gazeta rural nº 256

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Director: José Luís Araújo | N.º 256 | 30 de Setembro de 2015 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural.com Bravo? Em Esmolfe!

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Gazeta Rural nº 256 A Festa da Maçã Bravo de Esmolfe está em destaque na edição de 30 de Setembro da Gazeta Rural. Nesta edição falamos também da Festa da Maçã de Armamar, viajamos pelo mundo da gastronomia e do vinho, pelos Açores, as questões em torno do castanheiro, bem como outras noticias que marcam a actualidade.

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Director : José Luís Araújo | N.º 256 | 30 de Setembro de 2015 | Preço 2,00 Euros | www.gazetarural .com

Bravo? Em Esmolfe!

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Sumário

04 Feira da Maçã Bravo de Esmolfe a 11 de Outubro06 Armamar promove Feira da Maçã de 23 a 25 de Outubro08 Projecto Endògenos presente no Wine Azores 201509 RuralBeja afirma potencialidades e os recursos naturais da região10 Serpa promove e divulga a arte equestre11 Cem restaurantes disputam melhor harmonização entre comida e vinho do Porto12 Festival em Alijó promove vinho moscatel e pão13 Essência do Vinho Porto terá nova edição em Fevereiro de 201614 Encontro com o Vinho e Sabores promove a marca Bairrada17 Viseu promove festival literário associado à temática do vinho19 Empresa de Chaves lança no mercado vinho para

comer22 UTAD apresentou solução para combate à Doença da Tinta no Castanheiro23 VI Encontro Europeu da Castanha “foi o melhor de sempre”24 UTAD aplica TAC’s em animais para avaliar a qualidade da carne25 Viseu prepara medidas para combater interioridade de freguesias sensíveis26 Feira do Empreendedorismo Agrícola pode rumar a Sul31 Açores estuda pastagens para perceber onde se produz leite com mais iodo33 Emparcelamento em 4.600 ha ajuda sector hortícola35 FAO diz que a chave para a crise migratória está na protecção e investimento nos meios de subsistência rurais”36 Novo regime da Reserva Agrícola permite anular acções de interesse público38 Vinhos Verdes seduzem trade da Suíça

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O parque de exposições de Esmolfe, em Penalva do Castelo, recebe a 11 de Outubro mais uma edição da Feira da Maçã Bravo de Esmolfe, certame que visa promover e divulgar aquela que é considerada a ‘rainha’ das maçãs portuguesas.

No âmbito da feira, promovida pela Câmara de Penalva do Castelo, vai decorrer o concurso “Delí-cia de Maçã Bravo de Esmolfe”, em que obrigatoria-mente esta maçã é o ingrediente obrigatório. Este tem como objectivo criar ou reinventar um doce ou bolo típico para o concelho, estimulando a inovação e o empreendedorismo.

Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Penalva, espera uma grade adesão de produtores e de público ao evento, num ano em que há um aumento de produção desta variedade e de excelente qualidade.

Gazeta Rural (GR): Haverá novidades na Feira da Maçã deste ano?

Francisco Carvalho (FC): Vai ser nos moldes de anos anteriores. Contamos que haja uma adesão significativa dos nossos produtores e está tudo apostado numa grande parti-cipação.

Diz Francisco Carvalho, presidente da Câmara de Penalva do Castelo

“É um ano bom de maçã Bravo de Esmolfe em quantidade e qualidade”

Os produtores andam animados, porque a qualidade da maçã é boa e a produção também superou as expectativas. Estão assim lançados os ingredientes para uma grande festa, onde esperamos ultrapassar os seis mil visitantes do ano pas-sado.

GR: O aumento de produção tem a ver com a chega-da de novos produtores?

FC: Há dois novos produtores de maçã. São dois jovens que se dedicaram à produção da maçã, mas os pomares ainda são novos. No entanto, os produtores existentes já estão, quase todos, a produzir na capacidade máxima, o que, aliado a um bom ano, justifica o aumento da produção de maçã Bravo de Esmolfe.

Em face disso, vamos fazer um controlo apertado na Feira, onde só poderá ser vendida maçã certificada, ou, pelo menos, embalada em condições iguais para todos os produtores.

GR: Quer dizer que só poderá estar na feira quem cumprir o regulamento?

FC: Sim. Vamos ser mais rigorosos do que no ano anterior. A experiência ajuda, pois em 2014 foi a primeira feira organizada pelo actual executivo. Facilitamos um pouco e quando demos conta havia produtores a fazer concorrência desleal, vendendo maçãs em caixas de plástico, que levam mais quantidade e que não tinham a apresentação devida. Venderam mais barato do que os outros que fizeram a selecção da maçã e a apresenta-ram em embalagens certificadas.

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GR: Ouvimos dizer, com frequência, que já não há maçã Bravo de Esmolfe como antigamente?

FC: Temos na área do nosso concelho alguns exemplos que podem confirmar o que diz. De facto, quando o produtor pro-cura mais rentabilidade do seu pomar, cai às vezes no vício de desprezar as características genuínas da maçã e a sua quali-dade. Felizmente, ainda temos produtores que se preocupam com isso. Outros, porém, querem obter lucro fácil. Há porta en-xertos que não têm as características dos de antigamente, mas que dão mais produção.

Quem vier à Feira poderá constatar que ainda há produtores que se preocupam com isso, apresentando maçã genuína, pro-vavelmente não tão vistosa, mas, garantidamente, muito mais saborosa.

GR: Nesses porta enxertos a maturação faz-se mais tarde?

FC: Sim, a maturação faz-se mais tarde, porque para obte-rem maior produção os pomares estão em terrenos que não são os mais adequados, o que, de certo modo, descaracteriza o produto.

Felizmente, ainda há produtores que se preocupam mais com a qualidade do que com a quantidade e estes acabarão por vingar no mercado. É que hoje o consumidor está mais atento e informado. Quem for à feira vai dar conta que o produtor que tiver boa maçã, embora sendo mais cara, esgota primeiro que a de outros de menor qualidade.

GR: Há uns anos um estudo revelou qualidades organolépticas da maçã Bravo de Esmolfe óptimas para a saúde. Aproveitou-se bem esse estudo?

FC: Hoje o consumidor está muito mais informado, graças

ao trabalho feito ao longo dos anos. A maçã Bravo de Esmolfe já é conhecida e é, garantidamente, a rainha das maçãs por-tuguesas.

Hoje as pessoas já não trocam o nome, já a conhecem, e isso deve-se ao trabalho feito pela Câmara de Penalva do Castelo, da FELBA e de outros concelhos que a comercializam, nomea-damente Mangualde e Moimenta da Beira, mas também várias organizações intermunicipais.

O seu reconhecimento fez com que tenhamos convites para levar a maçã Bravo de Esmolfe ao estrangeiro. Já se procura saber mais sobre esta maçã, que tem um odor inconfundível, um sabor que a diferencia de todas as outras. Tem caracterís-ticas únicas, até para a saúde, e o consumidor não se importa de pagar mais por ela.

GR: Os produtores têm aderido à certificação, apostando num produto com denominação de origem protegida?

FC: No último ano estiveram meios adormecidos. Sentem que a maçã está sempre vendida e como não têm problemas de escoamento, não se preocupam com essas questões que no futuro são importantes. E estes aspectos burocráticos são muito simples e até nem têm custos, pois a Câmara suporta--os. Se um produtor se dirigir à câmara municipal ou a FELBA tratam-lhes do processo, que é muito simples.

A maior parte dos produtores já tem alguma idade e não es-tão para se meter em trabalhos. Repito, o processo é simples e nós tratamos do processo. Continuaremos com o trabalho de informação junto dos produtores, fazendo-lhes sentir os be-néficos da certificação e que os custos são suportados pelo município.

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Armamar vai promover mais uma edição da VIII Feira da Maçã, certame que decorre de 23 a 25 de Outubro e que pretende divulgar e promover as actividades económicas da região. O objectivo do Município passa por atrair visitantes, valorizando as actividades tradicionais e económicas de Armamar.

Para o presidente da Câmara, em conversa com a Gazeta Rural, o evento “pretende promover o sector primário, onde a maçã é rainha e por isso Armamar é conhecida como ‘Capital da Maçã de Montanha’. João Paulo Fonseca diz que a área de regadio da barragem de Lumiares vai ser ampliada e reconhece que a falta de armazéns de frio é uma preocupação.

Gazeta Rural (GR): O que representa a Feira da

maçã para o concelho? João Paulo Fonseca (JPF): A Feira da Maçã é o maior

certame ligado ao sector agrícola e pretende promover a maçã, um produto de excelência que se produz no nosso con-celho. Armamar, enquanto concelho, é o maior produtor de maçã no Douro-Sul. Sabemos, contudo, que há outras regiões que também têm produção de maçã em grande escala.

Esta Feira, como referi, pretende promover o sector primário, onde a maçã é rainha e por isso Armamar é conhecida como ‘Capital da Maçã de Montanha’. Para além maçã há outros pro-dutos de qualidade, produzidos no concelho, como o vinho e

Vai decorrer de 23 a 25 de Outubro

Feira da Maçã promove também actividades económicas de Armamar

o azeite que começam a ganhar expressão, tal como a cereja. Contudo, Armamar é o concelho que mais maçã produz em al-titude, de grande qualidade e diferenciadora no mercado.

Este certame tem um objectivo principal que é a promoção e divulgação deste produto junto dos consumidores, não só nacionais mas também internacionais, porque já percebemos que a maçã de Armamar já captou interesse além-fronteiras. Cerca de 20% da produção é vendida directamente para Espa-nha. Temos empresas no concelho que já estão a exportar para mercados emergentes como o Brasil, Dubai ou Angola, onde, face às dificuldades financeiras que este país atravessa, houve alguma quebra das exportações.

Pretendemos, também, com a feira fazer perceber aos con-sumidores a excelência e a qualidade da nossa maçã e quere-mos que as pessoas a tenham como referência no mercado.

GR: A construção da barragem de Lumiares, no rio Temilobos, não resolveu totalmente a questão do re-gadio, especialmente nas partes mais altas do conce-lho. Há alguma solução em marcha?

JPF: A construção da barragem obedeceu a um projeto da responsabilidade total da Direcção Regional da Agricultura do Norte, que é proprietária da mesma. Sem pôr em causa a sustentabilidade do projecto, este definia uma área de cerca de 500 hectares como perímetro de rega da albufeira. O com-portamento da barragem, ao longo destes 6 anos, fez-nos perceber que é possível aumentar o perímetro de rega e essa é a vontade do município. Aliás, já temos um pré-projecto de ampliação da rede e do perímetro de rega, que se estende por

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uma zona produção de excelência de maçã e onde existe a maior mancha de pomares con-solidada. Aliás, no concelho há manchas mais consolidadas que outras.

O município apresentou na Assembleia Municipal um pré-projecto de ampliação do perímetro de rega da barragem, que vai ser candidatado ao PDR 2020, que visa aumentar a capacidade e o perímetro em cerca de 300 hectares de área irrigada.

Percebo as críticas ou as sugestões dos fruticultores, mas compreendemos que esse projecto foi definido na altura com a direcção regional. Do perímetro de rega de 500 ha, só 350 correspondem a área de pomar. Há tam-bém áreas de hortícolas, florestais e de vinha.

Acredito que nos próximos dois anos o au-mento do perímetro de rega será uma realida-de, o que trará ganhos efectivos e importan-tes, nomeadamente no aumento da produção da maçã, porque percebemos que produzir maçã com rega é uma coisa e em terrenos de sequeiro é outra.

GR: Há muito que se fala na necessi-dade de aumento da capacidade de frio e os produtores queixam-se disso?

F: Acho que não são propriamente queixas, mas sim preocupações dos nossos fruticulto-res. Armamar tem uma capacidade de frio que é insuficiente para o aumento da produção, que nos últimos três anos se cifrou em cerca de 30%, facto que não tem sido acompanha-do com infraestruturas de retaguarda, que são importantes para salvaguardar o valor do produto. Armamar dispõe hoje de cerca de 30% de capacidade de frio de qualidade, mas o mercado global não se compadece com isso e essa é uma preocupação.

O concelho foi pioneiro, há 25 anos, em câ-maras frigoríficas que hoje não têm a capa-cidade que se exige ao mercado atual. Hou-ve e há bastantes investimentos em frio, mas de uma forma dispersa. Para além da Frutas Cruzeiro II, que tem capacidade para seis mil toneladas de frio, não temos mais nenhuma grande unidade com capacidade de armaze-namento e de frio.

