63º caderno cultural de coaraci

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  • 7/24/2019 63 Caderno Cultural de Coaraci

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    CO R CI

    63 EXEMPLAR - 40.950 exemplares distribudos gratuitamenteFOTO IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DE LOURDES - FESTA DA PADROEIRA

    C DERNO CULTUR L

    Maro de 2016

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    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com voc - 40.950 exemplares distribudosgratuitamente

    MARO EDITORIAL 2016

    ANO DE ELEIO.CUIDADO PARA NO SOFRER DESILUSO!

    45 dias de campanha politica...

    Este um ano de eleies para prefeito, vice e vereadores e as campanhas seiniciam no de 16 de Agosto e vo at o final de Setembro e no dia 02 de Outubro serorealizadas as eleies do primeiro turno. As campanhas politicas para este ano, sero maiscurtas, apenas 45 dias e isso vai ser bom para a reduo dos gastos e dos desgastesprprios deste perodo.

    Os partidos polticos e seus candidatos devem gastar verdadeiras fortunas parachegarem ao poder, uns acionaro agiotas, empresas mais interessadas em servios do queem projetos sociais, bancaro as despesas dos partidos, alguns candidatos vo vender osprprios bens para empregar os recursos no financiamento das suas campanhas.

    Quatro candidatos vo concorrer Prefeitura de Coaraci e dezenas CmaraMunicipal, o eleitor coaraciense mais uma vez vai votar em um deles, esperando quepromova reformas e que soerga o municpio. Vai ser preciso desenvolver aes voltadas aosaneamento bsico, urbanizao e projetos sociais, culturais e esportivos.

    Os candidatos Prefeito de Coaraci so inexperientes e aquele que vencer aseleies vai precisar de uma boa assessoria politica e de bons deputados para conseguir osalmejados recursos financeiros e obras mais urgentes, como a recuperao da rodovia Ba-262, que liga Coaraci Itajupe, um projeto de acessibilidade e mobilidade urbana, areforma da delegacia de policia e construo de um presdio, o recapeamento asfltico docentro da cidade, um novo e moderno matadouro, a recuperao de algumas praaspblicas e uma melhor gesto ambiental, de educao, de sade e de segurana pblica,entre outras iniciativas importantes.

    Para agravar a situao e dificultar ainda mais a gesto do prximo prefeito, agovernabilidade vai ser dificultada em razo da atual conjuntura politica e econmica dopas. Essa a pior poca para se realizar eleies no Brasil. Acredito que por causa dodescredito e da desconfiana nos polticos, nada do que disserem os candidatos durante assuas campanhas vai convencer eleitores conscientes, cansados de serem enganados. preciso apresentar projetos srios e verdadeiros, o povo coaraciense no suporta mais os

    blblbls enganadores de palanques.Coaraci tem uma bela histria, mas convenhamos que nas ltimas dcadas houve

    um tremendo desgaste politico. Tm polticos faturando super-salrios e trabalhando muitopouco e promessas de campanha que ainda no foram cumpridas.

    A cidade sofre com todas essas crises e isso tudo s ser resolvido se o prximoprefeito tiver caractersticas de gesto e de politica, com olhar social. O prximo prefeito deCoaraci, tem que ter a capacidade de gerenciar bem a receita prpria do municpio e devebuscar convnios, ampliar a receita para ter mais capacidade de investimento dentro domunicpio. A verba dos cofres pblicos chega de trs formas. A primeira com orecebimento dos impostos. A segunda com a verba repassada pelos governos federal eestadual. A ltima depende da administrao municipal, com a captao de convnios, feitapelo prefeito. Ele ter que olhar pra dentro da cidade e pra seus eleitores. Tem que estarmuito atento s oportunidades de fomento que vm de fora do municpio. Tem que ter boarelao com outros poderes, boa relao com empresas e associaes. O prefeito responsvel pela administrao do oramento do municpio e dos servios pblicos e ainda

    deve criar, aprovar ou recusar propostas de lei, que podem ser formuladas pelosvereadores.Voc eleitor coaraciense, j fez uma reflexo, tem uma opinio formada, deseja

    mais informaes sobre os candidatos? Pesquise, converse com o seu vizinho, no aceitebenesses, muito menos promessas mirabolantes, no pea dinheiro, viagens, remdios oureformas, exija respeito e honestidade.

    Quem ser o seu candidato a prefeito de Coaraci ? PauloSNSantana

    Diretor: Paulo Srgio Novaes SantanaRua Jos Evangelista de Farias, 16, 1 andar

    Tel.(073) 3241 - 2405 - (073) 8121-8056Correo Textual, diagramao e arte-final: PauloSNSantana

    Site: www.informaticocultural.wix.com/coaraciImpresso Grfica Mais

    E-mail: [email protected] Pagina n.02

    Dia nacional da conscientizao

    Sobre as Mudanas Climticas

    20 DE MARO

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    MARO NAS TERRAS DO SEM FIM 2016

    Artista: Antnio Parreiras

    OS CORONEISA SAGA DO CACAU

    Nas Terras do Sem Fim, qualquer pedao de mata eracobiado. Metade deus, metade diabo, homens vindos delonge lutavam como brbaros para fazer fortuna. Ficopensando no sangue dos CORONIS - como conhecidos osgrandes proprietrios de fazendas da poca de ouro docacau, no sul da Bahia, deles e de outros, que deu cor terraonde nasceram os frutos mais da discrdia do que daconcrdia. Mesmo brbaros tiveram o seu valor porqueconstruram cidades que recebemos de herana.

    Eles tinham poder de vida e morte sobre aqueles que lheseram subordinados. Lembro bem de Tocaia Grande(1984), onde a narrativa do filho ilustre Jorge Amado nosconta a histria do ponto de vista do peo, do pobredesgraado, do jaguno por fora da sorte.

    Os ricos produtores de cacau eram denominados coronissem que possussem de fato o ttulo militar. Na regio sulbaiana, o ttulo virou sinnimo de homem prspero einfluente. Segundo o historiador Adelindo Kfoury, osCORONIS DO CACAU so uma mistura de lenda erealidade. Heris ou sanguinrios viles, no sounicamente frutos do imaginrio engenhoso de JorgeAmado ou Adonias Filho. Libertinos, audazes, violentos,desalmados, sagazes, impiedosos, ambic iosos,emblemticos e rudes, desbravaram o sul da Bahia, no finaldo sculo 19, enfrentando desafios homricos, lutandocontra a natureza bruta, recebendo em troca a fartura efazendo histria.Pela posse de terras selvagens, utilizaram o trabalho rduo,dominao pela fora e regras acima das leis vigentes;

    instigando caxixes e tocaias.

    26 de Maro dia do Cacau

    Ao fim das lutas pela conquista das matas, quando oscaxixes substituram as tocaias nos recentes conflitos entreos coronis do cacau pela posse das reas devolutas,sobraram jagunos pelas estradas indo e vindo sem rumocerto, oferecendo-se para matar a mdico pagamento,matando de graa para roubar. (JORGE MADO, Tocaia Grande)

    No comeo, a riqueza natural das grandes reas cercadaspor Mata Atlntica atraia dezenas de homens que seembrenharam na floresta hostil para desmat-la. No seu

    interior construram as roas e fazendas de cacau.

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    MARO TOCAIA GRANDE 2016

    Comearam pobres, sem dinheiro e sem instruo, subindona vida pegando no faco, na espingarda papo amarelo,

    alimentando-se de carne seca, farinha e rapadura. Viviamem casebres, dormindo em redes ou esteira. Em Terras doSem Fim (1942) e Tocaia Grande, celebrados romancesde Jorge Amado, encontramos a descrio do processo deocupao, luta pela terra, disputa acirrada. Desse clima decontendas e desconforto, em meio ao perigo, ndios,animais selvagens e doenas, surgiu a personalidade mticados destemidos CORONIS DO CACAU. Atravs deles e demilhares de humilhados e massacrados, que no tiveram amesma sorte, vilas e cidades nasceram para a glria daregio. Os CORONIS DO CACAU transformaram as Terrasdo Sem Fim em palco para seu poder, fazendo-se obedecer,e legendo representantes po l t i cos , usurpandopropriedades, manipulando autoridades e quando tudo issono saciava a cobia, mandavam jagunos assassinar ospequenos cacauicultores em emboscadas, ou esses,acossados, acabavam por trabalhar para o prprio algoz, econsequentemente perdiam suas roas. Muitas vezes, otrabalhador bom de tiro complementava a mo de obraagrcola com a de jaguno ou cabra (guarda-costas) docoronel.

