Associação de Fruticultores de Armamar, subor-dinadas ao tema “Criação e Funcionamento das Organizações de Produtores”, mas também para a transmissão do programa da SIC “Portugal em Festa”, em directo a partir da Feira da Maçã, o ingre-diente que faltava para fazer da Feira uma grande festa.

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Os jovens do Algarve instalados no sector da agricultura quadru-plicaram em sete anos, são licenciados em diversas engenharias como biomédicas, mecânica ou electrotécnica e apostam nas fi-leiras do mel, abacate e frutos vermelhos, revelam dados da tutela.

O director da Direcção Regional de Agricultura e Pescas (DRA-PAlg) chamou de “revolução” e “viragem” no sector agrícola da região algarvia a chegada de tantos jovens à terra - cerca de 500 - nos últimos sete anos. Segundo o mesmo responsável, até 2007 o número rondava os “100 jovens agricultores”.

Os novos agricultores são oriundos das mais diversas áreas, seja da agronomia, engenharia biomédica, farmacêutica, enge-nharia mecânica ou electrotécnica, e regressam às terras por “via familiar”, para combater o desemprego e a crise, mas tam-bém, porque há um certo “encantamento pela natureza e uma maior sensibilidade ambiental” nesta nova geração, explicou o director DRAPAlg, Fernando Severino.

Aquele responsável acrescentou que o ‘boom’ de jovens a apresentar projectos de investimento no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) para uma primeira instala-ção no sector agrícola ocorreu em 2010 e de todos os concelhos algarvios onde se registou um evidente regresso à agricultura,

Segundo a Direcção Regional de Agricultura e Pescas

Jovens agricultores no Algarve quadruplicaram nos últimos sete anos

destaca-se o de “Tavira”, seguido de Loulé e Silves.A nova geração de jovens agricultores com estudos traz dina-

mismo ao sector, pois sabem aceder facilmente aos apoios co-munitários e conseguem controlar as suas candidaturas ou a rega das plantações à distância de um clique na Internet, sustentou Fernando Severino.

Os tradicionais citrinos continuam a ser uma das apostas agrí-colas destes novos agricultores, mas a plantação de “floricultura”, de medronheiros, frutos vermelhos (framboesa e morango), frutos subtropicais (abacate), diospireiros ou a apicultura (mel) são ou-tras das fileiras em que investem, acrescentou.

A produção de mel, abacate e de frutos vermelhos é quase toda para exportação para a Europa e para fora da Europa, como Nova Zelândia, e “continua a haver procura destes produtos no mer-cado”, sustentou, referindo que os jovens agricultores algarvios criaram cerca de “mil postos de trabalho” com os seus projectos no âmbito do PRODER.

No Algarve foram aprovados até agora, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2014, 1.500 projectos, num montante de 232 milhões de euros, e desses 432 são de pro-jectos de jovens agricultores”.

Departamento Gráfico do Jornal do Centro

SUPLEMENTOCliente: Tractopais

S E M A N Á R I O D A

REGIÃO DE VISEU

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A Federação Nacional das Cooperativas de Leite (FENALAC) e a Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL) aler-taram para riscos de desemprego no sector devido a um aumen-to do preço na produção sem reflexo na distribuição.

“A remuneração da matéria-prima pela indústria láctea na-cional cresceu significativamente nos últimos meses, na medida

Devido a um aumento do preço na produção

Indústria do leite alerta para insustentabilidade do sector

em que, desde Outubro do ano passado, o preço do leite à produ-ção em Portugal registou uma variação superior a 20%”, disseram as duas estruturas num comunicado conjunto, lamentando uma “resistência incompreensível” por parte da distribuição em que a indústria transformadora reflicta este aumento.

O secretário-geral da FENALAC, Fernando Cardoso, explicou que “não tendo as empresas capacidade de reflectir esse aumento de custos, as suas operações vão sofrer um impacto negativo, que po-derá, em algumas situações, resultar na necessidade de reduzir cus-tos, o que muitas vezes passa por reduzir o quadro de pessoal”.

