55º caderno cultural de coaraci

16
 EDIÇÃO 55ª - 650 EXEMPLARES MENSAIS - 33.000 EXEMPLARES JÁ DISTRIBUÍDOS GRA TUIT AMENTE  aderno ultural COARACI BAHIA JULHO 2015 Imagem de Praça na Av .Itapitanga capturada pelo fotografo Altran Silva Campos ‘’Conhecer os outros é mera curiosidade conhecer a si mesmo é uma virtude.’’ Gardenia Bitencourt

Upload: paulo

Post on 05-Nov-2015

159 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

O Caderno Cultural de Coaraci é uma revista criada para resgatar a cultura coaraciense. Com quase cinco anos de idade publica em suas 16 páginas, histórias da região e do município, mostra a cara de seu povo, divulga artes, música, literatura e poesias, é uma revista com um viés politico-social,cultural e educativo.

TRANSCRIPT

  • EDIO 55 - 650 EXEMPLARES MENSAIS - 33.000 EXEMPLARES J DISTRIBUDOS GRATUITAMENTE

    CadernoCultural

    COARACI-BAHIA-JULHO2015Imagem de Praa na Av.Itapitanga capturada pelo fotografo Altran Silva Campos

    Conhecer os outros mera curiosidade,

    conhecer a si mesmo uma virtude.

    Gardenia Bitencourt

  • Propriedade de PauloSNSantana, Rua Jos Evangelista de Farias, n16, 1

    andar, Centro, Coaraci-Ba. Fones: (73) 8121-8056 - (73) 3241-2405

    Na Internet o site: www.informativocultural.wix.com/coaraci

    E-mail: [email protected]. Diretor Geral: Paulo Srgio

    Novaes Santana. Produo: PauloSNSantana. Colaboradores: Dra. Suzy e

    M. Celia Cavalcante Santana, Artista Plstico Leonel Matos.

    Circulao: Coaraci, Almadina, Itapitanga, Itamutinga, Itajuipe, Internet.

    Impresso: GRFICA MAIS.

    Os artigos assinados por colaboradores bem como de outras fontes no

    refletem necessariamente a opinio do Caderno Cultural de Coaraci.

    (Caderno Cultural de Coaraci).

    Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 02

    JULHO

    Pelo amor de Deus!

    COMPORTAMENTO ABSURDO EM COARACI

    Por Roberto Pvoas. Em 14 de junho de 2015.

    Texto adaptado ao Caderno Cultural de Coaraci por PauloSNSantana

    Na nossa vizinha cidade de Itajupe, houve h pouco tempo atrs um movimento de um grupo

    de pessoas que se reuniam em plena praa pblica para exibir seus potentes sistemas de som

    instalados em seus carros, disputavam para ver quem produzia mais barulho. S que em

    Itajupe a sociedade civil organizada e atuante em seus direitos, eles provocaram o Promotor

    de Justia e por tabela o MM Juiz de Direito da Comarca que em pleno direito, quem direito anda,

    proibiram o evento.

    PASMEM os amigos, o evento foi transferido para nossa Coaraci, pois aqui TUDO PODE, pode

    desrespeitar o silncio comunitrio, pode incomodar as pessoas no recesso de seu lar com

    barulho desnecessrio a qualquer hora, inclusive pela madrugada, quando carros desfilam pelas

    ruas utilizando-se de alto volume de som, e o volume to forte que os alto-falantes instalados

    nas caixas no suportam a potncia dos amplificadores e estouram, apresentando uma vibrao

    anormal e agressiva aos ouvidos. HOJE, tarde (14 de Junho de 2015), um destes sonoplastas

    de automvel acompanhado por outros tantos, reuniram-se na praa de eventos e comearam

    a passar um som que reproduzia uma srie de msicas estridentes e ensurdecedoras, s 15H eu

    fui obrigado a aumentar o volume de minha televiso para 100%, pra poder escutar com

    dificuldades os dilogos do filme. Por volta das 16H uma viatura da PM que deve ter sido

    acionada por algum, apareceu no local e eles foram obrigados a diminuir o som, o que trouxe

    grande alvio para a vizinhana.

    Fica aqui o meu repdio contra este tipo de acontecimento em Coaraci, no esquecendo

    tambm de lembrar que as publicidades comerciais exibidas nos carros de som que circulam

    pela cidade durante a semana esto passando dos limites permitidos por lei, dificultando at

    mesmo o entendimento sobre a mensagem que querem passar, muita gente tampa os ouvidos

    com receio de estourar seus tmpanos, e no ouvem a publicidade e perde o comerciante.( 3 -

    Ser permitida a propaganda volante entre 9 (nove) e 17 (dezessete) horas conforme

    prev o Artigo 12 da lei 2478 de 16 de maro de 2000.),( 1 Os nveis de emisso de

    sons permissveis para atender o disposto no art. 3 desta lei ficam limitados em 60

    (sessenta) decibis nas reas permitidas, a 7 (sete) metros de distncia do veiculo).

    Onde anda as autoridades do poder executivo coaraciense, o poder judicirio e o ministrio

    pblico? Eles esto surdos? Ou esto fazendo-se de ouvintes mercadores ou ser necessrio

    que os cidados achacados pelo sistema salarial brasileiro deixem de comer para constituir um

    advogado e acionar o judicirio como manda a lei?

    02 e Julho

    Independncia

    da Bahia

  • Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 03

    ACADEMIA DE BALLET DANSER

    Bailarinas do Ballet Danser de Coaraci - Bahia

    so premiadas no:

    Academia Ballet Danser

    da Bailarina Jlia Marfuz

    Fundada em fevereiro de 2009, pela bailarina Jlia Marfuz,

    a academia Ballet Danser traz para cidade de Coaraci

    modalidades para todas as idades e gostos, oferecendo

    aulas de ballet clssico, ballet moderno, ballet adulto, jazz,

    sapateado, dana do ventre e zumba fitness contando com

    uma equipe de professores e coregrafos qualificados.

    Realiza festivais anuais em dezembro no Ginsio de

    Esporte de Coaraci, com temas distintos voltados para

    dana e bailarinos convidados, dando oportunidade ao

    pblico Coaraciense e das cidades vizinhas acompanhar o

    trabalho da escola e desfrutar de uma noite com bastante

    enriquecimento cultural, impulsionando a arte e cultura da

    cidade. Pela primeira vez a academia, levou coreografias

    para competir no Festival Nacional de Dana em Camaari,

    o Ballace, nos dias 04, 05 e 06 de junho, que por sua vez

    conta com grandes nomes da dana, como Toshie

    Kobayashi, que durante 3 dias realizam cursos e so jri

    nas apresentaes. Foram dias enriquecedores para

    todos, voltando para casa com muito aprendizado e com a

    medalha de 3 Terceiro Lugar nacionalmente, na categoria

    infantil, com as Bailarinas Bruna Elen Cezarano, Alexa

    Santana e Lara Cristiny Rocha. Alm da competio a

    escola, levou em torno de 10 alunos e toda a equipe de

    professores para realizar cursos no Ballace e assisti as

    apresentaes, vivendo 3 dias de muita dana e cultura.

    Ballace 2015, Festival Nacional de Dana

    UM AGRADVEL PASSEIO

    COM A MSICA PELA

    COMUNIDADE

    DE NOSSA SENHORA DE

    LOURDES.

    Ento ao fim de tarde, possvel

    ouvir uma cantiga diferente para quem passa

    perto da Igreja Catlica, junto ao grande muro

    do Centro Catequtico. D para perceber que

    so jovens, pelo tom de voz e pelo entusiasmo

    das msicas. Cantam e tocam com tanta

    energia que chama a ateno, faz os vizinhos e

    passantes pararem um pouco para entender

    do que se trata. As melodias so bonitas, as

    letras ora em tom de brincadeira, onde

    possvel ouvir as gargalhadas. Outro momento

    com mensagens com mais espiritualidade, em

    que a banda para e possvel ouvir, capela,

    que todos que esto ali cantam juntos, at

    tornar-se uma orao. Sim! Eles esto em

    orao, falam em Jesus, em Maria e no Espirito

    Santo. Normalmente canes assim s as

    senhoras cantam dentro da igreja. Mas estes

    j o v e n s t a m b m e s t o c a n t a n d o e

    aparentemente no tm vergonha da f que

    professam. Confesso bom escuta-los.

    Aquele movimento chama-se

    Encontro de Jovens com Cristo (EJC) da Igreja

    Catlica, e desde 2011 vem tocando suas

    msicas e evangelizando outros jovens. Os

    que tocam e cantam so 6 ou 7, mas os que

    esto em orao junto com eles, so para mais

    de 50. Em que todo ano, se renem em trs

    dias para outras dezenas de jovens

    ingressarem no movimento, aumentando a

    banda e o som que produzem.

    Contudo estas so apenas algumas

    ovelhas deste rebanho. Quase sempre nas

    noites de sbado, percebo mais jovens

    chegando e entrando no salo ao lado da

    igreja. Com seus timbales, tocam, cantam e

    rezam. Estes esto espalhados em grupos

    pelos bairros da cidade, so conhecidos como

    Pastoral da Juventude (PJ) e j esto a mais de

    40 anos fazendo seu som e evangelizando

    outros tantos jovens na direo da igreja.

    Mas onde esto os senhores e

    senhoras que cantavam em nossas missas?

    Depois de ouvir tanta msica ao redor da

    igreja, motivado a entrar, reencontrei-os no

    domingo de manh, em um coral belssimo,

    comeando as msicas para a assembleia

    acompanhar junto a um som de teclado. Outro

    domingo fui a missa noite, percebi que j se

    tratava de outro coral. Desta vez 4 a 5 vozes

    entre homens e mulheres, e um pequeno

    grupo de instrumentistas, cantavam e

    tocavam como dedicados coadjuvantes

    daquela celebrao. Ao final da missa fui

    convidado para uma reunio numa quarta-

    feira, onde o comentarista dizia que haveria

    msica, louvor e adorao. Ao chegar recebi

    um abrao e me apresentaram a Renovao

    Carismtica Catlica (RCC). Eles conduziam

    suas msicas e ministravam a orao com um

    fervor pentecostal, que no sabia que tinha na

    igreja catlica.

