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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA-UFRA CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO- CAMPUS DE CAPANEMA, PARÁ FERNANDA EDUARDA MENDES DE SOUSA EMPREENDEDORISMO FEMININO: HISTÓRIA DE VIDA E PERFIL DE MULHERES GESTORAS DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE CAPANEMA-PA. CAPANEMA 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA-UFRA

CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO-

CAMPUS DE CAPANEMA, PARÁ

FERNANDA EDUARDA MENDES DE SOUSA

EMPREENDEDORISMO FEMININO: HISTÓRIA DE VIDA E PERFIL DE

MULHERES GESTORAS DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO

DE CAPANEMA-PA.

CAPANEMA

2019

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FERNANDA EDUARDA MENDES DE SOUSA

EMPREENDEDORISMO FEMININO: HISTÓRIA DE VIDA E PERFIL DE

MULHERES GESTORAS DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO

DE CAPANEMA-PA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso

de Bacharelado em Administração da Universidade

Federal Rural da Amazônia como requisito para

obtenção do grau de bacharel em Administração.

Área de concentração: Empreendedorismo

Orientador (a): Professora Dra. Eleci Terezinha Dias da

Silva

CAPANEMA

2019

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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA DE CAPANEMA

Sousa, Fernanda Eduarda Mendes de

Empreendedorismo feminino: história de vida e perfil de mulheres gestoras de micro e pequenas empresas

no município de Capanema-PA / Leilane Rodrigues Corrêa. – Capanema, Pa., 2019.

63 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) – Universidade Federal Rural da

Amazônia, 2019.

Orientadora: Eleci Terezinha Dias da Silva

1. Mulheres empreendedoras-Capanema-Pará 2. Empreendedorismo 3. Mulheres empreendedoras-Perfil I.

Silva, Eleci Terezinha Dias da (Orient.) II. Título

CDD: 305.43098115

Cristiana Guerra Matos - Bibliotecária CRB2: 1143

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FERNANDA EDUARDA MENDES DE SOUSA

EMPREENDEDORISMO FEMININO: história de vida e perfil de mulheres gestoras de

micro e pequenas empresas no município de Capanema-PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Rural da Amazônia,

como parte das exigências do Curso de Bacharelado em Administração, para obtenção do

título de Bacharel em Administração. Área de concentração: Empreendedorismo feminino.

__________________________

Data da Aprovação

Banca Examinadora:

______________________________________

Professora Dra. Eleci Terezinha Dias da Silva

Universidade Federal Rural da Amazônia

Orientadora

_____________________________________

Prof. (a). MSc. Arthur Vicente da Costa

Universidade Federal Rural da Amazônia

Membro 1

_____________________________________

Prof(a). MSc. Dione Margarete Gomes Gutierrez

Universidade Federal Rural da Amazônia

Membro 2

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Dedico a Margareth, que fez e faz o possível para

que eu consiga alcançar meus sonhos e objetivos,

por me encorajar e fazer com que eu persista. Por me

deixar estar sempre próximo e ter me educado da

melhor maneira me encaminhando na direção mais

digna e honesta.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço;

À minha mãe, Margareth, obrigada por acreditar em mim, pelos ensinamentos, e

principalmente pelos conselhos que me ajudaram a não desistir dos meus objetivos. Sem o seu

apoio dificilmente teria chegado até aqui. Aos meus irmãos, Douglas, Alessandra e

Alessandro pelo carinho (risos) e por apenas existir, todos vocês são os principais motivos

que me fazem acreditar que vale a pena persistir.

Agradeço a Deus, por ouvir minhas orações pedindo força para continuar, que foi meu

amparo nos momentos de angústia e aflição, que sempre me mostrou que não estamos sós e

desamparados. A ele toda honra e glória!

Ao meu namorado, Wesden, pelo encorajamento e por me acompanhar em várias

etapas dessa fase de minha vida, pela compreensão nas horas de ausência, por me distrair dos

momentos de tristeza e pelos abraços que tanto me confortam e pelas brincadeiras que me

fazem mais tranquila para superar todos os obstáculos.

A minha avó, tia e tios pelo incentivo e ajuda com todas as rifas que compraram e

nunca ganharam (risos). Ao meu primo, Gabriel, que me acompanhou por muito tempo, por

toda a nossa trajetória estudantil, hoje concluímos juntos essa fase que tanto orgulha nossos

pais e constrói caminhos para conseguirmos muito mais.

Aos primos queridos e amigos indispensáveis que dividiram momentos divertidos, e

que me faziam feliz quando em suas companhias: Gleice, de longa data; Camila e Karol, meu

trio; Rafael, meu irmão de signo e Rafael, meu brother. Erica que tanto me auxiliou na antiga

turma de Administração. São pessoas que de alguma forma participaram da minha vida e

foram essenciais para mim.

A orientadora, Eleci Terezinha, por toda a sua crença em mim e em meu trabalho.

Muito obrigada pela paciência e por acreditar que eu seria capaz.

Aos docentes da Universidade Federal Rural da Amazônia pelo conhecimento e pelo

comprometimento com a educação.

As empreendedoras da cidade de Capanema entrevistadas, pela contribuição com a

idealização da pesquisa. Aprendi muito ouvindo os relatos e histórias de vida de cada uma,

são mulheres incríveis e que merecem todo o sucesso. A equipe do SEBRAE pela

contribuição e por me conceder informações essenciais para a conclusão da pesquisa. Ao

Campus UFRA/Capanema pelo incentivo através de seus docentes ao desenvolvimento e

evolução dos alunos.

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“O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza

de seus sonhos.”

(Eleanor Roosevelt)

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RESUMO

O trabalho foi desenvolvido por meio de um estudo de caso, realizado no Município de

Capanema, estado do Pará, para analisar o perfil de mulheres empreendedoras que estão à

frente da gestão de micro e pequenas empresas no município de Capanema. Nos últimos

quatros anos o Brasil sofreu um grande impacto em sua economia em função da crise política

e econômica que se instaurou de forma avassaladora em todos os setores econômicos.

Contraiu brutalmente a partir de 2014, vindo a sofrer uma forte e prolongada recessão no

decorrer desse período, com uma taxa de crescimento do PIB média negativa em 3,7%,

acompanhado de uma piora em vários indicadores sociais. O objeto de estudo da presente

pesquisa, a abertura de novos empreendimentos. Analisar também, os fatores motivacionais

que as levaram a escolha pelo empreendedorismo. Assim, por meio desse estudo de campo foi

realizada uma pesquisa exploratória, os dados reunidos receberam tratamento qualitativo e

quantitativo com base no tema aprestado. A justificativa desse estudo é expor a temática, para

futuros autores, e principalmente para mostrar a importância da participação das mulheres no

mundo dos negócios, que tem influência direta no desenvolvimento da atividade

empreendedora no município de Capanema, que se destaca pelo crescimento da abertura deste

tipo de mercado. No resultado, foi possível constatar que as mulheres pesquisadas, possuem

o perfil empreendedor, apresentando grande potencial no que tange a visão de um bom

empreendedor, expondo coragem e determinação, para enfrentar as dificuldades, assumindo

os riscos e aproveitando principalmente as oportunidades. Percebeu-se também que as

características deste perfil relacionam-se diretamente com a definição de Chiavenato no que

se refere ao perfil empreendedor.

Palavras-Chave: Empreendedorismo. Mulheres empreendedoras. Perfil de mulheres

empreendedoras.

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ABSTRACT

The study was carried out in a case study, carried out in the Municipality of Capanema, State

of Pará, to analyze the profile of women entrepreneurs who are in charge of the management

of micro and small enterprises in Capanema. Over the last four years, Brazil has had a major

impact on its economy due to the political and economic crisis that has been overtaken in all

economic sectors. It contracted brutally from 2014, suffering a strong and prolonged recession

during that period, with a negative average GDP growth rate of 3.7%, accompanied by a

worsening of several social indicators. The object of study of the present research, the

opening of new ventures. Analyze also the motivational factors that led them to choose for

entrepreneurship. Thus, through this field study was conducted an exploratory research, the

data collected received qualitative and quantitative treatment based on the theme prepared.

The justification for this study is to present the theme to future authors, and especially to

show the importance of women's participation in the business world, which has a direct

influence on the development of the entrepreneurial activity in the municipality of Capanema.

type of market. In the result, it was possible to verify that the women researched, have the

entrepreneurial profile, presenting great potential in the vision of a good entrepreneur,

exposing the courage and determination, to face the difficulties, assuming the risks and taking

advantage of the opportunities. It was also noticed that the characteristics of this profile are

directly related to the definition of Chiavenato with regard to the entrepreneurial profile.

Keywords: Entrepreneurship. Women entrepreneurs. Profile of women entrepreneurs.

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LISTA DE SIGLAS

SEBRAE- Sistema Brasileiro de Apoio às Micro Empresas

PIB- Produto Interno Bruto

TI- Tecnologia da informação

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Três características de um empreendedor .............................................................. 20

Figura 2- Localização da área do estudo, município de Capanema, estado do Pará .............. 33

Quadro 1- Características dos empreendedores ..................................................................... 25

Tabela 1- Avaliação do perfil empreendedor ......................................................................... 42

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Faixa etária das empreendedoras .......................................................................... 36

Gráfico 2- Estado civil das empreendedoras .......................................................................... 37

Gráfico 3- Formação escolar ................................................................................................. 37

Gráfico 4- Renda mensal das empreendedoras ....................................................................... 38

Gráfico 5- Tempo de atuação profissional das empreendedoras ............................................ 39

Gráfico 6- Números de filhos das empreendedoras ................................................................ 39

Gráfico 7- Busca de soluções ................................................................................................. 40

Gráfico 8- Desafios e oportunidades ...................................................................................... 41

Gráfico 9- Problemas e soluções ............................................................................................ 42

Gráfico 10- Aproveitando as oportunidades ........................................................................... 43

Gráfico 11- Formas de superar os obstáculos à realização dos meus objetivos ..................... 44

Gráfico 12- Fontes de informações para execução de atividade ............................................ 45

Gráfico 13- Fatores que levaram a atuar no ramo de empreendedoras .................................. 46

Gráfico 14- Fatores desfavoráveis na atividade empreendedora ............................................ 51

Gráfico 15- Pretensões futuras ............................................................................................... 53

Gráfico 16- Sugestão das empreendedoras ............................................................................. 54

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 18

2.1 Empreendedorismo ......................................................................................................... 18

2.1.1 Empreendedorismo no Brasil ......................................................................................... 19

2.1.2 Empreendedorismo local ............................................................................................... 21

2.1.3 O empreendedor ideal ..................................................................................................... 22

2.1.4 O plano de negócios ....................................................................................................... 23

2.2 Características do perfil empreendedor ........................................................................ 23

2.3 O empreendedorismo feminino ...................................................................................... 26

2.3.1 A inserção da mulher no mercado de trabalho ............................................................... 27

2.4 Organização e perspectiva de um empreendedor ......................................................... 29

3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 33

3.1 Local da pesquisa ............................................................................................................. 33

3.2 Tipo de pesquisa............................................................................................................... 33

3.3 Sujeito da pesquisa .......................................................................................................... 34

3.4 Coletas de dados............................................................................................................... 34

3.5 Instrumento de coleta de dados ...................................................................................... 34

3.6 Procedimento técnico ...................................................................................................... 35

4. RESULTADOS DA PESQUISA ...................................................................................... 36

4.1 Perfil socioeconômico das mulheres empreendedoras ................................................ 36

4.2 Características e perfil empreendedor .......................................................................... 40

5. A VIDA E O PERFIL DAS MULHERES EMPREENDEDORAS .............................. 46

5.1 Fatores motivacionais na escolha pelo empreendedorismo ......................................... 46

5.2 Trajetória e fatores e desfavoráveis na atividade empreendedora ............................. 50

5.3 Sugestões das empreendedoras para melhorar a atividade empreendedora no

município de Capanema ........................................................................................................ 54

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 56

REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 58

APÊNDICE ............................................................................................................................ 60

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1. INTRODUÇÃO

O crescimento gradativo do empreendedorismo com abertura de novos negócios por

todo o país traz à tona um aumento significante na discussão sobre o mesmo, assim como a

possibilidade de novas teorias serem estudadas e findadas. O presente estudo é desinente do

tema empreendedorismo feminino, história de vida e o perfil de mulheres gestoras de micro e

pequenas empresas no município de Capanema-PA. Este enunciado remete-se inicialmente às

diversas atividades de mulheres empreendedoras, que estão conquistando cada vez mais o

mercado em múltiplos ramos de atuação, despertando interesse e servindo como exemplar

para outras mulheres, que visam posteriormente iniciar novos negócios de maneira distinta.

