revista defato ed. 234

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A Revista que integrou a região

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234

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2012

Sumário

08 | ENTREVISTA Rudá Ricci

28 | REGIÃO Terra desbravada

30 | 70 ANOS

Valeu a pena

38 | CAPA Praça de oportunidades

50 | HISTÓRIA Anos de tradição

52 | MEU NEGÓCIO Atender bem sem olhar a quem

54 | PERFIL Fé sem fronteiras

56 | COMPORTAMENTO Espelho meu

66 | GASTRONOMIA Convite ao paladar

53 | REGINALDO CALIXTO Desenvolver com sustentabilidade

COLUNISTAS

74 | DR. ANDRÉ MIOLO Lipoaspiração: mito e verdade

76 | DANIEL DE CASTRO Pernas para que te quero...

Fundadores José Almeida Sana Marlete Moura Morais Sana

Diretora de Redação Kelly C. Duarte Eleto Landim [email protected]

Editoria de Impressos Cyro Gonçalves [email protected]

Editoria Digital (site) Sérgio Santiago [email protected]

Redação Patrícia Emiliano Rodrigo Andrade Tatiana Santos [email protected] Repórter Especializado Galvani Silva

Diretor de Arte / Comercial Marcelo Eleto [email protected]

Departamento de Arte Cleiverton Harlan Filipe de Oliveira [email protected]

Ilustrações Pablo Rocha

Departamento Comercial Celinha Pires Dora Macedo Luisa Moura Sérgio Nunes [email protected] (31) 3831-3656

Gerente Administrativo / Financeiro Graziele Alves [email protected]

Atendimento ao Leitor (31) 3831-3656

DeFato é uma publicação mensal da Revista Itabira Ltda.

Área de Circulação Centro-Leste, Centro-Nordeste, Médio Piracicaba, Jequitinhonha, Cidades Históri-cas e Turísticas e Grande BH

Redação e Administração Rua Dr. Olinto Andrade, 126 A, Pará 35.900-043, Itabira - MG Telefax: (31) 3831-3656

Filiada ao Sindijori/Abrajori/MG

DeFato Online

www.defatoonline.com.br

Revista . Portal de Notícias . Editoração

TEMPO DE REFLEXÃO E NEGÓCIOS

Ao Leitor

Em 5 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data ganhou um significado

mais relevante em 2012 pelo fato de o Brasil sediar, em junho, a Conferên-cia Rio + 20, evento que fez com que os olhos do mundo se voltassem para problemas que afetarão gerações futu-ras, por conta do mau uso dos recursos oferecidos pelo planeta.

Em 1992, no Rio de Janeiro, tam-bém sede da Rio + 20, a Eco 92 apre-sentou uma série de metas às nações líderes do processo de desenvolvimento mundial. Exatamente 20 anos depois, com apenas 1% das metas estipuladas na primeira conferência cumpridas, a conta parece ter ficado cara. Neste momento, solos, água doce, oceanos, florestas e biodiversidade estão sendo rapidamente degradados. O cenário de mudanças climáticas coloca ainda mais pressão sobre os recursos dos quais o homem depende. O problema urgente é pensar em como alimentar os atuais 925 milhões de famintos estimados e os 2 bilhões esperados até 2050, com o crescimento significativo da população mundial.

Entre as propostas, a Rio + 20 re-força a necessidade de a humanidade mudar a forma como cultivamos, com-partilhamos e consumimos alimentos. Em seu texto oficial, a conferência su-gere que “caso feitos corretamente, a agricultura, silvicultura e pesca podem proporcionar alimentos nutritivos para todos e gerar rendas decentes, apoian-

do, ao mesmo tempo, o desenvolvi-mento rural centrado nas pessoas e na proteção ao meio ambiente”.

Sobre o tema, DeFato traz uma reportagem esclarecendo o sentido de sustentabilidade. Mais do que um ter-mo em moda, ela transformou-se em uma necessidade relacionado a sub-sistência. Esta edição apresenta como destaque o Workshop Itabirano de Negócios (WIN). O evento promoveu, durante três dias deste mês, o intercâm-bio entre empresas, empreendedores e o público de toda a região. Além dos contratos celebrados, o WIN deixou um saldo importante para Itabira, com a comprovação de que a cidade tem vo-cação para se transformar em um im-portante polo estadual de negócios.

Ainda na terra do minério, o ani-versário de 70 anos da Vale foi celebra-do não só pela companhia, mas por pessoas que participaram da história da empresa responsável por alavancar o desenvolvimento da cidade. Uma reportagem especial mostra como ci-dadãos comuns se transformaram em parte do processo

Na entrevista do mês, o sociólo-go paulistano, erradicado em Minas Gerais, Rudá Ricci, fala sobre como o cidadão pode interferir nos rumos da política e da administração pública. Ele foi um dos convidados de eventos in-tegrados da Funcesi, palestrando sobre “Gestão Pública Municipal”.

Páginas de cultura e entretenimen-to também esperam por você.

80 | MÁRCIO LABRUNA A verdadeira Itabira

Conheça, nesta edição, fatos curiosos sobre a vida de gêmeos

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4 Junho . 2012 DeFato

CArtAS [email protected]

HOMENAGEM NAS ALTURASFoi inesquecível o espetáculo no céu do Vila Tanque, no aniversário de João Monlevade. A região tem que se unir para trazer mais eventos de voo livre. Itabira e João Monlevade podem criar estrutura para serem polos do esporte. Isso vai atrair turistas e gerar empregos.

Ludovina Matos | Itabira

A VOLTA DO PADROEIRO

É uma alegria poder ver de novo a imagem do padroeiro da cidade de volta ao altar-mor. Assim como ocorreu com São Gonçalo do Amarente, existem muitas outras peças na região precisando de intervenções. O belo painel de Yara Tupinambá, da Igreja Matriz de Ferros, e o conjunto da igreja de Nossa Senhora das Mercês, em Ouro Preto, são exemplos disso. Que esse socorro venha rápido, para o bem da memória dos mineiros. É preciso também melhorar a segurança das igrejas na zona rural. São vários casos de roubo de peças de valor histórico. Esta é uma realidade que poucos conhecem, mas que os institutos de patrimônio histórico devem verificar.

Custódio Pereira | João Monlevade

PATRIMÔNIO MALTRATADOInfelizmente, essa é a desordem que vem acompanhando o progresso. A facilidade no acesso a essas localidades tem feito isso em diversas regiões. Asfaltar as estradas traz muitos benefícios à população destas comunidades, mas, infelizmente, traz também estresse. O que mais entristece é saber que a maioria que deixa esse rastro de sujeira e destruição é de pessoas que moram bem próximas de localidades afetadas. Quando vamos para outros estados, geralmente, queremos passar a impressão de que somos bem educados e que cuidamos do lixo que produzimos. Mas, muitas vezes, jogamos lixo na nossa própria calçada. Camila | Itabira

É um absurdo não haver fiscalização contra a atitude desses vândalos que destroem lugares tão bonitos. A Polícia Militar do Meio Ambiente e o Ministério Público precisam fechar o cerco contra esses baderneiros. Só aplicando multas pesadas para fazer com que passem a ter mais consciência e respeito pelo meio ambiente. Maria Auxiliadora Cunha | Nova União

ERRATA:Diferentemente do informado na edição 233 de DeFato, o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para apurar envolvimento de parlamentares com Carlinhos Cachoeira é Odair Cunha (PT-MG).

6 Junho . 2012 DeFato

8 9www.defatoonline.com.brJunho . 2012 DeFato

O cidadão é o verdadeiro dono da cidade e tem todo direi-to de controlar as execuções

orçamentárias e ajudar a decidir as metas sociais de seu município. Esse é o pensamento de Rudá Ricci, 49 anos, sociólogo, mestre em Ciências Políticas e doutor em Ciências Sociais. Paulista, natural de Tupã, mora há mais de 20 anos em Minas Gerais e conhece bem a realidade da burocracia pública no país. Isso graças ao trabalho desenvol-vido junto ao Instituto Cultiva, do qual é coordenador. A instituição é responsável por auditorias em várias regiões do Brasil.

Rudá também é membro do Fórum Brasil do Orçamento e do Observató-

rio Internacional da Democracia Par-ticipativa. Defende, com veemência, que qualquer político eleito deve ser considerado funcionário do cidadão e, por isso, também pode ser submetido à demissão por justa causa quando não executa aquilo que promete ou o que a sociedade almeja. Além disso, o soció-logo fala sobre a força que os deputa-dos têm por conta da centralização do orçamento público pela União e alerta para a importância de se mudar esse quadro.

Rudá Ricci esteve em Itabira no último dia 29 de maio para partici-par de um seminário promovido pela Funcesi, em que discutiu o cenário atual da gestão pública municipál no Brasil. Antes de sua palestra, concedeu entrevista a DeFato, descrevendo um cenário nada animador.

entreviStA

Para o senhor, a sociedade está mais crítica e exigente em relação ao trabalho dos gestores públicos? De jeito nenhum, muito pelo con-trário. Nos anos 1980, até início dos 90, foi o período depois do Regime Militar em que a sociedade foi mais crítica. Se a gente lembrar, foi justa-mente nesse período que tivemos a Assembleia Constituinte, com uma participação maciça da sociedade. Fui assessor do Congresso Consti-tuinte e nós tivemos só de assina-turas para a Reforma Agrária mais de um milhão e quatrocentos mil nomes. O Congresso ficava lotado de índios, gays, grupos de mulheres organizadas, crianças, adolescentes e sindicalistas. Esse, sim, foi um mo-mento de mobilização e de pressão. Depois tivemos a queda do Collor. A

Sociólogo fala sobre como a população pode assumir seu verdadeiro papel diante do governo e da política

partir daí, você se lembra de algum movimento por impeachment? Não houve nenhum! Então, na verda-de, vivemos uma “americanização” da sociedade brasileira. O sistema partidário e de representação polí-tica, como nos Estados Unidos, se transformou numa estrutura empre-sarial e se distanciou totalmente do cidadão. Não conseguimos ver um deputado que nos represente mais. Além disso, as prefeituras não têm mais poder de gestão, porque o or-çamento público está todo concen-trado na União, com 60% dele em poder do Governo Federal. Então, os prefeitos no Brasil passaram a ser gestores de projeto de casas popu-lares do PAC, ou então algum tipo de projeto como o Bolsa Família. É só Caixa Econômica Federal e BN-DES. E os prefeitos passam a ter que cumprir as exigências com quem fa-zem os convênios. A sociedade, por-tanto, não consegue mais participar da política. Então, acho que estamos vivendo um período em que se pode até reclamar de uma ou outra ques-tão, mas isso não altera a lógica da política. Nos anos 80 conseguiu-se alterar. Não concordo que estejamos mais críticos. Estamos muito quei-xosos, mas a queixa não muda nada.

Quais novos papéis e valores são exigidos dos gestores públicos?Posso falar em termos ideais e em termos concretos. Vou começar pela prática. O gestor, hoje, tem que ter um deputado federal. Ele tem que ter algum tipo de “pistolão” que consiga afetar os ministérios e criar audiências com empresas estatais e bancos estatais de fomento. Sem isso, o prefeito não trabalha, não consegue fazer nada. Cerca de 80% dos municípios de Minas dependem de repasse federal. É uma coisa im-pressionante e que vem aumentan-do. A grande questão do prefeito é ter como entrar na esfera federal, porque são cinco mil e quinhentos municípios. Ele tem de descobrir

O CIDADÃO NO CONTROLE

como furar a fila de todos os pre-feitos que estão em Brasília o tem-po inteiro e, para isso, precisa estar ligado a um deputado federal. Esse é um dos motivos das campanhas estaduais começarem a se estaduali-zar, porque toda vez que o prefeito tenta a reeleição ou apoia alguém de seu partido, se não tiver um depu-tado por trás, que vai ser a pessoa responsável por captar os recursos, não consegue grandes coisas. Quan-do esse candidato entra em campo, o adversário também entra com outro deputado. E, à medida que entram os deputados, a campanha estadua-liza ou nacionaliza e fica cara, por-que não é mais um jogo municipal. Nenhuma eleição de município é local, como ocorria há dez anos. Ela se estadualizou, ficou cara e isso pro-vocou aumento da corrupção nos municípios.

RODRIGO ANDRADE

Rudá Riccipor meio dos fundos dos conselhos. A ideia é criar uma pequena escola, com poucos educadores, que deem cursos de como analisar o orçamento públi-co, para que as pessoas saibam se há alguma falcatrua no orçamento, que ela consiga identificar onde o recurso será aplicado. Finalmente, acabamos de colocar em prática a Lei de Acesso à Informação Pública e tenho a certe-za de que o cidadão de Itabira e região não faz ideia do que seja isso. Tenho certeza de que ele não sabe que tem que acessar o site do Governo Federal e se cadastrar para receber a informa-ção. Não sabe que, a partir de agora, se ele solicitar o quanto o governo está gastando numa obra e quando vai ser entregue, se a resposta não vier em 30 dias, o governo pode ser processado. Como um cidadão de um bairro dis-tante vai saber que tem esse direito? Só se nós tivermos um órgão desse tipo, que para mim tem que ser vinculado aos conselhos, que informe, faça víde-os, dê cursos e oficinas para aumentar o grau de conhecimento e o poder de controle do cidadão. Eu diria que descentralizar, informar e educar para a cidadania — não educar para fazer faculdade — é a essência da ação de um prefeito ético. Esse é o começo de qualquer outra ação.

O senhor cita a necessidade de neutralizar a cultura política do-minante nos municípios, que afeta a eficiência no atendimento aos interesses da população. Como essa cultura se estabeleceu e como é possível eliminá-la?Isso vem de longe. Raymundo Fao-ro tem uma obra fantástica, até hoje muito citada, chamada “Os donos do poder”, em que ele explica que 30 anos depois de os portugueses che-garem ao Brasil, começaram a criar uma estrutura de controle, porque desconfiavam dos brasileiros. Mas o que é mais estranho é o seguinte: como desconfiaram de brasileiros, se eram os próprios portugueses que recebiam as terras da

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Nenhuma elei-ção de município

é local, como ocorria há dez

anos. Ela se es-tadualizou, ficou cara e isso pro-vocou aumento

da corrupção nos municípios

E o ideal?A primeira grande questão é o governo se descentralizar. O governo centrali-zado está longe do cidadão. É funda-mental que a gente crie uma rede de gestão que seja multifuncional e que esteja perto do cidadão. Em segun-do, é fundamental que os municípios mais éticos eduquem a população. Pa-rece uma contradição, mas isso é o bá-sico. Temos que criar escolas da cida-dania em todos os lugares. São escolas bancadas com recursos municipais ou

10 11www.defatoonline.com.brJunho . 2012 DeFato

pessoa que ninguém conhecia. Fize-mos pesquisas qualitativas durante as últimas eleições presidenciais e a maioria da população dizia que iria votar na mulher do Lula, “a dona Vilma”. Você via claramente que não conheciam, iriam votar porque o Lula mandou. Isso vem desde o século XVI, no Estado Brasileiro. Ou seja, não é o cidadão que define o Estado, mas, sim, o Estado é que define o ci-dadão. Decide a que horas você deve ficar quieto, a que horas que você sairá na rua. E é por isso que quando saímos na rua a primeira coisa que ve-mos é um cavalo da polícia.