    Aos poucos fui conhecendo a msica

    desta igreja, com seus servos espalhados em

    todos os bairros da cidade, percebi sua mstica

    e seus valores. Na forma que tocavam no

    corao das pessoas e as envolviam. No que

    chamam evangelizao. Cada movimento ou

    grupo cantando e tocando da sua maneira.

    Professando a mesma f, o mesmo Deus e a

    mesma me.

    Numa histria construda, por

    homens e mulheres de f que criaram as bases

    para que estes e os futuros jovens continuem

    fervendo suas guitarras, baterias e teclados.

    Cantando com euforia e conscincia o Cristo

    que aprenderam a amar e dedicam suas vidas.

    Obs.: Nenhum nome foi citado. Estes

    msicos como foi dito so coadjuvantes,

    anunciam o Cristo. Assim como a Me Maria,

    levam Jesus aos que abrem seus coraes e se

    diminuem para que Ele aparea.

    Autor Catlico

  • O SOFRIMENTO DE UM PAI.

    De PauloSNSantana

    Essa histria eu ouvi de um amigo de

    Coaraci. Aconteceu h muito tempo. Foi um

    fato que surpreendeu a comunidade, os

    nomes das personagens foram modicados e

    o causo, no aconteceu exatamente como

    contamos:

    - Havia um fazendeiro na regio, que era

    muito rico, dono de muitas propriedades

    rurais, produtor de cacau, grande

    pecuarista, era um homem srio, honesto,

    e fazia parte da Maonaria. Chamava-se

    Jos Virgulino Cantaria, ele tinha trs filhos

    homens e a sua esposa chamava-se

    Deodorina Cantaria uma religiosa assdua e

    bondosa. Apenas Ramiro um dos filhos era

    companheiro na lida diria na Fazenda

    Esperana onde gerenciava, e cuidava dos

    negcios da famlia. Os irmos Totinho e

    Romo eram a avesso de Ramiro.

    Baderneiros e jogadores inveterados,

    viviam envolvidos com a justia local e

    representavam duas encrencas, e uma

    preocupao eterna para o Coronel

    Virgulino que viajava todas as semanas

    para suas propriedades espalhadas pela

    regio do cacau. Virgulino passava muitos

    dias afastado de sua residncia, a sede da

    Fazenda Esperana. Uma ocasio Virgulino

    recebeu um alerta da empresa compradora

    de cacau, dizendo que a produo na

    Fazenda Esperana havia cado muito, que

    o cacau entregue na Empresa estava abaixo

    do esperado.

    Virgulino no entendeu o ocorrido, pois seu

    gerente havia afirmado a ele que tudo

    estava correndo como planejado e que a

    produo se manteria estvel naquele ano.

    Alguma coisa estava acontecendo, e muito

    estranha. Ser que estava sendo roubado?

    O cacau estava sendo desviado e vendido

    em outro municpio? Eram as suas dvidas.

    Ento ele contratou um detetive em Ilhus

    para investigar a Fazenda Esperana,

    observar quem entrava e quem saia

    transportando cacau, inclusive seus

    prprios filhos.

    Semanas depois foi informado pelo detetive

    que seus filhos Totinho e Romo estavam

    gastando muito dinheiro com jogatina,

    bebidas e mulheres. Virgulino passou a

    vigiar os dois e constatou que as

    informaes do Detetive eram realmente

    verdadeiras e ficou muito desconfiado!

    Os prejuzos continuaram, centenas de

    arrobas foram desviadas, e s podia ser

    durante a noite por algum conhecido. O

    fazende i ro j estava sent indo as

    consequncias do prejuizo. Estava devendo

    a bancos, sem poder investir nas suas roas

    de cacau, sem poder valorizar os seus

    trabalhadores, sem poder trocar de carro o

    que fazia normalmente todos os anos,

    estava vivendo um inferno astral.

    Ele precisava descobrir urgentemente onde

    estava sendo desovado o cacau e quem era

    o responsvel pelo golpe. Mas como nada

    que se faz s escondidas dura pra sempre,

    os boatos sobre os seus dois filhos foram

    aumentando, todos sabiam do golpe menos

    Virgulino. Foi ento que o detetive o

    procurou pra relatar que soubera que iria

    haver outro golpe na Fazenda Esperana

    naquela semana. Virgulino soube que o

    grupo era chefiado por Totinho e Romo e

    que eles planejaram roubar todo o cacau

    estocado na fazenda, e seria na prxima

    sexta-feira. Imediatamente convocou seus

    capatazes, pediu sigilo a todos, e combinou

    acabar de vez com golpe. Marcaram viagem

    na sexta-feira, e montaram um cerco a

    cinco quilmetros da propriedade, na nica

    estrada pela qual poderia passar algum

    carregamento de cacau transportado por

    veculos automotores. Chegaram s 18

    horas, esconderam-se e esconderam os

    carros e ficaram esperando que os ladres

    com o carregamento aparecessem.

    Virgulino se recusava a acreditar que seus

    prprios filhos eram os bandidos, e

    planejava perdo-los, mas obrig-los a

    trabalhar para manter seus vcios. J estava

    cansado da irresponsabilidade deles, pois

    havia proporcionado a cada um as melhores

    chances na vida e a melhor educao

    possvel. Mas como os dedos das mos no

    so iguais, apenas Ramiro era seu brao

    direito, trabalhador, honesto, estudado,

    bem relacionado na sociedade local.

    Veio a noite, fria e escura, o silncio era

    quebrado apenas pelos silvos das corujas,

    grilos cantantes e sapos na lagoa bem

    prxima do local. s 21 horas, eles ouviram

    os primeiros sons de motores de carros

    utilitrios, vindos das bandas da Fazenda

    Esperana. Minutos depois j se podia

    enxergar o claro dos faris dos dois carros

    e eles ouviram perfeitamente os dois

    motores possantes subindo e descendo a

    serra. Imediatamente arrastaram um

    grande tronco pro meio da estrada estreita,

    para impedir a passagem dos carros, e os

    capatazes ficaram de tocaia esperando eles

    chegarem e a ordem do patro para atirar

    se fosse necessrio. Os carros se

    aproximaram lentamente, diminuram a

    marcha, era uma subida e estancaram

    frente ao tronco que bloqueava a estrada.

    Os motores continuaram ligados, e para

    surpresa de Virgulino, os dois motoristas

    eram seus filhos, e quatro comparsas que

    estavam com eles, fugiram do local,

    embrenharam-se no mato escapando do

    cerco. Totinho e Romo ficaram sozinhos.

    Virgulino gritou: - Mos pra cima bandidos,

    ladres de cacau! Ento eles responderam

    gritando de l: - tirem este tronco da

    estrada! Ns vamos passar de qualquer

    jeito! Virgulino respondeu imediatamente:

    - nenhum ladro vai passar nessa estrada,

    entreguem-se com os braos pra cima,

    devolvam o cacau que vocs roubaram da

    minha fazenda, vocs so bandidos como

    qualquer outro, da pior espcie. Totinho

    ento ameaou: - saia do caminho seu

    velho, ou vamos passar fogo em voc,

    vamos passar por cima de voc e de seus

    capangas xibungos! Quando ouviu aquelas

    palavras, Virgulino tremeu nas bases, pois

    nunca tinha pensado em ouvir ameaas dos

    seus prprios filhos; sem pensar duas

    vezes, pois sabia que eles no iam se

    entregar facilmente, e no poderia adiar

    aquele problema, ento com a voz

    embargada de pai trado, gritou aos seus

    capatazes autorizando a abrir fogo e a atirar

    para matar. Ento imediatamente se iniciou

    um tiroteio que durou mais ou menos uns

    dez minutos, depois do que se fez um

    silncio morbito, os dois bandidos que

    estavam cercados, foram baleados e

    mortos, estavam inertes no cho. O Coronel

    aproximou-se cuidadosamente com uma

    lanterna na mo esquerda e com um trinta

    e oito na mo direita, ajoelhou-se, fez o

    sinal da cruz, pediu perdo a Deus,

    identificou os corpos, conferiu se estavam

    mesmo mortos e ordenou aos seus

    capatazes que colocassem os corpos nas

    carrocerias das duas picapes, sobre o cacau

    roubado e os conduzisse para a delegacia.

    Naquela madrugada foi um alvoroo

    danado, com burburinhos nas esquinas,

    praas e portas de bares, praa de txi, nas

    casas residenciais que diziam:

    - Mataram dois filhos do Coronel Jos

    Virgulino!

    O fazendeiro arrasado acompanhado de seu

    advogado apresentou-se ao Delegado,

    prestou depoimento e colocou-se a

    disposio da justia. Ele foi autorizado a

    voltar a sua fazenda para aguardar a

    intimao da justia. O processo arrastou-

    se por longos meses, ouviu-se depoimentos

    de testemunhas e de interceptadores e

    finalmente foi marcado o julgamento

    popular. Aps doze horas de um cansativo

    embate, os jurados chegaram a um

    veredito. E o Juiz se pronunciou:

    - O senhor Jos Virgulino foi julgado e

    inocentado pelo jri popular, que alegou

    que o ru foi autor de um crime em legtima

    defesa, que teve que usar de recursos

    extremos, com arma de fogo, para defender

    a prpria vida. E sentenciou:

    - Cumpra-se a sentena!

    E encerrou a sesso.

    Acredite se quiser!

    !

    Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 04

    Alexandra Maria Orrico da Costa 14 -

    de maio s 21:24

    Fiquei maravilhada com a matria dos

    GETS, minha me(Maria Fani),em nossas

    saudosas conversas sobre nossas

    aventuras sempre guardava um lugar

    especial pra falar da banda e senti em sua

    narrao a mesma emoo e alegria que

    ela me passava, parabns! Saiba que tem

    em mim uma f e assdua leitora do

    caderno cultural! Obrigada!

  • Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 05

    Caro Paulo

    Depois de instalado e bem

    acomodado em Ilhus,

    onde estamos residindo,

    retorno ao convvio salutar

    do Informativo Cultural.

    Outras historias esto na

    forma. Oportunamente as

    enviarei para sua analise

    Recentemente, encontrei

    por aqui, o Sr. Zeca Gomes,

    de famlia tradicional de

    Coaraci, que com seus

    janeiros prximos de 90,

    deve ter muitas historias

    para contar. Vou ver se

    consigo extrair alguma

    coisa dele. Quem sabe uma

    bela matria semelhante

    que voc fez recentemente

    com o Pastor Jess. Quando

    lhe envio um texto, deixo

    voc a von tade pa ra

    adapta-lo a linguagem

    jornalstica. Abraos

    CADA PALAVRO UMA

    SENTENA De Z Leal

    (Os nomes dos

    personagens da discusso

    so fictcios!)

