revista a ed. 16

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OUZA ANO 3 - Nº 16 - MAIO/2013 RECURSOS PARA CONSTRUIR PRESÍDIO EM BARREIRAS PODEM RETORNAR PARA A UNIÃO IGNÊS PITTA: LEI PARA PRESERVAR PATRIMÔNIO HISTÓRICO NUNCA FOI COLOCADA EM PRÁTICA INCOMPETÊNCIA POLÍTICA cult revistaa.net BAIANO CHEGA AO TOPO DO MUNDO do Oeste O ‘ciclo de bronze’ franciscano Chico Maleiro: a difícil arte de viver de arte Natural de Santana, Leonardo Rosa viu um companheiro morrer na sua frente antes de enfrentar os últimos 800 metros do Everest, a montanha mais alta do planeta

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Pra você que está sempre na frente

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recursos para construir presídio em barreiras podem retornar para a união

ignês pitta: lei para preservar patrimônio histórico nunca foi colocada em prática

incompetência política

cultrevistaa.net

baiano

chega ao topo do mundo

do Oeste

O ‘ciclo de bronze’ franciscano

Chico Maleiro: a difícil arte de

viver de arte

Natural de Santana, Leonardo Rosa viu um companheiro morrer na sua frente antes de enfrentar os últimos 800 metros do Everest, a montanha mais alta do planeta

Page 2: Revista A ed. 16

Informação,

economia,

política,

educação,

moda,

cultura,

opinião

e muito mais.

O site mais informativo do Oeste da Bahia.

Page 3: Revista A ed. 16

Pra você que está sempre na frente,o site que deixa você ligado o tempo todo.

revistaa.net

Page 4: Revista A ed. 16

4 revis ta da bahia maio/2013

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A velha política da bicicleta de rodinhas

o verbo reclamar, no Oeste Baiano, virou cli-chê. Rotina para as afiadas línguas de seus habitantes. O principal queixume é a letargia dos órgãos estaduais em fazer acontecer na região. O que chega, em sua maioria, são mi-

galhas, normalmente, embaladas em argumentos rasos de que falta orçamento ou projeto ou está alinhada em qualquer outra justificativa, que em nada justifica a falta de investimentos es-taduais e federais na região.

A impressão que se tem, parafraseando Lulu Santos, é que tudo é feito com passos de formiga e sem vontade, ou, na pior das hipóteses, com vontades ocasionais, no embalo de novas eleições, como a que está por vir em 2014. O “I Seminário FIOL: A Bahia quer, o Brasil precisa” realizado no final de abril em Barreiras é prova desta patifaria. As mesmas promessas, com os mesmos personagens de sem-pre. Nada de novo. Apenas a velha bicicleta de rodinhas reformada todos os anos para fazer a criança sorrir. O ponto é que passado um tempo, por melhor que seja a reforma a criança já não cai mais no velho truque e para de sorrir.

Não que a região tenha parado de sorrir, longe disso, mas chega uma hora em que a insistência em se provar que gnomos existem não convence mais. O subgrupamen-to do Corpo de Bombeiros, com sede em Barreiras, para atender à região, funciona em condições precárias e não é suficiente para a demanda. Na edição passada, publicamos reportagem que tratava do tema. Nesta, colocamos o dedo em outra ferida: o caos penitenciário de Barreiras. Dois pro-blemas que sintetizam o grau de esquecimento da região pelos políticos.

Menos mal, no entanto, que não vivemos exclusivamente de velhas bicicletas de rodi-nhas reformadas. Vez ou outra, somos presenteados com his-tórias como a do alpinista Leo Rosa, natural de Santana e que alcançou o ponto mais alto do mundo, o Everest. Uma história de superação, prova da força e da bravura do povo desta re-gião, tão cansado das mesmas mentiras. Leo é capa desta edi-ção especial da revista que vive e respira o Oeste.

Do editor

Ouza Editora Ltda.

DirEtOr DE rEDaçãO E DE artE Cícero Félix (Drt-PB 2725/99)

(77) 9131.2243 e 9906.4554 [email protected]

DirEtOra COmErCiaL anne Stella

(77) 9123.3307 e 9945.0994 [email protected]

EDitOr anton roos

(77) 9971.7341 [email protected]

rEDaçãO ana Lúcia Souza

(77) 8116.9347 / 9923.7054 Gabriela Flores

(77) 9987.2220

SECrEtária DE rEDaçãO Carol Freitas

(77) 8826.5620 e 8105.1215 [email protected]

iLuStraçãO Júlio César

EDiçãO DE artE Klécio Chaves

COnSuLtOria DE mODa Karine magalhães

rEviSãO rônei rocha e aderlan messias

imPrESSãO Coronário Editora e Gráfica

tiraGEm 3 mil exemplares

aSSinaturaS/COntatOS COmErCiaiS Barreiras

(77) 9906.4554 / 9131.2243 / 9123.3307Barra

Helena: (74) 3662.3621Bom Jesus da Lapa

Gisele: (77) 9127.7401Luís Eduardo magalhães

anton roos: (77) 9971.7341 Dávila Kess: (77) 9173.6997 / mônica Zanotto: (77) 9969.9679

Santa maria da vitória marco athayde: (77) 3483.1134 / 9118.1120 / 9939.1224

rosa tunes: (77) 9804.6408 / 9161.3797

Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16 Tel.: (77) 3611.7976 - Centro - Barreiras (BA)

ANO 3 - Nº 16 MAIO/2013

A r.A já obedece a Nova Ortografia da Língua Portuguesa e não se responsabiliza pelas opiniões

emitidas nas colunas assinadas.

www.revistaa.net

editorial

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8 revis ta da bahia maio/2013

17 | a miscellaneanavalha na Carne: Os penitentes de BarraFamília Lima: Chegou a hora de uma revolução nos modos de consumoLançamento: Faculdade lança primeiro periódico científico do oeste Desenrola a língua: por aderlan messiasO personagem: Seu toin, o pescadorFashion Cult: por Dávila KessExclamação: por Karine magalhães

35 | economia & mercadoartigo/inês Coelho: atuação feminina no mercado de trabalhoEmpreendedorismo: rodolfo Soares: De serviços gerais para diretoria de franquia Cais e Porto: todo seu Enxovais Camila: Conforto nos momentos mais simples

40 | entrevista: Ignês pItta Patrimônio histórico de Barreiras em decadência

44 | segurança188 presos fogem da cadeia de Barreiras. E daí? Qual é a surpresa?

48 | capa Leonardo Rosa: no topo do mundo

53 | um lugarrui rezente: Cachoeira do Estrondo

54 | cultarte: a difícil arte de viver de arte no oesteEscultura: Deocleciano Oliveira e o ciclo de bronze franciscano Literatura: a redenção do humorista tristeagenda: O Faroeste deum jovem à frente do seu tempoGelo, Limão e açúcar: por tizziana Oliveira

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revista a [email protected]

canais

Vergonha!“É uma vergonha ver o Corpo de Bombeiros do Oeste da Bahia no estado em que se encontra. É lamentável que não haja o mínimo de condições para um trabalho bem feito. Vi a matéria que vocês publicaram no site sobre o incêndio que aconteceu no centro da cidade e não me espantou a demora para

conter um acidente que poderia ser controlado rapidamente. Tomara que as autoridades tomem atitudes, porque do jeito que está não pode ficar! Parabéns à r.a pela competência e pela coragem de trazer um texto desse nível! Estou ansiosa pelas próximas edições!”Marta guimarães

“Fiquei impressionado com a postura do governo municipal em “maquiar” as ruas com asfalta por onde ia passar o governador Jaques Wagner no evento da FIOL. Era pra deixar pra ele ver mesmo a situação de nossa cidade. Soube até que ele ia inaugurar a nova sede do Corpo de Bombeiros. Só era o que faltava! O caminhão que os bombeiros tem aqui tá quebrado há mais de um ano, como a r.a publicou. Não sei quem é mais cara lisa, o governo estadual ou o municipal. Precisamos de mais matérias assim. Parabéns!”antônio Marco

Filme sobre as carrancas“Levando a nossa cultura para o mundo todo!! Valeu primo e toda a equipe!!! Parabéns!!!”Rosa tunes, de Santa maria da vitória (Ba)

“Menino do Cinco é bem massa, mal posso esperar pelo das carrancas!”suzana Matsuda

“A revista apresenta um um layout dinâmico, diferente, atual e diferente das que eu já li até hoje. Parabéns!”Maria guilhermina

Editoria“Alto nível editorial. Estava faltando no Oeste.”antonio Fernando de Oliveira

Coluna Gelo, Limão e Açúcar“Parabéns guria! Conteúdo e material de primeira classe”.Regis Barboza

leitor

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12 revis ta da bahia maio/2013

caiunarede

imPrESSÕESanton Roos

COLCHa DE rEtaLHOSCícero Félix

DESEnrOLa a LÍnGuaaderlan Messias

GELO, LimãO E açÚCartizziana Oliveira

FaSHiOn CuLtDávila Kess

EXCLamaçãOKarine Magalhães

Colunistas

BiBliotecA no mArAsmoÚnica biblioteca pública do município de Barreiras funciona em espaço inadequado e é pouco visitada por falta de atrativos. Tag: biblioteca

12/04 duplicação em lem e projeto em barreirasDNIT começa obras de duplicação da BR 242/020 no trecho urbano (detalhe no infográfico) de Luís Eduardo Magalhães e prefeitura de Barreiras recebe autorização do órgão para realizar estudos para fazer obra similiar no município e novo contorno, conforme esboço do infográfico acima. Tag: duplicação

10 e 23/04

Psicopedagoga adota robótica para estimular aprendizado no ensino Fundamental e Médio

Tag: robótica

09/04

Jovem escritor de 21 anos de idade lança terceiro livro em Luís Eduardo Magalhães.

Tag: escritor

12/04Mato-grossense Michel

Teló diz que onda sertaneja ainda vai

durar muito.Tag: teló

25/03No menu Infográficos

você confere os ensaios de moda que marcaram dois anos

da r.a.

01/04

Razia pilota no Gran Turismo enquanto

ainda sonha com a F-1.Tag: razia

29/04

Tradição de encomendar

almas atravessa séculos

Tag: encomendar

07/04

PAi e filho vencedoresCom apenas 17 anos, Pedro Henrique Costa (D) conquista o Rally Transbahia 2013 na categoria quadriciclos. Seu pai, Paulo Henrique, ficou em quarto lugar. Tag: transbahia

17/04

o Projeto

Veja abaixo indicações de onde acontecerão as obras dos contornos viários e as duplicações nos trechos urbanos das BRs 020/242 e 020/135. As obras incluem também trechos das BAs 447 e 445.

Projeto prevê duplicação dos trechos das BRs no

perímetro urbano

Entrocamentos que também dependem de EVTEA

SÃO DESIDÉRIO

CATOLÂNDIA

RIACHÃODAS NEVES

ANGICAL

LUÍSEDUARDO

MAGALHÃES

BARREIRAS

Saída para Salvador

Estrada que vai para o aeroporto

de Barreiras Ponte em construção

BRs 020/135

BR 135

BR 135

BA 455

BA 447

BR 242

BRs 020/135

Contorno SulObra depende do Estudo de

Viabilidade Técnico, Econômico e

Ambiental (EVTEA)

Contorno NorteObra prestes a ser concluída, mas a BA 447 ainda precisa passar por reforma para suportar peso do tráfego de carretas

revistaa.net

LEM

Encontre a notícia Digite a tag na ferramenta de busca do site para localizar sua informação.

Colaboração do internautaEnvie uma foto, sugestão de pauta, comentário. Participe! Você faz a notícia.