    Temidos e admirados, os CORONIS DO CACAU eram ativosparticipantes da vida social grapina, lderes legitimados

    pelo voto, quase sempre conquistado pela fora do dinheiro,das armas e controle das instncias pblicas a justia e apolcia. Eles no tinham limite de gastos: bebiamchampanhe francs como aperitivo, perdiam fortunas na

    jogatina, acendiam charutos com notas de quinhentos milris. Frequentavam bordeis de luxos, como o famoso cabarBataclan, habitado por prostitutas escolhidas entre as maisbelas, muitas delas de origem europeia, as famosaspolacas, todas sob o comando de Antnia Machado, a MariaMachado da fico de Gabriela, Cravo e Canela (1958).Mas existiam outros cabars, alm de amantes espalhadaspelas fazendas e cidades menores.

    Sinnimo de prosperidade, seus palacetes eram sobradosfaustosos mobiliados com requinte europeu. Eles viviam nomais elevado estilo. Os trabalhadores sergipanos,mergulhados na exuberncia da natureza, eram oprimidosno salrio que mal recebiam, nos preos extorsivos dosgneros de primeira necessidade (geralmente vendidospelo prprio dono da fazenda), nas jornadas excessivas detrabalho e na ausncia de servios bsicos, como educaoe sade. Com a ajuda fundamental deles, os municpios deIlhus e Itabuna, no sul da Bahia, viveram uma poca deprosperidade econmica em consequncia da grandeproduo de cacau da regio, que alcanou altos preos nomercado internacional. A fama de Ilhus e Itabuna correumundo. Junto com ela chegaram imigrantes estrangeiros,principalmente comerciantes srio/libaneses, entochamados de turcos. Eles sobreviviam como mascates,indo de fazenda em fazenda vendendo de tudo um pouco eimprimindo a culinria rabe como uma das caractersticas

    da regio cacaueira baiana. Os navios aportavam trazendoaventureiros em busca de riqueza fcil.

    Palacete Herbert de Castro, Ilhus, 1910

    24 a 27 de Maro - Feliz Pascoa

    Buxixos envolvendo os CORONIS DO CACAU sempre forampopulares entre os grapinas, muitas vezes ganhandodimenso bem distante da realidade. Sabe-se que graas a

    eles, no auge da lavoura do cacau, o sul da Bahia chegou aser responsvel por 40% da atividade financeira do Estado.Coronis do cacau de ilhus

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    MARO RELQUIAS DO PASSADO 2016

    Hoje, so ex-deuses, relquias do passado, e o cultivo docacau passou da opulncia decadncia. Mas a saga dos

    plantadores de cacau dificilmente ser esquecida. Ospopulares romances do itabunense Jorge Amado jamaispermitiro, reacendendo riquezas fundadas em episdiossangrentos, atentados e arruaas. Em Ilhus, MisaelTavares foi o mais poderoso dos coronis. Em Itabuna,ficaram na histria nomes como Jos Firmino Alves,Henrique Alves dos Reis e Paulino Vieira.

    Coronel Baslio, sinhBadar, de ilhus.

    Coronel Firmino Alves

    Na trajetria da huma-nidade h um repertriosem fim de eventos como

    esses acontecidos no sul daBahia.

    Tudo o que houve foi tantopara o bem como para omal. O mais importante detudo a volta que a vida dem torno desses eventos, ens todos dentro deles,evoluindo para construirnovos mundos sem a ban-deira do sangue. Nas cida-des de Itabuna e Ilhusmuito do fausto antigo seperdeu, prdios de pocase arruinaram ou foramderrubados como o ador-

    vel Castelinho, em ItabunaOs herdeiros esbanjaram afortuna dos pais, prati-cando todo tipo de extrava-gncia.

    Apareceram doenas nasrvores e nos frutos.Mergulhados em dvidas,os herdeiros dos CORO-NIS DO CACAU viraram ascostas para a regio. Namemria, a opulnciavivida no lugar que se viuum dia como um Eldorado.

    Chame-se grapina aquele

    que nasce no Sul da Bahia.

    Coronel Baslio, sinhBadar, de ilhus.

    A designao tem origemtupi, sendo corruptela deigarap-una (igarap, pe-queno rio; una, preta) oude igarana (igara, canoa;una, preta) com a queda davogal e a contrao das s-labas gara.

    SAIBA MAISBIBLIOGRAFIA

    Au Brsil. Deux regions deBah i a ( 1896 -1937 ) ( 1 9 9 2 ) , d e A n t n i oFernando Guerreiro deFreitas;

    Os Coronis do Cacau(1995), de Gustavo Falcn;

    Gabriela, Cravo e Canela(1958), de Jorge Amado;

    Tenses do Tempo:A Saga do Cacau na Ficode Jorge Amado (2001),de Antonio Pereira Souza;

    Te rras do Sem Fim(1942), de Jorge Amado;

    Tocaia Grande (1984), de

    Jorge Amado.

    A Comunidade Crist, Catlica da Cidade de Coaraci,celebrou com jbilo a Festa do sua Padroeira, A VeneradaNossa Senhora de Lourdes. De 01 a 11 de fevereiro como novenrio a partir das 19h00 na Igreja Matriz. Nesteano de 2016 a Igreja celebrou o Ano Jubilar daMisericrdia. Por isso, o Tema Central foi: POR

    INTERMDIO DE MARIA, JESUS CRISTO O ROSTO DAMISERICRDIA DO PAI, VEIO PARA O MEIO DE NS.A Programao iniciou-se no dia 30 de janeiro, com otradicional Caruru, em prol da reforma da Igreja Matriz. Jno dia 01 s 05h00 da manh houve uma Carreata pelasprincipais ruas da Cidade. A festa encerrou-se no dia 11 deFevereiro s 16:30h com uma caminhada de f pelaprincipais ruas da cidade. Fte: www.diocesedeilheusba.com

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    MARO ANOS 50, ENCONTROS NOTURNOS... 2016

    Quem ouviu sua histria, estranhou:- Como tomar vitamina, Azevedo, se Coaraci est sem

    energia!- Eu tenho um liquidificador manual, respondeu ele.Na mesma hora um pequeno grupo se formou e se dirigiu sua casa pra conhecer o artefato e ele foi logo fazendo umademonstrao. Era uma geringona parecida com umamquina de moer carne, fazia um som de umametralhadora, era um rudo danado. A turma retornou aindaem tempo de espalhar aos outros a novidade.Essas reunies pelas ruas centrais de Coaraci iniciaram-sedepois da chegada dos cinemas, por volta de 1950, incio de1951, e com a criao do exame de admisso de DigenesMascarenhas e do Professor Ansio Leo e consolidaram-secom implantao do curso ginasial, assim permanecendopor cerca de 10 anos. Era sempre a mesma turma de jovensconhecidos desde os anos iniciais do curso primrio, nasescolas espalhadas pelo Distrito.Nas conversas, tratava-se de tudo e parecia uma especie derepentismo: tirava-se de onde no tinha e botava-se aondeno cabia.Passar ali era uma obrigao de todas as noites, mesmo quefosse preciso enfrentar o vento frio do inverno trazido pelorio Almada. Eram verdadeiros desfiles de palets velhos, atento esquecidos no fundo do ba. Nilo Queiroz, JoelGualberto, eram irreverentes e com um boco, morriam derir aps examinarem o palet dos que chegavam e diziam:- Meu irmo, onde achou esse! Foi do finado, hein! E aalgazarra era maior se descobrissem numa camisa, algumboto diferente dos demais, era logo chamada demostrurio. E cantavam a msica: Engole ele, engole ele,palet. Engole ele, palet, o dono dele era maior!Se as calas ficassem um pouco acima do sapato ou o cabelo

    tocasse na orelha, algum logo perguntava se estavafaltando dinheiro em casa e de imediato metiam a mo dobolso, como se fossem tirar algum dinheiro para a compraum novo tecido, ou para o corte de cabelo. Se descobrissemalgum furo numa meia, algum logo tentava tirar o sapatopra ver sua extenso; se fosse mais de um ou se fossegrande, j no chamavam de feriado e sim de semanasanta.As calas na poca traziam um pequeno bolso, numaherana de tempos passados, eles serviam para colocarmoedas ou para acomodar os tradicionais relgios de bolso.Como no mais se usavam aqueles relgios e a moeda aospoucos foi perdendo seu valor, no local eram colocadospequenos espelhos, para que cada um pudesse, a todoinstante, olhar seu penteado, a exemplo de Novenal Quinto,

