60º caderno cultural de coaraci

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  • 7/23/2019 60 Caderno Cultural de Coaraci

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    EDUCAO CULTURA E ARTE

    39.000 EXEMPLARES DISTRIBUDOS GRATUITAMENTEAno da fundao: 2010 - 650 exemplares distribudos mensalmente

    C DERNO CULTUR L DE CO R CI

    Coaraci

    Edio especial de aniversrio

    60

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    QUEM SER O PRXIMO PREFEITO DE COARACI?Requisitos exigidos aos candidatos..

    O administrador ideal para o momento aquele que assegure a autnticaordem democrtica, baseada na liberdade de expresso, no respeito dignidade da pessoa humana, ele deve ser uma bandeira na luta contra acorrupo, buscando, deste modo, os meios indispensveis obra dereconstruo econmica, financeira, poltica e moral do municpio, de maneira apoder enfrentar, de modo direto e imediato, os graves e urgentes problemasque afligem a populao.Deve apresentar uma nova metodologia administrativa, sem os vciosconhecidos da administrao pblica, acabando com os super-salrios e com osfamigerados cargos de confiana ou de comisso, deve apresentar projeto deresgate da cultura, deve ser atencioso, responsvel e interessado no progressodo municpio. Precisa saber ouvir a comunidade, ser mais prximo da populaopara entender e solucionar seus problemas mais urgentes...

    Buracos!Adaptao de PauloSNSantana

    ...Senhora prefeita respeitosamentelhe peo, d um jeito de imediato,

    nas ruas centrais da cidade,recapeando o asfalto.Todos os dias quebraum carro pelas ruas,o povo anda chiando

    dizendo que a culpa sua.Estou falando em nome da sociedade

    eu sei que di a verdade,pode ser que voc no goste,

    mas ontem mesmo eu via viola em caco,

    fui desviar de um buracoe quase bati num poste.

    Senhora prefeitano d mais pra suportar.

    Pelas ruas centrais da cidadeno ex-asfalto tem buraco pra danar.Buraco aqui, buraco ali, buraco l.

    Senhora prefeita tenha d,desse jeito assim no d.

    O centro da cidade j foium carto de visita,

    mais agora ta to feio,todo mundo s critica.

    O asfalto esta todo esburacado.Quando chove os bueiros entupidos,

    uma vergonha danada.A buraqueira no asfalto corrodo

    um verdadeiro perigo,ontem quase fui pro saco.

    A qualquer horapode haver um acidente,

    pode morrer um pobre inocentepor causa dos tais buracos.

    * Msica de Muniz Teixeira

    A VOZ DA IGREJA CATLICA DE COARACI ESTA MUDA, PORQUE?As vezes sinto falta, era um servio importante, logo cedinho chamava para a missa,ou noticiava o falecimento de algum coaraciense. Na poca de Natal ouvamosmsicas natalinas, era um servio de muita utilidade para a comunidade...

    E X P E D I E N TEDiretor: Paulo Srgio Novaes SantanaEndereo: Rua Jos Evangelista de Farias, n.16, 1 andar, Centro, Coaraci-Ba.Fones:(73) 8121-8056 - (73) 3241-2405.Correo textual, redao e diagramao, imagens e artes: PauloSNSantana - Internete:

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci - Impresso Grfica Mais.E-mail:[email protected] DESTE EXEMPLAR:

    Dra. Suzy S. Cavalcante, M.Celia C. Santana, o Empresrio Agostinho Reis, o Artista Plstico Leonel R. Mattos, o Gerente daCARGIL Washington Cerqueira, Prof.Solange e Zeca Olegrio, a Funcionria Pblica Carla Meirelles, o Comerciante Hlio RoCoco, o Gerente aposentado do Banco do Brasil, Jos Cardoso Leal.

    ATENO!!!PRXIMA MISSA

    S 19 HORAS

    Noticiamos ofalecimento de...

    O Velrio esta sendo...O fretro ser s...

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    (Aristides de Oliveira de 1955 a 1958, Jairo de Arajo Ges de1959 a 1963, Gildarte Galvo Nascimento de 1963 a 1967,Gilberto Lrio de 1967 a 1971, Joaquim de Almeida Torquato de1971 a 1973, Antnio Ribeiro Santiago de 1972 a 1977,Antnio Lima de Oliveira de 1976 a 1981, Joaquim Torquato de1983 a 1988, Aldemir Cunha de Oliveira de 1989 a 1992,Joaquim Miguel G. Galvo de 1993 a 1997, Joaquim AlmeidaTorquato de 1997 a 2000, Elivaldo Henrique S. Reis de 2001 a2004, Joaquim Miguel G. Galvo de 2005 a 2008, JosefinaCastro de 2009 a 2012 e de 2003 a 2016.A cidade cresceu, desenvolveu-se, modernizou-se, abriram-se

    ruas, avenidas, praas, cinemas, escolas, postos de sade,bancos, o comercio manteve-se no firme propsito de evoluirpara melhor servir, e muita gente enriqueceu e outras tantasempobreceram...A vassoura de bruxa viajou de alm-mar e pousou nessaregio, trazendo consigo uma sentena de morte para o cacau,no se sabe se assinada por Deus ou pelo Diabo, condenandoseus produtores bancarrota. A regio foi atingidamortalmente, mas graas a abnegao, a persistncia dosprodutores na busca pela extino da praga, a regio hoje estsoerguendo-se, resistiu o que pode e conseguiu vencer emparte a praga devastadora que ainda sobrevive timidamente...Hoje mais madura, ao completar 63 anos, Coaraci umasenhora respeitvel, com um imenso corao, mas assimcomo muitas senhoras da terceira idade est sendo vitima do

    desleixo de alguns dos seus filhos: As ruas esto esburacadas,as praas precisando de ateno, o povo mais triste e semesperanas. Mas ela resiste, pois tem uma sade de ferro, umcorao forte e uma vontade extrema de manter-se viva paraacolher os seus filhos felizes e realizados com os braosabertos.Por tudo isso o Caderno Cultural de Coaraci, que tambmaniversria neste ms, parabeniza Coaraci pelo seuaniversrio de Emancipao, e queremos dizer tambm que oshomens e os nomes passam, mas ela, Coaraci, vaipermanecer uma Senhora Jovem e saudvel para sempre...

    Viva Coaraci!

    Coaraci Sessentona!PauloSNSantanaTudo comeou quando...

    Numa regio a ser desbravada, chegaram homens pioneiros,que trabalharam arduamente para preparar a terra, elessofreram com as intempries do tempo, mas como erambravos homens, domaram a terra selvagem e virgem. Elesforam chegando e se ajuntando at formar um pequenopovoado beira de um rio bravio, saudvel e de guas lmpidase transparentes, o Rio Almada. Construram casas de taipacobertas de palhas, em formao circular, e a partir dali surgiuuma pequena e movimentada pracinha e o povoadotransformou-se em vila. A mata era virgem e rica em fauna eflora e propicia ao plantio do cacau, e a noticia correu mundo,mas foi de Sergipe que vieram os primeiros desbravadores e

    de Santo Antnio de Jesus os comerciantes que com tino parabons negcios aqui se estabeleceram. O lugarzinho passou aser conhecido por Beira Rio, talvez porque as choupanas foramlevantadas as margens do rio, vibrante e saudvel. Mas haviamuitos macacos geis e curiosos circulando entre osmoradores, e o lugar passou a ser conhecido por Macacos,cresceu at transformar-se em uma Vila desenvolvida, poisseu povo trabalhava arduamente e os fazendeirosprosperavam junto ao cacau que crescia e produzia ourobranco, negociado em dinheiro vivo, proporcionando riquezaao seu povo merecedor. Talvez algum tenha visto a beleza deItacar, beira do mar, e por isso resolveu homenagearMacacos com o nome Itacar do Almada, at que orgulhososcom a Terra do Sol, resolveram cham-la de Guaraci, masento, descobriu-se que o nome Guaraci j existia em outro

    municpio, e para homenagear a terra dos ndios, de Deus e doSol, buscou-se num pequeno dicionrio uma denominao queviesse da linguagem indgena, que fosse a expresso dasmatas e das estrelas, e passaram a cham-la de Coaraci, aTerra do Sol.O tempo passou, vieram os administradores e entre eles umque ficou na histria, Peri Lima, O senhor Tat, o homem quemais construiu na Coaraci de todos os tempos, um visionrioque abriu ruas, construiu pontes e estradas.O povoadotransformou-se em uma Vila e passou a ser Distrito de Ilhus.Mas o seu crescimento, o seu desenvolvimento, e a sua maioridade j exigia sua libertao, pois j podia andar com asprprias pernas, ento os homens que representavam aregio, exigiram dos governantes a sua emancipao, forammuitas viagens, e horas de espera nas antessalas do Palcio do

