educação ambiental em escolas rurais no município de iporá go

57
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ CURSO DE GEOGRAFIA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL EM ESCOLAS RURAIS DO MUNICIPIO DE IPORÁ/GOIÁS LAILA DAMASCENA SILVA IPORÁ 2010

Upload: geografiauegiporagoias

Post on 23-Dec-2015

16 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

GEO

TRANSCRIPT

Page 1: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ

CURSO DE GEOGRAFIA

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO

FUNDAMENTAL EM ESCOLAS RURAIS DO MUNICIPIO

DE IPORÁ/GOIÁS

LAILA DAMASCENA SILVA

IPORÁ

2010

Page 2: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

2

LAILA DAMASCENA SILVA

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL NAS

ESCOLAS RURAIS DO MUNICIPIO DE IPORÁ/GOIÁS

Monografia apresentada à Coordenação de Curso

de Geografia da Universidade Estadual de Goiás –

UnU Iporá, co mo requis i to parcial para a obtenção

do t í tulo de Licenciad a em Geografia .

Orientadora: Profa. Msc . Jackel ine Silva Alves

IPORÁ

2010

Page 3: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

3

LAILA DAMASCENA SILVA

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL NAS

ESCOLAS RURAIS DO MUNICIPIO DE IPORÁ/GOIÁS

Monografia apresentada à Coordenação de Curso

de Geografi a da Universidade Estadual de Goiás –

UnU Iporá, co mo requis i to parcial para a obtenção

do t í tulo de Licenciada em Geografia .

Orientadora: Profa . Msc . Jackeline Silva Alves

______________________________________________

Profa Msc. Jackeline Silva Alves (Orientadora)

____________________________________

Prof.

_____________________________

Prof.

Page 4: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

4

Dedico este trabalho aos

meus pais, a Nany e

meu noivo, pelo carinho

e compreensão .

Page 5: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à aquele, que me permitiu tudo isso, ao

longo de toda a minha vida, e, não somente nestes anos como

universitária, é a Ele que diri jo minha maior gratidão. Deus, mais do

que me criar, deu propósito à minha vida. Vem d`Ele tudo o que sou, o

que tenho e o que espero, o maior mestre da humanidade.

Á minha querida mãe Marlene Damascena, pela compreensão,

pessoa com quem aprendo muito todos os dias, que tem me apoiado em

todos momentos da minha vida. Ao meu pai Silvonde s Mendes pela

amizade. Quero expressar meus agradecimentos a minha amada

maninha Maianne Damascena, por me motivar nos dias mais difíceis, a

qual estamos juntas na universidade durante todos estes anos. Meu

noivo Danilo Gomes, pelo companheirismo e por jamais medir

esforços para me auxiliar.

Jackeline Alves, peça fundamental para a construção deste

trabalho, estendo aqui meus agradecimentos á você pelo

profissionalismo e amizade dedicada a mim ao longo deste ano.

A minha amiga Silvaci Santiano, parceira nas visitas campo

(escolas rurais), e por t er me dado parte de seu tempo para desabafos e

conversas sobre a pesquisa.

Ainda quero agradecer as minhas amigas Márcia, Lucilene,

Laynara, Jaqueline, Maria Virgilina, e Talita, por tudo que vocês

fizeram por mim nestes quatro anos e a todos que de forma direta ou

indiretamente contribuíram para esta pesquisa.

Page 7: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

7

RESUMO

A Educação Ambiental , segundo Guimarães (1995) é identificada

por muitas pessoas como uma educação para as pessoas que vivem nas

cidades, poluindo o ar, as águas, fazendo o descarte do lixo de forma

inadequada. No entanto as pessoas que residem no campo ou zona rural ,

necessita de uma educação, que os alerte dos problemas ambientais

encontrados nestes espaços, como é o caso da contaminação dos recursos

hídricos com os produtos tóxicos, decorrentes da agricultura. Neste

sentido a EA busca desempenhar um papel de forte relevância para a

preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Para

identificarmos como que ocorre a EA nas escolas rurais, foi realizado

questionário com os alunos e várias entrevistas com pais e professores.

Observando que EA abrange uma dimensão não só ambiental , mas

também socioeconômico e cultural, é que as escolas de vem introduzi-la

de forma multidisciplinar, envolvendo não apenas os alunos . Na presente

pesquisa observou que o caminho para a sensibilização ambiental é que a

escola e comunidade interajam entre si. Nas escolas rurais podemos dizer

que EA ganha pouco a pouco seu espaço nas aulas e projetos, no entanto

com uma visão voltada exclusivamente para os recursos naturais do que

de fato é meio ambiente.

Palavras-Chave: Educação Ambiental, Meio Ambiente e Escolas

rurais.

Page 8: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

8

LISTA DE FIGURAS

1 Apresentação do espaço físico da Escola Municipal do Bugre............... 42

2 Apresentação do espaço físico da Escola Municipal Magelo Pedro

Borges.......................................................................................................

42

3 Estradas não pavimentadas..................................................................................... 43

4 Quadra Esportiva da Escola Magelo Pedro Borges................................

43

5 Quadra Esportiva da Escola do Bugre..................................................... 43

6 Apresentação dos alunos da Escola do Bugre .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

7 Apresentação da Professora e seus alunos, com a cebolinha (projeto).... 49

Page 9: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

1 – CONSIDERAÇÃO SOBRE MEIO AMBIENTE E

DESENVOLVIMENTO..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

15

1.1 – Desenvolvimento sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

1.2 – Problemas ambientai s urbanos e rurais e suas consequências

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

19

24

2 - O TRATAMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA

EDUCAÇÃO FORMAL: POSSIBILIDADES DE DESPERTAR OS

EDUCANDO PARA NOVOS MODOS DE VER E PERCEBER O

SEU AMBIENTE ... . . . . . . . . . . . . . . . . .

30

2.1 - Conceitos, princípios, e objetivos da educação ambiental . . . .

2.2 – A educação ambiental no ensino de geografia.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.3 - Práticas pedagógicas desenvolvidas em educação ambiental

nas escolas rurais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

34

36

39

3 – O ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS

RURAIS NO MUNICÍPIO DE IPORÁ-

GO.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

42

3.1 – Breve comentário da renda familiar dos educando....................................

3.2 - O ensino da Educação Ambiental na Escola Municipal do Bugre

(Comunidade Nossa Sª Mãe de Deus)..................................................................

3.3 - O ensino da Educação Ambiental na Escola Municipal Magelo Pedro

Borges (Comunidade do Cruzeirinho)..................................................................

44

44

47

CONSIDERAÇÕES FINAIS .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

REFERÊNCIAS ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

ANEXOS............................................................................................................. 57

Page 10: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

10

INTRODUÇÃO

Muitos hábitos foram incorporados sociedade contemporânea em

função do modo de produção em que vivemos, e que imos uma série de

inovações induzindo às pessoas a consumirem mais, mesmo que sem

necessidade, ou seja, induzindo ao consumismo1 originário do

capitalismo que se espalhou pelo mundo, notadamente pós Revolução

Industrial2.

O aperfeiçoamento dos meios técnicos, o aumento da capacidade de

explorar dos recursos naturais3 para a produção de bens de consumo,

gerou conseqüentemente pressões sobre a quantidade e qualidade dos

mesmos, para atender as novas demandas incorporadas pela população.

O consumo por produtos industrializados, mesmo que por uma

pequena parcela da sociedade, viu-se aumentar de forma desordenada os

resíduos gerados, que depositados sem o devido cuidado no ambiente

provoca a poluição do ambiente, contaminando solos, lençol freático,

causando mau cheiro, e disseminação de várias doenças.

Contudo, apenas uma pequena parcela da sociedade planetária,

consome muito mais que grande parte que constitui a base da pirâmide

social . A pressão sobre os recursos não renováveis, como o petróleo e o

carvão mineral é crescente, e os recursos naturais renováveis consumidos

em nível catastrófico.

A sociedade contemporânea conhece o risco que representa para a

manutenção da própria espécie humana o uso desordenado dos recursos,

mas pouco tem feito para melhorar a qualidade do ambiente e da vida

humana, por todo o planeta.

1 Segundo SCARLATO (2001) o consumismo está ligado diretamente aos valores e hábitos que a

sociedade do consumo incorpora, a questão referencial do consumo é o do prestigio social, da posição

de status e ainda são objetos de fascínio e sedução que se remetem a uma nova imagem social das

pessoas que consomem. Estas pessoas são induzidas a comprarem produtos desnecessários de fato para

sua sobrevivência. 2 De acordo com VIANA (2008), a Revolução Industrial, ocorreu na Inglaterra(antiga Grã-Bretanha), no

final do século XVIII e inicio do século XIX, em decorrência do aperfeiçoamento tecnológico e o

aumento da mecanização nas linhas de produções, que trouxe mudanças no quadro socioeconômico dos

países envolvidos pela Revolução Industrial. 3Recursos naturais.

Page 11: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

11

Informação sobre os riscos ambientais e problemas que já ocorrem

em grande escala, são divulgados através de jornais falados, escritos,

internet, por Organizações governamentais e não governamentais, escolas

e demais instituições. Ainda assim, não podemos dizer que a sociedade

esteja de fato consciente dos riscos e ameaças que estão diretamente

relacionadas à manutenção das condições ambientais para a vida humana,

apesar de toda informação, falta conhecimento e sensibilização quanto a

adoção de outras posturas, para com o meio.

Apesar do Meio Ambiente ter se tornado um assunto bastante

abordado pela mídia, por políticos, por artistas e até mesmo no meio

acadêmico, muito ainda deve ser feito no sentido, de modificarmos os

nossos hábitos de consumo, e t ambém a fim de que a população

compreenda que a forma como lidam com o seu ambiente podem

interferir na qualidade de vida planetária.

Diante do exposto, consideramos a importância da Escola enquanto

instituição social de papel relevante na formação do indi víduo,

ampliando o conhecimento, formando valores, modificando atitudes

através não só das disciplinas formais que compõe os currículos

escolares, mas também de práticas desenvolvidas no ambiente escolar.

Reconhecendo a importância da escola na formação do indivíduo e a

sua importância ao prepará-lo para a vida em sociedade, acreditamos na

relevância de trabalhar tanto na escola e com a sociedade, no sentido de

repensarmos nossas relações com o meio que nos cerca, e também para

com aqueles que estão à nossa volta.

Com base nestas colocações acreditamos na pertinência em investir

na Educação Ambiental no ensino formal como instrumento de

sensibilização para que sejam incorporados outros hábitos e atitudes pela

sociedade, tendo em vista que durante o processo de educação formal, o

indivíduo incorpora e repete aquilo que tem de exemplo no ambiente

familiar e escolar, assim, a instituição social escola pode ser entendida

com importante multiplicadora de valores e atitudes, sejam estas

positivas ou negativas em re lação ao meio.

A E.A. deveria ser entendida e praticada como forma de educação

não formal que priorizasse o desenvolvimento de atitudes, valores e

Page 12: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

12

hábitos das pessoas ao lidarem com o seu ambiente, seja ele construído

ou natural, sendo assim uma educação p ara o meio.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – P.C.N‟s -

orientação oficial a E.A. não deve ser tratada como disciplina isolada,

mas deve permear todas as disciplinas, a fim de que dentro de cada uma

destas seja trabalhado conteúdos e con ceitos, que permita entender a

importância em lidar de forma diferenciada com os elementos do meio,

considerando meio aqui, não só o meio natural, mas tudo o que nos

circunda.

Uma educação para o ambiente não deve priorizar público, deve

atingir todas as parcelas da população em igual medida, pois tanto no

meio urbano como no meio rural, são muitos os problemas ambientais a

ser resolvidos.

A E.A. é abordada de acordo com os P.C.N‟s. como tema

transversal, onde é posto que:

Os conteúdos de Meio Ambiente se rão integrados ao curr ículo

através da transversa l idade, pois serão t ratados nas d iversas

áreas do conhecimento, de modo a impregnar toda prát ica

educat iva e , ao mesmo tempo, cr iar uma visão global e

abrangente da questão ambiental (BRASIL, 2001. p . 49) .

Pensamos ser importante trabalhar com a E.A. em ambientes rurais

pela proximidade imediata desta população com os elementos naturais,

assim acreditamos na possibilidade de l idarem de forma mais acertada

com o meio que os cerca.

