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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA CAMPUS TOMÉ-AÇU CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS FÁBIO MENDES PEREIRA JULIANA PRAZERES PEREIRA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO NO SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS MERCANTIL EM TOMÉ- AÇU/PA TOMÉ-AÇU 2018

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA

CAMPUS TOMÉ-AÇU CURSO BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FÁBIO MENDES PEREIRA JULIANA PRAZERES PEREIRA

CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO NO SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS MERCANTIL EM TOMÉ-

AÇU/PA

TOMÉ-AÇU

2018

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FÁBIO MENDES PEREIRA

JULIANA PRAZERES PEREIRA

CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO NO SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS MERCANTIL EM TOMÉ-

AÇU/PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção de título de Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal Rural da Amazônia.

Orientadora: Profª. Esp. Cristianne de Fátima Rodrigues da Costa

TOMÉ-AÇU 2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Universitária Tomé-Açu

P436c Pereira, Fábio Mendes

Contabilidade gerencial como instrumento de gestão: um estudo de caso no supermercado Arco-íris Mercantil em Tomé-Açu/PA / Fábio Mendes Pereira, Juliana Prazeres Pereira. – Tomé-Açu, 2018.

53 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Contábeis) – Universidade Federal Rural da Amazônia, 2018

Orientadora: Prof.ª Esp. Cristianne de Fátima Rodrigues da Costa

1.Contabilidade Gerencial. 2. Micro e Pequenas Empresas. 3. Tomada de Decisão. 4. Ferramentas Gerenciais. I. Pereira, Juliana Prazeres II. Costa, Cristianne de Fátima da, orient. II. Título.

CDD 23. ed.- 658.1511

Bibliotecário-Documentalista: Jean Pereira Corrêa – CRB2/1566

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FÁBIO MENDES PEREIRA

JULIANA PRAZERES PEREIRA

CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: UM

ESTUDO DE CASO NO SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS MERCANTIL EM TOMÉ-

AÇU/PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção de

título de Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal Rural da

Amazônia.

Aprovado em: _/ _/

Conceito:

Orientadora: Profª. Esp. Cristianne de Fátima Rodrigues da Costa

Universidade Federal Rural da Amazônia

Profª. Esp. Géssica Rafaela Guimarães Nunes

Universidade Federal Rural da Amazônia

Profª. MSc.Ticiane Lima dos Santos

Universidade Federal Rural da Amazônia

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Dedicamos este trabalho a toda nossa família, em especial, aos nossos pais, pois este sonho é tanto nosso quanto deles e, ao nosso filho Fernando Prazeres Pereira, para que tenha como exemplo de progressão na carreira construtiva do conhecimento.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu Deus por permitir que a realização desse sonho fosse possível. A toda minha família pelo apoio incondicional e compreensão, em especial aos meus pais Bento de Melo Prazeres (in memoriam) e Maria Joana Ferreira Prazeres, às minhas irmãs Waldirene Prazeres Sacramento e Diana Ferreira Prazeres (in memoriam), ao meu esposo e parceiro dessa jornada, Fábio Mendes Pereira, ao meu filho Fernando Prazeres Pereira, aos meus sogros e sobrinhos. Agradeço aos meus professores e colegas de turma pela parceria ao longo desses quatro anos. A professora e orientadora Esp. Cristianne Costa por todas as ricas contribuições e paciência na elaboração deste Trabalho. A empresa deste estudo pela colaboração e a todos os amigos pelas palavras de incentivo e apoio.

Juliana Prazeres Pereira

Agradeço primeiramente ao meu Deus, o Senhor Soberano, que me permitiu finalizar esta jornada. A toda minha família que sempre acreditou no meu potencial e me deu força, em especial a minha esposa Juliana Prazeres Pereira e meu filho Fernando Prazeres Pereira. A empresa que nos permitiu a realização deste trabalho, colaborando sem medidas. Aos meus colegas de classe, professora Cristianne Costa pela orientação, força, compreensão e paciência e professores envolvidos no processo, pois nessa longa e difícil jornada, fizemos todos parte de uma família unida e persistente na busca de um objetivo em comum. Agradeço aos meus amigos e colegas que contribuíram direta e indiretamente nesta caminhada.

Fábio Mendes Pereira

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A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.

Albert Einstein

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RESUMO

As micro e pequenas empresas (MPE’s), com expressiva participação na economia brasileira geram emprego e renda às famílias. Este trabalho tem como objetivo principal demonstrar a relevância da contabilidade gerencial como instrumento de controle e apoio às tomadas de decisões nas empresas, pois a contabilidade gerencial dispõe de ferramentas úteis aos processos de gestão empresarial. Para a realização deste trabalho, os métodos utilizados foram a pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, por meio de um estudo de caso realizado no supermercado Arco-Íris Mercantil localizado no município de Tomé-Açu/PA. A coleta de dados foi realizada através de questionário semiestruturado aplicado ao gestor do empreendimento. Após análise dos dados, constatou-se que a gestão da empresa utiliza ferramentas de controle da contabilidade gerencial integradas a um sistema de informações gerenciais (SIG) em seus processos e apoio às tomadas de decisões. Sendo o próprio gestor o responsável pela aplicação dos procedimentos contábeis gerenciais na empresa.

Palavras-Chave: Contabilidade Gerencial; Micro e Pequenas Empresas; Tomada de Decisão; Ferramentas Gerenciais.

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ABSTRACT

The micro and small enterprises (MSE’s), with expressive participation on Brazilian economy generates employment and income to families. This paper aims to demonstrate the relevance of management accounting as a tool of control and support to decision making on companies, because management accounting dispose of useful tools to the processes of business management. To carry out this work, the methods used were the descriptive research with qualitative approach by a case study made at Arco-Íris Mercantil supermarket located at Tomé-Açu county, Pará state. The data collect was made by a questionnaire semi structured applied to the manager of the enterprise. After data analysis, it was found that the company management uses tools of management accounting integrated to a management information system (MIS) in their processes and as support to decision making. Being the own owner the responsible for application of the management accounting procedures of the company.

Key-words: Management Accounting; Micro and Small Enterprises; Decision Making; Management Tools.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Classificação do porte das empresas quanto ao número de funcionários ................................................................................................................................. 16

Quadro 2 – Modelo de controle de contas a pagar ................................................... 22

Quadro 3 – Modelo de controle de contas a receber ................................................ 23

Quadro 4 – Modelo de controle do fluxo de caixa ..................................................... 26

Figura 1 – Fórmula para cálculo da margem de contribuição unitária ....................... 27

Figura 2 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio contábil (PEC) ..................... 28

Figura 3 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio econômico (PEE) ................ 29

Figura 4 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio financeiro (PEF) .................. 29

Gráfico 1 – Gráfico do ponto de equilíbrio ................................................................. 30

Quadro 5 – Estrutura do Balanço Patrimonial (BP) ................................................... 31

Quadro 6 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) .............. 32

Quadro 7 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Método Direto ................................................................................................................................. 33

Quadro 8 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Método Indireto ................................................................................................................................. 34

Figura 5 – Visão geral de Sistema de Informações (SI) ............................................ 35

Figura 6 – Visão geral de Sistema de Informações Gerenciais (SIG) ....................... 36

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LISTA DE SIGLAS

MPE’s – Micro e Pequenas Empresas

SIG – Sistema de Informações Gerenciais

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa

PIB – Produto Interno Bruto

DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

MDIC – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços

BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento

PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai

UEPS – Último que Entra, Primeiro que Sai

MCu – Margem de Contribuição unitária

PVu – Preço de Venda unitário

CVu – Custo Variável unitário

PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil

PEE – Ponto de Equilíbrio Econômico

PEF – Ponto de Equilíbrio Financeiro

CF – Custo Fixo

DF – Despesas Fixas

CO – Custo de Oportunidade

MC – Margem de Contribuição

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa

BP – Balanço Patrimonial

SI – Sistema de Informações

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13

1.1 Objetivo ..................................................................................................... 14 1.1.1 Objetivo geral ............................................................................................. 14 1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................. 14 1.2 Justificativa ............................................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................... 15

2.1 Micro e pequenas empresas (MPE’s) ...................................................... 15 2.2 Segmento supermercadista ..................................................................... 16 2.3 Gestão ....................................................................................................... 17 2.4 Contabilidade ............................................................................................ 17 2.5 Contabilidade gerencial ........................................................................... 18 2.5.1 Contabilidade gerencial nas micro e pequenas empresas (MPE’s) ............ 19 2.6 Ferramentas da contabilidade gerencial ................................................ 20 2.6.1 Planejamento estratégico ........................................................................... 20 2.6.2 Orçamento empresarial .............................................................................. 21 2.6.3 Controle de contas a pagar ........................................................................ 22 2.6.4 Controle de contas a receber ..................................................................... 23 2.6.5 Controle de estoque ................................................................................... 24 2.6.5.1 Métodos de avaliação de estoque .............................................................. 24 2.6.6 Fluxo de caixa ............................................................................................ 25 2.6.7 Formação de preço de venda ..................................................................... 26 2.6.7.1 Margem de contribuição ............................................................................. 27 2.6.7.2 Ponto de equilíbrio..................................................................................... 28 2.6.8 Análise gerencial das demonstrações contábeis ........................................ 30 2.6.8.1 Análise gerencial do Balanço Patrimonial (BP) ......................................... 31 2.6.8.2 Análise gerencial da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). ..... 32 2.6.8.3 Análise gerencial da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). ............. 33 2.7 Sistema de Informações (SI) .................................................................... 35 2.7.1 Sistema de Informações Gerenciais (SIG) ................................................. 36

3 METODOLOGIA ........................................................................................ 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 43

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 45

APÊNDICE A ............................................................................................. 50

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13

1 INTRODUÇÃO

As micro e pequenas empresas (MPE’s) com expressiva participação na

economia brasileira geram emprego e renda às famílias, como aponta o

levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –

SEBRAE, juntas, as MPE’s somam cerca de 9 milhões, respondendo por 27% do

Produto Interno Bruto – PIB, um resultado crescente nos últimos anos. (SEBRAE,

2014).