    Governo, at que: Um ato simblico de emancipao deCoaraci deu-se em Salvador no dia 7 de Setembro de 1952,diante de uma delegao de coaracienses altamenterepresentativos como as Sras. Joselita Santos e AltamiraRebelo, Joo Batalha, Dr. Ricardo Librio, Sra. EdelviraQuadros, Dr. Antenor Arajo, Prof. Digenes Mascarenhas de

    Almeida, Jos Augusto e seu filho Josemar, Enoch Ramos, JooMuniz Cardoso, que com seus prprios recursosdesconheceram dificuldades para assistir ao mais importantemomento da histria deste municpio. Porm a emancipao

    politica de Coaraci s entraria em vigor no dia 12 de Dezembrode 1952, uma sexta feira, desmembrando-se de Ilhus pela Leiestadual 515, quando o municpio era administrado peloPrefeito Pedro Vilas Boas Catalo, assinada pelo entoGovernador Luiz Regis Pacheco Pereira e publicada no DirioOficial do Estado do dia 17 do mesmo ms, uma quartafeira.(Livro Coaraci ltimo Sopro). De l pra os dias atuais,muitos nomes importantes foram registrados na histria destemunicpio, foram 21 os administradores municipais

    Tempos Aqueles!!! Tony & Nande cantando lamentos doAlmada! Hoje Rafael o porta-voz convertido. Valdir Gomes eDeon batera! Coaraci, localizada no sul baiano um grandeceleiro de artistas, musicos, teatrologos, poetas, desenhistasetc. Grandes nomes da regio comearam aqui! Infelizmente a

    cultura de Coaraci se encontra numa situao lamentvel... Aexemplo da nossa filarmnica que sequer existe mais. Quantosmsicos comearam l! Agente no quer s bolsa...Precisamos tambm de arte!Jos Fernandes Rions

    Rio Almada, onde estoas tuas guas lmpidas,

    a tua correntezaindomvel?

    Onde ests que no tevejo?

    Tuas guas por pedrasrolavam,

    debaixo das pontes,qual espumasflutuantes...

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    NORA E O JARACUU

    Publicado em 11 de maro de 2014Autor Ivo B. Ramos

    NORA

    Honorato Jos dos Santos tinha o apelido de Nora. Forte, peletostada pelo sol do Brao do Norte, regio cacaueira, l estavasituada a Fazenda Pedra Pintada, onde morava. Tinha cerca detrinta e seis anos, quando aconteceu o que a seguir vou contar:

    MEL DE CACAU

    Captura de tela 2014-03-11 s 20.05.11

    Conheci Nora no incio da dcada de cinqenta quando eumorava na Fazenda So Jos (do meu av), onde nasci; l,estudava e brincava. No perodo da safra, Nora era contratadopara ajudar na colheita, quebra e transporte de cacau mole.Costumava fazer um buraco e forrar com palha de bananeira,para encher com o suculento mel de cacau que escorria da pilhade amndoas recm extradas. O cheiro, atraa alm de gente,tambm outras espcies de seres: Jupars, quatis, preguias,pssaros, cigarras, abelhas e lindas borboletas queesvoaavam nossa chegada. Quinze ou vinte litros de mel seacumulavam no vasilhame improvisado. A meninada seempanturrava e muitos passavam mal com tonteiras e doresde barriga provocadas pelo excesso de mel.

    O BZIO

    Era costume o trabalhador levar a comida pronta feijo comfarinha e carne seca assada na brasa e como sobremesa, uma

    penca de bananas. Para indicar que era chegada a hora doalmoo, era tocado o bzio na sede da Fazenda. O bzio erauma espcie de buzina feita de um longo chifre de boi, polido edecorado com argolas de prata, que ficava sempre penduradona sala de visitas. O primeiro toque, s seis da manh, osegundo s doze e o terceiro s cinco da tarde. O som eraouvido a grandes distncias e quando tocava fora de hora, erapara avisar que algum faleceu!Nora foi fazer as refeies s margens do ribeiro que descia daserra aos borbotes, fazendo um grande rudo, at chegarembaixo e formar a lagoa, que era usada para banhos. Dooutro lado, havia um grade tronco de Pau-dArco que erautilizado como apoio na lavagem de roupas. A lagoa ficavaperto de um trecho da roa, onde moravam umas trs ouquatro famlias em casas cobertas de palha de catul.

    Depois do almoo, devorou a penca de bananas e bebeu vriascanecas da gua fresca e cristalina do riacho. Satisfeito, Norase deitou nas folhas secas para uma soneca. Folgou as calas edesabotoando a braguilha, logo ferrou no sono!

    O JARACUUCaptura de tela 2014-03-11 s 20.02.33

    Atrado pelo cheiro forte do corpo adormecido, um enormeJaracuu (um metro e quarenta de comprimento), lentamenteentrou pela boca da cala e veio descansar a cabea bem emcima do umbigo do homem que roncava em pleno sono. Acobra se deliciava com a maciez e o calor daquela enormebarriga que subia e descia, no respirar ritmado e profundo deNora.

    AMARGO DESPERTAR

    Nora acordou sentindo sobre a barriga o peso da cobra que,estirada dentro da perna da cala, mantinha o rabo negro sobreas folhas secas, bem depois dos seus ps! Imvel, de olhosarregalados, observou as malhas simtricas e matizadas denegro, cinza e branco, que se mexiam no ritmo lento darespirao do rptil. O pobre homem comeou a suar e a rangeros dentes de pavor, sentindo a urina quente a lhe escapar semcontrole!Preocupado, Nora chorava. Sabia o fim que o esperava Queestaria morto a qualquer momento!Tinha que ter cuidado Muito cuidado Para no despertar aserpente fria que dormia a sono solto enquanto a lnguanegra e bifurcada no parava de entrar e sair lentamentedeixando sobre o umbigo de Nora uma gosma amarelada e

    fedorenta!Psiu! Psiu! Psiu! Insistia o homem, apavorado!A mulher arriou no cho a gamela cheia de roupas que traziaequilibrada sobre a cabea e apurando os ouvidos, procurousaber de que lado vinha aquele insistentepsiu! Aguando avista no sombrio cacaual, avistou um homem seminu, quedeitado apontava com o indicador uma coisa grossa, longa eescura, com uma enorme cabea arredondada, que lhe saa dabraguilha aberta!Indignada, a mulher reagiu: Cachorro! Filho da puta! TaradoVou te matar! E saiu, largando a trouxa e gritando a plenospulmes: Tarado! Tarado! Tarado!Ofegante, Nora suava e quanto mais ofegava, mais o seuventre subia e descia, embalando o Jaracuu que no sonoprofundo e indiferente ao desespero do pobre homem,

    roncava! Incrvel, mas roncava, sim! Sem saber o que fazere numa tremenda aflio, Nora rezava, chorava e rezava comum fervor nunca visto!

    O BANHO Uma cena digna dos pincis de Renoir!

    Captura de tela 2014-03-11 s 20.08.46De repente, surgiu na curva do caminho um grupo de oitomoas, que riam e cantavam, enquanto se despiamdespreocupadas. Brincando e fazendo chacotas umas com asoutras, atiravam os vestidos na grama e completamente nuas,com flores presas aos cabelos, faziam pose enquantodesfilavam e bailavam s margens da lagoa! Algumas subiamno tronco meio submerso de Pau-dArco e pulavam na guaem alegre algazarra!Psiu! Psiu!Achando que havia morrido e estava no Paraso, Nora tentavachamar a ateno das moas To lindas To perto Tonuas! A viso aumentava ainda mais o seu desespero!Psiu!Psiu!

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    Psiu!Todas se viraram ao mesmo tempo para a outra margem!Assustadas e em total silncio procuravam ver quem era o

    ousado que as espionava! Indignadas, viram um homemdeitado nas folhas secas, seminu, gesticulando com a moesquerda pedindo cautela, enquanto com a direita apontavacom o indicador a braguilha aberta!Umas riam pra se acabar,enquanto outras, choravam e as demais, esquecendo-se danudez, gesticulavam, xingavam diziam palavresterrveis!Algumas exclamavam admiradas:

    Que coisa enorme!Que cabeona!.Preta, grossa ecomprida!.Vocs viram? malhada!.Gente Queescndalo!.Tarado, cachorro, descarado!.Sem tempo para sevestirem, as garotas correram desorientadas: Umas rindo,outras chorando Algumas trmulas, em completo desespero,gritavam pedindo ajuda! Queriam matar o tarado!Enquanto Nora, molhado de suor, sentia que a cobra se mexia elentamente se aproximava do seu pescoo, descobrindo que ador de barriga que surgiu, causada pelo pavor, comeava afazer efeito A barriga se esvaziava com grande rapidez!!!

