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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZONIA JERONIMO BOTELHO MALCHER JUNIOR MÁRIO RÔMULO COÊLHO COSTA O USO PEDAGÓGICO DOS APLICATIVOS DO BROFFICE NO ENSINO FUNDAMENTAL Marapanim-PA 2014

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZONIA

JERONIMO BOTELHO MALCHER JUNIOR MÁRIO RÔMULO COÊLHO COSTA

O USO PEDAGÓGICO DOS APLICATIVOS DO BROFFICE NO ENSINO

FUNDAMENTAL

Marapanim-PA 2014

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JERONIMO BOTELHO MALCHER JUNIOR MÁRIO RÔMULO COÊLHO COSTA

O USO PEDAGÓGICO DOS APLICATIVOS DO BROFFICE NO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do grau de Licenciado em Computação da Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA-PARFOR-MARAPANIM Orientador(a): Prof Me Allan Crasso de Sousa.

.

Marapanim 2014

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JERONIMO BOTELHO MALCHER JUNIOR MÁRIO RÔMULO COÊLHO COSTA

O USO PEDAGÓGICO DOS APLICATIVOS DO BROFFICE NO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do grau de Licenciado Pleno em Computação da Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA-PARFOR-MARAPANIM Orientador(a): Prof Me Allan Crasso de Sousa.

.

Data de aprovação: 01 /11 /2014 Banca Examinadora _______________________________________________ - Orientador Prof Allan Crasso de sousa M. Sc. em Universidade Federal Rural da Amazônia _______________________________________________ Prof Emerson Cordeiro Morais D. Sc. em Engenharia de Sistema e Computação Universidade Federal Rural da Amazônia _______________________________________________ Prof Raycleisson Moraes M. Sc. Universidade Federal Rural da Amazônia

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Dedicamos esta atividade ao nosso Deus todo poderoso, por fazer-se presente em nossas vidas em todos os momentos alegres e tristes, ensinando-nos a sermos resilientes em nosso cotidiano. Dedica-se esta atividade a todos os nossos “pequenos aprendizes,” que são impedidos de brincar na era digital, atividade que é importantíssima no seu processo de aprendizagem.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos em primeiro lugar a Deus, por dar-nos sabedoria, saúde, força,

ânimo, oportunidade e perseverança, elementos importantes para quem deseja

concluir uma graduação.

Agradecemos também aos nossos familiares que atenderam as nossas

ausências e nos apoiaram quando precisamos.

Ao Professor Allan Crasso de Sousa que nos incentivou, fazendo-nos

enxergar, o quanto somos capazes.

A Professora Odinéa Lopes da Silva que nos orientou de forma eficaz,

mostrando a todos, que as dificuldades podem ser superadas, depende apenas de

nossos esforços.

A todos os professores que colaboraram competentemente conosco ao longo

deste período de formação no Curso de Licenciatura em Computação, pois cada um

contribuiu para potencializar nossos saberes, através dos suportes teóricos e

práticos.

Agradecemos a todos os nossos amigos pelo apoio dado, em todos os

momentos de alegrias e tristezas, em especial aos amigos Marco Antonio Maciel das

Chagas e Fernanda Daniela Borges Carvalho pelo companheirismo e cumplicidade

vividas no decorrer do curso.

Agradecemos a todos, que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização deste momento tão significante em nossas vidas.

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Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam bons professores. Isso mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados com baixo prestigio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonado pelo seu trabalho. “Bons professores usam a inteligência lógica como deposito de informações, professores fascinantes usam-na como suporte de arte de pensar... Há um mundo a ser descoberto dentro de cada criança e de cada jovem, só não consegue descobri-lo quem está encarcerado dentro do seu próprio mundo.”

(Augusto Cury)

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RESUMO

O presente documento trata do estudo referente ao software livre e as suas implicações no setor governamental, empresarial e educacional. Faz-se uma abordagem do Sistema Operacional GNU/Linux, através do BrOffice.org por meio do bojo de softwares aplicativos que o mesmo agrega. As vantagens de migrar para o GNU/Linux são evidenciadas, para que nos diversos setores sociais a democratização digital possa acontecer e um, de muitos fatores, é a customização. Ao falar em inclusão digital, a atividade desenvolvida investiga, como os recursos tecnológicos estão adentrando todos os ambientes sociais e os impactos que elas causam na vida dos seres humanos, como ela permeia o cotidiano dos jovens estudantes no seio familiar, no âmbito escolar e a postura dos docentes com tais ferramentas tecnológicas. Para tanto, o interesse pelo tema “o uso pedagógico dos aplicativos do BrOffice como método facilitador no ensino fundamental” surgiu devido a percepção da ausência dos laboratórios de informática nas escolas do Município de Marapanim, o mau uso das tecnologias pelos jovens estudantes e a aversão por parte de muitos professores em usá-las de forma pedagógica. Observou-se que para se ter uma educação qualitativa e posteriormente quantitativa, muitos paradigmas precisam ser sanados. A análise dos dados revelou que, embora os estudantes fazerem a usabilidade das tecnologias de forma irresponsável em muitos momentos e sem direcionamentos por pais e professores, há de se compreender que elas fazem parte do seu cotidiano. Isto é, viu-se que as crianças são nativos digitais, enquanto que as famílias e muitos docentes são “forasteiros” no mundo digital. A necessidade da escola propiciar um ambiente interativo e dinâmico metodologicamente, por meio dos recursos que o computador dispõe, deve ser sanada e esta não pode mais ficar alheia aos impactos tecnológicos. Finalmente, conclui-se que o Sistema Operacional GNU/Linux adotado nas escolas através do pacote BrOffice.org e seus respectivos programas como o Writer, o Calc e o Impress são poderosas ferramentas que o mediador em sala de aula pode usufruir para ministrar aulas mais dinâmicas e significativas, como recomenda os autores Saviani e Gasparin na teoria da Pedagogia histórico-crítica.

Palavras-chave: Software Livre. GNU/Linux. Inclusão Digital. Escola. Pedagogia Histórico-Crítica.

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ABSTRACT

This paper deals with the study related to free software and its implications in government, business and education sector. It is an approach to the GNU / Linux Operating System, through BrOffice.org through the bulge of software applications that it brings. The advantages of migrating to GNU / Linux are highlighted, so that the various social sectors in digital democratization can happen and one of many factors is the customization. When speaking on digital inclusion, developed activity investigates how technological resources are entering all social environments and the impacts they have on the lives of human beings, as it permeates the daily lives of young students in the family, in schools and attitude of teachers with such technological tools. Thus, the interest in the topic "the pedagogical use of applications such as LibreOffice facilitator method in elementary school" arose from the perceived lack of computer labs in schools in the Municipality of Marapanim, misuse of technology by young students and aversion by many teachers use them in an educational manner. It was observed that in order to have a qualitative and quantitative further education, many paradigms must be remedied. Data analysis revealed that, although students make the usability of irresponsibly technologies many times and no direction for parents and teachers is to understand that they are part of your everyday life. That is, it was seen that children are digital natives, while many families and teachers are "strangers" in the digital world. The need of the school provide an interactive and dynamic environment methodologically, through the resources that the computer has, must be remedied and this can no longer remain oblivious to the technological impacts. Finally, it is concluded that the operating system GNU / Linux adopted in schools across the BrOffice.org package and their respective programs like Writer, Calc and Impress are powerful tools that the mediator in the classroom can use to teach more classes dynamic and meaningful, as recommended by the authors Gasparin Saviani and the theory of historical-critical pedagogy. Keywords: Free Software. GNU / Linux. Digital Inclusion. School. Historical-Critical Pedagogy.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1- Linus Torvalds, o criador do kernel Linux....................................................20

Figura 2- Richard Matthew Stallmam, o criador da Free Software Fundation (FSF)..21

Figura 3- Aplicativos do GNU e o Kernel Linux..........................................................22

Figura 4- A interface do BrOffice.org..........................................................................24

Figura 5-O Tripé da Inclusão Digital...........................................................................30

Figura 6- Percentual de laboratórios de informática nas escolas marapaniense.......45

Figura 7- Faixa etária dos entrevistados....................................................................51

Figura 8- Nível de escolaridade dos entrevistados....................................................52

Figura 9- O uso dos computadores em residências..................................................53

Figura 10- O auxílio dos computadores nas atividades.............................................54

Figura 11- Os recursos mais utilizados pelos entrevistados......................................55

Figura 12- Locais de acessibilidade dos computadores............................................56

Figura 13- Frequência de acessibilidade à internet...................................................57

Figura 14- Acessos na rede.......................................................................................58

Figura 15- Mídias mais utilizadas pelos entrevistados...............................................59

Figura 16- Laboratórios de informática e frequências de acessos.............................61

Figura 17- Avaliação dos laboratórios de informática.................................................62

Figura 18- Conhecimento dos entrevistados sobre jogos e softwares.......................62

Figura 19- Interface do aplicativo BrOffice.org Writer.................................................66

Figura 20- Interface do aplicativo BrOffice.org Calc...................................................67

Figura 21- Interface do aplicativo BrOffice.org Impress.............................................68

Figura 22- Aplicativos do BrOffice.org........................................................................69

Figura 23- Laboratório de informática da escola M. E. F. Padre Vale........................95

Figura 24- Laboratório de informática da escola M. E. F. Zarah Trindade.................95

Figura 25- Laboratório de informática da escola M. E. M. Remígio Fernandez.........96

Figura 26- Laboratório de informática da escola M. E. F. Sales neves......................96

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SUMARIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10

1.1 PROBLEMA ......................................................................................................... 10

1.2 OBJETIVO ........................................................................................................... 12

1.3 METODOLOGIA .................................................................................................. 12

1.4 ESTRUTURA ....................................................................................................... 15

2. AS IMPLICAÇÕES DO SOFTWARE LIVRE ...................................................... 17

2.1 SISTEMA OPERACIONAL LINUX ....................................................................... 19

2.2 CONHECENDO O BROFFICE ............................................................................ 23

2.3 O BROFFICE NAS EMPRESAS E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS .......................... 25

3. O BR OFFICE COMO FERRAMENTA PADAGÓGICA E INCLUSÃO DIGITAL 28

4. A UTILIZAÇÃO ATUAL DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS NAS ESCOLAS DE MARAPANIM ...................................................................................................... 33

4.1 O USO E MAU USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS PELOS DISCENTES 34

4.2 O USO E MAU USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS PELOS DOCENTES 39

4.3 A USABILIDADE DOS LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA EM MARAPANIM . 43

5. ANÁLISES DOS DADOS COLETADOS NA PESQUISA: AVALIANDO OS

RESULTADOS DA PESQUISA ................................................................................. 49

5.1 O PERFIL DOS ENTREVISTADOS..................................................................... 50

5.2 INTERPRETANDO OS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS ......................... 52

5.3 RESULTADOS ..................................................................................................... 63

6. METODOLOGIAS DE USO DO BROFFICE ....................................................... 65

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 71

APÊNDICE ............................................................................................................... 76

ANEXO ..................................................................................................................... 79

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1. INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMA

O Brasil é um dos países que contém um dos maiores índices de internautas

do mundo, porém possuem em sua maioria alguns operadores ainda leigos no que

diz respeito aos programas básicos, com exceção dos browsers de navegação da

Internet, ou seja, não dominam totalmente o recurso tecnológico. Sabe-se também

que o governo Federal está à medida do possível ampliando seu processo de

“Inclusão Digital”, desta forma devemos orientar nossos alunos acerca das novas

tecnologias que a escola dispõe, além disso, apostar na a Inclusão Digital é

proveitosa para aquisição de conhecimento. No entanto, é necessário que os

professores possam orientar seus alunos para que os trabalhos dos mesmos

possam ser aperfeiçoados cada vez mais, através de pesquisas on-line, digitação de

trabalhos escolares, etc. Como potencializar o uso dos aplicativos do BrOffice no

processo de ensino aprendizagem?

Sabe-se que nosso país sofre sérias desigualdades sociais, de modo que as

desigualdades determinam uma série de processos de exclusão. No presente

contexto em que vivemos, chamado “Sociedade da Informação e do conhecimento”,

é possível perceber que há brasileiros que ainda não têm acesso aos conteúdos

informativos, jornalísticos, educacionais, culturais e de entretenimento que integram

o mundo aberto pela Internet (Manual do Usuário do Programa GESAC, 2007, p.

12).

A cada dia que passa a informática vem adquirindo cada vez mais relevância

na vida das pessoas, sua utilização já é vista como instrumento de aprendizagem e

sua ação no meio social vêm aumentando de forma acelerada. Por meio dela

podemos desenvolver várias atividades diversificadas ao mesmo tempo, o que

facilita muito na formação dos educandos.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9.394/96) determina que:

Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na

vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e

pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas

manifestações culturais.

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§ 2º. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à

prática social.

Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios

de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a

arte e o saber.

Desta forma entende-se que as tecnologias vêm assumindo um papel

significativo no ambiente educacional auxiliando os alunos a uma melhor

assimilação e socialização de conteúdo apresentado por seus respectivos docentes

dentro das instituições escolares.

Segundo Costa 2009:

Atualmente as crianças recebem diariamente uma gama de informação por meio dos veículos de comunicação, como a Internet, TV e rádio, o aluno nem precisa ir à escola para buscar as informações, porém não conseguem filtrar as informações que são pertinentes para o seu desenvolvimento intelectual e social. (COSTA, 2009, p. 135).

Mediante a esta questão, observa-se que de fato, isso se torna realidade

presente no âmbito escolar e até fora dele, pois os discentes como outrora relatou-

se conseguem ter acesso aos recursos tecnológicos, principalmente o acesso da

internet onde quer que estejam, embora nem sempre com uma boa cobertura wi-fi.

Embora conseguindo livremente navegar pela mesma, seu uso consciente e

responsável acaba não acontecendo. Nota-se em algumas vezes, que o estudante

se torna dependente ou até mesmo "escravo" de tais tecnologias, como por exemplo

referente a usabilidade da internet desnorteando o aluno deixando-o a desejar em

suas tarefas dadas descumprindo suas obrigações, devido aos excessivos recursos

ou ferramentas atrativas existente na rede. Entretanto, temos clareza de que se trata

de pessoas com uma identidade mais crítica. Isto se dá, pelo fato de nossas

crianças já serem nativos digitais na sociedade do conhecimento vigente. Eles já

possuem habilidades quanto ao uso das TIC’s, uma vez que ficam deslumbrados

desde pequenos, ao se confrontarem com os recursos eletrônicos como os

videogames em alta definição, os brinquedos configurados em miniaturas de carros,

telefones, aviões sendo confeccionados o mais próximo do real e comandados por

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controles remotos e posteriormente, a acessibilidade aos smartphones, os tabletes,

as smart tv e outros recursos. Todavia, pode-se dizer que neste século, as crianças e

os jovens são os mais afetados aos impactos tecnológicos. No seio familiar as

dificuldades apresentam-se mediante terem que sair para desenvolver suas

atividades bem cedo como é o caso de moradores das comunidades de nosso

município, pois os pais não conseguem muitas vezes seguir acompanhando dos

seus respectivos filhos supervisionando-os eficazmente, causando assim

desperdícios temporais, referentes ao preenchimento dos horários voltados ao

estudo justamente pelo fato de todas as distrações que o computador e a internet

podem proporcionar e nas escolas este fato pode ser verídico se contarmos que a

relação entre o aluno/professor é prejudicada muitas vezes pelo distanciamento

entre os sujeitos citados ao uso de meios tecnológicos para apoiar o ensino. O maior

desafio dos docentes é ofertar aos discentes um direcionamento pedagógico

contextualizando seus momentos vitais na era digital com atividades estimulantes no

campo das áreas do conhecimento no processo de ensino aprendizagem.

1.2 OBJETIVO

1. Fornecer meios que mostrem como os alunos podem aumentar suas

habilidades em reconhecer-se como verdadeiros educandos com direitos de

potencializarem as suas competências no âmbito das instituições escolares, ao

estarem inseridos em novas metodologias no seu processo de ensino e

aprendizagem por meio dos aplicativos do BrOffice.

2. Possibilitar aos alunos, a obtenção de saberes através da interatividade por

meio das experiências, de estímulos e estratégias, bem como a utilização

responsável dos recursos tecnológicos para que torná-los seres humanos sócio

políticos e éticos como demanda o campo social e profissional.

1.3 METODOLOGIA

Inicialmente este documento será construído com bases bibliográficas, pois

foram realizadas inúmeras pesquisas referentes ao tema abordado, fundamentadas

por autores renomados na área educacional. Serão realizadas no início e na

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culminância deste documento observações no âmbito escolar municipal, buscando

de fato fundamentar os paradigmas emergentes no cenário educativo em Marapanim

relativo a usabilidade dos aplicativos do BrOffice disponíveis nas escolas no

processo de ensino e aprendizagem na aquisição de saberes, o papel dos discentes

e educadores ao estarem inseridos na era digital, ora descritas nesta monografia,

pois através desta acredita-se que a obtenção de pesquisas e coleta de dados com

entrevistas e questionários sucintos relativos ao tema são de extremas importâncias,

afim de que após a realização das análises dos dados obtidos possamos ter

subsídios informativos sobre as vantagens de explorar os recursos tecnológicos

mais simples aos sofisticados, comtemplando a agregação dos recursos que o

BrOffice dispõe na arte de auxiliar nas produções de atividades escolares e sua

contribuição no processo de ensino-aprendizagem, bem como o que foi ou o que

está sendo proporcionado aos alunos, e de que forma poderemos sensibilizar os

professores sobre a importância da ludicidade que os objetos eletrônicos mais

simples aos mais dinâmicos mencionados anteriormente proporcionam aos

discentes. A observação, registros e pesquisas referentes à usabilidade dos

aplicativos do BrOffice e sua contribuição para o desenvolvimento do aprendizado

dos alunos torna-se fundamental, isso se fundamenta pelo fato de possibilitar a

compreensão sobre os mesmos por parte de muitos professores, que ao propiciarem

a interatividade lúdica no âmbito de um laboratório por exemplo, naturalmente

fortalecem o desenvolvimento cognitivo garantindo por sua vez uma evolução

individual e coletiva, física, afetiva e psicomotora destes discentes. Sendo assim, a

partir deste contexto interativo e através das variadas fontes de pesquisas como

livros e sites sobre a temática abordada pautada pelos principais teóricos

educacionais, observa-se que o encaminhamento metodológico neste processo

constrói-se pelo professor cotidianamente observando sempre as características dos

educandos e de cada turma. Uma vez que, a aprendizagem lúdica e prazerosa

perpassa por desafios e conflitos cognitivos. As observações e registros referentes à

importância da usabilidade dos aplicativos disponível no BrOffice se fazem

necessária, pois tais recursos inseridos nesse pacote surgem como um meio eficaz

para que o professor possa realizar um bom trabalho pedagógico e fazer

sucessivamente suas análises e avaliações.

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Concorda-se com Cunha (1994, P. 114) ao referir-se que “os horizontes da

infância tem que ser bem vividos e seus territórios bem explorados se quisermos

assegurar as crianças oportunidades para desenvolverem amplamente seus

potenciais”.

Compartilha-se com a ideia da autora ao se referir em assegurar as crianças

a oportunidade para desenvolverem seus potenciais. Pois, acredita-se que desde a

educação infantil as crianças já devem ser inseridas aos recursos tecnológicos

através de uma educação lúdica. Contudo, há de se compreender que, para essa

ideologia se tornar realidade, as instituições escolares deveriam estar preparadas

fisicamente e com bons recursos humanos. Atualmente, o que se observa são

escolas deterioradas fisicamente, com profissionais sem muita formação curricular,

vale relatar que em sua maioria, tais educadores não dominam os saberes

referentes aos recursos tecnológicos. Logo nesta linha de pensamento, pode-se

afirmar que em nosso município os alunos experimentam sem direcionamento os

recursos tecnológicos primeiramente fora da escola e quando se deparam na escola

com estas ferramentas já é num período bem mais tardio.