A falta de qualificação técnica nas administrações municipais, espe-cialmente em cidades do interior dos estados, pode ser considerada um dos mais graves gargalos na eficácia da gestão pública? É sim, mas não é exclusividade das cidades pequenas. Eu posso garantir que, se você conhecesse o que é um governo de Estado no país, se assusta-ria. É uma incompetência só, por vá-rios motivos. Vou falar da educação. A Secretaria Estadual de Educação, qua-se sempre, principalmente nos gran-des estados, é dividida em regionais, também chamadas de superintendên-cias. Essas regionais, por sua vez, são subdivididas em vários departamen-tos. Se um diretor de escola de um município daquela jurisdição vai até a superintendência perguntar sobre quatro problemas, ele tem que passar por quatro pessoas diferentes. Ele não consegue perguntar para a pessoa do primeiro departamento sobre proble-mas do segundo, terceiro ou do quar-to. Ele tem que gastar um dia inteiro para conversar com os quatro. Não

estou falando de realidades distantes. Fiz essa análise para o Governo de Mi-nas e tenho o relatório de cada uma das superintendências do Estado. O que acontece é que, como esse de-partamento é ligado a uma diretoria superior a ela, na Secretaria de Estado de Educação, nem sempre o que uma pessoa sabe sobre um determinado assunto está atualizado com o que é informado no outro departamento. Eles não se comunicam entre si. Eles se comunicam com o chefão. Isso não gera competência. Gera, sim, uma troca de papéis, duplicidade de ações e gastos desnecessários com pessoal. É absolutamente irracional. O Estado Brasileiro, de cima a baixo, é assim. E ninguém discute isso para valer. Por-que isso é poder, é cargo. O pior não é a incompetência técnica, porque às vezes a pessoa é muito competente para a sua área, mas é incompetente para o serviço público. Você não con-segue arregimentar todas as áreas para responder ao cidadão o que ele preci-sa saber. A incompetência não é das pessoas, mas do sistema. A burocracia pública do Estado Brasileiro é burra.

Muitos prefeitos e parlamentares alertam para a necessidade de se rediscutir os valores distribuídos pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM). As limitações desses recursos são mesmo o maio-res problemas das administrações municipais? De jeito nenhum. O maior problema é a dependência do Governo Federal. Os deputados querem isso porque eles fazem a representação cartorial. Ou seja, quanto mais o prefeito de-pender do deputado, mais forte ele é e mais votos ele terá na região. A ques-

Coroa para administrar? Para se ter uma ideia, a Coroa Portuguesa criou uma lei de controle sobre municípios antes mesmo de existir um município no Brasil. Aí entram as figuras do Ou-vidor Mor, Juiz de Fora, Governado-res, todos criados pela Coroa porque desconfiavam de que as pessoas que ganharam terras estavam roubando. Então, o Estado Brasileiro foi cons-truído com a ideia de que o cidadão não é correto. Desconfiam de todos e, por isso, criaram uma estrutura muito forte para ter o máximo de controle e coibir qualquer ação descontente do cidadão. Teoricamente, isto é chama-do de patrimonialismo: uma pessoa que comanda uma jurisdição acha que é o dono. Por exemplo, o secre-tário de Saúde acha que todos os fun-cionários e os programas desenvol-vidos na pasta são patrimônios dele, quando, na verdade, ele não passa de mais um funcionário. Os secretários e prefeitos são funcionários do eleitor. Quando o eleitor os elege, está dando uma procuração para ser representa-do durante quatro anos. Temos que produzir no Brasil algumas leis como a do recall nos Estados Unidos. Se, na metade do mandato, o representante não cumprir com aquela procuração que recebeu, o eleitor caça o manda-to, seja do prefeito, do parlamentar ou de qualquer um que tenha cargo eletivo.

Seria como uma demisão por justa causa? Exatamente. Arnold Schwarzenegger virou governador da Califórnia por-que o antecessor caiu pela lei do recall. É importante a gente pensar que essa cultura dominante está entranhada na política brasileira. Essa cultura de desconfiança do cidadão inverte a no-ção de direito e de representação. O eleitor só vota para confirmar aquilo que todo mundo já sabe, aquele que “Deus” já escolheu. Imagina se eu sou o Aécio Neves ou o Lula... É lógico que vou ser ou governador ou presi-dente. O Lula conseguiu eleger uma

do Governo Federal. Ora, o cidadão precisa saber que aquele cara que pas-sa na frente de sua casa em um carro oficial é quem faz com que o posto de saúde funcione ou não. Seja pelo SUS ou não, o gestor tem que ser local. Po-rém, não posso imputar essas respon-sabilidades ao gestor local se ele não tem condições básicas para executá--las. Aí é que vem o “Frankenstein” do Estado Brasileiro. O prefeito tem que executar, mas o recurso e o con-trole se dão por meio de convênios com os governos estadual ou federal. E, de novo, a máquina anda assim, porque, mais uma vez, será necessá-rio um “pistolão” para fazer as verbas saírem de lá. E aí essa figura se trans-forma no grande comandante da re-gião e dos municípios. Os deputados de qualquer partido batem no peito para apontar que aquela região é sua. O prefeito, hoje, é uma figura quase decorativa. Não é só uma questão de chegada dos recursos, mas do cidadão ter o controle e o direito de controlar pelo menos esses serviços que fazem com que ele tenha o básico para viver.

Qual seria a forma de promover participação da população nas decisões tomadas pelo poder pú-blico? Poderia falar umas 300 horas sobre isso, mas vou dar alguns exemplos. O primeiro passo é a gente criar um

Rudá Ricci esteve em Itabira debatendo administração pú-blica municipal, em seminário promovido pela Funcesi

TATIANA SANTOS

tão é descentralizar o orçamento. Se 60% do orçamento do país está nas mãos da União — e a partir de maio do ano que vem vai entrar o recurso do pré-sal que praticamente dobra os valores — os municípios não têm au-tonomia. O governo centraliza tanto o orçamento porque considera que os prefeitos não sabem administrar os recursos públicos. Então, acham melhor ficar com esse recurso e orien-tar para o Brasil crescer do que deixar na mão desse pessoal que não sabe o que fazer. E eles citam como exemplo os recursos dos royalties do petróleo. Inclusive, há vários pareceres de que os prefeitos não souberam usar os recursos, gastando com o supérfluo, inflacionando o mercado imobiliá-rio da região. Com a mineração é a mesma coisa. Com esse argumento de que o prefeito não sabe usar, a União concentra o orçamento. Ao concen-trar, faz do prefeito alguém que não tem autonomia e nem força. E aí o grande nome na região e no municí-pio não é mais o prefeito, mas, sim, o deputado. Não é preciso aumentar o FPM, é preciso descentralizar de vez o recurso. O cidadão precisa pensar no municipalismo, porque é no municí-pio que ele pode controlar o prefeito. A política começa no município. É muito mais difícil a pessoa controlar o presidente do que o prefeito. Mas se o prefeito não manda em nada, como posso exercitar a democracia? Essa discussão parece aquela estória de fazer cortesia com o chapéu alheio.

Ao mesmo tempo em que a União concentra o orçamento, coloca nas costas dos municípios a responsa-bilidade pela Saúde e pela Educa-ção. Não é contraditório? Para viver, a gente precisa ter garanti-dos alguns direitos. Estou falando de segurança pública, cultura, assistên-cia social, saúde e educação. Esse é o básico para um cidadão viver. Não se pode deixar um prefeito dizer que não é responsabilidade dele resolver uma situação dessas porque está nas mãos

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Os secretários e prefeitos são funcio-nários do eleitor. Quando o eleitor os

elege, está dando uma procuração para ser representado durante quatro anos.

programa de educação para a cidada-nia nas escolas. Isso é fundamental. Imagina ir numa quarta-feira fazer pesquisas nos bairros e a partir daí buscar soluções, fazer um congresso e entregar propostas ao prefeito e ao presidente da Câmara? Isso é educa-ção para a cidadania. Não é ficar dis-cutindo se a gente ajuda ou não uma velhinha a atravessar a rua. Isso não forma um cidadão, isso forma uma pessoa educada. Ser cidadão é o cara saber que a cidade é dele. A segunda opção seria fundar as escolas de cida-dania, que já citei. Terceiro, criar nos conselhos uma articulação entre eles. E, em quarto, criar uma Lei de Res-ponsabilidade Social. Que a Câmara vote, todo ano, as metas na área social que se quer atingir no ano seguinte. Não estou falando de verba, mas de metas. Se temos 15% das famílias po-bres e queremos baixar para 12%, te-mos que estipular essa meta e os con-selhos devem fiscalizá-la. Se os conse-lhos comprovarem que não se atingiu a meta, abre-se impeachment do pre-feito. Aí os conselhos começam a ter poder. Bem diferente do que acontece hoje, em que temos uma estrutura de participação de ficção. Existem solu-ções e são muitas.

O Brasil já alcançou o seu mode-lo ideal de democracia, de acordo com suas peculiaridades históricas?

12 Junho . 2012 DeFato

Cada país tem sua história de demo-cracia, não existe um modelo ideal, porque isso tem a ver com a cultura. A democracia é a participação dos cidadãos na tomada de decisões e no controle dos recursos públicos para a melhoria das condições de vida. A de-mocracia se baseia, portanto, na cul-tura e na história da população. Não posso querer imitar os Estados Uni-dos se a gente não tem a cultura deles. Nos EUA, a maioria é protestante, nós não somos. Eles têm, desde o iní-cio, a cultura de formar um monte de associações, subdividindo outras três ou quatro em cada associação. Não te-mos isso. É outra cultura. Somos mais indígenas, mais africanos, mais místi-cos, mais afetivos e não muito racio-nais. É por isso que a gente gasta mais do que ganha. A democracia brasileira tem que ser brasileira. O problema é que existem gargalos que impedem que a generosidade do brasileiro se ex-presse na política. Ela é impedida pe-los poderosos. Aí temos que ter algum mecanismo para dar vazão àquilo que o brasileiro é e deseja ser.

O governo Lula foi considerado por muitos um período de conquistas. O que o senhor, como autor de “O Lulismo”, pensa disso? Existem três grandes gestores na histó-ria do Brasil que vão merecer sempre destaque: Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Lula. Acho uma infeli-cidade ficar comparando a gestão de Lula com outras, porque desmerece os outros, por vários motivos. Um de-les é que Lula teve uma sorte incrível. Quase não tivemos crises. E quando tivemos, em 2008, a crise imobiliária dos Estados Unidos, o recurso despe-jado pelo Governo Federal consolidou um mercado interno que catapultou o país, mas que não mais conseguimos alimentar em função do aumento das dívidas das famílias. Hoje, segundo estudos recentes, 46% das famílias estão endividadas. Isso começou em 2009. Foi um período em que, até pela capacidade política do Lula, se

diferenciou dos demais. O Lulismo é um neogetulismo. É a ideia de um Es-tado forte, centralizador, que fomenta o desenvolvimento. É pragmático e, do ponto de vista do discurso de mas-sa, fala para a classe C. Getúlio falou para os trabalhadores que vinham do campo e inchavam as cidades. Falava de carteira de trabalho, de direitos, do “meu povo”. Lula falou para a classe C: “Marolinha; é hora de comprar; o brasileiro tem síndrome de vira-lata; agora é hora do Brasil grande; o Brasil acordou”. Lula é a expressão da classe C vitoriosa. É o ex-pobre retirante, sem um dedo, que virou o homem mais poderoso do país. Então, para o bem e para o mal, o Lulismo é uma marca importantíssima e que definiu a política brasileira.

Qual é o principal mal do Lulismo?Acabou com a oposição. Num país sem oposição, todos são governistas. Como nem todos no governo são lu-listas, os acordos para estarem lá não sabemos. Lógico que não estou dizen-do que estamos na União Soviética, mas por lá acontecia isso. Como você tinha um partido único, os acordos se davam às escuras. E é impossível que tanta gente no país todo concorde com a mesma linha. Nem em casa a gente concorda. O problema do Lu-lismo é que ele é massacrante do pon-to de vista da oposição. E as eleições municipais deste ano têm um papel

fundamental porque, se José Serra não ganha em São Paulo, ACM Neto não ganha em Salvador e se a maioria das cidades-polo de Minas ficar nas mãos do Lulismo, o próximo passo vai ser expulsar o PSDB de Minas e de São Paulo. Ao fazer isso, acabam com a oposição de vez. O que estamos per-cebendo é que o cerco está aumentan-do. Vou citar exemplos em Minas. O PSDB não governa Montes Claros, Governador Valadares, Betim, Con-tagem, Pouso Alegre, Teófilo Otoni e Itabira. Se você começar a enume-rar as cidades-polo, vai perceber que o PSDB perdeu as eleições passadas. E se o cerco aumentar dessa forma, acaba a oposição. É uma avalanche de acordos montados a partir do Go-verno Lula. É uma pessoa com uma popularidade que tem metade da pre-ferência dos eleitores de Minas Gerais para eleger quem ele indicar. Dentro da cidade de São Paulo também é as-sim. Democracia sem oposição não é muito salutar.

Reeleição é uma medida saudável? Se estivesse em condições normais de temperatura e pressão seria, mas não no Brasil. O peso da máquina é muito forte. Se não é pela quantidade de cabo eleitoral pago, é pelo próprio poder de fazer obras e inaugurar pró-ximo às eleições. Há uma discussão muito forte sobre estender o mandato de quatro para seis anos, acabar com a reeleição e unificar as eleições. Esse é o maior problema político que te-mos hoje no Brasil. Ter eleições de dois em dois anos cria uma situação em que principalmente os prefeitos, mas também governadores, passam a não pensar em longo prazo. Eles pensam em obras e ações de “tiro curto”, já que dois anos depois have-rá eleições. Os governadores têm que fazer os prefeitos para serem ajudados depois. Então, os prefeitos têm que ajudar os governadores para poderem ser ajudados mais tarde. Assim, te-mos programas de dois em dois anos. É fundamental mudar isso.

Ter eleições de dois em dois anos cria uma

situação em que principalmen-

te os prefeitos, mas também

governadores, passam a não

pensar em longo prazo.

Anote

No dia 1º de junho, um posto de atendimento Sicoob Credivale foi inaugurado na Aposvale, em Itabira. Os presidentes Deiró (Aposvale) e Natal (Credivale) comemoraram a conquista durante cerimônia, que teve a presença de colaboradores da cooperativa de crédito, além de diretores e associados das duas entidades. O novo espaço tem como objetivo aproximar as instituições, dar mais comodidade aos associados e angariar novos cooperados.

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O edifício Center Shopping, po-pularmente chamado pelos itabira-nos de Elefante Branco, está prestes a ter uma destinação. É o que afirma a advogada Juliana França, assessora jurídica dos condôminos. Há mais de 15 anos parado e colocado à ven-da desde o ano passado, o prédio atrai interesses de investidores da região, de Belo Horizonte e até de estrangeiros.

Os detalhes das propostas serão

apresentados durante uma reunião da Comissão de Representantes do Condomínio, no dia 27 de junho. Caso nenhuma delas se enquadre ao que foi deliberado pelos condô-minos, uma nova assembleia será realizada, em data ainda não confir-mada. De acordo com a advogada, foram observados todos os requi-sitos para a segurança do negócio jurídico, o que deixou o investidor bastante confiante.

O projeto Assine uma Árvore, desenvolvido pela Escoteira Guia Patrícia Adriely, do 16º Grupo Padre Olímpio, de Itabira, reco-lheu 1.656 assinaturas e 55 ár-vores serão plantadas em Itabira. Seguindo a ideia, para ser plan-tada, cada árvore necessitava do apoio de 30 pessoas, ou seja, de 30 assinaturas. O plantio já teve início e um dos primeiros lugares beneficiados foi o Pico do Amor, no qual foram plantadas mudas

das espécies Ipê Rosa e Amarelo e Cedro Rosa. Em maio, a escoteira realizou trabalhos educativos em escolas da cidade.

O encerramento do recolhi-mento de assinaturas foi no mês de março. Para atingir seu objetivo, a escoteira visitou diversos locais da cidade e recebeu apoio de entida-des civis, ótgãos públicos e em-presas privadas. O projeto Assine uma Árvore conta com o apoio do Grupo DeFato.

ITABIRA MAIS VERDE

SEMPRE DRUMMOND

Entre as atrações da Festa Literária de Paraty (FLIP), o poeta itabirano Carlos Drummonde de Andrade (1902 - 1987) será o grande homenageado da edição 2012.

Idealizado por Liz Calder, o festival, já em sua 10ª edição, é uma importante vitrine para os mercados editoriais nacio-nal e internacional, promoven-do intercâmbio entre autores, editoras e o público. Em 2012, será realizado entre 4 e 8 de ju-lho. Os investimentos são em torno de R$ 7 milhões, cerca de 23% a mais do que o inves-tido na edição passada.