    A LESMA

    Captura de tela 2014-03-11 s 20.10.53

    Cor de rosa, achatada e pachorrenta Quase um quilo! Seaproximava dos ps de Arlindo, dirigindo para ele as longasantenas. De repente, a lesma sentiu um jato de urina quentesobre a cabea, recolhendo-se imediatamente para dentro dacarapaa! Arlindo auxiliar de Nora ria da maldade praticadaquando, surpreso, ouviu a algazarra das moas, s margens dalagoa. Afastando uma enorme folha de Taioba, abaixou-se paraapreciar a cena. A boca seca, o corao disparado As pernastrmulasNunca tinha visto na sua vida, oito lindas moascompletamente nuas, brincando juntas como ninfas, beira dalagoa orlada de jasmins. Uma cena que ele nunca mais

    esqueceriaNuas! Quanta beleza Quanta inocncia!!!De repente, a algazarra, os improprios e as exclamaes deadmirao Gritos, choros, palavres e risadas Correrias!Como por encanto, as moas nuas desapareceram na curva docaminho, deixando as roupas abandonadas na grama e osilncio S restando o rudo das guas do riacho e ao longe, ocanto solitrio do Juriti!A dez metros de distncia, Arlindo no sabia do drama de Nora.Assustou-se ao ouvir insistentes Psiu! Psiu! Psiu! Procuroulocalizar o chamado afastando as grandes folhas da touceira deTaiobas e estarrecido, viu o estado deplorvel do amigo Agrande cabea da perigosa serpente bem prxima da gargantado pobre homem, o deixando beira da loucura: Os olhosesbugalhados, a boca aberta procurando ar, o corpo esticado,duro, h horas na mesma posioOh! Deus, qualquer movimento Pensou Arlindo.Com a mo direita levantada, Nora pedia calma CautelaPara no acordar o bicho terrvel que, por incrvel que parea,dormia de sono solto sobre o seu ventre, com a apavorantecabea a um palmo de sua cara!!!

    O desespero aumentava o sobe e desce da grande barriga,para deleite do Jaracuu Que parecia sonharArlindo seaproximava, cuidadosamente de Nora, quando ouviu o rudo degente chegando. As moas voltavam acompanhadas de vrioshomens armados de faces, foices, chibatas, cordas e galhosde cansano. Vinham pegar o tarado!Para evitar o pior, Arlindo atravessou a lagoa para explicar atodos a situao do homem, ora confundido com um perigosotarado! Pediu que esperassem, enquanto apenas trs homenso acompanhariam, para comprovar se era verdadeira aquelahistria to absurda To louca!Com muito cuidado, para no acordar a cobra dorminhoca, oshomens se aproximaram e quase desmaiaram ao comprovarque a vtima era Nora, um conhecido de todos! Pedro, que erapai de duas das garotas, prontificou-se a salvar o compadreNora: Abaixou-se e segurando com firmeza o rabo da cobra,puxou rpida e violentamente, atirando o surpreso bicho amais de dez metros de distncia.Desmaiado pela emoo, Nora foi levado para a casa docompadre, onde ficou por trs dias se recuperando de urina

    BIOGRAFIA DE LEONEL ROCHA MATTOSNascido em 4 de Fevereiro de 1955 em Coaraci, Leonel RochaMattos um Artista Plstico renomado internacionalmente.Seu Ateli pode ser visitado no SALVADOR SHOPPING segundopiso.

    "PAPEL ABRIGO DA ARTE.

    Tradicional, moderno, contemporneo. O papel continuaseduzindo o olhar e a mo do artista. O papel suporte ematria prima do trabalho do artista na investigao einveno de novas poticas, nele repousa o croqui, o esboo, odesenho, a fotografia, as diversas tcnicas da gravura, opoema visual e at a pintura. Em plena era digital o velhosuporte a paixo de colecionadores e de espectadores queredescobriram suas possibilidades e resistncia queimpressionam a contemporaneidade. Esta exposio propostapor Leonel Mattos chama a ateno para a importncia dopapel nas artes visuais como um lugar que registra e guarda

    pensamentos que sonham a eternidade. As imagens mltiplase tcnicas diferentes, que formam a mostra, revelam aqualidade dessa matria onde se expressam. Sem o papel ahistria da arte no seria to rica e densa, povoada de tantascriaturas ou imagens que significam e dignificam a existnciahumana. Almandrade ".

    PREMIAO

    Ol Leonel, tenho a honra de informar que o ICBIEatribui a vc o Prmio Leonardo na categoria da Pintura epor ter participado e colaborado, nos 10 anos do ICBIE, avrios eventos artsticos do nosso Instituto. A

    premiao ira acontecer dia 11 de dezembro. Esperamosa sua resposta de aceitao do mesmo Prmio.Mando abraos, Pietro Gallina, Diretor Artstico do

    Instituto Culturala Brasil Itlia Europa

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    R e u n i d o s n a a l f a i a t a r i a d eSilveirinha, amigos, entre eles ZecaOlegr io , e les ce lebravam aamizade. Silveirinha foi um pioneiro,um alfaiate que costurava paragrandes nomes de Coaraci, ele muitocontribuiu para o desenvolvimento

    da sociedade coaraciense, enquantoZeca Olegrio sempre foi muitoquerido, admirado e respeitado pelocarter e retido.

    Enchente narua das Flores,nos anos 80.

    Algumas

    crianasbrincavam narua, nas guasdo rio Almada.

    No cap dapicape estasentado Ge

    Amaral e ao seulado Marcelo

    Faria, com trsanos, e o seu paiZeca Olegrio.

    A NOVA GERAODO BOLACHACONTINUA

    MANTENDO ACHAMA DO BAR

    ACESSA

    Identificamos nas fotos abaixo,alguns Bolacheiros...Foto 1 - ...Po, Marcelo Requio, Zeca Olegrio, Paulinho Caninha, Onildo,Z, Paulo Alfaiate, e ir mo de Bichara.

    Foto 2- Ivo, Paulo Caninga, o saudoso Luis Sena, Zeca Olegrio, Renato,o irmo de Bichara, Onildo, Po, Marcelo Requio.

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    Jailda Galvo

    Estou pensando na infncia em que vivi em Coaraci (Terra doSol), minha cidade querida! Recordo as salas de aulas, asprofessoras amadas e inesquecveis, o quadro negro, os mapasnas paredes e o globo sobre a mesa. Como esquecer a hora dorecreio, o uniforme colegial impecvel, as pastas ondelevvamos os livros e a merendeira pendurada ao ombro.Belos tempos! Embora geografia no fosse a minha matriapreferida, como admirava os astros, a lua prateando a terra e o

    sol dourando todo o horizonte!Amava o sol e repetia orgulhosa: " A minha estrela de quintagrandeza." No gostei quando, mais tarde, a apelidaram deEstrela An.No gostei. O nome da minha cidade Coaraci, que em tupisignifica: Me do Dia, Sol, Vero, no pode perder a majestadee beleza.No abro mo da minha infncia e continuarei crianarepetindo que o Sol a minha Estrela de Primeira Grandeza -meu COARACI. Quem desejar ler o poema dedicado ao meu Sole a minha cidade Coaraci, basta clicar na gravura abaixo.

    Com carinho,

    Jailda Galvo Aires.

    MULTIVERSO VI - MEU SOLDe repente, o infinito tornou-se finito.

    Universos paralelos eclodiram.Bilhes de novos cus surgiramParindo nebulosas e planetas

    Embalando trilhes de novas estrelasNesta odissia cientfica,Como catalog-las se no podemos cont-las

    Sendo impossvel cont-las?!

    No af de novas descobertasGuardies de incontveis galxiasPicotaram a mais brilhante estrelaO esplendor da nossa Via Lctea!

    O Sol, o Astro Rei da minha escola,O solus o nico de quinta grandezaUm milho de vezes maior que a Terra

    Diminuto ficou apenas um gro de esfera.