Essas pessoas empreendedoras são diferenciadas, que possuem motivação singular,

não se contentam em ser mais um na multidão, querem se reconhecidas e admiradas,

referenciadas e imitadas, querendo sempre deixar seu legado. Uma vez que os

empreendedores estão revolucionando o mundo, seu comportamento é o próprio processo

empreendedor devem ser estudados e entendidos (DORNELAS, 2016).

Em um característico período de evolução, mas especificamente no século XX, o

mundo passou por várias transformações, que revolucionaram o estilo de vida das pessoas.

Dornelas (2016, p. 8) explana que “[...] por trás dessas invenções, existem pessoas ou equipes

com características especiais, visionários, que questionam, arriscam, querem algo diferente,

fazem acontecer e empreendem”.

Surgem mais empreendedores no mercado e eles tentam, mesmo diante da crise,

crescer em seus negócios. O empreendedorismo tem sido muito discutido no Brasil, seja, pelo

elevado índice de criação de empresas, ou pelo alto número de empresas que vão à falência, e

mais recentemente pelo alto índice de desemprego que afetou cerca de 70% de brasileiros. O

cenário econômico de incertezas, desemprego e miséria, leva a população brasileira a se

arriscar com o seu próprio negócio, como mostra os dados do Global Entrepreneurship

Monitor - GEM (2013, p. 4) onde “o Brasil em 2012 estava em 3º lugar entre os países mais

empreendedores do mundo, atingindo o nível mais elevado dos últimos 12 anos com 71% dos

empreendedores iniciais por oportunidade e 28% por necessidade”.

Ao arriscar-se em algo novo, além da abertura de uma empresa, onde se tem o

estímulo da economia, tem-se também uma pessoa com características que designam a mesma

como inovadora e realizadora, como um verdadeiro empreendedor. Em situações de crise

comumente se ouve falar em possibilidades que ajudem na solução desta problemática, de

certa forma o termo empreendedorismo ganhou espaço nas mídias, nos centros de pesquisa e

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na academia, como consequência de uma maior divulgação, ocorreu-se a popularização do

mesmo. Pode-se dizer que “o brasileiro é altamente possuidor do perfil empreendedor,

homens e mulheres dividem o comando dos novos negócios” (GEM, 2013, p. 5). 1

O termo “empreendedor” do francês entrepreneur – significa aquele que assume riscos

e começa algo inteiramente novo. O empreendedor é a pessoa que inicia ou dinamiza um

negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumido riscos e reponsabilidades e

inovando continuamente. Essa definição envolve não apenas os fundadores de empresas e

criadores de novos negócios, mas também os membros da segunda ou terceira geração de

empresas e criadores de novas gerações de empresas familiares e os gerentes

(LONGENECKER, et al, 1998).

O crescimento dos micro e pequenos empreendedores no Brasil é apontado em

diversas pesquisas. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa –

SEBRAE (2016, p. 3) “as Micro e Pequenas empresas vêm adquirindo, ao longo dos últimos

30 anos, uma importância crescente no país, sendo inquestionável o seu relevante papel

socioeconômico desempenhado”.

A participação da mulher tem aumentado relativamente, a mulher como provedora de

renda no âmbito familiar, teve um elevado passo a partir dos anos de 1970. Neto et al (2016,

p. 2) explicam que comumente a “[...] inserção feminina no mercado de trabalho não diminui

o papel da mulher como mãe, esposa e responsável pela administração do lar”. Exatamente

devido aos múltiplos papéis preenchidos na sociedade pela mulher, por querer se integrar do

mercado de trabalho, é muito complexa, mais do que o homem.

Chiavenato (2012 p. 5) ressalta que, o empreendedorismo reflete a prática de criar

novos negócios ou revitalizar negócios já existentes. Por isso, as atividades do empreendedor

são muitas vezes associadas à incerteza, principalmente quando o negócio envolve algo

realmente novo ou quando o mercado para o produto requer êxito.

Assim, os empreendimentos que estão ativos por parte das mulheres, estão cada vez

mais em ritmo crescente e isto evidencia que as mulheres estão dando início a novos negócios

num ritmo antecipado, ultrapassando a porcentagem de homens nessa mesma situação e

expandindo seus negócios em inúmeros países (LONGO et al, 2017).

O acentuado crescimento das empreendedoras enquanto agentes no contexto

socioeconômico, é mais que um dado estatístico: é o resultado histórico de um processo

evolutivo de quebra de paradigmas e preconceitos que até hoje se faz presente. O campo de

1 GEM, Global Entrepreneurship Monitor, 2013 mostra que o Brasil atingiu o nível mais elevado de

empreendedores por oportunidade dos últimos 12 anos.

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estudo do empreendedorismo feminino é relativamente novo e se reveste de muitas

complexidades, dado o seu caráter comportamental (LONGO et al, 2017).

Sobre essa realidade, o estudo tem como foco realizar uma analise primária referente

ao perfil de mulheres empreendedoras que estão à frente da gestão de micro e pequenas

empresas no município de Capanema, estado do Pará, analisando ainda, sobre suas histórias

de vida, e o que levaram essas mulheres a abrirem uma micro e/ou pequena empresa e entrar

para o mundo do empreendedorismo.

Diante do significativo aumento no número de empreendimentos, o que fomenta a

economia e tem participação direta com o desenvolvimento local, assim como a inserção da

mulher no mercado de trabalho e sua importância no contexto histórico-social, viu-se

necessidade de um aprofundamento sobre a temática bem como uma pesquisa referente à

participação da mulher no ramo do empreendedorismo local.

Dentro do contexto, buscar-se-á relatar a trajetória de vida de tais mulheres no que se

refere à motivação e início do processo de empreender, do mesmo modo que foi feita uma

definição do perfil empreendedor das referidas mulheres através de uma análise e relação da

coleta de dados com os estudos de diversos autores que compõem uma base para a presente

pesquisa.

O objetivo geral deste trabalho é traçar o perfil da mulher empreendedora no

município de Capanema-PA e demonstrar sob a perspectiva da mulher empreendedora, quais

são os entraves e dificuldades no decorrer do processo empreendedor.

Como objetivos específicos o trabalho visa: a) Identificar os fatores que levaram a

escolha pelo empreendedorismo; b) Demonstrar, sob a perspectiva da mulher empreendedora

no município de Capanema-PA quais são as dificuldades encontradas no decorrer do processo

de empreender; c) Evidenciar como tais dificuldades se relacionam entre os aspectos da vida

pessoal e profissional das mulheres.

Segundo Chiavenato (2004) “o empreendedor é a pessoa que inicia ou opera um

negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e

inovando continuamente”. Já para Dornelas (2008) “o empreendedor é aquele que faz as

coisas acontecerem, e antecipa os fatos e tem uma visão futura da organização”. Observado

tais definições para o perfil empreendedor, tem-se como objetivo deste projeto de pesquisa

associar tais definições com a característica singular da mulher em seus aspectos, e em como

esses aspectos da personalidade feminina se relacionam com o perfil profissional no ramo do

empreendedorismo por ela exercido.

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Vale, Serafim e Teodósio (2011), explicam que, as mulheres empreendedoras que

utilizam laços de proximidade para edificar uma base de apoio à atividade empreendedora,

tem a partir disto vantagens e benefícios no que se refere ao empreendedorismo. A partir

disto, podemos dizer que a mulher em sua singularidade tem uma maneira distinta de lidar

com os diferentes segmentos e problemáticas da vida.

Percebe-se assim, a necessidade do tema ser constantemente observado pela

comunidade científica, assim como demonstrar à essa comunidade a influência e os resultados

que a participação da mulher no mundo dos negócios tem mostrado. Além de ser um tema

comumente e necessário a se discutir, tanto a respeito do aspecto histórico, quanto o

econômico e social.

Longo et al (2017, p. 2) salientam que o empreendedorismo feminino é um assunto

levemente novo, tange em muita complexidade, oferecendo um caráter comportamental. No

contexto socioeconômico, o crescimento gradual das empreendedoras é muito mais que um

acessível dado estatístico.

As empreendedoras no Brasil estão quebrando paradigmas e principalmente

preconceitos, esse fato é consequência do cenário econômico de incertezas, desemprego e

miséria, leva a população brasileira a se arriscar com o seu próprio negócio, como mostra os

dados do Global Entrepreneurship Monitor - GEM (2013, p. 4) onde “o Brasil em 2012 estava

em 3º lugar entre os países mais empreendedores do mundo, atingindo o nível mais elevado

dos últimos 12 anos com 71% dos empreendedores iniciais por oportunidade e 28% por

necessidade”.

Surgem mais empreendedores no mercado e eles tentam, mesmo diante da crise,

crescer em seus negócios. O empreendedorismo tem sido muito discutido no Brasil, seja, pelo

elevado índice de criação de empresas, ou pelo alto número de empresas que vão à falência, e

mais recentemente pelo alto índice de desemprego que afetou cerca de 70% de brasileiros

(SEBRAE, 2016).

Mediante essa realidade, as perguntas problema que norteiam o presente estudo se

baseiam em: a) Como se caracteriza o perfil da mulher empreendedora no município de

Capanema-PA? b) Como as dificuldades e história de vida influenciam ao longo do processo

de empreender? c) De que forma essas mulheres relacionam os desafios profissionais com o

lado pessoal?

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Empreendedorismo

O termo “empreendedor” (derivado da palavra francesa entrepreneur) foi usado pela

primeira vez em 1725 pelo economista Richard Cantillon, que dizia ser entrepreneur um

indivíduo que assume riscos. Em 1814, o economista francês (Jean-Baptiste Say, 1767-1832)

usou a palavra para identificar o indivíduo que transfere recursos econômicos de um setor de

produtividade baixa para o setor de produtividade mais elevado (CHIAVENATO, 2012).

Durante a idade Média francesa, “empresário” designava simplesmente uma pessoa

que assumia uma tarefa. Pouco tempo depois, passou a designar uma pessoa corajosa, pouco

honesta, pronta para assumir os riscos financeiros. O enriquecimento pessoal e o êxito

comercial eram o único meio permitido àqueles que viviam à margem da sociedade (aqueles

que não se submetiam à ordem do clero e da nobreza), de instalarem-se em uma sociedade

muito hierarquizada e muito rígida. 2

Mendes (2015, p. 3) explica que na língua francesa, o emprego corrente das palavras

empresário e empresa e do verbo empreender datam aproximadamente do século XIV. Seus

equivalentes em língua seguram uma evolução paralela. Nos séculos XVI e XVII, o

propriamente à produção e geração de riqueza, o que o tronava um indivíduo pouco

recomendável.

Nesses tempos pré-capitalistas, o termo ainda não designava o fabricante nem o

vendedor ou o negociante, mas o ato pelo qual o monarca ou uma instituição pública ou semi

pública firmava um contrato com uma pessoa, afortunada ou qualificada, para construir um

prédio público qualquer. 3

Em síntese, o empresário era uma pessoa que firmava relação contratual com o

governo para execução de determinado serviço ou fornecimento de mercadorias. Daí decorre

certa exposição aos riscos financeiros, pois montante dos recursos alocados para a realização

dos trabalhos encomendados era fixado depois do início.

A partir do século XVIII, o sentido da palavra empresário torna-se geral e passa a

designar “aquele que empreende alguma coisa”, ou mais simplesmente uma pessoa muito

ativa que realiza diversas coisas ao mesmo tempo. Definido melhor, empreender, encarrega-se

do êxito de um negócio, de um artefato ou de uma construção (MENDES, 2015, p. 4).

2 EATWELL, John; MURRAY, Milgate; NEWMAN, Peter. O novo palgrave um dicionário de economia. New

York: Edição dos Autores, v. 2, 1988, p. 151-152. 3 FURUTIÉRE, A. Dicionário Universal. 1690, v. I, p. 951.

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19

O empreendedor era utilizado para descrever tanto um participante quanto um

administrador de grandes projetos de produção. Nos referidos projetos, esse indivíduo não

corria riscos, simplesmente administrava o projeto usando os recursos fornecidos, geralmente,

pelo governo do país. Um típico empreendedor da Idade Média era o clero, a pessoa

encarregada de obras arquitetônicas, como castelos e fortificações, prédio públicos, abadias e

catedrais, entre outros (MENDES, 2015, p. 4).

Portanto, indiferentes aos conceitos, o empreendedor é o ser ousado, sujeito a erros e

acertos, alegria e tristezas, críticas e elogios, comparações, decepções, inveja e perseguição,

quer na vida pessoal, quão na vida profissional. Não importa o quanto tenha conseguido

amealhar em determinado período de tempo, mas é o ser criativo, dinâmico, perspicaz,

otimista em todos os sentidos, cujos projetos de vida não tem como dar errado.