Em 2012, a festa conta com nomes como Jonathan Franzen, Jennifer Egan, Enrique Vila Matas, Ian McEwan e Roberto DaMatta. Ao todo, 14 países serão repre-sentados por 40 autores.

Além do evento principal, chamado de Flipzona, serão promovidos a Flipinha e diver-sas apresentações e espetáculos culturais.

O Valeriodoce Esporte Clube, tradicional agremiação de Itabira, não disputará a Terceira Divisão do Campeonato Mineiro de Futebol em 2012. Depois de lutar muito e não conseguir o acesso dentro de campo, no ano passado, o Dragão enfrenta dificuldades financeiras para se man-ter em atividade.

Em 13 de junho, a Federação

SERÁ O FIM?Mineira de Futebol (FMF) divulgou a convocação para o arbitral da com-petição, somando 15 times, nenhum deles com a tradição do Valeriodoce. O presidente do clube, Luzardo Drummond, disse que não faltou in-teresse em participar e não escondeu a decepção ao confirmar a notícia, que marca a pior fase da história do Dragão.

ANIVERSÁRIO DA VALE

PARCERIA

16 Junho . 2012 DeFato

PROCURAM-SE ENGENHEIROS A ARC Arquitetura apresentou, no último dia 24 de maio, o projeto de construção do prédio anexo da Câmara Municipal de Itabira. A empresa foi vencedora da licitação para executar as obras de ampliação da casa, necessária por causa do au-mento de vereadores de 11 para 17, a partir da próxima legislatura. Segundo a ARC, o novo pré-dio abrigará toda a parte administrativa da insti-tuição, além do arquivo, e será construído ao lado do atual, onde hoje fica o estacionamento.

O espaço até então ocupado pelos setores ad-ministrativos será adaptado para os seis novos le-gisladores. O conjunto deve ficar pronto no início de 2013, quando os novos vereadores assumirão seus cargos. A área a ser construída é de 392,89m².

ARC ARQUITETURA

Em uma iniciativa inédita, a mi-neradora Vale e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram, recente-mente, edital do Forma-Engenharia, pro-jeto criado para estimular a formação de engenheiros no Brasil. Serão oferecidas 2,5 mil bolsas para pesquisadores, estudantes de graduação, ensino médio e técnico. No

total, serão investidos R$ 24 milhões, dos quais R$ 12 milhões aportados pela Vale e R$ 12 milhões pelo próprio CNPq.

O Forma-Engenharia nasceu da pre-ocupação de o Brasil sofrer, a partir de 2020, um “apagão de engenheiros”, caso a economia do país mantenha o atual ritmo de crescimento, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (Ipea). Serão focadas diversas áreas de en-

genharias, entre as quais as de Minas, Elétrica, Metalúrgica e Mecânica, prefe-rencialmente em instituições das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O prazo de submissão de proposta vai até 17 de julho e o edital com a primeira chamada está disponível no site www.cnpq.br.

VAI SER ASSIM

A Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo inaugurou, em 30 de maio, intalações do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). O serviço já funcionava na Rua Monsenhor Torres, 308, no Centro, e é operacionaliza-do pela Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social. O Creas, unidade pública integrante do Sistema Único de Assistência Social (Suas), tem como objeti-vo realizar ações de orientação, proteção e acompanhamento psicossocial individualizado e sis-temático a crianças, adolescentes e suas famílias em situação de risco ou violação de direitos e a

adolescentes autores de ato infracional. O trabalho visa a fortalecer os vínculos familia-

res e comunitários para a efetividade da ação pro-tetiva à família. A unidade de São Gonçalo conta com uma equipe multiprofissional incumbida de

promover a integração de esforços, recur-sos e serviços para potencializar as ações aos seus usuários. Também conta com a parceria dos serviços socioassistenciais e sistema de garantia de direitos.

DINHEIRO QUE NÃO ACABA O próximo prefeito de Itabira terá

à disposição o maior orçamento da his-tória do município. Tramita na Câmara Municipal o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que traz as metas ficais e a estimativa para o valor da receita no ano que vem: mais de R$ 377 milhões. A matéria deve ser votada até 3 de julho.

O valor previsto no orçamento para 2013 é pouco mais de 4% maior do que o de 2012, estipulado em R$ 360,9 milhões. Para os dois próximos anos, a tendência é de que a receita de Itabira continue su-bindo, até chegar a R$ 408,3 milhões em 2014 e R$ 453 milhões em 2015. As es-timativas são calculadas de acordo com as

arrecadações alcançadas nos três anos ime-diatamente anteriores.

A LDO é uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Depois dela ser aprovada, o Executivo ainda preci-sa criar a Lei Orçamentária Anual (LOA), votada na Câmara, geralmente, no fim do ano. SGRA TEM CREAS

A foto foi postada pela banda Skank em seu perfil na rede social Facebook, como uma homenagem da banda ao povo itabirano. Ela foi feita de cima do palco, du-rante a festa que celebrou os 70 anos da Vale, em Itabira. O evento foi promovido no

último dia 1º de junho, data do aniversário da minerado-ra, no Parque de Exposições da cidade. No perfil, uma brincadeira com os usuários da rede social: “A rapaziada cantou o show inteiro! Se você estava lá, se ache e se marque na foto!”.

NA VISÃO DO SKANK

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18 Junho . 2012 DeFato

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HORA DE CORRER

Itabira promoveu, em 1º de junho, o primeiro Friday Night Training, uma cor-rida-treino noturna. O evento, organiza-do pela Equipe Papa-Léguas de corrida de rua e Gomes Pereira – Concessionária Ford, reuniu 50 participantes, percor-rendo um trajeto de aproximadamente 4,6 quilômetros. De forma descontraída, cada um correu de acordo com seu rit-mo, sem se preocupar com o resultado da competição.

A corrida-treino contou com dois postos de hidratação para os participan-tes. Após a chegada, os atletas receberam lanche para repor as energias e ainda par-ticiparam do sorteio de brindes. A coor-denação considerou positivo o resultado, já que, no mesmo, dia e horário eram promovidos eventos importantes, tanto em Itabira como em cidades vizinhas.

EVANGÉLICOS EM EXPECTATIVA No próximo dia 7 de julho,

Itabira reúne a comunidade evan-gélica num evento que promete mobilizar milhares de pessoas. Trata-se da Marcha para Jesus. Com a participação de 25 igrejas evangélicas confirmadas, a expec-tativa é de que pelo menos 20 mil pessoas participem do evento, em

sua 7ª edição. Na programação, destaque

para a apresentação da banda Trazendo a Arca, um dos mais aclamados ministérios de louvor do Brasil. Esta será a segunda apresentação do grupo na cidade. A primeira foi em 2010. A saída da Marcha para Jesus está prevista

para 16h, em frente ao prédio da Prefeitura de Itabira, na Avenida France de Paula Andrade. O percurso será finalizado na Avenida Mauro Ribeiro Lage, no bairro Esplanada da Estação. Informações pelo site www.itabi-ragospesl.com.br ou pelo telefone (31) 8784 1263.

O tenente Eliseu Washington Gonçalves Marques to-mou posse como comandante do 4º Pelotão do Corpo de Bombeiros em Itabira, na manhã do último dia 4 de junho. A solenidade, marcada pela presença de várias autoridades, foi feito na sede da instituição. Tenente Washington tem passagens por Governador Valadares e Belo Horizonte. É formado em Fisioterapia, pela UFMG, e prestou, também, os cursos de Formação de Oficiais (CFO), do Corpo de Bombeiros, e de Prevenção e Combate a Desastres, da Unesco. Ele assume o cargo devido à aposentadoria do subtenente Márcio Caldeira, protocolada em março deste ano.

Há quatro anos na corporação, tenente Washington assume, também, um desafio: chega a Itabira em uma época de intensificação da demanda, devido ao início do período de seca. Em entrevista, ele disse que pretende reforçar as parcerias com a Prefeitura, Polícia Militar e outras instituições para não somente combater, mas pre-venir incêndios nessa época do ano.

NOVO COMANDO

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A Cachoeira da Pedra Pintada, localizada na Serra da Conceição, a 10 km de Cocais, distrito de Barão de Cocais, é formada por dez quedas d’água, em uma montanha de pedra de mais de 30 metros. A paisagem é bas-tante visitada por adeptos de esportes radicais. Lá se formam duchas naturais e uma grande piscina de água limpa, com temperatura em torno de 20º C.

Toda essa beleza natural é cuidada por Oliveira Salles há décadas. Para chegar à cachoeira é preciso passar em sua propriedade, por uma trilha de um quilômetro e meio. A iniciativa de preservá-la foi de seu pai, Antônio Firmino de Salles, em 1985, quando fez, com autorização da Polícia do Meio Ambiente, uma portaria para controlar

ESPETÁCULO DA NATUREZA

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o acesso de visitantes. Esses pagam um taxa para entrar, revertida em benefício da preservação do patrimônio natural. Em 1990, com a morte do pai, Oliveira continuou o trabalho, tendo assinado

um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em 2002, comprometendo-se perante o Ministério Público a cuidar da área. Quem visita, reconhece o bom trabalho da família!

20 Junho . 2012 DeFato

Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas e Dom Joaquim, cidades situadas na região de influência direta do Projeto Minas-Rio, recebem investimentos de aproximadamente R$ 4,8 milhões da Anglo American. Os recursos são destinados à melhoria da infraestrutura do sistema de saúde dos três municípios, como contrapartida da empresa aos danos ambientais e so-ciais promovidos na região.

Em Conceição do Mato Dentro, as intervenções envolvem a ampliação da Policlínica, da Unidade Básica de Saúde de São Sebastião do Bonsucesso e a reforma do prédio da Secretaria de Saúde. No caso da Policlínica, R$ 1,1 milhão será investido. A ampliação da UBS de São Sebastião do Bonsucesso, fechada desde 2010, já foi iniciada e englobará uma reforma completa do

local, com custo de, aproximadamen-te, R$ 300 mil, para adequação aos padrões definidos pelo Ministério da Saúde.

Em Dom Joaquim, as obras estão orçadas em R$ 2,2 milhões e con-templarão a reforma e adequação do Hospital Nossa Senhora das Graças, já iniciadas, e a construção de uma UBS em São José da Ilha. Em Alvorada de Minas serão construídos uma UBS e um laboratório de análises clínicas, na sede. Além disso, a UBS de São José do Jassém começou a ser ampliada. O va-lor total das obras no município será de R$ 962 mil.

A expectativa da Anglo American é de que as obras sejam concluídas até o final de 2012. Desde 2010, por meio do Programa de Saúde do Projeto Minas-Rio, a empresa tem feito investimentos

nas cidades. Ao todo, R$ 16 milhões devem ser investidos na região, até 2014.

Esse é o principal projeto da mul-tinacional no mundo. Atingirá, em sua primeira fase, uma capacidade de pro-dução de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro. O empreendimento inclui mina e unidade de beneficia-mento em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas; a construção do maior mineroduto do mundo, com 525 km de extensão, atravessando 32 municípios mineiros e fluminenses; e o terminal de minério de ferro do Porto de Açu, em São João de Barra-RJ. De acordo com a empresa, o investimento para a implantação do projeto teve um ajuste de 15% sobre o valor de US$ 5 bilhões, em função do aquecimento do mercado da construção civil no Brasil.

FATOR MINERAÇÃO

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22 Junho . 2012 DeFato

O skatista itabirano Jeferson Almeida, o Liu, venceu o campeonato Volcom - Animais na Pista. Liu executou ótimas manobras durante todo o evento e surpreendeu os juízes na disputa ao executar um hard helflip, considerada a melhor performance da competição. A disputa aconte-ceu na pista de skate do Parque das Mangabeiras, em Belo Horizonte, no último dia 20 de maio.

A prova teve participação de atletas mineiros, diver-sos deles integrantes da Associação de Skatistas de Itabira (Askita). Jefferson está sempre presente nas competições da região e se destaca pelo alto nível de suas manobras. Os atletas da cidade contaram com o apoio da Prefeitura Municipal de Itabira.

Gente e FAtoS

PRATA DA CASA TRABALHORECONHECIDO

O Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais condecorou o itabirano Cyro de Oliveira Pires com a Comenda Especial da Ordem Farmacêutica, título que o eleva à condição de patrono da Farmácia em Minas Gerais. Essa condecoração é um reconhecimento aos 59 anos de-dicados à atividade farmacêutica e à promoção da saúde pública no estado.

JOTTA A VEM AÍ Para comemorar a 34ª edição da União da Mocidade da Assembleia de Deus

de Itabira (Umadeita) e a 42ª União das Irmãs (Uniadi), a igreja traz o mais recente fenômeno da música gospel: o garoto Jotta A, de apenas 14 anos.

O cantor ficou conhecido nacionalmente depois de se apresentar no programa Raul Gil, no quadro Jovens Talentos Kids. O show será

no dia 14 de julho, no Ginásio Poliesportivo Maestro Silvério Faustino.

O nome Jotta A faz menção às iniciais de José Antônio. Ele mora em Sorocaba (SP) e se congre-ga na igreja Assembleia de Deus. Filho de Edna e Antônio Holanda, o jovem é o caçula de três ir-mãos. Desde pequeno já demonstrava sua afinida-de com a música. Aos três anos, cantava na igreja e era convidado para louvar em cultos e eventos de sua terra natal, Rondônia.

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Com uma Moção de Aplausos, em reunião extraordinária realizada em 31 de maio, a Câma-ra de Municipal de Itabira prestou homenagem à Vale pelos 70 anos, comemorados em 1º de junho. A mineradora foi representada pelo ita-birano Marconi Viana (ao centro), diretor Ope-racional de Ferrosos e funcionário da empresa há 27 anos. O autor da iniciativa foi o vereador Elson Sá, do PMDB (à esquerda).

Marconi , que atualmente vive no Rio de Ja-neiro, não conteve a emoção ao falar da história da Vale e chorou na tribuna da Câmara.

ITABIRANOS EM PORTUGAL

Em junho, o Projeto Meninos de Minas fez divulga-ção de seu trabalho em Portugal. O grupo de 18 integran-tes viajou para se apresentar no 9º Encontro de Cultura de Serpa, que se estendeu até o último dia 17. O projeto desenvolve, desde 2001, atividades ligadas à música, como oficinas de musicalização e construção de instrumentos a partir da utilização de material reciclado.

O propósito do Encontro de Culturas/Mercado Cultural de Serpa, organizado pela autarquia local, é pro-mover a cultura enquanto fator de desenvolvimento e de união entre os povos.

EMOÇÃO NA CÂMARA

24 25www.defatoonline.com.brJunho . 2012 DeFato

Veja algumas fotos enviadas por quem

acessa DeFato Online

O canal de participação do internauta

Todos os cruzeiros são lindos.Enviado por Marya Flor de Almeida, 23/05/2012

MORRO REDONDO

DIA DOS NAMORADOS

A foto foi feita em Ipoema, na Pousada Pedra que Brilha.

Enviado por Tiago Muzzi, 10/06/2012

Na primeira etapa do Mineiro de Motocross, em Itabirito, o itabirano Samuel Lopes conquista o primeiro

lugar na categoria Mx Jr. 125cc.. Enviado por Flávio Soares de Almeida, 04/06/2012

COISAS DA NATUREZA

SAMUEL LOPES NA FRENTE

Arte criada durante oficina realizada em Ita-bira, na comemoração da Semana do Meio Ambiente.Enviado por Moacir Diniz Lage, 05/06/2012

Isso é o amor de papai e mamãe. Se não fosse assim, eu nem estaria aqui.

Enviado por João Diniz Rodrigues, 13/06/2012

PINTURA DE LUIZ FRANCIS

ODia Mundial do Meio Ambiente foi comemo-rado em dia 5 de junho,

mas o presente para os pés-de--pomba chegou no último dia 19. A Associação de Catadores de Mate-riais Recicláveis de Barão de Cocais (Aserbac) ganhou uma estrutura que vai ajudar a entidade no importan-te trabalho ambiental que presta ao município. Mais do que um espaço físico, o galpão de 527 m² representa um grande apoio para a expansão da coleta seletiva na cidade.

