58º caderno cultural de coaraci

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Revista Cultural Regional (Coaraci-BA.)...

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  • 7/17/2019 58 Caderno Cultural de Coaraci

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    Coaraci Bahia, outubro de 2015

    600 exemplares distribudos gratuitamente desde sua fundao em 2010.34.800 exemplares publicados em 4 anos e dez meses.

    Visite nosso site: www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Rua J.J.SEABRA 1967 Foto Biblioteca IBGE

    Caderno Cultural

    NO MUNDO EM QUE VIVEMOS, O MAIOR CANALHA MAISACALENTADO. COMO PROVA DO QUE EU DIGO,

    VEJAM OS NOSSOS GOVERNANTES.PENSAMENTOS E MEMRIAS DE JOAQUIM MOREIRA -1977

    F1

    F2

    F3F4

    F5

    F6

    Trecho da rua J.J. Seabra notando-se, a esquerda, (F1) o Banco da Bahia e, a direita, na segunda esquina, (F2) o Banco Eco-nmico seguido do (F3) prdio da Cmara Municipal de Vereadores. (F4) Palacete de Gildarte Galvo, (F5) Palacete de Rai-

    mundo Kruchewsky, (F6) casa de Joo de Deus fabricante da Cachaa ndia, famosa nacionalmente. Coaraci,1967.

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    E X P E D I E N T E

    CARTA CASTRO ALVESDe Jailda Galvo Aires

    Rio, 07 de setembro de 2015.

    Castro Alves, meu conterrneo, nas-cestes no ano de 1847 e esta que te

    escreve, nasceu um sculo depois.Hoje, Sete de Setembro, dia em quese festeja a Independncia do Brasil,aproveito para te agradecer pelo muitoque lutastes pela Abolio da Escrava-tura e pela Independncia de nossaPtria. Sempre fui f ardorosa do ini-mitvel poeta e sempre lamentei a tuapartida to breve 24 anos. No al-canastes a Abolio e muito menos oBrasil liberto de Portugal. Estamos em2015, quase um sculo e meio da tuapartida. Queria te dizer que as tuaslutas no foram em vo e todos os

    teus anseios por liberdade foram realizados. Em parte sim, aescravido foi extinta no como sonhastes-e o Brasil tornou-se independente. Lamento meu poeta ter que contar que tudo

    continua como antes ou pior ainda. O Brasil caiu num mar decorrupo e todo o povo escravo da prpria Ptria.Lembra-te do nosso heri Tiradentes, que ao lado de vrios inte-grantes a aristocracia mineira, criou um movimento de indepen-dncia porque o povo no aguentava mais enviar para Portugal1/5 de todo minrio extrado dos nossos solos?Hoje, Castro, pagamos muito mais aos cofres pblicos. Todoimposto j vem embutido nos alimentos, remdios, vesturios eem todos os elementos bsicos. Muitas indstrias esto se fe-chando, o comrcio falido, os salrios baixssimos, e, novos im-postos esto sendo criados para que o povo pague a roubalheirae desvios dos nossos polticos. No temos escolas, hospitais,moradias e h muitos sem terra. O nordeste continua seco, semvida e sem gua. Nossas crianas esto marginalizadas e refmdo trfico. Grande parte da populao reside nas ruas. Em Sal-vador, muitos se abrigam do frio aos ps da tua esttua. A Pe-trobrs, orgulho da Nao, que tinha como slogan O Petrleo nosso foi roubada, sucateada. Nem sei aquem pertence. Chego concluso que somos escravos de ns mesmos do nossoprprio Pas. Camos no olho de um imenso furaco sem sabercomo se defender... Nossa bandeira continua como profetizas-tes:

    Existe um povo que a bandeira emprestaPr'a cobrir tanta infmia e cobardia!...E deixa-a transformar-se nessa festaEm manto impuro de bacante fria!...

    ...Tu, que da liberdade aps a guerra,Foste hasteado dos heris na lana,Antes te houvessem roto na batalha,Que servires a um povo de mortalha!...Perdo, Castro Alves se te acordei do teu sono eterno. Peo aDeus que envieos Seus anjos para velar e acalentar o teu sono.

    Aqui, continuaremos declamando os teus versos, hoje, no tercei-ro milnio:

    Deus! Deus! onde ests que no respondes?Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondesEmbuado nos cus?H dois mil anos te mandei meu grito,Que embalde desde ento corre o infinito...Onde ests, Senhor Deus?...Dorme em paz, meu poeta se puderes.

    Um grande abrao e fraterno beijo.Jailda Galvo Aires.

    WHATSAPP!!!

    CADERNO CULTURAL DE COARACI!!

    Em abril de 2014 criamos um Grupo noZap, que denominamos de Caderno Cultu-ral de Coaraci, nossa intenso era compar-tilhar Educao, Cultura, Artes, Msica eImagens que fizeram parte da histria deCoaraci.

    Na poca alguns convidados adicionadospor ns, desligaram-se, e no conseguimosalcanar os nossos objetivos, ento resolviexcluir o grupo em junho de 2014.

    Por no conhecer as regras do Whatsappna poca, no sabia que se exclusse o gru-po, este continuaria sob a administrao deoutro participante. Estava certo que haviaexcludo, at que fui alertado de sua exis-tncia e sobre os comentrios publicados l,e que no combinavam em nada com o per-fil de nossa revista.

    Aps constatarmos que o grupo aindaexistia e sob a administrao de outra pes-soa, entramos em contato com ela, explica-mos a situao e pedimos para nos adicio-nar. Da, seguimos com o objetivo de apa-gar o grupo e os passos corretos foram con-seguidos com o aplicativo: 1. Excluir todosos participantes; 2. Excluir a mim mesmo;3. Apagar definitivamente o grupo, que foicriado por ns em 15 de abril de 2014.

    No sei se ainda existe, com o nomeCaderno Cultural de Coaraci, mas se por-ventura for positivo, no somos respons-veis pelas opinies publicadas l, desde

    junho de 2014.O Caderno Cultural de Coaraci sempre

    esteve focado no resgate da Histria deCoaraci, e de sua Cultura e pretendemoscontinuar assim...

    PauloSNSantana

    WHATS

    APP!

    CADERN

    O

    CULTUR

    AL?

    COARACI

    Diretor: PauloSNSantana, Endereo: Rua Jos Evangelista de Farias, n16, 1 andar, Centro, Coaraci-Ba.Fones: (73) 8121-8056 -(73) 3241-2405.

    Correo textual, redao e diagramao, imagens e artes: PauloSNSantanaInternet: O site: www.informativocultural.wix.com/coaraci -E-mail: [email protected].

    www.informativocultural.wix.com/revistacoaraci Impresso Grfica Mais.

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    Dana de Salo

    O grupo de Dana de Salo, dirigidopelo professor David Guimares Oliveira,so duas turmas de vinte e cinco alunos(as) cada, nos dias de segundas e quintasfeiras, no Salo da Creche da Igreja Ma-triz.

    As aulas so realizadas em dois hor-rios: primeira turma das 19 s 20 horas esegunda turma das 20 s 21 horas. Asturmas so compostas por alunos e alu-nas at a terceira idade.

    O professor David trabalha o corpo fsicoe mental, atravs da dana de salo comritmos diversos, entre eles o forr, o bole-ro, e um pouquinho das msicas dos anossessenta e dos anos setenta. O projetocomeou a ser executado a partir de Abrilde 2015, e j existe uma turma no munic-pio vizinho, Almadina, todas as sextas-feiras noite das 19 s 21 horas.

