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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA- UFRA RITA DE CÁSSIA COSTA ARAÚJO PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS NA REGIÃO DE CARAJÁS-PA PARAUAPEBAS-PA 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA- UFRA

RITA DE CÁSSIA COSTA ARAÚJO

PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS

AGROINDUSTRIAIS NA REGIÃO DE CARAJÁS-PA

PARAUAPEBAS-PA

2019

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RITA DE CÁSSIA COSTA ARAÚJO

PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS

AGROINDUSTRIAIS NA REGIÃO DE CARAJÁS- PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Agronomia. Orientador: Dr. Marcos Rodrigues. Co-orientadora: Me. Áurea Izabel Aguiar Fonseca e Souza.

PARAUAPEBAS-PA

2019

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_____________________________________________________________

Araújo, Rita de Cássia Costa

Parâmetros físico-químicos da compostagem de resíduos agroindustriais na Região de Carajás-PA / Rita de Cássia Costa Araújo.- Parauapebas, 2019.

32 f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Universidade

Federal Rural da Amazônia, Campus de Parauapebas, 2019.

Orientador Prof. Dr Marcos Rodrigues

1.Compostagem – Resíduos agroindustriais - Carajás - Pará 2.Compostagem - Resíduos orgânicos I.Rodrigues, Marcos (Orient.) II. Título

CDD 23.ed 628.445098115

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a minha família por todo o apoio e paciência

durante esses anos. Em especial minha avó Rita R. Araújo, meu pai Gilvan Araújo,

minha irmã Emanuely Araújo e meu cunhado Harley Costa por serem meus maiores

incentivadores e parceiros.

A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), que proporcionou a minha

formação e sendo por todo esse período minha segunda casa. Agradeço

especialmente a todo corpo docente, que sempre me incentivaram a continuar mesmo

com todas as dificuldades.

À professora Áurea Izabel A. F. e Souza, que me adotou quase que como sua

filha e sempre me incentivou a dar o meu melhor, e ao meu orientador professor

Marcos Rodrigues por ter tido muita paciência e por acreditar e incentivar a realização

deste trabalho, minha eterna gratidão.

A todos do grupo de pesquisa Centro de Compostagem e Vermicompostagem

da UFRA (CCOVER) por toda a dedicação e carinho com este trabalho. Em especial

aos queridos amigos Andreia Barros, Adriana Lins, Katia Ramos, Mayara Sousa,

Wilton Aroucha e Dr. Wilton Pires.

As minhas amigas Geysi Andrade, Gislayne Valente e Nayala Pinheiro que

estiveram ao meu lado durante toda a graduação dividindo das melhores experiências.

Em especial Monayra Batista e Wendelo Costa que sempre foram meu porto seguro

nos momentos mais difíceis.

Aos meus amigos Alex Mota, Alisson Mota, Carla Juliana, Crislei Trindade,

Maísa Nava, Nadriane Oliveira, Sílvia Mara e Tainan Moreira que fazem parte dа

minha formação pessoal е qυе vão continuar presentes em minha vida com certeza.

Agradecimento muito especial também a todos os funcionários da UFRA que

através de seus serviços prestados garantem um bom funcionamento da nossa

instituição, em especial aos meus amigos Clodomir e João Manoel pelas conversas

descontraídas e os cuidados.

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RESUMO

A reutilização de resíduos agroindustriais na forma de composto orgânico insere–se

como uma alternativa para a destinação desses materiais na Região de Carajás, Pará.

O objetivo desse trabalho foi avaliar a maturação da compostagem de resíduos

agroindustriais obtidos da região de Carajás através de parâmetros químicos. Foram

testados os tratamentos: Tc: Esterco ovino (50%) + Resíduos de frutos carnosos

(50%); Ta: Esterco ovino (31%) + Resíduos de frutos carnosos (28%) + Resíduo do

fruto de açaí (41%); Ts: Esterco ovino (31%) + Resíduos de frutos carnosos (28%) +

Serragem (41%); Tb: Esterco ovino (31%) + Resíduos de frutos carnosos (28%) +

Resíduo do fruto de babaçu (41%), todos tratamentos foram monitorados por 90 dias.

Foram avaliados pH, matéria orgânica total, macronutrientes, micronutrientes e o

desenvolvimento da temperatura durante o experimento. A partir dos resultados da

temperatura observou-se que os compostos se estabilizaram a partir de 60 dias após

o início da compostagem, sendo o tratamento Ta o único a alcançar a fase termofílica.

Além disso este mesmo tratamento apresentou teores intermediários para todos

macronutrientes e micronutrientes. Todos os tratamentos resultaram em compostos

que podem ser utilizados para fins agrícolas, sendo necessário o monitoramento da

temperatura do processo e de parâmetros químicos como o pH. Os resultados

permitem que haja melhor gestão destes resíduos na região ao criar novas

oportunidades de uso.

Palavras-chaves: Composto orgânico, digestão aeróbica, nutrientes, resíduos

orgânicos.

