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- Festival do Maranho na Sertã - Cinfães prepara II Expo Montemuro - Penedono regressa à época medieval - Mogadouro prepara Festival Terra Transmontana Diretor: José Luís Araújo | N.º 250 | 30 de Junho de 2015 | Preço 2,00 Euros www.gazetarural.com O s i n c ê n d i o s f l o r e s t a i s n ã o s e c o m b a t e m . P r e v i n e m - s e !

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O projecto "Há Festa na Aldeia", que decorre até Setembro em Terras de Santa Maria, faz a manchete da Gazeta Rural nº 250. Na edição de 30 de Junho destaque para a Feira Medieval de Penedono; da Expo Montemuro, em Cinfães; para Festival de Gastronomia do Maranho, na Sertã; para São João da Pesqueira, que prepara Vindouro – Festa Pombalina 2015; para o Congresso Nacional de Suinicultura, que decorreu nas Caldas da Rainha, ou o balanço positivo da Feira Nacional do Mirtilo. Neste edição pode ainda ficar a par de outras novidades no sector dos vinhos, para festivais gastronómicos, bem como de outras notícias que marcam a actualidade do mundo rural.

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- Festival do Maranho na Sertã

- Cinfães prepara II Expo Montemuro

- Penedono regressa à época medieval

- Mogadouro prepara Festival Terra Transmontana

Diretor: José Luís Araújo | N.º 250 | 30 de Junho de 2015 | Preço 2,00 Euros

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Os incêndios f lorestais não se combatem.

Previnem-se!

 

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MoradaRua Cidade da Covilhã, 6230-346 FundãoCoordenadas

Lat. 40.150203 | Long. -7.498547

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Sumário

04 Feira Medieval de Penedono decorre de 3 a 5 de Julho06 OvaRural promove raça marinhoa e actividade agrícola do concelho07 Mogadouro prepara Festival Terra Transmontana e Red Burros08 “Há Festa na Aldeia” até Setembro em Terras de Santa Maria10 Alpiarça promove marca Terra do Melão11 Encontro Europeu da Castanha vai decorrer em Vila Pouca de Aguiar 12 Festival de Gastronomia do Maranho regressa à Sertã13 Cinfães promove II edição da Expo Montemuro 14 São João da Pesqueira prepara-se já a Vindouro 201515 Vinhos do Alentejo atraem cada vez mais estrangeiros à região

19 Caves São João lançam novo espumante Quinta do Poço do Lobo22 Portugal conquista prémio europeu de conservação da natureza23 Empresários investem em Nelas na produção de maçãs temporãs24 Câmara de Nelas homenageou José Correia25 Assunção Cristas apelou à união dos produtores de mirtilos26 “Estão a acabar com as ovelhas tradicionais”, alerta gerente da Queijaria Flor da Beira28 Congresso Nacional de Suinicultura decorreu nas Caldas da Rainha30 Águeda vai ter núcleo PROVE33 Incêndios Área ardida mais do que duplicou este ano35 Instituído o Dia Nacional da Gastronomia Portuguesa

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A vila de Penedono vai reviver, de 3 a 5 de Julho, a história de Portugal. O centro histórico da Vila, de características ímpares, irá ser percorrido por no-bres, monges, cavaleiros destemidos, guerreiros com valentia, mercadores, almocreves, jograis e tantos outros intervenientes. As tabernas vão-se encher de visitantes, as ruas animar-se-ão com os pregões das vendedeiras, o som das ferramentas de artesãos e os sonoros anúncios dos arautos. A Feira Medieval de Penedono acontece, respei-tando o rigor histórico e fidelidade da época que exorta, levando todos aqueles que nela partici-pam a viver um ambiente puramente medieval e a regressarem ano após ano. O encantador cená-rio histórico que a vila proporciona a activa par-ticipação das gentes locais, a animação sempre diversificada e constante são motivos que vêm contribuindo para o sucesso alcançado.Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Penedono convida os visitantes a via-

Feira decorre de 3 a 5 de Julho

Penedono regressa à época medievaljar no tempo e a redescobrir os traços, os feitos e os encantos que forjaram e moldaram a identida-de das gentes do concelho. Carlos Esteves subli-nha a importante deste evento, que está incluído na aposta que o município tem vindo a fazer no turismo, nas suas mais diversas vertentes.

Gazeta Rural (GR): Haverá novidades na Feira Me-dieval deste ano?Carlos Esteves (CE): Não. As novidades terão muito a ver com a variedade de espectáculos que vão acontecer. De resto, tudo se vai desenvolver nos moldes de anos anterio-res. A abertura da Feira será na sexta-feira pelas 18 horas, a que seguirá um concerto de música medieval pela noite dentro. Na abertura será feita a saudação aos 12 Cavaleiros de In-glaterra, que serão benzidos pelo abade do burgo.No sábado e no domingo, e no seguimento da Feira, haverá um mercado medieval, com a troca dos mais variados pro-dutos, com os mercadores e todo o rebuliço e animação que caracterizava a época. Haverá animação permanente na Feira, que tem dois momentos altos, que são a Ceia dos Fidalgos, que decorrerá no edifício dos Paços do Concelho,

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e o assalto ao castelo.

GR: Penedono tem um ambiente privilegiado?CE: Temos, efectivamente, um ambiente privilegiado, diria mesmo impar para este tipo de realizações. O enquadra-mento medieval da Vila permite-nos criar muita afectivida-de com esta realização, que se reflecte no enorme número de pessoas que nos visitam. Não temos condições de afe-rir o número, mas é muita gente que vem dos mais diversos pontos do país, de Norte e Sul, mas também da vizinha Es-panha, nomeadamente da Galiza.

GR: Tudo isso cumpre os objecti-vos da autarquia, que é atrair gen-te ao concelho?CE: A grande aposta continua a ser a di-vulgação e promoção do nosso concelho e, ao mesmo tempo, dinamizar a economia local. A realização deste e de outros eventos é um investimento. Apesar de estar associa-do a despesas, como é fácil de entender, é um verdadeiro investimento no desenvolvimento da economia local.

GR: O investimento no turismo medieval que hoje está em voga?CE: Consequentemente. Um dos nossos grandes objectivos, e que penso será uma mais-valia para este concelho, é o turismo nas suas variadíssimas vertentes, desde o turismo medieval ao religioso. Neste momento, estamos também a apostar no turis-mo e na cultura judaica, mas o turismo medieval é a grande aposta do município, que temos vindo a perse-guir com muita determinação, porque acreditamos que é possível jogar com a época e com a actualidade, criando uma fantasia que funciona muitíssimo bem.

GR: O turismo lembra-nos a gastronomia e os pro-dutos locais. Essa aposta também se reflecte no sector primário?CE: Necessariamente. Vamos ver se conseguimos pegar no turismo e fazer com que seja dinâmico no nosso concelho. É evidente que todos os sectores, de uma forma transversal, vão beneficiar com essa dinâmica. Consideramos e acredi-tamos verdadeiramente nisso.

GR: Como esta o sector primário? Tem aparecido gente nova?CE: Há alguns casos, não digo de sucesso, mas que po-dem caminhar nesse sentido, pois são situações que estão a desenvolver-se muito satisfatoriamente. Há casos no concelho, nos quais a Câmara se assumiu como parceira, e continuamos a mostrar total e com-pleta disponibilidade para nos posicionarmos ao lado de quem queria olhar para o sector primário, olhar para os solos de uma forma séria. Estamos aqui para os acompanhar gradualmente até as pessoas co-meçarem a caminhar pelos seus próprios meios. Costumo dizer às pessoas que são empreendedo-res e que tenham ideias sérias, que podem sempre contar com a Câmara para os apoiar naquilo que nos for possível, desde os incentivos, ao acom-panhamento do projecto e aos contactos, mor-mente abrir portas para as pessoas poderem

colocar os seus produtos.

GR: Para além da castanha, quais os sectores que mais têm crescido no concelho?CE: A castanha tem a importância que tem, pois é a base da nossa economia. Um outro produto que está com alguma pujança é o azeite. Neste momento, e fruto de uma acção conjunta de produtores, foi criada uma cooperativa de olivi-cultores. A azeitona já é importante no nosso concelho, as-sim como a amêndoa. Temos uma mancha de amen-doal muito grande no concelho.

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Vila de Rei vai receber, de 25 de Julho a 2 de Agosto, mais uma edição da Feira de Enchidos, Queijo e Mel (FEQM). O certame tra-dicional organizado pelo Município de Vila de Rei celebra este ano a sua vigésima sexta edição e continua a sua missão de divulgar as actividades económicas do concelho e apresentar os mais va-riados produtos artesanais.

O programa da edição deste ano contará, uma vez mais, com a já tradicional Feira do Livro, exposições, tasquinhas, animação de rua, jogos tradicionais, programa desportivo e a realização da XXVI Colheita de Sangue de Vila de Rei.

A animação musical das noites de festa volta a estar garantida, com os palcos do Parque de Feiras de Vila de Rei a receber artistas de diferentes estilos musicais. O palco principal ficará destinado a Ala dos Namorados, David Antunes & The Midnight Band, Gracia-no Ricardo, Rosinha, D.A.M.A., Mafalda Veiga e HMB.

No placo 2 encontram-se também já confirmadas as actua-ções de grupos do concelho, nomeadamente a Orquestra Clás-sica e Orquestra Tradicional da Escola de Música de Vila de Rei, Grupo de Concertinas da Casa do Benfica de Vila de Rei e Villa d’el Rei Tuna.

Esta nova edição da FEQM vai contar com a inclusão de um novo palco, situado junto ao edifício da Câmara Municipal, que irá criar um espaço de animação nocturna, após os concertos do palco principal, que garantirá a animação no recinto durante as madrugadas do certame.

O programa “Verão Total”, da RTP, vai este ano voltar a Vila de Rei, realizando uma emissão em directo durante a XXVI Feira de Enchidos, Queijo e Mel ao longo da tarde de 27 de Julho, levando a divulgação do certame a milhares de pessoas espalhadas pelo País e pelo mundo.

De 13 a 16 de Agosto, em Válega

OvaRural promove raça marinhoa e actividade agrícola do concelho

Promover a raça marinhoa, característica desta região, e a actividade agrícola e pecuária do concelho é o principal ob-jectivo da Feira Agrícola e da Raça Marinhoa do Concelho de Ovar - OvaRural, que vai decorrer de 13 a 16 de Agosto, em Válega. O certame contará com uma exposição de empresas agrícolas, stands gastronómicos, produtos agrícolas e de ori-gem cooperativa, bem como artesanato local.

Estão previstas diversas actividades de interesse agrícola e florestal, nomeadamente um concurso pecuário, baptismos a cavalo, sessões de provas de vinhos e um colóquio dedicado ao tema da criação de bovinos da raça marinhoa e à Nova Po-lítica Agrícola Comum 2015-2020.

“Pretende-se a que este evento seja um local de encontro para os agricultores da região, aproximando a agricultura da população em geral e que, progressivamente, venha a condu-zir ao aumento do número de criadores da raça marinhoa no concelho e que Ovar seja reconhecido no turismo de Portugal como “cidade onde se produz e come carne marinhoa”, refere o município de Ovar em comunicado.

O evento é promovido pela Câmara de Ovar e pela Coopera-tiva Agrícola do Concelho de Ovar.

Em Vila de Rei de 25 de Julho a 2 de Agosto

XXVI Feira de Enchidos, Queijo e Mel regressa com novidades

O evento volta a contar com mais de 110 expositores oriun-dos de vários pontos do país, que irão apresentar o melhor da gastronomia regional e artigos em artesanato, assim como e representativos dos sectores industrial, comercial e de servi-ços. Os visitantes poderão assim provar os saborosos enchi-dos, queijo e mel da região, apreciar o típico artesanato local e deliciar-se com a rica gastronomia local nas esplanadas insta-ladas no recinto da Feira.

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Julho é um mês de grande animação em Mogadouro. Festas de Santa Ana, Festival Terra Transmontana e Red Burros são eventos que aquele concelho do nordeste transmontano se prepara para receber.

Se as Festas de Santa Ana são a parte mais religiosa, pro-movida pelos jovens da terra, o Festival Terra Transmontana e o Red Burros são dois eventos que atraem milhares de pessoas.

O “Terra Transmontana” é um festival que junta a ancestra-lidade e contemporaneidade transmontanas na sua expressão cultural, decorrendo durante três dias no Castelo da vila de Mogadouro. Trata-se de um evento que proporciona a vivên-cia e a experiência do património cultural do nordeste, viajan-do pela tradição transmontana. Com uma forte componente lúdica, proporciona o contacto com a natureza, com as ritu-alidades, a música folk, a gastronomia, as artes e ofícios e as demais expressividades poético-culturais que caracterizam esta região do Nordeste Transmontano.

Virgínia Vieira, vereadora do pelouro da Cultura da Câmara de Mogadouro, em conversa com a Gazeta Rural, abordou as festas do mês de Julho e a sua importância para o concelho.

Gazeta Rural (GR): Mogadouro está em festa durante o mês de Julho?