Como pesquisa bibliográfica realizada, os procedimentos metodológicos

deram-se no seguinte formato ou etapas:

1ª Etapa: Coleta dos Materiais Bibliográficos;

Nesta etapa será realizado um levantamento de todas as bibliografias

necessárias para a construção deste documento. Assim, tais fontes contribuirão

como elementos necessários e essenciais. Logo, fontes como: livros, revistas,

jornais, artigos científicos, monografias, dissertações, teses e outros recursos

advindos da internet através de consultas em sites confiáveis como Google

Acadêmico, Google Scholar, Nova Escola, Google Books, serão úteis para tal

elaboração documental.

Uma boa pesquisa bibliográfica deixa-nos mais seguros para fundamentar o

que está sendo discutido, deixa-nos mais próximos dos problemas e seus contextos,

bem como com uma visão dimensional mais aflorada acerca de como propor os

meios voltados a sanar os problemas evidenciados.

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2ª Etapa: Análises dos recursos bibliográficos;

As análises serão realizadas de forma minuciosa. Isto é, através de leituras

de forma detalhada e cuidadosa, referentes ao material pesquisado. Deste modo,

acontecerá a seleção mais adequada ou conveniente dos trabalhos escritos, para se

fazer o fichamento de tal recurso pesquisado, afim de que a presente atividade

acadêmica disponha de subsídios teóricos, embasando-as as problemáticas

existentes e observadas pelos construtores da referida atividade documental.

Todavia trata-se de um momento importantíssimo, pois na construção do trabalho

escrito devem estar presentes as conexões perfeitas (início, meio e fim), numa

sequência lógica e contundente delineando cada vez mais o texto escrito.

3ª Etapa: Constituição do documento escrito;

Após a execução das etapas anteriores acima citadas, a configuração do

trabalho dar-se-á a atividade de confecção capitular da pesquisa. Será instituído

com parceria e intervenção de uma professor orientador. Ele, certamente terá um

papel fundamental, pois como mediador neste processo de aprender a aprender

norteará as atividades pedagógicas com muito zelo fazendo as devidas

considerações ou restrições na redação final do documento, deixando-o pronto para

a culminância deste projeto, que se dará através da conclusão de curso, a partir da

defesa do citado trabalho.

1.4 ESTRUTURA

Esta atividade acadêmica estrutura-se em seis capítulos principais no

seguinte formato:

No primeiro capítulo trata-se de estabelecer os propósitos iniciais que nos

motivou a desenvolver esta monografia, através da problemática evidenciada e

destacada no pré-projeto pelo grupo. No segundo, trata-se de destacar o software

livre e suas implicações no meio social. O Sistema Operacional GNU/Linux, bem

como um breve resumo de sua história, sua usabilidade como proposta

governamental nas instituições de ensino por ser um software livre e sua inserção no

âmbito empresarial e educacional. Na terceira parte capitular, destina-se a analisar

sucintamente o uso dos aplicativos do Sistema Operacional Linux como por

exemplo, o BrOffice, suas origens e um olhar holístico como ferramenta necessária

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na arte de produzir metodologias inovadoras no processo de ensino e

aprendizagem, bem como também fala-se dele no meio digital na qual estamos

inseridos. Na quarta parte deste trabalho, está voltado em fazer um paralelo das

temáticas abordadas anteriormente, buscando evidenciar as problemáticas

referentes ás praticas dos recursos tecnológicos nas escolas marapanienses. Trata-

se de verificar a forma de uso pelos educandos, qual a postura dos docentes com as

ferramentas tecnológicas em seu cotidiano e um olhar crítico aos laboratórios de

informáticas escolares no Município de Marapanim. O quinto capítulo, está voltado

às análises dos dados coletados na pesquisa com docentes de diferentes níveis e

faixa etária. Finalmente para concluir esta atividade, o sexto capítulo, aborda-se

simplesmente uma proposta metodológica de uso do BrOffice, por meio de seus

softwares aplicativos Writer, Calc e Impress, como estratégias voltadas ao processo

de ensino e aprendizagem nos laboratórios de informática nas escolas

marapanienses.

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2. AS IMPLICAÇÕES DO SOFTWARE LIVRE

Ao comentar sobre software livre fica bem claro que, as ideias referente a

ele teve início em meados dos anos 80. Sabe-se que neste período as imposições

legais vigentes davam pleno domínio aos softwares proprietários. Isto é, trata-se de

softwares com códigos fontes fechados. Assim, apresentava-se um paradigma a ser

minimizado, pois havia o anseio por programas de computador que não estivessem

atrelados às imposições legais, onde os cientistas e usuários pudessem ter acesso

para realizar implementações. Partindo dessa ideologia, pode-se compreender que

tais implementações por uma minoria social de indivíduos ou comércio não era

aceitável. Contrapondo assim o monopólio empresarial da época.

Os softwares livres por sua vez, compreendem-se como programas livres,

no qual podemos utilizar, fazer cópias ou até mesmo disponibilizar sua respectiva

distribuição, seja no seu formato original ou com modificações, gratuitamente ou

não. Isto é, a possibilidade de mudanças dar-se pelo código fonte alterado. Ao citar

o código fonte há que se entender que é uma linguagem estruturada em um

determinado software, onde se realiza as conversões através de fórmulas a fim de

que o computador através do seu processamento entenda-a.

A aquisição do código fonte permite que sejam executadas as adequações,

minimizar customizações, rever pontos negativos e reformulá-las num determinado

programa, como for cabível aos anseios pessoais ou profissionais. Segundo Falcão:

Note-se que em uma analogia explicativa, o código fonte funciona como o conjunto de instruções que permite o estudo e o entendimento do conjunto de instruções que constituem a essência de um software. Nesse sentido, seria como a receita de um bolo. Com o acesso à receita, é possível entender o conjunto de processos pelo qual o bolo foi feito. Sem a receita, é até possível entender esse mesmo processo, mas isto dependerá de uma série de experimentações de tentativa e erro, que podem ou não levar à replicação perfeita do resultado alcançado. (FALCÃO et. al, 2005, p.4)

Nesta ideia do autor a percepção mostrada é que, com a obtenção do código

fonte aberto torna mais fácil realizar as otimizações por qualquer pessoa com os

conhecimentos científicos acerca dos mesmos. Do contrário, as implementações se

tornam impossíveis de acontecer, pois deve-se entender que o código é a essência

de quaisquer softwares criado.

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Vale ressaltar que não se pode confundir software livre com software

gratuito. O software livre pode ser implementado pelos usuários em qualquer

momento dependendo das necessidades dos mesmos, através do seu código fonte.

O software grátis é livre de custos financeiros, mas sua reprodução e distribuição é

proibida, uma vez que se trata de um software proprietário. Há que se obter então

permissão do proprietário para usar, copiar ou redistribuir ou pagar para poder fazê-

lo. Logo conclui-se que, nem todo software livre é grátis, assim como nem todo

software gratuito seja livre.

Neste contexto destaca-se que os softwares livres são importantes em

alguns aspectos relativos a liberdade como: a liberdade de uso do Software Livre –

inexistência de restrições e limitações, a liberdade de alteração liberdade de

aperfeiçoamento e distribuição do software e liberdade para melhorar o software e

disseminação dessas melhorias. Para o estudioso Alencar 2007, p. 66, “O software

livre é uma real alternativa ao pagamento de licenças a essas grandes empresas”.

Isto é, refere-se a muitas empresas e instituições para a minimização de gastos e

melhoramento da segurança. O autor ainda aponta que esta é a razão filosófica em

cheque. Também insere-se neste bojo as razões técnicas, na qual a disponibilidade

do código fonte e a razão econômica, bastante discutida neste documento, pois

trata-se das relações de mercado e as implicações nas diversas instituições.

O Decreto de 29 de Outubro de 2003: Em seu artigo primeiro institui os

comitês técnicos e entre as ações a serem desenvolvidas determina a

implementação do Software Livre, como pode ser observado abaixo: “Art. 1º- Ficam

instituídos Comitês Técnicos, no âmbito do Comitê Executivo do Governo Eletrônico,

criado pelo Decreto de l8 de outubro de 2000, com a finalidade de coordenar e

articular o planejamento e a implementação de projetos e ações nas respectivas

áreas de competência, com as seguintes denominações:

I - Implementação do Software Livre” [...]

Instrução Normativa nº 04 – 19 de maio de 2009: A mesma dispõe sobre o

processo de contratação de serviços de Tecnologia da Informação pela

Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional regulamentando,

dentre outros aspectos, a possibilidade de buscar soluções livres. “Art. 10. A Análise

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de Viabilidade da Contratação, observado o disposto nos arts. 11 e 12 desta

instrução normativa compreendem as seguintes tarefas:

[...]; III - especificação dos requisitos, a partir de levantamento de:

capacidade e alternativas do mercado, inclusive a existência de software livre ou

software público;” Os documentos acima citados podem ser consultados na íntegra

nos anexos 1 e 2 neste documento.

2.1 SISTEMA OPERACIONAL LINUX

Todo computador precisa de um sistema operacional para desempenhar seu

pleno funcionamento. O sistema operacional é responsável por controlar a utilização

dos recursos fornecidos pela máquina, como processador, memória e discos. Este

software representa um conjunto de milhares ou até de milhões de instruções

programáticas, que tem a função de operar, acionar, gerenciar e fazer funcionar as

partes essenciais de um computador como por exemplo: o teclado, o mouse, a

memória, o monitor, os acionadores de disco, os sistemas de comunicação, os

sistemas de arquivamento e demais periféricos presentes no mesmo recurso

tecnológico. Logo, convém relatar neste documento que a harmonia entre as partes

de softwares e as partes de hardwares é dada quando se tem um bom sistema

operacional por perto. Logo entendemos que todo sistema operacional possui em

sua totalidade todos os comandos básicos que os aplicativos vão executar, em vez

de ter todas estas funções reescritas para cada aplicativo. Exemplo: para imprimir

um arquivo, os processadores de texto mandam o arquivo para o programa

"imprimir" do sistema operacional.

Uma consideração importante observada ao desenvolver esta atividade

acadêmica é o fato de que o Linux é apenas um kernel. Ele foi criado por Linus

Torvalds no ano de 1991. Torvalds era aluno de ciência da computação da

Universidade de Helsinki na Finlândia. Especialista no sistema operacional Unix,

tinha anseios em instituir um sistema operacional para seu computador pessoal 386,

no qual fosse equiparado ao Unix. Porém, o mesmo notou problemas ao verificar

que construir um sistema operacional desse porte seria uma tarefa impossível de ser

efetuada a partir de software com o código-fonte fechado. Foi então que ele atraiu

uma grande responsabilidade para si, prontificando-se a instituir um sistema

operacional de código-aberto que fosse aperfeiçoado por livre e espontânea vontade

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por outros indivíduos no que tange ao seu aperfeiçoamento, as correções de

defeitos e erros mínimos.

Figura 1 ─ Linus Torvalds, o criador do Kernel Linux Fonte: http://www.techtudo.com.br/

Observou-se que seus aplicativos inicialmente utilizados foram de fato

criados na universidade. Contudo cabe administrar o projeto a organização Free

Software Fundation (FSF). Traduzindo a sigla empresarial para o nosso idioma

estamos nos referindo a Fundação para o Software Livre. Uma organização sem fins

lucrativos. Ela teve sua fundação no período de 1985 por Richard Stallman. Tem em

sua essência objetivos de proteger juridicamente os desenvolvedores de softwares

gratuitos, a partir da General Public License, contra a apropriação e a pirataria por

empresas de grande porte. A General Public License (GPL) garante que os

softwares possam ser utilizados ou compartilhados gratuitamente, com a autorização

de seus criadores, de forma livre por qualquer pessoa. O conhecimento de sua

produção está sendo compartilhado de forma solidária, por empresas, gestores,

milhões de usuários, hackers e inúmeras comunidades de cientistas.

Para Stallman, o software livre nos proporciona a liberdade para executar um

programa, seja para qual for o desejo disposto podendo realizarmos as modificações

e adaptações a partir do seu código fonte e posteriormente fazer distribuições das

versões executadas para que uma comunidade possa se beneficiar.

Mas os aplicativos utilizados, desde o começo, foram feitos pela FSF para o

projeto GNU. Assim sendo, o nome correto do sistema operacional é GNU/Linux.

Erroneamente, ou por falta de conhecimento ou por comodismo, as pessoas tendem

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a se referir o termo Linux para referenciar algo bem mais dimensional do que o Linux

realmente é. Mas que fique bem claro: Linux é somente o kernel (coração) do

sistema operacional propriamente dito.

Figura 2 ─ Richard Matthew Stallman o criador da Free Software Fundation (FSF) Fonte: https://www.google.com.br

Em nossos computadores podemos instalar o Sistema Operacional

GNU/Linux num formato particionado, isso significa que podemos ter a opção de

instalá-lo, ao mesmo tempo aos sistema operacional que vêm instalados em nossos

máquinas no momento da compra. Ele por sua vez possui muitas vantagens como

preço, sendo customizado somente a distribuição e não os softwares, a estabilidade

que neste caso faz com que seja evitável travamentos, uma interface gráfica permite

que o operador manipule facilmente deixando-o caracterizado, vários aplicativos

estão dispostos voltados a navegação, as mídias audiovisuais, não sendo vulnerável

a vírus. Contudo, muitas mudanças ainda estão sendo realizadas visando sanar

alguns pontos negativos como: instalação e configuração que ainda demora a ser

feito, a falta de padronização relativo as inúmeras distribuições, a questão de

remoção de aplicativos, a falta de aplicativos específicos são exemplos de

melhoramentos a serem feitos, mas como ele é de fácil acesso rapidamente estarão

no mercado cada vez melhorados.

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Figura 3 ─ A junção dos aplicativos do GNU e o kernel LINUX originando o S.O GNU/LINUX Fonte: https://www.google.com.br

Atualmente algumas de suas principais distribuições podem ser

evidenciadas como por exemplo o Debian, o Red Hat, o Slackware, o Suse, o

Ubuntu e o Linux Educacional. O Debian, cujo projeto foi instituído em 1993 por Lan

Murdo, sendo que sua produção foi realizada por aproximadamente mil

desenvolvedores e com 25000 pacotes disponíveis, obtendo assim grande utilidade

em empresas como: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA, A

Eletronorte S/A e o próprio Exército Brasileiro. Muitas marcas empresariais famosas

dispõe da usabilidade do Linux como: Google, Nokia, IBM, Motorola, NASA, Hp,

empresas cinematográficas e as repartições de ensino gradativamente dizendo.

Todavia, concluímos este capítulo ressaltando que as vantagens de se

operar o Linux são muito eficazes, pois o custo com licenças de software é

inexistente. Além disso, ele pode ser executado em computadores com o mínimo de

configurações referentes a performance dos softwares originariamente do mesmo.

Isto é, sem ser necessariamente um computador com uma memória RAM ou

memória em HD muito ampla em Giga bytes, vale lembrar que o Linux roda até em

computadores obsoletos. A segurança no que tange a privacidade, a quebra de

monopólio por fornecedores, a livre oportunidade de escolha e um aliado contra a

ação de pirateamento são fatores de suma importância na aquisição deste software

operacional.

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2.2 CONHECENDO O BROFFICE

Anteriormente relatou-se que os sistemas operacionais foram desenvolvidos

de forma privada e dificultando assim um estudo mais amplo afim de corrigir erros e

tornando-o mais eficaz. Nesta linha de pensamento comenta-se que estes sistemas

gerenciavam seus pacotes de aplicativos sucessivamente, o que fazia com que

somente algumas empresas de grande porte pudessem usufruir de uma tecnologia

em seu âmbito. Vale relatar também que nas escolas brasileiras esta realidade era

utopia apenas.

Sabe-se que a Microsoft detinha o destaque tratando-se de SO, logo o

pacote escritório inserido em tal sistema era o Open Office que possuía uma

coletânea de programas necessários para desenvolvimento de tarefas do cotidiano

como: Word (editor de texto), Excel (planilhas), Power Point (apresentação por

slides) e, entre outros, Access (banco de dados). São programas do tipo shareware,

ou seja, exigem uma licença para seu uso. É uma suíte de aplicativos para escritório

livres multiplataforma. Isto é, sua distribuição abrange sistemas como: a Microsoft

Windows, Unix, Solaris, Linux e Mac OS X.

Segundo os estudos realizados, acerca dos sistemas operacionais

existentes, nota-se que o OpenOffice.org é baseado em uma antiga versão do Star

Office, o Star Office 5.1, adquirido pela Sun Microsystems em Agosto de 1999. O

código fonte da suíte foi disponível dando início a um projeto de desenvolvimento de

um software de código aberto em 13 de outubro de 2000, o OpenOffice.org. O

principal objetivo era fornecer uma alternativa de baixo custo, de alta qualidade e de

código aberto a fim de que, justamente os usuários pudessem estuda-lo e aprimorá-

los cada vez mais. Sua usabilidade cresceu amplamente em nosso país, uma vez

que é uma proposta do governo brasileiro sua inserção por órgãos do mesmo,

principalmente nas instituições de ensino e em empresas de economia mista, como

o Banco do Brasil e outras empresas citadas anteriormente neste documento.

O projeto e o software são referenciados geralmente como "OpenOffice"

mas, devido a um disputa de marca registada, a Sun foi obrigada a modificar a

nomenclatura passando a se chamar "OpenOffice.org". No Brasil, até mesmo o

nome OpenOffice.org causou problemas por semelhança com o nome "OpenOffice",

já anteriormente registrado pela BWS Informática. Por isso, a versão em português

do Brasil é distribuída oficialmente com o nome de BrOffice.org.

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A mudança do nome surgiu em função de um processo movido pela BWS

Informática, uma microempresa de comércio de equipamentos e prestação de

serviços de informática do Rio de Janeiro que anteriormente já havia registrado a

marca "OpenOffice", sob a alegação de que o nome "OpenOffice.org", mesmo não

sendo exatamente igual, poderia causar confusão aos usuários. Desta maneira, o

pacote OpenOffice.org não é mais distribuído oficialmente no português do Brasil,

sendo em seu lugar disponibilizado o BrOffice.org. Para tanto, foi criada uma ONG,

sendo seu primeiro Presidente, Claudio Ferreira Filho. Já a partir da versão 2.1.0 foi

adotado o novo nome "BrOffice.org" em detrimento do anterior "OpenOffice.org".

Pode ser feito um download para se testar no Windows. No Linux, já vem instalado

em várias distribuições, sendo disponibilizado no repositório da maioria das outras,

ou por pacotes na página do próprio BrOffice.org

Figura 4 ─ Interface do BrOffice.org

Fonte: https://www.google.com.br

Portanto, apesar de todo contexto histórico referentes as mudanças de

nomenclatura e implementações do pacote de programas, observa-se que sua

estrutura é semelhante ao Office que roda no Windows. A diferença está apenas no

nome como: O Writer (editor de texto), O Calc (planilhas), O Impress (apresentação

por slides), o Draw para ilustrações em 3D, o Math, editor de fórmulas matemáticas

e O Base (banco de dados). São programas do tipo Open Source. Traduzindo para

nossa linguagem materna, software livre ou código fonte aberto. Destaca-se por ter

seu código fonte aberto (linhas de comando, ou seja, como é feito o programa

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disponível a todos que desejam). Não é necessário registro e pode ser baixado

gratuitamente.