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ABSTRACT

The reuse of agroindustrial waste as organic compost is a viable alternative of these

materials in the Region of Carajás, Pará. This study aimed to evaluate the composting

maturation of the agroindustrial residues in the region of Carajás through chemical

parameters. The proposed treatments were: Tc: Sheep manure (50%) + fleshy fruits

residues (50%); Ta: sheep manure (31%) + fleshy fruit residues (28%) + açaí fruit

residue (41%); Ts: sheep manure (31%) + fleshy fruit residues (28%) + sawdust (41%)

and; Tb: Sheep manure (31%) + Flesh fruit residues (28%) + Babaçu fruit residue

(41%), all treatments were monitored for 90 days. The chemical parameters evaluated

were pH, volatile solids, macronutrients, micronutrients and temperature. From the

temperature results it was observed that the compounds stabilized after 60 days from

the beginning of the composting, Ta was the only treatment that reached the

thermophilic phase. In addition, Ta treatment had intermediate levels for all

macronutrients and micronutrients. All treatments resulted in compounds that can be

used for agricultural purposes, and monitoring of process temperature and chemical

parameters such as pH is required. The results allow better management of

agroindustrial wastes in the region by creating new opportunities of use.

Keywords: Organic compound, aerobic digestion, nutrient, organic wastes

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 9

2.1 Caracterização de resíduos agroindustriais ..................................................... 9

2.2 Processo de compostagem .............................................................................. 10

2.2.1 Parametros físicos-químico que influenciam na compostagem ................ 11

2.2.1.1 Aeração ......................................................................................................... 11

2.2.1.2 Temperatura .................................................................................................. 12

2.2.1.3 Relação C/N .................................................................................................. 12

2.2.1.4 pH .................................................................................................................. 13

2.2.1.5 Umidade ........................................................................................................ 13

2.3 Uso dos compostos na produção agrícola ..................................................... 14

3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 15

3.1 Caracterização da área de estudo ................................................................... 15

3.2 Montagem do experimento ............................................................................... 15

3.3 Análise química dos tratamentos .................................................................... 17

3.4 Delineamento experimental e análise estatística ........................................... 19

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 20

4.1 Temperatura do processo de compostagem .................................................. 20

4.2 Análises físico-químicas do composto ........................................................... 22

4.2.1 Macronutrientes primários ................................................................................ 23

4.2.2 Macronutrientes secundários ........................................................................... 25

4.2.3 Micronutrientes ................................................................................................. 25

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 26

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 27

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1. INTRODUÇÃO

O setor agroindustrial no Brasil possui destaque na economia nacional

demandando insumos tanto de origem pecuária quanto agrícola para que possa suprir

a demanda crescente por alimentos, investindo no aumento da capacidade de

produção em curto espaço de tempo, gerando grandes quantidades de resíduos

sólidos orgânicos, que em muitos casos são considerados custo adicional para o setor

ou fonte de contaminação ambiental (LOUSADA JUNIOR et al., 2005).

No intuito de reduzir os impactos ambientais causados pelos resíduos sólidos,

o governo federal constituiu a política nacional de resíduos sólidos, LEI N° 12.305, de

2 de agosto de 2010, onde objetiva-se a qualidade ambiental e proteção da saúde

ambiental, não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos

sólidos, o descarte ambientalmente adequado (BRASIL, 2010).

A compostagem é importante para o meio ambiente pois reduz o volume de

resíduos sólidos e aumenta a produção de fertilizantes orgânicos para a agricultura

(TEIXEIRA et al. 2002; BEHLING et al. 2011). De forma industrial é possível reproduzir

as condições para aumentar a eficiência do processo de compostagem e produzir

materiais orgânicos de qualidade, ricos em nutrientes, isentos de contaminação

química, biológica e com apelo na sustentabilidade.

Sendo uma estratégia de gestão de resíduos demonstrando-se uma opção

adequada para uma produção com vantagens econômicas e ganho ambiental

(BERNAL; ALBUQUERQUE; MORAL, 2009). O processo pode reduzir

significativamente problemas ambientais associados à gestão de composto,

transformando-os em uma forma mais segura e material estabilizado para aplicação

ao solo. (CARR et al., 1995).

A compostagem requer a valorização dos resíduos como matéria-prima, sendo

do ponto de vista agronômico, que geralmente promove a mistura de materiais ricos

em carbono como palhada de capins e bagaço de cana, caroços de açaí entre outros

com materiais com maiores teores de nitrogênio, como estercos e ou tortas de

resíduos de silagem, um processo de grande importância, devido a um retorno

considerável de nutrientes que estar para o solo na forma mineral e orgânica,

possibilitando melhorias químicas, físicas e biológicas (LIMA 2004).

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Na região de Carajás os resíduos utilizados no estudo encontram-se em larga

escala alocados próximos de onde foram processados sem o devido tratamento e

reaproveitamento. Com a necessidade de implantação de atividades referente ao

desenvolvimento sustentável na região, este experimento teve como objetivo avaliar

a maturação da compostagem de resíduos agroindustriais disponíveis na região de

Carajás através de parâmetros físico-químico. Tendo como objetivo específico realizar

o acompanhamento de temperatura ao longo do tempo; verificar os atributos químicos

do composto ao final do processo de compostagem; verificar a viabilidade de uso de

uso agronômico dos compostos produzidos.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Caracterização de resíduos agroindustriais

Conhecida como açaizeiro Euterpe oleracea Mart., é uma palmeira tropical

nativa da Amazônia Brasileira, e podendo ser considerada como a cultura de maior

importância econômica, social e cultural da região Norte do Brasil (QUEIROZ e

MELEM JÚNIOR, 2001). Há uma alta demanda para o consumo do açaí de acordo

com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2015), no ano de

2017 a produção de açaí de 219.885 toneladas. Este crescimento do consumo do

fruto, representa diretamente um aumento na geração do resíduo do caroço.