As escolas rurais constituem-se em importantes espaços para que

seja trabalhado junto a crianças e jovens em processo de construção de

conhecimentos para que estes possam desenvolver também junto às

comunidades em que se inserem novas ati tudes, valores, e conhecimentos

que possam auxiliar de forma posit iva na relação Ser Humano x Meio

Ambiente.

Neste trabalho buscamos compreender de que forma é tratada a E.A.

pelo currículo proposto, e também trabalhado pelos componentes

curriculares de duas escolas rurais no município de Iporá levando em

conta os aspectos socioculturais de cada uma destas. As escolas são:

Page 13: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

13

Escola Municipal Bugre e Escola Municipal Magelo Pedro Borges.

Para a realização do presente trabalho, foram de fundamental

importância, para compreensão do tema, obras de diversos a utores que

abordam a Educação Ambiental, sendo este tema de grande relevância

para um melhoramento nas condições ambientais.

Carvalho (2008), aborda as questões ambientais no processo

educativo, na formação de um cidadão ecológico, que após conceber

informações necessárias para uma relação mais harmoniosa com o meio

ambiente, este cidadão será capaz de desenvolver hábitos mais corretos

em relação ao meio ambiente. Essas informações segundo Carvalho,

serão desenvolvidas no processo educativo do educando, ou seja, na

escola.

Guimarães (2004), afirma que já são desenvolvidas práticas

ambientais na comunidade escolar, e é fundamental que os educadores

tenham uma perspectiva pedagógica que proporcione aos educandos a

vivencia no dia-a-dia (sala de aula) melhores atitudes nas relações ser

humano/meio ambiente, para melhor desempenho no exercício da

cidadania.

A partir de então, considerando a realidade ambiental destas escolas

buscamos conhecer os métodos utilizados pelos educadores para tratar a

E.A. nos conteúdos propostos para as escolas investigadas. Junto aos

educandos destas escolas buscamos levantar quais as apreensõ es que

estes trazem sobre E.A. ou de uma educação para o meio.

Interessou-nos compreender de que forma os educandos

sistematizam o conhecimento (informações) tratadas por seus professores

na prática da E.A. a fim de refletirmos se a mesma tem modificado em

algum aspecto a maneira como os educandos lidam com o meio ambiente,

ou seja, com o local onde vivem.

Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de compreender a

qualidade com que é tratado a E.A., a fim de observarmos o processo

ensino/aprendizagem do aluno, a partir da realidade do campo,

considerando as particularidades existentes na escola do campo em

relação às escolas da cidade, pois uma outra dinâmica marca a escola do

Page 14: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

14

campo, sob os mais diversos aspectos, os quais serão abordados no

desenvolvimento do texto.

Observamos nas escolas que os alunos ainda possuem concepções de

meio ambiente voltados para os recursos naturais, como, arvores

animais, rios, percebemos que eles não fazem relações de que o ser

humano também integra o meio ambiente, não percebendo que as cidades

também possuem meio ambiente.

Os educadores das escolas rurais deveriam esclarecer aos educandos

a questão do meio ambiente nos centros urbanos, especificar quais suas

condições e como afeta a sociedade os problemas ambientais,

desmistificado que meio ambiente não é apenas recursos naturais, e que

o ser humano faz parte do meio ambiente.

Percebe-se que mesmo estudando em sa la EA é importante

desenvolver projetos que envolva a comunidade para que haja um

melhoramento nas práticas pelos indivíduos que integram essa

comunidade, pois as escolas realizam projetos atingindo essencialmente

os alunos.

No entanto é necessário que os professores vão além dos simples

conceitos proposto por vários meio de comunicação, e terem seus

próprios conceitos, pois se continuarem trabalhando conceitos exógenos,

jamais alcançarão a dimensão da EA. Visto que os conceitos de meio

ambiente e natureza ainda estão confusos.

Quanto aos conteúdos e recursos didáticos das escolas rurais, creio

que são capazes de fazer uma base em EA, basta que os professores ,

sejam mais críticos quanto aos conteúdos propostos, leiam mais

referenciais teóricos para compreender que EA é muito mais do que

projetos sobre o lixo, atinge também toda uma escala socioeconômico e

cultural.

Page 15: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

15

1 - CONSIDERAÇÃO SOBRE MEIO AMBIENTE E

DESENVOLVIMENTO :

São múltiplas as concepções dadas para tratar o Meio ambiente,

tanto que as pessoas encontram dificuldades para definí -lo ou mesmo

para caracterizá-lo. Alguns definem o meio ambiente como sendo apenas

os recursos naturais, desconsiderando que os espaços que foram

modificados pela ação humana tratam -se também de meio ambiente.

De acordo com Casseti (1991, p. 11), existe a primeira e segunda

natureza. A primeira natureza trata -se dos recursos naturais, a segunda

natureza diz a respeito da natureza com modificações nas condições

originais, desempenhada pelo ser humano. Com essa capacidade de

modificação da primeira natureza, em segunda, o ser humano crê ser

superior á ela, não sentindo que é pertence a esta natureza. No entanto

sabemos das grandes ações da natureza, quando ela está em

desequilíbrio, como é o caso dos desequilíbrios climáticos, as grandes

estiagens e chuvas demasiadas, etc.

Segundo Guimarães (1995, p. 11)

O que se chama de natureza ou meio ambiente é o conjunto de

elementos vivos e não -vivos que const i tuem o plane ta Terra.

Todos es tes e lementos relac ionam -se inf luenciando e so frendo

inf luencia entre si , em equi l íb r io d inâmico.

Podemos nesta citação perceber a que tanto a natureza quando o ser

humano fazer parte do que chamamos meio ambiente, contudo se as

intervenções sobre os elementos naturais forem maiores do que aquelas

de capacidade de sua reposição, este meio ambiente perde esse equilíbrio

dinâmico, ocorrendo por conseqüência o que estamos enfrentando, e que

nem por isto deixa de ser meio ambiente, só que bastante alterado.

Para Reigota (2002, p. 15), meio ambiente é de finido como,

O lugar determinado ou perceb ido, onde os e lementos

na tura is e soc ia is es tão em relação dinâmica e em interação.

Essas re lações impl icam processos de cr iação cultural

tecnológica e processos his tór icos e soc ia is de t ransformação

do meio natur al e construído.

Page 16: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

16

Então podemos dizer que meio ambiente é todo espaço que nos

cerca o qual pode ser modificado, no entanto, as intervenções praticadas

sobre ambientes naturais, desencadeiam alterações na dinâmica própria

da natureza e assim podemos dizer q ue estas alterações podem ser

positivas ou negativas, conforme o objetivo pretendido, e ainda

considerando as fragilidades do ambiente, pois muitas destas

desconhecemos.

O padrão do que se considera desenvolvimento, é contraditório pois

degrada as reservas de recursos que são transformados em bens de

consumo, e que apenas uma parcela reduzida da sociedade planetária tem

acesso aos mesmos, tendo em vista que para adquir tais bens, é

necessário ter posses financeiras que permitam isto

De tal modo, vivemos um modelo de consumo excludente, pois

apenas uma reduzida parcela consome tendências da moda, aparelhos

modernos e de alta tecnologia, alimentam-se melhor (ou pelo menos tem

acesso a uma variedade maior de alimentos em função do seu poder de

compra), enfim podem gozar daquilo que a sociedade do consumo

convencionou chamar qualidade de vida, sendo necessário acrescentar

que o que é considerado qualidade de vida para uns não é para outros,

que vivem bem e que consomem o necessário.

Segundo a FAO (Organização para Alimentação e Agricultura), em

2009 a população mundial eram cerca de 6,8 bilhões de pessoas, o que

intensifica ainda mais os problemas decorrentes do desenvolvimento, e

evidencia a desigualdades sociais .

Aqueles que vivem na miséria absoluta utilizam -se das sobras

daqueles que tem maiores possibilidades de consumo. Não raro,

alimentam-se de restos de alimentos de outras pessoas, andam

maltrapilhos, e por vezes retira até mesmo de lixões o seu sustento, o

que consideramos também uma forma de degradação, p ois é a degradação

da dignidade da vida humana em seus mais diversos aspectos4.

Estando estas pessoas submetidas a precárias condições sanitárias e

4 Veja o documentário Ilha das Flores, dirigido por Jorge Furtado no ano de 1989.

Page 17: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

17

de salubridade, ficam mais suscetíveis às doenças, e por vezes morrem

por não terem as condições mínimas de moradia, al imentação e saúde.

Outros apesar de não serem tão abastados financeiramente

incorporam hábitos e valores que não lhes cabe no orçamento, mas que

vivem com dificuldades financeiras, contudo não deixam de consumir

aquilo que é tido como important e para a sociedade do consumo, ainda

que para isto, deixe realizar necessidades básicas, como cuidar melhor da

saúde, investir em educação, alimentar-se mais e com melhor qualidade,

etc.

Neste modelo de sociedade citado, encontramos todos os tipos de

problemas socioambientais, e assim se retroalimenta um ciclo de danos e

degradação ao ambiente natural, refletindo sobre o que de fato deveria

propiciar qualidade de vida humana, seja pela escasseamento e poluição

do meio, e também da degradação da vida humana sob os mais diversos

aspectos (psicossocial, saúde, educação, moradia, atitudes e valores,

etc.).

O modelo do que convencionou denominar “desenvolvimento” em

vários países por todos os continentes, dentre estes o Brasil, imposto

pelo modo capitalista de produção que se estabeleceu como sistema

econômico após a queda do feudalismo entre os séculos XV ao século

XVII, é ancorado no consumo desregrado de recursos, o que

conseqüentemente em função do aumento populacional e das demandas

sociais geradas, acarretam todo tipo de pressões ambientais.

O capitalismo evoluiu numa escala desigual no tempo e espaço,

transformando as relações sociais e o modo de vida das pessoas. No

Brasil, viu-se crescer de forma considerável a expansão do consumo

principalmente após a o p rocesso de industrialização, que segundo

Scarlato (2001, p. 331) “ao desenhar um produto a ser industrializado e

colocado no mercado, o produtor deve levar em consideração o gosto do

consumidor aos aspectos estéticos do produto”, ou seja, o consumo está

ligado á industrialização de produtos, produzidos com embalagens e

padrões que atraem os mais variados estilos, feitos para seduzir o

consumidor, é o que Scarlato define como fetiche de mercadoria .

A idéia de desenvolvimento econômico ligada à industrial izaç ão e

Page 18: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

18

uso de tecnologia de ponta (inovações tecnológicas) desconsidera a

necessidade de exploração em grande quantidade de recursos, tanto para

sua produção como posteriormente para a produção dos bens de

consumo.

Nesse sentido, a uti lização irracional das águas, a degradação dos

solos, a devastação das florestas, poluição do ar, dentre outros problemas

ligados ao uso descomedido dos recursos disponíveis, constituem -se

como marca do desenvolvimento e significado de progresso, para a

sociedade do consumo, concepções estas que precisam ser repensadas.

O desenvolvimento econômico sem a preocupação com a

racionalidade das reservas de recursos, que quase sempre são uti lizados

até os limites de sua reposição ou exaustão. Desenvolver

economicamente, mas comprometendo a manutenção dos recursos

naturais nos parece um retrocesso.

De acordo com Guimarães (1995), compreende -se por meio

ambiente como todas as condições e influências que cerca um ser vivo,

então podemos dizer que os problemas ambientais, logo vão além do

meio natural abrangendo todo e qualquer lugar onde o ser vivo influencia

e sofre influência do meio.

Na organização do espaço urbano é possível observarmos a carência

de rede de esgoto, aterros sanitários, as vezes não contam com água

tratada, exemplos estes que ilustram problemas ambientais que

comprometem a qualidade de vida dos cidadãos, pois propiciam a

proliferação de doenças infecto contagiosas.

Estes exemplos mostram os retrocessos do „desenvolvimento‟, pois

para todos os casos apontados existem tecno logias já desenvolvidas de

grande efeito para minimizá-los, contudo o acesso à para toda a

população ainda é l imitada, pois nem todas as parcelas da população

destes serviços essenciais à qualidade de vida da população.