Isso é um problema para o qual a autarquia está atenta, mas percebemos que hoje é difícil convencer os fruticultores, que já têm unida-des dispersas pelo concelho, construir novas infraestruturas. Não se concentram as unida-des de frio porque elas já existem, em dimen-são mais reduzida, dispersas pelo concelho.

Percebemos que a concentração do produ-to é importante para fazer face às exigências do mercado, nomeadamente as encomendas das grandes superfícies, para além de que isso valoriza o produto. A exportação só se conse-gue fazer com produtos de excelência que nós já temos, mas também com a concentração do produto numa unidade que tenha capaci-dade negocial para fazer face as exigências do mercado internacional.

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O Projecto Endògenos, iniciativa que promove experiências gastronómicas com o objectivo de preservar, dignificar e va-lorizar os produtos autóctones portugueses, provenientes da terra e mar, e suas origens, vai estar presente no Wine Azores 2015, de 16 a 18 de Outubro, com uma tasca nativa com o Chef António Alexandre.

A iniciativa marca o regresso do Endògenos que vai a Ponta Delgada pelo segundo ano consecutivo, desta vez com o Chef António Alexandre (Chefe executivo do Lisbon Marriott Hotel e chefe fundador do projecto Endògenos, a par com Nuno Nobre).

Após o sucesso do ano passado com a presença do Chef Cláudio Pontes, António Alexandre é o Chef Endògenos que se segue e confeccionará pratos ao vivo para os participan-tes degustarem, exclusivamente com produtos autóctones dos Açores.

Na mesma tasca nativa Endògenos, serão novamente servi-dos um conjunto de cocktails de autor preparados igualmente com produtos dos Açores, criados pelo Jukebox Bar, o bar gas-tronómico de conceito Endògenos, situado na Ericeira, o qual marca presença no evento no mesmo espaço.

Depois de organizar o Festival internacional do Ouriço-do--mar na Ericeira, em Abril deste ano, o Endógenos avança também com a produção do X Festival do Marisco de Ribamar, concelho de Mafra, com a valorização do Cidrão, em Novem-

Com 11 degustações em 2014 e 2015

Projecto Endògenos presente no Wine Azores 2015

bro, no Mosteiro de Tibães, entre outros.Nuno Nobre, empresário e consultor de marketing na área

da gastronomia, garante que a presença no Wine in Azores 2015, o mais importante evento de gastronomia e vinhos dos Açores, é “uma oportunidade única para o projecto Endòge-nos continuar a sua estratégia em viajar pelo país e valorizar os nossos produtos autóctones, produtores e suas regiões de origem, no qual os Açores e sua riqueza natural, se destacam na gastronomia global.”

Em 2016, o Endògenos conta ainda realizar eventos gastro-nómicos em Madrid, em dois restaurantes de topo da capital espanhola, que se juntaram recentemente ao projecto para promover e valorizar os produtos portugueses.

Em paralelo, a Le Cordon Bleu de Madrid apoia localmente as iniciativas Endògenos com sabores lusos, numa parceria bi-lateral que permitirá também a vinda a Portugal desta Escola de alta cozinha para integrar outros projectos, como foi o caso da sua participação no 1º Festival internacional do Ouriço-do--mar.

O Projecto Endògenos é um conceito e espaço aberto para acolhimento de produtores, cozinheiros, restaurantes, hotéis e outros profissionais da área gastronómica, que se dediquem a promover e valorizar produtos autóctones lusos e com o ob-jectivo de complementar a actuação do projecto.

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O cante alentejano, o cavalo lusitano, o touro, o regadio, os vinhos e a gastronomia vão estar em destaque na RuralBeja, que decorre de 9 a 11 de Outubro no Parque de Feiras de Expo-sições da cidade.

A iniciativa, promovida pela Câmara de Beja, pretende pro-mover o desenvolvimento sustentável e integrado da região constituindo-se como um evento estratégico de afirmação das potencialidades e recursos naturais do território, em que se aliará a tradição e a inovação, a produção com a trans-formação, a criatividade com a competitividade, num espaço igualmente rico em manifestações culturais e etnográficas.

O certame, que “alia tradição e inovação, produção e trans-formação e criatividade e competitividade”, é uma “montra dos melhores produtos da região, os tradicionais e os mais ino-vadores, que, juntos, reforçam as potencialidades que fazem de Beja um território de excelência”, sublinha o município.

A RuralBeja é também um “espaço privilegiado para negó-cios, troca de experiências e bons momentos de convívio” e “rico em manifestações culturais e etnográficas”, frisa a autar-quia.

A RuralBeja vai incluir o Salão do Cavalo, a feira Vinipax, a Festa Brava, os espaços “Natureza à Mesa” e “Do sequeiro ao regadio”, mostras de artesanato, de aves (Avibeja) e de cães (Canibeja). Segundo o município, o cante alentejano, classifi-cado Património Imaterial da Humanidade, vai ter “o merecido destaque” e “ecoará” na RuralBeja.

Após o “grande sucesso da primeira edição”, no ano passa-do, o Salão do Cavalo “regressa” à RuralBeja e terá um espaço dedicado ao cavalo lusitano, “representante da nacionalidade, da cultura, da arte, do desporto e produto de excelência do mundo rural”.

Na Vinipax vão estar expostos e à venda e poderão ser pro-vados “os melhores vinhos das mais emblemáticas regiões viti-vinícolas portuguesas” e a Festa Brava vai incluir várias activi-dades de demonstração de toureio a cavalo e pegas.

Este ano nasce uma nova iniciativa, “Natureza à Mesa”, de-dicada à utilização dos recursos silvestres nos melhores pratos da gastronomia mediterrânica e a Festa Brava tornará a mar-car presença neste grande evento da capital do Baixo Alentejo, com diversas actividades de demonstração de toureio a cava-lo e pegas. Segundo a autarquia, este vai incluir demonstra-ções de cozinha e degustações dos “melhores pratos da gas-tronomia mediterrânica”. Já o espaço “Do sequeiro ao regadio” será uma mostra de ciência, tecnologia e inovação associadas à agricultura de regadio e de sequeiro.

Do programa constam oficinas temáticas, “workshops”, ex-posições e “muitas actividades para todos os gostos e idades” são outras ofertas da RuralBeja deste ano.

Em destaque o Cante alentejano, cavalo lusitano, regadio e vinhos

RuralBeja afirma potencialidades e os recursos naturais da região

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A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa, na Herdade da Bemposta, recebe nos dias 2 e 3 de Outubro e pelo segundo ano consecutivo o Serpa Equestre, evento que visa promover e divulgar a arte equestre, à qual Serpa sempre esteve ligada, sendo um dos concelhos do país com maior número de coudelarias.

A programação inclui Poule de Dressage e Poule de Obs-táculos, palestra, apresentações de arte equestre, anima-ção musical, baptismos a cavalo, passeios de charrete, de-monstrações de cães pastores e falcoaria, apresentação de coudelarias e a Gala Equestre Serpa 2015

Este evento é organizado pela Câmara de Serpa e Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa, em cola-boração com a Associação Desportiva de Vila Nova de S. Bento – Seção Equestre l Turismo do Alentejo. Conta ainda com a participação da Sociedade Agrícola e Pecuária Ba-talha Reis l Coudelaria Ferraz da Costa l Coudelaria Irmãos Varela Crujo l Casa Agrícola Palma Carpinteiro l Coudela-ria José Soares de Albergaria l Coudelaria Diogo Morgado l Coudelaria Bemposta l Coudelaria Irmãos Serrano l Herdade da Contenda

O evento está integrado no projecto ADLA - Acções para o Desenvolvimento das Terras do Grande Lago de Alqueva, aprovado pelo POCTEP- Programa de Cooperação Trans-fronteiriço Espanha/Portugal, co-financiado pelo FEDER- Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, da União Eu-ropeia.

Numa iniciativa da Câmara de Vila de Rei, o Festival Gastronómico do Achigã está de volta no início do mês de Outubro. A nona edição do evento vai decorrer de 3 a 11 de Outubro e o concelho volta a encher-se de sabores e aromas que farão as delícias dos visitantes.

Na edição de 2015, são sete os restaurantes aderentes que oferecem a possibilidade de se deliciar com os pratos tradicionais onde o achigã é o ingrediente dominante:

Albergaria D. Dinis (Vila de Rei), Churrasqueira Central (Vila de Rei), Fifty-Fifty (Vila de Rei), O Cobra (Vila de Rei), O Eléctrico (Relva), Paraíso do Zêzere (Zaboeira) e Tasquinha da Vila (Vila de Rei)

Para o presidente da Câmara de Vila de Rei, “a gastronomia vilarregense vai certamente voltar a estar em grande destaque com a realização deste festival. Ricardo Aires sublinha que os eventos gastronómicos do concelho “têm conseguido, para além de divulgar a cozinha tradicional da zona centro do País, promover a grande qualidade dos restaurantes de Vila de Rei, facto que é anualmente comprovado pelos milhares de pessoas que os visitam.”

Nos dias 2 e 3 de Outubro

Serpa promove e divulga a arte equestre

DE 3 a 11 de Outubro

Vila de Rei recebe IX Festival Gastronómico

do Achigã

Programa

Dia 2 (sexta-feira)09:00 – Início da Poule de Dressage10:30 – Cerimónia de abertura11:30 – Palestra “Arte Equestre/Cavalo Lusitano”, proferida

pelo Dr. António Brito Paes (auditório da EPDRS)14:30 – Continuação da Poule de Dressage14:00 /18:00 – Passeios de charrete, demonstração de cães

pastores e de falcoaria e baptismo a cavalo (promovido pelos alunos do TGE da EPDRS no âmbito do Centro Hípico)

18:00/20:00 – Apresentação das Coudelarias 21:00 – Apresentação de arte equestre pelos alunos da

EPDRS22:00 – Espetáculos musicais com Grupo Coral da Bempos-

ta e Grupo Rumbo Flamenco

Dia 3 (sábado)09:00 – Passeio Equestre (programa próprio)11:30 – Poule de Obstáculos14:30 – Continuação da Poule de Obstáculos14:00 /18:00 – Passeios de charrete, demonstração de cães

pastores e de falcoaria e baptismo a cavalo (promovido pelos alunos do TGE da EPDRS no âmbito do Centro Hípico)

18:00/20:00 – Apresentação das coudelarias21:00 – Apresentação de arte equestre pelos alunos da EPDRS22:00 – Gala Equestre Serpa 201523:30 – Espectáculo musical com o grupo “A Moda Mãe”

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Cem restaurantes de todo o país vão disputar o concurso Gastronomia com Vinho do Porto, que visa a promoção dos vi-nhos produzidos no Douro através da sua harmonização com a comida, anunciou a organização.

Considerado um dos maiores e mais antigos concursos de gastronomia do país, o evento tem como objectivo promover os vinhos do Porto e Douro em associação com o melhor da gastronomia portuguesa e incentivar o seu serviço nos restau-rantes.

O concurso, que conta com quase duas décadas de histó-ria, é organizado a cada dois anos pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), com sede no Peso da Régua, em parceria com a revista INTER Magazine.

O júri vai para a estrada e, até ao dia 23 de Outubro, vai percorrer três mil quilómetros e provar 300 pratos de 100 restaurantes, desde o Algarve, Alentejo, Lisboa, passando pelo centro do país e subindo ao Porto, Douro e Minho. “O número de inscritos está limitado aos 100 participantes, sendo que a adesão registada mostra o interesse dos res-taurantes nos vinhos do Porto e do Douro e a sua vontade de os trabalharem como um meio para diversificar a oferta e surpreender clientes cada vez mais exigentes e informados”,

Um mais antigos concursos de gastronomia do país

Cem restaurantes disputam melhor harmonização entre comida e vinho do Porto

afirmou, em comunicado o presidente do IVDP, Manuel de Novaes Cabral.

O responsável acrescentou que a dinamização deste con-curso reforça todo o trabalho que o instituto tem vindo a fazer no âmbito do programa ‘Saber Servir, Vender Melhor’, no sentido de “aumentar o nível de conhecimento dos pro-fissionais sobre o vinho do Porto e fomentar o seu serviço”.

Os restaurantes participantes têm como missão explorar a harmonia entre os vinhos da Região Demarcada do Douro e os sabores do património gastronómico português, apro-veitando todas as suas potencialidades.

Na ementa do concurso, a entrada e o prato principal de-vem ser acompanhados por vinho do Douro ou Porto, en-quanto a sobremesa deve ser degustada com vinho do Porto. A entrega de medalhas e diplomas de participação decorre no Porto & Douro Wine Show, em Lisboa, a 21 de Novembro.

