ministÉrio da educaÇÃo universidade federal rural da...

47
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA FRANCISCA MARIA RODRIGUES DE SÁ GEOVANE FERREIRA VIEIRA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO, NO PROCESSO DO ENSINO- APRENDIZAGEM NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA PASTOR JOSÉ PINTO DE MENEZES NOVO REPARTIMENTO-PA 2017

Upload: others

Post on 04-Aug-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

FRANCISCA MARIA RODRIGUES DE SÁ

GEOVANE FERREIRA VIEIRA

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO, NO PROCESSO DO ENSINO-

APRENDIZAGEM NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA

PASTOR JOSÉ PINTO DE MENEZES

NOVO REPARTIMENTO-PA 2017

Page 2: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

FRANCISCA MARIA RODRIGUES DE SÁ

GEOVANE FERREIRA VIEIRA

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NO PROCESSO DO ENSINO-

APRENDIZAGEM NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA

PASTOR JOSÉ PINTO DE MENEZES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, da Universidade Federal Rural da Amazônia, como requisito para obtenção do grau de Licenciado Pleno em Pedagogia. Orientadora: Profª. MSc. Elane de Farias Pantoja

NOVO REPARTIMENTO-PA 2017

Page 3: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

Sá, Francisca Maria Rodrigues de Alfabetização e letramento, no processo do ensino-aprendizagem no

3º ano do ensino fundamental na escola Pastor José Pinto de Menezes / Francisca Maria Rodrigues de Sá, Geovane Ferreira Vieira. – Belém, 2017.

33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Plena em Pedagogia)

- Plano Nacional de Formação de Professores, Universidade Federal Rural da Amazônia, 2017.

Orientadora: Elane de Farias Pantoja.

1. Alfabetização – Ensino fundamental 2. Letramento 3. Ensino aprendizagem – Ensino fundamental I. Vieira, Geovane Ferreira Pantoja II. Elane de Farias (orient.) III. Título.

CDD – 372.6

Page 4: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental
Page 5: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

Dedicamos este trabalho a todos os que sonham com o dia em que

educação de qualidade não será benefício de poucos, mas a

realidade de toda a nação. Se um país se faz com homens e livros,

nossas escolas precisam ser o berçário desta imensa Pátria Amada

Brasil. A todos os professores, sonhadores, guerreiros e artífices

deste país.

Page 6: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

AGRADECIMENTOS

A Deus pela sua infinita sabedoria e pelo dom da vida e, por nos permitir chegar

até aqui.

A Universidade Federal rural da Amazônia (UFRA) pela a oportunidade por

meio do Plano do Governo Federal cursar o programa do Plano Nacional de Formação

para Professores - PARFOR.

A nossa orientadora, Elane de Farias Pantoja, pela orientação e

profissionalismo, a você professora nosso muito obrigado.

Aos mestres que estiveram presentes nessa nossa jornada, nosso muito

obrigado.

Aos nossos colegas de curso o nosso muito obrigado pela amizade e

companheirismo construídos nesses anos.

Aos familiares pelo apoio, incentivo e compreensão ao longo dessa jornada.

A todos, que direta ou indiretamente, contribuíram para que esse momento

fosse concretizado com muito êxito.

Page 7: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

O processo de alfabetização nada tem de mecânico do ponto de vista da criança que aprende. A criança constrói seu sistema interativo, pensa, raciocina e inventa buscando compreender esse objeto social complexo que é a escrita.

Emília Ferreiro

Page 8: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

RESUMO

Sabe-se que as palavras alfabetização e letramento desempenham grande importância para a sociedade, haja vista que por meio dessas palavras é que os cidadãos começam a participar diretamente do mundo, exercendo suas funções sociais. Dessa forma, o presente estudo, tem como proposta executar uma abordagem qualitativa, com o tema: Alfabetização e Letramento, no processo do ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental na escola pastor José Pinto de Menezes, localizada no município de Novo Repartimento-Pa. Tendo como objetivo: Analisar a importância da alfabetização e do letramento no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Na metodologia, adotou-se a pesquisa bibliográfica e de campo. Os resultados mostram que Alfabetização e o letramento necessitam ser cada vez mais trabalhados, visando contemplar os alunos, de modo a proporcioná-los conhecimentos mais sólidos no processo de ensino-aprendizagem. Conclui-se que o ato de alfabetizar e letrar são práticas fundamentais para que o aluno consiga de fato de se inserir no mundo social, ultrapassando dessa forma, os limites do processo de decodificar e codificar. Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Ensino-aprendizagem.

Page 9: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

ABSTRACT It is known that the words literacy and literacy play great importance for society, given that through these words is that citizens begin to participate directly in the world, exercising their social functions. Thus, the present study has as a proposal to carry out a qualitative approach, with the theme: Literacy and Literacy, in the teaching-learning process in the 3rd year of elementary school in the pastor school José Pinto de Menezes, located in the municipality of Novo Repartimento- Pan. Aiming to: Analyze the importance of literacy and literacy in the teaching-learning process of students. In the methodology, the bibliographical and field research was adopted. The results show that Literacy and literacy need to be increasingly worked, aiming to contemplate the students, in order to provide them with more solid knowledge in the teaching-learning process. It is concluded that the act of literacy and literacy are fundamental practices so that the student can actually insert himself in the social world, thus exceeding the limits of the process of decoding and coding. Key-words: Literacy. Literature. Teaching-learning.

Page 10: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 09

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 12

1.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ............................................................................... 12

1.2 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL ......................................................................... 15

1.3 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NO CONTEXTO ESCOLAR .................... 15

1.4 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO O QUE É?................................................. 19

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 21

2.1 O CORPUS LINGUÍSTICO ................................................................................ 21

2.2 ETAPAS DA PESQUISA .................................................................................... 21

2.3 LOCAL DA PESQUISA ...................................................................................... 22

2.3.1 VISÃO DA ESCOLA ......................................................................................... 23 2.3.2 FILOSOFIA DA ESCOLA ................................................................................ 23

2.4 O MUNICÍPIO DE NOVO REPARTIMENTO ...................................................... 23

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 25

3.1 PERGUNTAS DA ENTREVISTA – PROFESSOR ............................................. 25

3.2 ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E DO LETRAMENTO

NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM REALIZADO

PELA PROFESSORA A SEUS ALUNOS................................................................. 26

3.3 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 31

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36

APÊNDICES ............................................................................................................. 38

Page 11: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

9

INTRODUÇÃO

O estudo em pauta tem a intenção de abordar aspectos referentes ao processo

de alfabetização, tendo como temática: Alfabetização e Letramento, no processo do

ensino-aprendizagem no 3º ano do ensino fundamental na escola pastor José Pinto

de Menezes.

Na educação, nota-se que a alfabetização sempre foi alvo de discussão e de

novas propostas. Em determinadas situações havia inclusive, a discussão referente a

métodos e, dessa maneira, o ensino visava dar ênfase ao código linguístico.

No que se refere ao letramento, Lerner (2002), afirma que esse determina a

ação educativa de desenvolver a utilização de hábitos sociais de leitura e de escrita

em situações que exigem o seu uso de forma real, onde começa, dessa forma, um

processo extenso que capacita o indivíduo para praticar a escrita de forma definida

em vários contextos sociais.

