tcc produÇÃo - lean manufacturing

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS THIAGO ALEXSANDER GOMES MAFFIOLETTI IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA TRABALHO PADRONIZADO EM UMA LINHA DE MONTAGEM UTILIZANDO A METODOLOGIA KAIZEN JOINVILLE SC 2010

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Page 1: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

THIAGO ALEXSANDER GOMES MAFFIOLETTI

IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA TRABALHO PADRONIZADO

EM UMA LINHA DE MONTAGEM UTILIZANDO A METODOLOGIA

KAIZEN

JOINVILLE – SC

2010

Page 2: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

THIAGO ALEXSANDER GOMES MAFFIOLETTI

IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA TRABALHO PADRONIZADO

EM UMA LINHA DE MONTAGEM UTILIZANDO A METODOLOGIA

KAIZEN

Trabalho de Graduação apresentado à

Universidade do Estado de Santa Catarina,

como requisito parcial para a obtenção do

título de Engenheiro de Produção e Sistemas.

Orientador: Dr. Régis Kovacs Scalice

Co-orientador: Eng. Enderson Scolari

JOINVILLE – SC

2010

Page 3: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

THIAGO ALEXSANDER GOMES MAFFIOLETTI

IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA TRABALHO PADRONIZADO

EM UMA LINHA DE MONTAGEM UTILIZANDO A METODOLODIA

KAIZEN

Trabalho de Graduação aprovado como requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheiro do curso de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade do Estado de

Santa Catarina.

Banca examinadora:

Orientador: ______________________________________________

Prof. Régis Kovacs Scalice – Dr.

UDESC – CCT

Membro: ______________________________________________

Profª. Silene Seibel – Drª.

UDESC – CCT

Membro: ______________________________________________

Prof. Adalberto José Tavares Vieira – Dr.

UDESC – CCT

Page 4: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

Dedico este trabalho à minha mãe, minha irmã e a todos os familiares e também a alguns amigos, que sempre estiveram ao meu lado me apoiando e incentivando nos melhores e principalmente nos piores momentos desta caminhada.

Page 5: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

Se há uma grande proposta nas palavras de Ohno, esta não é “apliquem o que fiz”,

mas sim seu perene refrão de que é preciso criatividade diante da necessidade. Não

aceitar passivamente o que está escrito no “manual”, aquilo que deu certo em

outros lugares, em outras circunstâncias. Não. Mas sim entender porque deu certo,

quais os princípios e técnicas pertinente, e como eles poderiam servir para resolver

a situação concreta em que o sistema produtivo está metido. Usar inteligência,

estudo e trabalho duro – com erros, acertos, aprendizado – para desenvolver

possibilidades que enfrentem e superem as adversidades. (PRODUTTARE

Consultores Associados, 1997 – Ohno, 1997, pg 08).

Page 6: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me dar a força necessária para conquistar mais

este longo passo em minha caminhada.

Agradeço a todos os que me ajudaram na elaboração deste trabalho, principalmente à

minha mãe, Zélia Gomes Maffioletti, ao meu padrasto Newton Reis Souza e à minha irmã

Aline Carla Gomes Maffioletti, por todo seu suporte a minha graduação mesmo à distância.

Agradeço a eles ainda por todos os ensinamentos, amor incondicional, carinho, suporte e

dedicação, que me tornaram a pessoa que hoje sou.

A todos os meus colegas de trabalho, principalmente a Enderson Scolari, que além de

orientador do estágio se mostrou um bom amigo, me apoiando, ensinando, orientando, tanto

em relação às atividades do estágio quanto na elaboração deste trabalho.

Ao professor Régis Kovacs Scalice, pela ajuda, interesse e dedicação na orientação

deste trabalho.

A todos os amigos, pela amizade e ajuda incondicional despendida a mim durante

todos estes anos de faculdade.

Page 7: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

THIAGO ALEXSANDER GOMES MAFFIOLETTI

IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA TRABALHO PADRONIZADO EM UMA

LINHA DE MONTAGEM UTILIZANDO A METODOLOGIA KAIZEN

RESUMO

No atual cenário de altíssima competitividade empresas de todo o mundo buscam maneiras de aumentar os seus lucros, porém o nível de competitividade torna isto uma tarefa difícil. Para se manter competitivo é necessário acompanhar os preços do mercado, uma maneira para aumentar os lucros se encontra na redução de custos. Buscando se tornar mais competitiva a empresa adotou a filosofia da manufatura enxuta, filosofia que surgiu no Japão e visa à redução dos desperdícios encontrados dentro das empresas. Essa redução dos desperdícios é alcançada através de um processo de melhoria contínua, o qual é conhecido como kaizen. Utilizando o kaizen e as ferramentas lean, a empresa vem melhorando seus processos, e buscando a perfeição através da melhoria contínua. Uma dessas ferramentas é o trabalho padronizado, a qual tem como objetivo que o trabalho realizado pelos operadores seja sempre o mesmo, não importa qual operador ou em qual turno isso aconteça. A empresa mapeou a necessidade da implantação da ferramenta de trabalho padronizado em uma de suas linhas de montagem, e através da realização de um kaizen realizou a implantação da ferramenta para três dos produtos montados nesta linha de montagem. Em uma situação totalmente diferente da teoria, onde mais de uma família é montada na linha e produtos com conteúdo de trabalho muito diferente fazem parte da mesma família, pode se dizer que foi alcançado resultados muito bons com a utilização da ferramenta, como a redução de 6 mãos de obras diretas para a montagem de um dos produtos e um aumento de produtividade de 72% para outro produto. O estudo realizado foi uma pesquisa-ação, onde o pesquisador buscou toda a parte teórica para a pesquisa enquanto durante a realização do kaizen, contou com a participação de vários colaboradores da empresa. O objetivo da pesquisa foi verificar as relações entre teoria e prática para o trabalho padronizado, bem como verificar os resultados obtidos pela empresa com sua implantação.

PALAVRAS-CHAVE: Manufatura Enxuta. Ferramentas Lean. Trabalho Padronizado.

Kaizen.

Page 8: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

LISTA DE ABREVIATURAS

STP Sistema Toyota de Produção

MOD Mão de Obra Direta

GM General Motors

JIT Just in Time

POP Procedimento operacional Padrão

GBO Gráfico de Balanceamento Operacional

AV Agrega Valor

NAV Não Agrega Valor

4M’s Máquina, Mão de Obra, Matéria Prima e Método

TPM Total Productive Maintenance

Page 9: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – ESTRUTURA DA PRODUÇÃO .....................................................................................................................16

FIGURA 2 – CASA TOYOTA......................................................................................................................................25

FIGURA 3 - O NIVELAMENTO BÁSICO É O CENTRO PARA TODO O PLANEJAMENTO DE RECURSOS. ...............................................28

FIGURA 4 – ESPIRAL DE MELHORIA CONTÍNUA. ............................................................................................................33

FIGURA 5 – TEMPOS DE CICLO EM UMA LINHA DE MONTAGEM ............................................................................42

FIGURA 6 – UNIDADE CONDENSADORA DA “EMPRESA” ...............................................................................................48

FIGURA 7 – UNIDADE CONDENSADORA SELADA DA “EMPRESA” ....................................................................................48

FIGURA 8 – UNIDADES SELADAS ..............................................................................................................................49

FIGURA 9 – UNIDADE CONDENSADORA .....................................................................................................................49

FIGURA 10 – COMPARAÇÃO DA DEMANDA ENTRE 2009 E 2010. ....................................................................................50

FIGURA 11 – PREVISÃO DA DEMANDA DE UNIDADES PARA 2010. ....................................................................................51

FIGURA 12 – LAYOUT DA “LINHA 01” ANTES DA ALTERAÇÃO DO LAYOUT. ...........................................................................53

FIGURA 13 – LAYOUT DA “LINHA 01” APÓS A MUDANÇA DE LAYOUT. ...............................................................................54

FIGURA 14 – MARKET SHARE PARA AS UNIDADES SELADAS NA “LINHA 01”. ........................................................................56

FIGURA 15 – PRODUTO A. .....................................................................................................................................57

FIGURA 16 – PRODUTO B. .....................................................................................................................................57

FIGURA 17 – PRODUTO C. .....................................................................................................................................57

FIGURA 18 – GBO DO PRODUTO A. .........................................................................................................................58

FIGURA 19 – GBO DO PRODUTO B. .........................................................................................................................58

FIGURA 20 – GBO DO PRODUTO C. .........................................................................................................................58

FIGURA 21 – VALOR AGREGADO PARA O PRODUTO A. ..................................................................................................60

FIGURA 22 – VALOR AGREGADO PARA O PRODUTO B. ..................................................................................................60

FIGURA 23 – VALOR AGREGADO PARA O PRODUTO C. ...................................................................................................61

FIGURA 24 – GBO PARA O PRODUTO A. ....................................................................................................................65

FIGURA 25 – GBO DO PRODUTO B. .........................................................................................................................65

FIGURA 26 – GBO PARA O PRODUTO C. ....................................................................................................................65

FIGURA 27 – VALOR AGREGADO AO PRODUTO A..........................................................................................................66

FIGURA 28 – VALOR AGREGADO PARA O PRODUTO B. ...................................................................................................66

FIGURA 29 – VALOR AGREGADO PARA O PRODUTO C. ...................................................................................................66

FIGURA 30 – STATUS DO PLANO DE AÇÃO. .................................................................................................................67

FIGURA 31 – CURVA DE PRODUÇÃO PLANEJADA X REAL. ................................................................................................69

FIGURA 32 – COMPARATIVO DO INDICADOR DE PRODUTIVIDADE. .....................................................................................72

Page 10: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – MIX DE PRODUÇÃO DA “LINHA 01” ...........................................................................................................49

TABELA 2 – QUADRO RESUMO PARA O PRODUTO A. .....................................................................................................59

TABELA 3 – QUADRO RESUMO PARA O PRODUTO B. .....................................................................................................59

TABELA 4 – QUADRO RESUMO PARA O PRODUTO C. .....................................................................................................60

TABELA 5 – QUADRO COMPARATIVO PARA O PRODUTO A. .............................................................................................63

TABELA 6 - QUADRO COMPARATIVO PARA O PRODUTO B. .............................................................................................64

TABELA 7 – QUADRO COMPARATIVO PARA O PRODUTO C. .............................................................................................64

TABELA 8 – COMPARATIVO DE MOD NA “LINHA 01”. ..................................................................................................70

Page 11: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................. 7

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... 8

LISTA DE TABELAS.......................................................................................................... 9

SUMÁRIO .......................................................................................................................... 10

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 12

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................... 13

1.3 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 13

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 13

1.5 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 13

1.6 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .................................................................................. 14

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO................................................................................. 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 15

2.1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO ..................................................................................... 15

2.1.1 Sistema de Produção Artesanal ................................................................................. 16 2.1.2 Produção em Massa .................................................................................................. 17

2.1.3 Manufatura Enxuta ................................................................................................... 20 2.2 CONCEITO DA MANUFATURA ENXUTA ............................................................. 21

2.2.1 Os Cinco Princípios da manufatura enxuta ................................................................ 21

2.2.2 Os 7 desperdícios ...................................................................................................... 23 2.2.3 Ferramentas para Implantar a Manufatura Enxuta ..................................................... 24

2.2.4 Trabalho Padronizado ............................................................................................... 33

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 45

3.1 ETAPAS DA PESQUISA ........................................................................................... 45

4 DESENVOLVIMENTO.............................................................................................. 47

4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................ 47

4.2 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................... 47

4.2.1 Características do Processo ....................................................................................... 48 4.3 ENTENDENDO A SITUAÇÃO ................................................................................. 52

4.4 ALTERAÇÃO DO LAYOUT....................................................................................... 52

4.5 PRÉ-KAIZEN .............................................................................................................. 55

4.5.1 Produtos Escolhidos ................................................................................................. 55 4.6 KAIZEN ..................................................................................................................... 61

4.6.1 Cálculo do takt time .................................................................................................. 61 4.6.2 Cronoanálise ............................................................................................................. 62

4.6.3 Balanceamento ......................................................................................................... 63

Page 12: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

4.6.4 Resultados ................................................................................................................ 63

4.6.5 Plano de Ação .......................................................................................................... 67 4.6.6 Treinamento ............................................................................................................. 67

4.6.7 POP’s ....................................................................................................................... 68 4.7 MONITORAMENTO PÓS-KAIZEN .......................................................................... 68

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 70

5.1 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 70

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 74

APÊNDICES ...................................................................................................................... 76

APÊNDICE A – FLUXOGRAMA DO PROCESSO ........................................................ 77

APÊNDICE B – ELEMENTOS DE TRABALHO DO PRODUTO A ............................. 79

APÊNDICE C – ELEMENTOS DE TRABALHO DO PRODUTO B............................. 81

APÊNDICE D – ELEMENTOS DE TRABALHO DO PRODUTO C ............................ 84

APÊNDICE E – PLANO DE AÇÃO DO KAIZEN ........................................................... 88

APÊNDICE E – MODELO DE POP UTILIZADO PELA “EMPRESA”....................... 89

Page 13: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

No atual cenário de altíssima competitividade empresas de todo o mundo buscam

maneiras de aumentar os seus lucros, porém o nível de competitividade torna isto uma tarefa

difícil. Para se manter competitivo é necessário acompanhar os preços do mercado e uma

maneira para aumentar os lucros se encontra na redução de custos.

A Toyota Motors Corporation é uma empresa que conseguiu desvendar o segredo de

como aumentar as margens de lucro utilizando a redução de custos, e não só isso, mas

também como aumentar o seu índice de produtividade (unidade/homem/hora).

Hoje empresas em todo o mundo estão em busca de alcançar o sucesso da Toyota,

utilizando O STP (Sistema Toyota de Produção), também conhecido como lean

manufacturing ou manufatura enxuta.

O lean manufacturing nada mais é do que uma filosofia, que utiliza seus princípios e

ferramentas para a eliminação de desperdícios e a busca contínua pela perfeição. A maneira

para lutar pela perfeição é o kaizen (melhoria contínua).

Kaizen significa melhoramento. Mais ainda, Kaizen significa contínuo

melhoramento, envolvendo todos, inclusive gerentes e operários. A filosofia do

Kaizen afirma que o nosso modo de vida – seja no trabalho, na sociedade ou em

casa – merece ser constantemente melhorado. (Imai, 1994)

Este trabalho aborda os conceitos e ferramentas do lean manufacturing e a utilização

do método kaizen para a melhoria do índice de produtividade de uma linha de montagem

através da utilização da ferramenta de Trabalho Padronizado. A linha de montagem em

questão monta unidades refrigeradoras, e é parte de uma empresa do setor metal-mecânico,

que fornece soluções de refrigeração para empresas de vários segmentos dentro do setor e está

localizada no norte do Estado de Santa Catarina.

Page 14: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

13

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

O problema em estudo surgiu após uma alteração de layout na linha de montagem, a

qual diminuiu não só o tamanho da linha como o número de MOD (Mão de Obra Direta) e

também a quantidade de equipamentos da mesma. Com a situação acima surgiu a pergunta,

“Como balancear uma linha de montagem que trabalha com mais de uma família de produtos

e como padronizar a montagem de produtos com o conteúdo de trabalho tão diferentes?”.

1.3 OBJETIVO GERAL

Aplicar as ferramentas da manufatura enxuta para realizar um kaizen de trabalho

padronizado, de forma a melhorar as condições de trabalho dos operadores da linha de

montagem, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos fabricados.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos deste trabalho são:

Fazer um levantamento dos indicadores de produção na situação atual;

Através de um evento kaizen implantar a ferramenta do trabalho padronizado

na linha de montagem em estudo;

Evidenciar os resultados alcançados comparando os indicadores antes do

trabalho padronizado e após o mesmo.

1.5 JUSTIFICATIVA

Em um mapeamento de fluxo de valor feito pela empresa, foram verificados alguns

desperdícios nesta linha de produção e desta forma uma oportunidade de melhoria. Partindo

desta oportunidade, foi realizado um kaizen de lean line design, onde a linha foi redesenhada

visando aumentar a produtividade e reduzir a quantidade de mão de obra necessária.

Com a alteração de layout da linha, surgiu a necessidade da realização de um kaizen de

trabalho padronizado, para re-balancear a linha e definir os novos padrões de trabalho.

Page 15: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

14

A finalidade da realização deste kaizen é aumentar a produtividade da linha,

produzindo mais com menos.

1.6 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O estudo deste trabalho se limita às ferramentas do lean manufacturing relacionadas

ao trabalho padronizado.

O estudo é limitado ainda à “linha 01” de soluções em refrigeração da EMPRESA,

especificamente à família de unidades seladas.

1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está estruturado em 5 capítulos. O primeiro capítulo é composto

pela contextualização do trabalho, apresentando a introdução, o tema, a caracterização do

problema, o objetivo geral e específico, a justificativa do trabalho, bem como a delimitação do

estudo e a estrutura do trabalho.

O segundo capítulo contempla a fundamentação teórica, com o intuito da busca pelo

entendimento dos conceitos abordados no trabalho.

O terceiro capítulo é dedicado a apresentação dos procedimentos metodológicos

utilizados neste trabalho, bem como suas fases.

No quarto capítulo é apresentado o estudo de caso, onde é dado um detalhamento da

situação atual, mostrando como foi implementada a ferramenta de trabalho padronizado, bem

como a análise dos resultados obtidos com a mesma.

E o quinto capítulo, por fim, serão apresentadas as considerações finais que tratam das

conclusões verificadas pelo trabalho realizado, as recomendações para trabalhos futuros e as

referencias bibliográficas utilizadas para a elaboração do mesmo.

Page 16: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo apresenta a fundamentação teórica a respeito do tema abordado nesta

pesquisa. Aborda as teorias relacionadas à evolução dos sistemas produtivos, lean

manufacturing, kaizen e especificamente a ferramenta de trabalho padronizado.