O documento da FENALAC e da ANIL alerta ainda que “importa sensibilizar os operadores da distribuição para a necessidade pre-mente da indústria láctea transmitir este aumento de custos para jusante da cadeia de valor, caso contrário um número significativo de operadores corre sérios riscos de insustentabilidade económi-co-financeira”. Assim, a intenção das duas entidades é “alertar a distribuição” para que a situação se possa reverter antes que esse impacto possa vir a sentir-se.

Em Junho, o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquer-que, afirmou o empenho do Governo em conseguir o aumento dos pre-ços do leite ao produtor através de contratos obrigatórios para o sector.

Portugal não está ainda acompanhar a “recuperação do preço ao nível europeu”, sentindo-se uma dificuldade de transmissão do aumento de custos de produção no preço do leite” devido, entre outros factores, “ao aumento dos custos de energia”, reconheceu o secretário de Estado da Agricultura.

Na Quinta de Vilar, em Viseu, várias toneladas de maçã são rejeita-das pelo mercado e acabavam, invariavelmente, na lista dos desperdí-cios alimentares que tantas vezes criticamos no nosso agregador.

Foi então que Eva Raimann Cabral, a proprietária da quinta, começou a pesquisar sobre o que fazer com uma maçã que, afi-nal, tinha boas capacidades organolépticas. Com várias opções em mãos, Eva optou pela maçã desidratada, um snack que não é propriamente inovador, mas suficiente para acabar com o des-perdício alimentar na Quinta do Vilar.

O projecto evoluiu e transformou-se na marca Fruut, um snack que chega agora ao mercado e que reflecte as maçãs rejeitadas de 42 hectares de cultivo.

Na Quinta do Vilar, as primeiras maçãs nasceram em 1967. Hoje, apanham-se 1.800 toneladas – entre as quais, 150 toneladas de granny smith, uma variedade pouco habitual em Portugal.

A apanha é manual, o sistema de rega é gota-a-gota e a ori-gem é natural e 100% portuguesa. É aqui, também, que as maçãs do Fruut são fatiadas, secas e embaladas.

A marca Fruut não tem nenhum tipo de adição e, claro, é sau-dável. “Essa é a grande proposta de valor. Oferecemos diversão, um produto crocante, saboroso, mas que não faz mal”, explicou ao Economia Verde Filipe Simões, responsável pela área comer-cial da Fruut – que já está a pensar em expandir o produto para outros sabores.

Green Savers

Um produto da Quinta do Vilar, no Cabril, Viseu

Maçã rejeitada é desidratada e transformada em snacks saudáveis

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As várias empresas portuguesas do sector agroalimentar que participaram na Feira Internacional de Macau, à semelhança de anos anteriores, procuram encontrar parceiros locais que dis-tribuam os seus produtos no território, tendo em perspectiva a entrada no mercado chinês.

A SonaeMC marca presença, pela primeira vez, no Pavilhão de Portugal do certame, com o “objectivo de encontrar importadores e distribuidores alimentares que estejam interessados nos [seus] produtos”, nomeadamente “cadeias de supermercados em Macau e Hong Kong”, disse o director de exportação, Rui Rodrigues. A em-presa não tem a intenção de vir a abrir lojas na China e está focada em Macau, território para o qual olha como “porta de acesso” para a China continental, apenas numa perspectiva de exportação, área em que começou a apostar no início do ano, estando já presente em Timor-Leste e em Cabo Verde, acrescentou.

A mesma estratégia é seguida pela Probar, que se estreia também na Feira Internacional de Macau com vista a entrar no mercado asiático, depois da Europa, Brasil, Angola e África do Sul, para onde já exporta. “Estamos a tentar conseguir meter os nossos produtos tanto em Macau como em Hong Kong, pois na China, que é o nosso grande objectivo, temos, para já, algumas restrições ao nível sanitário, que o Governo português está a tentar resolver”, disse o presidente do conselho de administra-ção da empresa, Carlos Ruivo.

