o trabalho do assist ente social na proteÇÃo social …

32
Campo Grande 2019 ESTELA SILVA DOS SANTOS FARIAS O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, NA GARANTIA DE DIREITOS DA PESSOA IDOSA

Upload: others

Post on 16-Oct-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Campo Grande

2019

ESTELA SILVA DOS SANTOS FARIAS

O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, NA GARANTIA DE DIREITOS DA PESSOA

IDOSA

Campo Grande 2019

O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, NA GARANTIA DE DIREITOS DA PESSOA

IDOSA

Projeto apresentado ao curso de Serviço Social da Instituição Anhanguera Uniderp – Matriz.

Orientador(a): Nilza Fontana

ESTELA SILVA DOS SANTOS FARIAS

ESTELA SILVA DOS SANTOS FARIAS

O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, NA GARANTIA DE DIREITOS DA PESSOA

IDOSA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Uniderp Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Serviço Social.

Orientador(a): Nilza Fontana

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Campo Grande, de de 2019

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida, pela saúde que permitiu a minha

frequência diária na instituição, pela sabedoria e conhecimento adquiridos no

decorrer da conclusão do Curso.

Agradeço ao meu esposo Fabiano Farias que mais que companheiro, foi um

verdadeiro amigo e parceiro que me apoiou quando pensei em desistir, que esteve

ao eu lado me dando forças para superar os momentos de dificuldades e desânimo,

agradeço a minha filha Geovanna Farias, pois ela é o meu maior motivo de luta.

Também agradeço ao meu sogro e sogra que durante o período de trabalho e

formação, foram eles literalmente os pais da minha filha zelando por ela com muito

amor e carinho, obrigada também a cada um dos meus familiares, mãe, irmã, tia e

todos que fazem parte da minha vida, por sempre me incentivarem e por

acreditarem na minha capacidade de vencer.

A minha orientadora professora Mestre Selma Rocha que demonstrou a todo

o momento o prazer e a satisfação que sente em ensinar e atuar nessa maravilhosa

profissão, obrigada por toda orientação, disposição, carinho e apoio que me foi

dada, sem hesitar em nenhum momento.

A Minha supervisora de Campo, Assistente Social Adriana Nascimento e a

Assistente Social Joelma Alves que são excelentes profissionais, pois lutam

diariamente pela garantia dos direitos de seus usuários, agradeço por toda atenção

que me foi dada durante o período de estágio, e pelo ensinamento adquirido para o

meu aperfeiçoamento pessoal e profissional.

Agradeço a coordenadora de estágio Hellen Queiroz que nunca se cansou de

nos manter informados sobre as ações relacionadas ao nosso curso principalmente

no “momento coordenação” como ela mesmo dizia, obrigada Professora Hellen não

só pelos ensinamentos acadêmicos, pelos os ensinamentos de vida a senhora

sempre nos motivou a enfrentar nossos obstáculos de frente de cabeça erguida

dizendo sempre que o nosso bem maior é o caráter, a ética e a dignidade.

RESUMO

FARIAS, Estela Silva dos Santos. O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA

PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, NA GARANTIA DE DIREITOS DA PESSOA IDOSA.

2019. 32 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social)

Uniderp – Matriz. Campo Grande, MS. 2019.

Este trabalho aborda a atuação do assistente social na política de assistência social

e propõe em sua problemática como se dá a atuação do assistente social no âmbito

da proteção social básica, na garantia de direitos da pessoa idoso, sendo este

profissional um agente mediador dos direitos da pessoa idosa, perante a violação

física, moral e mental, na fragilidade de vínculo familiar e na discriminação que

ocorre perante a sociedade, baseado em seu Projeto ético-político e nos

fundamentos teórico-metodológico da profissão. Para melhor compreender o

trabalho do Assistente Social no âmbito da Assistência Social se fez necessário

descrever alguns pontos específicos relacionados ao processo de envelhecimento

da população idosa, discorrendo sobre a garantia de seus direitos e

contextualizando a importância da intervenção do profissional de Serviço Social para

garantir aos idosos seus direitos sociais promovendo a sua emancipação e

integração na sociedade. Para isso, utilizou-se como referências os autores: NERI

(1999); BERES (2002); SANTIAGO (2006); OLIVEIRA (2012), a pesquisa foi

realizada com base em levantamentos bibliográficos, onde foram consultados

autores e fontes documentais que tratam do tema e também das legislações,

revelando que no âmbito da Política de Assistência Social existem diretrizes que

norteiam ações voltadas para a Proteção Social Básica com ênfase á garantia dos

direitos da Pessoa Idosa, no qual apontou a necessitada de um assistente social que

através de sua atuação consiga mudar e influenciar em um contexto social a

importância das políticas públicas, programas e projetos destinados à pessoa idosa.

Palavras-chave: Pessoa Idosa; Assistente Social; Garantia de Direitos e Proteção

Social Básica.

SUMMARY

FARIAS, Estela Silva. SOCIAL ASSISTANT WORK IN BASIC SOCIAL

PROTECTION, IN GUARANTEE OF OLDER PEOPLE RIGHTS. 2019 35 sheets.

Course Conclusion Paper (Undergraduate in Social Work) Uniderp - Matrix. Campo

Grande, MS. 2019.

This analysis addresses the role of the Social Worker in Basic Social Protection, and

proposes in its problematic how the Social Worker acts in the scope of basic social

protection, in guarantee of elderly people rights, being this professional as a

mediator, in the face of physical, moral and mental violation, family fragility ties and

discrimination that occurs towards society. To get a better understand of the Social

Worker’s work in the field of Social Assistance, it was necessary to describe some

specific points related to the aging process of the elderly population, discussing the

guarantee of their rights and contextualizing the importance of intervention of the

Social Work professional to ensure ancient people have their social rights and

promote their emancipation and integration into society.

Therefore, the authors used as references were: NERI (1999); BERES (2002);

SANTIAGO (2006); OLIVEIRA (2012), this research was conducted based on

bibliographic surveys, where authors and documentary sources deal with the theme

and also the legislation were consulted, revealing that within the Brazilian Social

Assistance Policy there are guidelines that models actions aimed to Basic Social

Protection with emphasis on guarantee of the Rights of the Elderly, in which he

pointed out the necessity for a social worker who through his work can change and

influence in a social context the importance of public policies, programs and projects

aimed at the elderly.

Keywords: Elderly People; Social worker; Guarantee of Rights; Basic Social

Protection.

SIGLAS

CF Constituição Federal

CRAS Centro de Referência de Assistência Social

BPC Benefício de Prestação Continuada

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LOAS Lei Orgânica de Assistência Social

PAIF Serviço de Proteção e Atendimento Integral à família

PNAS Política Nacional de Assistência Social

PNI Política Nacional do Idoso

SCFV Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

SUAS Sistema Único de Assistência Social

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

2. DESCREVENDO SOBRE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO .................... 10

2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ............................................................................ 10

2.2 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NO ÂMBITO FAMILIAR.................................. 12

2.3 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NO ÂMBITO SOCIAL ..................................... 14

3 A GARANTIA DE DIREITOS DA PESSOA IDOSA ............................................... 18

4 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, NO ACESSO AOS DIREITOS DA PESSOA IDOSA. ..................................................... 23

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 28

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30

8

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda como tema, o trabalho do Assistente Social na Proteção

Social Básica, no acesso aos Direitos da Pessoa Idosa, pois com avanço da

sociedade e o crescimento da expectativa de vida, nota-se a necessidade de

conhecer as ações necessárias para oferecer melhor qualidade de vida a população

idosa.

