a relação cidade e campo na dinâmica soeconômica de iporá go

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ VANESSA MELO MOREIRA A RELAÇÃO CIDADE E CAMPO NA DINÂMICA SOCIOECONÔMICA DE IPORÁ/GO Iporá 2010

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    VANESSA MELO MOREIRA

    A RELAO CIDADE E CAMPO NA DINMICA SOCIOECONMICA

    DE IPOR/GO

    Ipor

    2010

  • 2

    VANESSA MELO MOREIRA

    A RELAO CIDADE E CAMPO NA DINMICA SOCIOECONMICA

    DE IPOR/GO

    Trabalho de concluso de curso apresentado Universidade Estadual de Gois, Unidade Universitria de Ipor, como requisito parcial obteno do titulo de Licenciado em Geografia. Orientador: Professor Ms. Jlio Csar Pereira Borges

    Ipor

    2010

  • 3

    VANESSA MELO MOREIRA

    A RELAO CIDADE E CAMPO NA DINMICA SOCIOECONMICA

    DE IPOR/GO

    Trabalho de concluso de curso apresentado Universidade Estadual de Gois, Unidade Universitria de Ipor, como parte dos requisitos para obteno do titulo de Licenciado em Geografia. Orientador: Professor Ms. Jlio Csar Pereira Borges

    Ipor, 27 de novembro de 2010

    Banca Examinadora

    _______________________________________________________

    Orientador: Prof. Ms Jlio Csar Pereira Borges

    _______________________________________________________

    Prof. Ms Jackeline Silva Alves

    _______________________________________________________

    Prof. Ms. Paula Junqueira da Silva

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    A meus pais Joo Tavares Moreira e Maria Cleuza de Melo Moreira que sempre

    me motivaram a seguir em frente, a ampliar os meus horizontes.

    Aos meus familiares parceiros e amigos, que cotidianamente me incentivaram a

    buscar novas formas de intelectualizao.

    A meu orientador Ms Jlio Csar Pereira Borges que mediou o conhecimento,

    tornando-nos capazes de agir e interagir de maneira positiva no meio acadmico e social em

    que estamos inseridos.

  • 5

    RESUMO

    A presente pesquisa tem como objetivo mostrar a relao cidade e campo na dinmica socioeconmica de Ipor, para isso fizemos pesquisa de campo, entrevistamos pessoas com representatividade social, como acadmicos da UEG, professor da UFG, vereadores e outros. Utilizamos tambm dados colhidos junto a SEPLAN-GO, onde as transformamos em grficos quantitativos, para demonstrar a atual situao econmica de Ipor em relao ao estado de Gois. Em seguida analisamos qualitativamente as interpretao dos dados e dos grficos apresentados no decorrer do trabalho. Diante disso podemos afirmar que os nossos objetivos foram alcanados, pois a pesquisa nos mostrou que Ipor realmente tem influncia econmica sobre a regio Oeste de Gois e que o comrcio local se destaca no fornecimento de produtos procurados pelos consumidores, e tambm todo o setor de prestao de servio est voltado para atender a populao iporaense e das cidades circuvizinhas, mostrando com isso que Ipor se consolida como cidade plo desta regio.

    Palavras Chaves: Cidade, Campo, Econmica.

  • 6

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1: Dinamismo..............................................................................................................18

    Grfico 2: Riqueza Econmica.................................................................................................18

    Grfico 3: Populao total de Ipor..........................................................................................19

    Grfico 4: Produto Interno Bruto PIB per capita de Gois e Ipor 2000 2007...................21

    Grfico 5: Produto Interno Bruto (PIB) de Ipor 2000 2007.................................................22

    Grfico 6:Atividades Econmicas no ano de 2007 (R$ mil)....................................................22

    Grfico 7: Agricultura do Estado de Gois e Ipor de 2000 a 2007 (R$ mil)..........................26

    Grfico 8: Industria do Estado de Gois e Ipor de 2000 a 2007 (R$ mil)...............................26

    Grfico 9: Comrcio e Prestao de Servios Estado de Gois e Ipor de 2000 a 2007 (R$

    mil)............................................................................................................................................31

  • 7

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Mapa de localizao do municpio de Ipor.............................................................17

    Figura 2: Rua Esmerindo Pereira..............................................................................................23

    Figura 3: Avenida Dr. Neto......................................................................................................24

    Figura 4: Sada para Amorinpolis...........................................................................................24

    Figura 5: Conjunto guas Claras..............................................................................................25

    Figura 6: Fbrica de farinha cidade de Ipor............................................................................27

  • 8

    SUMRIO

    RESUMO................................................................................................................................05

    Lista de Grficos......................................................................................................................06

    Lista de Figuras........................................................................................................................07

    INTRODUO.......................................................................................................................09

    1. Levantamento terico sobre a relao campo-cidade..........................................................11

    1.1 Caracterizao econmica do municpio de Ipor.............................................................16

    2 Ipor no contexto da economia goiana ..............................................................................21

    CONSIDERAES ................................................................................................................33

    REFERNCIAS.......................................................................................................................35

    ANEXOS 1...............................................................................................................................36

    ANEXOS 2...............................................................................................................................39

    ANEXOS 3 ..............................................................................................................................42

  • 9

    INTRODUO

    Este trabalho tem como objetivo mostrar atravs da pesquisa de campo com dados

    quantitativos e qualitativos a relao cidade e campo na dinmica socioeconmica de Ipor e

    sua regio. Fazendo uma relao crtica e descritiva da realidade de Ipor diante das cidades

    vizinhas e a sua sustentao como cidade plo no comrcio, bem como sua sustentabilidade

    em relao a produo do rural com a produo urbana.

    No primeiro captulo fizemos um levantamento terico sobre a relao campo-

    cidade onde abordamos desde a revoluo industrial at os dias atuais, com entrevistas com o

    professor Eguimar Felcio Chaveiro da Universidade Federal de Gois que esclarece sobre a

    real situao de desenvolvimento econmico do Estado de Gois, analisando as profundas

    transformaes espacial, dinmica, econmicos e polticos perpassado pela explicao de

    termos como territrio e campo ou agricultura, modernizao territorial e da agricultura e

    tambm o fato de que o processo de modernizao do campo no se deu por igual em todo o

    estado de Gois.

    No podendo afirmar que a aproximao nas mudanas entre o novo e o arcaico

    seja de forma homogenia no tempo e no espao entre o campo e a cidade e que o

    desenvolvimento seja semelhante, pois cada um guarda suas particularidades e como

    consequncia, suas diferenas onde as transformaes alcanaram os dois de forma

    diferenciada devido a forma como a tecnologia foi levada a cada um.

    O que podemos afirmar que o processo de modernizao na agricultura em

    Gois transformou profundamente a relao campo e cidade na regio de Ipor, destacando o

    uso avanado de tcnicas de produo no campo, levando ao esvaziamento demogrfico do

    campo e com isso acarretando o crescimento desordenado da cidade.

    Outro ponto que descrevemos aqui a caracterizao econmica do municpio,

    onde o mesmo se destaca como plo regional devido a influncia que exerce na regio,

    principalmente no que se refere a prestao de servio, na sade, na rede educacional, na rede

    bancria, no comrcio e nos servios pblicos em geral.

    Por todo o segundo captulo abordamos a economia de Ipor no contexto da

    economia goiana, onde vimos que o municpio de Ipor acompanha o estado de Gois no que

    se refere ao Produto Interno Bruto, comprovado atravs de grficos confeccionados com

    dados colhidos no SEPLAN.

  • 10

    Outro ponto estudado foi a questo da economia iporaense esta diretamente ligada

    ao comrcio e a prestao de servio sua principal fora, sendo comprovado atravs de sua

    importncia comercial para a regio. Um fator interessante que tambm detectamos em

    relao a agricultura e a pecuria que mesmo no tendo muita relevncia quando nos

    referimos a realidade goiana, para o municpio e regio elas se destacam nos fatores

    econmicos e culturais.

    Ao analisarmos todos os aspectos econmicos e sociais no poderamos deixar de

    fora a indstria local, que mesmo tendo apresentado um considerado avano nos ltimos anos,

    no municpio de Ipor ainda no se destaca sobre os outros fatores econmicos estudados e

    analisados durante a pesquisa para a construo deste trabalho.

    Diante de todos esses fatores aqui estudados, descritos e comprovados com

    pesquisas de campo, fica claro que a importncia econmica e de cidade plo que Ipor

    representa para a regio oeste goiana e as cidades circunvizinhas.

  • 11

    1. LEVANTAMENTO TERICO SOBRE A RELAO CAMPO-CIDADE

    Nesse captulo, ser feito um debate sobre a relao cidade e campo, com o

    objetivo principal de entender o papel de cada na organizao espacial do municpio de Ipor

    Gois. No primeiro momento ser feito um levantamento terico sobre o assunto, para

    posteriormente caracterizar o objeto de estudo proposto, que consiste na funo do campo e

    da cidade na dinmica econmica do municpio supracitado.

    Para a compreenso da relao entre campo e cidade, inicialmente preciso

    entender, que esta resulta de um processo histrico, que ao longo do tempo passou por

    profundas transformaes, ao se adequar dinmica espacial de cada poca. Em outras

    palavras, esta relao determinada pelos aspectos polticos e sociais que ao longo dos anos,

    orientaram a diviso tcnica, social e territorial do trabalho e em contrapartida, determinaram

    o papel de cada setor na produo da existncia do homem. De acordo Sposito (2006, p.115).

    O estabelecimento da diviso social do trabalho e das relaes de poder que sustentam essa diviso teve, como condio e conseqncia, a constituio de espaos diferentes entre si cidade campo- correspondentes a papeis tambm dispares desempenhados no mbito das sociedades e os espaos apropriados e transformados por elas.

    preciso alertar que o debate sobre a relao campo-cidade bastante complexo.

    Nesse sentido, no se deve ter a dicotomia entre ambos os setores como um fato simples e

    comum a todos os espaos, ressaltando assim, a necessidade de valorizar as particularidades

    do lugar, entendendo que processo histrico dessa relao no se deu de forma homogenia no

    tempo e no espao. De acordo com Bernardelli (2006, p. 49).

    Longe de consensos, o entendimento do rural e do urbano no deve se valer de uma definio no sentido restrito, mas se apoiar num conjunto de elementos que possa permitir a leitura de um espao num determinado tempo, pois sendo a realidade sujeita a constantes transformaes preciso sempre redimensionar os conceitos que permitem essa compreenso. Noutras palavras, isso significa que os conceitos no devem ser tidos como definies prontas e acabadas, sempre restritivas, mas permitir aprender o movimento da realidade, entendendo-os em uma perspectiva histrica.