Para Brito (2007) ao se fazer uma abordagem sobre questões condizentes ao

processo de alfabetização e de letramento, compreende-se que esses, são na

verdade, processos que não se separam, desempenhando desse modo, um caminhar

sempre juntos, onde é considerado nesse contexto, o aluno alfabetizado, aquele que

conhece ou demonstra domínio relacionado ao código escrito, sabendo praticar a

leitura e a escrita por intermédio de práticas metodológicas.

Frade (2007, p. 21) enfatiza que ao se trabalhar alfabetização e letramento com

a utilização de práticas metodológicas, é possível que se perceba a real necessidade

em acontecer eventuais mudanças de atividades relacionadas ao trabalho efetivado

com alunos que estão inseridos nas séries iniciais. É um momento de extrema

relevância para que o educador possa desenvolver as práticas concretas de leitura e

de escrita no convívio do âmbito escolar, considerando o manuseio com vários tipos

de textos, onde a compreensão dos textos pelos alunos irá incentivá-los a desenvolver

a prática do mundo letrado com mais recursos de facilidade.

Desse modo, acredita-se que os alunos estarão sendo preparados para que

possam adquirir conhecimento do mundo que os cerca, assimilando o modo

considerado correto de entender o código e exercer uma reflexão sobre ele.

Na metodologia, optou-se pela realização de uma pesquisa qualitativa e de

campo, com aplicação de questionário para aquisição dos resultados.

Page 12: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

10

Assim, a presente pesquisa tem como objetivo geral: Analisar a importância da

alfabetização e do letramento no processo de ensino-aprendizagem dos alunos do 3º

ano do ensino fundamental na escola pastor José Pinto de Menezes. Sendo os

objetivos específicos: Identificar as dificuldades encontradas pelos professores na

alfabetização e letramento na escola Pastor Jose Pinto de Menezes; e ainda; Analisar

como se dão as práticas metodológicas para o desenvolvimento da alfabetização e

letramento na escola Pastor José Pinto de Menezes; Perceber a importância do

letramento para despertar o interesse nos alunos com relação a leitura.

Esse estudo justifica-se pela dificuldade encontrada por professores em

trabalhar alfabetização e letramento nas séries iniciais, onde nesse contexto, observa-

se a importância do uso de práticas metodológicas que possam de fato contemplar e

favorecer o processo de leitura e de escrita.

Desse modo, ocorre à necessidade do alfabetizar e do letramento, que

constitui-se em um trabalho realizado pelo professor e também pelas pessoas que

contribuem para o aprendizado dos alunos, demandando mudanças significativas a

respeito de práticas pedagógicas por meio do ensino da leitura e da escrita para o seu

aperfeiçoamento.

É justificável ainda, a relevância que o tema exerce para professores e alunos,

pois visa facilitar por meio de atividades e de metodologias diferenciadas a obtenção

de conhecimentos sobre o ato de ler e de escrever.

Dessa forma, traçaram-se as seguintes questões norteadoras por meio do

problema detectado, sendo: Quais as dificuldades encontradas pelos professores e

alunos na alfabetização e letramento na escola pastor José Pinto de Menezes? Como

se dá às práticas metodológicas para o desenvolvimento da alfabetização e

letramento na escola Pastor Jose Pinto de Menezes? Qual a importância do

letramento, para que possa despertar nos alunos o interesse e curiosidade?

Partindo desses pressupostos, delineou-se como objetivo geral desenvolver,

por meio da alfabetização e do letramento, a prática da leitura e da escrita pelos alunos

do 3º ano do Ensino Fundamental. E, como objetivos específicos: a) Perceber a

importância da alfabetização e do letramento no contexto escolar; b) Valorizar o

processo de alfabetização como instrumento para fortalecer o letramento; c) Investigar

de que forma a professora trabalha a alfabetização e o letramento com seus alunos.

Page 13: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

11

Para que houvesse uma melhor compreensão da estruturação desse trabalho,

o mesmo foi organizado em capítulos:

O primeiro capítulo traz a Fundamentação Teórica;

O segundo capítulo refere-se à metodologia aplicada;

O terceiro capítulo diz respeito aos Resultados e Discussão e, por fim, as

considerações finais.

Page 14: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

12

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesse capítulo, faz-se considerações qualitativas relevantes sobre a educação,

legislação educacional, alfabetização, letramento etc. Com base em autores, como:

Soares (1998), Lerner (2002); Signorini (1995) entre outros, que serviram de base

para a solidificação deste estudo.

1.1 História da Educação

Sabe se que a Educação tem por objetivo preparar o indivíduo, qualificando-o

para desenvolver seu papel na sociedade, onde ele possa criar propostas como

cidadão capaz de articular teorias e colocá-las em prática no seu convívio social de

maneira ordenada.

Partindo desse pressuposto, Durkheim (1967, p.96) afirma que para que haja

uma definição de educação, é necessário, haver a consideração dos sistemas

educativos que atualmente existem ou que já tenham existido e, posteriormente, fazer

a comparação e aprender deles os caracteres comuns. O agrupamento desses

caracteres comuns é que irão constituir de fato a definição do que se procura sobre a

educação.

De acordo com Rosin (2009, p. 79) a educação se dá como uma sequência da

aprendizagem, sendo que se inicia fase por fase, da infância à adolescência, de adulto

a velhice, ou seja, série por série, da alfabetização ao ensino fundamental, do ensino

médio ao superior. Atualmente ainda observa-se que a Educação varia com as

classes sociais e com as regiões. A da cidade não é a do campo, a do burguês não é

a do operário.

Em consonância com o que diz Durkheim (1967, p.97), em seu livro “Educação

e Sociologia”, observa-se que o processo de educação tem acontecido desde a

colonização da América em que a igualdade não é, e nunca foi semelhante em seus

aspectos sociais e culturais.

Mas, moralmente verifica-se que esse processo não é justificável, pois enxerga-

se nele um defeito oriundo de outros períodos, destinado a desaparecer, mas é óbvio

que a educação das crianças não se fez do aqui ou acolá destes pais ou daqueles ou

da hereditariedade da qual ela procede, mas, de diversas e distintas sociedades que

surgiram posteriormente.

Page 15: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

13

Nesse sentido, Durkheim (1967, p.101) revela que a sociedade não existiria

sem que existisse em seus membros certa homogeneidade, a educação é eterna e

imprime na alma da criança certas semelhanças essenciais, reclamadas pela vida

coletiva, por outro lado, sem tal diversificação a educação assegura a persistência

desta diversidade necessária, diferenciando-se ela própria e permitindo

especializações. A educação não é, para a sociedade se não o meio pelo qual ela

prepara no íntimo das crianças às condições essenciais da própria existência.

Nesse sentido, Durkheim (1967) afirma que:

A educação é o ato exercido, pelas gerações com o maior grau de conhecimento e experiência, para as gerações que se deparem inscientes, além do mais as mesmas ainda não estão preparadas para a vida social. A educação tem como recurso de promover e desenvolver, na criança certos números de estados físicos, mentais e morais, aclamados pela sociedade política em geral, e pelo meio característico em que a criança é destinada (DURKHEIM, 1967, p.41).

Conforme essa definição, a educação consiste numa socialização metódica da

criança, na transformação de um ser individual, egoísta e a - social, num ser social e

quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da criança ao

meio que esteja inserido.

Nas palavras de Durkheim, (1967, p. 98) “se a educação for desligada das

causas históricas ela se tornará apenas exercício de vontade de avanço do sujeito na

qual é incompreensível’.