O espaço foi construído com recursos provenientes de convênio entre a Prefeitura e o Ministério das Cidades, além de parceria com a si-derúrgica Gerdau. De acordo com o secretário municipal de Meio Am-biente, Nivaldo Nunes de Souza, os investimentos giram em torno de R$ 450 mil. A obra, erguida à Rua Guilherme de Oliveira Moreira, no bairro Sagrada Família, ocupa uma área de 969 m².

O local vai servir para que os dez associados à Aserbac façam a tria-

gem, armazenem e distribuam os materiais recicláveis que recolhem pelas ruas de Barão de Cocais. Ape-sar de a entidade existir desde 2007, não havia no município um espaço adequado para desenvolver as etapas do trabalho de coleta seletiva. O gal-pão é dotado de escritório, cozinha, refeitório e vestiários. É também a primeira obra pública de Barão a ser construída com reservatório para re-

BArão de CoCAiS

aproveitamento de água de chuva e aquecimento solar, o que aumenta, ainda mais, sua importância am-biental.

O espaço foi entregue comple-tamente mobiliado e com máqui-nas essenciais ao trabalho desenvol-vido pela associação, como prensas, empilhadeiras elétricas e carrinhos. O material foi adquirido por meio de parcerias com Vale, Gerdau e Anglo Gold. Além disso, os cata-dores também ganharam um cami-nhão baú, obtido graças a um con-vênio com a Fundação Nacional de saúde (Funasa).

Todas essas melhorias vão ajudar os catadores no projeto Reciclar, ide-alizado pela Prefeitura e que já leva a coleta seletiva a 15 bairros, além do distrito de Cocais. “Já estamos em trabalho de conscientização para levar a coleta seletiva a toda a cidade. É um grande avanço que vai bene-ficiar a geração de agora e também as futuras”, comemora o secretá-rio Nivaldo Nunes de Souza.

PARA RECICLARGalpão para Associação de Catadores é alavanca para conscientização

ambiental e mudança de atitudes na cidade dos pés-de-pomba

Enfim, Aserbac obtém um es-paço adequado para executar o trabalho de reciclagem

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Já em operação, galpão ocupa área de 969 m²

26 27www.defatoonline.com.brJunho . 2012 DeFato

E m missão durante o mês de junho, o prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo,

Raimundo Nonato Barcelos, No-zinho, estreitou relações com ges-tores e instituições de Portugal e Espanha.

Na portuguesa Caminha, Nozi-nho firmou convênio para estimular o intercâmbio e o desenvolvimento social, econômico e cultural entre São Gonçalo e o município portu-guês. Ele e a presidente de Câmara de Caminha, Júlia Paula Costa, as-sinaram um termo de cooperação e mobilização de incentivos e meios considerados adequados para con-templar temas como desenvolvi-mento socioeconômico; urbanismo e meio ambiente; ordenamento do território urbano; cooperação entre autarquias, educação, cultura e des-porto; turismo e patrimônio histó-rico e artístico.

A portuguesa Júlia Paula Costa chamou a atenção para o fato de o Brasil ser uma economia emergente e que esse tipo de acordo se torna

um estímulo para aproximar os dois países. Já para o prefeito Nozinho, além da troca de ideias e experi-ências, o convênio deve promover iniciativas e projetos úteis para o progresso das duas cidades. “Essa parceria é muito importante e po-derá render bons frutos. O acordo vai proporcionar novas vivências e mais progresso em várias áreas”, destaca Nozinho.

Ainda em Portugal, a cidade mi-

São GonçALo do rio ABAixo

neira participou do IX Encontro de Culturas de Serpa, como parte da Rede Internacional de Municípios pela Cultura (enRede). O evento reuniu gestores, artistas, produtores culturais e autoridades internacio-nais de diversos países. São Gonçalo foi representada pelo músico Aulus Rodrigues, um dos mais promisso-res violonistas da nova geração.

NA ESPANHAEntre 10 e 16 de junho, Nozi-

nho, integrando uma comitiva do Sebrae, se reuniu com empresários e políticos em Barcelona e Madri. O objetivo foi buscar informa-ções, ideias e inovações da gestão pública que poderão ser aplicadas em São Gonçalo. A experiência na Espanha foi oferecida após a conquista do prêmio Prefeito Em-preendedor, no qual São Gonçalo venceu como melhor projeto de Minas Gerais, e a participação na edição nacional do Prêmio, que colocou a cidade entre as quatro melhores da região Sudeste.

MUNDO AFORA Prefeito firma convênio e participa de troca de experiências na Europa

Em Portugal, o prefeito são-gonçalense firmou convênio com Caminha

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Na Espanha, Nozinho e ou-tros gestores conheceram projetos inovadores

Entre 31 de maio e 3 de ju-nho, Catas Altas promoveu sua XIV Cavalgada, encon-

tro que reuniu a magia do esporte, a beleza dos cavalos, a emoção do rodeio e a alegria dos catas-alten-ses. As boas-vindas foram dadas por 20 peões se equilibrando em cima de touros treinados. Entre 385 municípios mineiros, a cidade foi escolhida para sediar a final do Campeonato Estadual de Rodeio.

A veterinária da Cia de Rodeio Paulo Miranda, Sarah Helena Ne-ves, logo avisou: “Os animais não se machucam, são treinados para

o esporte”. Um carro zero km e uma vaga em Barretos foram os prêmios concedidos ao campeão, Marcos Silva de Souza, o Paraguai.

Mais de 40 mil pessoas passa-ram pela cidade durante a caval-gada, segundo a organização do evento. Emissoras de televisão, como Alterosa, Band Minas e Record fizeram registros da festa, marcada pela organização, segu-rança e alegria do público. As pou-sadas, restaurantes e comerciantes, em geral, comemoram o grande fluxo de turistas, que ajudaram a aquecer a economia local.

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É FESTACidade promove lazer e movimenta a economia em quatro dias de agito

Mais de 40 mil pessoas passaram pelo parque de

exposições durante o evento

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Entre as apresentações, artistas como Danilo Mendes, Bruna Vio-la, Menina do Céu, Gilson e Ban-da, além dos consagrados Victor e Leo e Bonde do Forró, animaram as quatro noites de shows.

No domingo, 3 de junho, ca-valos dos criadores de Catas Altas e de mais 18 categorias desfilaram na pista da Arena mais uma vez lo-tada, como sempre ocorre, a cada ano. A XIV Cavalgada, promovida pela Prefeitura de Catas Altas, con-tou com o apoio da Vale, Samarco e Polícia Militar.

CAVALGADA

28 29www.defatoonline.com.brJunho . 2012 DeFato

A mineradora Manabi, uma holding ainda pré-operacio-nal, anunciou ao mercado a

intenção de fazer investimentos de, aproximadamente, U$ 4 bilhões na exploração e escoamento de miné-rio de ferro em Morro do Pilar e Santa Maria de Itabira. A empre-sa, constituída em março de 2011 por um ex-funcionário da Vale e cofundador da LLX e MMX, de Eike Batista, é proprietária de 78 concessões minerárias em áreas do

Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais.

Os projetos de Morro do Pilar e na localidade de Morro Escuro, em Santa Maria de Itabira, são os primeiros da mineradora. Segundo prospecto, as duas minas somam cerca de 1,5 bilhão de toneladas em recursos minerais, com poten-cial exploratório para chegar a dois bilhões. A expectativa é de que as operações comecem em 2016, com produção estimada de 31 milhões de toneladas por ano. A qualidade

reGião

do minério, segundo o documento enviado à Comissão de Valores de Mobiliários (CVM), é elevada, com teor de ferro de 68,5%.

Para levantar recursos para os projetos, a companhia vai lan-çar oferta pública de ações no Brasil e no Canadá. Os recursos provenientes da oferta global se-rão investidos, majoritariamen-te, no desenvolvimento em es-tudos ambientais, obtenção de licenças e autorizações, projetos de engenharia e sondagens.

TERRA DESBRAVADAMineradora prevê investimento bilionário em Santa Maria de Itabira e Morro do Pilar

SÉRGIO SANTIAGO

OS PROJETOS

Em Morro do Pilar está prevista a implementação de uma mina, uma usina de beneficiamento de mi-nério de ferro e toda a rede de escoamento da pro-dução, composta por um mineroduto e um terminal portuário em Linhares (ES). A expectativa é de que seja concluído, ainda em 2012, o estudo de impacto ambien-tal, para que o empreendi-mento obtenha as licenças prévia e de instalação em 2013, requisitos necessários para o início das obras.

As montagens da mina, usina de beneficiamento, mineroduto e porto estão previstas para começar em

2014. Em 2016 a minerado-ra espera terminar a parte eletromecânica da mina e o mineroduto, para come-çar a produzir e escoar o minério.

O projeto Morro Escuro, em Santa Maria de Itabira, compreende a construção de uma mina e de uma usi-na de beneficiamento de minério de ferro. No que se refere ao licenciamento da área a ser explorada, a expectativa é de que o es-tudo de impacto ambiental seja concluído ainda no 2º semestre de 2012. No ano seguinte a empresa espera obter as licenças prévia e de instalação até o segun-

do trimestre. A operação em Santa Maria deve co-meçar no primeiro trimes-tre de 2014, segundo pros-pecto da empresa.

A área a ser minerada está localizada a seis quilô-metros do centro urbano. “O projeto é para 20 anos”, disse o prefeito Geraldo Coelho do Nascimento. A empresa já se reuniu com representantes da Prefei-tura para discutir diversas questões, inclusive a viabi-lização de um desvio da ci-dade, por onde passariam os caminhões de minério sentido Itabira, possível destino do escoamento da produção de Morro Escuro.

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Durante a festa que celebrou os 70 anos da mineradora Vale em Itabira, promovida

em 1º de junho, no Parque de Expo-sições Virgílio José Gazire, enquanto era apresentado um vídeo institucio-nal no telão, no meio da plateia al-guém gritou: “Meu avô, meu ídolo”.

A frase foi dita por um dos netos

do passabeense José Adriano Cos-ta. Ele foi um dos escolhidos para ilustrar o video pelo fato de ter sido um dos primeiros empregados da mi-neradora. Em 1945, três anos após a fundação da Vale, ele se mudou para Itabira em busca de um sonho: “Trabalhei em empreiteiras abrindo linhas férreas. Cheguei ao escritório da Companhia Vale do Rio Doce dizendo que queria trabalhar. Não

70 AnoS

pedi emprego, mas, sim, serviço. No mesmo dia comecei na empresa”. O aposentado fala com orgulho da épo-ca em que trabalhou na mineradora.

Aos 97 anos, José Adriano é dono de uma memória invejável e ainda se lembra das diversas tarefas que desempenhou na companhia. Na carteira de trabalho, que guarda até hoje, o cargo descrito é “Mineração”. Ele realizou desde trabalhos de jardi-

VALEU A PENAHistória de mineradora se confunde com trajetória daqueles que a ajudaram a crescer em Itabira e região

nagem ao carregamento de vagões de minério. Trabalhou na construção de praças de serviços e até no matadouro que abastecia os restaurantes da área administrativa.

O trabalho era pesado, debaixo de sol e de chuva, mas seu combustível essencial era a alegria. ”Eu saía de casa às quatro da manhã, a pé, e o que me mandavam fazer, eu fazia. Era tudo festa, não tinha tempo ruim”, diz às gargalhadas.

Por não ter muita instrução e nem grandes ambições, José Adriano “pen-durou as botinas” como trabalhador braçal, no mesmo cargo em que en-trou. A aposentadoria veio em 17 de setembro de 1980, após 35 anos de serviços prestados. ”Nunca tirei licen-ça, nunca faltei e nunca me acidentei no trabalho”, relembra, orgulhoso.

Do emprego, José Adriano con-servou amizades e hábitos, como o de acordar cedo. Às cinco da manhã já está de pé para preparar o café, buscar pão e fazer bolos. A idade avançada não o impede de praticar seu princi-pal hobby, que é cuidar da horta, o

que inclui regar, semear e capinar. As verduras colhidas alimentam, tam-bém, os amigos da vizinhança.

Faltando pouco para completar um século de vida, José Adriano fez vingar uma prole de 10 filhos, dos quais cinco homens se tornaram tra-balhadores da Vale. Além deles, for-mam a família 34 netos e 14 bisnetos, que ele curte na companhia da espo-sa, Delfina Fernandes, de 94 anos.

José Adriano sabe que seu esforço lhe valeu muito. “Se fosse para viver tudo que vivi na Vale de novo, vive-ria, pois foi ela quem me deu segu-rança para cuidar da minha família. O que ela plantou, eu colhi”, diz o trabalhador.

CARREIRA Como José Adriano, outros mi-

lhares de trabalhadores têm relações profissionais intensas ligadas à Vale. A história de Geraldo Leonardo Sil-va, itabirano, de 47 anos, começou no início da década de 1980, quan-do teve a oportunidade de ingressar no quadro funcional da então Com-

panhia Vale do Rio Doce, como es-tagiário em Mecânica. O que para alguns poderia parecer pouco, para o atual supervisor de Engenharia de Equipamentos da Mina Brucutu foi a grande oportunidade. Leonardo, já contabilizando 30 anos de empresa, é também professor universitário e já se sujou bastante de graxa para chegar aonde chegou.

“Sempre sonhei entrar para a Vale. Comecei a trabalhar vendendo picolé e fazendo serviço de pedreiro, aos 14 anos, mas tinha a mineradora como um ideal de empresa, de ascensão e oportunidades”, relata o engenheiro.

E as chances não lhe faltaram. Após o período de dois anos como es-tagiário passou a executar a função de auxiliar de mecânica, o que lhe serviu de aprendizado para, quatro anos de-pois, se tornar mecânico I, classifica-ção inicial para a função. A busca pelo conhecimento acompanhou o super-visor. “Na época em que era mecâni-co I fiz um curso técnico em Mecâ-nica para me aperfeiçoar”, diz. Após dois anos, Leonardo foi promovido a

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Geraldo Leonardo construiu carreira sólida graças às oportu-

nidades que surgiram na Vale

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O passabeense José Adriano chegou a Itabira quando a

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30 31www.defatoonline.com.brJunho . 2012 DeFato

mecânico especializado e formou-se em Ciências Exatas, na Faculdade de Ciências Humanas de Itabira (Fachi).

Mais um ano se passou e ser téc-nico mecânico I classificando-se ao nível II foi a consequência de sua dedicação. Ciente de que busca por conhecimento e crescimento profis-sional costumam ter relação de causa e consequência, graduou-se também em Matemática, pelo Uni-BH, em 1989. Especializou-se, ainda, em Es-tatística e em Engenharia de Proces-sos, em 2010.

Após transitar por diversas áreas, desde 2011, mais uma vez Leonardo avançou e se tornou supervisor de ní-vel 4, função que desempenha atual-mente. Para ele, o diferencial para que construísse carreira, além do próprio esforço, foi o fato de a empresa acre-ditar em seu trabalho. “Não planeja-va ser supervisor, pensava em ser um mecânico. Mas desde o início a Vale acreditou em mim. As oportunidades foram aparecendo e fui abraçando”, conta.

Pai de quatro filhos, o supervisor revela que a influência da mineradora em casa sempre foi positiva. Um de-les, Julio, já trabalha na empresa e os demais alimentam o desejo de seguir a mesma carreira.

O itabirano guarda com cari-nho o relógio de pulso recebido em agosto do ano passado, como uma homenagem pelos 30 anos de traba-lho dedicados à empresa. Nada mal para quem começou como estagiário. Por fazer o que gosta, a palavra apo-sentadoria ainda não é contemplada por seu vocabulário. “Trabalhei 30 anos na Vale e quero trabalhar mais 30, pois ainda tenho muita coisa para construir lá dentro”, assegura.

AMOR TAMBÉM VALE

Enquanto participavam de um treinamento para o novo emprego, o amor bateu à porta de Cássia Valéria Dutra, 33 anos, e Wanderson Rodrigo de Souza, de 32. Durante os três dias de ambientação para realizar estágio na Vale, em janeiro de 2001, Cássia cen-

trava-se no aprendizado. Ainda assim, seu foco não foi impedimento para que nos intervalos do treinamento ela conhecesse o futuro marido.