Nesse contexto, destaca-se a relevância da atuação do Assistente Social

frente as Políticas Públicas estabelecidas, visando o atendimento à população idosa,

uma vez que, devem garantir acesso aos seus direitos inerentes, como por exemplo:

à saúde, à alimentação e à vida e o fortalecimento dos vínculos familiares, que é de

suma importância na prevenção a violência, situação cada vez mais comum ao se

tratar de expressões da questão social as quais afetam o idoso.

Considerando a ação do Estado, em conjunto a sociedade e a família,

conforme preconiza a Constituição Federal/1988 e o Estatuto do Idoso, Lei nº

10.741, de 1º de Outubro de 2003, visando a garantia de uma vida digna e de

qualidade a terceira idade. Assim, a análise de todo contexto que envolve os idosos

e as expressões da questão social os quais são submetidos é importante, pois o

processo de envelhecimento, para a maior parte dessa população, significa a

exclusão social, tanto pela condição social de convivência, que se limita devido ao

fator idade e saúde, quanto pela condição econômica.

Diante disso O problema destacado para a pesquisa é: como se dá o trabalho

do Assistente Social na Proteção Social Básica, no acesso aos direitos da pessoa

idosa?

Este trabalho tem por objetivo geral, compreender a atuação do Assistente

Social na Proteção Social Básica, no acesso aos direitos da pessoa idosa, nos

seguintes objetivos específicos: descrever o processo de envelhecimento; discorrer

sobre a garantia de direitos da pessoa idosa e contextualizar a atuação do

Assistente Social na Proteção Social Básica, no acesso dos direitos da pessoa

idosa.

A pesquisa em questão apresenta uma abordagem qualitativa com base em

uma metodologia de pesquisa bibliográfica e documental. Sendo que para Gil

(2007), a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado com

o objetivo de analisar posições diversas em relação a determinado assunto.

9

Para compreensão, o trabalho foi elaborado em três capítulos. No primeiro

capítulo aborda o processo de envelhecimento, que dependendo das condições

sociais e econômicas pode ser ou não um envelhecimento saudável, prazeroso e

digno, muitos idosos estão desamparados e vulneráveis devido a fatores psíquicos e

sociais deixando-o em situação de isolamento, negligência, abandono e violência,

nessas condições o idoso se sente excluído, inútil como se não fizesse parte da

sociedade. O segundo capítulo discorre sobre a garantia de direitos da pessoa

idosa, à luz da Legislação referente a essa expressão da questão social como a

Constituição Federal de 1988, o Estatuto do Idoso, Política Nacional do Idoso e a Lei

Orgânica da Assistência Social que são legislações de suma importância para

buscar a efetivação no atendimento aos direitos da pessoa idosa. Por conseguinte, o

terceiro capítulo contextualiza a atuação do assistente na Proteção Social Básica,

que exerce seu trabalho com a finalidade de fortalecer os vínculos, promover direitos

e contribuir na melhoria da qualidade de vida. Esses profissionais atuam frente às

expressões da questão social, destacando os direitos garantidos a população idosa

no âmbito da Assistência Social de acordo com a Tipificação, Sistema Único de

Assistência Social, Política Nacional de Assistência Social e com a Lei Orgânica de

Assistência Social.

10

2. DESCREVENDO SOBRE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

Neste capítulo será abordado o processo de envelhecimento, fazendo uma

reflexão sobre como as condições sociais e econômicas do indivíduo pode

influenciar no seu processo de envelhecimento, tornando esse um processo

saudável, prazeroso e digno, ou de desamparo, abandono e vulnerabilidade, devido

ao sentimento de exclusão e inutilidade, que o idoso sofre à margem da sociedade.

2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

A longevidade e o envelhecimento da população é um fenômeno que vem

sendo observado mundialmente. O aumento da expectativa de vida é possibilitado

pela redução da mortalidade, aumento do número de pessoas consideradas idosas,

ou seja, a partir dos 60 anos. A queda da fecundidade está ocasionando uma menor

proporção no número de pessoas na juventude e na fase adulta. Desta forma, há um

menor número de nascimentos e o quantitativo de pessoas idosas passa a ser

maior. (NERI, 1999)

Entretanto, é um desafio a ser enfrentado pela sociedade contemporânea,

que vive em um período de acirramento cada vez maior das contradições do

capitalismo sob a forma da barbárie. Nesse contexto, destacam-se as políticas de

ajuste neoliberal em que o Estado tende a reduzir suas ações de proteção social.

Na atualidade, a sociedade defronta com muitas mudanças especialmente,

relacionadas às transformações ocorridas no mercado de trabalho devido aos efeitos

da reestruturação produtiva e da globalização em um mundo capitalista.

O envelhecimento surge associado a um processo de alterações a nível biológico, psicológico e social. O envelhecimento é ainda um processo que ocorre ao logo do tempo, de forma progressiva, e que varia de individuo para individuo, dependendo da atividade que ele exerce no decorrer de sua vida, as perdas e limitações que podem surgir com o envelhecimento é visto como uma fase de maior maturidade e experiência de vida. (BERES, 2002, p.94).

Para tanto, o processo de envelhecimento sofre alterações de toda ordem, de

maneira continua e particularmente variável de pessoa para pessoa, o qual depende

exclusivamente de todo um contexto de vida, onde inclui por exemplo, hábitos

alimentares.

11

Franco (2007) afirma que, o envelhecimento é um processo inexorável e

irreversível com aspectos sociais, cognitivos, culturais e econômicos. Com base

nessa leitura, o autor entende que o envelhecimento é uma fase natural da vida,

determinada basicamente por três fatores:

Genética: O patrimônio genético é, pelo menos até agora, imutável. Pessoas de famílias longevas são candidatas a viver mais. Estilo de vida: Para obter um envelhecimento com qualidade, é necessário que se tenha uma vida ativa, participativa, produtiva e afetiva, junto da família ou da sociedade, seguindo um estilo de vida que deve ser alicerçado em hábitos saudáveis, atividade física regular e orientada, alimentar-se sem exageros, manter o peso ideal, não ingerir álcool, não fumar e fazer controles médicos periódicos, mesmo na ausência de sintomas. Ambiente: O ambiente contribui com várias facilidades, ausência de poluentes, infra-estrutura sanitária adequada, possibilidades de acesso ao mercado (com aumento da renda), fazer consultas médicas, participar de eventos socioculturais e sentir-se produtivo até o fim da vida, dedicando-se a um ideal. (FRANCO, 2007, p.1).

Assim, por base desses três fatores expostos pelo autor, o envelhecimento

deve ser entendido como algo natural da vida, e explorado de maneira digna.