Page 13: Revista A ed. 16

maio/2013 revis ta da bahia 13

abordo

Veja outras fotos em www.revistaa.net

vaqueirosdo asfaltoSaindo da BA 172 à direita, entre Santana e Santa Maria da Vitória, chega-se a Canápolis, pequena cidade cravada nas serras da Bacia do Rio Corrente. A figura do vaqueiro, com chapéu e gibão de couro a tanger o gado, tem se tornado cada vez mais rara. O cavalo deu lugar às motocicletas e os animais dividem a pista com os carros.

c.f

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14 revis ta da bahia maio/2013

euquero

decorarcOm estilOO novo showroom da Sierra, na Design Center, é uma tentação. Do clássico ocidental aos elementos do oriente, os objetos renovam qualquer ambiente. design center (77) 3612.4140 / 3628.5338

Page 15: Revista A ed. 16

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16 revis ta da bahia maio/2013

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miscellaneaeventos, design, tendência, moda...

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Navalhana carne

Penitência com autoflagelo em Barra passa de pai para filho e é inspirada no sofrimento de Jesus Cristo.

penitentes e encomendadeiros de almaApós penitentes pedirem bênção a Geraldo Vieira dos Santos, líder do grupo “Lamentação das Almas”, eles iniciam a autoflagelação que só se encerra quando a anágua e o lenço sobre a cabeça ficam enxarcados de sangue ou quando o relógio marca meia noite da Sexta-feira da Paixão

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18 revis ta da bahia maio/2013

miscellanea

Durante o percurso é a oração do Pai Nosso que dá ritmo à peregrinação. O autoflagelo é costume passado de pai para filho. Vestidos com anáguas brancas e lenços sobre a cabeça, os penitentes

de Barra percorrem as margens do Rio São Francisco até entrar na cidade, rezando pela alma dos mortos e casti-gando as costas nuas com afiadas navalhas por 12 esta-ções. “Queremos sofrer o mesmo que Jesus sofreu”, revela João Vitorino, penitente há 33. “Nós, os vivos, nos alimen-tamos de comida. Mas quem morreu se alimenta da reza. Por isso é importante o que fazemos: a penitência”.

João aprendeu o ofício com o avô, já falecido. Tinha 16 anos na época. Hoje é o líder do grupo de penitentes que, todo ano durante a Semana Santa, cumpre com a tradição. “É graças a Deus, às almas e sagradas chagas de nosso senhor Jesus Cristo”, diz. Quem faz uma vez precisa repetir o flagelo pelo menos nos próximos seis anos. A penitência é sempre feita em múltiplos de sete. Ou sete ou catorze ou vinte e um. “Se uma pessoa estiver viva ninguém pode fazer a penitência por ela”.

O ritual é seguido à risca. Não pode haver interferência externa. “Se errar um Pai Nosso a navalha corta mais fun-do, rasga mais”, explica. Além daqueles que flagelam as costas com as lâminas afiadas, também são penitentes os encarregados de limpar o sangue e dar água de beber para os que seguem o ritual. As marcas deixadas pelo corte das navalhas podem demorar até 15 dias para sarar. Depende da pele. Da pessoa. Do tempo de penitência. “Eu mesmo levo 15 dias para sarar, não é brincadeira”, diz João.

Outros três irmãos de João tam-bém participam da tradição. Herança do pai, já falecido. “No leito de morte ele pediu pra gente terminar a peni-tência dele e levar um jarro de água no túmulo”, lembra João. “Ele morreu com sede”, diz, reiterando que o pe-nitente costuma beber muita água durante o cortejo. É como uma purifi-cação. Pra limpar as impurezas. A pe-nitência é pra toda vida. João diz que só para o dia em que os braços não tiveram mais forças. “Sou penitente com a graça de Deus”, finaliza.

Se você quer ouvir música de qualidade, não pense que fi-cando sentado no sofá isso vai acontecer. Os áureos tem-pos do LP e do CD são parte do passado. A internet é hoje, possivelmente, o maior reduto para se encontrar música de

qualidade no mundo. Tanto é que prestes a completar 20 anos de carreira, a Família Lima apostou na mistura entre o virtual e o físico no seu último lançamento, de 2011, com faixas lançadas no velho formato em CD e outras disponibilidades exclusivamente no ambien-te online. O grupo que chegou a ser Disco de Platina com seu álbum de estreia em 1997, hoje parece não se preocupar se sua música tem ou não tocado nas rádios de todo país. “Nosso foco sempre foi a música. Tanto é que temos uma filosofia de maratonista e não de 100 mts rasos. Sabemos que nosso estilo musical nem sempre vai se encaixar com o que está rolando na mídia”, revelou a banda, na passagem que teve por Luís Eduardo Magalhães, no final de março deste ano. Confira os melhores trechos da entrevista.

A mudança na forma de se comercializar música nos dias de hoje, influencia no fato de a gente ver, cada vez mais, sucessos momen-tâneos e sem nenhuma ou pouca representatividade? O Brasil e o mundo vivem uma crise de identidade musical?

Primeiro, a gente precisa entender que a velocidade com que tudo acontece é muito grande. Hoje, a gente tem cada vez mais ferra-mentas que possibilitam a uma pessoa talentosa compor, produzir, gravar, mixar e até distribuir sua música do próprio quarto. Isso é precioso. Claro, que se você ficar sentando no sofá vai chegar menos

fotos: divulgação

Em Barra, na região do médio São Francisco, no período da Semana Santa um grupo de homens reza em memória dos mortos e pelo perdão dos pecados do mundo, enquanto castiga as costas nuas com o corte de afiadas navalhas. texto ANTON ROOS foto RUI REZENDE

Chegou a hora de uma revolução nos modos de consumo

MÚSICA

texto ANTON ROOS

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maio/2013 revis ta da bahia 19

MÊS DAS AUDIÊNCIAS EM BARREIRAS

uFoBa, tÁlio, transportes pÚBlicos: muitaS PErGuntaS,POuCaS CErtEZaS

Abril foi mês de audiências públicas na região oeste. A implantação da Universi-dade Federal do Oeste Baiano (UFOBA) passou pelas cinco cidades que receberão campus: Barra, Bom Jesus da Lapa, Santa Maria da Vitória, Barreiras e Luís Eduardo

c.félix

variedade. Mas se você sentar na frente do teu computa-dor e pesquisar um pouco, vai perceber que existem infi-nitas coisas sendo feitas musicalmente e de extremo bom gosto. Tá na hora de haver uma revolução no consumo da música. O ouvinte precisa se reciclar. Se você quer uma coisa diferente, vai ter de buscar, passou o tempo que a gente esperava os bons lançamentos chegarem até nós.

Qual a opinião de vocês sobre a sintonia existente entre o clássico e a pegada clássica do rock (bateria, baixo e guitarra pulsante)?

Essa mistura funciona até mais do que muitas pesso-as imaginam. O Andreas Kisser, do Sepultura, que é um grande amigo nosso incluiu um trecho da nona sinfonia de Bethoven no último disco deles. A gente já faz isso há um bom tempo. A primeira vez, talvez tenha sido no nosso disco comemorativo de dez anos quando gravamos “Kashmir” do Led Zeppelin. Na música de trabalho do nos-so último álbum levamos o riff da guitarra para o violino pra ver como poderia funcionar. Tem muita coisa de Muse, de Radiohead. Foi um experimento que a gente gostou bastante e a resposta do público foi muito legal também.

Desde 2012, a música se tornou parte obrigatória dos currículos escolares no país. Qual a opinião de vocês a respeito?

É fantástico! A nossa apreensão é tão somente como será a aplicação da lei e como isso vai chegar nas escolas. Mas, o fato de existir uma lei como esta é maravilhoso. Pessoas mais bem educadas musicalmente, vão se tornar ouvintes mais exigentes. Além disso, tem infinitos estudos que associam o ensino da música na infância com desem-penho em inúmeras outras áreas de conhecimento, como a matemática. Todo mundo tem a ganhar com isso. Às ve-zes, pela arte não ser algo necessário para a subsistência do ser humano, ela é deixada de lado, o que na verdade não deveria acontecer, já que ela traz benefícios muito maiores que o simples entretenimento.

FamÍlia limaGrupo diz não se

preocupar se sua música está tocando ou não

nas rádios do País: “Nosso foco sempre foi

a música. Sabemos que nosso estilo musical nem

sempre vai se encaixar com o que está rolando

na mídia”

Magalhães. A boa notícia é que a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que cria a universidade. A proposta seguiu para o Senado. Na Ufoba, serão oferecidos 35 cursos de graduação, que deverão atender a 7.930 estudantes.

Em Barreiras, o reajuste na tarifa do transporte público lotou o plenário da Câmara de Vereadores. A audiência se deu após o Ministério Público do Estado da Bahia determinar a retirada do projeto de Lei 002/13, de autoria do Executivo, que autorizava o reajuste da tarifa de transporte coletivo de R$ 1,80 para R$ 2,15 a partir de abril e R$ 2,20 a partir de setem-bro. A decisão foi resultado de inquérito instaurado para apurar irregularidades na prestação de serviços de transporte coletivo no município.

A extração do Tálio também foi tema de audiência e casa cheia na casa de leis de Barreiras. O que se viu durante o deba-te é que a exploração dos 44 mil hectares do valioso minério tálio no Oeste baiano ainda depende de muitas explicações e esclarecimentos.

costelão COm uma tOnELaDa E mEia DE CarnE

EVENTO

Uma tonelada e meia de carne, 100 costelas bovinas assadas no tradicional estilo gaúcho e um público estimado em 2,7 mil pessoas no 9º Costelão de Luís Eduardo Magalhães, almoço beneficente realizado pela três lojas maçônicas da cidade. A festa, realizada no primeiro

domingo de maio, ocorreu no Centro de Eventos Nossa Senhora Aparecida. O valor arrecadado com a venda de ingressos será doado para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Conse-lho Comunitário de Apoio à Segurança Pública de Luís Eduardo (Conseg-LEM) e Comunidade São José, do bairro Santa Cruz. Lá, a maçonaria auxilia a geração de renda através da criação de uma fábrica de fraudas infantil e geriátrica. “O costelão é uma reunião familiar com objetivo de ajudar o próximo”, disse Claudio Cardoso, organizador do evento.

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20 revis ta da bahia maio/2013

i seminário Fiol: palanque político e protestos contra o governo

EVENTO

miscellanea

2014 não será só o ano em que o Brasil voltará a sediar uma Copa do Mundo, depois de 64 anos. Se depender das promessas políticas, será também o ano em que os trilhos da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), vão entrar nos eixos. O discurso é o mesmo. Tanto o governo estadual quanto o federal dão como certa a conclusão das obras no trecho entre Barreiras e Caetité da ferrovia em dezembro de 2014. A obra orçada em R$ 7 bilhões e com mais de 1.527 quilômetros de extensão vai permitir a ligação entre o oeste do estado, na divisa com o Tocantins, ao Porto Sul, em Ilhéus.

Até este dia chegar e indiferentes as intenções de deputados, ministros, governadores e presiden-tes, há quem se pergunte e proteste, a exemplo do que aconteceu no I Seminário da FIOL: “A Bahia quer, o Brasil precisa”, no final de abril em Barreiras. Educação, anel viário, saneamento básico, presídio, corpo de bombeiros são apenas alguns dos itens que sempre ficam sem resposta. Um estudante que protestava em silêncio durante os discursos, resumiu a sensação de descaso do governo estadu-al: “A educação está fechando as portas”.

O curso de Direito da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB) lançou no mês de abril a Revista Campo Jurídico, em versão im-pressa e eletrônica. A proposta é incentivar e fomentar a pesquisa no curso para que os acadêmicos se envolvam e escrevam artigos. “É aberta à participação de pesquisadores do Brasil e do mundo”, explicou a coordenadora do curso de Direito, Cristiane Pacheco. A revista terá periodicidade mensal e irá abranger também as áreas de direito agroambiental, porque atende à região que vive do agro-negócio, e a teoria do direito. O conselho editorial tem representan-tes do Reino Unido, Argentina, Itália, Espanha, Portugal.