Este responsável lamenta que os produtos portugueses tenham “pouca penetração em Macau, apesar do território ter sido admi-nistrado pelos portugueses”. “É um bocado pena que não tenha-mos feito esse trabalho quando estávamos mais presentes”, disse.

A mesma opinião é partilhada pelo director de exportação de várias marcas de vinho, Paulo Gaspar, que há cerca de 17 anos promove os néctares portugueses na Ásia, constatando que existe um “problema de imagem de Portugal”. “Estamos a vender na China vinhos de gama alta, alguns na ordem dos 40 euros

Câmara de S. João da Pesqueira promoveu vinhos e azeites do concelho

Empresas do sector agroalimentar apostam em parcerias em Macau

para chegarem à Chinapor garrafa, o trabalho para a sua implantação custa muito de princípio porque Portugal não tem um nome como tem França, a Austrália ou o Chile”, observou.

Paulo Gaspar esteve a promover no ‘stand’ de Portugal no Pavilhão dos Países de Língua Portuguesa vinho verde, do Dão, Porto, Douro, Alentejo e Estremadura que já é exportado “regularmente para a China há cerca de quatro anos, mas que ainda não é vendido em Macau”, onde procura agora distribuidores. “As pessoas na China começam a reco-nhecer alguns vinhos portugueses, mas não são muitos”, concluiu.

Para Paulo Gaspar, a marca Portugal não tem, além-fronteiras, tanto sucesso quando comparada com outras, devido a uma “fal-ta de união”. “A Austrália e o Chile começaram há 15 anos e neste momento são conhecidos e reconhecidos em todo o mundo. Nós, que andamos nisto há 2.500 anos, ninguém nos conhece, por-que fazemos sempre tudo sozinhos, com muita mesquinhez, com medo que o parceiro do lado saiba a quem é que vendemos ou compramos, isto não nos tem ajudado. Temos de começar pela base e a base é a união”, defendeu.

Eduardo Pinto e Paulo Tolda, que partilham o ‘stand’ com Paulo Gaspar, representam a Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, a única com presença na Feira Internacional de Macau, pela segunda vez, para ajudar a vender os produtos da região, nomeadamente o vinho de 14 produtores e o azeite de outros dois. “Somos o concelho que é o maior produtor de vinho do Porto do país, temos cada vez mais pequenos produtores e tentamos ajudá-los, porque não têm capacidade para virem a estas feiras”, explicou Paulo Tolda, secun-dado por Eduardo Pinto, que salientou o facto de a autarquia apostar em “Macau como a porta de entrada para a China”.

A 18.ª Feira Internacional de Macau, que decorreu no resort The Venetian, dedicada ao tema “Cooperação - Chave para oportunida-des de negócio”, contou com a participação de mais de 80 empresas portuguesas dos sectores do agroalimentar, imobiliário, construção, energia, recursos naturais, indústrias criativas, banca, entre outros.

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Em tempos não muito distantes – três décadas –, Portugal era o segundo maior exportador de resina do mundo, com cerca de 140 mil toneladas. No entanto, a concorrência chinesa e bra-sileira, que fez baixar o preço, e o abandono, no nosso País, do sector primário, quase acabaram com o sector.

Hoje, Portugal é o segundo maior importador de resina, uma situação caricata mas que muitos querem agora mudar. A gri-tante falta de emprego no interior português levou a que mui-tos encontrassem na extracção de resina uma oportunidade. O Economia Verde que hoje aqui lhe trazemos, que reflecte a rea-lidade de Trás-os-Montes, é um desses exemplos.

Paula Pinto, que sempre se dedicou à agricultura, explicou ao Economia Verde que há anos procurava um trabalho fixo. Ago-ra, como resineira, conseguiu finalmente o seu objectivo. E para além de criar emprego numa região com 17,2%, a resinagem va-loriza a floresta.