    Histria adaptada por PSNS

    Eu (Z Leal), Renato e

    Bitonho, aps uma manh

    de atividade etlica no

    Bolacha, depois de muita

    conversa, roda de samba e

    tudo mais que por ali

    acontece, achamos que

    chegara a hora de bater em

    retirada para um descanso

    merecido. Sem antes,

    contudo, ir tomando a

    saideira pelos bares que

    estivessem a caminho. At

    que chegou a vez de um Bar

    de um amigo, que seria o

    ltimo ponto antes da

    subida da Rua da Favela,

    que nos conduziria casa

    de Bita. Se tivesse um

    bafmetro no percurso,

    seramos multados com

    certeza. Ao entrarmos no

    Bar, o clima estava muito

    tenso, pois rolava uma

    discusso acirrada, regada

    naturalmente com muita

    cerveja gelada, entre;

    Proprietrio, Bozo e Jonas.

    das pessoas aqui citadas,

    trs j esto no andar de

    c ima , e no podero

    testemunhar quanto a

    veracidade do fato.

    Bozo encarnando em Jonas,

    os dois do lado de fora do

    balco, e o Proprietrio do

    bar, que pedia a Bozo para

    deixar Jonas em paz. Mas

    Bozo continuava enchendo

    a pacincia de Jonas.

    Porque ele no se casava de

    novo? Que ele (Bozo) logo

    que enviuvou tratou de se

    casar novamente...Ser

    que Jonas no dava mais

    nos couros? E Jonas dizia;

    Bozo me deixe em paz pelo

    amor de Deus. O dono do

    bar que era amigo de Jonas,

    no aguentando mais as

    provocaes de Bozo,

    disse; Bozo sabe porque

    voc no deixa Jonas em

    Paz? Vou lhe dizer; porque

    voc um corno.Bozo foi

    loucura, e disse ao dono do

    bar: - como voc pode dizer

    uma coisa dessas comigo?

    Logo eu, Bozo, homem de

    confiana do ex-Prefeito da

    cidade, que dirigia o Simca

    Chambord dele, levava sua

    esposa a Itabuna, e quase

    aos prantos indignado,

    invocava sua amizade com

    o ex-prefeito. Ele avalizava

    pra mim em branco e dizia;

    Bozo se no vencimento voc

    no puder pagar, me fale.

    Sempre paguei com os

    lucros de meu comercio.

    Agora quanto a voc amigo

    ingrato, que me dirigiu

    palavro to agressivo, que

    prefiro no repetir, lhe digo

    que voc um homem

    morto, amanh vou chegar

    aqui neste bar, com meu 38,

    e vou lhe dar seis tiros. Seu

    caixo j est separado. O

    proprietrio do bar retrucou

    dizendo. Pois ento, lhe

    digo que alm de corno,

    voc xibungo. A Bozo,

    enfurecido, aumentou a

    sentena para 12 tiros.

    Chamei Bitonho e Renato,

    e camos fora, subimos a

    Favela e fomos filar o

    gostoso piro de minha

    sogra D. Zilda. No sei se

    novos palavres ocorreram,

    nem se a promessa da

    sentena foi ampliada. Mas

    s e i q u e B o z o e o

    p r o p r i e t r i o d o b a r,

    continuaram bons amigos.

    Ainda bem.

    CR Reis

    Comercial de Cacau

    Entrega o teu caminho ao Senhor;

    confia nele, e ele tudo far.

    Desenho em grafite de Jefferson,

    artista que trabalha com artes,

    e expe na Praa Jairo Goes.

    Eduardo Reis

    Ateli Leonel Mattos

    SALVADOR SHOPPING - Segundo piso L

    Leonel MattosCADA PALAVRO UMA SENTENA!

  • Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 06

    DR. FARIAS FALA SOBRE SADE E

    SOBRE O PROFISSIONAL MDICO.

    O Dr. Jos Antnio de Farias, filho de

    Antnio Martins de Farias e de Joselita

    Carias de Farias, natural de Salvador

    Bahia. Filho legtimo do Senhor do Bonfim,

    nascido nos ps dele (como ele mesmo

    diz). Dr. Farias um senhor de bem com a

    vida e ele fala muito bem da sua esposa

    Vilma Carias de Farias, que ela uma

    pessoa maravilhosa, boa me, boa dona de

    casa. Que eles tm quatro fi lhos:

    Leonardo, Daniel, Marta e Ana Carias de

    Far ias. O Dr. Far ias d iz que so

    maravilhosos, direitos, honestos e

    trabalhadores.

    Em 1982, Dr. Farias veio trabalhar nesta

    regio por intermdio do Sindicato dos

    Mdicos que tinha feito uma estudo em

    toda Bahia, e havia uma lista de cidades

    que no tinham mdicos e ele quando

    tomou conhecimento, escolheu Almadina e

    veio pra regio atravs do ex-prefeito, j

    falecido Almeida e sua Esposa que era

    vereadora na poca. Transferiu-se mais

    tarde para Coaraci por questes politicas

    (perseguio politica partidria.).Veio para

    Coaraci atravs do Prefeito Janjo. Onde

    foi bem recebido no s por Janjo na

    poca dele, como depois por Joaquim entre

    outros prefeitos. Ele diz que a comunidade

    gosta dele, que assim parece, e que graas

    a Deus foi tudo bem. Dr. Farias um

    especialista em Ginecologia Obstetrcia,

    mas trabalha com Clnica Mdica. J

    participou de vrios cursos, congressos,

    principalmente quando residia no Rio de

    Janeiro. Trabalhou em So Roque,

    Itamotinga, hoje trabalha no Hospital Geral

    de Coaraci. J prestou servios no SESP.

    um funcionrio pblico municipal e

    estadual. J esta aposentado pelo Estado.

    Pedimos ao Dr. Farias para nos falar sobre a

    sade no Brasil, e ele comeou dizendo que

    em Coaraci o atendimento de sade bom.

    Agora em termos gerais a sade no Brasil

    esta muito deteriorada. Os dirigentes no

    tm desempenhado adequadamente o seu

    papel, que de dar qualidade, suprir com

    recursos e valorizar a classe, atender bem

    os pacientes, preparar os hospitais, postos

    de sade para receberem a todos sem

    dificuldades. Que enquanto estiverem

    desviando os recursos da sade para

    outros fins, a situao continuar do jeito

    que esta. Ele disse que quem acompanha

    as reportagens nas mdias televisadas,

    pode constatar a situao vexatria dos

    hospitais, clinicas postos de sade

    totalmente desaparelhados e sem recursos

    humanos e matrias. Com os desvios dos

    recursos da sade, os dirigentes no

    aplicam onde devem e muitas vezes

    embolsam os recursos. Se fosse um

    Administrador da Sade, procurava dar

    toda a assistncia, ver o que a sade

    necessita para dar maior qualidade ao

    atendimento, faria uma analise profunda,

    para aplicar adequadamente os recursos

    financeiros, suprindo as reas carentes,

    com pessoal especializado, material e

    equipamentos adequados, contrataria

    mais mdicos, valorizaria os seus salrios,

    porque no existe mau mdico, e nem

    existe falta de mdicos, o que existe em

    muitos casos a falta de valorizao e de

    condio de trabalho. Tm mdico que no

    examina o paciente e isso a uma

    displicncia, porque o atendimento deve

    ser adequado e responsvel, deve-se

    pesquisar a origem da patologia atravs de

    entrevista, exames fsicos e laboratoriais

    para se identificar a doena do paciente e

    trat-la adequadamente.(o mdico tem

    que examinar tocar no paciente, para saber

    onde se encontra enfermidade.) Que um

    dos problemas da sade pblica reside nas

    pssimas condies e valorizao do

    trabalho do mdico. Ter contrato de

    trabalho com mais de uma empresa, no

    uma f a l ha do md i co , i s so a i

    consequncia dos novos tempos, da

    situao econmica e da desvalorizao

    do profissional e do aumento da demanda.

    O mdico tem que ter um padro de vida,

    um status, o mdico no pode ser um p de

    chinelo qualquer, ele no pode andar de

    nibus, e para manter este status ele tem

    realmente que trabalhar em vrias

    empresas para poder manter a famlia, e

    pagar os estudos das crianas. Com

    certeza cair qualidade no atendimento.

    Por outro lado, o mdico que depende s do

    Estado, um mdico estressado,

    preocupado, inadimplente, que no final da

    histria nem poder cuidar bem da sua

    carreira. Um plantonista trabalha em

    quatro plantes em Itabuna, e recebe

    4.800, descontando-se impostos e etc., vai

    sobrar bem menos. Sendo assim como ele

    manter a sua famlia? O pobrezinho do

    mdico que ganha pouco um sofredor.

    por isso que existe o mdico nervoso, que

    atende mal, apressado, etc.

    Olha Paulo eu nunca contei, mas o que sei

    que ainda hoje atendo muitas pessoas

    carentes em minha casa, muitos casos so

    de hipertenso, so pessoas que antes de ir

    ao hospital vem aqui me procurar, acho que

    por confiana, no sei, eu ento fico com

    pena e atendo sem problemas e sem cobrar

    nada. A mensagem que deixo aos

    coaracienses que se qualifiquem para ter

    uma boa condio de trabalho e qualidade

    de vida, e procurem no se estressar,

    devem controlar a alimentao, comer

    bem, viver com qualidade, ter regras e

    disciplina, pensar no futuro e na famlia,

    caso contrrio vo surgir patologias como

    hipertenso, diabetes, etc. E a viro as

    dificuldades no tratamento e na aquisio

    de medicamentos, ento melhor evitar

    que remediar o problema!

    Um abrao a todos.

    UMA CRIANA QUE PENSA

    COM LGICA

    De Roberto Alves Pvoas.