    Assim sendo, a dicotomia entre cidade e campo se torna um objeto de analise

    complexo e as diferenas entre cidade e campo, so os aspectos que os distingue e ao mesmo

  • 12

    tempo os define, ou seja, a leitura de tais diferenas que permite entender a funo de cada

    um em uma determinada organizao espacial.

    Ainda sobre o assunto, Melo (2008, p. 105), afirma que:

    Referendar a cidade e o campo como espaos historicamente constitudos, impe afirmar que a sua anlise exige uma periodizao, ou a formao de um princpio: pode se pensar o campo e a cidade de cada tipo de acumulao e, inserir nesse tipo, outras variveis de outros campos, como por exemplo, os culturais. Sendo assim, a relao cidade-campo atual tem uma configurao prpria, apresenta, portanto, contradies sociais desse perodo, possibilidades atuais.

    A questo demogrfica foi e considerada como smbolo dessa diferenciao na

    qual a cidade o lugar da concentrao populacional e campo considerado como o espao

    no qual as atividades desenvolvidas proporcionam relativa disperso populacional, no

    ocasionando condies favorveis ao adensamento. No entanto, para Sposito (2006), esta

    diferenciao vai alm da concentrao demogrfica, contempla tambm o adensamento de

    obras, de objetos, de infra-estruturas, de equipamentos, de edificaes, de acontecimentos, de

    idias de valores de possibilidades e outros.

    Nesse sentido, a urbanizao encontra-se abrangentemente relacionada

    problemtica do desenvolvimento, no podendo esse processo ser percebido como resultante

    do crescimento da populao urbana em relao populao rural. O processo de urbanizao

    gerencia uma gama de transformaes na formatao das cidades, na economia do pas e a

    nvel mundial. Fatores referentes a um enorme ramo de atividades econmicas ligadas ao

    setor industrial, do comrcio e de servios, construindo uma sociedade economicamente ativa.

    Outra afirmativa que acompanha o debate da relao campo e cidade, que o

    primeiro o lugar do atraso e o segundo do moderno. Este fato se deve, ao discurso

    capitalista, j que sua fundamentao e desenvolvimento como modo de produo tem como

    palco principal a cidade, lugar onde o fluxo de capital, intensificava o aparecimento de

    novidades e se estruturava como smbolo da evoluo. Nesse contexto histrico, o campo, ao

    contrario, era visto como o lugar do atraso e que precisaria ser superado, mesmo porque

    consistia no palco de ao do feudalismo, contrario ao regime capitalista.

    Este debate na verdade tem uma conotao poltico-ideolgica, na qual a relao

    campo e cidade foi transformada e simplificada por um confronto entre regimes econmicos.

    De acordo com Melo (2008, p. 102):

    Ao compreender que a totalidade histrica expressivamente enunciada no modo de produo, surge aqui um ponto: o modo de produo capitalista nasceu e se desenvolveu em espaos e tempos diferenciados, e a sua atuao foi e

  • 13

    condicionada pelas especificidades de cada espao. No -toa que uma vertente de estudiosos do nascimento do capitalismo defende que o seu surgimento explicado a partir do desenvolvimento de aes sociais e atividades comerciais ligadas cidade, ou seja, a cidade capitalista deu origem ao modo de produo capitalista. Isso quer dizer que o campo pr-capitalista, ou o campo posterior ao capitalismo era o espao de contedo social que representava uma sociedade em que, por exemplo, a ao direta do mercado, a rotao da mercadoria, o dinheiro como equivalente geral, a consagrao do trabalho assalariado, a fragmentao e a diferenciao entre a esfera da produo e do consumo elementos do capitalismo - no poderiam se efetivar. O campo frente de uma sociedade revolucionria o capitalismo que derrubaria o ancien regime era o atraso porque espacializava um contedo social baseado no trabalho complementar e familiar, no uso de produtos para a sobrevivncia, na pouca ou quase nenhuma possibilidade de mobilidade social, no sentido apenas usual e funcional da moeda e, especialmente, definindo apenas as trocas simples.

    A partir da revoluo cientfico/tecnolgica estabelecida na segunda metade do

    sculo XX, a difuso dos processos de urbanizao e industrializao subsidiou o

    desenvolvimento do sistema capitalista no campo, instituindo-lhe uma nova dinmica

    produtiva, a qual ampliou os fluxos de comunicaes e a influncia recproca das reas rurais

    com os espaos urbanos. Para Moreira (1985, p. 29) Esse processo de mudana do campo e

    da cidade, ligado ao surgimento e consolidao do modo de produo capitalista, alm de

    produo, mercado, dinheiro, tcnica, levava para o campo outro sentido da propriedade: o

    lucro.

    De acordo Endlich (2006) este fato exigiu o discernimento que o rural e o urbano

    no devem ser percebidos como fragmentos territoriais isolados como em outros tempos

    foram concebidos, na velha dicotomia de que o urbano a configurao de moderno e o rural

    o arcaico, mas, como espaos interdependentes e complementares.

    No entanto, no se pode afirmar que essa aproximao ocorra de forma

    homogenia no tempo e no espao, nem mesmo que o campo e a cidade sejam espaos

    semelhantes, pois, cada um guarda suas particularidades e por conseqncia suas diferenas.

    Para Sposito (2006, p. 46).

    O reconhecimento do contnuo cidade/campo no pressupe o desaparecimento da cidade e do campo como unidades espaciais distintas, mas constituio de reas de transio e contato entre esses espaos que se caracterizam pelo compartilhamento no mesmo territrio ou em micro parcelas territoriais justapostas e sobrepostas, de usos de solo, de prticas socioespaciais e de interesses polticos e econmicos associados ao mundo rural e urbano. Assim, no se trata aqui apenas das formas urbanas, mas sim das relaes entre cidade e campo e dos interesses entre atores sociais que tm sua vida econmica e/ou poltica e/ou social ou, ainda, seu habitat associado a espaos urbanos e rurais.

    De acordo com a autora supracitada, a relao cidade-campo transformou-se

    imensamente a partir da segunda metade do sculo XX, contudo, esses fatores no

  • 14

    contriburam para a reduo do contraste entre ambas. O que aconteceu foi influncia que

    ambos exerceram entre si, que afetou profundamente o modo de vida dos sujeitos inseridos

    nesse processo.

    No Brasil este fato efetivado nos meados do sculo XX, quando o capital avana

    sobre o campo, principalmente no interior do pas, obedecendo a uma poltica do Estado

    Nacional aliado aos interesses do capital externo. Nesse contexto, o Estado de Gois esteve

    intrinsecamente ligado, por se tratar de ponto estratgico para o avano do capital no territrio

    brasileiro. O mesmo passou por uma reestruturao produtiva, conhecida como modernizao

    da agricultura. De acordo com Borges (2010, p. 02):

    O processo de modernizao da agricultura que se consolidou de 1950 a 1960 e se estende at agora, teve um perodo preparatrio chamado de antecipao da modernizao conservadora. Esse perodo gestado no imaginrio territorial do Estado de Gois no final do sculo XIX e ganha fora nos anos trinta at os cinqenta do sculo XX, momento em que o Estado Nacional alinhado ao Estado Local desenvolve polticas para preparar o territrio visando construir a modernizao do mesmo. Observa-se que esse imaginrio tem uma conduo externa: o Brasil rural sinalizao do atraso. Urbanizar elevar-se ao patamar da racionalidade desenvolvida e de progresso dos pases ricos. Modernizar o instrumento de fazer do territrio o palco do progresso. A poltica pblica o veculo concreto, financeiro, ideolgico que pe mquinas, fios e polticas para desenvolver a aproximao entre os lugares e o mundo capitalista.

    O que se pode afirmar que o processo de modernizao da agricultura em Gois

    foi sem duvida um projeto de Estado e que a realizao do mesmo transformou

    profundamente a relao entre campo e cidade na regio. Dentre as quais pode-se destacar: o

    uso de avanadas tcnicas de produo no campo, levando a substituio da mo de obra

    humana pela maquina, fato que aliado a expropriao do pequeno e mdio produtor promoveu

    o esvaziamento demogrfico do campo e por conseqncia levou ao crescimento desordenado

    das cidades.

    Outro fato, que se deve levar em conta o impacto cultural por qual passa o

    homem do campo que de forma abrupta transformado em um sujeito urbano, tendo que

    adaptar a um modo de vida que no corresponde a sua formao. De acordo com Borges

    (2007, p.88) Esse sujeito vai ser condicionado a uma vida subumana, tendo em vista a sua

    condio cultural e financeira que o transformou num organismo estranho no meio social em

    que se encontra inserido.

    Na verdade a modernizao do campo no territrio goiano ao modificar a

    estrutura produtiva e funcional do campo, coloca um ponto final na idia de atraso do rural.

    Isto porque as diferenas sociais, comum a qualquer lugar sujeito ao capitalismo, ganham

  • 15

    maior visibilidade no setor urbano, ou seja, o smbolo do atraso a precariedade a qual se

    sujeita a classe pobre que vive na cidade, fato que se intensificou aps o avano do capital no

    campo em Gois. De acordo com Borges (2007, p. 128):

    No se pode esquecer da nova relao cidade e campo em Gois, na qual a cidade aparece como um amontoado de humanos e uma concentrao de problemas sociais e o campo como um vazio demogrfico e dotado de tecnologia avanada. O Jeca agora um cidado suburbano que varre a Praa Cvica durante o dia e cursa o acelera noite, e o Playboy um homem do campo que cavalga seus 180 cavalos diariamente, manada que recebe o nome de Hilux. lbum de um Gois atual.

    O fato que no se pode entender esta realidade de forma homogenia no territrio

    goiano, tendo em vista, que o processo de modernizao do campo no se deu por todo Gois,

    embora tenha influenciado a dinmica poltica e econmica do mesmo. Sobre esse assunto,

    Eguimar Felcio Chaveiro1 afirma que:

    Primeiro preciso dizer que o termo modernizao anterior ao complemento TERRITRIO e CAMPO ou AGRICULTURA, isto MODERNIZAO TERRITORIAL E DA AGRICULTURA significa instalar o territrio goiano na lgica da acumulao liberal. Modernizar, no Brasil significa expandir o capitalismo, interioriz-lo. Sendo assim, a modernizao foi baliza inicial para colocar o campo na lgica do sistema do mercado. Como a modernizao no completa, nem total, desigual e diferenciada, o resvalo no campo , tambm, DESIGUAL, INCOMPLETO E IMPERFEITO. Mas os seus efeitos so gerais.

