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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA UFRA ANDRÉ DA SILVA PINTO RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA EM ESTRÔNGILÍDEOS DE EQUINOS NA REGIÃO SUDESTE NO ESTADO DO PARÁ. PARAUAPEBAS 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA

ANDRÉ DA SILVA PINTO

RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA EM ESTRÔNGILÍDEOS DE EQUINOS NA

REGIÃO SUDESTE NO ESTADO DO PARÁ.

PARAUAPEBAS

2019

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ANDRÉ DA SILVA PINTO

RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA EM ESTRÔNGILÍDEOS DE EQUINOS NA

REGIÃO SUDESTE NO ESTADO DO PARÁ.

Trabalho de conclusão de curso apresentado a

Universidade Federal Rural da Amazônia, como

parte das exigências do Curso de Zootecnia para a

obtenção de título de Bacharel.

Área de concentração: Produção Animal

Orientadora: Prof. Dr. Drausio Honorio Morais

PARAUAPEBAS

2019

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A gradeço a Deus por ter me proporcionado sabedoria e

paciência durante todos esses anos, a minha família que

me deu todo suporte e apoio, aos diversos amigos que

conheci durante a graduação, em especial a todas as

pessoas que contribuíram para minha formação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS, que sempre esteve me protegendo com seu manto protetor,

e provendo todas as minhas necessidades. Gratidão eterna meu Senhor!

À meu orientador Drausio Honorio Morais.

À UFRA por todo suporte oferecido durante todos esses anos para que a minha formação

fosse possível, incluo todos os professores e funcionários dessa instituição de ensino.

Às Tias da limpeza que todos os dias estavam ali prestando seu trabalho com alegria e

humildade, aos cafezinhos de toda manhã, minha eterna gratidão a essas pessoas

maravilhosas. Tia Rineuma, Nanda, Josi, Luana e Karina.

Ao professor Rafael Mezzomo por ter sido meu orientador durante 2 anos, onde aprendi

muito, cada ensinamento levarei por toda minha vida profissional.

Aos meus familiares que sempre estiveram dando todo apoio para que eu nunca desistisse do

meu sonho, dedico essa conquista a todos eles.

À meus pais, Severino Pinto da Mota e Joana Maria da Silva, vocês foram peça fundamental

durante todos esses anos, sem vocês seria impossível conquistar esse título.

Aos diversos amigos que a graduação trouxe ao meu convívio, todos eles fazem parte desta

história.

À minha turma de 2014, onde conheci pessoas que irei manter uma relação de amizade por

toda minha vida.

Aos amigos Anilton Silva de Sousa e Julian Soares, Alexandre Rodolfo, Vinicius Botelho e

Newber Sena, vocês estiveram presentes em todos os momentos bons e ruins ao longo desses

cinco anos de curso, compartilhamos diferentes momentos, onde rimos quase choramos e

vibramos por nossas diferentes conquistas, essa vitória dedico a vocês meus amigos.

À meus Tios Odolfo Pinto da Mota, João Pinto da Mota, Osvaldo Pinto da Mota e meu tio que

hoje não se faz presente, Severiano Pinto Lopes.

À meus irmãos Kalcides da Silva Pinto, Kleitiane da Silva Pinto, Claudio da Silva Pinto e

Walter da Silva Pinto, vocês foram parte essencial desta conquista.

À família do João Batista Alves e Aparecida Alves, tudo que vocês fizeram em meu favor

durante esses anos, espero um dia poder retribuir em dobro.

Aos primos que ganhei em Parauapebas, Nick Alves, Gracielle Nabratilva, Rafael Santos,

Narciso Santos, Dion Leno Alves, Grabriela Fernandes e Dieimey Santos Alves, vocês de

alguma forma estiveram presentes nesta conquista, gratidão por tudo que representam em

minha vida.

Gratidão a todos vocês!!!

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“O que fizemos apenas por nós mesmos morre

conosco; o que fizemos pelos outros e pelo

mundo permanece e é imortal.”

(Albert Pike)

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RESUMO

Os helmintos que acometem equinos, têm impacto negativo no desenvolvimento desses

animais e podem causar desde um pequeno desconforto abdominal até episódios fulminantes

de cólicas e morte. Sendo assim, objetivou-se avaliar a resistência anti-helmíntica em equinos

na região sudeste no estado do Pará. O estudo foi realizado no A&L Rancho em parceria com

a Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Parauapebas. Dos 23 equinos presentes

no haras, apenas oito (34,8%) foram selecionados para tratamento anti-helmíntico. As

amostras de fezes foram obtidas diretamente da ampola retal de cada animal. Para a contagem

dos ovos por grama de fezes (OPG), foi utilizado câmara de McMaster. A distribuição nos

tratamentos foi realizada de forma homogênea, conforme os valores de OPG. Foram

avaliadas: Ivermectina 1,2 g/kg (Equimax®) e Menbendazol 14,66g/kg (Equitrat Plus®), em

dois grupos (A e B). Foram realizadas coproculturas para cada grupo tratamento. Dos oito

animais analisados, dois (25%) foram negativo (<200 opg), já seis (75%) foram positivos

(>200 opg) para endoparasitose. Com as avaliações das amostras através da OPG e

coprocultura foi possível fazer a identificação dos endoparasitas presentes nos animais que de

modo geral obtiveram resultados moderados. As L3 encontradas através de analises

coprológica foram Oxyuris equi, Trichostrongylus axei, Parascaris equorum, Strongylus

vulgaris, Strongylus edentatus, Strongylus equinus, Strongylus westeri. O tratamento com

Mebendazol respondeu positivamente ocorrendo redução nos números de OPG após a

administração do medicamento. No presente estudo, pode-se verificar que a ivermectina,

apresentou atividade inferior à do mebendazol.

Palavras-chaves: Eficiência antiparasitária, ivermectina, mebendazol.

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ABSTRACT

The helminths that they attack equine have negative impact in the development of these

animals and can cause from a small abdominal discomfort up to devastating episodes of colics

and death. Being so, the resistance aimed to value anti-helmíntica in equine in the southeast

region in the state of the Pará. The study was carried out in A&L Group in partnership with

the Rural Federal University of the Amazon region, Campus Parauapebas. Of 23 equine

presents in the stud, only eight (34,8%) was selected for treatment anti-helmintico. The feces

samples were obtained straightly of the resuch ampoule of each animal. For the counting of

the eggs for gram of feces (EPG), McMaster's camera was used. The distribution inside the

treatments was done in the homogeneous form, according to the values of EPG and animal

category. They were valued: Ivermectina 1,2 g/kg (Equimax ®), Menbendazol 14,66g/kg

(Equitrat Plus ®), in two groups A and I group B. They were carried out copoculturas for each

group. Of eight analysed animals, two (25%) gave negative (<200 EPG), already six (75%)

was positive (>200 EPG) for endoparasitose. With the evaluations of the samples through the

EPG and coprocultura it was possible to do the identification of the present endoparasitas in

the animals; on the whole the results were moderated. The L3 found through analyses

coprologica was Oxyuris equi, Trinchostrongylus axei, Parascaris equorum, Strongylus

vulgaris, Strongylus edentatus, Strongylus equinus, Strongylus westeri. The treatament

responde positively with Mebendazol, where he hears reduction in the numbers of EPG after

the administration of the medicine. In the present study, it can be verified that ivermectin

presented lower activity than mebendazole.