O babaçu (Orbygnia phalerata Mart.) ocorre naturalmente no Brasil

representando grande importância socioeconômica para o Brasil (QUEIROGA et al.

2015). Atualmente, a exploração do Babaçu está intimamente ligada à extração do

óleo das amêndoas do seu fruto e nesse processo rejeita-se cerca de 93% do fruto

caracterizados resíduos, assim a cada tonelada de coco babaçu que se tem 930 kg

são resíduos (EMBRAPA, 1984; EMMERICH; LUENGO, 1996; DIAS et al. 2012;

SOLER et al. 2007).

No Brasil a produção de madeira processada de reflorestamento ou nativa no

ano de 2000 foi de 166.310 milhões de metros cúbicos, cerca de 80 milhões de metros

cúbicos de madeira foi transformada em resíduos (CARVALHO & CÂMARA, 2002).

Os resíduos industriais de madeira podem se classificam em serragem, cepilho,

sólidos de madeira, cascas e outros e são gerados desde a colheita, processamento

industrial e finalizando no produto acabado. Esses resíduos quando passam a ser lixo

e são descartados, podem causar impactos ambientais caso seu destino final não seja

devidamente efetuado (FIORI et al. 2008).

Apesar dessa grande oferta de resíduo, a maioria dessa biomassa é descartada

inadequadamente (DIAS et al. 2012), o que pode trazer impactos negativos ao

ambiente. Além disso, são poucos os estudos realizados sobre a viabilidade de

aproveitamento de resíduos agroindustriais na região amazônica (MACHADO et al.

2017).

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2.2 Processo de compostagem

Compostagem é um processo de decomposição biológica de materiais

orgânicos sólidos diferentes em condições controladas de aerobiose, temperatura e

umidade, para a obtenção de um material estável que pode ser utilizado como

fertilizante orgânico (FIALHO et al. 2010).

A compostagem ocorre naturalmente no ambiente sendo referida como a

degradação de matéria orgânica, o termo compostagem faz referência a esta

decomposição, porém está associada com o manejo do material feito pelo homem,

que por meio de observação do que acontecia na natureza desenvolveu técnicas para

acelerar a decomposição e produzir compostos orgânicos que atendessem

rapidamente as suas necessidades e com baixo custo. O termo composto orgânico

pode ser aplicado ao produto compostado, estabilizado e higienizado, que é benéfico

para a produção vegetal (ZUCCONI & BERTOLDI, 1987).

Na técnica empregada para a produção de adubo orgânico a partir da

compostagem, diferentemente do processo natural, há o controle de alguns fatores

como a umidade, aeração e temperatura sendo que este possui três fases. A primeira

fase (inicial) é descrita como composto cru ou imaturo onde predominam os

microrganismos mesófilos (20 a 45°C); a segunda etapa e denominada fase ativa

onde acontece a maior elevação de temperatura devido as altas taxas de atividade

microbiana e a predominância de microrganismos termofílicos (45 a 65°C); pôr fim a

terceira fase que é denominada de fase de maturação ou humificação que indica a

estabilização do composto, redução da temperatura e mineralização de alguns

componentes da matéria orgânica, como Nitrogênio (N), Fósforo (P), Cálcio (Ca) e

Magnésio (Mg) que passam da forma orgânica para a inorgânica, ficando disponíveis

às plantas e os microrganismos predominantes dessa fase são os mesofilos (BRITO

et al. 2008; KIEHL, 2010; LAZCANO et al. 2008; KIEHL, 2004).

A alta temperatura durante a fase termofílica é importante para que agentes

patogênicos, sementes de plantas invasoras e outros organismos indesejáveis sejam

eliminadas (FIALHO e PEREIRA, 2013).

Nos estudos realizados por Pereira et al. (2013) após a montagem do

experimento, observaram que nas primeiras 24 horas as leiras já apresentavam

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temperaturas de 55°C indicando uma intensa atividade microbiana, liberando calor

consequentemente aumentando a temperatura das leiras.

Em estudo realizado por Leal et al. (2013) com a compostagem de capim

elefante e crotalária, observaram que a diminuição da temperatura iniciou a partir do

50º dia. Resultados semelhantes também foram encontrados por Pereira et al. (2013)

e Brito et al. (2008). Já em estudo realizado por Tiquia e Tam (2002) avaliando

composto à base de cama de aviário, os tratamentos atingiram temperaturas ambiente

aos 128 dias. Grigatti et al. (2011) apresentou em seu experimento diferente

comportamento das temperaturas nas pilhas de compostagem com resíduos

alimentícios e lodo de esgoto.

Durante todo esse processo de decomposição é importante o monitoramento

das condições dos microrganismos que influencia na velocidade e a eficiência na

degradação da matéria orgânica (KIEHL, 1985). Para isso, os principais fatores que

influenciam o processo de compostagem são: aeração, temperatura, relação C/N, pH

e umidade.