2.1.1 Empreendedorismo no Brasil

“O empreendedorismo no Brasil iniciou sua forma da década de 1990, quando a

empresa como SEBRAE e a Sociedade Brasileira para a Exportação de Sofware (Softex)

foram criadas” (DORNELAS, 2016. p. 15).

A partir desta época o conceito de empreendedorismo no país começou a se difundir

no âmbito da sociedade globalizada, onde segundo o autor, “a ênfase do empreendedorismo

surge como consequência das mudanças tecnológicas e sua rapidez”. O Brasil está passando

por um turbilhão de mudanças nos aspectos políticos, econômicos e sociais, onde para

Dornelas (2016, p. 10):

“[...] o momento atual pode ser chamado de era do empreendedorismo, pois são os

empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando

distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas

relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza

para a sociedade” (DORELAS, 2016, p. 10).

Mas para a melhor compreensão sobre o termo “empreendedorismo”, trazemos a

contribuição de alguns autores que trazem dentre suas interpretações a associação da palavra

com os elementos: ideia, riscos, oportunidades, habilidades específicas, entre outros.

Segundo Chiavenato (2005, p. 5) “[...] o termo empreendedor procede da palavra

francesa entrepreneur utilizada pela primeira vez em 1725, pelo economista Richard

Cantillon. Ele utilizou o termo para se referir ao indivíduo que assume riscos”.

Logo, para o autor “[...] uma pessoa empreendedora, é aquela pessoa que consegue

fazer as coisas acontecerem, pois são dotados de sensibilidade para os negócios, tino

financeiro e capacidade de identificar oportunidade” (CHIAVENATO, 2005, p. 5).

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“[...] O empreendedorismo é um processo uma cadeia de eventos e atividades que

ocorrem ao longo do tempo em alguns casos, períodos consideráveis de tempo. Ele começa

com uma ideia para algo novo muitas vezes, um novo produto ou serviço” (BARON;

SHANE, 2007, p. 5).

O conceito de empreender a partir da criação de algo novo remete ao elemento

inovação ou a criatividade de alguém em desenvolver algo voltado para a solução de um

problema, ou seja, a um perfil específico de pessoa no qual se concentram algumas

características peculiares.

O termo “oportunidade” associado ao conceito de empreendedorismo foi mencionado

por Shane (2000).

[...] O empreendedorismo, como uma área de negócios, busca entender como

surgem as oportunidades para criar algo novo (novos produtos ou serviços, novos

mercados, novos processos de produção ou matérias-primas, novas formas de

organizar as tecnologias existentes); como são descobertas ou criadas por indivíduos

específicos que, a seguir, usam meios diversos para explorar ou desenvolver essas

coisas novas, produzindo assim uma ampla gama de efeitos (SHANE; apud

BARON; SHANE, 2007, p. 6).

A inovação e a criação de novos produtos remetem os empreendedores aos riscos, pois

não é possível ter certeza do sucesso dos novos empreendimentos. Assim, segundo

Chiavenato (2005, p. 7) “é característica de todo empreendedor assumir riscos, ter

responsabilidades, inovar, identificar e aproveitar oportunidades de negócios, para obter

sucesso no mercado econômico tão concorrido”. Na figura 1, apresentam-se três principais

características de um empreendedor.

Figura 1- Três características de um empreendedor

Fonte: Elaboração autora, 2019 com base em Chiavenato, 2005.

Chiavenato (2005, p. 7), explica que “[...] A autoconfiança é fundamental, quem

possui autoconfiança sente que pode enfrentar os desafios que existem ao seu redor e tem

domínio sobre os problemas que enfrenta”. Com relação à necessidade de realização é um

ponto chave do pensamento do autor, ao fato de que:

AUTOCONFIANÇA

EMPREENDEDOR

NECESSIDADE DE

REALIZAÇÃO

DISPOSIÇÃO PARA

ASSUMIR RISCO

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“[...] as pessoas apresentam diferença individual quanto à necessidade de realização,

existem aquelas com pouca necessidade de realização e que se contentam com o

status atual” Mas, as pessoas com alta necessidade de realização gostam de competir

com certo padrão de excelência e preferem ser pessoalmente responsável por tarefas

e objetivos que atribuíram a si próprio (CHIAVENATO, 2005, p. 7).

Portanto, a terceira característica é o risco, que o empreendedor assume ao iniciar seu

próprio negócio. “[...] A disposição para assumir riscos, é uma característica de um bom

empreendedor, mas, nem todo empreendedor busca um novo objetivo ou meta na sua vida.

Existem pessoas que entram em negócios para escapar de algum fator ambiental”

(CHIAVENATO, 2005, p. 8).

2.1.2 Empreendedorismo local

Capanema está distante 160 km de Belém pela rodovia BR 316. É um dos municípios

mais desenvolvidos da Região Bragantina do Nordeste Paraense. Uma das principais

atividades econômica do município é a fabricação de cimento, sendo a fábrica de cimento

Nassau a primeira do estado do Pará.

Capanema é a cidade que possui melhor desenvolvimento econômico da Região

Bragantina, isso pode ser comprovado pelo PIB e pela renda per capita que está acima da

média regional (IBGE, 2017).

Sobre esse contexto, observa-se que as empreendedoras do município de Capanema se

destacam pela característica de proatividade na tomada de decisão e são dedicadas,

disciplinadas e persistentes, chegando a se sacrificarem para atingir as metas do seu

empreendimento.

Procuram ter conhecimento profundo das necessidades dos clientes e do ramo de

atuação, buscando criar valores para o negócio e satisfazer os seus clientes. A respeito destas

características destaca-se a visão de Leite (2012), que relata que a mulher empreendedora

acredita em sua mjiu78habilidade de realização e tem confiança para tentar uma carreira

independente, gerindo seus próprios negócios, confirmando assim os resultados obtidos nestas

entrevistas.

As mulheres empreendedoras da cidade de Capanema, Pará, também chamaram

atenção para fatores pessoais que apresentam características semelhantes como necessidade

de crescer e atingir os objetivos para obtenção de melhores resultados, autoconfiança,

iniciativa e autocontrole. Além de serem pacientes e terem a capacidade de trabalhar em

equipe.

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De certo ainda existe um preconceito referente às mulheres no mercado de trabalho,

principalmente frente ao negócio, no entanto o crescimento do número de mulheres que atuam

nos mais diversos empreendimentos, contribuem diretamente com a economia local, e

apresentam uma participação significativa no crescimento da atividade empreendedora no

município de Capanema-PA, que tem destaque no que se refere à constante abertura de novos

micro e pequenos empreendimentos (LEITE, 2012).

2.1.3 O empreendedor ideal

Nos dias atuais é evidente a importância de destacar as características e proporcionar a

criação de condições favoráveis para auxiliar os empreendedores na busca pela continuidade e

êxito em seu empreendimento, como forma de ocasionar condições favoráveis para a sua

permanência no cenário socioeconômico, que são qualificação profissional principalmente em

gestão, facilitar o microcrédito para os empreendedores, políticas públicas direcionadas para o

profissional e leis adequadas para os empreendedores (MENDES, 2015).

Gomes (2017) ressalta que, uma das proposições principais da mentalidade

empreendedora é que, para construir um negócio bem-sucedido, liderar pessoas e promover o

bem-estar dos clientes através de qualidade dos produtos e serviços oferecidos, é necessário

fazê-lo a partir do exemplo pessoal, baseado em princípios, valores, virtudes, atitudes e

condutas positivas.

O empreendedor ideal é um integro e a integridade pressupõe autoridade moral,

sustentação básica da liderança, ética adotada pelos empreendedores. A sociedade é pouco

disposta a tolerar diferenças de comportamento a partir de único ser, o ser integral.

Portanto, conforme explica Mendes (2015, p. 45) “[...] dentre dos principias valores

adotado pelos empreendedores para o estabelecimento de um modelo de vida, condizente com

a sua forma de pensar e agir”. O sucesso do empreendedor depende tão somente de um

conjunto de habilidades, características, valores e virtudes que não podem ser adotados de

maneira excludente no trabalho ou fora dele.

Os empreendedores são seres peculiares, visto que, destacam-se pelas muitas

qualidades que possuem, as principais são a capacidade de ter boas ideias e ter coragem de

coloca-las em prática, mesmo sem ter a certeza de que será bem-sucedido.

Outro ponto forte é que um empreendedor não se contenta com as dificuldades

encontradas no meio do caminho, pois é persistente e sempre buscar meios de ultrapassá-las e

seguir adiante até alcançar o sucesso de seu empreendimento e de sua vida profissional,

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muitas das vezes as dificuldades são vistas como motivação para conquistar o que almejam

(MENDES, 2015).

2.1.4 O plano de negócios

Um dos grandes desafios dos micro e pequenos empresários é o plano de negócio, uma

das primeiras perguntas que vem na cabeça é “por onde devo começar?”. É importante

compreender que o planejamento de uma organização envolve tantas informações, como

planejamento e suas ações, análise de mercado, fontes secundárias de pesquisa, concorrentes,

plano de marketing, entre outros aspectos importantes.

Dolabela (2008, p. 299) ilustra que “[...] Ser dono do próprio negócio é um sonho

comum a grande parte dos brasileiros”. Seja qual for a natureza do empreendimento, as

pessoas investem tempo, energia e dinheiro em projetos que muitas vezes nem saem do papel.

Isso ocorre com muita frequência, devido duas principais vertentes a falta de

planejamento com plano de negócios e principalmente porque no Brasil, não se vê muita

importância em desenvolver o potencial empreendedor da população.

2.2 Características do perfil empreendedor

Um empreendedor consegue fazer as coisas acontecerem por ser dotado de

sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar e aproveitar

oportunidades, nem sempre claras e definidas. Com esse arsenal, transformam-se ideias em

realidade para benefício próprio e para o benefício da sociedade e da comunidade. Por ter

criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e

perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, habilitam-no a transformar uma

ideia simples em algo que produza resultados concretos e bem-sucedidos no mercado

(CHIAVENATO, 2012, p. 8).

Muitos empreendedores apresentam certas características, como traços de lideranças,

embora as teorias baseadas em traços de personalidades estejam sendo criticadas por falta de

validade. Isto é, os empreendedores sabem trabalhar com equipe e não apenas com

indivíduos.

As características do perfil de um empreendedor são: Autoconfiança; Necessidade de

realização; Disposição para assumir risco. De acordo com Chiavenato (2005, p. 7) “[...] A

autoconfiança é fundamental, quem possui autoconfiança sente que pode enfrentar os desafios

que existem ao seu redor e tem domínio sobre os problemas que enfrenta”.

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Com relação à necessidade de realização, é um ponto chave do pensamento do autor,

ao fato de que:

“[...] as pessoas apresentam diferença individual quanto à necessidade de realização,

existem aquelas com pouca necessidade de realização e que se contentam com o

status atual” Mas, as pessoas com alta necessidade de realização gostam de competir

com certo padrão de excelência e preferem ser pessoalmente responsável por tarefas

e objetivos que atribuíram a si próprio (CHIAVENATO, 2005, p. 7).

A terceira característica é o risco, que o empreendedor assume ao iniciar seu próprio

negócio. “[...] A disposição para assumir riscos, é uma característica de um bom

empreendedor, mas, nem todo empreendedor busca um novo objetivo ou meta na sua vida.

Existem pessoas que entram em negócios para escapar de algum fator ambiental”

(CHIAVENATO, 2005, p. 8).

Para entender o comportamento de um empreendedor é necessário ter conhecimento e

saber distinguir suas características próprias, afinal, são elas que os diferenciam dos demais,

os tornando seres tão interessantes.

No que tange ainda, sobre o perfil empreendedor, o autor explica que:

[...] A tentativa de rotular o perfil do empreendedor e definir os traços comuns

àqueles que empreendem não é recente. Há décadas os pesquisadores se debruçam

sobre dados das mais variadas fontes com o objetivo de identificar o que pensa e

como age o empreendedor (DORNELAS, 2018, p.33).

O perfil do empreendedor pode mudar, ser formatado ou aperfeiçoado de acordo com

suas vivencias em ambientes como: a escola, a universidade, a empresa, a sociedade e o

ambiente familiar. De modo, que as experiências adquiridas nesses contextos possam moldar

seu perfil, e se esse ambiente tiver relação com o empreendedorismo as chances de progredir

serão bem maiores (DORNELAS, 2018).

Com base no autor, os empreendedores são pessoas que possuem características

próprias que os ajudam a se sobressair dos demais, com ideias inovadoras que em na maioria

das vezes são muito boas e tem grande chance de darem certo. São aqueles que conseguem

pensar adiante, e usam a criatividade, que por sua vez é necessário que seja bem

desenvolvida, para criar empreendimentos ou produtos inovadores e assim conquistar

mercado e bons resultados econômicos mantendo a empresa competitiva.