    Quem quiser fazer parte do grupo bastacomparecer e fazer a aula inaugural, segostar continua. Geralmente quem faz aprimeira aula, gosta, e permanece nogrupo. rica a coordenadora, elaquem faz as inscries e controla a fre-quncia e d suporte ao professor David eaos alunos (as).

    A ESCOLA SAGRADA FAMLIA, INOVA MAIS UMA VEZ EM SEUS PROJETOS PEDAGGICOS E SEINSPIRA NO SERIADO INVESTIGATIVO CSI PARA A REALIZAO DE AULAS DE QUMICA.

    Inspirado na srie CSI e contando com o total apoio da diretora, Maria Anglica da Cruz Cerqueira, a professora de Qumica,

    Caroline Santos Santana desenvolveu este projeto visando contextualizar a qumica presente nas mais diversas aplicaesforenses com o contedo programtico visto em sala de aula. Este projeto ainda est em andamento, e tem como principalintuito despertar nos alunos do 3 ano do Ensino Mdio, o esprito investigativo pautado em abordagens qumicas. Com finsdidticos, foram utilizados recursos de multimdia para montar a cena do crime e toda ambientao da sala de aula fez-senecessria para climatizar o ambiente investigativo. Este projeto vem possibilitando aos estudantes a experincia devivenciarem as aplicaes da qumica na percia criminal, para reconhecerem a sua suma importncia na resoluo de casospoliciais e na vida. Foto e autora do texto da matria de CarolineSSantana.

    Projetos

    eProfessores

    Estudantes

    eProfessores

    Estudantes

    CULTURA,EDUCA

    OEARTEUMA

    MISTURAQUED

    CERTO!

    QUMICA

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    Foto histrica

    Velhos novos tempos

    De: Pedro Rui BarbosaEm: 26/08/2025

    Eu morava na cavernaAndava para caar

    Caminhava mundo aforaLigeiro sem atrasar

    Pra ter comida na casaRapidez no calcanhar

    Depois que veio o cavaloAndar ficou devagarComeou a correria

    Menos tempo pra pensarMas, mesmo assim a paisagem

    Dava para apreciar

    Inventaram o automvelConforto pra viajarA que ficou corrido

    Com Deus fui me apegarCorrendo pra todo cantoSem tempo pra respirar

    Depois veio o avioCom asas para voar

    A que foi desgraceira

    Corre aqui, chega acolNem paisagem, nem descansoDe sossego nem pensar

    Sem falar na tal da escritaQue chegou para apagarO meu sinal de fumaa

    Que do morro a fumegarMeus recadinhos de amor

    Pro meu bem mais me amar

    A veio o tal do rdioTeleviso sem igual

    Trazendo suas novelasLutas do bem contra o malCom imagens mundo afora

    Num frenesi infernal

    Pensou que a correriaTinha acabado, afinal?Que nada. E a internet?

    Que para o bem ou pro malInvadiu a minha vidaNum desatino total.

    O mundo t muito doidoNum corre-corre danado

    Quando pensei que acabouChega o zap, encarnadoNum bicho que do bem

    Mas, que lhe deixa ocupado

    Grudado na sua telinhaNum toc-toc, travadoFalando da vida alheia

    Quem bom, vira safadoMui traindo maridoAnjo que vira tarado

    No meio surge o osis

    Da prece e da gratidoFilhos de Deus desejando

    Numa bela oraoO bem para todo mundoNum belo gesto cristo

    Muitas piadas sem graaDesejos e confisso

    Num gesto prenhe de verdadeAlgum estendendo a moOutro s na sacanagemFingindo ser bom irmo

    Esse zap danadoPalavra solta que voaUm comentrio safado

    Largado no mundo toaEstragando uma vidaSempre vivida na boa

    Por isso digo amigosViva muito o novo tempo

    Mas, cuidado com a palavra

    Sempre permanea atentoPra voc no se ferrar

    Com palavra solta ao vento.

    Encontre no zap-zapUm companheiro amigoDiga sempre coisas boasPara no correr perigo

    Capriche, encontre um lugarComo se fosse um abrigo.

    Para no me descuidarUso bem minha cincia

    No uso do zap-zap

    Tenho muita pacincia

    Assim no me comprometoTambm, no pego doena.

    Tipo de material:fotografia davista parcial de

    Coaraci, BAFotografo:

    [s. n.]Ano:1957

    Srie:Acervo dos

    municpios brasileirosAssuntos:

    Bahia; Cidades e vilas;Coaraci (BA);

    Habitaes;Vistas panormicas.

    Fonte: IBGE

    Vista parcial de Coaraci 1957 Foto: Bilioteca.IBGE.GOV.Ba.

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    Vista parcial da cidade.Coaraci-Ba. Ano: 1957 Fts.IBGE.BA.GOV.

    Pirmide Etria

    Em 2010 havia em Coaraci, seis homens e oito mulheres com mais de 100 anos. 12 homens e 14 mulheres com 95 a 99anos. 37 homens e 29 mulheres com 90 a 94 anos. 58 homens e 65 mulheres com 85 a 89 anos... 782 bebs do sexo mas-culino e 758 do sexo feminino. 959 meninos e 887 meninas de 5 a 9 anos... 1012 adolescentes do sexo masculino e 1010do sexo feminino...

    Senso 1996 a 2010

    A poluo de Coaraci em 1996 era de 12.975 homens e 12.988 mulheres; Em 2010 era de 19.130 (91,3%) urbana e 1.834(8.7%) rural.

    IMAGEM HISTRICA DE COARACI

    Terreno onde foiconstruda a atual

    Agencia do Banco doBrasil de Coaraci.

    Foi aougue,bodega e hojebar de Moiss

    Sala de cinema da poca.

    Rua Jaime de Campos Ribeiro

    Atual Clarindo Teixeira

    PREFEITURA MUNICIPAL DE COARACIBA. ANO: 1957 PRAA JAIRO DE ARAJO GOESFEIRA LIVRE

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    A relao entre Ilhuse Coaraci...

    Um breve histrico...

    Fonte./Foto -Biblioteca IBGE

    A regio era primitivamente habitadapelos ndios tupiniquins. O municpiooriginou-se da capitania doada em1534, por Dom Joo III, Rei de Portu-gal, a Jorge de Figueiredo Correia que,residindo em Lisboa, mandou seu lugar-tenente, o espanhol Francisco Romero,tomar posse e administrar a referidacapitania.Em 1535, Romero aportou na atual ilhade Tinhar, junto ao morro por ele de-nominado So Paulo e lanou os funda-mentos de uma vila. Em busca de me-lhores condies, velejou rumo ao sulaportando na foz do rio, atualmentedesignado Cachoeira. No cimo do mon-te, mais tarde chamado Morro de SoSebastio, fundou a vila de So Jorge.Construram-se paliadas para defesacontra os navios e, no centro da vila,edificou-se a capela de So Jorge. Esta-belecia-se a sede da Capitania deIlhus.Superados os obstculos iniciais, sobre-tudo os criados pela reao dos selva-gens, construram-se engenhos de a-car e fixaram-se famlias procedentes dacoroa e de outras capitanias. Em 1556,foi criada a freguesia de So Jorge dosIlhus, pelo Bispo Primaz do Brasil,Dom Pero Fernandes Sardinha. Nas lu-tas pela independncia Nacional, Ilhus

    tornou-se ponto de suprimento de gne-ros alimentcios e munies destinadosaos campos de batalhas. A introduoda cultura do cacau na sua economia,por volta de 1825, impulsionou o desen-volvimento do municpio. O topnimo devido existncia de Ilhotas no litoral,prximas costa.