Keywords: Antiparasitic efficiency, ivermectin, mebendazole.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Vista aérea da estrutura do A&L Rancho..........................................................27

Figura 2 – Coleta de amostras fecal....................................................................................29

Figura 3 – Produtos comerciais utilizados no tratamento...................................................30

Figura 4 – Avaliação parasitológica em câmara de McMaster...........................................30

Figura 5 – Imagens do ovo de Strongyloides......................................................................30

Figura 6 – Coprocultura......................................................................................................31

Figura 7 – Amostras de L3 de Strongylideos......................................................................33

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Demonstrativo por nome, sexo, idade, peso......................................................28

Tabela 2 – Demonstrativo dos achados parasitários e, da terapia anti-helmíntica adotada de

equinos explorados em provas de três tambores no município de Parauapebas Sudeste

Paraense – PÁ.......................................................................................................................34

Tabela 3 – Contagem média de (D 0) no dia do tratamento com mebendazol e ivermectina

(OPG 1), doze dias depois (D 12) e percentual de redução de redução dos valores de OPG

(ROPG), doze dias após o tratamento..................................................................................36

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

% Porcentagem

cm Centímetro

g Grama

°C Graus Celsius

EGI Estrongylus gastrintestinal

F Fêmea

Kg Quilograma

μm Micrômetro

L1 Larva de primeiro estágio

L3 Larva de terceiro estágio

L4 Larva de quarto estágio

L5 Larva de quinto estágio

NaCl Cloreto de sódio

m Metros

mm Milímetros

M Macho

OPG Ovos por gramas de fezes

PÁ Pará

QM Quarto de milha

ROPG Redução de ovos por gramas de fezes

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................13

2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................15

2.1 Parâmetros epidemiolígicos.........................................................................................15

2.1.2 Pequenos estrôngilos..................................................................................................16

2.2 Grandes estrôngilos......................................................................................................17

2.2.1 Strongylus vulgaris......................................................................................................17

2.2.2 Strongylus edentatus....................................................................................................18

2.2.3 Strongylus equinus.......................................................................................................18

2.2.4 Triodontophorus sp......................................................................................................19

2.2.5 Parascaris equorum.....................................................................................................19

2.2.6 Oxyuris equi.................................................................................................................20

2.2.7 Habronema sp..............................................................................................................21

2.3 Controle dos helmintos.................................................................................................22

2.3.1 Diagnóstico..................................................................................................................23

2.3.2 Controle Químico........................................................................................................23

2.3.3 Controle Biológico.......................................................................................................24

2.3.4 Manejo de Pastagens....................................................................................................24

2.4 Desenvolvimento da resistência anti-helmíntica........................................................25

2.4.1 Estratégia de administração de anti-helmínticos..........................................................26

3 MATERIAL E MÉTODO...............................................................................................27

3.1 Local do desenvolvimento do estudo...........................................................................27

3.1.2 Caracterização dos animais avaliados..........................................................................27

3.1.2 Coletas dos dados.........................................................................................................28

3.2 Distribuição dos tratamentos.......................................................................................29

3.2.1 Método de contagem pela câmara de McMaster.........................................................30

3.2.2 Diagnóstico por coprocultura.......................................................................................31

3.2.4 Rendimento das coproculturas.....................................................................................32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................32

4.1 Resultados laboratoriais..................................................................................................33

4.1.2 Demonstrativo e relação entre os achados parasitários e terapia adotada....................33

5 CONCLUSÃO..................................................................................................................37

REFERÊNCIAS..................................................................................................................38

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1 INTRODUÇÃO

Os equinos acompanham a civilização humana há muito tempo, antes de sua

domesticação o mesmo era destinado a alimentação humana, quando descobriu que o cavalo

poderia ser domesticado, os povos que aprimoraram essa técnica, conseguiram maior

capacidade de conquista territorial (ANUALPEC, 2017).

A tropa nacional é superior a cinco milhões de equinos, computados os animais de

lida, os de raça, lazer e competição. Chama a atenção que mesmo com a incorporação de

máquinas de última geração e de ferramentas tecnológicas, o cavalo continua sendo decisivo

para o desenvolvimento de atividades pecuárias e agrícolas na grande maioria das

propriedades nacionais. A atividade movimenta anualmente R$ 16,15 bilhões e gera 610

milhões empregos diretos e 2.430 milhões de empregos indiretos, sendo responsável, assim,

por três milhões de postos de trabalho (ANUALPEC, 2017).

No Brasil, os equinos possuem importância fundamental na agricultura, na pecuária,

sendo que, na última década, o seguimento de competições, leilões e turismo vem

apresentando um crescimento expressivo (ANUALPEC, 2012).

Os equinos são apontados como sendo um dos animais mais susceptíveis a uma

diversidade parasitária, e podem abrigar várias espécies em um mesmo momento (REHBEIN;

MARTIN; RENATE, 2013); dentre este esses parasitas, podem ser citados os endoparasitas

como os nematóides (Ascarídeos, Oxiurídeos, Estrongilídeos, Tricostrongilídeos) e os

céstodes (Anoplocefalídeos) e como ectoparasitas pode-se citar os carrapatos, ácaros

(BALÁN et al., 2014).

A fauna parasitária dos equinos é vasta e compreende várias famílias/gêneros distintos.

Isso se deve à natureza herbívora dos cavalos, o que os torna muito susceptíveis ao

endoparasitismo, mas também pelas formas de manejo dos equídeos que favorecem a

contaminação e a transmissão dos parasitos, fatos esses que geram uma grande incidência de

infecções parasitárias, principalmente nas primeiras semanas de vida. (MOLENTO, 2005).

Os helmintos que acometem equinos, têm impacto negativo no desenvolvimento

desses animais e podem causar desde um pequeno desconforto abdominal até episódios

fulminantes de cólicas e morte (KLEI; CHAPMAN, 1999).

Os ovos e oocistos de endoparasitas mais frequentemente encontrados nas fezes

equinas são Oxyuris equi ( SCHRANK, 1788), Strongyloides westeri (WEINLAND, 1858),

Eimeria leuckarti (FLESCH, 1883), Habronema muscae (CARTER, 1861), Parascaris

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equorum (GOEZE, 1782) e Paranoplocephala mamillana (CHOLODKOVSKY, 1902,

FOREYT, 2005).

Há uma grande variedade de parasitos gastrointestinais de equinos, que podem ser

divididos em dois grandes grupos: Os pequenos estrôngilos - também conhecidos como

ciatostomíneos como os (Cyathostomum spp (WEINLAND, 1858) e Cylicostephanus spp

(STILES, 1907), e os grandes estrôngilos Strongylus vulgaris (LOOSS, 1900), S. equinus

(MULLER, 1780), S. edentatus (LOOSS, 1900)) e, ainda, Parascaris equorum, Oxyuris equi

(SCHRANK, 1788), Strongyloides westeri, Trichostrongylus axei (COBBOLD, 1879),

Habronema spp., Anoplocephala spp (GOEZE, 1782), Eimeria leuckarti e Gasterophilus spp.

(LEACH, 1817; MOLENTO, 2005).

Dentre todos os parasitos citados, os grandes e os pequenos estrôngilos são os

prevalentes, sendo também considerados como os maiores causadores de doenças parasitárias

em equinos. Eles afetam o desenvolvimento e desempenho desses animais, podendo,

inclusive, ocasionar graves distúrbios gastrointestinais (ex. cólicas) (OGBOURNE, 1978;

TAVASSOLI et al., 2010).

O controle da parasitose é fundamental, pois resulta em melhor desempenho dos

animais, especialmente quando estão com elevada carga animal por área (MOLENTO, 2005),

por facilitar a transmissão para os demais.

Existem várias associações de bases químicas utilizadas no controle parasitário dos

equinos. A maioria dos criadores faz o controle baseado no uso de produtos químicos com

base em febendazole e ivermectina por sua praticidade e eficiência. Os febendazoles são

vermífugos antigos que atuam inibindo o transporte de glicose e esgotando todas as reservas

energéticas do parasito. Já as ivermectinas atuam na transmissão neuromuscular, causando

paralisia e morte dos parasitos (ROSA, 2014).

Essas formulações deveriam apresentar eficácia elevada quando testadas isoladamente,

no entanto, a eficácia das drogas diminui consideravelmente devido a seu caráter seletivo,

favorecendo a permanência de organismos resistentes e a eliminação de indivíduos

susceptíveis. Esse fenômeno, conhecido como resistência parasitária, ocorre quando uma

droga não consegue manter a mesma eficácia contra os parasitos, após um determinado tempo

de utilização. A seleção de helmintos resistentes é praticamente inevitável, e esta

característica é transferida para as próximas gerações (CONDER; CAMPBELL, 1995;

MOLENTO, 2005).

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Medidas inovadoras de controle parasitário precisam ser instituídas para que a

resistência anti-helmíntica seja desacelerada, e as drogas que ainda possuem eficácia sejam

preservadas por um período prolongado. Estratégias sustentáveis de controle devem ser

aplicadas de maneira racional. O objetivo é levar os conhecimentos epidemiológicos e de

controle parasitário até os produtores, visando desta maneira, reduzir a dependência e o uso

indiscriminado de anti-helmínticos (CANEVER, 2013).