    Quando eu achava que no poderia ver

    mais muitas coisas na vida no interior alm

    de trabalho casa trabalho, encontrei

    uma criana, qual vou chamar de Beto

    (diminutivo do meu nome), que me fez

    pensar que ainda temos uma luz no fim do

    tnel. Beto em sua casa, como qualquer

    casa deste mundo afora, tem os membros

    mais velhos que dominam e coordenam a

    vida dos pequenos. Ele mora em um bairro

    onde existe um grande nmero de

    cachorros e gatos que fazem suas

    necessidades fisiolgicas nas reas

    pblicas, que so utilizadas pelas crianas

    para o lazer. Beto como grande parte das

    cr ianas suscet ve l s micoses

    provocadas pelos dejetos destes animais, e

    por isso foi proibido de andar descalo.

    Em sua casa, assistindo TV, viu nos

    intervalos das novelas um chamado do

    programa Globo Rural, onde o tcnico

    falava sobre a vida das abelhas e informava

    que a colmeia de milhares de indivduos,

    no resistia morte da abelha rainha,

    morrendo todos. Ele ficou com aquela

    informao na cabea. Ao chegar escola

    onde cu r sa o 1 ano do ens i no

    fundamental, indagou a um funcionrio:-

    Tio, como fao para encontrar a micose

    rainha?. O funcionrio curioso com a

    pergunta estranha, perguntou: - E para

    que voc quer encontrar a micose rainha?.

    Ele ento concluiu: - Ah! Tio, quando a

    abelha rainha morre, tambm no morrem

    todas as abelhas? Se eu encontrar a micose

    rainha, matando ela, morrero todas as

    micoses, no ? E assim vou poder andar

    descalo, certo?

    Concluso: - Pois , encontrei uma

    criana ainda no 1 ano do ensino

    fundamental empregando a lgica para

    resolver seu problema.

  • Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 07

    CASA SANTA RITA

    RESTAURANTE

    DE ZEQUINHA

    OS CINFILOS DE COARACI DOS ANOS 30

    E OS FILMES DE FAROESTE AMERICANO

    Foi o faroeste americano um dos gneros de filmes que mais empolgava os

    coaracienses, especialmente a garotada e os moradores da zona rural. Os

    primeiros filmes exibidos aqui por volta de 1934, 1935, eram mudos e de curta

    metragem, onde assaltos a bancos, assaltos a diligncias, estouros boiadas,

    roubos de gado, eram uma rotina em quase todos eles, mas, nem por isso

    deixava de empolgar a rapaziada. Quando o artista em nome da lei iniciava

    uma perseguio ao bandido, tinha que se taparem os ouvidos, os gritos eram

    ouvidos no raio que inclua a Praa Getlio Vargas, Praa Elias Leal e a Igreja

    Catlica. Essa exploso de gritos e assobios tornava se maior quando esse

    artista era um cavaleiro mascarado, roupa chapu pretos, montado em seu

    cavalo fasca, branco como neve e rpido como um raio, era nada mais nada

    menos que o Durango kid. A plateia vinha abaixo ao ver o Durango colocar

    quadrilhas inteiras em fuga, apenas fazendo o seu cavalo, devidamente

    encilhado, circular nas proximidades em alta velocidade.

    - Olha o cavalo do Durango! Vamos dar o fora daqui!!! - Diziam os bandidos.

    Vez ou outra um fora da lei desafiava o artista para um duelo bala, com o

    Durango isso nunca acontecer. Nenhum bandido queria encrenca com ele.

    Sua presena na tela deixava a meninada imensamente feliz, e sem saber se

    gritava, sorria ou esmurrava as poltronas. Durango kid foi um personagem

    representado unicamente por Charles Starrett, e tinha como coadjuvante um

    gorducho desajeitado, representado por Smirley Burnettte, que colocava

    quase tudo perder, e que deixava Novenal Quinto, outro assduo frequentador

    dos cinemas, vermelho de raiva. Na pressa, esse gorducho montava numa

    cela sem cavalo, outras vezes, num cavalo sem sela, quando no de costa pra

    frente, atirava antes da hora, acertava em quem no devia, executava as

    instrues s avessas. Planos traados sobre sigilo fracassavam, ao tropear

    em panelas, derrubar tudo em volta, espantar animais e espalhar galinhas por

    todos os lados.

    Ao todo, foram 165 filmes exibidos nos cinemas de Coaraci. Em quase todos

    estes filmes, eram includas apresentaes de msica country do oeste

    americano, s vezes para distrair a bandidada.

    Por volta de 1948, Raimundo Madureira com seus 10 ou 12 anos, filho de Jos

    Rollemberg, gerente do Instituto de Cacau, era dentre todos o mais agitado, e

    deixava o cinema imitando o artista, utilizando-se do dedo como arma,

    escondendo-se detrs de postes, portas ou qualquer objeto, tentando atingir

    algum, repetindo as cenas vistas na tela. Renato Rebello, filho de Valdomiro,

    no fazia por menos, chegou a urinar nas calas pra no perder 2 ou 3 minutos

    daquela gritaria para ir ao banheiro. Outros grupos falavam em voz alta,

    achando que o artista teria melhor resultado caso tivesse agido dessa ou

    daquela forma, pra se livrar desse ou daquele perigo. Jos Valdomiro Vila Nova

    era outro grande frequentador de cinema, um dos maiores conhecedores de

    sua histria.

    Foi na tela do Cine Rio Branco de Alpio Guerra e de Jos Bento que Itacar

    conheceu o legendado Tom Mix, cowboy que realizou suas primeiras filmagens

    no tempo do cinema mudo. Mais tarde, j como Guaracy, frum conhecendo

    Tim Holt, Rocky Lane, Gene Autry, Roy Rogers, Buster Crabbe, e um nmero

    cada vez mais crescente de outros que surgiam a cada ano.

    O cinema em pouco tempo transformou-se numa escola, e teve muita

    importncia no comportamento dos moradores de nossa cidade.

    Fonte Livro Coaraci ltimo Sopro de Enock Dias Cerqueira,197,198.

    Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

  • Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 08

    EMPRESRIO COARACIENSE

    REFORMA E CONSTRI

    CASAS POPULARES PARA

    FAMLIAS CARENTES

    Etevaldo Barreto Nogueira conhecido por

    Tel, proprietrio da casa comercial

    TELMAC - (COMERCIAL DE MATERIAIS

    DE CONSTRUCAO DE COARACI LTDA),

    em Coaraci, situada na Rua Joana

    Angl ica, 11, Centro. Tambm

    proprietrio do Centro Esportivo

    Nogueiro praa de esportes construda

    por ele para receber os amigos e praticar o

    bom futebol, fica localizada em sua

    fazenda a poucos quilmetros de Coaraci.

    A ideia das casas populares surgiu l no

    Centro Esportivo Nogueiro, quando

    resolvemos reformar uma casa para um

    senhor de idade do Distrito de So Roque,

    a casa n 1. Inicialmente distribumos

    cestas bsicas. J reformamos trinta e

    cinco casas e estamos iniciando a

    trigsima sexta. A primeira casa foi

    entregue em fevereiro de 2007. Existe

    uma equipe de colaboradores e em todas

    as casas tem uma placa afixada na

    fachada com fotos e imagens de antes e

    depois da reforma e o nome deles. A maior

    p a r t e d o s r e cu r s o s f i n an ce i r o s

    empregados so nossos. Os que

    colaboram mais efetivamente so os

    profissionais da rea de construo, como

    e letr ic is tas, pedre i ros, p intores,

    carpinteiros com sua mo de obra

    totalmente gratuita. Para fazer uma

    reforma ns olhamos a carncia da famlia

    e o estado da casa, e damos preferncia a

    idosos e enfermos. Em alguns casos

    solicitamos que eles consigam algum

    material de construo, tipo: pedras,

    areia, blocos e madeira. Uma casa destas,

    no terreno deles e tendo alguma coisa pra

    ajudar, hoje a obra fica em torno de oito,

    nove mil reais. J construmos casas em

    at vinte dias, a primeira foi construda em

    tr inta d ias, atua lmente estamos

    construindo em dois meses. Construmos

    oito casas no Distrito de So Roque. Mas

    aqui em Coaraci construmos no Bairro

    Maria Gabriela, no Bairro de Z Reis, no

    Berimbau trs casas, mais trs casas no

    Bela Vista, trs no Jia do Almada,

    reformamos no Jardim Cajueiro, Rua So

    Paulo, no Bairro da Feirinha, na cidade

    quase toda. A documentao da casa de

    responsabilidade das famlias. Houve um

    caso de uma famlia que construiu em um

    terreno que no era de sua propriedade,

    depo i s apa re ceu o p rop r i e t r i o

    reclamando e depois se oferecendo para

    doar. Uns agradecem a ajuda, mas tm

    algumas famlias que no. Inclusive uma

    famlia beneficiada depois da obra

    concluda vendeu a casa. Depois de

    construda ou reformada a casa de

    inteira responsabilidade do proprietrio e

    nela ns no mexemos mais. Teve uma

    que deu problema de uma rachadura, a

    proprietria fez uma valeta do lado da

    casa e deixou a chuva bater, rachou a

    parede e eu mandei concertar. Mas o

    problema foi causado pela proprietria.

    Os colaboradores do Nogueiro so

    Hominho, Gel, Hlio Ri Coco s vezes

    Batista.

    As casas que entregamos tm no mnimo

    dois cmodos, sala, quarto e banheiro,

    quando uma pessoa sozinha e idosa,

    construmos uma casinha pequena.

  • Quando s um morador idoso quando ele

    morre, colocamos outro idoso carente na

    casa. As casinhas so muito bem feitas.

    Em uma casa mandei colocar o piso que a

    famlia comprou, foi na casa de Nido, l no

    Bairro da Feirinha perto da Caixa D'agua.

    Nido um feirante. A casinha dele ficou

    toda arrumadinha, eles tm um prazer

    com a casa. J tm outros que no cuidam.