2.2.1 Parametros físicos-químico que influenciam na compostagem

2.2.1.1 Aeração

Sabe-se que a compostagem é um processo aeróbico, portanto o fornecimento

de ar é indispensável para que a atividade microbiológica ocorra de maneira eficiente

(KIEHL, 1998). Valente et al. (2009) comentam que a aeração no processo de

compostagem pode ser feita de modo natural, de maneira forçada ou por meio de

revolvimentos que podem ser feitos com enxadas, pás entre outros equipamentos que

realizem a homogeneização do material em decomposição.

Esse fator atrelado com outros como umidade e temperatura das leiras

influência diretamente no tempo de maturação do material e na diminuição de odores

provenientes do processo de decomposição, pois se não houver aeração adequada

pode ocorre o processo anaeróbio assim como prolongar o ciclo de compostagem

(KIEHL, 1998).

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Zhu et al. (2004) avaliaram a influência de três sistemas de aeração sendo a

ativa, passiva e natural das características físico-químicas de compostagem da

mistura de dejetos de suínos e casca de arroz. Os resultados indicaram que para a

variável temperatura, que é diretamente influenciada pelo processo de aeração, houve

um aumento significativo quando foi utilizada a aeração ativa.

2.2.1.2 Temperatura

Apresenta-se como um fator que indica equilíbrio biológico e de fácil

manutenção durante o processo de compostagem, apesar de ser aceitável que nos

primeiros dias seja registrado temperaturas entre 40-65°C no início da compostagem

em processo de degradação significa que compostagem está se comportando de

forma correta e se de alguma forma esteja ocorrendo o inverso algum parâmetro

físico-químico não está sendo respeitado, limitando assim a atividade microbiana

(KIEHL,1998).

Embora seja necessário que aconteça uma elevação de temperatura no início

do processo para que ocorra a eliminação de organismos patogênicos, Lourenço et

al. (2009) salientam que conservar a temperatura entre 45 e 55 °C promove uma

melhor eficiência na degradação e na eliminação de microrganismos patogênicos que

podem estar presentes na compostagem.

2.2.1.3 Relação C/N

Esta relação é muito importante dentro do processo de compostagem, pois

resíduos com uma alta relação C/N se decompõem mais lentamente diferente de

quando a relação C/N for menor. Kiehl (2004) determina uma relação inicial ótima de

30/1 para a compostagem, superior a isso o crescimento dos microrganismos é

desacelerado pela falta de nitrogênio consequentemente uma decomposição mais

lenta, porém o excesso de N aumenta o processo de degradação da matéria e cria

áreas anaeróbias (FERNANDES E SILVA 1999).

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De acordo com Zhang e He (2006), ocorre redução da relação C/N no processo

de compostagem em função da decomposição da matéria orgânica e perda de CO2

por meio da respiração microbiana.

2.2.1.4 pH

O pH da compostagem não é, comumente, um fator crítico no processo, pois

verifica-se a existência de um fenômeno de “auto-regulação”, realizado pelos

microrganismos no decorrer do processo (KIEHL, 1998). Para Pereira Neto (2007) a

compostagem pode ser desenvolvida em uma faixa de pH que varia entre 4,5 e 9,5,

sendo que esses valores são regulados pelos microrganismos, por meio da

degradação dos compostos. Dando lugar aos ácidos orgânicos, que reagem com as

bases liberadas da matéria orgânica ocorre a neutralizando e modificação do meio em

alcalino, chegando a valores de pH ente 8,0 e 8,5 (BIDONE, 1999; BUSNELO, 2013).

Leal et al. (2011), em seu experimento de compostagem de crotalária, capim

elefante e torta de mamona mostraram que após 60 dias de compostagem o pH

estabilizou em valores próximos a 7,8.

2.2.1.5 Umidade

A água é fundamental para a vida microbiana. O teor aceitável no composto

está entre 50 e 60%, sendo que a umidade pode ajustada com a mistura de

componentes ou pela adição de água (FERNANDES E SILVA 1999). Richard et al.,

(2002) afirmam que muita umidade faz com que a água ocupe os espaços vazios,

impedindo a circulação de oxigênio, acarretando reações anaeróbicas, decomposição

lenta e até perdas de nutrientes.

O teor de umidade é controlado com base na capacidade de aeração da massa

de compostagem, nas características físicas do material e na necessidade de suprir

as demandas microbiológica. Em geral, o teor de umidade do composto tende a

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diminuir ao longo do processo e ao seu final o teor considerado ótimo é de 30%

(OLIVEIRA, 2001).

2.3 Uso dos compostos na produção agrícola

O processo de compostagem torna-se uma alternativa viável para a reutilização

de resíduos sólidos provenientes de atividades agrícolas e para sistemas de produção

orgânica, em razão de sua elevada qualidade nutricional e biológica (ROSA, 2009).

Sendo uma atividade que acarreta boa rentabilidade para o produtor. Segundo Leal

et al. (2007), a viabilidade econômica da produção de adubos orgânicos e substratos

por meio da compostagem está relacionada à utilização de resíduos abundantes e de

baixo custo.

É crescente a demanda por substratos com qualidade para atender as

produções agrícolas familiares, principalmente para os sistemas orgânicos.

Segundo Leal et al. (2007), os compostos orgânicos podem atender plenamente esta

demanda por substratos, que faz com que diminua o uso de fertilizantes sintéticos.