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

Socioeconômico – DIEESE (DIEESE 2017), o setor do comércio incorpora desde

grandes redes nacionais e internacionais até uma imensa quantidade de micro e

pequenos estabelecimentos familiares, demandando grande número de

trabalhadores. O estudo ainda indica que nesse setor, o segmento que se destaca é

o supermercadista.

Apesar da grande representatividade no cenário nacional, as MPE’s, enfrentam

diariamente dificuldades e desafios que podem comprometer sua continuidade. Um

dos principais motivos que causam a mortalidade desses empreendimentos está

relacionado com a má gestão do negócio, que, segundo o SEBRAE (2016), as

principais variáveis que influenciam são: falta de experiência do empresário no ramo,

falta de investimento em sua própria capacitação em gestão empresarial, ausência

de um acompanhamento rigoroso nas receitas e despesas, entre outras, que

somadas, tornam-se cruciais nesse processo de encerramento.

Os gestores precisam constantemente, tomar decisões que são essenciais

para garantir o sucesso de seu negócio, de acordo com Marion (2015) faz-se

necessário que os dados e as informações estejam corretos para servirem de

subsídio para uma tomada de decisão mais acertada.

Diante do exposto, percebe-se a relevância da informação contábil gerencial

para a tomada de decisão, Atkinson et al. (2011) diz que um sistema de

contabilidade gerencial eficaz pode criar valor considerável pela informação a tempo

e com precisão sobre as atividades exigidas para o sucesso das organizações de

hoje.

Para Padoveze (2012a), a tecnologia da informação e comunicação propicia a

criação de sistemas de informação contábil gerencial, que integram de maneira

abrangente todos os seus subsistemas, para que supra de informações a empresa

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como um todo. Um sistema de informação contábil gerencial relevante à

organização proporcionará a melhor tomada de decisão possível, tendo como

parâmetros as informações disponíveis em tempo hábil e precisas.

Diante do exposto, surge a problemática: de que maneira a gestão do

supermercado Arco-Íris Mercantil utiliza a contabilidade gerencial no processo

decisório?

1.1 Objetivo

1.1.1 Objetivo geral

Analisar de que maneira a contabilidade gerencial auxilia a gestão no controle

e processo decisório do supermercado Arco-íris Mercantil em Tomé-Açu/PA.

1.1.2 Objetivos específicos

Identificar as ferramentas de controles gerenciais contábeis utilizados na

empresa.

Verificar na gestão da empresa a utilização da contabilidade gerencial

para as tomadas de decisão.

Descrever de que maneira o sistema de informação gerencial (SIG)

contribui no processo de tomada de decisão.

1.2 Justificativa

As empresas encontram dificuldades para garantir a continuidade de suas

atividades, chegando até mesmo a comprometer sua sobrevivência. Percebe-se que

nas MPE’S os gestores, por vezes não dispõem de informações suficientes para

garantir a otimização de recursos e controle dos processos e atividades.

A contabilidade gerencial como um conjunto de técnicas e procedimentos

contábeis é voltada aos usuários internos das organizações, que poderão utilizar-se

dela de maneira que atenda às suas necessidades, pois segundo Marion e Ribeiro

(2014, p. 16), “os gerentes das organizações precisam da informação contábil

gerencial para orientar os trabalhadores na execução de suas tarefas, evitando

desperdícios e aumentando a produtividade”.

Dispondo de ferramentas que é um diferencial para uma gestão mais eficiente,

a contabilidade gerencial possibilita que a empresa se mantenha competitiva, uma

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vez que os cálculos, relatórios, análises e projeções são voltados para o futuro,

visando melhoramento de desempenho e performance.

Este trabalho traz relevância aos pesquisadores por ser uma área que desperta

interesse em se adquirir conhecimento, à sociedade para melhor compreensão dos

processos de gestão das MPE’s como geradoras de emprego e renda e à academia

por poder contribuir com pesquisas futuras.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse tópico são abordados conceitos relacionados aos assuntos para a

melhor compreensão do objetivo deste trabalho como: micro e pequenas empresas,

gestão empresarial e contabilidade gerencial.

2.1 Micro e pequenas empresas (MPE’s)

As micro e pequenas empresas contribuem expressivamente na economia do

País, pois representam a maioria dos negócios formais e são grandes responsáveis

na geração de empregos principalmente no setor comercial, de acordo com o

SEBRAE (2014, p. 6):

As Micro e Pequenas Empresas já são as principais geradoras de riqueza no comércio no Brasil (53,4% do PIB deste setor). No PIB da indústria, a participação das micro e pequenas (22,5%) já se aproxima das médias empresas (24,5%). E no setor de Serviços, mais de um terço da produção nacional (36,3%) têm origem nos pequenos negócios.

A Lei Complementar n. 123/2006, promulgada em 14 de dezembro de 2006,

considera como microempresa e empresa de pequeno porte, a sociedade

empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada

e o empresário, devidamente registrados nos órgãos competentes, quanto ao

faturamento, desde que a microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita

bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e

no caso de empresa de pequeno porte, aufira em cada ano-calendário, receita

bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) não excedendo

R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). (BRASIL, 2006).

As MPE’s também podem ser classificadas quanto ao número de funcionários,

de acordo com a classificação elaborada pelo SEBRAE e DIEESE:

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Quadro 1 – Classificação do porte das empresas quanto ao número de funcionários.

Porte Indústria Comércio e Serviços

Microempresas Até 19 Até 09 empregados

Empresas de Pequeno Porte De 20 a 99 De 10 a 49

Médias De 100 a 499 De 50 a 99

Grandes 500 ou mais 100 ou mais

Fonte: SEBRAE E DIEESE (2017, p. 23).

Em tempos de instabilidade econômica, os pequenos negócios do setor

comercial se destacam na geração de emprego, pois “O predomínio do pequeno

negócio na geração de empregos é comum em todas as conjunturas, porém, nesse

período de crise, como registrado, apenas esse segmento gerou empregos em

2016”. (DIEESE, 2017, p. 9).

Segundo Almeida e Leal (2016), apesar das MPE’s empregarem um número

menor de trabalhadores por unidade empresarial, a sua representatividade na

geração total de empregos no Brasil é expressiva e apresenta constante

desempenho na economia do país.

Para que as MPE’s garantam sua continuidade e permanência no mercado, é

fundamental a aplicação de uma gestão de qualidade, trazendo constantes

melhorias a seus processos e atividades.

2.2 Seguimento supermercadista

O segmento supermercadista no Brasil passou a ser reconhecido como uma

das principais atividades que contribuem com a economia do país. De acordo com o

Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC, o presidente da

República em exercício, Michel Temer, assinou um decreto reconhecendo o setor

supermercadista como atividade essencial da economia. (MDIC, 2017).

Ainda segundo o MDIC (2017), os recentes avanços na legislação

proporcionaram fortalecimento para o setor supermercadista, com o novo status, que

atualizou uma legislação da década de 1940, o setor passou a contar com

instrumentos jurídicos adicionais para negociar a abertura dos estabelecimentos aos

domingos e feriados em todo o Brasil. O setor passou a contar também com a Lei nº

13.455/2017, sancionada em junho de 2017, que passou a permitir a diferenciação

de preços em função do prazo ou meio de pagamento utilizado e com o anúncio do

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Banco Nacional do Desenvolvimento - BNDES, divulgando novas políticas

operacionais e condições de financiamento.

O segmento supermercadista vem apresentando crescimento nos últimos anos,

o que o levou a ser reconhecido como uma das principais atividades que contribuem

para a economia do país.

2.3 Gestão

O modelo de gestão adotado pelos gestores é fundamental para o bom

funcionamento da organização, pois na visão dos autores Oliveira; Perez Jr. e Silva

(2017, p. 107), gestão representa: “os princípios básicos que norteiam uma

organização e serve como referencial para orientar os gestores nos processos de

planejamento, tomada de decisões e controle”.

Souza e Borinelli (2012 p. 30-31), em sua definição, ressaltam a otimização de

recursos na organização:

O processo de gestão é estruturado pelo ciclo composto de planejamento, execução, controle e avaliação de desempenho. Serve para garantir que a utilização dos recursos disponibilizados seja otimizada a fim de atingir um determinado resultado e cumprir a missão da organização.

Para Santos (2010), o modelo de gestão adotado pela organização, refletirá as

ideias, crenças e valores dos proprietários, os quais estarão disseminados por toda

a organização, servindo como base aos gestores na hora de tomar decisão.

Nascimento e Reginato (2015, p. 52) definem gestão como:

O modelo de gestão de uma empresa explica a forma como ela é gerida. É ele o sincronizador dos seus elementos vitais. Esses elementos envolvem desde o processo de gestão expresso na forma de planejamento, execução e controle, até o ato de organizar a empresa e sua estrutura, formatar sistemas que apoiem as demais funções, delinear as relações entre as pessoas.

Percebe-se que gestão, em uma visão ampla, é a forma e métodos adotados

no planejamento, controle e tomada de decisões pelos gestores de uma

organização, visando atingir seus objetivos de forma eficaz e eficiente.