Objetivou-se com este trabalho avaliar a predominância de helmintoses gastrintestinais

de equinos criados estabulados e observar o efeito da vermifugação, em duas diferentes bases

de medicamentos.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Parâmetros epidemiológicos

De acordo com Costa (2011), as pastagens atuam como depósito e acabam sendo um

meio de transmissão de larvas infectantes. Ao ingerir essas pastagens, o trato gastrointestinal e

o ambiente fornecem condições favoráveis para a sobrevivência e desenvolvimento de

diversos parasitos (EGAN; SNELLING; MCEWAN, 2010). Os equinos parasitados, podem

apresentar diversas enfermidades como cólica, anemia, queda de rendimento, fadiga e morte

(COSTA, 2011).

Os nematóides da família Strongylidae, conhecidos comumente como estrongilídeos,

são normalmente assinalados como endoparasitas do intestino grosso dos equídeos. As suas

formas larvais de desenvolvimento exógeno encontram-se na pastagem e os animais infectam-

se durante o pastoreio, embora também possam infectar-se no estábulo por ingestão da cama e

feno contaminados (OGBOURNE, 1978; MADEIRA DE CARVALHO, 2001, 2006).

Os pequenos estrôngilos ou ciastostomíneos são usualmente os mais abundantes

nematóides de equinos. Em relação aos grandes estrôngilos, Strongylus vulgaris é

considerado um dos helmintos mais patogênicos, principalmente na sua forma imatura,

devido às lesões ocasionadas pela sua migração na artéria mesentérica (DUNCAN et al.,

1974; OGBOURNE et al., 1985).

Os strongilídeos possuem ciclo biológico direto (sem hospedeiro intermediário). O

ciclo biológico desses são divididos em fases: ovo, larvas de primeiro a quinto estádios (L1 a

L5) e parasitos adultos. Quando as condições ambientais se tornam favoráveis (calor e

umidade) o ovo embrionado passa a se desenvolver dando origem a L1. A L1 desenvolve-se e

modifica para L2 e está para L3. A L3 migra para a pastagem que circunda a massa fecal num

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raio máximo de cerca de 30 cm e a um máximo de 10 cm de altura, em função da umidade e

da temperatura (ENGLISH, 1979ª; 1979b; MADEIRA DE CARVALHO, 2001).

2.1.2 Pequenos estrôngilos

Os pequenos estrôngilos pertencem à subfamília Cyathostominae, conhecidos como

ciatostomíneos, esses são considerados os helmintos de maior importância. Isso se dá pela sua

atual prevalência, potencial patogênico e capacidade de desenvolver resistência anti-

helmíntica (LESTER, et al. 2014). Podem parasitar equinos de todas as idades, porém,

apresentam maior patogenicidade em animais jovens (KAPLAN, 2002; KAPLAN;

NIELSEN, 2010; LUKSOVSKY et al., 2013; MATHEWS, 2011).

Segundo a classicação de Lichtenfels; Kharchenko; Dvojnos (2008), essa subfamíla é

composta por 50 espécies englobadas em 14 gêneros: Gyalocephalus, Caballonema,

Cylindropharynx, Tridentoinfundibulum, Cylicocyclus, Cyathostomum, Coronocyclus,

Petrovinema, Cylicostephanus, Skrjabinodentus, Cylicodontophorus, Hsiungia,

Poteriostomum e Parapoteriostomum.

O ciclo de vida dos ciatostomíneos inicia-se na pastagem, até as larvas atingirem

estádio infectante (L3). Uma vez ingeridas essas se aderem às paredes intestino grosso,

podendo causar cólicas e diarreias bem como perda de mobilidade, apetite e peso. Um número

elevado de larvas pode causar a ruptura da parede intestinal, e outros danos nos tecidos assim

como, por exemplo, uma elevada perda de fluidos e proteínas (LYONS et al., 1999).

Sua forma larvar ou encistada (ciatostomíase larvar), e formas adultas, presentes na

mucosa intestinal, passam a se alimentar desta, resultando em pequenas feridas ou ulcerações,

hemorragias e extravasamento de proteínas plasmáticas para a luz intestinal (REICHMANN

et al., 2001). Os equinos, segundo Molento (2005), adquirem resistência com a idade e isso é

confirmado através da diminuição da carga parasitária e da contagem do número de ovos nas

fezes.

Entre os vários aspectos observados nos animais infectados têm-se pelos arrepiados,

diminuição do desempenho nas atividades diárias e durante as provas, diarreia, enterite,

cólica, perda de peso, apetite e incapacidade de reagir aos estímulos prestados (BRADY;

NICHOLS, 2009; MORARIU et al., 2012).

2.2 Grandes estrôngilos

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Os grandes estrôngilos são considerados muito importantes, devido a sua

patogenicidade, são encontrados parasitando o intestino grosso, em especial o ceco e o cólon

(FORTES, 2004).

Compreendem 14 espécies englobadas em cinco gêneros: Strongylus (14,5 a 46 mm

comp.), Triodontophorus (8,1 a 20,1 mm), Bidentostomum (8 a 10 mm), Oesophagodontus

(15 a 24 mm), Craterostomum (5,7 a 10,6 mm), (Subfamília: Strongylinae, denominação

comum: estrongilíneos) (LICHTENFELS; KHARCHENKO; DVOJNOS, 2008).

Faz parte desse gênero Strongylus vulgaris, S. equinus, S. edentatus e Triodontophorus

sp. Os ovos são eliminados pelas fezes e demoram cerca de duas semanas a desenvolverem-se

até L3. A infecção ocorre por ingestão das L3 (URQUHART, 1996).

2.2.1 Strongylus vulgaris

Morfologicamente, o S. vulgaris tem o corpo retilíneo, é de cor cinza escuro, os

machos variam de 12 a 16 mm e as fêmeas de 20 a 25 mm (FORTES, 2004).

A espécie S. vulgaris tem morfologia caracterizada por corpo retilíneo e rígido, o

orifício oral é circundado por uma coroa radiada externa franjada. A cápsula bucal oval,

apresenta dois dentes grandes com ápices arredondados (forma de orelha) na sua base. O

conduto dorsal é bem desenvolvido (BASSAN et al., 2008).

Larva de grande comprimento e largura. Tem 28-32 células intestinais, bem definidas

e com coloração escura, com forma pentagonal e triangular, dispostas em fila dupla

(CERNEA et al., 2008).

Os ovos de strongilídeos encontram-se rodeados de uma cápsula fina com parede lisa e

no seu interior está presente uma mórula com blastômeros de tamanho grande

(THIENPOINT; ROCHETTE; VANPARIJS, 1986).

No ciclo de vida as L3 realizam a muda para L4 na submucosa intestinal sete dias após

a ingestão, estas migram para a artéria mesentérica cranial, onde mudam para L5 e retornam à

parede intestinal. Formam nódulos principalmente na parede do cólon e ceco. Ao se

romperem, os nódulos liberam os adultos na luz do intestino (BOWMAN, 2010).

Devido a sua migração no sistema arterial mesentérico, o S. vulgaris é considerado o

mais patogênico dos grandes estrôngilos. A presença de larvas no sistema arterial causa

endoarterite e trombose com um risco de infartos intestinais (ANDERSEN et al., 2013a).

2.2.2 Strongylus edentatus

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Esse nematóide adquiriu esse nome por possuir uma cápsula bucal desprovida de

dentes, a cabeça é larga e bem distinta do corpo por uma constrição. Os machos variam entre

23 a 28 mm de comprimento, e as fêmeas de 33 a 44 mm (FORTES, 2004).

Larva pequena e fina. Tem 18 células intestinais dispostas em fila dupla, alongadas,

mal definidas e com forma triangular. Em preparações a fresco não fixadas, é uma larva com

muita mobilidade e muito rápida quando comparada com as outras (CERNEA et al., 2008).

Os ovos de estrongilídeos encontram-se rodeados de uma cápsula fina com parede lisa

e no seu interior está presente uma mórula com blastómeros de tamanho grande

(THIENPOINT; ROCHETTE; VANPARIJS, 1986).

O ciclo evolutivo desses parasitos começa após a penetração da larva de terceiro

estágio (L3) na mucosa intestinal e através da veia porta, eles atingem o parênquima hepático

em um pequeno espaço de tempo. Por volta de duas semanas, ocorre a maturação dessa larva

para o quarto estágio (L4), verificando-se, posterior migração no fígado e por volta de seis a

oito semanas pós-infecção, as larvas migram para diversos tecidos, com predileção pelos

flancos e ligamentos hepáticos (URQUHART et al., 1996).

