educação ambiental em escolas rurais no município de iporá go
DESCRIPTION
GEOTRANSCRIPT
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
CURSO DE GEOGRAFIA
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO
FUNDAMENTAL EM ESCOLAS RURAIS DO MUNICIPIO
DE IPORÁ/GOIÁS
LAILA DAMASCENA SILVA
IPORÁ
2010
2
LAILA DAMASCENA SILVA
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL NAS
ESCOLAS RURAIS DO MUNICIPIO DE IPORÁ/GOIÁS
Monografia apresentada à Coordenação de Curso
de Geografia da Universidade Estadual de Goiás –
UnU Iporá, co mo requis i to parcial para a obtenção
do t í tulo de Licenciad a em Geografia .
Orientadora: Profa. Msc . Jackel ine Silva Alves
IPORÁ
2010
3
LAILA DAMASCENA SILVA
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL NAS
ESCOLAS RURAIS DO MUNICIPIO DE IPORÁ/GOIÁS
Monografia apresentada à Coordenação de Curso
de Geografi a da Universidade Estadual de Goiás –
UnU Iporá, co mo requis i to parcial para a obtenção
do t í tulo de Licenciada em Geografia .
Orientadora: Profa . Msc . Jackeline Silva Alves
______________________________________________
Profa Msc. Jackeline Silva Alves (Orientadora)
____________________________________
Prof.
_____________________________
Prof.
4
Dedico este trabalho aos
meus pais, a Nany e
meu noivo, pelo carinho
e compreensão .
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à aquele, que me permitiu tudo isso, ao
longo de toda a minha vida, e, não somente nestes anos como
universitária, é a Ele que diri jo minha maior gratidão. Deus, mais do
que me criar, deu propósito à minha vida. Vem d`Ele tudo o que sou, o
que tenho e o que espero, o maior mestre da humanidade.
Á minha querida mãe Marlene Damascena, pela compreensão,
pessoa com quem aprendo muito todos os dias, que tem me apoiado em
todos momentos da minha vida. Ao meu pai Silvonde s Mendes pela
amizade. Quero expressar meus agradecimentos a minha amada
maninha Maianne Damascena, por me motivar nos dias mais difíceis, a
qual estamos juntas na universidade durante todos estes anos. Meu
noivo Danilo Gomes, pelo companheirismo e por jamais medir
esforços para me auxiliar.
Jackeline Alves, peça fundamental para a construção deste
trabalho, estendo aqui meus agradecimentos á você pelo
profissionalismo e amizade dedicada a mim ao longo deste ano.
A minha amiga Silvaci Santiano, parceira nas visitas campo
(escolas rurais), e por t er me dado parte de seu tempo para desabafos e
conversas sobre a pesquisa.
Ainda quero agradecer as minhas amigas Márcia, Lucilene,
Laynara, Jaqueline, Maria Virgilina, e Talita, por tudo que vocês
fizeram por mim nestes quatro anos e a todos que de forma direta ou
indiretamente contribuíram para esta pesquisa.
6
“O principal objetivo da
educação é criar pessoas
capazes de fazer coisas novas
e não simplesmente repetir o
que as outras gerações
fizeram”
(Jean Piaget)
7
RESUMO
A Educação Ambiental , segundo Guimarães (1995) é identificada
por muitas pessoas como uma educação para as pessoas que vivem nas
cidades, poluindo o ar, as águas, fazendo o descarte do lixo de forma
inadequada. No entanto as pessoas que residem no campo ou zona rural ,
necessita de uma educação, que os alerte dos problemas ambientais
encontrados nestes espaços, como é o caso da contaminação dos recursos
hídricos com os produtos tóxicos, decorrentes da agricultura. Neste
sentido a EA busca desempenhar um papel de forte relevância para a
preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Para
identificarmos como que ocorre a EA nas escolas rurais, foi realizado
questionário com os alunos e várias entrevistas com pais e professores.
Observando que EA abrange uma dimensão não só ambiental , mas
também socioeconômico e cultural, é que as escolas de vem introduzi-la
de forma multidisciplinar, envolvendo não apenas os alunos . Na presente
pesquisa observou que o caminho para a sensibilização ambiental é que a
escola e comunidade interajam entre si. Nas escolas rurais podemos dizer
que EA ganha pouco a pouco seu espaço nas aulas e projetos, no entanto
com uma visão voltada exclusivamente para os recursos naturais do que
de fato é meio ambiente.
Palavras-Chave: Educação Ambiental, Meio Ambiente e Escolas
rurais.
8
LISTA DE FIGURAS
1 Apresentação do espaço físico da Escola Municipal do Bugre............... 42
2 Apresentação do espaço físico da Escola Municipal Magelo Pedro
Borges.......................................................................................................
42
3 Estradas não pavimentadas..................................................................................... 43
4 Quadra Esportiva da Escola Magelo Pedro Borges................................
43
5 Quadra Esportiva da Escola do Bugre..................................................... 43
6 Apresentação dos alunos da Escola do Bugre .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
7 Apresentação da Professora e seus alunos, com a cebolinha (projeto).... 49
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO... .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1 – CONSIDERAÇÃO SOBRE MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
15
1.1 – Desenvolvimento sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2 – Problemas ambientai s urbanos e rurais e suas consequências
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
19
24
2 - O TRATAMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA
EDUCAÇÃO FORMAL: POSSIBILIDADES DE DESPERTAR OS
EDUCANDO PARA NOVOS MODOS DE VER E PERCEBER O
SEU AMBIENTE ... . . . . . . . . . . . . . . . . .
30
2.1 - Conceitos, princípios, e objetivos da educação ambiental . . . .
2.2 – A educação ambiental no ensino de geografia.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.3 - Práticas pedagógicas desenvolvidas em educação ambiental
nas escolas rurais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
34
36
39
3 – O ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS
RURAIS NO MUNICÍPIO DE IPORÁ-
GO.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
42
3.1 – Breve comentário da renda familiar dos educando....................................
3.2 - O ensino da Educação Ambiental na Escola Municipal do Bugre
(Comunidade Nossa Sª Mãe de Deus)..................................................................
3.3 - O ensino da Educação Ambiental na Escola Municipal Magelo Pedro
Borges (Comunidade do Cruzeirinho)..................................................................
44
44
47
CONSIDERAÇÕES FINAIS .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
REFERÊNCIAS ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
ANEXOS............................................................................................................. 57
10
INTRODUÇÃO
Muitos hábitos foram incorporados sociedade contemporânea em
função do modo de produção em que vivemos, e que imos uma série de
inovações induzindo às pessoas a consumirem mais, mesmo que sem
necessidade, ou seja, induzindo ao consumismo1 originário do
capitalismo que se espalhou pelo mundo, notadamente pós Revolução
Industrial2.
O aperfeiçoamento dos meios técnicos, o aumento da capacidade de
explorar dos recursos naturais3 para a produção de bens de consumo,
gerou conseqüentemente pressões sobre a quantidade e qualidade dos
mesmos, para atender as novas demandas incorporadas pela população.
O consumo por produtos industrializados, mesmo que por uma
pequena parcela da sociedade, viu-se aumentar de forma desordenada os
resíduos gerados, que depositados sem o devido cuidado no ambiente
provoca a poluição do ambiente, contaminando solos, lençol freático,
causando mau cheiro, e disseminação de várias doenças.
Contudo, apenas uma pequena parcela da sociedade planetária,
consome muito mais que grande parte que constitui a base da pirâmide
social . A pressão sobre os recursos não renováveis, como o petróleo e o
carvão mineral é crescente, e os recursos naturais renováveis consumidos
em nível catastrófico.
A sociedade contemporânea conhece o risco que representa para a
manutenção da própria espécie humana o uso desordenado dos recursos,
mas pouco tem feito para melhorar a qualidade do ambiente e da vida
humana, por todo o planeta.
1 Segundo SCARLATO (2001) o consumismo está ligado diretamente aos valores e hábitos que a
sociedade do consumo incorpora, a questão referencial do consumo é o do prestigio social, da posição
de status e ainda são objetos de fascínio e sedução que se remetem a uma nova imagem social das
pessoas que consomem. Estas pessoas são induzidas a comprarem produtos desnecessários de fato para
sua sobrevivência. 2 De acordo com VIANA (2008), a Revolução Industrial, ocorreu na Inglaterra(antiga Grã-Bretanha), no
final do século XVIII e inicio do século XIX, em decorrência do aperfeiçoamento tecnológico e o
aumento da mecanização nas linhas de produções, que trouxe mudanças no quadro socioeconômico dos
países envolvidos pela Revolução Industrial. 3Recursos naturais.
11
Informação sobre os riscos ambientais e problemas que já ocorrem
em grande escala, são divulgados através de jornais falados, escritos,
internet, por Organizações governamentais e não governamentais, escolas
e demais instituições. Ainda assim, não podemos dizer que a sociedade
esteja de fato consciente dos riscos e ameaças que estão diretamente
relacionadas à manutenção das condições ambientais para a vida humana,
apesar de toda informação, falta conhecimento e sensibilização quanto a
adoção de outras posturas, para com o meio.
Apesar do Meio Ambiente ter se tornado um assunto bastante
abordado pela mídia, por políticos, por artistas e até mesmo no meio
acadêmico, muito ainda deve ser feito no sentido, de modificarmos os
nossos hábitos de consumo, e t ambém a fim de que a população
compreenda que a forma como lidam com o seu ambiente podem
interferir na qualidade de vida planetária.
Diante do exposto, consideramos a importância da Escola enquanto
instituição social de papel relevante na formação do indi víduo,
ampliando o conhecimento, formando valores, modificando atitudes
através não só das disciplinas formais que compõe os currículos
escolares, mas também de práticas desenvolvidas no ambiente escolar.
Reconhecendo a importância da escola na formação do indivíduo e a
sua importância ao prepará-lo para a vida em sociedade, acreditamos na
relevância de trabalhar tanto na escola e com a sociedade, no sentido de
repensarmos nossas relações com o meio que nos cerca, e também para
com aqueles que estão à nossa volta.
Com base nestas colocações acreditamos na pertinência em investir
na Educação Ambiental no ensino formal como instrumento de
sensibilização para que sejam incorporados outros hábitos e atitudes pela
sociedade, tendo em vista que durante o processo de educação formal, o
indivíduo incorpora e repete aquilo que tem de exemplo no ambiente
familiar e escolar, assim, a instituição social escola pode ser entendida
com importante multiplicadora de valores e atitudes, sejam estas
positivas ou negativas em re lação ao meio.
A E.A. deveria ser entendida e praticada como forma de educação
não formal que priorizasse o desenvolvimento de atitudes, valores e
12
hábitos das pessoas ao lidarem com o seu ambiente, seja ele construído
ou natural, sendo assim uma educação p ara o meio.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – P.C.N‟s -
orientação oficial a E.A. não deve ser tratada como disciplina isolada,
mas deve permear todas as disciplinas, a fim de que dentro de cada uma
destas seja trabalhado conteúdos e con ceitos, que permita entender a
importância em lidar de forma diferenciada com os elementos do meio,
considerando meio aqui, não só o meio natural, mas tudo o que nos
circunda.
Uma educação para o ambiente não deve priorizar público, deve
atingir todas as parcelas da população em igual medida, pois tanto no
meio urbano como no meio rural, são muitos os problemas ambientais a
ser resolvidos.
A E.A. é abordada de acordo com os P.C.N‟s. como tema
transversal, onde é posto que:
Os conteúdos de Meio Ambiente se rão integrados ao curr ículo
através da transversa l idade, pois serão t ratados nas d iversas
áreas do conhecimento, de modo a impregnar toda prát ica
educat iva e , ao mesmo tempo, cr iar uma visão global e
abrangente da questão ambiental (BRASIL, 2001. p . 49) .
Pensamos ser importante trabalhar com a E.A. em ambientes rurais
pela proximidade imediata desta população com os elementos naturais,
assim acreditamos na possibilidade de l idarem de forma mais acertada
com o meio que os cerca.