Virgínia Vieira (VV): Sim, Julho é um mês de muitas festas em Mogadouro. Começamos com as festas em honra de Santa Ana, feita pelos jovens, que têm um impacto bastante grande dada a sua envolvência e a dedicação a esta festa.

No fim-de-semana seguinte vamos ter o II Festival de Terra Transmontana. É a segunda edição e contamos já com a expe-riência do ano passado, pelo que vamos tentar melhorar o que esteve menos bem e melhorar, para apostar-mos ainda neste festival.

GR: O Festival de Terra Trans-montana assenta em que?

VV: Assenta na zona envolvente do castelo,

Julho é um mês de festa no nordeste transmontano

Mogadouro prepara Festival Terra Transmontana e Red Burros

que é expendida, toda bonita, para além e que o castelo é o nosso ex-libris. Queremos envolver na festa as pessoas que vivem à volta do castelo, abrindo as suas portas e colaborar nas actividades que vamos promover. Haverá música e artesão com todo o género de ofícios. Vamos reavivar o que se fazia antigamente e que, em muitos casos, ainda hoje se continua a fazer.

GR: Recriar o espírito medieval?VV: Não é uma feira medieval. O ano passado foi um pou-

quinho, mas este ano não. Este ano queremos homenagear o Capitão Cruz, uma grande figura da nossa terra, que foi presi-dente de Câmara de Mogadouro entre 1930 e 1936. Foi uma pessoa importantíssima para Mogadouro, já que trouxe água e luz, além de ter mandado fazer 14 escolas. Deixou-se um vasto trabalho. Portanto, achámos que deveríamos fazer-lhe uma festa. O lema é “Viva Capitão Cruz que nos deu água e luz…”.

GR: Depois, há o Festival Red Burros?VV: O Red Burros por si é já uma marca nossa, um festival

único que no ano passado trouxe a Mogadouro 160 aeronaves e este ano contamos ter mais, dentro das possibilidades dos nossos espaços. O aeródromo municipal recebe um típico festival aéreo, que presta homenagem ao animal mais tradicional do conce-lho, que é o burro de carga.

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O programa “Há Festa na Aldeia”, relativo a Terras de Santa Maria, arrancou no concelho de Albergaria-a-Velha, para pro-mover as tradições locais de Vilarinho de S. Roque, antes de seguir para outros povoados classificados do território.

Em causa está o programa que a Associação de Desenvol-vimento Rural Integrado das Terras de Santa Maria (ADRITEM) lançou em 2013 para valorizar as tradições locais dessa Aldeia de Portugal e das suas congéneres nos concelhos de Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis, Valongo e Gondomar - com espectáculos, gastronomia, mercados regionais, activi-dades desportivas e outras iniciativas.

“Pelo terceiro ano consecutivo, a aldeia de Vilarinho de S. Roque abriu o ciclo de eventos de verão do projecto ‘Há Festa na Aldeia’, ponto alto de uma iniciativa já com provas dadas na região”, declarou o presidente da ADRITEM, Emídio Sousa. “O projecto cumpre o objectivo de reforçar economicamen-te estas aldeias, promover o emprego e a competitividade da região, desenvolver o turismo e melhorar os serviços sociais e culturais, sempre com foco na valorização dos patrimónios ru-ral, natural e paisagístico”, acrescenta o responsável que pre-side também à Câmara da Feira.

Começou em Vilarinho, no concelho de Albergaria-a-Velha

“Há Festa na Aldeia” até Setembro em Terras de Santa Maria

Depois de Vilarinho de S. Roque, o programa segue para a aldeia de Couce, em Valongo, nos dias 4 e 5 de Julho, seguin-do-se a 18 e 19 o povoado da Areja, em Gondomar, e a 15 e 16 de Agosto o de Porto Carvoeiro, onde o concelho da Feira confina com o rio Douro. O ciclo de festas encerra a 12 e 13 de Setembro na aldeia de Ul, em Oliveira de Azeméis

Para além de abranger os cinco núcleos rurais classifica-dos como Aldeias de Portugal nas Terras de Santa Maria, o projecto da ADRITEM alargou-se este ano a povoados do Vale do Sousa, numa replicação do programa por parte da Associação de Desenvolvimento Rural das Terras do Sousa. A primeira réplica da experiência nesse território verificou--se em Maio em Castromil, no concelho de Paredes, e a se-gunda está prevista para 11 e 12 de Julho na aldeia do Burgo, em Felgueiras.

Lançado em 2013 pela ADRITEM - propondo o envolvi-mento activo da população, estimulando os usos e costu-mes, as tradições culturais e a gastronomia -, o HFA iniciou este ano um processo de expansão em Terras do Sousa, mercê da cooperação mantida com a sua congénere ADER--SOUSA.

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“Há Festa na Aldeia é já um dos mais importantes projectos

do concelho de Albergaria-a-Velha”

O programa assume-se já como “um dos mais importan-tes projectos” promovidos nos últimos anos no concelho de Albergaria-a-Velha, considerou o presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha. “Trata-se de um evento diferenciador, que prima pela qualidade e que envolve entusiasticamente a comunidade em torno da aldeia de Vilarinho de S. Roque”, afirmou António Loureiro, sublinhando o cariz da iniciativa que “dinamiza a economia local, onde os pequenos produtores têm mais uma forma de escoar os seus produtos”.

Destacando o papel da Associação de Desenvolvimento Ru-ral Integrado das Terras de Santa Maria (ADRITEM) na promo-ção deste “projecto singular”, o autarca elogiou o trabalho da Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Aldeia de Vilarinho de S. Roque (AVILAR) – “o braço direito e esquerdo dos promotores” -, da Junta de Freguesia de Ribeira de Fráguas e dos funcionários da Câmara Municipal que estiveram envol-vidos. “O sucesso do evento deve-se, sem dúvida, a esta feliz conjugação de esforços”, frisou.

Segundo António Loureiro, o Há Festa na Aldeia comple-menta um conjunto de motivos para visitar esta Aldeia de Por-tugal em Terras de Santa Maria que saiu recentemente valori-zada com a inauguração do Centro de Actividades Radicais e Ambientais (CARA), um investimento de mais de 160 mil euros. “Vamos, naturalmente, manter esta parceria, continuando a apoiar um trabalho de valorização do nosso património, tradu-zido já num produto turístico que aos poucos começa a ganhar dimensão”, acrescentou.

O trabalho que a comunidade local desenvolveu com o duo Cardo-Roxo, a estreia da música HFA e a actuação dos Uxu Ka-lhus marcaram a edição deste ano, onde como habitualmente não faltou animação de rua, espaços com jogos tradicionais, gastronomia e um mercado com produtos regionais. Consoli-dada no cartaz, a iniciativa “Almoce Connosco” e “Jante Con-nosco” voltou a ser um dos principais atractivos, com os habi-tantes locais a abrirem uma vez mais as portas de suas casas aos visitantes.

O Há Festa na Aldeia em Vilarinho de S. Roque contou com a parceria do município de Albergaria-a-Velha e o apoio da Jun-ta de Freguesia de Ribeira de Fráguas e da AVILAR.

Empresa de Comunicação Social

ADMITE Comerciais (m/f)

Enviar curriculum vitae para:[email protected]

Ou marque entrevista pelo telefone: 968 044 320

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O V Festival do Melão de Alpiarça vai realizar-se de 25 a 27 de Julho para afirmar e projectar a marca “Alpiarça Terra do Melão” e contribuir para facilitar a comercialização de um pro-duto que o concelho “produz bem”.

Realizado pela primeira vez em 2010, o festival tem procu-rado preencher “a lacuna ao nível da promoção de um produ-to de grande qualidade, e identificador” do concelho, sentida pelo executivo municipal liderado por Mário Pereira.

O presidente da Câmara de Alpiarça disse que a aposta na marca “Alpiarça Terra do Melão” e a realização do festival des-de 2010 têm sido muito importantes para a economia local. “Os agricultores produzem bem, mas têm enormes dificuldades na comercialização, no escoamento, e o festival tem contribuído enormemente para que Alpiarça reforce a sua posição nesta rota da comercialização do melão”, disse Mário Pereira.

Realizando-se no Parque do Carril, conhecido como Merca-do das Frutas, à entrada da vila, o Festival do Melão constitui uma oportunidade para provar o melão e a melancia produzi-dos no concelho. Em simultâneo, realizam-se concursos para avaliação da “arte de fazer um bom melão, uma boa melancia e um bom doce de melão”.

O festival, organizado pela Câmara e pela Junta de Fregue-

Trendy, inovador e exclusivo, o Sushi Fest realiza-se de 2 a 4 de Julho nos Jardins e Palácio Marquês de Pombal, em Oeiras, e vai reunir os reconhecidos chefs Daniel Rente (Sushi Café) e Paulo Morais e Anna Lins (UMAI, School e Everything About Sushi) e alguns dos melhores nomes da música portugue-sa ao vivo, Amor Electro (2 de Julho), Paulo Gonzo (3 de Julho) e Ana Moura (4 Julho).

Apresentado como um programa gastronómi-co e musical inovador e completo, incluindo uma área dedicada à cultura japonesa, a organização do Sushi Fest promete que este será uma cool party, onde o público vai poder saborear um jantar com o melhor sushi e sashimi, com a máxima qua-lidade e frescura.

“O Sushi Fest é um restaurante de live cooking que cumpre as melhores práticas internacionais de segurança alimentar

Festival decorre de 25 a 27 de Julho

no Mercado das Frutas

Alpiarça promove marca “Terra do Melão”

sia, inclui um cartaz de espectáculos de cariz popular, uma ca-minhada, passeios de carros antigos e de barco na Vala Real, campeonato nacional jovem de triatlo e clubes aquatlo e uma sardinhada.

Mário Pereira adiantou que prossegue o processo de certi-ficação do melão “Manuel António”, variedade desenvolvida localmente e que foi “destronada” nos anos 1970 pelo melão branco, tendo sido inscrito, no final de 2013, no cartaz nacional de variedades, o que, frisou, “era um dado importante”. Contu-do, para conseguir a certificação, a produção desta variedade “necessita de maior escala”, tendo em conta que se tornou re-sidual, afirmou.

Mário Pereira referiu que, paralelamente ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido com as estruturas do Ministério da Agricultura, há um esforço junto dos agricultores para que produzam maiores áreas.

Ao argumento do investimento inicial necessário e da me-nor produção desta variedade comparativamente com outras, num momento em que se vive um “esmagamento de preços”, o autarca contrapõe a “grande qualidade” deste melão, apete-cível para nichos de mercado, não só nacionais como estran-geiros.

(HACCP). A especificidade da restauração japonesa, assente na máxima frescura e qualidade, é incompatível com a ideia de “barraquinhas”. A única forma de garantir qualidade e respeito

máximo pelas normas de segurança e higiene era ter-mos um espaço único. Um restaurante temporário,

planeado, gerido e executado, de forma integrada, pelos melhores chefs de sushi”, refere a organiza-ção do Sushi Fest. Acrescentam, no entanto, “que

seria interessante ter mais chefes de topo presen-tes no evento”. Assim, para além do triunvirato já

anunciado, e de todos os master chefs já recrutados para fazerem parte da histórica primeira equipa Sushi

Fest, foi decidido que, para o ano, a organização vai promo-ver o primeiro Campeonato de Sushi de Portugal. O vencedor, para além de um prémio a anunciar, terá direito montar o seu sushi bar na zona VIP do Sushi Fest 2016.

De 2 a 4 de Julho, nos Jardins e Palácio Marquês de Pombal

Primeiro festival de sushi da Europa vai decorrer em Oeiras

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Vila Pouca de Aguiar vai ser o palco do II Simpósio Nacional da Castanha, do VI Encontro Europeu da Castanha e da I edi-ção da Castanha Logística Europeia, três eventos dedicados à castanha que terão lugar de 9 a 12 de Setembro, eventos pro-movidos pela RefCast - Associação Portuguesa da Castanha.

Este encontro visa debater os vários os problemas que o sector da castanha enfrenta, “muitos vindos do passado, mas outros bem próprios dos tempos atuais, salientam a organiza-ção dos eventos. As pragas e doenças são outras temáticas em cima da mesa, numa altura em que há grande preocupação com a vespa do castanheiro.

A produção de castanha também está no centro das aten-ções da RefCast. É que “a produção insuficiente de castanha na Europa para satisfazer a procura, não só dos consumidores em produto fresco mas também da indústria, está a gerar outro tipo de dificuldades, as quais poderão assumir-se, simultanea-mente, como novas oportunidades”, sublinham.

Neste âmbito, o próximo quadro comunitário poderá ser “uma alavanca”, segundo a organização. “O PDR 2020 irá também ser discutido”, pois “está a dar os primeiros passos e poderá constituir uma importante alavanca para o progresso do sector, exigindo porém que o mesmo esteja devidamente organizado, demonstrando a indispensável excelência e com-petência para conseguir vencer estes novos desafios que se perfilam”.

Promover uma economia forte do castanheiro na Europa, que se afigure como um factor crescente de promoção da coesão entre os diversos parceiros têm sido as prioridades do Grupo Europeu da Castanha, que tem organizado anualmente estes encontros europeus, com a participação de investigado-res, técnicos, produtores e transformadores.

