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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO: AGRONOMIA ANA PAULA FREITAS DA SILVA HELDER ASSIS MACEDO DA SILVA DIVERSIDADE DE SCARABAEINAE ASSOCIADOS A FRAGMENTOS FLORESTAIS COM DIFERENTES NÍVEIS DE ALTERAÇÃO NO MUNICÍPIO DE PRIMAVERA, PARÁ. CAPANEMA 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CURSO: AGRONOMIA

ANA PAULA FREITAS DA SILVA

HELDER ASSIS MACEDO DA SILVA

DIVERSIDADE DE SCARABAEINAE ASSOCIADOS A FRAGMENTOS

FLORESTAIS COM DIFERENTES NÍVEIS DE ALTERAÇÃO NO MUNICÍPIO DE

PRIMAVERA, PARÁ.

CAPANEMA

2019

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ANA PAULA FREITAS DA SILVA

HELDER ASSIS MACEDO DA SILVA

DIVERSIDADE DE SCARABAEINAE ASSOCIADOS A FRAGMENTOS

FLORESTAIS COM DIFERENTES NÍVEIS DE ALTERAÇÃO NO MUNICÍPIO DE

PRIMAVERA, PARÁ.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

curso de Agronomia da Universidade Federal Rural

da Amazônia - Campus Capanema como requisito

para obtenção de grau de Bacharel em agronomia.

Área de concentração: Entomologia

Orientador: Dr. Lourival Dias Campos

Coorientador: Abel da Silva Costa Filho

CAPANEMA

2019

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CATALOGAÇÃO INTERNACIONAL NA PUBLICAÇÃO

BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA CAMPUS CAPANEMA

Silva, Ana Paula Freitas da

Diversidade de scarabaeinae associados a fragmentos florestais com diferentes

níveis de alteração no município de Primavera, Pará / Ana Paula Freitas da Silva,

Helder Assis Macedo da Silva. – Capanema, 2019.

51 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Agronomia) – Universidade

Federal Rural da Amazônia, Capanema, 2019.

Orientador: Lourival Dias Campos

1. Coleóptera 2. Bioindicadores 3. Coleóptera-Diversidade I. Silva, Helder Assis

Macedo da Santana II. Campos, Lourival Dias (Orient.) II. Título

CDD-595.76

Cristiana Guerra Matos, Bibliotecária-Documentalista – CRB2: 1143

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À minha família, por sua capacidade de

acreditar em mim е investir em mim. Mãe, seu

cuidado е dedicação foi que deram, em alguns

momentos, а esperança para seguir. Pai, sua

presença significou segurança е certeza de que

não estou sozinho nessa caminhada. À minha

esposa, Raquel por estar sempre ao meu lado

dando-me forças. Ao meu pequeno Heitor que

veio ao mundo para dar-me mais ânimo para

vencer as adversidades da vida.

Helder Assis

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Dedico este trabalho aos alicerces de minha

vida, meus pais, Socorro Freitas e Reginaldo

Lopes, à minha tia Maria Luiza Moraes, à

minha irmã Gabrielle Freitas e ao meu pequeno

Gabriel Freitas.

Ana Paula Freitas

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me concedido saúde, paciência, discernimento e força durante todos esses anos.

À Universidade Federal Rural da Amazônia, pela oportunidade de fazer o curso, pelo ambiente

amigável e criativo que proporciona.

Ao Prof. Dr. Lourival Dias Campos pela oportunidade em tê-lo como orientador para a

elaboração deste trabalho, e principalmente pelo paciente trabalho de revisão da redação.

Aos meus país, José Maria e Antônia Macedo, por terem dado toda assistência possível para

que eu pudesse chegar até o final desta jornada acadêmica, e sem sombra de dúvidas terem me

proporcionado uma educação de ótima qualidade durante toda minha vida.

A minha irmã Eudenize Macedo e aos meus sobrinhos Calebe e Valentina por, de alguma forma,

fazerem parte de mais uma conquista.

A minha esposa Raquel Farias, por ter sido meu ombro amigo nas horas mais difíceis, ao meu

enteado Wittor Rafael, e também ao meu pequeno Heitor por ter sido meu refúgio nos

momentos mais difíceis.

Meus agradecimentos aos amigos Ana Paula Freitas, Leandro Andrade, Jacó Barreto, Deiviane

Barral, Antônio Júnior, José Moura, Renan de Souza e Paulo Cruz, companheiros de trabalhos

e irmãos na amizade que fizeram parte da minha formação e que vão continuar presentes em

minha vida com certeza.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.

Helder Assis

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por ter me dado forças para superar todas as

dificuldades encontradas no decorrer desta Graduação.

À pessoa mais importante e inspiradora em minha vida, minha mãe, que fez e faz tudo que está

a seu alcance para me auxiliar e confortar, que me apoia mesmo quando discorda de minhas

escolhas, e que me mostra diariamente que podemos ser seres humanos melhores, com mais

compaixão, mais cuidado com o próximo, mais boas ações; foi quem me deu as diretrizes de

como ser uma pessoa honesta e de bom caráter.

À minha tia Maria Luiza que sempre se portou como minha segunda mãe, esta que teve total

influencia em minha criação e tem meu amor tanto quanto minha mãezinha.

Agradeço a meu pai que também batalhou muito para me amparar no que necessitei, apoiou

minha escolha de ir em busca de conhecimento e enfrentou muitos obstáculos para que eu

pudesse conquistar esse sonho.

Aos que diretamente ajudaram para que eu me estabelecesse em Capanema no início desta

graduação, minha irmã Gabrielle Freitas, minhas primas Izabela e Jacqueline Barroso, meus

amigos André Ereiro e Edson Duarte.

Aos amigos e parentes que me ajudaram no decorrer desta caminhada, direta ou indiretamente,

Sueli e Eduardo Melo, Aluísio Freitas, Socorro Carvalho, Dênis Fonseca, Alan Carlos, Bruno

Castro, Murilo Nascimento e Gustavo Silva.

Muito grata a família “Macedo da Silva” que me recebeu como integrante dela, meus caros tia

Antônia e tio Zeca, Eudenize, Calebe, Valentina, meu grande amigo e irmão Helder juntamente

a sua esposa Raquel e filhos Rafael e Heitor.

Ao Prof. Dr. Lourival Dias Campos que me concedeu a honra de tê-lo como orientador.

A meus queridos e inseparáveis Leandro Andrade, Jaco Barreto e Helder Assis, que junto a

mim formavam o “Quarteto Fantástico”. E aos membros da equipe Rocket, Ari, Deivi, Jailson,

Mariano e Renan que sempre ficarão guardados em meu coração pela parceria e amizade

construída, estas que permanecerão por longas datas. E a todos que estiveram a meu lado e me

ajudaram a montar cada uma das peças desse sonho. Meu muito obrigada!

Ana Paula Freitas

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“Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao

que está sem forças. Até os jovens se cansam e

ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem;

mas aqueles que esperam no Senhor renovam

as suas forças. Voam alto como águias; correm

e não ficam exaustos, andam e não se cansam.”

(Isaías 40:29-31)

Helder Assis

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“Viver, viver e ser livre, saber dar valor para as

coisas mais simples. Só o amor constrói Pontes

Indestrutíveis.”

