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POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Ms. Fabiana Lopes dos Santos

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Health & Medicine


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Page 1: Politicas de saude

POLÍTICAS DE SAÚDENO BRASIL

Ms. Fabiana Lopes dos Santos

Page 2: Politicas de saude

INTRODUÇÃO• Crise do sistema de saúde presente no

nosso dia a dia;

• Filas, falta de leitos hospitalares, escassez de recursos, insatisfação dos profissionais e população, baixos valores pagos pelo SUS para procedimentos médico-hospitalares, aumento na incidência e ressurgimento de doenças.

Page 3: Politicas de saude

PERGUNTA:

Como analisar e compreender essa complexa realidade do setor saúde no país?

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HISTÓRICO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

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PERÍODOS

• Descobrimento ao Império (1500-1889)

• República Velha (1889 – 1930)

• “Era Vargas” (1930 – 1964)

• Autoritarismo (1964 – 1984)

• Nova República (1985 – 1988)

• Pós-constituinte (1989...)

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ORGANIZAÇÃO DO SETOR SAÚDE

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

CENÁRIO POLÍTICO E ECONÔMICO

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DESCOBRIMENTO AO IMPÉRIO

(1500-1889)

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Perfil epidemiológico

• Doenças pestilenciais

Cenário Político e econômico

• País agrário extrativista

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• não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde;

• Boticários;

• Curandeiros;

• Medicina liberal;

Organização da saúde

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Chegada da Família Real Portuguesa - 1808

• Saneamento da capital;• Controle de navios, saúde de portos;• Novas estradas;

CONTROLE SANITÁRIO MÍNIMO

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REPÚBLICA VELHA (1889 – 1930)

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Perfil Epidemiológico

# predomínio das doenças transmissíveis:

• Febre amarela• Varíola• Tuberculose• Sífilis• Endemias rurais.

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Page 14: Politicas de saude

– Instalação do capitalismo no Brasil excedente econômico primeiras indústrias investimento estrangeiro.

- Precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas surgimento de movimentos operários que resultaram em embriões de legislação trabalhista e previdenciária;

Cenário Político e Econômico

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# Acesso da população: medicina liberal e hospitais filantrópicos;

# IDEOLOGIA LIBERAL: o Estado deveria atuar somente naquilo que o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não pudesse fazê-lo.

Organização do Setor Saúde

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# Ameaças aos interesses do modelo AGRÁRIO-EXPORTADOR intervenção do Estado organização do serviço de saúde pública e campanhas sanitárias;

# Os serviços definidos pela necessidade econômica;

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LEI ELOY CHAVES (1923)

• Organização das CAP’s (Caixas de Aposentadorias e Pensões)

1923 – CAP dos Ferroviários1926 – Portuários e Marítimos

• marco inicial da Previdência Social no Brasil.

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Características das CAP’s

• Por instituição ou empresa;

• Financiamento e gestão: Trabalhador e Empregador;

• Aposentadoria, pensão e assistência médica.

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Dicotomia da saúde no Brasil

• Saúde Pública: prevenção e controle das doenças - coletiva;

• Previdência Social: medicina individual (assistência) - exclusiva.

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“ERA VARGAS” (1930 – 1964)

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Page 23: Politicas de saude

# Predomínio das doenças da pobreza e aparecimento das doenças da modernidade.

# Início da transição demográfica: envelhecimento da população.

Perfil Epidemiológico

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• Medicina liberal

• Hospital beneficente ou filantrópico

• Hospital lucrativo (empresas médicas).

Fracionamento da assistência

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• Por categorias: marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), transportes e cargas (IAPETEC), servidores do estado (IPASE);– Financiamento: 3 entes (Estado, empregado e empregadores);– Gerência: indicado pelo Estado;

- Aposentadoria, pensão e assistência médica.

Criação dos IAP’s (Institutos de Aposentadorias e Pensões)

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AUTORITARISMO (1964 – 1984)

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Condições de saúde continuam críticas: aumento da mortalidade infantil, tuberculose, malária, Chagas, acidentes de trabalho, etc.