Portugal irá, assim, receber o VI Encontro Europeu da Cas-tanha, tendo a organização decidido também “realizar pela primeira vez a ‘Castanha Logística’, com o objectivo de juntar os parceiros e promover a construção ou o reforço das pontes dentro do sector, intensificando-se ainda mais a coesão inter-na da fileira”. II Simpósio Nacional do Castanheiro será mais virado para a investigação em Portugal e noutros países neste sector.

De 9 a 12 de Setembro

Vila Pouca de Aguiar recebe Encontro Europeu da Castanha

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O Festival de Gastronomia do Maranho 2015 está de volta, numa iniciativa organizada pela Câmara da Sertã l. O Maranho da Sertã serve de mote, uma vez mais, para a quinta edição do evento que pretende potenciar e enaltecer a gastronomia e os sabores da cozinha tradicional local, assim como, dar a conhecer a região.

O festival decorre de 16 a 19 de Julho e o programa inclui uma conferência denominada “Gastronomia & Tradição”, uma visita a um produtor local de Maranho e um showcooking com o Chef Hélio Loureiro, programas a realizar na sexta-feira, dia 17.

Bucho Recheado, Sopa de Peixe do Rio, Cartuchos de Amêndoa de Cernache do Bonjardim, filhós, coscoreis, me-rendas doces e os vinhos são outros dos produtos locais que estarão presentes nesta edição do festival que funciona como elemento potenciador dos sectores do turismo e do comércio, divulgando e impulsionando as potencialidades do concelho.

À Gazeta Rural, o presidente da Câmara da Sertã diz que o Festival continua a ser uma aposta da autarquia, com o objec-tivo de contribuir de forma sólida e consistente para a divulga-ção deste importante recurso socioeconómico da região que é a gastronomia tradicional. Para José Farinha Nunes o maranho é o elemento destaque por ser “um produto depositário de uma herança cultural e etnográfica muito própria. É um produto que importa defender e divulgar, dando-lhe visibilidade e permitin-do que a sua fama atravesse as fronteiras da nossa região”.

Gazeta Rural (GR): Que expectativa tem para a edição

deste ano do Festival do Maranho?José Farinha Nunes (JFN): Nesta edição procuramos

consolidar a divulgação e a imagem desta nossa iguaria gas-tronómica. O objectivo desde a primeira edição, e que esteve na base da criação do Festival, é que o Maranho atinja o reco-nhecimento de produto gastronómico endógeno com o qual se identifique claramente a Sertã e o seu concelho. O Festival passou de três para quatro dias, existirão acções de divulgação específicas e workshops sobre o Maranho - a sua confecção e os seus componentes, tem um cartaz lúdico e cultural variado,

De 16 a 19 de Julho, gastronomia e tradição na V edição do festival

Festival de Gastronomia do Maranho regressa à Sertã

e realiza-se num espaço muito agradável que anualmente tem sido melhorado.

GR: O maranho é um produto identitário da Sertã?JFN: O maranho é um prato de âmbito regional. O Maranho à

Moda da Sertã é um prato mais específico, com características próprias, embora naturalmente com pontos em comum. É feito com as melhores partes da carne de cabra, sabiamente tem-perado com hortelã, leva arroz, e depois de marinar, esta mis-tura é metida dentro da bandouga (estômago caprino), cosida com linha e cozinhada em água e sal. É o que se pode chamar um prato light, sem grande teor calórico, mas muito saboroso.

GR: Que importância tem para o sector primário?JFN: Para a agricultura e para a economia local, este Fes-

tival tem muita relevância uma vez que incentiva a criação de gado caprino e a produção de hortelã, ajudando naturalmente um sector que precisa de cuidados especiais.

GR: A aposta num festival gastronómico é uma forma atrair gente ao Pinhal Interior?

JFN: Também é, se bem que o termo Pinhal Interior está em desuso. O Festival atrai muita gente à Sertã e ao concelho e aí se centra a nossa aposta. Divulgar a nossa gastronomia e os nossos argumentos para quem procura um tipo de turismo mais exclusivo é o nosso objectivo.

GR: Que outros pontos de interesse turístico oferece

o concelho?JFN: Muitos e variados, como três albufeiras - Cabril, Bou-

çã e Castelo de Bode, praias fluviais, paisagens muito bonitas, excelentes condições para desportos de laser ao ar livre, a gastronomia, S. Nuno de Santa Maria - o mais recente santo português (D. Nuno Álvares Pereira que nasceu no concelho, em Cernache do Bonjardim), unidades hoteleiras de grande qualidade, eventos desportivos e culturais muito diversifica-dos, jardins, bosques e espaços verdes muito agradáveis.

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Cinfães recebe, de 15 a 19 de Julho, a segunda edi-ção da Expo Montemuro – Feira Regional, evento que pretende ser uma mostra da actividade eco-nómica e do empreendedorismo do concelho e da região, uma referência para o investimento e diver-sificação da economia local na área envolvente à cordilheira da Serra de Montemuro.

Em conversa com a Gazeta Rural, Pedro Sembla-no, vereador da Câmara de Cinfães com os pelou-ros de Economia e Finanças, Investimentos e Apoios Comunitários, Desporto e Lazer e Juventude, espe-ra que o certame se torne “numa grande referência nacional na promoção dos nossos produtos endó-genos”.

Gazeta Rural (GR): Que espera da II Expo Montemu-ro?

Pedro Semblano (PS): Esperamos que seja uma mostra da actividade económica e do empreendedorismo do concelho, um momento de afirmação de Cinfães, do nosso território, das nossas paisagens, do artesanato e dos nossos produtos en-dógenos.

Queremos que seja um certame cada vez mais visto e di-vulgado na região e no país e o objectivo é trazer pessoas a Cinfães, para que possam apreciar tudo o que de bom temos no concelho.

GR: O Montemuro e o Douro são chamariz?PS: O Montemuro e o Douro complementam-se de forma

única. O conjunto de rios e serras que temos, permitem que o concelho de Cinfães, em termos naturais, seja efectivamente um destino único e a eleger. O que pretendemos, é apelar, - a coberto deste território e deste concelho, - não só aos de fora, mas também aos residentes, que redescubram estas paisa-gens, estes pequenos encantos, que se escondem em cada pe-daço, em cada monte ou em cada rio que corre neste território.

GR: Para além do vinho, que outras ‘ofertas’ tem Cin-fães?

PS: O vinho verde é, naturalmente, um dos grandes atracti-vos, até porque ao longo dos últimos anos temos ganho ‘mús-culo’ e tem-se melhorado a qualidade. Ainda recentemente estiveram numa Feira Internacional, onde foram reconhecidos pela qualidade e leveza que apresentam, mas também pela frescura que transmitem.

Ter vinho verde, numa zona de transição entre uma metrópo-le como o Porto e o Douro Vinhateiro, a que juntamos a nossa gastronomia, com a carne arouquesa, que tem uma qualidade única e diferenciadora, permite-nos acreditar que, através dos

De 15 a 19 de Julho

Cinfães promove II edição da Expo Montemuro

sabores, conseguimos atrair pessoas para que saibam apre-ciar os nossos saberes. Saberes que estão também nos outros produtos locais, como nos frutos, no mel, nas compotas, nos doces ou nos bolinhos de manteigas, que se apresentam como o grande produto deste concelho, e que é uma doçaria única.

Para além destes, temos outros produtos ligados à nature-za, como as actividades desportivas, porque queremos que o Montemuro e o Vale da Bestança sejam locais de turismo de aventura.

Todas estas atractividades, todas as actividades económi-cas que fazem parte deste concelho, e que nos últimos tempos têm ganho força através do nosso programa de apoio à eco-nomia, vão estar presentes na Expo Montemuro e esperamos que, ano após ano, esta feira se torne numa grande referência nacional na promoção dos nossos produtos endógenos.

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Por São João da Pesqueira prepara-se já a Vindouro – Festa Pombalina 2015, evento que divulga e promove o vinho produ-zido neste concelho, que é o maior produtor da Região Demar-cada do Douro.

Realizadas as Festas de São João, a autarquia vira-se agora para aquele que é o maior e mais badalado evento do conce-lho. O presidente da Câmara de São João da Pesqueira, à Ga-zeta Rural, começou por realçar a forma como decorreram as Festas do Padroeiro da terra e lançou já a Vindouro, que, referiu Fontão Tulha, vai ter “muitas novidades este ano”. Este evento insere-se no plano de promoção e desenvolvimento económi-co do concelho, em que o “turismo tem um papel estratégico”.

Gazeta Rural (GR): Como decorreram as Festas do S. João?

José António Fontão Tulha (JAFT): Nesta edição de 2015 as festividades decorreram muito bem. No dia 23 de Junho tivemos 21 marchas, (entre infantis, futuro, seniores e concur-so) a desfilar pelas ruas de S. João da Pesqueira e a apresentar as suas coreografias no anfiteatro municipal, que, com a ajuda do S. Pedro, permitiu que muitas mais pessoas viessem assistir e aplaudir o trabalho e a dedicação que se puderam observar no colorido dos trajes e nas belas coreografias que todos os

Fontão Tulha faz balanço positivo das Festas de S. João e lança a Feira do Vinho

“Vamos ter muitas novidades na Vindouro 2015”

que participaram nestas marchas empregaram nas suas actu-ações. Também tivemos muita música pela noite dentro com a Banda Inovação 3 e a DJ Isabel Figueira a marcar o ritmo e as já tradicionais tasquinhas de S. João a fazerem as delícias dos visitantes com os petiscos e as sardinhas típicas desta festa.

No dia 24 de Junho, feriado municipal, decorreu a vertente religiosa da festa, com a missa e a procissão de S. João, a ho-menagear o nosso padroeiro.

GR: Numa altura em que a região do Douro é um destino turístico de excelência, o concelho tem tirado proveito desse facto?

JAFT: O turismo tem um papel estratégico para o desen-volvimento económico do Município de S. João da Pesqueira, sendo este concelho o maior produtor de vinho do Porto e DOC Douro, há um grande potencial nos segmentos de Gastronomia & Vinhos, Touring Cultural e Paisagístico, Actividades Cinegéti-cas, passeios de barco no Rio Douro, entre outros. Posso, por isso, afirmar que já existe um turismo específico segmentado que vem à procura das quintas produtoras de vinho, recorde-mos que o Alto Douro Vinhateiro é Património da Humanidade e o concelho de S. João da Pesqueira detém a maior área con-siderada pela UNESCO como Património Mundial.

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O nosso concelho integra também a Rota dos Vinhos da Eu-ropa, GR 14, e surge no Douro como um dos mais belos itinerá-rios a conhecer, no entanto e de forma a crescermos em oferta e atractividade enquanto destino de excelência e nos tornar-mos mais competitivos comparativamente com outros desti-nos turísticos, precisamos que o Governo Central olhe para o Douro e para S. João da Pesqueira como destinos a apoiar nas medidas destinadas aos territórios de baixa densidade.

Precisamos de apoios concretos para a iniciativa privada aumentar e qualificar a sua oferta, melhores acessos rodovi-ários e fluviais, implementação de uma estratégia de valori-zação e promoção turística do nosso território e também de uma maior qualificação da mão-de-obra e de um sistema de qualidade que coloque a oferta dos nossos agentes, quer ao nível da produção, quer ao nível dos serviços, num patamar de excelência, como forma de aproveitarmos de uma forma sus-tentável e eficiente os fluxos turísticos que nos visitam.

GR: Um dos factores diferenciadores do concelho é o vinho. Como estão os preparativos para a edição deste ano da Vindouro - Festa Pombalina 2015?

JAFT: A próxima edição da Vindouro – Festa Pombalina 2015 já está a ser preparada, em colaboração com os nos-sos parceiros estratégicos. Vamos ter muitas novidades este ano, uma delas, que posso desde já desvendar, é o local das provas de vinhos com os produtores, que nesta edição se vai desenrolar no novo Museu do Vinho de S. João da Pesqueira, um espaço moderno e dinâmico, que certamente vai agradar aos visitantes, pois poderão visitar a exposição permanente do Museu e aceder às provas com os produtores de forma gratuita durante o evento. Muitas mais novidades estão a ser prepara-das de forma a agradar a quem nos visita.

GR: Os produtores de vinho da região têm tirado proveito da aposta da Câmara que convida importa-dores estrangeiros a visitar a região?

JAFT: Sim. Temos dados objectivos de que existem alguns produtores que estabeleceram relações comerciais com al-guns desses importadores estrangeiros, estando, neste mo-mento, a fazer exportações para alguns mercados internacio-nais, nomeadamente Macau e Canadá.

Obviamente, teremos de continuar a melhorar a estratégia de internacionalização, por forma a aumentar o alcance das nossas iniciativas, conseguindo penetrar em novos mercados internacionais, melhorar a notoriedade dos nossos produtos, abranger mais produtores e potenciar a marca “S. João da Pesqueira – Coração do Douro”.

GR: Como está o sector primário no concelho, para além do vinho? Que outras apostas têm sido feitas?

