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IV Encontro Nacional de Estudos da Imagem I Encontro Internacional de Estudos da Imagem 07 a 10 de maio de 2013 – Londrina-PR
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POLITICAS ESTÉTICAS E COMERCIAIS: A IMAGEM DE VERA
FISCHER NAS EDIÇÕES DO JORNAL A NAÇÃO (BLUMENAU – S C)
EM 1969
Franciele Machado 1
RESUMO
A pesquisa realizada pretendeu analisar representações escritas e visuais da Miss Vera Fischer, presentes em edições do jornal “A Nação” que circulou em Blumenau – SC nos anos 1960. Os estudos fundamentaram-se no conceito de representação, prescrito por Roger Chartier e em estudos que relacionam história e imagem. Reportagens, fotografias e anúncios comerciais utilizados na composição do trabalho foram analisados, considerando-se a perspectiva de construções, sujeitas aos interesses de determinados grupos sociais. Boris Kossoy e Peter Burke são relacionados nesta discussão em aspectos acerca do uso de imagens na escrita da história e analise de documentos fotográficos. A pesquisa contemplou a participação de Vera Fischer nos concursos de beleza: Miss Blumenau, Miss Santa Catarina e Miss Brasil em 1969. Ao mesmo modo em que se pretendeu exaltar a visibilidade de “Verinha” nos concursos referenciados, foi possível evidenciar a significativa representação de empresas e instituições da cidade de Blumenau, as quais, declararam nas publicações deste jornal, simpatia e apoio financeiro a esta miss. Palavras – chave: Representações, Vera Fischer, jornal “A Nação”.
ABSTRACT
The present research intended to analyze visual representations and texts about the icon figure of model Vera Fisher, presents in editions of the newspaper “A Nação”, circulated in Blumenau – SC in 1960. Analyzes are based on the concept of representation, prescribed by Roger Chartier and studies that connect history and image. Interviews, photographs and advertising campaigns used in the composition of the search were analyzed considering the perspective of compositions, subjected to interests of specific social groups. Boris Kossoy and Peter Burke are linked in this discussion of aspects around the use of images on the writing of history and analysis of photographic documents. The research considered the participation of Vera Fisher in beauty contests to “Miss Blumenau”, “Miss Santa Catarina” and “Miss Brazil” in 1969. The same way that it was intended to exalt the visibility of "Verinha", referenced in the competitions, it was possible to demonstrate the significant representation of companies and institutions Blumenau city, which declared, in publications of that newspaper, the sympathy and financial support to this “Miss” during the stages of event. Keyword: Representation, Vera Fischer, newspaper “A Nação”.
1 Graduada em História pela Universidade Regional de Blumenau (FURB). Atualmente é monitora no Museu Hering e responsável pela guarda e digitalização no Centro de documentação da Cia Hering. E-mail: [email protected]
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INTRODUÇÃO
O jornal A Nação, principal fonte documental dessa pesquisa, foi fundado em 1943 em
Blumenau-SC e circulou nessa cidade até a década de 1980. Em 1944, passou a ser
propriedade dos Diários Associados, grande núcleo jornalístico do país, permanecendo ligado
a este órgão até o cessar de suas edições, em 27 de julho de 1980.
Os concursos de beleza eram um tema frequente nas edições do A Nação na década de
1960. Além das etapas do Miss Brasil, estudadas nesse artigo, é possível notar a divulgação
de outros eventos, como: Rainha da Famosc, Rainha dos Operários de Blumenau, Rainha das
Praias de Santa Catarina, Rainha do Turismo, Rainha do Festival da Cerveja, entre outros.
Vera Fischer, personagem a qual estudamos as representações no jornal A Nação, foi
eleita Miss Blumenau em meados de 1969, com a indicação da Sociedade Dramático Musical
Carlos Gomes. Após a definição da etapa municipal do concurso, a Miss, concorreu e venceu
a etapa estadual – realizada na mesma cidade, no antigo pavilhão de eventos chamado naquele
período de COEB2. Em seguida, participou da etapa nacional, realizada no estado da
Guanabara (estádio Maracanãzinho), na ocasião em que foi eleita Miss Brasil.
Durante cada uma dessas fases do concurso Miss Brasil, que foram realizadas entre os
meses de março a junho de 1969, a mencionada miss teve expressiva visibilidade nas edições
do jornal A Nação. Em nossas considerações acerca das representações de Vera Fischer nas
edições desse jornal, pretende-se dar destaque à maneira com que empresas e instituições da
região de Blumenau e Santa Catarina se apropriam do desfecho desse evento, que resultou na
escolha de Vera Fischer ao título final de Miss Brasil.