“As pessoas começam a sentir a floresta como um bem de lazer e qualidade do ar, mas também com um interesse econó-mico, um sustento e rendimento”, explicou ao Economia Verde Duarte Marques, presidente da Aguiar Floresta.

Um pinheiro médio pode produzir cerca de quatro quilos de resi-na por ano, que depois é vendida a 90 cêntimos por quilo. Depois, ela servirá para produzir colas, vernizes, pastilhas, gomas, elásticos, perfumes ou cremes. A sua grande concorrência são os derivados de petróleo, uma opção altamente insustentável.

Fonte: Green Savers

Regresso da indústria da resina cria empregos e valoriza floresta em Trás-os-Montes

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A Universidade de Aveiro (UA) vai colaborar na implementa-ção do plano estratégico da Tapada Nacional de Mafra (TNM), um documento que define a gestão futura do espaço e que pre-tende a valorização das valências cultural, ambiental, florestal, cinegética e turística daquela área florestal do município de Ma-fra. Com a ajuda da UA, a direcção da TNM quer criar condições para a auto-sustentabilidade económica do espaço, reduzindo assim a dependência da subsidiarização do Estado, que tem vin-do a diminuir nos últimos anos.

“A UA irá prestar serviços em diversas áreas do saber, desde a biologia às ciências sociais, políticas e do território e ao turismo, de modo a que a TNM possa desenvolver e implementar o seu plano estratégico de uma forma sustentável e com base no conhecimen-to científico”, diz Carlos Fonseca. O investigador do Departamento de Biologia da academia de Aveiro que, juntamente com Alda Mes-quita, presidente da direcção da TNM, assume a coordenação cien-tífica e técnica da execução do protocolo assinado, aponta que, a partir de agora, “a Tapada de Mafra pode recorrer a um parceiro privilegiado, a UA, para sustentar trabalhos e actividades desenvol-vidas neste espaço natural único”.

A parceria que envolve a academia de Aveiro, particularmente os departamentos de Biologia, de Ciências Sociais, Políticas e do

Academia de Aveiro no caminho da rentabilização da área florestal de Mafra

Universidade de Aveiro ajuda Tapada Nacional de Mafra a modernizar-se

Território, e de Economia, Gestão e Engenharia Industrial, e a Tapada de Mafra vai permitir a partilha de meios técnicos e infraestruturas tecnológicas para a realização de trabalhos de investigação, de en-sino e de formação de recursos humanos e definição e execução de projectos comuns de investigação e desenvolvimento.

A realização de trabalhos de prestação de serviços, de inicia-tiva conjunta ou autónoma, a realizar por elementos de ambas as instituições em áreas de interesse comum e a disponibilização de informação científica, bibliográfica e de material didáctico são outros dos pontos que UA e TNM assinaram.

“A UA terá a possibilidade de participar directamente na imple-mentação do plano estratégico da TNM, nas mais diversas áreas do saber da nossa instituição, e de vir a utilizar a TNM como labo-ratório vivo para a realização de estágios e de teses académicas”, congratula-se Carlos Fonseca.

Criada em 1747 no reinado de D. João V, na sequência da cons-trução do Palácio de Mafra, a Tapada tem hoje cerca de 1200 hectares recheados por uma grande diversidade de espécies ani-mais e vegetais. O turismo rural, a caça, os percursos pedestres e os programas de observação da natureza e de educação ambien-tal são algumas das actividades daquela área verde que a UA vai ajudar a incrementar e a rentabilizar.

No dia 23 de Novembro irá ocorrer mais uma iniciativa com vista ao melhoramento ambiental do país, que se centra em fazer plantação de algumas árvores. No município de Moimenta da Beira várias iniciativas estão já a ser preparadas.

O programa nacional, denominado “Reflorestar Portugal”, foi de-senhado pela parceria entre várias entidades: a Autoridade Florestal Nacional, o Instituto de Conservação da Natureza, a Associação Na-cional de Municípios Portugueses, a Quercus e a Associação Nacional de Conservação da Natureza.