2.1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Antes de começar um estudo sobre a manufatura enxuta e suas ferramentas é

interessante buscar os conceitos sobre os sistemas de produção que antecederam a manufatura

enxuta e serviram como base para a mesma.

É importante entender os conceitos de processo e operação, pois de acordo com

Shingo (1996), para realizar melhorias significativas no processo de produção, devemos

distinguir o fluxo de produto (processo) do fluxo de trabalho (operação) e analisá-los

separadamente.

Um processo é visualizado como o fluxo de materiais no tempo e no espaço; é a

transformação da matéria prima em componente semi-acabado e daí a produto

acabado. Por seu turno, as operações podem ser visualizadas como o trabalho

realizado para efetivar essa transformação – a interação do fluxo de equipamento e

operadores no tempo e no espaço. (SHINGO, 1996, pg. 37).

“As atividades de produção podem ter melhor entendimento por meio de uma rede de

processos e operações, fenômenos que se posicionam ao longo de eixos que se

interseccionam”, como é possível observar na Figura 1. (SHINGO, 1996).

Em uma análise da Figura 1, a melhor maneira de atingir melhorias na produção é

através de melhorias no processo. Segundo Shingo (1996), “em melhorias de produção,

deverá ser dada prioridade máxima para os fenômenos de processo.”

Page 17: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

16

Figura 1 – Estrutura da produção

Fonte: SHINGO (1996)

2.1.1 Sistema de Produção Artesanal

Segundo Womack, Jones & Roos (2004), as principais características da produção

artesanal eram:

Uma força de trabalho altamente qualificada em projeto, operação de

máquinas, ajuste e acabamento. Muitos trabalhadores progrediam através de

aprendizado abrangendo todo um conjunto de habilidades artesanais. Muitos

podiam esperar administrarem suas próprias oficinas, tornando-se

empreendedores autônomos trabalhando para firmas de montagem;

Organizações extremamente descentralizadas, ainda que concentradas em uma

só cidade. A maioria das peças e grande parte do projeto do automóvel

provinham de pequenas oficinas. O sistema era coordenado por um

proprietário/empresário, em contato direto com todos os envolvidos:

consumidores, empregados e fornecedores;

O emprego de máquinas de uso geral para realizar a perfuração, corte e demais

operações em metais ou madeira;

Um volume de produção baixíssimo, de um mil ou menos automóveis por ano,

poucos dos quais (50 ou menos) conforme o mesmo projeto. E, mesmo entre

esses 50, não havia dois que fossem idênticos, pois as técnicas artesanais

produziam, por sua própria natureza, variações.

Page 18: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

17

Para os autores o sistema produtivo artesanal foi o grande impulsionador para a

fabricação de automóveis no princípio da década de 1890, e serviu como o primeiro sistema

produtivo a alavancar o seguimento automobilístico. Mesmo sendo um sistema produtivo

funcional para época, o sistema artesanal possuía desvantagens. Os custos de produção eram

elevados e não diminuíam com o volume, conseqüentemente, só os ricos podiam se dar ao

luxo de comprar os automóveis. Os carros fabricados não seguiam um padrão, ou seja, um era

diferente do outro mesmo sendo do mesmo modelo e os testes ficavam a cargo dos

proprietários.

“O sistema era incapaz de garantir a qualidade do produto – na forma de

confiabilidade e durabilidade, muito mais importantes do que detalhes ornamentais – pela

carência de testes sistemáticos.” (WOMACK, JONES & ROOS, 2004, pg. 14)

De acordo com os autores, com o passar dos anos, viu-se a necessidade de desenvolver

novas tecnologias, e as pequenas oficinas independentes eram incapazes. Os artesãos

individuais simplesmente careciam dos recursos para perseguirem tais evoluções

tecnológicas. Foi aí que Henry Ford visualizou uma nova concepção da produção, a qual iria

superar os problemas inerentes à produção artesanal. Suas novas técnicas reduziriam

drasticamente os custos, aumentando ao mesmo tempo a qualidade do produto. Ford

denominou seu sistema inovador de produção em massa.

2.1.2 Produção em Massa

De acordo com Dennis (2008), A produção em massa surgiu com Fred Winslow

Taylor, o primeiro a aplicar os princípios científicos à manufatura. Ele foi o responsável pelo

surgimento da engenharia industrial ao estudar a “melhor forma” para realizar o trabalho. O

método de Taylor consiste em estudar os tempos e movimentos das operações, buscando

sempre a maneira mais produtiva para o trabalho.

Foi Taylor que entre tantas inovações apresentou ao mundo ferramentas como:

O trabalho padronizado – identifica a melhor maneira de realizar o trabalho;

Tempo de ciclo reduzido – tempo de processo;

Estudo de tempos e movimentos – ferramenta para desenvolver o trabalho

padronizado;

Medição e análise para melhorar o processo continuamente.

Page 19: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

18

Entretanto para Ohno (1997), o verdadeiro responsável pelo sistema de produção em

massa é Henry Ford, ele diz “O sistema Ford simboliza, mesmo hoje, a produção em massa e

as vendas na América. Trata-se de um sistema de produção em massa baseado no fluxo do

trabalho, por vezes denominado sistema de automação.”

Este é o verdadeiro sistema de produção em massa, segundo o qual a matéria bruta

é usinada e transportada em correias transportadoras para ser transformada em

peças de montagem. Os componentes de vários tipos são então fornecidos a cada

um dos processos de montagem finais, sendo que a própria linha de montagem se

movimenta a uma velocidade regular enquanto as peças são montadas para

finalmente tornarem-se carros totalmente montados saindo da linha, um a um.

(OHNO, 1997, pg. 105).

Para Dennis (2008), o que caracteriza o sistema de produção em massa na verdade é o

total intercâmbio entre as peças e a facilidade de montagem. Essas características

possibilitaram o surgimento das linhas de montagem.

A chave para a produção em massa não residia – conforme muitas pessoas

acreditavam ou acreditam – na linha de montagem em movimento contínuo. “Pelo

contrário, consistia na completa e consistente intercambiabilidade das peças e na

facilidade de ajustá-las entre si.” (FORD apud WOMACK, 1992, p.14).

Segundo Dennis (2008), Ford conseguiu essa intercambialidade através da

padronização das peças em todas as suas operações, o que resultou em redução de custos.

Para o autor a maneira que Ford encontrou para coordenar a montagem, foi através da

linha de montagem. Utilizando os princípios da engenharia científica desenvolvidos por

Taylor, ele conseguiu reduzir os tempos de ciclo de horas em 1908 para minutos em 1913, em

sua fábrica de Highland Park. Através das linhas de montagem, Ford eliminou os problemas

que tinha com o seqüenciamento das atividades, conseguindo cadenciar o ritmo dos

operadores, que tinham que seguir a velocidade da linha.

De acordo com Womack, Jones & Roos (2004), “A produção em massa de Henry Ford

orientou a indústria automobilística por mais de meio século, e acabou sendo adotada em

quase toda atividade industrial na Europa e América do Norte.”

Page 20: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

19

Ford desenvolveu um excelente sistema de produção, no entanto, não tinha a menor

idéia de como gerenciar um empreendimento global, uma vez que mantinha todo o

controle da companhia em suas mãos. Juntamente com o declínio de suas

faculdades mentais, na década de 1930, ele quase levou a empresa a ruínas.

(WOMACK, JONES & ROOS, 2004, pg. 27).

Segundo Dennis (2008), um grande contribuinte para o sistema de produção em massa

como é hoje foi Alfred Sloan, que utilizando os princípios de Ford, e inovando em sua forma

de gerenciamento e marketing, conseguiu levar a GM (General Motors) ao grupo das grandes

montadoras de automóveis.

Tomemos as práticas de fabricação de Ford, adicionamos as técnicas de marketing

e gerência de Sloan, presidente da GM, e acrescentamos o novo papel do

movimento sindical no controle de definições e conteúdo das tarefas: o resultado é a

produção em massa em sua forma final amadurecida. (WOMACK, JONES & ROOS,

2004, pg.31).

Segundo Dennis (2008), embora o sistema de produção estivesse funcionando muito

bem, ele apresentava sérios problemas, como:

A alienação do trabalhador e as constantes brigas sindicais;

Sérios problemas com a qualidade e altos índices de sucata;

Maquinaria grande e cara, na maioria das vezes dedicada a apenas um

componente ou modelo;

Problemas de comunicação e entendimento na engenharia, onde os carros

demoravam cada vez mais para serem lançados.

Entretanto com a crise do petróleo nos anos 70 o mundo abriu os olhos para os

automóveis japoneses, com maior qualidade e produzidos a custos mais baixos. Surge aqui a

manufatura enxuta e a mudança do cenário industrial.

Page 21: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

20

2.1.3 Manufatura Enxuta

Para entender o que é a manufatura enxuta, é interessante primeiro estar situado no

contexto econômico em que ela surgiu, e os motivos que levaram Eiji Toyoda e Taichi Ohno a

criarem as bases da mesma.

Nenhuma nova idéia surge do vácuo. Pelo contrário, novas idéias emergem de um

conjunto de condições em que as velhas idéias parecem não mais funcionarem. Esse

também foi o caso da produção enxuta, que surgiu em um determinado país numa

época específica, por que as idéias convencionais para o desenvolvimento industrial

do país pareciam não mais funcionar. (WOMACK, JONES, ROOS, 2004, pg.07).

Segundo Dennis (2008), o momento que a Toyota vivenciava em 1950 era de uma

profunda crise, juntamente com todo o Japão. Em seus 13 anos de existência, a Toyota tinha

produzido apenas 2.685 automóveis, enquanto a Fábrica Rouge da Ford produzia 7.000

unidades por dia.

Agora vejamos a situação da Toyota após a Segunda Guerra Mundial, em 1950.

Era uma indústria automotiva que começava a florescer. O país havia sido

dizimado por duas bombas atômicas, a maioria das fábricas havia sido destruída, a

plataforma de abastecimento era nula e os consumidores tinham pouco dinheiro.

(LIKER, 2005, pg.41).

Foi nessa época que o jovem engenheiro Eiji Toyoda fez uma visita à fábrica da Ford

em Detroit.

Na primavera de 1950, um jovem engenheiro japonês, Eiji Toyoda, da família

proprietária da Toyota, saiu para uma peregrinação de três meses até a fábrica da

Ford em Detroit. Após essa visita, Eiji e Taiichi Ohno, que era o gênio da produção

e chefe de engenharia da empresa, concluíram que a produção em massa jamais

funcionaria no Japão. Dessas conclusões nasceu o que a Toyota veio a chamar de

Sistema de Produção Toyota e, finalmente, a produção enxuta. (WOMACK, JONES

& ROOS, 2004, pg.39).

Page 22: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

21

Ao retornar ao Japão, Eiji Toyoda chamou seu gerente, na época Taiichi Ohno, e lhe

passou a seguinte tarefa, aperfeiçoar o processo de produção da Toyota de modo que se

igualasse à produtividade da Ford. (LIKER, 2005).

Para Ohno (1997), o principal objetivo do STP foi produzir muitos modelos em

pequenas quantidades. A base do sistema se encontra na absoluta eliminação dos

desperdícios. Para ele a redução dos custos é essencial para os fabricantes de bens que

quiserem sobreviver no mercado atual.

Foram em cima dessas necessidades e graças à genialidade, paciência e vontade de

quebrar paradigmas de Taiichi Ohno que nasceu o STP.

A fundamentação dos modelos de produção artesanal, em massa e enxuto foi realizada

com o objetivo de identificar a diferença dos três modelos e dar base para o desenvolvimento

do restante da pesquisa.

2.2 CONCEITO DA MANUFATURA ENXUTA

Womack & Jones (2003) destacam que o pensamento é enxuto porque se refere a uma

forma de fazer cada vez mais com menos, menos esforço humano, menos equipamento,

menos tempo e menos espaço, e ao mesmo tempo, aproxima-se cada vez mais de oferecer aos

clientes, exatamente o que eles desejam.

De acordo com Dennis (2008), tem se mostrado difícil que as pessoas compreendam o

lean como um todo. Muitos gerentes escolhem algumas ferramentas apenas e tentam

implantá-las isoladamente, esquecendo-se que o lean é uma filosofia de trabalho, onde a

eliminação dos desperdícios e o foco no cliente são essenciais para que as ferramentas

funcionem corretamente.

2.2.1 Os Cinco Princípios da manufatura enxuta

Cinco princípios, voltados para a eliminação dos desperdícios, sustentam

conceitualmente a produção lean: valor, cadeia de valor, fluxo contínuo, produção puxada e

perfeição (WOMACK & JONES, 2003). A seguir uma breve conceituação de cada um dos

princípios segundo os autores:

Page 23: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

22

Valor – Aprender a enxergar o valor pelos olhos do cliente é o primeiro passo

para a manufatura enxuta. Quem define o que é o Valor é o cliente, e ele deve

ser expresso em forma de um produto específico atendendo às necessidades do

cliente a um preço que o mesmo esteja disposto a pagar e no momento em que

ele estiver disposto a consumi-lo.

Fluxo de Valor – É o conjunto de todas as ações necessárias para levar um

produto desde a sua concepção até as mãos do cliente final em forma de um

produto ou serviço específico. Ao se analisar o fluxo de valor, é possível

observar três tipos de atividades, as que geram valor, as que não geram valor

mas são necessárias e as que não geram valor e que conseqüentemente são

desperdícios e devem ser eliminadas do processo.

Fluxo contínuo – Após a identificação do fluxo de valor, é necessário fazer

com que as atividades que agregam valor ao cliente “fluam”. Esse é um dos

passos mais desafiador e ao mesmo tempo um dos mais estimulantes. Para

tanto é necessário uma mudança de mentalidade para quebrar o paradigma de

que a produção em lotes é mais eficiente do que a produção peça a peça. A

organização da produção em fluxo contínuo gera resultados rápidos e de fácil

visualização, como a diminuição de estoques e diminuição do tempo de

processamento de pedidos.

Produção puxada – É a inversão do fluxo produtivo: as empresas não mais

empurram os produtos para o consumidor (desovando estoques) através de

descontos e promoções. O consumidor passa a Puxar o fluxo de valor,

reduzindo a necessidade de estoques e valorizando o produto.

Perfeição - Este deve ser o objetivo constante de todos os envolvidos no fluxo

de valor. A busca contínua pelo aperfeiçoamento visando alcançar um estado

ideal deve nortear todos os esforços da empresa. Através de processos

transparentes onde todos os membros da cadeia (montadores, fabricantes de

diversos níveis, distribuidores e revendedores) tenham conhecimento profundo

do processo como um todo, pode haver diálogos para buscar continuamente

melhores formas de criar valor.

Page 24: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

23

2.2.2 Os 7 desperdícios

De acordo com Liker (2005, pg.47), “A Toyota identificou sete grandes tipos de perda

sem agregação de valor em processos administrativos ou de produção, os quais serão descritos

abaixo:”

Superprodução – Produção de itens para os quais não há demanda, o que gera

perda com excesso de pessoal e de estoque e com os custos de transporte

devido ao estoque excessivo.

Espera (tempo sem trabalho) – Funcionários que servem apenas para vigiar

uma máquina automática ou que ficam esperando pelo próximo passo no

processamento, ferramenta, suprimento, peça, etc., ou simplesmente não têm

trabalho para fazer devido a uma falta de estoque, atrasos no processamento,

interrupção do funcionário de equipamentos e gargalos de capacidade.

Transporte ou movimentação desnecessária – Movimento de estoque em

processo por longas distâncias, criação de estoques ineficientes ou

movimentação de materiais, peças ou produtos acabados dentro ou fora do

estoque ou entre processos.

Super-processamento ou processamento incorreto – Etapas desnecessárias ao

processamento das peças. Processamento ineficiente devido a uma ferramenta

ou ao projeto de baixa qualidade do produto, causando movimento

desnecessário e produzindo defeitos. Geram-se perdas quando se oferecem

produtos com qualidade superior à que a necessária.

Excesso de estoque – Excesso de matéria prima, de estoques em processos ou

de produtos acabados, causando lead time mais longos, obsolescência,

produtos danificados, custos de transporte e de armazenagem e atrasos. Além

disso, o excesso de estoque oculta problemas, como desbalanceamento de

produção, entregas atrasadas dos fornecedores, defeitos, equipamentos em

conserto e longo tempo de setup (preparação).

Movimento desnecessário – Qualquer movimento inútil que os funcionários

têm que fazer durante o trabalho, tais como procurar, pegar, ou empilhar

peças, ferramentas, etc. Caminhar também é perda.

Page 25: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

24

Defeitos – Produção de peças defeituosas ou correção. Consertar ou re-

trabalhar, descartar ou substituir a produção e inspecionar significam perdas

de manuseio, tempo e esforço.

Resumindo, no sistema de produção enxuto tudo o que não agrega valor ao produto,

visto sob os olhos dos clientes, é desperdício. Segundo Ohno (1997) a verdadeira melhoria na

eficiência surge quando produzimos zero desperdício e levamos a porcentagem de trabalho

para 100%.

Tendo em mente os princípios Lean e as atividades que são consideradas desperdícios,

o próximo passo é mapear o fluxo de valor que acompanha o circuito do material (ou papel /

informação) ao longo do processo. Fazendo esse mapeamento é possível identificar o que

agrega valor, o que não agrega valor e o que não agrega valor, mas é necessário (LIKER,

2005).

Segundo Womack, Jones & Roos (2004), a alteração de um sistema de produção

clássico, com lotes de produção e filas de espera para um sistema de produção lean, apresenta

benefícios imediatos. Esses benefícios são: o aumento da produtividade, redução do tempo de

atravessamento da matéria prima, dos estoques, de problemas de qualidade e também de

acidentes de trabalho.

Para se obter esses benefícios é necessária a utilização de algumas ferramentas lean, as

quais serão apresentadas em seguida.

