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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA-UFRA CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANDREZA RAIANE BORGES BRITO MARCELA CAPÁCIO PANCIERI A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA NO PROCESSO DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA NATURA COSMÉTICOS S.A. TOMÉ-AÇU PA 2018

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA-UFRA

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANDREZA RAIANE BORGES BRITO

MARCELA CAPÁCIO PANCIERI

A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA NO PROCESSO DE

GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA NATURA COSMÉTICOS S.A.

TOMÉ-AÇU – PA

2018

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ANDREZA RAIANE BORGES BRITO

MARCELA CAPÁCIO PANCIERI

A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA NO PROCESSO DE

GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA NATURA COSMÉTICOS S.A.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado com requisito para obtenção de título de bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Rural da Amazônia. Orientador (a): MSc. Wilnália Souza Garcia

TOMÉ-AÇU – PA

2018

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ANDREZA RAIANE BORGES BRITO

MARCELA CAPÁCIO PANCIERI

A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA NO PROCESSO DE

GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA NATURA COSMÉTICOS S.A.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção de

título de Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal Rural da

Amazônia.

Aprovado em: __/__/__

Conceito:___________

_____________________________________

Orientador (a): Prof. MSc. Wilnália Souza Garcia

Universidade Federal Rural da Amazônia

______________________________________

Co-orientador: (a) Prof. Esp. Alexandre Gleyson Araújo Da Silva

Universidade Federal Rural da Amazônia

______________________________________

Prof. MSc. Márcio Cardoso Soares

Universidade Federal Rural da Amazônia

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AGRADECIMENTOS

À Deus agradeço primeiramente, por trilhar meu caminho e permitir que tudo isso

acontecesse. Por toda força espiritual depositada durante fases difíceis no qual fui

capaz de superá-las e seguir em frente.

À toda família Borges e Brito, em especial à minha mãe Rosenildy e meu padrasto

Nascimento por terem me dado todo o suporte necessário para a conclusão deste

curso. Além de todo incentivo e confiança mediante as minhas decisões.

Aos meus irmãos Diego e João Victor muito obrigada por sempre torcerem pelo

alcance dos meus objetivos.

Não poderia deixar de agradecer à minha parceira Marcela Capácio Pancieri que

esteve comigo desde o início e compartilhou diretamente para a realização desse

trabalho. Obrigada pela sua amizade, por todas as “caronas” e por ser essa pessoa

de coração tão generoso.

À Bheatriz da Silva Dutra, que muito contribuiu de forma muito positiva e por

diversas vezes se prontificou a ajudar-nos em qualquer coisa que precisássemos.

Muito obrigada!

À professora orientadora Wilnália Souza Garcia, que nos auxiliou mostrando os

métodos para a realização desse trabalho através de seus conhecimentos e

experiência.

Ao professor co-orientador Alexandre Gleyson Araújo Da Silva, pela disponibilidade,

análise minuciosa e sugestões de grande valia para a conclusão do trabalho.

À minha amiga e conselheira Adriana Sales Oliveira, muito obrigada pela paciência e

amizade, além de todas as dicas e incentivos durante a elaboração do T.C.C.

Por fim, agradeço à todos os meus colegas de classe que encerram comigo esta

jornada, obrigada por todos os momento de júbilo.

Andreza Raiane Borges Brito

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer em primeiro lugar a Deus, pela força e coragem para superar os

obstáculos e conseguir chegar até o final do curso.

Ao meu esposo Marcelo, pela paciência, apoio e incentivo, que nas horas em que

fraquejava não deixava desistir e nas minhas ausências, cuidava dos nossos filhos

sozinho.

Aos meus filhos Filipe e Gabriela, sei que para vocês, foi muito difícil de aceitar

minha ausência todas às noites, por muitas vezes saia com meu coração apertado

para aula.

Aos meus pais Felício e Penha, e minha irmã Camila, por sempre incentivarem e

estarem sempre dispostos pra ajudar no que precisava.

A minha companheira e amiga de todas as horas, que sem a ajuda dela não teria

conseguido seguir em frente, muito obrigada Leila.

A minhas primas e agora parceiras de profissão Bheatriz e Poliana, e também minha

amiga Emilene, que sempre me botaram pra frente, e me socorriam nas horas em

que eu precisava.

A minha amiga Andreza Raiane que dividiu comigo desde o primeiro dia de aula as

angústias, lutas, decepções e nada mais justo em estarmos juntas na vitória.

Obrigada pelos quatro anos de amizade.

A professora Wilnália e professor Alexandre que tanto contribuíram para com esse

trabalho de conclusão de curso e a todos os professores que participaram da minha

formação, da construção e vivência acadêmica.

E aos meus colegas de turma, por tudo que passamos juntos no decorrer desses

quatro anos.

A todos vocês, de todo meu coração o meu muito obrigada!

Marcela Capácio Pancieri

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Tenha metas. Uma vida sem

objetivos é uma existência triste,

pois o homem é um ser,

historicamente, movido a desafios.

Renato Collyer

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RESUMO

Atualmente o mundo atravessa uma fase de grandes transformações em detrimento de diversas mudanças sociais, políticas e econômicas. Essas mudanças constantes tem gerado um grande abalo sobre as empresas, logo, as pessoas vem sofrendo de forma direta o impacto da globalização e dos mercados que buscam a continuidade e sobrevivência de suas organizações. No entanto, com a rapidez dos avanços tecnológicos, as empresas optam pela busca por vantagens competitivas em relação a seus negócios, política e no dia-a-dia das pessoas. É nesta fase de incerteza que os empresários, gerentes e administradores precisam tomar decisões importantes e rápidas. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo conhecer os elementos que compõem as estruturas das demonstrações contábeis estabelecidas pela Lei nº 6404/1976 sobre as sociedades anônimas que foi a grande responsável pelo início de uma grande e significativa mudança dentro da área das ciências contábeis, e suas especificidades advindas com a Lei nº 11638/2007, que tornou a contabilidade a nível internacional, além de, compreender a importância da análise financeira para o processo decisório, a partir de suas nuanças e tipos para uma melhor aplicabilidade nos planejamentos estratégicos das empresas. Para tanto, fez-se necessário realizar um estudo sobre as demonstrações contábeis obrigatórias com o intuito de correlacionar os indicadores obtidos na empresa Natura Cosméticos S.A. afim de realizar uma avaliação de setor. Adotou-se metodologicamente uma revisão bibliográfica, cumprindo com as normas de ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas, sendo necessário, uma fundamentação teórica e prática sobre o contexto para realizar uma análise de forma analítica sobre os índices de estrutura de capital, liquidez e solvência, e rentabilidade. A escolha do método foi a partir da aplicação do estudo de caso, com característica quantitativa e qualitativa para análise das demonstrações contábeis da empresa Natura Cosméticos S.A, referente aos exercícios de 2014, 2015 e 2016. Como conclusão, verificou-se o quanto se faz importante a utilização das demonstrações contábeis e a análise dos indicadores econômico-financeiros para a tomada de decisões. No entanto, constatou-se que o período de 2014/2015 apresentou resultados mais satisfatórios em relação aos exercícios de 2015/2016. Tendo em vista que o percentual mais elevado da empresa é o capital de terceiros, pois conforme analisado, a entidade está engessando todo o capital próprio e uma parte do capital de terceiros, causando uma diminuição na capacidade de liquidar suas obrigações no curto prazo.

Palavras-chave: Contabilidade, Demonstrações Contábeis, Análise Financeira.

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ABSTRACT

Today, the world is undergoing major transformations at the expensive of various social, political and economic changes. These constant changes have generated a great shock on the companies, so people have been suffering directly from the impact of globalization and the business that seek the continuity and survival of they organization. However, with the rapidity of technological advances, companies opt for the search for competitive advantage in relation to their business, politics and people’s day to day. It is at this stage of uncertainty that entrepreneurs and managers need to make important and rapid decisions. The purpose of this study was to know the elements that make up the accounting frameworks established by Law 6404/1976 on joint stock companies, which was responsible for the beginning of a large and significant change within the area of accounting sciences, and its specificities arising from Law 11638/2007 , which made accounting at an international level, besides understanding the importance of financial analysis for the decision process, from its nuances and types for a better applicability in strategic business planning. Therefore, it was necessary to carry out a study on the mandatory financial statements in order to correlate the indicators obtained in the company Natura Cosméticos S.A. , in order to carry out an evaluation of the sector. A bibliographical review was adopted methodologically, complying with the ABNT Brazilian Association of Technical Standards, and the a theoretical and practical basis on the context is necessary to carry out an analytical analysis on the capital structure, liquidity and solvency indices, and profitability. The choice of method was based on the application of the case study, with quantitative and qualitative characteristics for the analysis of the financial statement of the company Natura Cosméticos S.A, for the years 2014, 2015 and 2016. As a conclusion, it was verified how much is done the use of financial statements and analysis of economic- financial indicators for decisions-making. However, it was verified that the period of 2014/2015 presented more satisfactory results in relation to the years 2015/2016. Given that the company’s highest percentage in third- party capital, since, as analyzed, the entity is hedging all of its own capital and a portion of the capital of third parties, causing a decrease in the ability to settle its obligations in the short term.

Keywords: Accounting, Financial Statement, Financial Analysis.

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Índices de Estrutura de Capital.................................................................... 54

Gráfico 2 – Indicadores Financeiros............................................................................... 56

Gráfico 3 – Capital Circulante Líquido............................................................................ 57

Gráfico 4 – Indicadores de Rentabilidade....................................................................... 59

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – O Processo Contábil X Processo de Análise Econômica-

Financeira..................................................................................................................... 30

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Balanço Patrimonial da Empresa Natura Cosméticos S.A – Ativo............... 47

Tabela 2 – Balanço Patrimonial da Empresa Natura Cosméticos S.A – Passivo.......... 48

Tabela 3 – Demonstração do Resultado do Exercício – Natura Cosméticos S.A......... 52

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC – Ativo Circulante

AH – Análise Horizontal

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AV – Análise Vertical

BP – Balanço Patrimonial

CCL – Capital Circulante Liquido

CE – Composição do Endividamento

CFC – Conselho Federal de Contabilidade

DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa

DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Liquido

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

DVA – Demonstração do Valor Adicionado

E – Endividamento

ICP – Imobilização do Capital Próprio

IRNC – Imobilização dos Recursos Não Correntes

LC – Liquidez Corrente

LG – Liquidez Geral

LI – Liquidez Imediata

LS – Liquidez Seca

MB – Margem Bruta

ML – Margem Liquida

NBC -TG – Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnica Geral

NE – Notas Explicativas

PC – Passivo Circulante

PCT – Participação de Capitais de Terceiros

PL – Patrimônio Líquido

RCP – Rentabilidade do Capital Próprio

RI – Rentabilidade dos Investimentos

SG – Solvência Geral

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SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 16

1.1 - Considerações Iniciais .............................................................................................................. 16

1.2 – Justificativa ................................................................................................................................ 17

1.3 - Objetivo Geral ........................................................................................................................ 18

1.3.1 – Objetivos Específicos ................................................................................................... 18

1.4 – Problematização ................................................................................................................... 18

2 – REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................................... 19

2.1 – Indústrias de Cosméticos .................................................................................................... 19

2.2 – A Evolução da Contabilidade .............................................................................................. 19

2.3 – Aspectos Legais das Demonstrações Contábeis ............................................................ 21

2.3.1 – Estrutura das Demonstrações Contábeis .................................................................. 22

2.3.2 - Balanço Patrimonial - BP .............................................................................................. 23

2.3.3 – Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ................................................... 26

2.3.4 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL .............................. 26

2.3.5 - Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC ................................................................... 27

2.3.6 - Demonstração do Valor Adicionado – DVA ............................................................... 27

2.3.7– Notas Explicativas - NE ................................................................................................. 27

2.4 – A Análise Financeira das Demonstrações Contábeis e seus Usuários ....................... 28

2.5 – Tipos de Análise ................................................................................................................... 30

2.5.1 – Análise Vertical .............................................................................................................. 30

2.5.2 – Análise Horizontal ......................................................................................................... 31

2.6 – Indicadores Econômico-Financeiros ................................................................................. 31

2.6.1 – A Escolha dos Indicadores .......................................................................................... 33

2.7 – Análise por meio de Índices ................................................................................................ 34

2.7.1 – Índices de Estrutura de Capital ................................................................................... 34

2.7.2 – Índices de Liquidez e Solvência .................................................................................. 36

2.7.3 – Índices de Rentabilidade .............................................................................................. 38

2.7.4 – Benefícios da Análise Econômico-Financeira .......................................................... 39

2.7.5 – Estudos anteriores sobre a Importância da Análise Financeira e Econômica nas

Organizações .............................................................................................................................. 39

3 – METODOLOGIA .......................................................................................................................... 42

3.1 - Natureza da Pesquisa .......................................................................................................... 43

3.2 Sujeitos da Pesquisa ............................................................................................................... 44

4.1- Análise do Balanço Patrimonial............................................................................................ 45

4.1.1 – Análise Vertical .............................................................................................................. 47

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4.1.2 – Análise Horizontal ......................................................................................................... 48

4.2 – Análise da Demonstração do Resultado do Exercício ................................................... 50

4.2.1 – Análise Vertical .............................................................................................................. 51

4.2.2 – Análise Horizontal ......................................................................................................... 51

4.3 – Análise Por Índices Econômicos - Financeiros ................................................................ 52

4.3.1 – Índices de Estrutura de Capital ................................................................................... 52

4.3.2 – Indicadores Financeiros ............................................................................................... 53

4.3.3- Indicadores de Rentabilidade ........................................................................................ 56

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES ......................................................................... 59

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 62

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1 – INTRODUÇÃO

1.1 - Considerações Iniciais

Atualmente o mundo atravessa uma fase de grandes transformações em

detrimento de diversas mudanças sociais, políticas e econômicas. Essas mudanças

constantes tem gerado um grande abalo sobre as empresas, logo, as pessoas vem

sofrendo de forma direta o impacto da globalização e dos mercados que buscam a

continuidade e sobrevivência de suas organizações. No entanto, com a rapidez dos

avanços tecnológicos, as empresas optam pela busca por vantagens competitivas

em relação a seus negócios, política e no dia-a-dia das pessoas.

