56º caderno cultural de coaraci cymk

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1 Caderno Cultural Agosto de 2015 Coaraci Nem sempre é fácil fazer o que é certo, é apenas um dever! Geralmente olhamos as pessoas superficialmente. Nem imaginamos a guerra que cada uma trava no seu interior. Em silêncio! Revista publicada desde 2010. 33.660 exemplares já distribuídos. Uma média de 600 exemplares mensais. Vol.56 Pracinha do Hospital de Coaraci, Julho de 2015.

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Revista mensal de informação cultural regional.

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    Caderno Cultural Agosto de 2015 Coaraci

    N em sempr e f c i l f a z er o que ce r t o , apenas um d ever !

    Geralmente olhamos as pessoas superficialmente. Nem imaginamos

    a guerra que cada uma trava no seu interior. Em silncio!

    Revista publicada desde 2010. 33.660 exemplares j distribudos.

    Uma mdia de 600 exemplares mensais.

    Vol.56 Pracinha do Hospital de Coaraci, Julho de 2015.

  • 2

    Nem sempre fcil fazer o que certo, apenas um

    Tel: 55 555 5555

    Certos de que a par-

    ceria entre a Escola

    e Famlia fator fun-

    damental para o

    sucesso do aluno!

    Tel.3241-1213

    De segunda a sbado

    das 07 s 17 horas. Organiza

    Escola Sagrada Famlia DO ENSINO

    INFANTIL

    AO ENSINO

    FUNDAMENTAL I E

    II E ENSINO MDIO.

    ESCOLA INCLUSIVA

    Filhos terrveis podem ser reflexo

    do comportamento dos pais

    T E L M A C C O A R A C I

    Rua Joana Anglica, 11, Centro

    73 3241-1004 Proprietrio Etevaldo Barreto Nogueira

    MATERIAL DE CONSTRUO

    Crianas agressivas, respondonas, mimadas, metidas... To

    difceis que at os pais no conseguem lidar com elas mas

    no se do conta de que, provavelmente, eles tm grande res-

    ponsabilidade pelo comportamento dos filhos. At por volta dos

    11 anos, os pequenos so como esponjas: absorvem tudo que

    vm do pai e da me, seus maiores exemplos. Bons e maus

    hbitos so incorporados. Porm, como so crianas, o reflexo

    acontece na forma de birra, gritos, desobedincia. Na adoles-

    cncia, o resultado recluso e rebeldia. provvel que muitos

    pais se perguntem: mas o que temos feito de errado?. A ver-

    dade nem sempre fcil de alcanar, pois no h manual que

    ensine a lidar com qualquer relao afetiva.

    O primeiro passo para compreender o seu filho ter conscincia

    que ele reflexo dos seus atos e comportamentos, voc a sua

    referncia maior. Portanto pais, os seus bons e maus exemplos

    sero copiados infelizmente para a personalidade do seu filho e

    o resultado deste processo poder ser de sucesso ou de fracas-

    so para ele. Voc deve desvendar e rever as prprias aes.

    Lembre-se: nenhuma criana (ou famlia) igual outra.

    Diretor: PauloSNSantana, Endereo: Rua Jos Evangelista de Farias, n16, 1 andar, Centro, Coaraci-Ba.

    Fones: (73) 8121-8056 - (73) 3241-2405.

    Correo textual, redao e diagramao, imagens e artes: PauloSNSantana

    Internet: O site: www.informativocultural.wix.com/coaraci - E-mail: [email protected].

    www.informativocultural.wix.com/revistacoaraci Impresso Grfica Mais.

    Educao Sagrada. Paz e Bem!

    O dio como beber veneno esperando que o outro morra!

    EXPEDIENTE

  • 3

    De p:

    Z Leal, Bi,

    Veinho, Da

    Bala, Calo

    Azul , Pelado e

    Raimundo

    Relojoeiro.

    Agachados:

    Deusdeth,

    Jackson,

    Wanderley,

    Veinho dos

    Anjos e Hugo.

    ANTNIO DA BALA

    Z Leal escreve sobre Ant-nio da Bala funcionrio do CEC na dcada de 60. Foi ba-leiro, e vascano e vencedor.

    Todo mundo sabe que eu sou tricolor de corao. Mas hoje, quero homenagear um vascano de raiz. Na verdade, um homem sim-

    ples e de muito carter, que levou a vida inteira em Coaraci, durante seus mais de 60 anos bem vividos. Seu nome Antnio Jos de Souza, conhecido pela alcunha de Antnio da Bala. O conheci na Penso de D. Maria Anita, que ficava na rua onde reside Dona Edelzuta. Seus hspedes eram de pessoas ilustres da nossa sociedade, dentre eles, o Dr. Pi-menta, Joo Fbica e outros. Da Bala atendia a todos indistintamente e foi um importante auxiliar naquela Penso . Na verdade ele viveu muito tempo ao lado de D. Maria, da, ter sido foi influencia-do a torcer pelo Vasco da Gama.

    O apelido de Antnio da Bala deu-se porque ele circulava na cidade com uma cesta de balas, e fazia a alegria da cri-anada. Era um balaio muito sortido, e vendia de chicletes at chocolates. Du-rante a semana em qualquer lugar, e na porta do cinema, l estava ele servindo de forma inteligente, a comunidade coa-raciense. Destacava-se na sociedade como esportista, torcedor do Vasco e, quando perdia um jogo, a galera tirava o couro dele, que sempre encontrava uma forma de justificar a derrota do seu time. Dizia: - O outro fez gol impedido ou o juiz ajudou o adversrio. Ele nunca aceitava pacificamente a der-rota de seu Vasco. Quando era exibido no cinema no Canal 100 um jogo que o Vasco vencia, ele gozava os adversrios como se fosse um jogo daquele dia. Ele gostava tambm de bater uma bolinha. Era quarto zagueiro. Dominava a bola, levantava a cabea e tocava para o companheiro com o lado do p, sempre com muita classe. Apelidei-o de Laerte, um craque que jogava no Vasco, e ele ficava muito envaidecido quando eu o chamava assim. Usava um vocabulrio muito prprio daquela poca em alguns lances. Respondeu a um companheiro de jogo do porque que ele furou aquela

    bola. Ele respondeu: - A bola veio cheia de goma. E de outra vez disse ao goleiro (eu): -Bota a bola a que eu vou bater esta birraindi. Autor De Z Leal

    Caderno Cultural de Coaraci

    Cultural

    Projeto Cidada

    nia na flor da

    pele!

    Cultural

    Projeto

  • 4

    ''UM CINEMA UMA PONTE E UMA ASSOMBRAO''

    Embora pequeno ainda, com pouca ida-de, cabea grande e feio, descobri o ci-nema logo cedo.

    Para mim o cinema era mgico, um mundo novo, tudo que minha mente precisava para se desenvolver: Maldade, bondade, crueldade, justia, priso, cas-tigo, generosidade, o bem sempre ven-cendo o mau e a minha personalidade sem eu perceber ia moldando-se ali na geral do cinema Coaraci.

    Na dcada de 50 eu j caminhava nas ruas escuras de Coaraci, com meus 09, 10 anos de idade, passava pela praa quase vazia, via alguns vagabun-dos conversando, uns contando as van-tagens do dia, passava pela ponte e ou-via correnteza do rio fazendo um barulhi-nho que era percebido de longe, as guas faziam aquele barulho gostoso, amplificado pelo silencio da noite calma, ainda hoje tenho gravado na mente e ouo aquele barulho de gua correndo por baixo da ponte, depois passava pela Rua do Campo, ainda bem agitada na-quela hora. Lembro-me das histrias de assombrao que Tonho contava, do vulto sentado na pedra que tinha na frente do cemitrio, por vezes parecia ouvir passos a traz de mim, ai eu au-mentava os passos at chegar em casa, minha me sempre ficava muito brava, mais parecia entender as necessidades da vida de um pobre menino. Em frente de casa estava soberano o p de Tambo-ri, com seus milhares de parasitas, ex-traindo dele a vida pra si. Voltei anos mais tarde e no encontrei mais nada, nem cinema, nem o barraco de madei-ra, onde seu Tavinho fabricava taman-cos, nem p de Tambori. Mais a nossa antiga casa esta l no mesmo lugar com aquele jeitinho, uma casa de platibanda como era conhecido quele modelo de casa. Observei que o lugar onde meu irmo tinha uma criao de grilos no estava mais l, era o quintal de nossa casa, novas construes apaga-ram o passado.