A reflorestação utilizará árvores pertencentes à floresta autóctone por-tuguesa, como a azinheira, cerejeira-brava, carvalho-português, carvalho--negral, carvalho-alvarinho, medronheiro, zambujeiro, sobreiro, borrazeira--negra, salgueiro-branco, ulmeiro, amieiro, freixo e choupo-negro.

A iniciativa tem também como objectivo a sensibilização dos jovens para os benefícios do programa, contando com o apoio de voluntários na organização e coordenação, esperando-se uma grande adesão no dia 23 de Novembro.

O programa tem como slogan “Nós vamos fazê-lo! E tu… Vais ficar em casa?”. Esta iniciativa parte da cooperação entre a “Associação Mãos à Obra Portugal” e a “Floresta Comum”, sendo coordenada pela Quercus.

Vamos plantar uma árvore

Moimenta da Beira adere ao programa “Reflorestar Portugal”

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A área ardida aumentou este ano 28% em relação a 2012, tendo os incêndios florestais consumido 140.944 hectares, se-gundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Em contrapartida, as ocorrências de fogo diminuíram 10 por cento, tendo-se registado 18.869 ignições, menos 2.135 do que no ano passado, adianta o último relatório provisório de in-cêndios florestais do ICNF.

O documento, com dados entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro, indica também que as 18.869 ocorrências de fogo resultaram em 140.944 hectares de área ardida, a maior dos últimos oito anos. Os dados permitem concluir que só no mês de Agosto arderam 89.834 hectares de florestas e registaram-se 6.844 ocorrências de fogo.

O segundo mês com valores mais elevados foi Setembro, tendo os 4.955 incêndios consumido uma área de 26.867 hec-tares. “Agosto e Setembro são, até à data, os únicos meses do corrente ano que registam valores, em número de ocorrências e correspondente área ardida, superiores às médias mensais do decénio anterior”, lê-se no relatório.

O documento refere igualmente que o maior número de ocor-rências se verificou no distrito do Porto (5.901), seguido de Bra-

Mais 28% do que no ano de 2012

Incêndios florestais consumiram 140.944 hectares este ano

ga (2.014) e Viseu (1.899), sendo a maioria fogachos, ou seja, in-cêndios que não ultrapassaram um hectare de área ardida.

Viseu é o distrito com mais área consumida pelas chamas este ano, registando 35.093 hectares de espaços florestais ardidos, seguindo-se Vila Real e Bragança, com 23.898 e 22.805 hecta-res ardidos, respectivamente. O maior incêndio do ano ocorreu no concelho de Alfândega da Fé (Bragança) em Julho e consu-miu uma área de 14.136 hectares, dos quais cerca de 13.706 são espaços florestais, indica o mesmo documento. Além do incêndio no distrito de Bragança, registaram-se este ano mais 194 grandes incêndios, com área ardida em espaço florestal maior ou igual a 100 hectares.

Estes 195 incêndios consumiram um total de 115.790 hectares de espaços florestais, cerca de 82 por cento do total da área ardi-da, segundo o último relatório do ICNF.

Da lista dos grandes incêndios fazem também parte os fogos que deflagraram na serra do Caramulo, que na zona de Tondela consumiu 6.841 hectares, e no concelho de Tarouca, onde as cha-mas afectaram uma área de 6.026 hectares.

Os incêndios florestais provocaram este ano nove mortes, oito dos quais bombeiros.

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A produção de arroz na zona do Baixo Mondego não foi regular este devido às con-dições climatéricas, com muita chuva na al-tura da sementeira e um verão muito quente, dizem fontes ligadas àquela actividade.

A própria campanha começou mais tarde e a colheita ainda não terminou, estando o vale cen-tral do rio praticamente concluído, faltando ainda cerca de 1/4 da área total, centrada, nomeada-mente, nos vales secundários. “No mês de Abril choveu muito e a cultura não arrancou bem. E a colheita, este ano, está um bocado mais atrasada do que o costume, por causa da situação clima-térica anormal, com um verão bastante quente”, Francisco Dias, técnico da Cooperativa Agríco-la de Montemor-o-Velho e que habitualmente acompanha, no terreno, as questões relaciona-das com a produção de arroz.

