a coopercoisas em iporá-go, um modelo de cooperação para o desenvolvimento local
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOI`S UEG UNIDADE UNIVERSIT`RIA DE IPOR`
LICENCIATURA DE GEOGRAFIA
VILMACI DIAS DE OLIVEIRA
A COOPERCOISAS EM IPOR`-GO, UM MODELO DE COOPERAO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL
IPOR` 2011
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOI`S UEG UNIDADE UNIVERSIT`RIA DE IPOR`
LICENCIATURA DE GEOGRAFIA
VILMACI DIAS DE OLIVEIRA
A COOPERCOISAS EM IPOR`-GO, UM MODELO DE COOPERAO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL
Trabalho de Concluso apresentado Universidade Estadual de Gois, Unidade Universitria de Ipor, como exigncia parcial para a concluso do curso de graduao em Geografia, Licenciatura Plena.
Orientador: Prof. Divino Jos Lemes de Oliveira
Co-orientadora: Ms. Paula Junqueira da Silva
IPOR` 2011
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FOLHA DE APROVAO
VILMACI DIAS DE OLIVEIRA
A COOPERCOISAS EM IPOR`-GO, UM MODELO DE COOPERAO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL
Monografia defendida e aprovada em______de________de_________, pela Banca
Examinadora constituda pelos professores, abaixo relacionados, com o objetivo do direito
Licenciatura em Geografia, na Universidade Estadual de Gois UEG, Unidade Universitria
de Ipor.
___________________________________________________________________
Professor orientador: Divino Jos Lemes de Oliveira
___________________________________________________________________
Prof Ms. examinador: Jlio Csar Pereira Borges
___________________________________________________________________
Prof Esp.: Marco Antnio Marcelino
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Dedico
esse trabalho final a Deus... ao meu esposo e meu filho...
aos meus irmos cunhados e sobrinhos... ao meu orientador Divino Jos pela pacincia...
competncia e dedicao.. e professora Ftima pela demonstrao de carinho e
respeito s diferenas e dificuldades!
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AGRADECIMENTOS
Agradeo...
Primeira a Deus que proporcionou esta oportunidade na minha vida...
A todos que colaboraram para que eu finalizasse
Esse trabalho, incluindo a professora Mestre Paula Junqueira...
Agradeo tambm a colaborao de Lorena Floresta que muito contribuiu,
entendendo a necessidade das faltas em meu trabalho, demonstrando extremo carinho,
respeito ao prximo, compreenso e amizade sincera...
Minhas amigas e companheiras de Curso que muito me apoiou e me ajudou,
principalmente, Soneide Loureno, e em especial...
Meu esposo e meu filho, que eu tanto amo.
Muito obrigada!
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RESUMO
O trabalho em questo com o tema A COOPERCOISAS em Ipor-GO, um modelo de cooperao para o desenvolvimento local surgiu da curiosidade e necessidade da responsvel pela pesquisa em descobrir de forma mais detalhada a atuao e importncia dessa comunidade para a sociedade de uma forma geral e principalmente para o comrcio local. Entendendo os tempos difceis e a exigncia de instruo comercial dentro da sociedade, a Coopercoisa atualmente vista por muitas famlias como um meio prtico de fugir das dificuldades financeiras, rompendo com a problemtica tambm da falta de emprego. Os cooperados se sentem de certa forma protegidos contra, at mesmo, a misria, devido ao fato de terem seus produtos, produzidos por eles mesmos, para vender e assim terem como sustentar suas famlias. Como apresentado no decorrer da anlise, muitas dificuldades foram e so encontradas para que a organizao cooperativista prossiga com seus trabalhos comerciais, mas, todos realizam suas funes com muita responsabilidade e dedicao, pois, entendem que dependem do sucesso das aes dos cooperados para que os objetivos traados sejam alcanados. Dessa forma, a seguinte proposta se desenvolveu ressaltando elementos desde a criao da primeira cooperativa que surgiu no mundo, na cidade de Manchester(inglaterra) como se deu a criao das Leis que a amparam, at o momento atual.
Palavras-chave:Desenvolvimento local, Economia Solidria, Agricultura Familiar.
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LISTA DE QUADROS
QUADRO 1: Princpios do cooperativismo.............................................................................20
QUADRO 2: Questes cerca do neoliberalismo...................................................................34
QUADRO 3: Amparos legais da organizao rural sustentvel..............................................40
QUADRO 4: Definio da ao da educao popular.............................................................52
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LISTA DE GR`FICO
GR`FICO 1: `rea ocupada e no-ocupada pela agricultura familiar..................................... 37
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA1: Sede externa e interna da COOPERCOISAS.......................................................42
FIGURA 2: foto da exposio da COOPERCOISAS festa de maio....................................47
FIGURA 3: Exposio da COOPERCOISAS festa de maio e praa do do trabalhador......47
FIGURA 4: Produo do pequeno produtor rural - agricultura familiar.................................49
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LISTA DE TABELA
TABELA 1: Produtos oferecidos pela COOPERCOISAS.......................................................46
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LISTA DE SIGLAS
CONSEA: Conselho Nacional de Segurana Alimentar e Nutricional
CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento
EMATER: de Ipor: Empreendimento de Assistncia e Extenso Rural
MDA: Ministrio Desenvolvimento Agrrio
PAA: Programa de Aquisio de Alimentos
PNAE: Programa Nacional de Alimentao Escolar
PRONAF: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
SEBRAE: Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas
SECTEC: Secretaria de Cincia e Tecnologia
SDT: Secretaria Desenvolvimento Territorial
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SUM`RIO
INTRODUO .......................................................................................................................12
I OS TRABALHADORES RURAIS E AS COOPERATIVAS.... ......................................15
1.1 O surgimento do cooperativismo no Brasil e no mundo... ................................................17
1.2 O cooperativismo atual.......................................................................................................21
1.3 O cooperativismo e os aspectos imprescindveis...............................................................25
II DESAFIOS PARA A ORGANIZAO COOPERATIVISTA: a economia solidr ia
e a agricultura familiar ..........................................................................................................28
2.1 Economia solidria: um recurso prtico que objetiva a realizao profissional e
social.........................................................................................................................................28
2.2 Economia solidria: alguns aspectos, princpios e o desenvolvimento sustentvel...........32
2.3 O cooperativismo e a agricultura familiar..........................................................................36
III A COOPERCOISA DE IPOR`-GO: Conceitos, realidades e desenvolvimento.......41
3.1 Origem da COOPERCOISAS: dados de implantao........................................................42
3.2 Objetivos e princpios da COOPERCOISAS......................................................................46
3.3 A ao dos cooperados na COOPERCOISAS....................................................................50
3.4 A implantao da educao popular para a socializao da COOPERCOISAS................52
CONSIDERAES FINAIS .................................................................................................54
REFERNCIAS BIBLIOGR`FICAS ..................................................................................56
ANEXO ....................................................................................................................................58
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INTRODUO
Entendendo que a cooperao entre as pessoas que buscam um mesmo propsito
pode ser de grande valia para o desenvolvimento scio-econmico-cultural, a pesquisa em
questo tem o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o cooperativismo. Consideramos
que a prtica cooperativista compreende um conjunto de aes que viabilizam condies que
beneficiam os atores envolvidos no que tange o alcance de projees econmicas e melhoria
nas condies de vida e trabalho. Trata-se de uma iniciativa privada, onde os cooperados no
visam lucro para si prprio e sim para o grupo como um todo, em especial quando os
envolvidos so os prprios gestores da Cooperativa, que utilizam principalmente do fator,
inteligncia, para estabelecer uma organizao. Nesse sentido os autores Pinho e Palhares
(2010, p. 167) definem a inteligncia da cooperao como sendo um processo inteligente de
soluo dos problemas humanos, no enfrentamento dos desafios impostos pela realidade.
Assim, entende-se que a inteligncia pode ser um meio de mudana de vida, basta saber us-
la.
certo que ningum consegue obter sucesso vivendo isoladamente, ou mesmo,
sem precisar de ningum. Em busca de objetivar o sucesso, as aes em prol de melhoria de
vida devem acontecer de forma democrtica, ou seja, sem complicaes que venham a
prejudicar a unio do grupo, no esquecendo nunca da palavra cooperao e seu
significado.
De certa forma, de acordo com a considerao de Pinho e Palhares (2010) se
formos analisar a origem da palavra cooperao, v-se claramente que juntaram dois itens,
co + operar, que acabaram por idealizarem algo de extrema importncia para a sociedade
como um todo, no somente para a classe dos cooperados, que tiram da cooperao, seu
sustento e o de sua famlia, mas, tambm da sociedade que usufrui dos produtos originados da
cooperativa.
Para Pinho e Palhares (2010, p.167 168),
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A palavra cooperao origina-se de duas palavras latinas: cum+operare. A palavra cum traduz-se simplesmente por com, que de forma sincopada torna-se co. J a palavra opera, em latim, significa trabalho, derivando para operar, em portugus, com o significado de realizar, fazer acontecer, trabalhar. Assim, temos co+operar = cooperar, de onde derivou cooperao, no idioma portugus.
De acordo com Sieb (1999) existem vrios tipos de cooperativas, alm do ramo da
agropecuria, como por exemplo, consumo, crdito, educacional, especial, habitacional, infra-
estrutura, mineral, produo, sade, trabalho, transporte, turismo e lazer.
Entendendo que preciso cooperar para que os indivduos possam ter o mesmo
direito dentro da cooperativa, que deve ser igualitrio, que se fundamenta essa pesquisa. Na
oportunidade, ainda buscar elucidar a ao do cooperativismo, a partir da Coopercoisas na
cidade de Ipor-Go, levantando questionamentos de suma importncia para o
desenvolvimento local. Assim esta pesquisa tem a inteno de divulgar a sociedade iporaense,
a assistncia organizacional da Coopercoisas na vida de cada cooperado, bem como as
vantagens advindas dessa cooperativa.
Atravs de leituras e reflexes nas obras de Porto (1997), BRASIL; MAPA, foi
possvel perceber que o cidado ao procurar qualquer parceria, est em busca de algo
satisfatrio para sua estabilidade, bem como a de sua famlia. Assim busca diminuir as
dificuldades que o cercam. A necessidade de participao na Coopercoisas dos cooperados
corrobora com o pensamento dos autores, de acordo com conversa informal com cooperados
da cooperativa.
Com esse propsito, de descobrir qual a importncia de se trabalhar atravs das
cooperativas que se justifica esse trabalho.