    A vida das pessoas daquela poca era muito movimentada, a pessoa tava as-sim, dava uma vontade de ir ao rio pra pescar, alguns tinham tarrafa, pegavam e iam tarrafear, dai a pouco voltava com um monte de peixes, alguns ainda vivos. A vida da gente era assim como o lema dos trs mosquiteiros, um por todos e todos por um, fazamos tudo pra trazer uma comidinha pra casa, e trazamos.

    Lembro-me do Evilazio que vivia no rio pescando o tempo todo, era um grande lutador, apesar de ser franzino, o mais franzino de todos ns, pegava uma vari-nha de pescar, usava sempre um chapu de couro, e sumia rio a baixo ou rio a cima e s voltava com sua enfieirinha cheia de peixe, ele adorava fazer isso, depois se mudou pra So Paulo com o resto da famlia, e se enfincou no traba-lho, por conta prpria at morrer em 2011 com uma meningite. O Evilazio era desses meninos muito interesseiros, mas gostava muito de trabalhar, era um leo pra trabalhar, pau pra toda obra, mais nunca foi empregado de ningum, traba-lhava por conta prpria, como o mais velho eu o admirava muito, e sofria si-lenciosamente quando o via lutando na-quela pequena granja, sem progredir em nada. Saia ano entrava ano e ele ali es-tacionado, e a idade chegando. Ele no conseguiu voltar pra terra dele, onde ele passava a vida, na beira do rio pescando, meu Deus, meu corao doe s de lem-brar-me dessas coisas. Esteja com Deus meu irmo.

    Voltando infncia nas ruas da pequena Coaraci, l existia uma senhora muito linda que se chamava Liberdade. A minha cabea era povoada por um mon-te de mitos, Os monstros das histrias de Trancoso que minha me contava, dos Negros Dagua que viviam nos rios e lagos da regio, histrias do Saci Pere-r, da Caipora, histrias de Lobisomens e de Mulas sem Cabea, que os mais ve-lhos afirmavam que existiam, que eles j tinham visto, isso formava imagens to reais nas nossas cabeas, impossvel de no acreditar. Fora isso os monstros dos filmes que agente assistia como o Mostro da Lagoa Negra, e o Povo Gigante que saia das profundezas do mar e derrubava prdios e amassava carros e multides, tinha as histrias locais que no deixa-vam a desejar, de ona que tinha comido boiadas inteiras, comido fazendeiros e boiadeiros. De negros que tinham morri-do de picadas de cobras Jararaca, potes de dinheiro que algumas pessoas tinham descoberto e retirado cho em grandes fazendas, de fazendeiros que antes de morrer enterravam seu dinheiro, porque no tinham confiana nos Bancos, e tam-bm por no existiam bancos como nos dias de hoje, e nem ladres como tem hoje, bandidos s tinham nos filmes faro-este, ou nos de gangsteres.

    No Brasil nas dcadas de 40 e 50 no existiam tantos ladres como na atuali-dade, os poucos que tinham eram piedo-sos, no matavam as suas vitimas como hoje acontece, podemos dizer que o Bra-sil evoluiu muito pra pior.

    Uma coisa daqueles tempos que no me esqueo que ouvamos no rdio que meu pai tinha comprado naquela poca, o programa: Reprter Esso na voz de Eron Domingues a musica de abertura era sensacional...

    Texto de Euflavio Gois 2013. em So Paulo.

    CINE TEATRO COARACI

    EM 1949

    CINEMA

    Reis Comercial Comercio de Cacau

    Entrega o teu caminho ao Senhor;

  • 5

    Sonhos ou pesadelos?

    PauloSNSantana

    Sonhos so feitos para so-nhar, mas tendem a acabar e mostrar a dura realidade da vida. Poderiam eles jamais acabar, mas de que adiantaria se tudo fosse como em nossos sonhos, sem lutar pelo que nosso de direito, lutar pelo que vale a pena e no sim-plesmente ganh-los sem os merecer. Acho que para isso que sonhamos para poder acordar e lutar pelo que acre-ditamos. Sei que tambm existem os pesadelos que atormentam nossas noites, quando os minutos angustian-tes teimam em ficar e o alivio de acordar mesmo que todo suado em sua cama no meio da noite, levantar, beber gua e saber que foi s mais um pesadelo. Mas e quando se tem um pesadelo acordado, quando parece que quanto mais voc segue a luz parece que mais escuro fica? Que como nos sonhos o tempo para em seu sofrimento? Quando at mesmo a espe-rana esvaece nas sombras do medo? Que talvez isso seja um pesadelo e voc vai acor-dar de novo, mas se for ver-dade? Ter mais uma sada? Ou a luz no fim do tnel mais uma miragem? Eu digo pesadelos so reais assim como seus sonhos, seus me-dos, pecados, desejos, mesmo aqueles mais ocultos, realize-os, liberte-se do medo, acorde do pesadelo, construa seus sonhos, lute pelo que acredita ser o certo, esquea a socie-dade, viva sua vida.

    Voc j sonhou ou teve pesa-delos, viajou mundo afora, j voou antes mesmo de surgi-rem as tais asas deltas, com asas e tudo, viu o mar e a terra l de cima, lutou em guerras, fugiu de inimigos, quis correr, mas os passos eram lentos e no conseguia escapar dos seus perseguido-res, como se corresse em uma esteira rolante, assustadora? Os sonhos podem ser colori-

    dos ou em preto e branco.

    - Uma noite dessas, eu sonhei estava em uma grande favela, s haviam casas pobres e muitas ruelas, o cho era de barro batido, com algumas poas de lama, muitas ruelas, centenas delas e em cada cruzamento havia um grupo de homens estranhos senta-dos em circulo, eles estavam fumando algum tipo de cigarro de palha, parecia um morro de maconha, eram homens mau encarados, parecia uma faco criminosa combinando alguma coisa, o dia estava cinzento, no havia crianas, nem famlias, eu estava deso-rientado, correndo de alguma perseguio, entrava em beco e saia de beco, e no via co-nhecidos, nem sadas... Foi assim at acordar.

    Uma coisa interessante que durante os sonhos vivem-se momentos de liberdade total, algumas pessoas acham, ex-plicam e acreditam que duran-te os sonhos o espirito libe-rado da matria ficando preso apenas por uma espcie de cordo umbilical podendo via-jar no espao, encontrar-se em lugares e com pessoas estranhas, vivenciar situaes criticas de desespero e de dor. Pode reencontrar inimigos de vidas passadas, gente de toda espcie. Se isso for verdade j devo ter reencontrado muitos amigos e inimigos mortais nos caminhos do inconsciente.

    -No me lembro de ter ouvin-do musicas durante os pesa-delos, os sonhos so como cinema mudo, como se eu fosse invisvel, eu os vejo mais eles no, no h comuni-cao verbal. J fui assassina-do e sobrevivi! Numa rua de um bairro de classe mdia, um homem armado saiu de trs de um fusca azul claro, ele estava de tocaia esperan-do que eu atravessasse para o outro lado da rua para come-ar a atirar, quando dei f, ele j estava atirando, as balas entravam no meu corpo, lem-bro-me de ter pedido clemn-cia, pois tinha famlia e filhos para criar, mas o assassino foi impiedoso. Quanto a mim? Fui baleado mas sa vivinho da Silva e estou aqui contando essa histria...

    Verdade mesmo que duran-te os sonhos ou pesadelos, pode haver alteraes orgni-cas, como por exemplo: taqui-cardia, sudorese, respirao acelerada, causados por me-do, tristeza e alegria e prazer. Podemos sorrir e gargalhar em alto e bom som, acordan-do vizinhos de quarto, uma vez eu j fui arguido: - De que voc estava sorrindo quando dormia? E eu respondi que no me lembrava.