2.4 Contabilidade

A contabilidade desempenha um papel importante dentro das organizações

com seu foco no estudo e controle do patrimônio, a fim de atender os seus usuários

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com o máximo de informações possíveis e relevantes a respeito da composição,

situação e variação patrimonial.

De acordo com Santos (2011, p. 10):

Contabilidade, em seu conceito moderno, é uma ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o intuito de oferecer informações sobre sua composição e variação, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

Em seu conceito, Padoveze (2012b, p. 37) ressalta a relevância das

informações, pois segundo ele, a contabilidade é:

A ciência do controle econômico de uma entidade. Como esse controle é caracterizado pela geração de informações quantitativas, a contabilidade é objetivamente um sistema de informação que controla o patrimônio de uma entidade.

Neto (2011), em sua definição, aborda sobre os métodos particulares da

contabilidade, ao dizer que é uma ciência que registra e analisa os fenômenos

peculiares à gestão de uma entidade através de técnicas e procedimentos próprios.

Almeida (2015) destaca a necessidade de suprir os usuários com informações

precisas, pois para ele a contabilidade é importante para manter o monitoramento

das atividades empresariais e também prestar contas aos usuários interessados nas

entidades por meio das suas demonstrações contábeis.

A função básica do profissional de contabilidade, de acordo com Marion (2015),

é produzir informações úteis aos usuários da contabilidade para a tomada de

decisões. Diante desse entendimento, a função do contador não pode ser distorcida

e se voltar exclusivamente para satisfazer as exigências do fisco.

Portanto, a contabilidade é necessária às organizações por registrar, controlar

e fornecer informações fidedignas referentes ao patrimônio por meio de seus

demonstrativos contábeis, que são fundamentais aos gestores no processo

decisório.

2.5 Contabilidade gerencial

A contabilidade gerencial faz uso das informações contábeis de forma

detalhada para serem disponibilizadas a todos os gestores da empresa que

necessitam de informações contábeis para o processo de planejamento, controle e

avaliação do desempenho das atividades e subsidiando no momento da tomada de

decisão, como afirma Garrison, Noreen e Brewer (2013): na contabilidade gerencial,

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as informações são voltadas aos usuários internos com o intuito de atender as

necessidades dos gestores, pois divulga informações para auxiliá-los no

planejamento, controle e tomada de decisões.

De acordo com Marques (2011, p. 11), a contabilidade gerencial assegura o

uso apropriado de recursos:

A contabilidade gerencial é o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para assegurar o uso apropriado de seus recursos.

Para Atkinson et al. (2011), a contabilidade gerencial é o processo de produção

de informações financeiras e operacionais para funcionários e gerentes e esse

processo deve ser orientado pelas necessidades de informação interna e deve dirigir

suas decisões operacionais e de investimentos.

Padoveze (2012a, p. 33), destaca a tomada de decisão como o foco da

contabilidade gerencial:

A Contabilidade Gerencial tem como foco o processo de tomada de decisão dos usuários internos, ou seja, deve atender todas as pessoas dentro da empresa, em qualquer nível hierárquico, que necessitam da informação contábil para tomar decisões em suas respectivas áreas.

Com ênfase nos usuários internos, a contabilidade gerencial transforma e

estrutura informações pertinentes em relatórios gerenciais para atender cada nível

de segmento de seus usuários em tempo hábil, informações essas que afetarão o

futuro das organizações.

2.5.1 Contabilidade gerencial nas micro e pequenas empresas (MPE’s)

A contabilidade nas MPE’s, além de atender as necessidades legais, fiscais e

trabalhistas, pode ser utilizada como uma ferramenta de apoio à gestão, pois vai

muito além desses processos burocráticos obrigatórios, no mesmo sentido Oliveira

(2016, p. 83) afirma que: “é necessário ampliar a visão dos micro e pequenos

empresários, uma vez que a contabilidade não serve apenas para atender as

exigências legais, fiscais e trabalhistas, mas também pode contribuir com os

processos decisórios empresariais”.

A contabilidade gerencial oferece inúmeros benefícios com suas ferramentas

gerenciais para o alcance de uma gestão de qualidade. Para Oliveira (2016, p. 21) “a

contabilidade gerencial surge como uma ferramenta indispensável a qualquer tipo de

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negócio, um suporte sobre o qual se apoiará o micro e o pequeno empresário em

suas decisões gerenciais”.

Para Raza (2008, p.16), “A falta de informações é o grande vilão nas pequenas

empresas”. Muitos gestores de MPE’s por falta de informações, como demanda de

mercado, competitividade e de conhecimentos em técnicas administrativas e

gerenciais, acabam tendo como consequência dessa falta de informação, a razão do

insucesso e até mesmo o encerramento de seus negócios.

Diante do exposto, apesar de nas MPE’s alguns gestores não adotarem a

contabilidade gerencial na gestão de seus negócios, a utilização desta ferramenta

faz-se imprescindível para o alcance de uma gestão eficiente, independente do porte

ou ramo.

2.6 Ferramentas da contabilidade gerencial

A contabilidade gerencial oferece ferramentas de controle eficazes à gestão,

essas ferramentas estão ao alcance das empresas, garantindo auxílio ao

gerenciamento e controle das operações.

As ferramentas gerenciais são de extrema importância para um melhor gerenciamento de uma organização. A partir delas é possível observar a verdadeira situação da empresa, auxiliando os gestores a identificar os meios favoráveis de se alcançar o objetivo final da organização. (SILVA 2014, p. 8).

A utilização adequada de ferramentas gerenciais possibilita às empresas

controles, análises e escolhas mais inteligentes proporcionando a melhor aplicação

de recursos e, consequentemente, maior lucratividade.

2.6.1 Planejamento estratégico

Segundo Oliveira (2007, p. 17) o planejamento estratégico consiste em

estabelecer os objetivos da empresa e especificar a melhor maneira para alcançá-

los:

É o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com os fatores externos – não controláveis – e atuando de forma inovadora e diferenciada.

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Atkinson et al. (2011, p. 566) ressalta que no planejamento estratégico é

preciso primeiro atender as necessidades dos proprietários e em seguida, traçar as

estratégias para alcançá-las:

O primeiro passo do planejamento é identificar o que os proprietários esperam (por exemplo, aumento da riqueza) de suas participações na empresa. As expectativas dos proprietários tornam-se os objetivos primários da empresa. O segundo passo do planejamento é escolher uma estratégia para alcançar os objetivos primários da empresa.

De acordo com Souza e Borinelli (2012, p. 33), o produto final do planejamento

irá impactar diretamente na continuidade e evolução da organização ao afirmar que:

O primeiro passo para materializar a missão em realidade, considerando o modelo de gestão, é a elaboração de um planejamento estratégico. O produto final dessa fase é um conjunto de objetivos e diretrizes estratégicas que visam o cumprimento da missão e, consequentemente, a continuidade da organização.

O planejamento estratégico é fundamental às empresas, pois é norteador dos

objetivos e metas a serem alcançados e, quando adequado, pode gerar resultados

satisfatórios, a curto, médio e longo prazo.

2.6.2 Orçamento empresarial

O orçamento é mais que uma simples estimativa, é o plano financeiro para

implementar a estratégia da empresa em determinado exercício, deve estar baseado

no compromisso dos gestores em termos de metas a serem alcançadas. Contém as

prioridades e a direção da entidade para um período e proporciona condições de

avaliação do desempenho da entidade, suas áreas internas e seus gestores.

(FREZATTI, 2017).

Souza e Borinelli (2012, p. 182), definem o orçamento da seguinte forma:

O orçamento é uma ferramenta gerencial que auxilia no controle e acompanhamento das atividades na busca do atendimento das metas estabelecidas pela organização. Contém as prioridades e as direções definidas pela administração da entidade, estabelecidas em termos de ações a realizar, recursos a serem obtidos e consumidos, prazo de realização das ações, bem como os respectivos responsáveis.

De acordo com Padoveze (2012a, p. 263): o orçamento é um “sistema de

mensuração econômica do planejamento das operações da empresa para um

determinado período, em nível global e setorial, com o objetivo de coordenar e

controlar essas operações e o resultado planejado”.

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Segundo Atkinson et al (2011, p. 465), “os orçamentos representam um papel

semelhante no planejamento e no controle para gerentes que estão dentro de

unidades empresariais e que são parte central no projeto e na operação de sistema

de contabilidade gerencial”.

Portanto, o orçamento está diretamente ligado ao planejamento com a função

de orçar o que foi planejado e ao controle para fins de comparação do que foi orçado

com o realizado. Com o auxílio dos relatórios de desempenho os gerentes podem

analisar periodicamente e comparar quantitativamente e monetariamente o

desempenho das atividades desenvolvidas na empresa e identificar se o

desempenho é satisfatório ou não.

2.6.3 Controle de contas a pagar

As contas a pagar são obrigações que a empresa adquire junto a terceiros,

obrigações estas, que podem ser classificadas como compromissos de curto ou

longo prazo.

As contas a pagar segundo Padoveze (2012a, p. 89), são obrigações

provenientes de:

Contas a prazo, e representam basicamente os passivos de fornecedores de materiais e serviços ainda por pagar. Além das duplicatas a pagar a fornecedores, as contas a pagar mais comuns do giro são os saldos de salários e encargos a pagar e tributos a recolher.

“O controle de contas a pagar tem por finalidade subsidiar o gestor a respeito

das obrigações assumidas pela empresa sendo evidenciadas pelas transações

realizadas a prazo”. (LOPES, et al. 2015, p. 754).

Quadro 2 – Modelo de controle de contas a pagar.