Durante esta cerimónia vai ser lançado um portal que funcionará como um roteiro do Concurso Gastronomia com Vinho do Porto, com os restaurantes em concurso e as me-dalhas atribuídas. O IVDP é um instituto público que tem como missão promover e garantir o controlo da qualidade e quantidade dos vinhos do Douro e Porto.

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A primeira edição do Festival Moscatel Douro realiza-se em Outubro, em Favaios, Alijó, para promover este vinho e o pão e tem como ponto alto um brinde que quer entrar para o livro de recordes do Guinness.

O festival, que decorre entre 09 e 11 de Outubro, tem como objectivo “promover o moscatel, um produto nobre do conce-lho e, ao mesmo tempo, outros produtos de referência locais como o trigo de quatro cantos”, afirmou o presidente da Câ-mara de Alijó, Carlos Magalhães.

O moscatel de Favaios é uma marca conhecida em todo o país, mas o autarca salientou que este vinho é produzido um pouco por todo este município do distrito de Vila Real. Se-gundo Carlos Magalhães, em Alijó é produzido cerca de 80% do moscatel do Douro. Pelo concelho espalham-se cerca de 1.400 hectares de vinha com a casta moscatel galego, através da qual se produz este vinho licoroso.

O presidente contabiliza uma facturação que, só na área de Favaios, é de cerca de “11,5 milhões de euros2. O valor ascende a cerca de “15 a 16 milhões de euros em todo o concelho”.

Também só na vila de Favaios existem cinco padarias com produção diária e onde se destaca o pão de quatro cantos. O

Primeira edição realiza-se de 9 a 11 de Outubro

Festival em Alijó promove vinho moscatel e pão

autarca frisou que o Festival Moscatel Douro quer ser um con-tributo para “a afirmação do que de melhor” se faz no concelho de Alijó. “Este evento insere-se na estratégia de promover e divulgar os produtos nobres produzidos no nosso território e, em simultâneo, atrair visitantes animando o sector turístico”, afirmou.

O objectivo é “estimular e apoiar os agentes económicos lo-cais, em particular a produção e comércio do vinho moscatel, proporcionando a venda directa dos produtos expostos e o es-tabelecimento de contactos comerciais entre os expositores e potenciais vendedores/distribuidores”.

Um dos pontos altos do festival vai ser, segundo Carlos Ma-galhães, o “brinde ao vinho moscatel”. A população local e os visitantes vão ser desafiados a brindar com as garrafas minia-tura de Favaíto, numa iniciativa que a organização quer inscre-ver no Guiness World Records. Decorrerá também um concur-so que visa premiar o melhor trigo de Favaios.

A história do vinho moscatel remonta ao século XVIII, ten-do desempenhado, naquela época, um importante papel no desenvolvimento da economia local. A Adega Cooperativa de Favaios foi fundada em 1952.

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A principal experiência do vinho em Portugal estará de re-gresso de 25 a 28 de Fevereiro de 2016, no Palácio da Bolsa. Essência do Vinho - Porto está já nesta fase a preparar a pro-gramação da décima terceira edição, que promete surpreen-der.

Entre as novidades, destaque para a maior representação de sempre de jornalistas, líderes de opinião e importadores inter-nacionais, que aproveitarão o evento para conhecer melhor a diversidade dos vinhos portugueses e, noutros casos, estabe-lecer novas parcerias de negócio.

A comitiva internacional de convidados será representativa de vários dos mais importantes mercados receptores de vinhos portugueses, não apenas da Europa como de outros continen-tes. No que respeita a jornalistas e líderes de opinião, os convi-tes estão igualmente a ter em consideração as nacionalidades, a notoriedade e influência de cada elemento no respectivo país de origem.

Entretanto, já se iniciou o período de comercialização de es-paços para expositores. A exemplo das anteriores edições, Es-sência do Vinho - Porto conta ter representados mais de 350 produtores, portugueses e internacionais, totalizando acima de 3.500 vinhos em degustação livre. Em simultâneo decorrerá um intenso programa de actividades paralelas, que inclui pro-vas comentadas por especialistas, jantares de harmonização enogastronómica e uma das mais significativas provas anuais de vinhos portugueses.

O “TOP 10 Vinhos Portugueses” reunirá uma selecção dos vinhos mais bem pontuados pela revista WINE – A Essência do Vinho. Os grandes finalistas serão alvo de uma derradeira

Evento terá a comitiva internacional mais representativa de sempre

Essência do Vinho Porto regressa de 25 a 28 de Fevereiro de 2016

avaliação por um júri internacional, que durante uma manhã provará, em regime de prova cega, sem conhecimento prévio dos vinhos, vinhos DOC e vinhos fortificados.

Visitantes com elevado grau de satisfação

O grau de satisfação dos visitantes do Essência do Vinho - Porto aumentou 9% entre as edições de 2014 e 2015. Na mais recente edição, 52,5% dos visitantes revelaram-se “muito sa-tisfeitos” com o evento, fasquia que havia registado 43,5% de considerações em 2014. No patamar “satisfeito”, 48,8% dos visitantes expressaram esse sentimento por comparação com os 43,1% do ano anterior.

Estes dados estatísticos integram as conclusões do estudo de públicos, realizado pelo Instituto Superior de Administração e Gestão (ISAG) durante a décima primeira e décima segunda edições do Essência do Vinho Porto.

Por entre uma amostra de 1.232 inquiridos, realce ainda para o facto de 89% expressarem a vontade de regressar na próxi-ma edição, sendo que 70% deslocaram-se propositadamente à cidade do Porto com o objectivo de visitar o maior evento exclusivamente dedicado ao vinho em Portugal. Passear na ci-dade, visitar as caves de Vinho do Porto, monumentos e patri-mónio foram as actividades mais referidas por quem pernoitou no Porto.

Realizado pela primeira vez em 2004, Essência do Vinho – Porto é uma organização da empresa EV - Essência do Vinho, em parceria com a Associação Comercial do Porto.

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O ‘Encontro com o Vinho e Sabores Bairrada’ teve a sua pri-meira edição em 2013. A iniciativa surgiu de uma vontade con-junta de promover o que de melhor a região tem, capitalizando para (re)afirmar a identidade Bairrada através da promoção dos seus produtos mais emblemáticos, como sejam os vinhos e espumantes Bairrada – com certificação de Denominação de Origem –, mas também a sua gastronomia ímpar e também as valências ao nível do turismo.

O balanço desta terceira edição é largamente positivo, sen-do já a mais importante mostra de vinhos e gastronomia da re-gião, motivo da presença de muitos visitantes: uns da Bairrada, muitos outros de fora; quem chegue pela primeira vez, outros tantos que repetem a visita a fim de conhecerem cada vez me-lhor esta nobre região vinhateira.

A organização – repartida pela Comissão Vitivinícola da Bairrada, pelo Município de Anadia e pelo Turismo do Centro de Portugal, contando ainda com um forte apoio da Associação Rota da Bairrada e, dentro desta, de todos os Municípios que compõem a Região, e produzida pela Revista de Vinhos – foi aplaudida quer pelo sector, quer pelos visitantes, estando já a ser desenhada a quarta edição desta iniciativa.

Ao longo destes três dias foram várias as iniciativas aos dis-por de quem para visitou o EVSB e a Bairrada, como degusta-ção de vinhos e sabores, provas comentadas, jantares vínicos, visitas a adegas e produtores, participação na entrega de pré-mios dos concursos ‘de Espumantes Bairrada’ e ‘de Cartas de

“Efervescência Bairradina” ganha pontos no panorama nacional

Encontro com o Vinho e Sabores promove a marca Bairrada

Vinhos Bairrada’, entre outras. Foram três dias de muita agita-ção, entusiasmo e orgulho para a Bairrada, uma região cada vez mais empenhada em promover-se conjuntamente. Prova disso foi o esforço acrescido dos produtores que, em plena época de vindimas, aderiram e marcaram presença no EVSB para mostrarem o que se melhor se faz na região.

Pedro Soares, presidente da Comissão Vitivinícola da Bair-rada’ afirmou no seu discurso de inauguração do EVSB, que “nos últimos anos, têm sido várias as conquistas alcançadas e hoje vive-se um renascer de uma região que, há bem pouco tempo, muitos consideravam como perdida e que era injusta-mente desmerecida. Os prémios conquistados, os destaques nacionais e internacionais dos nossos produtos e a forma como hoje a “Efervescência Bairradina” é acolhida por todos os que acompanham atentamente o sector, demonstram de forma cabal que o caminho só pode ser o da união em torno da Região, mesmo quando o consenso não é totalmente possível. A Bairrada assume actualmente, em termos vitivinícolas, um lugar de destaque no mapa económico e cultural de Portugal. Podemos mesmo afirmar, sem falsos pretensiosismos, que a Bairrada está na moda!”.

EVSB 2015 acrescentou dois espumantes ao projecto Baga Bairrada

O ‘Encontro com o Vinho e Sabores 2015’ foi o palco esco-

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lhido pelas Caves da Montanha e pelas Caves Primavera para apresentarem os seus espumantes com a chancela Baga Bair-rada’, um projecto promovido pela Comissão Vitivinícola da Bairrada que levava já mais de dois anos de trabalho e que viu, em Julho deste ano, o surgimento dos seus primeiros cinco pro-dutos. No que toca às novidades são ambos brancos e 100% Baga: ‘Montanha Grande Cuvée Baga-Bairrada Super Reserva 2009’ e o ‘Primavera Baga-Bairrada Extra Bruto 2013’, ven-cedor na categoria de “espumantes brancos da casta Baga” no Concurso de Espumantes Bairrada 2015, que se realizou a propósito do evento.

“Trata-se de um projecto que pretende, acima de tudo, des-tacar a diferença e a qualidade superior dos espumantes pro-duzidos na Bairrada, valorizando assim a produção de uvas na região e toda a actividade económica associada a essa produ-ção, ou seja, tendo como princípio base a grande preocupação de uma denominação de origem. A Bairrada sempre produziu – e produz – grandes espumantes; os produtores da Bairrada detêm agora mais uma forma de competir num mercado cada vez mais globalizado, que valoriza os produtos diferenciados e de qualidade”, explica Pedro Soares, de forma resumida, o pro-jecto Baga Bairrada.

Revelados os melhores espumantes e cartas de vinhos da região

A propósito do ‘Encontro com o Vinho e Sabores Bairrada’, um evento “de peso” e orgulho para a região, a Comissão Viti-vinícola da Bairrada promoveu dois concursos em que o vinho foi o tema principal: o ‘Concurso de Espumantes Bairrada 2015’ e o ‘Concurso Carta de Vinhos Bairrada 2015’, cujos resultados foram anunciados e os prémios entregues durante o evento.

No que toca aos espumantes e de entre todos, a organiza-ção do Concurso decidiu eleger o melhor dos melhores, atri-buindo-lhe uma Grande Medalha de Ouro, que foi arrecadada

pelo ‘Lopo de Freitas branco 2010’ das Caves do Solar de São Domingos. Seguiram-se as medalhas de ouro que foram cinco em três categorias. ‘Quinta dos Abibes branco 2011’, do pro-dutor com o mesmo nome, foi o melhor espumante com está-gio até 24 meses, sendo ainda destacados nesta categoria o ‘Marquês de Marialva branco 2014’ (Adega de Cantanhede) e o ‘Messias Grand Cuvée branco 2012’ (Caves Messias). Na cate-goria de espumantes com estágio igual ou superior a dois anos foram atribuídas três medalhas de ouro, todas elas a néctares com Denominação de Origem Bairrada. Os premiados foram o ‘Grande Borga branco 2010’ (Campolargo), o ‘Montanha Real Grande Reserva branco 2009’ (Caves da Montanha) e o ‘Rama Special Cuvée Blanc de Blancs branco 2011’ (J. Rama), sendo de destacar o facto de ‘Lopo de Feitas’ também se inserir nesta categoria. Baga, a casta bandeira da região levou a concurso vários espumantes tendo-se destacado, com ouro, o ‘Prima-vera Baga-Bairrada Extra Bruto branco 2013’, lançado preci-samente no evento. (lista completa de vencedores abaixo em anexo).