Para a realizao da anlise sero utilizadas teorias de autores como Menezes
(1992), Schneider (1991), Porto (1997), Vasconcelos (1991), Censo Agropecurio, Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF -2002), Marafon & Pessa
(2007), Mapa Cooperativismo (2008), Sindicato e Organizao das Cooperativas do Estado
de Gois (OCG 1999), e outros que forem necessrios para esclarecer a atividade do
cooperativismo e sua importncia para o desenvolvimento local.
As buscas em revistas, jornais com certeza vo colaborar muito, trazendo fatos
atuais, servindo como suporte de informao, e atravs deles o levantamento, uma
comparao com os dados recentes, como por exemplo, os dados da pesquisa campo, a
respeito do assunto pesquisado.
Por meio da pesquisa campo foram realizadas entrevistas dentro da Coopercoisas,
com os cooperados, presidente e fundadores da Coopercoisas, e tambm no comrcio local,
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onde so vendidos os artigos produzidos na cooperativa, com a finalidade de descobrir a
atuao da cooperativa em Ipor.
Sero utilizados quadros, mapas, tabelas, revistas e fotografias, para sistematizar e
apresentar os dados sobre o objeto de pesquisa. Dessa forma, adotar-se- a princpio o mtodo
indutivo, e progrediremos indo das constataes mais particulares s leis, teorias e resultado
da pesquisa-campo.
Vale ressaltar que esta monografia est dividida em trs captulos com suas
delimitaes, onde o primeiro ser dado foco a fundamentao terica; o segundo
abordaremos a Economia Solidria e a Agricultura Familiar como possibilidade de
desenvolvimento local de forma sustentvel, e no terceiro apresentaremos A coopercoisa de
Ipor-Go atravs de pesquisa campo.
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CAPTULO I
OS TRABALHADORES RURAIS E AS COOPERATIVAS
A grande evoluo do sculo XX em muitas questes, como por exemplo, sociais
e capitalistas, comeou a acontecer ainda no sculo XIX, e por meio de Robert Owem, no ano
de 1771 1858 de acordo Silva e Pessa (1999, p.1) os princpios cooperativistas foram
implantados no mundo. Aps essa iniciativa as cooperativas se alastraram e inventaram um
novo modelo de capitalismo competitivo. Assim os cooperativistas passaram a competir no
mercado atravs da venda de suas mercadorias, e muitas vezes, tambm entre si.
Para Silva e Pessa (1999, p.2) atravs da Lei Federal 5764/71 fica definido que
as cooperativas, independente de seu ramo de atuao, seriam organizaes sem fins lucrativos em que seus associados participariam como trabalhadores autnomos, patres de si prprios, regulamentados segundo as origens histricas da sociedade cooperativa, ou seja, atuando, todos, em proveito comum e sem competio entre os membros cooperados.
Infelizmente em muitos lugares no Brasil interpretaram mal a Lei criada e
decidiram aliar as cooperativas condio de empresa. E isso muitas vezes acaba gerando
desentendimentos e disputas judiciais, vindo a destoar junto aos princpios das cooperativas,
ou seja, no foi para esse destino que ela foi amparada por Lei.
De acordo com o Mapa (2008, p. 7)
O movimento cooperativista teve origem, na cidade de Manchester (Inglaterra), no bairro de Rochdale, quando um grupo de 28 teceles, no dia 21 de dezembro de 1844, decidiu fundar a primeira cooperativa do mundo. Os pioneiros de Rochdale, inicialmente, se reuniram, discutiram suas idias, estabeleceram condutas, definiram seus objetivos, e traaram metas, que tinham como foco a organizao social do grupo.
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Diante da citao anterior possvel afirmar que o incio das cooperativas na
Inglaterra se deu devido ao desejo de alguns trabalhadores, teceles, sentirem a vontade de
mudana, para assim, complementar ou melhorar sua renda mensal. De acordo com o Mapa
(2008) esse grupo de teceles decidiram ento economizar uma certa quantia em dinheiro e
aps doze meses j tinham um montante que os permitiam idealizar o sonho da cooperativa. A
partir da, depois de se reunirem e elaborarem seus projetos mediante os objetivos de cada um
surgiu a primeira cooperativa.
Para os autores Silva e Pessa O sculo XIX foi marcado por importantes
acontecimentos que transformaram, profundamente, as relaes sociais e de produo do
mundo (p. 01).
Para Pessa e Silva (2007, p. 130),
Diferentes tipos de cooperativas se espalharam pelos diversos setores da economia e modelaram, portanto, a nova face do capitalismo competitivo. Assim, como estratgia de resistncia competio selvagem pela acumulao do capital as cooperativas de trabalho, tambm denominadas como cooperativas de mo-de-obra, nascem na sociedade ocidental.
Verifica-se assim, que, graas ao desenvolvimento do capitalismo as cooperativas
tiveram portanto, subsdios reais para sua idealizao.
J nos anos 80 e 90 foi perodo de descentralizao poltico-administrativa
permitindo ao municpio um desenvolvimento junto s polticas pblicas que priorizam os
fluxos econmicos e a questo do urbana e rural deixa de ser polmica.
Mas foi somente no perodo, ps-segunda guerra mundial, que a globalizao teve
sua forte ecloso, acompanhado das grandes revolues tecnolgicas ocorridas em beneficio
da segunda guerra mundial, revolues essas que mais tarde seriam utilizadas em prol da
sociedade, e nos processos empresariais. Henares (1994) afirma que muitas tecnologias foram
desenvolvidas a partir da Segunda Guerra Mundial que foram popularizadas e incorporadas
nos processos mercantis.
Atravs desta mundializao1 capitalista, ocorrida nas grandes navegaes
podemos evidenciar claramente o surgimento de uma nova estruturao na organizao e
reorganizao da sociedade, inclusive modificaes nos processos organizacionais,
adaptando-se as mudanas decorrentes da mundializao.
1 um processo de aproximao entre homens quotidianamente inseridos em espaos geogrficos diferentes.
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Para Henares (1994),
As sociedades contemporneas se vem atravessadas por processo globais e abrigam dinmicas locais como propostas para solucionar diversos problemas. A necessidade que se apresenta atualmente consiste na busca de novos pontos de equilbrio entre o global e o local, visto que, o global no pode existir sem o local, e o local caracterizado por relaes sociais globais.
neste contexto de bruscas transformaes globais e locais que surgem as
cooperativas. A princpio surgem como alternativa de emancipao do ser humano,
proporcionando melhores condies de vida e maior autonomia para participar ativamente
enquanto protagonista e ator social.
1.1 O Surgimento do cooperativismo no Brasil e no mundo
Sob a Legislao da Constituio de 1988 verifica-se que dentro da cooperativa
indispensvel necessidade de maior esclarecimento referente integrao e convivncia de
todos que pretendem construir uma estrutura dentro do aspecto comercial.
Para Pinho e Palhares (2010, p. 274)
A Constituio Federal de 1988 trouxe grande avano ao cooperativismo, sendo consagrada a proteo ao sistema que, se comparado com as constituies de outros pases, que tambm o protegem, diga-se que se trata de um dos melhores textos constitucionais sobre cooperativismo.
De acordo com Vasconcellos (1991, p. 89) a histria do cooperativismo e dos
programas governamentais visando promoo econmica e o bem-estar social de pequenos
agricultores no Brasil bastante extensa e antiga, apesar da superioridade dos grandes
proprietrios, que no pouparam esforos para fazer com que estes episdios acabassem em
letra morta, ou seja, ficar tudo no papel.
A ao do cooperativismo no Brasil passou a existir mediante grandes mudanas
estruturais que se processaram como intensificao da industrializao2, da urbanizao3
desenfreada e, por conseguinte, do intenso fluxo migratrio no sentido campo/cidade
(RESENDE E PESSA, p.166).
2 o processo socioeconmico que visa transformar uma rea da sociedade inicialmente retrgrada em uma fonte de maior riqueza e lucro. 3 um conceito geogrfico que representa o desenvolvimento das cidades. Neste processo, ocorre a construo de casas, prdios, redes de esgoto, ruas, avenidas, escolas, hospitais, rede eltrica, shoppings, etc.
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Nesse contexto possvel entender que a globalizao viabilizou a economia que
transformou de uma forma surpreendente a integrao econmica mundial e a cultura social,
trazendo a tona grande competitividade existente hoje entre a sociedade. Esse fato no
desencadeou somente essas transformaes como tambm redimensionou a era existente para
uma totalmente voltada para o conhecimento e a informao. Logo as cooperaes
perceberam que essas transformaes cobravam-lhes mudanas, tanto em seus processos de
gesto como de percepo do mercado. Atravs de constataes prticas no decorrer dos
trabalhos dentro das cooperativas ficou evidente a necessidade de elaborao de estratgias
com o intuito de posicionar aes competitivas.
H muitas colocaes a respeito do surgimento do cooperativismo no Brasil.
Segundo Meneses (1992), a primeira cooperativa foi realizada pelos padres jesutas, no incio
do sculo XVII, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul e nas regies da bacia do Paran,
Paraguai e Uruguai. De acordo como autor Meneses, o cooperativismo no Brasil surgiu
formalmente a partir de 1891, aps a Constituio Republicana, pois, antes, o regime imperial
no permitia associao de pessoas. De acordo com Porto (1997, p. 61) Com o propsito de
preencher a lacuna deixada pelo setor privado, criou-se o Programa de Garantia da Atividade
Agropecuria. Assim, o cooperativismo tem o poder de conduzir o homem a si prprio, livre
das opresses capitalistas e socialistas, pois, se utiliza dos dois sistemas como apoio para
chegar a seu objetivo principal, que a superao do homem.
Segundo a Organizao das Cooperativas Brasileiras4 (1995), a Aliana
Cooperativa Internacional5 (ACI), existem no mundo mais de 750 mil cooperativas, com mais
de 750 milhes de cooperados.
De acordo com Schneider (1991), atualmente o cooperativismo atua na produo e
distribuio de mercadorias e todo tipo de servios, contribuindo para o desenvolvimento
scio-econmico de seus associados e dependentes, alm de trazer progresso para as regies
onde atua.
Dessa forma, o cooperativismo uma sada vivel para aquele que deseja
conseguir realizar aquilo que pretende, pois, assim, trabalham de forma unida e organizada,
acarretando assim satisfaes a todos.
4 Organizao das Cooperativas Brasileiras. 5 um organismo mundial que tem como funo bsica preservar e defender os princpios cooperativistas.