Mediante tal colocação, constata-se que o indivíduo só poderá agir à medida

que aprende a conhecer a conjuntura no qual está inserido. Ou seja, descobrindo

habilidades por meio de estudos que a escola possibilitará a ele, sabendo, quais são

suas origens e as condições de que depende.

Medeiros (1985, p. 79) comenta relata que o Brasil há muito vem se

caracterizando no cenário mundial como um país com graves problemas

educacionais. A educação no Brasil, ao longo da história, tem sido marcada por uma

série de reformas que quase nada tem contribuído, para retirá-la da situação crítica

em que se encontra como: persistência do analfabetismo, índices alarmantes de

evasão e repetência.

Diante do exposto, percebe-se que o rendimento escolar dos alunos das

escolas públicas tem sido motivo de constante preocupação para diversas pessoas,

órgãos governamentais e administradores escolares que por meio de diferentes

Page 16: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

14

formas têm se interessado pelo problema, na tentativa de conhecer melhor as várias

questões envolvidas sobre os fatores determinantes do rendimento escolar no Brasil.

Medeiros (1985, p. 98) enfatiza que nas últimas décadas a crise educacional

tem se expandido, pelo profundo estado de atraso a que foi sendo reduzido o sistema

educacional, caracterizado, sobretudo, pelos altos índices de exclusão social. Apesar

do esforço que alguns gestores da educação pública vêm fazendo, ainda não foi

possível universalizar o ensino fundamental e a educação infantil e ainda representa

um grande desafio a ser vencido na medida em que os recursos são carregados para

o ensino fundamental que é a prioridade do governo central.

A segunda dimensão apontada se expressa à crise é a contradição histórica

entre a retórica e a ação governamental, no tocante as políticas públicas

particularmente àquelas das áreas sociais. O conjunto das políticas públicas adotadas

nos governos obedece seguindo a risca a matriz definida pelo Banco Mundial e

congênere para os países em desenvolvimento. Assim, há cada vez mais limitação de

verbas para a educação.

Outra questão que não pode ser desprezada nessa análise, refere-se à bárbara

diminuição dos gastos com as políticas sociais, alijando grande parte da população

dos direitos sociais: Educação, lazer, saúde, trabalho, previdência social, amparo à

maternidade, e à infância, subsídio aos desamparados, instituídas na Constituição

Federal de 1988.

Por outro lado, os avanços da globalização e das conquistas tecnológicas,

contribuem com o agravamento da crise ao provocarem a ampliação das disparidades

sociais: desemprego, subemprego, trabalho infantil, ociosidade compulsória. É cada

vez maior o número de pessoas excluídas de um mínimo de qualidade de vida, tão

decantada nos discursos oficiais.

Logo, certifica-se que a educação precisa inicialmente da sua oferta, na qual

institui um conjunto de colaboração entre os campos do poder público estadual e

poder municipal para que sejam então, poupados os direitos da criança e do

adolescente e o direito do trabalhador.

Tal situação mostra o quanto à escola pública necessita se reorganizar, para

romper com o processo de exclusão e medidas que façam avançar a transformação

social, quanto na execução de seu dever de garantir o respeito, proteção e o direito

de seus cidadãos.

Page 17: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

15

1.2 Legislação Educacional

O acréscimo de permanência ou duração de 9 (nove) anos para Ensino

Fundamental, com a matrícula imprescindível a partir dos 6 (seis) anos de idade, é

uma meta desejada para a política educacional em âmbito nacional, já existe há

muitos anos, entretanto, ainda há muito o que se planejar e estudar afim de que, com

esta medida, possa haver melhorias e, desse modo, garantir realmente as condições

de igualdade e, também, de qualidade da Educação Básica (BRASIL, 1996).

A legislação educacional brasileira, especialmente a partir da Lei nº 9.394, de

20 de dezembro de 1996, já sinalizava para um ensino que fosse obrigatório

considerando para isso, os nove anos de duração, tendo início aos seis anos de idade,

tornando-se dessa maneira, uma finalidade da educação nacional através da Lei nº

10.172/2001. Esta lei promoveu a aprovação do Plano Nacional de Educação. Assim,

percebe-se a importância desta Lei a partir do que apresenta o Artigo 2º da LDB Lei

de Diretrizes e Bases da Educação (1996), (BRASIL, 2006).

A Lei nº 9.394, expressa em seu Art. 2º que:

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (LDB, 1996).

A educação em valores dá sentido e é o término da educação escolar já que,

junto com obtenção de conhecimentos, incorporada à competências e a habilidades,

se faz essencial a visão de valores fundamentais para a vida, as bases para uma

educação que seja plena, que integre os cidadãos em uma sociedade considerada

cada vez mais plural e democrática para todos (BRASIL, 1996).

1.3 Alfabetização e Letramento no Contexto Escolar

Sabe que alfabetizar é um grande desafio e, segundo Soares (2004, p. 20) “é

levar ao alfabeto”, isto é, instruir o código do idioma escrito, preparar os discentes para

ler e escrever, sendo necessário, que a criança ou adulto entenda que a língua escrita

não é uma simples representação da língua ponderada, pois a oralidade e a escrita

são constituídas de maneiras distintas.

Page 18: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

16

Dessa maneira, entende-se por instruído a pessoa que conseguiu garantir o

aprendizado para ler e a escrever, que ao longo de sua trajetória escolar conseguiu

adquirir as habilidades necessárias da leitura e da escrita, o que permite o mesmo

fazer a codificação e a decodificação na linguagem escrita.

Nesse aspecto para Soares (2004), evidencia que:

a alfabetização se define, transfigurando a palavra em significado próprio, como método que visa alcançar a “tecnologia da escrita”, ou seja, da junção de técnicas, processos e habilidades imprescindíveis para a prática da leitura e da escrita: as habilidade de codificar de fonemas em grafemas e as capacidades de decodificação de grafemas, ou seja, o manuseamento de todo o processo da escrita (alfabético, ortográfico), aptidões motoras para manipular instrumentos e equipamentos para que a codificação e decodificação tenham o seu fator concluído, ou seja, a obtenção da habilidade de escrever; o ensinamento de certo costume corporal adequado para escrever ou para ler, desenvolturas no uso de ferramentas de escrita, como: corretivo, caneta, borracha, lápis, equipamentos como tecnologia de máquinas de escrever, computador.), habilidades de escrever ou ler de acordo com a direção apropriada da escrita na página (da esquerda para direita, de cima para baixo), habilidades de sistematização do texto na página, destrezas de manuseamento correto e adequado dos suportes em que se anota e nos quais se lê (livros, revistas, jornais, papeis) sob distintos modos de representações e tamanhos como folhas de bloco, de caderno, cartazes, tela de monitor, etc. Em suma: alfabetização consiste no processo pelo qual se consegue o domínio de um código e consentindo assim, a utilização das habilidades a fim de utilizá-lo para exercer a prática da leitura e da escrita ( SOARES, 2004, p.87).

Ainda na concepção de Soares (1998), o termo letramento foi colocado de

forma recente na língua portuguesa, ocorreu a partir da década de 80, que está se

tornando mais corriqueiro nos discursos escritos e orais dos conhecedores nos

campos da Educação e das Ciências Linguísticas.

Por outro lado Soares (1998), expressa que o vocábulo letramento consiste em

uma tradução para a língua portuguesa da palavra inglesa Literacy “qualidade de ser

letrado”. Portanto, letramento é a condição de que atende de modo adequado às

grandes demandas sociais pela utilização vasta e distinta dos processos de leitura e

de escrita.