A muda final tem lugar depois de quatro meses, e cada larva de quinto estádio (L5)

migra através do peritônio para a parede do intestino grosso, onde se forma um grande nódulo

purulento, que ao se romper, libera o parasito adulto jovem no lúme intestinal, comumente no

ceco e cólon, com período de pré patência de 10 a 12 meses de instalação infecciosa

(URQUHART et al., 1996).

2.2.3 Strongylus equinus

Os machos desta espécie medem entre 24-36 mm e as fêmeas 39-46 mm de

comprimento. Estes possuem como característica única a existência de um grande dente

dorsal bífido e dois dentes ventrais pontiagudos menores no fundo da cápsula bucal

(LICHTENFELS; KHARCHENKO; DVOJNOS, 2008).

Larva pequena e fina. Tem 18 células intestinais dispostas em fila dupla, alongadas,

mal definidas e com forma triangular. Em preparações a fresco não fixadas, é uma larva com

muita mobilidade quando comparada com as demais (CERNEA et al., 2008).

As L3 de S. equinus atravessam as paredes do ceco e do cólon e formam nódulos para

a muda L4, onde alcançam o fígado, migrando por várias semanas, podendo causar

pancreatite e hepatite (CABAÇO, 2014).

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Após este período, as L4 e L5 se encontram no pâncreas e ao seu redor, antes do seu

aparecimento no intestino grosso, com um período pré-patente de oito a nove meses. Portanto,

quando adultos, se instalam na mucosa do ceco e raramente no cólon, as larvas se encontram

em tecido conjuntivo e parenquimatosos, como o fígado, pâncreas e os pulmões

(URQUHART et al., 1996)

2.2.4 Triodontophorus sp

As larvas são de dimensões relativamente grandes. Possuem 16 células intestinais,

dispostas em fila dupla. As células proximais são retangulares alongadas e as restantes são

pentagonais. (CERNEA et al., 2008).

As larvas apresentam uma cápsula bucal com três pares de dentes, cada uma com três

cúspides (FONSECA, 2002). As L3 possuem 18 a 20 células intestinais com formato

retangular ou pentagonal, sendo consideradas larvas grossas e de tamanho médio, visto que a

sua largura e o seu comprimento médio total, são respectivamente, 28,4 μm e 834,2 μm.

Relativamente às larvas de Triodontophorus serratus, estas apresentamum total de 16 células

intestinais e um comprimento total e largura, de respectivamente, 907 μm e 30,1 μm.

(MADEIRA DE CARVALHO et al., 2007; 2008).

As L3 do gênero Triodontophorus ao atingirem a mucosa intestinal formam nódulos a

nível do ceco e do cólon como resultado das migrações que realizam nestas regiões, se restringem

única e exclusivamente à parede daqueles órgãos (MADEIRA DE CARVALHO, 2011).

2.2.5 Parascaris equorum

Pertence à Ordem Ascaridida. São nemátodes grandes (machos com cerca de 10 cm e

fêmeas com cerca de 15 cm, no caso do Parascaris), com três lábios que constituem a boca,

um superior e dois subventrais. Alguns géneros possuem asas cervicais laterais, embora tal

não aconteça com este género (ANDERSON, 2000; BOWMAN, 2003).

Os ovos são quase esféricos, cerca de 90x100 microns, acastanhados. Eles têm uma

membrana espessa e áspera e geralmente contêm apenas uma célula (zigoto). Eles são muito

resistentes à seca, às altas temperaturas e à luz solar, e também a muitos desinfetantes

químicos. Têm a propriedade de ser muito pegajosa e aderir a qualquer superfície ou objeto

com o qual entrem em contato, incluindo a pele e pelagem das éguas-mãe, assim como a

vegetação, o que facilita muito a transmissão para outros animais, especialmente os potros

(KOUDELA; BODECEK, 2006; BOWMAN, 2004).

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Considerado o maior nematódeo a parasitar o intestino delgado dos equinos é

encontrado parasitando principalmente potros e equinos jovens, e em menor frequência em

adultos, já que este parasito induz imunidade adquirida nos equinos, sendo assim, a maioria

dos animais jovens torna-se imune durante seu primeiro ano de vida. Dessa forma, os equinos

adultos não participam da transmissão desse parasito (REINEMEYER, 2009).

Os animais infectam-se ao ingerirem os ovos que se encontram no ambiente, que

foram eliminados pelos potros dos anos anteriores (LINDGREN, et al., 2008; LAUGIER, et

al., 2012). Isto é possível devido à ótima capacidade de sobrevivência dos ovos e das larvas.

Os ovos possuem uma casca grossa a qual lhes imputa uma resistência que lhes permite

suportar condições ambientais adversas, nomeadamente temperaturas altas e outras agressões

físicas e químicas, como condições de anaerobiose (KOUDELA; BODECEK, 2006;

BOWMAN, 2004).

2.2.6 Oxyuris equi

São vulgarmente chamados de vermes de alfinete, devido à sua cauda alongada e fina,

existente tanto nos machos como nas fêmeas (pode haver exceções em algumas espécies). O

seu esôfago possui um bulbo mais ou menos esférico, imediatamente anterior à junção com o

intestino e que possui frequentemente uma válvula. Todos os oxiurídeos são monoxenos

estritos (BOWMAN, 2003).

Os ovos são característicos, possuindo uma cápsula espessa com opérculo e uma

mórula ou larva L1 no interior. Medem cerca de 80-95 µm de comprimento por 40-45 µm de

largura (THIENPONT; ROCHETTE; VANPARIJS, 1986).

Parasita de tamanho considerável, macho adulto entre 9 a 12 milímetros de

comprimento, enquanto que as fêmeas podem apresentar comprimentos até 150 milímetros.

Sua localização no hospedeiro definitivo é o cólon, reto e ânus. Aparentemente este tipo de

parasitas promove imunidade adquirida nos seus hospedeiros, uma vez que equinos mais

velhos não apresentam cargas parasitárias elevadas (SELLON; LONG, 2007).

O ciclo de vida destes parasitos possui algumas particularidades, as fêmeas não

libertam os ovos nas fezes como a maioria dos restantes nematóides do trato gastrintestinal,

mas migram até ao ânus, depositando os ovos, cerca de 8000 a 60000 ovos, cimentando-os

com uma película proteica, de cor amarelada, na região perianal. Passados cerca de quatro a

cinco dias, essa película começa a secar e a se quebrar, liberando os ovos, que neste momento,

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já evoluíram em seu interior larvas L3, seu estado infectante (ANDERSON, 2000;

BOWMAN, 2003; REINEMEYER, 2008).

Devido ao processo de deposição de ovos, os cavalos afetados sentem um prurido

intenso na região anal, gerando o impulso de roçar de encontro a árvores, paredes, cercas,

comedouros, bebedouros e outros locais semelhantes, altura em que os ovos são libertados

para esses locais ou objetos. Também nos animais estabulados e tratados diariamente os

objetos de limpeza podem tornar-se veículos disseminadores. Conclui-se o ciclo quando os

cavalos se infectam por ingestão dos ovos libertados anteriormente (BOWMAN, 2003;

CARTER, et al., 2007).

2.2.7 Habronema

São parasitos de mamíferos principalmente de equinos (FORTES, 2004). No estádio

adulto, Habronema ssp. se caracteriza pelo parasitismo da mucosa gástrica, especialmente na

região glandular (PAIVA, 1988).

O Habronema muscae faz a ovipostura de ovos embrionados que possuem a casca

extremamente delgada, esses ovos são eliminados juntamente com as fezes ou eclodem no

intestino liberando as larvas que posteriormente são eliminadas com as fezes (ÁLVARES,

2001).

Este parasita sobrevive no estômago, em uma camada de muco aderida à mucosa,

podendo ou não invadir as glândulas gástricas (BLAGBURN et al., 1991; FORTES et al.,

1997; AIELLO et al., 2001).

O gênero Habronema pode causar gastrite hemorrágica. Endoscopicamente, a

habronemose gástrica é caracterizada pela presença de gastrite catarral, com excesso de

produção de muco, e presença dos parasitas (BELLI, et al., 2005).