(Alexandre Magno Chorão)

Ana Paula Freitas

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RESUMO

Existem diversas formas de se medir níveis de alterações da fauna de um ambiente modificado,

uma das formas é através do monitoramento de algumas espécies animais que são vistas como

bioindicadoras, e entre elas, os insetos da ordem Coleoptera, que possui maior diversidade e

número de espécies descritas dentre os seres vivos. A Ordem é composta por cerca de 350 mil

espécies, formando o maior grupo de organismos da Terra, com isso objetivou-se verificar a

diversidade de coleópteros da subfamília Scarabaeinae (rola-bosta) associados em fragmentos

florestais com diferentes níveis de alteração. O levantamento desses insetos foi realizado em 05

diferentes tipos de fragmentos florestais, contendo em cada um dos pontos 05 armadilhas

separadas por 50 m, na área particular pertencente a uma empresa que realiza extração de

minério no município de Primavera, Pará, durante quatro campanhas. Através de armadilhas de

alçapão (pitfall traps), iscadas com fezes humanas os coleópteros foram capturados. As coletas

foram feitas 48 horas após a instalação das armadilhas e os besouros coletados conservados em

álcool a 70 %. O material coletado foi encaminhado ao laboratório de entomologia do Museu

Paraense Emílio Goeldi em Belém, Pará. Os dados foram tabulados, calculada a estimativa de

riqueza, geradas matrizes e curva de acumulação de espécies, realizado o cálculo de diversidade

de espécies nos diferentes pontos de amostragem, assim como a equitabilidade, para obtenção

de resultados relacionados aos parâmetros de biodiversidade das coletas e observações. Foi

realizada a comparação entre às áreas para se avaliar a riqueza e abundância dos coleópteros

existentes, os níveis de degradação do ambiente e a correlação com outras espécies. Percebeu-

se que os períodos chuvosos foram os meses em que a população de escarabeíneos foi mais

representativa. Foram obtidas duas áreas em destaques, com maior riqueza (ambos S=16), tendo

o uma das com maior equitabilidade (ex.:J=0,8317), diversidade (ex.: 1-D=0,8626) e o a outra

com maior abundância (N= 205), pois os resultados apontam como florestas de boa qualidade

e a diferença na riqueza de espécies e abundância de coleópteros, entre os fragmentos, pode

estar associado ao fato das áreas de floresta apresentarem maior riqueza de espécies vegetais,

onde que as seis espécies mais abundantes tiveram 79,44% de representatividade. Os 647

indivíduos coletados representam 85,19% da população que possivelmente poderiam ser

encontrados nesses lugares. Os pontos C e E foram 60% similares.

Palavras-chave: Coleóptera; Monitoramento; Bioindicadores; Diversidade.

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ABSTRACT

There are several ways to measure levels of fauna changes in a modified environment, one of

the ways is by monitoring some animal species that are seen as bioindicators, and among them

insects of the order Coleoptera, which has greater diversity and number of species described

among living beings. The Order is composed of about 350 thousand species, forming the largest

group of organisms on Earth, with the purpose of verifying the diversity of Coleoptera of the

subfamily Scarabaeinae (rola-bosta) associated in forest fragments with different levels of

alteration. The survey of these insects was carried out in 05 different types of forest fragments,

containing in each of the points 05 traps separated by 50 m, in the private area belonging to a

company that extracts ore in the municipality of Primavera, Pará, during four campaigns.

Through pitfall traps, baited with human feces, the beetles were captured. The collections were

made 48 hours after the installation of the traps and collected beetles kept in 70% alcohol. The

collected data were sent to the entomology laboratory of the Museu Paraense Emílio Goeldi in

Belém, Pará. The data were tabulated, estimated the richness, generated matrices and curve of

accumulation of species, calculating the diversity of species in the different points of sampling,

as well as the equitability, to obtain results related to the biodiversity parameters of the

collections and observations. A comparison was made between the areas to evaluate the

richness and abundance of the existing coleoptera, the levels of environmental degradation and

the correlation with other species. It was noticed that the rainy periods were the months in which

the population of escarabine was more representative. We obtained two areas with higher

richness (both S = 16), with one of the most equitable (ex.:J = 0.8317), diversity (eg, 1-D =

0.8626) and the other with higher abundance (N = 205), because the results point to good quality

forests and the difference in species richness and coleopteran abundance, among the fragments,

may be associated to the fact that the forest areas present higher plant species richness, where

the six most abundant species had 79.44% of representativity. The 647 individuals collected

represent 85.19% of the population that could possibly be found in these places. Points C and

E were 60% similar.

Keywords: Coleoptera; Monitoring; Bioindicators; Diversity.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: armadilhas de alçapão tipo pitfall traps iscadas com fezes humanas.........................23

Figura 2: Ponto A apresenta clareiras que evidenciam corte de madeira e predominância de

vegetação secundária.................................................................................................................23

Figura 3: Ponto C apresenta fragmento florestal e clareiras visíveis.........................................24

Figura 4: Ponto D área aberta devido a copa das palmeiras não se adensarem no dossel...........25

Figura 5: Ponto E presença de vegetação secundária e resquícios de plantação........................26

Figura 6: Ponto F predominância de vegetação secundária.......................................................26

Figura 7: Área de monitoramento da fauna de besouros rola-bosta em Primavera-PA.............27

Figura 8: Registro fotográfico dos coleópteros mais encontrados no monitoramento da fauna

em Primavera-PA, 2017 – 2018 ................................................................................................28

- 29.

Figura 9: Dendograma de similaridade Bray-Curtis entre os pontos de coleta do monitoramneto

de besouros rola-bosta em Primavera-PA, 2017 - 2018.............................................................40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Composição da comunidade de escarabeíneos no monitoramento da fauna de

besouros rola-bostas em Primavera-PA, de 2017 – 2018 ..........................................................31

Tabela 02: Estimadores de riqueza de espécies de escarabeíneos do monitoramento de fauna

em Primavera-PA, 2017-2018 ..................................................................................................33

Tabela 03: Descritores de comparação e índices de biodiversidades de escarabeíneos em

Primavera-PA, 2017 e 2018. (Cálculos em PAST.) ..................................................................34

Tabela 04: Comparação entre os pontos de amostragem no monitoramento da fauna de

besouros rola-bostas em Primavera-PA, 2017 e 2018...............................................................36

Tabela 05: Comparação entre os períodos de amostragem de escarabeíneos em Primavera-PA,

2017 e 2018...............................................................................................................................39

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Espécies mais abundantes encontradas durante as campanhas................................30

Gráfico 2 - Curva de acumulação de espécies de besouros-rola-bosta no monitoramento da

fauna de besouros rola-bostas em Primavera-PA, 2017 e 2018..................................................32

Gráfico 3 - Composição da comunidade de escarabeíneos de acordo com os períodos (chuvoso

e não chuvoso) em Primavera-PA, de 2017 - 2018.....................................................................37

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

% - Porcento

°C - Graus Celsius

A - Ponto A de Monitoramento de Fauna

ACE - Abundance-based Coverage Estimator - Estimador de Cobertura Baseada em

Abundância

Af - clima tropical húmido ou clima equatorial (Köppen-Geiger)

AID - Área de Influência Direta

C - Ponto C de Monitoramento de Fauna

CAS - Curva de Acumulação de Espécies

cm - Centímetros

D – Ponto D de Monitoramento de Fauna

E – Ponto E de Monitoramento de Fauna

F – Ponto F de Monitoramento de Fauna

H’ - Valor do índice de Shannon

ICE - Incidence-based Coverage Estimator - Estimador de Cobertura Baseado em Incidência