“É um projeto ambicioso. Uma novidade que precisa ser acessa-da e divulgada”, disse o professor Ricardo Mena Barreto, editor--chefe da revista. Para o diretor acadêmico da Fasb, Marden Lucena, este lançamento representa um marco para a instituição. “Um projeto inédito com o selo do curso de direito da FASB. É motivo de orgulho em um momento em que estamos celebrando 14 anos da faculdade e 12 anos do curso de Direito”.

EM BARREIRAS

FaCuLDaDE Lança PrimEirO PErióDiCO CiEntÍFiCO DO OEStE

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maio/2013 revis ta da bahia 21

Page 22: Revista A ed. 16

22 revis ta da bahia maio/2013

Desenrola aderlan messias Professor universitário, licenciado em Letras Vernáculas,

bacharel em Direito e especialista em Psicopedagogia

CONECTADOfacebook: [email protected]

e-mail: [email protected]

por aderlan messias

de que vale a prática da leitura?

fazer uso da linguagem escrita para se comuni-car não tem sido tarefa fácil para boa parte dos usuários da Língua Portuguesa. Escrever requer

cuidado, atenção. Mais que isso: organização de ideias. O sistema educacional brasileiro tem se preocupado, e muito, com esta questão, por isso tem buscado alternativas que auxiliem o discente a escrever cada vez mais de forma co-esa e coerente.

A coesão e coerência, segundo a ótica de tantos autores da linguística textual, são fatores de textualidade cruciais para o resultado eficaz de uma mensagem escrita. Sem eles não há possibilidade nenhuma de compreensão de texto. Fávero, em seu livro “Coesão e Coerência textuais”, tem apontado para o leitor que a deficiência na produção escri-ta perpassa pelo aspecto cognitivo, ou seja, a competência textual só é possível se o sujeito tem a prática da leitura.

Escrever um bom texto não necessita efetivamente de dicas, como relata Garcez no livro “Técnicas de Redação: o que é preciso saber para bem escrever”. Elas, de nada valem se o falante não tiver o hábito da leitura. Ler ativa o cérebro no registro de informações que, numa situação de comunicação escrita, busca em seus arquivos mentais o conhecimento prévio. Fávero denomina elemento de coe-rência este processo cognitivo.

Várias pesquisas têm apontado as fragilidades de compreensão e o escasso hábito de leitura en-tre universitários como responsáveis, em grande parte, pelo resultado negativo nas avaliações, vez que neste nível as grades curriculares dos cursos, nas suas mais diversas áreas do saber, existe uma quantidade de conteúdos complexos que sem lei-tura o acadêmico encontra dificuldades em cumprir com as atividades propostas e, consequentemente, terá seu desempenho comprometido.

“− O referêncial [sic] está pronto, professor! Depois encaminharei via e-mail os demais textos.” Respirei fundo e retornei a mensagem sem perder de vista a correção da palavra “referêncial [sic]” para referen-cial. Quantas e quantas vezes não vemos em textos equívocos acerca da grafia de alguns vocábulos? Claro, sem o exercício da leitura a nossa máquina fotográfica – que é o cérebro – não registra como as palavras de fato são escritas, pois ela sequer foi acionada. Tem sido assim entre um parágrafo e ou-tro; entre um sujeito e outro. Torna-se tão comum estes erros que, muitas vezes, entramos em choque e não sabemos mais quem está certo.

Já passa das duas da manhã e eu aqui traba-lhando incansavelmente nas correções de provas e textos. Acredito que professor de português sempre tem uma carga maior de responsabilidade, pois é na sua disciplina que ele tem a missão de auxiliar o aluno a melhor organizar suas ideias e, conse-quentemente, estruturar seu texto. Nada disso seria necessário se a leitura fizesse parte do dia a dia de nossos estudantes.

Vejo que não tem sido fácil lidar com a linguística textual, pois ela exige do sujeito construção de tex-tos e o que vemos em sua maioria é um aglomerado de enunciados que não apresenta conexão entre as partes, comprometendo, desta forma, a construção de sentido.

É possível dizer que o desenvolvimento das habi-lidades de leitura e redação proporciona ao indiví-duo a construção das estruturas mentais cognitivas e o seu aperfeiçoamento à “leitura de mundo”, de sua interpretação diante da realidade que o cerca.

Além disso, parte de uma sociedade em que a capacidade de processamento de informações dei-xou de ser apenas habilidade intelectual e passou a configurar-se como um mecanismo de sobrevivên-cia econômica, o indivíduo que não tem a prática da leitura e escrita, consequentemente está destinado à marginalização pessoal, profissional e social.

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maio/2013 revis ta da bahia 23

A sombra parece estratégica. A depender do raio de visão, esconde os traços da pele escura do homem que está sentado numa pequena banqueta, logo em frente ao portão de casa. Uma árvore, imponente, serve de escora e dela ouve-se apenas o chacoalhar das folhas tocadas pela brisa da meia-tarde. Seu Toin não tem pressa.texto ANTON ROOS foto C.FÉLIX

Concentrado, o homem de costas nuas, vestindo uma velha bermuda e um surrado chinelo ignora o barulho do bar ao lado. Com agilidade e movimentos quase que perfeitamen-te sincronizados, logo transforma o emaranhado da fiação

branca em quadriculados perfeitos. O que está a fabricar é o seu futuro instrumento de trabalho, seu ganha pão. Sua rede de pesca.

O nome de batismo é Antônio Augusto, mas esse é só um detalhe. No dia-a-dia do rio, das águas do Rio Grande e do velho Chico, aquele

miscellanea

O personagem

Seu toin,o pescador

homem de pele escura é apenas Toin, pai de três filhos, 46 anos e desde 1986, um pescador, como tantos outros as margens do rio que dá vida à Barra, distante 336 quilômetros de Barreiras. A profissão e a arte de tecer sua própria rede de pesca, diz ter aprendido ainda no transitar do menino para o homem, observando os mais velhos.

− Até você olhando aqui aprende, moço!Toin não quer se desconcentrar. Não tira os olhos das mãos e da fiação

que vai ganhando a forma almejada, perfeita para abraçar os peixes e não deixá-los mais escapar. Ele as chama de “braças”. Jargão de pescador. Em Barra, segundo ele, na colônia de pescadores são 2.500 que vivem do pescado. Como é início de fevereiro, ainda tem tempo até a pesca estar novamente liberada. Toin só colocará sua jangada de volta nas águas do rio, em 1º de março. Antes, é proibido.

O trabalho de fabricação de uma rede de pesca dura em média 15 dias. Depende de quantas braças for fazer, diz com sabedoria o pescador do Rio Grande. A que está a produzir já passa das 200. É pra garantir a tempo-rada inteira. Sem correr riscos, principalmente das piranhas, que segundo Toin, são muitas e fazem um estrago danado.

− Todo ano tem de fazer uma rede nova. As ‘piranha’ come muito.O estrago às vezes tem conserto. Dá pra remendar e continuar o pes-

cado. Garantir o sustento e se virar no período da piracema. Ser pescador não é fácil. É quase uma releitura do “um por todos e todos por um”, dos Três Mosqueteiros, com o adendo de não existirem três mosqueteiros, mas sim, toda uma colônia e inúmeras famílias que dependem disso. Por isso que cada pescador faz sua própria rede. Mandar fazer sai muito caro. Não vale a pena. Ser pescador é estar em plena comunhão com o rio, com os peixes, com o seu instrumento de trabalho. Rede de pesca é o pescador quem faz.

− Se for pra você pagar fica mais caro e não vale a pena. Cada quilo você paga R$ 50 reais. Não dá.

Toin continua. Logo, logo ele será como o personagem de Caymmi, “um pescador com dois amor, um bem na terra e um bem no mar”, no caso dele, um bem no rio, no Rio Grande. Boa pescaria Seu Toin. Que a Rainha das Águas esteja contigo.

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24 revis ta da bahia maio/2013

Fashion Cult Dávila kessÉ estilista por formação, graduada em Design de Moda

e pós-graduada em Moda: Produto e Comunicação. Atualmente trabalha na Agência IMMAGINE.

CONECTADOfacebook: agenciaimmagine

site: www.agenciaimmagine.com.bre-mail: [email protected]

por dÁvila kess

oinverno ainda não chegou à nossa re-gião, contudo os lojistas já se preparam para as compras da estação mais comer-

cial das temporadas de moda: o verão. Como nós já sabemos, para a nossa região o verão é pratica-mente durante todo o ano. Sendo assim, o que foi desfilado nos últimos Previews Verão 2014 (São Paulo Fashion Week, Fashion Rio, Minas Trend Preview e Dragão Fashion) pode ser facilmente incorporado ao nosso guarda-roupa a qualquer momento.

Para que uma tendência de moda venha a cair no gosto popular, geralmente esta mesma trend deve ser uma constante em algumas temporadas. Isso é o que acontece com a moda da “barriguinha de fora”, sempre incorporada a uma peça hit, nesta estação a bola da vez é o bustiê.

A peça surgiu na década de 50 e foi muito usa-da entre as pin-ups, voltou com força nas décadas de 80 e 90 e nesta temporada os bustiês foram vistos nas passarelas em todas as semanas de moda no mundo todo.

Esta moda surgiu novamente no Brasil no verão 2012 e teve como sua musa a Suelem (Isis Valver-de) de Avenida Brasil. No Verão 2013, a tendência veio com mais força e teve como hit os croppeds e mesmo sendo um sucesso nas passarelas o que se viu nas ruas foi uma resistência dos consumi-dores. Porém nesta temporada a trend surge mais uma vez e com força total e é destaque em todas as grandes marcas nacionais e internacionais, tendo o bustiê como peça-chave para incorporar esta tendência de maneira elegante e sofisticada.

A peça é sexy, ousada e bem feminina, pede um visual mais comportado, com a utilização de bottons cintura alta, apenas deixando aparente uma faixa da pele na área do estômago e nada de umbiguinho de fora. Sua modelagem é bem similar a de um sutiã e sua utilização é ideal para mulheres que estão em dia com a academia.

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tendência Verão 2014:bustiê Retrô

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Exclamação karine magalhãesConsultora de moda, trabalhou na renomada Maison Ana

Paula e nas lojas Rabo de Saia, Chocolate, Mary Zide (todas em Brasília) e também em cerimoniais com Cristina Gomes.

Atualmente, presta consultoria à Maison Caroline.

CONECTADOfacebook: karine.beniciomagalhaes

e-mail: @ituau_Karine

por karine magalhães

Paris Fashion Week Coachela 2013

Lançamento Adoro Moda Blog

Setterschic!

Gente é para brilhar! Selecionei looks cool que chamaram minha atenção no Festival de Arte e Música coachela 2013 em Índios na Califórnia EUA. O Street style paris Fashion Week mostra a diversidade de estilos. Outro destaque vai para a festa de lançamento do “adoro moda Blog” de Carol Souza. Aqui é só um menu do que tem na coluna exclama-ção online - www.revistaa.net/exclamação.

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Ming Xi, Elena Perminova, Anna Dello Russo e Christine Centenera

Marquinhos, Roberta Céu, Carol Souza e Carla Cavalcante

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modaZhagaia

Estilo e elegância da loja que veste o homem moderno e urbano para todas as ocasiões.foto C.FÉLIX

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FICHA TÉCNICAROBERSON SCHNEIDER modelo//

SOCORRO zHAGAIA produção/looks//

C.FÉLIx fotografia//

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loja//

zHAGAIA MENSWEARBarreiras

Rua Profª guiomar Porto, 145 Pça. Castro Alves

(77) 3611.8270

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Luís Eduardo Magalhães Rua Clériston Andrade, Qd. 19, Lj. 16

Centro (77) 3628.5914

Vitória da Conquista Shopping Conquista Sul (77) 3083.9493

Site: zhagaia.com.brFacebook: Zhagaia Menswear

Use o QRCode para ver outros ensaios e conhecer a loja

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maio/2013 revis ta da bahia 35

economia&mercadocarreiras, consumo, negócios, gestão, etc.