CONTROLE DE CONTAS A PAGAR PAGAMENTO

Data Cliente Doc. Venc. Valor Data Valor Doc. Juros Obs.

31/08 Conta de luz NF 008 01/09 800,00 01/09 800,00 - - -

01/09 Armazém Bicudo

Duplicata 003

15/09 1.200,00 15/09 1.200,00 - - -

01/09 Armazém Bigode Grande

Duplicata 009

18/09 1.500,00 18/09 1.500,00 - - -

02/09 Armazém Bicho do Mato

Duplicata 012

20/09 890,00 20/09 890,00 - - -

03/09 Armazém Bicudo

Duplicata 026

25/09 1.220,00 27/09 1.220,00 - 110,00 -

04/09 Armazém Boca Louca

Duplicata 030

28/09 720,00 28/09 720,00 - - -

04/09 Folha Folha 05/10 4.800,00 03/10 4.800,00 - - -

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09/2014

TOTAL NO MÊS 11.010,00 - 11.330,00 - 110,00 -

Fonte: SEBRAE.

Dessa forma, o controle de contas a pagar necessita de acompanhamento

rotineiro, pois fornece informações para a tomada de decisão a respeito dos

compromissos da empresa, podendo apresentar um volume muito alto de recurso

financeiro a ser desembolsado, o que pode vir a impactar diretamente no capital de

giro.

2.6.4 Controle de contas a receber

É comum as empresas praticarem vendas a prazo aos seus clientes, gerando

como resultado desse tipo de operação, direitos de curto ou longo prazo, que ao

serem efetuados, transformam-se em disponibilidades para o patrimônio da

empresa.

Para Albuquerque (2014 p. 11), o controle de contas a receber “fornece

informações para tomada de decisões sobre um dos ativos mais importantes que a

empresa dispõe, os créditos a receber originários de vendas a prazo”.

Na visão de Padoveze (2012a, p. 81), as vendas a prazo acontecem para

atender a uma necessidade dos clientes:

As contas a receber de clientes (também denominadas de duplicatas a receber) decorrem da existência de vendas a prazo. A maioria das empresas tem necessidade desse tipo de venda porque os clientes necessitam de um tempo mínimo para operacionalizar a entrada dos materiais e mercadorias e em seguida providenciar os recursos para o pagamento das duplicatas.

Quadro 3 – Modelo de controle de contas a receber. CONTROLE DE CONTAS A RECEBER RECEBIMENTO

Data Cliente Doc. Venc. Valor Data Valor Desc. Juros Obs.

01/09 Bento Ltda. 342 05/10 2.000,00 14/10 2.000,00 - 50,00 -

04/09 Camila Moda Ltda. 300 10/10 800,00 13/10 850,00 - - -

08/09 Raquel Flores 400 22/10 500,00 02/10 480,00 20,00 - -

15/09 Marina Silva 500 25/10 850,00

20/09 Alex Manuel 600 28/10 700,00

28/09 Rocha e Rocha Ltda. 100 30/10 1.000,00

TOTAL NO MÊS 5.850,00 - 3.330,00 20,00 50,00 -

Fonte: SEBRAE.

Proveniente das vendas a prazo, as contas a receber demandam um controle

rigoroso para que a empresa possa se planejar financeiramente e não ficar

descapitalizada, o que comprometeria a continuidade de suas atividades.

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2.6.5 Controle de estoque

O estoque sendo um dos ativos principais na composição do patrimônio das

empresas, necessita de monitoramento e controle para a garantia de sua qualidade

e evitar perdas financeiras.

O CPC 16 (R1) (2009, p. 3), define o estoque da seguinte maneira:

Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. Os estoques também compreendem produtos acabados e produtos em processo de produção pela entidade e incluem matérias-primas e materiais, aguardando utilização no processo de produção, tais como: componentes, embalagens e material de consumo.

Para Cruz e Soares (2014, p. 33), o controle de estoque é indispensável para o

funcionamento das empresas, pois:

Esses controles tem a finalidade de registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída de mercadorias. A gestão de controle de estoque deve buscar minimizar o capital total investido em estoques, por se tratar de valores altos e que aumenta sucessivamente, uma vez que o custo financeiro também se eleva. Vale ressaltar que sem estoques torna-se impossível a empresa funcionar, logo, essa a existência de controles contínuos e a gestão dos mesmos fazem-se indispensáveis.

Segundo Padoveze (2012a, p. 87), “a gestão financeira dos estoques sugere,

em linhas gerais, que se deve estocar o mínimo possível. Dessa maneira deve-se

buscar o maior giro dos estoques ou menor prazo médio de estocagem”.

Percebe-se que é a partir da comercialização do estoque, ou seja, da

mercadoria, no caso das empresas comerciais, que a mesma irá gerar faturamento e

por consequência obter lucro, por esse motivo que há a necessidade de um controle

rigoroso e eficiente dos estoques, a fim de evitar investimentos elevados e

desnecessários à empresa.

2.6.5.1 Métodos de avaliação de estoque

Para a avaliação do estoque são adotados critérios, visando mensurar seu

custo na data da avaliação. De acordo com Marion e Ribeiro (2014) e Marques

(2011) esses critérios são:

PEPS: que significa Primeiro que Entra, Primeiro que Sai. Ao adotar o método

PEPS para avaliar os estoques, a empresa atribui às mercadorias estocadas

os custos mais recentes.

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UEPS: que significa Último que Entra, Primeiro que Sai. Ao adotar o método

PEPS para avaliar os estoques, a empresa atribui às mercadorias estocadas

os custos mais antigos.

Custo Médio ou Média Ponderada: Ao adotar este critério as mercadorias

estocadas serão avaliadas pela média do custo de aquisição, sendo estes

custos atualizados a cada nova aquisição.

Contudo, o critério de avaliação UEPS não é aceito pela legislação brasileira,

segundo Marion e Ribeiro (2014, p. 115):

As normas internacionais de contabilidade (IFRS), consubstanciadas nas normas brasileiras de contabilidade do tipo NBC TG e também o Fisco brasileiro não aprovam o critério UEPS, porque a sua adoção distorce os resultados, pois provoca estoques e lucros subavaliados.

A escolha do critério de avaliação dos estoques é decisiva na determinação do

resultado da empresa, pois mesmo adotando o critério PEPS ou Custo Médio ou

Média Ponderada, o resultado da empresa pode apresentar variação expressiva por

decorrência de possível inflação elevada no período.

2.6.6 Fluxo de caixa

Com a utilização do fluxo de caixa torna-se possível identificar as

movimentações financeiras da organização e verificar todas as entradas e saídas de

recursos, bem como o saldo final do caixa. (REZENDE E SOUZA, 2016).

Segundo Padoveze (2012a, p. 47), o fluxo de caixa “evidencia a movimentação

do saldo de caixa do período, coletando as informações específicas das entradas e

saídas de numerário constante das contas de disponibilidades (caixa, bancos e

aplicações financeiras)”.

Na visão de Oliveira; Perez Jr. e Silva (2017, p. 240) “O fluxo de caixa é uma

sucessão de recebimentos ou de pagamentos, em dinheiro, previsto para

determinado período”.

Quadro 4 – Modelo de controle do fluxo de caixa.

03/2014 SEMANA 1 SEMANA 2 SEMANA 3 SEMANA 4 SEMANA 5 TOTAL

Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado

Saldo Inicial de Caixa

Dinheiro

Cheque Pré-Datado

Duplicatas a Receber

Cartão de Crédito

Outros Recebimentos

Total de Entradas

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Impostos sobre Vendas

Pagamentos a Fornecedores

Pro-Labore

Salários

Encargos Sociais

Benefícios

Água, Luz e Telefone Propaganda e Marketing

Despesas Bancárias

Despesas Financeiras

Comissões a Vendedores Honorários Contábeis Pagamentos de Serviços

Despesas com Veículos

Materiais de Escritório Compra de Equipamentos Pagamentos de Financiamentos

Outras Despesas

Total de Saídas

Saldo Operacional

Saldo Final

Fonte: SEBRAE.

O relatório do fluxo de caixa proporciona uma visão analítica para o gestor

sobre as entradas e saídas, informações das receitas e despesas diárias, o que

possibilita o acompanhamento mais preciso e criterioso desse fluxo.

2.6.7 Formação de preço de venda

Segundo Padoveze (2012a, p. 241), a determinação do preço não pode ser

feita sem levar em consideração o retorno do investimento feito pela empresa ao

dizer que formação de preço de venda é:

A variável operacional mais importante da gestão empresarial. Da determinação do preço de venda é que decorre a lucratividade, e, consequentemente, o retorno do investimento. Portanto, nenhuma decisão sobre preços de venda dos produtos e serviços pode ser feita sem levar em consideração o retorno do investimento.

Para Cruz e Soares (2014, p. 34), saber calcular o preço de venda é importante

para que a empresa seja competitiva e ainda obtenha lucro quando afirma que:

Saber calcular o preço do produto, da mercadoria ou do serviço ofertado é extremamente importante para que as empresas consigam equilibrar a margem de lucro com o mercado, evitando a perda de lucro e que faça uma cobrança acima do valor de seus concorrentes.

Oliveira et al. (2015, p.3), cita a importância de se adotar um método de custeio

apropriado ao ramo de atividade da empresa para a melhor formação de preço de

venda:

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𝑴𝑪𝒖 = 𝑷𝑽𝒖 − 𝑪𝑽𝒖

Portanto, para uma correta formação de preço, as empresas devem conhecer, além de outros aspectos, a composição de todos os seus gastos. Com isso, precisam fazer uma análise de qual método de custeio é o mais eficaz para seu ramo de atividade. A decisão quanto a melhor forma de precificação é um dos pontos mais importantes para a sobrevivência das empresas, pois está diretamente relacionada com sua obtenção de lucros; mesmo assim, parte das empresas não lida bem com a decisão de preços.

