a evolução das pesquisas acerca do processo de construção...

A evolução das pesquisas acerca do processo de construção da leitura e da escrita

Material elaborado pela Profª Drª Doris Pires Vargas Bolzan e Profª DrªAna Carla Hollweg Powaczuk

Práticas no ensino fundamental – Anos

iniciais

Centralidade dos processos educativos escolarizados

Ritual de iniciação

Ler e escrever

O ler e o escrever Processo de construção no tempo e no espaço

As práticas escolares tradicionais de ensino da leitura e da escrita

Ênfase nos métodos

Sintéticos: explora unidades menores

que a palavra, indo das partes para o todo

► Silábicos ► Fônico ► soletração

Analíticos: explora unidades maiores ou

iguais – palavra – vai do todo para as partes

► Método da palavração ► Método de sentenciação ► Método Global de Contos

Metodização do ensino da leitura e da escrita


Um dos mais antigos sistemas de alfabetização, o método alfabético, também conhecido como soletração, tem como princípio de que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas combinações silábicas e, em seguida, as palavras. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias.

Por este processo, a criança vai soletrando as letras e depois as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa.

Sintéticos -Soletração


Consiste no aprendizado através da associação entre fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. O método é baseado no ensino do alfaneto - as relações entre sons e letras assumem a centralidade do processo.

O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais. Depois são ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro, forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiro as sílabas mais simples e depois as mais complexas.

Sintéticos -Fonéticos


Ensino das famílias silábicas. Usualmente as cartilhas

são organizadas em ordem de complexidade.

Sílabas simples: la, ba, ta, ma...

Sílabas complexas: lha, pra, cha, qua, pra...

Silabação


Este método parte de palavras que caracterizam

universos temáticos

Nomes de animais, objetos pessoais, nomes de plantas

Em geral usa-se figuras ou desenhos que servem de suporte para a escrita.

Analítico - Palavraçao


No método de sentenciação, a unidade é a sentença/

frase que, depois de reconhecida globalmente e compreendida, será decomposta em palavras e, finalmente, em sílabas.

Também há a comparação de palavras e sua decomposição, ex:

CASACO – CO= CASA

CASACO – CA = SACO

CASACO – SA= CACO

Analítico - Sentenciação


Textos simples são lidos e explorados oralmente com

a finalidade de que os estudantes o memorizem

Após as frases são exploradas em separado e por fim, as palavras que compõem tal frase são exploradas

Em uma versão moderna os textos coletivos ganham destaque.

Método global de contos e historietas


Os diferentes métodos são frequentemente explorados por meio do uso de cartilhas. As cartilhas por sua vez:

Enfatizam a apresentação “ordenada” de letras;

Exploram as famílias silábicas (simplificar para conhecer );

A cópia é repetida em detrimento da criação e da elaboração ;

Os textos são artificialmente produzidos;

A criança realiza exercícios de repetição com a finalidade de fixar os conhecimentos das palavras (rotinização)


A simplificação para conhecer – fragmentar

O treino e repetição - garantia da aprendizagem

O controle da grafia em detrimento do valor contextual- contato com textos artificialmente construídos

A leitura é mecânica precede a leitura compreensiva

Há ênfase nos aspectos figurativos

A escrita e a leitura são entendidos como processo de decodificação e decifração

O sucesso na aprendizagem relacionada aos pré –requisitos

Nesse sentido os métodos tradicionais tem

como premissa básica:


O processo de superação da práticas tradicionais de ensino


A PARTIR DOS ANOS 80

Passam a ser questionados os modelos de padronização e uniformização do ensino da língua escrita:

Alfabetização e sua dimensão política e de transformação.

Caminhos do sujeito aprendiz como se aprende - a criança e seus modos de aprender;

Escrita – objeto social - experiências socioculturais

Desmetodização dos métodos tradicionais

FERREIRO E TEBEROSKY (1986), WEISZ(2000)

VYGOTSKI ,2005, 2007; LURIA 1994

FREIRE, 1982, 2009, 1990

KATO, 1986; KLEIMAM, 1995; SOARES, 1998


- A leitura do mundo precede a leitura da palavra - Alfabetizar não pode se restringir aos processos de codificação e decodificação. - o objetivo da alfabetização é promover a conscientização acerca dos problemas cotidianos, a compreensão do mundo e o conhecimento da realidade social - Alfabetização – processo de emancipação-autoria da palavra - Temas geradores – temas significativos para a vida do aluno.

PAULO FREIRE


- Teoria sóciohistórica – a criança é constituída a partir de contexto cultural - Zona de desenvolvimento proximal – ZDP (real e potencial) - Signos e significados - Brincar – atividade principal que governa o desenvolvimento na infância. - Apropriação e expressão de sua compreensão do mundo - Desenvolvimento da capacidade de representação.

VYGOTSKI


-A aprendizagem da leitura e da escrita inicia-se muito antes do que a escola imagina -O estudante é um sujeito ativo no processo de construção da leitura e escrita -As crianças elaboram hipóteses relacionadas à leitura e escrita

EMÍLIA FERREIRO E ANA TEBEROSKY


É fundamental considerar a dimensão social da escrita, seu caráter situado, e suas condições de uso.

KLEIMAM


- Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento. -A alfabetização desenvolve- se no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita

MAGDA SOARES


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