    Praa PIO XII

    Bons Velhos tempos...Enock Dias Cerqueira

    As praias tradicionais de Ilhus, sede do municpio at 1952,continuavam ignoradas pelos coaracienses, queencontravam aqui, momentos bem mais agradveis,certamente no encontrados l. Mal noite chegava,pessoas e estudantes iam se reunindo e se movimentandoem pequenos grupos ao longo da Rua Rui Barbosa, PraaGetlio Vargas, J. J. Seabra e a Praa Pio XII.Jos Azevedo e Osvaldo Ribeiro, amigos inseparveis, eramdos primeiros a chegar s 18:00 horas, quase semprecoincidindo com a parada do nibus que seguia em direo a

    Almadina, vindo de Ilhus. As capas apoiadas em seusbraos indicavam que a volta s suas residncias s deveriaacontecer l pela alta madrugada. Vinte ou trinta minutosmais, j estavam chegando Aldo Santana, Nivaldo Leo,Antnio Bahia e Esquerdinha. Alguns minutos mais, numapequena roda, estavam as irms Efignia e Eponina, JosValdomiro, Gironda Soares, Raimundo, Vanderlita,Marinalva Barbosa, Carlos Ribeiro e Jos Andrade.No outro grupo, Marion, Fenelon, Edwalson, FranciscoSoares, Marlene Campelo e sua eterna amiga Cla do Vale,Antnio Reis, Jess Alcntara e seu irmo Jeconias, tinhama companhia de Jos Sobrinho, este, vindo pra l dos limitesda cidade. Heckel Casais chegava apressadamente, j quevinha das ltimas casas da runa de Jos Ramos e se juntavaao grupo onde se achava Manoel Lins, o Neguinho, que, de

    voz alta e muita gesticulao protestava contra algumacoisa. Num desses dias as moas estavam eufricas, j quehaviam vencido literalmente os homens numa competiode cabo de guerra, nas costumeiras avaliaes de EducaoFsica, no campo de futebol.Nicomedes Bispo, Antnio Lima, Vilma Reis, Gironda Neves,Thefanes Aguiar, Leda Feitosa, Jos Fernandes, OldeckMarques, este, conversando mais que papagaio de porta devenda, mantinham-se presos a alguma conversa muitointeressante. Florisvaldo dos Anjos, o Binha, OsmarSantana, o Pretinho, Nelson Moreira, Gedehy Almeida, IraciSilveira e as irms Tnia e Josa Quinto, formavam outrogrupo em meio a tantos outros. A cada minuto os grupos semisturavam, sem contudo, perder o teor de suas conversas.Azevedo, mesmo com seus 38 ou 40 quilos, achou que com

    a praticar do boxe, certamente, ganharia alguns quilos, edisse estar se reforando com muita vitamina de frutas.

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    MARO SERENATAS AO LUAR 2016

    Os cinemas estavam em decadncia, quando algunsestudantes passaram a se divertir em pequenas festas

    danantes em casas de famlias conhecidas. Uma radiolaporttil e alguns discos nas mos de Novenal Quintoindicava de que teria festa em algum lugar. A casa escolhidanem sempre era avisada com antecedncia e os primeiros achegar iam afastando alguns mveis, apagando oudiminuindo a intensidade de algumas lmpadas, para que oambiente fosse logo envolvido pelo som de algum disco.Alguns ritmos como o bolero, o samba cano, estavam empleno apogeu e interpretados por grandes trios mexicanos ealguns brasileiros, alm de uma infinidade de discosgravados por sextetos com msicas continuas ou de menorintervalo, apropriadas para esses momentos: O Trio LosPanchos, Trio Guadalupe, Trio Cristal, Sexteto Guanabara,Sexteto Rex, Sexteto Prestige, Bienvenido Granda, NelsonGonalves, Lucho Gatita, Gregrio Barrios, Pedro Vargas,Carlos Argentino eram alguns que abrilhantavam essasfestas que raramente passavam da meia noite.Nem todos retornavam s suas casas aps estas festas,Antnio Paulo Godim, bancrio, Osvaldo, estudante eHamilton funcionrio da Receita e violinista, todos desaudosa memria, comeavam a afinar as suas vozes paramais uma serenata pelas principais ruas da cidade, foi maisum fato marcante do passado coaraciense.Coaraci, Distrito do grande municpio de Ilhus destacava-se pela variedade de atraes oferecidas a seu povo, era umdos poucos que proporcionava emocionantes corridas decavalos a seus moradores, essa competio surgiu nosprimeiros anos da dcada de 40 e manteve-se at o iniciodos anos 50, realizavam-se logo as primeiras horas do dia,num trecho em reta de aproximadamente dois quilmetros,existente logo aps a fazenda de Manoel de Souza Dias,

    hoje pertencente aos herdeiros de Lourival Melo.Representava momentos de exposio de valiosos animaisque se tornaram conhecidos atravs de seusadestramentos, realizados em pleno permetro urbano denosso distrito e plenamente aceito pelos moradores:- Pavilho, Turbilho, Rompe Silncio, Prncipe, Professora,foram animais de alta linhagem e seus donos tinham assimuma oportunidade de mostrarem o trabalho dos mestres Zdo Galo, Jonas Sergipano e seus filhos, Pedro, Joo e Themi,adestradores de cavalos da poca... FIM

    CINE COARACI

    Jos Sobrinho e Emanuel Lins, os maiores consumidores deBrilhantina e Gumex da cidade. Os pequenos pentes usadospor eles para corrigir o penteado eram comprados emquantidade, pois ao serem procurados nos bolsos,certamente, no seriam encontrados. Com qualquer vacilo,os batedores de pente entravam em ao.No incio das sesses nos cinemas, integrantes dos grupos

    j desfeitos, ocupavam seus lugares predefinidos. Numaocasio, durante a exibio de um filme nacional, intitulado

    o Samba do Morro" no cine Glria, que na poca, gozava deum enorme prestgio entre os estudantes, como de outrasvezes, os componentes da legio, aos poucos, iamocupando os seus costumeiros lugares, durante a cena emque o ator Pedro Dias representava um policial encarregadode proibir qualquer manifestao carnavalesca no Rio deJaneiro. Ao invs de autuar os infratores, esse guarda erasempre surpreendido pelos fiscais, danando em plenagafieira, com farda e tudo. Ao perceber a presena dafiscalizao, puxava uma arma maior que as outras e davavoz de priso a todo mundo, sob alegao de estareminfringindo a lei. Francisco Soares, Almir Farias, NidalvoQuinto, Jeconias Alcntara, estrategicamente sentados eno muito distantes um do outro, davam inicio uma sessode gargalhadas que contaminava toda a platia. Quem no

    gostava dessa algazarra era o Subtenente Prudncio, napoca Delegado de Polcia. O ranger de sua poltronaindicada que ele se levantar para uma geral e o silncioento dominava o ambiente. Um novo rudo indicava seuretorno sua poltrona cativa. A demora prolongada de umnovo rudo poderia indicar sua sada, para uma rondaexterna e a algazarra tomava conta do ambiente.Por volta de 1959, o Cine Glria teve algumas de suaspoltronas quebradas, em decorrncia de uma pequenaagresso do gerente Clarindo contra o estudante GenolinoFernandes, filho de Helena do ouro. Semanas depois, arapaziada realizou outro quebra-quebra no Cine TeatroCoaraci, porque a direo negou a meia entrada numaapresentao do cantor Nelson Gonalves, porm TuquitoGes, observando uma estranha movimentao e

    pressentindo o pior, concedeu o benefcio e tudo terminouna mais absoluta paz...