2.2.3 Ferramentas para Implantar a Manufatura Enxuta

Antes de apresentar algumas das ferramentas as quais serão utilizadas no desenvolver

desta pesquisa, vale a pena salientar que as ferramentas são apenas a “maneira de fazer”, é

preciso antes de tudo entender as idéias e conceitos do STP antes de aplicá-las.

O STP não é um kit de ferramentas. Não é apenas um conjunto de ferramentas

enxutas como o Just in time, células, 5S, kanban, etc. É um sistema sofisticado de

produção em que todas as partes contribuem para o todo. O todo, em sua base,

concentra-se em apoiar e estimular as pessoas para que continuamente melhorem

os processos com que trabalham. (LIKER, 2005, pg.53).

Page 26: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

25

Segundo Liker (2005), o que acontece quando se utilizam apenas as ferramentas com o

objetivo de tornar operações mais eficientes, e esquece-se do conceito e da filosofia lean, o

propósito dessas ferramentas perde-se, as pessoas não são envolvidas e conseqüentemente as

ferramentas não se mostram eficazes.

Dennis (2008) e Liker (2005), concordam no ponto onde ao se estudar a casa da

Toyota é possível analisar bem os conceitos e princípios do STP, bem como as suas

ferramentas. Para Dennis (2008), uma imagem vale por mil palavras, por isso a importância

do símbolo da casa da Toyota, que está na Figura 2.

Figura 2 – Casa Toyota

Fonte: adaptada de LIKER (2005)

De acordo com Liker (2005), embora existam diferentes versões da casa, os princípios

fundamentais são sempre os mesmo. Ao analisar a casa da Toyota na Figura 2, a base é

formada pela filosofia da Toyota no primeiro nível, imediatamente acima vêm o

gerenciamento visual, depois os processos estáveis (estabilidade básica) e trabalho

padronizado um nível acima, e heijunka no último nível da base. Apoiados na base da casa

estão os pilares do STP, JIT (Just in Time) e jidoka. O telhado da casa é onde se encontram as

metas (melhor qualidade, menor custo e menor lead time) e no centro da casa encontra-se a

melhoria contínua, o coração do sistema.

Na Toyota passei a entender que cada atividade está interconectada com outra, e

que o mesmo “jeito de pensar” está em sua base. O poder do sistema Toyota está no

constante reforço de seus conceitos centrais. (DENNIS, 2008, pg.37)

Page 27: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

26

A seguir serão fundamentadas as principais ferramentas utilizadas no desenvolver da

pesquisa.

2.2.3.1 Estabilidade Básica

De acordo com Liker & Meier (2007), o primeiro passo para a obtenção de um

processo enxuto é alcançado com um nível básico de estabilidade de processo. Esse nível

básico de estabilidade é definido pelo autor como “a capacidade de produzir resultados

sistemáticos em alguma porcentagem mínima de tempo” ou ainda “a produção de uma mesma

quantidade de produtos, com a mesma quantidade de tempo de recursos (pessoas e

equipamentos), com alto nível de confiabilidade”.

De acordo com Dennis (2008), não é possível obter sucesso em melhorias sem

estabilizar os 4M’s (Máquina, Mão de Obra, Matéria Prima e Método). Para ele, uma maneira

de iniciar isso é através do gerenciamento visual e do 5S. Estas duas ferramentas são

necessárias para servir de suporte às ferramentas de trabalho padronizado e manutenção

preventiva total, que por sua vez são necessárias para a estabilidade de Método e de Máquina.

2.2.3.2 Gerenciamento Visual

Segundo Ohno (1997), nas linhas de produção em que se usa o STP, o controle visual,

ou gerenciamento pela visão, é obrigatório.

Segundo Dennis (2008), quando se esta em um ambiente visual é fácil verificar a

situação que se encontra fora do padrão de forma rápida, e corrigi-la facilmente. Segundo ele

a ferramenta para se alcançar esse gerenciamento visual possível é o 5S.

O controle visual é qualquer dispositivo de comunicação usado no ambiente de

trabalho para nos dizer rapidamente como o trabalho deve ser executado e se há

algum desvio de padrão. Auxilia os funcionários que desejam fazer um bom

trabalho a ver imediatamente como o estão executando. Pode mostrar a que

categoria então os itens pertencem, quantos itens devem constar naquela categoria,

qual o procedimento padrão para uma determinada tarefa, o status do estoque em

Page 28: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

27

processo e muitos outros tipos de informações importantes para o fluxo de

atividades de trabalho. (LIKER, 2005, pg.157).

De acordo com Liker (2005), o lean adota uma postura conservadora quanto à

utilização de tecnologia de informação, de forma a manter os seus valores e a gestão visual.

Computadores são ótimos, mas se restringem a visão de uma pessoa, enquanto que

formulários A3 e quadros de gestão a vista podem ser vistos por todos na fábrica.

2.2.3.3 Produção nivelada (Heijunka)

Segundo Ohno (1997), devido à diversidade dos valores e desejos da sociedade

moderna, a qual se reflete em inúmeros modelos de carros é a responsável pela redução da

efetividade do sistema de produção em massa. O STP se mostrou muito mais eficiente para

atender a diversidade do que o sistema fordista de produção.

De acordo com Liker (2005), heijunka é o nivelamento da produção em volume e em

combinação (mix) de produtos. Ao adotar o heijunka não se fabrica seguindo o fluxo real de

pedidos do cliente, o que te deixa susceptível a oscilações de demanda, mas toma o volume

total de pedidos em um período de tempo e nivela-a de forma que todos os produtos sejam

produzidos todos os dias.

De acordo com Dennis (2008), nivelar a produção significa distribuir o volume e a

mistura de produção de forma a equilibrada ao longo do tempo. O nivelamento da produção

tem influência direta no cálculo de necessidades de pessoal equipamento e material. Para o

autor existem três maneiras de reagir às mudanças na demanda do cliente:

Absorver as mudanças diárias na demanda através de um supermercado de

produtos acabados;

Pagar horas extras ao final de cada turno a fim de suprir os picos de demanda;

Ajustar o takt time, reajustar a mão de obra e redefinir os padrões de trabalho.

É possível, a certo custo, adotar as duas primeiras medidas, porém alterar o takt time,

não é recomendável mais de uma vez por mês. Essa recomendação acontece devido ao fato de

que toda vez em que o takt for alterado surge a necessidade de alterar as tabelas de trabalho

padrão, redefinição de quantidade de mão de obra e re-treinamento. (DENNIS, 2008)

Page 29: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

28

Segundo Liker & Meier (2007), é fundamental para a implementação do trabalho

padronizado que a produção seja nivelada, ver Figura 3. Mesmo quando os clientes não

consomem de maneira nivelada, e isso é bem usual, o nivelamento da produção deve ser

imposto e controlado através de supermercados de matéria prima final, dessa maneira sendo

possível alcançar estabilidade básica no processo.

Na Toyota lidávamos com pequenas variações na demanda trabalhando com um

pouco de hora extra a cada dia, ou em um sábado ocasionalmente. Lidávamos com

variações maiores sazonais ajustando nosso tempo takt. Nós nos preparávamos de

antemão criando trabalho padronizado para diferentes cenários takt. (DENNIS,

2008, pg.101)

Figura 3 - O nivelamento básico é o centro para todo o planejamento de recursos.

Fonte: adaptado de LIKER & MEIER (2007)

De acordo com Liker (2005), as vantagens de produzir utilizando o heijunka são:

Flexibilidade para fabricar o que o cliente deseja quando ele deseja;

Redução dos riscos de não vender os produtos;

Uso balanceado de mão de obra e máquinas;

Demanda uniformizada para os processos e para os fornecedores da planta.

Page 30: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

29

2.2.3.4 JIT

De acordo com Dennis (2008), a produção JIT significa produzir o item necessário na

hora necessária na quantidade necessária. O JIT surgiu na Toyota durante a década de 50

devido a alguns problemas que a montadora enfrentava na época, os quais eram:

Mercados fragmentados, com muitos produtos em volumes muito baixos.

Concorrência muito forte.

Preços fixos ou em queda.

Uma tecnologia que rapidamente mudava.

O alto custo de capital.

Trabalhadores capazes que exigiam maior nível de envolvimento.

De acordo com Ohno (1997), “Just in time significa que, em um processo de fluxo, as

partes corretas necessárias à montagem alcançam a linha de montagem no momento em que

são necessários e somente na quantidade necessária.

Em japonês, as palavras para just in time significam “no momento certo”,

“oportuno”. Uma melhor tradução para o inglês seria just on time, ou seja, em

tempo, exatamente no momento estabelecido. In time, em inglês, significa “a

tempo”, ou seja, “não exatamente no momento estabelecido, mas um pouco antes,

com uma certa folga”. No entanto, o termo sugere muito mais que se concentrar

apenas no tempo de entrega, pois isso poderia estimular a superprodução

antecipada daí resultar em esperas desnecessárias. Na verdade, o Sistema Toyota

também realiza a produção com estoque zero, ou sem estoque, o que equivale a

dizer que cada processo deve ser abastecido com os itens necessários, na

quantidade necessária, no momento necessário – just on time, ou seja, no tempo

certo, sem geração de estoque. (SHINGO, 1996, pg.103).

De acordo com Dennis (2008), existem algumas regras simples as quais o JIT segue,

são elas:

Não produza um item sem que o cliente tenha feito um pedido.

Nivele a demanda para que o trabalho possa proceder de forma tranqüila em

toda a fábrica.

Page 31: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

30

Conecte todos os processos à demanda do cliente através de ferramentas

visuais simples (chamadas kanban).

Maximize a flexibilidade de pessoas e máquinas.

O JIT é uma técnica de gerenciamento que permite que cada etapa do processo receba

os itens certos, no momento certo, na quantidade e local certos. Seu objetivo é identificar,

localizar e eliminar as perdas, garantindo um fluxo contínuo de produção. A viabilização do

JIT depende de três fatores relacionados: fluxo contínuo, takt time e produção puxada, tendo o

kanban como meio para o sistema fluir suavemente (SANDES, 2003).

2.2.3.5 JIDOKA (Autonomação)

De acordo com Liker & Meier (2007), a tradução aproximada para jidoka é “máquina

inteligente”. Isso significa que a máquina terá capacidade para identificar um problema

quando ele acontecer e parar de funcionar.

Segundo Liker & Meier (2007), em uma filosofia como a da Toyota que tem como

centro de tudo as pessoas, o maquinário existe para ajudar as pessoas e não para mandar nelas.

Desta forma o jidoka libera as pessoas do trabalho de ficar cuidando das máquinas, fazendo

assim com que tenham tempo livre para agregar valor ao produto.

A autonomação ou automação com um toque humano é o outro pilar da casa da

Toyota, e segundo Ohno (1997), a grande vantagem é que ao dar inteligência à máquina para

distinguir entre peças boas e ruins, não há necessidade de ter operadores dedicados para cada

máquina.

O Sistema Toyota de Produção utiliza autonomação, ou automação com um toque

humano, ao invés de simples automação. Autonomação significa a transferência de

inteligência humana para uma máquina. O conceito originou-se do tear auto-

ativado de Toyoda Sakichi. A sua invenção era equipada com um dispositivo que

parava a máquina automática e imediatamente se os fios verticais ou laterais se

rompessem ou saíssem do lugar. Em outras palavras, um dispositivo capaz de julgar

foi embutido na máquina. (OHNO, 1997, pg.128).

Page 32: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

31

De acordo com Liker (2005), jidoka é o equipamento dotado de inteligência, o qual se

desliga quando apresentar algum problema, sem a intervenção do homem. Como na produção

enxuta os níveis de estoque são muito baixos, é importante que os produtos sejam produzidos

com qualidade e que os problemas de qualidade ou quebras de máquina sejam identificados

de forma rápida.

Segundo Liker (2005), juntamente com o jidoka, deve existir o andon, sinal luminoso

e também sonoro, o qual indica quando o equipamento estiver parado por problemas.

De acordo com Shingo (1996), a autonomação consiste em separar completamente os

trabalhadores das máquinas através do uso de mecanismos capazes de detectar os problemas

na produção imediatamente quando acontecem.

“Autonomação real foi atingida, quando as máquinas foram providas de uma função

do cérebro humano, ou seja, a capacidade de detectar anormalidades de forma autônoma.”

(SHINGO, 1996, pg.183)

2.2.3.6 Kaizen

Segundo Hornburg (2009), para entender o kaizen, em primeiro lugar é preciso

conhecer o significado desta palavra. HORNBURG (2009) apud IMAI (1994) “kaizen está

dividida em duas palavras onde KAI significa mudança e ZEN para melhor”.

Kaizen significa melhoramento. Mais ainda, kaizen significa contínuo

melhoramento, envolvendo todos, inclusive gerentes e operários. A filosofia do

kaizen afirma que o nosso modo de vida – seja no trabalho, na sociedade ou em

casa – merece ser constantemente melhorado. (IMAI, 1994)

Segundo Imai (1994), o conceito de kaizen surgiu no Japão após a Segunda Guerra

Mundial, quando a grande maioria das empresas japonesas teve que começar do zero. Como

todos os dias eram cheios de desafios para os gerentes e operários japoneses, o kaizen tornou

se praticamente um meio de vida.

De acordo com o autor O kaizen começa com a detecção de algum problema, pois

quando não há problemas não há potencial para melhoramento.

Page 33: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

32

A pior coisa que uma pessoa pode fazer é ignorar ou ocultar um problema. Quando

o operário receia que o seu chefe ficará furioso com ele se descobrir o mau-

funcionamento da máquina, talvez ele continue a fabricar as peças com defeito, na

esperança de que ninguém perceba. No entanto, se ele tiver coragem suficiente e se

o chefe der apoio o suficiente, talvez eles consigam identificar o problema e resolvê-

lo. (IMAI, 1994).

De acordo com Liker (2005), é necessário que a atitude e o modo de pensar dos líderes

e funcionários, estejam com o foco na autocrítica e na auto-reflexão, com um desejo de

melhorar constantemente.

De acordo com Dennis (2008), os grandes benefícios do kaizen são:

Fortalecer a habilidade de membros da equipe de:

Trabalhar como equipe;

Liderar uma equipe;

Pensar clara e logicamente;

Resolver problemas.

Desenvolver a confiança entre membros de equipe. Membros de equipe se

sentem bem ao saber que contribuíram para o sucesso da empresa. Estão

preparados para o próximo desafio.

Atacar problemas cruciais com “centenas de mãos”.

De acordo com Dennis (2008), o kaizen acontece quando algum gerente tem algum

problema para resolver, ele convoca então um evento kaizen para resolver o mesmo. Após um

evento kaizen geralmente é realizada uma apresentação para alta gerência com os resultados

do mesmo.

Segundo Imai (1994), “o recado da estratégia do kaizen é que nenhum dia deve passar

sem que algum tipo de melhoramento tenha sido feito em algum lugar da empresa”.

Segundo Hornburg (2009), a base para o kaizen é a segurança baseada em passos

seguros através de conhecimento simples e convencional. Os eventos kaizen não são

orientados em função de resultados de curto prazo, mas sim em função do processo, visando

resultados a longo e médio prazo.

De acordo com Imai (1994), “o kaizen funciona como uma pequena estufa para o

cultivo de mudanças pequenas e contínuas”. Ele cita ainda que o kaizen não demande grandes

investimentos, mas sim esforço e compromisso contínuos.

Page 34: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

33

Para o autor a estratégia do kaizen é desafiar constantemente os padrões existentes.

Estes padrões existem para serem constantemente revisados e melhorados, pode-se observar

como esse ciclo de melhoria contínua funciona e como interage entre as outras ferramentas da

filosofia lean através da Figura 4.

É importante lembrar também que acordos devem ser firmados entre administração e

MOD, para que nenhuma MOD seja demitida com os ganhos dos kaizens. (IMAI, 1994)

Figura 4 – Espiral de melhoria contínua.

Fonte: Adaptado de LIKER & MEIER (2007)

2.2.4 Trabalho Padronizado

De acordo com Liker (2005), a padronização das atividades tornou-se uma ciência

com o surgimento da produção em massa, baseando-se nos princípios da engenharia industrial

de Frederick Taylor.

De acordo com o autor as plantas das fábricas automotivas eram repletas de

engenheiros seguindo os movimentos dos operadores, para através de estudos de tempos e

métodos, obterem o máximo de produtividade da mão de obra. Com o passar do tempo os

operadores perceberam que ao compartilhar seu conhecimento com os engenheiros ganhavam

em troca mais trabalho, e logo começaram a ocultar como realmente trabalhavam, de modo a

reter o conhecimento.

A tarefa crítica quando se implementa a padronização é encontrar o equilíbrio entre

indicar procedimentos rígidos para que os funcionários os sigam e dar-lhes a

liberdade de inovar e ser criativo para atingir metas desafiadoras de modo coerente

Page 35: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

34

em relação a custos, qualidade e prazos. A chave para alcançar este equilíbrio

reside na maneira como as pessoas redigem os padrões, bem como em quem

contribuiu para a sua criação. (LIKER, 2005, pg.153)

De acordo com Liker (2005), em primeiro lugar os padrões devem ser específicos o

suficiente para servirem como guias para os operadores e ao mesmo tempo devem ser gerais o

suficiente para que os operadores tenham alguma flexibilidade. Em segundo lugar os próprios

operadores devem aprimorar os padrões de trabalho, afinal ninguém gosta de seguir regras e

procedimentos impostos, a situação muda, no entanto, quando se participa do processo de

melhoria destes padrões.

Um procedimento de trabalho adequado, porém, não pode ser escrito numa

escrivaninha. Ele deve ser testado e revisado muitas vezes na planta de produção.