Em termos de resultados, “há coisas boas e outras menos boas, não é regular”, frisou, acrescentando que existiram também “algu-mas dificuldades” no controle dos infestan-tes [ervas daninhas] ao longo do período de cultura do arroz. “Houve campos bem limpos, mas outros nem tanto”, declarou.

As chuvas de Setembro levaram a que o ar-roz “fosse mais difícil de colher” e se mostras-se mais húmido, o que tem “custos acrescidos na secagem”, indicou Francisco Dias. Embora o preço do arroz [a venda que os produtores

Por causa das condições climatéricas

Produção de arroz no Baixo Mondego foi irregular

fazem à indústria e cooperativas agrícolas] só seja formado, habitualmente, no início de De-zembro, atento às evoluções das bolsas ita-lianas (na variante carolina, predominante no Mondego) e espanholas (agulha), Francisco Dias estima que ele possa ser inferior ao prati-cado no ano passado.

Opinião idêntica tem António Lima, dirigente da Associação de Beneficiários da Obra de Fo-mento Hidroagrícola do Baixo Mondego. “É um ano em que há de tudo, colheitas boas e más. Os preços ainda ninguém sabe quais serão, mas serão provavelmente inferiores”, frisou.

António Lima indicou, no entanto, que, há cer-ca de 15 dias, o preço em bolsas italianas atingiu os 310 euros a tonelada, sensivelmente idêntico ao do ano passado. “Itália abriu muito a medo, há bolsas mais abaixo que 310 e algumas nem abri-ram ainda”, contrapõe Francisco Dias, reafirman-do que os preços ainda não estão definidos.

Neste período, há produtores que entre-gam, desde já, o arroz colhido à indústria, mesmo sem preço definido, uma situação que decorre da falta de locais de armazena-gem de alguns. Outros, que também produ-zem milho - outra cultura do Baixo Mondego - “preferem guardar o milho” e entregar o arroz, “porque o preço do milho está em bai-xa e poderá subir no final do ano”, explicou Francisco Dias.

Numa iniciativa da Federação Nacional das Confrarias Gas-tronómicas (FNCG), vai decorrer no próximo dia 6 de Novembro, pelas 16 horas, no Auditório Pequeno do Teatro Cine de Pombal uma sessão de esclarecimento sobre a internacionalização dos produtos tradicionais.

A iniciativa conta com a presença de João Nuno, da Loja de Exportação de Coimbra (AICEP) e de Paulo Borges, da Direcção de Relações Internacionais e Mercados Externos do AICEP, numa sessão que se pretende ser de esclarecimento acerca dos pro-cedimentos financeiros, logísticos, comerciais e outros que faci-litem uma boa integração dos nossos produtos tradicionais em mercados externos.

De grande destaque no plano de actividades do segundo semestre da FPCG, a sessão de esclarecimentos tem merecido forte entusiasmo, quer por parte das confrarias, quer por parte das empresas produtoras de produtos tradicionais. Na verdade, a FPCG tem feito uma enorme esforço na organização desta iniciativa, considerando ser seu dever dar a conhecer os instru-mentos necessários para o desenvolvimento das nossas econo-mias locais através da exportação dos nossos genuínos e bons produtos.

Promovida pela Federação Nacional das Confrarias Gastronómicas

Sessão de esclarecimento debate internacionalização dos produtos tradicionais

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 212Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Helena AntunesOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320 Fax: 232461614 - E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores - Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Marzovelos - ViseuTiragem média Versão Digital: 73000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

Estudo de investigadora da Fundação Champalimaud mostra que mudança de habitação depende do número de formigas insatisfeitas com o local.

As formigas monitorizam constantemente as condições do seu ninho e quando um determinado número está insatisfeito mudam de casa, explicou uma investigadora que conduziu um estudo nestes animais e que acaba de ser publicado.