Para pensarmos em desenvolvimento temos que considerar

possibilidades de amenizar os efeitos negativos gerados pela ação

humana ao meio ambiente. Pois para que de fato possamos considerar

desenvolvimento, este tem que ser socialmente justo, ambientalmente

correto e economicamente viável, e n ão é isto que temos visto acontecer.

Page 19: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

19

O consumo exagerado de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, e bens

de consumo de toda natureza, geram um grande volume de l ixo e logo

utilização desregrada de produtos naturais como o petróleo, água e a

extração mineral . O que contribui para o comprometimento das reservas

de recursos ambientais para as presentes e futuras gerações.

O debate acerca de um novo modelo de desenvolvimento

econômico dos países ganhou ênfase com a Conferência das Nações

Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992 no

Rio de Janeiro, que repercutiu de forma planetária causando uma

inquietação da população mundial dos graves problemas ambientais

causados pelo desenvolvimento. Este novo modelo foi chamado de

desenvolvimento sustentável. De acordo com VIOLA (1996, p. 28),

porém ao mesmo tempo em que acontecia esta conferência, havia uma

disseminação do neoliberalismo em todo mundo que favoreceu ao

economicismo e um discurso público que propaga um crescimento

econômico desenfreado e privilegia a questão da geração de emprego a

qualquer custo , no entanto só mostraram os efeitos posit ivos esquecendo -

se das outras faces desse desenvolvimento .

1.1 – Desenvolvimento Sustentável

Visto que o sistema capitalista interferi nas condições d e equilibro

do meio ambiente, para a produção de mercadorias, emergem novos

termos para justificar a produção apelando para a sustentabilidade.

No entanto a questão ambiental não se restringe apenas aos recursos

naturais; como já foi dito a questão ambien tal abrange também os

aspectos sociais, pois o ser humano é parte integrante do meio.

O que estimula e faz o capital se movimentar é o mercado. Segundo

Dryzek (1992) apud Frey (2001, p. 3) o mercado é o melhor mecanismo

para garantir a satisfação dos desej os individuais, inclusive dos desejos

ambientais.

É necessário se pensar que se o mercado é movido pelo capital, se

os consumidores (os que possuem o capital) exigissem produtos

Page 20: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

20

ecológicos e que iria estimular o mercado a fazer demandas suficientes

para atender esses consumidores. É fato que compramos o que já está em

prateleiras não exigimos mudanças.

Já para Mason (1999) apud Frey (2001 p. 3), na medida em que os

consumidores manifestam sua consciência ecológica nas decisões de

compra, o mercado responder ia esta demanda com a oferta crescente de

produtos e serviços ecológicos.

O Desenvolvimento Sustentável que foi muito debatido repercut indo

internacionalmente principalmente á partir de 1992, com a Conferência

das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desen volvimento, conhecida

como Rio 92, segundo Frey (2001, p.2),

O sis tema po lí t ico , tanto no nível internacional , quanto no

nacional e local , tem se mostrado incapaz ou

insufic ientemente preparado para traduzir e t ransformar as

crescentes demandas de cunho ambiental is ta e pol í t icas

públicas capaz de promover um modelo a l ternat ivo de

desenvolvimento .

Part indo dessa concepção, percebemos que estamos ainda longe de

alcançar um padrão de desenvolvimento sustentável, pois nem o sistema

político e nem a sociedade estão preparado para o desenvolvimento que

de fato seja sustentável, ainda pode-se dizer que ainda levaremos muitos

anos para assumir de fato este modelo de desenvolvimento .

De acordo com os P.C.Ns (2001) para a Comissão Mundial sobre o

Meio Ambiente e Desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável é

definido como aquela forma de desenvolvimento que satisfaz as

necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das

gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.

O desenvolvimento sustentável deveria impor limites à exploração

desregrada dos recursos naturais, considerando que a natureza também

possui limites para se recompor, e o tempo para reposição de muitos não

obedece a lógica de produção do capital.

Existem ações que fazem parte do que pode ser considerado

desenvolvimento sustentável, assim podemos citar a utilização de fontes

alternativas de energia ( energia eólica, energia solar, alternativas de

reciclagem e coleta seletiva do lixo; reciclagem de papéis, vidros,

Page 21: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

21

plásticos, metais e outros resíduos ajudam na redução do uso de recursos

naturais).

A intensidade dos impactos ambientais sejam eles positivos ou

negativos dependerá da escala de interferência no meio, tanto rural

quanto urbano. Quando bem preservado ou quando poupado das ações

negativas, conseqüentemente os recursos estarão em maior quantidade e

qualidade.

Segundo os PCNs (2001), para se ter uma sociedade sustentável é

necessário que ela viva harmonicamente com nove princípios que estão

interligados: “Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos;

Melhorar a qualidade de vida humana; Conservar a vital idade e a

diversidade do Planeta Terra; Minimizar o esgotamento de recursos não -

renováveis; Permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta

Terra; Modificar atitudes e práticas pessoais; Permitir que as

comunidades cuidem de seu próprio ambiente; Gerar uma estrutura

nacional para a integração de desenvolvimento e conservação, constituir

uma aliança global.

Estes princípios levantam serias discussões dada a abrangê ncia dos

mesmos, pois em alguns pontos sabemos que a sociedade planetária não

esta pronta para atingir tais desafios.

De acordo com Jacobi (1997), ainda prevalece o foco principal do

desenvolvimento sustentável, que repercutiu de forma a discutir ações

práticas, a partir de uma crise ambiental.

A crise ambiental que já era apontada nos anos de 1970, e que foi

ponto de pauta da Conferência de Estocolmo em 1972, por países

desenvolvidos e também por aqueles que estava em processo de

desenvolvimento, de acordo com o 5SECAD, teve origem

[…] quando ocor re a emergência de um ambiental i smo que se

une às lutas pelas l iberdades democrá ticas, manifes tas através

da ação i solada de professores, es tudantes e escolas, por meio

de pequenas ações de organizações da soc ieda de civi l , de

prefei turas municipais e governos es taduais, com a tividades

educac ionais vol tadas a ações para recuperação, conservação e

melhor ia do meio ambiente. Neste per íodo também surgem os

pr imeiros cursos de especia l ização em Educação Ambienta l ,

que desdobram as questões econô micas e socia is (SECAD,

5 Caderno da Secretária de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.

Page 22: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

22

2007, p . 13) .

Esta crise ambiental percebida por parte da população, foi de

fundamental importância para uma nova reflexão e percepção sobre as

condições do meio ambiente neste momento, que já era crí tica, sendo

recorrentes sinais de fragilização do ambiente em várias elementos

compositores do meio, cujos reflexos já extrapolavam fronteiras.

A participação do Brasil na Conferência , segundo Carvalho (2008),

estimulou debates internos sobre os problemas ambie ntais e a EA começa

a participar as ações do governo, que a partir de 1973 integra á

legislação, como contribuição da primeira Secretaria Especial do Meio

Ambiente (Sema).

O Brasil possui uma grande área territorial, com uma área territorial

de 8. 514.876 km², abriga parcela considerável no planeta de diversidade

biológica. Contudo, muitos pensam que os recursos naturais são

inesgotáveis, e por esta razão fazem o uso irracional do recursos naturais

existentes.

Podemos dizer que a população brasileira nesta primeira década do

século XXI habita as á reas urbanas, contudo, ainda existe uma parcela da

sua população que vive na zona rural e que já experimentam em seu dia a

dia, problemas como escassez de água; desmatamento de terras para o

cultivo ou para a práti ca da pecuária, entre tantas outras práticas

consideradas nocivas à manutenção do ambiente com qualidade e em

quantidade.

Os grandes centros urbano-industriais consomem grande quantidade

de matéria-prima, e, no entanto geram toneladas de resíduos sólidos,

esgotos e os gases poluentes gerados pelas indústrias, pelos carros, esses

resíduos não são reaproveitáveis, se acumulam e poluem o solo, os

corpos hídricos, e a atmosfera

[…] aquilo que tecnicamente, chamamos de a te rros sanitá r ios,

is to é , deposi tamos o l ixo de forma inadequada. Mas se e le

não for convenientemente depositado, poderá c r iar problemas

de poluição das águas, tanto as sub terrâneas como as

super f ic iais (BRASIL, 1975, , p . 113) .

Page 23: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

23

As águas nas cidades são usadas para várias funções entre elas

para as indústrias na lavagem de vários materiais, para a o transporte de

rejeitos químicos, que por sinal são muito perigosos,

As prát icas atualmente adotadas para a e l iminação de rejei tos

tóxicos (como os de indústr ias químicas, por exemplo)

envolvem r iscos inacei táve is. Reje i tos radioa tivos da

indústr ia nuclear se mantêm per igosos durante séculos. Muitas

pessoas que se expõem a esses r i scos em nada se beneficiam

com as at ividades que produzem os reje i tos (Comissão

Mundia l sobre Meio Ambiente e Desenvolvim ento , RJ -

CMMAD , 1991 , p . 37 ) .

A poluição do ar atmosférico causa prejuízos para a população,

como as chuvas ácidas que queimam as plantações reduzindo seu

potencial produtivo e contaminam as águas que poderiam ser

aproveitadas no uso doméstico. As polu ições atmosféricas, do solo e das

águas geram ainda várias doenças.

[…] é o caso em que a po luição do ar, em cer tas

circunstânc ias, pode cr iar co mplicações como o enfisema

pulmonar, ou a forma alérgica da asma; a das águas pode

acarre tar uma sér ie de doen ças; febre t i fó ide e vár ias outras ; a

do solo pode conduzir a esse mesmo t ipo de enfermidade,

febre t i fó ide, áscar is , e tc (BRASIL, 1975, p . 113) .

Muitos dos efeitos negativos sobre os recursos naturais são

provocados pelas ações antrópicas, sendo difíci l calcular os prejuízos à

longo prazo, contudo, vivemos uma sociedade do imediatismo, sem que

as pessoas se preocupem, com as gerações futuras, que dependerá

também desses recursos naturais e de um meio ambiente mais conservado

e melhor para viverem.

A ação do poder público é de grande importância no investimento

para melhores condições sociais e ambientais nas cidades, os governos

federais, estaduais e municipais são os responsáveis pelo melhoramento

do cotidiano das pessoas que vivem nas cidades, construind o parques,

áreas verdes, arborização das ruas e fazendo coletas seletivas, no entanto

não é bem assim que acontece em nossa realidade.

Percebemos que o poder público não mantém em boas condições as

praças, as áreas verdes são tratadas de forma descontinua , e a coleta

Page 24: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

24

seletiva quase nunca acontece.

Os problemas ambientais, no entanto não são apenas encontrados

em ambientes urbanos, ocorrem também na zona rural e em grandes

proporções, assim como nas cidades, tal situação será tratada no i tem a

seguir.

1-2 - Problemas ambientais urbanos e rurais e suas consequências

Os problemas ambientais mais freqüentes na zona urbana decorrem

do modelo de desenvolvimento econômico do país, e também da forma

como as pessoas (des)cuidam do meio ambiente urbano e de seus

recursos.

Muitas pessoas consideram meio ambiente apenas aqueles espaços

que ainda contém parcelas de natureza ainda conservada, estando à parte

da percepção destes os impactos ambientais negativos que proliferam nos

ambientes urbanos.

O campo também apresenta sérios problemas ambientais, pois neste

ambiente o contato do ser humano é direto com os recursos naturais e

provocam impactos também de grande intensidade caso não seja

observada as restrições de util ização dos recursos, ou cuidado na

utilização dos mesmos.

Dentre os problemas ambientais rurais, podemos destacar os

impactos gerados pela agropecuária, a contaminação dos solos e das

águas pelo uso incorreto de fertilizantes químicos e agrotóxicos nas

lavouras, e também o manejo incorreto dos solos.

Há todo um conjunto de práticas que devem ser observadas quando

da utilização de agrotóxicos e pesticidas, pois em contato direto com o

meio comprometem a qualidade de vida da população e também de

habitats de animais.

Os solos quando não estão poluídos, possuem a capacidade de se

auto fertilizarem no processo da decomposição da matéria orgânica

deixando-os naturalmente fért il para uma nova utilização. Quando o solo

Page 25: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

25

está poluído ele perde sua atividade biológica, assim como os agentes do

processo de decomposição da matéria orgânica, o que gera um

desequilíbrio no solo , o que obriga os produtores a utilizarem mais

adubos e ferti lizantes ainda mais fortes para corrigi-los, fazendo com

que estes solos futuramente sejam inutilizados, pois serão

economicamente inviáveis.