Outra forma comum do uso do composto é sua aplicação como fertilizante orgânico

nos diversos tipos de cultivos, dentre as principais vantagens do uso da adubação

orgânica Lourenço et al. (2009) destacam o aumento da capacidade de troca catiônica

(CTC), melhoria na agregação do solo, maior eficiência na capacidade de retenção de

água, maior estabilidade de temperatura e disponibilização de matéria orgânica,

energia e nutrientes oferecendo condições ideais para as plantas se desenvolverem.

Os problemas socioambientais têm incentivado a procura imediata por soluções

para os resíduos sólidos, visto que a sua taxa de geração é bem superior à sua taxa

de degradação no meio ambiente (FIORI et al. 2008). De modo geral a utilização de

compostos produzidos a partir de resíduos orgânicos em atividades agrícolas é uma

opção para aumentar a produtividade e reduzir o custo com insumos, além de ser uma

forma segura de reutilização desses resíduos no ambiente (FIGUEIREDO e

TANATAMI, 2010; OLIVEIRA et al. 2014).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área de estudo

O experimento foi realizado na Universidade Federal Rural da Amazônia –

UFRA, situada na Rodovia 275, Km 13, município de Parauapebas – Pará, localizado

sob as coordenadas 6° 04’ Latitude Sul e 49° 49’ 02,8” Longitude Oeste de Greenwich.

O clima, segundo a classificação de Köppen, enquadra-se na categoria

equatorial úmido, tipo Am no limite de transição para o Aw, com temperatura média

anual de 26 a 35° C, com duas estações bem definidas, sendo o período seco de

junho a outubro e período chuvoso de novembro a maio. A umidade relativa em média

78% e o índice pluviométrico anual varia de 2.000 mm a 2500 mm aproximadamente

(PARÁ, 2011).

3.2 Montagem do experimento

O ensaio experimental iniciou em março de 2018 e teve sua finalização em

junho do mesmo ano. Os fatores de variação analisados são os resíduos orgânicos

com origem vegetal seco sendo os seguintes tratamentos propostos:

TRAT

Esterco ovinos

Resíduos de frutos Carnosos

Resíduos de Açaí

Resíduos de Babaçu Serragem

%

Tc 50 50 - - -

Ta 31 28 41 - -

Ts 31 28 - - 41

Tb 31 28 - 41 - Fonte: Elaborado pelo autor. Nota 1: TRAT= Tratamentos.

Os materiais utilizados no experimento foram esterco ovinos coletado no

aprisco localizado no campus da universidade, resíduos de frutos carnosos que foram

fornecidos pela Cooperativa Mista dos Produtores Rurais da Região de Carajás-

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(COOPER), resíduos de açaí (Euterpe oleracea Mart.) coletados em pontos de

comercialização da polpa do fruto no município de Parauapebas, resíduo de babaçu

(orbygnia sp.) foi disponibilizado por uma propriedade familiar do município de

Eldorado dos Carajás com a coleta desse material no dia 08 de março de 2018 e a

serragem que foi coletada no Polo Moveleiro de Parauapebas.

Para o resíduo de açaí foi preciso passar por um processo de secagem ao ar

livre e trituração para redução de diâmetro das partículas entre 1 a 5 mm, conforme

recomendação de Souza e Resende (2006) e vindo a ser triturada com intervalo entre

recolhimento, secagem e trituração de 01 a 09 de março de 2018.

A instalação do experimento de compostagem teve início em 09 de março de

2018 e foi realizado em área adjacente à casa de vegetação da Universidade Federal

Rural da Amazônia em área sombreada naturalmente. Os materiais utilizados foram

dispostos em leiras em formato trapezoidal, com 2,0 m de comprimento, 0,80 m de

largura e 1,00 m de altura com volume total de 0,6 m³.

A base das pilhas foi coberta com lona de polietileno e as leiras foram

recobertas com material sombrite e folhas de bananeiras (Figura 1), para efeito de

redução do impacto das gotas de chuvas e afim de evitar o encharcamento das pilhas,

sendo que a implantação foi realizada em período chuvoso na região.

Figura 1 – Montagem inicial das leiras (A); Leiras finalizadas (B); Cobertura com folhas de bananeira

para proteção contra o impacto das gotas de chuva (C).

Fonte: Autor (2018).

Houve mensuração diário da temperatura e umidade do material. Para as

medições de temperaturas das leiras e temperatura ambiente foram utilizados

A B

A

C

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termômetro digital tipo espeto para mensuração interna das leiras e termômetro

manual para a mensuração da temperatura ambiente, respectivamente (Figura 2).

Figura 2 – Termômetro digital tipo espeto (A) e termômetro manual (B).

Fonte: Autor (2018).

Devido ao alto índice pluviométrico, no período, e ao excesso de umidade nas

leiras foi estipulado o revolvimento semanal dos materiais com a finalidade de

promover homogeneização e aeração nas leiras, além de contribuir para a

manutenção do teor de umidade. No dia 07 de julho 2018 aos 90 dias de

compostagem o material foi peneirado pesado e retirado as amostras para análise

química do material.

Foi realizada a homogeneização do material peneirado e a coleta de amostras

em triplicata (n=3) de cada tratamento de composto para a realização das análises

químicas, com amostras de 1kg de composto, armazenados em sacos plásticos, com

posterior envio ao Laboratório para a realização das análises.