As escolas rurais constituem-se em importantes espaços para que
seja trabalhado junto a crianças e jovens em processo de construção de
conhecimentos para que estes possam desenvolver também junto às
comunidades em que se inserem novas ati tudes, valores, e conhecimentos
que possam auxiliar de forma posit iva na relação Ser Humano x Meio
Ambiente.
Neste trabalho buscamos compreender de que forma é tratada a E.A.
pelo currículo proposto, e também trabalhado pelos componentes
curriculares de duas escolas rurais no município de Iporá levando em
conta os aspectos socioculturais de cada uma destas. As escolas são:
13
Escola Municipal Bugre e Escola Municipal Magelo Pedro Borges.
Para a realização do presente trabalho, foram de fundamental
importância, para compreensão do tema, obras de diversos a utores que
abordam a Educação Ambiental, sendo este tema de grande relevância
para um melhoramento nas condições ambientais.
Carvalho (2008), aborda as questões ambientais no processo
educativo, na formação de um cidadão ecológico, que após conceber
informações necessárias para uma relação mais harmoniosa com o meio
ambiente, este cidadão será capaz de desenvolver hábitos mais corretos
em relação ao meio ambiente. Essas informações segundo Carvalho,
serão desenvolvidas no processo educativo do educando, ou seja, na
escola.
Guimarães (2004), afirma que já são desenvolvidas práticas
ambientais na comunidade escolar, e é fundamental que os educadores
tenham uma perspectiva pedagógica que proporcione aos educandos a
vivencia no dia-a-dia (sala de aula) melhores atitudes nas relações ser
humano/meio ambiente, para melhor desempenho no exercício da
cidadania.
A partir de então, considerando a realidade ambiental destas escolas
buscamos conhecer os métodos utilizados pelos educadores para tratar a
E.A. nos conteúdos propostos para as escolas investigadas. Junto aos
educandos destas escolas buscamos levantar quais as apreensõ es que
estes trazem sobre E.A. ou de uma educação para o meio.
Interessou-nos compreender de que forma os educandos
sistematizam o conhecimento (informações) tratadas por seus professores
na prática da E.A. a fim de refletirmos se a mesma tem modificado em
algum aspecto a maneira como os educandos lidam com o meio ambiente,
ou seja, com o local onde vivem.
Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de compreender a
qualidade com que é tratado a E.A., a fim de observarmos o processo
ensino/aprendizagem do aluno, a partir da realidade do campo,
considerando as particularidades existentes na escola do campo em
relação às escolas da cidade, pois uma outra dinâmica marca a escola do
14
campo, sob os mais diversos aspectos, os quais serão abordados no
desenvolvimento do texto.
Observamos nas escolas que os alunos ainda possuem concepções de
meio ambiente voltados para os recursos naturais, como, arvores
animais, rios, percebemos que eles não fazem relações de que o ser
humano também integra o meio ambiente, não percebendo que as cidades
também possuem meio ambiente.
Os educadores das escolas rurais deveriam esclarecer aos educandos
a questão do meio ambiente nos centros urbanos, especificar quais suas
condições e como afeta a sociedade os problemas ambientais,
desmistificado que meio ambiente não é apenas recursos naturais, e que
o ser humano faz parte do meio ambiente.
Percebe-se que mesmo estudando em sa la EA é importante
desenvolver projetos que envolva a comunidade para que haja um
melhoramento nas práticas pelos indivíduos que integram essa
comunidade, pois as escolas realizam projetos atingindo essencialmente
os alunos.
No entanto é necessário que os professores vão além dos simples
conceitos proposto por vários meio de comunicação, e terem seus
próprios conceitos, pois se continuarem trabalhando conceitos exógenos,
jamais alcançarão a dimensão da EA. Visto que os conceitos de meio
ambiente e natureza ainda estão confusos.
Quanto aos conteúdos e recursos didáticos das escolas rurais, creio
que são capazes de fazer uma base em EA, basta que os professores ,
sejam mais críticos quanto aos conteúdos propostos, leiam mais
referenciais teóricos para compreender que EA é muito mais do que
projetos sobre o lixo, atinge também toda uma escala socioeconômico e
cultural.
15
1 - CONSIDERAÇÃO SOBRE MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO :
São múltiplas as concepções dadas para tratar o Meio ambiente,
tanto que as pessoas encontram dificuldades para definí -lo ou mesmo
para caracterizá-lo. Alguns definem o meio ambiente como sendo apenas
os recursos naturais, desconsiderando que os espaços que foram
modificados pela ação humana tratam -se também de meio ambiente.
De acordo com Casseti (1991, p. 11), existe a primeira e segunda
natureza. A primeira natureza trata -se dos recursos naturais, a segunda
natureza diz a respeito da natureza com modificações nas condições
originais, desempenhada pelo ser humano. Com essa capacidade de
modificação da primeira natureza, em segunda, o ser humano crê ser
superior á ela, não sentindo que é pertence a esta natureza. No entanto
sabemos das grandes ações da natureza, quando ela está em
desequilíbrio, como é o caso dos desequilíbrios climáticos, as grandes
estiagens e chuvas demasiadas, etc.
Segundo Guimarães (1995, p. 11)
O que se chama de natureza ou meio ambiente é o conjunto de
elementos vivos e não -vivos que const i tuem o plane ta Terra.
Todos es tes e lementos relac ionam -se inf luenciando e so frendo
inf luencia entre si , em equi l íb r io d inâmico.
Podemos nesta citação perceber a que tanto a natureza quando o ser
humano fazer parte do que chamamos meio ambiente, contudo se as
intervenções sobre os elementos naturais forem maiores do que aquelas
de capacidade de sua reposição, este meio ambiente perde esse equilíbrio
dinâmico, ocorrendo por conseqüência o que estamos enfrentando, e que
nem por isto deixa de ser meio ambiente, só que bastante alterado.
Para Reigota (2002, p. 15), meio ambiente é de finido como,
O lugar determinado ou perceb ido, onde os e lementos
na tura is e soc ia is es tão em relação dinâmica e em interação.
Essas re lações impl icam processos de cr iação cultural
tecnológica e processos his tór icos e soc ia is de t ransformação
do meio natur al e construído.
16
Então podemos dizer que meio ambiente é todo espaço que nos
cerca o qual pode ser modificado, no entanto, as intervenções praticadas
sobre ambientes naturais, desencadeiam alterações na dinâmica própria
da natureza e assim podemos dizer q ue estas alterações podem ser
positivas ou negativas, conforme o objetivo pretendido, e ainda
considerando as fragilidades do ambiente, pois muitas destas
desconhecemos.
O padrão do que se considera desenvolvimento, é contraditório pois
degrada as reservas de recursos que são transformados em bens de
consumo, e que apenas uma parcela reduzida da sociedade planetária tem
acesso aos mesmos, tendo em vista que para adquir tais bens, é
necessário ter posses financeiras que permitam isto
De tal modo, vivemos um modelo de consumo excludente, pois
apenas uma reduzida parcela consome tendências da moda, aparelhos
modernos e de alta tecnologia, alimentam-se melhor (ou pelo menos tem
acesso a uma variedade maior de alimentos em função do seu poder de
compra), enfim podem gozar daquilo que a sociedade do consumo
convencionou chamar qualidade de vida, sendo necessário acrescentar
que o que é considerado qualidade de vida para uns não é para outros,
que vivem bem e que consomem o necessário.
Segundo a FAO (Organização para Alimentação e Agricultura), em
2009 a população mundial eram cerca de 6,8 bilhões de pessoas, o que
intensifica ainda mais os problemas decorrentes do desenvolvimento, e
evidencia a desigualdades sociais .
Aqueles que vivem na miséria absoluta utilizam -se das sobras
daqueles que tem maiores possibilidades de consumo. Não raro,
alimentam-se de restos de alimentos de outras pessoas, andam
maltrapilhos, e por vezes retira até mesmo de lixões o seu sustento, o
que consideramos também uma forma de degradação, p ois é a degradação
da dignidade da vida humana em seus mais diversos aspectos4.
Estando estas pessoas submetidas a precárias condições sanitárias e
4 Veja o documentário Ilha das Flores, dirigido por Jorge Furtado no ano de 1989.
17
de salubridade, ficam mais suscetíveis às doenças, e por vezes morrem
por não terem as condições mínimas de moradia, al imentação e saúde.
Outros apesar de não serem tão abastados financeiramente
incorporam hábitos e valores que não lhes cabe no orçamento, mas que
vivem com dificuldades financeiras, contudo não deixam de consumir
aquilo que é tido como important e para a sociedade do consumo, ainda
que para isto, deixe realizar necessidades básicas, como cuidar melhor da
saúde, investir em educação, alimentar-se mais e com melhor qualidade,
etc.
Neste modelo de sociedade citado, encontramos todos os tipos de
problemas socioambientais, e assim se retroalimenta um ciclo de danos e
degradação ao ambiente natural, refletindo sobre o que de fato deveria
propiciar qualidade de vida humana, seja pela escasseamento e poluição
do meio, e também da degradação da vida humana sob os mais diversos
aspectos (psicossocial, saúde, educação, moradia, atitudes e valores,
etc.).
O modelo do que convencionou denominar “desenvolvimento” em
vários países por todos os continentes, dentre estes o Brasil, imposto
pelo modo capitalista de produção que se estabeleceu como sistema
econômico após a queda do feudalismo entre os séculos XV ao século
XVII, é ancorado no consumo desregrado de recursos, o que
conseqüentemente em função do aumento populacional e das demandas
sociais geradas, acarretam todo tipo de pressões ambientais.
O capitalismo evoluiu numa escala desigual no tempo e espaço,
transformando as relações sociais e o modo de vida das pessoas. No
Brasil, viu-se crescer de forma considerável a expansão do consumo
principalmente após a o p rocesso de industrialização, que segundo
Scarlato (2001, p. 331) “ao desenhar um produto a ser industrializado e
colocado no mercado, o produtor deve levar em consideração o gosto do
consumidor aos aspectos estéticos do produto”, ou seja, o consumo está
ligado á industrialização de produtos, produzidos com embalagens e
padrões que atraem os mais variados estilos, feitos para seduzir o
consumidor, é o que Scarlato define como fetiche de mercadoria .
A idéia de desenvolvimento econômico ligada à industrial izaç ão e
18
uso de tecnologia de ponta (inovações tecnológicas) desconsidera a
necessidade de exploração em grande quantidade de recursos, tanto para
sua produção como posteriormente para a produção dos bens de
consumo.
Nesse sentido, a uti lização irracional das águas, a degradação dos
solos, a devastação das florestas, poluição do ar, dentre outros problemas
ligados ao uso descomedido dos recursos disponíveis, constituem -se
como marca do desenvolvimento e significado de progresso, para a
sociedade do consumo, concepções estas que precisam ser repensadas.
O desenvolvimento econômico sem a preocupação com a
racionalidade das reservas de recursos, que quase sempre são uti lizados
até os limites de sua reposição ou exaustão. Desenvolver
economicamente, mas comprometendo a manutenção dos recursos
naturais nos parece um retrocesso.
De acordo com Guimarães (1995), compreende -se por meio
ambiente como todas as condições e influências que cerca um ser vivo,
então podemos dizer que os problemas ambientais, logo vão além do
meio natural abrangendo todo e qualquer lugar onde o ser vivo influencia
e sofre influência do meio.
Na organização do espaço urbano é possível observarmos a carência
de rede de esgoto, aterros sanitários, as vezes não contam com água
tratada, exemplos estes que ilustram problemas ambientais que
comprometem a qualidade de vida dos cidadãos, pois propiciam a
proliferação de doenças infecto contagiosas.
Estes exemplos mostram os retrocessos do „desenvolvimento‟, pois
para todos os casos apontados existem tecno logias já desenvolvidas de
grande efeito para minimizá-los, contudo o acesso à para toda a
população ainda é l imitada, pois nem todas as parcelas da população
destes serviços essenciais à qualidade de vida da população.
Para pensarmos em desenvolvimento temos que considerar
possibilidades de amenizar os efeitos negativos gerados pela ação
humana ao meio ambiente. Pois para que de fato possamos considerar
desenvolvimento, este tem que ser socialmente justo, ambientalmente
correto e economicamente viável, e n ão é isto que temos visto acontecer.