Predomínio das doenças da modernidade.

Perfil Epidemiológico

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GOLPE MILITAR EM 1964

# Regime autoritário (21 anos);

# Governo autoritário e centralizador;

# Urbanização e industrialização crescentes;

# Milagre Brasileiro (1968-73);

# Promoveu a unificação dos IAP’s em 1966 INPS (Instituto Nacional de Previdência Social):

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# 1972 = previdência para autônomos e empregadas domésticas;

# 1973 = previdência para trabalhadores rurais FUNRURAL

# 1974 = criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS):

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# 1974=Plano de Pronta Ação (PPA)

Ampliação do atendimento de emergência/urgência a toda a população nas clínicas e hospitais da previdência.

# 1977 = criação do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social):

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# Fortalecimento da relação Estado e segmento privado Privatização das ações curativas pagamento por quantidade de atos médicos;

# Quase inexistia controle ou regulação “cheque em branco”.

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MODELO MÉDICO ASSISTENCIAL PRIVATISTA

• Atendimento ao doente

• Demanda espontânea

• Assistência ambulatorial e hospitalar

• Rede contratada e conveniada ao SUS

• Atenção comprometida pela efetividade, equidade, e necessidades de saúde

MODELO SANITARISTA

• Voltado para problemas de saúde selecionados

• Atende necessidades específicas de grupos

• Ação de caráter coletivo

• Campanhas sanitárias, programas especiais, ações de Vig. Epidemiológica e Sanitária

• Limitações na atenção integral, com qualidade, efetividade equidade

Modelos de Atenção no Brasil

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# FIGUEREDO Programa nacional de Serviços Básicos de

Saúde (PREV-SAÚDE):

• iniciativa de reorganização do Sistema de saúde (maior integração dos dois ministérios e secretarias estaduais e municipais de saúde);

• diretrizes que reforçavam a atenção primária da saúde;

• participação da comunidade;• regionalização e hierarquização dos serviços;• referência e contra-referência;• integração de ações curativas e preventivas.

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AIS (AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE) - 1982

– Repasse dos recursos do INAMPS para as Secretarias Estaduais de Saúde (para expansão da rede de saúde);– Tentativa incipiente de descentralização do poder;– Gestão ainda no nível federal.– Amplia as ações de assistência (serviços previdenciários) para a POPULAÇÃO NÃO CONTRIBUINTE.

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NOVA REPÚBLICA (1985 – 1988)

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Perfil Epidemiológico

Queda da mortalidade infantil e doenças imunopreviníveis;

Manutenção das doenças da modernidade (aumento das causas externas);

Crescimento da AIDS;

Epidemias de dengue (vários municípios e inclusive capitais).

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• Conceito ampliado de saúde;• Reconhecimento da saúde como direito de

todos e dever do Estado;• Criação do Sistema única de Saúde (SUS);• Participação popular (controle social);• Constituição e ampliação do orçamento

social.

Difusão da proposta da Reforma Sanitária:

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VIII Conferência Nacional da Saúde - 1986

- pré-constituinte -

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AIS SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde) - 1987

• “Estratégia ponte” para instalação do SUS;

• Apresentava certos avanços organizativos: superava a compra de serviços ao setor privado;

• Os repasses eram feitos com base na Programação Orçamentária Integrada (POI);

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SUDS - 1987

• Criaram-se os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde;

• Descentralização: “ESTADUALIZAÇÃO” – poder político aos estados;

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SUDS - 1987

• Tudo que era do antigo INAMPS passa agora à Secretaria Estadual de Saúde;

• Os investimentos começaram a ser direcionado ao setor público e não mais ao privado:

- 1980: público absorvia apenas 28,7%; - 1987: público absorveu 54,1%.

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (1988) – “Constituição cidadã”:

• Saúde como direito de todos e dever do Estado;

• Ampliação do conceito de saúde;

• Cria o SUS.