1 VERA FISCHER: A NOVA MISS BLUMENAU 1969
As reportagens, fotografias e informações que ilustram a participação de Vera Fischer
nas etapas do concurso Miss Brasil, foram publicadas com maior destaque no jornal A Nação
entre os meses de março a julho de 1969. Tais documentos demonstram as representações
dessa Miss existentes nas edições do jornal A Nação.
2 COEB (Comissão Organizadora de Exposições de Blumenau). O local foi também conhecido como pavilhão da FAMOSC, (Feira de amostras de Santa Catarina), identificado com o nome, pois, abrigava a Feira mencionada. Foi mais tarde renomeado de PROEB e atualmente o mesmo local é denominado de Vila Germânica, conhecido por abrigar o maior evento realizado em Blumenau: A Oktoberfest, festa criada em 1983 que pretende representar elementos da cultura alemã, presentes em Blumenau a partir de 1850.
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Os estudos a partir de representações demonstram a maneira pela qual os “indivíduos e
os grupos dão sentido a seu mundo” (CHATIER, 2002, p.66). Roger Chartier prescreve à
noção de representação outras duas chamadas de práticas e apropriações, as quais se
aproximam “mais nos usos particulares do que nas distribuições estatísticas” (CHARTIER,
2009, p.07). Para esse historiador cultural, as representações são construídas tendo-se em vista
interesses individuais e de grupos sociais. Desse modo, a partir da perspectiva de construção
do mundo cultural, e logo social, que se desenvolvem as problemáticas dessa pesquisa. Fala-
se do cultural que pretende chegar ao social, pois, “a historia cultural, tal como a entendemos,
tem por principal objeto (sic) identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma
determinada realidade social é construída” (CHARTIER, 1990 p. 16-17). Nesses termos, não
se trata apenas de refletir de forma isolada sobre a cultura de um determinado grupo social,
mas entender que esta realidade mantém-se atrelada em disputas, conflitos e domínios
representados por estes mesmos grupos sociais.
As interpretações que fazemos demonstram que “as percepções do social não são de
forma alguma discursos neutros” (CHARTIER, 1990 p.17). São discursos organizados por
grupos que pretendem mostrar ou omitir a representação que deles ou de outros se almejou. É
válido lembrar, que a perspectiva de construção aqui apresentada não está desvinculada do
real, pois Chartier demonstra que os grupos constroem as “divisões do mundo social”
(CHARTIER, 2009 p.07), sem, no entanto, deixar de considerar a preexistência de um mundo
físico e material.
As representações da Miss Vera Fischer foram publicadas nas edições do jornal A
Nação por vias textuais e iconográficas. Nesse sentido, além demarcar definições dobre a
noção de representação, é importante refletir sobre o uso de imagens na escrita da história.
Peter Burke ressalta que poucos historiadores se empreendem em utilizar as imagens como
um objeto de pesquisa. Sob seu ponto de vista, os historiadores que pesquisam em arquivos de
fotografias “tendem a tratá-las como meras ilustrações” (BURKE, 2004 p. 12). E “nos casos
em que as imagens são discutidas no texto, essa evidencia é freqüentemente utilizada para
ilustrar conclusões [...] em vez de oferecer novas respostas ou suscitar novas questões.”
(BURKE, 2004 p. 12). Boris Kossoy demonstra considerações próximas destas, quando
prescreve que “a imagem, em especial a fotográfica, sempre se viu tradicionalmente relegada
a condição de ‘ilustração’ dos textos e ‘apêndice’ da historia” (KOSSOY, 2007. p. 31).
Kossoy esclarece quanto a riqueza dos documentos fotográficos, mas alerta que este “trata-se,
porém, de um conhecimento de aparência: as imagens guardam em si apenas indícios”
(KOSSOY, 2007. p. 31).
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Tais definições teóricas, serão apropriadas a medida que as imagens de Vera Fischer
publicadas neste jornal tem tanto valor como outro documento qualquer, e, portanto, serão a
todo momento problematizadas. Sabe-se, no entanto, que estas imagens não se tratam de
fontes fieis do passado, ao contrário, podem omitir do mesmo modo que pretendem divulgam
determinadas realidades.