19
O consumo exagerado de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, e bens
de consumo de toda natureza, geram um grande volume de l ixo e logo
utilização desregrada de produtos naturais como o petróleo, água e a
extração mineral . O que contribui para o comprometimento das reservas
de recursos ambientais para as presentes e futuras gerações.
O debate acerca de um novo modelo de desenvolvimento
econômico dos países ganhou ênfase com a Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992 no
Rio de Janeiro, que repercutiu de forma planetária causando uma
inquietação da população mundial dos graves problemas ambientais
causados pelo desenvolvimento. Este novo modelo foi chamado de
desenvolvimento sustentável. De acordo com VIOLA (1996, p. 28),
porém ao mesmo tempo em que acontecia esta conferência, havia uma
disseminação do neoliberalismo em todo mundo que favoreceu ao
economicismo e um discurso público que propaga um crescimento
econômico desenfreado e privilegia a questão da geração de emprego a
qualquer custo , no entanto só mostraram os efeitos posit ivos esquecendo -
se das outras faces desse desenvolvimento .
1.1 – Desenvolvimento Sustentável
Visto que o sistema capitalista interferi nas condições d e equilibro
do meio ambiente, para a produção de mercadorias, emergem novos
termos para justificar a produção apelando para a sustentabilidade.
No entanto a questão ambiental não se restringe apenas aos recursos
naturais; como já foi dito a questão ambien tal abrange também os
aspectos sociais, pois o ser humano é parte integrante do meio.
O que estimula e faz o capital se movimentar é o mercado. Segundo
Dryzek (1992) apud Frey (2001, p. 3) o mercado é o melhor mecanismo
para garantir a satisfação dos desej os individuais, inclusive dos desejos
ambientais.
É necessário se pensar que se o mercado é movido pelo capital, se
os consumidores (os que possuem o capital) exigissem produtos
20
ecológicos e que iria estimular o mercado a fazer demandas suficientes
para atender esses consumidores. É fato que compramos o que já está em
prateleiras não exigimos mudanças.
Já para Mason (1999) apud Frey (2001 p. 3), na medida em que os
consumidores manifestam sua consciência ecológica nas decisões de
compra, o mercado responder ia esta demanda com a oferta crescente de
produtos e serviços ecológicos.
O Desenvolvimento Sustentável que foi muito debatido repercut indo
internacionalmente principalmente á partir de 1992, com a Conferência
das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desen volvimento, conhecida
como Rio 92, segundo Frey (2001, p.2),
O sis tema po lí t ico , tanto no nível internacional , quanto no
nacional e local , tem se mostrado incapaz ou
insufic ientemente preparado para traduzir e t ransformar as
crescentes demandas de cunho ambiental is ta e pol í t icas
públicas capaz de promover um modelo a l ternat ivo de
desenvolvimento .
Part indo dessa concepção, percebemos que estamos ainda longe de
alcançar um padrão de desenvolvimento sustentável, pois nem o sistema
político e nem a sociedade estão preparado para o desenvolvimento que
de fato seja sustentável, ainda pode-se dizer que ainda levaremos muitos
anos para assumir de fato este modelo de desenvolvimento .
De acordo com os P.C.Ns (2001) para a Comissão Mundial sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável é
definido como aquela forma de desenvolvimento que satisfaz as
necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.
O desenvolvimento sustentável deveria impor limites à exploração
desregrada dos recursos naturais, considerando que a natureza também
possui limites para se recompor, e o tempo para reposição de muitos não
obedece a lógica de produção do capital.
Existem ações que fazem parte do que pode ser considerado
desenvolvimento sustentável, assim podemos citar a utilização de fontes
alternativas de energia ( energia eólica, energia solar, alternativas de
reciclagem e coleta seletiva do lixo; reciclagem de papéis, vidros,
21
plásticos, metais e outros resíduos ajudam na redução do uso de recursos
naturais).
A intensidade dos impactos ambientais sejam eles positivos ou
negativos dependerá da escala de interferência no meio, tanto rural
quanto urbano. Quando bem preservado ou quando poupado das ações
negativas, conseqüentemente os recursos estarão em maior quantidade e
qualidade.
Segundo os PCNs (2001), para se ter uma sociedade sustentável é
necessário que ela viva harmonicamente com nove princípios que estão
interligados: “Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos;
Melhorar a qualidade de vida humana; Conservar a vital idade e a
diversidade do Planeta Terra; Minimizar o esgotamento de recursos não -
renováveis; Permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta
Terra; Modificar atitudes e práticas pessoais; Permitir que as
comunidades cuidem de seu próprio ambiente; Gerar uma estrutura
nacional para a integração de desenvolvimento e conservação, constituir
uma aliança global.
Estes princípios levantam serias discussões dada a abrangê ncia dos
mesmos, pois em alguns pontos sabemos que a sociedade planetária não
esta pronta para atingir tais desafios.
De acordo com Jacobi (1997), ainda prevalece o foco principal do
desenvolvimento sustentável, que repercutiu de forma a discutir ações
práticas, a partir de uma crise ambiental.
A crise ambiental que já era apontada nos anos de 1970, e que foi
ponto de pauta da Conferência de Estocolmo em 1972, por países
desenvolvidos e também por aqueles que estava em processo de
desenvolvimento, de acordo com o 5SECAD, teve origem
[…] quando ocor re a emergência de um ambiental i smo que se
une às lutas pelas l iberdades democrá ticas, manifes tas através
da ação i solada de professores, es tudantes e escolas, por meio
de pequenas ações de organizações da soc ieda de civi l , de
prefei turas municipais e governos es taduais, com a tividades
educac ionais vol tadas a ações para recuperação, conservação e
melhor ia do meio ambiente. Neste per íodo também surgem os
pr imeiros cursos de especia l ização em Educação Ambienta l ,
que desdobram as questões econô micas e socia is (SECAD,
5 Caderno da Secretária de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.
22
2007, p . 13) .
Esta crise ambiental percebida por parte da população, foi de
fundamental importância para uma nova reflexão e percepção sobre as
condições do meio ambiente neste momento, que já era crí tica, sendo
recorrentes sinais de fragilização do ambiente em várias elementos
compositores do meio, cujos reflexos já extrapolavam fronteiras.
A participação do Brasil na Conferência , segundo Carvalho (2008),
estimulou debates internos sobre os problemas ambie ntais e a EA começa
a participar as ações do governo, que a partir de 1973 integra á
legislação, como contribuição da primeira Secretaria Especial do Meio
Ambiente (Sema).
O Brasil possui uma grande área territorial, com uma área territorial
de 8. 514.876 km², abriga parcela considerável no planeta de diversidade
biológica. Contudo, muitos pensam que os recursos naturais são
inesgotáveis, e por esta razão fazem o uso irracional do recursos naturais
existentes.
Podemos dizer que a população brasileira nesta primeira década do
século XXI habita as á reas urbanas, contudo, ainda existe uma parcela da
sua população que vive na zona rural e que já experimentam em seu dia a
dia, problemas como escassez de água; desmatamento de terras para o
cultivo ou para a práti ca da pecuária, entre tantas outras práticas
consideradas nocivas à manutenção do ambiente com qualidade e em
quantidade.
Os grandes centros urbano-industriais consomem grande quantidade
de matéria-prima, e, no entanto geram toneladas de resíduos sólidos,
esgotos e os gases poluentes gerados pelas indústrias, pelos carros, esses
resíduos não são reaproveitáveis, se acumulam e poluem o solo, os
corpos hídricos, e a atmosfera
[…] aquilo que tecnicamente, chamamos de a te rros sanitá r ios,
is to é , deposi tamos o l ixo de forma inadequada. Mas se e le
não for convenientemente depositado, poderá c r iar problemas
de poluição das águas, tanto as sub terrâneas como as
super f ic iais (BRASIL, 1975, , p . 113) .
23
As águas nas cidades são usadas para várias funções entre elas
para as indústrias na lavagem de vários materiais, para a o transporte de
rejeitos químicos, que por sinal são muito perigosos,
As prát icas atualmente adotadas para a e l iminação de rejei tos
tóxicos (como os de indústr ias químicas, por exemplo)
envolvem r iscos inacei táve is. Reje i tos radioa tivos da
indústr ia nuclear se mantêm per igosos durante séculos. Muitas
pessoas que se expõem a esses r i scos em nada se beneficiam
com as at ividades que produzem os reje i tos (Comissão
Mundia l sobre Meio Ambiente e Desenvolvim ento , RJ -
CMMAD , 1991 , p . 37 ) .
A poluição do ar atmosférico causa prejuízos para a população,
como as chuvas ácidas que queimam as plantações reduzindo seu
potencial produtivo e contaminam as águas que poderiam ser
aproveitadas no uso doméstico. As polu ições atmosféricas, do solo e das
águas geram ainda várias doenças.
[…] é o caso em que a po luição do ar, em cer tas
circunstânc ias, pode cr iar co mplicações como o enfisema
pulmonar, ou a forma alérgica da asma; a das águas pode
acarre tar uma sér ie de doen ças; febre t i fó ide e vár ias outras ; a
do solo pode conduzir a esse mesmo t ipo de enfermidade,
febre t i fó ide, áscar is , e tc (BRASIL, 1975, p . 113) .
Muitos dos efeitos negativos sobre os recursos naturais são
provocados pelas ações antrópicas, sendo difíci l calcular os prejuízos à
longo prazo, contudo, vivemos uma sociedade do imediatismo, sem que
as pessoas se preocupem, com as gerações futuras, que dependerá
também desses recursos naturais e de um meio ambiente mais conservado
e melhor para viverem.
A ação do poder público é de grande importância no investimento
para melhores condições sociais e ambientais nas cidades, os governos
federais, estaduais e municipais são os responsáveis pelo melhoramento
do cotidiano das pessoas que vivem nas cidades, construind o parques,
áreas verdes, arborização das ruas e fazendo coletas seletivas, no entanto
não é bem assim que acontece em nossa realidade.
Percebemos que o poder público não mantém em boas condições as
praças, as áreas verdes são tratadas de forma descontinua , e a coleta
24
seletiva quase nunca acontece.
Os problemas ambientais, no entanto não são apenas encontrados
em ambientes urbanos, ocorrem também na zona rural e em grandes
proporções, assim como nas cidades, tal situação será tratada no i tem a
seguir.
1-2 - Problemas ambientais urbanos e rurais e suas consequências
Os problemas ambientais mais freqüentes na zona urbana decorrem
do modelo de desenvolvimento econômico do país, e também da forma
como as pessoas (des)cuidam do meio ambiente urbano e de seus
recursos.
Muitas pessoas consideram meio ambiente apenas aqueles espaços
que ainda contém parcelas de natureza ainda conservada, estando à parte
da percepção destes os impactos ambientais negativos que proliferam nos
ambientes urbanos.
O campo também apresenta sérios problemas ambientais, pois neste
ambiente o contato do ser humano é direto com os recursos naturais e
provocam impactos também de grande intensidade caso não seja
observada as restrições de util ização dos recursos, ou cuidado na
utilização dos mesmos.
Dentre os problemas ambientais rurais, podemos destacar os
impactos gerados pela agropecuária, a contaminação dos solos e das
águas pelo uso incorreto de fertilizantes químicos e agrotóxicos nas
lavouras, e também o manejo incorreto dos solos.
Há todo um conjunto de práticas que devem ser observadas quando
da utilização de agrotóxicos e pesticidas, pois em contato direto com o
meio comprometem a qualidade de vida da população e também de
habitats de animais.
Os solos quando não estão poluídos, possuem a capacidade de se
auto fertilizarem no processo da decomposição da matéria orgânica
deixando-os naturalmente fért il para uma nova utilização. Quando o solo
25
está poluído ele perde sua atividade biológica, assim como os agentes do
processo de decomposição da matéria orgânica, o que gera um
desequilíbrio no solo , o que obriga os produtores a utilizarem mais
adubos e ferti lizantes ainda mais fortes para corrigi-los, fazendo com
que estes solos futuramente sejam inutilizados, pois serão
economicamente inviáveis.