Durante seu ciclo evolutivo, as fêmeas do Habronema sp. fazem ovipostura de ovos

embrionários, podendo ocorrer à eliminação destes nas fezes, como também no intestino,

através da eclosão das larvas. No ambiente, as larvas L1 são ingeridas por larvas do

hospedeiro intermediário (Musca domestica) (LINNAEUS, 1758), ocorrendo

concomitantemente o desenvolvimento de ambos (BERTONE, 2000; FORTES, 2004).

A presença desse parasita no estômago pode agir como fator predisponente ao

aparecimento de úlceras gástricas (SILVA et al., 2002). A infecção gástrica é de difícil

diagnóstico já que os ovos e as larvas não são detectados facilmente nas fezes através das

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técnicas de flutuação (FORTES, 1997; URQUHARD et al., 1990; BLAGBURN et al., 1991;

ROSE et al., 1995).

A utilização da técnica de xenodiagnóstico vem sendo aplicada para se realizar o

diagnóstico de habronemose, com a desvantagem de que é uma técnica muito trabalhosa,

requerendo treinamento para a sua execução (Amado, 1997).

2.3 Controle dos Helmintos

Um programa de controle de helmintos nos equinos deve ser baseado em vários

aspectos: modo de utilização de anti-helmínticos, manejo adotado e as características de cada

criatório, a fim de obter um resultado satisfatório no controle desses parasitas (UMAR et al.,

2013).

Desde o início do século XX, o controle do parasitismo gastrintestinal é baseado quase

exclusivamente na administração de fármacos anti-helmínticos que suprimem a população

parasitária nos equídeos, a eliminação de ovos nas fezes e a contaminação do ambiente

(PROUDMANN; MATTHEWS, 2000).

O desenvolvimento de resistências por parte dos parasitas aos anti-helmínticos deve-

se, principalmente, ao excesso de uso da mesma família de anti-helmínticos, a falta de critério

para sua utilização, subdosagens, rotação de várias classes de produtos durante o ciclo

produtivo, alta densidade de animais e o excesso de desparasitação, (MADEIRA DE

CARVALHO, 2006), menosprezando-se a dinâmica das parasitoses, o seu diagnóstico, a

avaliação da eficácia do desparasitante, a idade dos animais, a influência das condições

climáticas e a densidade animal (REINEMEYER; NIELSEN, 2013).

Recentemente, tornou-se clara a necessidade de uma nova abordagem integrada das

parasitoses, que envolva não só uma administração de fármacos, seletiva e sustentada na

vigilância, que tenha como objetivo reduzir a população parasitária para valores basais que

não tenham repercussões na saúde dos animais, mas também outras medidas de manejo que

reduzam a transmissão dos parasitas (NIELSEN, 2015).

O controle da contaminação parasitária em cavalos adultos resume-se à redução da

contaminação de pastos por formas parasitárias infectantes. O tempo de administração e

seleção do anti-helmíntico deve ser influenciado por três fatores: (1) a carga de larvas

infectantes no ambiente, (2) a capacidade residual do anti-helmíntico (3) resposta imune

efetiva que consiga limitar a excreção de ovos para o ambiente (REINEMEYER, 2008b).

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2.3.1 Diagnóstico

O exame de ovos por grama de fezes (OPG) deve ser rotina nos haras, pois possibilita

monitorar a prevalência dos helmintos, avaliar a eficácia dos produtos, definir intervalos entre

os tratamentos de acordo com o surgimento de ovos para assim estabelecer um sistema de

controle eficaz (MOLENTO, 2005).

Nas infecções por estrongilídeos o diagnóstico deve ser efetuado através do exame de

fezes, mediante técnicas de contagem de ovos por grama de fezes (OPG), segundo o método

de Gordon e Whitlock (1939).

Este procedimento foi seguido pela técnica de Coprocultura (ROBERTS;

O’SULLIVAN, 1950), onde foram usadas amostras positivas para obtenção de larvas e

identificação dos gêneros de nematoides gastrointestinais.

Por conseguinte, o diagnóstico deve ser estabelecido através de anamnese detalhada

sobre o manejo da propriedade, dados climáticos, tipo de controle utilizado, a observação dos

sinais clínicos e de exames laboratoriais (RIET-CORREA et al., 2007).

A falta dessas informações, pode levar a utilização inadequada de anti-helmínticos,

seu tratamento ineficaz, e o aumento de casos clínicos, perda produtiva e principalmente

econômica, manifestando assim o desenvolvimento de resistências (MOLENTO, 2005).

2.3.2 Controle Químico

Dentre os compostos anti-helmínticos disponíveis, existem quatro grupos químicos

diferentes que são mais utilizados: benzimidazóis (albendazole, oxibendazole, febendazole),

pirimidinas, imidazotiazois (pamoato de pirantel e levamisole) e o grupo das lactonas

macrocíclicas (ivermectina e moxidectina), (MARTIN, 1997).

Esses grupos, apresentam mecanismos de ação e formas de eliminação parasitárias

diferentes. Amplamente utilizados pela sua praticidade de aplicação e compra, e por

apresentar custo-benefício ao criador, porém é a maior causa de resistência parasitária, devido

ao uso indiscriminado sem rotação de bases químicas (MARTIN, 1997).

As bases químicas mais utilizadas no controle de estrôngilos de equinos são os

benzimidazóis, lactonas macrocíclicas, compreendendo associação de ivermectina com

pirantel e ivermectina com praziquantel (PÉREZ-ÁLVAREZ et al., 2013).

Além do controle com moléculas anti-parasitárias pode-se fazer a prevenção e a

diminuição dos parasitas no meio ambiente dos equinos, como dos pastos e das camas. A

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remoção de fezes do ambiente antes que os ovos se tornem infectantes, é um método mais

eficiente do que a própria administração de anti-helmínticos (HERD, 1986).

O controle é efetuado por uma limpeza correta e regular das instalações e utensílios,

no caso dos animais estabulados. Deve usar-se materias descartáveis na limpeza do períneo

dos cavalos quando possível, já que esponjas ou toalhas de pano usadas repetidamente se

tornam um importante vector de infecção (CARTER et al., 2007).

Deve-se propor um calendário que promova o controle parasitário com o menor

número de tratamentos possível, a fim de melhorar a utilização dos compostos antiparasitários

(MOLENTO, 2005).

De modo geral, a verdadeira dificuldade está em controlar os ciatostomíneos, já que

são estes que apresentam mais defesas contra os meios existentes atualmente. Relativamente

aos grandes estrongilídeos, nomeadamente do género Strongylus, pode conseguir-se a sua

erradicação de uma população fechada, desde que se realizem administrações de um anti-

helmíntico eficaz a cada 6 meses (REINEMEYER, 2009).

2.3.3 Controle Biológico

Se refere à utilização de antagonistas naturais que se encontram no ambiente, com

especificidade de ação e que suportem as condições ambientais no local onde o controle é

exercido a fim de diminuir as populações de agentes causadores de perdas produtivas das

atividades de pecuária ou agrícolas (MOTA, 2003).

Na equideocultura, o controle biológico da estrôngilose equina através da

administração regular de fungos nematófagos da espécie Duddingtonia flagrans, tem

contribuído para uma medida eficaz na redução da contaminação do ambiente (COSTA,

2011).

Segundo Almeida et al., (2008) o pastoreio simultâneo de equinos e ovelhas é benéfico

no controle de parasitoses, uma vez que as ovelhas arrancam as ervas mais rente ao solo

reduzindo a contaminação do pasto.

2.3.4 Manejo de Pastagens

As formas de criação dos equinos, principalmente em pastagens, favorecem a grande

incidência de infecções parasitárias (REZENDE, 2017).

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As associações de diversas estratégias de manejo como rotação de pastagem, pastejo

alternado e controle integrado, contribuem para redução do número de formas infectantes nas

pastagens (MOLENTO, 2005).

A rotação de pastagens já utilizada no uso racional das forrageiras é também

recomendada como profilaxias das verminoses, resultando numa diminuição de uso de

medicamentos (REZENDE, 2017).

O processo consiste em ausentar os animais, de uma determinada parcela da pastagem

por um período suficiente que impeça a evolução do ciclo de vida dos parasitos. Não tendo

como completar a fase parasitária no animal as larvas acabam morrendo no ambiente, durante

sua fase não parasitária (LÁU et al., 2002).