Segundo Santos (2003), o envelhecimento traz ao organismo, um sofrimento

durante toda a vida modificações, biológicas, psicológicas e sociais; porém é na

velhice que esse processo aparece de forma mais evidente, sendo que as

modificações biológicas são reveladas no aparecimento de rugas, cabelos brancos e

outras; as fisiológicas, nas funções orgânicas, as psicológicas ocorrem quando ao

envelhecer o ser humano precisa adaptar-se a cada situação nova do seu cotidiano

e as sociais é verificada a diminuição da produtividade do poder físico e econômico,

sendo que é mais evidente em países de economia capitalista.

Seguindo esse conceito, é possível que grande parte da população não tenha

o privilégio de usufruir de uma velhice tranquila e saudável, pois, a população

brasileira está envelhecendo em um contexto de desigualdades econômicas devido

ao desemprego, a miséria, a pobreza e a vulnerabilidade social. Mesmo com os

avanços e as conquistas sociais, os idosos ainda enfrentam muitas dificuldades, pois

são tratados como um peso social e não como um cidadão de direitos na sociedade

brasileira, principalmente aqueles idosos que são dependentes, físicos ou

psicológicos. (IDEM)

Para Beres (2002, p.14):

[...] acrescenta, ainda, alguns indícios que podem denunciar o envelhecimento social, como, por exemplo, a progressiva diminuição de contatos social, a perda da autonomia e independência somadas também a influência do meio ambiente tais como, dificuldade de moradia, condições econômicas precárias, busca por um atendimento de saúde que demanda

12

longas esperas e, muitas vezes as próprias condições físicas da saúde, e impedindo a pessoa de continuar desfrutando do convívio social.

Nesse cenário de desigualdades, no qual o capital prevalece, o

envelhecimento é tratado como uma questão social devido suas expressões de

abandono, negligência, violência, danos psicológicos, morais, materiais e outros.

2.2 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NO ÂMBITO FAMILIAR

A família é primordial em todas as etapas da vida do ser humano,

principalmente na velhice, período que requer cuidados especiais. Na velhice os

idosos têm como referência de família os seus filhos, netos e bisnetos, a família é a

instituição primária na vida de uma pessoa independentemente se essa família está

ligada a laços consanguíneos ou apenas afetivos.

Na sociedade contemporânea existem vários tipos de famílias, das quais o

processo de envelhecimento pode ser encarado como algo natural, no qual todos os

integrantes da família contribuem para os cuidados básicos do idoso, ou a situação

pode ser conturbada devido ao comprometimento do vínculo familiar, o quadro se

torna mais crítico quando o idoso está fisicamente e psicologicamente debilitado, ou

seja, incapaz de responder pelos seus atos.

Gaiarsa (1986) e Mazo (2001), apud Viana (2016 p.5):

ao afirmarem que um idoso esquecido ou com tratamento inadequado em muitos casos sugere uma vingança inconsciente por parte das pessoas do seu convívio, relativas às vivências anteriores, embora também possam ocorrer devido a não adaptação do idoso à família após dedicar toda sua vida ao mundo do trabalho, ao conflito de gerações, às divergências de comportamento, à dependência química e ou alcoólica por parte do ancião, às limitações financeiras e à escassez de relacionamentos sociais, dentre outras possibilidades.

Assim, a não aceitação da dependência familiar por parte do idoso dificulta

ainda mais a convivência entre ambos, pois encarar a realidade de não ter mais uma

vida produtiva, ativa e independente afeta o psicológico principalmente daqueles que

dedicaram toda uma vida ao trabalho e aos cuidados da família em geral, muitas

vezes para um idoso, ser dependente seria o mesmo que dizer a ele que se tornou

um fardo.

Contudo, Karsch apud Viana (2004, p.5):

Pondera que mesmo para as famílias mais carentes (com renda familiar inferior a dois salários mínimos), a opção de internar o idoso em uma ILPI geralmente ocorre apenas quando se atinge o limite da capacidade de oferecimento dos cuidados necessários, demonstrando que, em tantos

13

outros casos, a quebra dos vínculos não é sempre o motivo que leva as famílias a institucionalizar seus idosos, ainda que, uma vez tomada, essa iniciativa possa levar à perda dos vínculos ou abandono do idoso.

Neste sentido, a falta de apoio familiar e o abandono não são os únicos

fatores que atingem a população idosa, infelizmente muitos sofrem com a violência,

que na maioria das vezes e cometida por integrantes do próprio convívio familiar,

essa violência pode ser de natureza física e psicológica envolvendo privação ou

negligência e acontece de forma silenciosa e dissimulada, pois atinge de forma mais

invasiva os mais indefesos.

Tipos de violência mais habituais praticados contra a população idosa de

contida no Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa

(2007, p.3).

Negligência: omissão de cuidados devidos e necessários aos idosos. Violência Psicológica: agressões verbais ou gestuais com objetivo de aterrorizar, humilhá-los, restringir sua liberdade ou isolá-los do convívio social; Abuso Financeiro e Econômico: consiste na exploração imprópria ou ilegal dos idosos ou ao uso não consentido por eles de seus recursos financeiros e patrimoniais. Violência Física: caracterizada pelo uso da força física, para feri-los, provocar-lhes dor, incapacidade ou morte; Abandono: ausência dos responsáveis governamentais ou familiares.

Desse modo, a violência contra idosos ainda é infelizmente, muito comum e

se expressa de diversas maneiras, como as agressões psicológicas, físicas, as

negligências, inclusive o abandono, as quais são muitas vezes perpetuadas pela

própria família ou pessoas próximas da família.

A violência contra os idosos expressa-se de três formas:

Violência social ou estrutural: a base para todos os outros tipos de violência, estando ligada as relações sociais e as estruturas econômicas e políticas. Violência institucional: caracterizada pela aplicação ou omissão na gestão das políticas sociais pelo Estado e pelas instituições de assistência. Violência familiar ou interpessoal: refere-se ao ambiente familiar e caracteriza-se pelas formas de comunicação e de interação cotidiana. A violência familiar e doméstica. (MINAYO apud BERGES. CARDOZO 2005, P.3).

A violência familiar representa um problema de saúde pública em virtude das

muitas mortes, danos e consequências causadas, essa questão contra os idosos

requer atenção e participação do Poder Público, pois representa uma grave violação

dos direitos humanos da população idosa.

Sendo assim a Política Nacional do Idoso, Lei 8.842, 1994, art. 3º rege-se

pelo seguinte princípio: “A família, a sociedade e o Estado tem o dever de assegurar

14

ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade,

defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida”. (BRASIL.PNI,1994, p.6).

Levando em conta as obrigações destes três seguimentos e percebendo que

os idosos vêm buscando qualidade de vida, se faz necessário refletir sobre as

Políticas Públicas para atender este setor, sendo que para se alcançar a eficiência

na elaboração do atendimento e da intervenção a pessoa idosa é essencial

desenvolver estudos sobre essa população através de informações referentes a sua

cultura, costumes, religiosidade entre outros fatores necessários para um

planejamento eficaz e de sucesso.

2.3 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NO ÂMBITO SOCIAL

Nesse cenário econômico, onde impera a ascensão do capital abrindo

lacunas para as desigualdades sociais, as lutas sociais que se emergem na

sociedade não apenas para reivindicar direitos, a reivindicação maior é para que os

direitos sociais sejam respeitados e executados.