Dessa forma, durante o momento da escolha de aplicações de recursos em

determinado empreendimento, cabe aos investidores ou gestores avaliarem o grau

de risco de tais investimentos. Sendo assim, é necessário conhecer de forma mais

ampla o ramo de negócio a ser explorado e o ambiente empresarial como um todo,

para que a empresa possa estabelecer sua missão e metas a serem alcançadas.

Cada vez mais, torna-se imprescindível o uso das demonstrações contábeis

não só como ferramenta para as tomadas de decisões, mas também, para o controle

visando um excelente desempenho operacional e o cumprimento das metas

traçadas. Conforme As Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnica Geral NBC

TG 26 (R2) alterada pela Resolução CFC nº 1.376/2011:

As demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição

financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade. Para

apresentação adequada, é necessária a representação fidedigna dos efeitos das

transações, outros eventos e condições de acordo com as definições e critérios de

reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas como estabelecidos na

estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro.

Presume-se que a aplicação das normas, interpretações e comunicados técnicos,

com divulgação adicional quando necessária, resulta em demonstrações contábeis

que se enquadram como representação apropriada.

Diante do exposto, cabe à contabilidade a responsabilidade de conceder

informações de maneira clara, objetiva e em tempo hábil para o gerenciamento dos

negócios, de forma que a mesma possa permitir uma melhor evidenciação dos

resultados ocorridos em um determinado período.

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Em detrimento disso, é fundamental que a contabilidade utilize ferramentas

tecnológicas durante todo o processo de: mensuração, avaliação, controle dos fatos

ocorridos, assim como a evidenciação das informações obtidas. Pois, a forma de

como esse processo será executado resultará no suporte para a gestão dos

negócios empresariais.

1.2 – Justificativa

O tema abordado para análise possui como vertente a relevância dos

indicadores econômico-financeiros das empresas como elemento de análise de

desempenho relativo a um determinado período de tempo. Sendo possível fazer

projeções e estimativas sobre a evolução das empresas utilizando-se como base os

elementos obtidos através da análise do resultado.

O presente trabalho se justifica por demonstrar a relevância da elaboração de

análise dos indicadores financeiros de uma organização, pois, remete a situação

financeira e patrimonial da empresa, elementos estes, que permitem articular

medidas de confiabilidade para a tomada de decisão. Dessa forma, visa a

diminuição dos riscos organizacionais encontrados, por meio de um direcionamento

pelo qual a empresa deverá adotar para alcance de seus objetivos. Haja vista que

há a necessidade de conter dados e informações corretas para que sirvam como

subsídios para a contribuição de melhoria durante o processo decisório.

Perante a sociedade, é cabível ressaltar a importância da análise dos

indicadores econômico-financeiros em relação ao seu grau de comprometimento

social, referente a divulgação de suas demonstrações, afim de possibilitar a

credibilidade e a transparência das entidades.

Pode-se dizer que o indicador é algo que auxilia na transmissão de um

conjunto de informações sobre processos complexos, eventos ou tendências. O

estabelecimento de medidas financeiras de desempenho adequa-se como uma

forma de sustentação para outras perspectivas, como: diversos tipos de clientes,

processos internos, de aprendizado e crescimento. Sob o mesmo ponto de vista, as

empresas almejam alcançar seus objetivos traçados, onde a mesma deverá delimitar

uma constante comunicação entre todos os setores, em prol da estratégia

organizacional estabelecida pela entidade.

A escolha para estudo do presente trabalho, foi caracterizado e desenvolvido

por meio das informações obtidas pela empresa Natura Cosméticos S/A, onde a

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mesma por ser uma das maiores companhias de cosméticos no Brasil de capital

aberto, opta pela divulgação trimestral de seus relatórios financeiros, resultando

assim maior credibilidade e transparência de suas informações. Para tanto, é

relevante mencionar a busca pela qual a empresa é intencionada, ou seja, no

quesito de agregar valor para a sociedade como um todo, visando resultados mais

integrados entre as dimensões econômica, social e ambiental. Além de ser uma das

marcas nacionais que possui uma forte vertente em sustentabilidade, característica

essa adotada recentemente.

1.3 - Objetivo Geral

O objetivo deste estudo se insere na perspectiva de analisar a situação

financeira da empresa Natura Cosméticos S/A e avaliar a importância dos

indicadores financeiros durante a tomada de decisão.

1.3.1 – Objetivos Específicos

Discernir a importância da análise financeira para o processo decisório;

Identificar e analisar os indicadores econômico-financeiros da empresa

Natura Cosméticos S.A.

Correlacionar os indicadores obtidos na empresa para realizar uma

avaliação do setor.

1.4 – Problematização

Quando o assunto relativo é voltado à administração de dinheiro, muitas

pessoas se perguntam de que forma seria possível tornar esse processo eficaz. Por

outro lado, isso se deve ao pouco conhecimento científico quando o tema é gestão

do dinheiro, tendo em vista a falta de capacitação das pessoas em relação à

administração financeira, pois, saber analisar e avaliar os indicadores contábeis

através das informações contidas nos relatórios faz com que os gestores sejam

capazes de definir objetivos, mensurar resultados, avaliar desempenhos e tomar

decisões de cunho financeiro.

Sendo assim, a pergunta que norteia a pesquisa é: “Qual a importância da

análise destes indicadores para a empresa Natura Cosméticos S/A, durante o

processo de tomada de decisão?”.

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2 – REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 – Indústrias de Cosméticos

O ramo de cosméticos ao longo dos anos tem se mostrado bastante

promissor no mercado brasileiro, especialmente para as microempresas e empresas

de pequeno porte. Pois, apesar da crise brasileira, o mercado voltado ao setor de

cosméticos obteve um significativo crescimento relativo as suas vendas líquidas.

Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a mesma por

meio da Resolução nº 79 de 28/08/2000 estabeleceu a seguinte definição para

cosméticos no Brasil:

“Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes são preparações

constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas

partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais

externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com objetivo exclusivo ou

principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores

corporais e/ou protegê-los ou ainda mantê-los em bom estado”.

Atualmente a indústria de cosméticos é vista como um importante meio de

crescimento dentro da economia, especificamente quando trata-se de países mais

desenvolvidos. Dentre os países que contribuem para a geração de empregos

através das indústrias de cosméticos, inclui-se o Brasil com um forte diferencial, no

que se refere a utilização pela prática da exploração sustentável à base de

cosméticos naturais, retirados do bioma brasileiro onde são encontrados na

Amazônia.

À parte relacionada a beleza é caracterizada pela composição de diversos

tipos de cosméticos que contribuem para a higiene pessoal e à estética. Dessa

forma, a preocupação com a aparência afeta o comportamento do consumidor,

resultando-se em um consumo frequente de cosméticos e tratamentos estéticos.

Nesse entendimento, Queiroz & Otta (1999), explanam que a vaidade está

associada a definição de padrões estéticos, assim como a beleza corporal é vista

como um aspecto cultural a ser construída.

2.2 – A Evolução da Contabilidade

De acordo com Iudícibus (1997), a contabilidade iniciou-se primordialmente

através do homem primitivo. Pois, sua maneira rústica de contar já era considerada

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como um método de inventário, para controle do seu patrimônio. Posteriormente

com a evolução do homem, a contabilidade tornou-se fundamental para o comércio.

Com o comércio de troca de bens, a contabilidade continuou quantitativa, tendo uma

evolução lenta até o aparecimento da moeda. Contudo, foi através da criação dos

sistemas monetários que a ciência evoluiu de forma significativa.

Em todos os países do mundo e em todas as épocas, o surgimento da

profissão contábil sempre esteve atrelada a expansão comercial da região. Em

pesquisa realizada sobre o desenvolvimento sobre a profissão contábil no Brasil,

Peleias e Bacci (2004, p.51) argumentam:

A evolução da contabilidade sempre esteve atrelada ao desenvolvimento da humanidade, e tal fato histórico também ocorreu no Brasil, com maior vigor a partir do século XIX. A pesquisa identificou obras que mencionam o uso de rudimentos contábeis na então colônia durante o século XVIII. Entretanto, ainda não foram encontrados registros históricos que indiquem grande desenvolvimento contábil no país até o início do século XIX. Observou-se que, à medida que o desenvolvimento se intensificou com os passar dos anos e, principalmente, a partir do século XX, novas situações se apresentaram, exigindo respostas mais rápidas e consistentes da Contabilidade e de seus profissionais.

Diante do exposto, percebe-se então que a contabilidade ao longo dos anos

passou por mudanças significativas. Atualmente, este processo ainda é continuo, ou

seja, a todo o momento surgem mudanças, em função dos efeitos da globalização,

aspectos tributários e do avanço tecnológico, sendo este último, um grande

elemento norteador que torna-se um desafio constante para todas as ciências,

inclusive para a contabilidade.

Diante disso, para criar um diferencial competitivo no mercado, as pessoas

optam pela busca do ingresso em universidades, com a finalidade de adquirir

conhecimentos e capacitações. Além disso, as pessoas também estão à procura

pela dominação de mais de um idioma, assim como o aprimoramento em cursos de

aperfeiçoamento profissional, com a finalidade de acompanharem as evoluções

tecnológicas de acordo com as normas internacionais para atenderem às exigências

do mercado.

Entretanto, com as evoluções tecnológicas e a situação econômica do país, a

contabilidade tem exigido profissionais com perfis empreendedores, que buscam

capacitações para suprir as dificuldades e ainda acompanhar as inovações com

rapidez e qualidade nas informações geradas por eles.

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Essas inovações fazem com que os negócios cresçam de forma contínua e

exigem um entendimento cada vez mais abrangente dos aspectos relacionados às

atividades de uma empresa, para que os usuários interessados na situação

econômico-financeira das entidades possam contribuir mais ainda para o

desenvolvimento da profissão contábil.

Assim, para o sucesso do profissional da contabilidade, na “era do

conhecimento”, torna-se relevante a sua adaptação, bem como, a procura de forma

contínua de capacitações necessárias para a superação desses desafios.

2.3 – Aspectos Legais das Demonstrações Contábeis

O objetivo principal da contabilidade é promover para as entidades dados,

informações e relatórios para os seus diversos usuários, sejam eles internos ou

externos elaborados através das análises de suas demonstrações (BOMFIM;

MACEDO; MARQUES, 2013; LAVARDA et al. 2015).

Dentro dessa conjuntura, Marion (2012), Battisttela (2014) e Elias Junior

(2015) afirmam que a Lei nº 6404/1976 sobre as Sociedades Anônimas foi a grande

responsável pelo início de uma grande e significativa mudança dentro da área das

ciências contábeis

. Nesse contexto, estas normas referente a Lei nº 6404/1976 dificultavam um

desenvolvimento de forma mais acelerada em relação as normas internacionais de

contabilidade. Com isso foi a partir das normas internacionais, advindas com a Lei nº

11638/2007, que a contabilidade tornou-se a nível internacional, onde ocasionou

diversas modificações de artigos previstos com a lei antecedente e a Lei nº

11941/2009, onde mesma posteriormente foi designada e aprovada para fins de

alguns ajustamentos (BATTISTTELA, 2014; MARION, 2012).

Em conformidade com essas normas, as empresas de capital aberto possuem

obrigatoriedade, por meio da (Lei das Sociedades Anônimas) de divulgar suas

demonstrações contábeis ao final de cada exercício social, sendo elaboradas com

base na escrituração mercantil (SILVA, 2015; STANESCOS, 2015).