O processo de modernização agríco la, se por um lado

aumentou a produtividade das lavouras, por out ro, levou a

impactos ambienta is indesejáveis. Os problemas ambientais

mais freqüentes , provocados pe lo padrão produt ivo

monoculto r foram: a des truição das flo res tas e da

biodivers idade genét ica , a erosão dos so los e a contaminação

dos recursos naturais e dos a l imentos (BALSAN, 2006, p . 19)

O uso de pesticidas, agrotóxicos, herbicidas, fungicidas entre

outros, foram incentivados a partir da década de 19 40, pois foi nesta

década que houve um maior impulso na produção em grande escala, o

que foi denominado Revolução Verde - RV, originária dos Estados

Unidos em 1943.

O discurso adotado para justificar a adoção de pacotes tecnológicos

da RV, era de resolver o problema da fome no mundo. Neste caso fazendo

plantações em grande escala, para suprir as necessidades das populações,

no entanto esta grande produção não solucionou o que pretendia de fato,

que era resolver o problema da fome, sabemos que o problema da fome

no mundo não se limita apenas a falta de alimentos, mas à concentração

da renda que não permite que todos tenha aceso ao consumo, mesmo que

de alimentos, gerando vários problemas socioambientais. No Brasil esta

RV foi incorporada um pouco mais tarde na década de 1970, contudo os

efeitos desta, não tardaram para aparecer.

A par t ir de meados da década de 1960, vár ios países la t ino -

americanos engajaram-se na chamada “Revolução Verde”,

fundada bas icamente em princíp ios de aumento da

produtividade através do uso intensivo de insumos químicos ,

de var iedades de a l to rend imento melhoradas genet icamente,

da ir r igação e da mecanização, cr iando a idéia que passou a

ser conhecida (BALSAN, 2006, p . 24) .

Mesmo assim o Brasil adotou em 1970 o pacote da RV que inclu ía

Page 26: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

26

além dos fertilizantes, agrotóxicos e adubos, os melhoramentos genéticos

das sementes, mecanização modernizada para o preparo do solo, e

maquinário moderno em períodos de colheita. A adoção deste pacote

tecnológico provocou problemas de cunho ambiental e também

sociocultural, pois tirou o homem do campo, tendo em vista que

diminuiu a necessidade de mão de obra, por não saberem operar as novas

máquinas, não saber usar de modo correto os produtos importados, etc. ,

obrigando-os a migrar para as cidades.

No quesito cultural a migração campo -cidade, os camponeses, se

viram obrigados a vender suas terras para os grandes latifundiários, pois

não tinham nem capital para adotar este pacote tecnológico e nem

preparação técnica para operá-los, sendo obrigados a deixarem o seu

lugar, o seu modo de vida, os seus hábito e valores, tendo que nas

cidades se submeterem a sub-empregos ou engrossar a massa de

desempregados, tornando um problema social para a cidade.

O ráp ido processo de motomecanização e o aumento da

concent ração fundiár ia da agricultura brasi lei ra contr ibuíram

para o intenso processo do êxodo rural e , conseqüentemente,

para a concentração populac ional nos centros urbanos mais

industr ial izados, pr incipalmente, Rio de Jane iro e São Paulo

(Ehlers 1999, p . 40 apud BALSAN, 2006, p . 9) .

A migração campo-cidade contribuiu para o crescimento

desordenado dos centros urbanos, o que levou a marginalização destas

cidades, este processo forçosamente provocou o inchaço das cidades, a

expansão das periferias e favelas, pa ralelamente os índice de

criminalidade e prostituição também cresceram de forma considerável

tendo em vista que as cidades também não estavam preparadas para

receber esta população.

Observando este fato, podemos dizer a falta de uma infra -estrutura

que atendesse tais demandas nas cidades, gerou sérios problemas

ambientais, como a deposição de resíduos químicos em locais impróprios

(corpos hídricos e ruas), lixo por toda nas cidades, lixões á céu aberto, e

lançamento de esgoto domestico sem qualquer forma de tratamento

lançado nos recursos hídricos, etc.

No campo é freqüente a retirada da vegetação ciliares e a poluição

Page 27: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

27

dos mananciais. Sabemos então que foram criadas leis para proteger o

meio ambiente contra estas ações agressivas contra a qualidade

ambiental tanto nas cidades, como no campo.

A população de modo geral deve ter maior cuidado com as formas

de tratar o meio ambiente e também uma sensibilização no uso dos

recursos naturais. Apesar de existir um conjunto de Leis instituídas no

Brasil para auxiliar na proteção do Meio Ambiente, estas nem sempre são

cumpridas, a fim de minimizar os prejuízos causados aos recursos

naturais.

Estas leis de proteção, preservação, conservação e recuperação

ambiental , são maneiras de poupar o meio ambiente de uma degradaçã o

acelerada e contínua. Porém nem sempre essas leis são cumpridas, seja

por parte da população, e também pela precária fiscalização dos órgãos

ambientais aos quais competem fiscalizar.

Algumas práticas simples podem ser adotadas por nós cidadãos de

forma voluntária, por nossos representantes políticos, e pelos

departamentos públicos para desenvolver a proteção ambiental, através

da preservação, conservação e revitalização do ambiente. Contudo, é

preciso colocar em prática estas ações e saber distinguir entr e o que é

proteção, preservação, conservação e recuperação ambiental .

Esta situação evidencia uma falta de conscientização ou de uma

educação ambiental, que seja capaz de educar as pessoas para usarem de

forma racional os nossos recursos naturais e conserv ar o nosso meio

ambiente.

A esco lar ização deve cont r ibuir para a formação da cidadania

– num sentido bastante global a que chamaremos de c idadania

plane tár ia - , conscientizando os alunos como sujei tos de uma

soc iedade responsável pelo uso racional , conserv ação e

recuperação dos recursos ambienta is […] (KOFF, 1995, p . 19)

Á respeito do comportamento humano em relação ao meio

ambiente e aos recursos naturais é que urge a necessidade de uma

educação para o ambiente que permita conscientizar e apontar caminhos

que possam melhorar a nossa qualidade do ambiente e também a nossa

qualidade de vida.

Para Guimarães (2004), apesar de toda sociedade estar ciente dos

Page 28: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

28

graves problemas ambientais, esta situação não tem melhorado ao

contrário esses impactos ambientais est ão progressivamente introduzidos

no nosso cotidiano. Mesmo sentido os efeitos das degradações

ambientais, não somos capazes de mudarmos de postura e pior cada vez

mais estamos contribuindo para a destruição do meio ambiente.

Existem dist inções entre preservar, conservar, e revitalizar o

ambiente. Podemos entender como preservar o ato de cuidar e proteger

contra qualquer forma de destruição o meio ambiente.

Conservar é util izar o ambiente de forma racional, permitindo que o

ambiente tenha capacidade de manter-se em equilíbrio.

Revitalizar ou recuperar consiste em desempenharmos ações que

permitam reconsti tuir áreas que foram danificadas.

Desenvolvendo estas ações como práticas diárias, teríamos

melhores condições para melhorar o meio ambiente, adotando assim

postura de verdadeiros cidadãos, exercendo minimamente a cidadania,

cuidando do ambiente do qual fazemos parte.

Pinsky (2008, p. 18 ) diz que , exercer cidadania é :

[ . . . ] se vê que cidadania pressupõe, sim, o pagamento de

impostos, mas também a f isca liza ção de sua apl icação: o

direi to a condições básicas de exis tência (comida, roupa,

moradia , educação e a tend imento de saúde) acompanhado da

obrigação de zelar pe lo bem comum.

Embora isso nem sempre aconteça como deveria, tecemos a

seguinte consideração: o exercício da cidadania está longe de nossa

realidade, vivida e sentida por muitas pessoas, não só no Brasil como em

vários países. Exemplos como estes que estão aqui apresentam como

estamos longe de conseguirmos assimilar e exercer cidadania: atear fogo

em índio por que achou que era mendigo, como fizeram com o índio

Patachó Galdino beira a barbárie, cortar fi las em banco, supermercados,

não respeitar a faixa de pedestres; estacionar no lugar de calçadas

rebaixadas que são destinadas ao uso de cadeirantes, manter limpa a

nossa cidade, são pequenos atos, mas que nos leva ao exercício da

cidadania.

Page 29: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

29

Esta preocupação com a degradação ambiental não é recente,

contudo, parece que empenhar iniciativas que possam reverter este

quadro constitui-se em um processo longo.

Diante destas considerações é que reforçamos a importância da

instituição escola, uma vez que cabe a esta a educação formal do

indivíduo, trabalhar despertando junto aos educandos novos valores e

atitudes em relação ao meio no qual se insere, desenvol vendo valores,

modificando hábitos e sensibilizando quanto à urgente necessidade em

repensar o que consideramos desenvolvimento e também da necessidade

em cuidarmos melhor da nossa casa planetária, amenizando os efeitos

negativos das ações humanas no meio ambiente.

Neste sentido é que a escola do campo deve abordar os temas

voltados para plantio no descarte de vasilhames usados, e como pode se

fazer o uso do solo de forma mais adequada, neste caso fazendo o rodízio

de culturas (como o milho, o arroz e o fei jão), observando que estas

escolas estão situadas entre pequenos alqueires de terra, podendo ser

considerados como sítios ou chácaras, observa -se que a produção é para

consumo familiar.

Á cerca dos temas propostos devem ser discutidos como evitar à

contaminação dos solos através dos agrotóxicos em conseqüência das

chuvas a contaminação dos lençóis freáticos, mostrar como a poluição

dos rios prejudica a vida aquática e as cidades que dependem dessas

águas para a sua manutenção, o lixo espalhado nas proprieda des rurais

comprometem a vida das criações e de animais silvestres (como é o caso

da perda de animais, por ingerir sacolas e outros materiais nocivos á

eles).

Cabe aos educadores fazerem desses temas, geradores de discussão

de como tratar de maneira menos agressiva ao meio ambiente no dia a dia

dos educandos, assim a componente curricular (EA) pode auxiliar na

interação do educando com o meio que o cerca , e que segundo Carvalho

(2008) a maneira mais direta e eficaz de sensibil ização ambiental é

colocá-la em prática nas escolas .

Page 30: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

30

2 – O TRATAMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA

EDUCAÇÃO FORMAL: POSSIBILIDADES DE

DESPERTAR OS EDUCANDO PARA NOVOS MODOS DE

VER E PERCEBER O SEU AMBIENTE

A escola deve ser capaz de propiciar aos indivíduos acesso ao

conhecimento, sensibilizando e esclarecendo sobre a importância em

intervir de forma correta no ambiente em que se insere, valorizando os

recursos naturais existentes, e respeitando todos os elementos do meio.

Considerando a importância em desdobrar esforços para melhorar a

qualidade do ensino formal nas escolas rurais, buscamos levantar a forma

como é trabalhada nestas instituições de ensino a E.A. entre os

componentes curriculares, e ainda avaliar se da forma como tem sido

trabalhada observa-se mudanças práticas destes educandos em relação ao

modo de como perceber e lidar com o seu meio, tendo em vista que a

educação pode ser considerada como poderoso instrumento de

transformação da sociedade planetária.

Na escola rural os educandos estão em contato direto com recursos

naturais que garantem condições de sobrevivência para as famílias que

permaneceram neste espaço.

Nas escolas no campo, é proposto pelo Ministério da Educação e

SECAD6, o programa Escola Ativa. Este programa foi desenvolvido para

auxiliar o processo educativo nas classes multisseriadas no campo.

A Escola Ativa propõe a valorização das formas de organização

social e as características do meio rural brasileiro, que pretende garantir

a igualdade para acesso e permanência na escola. Busca -se adequar as

realidades vividas no campo em nosso país e ainda é proposto o

aprofundamento e propicia melhores condições para o desenvolvimento

da escola do campo, estimulando a coletividade e valorizando a

profissional da educação através da busca de melhores condições de

formação, como, remuneração, acompanhamento pedagógico, estudo da

diversidade e dos processos de interação e de transformação do campo.

6 - SECAD – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.