3.3 Análise química dos tratamentos

Foram avaliados a composição química de macronutrientes, micronutrientes,

pH em H2O, matéria orgânica total e relação C/N sob as condições climáticas do

município de Parauapebas.

A B

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Foram realizadas análises químicas ao final do processo de compostagem dos

compostos de cada tratamento, pelo Laboratório de Análise Agronômica Fullin,

localizado no município de Linhares - ES. As análises químicas foram realizadas

conforme metodologia recomendada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e

Abastecimento (BRASIL 2014).

Os Resultados obtidos foram comparados com os teores mínimos

preconizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Quadro 2 e 3,

(MAPA, 2009).

Quadro 1 – Valores de referência utilizados na interpretação da análise de macronutrientes primários em fertilizantes orgânicos.

Parâmetro Unidade Baixo Médio Alto

Nitrogênio (N) % <1,5 1,5 a 3,0 >3,0

Fósforo (P2O5) % <1,5 0,5 a 1,5 >1,5

Potássio (K2O) % <1,5 0,5 a 1,5 >1,5

Fonte: Kiehl, 1985.

Quadro 2 - Valores de referência para interpretação da análise de macronutrientes secundários em fertilizantes orgânicos.

Fonte: MAPA (2009).

Quadro 3 - Valores de referência para interpretação da análise de micronutrientes em fertilizantes orgânicos

Parâmetro Unidade Teores mínimos

Ferro (Fe) % 0,2

Zinco (Zn) ppm 1000

Cobre (Cu) ppm 500

Boro (B) ppm 300

Manganês ( Mn) ppm 500

Fonte: MAPA (2009).

Parâmetro Unidade Teores Mínimos

Cálcio (Ca) % 1

Magnésio (Mg) % 1

Enxofre (S) % 1

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3.4 Delineamento experimental e análise estatística

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado. Os dados

químicos foram avaliados através de análise de variância – ANOVA, a partir de três

repetições (n=3), utilizada para testar fontes significativas de variação e

posteriormente teste de diferença mínima significativa (LSD) para comparação de

médias. O nível de probabilidade utilizado para significância estatística foi p<0,05. As

análises estatísticas e gráficas foram realizadas utilizando o software R-3.5.1.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Temperatura do processo de compostagem

As temperaturas médias registradas durante o período de compostagem para

do interior da pilhas e temperatura ambiente estão apresentadas na Figura 3.

Figura 3 – Gráfico de temperatura das pilhas e do ambiente durante o processo de

compostagem.

Fonte: Autor (2018).

O processo de decomposição de materiais orgânicos gera uma intensa

atividade dos microrganismos, liberando energia na forma de calor, principalmente

nas primeiras semanas. Os tratamentos controle (Tc), resíduo de serragem (Ts) e

resíduo de babaçu (Tb) apresentaram comportamentos semelhantes de temperaturas

durante todo o período de compostagem onde o período dos 10 primeiros dias esses

tratamentos obtiveram suas maiores temperaturas em torno de 42°C denominado

como fase mesófilica.

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Nunes (2003) classifica a serragem, como um resíduo ideal para ser utilizado

como “agente de enchimento” na compostagem devido a sua característica de

absorver umidade e fornecer porosidade, processo semelhante ocorre com o resíduo

de babaçu ambos por possuírem essa característica juntamente com o período

chuvoso que ocorria durante o experimento explica-se porque esses tratamentos

tiveram temperaturas relativamente baixas para o início do processo de

compostagem.

O tratamento com resíduo de açaí (Ta) foi o que apresentou as maiores medias

de temperatura até os 60 dias de compostagem sendo que nos primeiros 20 dias as

temperaturas estavam entre 42°C e 49°C. Tiquia (2005) explica que quando a

temperatura ultrapassa os 45ºC, ocorre uma maior atividade microbiana termofílica.

O resíduo de açaí é considerado um resíduo de decomposição lenta, devido ao

alto teor de lignina e fibras na sua composição (TOWNSEND et al. 1997; REIS et al.

2002). O aumento da temperatura da Ta, em comparação com os demais tratamentos,

pode ser explicado pelo maior arejamento devido o material e por possui uma maior

composição de material fibroso e pela granulometria do resíduo. Pereira et al. (2013)

utilizaram no experimento uma mistura de cascas de bananas, estercos ovinos e

podas de jurema e marmeleiro, matérias primas com elevados teores de fibras a qual

é confirmado por Rocha et al. (2008), onde apresentou temperaturas semelhantes ao

tratamento Ta que obtiveram os picos de temperatura no intervalo dos 10 primeiros

dias.

Todos os tratamentos alcançaram a sua estabilização por volta dos 60 dias do

processo de compostagem, em que a temperatura das pilhas se assemelha a

temperatura ambiente. Tiquia e Tam (2002) estudando a compostagem de cama de

aviário, observaram que os compostos atingiram temperaturas ambiente aos 128 dias,

período que o composto apresentou estabilidade. Resultados semelhantes também

foram encontrados por Leal et al. (2011) com a compostagem de capim elefante e

crotalária, observaram que iniciou a estabilização de temperatura a partir do 50° dia.