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De acordo com o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA)
obteve-se a informao de que, em relao ao que se sabe de outros pases como a Inglaterra,
quanto ao cooperativismo o Brasil quase no tem desenvolvimento, devido ao desprovimento
at mesmo de informaes, ou mesmo, apresenta um ndice muito baixo de associaes
(40%), e isso, de acordo com a Aliana Cooperativa Internacional (ACI) o grande desafio
do MAPA, certamente por entenderem a importncia de uma cooperativa para a sociedade,
no s dos trabalhadores braais como daqueles que so favorecidos por esse grupo de
trabalhadores.
Pensando em um meio de mudar esse quadro e passar a oferecer mais
cooperativas visando assim melhorar a vida da populao mais carente, desprovida de um
emprego fixo, idneo, rentvel e de carteira assinada, o governo ento resolve buscar a
conquista dessa vitria instaurando um mtodo que acaba por ser a alma do negcio que a
propaganda, ou mesmo, o anncio de uma forma um meio prtico e resolver problemas
econmicos, bem como, sociais, de muitas famlias.
Os governantes, que conduziam a situao poltica do momento, ao passo que
viram a necessidade de viabilizar a ao da cooperao, do trabalho em conjunto, com a
inteno de superao de todos, at mesmo financeiramente, uma vez que a sociedade no
geral tambm se beneficia, por meio de uso fruto dos produtos que eles produzem,
implantaram cursos e capacitaes junto comunidade para que assim o sonho da cooperativa
pudesse ser concretizado.
O princpio do cooperativismo desencadeou normas que possibilitaram, em 1844,
a existncia da primeira cooperativa do mundo, que com o decorrer do tempo foi sofrendo
adaptaes complementares de acordo com a necessidade do cotidiano.
Dessa forma, pensando no sucesso e realizaes de cada trabalhador cooperado,
foram elaborados sete princpios para conduzir e garantir o bom andamento de todo o
processo organizacional. Logo abaixo possvel conhecer os princpios que so de suma
importncia junto ao processo das cooperativas. Nessa etapa foram criados os princpios do
cooperativismo que esto estabelecidos no quadro a seguir:
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Adeso voluntria e livre Cooperativas so organizaes voluntrias, abertas participao de todos, sem discriminao de sexo, raa, classe social, opo poltica ou religiosa;
Gesto democrtica pelos membros Os cooperados, reunidos em assemblia gerais, democraticamente, participam das decises, bem, como, elegem seus representantes para administrar cooperativa;
Participao econmica dos scios Todos os cooperados contribuem igualmente para a formao do capital social da cooperativa, e o controlam democraticamente;
Autonomia e independncia As cooperativas so empreendimentos controlados pelos seus associados, que so os donos do negcio;
Educao, formao e informao A cooperativa tem como objetivo permanente destinar aes e recursos pra educar e formar e capacitar seus associados, dirigentes, conselheiros e empregados, para a prtica do cooperativismo e par o uso de tcnicas e equipamentos no processo de produo e comercializao;
Intercooperao O trabalho conjunto das cooperativas com a utilizao de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais, fortalecem o movimento cooperativista e atendem de forma mais eficaz aos seus associados;
Interesse pela Comunidade As cooperativas trabalham para o bem-estar de suas comunidades por meio de polticas aprovadas pelos seus associados. A cooperativa no funciona de forma isolada, tem que estar comprometida com a sociedade onde est inserida.
QUADRO 1: PRINCPIOS DO COOPERATIVISMO FONTE: MAPA 2008 (p. 9-11)
Pode-se dizer ento, que atravs dos princpios do cooperativismo possvel
manter a comercializao daquilo que produzem e vendem o comrcio local e at mesmo na
regio, possibilitando que os cooperados atinjam seus objetivos e propiciem a si mesmo e
sua famlia uma condio melhor de vida.
Como todo empreendimento necessita de amparo legal as aes cooperativistas
tambm tm seus procedimentos de organizao para que assim os projetos e objetivos no
corram o risco de fracassarem.
Analisando os princpios apresentados fica fcil argumentar que se cada
cooperado desempenhar suas funes no esquecendo esses procedimentos organizacionais
que ajudam a realizar o sonho almejado, trabalhando em comunho em busca do mesmo ao
propsito, o risco de algum objetivo no ser alcanado quase impossvel.
De acordo com a Revista de Cincias Empresariais (2005, p. 11),
Estes princpios serviram de base doutrina cooperativista, e, pela sua nfase nos aspectos das relaes entre scios, assim como, pela estrutura de poder formal por eles determinada, fazem com que as cooperativas se diferenciem substancialmente das empresas tradicionais. Enquanto que em uma empresa tradicional o poder est determinado pelo capital atravs do nmero de aes de cada um dos scios, nas cooperativas a cada scio corresponde um voto, independentemente do capital por ele aportado empresa.
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Na verdade os princpios apresentados alm de ajudar a organizar e delimitar
direitos e obrigaes, ainda, contribuem para que cada cooperado tenha a oportunidade de
participar das decises a serem tomadas.
1.2 O cooperativismo atual
Na obra de Resende e Pessoa (2007) apresentada a necessidade que o ser
humano tem como proposta de sobressair economicamente, e at mesmo, socialmente, de se
unir a outros com a mesma inteno, para ento buscar meios prticos e viveis para o seu
desenvolvimento profissional como forma de garantir o seu sustento, bem como o de sua
famlia, de uma forma digna e responsvel.
De acordo com Resende e Pessoa (2007, p. 153),
O homem, desde a antiguidade, conhece as vantagens de se trabalhar em conjunto, rumo a um projeto comum de desenvolvimento. O cooperativismo uma das formas de organizao social encontradas pelo ser humano para desenvolver aes e projetos que, dificilmente, poderiam ser realizados por um ou poucos indivduos, isoladamente.
O ser humano ao viver isoladamente, muitas vezes se sujeita a no conseguir
atingir os objetivos de vida que prope no dia-a-dia e isso acontece pelo motivo de que muitas
so as barreiras que surgem, e ao passo que h interao e participao, com certeza tudo fica
mais fcil de ser resolvido.
De acordo com Rios (1989) entende-se que o ato do trabalho, ou mesmo, da
produo de mercadorias diversificadas para fins comerciais por meio de cooperativas, acaba
sendo na realidade, uma forma de ambos os lados, sociedade e Estado se beneficiarem. O
povo ganha com as cooperativas por meio do uso de suas culturas, plantios ou produes, e o
Estado, devido aos impostos que so pagos por esses trabalhadores para que seja possvel
idealizar seus objetivos comerciais, e tantas outras despesas.
A natureza da globalizao6 est na tecnologia e no acumulo financeiro de capital,
caracterizado pela inovao tecnolgica, neste contexto cria-se a urgncia de um novo padro
organizacional responsvel pela competitividade. Nota-se a partir destas afirmaes a
mundializao da economia, a globalizao dela em si, uma situao completamente nova e
6 o conjunto de transformaes na ordem poltica e econmica mundial que vem acontecendo nas ltimas dcadas.
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promissora, com o surgimento do capitalismo7, o livre comrcio entre as empresas, acirrando
de forma drstica a concorrncia empresarial, tornando-a uma concorrncia global.
O fato que a globalizao no influenciou somente a cultura, a comunicao e a
economia mundial, ela desencadeou ao longo do tempo um grande processo evolutivo global,
social, cultural e econmico, transformando dessa maneira as tendncias socioeconmicas
culturais.
Para Resende e Pessoa (2007, p. 166)
Diante desse novo quadro urbano-industrial, no pas, o sistema de distribuio de alimentos tinha que ser reestruturado, pois uma produo pulverizada pelo interior tornava muito difcil e invivel, tanto para patres e operrios consumidores, o abastecimento alimentar da imensa populao urbana. Dessa forma, o cooperativismo passou a desempenhar um papel mpar na concentrao e padronizao da produo agrcola e, posteriormente, no fornecimento regular de produtos alimentares e matrias-primas para a indstria.
Verifica-se que a globalizao modificou de forma radical a viso das sociedades
em relao ao seu mercado de atuao, pois atravs da globalizao as empresas deixaram de
ter uma simples viso local, regional para terem uma viso global, acirrando desta forma
concorrncia. Neste novo mundo globalizado, as cooperativas tornam-se expostas a ataques
originados de concorrentes de diversas localidades, demonstrando dessa forma os efeitos da
globalizao em relao concorrncia nas estratgias de mercado.
Entende-se ento que ao passo que as cooperativas foram construindo estratgias
e observando o cenrio econmico, notava-se uma nova perspectiva em relao a uma gesto
que dever ser baseada no conhecimento que cada indivduo traz consigo dentro da
comunidade. Essa nova perspectiva conhecida como gesto do conhecimento vem contribuir
de forma extraordinria para cooperativa que dela faz uso. Ao analisar a questo da
globalizao v-se que a problemtica da modernizao acerca das cooperativas se d atravs
do fato do aumento de elementos mais modernos para se trabalhar, ou mesmo, de se produzir
os produtos comercializados.
Para que uma cooperativa possa vencer neste mercado de intensa competio,
necessrio que ela seja alm de inovadora, disponha de cooperados competentes e dedicados,
desenvolvendo e formulando estratgias competitivas sustentveis, pois, uma cooperativa
7 o sistema social baseado no reconhecimento dos direitos do indivduo, incluindo o direito propriedade, em que toda propriedade privada.
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deve traduzir suas intenes frente ao mercado, e como enfrentar a concorrncia durante a
formulao de sua estratgia, analisando o cenrio econmico e seus objetivos de venda de
seus produtos, sendo que a estratgia competitiva precisa ser desdobrada e estar alinhada
juntamente aos objetivos de cada um.
Para Resende e Pessa (2007) atualmente qualquer cooperativa que pretende
sobreviver no mercado necessita estar atenta aos seus concorrentes e as exigncias de seus
clientes, pois com as drsticas mudanas ocorridas na economia nessas ltimas dcadas, os
clientes tornaram-se mais exigentes e seletivos e a economia cada vez mais instvel, exigindo
do comrcio, bem como, das cooperativas, novas estratgias de ao.
Mediante anlise de aes locais, percebe-se que atravs destas novas perspectivas
as cooperativas esto modificando seus processos de aes, construindo tticas a fim de
inovar e posicionar-se a frente de seus concorrentes, diferenciando assim sua empresa das
demais. A maioria procura crescer e ocupar uma posio mais competitiva no mercado em
meio a essas intensas transformaes decorrentes da globalizao. As estratgias so
utilizadas como principais ferramentas para controlar e influenciar este crescimento e
posicionamento.