    Gentlico: ilheenseFormao Administrativa

    Elevada categoria de vila com a deno-minao de Ilhus, em 1535. Distritocriado com a denominao de Ilhus,em 1556 e por lei estadual n 905, de06-11- 1912. Elevada condio de

    cidade e sede do municpio com a deno-minao de Ilhus, pela lei provincial n2187 de 28-06-1881. Instalada em 14-08-1881. Em diviso administrativareferente ao ano de 1911, o municpio

    constitudo do distrito sede. Nos qua-dros de apurao do RecenseamentoGeral I-IX-1920, o municpio constitu-do de dois distritos: Ilhus e Banco do

    Pedro. Pelo decreto estadual n 8678,de 13-10-1933, foram criados os se-guintes distritos: gua Preta, Aritagu,Banco Central, Cachoeira de Itabuna,Castelo Novo, Limoeiro, Itacar, Itapi-tanga, Jap, Olivena, Pimenteira, Pi-rangi, Pontal, Rio do Brao e UnioQueimada. Todos anexados ao munic-pio de Ilhus. Em diviso administrativareferente ao ano de 1933, o municpio constitudo de 16 distritos: Ilhus, guaPreta, Aritagu, Banco Central, Cachoei-ra de Itabuna, Castelo Novo, Itacar,Itapitanga, Japu, Limoeiro, Olivena,Pimenteira, Pirangi, Pontal, Rio do Braoe Unio Queimada. No figurando odistrito de Banco do Pedro.Assim permanecendo em divises terri-toriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. Pelo decreto-lei estadual n11089, de 30-11-1938, o distrito deCachoeira de Itabuna passou a denomi-nar-se Primavera, Limoeiro a chamar-seMorro Redondo e Itacar tomou o nomede Guarac. No quadro fixado para vigo-rar no perodo de 1939-1943, o munic-pio constitudo de 16 distritos: Ilhus,gua Preta, Aritagu, Banco Central,Castelo Novo, Guaraci (ex-Itacar),Itapitanga, Japu, Morro Redondo (ex-Limoeiro), Olivena, Pimenteira, Pirangi,Pontal, Primavera (ex-Cachoeira de Ita-buna), Rio do Brao e Unio Queimada.Pelo decreto-lei estadual n 141, de 31-12-1943, confirmado pelo decreto-lei

    estadual n 12978, de 01-06-1944,alguns distritos acima sofreram as se-guintes modificaes: gua Preta pas-sou a denominar-se Uruuca; Primaveramudou para Banco da Vitria; MorroRedondo tomou o nome de Barro Preto;Pirangi passou a chamar-se Itajupe;Pontal foi modificado para Pontal dosIlhus e Guarac a passou a ter o nomede Coaraci. Em diviso territorial datadade 1-VII-1950, o municpio constitudode 16 distritos: Ilhus, Aritagu, BancoCentral, Banco da Vitria ex-Primavera,Barro Preto (ex-Morro Redondo), Caste-lo Novo, Coaraci (ex-Guaraci), Itajupe(ex-Pirangi), Itapitanga, Japu, Olivena,Pimenteira, Pontal de Ilhus (ex-

    Pontal), Rio do Brao, Unio Queimadae Urucua (ex-gua Preta).Pela lei estadual n 507, de 12-12-1952, desmembra do municpio deIlhus os distritos de Itajupe e Barro

    Preto, para formar o novo municpio deItajupe. Pela lei estadual n 515, de 12-12-1952, desmembra do municpio deIlhus o distrito de Coaraci. Elevado categoria de municpio. Pela lei estadualn 516, de 12-12-1952, desmembra domunicpio de Ilhus o distrito de Uruu-ca. Elevado categoria de municpio.Pela lei estadual n 628, de 30-12-1953, criado o distrito de Coutos (ex-

    povoado) com terras desmembradas dodistrito de Pontal e anexado ao munic-pio de Ilhus. Sob a mesma lei criadoo distrito de Inema (ex-povoado), comterras desmembradas do distrito dePimenteiras e anexado ao municpio deIlhus, sendo extinto o distrito de Pontaldos Ilhus e seu territrio anexado aodistrito sede do municpio de Ilhus eainda o distrito de Bandeira do Almada(ex-Unio Queimada) foi transferido domunicpio de Ilhus para o de Itajupe.Em diviso territorial datada de I-VII-1960, o municpio constitudo de 12distritos: Ilhus, Aritagu, Banco Cen-tral, Banco da Vitria, Castelo Novo,Coutos, Inema, Itapitanga, Japu, Oli-

    vena, Pimenteira e Rio do Brao.

    Pela lei estadual n 1359, de 21-12-1960, desmembra do municpio deIlhus o distrito de Itapitanga. Elevado categoria de municpio. Em divisoterritorial datada de 31-XII-1963, omunicpio constitudo de 11 distritos:Ilhus, Aritagu, Banco Central, Bancoda Vitria, Castelo Novo, Coutos, Ine-ma, Japu, Olivena, Pimenteira e Rio doBrao. Assim permanecendo em divisoterritorial datada de 1-I-1979. Pela leiestadual n 4050, de 14-05-1982, criado o distrito de Sambaituba (ex-povoado) e anexado ao municpio deIlhus. Em diviso territorial datada de1-VII-1983, o municpio constitudo de12 distritos: Ilhus, Aritagu, BancoCentral, Banco da Vitria, Castelo Novo,Coutos, Inema, Japu, Olivena, Pimen-teira, Rio do Brao e Sambaituba. Emdiviso territorial datada de 1-VI-1995,o municpio constitudo de 10 distri-tos: Ilhus, Aritagu, Banco Central,Castelo Novo, Coutos, Inema, Japu,Olivena, Pimenteira e Rio do Brao.Assim permanecendo em diviso territo-rial datada de 2007.

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    COARACI 1967 TRECHO DA AV.ALMERINDA DE CARVALHOSANTOS AO LADO O CAIS E O RIO ALMADA

    Dr. Eldebrando, Mdas Graas Feitosa,

    Dr. Vanderlino, D.Venncia em festa noClube Social de

    FESTA

    Dona Vanda. Dr.Eldebrando, Dr.

    Edgar e DonaVenancinha.

    AMIGOS PARA SEMPRE

    Rua 1 de JaneiroFotografia IBGE-GOV_BA.

    Em cima: Gildsio,Guilherme, Emanuel,Wellington, Jason, Dr.

    Edgar, Jos Valter eOsmar. Em baixo: Dr.Eldebrando. Adelice,

    D. Raimunda, Cleonice,Iracema, Lida e Marlene.

    Da esquerda para direita: Pedro Vieira, RaimundoBenevides, Gildarte Galvo,Eldebrando Pires,Antnio

    Gomes e Pedrito.

    Foto da Praa Getlio Vargas, em 1949/50A esquerda o CAF E BAR PRIMAVERA onde hoje se

    localiza a agncia dos correios.

    Geraldo, Yda,D. Venncinha e

    Dr. Eldebrando noCarnaval de Coaracinos idos dos anos

    CARNAVAL TURMA BOA DO SESP

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    Ponte Elvira Dantas sobre oRio AlmadaFoto IBGE

    PEROLAS DEDR. ELDEBRANDO MORAES

    PIRES

    Livro Garatujas 2008

    Ocara dizia ao outro: -eu vi voc nascer. E o

    outro: -voc me viu nascer uma droga,porque minha me no ia ficar assim,daquele jeito pra todo mundo ver, no.