Soares (2004) ainda acrescenta que:

A prática eficaz e proporcional da metodologia da escrita se denomina letramento que implica vários tipos de habilidades, como: aptidão de ler ou escrever para atingir diversos objetivos, como: informar-se, interagir-se com outras pessoas, com intuito de imergir no mundo fantasioso, no estético, para aumentar o seu nível de conhecimentos, para se divertir, para se orientar no cotidiano, para um maior apoio à memória e etc... As habilidades de explicar e causar diversos tipos e espécies de textos, habilidades de guiar-se pelos

Page 19: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

17

direcionamentos (protocolos) de leitura que destacam o documento ou de abrir mão desses protocolos, ao registar por meio da escrita, costumes de admissão eficaz no mundo da escrita, tendo em vista o seu interesse prazeroso em ler e escrever, aproveitando a escrita para descobrir ou subsidiar informações e conhecimentos, onde escreva ou leia de modo diferenciado, mediante as circunstâncias, segundo os objetivos, o interlocutor, etc (SOARES, 2004, p. 20).

Considerando Soares (2010), a alfabetização e letramento são então,

considerados processos distintos, de caráter distinto, porém, são interdependentes e

ainda indissociáveis. Já que um indivíduo pode ser aceito como alfabetizado e não ser

letrado, como também pode acontecer o oposto ser letrado, porém não ser

alfabetizado.

Nessa perspectiva Soares (2001), propõe:

Um adulto pode ser considerado analfabeto, porque rejeitando social e economicamente, mas, vive em um ambiente em que a leitura e a escrita exercem aspectos fortes, em que esse indivíduo se preocupa em escutar a leitura de jornais realizada por uma pessoa alfabetizada, se recebe cartas que muitas pessoas leem para ele, se dita algo para que um alfabetizado faça uma carta, por exemplo, (é significativo que, de modo geral, dita empregando vocabulário e estruturas peculiares da língua escrita), se solicita a alguém que lhe leia lembretes ou sugestões coladas em algum local, esse analfabeto é de certo modo letrado, haja vista que o mesmo se utiliza do uso da escrita, ele tem uma envolvimento em práticas sociais de leitura e escrita. Nessa mesma proporcionalidade, ocorre da mesma maneira, com a criança que ainda não passou pelo processo de alfabetização, mas já consegue folhear livros, e de certa forma, às vezes finge lê-los, ainda brinca de escrever, escuta histórias que lhe são lidas, está cercada de material escrito e compreende o uso e função, mesmo assim, essa criança é considerada ainda “analfabeta”, pois ainda não aprendeu a desenvolver a leitura e a escrita, mas já entrou no universo do letramento, já é de certo modo, uma criança letrada (SOARES, 2001, p. 33).

Diante do apresentado, nota-se que não basta apenas ser alfabetizado, é

necessário ser letrado, fazendo o uso adequado do idioma escrito em situações

sociais, e que este exercício não fique limitado somente ao ambiente escolar, que

segundo Soares (2001), existe uma correlação clara entre letramento e escolarização,

ou que a escolarização é fator definitivo na ascensão desta prática, sendo que, por

influência da antiga disposição do ensino, tem-se de acordo com a tradição à

conclusão da 4ª série do Ensino Fundamental, como fase obrigatória e aceitável para

concepção do cidadão, e adequada em aceitável de letramento (ibid. p. 97).

Page 20: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

18

Já Signorini (1995, p. 162) faz um alerta, onde afirma que a escola é

considerada principal, se não a única forma de ingresso ao letramento em que seja

valorizado pela sociedade burocrática e, nesse aspecto, Soares (2001) até ressalta

que, vincular à alfabetização e a escolarização é ignorar, e como já confirmaram

grandes pesquisas, também se consegue fazer aprender a ler e a escrever em

ambientes não escolares na coletividade, no seio familiar, no local de trabalho, na

igreja, entretanto, é oportuno lembrar que, é a alfabetização escolar que oferece

legitimidade a toda e qualquer atividade que tenha como finalidade à aprendizagem

da leitura e da escrita.

Para Lerner (2002), se a escola instrui a ler e escrever com uma exclusiva

finalidade de que os alunos estudem a fazê-lo, eles não estudarão a ler e escrever

para desempenhar outras intenções, se a escola rejeita as finalidades didáticas e

consente as finalidades da prática social, estará recusando simultaneamente sua

função ensinante (ibid. p. 20).

A escola é composta por normas que ordenam o procedimento de ensino e

aprendizagem, ou seja, os alunos são separados e colocados de acordo com sua

idade, o que causa formas de tratamentos exclusivos para cada grupo caracterizado.

Esse processo denomina-se de escolarização, processo que não se pode evitar que

designa a essência e particularidades da escola (SOARES, 2001).

Entretanto, se as normas que compõem o modo escolar acabam

comprometendo o aprendizado da leitura e da escrita ao passo que práticas sociais,

se utilizam de método exclusivo para difundir essas práticas, no entanto, se é o mais

aceitável, deve se então, preocupar-se com a qualidade com que se instrui o ato de

ler e de escrever no recinto escolar.

Nesse sentido, Soares, (2001, p. 48) afirma que:

Os aprendizados de letramento a serem ensinados são aqueles que, entre os numerosos que acontecem nos eventos sociais de letramento, o colégio seleciona para torná-los frutos de ensino, incorporados aos currículos, aos programas, aos trabalhos pedagógicos, materializados em manuais didáticos. Os aprendizados de letramento ensinados são aqueles que acontecem na vontade real e concreta da sala de aula, pela tradução dos meios curriculares e programáticos e das ações propostas dos manuais didáticos em atos docentes, onde são desenvolvidas em eventos de letramento que, por mais que tentem fazer a reprodução os eventos sociais reais, acabam sendo sempre artificiais e didaticamente são padronizados, métodos de letramento contraídos são considerados aqueles, de que, entre

Page 21: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

19

os ensinados, os educandos efetivamente adquirem e levam consigo para a vida extra escolar (SOARES, 1995, p. 15 ).

Observa-se que no ambiente educacional tem um cronograma a exercer e esse

fator muitas vezes pode representar um fator contrário em relação à aprendizagem do

educando, especialmente, quando diz respeito ao ato de alfabetizar. É indispensável

trabalhar em benefício da composição das práticas de leitura e de escrita no interior

da escola, sendo assim favorecendo aos alunos alfabetizarem-se e também letrarem-

se.

Como destaca Lerner (2002):

O imprescindível é resguardar no ambiente educacional o modo que a leitura e a escrita têm como aprendizados sociais, para permitir com que os seus alunos se amoldem delas, assim possibilitando que se agrupem ao grupo de leitores e escritores, de forma que consigam ser de fato cidadãos da cultura escrita que permeia na sociedade (LERNER, 2002, p. 18).

É oportuno mencionar que, mais do que instruir-se a ler e a escrever, que os

alunos possam também ter conhecimentos além do que aquele estabelecido na

escola e começar a enxergar a leitura e a escrita em seu caráter social, que se

apropriem e façam uso de maneira competente.