De acordo com Porto (1997) as organizaes cooperativas vm sendo afetadas por
mudanas constantes no ambiente nos ltimos anos e pode-se destacar grandes
transformaes que vem modificando o ambiente de negcios, todas ligadas de alguma forma
a tecnologia. A primeira mudana o surgimento da economia global. Com a economia
globalizada, passaram a atuar em um mercado competitivo global. A tecnologia permite que
qualquer negcio opere globalmente, de forma mais organizada e integrada, coletando,
processando e distribuindo informaes que acabam por facilitar as decises.
A ltima mudana a transformao da prpria cooperativa. Os cooperados,
atualmente, esto buscando uma estrutura mais flexvel, diferente da rgida estrutura dos
tempos passados. A nova economia, baseada em conhecimento, contribui diretamente para
esta mudana. Muitos, infelizmente, ainda se organizam com antigas estruturas, num arranjo
antigo e centralizado que se baseiam em procedimentos padres de operao para realizar o
seu trabalho. Este tipo de estrutura no se encaixa com o trabalho atual, que exige uma
estrutura mais plana, flexvel e descentralizada de trabalho. A tecnologia tambm contribui
para mais esta transformao no ambiente de cooperativas, processando e distribuindo as
informaes por toda comunidade de trabalhadores, que estando sempre em busca de mais
conhecimento esto sempre contando com o poder do Estado.
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Por meios de congressos cooperativistas busca-se realizar discusses que atraam
as lideranas que tem o desejo de montar uma cooperativa. Frente a isso, de acordo com a
idia de Porto (1997), a atuao das aes cooperativistas nos Estados brasileiros de extrema
relevncia para a efetivao e realizao de tudo que se busca, ou seja, de todas as conquistas
do grupo de cooperados, como pode ser comprovado abaixo,
A cooperativa , sem sombra de dvida um espao privilegiado de participao e de exerccio da cidadania; o que nos permite afirmar, portanto, que atravs deste exerccio que o produtor rural organizado pode potencializar e otimizar o processo de politizao, reafirmando seus interesses (1997, p. 122).
Aliado aos projetos que existem acerca das cooperativas e da importncia da
cooperao para um desenvolvimento econmico satisfatrio onde a sociedade de uma forma
geral tambm se beneficia com as aes realizadas, est a questo do desenvolvimento
agrcola, onde toda a nao se enquadra nas questes de consumo e satisfao e o Estado
apia por entender sua importncia.
Segundo Porto (1997, p. 122),
A politizao da questo tecnolgica inclui um (re) pensar sobre o modelo de desenvolvimento adotado pelo Estado e pelo sistema cooperativista e faz parte de um processo maior de politizao e construo da cidadania no mbito das organizaes cooperativas. Este processo implica, entre outros aspectos, o acesso informao/conhecimento e efetiva participao dos interessados na tomada de decises.
Por meio da tecnologia as cooperativas podem obter vantagem, pois ela permite
aumentar o alvo competitivo, ou seja, a inteno competitiva, abrangendo sua rea de atuao.
Como j foi dito anteriormente, a tecnologia pode promover diversos nveis de mudana,
como por exemplo, os processos que objetivam mudanas que elevam o processo, pois, a
informatizao tem como conseqncia imediata o aumento da produtividade.
Para Porto (1997) a reengenharia de processos, por sua vez, trata de reorganizar os
processos dentro da organizao. Os diversos procedimentos de trabalho so revistos e
solues baseadas em tecnologia so propostas. Como resultado, um novo conjunto de
processos criado, tornando a empresa mais eficiente. Por fim, a mudana de paradigma
muda a natureza dos negcios da empresa. Portanto, o uso da tecnologia pode contribuir de
forma bastante positiva dentro das cooperativas, que devem avaliar as oportunidades para
introduo de novos sistemas de informao, analisando o impacto em termos de vantagem e
mudanas dentro da organizao cooperativista.
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1.3 O cooperativismo e os aspectos imprescindveis
de grande relevncia ressaltar a necessidade de uma comunidade de
trabalhadores se manterem unidas, at mesmo como demonstrao de inteligncia no campo
estrategicamente falando. Para Pinho e Palhares (2010) questo de ser inteligente quando os
associados, no s de uma cooperativa, mas, qualquer grupo que esto unidos num mesmo
propsito, se manter unidos, pois, assim tm mais chances mediante ao aspecto de
competio, tambm, no mercado de trabalho. Para Pinho e Palhares (2010, p. 169)
Refletindo com inteligncia sobre a cooperao, ou seja, compreendendo-a como fenmeno, discernindo-a e reconhecendo-a como processo, a partir de amplitude que lhe possa dar, possvel concluir que a cooperao o equilbrio sinrgico das coisas e do mundo. Essa uma abordagem de interdependncia entre os humanos, entre os seres humanos e as coisas, entre as coisas e os animais, entre os animais e os animais.
Assim, pode-se dizer que o ambiente de negcios o campo onde uma empresa
ou organizao atua e a inteligncia e a cooperao so imprescindveis. Todos os envolvidos,
bem como, consumidor, so alguns dos elementos que compem esse ambiente e as
organizaes vm sendo afetadas por mudanas constantes nos ltimos anos. Pinho e
Palhares (2010, p. 171)
Se a cultura da cooperao se disseminou ao nvel de uma nao ou continente, podemos afirmar que atingiu o estgio civilizatrio. Atualmente, estamos presenciando o exerccio de uma prtica civilizatria, ainda no consumada, no continente europeu. Entretanto, pode-se pensar que sua acumulao histrica desse exerccio conduza ao estgio da Inteligncia da Cooperao, em que a conscincia e a necessidade da interdependncia antecipam a prtica da Unio Europia.
Atravs da cooperao se encontram determinaes e demonstraes de
inteligncia que podem contribuir de forma bastante positiva para o trabalho dentro da
cooperativa. Ela pode promover diversos tipos de mudanas, de acordo com os desafios
impostos pelo ambiente. No entanto, para que isso acontea preciso que a organizao
invista em seus trabalhadores de forma adequada de modo a fazer uso apropriado dos recursos
inovados. Para tal, necessrio considerar o impacto da competitividade com relao aos
negcios da organizao.
Entende-se assim, que tudo depende, s voltas da importncia dos processos
competitivos, da capacidade de arquitetar e planejar as estratgias para assim traar as aes,
visando o sucesso de todos os envolvidos.
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Para Pinho e Palhares (2010) o conceito de cooperao se restringe quanto ao fato
da necessidade do relacionamento, interao ente duas pessoas ou mais, onde as mesmas
buscam um complemento de idias, buscando aprimoramento e satisfao.
Pinho e Palhares (2010, p. 176) relatam que,
A inteligncia da cooperao pressupe um quesito. A cooperao por natureza e etimologia no um processo unilateral. A cooperao nega o individualismo, uma experincia minimamente bilateral ou plural... A cooperao, em sua essncia, no admite o parasitismo e a explorao de uma parte por outra.
Somente por meio da inteligncia se objetiva a cooperao e assim possvel
possibilitar ao cooperado uma nova viso de mundo ampliando a capacidade de entendimento,
podendo construir uma concepo diferenciada em relao ao modo de operacionalizar, ou
seja, possibilitar competncias, e para isso, ele deve estar sempre buscando e se formando.
Pinho e Palhares (2010, p. 181) admitem que,
O modelo cooperativista constitui-se numa das mais elevadas manifestaes da inteligncia da cooperao, expressa pelos seus princpios: adeso voluntria livre; gesto democrtica; participao econmica dos membros; autonomia e independncia; educao, formao e informao; intercooperao; interesse pela comunidade.
Na cooperativa precisam enfrentar essa urgente tarefa social que a questo da
humanizao e sensibilizao, e passar a ver seus colegas com olhos diferentes, tendo
conscincia que o sucesso na vida de muitos depende basicamente dele e da interao que lhes
so oferecidas. Ainda deve elevar seu subconsciente e de certa forma, premeditar as
possibilidades de influncia mtua.
Um aspecto que no pode ser de forma alguma esquecido o fator convivncia,
pois atravs da conversa entre si, entre as partes interessadas, que os profissionais podero
resolver os problemas do processo administrativo que por ventura possam surgir.
Com certeza, sem um convvio, sem conversas individuais jamais os obstculos
surgidos podero ser derrubados, ou mesmo, contornados, pois muitas vezes, uma idia vista
por um ngulo diferente, pode possibilitar a resoluo de algo que h muito no sabiam como
resolver.
Para uma cooperativa obter resultados necessrio que seus componentes se
capacitem para isso, e isso s possvel se ele estiver sempre buscando novidades e
capacitaes diferenciadas, rumo questo da importncia do convvio.
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O certo que o convvio satisfatrio, atravs de harmonia e disponibilidade de
interao ocupa um lugar estratgico no pensamento e prtica enquanto fundamento essencial
ao processo de superao da ordem capitalista e a fundao de uma nova ordem social, onde
ambos tm o mesmo propsito, a preocupao em gerar, por meio do trabalho, a satisfao
pessoal e profissional, amparados pelo Governo.
Em suma, se no houver uma forma amigvel, ou seja, um relacionamento
pautado na convivncia harmoniosa dentro da organizao da cooperativa, onde todos se
ajudam, pelo motivo de que o sucesso tambm o dele prprio, com certeza o sucesso desse
negcio ser bem reduzido.
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II CAPTULO
DESAFIOS PARA A ORGANIZAO COOPERATIVISTA: A econo mia
solidria e a Agricultura Familiar
Uma cooperativa pode ser organizada atravs de diversas maneiras e esta tambm
pode surgir apartir de diversas necessidades. Para tanto se deve destacar que a cooperativa em
estudo: Coopercoisas tem dois trips de sustentao. Um a economia solidria e o outro
agricultura familiar; sendo assim este capitulo ir abordar diversos aspectos referentes a essas
duas bases fundamentais de sustentao da Coopercoisas.
2.1 Economia solidria: um recurso prtico que objetiva a realizao profissional e social
Ao se tocar no assunto sobre economia vem logo a idia uma busca para a
realizao, principalmente profissional. Na verdade, nos ltimos tempos esse assunto, de
certa, forma apavora muitos, que a todo tempo lutam contra as dificuldades que a vida impe,
especialmente, as dificuldades financeiras. Vale lembrar que s voltas desse tema preciso
ressaltar elementos que fazem parte desse contexto, como por exemplo, o cuidado que se tem
de ter para no se perder nas barreiras que so oferecidas atravs das dificuldades do dia-a-
dia, a exemplo, a falta de dinheiro e a falta de organizao econmica financeira.
