página sindical do diário de são paulo - força sindical - 22 de maio de 2015

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Trabalho Está marcada para a próxima terça-feira (dia 26), no plenário do Senado Federal, a votação da MP (Medida Provisória) 665, que muda as regras da concessão do seguro- desemprego, abono salarial e segu- ro-defeso. A medida foi debatida por mais de quatro horas pelos senado- res, no último dia 20, e foi bastante criticada pelos parlamentares. Os trabalhadores da Força Sindical estavam nas galerias do Senado e, de lá, jogaram uma chuva de imitações de dólares sobre o plenário. “Acom- panhamos a discussão feita pelos senadores sobre a MP 665, do go- verno federal, que retira direitos dos trabalhadores. Estamos contra essas medidas. O trabalhador não pode pa- gar a conta de uma crise que ele não fabricou”, declara Miguel Torres, pre- sidente da Central. Miguel destaca a importância de a Central manter a mobilização no Congresso Nacional. “Além desta proposta, temos a MP 664, que altera os critérios de duração da pensão por morte, a concessão do auxílio-doen- ça e o auxílio-reclusão. Esta medida tira os direitos da(o) viúva(o) quando ela(e) mais precisa”. Segundo Miguel, a Central não desistirá das mobiliza- ções para evitar prejuízos que as Me- didas impõem aos trabalhadores. Publieditorial A Central não desistirá das mobilizações para evitar prejuízos que as MPs impõem aos trabalhadores Dados divulgados nesta 5ª feira, 21, pelo Índice de Atividade Econô- mica do Banco Central (IBC-Br), nos dão conta de que a economia brasi- leira teve uma retração de 0,81% no primeiro trimestre deste ano, aci- ma, portanto, da já pessimista pro- jeção de analistas, que apostavam numa retração média de 0,7% para o período. Para os leigos, o percentual pode até parecer pequeno. Afinal, é me- nos de 1%... e em três meses. Mas não é: o encolhimento econômico de 0,81% representa R$ 27,5 bi- lhões no ano, equivalentes a 0,5% do PIB. E quais os motivos para esse re- cuo? Fácil responder: juros em pa- tamares proibitivos, inflação em alta, produção reduzida, famílias com renda mais apertada e, por- tanto, consumindo menos, níveis alarmantes de desemprego e de- sindustrialização, entre tantos ou- tros. Ou seja: a culpa é do próprio governo e de sua política econômi- ca equivocada e contraditória, de- pendente e a serviço dos interesses de banqueiros e especuladores, en- quanto a classe trabalhadora é lan- çada à própria sorte. Para que o País retome o seu de- senvolvimento econômico é ne- cessária a implantação de políticas específicas direcionadas a esse objetivo, investimentos e incenti- vos à indústria nacional, fomentar o emprego, a produção e o consumo, controlar efetivamente a rotativida- de de mão de obra e baixar os juros. Miguel Torres Presidente da Força Sindical Economia nacional encolhe OPINIÃO VOTAÇÃO NO SENADO Paulinho, Miguel e dirigentes da Força com Renan Calheiros, presidente do Senado (foto à esq.). Sindicalistas da Central pressionam senadores contra as MPs (à dir.) Fotos: Daniel Cardoso Força Sindical aumenta mobilização contra MPs 664 e 665 youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br SINDICALIZE-SE PARTICIPE DO SEU SINDICATO! Foto: Arquivo Sindirefeições As trabalhadoras do setor de ali- mentação escolar de Taboão da Serra realiza diariamente, junto com o Sin- direfeições (Sindicato dos Empre- gados em Refeições Coletivas), ma- nifestação em frente à Diretoria de Ensino – Região de Taboão da Serra, a fim de que esse órgão público tome as providências necessárias para que a empresa terceirizada Moura & Mou- ra Cozinha Industrial Ltda. cumpra, ri- gorosamente, a legislação trabalhista e a Convenção Coletiva de Trabalho. “Não podemos aceitar este tipo de atitude por parte dos patrões”, fina- lizou a diretora Getrudes da Silva Go- mes Brandão, do Sindirefeições. As SINDIREFEIÇÕES Alimentação escolar de Taboão da Serra entra em greve irregularidades são: atrasos nos pa- gamentos do vale-transporte, do va- le-refeição e da cesta básica, além de atrasos constantes nos pagamentos dos salários. A empresa também não concede plano de saúde, não recolhe FGTS, INSS e não fornece uniforme para os trabalhadores. Dirigentes do Sindicato com trabalhadoras em greve da Alimentação “Esta foi mais uma batalha. O go- verno quer retirar direitos dos tra- balhadores. Fomos lá, resistimos, e o governo recuou e adiou a votação. A luta continua na próxima semana e precisamos intensificar a mobili- zação, porque também será vota- da a MP 664, que altera regras de concessão de benefícios para viú- vas(os), o auxílio-doença e o auxílio -reclusão”, afirma o deputado Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), presidente li- cenciado da Central. A principal mudança proposta na MP 665 é o aumento do tempo de trabalho que o desempregado preci- sa comprovar para solicitar o seguro- desemprego. A MP muda também as regras de pagamento do abono-sala- rial e do seguro-defeso.