Observa-se que a formação do preço de venda é crucial para que o negócio se

mantenha equilibrado e lucrativo perante o mercado concorrente, necessitando de

um bom método de custeio para que se obtenha o retorno do investimento e

garantia de sobrevivência.

2.6.7.1 Margem de contribuição

A margem de contribuição é a medida de lucratividade associada ao custeio

variável, que corresponde ao excesso do preço de venda líquido em relação aos

custos e despesas variáveis. (SOUZA E BORINELLI, 2012).

Margem de contribuição unitária, na visão de Berti (2013, p. 151) é: “o volume

financeiro com que cada unidade do produto contribui para a empresa pagar o seu

custo fixo e formar o seu lucro”.

Marques (2011, p. 136), diz que: “margem de contribuição é a diferença entre a

receita e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente

traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode

ser imputado sem erro”.

Segundo Padoveze (2012a, p.131): “Margem de contribuição é a diferença

entre o preço de venda (ou as vendas) e os custos/despesas variáveis unitários (ou

o total dos gastos variáveis)”.

Figura 1 – Fórmula para cálculo da margem de contribuição unitária.

Fonte: Marion e Ribeiro (2014, p 138).

Onde:

MCu= Margem de contribuição unitária

PVu= Preço de venda unitário

CVu= Custo variável unitário

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Fonte: Marques (2011, p. 137) 𝑷𝑬𝑪 = (𝑪𝑭 + 𝑫𝑭)

𝑴𝑪𝒖

A análise da margem de contribuição permite identificar o quanto cada produto,

serviço ou mercadoria contribui com o lucro, e sem essa análise, fica difícil para o

gestor determinar ao certo quantos e quais compensam continuar no mix de vendas

da empresa.

2.6.7.2 Ponto de equilíbrio

Segundo Marques (2011), o ponto de equilíbrio indicará a partir de que

momento a empresa passará a não obter lucro e/ou prejuízos em seus resultados.

É, somente a partir do momento que os resultados obtidos ultrapassam o ponto de

equilíbrio, que a empresa passa a auferir lucro.

O ponto de equilíbrio pode ser analisado em três diferentes maneiras, como

afirma Viceconti e Neves (2013, p. 142-143):

a) O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) é a quantidade que equilibra a receita total com a soma dos custos e despesas relativos aos produtos vendidos. b) O Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) é a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas acrescida de uma remuneração mínima sobre o capital investido pela empresa. Esta remuneração mínima corresponde à taxa de juros de mercado multiplicada pelo capital e é denominada pelos economistas de custo de oportunidade. O custo de oportunidade representa a remuneração que a empresa obteria se aplicasse seu capital no mercado financeiro, ao invés de aplicar no seu negócio.

c) O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) é a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas que representam desembolso financeiro para a empresa. Assim, por exemplo os encargos de depreciação são excluídos do cálculo do PEF, por não representarem desembolso para a empresa.

Figura 2 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio contábil.

Fonte: Marques (2011, p 137).

Onde:

PEC= Ponto de equilíbrio contábil

CF= Custos fixos

DF= Despesas fixas

MCu= Margem de contribuição unitária

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𝑷𝑬𝑬 = (𝑪𝑭 + 𝑫𝑭) − 𝑪𝑶

𝑴𝑪

𝑷𝑬𝑭 = (𝑪𝑭 + 𝑫𝑭) − 𝑫𝒆𝒑𝒓𝒆𝒄𝒊𝒂çã𝒐

𝑴𝑪

Figura 3 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio econômico.

Fonte: Marques (2011, p. 138).

Onde:

PEE= Ponto de equilíbrio econômico

CF= Custo fixo

DF= Despesas fixas

CO= Custo de oportunidade

MC= Margem de contribuição

Figura 4 – Fórmula para cálculo do ponto de equilíbrio financeiro.

Fonte: Marques (2011, p. 139).

Onde:

PEF= Ponto de equilíbrio financeiro

CF= Custo fixo

DF= Despesas fixas

MC= Margem de contribuição

Entende-se que ponto de equilíbrio contábil (PEC) é a busca do equilíbrio entre

os gastos fixos e a receita enquanto que o ponto de equilíbrio econômico (PEE)

considera, além dos custos fixos, uma remuneração do capital investido pela

empresa e o ponto de equilíbrio financeiro (PEF) desconsidera valores que não

tiveram desembolso financeiro como a depreciação.

Berti (2013, p. 5), deixa bem claro que o ponto de equilíbrio faz a clara

distinção entre prejuízo ou lucro ao afirmar que:

Ponto de equilíbrio é o momento em que o resultado das operações da empresa é nulo, ou seja, a receita total é igual à soma dos custos e despesas totais. Se a empresa operar acima desse nível, passa a ter um resultado positivo (lucro), abaixo desse nível o resultado é negativo (prejuízo).

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De acordo com Santos e Pimentel (2015, p. 2): “O ponto de equilíbrio é o nível

em que o volume de vendas ou a receita necessária se iguala aos gastos totais, ou

seja, a quantidade mínima que a empresa tem que vender para não ter prejuízo”.

Gráfico 1 – Gráfico do ponto de equilíbrio.

Fonte: Adaptado com base em Marques (2011, p. 138).

A análise do ponto equilíbrio permite saber a partir de que momento, a

empresa passará a obter lucro. Essa informação permitirá entender com mais

clareza o desempenho das vendas e seu resultado.

2.6.8 Análise gerencial das demonstrações contábeis

A contabilidade financeira bem estruturada serve de base para a contabilidade

gerencial adequada, desse modo, é necessário um sistema de informação contábil

estruturado que atenda, ao mesmo tempo, os requisitos da contabilidade financeira

(para atendimento das legislações societárias e fiscais) e as necessidades

gerenciais com informações para planejamento, controle e tomada de decisão. As

demonstrações contábeis básicas que são imprescindíveis para fins de

gerenciamento da empresa são: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado

do Exercício (DRE) e Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC). (PADOVEZE,

2012a).

Para Marion e Ribeiro (2014, p.160):

O exame minucioso dos elementos que compõem as demonstrações financeiras objeto de análise é imprescindível, uma vez que os saldos das contas apresentadas nas demonstrações poderão englobar, por razões de simplificação, vários valores de uma mesma natureza.

Portanto, a análise minuciosa das demonstrações contábeis no âmbito

gerencial é necessária para a compreensão do patrimônio da empresa, permitindo

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avaliar o desempenho e evolução do mesmo e municiando os gestores com

informações que os ajudarão a manter o ciclo contínuo proposto para o

planejamento, controle e tomada de decisão.

2.6.8.1 Análise gerencial do Balanço Patrimonial (BP)

Segundo Padoveze (2012a, p. 38), “o balanço patrimonial é a demonstração

contábil mais importante. Ela reflete os efeitos patrimoniais retidos na empresa numa

determinada data decorrente de todas as transações efetuadas pela empresa até

aquele momento”.

Souza e Borinelli (2012, p. 53), definem o balanço patrimonial de forma objetiva

ao dizerem que: “o balanço patrimonial é a demonstração contábil que representa o

patrimônio de uma entidade, patrimônio este composto pelo conjunto de bens,

direitos e obrigações da organização”.

O balanço patrimonial na visão de Silva (2013, p. 72), “retrata a posição

patrimonial da empresa em determinado momento, composta por bens, direitos e

obrigações”.

Quadro 5 – Estrutura do Balanço Patrimonial (BP).

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Circulante Circulante Disponibilidade Fornecedores Títulos e Valores Mobiliários Tributos (a pagar e a recolher) Contas a Receber de Clientes Empréstimos a Pagar Estoques Contas a Pagar Não Circulante Não Circulante Realizável a longo prazo Exigível a Longo Prazo Imobilizado Patrimônio Líquido Investimentos Capital Intangível Reserva

Prejuízos Acumulados

Fonte: Marion (2015, p. 58).

Padoveze (2012a) ainda sugere que, para fins gerenciais, é imprescindível a

elaboração mensal e acompanhamento das variações do balanço patrimonial.

Diante do exposto, compreende-se que o Balanço Patrimonial reflete a posição

patrimonial da empresa em determinado momento, contendo todas as operações

efetuadas. A partir desta demonstração é possível analisar suas informações e obter

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32

como resultado a situação de estrutura patrimonial e aspectos de desempenho da

empresa.

2.6.8.2 Análise gerencial da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Segundo Marques (2011, p. 104), “a demonstração do resultado do exercício é

a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa,

durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do

período”.

Souza e Borinelli (2012, p. 75), destacam a eficiência das operações através do

resultado da DRE ao dizerem que: “a apuração do resultado mede a eficiência das

operações da entidade, colocando em uma única demonstração as receitas, ganhos,

despesas e perdas acontecidas”.

A DRE também é conhecida como Demonstração do Resultado do Período de

acordo com Padoveze (2012a, p. 42) quando diz que:

Em termos gerenciais, a demonstração do resultado do período é muito rica, ficando atrás apenas do balanço patrimonial. Sendo seu foco receitas e despesas é natural que a utilização gerencial concentre-se nesses dois grandes grupos de elementos patrimoniais.