Assim, é possível identificar os empreendedores por meio das características próprias

que eles possuem que faz com que esse diferencial seja uma vantagem competitiva para que a

sua empresa tenha sucesso.

“[...] o empreendedor consegue fazer as coisas acontecerem por ser dotado de

sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar e

aproveitar oportunidades, nem sempre claras e definidas. Com esse arsenal,

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transforma ideias em realidade para benefício próprio e para o benefício da

sociedade e da comunidade” (CHIAVENATO, 2012 p. 8).

Nesse contexto, são definidos os principais atributos dos empreendedores que os

fazem serem bem-sucedidos em seus projetos, porém nos destaca que é necessário que eles

tenham os recursos, ou seja, precisam ter dinheiro disponível para poder custear seus projetos.

Chiavenato (2012) também nos coloca sobre os empreendedores:

“[...] por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demostra

imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, habilitam-no

a transformar uma ideia simples em algo que produza resultados concretos e bem-

sucedidos no mercado” (CHIAVENATO, 2012 p, 8).

Os empreendedores são capazes de ter ideias inovadoras ou melhorar as ideias

existentes conseguindo conquistar mercado para que venha a ser bem-sucedido em seu

empreendimento.

Chiavenato (2012) explica algumas das características que os empreendedores

possuem, conforme demostrado no quadro 1.

Quadro 1- Característica dos empreendedores

A visão empreendedora em grande parte é apoiada por um conjunto interligado de ideias

próprias e especificas novas no mercado.

Tem uma abordagem geral clara, porém seus detalhes ainda não estão definidos, e os

questionamentos tendem a surgir com a prática.

Os empreendedores criam perspectivas sempre com muita paixão e alegria.

Os empreendedores por ter uma visão entusiástica, conseguem contagiar os colaborardes

com sua alegria.

Com muita persistência e dedicação os empreendedores são capazes de gerar estratégias

para realizarem suas visões.

Os empreendedores por gostarem de assumir riscos, colocam-se a prova e assumem a

responsabilidade inicial em pôr sua visão para permitir que ela seja um sucesso.

A pesar de gostar de assumir riscos os empreendedores fazem isso com sensatez, sempre

analisando os custos, o mercado, os clientes e buscando sempre conquistar aliados para o

empreendimento.

Sempre com pensamento positivo os empreendedores são os maiores tomadores de decisão.

Fonte: Elaboração autora, 2019 com base em Chiavenato, 2012

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Conhecer as características de um empreendedor é primordial para o norteamento do

empreendimento, no entanto, o sucesso está relacionado a diversos fatores, um deles é saber

identificar as oportunidades e aproveitar-se delas no momento certo, a qual é umas das

características mais significativa do empreendedor (DORNELAS, 2018).

Nesse contexto, Dolabela (1999) ressalta que:

[...] Um dos principais atributos do empreendedor é identificar oportunidades,

agarra-las e buscar os recursos para transforma-las em negócio lucrativo. Não é

indispensável que ele possua os meios necessários à criação de sua empresa. Mais

deve ser capaz de atrair tais, recursos, demonstrando o valor do seu projeto e

comprovando que tem condições de torna-lo realidade. (DOLABELA, 1999, p. 45).

O empreendedorismo deve conduzir a economia, com a finalidade de geração e

distribuição de riquezas e desenvolvimento social. De modo, que os empreendedores são

capazes de se manter confiantes diante de situações de tentativas e possíveis erros, na maioria

dos casos podem ser levados como aprendizado para ser usado a favor em momentos

oportunos (DORNELAS, 1999).

2.3 O empreendedorismo feminino

O empreendedorismo feminino vem se destacando nos últimos anos, tomando forma

mais ampla dos negócios, acredita-se que hoje que o empreendedor seja o “motor da

economia”, um agente de mudanças.

As mulheres empreendedoras não são somente fundadoras de novas empresas, são

construtoras de novos negócios ou consolidadoras e impulsionadoras de negócios atuais. Elas

são muito mais do que isso, pois proporcionam a energia que move toda a economia, alavanca

as mudanças e transformações, produz a dinâmica de novas ideias, criam empregos e

impulsionam talentos e competências. Além de tudo, elas localizam e rapidamente

aproveitam as oportunidades que aparecem ao acaso e sem pré-aviso, antes que outros

aventureiros o façam (DORNELAS, 2016).

O empreendedorismo não é ainda uma ciência, embora esteja entre as áreas em que

mais se pesquisa e se publica. Isso quer dizer que, por enquanto, não existem paradigmas,

padrões que possam, por exemplo, garantir que, a partir de certas situações ou circunstancias,

haverá um empreendedor de sucesso (DOLABELA, 2008, p. 29).

Mediante esse contexto, as mulheres empreendedoras são um fenômeno que está

ganhando um espaço cada vez mais atuante no mercado competitivo, quebrando tabus, e

contribuindo de maneira direta com economia onde atua. Pode-se dizer que são mulheres

determinadas, por suas práticas e valores das mulheres em si, características pessoais

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femininas que as permitam lidar, por exemplo, com mais de uma tarefa em um mesmo

momento.

Segundo Dolabela (2008, p. 29) explica que “as pessoas aprendem a ser

empreendedoras no convívio com outros empreendedores, em um clima em que ser dono do

próprio nariz, ter um negócio é considerado algo muito positivo”.

Portanto, faz-se necessário a busca pelo conhecimento e entendimento das principais

motivações e exemplos que fazem com que pessoas, como essas mulheres, optem pelo

empreendedorismo, assim como o conhecimento das estratégias de gestão adotadas pelas

empreendedoras que são justificadas pelas exigências do mercado atuante, e requisitando

dedicação ao negócio para ser manter sempre ativas no mercado.

2.3.1 A inserção da mulher no mercado de trabalho

Desde o início da sociedade, até atualmente, a mulher lamentavelmente sofre com o

preconceito e discriminação, dificultando sua atuação no mercado profissional. Neto et al

(2016, p. 1) esclarece que “[...] a posteridade registrou fatos impressionantes que oprimiram a

mulher durante muitos anos e afugentaram seus sonhos e aspirações, oferecendo-lhe um

espaço restrito e limitado à prática doméstica”

O reconhecimento da mulher no mercado de trabalho iniciou-se com a I e II Guerras

Mundiais. Neto et al (2016, p. 1) “[...] Os homens iam para as batalhas e as mulheres

assumiam os negócios da família, consequentemente a posição de seus maridos no mercado,

quando a guerra acabou, muitos homens haviam morrido, e os que sobreviveram, devido as

consequências da guerra ficaram incapazes de trabalhar.”

Sobretudo, veio a necessidade das mulheres deixarem seus lares, filho, justamente para

ajudar nas despesas, como uma forma de sobrevivência.

Constituindo um movimento social de veemência de ambas os lados como indústria e

mulheres. A mulher passou por uma longa jornada, na buscar para aceitação ao mercado de

trabalho, onde não foi fácil tentar quebrar o paradigma da sociedade, registrado pelo

preconceito e dificuldade, as mulheres trabalhavam horas por dia.

[...] Apesar da discriminação sofrida pelas mulheres no mercado de trabalho, elas

derrubaram preconceitos, criaram sua própria rotina de trabalho fora do limite

doméstico. No século XIX, com a consolidação do sistema capitalista inúmeras

mudanças ocorreram na produção e na organização do trabalho feminino. Com o

desenvolvimento tecnológico e o intenso crescimento da maquinaria, boa parte da

mão-de-obra feminina foi transferida para as fábricas (NETO et al, 2016, p. 1).

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A partir desse momento, algumas leis incidiram para o benefício das mulheres. No

século XIX, as mulheres eram empregadas em número crescente nas indústrias brasileiras,

especialmente as têxteis, sendo que seus salários ainda estavam muito abaixo dos já pequenos

vencimentos pagos aos homens. “[...] No Brasil, as primeiras profissões exercidas pelas

mulheres foram enfermeiras, secretárias e professoras, as quais se mantêm com grande

participação feminina até hoje” (NETO et al, 2016, p. 1). Portanto, no decorrer desse processo

de inserção da mulher no campo profissional, muitos problemas consistiram tais como,

aceitação e preconceito.

Por meio da análise histórica a mulher vem ganhando seu espaço na sociedade pouco a

pouco fazendo com que o paradigma de que as mulheres eram apenas vistas como donas de

casa fossem modificados, assim fazendo com que as mulheres começassem a ganhar seu

espaço a partir da conquista de um dos seus primeiros direitos adquiridos, que foi o direito de

votar em 1917.

Em relação à inserção da mulher no mercado de trabalho, Neto et al (2016) afirma

que:

[...] A entrada da mulher no mercado de trabalho foi tardia e se constituiu em uma

verdadeira batalha, sendo que esta conquista deve ser renovada quase que

diariamente. Diversos são os relatos, em pleno século XXI, de dificuldades e

diferenças entre gêneros, quanto às características, personalidade, perfil, modo de

ser, de agir e de sentir, dentre tantos outros aspectos (NETO et al, 2016, p. 1).

Nos dias atuais as mulheres sofrem dificuldades e são descriminadas no mundo dos

negócios como, por exemplo, diferenças salariais, menor credibilidade pelo fato do mundo

dos negócios ser considerado predominantemente masculino, dificuldades para conseguir

empréstimos e financiamentos pelos bancos, preconceito de gênero, dupla jornada de

trabalho, necessidade de cuidar da família e outros fatores (NETO et al, 2016, p. 1).

Percebemos que as mulheres estão ganhando mais espaço no mundo dos negócios e

que estão começando a se destacar entre os homens. Alguns fatores contribuem para que esse

percentual cresça e por muitas vezes, as mulheres demonstram habilidades específicas e

inerentes ao gênero feminino para abrir e consolidar empresas no mercado.

Portanto, as mulheres têm buscando novos desafios, como a criação de suas próprias

empresas, na maioria das vezes micro e pequenas empresas a qual dominam uma parcela

significativa em relação a emprego e renda, se tornando necessário em países em

desenvolvimento como o Brasil (NETO et al, 2016, p. 1).

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2.4 Organização e perspectiva de um empreendedor

O empreendedor não é apenas uma pessoa que abre uma empresa, é na verdade um

criador de novos negócios ou quem impulsiona os negócios já existentes, indo muito além,

prevendo a energia que move a economia, impulsiona as mudanças e transformações, elabora

e põe em pratica novas ideias, gera empregos e renda e descobre novos talentos. Pode ser

dizer que ele é ainda mais que isso, “ele é quem fareja, localiza e rapidamente aproveita as

oportunidades fortuitas que aparecem ao acaso e sem pré-aviso, antes que outros aventureiros

o façam (CHIAVENATO, 2012).

O empreendedor enfrentará problemas multifacetados e cada vez mais complexos do

que os anteriores, e sua atenção será disputada por eventos e grupos de influência situados

dentro e fora da organização, que lhe proporcionarão informações contraditórias e

complicarão seu diagnóstico perceptivo e sua visão dos problemas a resolver (GOMES,

2017).

Nesse contexto, nos dias atuais o empreendedor vem tomando espaço no mercado,

acompanhando as mudanças relativas contemporâneas. Assim, vale ressaltar que nos

próximos anos, o mundo verá o fim da forma organizacional de hoje (basicamente

burocrática, ainda predominante em muitas organizações) e o surgimento de novas formas

mais adequadas às demandas da era pós-industrial (CHIAVENATO, 2012).

Essa previsão se baseia nos seguintes aspectos: Mudanças rápidas e inesperadas no

mundo dos negócios, no campo do conhecimento e em relação ao crescimento populacional,

impondo novas e crescentes necessidades que as atuais organizações não tem condições de

atender.

Gomes (2017) explica que, esse crescimento e expansão das organizações complexas e

globalizadas. Surgimento de atividades complexas que exigem pessoas com competências

diversas e envolvem coordenações e atualização constante em função das rápidas mudanças e

transformações. Quando isso ocorre, a tarefa administrativa será incerta e desafiadora, pois

deverá envolver uma infinidade de variáveis, mudanças e transformação carregadas de

ambiguidade e incertezas.

Essas exigências, e desafios e expectativas sofrem mudanças que ultrapassam a

capacidade de compreensão e tendem a aumentar com a inclusão de novas variáveis à medida

de que o processo se desenvolve, criando uma turbulência que perturba e complica a tarefa

administrativa de planejar, organizar, dirigir e controlar uma organização eficiente e eficaz.