ARTIGO

atuação Feminina no merCado de trabalhotexto INÊS COELHO*

conforme o portal do governo federal, a mulher brasileira vem aumentando sua participação no mercado de trabalho no Brasil nos últimos anos.

Contribui para isso o aumento da escolaridade feminina, a redução do número de filhos nas famílias e as mudan-ças nos padrões culturais, que estimulam as mulheres a trabalhar. Mas, apesar de ser maioria da população e ter mais tempo de estudo, as brasileiras ainda são minoria no mercado de trabalho e ganham menos que os homens, em média, de acordo com o IBGE.

Nas grandes empresas a desigualdade é reveladora. Me-nos de 14% dos cargos de diretoria das 500 maiores em-presas do Brasil são ocupadas pelo sexo feminino.

Também demoram mais para serem promovidas. Além disso, ainda de acordo com o IBGE, a participação das mu-lheres chega a 45,1% nas microempresas, contra uma mé-dia de 31,8% nas médias e grandes.

Em relação aos salários, as mulheres obtêm renda anual média de R$ 1.097,93, enquanto os homens atingem R$ 1.518,31, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Em-prego (PME) do IBGE. A diferença ocorre mesmo quando a mulher tem 11 ou mais anos de estudo. Quando os profis-sionais têm curso superior, os homens chegam a ganhar cerca R$ 1.653,70 a mais do que elas.

Há menos de cem anos, a mulher não tinha direito a voto no Brasil. Hoje, já ocupa a Presidência da República. Em pouco tempo, o dito “sexo frágil” ganhou seu espaço na sociedade e destaque no mercado de trabalho.

A mulher brasileira é uma profissional que, além do tra-balho, administra sua casa e, não raro, estuda e encontra tempo para atividades de esporte e lazer. Segundo Luiz Guilherme Brom, doutor em Ciências Sociais e superinten-dente institucional da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap-SP), apesar de ter entrado em massa no mercado de trabalho, na virada da década de 1980 para

1990, a mulher não deixou de se desvincular das atividades do lar, ainda que com a ajuda de profissionais especializa-dos, como a empregada doméstica.

A luta é antiga e as empresas vão paulatinamente per-cebendo as vantagens de contar com as mulheres em suas equipes de trabalho e, ainda mais, em posições estraté-gicas de liderança. Segundo vários estudiosos da área de recursos humanos, as mulheres, quando numa posição de liderança, têm mais facilidade em perceber que homens e mulheres podem ser igualmente eficientes. Aí também são apontadas algumas vantagens na contratação de uma mulher:

São persistentes numa negociação; * trabalham bem em equipe; * fazem bom planejamento a longo prazo; * administram bem os detalhes;* conquistam mais facilmente a confiabilidade e a cre-

dibilidade junto aos clientes;* aprendem mais facilmente a captar e lidar flexivel-

mente com as necessidades de clientes exigentes, etc.Nas palavras do renomado Professional Coach Wagner

Campos, “tanta determinação, dedicação, energia e pró--atividade das mulheres se deve a séculos de batalhas das quais não participamos com o mesmo empenho. Lutas es-tas em busca de espaço, respeito e dignidade. O resultado destas conquistas femininas não envolve valor financeiro, mas um valor inestimável: seu amor próprio. É gratificante reconhecer que, em meio a tantas batalhas que se fize-ram necessárias para essas conquistas, as mulheres ainda mantêm consideração pelos homens e não propõem como maior objetivo superar o sexo masculino, e sim apenas des-frutar igualitariamente do mesmo espaço!”.

Felizmente, todos hão de concordar que as mulheres, ao longo desta caminhada por reconhecimento no mercado de trabalho, têm deixado de lado o feminismo ou quaisquer outros indesejáveis “ismos”, para, de fato, valorizar e con-servar sua inerente feminilidade e força.

Quem imaginaria! Têm sido principalmente elas, as his-toricamente subjugadas mulheres, a perceber e reforçar em todos os âmbitos, o valor inegável da virtuosa e imprescin-dível parceria homem & mulher.

*Inês Coelho é Coach Life & Executive com Certificação Internacional In Coaching-ICI -RJ /Psicopedagoga e Mestranda em Ciências da Educação no Distrito Federal (Brasília)

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A história de Rodolfo se confunde com a de muitos funcionários das 620 lojas da rede de Óticas Diniz em todo o território na-cional. Com uma trajetória de 20 anos, o incentivo à franquia é um privilégio dado apenas para quem já é da casa. Meta para

difundir a cultura da empresa. Por indicação Rodolfo começou a trabalhar no grupo quando morava em Brasília. “Comecei trabalhando em serviços gerais, era boy da loja, fazia serviço de banco e era motorista”, relembra.

Foi justamente fazendo de tudo um pouco que Rodolfo adquiriu a con-fiança da empresa. Passou a trabalhar no estoque de lentes, depois com vendas e num intervalo de tempo de oito meses se tornou gerente. Após um ano e oito meses foi promovido a supervisor de lojas do interior do Piauí e do Maranhão durante quatro anos. Foi quando surgiu a opor-tunidade de abrir o próprio negócio em Barreiras onde, há dois anos, comanda duas lojas e 12 funcionários.

O sucesso alcançado parece não ter limites. Rodolfo quer mais. Sonha em expandir a franquia pela região. Para ele, o Oeste baiano pode com-portar até seis lojas. O entusiasmo flagrante está nos olhos e na ponta da língua. “Tem que buscar o novo, o diferente, especial, sair do tradicional, buscar novas formas de mídia. Atrair um cliente que não tenha tanta preocupação na qualidade visual. Não só clientes que já usam óculos, mas também aqueles clientes que nunca usaram, gerar uma curiosidade para o uso de óculos, fazer um atendimento diferenciado”.

Sem reservas, ele admite qual foi o segredo adotado para conseguir se tornar um empreendedor. “A humildade é a chave de qualquer negócio. Você é visto não pelo que você recebe para fazer, e sim pelo que você faz e deve fazer com carinho e amor. Com humildade você consegue ir mais longe. O resto se consegue”. Existe uma diferença entre gerir o negócio dos outros e o próprio. Isso Rodolfo sabe como ninguém. “O segredo não tá em vender, está na compra. Não adianta apenas fazer uma mídia bem feita, quando o cliente chega na loja você tem que fazer o diferencial também, não só querer um cliente a mais. Se o cliente entra, ele tem que ser atendido de uma forma totalmente diferente para voltar sempre”.

No entanto, a superação dos desafios só veio a partir do momento em que Rodolfo conseguiu detectar os pontos em que estava errando. “Eu tinha consciência de que poderia dar certo porque as outras praças de-ram certo. Era um pensamento muito imaturo no início, empolgação para viver o novo. Depois medi os passos e, graças a Deus, no momento em que descobri o erro, ainda dava para ser corrigido. Senão eu seria mais um a fechar as portas”, finalizou.

economia&mercadoSUCESSO

de serviços gerais para diretoria de franquia

Há oito anos, quando conheceu o grupo das Óticas Diniz, talvez Rodolfo Soares do Nascimento nem imaginasse que sua vida mudaria tanto em tão pouco tempo. Ele virou dono do próprio negócio e já administra duas lojas da maior rede de óticas do Brasil.texto ANA LÚCIA SOUzA foto C.FÉLIx

rodolFo soares“A humildade é a chave de qualquer negócio. Você é visto não pelo que você recebe para fazer, e sim pelo que você faz e deve fazer com carinho e amor”

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CAIS & pORTO Av. Presidente Vargas, 483 - Centro -

Barreiras (BA) (77) 3612.4812 / 3613.0970

E-mail: [email protected]

Referência no ramo de bar e restaurante há 23 anos, o espaço mais charmoso de Barreiras agora é exclusivo para a realização de even-tos. Com capacidade para até 400 pessoas

sentadas e 1000 em pé, o Cais & Porto está aberto para os mais variados acontecimentos: casamento, aniver-sário, baladas, shows, workshop, oficina, treinamento, café da manhã, almoço, jantar, festas privadas.

O Cais & Porto é composto por dois ambientes. Um mais aberto com palco, espaço gourmet e camarote; e o outro salão mais fechado e intimista. Ambos os espaços são climatizados e dispõem de isolamento acústico.

Além da tranquilidade à margem do Rio Grande, o Cais & Porto oferece ainda para seus clientes os concei-tuados serviços que sempre foi a marca da casa. “Todos os equipamentos que serviam ao bar e restaurante es-tarão a disposição dos clientes, como som, iluminação, freezers, cozinha, mesas, cadeiras, material de buffet, etc. O contratante não precisará recorrer a outras em-presas por esses serviços. Isso sem falar que temos a opção de oferecer também todos os serviços de atendi-mento de uma cooperativa formada por nossos ex-fun-cionários”, disse o proprietário Maurício Motta, acres-centando que a casa também oferece aos contratantes a possibilidade de aquisição de bebidas e demais itens de festa negociados a preço de atacado local.

“A casa atende a todas as exigências legais de se-gurança. Além do fácil acesso no centro da cidade e tem sem dúvida a mais agradável vista das margens do Rio Grande. Programe a sua festa e venha fazer com a gente”, convida o proprietário.

economia&mercado

cais & portotodo seu

Cidade ganha nova casa para realização de eventos em local privilegiado à margem do Rio Grande.texto REDAÇÃO

maurÍcio motta“Além do espaço

confortável e aconchegante às

margens do Rio Grande, nós oferecemos serviços

de som, iluminação, buffet. O cliente encontra

aqui tudo que ele precisa pra fazer de seu evento um momento

inesquecível”

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conforto nos momentos mais simples

Enxovais Camila se transformou ao longo do tempo em sinônimo de qualidade. Além do atendimento personalizado, a loja se des-taca por ser a principal representante oficial das marcas líderes do mercado em cama, mesa e banho como Altenburg, Budde-

meyer, Kacyumara e Trussardi. Com uma localização privilegiada e de fácil acesso, Enxovais Camila ofere-

ce toda uma variedade de cobreleitos, edredons, lençóis, toalhas e travesseiros dentre outros. E conta com produtos de alta qualidade em pijamas, camisolas e roupas íntimas com marcas tradicionais como Sonhart, Recco e Pauliene. Na Enxovais Camila, os clientes podem organizar todo o enxoval de casamento proporcionando uma nova experiência pelo melhor preço.

A Enxovais Camila sempre inovou ao trazer o melhor sem nenhum tipo de diferença do que é vendido nas capitais. “Sempre quisemos levar a sensação de conforto nos momentos mais simples, desde a hora do banho até a hora de dor-mir. Pensamos nestes momentos quando levamos o melhor aos nossos clientes”, afirma a proprietária da loja, Dilza Porto Regis.

Com atendimento personalizado, loja no Centro de Barreiras oferece produtos das melhores marcas do mercado em cama, mesa e banho.texto REDAÇÃO

ENxOVAIS CAMILA Rua 24 de Outubro, 176, Centro - Barreiras (BA) (Próximo aos Correios) (77) 3611.5795

Facebook: Enxovais Camila

CASA

enxovaiS camila:

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40 revis ta da bahia maio/2013

entrevista Ignês pItta

texto ANA LÚCIA SOUzA E GABRIELA FLORES

Como a senhora analisa a situação dos prédios do centro histórico de Barreiras?

Com muita preocupação. Há bastante tempo existe um descuido, um descaso completo com o nosso patrimônio ar-quitetônico. A rua Humaitá só não desabou toda pelo efeito da erosão causada pelo rio porque os moradores colocam paus, entulhos de construção, cabeceira de cama, tudo que eles encontram e colocam ali na margem do rio para impedir a erosão. Mas infelizmente cada vez mais o rio do lado con-vexo da curva tende a ir derrubando a margem. Eu brinquei muito na rua Humaitá quando era criança e a margem era muito maior do que é hoje. Se não houver uma providência, nós vamos ficar sem a primeira rua de Barreiras.