Além disso, ele tem que ser um procedimento que qualquer um possa compreender

de imediato. (OHNO, 1997, pg.40)

De Acordo com Dennis (2008), o trabalho padronizado é a maneira mais segura e

eficaz de realizar o trabalho como é conhecido em um determinado momento. Porém é

importante lembrar que mesmo em processos ótimos existem alguns desperdícios, ou seja,

margem para melhorias e desta forma há a necessidade de o trabalho padronizado ser

modificado constantemente.

De acordo com Liker & Meier (2007), o trabalho padronizado deve ser uma base para

o kaizen, se um trabalho é realizado cada vez de uma maneira, não há base para avaliação.

Mesmo assim, ele não deve ser a primeira ferramenta lean a ser implantada, pois existem

alguns pré-requisitos antes da implantação do trabalho padronizado.

2.2.4.1 Pré Requisitos para o Trabalho Padronizado

Segundo Liker & Meier (2007), os pré-requisitos para a implantação do trabalho

padronizado, são:

A tarefa deve ser passível de repetição;

A linha e o equipamento devem ser confiáveis e o tempo de parada deve ser

mínimo;

Page 36: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

35

Os problemas de qualidade devem ser mínimos. O produto deve ter o mínimo

de defeitos e ser coerente com os principais parâmetros.

De Acordo com Dennis (2008), para a implantação do trabalho padronizado é

necessário que a linha possua um mínimo de estabilidade, problemas de qualidade, quebras de

máquinas e equipamentos e falta de peças não podem acontecer. Algumas atividades lean

como 5S’s, TPM (Total Productive Maintenance), JIT e jidoka dão suporte à estabilidade.

2.2.4.2 Bases do Trabalho Padronizado

Segundo Imai (1994), os elementos cruciais como o tempo de ciclo, a seqüência do

trabalho, ou a aferição da máquina antes de começar o trabalho, devem ser mensuráveis e

padronizados. Estes padrões devem ser estendidos a todos e é dever da administração

observar se os mesmo são cumpridos.

Para Dennis (2008), alguns pontos importantes são:

Não existe uma única maneira de fazer o trabalho.

Os trabalhadores devem projetar o trabalho.

O objetivo do trabalho padronizado é fornecer bases para as melhorias.

“Nosso trabalho padronizado consiste em três elementos – o takt time (tempo

exigido para completar uma tarefa no ritmo da demanda do cliente), a seqüência de

realização das coisas ou seqüência de processos, e quanto inventário ou estoque

cada trabalhador precisa ter à mão a fim de realizar aquele trabalho padronizado.

Com base nesses três elementos – takt time, seqüência e estoque padronizado

disponível, o trabalho padronizado é estabelecido.” (Cho apud LIKER, 2005,

pg.147-148).

De acordo com Imai (1994), todos os locais de trabalho têm os seus próprios padrões

de desempenho e seus próprios POP’s (Procedimento Operacional Padrão), para todos os

operários, máquinas e processos. Toda vez que problemas forem encontrados, estes devem ser

analisados e então solucionados.

Page 37: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

36

De acordo com Liker (2005), “na Toyota, o trabalho padronizado é colocado de fora,

afastado do operador. O operador é treinado usando o trabalho padronizado, mas deve realizar

a tarefa e não ficar usando a folha”.

2.2.4.3 Vantagens do Trabalho Padronizado

De acordo com Dennis (2006), as vantagens do trabalho padronizado são:

Estabilidade de processos – A estabilidade significa a possibilidade de

repetição. Devem–se alcançar sempre as metas de produtividade, qualidade,

custo, lead time, segurança e ambientais;

Pontos de início e de parada bem claros para cada processo – Isso, aliado ao

conhecimento de nosso takt, ou seja, o ritmo de produção racionalizado com a

taxa de vendas e os tempos de ciclo permitem ver a condição de produção

com facilidade.

Aprendizagem organizacional – O trabalho padronizado mantém o know how

e a experiência. Caso um funcionário experiente saia da empresa, seu

conhecimento não é perdido.

A solução de auditorias e de problemas – O trabalho padronizado permite

avaliar a situação real e identificar problemas.

Envolvimento do funcionário e poka-yoke – No sistema lean, membros da

equipe criam o trabalho padronizado, com o apoio de supervisores e

engenheiros. Além do mais, os membros da equipe identificam as

oportunidades para a verificação de erros, ou poka-yoke, de forma simples e

com baixo custo.

kaizen – Na maior parte, os processos têm desperdícios. Com a estabilidade

de processos alcançada, encontra-se em um estado de aptidão à melhoria. O

trabalho padronizado fornece a base contra a qual é possível medir as

melhorias alcançadas.

Treinamento – O trabalho padronizado fornece uma base para o treinamento

dos funcionários. Quando os operadores estão familiarizados com os formatos

do trabalho padronizado, torna-se natural fazer o trabalho de acordo com os

padrões.

Page 38: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

37

Para Imai (1994), os padrões carregam algumas características:

Autorização e responsabilidade individuais;

Transmissão da experiência individual à geração seguinte de operários;

Transmissão da experiência e do know-how individuais à organização;

Acúmulo de experiência (particularmente com os erros) dentro da

organização;

Distribuição de know-how de uma área de trabalho para outra;

Disciplina.

2.2.4.4 Objetivos do Trabalho Padronizado

De acordo com Dennis (2008), a abordagem do trabalho padronizado visa à

maximização da utilização de pessoas, contrariamente a abordagem Taylorista que visa à

maximização de máquinas.

Enquanto no sistema de manufatura em massa o foco principal é alcançar o menor

custo unitário possível, o lean manufacturing procura maximizar o sistema como um todo,

visando à redução dos custos totais através da redução das perdas. (LIKER, 2007).

O principal objetivo da manufatura enxuta ao padronizar as atividades é que os

padrões sirvam como base para a melhoria contínua, ou seja, os padrões existem, porém,

sabe-se que eles não são as melhores práticas e espera-se que sejam melhorados no futuro.

(LIKER, 2007)

2.2.4.5 Fluxo Contínuo

De acordo com Liker (2005), o fluxo contínuo ou unitário foi idealizado por Taiichi

Ohno e tem como objetivo a eliminação dos lotes de produção para maximização de

equipamentos. A partir do momento que o fluxo contínuo é estabelecido, o tamanho dos lotes

é sempre o mesmo, uma peça.

O processo de fluxo contínuo é um conceito que, em seu estado ideal, significa que

os itens são processados e movidos diretamente de um processo para o próximo,

Page 39: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

38

uma peça de cada vez. Cada passo do processo opera somente na peça que é

necessária ao próximo passo pouco antes que este passo precise dela, e o tamanho

do lote de transferência é um. O fluxo contínuo também é chamado de “fluxo de

uma peça”, “fluxo de uma única peça”, “faça uma, mova uma”. (ROTHER &

HARRIS, 2002, pg.101).

De acordo com Liker & Meier (2007), uma grande vantagem do fluxo contínuo é que

ele é capaz de trazer à tona qualquer problema que exista em seu sistema produtivo. Ao

reduzir os estoques, as paradas de linha se tornam mais críticas e chamam a atenção para a

resolução dos problemas.

Segundo Liker (2005), as vantagens do fluxo contínuo são:

Acrescenta qualidade: quando problemas de qualidade são detectados poucas

peças são perdidas, em contrapartida, no sistema de produção em massa

perde-se o lote inteiro;

Cria flexibilidade real: ao reduzir o lead time é possível atender a pedidos em

pouco tempo, podendo atender ao que o cliente realmente quer;

Cria maior produtividade: Ao aumentar o percentual de atividades que

agregam valor no processo, automaticamente existirão ganhos em

produtividades homens/hora;

Libera espaço: Ao reduzir o estoque, grandes áreas são liberadas para a

produção no chão da fábrica;

Aumenta a segurança: ao reduzir estoques, diminui-se o tamanho dos lotes de

movimentação, reduz-se o número de empilhadeiras nas fábricas e desta forma

se ganha em segurança;

Estimula o moral: quando os operadores passam a realizar um maior

percentual de atividades com agregação de valor, sentem-se mais realizadas e

satisfeitas com o seu trabalho;

Reduz o custo do estoque: A redução do estoque libera o capital para outros

investimentos que podem trazer mais benefícios para a empresa.

Segundo Rother & Harris (2002), a importância do fluxo contínuo decorre dos

seguintes pontos:

Uso mínimo de recursos resultando em alta produtividade a baixo custo;

Page 40: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

39

“Lead Time” curto, o que permite rápidas respostas ao cliente e alto giro do

capital;

Os problemas de qualidade tornam se aparentes facilmente, é mais fácil

identificar a causa raiz quando se identifica o problema assim que ocorre;

Melhor o nível de comunicação entre operações ao aproximar os operadores e

cria uma relação de “cliente-fornecedor”.

Há um ponto importante para ressaltar sobre a implantação do fluxo contínuo, assim

como outras ferramentas do lean, de nada adianta tentar implementar o fluxo contínuo

enquanto sua empresa não tiver firmada a filosofia lean e o seu processo for muito instável.

(LIKER, 2007)

De acordo com Liker & Meier (2005), outro ponto importante a ser ressaltado é que o

fluxo contínuo nem sempre precisa ser unitário, deve-se analisar cada caso separadamente.

Em processos com menor índice de estabilidade ou com variações nos tempos de ciclo é

necessário deixar uma ou duas peças entre cada operação, e conforme o processo for

alcançando estabilidade ir reduzindo o número de peças entre processos.

Segundo Rother & Harris (2002), é muito difícil eliminar totalmente a necessidade de

produzir alguns lotes adiantados, porém com a melhoria contínua e parando para resolver os

problemas que aparecem, é possível chegar muito próximo disso.

2.2.4.6 Análise de Tempos e Métodos e a Padronização das Atividades

De acordo com Peinado & Graeml (2004), apesar de serem métodos muito antigos, a

cronometragem e análise de tempos padrão ainda são muito utilizados nas empresas.

Para os autores a análise de tempos e métodos é utilizada por boa parte das empresas

visando encontrar a melhor maneira para realizar as atividades dentro de uma operação. Estas

ferramentas são utilizadas pelas empresas visando aumento de produtividade, eliminando

atividades desnecessárias e procurando a melhor maneira de executar as atividades.

Page 41: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

40

2.2.4.7 Cronoanálise

A cronoanálise ou estudo de tempos teve seu inicio com Frederick W. Taylor, com o

objetivo de determinar a melhor e mais eficiente forma de realizar uma tarefa específica.

(PEINADO & GRAEML, 2004)

De acordo com os autores, além de determinar a melhor maneira de realizar uma

atividade, o estudo de tempos tem como finalidade também:

Determinar a capacidade produtiva da empresa;

Elaborar os programas de produção;

Determinar o valor da mão de obra direta no custo do produto vendido;

Estimar o custo de um novo produto durante o seu desenvolvimento;

Balancear as linhas de produção e montagem.

Para os autores o método da cronoanálise foi aprimorado pelo casal Gilbreth, que

introduziu a utilização de filmadoras para a tomada de tempos. As vantagens de utilizar a

filmadora são o registro fiel de todos os movimentos dos operadores e também o fato de

amenizar a tensão gerada pela presença de um cronoanalista observando o operador

diretamente.

2.2.4.8 Tempo Takt

De acordo com Rother & Harris (2002), a palavra takt vem do alemão e quer dizer

compasso ou ritmo. O takt time é um numero utilizado para vincular a taxa de produção ao

ritmo das vendas.

De acordo com Alvarez & Antunes (2001), o “takt time é o ritmo de produção

necessário para atender a um determinado nível considerado de demanda, dadas as restrições

de capacidade da linha ou célula.”

Segundo os autores é importante lembrar que o tempo disponível para produção não é

exatamente o mesmo dos expedientes de trabalho, é preciso descontar os tempos de paradas

programadas.

De acordo com Rother & Harris (2002), o takt time pode ser calculado através da

fórmula na equação (1):

Page 42: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

41

(1) "Takt time"= tempo de trabal ho dispon ível por turno

demanda do cliente por turno

De acordo com os autores esse é o ritmo de mercado, o ritmo o qual se deve produzir

para atender a demanda dos seus clientes. O takt time é expresso em “segundos por peça” para

facilitar o entendimento e utilização do mesmo.

Segundo os autores a melhor maneira para determinar se o seu processo consegue

atender a demanda do cliente é através da comparação entre o takt time e o tempo de ciclo.

2.2.4.9 Tempo de Ciclo

Segundo Rother & Harris (2002), o tempo de ciclo é a freqüência com que uma

unidade acabada sai do final da célula de produção. Em algumas situações é importante operar

com tempos de ciclo abaixo do takt time para compensar os problemas na produção.

De acordo com Dennis (2008), o tempo de ciclo é o tempo real que leva para a

realização de uma operação. O ideal é sincronizar o tempo de ciclo ao takt time, para

conseguir atender aos clientes em tempo.

De acordo com Alvarez & Antunes (2001), o tempo de ciclo é definido em função dos

tempos unitários de processamento para cada máquina/posto e do número de trabalhadores

alocados na célula/linha. Neste caso o tempo de ciclo é o tempo de execução das atividades do

posto de trabalho mais lento, para o exemplo da Figura 5, o tempo de ciclo é de 3 segundos.

2.2.4.10 Elementos de Trabalho

De acordo com Rother & Harris (2002), um elemento de trabalho é “o menor

incremento de trabalho que pode ser transferido para outra pessoa”. Ao analisar um ciclo

completo de fabricação de algum componente, é possível separar as atividades do operador

em vários elementos de trabalho. A importância de separar o conteúdo do trabalho em

elementos de trabalho é o fato de facilitar a visualização dos desperdícios.

Page 43: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

42

Figura 5 – Tempos de ciclo em uma linha de montagem

Alvarez & Antunes (2001)

De acordo com Dennis (2008), um elemento de trabalho é uma ação, ou um grupo de

ações necessárias para que um produto avance no processo de fabricação ou montagem.

Segundo Rother & Harris (2002), não deve se considerar desperdícios óbvios como

elementos de trabalho. Desta forma, não são elementos de trabalho:

Caminhada – O objetivo é reduzir o quanto o operador caminha, por isso não

deve se considerar como elemento;

Trabalho fora de ciclo – Este tipo de atividade deve ser repassado para o

pessoal de apoio;

Esperas pelo ciclo da máquina – O operador não deve esperar pela máquina, é

preferível que a máquina espere o operador.

Remoção de peças acabadas das máquinas – O operador deve encontrar o

local de trabalho pronto para operar, ao remover peças da máquina, está

gerando desperdício.

2.2.4.11 Folha de Estudo do Processo

De acordo com Ohno (1997), a folha de estudo do processo, ou também folha de

trabalho padrão, combina com eficácia matérias, operários e máquinas para produzir com

eficiência. Essas folhas de trabalho padrão são fixadas em um local visível no posto de

trabalho e servem como uma maneira de verificar se os procedimentos corretos estão sendo

utilizados no processo de fabricação.

Page 44: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

43

De acordo com Rother & Harris (2002), para preencher uma folha de estudo do

processo é necessário ir ao chão de fábrica e ver o trabalho real, ver como os operadores

realmente trabalham, pois eles podem variar o trabalho de ciclo a ciclo e o observador deve

encontrar a melhor maneira de realizar o trabalho.

Para os autores é importante que se cronometre cada elemento de trabalho

separadamente, e não o tempo total do operador para realizar uma seqüência de atividades.

Isso deve ser feito porque quando se cronometra o tempo total de operação, cronometram-se

junto os desperdícios do processo, como deslocamentos e esperas.

Segundo os autores outro ponto importante é que se devem cronometrar cada elemento

várias vezes, sendo dez vezes um número bom. É importante também que o operador a ser

cronometrado seja experiente e qualificado, e que seja um operador mediano, não o mais

rápido e nem o mais lento.

Na hora de preencher a folha de estudo de processos é importante lembrar-se de pegar

o tempo mais baixo repetido consistentemente para cada elemento e não a média dos tempos.

Durante o preenchimento da folha de processos deve-se separar o tempo de trabalho do

operador dos tempos de ciclo da máquina e de deslocamentos do operador.

2.2.4.12 Gráfico de Balanceamento Operacional (GBO)

De acordo com Rother & Harris (2002), o GBO é um quadro onde está descrito a

distribuição de trabalho de cada posto de trabalho e comparado ao takt time. As vantagens do

GBO estão no fato de ser uma ferramenta visual e simples, de forma que engenheiros,

gerentes e operadores podem trabalhar juntos em busca do fluxo contínuo.

É importante lembrar que o GBO serve para avaliar o processo e não o desempenho do

operador.

É comum utilizar 80% a 90% do tempo takt para os tempos de ciclo dos operadores,

com a intenção de compensar possíveis perdas ou atrasos. Em caso de células ou linhas de

produção que possuem vários operadores, é interessante tentar passar a ociosidade para o

último posto.

Page 45: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

44

2.2.4.13 Células de Manufatura

De acordo com Slack, Chambers & Johnston (2002), uma célula de manufatura

caracteriza-se por possuir todos os equipamentos necessários para produzir uma determinada

família de produtos, de forma que após a matéria prima entrar na célula ela sai como um

produto acabado no final da célula, evitando “deslocamentos entre processos”.

Segundo Rother & Harris (2002), uma célula é um arranjo de pessoas, máquinas,

materiais e métodos que visa aproximar as etapas do processo de forma a gerar o fluxo

contínuo. Um dos formatos mais conhecidos para as células é o U, porém existem muitos

outros que podem ser utilizados.

2.2.4.14 A Importância do Layout Celular para o Trabalho Padronizado

De acordo com um executivo da Toyota apud Dennis (2008), as vantagens do layout

celular estão nos seguintes fatos:

Melhora a comunicação ao aproximar as pessoas;

Permite que as pessoas ajudem umas as outras graças à proximidade;

Problemas de qualidade são rapidamente percebidos pelo posto seguinte e

podem rapidamente ser corrigidos;

Redução de estoques e lead time, pois devido ao tamanho compacto da célula

não sobram espaços para armazenar grandes quantidades;

Ao aproximar os operadores, eles conseguem dar um feedback imediato aos

seus colegas e dessa forma treinam-se mutuamente.