    No que diz ao impacto na relao Cidade/campo, Chaveiro sintetiza que:

    Primeiramente, alterou as funes econmicas do Campo que, passou, a gerar produtos no mais para a subsistncia ou para o pequeno mercado local, mas para a exportao. Essa funo dupla: em termos geopolticos significou abastecer o mercado de alimentos do mundo desenvolvido e gerar dividendos para as suas empresas multinacionais, pela importao de bens industriais, insumo etc; - segundo, em termos de organizao do trabalho significou alterar drasticamente os meios de produo, colocando em acento o conhecimento cientfico, o clculo financeiro, a gerncia mercadolgica etc. - em terceiro lugar, houve uma mudana espacial em termos demogrficos. Houve uma brutal transferncia de pessoas do campo, esvaziando-o e criando uma urbanizao acelerada. O campo vazio se tornou a produtivo; as cidades cheias, tornaram-se desiguais. - Por fim, houve mudanas na cultura, na sociabilidade e na subjetividade do sujeito. O mundo da roa da troca simples compunha um modo de vida; o do campo moderno passou a ter a fora da cultura de massa, da passou a ter outro modo de vida.

    Perguntado sobre a realidade do Oeste goiano na conjuntura da atual dinmica

    territorial de Gois Chaveiro afirma que:

    1 Professor do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA) da Universidade Federal de Gois (UFG). As citaes que se encontram no texto so referentes a uma entrevista dada pelo mesmo ao orientador deste trabalho, Prof. Julio Csar Pereira Borges. Realizada no dia 25 de maio de 2010.

  • 16

    O Oeste goiano como uma macrorregio tem, em si, uma desigualdade interna. Poderia se dizer: um espao diferencial. H municpios em que o processo de modernizao se encontra na terceira fase, especialmente com a cana-de-acar e com a criao do gado confinado; h pequenos municpios que gravitam em torno de subcentros ou plos. Muitos desses municpios pequenos perdem populao jovem ainda; tem uma agricultura baseada na pequena propriedade. E as grandes no dinamizam o local. Os mdios municpios vem ndices urbanos grande, com a agricultura comercial. H tentativas de confeces, atividades de cooperao em alguns assentamentos, como h frigorficos de grande porte. Poderamos pensar a relao cidade/campo nos pequenos municpios de economia tradicional; a relao cidade/campo nos pequenos municpios que possuem agricultura comercial; e os mdios municpios que possuem agricultura comercial e que tem uma vida urbana terciria definida para atender esta agricultura.

    Partindo desse pressuposto que se pretende analisar o municpio de Ipor, na

    tentativa de compreender em que ponto o mesmo se insere, ou no, na nova relao entre

    cidade e campo que predomina em Gois atualmente.

    1.1 CARACTERIZAO ECONMICA DO MUNICPIO DE IPOR.

    O municpio de Ipor, localiza-se no Oeste goiano (Mapa 1), a 216 km de

    distancia da capital do estado, Goinia, ligada pela GO-060, e 400 km de distancia da capital

    federal, Braslia, sendo outras vias de acesso a GO-174, GO-221, e a GO-320.

    O mesmo se destaca como plo regional, devido influncia que exerce na regio,

    principalmente no que se refere prestao de servio, na rea da sade, bancaria, comercio e

    servios pblicos em geral.

  • 17

    Figura 1: Mapa de localizao do municpio de Ipor

  • 18

    Economicamente, o municpio de Ipor uma das cidades com maior destaque na

    Regio Oeste, o mesmo no se pode afirmar, em relao ao Estado de Gois, pois est longe

    dos principais municpios. De acordo com dados de 2007 da SEPLAN-GO (Secretaria de

    Planejamento e Desenvolvimento de Gois), Ipor ocupa a 47 posio no ranking dos

    municpios mais dinmicos do Estado, como demonstra o Grfico 1: Dinamismo.

    FONTE: ALMEIDA, Rodrigo Botelho (2009)

    No que se refere riqueza econmica do municpio a situao se complica ainda

    mais, pois Ipor esta classificado na 45 posio, como demonstra o Grfico 2: Riqueza

    Econmica, com 5,53 pontos, nmeros que se destoa consideravelmente, quando comparado

    aos nmeros de Anpolis que atinge a marca de 90,35 pontos.

    FONTE: ALMEIDA, Rodrigo Botelho (2009)

    54,7352,84 50,79 49,78 49,16

    44,6543,62 43,02

    39,936,96

    14,41

    6,23

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    Grfico 1: Dinamismo

    1 Rio Verde

    2 Catalo

    3 Niquelndia

    4 Alexnia

    5 Senador Canedo

    6 Jata

    7 Palmeiras de Gois

    8 Goiansia

    9 Luzinia

    10 Itapaci

    47 Ipor

    59 Santa Helena de Gois

    90,35

    84,5

    71,19

    54,34

    41,9438,93

    34,631,56

    21,7917,83

    5,532,53

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    Grfico 2: Riqueza Econmica

    1 Anpolis

    2 Aparecida de Goinia

    3 Rio Verde

    4 Catalo

    5 Luzinia

    6 Itumbiara

    7 Senador Canedo

    8 Jata

    9 Niquelndia

    10 Caldas Novas

    45 Ipor

    59 Aragaras

  • 19

    De acordo com Almeida (2009, p.27):

    Os municpios no classificados entre os 10 mais competitivos na edio do Ranking 2007, como o caso de Ipor, so os que no apresentaram ndices satisfatrios no que se refere riqueza econmica, infra-estrutura tecnolgica e polticas de incentivos tributrios e financeiros. Em geral so municpios onde a riqueza econmica, o dinamismo e a infra-estrutura econmica e logstica so baixos, tambm, so municpios com poucos recursos para investimento e sua economia voltada para a agricultura bsica.

    Essa situao coloca o municpio no patamar da grande maioria dos municpios

    goianos, que devido falta de infra-estrutura, no consegue manter a populao no lugar de

    origem, principalmente dos jovens, que sem perspectiva de crescimento financeiro forado a

    buscar em outras regies melhores condies de existncia. Nesse sentido o municpio de

    Ipor sofre uma considervel queda no nmero de habitantes como demonstra o Grfico 3:

    Populao total de Ipor.

    Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010), dados fornecidos pelo SEPLAN.

    Embora esta realidade no seja animadora, Ipor, como foi afirmado

    anteriormente, consiste em um plo regional. Isto porque, serve como referncia a municpios

    vizinhos, que buscam na cidade suprir as necessidades, que no so possveis nos lugares de

    origem, por isso, comumente se v nos dias teis da semana um numero considervel de

    pessoas de outros municpios no centro da cidade, lugar onde se concentra os

    estabelecimentos comerciais e prestadores de servio.

    31.40431.583

    31.76331.945

    32.12732.310

    32.491

    31.060

    30.000

    30.500

    31.000

    31.500

    32.000

    32.500

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    Grfico 3: Populao total de Ipor

    Populao

  • 20

    Assim sendo, se faz necessrio compreender a dinmica socioeconmica do

    municpio de Ipor, tendo como vrtices o papel dos setores primrio, secundrio e tercirio

    em tal processualidade. O que ser enfatizado no captulo 2.

  • 21

    2 IPOR NO CONTEXTO DA ECONOMIA GOIANA.

    comum nos noticirios televisivos na imprensa escrita o anuncio de grande

    crescimento econmico do Estado de Gois que mostra nos ltimos anos, importantes

    resultados no que se referem ao crescimento econmico, fatores comprovados atravs do

    crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), bem como, por intermdio da diversificao de

    sua base econmica, assim como, pela gerao de renda e de empregos.

    O discurso e que o Estado de Gois muito contribuiu para o desenvolvimento

    econmico do Brasil, sendo expressivo este subsdio no campo do setor privado e no que

    concerne s transformaes estruturais do territrio brasileiro.

    De acordo com Borges (2007) h que se dizer que as transformaes econmicas

    ocorridas no territrio goiano no se sucederam de forma igualitria, aspectos esses

    decorrentes da forma que o capital foi distribudo, criando regies amplamente desenvolvidas,

    como a regio Centro Sul e regies estagnadas como o Nordeste Goiano. Essa desigualdade

    foi produzida pela aplicabilidade das verbas, que o Estado passa as cidades, que aliada ao

    interesse do capital deu ao territrio goiano um desenvolvimento regional desigual e/ou em

    Gois o capital foi e ainda em alguns casos investido nas regies mais dinmicas, as quais

    atraem para si maiores investimentos, fatores que reproduzem a desigualdade.

    Pode-se dizer que o municpio de Ipor, assim como todo Oeste Goiano, se

    enquadram, nos que menos recebem investimentos do Governo Estadual. No entanto pode-se

    afirmar que alguma semelhana ocorre entre a realidade goiana e o municpio de Ipor, como

    demonstram os dados colhidos no SEPLAN (Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento)

    indicam um acompanhamento do seu Produto Interno Bruto (PIB), com ao de Gois. Como

    demonstra o grfico 4: Produto Interno Bruto PIB per capita de Gois e Ipor 2000 2007.

    Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010), dados fornecidos pelo SEPLAN.

    5.180

    2.833

    5.780

    3.215

    7.078

    3.651

    7.937

    4.178

    8.718

    4.671

    8.992

    4.967

    9.956

    5.428

    11.548

    6.237

    0

    2.000

    4.000

    6.000

    8.000

    10.000

    12.000

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    Grfico 4: Produto Interno Bruto PIB per capita de Gois e Ipor de 2000 2007

    (R$)

    Gois Ipor

  • 22

    Outro fator que merece destaque e o crescimento acelerado do PIB de Ipor, na

    ultima dcada, dados da SEPLAN revelam que em 07 (sete) anos o crescimento foi superior a

    100%, o que supera ndices de municpios de grande significado para a economia Goiana.

    Segundo levantamento feito por essa pesquisa esses nmeros, so reflexos do crescimento dos

    trs setores da economia iporaense, com destaque ao setor tercirio (comercio e prestao de

    servios), que nos ltimos anos perceptvel, principalmente no centro da cidade. Os Grficos

    5: Produto Interno Bruto (PIB) de Ipor 2000 2007 e 6:Atividades Econmicas no ano de

    2007 (R$ mil) demonstram o exposto.

    Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010), dados fornecidos pelo SEPLAN.

    Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010), dados fornecidos pelo SEPLAN.

    18.723 22.947

    137.105

    0

    50.000

    100.000

    150.000

    Ano de 2007

    Grfico 6 - Atividades econmicas no ano de 2007 (R$ mil)

    Agropecuria Indstria Prestao de Servios

    Grfico 5: Produto Interno Bruto (PIB) de Ipor de 2000 a 2007 (R$)

    193.707

    176.355160.479

    150.062133.482

    115.981101.548

    88.970

    0

    50.000

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    PIB

  • 23

    Os dados acima demonstram o que a economia iporaense tem no comercio e

    prestao de servios sua principal fora, o que pode ser explicado pela sua importncia

    comercial para regio, pois como Almeida (2009) afirma, Ipor o um plo comercial

    regional, tendo em vista, que os municpios vizinhos dependem do comercio e da prestao de

    servios do mesmo, para suprir suas necessidades cotidianas, j que os prprios no dispem

    de muitos recursos. Outro fator que comprova a importancia econmica do comercio e

    prestao de servios de Ipora a prpria paisagem do centro da cidade, onde percebe-se,

    durante os dias teis da semana um intenso fluxo de pessoas e veiculos originarios de cidades

    vizinhas. Outro detalhe e a quantidade de estabelecimentos comerciais, onde quase ja no se

    tem moradias. As fotos abaixo comprovam esta realidade.

    Figura 2: Rua Esmerindo Pereira- Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010)

  • 24

    Figura 3: Avenida Dr. Neto - Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010

    Pode-se ainda destacar sobre a realidade economica de Ipor o crescimento na

    renda percapta da populao, que vem acompanhando o crescimento econmico do

    municipio. No entanto, como afirma Almeida (2009, p.) este benefcio no se estende a toda

    populao, visto que nas sociedades capitalista, ocorre o processo de acumulao, e

    conseqentemente a excluso das classes menos favorecidas economicamente.

    Os problemas sociais em Ipor quase no se apresentam no centro da cidade, que

    smbolo do desenvolvimento do municpio, mas o mesmo bem real e visvel quando se

    visita a periferia da cidade, onde se v bairros inteiros sem infra-estrutura bsica de

    sobrevivncia, como demonstram as imagens abaixo.

    Figura 4: Sada para Amorinpolis - Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010)

  • 25

    Figura 5: Conjunto guas Claras -- Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010)

    O municpio de Ipor no se encontra classificado entre os 10 mais competitivos

    do Ranking 2007, por no apresentar ndices satisfatrios no que se refere infra-estrutura

    tecnolgica e polticas de incentivos tributrios e financeiros e a riqueza econmica.

    De acordo com Almeida (2009. p)

    Ipor em seu contexto econmico apresenta um quadro de diversificadas atividades econmicas. A agricultura, por exemplo, concentra-se na produo de gros tais como: milho, arroz feijo, soja e outros, sendo sua produo destinada economia de subsistncia e de comercializao. A produo de hortifruticultura embora existente no apresenta nenhuma expressividade.

    Um fator interessante e que embora a agricultura do municpio de Ipor esta longe

    da realidade da agricultura de ponta goiana acompanha a variao de produo do setor na

    escala estadual, no que se refere ao perodo de 2000 a 2007, como demonstram os dados do

    grfico 7: Agricultura do Estado de Gois e Ipor de 2000 a 2007 (R$ mil).

  • 26

    3.237.261

    8.564

    3.964.629

    10.229

    6.202.445

    15.367

    6.870.457

    18.535

    7.331.166

    19.613

    5.977.907

    16.736

    5.166.267

    15.617

    6.333.124

    18.723

    0

    1.000.000

    2.000.000

    3.000.000

    4.000.000

    5.000.000

    6.000.000

    7.000.000

    8.000.000

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    Grfico 7: Agricultura do Estado de Gois e Ipor de 2000 a 2007 (R$ mil)

    Estado de Gois Ipor

    Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010), dados fornecidos pelo SEPLAN.

    A Pecuria iporaense a atividade que tm maior representatividade no setor

    primrio, atividade leiteira constitui-se como sendo uma das mais rentveis do municpio.

    Em sua grande maioria desenvolvida nas pequenas propriedades e sem o emprego de

    modernas tecnologias. A importncia dessa atividade incentivou o desenvolvimento do setor

    industrial, j que o laticnio e a principal atividade industrial do municpio.

    A indstria embora tenha apresentado um considervel avano nos ltimos anos,

    no municpio de Ipor, se encontra em um estgio bem inferior aos dos grandes centros

    desenvolvidos, a exemplo do prprio Estado de Gois, como mostra o grfico 8: Industria do

    Estado de Gois e Ipor de 2000 a 2007 (R$ mil).

    5.551.667

    10.656

    6.381.521

    12.202

    7.919.089

    12.073

    8.734.122

    14.396

    10.661.305

    19.638

    11.623.102

    20.648

    13.326.800

    22.843

    15.511.669

    22.947

    0

    2.000.000

    4.000.000

    6.000.000

    8.000.000

    10.000.000

    12.000.000

    14.000.000

    16.000.000

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    Grfico 8: Industra do Estado de Gois e de Ipor de 2000 a 2007 (R$ mil)

    Estado de Gois Ipor

    Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010), dados fornecidos pelo SEPLAN.

  • 27

    Existe no municpio a disseminao do crescimento de pequenas empresas

    industriais, tais como: fabriquetas de farinha de mandioca, de peas intimas, frigorficos etc.

    sendo que grande parte dessas mini-industrias concentram seus esforos processamento de

    gneros alimentcios e minerais no metlicos.

    Figura 6: Fbrica de farinha cidade de Ipor - Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010)

    Na atualidade o debate sobre a industrializao intenso na poltica local, alguns

    defendem a industrializao como forma principal e nica para o desenvolvimento

    socioeconmico de Ipor, a ponto de criar uma frente parlamentar de industrializao do

    municpio. Outros defendem que a forma de desenvolvimento socioeconmico para o

    municpio e o apoio as atividades vocacionais do municpio, que representada pela pequena

    propriedade, assim, o modelo vivel o cooperativismo que alm de apoiar o pequeno

    produtor, cria um novo modelo de desenvolvimento independente do grande capital.

    A realidade deste debate pode ser vista na fala de dois representantes deste

    pensamento. O Vereador D. D. (2010) 2disserta que:

    Felizmente ns somos a cidade plo e queiram ou no as cidades vizinhas dependem da cidade de Ipor, precisamos pensar em uma poltica de desenvolvimento econmico, em pleno sculo XXI preciso que as classes dominantes melhorem, que acompanhem o crescimento, acompanhem a tecnologia. Temos a viso e a vontade de trazer uma indstria de mdio porte para Ipor.

    2 As citaes que se encontram no texto so referentes a uma entrevista dada pelo Vereador D. D. acadmica

    Vanessa Melo Moreira. Realizada no dia 21 de outubro de 2010.

  • 28

    A idia da cidade plo esta presente no s no imaginrio da populao local, mas

    tambm no projeto de governo de alguns parlamentares, que engloba as regies vizinhas

    como zona de influncia de Ipor, veja depoimento do vereador supracitado:

    preciso mostrar o potencial, primeiramente voc precisa detectar qual o potencial da cidade de Ipor, o que, que ns podemos mostrar l fora? O que, que ns podemos vender l fora? Uma imagem de que? De uma cidade turstica? Uma cidade que tem matria prima? Ento primeiramente ns temos que detectar, qual o potencial, qual o diferencial de Ipor? , isso, ento ns diante de dessas pesquisas, diante desses estudos ns iremos aonde? Ns iremos aonde estiver essa empresa, essa empresa que queira vir para Ipor, eu costumo dizer o seguinte, que hoje ns temos, que somos uma cidade plo, ento ns temos aqui a cidade de Ipor, com 30 e alguns poucos mil habitantes, ns temos a cidade de Israelndia com mais uma poro, a cidade de Amorinpolis, a cidade de Areanpolis, a cidade de Diorama, Montes Claros, Jaupaci, ento voc pega todas essas cidades e soma, com todo o potencial econmico, quantos mil habitantes que d, ento voc pode oferecer l fora de Ipor e regio, que tem um potencial , consumidor, ns somos consumidores, ento voc pode dizer l fora que ns temos aqui 100.000 habitantes nesta regio, ento so 100.000 consumidores desde o sapato ate o pente, desde a pasta de dente ate o sabonete, ento ns somos uma publico consumidor, ns j podemos vender essa imagem, vender esse projeto de publico consumidor.

    Outro detalhe que pode ser visto na fala do vereador que embora o mesmo se

    remete a um estudo para ver a vocao econmica de Ipor, o mesmo j deixa claro que o

    estudo para trazer empresas para o municpio, como pode ser percebido na parte sublinhada.

    Um fato que merece destaque a afirmao do vereador D. D., no que se refere a

    gerao de emprego no municpio, segundo o mesmo, depende muito da prefeitura municipal

    o que ele v como problema, de acordo o mesmo:

    Hoje ns podemos dizer que a empresa maior que ns temos aqui a prefeitura municipal da cidade de Ipor ela tem ai quase ou mais de 800 funcionrios ento uma cidade que se diz uma cidade plo ela no pode ficar ai a merc da sorte, ela no pode ficar, ficar ai dependendo do salrio dos servidores pblicos e municipais,

    No que se refere pontecialidade econmica de Ipor o vereador detecta trs fatores

    que podem favorecer a desenvolvimento de Ipor:

    Os trs tpicos os trs itens fundamentais que eu detectei foram esses: potencial consumidor, essa geografia que facilita o escoamento a produo toda e a mo de obra barata. Ento agora ns estamos, eu estou, eu tenho um projeto uma frente parlamentar de desenvolvimento regional ele poderia chamar outro nome, mas porque eu sou parlamentar eu disse e eu batizei de frente parlamentar de desenvolvimento regional.

  • 29

    Ainda discutindo sobre o a questo econmica de Ipor, foi feita uma

    entrevista com outro parlamentar, o vereador V. J. de L., que contrape a ideologia acima

    supracitada e aborda que:

    A vocao dos nossos municpios a agricultura, pecuria e o comrcio. A agricultura familiar de fato por que a melhor forma de gerao de emprego, renda e qualidade de vida do nosso povo, uma vez que 70% dos produtos que chega as mesas dos brasileiros produzido na agricultura familiar por pequenos produtores e tambm esta renda da agricultura da familiar representa 10% do PIB, produto interno bruto do nosso pas.