O processo de modernização agríco la, se por um lado
aumentou a produtividade das lavouras, por out ro, levou a
impactos ambienta is indesejáveis. Os problemas ambientais
mais freqüentes , provocados pe lo padrão produt ivo
monoculto r foram: a des truição das flo res tas e da
biodivers idade genét ica , a erosão dos so los e a contaminação
dos recursos naturais e dos a l imentos (BALSAN, 2006, p . 19)
O uso de pesticidas, agrotóxicos, herbicidas, fungicidas entre
outros, foram incentivados a partir da década de 19 40, pois foi nesta
década que houve um maior impulso na produção em grande escala, o
que foi denominado Revolução Verde - RV, originária dos Estados
Unidos em 1943.
O discurso adotado para justificar a adoção de pacotes tecnológicos
da RV, era de resolver o problema da fome no mundo. Neste caso fazendo
plantações em grande escala, para suprir as necessidades das populações,
no entanto esta grande produção não solucionou o que pretendia de fato,
que era resolver o problema da fome, sabemos que o problema da fome
no mundo não se limita apenas a falta de alimentos, mas à concentração
da renda que não permite que todos tenha aceso ao consumo, mesmo que
de alimentos, gerando vários problemas socioambientais. No Brasil esta
RV foi incorporada um pouco mais tarde na década de 1970, contudo os
efeitos desta, não tardaram para aparecer.
A par t ir de meados da década de 1960, vár ios países la t ino -
americanos engajaram-se na chamada “Revolução Verde”,
fundada bas icamente em princíp ios de aumento da
produtividade através do uso intensivo de insumos químicos ,
de var iedades de a l to rend imento melhoradas genet icamente,
da ir r igação e da mecanização, cr iando a idéia que passou a
ser conhecida (BALSAN, 2006, p . 24) .
Mesmo assim o Brasil adotou em 1970 o pacote da RV que inclu ía
26
além dos fertilizantes, agrotóxicos e adubos, os melhoramentos genéticos
das sementes, mecanização modernizada para o preparo do solo, e
maquinário moderno em períodos de colheita. A adoção deste pacote
tecnológico provocou problemas de cunho ambiental e também
sociocultural, pois tirou o homem do campo, tendo em vista que
diminuiu a necessidade de mão de obra, por não saberem operar as novas
máquinas, não saber usar de modo correto os produtos importados, etc. ,
obrigando-os a migrar para as cidades.
No quesito cultural a migração campo -cidade, os camponeses, se
viram obrigados a vender suas terras para os grandes latifundiários, pois
não tinham nem capital para adotar este pacote tecnológico e nem
preparação técnica para operá-los, sendo obrigados a deixarem o seu
lugar, o seu modo de vida, os seus hábito e valores, tendo que nas
cidades se submeterem a sub-empregos ou engrossar a massa de
desempregados, tornando um problema social para a cidade.
O ráp ido processo de motomecanização e o aumento da
concent ração fundiár ia da agricultura brasi lei ra contr ibuíram
para o intenso processo do êxodo rural e , conseqüentemente,
para a concentração populac ional nos centros urbanos mais
industr ial izados, pr incipalmente, Rio de Jane iro e São Paulo
(Ehlers 1999, p . 40 apud BALSAN, 2006, p . 9) .
A migração campo-cidade contribuiu para o crescimento
desordenado dos centros urbanos, o que levou a marginalização destas
cidades, este processo forçosamente provocou o inchaço das cidades, a
expansão das periferias e favelas, pa ralelamente os índice de
criminalidade e prostituição também cresceram de forma considerável
tendo em vista que as cidades também não estavam preparadas para
receber esta população.
Observando este fato, podemos dizer a falta de uma infra -estrutura
que atendesse tais demandas nas cidades, gerou sérios problemas
ambientais, como a deposição de resíduos químicos em locais impróprios
(corpos hídricos e ruas), lixo por toda nas cidades, lixões á céu aberto, e
lançamento de esgoto domestico sem qualquer forma de tratamento
lançado nos recursos hídricos, etc.
No campo é freqüente a retirada da vegetação ciliares e a poluição
27
dos mananciais. Sabemos então que foram criadas leis para proteger o
meio ambiente contra estas ações agressivas contra a qualidade
ambiental tanto nas cidades, como no campo.
A população de modo geral deve ter maior cuidado com as formas
de tratar o meio ambiente e também uma sensibilização no uso dos
recursos naturais. Apesar de existir um conjunto de Leis instituídas no
Brasil para auxiliar na proteção do Meio Ambiente, estas nem sempre são
cumpridas, a fim de minimizar os prejuízos causados aos recursos
naturais.
Estas leis de proteção, preservação, conservação e recuperação
ambiental , são maneiras de poupar o meio ambiente de uma degradaçã o
acelerada e contínua. Porém nem sempre essas leis são cumpridas, seja
por parte da população, e também pela precária fiscalização dos órgãos
ambientais aos quais competem fiscalizar.
Algumas práticas simples podem ser adotadas por nós cidadãos de
forma voluntária, por nossos representantes políticos, e pelos
departamentos públicos para desenvolver a proteção ambiental, através
da preservação, conservação e revitalização do ambiente. Contudo, é
preciso colocar em prática estas ações e saber distinguir entr e o que é
proteção, preservação, conservação e recuperação ambiental .
Esta situação evidencia uma falta de conscientização ou de uma
educação ambiental, que seja capaz de educar as pessoas para usarem de
forma racional os nossos recursos naturais e conserv ar o nosso meio
ambiente.
A esco lar ização deve cont r ibuir para a formação da cidadania
– num sentido bastante global a que chamaremos de c idadania
plane tár ia - , conscientizando os alunos como sujei tos de uma
soc iedade responsável pelo uso racional , conserv ação e
recuperação dos recursos ambienta is […] (KOFF, 1995, p . 19)
Á respeito do comportamento humano em relação ao meio
ambiente e aos recursos naturais é que urge a necessidade de uma
educação para o ambiente que permita conscientizar e apontar caminhos
que possam melhorar a nossa qualidade do ambiente e também a nossa
qualidade de vida.
Para Guimarães (2004), apesar de toda sociedade estar ciente dos
28
graves problemas ambientais, esta situação não tem melhorado ao
contrário esses impactos ambientais est ão progressivamente introduzidos
no nosso cotidiano. Mesmo sentido os efeitos das degradações
ambientais, não somos capazes de mudarmos de postura e pior cada vez
mais estamos contribuindo para a destruição do meio ambiente.
Existem dist inções entre preservar, conservar, e revitalizar o
ambiente. Podemos entender como preservar o ato de cuidar e proteger
contra qualquer forma de destruição o meio ambiente.
Conservar é util izar o ambiente de forma racional, permitindo que o
ambiente tenha capacidade de manter-se em equilíbrio.
Revitalizar ou recuperar consiste em desempenharmos ações que
permitam reconsti tuir áreas que foram danificadas.
Desenvolvendo estas ações como práticas diárias, teríamos
melhores condições para melhorar o meio ambiente, adotando assim
postura de verdadeiros cidadãos, exercendo minimamente a cidadania,
cuidando do ambiente do qual fazemos parte.
Pinsky (2008, p. 18 ) diz que , exercer cidadania é :
[ . . . ] se vê que cidadania pressupõe, sim, o pagamento de
impostos, mas também a f isca liza ção de sua apl icação: o
direi to a condições básicas de exis tência (comida, roupa,
moradia , educação e a tend imento de saúde) acompanhado da
obrigação de zelar pe lo bem comum.
Embora isso nem sempre aconteça como deveria, tecemos a
seguinte consideração: o exercício da cidadania está longe de nossa
realidade, vivida e sentida por muitas pessoas, não só no Brasil como em
vários países. Exemplos como estes que estão aqui apresentam como
estamos longe de conseguirmos assimilar e exercer cidadania: atear fogo
em índio por que achou que era mendigo, como fizeram com o índio
Patachó Galdino beira a barbárie, cortar fi las em banco, supermercados,
não respeitar a faixa de pedestres; estacionar no lugar de calçadas
rebaixadas que são destinadas ao uso de cadeirantes, manter limpa a
nossa cidade, são pequenos atos, mas que nos leva ao exercício da
cidadania.
29
Esta preocupação com a degradação ambiental não é recente,
contudo, parece que empenhar iniciativas que possam reverter este
quadro constitui-se em um processo longo.
Diante destas considerações é que reforçamos a importância da
instituição escola, uma vez que cabe a esta a educação formal do
indivíduo, trabalhar despertando junto aos educandos novos valores e
atitudes em relação ao meio no qual se insere, desenvol vendo valores,
modificando hábitos e sensibilizando quanto à urgente necessidade em
repensar o que consideramos desenvolvimento e também da necessidade
em cuidarmos melhor da nossa casa planetária, amenizando os efeitos
negativos das ações humanas no meio ambiente.
Neste sentido é que a escola do campo deve abordar os temas
voltados para plantio no descarte de vasilhames usados, e como pode se
fazer o uso do solo de forma mais adequada, neste caso fazendo o rodízio
de culturas (como o milho, o arroz e o fei jão), observando que estas
escolas estão situadas entre pequenos alqueires de terra, podendo ser
considerados como sítios ou chácaras, observa -se que a produção é para
consumo familiar.
Á cerca dos temas propostos devem ser discutidos como evitar à
contaminação dos solos através dos agrotóxicos em conseqüência das
chuvas a contaminação dos lençóis freáticos, mostrar como a poluição
dos rios prejudica a vida aquática e as cidades que dependem dessas
águas para a sua manutenção, o lixo espalhado nas proprieda des rurais
comprometem a vida das criações e de animais silvestres (como é o caso
da perda de animais, por ingerir sacolas e outros materiais nocivos á
eles).
Cabe aos educadores fazerem desses temas, geradores de discussão
de como tratar de maneira menos agressiva ao meio ambiente no dia a dia
dos educandos, assim a componente curricular (EA) pode auxiliar na
interação do educando com o meio que o cerca , e que segundo Carvalho
(2008) a maneira mais direta e eficaz de sensibil ização ambiental é
colocá-la em prática nas escolas .
30
2 – O TRATAMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA
EDUCAÇÃO FORMAL: POSSIBILIDADES DE
DESPERTAR OS EDUCANDO PARA NOVOS MODOS DE
VER E PERCEBER O SEU AMBIENTE
A escola deve ser capaz de propiciar aos indivíduos acesso ao
conhecimento, sensibilizando e esclarecendo sobre a importância em
intervir de forma correta no ambiente em que se insere, valorizando os
recursos naturais existentes, e respeitando todos os elementos do meio.
Considerando a importância em desdobrar esforços para melhorar a
qualidade do ensino formal nas escolas rurais, buscamos levantar a forma
como é trabalhada nestas instituições de ensino a E.A. entre os
componentes curriculares, e ainda avaliar se da forma como tem sido
trabalhada observa-se mudanças práticas destes educandos em relação ao
modo de como perceber e lidar com o seu meio, tendo em vista que a
educação pode ser considerada como poderoso instrumento de
transformação da sociedade planetária.
Na escola rural os educandos estão em contato direto com recursos
naturais que garantem condições de sobrevivência para as famílias que
permaneceram neste espaço.
Nas escolas no campo, é proposto pelo Ministério da Educação e
SECAD6, o programa Escola Ativa. Este programa foi desenvolvido para
auxiliar o processo educativo nas classes multisseriadas no campo.
A Escola Ativa propõe a valorização das formas de organização
social e as características do meio rural brasileiro, que pretende garantir
a igualdade para acesso e permanência na escola. Busca -se adequar as
realidades vividas no campo em nosso país e ainda é proposto o
aprofundamento e propicia melhores condições para o desenvolvimento
da escola do campo, estimulando a coletividade e valorizando a
profissional da educação através da busca de melhores condições de
formação, como, remuneração, acompanhamento pedagógico, estudo da
diversidade e dos processos de interação e de transformação do campo.
6 - SECAD – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.