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O QUE É O SUS

• Novo Sistema de Saúde

• “SISTEMA”

• “ÚNICO”

• Envolve todas as atividades da atenção à saúde

Page 50: Politicas de saude

• Melhorar a qualidade de atenção à saúde;

• Romper com o passado de descompromisso e irracionalidade técnico-administrativa;

• Servir de norte ao trabalho do Min. da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

OBJETIVOS DO SUS

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Arcabouço Jurídico do SUS

Page 52: Politicas de saude

• Constituição da República 1988

• Lei Orgânica da Saúde – 8080/90

• Lei Complementar da Saúde – 8142/90

• Normas Operacionais Básicas – NOB

• Normas Operacionais de Assistência à Saúde – NOAS

• Portaria 399 – Pacto pela Saúde 2006

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Lei Orgânica da Saúde – 8080/90

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

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Lei Complementar da Saúde – 8142/90

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

 

Page 55: Politicas de saude

Normas Operacionais Básicas91, 92, 93 e 96

Avança nas estratégias de implementação do SUS (MUNICIPALIZAÇÃO).

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Normas Operacionais de Assistência à Saúde – NOAS

2001 e 2002

Avança nas estratégias de implementação do SUS (REGIONALIZAÇÃO e INTEGRALIDADE)

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Pacto pela Saúde 2006

• Pacto pela Vida

• Pacto em Defesa do SUS

• Pacto de Gestão

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PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

• Universalidade

• Eqüidade

• Integralidade

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UNIVERSALIDADE

•É a garantia de atenção à saúde a todo e•qualquer cidadão;

•Saúde é direito de cidadania;

•“Para se ter acesso, basta apenas precisar”

Page 60: Politicas de saude

EQÜIDADE

•É assegurar ações e serviços de todos os níveis, de acordo com a complexidade do caso.

•Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades.

•Igualdade com justiça.

Page 61: Politicas de saude

INTEGRALIDADE

• Cada pessoa é um todo indivisível;• Ações de promoção, proteção e recuperação

também é um todo indivisível;• As unidades de saúde, com diversos níveis de

complexidade, também é indivisível;• O homem é um ser integral, biopsicossocial e

será atendido em uma visão holística por um sistema também integral.

Page 62: Politicas de saude

DIRETRIZES DO SUS

• Regionalização e hierarquização

• Resolutividade

• Descentralização

• Participação dos cidadãos

• Setor privado complementar

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REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO

Serviços organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, disposto numa área geográfica delimitada e com uma população definida.

Page 64: Politicas de saude

RESOLUTIVIDADE

O serviço de saúde deve apresentar resolutividade até o nível de sua competência.

Page 65: Politicas de saude

PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS

• Conselhos de Saúde (permanentes, deliberativos e paritários);

• Conferências de Saúde (provisórios, consultivo e paritários)

Page 66: Politicas de saude

CONSELHOS E CONFERÊNCIAS

TRABALHADORES DE SAÚDE

GESTORES E

PRESTADORES

USUÁRIOS

Page 67: Politicas de saude

SETOR PRIVADO COMPLEMENTAR

• Quando por insuficiência do setor público;• Contrato de direito público;• Posição definida na rede de saúde;• Obedecerão os princípios e diretrizes do

SUS;• Preferências por instituições não

lucrativas e filantrópricas.

Page 68: Politicas de saude

ANTES DO SUS

• centralização dos recursos e do poder na esfera federal;

• ações voltadas para a atenção curativa e medicamentosa;

• serviços exclusivos para contribuintes;

• não participação da comunidade;

Page 69: Politicas de saude

HOJE COM O SUS

• Sistema único de saúde baseado no modelo cubano e canadense (princípios);

• Ações voltadas para prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde;

• Investimento nas ações preventivas: PACS e PSF (ESTRATÉGIA DE REFORMA INCREMENTAL);

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HOJE COM O SUS

• Controle social: Conselhos e Conferências de Saúde;

• Processo de MUNICIPALIZAÇÃO;

• Novo MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE (vai além da relação hospedeiro e agente etiológico).

Page 71: Politicas de saude

• HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Uma pequena revisão.

Marcus Vinícius Polignano

• EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE

Rouquayrol e Naomar

Bibliografia Recomendada