    -Em outra ocasio eu vinha caminhando por uma rua do interior, muito comprida, sem calamento, com uma mulher

    e duas crianas e um homem de seus quarenta anos, segu-amos conversando calmamen-te, quando o homem que ca-minhava conosco, disse que iria entrar em um boteco bem a nossa frente, no alto, em cima de um barranco, a mu-lher pediu pra ele no ir l, mas o homem irredutvel, no deu ateno seu pedido e se-guiu at a tal venda que tinha duas portas de madeira surra-das e sem pintura, havia um banco de madeira cravado no barro vermelho na frente da burara, de dentro da vendinha ouvia-se gritos e uma discus-so acirrada, o homem entrou e a quizomba aumentou, logo em seguida ns o vimos sair cambaleando da bodega, sen-do agredido por um estranho que cravava facadas em seu tronco, uma peixeira enorme fazia jorrar muito sangue, haviam outras pessoas pre-sentes no lugar, mas ningum quis ajud-lo, e aps umas dez perfuraes dilacerantes o homem caiu desfalecido e lavado em sangue, tanto san-gue que a ruela ficou com o cho de barro tingido de ver-melho e o sangue escorria como gua barrenta de chuva. O assassino saiu calmamente limpando a sua peixeira, sem ser admoestado por ningum, no havia policia, era um lu-gar de ningum habitado por feras humanas. E eu ali na-quela hora! Ser que era o inferno?

    Durante os sonhos ou pesade-los pode haver hipertenso arterial, j houve muitos casos de mortes durante o sono, quem nunca ouviu falar que fulano ou beltrano morreu enquanto dormia? Pode haver agresso fsica, xingamentos e at sonambulismo.

    -Em outro pesadelo eu estava em uma pequena cabana bem humilde, com paredes de bar-ro batido, coberta de telhas com uma janela e uma porta, e do lado de fora algumas feras humanas malignas que-riam invadir para atacar-me, eles eram figuras aterrorizan-tes e queriam a todo custo agredir-me, tentavam arrom-bar a porta, batiam na janela, zumbiam horrivelmente nos meus ouvidos, eram feras horripilantes. Eu dormia agita-damente e ao meu lado a mi-nha esposa. Me mexia na ca-ma, pra l e pra c violenta-mente, at que uma daquelas

    bestas arrombou a janela e segurou o meu p, comecei a puxar a perna e dar pontaps, chutar com fora, queria esca-par do possesso, precisava ser mais violento e contundente com ele ai dei um chute to forte que voei da cama e fui parar no cho frio do quarto onde dormia. Acho que toda a casa acordou e at os vizinhos do andar de baixo, imagine 80 quilos estatelados no piso do quarto do andar de cima...

    -Em outra ocasio entrei nu-ma briga contra bandidos, tentava salvar algum, impe-dir alguma maldade ou sim-plesmente me defender, esta-va acuado cercado por agres-sores, mas enfrentava a todos como podia, dando murros e pontaps, eles queriam domi-nar-me e talvez me assassi-nar, eu me defendia como podia, sozinho, sem ajuda de ningum. Na maioria dos so-nhos estou sozinho contra todos. Mas ai um dos malfei-tores colocou a cara bem nos limites do meu chute certeiro, no atingi o agressor e sim uma das pernas de minha companheira que ao meu lado dormia um sono dos anjos, ela acordou assustada perguntan-do: - O que isso? Meu Deus! A coitada sentiu a dor de um chute violento que deveria ter atingido o criminoso presente no meu pesadelo.

    Voc j teve pesadelos?

    Voc j chutou algum en-quanto dormia?

    J caiu da cama?

    Pessoas acometidas pela do-ena do glaucoma devem usar seus colrios antes de dormir, para controlar a presso ocu-lar, se observarmos algum dormindo veremos que seus olhos no param de mover-se para todos os lados, durante toda a noite, quando dormi-mos o crebro continua em stand-by, em alerta, reorga-nizando nossos arquivos, por isso que sonhamos ou temos pesadelos.

    Os sonhos e pesadelos so vdeos do subconsciente, uma produo involuntria de tudo que vivenciamos.

    Podemos ter vises do futuro (premonies), e tudo ser salvo em um HD (nosso cre-bro), no subconsciente imagi-nrio. Acredite se quiser!

  • 6

    TROVA DO PAI DE JAILDA GALVO AIRES

    Momento nebuloso que h muito estamos atravessando. Se-gue uma trova inspirada na frase em que meu querido pai se referia ao Brasil, nos tempos da minha juventude. Isto mos-tra que a corrupo quase um fato consumado, corriqueiro, perene e sem esperanas de regenerao.

    Podre de rico o Brasil Mas tambm rico de podres

    Nada muda no covil. "Vinho novo em velhos odres"

    UM TRECHO DO TEXTO DE JAILDA G. AIRES SOBRE

    A REDUO DA MAIOR IDADE PENAL NO BRASIL

    ...Reafirmo que no adianta a polcia matar, prender ou a justia reduzir a maioridade. No adianta ficarmos felizes e protegidos com a exterminao dos infratores desde que os nossos dedinhos no estejam manchados de sangue. O cora-o est. Por alguns anos at diminuiria a criminalidade dos menores infratores, mas, surgiriam mais e mais como acon-tece com os insetos em nossas casas. A soluo vem de cima aonde se encontram os grandes ninhos que a cada ano de mandato desovam desgovernos. o que penso e como pen-so. Ainda voltarei com mais analogias. Rio, 24 de junho de 2015. Fonte Facebock de Jailda Galvo Aires. Jailda Galvo Aires.

    Mizael Souza

    EU

    Eu e meus momentos Meus defeitos, meus talentos

    Eu e minhas dores Minhas paixes, meus amores.

    Sou humilde, carinhoso, sincero Tenho f, mas s vezes me desespero

    Sei que no sou completo, tenho muito a aprender Cada passo um tijolo na construo do meu ser.

    Sou poeta das letras, poetizo a vida Escrever a minha ao preferida

    Sou crtico, pensador, filsofo, desejo me expressar Abomino qualquer coisa que possa me calar.

    Sou um coiote amedrontado na escurido Uivando para a lua preso minha solido

    Introvertido, alegre, explosivo, transparente Cheio de manias, asctico e impaciente.

    s vezes machuco as pessoas sem querer Faz parte da minha caixa de defeitos inerentes

    Sou sonhador, olho para a lua e suspiro apaixonado Sou impulsivo e em muitas coisas sou frustrado.

    Minha baixa autoestima me deixa para baixo Sou sensvel, sou choro, s vezes orgulhoso

    Saudosista, carente de amor e de afeto No amar sou intenso, no viver sou teimoso.

    Detesto pessoas falsas, adeptas da imbecilidade Pessoas que carregam o odor da desgraa

    Gente invejosa, preguiosa, chata e mentirosa No suporto quem evolui custa de trapaa.

    Este sou eu, mas ainda tem muito para saber Basta apenas a coragem de pagar para ver O que hoje sou, amanh poderei modificar Muitos iro me odiar, outros iro me amar.

    Porque sou eu e meus momentos Deus a minha fonte de inspirao

    Porque sou eu e minhas dores Jesus habita no meu corao.

    NO UMA BELA

    POESIA!?

  • 7

    Cacau

    Autor Jorge Amado

    Livro o Pas do Carnaval, Cacau e Suor.

    Pginas 165 166 167

    No sul da Bahia qual o nico nome que soa bem. As rosas so belas quan-do carregadas de frutos amarelos. Todo o princpio de ano os coronis olham o horizonte e fazem as previses sobre o tempo e sobre a safra. E vm ento as empreitadas com Trabalhadores. A Empreitada, espcie de contrato para colheita de uma roa, faz-se em geral com os trabalhadores, que so casa-dos, possuem mulher e filhos. Eles se obrigam a colher toda uma roa e po-dem alugar trabalhadores para ajud-los. Outros trabalhadores, aqueles que so sozinhos, ficam no servio avulso. Trabalham por dia, trabalham em tudo. Na derrubada, na juntagem, no cocho e nas barcaas. Esses formavam uma grande maioria. Tnhamos 3500 por dia de trabalho, mas nos bons tempos che-garam a pagar cinco mil reis.