De acordo com a Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010 (p.8),
Quando falamos em economia estamos nos referindo quelas atividades de produo, distribuio, comercializao e consumo de bens e servios. O termo economia vem do grego, formado pelas palavras oikos (casa) e nomos (costume ou lei). Da o seu significado de regras para o cuidado com a casa, com o ambiente onde se vive. Cuidar significa atender as necessidades da casa, ou seja, das pessoas que compem a casa.
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Embora seja afirmado que a palavra economia se origina no seio da famlia
mediante os aspectos cotidianos, essa uma questo que implica todos na sociedade, pois,
atravs dela tm a oportunidade de se beneficiar e melhorar de vida, ou no.
Um problema considerado bastante grave que acaba complicando o
desenvolvimento financeiro de muitas pessoas a questo da falta de oportunidade, at
mesmo em relao s chances que so oferecidas, que muitas vezes permitem realizar aqueles
objetivos que tanto so buscados, que por fim, acaba por se tornarem o meio prtico para
sustentar suas famlias.
Junto questo do lado econmico capitalista tudo, todas as orientaes so
voltadas com o intuito de originar patrimnios, bens, que sero meios para adquirir, garantir e
viabilizar os recursos necessrios para atingir os objetivos de vida profissional traados. Nesse
sentido, vale lembrar que o normal, infelizmente, que os trabalhadores passem toda a vida,
ou pelo menos grande parte dela, sendo empregados e sujeitos a um salrio, que nem sempre
satisfatrio, pois, muitas vezes no supre todas as necessidades, e esse acaba sendo um
problema geral responsvel pela pobreza no mundo.
Dessa forma segundo a Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010 (p.10),
A desigualdade social fruto de um sistema econmico orientado para a produo de riquezas que concentrada pelos que j possuem capital (os capitalistas) e que mantm a desigualdade social. Impera o desejo pelo lucro, a qualquer, a qualquer preo. A pobreza e misria so conseqncias dessa concentrao das riquezas para alguns, enquanto que a maioria no consegue satisfazer adequadamente suas necessidades bsicas. Pobreza no ter acesso a alimentos, moradia, proteo, sade, educao... No significa apenas no ter renda (dinheiro).
Somente a economia capitalista considera como meio de excluir devido ao
fato de motivar ambio, sede de lucros, ainda, acumular bens, individualmente. Mas, isso
tudo passvel de mudana, ou seja, a sociedade no pode se sujeitar a se definhar por causa
de bens econmicos, e assim, com essa viso, como j comentado em outros pontos a respeito
do surgimento da primeira cooperativa, aparece ento uma outra viso de economia, a que
permite ento um busca de superao de dificuldades financeiras, onde uma comunidade, por
meio de igualdade, solidariedade, unio e muito trabalho, buscam a realizao profissional,
social e pessoal, comunitariamente, e no de forma isolada.
Para a Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010 (p.10), ...a economia pode ser
geradora de igualdades, desde que seja orientada pela justia social que significa a partilha
justa dos bens e recursos para satisfazer as necessidades de todos/as e no de alguns.
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No meio do sculo XX, logo aps a Segunda Guerra Mundial foi que deu incio
ao desenvolvimento da economia, por meio da industrializao e urbanizao (Campanha
da Fraternidade Ecumnica 2010, p.11). Esse desenvolvimento est em deficincia, e um
dos motivos possvel atribuir economia capitalista, que acaba por gerar competio e
desigualdade.
Assim a Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010 (p.12), afirma que,
A atual crise econmica o resultado do atual modelo de domnio do capital financeiro especulativo, ou seja, da jogatina das bolsas de valores. Quem paga a conta dessa crise so os trabalhadores e trabalhadoras: aumenta o nmero de desempregados; a reduo de salrios torna os trabalhadores pobres; aumenta o trabalho precarizado, entre outras conseqncias. Com isso, milhes de pessoas, sobretudo nos pases empobrecidos, passam a integrar as filas da pobreza extrema, aumentando a dependncia aos programas assistenciais, quando eles existem.
Outra questo que preciso ressaltar a Crise Ecolgica (Campanha da
Fraternidade Ecumnica 2010, p.12), que pelo motivo da anormalidade econmica e abuso
dos recursos naturais, algo nos dado de graa e que nos permitem viver, que tanto contribuem
para a estrutura de todos, acaba se tornando uma ameaa ao bem estar de todo ser vivo devido
ao mau uso, e disso que se origina a insustentabilidade. A verdade que impossvel viver
sem preservar a natureza. Uma prova de agresses contra ela so as chuvas intempestivas e
inesperadas, os terremotos e maremotos, os tsunamis, que a todo o tempo vem arrasando
muitos lugares e at mesmo grande parte de pases at. Isso devido ao desrespeito com um
sustento natural.
Em relao ao desenvolvimento sustentvel ele possvel desde que haja
possibilidades para isso, como, o local a ser explorado, o clima do lugar e suas distines
ecolgicas, que cada lugar oferece de forma diferente, a cultura da localidade, ou seja, como a
comunidade vive, analisando ao fundo seus costumes e gostos. Depois da anlise realizada
possvel garantir a sustentabilidade.
Para a Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010 (p.14),
... o desenvolvimento para ser sustentvel tem que ser orientado pela conquista de novos direitos: de acesso e usufruto de um ambiente saudvel, da diversidade cultural, da autodeterminao dos povos e de igualdade de gnero, raa e etnia. A qualidade de vida passa a ser compreendida como o direito a uma vida digna, realizao das aspiraes e das capacidades de todas as pessoas. Outro caminho para a sustentabilidade a valorizao das iniciativas econmicas solidrias com base no associativismo, na cooperao e suas diferentes formas e alternativas de solidariedade em redes.
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possvel afirmar, segundo a Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010, que a
economia solidria uma forma diferente de fazer comercializao e assim, objetivar a
sustentabilidade. Assim, a Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010 (p.14), garante que,
A Economia Solidria um jeito de fazer a atividade econmica de produo, oferta de servios, comercializao, finanas ou consumo baseado na democracia e na cooperao, o que chamamos de autogesto: ou seja, na Economia Solidria no existe patro ou empregados, pois todos/as os/as integrantes do empreendimento (associao, cooperativa ou grupo) so ao mesmo tempo trabalhadores e donos. A Economia Solidria de estar o mundo e de consumir (em casa, em eventos ou no trabalho) produtos locais, saudveis, da Economia Solidria, que no afetem o meio ambiente, que no tenham transgnicos e nem beneficiem grandes empresas. A Economia Solidria um movimento social que luta pela mudana da sociedade, por uma forma diferente de desenvolvimento, que no seja baseado nas grandes empresas nem nos latifndios com seus proprietrios e acionistas, mas sim um desenvolvimento para as pessoas e construda pela populao a partir dos valores da solidariedade, da democracia, da cooperao, da preservao ambiental e dos direitos humanos.
Portanto, possvel atribuir Economia Solidria: cooperao, autogesto,
solidariedade e ao econmica. Segundo Paul Singer (Campanha da Fraternidade Ecumnica
2010, p.16) a Economia Solidria surgiu no sculo XIX atravs do cooperativismo como
forma de resistir ao poder do capitalismo industrial. Em territrio brasileiro no final do sculo
XX, quando os trabalhadores resolvem encontrar, atravs dessa nova forma de estabelecer
financeiramente, meios de banir de suas vidas a excluso e os processos de explorao.
Nas cidades a Economia Solidria incentivada pelos sindicatos e outros
movimentos, como por exemplo, a Pastoral Familiar e da Terra, para que a comunidade
conquiste de forma digna e no por meio de explorao ou abuso, sua independncia
financeira, exercendo diferentes produtos de acordo com a possibilidade e oportunidade de
cada um.
Segundo a Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010 (p.16),
Nas reas rurais, a Economia Solidria vem sendo adotada como modelo organizativo das atividades produtivas nos assentamentos de reforma agrria, na agricultura familiar, no artesanato, nas atividades extrativistas tradicionais de pesca, apicultura, entre outros. As comunidades e povos tradicionais, como os indgenas, quilombolas, ribeirinhos, tambm compreendem, cada vez mais, a economia solidria como estratgia de promoo do etnodesenvolvimento (desenvolvimento com respeito s caractersticas tnicas e culturais desses povos.
Foi no incio dos anos 80 que a Economia Solidria ganhou apoio das
organizaes de Projetos Alternativos Comunitrios incentivados pela Critas Brasileiras; a
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cooperao agrcola nos assentamentos de reforma agrria, organizados pelo MST, entre
outras (Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010, (p.17).
No ano de 2006, foi realizada a 1 Conferncia Nacional de Economia Solidria
reunindo mais de 15 mil pessoas em suas etapas preparatrias (estaduais e microrregionais) e
1.200 pessoas na etapa nacional (Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010, p.20), onde
foram definidas, diretrizes, objetivos e prioridades junto economia solidria, e logo aps
essa Conferncia foi estabelecido o Conselho Nacional de Economia, com a participao de
membros do Governo Federal, Estadual, Municipal, todos unidos junto aos propsitos da
economia solidria.
De acordo com a Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010 (p.24),
A perspectiva de transformao social que constitui o horizonte mais amplo do movimento de Economia Solidria s pode ser garantida se os empreendimentos de Economia Solidria, articulados em redes e cadeias solidrias, forem os motores de desenvolvimento local, solidrio e sustentvel, e no as grandes empresas capitalistas convencionais.
Infelizmente no Brasil as leis junto economia so extremamente restritas, pois s
reconhecem os direitos da economia privada e estatal. Porm h uma batalha pela
complementao de leis e artigos que regulamentam a Economia Solidria, e esse a ao de
organizao se divide em: direitos; organizao da poltica; apoio e fomento e, formalizao e
benefcios tributrios. Assim o Conselho Nacional de Economia Solidria organizou uma
proposta de lei para a Economia Solidria com o desejo de deliberar o que vem a ser
Economia Solidria, para que ela tenha suporte legal s voltas da Poltica Nacional.
Para a Campanha da Fraternidade Ecumnica 2010 (p.37), para contribuir com a
Economia Solidria preciso que se tenha responsabilidade em todos os atos no esquecendo
nunca de preservar a natureza e trabalhar em parceria, com unio, todos unidos na
comunidade com um mesmo propsito.