Dos restaurantes da Bairrada, cujas cartas de vinhos esti-veram à prova da primeira edição do ‘Concurso de Cartas de Vinhos Bairrada’, os vencedores foram: o Rei dos Leitões na categoria absoluta; e o Pedra de Sal no que toca a relação pre-ço-qualidade. Canastra do Fidaldo, Casa Mattos, Dux Taberna Urbana e Pedra de Sal vão receber o selo de “Recomendado” na categoria “Melhor Carta de Vinhos Bairrada 2015” e Casa Mattos, Dux Taberna Urbana, Piscinas do Mondego, Pompeu dos Frangos e Mugasa na de “Melhor Carta de Vinhos Bairrada. Preço-Qualidade 2015”. Um concurso que teve como objecti-vo escolher e premiar a excelência das propostas vínicas dos restaurantes estabelecidos na região Bairrada ou nas áreas adjacentes, com especial enfoque nos vinhos com Denomina-ção de Origem Bairrada, dando a conhecer de forma concerta-da e “de dentro para fora” a diversidade e qualidade dos vinhos da região.

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“Regateiro” é a nova referência no porte-fólio da distribuidora Lusovini, cuja apresen-tação decorreu em Aguarda de Cima, sede da nova empresa Ares da Bairrada – Socie-dade Vitivinícola Lda, detida na totalidade pelo Grupo Lusovini, e cuja sede é em Forca-da, na freguesia de Aguada de Cima, “de for-ma a podermos profissionalizar ainda mais o nosso projecto”, justificou Casimiro Gomes, presidente do Grupo sedeado em Nelas.

A “Regateiro” chegará ao mercado com dois novos vinhos e um espumante. “A ori-gem do nome vem do meu avô paterno, Ma-nuel Gomes Regateiro, que era um entusias-ta dos vinhos Bairrada, tal como o meu pai”, referiu Casimiro Gomes, que é natural da Forcada, no concelho de Águeda. “Lançá-mos este projecto para ajudar a requalificar e valorizar o nosso activo regional, que são os vinhos da Bairrada”, justificou.

“Regateiro” é a nova referência da distribuidora sedeada em Nelas

Lusovini apresentou nova marca de vinhos da Bairrada

Notas de provaRegateiro Vinho Espumante DOC Bairrada 2013Vinho base produzido exclusivamente a partir da casta

baga, segunda fermentação em garrafa em cave a baixas temperaturas, onde estagiou cerca de 12 meses antes de se iniciar o processo de remoage e degorgement.

Bolha fina e persistente, excelente mousse, elegante e complexo característico de um espumante “blanc de noirs”.

Excelente acompanhamento para Leitão da Bairrada, as-sados no forno, ou simplesmente como aperitivo.

Regateiro Vinho DOC Bairrada 2011Produzido a partir das castas Baga e Touriga Nacional,

colhidas em excelente estado de maturação. A fermentação ocorreu em lagar tradicional com maceração prolongada. Notas de frutos vermelhos bem maduros, muito elegante, boa acidez. Com vida para se aguentar bem na cave durante alguns anos.

Regateiro Vinha do Forno Vinho Tinto DOC Bair-rada 2013

Proveniente de uma vinha velha da família (vinha do for-no) localizada na freguesia de aguada de cima, com o ence-pamento típico da região.

Vinho que expressa a essência do “terroir” – vinhos gas-tronómicos e complexos fruto do típico “field blend” da re-gião e essencialmente da casta baga, predominante neste vinho.

Sónia MartinsEnóloga da Lusovini

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No primeiro fim-de-semana de Dezembro Viseu promove um festival literário associado à temática do vinho. Denomi-nado “Tinto no Branco” o festival conta com a participação de 25 escritores e realiza-se no âmbito dos Vinhos de Inverno. Francisco José Viegas, Nuno Júdice e Afonso Cruz são alguns dos escritores presentes, num evento que “pretende explorar o lado cultural dos vinhos com o prazer que a literatura pro-porciona”.

Após o êxito da Festa das Vindimas, este evento marcado de-corre no âmbito dos Vinhos de Inverno e consagrava o progra-ma de eventos vinhateiros promovidos pela Câmara de Viseu.

O Festival vai ter componentes de música, apontamentos de dança, momentos de leitura e de estímulo às crianças para escrever. “A ideia é explorar o prazer da leitura com o prazer dos vinhos”, fazendo de alguma maneira jus à literatura euro-peia que está muito marcada pela referência às paisagens e aos vinhos”, afirma o presidente da Câmara de Viseu ao jornal Publico. Almeida Henriques sublinhou que “num copo de vinho há muito território, muita paisagem e muita cultura”.

Segundo o autarca “trata-se do primeiro festival temático de literatura associado a vinhos e o objectivo é por o mundo da mesa e o mundo da literatura a comunicar”, referiu Almeida

No primeiro fim-de-semana de Dezembro

Viseu promove festival literário associado à temática do vinho

Henriques, revelando que o “festival será o evento âncora dos Vinhos de Inverno, um encontro de aromas” que vai decorrer “na mesma altura em Viseu e que visa redescobrir o charme e a qualidade dos vinhos do Dão”. Neste evento, “os vinhos bebem-se à volta das grandes lareiras dos solares das quintas da região vinhateira, embora o palco de excelência seja o Solar do Vinho do Dão”.

O cartaz Vinhos de Inverno é certame que oferece durante três dias vários eventos e experiências vínicas, estando previs-tas 20 horas de provas vínicas e degustação de produtos gour-met, workshops para iniciados, com três dezenas de operado-res económicos da região ligados aos vinhos Dão. “Os Vinhos de Inverno são uma das três iniciativas que realizamos durante o ano associada aos vinhos na cidade vinhateira”, afirmou Al-meida Henriques, numa alusão às fases da vida do vinho, a que chama “equinócios”. “Os tons da Primavera que são o desper-tar do vinho, depois temos a festa das vindimas, que é a colhei-ta, e os vinhos de Inverno que significam o momento em que os nossos vinhos são dados a conhecer”, explicou o autarca ao Público. Os Vinhos de Inverno, que vão na terceira edição, “são uma oportunidade para desfrutar os novos vinhos à larei-ra promovendo a cultura”, resume Almeida Henriques.

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Uma empresa de Chaves vai lançar no mercado vinho para comer em forma de caviares, compotas ou chocolates, produ-tos que ‘inovaram’ esta bebida tradicional portuguesa e que se vão destinar principalmente à exportação.

O projecto ‘Wine to Eat’ (vinho para comer) foi desenvolvi-do pela empresa Sapientia Romanade, sediada em Chaves, e apresenta produtos como caviares, geleias e trufas de choco-late feitos à base de vinho do Porto, de moscatel, ou de vinhos de castas monovarietais como a Touriga Nacional, o Pinot Noir ou Chardonnay.

A ideia é, segundo o coordenador do projecto, Ricardo Cor-reia, levar os vinhos portugueses para “as colheres dos consu-midores europeus”. Os produtos cheiram e sabem a vinho, não têm álcool, mas “mantêm os traços principais da casta que lhe deu origem”. “O nosso objetivo é que alguém, quando prova uma compota, consiga saber que casta é que está a comer”, afirmou. O ‘Wine do Eat’ quer, de acordo com o responsável, “gerar novas experiências aos consumidores que procuram novas sensações gustativas”.

Os produtos foram desenvolvidos pelo chef António Mauritti e resultaram da aplicação de técnicas avançadas de cozinha molecular. “Tudo aquilo que nós fazemos tem um aspecto ino-vador, são novas técnicas de gastronomia todavia são total-mente manufacturados. O caviar é feito à mão. As trufas são cobertas e emulsionadas à mão e as geleias também são to-talmente controladas à mão, não temos máquinas especiais”, explicou este responsável.

António Mauritti referiu que se cozinha a frio, recorrendo a aparelhos que ajudam a controlar as temperaturas de forma mais rigorosa, para aproveitar ao máximo o sabor do vinho.

O chef referiu que o caviar, que é também uma espécie de geleia, é um produto no qual está a trabalhar há cerca de cin-

Em forma de caviares, compotas ou chocolates

Empresa de Chaves lança no mercado vinho para comer

co anos. “Reduzimos o álcool do vinho, fazemos uma peque-na adição de açúcar, adicionamos ingredientes, neste caso enriquecemos com cálcio e fazemos submergir num banho com gelificante. Quando as gotas caem dentro desse banho faz uma membrana de uma geleia muito fina que encapsula lá dentro o vinho. Ficamos com uma bolinha com vinho lá dentro para degustarmos”, sublinhou.

Ricardo Correia referiu que a ideia foi “apostar em produtos inovadores” e que tenham como ingrediente principal o vinho, porque existem em todo o mundo “milhares de castas” que proporcionam uma possibilidade quase infinita de desenvolvi-mento de novos compotas ou chocolates.

A aposta principal “é o mercado internacional”. “Toda a mar-ca foi pensada já em inglês, o nosso site só está em inglês, pre-cisamente porque o nosso objectivo é a internacionalização”, frisou.

E, para conquistar o mercado além-fronteiras, o próximo passo vai ser desenvolver versões destes produtos mas com vinhos estrangeiros. “Podemos abrir portas à internacionali-zação fazendo as mesmas versões, mas utilizando vinho espa-nhol ou francês”, sustentou.

Nesta primeira fase, vai ser aproveitada a rede de distribui-dores na França, Suíça, Suécia ou Luxemburgo, do mel com ouro e do mel com rosas, com que a empresa Sapientia Roma-na se lançou no mercado.

Ricardo Correia disse que os produtos vão estar à venda, em Portugal, em lojas gourmet, mercearias finas, garrafeiras e po-dem também ser adquiridos online.

O projecto fez um forte investimento na imagem dos produ-tos e, por exemplo, a embalagem das trufas ou a tampa dos frascos das geleias são feitos à base de cortiça, mais um ele-mento que associa ao universo do vinho.

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A nova garrafa de espumante magnum de Figueira de Castelo Rodrigo, recentemente lançada no mercado, che-ga agora bem perto do mar. O surfista Garrett McNamara tem, a partir de agora, a oportunidade de celebrar vitórias e outros momentos felizes com o espumante nascido na Beira Interior.

Luís Celínio, presidente do Clube Escape Livre ofereceu uma garrafa de espumante magnum ao embaixador da marca da estrela, no âmbito da apresentação do Merce-des-Benz 4MATIC Experience, que decorreu na Nazaré, o que constitui mais um passo para a divulgação deste vinho de qualidade que tem sido merecedor de medalhas em di-versos concursos nacionais e internacionais.

O espumante bruto de Castelo Rodrigo surgiu em 2010 e é produzido a partir das castas Síria e Malvasia Fina, com uvas seleccionadas em vinhas velhas, resultando num vi-nho fresco, com nuances tropicais. A garrafa magnum tem capacidade de 1,5 litros e está disponível apenas nas lojas gourmet de Lisboa, Porto, Coimbra e Faro, ou por enco-menda, directamente na Adega de Figueira de Castelo Rodrigo. A Adega pertence à Região Demarcada da Beira Interior, sub-região de Castelo Rodrigo e foi fundada em 1956.

Recentemente lançada no mercado

McNamara recebeu garrafa magnum de espumante Castelo Rodrigo

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O “Portugal Sou Eu” e o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) as-sinaram um protocolo que estabelece as regras de adesão, com acesso directo, dos produtos do sector vitivinícola, qualificados com a marca “Vinhos de Portugal/Wines of Portugal”, ao Selo “Portugal Sou Eu”.

Criada pelo IVV, a marca “Vinhos de Portugal/Wines of Por-tugal” destina-se exclusivamente a vinhos provenientes de uvas produzidas e vinificadas em Portugal, desde que se tratem de vinhos classificados com a DO - Denominação de Origem ou IG - Indicação Geográfica ou vinhos produzidos por entidades com o sistema de gestão de qualidade certificado.

Neste âmbito, de uma forma simplificada, são aderentes ao Selo “Portugal Sou Eu” as seguintes categorias de vinho (desde que produzidos e vinificados em Portugal e com uvas colhidas em território nacional): vinho novo ainda em fermentação, vi-nho licoroso, vinho frisante, vinho frisante gaseificado, vinho espumante, vinho espumante gaseificado, vinho espumante de qualidade, vinho espumante de qualidade aromático, mosto de uvas, mosto de uvas parcialmente fermentado, mosto de uvas concentrado, vinho proveniente de uvas passas e vinho de uvas sobreamadurecidas.

As condições de adesão, que agora são protocoladas, fazem com que já tenham aderido ao Selo “Portugal Sou Eu” 58 em-presas produtoras ou engarrafadoras de vinho, que representam 430 referências de vinho entre DO - Denominação de Origem (311 referências) e IG - Indicação Geográfica (119 referências).