    Voc sente tremor nas plpebras? Sinal de que preciso desacelerar Possveis causas: Problemas pessoais,fadiga, ansiedade, resultado de noites mal dormidas

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    MARO 2016

    CELULARES, CARROS DE LTIMA GERAO,COMPUTADORES, NOVAS CONSTRUES...

    Outra novidade que veio pra ficar e pra melhorar a vida demuita gente, foram os aparelhos de telefones celulares.Lembro-me do primeiro que adquiri em 1995, comprei dePiau, representante do produto na regio. Era dispendiosomant-lo, o custo das ligaes exorbitante, na poca poucaspessoas possuam um. Mas as novas tecnologias foramficando mais acessveis, a procura pelos tais aparelhosaumentou, multiplicaram-se as ofertas e as vendas econsequentemente as facilidades em encontrar e adquirir ostais aparelhinhos. Atualmente a cada dez pessoas dequalquer classe social, nove tem um aparelho celular, queserve como despertador, aparelho de som, cmerafotogrfica, filmadora, TV, FM, faz ligaes urbanas,

    interurbanas e internacionais, tudo graas s antenasrepetidoras das operadoras que se multiplicaram e aossatlites que captam os sinais e distribuem em todo globoterrestre, facilitando as comunicaes.Pois , acabaram-se os orelhes, lembram-se deles?Atualmente, os aparelhos de ultima gerao possibilitam oenvio e recebimento de imagens, mensagens e vdeos peloWathsapp, Facebook, Instagram. Pode-se fazer pesquisasno Google, no Wikipdia, ou em outros navegadores.Pouqussimas pessoas das pequenas e grandes cidades,atendidas pelas operadoras, ficam de fora desta evoluotecnolgica. S se quiserem. Os aparelhos celulares soferramentas que vieram facilitar a relao comercial e asociabilidade. Isso o progresso! Ningum pode sair por areclamando de situao de misria do povo coaraciense, porexemplo. No podem afirmar que tudo esta ruim, que ofim... Porque esta situao no existe.J viram o nmero de novas construes de casas popularesnos bairros da periferia deste municpio? E o crescimentodestes bairros? E como se no bastasse, quem no tem umcomputador em casa ou na casa do vizinho? Qual a escolahoje que no tm vrios computadores ou tabletes! Pra tudohoje se precisa deles. Nos anos 80, nas escolas, seutilizavam as maquinas dactilogrficas, calculadoras,mimigrafos, as cmeras fotogrficas ainda usavam filmes!O sinal de TV era analgico. TV a cabo s para classe mdiaalta.Coaraci desenvolveu-se economicamente, socialmentee politicamente e os coaracienses tiveram uma melhorasensvel na qualidade de vida. Hoje muita gente tmpossibilidades de adquirir bens, inclusive veculos novos.Faz pouco tempo que os veculos novos s podiam ser

    adquiridos por pessoas consideradas ricas, os outrosadquiriam carros usados, muitas vezes velhos eenferrujados e muito rodados, havia at um bom comrciode carros usados na praa deste municpio. Atualmentemquinas de ultima gerao so dirigidas pelas ruas dacidade por pessoas de classes sociais diversas, so as taisfacilidades do crdito, qualquer um com o nome limpo euma renda mediana pode financiar um veculo, uma casa,um apartamento, uma casa de veraneio, um sitio e at umafazenda. Existem problemas? Sim, existem, muitosproblemas, principalmente os de gesto pblica, mas nopodemos negar que Coaraci desenvolveu-se em todos osaspectos e as novas tecnologias trouxeram ferramentasimportantes para o seu processo evolutivo. E isso pra secomemorar.

    PauloSNSantana

    AS MOTOS TXIS REVOLUCIONARAMO SISTEMA DE TRANSPORTES EM COARACI

    As mototaxis revolucionaram o sistema de transpordes depassageiros nesta cidade. A carncia de oferta de empregosfoi a responsvel pelo surgimento deste tipo de servio econsequentemente melhorou a qualidade de vida de muitos

    jovens mototaxistas e dos passageiros que residiam naperiferia, nos distritos e na zona rural e at os que residiamna zona urbana.Dizem que a mototaxi pode ter surgido atravs de uma ideiade um motoqueiro desempregado, nos anos 90, quando,

    para conseguir se sustentar, ele estacionou a sua moto emfrente algum ponto comercial, com os seguintes dizeres:"Mototaxi, corridas a 1,00 real, telefone: 0800.... Quemno podia fretar uma moto txi a qualquer hora, para serlevado a outro municpio, distrito ou a um bairro maisdistante pagando to pouco? Hoje, j existem vriosmototaxistas em pontos estratgicos da cidade e o nmerode seus telefones celulares afixados em todos os lugares.O valor a ser pago sempre foi nico, independente dadistncia a ser percorrida. Podia variar a depender do dia dasemana ou do horrio ou mesmo diferenciado caso adistncia acordada fosse maior do que a usual.E assim se sucedeu at os dias atuais...Dependendo do porte da cidade, a atividade de transportepor mototxis pode ser registrada ou no. Em Coaraci noexiste padronizao, nem legalizao municipal. Cidades detamanho maior tratam as motostaxis como um serviosemelhante ao de txi.Existem riscos, desconfortvel? Sim, principalmente paraidosos e crianas que podem ter um mal sbito ou umdesequilbrio e cair machucando-se gravemente. Mas imprescindvel, principalmente pela correria dos dias atuais.Ns j publicamos no Caderno Cultural de Coaraci umamatria sobre as dificuldades que os moradores dos bairrosda periferia tinham em se deslocar at o centro da cidade,para comprar medicamentos, pagar por servios, fazercompras, etc. Imaginem uma pessoa percorrendo um longopercurso andando, com chuva ou com o sol quente, doente,ou estando gravida ou sentindo dores de dente, ougravemente ferida! Mas isso ficou pra trs, ningum precisamais ser transportado em um lombo de animal, ou fazer

    longas caminhadas sem as condies fsicas adequadas...

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    AVANOS DE COARACI NOS LTIMOS 30 ANOS

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    MARO TITE E ZIZINHA... 2016

    - a Zizinha. Voc no a conhece? Cuidado! Ela to 'ladra'quanto voc, mas 'ladro' que rouba ladro.

    Realmente, Zizinha chamava a ateno. Um metro esetenta e cinco, cabelos negros e longos presos em rabo-de-cavalo, corpo bem feito e moldado pelos vrios esportes quepraticava. Os olhos verdes davam-lhe uma maravilhosaaparncia, misto de Scarlett e Giselle. Sua extica belezaintimidava e ao mesmo tempo atraa uma legio deadmiradores. Sua personalidade era muito especial. Sabiado poder que exercia sobre todos que dela seaproximassem: Adultos, jovens, crianas, idosos ehomens. Perspicaz e extraordinariamente inteligenteZizinha, aos dezoito anos, ostentando sempre um ar deinocncia e ingenuidade era tambm uma exmia ' ladra' decoraes. Silenciosamente curtia ver os seus admiradoresprostrados, apaixonados e entregando-lhe os coraes de

    mo beijada.Um dia ela disse a minha me que s daria o seu corao aohomem que, apaixonado, conseguisse faz-la apaixonar-setambm Perdidamente!Tide apenas observava absorto, como se estivesse vendouma fada, ninfa, miss, sei l! A partir daquela viso, Zizinhano saiu mais dos seus pensamentos. No olhava para maisningum! Sua vida iria mudar a partir da.