    De acordo com o vereador, a principal possibilidade de gerao de empregos para

    Ipor a valorizao da pequena propriedade, o mesmo acredita que forma de produo, j

    uma realidade do municpio, deste a sua estruturao como municpio, como pode ser visto na

    sua afirmao:

    s pra se ter uma noo ns temos aqui 1082 pequenas propriedades, ento Ipor j foi feito a reforma, a chamada reforma agrria naturalmente , a chamada ai ento a agricultura familiar. Ento ns temos ai, ouvi falar muito em crise mundial, crise do pas, crise em nossa cidade e tal, e a sada ficar, no , ineficiente pra para distribuirmos ai essa questo e a sada a agricultura familiar de fato por que a melhor forma de gerao de emprego e renda

    O vereador confirma sua credibilidade na pequena propriedade ao afirmar que:

    Ento muito grande isto, e uma vez que em nossa cidade predomina a agricultura familiar o que nos resta fazer justamente dar incentivo e motivao para estes pequenos produtores para que atravs de uma maneira tcnica corretamente, de um planejamento de produo, um planejamento de comercializao, ento que estas pessoas do campo tm melhor qualidade de vida e voltam o pessoal que vieram da zona rural, o xodo rural conhecido xodo rural que tivemos, que estas pessoas voltam pro campo, porque hoje tecnologicamente falando o campo l tambm oferece toda uma estrutura que nos temos aqui na cidade, a questo da informtica, no da internet tudo isso hoje possvel ter tambm na zona rural , ento o que resta, o que nos temos que fazer ajudar estes pequenos produtores a se organizarem, no , a ter esse, essa orientao tcnica para que de maneira correta produza , hoje realmente o pequeno produtor l, ele no ta tendo condies suficiente para ter uma vida boa, isso justamente por falta dessa orientao.

    3Segundo o vereador, existem no municpio polticas que demonstram a

    importncia do apoio ao pequeno produtor, se referindo a um caso de sucesso ocorrido com

    um antigo morador da cidade de Ipor que foi viver no campo, graas ao apoio de polticas

    direcionadas ao pequeno produtor.

    3 As citaes que se encontram no texto so referentes a uma entrevista dada pelo Vereador V. J. de L.

    acadmica Vanessa Melo Moreira. Realizada no dia 25 de outubro de 2010.

  • 30

    Ns j temos aqui em nossa cidade pequenos produtores atravs do credito fundirio, uma poltica direcionada pra o homem e a mulher do campo que hoje esta na cidade e no teve condies de comprar o seu pedao de terra nos temos ai o credito fundirio, que hoje direcionado R$ 50.000 , at R$ 50.000 para que esta pessoa que no teve condies de comprar o seu pedao de terra, ele tenha condies, ele ainda tem 3 anos de carncia, e 24 anos pra pagar este pedao de terra, ento uma forma que o governo encontrou pra que desse condies pra esse trabalhador, a essa trabalhadora rural condies para ele comprar e produzir. E ns j temos em nossa cidade, 8 famlias assentadas atravs do credito fundirio e com resultados excelentes, ns ate citamos muito aqui em nossas falas um casal que resultado desse projeto, o homem era servente de pedreiro e a esposa era empregada domstica. Ento hoje eles compraram um pedao de terra, eles produzem dentro de 1 alqueire, ou seja 4.9 hectares, dentro desse 1 alqueire produz diversificada a, nos temos l que v o abacaxi, a banana, a mandioca, o porco a galinha, a melancia, eucalipto, tudo isso eles produzem l na sua pequena propriedade, e hoje voc conversa com eles, eles tem um resultado extraordinrio, no querem voltar para a cidade jamais, e s para voc ter uma noo do tanto que as coisas de forma planejada d resultado, ate porque antigamente o grande produtor ele colocava, ele falava para o pequeno produtor que a pequena propriedade s da prejuzo, ento eles mostraram na prtica que totalmente ao contrario

    Em outra perspectiva sobre a potencialidade econmica o vereador V. J. de L. (2010)

    afirma que:

    Com certeza, ns temos aqui e tambm atravs do Governo Federal o PRONAF, que o programa nacional de incentivo a agricultura familiar que um credito que disponvel esses pequenos agricultores. Eu acredito que o municpio, talvez o pequeno produtor ele nem est precisando de dinheiro, as vezes ele nem ta precisando de recursos, mas apenas de orientao, apenas de planejamento, e da uma estrutura pra que ele tenha garantido aqui a sua comercializao de seus produtos. Eu acredito nisso eu acho que, quando voc, nos fizemos reunies em todas as comunidades rurais, a das associaes, nos temos aqui no Ipor 8 associaes de pequenos produtores rurais, ento quando voc faz uma reunio que voc ouve aquelas pessoas eles no esto clamando tanto pelo recurso, mais sim de uma forma de o municpio ta dando incentivo a na questo da comercializao de seus produtos, ento da orientao tcnica, a questo tambm de insumos n, pra que o municpio ajude ai na questo dos insumos, no melhoramento de pastagens, ento dessa forma que o municpio esta s de estar buscando o calcrio, um exemplo, s de tar buscando o calcrio, calcariando ali a sua terra ajudando nisso j um grande incentivo. Esto eu acredito sabe que no precisa tanto do municpio se preocupar que ter de investimento ento, de pegar dinheiro do municpio e investir l, mas mais na questo da orientao tcnica, de incentivo e ta dando suporte e ta dando meios de transporte ai pro calcrio, na questo de projetos para que esse pequeno produtor tenha acesso mais fcil a questo de credito, porque dinheiro tem demais, s pra voc ter noo em 2009 foi aplicado 15.000.000R$ no nosso estado, no estado de Gois s pra agricultura familiar. Esse ano de 2010 ta disponvel 16.000.000R$ pa agricultura familiar , e no so aplicados, no so aplicados total sobra dinheiro justamente porque falta essa orientao, ento eu acredito que o municpio ele poder ta fazendo muito no sentido de ta conscientizando, ta orientando a questo dos pequenos produtores. Ento dinheiro tem demais pra ser investido atravs do PRONAF que um dinheiro barato, um dinheiro barato que direcionado especialmente para a agricultura familiar.

    O que se pde perceber que no debate poltico de Ipor h uma preocupao com

    futuro econmico da cidade e que as idias, para o desenvolvimento e gerao de emprego

    no so as mesmas o que pode ser considerado importante, pois significa que existem vrias

  • 31

    idias. O problema que esta preocupao no atinge a populao que parece no importar

    com o debate e sim com sua vida particular.

    No que se refere aos recursos naturais, o municpio de Ipor destaca-se pela

    presena em seu territrio do nquel, urnio, ouro, granito e outros. Mas, h que se dizer que o

    nvel de explorao destes e praticamente insignificante incapaz de colocar o municpio em

    expanso.

    Quanto ao quesito Comercio e Prestao de Servios a realidade de Ipor

    acompanha a tendncia da realidade do Estado de Gois, pois os mesmos apresentam um

    crescimento constante nos seus ndices, como demonstra o grfico 9: Comrcio e Prestao de

    Servios Estado de Gois e Ipor de 2000 a 2007 (R$ mil). No entanto esta semelhana e

    apenas uma tendncia da economia goiana, o que no quer dizer igualdade com a realidade do

    comercio e prestao de servios, mesmo porque, esta e uma atividade bastante complexa

    regionalmente.

    14.325.759

    61.606

    15.824.269

    68.904

    19.009.156

    77.442

    21.975.528

    88.520

    24.695.062

    98.337

    27.149.923

    109.437

    31.817.152

    123.076

    35.661.811

    137.105

    0

    5.000.000

    10.000.000

    15.000.000

    20.000.000

    25.000.000

    30.000.000

    35.000.000

    40.000.000

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    Grfico 9: Comercio e Prestao de Servios - Estado de Gois e Ipor de 2000

    e 2007 (R$ mil)

    Estado de Gois Ipor

    Fonte: MOREIRA, Vanessa Melo (2010), dados fornecidos pelo SEPLAN.

    A importncia do comercio e da prestao de servios para economia iporaense,

    se faz pela sua estruturao urbana que alm de centro comercial regionalmente considerado

    evoludo, conta ainda com considervel aparato de prestao de servios pblicos, como o

    caso das instituies governamentais, Banco do Brasil, Caixa Econmica, INSS, IPASGO,

    DENATRAN, Agencia Rural, dentre outros. Esta realidade pode ser percebida nas entrevistas

    realizadas com pessoas que vivem esta realidade (anexo 1)

    No que se refere ao imaginrio que a populao tem sobre os principais setores

    que influenciam a vida econmica do municpio de Ipor, a viso bem diversificada, embora

    na sua maioria as pessoas entendem que a o municpio influenciado pelas atividades

  • 32

    agropecurias, (anexo 2). No entanto o que pde ser percebido durante a realizao do

    trabalho, que a principal atividade o comercio e a prestao de servio, principalmente

    pela dependncia que os municpios da regio tm desse setor.

  • 33

    CONSIDERAES

    Aps os estudos realizados para a apresentao desse trabalho podemos concluir

    que nossos objetivos foram alcanados. Conseguimos demonstrar atravs de pesquisa de

    campo de dados quantitativos que Ipor referencia, a cidade plo da regio oeste goiano e

    que exerce influncia sobre as cidades circunvizinhas.

    Para chegar a esta concluso tivemos a oportunidade de entrevistar professores

    conhecedores da realidade econmica do estado e das influncias dos fatores econmicos nas

    regies goianas, ouvimos tambm pessoas que representam o poder pblico como vereadores,

    estudantes da UEG que moram em cidades vizinhas e que utilizam do comercio local e outros.

    Atravs destas conversas ficou comprovado a importncia do comrcio iporaense, da rede de

    sade, da rede educacional (Escolas, Universidade, Faculdade, Instituto Federal).

    Comprovamos tambm atravs dos grficos e fotos os objetivos esperados, que a

    importncia do comrcio local e da rede de prestao de servio que Ipor atrai a populao

    da regio para resolver alguns de seus problemas.

    No decorrer das pesquisas fomos atrs de alguns dados fornecidos pela SEPLAN-

    GO, e descobrimos que Ipor ocupa a 47 posio no ranking dos municpios mais dinmicos

    do Estado e piora no que se refere a riqueza e economia ocupando o 45 posio, essa situao

    coloca o municpio no patamar da grande maioria dos municpios goianos, fazendo com que

    no consigamos manter a populao no lugar de origem, e levando principalmente os jovens a

    procurar outros municpios para melhorarem suas condies de existncia, e com isso o

    municpio sofre queda considervel no nmero de habitantes a cada senso.