Vale ressaltar que, é necessário conter a explicação de algumas

demonstrações contábeis obrigatórias para a legislação brasileira, que demonstram

a situação patrimonial das empresas de capital aberto e as modificações sucedidas

no seu exercício (BATTISTELA, 2014; MARION, 2012; SILVA, 2015).

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Nesse entendimento, de acordo com a lei 6.385/76 que está a disposição

dessas contas, relata que permite que uma análise seja feita com clareza, já CVM -

Comissão de Valores Mobiliários, tem a função de registrar as companhias de

capital aberto, organizar o funcionamento da bolsa de valores, entre outras, exige

que seja publicado anualmente para acessos de todo o público, relatórios contábeis

que contenham as devidas demonstrações financeiras.

2.3.1 – Estrutura das Demonstrações Contábeis

A NBC TG – 26 (R2) alterada pela Resolução CFC nº 1.376/2011 define:

As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte: (a) Ativos; (b) Passivos; (c) Patrimônio líquido; (d) Receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; (e) Alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e (f) Fluxos de caixa.

A Lei 11.638 de 28/12/2007, com vigência a partir de 01/01/2008 alterou a Lei

6.404/76 e normatizada pela NBC TG 26 (R2) alterada pela Resolução CFC nº

1.376/2011 determinam a evidenciação da Estrutura das Demonstrações Contábeis:

BP – Balanço Patrimonial;

DRE – Demonstração de Resultado do Exercício;

DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;

DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa;

DVA – Demonstração do Valor Adicionado

NE – Notas Explicativas.

As informações contidas nos relatórios financeiros, juntamente com outras

constantes nas notas explicativas, auxiliam os usuários a estimar resultados e os

fluxos financeiros futuros da entidade.

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Vale ressaltar que, essas demonstrações contábeis são de extrema

relevância para a análise de desempenho de uma organização. Assim, para um

melhor entendimento, as mesmas serão descritas e explicadas separadamente.

2.3.2 - Balanço Patrimonial - BP

O Balanço Patrimonial é a principal demonstração contábil, tem por finalidade

contemplar a posição financeira da empresa em um determinado momento,

portando é uma posição estática (IUDICIBUS et al., 2010). Ele é composto por duas

colunas, sendo que a coluna do lado esquerdo representa o que a empresa possui,

e é de denominada de Ativo; e a do lado direito que discrimina a origem dos

recursos, conhecida como Passivo. A diferença entre o Ativo e o Passivo é igual ao

Patrimônio Líquido, sendo este os recursos próprios da empresa que pertencem aos

seus sócios (MARION, 2009). De acordo com Iudicibus et al. (2010, p. 2), as contas

que constituem o Balanço, devem ser classificadas de forma ordenada para permitir

um melhor entendimento da situação da empresa, sendo assim:

No ativo, são representadas em primeiro lugar as contas mais rapidamente conversíveis em disponibilidades, iniciando com o disponível (caixa e banco), constas a receber, estoques, e assim sucessivamente. No Passivo, classificam-se em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade ocorre antes.

Em outras palavras, no ativo a contas são ordenas em ordem decrescente de

liquidez, e o passivo, em ordem de exigibilidade, ou seja, primeiro as contas de

menor prazo de vencimento e depois a maior prazo (MORANTE, 2009).

Conforme analisado anteriormente, a Lei nº 6.404/76 estabeleceu grupos e

classificações para a estrutura do balanço patrimonial. Vale ressaltar que, antes de

ser criada a Lei nº 11.941/09, tendo em vista a busca para padronização da estrutura

das demonstrações contábeis brasileira, foi elaborada a Lei nº 11.638 de 28 de

dezembro de 2007, que altera e revoga dispositivos da Lei nº 6.404 de 15 de

dezembro de 1976.

Por conseguinte, o balanço patrimonial é composto por três elementos básicos:

ATIVO – Compreende os recursos controlados por uma entidade e dos quais

se esperam benefícios econômicos futuros.

PASSIVO – Uma obrigação presente originada de eventos do passado onde

benefícios econômicos futuros irão fluir para a entidade

PATRIMÔNIO LIQUIDO – Valor residual dos ativos de uma entidade, após a

dedução de todas as suas obrigações.

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A Lei nº 6.404/76, por meio dos arts. 178 a 182 definiu como deve ser a

disposição de tais contas, seguindo, para o Ativo, a classificação em ordem

decrescente de grau de liquidez e, para o Passivo, em ordem decrescente de

prioridade de pagamento das exigibilidades. Portanto, verifica-se a importância da

classificação correta das contas, no sentido de que devem ser efetuadas de forma

ordenada e uniforme, permitindo aos usuários uma adequada análise e interpretação

da situação patrimonial e financeira.

2.3.2.1 – Ativo

O Ativo mostra aonde a empresa aplicou os recursos de que dispõe, ou seja,

“todos os bens e direitos de propriedade da empresa, mensuráveis monetariamente,

que representam benefícios presentes ou benefícios futuros para a empresa”

(MARION, 2009 p. 45).

Iudicibus et al. (2010, p. 40) ainda exemplifica que o ativo “é um recurso

controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera

que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.”

Ativo Circulante: De acordo com a NBC TG 03, o ativo deve ser classificado

como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:

(a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou

consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade;

(b) Está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;

(c) Espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou

(d) É caixa ou equivalente de caixa (conforme definido na NBC TG 03), a

menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante

pelo menos doze meses após a data do balanço.

Percebe-se que o ativo circulante está ligado ao prazo de giro das atividades

operacionais da empresa, cujos recursos controlados possam gerar para a entidade

mediata ou imediatamente fluxos de caixa (NBC TG 26 (R2)).

Ativo não circulante: Este possui basicamente as mesmas contas que o

ativo circulante, o que distingue uma conta da outra é o prazo, cujo “sua

realização, certa ou provável, após o término do exercício seguinte, o que

normalmente, significa num prazo superior a um ano a partir do próprio

balanço”. (IUDICIBUS et al., 2010 p. 100).

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Dessa forma, diz respeito aos ativos que a empresa possui e realizará apenas

a longo prazo ou não tem a intenção de desfazer-se deles. O ativo não circulante

deve ser subdividido em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e

intangível.

2.3.2.2 – Passivo

Conforme Matarazzo (1992), O passivo circulante compreende todas as

obrigações da empresa com vencimento até o final do exercício seguinte ou, se o

ciclo operacional for maior, as operações vencíveis dentro do prazo do ciclo

operacional.

Passivo Circulante: Corresponde às obrigações da empresa que se espera

que sejam liquidadas até o fim do exercício seguinte. Segundo a NBC TG

26(R2) o passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer

qualquer dos seguintes critérios:

(a) Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da

entidade;

(b) Está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;

(c) Deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço;

ou

(d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo

durante pelo menos doze meses após a data do balanço (ver item 73). Os termos de

um passivo que podem, à opção da contraparte, resultar na sua liquidação por meio

da emissão de instrumentos patrimoniais não devem afetar a sua classificação.

Passivo não circulante: Iudicibus et al. (2010, p. 279) conceitua que no

passivo não circulante “são registradas as obrigações da companhia cuja

liquidação deverá ocorrer em prazo superior a seu ciclo operacional, ou após

o exercício social seguinte, e que não se enquadrem nas definições de

passivo não circulante.” Fazem parte do passivo circulante as seguintes

contas: empréstimos e financiamento, debêntures e outros títulos de dívida,

retenções contratuais, imposto de renda diferido para exercícios futuros,

provisão para riscos fiscais e outros passivos contingentes e provisão para

previdência complementar e outras obrigações a longo prazo.

2.3.2.3 – Patrimônio Líquido

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O Patrimônio líquido pode ser visto como uma obrigação da empresa para

com seus proprietários, pois representa os recursos que os acionistas entregaram a

empresa ou por lucros gerados pela empresa e retidos em contas de reserva

(MARION, 2009; MATARAZZO, 2010).

Logo, é o valor residual dos ativos de uma entidade, após a dedução de todas

as suas obrigações. Como se verifica, os grupos de contas apresentados foram

dispostos dentro do critério do grau de liquidez mencionado. Dentro de cada grupo,

a ordem de liquidez e exigibilidade também deve ser mantida.

2.3.3 – Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

Corroborando Hoji (2014, p.255) esclarece:

É uma demonstração contábil que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou redução do patrimônio líquido entre as duas datas. Ela deve ser apresentada de forma dedutiva, isto é, inicia-se com a Receita bruta operacional e dela deduz-se custos e despesas, para apurar o lucro líquido.

Verifica-se que a DRE é a apresentação reduzida de todas as operações de

receitas ganhas e de despesas incorridas realizadas pela empresa durante o

exercício social, demonstrando o resultado bruto (lucro bruto ou prejuízo bruto), o

resultado operacional liquido (lucro operacional ou prejuízo operacional), o resultado

antes do Imposto de Renda (lucro antes do imposto de renda ou prejuízo antes do

imposto de renda) e o resultado líquido do exercício (lucro líquido ou prejuízo

líquido).

A Demonstração de Resultado do Exercício - DRE encontra-se prevista no

Art.º 187 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações).

2.3.4 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL

Esse demonstrativo procura informar as mudanças ocorridas no patrimônio

líquido da empresa ao longo do ano. Tais mudanças não ocorrem apenas pela

incorporação de valores às contas, mas também pela transferência de saldos de

anos anteriores ou do próprio exercício de uma conta para outra. Para Hoji (2014, p.

264):

A Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido evidencia os fluxos que impactaram os saldos das contas do Patrimônio Líquido. Para fins de publicação, por ser mais abrangente, a DMPL substitui a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).

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Assim, essa demonstração propicia aos investidores, gestores e usuários

diversos da contabilidade a análise das modificações ocorridas nos componentes do

patrimônio líquido, permitindo assim, uma visão mais adequada do comportamento

dos recursos próprios da empresa, identificando as causas de sua evolução ou

retrocesso.

2.3.5 - Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC

A demonstração dos fluxos de caixa tem por finalidade mostrar como

ocorreram as movimentações de disponibilidades em um dado período de tempo.

Essa demonstração é obrigatória pela Lei das Sociedades por Ações, e o CFC a

tornou obrigatória para todas as demais sociedades. Pois, expõe as transações de

caixa agrupadas em atividades operacionais, atividades de investimento e atividades

de financiamento.

Portanto, o fluxo de caixa permite aos profissionais da área financeira obter as

informações devidas referente as variações ocorridas nas disponibilidades de uma

empresa, como: caixa, bancos e aplicações de liquidez imediata.

2.3.6 - Demonstração do Valor Adicionado – DVA

A DVA tem como objetivo principal informar o valor da riqueza criada pela

empresa e a forma de sua distribuição. Essa demonstração não era obrigatória no

Brasil, até a promulgação da Lei nº 11.638/07, que introduziu alterações à Lei nº

6.404/76, tornando obrigatória para as companhias abertas, sua elaboração e

divulgação como parte das demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada

exercício. (MARTINS etal. 2013 p. 5).

2.3.7– Notas Explicativas - NE

As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas

explicativas, quadros analíticos ou outras demonstrações contábeis necessárias à

plena avaliação da situação e da evolução patrimonial da empresa.

A lei enumera o mínimo dessas notas e induz a sua aplicação quando for

necessário para o devido “esclarecimento da situação patrimonial da empresa e dos

resultados do exercício”. (MATINS et al. 2013 p. 6).

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2.4 – A Análise Financeira das Demonstrações Contábeis e seus Usuários

Vários são os usuários das demonstrações contábeis, entretanto,

dependendo de suas necessidades. Os mesmos buscam de forma diferenciada

informações para a tomada de decisão. Contudo, para que determinadas ações

sejam realizadas de forma acertada, faz-se necessário saber analisar tais

informações. Abaixo relaciona-se os principais usuários e suas necessidades para

com a informação.

Usuários das informações Econômico-Financeiras:

Gestores: Otimização de suas Administrações;

Clientes: Aquisições de Produtos/ mercadorias/Serviços;

Investidores: Maximização de Investimentos;

Financiadores: Análise da situação econômico-financeira da empresa;

Governo: Auditoria de impostos;

Sindicatos, empregados, concorrentes etc.

Nesse contexto Matarazzo (2003, p.27-28) explana:

Saber analisar balanços está se tornando uma necessidade para grande número de pessoas [...] A análise é fundamental para quem pretende relacionar-se com a empresa. [...] A análise pode seguir de guia para os dirigentes.

Diante do exposto, entende-se a importância da análise de balanço para a

tomada de decisões, que exige certos conhecimentos, no sentido de aproveitar as

informações contidas nas demonstrações contábeis e depois de transformadas em

indicadores, saber analisar os mesmos, os quais possuem peculiaridades diferentes.