Segundo Néri (2006, p.131):

O envelhecimento para a maioria da população idosa brasileira e marcado pela exclusão social e isolamento, numa perspectiva de sociedade capitalista onde os idosos perdem o seu prestigio social e o poder familiar sob pena de baixas aposentadorias, pensões e benefícios sociais. O idoso é isolado do processo social, perdendo o espaço não somente na sociedade, como também perde o seu papel na sociedade dentro da própria família.

Os idosos contemporâneos vêm almejando uma condição de vida mais digna

e saudável através de cuidados com a alimentação, com a prática de exercícios

físicos, consultas regulares ao geriatra que é o médico especialista nos cuidados da

pessoa idosa, através do tratamento de doenças comuns para as pessoas acima

dos 60 anos, como a falta de memória, pressão, diabetes, Alzheimer e outros, o

idoso está se tornando cada fez mais independente, na sua vida financeira e

pessoal.

O idoso contemporâneo não quer apenas viver mais, quer envelhecer bem. Quer ter boa saúde e por isso se preocupa com alimentação, com a realização de atividades físicas, como por exemplo, a caminhada e com a adoção de hábitos saudáveis. Quer continuar sendo aceito e contribuir para a sua família e para a sociedade. (SANTIAGO, 2003, p.16).

Portanto, observa-se que a maneira como a sociedade vem se

desenvolvendo e se transformando, o idoso também, atualmente o viver bem não só

15

sinônimo de uma vida com recursos, mas sim, de uma vida ativa, a qual possa

desfrutar com dignidade.

Com o aumento da expectativa de vida o idoso se reinventou, passou a ter

mais disponibilidade tanto na vida profissional, quanto na vida pessoal, por exemplo,

no mercado de trabalho, muitos idosos já na idade de se aposentar continuam

trabalhando seja para suprir suas necessidades individuais ou para contribuir na

renda familiar.

A Política Nacional do Idoso conforme art.10 dispõe que são competências

dos órgãos e entidades públicas:

Desenvolver programas educativos, especialmente nos meios de comunicação, a fim de informar a população sobre o processo de envelhecimento; Desenvolver programas que adotem modalidades de ensino à distância, adequados às condições do idoso; Apoiar a criação de universidade aberta para a terceira idade, como meio de universalizar o acesso às diferentes formas do saber. (BRASIL.PNI, 1994, p.11).

Essas competências, assim citadas, são fundamentais para ampliar todo um

paradigma que envolve a velhice ainda vigente, de que o idoso não pode estudar, se

comunicar ou até mesmo, aprender.

A educação possibilita ao idoso o desenvolvimento de uma visão crítica sobre

si e sobre a sociedade, na procura constante de sua libertação. Para Freire (1999,

p.18 apud Silveira 2009 p.22), a liberdade é um movimento de envolvimento e de

busca de superação das opressões:

A liberdade, que é uma conquista, e não uma doação, exige uma permanente busca. Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. Não é também a liberdade um ponto ideal, fora dos homens, ao qual inclusive eles se alienam. Não é ideia que se faça mito. É condição indispensável ao movimento de busca em que estão inscritos os homens como seres inconclusos.

Para tanto, a liberdade é indispensável para o desenvolver humano,

principalmente aos idosos, visto que nessa etapa da vida, alguns são privados de

exerceram sua liberdade e expuserem suas vontades.

A educação para a liberdade é condição que habilita o idoso a propor planos e realizar projetos de vida, construindo, continuamente, novas possibilidades de ser. A educação libertadora desenvolve as competências necessárias ao enfrentamento dos desafios do envelhecimento e fortalece a coragem de romper para compor o novo. (IDEM).

Assim, a educação não é uma forma apenas de aprendizagem, mas de

inclusão, socialização e bem-estar.

16

Para que esse tipo de ação se efetive, são fundamentais iniciativas de

qualidade, especificamente destinadas e programadas para a pessoa idosa, não

restrita a fins assistencialistas ou paternalistas, mas voltadas ao desenvolvimento do

idoso como sujeito de mudanças, inclusive do próprio modo de viver a velhice.

Considerando a importância da educação para o idoso, afirma Salgado (2007, p. 76

apud Silveira 2009 p.22):

A disponibilidade para aprender nem sempre é uma característica dos idosos, cabendo aos profissionais a responsabilidade de estimularem essa atitude, buscando métodos pedagógicos adequados e diminuindo o estigma preconceituoso de que na velhice é muito difícil aprender.

Assim, apesar de toda dificuldade que possa existir ao ensinar os idosos a

aprender, é imprescindível o incentivo dos profissionais, da família, o que contribui

não só para seu bem-estar, mas também minimizar o preconceito enraizado na

sociedade ainda nos dias de hoje.

A sociedade deve criar oportunidades para que, permanentemente, as

pessoas idosas possam aprender a resinificar sua existência, jamais admitindo a

possibilidade da indiferença em suas ações e relações com o outro. Motivados por

novas aprendizagens, os idosos se capacitarão para reforçar e adquirir

competências necessárias para recusar a indiferença e a apatia, de modo a agir,

reagir, divergir, participar, lutar por mudanças. (SILVEIRA, 2009, p. 23).

A assistência social é reconhecida pela Constituição Federal de 1988 como

Seguridade Social não contributiva é realizada por meio de ações em rede formada

pela sociedade pública e pela sociedade civil para garantir atendimento das

necessidades básicas (BRASIL. PNAS/NOB/SUAS,2005).

A Seguridade Social aponta, também, para seu caráter de política de

Proteção Social articulada a outras do campo social, voltadas para a garantia de

diretos e de condições dignas de vida. Segundo Di Giovanni (1998:10),

Entende-se por Proteção Social a formas “institucionalizadas que as sociedades constituem para proteger parte ou o conjunto de seus membros”. Neste conceito, também, tanto as formas seletivas de distribuição e redistribuição de bens materiais (como a comida e o dinheiro), quanto os bens culturais (como os saberes), que permitirão a sobrevivência e a integração, sob várias formas na vida social. “Ainda os princípios reguladores e as normas que, com intuito de proteção, fazem parte da vida das coletividades.” A proteção social deve garantir: segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia); de acolhida; de convívio ou vivência familiar.

Portanto, a proteção social vem para suprir um espaço deixado pelo Estado

no que se refere a garantia de direitos, ao encontro disso, a assistência social

17

possibilita dar mais visibilidade a determinados grupos da sociedade, principalmente

aos mais vulneráveis, aqui destaca-se os idosos, no qual, a convivência família, é

fundamental para evitar negligências.

Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

o Brasil tem 20,6 milhões de idosos. Número que representa 10,8% da população

total. A expectativa é que, em 2060, o país tenha 58,4 milhões de pessoas idosas

(26,7% do total). O que explica esse aumento não é só a melhoria da qualidade de

vida, que ampliou a expectativa de vida dos brasileiros, que pulará de 75 anos em

2013 para 81 anos em 2060 – com as mulheres vivendo, em média, 84,4 anos, e os

homens 78,03 anos –, mas também a queda na taxa de fecundidade dos últimos 50

anos, que passou de 6,2 filhos nos anos 1960 para 1,77 (estimativa) em 2013.