    Mesmo diante desta realidade, Ipor ainda continua sendo considerado plo

    regional. Um dos fatores que nos chamou a ateno o destaque e o crescimento do PIB

    onde na ltima dcada (dados da SEPLAN) revelam que em sete anos o crescimento foi

    superior a cem por cento, superando ndices de municpios de grande significado para a

    economia goiana, e esses nmeros so reflexos do crescimento dos trs setores da economia

    iporaense, com destaque ao setor tercirio (comercio e servio) comprovando nossas

    expectativas.

    Outro fator que comprova a importncia econmica do comercio e da prestao de

    servio a prpria movimentao do centro da cidade durante os dias teis da semana com

    intenso fluxo de pessoas e veculos originrios de cidades vizinhas, mantendo as casas

  • 34

    comerciais movimentadas demonstrando o crescimento na renda percapita da populao que

    acompanha o crescimento econmico do municpio. No entanto estes benefcios no se

    estendem a toda a populao, visto que numa sociedade capitalista alm do acumulo de bens

    de uns, trs como consequncia a excluso e explorao das classes menos favorecidas

    economicamente, e aqui em Ipor no diferente, temos um centro em expanso comercial e

    uma periferia carente de infra estruturas bsicas de sobrevivncia.

    Outro ponto interessante aqui detectado a agricultura que acompanha a variao

    de produo do setor na escala estadual, e como disse um de nossos entrevistados a

    agricultura familiar uma esperana para o desenvolvimento do municpio e nela se apresenta

    grandes desenvolvimentos e envolvimentos dos pequenos produtores, gerando renda e uma

    rotatividade de produtos sustentando o comrcio local, trazendo poder de compra para os

    pequenos produtores.

    Quanto a pecuria ficou claro que ela responsvel por um crescimento

    considervel na industria de laticnios no municpio, mesmo sendo constituda por pequenos

    produtores rurais ela tambm no requer o emprego de modernas tecnologias se tornando uma

    produo barata e acessvel para a maioria dos pequenos proprietrios, mas rentvel e

    produtiva gerando recursos para a manuteno do comrcio local.

    Vimos tambm outros ramos que disseminaram em pequenas indstrias como a

    fabricao de farinha de mandioca, confeco de peas intimas, frigorficos, faces,

    processamento de gneros alimentcios, metlicos e outras. Atravs das entrevistas vimos

    opinies sobre a industrializao onde alguns a defendem como forma principal e nica para o

    desenvolvimento socioeconmico de Ipor, outros defendem a forma de desenvolvimento

    socioeconmico para o municpio, onde o apoio as atividades vocacionais representadas pela

    pequena propriedade com o modelo de cooperativismo; o mais importante que discusses

    esto sendo feita sobre este foco e com certeza o beneficiado ser a populao.

    Quanto a questo do comrcio e prestao de servios, Ipor acompanha a

    tendncia da realidade do Estado, pois, apresentam crescimento constantes nos seus ndices, e

    a importncia dos mesmos para a economia iporaense se faz devido a estruturao urbana, do

    centro comercial diversificado e desenvolvido, contamos ainda com considervel numero de

    reparties de prestao de servios pblicos governamentais, servindo a populao de Ipor e

    regio, ficando bem claro que esses servios so as principais atividades econmicas do

    municpio, principalmente quando detectamos a capacidade de suprir a procura da populao

    iporaense e consequentemente atendendo a necessidade da populao dos municpios

    circunvizinhos e regio.

  • 35

    REFERNCIAS

    ALMEIDA, Rodrigo Botelho de, A influncia do Estado na produo territorial do

    municpio de Ipor. Monografia curso de Geografia da Universidade Estadual de Gois,

    Unidade Universitria de Ipor / Ipor. 2009.

    BORGES, Jlio Csar Pereira e CALAA Manoel. Desterritorializao: a tica cultural

    do processo de modernizao da agricultura em Gois.

    BORGES, Jlio Csar Pereira. A atuao do Estado na dinmica territorial do Gois

    Atual. 2010.

    CORRA, Roberto Lobato. O espao urbano. 4 edio. 6 impresso. Editora tica. So

    Paulo - SP. 2005.

    _________CONJUNTURA ECONMICA GOIANA, n. 06 - (2004). Secretaria do

    Planejamento e Desenvolvimento, Goinia: 2005.

    MELO, Sandro Cristiano. Relao cidade-campo: da compreenso clssica a sua

    interpretao no contexto de um assentamento de reforma agrria. Boletim Goiano de

    Geografia N. 28, vol.1 jan/jun. de 2008.

    MOREIRA, Ruy. Formao do Espao Agrrio Brasileiro. Ed. Contexto. Rio de Janeiro

    1995.

    SECRETARIA DO PLANEJAMENTO DE GOIS, 2007.

    SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE

    GOIS. Ranking dos Municpios Goianos: 2007. Goinia: SEPLAN, 2008.

    SPOSITO, Maria Encarnao Beltro In WHITACKER, Arthur Magon. Cidade e campo:

    relaes e contradies entre urbano e rural. Maria Encarnao Beltro Sposeto/ Arthur

    Magon Whitacker (organizadores) 1 edio. So Paulo: Expresso Popular, 2006.

  • 36

    ANEXO 1

    Entrevistas com pessoas sobre o imaginrio popular

    Entrevista dada a Aluna do 4 ano de Geografia, Vanessa Melo Moreira, da Universidade

    Estadual de Gois Unidade Universitria de Ipor.

    Entrevistado (a): Robson Ferreira de Sousa

    Dia 26/10/10

    1- Onde voc mora?

    Em Jaupaci.

    2- Voc vem com freqncia aqui na cidade de Ipor?

    Sempre que preciso venho.

    3- Com que objetivo?

    Pra resolver alguns problemas pessoais, devido a falta de algumas coisas, servios que no

    existe em Jaupaci.

    4-Servios como?

    Bancrios, logsticos, supermercado enfim to adequando a todos, devido a questo de preos

    melhores que a minha cidade e pela falta de opo que l se encontra alguns produtos, mas

    no todos aqui eu encontro todos os produtos que eu quero.

  • 37

    Entrevistado (a): Fernanda Candido Alves de Queiroz

    Dia 27/10/10.

    1- Onde voc mora?

    Em Jaupaci.

    2-Voc vem com freqncia aqui na cidade de Ipor?

    Sim venho sim.

    3- Com que objetivo?

    Para fazer compras.

    4- A sua cidade no dispe desse servio no?

    No.

  • 38

    Entrevistado (a): Aline Barbosa da Silva

    Dia 27/10/10.

    1- Onde voc mora?

    Em Jaupaci.

    2- Voc vem com freqncia aqui na cidade de Ipor?

    Todos os dias.

    3- Com que objetivo?

    Faculdade e festas.

    4- A sua cidade no dispe desse tipo de servio no?

    Nenhum dos dois.

  • 39

    ANEXO 2

    Entrevistas com pessoas sobre o imaginrio popular

    Entrevista dada a Aluna do 4 ano de Geografia, Vanessa Melo Moreira, da Universidade

    Estadual de Gois Unidade Universitria de Ipor.

    Entrevistado (a): Nria Gonalves Morato

    Dia: 01-11-10

    1- O que voc pensa sobre a economia da cidade de Ipor?

    Penso que a economia poderia ser melhor, pois tem condies e estrutura para melhorar.

    2- Na sua opinio qual a atividade econmica (comercio, pecuria, prestao de servios, e

    outros) predomina na cidade? Por qu?

    Comercio. Porque moradores das cidades vizinhas vem para Ipor, pois suas cidades no

    atendem suas necessidades, ento compra aqui.

    3- Voc considera a economia de Ipor defasada, atrasada? Por qu?

    Sim porque a cidade no desenvolvida o suficiente, pois no atende todas as necessidades.

    4- O que fazer para mudar esta situao econmica da cidade de Ipor?

    Acredito que uma boa administrao, tanto de prefeito e vereadores e governador ajudaria a

    economia ir para frente e no pessoas que usam cargos importantes para seus benefcios pois

    Ipor tem condies de ser uma das melhores cidades de Gois.

  • 40

    Entrevistado (A): Selma Alves Quirino

    Dia: 01-11-10

    1-O que voc pensa sobre a economia da cidade de Ipor?

    Penso que a economia da cidade de Ipor um tanto fraca em relao ao seu tamanho

    populacional considerando as dimenses das cidades vizinhas, que possuem outros tipos de

    renda, ao contrario de Ipor que sustenta basicamente a agricultura e pecuria.

    2- Na sua opinio qual a atividade econmica (comercio, pecuria, prestao de servios, e

    outros) predomina na cidade? Por qu?

    Pecuria, nosso municpio rodeado por grandes propriedades rurais que faz a economia se

    movimentar e geram assim oportunidade de emprego.

    3- Voc considera a economia de Ipor defasada, atrasada? Por qu?

    Sim. Porque falta infra-estrutura e com isso a cidade de Ipor precisa de outras cidades para se

    desenvolver.

    4- O que fazer para mudar esta situao econmica da cidade de Ipor?

    Para que a situao econmica de Ipor ser necessrio de uma poltica municipal, estabelea

    doao de terreno e livre de ICMS no mnimo de 3 anos para as industrias estabilizarem.

  • 41

    Entrevistado (a): Nike Fernando Dias

    DIA: 01-11-10

    1- O que voc pensa sobre a economia da cidade de Ipor?

    Fraca, no tem grandes indstrias, no tem cursos bons, no tem pontos tursticos.

    2- Na sua opinio qual a atividade econmica (comercio, pecuria, prestao de servios, e

    outros) predomina na cidade? Por qu?

    Com certeza a pecuria, por a cidade esta rodiada de fazendas e no possuir grandes

    indstrias.

    3- Voc considera a economia de Ipor defasada, atrasada? Por qu?

    Os empresrios acham que no compensa trazer inovaes, o resultado disso as pessoas

    buscarem tudo que necessitam em outras cidades. Deixando assim Ipor mais fraca na

    economia.

    4- O que fazer para mudar esta situao econmica da cidade de Ipor?

    Uma coisa puxa a outra, trazendo novos estudos para a cidade, trazem t5ambem novos

    moradores que aumenta o consumo, que melhora a economia da cidade.