    Partamos pela manh com as compri-das varas, no alto das quais uma pe-quena foice brilhava ao sol. E nos inter-nvamos cacauais adentro para a co-lheita. Na roa que fora de Joo Evan-gelista, uma das melhores da Fazenda, trabalhava um grupo grande. Eu, Ho-nrio, Nilo, Valentim e uns seis mais, colhamos.

    Magnlia a velha Jlia, Simeo, Joo Grilo e outros juntavam e partiam os cocos. Ficavam aqueles montes de ca-roos brancos de onde o mel escorria. Ns da colheita nos afastvamos uns dos outros e mal trocvamos algumas palavras. Os das juntagem conversa-vam e riam. A tropa de cacau mole chegava e enchia os caus. O cacau era levado para o cocho para os trs dias de fermento. Ns tnhamos que danar sobre caroos pegajosos, e o mel aderia aos nossos ps. Mel que

    resistia aos banhos e ao sabo massa. Depois, livre do mel, o cacau secava ao sol, estendido nas barcaas. Ali tam-bm danvamos sobre ele e cantva-mos. Os nossos ps ficaram espalha-dos, os dedos abertos. No fim de oito dias os caroos de cacau estavam ne-gros e cheiravam a chocolate. Antnio Barriguinha, ento, conduzia sacos e mais sacos para Pirangi, tropas de qua-renta e cinquenta burros. A maioria dos alugados e empreiteiros s conhecia do chocolate aquele cheiro parecido que o cacau tem.

    Quando chegavam ao meio dia (o sol fazia de relgio), ns parvamos o tra-balho e nos reunamos ao pessoal da juntagem para a refeio. Comamos o pedao de carne-seca e o feijo cozido desde pela manh, e a garrafa de Ca-chaa corria de mo em mo.

    Estalava-se a lngua, e cuspia-se um cuspe grosso. Ficvamos conversando sem ligar para as cobras que passa-vam, produzindo rudos estranhos nas folhas secas que tapetavam completa-mente o solo. Valentim sabia histrias engraadas, e contava para gente. Ve-lho de mais de 70 anos, trabalhava como poucos e bebia como ningum. Interpretava a Bblia a seu modo, intei-ramente diverso dos catlicos e protes-tantes. Um dia contou-nos o captulo de Caim e Abel:

    - Vosmecs no sabe? Pois t nos li-vros.

    - Conte, vio.

    - Deus deu de herana a Cain e Abel uma roa de cacau pra eles dividirem. Caim que era home mau, dividiu a fa-zenda em trs pedaos. E disse Abel: Esse primeiro pedao meu. Esse do meio meu e seu. O ltimo, meu tam-bm. Abel respondeu: no faa isso meu irmozinho, que uma dor do corao... Caim riu:

    Ah! uma dor no corao? Pois ento

    tome. Puxou do revlver e - pum - ma-tou Abel com tiro s. Isso j foi h mui-tos anos...

    - Caim deve ser av de Man Flagelo.

    - Nada. A av de Man Flagelo era ra-paria no Pontal.

    - Voc sabe Honrio?

    - Sei. A me morreu de fome quando no pode mais trepar com homem. O fio nem a...

    - Miserve.

    - Mas ele tinha vergonha da me.

    - Me dele...

    H se todos os mdicos

    pensassem como voc!

    Em 1977, um mdico disse que os homens nascem iguais: todos nus e chorando. Foi uma mensagem dele aos seus colegas e funcionrios no Hospital de Coaraci.

    Aqui se sabe que por fora e por dentro somos todos iguais: usamos, indiferentemente, para qualquer paciente, o mesmo tipo de campo, de compressa, de fio ou sutura. No existem dois tipos de anestesia: um para o pobre, outro para o rico, uma para o branco, outro para o preto. Aqui todos nascem iguais: nus e chorando.

    A finalidade de nosso trabalho dar sade, paz e tranquilidade aos que nos procuram. E ver que semelhantes chegam aos prantos, aos lamentos e retornam ao lar aos sorrisos, s alegrias, tranquilidade. Dr. Eldebrando M. Pires....

    POESIA VENCEDORA DE UMA MENO

    HONROSA NO II CONCURSO DE ESCRITORES ESCOLARES DE POESIA E DE REDAO 2015

    O pssaro de ouro

    O pssaro de ouro

    Passa aqui todos os dias

    Ele canta muito bonito

    Faz todo mundo dormir

    Sonhando com flores coloridas e

    brilhantes

    Quando este pssaro passa

    As flores brotam

    Como se estivessem sorrindo

    Olhando para o arco-ris

    Que sempre aparece

    Depois da chuva e do sl.

    DE SALETE MAGALHES ALVES

    ESCOLA SAGRADA FAMLIA (8ANOS)

  • 8

    Etelvino Ribeiro

    Etelvino Ribeiro dos Santos chegou a Coaraci em 1954, pra trabalhar com Gildarte Galvo do Nascimento em uma celaria e sapataria onde trabalhou por quatro anos e meio, quando Gildarte passou a ser prefeito, foi trabalhar com Juarez Feito-sa, na loja Drago dos Tecidos e nos fundos funcionava uma celaria, trabalhavam l Etelvino, Antonio Doca e Sanso, foi quando Etelvino fez 110 celas para Antonio Barbosa, uma troca que Juarez fez das 110 celas por um caminho. Quan-do Gildarte enricou e acabou com o comrcio, e Etelvino con-tinuou a trabalhar com celaria por uns trs anos por conta prpria, mas no deu certo, acabou com tudo e comeou a consertar sapatos, e fazer alpercatas de couro. Sua oficina fica localizada at os dias atuais na Rua 21 de Abril a pelo menos 51 anos, iniciou suas atividades a partir de 1964. Na poca o prefeito era Gilgarte Galvo.

    Etelvino contou ao Caderno Cultural que nunca se esqueceu de um falso testemunho contra ele, que quase o leva justi-a. O pegaram e o levaram quase preso, acusando-o de es-tuprador de menores. Mas o prefeito Gildarte o ajudou a es-clarecer e sanar o problema. Foi tudo um boato, procuraram provas, mas nada acharam que pudesse incrimin-lo. Procu-raram testemunhas e no acharam e o deixaram de mo. Hoje com mais de 80 anos, diz que foi um inventor de brin-quedos e que os criava artesanalmente, as crianas na poca curtiam muito. Uma ocasio uma cliente vizinha lhe deu um aviozinho de brinquedo que tinha sido usado pelo neto, e que no lhe servia mais, ele deu um grau e presenteou aos meninos de sua famlia, este brinquedo fez sucesso e todas as tardes l estavam os meninos brincando na praa da feira, alugando o brinquedo a outras crianas por dez centavos, vinte centavos, quinhentos reis. Ele tambm construiu mui-tos quebra-ventos, e os colocava no telhado da sua oficina para chamar ateno da freguesia. Tambm construa carros de madeira, e sempre foi um criador de chinelos de couro. Nos dias atuais concerta alguns tipos de sapatos, sandlias e ainda faz chinelos de couro sob encomenda.

    Biografia (no autorizada) de Luiz Antonio Caetano da Silva .

    PROFESSOR CAETANO

    Talvez por ser o mais novo, ou por sentir que h uma enorme dificuldade em transformar num relato biogrfico as diversas memrias e recordaes que se misturam e se per-dem na memria, deixo est como uma tentativa inicial que aguarda dos irmos as contribuies que a tornaro mais

    digna do biografado. Em todo caso, seguimos aqui anotaes e relatos autobiogrficos de acontecimentos marcantes ou situaes de particular interesse. Dessa forma tento sinteti-zar a vida de um homem que em 80 anos viveu e trabalhou em 16 estados diferentes e constituiu e criou duas famlias.