A análise econômico-financeira das empresas é uma realidade desde o final

do século XIX, mas a dinâmica desta técnica e a necessidade para gerar negócios

fizeram com que a metade do século XX fosse a confirmação de que o mundo dos

negócios não vive mais sem um exame minucioso dos dados econômico-financeiros

de qualquer empresa. (Reis-2012).

Dentro dessa conjuntura, a análise de balanço torna-se relevante a partir do

pressuposto de que ter lucro, não significa ter dinheiro. Esse fato se justifica pelas

expressões: econômico x financeiro, haja vista que, o primeiro representa os fatos

que não envolvem necessariamente desembolso de dinheiro, mas valor monetário.

Enquanto o segundo, está relacionado ao desembolso de disponibilidades ou

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provisionamento da mesma. Observa-se que a análise das demonstrações

contábeis se inicia após o término do processo contábil.

Quadro 1- O processo contábil x processo de análise econômico-financeira.

Fonte: Ribeiro(2012)

Portanto, para realização da análise econômico-financeira de uma empresa o

analista deverá utilizar, pelo menos, os seguintes itens:

Balanço Patrimonial (BP);

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);

Informações complementares;

Montante de compras no período a que se referem os demonstrativos;

Fluxo de Caixa, DMPL e as notas explicativas, quando houver.

Logo, é oportuno ressaltar que o analista deverá ser bastante cauteloso, pois é

necessário ter conhecimentos fundamentados em conteúdos teóricos e práticos que

os possibilitem obter dados em todos os aspectos relacionados para o processo

decisório.

Entende-se que, para que o analista tenha um bom desempenho em seu

trabalho, é de extrema relevância que o mesmo procure conhecer as missões

direcionadas as empresas, assim como, suas metas pré-estabelecidas. Outros

fatores que não podem ser desconsiderados são:

Identificar e conhecer seus concorrentes;

Fatores externos, tais como: Política Econômica do País;

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Posicionamento do segmento a ser explorado no mercado interno e externo,

etc.

2.5 – Tipos de Análise

Para a aplicabilidade da análise de balanço, existem três tipos de análise, que de

forma diferenciada, mas, integrada uma a outra podem propiciar um espelho sobre a

situação econômico-financeira de uma determinada empresa. Abaixo são

relacionadas:

Análise de Estrutura (Vertical) - Coeficientes;

Análise de Evolução (Horizontal) – Crescimento/índice;

Análise de Indicadores Econômico-Financeiros.

2.5.1 – Análise Vertical

Esse tipo de análise busca demonstrar a participação percentual de cada um

dos itens das demonstrações financeiras em relação ao total do grupo.

Corroborando, Silva (2006, p.226) argumenta:

O primeiro propósito da análise vertical (AV) é mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração contábil em relação a determinado referencial. No balanço, por exemplo, é comum determinarmos quanto por cento representa cada rubrica (e grupo de rubrica) em relação ao ativo total.

Segundo Hoji (2014, p. 284), a análise vertical (AV) facilita a avaliação da

estrutura do ativo e do passivo, bem como a participação de cada item da

demonstração de resultado na formação do lucro ou prejuízo.

O cálculo do percentual de participação relativa dos itens do ativo e do

passivo é feito dividindo-se o valor de cada item pelo valor total do ativo ou do

passivo.

Logo, entende-se que a análise vertical, objetiva identificar a preferência ou

comportamento de uma empresa em aplicar seus recursos, assim como, demonstra

a forma de captação de recursos junto a terceiros e proprietários.

Para o cálculo da análise vertical aplica-se a seguinte fórmula:

(AV) n = Rubrica (n)

X 100 Base (n)

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2.5.2 – Análise Horizontal

A análise Horizontal (AH) permite a avaliação da evolução ou retrocessão dos

valores que expressam os componentes de um todo, geralmente usa-se como base

dois ou mais exercícios financeiros. Assim, a análise horizontal em termos nominais,

não leva em consideração os fatores inflacionários.

Para Hoji (2014, p. 284), a análise horizontal tem a finalidade de evidenciar a

evolução dos itens das demonstrações contábeis, por períodos. Calculam-se os

números-índices estabelecendo o exercício mais antigo como índice-base 100.

Podem ser calculadas, também, variações anuais. As técnicas utilizadas em análise

horizontal apresentam algumas limitações:

a) quando o valor do item correspondente no exercício-base é nulo, o número-índice não pode ser calculado pela forma proposta, pois os números não são divisíveis por zero. Nesses casos, podem ser analisadas variações e valores absolutos; b) quando o exercício-base apresenta um número negativo e no exercício seguinte o número fica positivo (e vice-versa), matematicamente, é calculado, mas o resultado deve ser tratado com bastante cuidado, para não ocorrerem interpretações equivocadas da evolução.

Ativo Circulante (Hipotético):

2015 = 360.000

2016 = 544.000

ELEMENTOS

DO BALANÇO

2015

%

2016

%

CRESCIMENTO

NOMINAL

Ativo Circulante

360.000

100

544.000

151

151 – 100 = 51%

2.6 – Indicadores Econômico-Financeiros

Esses indicadores podem ser considerados ferramentas para o

gerenciamento das empresas, e os resultados obtidos por eles auxiliam no processo

decisório. Logo, esses indicadores são calculados ao longo do tempo para que a

eficiência e a eficácia organizacional sejam avaliadas.

Segundo Globerson e Frampton (1991, citados por GIL, 2008), o controle em

uma organização é um loop de natureza dinâmica e contínua, onde os planos são

realizados através de ações. A avaliação dessas ações é possível mediante o

estabelecimento de critérios de desempenho. Os critérios de desempenho

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32

fundamentam padrões de referência para indicadores que, com base em um sistema

de medição, podem ser comparados e então podem ser realizadas as intervenções

necessárias.

Segundo Gil (2008), as medições devem ser idealmente objetivas (de forma

que diferentes pessoas obtenham os mesmos resultados ao realizá-las),

comparáveis (mesma escala e unidade de medição), acessíveis (dados de fácil

obtenção) e válidas (refletindo aquilo que se propõem medir).

Para Gil (2008, p. 71), os indicadores de qualidade organizacional são

descritos por elementos (caracterizam os indicadores), fatores (combinação de

elementos) e métrica (unidade de mensuração de elementos e fatores) e devem:

a) permitir a comparação via séries históricas, mostrando a evolução da métrica dos indicadores; b) registrar a intensidade da efetividade da ação de qualidade, pela comparação das métricas dos indicadores; c) facilitar o planejamento e controle da qualidade, pelo estabelecimento de métricas-padrão e pela apuração dos desvios ocorridos com os indicadores; d) viabilizar a análise comparativa da qualidade ocorrida em ambientes diversificados.

Assim, os indicadores são elementos que auxiliam na tomada de decisão com

mais facilidade no levantamento e comparação dos dados empresariais, onde seus

resultados variam de acordo com o desempenho da empresa, podendo ser bom ou

ruim.

Os autores afirmam que o grande objetivo dos indicadores é o de facilitar

estratégias e ações preventivas ou preditivas de menor custo baseados em fatos e,

principalmente, em dados. As ações corretivas podem e devem ser incluídas nas

estratégias e na análise de decisão, mas devem ser encaradas como estratégias

emergenciais e não habituais.

Nesse sentido, a escolha de bons indicadores estratégicos depende da

formação de equipes multidisciplinares, que compreendam a utilidade dos

indicadores, a viabilidade, a confiabilidade e a facilidade da coleta dos dados e

entendam o funcionamento do modelo de apoio à tomada de decisão. Dessa forma,

pode-se buscar indicadores nacionais padronizados, que atendam às características

de utilidade, confiabilidade, representatividade, objetividade, mensurabilidade e

viabilidade, possibilitando a sua utilização.

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2.6.1 – A Escolha dos Indicadores

Analisar os demonstrativos financeiros de uma empresa é uma forma

importante de medir seu desempenho. No entanto, a maior parte dos analistas não

considera apenas os números que constam nos principais demonstrativos, como por

exemplo, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício.

A análise das demonstrações contábeis por meio de indicadores ou índices

ocorre durante o confronto de vários grupos ou contas patrimoniais e de resultado. A

sua utilização auxilia estabelecer uma relação coerente, que permita identificar a

posição econômica e financeira da organização (CARDOSO; REBOUÇAS; MAIA,

2012; NAKASONE, 2015; STANESCOS, 2015).

Nesse entendimento, é através da análise de indicadores, calculados a partir

de dados disponíveis nos demonstrativos, que os analistas conseguem obter uma

visão mais clara da situação e desempenho recente das empresas.

Existe uma grande quantidade de indicadores nas mais diversas áreas de

interesse, mas muitos não servem para análises estratégicas por serem muito

específicos. Pois alguns indicadores não possibilitam aplicações estratégicas,

diferente de outros que não são de fácil medição. Para que as decisões se baseiem

em dados concretos, deve-se ter em mente o que pode ser medido e como serão

utilizados os dados coletados.

Se não for possível medir os indicadores ou se os dados medidos não

servirem como base para a definição de estratégias, deve-se escolher melhores

indicadores.

Pode-se dizer que os indicadores são um dos instrumentos mais essenciais

no processo de gestão das atividades e da avaliação das empresas, permitindo o

acompanhamento do alcance das metas, identificando os avanços e melhorias de

qualidade, e até mesmo auxiliando na correção dos problemas. Suas funções mais

básicas são: descrever os acontecimentos dentro da empresa e analisar as

informações atuais com base no exercício anterior.

A definição desses indicadores é uma tarefa conjunta da empresa e dos

integrantes de cada setor envolvido nas medições. Os indicadores da qualidade, por

exemplo, devem ser construídos de acordo com os objetivos/interesses de seus

consumidores, ou seja, é atividade importante do analista da qualidade

organizacional a geração do indicador da qualidade, atendendo ao assunto e à

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métrica que sejam mais bem consumidos pelos usuários e praticantes da qualidade

(GIL, 2008, p.36).

2.7 – Análise por meio de Índices

A técnica de análise por meio de índice consiste em relacionar contas e

grupos de contas para extrair conclusões sobre tendências e situação econômico-

financeira da empresa.

Podem-se classificar os índices da empresa com ótimo, bom, satisfatório ou

deficiente, ao compará-los com os índices de outras empresas do mesmo ramo e

porte, ou com os índices do setor, publicados pelas revistas especializadas.

Geralmente, as fórmulas apresentadas em livros de análise de balanço

utilizam o prazo médio simples baseado no ano médio comercial 360 dias (ou mês

comercial de 30 dias).

Para analisar períodos menores que um ano, é recomendável a utilização de

número de dias efetivos do período, pois existem meses com 28 (ou 29), 30 e 31

dias. (HOJI, 2014 p. 285).

2.7.1 – Índices de Estrutura de Capital

Os índices de estrutura de capital são utilizados para analisar a aplicação do

capital de longo prazo e estrutura de capital. Os índices são calculados relacionando

as fontes de capitais entre si e com os ativos de natureza permanente. Indicam o

grau de dependência da empresa com relação a capital de terceiros e o nível de

imobilização do capital. Quanto menor o índice, melhor. (HOJI, 2014 p. 288).

Participação de Capitais de Terceiros (PCT): Este índice, relaciona os

capitais de terceiros ou Exigível total (Passivo circulante + Passivo não

circulante) com os recursos totais obtidos para o financiamento do Ativo. O

resultado mostrará quanto o capital de terceiros financia o Ativo. (HOJI, 2014).

Índice igual a 100% - indica que os capitais de terceiros são iguais aos

capitais próprios;

Índice maior que 100% - indica a predominância de capitais de terceiros;

PCT = Exigível Total

Exigível Total + PL

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Índice menor que 100% - indica que os capitais próprios superam as

obrigações com terceiros. (Autonomia Financeira).

Composição do Endividamento (CE): Demonstra em termos percentuais o

quanto a empresa adquiriu de dívidas a curto prazo (365 dias) em relação às

dívidas totais junto a terceiros. “Quanto maior for esse índice, pior será para a

empresa”, pois destaca as obrigações a pagar no curto prazo o que provocará

uma exigência maior no sentido de gerar recursos para cumprir esses

compromissos. (OSNI, 2009).

Imobilização do Capital Próprio (ICP): Esse índice indica a parcela dos

recursos próprios investidos no ativo permanente. Ao calcular o índice

indicará a porcentagem dos recursos próprios que estão investidos no ativo

permanente e o restante da porcentagem estará sendo investidos em ativos

realizáveis.

Imobilização dos Recursos Não Correntes (IRNC): Este índice informa

quanto dos recursos permanentes e de longo prazo estão investidos no ativo

imobilizado. O cálculo indicará a porcentagem dos recursos permanentes de

longo prazo que estão no “imobilizado” e a porcentagem dos recursos

utilizados por ativos realizáveis.