J - Equitabilidade

Km - Quilômetros

Lim. Inf. - limite inferior

Lim. Sup - limite superior

m – Metros

m² - Metros quadrados

ml - Milílitro

mm - Milímetro

MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi

N – Norte

Nº - Número

PA – Pará

PAST - Paleontological Statistics – Estatística paleontológica

S - Número Total de Espécies

S – Sul

sp – Espécie

UTM - Universal Transversa de Mercator

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16

1.1 Objetivo geral ..................................................................................................................... 18

1.2 Objetivo específico .............................................................................................................18

2. REVISÃO DE LITERARURA ..........................................................................................19

2.1 Família Scarabaeidae...........................................................................................................19

2.2 Subfamília Scarabaeinae......................................................................................................20

3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................21

3.1 Pontos amostrados ............................................................................................................24

3.2 Identificação e análise dos dados ....................................................................................27

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................30

4.1 Diversidade e composição da comunidade .....................................................................30

4.2 Curva de acumulação de espécies (CAS) e riqueza de espécies ......................................31

4.3 Curva de acumulação de espécies (CAS) e riqueza de espécies ......................................33

4.4 Comparação entre pontos de monitoramento .................................................................34

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................41

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................42

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1. INTRODUÇÃO

Fragmentação e modificação de habitats são, sem dúvidas, os dois tipos mais

importantes de conversão da paisagem. Ao fragmentar um determinado habitat pode-se chegar

à reconfiguração do mesmo em pequenas e isoladas frações dentro de uma deliberada matriz de

habitat, de acordo com Nichols et al. (2007). Tais fatores também podem acarretar modificações

microclimáticas podendo ocorrer transmutações importantes na biodiversidade de uma

determinada espécie, segundo Primack e Rodrigues (2001)

Áreas abertas criadas para agricultura, desenvolvimento urbano e outros propósitos,

nas florestas naturais, originam paisagens fragmentadas e condições microclimáticas

distintas (maior intensidade luminosa, incidência de ventos e amplitude térmica)

devido à retirada da cobertura florestal (DAJOZ, 1978; RODRIGUES e MARCHINI,

2000; GIMENES e ANJOS, 2003;).

Para se estimar a diversidade biológica de uma referida região é importante à escolha de

um grupo precursor, o qual será apropriado de responder aos efeitos de coeficientes ambientais,

sejam eles naturais ou antropogênicos, na comunidade de interesse para o estudo. Na

generalidade, sugere-se a utilização de vários grupos para monitoramento da biodiversidade de

insetos em fragmentos de florestas: borboletas, principalmente Nymphalidae (Lepidoptera);

besouros, principalmente pertencentes às famílias Scarabaeidae e Carabidae (Coleoptera);

formigas, pertencentes a ordem Hymenoptera e abelhas, da subfamília Euglossinae

(Hymenoptera) e cupins (Isoptera), em concordância com Brown (1991, 1997), Brown e Freitas

(2000), Thomazini e Thomazini (2000) e Freitas et al. (2006).

Os besouros constituem o mais diversificado grupo de insetos, pertencem à ordem

Coleoptera, podendo chegar a, aproximadamente, 350 mil espécies descritas, segundo

Lawrence; Britton (1991; 1994). No Brasil, pesquisadores estimam cerca de 28 mil espécies em

105 famílias, sua distribuição é cosmopolita, ocupando quase todos os tipos de habitats

terrestres e de água doce, são reconhecidos por uma forte esclerotização da parte externa do seu

corpo, bem como as asas anteriores remodeladas em élitros. A maior parte são fitófagos, que se

alimentam de plantas vivas, outros se alimentam de fungos (micófagos ou micetófagos), outros

são carnívoros e a maior parte tem hábitos detritívoros, que se alimentam de excrementos, frutos

decompostos e carcaças de animais, que é o caso dos besouros rola-bostas que pertencem à

família Scarabaeidae, de acordo com Casari & Ide (2012) e Halffter & Matthews (1966).

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A maior parte das espécies da família Scarabaeidae. está limitada a áreas onde a

precipitação excede 250 mm por ano, com uma temperatura média anual maior de 15ºC, como

exposto por Halffter & Matthews (1966). Hanski & Cambefort (1991) julgam a existência de

12 tribos dentro das subfamílias Coprinae e Scarabaeinae, com sete ocorrendo no Brasil:

Ateuchini (parte da antiga tribo Dichotomiini), Coprini, Gromphini, Onthophagini e Phanaeini

(pertencentes a subfamília Coprinae); Canthonini e Eurysternini (pertencentes a subfamília

Scarabaeinae). Estes animais encontram-se como um grupo extremamente diversificado na

região dos trópicos, formando comunidades bem definidas da linha taxonômica e funcional, e

também apresenta comportamento subsocial, citado por Halffter & Matthews (1966); Halffter

& Edmonds (1982); Halffter (1991, 1997).

Esses besouros tem como nome comum rolas-bostas, devido ao hábito nidificante que

muitas espécies têm de rolar segmentos de fezes que servem de alimento e de substrato para a

postura de seus ovos. São essenciais na ciclagem de nutrientes no sistema onde habitam, visto

que eles exercem a remoção e reintegração de material orgânico, ademais, eles realizam

atividades de escavar e enterrar dejetos, incorporando os nutrientes inclusos nesses recursos

que colaboram com a aeração, hidratação e auxilia na manutenção e regulação das propriedades

físico-químicas do solo, segundo Halffter & Matthews (1966)

Esta família comporta espécies com diferentes guildas tróficas e funcionais, sendo

constantemente utilizada no controle de parasitas de bovinos, através da desestruturação de

massas fecais, e como sinalizadora ambiental, de acordo com Halffter & Favila (1993), Klein

(1989), Koller et al. (2007).

A subfamília Scarabaeinae tem cerca de 6.000 espécies distribuídas principalmente

nas regiões tropicais do planeta (HANSKI 1991). Na América do Sul existem registros

de mais de 1.250 espécies, sendo que no Brasil, até o ano de 2000, estavam registradas

618 espécies (VAZ-DE-MELO 2000).

Estes organismos são bastante suscetíveis à devastação de florestas tropicais, segundo

Favilla e Halffter (1997). Os escarabeíneos possuem um grau alteroso de associação com

hábitats próprios, existindo espécies características de ambientes abertos e espécies que nunca

se afastam das estruturas florestais, segundo Howden e Nealis (1975). As comunidades destes

besouros respondem à destruição do hábitat alterando alguns aspectos da sua estrutura de

guildas e composição de espécies, tendo como exemplo, o paradigma de atividade diária das

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espécies, o tipo hegemônico de alocação de recurso e o grau de generalização do regime,

conforme exposto por Halffter et al. (1992).

As averiguações sobre a fauna de besouros coprófagos em ecossistemas são

indispensáveis, uma vez que a presença ou não desses artrópodes pode estar relacionada às

alterações antrópicas ambientais. Desta forma, a realização de inventários é considerada de

suma importância, visto que observações da fauna em áreas ainda preservadas auxiliam na

melhor compreensão das comunidades e dos ecossistemas, consoante a Ronqui & Lopes (2006),

Os estudos relacionados ao monitoramento de coleópteros scarabeíneos no norte do

Brasil e principalmente voltados a áreas de influência direta de locais antropizados são poucos

difundidos. Visto que, os maiores interessados ao levantamento da subfamília são às empresas

de grande porte que por sua vez podem causar diversos tipos de impactos ambientais. Pois, caso

seja detectado alguma alteração em um determinado ecossistema o empreendimento pode ter

sua licença de funcionamento cancelada provisoriamente ou até mesmo de modo definitivo.

Assim sendo, são obrigadas, por órgãos ligados ao meio ambiente, a fazerem constantemente o

monitoramento de espécies bioindicadoras, como é o caso de coleópteros scarabeíneos.