Quadro 6 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA BRUTA DE VENDAS

(-) DEDUÇÕES DE VENDAS

Vendas Canceladas

Descontos Incondicionais

Devoluções de Vendas

(-) IMPOSTOS SOBRE VENDAS

ICMS sobre Faturamento

RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS

(-) Custo dos Produtos e Serviços Vendidos

LUCRO BRUTO

(+/-) DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS

Despesas Comerciais

Despesas Administrativas

Despesas Tributárias

Outras Receitas Operacionais

Outras Despesas Operacionais

Resultado de Investimentos em Coligadas e Controladas

RESULTADO ANTES DAS DESPESAS E RECEITAS FINANCEIRAS

(+/-) RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO

Despesas Financeiras

Receitas Financeiras

RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO

(-) Provisão para CSLL

(-) Provisão para IRPJ

RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS

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Resultado líquido após os tributos das operações descontinuadas

Resultado líquido de baixas de ativos e mensuração do valor justo

RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO

Lucro Líquido por ação: Destinação:

Participação de Acionistas ou sócios não controladores Aos proprietários da entidade controladora

Fonte: Marion (2015, p. 114).

A Demonstração de Resultado do Exercício tem grande destaque quando se

refere à medição de desempenho das operações relacionadas ao período, sendo a

mesma responsável por apresentar informações de maneira ordenada sobre as

receitas, despesas e resultado líquido do período.

2.6.8.3 Análise gerencial da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

No conceito de Souza e Borinelli (2012, p. 82), “basicamente a DFC tem como

objetivo gerar informações sobre as entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos)

de caixa durante um determinado período”.

A DFC na definição de Azzolin (2012, p.166):

Tem como característica a evidenciação das transações que movimentam efetivamente o caixa e sua elaboração, e tem como objetivo gerar informações sobre os fluxos de caixa de uma empresa com a finalidade de proporcionar aos usuários uma base para avaliar a capacidade da empresa em gerar caixa e valores equivalentes ao caixa.

De acordo com Marques (2011, p. 109), a Demonstração dos Fluxos de Caixa

“tem por objetivo identificar as modificações ocorridas na posição financeira da

empresa”.

As Demonstrações dos Fluxos de Caixa podem ser elaboradas pelos métodos

direto e indireto. Segundo Padoveze (2017, p. 412), o objetivo do método direto é:

“evidenciar os diversos tipos de fluxos de pagamentos e recebimentos ocorridos na

empresa”.

Quadro 7 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Método Direto.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (MÉTODO DIRETO)

PERÍODO 20X2 Em $ mil Em $ mil

a) Atividades Operacionais

Recebimento de Vendas 9.500 (-) Pagamentos de Compras (5.000) Caixa Bruto obtido nas Operações 4.500 (-) Despesas Operacionais Pagas de Vendas

Administrativas (500)

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Caixa Gerado no Negócio (380) (-) Despesas Financeiras Pagas 3.620 Caixa Gerado após às Operações Financeiras (500)

3.120 b) Atividades de Investimentos

(-) Aquisições de Imobilizados e Investimentos

Móveis e Utensílios (300)

Terrenos 1.000

Ações de Outras Cias (2.140)

3.440 c) Atividades de Financiamentos

Integralização de Capitais 1.500

Empréstimos Bancários 470

(-) Dividendos Pagos (850)

Resultado Final de Caixa 1.120 800

+ Saldo existente em 31-12-X1 1.500

Saldo existente em 31-12-X2 2.300

Fonte: Marion (2015, p. 452).

O objetivo da Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo método indireto é:

Evidenciar o caminho percorrido do lucro até o caixa, talvez o aspecto mais importante dessa demonstração. Esse objetivo busca responder à seguinte questão fundamental para análise da liquidez da empresa: como o lucro se transformou (ou não) em caixa? (PADOVEZE, 2017, p. 412).

Quadro 8 – Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Método Indireto. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (MÉTODO INDIRETO)

PERÍODO DE 20X2 Em $ mil Em $ mil

ATIVIDADES OPERACIONAIS Lucro Líquido apurado no Exercício + Depreciação Lucro que afeta o Caixa VARIAÇÕES NO CIRCULANTE (Capital de Giro) Ativo – Aumento de Duplicatas a Receber (reduz o caixa)

– Aumento de Estoques (reduz o caixa) Passivo – Aumento de Fornecedores (melhora o caixa)

– Aumento de Impostos a Pagar (melhora o caixa) Caixa Gerado nos Negócios ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Aquisição de Ativo não Circulante – Móveis e utensílio – Terrenos – Ações de outras Cias. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS – Integralização de Capitais – Novos Empréstimos Bancários – Dividendos Pagos RESULTADO FINAL DO CAIXA

1.950

120

2.070

(500)

(500)

1.000

1.050 1.050

3.120

(300)

(1.000)

(2.140) (3.440)

1.500

470

(850) 1.120 800

+ Saldo existente em 31-12-X1 1.500

Saldo existente em 31-12-X2 2.300

Fonte: Marion (2015, p. 454).

Apresenta-se claro o objetivo principal da Demonstração dos Fluxos de Caixa,

que é evidenciar as operações de entrada e saída de recurso financeiro das contas

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35

do disponível (caixa, bancos), operações estas oriundas de receita, contas

recebidas, despesas e contas pagas, propiciando a visibilidade sobre a capacidade

de pagamentos da empresa. Essa demonstração visa evidenciar de forma clara as

variações das transações no caixa e equivalentes de caixa de acordo com as

aplicações referentes às atividades operacionais, de financiamentos e de

investimentos realizadas no último período pela empresa, ou seja, a DFC explica o

quanto e o porquê do aumento ou redução de caixa e equivalentes.

2.7 Sistema de Informações (SI)

As organizações necessitam constantemente de informações e o sistema de

informações tem como objetivo, suprir essas necessidades de maneira em geral,

com informações pertinentes para os seus devidos fins.

O conceito de sistema de informações para Oliveira, Perez Jr. e Silva (2017, p.

54) é: “a combinação de um conjunto de dados sobre os quais se aplica determinada

rotina de trabalho, manual e/ ou com a utilização dos recursos computacionais, para

obtenção de informação de saídas”.

Laudon e Laudon (2010, p. 12), definem sistema de informações como “um

conjunto de componentes inter-relacionados que coletam (ou recuperam),

processam, armazenam e distribuem informações destinadas a apoiar a tomada de

decisões, a coordenação e o controle de uma organização”.

Figura 5 – Visão geral de Sistema de Informações (SI).

Fonte: Adaptado com base em Laudon e Laudon (2010).

Para Marques (2011, p. 236), o sistema de informação compreende um

conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados

segundo uma sequência lógica para o processo dos dados e a correspondente

tradução em informação.

SAÍDA CALCULAR

ORGANIZAR

ARMAZENAR

ENTRADA

PROCESSAR

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Entende-se que um sistema de informações é composto por um conjunto de

recursos (humanos e tecnológicos) com a finalidade de coletar, armazenar,

processar e transformar dados em informações, a fim de subsidiar funções e

processos das organizações.

2.7.1 Sistema de Informações Gerenciais (SIG)

Tomar decisão não é algo simples, pois influencia diretamente no futuro da

organização. Dessa forma, o sistema de informações gerenciais contribui

significativamente na hora da tomada de decisão, uma vez que oferece aos

gestores, acesso rápido e preciso às informações relevantes que lhes garantirão

tomar decisões inteligentes em benefício da organização.

Como o sistema de informações gerenciais interliga todos os setores de uma

organização, os gestores terão à sua disposição as mais variadas informações que

lhes permitirão tomar decisões mais assertivas. Marion e Ribeiro (2014, p. 5),

confirmam ao dizerem:

Dessa forma, qualquer decisão a ser tomada, qualquer que seja a área de atuação do responsável por ela, encontrará na informação contábil gerencial o fundamento necessário para que a opção encontrada seja a mais benéfica possível para o desenvolvimento da organização.

Sistema de informações gerenciais na visão de Oliveira, Perez Jr. e Silva

(2017, p. 55), “é o processo de transformação de dados em informações, que são

utilizadas na estrutura decisória da empresa como ferramenta que possibilita a

sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados”.

Padoveze (2012a, p. 21), ressalta a união do sistema de informações contábil

com o âmbito gerencial quando diz que:

Essa interação torna-se crucial, pois a Contabilidade Gerencial utiliza-se de muitos dados e informações de outros sistemas, inclusive quantitativas, para completar seus relatórios e torna-los efetivamente úteis para o processo de tomada de decisão.

Para Silva (2013), o sistema de informação gerencial (SIG) consiste em prover

os gestores com informações necessárias para o gerenciamento dos negócios

atuais e para os planos futuros.

Figura 6 – Visão geral de Sistema de Informações Gerenciais (SIG).

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37

Fonte: Adaptado com base em Laudon e Laudon (2010).

De acordo com os autores Marion e Ribeiro (2014), Oliveira, Perez Jr. e Silva

(2017), Padoveze (2012a), a utilização de sistema de informações gerenciais pelas

empresas propicia acesso à informações relevantes e tempestivas aos gestores

além de conhecimento abrangente e de fácil acesso de todos os setores da

organização para que possam tomar as melhores decisões.

A utilização de um sistema de informações gerenciais torna-se um diferencial

nos processos da organização ao prover informações atuais e permitir traçar planos

futuros. A organização que faz uso dessa ferramenta que estrutura informações

através de relatórios, possibilita controles mais precisos e a facilidade de identificar

possíveis falhas inerentes aos seus procedimentos operacionais e decisórios.

3 METODOLOGIA

De acordo com Fonseca (2009), a metodologia da pesquisa caracteriza-se por

um conjunto de procedimentos racionais e pré-estipulados que o pesquisador utiliza

para atingir uma determinada meta. Nesse sentido, é através dos métodos e

procedimentos que se pode alcançar os resultados condizentes com a realidade, por

esse motivo, estão descritos neste tópico os processos metodológicos adotados

para esta pesquisa.