2.2 Economia Solidria: Alguns aspectos, princpios e o desenvolvimento sustentvel
Atravs de embasamentos do Frum Brasileiro de Economia Solidria
(Desenvolvimento Sustentvel e Economia Solidria, 2010, p. 22), os trabalhadores que
compem a Economia Solidria atualmente travam verdadeiras batalhas para defenderem essa
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alternativa que tm de no serem explorados e no darem oportunidades para que as aes
capitalistas no permitam sua organizao financeira econmica.
Segundo o Frum Brasileiro de Economia Solidria (Desenvolvimento
Sustentvel e Economia Solidria, 2010, p. 26),
A Economia Solidria ressurge hoje como resgate da luta histrica dos(as) trabalhadores(as), como defesa contra a explorao do trabalho humano e como alternativa ao modo capitalista de organizar as relaes sociais dos seres humanos entre si e destes com a natureza.
A crise no comrcio dos trabalhadores assalariados contraria as propostas do
capitalismo, pois, eles j vm melhores vantagens s aes de trabalho em conjunto, devido
ao fato de que, com o salrio delimitado sempre esto na mesma condio financeira,
enquanto que na cooperativa, quanto mais trabalham e se dedicam, mais renda possvel.
De acordo com o Frum Brasileiro de Economia Solidria (Desenvolvimento
Sustentvel e Economia Solidria, 2010, p. 36)
Hoje, no Brasil, mais de 50% dos trabalhadores/as, esto sobrevivendo de trabalho margem do setor capitalista hegemnico, o das relaes assalariadas e protegidas. Aquilo que era para ser absorvido pelo capitalismo, passa a ser to grande que representa um desafio cuja superao s pode ser enfrentada por um movimento que conjugue todas essas formas e que desenvolva um projeto alternativo de economia solidria.
No jornal O POPULAR (Goinia, domingo, 10 de abril de 2011) possvel
apreciar a manchete A solidariedade que rende lucro Economia solidria em Gois rene
trabalhadores em 1.080 grupos de produo em vrios setores. A reportagem garante a
economia solidria veio para tirar muitos cidados da dificuldade. O registro no jornal traz
dados verdicos a respeito do encontro a respeito de lucros, participaes e atuaes. Para o
reprter Ricardo Csar a coopercoisas a maior da economia solidria
Um fator relevante na economia solidaria a necessidade de foco na
sustentabilidade. De acordo com Mance (2010) no Caderno 4 onde so reveladas idias a
respeito de Desenvolvimento sustentvel8 e Economia Solidria verifica-se que h inmeras
implicaes quanto ao fator relacionado sustentabilidade, como por exemplo, os modelos de
8 a forma de desenvolvimento que no agride o meio ambiente de maneira que no prejudica o desenvolvimento vindouro, ou seja, uma forma de desenvolver sem criar problemas que possam atrapalhar e/ou impedir o desenvolvimento no futuro.
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economia que existem no Brasil e na sociedade de uma forma geral, que tanto causa
implicaes junto ao desenvolvimento.
Mance (2010, p.6) diz que nos ltimos tempos no Brasil trs vises diferenciadas
de desenvolvimento so postas em discusso.
A primeira o neoliberalismo9 que abrange questes como,
a competio entre os agentes privados no mercado; a abertura ampla do pas aos fluxos e participao do capital externo; a reduo do papel do Estado como ator econmico; a privatizao de empresas pblicas; as polticas monetria e cambial favorveis atrao de capitais estrangeiros; a aquisio de empresas privadas nacionais por empresas estrangeiras ou as fuses de
umas com as outras; o fortalecimento do poder do capital na organizao da sociedade.
QUADRO 2: QUESTES CERCA DO NEOLIBERALISMO FONTE: MANCE (2010, p.6)
Entende-se ento que, o neoliberalismo chegou para, de certa forma perturbar e
at mesmo atrapalhar os aspectos econmicos devido s competies, privatizaes, invases
estrangeiras, e outros. certo que ao criarem o liberalismo10, para Mance (2010), no
imaginavam que poderia acontecer entraves desse tipo e sim pretendiam que o
desenvolvimento se ampliasse e viabilizasse condies melhores em todos os setores.
A segunda viso se apresenta como sendo o desenvolvimentismo que
basicamente o contrrio do neoliberalismo, pois, foi designado com pontos de vistas que
vinham ao encontro das necessidades diretas do povo, interligando a ao do Estado, gerando
alianas e abrindo possibilidades de alargamento das aes junto a exportaes e outras
vantagens.
Essa concepo de desenvolvimento fez com que o Brasil voltasse a crescer
economicamente melhorando a qualidade de vida, apesar de que tambm fez com que a
sociedade se endividasse, devido a essa melhoria de condies, ainda a natureza passou a ser
degradada com mais intensidade, no Brasil.
9Como um conjunto de idias polticas e econmicas capitalistas que defende a no participao do estado na economia. 10Pode ser definido como um conjunto de princpios e teorias polticas, que apresenta como ponto principal a defesa da liberdade poltica e econmica.
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Para Mance (2010, p. 10),
A entrada de divisas no pas, em razo do crescimento das exportaes frente s importaes e do investimento estrangeiro na Bolsa de Valores, levou o fortalecimento da moeda nacional e elevao das reservas cambiais ao mesmo tempo em que ampliou a dvida pblica nacional, com a compra de dlares operada pelo Banco Central, intencionando evitar a desvalorizao da moeda americana para no prejudicar as exportaes. Por sua vez grandes extenses de terra continuaram a ser devastadas, embora a taxas menores, para a extrao de minrios e produo de soja e carne para exportao.
Dessa forma, o desenvolvimentismo tambm possibilitou, apesar do crescimento,
nesse tempo, do mercado industrial, o endividamento do pas e a degradao, principalmente
do cerrado e da Amaznia (MANCE, 2010, p. 10).
A terceira viso se intitula como desenvolvimento sustentvel, onde uma
comunidade, ou sociedade, se une para que assim possam resolver os problemas de todos, de
forma igualitria, e atravs das polticas pblicas organizaram formas, leis e aes para que
essa unio fosse amparada e assim, possibilitada. Vale lembrar que o desenvolvimento
sustentvel abrange elementos polticos, econmicos, ecolgicos, sociais, culturais, ticos,
pedaggicos, metodolgicos, de gneros (unindo o masculino e o feminino), ritmo (medindo
o grau de desenvolvimento) e territorial.
A economia solidria dessa forma acaba se tornando uma estratgia junto
questo do desenvolvimento sustentvel pelo fato de todos utilizarem de meios retirados da
natureza, permitindo tambm que percebam a importncia da preservao do meio ambiente,
at mesmo, para que possa ser permitido seu prprio sustento.
Junto economia solidria surgiram orientaes para incentivar as aes. Essas
informaes incluem noes de preservao da natureza, fabricao e plantao dos produtos,
e outras direes. E os arranjos institucionais frente ao desenvolvimento sustentvel garantem
o apoio que possibilita a instaurao e execuo dos objetivos que so traados rumo
incorporao das idias elaboradas.
O desenvolvimento sustentvel necessita de apoios para sua organizao do tipo:
organizao e ocupao do espao territorial; garantia de vida; emancipao e crescimento
humano e suportes polticos administrativos. Apartir do conceito de Mance pode-se dizer que
a economia solidria uma forma de oferecer ou mesmo, permitir o desenvolvimento da
sociedade por meio de um conjunto de tcnicas, solidrias e ecolgicas (MANCE, 2010, p.
37). O autor mencionado garante que no h condies de existir um desenvolvimento
sustentvel sem a colaborao da economia solidria.
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2.3 O cooperativismo e a Agricultura Familiar
Analisando as propostas que so oferecidas pelo Ministrio da Agricultura em
relao s possibilidades de um desenvolvimento agrrio satisfatrio, que ajude ao sustento
das famlias que dependem de uma Cooperativa possvel verificar, por meio da Revista
Agricultura Familiar no Brasil (Ministrio do Desenvolvimento Agrrio, ed. 1, 2006) e o
Censo Agropecurio 2006, que h uma participao de grande importncia do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatsticas (IBGE) e tambm do Ministrio do Desenvolvimento
Agrrio (MDA).
Os dois rgos so de suma importncia devido ao fato de que est aliado rumo ao
projeto que viabiliza a conquista de objetivos de uma classe que busca a realizao de suas
reivindicaes frente ao desenvolvimento rural.
O MDA em conjunto com o IBGE estabeleceu, com o intuito de originar os
critrios da Agricultura Familiar, a seguinte Lei (Lei 11.326, de 24 de julho de 2006):
A rea do estabelecimento ou empreendimento rural no excede quatro mdulos fiscais; A mo-de-obra utilizada nas atividades econmicas desenvolvidas predominantemente da prpria famlia; A renda familiar predominantemente originada das atividades vinculadas ao prprio estabelecimento; E o estabelecimento ou empreendimento dirigido pela famlia (Revista Agricultura Familiar no Brasil e o Censo Agropecurio 2006).
Aps a delimitao dessa Lei as solicitaes junto ao FAO/INCRA se tornaram,
de certa forma, mais fceis de serem conquistadas, devido ao amparo. Para se ter uma idia da
ocupao das reas em relao Agricultura Familiar no Brasil, apresentado o grfico a
seguir onde se pode analisar que, de acordo com a rea total analisada 24,3% no est
ocupada e 75,7% est ocupada pela Agricultura Familiar. Fica fcil concluir que aos poucos
vai se construindo a idia de que a misria algo que no precisa ser um carma na vida da
sociedade como um todo, basta que haja desprendimento das idias e trabalho em equipe,
tendo como ponto de partida os parmetros que envolve os aspectos de funcionamento de uma
cooperativa. Partindo desses princpios fica fcil conquistar um espao valorizado, tambm,
no mercado comercial.
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`rea Total
24,3%
75,7%
`rea No Ocupada `rea Ocupada
GR`FICO 1: `REA OCUPADA E NO-OCUPADA PELA AGRICULT URA FAMILIAR FONTE: REVISTA AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL E O CENSO AGROPECU`RIO 2006 (p. 03)
De acordo com Silva (1999) as grandes mudanas no sculo XX aconteceram
devido s necessidades da sociedade como um todo para que assim pudesse ser mais bem
estabelecida, ou seja, com o aumento da populao a modernidade se tornou emergente e
necessria. Para isso vrios padres diferenciados tiveram que ser providenciados. Mas, ao
passo que esses modelos no foram suficientes para atender aos propsitos da sociedade surge
ento um novo domnio, a questo de analisar o espao geogrfico e suas transformaes
quanto ao lado econmico.