    O importante que Deus viu as nossas

    intenes e quando conclumos uma casa

    uma dadiva.

    s vezes penso em parar porque a

    situao no esta boa para empresrios

    com eu, a crise esta batendo na nossa

    porta, e essas despesas saem todas do

    meu bolso, mais o meu sonho era construir

    uma avenida de casas populares, mas isto

    s se ganhasse na loteria. Quem quiser me

    ajudar que venha. Chico Galvo por

    exemplo, todo ms deposita cem reais em

    nossa conta para este fim, Jos Carlos Reis

    colabora muitas vezes com cinquenta

    reais, no importa o valor. Ri Coco, j

    colaborou com todas as casas, ele doou

    duzentas telhas para cada casa construda

    at hoje. Duzentas telhas hoje custam em

    torno de cento e dez reais. Todas as casas

    tm o nome de Ri Coco, ele fala sempre

    que pode fazer o vale e colocar no seu

    nome e avisar. Ns temos a foto de todas

    as trinta e cinco casas. Uma vez ns fomos

    reformar uma casa e caram as trs

    vizinhas, ns ento construmos as quatro

    de uma s vez. Este fato aconteceu no

    Distrito de So Roque. E todas ficaram

    bonitas. Eu peo a Deus que me d foras,

    porque quando vamos visitar as casas das

    pessoas que vem nos pedir para reformar

    ou construir, elas esto em pssimo

    estado, cada uma pior que a outra.

    A Associao Nogueiro, se reuni nos

    dias de teras e quintas feiras para jogar

    futebol. E foi dai que surgiu essa ideia, l

    se o associado receber um carto tem que

    colaborar com um quilo de alimento, ai ns

    criamos cestas bsicas e doamos a um

    velhinho e a uma mulher doente de um

    cncer. Hominho me ajuda muito nesta

    tarefa. A nossa associao contribui para

    dar uma vida melhor a famlias carentes da

    regio. Uma vez fomos entregar a cesta

    bsica para um velhinho, e vimos que a

    sua situao era catica, a casa estava

    quase caindo, tiramos umas fotos, l no

    havia cmodos, o banheiro era no lado de

    fora, a casa estava em pssimo estado, o

    telhado estava caindo, depois da reforma

    ficou tima, pronta para receber a famlia

    dele. Colocamos uma lavanderia e uma

    pia. A casa ficou com trs quartos,

    cozinha, sala, rea pra lavar roupas e

    banheiro.

    O Nogueiro foi resultado de um sonho

    que eu queria realizar, um campo para

    bater uma bolinha com os amigos. Uma

    organizao com rbitros, churrasqueiro,

    visitantes que vo assistir aos jogos e

    depois ouvir s resenhas. Os rbitros so

    remunerados.

    O regulamento rgido, temos at uma

    gaiola, se o jogador receber um carto

    azul ou vermelho, ter que ficar preso

    dentro da gaiola por trs minutos,

    tomando banho, uma brincadeira que

    todos tm que participar obrigatria-

    mente. Se for um carto azul ele entra e

    depois dos trs minutos volta ao jogo, se

    for vermelho entra e depois dos trs

    minutos, estar expulso. Os associados

    colaboram pra comprar bolas e pagar aos

    juzes. O resto das despesas eu banco.

    Eu amo a minha terra. Fui embora uma

    vez, passei vrios anos fora, mas com

    intuito de melhorar de vida e na primeira

    oportunidade retornei pra ficar. Um abrao

    a todos os conterrneos.(Tel).

    Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 09

  • Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 10

    ADEILDON MARQUES, DONO

    DO JORNAL CORREIO DOS

    MUNICPIOS E EDITORA E

    GRFICA LTDA & EVENTOS EM

    ITABUNA, FALA SOBRE A

    CULTURA EM COARACI.

    Acho que Coaraci um celeiro de cultura,

    assim como Ibicara, mas os projetos esto

    adormecidos. como diz o outro: - Se o boi

    soubesse a fora que tem ningum

    conseguiria mat-lo. Coaraci ainda no

    sabe da fora intelectual que tem, mas eu

    j lutei e ainda luto muito por aqui e ainda

    hoje encontro muitas dificuldades.

    A Cultura na regio um processo muito

    difcil, para ser executado. At porque eles

    no valorizam a poesia muito menos os

    poetas, artistas e msicos. Paulo a poesia

    milenar, antes de Cristo, Lucrcio que era

    um poeta ateu e reconhecia no o Deus

    eterno, mais os deuses dele, e antes de

    Cristo o primeiro testamento do livro de J

    at Cantares so livros poticos. Ento a

    poesia um momento mgico, que retrata

    os caminhos da vida e so como rosas

    perfumadas nas primaveras floridas.

    Hoje voc sabe que a cultura esta em

    decadncia no mundo no ? Voc no v

    mais um jovem sentado lendo um livro, e o

    cara para se tornar literato ele tem que ler

    pelo menos doze livros por ano. Hoje a

    maioria no l nenhum. No verdade?

    Paulo, voc que procura divulgar a cultura

    coaraciense e assumiu ser um jornalista,

    tem o Caderno Cultural de Coaraci no qual

    divulga coisas espetaculares, da histria

    de cidade, eles tm que fazer a parte deles,

    voc j tem um publico grande e um campo

    maior ainda para divulgar seu projeto.

    Aproveito pra te convidar para coordenar

    um grupo de poetas, mas quando voc

    precisar de um teatro no tem. Josefina

    comprou o cinema, para construir um

    Centro Cultural, mas enquanto ele no for

    construdo a cultura no ter onde

    expandir-se, onde mostrar-se, onde exibir

    os seus valores, os seus artistas. Mas na

    hora em que ns comearmos a frequentar

    a um Clube de Poetas, um Teatro ou ainda

    um cinema, e participar e realizar grandes

    eventos, a cultura vai comear a fluir. Em

    Coaraci existe mais de cem poetas, todos

    no anonimato, sabe porqu? Porque ns

    temos um Clube Social, que no se sabe

    por onde andam as aes dos fundadores.

    Um clube deste era pra ter em um ano uns

    dez eventos culturais de relevncia, para

    que o jovem possa tomar gosto pela

    cultura, e pra fazer e divulgar e exercer a

    cultura o que no fcil.

    Eu espero que eles amem a cidade de

    C o a ra c i , a s s i m c o m o vo c t e m

    demonstrado, e que procurem ser

    criativos, que promovam o resgate da

    cultura da cidade, assim como voc tem

    feito, eu tenho lido muito os seus textos, as

    histrias, os causos engraados, as

    poesias, as criticas, o Caderno Cultural de

    Coaraci fascinante.

    Que recomecem a fazer como ns fazamos

    antigamente; no nosso tempo, no desfile

    de 7 de Setembro, era difcil no ter um

    orador no palanque, para falar sobre a

    importncia desta data cvica.

    Ento ns temos que participar, os jovens

    tem que se fazer presentes nestes eventos

    para que a cultura possa fluir dia a dia em

    Coaraci.

    Abraos, Adeildon.

    'MINHA CRUZ''

    Autor;Euflavio Gois

    AUFLAVIO MADEIRART.

    SO PAULO-BR OUT 2014

    Caminho nas Plancies.

    Nos Morros, Planaltos.

    Nas Florestas. Remo

    nos Igaraps, no,

    no sinto o peso da cruz.

    Minha religio a Natureza,

    suas cores, suas vidas.

    Minha F me mantm de p.

    Sou guiado pra frente,

    mas gosto de olhar pra traz...

    Minha Cruz no! no

    to pesada assim. No .

    Sou um forte carrego

    com classe e elegncia

    com ajuda de Deus.

    Passo por lugares sombrios.

    J tive medo da minha

    sombra. Muitas vezes

    o Sol queimou o meu

    rosto sofrido e sem cor.

    Sempre cabea erguida

    passeio pela vida sorrindo,

    vivendo pra o bem na casa

    de Deus. Carrego no peito

    um orao valente, no

    sinto o peso da Cruz.

    Olho sem graa os maus,

    sorrio e sado os bons,

    mesmo assim amo todos.

    No condeno a guerra!

    Mas com tudo sou da Paz.

    Como as rosas

    De Dona Diva

    Assim nascem as rosas,

    Com toda sua majestade.

    Perfuma enfeita os lares,

    Na alegria e na saudade.

    Mas com o passar dos dias,

    Perde a sua qualidade.

    Assim tambm somos ns,

    Nascemos com todo esplendor.

    Crescemos e vivemos para dar vida,

    Com a semente do amor.

    Mas o tempo vai passando,

    E como as rosas murcham,

    Prestes a despetalar.

    Suas sementes caem,

    Vo nascer no outro lugar.

    Assim tambm como as rosas,

    Comeamos a despetalar.

    Jesus com sua bondade,

    Essas ptalas vem juntar.

    A sim na eternidade,

    Vamos todos recomear.

    Eliseu Reis Costa um lavador de carros,

    bicicletas, motos, tapetes, que montou seu

    lava a jato na Av. Beira Rio, prximo

    Praa Nlson Moura. Ele muito criativo, e

    j transformou o lavajato em um lugar

    agradvel, com muitas plantas e limpeza.

    Na margem do rio ele j limpou a terra e

    plantou cacau, tempero verde e frutas, e

    esta conseguindo manter a rea limpa e

    humanizada. Eliseu bem relacionado com

    os moradores da Avenida, de quem lava

    tapetes, limpa os passeios e lava a rua.

    Estamos com voc!

    Quadro de Madeirarte

    LAVA JATO DE ELISEU

  • CULTURA

    Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 11

    TIO DUCA

    Anos 40 e 50

    COARACI - BAHIA

    A chegada do Senhor Antnio

    dias s duas barras coincidiu

    com o incio da primeira grande

    guerra mundial em 1914. Era

    casado com dona Silvina, com

    quem teve cinco filhos: -

    Manoel, o Duca, Antnio filho, o

    Dole, Maria, Elias e Lcia.

    O Tio Duca, como era

    car inhosamente chamado

    Manoel, era amigo inseparvel

    da informao e da leitura, e

    e n c o n t r a v a n e l a u m a

    oportunidade de saber o preo

    do cacau, os destinos da poltica

    de Vargas, ou qualquer outro

    fato importante. Algumas

    leituras tornavam-se difcil ao

    encontrar palavras como Sir

    Winston Churchill, - primeiro

    ministro da Inglaterra. General

    D w i g h t E i s e n h o w e r, -

    presidente dos Estados Unidos.

    D a g H a m m a r s k j o l d , -

    Secretrio Geral das Naes

    Unidas, ele as lia como estavam

    escritas. Ali reunidos, ouviam

    atentamente, e a leitura s era

    interrompida para se ouvir os

    comentrios e opinies que

    fossem necessrios. A palavra

    bom, pronunciada por Duca

    em alto e bom som, indicava

    que os comentrios e opinies

    estavam encerrados e leitura

    iria continuar. Essa leitura e

    prosa acontecia dia aps dia,

    sete dias da semana, 30 dias no

    m s . A s l e i t u r a s e r a m

    encerradas s 21 horas, quando

    os candeeiros eram apagados,

    indo cada um para o seu

    destino, depois de prolongadas

    despedidas.