A partir da aproximação, de for-ma gradual, nasceu a amizade. “Por meio de gestos de carinho, como li-gações e companheirismo, o Wander-son foi me conquistando”, declara. O namoro foi algo natural, que veio sete meses depois. Com quatro anos de relacionamento, os dois decidiram dividir o mesmo teto.

Atualmente, Wanderson atua na área da Geotecnia, na mina Água Limpa, em Rio Piracicaba. Cássia trabalha em Planejamento e Controle de Projetos, na mina Conceição, em Itabira. Ela nasceu em Belo Horizon-te e veio para a cidade devido à opor-tunidade de crescimento profissional. Ele é itabirano e saiu da cidade natal por consequência do ofício, mas vai e volta todos os dias.

Na época em que faziam estágio, os dois se diferenciavam dos colegas de função durante as festas promovi-

Cássia e Wanderson iniciaram o relacionamento e a vida

profissional em estágio oferecido pela mineradora

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das pela empresa. Isso porque estagi-ários não podiam levar acompanhan-tes às comemorações, mas, por faze-rem parte do quadro funcional, os dois tinham o privilégio de se divertir juntos. Passados 11 anos de relacio-namento, o casal mantém o hábito. “Por trabalharmos em cidades dife-rentes, cada um participa de festas na localidade onde trabalha, mas sempre na companhia do outro”, diz Cássia.

Atuando em áreas distintas, em diferentes minas, as possibilidades de se encontrarem em serviço são pratica-mente nulas. Então, em casa, às vezes fica difícil separar a vida pessoal da pro-fissional. “Evitamos falar de trabalho, mas nem sempre isso é possível”, diz a esposa. O que os dois gostam mesmo de fazer juntos é cuidar do filho Vitor, de oito anos, fruto de um amor que só foi possível graças a um ideal profissio-nal comum.

GERAÇÕES DE FERRO Além do sobrenome, José Vital de

Figueiredo, 73 anos, Paulo Silas de Fi-

gueiredo, 46, e Pedro Henrique Souza Figueiredo, 23, têm mais coisas em co-mum: pai, filho e neto viveram e vivem o dia a dia de trabalho na Vale.

No caso de José Vital, o pioneiro da família na empresa, a aposentado-ria se deu em 1990, quando trabalha-va no escritório da Superintendência de Mina, que funcionava no bairro Areão, em Itabira. O filho Paulo Silas trabalha como operador de equipa-mentos de mina, no Cauê, enquanto o neto Pedro Henrique é eletricista de manutenção de equipamentos de mina, no Complexo Itabira.

Cada um, à sua maneira, iniciou a trajetória na mineradora. “Entrei em 2010, por processo seletivo, como menor aprendiz, após cursar Apren-dizagem Industrial em Eletroeletrô-nica, no Senai. Meu pai trabalha na Vale desde dezembro de 2004, depois de também ingressar por meio de processo seletivo. Já meu avô fez parte da empresa desde 1962, quando in-gressou via concurso”, relata o neto.

Paulo Silas, que não tinha o tra-

balho na Vale como objetivo de vida, acabou recebendo da empresa a opor-tunidade de consolidar sua carreira profissional com boas perspectivas de crescimento. Já Pedro sempre teve in-clinação para o ramo industrial. Fez o curso do Senai e foi impulsionado a tentar ingressar na mineradora.

Para José Vital, a empresa propor-cionou uma boa estrutura de vida e conhecimento. Na visão de Silas, além da formação profissional, o retorno financeiro e um horizonte vasto na função em que atua são os pontos mais importantes em sua trajetória. Essas visões, de certa forma, influenciaram Pedro, que sempre foi incentivado pela família nos estudos e na busca por co-nhecimento.

Atravessando gerações, a experiên-cia de quem passa pela Vale costuma ser a mesma quanto à influência exercida pela empresa em suas relações huma-nas: as amizades e valores cultivados no ambiente corporativo são trazidos para a vida pessoal. E, assim, essas histórias de vida e trabalho se perpetuam.

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Pedro Henrique, José Vital e Paulo Silas representam três gerações a serviço da empresa

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A Constituição Brasileira asse-gura, no Capítulo VI, Art. 225, que “todos têm direito

ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

Mas o que é um ambiente ecolo-gicamente equilibrado? Como inter-ferimos nele e como se deve agir para evitar uma crise ecológica? Questões como essas pautaram as discussões da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, evento promovido entre 13 e 22 de junho, no Rio de Janeiro, com a

participação de líderes de nações que despertam a consciência ambiental. Foram cerca de 50 mil participantes, entre lideranças políticas, sociedade civil, celebridades, entre outras pessoas engajadas em debater sustentabilidade.

Durante o evento, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombi-ni, anunciou a realização de audiência pública, em breve, para discutir pro-postas de regulação das políticas de res-ponsabilidade socioambiental a serem adotadas pelas instituições financeiras brasileiras. A declaração foi feita em 13 de junho, durante o encontro sobre Finanças Sustentáveis, realizado no Ci-clo de Debates Brasil Sustentável - O Caminho de Todos. A importância de tal anúncio se alinha ao fato de que,

meio AmBiente

mais do que um mero princípio, a sus-tentabilidade já é evocada como uma prática no cotidiano.

A bióloga Lídia Maria dos Santos, da Bioma Meio Ambiente, empresa que atua em planejamento e gestão ambiental, esclarece que a busca do equilíbrio entre as forças econômicas, sociais e ecológicas — algo que ainda não foi alcançado pela sociedade — deve ser foco de todos.

O resultado dessa atitude, de acor-do com ela, aponta para a não existên-cia de favelas, além de rios limpos e povoados, ausência dos lixões, recupe-ração de áreas degradadas e presença de ecossistemas naturais. “Talvez seja por isso que a Constituição dá esse direito ao povo brasileiro”, diz Lídia.

No mês em que se celebra o Meio Ambiente, o Brasil se torna a capital do mundo ao debater o planeta que as futuras gerações vão receber

AÇÕES POSSÍVEISAinda sobre a temática da susten-

tabilidade, o biólogo e especialista em Planejamento e Meio Ambiente da Bioma, Sérgio Tomich, destaca que ocorreram avanços desde 1998, mas, muito ainda pode ser feito. “Aos cida-dãos brasileiros é garantido o direito de uma licença ambiental referendada por instituição pública, seja para constru-ção da casa, para interferência no esgo-to ou na energia, ou para grandes obras, estradas, barragens, fábricas ou minera-ção. Existe um sistema de gestão públi-ca, que municípios, estados e Governo Federal operam”, observa o especialista.

Sérgio aponta, ainda, a importân-cia de se considerar questões relacio-nadas às propriedades rurais, como sítios e fazendas. Instalações de criação de animais, fontes de alta produção de dejetos, devem ser controladas pelos proprietários, para que não tenham destinos inadequados, como lança-mento em nascentes ou cursos d´água.

Pequenas indústrias de laticínios, doces ou linguiças também são fontes de alta geração de dejetos que reque-rem controle e destinação adequada. De acordo com Sérgio, a melhor al-ternativa é a reciclagem, como a que é feita por meio de compostagem e instalação de biodigestores, a partir dos quais se pode produzir energia, biogás e adubo orgânico de boa qualidade.

O geógrafo Aquiles Araújo, da Bioma, lembra que a intervenção no interior dos 50m das bordas de nascen-tes e dos 30m ao longo das margens de cursos d’água é proibida pela legis-lação vigente, que recomenda, ainda, o reflorestamento desses espaços. As Áre-as de Preservação Permanente (APPs) devem ser cobertas por vegetação na-tiva, imune de corte. A exceção é para

NA PAUTASUSTENTABILIDADE

quando são utilizadas em atividades de utilidade pública ou interesse social, mediante licenciamento pelo Poder Público. Evitar o carreamento de sedi-mentos, terra e enxurradas é a meta ao se proteger as APPs, de acordo com o geógrafo.

Outra medida a ser destacada por Aquiles é a proteção de pequenos gru-pos de árvores e matas ainda existentes nas regiões próximas às cidades. Elas contribuem para qualificação e me-lhoria ambiental para conservação de aquíferos, além de garantir benefícios como ambientes saudáveis para sobre-vivência da fauna silvestre e da flora local. Favorecem, ainda, a recarga de água nas nascentes e a qualificação do

clima local, ao mesmo tempo em que garantem a integridade dos solos e a oferta de locais agradáveis para lazer.

Diante das previsões de especia-listas sobre crescimento da população e possibilidade de falta de alimen-tos e energia para todos, até 2050, pensar na qualificação das áreas ur-banas e no uso correto dos recursos naturais é essencial para garantir às futuras gerações um planeta melhor.

Cabe a toda sociedade não se omi-tir ao perceber maus tratos ao meio ambiente, denunciando abusos aos canais de proteção ambiental, como as prefeituras, Instituto Estadual de Florestas, Polícia Florestal e, em últi-mo caso, ao Ministério Público.

Proteção de nascentes e matas ciliares contribui para o

equilíbrio do ecossistema

Conservação de matas próximas a áreas urbanas proporciona mais

qualidade de vida às pessoas

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A primeira edição precisava fi-car marcada. E ficou. A qua-lidade da estrutura e as ati-

vidades programadas surpreenderam até os próprios organizadores do 1º Workshop Itabirano de Negócios (WIN), realizado entre os dias 30 de maio e 1º de junho, no clube Arfi-ta. “Não podíamos falhar”, disse o presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Servi-ços de Itabira (Acita), José Antônio Reis Lopes, responsável pelo evento. A dedicação da equipe, com o apoio dos parceiros e patrocinadores – in-

clusive do Grupo DeFato –, garan-tiu o sucesso. Praticamente todos os 65 expositores já confirmaram inte-resse na próxima edição, tão logo se encerrou a primeira.

Mais de oito mil pessoas visi-taram os estandes nos três dias de exposição. A mobilização articulou setores importantes da economia re-gional, como gráficas, impressão di-gital, floriculturas, hotéis, restauran-tes, locação de mobiliário, buffets, prestadores de serviços, fotógrafos, salões de beleza, lojas de material de construção, entre outros.

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PRAÇA DE OPORTUNIDADES

1º Workshop Itabirano de Negócios (WIN), da Acita, supera expectativas e se transforma em ferramenta para alavancar diversificação econômica do município

O prefeito de Itabira, João Izael, ex-plica que isso está relacionado à pre-ocupação de toda a sociedade com o período pós-Vale. O Workshop é, de acordo com o prefeito, uma ex-celente alternativa. Ele entende que é papel do governo apoiar esse tipo de iniciativa. “Cuidar de um muni-cípio não é só investir em saúde e em educação, mas, também, ajudar na busca por alternativas econômicas. Há 70 anos Itabira vive em torno de uma empresa âncora, que sempre foi grande parceira. Hoje, precisamos pensar no que vem depois, planejar o futuro”, diz o prefeito.

A Vale foi uma das fontes de investimento para o evento. “A di-versificação da economia em Itabira sempre foi uma preocupação da em-presa. Um passo importante, nesse sentido, é aproximar segmentos em-presariais da agropecuária, indústria e serviços, instituições relacionadas à educação e fomento e o poder pú-blico, por meio de fóruns de deba-tes. Pelo tamanho e qualidade do evento, pode-se dizer que foi inédito e coloca Itabira como polo de negó-cios na região do Alto Piracicaba. Para a Vale foi um orgulho partici-par como patrocinadora, expositora Estrutura montada aten-

deu cerca de oito mil participantes

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e palestrante”, disse Joaquim Tole-do, gerente geral de planejamento e desenvolvimento da mineradora.

De acordo com José Antônio Reis Lopes, o objetivo da Acita é in-serir o Workshop no calendário ofi-cial de eventos de Itabira. “A inten-ção é promover o networking entre clientes e fornecedores, mas também fechar negócios”, explica.

Diversas empresas conseguiram efetuar, de fato, vendas importantes e prospectar negócios que certamen-te trarão resultados mais adiante. É o caso da locadora de equipamentos Italoc. Exposta no pátio, a empresa conseguiu exibir diversas máquinas

e produtos, principalmente para a construção civil, segmento que está em alta no Brasil, e atrair a atenção de seu público alvo. “O resultado foi excelente! Conseguimos fechar bons contratos, bem acima do que esperá-vamos”, revela o diretor da empresa, Flávio Fonseca. “Aguardávamos um retorno de médio e longo prazo, mas tivemos a surpresa de conseguir re-alizar vendas durante o Workshop”.

ENCONTRO DE NEGÓCIOS

Um destaque importante den-tro da programação foi o encontro de negócios, com as empresas Enesa Engenharia, Barbosa Mello, Anglo-Gold Ashanti e Caixa Econômica Federal. As corporações participa-ram do Workshop com o objetivo de captar fornecedores.

A Enesa Engenharia e Barbosa Mello, por exemplo, são empreitei-ras da Vale no projeto Conceição Itabiritos e precisam de fornecimen-tos em diversos segmentos. A An-gloGold Ashanti atua na exploração de ouro, principalmente em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Caixa Econômi-ca Federal, como um dos principais bancos do país, atraiu a atenção de

De acordo com a agência C:M Consultoria e Marketing, empresa contratada para promover o evento, 130 empregos foram gerados na ela-boração do projeto. A organização demandou, também, 2.900 metros de piso e 2.500 metros de área co-berta, capazes de proporcionar uma estrutura adequada para atender às necessidades específicas do perfil de evento.

O WIN foi destacado em to-dos os discursos como ferramenta fundamental para a tão necessária diversificação econômica da cidade.

Empresas de Itabira e região apresentaram os mais diver-

sos produtos e serviços

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Equipe da Acita comemora o sucesso do evento inédito

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empresários. Os interessados em se apresentar às compradoras tive-ram 15 minutos para “caprichar” na argumentação.

Dentro do espaçoso auditório, convidados ilustres marcaram pre-sença nos três dias de exposição, ao compartilhar com a plateia suas ex-periências. Entre eles, destaque para o diretor da Vale, Joaquim Toledo, o diretor de comunicação da Fiat Automóveis, o itabirano Marco An-tônio Lage, além do jornalista espor-tivo Chico Maia e do ator e coreó-grafo Carlinhos de Jesus.

As palestras abordaram temas variados, todos relacionados ao segmento empresarial. Estratégias mercadológicas, sustentabilidade, vendas, oportunidades da Copa no Brasil, lucratividade, competitivida-de empresarial e motivação foram alguns dos temas.

CENTRO DE CONVENÇÕES

A qualidade da estrutura do WIN foi indiscutível, mas demandou alto investimento. Mesmo atendendo à necessidade de espaço, o terreno pre-cisou ser preparado de maneira que

Idealizado pela Acita e editorado pelo Grupo DeFato, o Catálogo de Negócios de Itabira teve sua quarta edição lançada durante o Workshop Itabirano de Negócios. O momento não poderia ser mais oportuno, já que o evento conseguiu reunir empresas de diversas cidades de Minas Gerais.

O Catálogo lista as principais empresas de Itabira, com potencial para fornecedor, nos ramos de: alimentação, comércio, comunicação, construção civil, educação, imobiliário, industrial, institucional, móveis para escritório, saúde, serviços, tecnologia, turismo, uniforme e veículos.

Para José Antônio Lopes, presidente da Acita, o Catálogo de Negócios “tem como objetivo dar visibilidade às empresas locais e facilitar as empresas âncoras na identificação de potenciais fornecedores”. Considerada uma das maiores economias do estado, Itabira é polo em educação, com a instalação da Unifei, e recebeu mais de U$ 4 bilhões de investimentos, com o projeto Conceição Itabiritos, da Vale. Oportunidades para os empresários locais não vão faltar, e o Catálogo tem a condição de estreitar o relacionamento entre demandantes e ofertantes.

atendesse ao público com comodida-de e segurança. Se Itabira tivesse à dis-posição um centro de convenções, os custos estruturais seriam pelo menos 20% menores.

A constatação é do próprio presi-dente da Acita, que acredita que um “Expominas itabirano” atenderia a diversos eventos similares e ajuda-ria a divulgar ainda mais o nome da cidade no cenário econômico de Minas Gerais. “Seria excelente um centro de convenções, pois ainda temos limitação de espaço”, diz José Antônio Lopes.