1.1. Objetivo geral

Objetivou-se com este trabalho verificar a diversidade de coleópteros da subfamília

Scarabaeinae (rola-bosta) associados a fragmentos florestais com diferentes níveis de alteração

no município de Primavera, Pará.

1.2. Objetivos específicos

Conhecer a diversidade da fauna local;

Verificar as espécies de Scarabaeinae que ocorrem nos diferentes fragmentos de floresta

das áreas do estudo;

Avaliar os níveis de degradação dos fragmentos florestais com base nas espécies

encontradas.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Família Scarabaeidae

No caso de estudos de monitoramento, a seleção da categoria indicadora deve antepor a

sensibilidade às modificações ambientais e, nos estudos de inventários, deve-se dar ênfase à

história filogenética e biogeográfica da mesma, segundo Pearson (1996).

Besouros da família Scarabaeidae também são empregados como grupo indicador em

estudos sobre diversidade de insetos ou artrópodos sendo também apontados como importantes

em estudos sobre fragmentação florestal, uma vez que o alimento da maior parte deste grupo

(fezes e carcaças) é produzido por organismos extremamente afetados por este processo, como

primatas e outros mamíferos de grande porte e pássaros, de acordo com Lovejoy et al. (1986).

A elevada vulnerabilidade deste grupo às mudanças ambientais faz dele um importante

indicador para o monitoramento dos ecossistemas, em razão de que apresenta características

satisfatórias para este fim, de acordo com Halffter & Favila (1993), Favila & Halffter (1997),

Davis et al. (2004), Spector (2006).

Esses besouros fazem o uso principalmente de dejetos de mamíferos, carcaças de

animais e material vegetal em decomposição na nidificação e alimentação de larvas e adultos,

segundo Halffter & Matthews (1966); Hanski & Cambefort (1991); Simmons & Ridsdill-Smith

(2011). Fazendo a deposição de porções do excremento ou outro material em galerias feitas

logo abaixo do solo, rolando-as por metros até serem depositadas na superfície para ser feita a

nidificação no interior do alimento, conforme Halffter & Matthews (1966); Halffter & Edmonds

(1982); Simmons & Ridsdill-Smith (2011).

Acredita-se que várias espécies desta família ocuparam as florestas da América do Sul

e converteram-se da coprofagia para a necrofagia devido, certamente, aos grandes mamíferos

serem extintos durante o Pleistoceno, desta forma novos nichos foram criados, por conseguinte

diminuindo a competição, segundo Cambefort (1991).

O grupo pertence à Scarabaeoidea, uma superfamília reconhecida por possuir clava

antenal lamelada, protórax frequentemente substituído para escavação (com coxas largas),

protíbias habitualmente denteadas externamente, venação reduzida nas asas posteriores, quatro

túbulos de Malpighi, e a larva do tipo escarabeiforme (curvada em forma de “C”), segundo

Cambefort (1991), Lawrence & Britton (1994), Lawrence & Newton (1995), Ratcliffe &

Jameson (2004). Scarabaeidae integra um número diversificado de subfamílias de acordo com

diferentes autores, não havendo, até o momento, uma conformidade sobre grupos que ora são

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considerados ao status de família ora são julgados como subfamílias, referido por Kohlmann

(2006).

2.2 Subfamilia Scarabaeinae

Os besouros da subfamília Scarabaeinae influenciam no ciclo de decomposição da

matéria orgânica, se alimentando de material orgânico em deterioração, tanto no estágio larval

como adulto. O hábito alimentar é versátil, havendo espécies saprófagas, coprófagas,

necrófagas ou generalistas, que intervêm como dispersoras de sementes evitando ou diminuindo

o acontecimento de doenças parasitárias em mamíferos, ao restringirem o aumento populacional

de moscas eliminando larvas e ovos depositados nas fezes, e amplificam o ciclo de nutrientes

do solo, conforme Halffter & Matthews (1966).

A alimentação e a reprodução estão relacionadas, muitas vezes, ao carregamento do

recurso alimentar a um local apartado da fonte original, evitando assim a disputa com outros

grupos de animais que usufruem dos mesmos recursos, como por exemplo, dípteros e

mamíferos, da mesma maneira que outros escarabeíneos, segundo Hanski & Cambefort (1991).

Os Scarabaeinae apresentam tamanho muito variado, desde poucos milímetros, como

em Besourenga Vaz-de-Mello, 2008, Canthonella Chapin, 1930 e Degallieridium Vaz-de-

Mello, 2008, que possuem espécies com cerca de dois milímetros ou pouco menos, até mais de

cinco centímetros, segundo a Ratcliffe & Smith (1999), Vaz-de-Mello (2008). Como ocorre em

espécies do subgênero Megaphanaeus Olsoufieff, 1924 do gênero Coprophanaeus Olsoufieff,

1924, segundo Edmonds & Zídek (2010).

Os níveis de coloração também são muitos diversificados, desde preta opaca até uma

gama de cores metálicas, conforme Halffter & Matthews (1966), Halffter & Edmonds (1982),

Young (1984), as quais podem ser aposemáticas, auxiliam na comunicação intraespecífica ou

mesmo ter a ver com o horário de atividade das espécies, como exposto por Vulinec (1997),

Hernández (2002).

A configuração do corpo também se diferencia conforme cada gênero, sendo, em geral,

espécies com corpo oval. Não obstante há espécies, como em Eurysternus Dalman, 1824, que

possuem corpo achatado dorsoventralmente e o lado dos élitros são quase paralelos,

ocasionando em um aspecto retangular, de acordo com Génier (2009), Hernández et al. (2011).

Existe dimorfismo sexual em várias espécies, dado que em muitos grupos os machos podem

possuir grandes cornos, empregados em atividades dentro de suas galerias e, reiteradamente,

em conflitos reprodutivas por fêmeas, como apontado por Emlen (2008).

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Os escarabeíneos, além da sua importância ecológica, podem servir como bons

indicadores no monitoramento ambiental, sendo úteis para estudar os efeitos do desmatamento

e para avaliar as mudanças do ecossistema devido a alterações ambientais, segundo Halffter &

Favila (1992), Halffter & Favila (1993), Gardner et al., (2008).

A subfamília também expressa outros elementos que propiciam a sua escolha no

monitoramento ambiental, como no caso da grande copiosidade ao longo de todo o ano e

métodos de captura descomplicado, conforme Halffter & Favila (1993), Gardner et al. (2008).

A comunidade destes coleópteros pode ser fragmentada em grupos de espécies

epitetadas guildas. Os grupos podem ser estruturados em concordância com as estratégias de

reserva de recursos alimentares, como: espécies paracoprídeas (escavadoras), telecoprídeas

(roladoras) e endocoprídeas (residentes), o grau de generalização da dieta (coprófagas,

necrófagas ou generalistas) e a padronização temporal de atividades (diurno, noturno,

crepuscular e de atividade contínua), consoante a Halffter & Favila (1993).

A particularidade do hábitat dos Scarabaeinae é outra causa importante quando se quer

observar a diversidade destes insetos em distintos ambientes. Existem espécies que estão

relacionadas a algumas causas ambientais, como tipo de vegetação, microclima e solo. Dessa

maneira, a fragmentação das áreas de mata bem como a modificação destes ambientes em áreas

de pastagem pode provocar uma perda na diversidade de espécies e alterar radicalmente a

estrutura da comunidade, segundo Favila & Halffter (1997).