Page 46: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

45

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente trabalho pode ser considerado como de finalidade aplicada e com objetivos

exploratórios. De acordo com GIL (1995) uma pesquisa aplicada ou de ordem prática surge

do desejo de se conhecer algo em vista de tornar alguma coisa mais eficiente ou mais eficaz.

Para o autor uma pesquisa exploratória tem como objetivo aumentar a familiaridade

com o problema em estudo para torná-lo mais explicito ou formular hipóteses. O objetivo

principal deste tipo de pesquisas é aprimorar idéias ou descobrir intuições.

Em relação aos procedimentos, o presente trabalho pode ser considerado como uma

pesquisa-ação, visto que o pesquisador e os participantes estão envolvidos na resolução de um

problema coletivo.

A pesquisa pode ser enquadrada como de natureza qualitativa e também quantitativa.

De acordo com MARCONI & LAKATOS (2008) uma pesquisa de natureza qualitativa

analisa e interpreta a complexidade do comportamento humano. Através de uma pesquisa

qualitativa é possível descrever comportamentos, atitudes e hábitos, bem como preferências.

Por outro lado para o autor apud BERELSON (in D’Ancora, 2001) a pesquisa quantitativa é a

“descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da comunicação”.

3.1 ETAPAS DA PESQUISA

Para começar é importante entender como o lean manufacturing atua dentro da

EMPRESA. Existe um departamento específico de lean manufacturing, o qual é responsável

por mapear o fluxo de valor dentro da empresa e apresentar propostas de melhorias a serem

realizadas através de kaizens durante o ano.

No mapeamento do fluxo do valor surgiu à necessidade de alteração do layout da linha

de montagem, o que posteriormente gerou a necessidade padronização do trabalho, que é o

objeto de estudo deste trabalho.

Inicialmente foi realizada uma pesquisa exploratória com o objetivo de ter uma

aproximação com o tema e consolidar a teoria a respeito do mesmo. Foram utilizados

periódicos científicos, livros, artigos e teses, de forma a buscar um pouco do que já foi

produzido do tema.

Após o embasamento teórico estar concluído, iniciou-se a pesquisa-ação, a qual pode

ser dividida em três períodos distintos: pré-kaizen, kaizen e pós-kaizen. Durante o período de

Page 47: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

46

pré-kaizen é realizado um estudo para definir quais os fatores críticos, quem participará, e

planejar o que será realizado durante a semana de kaizen.

Durante a semana de kaizen é formado um grupo envolvendo vários níveis dentro da

empresa, o qual atua em cima das atividades planejadas durante o pré-kaizen para alcançar o

resultado desejado.

Passado esta etapa de execução, inicia-se o período de pós-kaizen, onde o grupo fica

encarregado de acompanhar os resultados do kaizen, ou seja, cronometrar, analisar os índices

de produtividade e qualidade, e também um levantar junto aos operadores da linha para

verificar se as melhorias foram bem vistas.

Tendo em mãos os índices da linha antes do kaizen, os procedimentos realizados

durante o mesmo, e os índices obtidos após o kaizen, foi realizada a comparação dos dados e a

conclusão da pesquisa.

Page 48: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

47

4 DESENVOLVIMENTO

Este capítulo apresenta detalhadamente a empresa e o levantamento da situação inicial,

o levantamento da situação após alteração do layout, o levantamento das hipóteses levantadas

e melhorias implantadas durante a semana kaizen e um mapeamento dos resultados obtidos.

4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

A empresa em estudo é uma empresa localizada no planalto norte do Estado de Santa

Catarina, a qual é especializada em soluções para refrigeração. Por razões estratégicas o nome

da empresa não será revelado e a mesma será denominada neste trabalho como a

“EMPRESA”.

A “EMPRESA” tem como missão “oferecer soluções inovadoras para uma melhor

qualidade de vida”, ela produz componentes elétricos, condensadores e evaporados, que são

utilizados na montagem de unidades condensadoras e seladas.

A “EMPRESA” tem cerca de 20 anos no mercado e emprega cerca de 500

funcionários em três turnos de trabalho, porém o terceiro turno funciona apenas para alguns

processos.

4.2 ÁREA DE ESTUDO

O estudo realizado neste trabalho aconteceu em uma das linhas de montagem a qual

fabrica os seguintes tipos de produtos:

Unidades condensadoras: são produtos que servem para a montagem de

refrigeradores, compõe-se de ventiladores combinados com motores e

serpentinas para obtenção do máximo fluxo de ar e resfriamento. É importante

ressaltar que uma unidade condensadora é parte de uma unidade selada. A

Figura 6 mostra um exemplo de uma unidade condensadora.

Page 49: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

48

Figura 6 – Unidade condensadora da “EMPRESA”

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA” (2010)

Unidades seladas: são produtos que assim como as unidades condensadoras

servem para a montagem de refrigeradores, com a diferença de serem

conjuntos mais completos, os quais já possuem carga de gás refrigerante entre

outros componentes os quais não são inseridos nas unidades condensadoras. A

Figura 7 é um exemplo de uma unidade condensadora selada.

Figura 7 – Unidade condensadora selada da “EMPRESA”

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA” (2010)

O foco principal deste estudo é a “linha 01” a qual monta tanto unidades

condensadoras quanto seladas. Para a montagem das unidades condensadoras existe também a

“linha 02” a qual não é o foco deste estudo, porém é importante saber que a demanda de

unidades condensadoras é dividida entre as duas linhas, enquanto que as unidades seladas são

montadas apenas na “linha 01”. A “linha 02” não tem capacidade de fabricar as unidades

seladas por não possuir todos os equipamentos necessários.

4.2.1 Características do Processo

A “linha 01” trabalha com as duas famílias de produtos, unidades condensadoras e

unidades seladas. É importante ressaltar que as unidades seladas têm uma complexidade

maior em suas operações, bem como um maior número de operações. A Figura 8 mostra

Page 50: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

49

alguns exemplos de unidades seladas, enquanto a Figura 9 mostra um exemplo de unidade

condensadora.

Figura 8 – Unidades Seladas

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA” (2010)

Figura 9 – Unidade Condensadora

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA” (2010)

A capacidade produtiva das linhas não é exatamente igual, embora a “linha 01” tenha

um maior número de operadores, uma parte dos produtos fabricados por ela é de uma maior

complexidade. A Erro! Fonte de referência não encontrada. mostra como está dividida a

capacidade produtiva entre as duas linhas.

A “linha 01” divide o seu tempo entre produzir unidades condensadoras e unidades

seladas, Tabela 1 mostra como está o mix de produção para a “linha 01”.

Tabela 1 – Mix de produção da “linha 01”

Fonte: Primária (2010)

Família de produtos Mix de produção

Unidades condensadoras simples 74%

Unidades condensadoras seladas 26%

Page 51: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

50

Para entender melhor como funciona o processo um diagrama de processos com uma

visão macro do de como a “linha 01” trabalha para as unidades seladas encontra-se no

Apêndice A.

4.2.1.1 Situação do Mercado

O mercado de unidades condensadoras e seladas tem uma previsão de altos níveis de

crescimento para 2010. Pode-se observar esse crescimento através do gráfico na Figura 10, o

qual mostra que o volume das unidades praticamente dobrou em relação a 2009.

Figura 10 – Comparação da demanda entre 2009 e 2010.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

A Figura 11 mostra o mix entre unidades condensadoras e seladas e também as

grandes variações em volume mês a mês, o que mostra que não existe nivelamento na

produção.

4.2.1.2 Capacidade produtiva

A capacidade produtiva das linhas é limitada por algumas restrições de processo. São

elas:

Teste de performance: para as unidades seladas o tempo do teste de

performance é de 10 minutos por peça, mais o tempo de carga e descarga do

184

300

0

100

200

300

400

Evolução da Demanda (milhares de unidades)

2009

2010

Page 52: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

51

equipamento, e existem nove máquinas disponíveis para a realização do teste.

Desta forma a capacidade de produção é limitada pela capacidade dos

equipamentos de teste de performance, o cálculo da capacidade encontra-se na

equação (2).

Figura 11 – Previsão da demanda de unidades para 2010.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

(2) 𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑠𝑡𝑒 + 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎

𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑚á𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎𝑠

=(10 min𝑋 60 𝑠𝑒𝑔) + 45 𝑠𝑒𝑔

9= 69,97 𝑠𝑒𝑔/𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

Existe ainda mais um fator a ser considerado no cálculo do de capacidade da linha, é

recomendado uma concessão de 20% de descontos nos cálculos de capacidade de

equipamentos. A “EMPRESA” tem como procedimento padrão a adoção da concessão de

15%. A capacidade produtiva com as concessões encontra-se na equação 3.

(3) 𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑎 = (69,97 X 1,15) = 80,12 seg/unidade

Nivelamento da produção: há uma variação muito grande na produção mês a

mês, tanto em volume quanto em variedade. O mercado de unidades seladas

está nas mãos de pouquíssimos clientes e os pedidos são feitos em lotes

muitos grandes.

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Demanda estimada para 2010 (milhares de unidades por mês)

Unid. Condens.

Unid. Selada

Page 53: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

52

4.3 ENTENDENDO A SITUAÇÃO

Desde 2006 a “EMPRESA” é uma adepta da filosofia lean manufacturing, e cada vez

mais vem buscando através da melhoria contínua, processos enxutos.

O motivo da realização deste kaizen de trabalho padronizado é a continuidade deste

trabalho de melhoria, o qual se iniciou com a alteração do layout da “linha 01”. Esta mudança

de layout aconteceu por meio de um kaizen de lean line desig, sendo que o planejamento foi

realizado durante o kaizen no final do ano de 2009 enquanto a alteração da mesma aconteceu

no começo de 2010.

Com a alteração do layout da “linha 01” alguns desperdícios foram eliminados, e

algumas novas oportunidades de melhoria ficaram evidentes, a maneira para realizar essas

melhorias foi a realização de um kaizen de trabalho padronizado. Para entender melhor a

situação é interessante primeiro conhecer a alteração de layout realizada.

4.4 ALTERAÇÃO DO LAYOUT

Inicialmente a “linha 01” tinha a configuração mostrada na Figura 12. Um

mapeamento de fluxo de valor indicou que o layout atual precisava ser alterado.

O fluxo do processo para este layout é o seguinte:

1) Pré montagem do compressor ( parte elétrica);

2) Pré montagem do conjunto ventilador/Pré montagem do conjunto

evaporador;

3) Início da linha;

4) Saída da linha para realização do teste de vácuo;

5) Equipamentos do teste de vácuo;

6) Entrada na linha após teste de vácuo;

7) Saída da linha para realização do teste de performance;

8) Equipamentos de teste de performance;

9) Entrada na linha após o teste de performance;

10) Saída da linha para produtos acabados.

Page 54: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

53

Figura 12 – layout da “linha 01” antes da alteração do layout.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

As principais causas que levaram à alteração do layout da linha foram:

Espera (tempo sem trabalho) – A linha era muito longa, de forma que

sobravam longos espaços entre os postos. Devido ao desbalanceamento da

linha, os produtos se acumulavam em alguns pontos e ficavam esperando para

serem processados.

Transporte ou movimentação desnecessária – Como é possível observar na

figura 10 o teste elétrico e o teste de performance ficam fora da linha de

montagem, desta forma os produtos precisavam ser transportados até os

equipamentos de teste elétrico e de performance para depois serem

transportados novamente para a linha de montagem.

Excesso de estoque – Devido às ineficiências da linha e ao comprimento

excessivo da linha de montagem pequenos estoques se formavam entre os

postos de trabalho.

Defeitos – Devido aos pequenos estoques entre postos de trabalho, muitas

vezes, ao se perceber um determinado defeito, várias peças já foram

processadas.

O novo layout da “linha 01” está ilustrado na Figura 13:

Page 55: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

54

Figura 13 – Layout da “linha 01” após a mudança de layout.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

O fluxo de processo na linha com o novo layout ficou da seguinte maneira:

1) Pré montagem do conjunto ventilador;

2) Pré montagem compressor (parte elétrica);

3) Pré montagem conjunto evaporador;

4) Inicio da linha;

5) Equipamentos de teste de vácuo;

6) Equipamentos de teste de performance;

7) Saída da linha.

Com a alteração do layout da linha várias melhorias ficaram evidentes, são elas:

Espera (tempo sem trabalho) – Com a redução do tamanho da linha, poucos

produtos podem ficar acumulados entre postos, desta forma diminuiu-se o

tempo que os produtos esperavam para ser processados.

Transporte ou movimentação desnecessária – Com o novo layout em U os

equipamentos de teste elétrico e performance foram trazidos para dentro da

célula. Os equipamentos ficam nas pétalas do U – partes 5 e 6 no desenho do

layout na Figura 13. As pétalas são uma maneira de utilizar equipamentos

automáticos dentro de células em U para otimizar a utilização da MOD. Desta

forma, a movimentação dos produtos para fora da linha e depois novamente

para a linha não existe mais.

Page 56: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

55

Excesso de estoque – Com a redução do espaço entre postos de trabalho não

sobra espaço para formar estoque entre peças na linha de montagem.

Movimento desnecessário – Com a redução do espaço entre os postos de

trabalho os produtos sempre estão próximos dos operadores.

Defeitos – Sem os estoques entre os postos de trabalho os defeitos são

percebidos mais rapidamente.

Área – Redução da área ocupada pela linha, disponibilizando área para a

fábrica.

Com o novo layout as novas oportunidades de melhorias que ficaram mais evidentes

foram às seguintes:

Re-definir o número de mão de obra direta necessário na linha;

Nivelar a capacidade produtiva com a demanda atual;

Re-balancear a linha, que, após a alteração do layout, teve o número de postos

de trabalho reduzido e precisa de uma nova redistribuição de tarefas;

Redefinir e padronizar as melhores práticas para realizar a montagem dos

produtos.

4.5 PRÉ-KAIZEN

Esta etapa foi realizada num intervalo de cerca de duas semanas antes da realização do

kaizen, com o objetivo de definir as metas e os objetivos do mesmo. Durante o pré-kaizen

foram definidos os seguintes objetivos:

Aumentar a produtividade (unidade/homem/hora) da linha em pelo menos

16%;

Balancear a linha para 19 MOD para todos os modelos estudados;

4.5.1 Produtos Escolhidos

Durante o pré-kaizen também foram definidos quais produtos seriam estudados no

kaizen. A primeira decisão foi que seriam estudadas as unidades seladas por possuírem maior

carga de trabalho por unidade. Embora as unidades seladas possuam um menor volume, como

Page 57: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

56

é possível verificar na tabela 2, a escolha da família de unidades seladas se justifica pela

maior carga de trabalho e conseqüente maior tempo de processamento e/ou maior número de

operadores necessários na linha.

De acordo com os produtos de maior demanda dentro da família de unidades seladas

foram escolhidos três produtos, os quais por motivo de sigilo serão chamados neste trabalho

como Produto A, Produto B e Produto C. A Figura 14 ilustra como se divide o mercado para

as unidades seladas.

Figura 14 – Market share para as unidades seladas na “linha 01”.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

Os dados referentes às demandas, balanceamento, número de MOD, e mais algumas

características referentes aos produtos estudados se encontram na seção 4.5.1.1.

4.5.1.1 Características dos produtos

Para entender as características dos produtos é interessante começar tendo uma idéia

de como são os produtos, os mesmo estão ilustrados nas figuras - Figura 15, Figura 16 e

Figura 17. Ao analisar as figuras nota-se a diferença entre os três produtos.

Outro ponto importante de ser analisado são os GBO’s dos produtos, os quais estão

ilustrados nas figuras - Figura 18, Figura 19 e Figura 20. Algumas observações são

importantes antes da análise dos gráficos, são elas:

a) As operações estão detalhadas nos apêndices B, C e D;

b) As operações de embalagem (dois últimos postos para todos os produtos) são

realizadas em dois operadores por questões ergonômicas;

60%

15%

15%

10%

Market share "linha 01"

Produto A

Produto B

Produto C

Outros

Page 58: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

57

Figura 15 – Produto A.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

Figura 16 – Produto B.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

Figura 17 – Produto C.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

c) Para o produto A as operações 1 e 2 são exatamente iguais, e como são

operações de pré-montagem, era utilizado dois operadores para conseguir

fornecer as peças dentro do takt time;

d) As operações 25 e 26 do produto B são realizadas em dois operadores por

questões ergonômicas (peso excede as recomendações da norma).

Page 59: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

58

Figura 18 – GBO do Produto A.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”.

Figura 19 – GBO do Produto B.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”.

Figura 20 – GBO do Produto C.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”.

As tabelas - Tabela 2, Tabela 3 e

0.00

50.00

100.00

150.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

GBO Produto A

AV

NAV

0.00

50.00

100.00

150.00

200.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

GBO Produto B

AV

NAV

0.00

20.00

40.00

60.00

80.00

100.00

120.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

GBO Produto C

AV

NAV

Page 60: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

59

Tabela 4 - mostram alguns dados referentes aos produtos em estudo. Mais uma vez é

possível observar a diferença entre os três produtos, onde o tempo de atravessamento do

produto B é muito maior que o dos outros dois produtos, o que prova sua maior complexidade

em termos de seu conteúdo de trabalho.

Ao se analisar os GBO´s dos produtos, é possível observar que há uma grande diferença entre a carga de

diferença entre a carga de trabalho entre os vários postos de trabalho, isso reflete no seguinte dado que está nas

dado que está nas tabelas - Tabela 2, Tabela 3 e

Tabela 4 – o GBO (%), um indicador que busca mensurar o percentual de tempo em

que os operadores da linha estão de fato trabalhando.