Para o presidente do IAPMEI, Miguel Cruz, “para além de am-plificar a divulgação das iniciativas “Portugal Sou Eu” e “Vinhos de Portugal/Wines of Portugal” nos mercados interno e exter-no, este protocolo irá reforçar a competitividade, a aposta na internacionalização e o desenvolvimento sustentável do sector vitivinícola nacional”.

Por sua vez Frederico Falcão, presidente do IVV, proprietário da marca “Vinhos de Portugal/Wines of Portugal”, “a parceria com o “Portugal Sou Eu” irá promover o desenvolvimento de acções que visam o reforço da visibilidade da marca Portugal na vasta oferta de produtos vitivinícolas portugueses de qualidade, dentro e fora de portas”.

“Vinhos de Portugal” com acesso directo ao selo do programa

“Portugal Sou Eu” e IVV assinam protocolo para promover o sector vitivinícola

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ColUTAD® é o nome do porta-enxerto de castanheiro que visa impedir a propagação da Doença da Tinta no castanhei-ro. Trata-se de um castanheiro híbrido que resulta do cru-zamento entre os castanheiros europeu (Castanea sativa) e japonês (Castanea crenata).

Esta ferramenta, destinada ao sector da castanha, visa “travar o avanço da Doença da Tinta, responsável pela morte de milhares de castanheiros na Europa”, afirma José Gomes Laranjo, docente do Departamento de Biologia e Ambiente da Universidade de Trás-ao-Montes e Alto Douro (UTAD) e presidente da RefCast.

A Doença da Tinta é provocada por um fungo (Phytophtora cinnamomi) que vive no solo e que ataca as raízes do cas-tanheiro, impedindo a absorção de água e nutrientes pela árvore, causando a sua morte. O ColUTAD® permite a plan-tação de novos castanheiros, com maior segurança em solos afectados por esta doença, mesmo em soutos onde ocorreu a morte de outros castanheiros. “Depois de plantado, o por-ta-enxerto funciona como barreira à progressão da doença. A enxertia vai permitir o normal desenvolvimento da árvore e a produção de castanha”, sublinha José Gomes Laranjo. Esta nova ferramenta está em experimentação, tendo já sido obtidos “resultados positivos em vários locais de Trás-os--Montes”.

Fruto do trabalho de dezenas de anos dos investigadores da UTAD, António Lopes Gomes, Carlos Abreu, Luis Torres de Castro e Alberto Santos, o ColUTAD® está em processo de registo e entrará brevemente nos circuitos comerciais.

ColUTAD® foi apresentado no VI Encontro Europeu da Castanha

O VI Encontro Europeu da Castanha, realizado em Vila Pou-

Porta-enxerto resistente à doença estará brevemente disponível

UTAD apresentou solução para combate à Doença da Tinta no Castanheiro

ca de Aguiar, foi o momento escolhido para apresentação desta solução aos agentes da fileira. José Gomes Laranjo destacou a a importância destes encontros. O também pre-sidente da RefCast, afirmou que “permitem a análise e de-finição das estratégias de desenvolvimento a prosseguir ao nível Europeu”.

Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD, reiterou neste even-to o “forte envolvimento desta universidade na promoção e valorização da cultura do castanheiro como uma aposta es-tratégica da UTAD, pois esta cultura é cada vez mais um fac-tor de coesão territorial com forte impacto nos territórios de baixa densidade de média e alta montanha do interior centro e norte de Portugal”.

Marcaram igualmente presença o Secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Bri-to, que salientou a importância da introdução da inovação na fileira, de forma a obter-se uma maior valorização da cas-tanha portuguesa em termos de transformação do produto, bem como a Ministra da Agricultura e Pescas, Assunção Cris-tas, que enalteceu o trabalho já desenvolvido e deixou uma palavra de estímulo ao sector e a promessa de apoio quanto à implementação em 2016 da luta biológica contra a vespa das galhas do castanheiro.

A organização deste encontro foi da responsabilidade da RefCast - Associação Portuguesa da Castanha, dos Muni-cípios de Vila Pouca de Aguiar e de Valpaços e da Associa-ção das Regiões Europeias de Frutas, Legumes e Hortícolas (AREFLH), em conjunto com a Universidade de Trás-os-Mon-tes e Alto Douro (UTAD), o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), a Sortegel, a AguiarFloresta e a Cooperativa Agrí-cola de Penela da Beira.

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O VI Encontro Europeu da Castanha, que decorreu em Vila Pouca de Aguiar e Valpaços, foi “o melhor de sempre”. A Minis-tra da Agricultura, Assunção Cristas, esteve presente na sessão de encerramento, que teve lugar em Carrazedo de Montene-gro.

“O melhor encontro de sempre, pelo número de participan-tes, pelos temas e técnicas abordadas e pela envolvência entre entidades”, foi assim que Lucciano Trentini, presidente da As-sociação das Regiões Europeias de Frutas, Legumes e Hortíco-las, resumiu o encontro europeu que debateu a castanha nas suas várias vertentes, que decorreu em Valpaços e Vila Pouca de Aguiar. Para aquele representante italiano foi uma enorme satisfação “encontrar produtores tão motivados nestes dois concelhos, o que é muito difícil hoje em dia”.

Foi no mesmo sentido que José Gomes Laranjo, presiden-te da RefCast – Associação Portuguesa da Castanha, fez um balanço extremamente positivo dos eventos que culminaram em Carrazedo de Montenegro. “Tivemos 330 participantes no total, quase três dezenas de trabalhos apresentados, não po-deria estar mais satisfeito”, referiu.

O presidente da Câmara de Valpaços, Amílcar Almeida, valo-rizou as iniciativas que servem para “motivar os investigadores, fomentar o aprofundamento das relações entre a investigação e o sector interprofissional, contribuindo para um desenvolvi-mento sustentado do sector, com ganhos de coerência e com-petitividade”.

Decorreu em Vila Pouca de Aguiar e Valpaços

VI Encontro Europeu da Castanha “foi o melhor de sempre”

Além de mencionar a importância da castanha na econo-mia do concelho e as suas especificidades, Amílcar Almeida solicitou a Assunção Cristas uma resposta para fazer face aos prejuízos registados pelos produtores do “ouro das Terras de Montenegro” na época transacta, pela qual espera há mais de 10 meses. O autarca salientou ainda o investimento de 60 mil euros por parte do Município em meios técnicos e recursos hu-manos para travar a praga da vespa do castanheiro, assim que detectada no concelho.

A Ministra da Agricultura confirmou, na sua intervenção, a presença em pelo menos cinco reuniões do autarca valpa-cense no Ministério, no sentido de atenuar os prejuízos dos agricultores e reivindicar novas medidas para o sector. Nesse sentido, Assunção Cristas anunciou o trabalho que está a ser elaborado com as seguradoras nacionais a fim de serem cria-dos seguros específicos para sectores diferenciados para os produtores agrícolas. A governante referiu, também, que atra-vés da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, o Ministério da Agricultura está preparado para intervir, quando necessário, com o uso de parasitoides.

Assunção Cristas fez, ainda, um “saldo positivo do sector da castanha em Portugal” porque “é autossustentável, sendo que assegura o mercado interno e ainda exporta”. Portugal “está no caminho de uma Agricultura mais sustentável e amiga do ambiente”, afirmou a ministra, mostrando-se disponível para ouvir as reivindicações dos produtores valpacenses.

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Popularizada com a designação de “TAC”, e tradicional-mente usada como ferramenta no exame clínico para identi-ficar doenças no corpo humano e em animais de companhia, a Tomografia Computorizada (TC) está agora a ser usada na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) também com a finalidade de avaliar quer in vivo quer post--mortem a composição da carcaça e a qualidade da carne de animais de interesse pecuário, em especial suínos e ovinos.

No seu Hospital Veterinário, a UTAD instalou um equipa-mento de TC e desde logo foi compreendido que, para além da sua função principal no campo da medicina veterinária, a sua utilização podia ser potenciada para trabalhos relacio-nados com a composição da carcaça e da qualidade da carne dos animais.

Esta Universidade passou, entretanto, a integrar uma rede internacional, com 11 instituições europeias, que utilizam TC como ferramenta de eleição para a avaliação da qualidade da carcaça e da carne, com o objectivo de criar um sistema de valorização diferenciada dos produtos cárneos, acrescen-tando valor à respectiva produção.

Segundo um dos investigadores da UTAD, Severiano Silva, docente do Departamento de Zootecnia, “a carne produzi-da pelas raças autóctones é um bom exemplo de um produ-to que poderá beneficiar com um sistema destes”. Por outro

Tradicionalmente usada como ferramenta no exame clínico

UTAD aplica “TAC’s” em animais para avaliar a qualidade da carne

lado, assegura também, “com a rede de conhecimento entre-tanto formada com investigadores de vários países da EU e também do Brasil e da Nova Zelândia, o equipamento de TC da UTAD permitirá contribuir para a investigação em vários domínios da ciência animal em que é necessário conhecer a composição corporal ou da carcaça de espécies de produção através do que se designa por dissecação virtual”.

De assinalar também que esta abordagem contorna os enormes inconvenientes dos métodos tradicionais de disse-cação que são destrutivos, muito laboriosos e dispendiosos. Reconhecem os investigadores da UTAD ligados ao projecto (Severiano Silva, Isabel Dias e Mário Ginja), que esta área do conhecimento “é entusiasmante pelo alcance que poderá ter no conhecimento da composição dos animais vivos, das car-caças e da qualidade da carne e pelo facto de existir a pos-sibilidade de um acesso permanente às imagens de TC o que possibilita novas abordagens em trabalho futuro”.

Outro campo em que se esperam significativos desenvolvi-mentos será, segundo os mesmos investigadores, “o associado à optimização do corte de carcaças com base em informação 3D resultante da análise de imagens de TC, uma vez que este tipo de trabalho permitirá obter informação em tempo real so-bre os planos de corte das carcaças tornando o processo muito flexível e ajustado a alterações de preferência do mercado”.

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A Câmara de Viseu está elaborar um pacote de medidas para combater a interioridade de algumas freguesias mais sensíveis do concelho. “Adoptaremos no município, até ao início de 2016, um pacote de medidas voltado para combater a interioridade dessas freguesias, a hemorragia populacional e a desertifica-ção económica”, anunciou o presidente Almeida Henriques.

Na sessão solene comemorativa do Dia do Município de Vi-seu o autarca explicou que o pacote terá medidas especiais de fiscalidade municipal e de estímulo económico, social e cultu-ral. “Será, na prática, um choque territorial positivo a pensar nas freguesias que mais precisam de fixar população, de criar actividades geradoras de emprego e riqueza, de fomentar a atractividade”, acrescentou.

O autarca de Viseu sublinhou que o município a que preside não se limita a pedir ao Governo uma excepção para as fregue-sias do concelho com baixa densidade. “Para além do cresci-mento superior a 25 por cento na transferência de meios para as freguesias, a Câmara descentralizou competências e olhou com especial atenção as freguesias mais sensíveis, demográfi-ca e economicamente falando”, referiu.

Almeida Henriques apontou ainda que o centro histórico de Viseu é a “ jóia sensível” da cidade, onde é necessário “fomen-tar a atractividade económica e turística”, ao mesmo tempo

Anunciou o presidente Almeida Henriques.

Viseu prepara medidas para combater interioridade de freguesias sensíveis

que criam “mais qualidade de vida para quem ali reside ou tra-balha”.

Sobre o concurso de ideias para a revitalização e cobertura do Mercado 02 de Maio, situado em pleno coração da cidade, o autarca informou que está concluído. “Já foi aprovado o re-latório final, que contou com a assessoria da Ordem dos Arqui-tectos. Assumo aqui o compromisso de sujeitar os projectos propostos a consulta pública, convocando todos os munícipes a pronunciarem-se sobre as ideias a concurso e aquelas que o venceram”, disse.

No seu entender, esta vai ser uma intervenção estruturan-te na revitalização daquela praça história, que tem procurado “reanimar com persistência”. “Devidamente integrada na ar-quitectura do lugar, a cobertura do Mercado 2 de Maio pode superar os problemas estruturais de funcionalidade e frequên-cia desta praça nas épocas de inverno e verão”, concluiu.

Esta ocasião serviu também para o Município de Viseu dis-tinguir cinco “empreendedores relevantes e embaixadores da cidade-região”, sendo atribuída a Medalha de Ouro da Cidade aos empresários António da Costa Vidal (Marcovil) e Fernando Nunes (Visabeira), aos investidores na “diáspora” Manuel Ber-nardo Pires de Almeida e Silvério Soares da Silva e ao “empre-endedor social e cultural” António Lopes Pires.