    Voc me viu pequeno, isso sim.(....)Em Coaraci, em 1953, ningum

    precisava ir atrs do ladro criminoso.Sabia-se quem era e pegava-se-o (viuisso? pegava-se-o) fcil-fcil. Algumvai dizer: -detetive no faz s ir atrsdo ladro,correndo. Um dos seus muitosafazeres descobrir quem est pulandoa cerca pra dedurar esposa. EmCoaraci voc sabia de tudo (oh! Genteboa), mas eu no sei se o detetiveSchmidt Ferreira alguma vez teve umcliente, se foi alguma vez contratado,como detetive particular. Muito sabidoele exercia outra profisso prasobreviver e manter a famlia.(....)

    Eo rio Almada correndo no meio,grande rio. E caa por todo lado. Dooutro lado do Rio, os mais pobres, ostrabalhadores rurais, os empregados docomrcio, os arteses e, num destaquetodo especial, o brega, a rua dasmulheres, a conhecidssima e malfadadarua Primeiro de Janeiro. No fundomesmo, na realidade palpvel, ningumfazia diferena dos dois lados. Era umacidade s, uma comunidade ordeira eunida, sem distenso palpvel. Porexemplo: a dona do Brega morava dolado de c do Rio, e noite atravessavaa ponte para o comando das suassubordinadas; uma das mulheres da

    vida mais conhecida, vendia "Avon",durante o dia, do lado de c da ponte,tendo acesso livre e franco a todas ascasas de famlia. No fim entrou atnuma igreja pra ser crente. Era

    respeitada pelas dondocas.(....)Os padres eram acatados, os pastoreselogiados, o Babalorix, Joaquinzinho,muito querido pela populao em geral.Um povo s, dentro das afinidadespossveis do ser humano, mdicos,dentistas, advogados, professores,miscigenados e se querendo bem. (....)

    Esta os meninos no se lembram:eram pequenos na chegada de PlnioSalgado a Coaraci, trazido pelos doisintegralistas fanticos da cidade, Zezitoe Waldemar. Era um privilgio conhecerde perto o famoso e fabuloso lderpoltico, massacrado por Getlio Vargas, poca tentando reerguer-se. Zezito e

    Waldemar estavam exultantes, no secontinham de alegria, paparicando ochefe. Eles contriburam para o partido,compravam todos os livros publicadospor Plnio, faziam de tudo, militavam eapostavam. Plnio Salgado chegou.Baixinho, meio nervoso bigodinhopenteado l Hitler.A reunio foi no cinema Coaraci, lotado.O homem tinha um cartaz enormemesmo fora dos seus adeptos. Subiu aopalco e falou: - Coaraci! Coa sol eAraci Aurora, em Tupi Guarani. Todomundo parou! Ningum sabia daquilo. Ohomem era demais, era mesmo;palavra fcil, empolgado, vocabulrioextenso, dico das Capitanias

    Hereditrias, antes condenadas ecriticadas e, hoje, no conceito de Plnioe alguns historiadores, tida como umasoluo ideal encontrada pelo governode Portugal para solucionar o problemacolonial brasileiro, um pas Continental.Foi aplaudidssimo, com mritos. (....)

    VILA DE COARACI

    Em 1950 a populao da Vila de Coaraciera de 7.126 habitantes. .

    Compreendendo-se por Vila, a sededistrital, ou seja, a localidade com omesmo nome do distrito e que pertencia

    aonde estava sediada a autoridade dis-trital, excludos os distritos das sedesmunicipais.Fonte: Servio Nacional de Recencia-mento. (Biblioteca IBGE GOV BAHIA).

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    DINHEIRO E CINEMA EMCOARACI NOS ANOS 30 e 40

    As notas de um e dois cruzeiros com asestampas do Marqus de Tamandar eDuque de Caxias eram as mais comunsnas mos da turma, embora tambmfossem encontradas as de cinco, comestampa de Baro do Rio Branco e noto frequente nota de 10 cruzeiros quetrazia a foto do Getlio Vargas, devidoao alto valor que representava naquelesanos. As moedas de 100, 200, 300 e400 Reis, algumas de prata, eram asmais encontradas entre os anos 30 e apartir dos anos 40.O cinema em Coaraci tambm se cons-

    tituiu em mais um animado ponto dereunio de boa parte da populao quedemoradamente observava todos aque-les cartazes e psteres, dos mais varia-dos tamanhos e cores, mostrando a lon-ga programao a cumprir. As paredesde suas antessalas, inteiramente ocupa-das por cartazes dos grandes artistasClark Gable, Errol Flynn, Humphrey Bo-gart, Tyrone Power, Robert Taylor, Oliviade Havilland, Durango Kid, Tim Holt emuitos outros, precisavam ser protegi-dos dos admiradores mais ardentes,

    principalmente as mulheres que suspira-vam pelos seus artistas prediletos. OCine Teatro Coaraci teve ainda os nomesAna e Hage, em decorrncia de mudan-as em sua direo, estima-se que te-nha exibido cerca de 5000 filmes aolongo dos seus 25 anos de atividades.O Cine Glria comeou suas atividades

    por volta de 1949, num prdio projetadopara ser cinema, devido, sobretudo aoimenso sucesso at ento, apresentadopelo Cine Teatro Coaraci, logo caindo nasimpatia da classe mais nobre da cidade.Localizado na Rua Rui Barbosa em meioao quarteiro existente entre a atualAvenida Juracy Magalhes e Rua Sete deSetembro, sempre se destacou por sua

    excelente programao. Ostentava orequinte de ter a tela protegida por umagrande cortina que se abria eletronica-mente com o apagar das luzes, enquan-to a msica Barril de Chopp de L. Brown,

    W.A. Timm e J. Vejvada eram executa-das, prefixo musical que se mantevedurante todo o perodo de sua existn-cia.Muitos frequentadores tinham dificulda-

    des em decidir a que filme assistir!Aqueles que gozavam de certo prestgiocom porteiro, pediam licena e davamuma olhadela na plateia, agradeciam edirigiam-se ao outro cinema, repetindo a

    mesma atitude; se a dvida ainda per-manecesse a escolha ficaria por conta daplateia. Outros tantos entravam no cine-ma desconhecendo o filme a ser exibido;queriam apenas estar l dentro. As ta-belas anunciando as projees eramespalhadas logo cedo nos pontos demaior movimento da cidade, reforadospelos servios de alto falantes, alertandoao povo a no perder o filme de amor,aventura, guerra, fico cientfica, ouqualquer outra classificao. Calcula-seque o Cine Glria em seus 10 anos deatuao, tenha exibido em torno de doismil e quinhentos filmes.Frequentemente homens e mulheres

    dirigiam-se aos retratistas de Coaraci, a

    fim de serem fotografados nas mesmasposes que os artistas estavam nas revis-tas. No se deve esquecer da formaelegante como muitos frequentadores sedirigiam s salas de projeo, especial-mente aqueles provenientes da zonarural, que insistiam em manter seuschapus em suas cabeas. Deixar de verseus artistas prediletos, -nunca! a MGM- Metro Golden Mayer, a mais rica efamosa das companhias tinha como sm-bolo a cabea de um leo rugindo, masoutras famosas faziam parte da curiosi-dade dos coaracienses, como a Para-mount, a Twenty Century Fox, a UnitedArts, a Colmbia Pictures, a RKO, aUniversal, Warner Bros e outras menosimportantes, distribudas em pases de

    menor tradio. Em sua fase urea, oscinemas possuam duas sesses no per-odo vespertino, e em algumas poucasocasies, sesses matinais foram tam-bm colocadas disposio da popula-o. Durante a semana, as sesses no-turnas comeavam entre 20 e 20:30horas, mas, bem antes, j era observa-do imenso vai e vem de pessoas de to-das as idades, com destaque para osestudantes que iam formando pequenosgrupos de bate-papo, enquanto aguar-davam o incio da projeo.O que era exibido na Inglaterra, no

    Mxico, na Frana, nos Estados Unidosem Salvador, no Rio de Janeiro ou SoPaulo, era tambm exibido quase que

    simultaneamente em Coaraci. Em poucotempo surgiram os grandes conhecedo-res do assunto, frequentando as salasde projeo sete dias na semana, 30dias do ms, incluindo at algumas re-prises...