Outro detalhe interessante é a diferença no número de mão de obra para cada modelo.

Isso é uma conseqüência da diferença entre o conteúdo de trabalho para cada um dos

modelos. Por fim é importante observar a demanda para cada um dos produtos, onde se

verifica que o produto A é o de maior demanda.

Tabela 2 – Quadro resumo para o produto A.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”.

Quadro resumo para o produto A

Mão de obra direta (operadores) 18

Produção padrão (peças por hora) 40

Produtividade (unidades/homem/hora) 1,6

Demanda (unidades por mês) 4000

Tempo de atravessamento (segundos) 1322

GBO (%) 82%

Tabela 3 – Quadro resumo para o produto B.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

Quadro resumo para o produto B

Mão de obra direta (operadores) 26

Produção padrão (peças por hora) 25

Produtividade (unidades/homem/hora) 0,96

Demanda (unidades por mês) 1200

Tempo de atravessamento (segundos) 2546

GBO (%) 68%

Page 61: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

60

Tabela 4 – Quadro resumo para o produto C.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

Quadro resumo para o produto C

Mão de obra direta (operadores) 21

Produção padrão (peças por hora) 30

Produtividade (unidades/homem/hora) 1,43

Demanda (unidades por mês) 1200

Tempo de atravessamento (segundos) 1586

GBO (%) 63%

Outra informação útil é uma análise do percentual de valor agregado ao produto

durante todo o processo. As figuras - Figura 21, Figura 22 e Figura 23 - ilustram os

percentuais de valor agregado para cada um dos produtos.

Os percentuais de valor agregado durante as operações de montagem são baixos, isso

acontece devido ao alto número de testes (inspeções) realizados durante o processo. Os

processos estão detalhados nos Apêndices B, C e D onde é possível verificar quais são os

testes realizados.

Figura 21 – Valor Agregado para o Produto A.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”.

Figura 22 – Valor Agregado para o Produto B.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”.

80%

20%

% de valor agregado

NAV

AV

78%

22%

% de valor agregado

NAV

AV

Page 62: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

61

Figura 23 – Valor agregado para o Produto C.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

4.6 KAIZEN

Durante a semana de kaizen uma equipe de dez pessoas envolvidas diretamente no

processo, envolvendo operadores, técnicos e especialistas, trabalhou para alcançar as metas e

objetivos definidos no pré-kaizen. A duração do kaizen foi de uma semana, sendo que a

mesma teve o seguinte planejamento:

Segunda feira: treinamento dos envolvidos sobre a ferramenta de trabalho

padronizado, alinhamento dos objetivos e metas e inicio da cronometragem

das operações;

Terça feira: cronometragem das operações, balanceamento da linha e

montagem do plano de ação;

Quarta feira: execução das ações levantadas no plano de ações bem como o

levantamento de novas ações;

Quinta feira: término da execução das ações e treinamento dos operadores nos

novos procedimentos de trabalho;

Sexta feira: reflexões do grupo, balanço da semana e apresentação do kaizen.

4.6.1 Cálculo do takt time

O cálculo do takt time teve algumas particularidades em função de duas famílias

diferentes serem montadas na linha. A demanda total de produtos é de trezentas mil unidades,

sendo que aproximadamente 74% são unidades condensadoras e o resto são unidades seladas.

Transformando esse percentual para unidades, são 78.000 unidades seladas no ano e 222.000

unidades condensadoras no ano.

75%

25%

% de valor agregado

NAV

AV

Page 63: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

62

A capacidade produtiva na “linha 02” é em média de 30 peças hora, o que em 2 turnos

de 8 horas produz aproximadamente 118.000 unidades em um ano. Desta forma para atender

a demanda a “linha 01” precisa produzir as 78.000 unidade seladas mais as 104.000 unidades

condensadoras que sobraram, sendo um total de 182.000 unidades. O cálculo do takt time para

a “linha 01” se encontra na equação (4).

(4) 𝑇𝑎𝑘𝑡 𝑡𝑖𝑚𝑒 =𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙

𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎=

7,33 𝑋 2 𝑋 22,4 𝑋 12

182.000= 77,94 𝑠𝑒𝑔/𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

Analisando o takt time encontrado e comparando com a capacidade produtiva máxima

calculada no item 4.2.1.2, chega-se à conclusão de que existe falta de capacidade do

equipamento. A solução encontrada pela equipe foi maximizar a capacidade produtiva do

equipamento gargalo, tentando balancear os três modelos para um takt time de 80 segundos

por unidade.

4.6.2 Cronoanálise

A cronometragem foi realizada por todos os membros da equipe e o método utilizado

foi o de analise de vídeos gravados antes da semana de realização do kaizen. Os vídeos foram

analisados posto a posto e divididos em elementos de trabalho.

Os vídeos foram gravados para cada um dos postos e para cada um dos modelos,

sendo cinco filmagens por posto.

Durante a cronoanálise das operações, os elementos de trabalho foram analisados e

classificados como atividades que agregam valor (AV) ou atividades que não agregam valor

(NAV). Embora a teoria cite a utilização de mais uma classificação, não agrega valor mas é

necessário, a equipe optou por não usar por questões de tempo.

Com os elementos de trabalho e o takt time em mãos a equipe partiu para o

balanceamento da linha para cada modelo.

Page 64: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

63

4.6.3 Balanceamento

Durante a etapa do balanceamento da “linha 01” foram analisadas as atividades posto

a posto, para cada produto, sendo realocadas atividades entre os postos de modo a conseguir

aproximar os tempos de ciclo de cada posto takt time definido.

4.6.4 Resultados

Os resultados obtidos estão resumidos nas tabelas - Tabela 5, Tabela 6 e Tabela 7 -

onde são comparados com a situação inicial. Os resultados obtidos foram positivos em quase

todos os quesitos avaliados, porém alguns dos resultados obtidos merecem ser comentados

individualmente.

a) MOD: há uma diferença entre o número de MOD alocada para a montagem de

cada um dos produtos, essa diferença foi ocasionada pela grande diferença

entre a complexidade de montagem de cada um dos produtos, e também por

uma exigência de um dos clientes, a qual está explicitada no diagrama de

processos no Anexo 1.

Tabela 5 – Quadro comparativo para o produto A.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

Quadro resumo para o produto A

Situação inicial Nova Situação

Mão de obra direta (operadores) 18 17

Produção padrão (peças por hora) 40 45

Produtividade (unidades/homem/hora) 1,6 2,64

Demanda (unidades por mês) 4000 4000

Tempo de ciclo do processo (segundos) 1322 1114

GBO (%) 82% 82%

Page 65: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

64

Tabela 6 - Quadro comparativo para o produto B.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

Quadro resumo para o produto B

Situação inicial Nova Situação

Mão de obra direta (operadores) 26 20

Produção padrão (peças por hora) 25 30

Produtividade (unidades/homem/hora) 0,96 1,5

Demanda (unidades por mês) 1200 1200

Tempo de ciclo do processo (segundos) 2546 1800

GBO (%) 68% 75%

Tabela 7 – Quadro comparativo para o produto C.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

Quadro resumo para o produto B

Situação inicial Nova Situação

Mão de obra direta (operadores) 21 20

Produção padrão (peças por hora) 30 40

Produtividade (unidades/homem/hora) 1,43 2

Demanda (unidades por mês) 1200 1200

Tempo de ciclo do processo (segundos) 1586 1508

GBO (%) 63% 84%

b) Produção padrão: a diferença entre a produção padrão para cada modelo

decorre da diferença entre os produtos e sua maior ou menor complexidade de

montagem.

c) Takt time: o modelo B está com os tempos de ciclo de suas operações acima do

takt time, porém não foi encontrada nenhuma maneira de distribuir seus

elementos de trabalho para que o takt time seja atendido. O GBO para cada um

dos produtos está ilustrado nas figuras - Figura 24, Figura 25 e Figura 26.

Page 66: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

65

Figura 24 – GBO para o produto A.

Fonte: Arquivo interno da “EMPRESA”.

Figura 25 – GBO do Produto B.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

Figura 26 – GBO para o produto C.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

0.00

20.00

40.00

60.00

80.00

100.00

120.00

140.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

GBO Produto A

AV

NAV

0.00

20.00

40.00

60.00

80.00

100.00

120.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

GBO produto B

AV

NAV

0.00

20.00

40.00

60.00

80.00

100.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

GBO do produto C

AV

NAV

Page 67: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

66

d) Valor agregado ao produto: houve uma pequena melhoria na margem de valor

agregado ao produto, porém devido às várias inspeções que existem na linha de

montagem ela continua baixa. O grande ganho nesse ponto foram as reduções

de MOD por produto, afinal um pequeno aumento percentual somado a

algumas reduções de MOD torna esse percentual melhor. Os gráficos com os

percentuais de valor agregado por produto após o kaizen se encontram nas

Figura 27,Figura 28Figura 29.

Figura 27 – Valor agregado ao produto A.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”.

Figura 28 – Valor agregado para o produto B.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”.

Figura 29 – Valor agregado para o produto C.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”.

76%

24%

% de valor agregado

NAV

AV

76%

24%

% de valor agregado

NAV

AV

72%

28%

%de valor agregado

NAV

AV

Page 68: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

67

4.6.5 Plano de Ação

O plano de ação foi escrito pela equipe durante a etapa de planejamento do kaizen e

durante a análise das operações. As oportunidades de melhoria eram levantadas, analisadas

pelo grupo e quando viáveis passavam para o plano de ação.

A Figura 30 mostra o percentual de ações realizadas dentro de todas as propostas.

Embora muitas ações tenham ficado para serem realizadas no período de pós kaizen, isso se

deve ao fato de muitas delas envolverem outras áreas, como o desenvolvimento de produto ou

suprimentos. Uma cópia do plano de Ação se encontra no Apêndice E.

Figura 30 – Status do plano de ação.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”.

4.6.6 Treinamento

O treinamento para os operadores da linha foi realizado em duas etapas, sendo elas:

Treinamento sobre o que é o trabalho padronizado, as atividades realizadas

durante a semana e o que mudou em relação à situação anterior;

Treinamento durante a montagem de cada uma das unidades que foram

estudadas no kaizen, posto a posto, de forma a mostrar exatamente como ficou

definido as atividades de cada posto de trabalho.

A primeira etapa do treinamento foi realizada durante a semana do kaizen enquanto a

segunda etapa foi realizada conforme as unidades entravam na linha de montagem.

50%39%

2% 9%

Ações Executadas

Ações realizadas

Ações em andamento

Ações atrasadas

Ações canceladas

Page 69: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

68

4.6.7 POP’s

Por motivos de sigilo os POP´s elaboradas não poderão ser publicados neste trabalho,

porém há um modelo de como os POP´s são montados dentro da empresa que está disponível

no apêndice F, e o procedimento utilizado pela empresa para escrever os POP´s está descrito

nos próximos parágrafos.

Os POP’s começam a ser escritos durante as montagens dos produtos, e o responsável

pela montagem dos POP´s segue os seguintes passos:

Acompanhamento da montagem dos produtos, fotografando, tirando tempos e

verificando se o que foi definido no kaizen é válido ou se precisa de alterações;

Alterar as operações em que aparecem diferenças em relação ao que foi

definido no kaizen;

Validação do POP frente aos supervisores e especialistas de processo,

qualidade e segurança.

Para o esta linha de montagem existe um POP para cada posto de trabalho, ou seja,

pelo menos 21 POP´s, onde em cada POP são descritos os processos de montagem referentes

aos vários produtos que passam pela linha para o determinado posto.

4.7 MONITORAMENTO PÓS-KAIZEN

A etapa do pós kaizen é onde se define o quão efetivo o trabalho realizado realmente

foi. A equipe escolheu dois indicadores para monitorar os resultados deste kaizen, são eles:

Refilmagem do processo e nova análise, verificando se os tempos reais estão

condizentes com os tempos obtidos no kaizen e se o balanceamento foi

efetivo;

Comparação dos resultados obtidos na produção, verificando se com a mão de

obra definida a produção padrão para cada modelo está sendo alcançada.

Durante a realização deste estudo, as refilmagens do processo para a tomada dos

tempos e verificação da efetividade do kaizen ainda não haviam sido realizadas, de forma que

o único indicador que será utilizado neste trabalho são os resultados da produção horária para

os produtos.

Page 70: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

69

A Figura 31, compara produção planejada com a produção real. Um período de 3

meses foi adotado pelo grupo como o tempo necessário para que os resultados apresentados

pelo kaizen comecem a dar 100% dos resultados. Esse tempo é considerado em função do

tempo necessário para a adaptação dos operadores aos novos procedimentos de trabalho, e

também porque algumas mudanças podem ser necessárias durante o pós kaizen. Na Figura 31

têm se apenas os resultados referentes ao primeiro mês após o kaizen, que foi o tempo

analisado durante a realização desse estudo.

Figura 31 – Curva de produção planejada X real.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1° mês 2° mês 3° mês

Curva de produção planejada X real

Produto A

Produto B

Produto C

Projetado

Page 71: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

70

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo apresenta as conclusões de acordo com a pesquisa realizada,

relacionando os objetivos específicos definidos no capítulo 1 com o que foi abordado ao

longo do estudo, bem como recomendações para trabalhos futuros.

5.1 CONCLUSÕES

O objetivo geral deste trabalho foi o de aplicar as ferramentas e métodos do lean

manufacturing através de um kaizen de trabalho padronizado para melhorar as condições de

trabalho na “linha 01”, bem como a produtividade da mesma. Neste capítulo serão

comparados os objetivos específicos do trabalho com os resultados obtidos, realizando uma

análise de cada objetivo traçado X resultados obtidos.

Para realizar esse comparativo é necessário voltar ao item 4.5 onde os objetivos do

kaizen foram traçados, e também ao item 4.6.4 que mostra os resultados obtidos. Com essas

duas informações em mãos foi realizada a análise a seguir:

a) Balancear a linha para 19 MOD para todos os modelos estudados: O

resultado obtido para este objetivo está ilustrado na Tabela 8. A tabela mostra

que o resultado para a quantidade de MOD para a montagem de cada um dos

produtos é diferente. Isso não é recomendável pela teoria, no entanto foi o

melhor resultado à que o grupo conseguiu chegar.

Tabela 8 – Comparativo de MOD na “linha 01”.

Fonte: Arquivos internos da “EMPRESA”

Produto A Produto B Produto C

MOD

Situação inicial 18 26 21

Situação atual 17 21 20

Esse resultado é conseqüência do não cumprimento de alguns pré-requisitos para a

implantação do trabalho padronizado, os quais foram citados no item 2.2.4.1. São eles:

A tarefa deve ser passível de repetição: embora existam os POP’s e as

operações sejam passíveis de repetição para a montagem de um mesmo

modelo, as atividades mudam muito toda vez que o modelo em fabricação é

Page 72: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

71

trocado. Além disso, atualmente existem muitos operadores novos em período

de aprendizado, o que dificulta a repetição das tarefas;

A linha e o equipamento devem ser confiáveis e o tempo de parada deve

ser mínimo: existem atualmente muitos problemas nos equipamentos da linha,

gerando paradas ou ao menos queda na capacidade produtiva;

Os problemas de qualidade devem ser mínimos. O produto deve ter o

mínimo de defeitos e ser coerente com os principais parâmetros: Existe

um controle de qualidade em relação às unidades fornecidas para os seus

clientes, no entanto essa qualidade é garantida através de vários testes e

inspeções e também da recuperação de produtos defeituosos.

Analisando as afirmações acima, a conclusão é de que a estabilidade básica ainda não

foi alcançada para esta linha de montagem, existem deficiências referentes aos 4 M’s

(Máquina, Mão de obra, Matéria prima e Método) não proporcionando as condições

necessárias para um resultado ótimo do trabalho padronizado.

Outro aspecto que interfere nesse resultado é que hoje não há nivelamento da

produção, os produtos são programados para a montagem de acordo com a demanda real dos

clientes, não respeitando o princípio “todos os produtos produzidos todos os dias”.

A falta de similaridade entre os produtos têm grande interferência no número de MOD

para cada produto, visto que os produtos fabricados na “linha 01” possuem muita diferença na

sua carga de trabalho.

Existe uma restrição de capacidade em função de um equipamento automático, de

forma que não permite aumentar a produção além da capacidade do mesmo. Existe ainda

uma restrição ao número de operadores dentro da célula, devido ao espaço interno da célula e

do comprimento da linha.

Os resultados encontrados para a quantidade de MOD na “linha 01” tiveram forte

influência destes fatores, e embora o grupo não tenha chegado à situação ideal, conseguiu

encontrar uma solução para essa diferença na quantidade de MOD durante a montagem de

cada modelo. A linha produz alguns componentes específicos para as assistências técnicas, e a

solução adotada foi a de utilizar a MOD disponível durante as montagens que utilizam menos

MOD para o abastecimento dos supermercados destes componentes.

b) Aumentar a produtividade (unidade/homem/hora) da linha em pelo menos

16%: o gráfico na Figura 32 ilustra os resultados obtidos para o indicador de

Page 73: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

72

produtividade para cada produto. Ao analisar o gráfico, a conclusão é que este

objetivo foi alcançado.

Figura 32 – Comparativo do indicador de produtividade.

Fonte: Arquivos da “EMPRESA” (2010)

A etapa final da pesquisa foi prejudicada devido a ter sido realizada apenas um mês

após o kaizen, conseqüentemente a verificação dos resultados não teve a mesma validade. O

pós kaizen também ainda não aconteceu e algumas alterações podem acontecer em alguns dos

processos caso seja comprovado que a proposta atual não está alcançando o resultado

esperado.

Em uma avaliação qualitativa realizada frente aos operadores da linha e aos

supervisores, os resultados obtidos após a implantação do trabalho padronizado na “linha 01”

tem sido positivos.