    - A t a m a n h , c a p i t o

    manezinho!

    - At amanh, comandante

    penedo!

    Sua coleo de cordis atraa e

    despertava muita curiosidade

    naqueles que frequentavam sua

    casa. Com elas, muitas pessoas

    desenvolveram o gosto pela

    leitura, sempre acentuada em

    voz alta, e aplicando toda a

    cadncia necessria a boa

    compreenso: Boi Misterioso,

    Pavo misterioso, O suicdio de

    Getlio, A chegada de Lampio

    no inferno, so alguns deles,

    onde se destacava Joo Martins

    de Atade, um dos mais famosos

    cordelistas brasileiro. Histrias

    dos mais variados tipos eram

    contadas a meninada por seus

    pais, irmos mais velhos e at

    trabalhadores rurais, que

    aprendiam em suas andanas

    pelas fazendas. Muitas delas

    comeavam assim: - no tempo

    em que os bichos falavam...

    Isso ficava na mente da turma,

    aquela fantasia! Ser que os

    bichos realmente falavam em

    pocas passadas? E vinha a

    emoc ionante h i s t r ia de

    Juvenal e o drago, contada de

    pai para filho. " Juvenal era um

    andarilho nas terras do oriente,

    e considerava-se imbatvel ao

    lado de seus trs cachorros:

    Vencedor, Rompe Ferro, e

    Ventania. Sua fama tanto se

    espalhou que chegou aos

    ouvidos do rei. Um grande

    drago que habitava numa

    caverna na regio montanhosa

    do reinado, exigia que a cada

    ano uma virgem lhe fosse

    entregue, para sacrifcio. O

    poder destruidor do monstro

    superava a fora de todos os

    exrcitos, e ningum se atrevia

    d e s o b e d e c e r a s s u a s

    exigncias. Das muitas virgens

    que existia em todo o reinado,

    s restava uma, a filha do rei.

    Ao sentir a aproximao do dia

    fatdico, sditos e soldados

    foram enviados por todo o

    oriente. Tapetes mgicos,

    cavalos puro sangue da mais

    alta l inhagem, tal qual a

    velocidade dos furaces iam

    viajando pelos desertos e osis

    orientais a procura de Juvenal.

    Encontrado, logo estava diante

    do rei, e j ciente de toda a

    histria. Pronto para destruir o

    palcio e todo o reinado, pelo

    no cumprimento de suas

    exigncias, o monstro ao sair

    espantou-se ao se deparar com

    aquela pequena figura humana

    acompanhado de trs grandes e

    sonolentos cachorros em frente

    sua caverna. As discusses e

    ousad ia de Juvena l logo

    irritaram o monstro, que reagiu

    expelindo lnguas de fogo em

    todas as direes. Descontente,

    o drago resolver pr fim s

    discusses, avanando sobre o

    andarilho com todos os recursos

    de sua fora. Juvenal esquivou-

    se com alguns saltos mortais

    invertidos, enquanto gritava

    pe lo nome de seus t rs

    cachorros. Rompe Ferro num

    voo fulminante conseguiu

    agarrar as vendas do monstro,

    que sem respirar, perdeu a

    fora. Ventania numa mordida

    de duas toneladas, o impedia de

    usar uma de suas asas ,

    enquanto vencedor imobilizava

    a sua cauda destruidora.

    Juvenal aproveitou-se da

    situao e com um golpe

    c e r t e i r o d e s u a e s p a d a

    decepava a cabea do drago.

    Aps comprovar sua vitria,

    Juvenal apresentou-se ao Rei e

    recebeu o que tinha direito, e

    voltou para as suas andanas,

    nas terras do oriente".

    Almanaque do pensamento era

    outra literatura preferida de

    Duca, que aguardava ansioso

    novos lanamentos. Seus livros

    eram guardados, um ao lado do

    outro, em sua pequena estante,

    alguns j amarelados pelo

    tempo. Almanaque era um livro

    informativo que Duca lia e

    procurava seguir risca seus

    conselhos sobre a agricultura,

    os fenmenos meteorolgicos,

    e at como prever se o filho de

    alguma grvida seria menino ou

    menina. Nunca errou um

    prognstico.

    Fonte: Livro Coaraci Ultimo

    Sopro de Enock Dias Cerqueira,

    pgs. N60-61.

    A credite se quiser!

    1939

    TRANSPORTES E

    ESTRADAS

    Fonte: Livro Coaraci Ultimo

    Sopro de Enock D. Cerqueira,

    Pgs.104,105

    Em 1939 teve incio primeira

    linha regular de marinetes

    como eram chamados os atuais

    nibus entre Ilhus e Vila de

    Guaraci. Era realizada pela

    ETU, Empresa de Transportes

    Urbanos de propriedade de

    Elsio Nunes que tambm era o

    representante da Ford para

    regio sul do estado. Enquanto

    a rua da palha e atola tamanco

    estavam em fase final de

    urban izao, uma out ra

    tambm ia tomando forma,

    acompanhando o rio Almada

    pela sua margem direita. Essa

    rua seguia em direo atual

    Praa Rgis Pacheco, e que

    posteriormente consolidou-se

    com uma sada para Pirangi,

    mais tarde Avenida Juracy

    Magalhes. Do lado esquerdo

    rio a partir do canteiro de obras

    em direo ao norte uma longa

    trilha perpendicular j se havia

    transformado numa estrada a

    cu aberto com vrias casas

    esparsas em ambos os lados:

    era a Ruinha de Jos Ramos.

    Por este caminho atual Avenida

    Itapitanga chegava quase todo

    o cacau produzido do lado

    esquerdo do rio: nas fazendas

    d o R i b e i r o d o Te r t o ,

    Itamotinga, Palmeirinha e

    Ribeiro da Lagoa.

    Em 1940, Coaraci tomava

    conhecimento da criao do

    primeiro salrio mnimo do

    pas. Mais uma grande atitude

    e sensibilidade de Getlio

    Vargas com o povo brasileiro, e

    tinha como objetivo garantir a

    sobrevivncia do trabalhador,

    deveria cobriria as despesas

    bsicas de uma famlia de

    quatro pessoas. Segundo

    estudiosos, esse salrio tinha

    equivalncia a 250 dlares

    americanos, cerca de 950 reais

    em novembro de 2002.

  • Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 12

    10 ANOS DE

    TRABALHO COM A

    PESSOA IDOSA EM

    COARACI

    Carol Moura Cabral

    Psicloga,

    Especialista em

    Psicologia

    Social/UESC.

    D u r a n t e d e z a n o s

    trabalhamos em equipe,

    vrios estudantes da FTC

    dos cursos de psicologia,

    nutr io, f is ioterapia,

    enfermagem, direito e

    educao fsica estiveram

    juntos conosco executando

    este projeto. No CRAS

    todos os funcionrios e o

    Conselho do Idoso foram

    uma equipe maravilhosa,

    nos ajudaram a construir e

    a deixar alguns frutos no

    projeto de valorizao ao

    idoso. Despertamos o

    interesse em estudar a

    pessoa idosa atravs da

    p r o p o s t a d o P l a n o

    I n t e r d i s c i p l i n a r d e

    Psicologia na Comunidade

    e do Curso de Psicologia.

    De 2005 at 2008 como

    estudante de Psicologia da

    FTC foi possvel realizar

    q u a t r o e d i e s d o

    Seminrio Multidisciplinar

    da Terceira Idade, o Pisco

    em Ao com os Idosos da

    U N A T I / U E S C ,

    Apresentao do caso

    Clnico, o Sujeito Idoso e

    TCC sobre a violncia

    psicolgica na pessoa

    idosa.

    De 2011 at 2015 atuamos

    como membro do Conselho

    do Idoso. Na funo de

    Presidente do Conselho

    Municipal de Direitos da

    Pessoa idosa realizamos

    Conferncias, Campanhas

    e intervenes em defesa

    da Pessoa Idosa.

    De 2009 at o presente

    momento, demos inicio e

    desenvolvemos o projeto

    Grupo de idoso do CRAS

    com a tend imen tos e

    orientaes, passeios, e

    alguns bailes, nesse ano

    sero realizados o VII

    Baile em Homenagem ao

    Idoso, seminrios entre

    o u t r a s a e s . J

    apresen tamos v r ios

    trabalhos em eventos

    cientficos regionais e

    nacional sobre o tema

    Trabalho com a Pessoa

    Idosa!.

    Agradeo a todos que

    c o l a b o r a m c o m a

    C o o r d e n a o d e

    P s i c o l o g i a d a F T C

    inclusive ao Governo da

    Cidadania. Trabalhar com a

    pessoa idosa na garantia

    de seus direitos um

    avano na valorizao do

    ser humano, oferecendo

    o p e s d e m e l h o r

    qualidade de vida no que

    vivemos, estamos vivendo

    e iremos viver.

    Carol Moura Cabral

    Psicloga, Especialista em

    Psicologia Social/UESC.

    Carol Moura Cabral

    PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIA, NUTRIO, FONOAUDILOGO

    E OUTRAS REAS CUIDAM DA SUA SADE!

    VENHAM CONHECER

    NOSSOS PACOTES. INFORMAES WHATSAPP (73) 91828183.

  • Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 13

    A PODOLOGA

    ADEI ANGLICA

    SHOC, FALA DE

    SEU PROJETO

    PROFISSIONAL

    Nos meses de abril e maio

    tive um problema com a

    unha do p, no dedo halux,

    e passei apertado. Sempre

    que a unha encravava, eu

    mesmo a cortava dos

    lados e pronto o problema

    estava sanado, mas da

    ltima vez no foi assim, e

    houve uma inflamao

    que me impedia de calar

    tnis. Fui a um mdico e

    e le passou um ant i -

    inflamatrio e pediu que

    aplicasse gelo no local

    para diminuir o abcesso,

    mas o problema persistiu,

    at que uma amiga indicou

    a Podologa Adei Anglica

    Shoc, que exerce a sua

    profisso em Coaraci, ela

    com muita competncia e

    conhecimento, extraiu

    cartilagens profundas que

    estavam causando a

    inflamao e dor e o

    problema foi resolvido.

    Abei Anglica Shoc

    Tcnica em Podologia.