Carolina Doran, estudante do International Neuroscience Doc-toral Programme (INPD) da Fundação Champalimaud e actual-mente a trabalhar no laboratório de Nigel R. Franks na Universidade de Bristol, no Reino Unido, demonstrou que as formigas estão per-manentemente à procura de um local melhor para viverem.

Estudos anteriores, igualmente desenvolvidos em laboratório, tinham concluído que as formigas “gostam de entradas peque-nas porque conseguem defender-se, de tecto escuro, tapado, e de uma altura específica porque podem fazer uma montanha com os ovos”, referiu a cientista.

Mesmo que todas aquelas condições estejam reunidas, “há

Os prémios “Diamantes de Segurança 2012” destinados a premiar o progresso alcançado em termos de segurança e saú-de nas diversas unidades do Grupo Saint-Gobain foram entre-gues no passado mês de Setembro. A cerimónia decorreu em Espanha e a Verallia Portugal esteve presente sendo distinguida com o trofeu de Finalista.

Anualmente, através dos prémios “Diamantes de Segurança”, o Grupo Saint-Gobain, reconhece os esforços dos diferentes centros em consolidar uma cultura de segurança. Este ano ape-

Revela estudo de investigadora da Fundação Champalimaud

Formigas controlam condições do ninho e quando insatisfeitas mudam de casa

Noticias Verallia

Verallia Portugal entre os Finalistas dos “Diamantes de Segurança 2012”

sempre um pequeno número de formigas que continua a moni-torizar o ambiente porque elas não sabem se acontece alguma coisa ao ninho onde se encontram e precisam de emigrar rapi-damente”, segundo os resultados agora publicados pela Royal Society Biology Letters.

Carolina Doran apontou que as formigas “estão constantemen-te a monitorizar e essa monitorização varia de acordo com a qua-lidade do ninho”. “O que nós achamos que está a acontecer é que, consoante a qualidade da casa onde estão, o número de formigas a sair para procurar outra é diferente, quanto mais formigas estão fora, à procura de casa, maior é a probabilidade de, no final, emi-grarem”, explicou.

O número de formigas insatisfeitas é importante para a deci-são de mudar. Questionada acerca de alguma relação entre esta atitude das formigas e o comportamento dos homens, Carolina Doran referiu que, nesta espécie, a decisão de mudar “é muito avaliada e elas não gastam o que não têm, elas ponderam”, o que nem sempre acontece entre as pessoas.

nas duas unidades fabris integraram a categoria de Finalistas e a Verallia Portugal foi uma delas.

A cerimónia de entrega de prémios decorreu em Espanha, es-tando a unidade portuguesa representada pelo director fabril, Javier Moreno, e pelo responsável de Higiene e Segurança, Cesar Godinho. Em conjunto receberam o trofeu de Finalista que simbo-licamente premiou os resultados obtidos em 2012 em matéria de segurança e saúde.

A Rede Regional de Empreendedorismo Dão Lafões é uma es-trutura que agrupa e articula um conjunto de entidades da região, tendo como principal missão criar um ecossistema empreendedor em Dão Lafões, que favoreça e crie sinergias e condições de eficá-cia e eficiência no apoio ao empreendedorismo local.

Nesse sentido, foi criado um site de apoio aos empreendedo-

Rede Regional de Empreendedorismo Dão Lafõesres da região, de modo a esclarecer dúvidas e auxiliar na imple-mentação e concretização dos projectos.

Assim, se tem um projecto em mente para criar o seu autoem-prego ou uma empresa, e precisa de ajuda, a Rede Regional de Empreendedorismo disponibiliza um serviço acessível através do endereço www.empreendedaolafoes.pt.