1.4 Alfabetização e Letramento o que é?

Na visão de Soares (2004a), quando se retrata em alfabetizar a seguir vem o

conceito leitura e não se estabelece exclusivamente a isso, em linhas gerais

compreende-se por alfabetização o procedimento de aprendizagem das letras que

formam o alfabeto e os distintos métodos de usa-los, ou seja, observar através das

letras do alfabeto que poderá se dialogar com a sociedade em geral, sendo analisado

o procedimento de fator fundamental para a comunicação, ressaltando também que

seja com a alfabetização que a coletividade foi e vem sendo capaz de criar e abranger

as variações pelas quais sofre a gramática, porquanto um cidadão alfabetizado é

capaz de atingir distintas atividades, como por exemplo, a leitura, compreendimento,

senso crítico, interpretação entre outros papéis que a alfabetização lhes permite

alcançar.

Em contra partida a alfabetização treina o indivíduo a ampliar distintos

processos de aprendizagem de seu idioma podendo então envolver facilidade e,

Page 22: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

20

também se transmitir e expressar com maior notoriedade, estabelecendo um maior

intercâmbio social em que acontecerá uma transparência de múltiplos saberes e

culturas de acordo com cada pessoa, desse modo, alfabetizar expressa ser um

cidadão ativo no desenvolvimento social em todos os aspectos.

Conforme Soares (2004a), letramento é a circunstância ou a condição que

adquire um grupo social ou um sujeito como decorrência de se ter adequado da

escrita, isto é, o indivíduo que depois algum período de alcance da escrita e da leitura,

obteve maior experiência para ampliar as práticas alusivas ao uso das letras.

Assim sendo, existem muitos indivíduos que mesmo que não alcançassem o

domínio da leitura e da escrita, mas obtiveram desenvolvimento nas práticas das

mesmas através da relação direta, em que cotidianamente proporcionou uma inclusão

e obtenção das técnicas da leitura e da escrita.

Tfouni (1995, p. 32) assegura que:

O conceito do método, enquanto a alfabetização se entrava da aquisição da escrita por um sujeito, ou grupo de indivíduos, o letramento se foca em aspectos sociais e históricos da aquisição de uma sociedade, em que alfabetização e letramento se procrastinam e, concomitantemente são interdependentes.

Para isso, a alfabetização e letramento são procedimentos que se dilatam

muito, por causa das exigências dominadas em cada uma delas, ser alfabetizado não

institui que o indivíduo também seja letrado ou vice-versa, pois um aluno alfabetizado

e letrado é aquele que além de ter conhecimento e compreensão das letras e dos

métodos atinentes à leitura e á escrita é aquele que possui propriedade para

desenvolver novos meios concepções e, consequentemente, ampliações das práticas

para que abrigue as condições e requisitos, cuja são requeridos na sociedade na qual

esse indivíduo está inserido.

Page 23: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

21

2 METODOLOGIA

Neste capítulo, descrevem-se os métodos utilizados na construção deste

trabalho. São inclusos o uso de questionário; a metodologia aplicada; além de

apresentar informações referentes ao município de Novo Repartimento, lugar onde

está situada a escola onde se efetivaram as entrevistas.

2.1 O corpus linguístico

Com base em estudos já realizados sobre assunto em questão, foi elaborada

esta pesquisa a partir de um estudo de cunho bibliográfico e de campo, pois a partir

da leitura de alguns autores já mencionados, como: Soares (1998), Durkheim (1967),

Medeiros (1985), entre outros que versam sobre a temática em pauta, onde se

constatou que a alfabetização e o letramento são imprescindíveis para o processo de

ensino-aprendizagem no que se refere à escrita e leitura. Desse modo, o corpus desta

pesquisa é formado por 25 (vinte e cinco) obras referentes à alfabetização e

letramento, com ênfase em alunos de uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental.

2.2 A pesquisa

O presente estudo foi desenvolvido com alunos do 3º ano do ensino

fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pastor José Pinto

Menezes, localizada no município de Novo Repartimento-Pa.

Utilizou-se para a coleta de dados, questionário, a fim de se conhecer aspectos

ligados a alfabetização e letramento. Desse modo, para embasar o estudo, adotou-

se as pesquisas bibliográfica e de campo.

Para Minayo (1994, p. 29), as pesquisas qualitativas possuem caráter que

visam explorar o objeto de estudo, pois essas pesquisas almejam instigar os

entrevistados, induzindo-os a pensar e falar abertamente acerca de algum tema,

algum objeto ou um algum conceito. De acordo com essa autora, esse tipo de

pesquisa faz surgir aspectos subjetivos, alcançando motivações implícitas, ou até

mesmo inconscientes, de forma natural do entrevistado. Essas pesquisas

possibilitam, também, professores e alunos desenvolverem uma relação dialógica de

trocas de informações.

Page 24: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

22

2.3 O local da pesquisa

A Escola Pr. José Pinto de Menezes (Figura 1), situada a Rua Sabiá S/N no

bairro Uirapuru em Novo Repartimento, foi fundada no ano de 1987, no Parque

Espigão, na área da igreja Assembleia de Deus, funcionando com uma clientela de

Pré-escola em convênio com Legião Brasileira de Assistência ( LBA).

Figura 01: Escola Pr. José Pinto de Menezes.

Fonte: arquivo próprio das pesquisadoras

O Patrono da referida Escola. O Pastor José Pinto de Menezes é Josefa

Umbelina de Menezes, convertido e batizado em água na cidade de Pedro Velho, Rio

Grande do Norte, em julho de 1919. O referido Pastor mudou-se para Belém do Pará,

onde iniciou sua trajetória evangélica na Região Norte, evangelizando por Timbotêua,

Capanema, Santarém, a qual, o mesmo foi até Manaus – AM, onde foi chamado para

evangelizar ao lado do Senhor, em 07 de Agosto de 1972.

A escola possui alunos com média de 07 a 17 anos de idade e conta regulamente

com 347 alunos matriculados em 2015, sendo que 202 são meninos e 145 são

meninas. Porém, atende uma clientela de 10% de alunos da zona rural do nosso

município, onde há um número dos mesmos com distorções idade série.

Page 25: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

23

2.3.1 Visão da Escola

Ambiente que leva em conta o conjunto das dimensões da formação humana,

onde o conhecimento é compartilhado e sistematizado, tendo a tarefa de formar seres

humanos com consciência de seus deveres. Com o objetivo de formar caracteres e

preparar o ser para a vida em sociedade.

2.3.2 Filosofia da Escola

Orientar partindo do princípio: Prática – teoria – prática, em busca da construção

de uma sociedade justa, igualitária, credora de valores e conhecimentos socialmente

úteis, almejando o desenvolvimento integral do ser humano, sujeito do contexto social,

capazes de transformar o ambiente em que vivem.

2.4 O município de Novo Repartimento – Pa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2012, p. 13), o município de Novo Repartimento tem suas raízes com fortes

ligações a uma tribo indígena chamada Parakanã, à construção da Rodovia

Transamazônica e à construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Esse tripé,

basicamente, é que dá origem a esse município (Figura 02).

Figura 02 - Localização do município de Novo Repartimento – Pará

Fonte: Google imagens

Nesse contexto, por ter suas origens atreladas aos índios Parakanãs, estes

batizaram de Repartimento um rio que “cortava” suas terras. Onde se implantou a

povoação originária do acampamento da empresa que trabalhou na construção da

Page 26: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

24

Rodovia Transamazônica. Entretanto, o município começou, de fato, a surgir, em

decorrência da mudança obrigatória da extinta vila de Repartimento Velho, em função

da inundação daquela grande área oriunda das águas do represamento da barragem

da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (IBGE, 2012, p. 13).