E sobre o estado do Mercado Caparosa?Primeiramente, eu não acho que esse nome seja adequado. Ca-

parosa era o sobrenome do primeiro prefeito de Barreiras, mas o mercado surgiu bem depois do Caparosa. Ele não tem ligação com o mercado. As principais obras dele foram o Cemitério São João Batista e o início da Igreja São João. Chamar Mercardo Caparosa é uma confusão histórica. Se querem um nome histórico, ele deveria levar o nome do prefeito da época de sua criação, que foi Sabino Dourado. O mercado é muito bonito, mas o interior dele é um local abandonado do qual poderia se tirar proveito. Eu acho excelente a utilização dele como bares, porque fica no centro da cidade e é um lugar onde não existe violência. Antigamente, era ali que se fazia a feira. É uma pena que esteja abandonado.

Há muita demolição de prédios antigos e construção de prédios mo-dernos...

Embora esses novos prédios sejam bonitos, eles não são adequados ao ambiente que os cerca. Um ambiente de casas

PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE BARREIRAS EMdecAdênciA

Às vésperas de mais um aniversário, Barreiras não tem muito o que comemorar, o patrimônio histórico cultural vive um estado de descaso. Prédios antigos que fazem parte da trajetória dos 122 anos do município encon-

tram-se esquecidos e as estruturas apresentam más condições de conservação e abandono. Para a historiadora Ignês Pitta, há 10 anos foi criada uma lei que determinava a preservação do centro histórico no mandato anterior do prefeito Antônio Henrique, mas até hoje ela jamais foi colocada em prática. Confira a entrevista!

g.flores

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Existe uma lei na prefeitura que trata da preservação do patrimônio arquitetônico, natural e imaterial. Foi sancionada pelo prefeito antônio Henrique no mandato anterior. Mas jamais foi colocada em prática”

antigas do fim do século 19, com o estilo renas-centista. Algumas das casas mais bonitas já foram demolidas. Algumas são destruídas e nada é cons-truído no lugar. Todas as cidades preservam seu Centro Histórico para manter sua identidade, mas não vemos isso aqui em Barreiras.

Recentemente teve início a reforma do prédio da Serta-neja.

A reforma era necessária. Esses prédios antigos precisam ser restaurados. Os donos de lá estão to-mando o cuidado para não afetar a arquitetura do lugar. Preservar a identidade dessas casas antigas é fundamental.

O governo municipal não poderia se empenhar mais para proteger o patrimônio arquitetônico e cultural da cidade?

O atual governo está começando. A prefeitura tem uma lei para a preservação do Centro Histórico. Ela foi aprovada pelos vereadores e sancionada pelo prefeito Antônio Henrique em seu mandato anterior. Mas, infeliz-mente, ela jamais foi colocada em prática. Ela determi-nava que a prefeitura criasse um órgão chamado Serviço ao Patrimônio Artístico Municipal, que ficaria responsável pelo estudo técnico. Caso uma casa tivesse as caracte-rísticas necessárias, seria feito o tombamento. A lei fala do patrimônio arquitetônico, natural e imaterial, que são todos os costumes da sociedade. Mas nada disso foi feito até agora. Está na hora dessa lei ser posta em prática.

Felizmente, a última casa original da construção do aero-porto de Barreiras não vai ser destruída.

Isso foi muito importante. Eu e alguns alunos da Uneb fizemos uma representação e encaminhamos para o Ministério Público Federal para que eles não fizessem isso. Aquela casa era a residência de um gerente do aeroporto e faz parte da nossa história. Fiquei muito feliz porque vão transformá-la em um museu. A história de Barreiras tem que ser preservada.

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Complexo policial com capacidade para 28 detentos já chegou a abrigar até 200. As fugas já viraram rotina e o presídio regional não passa de um projeto virtual, apesar de já ter verba de R$ 16 milhões empenhada pelo Ministério da Justiça desde 2007 e terreno para construção doado pela prefeitura. Para piorar, os recursos podem voltar para a União por incompetência política. texto C.FÉLIX E ANA LÚCIA SOUZA

a madrugada de segunda-feira, 14 de abril, 38 presos fo-gem do Complexo Policial de Barreiras. O local, original-mente com capacidade para 28 detentos, abrigava 113. Com esta fuga, 4ª em menos de dois anos, 188 presos já escaparam das cadeias da cidade. Desde 2006, a socie-dade civil organizada luta pela construção de um pre-sídio regional no município, mas falta vontade política. Em 2007, o Ministério da Justiça liberou R$ 16 milhões para construir a penitenciária, com contrapartida de R$ 1,8 milhão do governo do Estado. No entanto, o recurso corre o risco de voltar para a União por pendências de engenharia e licitação.

“Deveria ter uma liminar obrigando o Estado a cons-truir presídios”, desabafou o delegado titular Joaquim Rodrigues de Oliveira, reclamando das condições da po-lícia civil para custodiar presos, função que cabe à Admi-nistração Penitenciária. “Aqui não tem estrutura de presí-

n188 presos fogem da cadeia de Barreiras.e daí? Qual é a surpresa?

em menos de dois Anos

segurançafotos: c.félix

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dio. É uma delegacia que funciona como cadeia pública que já teve até 200 presos. Não tem carcereiro, o Estado não designou. À noite não tem plantão de custódia. Os presos ficam sob a responsabili-dade do plantão da delegacia - um delegado, dois investigadores e um escrivão –, das 18 às 8 horas do dia seguinte para atender o município e as outras cidades do entorno”, explica o delegado sobre a precária situação em que trabalham.

“Quando tinha a cadeia antiga, fugia preso praticamente todos os dias. Depois que essa reforma foi feita, essa é a segunda fuga que acontece”, conta. O Complexo Policial de Barreiras passou por al-gumas reformas no início do ano passado. Foram instaladas 16 câ-meras para monitoramento (só seis estão funcionando atualmente), grades de segurança nas oito celas e paredes foram construídas. No entanto, nada disso foi suficiente para evitar fugas, nem com as revistas semanais feitas pelo próprio delegado. “É comum a gente autuar parente de preso tentando infiltrar celular, ferramentas”.

“É recorrente! Essas fugas já não causam surpresa nenhuma”, declarou o agrônomo Paulo Baqueiro, membro da Comissão Volun-tária pela Segurança e Paz de Barreiras, formada por representan-tes da sociedade civil organizada. A CVSPB foi constituída em 2006 e, desde então, luta por espaços públicos de lazer para a juventude, mais segurança e construção de um presídio regional, cujo terreno com 11 mil hectares foi doado pela prefeitura no mesmo ano. Em 2012, a doação teve que ser renovada pela Câmara, uma vez que o prazo de cinco anos para a utilização da área ia expirar.

Documento emitido em agosto de 2010 pela Secretaria da Jus-tiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) dizia que a constru-ção penitenciária de Barreiras dependia apenas da aprovação dos projetos e planilha orçamentária da Caixa Econômica Federal para a Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Su-cab) promover o processo licitatório e contratação da obra. Agora, parecia que realmente a obra ia sair do papel. Mas não foi o que aconteceu.

estAtísticA

188fogem em quatro

fugas de massa em menos de dois anos

25/11/2011 8309/02/2012 3307/11/2012 3415/04/2013 38

joaquim rodriguesDelegado titular do Complexo Policial de Barreiras reclama que cadeia pública não pode funcionar como presídio e que custódia de preso é de responsabilidade da Administração Penitenciária, e não da polícia civil que não tem contingente suficiente para cuidar da delegacia e dos presos. Mesmo com reforma realizada ano passado na cadeia, com instalação de câmeras (de 16 só seis estão funcionando) e reforço de celas, as fugas continuam acontecendo

documentoNota técnica emitida em 2010 pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos

mostra andamento da construção do presídio em Barreiras. Depois que a secretaria mudou de nome para Administração Penitenciária e Ressocialização, o processo

emperrou. De acordo com a Superintendência da Caixa Econômica, os recursos podem voltar para a União caso as pendências não sejam resolvidas até 11 de outubro

(delegacia velha)

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Um ano depois, com a criação da Secretaria de Ad-ministração Penitenciária e Ressocialização (Seap) o processo de licitação foi interrompido com a alegação de que o projeto estaria defasado e que um novo, de-nominado Sistema Construtivo Penitenciário (Siscopen), seria adotado, inclusive com dispensa de licitação. Em janeiro de 2012, o jornal O Globo divulgou que o De-partamento Penitenciário Nacional (Depen) havia tecido elogios à empreiteira Verdi Construções, que desenvol-veu e patenteou a tecnologia Siscopen. O Depen, no en-tanto, negou estar fazendo propaganda da Verdi para os governos estaduais interessados em construir presí-dios e cadeias públicas, mas o sistema de construção da empresa era o único divulgado pelo departamento do Ministério da Justiça.

Enquanto isso, a região Oeste continua sem presídio e os recursos que estão na Caixa Econômica podem re-tornar para a União. “A vigência do contrato se encerra no dia 11 de outubro deste ano”, informou Walter Luiz Siqueira, superintendente do banco na região. “A Co-missão tem se esforçado em vão para discutir o assunto com o secretário da Seap, o senhor Nestor Duarte. Soli-citamos audiência, recebemos uma promessa da vinda do secretário a nossa cidade; pedimos a intervenção da deputada Kelly Magalhães, do deputado Marcelo Nilo, presidente da Assembleia mas, até agora, nada. Que Deus nos ajude”, finalizou Paulo Baqueiro.

segurança

Terreno doado pela prefeitura para a construção do presídio tem 11 hectares e fica à margem da BR 135, saída para Riachão das Neves

BR 135

Aeroporto de Barreiras

Entrada do Cantinho do Senhor dos Aflitos

onde ficA o terreno

terrenoEspecificações técnicas do terreno doado em 2006 pela prefeitura do município. A doação teve que ser renovada em 2012 pela Câmara Municipal, pois até então ninguém havia feito uso da área. Local fica a cerca de 15 quilômetros da cidade

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maio/2013 revis ta da bahia 47

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capa

leonaRdo RoSa

no topo do mundo

48 revis ta da bahia maio/2013

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maio/2013 revis ta da bahia 49

Natural de Santana, cidade do Oeste baiano, Leonardo ia enfrentar os últimos 800 metros de uma das escaladas mais perigosas do mundo para chegar ao cume do Everest quando viu um companheiro na agonia da morte. Era muito triste, mas ele tinha que seguir seu caminho. Precisa apoveitar a brecha do tempo, senhor de todos os desígnios. Tinha que subir. Era hora e precisa ir e voltar são e salvo. Ele conseguiu, mas não são.texto C.FÉLIX fotos DIVULGAÇÃO

− isso é ridículo! – gritava a jornalista americana no Campo Base. – Como é que alguém vem aqui pra morrer? A que ponto chega essa ambição? Que sonho é esse?

− Calma, calma! Ninguém vem aqui pra morrer – respon-deu Leonardo (Leo) Pereira Rosa, na tentativa de tranquilizá--la. Mas não era só isso. A resposta do baiano de 42 anos era, sobretudo, para sossegar seu próprio coração. Precisava encontrar forças, fortalecer seu espírito, superar seus medos para fazer aquela escalada. Leo Rosa pensava em desistir a todo momento. Ele conhecia os históricos de morte dos alpi-nistas que tentaram enfrentar a montanha mais alta do mun-do, o Monte Everest.

Todo ano morre alpinista no desafio de subir os 8.848 me-tros. O ano de 1996 foi o mais trágico: 17 pessoas morre-ram. Entre eles, os experientes Scott Fischer e Rob Hall, duas lendas do alpinismo mundial em quem Leo se inspirava. O neozelandês Rob Hall ele conhecera pessoalmente dois anos antes do acidente. “Eu achava que ele era imortal, e morreu...”.