2.3 O BROFFICE NAS EMPRESAS E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

Na sociedade vigente o computador é um instrumento importantíssimo para

efetuarmos atividades simples as mais complexas no dia a dia. Dependemos dele de

forma direta e indireta nas nossas atividades diárias. É possível realizarmos

transações bancárias pela internet, acessar e-mail, relacionarmo-nos pelas redes

sócias virtuais com pessoas local e globalmente falando, realizamos compras,

assistimos vídeos e acessamos os livros através de bibliotecas digitais no formato

on-line, confeccionamos textos digitais e outras atividades afim. Acreditamos que por

estes motivos, obtemos uma relação de dependência com o computador. Deste

modo, fica cada vez mais difícil imaginar as nossas vidas sem o usufruto deles. A

demanda de diversificados tipos de softwares para nos ajudar na arte de executar as

tarefas se tornam úteis. Logo precisamos sempre estar em plena inserção aos mais

eficazes sistemas operacionais, navegadores para internet, bem como os aplicativos

para criamos vários gêneros textuais, planilhas voltados aos cálculos, apresentações

de trabalhos etc.

Segundo Costa 2007:

Hoje, um sem número de empresas e órgãos administrativos governamentais têm adotado softwares Open Source como plataforma operacional, por diversas razões, dentre as quais podemos citar: a diminuição de custos por licenças, a qualidade dos softwares, além de sua velocidade de atualização. Da mesma maneira que cuidar do meio ambiente melhora a imagem de uma empresa junto ao seu público consumidor, a utilização de software licenciados, sob a bandeira “Open Source”, faz com que ela ganhe mercado da mesma forma, não associando sua marca com o uso de softwares “piratas”, ou sem licenciamento adequado. (COSTA 2007, p. 02)

Nesta visão do autor, através de sua obra, fica cada vez mais marcante a

ideia de que na atualidade deve-se procurar meios eficazes de desenvolvermo-nos

como seres humanos no meio em que estamos inseridos, a partir das melhorias nos

recursos tecnológicos presentes e que fazem parte de cada um de nós, seja no

trabalho profissional como no campo educacional. Logo, o BrOffice pode ser

utilizado por usuários comuns ou por empresas sem nenhuma dificuldade. Porém,

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sabe-se que toda metodologia nova colocada em foco, sofre certo tipo de rejeição ou

no caso de muitos aversão, na ação de usar. Assim comenta-se que, em todos os

setores sociais ao se tratar de tecnologias de um sistema operacional dado, existe

muita gente com pensamento negativo ao software livre, acham que não funciona ou

que é péssimo. Porém, contradizendo este achismo, vimos que nos último anos um

crescimento relativo ao uso dos mesmos ocorre. Segundo especialistas, isto se dá,

devido suas fáceis e constantes implementações no que tange a resolução de

problemas.

Atualmente muitas marcas empresariais já adotam o GNU/Linux/BrOffice

como padrão nos seus setores profissionais. Podemos por exemplo citar: As

Agências do Banco do Brasil, as Lojas Renner, as Casas Bahia, as Editoras Atlas,

as Multinacionais: Toyota e Habib’s como também outras marcas de auto porte

outrora citadas neste documento. Dentre os órgãos que estão recebendo melhorias

com a implementação do software livre estão a Presidência da República, Receita

Federal, Ministério da Fazenda, Ministério da Justiça, Ministério das Cidades,

Ministério do Planejamento e Ministério do Desenvolvimento.

Numa visão mais holística relativo as tecnologias percebemos claramente o

episódio referente a espionagem americana relatada pelo ex-consultor da agência

nacional de segurança americana(NSA), Edward Snowden. Ele divulgou que os

americanos espionaram dados e comunicações de autoridades e cidadãos de

diversos países. Destaca-se o fato ocorrido simplesmente em sabermos que a

maioria dos sistemas operacionais tem suas respectivas instituições vinculadas a

sede americana. Convenhamos que estes são pioneiros em tecnologias, uma vez

que segundo o relato dado por Snowden, mostrou que os americanos investem em

grandes empresas de tecnologia e telecomunicações para monitorar as atividades

dos norte-americanos e também de diversas pessoas ao redor do mundo. Logo fica

claro que as leis americanas abrem margem para que isso aconteça e assim as

Informações dos usuários acabam sendo filtradas por meio dos campos de busca

armazenadas em grandes bancos de dados como Google, Microsoft, Apple e Face

book.

Diante deste fato real, fica mais claro perceber como estamos ligados aos

recursos tecnológicos e faz com que compreendamos seus pontos positivos ou

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negativos em nossas vidas. O seu efeito é amplo e não temos como retroceder

neste campo. A tendência é que o software livre, como as distribuições do Linux e

os pacotes LibreOffice ou OpenOffice, sejam adotados cada vez mais em órgãos

públicos e por usuários comuns, melhorando a segurança das informações, a

medida também possibilitaria uma economia grande para os cofres públicos, já que

estes programas não requerem o pagamento de licenças, como é o caso dos

equipamentos da Microsoft, que por leis internas acabam cedendo espaço para que

os cidadãos sejam monitorados virtualmente como retratou-se o caso dos Estados

Unidos anteriormente no início deste capítulo. Possivelmente, se tratando de

sistemas operacionais, pode-se dizer que nenhum é seguro em sua totalidade, mas

se tratando de softwares de códigos fontes abertos, retardaria uma espionagem,

devido as implementações realizadas periodicamente por nossos próprios

profissionais brasileiros de confiança nesta área computacional, sem falar que estes

softwares ficariam livres de leis específicas, livre de vírus e se o usuário assim

desejar, haverá a possibilidade de adequação do programa conforme as suas

necessidades de utilização cotidiana e ainda podendo fazer o compartilhamento, as

modificações e aprimoramento na internet, a fim de alcançar um patamar maior de

otimização.

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3. O BR OFFICE COMO FERRAMENTA PADAGÓGICA E INCLUSÃO DIGITAL

A educação vigente no Município de Marapanim-Pará busca uma educação

de qualidade relativo ao trabalho pedagógico em sala de aula referente no que tange

o ensino e aprendizagem no ensino fundamental e percebendo a grande importância

e necessidade de uma ferramenta pedagógica nesse âmbito educacional, nos

causou inquietações e levou-nos a motivação para construir esta pesquisa

bibliográfica e investigativa, a fim de sensibilizar e mostrar aos educadores e os

demais profissionais do Município de Marapanim para a grandiosa importância da

tecnologia como mola propulsora de aprendizagem lúdica, prazerosa e cooperativa,

que visa estimular a interação e a criatividade.

Como afirma Bonilla (2001), “inclusão significa que aquele que está incluído

é capaz de participar, questionar, produzir, decidir, transformar, é parte integrante da

dinâmica social, em todas as suas instâncias”. Nesta concepção do autor, pode-se

entender que para atender aos padrões de inclusão digital, torna-se preciso que a

sociedade do conhecimento deva obter a cada dia, conhecimentos necessários para

utiliza-lo competentemente de forma consciente e natural. Desta forma, os indivíduos

que vivem neste contexto social devem procurar nortear-se buscando os meios de

se incluir na era digital, seja em formações em informática, mas fundamentalmente

começando pela instrução escolar refletindo que as tecnologias estão em toda parte

para se tornar parte do nosso dia a dia. É necessário fazer estes comentários pelo

fato de existir em pleno século vigente pessoas analfabetas funcionais, por

conseguinte estes indivíduos poderão estar excluídos neste processo digital. Não

adianta somente obter um recurso se não tiver potencializado as habilidades mentais

voltadas a reflexão da usabilidade destes.

Segundo Valente (1993):

“Os computadores estão propiciando uma verdadeira revolução no processo de ensino-aprendizagem”. Esta é a realidade, pois a presença do computador está cada vez mais ativa em nossas vidas inclusive na educação. A maior contribuição do computador como meio educacional advém do fato de seu uso ter provocado o questionamento dos métodos e processos de ensino utilizados”. (1993 p. 25)

Fica notável nas palavras do autor, que a Informática faz parte da vida dos

indivíduos em geral, pois a usabilidade se dá para o entretenimento, quanto para o

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exercício profissional. As últimas estatísticas do uso de computadores no Brasil

retrata uma realidade relativo ao crescimento vigoroso do seu uso. Dessa forma, o

computador começa a universalizar-se adentrando em todas as camadas da

sociedade brasileira e, assim, o processo educativo não pode se manter alheio a

esse movimento. Os docentes neste contexto, devem assumir uma postura

diferenciada, no que diz respeito as atitudes pedagógicas, com o simples intuito de

ser aquele que auxilia na construção de conhecimento, isto é, contribuir para que os

alunos a apropriarem-se dos seus conhecimentos, onde os mesmos possam exercer

sua autonomia e criticidade, conduzindo as suas próprias explorações,

sensibilizando-os como seres valorosos em sociedade porque isto dá-lhes poder e

motiva-os.

Segundo Pierre Levy (1993):

“O cúmulo da cegueira é atingido quando antigas técnicas são declaradas culturais e impregnadas de valores, enquanto que as novas são denunciadas como bárbaras e contrárias à vida. Alguém que condena a informática não pensaria nunca em criticar a impressão e menos ainda a escrita. Isto porque a impressão e a escrita (que são técnicas!) o constituem em demasia para que ele pense em apontá-las como estrangeiras.” (LÉVY, 1993, p.15)

Hoje em plena era digital vivenciamos muitos educadores tradicionais que

não dão importância aos recursos que a informática dispõe na educação das nossos

discentes principalmente nas series iniciais do ensino fundamental, se fortalece esta

ideia por defendermos que desde cedo os recursos tecnológicos devem inserir-se no

processo educativo dos pequenos. Todavia, já ouve-se muitos rumores por outros

educadores que de fato tais recursos são importantíssimos. Sabe-se que as crianças

da atualidade estão vivendo seus momentos em seu mundo e nele a informática

está presente sempre. Se para nós, mesmo que inconscientemente, se torna

dificílimo estar sem as tecnologias, pensamos então como as crianças e os jovens

se veem sem os atrativos delas em seu cotidiano familiar e educacional.

As Tecnologias adentraram nas instituições de ensino devido a sua

importância atribuída. Na verdade entende-se que tal importância dar-se-á, por elas

agregarem em seu bojo alguns princípios como: as razões sociais, na qual os

envolvidos devem ser preparados para agir numa sociedade movida pelas

tecnologias, as razões vocacionais, onde os indivíduos devem ser potencialmente

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capacitado profissionalmente (dominarem as tecnologias) para vencerem nessa

mesma sociedade tecnológica, as razões pedagógicas, por meio da possibilidade de

melhoria dos processos de ensino-aprendizagem e as razões catalisadoras, voltadas

a utilização do computador como fonte aceleradora para outras inovações

educativas, centrada nos processos de ensino-aprendizagem, valorizando a

cooperação, a resolução e reflexão dos problemas e até mesmo a quebra de muitos

paradigmas emergentes.

No entanto, apenas favorecer a apropriação de TICs não garante que as

pessoas estão fazendo parte de um processo de Inclusão Digital. Neste sentido,

deve-se ter a clareza que é necessário a preparação para usar os recursos digitais

presentes de forma indutiva pelos indivíduos. Nessa busca pela democracia digital

três fatores são preponderantes que são: TICs, renda e educação. A Figura 05

mostra a relação entre as TICs, Renda e Educação, a Inclusão Digital e a inclusão

social:

Figura 5 ─ O Tripé da Inclusão Digital

Observando a ilustração acima, nota-se que para ter-se uma inclusão social,

torna-se apenas a renda e a educação fundamentais, enquanto que para a Inclusão

Digital, faz-se necessária também a existência das TICs. Além disso, verifica-se um

ciclo existente entre a inclusão social e a Inclusão Digital, onde conclui-se que uma

influencia de forma direta para a existência da outra.

INCLUSÃO

DIGTIAL

TIC’s

INCLUSÃO

SOCIAL

RENDA

EDUCAÇÃO

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Ao falar em quebra de paradigma e inclusão digital, observou-se que nas

instituições escolares marapanienses a usabilidade dos computadores faz-se

principalmente pelos profissionais nas secretarias para fins como atividades voltadas

à contabilidade, ao números de turmas e a própria cartografia escolar. Mas voltado

ao processo de ensino-aprendizagem adequadamente falando, esta prática ainda é

pouco exercitada. Todavia, sabe-se que aos alunos, o envolvimento com os recursos

digitais dar-lhes mais controle, confiança e poder no que estão a fazer,

principalmente em atividades dirigidas pelo mediador neste processo.

A todo o momento estamos diante de atividades que levam à aquisição da

aprendizagem como: a leitura e a escrita, mas aquelas que estimula a agilidade, o

comando, a tentativa e o erro ou o ato de experimentar. Para os discentes, diante

das atividades que realizam no computador desenvolvem suas habilidades

emocionais, intelectuais, psicomotoras e além de potencializar seu poder de

interatividade. Cabe ao professor motivá-lo e promover meios para que ele se

interesse e busque a resolução de seus impasses e suas dúvidas, favorecendo o

fortalecimento cognitivo na arte de pensar, elaborar e agir.

Educar para a era da informação ou para a sociedade do conhecimento é um

grande desafio que permeia-se pelos fins didáticos, dos métodos de ensino, dos

conteúdos curriculares, buscando caminhos mais adequados e significativos ao

contexto histórico em que estamos vivendo, implicando é claro o repensar da escola,

dos processos de ensino-aprendizagem e o redimensionamento do papel que o

professor deverá desempenhar na formação do futuro cidadão.

Ao falar em educação na era digital, nota-se que ela é muito ampla. Pois

como observou-se anteriormente, ela perpassa por quebras de muitos paradigmas

emergentes e que nos causam inquietações contínuas. Dentro das escolas, através

dos recursos tecnológicos, há uma melhor e mais favorável possibilidade de inclusão

digital dos indivíduos menos favorecidos socialmente. Contudo, que fique bem claro

que, não se pode ter e manter os computadores inseridos nos poucos laboratórios

escolares com Sistemas Operacionais com código fontes fechados, bem como seus

respectivos pacotes de aplicativos. Assim, comentou-se que o aplicativo BrOffice.org

é um projeto brasileiro desenvolvido por uma ONG, de interesse público, situada na

cidade do Rio de Janeiro e que mantem uma comunidade na internet com a

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finalidade de agregar colaboradores para a melhoria contínua do principal software

de escritório concorrente do pacote Microsoft Office no Brasil. Ele é um programa de

computador, sem licença comercial (desenvolvido sob os termos da licença LGPL) e

que possui um processo de desenvolvimento totalmente aberto, com o código fonte

disponível para download e melhorias. O suporte ao usuário é mediado por uma

comunidade de voluntários disponível na web, que tentam resolver as mazelas no

aplicativo com rapidez e agilidade. Nele todos os componentes como: o Calc, o

Writer, o Impress, o Draw, o Math e o seu banco de dados, o Base possuem a

mesma aparência e comportamento, facilitado a sua manipulação por parte de seus

usuários. Logo para atender aos processos de inclusão digital, o governo realiza

investimentos voltados a informatizar as escolas com projetos voltados a compra de

softwares livres. Ele atualmente possui um importante papel na inclusão digital dos

indivíduos socialmente menos favorecidos devido a sua eficácia e presença nos

diversos núcleos de inclusão digital, escolas e PC domésticos em todo o país.

Neste contexto, holisticamente dizendo, uma verdadeira inclusão digital deve

ser presente na vida dos educandos, pois se estes já manipulam objetos eletrônicos

extra espaço escolar, por que não contextualizar os recursos as suas atividades

escolares de forma significativas?

O BrOffice é uma excelente ferramenta aliada nas atividades escolares. Pois

anteriormente falou-se que os discentes estimulam suas competências e habilidades

através de atividades práticas desafiadoras através do computador como

mecanismo auxiliador para que isto aconteça. O BrOffice, por sua vez, trabalhado

desde cedo pelos alunos seja na escola ou fora dela permitirá que futuramente os

jovens estejam familiarizados com este pacote de aplicativos. Todavia, foi falado na

importância de acesso as novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)

neste mundo globalizado, onde o domínio sobre certos saberes ou o

desenvolvimento de determinadas habilidades pode significar a inserção ou a

permanência no mundo de trabalho. A inclusão digital está diretamente ligada à vida

contemporânea. Quem não sabe operar um computador está a margem de uma

sociedade em vias de se informatizar por completo em poucos anos.

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4. A UTILIZAÇÃO ATUAL DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS NAS ESCOLAS DE

MARAPANIM

No capítulo anterior, comentou-se sobre a exclusão digital na vida de muitos

brasileiros neste século corrente. Numa visão mais ampliada, é inconcebível, nos

dias atuais, imaginar a formação inicial dos nossos discentes, seja na rede

particular, seja na rede pública de ensino, sem uma verdadeira capacitação que vise

a manipulação das tecnologias que estão presentes nas respectivas instituições de

ensino. Pois, estas habilidades em manuseá-las são exigências na área familiar,

educacional e no mundo profissional. A educação marapaniense passa por

mudanças, buscando melhorar seu processo de ensino-aprendizagem, mas sabe-se

que muitos paradigmas precisam ser quebrados quando se trata de habilitar seus

alunos de rede pública municipal aos novos conhecimentos da informática, bem

como a preparação para um mundo cada vez mais diferente a cada momento.

Atualmente, nas escolas públicas não podemos negar que os índices de

repetência e evasão acontecem rotineiramente e não cabe a nós acharmos culpados

para tais fatos correntes. Pois sabemos que trata-se de um esforço conjunto entre as

esferas familiares, escolares e governamentais.

A educação nesse contexto é o fruto dos nossos esforços e empenhos, onde

todos devem ter clareza do seu papel. Isto é, compreender que o ato de educar não

recai somente a um segmento, mas sim, por um conjunto deles. É ter a clara

percepção dimensional de que ninguém é dono do saber, e que ninguém se educa

sozinho como afirma Paulo Freire, mas sim, todos num ambiente interativo e afetivo

ensinam e aprendem. Fica cada vez mais claro que, a educação é o esforço

conjunto entre as famílias, sociedade e estado. As famílias buscam a socialização e

os meios para que seus membros obtenham o acesso aos bens culturais e as

ofertas que a sociedade dispõe a estes. A sociedade por sua vez, espera que ocorra

construções de valores através dos meios de comunicações, ou seja, espaços dos

saberes. Por sua vez, o estado tem sua incumbência neste processo, pois este

devem demandar concretas possibilidades para o ingresso de todos na educação e

sua permanência na mesma, a fim de alcançarem um patamar adequado ao

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contexto no processo de ensino-aprendizagem como tange a constituição brasileira

em vigor.

Portanto, referentes à educação, fica aqui a evidência, que o papel da

educação na sociedade do conhecimento ou da informação é explorar e

desenvolver novas formas metodológicas para que os nossos crianças e jovens

possam encontrar na escola um verdadeiro âmbito de aprendizagem em todos os

ciclos em seu processo estudantil e vital.

4.1 O USO E MAU USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS PELOS DISCENTES

A usabilidade das tecnologias no âmbito escolar contribui significativamente

para as mudanças de paradigmas, sobretudo, para o aumento da motivação em

aprender, pois as ferramentas computacionais exercem um fascínio em nossos

alunos funcionando assim como um dos meios facilitadores para evitar evasão

escolar.

Por outro lado, o Município de Marapanim não é diferente de outros

municípios adjacentes a ele, na Região Norte. Trata-se de uma região pobre e

escassa em recursos financeiros, com uma educação razoavelmente boa em nossa

sucinta e humilde observação, pois possui muitos paradigmas emergentes a serem

superados como: evasão escolar, baixo IDEBE, profissionais mal formados, prédios

com estruturas físicas inadequadas e mal equipadas tecnologicamente por meio de

laboratórios, bem como gestores mais competentes com um olhar mais atencioso

aos processos educativos e outros.

Neste contexto municipal, leva-nos a percepção de que as transformações

sociais dependem de uma educação qualitativa e posteriormente quantitativa.