Page 27: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

25

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo, apresentam-se a análise dos dados coletados e a aplicação do

projeto. Para a análise dos dados coletados, realizou-se a pesquisa de campo com

aplicação de questionário para a professora, tendo em sua turma 28 alunos.

3.1 Perguntas da Entrevista – Professor

A professora ao ser indagada sobre a importância do letramento no

desenvolvimento dos alunos do 3º ano revelou que é muito importante para que o

aluno consiga designar a ação educativa de desenvolver o uso de práticas sociais de

leitura e escrita em contextos reais de uso, onde se inicia um processo amplo que

torna o indivíduo capaz de utilizar a escrita de modo deliberado em diversas situações

sociais.

Sobre como se dá o desenvolvimento da alfabetização e letramento no 3º ano

do ensino fundamental, a entrevistada afirmou que esse desenvolvimento inicia-se no

momento em que o aluno do 3º ano do ensino fundamental, começa a desenvolver

percepções que a escrita alfabética anotada no papel são os sons das partes orais

das palavras e que o faz, considerando segmentos sonoros menores que a sílaba, e

que esse processo passa a ser entendido como um instrumento eficaz de

aprendizagem da leitura e escrita, para uso social, trazendo consequências (políticas,

sociais, econômicas, culturais...) para indivíduos e grupos que se apropriam da

escrita, fazendo com que este passa a ser um leitor crítico, e se torne parte da vida

como meio de expressão e comunicação.

Em relação às dificuldades encontradas pela professora na alfabetização e

letramento dos alunos, revelou que muitos alunos ainda confundem que alfabetizar, é

o aluno está letrado, a outra é tentar alfabetizar letreando, pois não basta saber ler e

escrever como também saber fazer uso desta leitura e escrita, ou seja, formar um

aluno reflexivo e pensante sabendo interpretar e compreendera a leitura e escrita.

Sobre a importância do letramento para despertar o interesse e curiosidade dos

alunos, disse que é importante para a apropriação da língua escrita em

situações reais de uso e com isso o aluno se sente mais confiante ao ler e escrever.

Page 28: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

26

Com relação a importância do planejamento e da rotina no ciclo de

alfabetização na perspectiva do letramento, revelou que essa organização de ambos

tem uma grande valia, pois desta forma o professor consegue se organizar ao decorrer

de sua aula, e com isso obter qualidade no processo de alfabetização e letramento.

3.2 Análise da importância da alfabetização e do letramento no processo de

ensino-aprendizagem realizado pela professora a seus alunos

Sabe-se que alfabetizar exige dos professores que apresente uma proposta

que seja contemplada de desafios e coerência para os alunos, pois induz aos alunos

conhecerem o mundo da escrita e da leitura. Considerando nesse universo um

conjunto de conhecimentos que serão construídos em torno da escrita alfabética,

permitindo a criança conhecer e compreender a escrita em seus variados contextos

(CARVALHO, 2005).

Durante o período da pesquisa na escola, foi possível constatar “in loco” a

preocupação da professora em querer proporcionar um trabalho de qualidade para

seus alunos do 3º ano. Demonstrando cuidado e preocupação com a proposta de

ensino centrada em atender esses alunos.

A professora relatou que existe uma luta diária em preparar material e

promover aulas que venha contemplar as necessidades dos alunos em relação ao

processo de alfabetização. São várias as estratégias por ela utilizada, almejando obter

retorno na leitura e na escrita dos alunos.

Entre essas estratégias realizadas pela professora, destacam-se: Leitura de

palavras soltas (Figura 03), pequenos textos com padrões silábicos (Figura 04) etc.

Page 29: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

27

Figura 03: Leitura de palavras soltas

Fonte: arquivo próprio das pesquisadoras

A professora realiza diariamente leitura com os alunos. Na imagem anterior,

os alunos estão no chão juntamente com ela desenvolvendo a prática da leitura por

meio de fichas onde leem palavras soltas. Essas fichas são muito importantes no dia

a dia da sala de aula, pois funcionam como um reforço no trabalho da professora.

A professora pede aos alunos que retirem de dentro da caixa as fichas e,

depois pede que os alunos façam a leitura das palavras em voz alta, fazendo uma

competição saudável entre os alunos.

Com esse trabalho pudemos perceber o quanto é importante promover esses

momentos onde os alunos possam demonstrar a evolução de seus conhecimentos, é

um momento onde a professora pode fazer uma reflexão sobre sua prática

pedagógica em sala de aula.

Vimos que os alunos gostam muito dessas atividades interativas, o que motiva

os mesmos a exercitar a leitura não somente de palavras soltas, mas de pequenos

textos também.

Page 30: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

28

Figura 04: Pequenos textos com padrões silábicos

Fonte: arquivo próprio das pesquisadoras

Com outras fichas, a professora estimula os alunos a lerem pequenos textos,

reforçando os padrões silábicos já trabalhados em sala de aula. Nesse momento, ela

percebe a dificuldade de alguns alunos em lerem com fluência os textos, havendo

dessa maneira, a necessidade de intensificar o trabalho de leitura e de escrita com

esses alunos.

Os diversos textos ajudam os alunos a ter um contato diário com a leitura, onde

a prática ajuda esses alunos a adquirirem mais segurança no ato de ler. A professora

tem sempre o cuidado em propor novos textos aos alunos, promovendo a eles novos

desafios.

Page 31: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

29

Figura 05: Fichas de leitura com meses do ano

Fonte: arquivo próprio das pesquisadoras

A professora sempre com a intenção de proporcionar a aprendizagem dos

alunos, utiliza as fichas com o nome dos meses para praticar a leitura e o letramento

com os alunos.

Todos os dias eles fazem a leitura dos meses em voz volta, geralmente de

forma coletiva. Esse tipo de trabalho é importante, pois possibilita aos alunos uma

fixação de palavras, facilitando posteriormente a sua escrita de forma correta.

Figura 06: Cantinho de leitura

Fonte: arquivo próprio das pesquisadoras

Page 32: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

30

Observamos também que na sala há um cantinho de leitura, porém, esse

espaço deveria ser melhor mais atrativo para os alunos, deveria ter almofadas, um

tapete, livros mais próximos dos alunos onde pudesse ter um contato maior com os

livros e a leitura.

Os alunos gostam muito desse espaço, pois utilizam como momento para

praticar a leitura de maneira mais concentrada e focada, por meio de obras da

literatura infantil de autores, como: Monteiro Lobato, Vinícius de Moraes, Maurício de

Sousa, Flávio de Sousa, etc.

Figura 07: Texto em cartaz

Fonte: arquivo próprio das pesquisadoras

A presença de cartazes colados nas paredes da sala de aula foi outro ponto

positivo que observamos ao longo da visita na sala. Os textos nos cartazes com vários

gêneros textuais auxiliam bastante os alunos na leitura, onde as práticas de ensino da

língua ganham como intenção a escrita. Além disso, os textos expostos pela sala,

ajudam os alunos a desenvolver sua oralidade, pois muitos desses sabem recontar a

história, demonstrando assim o seu entendimento sobre o material lido, com

segurança e confiança.