Os animais após vermifugados têm que ser transferidos para uma pastagem

descontaminada a fim de diminuir a carga parasitaria e novas infecção (LIMA, 2004).

De acordo com Amarante (1992), esse manejo pode favorecer as categorias mais

susceptíveis visto que ocorre a descontaminação.

2.4 Desenvolvimento da resistência anti-helmíntica

É a capacidade de alguns parasitos de uma população de sobreviver aos tratamentos

que são geralmente eficazes contra as mesmas espécies e estádios de infecção, ou seja, alguns

indivíduos de uma população parasitária possuem genes que codificam para a resistência

contra determinada droga mesmo no momento de sua introdução. Portanto, a resistência é

herdada e o seu desenvolvimento primeiro exige que os genes de resistência estejam

presentes, e que a expressão destes genes aumente na população por seleção genética

(HODGKINSON et al., 2008).

A taxa de desenvolvimento de resistência é determinada pela pressão de seleção e o

avanço da resistência ocorre quando estes indivíduos sobrevivem aos tratamentos e passam

seus genes para as próximas gerações (MOLENTO, 2005).

Inúmeras investigações revelaram que, uma vez desenvolvida a resistência anti-

helmíntica em nematóides, ela continuará e mesmo com a suspensão da utilização do

respectivo medicamento por muitos anos não ocorrerá a eliminação da resistência (LIND et

al., 2007; LYONS et al., 2007; SLOCOMBE et al., 2008).

Os primeiros de resistência anti-helmíntica foram para a droga fenotiazina no final dos

anos 50 e início dos 60, primeiro em Haemonchus contortus (RUDOLPHI, 1803), parasita de

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ovinos (DRUDGE, 1957) e, em seguida, ciatostomíneos de equinos (POYNTER; HUGHES,

1958; GIBSON, 1960; DRUDGE; ELAM, 1961).

O uso generalizado de tiabendazol e outros anti-helmínticos benzimidazóis marcou o

início do uso de novas bases química sobre os helmintos. No entanto, dentro de poucos anos,

a resistência ao tiabendazol foi relatada, em H. contortus (CONWAY, 1964; DRUDGE,

1964) e depois em ciatostomíneos (DRUDGE; LYONS, 1965).

Em seguida surgiram relatos de resistência aos benzimidazóis em outros nematóides

de ovinos, Ostertagia circumcincta (STADELMAN, 1894) e Trichostrongylus colubriformis

(GILES, 1892). Estes relatos levaram a estudos que investigaram a prevalência da resistência,

que constatou, em meados de 1970, várias espécies de nematóides resistentes aos

benzimidazóis em ovinos e equinos em todo o mundo. Esse mesmo padrão se repetiu em 1970

e 1980 na sequência da introdução das novas classes anti-helmínticas, imidazotiazole,

tetrahidropirimidina, avermectinas e milbemicinas. No início da década de 1980, foram

relatados parasitos com resistência a múltiplas drogas (PRICHARD et al., 1980; WALLER;

PRICHARD, 1986).

Nos últimos anos a resistência à ivermectina foi descrita em equinos (MOLENTO et

al., 2008; TRAVERSA et al., 2009), após quase três décadas de uso generalizado desta droga.

Um dos principais motivos pela demora no desenvolvimento da resistência neste composto

pode ser explicado pelo fato de que não possui ação sobre as larvas de quarto estádio

encistadas na mucosa intestinal (KAPLAN, 2002).

2.4.1 Estratégia de Administração de anti-helmínticos

A desparasitação só deve ser realizada quando a contagem de ovos por grama (OPG)

for superior a 200, de modo a evitar situações de resistência e de gastos monetários

desnecessários (NIELSON, 2009).

Mesmo que a contagem de ovos nas fezes seja um método bastante consistente para a

determinação do uso de anti-helmínticos, tal como já foi referido, não existem estudos que

tenham avaliado as consequências da terapia seletiva a longo prazo e que são essenciais para a

validação desta abordagem (SWIDERSKI; FRENCH, 2008).

Na utilização equina deve ser estabelecido um programa parasitário, visando à

prevenção da infecção, dessa forma, obtendo-se melhores resultados. Aielo e Mays (2001)

afirmam que “qualquer que seja o programa utilizado, deve-se fazer o exame periódico de

amostras de fezes para manter o controle da eficácia do programa”. Para tanto, deve ser

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considerado que as infecções verminóticas severas em equinos ocorrem comumente durante o

período anual seco, uma vez que, durante o verão ocorre o desenvolvimento das larvas

depositadas no solo e no período chuvoso, a ingestão dessas larvas através de pastagens

contaminadas por helmintos patogênicos, principalmente, para os animais mais jovens

(SOULSBY, 1987; KOHER Jr, 1998; RADOSTITS et al., 2002).

Segundo um estudo apresentado por NICHOLS et al., (2008), foi demonstrado que

programas com uso rotacional de anti-helmínticos ao longo do ano são bastante eficazes no

controlo de parasitas, mantém a saúde gastrointestinal, melhora a condição corporal e reduz a

contaminação de pastos.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Local do desenvolvimento do estudo

O estudo foi realizado no A&L Rancho (Figura 1) localizado no município de

Parauapebas (Lat. 5°58'26.14" S, Long. 49°52'14.96" O), região sudeste no estado do Pará. O

experimento foi realizado no período de agosto a novembro de 2018. As análises laboratoriais

ocorreram no laboratório de Microscopia, da Universidade Federal Rural da Amazônia -

UFRA, Campus Parauapebas.

Figura 1. Vista aérea da estrutura do A&L Rancho.

3.1.2 Caracterização dos animais avaliados

Conforme evidenciado na Tabela 1, os animais avaliados eram da raça Quarto de

Milha, com idade de um ano e meio a doze anos, a identificação seguiu uma numeração de

um a oito (1 a 8), facilitando assim o manejo.

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Tabela 1. Demonstrativo por animal, sexo, idade (ano),

peso médio (kg).

Nº Sexo Idade (ano) Peso (kg)

1 M 12 500

2 M 4 350

3 M 10 400

4 M 2,5 350

5 F 2 350

6 M 1,5 300

7 F 10 500

8 F 4 400

M= Macho; F= Fêmea.

Por se tratar de uma criação destinada a provas, a escolha aconteceu entre os animais

de competição e animais que estavam iniciando os primeiros treinamentos na atividade dos

três tambores, todos os animais do rancho possuem estábulos individuais com dimensões de

4mx4m, onde passam o dia e, durante a noite são soltos em piquetes também individual de 25

metros de largura por 50 de comprimento.

3.1.3 Coleta dos dados

O rebanho total é de 23 animais de ambos os sexos e idade, da raça Quarto de milha

praticantes de Prova dos Três Tambores.

Durante o estudo foi testada uma casuística de oito equinos adultos, de ambos os sexos

(cinco masculino e três do sexo feminino), puro sangue da raça Quarto de milha, em faixa

etária de 1,5 (um ano e meio) a 12 (doze) anos, mantidos sob sistema de manejo intensivo, em

haras da região Sudeste – PÁ, no Município de Parauapebas.

Esse plantel é submetido à dieta alimentar a base de concentrados e forragens, com o

uso respectivamente comum, de farelo de milho (concentrado mais ofertado) e trigo, grãos de

milho e ração industrializada e, de capim Vaqueiro (Cynodon dactylon PERS, 1805), feno

comercial de gramíneas, principalmente de capim Thifton.

As amostras foram obtidas diretamente da ampola retal, realizadas nas primeiras horas

do dia, com intuído de colher as primeiras fezes; assim colher uma maior quantidade de ovos

para realização da OPG. Para coleta das fezes foi usado luvas para palpação retal, o bolo fecal

colhido foi acondicionado na própria luva e identificado com o nome do animal e

acondicionado em isopor com gelo para manter uma temperatura em torno de 5 °C a 10 ºC e

encaminhada para laboratório. A contagem dos ovos de helmintos por grama de fezes (OPG)

foi realizada individualmente em câmara de McMaster de acordo com a técnica preconizada

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por Gordon & Whitlock (1939). Em um período de até 24 horas após coleta. A distribuição

dos tratamentos foi realizada conforme a chegada dos animais no brete de contenção, os anti-

helmínticos foram escolhidos aleatoriamente para cada animal e administrados por via oral

antes da primeira refeição do dia. Doze dias após o tratamento com os anti-helmínticos,

amostras fecais foram novamente coletadas de cada animal para nova quantificação de OPG.