A ideia ainda está na fase embrio-nária, mas pode ser levada às autori-

dades em forma de projeto. Um cen-tro de convenções demandaria, sem dúvida, tempo para se concretizar, devido às aprovações e tramitações burocráticas, inerentes ao processo administrativo público. Há também o mais importante: o investimento. Enquanto a ideia vai ganhando for-ma, a Acita pretende promover as próximas edições do WIN em áreas como a da Arfita, sede neste ano.

Na avaliação da C:M Consulto-ria e Marketing, mesmo diante dos obstáculos, o resultado foi positivo, uma amostra do que Itabira é capaz de oferecer na missão de contribuir para o desenvolvimento econômico

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Coreógrafo Carlinhos de Jesus falou sobre motivação

e divertiu o público

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O itabirano Marco Antônio Lage palestrou sobre empre-sas e cidades sustentáveis

da região. “Nosso objetivo foi criar um ambiente favorável de relaciona-mento de negócios, onde pessoas e empresários pudessem compartilhar experiências, contribuir e conscien-tizar para novas abordagens estraté-gicas de suas empresas, além de se preparar para desafios importantes no cenário de negócios de Itabira e região”, explica a diretora da C:M Marketing, Cássia Neves.

Novas ações de relevância econô-mica, comercial e estratégica já estão sendo estudadas para o 2º Workshop Itabirano de Negócios. Que o suces-so seja igualmente alcançado!

DeFato, Potencial RH, Ipalux, Madeita, Usig, Gevergas, Prolife, Unimed, WE Engenharia, Regisseg, Brasil Novo, Top Seguros, Favorita, Lopes Lar, Fide, Origem Incubadora, Lana, Maqmotos Yamaha, SME Emp. Esc., RG Pneus, Treinarte, Sepro, Click Treinamentos, Vale, Libriano, Vista Comunicação, Unifei Empresa Jr, Sebrae, Marco Aurélio imóveis, Caixa Econômica Federal, Rotary, Funcesi, Hidraumaq, MMP Serviços, Fortes Informática, Bioma, DataMG, Nutrilife, Embeleze, Barbosa Mello, Enesa, Arena Splash, Coma Bem, Uninter, Cia do Colchão, Célébrité, Embeleze, RM Feiras, Honda Terra Boa, Marmoraria Duarte, RH Promocional, Italoc, Valenet, Barão Motors, Vemasa e Prefeitura de Itabira.

PARTICIPANTES DO WIN

QUARTA EDIÇÃO

Grupo DeFato tam-bém apresentou seus

produtos ao público

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Além de apoiar o 1º Workshop Itabirano de Negócios (WIN) desde sua concepção, DeFato marcou presença nos três dias de evento. Jornalistas, fotógrafos e demais profissionais da equipe, assim como as modelos Karina Wanzeler, Thaynara e Thaymara Fernandes, recepcionaram o público em um espaço interativo, no qual era possível acessar o portal de notícias e ler as revistas. Quem passou por lá teve a oportunidade de relembrar um pouco a história recente de Itabira e região, contada em duas décadas de edições da revista.

Galeria de Fotos

APolícia Militar de Minas Gerais (PMMG), ins-tituição mais antiga do

Brasil, comemorou, no último dia 9 de junho, 237 anos de serviços prestados à população mineira. Reconhecida em todo o país como referência na promoção da segu-rança pública, de acordo com seu comando, a PM mineira expressa como objetivo contribuir para a construção de um ambiente social seguro no estado.

Em Itabira, as celebrações fo-ram em 12 de junho, em soleni-dade no 26º Batalhão, no bairro Fênix. Vários militares da ativa e da reserva foram homenageados, assim como pessoas e instituições que colaboram com o trabalho da polícia ao longo dos anos.

“A Polícia Militar se orgulha de estar presente nos 853 municí-

pios mineiros e na maioria de seus distritos e de cultivar o privilégio de ser a servidora mais acessível e visível ao público”, diz major Lau-rito Reis, comandante interino do 26º Batalhão da PM, em Itabira.

Em Minas Gerais, a corporação conta com mais de 45 mil homens e mulheres a seu serviço, além de uma frota de mais de dez mil via-turas e nove aeronaves servindo a 18 Regiões de Polícia Militar e 56 Batalhões Operacionais.

AS ORIGENSDe acordo com seus arquivos,

a PM foi criada em 9 de junho de 1775, na antiga Vila Rica, atual Ouro Preto.

A história começou a partir da descoberta do ouro, quando vários levantes surgiram em território mineiro. Para reprimi-los e garan-

HiStóriA

tir a arrecadação do “Quinto” de-vido à Coroa, o Rei de Portugal, D. João V, encaminhou à colônia três contingentes de Dragões. Em ambiente diferente do que eram acostumados, os militares portu-gueses se tornaram inoperantes. Para substituí-los, o governador Dom Antônio de Noronha autori-zou a criação do Regimento Regu-lar de Cavalaria de Minas. A pri-meira tropa paga pela Capitania de Minas e integrada por mineiros tornou-se, então, a instituição em-brionária da atual Polícia Militar.

Com várias denominações, até chegar ao nome atual, a PM teve participação ativa em momentos marcantes da história do Brasil, como a Guerra do Paraguai, as Re-voluções de 1930 e 1932, o Golpe de 1964 — que os militares ainda preferem chamar de revolução —, dentre outros fatos.

Personalidades importantes que ajudaram a escrever a histó-ria do Brasil fizeram parte de seus quadros, como Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, reco-nhecido como patrono das Polí-cias Militares dos Estados, e Jus-celino Kubitscheck de Oliveira. Antes de se tornar presidente, JK foi nomeado capitão médico da Força Pública — uma das deno-minações da instituição ao longo da história. Ele atuou na Revolu-ção Constitucionalista de 1932, em Passa-Quatro (MG). Na mes-ma época serviu o escritor João Guimarães Rosa, também médico e membro do atual 9º Batalhão, com sede em Barbacena.

ANOS DE TRADIÇÃOPM mineira celebra 237º aniversário com identidade e fatos marcantes

Ex-presidente JK, ao centro, foi um dos grandes

vultos a integrar a PM

ARQUIVO PMMG

50 Junho . 2012 DeFato

AAuto Elétrica Gilberto, em-presa instalada no bairro Alto Pereira, em Itabira, tem

como princípio a busca constante pela excelência no ramo da elétrica automotiva e injeção eletrônica, fo-cada em motores diesel e flex. Com 12 anos de atuação no mercado — vai comemorar o 13º aniversário no próximo dia 5 de julho —, a empresa investe no aprimoramen-to constante de seus colaboradores. Atualmente, o quadro é composto por nove funcionários.

Os sócios Gilberto Júlio da Silva e Maria Lúcia Cunha Silva imple-

mentaram o sistema de metas para proporcionar um atendimento que seja referência na cidade. De acordo com Maria Lúcia, a meta principal é a satisfação plena dos clientes. “A visão do atendimento é tudo. Sempre digo aos colaboradores que, independen-temente de um cliente chegar num carro simples ou importado, ele deve ser tratado da melhor forma”, observa a proprietária.

Investir em qualificação profissio-nal, por meio de cursos de capacita-ção, é um dos principais mecanismos utilizados para assegurar que as metas sejam cumpridas. Um dos incentivos

meu neGóCio

é o Programa de Treinamento, reali-zado sob a coordenação de um con-sultor empresarial, quinzenalmente. A cada hora de treinamento, o tra-balhador ganha um ponto e a cada vez que atingem 20 pontos, eles são convertidos em remuneração. Outro recurso utilizado é o Diálogo de Saú-de e Segurança (DSS), promovido em todos os sábados, com foco na segu-rança e bem-estar dos funcionários. Também é ministrado um curso de dois dias para a equipe operacional, pelo menos uma vez por ano, em Belo Horizonte.

Como estratégia motivacional, nenhuma data especial passa desper-cebida. Nos aniversários, é de praxe o aniversariante receber um presente da empresa. Plano de saúde corporativo e cartão alimentação também são be-nefícios concedidos.

O diferencial da empresa, se-gundo Maria Lúcia, é tratar o co-laborador como seu maior patri-mônio. Todo esse investimento tem uma finalidade clara: fidelizar clientes, aumentar a cartela de fre-quentadores e, claro, garantir a satis-fação do consumidor.

ATENDER BEM SEM OLHAR A QUEMCapacitação e motivação são combustíveis para equipe da Auto Elétrica

Gilberto garantir excelência no atendimento

Investimento em qualificação da equipe é receita para promover

satisfação do cliente

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REGINALDO CALIXTO

DESENVOLVER COM SUSTENTABILIDADE

Empreendedor, bacharel em Ciências Contábeis, MBA em Gestão Estratégica de Negócios e Presidente do Instituto Brasileiro de Inovação e Sustentabilidade (Ibis)www.reginaldocalixto.com.br / [email protected]

L íderes de centenas de países participaram, em junho, de uma intensa programação na

Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20. Vinte anos após a Rio 92, o novo encontro apontou novos mo-delos e critérios de desenvolvimento sustentáveis para o planeta.

No Brasil, a também conhecida ECO/92 consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável. Pre-conizou ações que atendessem às necessidades do momento atual sem comprometer a possibilidade das fu-turas gerações de atenderem às suas próprias necessidades. Outra impor-tante conquista da Conferência de 1992 foi a criação da Agenda 21, um amplo e abrangente programa de debates locais, visando à susten-tabilidade global.

Por intermédio da Agenda 21, o poder público, os sindicatos dos trabalhadores, a classe empresarial e as entidades do terceiro setor rea-lizaram, em todo o país, seminários com o objetivo de mobilizar sobre a importância do desenvolvimento e preservação do meio ambiente. Como resultado, importantes me-didas foram traçadas no sentido da mudança da mentalidade cultural do ser humano.

Uma cultura sustentável signifi-ca: consumir menos e produzir lixo na mesma escala; sanar as crises no fornecimento de água e energia;

diminuir o problema relativo à eli-minação correta do lixo e contribuir para o reflorestamento de áreas degradadas. Com isso, os impactos ambientais, como a falta de chuva, erosões, enchentes e deslizamentos de terra seriam, em grande parte, diminuídos.

Não tenho dúvidas que a Rio + 20 cumpriu um dos seus maiores objetivos: a mobilização e renovação do compromisso com o desenvol-vimento sustentável. As iniciativas relacionadas à implantação de novas tecnologias de preservação do meio ambiente, a criação de certificações e auditorias mais rigorosas, a raciona-lização do uso de recursos naturais, com o emprego de matérias-primas e insumos reaproveitáveis e a neces-sidade de aderência a regulamenta-ções na área ambiental tiveram, tam-bém, a meu ver, grande destaque.

No entanto, ficou claro que a Rio + 20 deixou a desejar no que se refere à transferência de tecnologia, a indefinição quanto aos financia-mentos de projetos de conservação ambiental e sustentabilidade e na definição de metas claras a serem cumpridas para transformar as ques-tões da conferência em ações con-cretas ou, ainda, estabelecer sanções legais a países e empresas que não cumprirem as metas. Precisamos, ainda, avançar muito!

empreendedoriSmo

“...a Rio + 20 deixou a desejar no que se refere à transferência de tecnologia, a indefinição quanto aos financiamentos de projetos de conservação ambiental e sustentabilidade e na definição de metas claras a serem cumpridas”

Filipinas, início de 2012. “Está-vamos, alguns amigos e eu, indo para a escola onde trabalhava e

senti o carro balançando. Imaginei que tivesse sido outro veículo a colidir co-nosco. Olhei em volta e as pessoas esta-vam correndo, desesperadas, tentando se abrigar do terremoto. Se estivesse em casa, não saberia o que fazer”, descreve o padre itabirano Márcio Flávio Mar-tins, de 32 anos. O ambiente descrito foi vivenciado algumas vezes pelo reli-gioso, desde 2004, quando foi em mis-são para as Filipinas, na Ásia.

Depois de ser ordenado, em 12 de maio, na Igreja Nossa Senhora da Penha, em Itabira, está de férias em sua terra natal. Em agosto, retorná às Filipinas para continuar sua missão. A vivência no arquipélago, localizado no Sudeste da Ásia, proporcionou ao ita-birano, segundo ele mesmo diz, grande crescimento espiritual, pessoal e cultu-ral. Vive na Ásia há cerca de oito anos, onde atua, também, como professor

universitário.Vindo de família tradicionalmente

católica, Padre Márcio descobriu a vo-cação para o sacerdócio na adolescên-cia, quando conheceu alguns padres da Congregação do Imaculado Coração de Maria (CICM). Em 2000, entrou para um seminário e quatro anos de-pois partiu de “mala e cuia” para o ter-ceiro país com mais católicos no mun-do. Ele morou na capital das Filipinas

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por cerca de seis anos e teve que apren-der o tagalo, idioma oficial do país, além do cebuano, para conseguir reali-zar seu trabalho pastoral de forma efe-tiva. Após muita preparação espiritual, religiosa, psicológica, humana e social, o jovem professou solenemente votos de pobreza, obediência e castidade.

A distância da família e a diferença cultural ainda são desafios. “Tive certa dificuldade em me adaptar à alimenta-ção do país e com a forma como os fi-lipinos tratam as pessoas. Inicialmente, os via como frios, mas, depois, percebi que demonstram carinho de outras maneiras”, observa.

Com a experiência religiosa e so-cial, em sua percepção, o maior apren-dizado é o respeito nas relações, princi-palmente para com os mais velhos. A forma ponderada e passiva com a qual se porta o povo filipino e a forte religio-sidade são traços marcantes.

Em tom fraternal, padre Márcio deixa o recado: “Que os jovens bus-quem servir a Deus e praticar uma religião, para que possam proclamar as Boas-Novas àqueles que neces-sitam. Uma juventude inteligente é aquela que busca a Deus”.

FÉ SEM FRONTEIRAS FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Márcio Flávio Martins volta da Ásia para ser ordenado padre em Itabira

Clérigo confraterniza com nativos em Bontoc, no Norte das Filipinas

A ordenação diaconal foi em fevereiro, em solo filipino

TATIANA SANTOS

54 Junho . 2012 DeFato

E las são confundidas, mui-tas vezes, como imagens es-pelhadas, de tão parecidas,

tanto na fisionomia quanto nos gostos. Mas que fique bem claro: são duas pessoas diferentes. Nas-cidas em Juiz de Fora e vivendo

ComportAmento

Os motivos a inspirar tais brin-cadeiras são muitos. Inseparáveis, as duas frequentam a mesma sala de aula, dormem no mesmo quar-to, seguem carreira de modelo e somente uma letra distingue seus nomes. Até o apelido é o mesmo: Ninha. A alcunha foi dada pelo irmão mais velho, de 20 anos. E

Aparência e forte ligação submetem gêmeos a situações peculiares no cotidiano

em Itabira, nem sempre as gême-as idênticas Thainara e Thaimara Fernandes Machado, de 17 anos, são tratadas por algumas pessoas como indivíduos distintos. A co-meçar pelos presentes. Já acon-teceu de receberem apenas um porta-retrato de aniversário, para servir às duas.

ESPELHO MEUESPELHO MEUdá-lhe confusão!

Gêmeos idênticos também são chamados de monozigóticos ou univitelinos. Eles correspondem a, aproximadamente, 30% dos ca-sos de duplas gestações. De acor-do com especialistas, a explicação científica para que o fenômeno ocorra é a fecundação de um úni-co óvulo, por um único esperma-tozoide, cujo zigoto, no início da gestação, divide-se em dois (ou mais), cada um fixando-se em uma região diferente do útero. Em razão desse fato é que gême-os univitelinos são extremamente parecidos e, inevitavelmente, do mesmo sexo.

Na infância, a dona de casa Ro-nilda Fernandes, mãe das gêmeas, as vestia com roupas iguais, o que prevaleceu até completarem 12 anos. O próprio pai, vez ou outra, erra sobre quem é quem. “Como ele viaja muito, acaba confundin-do. Às vezes, pede uma para sair e comprar alguma coisa, mas cobra da outra”, diz Thainara. A distin-ção mais notável fica por conta da personalidade: Thainara é comu-nicativa e explosiva. Já Thaimara, é tímida e tranquila.