Assim, nossa sociedade do conhecimento é uma “sociedade aprendente”, visto que

a obtenção dos saberes passou a ser destaque para a produção de riquezas e

melhoramento da qualidade de vida para os seres humanos exigindo assim,

ramificações significativas nos modelos educacionais vigentes. Todavia, ainda

percebem-se práticas pedagógicas que não satisfazem o perfil do atual contexto

contemporâneo. A sociedade em foco necessita de um olhar diferenciado, mas para

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que isto de fato aconteça, vai ser preciso que haja um desprendimento de velhos

conceitos, paradigmas e práticas pedagógicas tradicionais.

Segundo Ana Cristina Gipiela Pienta apud Veiga 2007:

[...] têm surgido cada vez cada vez mais críticas ao paradigma clássico e, junto, a possibilidade de outros paradigmas que ainda estão se construindo. São chamados paradigmas emergentes, que abrem o caminho para a transdisciplinaridade que se opõe ao característico isolamento disciplinar do paradigma clássico. Pienta apud Veiga (2007, p. 60).

Neste sentido, ainda no atual cenário educacional brasileiro em que

vivemos, convenhamos que o paradigma tradicional ainda esteja inserido e na visão

da autora, tal postura educativa desvincula-se da realidade do educando. Entretanto,

necessita-se para a produção do saber, uma plena parceria ou participação e

reflexão entre os sujeitos do processo. Isto é, dos discentes e docentes.

A partir desta visão holística, para se formar cidadãos criativos, inovadores,

autônomos e partícipes, capazes de enfrentar problemas impostos pelo mundo

torna-se preciso uma educação inovadora.

Segundo Moacir Gadotti (1997) diz que, diante da crise paradigmática que

atinge a escola, “esta deve ser perguntar sobre qual é o seu papel numa sociedade

caracterizada pela globalização da economia, das comunicações, da educação e

cultura e do pluralismo político”. Isso requer uma redefinição do papel da escola, da

formação do professor e do próprio conhecimento mediante uma sociedade cada

vez mais interconectada e influenciada pelas novas tecnologias.

Segundo Délors (2001):

Não basta que cada qual acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que se possa abastecer definitivamente. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer esses conhecimentos, e de se adaptar a um mundo em mudança. Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais, que ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos de compreensão, aprender a fazer; para poder agir sobre o meio envolvente, aprender a viver juntos; a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; aprender a ser: via essencial que integra as três precedentes. Délors (2001, p.89-90).

No espaço de discussão sobre os pilares do conhecimento, no qual

possibilita as construções de caminhos para que os educadores apropriem-se de

práticas inovadoras, há a necessidade de estímulo à autonomia, à solidariedade,

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espírito científico, uma vez que o conhecimento não é algo pronto e acabado, não

são verdades estáticas, mas uma dimensão processual dinamizada na vida humana.

Comentou-se um pouco atrás que para se ter uma produção do saber, há

que ter o fruto de esforços de vários envolvidos. Logo, destaca-se que os

educandos muitas vezes não se esforçam em usufruir dos recursos tecnológicos de

forma criativa e responsável. Pesquisa mostra que as crianças e os jovens

brasileiros usam internet, celular, videogame e TV mais para brincar do que para

estudar.

Computador, celular, videogame e TV ainda são pouco usados com função

educativa no Brasil e na América Latina. É o que mostrou a pesquisa A Geração

Interativa na Ibero-América: Crianças e Adolescentes diante das Telas, realizada

pelo programa EducaRede, da Fundação Telefônica. Computador, celular,

videogame e TV, hoje, significam diversão. Para as crianças e adolescentes, essa

tecnologia toda é lazer. "Não estamos sabendo explorar as possibilidades dessas

ferramentas na educação das crianças, porque somos forasteiros digitais", afirma

Maria do Carmo Brant de Carvalho, coordenadora-geral do Cenpec (Centro de

Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária). Realizada pelo

programa EducaRede, da Fundação Telefônica, a pesquisa contou com a

participação de 900 escolas públicas e privadas de cidades em sete países da

América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela). Mais

de 25 mil estudantes, dos 6 aos 18 anos, responderam entre outubro de 2007 e

junho de 2008. Apesar de estarmos em 2014, não vamos aqui pensar que esta

pesquisa encontra-se defasada, pois quando se trata de educação de nossas

crianças e jovens as ações acontecem muito gradativamente no Brasil. Segundo a

referida pesquisa, os celulares foi a tela mais difundida pelos usuários, mas a

preferência destes foi a rede. Assim para estes usuários, os recursos já tornam-se

bens de primeira necessidade. A internet é para essa geração interativa, o que a tv

foi para as gerações anteriores.

Segundo fonte do Programa EducaRede evidenciou-se o seguinte aspecto:

O uso da internet é feito sem mediação. A pesquisa mostra que 80% dos jovens navegam sem a supervisão educativa de adultos, pais ou professores. Em São Paulo, por exemplo, seis em cada dez jovens navegam em lan houses. Isso coloca o país no primeiro lugar na América

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Latina dos usuários desacompanhados. Sem a mediação, os adolescentes adotam com mais facilidade comportamentos de risco, como conhecer e fazer laços de amizades pessoalmente com amigos virtuais: algo realizado por entre um em cada dois adolescentes brasileiros. Essa atitude de testar o limite parece ser característica do usuário, independentemente da nacionalidade. Quando o quesito é conversar com desconhecidos: 29% dos brasileiros admitiram essa prática contra 37% tanto dos argentinos quantos dos chilenos ou 34% dos venezuelanos, países campeões da conversa entre estranhos. (Revista Educar para crescer Geração interativa. 11/03/2009)

Refletindo os resultados da pesquisa acima destacada, se tem a clareza de

ver, que no Município de Marapanim, estes fatos também ocorrem entre as crianças

e os jovens. Podemos falar com bastante propriedade ao notar-se durante o

ingresso como bolsistas pelo Programa de Iniciação à Docência-PIBID através da

CAPES pela Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA tais fatos. Ao longo do

Curso realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Francisco de Sales

Neves foi justamente um dos pontos negativos notáveis pelos bolsistas. No

desenvolvimento das atividades através da lógica, a interatividade era muito boa,

mas para que isso acontecesse tinha-se que estar sempre acompanhando os

discentes. Ao iniciar as aulas era feito a orientação para que usassem o celular

somente nas atividades pedagógicas. No entanto, alguns alunos ficavam irritados,

outros não queriam assistir as aulas e incitavam os que estavam tentando

concentrar-se, bem como também uns faltavam as aulas para usufruírem da rede

por lugares extra escolar, a fim de chamar a atenção dos discentes. Estes alunos

confundiam a hora de atividade e só queriam acessar a internet para jogar, visitar as

páginas no facebook ou a “febre” do wathsapp no celular e ainda por cima não

conheciam seus aparelhos o suficiente para configurá-los para evitar chamar a

atenção na hora do toque e outras configurações pertinentes na hora das atividades

pedagógicas. Ultimamente durante os estágios foram feitas as comprovações na

Escola Zarah Trindade nas turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA). No

âmbito desta instituição, as turmas se evadiam sempre, era notado os jovens pelos

cantos da escola sem direcionamento e sempre operando os celulares e no âmbito

do laboratório tais fatores negativos se repetiam. Vale ressaltar, que alguns alunos

eram muito agressivos e até usuários de drogas ilícitas, o que favorecia o índice

muito grande de furtos principalmente nos últimos anos.

Segundo Cosenza (2011) “as crianças devem ser capazes de planejar suas

ações, de examinar abordagens alternativas e daí tirar conclusões, sem esquecer os

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aspectos éticos envolvidos. Devem realmente “aprender a aprender” utilizando

esses novos recursos.” Nesta linha perceptiva do autor, entende-se que é de suma

importância a orientação e o encaminhamento voltados as crianças, quando estas

estejam manipulando as tecnologias, para que elas tenham a possibilidade de

obterem uma aprendizagem satisfatória e bastante dinâmica obedecendo os valores

sociais e éticos, valores estes fundamentais para uma aprendizagem em

coletividade. Para alcançar um patamar de sucesso na quebra deste paradigma

emergente que assola a educação de muitos estudantes marapanienses, fica cada

vez mais importante a participação das famílias em inserir-se no processo formativo

das crianças e jovens.

As famílias devem comungar os mesmos propósitos escolares, quando se

fala na responsabilidade de mantê-los distantes aos perigos oferecidos por

tecnologias que estão presentes no contexto da cultura da nova era digital. Em

contraposição a esta comunhão, na qual defende-se, vem um paradigma a ser

superado. Pois trata-se de famílias marapanienses que são semianalfabetas, vivem

da agricultura e da pesca e moram nas comunidades de nosso município. São

famílias que desconhecem conscientemente o valor das tecnologias, como também

apresentam dificuldades para manuseá-las. Tais aparatos tecnológicos em pleno

século XXI ainda assustam uma boa parte dos adultos da sociedade atual, por outro

lado os educandos de hoje lidam muito bem com a tecnologia, que já se tornaram

corriqueiras na vida das mesmas.

Insistentemente, defende-se neste documento que a sociedade sofreu

impactos importantes e a escola também sofre, mas em passos gradativos. Ela tem

procurado adaptar-se as mudanças a fim de promover com eficiência a educação de

nossos estudantes.

Segundo Osório (1996):

“Costuma-se dizer que a família educa e a escola ensina, ou seja, à família cabe oferecer à criança e ao adolescente a pauta ética para a vida em sociedade e a escola instruí-lo, para que possam fazer frente às exigências competitivas do mundo na luta pela sobrevivência” (OSORIO, 1996, p.82).

As instituições de ensino, por sua vez, devem proporcionar um ambiente

voltado a ação de discutir criticamente entre os educandos e suas respectivas

famílias, a respeito da usabilidade dos meios tecnológicos inadequados que estão

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ocultos por trás das mídias televisivas, dos usos exagerados de games,

principalmente na internet, em redes sociais como: face book, MSN, Orkut, Twitter e

outros meios.

4.2 O USO E MAU USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS PELOS DOCENTES

Como citado anteriormente no âmbito educacional marapaniense, muitos

paradigmas precisam ser mudados, comentou-se o papel dos envolvidos como os

gestores, escola, as famílias, dos discentes e por que não dar ênfase no papel

docente frente a esta realidade intrínseca na educação municipal?

Uma maioria de professores não tem formação, razão pela qual resistem em

aliar o computador à suas ações didático-pedagógicas. Para Papert (1997, 75) a

“aprendizagem é facilitada quando é auto dirigida”. Portanto, é diferente da

aprendizagem tradicional em que a informação é passada, transmitida pelo

professor, e o aluno não constrói seu conhecimento, apenas interioriza quando há

interesse, caso não, descarta. A abordagem construcionista valoriza as estruturas

cognitivas, busca meios para que a aprendizagem ocorra, por meio de ações,

discussões, interações com o objeto de estudo. Contrapondo esse modelo, observa-

se o modelo tradicional. O professor pode e é o sujeito no processo educativo. Isto

é, onde somente ele é o detentor do saber e seu conhecimento é tido como certo e

oficial. Cabendo o educando ser um simples ouvinte, cabisbaixo e destinado a ser

um indivíduo alienado.

Inserido nesta discussão e contrapondo esse modelo, Paulo Freire (2002)

diz:

Conhecer não é o ato através do qual um sujeito transformado em objeto, recebe dócil e passivamente os conteúdos que outro lhe dá ou lhe impõe. O conhecimento pelo contrário, exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer sua ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica invenção e reinvenção. (PAULO FREIRE, 2002, P. 12)

Nesta linha de pensamento de Paulo Freire, entende-se que atualmente a

educação está sofrendo mudanças, a sociedade se transforma, principalmente com

o advento das novas tecnologias que vieram para facilitar as nossas vidas. Logo não

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cabem espaço e postura tradicional para se educar os nossos pequenos aprendizes,

pois estes já são considerados nativos digitais como relata Pierre Levy em suas

teorias, sendo assim uma contraposição histórica e uma forma rudimentar de

ensinar, reproduzindo seres cada vez mais alienados prejudicando a sociedade

atual e futura.

A pedagogia tradicional e a ignorância dos professores limitam a

aprendizagem dos alunos. Sem o uso de novas tecnologias na escola, e os pais

cada vez menos presentes na vida estudantil de seus filhos, para dar o

direcionamento adequado a usabilidade de jogos ou atividades presentes, pode-se

dizer que estamos diante de “tecnófobos”. Isto é, pessoas que ainda tentam resistir,

ignoram ou sentem receio de manipularem as tecnologias presentes em nosso

cotidiano desfalcando o auxílio destas ferramentas no campo educacional e no caso

dos pais, no seio familiar, fazendo com que a interação das crianças com tais

recursos tecnológicos seja de forma negativa, sem direcionamento, onde elas

sentem-se independentes, longe do controle do adulto e ao se confrontarem com a

escola, não encontrarão a motivação necessária ludicamente dizendo. As

instituições de educação formal e sistematizada poderiam ser consideradas, desta

perspectiva, mais como obstáculos do que como agentes facilitadores do

desenvolvimento da criança e da sociedade em geral.

Insiste-se em dizer que as crianças da atualidade já nascem com suas

curiosidades. Frente às tecnologias presentes é notável sua fascinação em caráter

de pesquisa, não esperando passivamente que o outro lhe diga o que, quando,

como e onde manipular tais recursos tecnológicos. Se estiverem grandes

possibilidades elas imergem de “corpo e alma” nas tecnologias desenvolvendo sua

criticidade e autonomia e sendo cada vez mais sujeitos ativos nesse processo de

ensino e aprendizagem, mas desde que elas sejam direcionadas e haja profissionais

criativos para potencializar a autonomia dos alunos, através das atividades lúdicas,

usufruindo de todos os recursos disponíveis no meio ambiente.

Como já destacado outrora, vive-se numa sociedade onde a informação e a

comunicação adquiriu uma enorme importância, inserida neste contexto deve estar

à educação. Ela não pode estar mais alheia aos novos meios de processamento,

elaboração, armazenamento e distribuição de tal informação. A incorporação das

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novas tecnologias multimídia ao ensino é inevitável, mas terá que fazer-se apoiada

em postulados educativos, em abordagens didáticas, em esquemas comunicativos

inovadores e multidirecionais. Certamente exigirá dos professores, no mínimo

conhecer suas vantagens, mas para que isso aconteça na área educacional. É

absolutamente necessário dedicar a maior atenção possível à formação inicial e

permanente dos professores.

Falando em responsabilidades e no bojo da ludicidade e transformações

sócio político educacional vigente, o professor deve sim ser sensível e criativo e

compreender que ensinar, não é simplesmente transmitir ou depositar

conhecimentos no aluno. Uma vez que estes são sujeitos e não objetos.

Pedro Demo (2009), diz que:

O professor precisa investir na ideia de chegar a motivar o aluno a fazer elaboração própria, colocando isso como meta de formação. Caso contrário, não mudamos a condição de analfabetos no aluno, que apenas lê, sem interpretar com propriedade. Pior que o analfabeto literal, é o analfabeto político. A letra, em sociedade, é sempre também arma política. Demo (2009, P. 87)

Entende-se que o papel do docente é mediar o processo de ensino. Pois

ambos são sujeitos que aprendem juntos em tal processo sistêmico de forma

interativa. Sendo assim, a motivação e a afetividade devem ser grandes. Para que

aconteça verdadeiramente uma aprendizagem significativa e contextualizada. O

educando reinventa-se ao confrontar-se com problemas do seu cotidiano e o

mediador é a pessoa que aguça, encoraja e com entusiasmo dá ao aluno, o

estímulo que ele tanto necessita. Em contra partida neste processo, o professor

aprende ao ensinar, aprende ao ser questionado, também inventa e se reinventa

constantemente diante destes fatos. Os desafios sempre estarão presentes, e isso

ocorre para que o saber se construa. Educador e educando nesta perspectiva

tornam-se, interlocutores e que ambos almejam a significação para as situações e

problemas, bem como suas resoluções. O professor deve postular a dialógica com

seus educandos, conjugando de fato esta bela palavra em suas atividades

pedagógicas. A interação nesse meio educativo é transcender a prática de “ministrar

aulas” pela possibilidade de construir o saber em parceria com o aluno, levando em

consideração o desejo, à vontade, a curiosidade, o poder argumentativo e a

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disponibilidade infanto-juvenil para a aprendizagem, valorizando o papel do sujeito

que aprende. Desenvolver projetos pedagógicos é fundamental nesta modalidade.

Os Teóricos Fernando Hernández e Paulo Freire defendem a ideia de que o

aluno aprende participando, tomando atitudes diante dos fatos, investigando,

construindo novos conceitos, informações e selecionando os procedimentos

apropriados quando frente às necessidades de resolver problemas sociais através

de um senso crítico. Toda a ação pedagógica planejada deve estar inserida na

avaliação e auto avaliação. Educar é inter-relacionamento onde há os sentimentos,

afetividade e a construção dos conhecimentos. Por isso, é de suma importância a

ação de discutir avaliação. Esta, é observada como um dos muitos paradigmas

emergentes da atualidade.

Ao falar em planejamento e avaliação, deve se ter em mente que, a inserção

dos computadores nas escolas devem ser ações planejadas e não precipitadas, de

acordo com objetivos educacionais propostos, afim de se ter um bom parâmetro

avaliativo por todos os envolvidos.

Segundo fonte da pesquisa do programa EducaRede realizada:

O Brasil é campeão de acesso à internet na escola entre 6 e 9 anos: 63%, se comparado aos outros países da América Latina. E é o segundo país com maior penetração de acesso à internet em casa (46%). Apesar do acesso na escola, o estudo mostra que poucos professores recorrem à internet para explicar uma matéria ou, pior, estimulam o uso da rede para fazer pesquisas, obter conhecimento, estudar. Esse resultado coloca o Brasil como o país com menores professores ativos no uso e recomendação da internet. "Se um dos pilares da Educação e da aprendizagem é a observação de modelos a seguir, os docentes devem transformar-se em um testemunho de alto valor educacional e conselheiro de boas práticas quanto ao bom uso da internet", aponta o estudo. (Revista Educar para crescer Geração interativa. 11/03/2009)

Os resultados da pesquisa realizada, mostra a nossa realidade local em

Marapanim. Embora sendo feita em outro estado, é um fato bastante peculiar em

nossas escolas, o descaso dos professores em adotar uma postura corajosa de

aprender a aprender e se reinventarem, a partir de novas interações com outras

pessoas que dominam um pouco as tecnologias, na obtenção de saberes relativos a

estas ferramentas, com o objetivo de auto melhorar seus saberes como também,

ampliá-los para elaborarem atividades pedagógicas mais coesas. Isto é, mais

contextualizadas e significativas para os alunos. Pode-se perceber que esta

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preocupação está sendo propagada pelos meios midiáticos como por exemplo, na

tv.

A Rede globo por meio da Novela Geração Brasil, traz para nós um bom

exemplo de aprendizagem significativa, onde a introdução à programação é feita

pelo professor desde a educação fundamental menor. Neste exemplo citado, O

Professor “Erval” realiza um trabalho de inclusão digital com seus alunos. Ele

explorava as possibilidades dos alunos através das discussões em sala de aula, ao

falar de criptografia e sua importância atual no mundo computacional e outros temas

dentro da arte de programar. Mostrou claramente a inserção desta temática inserida

em outra que é o assunto da aula conceitual. A interdisciplinaridade aconteceu

naquele ambiente. Ressalta-se que ao falar de criptografia ele estava aguçando o

raciocino lógico do grupo, bem como ensinou os mesmos sua usabilidade

responsável durante a discussão entre os alunos. A novela tem seu lado

interessante, pois mostra em vários contexto a “Empresa Amarra”, uma empresa de

tecnologias. A referida novela, aborda uma sociedade que precisa ser incluída

digitalmente e através da educação este passo deverá ser dado. Ressalta-se que

as crianças que compõe a geração atual recebem vários apelidos, entre os quais se

destacam: Nativos digitais, geração y, e outros. Porém, é de fundamental

importância que as crianças compreendam que as ferramentas tecnológicas devem

estar pautadas num cunho pedagógico e tais ferramentas devem ser utilizadas, de

forma adequada e acima de tudo respeitando e valorizando valores éticos da

sociedade vigente. No contexto de uma sociedade tecnológica, a educação exige

uma abordagem diferenciada. É imprescindível que os educadores percebam a

necessidade de se apropriarem das novas tecnologias de forma crítica, criativa e

construtiva. Neste contexto, o professor, para assumir novas tarefas e

responsabilidades, deve possuir novos conhecimentos, comportamentos e atitudes

que modifiquem sua prática pedagógica.