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O futuro parece complicar cada vez mais essa realidade, pois vários fatores deverão

provocar profundos impactos sobre as organizações, como:

Crescimento das organizações: as organizações bem sucedidas tendem a crescer em

tamanho e recursos, expansão de mercado e maior volume de operações. O crescimento em

decorrência inevitável do êxito organizacional. Á medida que a organização cresce, ocorre

uma subdivisão interna (divisão do trabalho), especialização dos órgãos e maior necessidade

de coordenação e integração das partes envolvidas para garantir eficiência e eficácia

(CHIAVENATO, 2012).

O mundo dos negócios caracteriza-se por mudanças rápidas e frequentes. Para

acompanhar essas mudanças os empreendedores generalistas, dotados de habilidades

genéricas, terão perspectivas mais promissoras do que os empreendedores especialistas,

concentrados em poucas e estreitas habilidades gerenciais. As organizações necessitarão, cada

vez mais, de estrategistas, e não apenas de especialistas.

Assim, a concorrência mais aguda: à medida que aumentam os mercados e negócios,

crescem também os riscos. O produto ou serviço que demonstra ser melhor ou superior será o

mais procurado. Desenvolver produtos exigirá maiores investimentos em pesquisa e

desenvolvimento, novas tecnologias, dissolução de velhos departamentos e criação de novos,

buscas por novos mercados e necessidades de competir para sobreviver e crescer.

Segundo Biagio (2013) explica que a sofisticação da tecnologia: As telecomunicações,

a computação e a logística estão fazendo com que as organizações intercionalizem (trocas

econômicas) suas operações. A tecnologia proporciona maior eficiência e precisão e libera

atividade humana para tarefas mais complicadas, que exigem planejamento e criatividade.

Ela também introduz processos e instrumentos que causam fortes impactos sobre as

organizações. A tecnologia da informação (TI) está rapidamente trazendo profundas

mudanças e inovações modelos de negócios, facilitando comunicações e transações,

proporcionando redes de negócios e interações e favorecendo o surgimento cada vez mais

intenso de organizações virtuais, virtuais altamente flexíveis e maleáveis, que não requerem

as dimensões tradicionais de espaço e de tempo (BIAGIO, 2013).

Taxas elevadas de inflação: os custos de energia, de matérias-primas, do trabalho

humano e do dinheiro estão se elevando. A inflação exige maior eficiência na administração,

para que as organizações, que deverão lutar lucro e sobrevivência através da inovação e maior

produtividade (BIAGIO, 2013). Globalização da economia: internacionaliza os negócios e

cria subsidiárias para abranger territórios estrangeiros. A globalização e o intercâmbio entre

países fazem com que a competição se torne globalizada e mundial.

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Visibilidade maior das organizações: As organizações são cada vez mais competitivas,

sofisticadas e internacionalizadas e, assim, aumentam sua influência ambiental.

Isso faz com que chamem a atenção e sejam visíveis e percebidas pela opinião pública. A

visibilidade da organização a capacidade de chamar a atenção de clientes, concorrentes,

governo- pode ocorrer de maneira positiva (imagem favorável da organização perante o

público) ou negativa (imagem desfavorável). Influência da tecnologia da informação: a (TI)

está, rapidamente, trazendo profundas mudanças e inovações nos modelos de negócios,

facilitando comunicações e transações, proporcionando redes de negócios e interações e

favorecendo o surgimento cada vez mais intenso de organização virtual.

Todos esses desafios trarão, como consequência, a administração da mudança e da

incerteza. Mudanças rápidas e bruscas, competição, desenvolvimento tecnológico, inflação,

internacionalização, visibilidade e interferência da opinião pública farão com que as

organizações passem a lidar não mais com previsibilidade, continuidade e estabilidade, mas

com imprevisibilidade, descontinuidade e estabilidade.

A conversão da tecnologia em produto ou serviço disponível para o consumo é cada

vez mais rápida. Com isso, serão criadas empresas com estruturas organizacionais inovadoras

e adequadas a essas tecnologias, que tornarão absoluta as grandes organizações existentes.

Da economia nacional para a economia mundial: o mundo tornou-se um enorme

ambiente, um mercado único, um centro de compras global. Passamos de uma economia

internacional para uma economia mundial: A globalização faz com que os países deixem de

atuar em termos de mercados internos para se tornarem negócios internacionais. O produto ou

serviço que demostra ser superior, mais avançado, seguro, desejável, será o mais procurado

em qualquer lugar do mundo (GOMES, 2017).

Isso traz um novo sentido de urgência para a criação e desenvolvimento de produtos e

serviços e para isso, maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Do curto prazo

para o longo prazo: o empreendedor do passado era orientado para se concentrar no curto

prazo: fazer o trimestre atual a ser melhor do que o anterior. Esse estilo de atuação contrasta

com o estilo japonês, no qual a visão de longo alcance é que orienta as ações cotidianas, ou

seja, a orientação estratégica é que norteia o dia das operações, e não o contrário

(CHIAVENATO, 2012).

A passagem da democracia representativa, na qual a população escolhe pelo voto

quem irá representa-la no processo decisório da vida política do país para a democracia

participativa na qual as pessoas são consultadas sobre suas opiniões expectativas e convicções

– é um dado importante para a realidade de muitos países e de suas organizações, Planos

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empresariais de previdência privada, assistência médico-hospitalar, seguro de vida e acidentes

pessoais passam a ser suporte e complemento aos benefícios do estado. Nessas condições, a

administração das organizações torna-se uma das tarefas mais difíceis e complexas

(CHIAVENATO, 2012).

A ênfase pragmática nas técnicas e no modo de desempenhar funções utilizando

fórmulas e receitas universais de gerência já conhecidas pelo sucesso, sem visualizar cada

nova e diferente situação, não basta. Mais importante do que a terapêutica é o diagnóstico

correto; mais importante do que saber como fazer é saber o que fazer (CHIAVENATO,

2012).

A essência fundamental da administração contemporânea reside na visão estratégica

de cada atividade, situando-as em um contexto ambiental mais amplo e que se modifica a

cada momento. Essa essência deve ser enquadrada nos planos de um empreendedor.

Portanto, a perspectiva do empreendedor não é absoluta ou definitiva: tudo e relativo e

depende da situação, do momento a dos objetivos a atingir.

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3. METODOLOGIA

Neste tópico serão abordados os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa,

além dos dados para análise do estudo. Para Silva (2010, p. 13), “Entende-se metodologia

como o estudo do método para se buscar determinado conhecimento”.

Relativamente aos aspectos metodológicos encontrados na literatura, é importante

seguir uma linha lógica de raciocínio, com critérios bem definidos, de acordo com as

abordagens, técnicas e métodos de pesquisa.

3.1 Local da pesquisa

O estudo foi procedido no Município de Capanema pertence à Mesorregião do

Nordeste Paraense e à Microrregião Bragantina. A sede municipal tem as seguintes

coordenadas geográficas: 01º 11’ 45” de latitude Sul e 47º 10’ 51” de longitude a Oeste de

Greenwich (FAPESPA, 2016).

Figura 2- Localização da área do estudo, município de Capanema, estado do Pará

Fonte: Imagem: Google Maps, 2019

O município de Capanema, estado do Pará, em seu cenário atual, para micro e

pequenas empresas, principalmente para mulheres empreendedoras, que estão à frente dos

negócios. O estudo foi desenvolvido no Centro da cidade, onde fica a maior concentração de

mulheres atuantes como empreendedoras.

3.2 Tipo de pesquisa

A pesquisa foi de natureza exploratório-descritiva, segundo Marconi, Lakatos (2003),

explicam que este tipo de pesquisa são realizada por meio de leituras de publicações, livros e

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afins se buscaram tratar de forma clara, objetiva e aprofundada o assunto empreendedorismo

no aspecto geral e regional, tratado como estudo de caso além da participação da mulher neste

segmento. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica que serviu como referencial teórico que

proporcionou um melhor entendimento da importância da mulher no contexto histórico e

social, assim como fundamentou uma base para a análise dos dados coletados.

A pesquisa teve como método qualitativo e quantitativo a forma de análise e

tratamento dos dados. Dados estes que foram coletados por meio de entrevista diretamente

com as proprietárias dos empreendimentos, sendo aplicados também questionários

semiestruturados com perguntas abertas e fechadas, aos quais foram respondidas por 20

gestoras de micro e pequenas empresas do município de Capanema, estado do Pará.

3.3 Sujeitos da pesquisa

O público alvo da pesquisa são 20 mulheres empreendedoras que tomam a frente da

gestão dos mais diversos segmentos de negócio na cidade de Capanema estado do Pará, dentre

eles empreendimentos do ramo de confecções, lanchonetes, farmácias, material escolar,

malharias, entre outras. Foi executada uma pesquisa de campo junto a essa amostra de

mulheres gestoras e/ou proprietárias de micro e pequenas empresas alocadas no município de

Capanema- Pa.

3.4 Coletas de dados

A pesquisa terá como método qualitativo e quantitativo a forma de análise e

tratamento dos dados, como estudo de caso. Dados estes que foram coletados feito uso de um

formulário por meio de entrevista diretamente com as proprietárias dos empreendimentos,

assim como foram aplicados também questionários semiestruturados com perguntas abertas e

fechadas, aos quais foram respondidas por 20 gestoras de micro e pequenas empresas do

município de Capanema, estado do Pará.

3.5 Instrumento de coleta de dados

O instrumento de coleta de dados está sujeito ao objetivo que se pretende alcançar. A

entrevista foi padronizada, pois pretendeu saber como e porque algo ocorre, através de

perguntas simples respondidas dentro de um diálogo informal, não existindo um roteiro,

apenas questionamentos constantes na medida em que fez-se necessários esclarecimentos para

o alcance do objetivo.

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Roesch (1999) explica que, nas pesquisas qualitativa e quantitativa são os processos

de coleta de análise, ambas estão relacionadas, pois o modo como os dados são coletados

define o tipo de análise que é possível realizar.

3.6 Procedimento técnico

Os procedimentos técnicos no qual o trabalho se enquadrou, como sendo uma

pesquisa bibliográfica, e estudo de caso. Assim, para obter informações para a realização do

estudo de caso, foi aplicado um questionário semiestruturado para 20 (vinte) mulheres

gestoras de micro e pequenas empresas residentes do município de Capanema, estado do Pará.

Para Beuren (2006, p. 67) “a metodologia da pesquisa é definida com base no

problema formulado, o qual pode ser substituído ou acompanhado da elaboração de

hipóteses”. São as estratégias do trabalho, mostrando como foi realizada a pesquisa, com seus

objetivos, abordagens do problema e procedimentos.

A pesquisa foi de natureza exploratória Silva (2015), esclarece que, esse tipo de é

realizada, por meio de leituras de publicações, livros e periódicas, afim de buscar tratar de

forma clara, objetiva e aprofundada do assunto empreendedorismo feminino no aspecto

regional, além da participação da mulher neste segmento. Foi realizada uma pesquisa

bibliográfica que serviu como referencial teórico que proporcionou um melhor entendimento

da importância da mulher no contexto histórico e social, assim como fundamentar uma base

para a análise dos dados coletados.

A pesquisa exploratória apresenta como objetivo primordial a exploração das

características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre

variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas

características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de

dados (RICHARDSON, 2008, p.71).

Ainda referente à natureza da pesquisa exploratória, apresenta como intuito explorar

as características de determinada população ou fenômeno. Richardson (2008, p.71) cita que:

“Os estudos de natureza exploratória propõem-se a investigar o “que é”, ou seja, a descobrir

as características de um fenômeno como tal. Nesse sentido, são considerados como objeto de

estudo uma situação específica um grupo ou um indivíduo”.

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4. RESULTADOS DA PESQUISA

Nessa seção do trabalho, concentram os resultados da aplicação dos questionários

aplicados aos 20 (vinte) mulheres empreendedoras do município de Capanema, estado do

Pará.

Aplicação do questionário foi desenvolvido com perguntas abertas e fechadas. O

questionário abrange perguntas sobre o perfil socioeconômico, características e perfil

empreendedor, trajetória e fatores motivacionais e desfavoráveis na atividade empreendedora.

O resultado da análise dos questionários serão demonstrados nos tópicos a seguir.

4.1 Perfil socioeconômico das mulheres empreendedoras

Neste tópico serão fundamentados os dados da pesquisa referente ao perfil

socioeconômico das mulheres empreendedoras que trabalham no Centro do Município de

Capanema, local do estudo. Analisando distintos aspectos, tais como: faixa etária, estado civil,

formação escolar, rendimento mensal, tempo de profissão e números de filhos.