31
Segundo as entrevistas realizadas com as professoras das esc olas
rurais, a Professora Joana, diz que o programa Escola Ativa tem a tendido
as necessidades da escola, e que os desenvolvem com facilidade as
proposta feita para a rotina escolar. Já a Professora Maria , ficou
indefinido, pois houve contradições entre a primeira e a segunda
entrevista, não podendo se afirmar ao certo o que fato ela acha do
programa proposto.
A EA está proposta nas componentes curriculares da seguinte
maneira: As Moradias, elas podem ser construídas em diversos lugares,
como, em ruas, na praia, fazenda ou si tio, reserva florestal , cidades, e
percebemos que todos se localizam em um meio ambiente. A Sala de
Aula, como manter o ambiente da sala de aula agradável.
De acordo com os PCNs (2001), a EA é proposto nos conteúdos dos
ciclos da natureza, sociedade e meio ambiente, manejo e conservação
ambiental , todos esses conteúdos abragem diversos temas, que podem ser
trabalhados de acordo com os objetivos dos educadores.
Segundo Brandão (1995, p. 10), “a educação do homem existe por
toda parte e, muito mais do que a escola, é resultado da ação de todo
meio sociocultural sobre seus participantes. É o exercício de viver
conviver o que educa”.
Assim a educação informal, ou seja, aquela que acontece extra
muros da escola desempenha também importante papel na construção
sociocultural dos indivíduos.
A educação consiste num processo cumulativo de experiências
adquiridas cotidianamente e que podem ser aproveitadas na educação
formal dos indivíduos/cidadãos. Assim, é correto afirmar que hábitos,
valores, atitudes e crenças se refletem no comportamento individual e
coletivo dos indivíduos organizados e ou individualmente.
Sendo assim a educação coloca -se como importante instrumento
para transformar a realidade de uma sociedade.
A intencionalidade com que se faz a educação pode transformar o
modo de vida das pessoas, se estas estiv erem sensíveis à necessidade de
adotar novos hábitos, valores ou atitudes.
A Educação formal propõe regras e limites que deveriam ser
32
seguidos pela sociedade, contudo, ao chegar à escola o indivíduo trás
consigo uma carga de conhecimentos pré-adquiridos que devem ser
observados e considerados para que ocorra o processo de produção do
conhecimento.
Os componentes curriculares (matemática, português, geografia,
etc.), são necessários à formação do indivíduo, e isto é inegável, mas
precisam se tornarem signif icativos para o educando, possibilitando que
teça correlações destes com o seu cotidiano.
Para Sagmacs apud Brandão (1995, p.84)
[…] Ao lado da formação da personalidade, da preparação
necessár ia de cada c idadão de assumir as obrigações soc ia is e
polí t icas , a educação desempenha a tarefa de preparar para o
traba lho, e influi substancialmente na cr iação de novos
quadros de mão -de-obra com capacidades técnicas adequadas
aos novos processos produt ivos que o desenvolvimento
introduz cr iando novos mercados de trabalho .
Se a educação pode trazer transformações no quadro social pode
também provocar mudanças ambientais posit ivas, tendo em vista a
oportunidade que o indivíduo pode escolher as posturas que terá em
relação à formas de como lidar com a natureza, ou s eja possibilitando
mudanças ambientais positivas, ou seja escolher o que é correto ou não,
é uma opção individual, tanto nas relações interpessoais como no trato
com o ambiente que nos rodeia.
Sabemos que a sociedade planetária precisa rever com urgência
hábitos, atitudes e valores, se quisermos garantir a possibilidade de
continuarmos vivendo com um mínimo de qualidade de vida.
Em nosso dia-a-dia, interagimos com o meio, e através de nossas
interações exercemos ações que as vezes de forma inconsciente pod em
provocar impactos de intensidade considerável para a dinâmica
ambiental , faltando sensibilidade para estejamos atentos aos processos
que podem ser desencadeados por ações equivocadas ao relacionarmos
com o meio, prejudicando a nós mesmos e também à noss a sociedade.
São exemplos simples do que colocamos a geração de lixo em função de
um consumo exagerado, a deposição de forma inadequada dos mesmos, a
poluição de rios, córregos e lagos que cortam as cidades, ret irando a
33
vegetação original, etc. todas estas atitudes comprometem em escalas
diferenciadas a qualidade de vida para todos.
No espaço rural também ocorrem praticas equivocadas em relação
ao trato com os recursos naturais disponíveis, contudo homens e
mulheres que habitam o campo tem um conhecimento empírico maior
sobre a dinâmica do ambiente, mesmo que não consigam sistematizar,
eles conseguem observar o que ocorre na natureza, embora não tenha as
vezes a compreensão dos processos, e o entendimento de que ações que
provoquem alterações na dinâmica int erna da natureza, podem
desencadear problemas vários.
Contudo, por as vezes desconhecer os problemas causados por ações
não planejadas, acabam comprometendo mecanismos de sobrevivência,
utilizando nas suas plantações produtos tóxicos, descartando de forma
inadequada vasilhames e recipientes7 de agrotóxicos e defensivos
agrícolas, poluindo o solo, e também os recursos hídricos.
A educação abrange também a dimensão de nosso comportamento
podendo provocar as mudanças em nossas ações. No ano de 1972 na
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano8 uma
série de propostas foram elaboradas para ser implementadas no escolas
(educação formal), objetivando alcançar uma “conscientização ambiental ”
através da E.A. em vista de minimizar as ações de degradaç ão do meio
ambiente, reconhecendo a importância e necessidade da E.A tanto no
ensino formal como também na educação não formal.
[ . . . ] a educação deve buscar, permanentemente, integrar
educação formal e não -formal, de modo que a educação
esco lar seja par te de um movimento a inda maior de educação
ambienta l em cará ter popular, ar t iculada com as lutas da
comunidade organizada. (SATO apud GUIMARÃES 2004 , p .
25)
Com base nesta citação percebemos que a E.A. não pode e não deve
ser trabalhada como uma disciplina isolada, deve permear todos os
conteúdos tratados pelos programas formais e ainda atender as demandas
7 Lei 7.802 de 11 de julho de 1989, artigo 84, 5º parágrafo.
8 Esta Conferencia foi realizada em Estocolmo, assim ficou conhecida como Conferencia de Estocolmo.
34
das comunidades das escolas onde estão inseridas.
Neste sentido, é que buscamos tratar neste trabalho a importância da
Educação Ambiental nas escolas rura is do município de Iporá, pois
consideramos que estas escolas possuem suas especificidades e que estas
comunidades devem estar envolvidas no processo de cuidar melhor da
nossa casa planetária. Consideraçoes
Observa-se que as propostas da Escola Ativa para a Educação
Ambiental ainda é muito superficial , tratam de assuntos mais voltados
para os recursos naturais, se contando que é o meio rural podemos dizer
que o meio ambiente no campo está próximos aos recursos naturais, no
entanto o educador deve esclarecer estas diferenciações do meio rural
para o meio urbano, para que não haja uma confusão nos conceitos,
quando forem estudar na rede urbana.
Para que não ocorra essa confusão nos conceitos a EA possui em sua
aplicação possuem conceitos, princípios e objetiv os, para garantir
resultados positivos no dia a dia na escola, é o que será discorrido
abaixo.
2.1 Conceitos, Princípios, e Objetivos da Educação Ambiental
Para Mellowes (1972) a E.A,
é um processo que deveria ocorrer um desenvolvimento
progress ivo de um senso de preocupação com o meio
ambiente, baseado num comple to e sensível entend imento das
relações do homem com o ambiente em sua vo lta .
Percebe-se que a E.A. foi pensada para atingir um público variado,
educadores, educandos, sociedade civil organizada, empresas, etc, a qual
deveria provocar um efeito dominó para a conscientização ambiental ,
pela sociedade para melhorar as condições ambientais.
A E.A. tem como princípios:
Considerar o meio ambiente em sua to tal idade , ou seja , em
35
seus aspec tos naturais e cr iados pe lo homem, tecnológicos e
soc iais[ . . . ] ; Consti tuir um processo cont ínuo e permanente
começando pe lo pré -escolar a t ingindo todas as bases que
sejam no ensino formal ou não formal[ . . . ] ; apl icar o enfoque
interd iscip linar ut i l izando conteúdos espe cí f icos[ . . . ] ;
examinar condições ambientais tanto local , regional e
nacional[ . . . ] ; insist ir no valor e na necess idade da cooperação
loca l , nacional e internacional para prevenir os prob lemas
ambienta is[ . . . ] ; considerar maneiras de desenvolvimento e
crescimento apontando os aspec tos ambientais[ . . . ] ; a judar a
encontrar os s is temas e causas rea is do problemas
ambienta is[ . . . ] ; des tacar a complexidade dos prob lemas
ambienta is e desenvolver hab il idades para reso lver os
problemas[ . . . ] ; e ut i l izar diversos ambien tes educat ivos a f im
de que os educandos adquirem conhecimentos sobre o meio
ambiente, acentuando devidamente as at ividades prát icas e
experiências pessoais[ . . . ] . (DIAS 1992, p .73)
Estes princípios ajudam a caracterizar a E.A. para ser abordada nas
escolas, ajudando o professor a identificar E.A. como assunto de
relevante importância na base educacional.
De acordo com Carvalho (2008, p. 57) a E.A. deve ser crítica e
inovadora dentro ou não da escola, propiciando transformações para a
sociedade, exercida de forma individual ou coletiva, tendo em vista que
pode sensibil izar individual ou coletivamente, considerando o caráter
ideológico.
A E.A. deve estimular a solidariedade, apontar alternativas de
desenvolvimento que amenizem a degradação do meio ambiente,
valorizando todas as formas de conhecimento empírico ou cientifico
daqueles que a praticam.
Deve ser planejada de modo a capacitar pessoas para saberem lidar
com conflitos que a sociedade enfrenta de forma justa e igualitária,
atingindo de tal modo o cumprimento do exercício da cidadania. Nas
bases educacionais experiências práticas com a E.A. em qualquer área do
conhecimento, ou seja, como conteúdo transversal .
Para esta sensibilização é necessário que exista um engajamento da
sociedade com as questões ambientais e que esta sociedade seja
participativa, fazendo sua parte nas relações com o meio ambiente no
intuito da preservação, e também cuidando o que já foi degradado, pois
estes merecem atenção redobrada para a sua revitalização.
Os princípios da E.A. permitem a troca de experiências entre
36
professores e educandos, aprova formas diferenciadas das aulas o que
ajuda na sistematização dos conteúdos e na construção de conceitos,
dada a sua abrangência.
As práticas adotadas na E.A. auxiliam no que chamamos de
preservação e conservação do meio ambiente seja este ambiente urbano
ou rural. Quando nos tornamos capazes de perceber o que está
acontecendo à nossa volta, agimos de forma a contribuir para uma vida
mais saudável, gerando melhore condições de vida para as g erações
futuras.
2.2 – A Educação Ambiental no Ensino de Geografia
Os temas transversais nas escolas são abordados não apenas em um
componente curricular; a transversalidade se caracteriza pela relação
entre várias disciplinas ministradas em sala de a ula.
O seu viés geográfico, biológico, histórico, na língua portuguesa,
matemática, e demais componentes curriculares, deve ser trabalhado pelo
educador de modo a permitir desenvolver habilidades e competências
junto aos seus educandos.
De acordo com Reigota (2008, p. 101) o ensino interdisciplinar no
campo ambiental implica na construção de novos saberes, técnicas e
conhecimento. Isso contribui para uma formação de um cidadão com
saberes e conhecimentos á partir de uma concepção ambiental .
Na Geografia a E.A. pode ser trabalhada a partir do ensino sobres
solos e sua uti lização, a importância e uso das águas, disponibilidade,
desperdício, etc., a poluição do ar pelo lançamento excessivo de gases
tóxicos na atmosfera, destruição da fauna e flora pela caça pr edatória,
pesca i legal, desmatamento, biopirataria, crescimento desordenado dos
centros urbanos entre outros problemas ambientais que decorrem destes.
No entanto o professor deve ser capaz de adequar estes conteúdos à
realidade de seus educandos, despertando-os para a importância em tratar
37
de forma adequada tanto a Geografia como os temas transversais.