Page 31: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

31

Segundo as entrevistas realizadas com as professoras das esc olas

rurais, a Professora Joana, diz que o programa Escola Ativa tem a tendido

as necessidades da escola, e que os desenvolvem com facilidade as

proposta feita para a rotina escolar. Já a Professora Maria , ficou

indefinido, pois houve contradições entre a primeira e a segunda

entrevista, não podendo se afirmar ao certo o que fato ela acha do

programa proposto.

A EA está proposta nas componentes curriculares da seguinte

maneira: As Moradias, elas podem ser construídas em diversos lugares,

como, em ruas, na praia, fazenda ou si tio, reserva florestal , cidades, e

percebemos que todos se localizam em um meio ambiente. A Sala de

Aula, como manter o ambiente da sala de aula agradável.

De acordo com os PCNs (2001), a EA é proposto nos conteúdos dos

ciclos da natureza, sociedade e meio ambiente, manejo e conservação

ambiental , todos esses conteúdos abragem diversos temas, que podem ser

trabalhados de acordo com os objetivos dos educadores.

Segundo Brandão (1995, p. 10), “a educação do homem existe por

toda parte e, muito mais do que a escola, é resultado da ação de todo

meio sociocultural sobre seus participantes. É o exercício de viver

conviver o que educa”.

Assim a educação informal, ou seja, aquela que acontece extra

muros da escola desempenha também importante papel na construção

sociocultural dos indivíduos.

A educação consiste num processo cumulativo de experiências

adquiridas cotidianamente e que podem ser aproveitadas na educação

formal dos indivíduos/cidadãos. Assim, é correto afirmar que hábitos,

valores, atitudes e crenças se refletem no comportamento individual e

coletivo dos indivíduos organizados e ou individualmente.

Sendo assim a educação coloca -se como importante instrumento

para transformar a realidade de uma sociedade.

A intencionalidade com que se faz a educação pode transformar o

modo de vida das pessoas, se estas estiv erem sensíveis à necessidade de

adotar novos hábitos, valores ou atitudes.

A Educação formal propõe regras e limites que deveriam ser

Page 32: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

32

seguidos pela sociedade, contudo, ao chegar à escola o indivíduo trás

consigo uma carga de conhecimentos pré-adquiridos que devem ser

observados e considerados para que ocorra o processo de produção do

conhecimento.

Os componentes curriculares (matemática, português, geografia,

etc.), são necessários à formação do indivíduo, e isto é inegável, mas

precisam se tornarem signif icativos para o educando, possibilitando que

teça correlações destes com o seu cotidiano.

Para Sagmacs apud Brandão (1995, p.84)

[…] Ao lado da formação da personalidade, da preparação

necessár ia de cada c idadão de assumir as obrigações soc ia is e

polí t icas , a educação desempenha a tarefa de preparar para o

traba lho, e influi substancialmente na cr iação de novos

quadros de mão -de-obra com capacidades técnicas adequadas

aos novos processos produt ivos que o desenvolvimento

introduz cr iando novos mercados de trabalho .

Se a educação pode trazer transformações no quadro social pode

também provocar mudanças ambientais posit ivas, tendo em vista a

oportunidade que o indivíduo pode escolher as posturas que terá em

relação à formas de como lidar com a natureza, ou s eja possibilitando

mudanças ambientais positivas, ou seja escolher o que é correto ou não,

é uma opção individual, tanto nas relações interpessoais como no trato

com o ambiente que nos rodeia.

Sabemos que a sociedade planetária precisa rever com urgência

hábitos, atitudes e valores, se quisermos garantir a possibilidade de

continuarmos vivendo com um mínimo de qualidade de vida.

Em nosso dia-a-dia, interagimos com o meio, e através de nossas

interações exercemos ações que as vezes de forma inconsciente pod em

provocar impactos de intensidade considerável para a dinâmica

ambiental , faltando sensibilidade para estejamos atentos aos processos

que podem ser desencadeados por ações equivocadas ao relacionarmos

com o meio, prejudicando a nós mesmos e também à noss a sociedade.

São exemplos simples do que colocamos a geração de lixo em função de

um consumo exagerado, a deposição de forma inadequada dos mesmos, a

poluição de rios, córregos e lagos que cortam as cidades, ret irando a

Page 33: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

33

vegetação original, etc. todas estas atitudes comprometem em escalas

diferenciadas a qualidade de vida para todos.

No espaço rural também ocorrem praticas equivocadas em relação

ao trato com os recursos naturais disponíveis, contudo homens e

mulheres que habitam o campo tem um conhecimento empírico maior

sobre a dinâmica do ambiente, mesmo que não consigam sistematizar,

eles conseguem observar o que ocorre na natureza, embora não tenha as

vezes a compreensão dos processos, e o entendimento de que ações que

provoquem alterações na dinâmica int erna da natureza, podem

desencadear problemas vários.

Contudo, por as vezes desconhecer os problemas causados por ações

não planejadas, acabam comprometendo mecanismos de sobrevivência,

utilizando nas suas plantações produtos tóxicos, descartando de forma

inadequada vasilhames e recipientes7 de agrotóxicos e defensivos

agrícolas, poluindo o solo, e também os recursos hídricos.

A educação abrange também a dimensão de nosso comportamento

podendo provocar as mudanças em nossas ações. No ano de 1972 na

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano8 uma

série de propostas foram elaboradas para ser implementadas no escolas

(educação formal), objetivando alcançar uma “conscientização ambiental ”

através da E.A. em vista de minimizar as ações de degradaç ão do meio

ambiente, reconhecendo a importância e necessidade da E.A tanto no

ensino formal como também na educação não formal.

[ . . . ] a educação deve buscar, permanentemente, integrar

educação formal e não -formal, de modo que a educação

esco lar seja par te de um movimento a inda maior de educação

ambienta l em cará ter popular, ar t iculada com as lutas da

comunidade organizada. (SATO apud GUIMARÃES 2004 , p .

25)

Com base nesta citação percebemos que a E.A. não pode e não deve

ser trabalhada como uma disciplina isolada, deve permear todos os

conteúdos tratados pelos programas formais e ainda atender as demandas

7 Lei 7.802 de 11 de julho de 1989, artigo 84, 5º parágrafo.

8 Esta Conferencia foi realizada em Estocolmo, assim ficou conhecida como Conferencia de Estocolmo.

Page 34: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

34

das comunidades das escolas onde estão inseridas.

Neste sentido, é que buscamos tratar neste trabalho a importância da

Educação Ambiental nas escolas rura is do município de Iporá, pois

consideramos que estas escolas possuem suas especificidades e que estas

comunidades devem estar envolvidas no processo de cuidar melhor da

nossa casa planetária. Consideraçoes

Observa-se que as propostas da Escola Ativa para a Educação

Ambiental ainda é muito superficial , tratam de assuntos mais voltados

para os recursos naturais, se contando que é o meio rural podemos dizer

que o meio ambiente no campo está próximos aos recursos naturais, no

entanto o educador deve esclarecer estas diferenciações do meio rural

para o meio urbano, para que não haja uma confusão nos conceitos,

quando forem estudar na rede urbana.

Para que não ocorra essa confusão nos conceitos a EA possui em sua

aplicação possuem conceitos, princípios e objetiv os, para garantir

resultados positivos no dia a dia na escola, é o que será discorrido

abaixo.

2.1 Conceitos, Princípios, e Objetivos da Educação Ambiental

Para Mellowes (1972) a E.A,

é um processo que deveria ocorrer um desenvolvimento

progress ivo de um senso de preocupação com o meio

ambiente, baseado num comple to e sensível entend imento das

relações do homem com o ambiente em sua vo lta .

Percebe-se que a E.A. foi pensada para atingir um público variado,

educadores, educandos, sociedade civil organizada, empresas, etc, a qual

deveria provocar um efeito dominó para a conscientização ambiental ,

pela sociedade para melhorar as condições ambientais.

A E.A. tem como princípios:

Considerar o meio ambiente em sua to tal idade , ou seja , em

Page 35: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

35

seus aspec tos naturais e cr iados pe lo homem, tecnológicos e

soc iais[ . . . ] ; Consti tuir um processo cont ínuo e permanente

começando pe lo pré -escolar a t ingindo todas as bases que

sejam no ensino formal ou não formal[ . . . ] ; apl icar o enfoque

interd iscip linar ut i l izando conteúdos espe cí f icos[ . . . ] ;

examinar condições ambientais tanto local , regional e

nacional[ . . . ] ; insist ir no valor e na necess idade da cooperação

loca l , nacional e internacional para prevenir os prob lemas

ambienta is[ . . . ] ; considerar maneiras de desenvolvimento e

crescimento apontando os aspec tos ambientais[ . . . ] ; a judar a

encontrar os s is temas e causas rea is do problemas

ambienta is[ . . . ] ; des tacar a complexidade dos prob lemas

ambienta is e desenvolver hab il idades para reso lver os

problemas[ . . . ] ; e ut i l izar diversos ambien tes educat ivos a f im

de que os educandos adquirem conhecimentos sobre o meio

ambiente, acentuando devidamente as at ividades prát icas e

experiências pessoais[ . . . ] . (DIAS 1992, p .73)

Estes princípios ajudam a caracterizar a E.A. para ser abordada nas

escolas, ajudando o professor a identificar E.A. como assunto de

relevante importância na base educacional.

De acordo com Carvalho (2008, p. 57) a E.A. deve ser crítica e

inovadora dentro ou não da escola, propiciando transformações para a

sociedade, exercida de forma individual ou coletiva, tendo em vista que

pode sensibil izar individual ou coletivamente, considerando o caráter

ideológico.

A E.A. deve estimular a solidariedade, apontar alternativas de

desenvolvimento que amenizem a degradação do meio ambiente,

valorizando todas as formas de conhecimento empírico ou cientifico

daqueles que a praticam.

Deve ser planejada de modo a capacitar pessoas para saberem lidar

com conflitos que a sociedade enfrenta de forma justa e igualitária,

atingindo de tal modo o cumprimento do exercício da cidadania. Nas

bases educacionais experiências práticas com a E.A. em qualquer área do

conhecimento, ou seja, como conteúdo transversal .

Para esta sensibilização é necessário que exista um engajamento da

sociedade com as questões ambientais e que esta sociedade seja

participativa, fazendo sua parte nas relações com o meio ambiente no

intuito da preservação, e também cuidando o que já foi degradado, pois

estes merecem atenção redobrada para a sua revitalização.

Os princípios da E.A. permitem a troca de experiências entre

Page 36: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

36

professores e educandos, aprova formas diferenciadas das aulas o que

ajuda na sistematização dos conteúdos e na construção de conceitos,

dada a sua abrangência.

As práticas adotadas na E.A. auxiliam no que chamamos de

preservação e conservação do meio ambiente seja este ambiente urbano

ou rural. Quando nos tornamos capazes de perceber o que está

acontecendo à nossa volta, agimos de forma a contribuir para uma vida

mais saudável, gerando melhore condições de vida para as g erações

futuras.

2.2 – A Educação Ambiental no Ensino de Geografia

Os temas transversais nas escolas são abordados não apenas em um

componente curricular; a transversalidade se caracteriza pela relação

entre várias disciplinas ministradas em sala de a ula.

O seu viés geográfico, biológico, histórico, na língua portuguesa,

matemática, e demais componentes curriculares, deve ser trabalhado pelo

educador de modo a permitir desenvolver habilidades e competências

junto aos seus educandos.

De acordo com Reigota (2008, p. 101) o ensino interdisciplinar no

campo ambiental implica na construção de novos saberes, técnicas e

conhecimento. Isso contribui para uma formação de um cidadão com

saberes e conhecimentos á partir de uma concepção ambiental .

Na Geografia a E.A. pode ser trabalhada a partir do ensino sobres

solos e sua uti lização, a importância e uso das águas, disponibilidade,

desperdício, etc., a poluição do ar pelo lançamento excessivo de gases

tóxicos na atmosfera, destruição da fauna e flora pela caça pr edatória,

pesca i legal, desmatamento, biopirataria, crescimento desordenado dos

centros urbanos entre outros problemas ambientais que decorrem destes.

No entanto o professor deve ser capaz de adequar estes conteúdos à

realidade de seus educandos, despertando-os para a importância em tratar

Page 37: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

37

de forma adequada tanto a Geografia como os temas transversais.