Grigatti et al. (2011) em seu experimento com compostagem de material de

resíduo processado de alimentos, lodo de esgoto e a mistura dos dois juntamente com

restos de podas de arvores observou que após um mês do material estando em

processo de compostagem todos os tratamentos apresentava temperaturas

superiores a 50°C. Os autores explicam que possivelmente o comportamento da

temperatura se deu por conta de que as pilha ainda apresentavam altas quantidades

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de material orgânico degradável e que o intervalo de revolvimento das pilhas era

mensalmente.

4.2 Análises físico-químicas do composto

Os resultados das análises de pH, matéria orgânica total, macronutrientes e

micronutrientes do composto estão presentes na Tabela 1.

Tabela 1 – Valores médios dos resultados da análise de fertilizante orgânico sólido.

Parâmetro Tc Ta Ts Tb

Relação C/N 19,49±0,32 c 13,82±0,21a 19,52±0,00c 16,56±0,05 b

pH 6,65±0,1 a 6,29±0,1 b 6,54±0,1 a 6,50±0,1 a

------------------------------------ % -----------------------------------------

MOT 71,60±7,16 a 70,66±7,05 a 71,39 ± 8,04 a 71,85 ± 4,17 a

C 31,13± 4,72 a 28,30±2,58 a 28,30 ± 3,36 a 31,13 ± 1,77 a

N 1,60±0,27 bc 2,05±0,22 a 1,45±0,17 c 1,88 ± 0,11 ab

P 1,08±0,16 a 0,96±0,10 ab 0,60±0,04 c 0,86±0,05 b

K 0,75±0,10 a 0,53±0,03 b 0,45±0,08 b 0,53±0,03 b

Ca 0,96± 0,21 a 0,84±0,13 ab 0,70±0,08 b 0,91±0,06 ab

Mg 0,29±0,05 a 0,28±0,02 ab 0,23±0,01 b 0,30±0,03 a

S 0,41±0,14 ab 0,43±0,08 a 0,25±0,03 b 0,35±0,07 ab

Fe 1,39±0,17 a 1,56±0,09 a 1,11±0,22 b 1,46±0,07 a

----------------------------------- ppm -----------------------------------------

Zn 218,50±30,95 a 173,80±18,29 b 129,10±13,90 c 178,80±22,53 ab

Cu 75,00±4,46 a 75,00± 3,29 a 55,00±18,33 a 72,50±12,79 a

Mn 533,50±86,36 a 548,40±45,59 a 381,40±91,77 b 491,10±53,32 ab

Bo 16,60±2,35 a 15,70±1,61 a 13,80±0,47 a 15,70±2,81 a

Fonte: Elaborado pelo autor. Nota 1: Tc = Resíduo de frutas e esterco de ovinos; Ta = Resíduo de açaí triturado; Ts = Resíduo de serragem; Tb = Resíduo de babaçu triturado; MOT = matéria orgânica total. Nota 2: Valores médios seguidos de letras diferentes na mesma linha diferem entre si, teste de Fisher (p<0,05).

A instrução normativa 25 de 23 de julho de 2009 estabelece normas para a

produção de produtos orgânicos sendo que para a comercialização estabelece que o

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produto deve apresentar um teor mínimo de pH 6,0 (MAPA, 2009). Todos os

tratamentos da compostagem obtiveram valores de pH dentro do exigido pela

normativa entre 6,65 e 6,29, sendo que apenas o Ta diferiu significativamente dos

demais, possuindo pH ligeiramente mais ácido. Bustamante et al. (2013) que em

estudo utilizando mistura de fração sólida de um digestivo com lama de porco com

diferentes agentes de volume obteve valor mínimo de pH de 5,94 e valor máximo de

10,08.

Leal et al. (2013) encontraram resultados semelhantes de pH, entre 6,5 e 7,5,

ao testarem compostos de capim elefante mais torta de mamona. Em estudo realizado

por Leal et al. (2011) com a compostagem de capim elefante e crotalária, observaram

que após 60 dias de incubação os tratamentos encontravam-se estabilizados e com

valores de pH próximo a 7,8 o que segundo Negro et al. (1999) explica que no início

do processo de degradação do material se tem valores elevados de pH devido a

transformação de N presente na forma de amônia, porém, com o tempo vai se

transformando em nitrato reduzindo assim o valor de pH.

Em relação a matéria orgânica total a legislação brasileira prevê que o mínimo

para este de acordo com as normas é 40% (MAPA, 2009), sendo que todos os

tratamentos do estudo se apresentaram estatisticamente iguais e com teores acima

de 50 %, atendendo ao requisito da legislação.

A relação C/N ao final do processo se estabilizou entre 13,82 e 19,52, sendo

que nenhum tratamento atingiu valores superiores à 20,0, que é pelas normas

estabelecias pelo MAPA (2009), valor máximo permitido para fins de comercialização.

Leal et al. (2011), avaliando a mistura de capim elefante e crotalária encontraram, ao

final do processo de compostagem de 90 dias, relações C/N entre 15,8 e 20,8.

4.2.1 Macronutrientes primários

De acordo com a instrução normativa 25 de 23 de julho de 2009 os

macronutrientes totais primários (nitrogênio, fósforo e potássio) há uma especificação

quanto os fertilizantes sólidos ou fluidos para aplicação nos solos e deverão

apresentar forma e solubilidade dos nutrientes indicadas como percentual mássico.

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Devem ser descritos os teores totais de N, P2O5 e K2O para os fertilizantes orgânicos

(MAPA, 2009).