CE = Passivo Circulante

Exigível Total

ICP = Ativo Imobilizado

Patrimônio Líquido

IRNC = Ativo Imobilizado

Patrimônio Líquido + Exigível A Longo Prazo

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2.7.2 – Índices de Liquidez e Solvência

Avalia a capacidade financeira da empresa em honrar seus compromissos

assumidos junto a terceiros, ou seja, medem a capacidade da empresa em

satisfazer suas obrigações de curto e longo prazo na data de vencimento. Os

principais indicadores de liquidez são: capital circulante, índice de liquidez corrente,

liquidez seca, liquidez geral, solvência geral e endividamento.

Liquidez Geral (LG): A principal interpretação para esse índice é quanto

maior, melhor; ela é o posto da imobilização do patrimônio líquido, quando um

deles cresce o outro decresce. Ele ainda evidencia se a empresa parasse

suas atividades em dado momento, deveria pagar suas dívidas com seu

dinheiro (disponibilidades) mais seus realizáveis, sem precisar desembolsar o

Ativo Não Circulante (SILVA, 2001).

Liquidez Corrente (LC): Gitman (2001), aponta que a liquidez corrente,

mensura a capacidade de pagamento da empresa em um curto prazo,

indicando quanto a ela possui de dinheiro mais bens e direitos neste curto

prazo, comparado com suas dívidas a serem pagas no mesmo período. É

calculada de acordo com o modelo a seguir:

LC = Ativo Circulante

Passivo Circulante

Liquidez Corrente > 1,0 = CCL Positivo

Liquidez Corrente = 1,0 = CCL Nulo

Liquidez Corrente < 1,0 = CCL Negativo

Liquidez Seca (LS): Matarazzo (2010) explica que o índice de liquidez seca é

parecido com o índice de liquidez corrente, a diferença, é que não é

LG = Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

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considerar o estoque para o cálculo, e seu resultado indica quanto a empresa

possui de ativo líquido para cada $1,00 de passivo circulante, sendo assim,

quanto maior, melhor. Sua fórmula é:

Liquidez Imediata (LI): Proporciona a avaliação da capacidade financeira

mínima da empresa em honrar seus compromissos, ou seja, dos valores

imediatamente disponíveis, quanto à mesma dispõe para saldar suas dívidas

no curto prazo. Esse quociente geralmente é baixo, haja vista que, as

empresas preferem não manter valores significativos em caixa, portanto,

muitos analistas não utilizam esse indicador como paramento total.

LI = Disponível

Passivo Circulante

Solvência Geral (SG): Por meio desse índice pode-se medir a capacidade

financeira em saldar seus compromissos assumidos junto a terceiros

utilizando-se por meio da composição do total do ativo.

Endividamento (E): Esse índice estabelece em termos percentuais o quanto

de recursos de terceiros estão financiando o ativo total e, cuja diferença

apontada representa a fração do ativo financiado pelos recursos próprios. A

análise desse indicador revela se há predominância de recursos próprios ou

de terceiros no que se refere ao financiamento do total do ativo.

LS = Ativo Circulante – Estoques

Passivo Circulante

SG = Ativo Total

Exigível Total

CCL = Ativo Circulante - Passivo Circulante

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Capital Circulante Liquido (CCL): Possibilita medir a diferença entre o ativo

circulante e o passivo circulante da empresa. Apresenta se existe folga nos

ativos de curto prazo em relação aos passivos de curto prazo.

2.7.3 – Índices de Rentabilidade

Os índices de rentabilidade medem em relação ao quanto estão rendendo os

capitais investidos. São indicadores muito importantes, pois evidenciam o sucesso

(ou o insucesso) empresarial. Os índices de rentabilidade são calculados,

geralmente, sobre as receitas liquidas (alguns índices podem já ter sido calculados

em análise vertical), mas, em alguns casos, pode ser interessante calcular sobre as

receitas brutas deduzidas somente das vendas canceladas e abatimentos. (HOJI,

2014).

Margem Bruta (MB): A margem bruta apresenta quanto à empresa obtém de

retorno das vendas, retirando os custos das mercadorias vendidas e serviços

prestados. A margem bruta representa quanto sobra após considerar estes

custos. Quanto maior a margem bruta, maior a rentabilidade das vendas.

Margem Líquida (ML): Esse indicador mede a lucratividade obtida pela

empresa ao final de um período, refletindo o ganho líquido da mesma em

cada unidade de venda (margem líquida sobre as vendas).

Rentabilidade do Capital Próprio (RCP): é um indicador económico que

mede a capacidade dos capitais próprios da empresa em gerar retorno

financeiro. Assumindo que os capitais próprios da empresa representam a

CCL = Ativo Circulante - Passivo Circulante

MB = Lucro Operacional Bruto

Receita Operacional Liquida

ML = Lucro Líquido do Exercício

Receita Operacional Liquida

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sua situação patrimonial líquida, isto é, o seu valor contabilístico, pode-se

considerar a rentabilidade do capital próprio como sendo a rentabilidade da

empresa. O cálculo da rentabilidade do capital próprio é efetuado pela divisão

dos resultados líquidos pelo valor dos capitais próprios da empresa.

RCP = Lucro Líquido do Exercício

Patrimônio Líquido

Rentabilidade dos Investimentos (RI): Conhecida também como taxa de

retorno dos investimentos TRI, esse índice, mensura o poder de ganho das

empresas. Esse resultado em termos percentuais dá-se em relação aos seus

investimentos totais.

(RI) = Lucro líquido do Exercício

Ativo Total

2.7.4 – Benefícios da Análise Econômico-Financeira

Os benefícios da análise econômico-financeira está atrelado à avaliação de

desempenho de uma empresa, em um determinado período, de forma que possa

acompanhar a evolução da organização em decorrência de cada período financeiro,

no qual é possível fazer a comparação com empresas do mesmo ramo de atividade.

No entanto é a partir desse pressuposto, que torna mais propicio a constatação

equivalente à capacidade de crescimento da empresa, assim como, na obtenção de

um maior controle referente aos custos e despesas, assim como é feito uma análise

relativa sobre a questão de liquidez da empresa, nos casos de melhoras ou

retrocessão.

2.7.5 – Estudos anteriores sobre a Importância da Análise Financeira e Econômica

nas Organizações

As demonstrações financeiras possuem um papel de fundamental importância

em detrimento à tomada de decisões, pois é a partir da análise financeira e

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econômica da organização que é possível conhecer e avaliar a real situação pelo

qual a empresa se encontra em determinado período de tempo.

Confome Battistella (2014) e Stanescos (2015) as análises das

demonstrações contábeis encontram-se divididas em duas classes. Sendo a

primeira classe com o objetivo de fazer a análise financeira de forma que possibilite

a explicação da “saúde” financeira da entidade e sobre sua situação em relação a

liquidez, já a segunda classe, está se caracteriza por meio da análise econômica,

onde visa o esclarecimento das modificações do patrimônio e da sua riqueza

gerada. Essas análises são conhecidas como procedimentos que consistem em

arrecadar informações constantes nas demonstrações. Tem por finalidade apurar

indicadores que permitem avaliar a situação financeira, conhecer a estrutura

patrimonial e identificar a situação econômica (NAZARETH; CARVALHO, 2013;

STANESCOS, 2015).

De forma a complementar, Cardoso, Rebouças e Maia (2012), afirmam que

essas análises financeiras e econômicas assumem uma espécie de importância

fundamental no que se refere ao processo de decisão gerencial, sendo considerada

de extrema relevância os vários tipos de ferramentas para avaliação de desempenho

das entidades, pois é a partir deste pressuposto que é possível avaliar os pontos

fortes e fracos das organizações.

Por conjuntura, Elias Junior (2015), frisa um dos principias aspectos

relacionado a análise das demonstrações contábeis, visto que a mesma consiste em

proporcionar aos gestores das entidades uma visão mais ampla e clara em relação a

tendências dos negócios.

Contempla ainda Elias Junior (2015, p.12) “que interessados externos

também podem utilizar as análises afim de conhecer a organização, proporcionando

maior segurança no momento de financiar o capital ou durante o fornecimento de

produtos, que é o caso dos fornecedores’’. Dessa forma, faz-se necessário obter um

melhor entendimento a respeito dos indicadores econômico-financeiros, para que

seja possível avaliar a real situação das empresas, conforme o desempenho das

mesmas.

Rego (2005) analisou a situação econômico-financeira de uma entidade.

Dessa forma, utilizou também o método do estudo de caso, tendo como instrumento

para análise a empresa Perdigão, S.A. Assim, identificou que a entidade tem

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apresentado gradativas melhoras em relação a sua capacidade de realizar os

pagamentos de curto prazo, além de diminuir o prazo de recebimento das vendas.

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3 – METODOLOGIA

Este capítulo irá descrever os procedimentos metodológicos abordados na

pesquisa, ou seja, os métodos e técnicas utilizados, que trata a importância da

análise financeiro-econômica das empresas para as tomadas de decisões.

Esta pesquisa reveste-se de caráter científico em conformidade com a análise

dos indicadores financeiros e econômicos da empresa Natura Cosméticos S.A, no

qual foram divulgados e disponibilizados para a sociedade por meio do site oficial da

empresa Natura S.A, relativo aos períodos financeiros de 2014 à 2016.

O estudo proposto caracteriza-se como estudo de caso na medida em que

serão verificadas as demonstrações contábeis da empresa Natura Cosméticos S/A e

a aplicabilidade dos indicadores econômico-financeiros, onde visa a interpretação e

análise dos mesmos.

Gil (2009, p.26) define pesquisa como “o processo formal e sistemático de

desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é

descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos

científicos”. Assim, para o desenvolvimento da pesquisa, é de fundamental

importância a utilização correta e cuidadosa dos métodos.

Para o critério de classificação da pesquisa, Vergara (2009, p.41) apresenta

dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios. Em relação aos fins, pode-se

dizer que o presente estudo apresenta caráter descritivo e explicativo. Dessa forma,

Gil (2009, p.27) relata:

As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. [...] As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática.

Para tanto, a classificação dessa pesquisa descritiva, a mesma visa identificar

os principais indicadores econômico-financeiros para a tomada de decisões dos

investidores.

Quanto aos meios de investigação utilizados, a pesquisa classificou-se como

bibliográfica e estudo de casos em profundidade. Foram pesquisadas

demonstrações contábeis (Balanço E DRE) referentes aos exercícios financeiros de

2014, 2015 e 2016 da empresa Natura Cosméticos S.A, com sede em Cajamá,

estado de São Paulo.

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A pesquisa bibliográfica se justifica pela necessidade de aprofundar os

conhecimentos sobre os indicadores econômico-financeiros. O estudo de caso se

dar em decorrência de estudos profundos e detalhados sobre os resultados

apresentados nas demonstrações financeiras da empresa envolvida na pesquisa.

Nesse mesmo entendimento, Gil (2009, p. 6) considera o estudo de caso

como “um delineamento em que são utilizados diversos métodos ou técnicas de

coleta de dados, como, por exemplo, a observação, a entrevista e a análise de

documentos”.

3.1 - Natureza da Pesquisa

De acordo com à forma de abordagem do problema a partir dos indicadores

financeiros, a pesquisa se classifica como um estudo quantitativo e qualitativo tendo

em vista a natureza do fenômeno a ser pesquisado. Sobre pesquisa quantitativa,

Diehl (2004) argumenta:

A pesquisa quantitativa pelo uso da quantificação, tanto na coleta quanto no tratamento das informações, utilizando-se técnicas estatísticas, objetivando resultados que evitem possíveis distorções de análise e interpretação, possibilitando uma maior margem de segurança.

Além de trabalhar com a quantificação dos dados encontrados, será realizada

também a interpretação e análise dos indicadores financeiros por meio da

abordagem qualitativa de pesquisa, para possíveis ajustes de melhoria da entidade,

com base na análise das demonstrações contábeis da empresa Natura Cosméticos

S.A.

Conforme o objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 00 – “Estrutura

conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro” este se

estrutura de forma que venha a servir como fonte dos conceitos básicos e

fundamentais a serem utilizados na elaboração e na interpretação dos

pronunciamentos técnicos, na preparação e utilização das demonstrações contábeis

das entidades comerciais, industriais e outras de negócios e também para a

elaboração de outros relatórios.

Diante do exposto, a investigação que será desenvolvida nesta pesquisa

buscará identificar os principais indicadores econômico-financeiros, de forma que

possa evidenciar uma análise sobre os resultados apresentados pela empresa

Natura Cosméticos S.A, pesquisada nos exercícios de 2014, 2015 e 2016.