Guimarães (2004) acrescenta que cabe aos educadores sensibilizar os
educandos e ajudá-los a difundir estes conhecimentos para a sociedade.
Talvez por conta da própria formação que acaba acontecendo de
forma compartimentada os educadores sentem uma relativa dificuldade
em fazer a vinculação de conteúdos tratados também por outras
disciplinas ao conteúdos geográficos.
Para que ocorra compreensão dos conteúdos é necessário estabelecer
pontes que ligam os componentes curriculares e que permitam o
educando, a entender o que acontece á sua volta, produzindo então
conhecimento.
O ação de educar é de extrema importância e pode proporcionar
mudanças e transformações no modo de pensar e agir do educando, este
por conseqüência colocar estes conhecimentos em prática em suas casas
influenciando também o convívio cotidiano em seu grupo familiar.
Daí a necessidade do professor saber vincular a teoria e a prática,
sendo importante neste aspectos estar a par da realidade vivenciada pelo
educando. Quando o professor não é capaz de fazer e analisar
estabelecer estes paralelos essenciais, ele dificilmente obterá bom êxito
no seu trabalho, tendo em vista a dimensão dos objetivos que são
propostos.
A E.A. propõe à escola a troca de saberes entre professores e
educando, a partir de então, realizasse a produção do conhecimento.
Para que isso de fato ocorra é necessário ter clareza dos métodos e
conteúdos a ser trabalhados de forma interd isciplinar, para o
desenvolvimento saudável da abordagem da E.A. nas escolas.
Ao per fi lar os caminhos híbr idos do conhecimento e da
imper t inência, a E.A. desper ta enorme expectat iva renovadora
do s is tema de ensino , da o rganização e dos conteúdos
esco lares , convidando a uma revisão da ins t i tuição e do
cotid iano escolar mediante os a tr ibutos da transversa l idade e
da inte rdisc ipl inar idade. Essa é tarefa bas tante ousada . Trata -
se de convidar a esco la para uma aventura de transi tar entre
saberes e áreas disc ipl inares, des locando -a de seu terr i tór io já
conso lidado rumo a novos modos de compreender, ens inar e
aprender. (CARVALHO, 2008, p . 125)
O sistema educacional brasileiro possui muitos problemas que
38
comprometem uma educação de qualidade, destacando a precarie dade de
infra-estrutura, o despreparo do professor, as cargas horárias excessivas
que não permitem ao professor planejar de modo satisfatório suas aulas,
considerando todo este contexto, podemos dizer que não se constitui em
uma tarefa fácil implementar e fazer desenvolver com bom êxito a E.A.
em escolas que enfrentam estes problemas em seu cotidiano, contudo, é
uma necessidade insistir nesta prática.
Conforme apresentou Carvalho na citação acima, essa é uma tarefa
ousada, ou seja, difícil para a situação atual do sistema educacional. E
para a mudança da realidade ambiental é necessário que a EA seja
desenvolvida de forma sólida capaz de trazer mudanças para a sociedade.
A educação , e par t icularmente a ambiental , é potenc ialmente
um instrumento de ges tão, por sua capacidade intr ínseca de
intervir no processo de construção socia l da rea l idade, ou para
conservá -la ou para transformá -la. (GUIMARÃES, 2004, p .
74)
Segundo Guimarães (2004) apesar da E.A. ser difundida no processo
educacional, podemos perceber que essa ação educativa apresenta
fragilizada na prática pedagógica, pois a superação desta crise ambiental
passa por um processo de profundas transformações socioambientais e
para contribuir de fato a E.A. precisa assumir um caráter crítico -
transformador.
Os professores geralmente se voltam para a degradação da natureza,
mobilizam com empenho sincero para enfrentar essa questão, mas as
práticas resultantes são pouco eficazes para modificar de forma
significativa.
Apesar das práticas resultantes serem pouco e ficazes é importante
sim que a escola esteja realizando movimentos ambientais que alertem a
população quanto aos problemas que estamos enfrentando, e também
daqueles que poderemos enfrentar em relação ao trato como meio
ambiente.
Se a escola é uma institu ição social que deve educar ambientalmente
o seu educando não exercer o mínimo, jamais seremos capazes de mudar
a realidade de nossa sociedade tanto urbana como rural.
39
Na Geografia escolar a inserção da E.A. pode abordado em vários
segmentos de conteúdos, destacando o meio ambiente que prioriza quase
sempre as reservas de recursos naturais, na geografia do campo
destacando os vários problemas ambientais que ocorrem no campo em
função do processo de modernização da agricultura e os problemas
ambientais gerados pela insuficiência de uma infra -estrutura e do
crescimento desordenado das cidades principalmente pós a corrida da
migração campo-cidade, entre outros.
A educação ambienta l é uma prát ica pedagógica que não se
real iza soz inha, mas nas re lações do ambien te esco lar, na
interação entre d i ferentes atores , conduzida conduzidas por
um suje i to : os professores. No entanto, esses professores que
es tão na sala de aula ou na formação nas universidades estão
se sentindo compelidos, por toda uma demanda social e
ins t i tuc ional , a inser ir a dimensão ambienta l em suas prá t icas
pedagógicas. (GUIMARÃES, 2004, p . 123 e 124 .)
2.3 – Práticas pedagógicas desenvolvidas em Educação Ambiental
nas Escolas Rurais.
Faz-se necessário então discutir aqui o papel da escola na
amenização dos efeitos negativos no meio ambiente e nos recursos
naturais, assim como o as questões apontadas pelo desenvolvimento
sustentável. A escola deve ser capaz de ao mínimo sensibilizar e
esclarecer como agir de forma mais ambientalmente correta, quando se
tratando de escolas rurais, discutir como tratar de maneira menos
agressiva ao meio ambiente no dia -a-dia dos educandos, apontando
melhores práticas no plantio, no descarte de vasilhames usados, e como
pode fazer o uso do solo de forma mais adequada, ne ste caso fazendo o
rodízio de culturas como o milho, o arroz e o feijão, observando que
estas escolas estão situadas entre pequenos alqueires de terra, podendo
ser considerados como sítios ou chácaras, observamos que a produção é
para consumo familiar, aí percebemos como a componente curricular
pode auxiliar na interação do educando com o meio que o cerca.
Para que a EA seja eficaz é necessário que os alunos saibam como
40
desenvolver na prática hábitos corretos em relação ao meio ambiente. E
estas práticas vão ser desempenhadas através de projetos e aulas que os
educadores mostrem como agir no dia -a-dia.
As práticas à serem desenvolvidas pedagogicamente em escolas
rurais podem ser no âmbito da reciclagem9, do descarte de forma
adequada dos vasilhames das plantações reaproveitamento de alguns
materiais naturais para decoração de ambientes, o cuidado com a águas
dos corpos hídricos, a preservação das matas ciliares, o cuidado com o
solo, etc. A reciclagem é uma das maneiras mais eficiente para a
contribuição com o meio ambiente, na forma da reuti lização do que é
chamado de lixo, ou seja aquilo que não tem valor e é descartado por que
não serve mais para uso de algumas pessoas e é a sobrvivencia de outras.
Para que ocorra de fato a reciclagem, foi necessário implantar
uma coleta diferenciada para que o lixo seja reaproveitado com mais
facilidade. Essa coleta é denominada de Coleta Seletiva, para o
desenvolvimento dessa coleta Seletiva é necessário que toda população
esteja envolvida em uma sensibilização ambiental v oltada para o
problema, neste caso o lixo. Segundo o JARDIM (IPT10
) (1995, p. 132)
A colet iva sele t iva consis te na separação , na própria fonte
geradora, dos componentes que podem ser recuperados,
mediante um acondicionamento dis t into para cada componente
ou grupo de componente .
A co le ta se le t iva deve estar baseada no tr ipé Tecnologia (para
efetuar a coleta , separação e rec ic lagem) , Informação (para
motiva o público a lvo) e Mercado (para absorção do mater ia l
recuperado) .
Neste sentido podemos dizer então que em nossa cidade não há
informação suficiente para o exercício cotidiano das condições
necessárias para a coleta seletiva, e ainda o consumidor não exige
produtos reciclados e por conseqüência o mercado não integra opções de
produtos reciclados.
Atualmente existem vários projetos na área da reciclagem, esses
projetos são desenvolvidos principalmente em capitais ou cidades com
9 De acordo com o Caderno do Professor (Meio Ambiente, Cidadania e Educação), Reciclagem é uma
atitude que começa com o cidadão e envolve poderes públicos no processo de gerenciamento do lixo. 10
IPT - Sigla do Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
41
alto nível de consumo, que consequentemente possui muito lixo para ser
reaproveitado. Essa idéia de reaproveitamento e reciclagem intensificou
principalmente depois dos movimentos ecológicos que segundo Carvalho
(2008, p. 51), “podemos dizer que a EA é herdeira direta do debate
ecológico e está entre as alternativas que visam construir novas maneiras
de os grupos sociais se relacionarem com o meio ambiente”, para
melhorar as condições de vida para as gerações futuras.
Outros temas que podem ser abordados pela EA, seria a
Qualidade de vida, os problemas ambientais nas cidades, as maneiras de
lhe dar com solo, procurando reduzir seus p roblemas, decorrentes da
agricultura, aquecimento global, desequilíbrios climáticos, e segundo
Carvalho (2008) a discussão da garantia ao meio ambiente, e aos
recursos naturais como bem de uso comum do povo , que é garantido pela
Constituição Federal , no artigo 225, e como estes recursos naturais estão
distribuídos , etc.
Já visto que a maneira mais adequada para atingir a sociedade
sobre os problemas do meio ambiente é a sensibilização ambiental , como
componente curricular (EA) nas escolas, observa -se também á
necessidade uma educação que atenda ás necessidades dos problemas
ambientais encontrados no campo.
Esta educação deve ser uma educação para o campo, e não uma
educação elaborada para uma escola urbana industrial aplicada no campo
como uma extensão da cidade. Trata-se de realidades muito diferentes
entre campo e cidade, os moldes de uma educação ambiental campesina
precisa de uma análise voltada para seus problemas, observando que no
meio rural que se encontram os recursos minerais, as atividades de
agriculturas e pecuária, extrativismo mineral e vegetal e ainda os
resíduos das pessoas que lá se encontram. Visto que são estas atividades
que comprometem a qualidade ambiental. Discutiremos no próximo
capitulo como é trabalhada a EA nas escolas rurais no município de Iporá
– Goiás.
42
3 – O ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS
RURAIS NO MUNICÍPIO DE IPORÁ-GO.
Como já vimos os educadores nas escolas rurais podem desenvolver
variados projetos e aulas diferenciadas no ensino de EA, envolvendo
tanto os alunos como a comunidade(o que é? referencial) local .
E segundo Guimarães (2004), cabe ao educador estar
contextualizados com a realidade sócio-ambiental que irá intervir, para
que possam implementar ações educativas que venham estimular a
sensibilização da comunidade para construção de uma sensibilização
ambiental .
As escolas rurais se localizam no município de Iporá - GO. As
escolas pesquisadas foram: Escola Municipal Bugre (I) e a Escola
Municipal Magelo Pedro Borges (II), vejamos abaixo:
Figura 1: Apresentação do espaço físico Figura 2: Apresentação do espaço físico Da Escola
Municipal do Bugre. Da Escola Municipal Megelo P. Borges.
Autora – SILVA, Laila. Set. 2010 Autora – SILVA, Laila. Set. 2010
Podemos identificar que as escolas se encontram em comunidades
rurais, a Escola Bugre está na comunidade do Bugre e a Escola Magelo
Pedro Borges na comunidade do Cruzeirinho.
A escola do Bugre passou recentemente por uma reforma em sua
estrutura física, esta escola tem uma estrutura física aparentemente
43
melhor do que a escola Magelo Pedro Borges. A escola do Bugre possui
duas salas de aula uma das salas encontram -se alunos da Educação
Infantil, e a out ra com alunos do ensino fundamental I, uma cozinha para
o preparo dos lanches, e dois banheiros (feminino e masculino).