(BRASIL,2014, s.p)

O governo federal vem tomando medidas e estabelecendo políticas que

ajudem a melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa. Nessa perspectiva o

envelhecimento como um fenômeno mundial é complexo e necessita de novas

demandas, uma vez que os programas e benefícios já existentes não mais

conseguem suprir as necessidades dessa população que está à mercê de políticas

públicas que não atinge a todos que dela necessitam. (IDEM).

Para tanto se faz necessário conhecer as leis que preconizam os direitos dos

idosos, leis que devem ser aplicadas de forma eficaz, pois são esses direitos que

irão garantir há população idosa uma vida mais digna e honrosa, para que os

mesmos possam consolidar a sua integração e participação na sociedade, uma vez

que, em sua maioria muitos ainda sofrem com o preconceito e desrespeito aos seus

direitos.

Nesse sentido, no Brasil, foi aprovado o Estatuto do Idoso, uma lei federal que

visa proteger e garantir os direitos das pessoas nesse ciclo de vida, o que

apresentaremos no capítulo a seguir.

18

3 A GARANTIA DE DIREITOS DA PESSOA IDOSA

Esse capítulo discorre sobre a Legislação referente aos direitos do idoso, à

luz da Constituição Federal de 1988, do Estatuto do Idoso, da Política Nacional do

Idoso e a Lei Orgânica da Assistência Social que são legislações que norteiam o

atendimento aos direitos da pessoa idosa.

A Constituição Federal de 1988, sendo uma constituição cidadã que

preconiza os direitos fundamentais do ser humano, no qual todos são considerados

iguais perante a lei, abriu espaços para que a sociedade brasileira organizasse e

criasse Leis e Resoluções para garantir tais direitos à população, como por exemplo,

o Estatuto da criança e do adolescente (ECA), o Estatuto do Idoso, a Lei Orgânica

da Assistência Social (LOAS) entre outros.

Conforme a Constituição Federal de 1988 em seu art. 5 conclui-se que:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (BRASIL, 1988).

Sendo assim a Constituição Federal de 1988 em sua nova concepção sobre a

Assistência Social incluiu-a no âmbito da Seguridade Social essa política foi

regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) em dezembro de

1993, enquanto política social pública, no qual, se direciona para os direitos sociais,

a universalização dos acessos a serviços e benefícios e a responsabilidade do

Estado. A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) forma o tripé da seguridade

social, junto com a saúde e a previdência social. (PNAS, 2004).

A LOAS lei nº 8.742, de 7 de Dezembro de 1993, proporcionou mudanças

significativas na organização, gestão e financiamento da assistência social como

política pública, organizada a partir da descentralização democrática e participativa.

A Assistência Social, direito do cidadão e dever Estado, é Política de Seguridade Social, não contributiva, que provê os mínimos sociais realizados através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade. (BRASIL, 1993, sp).

A assistência social foi formulada com o objetivo de promover a cidadania e a

inclusão social para a população de risco e vulnerabilidade social, ou quem dela

necessitar.

Conforme o Art. 203 e 204, da Constituição Federal de 1988

19

A Assistência Social será prestada a quem dela necessita, independentemente de contribuição à seguridade social. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: I - Descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; II - Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. (BRASIL, 1988, s.p).

Sua organização prevê um sistema descentralizado, o que implica na

participação da sociedade civil de forma direta e com um comando único em cada

uma das esferas de governo. Está ligada diretamente com as políticas setoriais.

III - A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, a garantia dos direitos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e a universalização dos direitos sociais. (BRASIL, 1993).

Segundo Iamamoto (2009), a questão social explica a da emergência das

políticas públicas sociais no âmbito das relações entre as classes e o Estado, mas

as políticas por si, não dão respostas adequadas à demanda da questão social.

As políticas de seguridade social têm como base os seguintes objetivos

conforme o artigo 194 da Constituição Federal de 1988.

I – universalidade da cobertura e do atendimento; II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços as populações urbanas e rurais; III – seletividade e distributividade na prestação de serviços e benefícios; IV – irredutibilidade o valor dos benefícios; V – equidade na forma de participação no custeio; VI – diversidade da base de financiamento; VII – caráter democrático e descentralizado da administração mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregados, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados. (BRASIL, 1988, s/p)

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa

dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à

saúde, à previdência e a assistência social. (BRASIL, 1988 s.p)

Ainda em 1988, houve uma reforma da previdência social com alterações de

grande impacto por meio da emenda constitucional nº 20/1988. Conforme o primeiro

parágrafo do art. 201 da Constituição Federal de 1988, “a previdência social passa a

dar cobertura nos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada”, (BRASIL,

1988 s.p) será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de

filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e

atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

20

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. (BRASIL, 1988 s.p)

Sendo assim, a população idosa passou a usufruir de seus direitos através

de mecanismos de defesa como: o Estatuto do Idoso, a Política Nacional do Idoso, a

Lei Orgânica da Assistência Social e a Constituição Federal de 1988, que são de

relevante importância aos meios de defesa dos idosos, em uma cultura industrial

capitalista onde os idosos perdem o seu prestígio social.

A Política Nacional do idoso art.1 apresenta o seguinte objetivo de assegurar

os direitos sociais dos idosos, criando condições para promover sua autonomia,

integração e participação efetiva na sociedade. (BRASIL, 1994, s/p).

Sendo o envelhecimento um fenômeno de escala mundial, e parte da

sociedade ainda vincula a imagem do idoso com o daquele senhor de muletas que

fica recluso em um asilo esperando a hora da morte ou da senhorinha sentada na

varanda, atualmente ações importantes estão sendo realizadas para reverter esse

conceito, mudar a visão de que a pessoa idosa não é mais útil para a sociedade,

aumentando assim o seu destaque na sociedade, para que não sejam tratados

como membros secundários necessitados de ajuda.

Conforme exposto no Art.3 da Política Nacional do Idoso, nos princípios:

II - o processo de envelhecimento diz respeito a sociedade em geral devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos. III - o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza; IV - o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta política. (BRASIL. PNI, 1994, p.6).

Diante da problemática do envelhecimento vale ressaltar que a participação

da família e da sociedade também e de grande importância no cumprimento e

respeito às leis e às necessidades básicas do idoso. No dever de assegurar o direito

do exercício da cidadania a Politica Nacional do Idoso determina ser dever da

família, da sociedade e do Estado garantir ao idoso o livre acesso a cidadania.

O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. (BRASIL, 2003).

21

O Estatuto do Idoso Lei 10.741 foi sancionado em 1º de Outubro de 2003, e

passou a confirmar os direitos já estabelecidos na Política Nacional do Idoso

acrescentando novas medidas, visando assegurar os direitos das pessoas com

idade igual ou superior a 60 anos em relação aos direitos fundamentais.

Sendo assim:

É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 2003, s.p).

No que se refere aos direitos da pessoa Idosa, a garantia de prioridade

compreende:

I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população; II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas. (ESTATUDO DO IDOSO, 2003).

No transporte público a Lei determina que:

maiores de 65 anos fica assegurada a gratuidade nos transportes públicos, urbanos e semiurbanos, é necessário a apresentação de documento pessoal e que faça prova de sua idade. veículos de transporte coletivo serão reservados 10% dos assentos. Para o sistema de transporte coletivo intermunicipal e interestadual: a reserva de 2 vagas gratuitas por veículo para idosos com renda inferior a 2 (dois) salários-mínimos. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos procedimentos de embarque e desembarque nos veículos do sistema de transporte coletivo. (ESTATUDO DO IDOSO, 2003).