A primeira imagem de Vera Fischer impressa nesse periódico, como Miss Blumenau,
foi impressa na edição do dia 19 de março de 1969. Nela, a representante de Blumenau ao
concurso Miss Santa Catarina aparece com outras misses de concursos de realizados em anos
anteriores:
Fig. 01 Divulgação do concurso Miss Blumenau em 1969. Na foto (da direita para a esquerda). Ursula Lenfers,
Vera Fischer, Sibila Sievert e Uyara Jatahy Fonte: A Nação Blumenau, p. 06. 19 mar.1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
Na legenda dessa foto aparecem os nomes de Ursula Lenfers, Vera Fischer, Sibila
Sievert e Uyara Jatahy (ordem da foto da direita para a esquerda). Uyara Jatahy foi eleita Miss
Blumenau e Miss Santa Catarina em 1967. Sibila Sievert foi eleita Rainha das Praias de Santa
Catarina e Miss Blumenau em 1968. E, conforme indicações da coluna social do jornal A
Nação, eram também, representantes de tradicionais famílias da sociedade blumenauense.
Mas, as semelhanças entre estas não se resumem ao status social familiar mencionado. A
aparência delas representa um modelo estético quase único, visualmente apresentado por
mulheres magras, de pele branca, loiras de alturas e pesos similares. E como estas, Vera
Fischer não surgiu do anonimato. Seu retrato foi impresso no jornal A Nação na divulgação
de seu baile de debutantes, realizado anos antes na mesma instituição que a indicou para o
concurso Miss Blumenau, ou seja, a Sociedade Dramático Musical Carlos Gomes. Em
seguida, no ano de 1968, Vera Fischer foi eleita Rainha da V Feira de Amostras de Santa
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Catarina (FAMOSC), realizada em Blumenau. Como consequência, teve novas participações
em edições do jornal A Nação. Nesse evento, onde eram expostos produtos de empresas e de
casas comerciais da região de Blumenau e Santa Catarina, Vera Fischer foi recepcionista do
Stand “Malhas Hering”. Empresa consolidada no ramo têxtil de Blumenau até os dias de hoje.
Segue abaixo a foto que ilustra a eleição de Vera Fischer nesse concurso:
Fig. 02 Vera Fischer eleita Rainha da V FAMOSC 1968.
Fonte: A Nação, Blumenau, p. 04. 21 nov. 1968. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
Essa foto tem destaque em nossas discussões, pois, a visibilidade de Vera Fischer na
eleição do título “Rainha da V FAMOSC” não pode ser desvinculada de sua indicação ao
titulo de Miss Blumenau. Eleita Rainha da V Famosc, Vera teve visibilidade não apenas nas
edições desse jornal. Esteve à frente de uma das maiores empresas do ramo têxtil do Brasil. A
Hering era, no final dos anos 1960, junto a outras empresas têxteis da região de Blumenau e
Santa Catarina "líderes de exportação, [e] [...] superavam seus próprios recordes. Hering,
Artex e Teka já tinham parceiros comerciais na Europa, África, América do Sul e nos Estados
Unidos" (PETRY; FERREIRA; WEISS, 2000. p. 238).
A divulgação de concursos de beleza no jornal A Nação foi, nesse sentido, um espaço
de marketing para essas empresas, assim como essas garantiram suporte financeiro para os
concursos e para as próprias candidatas que participavam destes eventos. Entre estas
empresas, pode-se destacar a própria Hering, da qual Vera Fischer foi recepcionista do stand
na V FAMOSC; a Artex, empresa igualmente do ramo têxtil, que também participou da feira
mencionada e foi patrocinadora do concurso Rainha das Praias de Santa Catarina em 1968. A
Artex, foi também, no ano seguinte, a patrocinadora oficial do concurso Miss Santa Catarina
1969.
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Mas, é possível destacar outras instituições envolvidas no evento Miss Santa Catarina.
Na fotografia abaixo, se encontram personagens do poder publico municipal, entre eles,
Carlos Curt Zadrozny, prefeito de Blumenau entre 1966 e 1970.
Fig. 03 Apresentação oficial de Vera Fischer como Miss Blumenau. Na foto (aos fundos) o prefeito Carlos Curt
Zadrozny e Vera Fischer. Fonte: A Nação, Blumenau, p. 08. 29 mar. 1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
A imagem acima, que ilustra a apresentação oficial de Vera Fischer (Fig. 03), também
representa o apoio do poder publico de Blumenau a esta candidata. Podemos relacionar tal
apoio às investidas no potencial turístico da cidade durante o governo do prefeito Carlos Curt
Zadrozny. Não é por acaso que o Departamento de Turismo de Blumenau, criado justamente
por esse prefeito em 1967, foi uma das entidades ligadas à organização do evento.