4.3 A USABILIDADE DOS LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA EM MARAPANIM

A informatização da escola pública brasileira ainda é bastante precária e

revela o tamanho do nosso abismo digital. No Município de Marapanim este fato

ainda é peculiar, visto que em nossas escolas, os recursos para se ministrar uma

boa aula ainda é precário. Antes de falar sobre os laboratórios de informática e sua

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importância para o processo de ensino, convém aqui destacar que nas instituições

escolares marapanienses, a educação lúdica ainda está longe do ideal. A falta de

recursos didáticos dentro das escolas ainda é precário, muitas vezes para o docente

melhorar sua metodologia precisa gastar seus próprios recursos financeiros na

aquisição de materiais didáticos desde simples papel aos recursos mais caros como

caixa acústica ou Datashow. Na ocasião de festejos, muitas tem que viver de

empréstimos de outras. Do mesmo modo, acontece com os professores para

oferecer uma aula mais dinamizada e prazerosa. Reluta-se em comentar que

quando se fala em fazer educação, vários atores devem cumprir seus papéis.

Todavia, quando um ou mais atores envolvidos neste processo deixa a desejar no

cumprimento de sua função, a educação se torna deficiente, causando assim

desnivelamentos locais e sucessivamente, relativos a outros municípios em nosso

estado, globalmente falando.

Observou-se em nas vivencias no âmbito municipal que os investimentos em

recursos tecnológicos são poucos, pois a maioria das instituições escolares não tem

laboratórios de informática. Marapanim atualmente é um município com

aproximadamente 28.000 habitantes e atualmente possui 63 escolas sendo

subdivididas entre 54 escolas de Ensino Fundamental, 38 delas também funcionam

como anexo a educação infantil, 02 de Ensino Médio somente e 07 escolas são de

educação infantil. Das escolas relacionadas a maioria não tem laboratório de

informática. As pesquisas realizadas mostraram que aproximadamente 08% das

instituições escolares tem laboratório de informática e destes 04% dispõe da

conectividade com a rede de internet. A seguir, a figura abaixo mostra essas

proporções relativas ao percentual das instituições de ensino constituídas de

laboratórios de informática e acesso à internet no Município de Marapanim.

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Figura 06 ─ Percentual de Laboratórios de informática nas escolas da Região marapaniense Fonte: arquivo dos autores

Tais informações foram comprovadas ao obter-se o documento que mostra a

relação das escolas do Município de Marapanim, bem como as que tem laboratório

de informática e quais destes tem conexão à internet. Observou-se também que em

plena sede municipal os laboratórios de informática com uma infraestrutura

inadequada ergonomicamente e com equipamentos deteriorados, fazendo com que

estes não sejam atrativos para os envolvidos no processo de ensino aprendizagem.

Isto é, para os professores, bem como para os discentes. Todavia, em pleno século

vigente em um município desse porte, muito se falta para a obtenção de uma

educação qualitativa.

Sabe-se que é importantíssimo na sociedade do conhecimento o contato dos

alunos com os recursos tecnológicos na escola, afim de que estes possam

“aprender a aprender” as funções e a usabilidade responsável destas tecnologias.

Fora da escola, os alunos já manuseiam estas ferramentas, mesmo que de forma

errônea e na hora do estudo acabam perdendo este meio tão poderoso como

recurso didático-metodológico para o ensino nas diversas disciplinas do currículo do

aluno.

Segundo Lucena:

A inserção das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na educação, com ênfase no computador conectado à internet, torna-se

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fundamental, uma vez os alunos já exploraram no cotidiano as inúmeras possibilidades disponibilizadas e tudo o que elas representam em termos de potências para a produção e veiculação do conhecimento bem como de outras facilidades relacionadas à vida/trabalho. (LUCENA, 2003, p. 238).

Independente das instituições de ensino, os computadores e a internet

fazem parte do ambiente das crianças e jovens e estes, fascinam-se sobre estes

recursos naturalmente. Sendo assim, muitos conflitos advém destas disparidades

entre professores e alunos nos dias de hoje, visto que, grande parte dos docentes

são oriundos de uma geração onde não havia computadores. Isto é, como falou-se

anteriormente, são imigrantes tecnológicos, já os alunos são nativos tecnológicos.

Nestes conflitos surge o grande desafio de estar-se aperfeiçoando profissionalmente

para a obtenção de atingir um grau de igualdade aos nossos alunos e prontos para

mediá-los em seu processo de conhecimento.

No contexto de Marapanim o que se observa é: os coordenadores de

laboratórios em sua maioria não são capacitados o suficiente para atender as

especificações pedagógicas adequadas a atender a minoria de professores que

tentam usar o laboratório. Estes erroneamente são colocados nestes ambientes por

indicação política. Para o profissional exercer sua profissão em um laboratório de

informática deverá ter no mínimo uma formação pedagógica, experiência em sala de

aula. Deve ter atenção no trabalho de conhecer a potencialidade dos recursos de

hardware e softwares presentes, aliando as atividades dos professores. Entretanto,

falando de professores, estes por sua vez, são minorias nos laboratórios de

informática, alguns tem aversão a elas e a maioria por não serem nativos digitais

estão longe de orientarem seus alunos ao uso da informática, a fim de enriquecer os

saberes que estes trazem de casa. O papel fundamental do docente relatado nos

capítulos anteriores é de facilitar mediando as informações entre os discentes e os

conhecimentos científicos.

Conhecer para poder mediar é importante para todos os envolvidos no

âmbito escolar. Logo é bom entender que, o computador dentro dos espaços de um

laboratório de informática nas instituições de ensino são propagadores de

conhecimento, cabendo este assumir vários papéis nesse processo. Segundo

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Lutterodt, Sarah e Austin Gilbert (1982):

1. Computador como tutor - programas que pretendem instruir e guiar o aluno na sua aprendizagem ou processos de pensamento.

2. Computador como instrumento - o aluno usa as aplicações do computador e manipula a informação.

3. Computador como aprendiz - o aluno ensina (programa) o computador.

4. Computador como elemento de consulta - permite uma pesquisa sobre determinados temas. O computador não é um mero substituto do professor, mas uma ferramenta de trabalho, para ser utilizado tanto quanto possível pelo próprio aluno. (LUTTERODT, SARAH e AUSTIN GILBERT, 1982, p. 15).

Compreende-se, através das ideias dos autores citados que, é fundamental

desenvolver desde muito cedo, as capacidades investigativas nos “pequenos

aprendizes” na era digital. Faze-los procurar a informação pretendida, selecioná-la,

interpretá-la, orientar o seu processamento, avaliar os respectivos resultados. Deste

modo a arte da pesquisa ganha significado passando também a verdadeira

compreensão dimensional do computador como ferramenta comunicativa.

Para Veiga (2001):

É preciso evoluir para se progredir, e a aplicação da informática desenvolve os assuntos com metodologias alternativa, o que muitas vezes auxilia o processo de aprendizagem. O papel dos professores não é apenas o de transmitir informações, é o de facilitar, mediador da construção do conhecimento. Então, o computador passa a ser o “aliado” do professor na aprendizagem, propiciando transformações no ambiente de aprender e questionando as formas de ensinar. (VEIGA 2001, P. 2)

De acordo com a opinião da autora estamos também compartilhando esta

ideia acima, pois entende-se que é erradíssimo pensar que somente os professores

são detentos de sabedoria e que nossos educandos são páginas em branco, mas ao

contrário, nossas crianças dessa geração digital desde o ventre materno adquirem

saberes necessários a sua sobrevivência nas primeiras etapas vitais. Desta maneira,

perpassa o ato de educar. O docente deve se apropriar dos assuntos que interessam

as crianças ou jovens e observar ali um potencial a ser explorado e se na escola

estiver presente um laboratório de informática, fazer com que o computador se torne

um aliado as tecnologias e cabendo o próprio docente ser o mediador do processo

neste ambiente. Isto é, aquele que facilita tal processo, aguçando e estimulando e

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criando situações problemas, a fim de proporcionar o grande momento do educando

em naturalmente reter saberes importantíssimos em sua aprendizagem.

Vários Softwares educativos tornam viáveis e diversificam a introdução de

diversos recursos tecnológicos, que valorizam sobre tudo a importância de se

realizar atividades pedagógicas eficazes, de forma interdisciplinar. Todavia, há

softwares que muitas vezes não satisfazem os docentes plenamente. Pois podem

apresentar conteúdos difíceis de acesso, não são agradáveis, sem estimular a

curiosidade e outros aspectos cognitivos, mesmo possuindo muitas mídias como

textos, sons, vídeos e etc. Entretanto, para dispor aos discentes os melhores

softwares educativos, sites educativos e outros recursos a partir do BrOffice por

exemplo ao aplicar as atividades escolares, requer conhecimentos mais específicos

dos docentes relativo aos recursos tecnológicos, a fim de criticamente fazer suas

análises sistêmica acerca das melhores ferramentas educacionais para serem

manipuladas pelos alunos. A pesquisa tem seu papel fundamental neste aspecto.

Uma vez que pesquisa e ensino são indissociáveis.

Não podemos fugir da realidade de que a que a tecnologia veio pra ficar, e

hoje ocupa um espaço abrangente e consiste em toda esfera do contexto social das

pessoas, empresas, governos e bem como em várias escolas do país. Pois a cada

dia aumenta a urgência de que a sociedade possa acompanhar e se adequar a

todos os avanços tecnológicos para não ficarmos alheios as informações que estão

sendo massificadas cada vez mais em um processo acelerado de conhecimento de

diferentes ângulos do saber.

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5. ANÁLISES DOS DADOS COLETADOS NA PESQUISA: AVALIANDO OS

RESULTADOS DA PESQUISA

Oportunizando uma melhor compreensão sobre os dados coletados nas

indagações e sondagens realizadas com estudantes com idades e grau de

escolaridade diferentes, referentes à usabilidade dos recursos tecnológicos no

Município de Marapanim, serão apresentados o modelo de questionário usados

pelos pesquisadores, bem como a lista de instituições escolares municipal

mostrando a disponibilidade de laboratórios existentes na mesmas como apêndice

deste documento, afim de que se possam estabelecer como parâmetros

comparativos, interpretativos e qualitativos tais dados obtidos na referida coleta.

Assim, pode-se esclarecer que realizou-se uma pesquisa caracterizada como

exploratória, com aspectos qualitativos, uma vez que os dados apresentados são

analisados de forma contextual no âmbito onde os envolvidos estão inseridos. Os

aspectos qualitativos e quantitativos são importantes na construção das

interpretações realizadas, fornecendo assim uma maior convergência dos resultados

obtidos. Neste contexto, sabe-se que a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa

se conectam, formam um elo. Isto é, ambas tem suas características importantes,

onde claramente percebe-se que os dados coletados não falam por si próprio, ainda

que sejam processados cuidadosamente não há quantificação sem qualificação.

A utilização da pesquisa bibliográfica, utilizando a análise de documentos foi

interessante para se aplicar questionário ao público pesquisado. Para esclarecer a

contribuição de ambas as estratégias, bibliográfica e documental, apontamos os

esclarecimentos de Sá-Silva (et. al, 2009) que as mesmas, são estratégias de coleta

de dados nas quais temos:

Normalmente, as pesquisas possuem duas categorias de estratégias de coleta de dados: a primeira refere-se ao local onde os dados são coletados (estratégia-local) e, neste item, há duas possibilidades: campo ou laboratório. [...] A segunda estratégia refere-se à fonte dos dados: documental ou campo. Sempre que uma pesquisa se utiliza apenas de fontes documentais (livros, revistas, documentos legais, arquivos em mídia eletrônica, diz-se que a pesquisa possui estratégia documental (ver pesquisa bibliográfica). Quando a pesquisa não se restringe à utilização de documentos, mas também se utiliza de sujeitos (humanos ou não), diz-se que a pesquisa possui estratégia de campo (APPOLINÁRIO, 2009).

A partir das ideias do autores, nota-se que as etapas de estudos dos

documentos para compreender certos fenômenos é um auxílio importante. Caberá

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interpretá-los, sintetizar as informações, apontar tendências e realizar interferências

se possíveis como os referidos autores mencionam acima

A pesquisa realizada aconteceu no âmbito municipal de Marapanim com 18

indivíduos, onde constava no questionário dado, 12 perguntas contendo questões de

múltipla escolha acerca de como os estudantes usufruem ou não dos recursos

tecnológicos em seu cotidiano seja no seio familiar como também no seio escolar.

Trata-se de contextualizar seu cotidiano intra e extra escolar com os recursos

tecnológicos diversos e como estes exercem seu perfil como usuário de tais

ferramentas.

5.1 O PERFIL DOS ENTREVISTADOS

Para elaboração de um perfil dos entrevistados foram considerados os

dados de idade e nível de escolaridade dos mesmos. Neste contexto, procurou-se

manter um ambiente sigiloso relativo a identificação do público alvo participantes

desta pesquisa, a fim de se sentissem mais à vontade ou espontâneos para auxiliar

os pesquisadores na ação de responder aos questionamentos. A postura adotada foi

esclarecida no momento da interação com os discentes na entrega do questionário,

que esclarece os objetivos da pesquisa e suas implicações. Notou-se que o público

alvo interessou-se bastante ao assunto estabelecido ao se discutir sobre as

tecnologias e a importância da usabilidade das mesmas no meio social. Embora os

entrevistados terminarem de executar as atividades propostas pelos investigadores,

criou-se um ambiente bastante interativo, as discussões aconteciam fluentemente e

compreendia-se como a cada momento o público alvo estava familiarizado tanto em

comentar sobre o assunto como manipula-los através de redes sociais. Isso reforçou

ainda mais nossas expectativas acerca dos problemas enfrentados por todos dentro

do campo educativo ao abordarmos as novas mídias neste cenário.

Na execução da atividade proposta observou-se de maneira geral, 28% dos

entrevistados estão na faixa etária de 10 a 14 anos, já a faixa etária de 15 a 18 anos,

tiveram o percentual (39%). Outros 33% estão representados pelos entrevistados

cuja idade varia entre 19 a 21 anos como pode-se verificar na figura abaixo.

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Figura 7 ─ Faixa Etária dos Entrevistados(18) Fonte: arquivos dos autores

A faixa etária mostrada na ilustração acima mostra a intenção dos

pesquisadores em destacar que muitos dos problemas relatados anteriormente

perpassa-se por vários níveis de idade dos discentes ao falar-se do uso dos

recursos tecnológicos nas instituições escolares. Todavia, desde o nível infantil deve-

se ter o contato com o computador como ferramenta pedagógica auxiliando nas

atividades inerentes ao nível de escolaridades de cada indivíduo. Entretanto, o

próprio profissional educador deve ter essa compreensão dimensional de ministrar

aulas através de novas abordagens significativas num âmbito de construir o

conhecimento e não transferi-lo ao sujeito deste processo.

Nesta linhagem de pensamento, procurou-se analisar o grau de escolaridade

de alguns discentes marapanienses, como estavam vivenciando suas práticas como

estudantes na era digital, bem como os reflexos das tecnologias no seio familiar e

escolar. Quanto ao nível de escolaridade, percebe-se conforme representado na

figura 08, que 77% dos entrevistados estão no Ensino Fundamental, 23% são

estudantes do Ensino Médio.

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Figura 8 ─ Nível de Escolaridade dos Entrevistados

Fonte: arquivos dos autores

A figura mostrada destaca que foi realizada a entrevista com a maior parte

de estudantes inseridos no Ensino Fundamental. Estes alunos encontram-se em

diferentes séries realçando mais intensamente as particularidades de cada turma,

como aprendem, como os docentes inserem as novas mídias aos mesmos nas

atividades propostas e como estes aliam os recursos que tanto apreciam presentes

no cotidiano nas atividades escolares. Desta forma, ficou mais evidente que embora

estejam em níveis de escolaridade diferentes, os alunos convivem com muitos

paradigmas clássicos por parte dos seus professores, bem como paradigmas

emergentes nas próprias instituições de ensino por parte dos mesmos na utilização

dos recursos tecnológicos.

5.2 INTERPRETANDO OS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS

As abordagens realizadas com o respectivo público alvo aconteceu entre os

dias 20 e 30 do mês de junho de 2014. De acordo com as informações obtidas pode-

se observar alguns aspectos importantes relacionados à proposta de análise

delineada neste estudo.

Ficou evidenciado através dos questionamentos que, a maior parte dos

entrevistados tem acesso aos computadores em residências. Segundo a pesquisa,

ao responderem a pergunta referente ao acesso dos computadores em casa, 61%

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dos estudantes disseram ter contra 39% dos outros que não possuem. A figura 09

retrata abaixo tais dados coletados:

Figura 9 ─ O uso de computadores em residências pelos entrevistados

Fonte: arquivos dos autores

Muitos estudantes utilizam os recursos tecnológicos em seu cotidiano

familiar, pois como comprovado pela pesquisa e mostrado na figura acima, os jovens

precisam estar em constantes interações com pessoas de seu âmbito cultural para

trocarem informações diversificadas. Sabe-se que a família é a ponte norteadora

para se obter os primeiros contatos com o mundo exterior e por que não

compreender que tal educação tecnológica necessita tramitar-se no seio familiar.

Ao se manifestarem sobre a frequência da usabilidade dos computadores

como auxilio nas atividades escolares em casa, 39% responderam que usam

frequentemente, 33% raramente, 17% nunca usam e 11% sempre usufruem desta

ferramenta. Destaca-se novamente a necessidade de comunicação que os jovens

estudantes possuem através das tecnologias para o exercício de variadas

atividades. Desde a mais simples a mais complexas. A ilustração abaixo mostra esta

realidade no Município de Marapanim.

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Figura 10 ─ O auxílio dos computadores nas atividades escolares dos entrevistados

Fonte: arquivos dos autores

Segundo Valente (1993, p. 25) afirma que “os computadores estão

propiciando uma verdadeira revolução no processo de ensino-aprendizagem”. Esta é

a realidade, pois a presença do computador está cada vez mais ativa em nossas

vidas inclusive na educação. Assim, como observado na ilustração acima e as ideias

do autor, há certa harmonia. Todavia as tecnologias através do uso do computador

insere-se em nosso meio sócio político cultural. Desta forma é necessário a

utilização desta ferramenta e seus inúmeros recursos como meio auxiliador no

processo de ensino. Ao falar em processo de ensino, não se pode esquecer que

segundo a pesquisa 17% dos entrevistados não utilizam o computador para o

exercício das atividades cotidianas. Isso lembra, que ainda aborda entre o meio

cultural no qual vive-se o paradigma de inclusão social e digital, uma vez que para

se estar verdadeiramente incluso digitalmente, deve-se levar em conta esses dois

fatores elementares.

A exclusão digital é representada pelo grande número de pessoas sem

acesso às mais diversas tecnologias de informação, à internet e sem acesso aos

serviços que ela proporciona. Todavia em pleno século corrente essa exclusão digital

perpassa-se tanto fora quanto dentro das escolas marapanienses, através de

práticas excludentes por vários setores da sociedade.