JAFT: Para além do vinho, destaca-se o sector do azeite. Têm surgido novas marcas e tem-se verificado uma aposta crescente do sector privado neste produto, como comple-mento à produção de vinhos. Neste particular, temos feito um esforço de promoção destes produtores, tendo, também, apoiado as Cooperativas de Azeite do nosso concelho, por en-tendermos que podem ser um catalisador importante para o apoio aos olivicultores.

Têm surgido, também, algumas iniciativas com outros pro-dutos regionais, que tentamos apoiar, quer seja através do licenciamento e da certificação, quer seja através de progra-mas de apoio ao financiamento. Como exemplos temos quei-jarias, fumeiro, doces e compotas.

Destacamos a Feira dos Saberes e dos Sabores como sendo uma janela de oportunidade para divulgar estes produtos.

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O que dá “boas expectativas” para os produtores

Vinhos ‘made in’ Alentejo atraem cada vez mais estrangeiros à região

O Alentejo anda nas “bocas do mundo” pelo potencial turís-tico e os seus vinhos atraem cada vez mais visitantes à região, inclusive estrangeiros, como brasileiros e norte-americanos, o que dá “boas expectativas” para este ano aos produtores.

“Notamos um crescente interesse, principalmente nestes últimos anos”. Quanto a este ano, está a ser “muito parecido” com 2014 e há “claramente boas expectativas”, diz António Roquette, do Enoturismo da Herdade do Esporão, no concelho de Reguengos de Monsaraz.

Na “fronteira” do concelho de Évora com o de Reguengos de Monsaraz, que ostenta o “selo” de Cidade Europeia do Vinho 2015, o aumento de turistas é assumido pelo director-executi-vo da Ervideira, Duarte Leal da Costa.

Nos primeiros cinco meses de 2015, a empresa recebeu 10 mil visitantes, o que traduz “um crescimento verdadeiramen-te exponencial”, em comparação com período homólogo de 2014, quando acolheu “pouco mais de quatro mil”, diz, frisando que é “um turista mais interessado, à procura de conhecer e de comprar”.

Esta “fase boa, de crescimento”, é sublinhada pelo presiden-te da Câmara de Reguengos de Monsaraz, José Calixto. Os pro-dutores estão a apostar no enoturismo e isso “ajuda a vender” a “imensidão de vinho de qualidade” do concelho. “Não está tudo feito”, reconhece. Há produtores que ainda têm de fazer este caminho, mas “a aposta no enoturismo por parte de al-guns está claramente a ser uma aposta ganha”.

O Esporão e a Ervideira são dois desses exemplos e referem que a recente atenção internacional dada por jornais e revistas ao Alentejo e os prémios a vinhos da região pelo mundo fora têm contribuído para o crescimento.

“O USA Today, numa votação ‘online’, classificou o Alentejo como a região enoturística mais interessante do mundo para visitar» e “a National Geographic classificou-o nos dez sítios mais interessantes para visitar este ano”, exemplifica António Roquette.

A “vida tranquila” e com “qualidade francamente boa” da

região é outro factor “bestialmente apelativo para o turista”, evoca Duarte Leal da Costa, que explica que “as pessoas não sabiam” que o Alentejo tinha “um portefólio de vinhos tão bons e baratos em relação ao resto do mundo” e, perante a desco-berta, “o público entusiasma-se”.

Apesar de os portugueses serem a maior fatia turística do território alentejano, no caso do enoturismo, nas duas empre-sas visitadas, os estrangeiros ocupam o topo da lista. A Ervi-deira, que espera este ano passar a fasquia dos 25 mil visitan-tes na adega e nas suas lojas em Évora e na vila de Monsaraz, é procurada por “muitos europeus” e começam a aparecer japo-neses ou australianos, algo “impensável há dois ou três anos”.

No Enoturismo do Esporão, que acolheu quase 30 mil visi-tantes em 2014, brasileiros, norte-americanos e turistas do norte da Europa representam “à volta de 65 por cento” das visitas globais.

Na Rota dos Vinhos do Alentejo, em Évora, da Comissão Vi-tivinícola Regional Alentejana (CVRA), são os brasileiros que lideram os estrangeiros atraídos pelos ‘néctares’ da região.

Até final de 2014, “França, Alemanha e Estados Unidos eram os países que vinham a seguir”. Um ‘ranking’ que mudou este ano, graças ao “um pulo enorme” dos Estados Unidos, que ocupa “já o 3.º lugar da lista”, conta Maria Amélia Vaz da Silva, da CVRA.

Oriundo de Boston, o médico Kanti Kanzaria visita Portu-gal integrado num grupo de mais turistas norte-americanos. Como “veterano” nas andanças pelo mundo em busca de vi-nhos, o Alentejo e o Esporão não “escaparam” ao seu “radar”. “Esta é a primeira adega da região em que fazemos uma prova e o vinho é excelente, tanto o tinto como o branco”, atesta, ex-plicando ter viajado para Portugal aconselhado por enfermei-ras portuguesas com quem trabalha e que elogiaram o vinho. As informações não desiludiram, pois, na “bagagem”, vai levar garrafas ‘made in’ Alentejo: “As caixas estão prontas para se-guir”.

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“Conhecer a procura de enoturismo no mundo. Estudo sobre a Europa (Alemanha, França e Reino Unido), mercados emer-gentes (Ásia e Brasil) e Internet” é o mote do Congresso Inter-nacional de Enoturismo, que vai decorrer de 2 a 4 de Julho em Viana do Castelo, Melgaço, Monção, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Cambados (Espanha).

O evento é organizado pela Aenotur – Associação Inter-nacional de Enoturismo, em colaboração com os municípios portugueses e espanhol, e é uma continuação do IV Congresso Latino-americano de Enoturismo, realizado no Brasil em 2014, e que este ano irá desenvolver-se em duas edições: uma na Eu-ropa, agora em Julho, e outra na América Latina, em Setembro.

O primeiro dia do congresso decorre em Viana do Castelo, no Auditório Professor Lima de Carvalho, no Instituto Politécnico de Viana do Castelo. O intercâmbio de conhecimentos entre os países europeus e sul-americanos será um dos principais pon-tos de partida deste congresso, que contará com conferências abertas e reuniões técnicas e ainda visitas experimentais a adegas, espaços de enoturismo e vinhas da região do Minho – sobejamente conhecida pelos seus vinhos verdes, onde pre-domina a uva Alvarinho – e da região da Galiza.

Os factores determinantes da procura de enoturismo por países e canais de comercialização, a oferta de produtos de enoturismo em mercados como o Reino Unido, França e Ale-manha e as potencialidades de mercados emergentes como a Rússia, China, Japão e Brasil estarão no centro das temáticas que irão ser abordadas neste Congresso, que dedica o último dia, 4 de Julho, à Internet como uma importante ferramenta de promoção de destinos enoturísticos.

Painel internacional de oradores O evento irá contar com painel internacional de oradores,

AMPV é um dos parceiros do evento

Congresso Internacional de Enoturismo vai decorrer em Viana do Castelo

vindos do Brasil, México, Argentina, Uruguai, Espanha e Fran-ça. O Brasil vai estar representado por Ivane Favero, secretária de Turismo e Cultura de Garibaldi e vice-presidente da Aenotur para a América Latina; Carlos Raimundo Paviani, director do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), e Rogerio Ruschel, editor do blog In Vino Viajas.

Outros oradores são a mexicana Mariana Mier y Terán, es-pecialista no mercado de enoturismo do Reino Unido; Rainer Brusis, da Alemanha, que vai apresentar uma panorâmica do mercado alemão; a espanhola Silvia Martin e o francês Pierre Verdier especialistas no mercado de enoturismo francês; Guil-lermo Barletta, diretor do Departamento de Turismo da Bode-gas de Argentina, e Wilson Torres Chavez, uruguaio que preside à Associação de Enoturismo do Uruguai.

Aenotur interliga cidades do vinho em todo o mundo

A Aenotur – Associação Internacional de Enoturismo foi criada a 7 de Maio de 2014, em Cambados (Espanha), sendo a AMPV um dos seus sócios fundadores e detém actualmente a Secretaria Geral desta associação internacional, presidida pelo município espanhol de Cambados.

Na assembleia que a Aenotur vai realizar no dia 1 de Julho, em Viana do Castelo, a AMPV vai assumir a presidência desta associação, que a partir dessa data vai passar a ter a sua sede em Portugal, Viana do Castelo.

A Aenotur tem como principal objectivo impulsionar a pro-moção do enoturismo a nível internacional, interligando 500 cidades do vinho em todo o mundo. Actualmente está repre-sentada em sete países, Portugal, Espanha, França, Itália, Ar-gentina, Brasil e Uruguai.

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Com o objectivo de promover um conjunto de actividades destinadas à participação, envolvimento e troca de experiên-cias dos profissionais do sector do vinho, a Câmara de Setú-bal e a Rota de Vinhos da Península de Setúbal, promovem o “Wine Tasting Experience”, que irá decorrer de 4 de Julho a 1 de Agosto.

Ao longo de cinco sábados são desenvolvidas diversas ac-tividades, como provas de vinho, sessões de cozinha ao vivo, workshops e apresentações, a par de momentos musicais.

Este novo evento, que promove experiências nas áreas vi-nícola e gastronómica, realiza a primeira sessão no dia 4, na Fortaleza de Santa Maria, no Portinho da Arrábida, em Setúbal.

A primeira iniciativa do programa, que terá a Serra da Arrá-bida como cenário, decorre, a partir das 18 horas, conta com uma inauguração oficial, a que se segue uma visita orientada ao Museu Oceanográfico Professor Luís Saldanha, localizado na Fortaleza de Santa Maria.

A iniciativa conta ainda com uma prova de vinhos das casas agrícolas Assis Lobo e Horácio Simões e com uma wine party com animação musical a cargo do DJ Monchike e uma perfor-mance de saxofone por San Sax.

A segunda actividade do “Wine Tasting Experience” está re-servada para o dia 11, entre as 16,30 e as 19 horas, na Fortaleza de Santiago, em Sesimbra, com um passeio de barco para a observação do fundo do mar. Uma hora mais tarde, decorre uma visita guiada à fortaleza e um minicurso de “Iniciação à Prova”. O encerramento está previsto com uma prova de vi-nhos comentada pela Quinta do Piloto e pela Malo Tojo Wi-nes. Há ainda lugar à degustação de produtos de Sesimbra, nomeadamente o pão caseiro e a broa de Alfarim, o queijo de Azeitão, o queijo fresco da Azoia, as conservas de sardinha em azeite, a farinha torrada e as compotas de pera.

A 18 de Julho, as Ruínas Romanas de Tróia são o palco desta experiência vinícola. Às 18 horas, há uma teatralização e re-criação mitológica dedicada à temática “Enogastronómica”. Os transfers Setúbal-Troia (ida e volta) estão incluídos no cus-to do bilhete. O dia termina com uma prova de vinhos comen-tada pela José Maria da Fonseca, às 21,30 horas.

No último sábado do mês, dia 25, o lugar escolhido é o Con-vento da Arrábida. Às 17 horas, há uma visita guiada ao con-vento, seguindo-se uma prova de vinhos comentada pela Casa Ermelinda Freitas. O certame encerra às 18,30 horas com um concerto de cordas com o septeto da Orquestra Philarmónica de Lisboa.

A 1 de Agosto, o último dia do “Wine Tasting Experience”

De 4 de Julho a 1 de Agosto

Setúbal promove “Wine Tasting Experience” aos sábados

decorre em Azeitão, nos Lavadouros de Vila Nogueira. Inclui contextualização histórica do lavadouro, live cooking com criações de autor do chef António Latas e harmonização vínica pela Adega Cooperativa de Palmela.

O “Wine Tasting Experience” conta ainda, como parceiros, a Adega Cooperativa de Palmela, a Casa Ermelinda Freitas, a Quinta do Piloto – Vinhos, Lda., a Casa Agrícola Assis Lobo, a José Maria da Fonseca, a Malo Tojo Wines, a SadoArrábida e a Câmara Municipal de Sesimbra.

Rua da Botica, 1 - R/c Esq | 3520-041 NelasTel./ Fax.: 232 940 204 Tlm.: 963 922 168

[email protected]

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Fundadas em 1920, as Caves São João são uma empresa familiar que faz jus à tradição da Bairrada na produção de es-pumantes e vinhos de qualidade. A celebrar o seu 100º aniver-sário, a empresa dispõe de um espólio de mais de um milhão de garrafas de vinhos da Bairrada e do Dão, património que tem vindo a fazer as delícias de críticos e apreciadores.

O mais recente lançamento da empresa é um espumante Quinta do Poço do Lobo, 100% Baga, que Célia Alves, à Gazeta Rural, diz ter sido “bem recebido” pela crítica e pelos consu-midores. A gerente das Caves São João adiantou que empresa está “a crescer nas exportações” e “a vender mais e melhor”.

Gazeta Rural (GR): Lançaram recentemente um novo espumante?

Célia Alves (CA): Sim, o Quinta do Poço do Lobo, 100% Baga, que tem sido muito bem recebido pela crítica e pelos consumidores. Este lançamento vem no âmbito de um projec-to relativamente recente da Comissão Vitivinícola Regional da Bairrada (CVRB), que visa a certificação de espumantes bran-cos e rosés elaborados com a casta Baga.