Ao término do estudo realizado o que se observou é que as ferramentas do lean

manufacturing podem levar a ótimos resultados, porém é necessário respeitar os pré-

requisitos necessários para a implantação das ferramentas, para que os resultados obtidos

sejam os mesmos encontrados na teoria.

Um ponto importante é o fato de o grupo chegar a um resultado apropriado para a

situação vivenciada, adequando-se à situação vivenciada pela “EMPRESA”.

Assim sendo, o importante é conhecer as ferramentas e aplicá-las da melhor maneira à

sua situação, sem desistir diante de quaisquer adversidades. É importante também perceber

que o contexto do trabalho vem de um processo de melhoria contínua, partindo de uma

alteração de layout, passando pela implantação do trabalho padronizado, e o processo de

1.6

1.0

1.4

2.6

1.5

2.0

61%64%

72%

55%

60%

65%

70%

75%

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

Produto A Produto B Produto C

Produtividade (unidade/homem/hora)

Situação inicial

Situação atual

aumento de produtividade

Page 74: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

73

melhoria deve continuar. A maneira pela qual o lean manufacturing funciona é através do

kaizen, da melhoria contínua, melhorando cada vez mais sempre buscando a perfeição.

Pensando dessa maneira seguem algumas recomendações para estudos futuros:

Kaizen de cadeia de ajuda: a cadeia de ajuda é uma ferramenta que ajuda a

alcançar a estabilidade básica, através da utilização de quadros, onde todos os

problemas que interrompam o fluxo no processo são anotados. Ajuda a

identificar as causas que atrapalham a estabilidade básica na linha e então um

plano de ação para resolver os problemas pode ser elaborado.

Kaizen de trabalho padronizado para as unidades condensadoras fabricadas na

linha: O resultado na linha não será tão eficiente enquanto apenas uma parte

dos produtos fabricados lá tiver um trabalho padronizado.

Kaizen de bordo de linha: Melhorar o sistema de abastecimento, de forma a

deixar tudo mais próximo possível das mãos dos operadores e também para

não haver problemas de falta de matéria prima.

Heijunka: Melhorar a programação de produção da linha, passando a respeitar

o princípio do “todos os produtos, produzidos todos os dias”.

Page 75: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

74

REFERÊNCIAS

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5ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

LIKER, Jeffrey K. O Modelo Toyota: 14 princípios de gestão do maior fabricante do mundo.

São Paulo: Bookman, 2005.

OHNO, Taiichi. O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala. Trad.

Cristina Schumacher. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

SANDES, Alexandre Carlos. Desenvolvimento enxuto do produto: um modelo de

integração entre engenharia simultânea e co-design. 2003 Dissertação (Mestrado em

Engenharia de Produção) Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.

SHINGO, Shigeo. O Sistema Toyota de Produção: do ponto de vista da engenharia de

produção. Porto Alegre: Bookman, 1996.

IMAI, Massaki. KAIZEN – A Estratégia para o Sucesso Competitivo. 5ª Ed. São Paulo:

Instituto IMAM,1994.

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 1995.

MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. 5ª Ed.

São Paulo: Atlas, 2008.

LIKER, Jeffrey K. O Modelo Toyota: manual de aplicação / Jeffrey K. Liker, David Meier;

tradução Lene Belon Ribeiro. – Porto Alegre: Bookman, 2007.

DENNIS, Pascal. Produção Lean Simplificada: Um guia para entender o sistema de

produção mais poderoso do mundo. Tradução: Rosalia Angelita Neumann Garcia. – Porto

Alegre: Bookman, 2008.

WOMACK, James P.; JONES, Daniel T. A Mentalidade Enxuta nas Empresas Lean

Thinking: Elimine o Desperdício e Crie Riqueza. 5ª ed. Editora Campus, Rio de Janeiro,

2003.

HORNBURG, Sigfrid. Métodos para Eventos Gemba Kaizen. 2009 Dissertação (Mestrado

em Engenharia de Produção) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.

ROTHER, Mike; HARRIS, Rick. Criando o Fluxo Contínuo: Um guia de ação para

gerentes, engenheiros e associados da produção. 1ª Ed. São Paulo: Lean Institute Brasil, 2002.

Page 76: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

75

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Tradução: Maria Teresa Corrêa de Oliveira e Fábio Alher. 2ª Ed. Editora Atlas S.A., São

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PEINADO, Jurandir; GRAEML, Alexandre Reis. Administração da Produção (operações

industriais e de serviços). Curitiba, Unicenp, 2007.

ALVAREZ, Roberto dos Reis; ANTUNES JR., José Antônio Valle. Takt Time: Conceitos

contextualização dentro do sistema Toyota de produção. Revista Gestão & Produção, V.8,

n.1, p.1-18, abril – 2001.

Page 77: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

76

APÊNDICES

APÊNDICE A – FLUXOGRAMA DO PROCESSO

APÊNDICE B – ELEMENTOS DE TRABALHO DO PRODUTO A

APÊNDICE C - ELEMENTOS DE TRABALHO DO PRODUTO B

APÊNDICE D – ELEMENTOS DE TRABALHO DO PRODUTO C

APÊNDICE E – PLANO DE AÇÃO DO KAIZEN

APÊNDICE F – MODELO DE POP UTILIZADO PELA “EMPRESA”

Page 78: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

77

APÊNDICE A – FLUXOGRAMA DO PROCESSO

Pré-montagem compressor (parte elétrica)Montagem compressor X condensador X

conjunto ventilador

Brasagem dos tubos compressor X

condensador

Inspeção da

solda

Montagem do evaporador na unidade

(Posicionar e conectar evaporador no

condensador X compressor)

Pré-montagem do evaporador

(montar tubos e brasar no evaporador)

Operação exclusiva do Produto C (exigência do cliente)

Brasagem do evaporador X condensador

X compressor

Teste de vácuo (deixa a unidade na

pressão interna necessária para a carga

de gás refrigerante)

Selamento

Carga de gás refrigerante

A

Pré-montagem do conjunto ventilador

Operação exclusiva do Produto C

Teste

elétrico

LEGENDA

Operação

Inspeção

Movimento /

Transporte

Nota 1: A operação de brasagem é

um tipo de solda utilizado para a

junção dos tubos de cobre.

Page 79: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

78

Montagem da unidade na basePré-montagem da base (preparação da

base para montar a unidade na mesma)

Processo exclusivo do produto B

Montagem da cobertura na unidade Pré-montagem da cobertura (dobra e

preparação para montar a cobertura na

unidade)

Processo exclusivo do produto B

Embalagem

A

Processo exclusivo das unidades seladas

Sniffer de baixa

(teste de

vazamento à

baixa pressão)

Teste de performance ( verificação do

funcionamento da unidade)

Teste de

performance

(verificação do

funcionamento da

unidade)

Sniffer de alta

(teste de

vazamento a alta

pressão)

Revisão

Page 80: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

79

APÊNDICE B – ELEMENTOS DE TRABALHO DO PRODUTO A

Operador Operações TCM Tipo de atividade

1 e 2 Soldar linha de sucção no evaporador 61,60

Retirar tampão 6,84 Operação

Reduzir entrada do evaporador 6,49 Operação

Posicionar evaporador no gabarito 5,73 Movimentação

Retirar tampão da linha de sucção e dobrar capilar 11,44 Operação

Encaixa linha de sucção no Evaporador 9,47 Operação

Colocar pano úmido 10,26 Operação

Brasar linha de sucção 17,15 Operação

Inspecionar brasagem da linha de sucção 10,97 Inspeção

Encaixar o capilar no evaporador 15,70 Operação

Brasar o capilar no evaporador 17,06 Operação

Inspecionar brasagem do capilar 7,08 Inspeção

Disponibilizar peça para posto seguinte 5,01 Movimentação

3 Montagem do compressor e Compressor na Base 66,30

Colar fita 4,92 Operação

Reposicionar compressor 3,88 Movimentação

Montar protetor térmico 4,55 Operação

Montar relés 6,56 Operação

Movimentar e posicionar compressor 3,23 Movimentação

Montar 4 amortecedores 10,56 Operação

Posicionar compressor no suporte 6,62 Movimentação

Retirar 3 tampões do compressor 6,93 Operação

Inserir tubo de processo 9,52 Operação

Posicionar o condensador no compressor 9,52 Operação

4 Brasagem 1 71,84

Posicionar unidade 5,55 Movimentação

Brasar tubo de descarga 14,62 Operação

Brasar tubo de processo 19,06 Operação

Verificar ponto de brasagem 9,41 Inspeção

Limpeza e verificação de junta /carimbo 23,20 Inspeção

5 Montagem do Evaporador 65,00

Retirar os tampões 15,00 Operação

Conectar linha de sucção no compressor 15,00 Operação

Encaixar o filtro secador no condensador 15,00 Operação

Ajusta o isolante da linha para não queimar 20,00 Operação

6 Brasagem 2 67,13

Posiciona unidade no posto de trabalho 4,26 Movimentação

Brasar Linha de Sucção x compressor 17,18 Operação

Brasar Filtro x Condensador 19,09 Operação

Limpar solda e verificar vazamentos (duas soldas) 23,20 Inspeção

Carimbar identificação de solda (Brasagem 2) 3,40 Operação

7 Teste elétrico 77,56

Genealogia 15,51 Operação

Preparação pro teste elétrico + tampinha 44,63 Inspeção

Tempo espera do teste elétrico/ girar peça 17,41 Inspeção

8 Teste de vácuo 65,61

Engate do PCU filtro secador 7,17 Operação

Page 81: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

80

Engate PCU tubo de processo 8,27 Operação

Posicionar Unidade no vácuo 7,00 Movimentação

Conectar as mangueiras e acionar equipamento 7,00 Operação

Desconectar as mangueiras 7,10 Operação

Deslocamento de retirada da unidade do vácuo 11,00 Movimentação

Registra a carga 6,34 Operação

Coloca a pistola 4,29 Operação

Carga de gás 4,00 Operação

Retira a pistola e passa a peça pra frente 3,43 Operação

9 Selamento 60,00

Preparação pro selamento 10,00 Operação

Selamento 60,00 Operação

10 Sniffer de baixa 65,00

Verificação de vazamentos 65,00 Inspeção

11 Teste de performance 75,00

Posicionar unidade no BOX 5,00 Movimentação

Conectar alimentação e alicates 5,00 Operação

Tempo de teste 40,00 Inspeção/Espera

Leitura do BOX e da unidade 5,00 Operação

Desconectar os cabos 5,00 Operação

Colocar a tampa do rele 10,00 Operação

Transferência para o próximo posto 5,00 Movimentação

12 Secagem da unidade 68,04

Passar ar 26,14 Operação

Colocar e cortar abraçadeira 24,62 Operação

Colocar clumping shell´s (6) 17,29 Operação

13 Sniffer de alta 70,00

Verificação de vazamentos 70,00 Inspeção

14 Revisão 65,00

Puxa e posiciona unidade 10,00 Movimentação

Posicionamento do isolante da linha de sucção 15,00 Operação

Revisão 40,00 Inspeção

15 Pintura 63,95

Puxar a unidade 8,75 Movimentação

Pintar os tubos 55,20 Operação

16 e 17 Embalagem 50,49

Puxar unidade 6,70 Movimentação

Posicionar unidade no calço 4,11 Movimentação

Fechar o calço 4,04 Operação

Proteger evaporador 5,18 Operação

Colocar calços 7,86 Operação

Colocar na caixa 10,83 Movimentação

Fechar a caixa 6,77 Operação

Paletizar caixa 2,89 Movimentação

Montar caixa/genealogia/colar etiqueta 26,92 Operação

Posicionar bandejas 4,10 Movimentação

Posicionar suporte na bandeja 7,10 Movimentação

Buscar condensador 6,84 Movimentação

Retirar 2 tampões do condensador 3,88 Operação

Levar condensador pra linha 3,75 Movimentação

Page 82: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

81

APÊNDICE C – ELEMENTOS DE TRABALHO DO PRODUTO B

Operador Operações TCM Tipo de atividade

1 Montagem do compressor e do condensador 92,72

Montagem do protetor 3,20 Operação

Montagem do rele 5,28 Operação

Montagem dos cabos 8,06 Operação

Montagem da tampa do rele 8,24 Operação

Montagem do amortecedor e colocação da fita 16,87 Operação

Pegar e retirar tampão do condensador 12,33 Operação

Inserir madeira no condensador 15,12 Operação

Posicionar condensador na linha 3,00 Movimentação

Retirar tampões do compressor 6,89 Operação

Dobrar passador de descarga 3,54 Operação

Montar tubo de processo 3,67 Operação

Encaixar condensador no compressor 6,54 Operação

2 Brasagem do evaporador 91,83

Pegar evaporador e retirar tampões 8,39 Movimentação

Pegar linha de sucção, ajustar capilar e retira 2 tampões 12,43 Operação

Inserir linha de sucção no evaporador - 2 pontos 11,88 Operação

Posicionar evaporador no gabarito e proteger isolante 6,52 Movimentação

Colocar proteção (pano) no evaporador 4,97 Operação

Brasar os 2 pontos 19,74 Operação

Verificar brasagem e transferir peça 18,45 Inspeção

Retirar 3 tampões da linha de sucção 9,46 Operação

3 Montagem do evaporador no reservatório 93,57

Inserir evaporador no reservatório 39,88 Operação

Montar suporte com porca no reservatório e transferir 16,47 Operação

Montar linha de sucção e filtro secador na unidade 37,22 Operação

4 Brasagem do condensador 98,63

Brasar tubo de processo e condensador no compressor 46,11 Operação

Limpar, verificar brasagem e carimbar 44,53 Inspeção

Girar peça e retirar suporte de madeira e transferir 8,00 Operação

5 Brasagem do Filtro e linha de sucção 96,15

Proteger reservatório e isolante com pano úmido 22,00 Operação

Brasar primeiro ponto 20,00 Operação

Girar e retira suporte plástico 5,44 Movimentação

Brasar segundo ponto - linha de sucção 18,72 Operação

Limpar, verificar e transferir 29,99 Inspeção

6 Teste elétrico 99,37

Colar etiqueta 10,05 Operação

Dobrar bulbo do termostato 5,00 Operação

Conectar termostato 15,32 Operação

Conectar chicote 21,03 Operação

Conectando cabos de teste e leitura 10,11 Inspeção

Genealogia 19,55 Operação

Posicionar etiqueta impressa 5,15 Operação

Retirar cabos do teste elétrico e transferir 13,16 Inspeção

7 Teste de Vácuo 95,98

Engatar PCU no tubo de processo 13,92 Operação

Page 83: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

82

Engatar PCU no filtro secador e posicionar termostato 7,86 Operação

Posicionar termostato 8,06 Operação

Fixar termostato com 2 parafusos 19,28 Operação

Transferir unidade para vácuo 9,44 Movimentação

Conectar mangueira e acionar vácuo 3,73 Operação

Retirar mangueiras 7,00 Operação

Transferir peça 9,08 Movimentação

Carga de gás 17,61 Operação

8 Selamento 92,00

Posicionar, amolgar, conformar e selar tubo de processo 35,00 Operação

Amolgar, conformar e selar filtro transferir 32,00 Operação

Fixar filtro com uma abraçadeira 25,00 Operação

9 Sniffer de baixa e performance 94,75

Leitura dos 10 pontos brasados com sniffer 29,92 Inspeção

Posicionar peça no box 18,00 Movimentação

Engatar cabos 11,08 Inspeção

Leitura do produto e do box 13,89 Inspeção

Desengatar cabos 11,98 Inspeção

Transferir peça 9,88 Movimentação

10 Secagem da unidade 90,58

Secagem da unidade 33,58 Operação

Desenrolar bulbo do termostato 6,34 Operação

Posicionar EPS e fixa bulbo 28,52 Operação

Posicionar 6 Clamping Shell 22,15 Operação

11 Sniffer de alta 97,00

Sniffer 13 pontos 60,00 Inspeção

Encaixar EPS 12,00 Operação

Pré fixar EPS (2 pessoas) 25,00 Operação

12 Fixação do EPS 98,13

Ajuste da linha de sucção 13,23 Operação

Passar fita no EPS 40,00 Operação

Posicionar base na linha de montagem 9,90 Movimentação

Posicionar unidade na base 19,65 Movimentação

Posicionar 4 arruelas do compressor 15,35 Operação

13 Montagem da Unidade na Base 93,98

Fixar compressor com 2 grampos 15,00 Operação

Fixar um lado do condensador com abraçadeira 30,50 Operação

Passar cabo de conexão na base e ligar no compressor 22,88 Operação

Girar unidade e prender segundo lado do condensador 25,60 Operação

14 Pré - montagem da Base 96,75

Posicionar pés no gabarito 15,00 Movimentação

Posicionar base no gabarito 0,00 Movimentação

Posicionar 4 arruelas lisas, 4 de pressão e 4 porcas 22,44 Operação

Parafusar 4 porcas 12,56 Operação

Montagem de 4 arruelas na abraçadeira 12,00 Operação

Fixar abraçadeiras 30,56 Operação

Transferir peça 4,19 Movimentação

15 Revisão 98,70

Revisão 71,50 Inspeção

Pintura de 8 pontos e transferência 10,00 Operação

Fixar reservatório 17,20 Operação

Page 84: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

83

16 Fixação do reservatório e cobertura 01 96,08

Fixação da proteção do cabo 11,71 Operação

Fixação da entrada de água 13,31 Operação

Fixação da grade 19,40 Operação

Parafusar suporte do reservatório (2 pessoas) - Lado 1 10,00 Operação

Parafusar suporte do reservatório (2 pessoas) - Lado 2 13,85 Operação

Parafusar 4 parafusos laterais 8,00 Operação

Parafusar 2 parafusos inferiores 19,81 Operação

17 Fixação do reservatório e Cobertura 02 91,66

Parafusar suporte do reservatório (2 pessoas) - Lado 1 12,04 Operação

Parafusar suporte do reservatório (2 pessoas) - Lado 2 11,84 Operação

Posicionar divisória de sistema 12,74 Operação

Posicionar cobertura 11,95 Operação

Parafusar 2 parafusos inferiores 15,81 Operação

Teste com Gabarito 13,50 Inspeção

Colar reforço da base 13,78 Operação

18 Dobra da Cobertura 95,51

Inspeção Visual, "quebra da tinta na solda" e posicionar na máquina 12,45 Inspeção