    E s c o l h e u e s t a r e a

    justamente porque j foi

    vitima de uma Unha

    encravada:

    - Quando eu tinha este

    problema fui vrias vezes

    ao Dr. Scholl em Salvador,

    p o r q u e e u m e x i a

    demasiadamente nas

    minhas unhas encravadas

    e sofria muito com isso,

    chegando a extrair uma

    unha, fiz a Podoplastia

    outra vez e s andava com

    a unha inflamada, ai

    pensei: - Ainda vou fazer

    um curso de Podologia,

    pois o tratamento com Dr.

    Scholl muito caro.Fez

    este curso no SENAC em

    Bauru no Estado de So

    Paulo. O curso teve uma

    durao de um ano e meio

    e ela voltou de l como

    uma profissional da sade.

    - Quando eu retornei de

    So Paulo, pensei em abrir

    uma clinica em Vitria da

    Conquista, mas quando

    cheguei aqui encontrei a

    minha me que residia em

    Coaraci, adoentada e

    resolvi ficar pra cuidar

    dela. Depois que ela

    faleceu eu continuei aqui,

    e pensei: - vou ficar onde

    e s t o u . O t e m p o f o i

    passando e a essa altura

    no da mais pra arriscar-

    me com uma mudana de

    vida.

    Os Podologos so pro-

    fissionais da sade aptos a

    t r a t a r d o s p s d a s

    pessoas , t ra tam das

    patologias superficiais dos

    ps. Fazem assepsia das

    unhas dos ps, e no

    receitam medicamentos.

    Tambm cuidam dos calos

    e das calosidade, e das

    unhas encravadas.

    Ter unha encravada pode

    ser um fator gentico,

    algumas pessoas nascem

    com esse problema, tm

    c r i a n a s q u e j

    apresentam este tipo de

    problema. Mas na maioria

    das vezes o problema

    surge pela maneira errada

    como as pessoas cortam

    as suas unhas. Tambm

    pode ser consequncia do

    c a l a d o q u e s e u s a

    diariamente, calados bico

    fino ou calados apertados

    por exemplo. No se deve

    cortar os cantos das

    unhas. aconselhvel

    cortar as unhas retas, caso

    contrrio corre-se o risco

    de sofrer os incmodos de

    uma unha encravada. E se

    po r ven tu ra a unha

    comear a encravar, bom

    no mexer nela, e deve-se

    procurar um especialista:

    - Eu estou em Coaraci pela

    misericrdia Do Senhor,

    eu fao de tudo para ficar

    aqui, mais confesso que

    vrias vezes j pensei em

    mudar-me para Vitria da

    Conquista, mas minha

    f a m l i a e n c o n t r a - s e

    res id indo aqu i e em

    Itabuna e isso me prende a

    Coaraci, embora eu goste

    muito das pessoas e da

    cidade. Em Conquista eu

    f i c o mu i t o s , c a s o

    contrrio j teria ido

    e m b o r a . Q u a n d o o s

    r e n d i m e n t o s f i c a m

    apertados aqui, vou l dou

    uma trabalhada e volto.

    A maior dificuldade que

    enfrento aqui a pequena

    margem de lucro. O poder

    aquisitivo das pessoas

    aqui em Coaraci muito

    baixo, eu no posso nem

    cobrar um valor mais

    elevado. Um exemplo das

    dificuldades econmicas

    que passo que tenho que

    trabalhar tambm como

    manicure e no deveria

    estar fazenda este tipo de

    a tend imento , po i s o

    profissional da sade no

    pode misturar as duas

    coisas; o trabalho tcnico-

    c ien t i f i co com out ra

    atividade. Muitas vezes

    tenho que fazer outros

    t r a b a l h o s a l m d a

    podologia e manicure.O

    conselho que dou para as

    pessoas que procurem

    dar mais ateno aos seus

    ps, muitas pessoas se

    desligam e esquecem que

    os ps so importantis-

    s imos para uma boa

    qualidade de vida. E muita

    ateno para aquelas

    p e s s o a s q u e s o

    diabticas ou hipertensas,

    cuidem bem dos seus ps

    para evitar problemas

    graves que podem levar

    a t a s s o l u e s

    extremas,Espero que

    passem a cuidar bem dos

    seus ps e de suas unhas.

    Abraos.

    UMA OVELHA QUE NO CHEGOU

    A SER TRAPEZISTA

    Do Coaraciense Madeirarte SP-BR..

    O Circo Nerino tinha voltado em Coaraci,

    depois de ter dado uma longa volta pela Bahia

    e Minas Gerais, em 1956, mais no era mais o

    mesmo da primeira vez, j tinha entrado em

    decadncia, mais ainda tinha algumas

    atraes, tinha no seu Palhao Picolino a sua

    maior atrao. Eu estava em casa chegou o

    Quinda: meu grande amigo de infncia, era

    demais para mim: foi chegando e falando e

    quase gritando: - Flavinho! Dono do Circo, o

    seu Caitano quer compra um carneirinho. O

    nome do home era Gaitan, mais agente

    chamava Caitano, agente no sabia chamar

    Gaitan. Fiquei super agitado com aquilo pra

    mim era a gloria, o auge, o mximo. Minha

    carneirinha ia virar atrao de circo, e ainda

    do circo Nerino? Era demais para mim, vamos

    l agora, e samos em disparada com destino

    ao circo, chegamos l o Quinda na frente, pra

    procurar o homem. Quinda era aquele menino

    cuja me sabia ler, e ns tnhamos a maior

    inveja disso, porque a me dele era negra e

    sabia ler e juntava at gente para ouvir ela ler

    as literaturas de Cordis. A minha no sabia a

    leitura no. Eu o segui, at que ele viu o

    homem l nos fundos arrumando algumas

    coisas, chegamos perto e o Quinda disse pra

    ele: - Esse o menino que tem a carneirinho

    que vocs esto querendo. O Sr. Gaitan falou

    pra mim com uma fala que no dava pra

    intender, que ele tinha severa perca de voz,

    mas chamou um daqueles da famlia que eu

    no fiquei sabendo quem era, se era o prprio

    Picolino ou no, que falou: - voc que tem o

    carneirinho? Eu disse : - quanto voc quer no

    bichinho? Eu falei: - no sei! Quanto o senhor

    d? - Ele falou o carneiro seu? Eu falei: - no

    carneiro uma fmea, ficamos ali

    resolvendo sobre o preo, tomei coragem e

    perguntei: - pra que vocs querem a bichinha?

    pra ensinar? Ela vai ser artista? Ele disse

    no. pra ns comermos uma buchada dela

    amanh. Sai dali na maior disparada como se

    diz cantando pneus. Pra mim foi uma das

    maiores decepes da minha vida de criana,

    minha carneirinha que eles jamais iam

    comer mesmo eles sendo um povo do Circo

    Nerino. Cheguei minha casa muito

    decepcionado afinal eu j estava vendo minha

    c a r n e i r i n h a f a z e n d o n m e r o s d e

    adestramento igual ou melhor que os

    cachorrinhos que tinha l no circo, que subia

    numa rampa e pulavam l de cima numa rede

    esticada. Junto com esses pensamentos eu

    falava vou vender bem cara, porque ela vai ser

    artista de circo, vai se salvar de morrer, da

    outra vez que o circo passar por aqui, ela vai

    estar muito grande. E esse desgraado vem

    dizer que pra comer a buchada dela, nem

    pensar, e assim minha bichinha cresceu e

    teve o mesmo destino de todos os de seu

    gnero, quando eu deixei o circo, s escutava

    as gargalhadas daqueles homens sem

    corao, que por pouco no comeram minha

    carneirinha, se eu no perguntasse pra que

    eles queriam ela, j era, foi Deus que me deu

    coragem pra perguntar: - o que vocs vo

    fazer com ela? Eu que tinha traado um grande

    futuro pra ela naquele maravilhoso ''Circo

    Nerino'' que foi to importante na minha vida e

    ia ser muito mais se eles tivessem levado

    minha ovelhinha ''carneirinha'' pra ser artista

    como os outros bichinhos que tinha l.

  • Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 14

    Valdeque Nogueira e

    GRUPO DE ESCOTEIROS

    CASTRO ALVES.

    A foto mostra uma solenidade do GECA,

    o n d e j o v e n s e s c o t e i r o s s o

    contemplados. Na foto Valdeque

    Nogueirae e ao fundo Joo do Jeep.

    ( ) . Postada por Roberto Povoas

    (Valdeque Nogueira um comerciante

    coaraciense, proprietrio da Loja de

    Material para Construo Comac.

    Sua famlia tem um histrico de

    con t r i bu i o com p ro j e tos de

    desenvolvimento cultural da terra do

    sol, que inclusive consta no livro

    Coaraci Ultimo Sopro de Enock Dias

    Cerqueira.

    H trinta anos, tempo em que

    residimos em Coaraci, ns temos

    conhecimanto e acompanhamos os

    investimentos de Valdeque e de seus

    irmos na cidade, hora patrocinando

    eventos, hora ajudando a pessoas

    carentes da comunidade, ou ainda

    apoiando financeiramente candidatos

    prefeito, a vereadores e seleo

    amadora de futebol da cidade, ou ainda

    realizando eventos culturais como

    bingos, sorteios, festas juninas e

    natalinas. So pessoas como este

    empresrio de sucesso e seus irmos

    que servem de exemplo e de alerta aos

    coaracienses sem compromissos com

    sua terra, de que possvel sim, residir

    em Coaraci, trabalhar e produzir aqui,

    colaborando para o desenvolvimento

    deste municpio e da regio.

    A famlia de Valdeque tem demonstrado

    amor a esta terra, como exemplo basta

    conferir o numero de empresas fixadas

    em Coaraci pertencentes a essa famlia.

    Ns do Caderno Cultural de Coaraci

    somos gratos a Valdeque Nogueira e a

    sua Empresa Comac por acreditar no

    nosso trabalho e incentivar com

    patrocnios peridicos a impresso e

    d is t r ibu io gratu i ta do nosso

    informativo cultural.)

    PaulSNSantana. .