O lote tem que ter no mínimo 85% de Baga. Isto exige uma nova certificação, diferente e com algumas regras, em que os produtores que aderirem ostentarão na sua rotulagem um logo/marca específico para esta tipologia de espumantes, uma chancela da CVRB, que a partir deste projecto vai auten-ticar todos os espumantes da região feitos com a casta Baga.

Com a casta Baga

Caves São João lançaram novo espumante Quinta do Poço do Lobo

GR: Para além desse, há outros vinhos novos?CA: Temos colheitas novas, nomeadamente a segunda edi-

ção do espumante ‘Luis Costa’. A primeira foi em 2013, com uma colheita de 2010, e correu muito bem. É um espumante de grande qualidade, pelo que decidimos dar-lhe continuida-de. Foi elaborado com uvas Pinot Noir e Chardonnay, castas normalmente utilizadas na produção do champanhe.

GR: Como estão a decorrer as comemorações do cen-tenário?

CA: Estão a correr bem. Estamos a preparar a sexta edição, comemorativa dos ’95 anos de História’ das Caves, que conta-mos lançar em meados de Setembro.

GR: A qualidade dos vinhos da colheita de 2014 é a esperada?

CA: Sim. Foi uma vindima complicada devido às más condi-ções climatéricas da segunda semana de Setembro, mas não nos podemos queixar. Os brancos são de excelente qualidade, enquanto nos tintos a vindima foi mais complicada, mas esta-mos a contornar a situação.

GR: A exportação continua a ser a grande aposta?CA: Estamos a crescer nas exportações e, naturalmente, es-

tamos muito satisfeitos, porque estamos a vender mais e me-lhor, o que é bom.

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A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA) anunciou que quatro dos seus vinhos foram recentemente distinguidos com três medalhas de prata e uma de ouro em três concursos internacionais.

O vinho Vidigueira Branco Grande Escolha foi distinguido com a medalha de prata no “Concours Mondial de Bruxelles”, que “é uma referência para os consumidores interna-cionais”.

O vinho Vidigueira Licoroso conquistou a medalha de ouro no concurso “La Selezione del Sindaco”, que decorreu em Oeiras e colocou à prova mais de 1.100 vinhos prove-nientes de países europeus e do Brasil.

No concurso “Sommelier Wine Awards 2015”, no Reino Unido, os vinhos Vidigueira Tinto Grande Escolha 2012 e o Vidigueira Reserva 2013 arrecadaram duas meda-lhas de prata, refere a adega.

Com três medalhas de prata e uma de ouro

Vinhos da Adega da Vidigueira distinguidos em concursos internacionais

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O estudante de biologia da Universidade de Aveiro (UA) Edu-ardo Batista conquistou o prémio europeu de conservação da Natureza atribuído pela Federação Europarc, em cooperação com a Fundação Alfred Toepfer. Intitulado “Alfred Toepfer Na-tural Heritage Scholarships”, o prémio tem por objectivo galar-doar jovens conservacionistas com provas dadas na área da conservação da natureza, em particular nas áreas protegidas da Europa.

Esta é a segunda vez que este prémio é atribuído a um con-servacionista português pela Europarc, uma das mais impor-tantes instituições europeias no que toca à gestão e con-servação da natureza e que representa 365 membros entre departamentos governamentais, ONGs e áreas protegidas de toda a Europa. Em 2014 a bióloga Milene Matos, também da Universidade de Aveiro, trouxe o prémio pela primeira vez para Portugal graças ao trabalho desenvolvido em diversas áreas protegidas portuguesas, com especial incidência na Mata do Buçaco.

O prémio alcançado por Eduardo Batista, que neste mo-mento está a realizar um estágio curricular (equivalente ao 4º ano da licenciatura de Biologia) na Fundação Mata do Buçaco, resulta do trabalho que tem realizado na caracterização dos

Trabalho de Eduardo Batista caracterizou cogumelos do Buçaco

Portugal conquista prémio europeu de conservação da natureza

cogumelos naquela área florestal protegida. “É um enorme orgulho receber este prémio e manter de novo

a presença portuguesa nos três melhores casos de estudo apresentados à EUROPARC. Pessoalmente este prémio é bas-tante motivador porque representa o reconhecimento do tra-balho que tenho vindo a realizar nos últimos dois anos na Mata Nacional do Buçaco”, congratula-se Eduardo Batista cujo tra-balho no Buçaco tem com objectivo caracterizar as comuni-dades de macro fungos, também conhecidos vulgarmente por cogumelos, e estabelecer relações com o tipo flora a que estão associados.

“A minha principal motivação para alcançar este prémio, como estudante, deve-se ao forte contacto que temos com os investigadores do nosso departamento e após uma troca de ideias e algum incentivo por parte da Milene Matos, decidi tentar a minha sorte”, explica o estudante.

O prémio de três mil euros, atribuído anualmente pela Fede-ração Europarc, financia trabalhos de investigação em áreas protegidas europeias, em países que não o de residência do candidato. Neste caso, Eduardo Batista irá trabalhar no The Plitvice Lakes National Park, na Croácia, precisamente na ca-racterização dos cogumelos locais.

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Mais de 500 mil euros vão ser investidos em 16 hectares do concelho de Nelas para produzir maçãs das variedades gala e golden, que chegarão mais cedo ao mercado, disse fonte da au-tarquia.

A vereadora da Câmara de Nelas Sofia Relvas explicou que dois empresários agrícolas, que já têm explorações de maçã de montanha em Armamar e Moimenta da Beira, identificaram “um microclima nesta área de 16 hectares, situada no alto de Vilar Seco, que vai permitir ganhos de produtividade muito interes-santes”. “Vão conseguir produzir estas duas variedades de maçã num período de tempo mais acelerado, 30 dias antes, o que lhes vai dar ganhos de quota de mercado muito interessantes”, frisou.

Por outro lado, “os custos de frio serão bastante mais reduzi-dos, porque não vai ser preciso ter a maçã tanto tempo a aguar-dar para ser escoada, uma vez que será produzida numa altura em que o mercado não tem uma grande oferta para satisfazer as necessidades”, acrescentou.

Está prevista a criação de 16 postos de trabalho fixos, para o pomar e para as câmaras frigoríficas, que poderão duplicar na época da colheita da maçã. “Ainda que o concelho de Ne-

Empresários investem 500 mil euros no concelho de Nelas

Microclima no alto de Vilar Seco permite produzir maçã mais cedo

las, neste pouco mais de ano e meio, tenha tido um conjunto de investimentos privados - sejam industriais, comerciais, da área agrícola ou da restauração - ficamos muito satisfeitos com mais estes postos de trabalho”, afirmou Sofia Relvas.

A vereadora considerou que o executivo “tem de estar perma-nentemente ao nível do investimento privado e criar condições favoráveis para que ele continue a crescer” e também “ao nível do investimento público e social para criar condições de quali-dade de vida que façam com que estes novos empregos possam também traduzir-se em novas famílias a residir no concelho”. “Para nós é muito importante que isso aconteça, tendo em con-ta as dificuldades que um concelho do interior tem em termos demográficos”, justificou.

A Câmara aprovou recentemente um regulamento de apoio ao investimento. Uma das medidas passa por ceder a 50 cên-timos o metro quadrado de terreno. No caso destes empresá-rios, foi feito um negócio entre privados, tendo a Câmara apenas cedido a este preço “uma parcela pequeníssima que estava no meio dos dois terrenos que já tinham sido comprados”, onde fi-carão as câmaras de frio.

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Para além de dois funcionários municipais

Câmara de Nelas homenageou José Lopes Correia

A Câmara de Nelas prestou homenagem a José Lopes Cor-reia, recentemente falecido, que durante seis mandatos liderou os destinos da Câmara de Nelas, estando “ligado às maiores realizações concretizadas em todas as freguesias, com desta-que especial para a sua afirmação industrial, a construção de infra-estruturas desportivas e culturais, a expansão e melhoria da rede viária e a implementação de grande apoio nos projec-tos de índole social e associativa”, refere a autarquia de nelas em comunicado.

Numa cerimónia repleta de emoção e de reconhecimento, foi atribuído o nome “José Lopes Correia” ao Complexo Des-portivo Municipal de Nelas com o descerramento de uma placa alusiva, na presença da família, funcionários e aposentados da autarquia, munícipes, entidades e convidados. Na ocasião, o actual presidente, Borges da Silva, recordou “com muita emo-ção, esta figura incontornável no desenvolvimento do Conce-lho nos últimos 40 anos e uma referência para todos nós”.

O Dia do Município foi aproveitado para homenagear alguns funcionários da autarquia, dando cumprimento ao Regula-mento das Distinções Honoríficas do Município de Nelas. Neste âmbito, o presidente da Câmara de Nelas, José Borges da Silva, entregou a Medalha de Bons Serviços a dois ex-encarregados gerais do Município, Arnaldo Santos Garcia e António Loio Henriques, “por se distinguirem exemplarmente no cumpri-mento dos seus deveres, com assiduidade, zelo e dedicação”. Ao reconhecer os esforços de cada um dos agraciados, o pre-sidente da Câmara apontou-os “como exemplo” aos demais funcionários presentes, incentivando-os para que, “cada vez mais, se esforcem no cumprimento das suas funções, com efi-cácia e eficiência nos serviços prestados, promovendo assim um melhor serviço público, dignificando a autarquia”.

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A ministra da Agricultura apelou aos produtores de mirtilo no sentido de se unirem com vista a aumentar as exportações deste fruto. “Tem que haver um trabalho conjunto de puxar pela produção nacional”, afirmou Assunção Cristas, durante a visita à Feira Nacional do Mirtilo que decorreu em Sever do Vouga.

A ministra lembrou os apoios do próximo quadro comunitário para as Organizações de Produtores e apelou aos produtores para que se unam e ganhem escala. A governante está con-victa de que a fileira do mirtilo “ainda não está completamente explorada e está numa fase de crescimento e amadurecimen-to”, sustentando que “nós, os portugueses, somos ambiciosos e devemos continuar a procurar alternativas para tirar proveito dos nossos recursos e, em conjunto, puxar pela produção na-cional”, referiu a governante.

Assunção Cristas ouviu, e comprometeu-se a transmitir aos seus pares, os apelos do presidente da Câmara de Sever sobre a ligação rápida da Vila à A25, que é “crucial” para o desenvol-vimento do concelho, tanto no sector primário como na indús-tria pesada na área da metalomecânica.

“Balanço muito positivo” da Feira Nacional do Mirtilo

Entretanto, a Câmara de Sever do Vouga faz um balanço muito positivo da edição de 2015 da Feira Nacional do Mirtilo. É esta a principal conclusão que a autarquia faz do evento que decorreu no Parque Urbano da vila. Ao todo a entidade promo-tora da Feira Nacional do Mirtilo estima que tenham passado

Na visita à Feira Nacional que decorreu em Sever do Vouga

Assunção Cristas apelou à união dos produtores para aumentar as exportações

pelo evento cerca de 50 mil visitantes ao longo dos quatro dias.“A edição de 2015 da Feira Nacional do Mirtilo esteve ao ní-

vel da do ano passado”, resume o presidente da Câmara de Se-ver do Vouga. António Coutinho destaca a continuada aposta na componente profissional da Feira, este ano reforçada por palestras técnicas diárias, com destaque para a apresentação da Bolsa de Terras Nacional, para a qual o município irá contri-buir com a cedência de um terreno, numa sessão que contou com a presença da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas. Ainda na programação das palestras técnicas, realce para a visita de uma comitiva do município brasileiro de Vaca-ria, do estado do Rio Grande do Sul, que veio explicar o modo de produção de mirtilos no Brasil e contactar com a realidade portuguesa. António Coutinho refere ainda a requalificação do prolongamento do Parque Urbano, que permitiu melhorar sig-nificativamente as condições dos expositores da área técnica.

Além de ser uma referência nacional na fileira do mirtilo, o evento assume-se como o maior cartaz turístico do concelho, com evidentes benefícios para a economia severense e para a afirmação da marca “Sever do Vouga Capital do Mirtilo”.

Apanha do mirtilo, passeios em comboio turístico, animação musical, animação infantil, workshops de culinária, um deles com a presença do secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, e a transmis-são em directo do programa da SIC “Portugal em Festa” foram outras actividades que integraram o cartaz da Feira Nacional do Mirtilo, que contou com cerca de uma centena de exposi-tores

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Apostada em não defraudar os clientes e consu-midores, a Queijaria Flor da Beira tem vindo a ver reconhecida a qualidade dos seus produtos que têm sido galardoados em vários concursos. O mais re-cente foi a Medalha de Ouro no V Concurso Nacio-nal de Queijos Tradicionais Portugueses, promovido pelo Centro Nacional de Exposições de Santarém.

Em conversa com a Gazeta Rural, o gerente da Queijaria Flor da Beira a, sedeada em Carregal do Sal, destacou a importância dos prémios recebidos, que são fruto da excelência da matéria-prima de que são feitos os queijos ali produzidos. Vítor Pedro Pinto lamenta o gradual desaparecimento das raças

Alerta gerente da Queijaria Flor da Beira

“Estão a acabar com as ovelhas tradicionais”autóctones na região, apontando a necessidade das entidades competentes terem um novo olhar sobre os “pastores à moda antiga”.