O forte laço que as une é como de um casamento. Estão juntas na saúde e na doença. É só uma ado-ecer para, em poucos dias, a outra também ficar mal. A mãe conta que, em inúmeras vezes, Thainara conversa com alguém sem a pre-sença da irmã e o mesmo assunto é levantado por Thaimara com a mesma pessoa, em circunstâncias diferentes, sem que saibam. Isso já não as surpreende, mas deixa o interlocutor boquiaberto. Duran-te a entrevista, automaticamente, respondiam as perguntas em coro. Sobre a cor preferida, responde-ram simultaneamente: rosa.

O fato de serem idênticas e sempre andarem juntas põe as ado-lescentes em muitas “saias-justas”,

mas elas levam numa boa, como Thainara revela: “No final de abril saímos juntas, minha irmã com o namorado. Estávamos andando e, de repente, ele veio me abraçando, sem saber. Falei que eu era a Thai-nara e não a Thaimara”, conta, arrancando gargalhadas da irmã. E como chumbo trocado não dói, Thaimara também já foi pega pela mão pelo namorado da irmã.

Confidentes, as irmãs compa-nheiras nunca passaram mais que uma semana longe uma da outra. Quando isso ocorre, o telefone é o maior aliado. “Não paramos para pensar no dia em que vamos nos separar. Quando acontecer, no co-meço será difícil, mas com certe-za iremos morar perto ou sempre uma ligar para a outra. Estaremos sempre juntas”, diz Thainara, com o apoio da irmã gêmea.

IGUAIS, MAS DIFERENTES

Assim ocorre, também com Mauro Lúcio e Lúcio Mauro. Eles têm 37 anos e trabalham nos Cor-reios, em Itabira, há 15. Os irmãos prestaram o mesmo concurso e ambos foram aprovados em boas

colocações. O caso na empresa é único em Minas Gerais. “Traba-lhar no mesmo lugar foi realmente uma coincidência. Desde sempre a vida nos condiciona, por causa da faixa etária, do ambiente em que vivemos”, declara Mauro.

Os irmãos são tão parecidos que é natural as pessoas na rua cobrarem serviços de um que deveriam ter sido executados pelo outro. Somen-te uma pequena marca no rosto de Lúcio diferencia os irmãos. Mas ela está com os dias contados, pois será submetida a uma intervenção estéti-ca em breve.

Como é comum ocorrer com gêmeos idênticos, as pequenas dis-tinções ficam por conta da perso-nalidade: Lúcio é de sorriso aberto e se diz mais flexível. Mauro é mais “sério” e diz gostar das coisas bem organizadas. Mauro é católico e Lúcio evangélico. “Mas a questão religiosa nunca causou divergên-cias, muito pelo contrário, sempre há troca de ideias”, afirma Lúcio.

Os irmãos, no entanto, não estão livres de viver situações inu-sitadas, como conta Mauro: “Um dia, quando saía de um supermer-cado com algumas cervejas, um membro da igreja evangélica do meu irmão me questionou sobre a

Mauro Lúcio e Lúcio Mauro estão unidos até pelo trabalho

Thainara e Thaimara se divertem com semelhança

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Douglas, Rhenan, Alexandre e Lucas: semelhantes, mas com autonomia

TATIANA SANTOS

bebida. A pessoa só se con-formou quando expliquei tudo”, conta.

Em casa, as confusões se repe-tem desde a infância. Os próprios pais já chegaram a dar dois banhos em um e remédios duas vezes ao outro. Nas apresentações escola-res, eram sempre chamados a par-ticipar. “Durante toda nossa vida fomos destaque pelo fato de ser-mos gêmeos. Nos sentíamos privi-legiados”, diz Lúcio.

Os dois são casados e têm fi-lhos. Como nem sempre é possí-vel evitar contratempos, uma das mais difíceis situações vividas por Lúcio foi quando sua filha, na ocasião com dois anos, achou que o tio era o pai e acabou preferindo o abraço de Mauro.

Com Mauro, em outro episó-dio, a situação seria catastrófica, caso não estivesse acostumado. O irmão chegou com a esposa a um restaurante e cumprimentou a to-dos. “Uma conhecida ligou para minha cunhada e perguntou se eu tinha outra família. Que era cara de pau demais cumprimentar a todos com outra mulher. A situa-ção só se resolveu quando explicou que era meu irmão”, disse.

Por essas e outras é que os agen-tes se monitoram o tempo todo. Mauro diz tomar cuidado com a conduta e ainda deixa a dica para quem passa pela mesma situação. “Deve-se pensar que você não está vivendo somente para si, pois suas atitudes refletem de forma positi-va ou negativa na vida do irmão”, diz Mauro. “É um privilégio que Deus nos deu para vivermos a vida intensamente e fazer a diferença”, complementa Lúcio.

DUAS VEZES DOISQuando os gêmeos itabiranos

Rhenan e Douglas Seara Almeida nasceram, em 1990, o pai, o em-presário Jefferson Almeida, não imaginava que o “raio cairia duas

vezes no mesmo lugar”. Mas, sete anos depois, vieram Alexandre e Lucas, gêmeos idênticos, a exem-plo dos mais velhos.

Como forma de exercitar a au-tonomia dos filhos, na infância, os pais evitavam que os trajes fossem parecidos. Cada um se vestia de acordo com o próprio gosto. “Nós já éramos muito parecidos. Se colocássemos as mesmas roupas, ficaria mais complicado ainda”, explica Rhenan.

Um fato comum entre eles é se-rem cumprimentados por desconhe-cidos ao andar pelas ruas da cidade. Ambos respondem às saudações, mas logo se apresentam como irmão gêmeo.

Os mais velhos têm os mesmos amigos e estudam Engenharia. Rhe-nan escolheu a Civil e Douglas a de Produção. Para aumentar as seme-lhanças, até a personalidade é pareci-

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Trigêmeos viraram a vida de Gustavo e Marina ao avesso

Bernardo, Maria Clara e Arthur, hoje com dois anos, fazem tudo juntos

A vida da ginecologista e obs-tetra itabirana Marina Carvalho de Alvarenga Mafra, 33, começou a mudar radicalmente dois anos atrás, quando vieram os trigêmeos: Maria Clara, Bernardo e Arthur. Quando soube da gravidez, na quinta sema-na, ficou surpresa. Porém, bem mais surpreso ficou o marido, o gerente bancário Gustavo César de Almeida, quando viu o resultado do ultras-som. A notícia o fez ficar uma sema-na febril, tamanho foi o choque ao imaginar o que viria pela frente.

O fato de ser médica e lidar com a realidade da maternidade não foi algo que tranquilizasse Marina. “Muito pelo contrário, eu sabia de todos os ris-cos que corria, mas também tinha cer-teza de que tudo daria certo”, afirma.

Até os seis meses e meio, a gesta-ção foi tranquila, mas uma cólica fez com que ela fosse levada às pressas para a capital, onde nasceu o trio. O parto foi por cesariana, aos sete me-ses. Nasceram com um minuto de diferença entre si.

Para se dedicar aos filhos, a mãe se licenciou do consultório por cerca de um ano. No período, contou com a ajuda de três empregadas e uma

AMOR AO CUBOenfermeira. Sua mãe e a tia também ajudaram a cuidar da turma, desde o início. Hoje, já de volta ao trabalho, Marina mantém uma babá de dia e outra à noite.

Os pais são rigorosos na educação e estão sempre atentos. Os trigêmeos seguem uma rotina rígida, comendo, dormindo e fazendo tudo nos mesmos horários. A convivência já permite identificar diferenças na personalida-de de cada um. “O Arthur é o mais ba-gunceiro, sapeca. O Bernardo é bem certinho, gosta de tudo organizado. Já a Maria Clara é delicada, é o docinho

da casa”, descreve Marina. Mesmo não sendo idênticos, não

se desgrudam. Eles se beijam e se abraçam o tempo todo. Dormem em quartos separados, mas é normal que os pais os encontrem juntinhos, pela manhã, no mesmo dormitório. Aon-de chegam, os pequenos chamam a atenção, o que incomodava a mãe no começo. Mas, hoje, ela vê com natura-lidade a curiosidade das pessoas.

Marina sempre sonhou ser mãe de três filhos. Ela observa que o maior de-safio é dar atenção a todos, pois cada um tem uma demanda específica por carinho. Para a família, tudo é multi-plicado por três: os gastos, os desafios e, principalmente, a alegria.

da: são brincalhões e comunicativos. Já Alexandre e Lucas são tímidos e precisam de um pouco mais de convivência para se soltarem com as pessoas.

Rhenan e Douglas assistem aos jogos de Cruzeiro x Atlético, cada qual em um canto da sala, com constantes gozações ao adversário. O primeiro é atleticano e o irmão cruzeirense, como o pai. Quando pequenos, Jefferson dizia gostar mais de Douglas, por ter escolhido o time azul-celeste para torcer. É claro que tudo não passava de brincadeira do pai, o que os gêmeos compreendiam bem. De toda forma, para a alegria de Jefferson, os mais novos também são cruzeirenses.

Jefferson sabe que é privilegia-do e assegura que o relacionamento em família sempre foi pautado pela igualdade de tratamento e muito ca-rinho.

58 59www.defatoonline.com.brJunho . 2012 DeFato

Culinária

Prepare a massa da torta. Em uma tigela, coloque a mantei-ga, o leite, o ovo, o sal e mistu-re, aos poucos, a farinha de tri-go. Coloque a massa em uma superfície lisa com um pouco de farinha e trabalhe-a com a ponta dos dedos até obter uma massa homogênea. Faça uma bola e reserve.Para preparar o recheio, bata no liquidificador duas latas de milho escorridas e uma xícara da água do milho até formar um purê. Passe em uma pe-neira. Em uma panela, aqueça a manteiga e refogue a cebola. Junte a farinha de trigo, toste um pouco e acrescente o leite. Mexa rapidamente para não empelotar. Adicione o purê de

milho peneirado. Agregue o restante do milho sem a água e o queijo. Tempere com sal e pimenta do reino moída. Cozinhe em fogo baixo até engrossar.Abra a massa e reserve um pedaço. Forre o fundo e as laterais de uma forma de fun-do removível previamente untada e enfarinhada. Por cima da massa, espalhe o recheio. Por cima, coloque tirinhas da massa que foi reservada. Com a ajuda de um pincel, passe a clara em cada uma das tirinhas. Leve ao forno preaquecido, 200°C, durante 40 minutos ou até dourar. Está pronta! Sir-va a Torta Cremosa de Milho Verde quente ou fria.

Modo de fazer

TORTA CREMOSA DE MILHO VERDE

MASSA:3 xíc. de farinha de trigo1 ovo150g de manteiga derretida1 pitada de sal¼ xíc. de leite

IngredientesRECHEIO:3 latas de milho 2 col. (sopa) de manteiga1 cebola picada3 col. (sopa) de farinha de trigo1 xíc. de leite1 xíc. de queijo parmesão ralado1 clara

N a expectativa de oferecer produtos e serviços capazes de surpreender, a pizzaria

Don Fratelli’s abriu as portas em Ita-bira, no último dia 15 de junho. A nova casa está instalada na Avenida Mauro Ribeiro Lage, 477, no mesmo imóvel onde funcionava a Pizzaria do Dill.

A ideia de trazer para a cidade uma cantina com qualidade e con-forto, inspirada nos padrões do sul do país, é dos empresários Ronaldo Silvestre e Rodrigo Bernardi e dos chefes de cozinha Ronilda Pereira, itabirana, formada em Gastronomia, e Anderson Reis, paranaense, especia-lista em massas. O estabelecimento conta com uma cantina de requinte, proporcionando cardápio que privi-legia massas em geral e pizzas, base-adas em receitas italianas.

Ronaldo Silvestre é cunhado de Jorge Sinval, o Dill, já falecido e ide-alizador da pizzaria que deu origem à casa. Ele explica que, além da mudan-ça de nome, o local passou por inú-meras transformações, com reforma do ambiente para oferecer aconchego

e atender aos clientes mais exigentes. “Estamos dando sequência ao sonho de Dill e da família. O nome escolhi-do é justamente por se tratar de um legado familiar”, revela o empresário.

Para reforçar a tradição e atender aos saudosistas, o cardápio da antiga Pizzaria do Dill continua sendo ofe-recido na íntegra. O diferencial será o acréscimo de novas receitas, com harmonia e ingredientes melhorados. Os pratos misturam culinária clássica com sabores inovadores.

GAStronomiA

TOQUE ESPECIALAs pizzas têm molhos especiais

exclusivos, desenvolvidos de acordo com rigorosos padrões de qualidade e o que há de mais atrativo no merca-do. Uma boa pedida são as pizzas do-ces, uma inovação da Don Fratelli’s em Itabira. As pizzas salgadas, feitas com massa caseira e produtos sele-cionados, ainda podem ter bordas especiais, cujo sabor cabe ao cliente escolher.

O serviço de tele-entrega também foi aprimorado e dinamizado para sa-tisfazer a quem está em casa, com a mesma rapidez e qualidade de quem é atendido na cantina. Para fazer o pedido, basta ligar para o 3835-1779.

O público deve ficar atento às promoções semanais, um bom moti-vo para conhecer o resultado da arte de brincar com sabores, cores e aro-mas. Essa é a especialidade da casa, capaz de incitar os paladares mais aguçados e agradar a quem realmen-te gosta de massas e pizzas.

CONVITE AO PALADARMagna Assis (esposa de Dill), Ronaldo Silvestre,

Ronilda Pereira, Matheus Sinval (filho de Dill) e Rodrigo Bernardi: juntos em nome da tradição

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Pizzaria passou por melhorias para oferecer mais conforto e atender a públicos exigentes

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FlashSOCIAL

1- Dr. Roberto Drumond e sua esposa, dr. Jaques Varela, dra. Janice Bellavinha e dr. Nelvan Camargo durante a XXII Jornada Científica da Associação Médica de Itabira, que aconteceu entre os dia 14 e 16 de junho, no auditório da Funce-si. O evento serviu para estreitar laços e discutir a profissão do médico em vários âmbitos.

2 - A estudante de Biomedicina, Maria-na do Carmo Silva, de Barão de Cocais, é presença marcante nos principais even-tos da região

3- O empresário Peron Colombo foi um dos espectadores da palestra do jornalista e cronista esportivo Chico Maia durante o I Win

4- Luiz Alberto Guerra Campos e Lua-na Coelho de Oliveira ganharam a pro-moção da DeFato em parceria com a Apricci e tiveram um jantar do Dia dos Namorados super especial na requintada pizzaria.

5- Thais Tarbes (centro) inaugurou, em Itabira, em 1º de junho, o Espaço Cor-pus, que oferece pilates, treinamento funcional, TRX e tratamento dermato--funcional (estético) com fisioterapeutas. Na foto, as profissionais Yolanda e Bian-ca que também atendem no espaço, lo-calizado à na rua São José, 266, Centro. A avaliação para os tratamentos estéticos é gratuita e podem ser agendada pelo 31 3831-7272.

6- No dia 15 de junho, a Associação Fe-minina União e Paz (da maçonaria itabi-rana), promoveu um “Jantar Dançante”, no Real Campestre Clube Recepciona-ram os convidados com muita elegância: Viviane Trindade, Rose Lage, Claudia Oliveira, Maria Helena Assis, Giovana Falvo, Penha Barbosa, Rosely Martins, Keyla Cerceau, Ivoninha Merces, Nesina Barbosa, Gorete Campos, Maria Isabel Marques e Cidinha Campos.