Baseado nas informações das coletas de dados dessa pesquisa, mais de 35% das

empreendedoras encontram-se na faixa etária de 30 a 35 anos, e 20% na faixa etária de 36 a

40 anos, com base nessa análise, as empreendedoras expõe ter maturidade para o

desenvolvimento de seu negócio. Como ilustrado no gráfico 1.

Gráfico 1- Faixa etária das empreendedoras

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Ainda nessa análise do perfil socioeconômico das empreendedoras, mais de 50% são

solteiras, 25% são casadas, e apenas 15% vivem em união estável. Conforme podemos

analisar no gráfico 2.

15%

35% 20%

10%

10% 5% 5%

24 a 29 30 a 35 36 a 40 36 a 45 46 a 50 51 a 55 Acima de 55

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Gráfico 2- Estado civil das empreendedoras

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Outro aspecto que foi pesquisado do perfil das empreendedoras, foi a formação escolar

ilustrado no gráfico 3, onde 35% das empreendedoras possuem ensino superior completo, e

30% ensino médio completo, apenas 5% apresentam ter ensino médio incompleto.

Gráfico 3- Formação escolar

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Analisa-se no gráfico 3, que o nível de escolaridade não influência na prática

empresarial, ainda que as 70% das empreendedoras, não apresentam conhecimento a nível

acadêmico, e isso não influencia para o desenvolvimento da execução de seus negócios.

O rendimento mensal das empreendedoras, aprestado no gráfico 4, com base na

50%

25%

15%

10%

Solteira Casada União Estável Outros

Est

ado

Civ

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10% 5%

10%

10%

30%

35%

Ensino fundamental incompleto Ensino médio incompleto

Ensino superior incompleto Ensino fundamental completo

Ensino médio completo Ensino superior completo

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pesquisa de campo, varia entre baixo apenas 5% das empreendedoras tem o rendimento

mensal de (1 a 2 salários mínimos) e 65% alegam ter o rendimento mensal de (3 a 4 salários

mínimos) em média, com a representação bem diferentes. Apenas 10% das empreendedoras

tem o rendimento mensal igual ou superior a 6 (seis) salários mínimos.

Gráfico 4- Renda mensal das empreendedoras

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Considerando que hoje o valor do salário mínimo é igual a R$ 998,00 (novecentos e

noventa e oito) totalizando em média que 65% das empreendedoras entrevistadas, apresentam

um rendimento mensal de R$ 3. 992,00 (três mil e novecentos e noventa e dois). A pesquisa

detectou que um grande número dessas empreendedoras atuam no ramo de lojas de roupas e

calçados, e também em outros ramos como lanchonetes, farmácias, material escolar e

malharias.

É importante ressaltar, que estar à frente de uma empresa não é umas das tarefas mais

simples, faz-se necessário, muita dedicação para que as empreendedoras possam ter um maior

controle das atividades e assim ter mais chances de sucesso no seu empreendimento.

Essas mulheres viram seu ramo de atuação como uma boa oportunidade de entrar no

mercado por meio da criação de empreendimentos que as oferecessem possibilidades de

realização profissional e, sobretudo pessoal ao se tornarem administradora de suas empresas

obtendo retorno financeiro e conseguindo manter-se no mercado onde atuam.

Outro ponto que foi pesquisado foi o tempo de atuação no mercado como

empreendedoras.

5%

65%

20%

10%

1 a 2 salários mínimos 3 a 4 salários mínimos

5 a 6 salários mínimos Acima de 6 salários mínimos

Ren

da

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Gráfico 5- Tempo de atuação profissional das empreendedoras

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Com base nos dados da pesquisa, 55% das empreendedoras atuam no mercado em

torno de 4 a 6 anos, 25% atuam em torno de 6 anos ou mais.

Finalizando a análise socioeconômico das empreendedoras, outro aspecto relacionado

ao perfil das empreendedoras entrevistadas, foi o número de filhos, ilustrado no gráfico 6.

Gráfico 6- Números de filhos das empreendedoras

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Percebe-se com o resultado dessa análise que, em trono de 35% possuem apenas 1

(um) filho, e 30% não possuem nenhum filho, apenas 20% possuem 3 (três) filhos. Esses

dados reforçam que, ser empreendedora vai além de atuar na administração e nas finanças do

seu ramo, essas mulheres contribuem financeiramente no lar, enfrentam a responsabilidade

que possuem com os filhos e os afazeres domésticos.

55%

20%

25%

Menos de 1 ano 4 a 6 anos 1 a 3 anos Acima de 6 anos

Tem

po

de

atuaç

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30%

35%

10%

20% 5%

Nenhum 1 (um) 2 (dois) 3 (três) Mais de 3

Núm

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4. 2 Características e perfil empreendedor

Aqui será analisado, a característica e perfil das empreendedoras, que é um dos focos

dessa pesquisa, onde é possível traçar o perfil da mulher empreendedora no município de

Capanema-PA e demonstrar sob a perspectiva da mulher empreendedora quais são as

principais dificuldades no decorrer do processo de empreender. As análises da pesquisa de

dados serão ilustradas em base de porcentagens nos gráficos, para melhor compreensão das

análises.

As bases de dados foram formuladas baseadas tanto no formulário do SEBRAE,

disponibilizado pelo mesmo assim como autorizado para uso, bem como foi usado como base

também as características pré-definidas do perfil empreendedor por Chiavenato. As

empreendedoras verificaram as escalas que melhor as descreveram, referente aos seus

comportamentos no dia-a-dia. Com base nessa análise, será verificado se as mulheres se

encaixam no perfil de um empreendedor.

Conforme explica o autor Chiavenato (2012), que um empreendedor consegue fazer as

coisas acontecerem por ser dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e

capacidade de identificar e aproveitar oportunidades, nem sempre claras e definidas. Com

esse arsenal, transformam ideias em realidade para benefício próprio e para o benefício da

sociedade e da comunidade. Será analisado o perfil das mulheres entrevistadas, conforme

apresentado no gráfico 7.

Gráfico 7- Busca de soluções

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Como é possível verificar no gráfico 7, em torno de 85% das 20 (vintes)

empreendedoras, responderam, sempre buscar soluções para o que é necessário ser feito, e

5% 10%

85%

Nunca Raramente Algumas vezes A maioria das vezes Sempre

Busc

am

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10% responderam a maioria das vezes e apenas 5%, afirmam buscarem soluções algumas

vezes.

Conforme suas respostas, essa informação colabora com afirmação do autor

Chiavenato, pois ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra

imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, habilitam-no a

transformar uma ideia simples em algo que produza resultados concretos e bem-sucedidos no

mercado.

Foi questionado ainda, se as empreendedoras gostam de desafios e novas

oportunidades, no gráfico 8, ilustra as respostas.

Gráfico 8- Desafios e oportunidades

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Conforme a análise de dados 60% das empreendedoras, afirmam que gostam de

desafios e oportunidades, 20% afirmam que a maioria das vezes, e apenas 5% responderam

raramente.

Essas respostas afirmam a análise feita por Chiavenato (2005), o empreendedor ao

assumir seu próprio negócio, deve ter disposição para assumir os desafios e sempre buscar

novas oportunidades, é uma característica de um bom empreendedor, no entanto, existem

pessoas que entram em negócios para escapar de algum fator social.

Vale salientar que, um ponto fundamental de um empreendedor, é se contentar com as

dificuldades que são encontradas no meio do caminho, e sempre buscar meios de ultrapassara-

las e seguir adiante até alcançar o sucesso de seu empreendimento e de sua vida profissional,

muitas vezes as dificuldades são vistas como motivação para conquistar o que desejam.

5% 15%

20% 60%

Nunca Raramente Algumas vezes A maioria das vezes SempreD

esaf

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Foi questionado as empreendedoras, se quando enfrentam um problema difícil,

dedicam seu tempo para encontrar soluções. No gráfico 9, ilustrará a análise das respostas.

Gráfico 9- Problemas e soluções

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Como ilustrado no gráfico 9, apenas 5% das empreendedoras, alegou que algumas

vezes ela dedica seu tempo para resolver problema difícil, e 65% afirmaram dedicar uma

grande quantidade de tempo para encontrar solução aos problemas que vão surgindo, 30%

afirmaram que a maioria das vezes. Esses dados reforçam os dados anteriores com relação ao

perfil de um empreendedor.

Ainda com base nessa análise, será aprestado na tabela 1, o formulário com as

perguntas referente às avaliações das empreendedoras, para verificar se as mesmas se

enquadram no perfil de um empreendedor. Este formulário é baseado no SEBRAE, e foi

adaptado para servir de instrumento para coletas de dados.

Tabela 1- Avaliação do perfil empreendedor

1 – Nunca 2 – Raramente 3 – Algumas vezes 4 - A maioria das vezes 5 – Sempre

1- 2- 3- 5-

Quando começo uma atividade ou um novo projeto reúno toda informação

possível.

7 13

Aborreço-me quando as coisas não são bem feitas 2 8 1 9

Esforço-me muito para realizar meu trabalho 1 19

Encontro formas de fazer as coisas mais rapidamente 2 6 12

Estabeleço minhas próprias metas 2 3 15

5%

30%

65%

Nunca Raramente Algumas vezes A maioria das vezes Sempre

Em

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Quando planejo um trabalho grande, divido-o em várias etapas 5 3 12

Penso em soluções diferentes para resolver os problemas 2 4 14

Alerto as pessoas quando seu desempenho não tem sido o esperado 8 2 10

Confio que terei êxito em qualquer tipo de atividade que me disponha a fazer. 4 5 11

Prefiro situações em que possa controlar ao máximo o resultado final 4 2 14

Desenvolvo estratégias para influenciar os outros 9 11

Comparo minhas conquistas com minhas expectativas. 1 19

Sei quanto preciso (recursos materiais, humanos e financeiros), para desenvolver

meus projetos ou atividades.

2 3 2 13

Escuto com atenção qualquer pessoa com quem esteja conversando 2 2 4 12

Faço o que é necessário, sem que os outros tenham que me pedir (I) 3 4 2 11

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Como observa-se na tabela 1, em torno de 97% das mulheres entrevistadas, se

enquadram no perfil de um empreendedor, um empreendedor tem capacidade de inovações e

incentivar o crescimento da economia da região, não são apenas provedores de mercadorias,

eles destacam-se por serem pessoas que possuem muita energia e coragem para assumir

grandes riscos com a economia que está em constante transformação. Um empreendedor

mostra a capacidade de criar, planejar, incentivar, assumir risco e ter capacidade de resolver

problemas, a tabela 1 mostra, que apenas 3% das empreendedoras entrevistadas, responderam

a opção 1 (um) que tange na reposta “nunca”.

Foi questionado ainda, às empreendedoras se elas aproveitam as oportunidades que

surgem, o gráfico 10, mostra que 95% afirmam que sempre aproveitam as oportunidades e

apenas 5%, que a maioria das vezes.

Gráfico 10- Aproveita as oportunidades

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

5%

95%

Nunca Raramente Algumas vezes A maioria das vezes Sempre

Em

pre

ended

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vei

tando

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Com base nessa análise, essa informação, afirma a ideia do autor Chiavenato (2012),

onde explica que o empreendedor não é apenas uma pessoa que abre uma empresa, “ele” é

quem fareja, localiza e rapidamente aproveita as oportunidades fortuitas que aparecem ao

acaso e sem pré-aviso, antes que outros aventureiros o façam.

Outro ponto importante, que foi questionado, foi se as empreendedoras apresentam

formas de superar os obstáculos à realização dos seus objetivos, no gráfico 11, mostra que

10% das empreendedoras algumas vezes, aprestam formas de superar obstáculos para

alcançar os objetivos, e 90% afirmam sempre encontram forma para superar todos os

obstáculos.

Gráfico 11- Formas de superar os obstáculos à realização dos meus objetivos

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Essa informação afirma a análise feita anteriormente, no gráfico 5, que mesmo diante

das dificuldades como a crise, em torno de 55% das empreendedoras atuam mais de 6 (seis)

anos mercado, superando obstáculos, crise e aproveitando as oportunidades.

Para melhor compreensão, é valido enfatizar que um “criador” de novos negócios

sempre deve enfrentar novos obstáculos, prevendo a energia que move a economia,

impulsiona as mudanças e transformações, elabora e põe em pratica novas ideias, gera

empregos e renda.

Finalizando a características e perfil das empreendedoras, foi verificado também, se as

empreendedoras procuram diferentes fontes de informação para realizar seus trabalhos.

No gráfico 12, ilustra que 95% das empreendedoras procuram sempre informações

para execução dos trabalhos. Esse é um ponto essencial para um empreendedor, sempre se

informar, procurar informações, novas ideias e buscar novas oportunidades.