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3.2 Sujeitos da Pesquisa

A empresa Natura Cosméticos S/A foi criada em 1969, por Antônio Luiz da

Cunha Seabra, no estado de São Paulo. A mesma é uma sociedade anônima de

capital aberto, com sede atual em Cajamá, estado de São Paulo, onde realiza a

fabricação, comercialização e distribuição de seus produtos.

A companhia oferece uma ampla variedade de cosméticos voltado à higiene

pessoal, cuidados com a pele e diversos tipos de fragrâncias. É importante destacar

que a Natura é uma das marcas que está entre as mais reconhecidas no mercado

de cosméticos do país. Assim, é composta por uma rede de 355.000 revendedoras,

sendo 35 consideradas autônomas no Brasil. A empresa está presente também em

outros países, como: Argentina, Peru e Chile

No ano de 1974, a empresa Natura, optou pelo método de vendas diretas,

onde até hoje é representa por ser seu principal meio de distribuição dos produtos.

A abertura de capital da Natura Cosméticos S.A. foi motivada através da

busca de execução por meio de estratégias adotadas pela empresa, onde seus

acionistas controladores acreditavam que tal movimento possibilitaria o alcance de

liquidez frente à seus investimentos, além de consolidar uma posição favorável à

organização no mercado interno, afim de facilitar a expansão internacional a longo

prazo.

Diante do exposto, a negociação das ações em bolsa, foi resultante de uma

oportunidade explorada por investidores internacionais, com o intuito de expandir o

negócio, visto que melhoraria seu grau de risco de crédito. Vale ressaltar que com a

abertura de capital da empresa, foi possível obter maior transparência e

credibilidade de suas informações, por meio da divulgação de seus respectivos

relatórios financeiros que são apresentados de forma trimestral.

É importante mencionar que desde o período de 1999, a Natura já era adepta

das práticas de governança corporativa, onde visava a valorização e liquidez das

ações, além da relação com seus acionistas e colaboradores. Visto que, enquanto

companhia fechada, a mesma já elaborava um relatório anual, mesmo que não

fosse obrigada a realizá-lo.

Contudo, o critério adotado para a seleção da empresa foi o da

disponibilidade aos dados, tendo em vista que optou-se por pesquisar uma empresa

que explora o ramo de cosméticos.

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4 – ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para alcançar os objetivos dessa pesquisa, procurou-se aplicar os

conhecimentos teóricos sobre as disposições legais no que tange os tipos de

demonstrações contábeis, como também a análise dos indicadores econômico-

financeiros, realizando um estudo de caso na Empresa Natura Cosméticos S.A, que

explora o ramo de cosméticos.

4.1- Análise do Balanço Patrimonial

Tabela 1 - Balanço Patrimonial da Empresa Natura Cosméticos S.A – Ativo

Fonte:www.natura.com.br- Relatório Financeiro Anual de 2014/2015/2016 (Adaptado pelos autores em Janeiro/2018)

ATIVO (Valores em milhões de reais) 2014 AV % AH% 2015 AV % AH% 2016 AV%

ATIVO CIRCULANTE 4.239,3 58,88 42,0 6.018,7 64,06 -20,2 4.802,9 57,03

Caixa e equivalentes de caixa 1.164,2 16,17 36,7 1.591,8 16,94 -31,4 1.091,5 12,96

Títulos e Valores mobiliários 531,8 7,39 124,1 1.191,8 12,69 1,3 1.207,5 14,34

Contas a receber de clientes 847,5 11,77 7,3 909,0 9,68 15,7 1.051,9 12,49

Estoques 890,0 12,36 8,3 963,7 10,26 -13,3 835,9 9,93

Impostos a recuperar 240,3 3,34 33,3 320,4 3,41 2,8 329,4 3,91

Instrumentos financeiros derivativos 317,0 4,40 131,7 734,5 7,82 -100,0 0,0 0,00

Outros ativos circulantes 248,5 3,45 23,7 307,5 3,27 -6,8 286,7 3,40

ATIVO NÃO CIRCULANTE 2.960,8 41,12 14,0 3.376,3 35,94 7,2 3.618,7 42,97

Impostos a recuperar 182,7 2,54 58,4 289,4 3,08 -3,0 280,6 3,33

Imposto de renda/contribuição social

diferidos 147,8 2,05 43,8 212,6 2,26 131,9 493,0 5,85

Depósitos Judiciais 263,3 3,66 9,3 287,8 3,06 5,3 303,1 3,60

Outros ativos não circulantes 85,7 1,19 -79,5 17,6 0,19 30,7 23,0 0,27

Imobilizado 1.672,1 23,22 4,8 1.752,4 18,65 -1,0 1.734,7 20,60

Intangível 609,2 8,46 34,0 816,5 8,69 -3,9 784,3 9,31

TOTAL DO ATIVO 7.200,1 100,00 30,48 9.395,0 100,00 -10,36 8.421,6 100,00

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Tabela 2 – Balanço Patrimonial da Empresa Natura Cosméticos S.A – Passivo

Fonte: Fonte:www.natura.com.br- Relatório Financeiro Anual de 2014/2015/2016

(Adaptado pelos autores em Janeiro/2018).

PASSIVO (Valores em milhões de reais) 2014 AV % AH % 2015 AV % AH % 2016 AV%

PASSIVO CIRCULANTE 3.119,0 43,32 46,6 4.573,0 48,67 -8,6 4.177,8 49,61

Empréstimos e financiamentos 1.466,6 20,37 47,4 2.161,4 23,01 -18,4 1.764,5 20,95

Fornecedores e outras contas a pagar 599,6 8,33 33,9 802,9 8,55 1,5 814,9 9,68

Salários, participações nos resultados e

encargos sociais 210,5 2,92 -4,4 201,2 2,14 3,4 208,1 2,47

Obrigações Tributárias 715,5 9,94 46,5 1.048,0 11,15 2,6 1.075,4 12,77

Dividendos e Juros sobre o capital próprio a

pagar 0,0 0,00 0,0 0,0 0,00 79,0 79,7 0,95

Provisão para aquisição de participação de não

controladores 48,2 0,67 295,6 190,7 2,03 -100,0 0,0 0,00

Instrumentos financeiros derivativos 0,0 0,00 0,0 0,0 0,00 0,0 73,5 0,87

Outras obrigações 78,6 1,09 114,8 168,8 1,80 -4,2 161,7 1,92

PASSIVO NÃO CIRCULANTE 2.932,4 40,73 27,7 3.744,3 39,85 -13,3 3.247,3 38,56

Empréstimos e financiamentos 2.514,6 34,92 34,2 3.374,5 35,92 -22,2 2.625,7 31,18

Obrigações Tributárias 99,0 1,37 -11,4 87,7 0,93 170,8 237,5 2,82

Imposto de renda e contribuição social diferidos 0,0 0,00 34,1 0,36 -30,2 23,8 0,28

Provisão para riscos tributários, cíveis e

trabalhistas 75,8 1,05 2,8 77,9 0,83 20,2 93,6 1,11

Provisão para aquisição de participação de não

controladores 97,2 1,35 -100,0 0,0 0,00 0,0 0,0 0,00

Outros passivos não circulantes 145,8 2,02 16,7 170,1 1,81 56,8 266,7 3,17

PATRIMÔNIO LIQUIDO 1.148,7 15,95 -6,2 1.077,7 11,47 -7,5 996,5 11,83

Capital Social 427,1 5,93 0,0 427,1 4,55 0,0 427,1 5,07

Reservas de capital 137,3 1,91 -1,9 134,7 1,43 6,0 142,8 1,70

Reservas de lucros 189,3 2,63 158,2 488,8 5,20 36,4 666,8 7,92

Ações em tesouraria -37,9 -0,53 0,0 -37,9 -0,40 -2,1 -37,1 -0,44

Dividendo adicional proposto 449,3 6,24 -72,6 123,1 1,31 -75,9 29,7 0,35

Reserva para aquisição de participação de não

controladores 0,0 0,00 -79,3 -79,3 -0,84 -100,0 0,0 0,00

Ágio / deságio em transações de capital 0,0 0,00 -65,2 -65,2 -0,69 41,3 -92,1 -1,09

Ajustes de Avaliação patrimonial -41,4 -0,57 -188,9 36,8 0,39 -482,3 -140,7 -1,67

Total do patrimônio liquido - acionistas

controladores 1.123,7 1.028,1 996,5

Participação dos acionistas não

controladores 25,0 49,6 0,0

TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO

LIQUIDO 7.200,1 100,00 30,48 9.395,0 100,00 -10,36 8.421,6 100,00

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47

Analisando os balanços patrimoniais da Empresa Natura S/A, relativo aos

exercícios de 2014, 2015 e 2016, que explora o ramo de cosméticos, por meio dos

dados foi possível verificar que a referida empresa, contém tanto no ativo como no

passivo os totais respectivamente de R$7.200,100,000,00 (Sete bilhões, duzentos

milhões e cem mil reais), R$9.395.000,000,00 (Nove bilhões, trezentos e noventa e

cinco milhões de reais) e R$8.421,600,000,00 (Oito bilhões, quatrocentos e vinte e

um milhões e seiscentos mil reais).

4.1.1 – Análise Vertical

Ao utilizar os critérios da análise vertical para os exercícios de 2014 a 2016,

observou-se que a empresa em seus três exercícios, aplicou mais recursos no ativo

circulante (58,88% - 64,06% - 57,03%), o qual destaca-se nesse grupo as contas,

caixa e equivalência de caixa com um percentual de 16,17% em relação ao exercício

de 2014, em 2015 o percentual foi equivalente a 16,94% e no final do exercício de

2016 a conta de Títulos e Valores Mobiliários apresentou percentual de 14,34%. O

ativo não circulante obteve um percentual nos três anos de (41,12% - 35,94% -

42,97%). Dessa forma, a conta que se destacou neste grupo nos três exercícios foi a

conta imobilizado, apresentando, 23,22% em 2014, 18,65% em 2015 e 20,60% em

2016.

No que se refere às origens de recursos, é visível nas demonstrações

contábeis a preponderância do capital de terceiros, onde o passivo circulante liderou

com 43,32%, 48,93% e 49,32%, seguido pelo passivo não circulante com 40,73%,

39,85% e 38,56%. Dentro do grupo do passivo circulante a conta que se destacou

nos três exercícios foi a empréstimos e financiamentos com 20,37%, 23,01% e

20,95%. Da mesma forma ocorreu no passivo não circulante, onde a conta

empréstimos e financiamentos se sobressaiu com 34,92%, 35,92% e 31,18%.

Contudo, isso demonstra que maior parte do capital que a empresa movimenta é de

terceiros e a sua maior parte está relacionada a curto prazo.

O percentual do capital próprio da empresa em 2014 foi equivalente a

15,95%, já em 2015 foi de 11,47%, enquanto que no ano de 2016 obteve 11,83%.

Dessa forma, pode-se verificar uma pequena variação entre períodos. Porém,

quando comparado o exercício de 2014 com o exercício de 2016, foi analisado que o

Patrimônio Líquido sofreu uma redução de 4,12% em relação as origens de recursos

da empresa. Outro ponto importante a ressaltar é o fato das obrigações possuírem

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um maior percentual a curto prazo, onde o mesmo vem crescendo de forma

gradativa. Dessa forma, é importante mencionar que este fator analisado não torna

satisfatório a situação referente a saúde financeira da empresa, visto que há

qualquer eventualidade que ocorrer no mercado financeiro, fará com que a

organização encontre dificuldades no caminho.

4.1.2 – Análise Horizontal

Em termos de evolução, utilizando os critérios de Análise Horizontal, dentro

do grupo do ativo em relação aos períodos financeiros de 2014 e 2015, foi verificado

uma evolução de 42% no Ativo Circulante, onde, dentro desse subgrupo as

evoluções mais relevantes foram referente à títulos e valores mobiliários com

percentual de 124,1% e na conta instrumentos financeiros derivativos com 131,7%.

Caixa e equivalentes de caixa também mostrou um acréscimo de 36,7%. Já no

período de 2015 para 2016, nesse mesmo grupo ouve um decréscimo de -20,20%

no subgrupo do ativo circulante, dentro dele a conta caixa e equivalência de caixa,

teve um decréscimo ainda maior de -31,40%, enquanto que a conta instrumentos

financeiros derivativos obteve uma queda de -100%. O subgrupo, ativo não

circulante, no período de 2014 e 2015, embora pequeno, apresentou um

crescimento de 14% no período, a conta que apresentou um crescimento acentuado

dentro desse subgrupo, foi o imposto a recuperar com 58,4%, outro ponto importante

frisar foi o decréscimo da conta, outros ativos não circulantes de -79,5%. No período

de 2015 para 2016, o ativo não circulante obteve um crescimento de 7,2%, sua

conta que mais se destacou foi do imposto de renda/contribuição social diferidos

com 131,9%, e ao contrário da queda anterior na conta outros ativos não circulantes,

neste período ela apresentou um crescimento de 30,7%, o maior percentual de

decréscimo, foi na conta do intangível com -3,9%.