Guimarães (2004) acrescenta que cabe aos educadores sensibilizar os

educandos e ajudá-los a difundir estes conhecimentos para a sociedade.

Talvez por conta da própria formação que acaba acontecendo de

forma compartimentada os educadores sentem uma relativa dificuldade

em fazer a vinculação de conteúdos tratados também por outras

disciplinas ao conteúdos geográficos.

Para que ocorra compreensão dos conteúdos é necessário estabelecer

pontes que ligam os componentes curriculares e que permitam o

educando, a entender o que acontece á sua volta, produzindo então

conhecimento.

O ação de educar é de extrema importância e pode proporcionar

mudanças e transformações no modo de pensar e agir do educando, este

por conseqüência colocar estes conhecimentos em prática em suas casas

influenciando também o convívio cotidiano em seu grupo familiar.

Daí a necessidade do professor saber vincular a teoria e a prática,

sendo importante neste aspectos estar a par da realidade vivenciada pelo

educando. Quando o professor não é capaz de fazer e analisar

estabelecer estes paralelos essenciais, ele dificilmente obterá bom êxito

no seu trabalho, tendo em vista a dimensão dos objetivos que são

propostos.

A E.A. propõe à escola a troca de saberes entre professores e

educando, a partir de então, realizasse a produção do conhecimento.

Para que isso de fato ocorra é necessário ter clareza dos métodos e

conteúdos a ser trabalhados de forma interd isciplinar, para o

desenvolvimento saudável da abordagem da E.A. nas escolas.

Ao per fi lar os caminhos híbr idos do conhecimento e da

imper t inência, a E.A. desper ta enorme expectat iva renovadora

do s is tema de ensino , da o rganização e dos conteúdos

esco lares , convidando a uma revisão da ins t i tuição e do

cotid iano escolar mediante os a tr ibutos da transversa l idade e

da inte rdisc ipl inar idade. Essa é tarefa bas tante ousada . Trata -

se de convidar a esco la para uma aventura de transi tar entre

saberes e áreas disc ipl inares, des locando -a de seu terr i tór io já

conso lidado rumo a novos modos de compreender, ens inar e

aprender. (CARVALHO, 2008, p . 125)

O sistema educacional brasileiro possui muitos problemas que

Page 38: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

38

comprometem uma educação de qualidade, destacando a precarie dade de

infra-estrutura, o despreparo do professor, as cargas horárias excessivas

que não permitem ao professor planejar de modo satisfatório suas aulas,

considerando todo este contexto, podemos dizer que não se constitui em

uma tarefa fácil implementar e fazer desenvolver com bom êxito a E.A.

em escolas que enfrentam estes problemas em seu cotidiano, contudo, é

uma necessidade insistir nesta prática.

Conforme apresentou Carvalho na citação acima, essa é uma tarefa

ousada, ou seja, difícil para a situação atual do sistema educacional. E

para a mudança da realidade ambiental é necessário que a EA seja

desenvolvida de forma sólida capaz de trazer mudanças para a sociedade.

A educação , e par t icularmente a ambiental , é potenc ialmente

um instrumento de ges tão, por sua capacidade intr ínseca de

intervir no processo de construção socia l da rea l idade, ou para

conservá -la ou para transformá -la. (GUIMARÃES, 2004, p .

74)

Segundo Guimarães (2004) apesar da E.A. ser difundida no processo

educacional, podemos perceber que essa ação educativa apresenta

fragilizada na prática pedagógica, pois a superação desta crise ambiental

passa por um processo de profundas transformações socioambientais e

para contribuir de fato a E.A. precisa assumir um caráter crítico -

transformador.

Os professores geralmente se voltam para a degradação da natureza,

mobilizam com empenho sincero para enfrentar essa questão, mas as

práticas resultantes são pouco eficazes para modificar de forma

significativa.

Apesar das práticas resultantes serem pouco e ficazes é importante

sim que a escola esteja realizando movimentos ambientais que alertem a

população quanto aos problemas que estamos enfrentando, e também

daqueles que poderemos enfrentar em relação ao trato como meio

ambiente.

Se a escola é uma institu ição social que deve educar ambientalmente

o seu educando não exercer o mínimo, jamais seremos capazes de mudar

a realidade de nossa sociedade tanto urbana como rural.

Page 39: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

39

Na Geografia escolar a inserção da E.A. pode abordado em vários

segmentos de conteúdos, destacando o meio ambiente que prioriza quase

sempre as reservas de recursos naturais, na geografia do campo

destacando os vários problemas ambientais que ocorrem no campo em

função do processo de modernização da agricultura e os problemas

ambientais gerados pela insuficiência de uma infra -estrutura e do

crescimento desordenado das cidades principalmente pós a corrida da

migração campo-cidade, entre outros.

A educação ambienta l é uma prát ica pedagógica que não se

real iza soz inha, mas nas re lações do ambien te esco lar, na

interação entre d i ferentes atores , conduzida conduzidas por

um suje i to : os professores. No entanto, esses professores que

es tão na sala de aula ou na formação nas universidades estão

se sentindo compelidos, por toda uma demanda social e

ins t i tuc ional , a inser ir a dimensão ambienta l em suas prá t icas

pedagógicas. (GUIMARÃES, 2004, p . 123 e 124 .)

2.3 – Práticas pedagógicas desenvolvidas em Educação Ambiental

nas Escolas Rurais.

Faz-se necessário então discutir aqui o papel da escola na

amenização dos efeitos negativos no meio ambiente e nos recursos

naturais, assim como o as questões apontadas pelo desenvolvimento

sustentável. A escola deve ser capaz de ao mínimo sensibilizar e

esclarecer como agir de forma mais ambientalmente correta, quando se

tratando de escolas rurais, discutir como tratar de maneira menos

agressiva ao meio ambiente no dia -a-dia dos educandos, apontando

melhores práticas no plantio, no descarte de vasilhames usados, e como

pode fazer o uso do solo de forma mais adequada, ne ste caso fazendo o

rodízio de culturas como o milho, o arroz e o feijão, observando que

estas escolas estão situadas entre pequenos alqueires de terra, podendo

ser considerados como sítios ou chácaras, observamos que a produção é

para consumo familiar, aí percebemos como a componente curricular

pode auxiliar na interação do educando com o meio que o cerca.

Para que a EA seja eficaz é necessário que os alunos saibam como

Page 40: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

40

desenvolver na prática hábitos corretos em relação ao meio ambiente. E

estas práticas vão ser desempenhadas através de projetos e aulas que os

educadores mostrem como agir no dia -a-dia.

As práticas à serem desenvolvidas pedagogicamente em escolas

rurais podem ser no âmbito da reciclagem9, do descarte de forma

adequada dos vasilhames das plantações reaproveitamento de alguns

materiais naturais para decoração de ambientes, o cuidado com a águas

dos corpos hídricos, a preservação das matas ciliares, o cuidado com o

solo, etc. A reciclagem é uma das maneiras mais eficiente para a

contribuição com o meio ambiente, na forma da reuti lização do que é

chamado de lixo, ou seja aquilo que não tem valor e é descartado por que

não serve mais para uso de algumas pessoas e é a sobrvivencia de outras.

Para que ocorra de fato a reciclagem, foi necessário implantar

uma coleta diferenciada para que o lixo seja reaproveitado com mais

facilidade. Essa coleta é denominada de Coleta Seletiva, para o

desenvolvimento dessa coleta Seletiva é necessário que toda população

esteja envolvida em uma sensibilização ambiental v oltada para o

problema, neste caso o lixo. Segundo o JARDIM (IPT10

) (1995, p. 132)

A colet iva sele t iva consis te na separação , na própria fonte

geradora, dos componentes que podem ser recuperados,

mediante um acondicionamento dis t into para cada componente

ou grupo de componente .

A co le ta se le t iva deve estar baseada no tr ipé Tecnologia (para

efetuar a coleta , separação e rec ic lagem) , Informação (para

motiva o público a lvo) e Mercado (para absorção do mater ia l

recuperado) .

Neste sentido podemos dizer então que em nossa cidade não há

informação suficiente para o exercício cotidiano das condições

necessárias para a coleta seletiva, e ainda o consumidor não exige

produtos reciclados e por conseqüência o mercado não integra opções de

produtos reciclados.

Atualmente existem vários projetos na área da reciclagem, esses

projetos são desenvolvidos principalmente em capitais ou cidades com

9 De acordo com o Caderno do Professor (Meio Ambiente, Cidadania e Educação), Reciclagem é uma

atitude que começa com o cidadão e envolve poderes públicos no processo de gerenciamento do lixo. 10

IPT - Sigla do Instituto de Pesquisas Tecnológicas.

Page 41: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

41

alto nível de consumo, que consequentemente possui muito lixo para ser

reaproveitado. Essa idéia de reaproveitamento e reciclagem intensificou

principalmente depois dos movimentos ecológicos que segundo Carvalho

(2008, p. 51), “podemos dizer que a EA é herdeira direta do debate

ecológico e está entre as alternativas que visam construir novas maneiras

de os grupos sociais se relacionarem com o meio ambiente”, para

melhorar as condições de vida para as gerações futuras.

Outros temas que podem ser abordados pela EA, seria a

Qualidade de vida, os problemas ambientais nas cidades, as maneiras de

lhe dar com solo, procurando reduzir seus p roblemas, decorrentes da

agricultura, aquecimento global, desequilíbrios climáticos, e segundo

Carvalho (2008) a discussão da garantia ao meio ambiente, e aos

recursos naturais como bem de uso comum do povo , que é garantido pela

Constituição Federal , no artigo 225, e como estes recursos naturais estão

distribuídos , etc.

Já visto que a maneira mais adequada para atingir a sociedade

sobre os problemas do meio ambiente é a sensibilização ambiental , como

componente curricular (EA) nas escolas, observa -se também á

necessidade uma educação que atenda ás necessidades dos problemas

ambientais encontrados no campo.

Esta educação deve ser uma educação para o campo, e não uma

educação elaborada para uma escola urbana industrial aplicada no campo

como uma extensão da cidade. Trata-se de realidades muito diferentes

entre campo e cidade, os moldes de uma educação ambiental campesina

precisa de uma análise voltada para seus problemas, observando que no

meio rural que se encontram os recursos minerais, as atividades de

agriculturas e pecuária, extrativismo mineral e vegetal e ainda os

resíduos das pessoas que lá se encontram. Visto que são estas atividades

que comprometem a qualidade ambiental. Discutiremos no próximo

capitulo como é trabalhada a EA nas escolas rurais no município de Iporá

– Goiás.

Page 42: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

42

3 – O ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS

RURAIS NO MUNICÍPIO DE IPORÁ-GO.

Como já vimos os educadores nas escolas rurais podem desenvolver

variados projetos e aulas diferenciadas no ensino de EA, envolvendo

tanto os alunos como a comunidade(o que é? referencial) local .

E segundo Guimarães (2004), cabe ao educador estar

contextualizados com a realidade sócio-ambiental que irá intervir, para

que possam implementar ações educativas que venham estimular a

sensibilização da comunidade para construção de uma sensibilização

ambiental .

As escolas rurais se localizam no município de Iporá - GO. As

escolas pesquisadas foram: Escola Municipal Bugre (I) e a Escola

Municipal Magelo Pedro Borges (II), vejamos abaixo:

Figura 1: Apresentação do espaço físico Figura 2: Apresentação do espaço físico Da Escola

Municipal do Bugre. Da Escola Municipal Megelo P. Borges.

Autora – SILVA, Laila. Set. 2010 Autora – SILVA, Laila. Set. 2010

Podemos identificar que as escolas se encontram em comunidades

rurais, a Escola Bugre está na comunidade do Bugre e a Escola Magelo

Pedro Borges na comunidade do Cruzeirinho.

A escola do Bugre passou recentemente por uma reforma em sua

estrutura física, esta escola tem uma estrutura física aparentemente

Page 43: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

43

melhor do que a escola Magelo Pedro Borges. A escola do Bugre possui

duas salas de aula uma das salas encontram -se alunos da Educação

Infantil, e a out ra com alunos do ensino fundamental I, uma cozinha para

o preparo dos lanches, e dois banheiros (feminino e masculino).