  • 42

    ANEXO 3

    Entrevistas com pessoas sobre o imaginrio popular

    Entrevista dada a Aluna do 4 ano de Geografia, Vanessa Melo Moreira, da Universidade

    Estadual de Gois Unidade Universitria de Ipor.

    Entrevistado (a): Vereador D. D.

    Dia: 21/10/10

    1- Qual a idia de desenvolvimento econmico que o senhor vereador D. D. possui para a

    cidade de Ipor?

    Boa tarde Vanessa mais uma satisfao estar aqui, contribuindo com o teu trabalho escolar.

    Hoje ns nos polticos visualizamos uma cidade diferente, uma cidade plo mais porm

    ela no tem uma uma economia slida, ela hoje o comercio, hoje o comercio local ele

    fragilizado, ele est fragilizado, e ns visualizamos a seguinte, as outras cidades, que se

    dizem depender na nossa, elas vem a cidade de Ipor como uma cidade lder, uma cidade

    economicamente correta, mais isto no verdade, hoje ns sabemos que Ipor necessita de

    muita coisa, a passos lentos que isso, isso tem mudado, e a tendncia mudar ainda mais,

    Ipor ela poderia, ela teria que ser melhor economicamente mais um dos itens que, que,

    desfavorvel o municpio muito pequeno, a cidade em si grande, porm o municpio

    pequeno, e e o solo o terreno muito como posso dizer para voc ele acidentado ele

    prevalece o que? Qual a economia predominante da cidade de Ipor e da regio, da pequena

    regio? agricultura e subsistncia, hoje ns no temos uma indstria de mdio porte, hoje

    ns no temos ai, nos s temos a viso e a vontade de trazer uma industria de mdio porte,

    hoje ns podemos dizer que a empresa maior que ns temos aqui a prefeitura municipal da

    cidade de Ipor ela tem ai quase ou mais de 800 funcionrios ento uma cidade que se diz

    uma cidade plo ela no pode ficar ai a merc da sorte, ela no pode ficar, ficar ai dependendo

    do salrio do servidores pblicos e municipais, ento ns, nos como polticos, ns temos que

    ter uma viso pro turista o poltico tem que enxerga alm do horizonte, e de buscar forma de

    melhorar e de incrementar a economia de Ipor, ento a nossa grande vontade desenvolver,

    ter uma economia forte ter um comercio forte, hoje ns visualizamos tambm as pessoas, as

  • 43

    pessoas das outras cidades, ela tem uma viso muito boa da cidade de Ipor, voc pode ver ali

    no shopping Barato pessoas da cidade de Diorama, moradores da cidade de Israelndia, elas

    vem aqui fazer suas compras para passar o ms, as lojas de confeces, lojas de matrias de

    construes, as lojas de calados, ento a nossa economia ainda impulsionadas por esses

    agentes externos que vem aqui gastar, fazer suas compras, pagarem as suas taxas, ento ainda,

    ns estamos felizes com isso porque impulsiona na medida do possvel pouco mais ainda o

    suficiente para agente manter a maquina administrativa e as esperanas em cima disso.

    Ento assim, a viso que o senhor tem, vereador, ento poderia no caso para elevar Ipor para

    outro patamar trazer a industrializao para aqui fortalecendo assim ate a cidade, comercio e

    toda a cidade e ate as cidades vizinhas?

    Hoje ns no podemos, Vanessa, esquecer que felizmente ns somos a cidade plo e queiram

    ou no essas cidades dependem da cidade de Ipor, ns precisamos pensar em uma poltica de

    desenvolvimento econmico, em pleno sculo XXI preciso qu as classes dominantes elas

    melhorem, que elas acompanhem o crescimento, acompanhem a tecnologia, preciso, s no

    hoje ns estamos ai no mnimo 8 a 10 anos de atraso economicamente falando, ns podemos

    ver a cidade de So Luiz hoje, ela bem administrada, ela e bem economicamente,

    economicamente mais elevada que Ipor, hoje n podemos ver a cidade de Caiapnia, uma

    cidade antiga, ela hoje bem economicamente, ento n precisamos sim, pensar em uma

    poltica de desenvolvimento, numa poltica de, de melhoria da nossa cidade, ns no podemos

    deixar Ipor no pode parar, Ipor precisa acompanhar o crescimento estadual, o crescimento

    , do, do pas.

    2- De que forma isso poderia estar acontecendo na nossa realidade vereador?

    preciso mostrar o potencial, primeiramente voc precisa detectar qual o potencial da

    cidade de Ipor, o que, que ns podemos mostrar l fora? O que, que ns podemos vender l

    fora? Uma imagem de que? De uma cidade turstica? Uma cidade que tem matria prima?

    Ento primeiramente ns temos que detectar, qual o potencial, qual o diferencial de Ipor?

    , isso, ento ns diante de dessas pesquisas, diante desses estudos ns iremos aonde? Ns

    iremos aonde estiver essa empresa, essa empresa que queira vir para Ipor, eu costumo dizer o

    seguinte, que hoje ns temos, que somos uma cidade plo, ento ns temos aqui a cidade de

    Ipor, com 30 e alguns poucos mil habitantes, ns temos a cidade de Israelndia com mais

    uma poro, a cidade de Amorinpoles, a cidade de Areanpolis, a cidade de Diorama,

    Montes Claros, Jaupaci, ento voc pega todas essas cidades e soma, com todo o potencial

    econmico, quantos mil habitantes que d, ento voc pode oferecer l fora de Ipor e regio,

  • 44

    que tem um potencial , consumidor, ns somos consumidores, ento voc pode dizer l

    fora que ns temos aqui 100.000 habitantes nesta regio, ento so 100.000 consumidores

    desde o sapato ate o pente, desde a pasta de dente ate o sabonete, ento ns somos uma

    publico consumidor, ns j podemos vender essa imagem, vender esse projeto de publico

    consumidor, ento um diferencial, qual o outro ponto fundamental que ns detectamos?

    a mo-de-obra barata, hoje se voc disser assim, eu preciso de 10.000, de 10.000 pessoas

    ganhando 1 salrio mnimo, voc consegue na cidade de Ipor e na regio, ento esses 2, e e

    tem um item muito favorvel que a geografia, hoje a cidade de Ipor, a regio bem

    geograficamente localizada j um fator muito importante e que nos devemos levar em

    considerao. Os trs tpicos os trs itens fundamentais que eu detectei foi esse, esse

    potencial consumidor, essa geografia que facilita o escoamento a produo toda e a mo de

    obra barata. Ento agora nos estamos, eu estou, eu tenho um projeto uma frente parlamentar

    de desenvolvimento regional ele poderia chamar outro nome mas porque eu sou parlamentar

    eu disse e eu batizei de frente parlamentar de desenvolvimento regional. O que seria isto?

    Seria esse levantamento do potencial que a nossa cidade tem. E eu deixei a cargo dos meus

    amigos vereadores das cidades vizinhas fazer o mesmo, fazer este levantamento econmico da

    sai regio da sua cidade o estudo de cada cidade, cada cidade tem a sua particularidade, a

    cidade de Ipor tem vocao para que? Para educao, hoje nos temos aqui, temos aqui o IF

    goiano que foi inaugurado recentemente que o centro avanado de estudos, hoje nos temos a

    FAI que um a faculdade particular que tem timos cursos, hoje nos temos a UEG que

    oferece excelentes cursos, e outros colgios ai que que tem os cursinhos preparatrios. A

    cidade de de Amorinopols o nosso amigo l vereador vai detectar j esta fazendo um

    levantamento e nos vamos junto unir esses projeto e fazer um s, vamo unir esses esses

    esboos de projeto e fazer um s para a nossa regio, eu acho se voc hoje falar da cidade de

    Ipor, voc estar automaticamente falando da cidade de Amorinopols e queira ou no ela faz

    parte da nossa regio. Ento se voc falar da cidade de de de Arenopols voc estar falando

    automaticamente da cidade de Ipor, e assim da cidade de de Diorama, de Jaupaci, ento isso

    muito importante essa in interao cidade com cidade que ai voc vai fortalecer a regio.

    Voc Vanessa sabe bem que a nossa regio uma das regies mais pobre do estado de Gois

    com insero da regio norte e cada regio tem a sua particularidade, tem o seu diferencial e

    nos no somos diferentes, isso nos temos que ter a sabedoria de fazer este trabalho de esse

    levantamento econmico para a gente colocar em prtica nos precisamos fazer isso enquanto

    agentes polticos. Nos precisamos Vanessa pensar na nossa cidade igual eu disse a voc

    nos temos que acompanhar o crescimento econmico do estado, do Brasil s assim nos

  • 45

    iremos o que melhorar a vida de cada um de nossos moradores, e essa nossa funo e

    esse o nosso trabalho. Eu sou iporaense e eu quero ver um dia a nossa cidade bem

    evoluda, melhor trabalhada a questo da sade, a questo da da educao, a questo da

    economia, hoje por exemplo voc sai ai na segunda feira no nosso comercio pra voc

    verificar em loco, ento isso isso muito importante essa voc esta acompanhando esse

    esse trabalho e verificar em loco o que esta acontecendo em nossa cidade o nosso comercio ta

    fragilizado, voc anda no comercio de Ipor no centro quase no tem fregueses ali nas lojas

    ta ta muito reduzido, muito pouco, muitas lojas fechando, isso uma preocupao do

    vereador Devaci uma preocupao de melhorar e puncionar a economia, essa a nossa grande

    vontade, nosso desejo de ver uma cidade melhor inclusive pra voc que jovem, que tem

    um futuro brilhante pela frente, nos no podemos pensar s em nos tem que pensar nos

    jovens. Hoje voc v muito ai os jovens procurando emprego fora porque no encontra em

    Ipor, ento a preocupao do agente poltico tem que ser esta. Hoje o vereador Devaci no

    tem um projeto pessoal, hoje eu no falo em projeto pessoal eu falo em projeto coletivo pra

    toda a cidade. Ento a nossa grande vontade, o nosso grande desejo que esse projeto seja

    concludo e e que Deus quiser a de dar tudo certo e nos vamos sim um dia ter uma Ipor

    melhor para todos os iporaenses.

  • 46

    Entrevistado (a): Vereador V. J. de L.

    Dia: 25/10/10.

    1-Qual a idia de desenvolvimento econmico, que o senhor vereador V. J. de L. possui para

    a cidade de Ipor?

    Bom dia uma satisfao imensa a gente ta falando aqui sobre um projeto de

    desenvolvimento aqui para a nossa cidade de Ipor.