Acionar máquina e pega etiqueta de identificação do turno 15,44 Operação

Retirar peça da dobradeira e colar etiqueta 12,90 Operação

Cortar adesivo 15,32 Operação

Posicionar e colar manta 39,40 Operação

19 e 20 Montar caixa e embalar (2 pessoas) 43,51

Montar Caixa 16,78 Operação

Inserir EPS na caixa 8,78 Operação

Apontar unidade e colar etiqueta 13,15 Operação

Plastificar e posicionar unidade na caixa 12,77 Operação

Inserir EPS - calço e tampa 7,84 Operação

Fechar caixa e posicionar no palete 10,94 Operação

Paletizar 16,75 Operação

Page 85: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

84

APÊNDICE D – ELEMENTOS DE TRABALHO DO PRODUTO C

OP Processo TCM

Tipo de atividade

1 Montagem do capacitor e ventilador 63,05

montagem do suporte plástico no suporte metálico 5,00 Operação

montagem do capacitor no suporte 15,12 Operação

Posicionar Motor na mesa 2,50 Movimentação

Posicionar suporte no motor 2,27 Operação

Posicionar 2 porcas e 4 arruelas 18,07 Operação

Parafusar suporte (2 porcas) 4,50 Operação

Deitar motor 1,18 Movimentação

Desmontar parafuso da hélice 2,10 Operação

Posicionar e parafusar hélice 9,17 Operação

Posicionar o conjunto montado na linha 3,14 Operação

2 Montagem dos componentes elétricos no compressor 73,83

Pegar e montar protetor térmico 5,53 Operação

Pegar e montar relés (4 em 4) 5,35 Operação

Pegar e montar capacitor (4 em 4) 8,97 Operação

Pegar e montar caixa de ligação 19,84 Operação

Montar 4 amortecedores e disponibilizar pra linha 16,51 Operação

Conectar cabo de alimentação 10,80 Operação

Colar etiqueta informações gerais 6,83 Operação

3 Preparação do evaporador 69,07

Colocar fita no acumulador 6,86 Operação

Destampar o evaporador 2,40 Operação

Reduzir entrada do evaporador 4,64 Operação

Posicionar no cesto 3,00 Movimentação

Expandir 4,05 Operação

Posicionar acumulador 6,00 Movimentação

Preparação do maçarico 3,00 Operação

Brasagem 15,06 Operação

Verificação da brasagem e carimbo 15,00 Inspeção

Inspeção final e disposição para o cliente 9,06 Inspeção

4 Brasagem da linha no evaporador 75,43

Buscar evaporador no container Movimentação

Posicionar evaporador 3,79 Movimentação

Alimentar linha 4,53857 Movimentação

Retirar tampão e posicionar linha 17,09 Operação

Brasar entrada e saída do evaporador 28,87 Operação

Verificação da brasagem e carimbo 21,145 Inspeção

Reprocesso Operação

Disponibilização para o cliente Movimentação

5 Montagem do condensador e ventilador 75,59

Posicionar bandeja, condensador e base 15,04 Movimentação

Parafusar condensador (4 parafusos) 20,00 Operação

Girar e retirar tampão 9,00 Operação

Posicionar e parafusar ventilador (4 parafusos) 19,57 Operação

Posicionar pinos (4 pinos) e transferir peça 11,99 Operação

6 Montagem do compressor e genealogia 76,42

Posicionar compressor na base 2,50 Movimentação

Page 86: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

85

Posicionamento de 4 arruelas 6,00 Operação

Fixação do compressor com 4 grampos 20,00 Operação

Retirada de 3 tampões 5,00 Operação

Colocar o tubo de descarga 5,00 Operação

Colocar etiqueta da unidade 4,00 Operação

Genealogia 16,00 Operação

Conectar o cabo do ventilador 7,68 Operação

Posicionar cabo no passador de cabo 5,36 Operação

Parafusar prendedor de cabo 4,88 Operação

7 Montagem do evaporador 77,46

Enrolar capilar na linha de sucção 30,00 Operação

Posicionar suporte do evaporador 5,50 Operação

Embalando evaporador 10,60 Operação

Retirando 3 tampões 6,56 Operação

Posicionando evaporador na unidade e conectar tubos 24,80 Operação

8 Brasagem 1 66,52

Inserir tubo de processo 5,00 Operação

Brasar tubo de processo 20,00 Operação

Brasar tubo de sucção 16,52 Operação

Brasar tubo de descarga no compressor 15,00 Operação

Carimbo 10,00 Operação

9 Limpeza da solda 70,00

limpeza do tubo de processo, descarga e sucção 25,00 Inspeção

Posicionar unidade 5,00 Movimentação

Verificar brasagem 1 10,00 Inspeção

Verificar brasagem 2 10,00 Inspeção

Verificar brasagem 3 10,00 Inspeção

Retirar excesso de fluxo 10,00 Operação

10 Brasagem 2 66,01

Posicionar unidade 10 Movimentação

Carimbar 10 Operação

Brasar filtro secador no condensador 10,86 Operação

Brasar tubo de descarga no condensador 17,15 Operação

Verificando brasagens 18 Inspeção

11 Teste elétrico e montagem do Prolongador 65,21

Girar e transferir unidade 10,00 Movimentação

Posicionar e conectar unidade 9,77 Inspeção

Leitura a inicio de teste da unidade 10,00 Inspeção

Retirar cabos 10,00 Inspeção

Transferir unidade 10,00 Movimentação

Engate do PCU filtro secador 7,17 Operação

Engate PCU tubo de processo 8,27 Operação

12 Teste de vácuo 70,15

Posicionar Unidade no vácuo 10,00 Movimentação

Conectar as mangueiras e acionar equipamento 7,00 Operação

desconectar as mangueiras 7,10 Operação

Deslocamento e retirada da unidade do vácuo 11,00 Movimentação

Posicionar e ler unidade 6,60 Movimentação

Engatar pistola para dar carga de gás 5,00 Operação

Segurar pistola 18,45 Espera

Tampar caixa de ligação 5,00 Operação

Page 87: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

86

13 Selamento 76,80

Posicionar unidade 4,15 Movimentação

Amolgar dois tubos 14,29 Operação

Retirar PCU´s 5,79 Operação

Conformar dois tubos 7,89 Operação

Selar 2 pontos 16,54 Operação

Retirar amolgadores 7,22 Operação

Reforçar o selamento 15,45 Operação

Inspeção final e transferência da peça 5,48 Inspeção

14 Sniffer de baixa 77,66

Posicionar o capilar e fixar 1 abraçadeira do capilar 23,82 Operação

Fixar a outra abraçadeira do capilar 8,48 Operação

Verificar vazamento 45,37 Inspeção

15 Teste de performance 66,00

Cortar abraçadeiras 1e 2 11,00 Operação

Posicionar unidade no BOX 11,00 Inspeção

Conectar alimentação e alicates 11,00 Inspeção

Leitura do BOX e da unidade 11,00 Inspeção

Desconectar os cabos 11,00 Inspeção

Transferência para o próximo posto 11,00 Movimentação

16 Secagem do evaporador 74,83

Secagem do evaporador 46,33 Operação

Embalagem do evaporador 5,50 Operação

Colocar clumping shell´s 23,00 Operação

17 Sniffer de Alta 75,00

Verificação de vazamentos 75,00 Inspeção

18 Pintura e revisão 73,29

Posicionar peça 2,50 Movimentação

Retirar etiqueta de brasagem 1 6,80 Operação

Montar junta evaporador 8,73 Operação

Retirar etiqueta de brasagem 2 5,44 Operação

Encaixar capacitor e enrolar cabo 12,85 Operação

Girar hélice 4,97 Inspeção

Pintar tubo de processos e selamento 20,00 Operação

Verificando e penteando aletas 6,00 Inspeção

Transferir peça 6,00 Movimentação

19 Pintura 70,00

Pintar tubo de sucção 10,00 Operação

Pintar tubo de descarga 10,00 Operação

Pintar filtro secador 10,00 Operação

Pintar filtro secador x terminal 10,00 Operação

Tubo de descarga x terminal 10,00 Operação

Tubo de sucção x evaporador 10,00 Operação

Tubo capilar x evaporador 10,00 Operação

20 Embalagem/Strach 73,00

Girar peça 5,00 Movimentação

Posicionar unidade na mesa 5,00 Movimentação

Montar caixa e colocar reforço na caixa 15,00 Operação

Colar etiqueta 5,00 Operação

Colocar unidade na caixa (2 operadores) 15,00 Movimentação

Retirar bandeja da linha 8,00 Movimentação

Page 88: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

87

Fechar embalagem 8,00 Operação

Colocar unidade no estrado 12,00 Movimentação

21 Embalagem/Strach 73,00

Girar peça 5,00 Movimentação

Posicionar unidade na mesa 5,00 Movimentação

Montar caixa e colocar reforço na caixa 15,00 Operação

Colar etiqueta 5,00 Operação

Colocar unidade na caixa (2 operadores) 15,00 Movimentação

Retirar bandeja da linha 8,00 Movimentação

Fechar embalagem 8,00 Operação

Colocar unidade no estrado 12,00 Movimentação

Page 89: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

88

APÊNDICE E – PLANO DE AÇÃO DO KAIZEN

Ítem Ações Quem Prazo Status

1 Revisar os POP´s para todos os modelos Marilze 30/mai em andamento

2 Gestão Visual de postos para cada modelo Sérgio/Denise 29/mar ok

3 Treinamento de todos os operadores Equipe 01/abr ok

4 Desenvolver dispositivo para substituir/melhorar o posicionamento do condensador Ecohouse Cléber 01/abr ok

5 Padronizar alimentação do condensador Ecohouse/colormaq em carrinhos Edson/Beto 01/abr em andamento

6 Gestão visual para posicionamento dos carrinhos Edson/Beto 30/abr em andamento

7 Transferir peças pintadas da área de componentes para pintura Geraldo/edilson 26/mar OK

8 Gestão visual das peças pintadas Geraldo/edilson 26/mar OK

10Verificar a possibilidade do fornecedor de condensadores enviar os mesmos em embalagem

menorCléber 01/abr em andamento

11 Padronizar alimentação de evaporador ecohouse e colormaq em caixas tekline Thiago/Elair 01/abr em andamento

12Estudar possibilidade do fornecedor de linhas de sucção fornecer em caixas menores

(sugestão de 100 para 36 pçs)Cléber 01/abr em andamento

13Desenvolver prendedor adequado para segurar o isolante da linha de sucção durante a

brasagemFábio 29/mar ok

14 Limitar quantidade de linhas de sucção aberta em 3 peças (área de armazenagem) equipedurante

treinamentoem andamento

15 Transferir montagem do suporte plástico e metálico para estampados - tranferir junto Cléber/Enderson 29/mar OK

16 Desenvolver suporte/mesa para montagem do conjunto suporte da Ecohouse (Alimentação) Sergio 30/mar ok

17 Desenvolver suporte para a cuba da Ecohouse Sergio 30/mar ok

18 Verificar tempo de resposta da genealogia (ultimamente esta mais lento) Cléber 30/mar OK

19 Detalhar padrão do teste elétrico (realizar operações paralelamente) no POP Marilze 05/abr em andamento

20 Enfatizar no treinamento operações de conexão equipedurante

treinamentook

21 Rever tamanho da embalagem do EPS da cuba. fabio 01/abr atrasada

22 Estudar forma de alimentar EPS no posto de secagem equipe 26/abr ok

23 Estudo para eliminação do teste de suporte de parede Cléber 09/abr em andamento

24 Elaborar curva de ritmoEnderson/thiago/Cl

éber30/abr ok

25 Quantificar o numero de homens/mulheres na linhaEnderson/thiago/Cl

éber30/abr ok

26 Abrir IDEA para eliminar pintura Phoscopper (todos os modelos) Cléber 01/abr em andamento

27 Melhorar o processo do corte de adesivo Edilson 30/abr ok

28 Abrir uma IDEA para redução da quantidade de parafusos de fixação da cobertura Cléber 30/mar em andamento

29Padronizar número de bandejas para deixar na linha e retirar excesso (selecionar melhores

bandejas)Edson/Beto 29/mar em andamento

32 Abrir IDEA para eliminar teste elétrico da colormaq (avaliar para creamiser) Cléber 29/mar OK

33 Padronizar carga de gás para operador não precisar segurar a pistola durante a carga Cléber 29/mar em andamento

34 Padronizar supermercado para creamiser Thiago 01/abr em andamento

35 Padronizar supermercado para cobertura dobrada Thiago 01/abr em andamento

36 Negociar regras de programação de linha Enderson 01/abr em andamento

37 Negociar lote padrão para pedido de cobertura com a multibraz (sugetão 120 peças) Enderson/onderlei 01/abr em andamento

38 Estudar possibilidade de redução de tempo de vácuo (todos os modelos) Cléber OK

39 Gestão visual do posto de trabalho e Rodízio ergonomicoSérgio/Denise/Eds

on29/mar em andamento

40Avaliar possibilidade de brasar condensadorXfiltro da creamiser no primeiro posto de

brasagemFábio 26/mar ok

41 Rever iluminação da linha toda Enderson 05/abr em andamento

42 Estudar posto de trabalho de montagem de capacitor e motor (bordo, ergonomia...) Edilson/Elair 01/abr ok

43 Desenvolver sistema de transporte do compressor na linha (igual linha 2) Cléber 01/abr em andamento

44 Verificar status da IDEA de linha de sucção com capilar enrolado. (Vendo) Fábio/Cléber 29/mar em andamento

45 Verificar status da IDEA de linha de sucção com capilar enrolado. (colormaq) Fábio/Cléber 26/mar ok

46 Avaliar possibilidade de brasar o acumulador da Vendo no evaporador em aletados OK

47 Melhorar bordo de linha para a pré-montagem do evaporador Vendo Thiago/Elair em andamento

48 Analisar substituição de pinos snap on por grampos na unidade Vendo Fábio/Cléberesperando

clienteem andamento

49 Alterar posição da mesa de pré montagem de evaporadores Segio/Edilson em andamento

50 Colocar rodas na mesa de pré montagem de evaporadores Cancelada

51 Fixar pedras para emendar varetas na mesa de pré montagem de evaporadores Sérgio/Jesiel 03//29 Cancelada

52 Arrumar nova posição para quadro de produção de modelos Cancelada

53 Fazer check das propostas para cada um dos modelos Cancelada

54 Abrir IDEA para eliminar in plates Cléber 01/abr OK

55 Rever a posição e tamanho da mesa de montagem de motor e capacitor Edilson/Elair 01/abr OK

56 Confeccionar uma pedra para a mesa de pré montagem de evaporadores Enderson 05/abr Cancelada

57 Fazer dreno de agua na mesa de esferas para casos de modelos menores de US Edilson 01/abr ok

58 Imprimir POPs provisórios Sérgio/Fransérgio 01/abr Cancelada

59 Estudar e confecionar suporte para EPS Ecohouse Geraldo/Denise 30/abr OK

60Disponibilizar/Identificar 2 caixas de alimentação EPS Ecohouse e local de caixa vazia na

linhaSergio/Geraldo 30/abr OK

61 Confeccionar novas bandejas para linha Segio/Jesiel 15/abr em andamento

62 Transferir apontamento no quadro para Embalagem/recuperação Cleber ok

63Fazer quadro de gestão visual para a revisão (caneta, estilete, fita isolante, corretivo, pente de

aleta, espelho, porta pasta...)Segio/Jesiel em andamento

64 Solicitar novo ponte brasagem e possibilidade de alterar tubulação da linha Cleber/Enderson 31/mar ok

65 Rever trabalho padronizado Vendo, após novas informações (cliente, acumulador...) Enderson/Thiago ok

66 Cadastrar iniciativa da retirada dos in plates no 6+10 (US$ 28.000,00 /ano) Cleber 31/mar ok

65Alterar posição do conformador, retirar da mesa de pré montagem e fazer um suporte

separadoEdilson ok

66 Disponibilizar área para supermercado colormaq e ecohouse Enderson/Thiago ok

67 Retirar ponto de ar da antiga máquina de dobra Enderson/Thiago ok

Kaizen de Trabalho Padronizado

31 Padronizar para alimentadores retirarem caixas vazias e pallets vazios da linha Edson/Beto durante

treinamentoem andamento

Page 90: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

89

APÊNDICE E – MODELO DE POP UTILIZADO PELA “EMPRESA”

Número do POP Procedimento Operacional Padrão

Revisão: nº

Centro: Código do Centro Página: 89 de 91

Descrição do Processo – Descrição do Produto

1. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:

Descrição geral da operação

- Descrição detalhada da operação;

Logomarca da

Empresa

Espaço destinado para

fotos dos produtos e

detalhamento das operações

com imagens.

Page 91: TCC PRODUÇÃO - LEAN MANUFACTURING

90

2. ITENS DE VERIFICAÇÃO:

CARACTERÍSTICO

DE CONTROLE ESPECIF. FREQ. MEIO DE CONTROLE

AÇÃO

EMERGENCIAL

3. PONTOS IMPORTANTES:

– Pontos importantes referentes à segurança e a melhor utilização dos equipamentos;

4. MEIOS PRODUTIVOS:

- Descrição dos equipamentos e ferramentas disponíveis para a realização das operações.

Data da Revisão: Autor: Aprovador: Nível

de Sigilo:

Espaço destinado para detalhamento dos itens a

serem verificados através de fotos e/ou desenhos.