Gazeta Rural (GR): Como se faz o melhor queijo cura-do de ovelha?

Vítor Pedro Pinto (VPP): Para se fazer um bom queijo temos que ter matéria-prima de qualidade, que começa nos pastos. Temos um gabinete técnico especializado que dá apoio aos produtores de leite, com regras muito apertadas, nomea-damente em questões de qualidade e de condições de bem--estar animal, pastos, ordenha e locais de depósito do leite, nomeadamente tanques refrigerados com frio.

Estes são princípios que exigimos aos nossos produtores de leite, para depois fazermos o melhor queijo curado de ovelha. Há depois todo o processo de produção, desde as câmaras de

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cura, as salgas, as temperaturas, etc. Tudo isso é importante. Temos uma equipa de cerca de 20 colaboradores, bem pre-

parados e em diferentes áreas, pelo que tudo se torna fácil. Esta empresa já tem mais de 15 anos e tudo isto é consequên-cia do trabalho que vem de trás.

GR: Diz-se que um bom vinho começa na videira. Um bom queijo também começa no pasto?

VPP: Exactamente. Para termos um bom queijo, temos que ter um bom leite. Infelizmente, o leite de ovelha bordaleira Ser-ra da Estrela é cada vez mais escasso.

GR: Porquê? VPP: Porque são ovelhas que dão bom leite, mas pouca

quantidade. Hoje toda gente quer rentabilidade a curto pra-zo. Ninguém quer estar à espera meia dúzia de meses, quando o pode ter numa ou duas semanas. Um bom leite faz um bom queijo, mas com fraco leite não se consegue fazer bom queijo. Não há milagres.

GR: A causa de tudo isso é a introdução de raças exóticas na região?

VPP: O leite bom que tínhamos era da ovelha bordaleira, que está a acabar, porque o pastor não tem rentabilidade. Uma ovelha bordaleira dá menos de metade do leite de uma lacone, por exempolo. Portanto, estão a acabar com as ovelhas tradi-cionais.

Penso que o governo ou as entidades públicas deviam de tomar medidas para apoiar quem produz leite de ovelha bor-daleira Serra da Estrela para que isso não acabe, porque a ten-dência, a curto prazo, é para acabar com esta raça na região.

GR: O queijo Serra da Estrela também pode estar em perigo?

VPP: Penso que sim. Não acredito que muitos dos pastores que produzem queijo Serra da Estrela só tenham ovelhas bor-daleiras.

GR: A empresa tem 15 anos e tem vindo a apostar na exportação. Tem sido a aposta certa?

VPP: Claramente. A queijaria Flor da Beira esteve no mer-cado interno durante alguns anos, mas há cerca de uma dé-cada que estamos a apostar na exportação. Vendemos para Espanha, França, Luxemburgo, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Canada, Estados Unidos e, a agora, estamos também a expor-tar para o Brasil e outros mercados.

GR: Por exemplo para a Arábia Saudita?VPP: Sim, tivemos uma só exportação, foi boa, mas não

é muito fácil por causa do transporte. Este mercado tem um problema ao nível de transporte devido às elevadas tempera-turas, que não têm nada a ver com o nosso país, mas também o produto demora muito tempo desde que sai de Portugal até ao local de destino. Não é fácil. Infelizmente, para nós portu-gueses e para a queijaria Flor da Beira, pois poderíamos ter um bom cliente na Arábia Saudita, que se podia alastrar a outros mercados da região, mas neste momento está complicado.

GR: Como olha para o mundo rural e nomeadamente para os produtores de leite?

VPP: Costumo dizer que as pessoas mais importantes numa boa indústria de lacticínios são os produtores, em primeiro, em segundo e em terceiro lugar. Só em quarto vêm os funcioná-rios e colaboradores da empresa.

Nós, enquanto empresários ou industriais de lacticínios, de-vemos olhar para os nossos produtores de leite como pessoas que vivem no mundo rural e que estão, em geral, muito de-sapoiadas. Devemos ter alguma sensibilidade, no sentido de serem tratadas como pessoas dignas e não pela sua qualifica-ção. O chamado produtor à moda antiga está a acabar. Hoje existem pastores que tem as ovelhas em estábulos fechados e estão a acabar com as raças autóctones, que são importan-tes nesta região. Os bons produtores, os chamados pastores à moda antiga, devem ser protegidos, porque são as pessoas mais importante num bom queijo Serra da Estrela.

São eles que têm as ovelhas, que lidam diariamente com elas e até já as conhecem pelo nome. Estes produtores estão abandonados no nosso mundo rural e deviam ser mais aju-dados e incentivados por quem tem responsabilidades nesta área.

GR: Têm recebido inúmeros prémios, o mais recente

foi a Medalha de Ouro, em Santarém. Que importância tem este galardão?

VPP: Tem muita importância, pois vai exigir que sejamos mais rigorosos no produto que colocamos no mercado e que não defraudemos o cliente que apostou em nós, que compra a primeira vez, que gosta e continua a comprar o nosso queijo.

Recentemente, recebemos dois prémios. Melhor Queijo de Ovelha Cura Normal, no Concurso Queijos de Portugal 2014 e a Medalha de Ouro no V Concurso Nacional de Queijos Tradi-cionais Portugueses, promovido pelo Centro Nacional de Ex-posições de Santarém.

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Capacidade de exportação e de produção, sustentabilidade ambiental e auto-suficiência são os principais desafios para um sector suinícola que é vital para a economia do país. Com os apoios do PDR 2020, o sector terá possibilidade de moder-nizar, reestruturar e redimensionar as explorações, criando as-sim condições para o seu impulsionamento.

O VII Congresso Nacional de Suinicultura, organizado pela Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), decorreu no Centro Cultural e de Congressos das Cal-das da Rainha, e reuniu cerca de 400 Congressistas que tive-ram oportunidade de analisar e debater o caminho para auto--suficiência do sector.

O evento, considerado um dos mais significativos para o sector suinícola nacional, contou a presença da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, que presidiu à sessão de abertura do Congresso, do secretário de Estado da Alimen-tação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito e de José Diogo Albuquerque, secretário de Estado da Agricultura.

Durante a sessão de inauguração, na presença de Assunção Cristas, foi celebrado um Protocolo com o Crédito Agrícola que beneficiará não só os empresários suinícolas, como as asso-ciações e agrupamentos, os colaboradores das empresas e as respectivas famílias e anunciado um novo seguro pecuário, medida extremamente importante para o sector, cuja portaria

VII Congresso Nacional de Suinicultura decorreu nas Caldas da Rainha

400 Congressistas debateram auto-suficiência do sector suinícola

tem vindo a ser preparada.Nuno Vieira e Brito, que participou num painel sobre o Futuro

do Comércio Internacional, anunciou na ocasião que “Portugal estará em condições de exportar carne de porco para a China até ao final do ano”, incentivando o sector a olhar a internacio-nalização de forma mais arrojada. O secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar afirmou ainda que “apesar de ter sido um ano negativo porque deixámos de po-der exportar para a Rússia, mesmo assim houve capacidade de crescimento”, sublinhando que a fileira da suinicultura conse-guiu “encontrar novos mercados, quer na União Europeia, quer em países terceiros”.

Este foi um certame com uma forte componente técnica, no qual foram abordados os temas que actualmente mere-cem maior atenção por parte dos suinicultores mas também de cariz político. “A auto-suficiência alimentar no horizonte 2020 tem sido a grande bandeira desta equipa ministerial à qual, naturalmente, a Federação não só se associa como tem sido um agente impulsionador deste objectivo, com aplicação de conceitos como a segmentação de ciclo que visa o aumen-to e a eficiência da produção, fomentando a sustentabilidade ambiental e as boas práticas agrícolas”, afirmou Vítor Menino, presidente da FPAS.

Vários foram os assuntos em análise nesta iniciativa com

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destaque para “O futuro do comércio internacional”, o qual contou com a intervenção de um responsável na Comissão Europeia pelas políticas que envolvem a produção, transfor-mação e comercialização da carne de porco, e ainda um repre-sentante da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Outro painel em análise foi dedicado à sanidade animal, destacando-se a intervenção de uma investigadora mexicana de referência, que tem desenvolvido a sua activi-dade entre os EUA e o Canadá. “A Suinicultura em 2020” foi também debatida no certame bem como “A destruição de ca-dáveres” e “As raças autóctones” e ainda “PDR2020 – Apoios ao investimento na Suinicultura”.

“Estamos no início de um novo Quadro Comunitário de Apoio. Os apoios aos investimentos no sector, dentro do PDR, são uma realidade que temos de saber aproveitar para mo-dernizar, reestruturar e redimensionar as explorações, crian-do assim condições para o relançamento do sector”, constata Vítor Menino. E acrescenta que “num contexto de expansão e de abertura de novos mercados, estamos a ganhar dimensão, o que se traduz numa maior capacidade de flexibilização às exigências de mercado. Com os apoios do PDR, a nossa meta até 2020 é a auto-suficiência em carne de porco, e isto por-que temos quadro legal que o permite, temos empresários que sabem fazer como os melhores de qualquer bacia produtora mundial, temos terra, água e climatologia para tal e temos os políticos que finalmente acreditam que este é um sector vital para a economia do país”. O mesmo responsável conclui que “outra das metas que pretendemos alcançar, é a renovação geracional da actividade. Produzimos proteínas que ajudam a combater o flagelo da fome no mundo, respeitando o ambiente e a sociedade em que estamos inseridos”.

A Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) representa sete associações que congregam cerca de 1.500 produtores de suínos em todo o país.

Ministra quer viabilizar Centro de Investigação e Formação em Suinicultura

O governo está empenhado em viabilizar o Centro de Inves-

tigação e Formação em Suinicultura, que ficará instalado em Pegões. “Até Outubro espero que se possa progredir nessa ma-téria”, afirmou Assunção Cristas, assegurando que o Governo “tem todo o empenho em concluir este assunto”.

A garantia foi dada na abertura do VII Congresso Nacional de Suinicultura, presidida pela ministra da Agricultura e do Mar, nas Caldas da Rainha, onde durante dois dias cerca de 400 sui-nicultores discutiram “O caminho para a auto-suficiência” que pretendem atingir até 2020.

Assunção Cristas adiantou estar “a trabalhar com o Ministé-rio das Finanças” para que, até final da legislatura, possam ser disponibilizadas “umas instalações que pertenciam ao Minis-tério da Agricultura e que estão desactivadas” para a instala-ção do futuro Centro Tecnológico de Investigação e Formação em Canha, no concelho de Pegões. De acordo com a ministra, trata-se de “um projecto muito interessante” que merecerá o apoio do Governo, que “se empenhou desde a primeira hora”, por considerar que a aposta “na formação e investigação cien-tífica terá um grande retorno na nossa produção”.

Assunção Cristas adiantou que “neste momento está a ser feita a avaliação do imóvel e zona circundante”, processo que o ministério solicitou que “fosse tratado com bastante urgên-cia”, mas em relação ao qual a governante não avançou previ-sões para a sua conclusão.

O empenho do Governo na concretização do centro foi dado em resposta a um repto do presidente da FPAS, Vítor Menino, na abertura do congresso, tendo sublinhado a importância da investigação na “mudança de paradigma do sector”.

Apesar de ter crescido “em tempo de crise” o sector que pre-tende, até ao final deste ano, atingir os 100% de exportações legalizadas e, até 2020, ser auto-suficiente na produção de carne de porco, enfrenta ainda “grandes batalhas” na procura de novos mercados para exportação, afirmou o mesmo res-ponsável.

O aumento das exportações é, segundo a ministra “o cami-nho” a seguir pela suinicultura portuguesa e para o qual conta-rá com “o apoio do Governo na abertura de novos mercados”, além do Japão, Argentina, Cuba e Geórgia, que já consomem porco português.

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A cidade de Águeda vai ter um ponto de entrega PROVE, impulsionado pelos produtores de Albergaria-a-Velha e cujo lançamento está agendado para o próximo dia 16 de Julho.

Para a coordenadora da Associação de Desenvolvimento Rural Integrado das Terras de Santa Maria (ADRITEM), Teresa Pouzada, a metodologia PROVE tem registado resultados po-sitivos na região. “Este alargamento representa que os peque-nos produtores têm aqui uma ferramenta eficaz para escoar a sua produção, ficando consequentemente com um rendimen-to justo porque neste processo não existem intermediários”, sublinhou.

A extensão a Águeda do projecto - dinamizado em Terras de Santa Maria pela ADRITEM – conta com o apoio da Associa-ção Literal Propósito, uma entidade local que tem mediado a fixação do novo núcleo neste concelho do distrito de Aveiro. À semelhança do que acontece no núcleo de Albergaria-a--Velha, os produtos que compõem o cabaz PROVE são prove-

Lançamento marcado para o próximo dia 16 de Julho

Águeda vai ter núcleo PROVEnientes de três explorações agrícolas.