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ÚLTIMAS

O Pavilhão Multiusos de Trancoso recebe a 10 de Novembro a I edição da Feira da Castanha e Paladares de Outono, uma inicia-tiva da Câmara local, com o objectivo fundamental de dinamizar a agricultura e a economia local, divulgando os produtos de qua-lidade produzidos na região. No âmbito deste evento realiza-se também a I Mostra Gastronómica “Paladares de Outono”, que decorre nos dias 9 e 10 de Novembro, nos restaurantes aderen-tes, e o I Concurso “Mostras de Outono” de 9 a 30 de Novembro no comércio local.

Trancoso insere-se na região da “Castanha dos Soutos da Lapa – DOP”, onde predominam as variedades martainha e lon-gal, cujas regras de instalação e condução dos pomares, práticas culturais, substâncias de uso interdito e condições a observar na colheita, transporte , calibragem e acondicionamento, constam no respectivo Caderno de Especificações da DOP.

Programa:

09H00 - Abertura do Certame| Arruada de Bombos09H30 - Visita à feira pelas Entidades Oficiais11H00 - Palestra (Auditório do Pavilhão Multiusos)14H30 - Actuação de Grupos de Concertinas16H30 - Magusto Convívio

No dia 10 de Novembro

Trancoso promove I Feira da Castanha e Paladares de Outono

A Agim e a Espaço Visual vão organizar um Dia Aberto à cultura do mirtilo em vaso, ao pomar de Manuela Mar-ques, em Soure, no dia 9 de Novembro. Com esta iniciati-va pretende-se que os participantes observem no terreno o modo de produção do mirtilo em vaso, as técnicas de hidroponia utilizadas nesta cultura e troquem ideias com uma produtora experiente nesta técnica de cultivo.

É ainda intenção da organização que os intervenientes neste Dia Aberto participem numa partilha de experiên-cias e conhecimentos que lhes permita, caso pretendam optar por esta técnica de cultivo, ficar a conhecer in loco as vantagens e desvantagens desta técnica, além de ser um auxiliar na tomada de decisões ao nível de todos os pormenores da actividade.

As visitas ao pomar irão decorrer em quatro sessões, com início às 10, 11,30, 14,30 e 16 horas, tendo cada ses-são 1,30 horas de duração, onde serão verificados na plantação, por exemplo, as plantas, os vasos, o substrato, o sistema de rega, entre outros, assim como serão foca-das técnicas culturais: poda, controlo da irrigação, etc. A inscrição em cada grupo é responsabilidade da organiza-ção.

Em Soure, a 9 de Novembro

Agim e a Espaço Visual promovem Dia Aberto à cultura do mirtilo em vaso

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O Município de Sátão promove a VII edição da Feira do Míscaro, que decorrerá no Largo de S. Bernardo, domin-go, dia 10 de Novembro. A Capital do Míscaro tem tudo a postos para acolher turistas, visitantes, especialistas na degustação de míscaros, artesãos, vendedores e com-pradores dos míscaros que farão com que este certame seja mais uma vez um sucesso.

Este ano as condições meteorológicas são propícias para que haja míscaros com uma qualidade excelente e também em grande quantidade. A programação deste dia começa às 9,30 horas onde os visitantes poderão comprar os míscaros, bem como o artesanato do con-celho. Às 11 horas e às 15,30 horas haverá a já habitual prova de míscaros.

No plano de animação, às 14,30 horas sobe ao palco Rebe-ca, uma artista de renome que irá animar ainda mais o certa-me. Segue-se a actuação dos ranchos folclóricos do conce-lho a partir das 16 horas. Meia hora mais tarde será oferecido o magusto de S. Martinho.

Os apreciadores de míscaros também terão à sua disposi-ção durante a Semana Gastronómica, que irá decorrer de 5 a 10 de Novembro, pratos confeccionados com míscaros, nos restaurantes aderentes.

Sátão, a Capital do Míscaro, promete um certame com as cores de Outono onde o produto de eleição, o Mísca-ro, andará de mãos dadas com uma vasta oferta cultural e com a gastronomia típica de um concelho onde impera a “Arte de Bem Receber”.

A 10 de Novembro, n Largo de S. Bernardo

Sátão recebe a VII edição da Feira do Míscaro

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