A escola Magelo Pedro Borges, possui uma sala de aula, onde se
encontram todos os alunos, pois são apenas quatro educandos,
considerando a que estas escolas são multisseriadas, uma cozinha para o
preparo dos lanches e dois banheiros (feminino e masculino). A estrutura
física da escola é mais modesta se comparada a da Escola do Bugre,
necessitando de pintura, por estar bem suja de poeira e do dia a dia, em
função das estradas não serem pavimentadas, no período da seca a poeira
deixa a escola ainda mais suja (fig. III). As escolas amostradas, possuem
em sua estrutura física quadras esportivas (fig. IV e V ), percebemos que
as escolas rurais possuem uma estrutura razoável, pois existem escolas
na cidade de Iporá que não possuem quadras esportivas.
Figura 3 – Estradas não pavimentadas. Figura 4 – Quadra Esportiva (Magelo)
Autora – SILVA, Laila. Set. 2010. Autora – SILVA, Laila. Set. 2010.
44
Figura 5 – Quadra Esportiva (Bugre)
Autora –SILVA, Laila. Set. 2010.
Ambas as escolas participam do programa do Ministério da
Educação: Escola Ativa. Este projeto orienta -se por um percurso
formativo do educando, desde a chegada, a part icipação prática, e a
sistematização dos conteúdos (avaliação). Para entender melhor como é o
ensino da E.A. nas duas escolas, foram aplicados questionários aos
alunos e professoras.
3.1 – Breve comentário da renda familiar dos educando s.
A situação sócio-cultural das famílias dos educandos das referidas
escolas, é originalmente camponesa. Vivem em pequenos alqueires de
terra, criando animais bovinos, suínos e aves para o consumo, plantando
e colhendo os produtos básicos para a alimentação, como arroz, feijão,
milho, e o excedente é vendido para a vizinhança, e com o lucro
adquirem o que não produzem, como sal e açúcar, roupas e calçados, etc.
A economia também está baseada em fábricas de farinha, localizadas nas
comunidades e em chácaras próxima as escolas. Este produto é
distribuído em várias cidades, como Iporá, Trindade, Goiânia, todas elas
dentro do estado de Goiás. Há também uma vez por semana encontro das
45
mulheres que vivem no campo para fabricação de artesanato, como o
crochê, bordados, pinturas em tecidos, etc, essa atividade também
movimenta a renda das famílias11
.
3.2 - O ensino da Educação Ambiental na Escola Municipal do Bugre
(comunidade Nossa Sª Mãe de Deus).
A Escola Municipal do Bugre, possui vinte e um alunos ao todo,
sendo dez alunos da Educação Infantil e onze alunos do Ensino
Fundamental I. Como a escola possui duas salas, uma sala é destinada
aos alunos da Educação Infantil e uma sala destinada aos alunos do
Ensino Fundamental I.
Figura 6: Apresentação dos a lunos da Escola do Bugre .
Autora – SILVA, Laila . Set . 2010.
11
Estas informações foram obtidas em diálogos com pessoas das comunidades, como os
proprietários das fabricas de farinha, integrantes do encontro das mulheres que fazem artesanato e com
pais de alunos.
46
A pesquisa foi realizada apenas com os al unos do Ensino
Fundamental I, ou seja, foi direcionada a onze alunos, por haver alunos
que faltam as aulas consecutivamente, e foram distribuídos nove
questionários, ou seja, aos alunos presente no dia da visita campo e um
questionário específico para a professora Maria12
.
Sobre a proposta da Escola Ativa, a professora diz ser uma proposta
muito boa, no entanto não é fácil colocá -la em prática em salas
multisseriadas onde o aluno necessita de muitas intervenções por parte
do professor. A proposta da EA no projeto da Escola Ativa, é muito bom,
no entanto deve ser colocado mais em pratica, devido o cumprimento do
livro ser essencial para a aprovação do aluno é prio rizado deixando
muito a desejar a aplicação integral da EA. reescrever
A professora ainda reforça dizendo que a proposta da EA tem
atingido de forma eficiente, pois é uma proposta voltada diretamente
para escolas do campo.
Neste questionário perguntamos como ela conceitua meio ambiente
e como ela identifica a EA nas escolas rurais, ela respondeu que “meio
ambiente é tudo aquilo que nos rodeia” , e que a EA está presente na vida
dos alunos nas escolas rurais, porque eles estão em contato direto com a
natureza, os quais se sentem repensáveis por el a.
A professora diz que os materiais e métodos utilizado por ela, para
aplicação da EA, são vídeos, livros, cartazes, projetos, passeio,
discussões, leituras compartilhadas, depoimentos da vivencia do aluno
que estão em contato direto com o meio ambiente.Ela diz que geralmente
quando são realizados projetos voltados para o meio ambiente, ela
procura envolver todos alunos e a comunidade local .
Apesar de realizar projetos de conscientização, a professora destaca
que as maiores dificuldades que ela encontra para melhoramento na
qualidade ambiental, é que a comunidad e usa a quadra esportiva para
jogos aos finais de semana, e que espalham lixo por toda parte. Ela disse
que ao termino dos projetos e aulas nota -se que os alunos estão mais
conscientes e envolvidos na proteção ao meio ambiente, principalmente
12
Nome fictício para preservar a identidade da professora.
47
na sala quando os educandos ficam mais atentos em jogarem o l ixo no
cestos, e ainda diz que as famílias tem mostrado mudanças diante ás
cobranças feitas pelos filhos, pedindo para que não fazem queimada, não
desmatem, não jogar lixos nos rios, fazer o plantio de árvore s, e as
famílias tem mudado o comportamento em relação ao meio ambiente13
.
Percebe-se que falta um conhecimento mais á fundo sobre as bases
da EA. Fazem projetos que evidencia só e puramente a questão do l ixo,
refazem projetos ao longo dos anos. Nota -se a falta de inovação nas
praticas pedagógicas dos professores.
As práticas resultantes (por não saberem fazer diferente) tendem a reproduzir
o fazer pedagógico da educação tradicional, inebriando a perspectiva crítica e
criativa no processo pedagógico, produzindo dominantemente na realidade
escolar uma educação ambiental de caráter conservador. (GUIMARÃES,
2004, p. 123).
Foi perguntado aos educandos o que é meio ambiente, todos eles responderam que
é tudo que está a nossa volta incluindo os recursos naturais. Foi questionado se eles
aprendem sobre meio ambiente, novamente todos alunos responderam que aprendem,
esse aprendizado é através de aulas e projetos. Nestas aulas e projetos segundo os
educandos, são envolvidos temas como desmatamento, lixo, queimadas, proteção da
mata ciliar, manejo adequado no plantio. Após foi interrogado sobre o que eles
aprenderam nas aulas e projetos, sete alunos disseram que aprenderam a proteger e
respeitar o meio ambiente, e dois alunos responderam que aprenderam a não poluir e
não jogar lixo nos rios e que não podemos fazer queimadas nem desmatar e todos
afirmam que após o projeto e as aulas mudaram suas atitudes em relação ao meio
ambiente.
Quando questionados sobre qual a importância de estudar o meio ambiente, eles
responderam que se não preservarmos o meio ambiente não podemos viver sem ele.
Todos alunos responderam esta ultima pergunta da mesma forma, observamos aí
que eles consideram meio ambiente tudo aquilo que nos cerca, voltados exclusivamente
para os recursos naturais, no entanto esquecem das pessoas que moram nas cidades e o
que cercam estas pessoas não são os recursos naturais, no entanto também é considerado
13
Informações obtidas através de questionário aplicado a professora.
48
meio ambiente.
Observamos que a Escola do Bugre possui uma estrutura física em boa qualidade,
no entanto não se pode afirmar que a EA é de fato implementada, a EA e tratada ainda
como temas para aulas expositivas diferenciadas e desenvolvimento do projeto, e não
como uma componente curricular, ou seja, no dia a dia não é trabalhada, só em ocasiões
especiais, voltada para recursos naturais.
A EA poderia ser trabalhada rotineiramente, exercendo vários projetos, aulas
mesmo que expositiva valorizando a questão do meio ambiente na zona urbana,
aquecimento global, desequilíbrios climáticos, os problemas e poluição dos solos, das
águas e ainda mostrar quais as conseqüências dessas mudanças para a sociedade, não
necessariamente em uma escala global, mas local e regional, ou seja, na própria
comunidade. Nota-se que o conceito de meio ambiente ainda está diretamente ligado à
recursos naturais e natureza. Há uma necessidade em busca de remodelação nos
conceitos de meio ambiente até mesmo para os professores, que sabem que meio
ambiente é tudo que está á nossa volta, no entanto trabalha ainda com resquícios de que
meio ambiente é apenas natureza, esquecendo das relações humanas que também ocorre
em vários ambientes.
Após a Escola do Bugre ser entrevistada, partimos para a pesquisa na escola
Magelo Pedro Borges, para saber como que ocorre o ensino e da EA.
3.3 – O ensino da Educação Ambiental na Escola Municipal Magelo Pedro
Borges (comunidade do cruzeirinho).
A Escola Municipal Magelo Pedro Borges, possui quatro alunos,
sendo um aluno da Educação Infantil, um aluno do segundo ano (Ensino
Fundamental I) e dois alunos do quin to ano (Ensino Fundamenta I). No
entanto a pesquisa foi direcionada aos alunos do Ensino Fundamental I,
no caso apenas três alunos foram entrevistados.
Ao longo da pesquisa, varias entrevista foram feitas com as
professoras oralmente. Em uma das entrevista s foi perguntado como é
trabalhado EA, as duas professoras responderam que é de acordo com o
que está proposto no livro, e para o aluno concluir o ano é necessário
49
que o professor conclua também o livro didático, pois se não concluir o
aluno fica automaticamente retido. No entanto o professor pode levar
para sala de aula, projetos e assuntos que complementem a proposta
pedagógica contida no livro.
Durante a entrevista com a professora Joana14
, ao ser questionada se
ela encontra dificuldades com as sala multi sseriadas, ela releva que por
ser poucos alunos em sua sala é muito bom, principalmente na evolução
dos alunos que estão na educação infantil e segundo ano. Ela comenta
que o aluno da Educação Infantil (Pré II) por estar sempre em contato
com os alunos que já sabem ler e escrever, este aluno praticamente lê e
escreve.
Segundo a professora Joana, a escola ativa propõe a EA além das
aulas ministradas de acordo com o livro, o professor tem autonomia para
acrescentar e ministrar aulas e projetos de acordo com a necessidade dos
alunos e da comunidade, e ainda diz a EA tem atingido de forma
eficiente para um melhoramento no meio ambiente que eles estão
inseridos.
De acordo com a professora Joana , a EA nas escolas rurais é
aplicada da seguinte maneira: aulas exposi tivas, aula campo, livro
didático, revistas, mapas e projetos. Foram desenvolvidos alguns
projetos no decorrer do ano, o primeiro projeto foi sobre o lixo nas
redondezas da escola, conscientizando a comunidade local de como o
lixo espalhado pode prejudicar o meio ambiente e saúde, o acumulo de
lixo geram vários insetos e animais que transmitem doenças, como é o
caso da dengue.
Para a importância ou conscientização dos alunos sobre os cuidados
com o meio ambiente, foi desenvolvido o plantio da cebolinha, e a cada
final de semana um dos alunos fica responsável por cuidar da cebolinha,
este plantio foi realizado em um pequeno vaso (Fig. VII), a hortinha não
foi desenvolvida em maior proporção devido a falta de água na
comunidade, o que ocorre nas estiagens, e até porque os alunos levam a
cebolinha para casa.
14
Nome fictício para preservar a identidade da professora.
50
Figura 7 – Apresentação da Professora Joana e seus alunos, com a cebolinha.
Autora – SILVA, Laila. Set. 2010
Após os projetos e a aulas de EA, a professora relata que os alunos
demonstram uma sensibilização ao meio ambiente, há um crescimento e
vontade por parte dos alunos em preservar o meio ambiente, quando são
realizados passeios e os alunos se mostram mais sensibilizados, não
jogando lixo no chão e não maltratando os animais, e m relação à
comunidade é necessário que haja uma sensibilização m aior em relação
ao lixo e a matança dos animais.