    Nasceu em 18 de Maio de 1928, no Rio de janeiro, primognito do casal Antonio Luiz Caetano da Silva e Marina Leite Caetano da Silva. Seu pai era ferrovirio e Sua me trabalhava em um banco. Seus primeiros anos de vida foram em casas perto de Vila Izabel e Graja; l nasceram seus irmos Antonio Henrique Caetano da Silva (Badico) em 1932 ele relata por escrito suas memrias deste dia -, Mrcia Caetano da Silva e Marcos Caetano da Silva. At 1940 vive-ram no Rio, mas em outubro deste ano seu pai foi transferi-do para Vitria do Esprito Santo pela Companhia vale do Rio Doce. Mudaram-se para uma casa que seu pai comprara na rua Baro de Mau, prximo ao Estdio Major Bley; nessa poca fez o curso de admisso e comeou a estudar no Col-gio Estadual do Esprito Santo, onde ficou at o 3 ano Cien-tfico. Dessa poca ele relata muitas histrias e recorda-se (por escrito) dos professores e colegas. Eles tinham um Jor-nal da Escola onde publicavam matrias jornalsticas e poe-mas, ele conseguiu trabalhar como locutor na Radio Club e ainda no terceiro ano comeou a trabalhar na ETUC Empre-sa de Topografia e Construes Urbanas. Como assistente de topgrafo e desenhista, entre novembro de 1945 e junho de 1947 desenhou toda a ilha de Vitria em escala e 1:500 e fez cadastro imobilirio de mais de 10000 casas, iniciando assim sua carreira de topgrafo. Em 1948, j pelo meio do ano ele encontrou um amigo que ia para uma entrevista de trabalho; perguntou se poderia ir e seguiu com o amigo para uma en-trevista com dois topgrafos conhecidos que estavam recru-tando pessoas. Ao ser entrevistado pelo seu futuro chefe ele revelou sua experincia com desenho e disse que sabia fazer os clculos necessrios embora ainda no tivessem estuda-do aqueles contedos. O chefe disse para ele voltar no dia seguinte para fazer uma prova prtica. Ele nem foi para a escola, voltou pra casa e foi estudar os clculos; no dia se-guinte fez a prova, foi contratado e surpreendeu a todos quando chegou a casa e disse que trancaria a matrcula e iria embora para Londrina trabalhar como topgrafo.

    Este o lugar ideal para descrever seu produto

    ou servio de maneira rpida e eficiente.

    DIA NACIONAL

    DA ARTE

    Temos a arte

    para no morrer de verdade.

  • 9

    Nessa sua experincia no Paran ele aprendeu muito sobre sua profisso e enfrentou grandes desafios, pois estavam abrindo estradas e construindo ferrovias e cidades onde s havia mato. Em muitos casos era preciso abrir uma picada a fa-co para passar um homem, depois vi-nha um grupo e alargava a passagem para passar animais, em seguida come-avam a derrubar rvores e limpar terre-no para passar carros de boi e depois jipes. Nesses trabalhos precisava saber no s os atributos do cargo, mas tam-bm gerenciar os 30 trabalhadores que comandava, desde os responsveis pelo acampamento e pela comida at aqueles que se encontravam feridos ou acidenta-dos. Construram l uma das primeiras cidades planejadas do Brasil: Guaporema (primeiro um distrito de Peabir - PR, este municpio era to grande que depois foi desmembrado em 17 cidades) Embora no tenha sido construda no ritmo de Braslia, sua organizao e planejamento prvio com plantas e estudos topogrfi-cos so muito semelhantes e demons-tram um avano significativo para a po-ca. L no Paran ele foi vereador e tam-bm trabalhou com rdio, pois numa cidade que est nascendo as pessoas acabam acumulando funes. Nessa pri-meira etapa da sua vida casou-se com Alcia Caetano da Silva e teve dois filhos: Luiz Roberto Caetano da Silva e Paulo Roberto Caetano da Silva.

    Depois dessa poca no Paran ele retornou com a famlia para o Rio de Janeiro e nas empresas da capital viajava para vrias regies do Brasil fazendo sondagens para portos, prdios e refina-rias de petrleo. Nesse perodo trabalhou em 16 estados diferentes e conheceu todos os estados entre Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, mas apaixo-nou-se pela Bahia. Assim, depois de se-parar-se da primeira esposa veio morar em Salvador e trabalhar numa empresa de terraplanagem, sondagem e constru-o; viajava pelo estado e trabalhou na sondagem para obras do Porto de Ilhus, Banco do Brasil de Itajupe, Ponte sobre o Rio de Contas e muitas obras do Polo Petroqumico.

    Em 1968, j se encontrava casado com Catarina de Souza Frana, e resolveu

    voltar a estudar para concluir o 3 ano cientfico e cursar uma faculdade de en-genharia. Assim, em 1969 foi aprovado no vestibular de Geologia da UFBA e nas-ceu seu primeiro filho do segundo casa-mento: Jos Lus Caetano da Silva. Era uma poca boa e na universidade ele construiu relaes com outros Gelogos e engenheiros, pois tinha experincia e j at trabalhava com alguns deles, como o ex-governador Paulo Souto que foi seu professor na universidade e colega de trabalho. Segundo minha me, a casa tinha um clima de juventude e tanto os pees como os estudantes faziam parte de um mesmo universo de cultura acadmica e suburbana. Eles se muda-vam pouco para que ele estudasse e tra-balhasse. Em 1974 Paulo Souto e ele trabalhavam juntos em uma empresa recm-criada pelos dois e meu pai estava no ltimo semestre da universidade. Nes-se ano nasceu seu Segundo filho: Jorge Luiz Caetano da Silva. Nesse ano come-aram seus problemas de vista, a princ-pio interpretados como catarata, e ele passou a fazer viagens para o Rio em busca de tratamento.

    Em 1977 ele j morava com a famlia no Rio de janeiro quando nasceu seu tercei-ro filho: Antonio Luiz Caetano da Silva. A situao j no era boa, pois sua vista havia piorado e (em uma cirurgia para catarata mal sucedida por no saberem que ele tambm tinha glaucoma) ele perdeu a viso do olho esquerdo. Foram anos difceis e sem uma soluo para seu problema pois os mdicos temiam ope-rar o outro olho e o perderem devido ao glaucoma sua viso foi piorando. Do Rio mudaram para Barcelos, mas diante da crescente dificuldade viria com nasci-mento do quarto filho, se mudaram para Coaraci em 1979.

    Ao chegarem aqui foram morar numa casa alugada ao senhor Joaquim (Quimquim vendeiro) na Avenida Itapi-tanga, onde nasceu Luiz Antonio Caetano da Silva Junior, quarto e ltimo filho do casal. Dois anos depois ele adquiriu uma casa na Avenida Juraci Magalhes e aguardava por um milagre, pois ainda no havia esperanas de cura para o glaucoma. Sua viso se perdeu de todo antes do nascimento do ltimo filho e ele

    s foi ver o rosto do filho graas a um tratamento experimental realizado em 1984. Nessa poca ele viajara para Sal-vador a fim de fazer novos exames e saber se j havia algo que pudessem fazer pelo seu olho. Por sorte sua, na-queles dias um mdico de Campinas es-taria em Salvador para demonstrar em uma aula para cirurgies a nova tcnica que ele desenvolvera para tratar/curar o glaucoma. Sabendo disso, o mdico do meu pai perguntou se ele se ofereceria para ser cobaia nesse experimento a tcnica ainda nem tinha sido divulgada suficientemente e ele aceitou. Foi uma alegria imensa para ele voltar a enxergar depois de cinco anos na escurido. Em-bora sua viso no tenha ficado 100%, com auxlio de culos ele conseguiu ter cerca de 80% da viso de um dos olhos e pode voltar a ler e, claro, trabalhar.