De acordo com Silva (1999, p. 4),
No momento em que o paradigma dominante no conseguiu mais dar respostas satisfatrias para os acontecimentos, entrou em cena uma nova corrente metodolgica. O espao ento discutido, a partir dos anos 1970, atravs das transformaes provocadas pelo capital. As desigualdades sociais e o comportamento humano frente s aes do capitalismo, no mundo, so as novas preocupaes da sociedade. Nesse sentido, temas adormecidos nos debates acadmicos tornam-se objeto de estudo da Geografia.
vlido ressaltar que uma questo que h muito passou a ser polmica em toda a
sociedade a Reforma Agrria11 no Brasil que teve grande repercusso no final do sculo XX,
11 Tm por objetivo proporcionar a redistribuio das propriedades rurais, ou seja, efetuar a distribuio da terra para a realizao de sua funo social.
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isso porque a sociedade j tomava conscincia de um fator de qualidade social e concebia a
idia de que existiam fatores agravantes, como por exemplo, de um lado, a falta de interesse
do governo em no resolver essa questo que desfavorecia muitos da sociedade, de outro lado
os latifundirios que quanto mais tinham terra mais queriam ter, e, a questo daqueles que se
consideravam excludos, e dependendo da forma como analisar, so excludos mesmo. Isso
porque no tm o pedao de terra que tanto precisam para viver com sua famlia.
Segundo Silva (1999, p. 4)
A disputa entre as duas classes rurais deve-se ao avano tecnolgico e intensificao das relaes capitalistas, no espao agrrio brasileiro. O avano tecnolgico nas indstrias, associado com as mudanas dos meios de produo, permitiu a substituio da fora humana pela mquina. Dessa forma, a liberao de mo-de-obra acirrou a crise social. O meio rural e o meio urbano transformaram-se, assim, em palco de revolta daqueles marginalizados pelo poder do capital.
Com a concepo de que a modernidade e a tecnologia inovada vieram para
complementar e facilitar o manuseio no campo tem-se tambm a certeza de que prejudicou os
trabalhadores da terra que acabavam sendo substitudos pela mquina, devido falta de
experincia. Aqueles que tinham a oportunidade de se instruir perdiam o seu lugar e caam na
estrada dos desempregados e muitas vezes, marginalizados. E assim surge o campesinato
brasileiro, a unio dos desempregados da zona rural e da cidade que passaram a ser vistos
como uma classe que, de acordo com Silva (1999, p.5) dependia da explorao da mo-de-
obra familiar.
Quando essa classe que compunha o campesinato resolveu se unir formando um
grupo de assentamento rural, por meio de associaes, tem-se a idia da agricultura familiar e
logo depois a cooperativa.
Para Silva (1999, p.7)
Foi a partir da iniciativa associativista, prevista em projetos de assentamentos de reforma agrria, que os camponeses assentados plantaram as sementes do cooperativismo no local. Assim a partir do momento que se implantou no assentamento a cooperativa que verificamos um desenvolvimento econmico destes agricultores familiares.
Assim sendo, possvel afirmar que dos assentamentos rurais, por meio de
necessidades de um grupo de pessoas sem poder aquisitivo muitos destes se unem, formam
uma associao a fim de resolver os seus problemas em comum da que surge a idia de
formar as cooperativas.
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Quando h a possibilidade de se falar sobre cooperativismo logo se tem a idia, de
acordo com a prpria palavra, de cooperao. Ao final possvel entender que o ato de
cooperar, ajudar, compartilhar, algo de muita importncia na sociedade atual. Assim,
quando se h interesse de melhorar de vida, os conceitos de mudana tm que ser
compartilhados devido ao fato de que ningum consegue sucesso se no buscar parceria,
informaes, e a que entra a importncia das cooperativas.
De acordo com o PRONAF (2002, p. 25-26),
A famlia uma unidade de produo que no se ocupa apenas da agricultura, mas se dedica a outras atividades que possam complementar suas necessidades de consumo. Estas outras atividades podem incluir o extrativismo, a pesca, o artesanato, a pecuria, o beneficiamento, que agrega valor comercial aos produtos gerados nessas atividades.
Para se ter capacidade de realizar aes cooperativistas, com intenes mercantis,
ou mesmo, atuar no mercado de vendas, com qualidade, realizando anseios, bem como, ambas
as necessidades, se faz necessrio que haja uma tomada de conscincia para tudo que
imprescindvel, como por exemplo, conhecer todas as formas indispensveis a respeito
daquilo que necessrio, para executar um trabalho eficaz e de categoria.
certo que na busca das aspiraes fundamentais quanto ao aspecto mercantil
deve-se haver um trabalho de dedicao e no unicamente isolado. Assim, se faz necessrio
que os envolvidos procurem ajuda e orientaes junto a pessoas que j percorreram o caminho
pretendido, caso contrrio, o negcio no dar certo e cair no mbito das incertezas e
insatisfaes. A informao vinda atravs da ao do cooperativismo permite que os
cooperados atuem sem desvantagens, de forma mais organizada e integrada, coletando,
processando e distribuindo informaes aos parceiros de negcios, facilitando as aes.
Da fica claro a relao cooperativismo e agricultura familiar, de acordo com o
Treinamento em Cooperativismo - Mdulo I (2009, p. 4),
A agricultura familiar uma forma de produo rural onde predomina a interao entre gesto e trabalho; a famlia que dirige o processo produtivo em suas diversas etapas, incluindo, alm da execuo das tarefas, a gesto dos fatores de produo. Predomina a utilizao da mo de obra familiar, com o trabalho assalariado eventual.
A agricultura familiar garante quelas pessoas menos favorecidas,
economicamente falando, a superarem os problemas que a falta de dinheiro, e muitas vezes, a
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falta de oportunidade oferece, sendo uma forma real de conquistar um desenvolvimento
sustentvel.
Em Gois, a agricultura familiar possui 4,2 milhes de estabelecimento familiares no pas, o que representa 85,2% dos estabelecimentos rurais no Brasil e ocupa apenas 30,5% da rea total, empregando 77% do total de pessoas que trabalham na agricultura.
preciso ressaltar que para a efetivao da agricultura familiar se fazem
necessrios planejamentos: Tcnico Econmico; Ttico Econmico; Questes Estratgias;
Aes Estratgicas e Viso Global e Ao Local. Sem esses planos no provvel a
idealizao dos objetivos da comunidade.
De acordo com o Treinamento em Cooperativismo Mdulo I (2009) e analisando
de uma forma geral, a agricultura familiar d a oportunidade das pessoas se integrarem e
assim possam amenizar seus sofrimentos do tipo, doena, fome, falta de emprego e de
moradia, e outros. Para que a organizao rural sustentvel possa existir necessita de amparos
legais como, por exemplo:
Sindicato que o rgo que auxilia e defende os interesses dos associados do
municpio, cuidando dos aspectos das polticas pblicas e institucionais, garantindo assim que o desenvolvimento da agricultura familiar perpetue, mas sempre esclarecendo os direitos e deveres de cada um;
Associao unio de uma classe para discutirem seus interesses e conflitos sociais; Cooperativa comunidade onde todos os cooperados se unem para que assim possam
alcanar juntos seus objetivos traados, visando superao de problemas financeiros; Outras organizaes unio de agricultores familiares: condomnios rurais, centrais de
associaes, de cooperativas e outros.
QUADRO 3: AMPAROS LEGAIS DA ORGANIZAO RURAL SUSTENT`VEL FONTE: TREINAMENTO EM COOPERATIVISMO MDULO I (2009, p. 8-9)
Ao final, de acordo com as informaes do quadro apresentado vlido
acrescentar que para a composio de uma cooperativa so necessrios que antes sejam
avaliados aspectos como: Recursos Humanos, Recursos Naturais, Recursos Financeiros,
Recursos Tecnolgicos e Recursos Institucionais.
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III CAPTULO
A COOPERCOISAS DE IPOR`-GO: conceitos, realidades e desenvolvimento
De acordo com Sr Valdion Marques e Luzia Luzinete a Coopercoisas de Ipor foi
fundada em 2004, com 21 cooperados e atualmente possui 20 associados, que so envolvidos
no processo de produo por cooperao, distribudos entre vrios municpios destacando
Diorama, Arenpolis, Amorinpolis e Israelndia. Foi constituda com o objetivo de dar apoio
ao pequeno agricultor familiar, dando-lhe possibilidade de atuar no mercado local, vendendo
em melhores condies de competitividade suas mercadorias, como por exemplo, farinha de
mandioca, milho verde, mel, doces e outros produtos, sendo tambm valorizados os
artesanatos da regio e sua comercializao.
Como j foi dito a coopercoisas tem sua sede na cidade de Ipor. O municpio de
Ipor de acordo com o ltimo recenseamento (2010) apresentado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatstica (IBGE) se resume em 31.300 habitantes. O mesmo faz limite com as
cidades de Diorama, Amorinpolis, Israelndia, Jaupaci e Arenpolis. Tem uma hidrografia
muito rica, destaca-se o crrego Tamandu que corta a cidade ao meio, banhando ainda pelo
crrego Santo Antonio e tem sua volta o Rio Claro e o Rio Caiap que abastece a usina
hidreltrica Mosquito.
A comunidade de Ipor conta com a atuao da COOPERCOISAS em seu
comrcio local, em diferentes localidades, como, feiras livres, supermercado, escolas,
entidades filantrpicas, e outros.
A COOPERCOISAS de Ipor est localizada Av. Dr. Neto n 1182 centro,
mais propriamente, na feira coberta (figuras a seguir). Vale ressaltar que se encontra fechada,
devido entraves polticos, pois, h a necessidade de funcionrios que sero disponibilizados
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pela prefeitura da cidade, da a questo de no estar ainda, aberta ao pblico, apesar de seus
cooperados estarem trabalhando normalmente.
FIGURA1: SEDE EXTERNA E INTERNA DA COOPERCOISAS FONTE: OLIVEIRA 2011
Infelizmente, por no estar ainda em funcionamento, a sede da COOPERCOISAS
est servindo como abrigo de mendigos, andarilhos, como pode ser observado na figura.
Enquanto no se resolve as questes prticas de funcionamento, os cooperados vo
trabalhando e tendo que entregar seus produtos no comrcio local e no disponibilizando-os
em sua sede.