    GILDART GALVO

    Gildart Galvo contou aos amigos como foi

    obrigado a cometer um homicdio quando era

    muito jovem. Ele disse que costumava se banhar

    nas guas do rio Almada, em Pouso Alegre,

    quando um cidado de nome Petronlio, dele se

    aproximou, e, de arma em punho ameaou

    mat-lo, sem nenhuma explicao. Gildart,

    demonstrando muita calma e a princpio

    pensando tratar-se de alguma brincadeira,

    pediu permisso para sair e vestir-se. Chegou a

    manter luta corporal com desafeto, que foi

    atingido pela arma de Gildart, escondida entre

    suas roupas. Gildart descontrolou-se com o fato.

    Mas o agressor que morreria pouco tempo

    depois, o isentou publicamente de qualquer

    culpa pelo ocorrido. Gildart era de extrema

    sensibilidade. Ele gostava de ficar em uma das

    portas do seu estabelecimento comercial para

    observar atentamente tudo que se passava no

    seu entorno. Quando algum vendedor

    ambulante de gua, produtos hortigranjeiros ou

    de pirulitos, passava em frente a sua sapataria,

    ele acompanhava com seu olhar significativo e

    profundo todos os seus movimentos, chegando,

    s vezes, a acompanha-los a certa distncia.

    Gildart, em muito enriqueceu arquitetura de

    Coaraci, quando, atravs do fruto de seu

    trabalho, construiu, por volta de 1949, um belo e

    espaoso palacete de dois pavimentos e

    garagem, com requintes da poca, na esquina

    da rua J.J. SEABRA, com a Juvncio Peri Lima,

    em frente ao atual BRADESCO. Lamentava-se

    com frequncia por no ter estudado, e tudo

    fazia para que seus filhos tivessem essa

    oportunidade. Mantinha em sua mesa de

    trabalho livros e dicionrios onde sempre olhava

    a procura de palavras e de frases de significado

    filosfico, a exemplo de Solrcia, gide,

    Apangio, aplicadas posteriormente em seus

    pronunciamentos polticos ou pregaes

    religiosas. Tinha no sangue uma forte vocao

    poltica, e mesmo professando a religio Batista,

    na poca, com fortes divergncias com a Igreja

    Catlica, filiou-se ao partido Trabalhista

    Brasileiro, PTB, visando a prefeitura, nas

    eleies de outubro de 1958. Deu incio ento a

    seu trabalho de conquista do eleitor, com

    sucessivas viagens por todo municpio, mas,

    fazendo do Distrito de Itamotinga seu maior

    reduto. Depois de rdua batalha, ele no

    impediu que sasse vitorioso o senhor Jairo de

    Arajo Ges, com 68 votos de frente. Essa

    derrota poltica atingiu profundamente seu

    patrimnio, que resultou na perda de sua

    imponente residncia. Mas ele retornou ao

    trabalho com todas as suas foras, e atravs de

    sua empresa, reergueu-se, recuperando boa

    parte de seu patrimnio. Mais experiente

    cauteloso, Gildart retornaria poltica, visando

    das eleies de 1962. Nessas viagens,

    consultava demoradamente a relao dos

    eleitores analisando o perfil de cada um, e

    mantendo Itamotinga, como seu principal

    reduto. Ao se aproximar o dia da votao,

    G i l d a r t , c om suas l a r ga s pa s sadas ,

    rigorosamente milimetradas, repetia sorridente:

    - estou eleito! Foi um cidado coaraciense da

    mais alta estirpe.

    Fonte livro Coaraci o ltimo Sopro de Enock

    Dias Cerqueira, pgina 112.

  • Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 15

    "A Banda Pecados Capitais de Coaraci aposta na nova proposta de financiamento coletivo pela internet para a

    gravao e produo do 1 EP com canes autorais no site da Kickante!!! Voc pode colaborar no site e receber

    recompensas exclusivas da banda Pecados Capitais!!!

    Cangaceiros de Lampio

    Palacete da Baronesa

    Em junho a frente de 50 homens Lampio

    ataca uma Baronesa em gua Branca,

    Dona Joana Vieira de Siqueira Torres em

    seu palacete na cidade do mesmo nome,

    roubando o que encontrava pela frente.

    Sequer o crucifixo e o rosrio de contas de

    ouro que a velha senhora de 90 anos trazia

    no pescoo deixam de ser arrebatados. O

    fato repercutiu na imprensa, inclusive a do

    Recife. Em agosto aconteceu outro

    assassinato frio por vingana, tambm em

    gua Branca, de pessoa indiretamente

    ligada morte de Cassimiro Honrio (Ioi),

    devolveu-lhe o nome aos jornais. Volta a

    Pernambuco. Por encomenda de pessoa

    amiga invade a Vila de Belmonte em

    outubro e ataca o comerciante de famlia de

    destaque e negcios de expresso

    regional: Luiz Gonzaga Gomes Ferraz.

    Mata-o, aps vrias horas de combate e

    roubam-lhe os bens, inclusive a aliana de

    casamento, e ateiam fogo ao casaro

    assobradado em que este vivia com a

    famlia. A imprensa passou a cham-lo de

    um dos piores facnoras. E a gesta (cantiga

    que exaltava os feitos dos cangaceiros de

    Lampio) elaborada no prprio bando no

    se faz esperar com o fato de que deu origem

    tragdia e os nomes dos principais

    envolvidos so cantados com os versos da

    mulher rendeira:

    Mandei chamar coqueiro,

    Balisa e Joo Ded,

    A surra de seu ioi

    Eu vingo se Deus quiser.

    Ioi foi desfeiteado

    Ns prometemos vingar

    Montenegro deu a surra

    Gonzaga quem vai pagar

    Gonzaga estava dormindo

    Quando lampio chegou:

    - Voc hoje paga a surra

    que mandou dar em Ioi!

    Gonzaga por ter dinheiro,

    Pensava que no morria,

    mas ioi j ta vingado

    Isso mesmo eu prometia.

    A aliana de Gonzaga

    custou um conto de ris,

    Lampio botou no dedo

    sem custar nenhum dreis!

    Foi no dia 25 de Maio de 1925. Lampio e

    Sua Cabroeira invadem e tomam de assalto

    o palacete da Senhora Joana de Siqueira

    Torres. Viva do Baro Ac-Torres: Dona

    Joana conhecida como a Baronesa de gua

    Branca.

    Como ainda no dispunha de recursos que

    pudessem sustentar seu pessoal, mandou

    pedir certa quantia em dinheiro Dona

    Joana Vieira de Siqueira Torres, baronesa

    de gua Branca, para a compra de

    provises. Teria mandado dizer-lhe que

    feita a colaborao, ela jamais seria

    incomodada novamente, nem por ele nem

    por qualquer um outro do cangao. A

    Senhora de gua Branca municpio ao

    qual pertencia a Vila de Piranhas

    entretanto, no atendeu ao seu pedido e,

    pior: mandou um recado desaforado pelo

    mesmo portador endereado quele que

    tentou extorquir de suas posses: Diga a

    seu chefe que o dinheiro que tenho para

    compra de munio com a qual pretendo

    arrancar-lhe a cabea. Depois, para se

    prevenir, pediu ao Governo da Provncia

    que mandasse reforar a guarda de seu

    territrio com uma fora policial mais

    equipada de homens e armas. Ao ouvir do

    mensageiro o recado da Baronesa,

    Lampio virou-se numa fera bravia, com

    vontade de esganar. E logo quis dar o troco:

    mandou comprar algumas redes e as

    preparou segundo os costumes locais de

    carregar mortos, onde um madeiro

    colocado de um punho a outro, sendo

    carregado nos ombros por dois homens

    robustos. Preparou tudo com esmerado

    cuidado, seus homens vestindo-se como

    pessoas comuns do lugar, com roupas

    simples e chapu de palha, descalos, ou

    arrastando sandlias leco-leco. Fuzis,

    punhais e cartucheiras eram carregados no

    lugar onde deviam estar os mortos,

    enrolados em panos untados com groselha

    para aparentar sangue, dentro das ditas

    redes. Dirigiram-se esses porta da

    delegacia de polcia e, aos berros, um dos

    cabras, disfarado, gritou para o soldado de

    planto: acuda, praa! Mande gente l

    para as bandas do povoado da Vrzea, que

    a cabroeira de Lampio est acabando com

    tudo ali; mataram estes daqui e ainda h

    mais gente morta aos montes. Ande

    d e p r e s s a , h o m e m d e D e u s ! O

    d e s p r e p a r a d o s o l d a d o c h a m o u

    imediatamente o corneteiro, que tocou

    reunir. Foi o momento propcio para a

    execuo do plano de Lampio: as armas

    foram retiradas das redes e empunhadas

    contra o peloto policial, que j estava

    perfilado, pronto para sair procura dos

    bandidos. A, enquanto a polcia era

    rendida, outra parte do grupo j havia

    entrado na cidade e agia no saque casa da

    Baronesa. Irreverente, Lampio foi at ela

    e, fitando-a com severidade, soltou o

    vozeiro: - Ento, Senhora Baronesa, vai

    arrancar-me a cabea agora? Venha,

    vamos d um volta pela cidade para que

    vosmec e todos daqui saibam qui cum o

    capito Virgulino no se brinca nem se

    manda recado desaforado. E fez a

    respeitvel senhora, dona de notrio

    prestgio pblico, segurar seu brao e andar

    assim com ele desfilando pela cidade.

    (este foi o primeiro de um sem-nmero de

    assaltos cometidos pelo bando de Lampio.

    Aconteceu em 28/06/1922, poucos dias

    depois que tinha assumido o comando do

    grupo de Sinh Pereira, jovem ainda, aos

    25 anos de idade).

    LAMPIO E O CANGAO.

    Fonte: Livro Quem foi Lampio

    de Frederico Pernambuco Melo

  • Caderno Cultural de Coaraci - Fundado em 2010 - Edio 55 - Abril 2015 - Pgina 16

    Caderno Cultural de Coaraci

    Nossos endereos: E-mail - [email protected] / Site - www.informativocultural.wix.com/coaraci

    Virou campo

    de futebol!!!

    Precisando

    de reformas!!!

    Praa Joo XXIII

    Praa Getlio VargasPraa da Rodoviaria

    Somente a curiosidade no envelhece conosco e fica sempre criana. Emanuel Wertheimer

    Pgina 1Pgina 2Pgina 3Pgina 4Pgina 5Pgina 6Pgina 7Pgina 8Pgina 9Pgina 10Pgina 11Pgina 12Pgina 13Pgina 14Pgina 15Pgina 16