Page 33: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

31

A importância da construção e da compreensão inerentes às produções textuais

e à linguagem é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem de leitura e de

escrita e, nesse contexto, um elemento merece evidência: os gêneros textuais, haja

vista acreditarmos que quando o professor trabalha com diferentes gêneros textuais,

o aluno ativa todos os seus conhecimentos relacionados ao gênero (tais como

características, estrutura e escrita) bem como as estratégias de leitura já que “a

linguagem ocorre de modo contínuo em forma de texto; e como texto, essa linguagem,

de maneira inevitável, acontece num determinado formato genérico e esse formato ou

forma genérica surge da ação dos sujeitos sociais e ações sociais” (SILVEIRA, p.

2009).

De maneira geral, conseguimos observar no trabalho da professora, um grande

esforço e empenho da mesma em está sempre num processo de inovação na busca

de oferecer aos seus alunos o melhor.

3.3 Discussão

A importância do letramento no desenvolvimento intelectual dos alunos é

fundamental, pois habilita o aluno ao hábito da leitura.

Nesse sentido, Dutra (2011), revela que o ato de ler é uma das capacidades

consideradas mais significantes a serem trabalhadas com alunos, sobretudo, após

pesquisas serem realizadas, onde mostram ser a falta de leitura uma das principais

deficiências do aluno em âmbito geral no Brasil.

Assim, entende-se que uma leitura de qualidade concebe a oportunidade de

aumentar a visão do mundo dos alunos. Por intermédio da prática da leitura o

indivíduo pode adquirir consciência das suas obrigações sociais, originando desse

modo a transformação do mundo.

O desenvolvimento da alfabetização e letramento no 3º ano do ensino

fundamental é algo essencial, assim como no 1º e 2 º ano.

Sabe-se que a alfabetização implica em um processo totalmente imprescindível

na vida do ser humano, e ela a grande encarregada pela assimilação e aquisição do

sistema da escrita e também pela aquisição e absorção dos princípios alfabéticos e

ortográficos que permitem o aluno a ler e escrever com mais segurança e autonomia.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa

(2001), para aprender a ler e a escrever é necessário que haja um pensamento voltado

Page 34: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

32

para a escrita, onde possa se pensar sobre o que de fato a escrita representa e como

se dá essa representação graficamente na linguagem.

Assim entende-se que são atividades que demanda dos alunos uma atenção

redobrada, tanto no aspecto quantitativo como qualitativo, referente à

correspondência entre segmentos tanto da fala quanto da escrita, em que o aluno

precisa realmente ler, embora ainda não possua essa habilidade de ler e de escrever.

Observa-se que na visão construtivista, o ato de aprender não é espontâneo,

nem ocorre por meio da memorização, entretanto, essa aprendizagem é estabelecida

ou edificada pela atividade do aluno, por intermédio ainda da socialização do

conhecimento cultural, dos símbolos da linguagem oral e escrita, onde constata-se

que aprendizado se dá através da interação do aluno com o objeto de conhecimento,

onde essa interação deve ser mediada pelo professor. Dessa forma, o educando pode

construir de modo ativo seu próprio conhecimento (LERNER, 2002).

Nesse sentido, é pertinente reforçar que a definição de alfabetização merece

ênfase não somente pelo ato de prover a leitura e escrita (codificar e decodificar), mas,

sobretudo, na prática social, onde o ato de ler e de escrever é algo essencial.

Soares (1998) conceitua a alfabetização como o ato de ensinar/aprender a ler

e escrever. Faz-se necessário entender que a criança inicia o processo de letramento

bem antes mesmo de ser alfabetizada, pois ela já conseguir realizar a leitura de

rótulos, de gestos, de emoções etc. Para Rojo (2012, p.78) o contato com o mundo

letrado ocorre muito antes das letras e vai muito além delas.

Com relação a dificuldades na alfabetização e letramento dos alunos, nota-se

que crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem no momento de ler e de

escrever possuem menos habilidade que as outras crianças para utilizar a significação

e a gramática de um texto (NUNES, 1992).

Nesse sentido, Nunes (1992, p.97) mostra que:

[...] nas crianças disléxicas são as que possuem dificuldade na aprendizagem da leitura e da escrita e essas dificuldades muitas vezes acabam sendo maiores do que se almejaria a partir do seu nível intelectual. Essas crianças, ainda que apresentem as mesmas condições que as outras crianças para aprender a ler, recebendo motivação adequada, apoios satisfatórios dos pais e capacidades intelectuais normais ou até mesmo acima do normal, avançam na alfabetização de modo mais lento do que seus colegas da mesma idade e da mesma condição intelectual.

Page 35: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

33

Nessa perspectiva, verifica-se mesmo que as crianças que apresentam

dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita geralmente conseguem aprender

de acordo com os outros alunos, porém, apresentando vagarosidade, assim sendo,

entende-se que de maneira geral, as crianças aprendem a ler e escrever

fundamentalmente do mesmo modo, mas alguns conseguem transpor as dificuldades

dessa aprendizagem com mais facilidade e mais segurança do que outras crianças.

Sobre a importância do letramento para despertar o interesse e curiosidade dos

alunos acredita-se que durante a fase da infância, valorizar as atividades lúdicas na

escola e fora dela é essencial para que se possa promover o desenvolvimento e o

conhecimento da criança, sendo o professor um mediador.

Nesse processo, compete ao professor fazer o papel o mediador dessa

construção tornando dessa forma, a aprendizagem da leitura em algo prazeroso e

significativo para o aluno. É na interação com o meio que se determina o início do

desenvolvimento infantil (COELHO, 1986).

Com relação à importância do planejamento e da rotina no ciclo de

alfabetização na perspectiva do letramento, verifica-se que esse planejamento do

trabalho pedagógico se reflete justamente no processo de organização da sala de

aula, onde implica diretamente no processo de ensino e de aprendizagem.

Assim sendo Soares (2004a, p. 20), afirma que para a organização das rotinas

é fundamental considerar e promover uma clareza na definição dos objetivos da

alfabetização e do letramento, partindo do termo conceitual, passando pela definição

das ações, dos procedimentos e, posteriormente, das técnicas para então atingir os

objetivos propostos no planejamento e não somente, constituir “um conjunto de

imposições geradoras de uma prática rotineira”.

Nesse contexto, pode-se afirmar então, que o planejamento do tempo

pedagógico assegura que cada eixo de ensino seja apreciado, sendo inerente e

oportuno ao educador fazer uma reflexão referente ao que ensina e por que ensina.

Soares (2004a), ainda acrescenta que por intermédio do planejamento, pode-

se refletir sobre as nossas decisões enquanto profissionais, considerando para isso,

as habilidades, as possibilidades e os conhecimentos trazidos de casa pelos

educandos.

Dessa maneira, percebe-se que organiza as rotinas de modo inteligente,

poderá direcionar melhor a aula, podendo inclusive prever dificuldades dos alunos,

onde possa se organizar o tempo de modo mais sistemático, sendo assim, flexíveis

Page 36: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

34

as estratégias de ensino e, seguramente fazendo uma avaliando os resultados

alcançados.

O estabelecimento de rotinas certamente coopera tanto para a prática de

ensino como para o processo de aprendizagem dos alunos. Pois no planejamento das

rotinas é de suma importância que se estabeleça acordos com base em planejamento

e com objetivos partilhados considerando a organização espacial e temporal para as

tarefas pedagógicas (SOARES, 2004b).

Page 37: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

35

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização desse trabalho permitiu conhecer de forma mais consistente sobre

a alfabetização e letramento, possibilitando assim, a ampliação do nosso

conhecimento nesse aspecto.