Ao realizar a análise horizontal de acordo com o grau de exigibilidades as

origens de recursos, os fatos que, pode-se observado em relação ao período de

2014 e 2015, foi de um aumento de 46,6% no passivo circulante, dentro dele a conta

que apresentou maior percentual foi a provisão para aquisição de participação de

não controladores com 295,6% e observou-se uma queda de -4,40% em salários,

participações nos resultados e encargos sociais. No período de 2015 para 2016, ao

contrário do período anterior o passivo circulante obteve queda de -8,6%, outro

ponto interessante para ressaltar foi que a conta que mais cresceu no período

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anterior, foi a que mais diminuiu no período de 2015/2016, com -100% de

percentual. A conta que mais apresentou crescimento foi a de dividendos e juros

sobre o capital próprio com 79%, este é vantajoso para a empresa, pois do ponto de

vista fiscal é considerado como despesa financeira, diminuindo assim, o IR a ser

pago pela empresa. O passivo não circulante apresentou um relevante crescimento

de 27,7% no período de 2014/2015, com ele veio os empréstimos e financiamentos

com 34,20%, já no segundo período em estudo, o passivo não circulante veio com

decréscimo de -13,20%, teve uma queda também em empréstimos e financiamentos

de -22,2% e imposto de renda e contribuição social diferida de -30,2%, porém ouve

um crescimento na conta obrigações tributárias com um percentual de 170,8%.

O patrimônio líquido da empresa também sofreu decréscimo, e nos dois

períodos, tanto de 2014/2015 como o de 2015/2016, em que primeiro teve o

percentual de -6,20% e no segundo período -7,5%, levando um aumento no capital

de terceiros, porem sua reserva de lucros obteve crescimento de 158,20% e

36,40%.

No que se refere ao conceito de análise horizontal, observou-se no período de

2014/2015, houve uma evolução patrimonial total de 30,48%. Já nos períodos de

2015/2016, a empresa não apresentou evolução patrimonial total, tendo um declínio

de -10,36%. Foi possível identificar que apesar do patrimônio líquido ter sofrido

queda no primeiro período de análise, de modo geral a variação do ano de 2015 em

relação a 2014, teve um resultado positivo, porém nesse período também foi

possível perceber que a empresa teve um aumento de percentual mais elevado no

passivo total do que ativo total, a empresa pode ter passado por dificuldades para

cumprir com seus compromissos de curto prazo nesse período, pelo fato do seu

passivo circulante ter crescido 4,6% a mais do que seu ativo circulante . No segundo

período de análise, se compararmos o ativo total com o passivo total, tem-se o

resultado de que o passivo teve uma queda maior que o ativo, mas analisando por

subgrupo, podemos identificar a real situação da empresa, onde o ativo circulante

teve uma queda de 11,6% a mais do que o passivo circulante, isso pode ter levado a

empresa a ter grandes dificuldades para cumprir seus compromissos a curto prazo.

Através do que foi identificado nesta análise foi possível concordar com,

(Matarazzo, 2003, p.25), onde diz que a “análise horizontal avalia o aumento ou a

diminuição dos valores que expressam os elementos patrimoniais ou do resultado.

Análise horizontal baseia-se na evolução de cada conta de uma série de

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demonstrações financeiras em relações à demonstração anterior e/ou em relação a

uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série”.

4.2 – Análise da Demonstração do Resultado do Exercício

Tabela 3 – Demonstração do Resultado do Exercício – Natura Cosméticos S.A.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO CONSOLIDADO 2014 AV % AH % 2015 AV % AH% 2016 AV%

Receita Liquida de Vendas

7.408,4

100,00

6,62

7.899,0

100,00

0,17

7.912,7

100,00

Custo das Vendas

-

2.250,1

-

30,37

7,37

-

2.416,0

-

30,59

1,28

-

2.447,0

-

30,92

Lucro Bruto

5.158,3

69,63

6,29

5.483,0

69,41

-

0,32

5.465,7

69,08

Despesas com vendas, marketing e logística

-

2.680,1

-

36,18

12,70

-

3.020,5

-

38,24

2,97

-

3.110,2

-

39,31

Despesas administrativas, P&D, TI e Projetos

-

1.133,3

-

15,30

12,19

-

1.271,5

-

16,10

4,37

-

1.327,1

-

16,77

Outras receitas (despesas) operacionais, liquidas

19,8

-

1,75

232,32

65,8

0,83

-

54,4

0,69

Lucro Operacional antes do Resultado Financeiro e

dos Impostos

1.364,7

18,42

-

7,91

1.256,8

15,91

-

13,84

1.082,8

13,68

Receitas Financeiras

703,8

9,50

173,83

1.927,2

24,40

-

44,31

1.073,3

13,56

Despesas Financeiras

-

972,1

-

13,12

137,49

-

2.308,6

-

29,23

-

25,09

-

1.729,3

-

21,85

Lucro antes dos Impostos

1.096,4

14,80

-

20,16

875,4

11,08

-

51,25

426,8

5,39

Imposto de Renda e Contribuição Social

-

355,2

-

4,79

-

0,73

-

352,6

-

4,46

-

66,36

-

118,6

-

1,50

Lucro antes da participação de não controladores

741,2

10,00

-

29,47

522,8

6,62

-

41,05

308,2

3,90

Não controladores

8,4

0,11

9,52

9,2

0,12

25,00

11,5

0,15

Lucro Líquido do Exercício

732,8

9,89

-

29,91

513,6

6,50

-

42,23

296,7

3,75

Atribuível a:

Acionistas controladores da Sociedade

732,8

9,89

-

29,93

513,5

6,50

-

42,22

296,7

3,75

Não controladores

8,4

0,11

9,52

9,2

0,12

25,00

11,5

0,15

741,2

-

29,48

522,7

-

41,04 308,2

Fonte:www.natura.com.br- Relatório Financeiro Anual de 2014/2015/2016 (Adaptado pelos

autores em Janeiro/2018).

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51

4.2.1 – Análise Vertical

Ao analisar verticalmente as demonstrações do resultado do exercício da

Empresa Natura S/A, relativo aos exercícios de 2014 a 2016, que explora o ramo de

cosméticos, percebe-se que as demonstrações do resultado da referida empresa,

apresentaram respectivamente, receita líquida no valor de R$741.200.000,00

(Setecentos e quarenta e um milhões e duzentos mil reais), R$522.700.000,00

(Quinhentos e vinte e dois milhões e setecentos mil reais) e R$308.200.000,00

(Trezentos e oito milhões e duzentos mil reais). Quando se trata do resultado

econômico apresentado nos exercícios de 2014, 2015 e 2016, verifica-se que os

custos de venda representam, respectivamente 30,37%, 30,59% e 30,92%, as

despesas com venda, marketing e logística lideram com 36,18%, 38,24% e 39,31%

das receitas líquidas. Assim, apresenta lucro bruto de 69,63% em 2014, 69,41% em

2015 e 69,08% em 2016 onde a variação de um ano para o outro pouco variou. Ao

apresentar os dados do lucro líquido em relação a receita líquida, pode-se notar uma

diferença significativa de percentual de um ano para o outro, onde em 2014 teve

9,89%, 2015 com 6,50% e 2016 com 3,75%. Nota-se que foi decrescendo a cada

ano, isso provavelmente ocorreu por questão de aumento dos custos e despesas.

Vale ressaltar que a economia do país no período analisado está em um momento

de recessão, o que pode ter levado a queda nas vendas da empresa.

4.2.2 – Análise Horizontal

Em termos de análise horizontal, verifica-se variações no exercício de 2014

em relação ao exercício de 2015, onde as receitas apresentaram aumento de

6,62%, enquanto os custos de venda aumentaram 7,37%, apesar dos custos terem

um percentual maior de crescimento ainda se teve um crescimento positivo no lucro

bruto de 6,29%. No outro período de 2015 em relação a 2016, as Receitas tiveram

um percentual menor de crescimento, onde foi de 0,17% e os custos também

superaram elas com 1,28%, porém mesmo assim o lucro bruto obteve um pequeno

crescimento de 0,32%. Mas no final do resultado no percentual do lucro líquido,

tanto para o período de 2014 em relação a 2015 e de 2015 em relação a 2016,

obtiveram percentuais negativos, no primeiro de -29,91% e no segundo de 42,23%.

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52

4.3 – Análise Por Índices Econômicos - Financeiros

Para melhor entendimento, far-se-ão análises dessas demonstrações a partir

dos gráficos abaixo, os quais foram transformados em indicadores para melhor

visualizar a situação da empresa. Esses indicadores se reportarão à estrutura

patrimonial, assim como, sua evolução.

4.3.1 – Índices de Estrutura de Capital

Ao analisar a estrutura e o endividamento das organizações, possibilita

visualizar as decisões estratégicas, financeiras de investimento e distribuição de

dividendos, juntamente com as políticas operacionais e de capacidade e geração de

lucro, permitindo mensurar os níveis de imobilização de recursos próprios e

composição de capitais (Silva 2001).

Gráfico 1 – Índices de Estrutura de Capital

Fonte: Desenvolvidos pelas autoras em Janeiro/2018

- Participação de Capitais de Terceiros – Analisando o gráfico referente aos

exercícios de 2014, 2015 e 2016, percebe-se que de cada R$ 1,00 de recursos

totais injetados na empresa para financiamento de suas atividades, R$0,84, R$ 0,89

e R$ 0,88 foram oriundos de fontes externas (recurso de terceiros), o que representa

um endividamento de 84% em 2014, 89% em 2015 e 88% em 2016. Fato esse,

0,84 0,89 0,88

0,52 0,55 0,56

2,45

3,49 3,74

0,56 0,53 0,59

2014 2015 2016

PCT

CE

ICP

IRÑC

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53

justificado pela análise vertical quando os indicadores do capital próprio representam

16%, 11% e 12%.

- Composição do Endividamento – Nos exercícios de 2014, 2015 e 2016 para

cada R$ 1,00 de exigível total contraído junto a terceiros R$0,52, R$0,55 e R$0,56

representam compromissos a serem liquidados no curto prazo que geram impactos

diretos na formação do fluxo financeiro da empresa, ou seja, dos 100% das

exigibilidades, as obrigações a curto prazo representam 52%, 55% e 56%.

- Imobilização do Capital Próprio – Nos exercícios de 2014, 2015 e 2016,

verifica-se que para cada R$ 1,00 de recursos próprios internalizados na empresa,

R$2,45, R$3,49 e R$ 3,74 destinaram-se ao financiamento de ativos fixos. Percebe-

se que os recursos próprios estão financiando totalmente o imobilizado da empresa,

fato que poderá acarretar uma falta de capacidade financeira para saldar seus

compromissos junto a terceiros, uma vez que, o capital de giro está sendo financiado

em percentuais significativos pelos recursos de terceiros.

- Imobilização de Recursos Não Correntes – Nos exercícios de 2014, 2015 e

2016, de cada R$ 1,00 de recursos próprios e de terceiros de longo prazo injetados

na empresa, R$0,56, R$ 0,53 e R$ 0,59 destinaram-se ao financiamento de Ativos

fixos.

Ao analisar os indicadores de Estrutura Patrimonial, foi possível verificar que

durante os períodos de 2015 e 2016 houve um aumento de 5% e 4% no PCT,

significando que em 2015 (89%) e 2016 (88%) a empresa buscou junto a terceiros

mais recursos em relação a 2014 (84%) Contudo, nestes mesmos exercícios, houve

um pequeno aumento no CE de 3% e 4%. Os indicadores de ICP apresentaram um

aumento significativo tanto em 2015 de 104% como no exercício de 2016 com 25%.

Dessa forma, este pode ser um dos motivos pela qual a empresa apresentou

declínio nos períodos de 2015 e 2016, como foi verificado a análise horizontal. É

relevante ressaltar que a empresa está investindo todos os seus recursos próprios e

uma parte de terceiros em Imobilizado. Já o IRNC obteve queda de 3% em 2015,

porém em 2016 resultou um aumento de 6%.

4.3.2 – Indicadores Financeiros

Estes indicadores são responsáveis em medir a capacidade da empresa de

cumprir com suas obrigações, ou seja, sua habilidade de realizar suas obrigações

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54

passivas assumidas de acordo com seus vencimentos, Gitman (2014) e Assaf Neto

(2008ª).

Gráfico 2 – Indicadores Financeiros

Fonte: Desenvolvidos pelas autoras em Janeiro/2018

- Liquidez Imediata – Nos exercícios de 2014, 2015 e 2016, para cada R$

1,00 de exigibilidade de curto prazo, a empresa contou, respectivamente, com

R$0,37, R$ R$0,35 e R$ 0,26 de disponibilidade (caixa e equivalentes de caixa).