Aos sete anos de idade Leo perdera a mãe, mas nunca deixou de conversar com ela e sua avó em suas orações. Pedia proteção, iluminação. “Se não tiver que ser vou receber um aviso dizendo que não é pra ir”, pensava, no Campo Base, já há mais de 5 mil metros de altura. Ali, fazia adaptação para enfrentar o maior desafio de sua vida: subir ao pico do Everest e, principalmente, voltar são e salvo para contar a história. Ele conseguiu, não tão são, mas pelo menos salvo, sorte que outros 12 alpinistas não tiveram na temporada de 2012, a 2ª pior depois da de 1996.

diÁrio de Bordo Via FaceBooK

Em Everest,south summit!!! A bateria da minha câmera congelou,não teve jeito...coloquei a danada dentro da minha camiseta próxima ao meu peito e mesmo assim descarregou... esta foto foi gentileza deste camarada de azul, um Oz gente fina q fazia parte de outra expedição! Well done Steve (D)...thanks mate.”

Levei uns quinze minutos pra escrever isso... as mãos congelando, vc mal consegue enxergar com tanto equipamento! Foi um trabalhão pode apostar. O AA foi escrito pelo meu guia.”

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São cerca de 10 dias de trekking pelas cordilheiras do Hi-

malaia até chegar ao Campo Base, onde Leo Rosa já estava quando os outros companheiros de sua expedição chegaram. O acampamento fica na geleira de Khumbu e antecede a es-calada. Bem estruturado, o Campo Base tem tenda médica, “quiosque” para tecnologia de comunicação, suporte técnico para avaliação dos alpinistas e recebe helicópteros. É o por-tão de entrada e saída do Everest e as manhãs, durante as temporadas de escalada que começam neste mês, são des-pertadas por batidas de panelas. Ou alpinistas chegaram ao cume ou ocorreu morte na montanha.

Os anúncios de morte estavam deixando a americana, can-didata a subir o monte, apavorada. Desde que conhecera a jornalista Leo desconfiava que ela não iria escalar a monta-nha. “Lá não é lugar de você aprender. É de colocar em práti-ca o que você sabe. E é muito psicológico. O mental fala mais alto que o físico, embora uma coisa esteja ligada a outra. É preciso ter autocontrole de pânico, de situações que vão fazer diferença entre a vida e a morte. Até não entrar em pânico é interessante porque você não vai desperdiçar oxigênio. Você tem isso na sua cabeça: não posso entrar em pânico porque eu vou gastar o oxigênio e isso vai fazer falta”.

O custo médio dessa aventura gira em torno de US$ 70 mil. Mas ter grana e vontade não são garantias de que você vai entrar em uma expedição. Nem mesmo currículo em monta-nhismo, que é exigência, garante autorização para integrar uma expedição. Antes mesmo da fase de adaptação todos os grupos são avaliados, principalmente sob o aspecto psicoló-gico. Dessa forma a jornalista americana foi obrigada a desis-tir da empreitada. Para compensar seu esforço por chegar até ali foi consentida a ela ficar no Campo Base acompanhando o retorno dos alpinistas e as notícias das montanhas.

O cérebro de toda a expedição de Leo Rosa foi o expe-riente Russell Brice, dono da agência Himalaia Experience. Ele analisa currículos, forma os grupos e coordena subidas e descidas de sua barraca aparelhada com equipamentos de última geração. Brice recebe informações quase que instan-tâneas de satélites sobre o tempo. Sua equipe é formada por guias nativos que acompanham e dão suporte aos alpinistas. São os chamadas sherpas, homens de estatura baixa mas com resistência invejável. Eles transportam equipamentos, alimentos e, em situações extremas, carregam até alpinistas nas costas.

capa

Campo Base5.334m

Campo 1 5.994m

Campo 2 6.400m

Campo 3 7.163m

Campo 4 8.016m

Cume do Everest 8.848m

EvERESt

50 diasé o período médio para subir e descer do campo Base ao cume da montanha.

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“Tenho medo de altura. Quer dizer: não é medo em si, acho que é mais

respeito pela altura. E eu queria lutar contra isso. Sempre tive essa coisa de montanha, de encarar desafios, de explorar coisas novas, testar limites. Sem-pre gostei dessa combinação. Desde a primeira vez que usei aquela bota com grampo, a machadinha - a gente escalou uma cachoeira gelada! -, eu achei aquilo o máximo! A partir daí gostei do gelo. Montanhismo é mais ligado ao físico que a técnica. O gelo é muito mais perigoso: você cair numa crevasse, a dificuldade de sair, a falta de sensibilidade nas mãos. Você fica dormente o tempo todo. E ainda tem as avalanches. Aí dá medo!”, conta Leo, que com-punha um grupo com 16 alpinistas, fora os sherpas (geralmente é um para cada alpinista) e os guias líderes.

Durante 17 dias eles passaram por um processo de aclimatização, com caminhadas entre o Campo Base, Campo 1, Campo 2 e Campo 3. No início, os percursos sobre as crevasses de Khumbu, fendas com profundidades a perder de vista, acontecem às noites sobre pontes improvisadas com escadas amarradas umas às outras. Para vencer muitos paredões de gelo elas tam-bém são úteis. “Assusta olhar pra baixo no começo. Às vezes tem corpos lá embaixo. É comum, não tem como retirar o corpo dali. Além do mais há uma superstição muito grande entre os sherpas de que tocar nos mortos traz má sorte”, explica Leo, complementando que foi nesse período que ele conheceu a jornalista americana que estava em pânico, há três dias de encarar a subida ao cume.

Depois de adaptados, é hora de avançar para o Campo 4 e aguardar o mo-mento de tentar chegar ao cume do temido Everest. São apenas 800 metros, mas dadas as condições parecem quilômetros invencíveis. “Você tem que encontrar uma brecha no tempo”. Esse trecho é batizado de “zona da morte” e se faz necessário o uso de oxigênio complementar. Pesquisas apontam que 82,3% das mortes ocorrem aí, na ida ou na volta.

“Eu vi um turco morrendo na minha frente, tendo convulsões. Eu já estava no Campo 4, na hora de subir. Ele estava também na tentativa de subir. Ali está todo mundo exausto. Se você cair ali é você e você. Daí que tá a discipli-na pra você meditar, superar e conseguir”, conta. E Leo conseguiu, ele e mais sete, dos 16 de seu grupo. Embora brasileiro, seu feito ficou registrado como de australiano, devido ter dupla nacionalidade e ter ingressado no grupo com o passaporte estrangeiro.

“Tudo é muito rápido e estranho”, explicou. Não houve euforia. Houve, em verdade, muita tensão e alguns minutos para pose fotográfica. A temperatura chega a -42oC. “Levei uns quinze minutos pra escrever meu nome na rocha ...as mãos congelando, você mal consegue enxergar com tanto equipamen-to! Foi um trabalhão, pode apostar. O AA foi escrito pelo meu guia”. A sigla significa Advanced Adventures, agência do Nepal que ajudou na formação do grupo.

Leo e seu grupo atacaram o cume e retornaram em 9 horas e 27 minu-tos, mas há grupos que demoram 20 horas. Na volta, quando Leo chega ao Campo 4, com 20% de barracas a menos devido uma rápida tempestade, a ficha começou a cair. “Você começa a chorar. Neguinho te recebe de braços abertos... daí o certo é descer.”

No segundo dia de caminhada de volta, na entrada da geleira de Khumbu, a umas cinco horas do Campo Base, aconteceu o inespera-do: um mexicano que estava preso a Leo por uma corda caiu numa crevasse de 10 metros de profundidade. “Erro da gente! Confiantes demais, já descendo... Ele tirando foto e tal e eu de costas. Daí recebo o solavanco. Do tranco quebrei várias costelas. Erro nosso: a corda estava folgada. É muito complicado descer com alguém. O vento é muito forte. Os sherpas tentam de tudo mas chega uma hora que é você sozinho e pronto”, conta.

Uma hora depois do acidente Leo começa a ficar tonto e vomitar, perdendo hidratação. “Cheguei ao Campo Base aos trancos e bar-rancos. Todo mundo comemorando e eu triste. Foi o momento mais difícil. Meu estômago estava alto, fofo. Daí a médica chegou e disse pra eu repousar, não podia andar. Comecei a vomitar sangue depois e as coisas já estavam ficando sérias demais. No outro dia chegou um helicóptero e me levou para Katmandu, capital do Nepal. Fiquei quatro dias internados. Descobriu-se que eu havia sofrido um infarto do baço, além de quebrar duas costelas. Saí no lucro, tem gente que sai sem dedo na mão, sem pernas, morto”.

Durante muito tempo Leo Rosa teve pesadelos. “Você passa por algo que poucos mortais vão passar. É muito energizante”. No Face-book, 23 dias depois de chegar ao topo do mundo, mas precisamen-te em 30 de junho do ano passado, Leo postou: “Prometi pra mim mesmo... posso voltar ao Nepal, agora tentar escalar o Everest, nunca mais! Muito desgaste físico e mental... Tenho tido altos pesadelos du-rante a noite e as dores q ainda sinto na região direita do abdômen, coisa de louco. Realizado e feliz.. mas não tentaria de novo!!! Pelo menos por enquanto, não... Rsrsrs”.

Hoje, livre dos pesadelos com falta de oxigênio e barulho de ava-lanche, Leo Rosa continua decidido a não subir mais o Everest. Mas anda fazendo planos de subir o Aconcágua, na Argentina, a quase 7 mil metros de altitude. “A neve me fascina. Aqueles vales, aquelas geleiras”.

Mais informações no site www.revistaa.net

Fera à espreitaLeo posa diante do temível e fascinante Everest, ao fundo banhado por nuvens

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cachoeira do estrondo

Para se chegar até ela só com um veículo quatro por quatro. Esta convidativa cachoeira fica na Fazenda

Estrondo, a 120 quilômetros da sede do município de Formosa do rio preto. Depois da estrondosa queda,

as águas do Rio Riachão desaguam no Rio Preto 25 quilômetros depois. É um passeio e tanto. Quem quiser

conhecer deve ligar para Jiraia, no (77) 9129.3233.

umlugar especialoeste

foto RUI REZENDE

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Admirador de Da Vinci, Chico Maleiro encontrou na diversidade artística um meio de sobreviver da arte no distante Oeste baiano. texto ANA LÚCIA SOUZA E C.FÉLIX fotos C.FÉLIX

cultmúsica, cinema, artesanato, agenda,

artes...

A difícil Arte DE vIvER DE ARTE no oeste

pesar dos óculos, Chico precisa arquear a sobrancelha antes de mirar a câmara. “Não é fácil sobreviver de arte”, revela. “Nem aqui nem no restante da região Oeste” de-creta. Chico é também maleiro e vive rodeado pelas es-culturas, peças artesanais de madeira, ferro, vidro, caba-ças e materiais recicláveis que ele e sua família fabricam. A família, mulher e um casal de filhos, além do trabalho artesanal, são músicos. O filho mais velho, Ícaro, toca vio-la e violão. A filha Arinca toca flauta e, a mulher, Ana He-lena, violão, canta e ainda é escritora e poetisa. Juntando tudo, segundo Chico, dá pra sobreviver. “Somando isso tudo dá pra comprar a farinha”, brinca.

Sobreviver da arte é ao mesmo tempo um desafio para o artista que não se sente desmotivado e não preten-de aposentar as ferramentas por tão cedo. “Faço minhas pesquisas. Se não há pesquisa, não completa. Toda arte tem de ter utilidade! A arte é assim, visual. Recebemos encomendas que você nem imagina que aparece. Se eu não fizer quem vai fazer? Mas você se torna uma pre-ferência, porque sabe que sai. Isso é bom, pra arte, pra mim, pra nós”, explica.