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A sede da empresa Espaço Visual, em Gondomar, foi palco da primeira Feira do Empreendedorismo Agrícola, evento que pretendeu mostrar o que de melhor se faz na agricultura em Portugal, mas tam-bém debater soluções em diferentes áreas, numa altura em que o sector está em grande actividade.

O certame “correspondeu às espectativas” da organização e dos visitantes e terá periodicidade anual, conforme confirmou o CEO da Espaço Visual. José Martino adiantou que a edição 2016 pode ser “a Sul”.

Gazeta Rural (GR): Satisfeito com a primeira Feira?José Martino (JM): Muito satisfeito. Acho que correspon-

demos às espectativas de quem visitou o evento. Cumprimos os nossos objectivos de mostrar empreendedores de sucesso e que pudessem apresentar as suas atividades, as suas experi-ências e, ao mesmo tempo, ver acções de networking, em que cada um dos participantes pôde esclarecer as suas dúvidas e debater como é que essas atividades se podem desenvolver. Era nosso objectivo conseguir que adquirissem conhecimento e know-how para poderem desenvolver o seu empreendedo-rismo.

GR: Estiveram presentes projectos diferentes e ino-vadores?

Adiantou José Martino, CEO da Espaço Visual

Feira do Empreendedorismo Agrícola pode rumar a Sul

JM: Sim. Tivemos uma mostra de expositores em diferentes áreas, desde os factores de produção às novas energias reno-váveis. Tivemos também equipamentos agrícolas, novas tec-nologias para o controlo das actividades agrícolas, controlo da rega, pragas e doenças, entre outros, bem como algumas soluções dentro dos prestadores de serviços, como o modo de produção biológico.

Tivemos também a envolvência das escolas profissionais, o que achamos muito positivo, trazendo também os seus alunos e produtos. Tivemos soluções de gestão de explorações agrí-colas, como as Business Angels, e uma série alargada de solu-ções para os empreendedores. Por tudo isto é que lhe chama-mos a Feira do Empreendedorismo Agrícola, que deu acesso às diferentes soluções que existem hoje para a realidade da agricultura e dos seus investimentos.

GR: Este vai ser um evento anual ou vai ter outras edições ao longo do ano?

JM: Será um evento anual e, provavelmente, mudando--o geograficamente. No próximo ano talvez o façamos a Sul. Vamos estudar isso e caminhar no sentido de sedimentar este evento, porque precisamos de empreendedorismo de qualida-de, de sucesso e que crie valor acrescentado. Custa tanto fazer bem como fazer mal. Sabemos e podemos fazer bem, produzir com qualidade e termos um país desenvolvido.

GR: Houve várias acções e debates, nomeadamente a questão das organizações de produtores (OP)?

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JM: Essa foi a nossa preocupação, mostrar como as organi-zações de produtores são do ponto de vista formal, como es-tão organizadas do ponto de vista da Federação Nacional das Organizações de Produtores e quais são as mais-valias efecti-vas. Apresentámos um caso prático de uma organização, que está com o seu processo para ser reconhecido como tal.

Fala-se muito neste tema, mas notamos que no terreno há dificuldade nas pessoas perceberem e entenderem como se faz, como montar o processo para vir a obter o respectivo re-conhecimento. Pensamos que este é um caminho que vai ser aprofundado. É preciso muita organização na parte da co-mercialização para que os novos jovens agricultores possam vingar.

GR: As pessoas têm essa noção, essa necessidade de perceber que têm de se organizar?

JM: As pessoas têm essa noção e essa necessidade. O que noto é que lhes falta perceber como se faz, ou seja, como se lançam estratégias, como se fazem planos para passar das ideias à prática. Como é que um conjunto de produtores pode criar uma OP e qual o caminho a seguir.

Muitas vezes faz-se uma reunião e passam-se horas a de-bater sem resultados. Desgastamo-nos e, muitas vezes, não passamos disso, ou seja, fica-se com dores de cabeça.

A vantagem na Espaço Visual é que temos alguma experiên-cia de como se monta este tipo de processos. Ou seja, temos facilidade em colocar um documento em diversos espaços do processo e depois faze-lo cumprir.

E o caso recente que temos é o da Bfruit, que já tem umas centenas de hectares de plantações de pequenos frutos para os seus clientes. Sentimos que havia essa necessidade e pas-sámos à acção. Elaboramos um plano estratégico, um plano de negócios e conseguimos montar essa operação, que está em vias de ser reconhecida como organização de produtores.

GR: Fala na Bfruit que este ano não teve capacidade de resposta para atender a todas as encomendas?

JM: Não pertenço ao concelho de administração e, portan-to, não lhe posso responder à questão. O que lhe posso dizer é que a Bfruit está a fazer um trabalho de angariação de clien-tes no mercado internacional, a organizar a produção, quer no especto da gestão, quer da assistência técnica e a montar a logística para unir estas coisas todas.

Espaço Visual descobre alternativas ao leiteO fim das quotas leiteiras e a baixa do preço do leite

tem levado a que os produtores de leite em Portugal es-tejam a viver situações dramáticas. A consultora agrícola Espaço Visual, em colaboração com a Caixa de Crédito Agrícola da Área Metropolitana do Porto, ciente deste problema, vai organizar uma visita de estudo a activida-des agrícolas produtivas alternativas a explorações de leite de vaca.

O que está em causa, nestas visitas de estudo, é per-mitir aos produtores de leite encontrar actividades com comercialização assegurada que lhes possam oferecer alternativas de negócio agrícola.

Este evento, a decorrer em 8 de Outubro, tem como ponto de encontro, pelas 8 horas, a sede da Caixa de Cré-dito Agrícola da Área Metropolitana do Porto, na Maia. As explorações a visitar são de pequenos frutos (framboesas e mirtilos) e de kiwis. Os interessados devem inscrever-se gratuitamente em www.espaco-visual.pt.

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A Associação de Produtores Gastronómicos (APG) das Ter-ras de Miranda - Sabores de Miranda, que representa 26 pro-dutores, demarcou-se da marca envolvida em casos de botu-lismo, garantindo, que nenhum dos seus associados fornece a “Origem Transmontana”.

A presidente da APG das Terras de Miranda refere “que, re-lativamente ao assunto de botulismo, se demarca da marca em causa, “Origem Transmontana”, de forma a garantir a pro-tecção e segurança, quer dos produtos confeccionados pe-los produtores da associação, quer do consumidor final. Ana Esteves disse que todos os produtos são confeccionados em unidades certificadas, que obedecem a padrões de qualidade e segurança alimentar.

A APG das Terras de Miranda representa produtores pecu-ários e de doçaria dos concelhos de Miranda do Douro e Mo-gadouro, no distrito de Bragança. Está associação junta-se assim, a outras entidades nordestinas que garantem que o produtos transmontanos “são de confiança” e não apresen-tam, “ perigos para a saúde pública.

Também a gestora do fumeiro certificado de Vinhais se de-marca da marca envolvida em casos de botulismo, afirmando que os produtos da empresa em causa “não estão sujeitos” a controlo de entidades certificadoras.

A Associação Nacional de Criadores de Suínos da Raça (ANCSUB) Bísara é a entidade gestora de todo o processo de certificação e controlo das diferentes peças do fumeiro de Vi-nhais, desde o salpicão ao presunto, que são comercializadas com “Indicação Geográfica Protegida”.

“A marca ‘Origem Transmontana’ é apenas uma marca co-mercial de um pequeno e recente produtor de fumeiro que não pode desvirtuar a qualidade e a confiança que os nossos pro-

Produtos da marca envolvida retirados do mercado

Associação de produtores e entidades gestoras de IGPs demarcam-se

de casos de botulismodutos transmontanos têm merecido ao longo dos anos”, lê-se no comunicado da ANCSUB.

A Associação Comercial e Industrial de Mirandela (ACIM), gestora da Alheira de Mirandela, emitiu um comunicado no mesmo sentido. Os maiores produtores da Alheira de Mirandela foram confrontados com cancelamento de encomendas e dú-vidas de clientes e consumidores devido à associação com os casos de botulismo, cuja contaminação terá tido origem, se-gundo as autoridades, em alheiras comercializadas pela marca “Origem Transmontana”.

Um comunicado conjunto da Direcção-Geral da Saúde, Di-recção-Geral de Alimentação e Veterinária, Autoridade de Se-gurança Alimentar e Económica e Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge dava conta de que foram detectados três casos de botulismo alimentar.

A origem destes casos de doença foi associada à ingestão de produtos alimentares fumados (alheiras), comercializados com a marca “Origem Transmontana” e, após investigação, as autoridades decidiram retirar de imediato do mercado os pro-dutos à base de carne e os queijos da marca “Origem Trans-montana”.

Na nota de imprensa emitida é explicado que o botulismo alimentar é uma doença grave, de evolução aguda, com sin-tomas digestivos e neurológicos, resultante da ingestão de diversos tipos de alimentos, contendo toxinas formadas pelo Clostridium botulinum no próprio alimento.

O responsável da marca comercial envolvida na polémica do botulismo não quis prestar declarações, adiantando, porém, que tem “estado em contacto permanente com as autorida-des, a colaborar em tudo, e com clientes e produtores/forne-cedores”.

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O Governo dos Açores promove, entre 1 de Outubro e 30 de Novembro, o primeiro período de candidatura à medida desti-nada à conservação e à utilização e desenvolvimento susten-táveis de recursos genéticos na agricultura.

A Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente, através da Direcção Regional do Desenvolvimento Rural, pretende com esta submedida do PRORURAL+ manter as raças autóctones açorianas preservando a cultura associada à sua envolvência, promover as raças exóticas com demonstração de adaptabili-dade à Região e preservar a biodiversidade através da manu-tenção das raças e da sua exploração em sistemas extensivos.

Os beneficiários, segundo uma portaria hoje publicada em Jornal Oficial, são entidades públicas ou privadas que tenham a seu cargo a gestão de registos fundadores ou de livros ge-nealógicos.

De 1 de Outubro a 30 de Novembro

Governo dos Açores abre candidaturas para apoio aos recursos genéticos

na agriculturaO montante de apoio é de 100% do custo total elegível que

contemplem, por exemplo, a despesa com pessoal especiali-zado e administrativo, nomeadamente remunerações, subsí-dio de refeição, descontos e seguros obrigatórios e ajudas de custos, a aquisição de serviços, de equipamentos específicos e despesas de deslocação e alojamento.

Estes apoios estão previstos no Programa de Desenvolvi-mento Rural proposto pela Região à Comissão Europeia e que vigorará até 2020.

A apresentação dos pedidos de apoio e dos documentos ou declarações que sejam constitutivos da sua elegibilidade, efectua-se através de submissão electrónica do formulário disponível no Portal do PRORURAL+ (http://proruralmais.azo-res.gov.pt) e autenticados com o código de identificação atri-buído para o efeito.

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A Universidade dos Açores vai estudar as pastagens da ilha de São Miguel, a partir de 2016, para perceber onde se produz leite com maior e menor concentração de iodo, dada a carên-cia deste elemento químico entre a população.

O projecto científico, a desenvolver durante três anos, está a cargo da equipa liderada pelo professor Armindo Rodrigues, do departamento de Biologia da academia, e será candidata-do, até ao final do mês, a financiamento comunitário.

A iniciativa visa “perceber quais são as zonas da ilha mais ricas e menos ricas, as que têm maior carência em iodo e na-quelas em que há maior concentração de iodo, perceber se esse iodo passa ou não para as vacas e destas para o leite”, afirmou Armindo Rodrigues, acrescentando que há países europeus, como a Alemanha e a Holanda, que já dão suple-mentos às vacas para terem leite com os níveis de iodo reco-mendados.

O iodo é um elemento químico que existe na natureza e que se revela fundamental para o funcionamento da tiróide e para o desenvolvimento do sistema nervoso durante a fase fetal e nos primeiros anos de vida de uma criança. Nos Açores, as grávidas já tomam suplementos com iodo.

O investigador adiantou que os estudos preliminares já realizados indicam que a distribuição de iodo pelos solos da ilha de São Miguel é “bastante heterogénea”, pelo que serão estudadas “várias pastagens, em várias zonas” da maior ilha açoriana, onde residem mais de cem mil pessoas.