A sazonalidade é um dos fatores mais importantes para a ocorrência desses coleópteros,

pois em períodos chuvosos e de alta umidade sua disseminação é maior e mais uniforme.

Vasconcellos et al. (2010), em um estudo sobre a sazonalidade de insetos da caatinga, coletados

mensalmente utilizando armadilhas Malaise e guarda-chuva entomológico, destacam que entre

as doze ordens mais abundantes, dez apresentaram os seus maiores picos durante a estação

chuvosa, sendo a precipitação e a umidade relativa os principais preditores dos padrões de

abundância e/ou atividade dos insetos na caatinga.

3. MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no municipio de Primavera, Pará, em uma empresa que realiza

extração de minério, situada na Estrada PA 446, km 02, coordenadas 0º55'51.29'' S e

47º20'37.73'' W, Zona 23S, possui extensão de 2.972.857,14 m².

O clima da região segundo a classificação de Køppen é do subtipo “Af”, ou seja, tropical

chuvoso, com precipitação pluviométrica de 2.000 mm/ano. Apresenta duas estações, sendo a

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estiagem (entre os meses de julho a novembro) e uma estação chuvosa (entre os meses de

dezembro a junho), com temperatura média anual de 27,2ºC e umidade relativa do ar de 81%.

A cobertura vegetal da região é composta por Floresta Ombrófila, com alternância de

terras baixas e áreas planas. Suas adjacências têm sofrido uma pressão constante em relação à

pecuária e principalmente por agricultura familiar, sendo possível observar alterações recentes.

Foram realizadas coletas de coleópteros da subfamilia Scarabaeinae, em dois períodos

distintos (chuvoso e não chuvoso) durante quatro campanhas (1ª em 30/04-02/05/2017; 2ª em

25-27/07/2017; 3ª em 23-25/02/2018 e a 4ª em 01-03/10/2018), em 5 diferentes tipos de

fragmentos florestais existentes na área.

Os coleópteros foram coletados através de armadilhas de alçapão (pitfall traps), iscadas

com fezes humanas, conforme figura 1. A armadilha consiste em um recipiente de plástico

cilíndrico com dimensões de 9 x 14 cm, com solução salina, a borda do recipiente ficou ao nível

do solo. O frasco plástico de isca com dimensões 5 x 3 cm foram colocados sobre o recipiente

enterrado com o auxílio de um suporte feito de arame. Foi preparada uma solução salina

saturada (200 ml) com água, gotas de detergente neutro para quebrar a tensão superficial da

água e sal para conservar as estruturas internas dos escarabeíneos. Para a proteção contra a

chuva, foi colocada uma tampa sobre o recipiente plástico amparada por palitos.

Em cada um dos 05 pontos de amostragem (A, B, C, D e E) foram instaladas 05

armadilhas, separadas a 50 m uma da outra. As armadilhas ficaram depositadas no solo por 48

horas e a coleta dos coleópteros de interesse foi realizada após esse período; os besouros

coletados foram conservados em álcool a 70 %.

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Figura 1: armadilhas de alçapão tipo pitfall traps iscadas com fezes humanas

A figura 2 mostra o mapa de localização dos pontos utilizados durante o monitoramento

da fauna de besouros rola-bostas na área da empresa extratora de minério, em Primavera-PA.

Figura 2: Área de monitoramento da fauna de besouros rola-bostas, em Primavera-PA.

Extratora de minério

Ponto B

Ponto D

Ponto C

Ponto A

Ponto E

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3.1 Pontos amostrados

Ponto A está localizado dentro da porção da área da mineradora destinada a Reserva Legal

e abrange a cabeceira do rio Aguiar. No entanto, essa área apresenta clareiras em seu interior e

evidências de corte de madeira, bem como predominância de vegetação secundária (figura 3).

Figura 3: Ponto A apresenta clareiras que evidenciam corte de madeira e predominância de vegetação

secundária

Ponto B está localizado na margem esquerda do rio Tabocal, e apresenta fragmento florestal

e clareiras visíveis, em função de desmatamento para uso da terra por agricultores (figura 4).

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Figura 4: Ponto B apresenta fragmento florestal e clareiras visíveis

Ponto C está localizado ao norte da fábrica, a topografia é plana, a vegetação de floresta

secundária e aberta. O predomínio das plantas é de palmeiras (Arecaceae) a espécie dominante

é o inajá (Attalea maripa). Dando um aspecto de uma área mais aberta devido à copa das

palmeiras não se adensarem no dossel. Em seu entorno apresenta lagoas temporárias e algumas

faixas de reflorestamento com a espécie Shizolobium amazonicum (Paricá), que sofreu com

queimadas recentes (figura 5). Este ponto de floresta dista menos de 1 km de distância de área

de mangue, podendo este ter influência pela proximidade.

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Figura 5: Ponto C área aberta devido à copa das palmeiras não se adensarem no dossel

Ponto D está localizado na margem direita do rio Preto e mostra a presença de vegetação

secundária e resquícios de plantação, como coqueiros, mangueiras e goiabeiras de moradores

que residiram na área (figura 6).

Figura 6: Ponto D presença de vegetação secundária e resquícios de plantação

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Ponto E apresenta predominância de vegetação secundária, com a presença de remanescente

de floresta ombrófila densa aluvial (figura 7).

Figura 7: Ponto E predominância de vegetação secundária

3.2 Identificação e análise dos dados

O material coletado foi encaminhado para o laboratório de entomologia do Museu

Paraense Emílio Goeldi (MPEG) em Belém, onde foram realizadas, em parceria com

especialistas, a triagem, montagem, etiqueta e identificação. A identificação foi realizada de

acordo com a chave dicotômica de Vaz-de-Mello et al., 2011. Após determinar os gêneros, os

exemplares foram determinados a nível de espécie por comparação com os exemplares de

referência da coleção do Museu Paraense Emílio Goeldi e fotografados com auxílio de

estereoscópio, as principais espécies estão dispostas na figura 8.

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Figura 8: Registro fotográfico dos seis coleópteros mais encontrados no monitoramento realizado em Primavera-

Pa.

1. Ontherus sulcator 2. Sylvicanthon sp.

3. Dichotomius mamilatus 4. Deltochilum aff. Peruanum

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5. Deltochilum aff. Guyanense 6. Dichotomius aff. lucasi

Os dados foram tabulados em planilha do Microsoft Excel 2010, na qual foram geradas

matrizes e gráficos para descrever a comunidade dos escarabeíneos.

Para avaliar a eficiência do inventário foi calculada estimativa de riqueza, além da

geração da matriz para a Curva de Acumulação de Espécies (CAS), a análise foi efetuada no

programa EstimateS versão 9.0.0 (Colwell, R. K., et al 2012).

Através da observação do comportamento da curva, é possível fazer uma previsão de

quantas espécies que não foram coletadas ainda podem vir a ser descobertas. Os estimadores

não - paramétricos usados foram: Chao1, Chao 2, Jackknife 1 (Jack 1) e Jackknife 2 (Jack 2),

Abundance-based Coverage Estimator - Estimador de Cobertura Baseada em Abundância

(ACE), Incidence-based Coverage Estimator - Estimador de Cobertura Baseado em Incidência

(ICE), para a riqueza da comunidade.

Foi realizado o cálculo de diversidade de espécies nos diferentes pontos de amostragem,

a elaboração deste cálculo foi realizada com o auxílio do programa PAST (Hammer, 2013).

A diferença na composição de espécies entre os pontos amostrados e entre as

fitofisionomias existentes em cada ponto foi determinada pela aplicação do Índice de

Similaridade de Bray-Curtis, com posterior análise de agrupamento (cluster analysis),

utilizando os programas supracitados.