Esse é um benefício que proporciona aos idosos a oportunidade de usufruir

de momentos de lazer no decorrer de sua aposentadoria, pois garante as pessoas

acima de 65 anos a gratuidade e descontos para a realização de viagens que é algo

positivo no que se refere a sua autonomia e inserção na sociedade, sendo esta uma

conquista que é constituída como dever do Estado, pois ele também deve dar

amparo ao idoso economicamente desprovido de recursos.

Na saúde conforme o Art. 15

é assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. (ESTATUDO DO IDOSO, 2003).

Todo idoso independentemente de sua situação financeira tem o direito de ser

bem assistido pela a rede pública de saúde, deve receber atendimento prioritário e

de qualidade visando os direitos que lhes foram assegurados pelo estatuto do idoso

22

e demais políticas é um direito da pessoa idosa, por exemplo, ter um acompanhante

quando o mesmo estiver internado ou em observação em uma unidade de saúde e

também é garantido ao idoso a distribuição de remédios de uso contínuo.

Quanto à Assistência Social, está será prestada conforme os princípios e

diretrizes previstos na LOAS, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de

Saúde e demais normas pertinentes.

Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o Benefício de Prestação Continuada (BPC) mensal no valor de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas. (ESTATUDO DO IDOSO, 2003, s.p).

Esse benefício social sofreu análise por parte do governo federal que suscitou

a possibilidade de revisão da proposta do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A seguridade Social ainda é ineficiente ao cumprimento da ordem constitucional que

fundamenta a dignidade da pessoa humana na erradicação da pobreza, no Brasil

essa pobreza também é consequência da relação do capital com a sociedade. A

desigualdade social no Brasil é histórica e recorrente, uma questão difícil de ser

resolvida.

Nesse cenário, a Política de Assistência Social (PNAS) é por um meio do

desenvolvimento das potencialidades, aquisições e o fortalecimento de vínculos

familiares e comunitários dessas famílias empobrecidas. E a Proteção Social Básica

tem grande importância principalmente em relação a prevenção de risco da

população que vive em situação de vulnerabilidade social, seja ela decorrente da

pobreza ou da fragilização de vínculos afetivos. (BRASIL, 2004).

Portanto é imprescindível que a população tenha conhecimentos de seus

direitos, para saber como exigir quando houver a necessidade, independentemente

da idade que se tem atualmente, pois o jovem de hoje será o idoso de amanhã e as

leis devem ser aplicadas para quem dela necessitar.

Nesse caso o profissional de Serviço Social através de seus conhecimentos

técnicos e metodológicos e como agente garantidor de direitos ocupará um papel de

suma importância na vida daqueles que se encontram em situação de

vulnerabilidade social. O capítulo seguinte apresenta uma contextualização sobre o

papel do assistente social nas ações voltadas para o idoso.

23

4 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA, NO

ACESSO AOS DIREITOS DA PESSOA IDOSA.

O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em seu modelo de gestão

organiza as ações da assistência social tendo como referência o território onde as

pessoas projetos, serviços e benefícios devem ser desenvolvidos nas regiões mais

vulneráveis, tendo a família como foco de atenção. A ação da Assistência Social na

proteção básica é coordenada pela unidade pública (CRAS) Centros de Referência

da Assistência Social.

O profissional de Serviço Social desenvolve serviços, programas e projetos de

acolhimento, convivência e socialização de famílias e indivíduos conforme a situação

de vulnerabilidade, o Assistente Social no serviço de proteção e atendimento integral

à família (PAIF) exerce o trabalho social com a finalidade de fortalecer a função

protetiva, prevenir a ruptura de vínculos, promover acesso e usufruto de direitos e

contribuir na melhoria da qualidade de vida. (BRASIL, 2014).

Para que esse trabalho social seja bem elaborado e de eficiência para um

melhor atendimento aos usuários é necessário que no CRAS os serviços prestados

pelo profissional de Serviço Social sejam realizados através da:

Acolhida; estudo social; visita domiciliar; orientação e encaminhamentos; grupos de famílias; acompanhamento familiar; atividades comunitárias; campanhas socioeducativas; informação, comunicação e defesa de direitos; promoção ao acesso à documentação pessoal; mobilização e fortalecimento de redes sociais de apoio; desenvolvimento do convívio familiar e comunitário; mobilização para a cidadania; conhecimento do território; cadastramento socioeconômico; elaboração de relatórios e/ou prontuários; notificação da ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social; busca ativa. (BRASIL, 2014, p.13).

No que se referente a população idosa a descrição específica desses serviços

sem baseiam em:

desenvolvimento de atividades que contribuam no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento dos vínculos familiares e do convívio comunitário e na prevenção de situações de risco social. A intervenção social deve estar pautada nas características, interesses e demandas dessa faixa etária e considerar que a vivência em grupo, as experimentações artísticas, culturais, esportivas e de lazer e a valorização das experiências vividas constituem formas privilegiadas de expressão, interação e proteção social. Devem incluir vivências que valorizam suas experiências e que estimulem e potencialize a condição de escolher e decidir. (BRASIL, 2014, p.18).

24

Portanto para conquistar um envelhecimento saudável no qual seja incluso

atividade física, metal e ainda o convívio social se faz necessário que os serviços

prestados pelo CRAS desenvolvam e articule ações para a Proteção Social Básica,

através da prevenção de situações de risco pessoal e social, através do acesso aos

direitos e pelo fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, devendo ser um

trabalho de caráter continuado contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

O serviço precisa favorecer o acesso à pessoa idosa aos benefícios

oferecidos pelos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos e a toda a

rede socioassistencial e aos serviços de outras políticas públicas, que ofereçam

educação, trabalho, saúde, transporte especial e programas de desenvolvimento de

acessibilidade, o que irá desencadear a realização da tão almejada autonomia

pessoal de cada individuo. (BRASIL, 2014).

Conforme a Lei no 8.662, de 7 de junho de 1993, dispõe sobre a profissão de

Assistente Social são atribuições privativas ao assistente social:

Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social: I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; (BRASIL, 1993, p.46).

O Serviço Social como profissão rompe com o caráter executivo e conquista

novas funções e atribuições, principalmente no que se refere ao planejamento e

administração das políticas sociais.

VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em Serviço Social; XII- dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas; XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da categoria profissional. (BRASIL, 1993, p.46).

Para a realização de tais atribuições é de suma importância que o profissional

de Serviço Social tenha conhecimento das três dimensões de competências para

que possa desenvolver articulações entre a teoria e a prática:

Conforme Sousa (2008 p.121) Competência ético-política visa o profissional

que tem a capacidade de discernimento crítico na prática da profissão, que se

concretizam nas relações de poder entre o capital e trabalho frente à questão social

existente na realidade da sociedade, de forma ética e competente atribuindo uma

postura profissional que perpassa as suas ações sempre se voltando a um melhor

atendimento ás demandas institucionais e aos usuários.