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Trabalho

Está marcada para a próxima terça-feira (dia 26), no plenário

do Senado Federal, a votação da MP (Medida Provisória) 665, que muda as regras da concessão do seguro-desemprego, abono salarial e segu-ro-defeso. A medida foi debatida por mais de quatro horas pelos senado-res, no último dia 20, e foi bastante criticada pelos parlamentares.

Os trabalhadores da Força Sindical estavam nas galerias do Senado e, de lá, jogaram uma chuva de imitações

de dólares sobre o plenário. “Acom-panhamos a discussão feita pelos senadores sobre a MP 665, do go-verno federal, que retira direitos dos trabalhadores. Estamos contra essas medidas. O trabalhador não pode pa-gar a conta de uma crise que ele não fabricou”, declara Miguel Torres, pre-sidente da Central.

Miguel destaca a importância de a Central manter a mobilização no Congresso Nacional. “Além desta proposta, temos a MP 664, que altera os critérios de duração da pensão por morte, a concessão do auxílio-doen-ça e o auxílio-reclusão. Esta medida tira os direitos da(o) viúva(o) quando ela(e) mais precisa”. Segundo Miguel, a Central não desistirá das mobiliza-ções para evitar prejuízos que as Me-didas impõem aos trabalhadores.

Publieditorial

A Central não desistirá das mobilizações para evitar prejuízos que as MPs impõem aos trabalhadores

Dados divulgados nesta 5ª feira, 21, pelo Índice de Atividade Econô-mica do Banco Central (IBC-Br), nos dão conta de que a economia brasi-leira teve uma retração de 0,81% no primeiro trimestre deste ano, aci-ma, portanto, da já pessimista pro-jeção de analistas, que apostavam numa retração média de 0,7% para o período.

Para os leigos, o percentual pode até parecer pequeno. Afi nal, é me-nos de 1%... e em três meses. Mas não é: o encolhimento econômico de 0,81% representa R$ 27,5 bi-lhões no ano, equivalentes a 0,5% do PIB.

E quais os motivos para esse re-cuo? Fácil responder: juros em pa-tamares proibitivos, infl ação em alta, produção reduzida, famílias com renda mais apertada e, por-tanto, consumindo menos, níveis alarmantes de desemprego e de-sindustrialização, entre tantos ou-tros. Ou seja: a culpa é do próprio governo e de sua política econômi-ca equivocada e contraditória, de-pendente e a serviço dos interesses de banqueiros e especuladores, en-quanto a classe trabalhadora é lan-çada à própria sorte.

Para que o País retome o seu de-senvolvimento econômico é ne-cessária a implantação de políticas específi cas direcionadas a esse objetivo, investimentos e incenti-vos à indústria nacional, fomentar o emprego, a produção e o consumo, controlar efetivamente a rotativida-de de mão de obra e baixar os juros.

Miguel TorresPresidente

da Força Sindical

Economia nacional encolhe

OPINIÃO

Miguel Torres

da Força Sindical

VOTAÇÃO NO SENADO

Paulinho, Miguel e dirigentes da Força com Renan Calheiros, presidente do Senado (foto à esq.). Sindicalistas da Central pressionam senadores contra as MPs (à dir.)

Fotos: Daniel Cardoso

Força Sindical aumenta mobilização contra MPs 664 e 665

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SINDICALIZE-SE

PARTICIPE DO SEU SINDICATO!

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As trabalhadoras do setor de ali-mentação escolar de Taboão da Serra realiza diariamente, junto com o Sin-direfeições (Sindicato dos Empre-gados em Refeições Coletivas), ma-nifestação em frente à Diretoria de Ensino – Região de Taboão da Serra, a fi m de que esse órgão público tome as providências necessárias para que a empresa terceirizada Moura & Mou-ra Cozinha Industrial Ltda. cumpra, ri-gorosamente, a legislação trabalhista e a Convenção Coletiva de Trabalho.

“Não podemos aceitar este tipo de atitude por parte dos patrões”, fina-lizou a diretora Getrudes da Silva Go-mes Brandão, do Sindirefeições. As

SINDIREFEIÇÕES

Alimentação escolar de Taboão da Serra entra em greve

irregularidades são: atrasos nos pa-gamentos do vale-transporte, do va-le-refeição e da cesta básica, além de atrasos constantes nos pagamentos

dos salários. A empresa também não concede plano de saúde, não recolhe FGTS, INSS e não fornece uniforme para os trabalhadores.

Dirigentes do Sindicato com trabalhadoras em greve da Alimentação

“Esta foi mais uma batalha. O go-verno quer retirar direitos dos tra-balhadores. Fomos lá, resistimos, e o governo recuou e adiou a votação. A luta continua na próxima semana e precisamos intensificar a mobili-zação, porque também será vota-da a MP 664, que altera regras de concessão de benefícios para viú-vas(os), o auxílio-doença e o auxílio-reclusão”, afirma o deputado Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), presidente li-cenciado da Central.

A principal mudança proposta na MP 665 é o aumento do tempo de trabalho que o desempregado preci-sa comprovar para solicitar o seguro-desemprego. A MP muda também as regras de pagamento do abono-sala-rial e do seguro-defeso.