    Entretanto, com sua viso limitada no era possvel voltar a atuar nos servios que fizera durante sua vida inteira, mas conseguiu dois trabalhos. O primeiro gerenciando a extrao de Mangans aqui em Coaraci e o segundo lecionando ingls no Centro Educacional de Coaraci. Esse trabalho para ele foi especial, pois a escola carecia de um professor com re-gistro na secretaria de educao estadual e na poca s o professor Omar Farias lecionava no CEC e no tinha licena. Caetano ento foi a Salvador, apresentou seu histrico do curso de geologia da UFBA constando 5 semestres de lngua inglesa e fez uma prova que lhe assegu-rou uma habilitao oficial para lecionar. Com essa habilitao fechou-se o quadro de professores que era preciso para a escola. Depois disso, foram 20 anos de trabalho na educao de Coaraci e Alma-dina. Lecionou entre outras disciplinas: Ingls, LPLB, Redao, Secretariado, Servios Bancrios, Tcnicas Agrcolas, Administrao etc.

    Em 1988 fundou o PSC (Partido Socialista Cristo) e foi candidato a vere-ador na coligao que elegeu o Sr. Alde-mir Cunha para prefeito. Em 1989, com seus colegas Norberto Ribeiro e professor Gildsio, iniciou uma das promessas de campanha e levou o ensino de 5 e 6 sries para o distrito de Itamotinga num prdio anexo do CEC. Esse projeto cres-ceu e hoje Itamotinga tem ensino da alfabetizao ao 3 ano do ensino mdio. Entre 1989 e 2006 lecionou tambm na cidade de Almadina em turmas da 5 ao 3 ano de magistrio; tendo deixado l muitos discpulos que hoje so professo-res de excelncia em suas reas. Enfim, viu seus filhos crescerem e partirem para outras cidades. Alguns ficaram com ele at mais tarde e puderam desfrutar de sua companhia rica, tanto em teoria co-mo em experincia. Era um apaixonado pelo trabalho e pelos livros. Em 2004, j com 76 anos, foi dispensado de sala de aula, mas props direo do SEC dar aulas preparatrias de ingls para alunos da 4 em uma das manhs. No queria parar. Tinha prazer em ver as pessoas aprendendo e crescendo culturalmente. No era muito de sair de casa, mas tinha seus amigos mais chegados (Sr. Antonio Ribeiro Santiago, Paulo Santana, Vila Nova, Cizenando, Omar Farias e profes-sor Orlando posso estar sendo injusto de no lembrar de todos) e apreciava que fossem nossa casa para almoar e provar uma cachacinha Velho barreiro, ouvindo LPs da melhor MPB e discutindo poltica e literatura. Assim, viveu entre seus familiares, amigos, livros e discos at o dia 29 de Junho de 2008, quando seu corao resolveu descansar!

  • 10

    O ltimo emprego do cemitrio!

    Autor PauloSNSantana

    Em uma cidadezinha violenta do interior da regio do cacau, trabalhar no cemit-rio era um tipo de negcio que os ho-mens no queriam nem ouvir falar, pois o servio no tinha folga, trabalhava-se em feriados e dias santos e durante a noite quando havia uma movimentao misteriosa, alm de desaparecimentos de pessoas. Os contratados para trabalhar no cemitrio pouco tempo depois faleci-am ou desapareciam misteriosamente. Todos os dias morriam duas ou trs pes-soas na regio vitimas da pistolagem .

    Um dia chegou cidadezinha um cidado nordestino, um cabra da peste, vindo do Serto de Dentro, baixinho, cabea gran-de, ps e mos grandes, troncudo, des-temido e um fiel seguidor do Padim Pa-dre Ccero. Ele estava precisando de uma colocao, pois tinha famlia e no sabia como mant-los, procurou emprego no comrcio, nas fazendas mas no conse-guiu arrumar nada. At que um dia, um homem misterioso muito plido que mais parecia uma alma penando na terra, aproximou-se dele perguntando o que se passava e quando ouviu a histria das necessidades do desconhecido informou que havia uma nica vaga que h muito tempo no era preenchida no cemitrio da cidade. Porm no contou ao cidado o porque da vaga estar a tanto tempo disponvel.

    No outro dia pela manh o nordestino que se chamava Artimedes das Rosas Rubras de Volta Seca, impressionou o intendente do cemitrio com seu nome extenso. O intendente quando viu o can-didato interessado na vaga suspirou de alivio, pois desde que o ltimo funcion-rio desapareceu trabalhando noite no cemitrio, ningum mais quis se aventu-rar naquela funo.

    O intendente chamava-se Manelo Lus-troso, era um preto que de to preto era azul marinho cintilante, tinha um sorriso quilomtrico e uns dentes brancos mais to alvos que no escuro podia-se ver sem dificuldades onde se encontravam. Lustroso era to alto que poderia sem problemas fazer uma sexta em um jogo de basquete sem sequer ficar na ponta dos ps. As suas mos de to grandes poderiam sem dificuldade segurar uma bola de basquete das grandes. O homem era to forte que conseguia levantar a tampa de um mausolu com apenas um brao. Suava muito e a sua fronte brilha-

    va e as gotas de suor escorriam pelo seu rosto. Foi o nico homem na regio ca-paz de gerenciar aquele cemitrio maldi-to, de covas rasas, com pouca vegeta-o, poucas arvores, sem flores e sem sombras. O escritrio dele era ali no ce-mitrio, dentro de um mausolu, que mais parecia uma tumba, o interior era iluminado por grandes velas de um me-tro cada. No havia sanitrios nem ba-nheiros, nem gua potvel, nem muros, nem casas nas redondezas e muito me-nos gente para conversar. Mesmo assim Artimedes tinha certeza de que tinha ouvido algumas pessoas resmungando do lado de fora da tumba, mas ele esta-va determinado a aceitar o servio.

    Lustroso recebeu Artimedes com sorriso aberto e um fortssimo aperto de mo, e o pobre nordestino teve que aguentar a dor calado, afinal de contas precisava do emprego pra sustentar a sua famlia, mulher e dez cabecinhas. Artimedes es-tava precisado do emprego e confiou sua vida ao Padim Padre Ccero, ele no pen-sou duas vezes e assinou o contrato de servio, seria um faz tudo: zelador, vigia, coveiro, deveria abrir e fechar covas e procurar sinais de anormalidades nos tmulos.

    Todos os dias Lustroso saia ao anoitecer e s retornava ao amanhecer, no se sabia para onde ia nem de onde vinha. Ele entregou a Artimedes um relgio de pontos para dar cordas de quinze em quinze minutos durante a noite e de hora em hora durante o dia. Artimedes iria ganhar um salrio mnimo descontado do mesmo os gastos com aquisio de ali-mentos no nico mercadinho da cidade, que pertencia aos proprietrios do cemi-trio, que era particular, e de uma fam-lia muito esquisita.

    Durante o dia era um entra e sai de de-funtos, e de gente chorando desespera-da, e quando chegava noite era um verdadeiro breu, s podia-se enxergar alguma coisa se fosse poca de lua cheia ou se fosse os dentes de Lustroso.

    Durante o dia ouvia-se um converseiro e choror danados e noite por incrvel que parea tambm, s que durante o dia ele via quem estava conversando, chorando ou reclamando, mas noite no enxergava nada, via alguns vultos, sombras, esbarrava-se em corpos invis-veis, sentia sopros e assobios. Mas Arti-medes precisava do emprego e pela fa-mlia seria capaz de enfrentar o co com uma vara curta.

    Todas as noites ele tinha que circular com uma pequena lanterna no interior do cemitrio e dar cordas no relgio de pon-tos. Em uma ocasio Artimedes, pensou ter ouvido um chamado de algum, algu-ma voz chamando-o pelo seu nome s trs horas da madrugada:

    - Artimedes, psiu, Artimedes, psiu, venha aqui! Parecia a voz de uma mulher. Tal-vez de uma velha; ele apegou-se com o Padim Padre Ccero e saiu procura da voz misteriosa, caminhou para o interior do cemitrio e uns dez metros depois, a lanterna apagou-se e ele ficou no escuro e muito assustado, mas como era um cabra da molesta, continuou seguindo ao encontro da voz aflita que o chamava insistentemente. Ai surgiu em sua frente dois vultos fantasmagricos, o de uma velha senhora, acompanhada por outro de um homem grande e alto do porte de Lustroso. Artimedes se aproximou cora-josamente e perguntou o que as almas queriam. A velha ento lhe disse:

    - No lhe contaram porque aqui havia uma vaga para trabalhar? Ele muito as-sustado respondeu que no. A velha ago-ra acompanhada de mais duas almas com porte atltico avantajado, disse em tom de advertncia: - Foi porque todos os que aqui trabalharam esto agora do lado de c. Voc poder ser o prximo. Cuidado.