10%

90%

Nunca Raramente Algumas vezes A maioria das vezes Sempre

Em

pre

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par

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Gráfico 12- Fontes de informações para execução de atividade

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Diante dos resultados apresentados, nota-se que as mulheres empreendedoras

pesquisadas estão dentro do perfil de um empreendedor, apresentando autoconfiança em seus

negócios, isso é fundamental, quem possui autoconfiança sente que pode enfrentar os desafios

que existem ao seu redor e tem domínio sobre os problemas que enfrentam.

Sendo um dos objetivos propostos para essa pesquisa, demonstrar, sob a perspectiva

da mulher empreendedora no município de Capanema-PA quais são as dificuldades

encontradas no decorrer do processo de empreender; sobretudo evidenciar como tais

dificuldades se relacionam entre os aspectos da vida pessoal e profissional das mulheres,

serão tratados no tópico a seguir os resultados obtidos da análise desta questão, juntamente

com o relato onde se poderá observar uma breve elucidação da história de vida das mulheres

empreendedoras que fizeram parte da amostra desta pesquisa.

5%

95%

Nunca Raramente Algumas vezes A maioria das vezes Sempre

Em

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ended

ora

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info

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5. A VIDA E O PERFIL DAS MULHERES EMPREENDEDORAS

Neste tópico estarão dispostos os relatos de acordo com as falas das empreendedoras,

enunciadas no ato da entrevista. Onde serão apresentados os principais fatores que levaram as

mulheres entrevistadas a escolherem pelo empreendedorismo, assim como suas principais

dificuldades e fatores desfavoráveis no caminho empreendedor.

5.1 Fatores motivacionais na escolha pelo empreendedorismo

Ainda com base nessa análise, a seguir percebem-se os principais fatores que as

fizeram iniciarem no mundo dos negócios. Nesse contexto, as empreendedoras foram

questionadas sobre o que exatamente as levou à escolha pelo empreendedorismo. No gráfico

13, serão expostos as respostas das empreendedoras.

Gráfico 13- Fatores que levaram a atuar no ramo do empreendedorismo

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Com base nas respostas, 33% por necessidade financeira, 29% realização profissional

e 19% independência financeira, e apenas 5% por desejo de progredir.

Percebeu-se que são mulheres com determinação que iniciaram por conta própria, a

partir da ideia de se ter o próprio negócio, como diz a entrevistada número 01, Conterrânea.

Nasceu em Capanema, trabalhando em uma empresa privada por 10 anos até que

decidiu abrir o próprio negócio “trabalhar por conta própria” segundo as palavras da mesma.

33%

14% 29%

19% 5%

Necessidade financeira Empreendedorismo por oportunidade

Realização pessoal e profissional Independência financeira

Desejo de progredir

Em

pre

ended

ora

s

Mo

tivo

par

a at

uaç

ão

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[...] Cheguei a trabalhar durante dois anos em dois empregos simultaneamente,

sempre se considerou empreendedora, pois mesmo empregada, tomava a atitude de

vender diversos artigos como, perfumes, lingerie e etc. a vários colegas e familiares.

A partir de uma ideia e capital próprio, abriu o próprio negócio primeiramente em

casa, começando com vendas baseado na categoria boca-a-boca. Depois de um ano

e meio de empreendimento ativo na sua própria casa, decidiu que este seria sua

fonte de renda oficial e juntamente com o esposo decidiram sair de seus respectivos

empregos fixos, e com a ajuda do mesmo manteve-se firme nos negócios e hoje a

frente do negócio mantém uma loja no centro comercial de Capanema com a ajuda

de uma colaboradora e do companheiro aos finais de semana. Chega uma hora que

você quer ter o próprio negócio, quer crescer também. Na parte da roupa infantil

foi uma coisa que eu busquei alguma coisa pra minha vida „o que eu vou colocar? e

surgiram muitas outras opções, mas como eu ainda estava no trabalho e não queria

sair. Eu vi uma parte que eu podia começar, e a partir daí poder sair e continuar

por conta. Talvez o fato de ter engravidado um pouco antes de sair do emprego fixo,

tenha influenciado no segmento do negócio (ENTREVISTADA, 01).

Assim como a anterior a entrevistada número 06 também afirma que a decisão de

empreender veio da vontade de se ter autonomia financeira. Segundo as palavras da mesma.

[...] Nasci e cresci aqui em Capanema, chegou um momento da minha vida que eu

pensei e decidi que ia trabalhar por conta própria e abri uma venda na minha casa,

comecei vendendo pouco para amigos e conhecidos. Fui ganhando clientes e passei

a ter uma demanda maior, vi que valia a pena investir em uma coisa maior e então

mudei o local, hoje estou aqui neste ponto mas penso em aumentar novamente, não

penso em parar por aqui (ENTREVISTADA, 02).

São relatos de mulheres que com força de vontade conseguiram atingir o objetivo da

independência, mulheres que passaram por dificuldades e souberam contornar a situação. A

trajetória de mulheres que vieram de outros lugares em busca de uma mudança de vida. Como

da entrevistada número 03.

[...] Sou de Belém-PA, trabalhei durante quinze anos no varejo, até conseguir

adquirir maturidade e conhecimento no mercado para os negócios. Durante todos

esses anos em um emprego fixo juntei o máximo de recursos que pude, e depois

coloquei em prática todos os meus sonhos e ideias para começar meu próprio

empreendimento (ENTREVISTADA, 03).

Bem como a entrevistada número 09 que nasceu em Belém, mas se criou e cresceu em

Capanema, onde mora e trabalha até hoje, casou aos 23 anos e trabalha com vendas desde os

13. Depois de casada entrou em consenso com o companheiro para abrir o próprio negócio,

com o capital próprio, além do incentivo e motivação do marido, mantém-se até hoje no

comércio capanemense, hoje com 16 anos de casada ainda conta com o auxílio do esposo na

gestão do empreendimento, expressou na entrevista que pretende manter-se nos negócios

“minha intenção é continuar assim por muito tempo.” É o que diz a entrevistada 09.

A história de mudança na vida das duas anteriormente citadas se assemelha a

entrevistada número 10 que nasceu no município de Ourém que fica a aproximadamente 49

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km de Capanema. Quando criança ajudava os pais na roça, eram agricultores, mudaram-se

para Capanema em busca de uma vida melhor, casando-se muito nova e chegando na cidade

já casada e com filho, decidiu que trabalharia por conta própria, estabeleceu então em sua

residência um negócio no ramo de confecções de roupas, trabalhando como costureira durante

muito tempo onde conseguiu criar os quatro filhos, observando os mesmos crescendo e

amadurecendo, decidiu então que a melhor forma de integrá-los ao mercado de trabalho e para

que ajudassem com as despesas da casa e família, era abrindo um empreendimento familiar

onde todo fossem empregados.

Hoje em dia o empreendimento completa vinte anos no centro comercial de Capanema

ainda contando com a ajuda de dois dos quatro filhos. Um dos filhos também tomou a

iniciativa de trabalhar por conta própria no mesmo segmento e é a forma de sustento do seu

próprio grupo familiar.

A iniciativa empreendedora vem ultrapassando gerações e se tornando um modelo de

vida para a família. Filhos e netos vem investindo no mesmo setor e se tornando

empreendedores a exemplo da vó, que começou o legado empreendedor da família.

São mulheres que também são mães, filhas e avós, e fazem o possível para conseguir

conciliar a vida pessoal com a profissional. A maioria diz que consegue lidar com as relações

distintamente, como a empreendedora número 17.

[...] tenho muita organização e planejamento com meus horários, estabeleço de

forma precisa meus horários relacionados a casa, ao trabalho, aos filhos, à escola

etc.”

Assim como a empreendedora 18 que relata que consegue conciliar as relações

completamente, que é fácil de lidar e que a mesma relaciona cada um no seu ambiente, sem

deixar que se misturem.

Ainda há aquelas que agregam as relações pessoais de forma mais interativa na gestão

dos negócios, onde podem contar com o apoio e auxilio da família. Como cita a entrevistada

11.

[...] Acho que quando se é empreendedor e se tem o auxílio de alguém que também

faz parte da tua rotina fora do trabalho como o companheiro, por exemplo, se torna

muito natural no dia-a-dia. Fica meio difícil de separar porque tenho meu marido

como sócio, e além de termos uma rotina, temos objetivos e horários em comum

também, então conseguimos lidar com as duas situações normalmente

(ENTREVISTADA 11).

A empreendedora 06 relata que apesar de receber e aceitar o auxílio da família, tenta

não vinculá-los totalmente. “[...] Consigo conciliar normalmente, às vezes recebo ajuda da

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minha família, mas geralmente consigo lidar com tudo. Tento deixar os problemas daqui

todos aqui, e os de casa todos em casa” (ENTREVISTADA, 06).

Assim como a entrevistada número um. Apesar de serem um tanto envolvidas, pois o

filho sempre a acompanha nos expedientes na loja, e o marido ajuda tanto no planejamento,

estabelecimento de metas, assim como no atendimento aos finais de semana, a empreendedora

01 tenta não misturar relações.

Tenta não levar aborrecimentos diários para casa, o que segundo a mesma pode afetar

as relações e assim acabar descontando nas pessoas externas ao trabalho. Ela também afirma

que consegue lidar separadamente. “[...] Quando tu deixas problemas profissionais saírem do

ambiente de trabalho, deixa entrarem na tua casa, isso acaba te fazendo descontar frustações

em quem não tem nada a ver, como os filhos” (ENTREVISTADA 01).

A entrevistada 07 considera a relação da vida pessoal com a profissional bastante

flexível, pois a mesma não está atualmente com a vida acadêmica ativa ou tem filhos, além de

contar com a ajuda da família sempre que precisa, em específico a mãe, principalmente no

atendimento quando a empreendedora não se faz presente ou tem algum compromisso fora da

cidade.

Muitas empreendedoras que além de lidar com os negócios ainda enfrentam uma

rotina árdua de mãe e dona de casa expressam que essa não é uma tarefa fácil e que por serem

mulheres, o que era pra ser uma prova de sua capacidade em uma sociedade naturalmente

patriarcal, acaba sobrecarregando-as quando poderiam simplesmente receber o apoio e

incentivo necessário.

Como diz a empreendedora número 02, onde fala que “[...] Quando nós mulheres

decidimos abrir um negócio, uma empresa, passamos por julgamentos que deveriam ser

incentivos na verdade. Muitas vezes somo julgadas simplesmente por sermos mulher, e

ninguém vê que além de empreendedora também somos mães, donas de casa. Que além de

cuidar de uma empresa, também cuidamos dos filhos, da escola e das tarefas deles, das

faxinas e das compras do mês”

A empreendedora número quatro também cita a dificuldade em relacionar trabalho

com os filhos. Quando perguntada sobre como concilia as relações pessoais e profissionais a

entrevistada 04 em resposta disse:

“[...] É a tarefa mais difícil de todas para as mulheres que tem filhos, com isso

temos que nos programar e preparar um horário específico e fixo para as tarefas

que envolvam o trabalho, para os negócios.” A mesma ainda afirma que cumprindo

horários fixos de trabalho da mesma forma que cumpriria se trabalhasse para outra

pessoa ou empresa seria a melhor forma de tentar separar as relações para que

uma não prejudique a outra (ENTREVISTADA, 04).

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Outras conseguem conectar os relacionamentos familiares com os objetivos futuros do

empreendimento, as empreendedoras 10 e 16 pensam em passar a gestão dos negócios para os

filhos.

Quando perguntada a respeito de planos para o futuro a entrevistada 10 expressa que

se sente satisfeita com tudo que já conseguiu e proporcionou para a família, por já ter mais de

60 anos, a mesma relata que não pretende fazer planos em longo prazo, ou pensar em um

futuro distante. Pensa em passar a gestão da empresa e por se tratar de um empreendimento

familiar, pensar no futuro da família nos negócios.

A entrevistada 16 declara que já pensou em desistir do empreendedorismo algumas

vezes, mas que se mantém ativa até que o objetivo pelo qual ela começou se cumpra que é ver

a filha formada no ensino superior. Atualmente não pensa em desistir, mas em se reestruturar,

mesmo que nos planos da mesma esteja a passagem da gestão do empreendimento para a

filha, ela ainda estabelece metas e objetivos junto à empresa, que incluem ainda crescer e

expandir o negócio.

Notou-se que essas mulheres não se contentam com os negócios atualmente, todas

relataram em entrevistas que pensam em aumentar de alguma forma o negócio em que

trabalham atualmente. Como a empreendedora número 17 que espera tanto uma empresa

maior como a abertura de filiais, o objetivo da mesma é crescer e expandir, tais palavras

expressadas como desejo pela maioria das entrevistadas. “[...] Expandir, abrir outras lojas

em várias cidades do estado, crescer” (ENTREVISTADA, 04).