    Pensamentos e Memriasde Joaquim Moreira

    1. Sou um homem rico, muito rico, maisrico possivelmente do que aqueles quetm bens e dinheiro em espcie, atravsde indstrias ou aconchegos de gover-

    nos. Eu no tenho nada disso, porque aminha fortuna provm e foi feita na ca-ma. So 17 filhos registrados, todosvivos, parecidos, como parecidos so

    jegue e rapadura e estes foram feitossem o auxlio de adjutrio de ningum eentre estes ainda no sei qual o melhor. este o motivo da minha invejada fortu-na.

    2. Mulher de cego pintada quem encon-trar pode dar a sua cantada.

    3. A mulher pra Santa s falta o altar, ohomem pra monstro no falta nada.

    4. Uma famlia unida conserva o patri-mnio, se desunida vira um pandem-nio.

    5. Todo aquele que se confia em outrosem excesso, a decepo lhe chega emdobro por falta de confiana em si pr-prio.

    6. A maioria da humanidade sofre e co-mo sofre! Porque lhe faltar confiana em

    si prpria, odiando aqueles que tmcondies e lhes do o que comer.

    7. Ai de mim se no tivesse trs msca-ras: a primeira que me faz passar porbom; a segunda que me envergonha, ea terceira que me faz sofrer quando pro-curo ser honesto.

    8. Os amigos nunca me prejudicaram,mas me preocupam tanto...

    9. H pessoas que desejam ser boassem condies, outras com condiesso maus. Da que eu digo: a boa vonta-de s mora no corao de quem nopode.

    10. A melhor estrada aquela que nosconduz para o bem, mesmo que estanos parea ruim.

    11. Como a humanidade: O Sapateirofaz o sapato com as mos, ns acaba-mos com os ps. Ele deseja que andemuito para vender outro. O dono deuma funerria o inverso: a quem elevende um caixo sabe que no vai andardentro dele, mais quem lhe comprou,ele fica desejando que volte pra compraroutro.

    12. J ouvi falar que a guia o pssa-ro que melhor sabe voar. Tenho certezacerta e absoluta, se vier a terra no sa-

    be andar. Igualmente aos nossos gover-nantes que voam sem as condies daguia.A primeira voa com seu esforo prprioque a natureza lhe deu e sem nenhumaassombrao; os segundos voam as-sombrados por lhe faltar aquilo que anatureza deu a primeira (asas). Serque eles nos governam como guia an-dando na terra?

    13. Nem sempre podemos revidar umadesfeita na hora; mas esta fica. O dia doamanh vem a. Um homem de vergo-nha se vinga, seja ao Presidente da Re-pblica ou ao continuo dele.

    14. Garrafas vazias nas festas so des-prezadas; assim como muitos em cargosimportantes, quando os deixam...

    HISTRIA

    Autor da montagem fotogrfica, desconhecidoCINE GLRIA

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    Continuao...Livro Pensamentos eMemorias de Joaquim

    F. Moreira.

    15.Se algum dia me candida-tar a cargo eletivo e for elei-tor, no quero saber quemvotou em mim, pra no sairde porta em porta: "Olha aquio valor do seu voto", comomuitos fazem por antecipa-o." Espere em mim o seuquinho".

    16.A poltica uma coisa ter-rvel, nos trs contrariedadesamargas, nos leva ao crime eat ao suicdio, no entanto ohomem fora da poltica umhomem com a vida apagada.

    17. Nem todos os polticosquando se candidatam a car-go eletivo so iguais. Quantostm se arrependido de ter

    sido eleito?18. No cargo eletivo existetrs espcies de candidatos: o1 no quer saber quem lhedeu voto por ser a sua inten-o a melhor possvel emservir coletividade; o 2para explorar o cargo; o 3por querer se exibir sem con-dies, com tempo sobrandoa pedir de porta em porta ovoto, prometendo aquilo queno tm condies de cum-prir, pra se exibir ou aparecernas cmaras como pessoaimportante, exclusivamente

    para atrapalhar o chefe doexecutivo, pois isto o que opovo gosta, porque ningumgosta de ser governado, e aide ns se no tiver quem nosgoverne com brao forte, prano dizer de ferro, porque attu ests precisando.

    19. Certa vez quando condu-zindo a boiada, tive que atra-vessar o rio Pardo. Na passa-gem de um lado e outro exis-tem moradores que exploramcom a dupla de bois ou vacascomo guia do gado dos boia-deiros. Chegando eu, com1617 bois procurei uma vivaamiga e j acostumada a mimalugar os guias.-A viva disse: aluguei nestemomento Sr. Moreira, a umcidado desconhecido; sesoubesse que o senhor vinhaa precisar, no teria alugado,mas, pode jogar seu gado nagua que ser bem sucedido.Isto fiz. Quando dentro dabalsa notei que o dono doprimeiro gado era um caboclobaixote, forte e de fisionomiaagressiva, no tendo gostadoe com razo, por que do ou-tro lado teramos que levarmeio dia a separar o gado

    que havia se misturado. Que-rendo eu qualquer aproxima-o com aquele indivduo lheperguntei:- Meu amigo, deque terra o senhor ? Ele me

    respondeu com voz agressiva,como se fosse um promotor acondenar um desgraado: -Eu sou do rabo da minhame. Eu lhe respondi quei-ma-roupa: - terra que eutinha vontade de ir. Ele merespondeu com mais agressi-vidade: - s voc sentar nabinga de meu pai que vai

    bater l. Lhe respondi com amesma gravidade de voz: -Neste transporte j me pas-sou vontade. Balseiros eVaqueiros se enrolaram rindoe quase a balsa desce pelo rioabaixo...

    MACACOS 1930

    Foto. Net

    Caminhando na Mata.

    Adaptao dePauloSNSantana.Autor da obra de

    pesquisa e publicao:

    Enock Dias deCerqueira*

    Em 1930, macacos ainda erauma incerteza dentro do con-texto do municpio de Ilhus.Seus poucos habitantes diver-tiam-se com o que a monu-mentalidade da Mata Atlnticae as guas do rio Almada

    ofereciam. Observar o ala-po, arapuca ou lao era umarotina que se repetia mais deuma vez a cada dia, para verde perto qual o pssaro ouanimal de carreira havia sidocapturado. Na mata, a maisrica e variada fauna e floraproduzida na Terra: rvoresseculares, animais e peixes,aos milhares, era um convite caa e pesca. Os enigmasque a mata ocultava excedi-am em tudo o que a capaci-dade do homem fosse capazde imaginar, e tornavam-semaiores, medida que nelase penetrava. Admirar a fau-na, o rio, a mata representa-va um grande prazer naque-les pioneiros que aqui chega-ram, quando os sculos XIX eXX se uniam, formando uma

    grande rea na geometria dotempo. Nenhuma outra obrada natureza lhe foi superior,muito menos aquelas execu-tadas pela mo do homem.As famlias logo se acostuma-ram pureza de suas guas,ao canto sinfnico e variadode uma incontrolvel quanti-dade de pssaros, e s re-

    frescantes e prolongadas bri-sas, trazidas do alto das ser-ras coaracienses.Afastar-se do aconchegante

    convvio da roa, onde sedestacavam as frutas frescasdo pomar; as verduras dahorta; o rudo das guas emmovimento; a presena cons-tante das misteriosas maripo-sas; o acende e apaga dosvaga-lumes nas horas maisescuras da noite; do cantomadrugador do galo, rei doterreiro, que andou tirando osono de muitos pioneiros,quando sentiram o momento

    que os filhos precisavam deescola para adquirir cultura.Feriados, fins de semana,frias escolares, seriam apartir de ento, motivos maisque suficientes para trazertodos de volta ao convvio daroa. A felicidade das longasnoites quebradas pelo piar dacoruja ou do primeiro peixecontorcendo-se na ponta da-quele anzol improvisado dealfinete retorcido, ainda conti-nuava na lembrana daquelesque tinha uma fazenda, comomorada.Consumir os produtos produ-

    zidos atravs da fertilidadepura da terra, da fora dosbraos, da habilidade dasmos ou com suor do prpriocorpo, parecia aumentar osabor de qualquer fruta. Sen-tir o visgo da jaca grudandonas mos, suportar sorridenteo arder continuado das folhasde cansano queimando apele molhada, ou resistir,sem reclamar, s picadasardentes da pequenssimacaarema, incomodando porhoras a fio sob a roupa ume-decida. Entrar na roa era tero esprito preparado paratodo e qualquer imprevisto.

    Esse imprevisto poderia ser aqueda de algum galho resse-cado vindo do alto de algumaGameleira secular ou de al-gum imponente Jequitib, aolongo da caminhada. O casalde jaracuus poderia ser en-contrado logo em frente, emerecendo especial ateno;poderia estar em sono pro-fundo ou ter sido expulso deseu esconderijo pelas formi-gas-correio: dezenas demilhares delas, das minscu-las s imensas, de mandbu-las desenvolvidas, deslocando-se em todas as direes,

    mordendo e atacando sempiedade tudo que encontravaem seu caminho.O prazer tornava-se mais

    vibrante quando cada um se

    transformava num mero es-pectador dessa prolongadasinfonia de cantos, cores emovimento em cada latitudedas matas coaracienses. Sopssaros demonstrando suashabilidades naturais. Assistirde perto aos negros e relu-zentes mangangs disputan-do com os Colibris conectado

    a mesma flor, ou ento olhara distncia a luta de vida oumorte entre a vespa cavalo-do-co e aranha caranguejei-ra, cada uma evitando vene-no mortal da outra.Pisar devagar ou quem sabe,recuar se preciso, para nointerferir no trabalho do exa-me de abelhas e marimbon-dos que poderiam se enfure-cer com qualquer presenaestranha em torno do seutrabalho, ou ento no seassustar com o desagradvelcoaxo do pavoroso sapo-boi,encontrado escarrapachado

    beira da pequena lagoa, comoa jaca madura cada do altodo p...Esses eram os cami-nhos atraentes nas matas docacau...

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    Mulher uma deusaQue o Criador SupremoDeu ao homem como prmioPara ostentar,Para curtir e apreciar.Este anjo de candura,De meiguice e alma pura,De cobia irresistvel,De presena imprescindvel,De emanao e ternura.

    Quando Deus criou o homem,Deu-lhe a vida e formao,Para lhe dar distino,Tambm dotou-lhe de nomeDizendo bom que lhe chame

    Pelo nome de Ado.Dizendo tenha ateno!Tu no podes desviar,

    Nem jamais desrespeitarA ordem e a deciso.

    Mas o fascnio de EvaEra algo envolvente,No havendo ser viventeQue no pisasse essa relva,E no se embebesse nesta nvoa.Desse insigne monumento,Que deixava desatentoQualquer profeta ou vidente,No foi Ado resistente,A esse irresistvel evento.

    Assim que a Eva atual,

    Com a mesma perfeio,Leva o homem tentao,s vezes at pensa mal

    E o pecado originalPode vir a acontecer.Vindo s vezes a padecerNum descontrole imprevisto,Nem os Santos nem Jesus CristoPodero lhe socorrer.

    J vo mais de dez mil anosDa feitura da mulher,E ela no arreda o pNem jamais mudou o plano,Continua conquistandoCom seus dotes cativantes,Com gestos fascinantes.Seu glamour ningum resiste,E assim o homem persiste

    Ser seu eterno amante.

    Autor: Solon Planeta

    A EVA ETERNA

    Este o lugar ideal paradescrever seu produto ouservio de maneira rpida e

    eficiente.

    Este o lugar ideal paradescrever seu produto ouservio de maneira rpida e

    eficiente.

    MERCADO MUNICIPAL

    MAONARIA

    Ministrio da Sade: FundaoServios de Sade Pblica SESP:

    Coaraci, Ba. 1967

    Santa Casa de Misericrdia:Coaraci, Ba. 1960

    Praa JRIO DE ARAJO DE GES, vendo-se esquerda,o Mercado Municipal e, direita em primeiro plano, o pr-dio da Maonaria seguido da Agncia do Banco do Brasil.Fotografia IBGE-GOV-BA.1967.

    PRAA JRIO DE ARAJO

    PRIMEIRA AGNCIADO BANCO BRASIL

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    ATIVIDADES RURAIS 1954:FAZENDEIRO,ADMINISTRADOR,CONTRATISTA, EMPREITEIRO E

    O TROPEIRO.BIBLIOTECA IBGE.GOV.BR

    REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA.SMRIO DO NMERO DEABRIL-JUNHO DE 1954

    Na constituio do atual quadro ruraldo cacau houve uma srie de tipos hu-manos, cada um dentro de um padroespecfico de trabalho e vida.Conforme se considere este ou aquele

    perodo da histria do cacau no sul daBahia, os da febre da ocupao das ter-ras cacaueiras nas primeiras dcadasdeste sculo, o que foi a relativa estabi-lidade atual, certos tipos desempenha-ram relevante papel dos perodos iniciaise depois, com o tempo, passaram aocupar posio secundria, cedendo

    lugar aos outros.

    Deixando de lado certos aspectos de-plorveis da sua histria, que motiva-ram o aparecimento dos "jagunos", alavoura cacaueira determinou a forma-o de vrias atividades rurais, cadauma delas com seu tipo particular: ofazendeiro, o administrador, o con-tratista, empreiteiro e o tropeiro.De todos, fazendeiroera o nico que

    dispunha da terra. Mas, apesar de sersua propriedade imobiliria, nem sem-pre era o que estava em posio econ-mica privilegiada e dispondo de um nvelde vida timo ou regular. Na designaode fazendeiro preciso destacar o pe-queno e o mdio do grande fazendeiro.O pequeno proprietrio, era dono da

    terra de baixa produo, cuidava, junta-mente com sua famlia, dos misteresque a roa de cacau exigia nos perodosfora das safras. No dispunha de assala-riados permanentes para os trabalhosde rotina. A limpa e a poda do cacaueram feitas exclusivamente por ele esua famlia. A casa de moradia era po-bre, mal construda, sem conforto inter-no. A alimentao deficiente, quase todaimportada, era completada pela mandio-ca, milho e feijo, obtidos em pedaosde terra menos favorveis para o cacau.As divisas, as molstias e pragas docacau e as secas, muitas vezes obrigam-no a vender a sua "roa", que ia assimacrescer o domnio territorial do grande

    fazendeiro.Outra era a situao do mdio fazen-deiro. Quando residia na prpria fazen-da, exercia mais as funes de adminis-trador que de trabalhador de "roa".