    Aplausos, fogos, gritos! A multido delirava! Tide, Tide,Tide! Quatro a um, dois de Tide! O Santa Clara era o GrandeCampeo! Tide, o heri cativo! Como Capito, Tidereceberia solenemente a Taa merecida Das mos dequem?!Trajando short, botas e bon brancos, blusa delistras brancas e vermelhas, com os longos e negros cabelospresos num lao de fita, na ponta do rabo- de- cavalo,Zizinha subiu os degraus do podium de madeira, segurandoo trofu e acompanhada das crianas que iriam fazer aentrega das faixas de Campeo e vice aos jogadores.Zizinha e Tide, frente a frente!

    Fascinados! Sem flego, mudos e com os coraes aos pulosao se aproximarem um do outro. Pela primeira vez TideTREMEU diante de uma mulher! Zizinha, corada e sentindoas pernas trpegas, levantou-se na ponta dos ps para darum beijo na face do Campeo, o qual ela s conhecia defama (e que fama!). Ambos fecharam os olhos para a trocade beijos. De repente:GRITOS, PALMAS, VIVAS, FOGOS, DESMAIOS,IMPROPRIOS E XINGAMENTOS! APLAUSOS DAPLATIA EXTASIADA!Improprios e xingamentos, desmaios e palavres Essaparte chamou a ateno do pblico, pois, essa foi a formaque muitas fs e apaixonadas encontraram paraexpressarem o que sentiam, quando viram desaparecer, demaneira irremedivel, todas as suas esperanas e todos osseus sonhos. Para elas e para muitas outras que preferiramguardar para si as emoes de inveja e cime restava ador de cotovelo, pois sabiam que perderam Tide parasempre naquele beijo arrebatador! Sim, mas porque tudoisso? Ocorre que o beijo que deveria ser na face, sem saberexplicar a tremenda atrao que os movia, numa cenacinematogrfica, diante da delirante multido, beijaram-sedemoradamente nos lbios, de uma forma inesquecvel.Ambos sentiram, naquele momento, que seus coraeshaviam sido ROUBADOS! (Cupido ria tanto, que esqueceuque estava nu!). Ningum sabia explicar aquela cena. Osdois nunca tinham se visto, no se conheciam! Mas a paixoarrebatadora floresceu. Um ms depois, Tide veio de Ilhus

    para ver Zizinha e trazer-lhe um valioso presente:

    A PROLA AZUL

    Der Ivo B. Ramos

    O Esporte Clube Jacarand estava na final do CampeonatoRegional do Brao do Norte. O seu adversrio Santa ClaraFutebol Clube, sempre em segundo lugar, chegou disposto alevar a to cobiada Taa, por uma questo de honra! Paraisso trouxe uma equipe considerada a melhor de todo oCampeonato, inclusive seu Capito Tide (Aristides)Estudante de Direito da Universidade Estadual de SantaCruz (Ilhus), era famoso como exmio desportista, em

    vrias modalidades, especialmente o futebol onde eraadmirado, querido e disputado pela tribo feminina.Chamava a ateno pelo seu porte atltico e beleza fsica.Vinte e quatro anos, um metro e oitenta e cinco, cabelosnegros e lisos caindo na testa. Ele era uma pea rara:Diziam que se especializou no roubo de coraes. Asmulheres de adolescentes a balzaquianas que o digam!Tide era um Dom Juan inveterado. Conquistava mas no eraconquistado. Deitava e rolava. Mas sua maior qualidadecomo homem, era o respeito que tinha pelas donas doscoraes por ele arrebatados. No zombava, nodebochava. s vezes at chorava com sinceridade diante deuma bela garota, para no lhe entregar o prprio corao.Roubava o dela, mas no lhe dava o seu! As duas equipeselegantemente uniformizadas, estavam formadas no meiodo gramado para a cerimnia de abertura. A gritaria dasduas torcidas, mais o pipocar dos fogos, o desfile dascrianas e adolescentes em seus uniformes de gala e suasbandeiras, a bandinha e as professoras, tambm vestidas acarter, era uma cena digna de ser vista, para nunca maisesquecer! Eu nunca esqueci aquele dia, daquele jogo e nemdo que aconteceu depoisAs crianas invadiram o campo cantando, levandobandeirolas e bolas coloridas. A Taa estava sobre umamesinha, em frente s duas equipes em posio de sentido,enquanto as autoridades convidadas eram apresentadasaos donos das duas fazendas.Os dois, usando camisas dosseus times, eram compadres e grandes amigos, pormferrenhos rivais quando se enfrentavam no gramado.Observando o desfile, Tide cutucou o companheiro Clcio,goleiro do Santa Clara e colega de faculdade: Quem

    aquela que lidera o desfile das crianas?.

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    MARO UM COLAR DE OURO BRANCO... 2016

    Um colar de ouro branco com uma grande prola azulcobalto como pingente. Em troca ganhou dela um

    suter vermelho de tric feito mo, por ela mesma.Os presentes eram para confirmar a data docasamento, dentro de dois meses. Querida, amanhirei ao Rio de Janeiro, para receber o Diploma de Ps-Graduao na FGV. Te amo, minha Prola Azul. DisseTide no ouvido de Zizinha. Leve o suter vermelhopara aquec-lo. Tambm o amo muito! Disse Zizinhaemocionada. Vendo Tide com o suter no pescoo,Clcio comentou:- Lindo! Presente?- Sinto apresena dela junto a mim! Respondeu Tide,despedindo-se do amigo no aeroporto. O destino,porm quis mudar a histria do lindo casal. O avio deTide, em pleno voo, pegou fogo, caiu e desapareceunas guas revoltas do Oceano Atlntico. Aparelho,passageiros e tripulantes nunca foram encontrados!Dizem alguns pescadores que foi numa regio abissal,

    perto dos Abrolhos. Uns poucos objetos foramencontrados nas praias de Caravelas, Trancoso ePorto Seguro. Deitada, em estado letrgico, nocomia, no falava, tamanha era a sua tristeza e dor.Zizinha definhava! s vezes, pedia a uma ou outraamiga que orasse por ela. Uma dessas amigas,Marinha, havia sido colega de Tide na Faculdade,perguntou minha me: Dona Vi, a senhora viuaquela pequena trouxa branca sob a cama? Vi!

    Tambm vi! Afirmou I, minha irm. Minha mevoltou ao quarto, pegou a trouxa e colocou-a numarmrio que havia ao lado da cama de Zizinha. Trsdias depois, minha me, juntamente com algumaspessoas da nossa famlia, retornou para mais umavisita. Zizinha definhava a olhos vistos, causando uma

    sensao de angstia em todos que a visitavam. Icutucou mame T vendo a trouxa sob a cama? Elafez que sim com a cabea, mas achou melhor ficarcalada. Afinal de contas todos estavam vendo aestranha trouxa, mas nada diziam. Cabia famliadar-lhe destino! Seis dias depois da visita, recebemosa notcia de que Zizinha havia morrido. Toda a nossafamlia participou do velrio e a pedido do pai damoa, meu av rezou o Santo Ofcio de NossaSenhora, acompanhado de todos os presentes. TiaAna perguntou a algum da famlia: Qual osignificado daquela trouxa sob o caixo? A pessoano soube explicar, achou melhor deixar l. s dezhoras da manh, milhares de pessoas acompanharamo enterro, seguindo pela estrada de rodagem at o

    cemitrio, distante cerca de quatro quilmetros.Todas as crianas, uniformizadas juntamente com osjogadores de todos os times do Vale do Brao doNorte, trajando suas respectivas camisas, vieram daro ltimo adeus a Zizinha. Exatamente na metade dopercurso existe uma slida ponte de madeira. Bem nomeio da ponte, agora para espanto de todos, LESTAVA A TROUXA!Vav (Oswaldo) um dos jogadores do Jacarand eferrenho admirador de Zizinha (apaixonado emsegredo), visivelmente abalado, disse algunspalavres e ameaas a quem desejou tanto mal aponto de matar aquela que ele tanto amava (emsegredo). Num acesso de raiva, pegou a estranhatrouxa, cuspiu em cima e depois a atirou a mais detrinta metros de distncia, para dentro dos juncos edas baronesas. Muitas pessoas que assistiram cena