Admirador de Leonardo da Vinci, Chico não esconde: é o inventor italiano a principal fonte de inspiração de suas invencionices. Foi assim que nasceu o monofixo. Um instrumento musical de oito cordas criado por Chico, que embora lembre uma guitarra é mais pequeno. O monofixo é apenas uma das centenas de invenções do artista. A casa toda respira arte. Entre o ateliê ou debaixo das som-bras das frondosas árvores do seu quintal, perdem-se ca-vaquinhos, violas, violões, tambores ou qualquer sucata, que nas mãos de Maleiro se transformam. Ganham vida. Essa liberdade o artista não abre mão.

“Eu gosto mais de ficar aqui, debaixo do pé de manga. Isso me faz feliz. Pra viver numa capital tenho que fazer

a

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uma coisa só e não é isso que pretendo fazer. Gosto da diversidade da arte, fazer escultura de ferro, de madeira, teatro, música, é uma diversidade, tenho que ter um lugar amplo também, porque para ser inventor tem que ter muito espaço e tempo”, divaga, olhando fixo no horizonte, como quem dissesse: este é meu lugar.

Em seu ateliê já recebeu visitas ilustres, até Geraldo Azevedo. “Ele esteve aqui e encomendou um instrumento”, lembra. Com dificuldade para realizar trabalhos com madeira a cabaça se tor-nou uma de suas matérias-primas preferidas. “Instrumentos com cabaça servem para música e ornamentação. Cada instrumento é único. Não existe instrumento com o mesmo som, a não ser que seja elétrico, como a guitarra. A cabaça dá um som diferente. Quando você vê um show, por exemplo, de Geraldo Azevedo, João Bosco, eles têm vários instrumentos, cada música que vai tocar pede outro violão, pode ser aquele mesmo violão, tem música que é a mesma afinação, mas outras que a qualidade da afinação dela pede outro som”.

A localização da região é, segundo o artista, o principal obstácu-lo para quem vive da arte no Oeste baiano. “Aqui é um lugar muito longe de acesso material e de informação. Nós estamos a 600 quilômetros de Brasília e 1000 quilômetros de Salvador. A gente vive em um meio perdido aqui no oeste”, reclama.

Recentemente Chico recebeu convite para assumir cargo públi-co no município onde vive, São Félix do Coribe, distante 233 km de Barreiras pela BR 135 e com população de pouco mais de 13 mil habitantes, segundo senso demográfico do IBGE de 2010. Lá, pretende contribuir um pouco que seja com a cultura local.

“Vivemos em duas cidades (São Félix e Santa Maria) separa-das por um rio. Onde bebe São Felix, bebe Santa Maria. O rio une as duas. Mas a diferença é muito grande. E São Félix é difícil de trabalho. É uma cidade nova que vai fazer 24 anos. A gente quer trabalhar ela mais um pouco, fazer novos projetos e mais movimento. Santa Maria é ampla, fácil de trabalhar e onde tenho muitos colegas artistas”, diz.

Fotos e vídeo no site www.revistaa.net

matéria-prima genuÍnaCom dificuldade para realizar trabalhos com madeira, a cabaça se tornou uma de suas matérias primas preferidas para construção de instrumentos

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cultartesanato atendência de todo brasileiro é sempre ter apego à

comunidade em que nasceu. O barrense, de modo geral, é um bairrista ferrenho, apegado às suas tradições, à sua história, amante incondicional das coisas do seu torrão natal. Costuma-se dizer que o barrense é representado por cinco Bs: brasileiro, baiano, barrense, barranqueiro e bairrista.

Deocleciano Martins de Oliveira Filho foi, sem dúvida, um desses barrenses bairristas apaixona-do por sua terra e seu povo, que lhe inspiraram a deslumbrante e importante obra de exaltação dos valores sanfranciscanos, barrenses em especial, obra essa que o transformou no maior expoente artístico-literário que a Barra já produziu.

A série de estátuas por ele criadas e espalha-das pelas cidades mais importantes do Vale do São Francisco, teve em Barra o seu centro irradia-dor. Aqui o escultor D. Martins de Oliveira iniciou o movimento artístico-cultural por ele denominado o “Ciclo do Bronze”, através do qual desejava do-tar as cidades ribeirinhas de estátuas em bronze, representativas de vultos ilustres ligados à cultura da terra, dos santos que influíram na sua forma-ção espiritual e intelectual e de animais que estão presentes nas histórias e lendas dos povos ribei-rinhos e que, de alguma forma, contribuíram para enriquecer a cultura dos núcleos populacionais do Velho Chico.

Em 04 de outubro de 1959, dia em que a Barra comemorava o 1º Centenário da Catedral de São Francisco das Chagas, seu padroeiro, foi inaugura-da a estátua de “São Francisco Falando às Aves”, no local que ficou conhecido como “o pedestal”, em frente ao encontro das águas dos rios Grande e São Francisco, um lugar pitoresco, especialmente à tar-de, de onde se descortina um lindo pôr-do-sol.

Mais tarde, foram colocadas em vários logradou-ros públicos e chafarizes, estatuetas em bronze, destacando-se “o aguadeiro” – um burrinho carre-gando seus carotes e montado pelo aguadeiro, uma homenagem àqueles trabalhadores que abasteciam as residências da cidade, quando ainda não exis-tia água encanada. Está colocada no Alto da Santa Cruz, o bairro mais antigo e original da Barra; “o cavalinho”: estatueta colocada no bairro Humaitá, num jardim da avenida Getúlio Vargas; “cabeças de leões”: estatuetas estilizadas, colocadas origi-nalmente num chafariz, na Praça Landulfo Alves, e, recolocadas no calçadão da Rua Silva Jardim, no centro comercial; “o velho e o cântaro”: estatueta do busto de um velho com suas longas barbas se espalhando pelo cântaro, ladeado por duas antas, simbolizando as águas sanfranciscanas correndo para o mar, protegidas pelas barrancas.

o ‘ciclo de Bronze’ franciscanoDesembargador barrense conhecido como “O escultor da Justiça” povoa cidades ribeirinhas do rio São Francisco com estátuas de santos e elementos representativos da cultura nativa. texto SÓCRATES NASCIMENTO fotos C.FÉLIX

DEOClECIANO OlIvEIRA

*SÓCRATES NASCIMENTO é funcionário público e pesquisador da cultura barrense

São Francisco Falando às Aves: em Barra, inaugudara em 1959, por ocasião do Centenário da Catedral de São Francisco das Chagas

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O ARtIStADeocleciano nasceu no dia 9 de março de 1906, dia de São Francisco Romano. Com 17 anos,

muda-se para Cuiabá e começa a colaborar com jornalismo local mato-grossense. Depois vai morar no Rio de Janeiro, onde conclui seus estudos e ingressa no mundo jurídico. No entanto, é nas artes que ele se destaca. Publica os livros “O País das Carnaúbas”, “Marujada”, “Caboclo D’Água”, “Os Romeiros” e é premiado diversas vezes pela Academia Brasileira de Letras. Acaba se tornando um exímio entalhador de madeira e se dedica às esculturas em bronze. É nos anos 1950 que ele inicia o que viria a chamar de “Ciclo de Bronze”, espalhando obras por várias cidades ribeirinhas do Rio São Francisco. Faleceu em 1974, aos 68 anos. Na época, ele fazia as esculturas dos 12 apóstolos do Santuário de Bom Jesus da Lapa, dos quais quatro ficaram por fazer.

Bom Jesus da Lapa (BA)

Juazeiro (BA)paulo Afonso (BA)

penedo (AL)

Barra (BA)

petrolina (PE)

Conheça algumas das estátuas do artista barrense espalhadas por seis cidades ribeirinhas do Rio São Francisco nos estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas.

ciclo de Bronze

curiosidades?Determinadas estátuas de Deocleciano são repetidas. A técnica de escultura em bronze é feita a partir de um moldem, o que permite reproduzi-las com as mesmas características. Veja alguns exemplos abaixo:

São João Batista e o cordeirinho: em Barra, em frente a Igreja Nossa Senhora do Rosário e na no Santuário de Bom Jesus da Lapa

Aguadeiro: miniatura em Barra (no alto à esquerda) e em Petrolina, no tamanho natural) às margens da BR 407

São João: estátua também presente em Bom Jesus da Lapa. Na vizinha Juazeiro, há a de Tiago. Na história bíblica, João e Tiago são irmãos, ideia transmitida às duas cidades separadas pelo rio: Petrolina e Juazeiro

Cristo e o átomo: estátua colocada

no túmulo da mãe de Deocleciano, no

centenário Cemitério do Santíssimo

Sacramento

O touro e a Sucuri: representação da luta do homem com o Rio São Francisco

Judas tadeu: vestido de petroleiro segura a cpbra de fogo em praça da cidade histórica alagoana. Uma réplica dessa estátua se encontra no Santuário da Lapa

São Mateus: no mesmo tamanho, em Barra, na praça Barão de Cotegipe e no Santuário da Lapa

Monge Francisco da Soledade: na entrada da gruta principal do Santuário da Lapa. Francisco chegou à gruta com as imagens do Bom Jesus e de Nossa Senhora no final do século XVII

São tiago Maior: no Santuário da Lapa e no Paço Municipal de Juazeiro

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Veja outras fotos em www.revistaa.net

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Celso sempre foi uma criança infeliz. Cansou de fingir qual-quer tipo de mal-estar para não ter de ir à escola. Lá, todos – de colegas de classe a professores – tiravam sarro do seu jeito de falar e isso o incomodava. Continuava seu martírio

diário atendendo, única e exclusivamente, a um pedido da mãe. “Vá para a escola para você ser gente, menino”, dizia ela. Celso ia. Cabis-baixo, mas ia. Sua dificuldade em pronunciar as palavras e construir frases simples era a diversão da turma. “Às vezes na escola me sentia como um humorista, só que um humorista triste”, lembra. Hoje, o me-nino outrora retraído é professor universitário, mestre em Ciências da Educação e bacharel em Ciências Contábeis.

A redenção dohumorista triste

Da criança que não conseguia responder a chamada, ao professor universitário. Tudo está no livro “Educação, obrigado pelo meu falar”, recém-lançado pelo professor Celso Almeida Lacerda. Autobiográfico, o livro conta detalhes da vida sofrida na infância à superação do trauma da gagueira. “Eu não queria que sentissem pena de mim, nem que me chamassem de coitado. Eu queria que me deixassem mergulhar nesse mundo feito para todos. E que nessa multidão de pessoas, eu fosse mais um ser enfeitando essa diversidade”.texto/foto ANTON ROOS

cultliteratura

celso lacerda“Cresci muito com esse livro. Minha alma está nele. Essa questão do preconceito que muitas vezes está entranhada na gente, nada disso tem valor”

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Não fosse a insistência da mãe, talvez não tivesse chegando aonde chegou. Natural de Salvador, pai de dois filhos e avô, Celso Almeida de Lacerda lançou recentemente seu primeiro livro, “Educação, obri-gado pelo meu falar”. Nele conta sua trajetória: da dificuldade dos primeiros anos na escola até a realização do sonho da graduação e do mestrado. “Meu livro trata muito da questão humana. É uma autobiografia que pode servir de base para a família, para futuros educadores e até para estudantes em educação”, explica.

Dos velhos tempos, entre tantas más lembranças, notas abaixo da média e faltas por não conseguir responder a chamada, o professor encontra forças e dá a dica. “Conhecer os desejos, as limitações, as crenças de seus alunos. É isso que o professor tem que fazer. Traba-lhar com pessoas, com humanos”. O preconceito, tão em evidência nos seus tempos de menino, hoje até parece mais ameno. A socieda-de passou a tratar o bullying com outros olhos. “Hoje o preconceito ainda existe de uma forma amena. Só quem tem o problema sente. Eu posso conversar com você e você não falar nada, mas seu olhar, seu franzido de testa mostra seu espanto em relação a mim. Você não precisa dizer nada”.