    Monstros caolhos bisbilhotando o cuFriamente apelidaram-no de Estrela An.Quem se lembrar de cham-lo Coaraci

    Se Tupis e Guaranis nem existiro amanh?

    Minoraram a fonte doadora de vida.O alimento vital de mltiplas espcies

    Que ilumina a Terra e clorofila as florestas,Bronzeia corpos nas praias infindas

    Devolve a chuva e gua dos mares aquece.

    Quem pediu que dissecassem o meu cuQue por ser nico era finito e profundoComeava e terminava na abbada azul

    A grande catedral do meu risonho mundo!

    Quero de volta o meu cu coroado de estrelasMinha lua branca, translcida e prateada.

    Cheia de drages e deuses esculpidosUnindo coraes em doces serenatas.

    Quero minha tela azul recheada de algodoDesenhando bichos, monstros e lindas fadasOlhos acompanhando os flocos branquinhos

    -Crianas felizes brincando nas caladas.

    Quero o reverso, o cu de minha infncia,Onde enfileiravam estrelas cadentes

    Riscando o cu como fagulhas juninas!Quero minha bola de fogo clareando a redondeza.

    A minha estrela de primeira grandeza

    Que embalava meus sonhos dourados de menina.

    Jailda 04/06/2013

    A PRATICA DE ATIVIDADES FSICASE HUMANIZAO DA PRAA PIO XII

    Numa hora quando as pessoas esto mais ligadas nainformtica, distanciando-se cada vez mais uma das outras,

    abandonando as praas pblicas, deixando a Cidade desrtica,quando muita gente nos finais de semana viaja em busca delazer e qualidade de vida, o Professor de Educao Fsica HelderSilva teve a brilhante ideia de dar aulas de Educao Fsica naPraa Po XII, bem em frente Igreja Catlica Nossa Senhorade Lourdes. Por isso parabenizamos o Professor Helder Silvapela iniciativa, humanista e cidad.

    TREINAMENTO DE VERO.

    A chegada do vero sempre estimulante para secomprometer com a sade.O Treinamento de Vero tem comoobjetivo incentivar os seus participantes a praticarematividade fsica de forma responsvel e eficaz. Esta umaexcelente oportunidade para dizer tchau ao sedentarismo.

    Segue abaixo nossa programao:

    Horrios: Segunda-feira e Quarta-feira - 17:30h. Valor: 2 xR$ 40,00 (aluno) - 2 x R$ 50,00 (no-aluno).Local: Praa daIgreja Catlica

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    Foto oferecida pela FamliaAdolfo Costa: com KatiaSardeiro, Joo Neves, MissinhoProdues e NEUZA MEIRELLES.Quinto Souza:- Reconheo algunsda esquerda para direita so elesJoo Neves, Missinho, Edson Arig.Agachados: ..., Alfeu, Almir Pira,acho que Quincas ou Bianinho, Josao popular Amigo da Ona e pode serPelado, acho que do lado direito deJoo pode ser Ozinho.Jorge Leal:-Quinto, onde voc

    fala "Josa" Hlio Fraife.Pedro Rui Barbosa:Essa veio dasb e m a n t i g a s . R e c o nhe o ,aleatoriamente, Missinho, Arig,Josa e por a fico...Roberto Bisav Pvoas: - JorgeLeal Leal, vc est certo., atrs deHlio Fraife Hlio Coelho em p, asua direita Edson Arig, Missinho,Zequinha (irmo de Joo Neves).Pirasma o 3 da esquerda para adireita( agachados).

    Ana Paula Soares: - Em p nas pontas: Melquesedek e Massa Bruta e o filho de Gentil Fiqueredo.

    De ccoras no 2 plano esquerda Wilson Gog (de Tia Val do Pestalozzi) na outra ponta com osdentes a amostra Jorge funcionrio de Alberto Aziz. Em 3 plano na frente Paulo Afonso (irmode Alda Helena e ao lado dele, Lo de D. Amanda ( o maior guitarrista produzido na regiocacaueira) tambm irmo de Nncio, Jorge Bode Rouco e Bernardo.Quinto Souza: - Em baixo Paulo Afonso e Bernado, Wilson, Jaime, parece Edgarzinho, depoisparece Zeca Olegrio, Z Orlando, Nilson, acho que no Jorge, em cima a direita Z Doca,?,Leite, ?, ?,Massa e Melquesedek.

    FOTOSHISTRI S

    A memria , a hi str ia e a Culturade Coaraci esto em comemoraoaos 5 anos do Caderno Cultural de Coaraci

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    Em Outubro de 2015, fiz uma visita residncia de JehezielOlegrio Ferreira e da sua esposa Solange Faria Ferreira, parasolicitar o telefone deles a pedido do Sr. Ivo Batista Ramos umamigo de infncia que reside em Salvador, no Bairro de Itapu.Era uma manh ensolarada, fazendo jus ao nome de Terra doSol. Jeheziel, mais conhecido como Zeca Olegrio estavatrabalhando no quintal de sua bela casa, enquanto aProfessora aposentada Solange Faria Ferreira deixou seus

    afazeres para me receber. Ficaram surpresos e radiantes emsaber noticias do amigo Ivo. Dirigimo-nos para uma varandaem uma das reas externas da casa, com vista para um beloquintal, onde conversamos sobre a solicitao do amigo deSalvador sobre a residncia confortvel deles, e a arquiteturamoderna do imvel. Eles fizeram alguns comentrios sobre oCaderno Cultural de Coaraci, falaram sobre algumas histriasde Coaraci e Zeca Olegrio me surpreendeu com a habilidadepara declamar poesias de Castro Alves. (Castro Alvesfoi umdos mais importantes poetas brasileiros. Ele disse uma vez:"Considero-me um poeta. Integrado no meu tempo. Cantei anatureza, a mulher, o amor e vivi a causa do meu sculo:entreguei-me inteiro causa dos escravos". Castro Alves viveu

    pouco, porm, intensamente. patrono da Cadeira 7 daAcademia Brasileira de Letras. O poeta, que sofria detuberculose, morreu prematuramente aos 24 anos. A cidadeonde nasceu, hoje, chama-se Castro Alves.).Fiquei fascinado com a paz e a harmonia do casal. Como se nobastasse, em um determinado momento, Dona Solange pediua Zeca para declamar a poesia Adormecida de CastroAlves, um poema romntico que sensibilizou muitos coraesinclusive os deles dois. Aquele momento me senssibilizou,deixando-me surpreso e muito emocionado.Dona Solangecontou-me que Zeca Olegrio vem declamando aquela poesiaem momentos especiais ha 51 anos, tempo no qual seconheceram, casaram-se e constituram uma bela famlia.

    Fiz o pedido e a Professora Solange aceitou escrever algo sobre o assunto. Naquela oportunidade, o Sr. Zeca Olegrio me mostroumais algumas obras primas do poeta Castro Alves. Aproveitei pra pedir algumas fotos do casal para ilustrar a histria e combineiretornar em alguns dias para pegar o texto e fotos. A Histria escrita pela professora Solange Ferreira ficou assim:- Conheci Zeca (Jeheziel Olegrio Ferreira) no ano de 1963 quando tinha 16 anos de idade e cursava a 8 srie do curso Ginasial,eu estava na rua com a turma do Colgio de Coaraci, vendendo cartelas de um Bingo beneficente quando oferecemos a ele, e omesmo disse que compraria todas (mais ou menos umas dez) se eu fosse festa, e eu respondi que iria sim, e ele comprou e nosofereceu para que tornssemos a vender pois era a contribuio dele, este gesto me impressionou! Pensei, que coisa linda!

    A festa aconteceu no Clube Social de Coaraci onde hoje a Cmara Municipal de Coaraci. L nos encontramos e depois de muitoconversar ele me perguntou se eu queria casar com ele, interessante que ele no falou em namorar e sim em casar, e foi logodizendo que tinha um filho que Gilson e que quando casasse o levaria para morar com ele, pois o mesmo morava com duas tiasdele (Zeca) as quais ele era responsvel pelas mesmas, e eu respondi que queria casar com ele sim, como no querer, depois de

    perceber tanta sinceridade, foi amor a primeira vista. No outro dia noite ele veio falar com a minha me, Hayd Nascimento Faria,justamente nesta casa onde hoje moramos, onde passei grande parte da minha infncia e adolescncia eu e meus irmos.Minha me deu o consentimento, e no ano seguinte, no dia 30 de setembro de 1964 nos casamos e graas a Deus estamos juntosh 51 anos e desta unio fomos abenoados com cinco tesouros que so nossos filhos: Gilson, Mrcia, Martha, Marcelo e Margarethconhecida como Girl.Sai desta casa onde moramos hoje para casar, depois de 47 anos longe dela, o nosso Grande Deus nos presenteou possibilitandoque a comprssemos de volta nas mos da inesquecvel amiga-irm Elvia Pita. Aqui s tivemos alegrias, recordaes e lembranas

    de minha me, do tempo que juntos passamos e de outras pessoas que j se foram. Coaraci, 30 de Outubro de 2015Solange Faria Ferreira

    ZecaOlegriosurfandoemB

    ziosVisita do Caderno Cultural de Coaraci

    ao casal: Professora Solange e Zeca Olegrio

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    O MORTO DA GAMELEIRA

    Publicado em 17 de julho de 2015 por ivobramos

    Coaraci 1959.