A Equitabilidade (J) reflete o grau de uniformidade com que os indivíduos são

distribuídos entre as várias espécies da amostra por ambiente (Magurran, 2004). A

Equitabilidade possui valores de 0 (uniformidade nula) a 1 (uniformidade máxima),

considerando os valores superiores a 0,5 como sendo de alta Equitabilidade (Zar, 2010).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Diversidade e composição da comunidade

Durante o monitoramento da fauna dos Coleoptera Scarabaeinae na área da mineradora

em Primavera-PA, foi inventariado um total de 647 exemplares de escarabeíneos, com 23

espécies distribuídas em 10 gêneros.

As espécies mais abundantes foram Ontherus sulcator Fabricius, 1775 (184

indivíduos), Sylvicanthon sp (131 indivíduos), Dichotomius mamillatus Felsche, 1901 (86

indivíduos), Deltochilum aff. peruanum Paulian, 1938, (46 indivíduos), Deltochilum aff.

Guyanense Paulian, 1933 (36 indivíduos) e Dichotomius aff. lucasi (Harold, 1869) (31

indivíduos) (gráfico 1). As seis espécies mais abundantes representam 79,44% da comunidade

amostrada, como pode ser observado na Tabela 1, onde podemos verificar a composição

comparativa entre as espécies, abundância e a distribuição percentual (%), durante todas as

campanhas na comunidade de besouros-rola-bosta em Primavera-PA.

Gráfico 1: Espécies mais abundantes encontradas durante as campanhas

184

131

86

4636 31

020406080

100120140160180200

Ontherussulcator

Sylvicanthonsp.

Dichotomiusmamillatus

Deltochilumaff. peruanum

Deltochilumaff.

guyanense

Dichotomiusaff. lucasi

ESPÉCIES MAIS ABUNDANTESSérie1

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Tabela 1: Composição da comunidade de escarabeíneos no monitoramento da fauna de besouros rola-bostas em

Primavera-PA.

ESPÉCIE ABUNDÂNCIA PORCENTAGEM (%)

1 Ontherus sulcator Fabricius, 1775 184 28,44

2 Sylvicanthon sp. 131 20,25 3 Dichotomius mamillatus Felsche,

1901 86 13,29

4 Deltochilum aff. peruanum Paulian,

1938 46 7,11

5 Deltochilum aff. guyanense Paulian,

1933 36 5,56

6 Dichotomius aff. lucasi (Harold,

1869) 31 4,79

7 Dichotomius carinatus Luederwaldt,

1925 22 3,40

8 Dichotomius worontzowi Pereira,

1942 20 3,09

9 Canthidium aff. barbacenicum Borre,

1886 14 2,16

10 Coprophanaeus cyanescens

(Olsoufieff, 1924) 11 1,70

11 Dichotomius aff. melzeri

(Luederwaldt, 1922) 11 1,70

12 Ateuchus sp. 10 1,55

13 Canthon quadriguttatus Olivier,

1789

9 1,39

14 Canthon proseni (Martínez, 1949) 8 1,24

15 Canthidium sp1 7 1,08 16 Canthidium aff. deyrollei Harold,

1867

5 0,77

17 Canthidium dohrni Harold, 1867 4 0,62

18 Coprophanaeus jasius (Olivier, 1789) 4 0,62

19 Canthidium sp2 2 0,31

20 Canthidium sp3 2 0,31

21 Phanaeus bispinus Bates, 1868 2 0,31

22 Canthon aff. sericatus Schmidt, 1922 1 0,15

23 Diabroctis mimas Linnaeus, 1758 1 0,15

Total Geral 647 100,00

4.2 Curva de acumulação de espécies (CAS) e riqueza de espécies

A curva do coletor ou curva de acumulação de espécies (CAS) é uma ferramenta

indispensável para que se possa saber o número real de espécies, ou pelo menos aproximado,

que ocorrem numa determinada área (Magurran, 2013). Esse método permite que seja

comparado o número de espécies entre comunidades, quando o número de indivíduos

(abundância) ou o tamanho da amostra são desiguais. A CAS calcula o número que se espera

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de espécies em cada uma das comunidades, tendo como base comparativa um valor em que

todas as amostras atinjam um tamanho padrão, ou comparações que se baseiam na menor

amostra ou com menos indivíduos (dentre todas amostras possíveis). Se as curvas de

acumulação de espécies atingem um ponto em que o aumento do esforço de coleta não implica

num aumento no número de espécies, isto significa que aproximadamente toda a riqueza da

área foi amostrada.

O gráfico 2 mostra a curva de acumulação de espécies que avalia a amostragem desta

campanha, de monitoramento de escarabeíneos, nos sítios de amostragem do empreendimento

em estudo. A análise foi realizada baseada na abundância de indivíduos, nos cinco pontos

amostrados. Ela mostra o andamento do inventário das espécies dos escarabeíneos, onde S é a

curva com as espécies acumuladas, Lim. Inf. significa limite inferior e Lim. Sup é o limite

superior, a curva continua em ascensão, mostrando que mais espécies serão adicionadas no

inventário futuro.

Gráfico 2: Curva de acumulação de espécies de besouros-rola-bosta no monitoramento da fauna de besouros rola-

bostas em Primavera-PA.

No gráfico acima pode ser observado que a curva de acumulação de espécies, apresentou

23 espécies de escarabeíneos, com 647 indivíduos, resultado este que se aproxima muito do

estimado através da curva de cumulação de espécies, representando 85,19% da população que

possivelmente poderá ser encontrada nestes locais, já que a curva do limite superior aponta que

podem ser encontradas cerca de 27 espécies.

647

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Outros estimadores calcularam que a riqueza de escarabeíneos presentes na área,

converge com a curva de acúmulo de espécies e chega a atingir um número máximo de 29

espécies de besouros (Tabela 2), ou seja, o total de espécies capturadas neste estudo representa

79,31% do total estimado (100%) de espécies possivelmente presentes na área, baseado no

maior resultado obtido por esses estimadores.

Tabela 2: Estimadores de riqueza de espécies de escarabeíneos do monitoramento de fauna em Primavera-PA.

MM Chao1 ACE Bootstrap Chao2 Jack1 Jack2 ICE

23,12 23,67 24,67 24,8 26,99 26,99 28,99 29

4.3 Parâmetros ecológicos da comunidade

A tabela 3, mostra os valores de índices de riqueza de espécies e de biodiversidade de

escarabeíneos durante o monitoramento da fauna de besouros rola-bostas, onde se pode

observar que no ponto “C” houve a maior dominância (ex D=0,5275), provavelmente pelo fato

de que a área possui características que favorecem o maior número de desenvolvimento dos

indivíduos, visto que a área possui um alto nível de antropização, tendo predominância de sua

flora palmeiras da espécie Attalea maripa (inajá), mata secundária e aberta, e pastagens em sua

circunscrição.

Conforme a explanação de Laurance et al. (2011), a alteração da floresta por pastagem

leva a diminuição na riqueza de espécies e acarreta drástica simplificação no conjunto de

espécies dos grupos locais.

Além de que a substituição da flora nativa para inserção de pastagem gera grande

mudança no habitat, e causa alterações microclimáticas, tais como: queda na umidade e

elevação da intensidade luminosa, que levam ao ressecamento mais rápido do recurso alimentar

segundo Klein (1989).

Além disso, os níveis de umidade do solo são significativamente baixos pelo fato da

área não apresentar cursos d’água, apenas algumas lagoas temporárias no seu entorno.