A presente pesquisa possui natureza aplicada, pois se pretende adquirir novos

conhecimentos, visando o desenvolver ou o aprimorar dos processos de gestão

empresarial, que segundo Gil (2014, p. 27):

Esse tipo de pesquisa apresenta muitos pontos de contato com a pesquisa pura, pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu desenvolvimento, toda via, tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos.

GERENTES

• Análise

• tomada de decisões

• informações fidedignas

• disponibilidade em tempo hábil

SIG • de custo unitário de

produtos • de modificação de

produtos

• de vendas

• de despesas

RELATÓRIOS DADOS

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38

Com abordagem qualitativa, para compreensão das particularidades da gestão

da empresa, pois de acordo com Fonseca (2009, p. 35) “nesse tipo de pesquisa o

pesquisador se propõe a participar, compreender e interpretar as informações”.

Quanto ao caráter é descritivo, com o intuito de descrever os fatos, que na

opinião de Gil (2014, p. 28), “as pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a

descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o

estabelecimento de relações entre variáveis”.

Realizada em um supermercado, visando elencar quais ferramentas da

contabilidade gerencial são utilizadas na gestão desse estabelecimento, pode-se

definir esta pesquisa como estudo de caso, que segundo Gil (2014, p.57) “é

caracterizada pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de

maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado”.

Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se a aplicação de questionário

(Apêndice A), que é:

A técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc. (GIL, 2014, p. 121).

Sendo este semiestruturado por conter 09 questões abertas e fechadas, que

segundo Gil (2014, p. 122 - 123) em questões abertas “solicita-se aos respondentes

que ofereçam suas próprias respostas” e em questões fechadas “pede-se aos

respondentes para que escolham uma alternativa dentre as que são apresentadas

numa lista”, no qual o respondente precisou marcar e justificar suas respostas. As

questões para este questionário foram elaboradas a partir de consultas em livros,

artigos, periódicos, dissertações e teses, com o intuito de suprir o objetivo desta

pesquisa.

A aplicação do questionário ao gestor da empresa em questão, ocorreu no dia

15 de janeiro de 2018 e sua análise no período de 22 e 29 de janeiro de 2018,

tomando como parâmetros de comparação outros trabalhos acadêmicos de mesma

linha de pesquisa de variadas regiões brasileiras.

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39

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A empresa de pequeno porte Arco-Íris Mercantil, foi fundada em agosto de

1998, localizada na avenida Cametá, s/nº, bairro/distrito Quatro Bocas, município de

Tomé-Açu/Pa. O seu quadro de funcionários é composto por 23 colaboradores,

sendo o seu ramo de atividade o segmento supermercadista.

Na questão 1, indagou-se sobre a contabilidade da empresa se, interna ou

externa.

“A contabilidade de nossa empresa é externa, gerando as demonstrações do período e atendendo às obrigações junto ao fisco e governo”.

O resultado demonstra que a contabilidade da empresa em questão é externa,

este resultado está de acordo com o encontrado por Silva (2014a), que certificou

que todas as 32 empresas por ele pesquisadas terceirizavam seus serviços

contábeis através de escritórios externos e que os serviços contratados se resumem

em sua totalidade em informações de cunho contábil e fiscal.

Com esses resultados, observa-se que a maioria das MPE’s utiliza a

contabilidade terceirizada, demonstrando que todo e qualquer empreendimento

necessita do apoio do profissional contábil, sendo este atendimento interno ou

externo.

Na questão 2, o objetivo foi saber quais demonstrações contábeis são geradas

pela empresa.

“São geradas o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício e a Demonstração dos Fluxos de Caixa.”

O mesmo resultado foi encontrado por Dumer (2014), que identificou as

mesmas demonstrações geradas por MPE’s. Enquanto Freitas (2017) e Ribeiro

(2016) identificaram as demonstrações do Balanço Patrimonial e a DRE.

Esses resultados evidenciam que os pequenos empreendimentos estão

reconhecendo a relevância das informações geradas pelas demonstrações

contábeis no âmbito gerencial, Nascimento (2011) confirma ao dizer que se faz

necessário que o pequeno empresário tenha conhecimento de se realizar uma

contabilidade completa e eficiente que reflita a realidade da empresa.

Na questão 3, o gestor precisaria relacionar somente as ferramentas de

controle gerenciais utilizadas na gestão da empresa.

“Nós utilizamos ferramentas como: Planejamento estratégico, orçamento empresarial, contas a pagar, contas a receber, controle de estoque, fluxo de

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caixa diário, margem de contribuição unitária, ponto de equilíbrio, análise gerencial do balanço patrimonial, análise gerencial da demonstração do resultado do exercício e análise gerencial da demonstração dos fluxos de caixa.”

No estudo de Passinho (2016), foram detectadas as mesmas ferramentas

citadas pelo gestor da empresa Arco-Íris, exceto o de ponto de equilíbrio e a

margem de contribuição, além de indicadores financeiros (rentabilidade e liquidez).

Nota-se que nesses estudos, existe a utilização de várias ferramentas em

comum, sendo que em outros estudos do setor supermercadista, nem todas as

citadas são utilizadas, como nos estudos de Oliveira (2016), onde constatou que a

maioria das empresas utiliza os controles de contas a pagar, contas a receber e

Demonstração dos Fluxos de Caixa e Silva (2014a) que evidencia a partir de suas

análises, que as ferramentas planejamento estratégico, orçamento, fluxo de caixa e

o método de custeio por absorção são as ferramentas mais utilizadas pelos

gestores, sendo que a ferramenta de fluxo de caixa foi a única ferramenta tida como

essencial para o processo de tomada de decisão.

Percebe-se que nas MPE’s, é comum a utilização de ferramentas contábeis

gerenciais básicas, dificilmente optando por ferramentas mais complexas, que

necessitariam de conhecimento aprofundado.

Na questão 4, dentre as ferramentas de controle gerencial utilizadas pela

empresa, objetivou-se saber quais a empresa considera como mais importantes.

“O Controle de estoque, porque é o principal dentro de nossa empresa, consumindo a maior parcela dos recursos financeiros; o controle de contas a pagar, porque se não estivermos em dia com os fornecedores não conseguimos comprar mercadorias para revenda; e o controle de contas a receber, porque o recurso que financiou as vendas a prazo tem que retornar ao caixa da empresa para que o ciclo das atividades continue”.

Este resultado está em conformidade quanto aos controles de contas a pagar e

receber, exceto pelo do controle de caixa, com o encontrado por Campos e Gáudio

(2014) e Borges e Leal (2015), que constataram que dentre as ferramentas

utilizadas pelas empresas o controle de caixa, contas a pagar e receber foram

consideradas as mais importantes. Vale ressaltar que nestes últimos não foi

encontrado o controle de estoques. A utilização do controle de estoques é tida como

imprescindível para empresas deste ramo de atividade, onde muitos dos produtos

comercializados são perecíveis ou com prazo de validade relativamente curto.

Oliveira, et al. (2016), destaca que a gestão de estoques aplicada com eficiência

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possibilita a redução dos custos totais da empresa, auxilia para não deixar faltar

mercadoria, não permitir uma compra maior do que o necessário, evitar desperdício

e também controlar a validade das mercadorias.

Na questão 5, foi perguntado sobre em que se baseiam as tomadas de

decisões da empresa. As opções marcadas foram: nas experiências como gestor

adquiridas ao longo do tempo e nas ferramentas de controle. Este resultado está de

acordo com o encontrado por Borges e Leal (2012), onde as decisões dos gestores

se baseiam na própria experiência; com Moreira et al. (2013) quando aponta que a

maior parte de seus respondentes disseram confiar em suas experiências como

gestores e é condizente também com Lima e Imoniana (2008) que obtiveram em

seus resultados as ferramentas de controle como base norteadora às decisões dos

gestores. Apesar de o resultado mostrar que o gestor ainda leva em consideração

suas experiências, a adoção das ferramentas de controle na tomada de decisão

mostra que, segundo Medeiros (2015) as empresas de pequeno porte mesmo que

aos poucos estão cada vez mais se adaptando e utilizando técnicas gerenciais em

seus processos.

Na questão 6, o interesse era saber em que momento a empresa se utiliza das

Demonstrações Contábeis e ferramentas gerenciais.

“Utilizamos as demonstrações contábeis para tomar decisões e para atender ao fisco e governo. Não tomamos as principais decisões sem antes analisar os demonstrativos e relatórios gerencias, porque neles estão contidos informações sobre a rentabilidade e lucro da nossa empresa”.

Este resultado está em conformidade com o resultado obtido por Lopes (2013)

que por meio das informações colhidas em pesquisas constatou que os gestores de

supermercados, em sua maioria, combinam a análise das demonstrações contábeis

com outros tipos de ferramentas de controle. Estes fatos demonstram que os

gestores destas pesquisas se preocupam em trabalhar não apenas com uma única

ferramenta, mas sim com um conjunto de forma integrada.

Na questão 7, a pergunta era a respeito da importância da contabilidade

gerencial para a empresa.

“Sim, a contabilidade gerencial é muito importante para nossa empresa porque nos proporciona o controle com relatórios das atividades diárias”.

No estudo de Lima e Sousa (2013), apontou que grande parte dos

empreendedores reconhece a importância da contabilidade como ferramenta

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42

gerencial para a sobrevivência de suas empresas. Percebe-se que os gestores

reconhecem os benefícios que a utilização da contabilidade gerencial pode

proporcionar aos seus negócios, pois segundo Constante (2010), as informações

gerenciais podem reduzir os riscos dando assim, um nível de segurança à empresa,

com tomadas de decisões alicerçadas e fundamentadas.