3.1 Origem da COOPERCOISAS: dados de implantao
A origem da COOPERCOISAS na cidade de Ipor-GO se deu com o apoio da
Secretaria de Agricultura da cidade, no ano de 2004. Por meio desse rgo os agricultores
tiveram apoio para idealizar aquilo que ainda era considerado sonho; Obter um
mecanismo/meio que os permitisse sustentar suas famlias, garantindo-lhes dignidade, sade e
participao na sociedade, como um todo.
De acordo com o Sr Valdion Marques e Luzia Luzinete,
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A formao se deu a partir da secretaria de agricultura de Ipor em 2004. A prefeitura de Ipor, atravs da secretaria de agricultura criou um programa de apoio a agricultores para inserir seus produtos no mercado.com a criao de uma marca para os produtores de pequenos produtores do municpios de Ipor.o objetivo no era apoiar o processo de vendas em si ,e sim a construo de uma marca caracterstica do municpio (coisas de Ipor) controlada atravs de cdigo de barras. Os grupos e/ou indivduos mantinham suas marcas e acrescentavam a marca coisas de Ipor em seus produtos. A partir da criao da marca, percebeu-se que a mesma se viabilizaria atravs da abertura de uma cooperativa. Assim, a prefeitura lanou um edital pblico convidando os interessados em fazer parte da cooperativa a se associarem. A cooperativa-Coopercoisas surgiu com pequeno grupo misto com o objetivo de promover o desenvolvimento econmico e social, a partir de organizaes de bases rurais e urbanas, viabilizarem, incrementar, concretizar a pratica do cooperativismo solidrio em seus cooperados e outras organizaes, incentivar os processos de transformao e comercializao dos produtos da agricultura familiar no mercado local, regional e nacional.
Dessa forma, pode-se dizer a COOPERCOISAS surgiu por meio da atitude de um
grupo de trabalhadores rurais/pequenos produtores, que sentiram o desejo de se juntarem e
comercializar seus produtos. Tendo o apoio da prefeitura, a questo era, porm, de criarem
um meio que permitissem sua organizao prtica de instaurao por meio do sistema de
regras, leis e normas. E assim foi criado COOPERCOISAS.
A primeira coordenao, diretoria, se compunha de presidente, Luzia Luzinete
Sousa; vice-presidente, Luismar Lemes Siqueira; tesoureiro, Zildomar da Silva Magalhes;
vice-tesoureira, Luciana Ferreira Barbosa; e, secretrio, Noildo Miguel Sobrinho. Na
suplncia da diretoria ficaram os cooperados: Arlindo Martins de Oliveira, Valdion Janurio
Marques e Maria Maura Morais. Vale ressaltar que a COOPERCOISAS se idealizou com os
cooperados: Alberany Euclnio da Silva, Joo Augusto da Silva, Joo batista Peres Junior,
Alair Fernandes da Silva Mata, Wesley Rocha Silva, Orcelina Silva Damacena, Pablo
Eugnio Barbosa, Pedro Batista da Silva, Sueli Alves Borges, Valcely Alves da Silva, Vilton
Pereira da Silva e Wilma Santos da Silva. Contando a diretoria se estabeleciam num total de
21 cooperados.
A cidade de Ipor-Go em sua formao e povoao de seu territrio iniciou sua
histria por meio de aspectos agropecurios. O gado de corte e de leite permitia o incio de
um centro mercantil, onde a partir dos anos 80 passou a oferecer produtos fabricados na zona
rural, quando eram levadas diretamente ao consumidor, utilizando tambm as feiras livres.
Atualmente a cidade de Ipor as oferece de tera a domingo, em locais diferenciados.
(COOPERATIVA DOS PRODUTORES RURAIS DE IPOR` Promovendo o
Desenvolvimento Rural Sustentvel de Ipor).
Surge tambm a Pedra de Ipor, com o objetivo nico de organizar a
comercializao de tudo que aqui era produzido, em se tratando at mesmo de oferecer os
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produtos hortifrutigranjeiros para as frutarias locais. Nesse tempo ainda, deu-se incio a
fabricao de farinha de mandioca e derivados e a partir dos anos 90, envoltos com esse
produto, surge ento s associaes de comunidades rurais que produziam e comercializavam
esses produtos em grande escala. Essas comunidades se tratavam do Cruzeirinho, Taquari,
Jacuba e mais tarde, os produtores da cidade de Ipor (COOPERATIVA DOS
PRODUTORES RURAIS DE IPOR` Promovendo o Desenvolvimento Rural Sustentvel
de Ipor).
A partir do ano de 2003 surge a necessidade de estabelecer parmetros que
atendiam legislao como, por exemplo, notas fiscais, selos de identificao, marketing de
produtos, cdigo de barra, etc. E assim surge Coisas de Ipor, que no ano de 2004 passa a
se chamar Cooperativa dos Produtores Rurais de Ipor (COOPERCOISA), e desde sua
instaurao busca parcerias para expandir a comercializao dos produtos oferecidos pelos
cooperados, pela agricultura familiar. Nesse perodo surge tambm, atravs do governo
estadual sob responsabilidade da Secretaria de Cincia e Tecnologia (SECTEC), Agncia
Rural e UEG estabelecem o Arranjo Produtivo Local (APL)12 na regio de Ipor, atravs da
mandiocultura13 No ano de 2005 realizada a I Expo Farinha14 apresentando tudo produzido
por meio da mandioca, mesmo com tantos problemas, incluindo as dificuldades e a falta de
investimentos. vlido acrescentar que foi mediante a essa comercializao da mandioca e
seus gneros que se difundiu a idia de produo e comercializao atravs da unio de
comunidades. Com o passar dos tempos a modernidade foi chegando e garantindo a expanso
e venda em grande quantidade.
A agricultura familiar contou com rgos como a Secretaria de Desenvolvimento
Territorial (SDT) e Ministrio de Desenvolvimento Agrrio (MDA) para que fosse possvel a
comercializao dos produtos da agricultura familiar com isso conseguiram apoio junto ao
Programa Nacional de Apoio Infra-estrutura e Servio nos Territrios Rurais (PROINF),
estabelecido em Ipor, Jussara e Piranhas.
12Locais so aglomeraes de empresas, localizadas em um mesmo territrio, que apresentam especializao produtiva e mantm vnculos de articulao, interao, cooperao e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associaes empresariais, instituies de crdito, ensino e pesquisa. 13 A mandioca, tambm conhecida como aipim ou macaxeira, um vegetal originrio do continente americano, pertencente famlia das Euforbiceas. Foi cultivada por vrias naes indgenas da Amrica Latina e exportada para a `frica, onde em muitos casos a base da dieta alimentar. 14. O evento que rene toda a cadeia produtiva da mandioca da Microrregio do municpio, vai ser aberta na feira coberta. O objetivo da mostra promover a mandiocultura e as iguarias culinrias produzidas base do tubrculo e seus derivados, alm de divulgar o Arranjo Produtivo Local da Mandioca.
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O desenvolvimento rural sustentvel de Ipor, o que proporciona s famlias um
meio prtico de conquistarem a dignidade por meio do trabalho, abrange tambm as cidades
de Amorinpolis, Diorama, Ivolndia, Jaupaci, Israelndia, Palestina de Gois e os outros
municpios que fazem parte do Territrio Mdio Araguaia. vlido acrescentar que todos
os agricultores familiares so atendidos em todas as sugestes e necessidades desde que
estejam devidamente cadastrados. Dessa forma tm o direito de comercializar seus
produtos.
Esse meio de desenvolvimento sustentvel, a COOPERCOISAS, tem como
objetivo garantir a comercializao dos produtos da agricultura familiar, oferecendo a
interao, em todos os sentidos, bem como a satisfao de todos por meio da cooperao,
rumo a um desenvolvimento sustentvel que garanta a vida digna de muitas famlias.
No princpio a COOPERCOISAS comeou produzindo hortalias, frutas, mel,
farinha, derivados da cana, ovos e frutos do cerrado, e logo j estava mantendo suas despesas,
bem como da comunidade local, com os prprios produtos e fornecendo para frutarias,
escolas, supermercados e hotis, iniciando assim, a comercializao existente hoje.
O Centro de Comercializao tem seus parmetros de execuo, dentre eles, o
Plano de Gesto Participativa que revisto de ano em ano. Cada cooperado cadastrado de
acordo com o que produz, visando atender s necessidades do comrcio. H no centro um
regimento interno e por meio dele o Conselho de Administrao da Coopercoisa organiza
tambm a comercializao dos produtos.
O intuito do Centro viabilizar a auto-sustentabilidade por isso conta com a
parceria da Administrao Municipal, at mesmo em se tratando do fator receitas.
O Centro de Comercializao conta com (Cooperativa dos produtores Rurais de
Ipor): EMATER, IF Goiano, Agrotec, Assessoria de Desenvolvimento Econmico da
Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), SEBRAE, prefeituras, sindicatos,
conselhos, associaes, UEG, FAI, rgos de imprensa, CDL, Agrodefesa, Ibama, VISA
municipal e regional, BB e CEF, bancos privados, Governo Estadual e Federal, Senar, Fetaeg,
Fetraf, IBRACE, ECOCUT, Instituto Ouro Verde, Frum de Economia Solidria, Campanha
Nacional de Abastecimento (CONAB), Delegacia Estadual do Ministrio do
Desenvolvimento Agrrio (MDA).
De acordo com o Sr Valdion e Luzia Luzinete os produtos produzidos atualmente
na COOPERCOISAS se estabelecem no comrcio local de acordo com o quadro a seguir,
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Categoria Frutas Legumes Verduras Origem animal
Origem vegetal
Derivados de leite
Panifcios Doces
Produtos
Abacaxi Abobrinha Alface Mel Aafro Iogurte Po caseiro Doce de banana
Banana-ma Beterraba Cebolinha Ovo de codorna
Acar mascavo
Queijo curado
Doce de leite
Banana marmelo
Cenoura Couve Ovo caipira
Farinha de mandioca
Queijo fresco
Doce de mamo
Banana prata Guariroba Farinha de milho
Requeijo Gelia de mocot
Coco verde Mandioca Farinha temperada
Laranja Milho verde Feijo Limo Taiti Tomate Popa de
frutas
Mamo papai Vagem Polvilho Melancia Rapadura Tempero
TABELA 1: PRODUTOS OFERECIDOS PELA COOPERCOISAS FONTE: COOPERCOISAS 2011
Dessa forma, possvel concluir que a COOPERCOISAS de grande valia para o
mercado de uma forma geral, devido s suas mercadorias que so oferecidas ao consumo da
populao.
3.2 Objetivos e princpios da COOPERCOISAS
A COOPERCOISAS tem como objetivo e princpios ser um empreendime