    Quando Artimedes ouviu aquela adver-tncia virou-se com o intuito de sair cor-rendo dali, mas para todos os lados que olhava via vultos negros caminhando em sua direo e outros vultos alvos como a neve com os braos abertos para abraa-lo. Artimedes lembrou-se de seu Padim Padre Cicero, pediu socorro, mas a sua orao no foi suficiente, e ele criou co-ragem para enfrentar as almas obscuras que o cercava, encheu os pulmes de ar e saiu correndo passando como um fo-guete pelos vultos apavorantes que o cercavam e foi esbarrar-se em uma mu-ralha humana, negra e com dentes que mais pareciam lanternas acessas, era Lustroso, que o segurou pela gola da camisa e perguntou pra onde ia com tanta pressa, quando viu que ele estava fugindo puxou a peixeira afiada e amea-ou cortar a sua garganta dizendo que iria beber o seu sangue e depois enterr-lo junto aos outros ex-funcionrios as-sassinados ali no cemitrio, Lustroso s no conseguiu seu intento porque na hora H o nordestino cabra de peste, gritou bem forte e com desespero:

    - Valei-me meu Padim Padi Cio, o gri-to ecoou pelo cemitrio acompanhado de uma forte ventania que arrancou Artime-des das mos de Lustroso, o baixinho correu apavorado, parecia que tinha pas-sado sebo nas canelas, e desapareceu na estrada, sumiu daquele cemitrio maldito pra nunca mais voltar, nem mesmo para receber o saldo do seu misero salrio. Lustroso perdeu a fora castigado pelo Padim Padre Cicero e desapareceu pra sempre deixando as almas sofredoras em paz. Acredite se quiser!

    Trabalhar em cemitrio,

    no pra qualquer um!

    O cabra tem que ser

    um corajoso !

  • 11

    O CSU DE COARACI J FOI UMA FONTE DE TALENTOS.

    PauloSNSantana

    Segundo relato de moradores e praticantes de es-portes do CSU, o mesmo encontra-se inoperante e cercado por barracos de invasores de terra. Eles dizem que ha muito tempo aquela Instituio de importncia vital para a comunidade est precisan-do de reformas, e pedem ao Governo Estadual para abrir concurso pblico para preenchimento dos car-gos vagos de tcnico de esportes, tcnico social, professores, servios gerais, jardineiros, todos va-gos ha muito tempo. Quem frequentou e trabalhou ali nos 80, 90, e parte dos anos 2000, sabe o que representou o CSU naquela poca.

    J foram realizados alguns reparos nas instalaes do CSU, um pelo governo municipal nos anos 80, que construiu um muro de proteo com um metro de altura e uma reforma completa realizada pelo Governo do Estado embora cheia de irregularida-des. Nos anos 2000 se no me engano foram trans-formadas algumas salas no prdio principal, e hou-ve uma srie de servios na rea verde inclusive podaram o jardim e mandaram cortar algumas ar-vores, o que tirou parte da beleza do CSU. De l pra c, acho que nunca mais se gastou um centavo com aquela importante Praa de Lazer e de Educao Social, que atendia a uma clientela de todas as faixas etrias, diariamente, inclusive em feriados e finais de semana, nos trs turnos.

    A Educao Infantil que enchia aquele espao de vida e de crianas foi retirada de l, e as mesmas foram transferidas para espaos sem rea verde e de lazer, sem contato com a natureza, sem confor-to. Tudo que o CSU sempre teve para oferecer.

    O CSU precisa de oxignio, de um projeto que res-gate aquela Unidade Fantstica, que at hoje re-siste ao tempo e a falta de recursos financeiros, materiais e humanos.

    H muito tempo a ausncia de projetos sociais, de esporte e lazer, est afetando a comunidade local. O CSU esta carente de um plano de ao que funci-one com parceiros como a Secretaria Social, Secre-taria de Educao, o CRAS, a Diretoria de Esportes, Secretaria de Sade, Governo Estadual, como sem-pre aconteceu l.

    REFORMA MUNICIPAL JANJO REFORMA GOV. ESTADO-GIMA

  • 12

    Seleo de Futebol de Salo do Educandrio Pestalozzi 1969-70

    Seleo de Futebol de Salo da Igreja Batista, nos anos 69, 70, criada para jogar amistosamente ou em eventos promovidos por Escolas Municipais e Igrejas. Uma das selees foi composta por: Em p: Z Nenm, Bob, Z de Silvino, Josemar, Jorge Bode Roco, Grimaldo, Jorge Leal, Prof. Valtinho e o Pastor Jesse, da Igreja Batista. Agachados: Wilson Gogo, Carlos Queixa, Hamilton Quebra Banco, Jos Carlos Santana, ........ e Nego Dlson. (Fontes: Wilson Ferreira, Profa. Valdelice, Roberto BBD).

    27

    de agosto:

    Feliz dia do

    Psiclogo!

    C u r i o s i da de!

    Em Coaraci existem algumas

    peculiaridades que podem surpre-

    ender aos mais incrdulos dos seres

    humanos: Uma delas fantstica!

    incrvel mais existe uma simpati-

    zante de gatos que cria nada me-

    nos que trinta deles dentro de sua

    casa, fora os da rua, esta criadora

    ainda adotou dois sapos cururus

    j domesticados que atendem qua-

    se sempre aos seus chamados .

    O QUE DIRIA DR. FREUD SE TE CONHECESSE?

    Que o Ser humano tem Soluo! Porque Voc faz a diferena e traz Luz onde h dvidas e escurido!

    CONTATOS

    Fones: 8163-5358 ou (73)9182-8183

    E-mail: [email protected]

    Endereo: Rua do Maron,07,Centro / CoaraciBa.

  • 13

    A crise da regio cacaueira

    Carlos Rocha Almeida Nos anos 1930 os fazendeiros de cacau eram considerados como um gru-po de homens que haviam trabalhado para a uma alta movimentao financei-ra nesta regio, mesmo com as srios dificuldades econmicas e sociais. Em 1990 a produo comeou a cair por causa da vassoura de bruxa que aliada aos preos que vinham despen-cando no mercado internacional, geran-do assim uma grande crise. O cacau comeou a ser produzido em 1820 por estrangeiros de origem sua e alem. Quem tinha uma fazenda de cacau que produzia acima de 1.000 arrobas

    por ano, era considerado rico. Tinha que quase que obrigatoriamente, pois era status, possuir uma pick-up um Jeep, Rural, para justificar a sua ascenso. Confesso que minha tristeza maior aps o declnio da lavoura cacaueira, foi o nmero de desempregados que a crise gerou. Por que no mais, poucos benef-cios esta lavoura trazia para a popula-o urbana. Pois o dinheiro que dela advinha, diga-se de passagem, de pou-cos. Pois apenas uma pequena parte de agricultores se podiam se dar ao luxo de serem considerados ricos. E o comrcio local no evoluiu na mesma proporo que o crescimento pessoal de alguns privilegiados. Me lembro bem, pois trabalhei por 09 anos em um armazm de cacau, e via na prtica o comportamento, de alguns que no gostavam nem de espe-rar para ser atendido, obedecendo como normal, de se atender primeiro o que chega no estabelecimento, e assim por diante, por ordem de chegada. Eles dizi-am: No posso perder tempo, separa esses materiais, entregue no armazm e mande a Nota Fiscal, para fazer o paga-mento. Eu era o gerente da loja de insu-mos, e alguns exigiam dizendo: J que est todo mundo ocupado, venha me atender, pois voc no est fazendo nada. Era s para me humilhar, pois eu era encarregado de compras, fazia o trabalho de escritrio. Tipo, dar entra-da de mercadorias, baixa, verificar esto-que, caixa, faxineiro, carregador. Eram tempos difceis para a maioria e muito bom para poucos. No se preocuparam em diversificar, prevendo que aquele mundo de facilidades iam durar eterna-mente. Como diz a bblia: Tudo passa, s no passa a palavra de Deus. Com isso perderam os fazendeiros e a popu-lao do sul da Bahia, pois a opo por empregos eram poucas. Pela falta de viso deles e dos rgos competentes. Naquela poca quem podia adquirir um carro, um telefone, uma televiso. Eram s os ricos. No s por culpa dos