A “Comissão de Turismo” de Blumenau foi criada, conforme apontam os Relatórios
de governo de 1967, “atendendo a necessidade de se organizar e fomentar as atividades
turísticas no Município” (ZADROZNY, 1967, p. 15). Estava prescrito a esse órgão “criar
condições para desenvolver o turismo, embelezar e divulgar os pontos de atrações, orientar a
organização de festas populares promover, salvaguardar, e valorizar as tradições locais,
organizar roteiros, mapas e guias turísticos” (ZADROZNY, 1967, p. 15). Nesse sentido,
falamos de uma Blumenau que buscava modernização e visibilidade no país. Nesse período
foram criados roteiros turísticos que circularam no jornal A Nação e em outros veículos de
comunicação. É, inclusive, desse período o folder divulgado na revista Seleções do R. Digest
“Adivinhe que país é este.” O folder “distribuído, também em várias agencias de Turismo do
Brasil” (ZADROZNY, 1966 - 1969, p. 37) exaltou representações ditas europeias desta
cidade. E a promoção de Vera Fischer ao titulo Miss Brasil, jovem loira de ascendência
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germânica dialogava com os objetivos turísticos do prefeito Carlos Curt Zadrozny, presentes
no folder “Adivinhe que país é este”.
Antes mesmo de sua eleição ao Miss Brasil, Vera Fischer foi homenageada em um
baile promovido pela Sociedade Dramático Musical Teatro Carlos Gomes, e em seguida em
um coquetel oferecido pelos organizadores do concurso Miss Santa Catarina. Demonstra-se
abaixo a foto que ilustra uma dessas homenagens, em que a miss Blumenau recebeu da
empresa Artex novas congratulações:
Fig. 04 Homenagem oferecida à Vera Fischer pela empresa Artex, patrocinadora do Concurso Miss Santa
Catarina em 1969. Fonte: A Nação, Blumenau, p. 01. 31 mai. 1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
Na foto, a Sra. Asta Zadrozny (esposa do prefeito Carlos Curt Zadrozny) representa a
empresa Artex, patrocinadora oficial do concurso Miss Santa Catarina. Nota-se que Vera
Fischer é homenageada por instituições e personagens da cidade. Mas os reconhecimentos
mostram-se recíprocos nessa trama expressa de representações, pois, com a participação de
Vera Fischer nesse concurso, a Prefeitura Municipal de Blumenau tem almejada visibilidade,
sendo inclusive nomeada a “capital da beleza” (A Nação, 01/09/1969) e “capital econômica
de Santa Catarina” (A Nação, 01/07/1969). Afirma-se no jornal A Nação que “com a vitória
espetacular de Vera Fischer, [...] [Blumenau] se transformou no São Paulo de Santa Catarina”
(A Nação 01/09/1969). O teatro Carlos Gomes, é também reconhecido por indicar Vera
Fischer ao título de Miss Blumenau. O jornal A Nação, ligado à organização do evento Miss
Brasil por meio dos Diários Associados, também assume os méritos de cada conquista de
Vera Fischer. E evidentemente, Vera Fischer não foi vitima dessas apropriações, interesses da
própria Miss foram representados nas etapas desse evento.
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Dentre essa trama de interesses, com o que foi exposto até o momento pretendemos
evidenciar interesses da Miss e de suas instituições patrocinadoras. É possível afirmar,
portanto, que “a beleza é também uma questão histórica, cuja analise mostra relações de
poder, em que se alternam a construção e desconstrução de valores, a criação e a circulação de
determinadas representações, entre outras tensões” (OLIVEIRA, 2005. p. 188).
1.1 RUMO À MIAMI: VERA FISCHER É ELEITA MISS BRASIL 1969
De acordo com Nucia Alexandra Oliveira, “entre meados da década de 50 a ao longo
dos anos 60, a beleza passou a ser descrita como algo que se poderia adquirir, moldar ou
construir, através do uso de cosméticos, exercícios ou regimes” (OLIVEIRA, 2005. p. 190). O
concurso Miss Brasil, que como vimos, em seus primeiros anos foi promovido pelos Diários
Associados, tem emergência justamente no período que essa historiadora comenta.
Interessante notar em tudo isso, que a imagem de Vera Fischer foi ligada a tal estimulo ao
consumo feminino.
Depois de sua eleição ao título de Miss Santa Catarina, a jovem inicia os preparativos
para sua viagem à Guanabara, onde concorreu (e venceu) o título Miss Brasil. Entre as ações
realizadas por ela, notam-se no jornal A Nação visitas a estabelecimentos comerciais da
cidade, dentre estes a loja Hermes Macedo:
Fig. 05 Visita de Vera Fischer na loja Hermes Macedo, Blumenau.
Fonte: A Nação, Blumenau, p. 01. 24 jun.1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
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A fotografia publicada acima, realizada durante a visita de Vera Fischer à Loja
Hermes Macedo, demonstra expresso acordo comercial. O sorriso de Vera na fotografia
ilustra a mencionada satisfação em relação aos produtos da seção feminina, conforme
publicação: “bonitas coisas expostas, que concorrem para dar maior realce aos encantos
naturais da mulher”.