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Ainda a questão do uso do computador, apontou-se que os recursos mais

utilizados pelos entrevistados são a internet com 72%, para digitar atividades 17% e

jogar 22%. Observe a figura a seguir:

Figura 11 ─ Os recursos mais utilizados pelos entrevistados

Fonte: arquivos dos autores

A inserção avassaladora de novas tecnologias como vias de informação,

bem como o rápido desenvolvimento e implantação das mesmas no processamento

da informação nos sistemas de comunicação têm cada vez repercussão social,

logicamente, tal repercussão adentra-se no mundo da educação. Entretanto, as

inovações em educação costumam ser adotadas em ritmo muito lento, a ponto de se

constatar algumas vezes, dispositivos multimídia desaparecendo do mercado,

substituídos por outros, enquanto que no mundo da educação ainda se está

discutindo a sua possível incorporação como meios didáticos. Como mostrado na

figura 11, acima, grande parte dos estudantes preferem viver conectados à rede

mundial de computadores (internet) e outra parte usam o computador para jogarem

através de softwares instalados ou virtualmente através da rede. A discussão aqui

sugerida é como fazer a interação desta vivencia cotidiana a vida escolar dos

discentes? Como a escola se comporta frente a essa realidade? Como relatado

anteriormente, a escola enquanto manipula meios midiáticos, muitos modelos destes

já caíram em desuso no mercado. Vale ressaltar aqui por exemplo os computadores

de muitos laboratórios de informática no Município de Marapanim, no qual possuem

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máquinas com modelos arcaicos esteticamente dizendo. Assim, ocorre uma

contradição do novo neste cenário social, principalmente para o público jovial que

vivem imergido neste mundo de novidades.

É interessante perceber que a pesquisa reforçou a questão do acesso aos

computadores, uma vez que, mostra que o local onde os estudantes tem mais

acesso é em casa com 50%. Em lan house e 33%, na escola 11% e 06% disseram

ter o acesso somente na casa dos amigos. Esta vertente pode ser observada a partir

da figura abaixo:

Figura 12 ─ Locais de acessibilidade dos computadores pelos entrevistados

Fonte: arquivos dos autores

A partir das observações realizadas percebe-se que no seio familiar os

estudantes possuem o acesso ao computador inicialmente em residências. Segundo

os mesmos quando não é possível o acesso nas comunidades adjacentes a sede

municipal, os mesmos procuram outros meios como os próprios cursos de

informática e lan houses principalmente para se conectarem com outros entes

através das redes sociais. Todavia, problematizando a usabilidade dos recursos

tecnológicos nas escolas, esta por sua vez, deixa esse acesso longe da realidade

dos alunos como verifica-se observando o gráfico a cima dado.

O acesso à internet pelos entrevistados também foi verificado. Os discentes

apontaram estar conectados algumas vezes na semana com 45%, já o acesso todos

os dias chegaram 33% e o acesso raramente foi de 22% por parte dos alunos.

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Figura 13 ─ Frequência de acessibilidade a internet pelos entrevistados

Fonte: arquivos dos autores

O Município de Marapanim, mesmo com todas suas dificuldades estruturais

para se obter boa sinalização para se navegar na rede mundial de computadores,

seus habitantes e suas dificuldades de locomoção das comunidades mais

longínquas e sabendo que se trata de um município íngreme, possui estudantes

interessados em transpor as barreiras físicas no que tange a cybercultura. Observa-

se jovens comunicando-se com pessoas de outras regiões em qualquer horário do

dia. No entanto, devido diversas circunstancias dificultantes encontradas, a maioria

dos estudantes entrevistados mostraram-se estar em constantes conexões

semanalmente. Vale ressaltar que a maioria dos entrevistados encontra-se próximo

à sede municipal, onde a conectividade é mais otimizada, onde situa-se as mínimas

escolas com laboratórios de informática com disponibilidade de conexão com a

internet.

A minoria destes jovens que raramente tem o acesso à internet reside em

locais mais afastados do centro. A sinalização é mínima para a telefonia e outras

mídias. Pode-se compreender que até mesmo para manipular os recursos advindos

do computador é um obstáculo a mais, pois as instituições escolares que por lá

situa-se tem suas dificuldades estruturais e não possuem laboratórios de informática

deixando esta de ser um refúgio para os estudantes potencializarem suas

habilidades aos conhecimentos de informática e experimentarem novas

metodologias no âmbito da escola.

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Adentrando a pesquisa para o centro de Marapanim, os jovens estudantes

ao estarem navegando em plena rede, revelaram que costumam acessar os sites de

relacionamentos (Facebook, Orkut, MySpace, Twytter) com mais intensidade (73%),

já os sites de busca como por exemplo o Google tiveram a preferência de 22% e

05% acessam somente jogos. A figura abaixo mostra essa relação do acesso dos

entrevistados com as diversas ferramentas que a internet dispõe:

Figura 14 ─ Acessos na rede pelos entrevistados

Fonte: arquivos dos autores

Relativo à internet, não podemos negar que ela permite-nos trocar inform

ações de forma conveniente e veloz, ter acesso a assuntos diversos, obtém-se

atualizações constantes sobre temas interessantes em várias áreas do

conhecimento, pode-se estudar a distância individualmente ou até mesmo

coletivamente, independente de distâncias geográficas e até mesmo prestar serviços

de um lugar para o outro traduzindo e transferindo dados entre máquinas localizadas

em qualquer lugar. Nesta linha de pensamento e sinalizando para o gráfico acima,

pode-se notar a grande utilidade da internet no contexto social dos seres humanos

desde a prestação de atividades financeiras como para o pleno exercício de

atividades afetivas como por exemplo as redes sociais destacadas pela maioria dos

estudantes entrevistados durante a pesquisa realizada em Marapanim. A maioria

esmagadora relatou que usam os momentos oportunos de acesso à rede para a

aquisição de realização de novos relacionamentos. Isto é, preferem estar em

constante interação com pessoas desde parentes mais próximos a pessoas mais

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distantes em novos relacionamentos. Como diz Pierre Levy são jovens que

experimentam a comunicação por mundos virtuais é, portanto, em certo sentido,

mais interativa que a comunicação telefônica, uma vez que implica, na mensagem,

tanto a imagem da pessoa como a da situação, que são quase sempre aquilo que

está em jogo na comunicação. Logo, procura-se na rede pessoas semelhantes, cada

um busca a sua "turma"; procura pessoas que tenham mesmas preferencias,

valores, expectativas parecidas, bem como pessoas fisicamente próximas e

distantes, conhecidas e desconhecidas.

Aos modelos de algumas mídias portáteis que os alunos costumam utilizar

para transportar informações, o pen drive foi o mais usado com 44% dos jovens.

35% utilizam o DVD e 21% usam o CD somente. Assim os jovens acabam aderindo

muito rapidamente aos novos formatos midiáticos criados pelo mercado. A figura

abaixo remete claramente estes dados:

Figura 15 ─ Mídias mais utilizadas pelos entrevistados

Fonte: arquivos dos autores

Atualmente existem muitos meios de se transportar informações por

dispositivos móveis. Observando a realidade local, os jovens estudantes

demostraram através da pesquisa que o pendrive ainda é o meio que mais utilizam

para transportar suas informações, mostrando que estão em sintonia com o que há

de moderno no mercado tecnológico.

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Ao serem perguntados se é importante o uso dos computadores para

obterem um melhor auxilio no processo de aprendizagem escolar, estes se

mostraram seguros e unanimes ao responderem 100%, que certamente o

computador tem um papel fundamental para eles no campo educacional.

Quando se fala da usabilidade dos recursos tecnológicos simples aos mais

complexos nas instituições escolares, nota-se que muitos professores se assustam e

murmuram pelos cantinhos das escolas. Logicamente, isso acaba sendo normal,

pois sabe-se que a maioria dos docentes não dominam os conhecimentos em

informática básica e nem sabe utilizá-los como método facilitador nas suas

atividades pedagógicas. Nas escolas, por outro lado, a dificuldade de manutenção e

o “alto valor destas máquinas” faz com que sejam vistas como “bicho papão”. Elas

existem, mas estão guardadas em local seguro, geralmente cobertas e de difícil

acesso para serem removidas para as salas de aula ou laboratório. Em alguns

casos, há escolas que tem o espaço, mas até hoje o computador não chegou as

mesmas. Os alunos convivem com estes recursos mais facilmente, favorece seu

aprendizado, pois mesmo que as vezes de forma irresponsável ocorra seu uso e

sem os mesmos perceberem, várias habilidades são obtidas pelos mesmos ao

entrarem em contato com esses recursos. Entra neste campo minado a

interatividade entre professores e alunos.

No que tange o ambiente de um laboratório de informática nas instituições

escolares, bem como estrutura para sua utilização, os discentes relataram que nas

escolas onde estudam, há laboratórios de informática e seu uso torna-se frequente

(11%). Outros 39% disseram não ter e 50% disseram ter, mas com o acesso restrito.

Destacou-se anteriormente que muitas instituições escolares possuem

computadores, muitos deles já estão quase em desuso por não ter em seu âmbito

profissionais qualificados para o pleno exercício das funções que visam sua

utilização. O problema começa desde a gestão em inserir aos poucos tais recursos e

sem estrutura para a manutenção. Por outro lado, há os docentes que muitas vezes

são “tecnófobos”. Isto é, tem receio em usufruir dos bens tecnológicos e alunos que

muitas vezes não valorizam esse bem e distraem-se em querer somente jogar e

estar em sites de relacionamento na hora das atividades escolares. Observe a figura

abaixo:

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Figura 16 ─ Laboratórios de informática e frequência de acessibilidade pelos entrevistados

Fonte: arquivos dos autores

Vale ressaltar que trata-se de discentes que estudam na sede municipal,

onde o número de escolas são mínimas relacionadas com as instituições de ensino

das comunidades adjacentes e os entrevistados são alunos do ensino fundamental

maior ao médio. Observou–se desta forma que geralmente a informática educativa e

suas implicações no seio municipal ocorre em passos lentos e desigual. As

disparidades são alarmantes, contradizendo os ideais de educação com qualidade

neste cenário contemporâneo. Educar é uma ação democrática sistemicamente

falando. Ela deve abranger as necessidades dos sujeitos que a ela inserem-se.

Por essa razão, Fernandes (1966) afirma que “[...] o que assistimos, de fato,

foi a formação de um sistema escolar que se funda, formalmente, em valores

democráticos, mas funciona, na prática, segundo interesses e acomodações

variavelmente pré ou antidemocráticos”. Logo, tem-se a percepção de um paradigma

emergente a ser superado em pleno centro municipal no âmbito educacional.

Relativo ainda ao laboratório de informática nas escolas, perguntou-se aos

alunos como estes avaliam este ambiente. 45% responderam que é regular, bom

33%, mas 22% opinaram por ruim. A ilustração mostra claramente esta relação

tratando-se de avaliar os laboratórios de informática em Marapanim

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Figura 17 ─ Avaliação dos laboratórios de informática pelos entrevistados

Fonte: arquivos dos autores

Finalizando a pesquisa comentamos com os alunos sobre seus

conhecimentos acerca de jogos ou softwares educativos e estes responderam que

desconhecem (83%). Outros 17% opinaram por conhecer. Observa-se na figura

abaixo tais dados:

Figura 18 ─ conhecimento dos entrevistados relativo a jogos ou softwares educativos

Fonte: arquivos dos autores

Conforme mostrado na figura abaixo, nota-se claramente, que pela falta de

recursos computacionais nas escolas marapanienses, estrutura para a devida

manutenção das mínimas máquinas existentes, bem como as posturas tradicionais

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de muitos profissionais que exercem suas atividades no campo educacional,

colaboram para o desconhecimento dos alunos ao que diz respeito os softwares

educacionais existentes nos aplicativos presentes no Sistema Operacional

GNU/Linux. Pois, sabe-se que atualmente já torna-se disponível diversos softwares

educacionais que auxiliam o professor dando-lhes suporte na arte de ministrar aulas

mais otimizadas dentro do contexto em que vivem os discentes.

5.3 RESULTADOS

Entende-se que no cenário atual educativo, as tecnologias não substituem o

professor, porém ocorrem muitas mudanças ao se tratar das funcionalidades dos

mesmos. Isto é, o educador transforma-se agora no estimulador da curiosidade do

aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante.

Ele terá subsídios através dos recursos computacionais na hora de passar

informações. Todavia, tais informações estão disponíveis nos bancos de dados,

livros, vídeos, por meio dos aplicativos do computador. O professor desta forma

deverá posteriormente, coordenar o processo de apresentação dos resultados pelos

alunos. O questionamento, a contextualização dos dados apresentados dar-se-á,

transformando as informações em conhecimento e conhecimento em saber.

Neste contexto, convém destacar que as tecnologias permitem um novo

encantamento na escola. Por meio da ação de pesquisar transcendendo seus muros

e permitindo que os discentes usem a dialógica e pesquisem com outros alunos da

mesma cidade, país ou do exterior, no seu próprio ritmo pela rede ou pelos softwares

educacionais. Logo, no meio de tantas tecnologias sedutoras de apoio é possível

evoluir e comunicar-se, mesmo constatando em vários momentos o mau uso das

tecnologias nas suas dimensões mais superficiais, alienantes ou autoritárias no

âmbito municipal de Marapanim. Vale ressaltar, que os recursos tecnológicos

quando bem utilizadas, apresentam vários pontos positivos, aproxima o aluno com a

realidade, coloca o aluno em contato com o mundo entre outras funções. Portanto

podemos dizer que os recursos tecnológicos são de extrema importância para a

escola no processo de ensino aprendizagem colocando os alunos em contato com o

mundo.

Pode-se concluir que, embora na maioria das escolas marapanienses o

número de equipamentos seja ainda insuficiente para atender a todos os alunos, não

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é só a carência de recursos materiais que explica a pouca e inadequada utilização

do computador, enquanto ferramenta ou recurso pedagógico nas atividades de

ensino-aprendizagem. O maior desafio diz respeito às dificuldades que os

educadores encontram em recorrer a estes recursos. Estes desafios ficam evidentes

quando observa-se nas instituições escolares uma tecnologia atual e sofisticada,

que poderia ampliar as possibilidades para uma prática pedagógica inovadora e que

não está sendo utilizada de forma eficiente. Este fato torna-se mais preocupante

porque nestas escolas públicas municipais, também, contam com carências de

outros recursos, como laboratórios para atividades de aulas práticas, bibliotecas

atualizadas, etc.

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6. METODOLOGIAS DE USO DO BROFFICE

No cenário atual em que vive-se, a tecnologia digital caminha cada vez mais

adentrando todos os setores sociais, promove o desenvolvimento e benefícios para

os seres humanos. Os nativos digitais, indiscutivelmente, são os maiores agentes

digitais da contemporaneidade. Isto se dá, pelo fato da curiosidade natural, aliada à

necessidade de inserir-se no meio, fazendo-o usuário ativo dos meios digitais.

Contudo as instituições de ensino almejam superar o paradigma digital que os

cercam, bem como as dificuldades de aprendizado através dos recursos

tecnológicos que o computador traz. Todavia, é desafiador para a classe docente

testar metodologias eficientes que envolvam os jovens aprendizes aos conteúdos

apresentados na grade curricular ao se tratar dos recursos tecnológicos. Isto é,

consiste aos educadores em descobrirem as potencialidades que as tecnologias

trazem em seu bojo e a sua aplicabilidade em sala de aula. Ressalta-se que, o uso

das tecnologias de modo planejado, em ambientes escolares promovem de fato a

melhoria das condições para a aquisição e construção do conhecimento de forma

dinâmica e eficiente.

Assim, ao falar de novas formas metodológicas de ensino nas instituições

escolares, deve-se reportar que muitos teóricos preocupam-se com esta temática no

campo educativo na busca constante de qualidade. Nesta abordagem vale destacar

os estudos de Gasparin, que por sua vez fundamenta-se nas obras de Saviani,

percursor da Pedagogia Histórico-Crítica. Neste campo metodológico, defendem que

os discentes são os agentes emancipadores e o educador atua como mediador

defendendo a proposta pedagógica dialética, prática-teoria-prática. Neste aspecto,

Gasparin divide a nova didática em cinco passos, que tem como objetivo envolver o

educando na aprendizagem dos conteúdos propostos. Para o autor esses passos

seriam; a prática social inicial, a problematização, a instrumentalização, a catarse e a

prática social final.

O primeiro passo trata-se da prática social, onde os alunos são levados por

meio do mediador a um processo de sensibilização e mobilização. A atenção do

aluno deve ser explorada para que este perceba a relação do conteúdo ministrado e

sua vivencia cotidiana. Segundo Vasconsellos (1993, p.42), “o trabalho inicial do

educador é tornar o objeto em questão, objeto de conhecimento para aquele sujeito”.

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Para o autor é importante sondar os alunos, descobrir sua “bagagem cultural” sobre

o assunto, respeitando o nível de saberes dos discentes, são fatores que

aproximam o aluno dos conteúdos escolares.

Nesta etapa, por conseguinte, pode ser trabalhado os recursos de busca nos

sites da web. Pois o mediador deve propor aos discentes no laboratório de

informática sites para que estes satisfaçam suas curiosidades sobre o tema dado.

Também como sugestão deve ser trabalhado o Broffice.org Writer para que os

mesmos possam criar suas pastas, a fim de guardarem os itens pesquisados

inicialmente. O Writer é um aplicativo editor de textos excelente nesta ocasião, pois

dispõe de características de editor de textos moderno e completo. Ele é simples o

bastante para se digitar um pequeno texto e, ao mesmo tempo, poderoso o

suficiente para se criar livros inteiros, incluindo diagramas, tabelas, índices,

referências cruzadas, esquemas complexos de numeração de parágrafos e páginas,

etc. A figura abaixo mostra a interface do aplicativo e suas respectivas ferramentas

de uso:

Figura 19 ─ Interface do aplicativo BrOffice.org Writer

Fonte: https://www.google.com.br

A problematização é o segundo passo metodológico que o autor destaca.

Trata-se do saber científico que o aluno percebe e onde o mesmo é provocado a ir

mais fundo neste saber. Segundo Gasparin (2002, p. 35): “A Problematização é um

elemento-chave na transição entre a prática e a teoria, isto é, entre o fazer cotidiano

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e a cultura elaborada. É o momento em que se inicia o trabalho com o conteúdo

sistematizado”. Como proposta nesta etapa, os discentes podem analisar os vários

sites de busca, realizar as referidas leituras do que foi baixado da rede,

caracterizando este período como desafios, relativo às inúmeras informações e

questionamentos presentes.

Na terceira etapa refere-se ao processo de instrumentalização. O estudo, as

análises, os confrontos e aplicabilidades dos conteúdos ministrados são reforçados.

Segundo Gasparin (2002):

“Os educandos e o educador agem no sentido da efetiva elaboração interpessoal da aprendizagem, através da apresentação sistemática do conteúdo por parte do professor e por meio da ação intencional dos alunos de se apropriarem desse conhecimento” (GASPARIN, 2002, p. 51).

Os discentes nesta etapa importante do processo sistematizam os dados

coletados. Podem ir mais além do uso da internet e do aplicativo Writer,

sistematizando os dados e transformando em informações mais concretas. Para esta

fase torna-se importante o trabalho de conhecer o aplicativo Calc. É um software

aplicativo que consiste em uma planilha para realizar cálculos simples e complexos,

construir gráficos, controlar dados estatísticos, entre outros. Nele, o aluno desperta

seu interesse pela pesquisa, investigação e resolução de exercícios, construindo o

conhecimento matemático sobre o tema estudado. A figura a seguir mostra

claramente o Calc e suas ferramentas de trabalho:

Figura 20 ─ Interface do aplicativo BrOffice.org Calc

Fonte: https://www.google.com.br

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O próximo passo é a catarse, que segundo Gasparin (2002):

“É a síntese do cotidiano e do científico, do teórico e do prático a que o educando chegou, marcando sua nova posição em relação ao conteúdo e à forma de sua construção social e sua reconstrução na escola. É a expressão teórica dessa postura mental do aluno que evidencia a elaboração da totalidade concreta em grau intelectual mais elevado da compreensão. Significa, outrossim, a conclusão, o resumo que ele faz do conteúdo aprendido recentemente. É o novo ponto teórico de chegada; a manifestação do novo conceito adquirido” (GASPARIN, 2002, p128).