    cacauicultores, apesar deles enxergarem apenas a monocultura como nico meio de economia e subsistncia para a regi-o, isso , era uma poltica egosta, eles s olhavam para o prprio umbigo. Tomavam emprstimo a vontade, chamado na poca de penhor, para in-vestir nas fazendas, mas muitos, inves-tiam em casas boas, carros do ano, fi-lhos estudando fora. E a dvida aumen-tando, e eles sempre brigando querendo anistia da dvida. Eram tempos ureos para quem possua este ouro. Contratos com os armazns, existiam mais de 20 modalidades. Tinha que consultar uma lista para oferecer as opes de adianta-mento pela venda do produto na flor, sem flor, cacau ordem (quando j havia sido entregue com antecedncia), cacau fixo, (entregue mediante paga-mento pela cotao do dia), etc. Hoje, a produo de cacau no tem muita relevncia no panorama eco-nmico e social da regio, no podendo negar que para a poca ele foi de extre-ma importncia para a regio, criaram escolas tcnicas, gerava empregos dire-tos e indiretos. Mas hoje sem o cacau a qualidade de vida da maioria da popula-o melhorou significativamente, hoje mais fcil adquirir um carro, uma moto, uma casa, um eletrodomstico. Isso se deve a mudana da economia, que com a inflao sendo mais controlada, viabili-za a aquisio de qualquer bem, ou abrir uma casa de comrcio. E tambm o comercio informal, que tem sustentado a vida de muita gente. O cacau hoje faz falta. Mas voc pode no concordar, mas encerrou-se o ciclo da riqueza con-centrada, e hoje existem muito mais opes de se ganhar a vida. Saudades daquele tempo, das casas de sede chei-as de famlias, o emprego para os pe-es, e o futebol e os torneios que eram realizados nas fazendas. Se existiu outra coisa benfica me esqueci, depois al-gum pode me fazer lembrar.

    Pode-se identificar nesta imagem, personalidades

    que fizeram histria em Coaraci: Professor Jos Raimundo, Antnio Lima de Oliveira

    o Prefeito na poca, Senhor Ricardo Reis. E voc sabe quem so os outros personagens?

  • 14

    Nos tempos ureos no CSU, muitos eventos eram realizados, entre eles campeonatos de futebol infantil, juvenil e de veteranos e os babas das quatro s seis horas. Todas as tardes os jogos de voleibol, handebol e futsal, atraam jogadores e torcedores de todas as idades, eles vinham em busca de lazer, alegria e confraternizao. noite os babas da AABA e os jogos dos veteranos aglutinavam centenas de torcedores: Na foto: Carlinhos, Bad, Deri, Boi, lcio, Babi e Cafuringa, os filhos de Renato, ele, Eu, Almir Sena, Luis de Deus.

    Jogadores

    Bad, Paulo do C.S.U., Deri ex-jogador profissional e tcnico da seleo de futebol de Coaraci e Luis de Deus. Bad era jogador da seleo de futebol coaraciense que disputava o torneio intermunicipal.

    Destaques

    O conhecido Roberto do Bradesco um desportista, quando ele retorna de Salvador onde reside, procura os amigos pra conversar, pra saber das novidades de Coaraci. O papo rola com uma cervejinha gelada e um bom tira-gosto.

    GENTE

    Gilson Moreira esteve no Chile onde assistiu ao jogo no qual a Seleo Brasileira foi eliminada da Copa Amrica, l encontrou-se com Arnaldo Csar Coelho e Galvo Bueno na Vinha Concha Y Toro onde os famosos se encontram. O jogo? Uma decepo!

    PERSONALIDADE

    Antonio Carlos foi crooner da Banda GETS (Grupo dos Estudantes da Terra do Sol em Coaraci). Os msicos eram: Lo (guitarrista), Luis Alberto de Assis, Paulo Leal, Antnio C. Papada. Eles tocavam sucessos da poca em toda regio.

    MSICO

    COLABORADORES DO CADERNO CULTURAL DE COARACI

    Telefones: (73) 3241-2405 / (73) 8121-8056

    Sites: www.informativocultural.wix.com/coaraci / www.informativocultural.wix.com/revistacoaraci E-mail: [email protected] / [email protected]

    Nossos Endereos

    Dr Suzy Santana Cavalcante ( Pediatra SSA-Ba), M Clia Santana (SSA-Ba ), Euflvio Madeirarte ( Artista Plstico e Poeta, S. Paulo), Sr. Agostinho Reis, (Empresrio), Dr. Renato Rebello, (Arquiteto), Argentina Barbosa (Funcionria pblica aposentada), Gilson Moreira (Diretor Municipal), M Anglica G. C. Cerqueira (Diretora e Professora), Josefina Castro (Professora e Prefeita).

  • 15

    FOTO OFERECIDA PARA PUBLICAO PELO SENHOR PAULO ROBERTO F. DOS SANTOS. (PAULO DE SIMPLICIO)

    Bairro Maria Gabriela, reunio popular, anos 70, ao fundo local onde hoje est construdo o Colgio Municipal Waldomiro Rebello. O terreno onde foi construdo foi doado pelo Dr. Renato Rebello, Engenheiro e Arquiteto ainda hoje residindo na Cidade de Coaraci.

    Naquela poca o bairro ainda estava em processo de construo, hoje um lugar aprazvel onde residem centenas de famlias, beneficiadas com ruas caladas, saneamento bsico, rede eltrica e o novssimo Posto de Sade Senhora Celcina Castro.

    Na foto pode-se identificar com dificuldade:

    Paulo Robson, Norberto Ribeiro e o Senhor Simpliciano

    20 CAMPEONATO INTERBAIRROS DE COARACI

    No dia 12 de Julho foi realizada a grande final do 20 Campeonato de Futebol Interbairros de Coaraci, entre a equipe da Barra-gem e Itamotinga, as equipes chegaram as finais invictas. A Barragem buscava o bicampeonato, somando 16 pontos, com 5 vitrias, 1 empate, 21 gols marcados, 3 gols sofridos, saldo de 19 gols, 13 cartes amarelos e nenhum carto vermelho. J Itamotinga buscava o hexacampeonato, somando 14 pontos, com 4 vitrias, 2 empates, 12 gols marcados, 4 gols sofridos, saldo de 8 gols, 18 cartes amarelos e 4 cartes vermelhos. Os principais artilheiros estiveram em campo, Pimba da Barragem com 10 gols e Ley de Itamotinga com 6 gols. A equipe de Itamotinga abriu o placar com gol marcado pelo atacante Washing-ton e Rogrio da Barragem empatou o jogo, Renato virou o jogo para a Barragem fechando o placar Barragem 2x1 Itamotin-ga. A Barragem chegou ao bicampeonato do Interbairros aps 11 anos (2004/20015) e tendo o em sua equipe o artilheiro da competio Pimba, que marcou 10 gols, tornando-se o maior artilheiro de todos os interbairros, superando Toro que em 1991 marcou 8 gols pela equipe do Cemitrio. Fonte: Fato entre Aspas. Autor da matria o coaracienses Pablo Nascimento DRT-BA 5138 em 7/13/2015 10:22:00 AM. Texto adaptado ao Caderno Cultural de Coaraci por PauloSNSantana.

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