    Bom nos sabemos que a vocao dos nossos municpios a vocao nossa a agricultura e

    pecuria e o comercio. e nos estamos trabalhando mais na questo da agricultura uma vez

    que ns o Welder aqui da faculdade, agricultura familiar que predomina na nossa regio a

    chamada agricultura familiar ela constituda por pequenas e mdios, produtores que

    representa ai a imensa maioria dos produtores aqui do nosso municpio. s pra se ter uma

    noo nos temos aqui 1082 pequenas propriedades, ento Ipor j foi feito a a reforma, a

    chamada reforma agrria naturalmente , a chamada ai ento a agricultura familiar. Ento nos

    temos ai, ouvi falar muito em crise mundial, crise do pas, crise em nossa cidade e tal, e a

    sada ficar, no , ineficiente pra para distribuirmos ai essa questo e a sada a

    agricultura familiar de fato por que a a melhor forma de gerao de emprego, renda e

    qualidade de vida do nosso povo uma vez que nos sabemos que 70% dos produtos que

    chega as mesas dos brasileiros produzido na agricultura familiar por pequenos produtores e

    tambm esta renda da agricultura da familiar representa ai 10% do PIB, produto interno bruto

    do nosso pas. Ento muito grande isto, e uma vez que a nossa cidade, a predomina a esta

    questo do campo a agricultura familiar o que nos resta fazer justamente dar incentivo e

    motivao para estes pequenos produtores para que atravs de uma maneira tcnica

    corretamente, de um planejamento de produo, um planejamento de comercializao, ento

    que estas pessoas do campo tem melhor qualidade de vida e voltam o pessoal que vieram da

    zona rural, o xodo rural conhecido xodo rural que tivemos, que estas pessoas voltam pro

    campo, porque hoje tecnologicamente falando o campo l tambm oferece toda uma estrutura

    que nos temos aqui na cidade, a questo da informtica, no da internet tudo isso hoje

    possvel ter tambm na zona rural , ento o que resta, o que nos temos que fazer ajudar estes

    pequenos produtores a se organizarem, no , a ter esse, essa orientao tcnica para que de

    maneira correta produza , hoje realmente o pequeno produtor l, ele no ta tendo condies

    suficiente para ter uma vida boa, isso justamente por falta dessa orientao. E nos j temos

    aqui em nossa cidade, s para voc ter uma noo, ns j temos aqui em nossa cidade

    pequenos produtores atravs do credito fundirio ter uma poltica direcionada pra o homem e

  • 47

    a mulher do campo que hoje esta na cidade e no teve condies de comprar o sei pedao de

    terra nos temos ai o credito fundirio, que hoje direcionado 50.000 R$, at 50.000R$ para

    que esta pessoa que no teve condies de comprar o seu pedao de terra, ele tenha condies,

    isso alem dele tirar ate 50.000 R$ pa pra comprar, ele ainda tem 3 anos de carncia, e 24 anos

    pra pagar este pedao de terra, ento uma forma que o governo encontro pra que de

    condies pra esse trabalhador, a essa trabalhadora rural condies para ele comprar e

    produzir. E nos j temos em nossa cidade, nos j temos 8 famlias assentadas atravs de

    credito fundirio e com resultados excelentes, nos ate citamos muito aqui em nossas falas um

    casal que resultado assim que nos temos, um casal que o homem era servente de pedreiro e

    a esposa era empregada domestica. Ento hoje a, hoje eles compraram atravs do credito

    fundirio um pedao de terra, eles produzem dentro de 1 alqueire, ou seja 4.9 hectares, dentro

    desse 1 alqueire produz diversificada a, nos temos l que v o abacaxi, a banana, a mandioca,

    o porco a galinha, a melancia, eucalipto, tudo isso eles produzem l na sua pequena

    propriedade, e hoje voc conversa com eles, eles tem um resultado extraordinrio, no querem

    voltar para a cidade jamais, e s para voc ter uma noo do tanto que voc, que voc v as

    coisas de forma planejada o resultado vem, ate porque antigamente o grande produtor ele

    colocava, ele falava para o pequeno produtor que a pequena propriedade s da prejuzo, ento

    eles mostraram na pratica que totalmente ao contrario se fizer de uma forma programada,

    organizada, planejada, eles este ano inclusive a primeira prestao deles que vence , de

    1800R$ que eles pagam por ano dessa propriedade, esse ano se eles quiserem pagar tudo

    eles j tem um recurso para pagar, s pra se ter uma noo que realmente a pequena

    propriedade, agricultura familiar ela d um resultado extraordinrio desde que se faa a coisa

    certa. Ento por isso que nos temos aqui hoje em Ipor, na nossa na nossa regio o Instituto

    Federal Goiano, que vo estar formando os tcnicos da agricultura que vai ta nos ajudando

    nessa questo de, tecnicamente oferecendo at a todos os pequenos produtores pra que eles

    faam as coisas correta. E nos sabemos que que como eu j disse o principal responsvel pela

    produo ai dos alimentos que chega em nossa mesa da agricultura familiar e os principais

    produtos no , que esto ai sendo produzidos pela agricultura familiar, nos podemos falar ai

    da produo do milho, da raiz de mandioca, a da pecuria leiteira, que um carro chefe aqui

    do nosso municpio tambm nossa cidade, o gado de corte, bovinos, caprinos, olericulas,

    no , o feijo, a cana, o arroz, o suno, aves, caf, o trigo, a mamona tambm que ta

    predominando aqui alguns produtores j esto produzindo, fruticultura e hortalias, ento

    tudo isso produzido atravs da agricultura familiar, que predomina em nossa cidade. Ento

    justamente por isso que nos temos conscincia de que se ns, a trabalharmos nesse sentido

  • 48

    ajudando o pequeno produtor pra que ele faa a coisa correta, tecnicamente correta, ajudando

    ai no planejamento de produo o municpio esta colaborando no planejamento da

    comercializao, que inclusive hoje nos j temos o Centro de Comercializao que j termino

    que vai ser ali na feira coberta. Esse Centro de Comercializao no vai ser somente aqui pra

    Ipor vai ser regional, ento todos os pequenos produtores podero produzir ali seus produtos

    e trazer para ser comercializado ali no Centro de Comercializao. uma forma tambm da

    gente ta incentivando pra que esse pequeno produtor ele tenha garantido ai a sua

    comercializao. Ento isso a nos temos aqui tambm deputados que to discutindo, j

    estamos ai em uma fase bem adiantada que o projeto Tanque Cheio, como o nosso carro

    chefe do nosso municpio da nossa regio o leite, ento o Tanque Cheio j um projeto que

    esta sendo executado em Quirinpolis com um resultado muito muito bom, que tinha

    produtores l que tavam produzindo 25 litros, 30 litros, 70 litros de leite, e hoje dentro da

    tcnica corretamente aplicada tem produtores l que tem menos de 1 alqueire 4 hectares e ta

    produzindo 350 litros de leite, ento possvel possvel que no adianta a gente ter iluso de

    trazer grandes industrias pra Ipor, pra fazer isso aquilo, no vamo conseguir, ento o que

    temos primeiro incentivar e motivar o que nos temos aqui a nossa vocao, ai sim quando

    estivermos de forma organizada, esta dando resultado atravs da agricultura familiar

    certamente algumas empresas sero atradas devido a esta questo da do desenvolvimento.

    Mas esse discurso de trazer industria sem uma estrutura totalmente demaggico, ento nos

    temos que atrai atravs de nossos produtos, atravs de nossa estrutura e pra isso nos temos

    que primeiro valorizar o que temos ento isso que nos acreditamos e estamos trabalhando

    para que realmente teja ento trazer este produto pro projeto do Tanque Cheio aqui pra Ipor e

    tambm atravs do incentivo do da motivao para que os agricultores familiares eles

    realmente a tenham essa disposio, essa auto estima pa que acredite acredite nele mesmo e

    comece a produzir e o municpio de a sustentao ai na comercializao na ajuda desse

    planejamento, ai sim nos vamos alavancar e o nosso municpio com certeza ira ter outro rumo

    na questo econmica do nosso municpio.

    2-Alm disso dessa ajuda de infra-estrutura igual o senhor citou da feira coberta o municpio

    tambm poderia dispor, ta j ajudando esse pequeno agricultor com alguma verba?

    Com certeza, nos temos aqui a tambm atravs do Governo Federal o PRONAF, que o

    programa nacional de incentivo a agricultura familiar que um credito que disponvel para

    essa para essa, disponvel para essa essa esses pequenos agricultores. Eu acredito que o

    municpio, talvez o pequeno produtor ele nem ta precisando de dinheiro, as vezes ele nem ta

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    precisando de recursos, mas apenas de orientao, apenas de planejamento, e da uma estrutura

    pra que ele tenha a garantido aqui a sua comercializao de seus produtos. Eu acredito nisso

    eu acho que, quando voc, nos fizemos reunies em todas as comunidades rurais, a das

    associaes, nos temos aqui no Ipor 8 associaes de pequenos produtores rurais, ento

    quando voc faz uma reunio que voc ouve aquelas pessoas eles no esto clamando tanto

    pelo recurso, mais sim de uma forma de o municpio ta dando incentivo a na questo da

    comercializao de seus produtos, ento da orientao tcnica, a questo tambm de insumos

    n, pra que o municpio ajude ai na questo dos insumos, no melhoramento de pastagens,

    ento dessa forma que o municpio esta s de tar buscando o calcrio, um exemplo, s de

    tar buscando o calcrio, calcariando ali a sua terra ajudando nisso j um grande incentivo.

    Esto eu acredito sabe que no precisa tanto do municpio se preocupar que ter de

    investimento ento, de pegar dinheiro do municpio e investir l, mas mais na questo da

    orientao tcnica, de incentivo e ta dando suporte e ta dando meios de transporte ai pro

    calcrio, na questo de de projetos para que esse pequeno produtor tenha acesso mais fcil

    a questo de credito, porque dinheiro tem demais, s pra voc ter noo em 2009 foi aplicado

    15.000.000R$ no nosso estado, no estado de Gois s pra agricultura familiar. Esse esse ano

    de 2010 ta disponvel 16.000.000R$ pa agricultura familiar , e no so aplicados, no so

    aplicados total sobra dinheiro justamente porque falta essa orientao, ento eu acredito que

    o municpio ele poder ta fazendo muito no sentido de ta conscientizando, ta orientando a

    questo dos pequenos produtores. Ento dinheiro tem demais pra ser investido atravs do

    PRONAF que um dinheiro barato, um dinheiro barato que direcionado especialmente para

    a agricultura familiar.