    Florisvaldo Correa, o Vav, possua uma tima fazenda decacau a cerca de doze quilmetros de Coaraci onde, alm docultivo do cacau, caf e uma grande variedade de frutas, criavatimos cavalos e burros para trabalho e suas viagens. Tinhamuito cuidado com seus animais, especialmente a mulaCastanhola que s ele podia mont-la.Residindo em Coaraci, num stio muito bem cuidado que ficavanos arredores da Cidade, Vav mantinha dois ou trs animaispara as idas e vindas fazenda, sempre s sextas-feiras. Lefetuava pagamentos, dava instrues ao administrador efazia a costumeira visita roa. Dedicava tambm um bomtempo aos cavalos, cuidando, escovando e depois dando umavolta pela fazenda.Para voltar a Coaraci preferia a mula Castanhola. Era um beloanimal, alm de ser uma boa viajeira. Castanhola era muitoespecial e no tinha preo!

    Seu Vav, j mais de dez horas, no t achando um poucotarde para voltar? Castanhola meio cismada viajando denoite. Est muito escuro e ameaa chover. Falou seu D, oadministrador, que h mais de cinco anos gerenciava a fazenda

    com muita dedicao.Amarrei o Sollingen (faco) no aro da sela e aqui est a suaLugger Parabellum 9mm, devidamente carregada.Compadre Dervaldo, t cheio de compromissos e tenho queestar cedo em Coaraci Tenho mesmo que ir hoje. Estouacostumado a viajar de noite, mesmo com chuva e para aescurido, tenho a lanterna!Castanhola esperava com a rdea de crina tranada presa aop de murta, em frente casa da fazenda. A brisa suaveespalhava o perfume forte e adocicado da frondosa rvore,cujas flores brancas enfeitavam com suas pequenas ptalas, ogramado orvalhado quela hora da noite.A pesada cancela bateu forte ecoando na noite, enquantonuvens escuras ameaavam temporal. Vav no sepreocupava pois, alm de estar a caminho de casa, carregava

    na garupa a sua inseparvel capa Colonial Trs Coqueiros.Sentindo um ligeiro arrepio, tocou de leve a barriga deCastanhola com as esporas, enquanto ajeitava o coldre dapistola preso cintura.Tirando do alforje a grande lanterna de cinco elementos, de vezem quando clareava a estrada para se orientar. A noite estavamuito escura e as rvores, aoitadas pelo vento, lanavambagas de chuva no rosto do viajanteA estrada, de um metro de largura, tinha um trechopavimentado de pedras irregulares, para evitar o barroamarelo e escorregadio, enquanto a gua da chuva formavariachos, que desciam ruidosamente ladeira a baixo, enquantoVav guiava Castanhola devagar e com muito cuidado.A mula, que era acostumada a viajar noite, de repente paroude andar! Mesmo com pequenos toques com as esporas,

    Castanhola no se mexia ou andava de costas, ameaandoempinar Simplesmente empacou!A chuva torrencial no diminua Vav apeou, clareou osarredores e soltando as rdeas, deixou que a mula resolvesse oque fazer. Saindo da estrada e se embrenhando pelo cacaual,seguiu pelos matos atravessando ribeires, por um caminhoparalelo estrada e por ela mesma escolhido. Sob a luz dalanterna, caminharam com dificuldade por mais de cemmetros, tropeando e escorregando no cho fofo e lamacento,at que resolveu voltar estrada.

    Esta histria est mal contada Porque a cisma com essetrecho da estrada? Pensou Vav. Amarrando a rdea a um pde cacau, Vav resolveu fazer o caminho de volta para ver oque causou o estranho comportamento do animal.

    O VELHO CEMITRIOUm gigantesco sapo-boi que cantava no meio da estrada comsua voz grave, imitando um bezerro desmamado, eraacompanhado por um coro de outros sapos e cantos de avesnoturnas que ecoava pela mata densa, deixava o homempreocupado com o que encontraria pela frente.

    GAMELEIRAVav ajeitou o chapu negro preso ao queixo por uma fina tirade couro, levantou a gola da grossa capa Colonial e seguiu emfrente por uns sessenta metros, quando a luz clareou em cheiouma tampa de caixo. Cauteloso, examinou a tampa demadeira forrada de pano roxo e decorada com figurasprateadas de cruzes e pequenos anjos. Andou mais algunsmetros, pisando em flores largadas a esmo e encontrou umcaixo de defunto, com a mesma decorao de cruzes e anjosprateados. Nunca teve medo de nada mas, apesar do frio quefazia, sentiu gotas de suor a lhe descer pela face, enquanto umarrepio indesejvel lhe percorria a espinha! Lentamente seaproximou dirigindo o foco da lanterna que clareou o rostoplido do defunto, que estava fora do caixo. A cena eramacabra! Mesmo assim, Vav continuou a olhar de perto

    aqueles olhos vidrados e opacos, no rosto plido A bocaescancarada! No, no o conhecia Concluiu.Vav sentia a estranha sensao de que no estava s Girou alanterna, atingindo em cheio a Gameleira e viu Ou no?!Pela primeira vez, talvez levado pelo ttrico ambiente e aabsoluta solido Sentiu medo! A chuva caa aumentando aescurido, enquanto o vento aoitava a folhagem das rvorescom grande rudo. Pisando com cuidado nas pedrasescorregadias, o homem seguia o claro da lanterna, enquantomatutava na estranha experincia que acabava de viver.Agora, alm do rudo da chuva, das guas que escorriam aosborbotes e do canto estridente dos sapos, tambm se ouvia osom das pisadas fortes das ferraduras de Castanhola.

    ESTRANHA COMPANHIAEnquanto examinava aquela cena digna das crnicas de

    assombrao, Vav no sabia que estava sendo observado porquatro sombras que permaneciam ocultas atrs do grossotronco da Gameleira, enquanto esperavam que ele seafastasse

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    Iluminadas por um grosso facho de pau d'arco, as quatrofiguras que usavam longas e negras capas munidas de capuz,colocaram o morto no caixo, tamparam e dirigiram-se at ovelho e abandonado cemitrio, onde efetuaram osepultamento numa cova que j estava aberta e protegida porfolhas de bananeira. Sob a luz amarelada do facho, os quatrorecitaram uma estranha orao em latim, encerrando acerimnia. Conversando em voz baixa, voltaram estrada edesapareceram na densa escurido.A chuva continuava a cair forte, criando ribeires que lavavamas pedras do calamento, fazendo desaparecer todo e qualquervestgio daquilo que causou tanto assombro ao corajoso Vav eprovocou o estranho comportamento da mula Castanhola!

    A DELEGACIA

    Era mais de oito horas quando, usando o meu uniforme doGinsio de Coaraci, me misturei com os outros colegasuniformizados e multido que se aglomerava na porta daDelegacia, para apurar o que havia de verdade no boato que seespalhou pela Cidade: Vav havia assassinado algum!C de fora se ouvia a voz do Delegado, que falava muito alto:

    J lhe disse Seu Vav que examinamos todo o local conforme oseu relato, vasculhamos a estrada de um lado e do outro, asproximidades da Gameleira e o velho cemitrio. Est tudo domesmo jeito, como sempre esteve e nada encontramos

    Nenhum vestgio de defunto, caixo ou flores, como o senhorinformou!, compadre Vav, o que voc viu foi uma

    verdadeira assombrao e o boato de que voc matoualgum, est desfeito! Exclamou Dr. Fernando, o Advogado.At hoje Vav afirma que Deixa pr l!

    .Caso baseado em fatos reais acontecidos em Coaraci (Regiocacaueira), por volta de 1959. Hoje, Vav reside no Bairro deFtima, em Itabuna. Para relatar este caso, fui por eleautorizado.