Estes fatores exercem efeito na distribuição espacial dos besouros rola-bostas e

influenciam na escolha e na preferência do habitat pelas espécies, de acordo com Silva et al.

(2010).

Já o ponto “D”, possui em sua composição de flora, espécies arbóreas frutíferas, que por

sua vez atraem diferentes espécies de mamíferos, dado que seus dejetos atraem um maior

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número de espécies de coleópteros, e possui alta umidade no solo devido à área possuir

influência direta de curso hídrico, desta forma foi observado neste local maior diversidade (ex.:

1-D=0,8626) e Equitabilidade (ex.:J=0,8317).

Tabela 3: Descritores de comparação e índices de biodiversidades de escarabeíneos em Primavera-PA. (Cálculos

em PAST.)

4.4 Comparação entre pontos de monitoramento

Entre os pontos de amostragem, o ponto com maior abundância foi o ponto E (N= 205).

Os pontos que apresentaram maior riqueza foram D e E, ambos com 16 espécies (tabela 4), isto

pode se dá em decorrência destes pontos apresentarem fitofisionomia predominantemente de

floresta alta e densa, com múltiplos habitats, além de paisagem diferenciada ao entorno,

podendo favorecer maior concentração de mamíferos ou outros animais vertebrados, garantindo

maior sobrevivência destes besouros.

Segundo Almeida & Louzada (2009), que pesquisaram em áreas que compreendiam

quatro formações vegetativas distintas (campo cerrado, campo limpo, floresta e campo

ÍNDICES PONTO A PONTO B PONTO C PONTO D PONTO E

Número de spp.: S 15 13 7 16 16

Número de

indivíduos: N

180 64 116 82 205

Dominância: D 0,1532 0,1978 0,5275 0,1374 0,2598

Simpson: 1-D 0,8468 0,8022 0,4725 0,8626 0,7402

Shannon: H’ 2,124 1,95 0,8957 2,306 1,871

Evenness: e^H/S 0,5578 0,5405 0,3498 0,6271 0,4061

Índice Brillouin 1,995 1,705 0,8248 2,046 1,752

Índice Menhinick 1,118 1,625 0,6499 1,767 1,117

Índice Margalef 2,696 2,885 1,262 3,404 2,818

Equitabilidade: J 0,7845 0,7601 0,4603 0,8317 0,675

Fisher alpha 3,89 4,928 1,638 5,935 4,059

Índice Berger-

Parker

0,25 0,3125 0,681 0,2439 0,4683

Chao-1 20 18 8,5 19,33 16,75

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37

rupestre), a maior eficiência de coleta de espécies ocorreu na área de floresta, evidenciando a

preferência das espécies representantes de Canthidium, Eurysternus e Dichotomius por esta

formação de ambiente, assim como o presente estudo identifica duas dessas espécies na área E.

Em estudo realizado na Amazônia, por Vaz-de-Mello (1999) foram amostrados 12

gêneros, muitos dos quais também existentes neste estudo, como Ateuchus, Deltochilum (este

último que foi um dos gêneros mais abundantes nas áreas “A” e “F”), Dichotomius (foi mais

predominante nas áreas “A”, “E” e “F”) e Canthidium (gênero que teve algumas ocorrências

em todas às áreas, no entanto na área D apenas uma).

Um dos fatores relacionados à diferença na riqueza e abundância, entre os fragmentos,

pode estar associado ao fato das áreas de floresta apresentarem maior riqueza de espécies

vegetais, aumentando sua complexidade ambiental quando comparadas às áreas de campo

aberto, segundo Almeida & Louzada (2009).

Algumas espécies tiveram baixos índices de amostragem durante as coletadas, como é

o caso de Canthon aff. Sericatus, Diabroctis mimas e Phanaeus bispinus, fato que pode estar

ligado à metodologia de coleta, a não existência dos indivíduos nas áreas, ou por esta espécie

ter maior preferência por ambientes com fitofisionomia diferente de florestas densas e até

mesmo pela não disponibilidade de alimentos ideais ou específicos pela ausência de uma fauna

não consolidada na área. De acordo com Hanshi & Cambefort (1991), ligações ecológicas entre

rola-bostas e mamíferos têm demonstrado um importante papel na formação evolutiva dos

scarabaeinae e na estrutura existente por no mínimo 40 milhões de anos.

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Tabela 04: Comparação entre os pontos de amostragem no monitoramento da fauna de besouros rola-bostas em

Primavera-PA.

ESPÉCIES/PONTOS A B C D E TOTAL

Ateuchus sp. 1 2 0 6 1 10

Canthidium aff.

barbacenicum

2 3 0 3 6 14

Canthidium aff. deyrollei 1 0 0 1 3 5

Canthidium dohrni 0 0 0 0 4 4

Canthidium sp1 0 1 1 1 4 7

Canthidium sp2 0 0 0 0 2 2

Canthidium sp3 1 1 0 0 0 2

Canthon aff. sericatus 0 0 0 0 1 1

Canthon proseni 1 0 0 7 0 8

Canthon quadriguttatus 8 0 0 1 0 9

Coprophanaeus

cyanescens

6 1 1 1 2 11

Coprophanaeus jasius 0 1 3 0 0 4

Deltochilum aff.

guyanense

23 2 0 2 9 36

Deltochilum aff.

peruanum

13 17 0 5 11 46

Diabroctis mimas 0 0 0 1 0 1

Dichotomius aff. lucasi 0 0 0 4 27 31

Dichotomius aff. melzeri 7 0 2 2 0 11

Dichotomius carinatus 0 0 0 0 22 22

Dichotomius mamillatus 45 7 0 20 14 86

Dichotomius worontzowi 11 1 1 6 1 20

Ontherus sulcator 21 20 29 18 96 184

Phanaeus bispinus 1 1 0 0 0 2

Sylvicanthon sp. 39 7 79 4 2 131

Total geral (N) 180 64 116 82 205 647

No. de spp. (S) 15 13 7 16 16 23

Os escarabeíneos respondem a distúrbios ambientais, naturais ou antropogênicos,

através de alterações na riqueza de espécies, distribuição de abundância, composição específica

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ou na estrutura de guildas (Andresen, 2005; Gardner et al., 2008). Assim, esse grupo de insetos

tem sido muito utilizado como bioindicador de qualidade ambiental.

De acordo com o gráfico 3 pode-se perceber que os períodos chuvosos (final de abril /

início de maio de 2017 e fevereiro de 2018) foram os meses em que a população de

escarabeíneos foi mais representativa, assim como exposto por Hanski e Cambefort (1991), que

dizem que os besouros rola - bosta são influenciados positivamente pelas variações na

precipitação. Isto se deve ao fato de a precipitação exercer grande influência na cobertura

vegetal e qualidade do solo, atributos determinantes da estrutura e diversidade da fauna destes

besouros.

A sazonalidade em insetos é geralmente controlada por três fatores que facilmente são

identificados: disponibilidade de recurso, temperatura e chuva (Wolda, 1988). Normalmente

em períodos mais quentes e secos, as fezes disponíveis no ambiente rapidamente deixam de ser

aproveitáveis pelos escrabeíneos.

A abundância de besouros rola bosta coletados no período chuvoso de 2017 (maio) foi

cerca de duas vezes maior que na estação seca (julho). Assim como o período chuvoso estudado

em 2018 (fevereiro) alcançou 1/3 a mais do número de coleópteros coletados na estação seca

(outubro). Estes resultados indicam que com mudanças nas condições climáticas (por exemplo,

temperatura e precipitação), propiciada pela mudança de estação, ocorre inicialmente uma

alteração na abundância dos escarabeíneos.