Com ponto de entrega no Centro Comercial Diana, em plena cidade de Águeda, os interessados podem proceder às suas encomendas através dos seguintes contactos: [email protected], 934 757 460 (Carla Castro) e 960 247 476 (João Silva).

O projecto PROVE – Promover e Vender (www.prove.com.pt) tem como objectivo principal a promoção de produtos horto-frutícolas locais e a comercialização de proximidade - directa-mente do produtor para o consumidor - de forma a potenciar o escoamento de produtos de elevada qualidade e tornar as explorações agrícolas mais sustentáveis.

A regra é seguir o requisito PROVE: produzir com técnicas amigas do ambiente, como o uso reduzido ou nulo de agro--químicos, a inexistência de fontes de poluição nas proximi-dades das explorações e a reconhecida qualidade da água da rega.

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O presidente da Federação Nacional dos Apicultores de Por-tugal (FNAP) reclamou a classificação urgente da Vespa Asi-ática como espécie invasora, considerada fundamental para avançar no combate, sob pena de se tornar um problema de saúde pública.

Manuel Gonçalves explicou que sem a integração deste insecto na lista de espécies exóticas invasoras é impossível avançar para o passo seguinte que é uma real avaliação dos impactos e combate a este predador de insectos, nomeada-mente das abelhas.

A decisão cabe ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e a classificação de espécie invasora “facili-tará o acesso do Estado e do sector apícola ao financiamento público necessário para a monitorização e controlo deste pre-dador”, segundo a federação.

O presidente ressalva que tem havido vontade institucional, mas sem este passo alerta que a Vespa Velutina, vulgarmente conhecida como vespa asiática, pode tornar-se num problema de saúde pública.

Ao prolongar-se a situação no tempo, o que irá “suceder é que ela dissemina-se por todo o país e depois os prejuízos poderão quadruplicar”, vincou o dirigente realçando que até agora “tem sido o sector apícola a tentar reduzir a grande pro-pagação desta espécie”. “Sentimos que estamos a sofrer os prejuízos dessa espécie e que a resposta que está a ser dada não é uma resposta eficaz. É necessário avançar, se não hou-ver dinheiros comunitários tem de ser com dinheiros nacionais, é uma obrigação do Estado ir de encontro às necessidades da produção”, defendeu.

Os apicultores queixam-se dos prejuízos, mas ainda não é possível quantificar “sem o trabalho de avaliação do impac-to económico do sector (que) será a primeira fase, quando for considerada como espécie invasora”.

A classificação “modifica tudo, porque dá a possibilidade de fazer um estudo do impacto económico, toda a avaliação da parte das autoridades portuguesas, para poder ou prosseguir com a sua eliminação ou verificar que na verdade o impacto não é tão grande como nós pensamos”, continuou.

Até agora, segundo disse, o que tem sido feito, desde o apa-recimento do insecto em Portugal há cerca de quatro anos, é uma monitorização dos locais onde vai aparecendo, com re-gistos desde o Minho a Coimbra, e algumas actuações pontu-ais “exclusivamente dos apicultores com o apoio das Comu-nidades Intermunicipais (CIM) e da Protecção Civil municipal”.

Manuel Gonçalves referiu que esta espécie tem grande ca-pacidade de multiplicação e adaptação e “como não tem pre-dadores que regulem a sua existência poderá ser um infestan-te de tal forma que comece a trazer problemas às pessoas”. “Já apareceram alguns ninhos em locais como contadores de

Segundo o presidente da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal

Apicultura reclama classificação urgente de Vespa Asiática como espécie invasora

água. Uma espécie que não tem predadores, que se multiplica com grande facilidade e que ninguém mais faz nada por ela é um invasor de grande propensão que, além dos prejuízos que traz a um sector económico que está em grande expansão (apicultura), é também um problema de saúde pública, nome-adamente de ataques às pessoas”, afirmou.

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Segundo o Instituto Nacional de Estatística

Ajudas pagas aos produtores florestais subiram 29,1% para 100 ME em 2013

As ajudas que são pagas aos produtores florestais aumenta-ram 29,1% em 2013, face ao ano anterior, para 100,4 milhões de euros, indicou o INE. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), que publicou um destaque relativo às contas económi-cas da silvicultura, verificaram-se subidas em todos os tipos de apoios à produção florestal, nomeadamente nos subsídios aos produtos, outros subsídios à produção e as transferências de capital.

O INE indicou que o total de ajudas à produção florestal, em 2013, foi de 100,4 milhões de euros, a preços correntes e de acordo com dados ainda provisórios. Neste valor, incluem-se 77,22 milhões de euros em subsídios e 23,19 milhões em trans-ferências de capital.

Em 2013, ano para o qual os dados divulgados são ainda provisórios, a taxa de apoio à produção foi de 6,6%, ou seja, os montantes pagos corresponderam a 6,6% do valor da produção na actividade silvícola, que a preços correntes totalizou 879,18 milhões de euros.

O INE indica ainda que a taxa de apoio à produção registada em 2013 foi a mais elevada desde o início da actual série, em 1986, representando mais 1,2 pontos percentuais que em 2012 e mais 3,1 pontos percentuais que em 2000.

Quanto ao valor acrescentado bruto (VAB) das actividades silvícola e de exploração florestal, cresceu 6% em 2013 face ao ano anterior, em termos reais, indica também o INE. Esta evo-

lução teve origem na “conjugação do aumento, em volume, da produção (mais 4,3%) e a relativa estabilização do consumo in-termédio (mais 0,3%)”, explica o instituto.

Entre 2000 e 2009, o VAB da silvicultura diminuiu de ano para ano, mas desde 2010 observou-se “uma inflexão com acrésci-mos anuais sucessivos”, que se traduziu num crescimento médio anual de 6,1% em volume e 6,8% em valor, entre 2010 e 2013.

Quanto ao valor da produção da silvicultura, registou um au-mento nominal de 5,5% em 2013, face ao ano anterior, devido a acréscimos de 6,7% na produção de madeira, de 6% na produ-ção de cortiça e de 2,9% nos serviços silvícolas.

O produto com maior importância em 2013 foi a madeira para triturar, que representou 44,6% da produção de bens florestais nesse ano, e tem mostrado uma tendência de acréscimo do seu peso relativo desde 2008, indica o INE.

A madeira para triturar destina-se sobretudo à indústria de pasta de papel, à produção de madeira para fins energéticos, como ‘pellets’ (usados em salamandras), e ao fabrico de aglo-merados. As espécies de árvores mais utilizadas são pinheiros bravos e eucaliptos. Pelo contrário, o peso da produção de cor-tiça foi diminuindo de 2008 até 2013, representando nesse últi-mo ano 29,1% dos bens florestais produzidos.

Ainda assim, em 2013, a produção de cortiça cresceu 6% em termos nominais, face ao ano anterior, devido a subidas no volu-me produzido (mais 1,9%) quer nos preços (mais 4%).

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A aérea ardida este ano mais do que duplicou em relação ao mesmo período de 2014, tendo os incêndios florestais consu-mido 14.971 hectares, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

O relatório provisório de incêndios florestais do ICNF indica que, entre 01 de Janeiro e 15 de Junho, registaram-se 6.113 fogos, mais 3.578 do que no mesmo período de 2014, significando que as ocorrências também mais do que duplicaram em relação a 2014. Das 6.113 ocorrências de fogo, 1.511 dizem respeito a in-cêndios florestais e 4.602 a fogachos, adianta o documento.

Segundo o ICNF, os 6.113 incêndios resultaram em 14.971 hec-tares de área ardida, mais 9.446 do que no mesmo período de 2014, quando as chamas consumiram 5.525 hectares. “Compa-rando os valores do ano de 2015 com o histórico dos últimos 10 anos (2005-2014), destaca-se que se registaram mais 16% de ocorrências relativamente à média verificada no decénio 2005-2014 e que ardeu mais 37% do que o valor médio de área ardi-da nesse período”, indica o documento, sublinhando que 2012, 2005 e 2009 são os anos que registaram valores de área ardida superiores aos de 2015.

O ICNF indica também que os distritos do Porto (1.207), Braga (785) e Vila Real (710) são os que registaram, até 15 de Junho, mais ocorrências de fogo, sendo a maioria de reduzida dimensão. Já, os distritos de Viana do Castelo, Braga e Aveiro

Em relação ao mesmo período de 2014

Área ardida este ano mais do que duplicou foram os mais afectados pela área ardida, com 3.317, 2.308 e 2.258 hectares, respectivamente.

O relatório refere igualmente que Março (1.995), Abril (1.438) e Maio (1.343) foram os meses com maior número de incêndios, tendo sido também nessa altura que as chamas consumiram mais hectares. De acordo com o documento, 6.565 hectares arderam em Abril, seguindo-se Março, com 4.875 hectares, e Maio, com 2.293.

“Nos meses correspondentes à primavera de 2015 (Mar-ço, Abril e Maio) registaram-se valores de ocorrências men-sais superiores às respectivas médias do decénio anterior (2005-2014), com maior expressão nos meses de Abril e Maio. Também a área ardida associada aos meses de Abril e Maio é substancialmente superior às médias mensais dos últimos dez anos”, refere o relatório. O ICNF justifica estes valores com o facto de a primavera este ano ter sido muito quente e muito seca, além de terem ocorrido três ondas de calor entre Março e Abril.

O primeiro relatório deste ano do ICNF sobre os fogos indica ainda que se registaram 18 grandes incêndios que queimaram 5.298 hectares de espaços florestais, ou seja, cerca de 35 por cento do total da área ardida até 15 de Junho.

O maior incêndio ocorreu a 02 de Abril em Pessegueiro do Vouga, distrito de Aveiro.

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O Governo aprovou um novo sistema de seguros agrícolas que, segundo a ministra da Agricultura, custa ao Orçamento do Estado quase metade do anterior modelo e oferece mais coberturas aos agricultores.

Assunção Cristas afirmou que o novo modelo de apoios à contratação de seguros agrícolas, que permite o recurso a fundos europeus, é “melhor para os agricultores, com mais co-berturas, melhor para as seguradoras, porque têm a garantia de pagamento atempado das verbas em causa, e melhor para o Orçamento do Estado”.

Quanto ao Orçamento do Estado, a ministra adiantou que “reduzimos em cerca de 94% aquilo que estava normalmente orçamentado para os seguros. Passamos de uma média de 14 milhões de euros para 830 mil euros de gasto de dinheiro pú-blico nacional por ano, e passamos a poder utilizar os fundos comunitários para ajudar a financiar este novo modelo”.

De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, o novo sistema de seguros agrícolas inclui “um leque mais alar-gado de eventuais coberturas, abrangendo os seguros de co-lheitas, de animais e plantas, o seguro vitícola de colheitas e o seguro de colheitas de frutas e produtos hortícolas no âmbito dos fundos agrícolas europeus”.

Assunção Cristas começou por considerar que Portugal ti-

Já aprovado pelo Governo

Novos seguros agrícolas custam menos ao Estado e têm mais coberturas

nha “um sistema antigo, oneroso para os agricultores, oneroso para o Orçamento do Estado” e que “penalizava muito o mi-nistério na parte das dívidas às seguradoras”. O Estado tinha “dívidas acumuladas de várias dezenas de milhões de euros”, referiu, sem indicar um valor preciso.

Segundo a ministra da Agricultura e do Mar, o Governo co-meçou por “estancar o sistema que existia, e que além do mais era muito pouco atractivo para os agricultores, e tinha elegibi-lidades e coberturas que não eram as melhores”. “Estancámos com esse modelo, parámos com aumento da dívida às segura-doras, acertámos um plano de pagamento dessa dívida, por-tanto, pusemos também ordem na casa nessa matéria”, disse. “Depois, desenvolvemos, em conjunto com Bruxelas, a possibi-lidade de criar um novo sistema de seguros mais atractivo para os agricultores, que permitisse ter mais gente a aderir a esse modelo, que permitisse ter mais coberturas, com uma apólice comum a todas as áreas, e depois com a possibilidade de haver apólices específicas para sectores”, acrescentou.

Segundo a ministra da Agricultura, a aplicação do novo mo-delo começou “com o sector da vinha, com as frutas e hortíco-las” e agora no quadro do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 pode ser estendida “a todas as áreas”, com “o financia-mento de fundos comunitários”.

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A Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas (FPCG) congratula-se, sobremaneira, pela aprovação do Pro-jecto de Resolução nº 1453/XII que institui o Dia Nacional da Gastronomia Portuguesa. Apresentada pela FPCG aos Grupos Parlamentares do PSD, CDS e PS, a proposta do reconheci-mento do Dia Nacional da Gastronomia era um objectivo a cumprir pelo reconhecimento da sua importância enquan-to elemento económico, cultural e social. Transversal a toda vida dos indivíduos, e mais importante do que é habitualmente considerada, a gastronomia integra uma multiplicidade de re-alidades que contribuem decisivamente, quer para o desenvol-vimento económico de Portugal, quer para a afirmação da sua identidade.