Coproculturas também foram realizadas para cada grupo. O percentual da redução do

número de ovos por grama de fezes (R-OPG) para cada grupo foi estimado comparando o

OPG pré-tratamento com o pós-tratamento, utilizando-se as médias aritméticas das contagens

de OPG antes e após o tratamento.

Figura 2. Coleta de amostra fecal.

3.2 Distribuição dos tratamentos

As drogas utilizadas no experimento pertencem a grupos químicos diferentes e foram

administradas por via oral nas taxas e doses recomendadas pelo fabricante de cada produto

conforme o peso do animal, aferido por balança. Foram avaliadas: Ivermectina 1,2 g/kg

(Equimax®), Menbendazol 14,66g/kg (Equitrat Plus®) (Tabela 2).

Figura 3. Produtos comerciais utilizados no tratamento

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3.2.1 Método de contagem pela câmara de McMaster

Este método de numeração é simples e consiste na contagem de ovos numa placa

quadriculada, câmara de McMaster. Neste método utilizam-se 4 g de fezes que são diluídos

em 56 ml de solução salina hipersaturada para a suspensão dos ovos. A câmara utilizada é

constituída por duas células, as quais são constituídas por duas lâminas, sendo uma superior e

uma inferior (BOWMAN; GEORGI, 2008, KAPLAN; MILLER, 2008).

As duas células têm um volume total de 0,30 ml. Sendo a contagem feita nas duas

células, é necessário multiplicar o número de ovos encontrados por 50 para se obter o número

de ovos por grama de fezes (OPG). Se a contagem for feita apenas numa célula deve ser

multiplicado o número de ovos por 100 (BOWMAN; GEORGI 2008, KAPLAN; MILLER,

2008).

Embora seja possível em algumas situações efetuar um diagnóstico diferencial entre os

ovos dos géneros Strongylus, Triodontophorus e da subfamília Cyathostominae, na sua

maioria apresentam características morfológicas idênticas. Assim, optou-se por designá-los

nas contagens como do tipo estrongilídeo (EGI), como é proposto por Georgi (1982).

Figura 4. Avaliação parasitológico em câmara de

McMaster.

Figura 5. Imagens de ovos de Strongyloideos.

3.2.2 Diagnóstico por coprocultura

A maior parte de ovos de Nemátodes não permitem distinguir nem o género nem a

espécie, e para que tal seja possível, é essencial criar condições para que os ovos evoluam o

seu estado biológico de forma a tornarem-se identificáveis (KAUFMANN, 1996).

Esta questão torna-se extremamente importante especialmente nos equinos, que

albergam uma grande diversidade de géneros e espécies e todos eles com ovos muito

semelhantes. A evolução é feita até ao estado L3 pois permite um diagnóstico de espécie, ou

pelo menos do gênero, com base em características morfológicas especificas. Os principais

candidatos a coprocultura são os nemátodes que têm um ciclo biológico do tipo monoxeno

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com evolução até L3 no meio ambiente, em particular os das famílias Strongylidae e

Trichostrongylidae (KAUFMANN, 1996).

Segundo Madeira de Carvalho (2001), a realização de coproculturas no diagnóstico

das parasitoses equinas é especialmente importante na pesquisa de formas larvares L3 de

Trichostrongylus axei, Strongyloides westeri e principalmente de nemátodes da família

Strongylidae, que engloba cerca de 70 espécies distintas, sendo algumas delas das mais

patogénicas para os equídeos.

Foram realizadas coproculturas para cada grupo de animais. A técnica consiste em

colocar 50-60 gramas de fezes em copos de plástico descartáveis. Estes foram umedecidos,

cobertos por uma gaze de algodão, permanecendo durante 14 dias em uma temperatura

aproximada à 28 ºC (adaptado). Após este período de tempo, o copo com fezes foi preenchido

por água, invertido sobre uma placa de Petri, e igualmente preenchido por água (MADEIRA

DE CARVALHO, 2001).

Figura 6. Coprocultura. Figura 7. Amostras de L3 de Strongylideos.

O líquido contendo as larvas foi recolhido para um tubo de ensaio após 24 horas, os

quais foram tampados e armazenados em refrigerador a 4-5ºC até a contagem e identificação

das larvar. As L3 foram concentradas por sedimentação natural durante 24 horas, observadas

a fresco ou fixadas com soluto de Lugol, e identificadas nos diferentes gêneros e/ou espécies

(MADEIRA DE CARVALHO, 2001).

Devido a difícil identificação desses gêneros e o grande número de espécies

(LICHTENFELS; KHARCHENKO; DVOJNOS, 2008), não será realizada a descrição

individual de cada gênero/espécie, referindo-se apenas a subfamília Cyathostominae

(Ciatostomíneos).

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Figura 8. Strongylus edentatus.

3.2.3 Rendimento das coproculturas

O seu cálculo é efectuado através da divisão da quantidade de L3 (por grama) pelo

valor de OPG determinado pela técnica de MacMaster e posterior multiplicação por 100, para

obtenção deste valor em percentagem (MADEIRA DE CARVALHO et al., 2009). A

finalidade de determinar este princípio é verificar qual a percentagem de ovos, determinados

pela técnica de MacMaster, conseguiu atingir o estado L3.

4. Resultados e Discussão

A avaliação demonstrou resultados positivos de endoparasitismo por estrongilídeos em

amostras fecais de equinos utilizados em prova de três tambores. Desta forma, dos 23 equinos

presentes no haras, apenas oito (34,8%) foram selecionados para tratamento anti-helmintico,

animais de competição e que estavam iniciando no esporte.

Assim, sendo, pode-se ainda presumir, o fato de os equinos avaliados serem de bom

estado nutricional e imunológico, fatores principais quanto à compensação orgânica nessas

morbidades. Bem como, periodicamente submetidos à terapia profilática antiparasitária e

serem explorados em boas condições higiênicas e de manejo alimentar, conforme ressaltam

Lyons et al., (2000) e Radostits et al., (2002).

Como se trata de animais de prova os cuidados destinados a esses animais possibilitou

a não prevalência de parasitismo crônico, pois as práticas sanitárias de vacinação e

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vermifugação são realizadas de forma criteriosa. Da mesma forma a limpeza das baias recebe

atenção redobrada para que não acumule um volume elevado de desejos.

4.1 Resultados laboratoriais

Dos oito animais analisados, dois (25%) deram negativo para OPG, já seis (75%)

foram positivos para endoparasitose conforme está descrito no Gráfico 1. Os animais que

estavam com OPG inferior a 200 receberam resultados negativos, já para animais positivos a

OPG se deu quando os resultados ultrapassaram os 200 ovos por grama.

Gráfico 1. Percentual de endoparasitismo entérico de equinos do A&L Rancho.

4.1.2 Demonstrativo e relação entre os achados parasitários e a terapia adotada

Com as avaliações das amostras através da OPG e coprocultura foi possível fazer a

identificação dos endoparasitas presentes nos animais; de modo geral os resultados foram

moderados para os animais avaliados, não foi verificado anormalidade nos animais, como

pelos arrepiados, escamações, magreza ou quaisquer conformações corporais que aparentasse

parasitismo. A Tabela 2, está o grupo de animais avaliados, sexo, idade, peso, raça, media das

OPG de cada indivíduo, achados parasitários e terapia usada em cada animal.

6

2

0

1

2

3

4

5

6

7

Positivo Negativo

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Tabela 2. Demonstrativo dos achados parasitários e, da terapia anti-helmíntica adotada de equinos

explorados em provas de três tambores no município de Parauapebas Sudeste Paraense -PA.

Animal Raça OPG* Achados parasitários Terapia anti-helmíntica

1 QM 350

Oxyuris equi

Trichostrongylos axei Mebendazol

2 QM 1100 Parascaris equorum

Strongylus vulgaris

Trichostrongylus axei

Ivermectina

3 QM 100 Strongylus edentatus Mebendazol

4 QM 600 Strongylus vulgaris Ivermectina

5 QM 800

Strongylus equinus

Trichostrongylus axei Mebendazol

6 QM 950 Parascaris equorum

Strongyloides equinus

Trichostrongylus axei

Ivermectina

7 QM 95

Strongylus equinus

Trichostrongylus axei Mebendazol

8 QM 200 Strongylus westeri Ivermectina

QM= Quarto de Milha; *OPG (media)= Ovos por grama.