Na visão do autor pode-se evidenciar, que há uma retrospectiva de tudo o

que os discentes aprenderam, uma espécie de resumo. O aluno após uma análise

mais crítica poderá corrigir o que entender que seja pertinente em sua produção

individualmente ou em grupo. Os recursos de informática são importantes, uma vez

que permitirá que o aluno se torne ágil nas correções. Assim, o mesmo estará

potencializando ainda mais seus saberes ou reaprendendo-o.

Ao falar de sintetizar o que foi aprendido, a usabilidade do software

aplicativo Impress torna-se útil, pois como sabe-se, este aplicativo permite a

liberdade para criação de apresentações por meio de slides contendo textos,

imagens e outros efeitos visuais e sonoros. Logo, acredita-se que este aplicativo

auxilie bastante o professores e discentes. Este último desde cedo em

apresentações nos seminários, mostrando a síntese de suas produções escolares. A

figura abaixo mostra a interface do aplicativo e seus recursos frontais:

Figura 21 ─ Interface do aplicativo BrOffice.org Impress

Fonte: https://www.google.com.br

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Finalizando as etapas o autor destaca a pratica social final. Nesta fase

referencia-se um novo olhar crítico do aluno. Uma nova postura de perceber como

se relaciona as produções realizadas no âmbito escolar com seu cotidiano social. É

o conhecimento científico auxiliando a transformar o modo de vida de cada pessoa,

oportunidade para comparar os conhecimentos anteriores aos posteriores.

Gasparin afirma que (2002):

“Professor e alunos modificam-se intelectualmente e qualitativamente em relação a suas concepções sobre o conteúdo que reconstruíram, passando de um estágio de menor compreensão científica a uma fase de maior clareza e compreensão dessa mesma concepção dentro da totalidade. Há, portanto, um novo posicionamento perante a prática social do conteúdo que foi adquirido. Todavia, esse processo de compreensão do conteúdo ainda não se concretizou como prática. Esta exige uma ação real do sujeito que aprendeu, requer uma aplicação” (GASPARIN, 2002, pp. 143, 144).

Inserido nas etapas abordadas fica visível os passos a serem dados para se

estabelecer uma metodologia dentro do laboratório de informática utilizando os

recursos que o Sistema Operacional GNU/Linux dispõe, através de seus inúmeros

softwares aplicativos. Principalmente o Writer, o Calc e o Impress na hora de

sintetizar os conteúdos ministrados durante as aulas, conforme o esquema abaixo:

Figura 22 ─ Aplicativos do BrOffice.org

Fonte: Arquivos dos autores

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Nesta visão holística, a nova pedagogia (histórico-crítica) apresenta

inovações na forma de ensinar: os alunos desenvolvem suas atividades em grupos,

o educador é o mediador do processo. Está sempre entre os grupos auxiliando nas

dúvidas coletivas ou individuais, a atenção do aluno não está centrada somente ao

professor, mas também no grupo ou no recurso tecnológico através do computador

que se utiliza no momento, o laboratório de informática, com as máquinas

distribuídas alternadamente favorecem o trabalho coletivo, facilitando a troca de

informações entre os discentes e promovendo o atendimento individual, para

esclarecer as possíveis dúvidas.

“A responsabilidade do professor aumentou, assim como a do aluno. Ambos

são coautores do processo ensino-aprendizagem. Juntos devem descobrir a que

servem os conteúdos científicos propostos pela escola” (GASPARIN, 2002, p. 02).

Nesta lógica, uma boa escola precisa de docentes mediadores de processos

de aprendizagem vivos, criativos, experimentadores, presenciais-virtuais. De

professores menos “falantes”, mais orientadores; de menos aulas informativas e

mais atividades de pesquisa, experimentação, desafios projetos. Para isso,

fundamental é o trabalho emocional. Isto é, a interatividade, o aceitar, o motivar, a

afetividade que Vygotsky e Wallon destacam com bastante clareza no processo de

ensino. Trabalho este que dê suporte emocional para que os alunos acreditem em si,

sejam autônomos, aprendam a analisar situações complexas e a fazer escolhas

cada vez mais libertadoras.

Almejando a quebra de muitos paradigmas emergentes que circundam o

campo educativo, assimilar os novos recursos tecnológicos não é apenas uma

escolha pedagógica, mas uma imposição necessária para a sobrevivência social.

Por fim, é preciso que as instituições de ensino tenham a sensibilidade de

compreender que vive-se uma transição decorrente da revolução tecnológica sem

passos para um retrocesso dela no meio sócio político cultural.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo deste documento, observou-se que muitos esforços para se ter a

democratização tecnológica nos diversos setores sociais estão ocorrendo por parte

do governo. Vale ressaltar continuamente que, inicialmente esta democratização

perpassa pela introdução dos softwares livres desde órgãos governamentais, nas

diversas empresas comerciais e nas instituições escolares. O software livre tem um

importante papel no processo de inclusão digital de uma sociedade e comentando

sobre a escola, esta avança a passos lentos, mas se tratando de Brasil, sabe-se que

a política sistemática que vive-se, a prioridade mais importante parece não ser a

educação. Nota-se que ao falar em tecnologia e políticas públicas este setor

educativo precisa muito de reformas tecnológicas, reformas na postura de seus

profissionais na questão da formação continuada e outros aspectos. Nas escolas de

Marapanim muito tende a ser realizado para a obtenção de uma educação

qualitativa.

As informações não estão centradas somente no seio escolar como era tido

antigamente, principalmente por princípios tradicionais de ensino. Mas sim, elas

advém de vários lugares momentaneamente, principalmente pela mídia. Porém,

compreende-se que tais informações não é tudo, é preciso um espaço em que elas

sejam organizadas e discutidas. A escola deve ser esse espaço. Um espaço onde

alunos e professores compartilhem as diferentes informações e experiências vividas.

Para isso acontecer, as instituições escolares necessitam estar bem estruturadas

fisicamente e humanamente por meio de seus docentes. As tecnologias e os

laboratórios de informática devem ser uma válvula de escape para que nossos

alunos cresçam e superem a exclusão digital. Os docentes e discentes podem sim,

através do uso do GNU/Linux, experimentar novos formatos metodológicos de

aprendizagem significativa como Gasparin e Saviani destacam.

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VASCONSELLOS, C. dos S. (1993). Construção do Conhecimento em Sala de Aula. Cadernos Pedagógicos do Libertad, São Paulo. VALENTE, José Armando (org). O computador na Sociedade do Conhecimento. Campinas: UNICAMP/NIED, 1999. _________ Diferentes usos do computador na educação. 1993. Disponível em< http://nied.unicamp.br/publicacoes/separatas/Sep1.pdf>. Acesso em 07.07.2014. VEIGA, Marise Schmidt. Computador e Educação? Uma ótima combinação. In: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em foco. Petrópolis – RJ, 2001. ZMOGINSKI, Felipe. Plantão Info. 79% dos brasileiros não acessaram a Internet. Disponível em: http://info.abril.com.br/aberto/infonews/032007/23032007-8.shl. Acesso em: 26 de outubro 2013.

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APÊNDICE A – Questionário para alunos

MINISTERIO DE EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZONIA

CURSO LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO

ACADEMICOS: JERONIMO BOTELHO MALCHER JUNIOR MÁRIO RÔMULO COÊLHO COSTA

Esta pesquisa será realizada com o objetivo de verificar o acesso dos

discentes aos recursos tecnológicos no contexto familiar e escolar, bem como a

usabilidade do laboratório de informática.

APÊNDICE A- Roteiro de questões para entrevistar alunos

Prezados discentes!

Responda este breve questionário sobre a usabilidade dos recursos

tecnológicos no cotidiano familiar e escolar.

Gratos pela participação.

Marapanim Data:____/____/____

___________________________________________________________________

1. Qual é a sua idade e grau de escolaridade?

___________________________________________________________________

2. Você possui computador em casa?

( ) Sim ( ) Não

3. Você utiliza computador para auxiliar em suas atividades escolares?

( ) Raramente ( ) Frequentemente ( ) Nunca ( ) Sempre

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4.1 Caso utilize, aponte os recursos utilizados com mais frequência:

( ) Internet ( ) Digitar trabalhos escolares ( ) Jogar

( ) Outros. Quais? _________________________________________

5. Em que locais você possui acesso ao computador?

( ) Em casa ( ) Escola ( ) Curso de informática ou lan house

( ) Na casa de amigos ou parentes ( ) De outra forma? Qual?

R.:_______________________________________________________

( ) Não possuo acesso ao computador

6. Com que frequência você acessa à internet?

( ) Todo dia ( ) Algumas vezes na semana

( ) Raramente ( ) Não possuo acesso

7. O que costuma acessar quando está navegando na rede?

( ) e-mails

( ) MSN

( ) Sites de busca e pesquisa , exemplo: Google

( ) Sites de relacionamento (Facebook, Orkut, MySpace, Twitter)

( ) Jogos

( ) Outros.

8. Qual dessas mídias você utiliza mais:

( ) pen drive

( ) CD

( ) DVD

( ) Disquete

( ) Outros. Quais? R.: ___________________________________

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9. Você considera importante o uso do computador para auxiliar no

aprendizado na escola?

( ) Sim. Pois ele contribui para aprimorar o aprendizado das disciplinas.

( ) Não.

Porquê? R.______________________________________________________

( ) Não faz diferença

10. A escola em que estuda, possui laboratório de informática e estrutura para

utilização dos mesmos?

( ) Sim, acesso com frequência. Em quais disciplinas?

R.:______________________________________________________

( ) Possui, mas quase não utilizamos.

( ) Não possui.

11. Como você avalia o laboratório de informática de sua escola?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

12. Você conhece algum jogo ou software educativo?

( ) Sim. Cite quais são:

R.: _______________________________________________________

( ) Não conheço

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ANEXO 1 – DECRETO DE 29 DE OUTUBRO DE 2003

Institui Comitês Técnicos do Comitê Executivo do

Governo Eletrônico e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,

incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º Ficam instituídos Comitês Técnicos, no âmbito do Comitê Executivo do

Governo

Eletrônico criado pelo Decreto sem número de 18 de outubro de 2000, com a

finalidade de coordenar e articular o planejamento e a implementação de projetos e

ações nas respectivas áreas de competência, com as seguintes denominações:

I– Implementação do Software Livre;

II – Inclusão Digital;

III - Integração de Sistemas;

IV – Sistemas Legados e Licenças de Software;

V - Gestão de Sítios e Serviços On-line;

VI - Infraestrutura de Rede;

VII - Governo para Governo - G2G, e

VIII - Gestão de Conhecimentos e Informação Estratégica.

Art. 2º Os Comitês Técnicos serão compostos por representantes de órgãos e

entidades da administração pública federal, indicados pelos integrantes do Comitê

Executivo do Governo Eletrônico.

§ 1º Ato dos Ministros de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República e

do Planejamento, Orçamento e Gestão estabelecerá a composição das Comitês e

designará seus membros e coordenadores.

§ 2º Em seus impedimentos, os membros das Câmaras serão substituídos por seus

suplentes.

§ 3º Os órgãos e entidades cujos representantes integrem os respectivos Comitês

Técnicos prestarão o necessário apoio técnico e administrativo ao seu

funcionamento, inclusive por meio da designação de servidores dos seus quadros

para a atuação em atividades e projetos.

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§ 4º Poderão ser convidados a participar das reuniões dos Comitês Técnicos, a juízo

do seu coordenador, representantes de outros órgãos e entidades públicas, de

empresas privadas ou de organizações da sociedade civil.

§ 5º O Secretário-Executivo do Comitê Executivo do Governo Eletrônico

supervisionará os trabalhos dos Comitês Técnicos, inclusive por meio da

convocação dos seus coordenadores para participação em reuniões periódicas de

acompanhamento.

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 29 de outubro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Guido Mantega

Publicada no D.O. do dia 30 de outubro de 2003. Seção 1, páginas 4 53

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ANEXO 2 – INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 04 – 19 DE MAIO DE 2009

Dispõe sobre o processo de contratação de serviços

de Tecnologia da Informação pela Administração

Pública Federal direta, autárquica e fundacional.

O SECRETÁRIO DE LOGÍSTICA E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, no uso de

suas atribuições que lhe conferem o Decreto no 6.081, de 12 de abril de 2007,

revigorado pelo Decreto no 6.222, de 4 de outubro de 2007, e tendo em vista o

disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, na Lei no 10.520, de 17 de junho

de 2002, no Decreto no 1.048, de 21 de janeiro de 1994, e no Decreto no 2.271, de

7 de julho de 1997, no Decreto no 3.555, de 8 de agosto de 2000, no Decreto no

3.931, de 19 de setembro de 2001, e no Decreto no 5.450, de 31 de maio de 2005,

resolve:

Art. 1º As contratações de serviços de Tecnologia da Informação pelos órgãos e

entidades integrantes do Sistema de Administração dos Recursos de Informação e

Informática - SISP serão disciplinadas por esta Instrução Normativa.

CAPÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º Para fins desta Instrução Normativa, considera-se:

I - Requisitante do Serviço: qualquer unidade administrativa que demande a

contratação de um serviço de Tecnologia da Informação;

II - Área de Tecnologia da Informação: unidade setorial ou seccional do SISP, bem

como área correlata, responsável por gerir a Tecnologia da Informação do órgão ou

entidade;

III - Gestor do Contrato: servidor com capacidade gerencial, técnica e operacional

relacionada ao objeto da contratação;

IV - Solução de Tecnologia da Informação: todos os serviços, produtos e outros

elementos necessários que se integram para o alcance dos resultados pretendidos

com a contratação;

V - Software: sistema ou componente constituído por um conjunto de programas,

procedimentos e documentação desenvolvido para atendimento de necessidades

específicas do órgão ou entidade, bem como aqueles previamente desenvolvidos e

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disponíveis no mercado para utilização na forma em que se encontram ou com

modificações;

VI - Requisitos: conjunto de especificações necessárias para definir a Solução de

Tecnologia da Informação a ser contratada;

VII - Recebimento: declaração formal do Gestor do Contrato de que os serviços

prestados atendem aos requisitos estabelecidos no contrato;

VIII - Critérios de aceitação: parâmetros objetivos e mensuráveis utilizados para

verificar um serviço ou produto quanto à conformidade aos requisitos especificados;

IX - Gestão: atividades superiores de planejamento, coordenação, supervisão e

controle, relativas aos serviços, objeto de contratação, que visam a garantir o

atendimento dos objetivos da organização; e

X - Plano Diretor de Tecnologia da Informação - PDTI: instrumento de diagnóstico,

planejamento e gestão dos recursos e processos de Tecnologia da Informação que

visa a atender às necessidades de informação de um órgão ou entidade para um

determinado período. 54

Art. 3º As contratações de que trata esta Instrução Normativa deverão ser

precedidas de planejamento, elaborado em harmonia com o Plano Diretor de

Tecnologia da Informação – PDTI, alinhado à estratégia do órgão ou entidade.

Art. 4º Em consonância com o art. 4o do Decreto no 1.048, de 1994, o órgão central

do SISP elaborará, em conjunto com os órgãos setoriais e seccionais do SISP, a

Estratégia Geral de Tecnologia da Informação para a Administração Pública,

revisada anualmente, para subsídio à elaboração dos PDTI dos órgãos e entidades

integrantes do SISP.

Parágrafo único. A Estratégia Geral de Tecnologia da Informação deverá abranger,

pelo menos, os seguintes elementos:

I - proposta, elaborada em conjunto com os demais órgãos e entidades

competentes, que contemple as demandas de recursos humanos das Áreas de

Tecnologia da Informação necessárias para elaboração e gestão de seus PDTI;

II - plano de ação, elaborado em conjunto com os demais órgãos e entidades

competentes, para viabilizar a capacitação dos servidores das Áreas de Tecnologia

da informação;

III - modelo para elaboração dos PDTI que contemple, pelo menos, as seguintes

áreas: necessidades de informação alinhada à estratégia do órgão ou entidade,

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plano de investimentos, contratações de serviços, aquisição de equipamentos,

quantitativo e capacitação de pessoal, gestão de risco; e

IV - orientação para a formação de Comitês de Tecnologia da Informação que

envolvam as diversas áreas dos órgãos e entidades, que se responsabilizem por

alinhar os investimentos de Tecnologia da Informação com os objetivos do órgão ou

entidade e apoiar a priorização de projetos a serem atendidos.

Art. 5º Não poderão ser objeto de contratação:

I - todo o conjunto dos serviços de Tecnologia da Informação de um órgão ou uma

entidade em um único contrato;

II - mais de uma Solução de Tecnologia da Informação em um único contrato; e

III - gestão de processos de Tecnologia da Informação, incluindo gestão de

segurança da informação.

§ 1o O suporte técnico aos processos de planejamento e avaliação da qualidade dos

serviços de Tecnologia da Informação poderão ser objeto de contratação, desde que

sob supervisão exclusiva de servidores do órgão ou entidade.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica nos casos em que o serviço for prestado

por empresas públicas de Tecnologia da Informação que tenham sido criadas para

este fim específico, devendo acompanhar o processo a justificativa da vantajosidade

para a administração.

Art. 6º É vedado:

I - estabelecer vínculo de subordinação com funcionário dos fornecedores;

II - prever em edital a remuneração dos funcionários dos fornecedores;

III - indicar pessoas para compor o quadro funcional dos fornecedores;

IV - demandar aos funcionários dos fornecedores execução de tarefas fora do

escopo do objeto da contratação;

V - reembolsar despesas com transporte, hospedagem e outros custos operacionais,

que devem ser de exclusiva responsabilidade dos fornecedores; e

VI - prever em edital exigências que constituam intervenção indevida da

Administração Pública na gestão interna da contratada.

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CAPÍTULO II – DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO

Art. 7º As contratações de serviços de Tecnologia da Informação deverão seguir três

fases: Planejamento da Contratação, Seleção do Fornecedor e Gerenciamento do

Contrato.

SEÇÃO I

PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO

Art. 8º A fase de Planejamento da Contratação deve contemplar os serviços,

produtos e outros elementos que compõem a Solução de Tecnologia da Informação

que irá gerar o resultado esperado.

Art. 9º A fase de Planejamento da Contratação consiste nas seguintes etapas:

I - Análise de Viabilidade da Contratação;

II - Plano de Sustentação;

III - Estratégia de Contratação; e

IV - Análise de Riscos.

Art. 10. A Análise de Viabilidade da Contratação, observado o disposto nos arts. 11 e

12 desta instrução normativa, compreende as seguintes tarefas:

I - avaliação da necessidade por parte do Requisitante do Serviço, com apoio da

Área de Tecnologia da Informação, considerando os objetivos estratégicos e as

necessidades corporativas da instituição;

II - explicitação da motivação da contratação da Solução de Tecnologia da

Informação por parte do Requisitante do Serviço;

III - especificação dos requisitos, a partir de levantamento de:

a) demandas dos potenciais gestores e usuários do serviço;

b) soluções disponíveis no mercado; e

c) análise de projetos similares realizados por outras instituições;

IV - identificação por parte da Área de Tecnologia da Informação, com participação

do Requisitante do Serviço, das diferentes soluções que atendam às necessidades,

considerando:

a) disponibilidade de solução similar em outro órgão ou entidade da Administração

Pública Federal;

b) soluções existentes no Portal do Software Público Brasileiro

(http://www.softwarepublico.gov.br);

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c) capacidade e alternativas do mercado, inclusive a existência de software livre ou

software público;

d) observância às políticas, premissas e especificações técnicas definidas pelos

Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico - e-PING e Modelo de

Acessibilidade em Governo Eletrônico - e-MAG, conforme as Portarias Normativas

SLTI no 5, de 14 de julho de 2005, e no 3, de 07 de maio de 2007;

e) aderência às regulamentações da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira -

ICP- Brasil, conforme a Medida Provisória no 2.200-2, de 24 de agosto de 2001,

quando houver necessidade de utilização de certificação digital; e

f) custo financeiro estimado;

V - justificativa da solução escolhida, por parte da Área de Tecnologia da Informação,

que contemple, pelo menos:

a) descrição sucinta, precisa, suficiente e clara da Solução de Tecnologia da

Informação escolhida, indicando os serviços que a compõem;

b) alinhamento em relação às necessidades;

c) identificação dos benefícios que serão alcançados com a efetivação da

contratação em termos de eficácia, eficiência, efetividade e economicidade.