    e numa demonstrao de alvio, chegaram a aplaudir o gesto doirado Vav! Aps o sepultamento, j sada do cemitrio, vrias

    pessoas, inclusive da minha famlia, viram com espanto esentindo arrepios, que a estranha e misteriosa trouxa, a mesmavista sob a cama e sob o caixo durante o velrio e, por ltimo,sobre a ponte, AGORA ESTAVA SOBRE A SEPULTURA DE ZIZINHA!Vav desmaiou e foi levado s pressas para um carro! O tempopassou. Mais de um ano depois, a me de Zizinha, acompanhadade pessoas da nossa famlia minha me, minha av e minhasduas irms se dirigiu ao cemitrio para levar algumas rosasvermelhas sepultura da filha. As mulheres observaram queentre as roseiras ao redor da cova e bastante estragada pelotempo, l estava a trouxa. Minha irm e sua prima Ma, com aponta de um galho seco, comearam a mexer na trouxa e com ummisto de medo e curiosidade, observaram, atravs do tecido rotopelo tempo, que havia alguma coisa Comentaram com minhame, que achou melhor chamar sua comadre (Zizinha era afilhadade minha me). Chorosa pela saudade que sentia, afastou

    cuidadosamente as roseiras e diante de todas aquelas pessoas,abriu a trouxa eassustadas e trmulas viram admiradas o seucontedo! Cuidadosamente envolto no suter vermelho, l estavao colar de ouro branco com seu pingente:A PROLA AZUL!

    Filhos bons quando so pais ruinse vice versa...De Joaquim Moreira

    Aqui em Coaraci, havia uma senhora, funcionria dos Correios eTelgrafos, conhecida por Lourdes. Os seus familiares assim atratavam, os demais como eu a chamava de Dona Lourdes, erauma Senhora bastante estimada; Dado ao seu merecimento foitransferida para Feira de Santana onde permaneceu. Querendo eu

    em parte pagar as suas atenes comigo, mesmo contra a minhavontade transportei aquela amizade de to perto, para maislonge. Sendo um percurso um pouco prolongado conversamossobre vrios assuntos durante a viagem, entre os quais ela mecontou: - Senhor Moreira, vindo a semana passada de Salvadorpara Coaraci, junto com minha irm, no nibus que veio porPoes, do Ponto de Astrio pra Santa Cruz da Vitria, quandoquase todos os passageiros estavam dormindo, eu percebi queum rapaz de boa aparncia que estava sentado na cadeiracontgua de um senhor de certa idade, meteu a mo no seu bolso etirou um mao de dinheiro, logo aps acendeu a lampadazinhaindividual, contou o dinheiro e meteu no bolso. Eu e minha irmficamos apavoradas, pois trazamos uma sacola no porta-bagagem com certa quantia, ento tiramos de l e pusemos embaixo dos meus ps. Momento depois o rapaz tentou furtar outro

    passageiro da cadeira da frente, mas no conseguiu. O gatunoento levantou-se e foi ao sanitrio, nesse nterim eu chamei amoa que servia de condutora no nibus e comuniquei a ela o fato.Ela imediatamente comunicou ao motorista. Ele aparentou notomar conhecimento, mas sendo um rapaz de formao diferentede muitos motorista de nibus; entre Ibicara e Itabuna parou onibus no acostamento e disse em voz alta: Estamos chegandoem Itabuna, solicito aos passageiros verificarem os seuspertences. Todos os passageiros se alvoroaram, menos o senhorque fora furtado. O referido rapaz a esta hora tornou a ir aosanitrio. Dona Lourdes, ainda muito assustada, bateu no ombrodo referido Senhor e lhe disse:" Meu senhor, aquele sujeito lhetirou um mao de dinheiro do bolso. Ele lhe respondeugesticulando com as mos com a maior humildade: O que possofazer minha senhora? meu filho!

    Assim vivem pais e filhos, num dantesco drama de conscincia.Filhos bons quando so pais ruins e vice versa...

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    MARO UM HOMEM COM PODERES ESPIRITUAIS 2016

    Senhor Vav, foi admitido no servio pblico municipal em21 de Setembro 1967 e demitido em 12 de Fevereiro de

    1971, foi readmitido em 08 de Outubro de 1977 e demitidoem 01 de Maro de 1981, por motivos polticos. Foifuncionrio do Hospital Geral de Coaraci, na funo decobrador, na gesto de Dr. ngelo e de Dona Vitrinha.

    Era um homem honrado, bem humorado,brincalho, iluminado, muito simples. Ele ajudava a suaesposa a fazer bananas real, para seus filhos venderem,contribuindo para o sustento da famlia.

    Era muito educado, falava baixo, sabia ouvir, eraobservador, atencioso e sempre que solicitado l estava elepara servir ao prximo, sem rancores ou dio no corao: -Certa ocasio o Senhor Vav, foi chamado s pressas paradominar um jovem rapaz de famlia tradicional, que estavatranstornado, descontrolado e violento, quebrando objetosda casa, causando apreenso aos pais. Ele encontrou umasituao fora do comum, mas acalmou o jovem e aps assuas oraes fervorosas e poderosos passes, a paz voltou areinar na casa e ele retornou para a sua residncia,amarrotado e bastante extenuado...

    Outro fato importante, era que o Juiz de Direito, Dr.Mrio Albiane, quando retornava Coaraci a negcios ou defrias, o procurava para que rezasse e abenoasse a suafamlia.

    O Senhor Vav alm de ser um Mdium Vidente,sabia ler as mos das pessoas com sabedoria, ele conseguiaver muito alm do materialismo e as suas previses namaioria das vezes foram acertadas, elevando a admirao,a credibilidade e o respeito que os coaracienses tinham porele.

    Durval Jos dos Santos era um homem saudvel atque a diabete o acometeu, mais tarde em razo da doena

    vieram os problemas cardacos, ele ento passou a seguiruma dieta mais rgida e assim permaneceu por muitos anos,at o dia 01 de Agosto de 1994 quando sucumbiu luta pelavida, vitimado por problemas cardacos.

    DURVAL JOS DOS SANTOSUM HOMEM DA PAZ E DO BEM

    Entre os seres humanos existem pessoas quepossuem o dom da espiritualidade, homens e mulheressensitivos e videntes, que tem o poder da palavra. As suasoraes so poderosas, carismticas, afastam o mal olhado,previnem contra doenas e protegem o corpo contra asobsesses espirituais. Um desses homens foi o MdiumVidente, Durval Jos dos Santos, filho de Pedro Jos Deidos Santos e da Dona Maria Margarida de Santana. Eranatural da cidade de Boipeba no municpio de Valena,nasceu em 08 de Julho de 1919, mais tarde mudou-se paraCoquinhos, onde conheceu e casou-se com Dona Angelina eforam morar em Itapetinga de onde se transferiram paraCoaraci, no dia 10 de Setembro de 1967. O casamento coma Dona Angelina Maria da Conceio foi realizado no dia 23de Setembro de 1954. O casal teve quatro filhos: ExpeditoHlio (20 de Julho de 1955), Jos Washington (08 de Julhode 1958), Maria Jos da Conceio (19 de Maro de 1961) eAllan Kardec Santos (05 de Janeiro de 1965).

    Durval Jos dos Santos veio para Coaraci convidadopelo senhor Valdivino Henrique dos Santos, pai do ex-prefeito de Coaraci, Elivaldo Henrique, quando ainda residiaem Itapetinga, por ser um Mdium Vidente, EspiritaKardecista, desde os 12 anos de idade. Veio para ajudar nafundao do Centro Espirita Bezerra de Menezes e nostrabalhos espirituais e filantrpicos, atendendo a

    comunidade, junto com as senhoras Julieta Alves Marfuz,Elita dos Santos, a esposa do Senhor Valdivino, DonaPompilha, Dona Nair e Nadir Sales entre outras.