Esse índice apresenta quanto a empresa pode disponibilizar de recursos disponíveis

para saldar suas dívidas de curto prazo, entendo que esses compromissos podem

apresentar prazos entre 15,30 e 45 até 365 dias. Portanto, esse indicador não

precisa apresentar valores elevados.

- Liquidez Seca – Nos exercícios de 2014, 2015 e 2016, para cada R$ 1,00 de

obrigações de curto prazo, a empresa dispôs R$1,07, R$ 1,11 e R$ 0,95 de bens e

direitos sem considerar a venda dos estoques. Isso significa que o capital de giro da

empresa sem alienar seus estoques apresenta apenas no exercício de 2014 e 2015

a capacidade financeira para saldar seus compromissos a curto prazo, fato

confirmado na análise vertical quando a somatória do capital de giro sem considerar

os estoques apresentou 47,10% e passivo circulante 49,32%, no ano de 2016.

- Liquidez Corrente – Para cada R$ 1,00 de exigibilidade de curto prazo, durante os

exercícios de 2014, 2015 e 2016, a empresa contou com R$1,36, R$ 1,32 e R$ 1,15

0,37 0,35 0,26

1,07 1,11

0,95

1,36 1,32

1,15

0,81 0,82 0,79

1,19 1,13 1,13

0,84 0,89 0,88

2014 2015 2016

LI

LS

LC

LG

SG

E

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de bens e direitos também de curto prazo, evidenciando desta forma, que as contas

ficaram equilibradas.

- Liquidez Geral – Nos exercícios de 2014, 2015 e 2016, para cada R$ 1,00

de exigibilidade de curto e longo prazo, a empresa contou com R$0,81, R$ 0,82 e

R$ 0,79 de bens e direitos também de curto e longo prazo. Isso significa que a

empresa não teve recurso suficiente para honrar seus compromissos. Visto que, de

acordo com, Tófoli (2012, p.67), este índice nem sempre apresenta uma situação

favorável, tendo em vista que compreende contas ativas e passivas que podem

apresentar prazos diferenciados.

- Solvência Geral – Durante os exercícios de 2014, 2015 e 2016, de cada R$

1,00 de recursos de terceiros totais injetados na empresa para financiamento de

suas atividades, foi dado como garantia R$1,19 e R$ 1,13 nos dois últimos

exercícios de ativos correntes e fixos, e assegurou uma situação positiva, mas

próximo do total injetado, gerando em excedente de R$0,19 e R$0,13,

respectivamente.

- Endividamento – Nos exercícios de 2014, 2015 e 2016, de cada R$ 1,00 dos

ativos fixos e circulantes, R$0,84, R$ 0,89 e R$ 0,88 foram originários de fontes

externas, o que representa um endividamento de 84% em 2014, 89% em 2015 e

88% em 2016. Ratificado no Indicador de participação de capital de terceiros.

Gráfico 3 – Capital Circulante Líquido

Fonte: Desenvolvidos pelas autoras em Janeiro/2018

0,81

0,82

0,79

2014 2015 2016

CCL

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- Capital Circulante Liquido – Durante os exercícios de 2014, 2015 e 2016, a

empresa apresentou, respectivamente, um capital circulante liquido de

R$1.120,000,00 R$ 1.456.000,00 e R$ 625.000,00. Isso significa que a empresa

teve capacidade de solvência a curto prazo, bem como a adequação das decisões

estratégicas da empresa, visto que foi possível identificar uma diferença bem

acentuada do primeiro ano em relação ao terceiro. Logo seus investimentos de

longo prazo estariam sendo financiados por recursos igualmente de longo prazo.

Após efetuar as análises dos índices de liquidez e solvência geral, constatou-

se que a empresa Natura Cosméticos S/A, honra seus compromissos de curto prazo

obtendo assim resultado positivo, sem considerar a venda dos estoques, só nos

anos de 2014 e 2015, porém a LG que envolve os compromissos a curto e longo

prazo não apresentaram resultados favoráveis para nenhum dos três exercícios em

análise, devido a insuficiência de recurso para honrar seus compromissos também

de curto e longo prazo.

Observa-se que tal resultado é justificado pela quantidade de capital de

terceiros que a empresa trabalha, além de seu Capital de Giro ser todo de recursos

de terceiros, a quantidade de ativos fixos supera a quantidade do seu Capital

Próprio, ou seja, a empresa está engessando uma parte desses recursos que vem

de terceiros. Assim, foi possível Identificar que as exigibilidades são maiores quando

estão associadas à curto prazo.

Quanto ao indicador de endividamento, os gestores podem acompanhar a

evolução do endividamento da empresa, visto que, durante o exercício de 2014 foi

apresentado um aumento de 84%, já em 2015 obteve percentual de 89%, e em 2016

resultou em 88%. Com isso, mesmo havendo um decréscimo em 2016, foi possível

que a participação de capital de terceiros permanecesse com um percentual alto,

logo, o Capital Próprio não oferece segurança aos investidores.

4.3.3- Indicadores de Rentabilidade

Os índices deste grupo apresentam o grau de sucesso econômico da

empresa, qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quando renderam os

investimentos (Matarazzo 2010, p. 110).

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Gráfico 4 – Indicadores de Rentabilidade

Fonte: Desenvolvidos pelas autoras em Janeiro/2018

- Margem Bruta – Durante os exercícios de 2014, 2015 e 2016, cada R$ 1,00

faturado a empresa obteve um lucro de R$0,70 no ano de 2014 e R$ 0,69 nos anos

de 2015 e 2016. Verifica-se que 70% e 69% é o lucro bruto da empresa, logo

expressos em reais, no valor de R$3.610.600,00 em 2014, R$3.783.270,00 no

exercício de 2015 e R$3.771.540,00 no exercício de 2016. Logo a empresa

necessita de outros indicadores para melhor identificar seu lucro.

- Margem Liquida – Ao analisar a margem líquida, a qual mede a lucratividade

obtida pela empresa após a dedução dos custos e despesas nos exercícios citados,

a mesma apresentou ganhos líquidos no final dos períodos, de 10% em 2014, 7%

em 2015 e 4% em 2016. Por tanto, ocorreram sobras de vendas líquidas nos

percentuais acima citados, e de acordo com a análise vertical já vista acima, esses

lucros líquidos foram caindo os percentuais no decorrer dos anos.

- Rentabilidade do Capital Próprio – Os retornos do Capital Investido na

empresa pelos acionistas nos exercícios de 2014, 2015 e 2016 foram,

respectivamente, de 64%, 48% e 30%. Observa-se uma enorme queda de um

exercício para o outro.

A rentabilidade do Capital Próprio no exercício de 2015 apresentou uma

redução linear de 16% em relação ao exercício de 2014, em 2016 foi verificado uma

redução linear ainda maior de 18%, afetando assim, o retorno dos seus acionistas.

0,70 0,69 0,69

0,10 0,07

0,04

0,64

0,48

0,30

0,10 0,05

0,04

2014 2015 2016

MB

ML

RCP

RI

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Na rentabilidade dos investimentos foi observado da mesma forma, que ocorreu um

declínio nos percentuais referentes aos exercício de 2015 e 2016, com um

percentual de queda equivalente a 5% no período de 2015 e apenas 1% durante o

período financeiro de 2016. É importante mencionar que a empresa deve apresentar

aos seus interessados o retorno de seus negócios atuais.

- Rentabilidade dos Investimentos (RI) – Ao analisar RI, indicador considerado

o índice da empresa, verificou-se que dos 100% dos investimentos em 2014, 2015 e

2016, a mesma obteve lucro de 10%, 5% e 4%. Vale ressaltar que nesse indicador

foram excluídas as despesas financeiras e carga tributária do lucro operacional

líquido sem o reflexo dos encargos financeiros.

A situação econômica da empresa Natura Cosméticos S/A, não obteve um

quadro satisfatório, visto que suas vendas permaneceram com o mesmo nível.

Entretanto, a mesma apresentou uma evolução durante o exercício de 2015, com

um percentual de 6,62%, porém os custos analisados, evoluíram percentuais bem

mais significativos, o qual ocasionaram uma redução da margem de lucro.

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5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES

O presente trabalho abordou sobre a relevância das informações contidas nas

demonstrações contábeis no que se refere ao ativo, passivo, circulantes, não

circulantes e patrimônio líquido, tendo em vista que esses instrumentos

fundamentaram as análises por intermédio da análise vertical, análise horizontal e

análise por meio de índices, com o intuito de verificar a situação econômico-

financeira da empresa, nos exercícios de 2014, 2015 e 2016.

Diante do exposto foi constatado que os objetivos organizacionais

estabelecidos foram alcançados, uma vez que foi possível realizar a análise

econômico-financeira na empresa Natura Cosméticos S/A. Dessa forma, foi

verificado que o percentual mais elevado referente ao capital da empresa é o de

terceiros, tendo em vista que as obrigações encontram-se concentradas a curto

prazo. Para tanto, é importante mencionar que o ativo circulante da entidade

sobressaiu-se sobre o não circulante. Enquanto que de acordo com a análise dos

índices de liquidez seca e geral, não foi possível obter resultados considerados

satisfatórios.

Foi realizado um estudo em detrimento a avaliação e comparação sobre a

evolução da empresa Natura Cosméticos S.A, entre o intervalo de três anos, no qual

foi possível discernir que o período de 2014/2015 obteve um resultado mais

satisfatório em comparação aos exercícios de 2015/2016. Resultado esse que pode

ser justificado, por meio do período em que o país atravessou uma crise financeira,

em conjunto com outras circunstâncias já aqui mencionadas. Contudo, pode-se

visualizar os pontos fortes e fracos, tornando assim um excelente instrumento para

tomadas de decisões.

De acordo com a análise, verificou-se que a empresa precisa rever algumas

questões sobre o aspecto de gestão referente à alternativas mais acertadas para

amenizar o percentual elevado apresentado no passivo da entidade, mais

especificamente em relação as obrigações à curto prazo. Assim como, optar por

medidas que possibilitem a diminuição de investimentos voltados aos ativos fixos,

pois, foi constatado que a entidade está engessando todo o capital próprio e uma

parte do capital de terceiros, afim de aumentar o capital circulante para que a

empresa possa operar com maior segurança financeira, em virtude de que o capital

circulante líquido apresentou um declínio de 56% em 2016 comparado ao exercício

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de 2014. Outro ponto a destacar, é sobre a necessidade de realização de uma

análise em relação aos custos e despesas da organização, para que seja possível

manter um resultado operacional positivo sem queda, visto que, as receitas não

estão acompanhando a evolução das mesmas.

Diante da pesquisa realizada verificou-se que a Análise das demonstrações e

dos Indicadores econômicos - financeiros não se restringe somente aos investidores.

Dependendo da necessidade, os usuários da informação contábil, tais como:

fornecedores, clientes, intermediários financeiros, concorrentes, de uma empresa

utilizam essas informações para que possam também tomar decisões em relação a

empresa. Outro tipo de usuário é o governo em todas as suas esferas, onde

necessita de informações para direcionar suas ações fiscais e tributárias,

objetivando o cumprimento das legislações pertinentes.

A empresa analisada é reconhecida como uma multinacional, que explora o

mercado de cosméticos em vários países, dessa forma, diante do atual cenário do

mercado globalizado cada vez mais competitivo, a empresa Natura visa atender as

necessidades pelo qual demanda a sociedade contemporânea, visto que a mesma

procura apresentar suas Demonstrações Financeiras em Consonância com as

legislações vigentes.

Verificou-se também, mediante a pesquisa bibliográfica que para a aplicação

de recursos, faz-se necessário que os investidores e gestores de uma empresa,

tenham cautela quanto aos riscos que o mesmo pode oferecer em um determinado

segmento de mercado. Para tanto, os mesmos precisam obter informações

adequadas referente à formação do Patrimônio, saúde financeira e os demais

fatores que podem refletir para mais ou para menos no que diz respeito ao

desempenho operacional.

É cabível ressaltar que cada empresa possui peculiaridades próprias, e que

por meio das demonstrações, faz-se necessário coletar e organizar os dados

contidos nas mesmas de forma que os mesmos possam ser transformados em

índices, permitindo assim, a análise dos indicadores econômico-financeiros.

Portanto, verificou-se o quanto se faz importante a utilização das

demonstrações contábeis e a análise dos indicadores econômico-financeiros para a

tomada de decisões. O fato verificado no estudo de caso, referente a Empresa

Natura Cosméticos S.A, apresentou aos usuários da contabilidade, uma gestão

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61

eficiente e eficaz, dada as informações contidas nas suas demonstrações contábeis

dos exercícios de 2014, 2015 e 2016.

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