Parágrafo único. A Análise de Viabilidade da Contratação será aprovada e assinada

pelo Requisitante do Serviço e pela Área de Tecnologia da Informação.

Art. 11. Compete ao Requisitante do Serviço definir os seguintes requisitos, quando

aplicáveis:

I - de software, que independem de arquitetura tecnológica e definem os aspectos

funcionais do software;

II - de treinamento, com o apoio da Área de tecnologia da Informação, que definem a

necessidade de treinamento presencial ou à distância, carga horária e entrega de

materiais didáticos;

III - legais, que definem as normas às quais a Solução de Tecnologia da Informação

deve respeitar;

IV - de manutenção, que independem de configuração tecnológica e definem a

necessidade de serviços de manutenção preventiva, corretiva, evolutiva e

adaptativa;

V - de prazo, que definem a prioridade da entrega da Solução de Tecnologia da

Informação contratada;

VI - de segurança, com o apoio da Área de Tecnologia da Informação; e

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VII - sociais, ambientais e culturais, que definem requisitos que a Solução de

Tecnologia

da Informação deve atender para respeitar necessidades específicas relacionadas a

costumes e idiomas, e ao meio-ambiente.

Art. 12. Compete à Área de Tecnologia da Informação definir, quando aplicáveis, os

seguintes requisitos tecnológicos, em adequação àqueles definidos pelo

Requisitante do Serviço:

I - de arquitetura tecnológica, composta de hardware, softwares básicos, padrões de

interoperabilidade, linguagem de programação e interface;

II - de projeto, que estabelecem o processo de desenvolvimento de software,

técnicas, métodos, forma de gestão e de documentação;

III - de implantação, que definem o processo de disponibilização da solução em

produção;

IV - de garantia e manutenção, que definem a forma como será conduzida a

manutenção e a comunicação entre as partes envolvidas;

V - de treinamento, que definem o ambiente tecnológico de treinamentos ministrados

e perfil do instrutor;

VI - de experiência profissional;

VII - de formação, que definem cursos acadêmicos e técnicos, certificação

profissional e forma de comprovação; e

VIII - de metodologia de trabalho.

Art 13. O Plano de Sustentação, a cargo da Área de Tecnologia da Informação, com

o apoio do Requisitante do Serviço, abrange:

I - segurança da informação;

II - recursos materiais e humanos;

III - transferência de conhecimento;

IV - transição contratual; e

V - continuidade dos serviços em eventual interrupção contratual.

Art. 14. A Estratégia da Contratação, elaborada a partir da Análise de Viabilidade da

Contratação, compreende as seguintes tarefas:

I - indicação, pela Área de Tecnologia da Informação, do tipo de serviço,

considerando o mercado e as soluções existentes no momento da licitação;

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II - indicação, pela Área de Tecnologia da Informação com o apoio do Requisitante

do Serviço, dos termos contratuais observados o disposto nos parágrafos 1o e 2o

deste artigo, sem prejuízo do estabelecido na Lei no 8.666, de 1993, relativos a:

a) fixação de procedimentos e de critérios de mensuração dos serviços prestados,

abrangendo métricas, indicadores e valores;

b) definição de metodologia de avaliação da adequação às especificações funcionais

e da qualidade dos serviços;

c) quantificação ou estimativa prévia do volume de serviços demandados, para

comparação e controle;

d) regras para aplicação de multas e demais sanções administrativas;

e) garantia de inspeções e diligências, quando aplicável, e sua forma de exercício;

f) definição de direitos autorais e de propriedade intelectual;

g) termo de compromisso, contendo declaração de manutenção de sigilo e ciência

das normas de segurança vigentes no órgão ou entidade, a ser assinado pelo

representante legal do fornecedor e seus empregados diretamente envolvidos na

contratação;

h) cronograma de execução física e financeira;

i) forma de pagamento, que deverá ser efetuado em função dos resultados obtidos; e

j) definição de mecanismos formais de comunicação a serem utilizados para troca de

informações entre a contratada e a Administração;

III - definição, pela Área de Tecnologia da Informação, da estratégia de

independência do órgão ou entidade contratante com relação à contratada, que

contemplará, pelo menos:

a) forma de transferência de tecnologia; e

b) direitos de propriedade intelectual e direitos autorais da Solução de Tecnologia da

Informação, documentação, modelo de dados e base de dados, justificando os casos

em que tais direitos não vierem a pertencer à Administração Pública;

IV - indicação, pela Área de Tecnologia da Informação, do Gestor do Contrato;

V - definição, pela Área de Tecnologia da Informação, das responsabilidades da

contratada, que não poderá se eximir do cumprimento integral do contrato no caso

de subcontratação;

VI - elaboração, pela área competente, com apoio da Área de Tecnologia da

Informação, do orçamento detalhado, fundamentado em pesquisa no mercado, a

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exemplo de: contratações similares, valores oficiais de referência, pesquisa junto a

fornecedores ou tarifas públicas;

VII - indicação, pelo Requisitante do Serviço, da fonte de recursos para a

contratação e a estimativa do impacto econômico-financeiro no orçamento do órgão

ou entidade; e

VIII - definição, pela Área de Tecnologia da Informação, dos critérios técnicos de

julgamento da proposta para a fase de Seleção do Fornecedor, observando o

seguinte:

a) utilização de critérios correntes no mercado;

b) a Análise de Viabilidade da Contratação;

c) vedação da indicação de entidade certificadora, exceto nos casos previamente

dispostos em normas do governo federal;

d) o fator desempenho não pode ser pontuado com base em atestados relativos à

duração de trabalhos realizados pelo licitante;

e) quando necessário para a comprovação da aptidão, pode-se considerar mais de

um atestado relativo ao mesmo quesito de capacidade técnica;

f) vedação da pontuação progressiva de mais de um atestado para o mesmo quesito

de capacidade técnica; e

g) os critérios de pontuação devem ser justificados em termos do benefício que

trazem para o contratante.

§ 1º A aferição de esforço por meio da métrica homens-hora apenas poderá ser

utilizada mediante justificativa e sempre vinculada à entrega de produtos de acordo

com prazos e qualidade previamente definidos.

§ 2º É vedado contratar por postos de trabalho alocados, salvo, excepcionalmente,

mediante justificativa devidamente fundamentada. Neste caso, é obrigatória a

comprovação de resultados compatíveis com o posto previamente definido.

§ 3º Nas licitações do tipo técnica e preço, é vedado:

I - incluir critérios de pontuação técnica que não estejam diretamente relacionados

com os requisitos da Solução de Tecnologia da Informação a ser contratada ou que

frustrem o caráter competitivo do certame; e

II - fixar os fatores de ponderação das propostas técnicas e de preço sem

justificativa.

§ 4º Nas licitações do tipo técnica e preço, deve-se:

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I - incluir, para cada atributo técnico da planilha de pontuação, sua contribuição

percentual com relação ao total da avaliação técnica; e

II - proceder a avaliação do impacto de pontuação atribuída em relação ao total,

observando se os critérios de maior peso são de fato os mais relevantes e se a

ponderação atende ao princípio da razoabilidade.

§ 5º A Estratégia de Contratação deverá ser aprovada e assinada pelo Requisitante

do Serviço e pela Área de Tecnologia da Informação.

Art. 15. A Estratégia da Contratação será entregue ao Gestor do Contrato para

subsidiar a Análise de Riscos da contratação.

Art. 16. A Análise de Riscos deverá ser elaborada pelo Gestor do Contrato, com o

apoio da Área de Tecnologia da Informação e do Requisitante do Serviço,

observando o seguinte:

I - identificação dos principais riscos que possam comprometer o sucesso do

processo de contratação;

II - identificação dos principais riscos que possam fazer com que os serviços

prestados não atendam às necessidades do contratante, podendo resultar em nova

contratação;

III - identificação das possibilidades de ocorrência e dos danos potenciais de cada

risco identificado;

IV - definição das ações a serem tomadas para amenizar ou eliminar as chances de

ocorrência do risco;

V - definição das ações de contingência a serem tomadas caso o risco se concretize;

e

VI - definição dos responsáveis pelas ações de prevenção dos riscos e dos

procedimentos de contingência.

Parágrafo único. Em decisão fundamentada a partir da Análise de Riscos poderá o

Gestor do Contrato propor à Área de Tecnologia da Informação a revisão da

Estratégia da Contratação.

Art. 17. O Termo de Referência ou Projeto Básico será construído, pelo Gestor do

Contrato, com apoio do Requisitante do Serviço e da Área de Tecnologia da

Informação, a partir da Estratégia de Contratação, e conterá, no mínimo, as

seguintes informações:

I - definição do objeto;

II - fundamentação da contratação;

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III - requisitos do serviço;

IV - modelo de prestação dos serviços;

V - elementos para gestão do contrato;

VI - estimativa de preços;

VII - indicação do tipo de serviço;

VIII - critérios de seleção do fornecedor; e

IX - adequação orçamentária.

Art. 18. O Termo de Referência ou Projeto Básico, a critério do Requisitante do

Serviço, será disponibilizado em consulta ou audiência pública para que se possa

avaliar a completude e a coerência da especificação dos requisitos e a adequação e

a exequibilidade dos critérios de aceitação.

SEÇÃO II

SELEÇÃO DO FORNECEDOR

Art. 19. A fase de Seleção do Fornecedor observará as normas pertinentes, incluindo

o disposto na Lei no 8.666, de 1993, na Lei no 10.520, de 2002, no Decreto no

2.271, de 1997, no Decreto no 3.555, de 2000, no Decreto no 3.931, de 2001, e no

Decreto no 5.450, de 2005.

SEÇÃO III

GERENCIAMENTO DO CONTRATO

Art. 20. A fase de Gerenciamento do Contrato visa acompanhar e garantir a

adequada prestação dos serviços durante todo o período de execução do contrato e

envolve as seguintes tarefas:

I - início do contrato, que abrange:

a) elaboração, pelo Gestor do Contrato, de um plano de inserção da contratada que

contemple:

1. o repasse de conhecimentos necessários para a execução dos serviços à

contratada; e

2. a disponibilização de infraestrutura à contratada, quando couber;

b) reunião inicial entre o Gestor do Contrato, Área de Tecnologia da Informação,

Requisitante do Serviço e a contratada, cuja pauta observará, pelo menos:

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1. assinatura do termo de compromisso de manutenção de sigilo e ciência das

normas de segurança vigentes no órgão ou entidade; e

2. esclarecimentos relativos a questões operacionais e de gerenciamento do

contrato;

II - encaminhamento formal de demandas pelo Gestor do Contrato ao preposto da

contratada por meio de Ordens de Serviço, que conterão:

a) a definição e a especificação dos serviços a serem realizados;

b) o volume de serviços solicitados e realizados segundo as métricas definidas;

c) resultados esperados;

d) o cronograma de realização dos serviços, incluídas todas as tarefas significativas

e seus respectivos prazos;

e) a avaliação da qualidade dos serviços realizados e as justificativas do avaliador; e

f) identificação dos responsáveis pela solicitação, avaliação da qualidade e ateste

dos serviços realizados, que não podem ter vínculo com a empresa contratada;

III - monitoramento da execução, a cargo do Gestor do Contrato, com apoio do

Requisitante do Serviço e da Área de Tecnologia da Informação, que consiste em:

a) recebimento mediante análise da avaliação dos serviços, com base nos critérios

previamente definidos;

b) ateste para fins de pagamento;

c) identificação de desvios e encaminhamento de demandas de correção;

d) encaminhamento de glosas e sanções;

e) verificação de aderência às normas do contrato;

f) verificação da manutenção da necessidade, economicidade e oportunidade da

contratação;

g) verificação da manutenção das condições classificatórias, pontuadas e da

habilitação técnica;

h) manutenção do Plano de Sustentação;

i) comunicação às autoridades competentes sobre a proximidade do término do

contrato, com pelo menos 60 (sessenta) dias de antecedência;

j) manutenção dos registros de aditivos;

k) encaminhamento às autoridades competentes de eventuais pedidos de

modificação contratual; e

l) manutenção de registros formais de todas as ocorrências da execução do

contrato, por ordem histórica;

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IV - encerramento e transição contratual, que deverá observar o Plano de

Sustentação.

Parágrafo único. O registro das tarefas mencionadas neste artigo deverá compor o

Histórico de Gerenciamento do Contrato.

Art 21. Os softwares resultantes de serviços de desenvolvimento deverão ser

catalogados pelo Gestor do Contrato e disponibilizados no Portal do Software

Público Brasileiro de acordo com regulamento do órgão central do SISP.

CAPÍTULO III

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Aplica-se subsidiariamente às contratações de que trata esta norma o

disposto na Instrução Normativa nº 02, de 30 de abril de 2008, que disciplina as

contratações de serviços gerais.

Art. 23. As Áreas de Compras, Licitações e Contratos dos órgãos e entidades

apoiarão as atividades do processo, de acordo com as suas atribuições regimentais.

Art. 24. A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação poderá expedir

instrumentos complementares a esta Instrução Normativa.

Art. 25. Esta Instrução Normativa entra em vigor em 2 de janeiro de 2009, não se

aplicando aos contratos em andamento e seus aditivos.

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ANEXO 3 – RELAÇÃO DAS ESCOLAS NO MUNICIPIO DE MARAPANIM

Nº ESCOLAS LOCAL LAB/INFOR

MÁTICA INTERNET

01 E.M.E.F.JÃO DELDUCK PINTO CRUZEIRO DO MAÚ 02 E.M.E.F. VALDOMIRO LAGOIA ALVES CANAVIAL 03 E.M.E.F.CLOVIS FERRO COSTO SÃO JOÃO 04 E.M.E.F. SEVERINA ALVES BRACINHO DO AÇAIZAL 05 E.M.E.F.EDVAN FERREIRA CAMPOS PAJURÁ 06 E.M.E.F.FRANCISCA ALCÂTARA VILA SILVA 07 E.M.E.F.ELÁDIO COSTA PINHEIRO TIMBOTEUA 08 E.M.E.F.ELIAS NEGRÃO BACURITEUA 09 E.M.E.F.JUSCELINO KUBITSCHEK IGARAPÉ- AÇÚ 10 E.M.E.F.ÁLVARO LISBOA ITAUASSU 11 E.M.E.F. MARECHAL COSTA E SILVA ABAETEZINHO 12 E.M.E.F.GARZIELA N. DE OLIVEIRA PEDRAL 13 E.M.E.F.MARIA FERREIRA DAS NEVES TAMARUTEUA 14 E.M.E.F. ALMERINDA ALVES CIPOTEUA

15 E.M.E.F.MARIETA NUNES VISTA ALEGRE X

16 E.M.E.F. RUTH PASSARINHO ARATICU-MIRI X

17 E.M.E.F.GENERAL M. BARATA REMANSO

18 E.M.E.F. MARIA T. NAIFF NEVES TAMATAQUARA

19 E.M.E.F. NADIR CARVALHO DO VALE ARSÊNIO

20 E.M.E.F.REMIGIO FERNANDEZ SEDE X X

21 E.M.E.F. ZARAH TRINDADE SEDE X X

22 E.M.E.F.MARIA B. NEVES CRUZ PORTO ALEGRE

23 E.M.E.F.VITÓRIA C DE CARVALHO SEDE X X

24 E.M.E.F. VICÊNCENCIA MALCHER CRUZASDOR

25 E.M.E.F.CARMEM R MAGALHÃES LIVRAMENTO X

26 E.M.E.F.FRANCISCO DE SALES NEVES SEDE X X

27 E.M.E.F. PROFª LINA VELASCO SEDE

28 E.M.E.F.HOSANAH N. DE CARVALHO MARUDAZINHO X

29 E.M.E.F. BIBIANO MONTEIRO VILA MAÚ X

30 E.M.E.F.TEREZA BRAGA MARUDÁ X

31 E.M.E.F.PADRE JOSÉ MARIA DO VALE SEDE X

32 E.M.E.F. ELIOFAR ALVES DA COSTA MARUDÁ

33 E.M.E.F.FRANCIASCA C. CONCEIÇÃO MATAPIQUARA

34 E.M.E.F.INÁCIO DE L PASSARINHO FAZENDINHA

35 E.M.E.F.JOAQUIM C. JÚNIOR ITACUÃ

36 E.M.E.F.RAIMUNDA LOUDES C. BRAGA GUARAJUBAL

37 E.M.E.F.ENEIDA PINTO LISBOA CAMARÁ

38 E.M.E.F.PEDRO TEXEIRA FILHO UBUSSÚ

39 E.M.E.F.ELCIONE ZALUTH BARBALHO SEDE

40 E.M.E.F.HELGA SEIXAS ALVES ARAPIJÓ

41 E.M.E.F.NORMA GUILHON JUÇATEUA

42 E.M.E.F. FEBRÔNIO VARCALHO VIANA BOA ESPERANÇA

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARAPANIM ESTADO DO PARÁ

C.N.P.J: 05.171681/0001-74 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

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43 E.M.E.F. MONSENHOR E. IGREJA CRISTOLÂNDIA

44 E.M.E.F. JULIA PASSARINHO JARANDEUA

45 E.M.E.F. MARIA CHAVES FELINTO RETIRO

46 E.M.E.F. FRANCISCA DA C. FERREIRA SANTALUZIA

47 E.M.E.F. MERANDOLINO P. NEGRÃO SANTANA DO MAÚ

48 E.M.E.F.SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS BOM JARDIM DO MÁU

49 E.M.E.F.AUGUSTO F. DE MIRANDA MATAPIQUARA

50 E.M.E.F.PRESIDENTE MÉDICI MARANHÃOZINHO

51 E.M.E.F.FERNANDO R. MAGALHÃES RECREIO

52 E.M.E.F.SEBASTIANA C. TRINDADE XV DE NOVEMBRO

53 E.M.E.F. SESESNANDO DO C. FERREIRA SÃO M. DO CRISPIM

54 E.M.E.F.EDELMIRA CARVALHO SEDE X

EDUCAÇÃO INFANTIL

NOME DA ESCOLA

LOCALIDADE

LAB INFORMÁTI

CA

INTERNET

01 E.M.E.I CINDERELA VILA MAÚ

02 E.M.E.I.CORRENTE DO SABER CAMARÁ

03 E.M.E.I.ELCIONE BARBALHO SEDE

04 E.M.E.I. FLOR DE JUÇATEUA JUÇATEUA

05 E.M.E.I. PEDRO FERREIRA FAVACHO VISTA ALEGRE

06 E.M.E.I.PEQUENO PRINCIPE MARANHÃOZINHO

07 E.M.E.I MARIA CASTRO VILAR SEDE

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ANEXO 3 – LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA EM INSTITUIÇÕES DE

ENSINO NO MUNICIPIO DE MARAPANIM.

Figura 22 – Laboratório de informática da E. M. E. F. Padre Vale

Fonte: arquivo dos autores

Figura 23 – Laboratório de informática da E. M. E. F. Zarah Trindade

Fonte: arquivo dos autores

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LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO

MUNICIPIO DE MARAPANIM.

Figura 24 – Laboratório de informática da E. M. E. M. Remígio Fernandez

Fonte: arquivo dos autores

Figura 25 – Laboratório de informática da E. M. E. F. Sales Neves

Fonte: arquivo dos autores