    Senhor Vav, como era chamado comumente e seusfamiliares, residiram em casas alugadas, em bairroscentrais, onde fizeram boas amizades. Em 3 de Junho de1968, ele ganhou de sua irm espitual, Aurenice, umterreno para construir a sua prpria casa, mas tarde, juntoao seu filho Jos Washington, compraram a casa n 54 daAvenida J. J. SEABRA e o seu terreno fez parte dopagamento da entrada, enquanto o seu filho Jos pagou orestante. A casa ainda existe e continua sendo propriedadeda famlia. Durval Jos, foi Cabeleireiro e trabalhou noChafariz Municipal, recm-inaugurado, no bairro PedroProcpio, onde mantinha uma pequena barbearia nos

    fundos. Ele era amigo e eleitor do Prefeito Antnio Lima, aquem acompanhava sempre que havia eleies municipais.

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    HOMENAGEM PSTUMA RAIMUNDO BENEVIDES SANTANA

    Benevides afastou-se pouco tempo de Coaraci, quando foimorar em Itabuna em 1970 e em Salvador em 1974, em um

    belssimo apartamento no Corredor da Vitria. Voltou aCoaraci em 1978, onde permaneceu at 1982, depois foimorar na Cidade de Ilhus, (uma bela casa, com piscina e atelevador), onde permaneceu at 2004, quando do falecimentode sua esposa, Lgia Alves de Santana. Prometeu ento nuncamais afastar-se de Coaraci. E afirmou categoricamente: -Daqui no saiu, daqui ningum me tira.Raimundo Benevides foi uma referncia para os coaracienses,um exemplo de administrador, bem sucedido e respeitado. Docasamento com a Dona Lgia, vieram cinco filhos, trs homense duas mulheres: rico, nascido em 10 de dezembro de1956,Eduardo Augusto nascido em 07 de Setembro de 1957 efalecido no dia 03 de Janeiro de 2007, Edson, nascido em 10de Maro de 1958, Adlia Virgnia, nascida em 10 deDezembro de 1960 e Maria de Ftima Alves de Santana,nascida em 22 de Maro de 1968.Nunca aceitou candidatar-se a cargos polticos, mas sempreestava disposto a contribuir com os Prefeitos que governaramesta cidade. Ele ajudou a eleger alguns deles.O Dr. Lomanto Junior na sua opinio, foi um dos maiorespolticos que j pisou em Coaraci e contribuiu para grandesobras realizadas nesta regio. Benevides era ctico, quando setratava de falar em poltica, evitava falar de nomes, masquando tocava no nome de algum politico, era para tecerrigorosas criticas, muitas vezes negativas, outras tantaspositivas. No acreditava mais no futuro promissor paraCoaraci, por causa do fracasso de seus ltimosadministradores.A partir de 1941, ele construiu um dos maiores patrimoniosda regio do cacau. Tinha uma mente lucida e entre as suaslembranas, surgia o nome do maior comerciante j

    estabelecido em Coaraci, O Sr. Charfic Lued. RaimundoBenevides ao longo dos seus noventa e tantos anos de idade,lembrava-se com clareza do Professor Digenes Mascarenhas,para ele, um abnegado das letras, que alm de professor foifundador do Ginsio de Coaraci, depois Colgio Antnio Limade Oliveira e finalmente, Colgio Municipal de Coaraci e foi umdos responsveis pela Emancipao Poltica de Coaraci.Acrescentava que o professor Digenes Mascarenhas,abandonou o comrcio para dedicar-se exclusivamente educao e tambm foi um dos fundadores do Clube Social deCoaraci, foi quem convenceu o Sr. Antnio Ferreira a vender oterreno onde hoje esta localizada a sede do clube. Aconstruo aconteceu no Governo de Gildarte Galvo. E prafinalizar, dizia que o professor Digenes mudou-se paraSalvador e l, convidou os alunos coaracienses que estudavam

    no ICIA, Maristas, Dois de Julho, Americano, Ipiranga, paracriarem uma comisso, reforada com a presena de polticose personalidades da regio cacaueira e juntos dirigiram-se aoGovernador Rgis Pacheco para solicitar o comprometimentocom a Emancipao Poltica Municipal. Este homem, paraRaimundo Benevides, foi esquecido, no possuindo sequer onome gravado em placas, ruas ou escolas do municipio

    Entrevistar o Senhor Raimundo Benevides Santana, umalenda, uma referencia foi uma grande honra para mim.

    Na madrugada do dia 06 de fevereiro de 2016, RaimundoBenevides Santana perdeu a sua ltima luta pela vida, faleceudeixando todos tristes e saudosos.Ele deixa um legado aosparentes, amigos e conterrneos.. Que Deus o abenoe................................................. PauloSNSantana

    Em 1941, o Sr. Raimundo Benevides Santana, veio a

    Coaraci para inaugurao das Casas; Nova, do Sr. PedroCavalcante de Albuquerque, Prediletas, do Sr. PedroAugusto, pai de Zeca Branco e da Casa de Tecidos do Sr.Joo Catalo. O Administrador de Coaraci na poca era oSr. Juvncio Pery Lima. Raimundo Benevides serviu noExercito Brasileiro, no 3 Batalho, 18 Regimento deInfantaria de Ilhus e foi recrutado para embarcar e sno foi Guerra por interferncia do Sr. Eduardo Catalo,que conseguiu a sua dispensa. Logo que retornou doexrcito, investiu em um empreendimento comercial: ACasa de Tecidos Carioca, em 29 de Setembro de 1946,situada no atual calado da Praa Getlio Vargas.Para a inaugurao da loja convidou o Administrador deCoaraci, Peri Lima, divulgou o evento na voz da cidade,contratou o Sanfoneiro, Antnio Trs Morros , em Ipia,

    dando incio assim construo do seu patrimnio.Raimundo Benevides Santana ao contrrio de algunsfazendeiros da regio, viajava a passeio todos os anos,levando consigo, seus familiares, eles at assistiram Final da Copa Mundial de Futebol em 1950, no Maracan.De 1946 1956, ele negociou com tecidos, em 1956,comprou mais duas lojas, uma em Itajupe e a outra emItabuna, pertencentes a Antnio Barbosa Teixeira.Em 01 de Dezembro de 1956, fechou a Loja de TecidosCarioca com um grandioso queima de estoques demercadorias de suas trs lojas. O movimento no dia foito intenso que ele precisou do apoio dos amigos dapoca, inclusive o Sr. Alberto Aziz. O resto do estoque,vendeu ao Sr. Zeca Trombone, pai da Dr. Snia. A LojaCarioca fechou as suas portas no dia 31 de Dezembro de

    1956. Mas Benevides manteve um escritrio comercial, aCasa Benevides, no mesmo local. Comeou ento anegociar com gado e foi na Regio do Ouro quecomprou as suas duas primeiras fazendas, depoisampliou para catorze fazendas: - Fazenda Monte Alegre,Planalto, Bom Jesus, Lealdade, Santa Maria, SantoAntnio, So Jos, Serra do Almada, Palmeirinha , J.Pereira, So Lus, Santa Rita e Cafund, espalhadas pelosquatro cantos da regio.

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    Raimundo Benevides Santana, uma LENDA!

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    MARO FATOS E FOTOS 2016

    CABELO DE DEND

    Essa foto de Cabelo de

    Dend foi tirada em 2002,quando fazia parte do TrioBalance. No mesmo ano, oprefeito Elivaldo, o contra-tou para cantar na festa

    junina, em horrio nobre,s 23h, na vspera do SoJoo. Ele iria fazer apenasuma hora de show, en-quanto o Prosa Chique sedeslocava de Bueraremapara Coaraci, mas umproblema com a Van quetraria a banda, gerou umatraso e Cabelo de Dend

    segurou a Praa por maisde duas horas, entretendotodo mundo.

    1 ENCONTRO DA FAMLIA SOARES

    Um encontro da famlia Soares foi realizado no dia 24 de Janeiro, na cidade de Coaraci, com a

    presena de familiares de todas as geraes, a reunio foi animada pela Banda PecadosCapitais, durante o evento foi reservado um momento para uma homenagem queles queesto vivos no plano espiritual...