Na questão 8, buscou-se saber se a empresa tem dificuldade para executar as

ferramentas gerenciais.

“Sim, com algumas, por exemplo, o Planejamento estratégico e o Orçamento Empresarial que são complexos. No caso do Planejamento temos que usar as informações que já temos na empresa e juntar com as informações do mercado que é muito exigente para o período seguinte e o Orçamento porque temos que fazê-lo em cima do planejamento, tendo que analisar os nossos recursos financeiros pra não cometermos erros”.

Em outros estudos foram obtidos resultados semelhantes, Borges e Leal (2012)

por exemplo, onde alguns dos gestores entrevistados consideram a importância do

orçamento empresarial embora não o utilizem, e que ainda o planejamento não era

estruturado, sendo que um deles relatou ser muito difícil fazer um planejamento. Nos

resultados de Silva (2014b), os empresários possuem conhecimento sobre a

necessidade de existir planejamento estratégico e orçamento empresarial nas

empresas e também os benefícios que a adoção desses procedimentos pode trazer

para suas operações, mas o foco da organização está apenas nas ações de curto

prazo o que demonstra a dificuldade na utilização dessas ferramentas.

Essas dificuldades apresentadas podem ser explicadas por Gonçalves e Losilla

(2011), quando dizem que nas MPE’s, o planejamento estratégico começa a ser

realizado, ainda que de forma tímida, como processo contínuo de interação entre

empresa e ambiente, fato justificado em parte pela complexidade, abrangência e

qualificação exigidas dos gestores.

Na questão 9, foi perguntado como o sistema de informações gerenciais (SIG)

contribui para o processo de tomada de decisão. Dentre as opções foram marcadas

as seguintes: Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais

precisos e rápidos; fornecimento de melhores projeções dos efeitos das decisões e

facilitar o fluxo de informações. Justificando:

“Com 85% de nossas informações vindas direto de nosso sistema de informações gerenciais, se torna mais fácil e ágil tomar boas decisões e caso o sistema pare a empresa não funciona”.

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Na empresa estudada por Cruz e Souza (2014), após a adoção de um SIG a

empresa passou a registrar todos os atos e fatos no sistema e pôde se planejar e

controlar seus recursos. Com os relatórios gerados pelo sistema foi possível enviar

informações precisas e verdadeiras à contabilidade. Em ambos os casos, os

sistemas de informações gerenciais propiciaram facilidade e agilidade nos processos

de registro dos fatos relacionados às atividades diárias e, por consequência, a

geração de informações precisas e seguras aos tomadores de decisão.

Na questão 10, o interesse era saber do gestor quais os principais benefícios

que a contabilidade gerencial proporciona à empresa. Dentre as opções o gestor

optou por estas: maior segurança para tomar decisões; vantagem competitiva e

lucro. Justificando:

“No nosso ramo, a contabilidade gerencial se torna o nosso braço forte para sobreviver num mercado cada vez mais competitivo, sem ela não teríamos como ter informações sobre faturamento em tempo real, nem controle das contas a receber e pagar, nem de controle de estoque que necessita ser verificado todo dia”.

Silva (2013) em seu estudo aponta a vantagem competitiva e o lucro como

benefícios, pois, através de uma contabilidade realizada com dados corretos é

possível obter um resultado positivo, sendo assim, lucro para a empresa.

Nos resultados encontrados, o ponto em comum, é que os gestores apontam a

vantagem competitiva e o lucro e, para esse estudo também é levado em

consideração a segurança ao se tomar decisão.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A contabilidade gerencial dispõe de ferramentas que são indispensáveis para

uma boa gestão em qualquer que seja o ramo ou porte da empresa, nas micro e

pequenas empresas a sua adoção pode ser determinante à garantia da

permanência e competitividade no mercado.

O estudo teórico contribuiu para a realização desta pesquisa, proporcionando

conhecimento e entendimento sobre a contabilidade gerencial, assim como o

detalhamento e aplicação de suas ferramentas no âmbito da gestão empresarial.

A presente pesquisa alcançou os objetivos definidos, identificando as

ferramentas de controles gerenciais contábeis utilizados pela empresa, verificando a

gestão da empresa na utilização da contabilidade gerencial para as tomadas de

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decisão e descrevendo de que maneira o sistema de informação gerencial (SIG)

contribui no processo de tomada de decisão.

Dentre os principais achados, constatou-se que: a contabilidade da empresa é

externa; a gestão utiliza um conjunto de ferramentas para o controle gerencial,

sendo o controle de estoque, contas a receber e a pagar as ferramentas mais

importantes para a empresa; há dificuldades na elaboração do planejamento

estratégico e orçamento empresarial, ponto que chama a atenção por envolver as

estratégias, objetivos e metas a serem alcançados no curto, médio ou longo prazo,

afetando diretamente no futuro da empresa; as ferramentas de controle encontram-

se integradas a um sistema de informações gerenciais (SIG) adotado, auxiliando

diretamente no processo de tomada decisão. Por fim, apesar do gestor ainda tomar

decisões com base em experiências adquiridas ao longo do tempo, utiliza também

informações geradas pelas ferramentas de controle, evidenciando a percepção da

necessidade de se utilizar informações seguras no processo decisório.

Para melhorias ao supermercado Arco-íris Mercantil, sugere-se ter um contador

que além de gerar relatórios mensais para acompanhamento dos resultados do

período, também assessore na análise das informações geradas pelas ferramentas

de controle gerencial e auxilie nas tomadas de decisões, visando dessa maneira

garantir à empresa uma gestão melhorada, continuidade do negócio e a

competitividade perante o mercado concorrente, pois um serviço contábil de

qualidade tende a otimizar os processos e maximizar os lucros; um controle de

estoque efetivo e contínuo para evitar compras abaixo ou a cima do necessário,

vencimento e desperdício de mercadorias; maior qualificação do gestor para

executar as ferramentas de controle. Por fim, para melhor acompanhamento dos

resultados das atividades e tomada de decisão mais acertada, um sistema de

informações gerenciais que atenda todas as necessidades de informações da

empresa.

Este trabalho proporcionou desenvolvimento pessoal, possibilitando obter

maior conhecimento sobre o assunto; acadêmico, com o intuito de servir de

referência para futuras pesquisas e social, esclarecendo dúvidas de gestores que

não utilizam a contabilidade gerencial.

Como sugestão para trabalhos futuros, fazer um estudo em todos os

supermercados de Tome-Açu e região para traçar o perfil do gestor e a forma de

utilização da contabilidade gerencial pelas empresas do ramo.

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APÊNDICE A

Apresentamos o instrumento de coleta de dados cujas respostas serão utilizadas na

construção do Trabalho de Conclusão de Curso.

1. A contabilidade da empresa é interna ou externa?

( ) Interna.

( ) Externa.

Justifique: _

_

__

2. Quais os demonstrativos contábeis que a empresa gera?

( ) Balanço patrimonial.

( ) Demonstração do Resultado do Exercício.

( ) Demonstração dos Fluxos de Caixa

( ) Notas explicativas.

( ) Outra.

3. Quais controles gerenciais que empresa utiliza?

( ) Planejamento estratégico

( ) Orçamento empresarial

( ) Contas a pagar

( ) Contas a receber

( ) Controle de estoque

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CAMPUS TOME-AÇU (PA)

Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis

Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso II

Orientadora: Profᵃ. Esp. Cristianne de Fátima R. da Costa

Acadêmicos: Fábio Mendes Pereira

Juliana Prazeres Pereira

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( ) Fluxo de caixa diário

( ) Margem de contribuição unitária

( ) Ponto de equilíbrio

( ) Pesquisa para formação de preços

( ) Análise gerencial do balanço patrimonial

( ) Análise gerencial da demonstração do resultado do exercício

( ) Análise gerencial da demonstração dos fluxos de caixa

( ) Outros. _

4. Dentre as ferramentas de controle gerencial citados na questão anterior, quais a

empresa considera mais importante?

Justifique:

_

_ _

_

5. As tomadas de decisões na empresa baseiam-se:

( ) Nas experiências adquiridas ao longo do tempo.

( ) Nas informações fornecidas pela contabilidade. (

) De acordo com a concorrência do mercado.

( ) Nas ferramentas de controle.

( ) Outra.

6. A empresa se utiliza dos demonstrativos contábeis e das ferramentas gerencias

em que momento:

( ) Tomada de decisões.

( ) Para atender o fisco e governo.

( ) Buscar melhorias.

( ) Outra. _

Justifique: _

_

_.

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7. Quanto à visão da empresa ela considera a contabilidade gerencial importante?

( ) Sim ( ) Não

Justifique: _

_

_

8. A empresa já teve dificuldades para executar as ferramentas contábeis?

( ) Sim ( ) Não

Justifique: _

_

_

9. Como o sistema de informações gerenciais (SIG) contribui no processo de tomada

de decisão?

( ) Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e

rápidos.

( ) Estímulo de maior interação entre os tomadores de decisão.

( ) Fornecimento de melhores projeções dos efeitos das decisões.

( ) Facilitar o fluxo de informações.

( ) Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não

previstos.

( ) Outras: _

Justifique: _

_

_

10. A partir do conhecimento da contabilidade gerencial, quais os benefícios que

poderá proporcionar à empresa?

( ) Maior segurança para tomar decisões

( ) Vantagem competitiva e lucro

( ) Outros: _

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Justifique: _

_ _

_