“Um dos produtos que geralmente é utilizado nas popu-lações humanas para compensar a falta de iodo é o leite. Vamos analisar solos da ilha de São Miguel e perceber que nuns sítios há maior concentração de iodo e, noutros, con-centrações muito baixas. A nossa questão é perceber se isso também se vai reflectir, provavelmente reflectirá, na qualida-de do leite”, referiu Armindo Rodrigues, acrescentando que este conhecimento trará benefícios para a população, para a lavoura e para a indústria do leite.

Armindo Rodrigues explicou que as ilhas “são montes que emergem do fundo oceânico e os sedimentos do fundo do oceano acabam por não conseguir enriquecer o ambiente terrestre em iodo”. Além disso, “não há hábito de comer algas e o próprio rossio do mar junto à costa acaba por ser lixiviado devido à grande quantidade de pluviosidade nas ilhas”.

Um estudo científico da Universidade dos Açores, publi-cado em Agosto e que envolveu cerca de 350 crianças em idade escolar da ilha de Santa Maria e das freguesias da Ri-beira Quente e Furnas, em São Miguel, demonstrou que há um “carência de iodo relativamente grave” nas crianças micae-lenses.

Estas e outras questões foram abordadas na conferência “Vulcanismo e Saúde”, que Armindo Rodrigues proferiu na Igreja do Núcleo de Santa Bárbara do Museu Carlos Macha-do, em Ponta Delgada. O investigador fez uma reflexão sobre a história da geologia médica, uma ciência “relativamente re-cente”, mas de “grande importância”, dado que a qualidade das águas, solos ou ar em que as pessoas habitam se reflecte na saúde. Esta iniciativa esteve integrada num ciclo de con-ferências do museu, no âmbito da exposição “Natureza em Diálogo”, que está patente no Núcleo de Santa Bárbara até 18 de Outubro.

Na ilha de São Miguel, a partir de 2016

Açores estuda pastagens para perceber onde se produz leite com mais iodo

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A Directora Regional dos Recursos Florestais dos Açores, Anabela Isidoro, destacou, em Ponta Delgada, a importância da auscultação e do envolvimento das associações represen-tativas dos caçadores e agricultores para o sucesso do plano proposto pelo Governo dos Açores para a monitorização e controlo da densidade das populações de coelho-bravo, ten-do em vista a sua recuperação sustentável após o surto de Do-ença Hemorrágica Viral (DHV2).

“O plano prevê o desenvolvimento de medidas de acção que passam pela monitorização das populações através da rea-lização de censos mensais, detecção e recolha de cadáveres para pesquisa, recolha de amostras de animais abatidos du-rante a caça e, ainda, recolha de informação junto dos caça-dores que permita avaliar a actual capacidade de gestão da espécie”, afirmou Anabela Isidoro.

A Directora Regional, que falava à margem de uma reunião promovida com o Conselho Cinegético de Ilha de S. Miguel e com associações directa e indirectamente envolvidas na acti-vidade cinegética, desde caçadores a representantes dos agri-cultores, frisou que importa “avaliar o estado das populações de coelho-bravo”, por forma a tomar decisões sustentadas so-bre o actual e futuro esforço de caça para esta espécie.

Nesta reunião foi analisado o ponto de situação do efeito da DHV2 nas populações de coelho-bravo, tendo sido também discutida a apresentação das medidas em desenvolvimento para a monitorização do impacto da doença nas populações de coelho-bravo e a reapreciação do calendário venatório para a época em curso.

“Foram apresentados dados com a variação do índice de abundância do coelho-bravo para cada uma das ilhas onde esta espécie existe”, afirmou a Directora Regional, adiantando que “estes dados permitiram perceber a forma como a popu-lação de coelho-bravo evoluiu após o surgimento da nova va-riante da DHV2”.

Nas ilhas de Santa Maria e das Flores, onde os índices de abundância se encontram em valores extremamente baixos, a Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente mantém a proi-bição da caça a esta espécie, afirmou Anabela Isidoro, acres-centando que “nas restantes ilhas, apesar de se verificar uma redução significativa dos níveis de abundância, continua a ser possível o exercício da caça, embora com algumas restrições que limitem a pressão de caça, de forma a permitir alguma re-cuperação das populações de coelho-bravo para níveis mais equilibrados”.

Analisados os dados atuais e o calendário venatório para a ilha de São Miguel, estabelecido em Junho, e colocada a ne-cessidade de reduzir a pressão de caça ao coelho-bravo nesta ilha, a Directora Regional revelou que os parceiros cinegéticos “foram unânimes em propor retirar a utilização de arma de fogo dos processos de caça previstos para a corrente época venatória”.

Por outro lado, e considerando que o primeiro dia de caça ao coelho-bravo coincidirá em S. Miguel com o domingo das elei-ções legislativas nacionais, que foram posteriormente marca-das, foi proposto e aceite que o mesmo seja antecipado para o dia anterior, 3 de Outubro.

Programa 9h00 – Recepção dos visitantes

9h30 – Sessão de abertura com a presença do Presidente da Câmara Muni-cipal de Carrazeda de Ansiães, do Presidente da Escola Superior Agrária de Bragança, da Diretora-geral da ADVID e do presidente da SPPF.

10h00 – Enrelvamentos em pomares e olival:desafios teóricos e experimentais.Prof. Manuel Ângelo Rodrigues (CIMO-IPB)

10h45 – Enrelvamentos em vinha: desafios teóricos e experimentais.Engª Cristina Carlos (ADVID-Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense)

11h30 – Coffee-break

11h45 – Debate. Enrelvamentos em pomares, olival e vinha: desafios práticos

12h30 – Intervalo para almoço

14h30-17h30 – Visita de estudo (Vinhas da Quinta do Ataíde, Symington; Pomares da Mallus, Sociedade Agricola Unipessoal Lda.)

InscriçõesSócios: 3 eurosNão sócios: 5 eurosEstudantes: 1 euroAlmoço: 10 euros

ContactosTeresa Carita: [email protected], [email protected]://sppf.pt

XXXVII Reuniãode Outono da SPPFEnrelvamentos em pomares, olival e vinhaCentro de Inovação Tecnológico Inovarural (CITICA),Carrazeda de Ansiães(junto à Câmara Municipal)

23 de outubro de 2015

Organização

Apoios

Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães

Federação da Agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro

Após o surto de Doença Hemorrágica Viral

Recuperação do coelho bravo debatido com associações de caçadores dos Açores

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O projecto de emparcelamento nas freguesias de Azinhaga, Golegã e Riachos, aprovado Conselho de Ministros, vai permitir “um grande salto” na produção, numa área de 4.600 hectares, essencialmente de hortícolas.

Luís Vasconcellos e Souza, presidente da união de coopera-tivas dos produtores agrícolas da Região do Norte do Vale do Tejo, diz que a aprovação do projecto, orçado em 9,58 milhões de euros, culmina uma proposta iniciada há 16 anos e que es-teve na “gaveta” durante sete anos, “porque um ministro não acreditava no emparcelamento”.

O projecto agora aprovado, com financiamento do Progra-ma de Desenvolvimento Rural (PDR), vai gerar “mudanças es-truturais”, quer nas explorações agrícolas na área abrangida, inserida numa das regiões mais férteis do país, quer na confi-guração das próprias parcelas, que passarão das atuais cerca de mil para metade, aumentando a sua dimensão.

Esta mudança traduzir-se-á numa maior eficiência e numa reorganização das explorações, sendo expectável a entrada de produtores mais jovens e com mais capacidade de inves-

Nos concelhos da Golegã e Torres Novas

Emparcelamento em 4.600 ha ajuda sector hortícola

timento, disse. “Vai levar a um rearranjo2, declarou Vascon-cellos e Souza.

Além de aumentar a eficiência, o emparcelamento vai baixar os custos de exploração, já que os agricultores ficam com par-celas maiores e em menor número, reduzindo a necessidade de transporte, tomadas de água ou baixadas eléctricas.

O projecto de emparcelamento de terrenos agrícolas nos concelhos da Golegã e de Torres Novas foi concluído em 2006, depois de seis anos de trabalho de levantamento e obtenção do acordo dos cerca de 800 agricultores envolvidos.

Segundo a nota do Conselho de Ministros, o projecto, a con-cluir no prazo de três anos, inclui a execução das redes de ca-minhos agrícolas e de enxugo e drenagem, a sistematização de terrenos, a remodelação da rede de furos de captação de água para rega, a reorganização da rede de distribuição de energia, a demarcação e titulação de novos lotes e o pagamento de indemnizações. A limpeza do rio Almonda, a valorização e in-tegração paisagística e a monitorização ambiental são outras acções previstas.

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A Syngenta organizou uma visita aos seus campos de ensaio de milho instalados na Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento, em Santo Tirso, e numa exploração em Famalicão. A variedade SY Hydro, comercializada este ano pela primeira vez no mercado de silagem, conquistou uma área considerável da produção no Minho.

A Syngenta convidou um grupo de agricultores e técnicos para um tour pelos seus campos de ensaio de milho no Minho, onde apresentou quatro variedades – SY Hydro, SY Verdemax, SY Zoan e SY Inove –, sujeitas a diferentes modalidades de adu-bação e com um programa de protecção baseado nos herbi-cidas Lumax e Elumis. A visita foi realizada em parceria com a empresa Sanorte, distribuidor Syngenta na região Norte.

“A primeira grande conclusão que retiramos da visita é que os campos em que aplicámos o Lumax em pré-emergência estão favorecidos em termos de altura e desenvolvimento das plantas face à estratégia pós-emergência”, explica Pedro Martins, field expert da Syngenta.

Os agricultores da região confirmam a eficácia do Lumax, mesmo quando aplicado com tempo seco e numa fase tardia. “Sou cliente do Lumax desde o seu lançamento e este ano apli-quei-o em 20 hectares já no final de Maio e início de Junho, em pré-emergência, incorporado com adubo líquido, e os resulta-dos estão à vista: os campos estão limpos de infestantes”, afirma Adelino Balazeiro, produtor de 30 hectares de milho silagem em Barcelos. Outro agricultor, do mesmo concelho, é peremptório: “gosto muito do Lumax, é um herbicida que os bate a todos, in-clusive quando aplicado em pós-emergência precoce”.

Das variedades apresentadas, o SY Hydro destacou-se tan-

Na Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento, em Santo Tirso

Syngenta organizou “Tour Milho” no Minhoto no ensaio como nos campos comerciais dos agricultores. “Tenho um óptimo feedback dos agricultores relativamente ao SY Hydro, mesmo num ano seco como este a variedade com-portou-se muito bem em campo e já conquistou uma quota de mercado interessante neste primeiro ano nos milhos de ciclo 600”», garante Filipe Carvalho, técnico da Sanorte.

O SY Verdemax, que já é conhecido na região é uma opção para “intercalar com variedades de ciclo 600, porta-se muito bem em terrenos secos, resiste bem. Já é terceira campanha que o faço, este ano fiz 8 hectares de Verdemax”, acrescenta Ade-lino Balazeiro.

O SY Inove (FAO 600) surge como uma alternativa para co-lheita mais precoce e poderá ser um complemento ao SY Hydro. Quanto ao SY Zoan vem reforçar a gama Syngenta de ciclos FAO 500. “É uma opção para quem pretende semear um pouco mais tarde e obter uma silagem de qualidade com alto rendi-mento de matéria verde” esclarece Pedro Martins.

A Sygenta convidou a Cadubal a participar no ensaio com diferentes modalidades de adubação Yara – adubo de fundo; adubo de fundo mais adubo de cobertura; e incorporação de adubo starter via semeador. O adubo starter, rico em fósforo, beneficiou o enraizamento das plantas permitindo-lhes sobre-viver às chuvas intensas de Maio. “O milho que levou o starter esteve sempre à frente em termos de desenvolvimento e cor verde das plantas”, conclui Pedro Martins.

Em 2015, semearam-se na região Norte 45.554 hectares de milho, correspondendo a 36% da produção nacional, dos quais 16.961ha no distrito de Braga e 13.895ha no distrito do Porto, de acordo com os dados do IFAP.

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Os milhões de pessoas que se vêem obrigadas a fugir da guerra, da pobreza e de outras dificuldades, recordam-nos de forma trágica a necessidade de se aplicarem soluções pa-cíficas baseadas na justiça social e no aumento das oportu-nidades económicas para todos. A chave para alcançar este objectivo é através da protecção e investimento nos meios de subsistência rurais, afirmou o director-geral da FAO, José Gra-ziano da Silva.

“O desenvolvimento rural e a segurança alimentar são fun-damentais para a resposta global à crise de refugiados. A guer-ra provoca fome e a fome, por sua vez, mata e força as pessoas a saírem das suas casas,” disse.