    Por Ivo Ramos.

    Dagno Ferreira Cavalcante: - Eu conheo alguns: em p daesquerda pra direita o primeiro era meu colega na sexta seriePIO, o terceiro Massa Bruta o ultimo o saudoso Renato;Agachados da esquerda tambm o primeiro foi meu colega desexta serie, Josemar Gualberto, o segundo e terceiro Z leal eToinho e o ltimo Lus Assis.

    Pedro Rui Barbosa: Em p: Pio, Adonai, Massa Bruta, Pelado,Jorge Bode-Rouco, Renato; Agachados: Nilson Barro, ZLeal, Toinho, Arig e Luis Alberto.

    Gloria Neves:-O segundoagachado da esquerda pra

    direita Z Vieira, o 4agachado Nono Leal,Bandinho a direita em p?D Carneiro junto do careca?

    Gloria Neves: o primeiroa g a c h a d o n o s e r i aJOAQUIM MORENO ?

    Gessilda Tavares: Achoque o primeiro do ladoesquerdo Joran filho do Sr.Joaquim Moreno. Olhei cadarosto tentando encontrar odo meu saudoso pai AccioTavares que frequentava oBolacha e dizia para mim quel era o clube do Bolinha ( sentrava homem).GessildaTavares: Acho que obaixinho que esta ao lado doTenente Leite Idalcio.

    Foto histrica do Jazz Bolacha(Alguns nomes identificados no verso desta fotografia...)

    Jorgino Freitas, Lourival Almeida, Valdemar Ribeiro de Matos, Claudomiro, Vanderlino C., Emidio,

    Edelbrando Pires, Durval Duarte, Claudionor Leal, Austrio J. Santana, Laudimiro Aguiar, Joo Maretins,Gentil Souza, Otoniel Caldas, Colombos Matos, Joaquim Moreira, Olindino Matos, Joo Freitas, Antonio deOliveira , Carlos Souza...

    CADERNO CULTURAL DE COARACI 5 ANOS DE...

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    BIOGRAFIA DE ADOLFO NEVES COSTA Autor Manuel Neves

    Carssimo Paulo,

    No desejar nada no viver. Paulo, voc veio ao mundo comvrias incumbncias, uma delas mostrar o valor da coragem eda iniciativa, nos brindando com essa revista maravilhosa e nosincentivando a redescobrir nossa Coaraci, com os seus talentose pessoas valorosas, que muito contriburam para odesenvolvimento desta terra. Vou comear a enviar materialpra ser publicado no Caderno Cultural por etapas, primeiro

    pelos motoristas coaracienses e suas mquinas, seus carros,homens que contriburam para o desenvolvimento de Coaracidesde que era Vila. Outra veia importante que quero pontuar sobre as nossas professoras, a exemplo da Professora RitaLima, mas esse mais um assunto que vou deixar pra outrahora. Agora escrevo sobre os maravilhosos motoristas quetrabalharam arduamente para abrir estradas de rodagem efacilitar a vida de todos ns. Antes quero dizer que a Coaraci dehoje no a que queremos, prefiro a das dcadas de 50 e 60,que foi melhor em todos os aspectos, naquela poca tnhamosum excelente Prefeito em Coaraci, Jairo de Arajo Ges, ele e asua esposa trabalharam muito pelo social. Hoje nem solembrados, at o seu busto desapareceu, o que esta imperandohoje o desrespeito ao cidado, este outro assunto pra tratardepois, mas pra concluir, ns coaracienses estamos

    decepcionados com a atual situao do nosso queridomunicpio.Voltando a voc Paulo, que possui um jeito destemido, e pramim um exemplo de determinao, nos inspirando a agir commais confiana, quero dizer que voc com sua garra nos ensinaque preciso enfrentar e superar os desafios.

    Tens a minha admirao, conte comigo, sempre.Emanuel Costa.

    Meu pai, Adolfo, tinha seis filhos, sendo um fora do casal, soeles: Jos Neves Costa Neto, Oficial do Corpo dos FuzileirosNavais no Rio de Janeiro, Jironda Neves Costa, professora,Joo Neves Costa in memorian, Humberto Ferreira Costa,mecnico chapista, Emanuel Costa, professor e Maria da GlriaNeves Costa, enfermeira e Antnio Edmilson, Empresrio,dono da INAMON empresa para manuteno de navios no Riode Janeiro.Meu pai veio morar em Coaraci em 1942, na Rua Rui Barbosa,teve como vizinhos a Professora Rita Lima, os senhoresFrancisco Coelho e Manoel conhecido como Manezinho Rico, o

    motorista Edmilson e Dona Ninita. Saudosos amigos.Nos anos 40 e 50, Itacar do Almada, mais tarde Guaraci, emfranca evoluo, precisaram de homens decisivos, para abrirestradas de rodagens, para o transporte de cacau, que seguiade Itapitanga e Pouso Alegre para Ilhus, passando por Pirangi,Itabuna, onde estava estabelecido o escritrio de Wildberg,que tinha como gerente o senhor Wildberg.Nessa poca meu pai reuniu-se com grandes empreendedoresde Itajupe, entre eles os seus amigos Joo Caceto, Sr.Albertone, delegado de polcia, os Hage, meu padrinho JosHage e Clia Hage, os Guerra, e incentivado por seu amigo AryPortela Pvoas que tinha um cartrio no Bandeira do Almada,comearam a investir em Guaraci.Quando Coaraci foi emancipada iniciaram-se aes para odesenvolvimento da produo de cacau foi nessa poca que a

    empresa compradora de cacau Wildberg estabeleceu-se aqui.Meu pai naquela poca tinha um Buick preto para passeios, foio senhor Osvaldo Pascoelho gerente de uma empresa decompra e venda de cacau quem financiou um carro alemo nacor verde marca Studback.Com os lucros do comrcio do cacau meu pai comprou outrocarro na cor vermelha e da mesma marca, e finalmente ficoucom um Ford j nos anos 60.

    Adolfo Neves Costa, Donalinda e Sr. Horcio

    A foto acima esquerda foi capturada em 1955 em Salvador,em frente Igreja do Senhor do Bomfim quando o senhor

    Adolfo foi agradecer ao Senhor do Bomfim pela compra docarro, acompanhado de seu fiel amigo e ajudante Sebastio.

    A outra foto na direita acima foi capturada em Caapava SoPaulo. E a terceira foto direita abaixo foi capturada emGuarulhos So Paulo, entre os anos 1961, 1962.Nesse nterim chegaram outros grandes motoristas e suasesposas, eles muito ajudaram no desenvolvimento dessemunicpio... eram conhecidos por Jos Simas, Ivo Pombinho,Ernesto Feitosa, Jos Bolo Duro, Parrilha, Jos das Velhas,Veco, Edsio, Edmilson, Jos Gavinho, Jovelino Teixeira,Bitonho, ainda resta o ltimo dos moicanos, o nosso queridoamigo Antnio Lixinha, todos eles ficaram marcados parasempre na histria de Coaraci, pois contriburamdecisivamente para o desenvolvimento dessa terra. Coaracideve muito a esses motoristas na rea de sade, pois foram

    Adolfo Neves Costa...

    ...foi um desbravador que contribuiu para evoluo deCoaraci nas dcadas de 30, 40, 50 do sculo 20.

    Nasceu em Sergipe em 25 de maro de 1910, faleceu em 31 dedezembro de 1968, em Itabuna no Hospital Santa Cruz.Morador de Coaraci, onde conviveu com sua famlia por 32anos, tendo como esposa Dona Maria Ferreira de Carvalho, queera filha de Dona Filomena Ferreira de Carvalho e o Senhor JosDomingos de Carvalho, que tinha como suas tias Maria RosaFerreira de Carvalho e Joana Ferreira de Carvalho ambasresidentes em Itabuna, meu pai Adolfo era filho de MariaDomingas Costa e Jos Neves Costa, que tinha como irmosJos Antuzio Neves Costa e Luiz Neves Costa, moradores deItajupe, ambos comerciantes.