Percebeu-se que o processo de alfabetizar e letrar, é fundamental que seja

aplicado aos indivíduos na faixa etária adequada para a série, não devendo ser tardio,

pois no caso de alunos de 3º ano, esse processo pode ser mais lento, podendo

dificultar a aprendizagem o processo de alfabetização.

Viu-se que é de suma importância a realização de um trabalho voltado para

alfabetizar letrando, sendo dessa maneira, um trabalho realizado pelo professor, mas

não somente por ele, mas, por todos aqueles exercem participação no aprendizado

dessa criança, ou seja, o ambiente familiar também é muito importante.

O trabalho da professora da escola estudada, é desenvolvido visando sempre o

a alfabetização e letramento de seus alunos. Vimos o quanto ela se preocupa em

proporcionar aos mesmos um ambiente letrado, onde os alunos possam esse contato

direto com a escrita e, dessa forma, praticar a leitura em seu dia a dia escolar.

Constatou-se que a criança, passa por um processo de conhecimento do mundo

letrado, antes mesmo de adentrar os recintos escolares, onde adquire conhecimento

de mundo, aumentando assim, a sua bagagem de saberes do mundo letrado.

Assim sendo, entendemos que a professora está num caminho, onde os alunos

estão tendo direcionamento para serem alfabetizados, por meio de sua criatividade

constatamos uma sala de aula propícia para a prática da leitura e da escrita, onde

torna esse ambiente mais enriquecedor para os alunos.

Dessa maneira, reconhece-se que é muito importante que o professor consiga

executar um trabalho, de modo a contribuir com a ação educativa, desenvolvendo

dessa maneira, a utilização de práticas sociais tanto da leitura quanto da escrita.

Almeja-se que esse estudo, não se esgote por aqui, acredita-se que o assunto é

de fundamental importância que seja abordado por outros pesquisadores, visando

assim, a ampliação dos conhecimentos sobre alfabetização e letramento.

Page 38: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

36

REFERÊNCIAS

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais Gerais da Educação Basica/ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. 2007 Disponível em: <https://monografias.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/2686/3/OProcessodeAlfabetiza%C3%A7%C3%A3oLetramento_Artigo_2016.pdf> Acesso realizado em: 30/01/2017. ______. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, dos princípios e fins da Educação Nacional. Lei 9394/96. 1996. BRITO, L. P. L. Letramento e Alfabetização: implicações para a Educação Infantil. In:FARIA, Ana Lúcia Goubart e MELLO, Suely Amaral(orgs).O mundo da escrita no universo da pequena infância. Campinas, SP: autores Associados, 2007. Disponível em: <http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/cadernodeeducacao/sumario/31/04042014074426.pdf > Acesso realizado em: 10/12/2016. CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: Um diálogo entre a teoria e a prática. Petrópolis, RJ: Vozes. 2005. COELHO, Beth. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1986. DUTRA, Vânia L. R. Abordagem funcional da gramática na Escola Básica. Anais do VII Congresso Internacional da Abralin. Curitiba, 2011. Disponível em: < file:///D:/TCCs/TCC%20GIOVANA/dsng.pdf > Acesso em Novembro de 2016. DURKHEIM, Émile Educação e sociologia, trad. Lourenço Filho, Edições Melhoramentos, São Paulo, 4ª ed., 1967, pp. 25.56. Disponível em: <https://bibliotecadafilo.files.wordpress.com/2013/10/durkheim-a-educac3a7c3a3o-como-processo-socializador.pdf> Acesso em Novembro de 2016. FRADE, I. C. A. S. Métodos de alfabetização, métodos de ensino e conteúdos da alfabetização: perspectivas históricas e desafios atuais. Revista Educação. Santa Maria. Vol. 32. n.1. p. 21-39. 2007. Disponível em: <http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/cadernodeeducacao/sumario/31/04042014074426.pdf > Acesso realizado em: 10/12/2016. LERNER, D. Ler e escrever na escola: O real o Possível e o Necessário. Porto Alegre, RS: Art. Méd., 2002. MEDEIROS, L. et. al. Supervisão educacional: possibilidades e limites. São Paulo: Cortez, 1985. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/401_567.pdf> Acesso em Novembro de 2016. MINAYO, M. C. de S. Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 1994.

Page 39: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

37

NUNES. Terezinha. Dificuldade na Aprendizagem da Leitura: teoria e prática. São Paulo: Cortez, 1992. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/ceme/uploads/1382039595-Monografia_Ana_Paula_da_Silva_Petrolino.pdf> Acesso realizado em: 19/01/2017. ROSIN, S. M. Os incríveis anos da adolescência. Psicologia e educação: compartilhando saberes. Maringá: Eduem, 2009, pp. 91-110. Disponível em: http://www.ead.cesumar.br/moodle2009/lib/ead/arquivosApostilas/1244.pdf > Acesso em Novembro de 2016. ROJO, Roxane Helena Rodrigues. Multiletramento na escola/ Roxane Roxo, Eduardo Moura. Org, São Paulo: parábola Editorial. 2012. SIGNORINI, Inês. Letramento e (in) flexibilidade Comunicativa. In: KLEIMAN, Ângela B. (org.) Os significados do Letramento.Campinas, SP: Mercado de Letras, 1995. p. 161 a 199. SILVEIRA, M. I. M. Ateliê de crônicas & portfólio. Leitura (UFAL), v.42, p. 237 – 249, 2009. SOARES, Magda. Alfabetização e letramento um tema em três gêneros. Belo Horizonte:autentica ,1998 ______ . ______. A escolarização da leitura infantil e juvenil. In: EVANGELISTA, A. A. M. BRANDÃO, H. M. B. MACHADO, M. Z. V. (org) A escolarização da leitura literária: O jogo do livro infantil e juvenil. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2. Ed. 2001. Pt. 1: cap. 1 17-48. ______ . ______. Alfabetização e Letramento. 6. Ed. São Paulo: Contexto, 2010. ______ . ______. Alfabetização e Letramento, Caminhos e Descaminhos. Revista Pátio, ano VIII, n. 29, p. 20, fev/abr. 2004a. ______ . ______. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2004b. ______ . ______. Língua escrita, sociedade e cultura: relações, dimensões e perspectivas. Revista Brasileira de Educação. n. 0. set/out/nov/dez, 1995, p. 5-16. TFOUNI, L.V. Letramento e alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995. Disponível em: <http://www.revispsi.uerj.br/v7n3/artigos/pdf/v7n3a10.pdf> Acesso realizado em: 12/11/2016

Page 40: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

38

APÊNDICES

Page 41: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

39

Page 42: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

40

Page 43: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

41

Page 44: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

42

Page 45: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

43

Page 46: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

44

QUESTIONÁRIO

PERGUNTAS DA ENTREVISTA – PROFESSOR

1º) Qual a importância do letramento no desenvolvimento intelectual dos alunos nesta série?

2º) Como se dá o desenvolvimento da alfabetização e letramento no 3º ano do ensino fundamental?

3º) Quais as dificuldades encontradas na alfabetização e letramento?

4º) Qual a importância do letramento para o despertar do interesse e curiosidade dos alunos?

5º) Qual a importância do planejamento e da rotina no ciclo de alfabetização na perspectiva do letramento?

Page 47: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA ...bdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/3/ALFABETIZAÇÃO … · ensino-aprendizagem no 3º ano do Ensino Fundamental

�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������