    FOTO HISTRICA

    Soubemos que Waldir Amorimpretende retomar os traba-lhos pela Associao deArtistas de Coaraci.

    uma excelente iniciativa,pois aqui existem artistas,

    poetas, escritores, msicos,compositores e cantoresabandonados prpria sorte.

    preciso organizar-se, regis-trar-se e elaborar um projetoque resgate as obras dosartistas coaracienses.

    urgente criar condies parase descobrir novos artistas efortalecer a categoria, recon-quistando o lugar de destaqueque obtiveram no cenriobaiano, quando excelentestrabalhos foram apresentadosna regio cacaueira, no Brasile no exterior.

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina n.13

    Pode-se rever nesta fotoo saudoso Maradona, ladeadopor Tamires e Waldir Amorim.

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    MARO CORPO SO, MENTE S... 2016

    Fotos: esquerda Antnio Bispo da Cruz - Bahia - direita oProfessor de Educao Fsica, especializado em Musculao,Hugo Rogrio, tambm conhecido como Bahia.

    ACADEMIA DE MUSCULAOMOURA FITNESS

    O Professor Hugo Rogrio, assim como o seu Pai, conhecido como Bahia, filho de Antnio Bispo da Cruz e deMaria Moura da Cruz, Lia, para os amigos e irmo de MaraVernica. Professor de Educao Fsica e esta ampliando oseu projeto com a bela Academia de Musculao MouraFitness, situada na Rua Joana Anglica, no centro deCoaraci. O projeto esta sendo bem aceito pela sociedade evm de encontro grande necessidade que as pessoas tmnos dias atuais de buscar uma melhor qualidade de vida e atendncia melhorar cada vez mais, para atender estademanda.A academia foi montada com o objetivo de melhorar ocondicionamento fsico de pessoas que por algum motivo,nunca treinaram nem foram a uma academia demusculao. Bahia montou sua academia para quebrar otabu de que as pessoas no treinam porque no encontramoportunidades favorveis. O publico alvo da Academia so

    aquelas pessoas que nunca treinaram musculao e temvontade de iniciar neste tipo de atividade fsica. A academiaproporciona ao iniciante o treinamento especfico eexerccios adaptados, mas a musculao o carro-chefe.A partir da matricula o aluno avaliado periodicamente esua carga de exerccios adequada ao seu tipo fsico. determinado o tipo de repouso s atividades realizadas peloaluno, at o mesmo alcanar um bom condicionamentofsico.Os horrios de funcionamento da Academia, so de segundaa sexta, das 5.30 s 12:00 e das 14:OO at s 21:30 horas.Nos dias de Sbados das 9:00 s 12:00 horas. O alunomatriculado na Academia vai pagar uma mensalidade de45,00 Reais, com direito a avaliao fsica. exigido doaluno que dentro de um prazo de seis meses apresente

    avaliao mdica e cardaca atestando sua aptido para aprtica das atividades fsicas especificas.

    Virose da mosca lota emergncias naCapital e no Interior.

    Nessa poca do ano, comum a chegada das chuvas e comelas, as moscas ressurgem. Atravs disso, as doenas

    sazonais surto de diarreia, vmito, febre, dor de cabea,dores musculares vm lotando as emergncias doshospitais, Unidades de Pronto Atendimento e os postos desade.

    E-mail: [email protected] Pagina n.14

    AcademiaMouraFitness

  • 7/24/2019 63 Caderno Cultural de Coaraci

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    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com voc - 40.950 exemplares distribudosgratuitamente

    MARO QUESTES DE SADE PBLICA 2016

    o Zica Vrus, a Dengue e a Chikungunya, e no estamosvencendo essa guerra. preciso orientar a comunidade

    como combat-las, como fiscalizar e colocar remdios emcaixas d'agua, em vasilhas e vasilhames abandonados,pneus velhos, depsitos de lixo, em terrenos baldios. Noestamos sentindo firmeza dos orgos pblicos na lutacontra estas pragas. preciso tomar mais cuidados com asade pblica coaraciense.Estamos vulnerveis estasdoenas epidmicas. No Sbado dia 05/02/2016, recebiuma denuncia de que havia um foco num deposito de lixo nocentro da cidade. O lixo estava localizado abaixo da pontePeri Lima, principal via de acesso do municpio, prximo aum ponto de mototxistas. Fomos at o local e constatamosa veracidade da denuncia (fotos abaixo). Alertamos asautoridades para tomarem providencias, inclusive porque um local de risco, onde as larvas dos mosquitos podem serdepositadas.J passou da hora de tomar atitudes efetivas e desenvolveraes para evitar que acontea um mal maior e para isso preciso de uma intensa campanha publicitria que esclareae instrua o povo a se precaver contra estas pragas que estovitimando pessoas indistintamente, inclusive mulheresgrvidas e seus os fetos, acometendo-os com a Anencefalia,doena que causa m formao rara do tubo neural,caracterizada pela ausncia parcial do encfalo e da calotacraniana, proveniente de defeito de fechamento do tuboneural nas primeiras semanas da formao embrionriagerando crianas com deficincias gravissimas......................................................................... ..PauloSNSantana

    AS GUAS DO RIO ALMADA, SO DEPSITO DE ESGOTOS

    OS PERIGOS DA FALTA DE PROJETOS DESANEAMENTO BSICO

    Saneamento bsico a atividade relacionada com oabastecimento de gua potvel, o manejo de gua pluvial, acoleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejode resduos slidos e o controle de pragas e qualquer tipo deagente patognico, visando sade das comunidades.(FONTE: INSTITUTO TRATA BRASIL)H algum tempo foram realizadas algumas reunies emCoaraci, para se discutir o Saneamento Bsico do Municpio,fui convidado e participei efetivamente em duas delas, acheia participao popular fraquissima, tanto no Auditrio TniaGuimares no CEC, quanto no Centro Comunitrio, situadono centro da cidade. Nas duas oportunidades um tcnicofalou sobre os recursos financeiros que vieram para arealizao das reunies e fez esclarecimentos sobre osbenefcios que viriam para este municpio, inclusive sobreuma verba, se no me engano de um milho de reais, napoca, para desenvolvimento das principais aes. Masinfelizmente, ainda estamos na estaca zero e a verba no foiliberada at hoje. Acontece que a cidade de Coaraci andamal das pernas quando se trata de saneamento bsico. Umdos motivos de ter tocado neste assunto, a triste situaoem que se encontra o rio Almada, onde o esgoto municipal depositado. H algum tempo, todas as noites, sentimos umtremendo mal cheiro no ar, proveniente das guas

    contaminadas pelos esgotos da cidade. Por outro lado agua que estamos recebendo em nossas casas, no confivel, esta mal cheirosa e inadequada para o consumo.O lixo a cu aberto, no Bairro Maria Gabriela, esta sendoqueimado quase todas as noites, causando sriosproblemas respiratrios populao. As matas ciliaresesto sendo destrudas at no centro da cidade, onde j secortaram arvores centenrias e nas terras deagricultores eassentados, onde parte da mata foi derrubada etransformada em pastos para animais. No existe nomunicpio um mecanismo de coleta e tratamento deesgotos. Esto depositando lixos nas ruas e as guas dachuva, quando chove, carregam este lixo para o leitoagonizante do rio, agravando a sua situao.Estamosvivendo uma crise na sade pblica gravssima, comdoenas como... LIXO NA MARGEM DO RIO ALMADA EM COARACI

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina n.15

    Dr Suzy e M Clia Cavalcante patrocinammensalmente o Caderno Cultural de Coaraci

    O Gerente Aposentado do Banco do Brasil e Coaraciense,Jos Cardoso Leal, patrocinou este Caderno Cultural de Coaraci

  • 7/24/2019 63 Caderno Cultural de Coaraci

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    Aos sortudos que voltam s aulas,uma dica:

    Desliguem os celulares porque a escola a melhorrede social que existe.

    O esforo necessrio

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    E-mail: informativocultural162@gmail com