A escola Magelo Pedro Borges, possui uma sala de aula, onde se

encontram todos os alunos, pois são apenas quatro educandos,

considerando a que estas escolas são multisseriadas, uma cozinha para o

preparo dos lanches e dois banheiros (feminino e masculino). A estrutura

física da escola é mais modesta se comparada a da Escola do Bugre,

necessitando de pintura, por estar bem suja de poeira e do dia a dia, em

função das estradas não serem pavimentadas, no período da seca a poeira

deixa a escola ainda mais suja (fig. III). As escolas amostradas, possuem

em sua estrutura física quadras esportivas (fig. IV e V ), percebemos que

as escolas rurais possuem uma estrutura razoável, pois existem escolas

na cidade de Iporá que não possuem quadras esportivas.

Figura 3 – Estradas não pavimentadas. Figura 4 – Quadra Esportiva (Magelo)

Autora – SILVA, Laila. Set. 2010. Autora – SILVA, Laila. Set. 2010.

Page 44: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

44

Figura 5 – Quadra Esportiva (Bugre)

Autora –SILVA, Laila. Set. 2010.

Ambas as escolas participam do programa do Ministério da

Educação: Escola Ativa. Este projeto orienta -se por um percurso

formativo do educando, desde a chegada, a part icipação prática, e a

sistematização dos conteúdos (avaliação). Para entender melhor como é o

ensino da E.A. nas duas escolas, foram aplicados questionários aos

alunos e professoras.

3.1 – Breve comentário da renda familiar dos educando s.

A situação sócio-cultural das famílias dos educandos das referidas

escolas, é originalmente camponesa. Vivem em pequenos alqueires de

terra, criando animais bovinos, suínos e aves para o consumo, plantando

e colhendo os produtos básicos para a alimentação, como arroz, feijão,

milho, e o excedente é vendido para a vizinhança, e com o lucro

adquirem o que não produzem, como sal e açúcar, roupas e calçados, etc.

A economia também está baseada em fábricas de farinha, localizadas nas

comunidades e em chácaras próxima as escolas. Este produto é

distribuído em várias cidades, como Iporá, Trindade, Goiânia, todas elas

dentro do estado de Goiás. Há também uma vez por semana encontro das

Page 45: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

45

mulheres que vivem no campo para fabricação de artesanato, como o

crochê, bordados, pinturas em tecidos, etc, essa atividade também

movimenta a renda das famílias11

.

3.2 - O ensino da Educação Ambiental na Escola Municipal do Bugre

(comunidade Nossa Sª Mãe de Deus).

A Escola Municipal do Bugre, possui vinte e um alunos ao todo,

sendo dez alunos da Educação Infantil e onze alunos do Ensino

Fundamental I. Como a escola possui duas salas, uma sala é destinada

aos alunos da Educação Infantil e uma sala destinada aos alunos do

Ensino Fundamental I.

Figura 6: Apresentação dos a lunos da Escola do Bugre .

Autora – SILVA, Laila . Set . 2010.

11

Estas informações foram obtidas em diálogos com pessoas das comunidades, como os

proprietários das fabricas de farinha, integrantes do encontro das mulheres que fazem artesanato e com

pais de alunos.

Page 46: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

46

A pesquisa foi realizada apenas com os al unos do Ensino

Fundamental I, ou seja, foi direcionada a onze alunos, por haver alunos

que faltam as aulas consecutivamente, e foram distribuídos nove

questionários, ou seja, aos alunos presente no dia da visita campo e um

questionário específico para a professora Maria12

.

Sobre a proposta da Escola Ativa, a professora diz ser uma proposta

muito boa, no entanto não é fácil colocá -la em prática em salas

multisseriadas onde o aluno necessita de muitas intervenções por parte

do professor. A proposta da EA no projeto da Escola Ativa, é muito bom,

no entanto deve ser colocado mais em pratica, devido o cumprimento do

livro ser essencial para a aprovação do aluno é prio rizado deixando

muito a desejar a aplicação integral da EA. reescrever

A professora ainda reforça dizendo que a proposta da EA tem

atingido de forma eficiente, pois é uma proposta voltada diretamente

para escolas do campo.

Neste questionário perguntamos como ela conceitua meio ambiente

e como ela identifica a EA nas escolas rurais, ela respondeu que “meio

ambiente é tudo aquilo que nos rodeia” , e que a EA está presente na vida

dos alunos nas escolas rurais, porque eles estão em contato direto com a

natureza, os quais se sentem repensáveis por el a.

A professora diz que os materiais e métodos utilizado por ela, para

aplicação da EA, são vídeos, livros, cartazes, projetos, passeio,

discussões, leituras compartilhadas, depoimentos da vivencia do aluno

que estão em contato direto com o meio ambiente.Ela diz que geralmente

quando são realizados projetos voltados para o meio ambiente, ela

procura envolver todos alunos e a comunidade local .

Apesar de realizar projetos de conscientização, a professora destaca

que as maiores dificuldades que ela encontra para melhoramento na

qualidade ambiental, é que a comunidad e usa a quadra esportiva para

jogos aos finais de semana, e que espalham lixo por toda parte. Ela disse

que ao termino dos projetos e aulas nota -se que os alunos estão mais

conscientes e envolvidos na proteção ao meio ambiente, principalmente

12

Nome fictício para preservar a identidade da professora.

Page 47: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

47

na sala quando os educandos ficam mais atentos em jogarem o l ixo no

cestos, e ainda diz que as famílias tem mostrado mudanças diante ás

cobranças feitas pelos filhos, pedindo para que não fazem queimada, não

desmatem, não jogar lixos nos rios, fazer o plantio de árvore s, e as

famílias tem mudado o comportamento em relação ao meio ambiente13

.

Percebe-se que falta um conhecimento mais á fundo sobre as bases

da EA. Fazem projetos que evidencia só e puramente a questão do l ixo,

refazem projetos ao longo dos anos. Nota -se a falta de inovação nas

praticas pedagógicas dos professores.

As práticas resultantes (por não saberem fazer diferente) tendem a reproduzir

o fazer pedagógico da educação tradicional, inebriando a perspectiva crítica e

criativa no processo pedagógico, produzindo dominantemente na realidade

escolar uma educação ambiental de caráter conservador. (GUIMARÃES,

2004, p. 123).

Foi perguntado aos educandos o que é meio ambiente, todos eles responderam que

é tudo que está a nossa volta incluindo os recursos naturais. Foi questionado se eles

aprendem sobre meio ambiente, novamente todos alunos responderam que aprendem,

esse aprendizado é através de aulas e projetos. Nestas aulas e projetos segundo os

educandos, são envolvidos temas como desmatamento, lixo, queimadas, proteção da

mata ciliar, manejo adequado no plantio. Após foi interrogado sobre o que eles

aprenderam nas aulas e projetos, sete alunos disseram que aprenderam a proteger e

respeitar o meio ambiente, e dois alunos responderam que aprenderam a não poluir e

não jogar lixo nos rios e que não podemos fazer queimadas nem desmatar e todos

afirmam que após o projeto e as aulas mudaram suas atitudes em relação ao meio

ambiente.

Quando questionados sobre qual a importância de estudar o meio ambiente, eles

responderam que se não preservarmos o meio ambiente não podemos viver sem ele.

Todos alunos responderam esta ultima pergunta da mesma forma, observamos aí

que eles consideram meio ambiente tudo aquilo que nos cerca, voltados exclusivamente

para os recursos naturais, no entanto esquecem das pessoas que moram nas cidades e o

que cercam estas pessoas não são os recursos naturais, no entanto também é considerado

13

Informações obtidas através de questionário aplicado a professora.

Page 48: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

48

meio ambiente.

Observamos que a Escola do Bugre possui uma estrutura física em boa qualidade,

no entanto não se pode afirmar que a EA é de fato implementada, a EA e tratada ainda

como temas para aulas expositivas diferenciadas e desenvolvimento do projeto, e não

como uma componente curricular, ou seja, no dia a dia não é trabalhada, só em ocasiões

especiais, voltada para recursos naturais.

A EA poderia ser trabalhada rotineiramente, exercendo vários projetos, aulas

mesmo que expositiva valorizando a questão do meio ambiente na zona urbana,

aquecimento global, desequilíbrios climáticos, os problemas e poluição dos solos, das

águas e ainda mostrar quais as conseqüências dessas mudanças para a sociedade, não

necessariamente em uma escala global, mas local e regional, ou seja, na própria

comunidade. Nota-se que o conceito de meio ambiente ainda está diretamente ligado à

recursos naturais e natureza. Há uma necessidade em busca de remodelação nos

conceitos de meio ambiente até mesmo para os professores, que sabem que meio

ambiente é tudo que está á nossa volta, no entanto trabalha ainda com resquícios de que

meio ambiente é apenas natureza, esquecendo das relações humanas que também ocorre

em vários ambientes.

Após a Escola do Bugre ser entrevistada, partimos para a pesquisa na escola

Magelo Pedro Borges, para saber como que ocorre o ensino e da EA.

3.3 – O ensino da Educação Ambiental na Escola Municipal Magelo Pedro

Borges (comunidade do cruzeirinho).

A Escola Municipal Magelo Pedro Borges, possui quatro alunos,

sendo um aluno da Educação Infantil, um aluno do segundo ano (Ensino

Fundamental I) e dois alunos do quin to ano (Ensino Fundamenta I). No

entanto a pesquisa foi direcionada aos alunos do Ensino Fundamental I,

no caso apenas três alunos foram entrevistados.

Ao longo da pesquisa, varias entrevista foram feitas com as

professoras oralmente. Em uma das entrevista s foi perguntado como é

trabalhado EA, as duas professoras responderam que é de acordo com o

que está proposto no livro, e para o aluno concluir o ano é necessário

Page 49: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

49

que o professor conclua também o livro didático, pois se não concluir o

aluno fica automaticamente retido. No entanto o professor pode levar

para sala de aula, projetos e assuntos que complementem a proposta

pedagógica contida no livro.

Durante a entrevista com a professora Joana14

, ao ser questionada se

ela encontra dificuldades com as sala multi sseriadas, ela releva que por

ser poucos alunos em sua sala é muito bom, principalmente na evolução

dos alunos que estão na educação infantil e segundo ano. Ela comenta

que o aluno da Educação Infantil (Pré II) por estar sempre em contato

com os alunos que já sabem ler e escrever, este aluno praticamente lê e

escreve.

Segundo a professora Joana, a escola ativa propõe a EA além das

aulas ministradas de acordo com o livro, o professor tem autonomia para

acrescentar e ministrar aulas e projetos de acordo com a necessidade dos

alunos e da comunidade, e ainda diz a EA tem atingido de forma

eficiente para um melhoramento no meio ambiente que eles estão

inseridos.

De acordo com a professora Joana , a EA nas escolas rurais é

aplicada da seguinte maneira: aulas exposi tivas, aula campo, livro

didático, revistas, mapas e projetos. Foram desenvolvidos alguns

projetos no decorrer do ano, o primeiro projeto foi sobre o lixo nas

redondezas da escola, conscientizando a comunidade local de como o

lixo espalhado pode prejudicar o meio ambiente e saúde, o acumulo de

lixo geram vários insetos e animais que transmitem doenças, como é o

caso da dengue.

Para a importância ou conscientização dos alunos sobre os cuidados

com o meio ambiente, foi desenvolvido o plantio da cebolinha, e a cada

final de semana um dos alunos fica responsável por cuidar da cebolinha,

este plantio foi realizado em um pequeno vaso (Fig. VII), a hortinha não

foi desenvolvida em maior proporção devido a falta de água na

comunidade, o que ocorre nas estiagens, e até porque os alunos levam a

cebolinha para casa.

14

Nome fictício para preservar a identidade da professora.

Page 50: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

50

Figura 7 – Apresentação da Professora Joana e seus alunos, com a cebolinha.

Autora – SILVA, Laila. Set. 2010

Após os projetos e a aulas de EA, a professora relata que os alunos

demonstram uma sensibilização ao meio ambiente, há um crescimento e

vontade por parte dos alunos em preservar o meio ambiente, quando são

realizados passeios e os alunos se mostram mais sensibilizados, não

jogando lixo no chão e não maltratando os animais, e m relação à

comunidade é necessário que haja uma sensibilização m aior em relação

ao lixo e a matança dos animais.