As fotografias, como qualquer outro documento transmitem intencionalidades. Estas
“não podem ser aceitas imediatamente como espelhos fiéis dos fatos [...] elas são plenas de
ambigüidades, portadoras de significados não explícitos e de omissões, pensadas, calculadas
que aguardam pela competente decifração” (KOSSOY, 2001 p. 22). Esta, em especial, (Fig.
05) trata-se de um anuncio comercial, onde a Miss serve de exemplo para outras moças
blumenauenses, que poderiam se apropriar da propaganda promovida pela loja Hermes
Macedo. E mais do que isso, essa loja tinha postos de atendimento em outras cidades do
estado, e por isso, tais apropriações poderiam extrapolar o espaço municipal, podendo ser
absorvidas por mulheres de outras regiões.
Quando Vera Fischer foi eleita Miss Brasil, as apropriações de sua imagem não
cessaram, ao contrário tornaram-se mais efetivas. Destaca-se no jornal A Nação que “toda
Santa Catarina vibra com a eleição de Vera Fischer para ‘Miss Brasil’. A conquista
ultrapassou os círculos populares e comerciais para estender-se ao perímetro político estadual,
conforme, nota denominada: “Conquista do título de Miss Brasil pela blumenauense Vera
Fischer é exaltada na Assembléia Legislativa!” :
Os parlamentares Fernando Bastos e Evilásio Vieira manifestam-se e votos de congratulações é aprovado! [...] Ainda na sessão de ontem a tarde a Assembléia Legislativa aprovou requerimento do Deputado Evelasio Vieira e apoiado pelos seus colegas Fernando Bastos e Fausto Brasil de congratulações a jovem Vera Fischer pelo inédito para o nosso Estado, a Sociedade Dramático Musical Carlos Gomes, entidade que lançou a sua candidatura. Ao Prefeito Carlos Curt Zadrozny, cidade natal da nova Miss Brasil, e também ao jornalista Mauricio Xavier, dirigente máximo dos Diários Associados em Santa Catarina, organização jornalística promotora do concurso. (A Nação, 01/09/1969).
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina reconheceu nessa matéria as instituições
que, como vimos, declararam seu apoio à candidata Vera Fischer. Novamente, não basta
apenas mostrar estes fatos, é importante entender-se que, como as anteriores, esta ação denota
intencionalidades e uma trama política que ultrapassa o perímetro municipal. Além disso,
outras manifestações, organizadas por instituições comerciais e industriais, tornam a
acontecer. Vemos abaixo anúncios comerciais que fazem referencia à Vera Fischer e ao título
Miss Brasil 1969:
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Fig. 06 Anuncio empresa INCARMA S.A, Blumenau, SC.
Fonte: A Nação, Blumenau, p. 01. 01 set. 1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
A analise sobre essa imagem retoma as discussões propostas na fig. 05, pois, ambas
sugerem uma apropriação do símbolo máximo do concurso: a beleza. Nestas publicações,
lugares, produtos e pessoas da cidade poderiam ser vistos a partir de uma perspectiva estética,
a começar por Blumenau, que como já foi mencionado é identificada e definida neste
momento como a “capital da beleza.” A imagem de Vera Fischer, publicada no jornal A
Nação, traçou apropriações e interpretações da (e na) cidade. Na próxima ilustração, anuncio
da empresa Sul Fabril, é possível notar nova relação do título de Vera Fischer com a beleza de
Blumenau:
Fig. 07 Anuncio da empresa Sul Fabril de referencia ao titulo Miss Brasil
Fonte: A Nação, Blumenau. p.08. 01 de julho de 1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
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A expressão “camponesa do Vale” presente neste anuncio, dialoga com roupas que
Vera Fischer fez uso em um dos desfiles do concurso Miss Brasil. Trata-se de um traje
“típico”, que conforme Viviane Bewiahn, se remete à Alemanha do século XVII (BEWIAHN,
2009). Essa historiadora comenta a utilização do traje por Rainhas da Oktoberfest,
mencionando que “elas transitam entre o novo e o antigo”. O mesmo pode ser aplicado nessa
situação, pois, Blumenau “a capital econômica de Santa Catarina” (expressão que contempla
desenvolvimento e modernidade) é também representada como um “vale” de belas
camponesas (o que remete às supostas origens da cidade).