    Vrios se dedicavam a outras atividadesestranhas vida da fazenda, entregan-do-a, por isso, direo de um gerenteou administrador. Residindo, geralmen-te, fora da fazenda, o fazendeiro mdiopossua um nvel de vida mais ligado

    sua posio social e econmica na vilaou na cidade, que propriamente ao meiorural.O proprietrio de terras de elevada pro-duo, procedia em parte, como o m-dio fazendeiro, entregando as suas pro-priedades a administradores encarrega-dos da direo da fazenda e de enviar-lhe o total das despesas e receitas anu-ais. Desfrutando de melhor situaoeconmica, os seus cuidados com a fa-zenda restringiam-se a visit-la uma vezpor ano, nunca mais do que isso. Residi-am em Ilhus, em Salvador ou no Riode Janeiro, entregando-se a ocupaesdiversas.O administrador, representante do

    proprietrio na fazenda, era o elo deligao desse com o cacau. Em vista dopouco trabalho que uma roa de cacau,no sul da Bahia, requeria, o administra-dor, visando a uma maior ascendnciasocial e econmica entre a populaorural vizinha, levantava um barraco,enchia-o de mercadorias de todas asespcies necessrias para o fornecimen-to local. Geralmente, era o nico comer-ciante, nico "bodegueiro" do lugar.Tornava-se fcil perceber a sua posiosocial e econmica no meio, quandosabia-se que chegavam a ser propriet-rios de terras.Sujeitos autoridade do administrador,ou, como s vezes ocorre, sobre a in-fluncia direta do mdio proprietrio,

    estavam, conforme a poca agrcola, ocontratista, o tropeiro e o emprei-teiro. O contratistaera o trabalhadorrural que contratava, com o responsvelpela propriedade, para plantar cacau emuma determinada rea, e se obrigava acuidar da plantao por um determinadonmero de anos. Conforme o municpio,o contrato entre as partes era oral oulavrado em cartrio. Nos municpios deIlhus, Itabuna, Itacar, Ubaitaba, Ipi-a, Jequi, predominavam os contratosescritos, enquanto no restante o contra-to simplesmente apalavrado. Tanto noprimeiro quanto no segundo caso, aspartes estipulavam seus direitos e obri-gaes. " num perodo de 12 meses a

    lavoura de cacau oferecia duas safras: o"temporo", que ai de abril a julho, e a"safra", que se iniciava em setembroestendendo-se at dezembro. Haviaainda outras denominaes referentes a

    colheita ( no sentido comum da pala-vra), como sejam: a) "Colheita": res-tringia-se mas ao perodo do meio da"safra" (no sentido regional); b)"catagem": colheita de frutos que ama-dureciam fora dos perodos do"temporo" e da "safra"; c) "bonga-bonga: acontecia no ms de janeiro,quando se dava a "catagem do resto",mais conhecido por essa designao. O

    termo gerente no tinha expresso regi-onal.O nvel de vida do contratista estava nadependncia do tipo de uso da terra,neste ou naquele municpio. Nas zonasde cultura em terreno de mata derruba-da, o contratista, durante cinco anos,dispunha de toda a terra, sobre os seuscuidados sem prejudicar o desenvolvi-mento do cacaual, para fazer a lavourade culturas temporrias, dispunha total-mente, das safras. Nessa zona, almdos emprstimos que recebiam por con-ta do pagamento, podiam auferir outrasrendas e oportunidades para melhorar asua alimentao. O mesmo no aconte-cia nos municpios de Una, Canavieiras eBelmonte. A a mata brocada para ocacau no permitia o desenvolvimentodas culturas temporrias. Se contavacom a boa vontade do fazendeiro, parater a sua disposio um pedao de terraimprestvel para lavoura do cacaueiro.Atualmente, as terras boas para o plan-

    tio do cacau esto, praticamente, culti-vadas. No tem hoje, o contratista, amesma importncia que desfrutou nopassado. A cultura do cacau, de carterpermanente, capaz de produzir, s ve-zes, at 80 anos de idade, no teveainda, em virtude da modernidade dalavoura, necessidade de restauraototal em grande parte da zona explora-do. Por isso, poucos so os contratosque tm sido feitos nestes ltimos anos.

    somente nas regies mais novas, co-mo Poes, Boa Nova, Jequi Ipia,que contratista ainda um pouco solici-tado.Outro tipo que entrou em decadncia

    foi o tropeiro. Abertura das rodovias foiafastando tropeiro dos centros urbanos,deixando o seu campo de ao restritoas roas de cacau, onde a tropa o ni-co meio de transporte das bagas decacau para os cochos de fermentao.O progresso dos transportes e comuni-

    caes e ocupao intensiva da zonacacaueira foram os fatores decisivospara reduzir o papel do tropeiro e docontratista na economia da regio.Antes de se iniciar o ciclo rodovirio, o

    contratista era o pioneiro, que, a soldodo "coronel", embrenhava-se pelo des-conhecido, derrubava mata e plantavacacau. Nas suas pegadas, caminhandopela trilha que abrira na mata, seguia ocondutor da tropa, para levar aos cen-tros compradores, o fruto do seu traba-lho. A roa do contratista era o pontoavanado da ocupao e o tropeiro o eloque o ligava civilizao. Nas pocas desafra, trabalhando ao lado do tropeiro,aparecia o empreiteiroque era auxilia-do pelos membros da sua famlia ouvalendo-se de "camaradas" assalaria-dos, encarrega-se de todos os servios,desde a colheita at a "limpa do cacau", construo dos "casqueiros", fer-mentao das bagas dos cochos, seca-gem na estufa ou na "barcaa" e o en-sacamento eram as operaes que de-monstravam a sua passagem na fazen-da (fig. 8 a 14). Fonte: Biblioteca IBGE.

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    Como o con-tratista, que

    percorre as fazendasem busca de terraspara cultivar, o em-preiteiro e seus em-pregados tambmconstituram a mode obra instvel dazona cacaueira. Apsa safra e os trabalhosde "limpa" retiravam-se para outras tare-fas nas Vilas ou nascidades da zona ca-caueira, quando nose retiravam paraoutras regies, espe-

    rando voltar no ano agrco-la seguinte. Ficavam mui-tas vezes, nessa contin-gncia, porque a fazendade cacau no exigia o con-curso de mo de obra nu-merosa. E, por isso, pou-cos eram os assalariadospermanentes.

    A ESTACA OU BALIZAMARCAVA O LUGAR ON-

    DE ERA PLANTADA ASEMENTE E PARA SOM-BREAR O P DE CACAU

    PLANTAVA-SEBANANEIRAS.

    FTS.BIBLIOTECA IBGE.Marcos Til

    COMO SURGIU O DIA DO CAIXEIRO VIAJANTE

    Foto e artigo, Facebook de Evandro Lima

    At os anos 70, era muito comum, principalmente no interior nordestino a presenadesse moo que saia pelas localidades vendendo de tudo um pouco. Era o caixeiroviajante que se utilizava dos animais para o meio de transporte e tambm para levaras mercadorias que eram entregues na hora do acerto.