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    ...eles que conduziram muitas famlias para hospitais ou paraoutros fins, ou para quem pedisse ajuda no mbito social... jimaginaram um dia de viagem para Ilhus? S muitapacincia...Meu pai morou de 1942 a 1943 em Barro Preto, ele contavacom amigos da poca, como o casal Leal e Linda, Leal fazia seutransporte de seu cacau para Ilhus. Meu pai era preocupadocom os mais carentes e fazia suas doaes do seu jeito, semque ningum soubesse. Eu ficava radiante quando amos, ele,minha me e eu, passar o dia em Ilhus, na casa do Sr. Osvaldoe Dona Eudoxia no Tabuleiro da Baiana Malhado, ou quandoamos ao Seminrio, onde havia muitos estudantesseminaristas de Coaraci, o nmero era grande, depoisescreverei sobre o assunto. Meu pai fez grandes amigos emItajupe, l ele morou por muitos anos, mas em Coaraci ficoupor mais tempo, foi aqui onde eu nasci em 1949, aqui ondepassa um rio que desgua no mar e para minha tristeza omeu rio Almada que esta sendo desrespeitado pela plebe rude,ele se encontra como um mar de lama ftida. Os amigos demeu pai eram grandes homens, lembro-me dos nomes dealguns deles: Ary Portela Pvoas, Jugurta Freitas, Jerry,Joaquim Moreno, Dr. Temstocles, Soares Bonfim, Dr. Gilson,Juscelino e seu irmo donos do bar Novo Mundo, Elias de SouzaLeal, seu amigo do peito o Sr. Varu; Antnio Lima me dizia:

    seu pai era meu irmo, como sempre prosaico.Joaquim Moreno Bigodo pai de Z Milomi, o grande amigo

    Joaquim Moreira, Colombo, Gilberto Santana, LaudelinoSouza, Fala Pra Ele Fraife pai de Valter Fraife, Pepeu, ValdemarRibeiro de Matos, Alberto Aziz, Silveira e Pedro Vieira, e muitosoutros, perdo por quem esqueci. Eles eram encontradostodos reunidos no JAZZ BOLACHA. Em sua inaugurao em1954 por Sr. Joaquim Moreno, um dos fundadores o Bar estavarepleto de amigos.

    O Jazz Bolacha era um local de grandes comemoraes,principalmente as esportivas (futebol), como nos anos 57 e 58quando o Flamengo sagrou-se Campeo Carioca, meu pai,chegou em casa com faixa, bon, todo fantasiado demengo...Comigo no, eu sou vascano e corintiano. NoBolacha acontecia de tudo, era um point, o gor era de arrepiar,tudo era alegria e amizade, citei alguns amigos, e os nocitados ficaro para a prxima oportunidade, no livro quepretendo lanar. Em relao s festas danantes em Coaraci oClube Social era quem ditava as normas, sua sede ficavalocalizada onde hoje encontra-se a Cmara Municipal.

    As micaretas eram festas maravilhosas, meu pai cedia seuscarros para o Bloco Prancha com mulheres belssimas, haviablocos famosos como o Bloco do Jacar, Bloco do Z Pereira,Escola de Samba.

    A famosa Batucada do grande Vitalino, quando descia a Av.Itapitanga, muita gente ficava esperando na ponte, ela vinhadescendo acabando com tudo, era muito aplaudida, muitosaplausos, os Blocos de Afoxs, a disputa de cada um eraformidvel, tudo era contagiante, eu ainda vou escrever sobrecada um desses blocos. Hoje ns temos tudo e no temosnada. Coaraci no deslancha mais, chafurda na lama, na lamado rio Almada, fede no lixo, pela primeira vez Coaraci no tmfuncionrio para a limpeza pblica, e ns no merecemos essafalta de respeito, as flores aqui no florescem mais, acabou-sede vez, mas agradeo a meu pai por estar aqui. Obrigado paiAdolfo, estamos aqui para o que der e vier.

    Foto histrica do Jazz Bolacha

    Jorgino Freitas, Lourival Almeida, Valdemar Ribeiro de Matos,Claudomiro, Vanderlino C., Emidio, Edelbrando Pires,DurvalDuarte,Claudionor Leal, Austrio J.Santana,Laudimiro

    Aguiar,Joo Maretins,Gentil Souza,Otoniel Caldas,ColombosMatos,Joaquim Moreira,Olindino Matos,Joo Freitas,Antoniode Oliveira,Carlos Souza...(Alguns nomes identificados...)

    Gloria Neves: o segundo agachado da esquerda pra direuta Z Vieira, o 4 agachado Nono Leal, Bandinho a direita em

    p? D Carneiro junto do careca?Gloria Neves: o primeiro agachado no seria JOAQUIMMORENO ?Gessilda Tavares:Acho que o primeiro do lado esquerdo

    Joran filho do Sr. Joaquim Moreno. Olhei cada rosto tentandoencontrar o do meu saudoso pai Acacio Tavares q frequentavao Bolacha e dizia para mim q la era o clube do Bolinha ( s

    entrava homem).Gessilda Tavares Acho q o baixinho q estar ao lado doTenente Leite Idalcio.

    E m 1 9 6 7 , v i s i t a N .Sra .Aparec ida Isa iasAndrade, Maria Angelica,Wilma Andrade e esposoJoo Neves e Pai de Adolfo

    Salvador BahiaAdolfo Neves Costa - 1957

    Praa Municipal de Itapitanga Ba. 1957 Frente casa de donaMorena David e seus familiares

    1955fren

    te

    Igrejado

    Bomfim

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    Guthierry Sousa Nunes:Meu Amado Pai Luiz Sena,(1 esquerda), comonunca foi bom de bola kkkdeveria ser o tcnico dotime.

    COARACIENSE ELEITANOVA PRESIDENTE DOTRIBUNAL DE JUSTIA

    DA BAHIA A desembargadoracoarac iense Mar ia doSocorro Barreto Santiago,filha do saudoso ex-prefeitoAntnio Ribeiro Santiago anova presidente do Tribunal

    de Justia da Bahia (TJ-BA).

    Imagens capturadasnumareunio politica na casa do Sr.Jos Vieira: Na foto maior, dadireita para esquerda: Oprimeiro o Sr. Bitonho, logodepois Sr. Vav, no centro umTenente do Exercito, junto aele o Dr. Themistocles, depoiso Pai de China (CarlosBastos), e o ltimo oanfitrio, Sr. Jos Vieira, omotivo da reunio foi para

    a l e r t a r e c o m b a t e r ocomunismo e o terrorismoque queriam estabelecer nopas naquela poca. E vocsabe quem so os outros?

    Arnon Oliveira:- Quem ser o Cavaleiro, na Avenida Almada?

    Mostra Culturalda Escola Sagrada

    Famlia.Mais uma vez um show

    inesquecvel. Parabns

    Nas pequenas aes que se realizam grandes sonhos!

    CADERNO CULTURAL DE COARACI 5 ANOS COM VOC

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    Dr. TemistclesAzevedo, um dos

    cones na sade deCoaraci.

    TERMINALRODOVIARIODE COARACI

    CONSTRUODO

    CLUBE SOCIAL

    RuaRui

    Barbosa

    AvenidaJ.J.

    SEABRA

    Avenida7 DE

    Setembro

    Rua larindo Teixeira

    CadernoCultural deCoaraci

    CADERNO CULTURAL DE COARACI, CINCO ANOS COM VOC - DEZEMBRO DE 2015

    Quem so essesdois senhores?

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    Filarmnica Santo Antnio de Padua. Dcada de 1970.

    Adhel Nery: - Ai esto os pioneiros que abriram os olhos e o desejo de muitos jovenscoaraciences escolherem a msica como meio de vida. Fiz parte da Filarmnica j nos anos 90,com o Saudoso Professor Norberto Ribeiro e o Maestro Macu. Foi a melhor poca da minhaadolescncia quando encontrei a msica e ela me levou pra conhecer o mundo, uma pena hojeter morrido todos os movimentos culturais de nossa cidade. Nesta foto possvel ver o senhorRicardo, chefe dos escoteiros, o senhor Pimenta, pai de Joel Pimenta. Binho Vila Nova, LucianoMagno, Waldir Gomes, Elizeu do Mercado Shammah, vocs que podem completar nomes dosoutros componentes. Ha!... um pedido ao meu amigo Binho Vila Nova, apresente um projeto para

    reativar a Filarmnica e grupo dos Escoteiros, mais que saia do papel. Coaraci era mais feliz notinha tanta violncia.Gerivaldo Lima Silva:- Essa Firlamnica preparou muitas pessoas para a vida, porque no setratava apenas de msica, mas de um sistema educacional com princpios ticos e morais. Anosatrs, tnhamos no currculo escolar a disciplina de Educao Moral e Cvica. A aula trabalhavaquestes relativas sociedade. Naquela poca, a Lei 869 de 12 de setembro de 1969,estabeleceu, em carter obrigatrio, como disciplina e, tambm, como prtica educativa, a

    Educao Moral e Cvica em todos os sistemas de ensino no Brasil. Finalidades; fortalecimentoda unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana, aprimoramento do carter, comapoio na moral, na dedicao famlia e comunidade e o preparo do cidado para o exerccio dasatividades cvicas com fundamento na moral, no patriotismo e na ao construtiva, visando obem comum. A disciplina foi extinta de maneira equivocada do currculo escolar. Nos PCNs, a tica tratada como um tema transversal.Adhel Nery: - Verdade Gerivaldo, desafio qualquer estudante da rede municipal ou estadual acantar, o Hino da Bandeira, Do Soldado, Hino da Bahia, Nacional e saber o significado do pavilhoBrasileiro.Carlos Jos Silva Oliveira: - E que saudades daquela poca.Adhel Nery: - Lembro da minha turma, Robson, Roberto, Rivas Camilo, Quita, Valdeli,Rosemeire, Trcia tanta gente boa Marquinhos filho do Maestro...