Após um longo processo que incluiu persistência, perseve-rança e muita confiança no valor da gastronomia e no traba-lho das Confrarias, o objectivo foi alcançado com a instituição em plenário na Assembleia da República, por unanimidade, do Dia Nacional da Gastronomia. Sem dúvida, todas as confrarias estão de parabéns, já que esta aprovação é também o reco-nhecimento da importância do trabalho desenvolvido pelas associadas.

Gastronomia portuguesa é património cultural imaterial, é o tangível de um enorme intangível. É saber-fazer, é a singulari-dade dos processos de produção que trazem ao de cima, como o azeite na água, a arte da cozinha. É exuberância, multiplici-dade, diversidade. Cada região apresenta uma paleta de sa-bores, aromas e texturas que a individualizam e a fundem num colectivo harmonioso.

A diversidade é riqueza e não defeito e é o resultado da con-fluência de várias culturas gastronómicas como sejam, a dieta mediterrânica centrada na trilogia do vinho, trigo e azeite, na dieta continental fundamentada nas especificidades das raças autóctones e na dieta atlântica resultante da extensa costa enquanto reserva piscícola de Portugal.

Falar de gastronomia é também falar de produtos certifi-cados que dão suporte às economias locais. É também reci-

Dia Nacional da Gastronomia Portuguesaprocidade com o mundo. Desde sempre que se construiu pelo encontro com outros povos e culturas dando origem a sabores singulares. Gastronomia Portuguesa é alimentação variada e colorida que permite uma vida saudável. É a conjugação de ali-mentos que dão anos de vida. É elemento de atracção turística às pequenas e grandes localidades. Vamos porque queremos saborear e conhecer um pouco mais de determinado produto. O turista quer conhecer o produto, saber mais sobre ele, aju-dar a produzir. Gastronomia é a aliança incontestada entre o vinho e o que se põe no prato. É o sólido e o líquido em perfeita conjugação.

Presente na vida de todos nós, é preciso lembrar a sua im-portância e trazer de novo para a mesa dos portugueses a diversidade, riqueza e cor da gastronomia que ao longo de sé-culos foi sendo aprimorada e que todos os dias se transforma e reinventa. Por tudo isto, considera a FPCG que este dia repre-senta um importante passo para a valorização da gastrono-mia num plano mais do que circunstancial e efémero. Sendo as confrarias e a Federação que as agrega, instituições centradas na promoção e defesa da gastronomia, consideramos que a concretização deste Dia marcará o reconhecimento da sua im-portância económica e cultural. Mais do que um dia, será uma oportunidade para toda a sociedade portuguesa centrar a sua atenção nas virtudes, na história, nas curiosidades, no que ela revela da portugalidade que nos caracteriza. É, com certeza, Portugal que se afirma para dentro e para fora de si próprio.

A FPCG irá concentrar todos os seus esforços para que, no próximo ano, o último domingo de Maio represente o culminar de uma celebração que inclua instituições públicas e privadas, que inclua todas as gerações num conjunto de actividades que transparecem a transversalidade da Gastronomia Portuguesa.

Um Bem Haja a todos os confrarias pela partilha deste im-portante momento na vida do nosso movimento.

Olga CavaleiroPresidente do Conselho Directivo da FPCG

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Ano X - N.º 250Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo e Fernando FerreiraOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 362, Loja 11, Fracção AH - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica NovelGráfica | Telf. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121-123, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

A Ministra da Agricultura visitou o projecto de beneficiação florestal em Monteiros, freguesia do Bragado, no concelho de Vila Pouca de Aguiar. Assunção Cristas foi recebida pelo presi-dente da Câmara, Alberto Machado, numa sessão que decor-reu nas instalações do Centro Hípico de Pedras Salgadas.

Duarte Marques, da Aguiarfloresta, apresentou o projec-to, que também tem como parceiros o Conselho Directivo de Monteiros, o Centro Pinus e o Instituto da Conservação da Na-tureza e das Florestas (ICNF), que visou a intervenção mecâni-ca para alinhamento de 250 hectares de pinhal.

Já a avançar no terreno está um novo projecto de interven-ção, desta feita numa área de cerca de cinco mil hectares que abrange as freguesias de Bragado, Capeludos de Aguiar e a união de freguesias de Pensalvos e Parada de Monteiros que, segundo a Ministra da Agricultura, terá no PDR 2020 o apoio para dar continuidade ao trabalho desenvolvido nesta área do vale do Tâmega. Assunção Cristas relevou o saldo positivo do sector florestal e da procura que existe de matéria-prima, em especial de pinheiro-bravo.

Alberto Machado sublinhou a extensão de baldios no territó-

Com um outro projecto de intervenção em marcha

Ministra visita projecto florestal em Vila Pouca de Aguiar

rio concelhio e a importância do sector florestal na socioeco-nomia local. O autarca desafiou todos os agentes envolvidos nas florestas para assumirem responsabilidades no desenvol-vimento do sector. No final da sessão, a comitiva deslocou-se ao terreno para verificar os trabalhos já realizados.

Autarca focou pontos essenciais para o sector florestal na região

A proximidade da Ministra da Agricultura, Assunção Cristas, às comunidades locais permitiu uma visita à área do projecto de intervenção florestal. O autarca Alberto Machado salien-tou a “importância de implementação de medidas preventivas para a vespa do castanheiro” e obteve junto da governante que o Ministério está a criar pontos com as autarquias para a introdução do parasitóide e que está a acompanhar o proces-so com acções conjuntas com associações representativas do sector.

Alberto Machado salientou à Ministra da Agricultura para a importância dos Fundos Comunitários para “alavancar as ex-plorações agrícolas e florestais”, tendo relevado as necessida-des de “criação de pontos de água, recuperação de caminhos agrícolas e florestais e a implementação de projectos de re-gadio”.

Por sua vez Duarte Marques, da Aguiarfloresta, referiu que a Câmara Municipal e as organizações florestais “estão cons-cientes do potencial florestal e têm procurado apoiar e execu-tar uma estratégia florestal, articulada com as entidades lo-cais, designadamente com as gestoras de baldios – Conselhos Directivos e Juntas de Freguesia – e também com os proprie-tários florestais, que assenta em criar as condições para o au-mento de competitividade deste sector de forma a aumentar a sua atractividade e o investimento”.

Para aquele responsável, “o projecto de aproveitamento da regeneração natural do baldio de Monteiros é um excelen-te exemplo de investimento no sector florestal, que mereceu a receptividade das entidades locais e nacionais e que está a dar origem a um projecto de maior amplitude para o apro-veitamento de regeneração natural de pinhal, envolvendo os órgãos gestores dos baldios das freguesias de Capeludos e Bragado e da União de Freguesias de Pensalvos e Parada de Monteiros”, salientou Duarte Marques.

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Breves

Alterações ao regimeda Reserva Agrícola Nacional prometem facilitar decisões

O Conselho de Ministros aprovou a alteração do regime jurídicoda Reserva Agrícola Nacional (RAN) que inclui procedimentos simplificados durante a consulta à entidade nacional da RAN.De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, que não detalha as alterações em causa, as medidas reflectem a “evolução pro-cedimental e normativa em sede de ordenamento do território”, bem como a elaboração de novas cartas da RAN no âmbito dos planos direc-tores municipais de segunda geração. “Em matéria de acompanhamento e aprovação da proposta de delimi-tação da RAN no âmbito da formação de planos territoriais de âmbito intermunicipal ou municipal, procede-se a uma simplificação procedi-mental quando ocorre a consulta da entidade nacional da RAN”, adianta o comunicado. Uma das principais missões da entidade nacional da RAN é emitir pare-ceres vinculativos nas áreas da RAN, para utilizações não agrícolas ex-cepcionalmente permitidas, desde que consideradas compatíveis com os objectivos de protecção da actividade agrícola e deliberar sobre os recursos dos pareceres vinculativos desfavoráveis emitidos pelas enti-dades regionais da RAN. A utilização de terrenos inseridos em RAN para fins não agrícolas, in-cluindo deposição de entulhos, construção de edificações, é proibida, podendo, no entanto, ser autorizadas utilizações não agrícolas mediante parecer favorável das Entidades Regionais da Reserva Agrícola Nacional.

Cidade do Vinho na Feira Internacional do Artesanato

A Câmara de Reguengos de Monsaraz vai estar representada na Feira Internacional do Artesanato para promover a Cidade Europeia do Vinho 2015, informou o município alentejano.Nesta feira, que vai decorrer até ao dia 05 de Julho na Feira Internacional de Lisboa, a autarquia vai ter um stand promocional decorado com ima-gens alusivas às vinhas e à vila medieval de Monsaraz, que dará destaque aos vinhos produzidos no concelho e onde haverá provas diárias dos vi-nhos oficiais da Cidade Europeia do Vinho.No espaço da autarquia vão também ser promovidas as potencialidades do concelho ao nível do património, restauração e alojamento, através da distribuição de guias de turismo e de folhetos com a programação anual da Cidade Europeia do Vinho 2015.

DRAPN promove seminários “A Nova Agricultura no Norte” O PDR 2020 foi um dos primeiros programas a ser enviado para aprova-ção da Comissão Europeia e acabou por ser um dos quatro primeiros a ser aprovado, num total de 118 programas de desenvolvimento rural (nacio-nais e regionais). Portugal mantém-se no pelotão da frente na execução da Política Agrícola Comum 2014-2020. Já estão abertas desde o ano passado várias medidas do PDR2020.Neste contexto, a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte vai realizar três Seminários “A Nova Agricultura no Norte”, onde preten-demos divulgar o PDR 2020 e também abordar temas como a Bolsa de Terras, as novas regras do plantio da vinha, os seguros de colheita/agrí-colas e a constituição de organizações de produtores”, que terão lugar em Lamego, no dia 2 de Julho, pelas 14 horas, e em Chaves, no dia 7 de Julho de 2015, pelas 14 horas.O conhecimento para os interessados nos apoios no âmbito do desen-volvimento Rural, a organização da produção, bem como a necessidade de gestão do risco como garantia da protecção do rendimento dos agri-cultores, são sem dúvida instrumentos que em muito poderão contribuir para o desenvolvimento sustentável da agricultura da região Norte com a consequente criação de riqueza para os produtores.

O Município de Oliveira de Frades promove, de 15 a 19 de Julho, as Festas do Concelho, que este ano terão como cabeça de car-taz Pedro Abrunhosa & Comité Caviar. Estas festas, à semelhança do ano transacto, são realizadas sob o mote “Capital do Frango do Campo” e contarão com a VI Mostra Gastro-nómica do Frango, que tem o apoio da em-presa Campoaves e a participação das Con-frarias dos Gastrónomos da Região de Lafões e do Frango do Campo, assim como um show-cooking apresentado por conhecidos chefes de cozinha.Durante esses dias, haverá uma diversidade de espectáculos e atracções culturais que in-cidem sobre várias áreas, desde a música ao desporto. De realçar o “Oliveira Racing Day”, um festival de acrobacia aérea e de despor-tos motorizados, que decorrerá no próximo dia 19 de Julho e os Jogos Tradicionais Inter Freguesias que irão decorrer durante essa semana, de quarta a sexta-feira. Em termos musicais, registar-se-á, ainda, a actuação dos Putz Grilla e do Grupo Republika, a final do concurso de karaoke, bem como a pre-sença de diversos DJs. De destacar, também, os espectáculos do imitador Pedro Soares e o “Deixem o Pimba em Paz” de Bruno Nogueira & Manuela Aze-vedo, nos dias 18 e 19 de Julho, respectiva-mente.No Largo da Feira, haverá o encontro de ran-chos folclóricos, a exposição da mostra das potencialidades do concelho, nomeadamen-te o artesanato e a gastronomia e, ainda, um espectáculo piromusical que encerrará as Festas do Concelho.

De 15 a 19 de Julho

Oliveira de Frades promove Festas

do Concelho

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Chegou o verão e com ele mais uma temporada dos Encontros de Gas-tronomia, a nova designação dos festivais “Super Gastronómicos” que a Super Bock e a EV-Essência do Vinho têm promovido nos últimos anos, de norte a sul do país. O calendário 2015 vai conhecer um total de quatro etapas – em Lisboa, Porto, Setúbal e Guimarães.

Tascas no Cais, em Lisboa, terá honras de abertura de 9 a 19 de Julho. No Cais do Sodré, debruçado sobre o rio Tejo, o recinto do festival terá quatro restaurantes representados.

Segue-se a terceira edição de Marisco no Largo, de 13 a 23 de Agosto, no Largo José Afonso, em Setúbal. Ainda em agosto, em Guimarães, de 27 até ao dia 6 de Setembro, estreia-se Guimarães nas Artes. Por fim, de 3 a 13 de Setembro será realizada a quarta edição de Francesinha na Baixa, o festival que os portuenses já não dispensam.

Nas quatro diferentes etapas desta temporada, Encontros de Gastro-nomia vão demonstrar a versatilidade gastronómica das cervejas arte-sanais Super Bock Selecção 1927 – Imperial Stout, Cascade Blond Lager, Munich Dunkel e Bavaria Weiss. O convite passará por harmonizá-las com diversas tipologias de gastronomia, diferentes receituários e formas de confecção.

Organizados pela Super Bock e EV-Essência do Vinho nos meses de Verão

Encontros de Gastronomia em quatro cidades

do país

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