É valido ainda lembrar que essa expressão, “camponesa do vale”, não está
desvinculada das investidas do Departamento de Turismo do governo de Zadrozny. A beleza
desta camponesa em especial, exalta a beleza desse vale como um todo. Pode-se verificar
novamente o poder simbólico de cada uma das ações realizadas, a começar por Vera Fischer
que utilizou a indumentária; em seguida, da imprensa que a divulgou com destaque o uso da
indumentária. A imagem da camponesa do Vale, no contexto da frase anunciada pela empresa
Sul fabril é capaz de prescrever a existência de outras camponesas nesse vale: se Vera Fischer
foi denominada “a mais bela”, é sinal de que outras existiam, ou deveriam existir. Segue
abaixo a imagem de Vera vestindo as roupas comentadas:
Fig. 08 Imagens de Vera Fischer no desfile de eleição da Miss Brasil 1969. Entre as imagens vemos a
indumentária da chamada “camponesa do Vale”. Fonte: A Nação, p. 01. 01 de julho de 1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
A indumentária comentada (2° da esquerda para a direita) foi utilizada em um dos
desfiles que rendeu à Vera Fischer o título de Miss Brasil. O desfile foi realizado no estádio
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de futebol Maracanãzinho, no estado da Guanabara. Segundo indicações do jornal A Nação,
na data do evento este estádio de futebol estava lotado, sendo filmado e transmitido por
emissoras de rádio e televisão do Brasil. Diante de tanta publicidade, Vera Fischer foi assunto
de pauta nesse jornal, principalmente após a vitória no concurso Miss Brasil. Um tema de
destaque diz respeito aos preparativos para a sua recepção em Blumenau. Entre as ações
percebemos a constituição de um comitê, organizado especialmente para o regresso da Miss
Brasil à sua cidade natal. Na descrição da formação desse comitê, estavam presentes nomes
de empresários, representantes de grandes empresas da cidade e evidentemente,
representantes do poder publico local:
Estiveram presentes a essa reunião: prefeito Carlos Curt Zadrozny, representado pelo engenheiro Ruy Meinberg, Hermann Müller Hering, Ulrich Kuhn, Dr. Dierter Hering, Georg Kramberck, Tenente Algaci Rosa representante do comando do 1/23 Regimento de Infantaria, Caetano Deeke de Figueiredo, Odery Ramos, diretor artístico do Canal 3, Lothar Schmidt presidente da Associação Comercial e Industrial de Blumenau, Willy Sievert, presidente do Clube dos Diretores Lojistas, Nestor Carlos Fredizzi, diretor do Departamento de Telejornalismo do Canal 3 e Nestor Rosenbrock gerente da Radio Clube de Blumenau. Por sugestão do jornalista Mauricio Xavier ficaram constituídas várias comissões, que terão como presidente de honra o prefeito Carlos Curt Zadrozny e como presidente executivo o Sr, Hermann Muller Hering. Essas comissões são as seguintes: Comissão de Ornamentação. [...]. Comissão de Programação Social [...]. Comissão de Segurança (A Nação, 02/07/1969).
A festa assumiu significativas proporções. Porém, foi organizada apenas por um
pequeno grupo de empresários, enquanto a população foi representada como espectadora
desse evento, recebendo apenas informações do que estava sendo planejado por meio das
publicações do A Nação. Na organização dessa recepção, tem-se registrada a adesão da
Prefeitura Municipal de Blumenau e órgãos como o CDL (Clube de Diretores Lojistas de
Blumenau) e a ACIB (Associação Empresarial e Industrial de Blumenau). Estes dois últimos
mostram-se presentes no pedido direcionado às casas comerciais e indústrias de Blumenau na
redução de horário de expediente no dia da recepção de Vera Fischer:
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Fig. 09 Comunicado expedido pela Prefeitura Municipal, ACIB e CDL.
Fonte: A Nação, p. 01. 03 jul. 1969.Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
A produção industrial e o comercio da cidade deveriam parar nesse dia, para que
todos, empregados e patrões assistissem às homenagens prestadas à blumenauense que trouxe
para sua cidade a faixa de Miss Brasil. No dia posterior ao evento, foi publicado no jornal A
Nação descrições minuciosas com detalhes sobre o trajeto realizado por Vera Fischer à
Blumenau em um carro aberto. A programada recepção se deu em frente à Sociedade
Dramático Musical Carlos Gomes, onde a Miss recebeu das mãos do prefeito Carlos Curt
Zadrozny a chave da cidade, como aparece na fotografia abaixo:
Fig. 10 Recepção de Vera Fischer realizada no dia 03 de julho de 1969, em Blumenau.