25

Segundo Iamamoto (2008), apud Pereira (2015, p.3) se faz necessário ao

assistente social o domínio de um conjunto de fundamentos teórico-metodológicos e

ético-políticos, para conhecer e decifrar o ser social e a vida em sociedade, no

âmbito da política, economia e cultura, possibilitando ao profissional enxergar a

dinâmica da sociedade além dos fenômenos aparentes, buscando novas

possibilidades profissionais.

Na competência técnica-operativa o profissional teve possuir habilidades

técnicas para desenvolver ações profissionais que proporcione aos usuários e às

instituições contratantes uma introdução qualificada ao mercado de trabalho

II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social; III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social; IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social. (BRASIL, 1993, p.46).

Entretanto vale salientar que são muitos os campos de atuação profissional

do assistente social

A especificidade do profissional e a sua atuação no PAIF, através conhecimentos adquiridos na formação acadêmica propicia ao Assistente Social a competência para atuar diante das expressões da questão social que perpassam pela vulnerabilidade social. Além das atribuições de realização de pesquisas, estudos, levantamento de dados, planejamento e avaliação de projetos, articulação com programas e políticas sociais, trazendo maior qualidade ao atendimento. (SILVA, 2016, p.10).

Através de suas competências e habilidades específicas o Assistente Social

promove mudanças necessárias que contribuem para o bem-estar da sociedade,

este profissional possui discernimento para atuar nas diversas expressões da

questão social, fazendo uso dos instrumentais que permite ao profissional identificar

a real dimensão das possibilidades de intervenção, pois proporcionam uma

interação eficaz independente da metodologia aplicada.

Afirma-se então com Silva (2016), na citação acima que o Assistente Social

além de ser o profissional especializado para o atendimento no PAIF, este por sua

vez possui muitas atribuições que se fazem necessárias para a efetivação das

políticas sociais.

O profissional de Serviço Social que atua no CRAS deve prestar orientação para a população que reside em sua área de abrangência e também articular com a rede de proteção social. Realiza, ainda, sob orientação do gestor municipal de Assistência Social, o mapeamento e a organização da rede socioassistencial de proteção básica e promove a inserção das famílias nos serviços de assistência social local. Promove também o encaminhamento da população local para as demais políticas públicas e

26

sociais, possibilitando o desenvolvimento de ações intersetoriais que visem a sustentabilidades de forma a romper com o ciclo de reprodução intergeracional do processo de exclusão social, e evitar que estas famílias e indivíduos tenham seus direitos violados, recaindo em situações de vulnerabilidades e riscos. (BRASIL, 2004, p.35).

Os Serviços de Proteção Básica e Assistência Social que são ofertados na

unidade pública CRAS potencializam a família, fortalecendo seus vínculos internos e

externos através do sujeito que se torna protagonista de sua vida e também através

da socialização e acolhimento de famílias cujos vínculos familiares ainda não foram

rompidos, principalmente no caso dos idosos cuja vulnerabilidade é sempre de maior

probabilidade. (BRASIL, 2004).

O desafio está em o Assistente Social aprender a lidar com as dramáticas

respostas que as famílias vêm apresentando e assim estabelecer processos de

atenção, à família, que as auxiliem a enfrentar desafios e que proponham novas

articulações visando uma condição humana melhor. (OLIVEIRA, 2012).

Desta forma pode-se argumentar com Oliveira (2012), que o assistente social

vem sendo desafiado a procurar em sua atuação contribuir com novas abordagens

de articular os cuidados com as famílias, o desafio é posto em se aprofundar

conhecer e buscar meios para a efetivação de melhorias de qualidade de vida para

estas famílias enquanto sujeitos de direito.

Entretanto para o que o profissional tenha condições de prestar um bom

atendimento ao usuário é necessário que o mesmo faça gozo de um bom ambiente

de trabalho, com liberdade de acesso as informações que serão necessárias para o

desenvolvimento do processo. Tais direitos estão previstos no art.7 do código de

ética que determina:

dispor de condições de trabalho condignas, seja em entidade pública ou privada, de forma a garantir a qualidade do exercício profissional; ter livre acesso à população usuária; ter acesso a informações institucionais que se relacionem aos programas e políticas sociais e sejam necessárias ao pleno exercício das atribuições profissionais; integrar comissões interdisciplinares de ética nos locais de trabalho do/a profissional, tanto no que se refere à avaliação da conduta profissional, como em relação às decisões quanto às políticas institucionais.(BRASIL, 1993, p.31).

Os direitos acima citados proporcionam tanto ao usuário quanto ao

profissional uma melhor relação, pois, em um ambiente de trabalho adequado o

profissional irá realizar de maneira satisfatória o trabalho que lhe foi incumbido a

realizar.

27

Da mesma forma que o Assistente Social está assegurado pelo seu direito ele

também de acordo com a Lei 8,662/93 que regulamenta a profissão tem por

obrigação profissional e moral executar os deveres que lhe são impostos. Conforme

o art.10 do Código de Ética da profissão:

ser solidário/a com outros/as profissionais, sem, todavia, eximir-se de denunciar atos que contrariem os postulados éticos contidos neste Código; repassar ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho; incentivar, sempre que possível, a prática profissional interdisciplinar; respeitar as normas e princípios éticos das outras profissões; ao realizar crítica pública a colega e outros/ as profissionais, fazê-lo sempre de maneira objetiva, construtiva e comprovável, assumindo sua inteira responsabilidade. (BRASIL, 1993, p.32)

O Assistente Social como provedor de direitos deve seguir na profissão

visando os valores éticos que a Lei de regulamentação da profissão preconiza, pois

acima de tudo é um profissional que está a favor da justiça como um mediador que

luta pela emancipação assegurando que a cidadania da população principalmente

dos mais vulneráveis seja garantida como determina as Leis vigentes.

28

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A problemática abordada por este trabalho caracterizou como se da à

intervenção do Assistente Social na proteção social básica, na garantia de direitos

da pessoa idosa, pois essa parte da população considerada vulnerável diariamente

enfrenta agravante tanto na vida familiar quando na sociedade, é uma questão social

que merece atenção em caráter de prioridade nas áreas de atuação do profissional

de serviço social que através de seus conhecimentos teórico-metodológicos estão

na linha de frente na medição aos direitos que já foram preconizados inicialmente

com base na Constituição de 1988, no qual determina que a sociedade deva gozar

de seus direitos de acordo com a especificidade de cada grupo.

Para tanto evidenciou no primeiro capítulo o processo de envelhecimento, que

dependendo das condições sociais e econômicas pode ser ou não um

envelhecimento saudável, prazeroso e digno para o idoso. Já o segundo capítulo

discorre sobre a garantia de direitos da pessoa idosa, à luz da Legislação referente a

essa expressão da questão social como a Constituição Federal de 1988, o Estatuto

do Idoso, Política Nacional do Idoso e a Lei Orgânica da Assistência Social que são

legislações de suma importância para buscar a efetivação no atendimento aos

direitos da pessoa idosa. No decorrer dos anos os avanços dos direitos da pessoa

idosa no âmbito da Assistência Social foi se aperfeiçoando, a Política Nacional do

Idoso Lei 8.842/94, que foi criada em 1994 como instrumento para garantir aos

idosos seus direitos sociais criando condições de promover sua autonomia,

integração e participação efetiva na sociedade. Com a Necessidade de regulamentar

e assegurar os direitos das pessoas com idade igual e acima de sessenta anos foi

sancionada a Lei Federal 10.741/2003 definida como Estatuto do Idoso que é um

instrumento em potencial que consolida e sistematiza essas leis, por tanto necessita

dialogar com a Constituição Federal, com a Política Nacional do Idoso, ou seja, com

documentos que já haviam produzido anteriormente relacionados as políticas

voltadas para a pessoa idosa.