    Foto 1. Baixista Adhel NeryFoto 2. GECA - Grupo deEscoteiros Castro Alves -Coaraci.Evento com o ex-prefeito Joaquim Torquatoe n t r e g a n d o u m acondecorao.Foto 3. Grupo de EscoteirosCastro Alves - GECA -Coaraci-Bahia

    Adhel Nery

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    CASADACARNE

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    CORTARAM ALGUMAS RVORES IMPORTAN-TES NA BEIRA RIO, PARTE DA MATACILIAR MARGEM DO RIO ALMADA!

    O que uma mata ciliar

    um tipo de cobertura vegetal nativa, que fica s margens derios, igaraps, lagos, nascentes e represas. O nome mata

    ciliar vem do fato de serem muito importantes para a proteode rios e lagos tal como so os clios para nossos olhos. Asmatas ciliares tambm so conhecidas como mata de galeria,vegetao ribeirinha ou vegetao ripria. A ausncia de mataciliar gera um problema de assoreamento srio.

    Edson Costa: Quer saber os nomes pela ordem, anotem:GERALDO, ADAIL, WALTINHO PROFESSOR, VAD,jEDSON,JOSA, GERRY, ALMIR PIRASMA, NILSON FOFOCA, JAKSON,PIRANGI, E CARLOS BERHMAN,ESTE TIME FOI CAMPEO DE1958, O DONO ERA ALBERTO AZIZ, como participei deste time,tenho outras fotos.

    Almada mal Almado

    Da minha gua tu bebesMeus peixes, tu vens pescar

    At tuas mos sujasTu vens aqui pra lavar

    Lavam at dinheiro em mimAonde isso vai parar?...

    ...Ento eu peo SOCORRONingum pra mim quer olhar melhor que eu seque logo

    Deixar tudo se acabarA, com muita tristeza...Vocs iro se recordar

    Na hora que estiver bebendo

    GUA SALGADA DO MAR.

    Jos Fernandes Nandes

    VISITANDO UM AMIGODe passagem por Aracaju, os amigos Josclio Cursino e suaesposa Miriam Cursino, Joselito Oliveira e sua esposaCarmelita Oliveira visitaram Josenaldo Barros e Lvia, elesaproveitaram a oportunidade para colocar o papo em dia, epassaram um final de semana juntos.Josenaldo Barros um cabra da molstia, valente, umbatalhador, um soldado de Deus, que luta todos os dias paramanter a sade, e continuar vencendo obstculosapresentados pela vida. um pai dedicado e muitoresponsvel, um esposo companheiro, e que deu muita sortepor ter ao seu lado Lvia uma companheira guerreira, uma meexemplar. Josenaldo bem humorado, irradia esperana, fervoroso. Para manter a sade um fiel cumpridor das ordensmdicas, e encara tudo com normalidade e muita coragem.

    Equipe de futeboldo Bar Bolacha.

    Em p da esquerdapara a direita:

    1 - Nego Mundo,2 - Podo.3 - Kak.

    4 - Beto Astronauta.5 - Tuti.

    6- Renato.

    7 - ningumreconheceu.8 - Bidouga.

    9 - Encrenca.Agachados da direita

    para a esquerda:10 - Gildsio

    Magarefe.11 - Valdeon.

    12 - Moiss Filho.13 - Quelengue.

    14 - Ivo.15 - Z do Bazar.

    16 - Antonio Paulo.17 - Wagner filho deRenato.

    5 anos trabalhando pelo resgate da Cultura Coaraciense

    Eu fiz 5 anos!!! ou no uma marca histrica?

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    Esse violo foi uma obra de Euflvio Madeirart

    Essa rua testemunha viva do meu passado. Em frente a essarua tinha um campinho de futebol onde eu me desentendia

    com uma tal de bolakkkkkkkk...Euflvio Madeirart

    ''LIVRO''

    Caminhas, andas.V passo a passo, v!Pegue uma mochila,um bloco de papel,

    caneta e cmara, tire fotos,filme tudo o que v

    e escreva tudo, faa anotaes,escreva seu dia!

    Escreva, fale de tudo.Fale das folhas no cho.Dos pssaros nos ninhos,

    das flores e espinhos.Fale do amigo, fale do mal,

    Ponha personagens,fale do bem, das coisas do mundo.

    Fale das pedras, dos rios.Fale das arvores, florestas.Fale dos bichos: Cavalos.Fale dos bois, macacos,do mico Leo Dourado.

    Vamos pegue a cmara!tire foto de tudo escannei.Faa uma boa capa dura,

    coloque um ttulo e chame de livro.FIM.Euflvio Madeirart

    3 de outubro s 21:21

    Um dia l pelos anos 70, eu fui dar um passeio na minha Bahiaquerida, e l eu estava bem feliz, em casa, at encontrar aprofessora Crmen Dias, ela ficou muito feliz em me ver, disseque os ares de So Paulo tinha me feito muito bem. Euconversava todo prosa, at que num determinado momentoela me perguntou? Euflvio voc estudou ou est estudando?Fez-sez silencio... At que eu sem jeito respondi com umsonoro no. Tentei justificar o injustificvel. Voltei pra casa epra escola. Tome cheiroso. Obrigado Prof Crmen.

    Euflvio Madeirart21 de outubro de 2011

    PARABNS ITAMOTINGA!!!Coaraci precisa de um Projeto deste, um evento simples semfirulas, com um palco, alguns instrumentos musicais, msicosda terra e muita organizao. Local? Auditrio TniaGuimares. Inscries? Gratuitas! Premiao? Oportunidadede se mostrar, de mostrar a sua arte, de ser conhecido e deconhecer-se. simples assim. Quem vai tomar a iniciativa?No sei porque as pessoas em Coaraci complicam tanto!Material humano existe de sobra...

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    No dia 27 de setembro de 2015 os Ciclistas do Grupo Lama noPedal promoveram um mutiro pela revitalizao da Praa EliasLeal, ponto de sada de todos os pedais do grupo e por issobatizada de Praa do Ciclista. O grupo varreu, lavou, pintou,envernizou, podou os arbustos e como resultado final obteveuma praa com uma nova cara e o reconhecimento dosmoradores do bairro. Mais uma vez, o grupo realizou seu papelsocial e colaborou para uma Coaraci mais limpa e bonita. ValeuPedaleiros, vocs fizeram a diferena! isso ai!!!

    A pedalada uma atividade bastante benfica. Ela oferece os

    mesmos ganhos da caminhada e da corrida, como perda decalorias, fortalecimento muscular, melhora cardiovascularentre outros. Alm das melhoras fsicas, a bicicleta pode seruma excelente companheira para passeios em grupo econhecer novos lugares sentindo o prazer de ter o ventobatendo na cara.O Grupo Lama no Pedal um exemplo de que possvel obtermelhor qualidade de vida praticando esportes. Muitoscoaracienses que se encontravam sedentrios compraram umabicicleta para unir-se aos ciclistas do grupo. Ns do CadernoCultural de Coaraci parabenizamos a Mamigo (que se no meengano foi o pioneiro, ele levantou a bandeira pela qualidade devida atravs do ciclismo), extensivo a todos os seus pares peladeterminao na busca de uma vida sadia e cidad.

    LAMA NO PEDAL

    MUTIRO NA PRAA

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    culturaeducao

    artesmsica

    gentevariedades

    histriasimagens

    poesias

    ecologia

    Cinco anos com voc!

    CADERNO CULTURAL DE COARACIsite:www.informativocultural.wix.com/coaraci

    e-mail:[email protected]

    orci