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FOTOS: ABRAÃO DE SOUSA

FOTOS: ABRAÃO DE SOUSA

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FOTOS: MELISSA ANDRADE / DÉBORA MARTINS

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24ª CAVALGADA DE ITAMBÉ DO MATO DENTRO

FOTOS: PAULO SÁJANTAR BENEFICENTE MAÇONARIA

DR. ANDRÉ MIOLO

LIPOASPIRAÇÃO: MITOS E VERDADES

Cirurgião plástico, membro especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plásticawww.andremiolo.com.br

Uma das cirurgias mais pro-curadas dentro do amplo espectro da cirurgia plástica

é a lipoaspiração. A técnica foi descrita pela primeira vez por um médico fran-cês, na década de 1980. Desde a pri-meira demonstração cirúrgica até hoje, muita coisa mudou e para melhor.

Hoje, a lipoaspiração, popular-mente chamada de “lipo”, tem sido muito difundida e, no Brasil, seus resultados, devido ao biótipo do bra-sileiro e à destreza dos seus cirurgiões plásticos, têm sido reverenciados.

O que me levou a escrever sobre este tema é a tentativa de sanar algu-mas dúvidas sobre esse procedimento cirúrgico. Deve-se ter em mente que a lipoaspiração não tem como objetivo o emagrecimento. Pessoas que pensam em realizar o procedimento cirúrgi-co visando a tal objetivo devem ter sua decisão repensada. O que ocorre, indiscutivelmente, é a mudança do contorno corporal. Os pacientes ideais para serem submetidos a essa cirurgia são aqueles que têm uma “gordurinha” localizada e que, mesmo com dietas e atividades físicas regulares, insistem em permanecer.

Os riscos da lipoaspiração são os habituais de qualquer procedimen-

to cirúrgico. Uma bateria de exames deverá ser realizada antes da cirurgia, bem como uma rigorosa avaliação médica, na qual o cirurgião deverá se ater a alterações prévias na parede ab-dominal, como presença de cicatrizes antigas e de hérnias.

Muitos já devem ter ouvido falar da lipoescultura. Pois bem, não é a mesma coisa. Na lipoescultura se rein-troduz a gordura retirada por meio da lipoaspiração em locais previamente determinados, havendo um enorme ganho no contorno corporal. Por essa cirurgia pode-se obter glúteos mais harmoniosos e volumosos, assim como redefinição de quadril, entre outras in-finidades de aplicações.

A Sociedade Brasileira de Cirur-gia Plástica estabelece normas sobre a quantidade de gordura que pode ser retirada de cada paciente, devendo--se, obrigatoriamente, permanecer uma quantidade abaixo da pele, pois esta é de suma importância para a sua nutrição, manutenção de temperatura corporal, regulação hormonal, além de diminuir irregularidades visíveis.

A CIRURGIAO procedimento cirúrgico é rea-

lizado por meio de micro-incisões na

pele, pelas quais são introduzidas câ-nulas específicas de 3 mm, por onde se retira a gordura. O tipo de anestesia vai depender da extensão da cirurgia. Os pontos serão retirados entre cinco e sete dias e, ao contrário do mito popu-lar, essa retirada não dói.

O PÓS-OPERATÓRIOApós a cirurgia, a paciente, geral-

mente, se sente confortável. Certo incômodo pode acontecer nos três primeiros dias, porém, com o uso dos remédios que serão prescritos, esse pe-ríodo é bastante tolerável.

Algumas dúvidas surgem sobre a possibilidade de perder a cirurgia em caso de gravidez ou má alimentação. Logicamente as duas situações estão relacionadas ao estilo de vida da pa-ciente. Se engravidar, é só tomar cuida-do com a alimentação e lembrar-se de que para uma criança crescer dentro do útero não é necessário engordar. Além dos cuidados com a alimentação, ati-vidade física rotineira contribui tanto na manutenção dos resultados de sua cirurgia quanto da boa saúde.

A paciente pode tomar banho já no dia seguinte à cirurgia. Caminha-das leves deverão fazer parte de sua rotina a partir do primeiro dia pós--cirúrgico. Exercícios físicos mais vi-gorosos somente após 20 ou 30 dias, dependendo da evolução clínica. Dre-nagens linfáticas são de fundamental importância para que se obtenha um melhor resultado.

O mais importante é lembrar que qualquer procedimento cirúrgico tem que ser realizado com o máximo de segurança possível. Por isso, não faça a sua cirurgia em ambientes nos quais não tenha um bom suporte técnico, com UTI e diversas especialidades mé-dicas.

pLáStiCA e BeLezA

“Deve-se ter em mente que a lipoaspiração não tem como objetivo o emagrecimento. Pessoas que pensam em realizar o procedimento cirúrgico visando a tal objetivo devem ter sua decisão repensada.”

74 Junho . 2012 DeFato

DANIEL DE CASTRO

PERNAS PARA QUE TE QUERO...

Professor, escritor e poeta, formado em Teologia, Filosofia e Letras [email protected]

Gostas? De quê? Como assim “de quê”? De pernas, uai!

Muito? É o que eu esperava. Não tiras os olhos da TV, dos des-files da Sapucaí, tô certo? Sei, sei, “carnaval é cultura”; as escolas são muito criativas, as alegorias belís-simas. Mas teu negócio é perna, não é? Então, se forem bronzeadas, hein? Carnaval é cultura, pernas são escultura!

E tu não és bobo nem nada. Estás antenado no teu mundo fa-locêntrico. És um garanhão. Aliás, disse um filósofo, nós todos somos falocêntricos. Mas, “me inclui fora dessa”. Não me peças para explicar o que é falocêntrico. Fico com ver-gonha. Recorra ao Google. Ou me-lhor, acho que nem precisas. Tu já pegaste a coisa, já sentiste a coisa.

O quê? Ouvi direito? És espa-da?

Não duvido. Estou só dizen-do é que entraste na jogada, deste com a coisa, manjaste o assunto. O certo é que de pernas você gosta, e eu também. Por sinal, tenho duas e as amo de paixão. Sempre me su-portaram com paciência e ternura, até nos meus tempos de obesida-de. Sussurro sempre no ouvido de

cada uma: “Você, minha amiga do pé, minha perna adorada, amiga de tantos aninhos e tanta jogada”. Mas as jogadas foram no tempo em que escanteio era corner. E as pernas me envergonhavam com tanto gol contra. Águas passadas; meu perdão é incondicional e ir-restrito.

Taí, se gostas mais que os ou-tros, teu negócio é ir lá. Vais esbal-dar. Vais lavar, encerar e polir os olhos. Lá é só colírio. Êta lugarzi-nho pra ter exposição de pernas. Pra você ter uma ideia, a Marquês de Sapucaí de lá é uma rodovia inteira. Em Centopelândia, cada centopeia tem de 15 a 180 pernas. E são do nosso tamanho! Mas te cuidas: como os daqui, os habitan-tes de Centô são chegados numa, segundo eles, boa maracutaia. Tanto assim que um poeta de lá, tomado de profunda angústia, es-creveu: “A tarde, talvez fosse azul, não houvesse tanto pé preso”. Pé preso, em Centô, é o mesmo que “rabo preso” no Bra-Bra. As cento-peias, não só as fêmeas, falam pelo tornozelo e vivem dizendo: “Cen-topeia velha não mete os pés em cumbuca”.

Os sociólogos de Centô acre-ditam que essa visão egoísta que domina o país arraigou-se com educação para o individualismo, a ganância e a competição exagerada. O ditado mais corrente ali é “cada um por si e Deus por todos”. Até o Deus de lá é só por si. O que é pra todos é uma “desgraceira” geral que assola o país.

Naquelas bandas, nenhum mo-torista drunker é obrigado a soprar o bafômetro. Ninguém convocado a falar numa CPI é constitucional-mente obrigado a fazê-lo. Mas Cen-tô é obrigada a conviver com tragé-dias no trânsito e na vida pública.

E olha, o que mais tem naquela terra é corrupto e drunker ao volan-te. Drunk é pinguço no inglês deles. Pessoal do “bebo todas”, que mal consegue girar uma chave de igni-ção e se acha motorista.

Felizmente as autoridades de Centópolis começam a pensar em pensar que, talvez, quem sabe seja possível esquecer o bafômetro e aceitar provas indiretas. Pensam em propor o teste “duzentão”, equiva-lente ao nosso “faz um ‘4’ aí que eu quero ver”. É que, dado o número de pernas, aqueles drunkers farão 50 “quatros” de uma vez só.

Quanto à penalidade, eles acham que o “penabum” resolve. Penabum: duas fileiras de dez cen-topéias saradas. O meliante deverá passar pelo corredor, entre as duas fileiras. Ali, naquele corredor, onde abunda o chute, receberá só direita-ços de cada centopeia no seu bum-bunzinho. Já estão até pensando em criar o bundessbook para registrar recordes.

Olha, se gostas tanto de pernas, dê um pulinho em Centô. Terás co-lírio para os olhos e arejamento de cuca. Quem sabe voltarás com uma visão mais solidária e menos falo-cêntrica da vida?

proSA

“Naquelas bandas, nenhum motorista drunker é obrigado a soprar o bafômetro. Ninguém convocado a falar numa CPI é constitucionalmente obrigado a fazê-lo. E Centô é obrigada a conviver com tragédias no trânsito e na vida pública”

76 Junho . 2012 DeFato

DICIONÁRIO BRASILEIRO DE PRAZOS

BOM CABRITO

DEPENDE: Envolve a conjunção de várias incógnitas, todas desfavoráveis. Em situações anormais, pode até significar “sim”, mas o mais comum é que signifique diversos pretextos para dizer “não”.

JÁ JÁ: Faço já significa “passou a ser minha primeira prioridade”, enquanto “faço já já” quer dizer apenas “assim que eu terminar de ler meu jornal, prometo que vou pensar a respeito.”

LOGO: Logo é bem mais tempo do que dentro em breve e muito mais do que daqui a pouco. É tão indeterminado que pode até levar séculos.

MÊS QUE VEM: Existem só três tipos de meses: aquele em que estamos agora, os que já passaram e os que ainda estão por vir. Portanto, todos os meses, do próximo até o Apocalipse, são meses que vêm!

NO MÁXIMO: Esta é fácil: quer dizer no mínimo. Exemplo: entrego

em meia hora, no máximo. Significa que a única certeza é de que a coisa não será entregue antes de meia hora.

POR CONTA DE: Mais um lugar comum inventado pela imprensa sem recursos: “por conta da chuva”, “por conta de ficar à-toa”, “por conta do semi-analfabetismo”.

POR VOLTA: Similar a no máximo. É uma medida de tempo dilatada, em que o limite inferior é claro, mas o superior é totalmente indefinido. Por volta das 5h quer dizer a partir das 5h.

SEM FALTA: É uma expressão que só se usa depois do terceiro atraso. Porque depois do primeiro deve-se dizer “fique tranquilo que amanhã eu entrego.” E depois do segundo, “relaxa, amanhã estará em sua mesa”.

UM MINUTINHO: Tempo incerto e não sabido, que nada tem a ver com um intervalo de 60 segundos.

Raramente dura menos que cinco minutos.

TÁ SAINDO: Significa “vai demorar”. E muito. Os dois verbos juntos indicam tempo contínuo. É para continuar a esperar. Capisce! Understood? Comprendez-vous?

VEJA BEM: É o day after do depende. Significa “viu como pressionar não adianta?” É utilizado assim: “Mas você não prometeu os cálculos para hoje?” Resposta: “Veja bem...” Se dito neste tom, após a frase “não vou mais tolerar atrasos, OK?”, exprime dó e piedade por tamanha ignorância sobre nossa cultura.

ZÁS-TRÁS: Palavra em moda até uns 50 anos atrás e que significava ligeireza no cumprimento de uma tarefa, com total eficiência e sem nenhuma desculpa.Por isso mesmo, caiu em desuso e foi abolida do dicionário.

Para evitar que estrangeiros fiquem “pegando injustamente no nosso pé”, o Bom Cabrito está organizando o “Dicionário Brasileiro de Prazos”.

Eis o que o mestre já apurou:

78 Junho . 2012 DeFato

MARCIO ANTÔNIO LABRUNA

A VERDADEIRA ITABIRA

Eletrotécnico, Matemático, pós-graduado em Gestão Empresarial pela PUC-MG e ex- presidente da Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agropecuária de Itabira

Amineradora Vale completou 70 anos em 1º de junho. No entanto, o que deve ser lem-

brado é que são 70 anos da empresa em Itabira, cidade onde ela nasceu. Em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, o governo Getúlio Vargas, pressionado pela necessidade inter-nacional de fomentar a indústria bélica, criou a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Até a década de 1960, a mineradora só era alimen-tada pelo solo de Itabira. No final dessa década, com o governo militar, se deu o grande desenvolvimento da empresa, transpondo fronteiras e emergindo para o mundo.

Itabira era um povoado de 6,5 mil habitantes e o Pico do Cauê um esplendor de riquezas. A CVRD era composta por apenas três superin-tendências: das Minas, do Porto, da Estrada, sendo a Superintendência das Minas a principal, inclusive com um movimento político e judicial para Itabira ser sede oficial da Com-panhia.

Veio a expansão e Itabira foi per-dendo as referências que identifi-quem a empresa na cidade. Faço essa observação porque, alguns dias atrás, caminhando pela Rodovia 105, de-parei-me com uma cena que muito me chocou. Um caminhoneiro es-tava perdido, sem saber aonde des-carregar a encomenda da empresa.

Ao ser indagado, me senti frustrado depois de servir e conhecer a empresa por 25 anos. Não sabia informar ao motorista onde entregar a mercado-ria. Vendo a nota fiscal, lia-se: “Serra do Esmeril, zona rural”.

Por mais que nossa empresa te-nha crescido e se internacionaliza-do, não poderia nunca perder sua identidade física com a cidade onde nasceu. Veio-me à mente a frase do nosso Poeta Maior: “Itabira é apenas um retrato na parede, e como dói”.

Precisamos lembrar nessa festa de 70 anos que, por décadas, o Cauê e a Conceição, essa cordilheira de 16 km de minério da melhor qualidade que circunda nossa Itabira não podem ser transformados em apenas uma arquibancada para os saudosistas. Precisamos respeitar as origens. A CVRD, quando nasceu, contou com itabiranos que, inclusive, empresta-ram seu nome e seu patrimônio para alavancar a sua operacionalidade.

Itabira ainda responde por 18% do faturamento da Vale e em 2010 bateu recorde de milhões de tonela-das exportadas. Esse é o meu desa-bafo, de ex-servidor da empresa, e minha esperança.

O FUTUROQuando vejo o quanto Itabira

progrediu, o quanto já poderia ter caminhado e o quanto sua popula-

ção carece disso, não vejo outro ca-minho. Precisamos de uma liderança pública de qualidade, de alguém que tenha um passado de sucesso e que tenha comprovada eficácia de reali-zações.

A cidade tem passado e muitos heróis, mas o que importa é o pre-sente e o futuro, porque estamos na época do conhecimento e da tecno-logia. Não se obtém sucesso por aca-so ou pelo nome e tradição. É preciso ter competência.

Neste ano será escolhido o novo prefeito e a Prefeitura deve ser enca-rada, hoje, como uma grande empre-sa, dividida em vários departamentos e, para administrá-la, é preciso um bom grupo de administradores. Os tempos são outros e todos fizeram o máximo que puderam em seu perí-odo.

Nos últimos 50 anos, Itabira teve como prefeito: três empresários, dois advogados, dois médicos, um odon-tólogo, um operário, um delegado de polícia e um padre, todos grandes líderes de seu tempo. Porém, o mo-mento exige muito mais e precisa-mos de um profissional de compro-vada experiência administrativa, que já tenha provada a sua capacidade.

A cidade tem o principal elemen-to para uma boa administração, que é dinheiro — a prefeitura receberá mais de um milhão por dia no pró-ximo ano em recursos decorrentes de impostos gerados pelas atividades da Vale no município —, mas não se sabe até quando. Não se pode per-der essa oportunidade. Deve-se ga-rimpar na sociedade os profissionais adequados e convencê-los a serem os administradores, tanto no Legislati-vo como no Executivo. Que isso seja feito por amor à nossa cidade e pelo futuro de nossos filhos e netos.

opinião

“Precisamos respeitar as origens. A CVRD, quando nasceu, contou com itabiranos que, inclusive, emprestaram seu nome e seu patrimônio para alavancar a sua operacionalidade”

80 Junho . 2012 DeFato