Gráfico 3: Composição da comunidade de escarabeíneos de acordo com os períodos (chuvoso e não chuvoso) em

Primavera-PA.

213

108

199

127

0 50 100 150 200 250

Chuvoso 2017

Não chuvoso 2017

Chuvoso 2018

Não chuvoso 2018

QUANTIDADE

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40

Posteriormente e concomitantemente à baixa na quantidade dos indivíduos em estudo,

observa-se um decréscimo acentuado do número de espécies conforme tabela 5, restando

somente espécies mais resistentes às condições severas, características do final da estação seca,

e neste estudo 61% das espécies (14 espécies) coletadas na estação úmida em 2017 não

ocorreram na estação seca, e 69% das espécies (5 espécies) coletadas na estação úmida em 2018

não ocorreram na estação seca, concordando com o que já foi exposto em outros estudos por

Andresen (2005).

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Tabela 05: Comparação entre os períodos de amostragem de escarabeíneos em Primavera-PA.

Maio de 2017

Julho de 2017

Fevereiro de 2018

Outubro de 2018

1 Ateuchus sp.

2 Canthidium aff.

barbacenicum Borre,

1886

3 Canthidium aff.

deyrollei Harold,

1867

Canthidium aff.

deyrollei Harold, 1867

Canthidium aff.

deyrollei Harold, 1867

4 Canthidium dohrni

Harold, 1867

Canthidium dohrni

Harold, 1867

Canthidium dohrni

Harold, 1867

Canthidium dohrni

Harold, 1867

5 Canthidium sp1 Canthidium sp1 Canthidium sp1 Canthidium sp1

6 Canthidium sp2

7 Canthidium sp3

8 Canthon aff. sericatus

Schmidt, 1922

Canthon aff. sericatus

Schmidt, 1922

9 Canthon proseni

(Martínez, 1949)

Canthon proseni

(Martínez, 1949)

10 Canthon

quadriguttatus

Olivier, 1789

Canthon

quadriguttatus Olivier,

1789

Canthon

quadriguttatus Olivier,

1789

Canthon

quadriguttatus Olivier,

1789

11 Coprophanaeus

cyanescens

(Olsoufieff, 1924)

Coprophanaeus

cyanescens (Olsoufieff,

1924)

Coprophanaeus

cyanescens (Olsoufieff,

1924)

Coprophanaeus

cyanescens (Olsoufieff,

1924)

12 Coprophanaeus jasius

(Olivier, 1789)

13 Deltochilum aff.

guyanense Paulian,

1933

Deltochilum aff.

guyanense Paulian,

1933

Deltochilum aff.

guyanense Paulian,

1933

Deltochilum aff.

guyanense Paulian,

1933

14 Deltochilum aff.

peruanum Paulian,

1938

Deltochilum aff.

peruanum Paulian,

1938

Deltochilum aff.

peruanum Paulian,

1938

Deltochilum aff.

peruanum Paulian,

1938

15 Diabroctis mimas

Linnaeus, 1758

16 Dichotomius aff.

lucasi ( Harold, 1869)

Dichotomius aff. lucasi

( Harold, 1869)

Dichotomius aff. lucasi

( Harold, 1869)

Dichotomius aff. lucasi

( Harold, 1869)

17 Dichotomius aff.

melzeri (Luederwaldt,

1922)

Dichotomius aff.

melzeri (Luederwaldt,

1922)

18 Dichotomius

carinatus

Luederwaldt, 1925

Dichotomius carinatus

Luederwaldt, 1925

19 Dichotomius

mamillatus Felsche,

1901

Dichotomius

mamillatus Felsche,

1901

Dichotomius

mamillatus Felsche,

1901

20 Dichotomius

worontzowi Pereira,

1942

Dichotomius

worontzowi Pereira,

1942

21 Ontherus sulcator

Fabricius, 1775

Ontherus sulcator

Fabricius, 1775

Ontherus sulcator

Fabricius, 1775

22 Phanaeus bispinus

Bates, 1868

Phanaeus bispinus

Bates, 1868

23 Sylvicanthon sp. Sylvicanthon sp. Sylvicanthon sp. Sylvicanthon sp.

Total 23 9 16 11

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A figura 9 mostra o dendrograma de similaridade de Bray-Curtis entre os pontos de

coleta de besouros rola-bostas. Os pontos B e D foram cerca de 60% similares, enquanto o

ponto C e E se mostraram mais distante em similaridade, onde aparecem nos dois extremos do

dendrograma.

Figura 9: Dendrograma de similaridade Bray-Curtis entre os pontos de coleta do monitoramento de besouros rola-

bostas em Primavera-PA.

Quanto à baixa riqueza de espécies encontrada no Ponto C, esta pode ser explicada por

vários fatores, como a estrutura física da floresta que é um fator determinante para estrutura e

distribuição das comunidades de rola-bostas, de forma que as florestas de Primavera encontram-

se isoladas entre si, fragmentadas ou antropizadas. Além da cobertura vegetal, a distribuição

local destes escarabeíneos também é fortemente influenciada pelo tipo de solo, desta forma a

fragmentação das florestas pode influenciar na riqueza e abundância dos besouros.

De acordo com Pimm (1986) a modificação de habitats naturais através de distúrbios

nos ambientes abiótico e biótico pode levar a alterações na estrutura e composição das

comunidades. Estas alterações podem resultar no declínio ou até a extinção de espécies de

populações nativas. Além disso, existe uma especificidade de hábitat dos scarabaeinae, de

A E D C B

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forma que existem espécies que estão associadas a alguns fatores ambientais, como tipo de

vegetação e microclima, que são fatores de extrema relevância para analisar a diversidade destes

insetos em diferentes ambientes.

Apesar disso tudo, os resultados são favoráveis ao ponto D e E, ambos detêm uma boa

cobertura vegetal, árvores grandes e com dossel alto, além de apresentar floresta com múltiplos

microhabitats.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O monitoramento da fauna de besouros rola-bostas de influência direta (AID) em

Primavera-PA utilizou método padronizado de armadilha e isca em cinco pontos de amostragem

de terra firme. A comunidade apresentou em quatro campanhas 647 registros com 23 espécies

em 10 gêneros, a maior quantidade de coleópteros capturados nas amostras do período chuvoso

pode ter forte influência com o clima úmido, uma vez que as chuvas interferem nas nidificações

do grupo. As florestas em destaques foram as do ponto D e E, pois os resultados apontam como

florestas de boa qualidade e a diferença na riqueza de espécies e abundância de coleopteros,

entre os fragmentos, pode estar associado ao fato das áreas de floresta apresentarem maior

riqueza de espécies vegetais.

A sazonalidade em insetos é geralmente controlada por três fatores que facilmente são

identificados: disponibilidade de recurso, temperatura e chuva e em lugares onde não se tem

grandes variações de temperatura, mas apresentam estações secas e chuvosas diferenciadas, os

besouros escarabeíneos são influenciados principalmente pela precipitação. Foi possível

perceber que os períodos chuvosos foram os meses em que a população de escarabeíneos foi

mais representativa, pois a abundância de besouros rola bosta coletados no período chuvoso de

2017 foi maior que na estação secas. Assim como o período chuvoso estudado em 2018 em

relação ao período seco.

As espécies registradas não foram encontradas em listas de animais em extinção (UICN,

2017; Brasil-MMA. 2014; SEMA-PA, 2008).

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