A visão de EA, por parte da professora Joana ainda é muito
decorrente dos recursos naturais, vinculando os aspectos naturais, não
fazendo um reconhecimento em alguns referenciais teóricos, do que seja
de fato a proposta educativa do ponto de vista ambiental , é devido ao não
saber compreender de fato o que é a proposta da EA, é que realizam
projetos que não são eficientes, como deveriam ser.
Os professores, na maior parte das vezes, estão preocupados com a
degradação da natureza, mobilizam-se com empenhos sincero para enfrentar
esta questão, mas as práticas resultantes, geralmente, são pouco eficazes para
atuar, de forma significativa, no processo de transformação da realidade mais
51
imediata com a qual estão lidando e, reciprocamente, com uma realidade
mais ampla. (GUIMARÃES, 2004, p. 120).
Em relação aos alunos, quando questionados se eles estudam meio
ambiente, todos eles responderam que estudam, foi perguntado o que é
meio ambiente para eles, eles disseram que meio ambiente é um lugar
que tem animais, plantas, pedra e não tem ninguém poluindo, ninguém
desmatando e nem queimando o meio ambiente. Percebemos que a
concepção de meio ambiente para e les, está relacionado aos recursos
naturais, não percebendo que o homem é integrante d este meio ambiente
e que constantemente transforma a natureza .
Ao término das aulas e dos projetos, o que eles tinham aprendido,
eles disseram que não podem desmatar, fazer queimadas, jogar lixo de
qualquer maneira, maltratar os animais e as plantas, ou seja, devem
preservar o meio ambiente, pois o meio ambiente é muito importante
para nós e para os animais. Em seguida foi interrogados se eles mudaram
as atitudes em relação ao meio ambiente, eles responderam que sim, e
que não agem de maneira agressiva ao meio ambiente, não espalham lixo,
não fazem queimadas, pois prejudica o meio ambiente, não maltratam os
animais. Quando perguntados qual importância de se estudar o meio
ambiente, eles responderam que é importante para que eles aprendam
como respeitar o meio ambiente.
Percebemos nestas respostas, que há contradições, ao mesmo tempo
que eles falam que no meio ambiente não tem pessoas degradando,
paralelamente a isso observamos que eles estudam o meio ambiente
devido os problemas ambientais decorrentes dessa degradação.
Baseado nas respostas dos alunos identificamos que a E.A. é ainda
muito inicial, e que além de meio ambiente, existem vários outros temas
que compõe o componente curricular, os quais ainda não são
desenvolvidos, como cidadania, solidariedade, as questões ambientais
nas cidades, como é o ambiente urbano, a qualidade de vida humana, etc.
Identificamos também, que algumas propostas do PCNs (2001, p.
54), não foram atingidas, em uma delas propõe que: o aluno deve
“Identificar-se como parte integrante da natureza, percebendo os
52
processos pessoais como elementos fundamentais para uma atuação
criativa, responsável e respeitosa em relação ao meio ambiente”.
Vimos que a escola rural está discutindo meio ambiente, embora de
forma iniciante, mas podemos dizer que há uma certa sensibilização por
parte dos alunos, país, professoras, merendeiras e comunidade.
No entanto pode-se dizer que: por mais que haja uma pequena
sensibilização, a forma que meio ambiente é trabalhada nas escolas
rurais não atingira os objetivos proposto pela EA15
. Mesmo que o
processo de ensino/aprendizagem em relação a EA seja desenvolvido
para efeitos a longo prazo, não surtirá efeitos pois a concepção de mio
ambiente está muito ligada a meio natural . Não percebendo que o ser
humano vem transformando tanto a si próprio como a natureza.
15
Para relembrar quais são estes objetivos, ler sub-tópico 2.1 (nesta presente pesquisa), p. 34.
53
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste trabalho foram discutidos alguns temas que são
envolvidos pela EA, mostrando que há necessidade de mudanças nas
ações do seres humanos em relação ao meio ambiente, devido aos
elevados índices de degradação dos recursos naturais e a péssima
qualidade de vida. Esta situação é agravante a cada ano que se passa,
para um melhoramento nas condições ambientais, foram realizadas varias
conferencias tratando à respeito do meio ambiente , nestas conferências
foram evidenciada uma necessidade de imp lantar no currículo escolar,
um componente curricular que desenvolvesse desde crianç a até
adolescentes e jovens uma certa sensibilização para com o meio
ambiente, numa escala planetária. Visto que a forma mais rápida e
eficiente para tal sensibilização ocorr ia nas escolas, foi inserida a
Educação Ambiental em 198716
.
Desde então vem sendo introduzido nas escolas a EA como tema
multidisciplinar, envolvendo várias componentes curriculares para sua
execução. No entanto não é tão simples assim fazer esta introdução, na
verdade veio em passos bem lentos, por falta de habilidades de vários
professores, como a indisponibilidade das escolas para esta inserção.
Esta situação teve um melhoramento quando a EA foi proposta pelos
PCNs os quais buscam integrá -la como projetos e aulas, ou seja, a EA
vem sendo mais trabalhadas nas escolas pois é obrigação d a escola fazer
esta inserção em várias aulas.
A necessidade da EA, foi vista não apenas para as escolas urbanas ,
ou seja para o meio ambiente urbano , mas também, para as escolas que
estão em contato mais direto com os recursos naturais e também com o
meio ambiente. Percebe-se que ao longo dos anos a degradação no meio
rural vem sendo consideravelmente elevado, por vários motivos, como, o
agricultor não saber o manejo correto do solo, nas plantações, não
preservando a mata ciliar, o garimpo que prejudica o l eito do rio, etc.
16
Conselho Federal de Educação aprova e determina a inclusão da Educação Ambiental na proposta
curricular das escolas de ensino médio e fundamental.
54
Daí também a importância da sensibilização ambiental e a necessidade da
escola interagir com a comunidade local para alertá -los dos problemas
que podem derivar ações negativas ao meio ambiente e aos recursos
naturais.
Para saber como que ocorre a EA nas escolas rurais, foi realizado
questionário com os alunos e várias entrevistas com pais e professores.
Nas escolas rurais podemos dizer que EA ganha pouco a pouco seu
espaço nas aulas e projetos , no entanto com uma visão voltada
exclusivamente para os recursos naturais do que de fato é meio ambiente.
Outro aspecto interessante nas escolas rurais é que a comunidade é
ligada aos posicionamentos escolares, os pais se preocupam muito com
os projetos que as escolas realizam e tem se mostrado preo cupados com
os problemas ambientais encontrados na região, como é caso da água que
fica nas estiagens ficam bem reduzidas e podemos dizer que a falta da
mata ciliar nos córregos da região tem acelerado o processo e
escasseamento da água. Neste contexto podemos citar a dificuldade da
Escola Magelo Pedro Borges, que não realizou projeto da horta em
maiores proporções devida á falta de água.
A EA vem se tornando mais comum aos educandos nos temas sobre
recursos naturais e ainda grande parte dos alunos tem difi culdades em
separar meio ambiente e natureza. Há conceitos que devem ser mais
trabalhados no dia a dia como é o caso de maio ambiente e natureza,
entre outros.
Os métodos utilizados pelos professores já são capazes de darem
uma base sobre EA, basta que os professores inovem e incorporem uma
visão mais ampla do que de fato a EA exige para sua execução.
No presente trabalho, observou que é necessária uma sensibilização
ambiental e que o caminho para esta sensibilização é a escola juntamente
com a comunidade local, desde que haja interesse por ambas as partes e
que cabe a cada um de nós uma ação para minimizar efeitos negativos ao
meio ambiente, essas ações acontece em nosso cotidiano
e que é indispensável para as gerações futuras.
55
REFERÊNCIA
BALSAN, Rosane. Impactos decorrentes da modernização da agricultura
brasileira. Campo – Território: Revista de geografia agrária. Uberlandia. V.1, n 2, p.
123-151, ago.2006. Disponível em
<http://www.campoterritorio.ig.ufu.br/getdoc?id=66&article>. Acesso dia 7 de jun. De
2010 as 22:08 H.
BRANDÂO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1995.
(Coleção Primeiros Passos).
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: meio ambiente: saúde/ Ministério da
Educação. Secretaria da Educação Fundamental. – 3. ed. – Brasília: Secretaria, 2001.
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental: a formação do sujeito
ecológico. São Paulo: Cortez, 2008.
CASSETI, Valter. Ambiente e apropriação do relevo. São Paulo: contexto, 1991.
(Coleção Ensaios).
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso Futuro Comum.
Rio de Janeiro, 1991.
DIAS, Generbaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e práticas. São Paulo:
Gaia, 1992.
FREY, Klaus. A dimensão político-democrática e suas implicações para a gestão
local_ ambiente & sociedade. 2001. Disponível em: <http:/ /
www.scielo.br/pdf/asoc/n9/16878.pdf>. Acesso em 11 jun. 2010.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (des)caminhos do meio ambiente. São Paulo:
contexto, 1989.
GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. Campinas, SP: Papirus,
1995 (Coleção Magistério: Formação e trabalho pedagógico).
GUIMARÃES, Mauro. A formação de educadores ambientais. Campinas, São Paulo:
Papirus, 2004. (Coleção Papirus Educação).
HOBSBAWM, E. J. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de
Janeiro: Forense-Universitária, 1986.
JACOBI, P . Cidade e meio ambiente. São Paulo: Annablume, 1999.
56
JACOBI, Pedro. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de
pesquisa, 2003. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/cp/n118/16834pdf>. acessado as
21:33 dia 14-04 h.
JARDIM, Niza Silva ... et al. Lixo Municipal: Manual de gerenciamento integrado.
1ª ed. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas: Cempre, 1995.
KOOF, Elionora Delwing. A questão ambiental e o estudo de ciências; algumas
atividades. Goiânia. Editora da UFG. 1995.
Meio Ambiente, Cidadania e Educação. Caderno do Professor – 5ª ed. 2006. Disponível
em www.planetareciclavel.com.br/sala_de_aula/Tetra_Park/cadernos_do_professor.pdf.
Acesso dia 07/11/2010 as 17:41 h.
PINSKY, Jaime. Educação e cidadania. 9 ed. São Paulo: Contexto, 2008.
REIGOTA, Marcos. A floresta e a escola: por uma educação ambiental pós-
moderna. São Paulo: Cortez, 1999.
REIGOTA, Marcos. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Cortez, 2002.
REIGOTA, Marcos. Verde Cotidiano: o meio ambiente em discussão. Petrópolis, Rio
de Janeiro: DPetAlli, 2008. (Coleção Pedagogias em Ação).
SATO, Michele. Educação Ambiental. São Carlos: RiMa, 2002.
SECAD. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Educação
Ambiental: aprendizes de sustentabilidade. Orgs. HENRIQUE, R. TRAJBER, R.
MELLO, S. LIPAI, E. M. CHAMUSCA, A. Brasília, 2007. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicação2.pdf>. Acesso em 14 de Abril de
2010 ás H 21:24
SCARLATO, Francisco Capuano. O Espaço Industrial Brasileiro. In: ROSS,
J.L.S.(Org). Geografia do Brasil. 4ª ed. São Paulo: EDUSP, 2001, 549p. p. 327-380.
VIANNA, Alexander Martins. Revolução Industrial: um breve ensaio crítico. Revista
espaço acadêmico. nº 90, novembro, 2008. Disponível em
<http://www.espacoacademico.com.br/090/90vianna.pdf>. Acesso dia 28 de out. de
2010 ás 09:30 h.
VIOLA, E. A multidimensionalidade da globalização, as novas forças sociais
transnacionais e seu impacto na política ambiental no Brasil, 1989-1995î. In:
FERREIRA, L.C. & VIOLA, E. (orgs.) Incertezas de sustentabilidade na globalização.
Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1996, pp.15-65.
57
São Paulo(Estado). Secretaria do meio ambiente. Coordenadoria de Planejamento
Ambiental Estratégico e Educação Ambiental. Vinte anos de políticas publicas /
Secretaria de Estado e de Meio Ambiente, CPLEA. - - São Paulo : SMA, 2003.