Fonte: A Nação, Blumenau, p. 01. 04jul. 1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
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A imagem 10 demonstra a realização do evento que aconteceu na noite de 03 de julho
de 1969. Essa fotografia, igual a tantas outras que fazem referencia ao titulo conquistado por
Vera Fischer, teve destaque na primeira página do jornal A Nação. A simbologia recai desta
vez às chaves entregues à Vera Fischer pelas mãos do prefeito municipal, figura tida como
maior autoridade politica no momento. Mas as homenagens/ anúncios prestados pelas
empresas não se encerram na organização do evento e na entrega das chaves da cidade. Entre
os registros encontrados, foi selecionado mais um:
Fig. 11 Anuncio da empresa Garcia, indicando seu apoio (financeiro) a Miss Brasil.
Fonte: A Nação, Blumenau. p. 08. 06 jul. 1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
Nele, a empresa Industrial Garcia afirma seu patrocínio na transmissão do evento,
declarando que nunca duvidou do êxito de Vera Fischer em sua participação no evento Miss
Brasil. Visto a exposição de seus êxitos no concurso Miss Brasil, novas expectativas se deram
em torno da atuação no concurso Miss Universo. A Companhia Catarinense de Seguro,
representada como a “maior seguradora do Estado” cedeu uma apólice para Vera antes de sua
viagem à Miami, local em que foi realizado o concurso Miss Universo em 1969.
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Fig. 12Vera Fischer recebe em suas mãos uma apólice de Seguro da empresa Catarinense de Seguros.
Fonte: A Nação, Blumenau, p. 01. 08 jul.1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
Interessante notar a ilustração dessa matéria com fotografias. Mas, seria ingenuidade
supor que esta imagem (Fig. 12) serve apenas de ilustração, do contrário, ela tem intenção de
prova. A imagem registra representantes da seguradora passando a apólice de seguro às mãos
de Vera Fischer. E além, dessa, outras publicadas no jornal fazem referencia à participação de
Vera Fischer no concurso Miss Universo. Percebemos com isso, expectativas de grupos
empresariais da cidade durante a participação da candidata também no concurso Miss
Universo. Mas, do contrário do que se esperava, o êxito alcançado em Guanabara não se
repetiu em Miami. As empresas que organizaram a grandiosa recepção à Vera depois em sua
eleição titulo Miss Brasil, não mostraram opinião nesse momento. Na publicação do dia
posterior ao evento, ou seja, no dia 20 de julho de 1969, destaca-se no A Nação que “contou a
jovem blumenauense – e isto é justo que se registre – com um apôio (sic) de numerosa torcida
brasileira ali presente, que inclusive ensaiou ritmos de samba, do bom samba brasileiro,
empunhando ante as câmeras da CBS uma grande bandeira nacional” (A Nação, 20/07/1969).
Independente dos resultados do evento, percebemos outra realidade acerca da imagem
de Vera Fischer. E a partir desse fato reafirmamos as possibilidades de construção e
apropriação acerca das representações dessa Miss. Pois, enquanto prevalecem interesses de
Blumenau e Santa Catarina no apoio à candidata, ela foi representada como a “camponesa do
vale.” Porém, quando um grupo maior se apropria do evento, Vera Fischer é vista como
representante do país e seu desfile foi embalado pelo samba, símbolo musical relacionado à
cultura popular brasileira. Tratam-se de novas simbologias postas, expressas pelo samba e a
bandeira nacional, e, portanto, representações construídas por interesses de outros grupos
sociais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A analise destes concursos demonstra que “a beleza se constrói” (OLIVEIRA, 2005. p.
189). Estas construções, porém, partem do real. Vera Fischer detinha os padrões de beleza e
juventude exigidos não apenas pelo concurso Miss Blumenau. Porém, mais do que beleza e
juventude, Vera Fischer teve em medidas significativas declarado apoio de diversas
instituições da cidade e do estado de Santa Catarina. Nesse sentido, é que demarcados as
relações que integraram esse e os demais concursos estudados nessa pesquisa. Em linhas
gerais, tentou-se “considerar as representações como realidades de múltiplos sentidos. Por
outro lado, constata-se a existência de práticas sociais que não poderão ser reduzidas a
representações, pois revestem uma lógica autônoma” (CHARTIER, 1990 p. 11).
Acredita-se que “o conhecimento de todos os fatos humanos no passado, da maior
parte deles no presente, deve ser, [...] um conhecimento através de vestígios.” (BLOCH, 2001.
p. 73). Nossos vestígios, constituíram-se nas edições desse jornal. Com o que vimos até o
momento, concordamos que “não existe outra máquina de voltar no tempo senão a que
funciona em nosso cérebro, com materiais fornecidos por gerações passadas.” (BLOCH,
2001. p. 74). Poderíamos ter analisado outros jornais, outros concursos, sob outras
fundamentações teóricas. Isso demonstra que o tema beleza, assim como a escrita da história
representa possibilidades variadas de pesquisa. Porém, o historiador desenvolve sua pesquisa
a partir de escolhas, e estas, não anulam novas problemáticas possíveis acerca das
representações de Vera Fischer em concursos de beleza.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEWIAHN, Viviane; FERREIRA, Cristina. A construção de um sorriso: Uma analise do discurso da beleza em Blumenau através das Rainhas da Oktoberfest. Blumenau, 2009. BLOCH, Marc. Apologia da história, ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem. São Paulo: EDUSC, 2004. CHARTIER, Roger. À Beira da Falésia: A história entre certezas e inquietudes. Porto Alegre: Editora da Universidade. 2002. ________________ A história cultural, entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand. 1990.