Para os teores de nitrogênio total (N), o melhor resultado foi obtido em Ta (2,05

%), seguido por Tb (1,88 %), Tc (1,60%) e Ts (1,45). De acordo com a classificação

de Kiehl (1985) (Quadro 1), para fertilizantes orgânicos os teores entre 1,5 a 3,0 % de

nitrogênio são qualificados como médios, onde apenas o tratamento de resíduo de

serragem (Ts) apresentou valor abaixo de 1,5% classificando assim como de baixo

teor de nitrogênio.

López-Cano et al. (2016) avaliaram a decomposição de resíduos processados

de oliva, juntamente com esterco ovino e biochar e obtiveram valores de N entre 2,40

e 2,69%. Bustamante et al. (2013) em estudo com diferentes tipos de resíduos

agroindustriais, foram elaborados misturando-se a fração sólida de um digestivo com

lama de porco com diferentes agentes de volume palha de trigo, poda de broto de

videira, bagaço de uva e poda de plantas de pimenta, obtiveram valores de N entre

2,75 e 3,32. Primo et al. (2010) avaliaram diferentes combinações de fumo triturado,

esterco bovino, rúmen bovino e Microsept-Pó concentrações de macro e

micronutrientes, aos 60 e 120 dias, sendo que aos 60 dias eles obtiveram valores

máximos de N de 2,05 e mínimo de 1,60 já aos 120 dias valores de 1,85 e 1,64,

respectivamente.

Todos os tratamentos foram classificados com um teor médio para o nutriente

fósforo (P2O5) sendo que Tc (1,08 %) obteve a maior média seguido do Ta (0,96%),

Tb (0,86%) e Ts (0,60%) classificados como médios (0,5 a 1,5 %) segundo

classificação de Kiehl (1985) (Quadro 1), López-Cano et al. (2016) encontram valores

classificados com baixos teores de fosforo entre 0,5 e 0,39. Primo et. al (2010)

encontraram valores de P de 0,19 e 0,23 no composto final.

Quanto ao nutriente potássio (K2O) o tratamento Tc obteve a maior média

(0,75%) sendo classificado com teor médio, já os tratamentos Ta, Ts e Tb

apresentaram teores estatisticamente iguais com medias 0,53%, 0,45% e 0,53%

respectivamente, porem de acordo com a classificação de Kiehl (1985) (Quadro 1), o

tratamento Ts apresentou-se abaixo de 0,5% sendo classificado com teor baixo do

nutriente. López-Cano et al. (2016) encontram valores classificados com baixos teores

de fosforo entre 0,5% e 0,39% e valores bem acima da classificação para o nutriente

potássio com medias entre 3,55% e 4,04%.

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4.2.2 Macronutrientes secundários

Os macronutrientes secundários que foram avaliados no experimento são

cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S). Os teores obtidos foram relacionados com

os valores mínimos recomendado pelo MAPA (2009), (Quadro 2).

Observou-se que para os teores de Ca o melhor tratamento foi Tc com 0,96%

seguido de Tb com 0,91% seguido de Ta com 0,84%. O pior desempenho observado

para este nutriente foi Ts com 0,70%. Estatisticamente, Tc, Ta e Tb são iguais, assim

como Tb,Ta e Ts. Primo et al (2010) encontraram para os macronutrientes

secundários Ca, Mg e S valores médios de 0,80, 0,47 e 0,69 aos 60 dias, e de 0,79,

0,46 e 0,30 aos 120 dias de experimento. Nenhum dos tratamentos alcançaram o teor

mínimo de 1% exigido pela legislação para fertilizantes orgânicos (Quadro 2).

4.2.3 Micronutrientes

Os maiores teores de Manganês (Mn) foram observados em Ta (548,40 ppm)

e Tc (533,50 ppm), estando os mesmos dentro dos limites mínimos exigidos pela

legislação vigente. O tratamento Tb e igual estatisticamente aos tratamentos Ta e Tc,

porém não atende o valor mínimo requerido para a comercialização como um

composto orgânico fornecedor de Mn.

Quanto ao nutriente ferro (Fe) Ta obteve maior média com 1,56%, seguido do

Tb com 1,46% e Tc com 1,39%, estatisticamente esses tratamentos possuem médias

iguais apenas o Ts com média de 1,11% diferi-o dos outros tratamentos porem todos

os tratamentos estão de acordo com que dispõe a legislação.

Nenhum tratamento obteve os teores mínimos de Zn, Cu e B conforme a

legislação exige presentes no Quadro 3, (MAPA 2009).

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5 CONCLUSÃO

O tratamento com resíduos de açaí triturado (Ta) foi o único que alcançou a

fase termofílica e obteve as maiores medias de temperatura do experimento.

O tratamento de resíduo de açaí triturado apresentou teores intermediários em

todos macros e micronutrientes, sendo uma alternativa viável de reaproveitamento

desse resíduo na agricultura, com fácil acesso para se obter esse resíduo na região.

Os tratamentos quando comparado com a legislação mesmo os com menores

teores de nutrientes (Ts e Tb), em comparações com os demais tratamentos

configuram-se como boas opções que podem ser utilizados na produção agrícola

dado a estabilidade do material, devido possuírem boa relação C/N, pH acima de 6 e

boa disponibilidade de matéria orgânica.

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