“Quer vivam em campos de refugiados ou se encontrem em fuga, as pessoas estão numa situação particularmente vulne-rável. O mundo deve dar uma resposta abrangente que ofe-reça esperança e soluções concretas aos refugiados, e tais soluções têm de considerar a segurança alimentar presente e futura, e ainda a reabilitação dos meios de subsistência rurais”.

“Apoiar os meios de subsistência agrícola pode ajudar as pes-soas a permanecerem nas suas terras, quando se sentem segu-ras, e a criar condições para o regresso dos refugiados, migran-tes e deslocados”, acrescentou Graziano da Silva. “A maioria dos deslocados esperam poder recuperar as suas terras assim que o conflito termine, porém os seus impactos na segurança alimen-tar continuam muito após o fim da violência,” afirmou.

A agricultura continua a ser fundamental como meio de sub-sistência para a maioria das pessoas em situação de conflito e pós-conflito. Neste contexto, a FAO concentra a sua interven-ção na protecção dos meios de subsistência agrícolas durante o conflito, criando condições para a reabilitação e a resiliência da agricultura a longo prazo, como estratégia crucial para o

Director-geral da FAO e a crise migratória

“Chave é a protecção e investimento nos meios de subsistência rurais”

regresso da paz, redução da pobreza e desenvolvimento global dos países em situação de crise.

Na Síria, por exemplo, o conflito está a ter um impacto de-vastador sobre a agricultura, com fortes consequências nos mercados e nas cadeias de abastecimento de alimentos, a maioria dos sistemas de irrigação e outras infraestruturas destruídos e os agricultores e criadores de gado que não têm outra opção que não seja abandonar os campos e os animais. E aqueles que ficam não têm acesso a mercados, sementes, fertilizantes e outros factores de produção. Ao mesmo tempo, o afluxo de refugiados Sírios está também afectar a agricultura nos países vizinhos.

A FAO trabalha em conjunto com os seus parceiros para melhorar a segurança alimentar e fortalecer a resiliência das famílias e comunidades na Síria e nos países vizinhos. Estes es-forços procuram a salvaguardar os meios de subsistência e, ao mesmo tempo, ajudar as comunidades a criarem bases para a sua própria recuperação a longo prazo.

Concretamente, a FAO está a dar prioridade às famílias mais vulneráveis, ajudando-as a melhorar o acesso aos alimentos, a nutrição e os rendimentos.

Isto envolve a distribuição de sementes aos agricultores Sí-rios para poderem produzir cereais suficientes para alimentar as suas famílias; programas de cash-for-work (comida por tra-balho); campanhas de vacinação e cuidados veterinários no Iraque, Jordânia, Líbano e Síria, com vista a preservar a saúde animal e das fontes vitais de nutrição; e ainda a distribuição de material específico para produção em hortas domésticas, dando aos deslocados e às famílias anfitriãs os meios para produzirem alimentos ricos em nutrientes, tais como ovos, leite e vegetais.

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36 www.gazetarural.comF I C H A T É C N I C A

Ano XI - N.º 256Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo e Fernando FerreiraOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 362, Loja 11, Fracção AH - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica NovelGráfica | Telf. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121-123, 3510-106 ViseuTiragem média Mensal Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

As declarações de interesse público que violem as regras de utilização da Reserva Agrícola Nacional (RAN) vão passar a ser declaradas nulas, segundo as alterações ao regime jurídico deste instrumento, publicadas em Diário da República.

As sanções de nulidade já abrangiam vários actos adminis-trativos relativos à utilização destas áreas para fins não agrí-colas, sem cumprirem determinados requisitos, estendendo-se agora às “acções de relevante interesse público” que violem a lei. Os pedidos de relevante interesse público têm de ser re-conhecidos como tal por despacho dos membros do Governo responsáveis pela área do desenvolvimento rural.

O requerimento terá de ser acompanhado por vários docu-mentos e pareceres que sustentem o pedido, incluindo aprova-ção da Assembleia Municipal do respectivo concelho, situação tributária e declarativa do requerente regularizada, etc.

O diploma alarga também o leque de contra-ordenações,

Já publicada em Diário da República

Novo regime da Reserva Agrícola permite anular acções de interesse público

que já abrangia infracções como a utilização não agrícola dos solos sem parecer prévio favorável, à realização de quaisquer acções interditas, como loteamentos ou obras de urbanização, depósito de resíduos, lamas, entulho ou sucatas ou utilização indevida de produtos fitofarmacêuticos.

Por outro lado, reforça o carácter excepcional do uso não agrícola destes terrenos que deverá obedecer cumulativamente a um conjunto de requisitos, nomeadamente quando não cau-sem “graves prejuízos” aos objectivos da RAN e “não existam alternativas viáveis fora destes terreno”, no que respeita “às componentes técnica, económica, ambiental e cultural”.

O novo regime introduz igualmente uma “simplificação pro-cedimental” nos processos de consulta à entidade nacional da RAN e passa a dispensar a comunicação prévia, já que depen-de de um parecer prévio vinculativo por parte das entidades regionais da RAN, que terá de ser emitido em 20 dias.

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BrevesVoluntários ajudaram a conservar área reflorestada da PenoitaNo último fim-de-semana de Setembro, juntaram-se na mata da Penoita numerosos voluntários para participarem na acção de manutenção florestal promovida pelo Município de Vouzela e pela Federação Floresta Unida. Pessoas e grupos de todas as faixas etárias responderam assim positivamente ao repto lan-çado pelos organizadores da iniciativa.O objectivo foi ajudar a conservar a área rearborizada em 2014, naquela que foi considerada a maior acção de reflores-tação desse ano a nível ibérico. Nesse evento, que juntou cen-tenas de voluntários e contou com grande mediatização e o patrocínio de figuras públicas, tinham sido plantadas cerca de 20 mil árvores com o fim de recuperar uma área destruída pelo grande incêndio do Caramulo.Foi para preservar o trabalho realizado no ano passado, que os voluntários deitaram mais uma vez mãos à obra. Nos dois dias em que durou a iniciativa controlaram espécies invasoras, eliminando mimosas e austrálias; limparam mato em redor das plantas instaladas e das que surgiram por regeneração natu-ral; substituíram plantas que não resistiram à secura do verão; e removeram lenha e sobrantes que tinham ficado depois do abate das árvores queimadas.O presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, faz um ba-lanço “muito positivo” de mais esta iniciativa. Para o autarca, “está-se a criar uma cultura de participação e de voluntariado para as causas ambientais e de defesa da floresta em espaços públicos do concelho de Vouzela”. Ainda segundo Rui Ladeira, o Município pretende continuar a envolver a comunidade na conservação e requalificação da mata da Penoita que, num futuro próximo, deverá integrar também a mata da Senhora do Castelo.Esta acção de manutenção florestal contou com o apoio insti-tucional do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, do Exército, dos Bombeiros Voluntários de Vouzela e do Agrupamento de Escuteiros de Campia.

XXIII Jornadas Micológicas da Confederação Europeia de Micologia Mediterrânica A Associação Micológica “A Pantorra”, o Centro de Investiga-ção e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas da Univer-sidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Câmara l de Fornos de Algodres organizam as XXIII Jornadas Micológicas da Con-federação Europeia de Micologia Mediterrânica (CEMM 2015), que terão lugar de 8 a 13 de Novembro, em Fornos de Algodres.As jornadas consistem em cinco dias de trabalho de inventário micológico, nas proximidades da Serra da Estrela, e incluem uma saída à Mata Nacional do Bussaco, com mais dois percur-sos opcionais, na Reserva da Faia Brava e na Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto. Para além das intervenções de conferencistas convidados, se-rão apresentadas comunicações livres, orais ou em poster.

Rota do Míscaro para valorizar produto e mostrar ex-líbris de Sátão A Câmara de Sátão promoveu a caminhada “Rota do Míscaro” “pensada para valorizar um produto endógeno, que tem um sabor único”, e para “mostrar os ex-líbris do concelho”, afirmou o presidente da Câmara de Sátão. A caminhada teve início no

Santuário Nosso Senhor dos Caminhos, na União das fregue-sias de Romãs, passando por Decermilo e Vila Longa.“A Rota do Míscaro serve de pretexto para valorizar aquele que é um dos melhores produtos do concelho e que, por aqui ter um sabor tão diferente, faz do Sátão a sua capital. Trata-se de uma iniciativa que serve também para mostrar alguns ex-líbris do concelho”, afirmou Alexandre Vaz.De acordo com Alexandre Vaz, a iniciativa pretendeu também incentivar à prática do desporto e consciencializar as pessoas para a protecção do meio ambiente. Para além disso, o autarca de Sátão afirmou que é importante que as pessoas vão per-dendo o receio de comer «um produto tão especial como é o míscaro, especialmente o de Sátão, que é único. Tem mesmo um sabor diferente”, assegurou.Produção mundial de leite aumenta apesar da queda de preços A baixa de preços, normalmente, promove a redução da pro-dução, mas no sector mundial do leite o mesmo não acontece. Enquanto os preços do leite ao pecuário baixaram entre 20 a 30 por cento no primeiro semestre de 2015, em comparação com o mesmo período de 2014, a produção cresceu em mutos países. No primeiro semestre do ano a produção de leite cresceu em 0,8 por cento na União Europeia, 1,6 por cento nos Estados Unidos e 0,9 por cento na Nova Zelândia, frente ao primeiro semestre de 2014. Toda esta situação, e apesar das estimati-vas para chegar a uma recuperação do sector, a verdade é que ainda não se atingiu um equilíbrio entre a oferta e a procura.

S. Pedro do Sul promove “II Festival do Feijão”O Município de S. Pedro do Sul vai promover pelo segundo ano o “Feijão.com(e), Festival do Feijão”, evento que vai decorrer nos dias 17 e 18 de Outubro. Durante o fim-de-semana o feijão será o rei, com espaços de restauração, show cookings, degus-tação de produtos, artesanato ao vivo e animação musical. O “II Festival do Feijão” conta com o apoio da Termalistur e da União das Freguesias de S. Pedro do Sul, Várzea e Baiões. Nestes dias, e em paralelo, S. Pedro do Sul vai receber o Cam-peonato Ibérico Masculino de Orientação Pedestre, uma prova que recebe os melhores atletas de Portugal e Espanha, e que conta para as taças nacionais dos dois países. Existirão ainda percursos disponíveis para todos aqueles que querem experi-mentar a modalidade.

Frutas de Portugal homenageadas em emissão filatélica A Castanha de Trás os Montes, as Cerejas da Cova da Beira, a Pêra Rocha do Oeste, os Citrinos do Algarve, a Banana da Ma-deira e o Ananás dos Açores são as variedades escolhidas para a emissão oficial dos selos Frutas de Portugal.Esta emissão resulta de uma parceria entre os CTT e a con-sultora Terraprojectos e vai ser apresentada publicamente no dia 01 de Outubro. O objectivo é promover o consumo destas frutas e dar a conhecer a variedade frutícola nacional

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O sétimo maior importador de Vinho Verde, a Suíça, tem ma-nifestado um crescente interesse nesta Região Demarcada. Ocupando em 2014 o oitavo lugar no ranking dos consumi-dores de vinho, o interesse deste país pelo Vinho Verde deseja ultrapassar o designado mercado da saudade. É neste âmbito, na procura de novos fornecedores, que um dos mais importan-tes importadores de vinhos daquele país esteve em Portugal, a estabelecer contacto com os nossos exportadores.

A promoção de encontros com produtores da região é o principal objectivo desta visita que incluiu reuniões “one-to--one”, uma apresentação sobre a Região Demarcada, provas de vinhos, acções de degustação e a visita a algumas quintas e adegas da região.

Manuel Pinheiro, presidente da Comissão Vitivinícola da Re-gião dos Vinhos Verdes (CVRVV) afirma que “estas visitas são sempre benéficas, uma vez que proporcionam um contacto directo entre os produtores que ambicionam exportar o seu produto e profissionais do sector, promovendo o crescimento e divulgação dos Vinhos Verdes pela Europa”.

É o sétimo maior importador

Vinhos Verdes seduzem

trade da Suíça

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O RALLY REGRESSA

A NELAS24-25 OUT 2015

3 Campeonatos:Taça FPAK de Ralis Terra

Campeonato FPAK de RalisCritério de Ralis Centro

Grande vencedor receberá a Grande Garrafeira do Dão!3 PEC:

Vilar Seco / Quinta da CercaSantar / Vinhas do Dão

Termas da Caldas da Felgueira

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