    Nas pocas de safra, trabalhando ao lado do tropeiro, apare-cia o empreiteiro que era auxiliado pelos membros da sua fa-mlia ou valendo-se de "camaradas" assalariados, encarrega-

    va-se de todos os servios, desde a colheita at a "limpa docacau", construo dos "casqueiros", a fermentao das ba-gas dos cochos, a secagem na estufa ou na "barcaa" e oensacamento eram as operaes que demonstravam a suapassagem na fazenda. Fonte. Biblioteca IBGE.GOV.BA.

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    REFORMA MUNICIPAL

    UM GIGANTE AMADODe Z Leal

    L em Presidente Dutra (BA), conhecium homem bastante curioso, que eraamado e respeitado pela populao lo-cal. Alm de poltico, pai de famlia eproprietrio de uma farmcia, era con-selheiroe adorava contar histrias. Alto,mulato, calvo, bem forte! Um gigante deaproximadamente 70 anos de idade. EraAntnio Flix Machado. Quando ele que-

    ria empregar o aumentativo de qual-quer coisa, dizia, por exemplo: -A fes-ta foi muito bonita! A festa foi um abis-mo de beleza.Diariamente, aps o almoo, sentva-mos porta de sua farmcia que eraum anexo de sua residncia localizadana praa principal da cidade, em frenteao Banco do Brasil. L tomvamos um

    gostoso cafezinho,feito no coador depano e torrado noquintal, por suadedicada esposa.Ele me contou quecerta vez che-gou um pacientegritando e pedindopra morrer, pois a

    dor que sentia era insuportvel. Umabismo de dor! Na verdade era um pa-narcio no dedo anular da mo esquer-da. Parecia um limo mirim maduro.Latejava e a dor causava espantoaos presentes. Dizia o pobre homem:- Seu Antnio me livre desta dor peloamor de Deus.Ele examinou o infeliz esentenciou:-Quer selivrar logo ou com pacincia?O homem respondeu:-Logo no, quero agora! Tenha pena demim!E seu Flix perguntou:-Voc homem? Tem coragem? ma-cho?

    O pobre respondeu:- Faa o que forpreciso.Foram para oquintal, ondetinha um cepo decortar carne eseu Antonio dis-se:-Vou cortar estemal pela raiz.Pegou um ma-chado amolado,colocou o dedo

    no cepo e p! O homem puxou odedo e o machado ficou enfiado na ma-deira que deu trabalho pra tirar. Seu

    Flix ficou furioso e disse ao pobre coi-tado:-Voc um covarde! V embora daquie morra com a sua dor.O homem implorou uma segunda chan-

    ce. Ele repetiu a dose. Naturalmentecolocou uma venda nos olhos do supli-cante, e desta vez, uma nova machada-da e o dedo afetado pela doena vooul no quintal e um cachorro que passavapor perto, comeu o pedao e ainda lam-beu os beios. O curativo foi feito e ohomem foi embora sem o dedo, pormfeliz, pois a dor havia desaparecido.Vangloriava-se o Sr. Antonio de ter sido

    o autordo projeto que deu o nome acidade de Presidente Dutra. Ele ti-nha grande admirao pelos militares.Contou-me que um dia a tarde estavasentado porta de sua farmcia, o que

    fazia todos os dias, quando se aproxi-mou um homem com um capo debai-xo do brao. Capo para quemno sabe um galo capado, que ficaenorme, com a carne macia, e muitosaboroso. Nos finais de ano, o capo forte concorrente do peru.Seu Antnio disse sua mulher:-L vem um vendedor de capo, eu no

    quero nem ver.O chegante disse a seu Antnio:-Vim aqui lhe pedir um conselho.Ele disse:-Pea.Disse o matuto:-Minha mui no quer mais nada comi-go, todo dia inventa uma coisa diferen-te. Um dia dor de cabea, outro diaest indisposta, deita pra l nem iamais pra mim. O que eu fao seu Ant-nio?Ele respondeu imediatamente:-O conselho que lhe dou (ele era conse-lheiro) que voc largue esta infeliz,arrume outra mulher que possa lhe fa-zer feliz.O homem agradeceu e deu o capo depresente ao seu Flix como pagamentopelo conselho, retirando-se em seguida.Passado uns dias, l vem o homem denovo com outro capo bem mais gordodebaixo do brao, e aproximando-se deseu Flix e disse:-Seu Antnio, o senhor um homemmuito sbio. Seu conselho foi maravi-lhoso. Mandei a mulher antiga embora,botei outra no lugar que me faz muitocarinho e quando deitamos ela passaperna em riba deu e diz:-Vem c meu nego!Por isso quero que receba este outrocapo como agradecimento ao seu con-selho.Ele foi embora todo feliz da vida.

    Antnio Flix Machado uma lenda queviveu e ajudou a construir aquela cida-de. Hoje conhecida como a capitalbrasileira da pinha. Mais um grandehomem que conheci.

    Nossos agradecimentos :

    ...Dr Suzy S. Cavalcante,Maria Clia S. Cavalcante, aoEmpresrio Agostinho Pereirados Reis, ao Gerente da CAR-GILWashington Cerqueira, aoProfessor Tuca, ao Comercian-

    te Hlio Ri Coco, ao Agricul-tor Solon Planeta, nossos co-laboradores deste exemplar...

    Grupo

    Chaves

    Coaraci Ba

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    As Instituies Educacionais Municipal, Estadual e Particulares prestaram homenagens ao dia da Independn-cia, comemorando juntamente com os seus alunos durante toda a semana da Ptria. Foram realizados desfiles,torneios esportivos, palestras, hasteamentos das bandeiras de Coaraci, da Bahia e do Brasil; Os professores ealunos fizeram trabalhos e expuseram nos corredores de cada escola. As cores verde, azul, amarelo e brancocriaram um clima de respeito Ptria e renovaram as esperanas em um futuro melhor.

    15 de Outubro dia do Professor:S a Educao pode salvar o Brasil, e as Escolas com seus Professores de-dicados e qualificados tem um papel importantssimo neste processo. Nas fotos podemos ver alunos do ColgioMunicipal de Coaraci, perfilados em homenagem s bandeiras e execuo do hino nacional; O Diretor do Cen-tro Educacional de Coaraci o Professor Gilson Moreira acompanhando os seus alunos em um desfile de abertu-ra da semana da Ptria. Um policial fazendo uma palestra sobre civismo e cidadania para os alunos do CMC.

    Educao e Cultura

    15 DE OUTUBRO:

    DIA DOS MESTRES DA EDUCAO.

    PARABNS PROFESSORES!!!!

    Imagens dos alunos daEJA, do CMC com a Dire-tora Fabiana e do CEC,com o Diretor Gilson Mo-reira e a CoordenadoraPedaggica. Edileusa.

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    Praa Pio XII

    ATENO LEITORES!!!

    Confira informaes importantes sobre Coaraci, personalidades histricas, datas importantes,eventos, emancipao politica, polticos, causos engraados, prosas e contos fantsticos. Veja osltimos dados do IBGE, viaje no mapa interativo da regio, oua msicas e o hino de Coaraci,saiba qual foi a evoluo econmico-financeira do municpio nestes 62 anos, leia opinies, criticase muitas informaes sobre o Rio Almada, etc.

    s abrir e pesquisar! Para isso basta acessar o nosso site: www.informativocultural.wix.com/

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    Volume 58-n. 34.800

    Fundao: Dez de 2010PRA REFLEXO!

    A HUMANIDADE M, E TER QUE SOFRERENQUANTO ESTA GERAO NO SE ACABAR...... (LIVRO PENSAMENTOS E MEMRIAS DE JOAQUIM MOREIRA 1977)

    IMAGEM: UMA TRAVESSA DO BAIRRO BELA VISTA