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________________ A história ou a leitura no tempo. Tradução de Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autentica Editora, 2009. KOSSOY, Boris. Os tempos da fotografia: O efêmero e o perpétuo. Cotia, SP: Atelie Editorial, 2007 KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica. Cotia, SP: Atelie Editorial, 2001 OLIVEIRA, Nucia Alexandra Silva de. Representações da beleza feminina na imprensa: Uma leitura a partir das páginas O Cruzeiro, Claudia e Nova. In: FUNK, Susana Bornéo; WIDHOLZER, Nara Rejane. (Org.). Gênero em discursos na mídia. Florianópolis: Mulheres; Santa Cruz: EDUNISC, 2005. PETRY, Sueli Maria; FERREIRA, Cristina; WEISS, Ula. A fibra tece a história: A contribuição da industria têxtil nos 150 anos de Blumenau. Blumenau: Sintex, 2000. SANTIAGO, Nelson Marcelo. ACIB: 100 anos construindo Blumenau. Florianópolis: Expressão, 2001.
FONTES:
Jornal A Nação, Blumenau 1968 – 1969. (Arquivo Histórico José Ferreira da Silva).
Blumenau prepara grande recepção a Vera Fischer, “Miss Blumenau 1969”. A Nação, p. 01. 02 jul. 1969 Conquista do título de Miss Brasil pela blumenauense Vera Fischer é exaltada na Assembléia Legislativa. A Nação, Blumenau, p. 01. 01 set. 1969 OLIVEIRA, Vinicius de. Beleza brasileira. A Nação, Blumenau, p. 08. 01 set. 1969 Parabéns S. Catarina: Verinha eleita “Miss Brasil 1969”. A Nação, Blumenau, p. 01. 29 jun. 1969 Tem gente “engolindo” o que disse sobre o exito de Vera. A Nação, Blumenau. p. 01. 01 jul. 1969 Imagens: Jornal A Nação 1968 – 1969. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva Fig. 01 Divulgação do concurso Miss Blumenau em 1969. A Nação Blumenau, p. 06. 19 mar. 1969. Fig. 02 Vera Fischer eleita Rainha da V FAMOSC. A Nação, Blumenau, p. 04. 21 nov. 1968. Fig. 03 Apresentação oficial de Vera Fischer como Miss Blumenau. A Nação, Blumenau, p. 08. 29 mar. 1969.
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Fig. 04 Homenagem oferecida à Vera Fischer pela empresa Artex, patrocinadora do Concurso Miss Santa Catarina em 1969. A Nação, Blumenau, p. 01. 31 mai. 1969. Fig. 05 Visita de Vera Fischer na loja Hermes Macedo, Blumenau.A Nação, Blumenau, p. 01. 24 jun.1969. Fig. 06 Anuncio empresa INCARMA S.A, Blumenau, SC.A Nação, Blumenau, p. 01. 01 set. 1969. Fig. 07 Anuncio da empresa Sul Fabril de referencia ao titulo Miss Brasil. A Nação, Blumenau. p.08. 01 de julho de 1969. Fig. 08 Imagens de Vera Fischer no desfile de eleição da Miss Brasil 1969. A Nação, p. 01. 01 de julho de 1969. Fig. 09 Comunicado expedido pela Prefeitura Municipal, ACIB e CDL. A Nação, p. 01. 03 jul. 1969. Fig. 10 Recepção de Vera Fischer realizada no dia 03 de julho de 1969, em Blumenau. A Nação, Blumenau, p. 01. 04 jul. 1969. Fig. 11 Anuncio da empresa Garcia, indicando seu apoio (financeiro) a Miss Brasil. A Nação, Blumenau. p. 08. 06 jul. 1969. Fig. 12 Vera Fischer recebe em suas mãos uma apólice de Seguro da empresa Catarinense de Seguros. A Nação, Blumenau, p. 01. 08 jul.1969.
Relatórios de governo:
ZADROZNY, Carlos Curt. Relatório de governo. Blumenau, 1966 – 1969. ZADROZNY, Carlos Curt. Relatório de governo. Blumenau, 1967.