Celso leciona há treze anos. Nunca fez qualquer tratamento para conter sua gagueira. Aprendeu a lidar com o problema na marra. Para ele, o que um gago precisa, da mesma maneira que todas as pessoas que sofrem preconceito por serem diferentes, é muito simples: um amigo. Foram os amigos que ajudaram Celso a superar suas limita-ções. Para escrever o livro demorou dois anos. Não queria que fosse algo preparado. Não fez nenhum planejamento. Apenas escreveu e escreveu. “Cresci muito com esse livro. Minha alma está nele. Essa questão do preconceito que muitas vezes está entranhada na gente, nada disso tem valor. Se nós olharmos para a alma das pessoas, quem tem coração, sorriso e alegria, vive bem melhor”

Quem conversa com o professor nem imagina as dificuldades pelas quais ele passou. Também é difícil imaginar que além da paixão pela contabilidade e pela educação, Celso fosse um apaixonado por mú-sica. “Eu sempre gostei de cantar. Tinha uma tia minha que sempre me incentivava muito a cantar. A música é como uma paz interior. Se eu quiser fazer algo, eu me empenho e faço. Assim é com a música também”, diz. Celso já gravou dois CDs, com músicas próprias. Sam-bas. Agora, espera lançar o livro em Barreiras e Salvador, sua terra natal. A filha jornalista, diz Celso, já está mexendo os pauzinhos para que ele vá no Jô Soares. Enquanto esse dia não chega, o professor continua com sua rotina na sala de aula, porque é lá que ele se sente bem e gosta de estar. Quanto a gagueira, não esmorece. “Até sinto saudades. Hoje ela se apresenta para mim como se fosse um mas-sagear nas minhas cordas vocais, uma pontuação no meu texto”.

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cultagenda

EXPOSIçãO

ensaio fotográfico de rui rezende sobre o Oeste no Bahia Farm show

Acompanhe a programação diária pelo site:www.revistaa.net

CINEMA

Maio é o mês voltar ao passado, viver os áureos tempos da Legião Ur-bana nos cinemas brasileiros. Estreou nas telonas (03 de maio) o longa metragem Somos Tão Jovens, cinebiografia de Renato Russo, vocalista da banda de Brasília. No fim do mês (30 de maio) é a vez de Faroeste Caboclo, filme baseado na música homônima da banda chegar as telonas.

Somos Tão Jovens é dirigido por Antonio Carlos da Fontoura (mais conhecido pelo filme Rainha Diaba e pela minissérie Capitães da Areia) e roteirizado por Marcos Bernstein (Central do Brasil/Chico Xavier – O Filme). O longa-metragem foca a transformação do Renato adoles-cente em ídolo nacional, fazendo também um breve paralelo com a história do rock brasiliense. Nesse espaço-tempo do filme, todo o essencial está lá: a doença que o deixou sem andar por algum tempo,

Depois de publicar três livros retratando as belezas de Cairu, Tinharé e Chapada Diamantina, o baiano Rui Rezende, com mais de 17 anos de experiência em fotografia, agora está empenhado em registrar as peculiaridades naturais e culturais do Oeste. Alguns recortes desses trabalho serão expostos durante a Bahia Farm Show, que acontece em Luís Eduardo Magalhães de 28 de maio a 1º de junho.

Quem for à feira vai se deparar com as imagens do fotógrafo espalhadas por toda a feira. “O objetivo da exposição é mostrar o trabalho em andamento e sensibilizar os empresários para investir no projeto, que enaltece a região e eleva a autoestima das

O farOeste de uM jOveMà frente dO seu teMpO

a descoberta do punk rock, a amizade com Aninha e sua personalidade forte, a homossexualidade e seus grandes momentos musicais – a Aborto Elétrico, a época de Trovador Solitário e a Legião Urbana.

As músicas da banda, porta-voz de toda uma geração, falam de amor e amizade e fazem críticas sociais que são válidas até hoje. Há muito se comentava que Faroeste Cabloco, lançada em 1987, renderia um ótimo roteiro para o cinema. Fiel à música (são 9 minutos ao todo) composta por Renato Russo, o longa relata a história de João do Santo Cristo, que deixa Salvador para tentar uma vida melhor em Brasília, apaixona-se por Maria Lúcia (Ísis Valverde) e vira traficante. Quem lembrar a música saberá a his-tória. Faroeste Caboclo marca a última participação do ator Marcos Paulo - falecido em 2012 – no cinema. O trailer, lançado em abril, alcançou mais de um milhão de acessos em dois dias no ar.

fotos: divulgação

pessoas. O Oeste é encantador, mas poucos conseguem enxergar isso”, explicou Rezende, que desde a edição 14 assina a seção Um Lugar da r.a, voltada para imagens que revelam olhares diferentes sobre a realidade dos lugares, costumes e pessoas da região.

“Sou extremamente responsável com meus trabalhos. São os 35 municípios no Oeste. O livro só pode ficar pronto depois que eu percorrer todos eles de carro, barco, avião ou helicóptero. Não seria legítimo concluir este trabalho sem percorrer toda a região. A minha proposta é fazer fotos representativas buscando as potencialidades e peculiaridades de cada cidade”, explicou

Rui Rezende nasceu em Amargosa, no interior baiano. Desde 2003 se dedica exclusivamente à fotografia da natureza. Aprendeu a fotogra-far em um laboratório em Salvador. Em 1999 iniciou sua carreira como autônomo e, a partir daí, não parou mais. Nos17 anos de fotografia já percorreu mais de 15 mil quilômetros em seu carro, bancando as próprias despesas. “Mas chega uma hora que fica difícil, a parceria é fundamental. A gente precisa de patrocínio. Esse é um trabalho belíssi-mo e todos deveriam apoiar: governo, iniciativa privada”, concluiu.

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texto MÔNICA ZANOTTO

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LITERATURA

A lenda do rock progressivo, Yes, faz show em Brasília no dia 19 de maio, no ginásio Nilson Nelson.

O ex-Titã Nando Reis desfila seus sucessos no dia 18 de maio em Salvador e no dia 23 de maio em Goiânia.

Em maio, dois grandes nomes se apresentam em Luís Eduardo Magalhães: na sexta 24 de maio, Bruno e Marrone fazem um show pra lá de especial durante a Expo Dallas, no JC Society. Uma semana depois, dia 31 de maio, é a vez de Milionário e José Rico se apre-

sentarem no espaço de eventos Quatro Estações Hall, durante a 2ª edição do Bahia Country.

Caetano Veloso apresenta seu novo show “Abraçaço” em Goiânia, no dia 1º de junho. A apresen-tação acontece no Centro Cultural Oscar Niemeyer.

Começa em breve a temporada de forrós e festas juninas na região. O Arraiá do JC Society, um dos mais conhecidos de Luís Eduardo Magalhães, acontece no dia 01 de junho, com as bandas Estakazero, Gustavo Braga e Léo & Lian.

SE LIGA!

“Demônios à solta” não são mera figura de linguagem. Eles aparecem logo no título do primeiro capítulo do livro Casagrande e seus demônios, tratando daqueles fantasmas que rondam a vida de uma pessoa em desequilíbrio físico e emocional. Os “demônios” ilustram bem a reviravolta na vida de Walter Casagrande Júnior, que foi de ídolo do esporte viciado em cocaína e heroína. Casão, ex-jogador do Corinthians, querido da torcida, integrante da Democracia Corintiana junto com Sócrates, e comentarista da

TV globo, expõe sem firulas ao jornalista gilvan Ribeiro, coautor do livro, todo o seu declínio e restabelecimento. Casagrande e Gilvan Ribeiro, 264 páginas, Editora Globo S/A, Preço: R$ 34,90.

casagrande e seus demônios

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Tizziana Oliveira CONECTADOe-mail: [email protected]: tizzianaoliveira

twitter: @tizzioliveira

gelo, Limão e açúcar

A magia de ser mãe. Ela tem a capacidade de ouvir o silêncio. Adivinhar sentimentos. Encontrar a palavra certa nos momentos incertos. Amor maior do mun-do. Mãe e filho. Sorrisos e abraços. Trocam carinho. Seguem seu caminho. Fazem companhia. Afeto que vem do berço. Que cresce a cada dia. Cumplicidade, amizade, amor de mãe. Terezinha Bordin e Ariele Bordin em ensaio para o studio da fotógrafa Kika.

amor maior do mundo

Anne Karoline Ferreira posou para as lentes do fotógrafo Dyck. A médica nascida em Campo grande (MS) mora em Luís Eduardo há quase dois anos, e trabalha na Clínica P&F e na UPA. Seu maior desejo é ser independente profissionalmente, sua paixão é pela família e namorado! A médica exuberante diz não sair de casa sem brincos e relógio.

olhando para o Futuro

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(77) 3639 0194

www.tenislem.com.br

(77) 3628.3531

O estilo Carol Souza de ser! Carol Souza é publicitária, designer de moda e pós-graduada em moda, artes e contem-poraneidade. Ela ama moda e não esconde essa paixão. A sagitariana lançou um blog para postar seus looks do dia, preferências fashion e campanhas das quais faz parte. No blog www.adoromodablog.com.br ela promete compartilhar um pouco do seu trabalho, ou seja, o que a gente sempre quis saber!

Os homens que me desculpem, mas a matéria é voltada exclu-sivamente para as mulheres - e para alguns rapazes que gostam de se maquiar, é claro. “De bem com o espelho”, é o lançamento do livro da maquiadora Alice Salazar. Ela é a blogueira que conquistou milhões de admiradoras com seus vídeos sobre ma-quiagem na internet. Alice Salazar ensina como ficar com uma pele encantadora e olhos radiantes mesmo depois de um dia de trabalho daqueles – ou até mesmo depois de um fora na balada. E o melhor: feito para mulheres da adolescência à maturidade.

luckyNo dia 17 de abril foi inaugurada a loja Lucky, localizada ao lado do Subway, em Luís Eduardo Magalhães, que tem sob ireção as irmãs Ana Karolina Prezotto Brito e Vanessa Prezotto. Marcas como Spezzato, John John, Zapala, Auslander, Lilly Sarti, Armazem, Lelloo, Juliana Jabour fazem parte do portfólio da loja. O coquetel e desfile de inauguração foram marcados com a presença de convidados especiais.

reProdução

“De bem com o espelho”

me caiu os ButiÁ do Bolso...fo

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social

Rosa Bonita

Empório Bijoux

Missbella

Santa lolla Coquetel de lançamento da coleção Outono / Inverno Santa Lolla 2013 e um “Dia de Café” promovido para as clientes.

Coquetel de lançamento da coleção Outono/Inverno da Missbella e e Vide Bula que aconteceu no dia 19 de abril.

Coquetel de reinauguração da loja e lançamento da coleção inverno 2013 .

Coquetel de Inauguração da franquia de acessórios em Barreiras.

Cobertura completa no site: www.revistaa.net/socialcoberturas na web

Panmela, Karine, Juliana, Bruna, Carla e Daniele

Priscila e Mirna

Amanda, Priscila, Taís, Carlene e Catherine

Glenda, Luciene e Juliana

Margarete e Carla Carla e Híbera

Adriana, Flaviane e Arianne Fabíola e Flaviane

Nâmbia e IgorDariane, Nâmbia,Alexandra e Daiane

Rejeane, Olga e Luciene Luciene e Cleusa

Santiago e Luís

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Bianca, Mayara, Neto e Samara

Alex, Nicole Balhs e Tomas

FOTO

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AYCO

SÉR

GIO

Patricia e Pedro

Rute e Jovi

Cleiandro e CarolCristiano Araujo e Clara

Eliandra, Nara e Eliana

Bia, Claudia e Eliana

Thainara e GabrielaMartin e Jackeline

Monica, Tamires, Debora, Caroline e Rafaela

Alessandra, Diego e Jader

Marcia e TerezinhaFatima, Cristiano Araujo e Josue

Leticia, Adriana e Rute

Marcio, Cristiano Araujo e Maquinhos

Sulane e SavioDiego e Catiussa

Carin e Ademir

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