O Estatuto do Idoso reivindica a atuação de todos para o amparo e o respeito

aos idosos, sendo assim uma conquista para a sociedade e tem como destaque

importante as medidas de proteção à pessoa idosa, que puni todo aquele que violar

29

ou ameaçar seus direitos por ação ou omissão independentemente de quem a

prática, Estado, família ou sociedade.

Para evitar o isolamento social e proporcionar uma melhor qualidade de vida

aos idosos a Política Nacional de Assistência Social por meio da proteção social

básica tem por objetivo prevenir situações de risco provenientes da pobreza e

privação, fortalecer os vínculos familiares e comunitários decorrentes de

descriminação etárias, étnicas, de gênero, deficiências e outros.

Neste contexto o terceiro capítulo contextualizou a atuação do assistente na

Proteção Social Básica, que exerce seu trabalho com a finalidade de fortalecer os

vínculos, promover direitos e contribuir na melhoria da qualidade de vida. Esses

profissionais atuam frente às expressões da questão social, destacando os direitos

garantidos a população idosa no âmbito da Assistência Social de acordo com a

Tipificação, Sistema Único de Assistência Social, Política Nacional de Assistência

Social e com a Lei Orgânica de Assistência Social

Os serviços, programas e benefícios de proteção, junto com as demais

políticas devem garantir a superação da vulnerabilidade, os serviços de proteção

social básica são executados nos Centros de Referência da Assistência Social –

CRAS. Neste contexto é de suma importância que a sociedade tenha consciência de

que a pessoa idosa não pode ser explorada ou abandonada, evidenciando assim

que o profissional de Serviço Social é extremamente importante, pois é ele quem irá

promover ações estratégicas de mediação e intervenção para atender as

necessidades de cada indivíduo, provendo a sua emancipação através de seus

direitos.

Os objetivos propostos na pesquisa foram almejados na medida em que

conseguimos esclarecer a problemática de estudo, sendo está uma questão social

que envolve a atuação do Assistente Social na proteção social básica, na garantia

de direitos da pessoa idosa. Por fim essa pesquisa não tem como enfoque extinguir

essa temática, pois irá proporcionar uma nova análise da mesma, tendo como

objetivo incentivar futuras pesquisas que possam acrescentar com o conteúdo em

questão.

30

REFERÊNCIAS BERES, V.L.G. Quando nos tornamos velhos? :aspectos internos e externos desta questão. 1ª. ed. São Paulo. Vetor.2002. BERGES, M.C.B, CARDOZO, D.S.L. Violência Contra Idosos no contexto familiar: uma reflexão necessária. Disponível em: <http://www.joinpp.ufma.br/ jornadas/joinpp2013/JornadaEixo2013/anais-eixo9-poderviolenciaepoliticaspublicas/ violenciacontraidososnocontextofamiliarumareflexaonecessaria.pdf. Acesso em: 01/09/2019>. BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988. ______. Estatuto do Idoso. Lei nº 10.741 de 1º de Outubro de 2003. Brasília, DF. ______. Política Nacional do Idoso. Lei nº 8.842 de Janeiro de 1994. Brasília, DF. ______. Política Nacional de Assistência Social. Resolução nº145 de 15 de Outubro de 2004. Brasília, DF. ______. Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Lei 8.742 de 7 de Dezembro de 1993. Brasília, DF. ______. Tipificação Nacional de Serviços Socioassistênciais. Resolução nº109 de 11 de novembro de 2009. Brasília, DF. CFESS. Conselho Federal de Serviço Social. Atribuições privativas do/a assistente social em questão. Lei 8.662/93 de Regulamentação da Profissão. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf. Acesso em 10/10/2019 FRANCO, S. A. Afinal, o que é envelhecimento. AFA ASSOCIAÇÃO DA FAMÍLIA ALMEIDA- ANO XXXIII Postado em 04 de Setembro de 2007. Disponível em: <http://blogdaafa.blogspot.com/2007/09/afinal-o-que-envelhecimento.html>. Acesso em: 05/09/2019. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 27. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Brasil é reconhecido por políticas públicas em favor de idosos. Publicado: 09/01/2014 14h04, última modificação: 23/12/201710h46. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2014/ 01/brasil-e-reconhecido-por-politicas-publicas-em-favor-de-idosos>. Acesso em: 27 Abril. 2019. NERI, Anita Liberalesso, DEBERT, Guita Grin. Velhice e Sociedade. Campinas: Papirus1999. (Coleção Vivaidade). _____, Anita Liberalesso, CACHIONI, Meire. (Orgs). As Múltiplas Faces da Velhice no Brasil. 2ª Ed. Campinas SP. Editora Alínea, 2006.

31

OLIVEIRA, Aloídes Souza. Família: um desafio para os assistentes sociais. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 101, junho 2012. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id= 11575> Acesso em 03/05/2019. PEREIRA.S.L.B. As dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa: particularidades e unidade. I CONGRESSO INTERNACIONAL DE POLÍTICA SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS. Disponível em: http://www.uel.br/pos/mestradoservicosocial/congresso/anais/ Trabalhos/eixo4/oral/10_as_dimensoes_teorico.pdf. Acesso em: 15/08/2019 SANTIAGO, Velhice bem sucedida: 6 ed. São Paulo: Cortez,2006. SANTOS, S. S.C. Gerontologia e os pressupostos de Edgar Morin. Material retirado, em parte, da tese, da mesma autora, intitulada: "O ensino da Enfermagem gerontogeriátrica no Brasil de 1991 a 2000 à luz da Complexidade de Edgar Morin", defendida em 21/02/2003, no Doutorado em Enfermagem da UFSC. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342006000200011. SILVA, Chris Giselle Pegas Pereira. O Cras E O Cuidado Com As Famílias: o Serviço Social em ação. Rio de Janeiro, RJ. 2016. Disponível em: < http://www.cressrj.org.br/site/wp-content/uploads/2016/05/015.pdf >> Acesso em: 03 maio. 2019. SILVEIRA, N.D.R. Educação, envelhecimento e cidadania. Disponível em: <http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/biblioteca/publicacoes/volume7_Educacao_e_cidadania.pdf>. Acesso10/09/2019. SOUSA. C. T. A Prática do Assistente Social: Conhecimento Instrumentalidade e Intervenção Profissional. Disponível em: <file:///C:/Users/Familia/Desktop/ Instrumentalidade%20e%20Interven%C3%A7%C3%A3o%20Profissional.pdf>. Acesso 08/10/2019. VIANA.D.C. O Fortalecimento dos Vínculos Familiares com Idoso. Disponível em:<https://cress-mg.org.br/hotsites/Upload/Pics/1d/1d829859-460f-44ee-b558-78a9892c874d.pdf>. Acesso em: 01/09/2019.