Na população estudada as maiores medias de OPG foram para os animais com idade

entre um ano e meio (1,5) a quatro anos (4), esses animais representam 62,5% do grupo

avaliado, e três animais 37,5%, obtiveram resultados abaixo de 200 OPG. Podemos observar

que os maiores valores foram para animais jovens, isso pode ter relação com sua baixa

imunidade tendo em vista que os animais mais velhos tiveram menor eliminação de ovos em

suas fezes, esses animais tem uma resistência maior para endoparasitas, por possuir maior

imunidade e ter mais tempo de exposição a diferentes patógenos.

Segundo Medeiros (2012), a resistência parasitária é adquirida à medida que o animal

cresce, sendo atingida na sua plenitude aos 4 a 5 anos de idade.

As L3 encontradas através de analises coprologica foram O. equi, T. axei, P. equorum,

S. vulgaris, S. edentatus, S. equinus, S. westeri. Não foi verificado a presença de

Ciatostomíneos.

A infecção por pequenos estrôngilídeos depende da idade do animal, estabelecendo-se

após a contaminação por L3 infectantes no pasto resultantes da contaminação pelas mães e

que só depois dos 6 meses de idade se estabelecem infecções e que a partir de um ano de

idade elas se tornam equiparáveis em número às de animais adultos (GERSÃO, 2010).

Os animais deste estudo não compartilham os ambientes coletivamente, cada animal

tem sua própria baia e piquete de pastejo, por esse motivo podem estar livres de contaminação

cruzada por ciatostomíneos.

De tudo o que foi exposto podemos concluir que são necessários mais estudos para

compreender melhor a dinâmica da infecção pelos ciatostomíneos e para explicar as

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diferenças individuais encontradas. É necessário utilizar um maior número de animais e

averiguar o papel da idade e do manejo nas cargas totais bem como na abundância e

distribuição dos estádios das várias espécies (GERSÃO, 2010).

Conforme foi demonstrado na (Tabela 2), os tratamentos adotados nos equinos foram

diferenciados, especialmente, levando-se em consideração a utilização individual de

vermifugo, diferentes aos anteriormente utilizados rotineiramente nos calendários de

vermifugação no rancho.

Tendo em vista, a possibilidade de neutralizar ou minimizar resistência parasitária e,

portanto, segundo Conder e Campbel (1995), relatam que “uma droga não consegue manter a

eficácia esperada contra os parasitas, se utilizada nas mesmas condições, após um

determinado período de tempo”, bem como, com as citações de Lindgren et al., (2008),

Samson-Himmelstjerna et al., (2007) & Slocombe et al., (2007), acerca da “resistência de

antiparasitários que vêm sendo utilizados a bastante tempo”.

Com base nos resultados da coprocultura, é possível relacionar a prevalência de

Strongyloides nas amostras obtidas, com as afirmações de Conder e Campbell (1995), quanto

à resistência parasitária.

Após o estabelecimento do diagnóstico os equinos acometidos foram distribuídos em

dois grupos com espécime de ambos os sexos, para a administração específica por grupo, dos

dois protocolos anti-helmínticos pré-estabelecidos.

Cada grupo tinha 4 animais, sendo dois grupos totalizando oito animais, o protocolo

estabelecido seguiu conforme o anti-helmíntico administrado. Aplicação de Metabendazol e

Ivermectina.

Devido a atual situação de aumento da resistência anti-helmíntica contra as principais

drogas mais comumente utilizadas, torna-se necessário a padronização e utilização de testes

com boa sensibilidade e aplicabilidade para diagnóstico da resistência em helmintos de

importância veterinária (KAPLAN, 2004).

O tratamento com Mebendazol respondeu positivamente ocorrendo redução nos

números de OPG após a administração do medicamento.

Drudge, Lyons e Tolliver já em 1974 observaram que o Mebendazol, na dose única de

8,8 mg/kg, atua sobre a maioria dos helmintos de equídeos, reduzindo, efetivamente, o

número de ovos de estrongilídeos por grama de fezes até a sexta semana pós-tratamento, fato

observado no presente estudo onde os animais foram tratados com dose mais alta (14,66

g/kg), que a utilizada pelos referidos autores. Santiago et al., (1973) estudaram o efeito do

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Mebendazol em apresentação granulada adicionada à ração e verificaram que em 48 horas

após administração todos os exames foram negativos.

Segundo o tratador do rancho o medicamento que estava em uso era o Dectomax que

tem como princípio ativo Doramectina. O que ficou demonstrado através dos resultados é que

o uso excessivo deste medicamento pode ter trazido resistência dos endoparasitas, por isso se

faz necessário a intercalação de medicamento a cada calendário de vermifugação, com

objetivo de inibir índices elevados de resistência anti-helmíntica.

Muitos estudos com a ivermectina na dosagem padrão indicam uma eficácia de 100%

contra larvas de Strongylus em parasitismos arteriais. Embora se tenha empregado

originalmente uma formulação intramuscular, as formulações orais são hoje as únicas

preparações aprovadas para o uso nos equinos. Os estádios larvais de Strongylus spp arteriais,

tendem a ser refratários à maioria dos antihelmínticos, embora a terapia intensiva com

determinados membros da classe dos benzimidazóis tenha sido útil contra esses estágios

patogênicos e migratórios dos estrôngilos (AIELO; MAYS, 2001; THOMASSIAN, 2005).

Com base nos resultados obtidos, no presente estudo, pode-se verificar que a

ivermectina, apresentou atividade inferior à do mebendazol. A ivermectina possui atividade

endectocida, sendo indicada a dose de 0,2mg/kg, a utilizada neste estudo foi uma dose

superior, 1,2g/kg, porém não obteve resultados satisfatórios. Segundo Santiago et al., (1973)

os parasitas dos equinos são sensíveis às baixas concentrações de ivermectina, o que poderia

ser um dos fatores responsáveis pela atividade verificada.

TABELA 3. Contagem média (D 0) no dia do tratamento com mebendazol, e ivermectina

(OPG 1), doze dias depois (D 12) e percentual de redução dos valores de OPG (ROPG),

doze dias após o tratamento.

Mebendazol

Animal D 0 D 12 R-OPG (%)

1 800 300 62,50

2 100 0 100

3 95 35 63,15

4 350 100 71,42

Ivermactina

Animal D 0 D 12 R-OPG (%)

5 200 100 50,00

6 600 300 50,00

7 1100 1950 -77,27

8 950 1345 -41,57

OPG = Ovos por grama

R-OPG (%) = 100 - (média de OPG 2 / média de OPG 1) x 100.

Alguns animais podem ser predispostos a uma alta infecção como resultado de fatores

etários, comportamentais, nutricionais ou ambientais (LINN, 2010). Mesmo em percentual

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reduzido a prevalência parasitária por Strongyloides foi de grande importância no estudo,

levando-se em consideração que os equinos desse experimento são conduzidos em boas

condições de manejo alimentar e sanitário, alguns dos quais, de alto nível atlético.

Sendo provável que esse fato possa estar relacionado à resistência a alguns

antiparasitários anteriormente utilizados de forma empírica, ou seja, repetitiva, sem

alternância periódica das bases quimioterápicas e/ou uma má realização do programa de

vermifugação no plantel, indicando ineficácia aos antihelmínticos utilizados, como destacam

Lindgren et al., (2008), Samson-Himmelstjerna et al., (2007), Slocombe et al., (2007) e Riet-

Correa et al., (2007).

5. CONCLUSÃO

O princípio ativo mebendazol se mostrou eficiente contra os Strongyloides, nematoide

prevalente no período do estudo. A ivermectina não mostrou eficácia. Na alternância de

medicamento ela não deve ser descartada.

Os resultados comprovaram a necessidade de mudanças no manejo de tratamento anti-

helmíntico, podendo ser introduzido medidas de controle seletivo, tratando apenas animais

com OPG elevado.

O calendário de vermifugação deve ser acompanhado sempre de uma avaliação de

OPG, comprovando assim a eficácia do vermífugo utilizado, evitando percas econômicas com

compras de medicamentos ineficientes.

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