A visão de EA, por parte da professora Joana ainda é muito

decorrente dos recursos naturais, vinculando os aspectos naturais, não

fazendo um reconhecimento em alguns referenciais teóricos, do que seja

de fato a proposta educativa do ponto de vista ambiental , é devido ao não

saber compreender de fato o que é a proposta da EA, é que realizam

projetos que não são eficientes, como deveriam ser.

Os professores, na maior parte das vezes, estão preocupados com a

degradação da natureza, mobilizam-se com empenhos sincero para enfrentar

esta questão, mas as práticas resultantes, geralmente, são pouco eficazes para

atuar, de forma significativa, no processo de transformação da realidade mais

Page 51: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

51

imediata com a qual estão lidando e, reciprocamente, com uma realidade

mais ampla. (GUIMARÃES, 2004, p. 120).

Em relação aos alunos, quando questionados se eles estudam meio

ambiente, todos eles responderam que estudam, foi perguntado o que é

meio ambiente para eles, eles disseram que meio ambiente é um lugar

que tem animais, plantas, pedra e não tem ninguém poluindo, ninguém

desmatando e nem queimando o meio ambiente. Percebemos que a

concepção de meio ambiente para e les, está relacionado aos recursos

naturais, não percebendo que o homem é integrante d este meio ambiente

e que constantemente transforma a natureza .

Ao término das aulas e dos projetos, o que eles tinham aprendido,

eles disseram que não podem desmatar, fazer queimadas, jogar lixo de

qualquer maneira, maltratar os animais e as plantas, ou seja, devem

preservar o meio ambiente, pois o meio ambiente é muito importante

para nós e para os animais. Em seguida foi interrogados se eles mudaram

as atitudes em relação ao meio ambiente, eles responderam que sim, e

que não agem de maneira agressiva ao meio ambiente, não espalham lixo,

não fazem queimadas, pois prejudica o meio ambiente, não maltratam os

animais. Quando perguntados qual importância de se estudar o meio

ambiente, eles responderam que é importante para que eles aprendam

como respeitar o meio ambiente.

Percebemos nestas respostas, que há contradições, ao mesmo tempo

que eles falam que no meio ambiente não tem pessoas degradando,

paralelamente a isso observamos que eles estudam o meio ambiente

devido os problemas ambientais decorrentes dessa degradação.

Baseado nas respostas dos alunos identificamos que a E.A. é ainda

muito inicial, e que além de meio ambiente, existem vários outros temas

que compõe o componente curricular, os quais ainda não são

desenvolvidos, como cidadania, solidariedade, as questões ambientais

nas cidades, como é o ambiente urbano, a qualidade de vida humana, etc.

Identificamos também, que algumas propostas do PCNs (2001, p.

54), não foram atingidas, em uma delas propõe que: o aluno deve

“Identificar-se como parte integrante da natureza, percebendo os

Page 52: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

52

processos pessoais como elementos fundamentais para uma atuação

criativa, responsável e respeitosa em relação ao meio ambiente”.

Vimos que a escola rural está discutindo meio ambiente, embora de

forma iniciante, mas podemos dizer que há uma certa sensibilização por

parte dos alunos, país, professoras, merendeiras e comunidade.

No entanto pode-se dizer que: por mais que haja uma pequena

sensibilização, a forma que meio ambiente é trabalhada nas escolas

rurais não atingira os objetivos proposto pela EA15

. Mesmo que o

processo de ensino/aprendizagem em relação a EA seja desenvolvido

para efeitos a longo prazo, não surtirá efeitos pois a concepção de mio

ambiente está muito ligada a meio natural . Não percebendo que o ser

humano vem transformando tanto a si próprio como a natureza.

15

Para relembrar quais são estes objetivos, ler sub-tópico 2.1 (nesta presente pesquisa), p. 34.

Page 53: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

53

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste trabalho foram discutidos alguns temas que são

envolvidos pela EA, mostrando que há necessidade de mudanças nas

ações do seres humanos em relação ao meio ambiente, devido aos

elevados índices de degradação dos recursos naturais e a péssima

qualidade de vida. Esta situação é agravante a cada ano que se passa,

para um melhoramento nas condições ambientais, foram realizadas varias

conferencias tratando à respeito do meio ambiente , nestas conferências

foram evidenciada uma necessidade de imp lantar no currículo escolar,

um componente curricular que desenvolvesse desde crianç a até

adolescentes e jovens uma certa sensibilização para com o meio

ambiente, numa escala planetária. Visto que a forma mais rápida e

eficiente para tal sensibilização ocorr ia nas escolas, foi inserida a

Educação Ambiental em 198716

.

Desde então vem sendo introduzido nas escolas a EA como tema

multidisciplinar, envolvendo várias componentes curriculares para sua

execução. No entanto não é tão simples assim fazer esta introdução, na

verdade veio em passos bem lentos, por falta de habilidades de vários

professores, como a indisponibilidade das escolas para esta inserção.

Esta situação teve um melhoramento quando a EA foi proposta pelos

PCNs os quais buscam integrá -la como projetos e aulas, ou seja, a EA

vem sendo mais trabalhadas nas escolas pois é obrigação d a escola fazer

esta inserção em várias aulas.

A necessidade da EA, foi vista não apenas para as escolas urbanas ,

ou seja para o meio ambiente urbano , mas também, para as escolas que

estão em contato mais direto com os recursos naturais e também com o

meio ambiente. Percebe-se que ao longo dos anos a degradação no meio

rural vem sendo consideravelmente elevado, por vários motivos, como, o

agricultor não saber o manejo correto do solo, nas plantações, não

preservando a mata ciliar, o garimpo que prejudica o l eito do rio, etc.

16

Conselho Federal de Educação aprova e determina a inclusão da Educação Ambiental na proposta

curricular das escolas de ensino médio e fundamental.

Page 54: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

54

Daí também a importância da sensibilização ambiental e a necessidade da

escola interagir com a comunidade local para alertá -los dos problemas

que podem derivar ações negativas ao meio ambiente e aos recursos

naturais.

Para saber como que ocorre a EA nas escolas rurais, foi realizado

questionário com os alunos e várias entrevistas com pais e professores.

Nas escolas rurais podemos dizer que EA ganha pouco a pouco seu

espaço nas aulas e projetos , no entanto com uma visão voltada

exclusivamente para os recursos naturais do que de fato é meio ambiente.

Outro aspecto interessante nas escolas rurais é que a comunidade é

ligada aos posicionamentos escolares, os pais se preocupam muito com

os projetos que as escolas realizam e tem se mostrado preo cupados com

os problemas ambientais encontrados na região, como é caso da água que

fica nas estiagens ficam bem reduzidas e podemos dizer que a falta da

mata ciliar nos córregos da região tem acelerado o processo e

escasseamento da água. Neste contexto podemos citar a dificuldade da

Escola Magelo Pedro Borges, que não realizou projeto da horta em

maiores proporções devida á falta de água.

A EA vem se tornando mais comum aos educandos nos temas sobre

recursos naturais e ainda grande parte dos alunos tem difi culdades em

separar meio ambiente e natureza. Há conceitos que devem ser mais

trabalhados no dia a dia como é o caso de maio ambiente e natureza,

entre outros.

Os métodos utilizados pelos professores já são capazes de darem

uma base sobre EA, basta que os professores inovem e incorporem uma

visão mais ampla do que de fato a EA exige para sua execução.

No presente trabalho, observou que é necessária uma sensibilização

ambiental e que o caminho para esta sensibilização é a escola juntamente

com a comunidade local, desde que haja interesse por ambas as partes e

que cabe a cada um de nós uma ação para minimizar efeitos negativos ao

meio ambiente, essas ações acontece em nosso cotidiano

e que é indispensável para as gerações futuras.

Page 55: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

55

REFERÊNCIA

BALSAN, Rosane. Impactos decorrentes da modernização da agricultura

brasileira. Campo – Território: Revista de geografia agrária. Uberlandia. V.1, n 2, p.

123-151, ago.2006. Disponível em

<http://www.campoterritorio.ig.ufu.br/getdoc?id=66&article>. Acesso dia 7 de jun. De

2010 as 22:08 H.

BRANDÂO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1995.

(Coleção Primeiros Passos).

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente: saúde/ Ministério da

Educação. Secretaria da Educação Fundamental. – 3. ed. – Brasília: Secretaria, 2001.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental: a formação do sujeito

ecológico. São Paulo: Cortez, 2008.

CASSETI, Valter. Ambiente e apropriação do relevo. São Paulo: contexto, 1991.

(Coleção Ensaios).

Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso Futuro Comum.

Rio de Janeiro, 1991.

DIAS, Generbaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e práticas. São Paulo:

Gaia, 1992.

FREY, Klaus. A dimensão político-democrática e suas implicações para a gestão

local_ ambiente & sociedade. 2001. Disponível em: <http:/ /

www.scielo.br/pdf/asoc/n9/16878.pdf>. Acesso em 11 jun. 2010.

GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (des)caminhos do meio ambiente. São Paulo:

contexto, 1989.

GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. Campinas, SP: Papirus,

1995 (Coleção Magistério: Formação e trabalho pedagógico).

GUIMARÃES, Mauro. A formação de educadores ambientais. Campinas, São Paulo:

Papirus, 2004. (Coleção Papirus Educação).

HOBSBAWM, E. J. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de

Janeiro: Forense-Universitária, 1986.

JACOBI, P . Cidade e meio ambiente. São Paulo: Annablume, 1999.

Page 56: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

56

JACOBI, Pedro. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de

pesquisa, 2003. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/cp/n118/16834pdf>. acessado as

21:33 dia 14-04 h.

JARDIM, Niza Silva ... et al. Lixo Municipal: Manual de gerenciamento integrado.

1ª ed. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas: Cempre, 1995.

KOOF, Elionora Delwing. A questão ambiental e o estudo de ciências; algumas

atividades. Goiânia. Editora da UFG. 1995.

Meio Ambiente, Cidadania e Educação. Caderno do Professor – 5ª ed. 2006. Disponível

em www.planetareciclavel.com.br/sala_de_aula/Tetra_Park/cadernos_do_professor.pdf.

Acesso dia 07/11/2010 as 17:41 h.

PINSKY, Jaime. Educação e cidadania. 9 ed. São Paulo: Contexto, 2008.

REIGOTA, Marcos. A floresta e a escola: por uma educação ambiental pós-

moderna. São Paulo: Cortez, 1999.

REIGOTA, Marcos. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Cortez, 2002.

REIGOTA, Marcos. Verde Cotidiano: o meio ambiente em discussão. Petrópolis, Rio

de Janeiro: DPetAlli, 2008. (Coleção Pedagogias em Ação).

SATO, Michele. Educação Ambiental. São Carlos: RiMa, 2002.

SECAD. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Educação

Ambiental: aprendizes de sustentabilidade. Orgs. HENRIQUE, R. TRAJBER, R.

MELLO, S. LIPAI, E. M. CHAMUSCA, A. Brasília, 2007. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicação2.pdf>. Acesso em 14 de Abril de

2010 ás H 21:24

SCARLATO, Francisco Capuano. O Espaço Industrial Brasileiro. In: ROSS,

J.L.S.(Org). Geografia do Brasil. 4ª ed. São Paulo: EDUSP, 2001, 549p. p. 327-380.

VIANNA, Alexander Martins. Revolução Industrial: um breve ensaio crítico. Revista

espaço acadêmico. nº 90, novembro, 2008. Disponível em

<http://www.espacoacademico.com.br/090/90vianna.pdf>. Acesso dia 28 de out. de

2010 ás 09:30 h.

VIOLA, E. A multidimensionalidade da globalização, as novas forças sociais

transnacionais e seu impacto na política ambiental no Brasil, 1989-1995î. In:

FERREIRA, L.C. & VIOLA, E. (orgs.) Incertezas de sustentabilidade na globalização.

Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1996, pp.15-65.

Page 57: Educação Ambiental Em Escolas Rurais No Município de Iporá Go

57

São Paulo(Estado). Secretaria do meio ambiente. Coordenadoria de Planejamento

Ambiental Estratégico e Educação Ambiental. Vinte anos de políticas publicas /

Secretaria de Estado e de Meio Ambiente, CPLEA. - - São Paulo : SMA, 2003.