Assim como a empreendedora número 08 afirma que seus planos para o futuro se

definem em crescimento, abertura de novas lojas. Pensa em expandir os negócios.

Igualmente a entrevistada 09 que diz que pretende continuar no ramo do

empreendedorismo, no mesmo segmento de confecções, porém almeja crescimento da loja,

quer crescer, expandir, abrir novas lojas. Entre outras perspectivas para o futuro, as

entrevistadas 05, 06 e 07 dizem que a localização é um importante fator para o

desenvolvimento do empreendimento, além de influenciarem nas vendas.

5.2 Trajetória e fatores e desfavoráveis na atividade empreendedora

Neste momento do trabalho, serão explanadas ainda as vivências e experiências das

mulheres empreendedoras que contribuíram com esta pesquisa, relatando da forma que lhes

coube um pouco da parte de suas histórias. Destacando para os principais fatores que,

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segundo as entrevistadas, representaram as maiores dificuldades no decorrer do caminho

empreendedor. Essa análise será apresentada no gráfico 14, e nas vozes das empreendedoras

entrevistadas para melhor compreensão das respostas.

Gráfico 14- Fatores desfavoráveis na atividade empreendedora

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Conforme a análise de dados, nota-se que 14% das empreendedoras, afirmam que

umas das principais dificuldade foi a renda à prestação, uma forma de iniciar seus negócios,

12% afirmam que o mercado desconhecido foi outro ponto desfavorável na atividade, e 10%

alegam os problemas familiar foi um ponto negativo para o negócio, e apenas 2% relatam a

falta de incentivo bancário. Como é possível observar no gráfico 13.

A empreendedora 1, alegou que “[...] A crise que nós enfrentamos que foi justamente

no período que eu estava 50% na minha evolução, foi no momento de crise. Chegou uma

hora que eu dizia „meu Deus, o que eu vou fazer? Como eu vou agir?‟ porque a gente não

esperava uma crise, fazia planos, e nesses planos pro ano seguinte, ir tudo por água abaixo.”

[...] Porque imagina, tu fazer uma compra, e tu iniciar no meio de uma crise que

não esperava foi direto pra todo mundo, então foi um baque mesmo, mas ai você

pensava ou desistir ou continuar ou persistir, se estava dando certo ou se eu ia ter

que me adequar, e ai a gente foi se remanejando, foi mais ou menos dois anos pra

se remanejar novamente, recomeçar. Não recomeçar mudando de setor ou

segmento, me reajustar, trabalhar em cima da crise mas com o mesmo projeto que

eu tinha em mente e foi o que eu fiz (ENTREVISTADA 01).

14%

12%

8% 6%

12% 14%

4% 8%

10% 6%

2% 4%

Críse financeira Inadimplência

Profissionais qualificados Ideias para começar o négocio

Mercado desconhecido Renda a prestação

Aluguel Falta de informação

Problemas familiar Falta de capital

Falta de incentivo bancário Burocracia na licença

Dif

icu

ldad

e na

atuaç

ão

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O fator custo com aluguel e funcionários também é citado como obstáculo no

desenvolvimento da atividade.

[...] Dificuldade vai vir em tudo que você colocar, e hoje também não deixa de ser

um desafio, pois está fazendo dois meses que eu estou nesse ponto, e uma mudança

de endereço querendo ou não afeta o negócio de alguma forma, outro desafio que

me apareceu foi o custo do aluguel, pois trabalhando em casa não me deparava

com isso, não tinha também despesa com funcionário e hoje eu tenho. É um risco

sair da sua zona de conforto” (ENTREVISTADA 02).

O mesmo problema em relação ao aluguel é citado pela Entrevistada 18, que ressalta

ainda que já precisou mudar a localização da sua loja duas vezes nos últimos 2 anos por esse

motivo.

Os altos valores dos impostos cobrados aos empreendedores são citados pelas

Entrevistadas 02, 11 e 17. Já as Entrevistadas 04, 05, 06, 08 diz que o prejuízo financeiro pela

inadimplência é um fator restritivo no avanço e evolução do empreendimento. A

empreendedora 05 ainda no relato diz que “[...] a principal dificuldade que enfrentou se trata

da venda a prestação, crediários. A inadimplência prejudicou a mim e ao negócio a ponto de

correr o risco de fechar, tive dificuldades em manter a empresa e que hoje tenho que tomar

medidas diferentes para evitar isso” (ENTREVISTADA 05).

A falta de apoio e incentivo governamental é citado pelas Entrevistadas 03, 07, 09, 12

e 17; Outros fatores são citados como preocupações com a saúde que possam vir a afetar a

gestão do empreendimento, preocupação está citada pelas entrevistadas 10 e 16. Dificuldades

de relacionamento com a gestão do município é citado pela empreendedora 09. A falta de

qualificação dos profissionais para trabalhar na área do varejo é citado pela entrevistada 04.

A empreendedora número 16 ainda ressalta que a principal dificuldade no seu caminho

empreendedor foi principalmente a falta de informação acerca dos negócios e que faria

diferente se começasse nos dias de hoje. “[...] Não tinha muito conhecimento da prática

quando comecei, sofri muitas perdas e sei exatamente como agir em relação a essas coisas

hoje em dia”.

A entrevistada ainda elucida que inclusive os problemas de saúde e familiares como

impasses na vida de uma mulher de negócios. “[...] Às vezes fico tão preocupada com os

problemas de casa e da família que acabo perdendo a noção do que eu tenho que fazer na

loja, por isso minha filha sempre tá aqui pra me ajudar, ela é a única que me dá apoio no

momento”.

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Portanto, a entrevistada 09 relata que passou quase 12 anos como MEI, mas que teve

problemas com toda uma burocracia na regulamentação e taxas voltadas para essa categoria, e

hoje se encontra no mercado informal.

Assim como as entrevistadas 10 e 16 afirmam que já operam como empreendedoras

no comércio de Capanema há muitos anos e que com o passar dos anos pensam em parar as

atividades ou deixar a gerência nas mãos dos filhos e família.

Seguido essa base de dados, foi questionado as empreendedoras se elas são capazes de

dizer o que pretendem daqui a 10 ou 20 anos? As respostas serão aprestadas no gráfico 15.

Gráfico 15- Pretensões futuras

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Com base nessa análise, 60% das empreendedoras afirmam que sabem o que pretende

daqui a 10 a 20 anos, no entanto, relatando em preguntas abertas suas pretensões. Apenas

25% alegam nunca terem pensando nisso antes.

Verificou-se com base nas respostas das empreendedoras, que não é fácil conciliar,

negócio, filhos, família e assuntos pessoais, no entanto, mesmo encontrando desafios, essas

mulheres vêm buscando novas oportunidades, enfrentado os riscos, ameaças e projetando

planos para futuro, com pretensão de abrir novas empresas (filiais) para proporcionar emprego

e renda para os cidadãos do município e região.

Denota-se, portanto, que essas mulheres estão ganhando cada vez mais espaço no

mercado de atuação, essa visão empreender, motiva outras mulheres a abrirem seus próprios

negócios, isso é um fator essencial para a renda per capita do município de Capanema, onde

foi o foco desse estudo.

60% 15%

25%

Sim Não sei Não pensei no assunto

Pre

tensõ

es f

utu

ras

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5.3 Sugestões das empreendedoras para melhorar a atividade empreendedora no

município de Capanema

Nesse momento, será exposto as sugestões para melhorar as atividades de

empreendedorismo no município de Capanema, tomando como base as experiências das

próprias empresarias pesquisadas. No gráfico 16, será ilustrado as sugestões das respostas das

empreendedoras.

Gráfico 16- Sugestões das empreendedoras

Fonte: Autora, 2019 dados da pesquisa

Com base na análise das respostas, 24% alegam que é necessário mais apoio

governamental, 33% declaram a falta de serviço de qualidade, 19% que é fundamental

melhorar o atendimento.

Dentro da análise das respostas das empreendedoras acerca desta problemática, para

melhorar o funcionamento da atividade empreendedora a entrevistada número 01 sugeriu uma

mudança mais focada no particular de cada negócio, cada empreendimento.

A mesma acredita que oferecendo, por exemplo, produtos de qualidade e uma melhora

no atendimento talvez fizesse com que esse não fosse um fator que desvalorizasse a cultura

empreendedora na cidade da pesquisa, visto que esta chega a ser uma das maiores

reclamações acerca da relação vendedores-clientes, segundo a entrevistada.

A entrevistada 08 relata que o fato de receber apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) a ajudou bastante e que talvez esse apoio e incentivo

melhorasse o funcionamento da atividade empreendedora.

33%

19% 24%

10%

14%

Serviço de qualidade Melhorar o atendimento

Apoio e governamental Apoio do SEBRAE

Diminuição da burocracia

Em

pre

ended

ora

s

Suges

tão

par

a at

ivid

ade

empre

ended

ora

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Como sugestão de melhora, a empreendedora 09 ressalta que a relação

empreendedores/governo deveria ser mais considerada e desenvolvida, políticas de apoio aos

microempreendedores individuais, aprofundadas e otimizadas. A valorização da profissão

também é citada, ainda a geração de empregos à população para que se aumente o poder de

compra que impulsiona diretamente os pequenos negócios na cidade, que se destaca pelos

mesmos.

É o que diz a entrevistada 09, acerca das sugestões para a melhoria da atividade na

cidade a empreendedora 18 afirma “[...] ter sempre o apoio de especialistas e um bom auxilio

faz toda a diferença”.

A entrevistada 11 que é formada em nutrição e tem seu empreendimento no mesmo

setor afirma que o que melhoraria a atividade empreendedora do seu ramo na cidade seria o

seguinte. “[...] O que pode ajudar o funcionamento do empreendedorismo no meu setor, por

exemplo, é o incentivo de todos os órgãos e instituições responsáveis pela saúde da

população à prática da atividade física na cidade” (ENTREVISTADA 11).

As entrevistadas 02, 03, 10, 14, 15 e 19 afirmam que a diminuição da burocracia para

se iniciar uma empresa é um caminho conveniente à melhoria da atividade empreendedora.

Assim como a redução de taxas, juros e impostos como citam as Entrevistadas 09, 11, 17 e

20.

A Entrevistada 15 afirma que a capacitação auxilia bastante, seja pelo ensino superior

onde se adquire conhecimento suficiente para lidar com questões mais específicas ou através

de cursos oferecidos pelo SEBRAE, por exemplo, que ajudam no desenvolvimento tanto das

empreendedoras como dos funcionários.

Diante dos resultados apresentados, embora tendo muito para melhorar no

empreendedorismo local, as empreendedoras tem uma visão ampla para o futuro, dessa forma,

ao traçar o perfil das mulheres empreendedoras no município, foi possível constatar que as

mulheres tem um grande potencial no ramo do empreendedorismo, contribuindo de forma

significativa com o comercio local.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema empreendedorismo feminino tem sido bem discutido nos últimos anos, com o

cenário de crise financeira, esse novo modelo empresarial, tomou maiores proporções e vem

atraindo cada vez mais empreendedores.

O município de Capanema atualmente possui uma demanda de micro e pequenos

empreendedores, e conta somente com o apoio do SEBRAE- Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas, para orientar as micro e pequenas empresas, assim como, sobre

os procedimentos necessário para quem deseja atuar no ramo. O empreendedorismo feminino

é um ponto importante e indispensável elemento para movimentação da economia no

município, no entanto, faltam reconhecimento e apoio governamental.

Com base nos dados coletados dessa pesquisa, foi possível atender as questões que

norteio o estudo, e sobretudo atender o macro objetivo do estudo que foi traçar o perfil da

mulher empreendedora no município de Capanema-PA, demonstrando sob a perspectiva da

mulher empreendedora, e quais são os entraves e dificuldades no decorrer do processo

empreendedor.

Como ilustrado no resultado do estudo apresentou na tabela 1, que em torno de 97%

das mulheres entrevistadas, mostra-se se enquadram no perfil de um empreendedor, é

importante salientar que, um empreendedor tem capacidade de inovações e incentivar o

crescimento da economia da região, não são apenas provedores de mercadorias, eles

destacam-se por serem pessoas que possuem muita energia e coragem para assumir grandes

riscos com a economia que está em constante transformação, portanto as mulheres

pesquisadas enquadram-se nesse perfil.

Em relação, aos fatores que levaram a escolha pelo empreendedorismo; foram vários

os motivos conforme foi citado no gráfico 13, no resultado do estudo, as empreendedoras

foram motivadas pela necessidade financeira, empreendedorismo por oportunidade, realização

pessoal e profissional, independência financeira, o desejo de progredir e etc.

A partir da análise dos resultados pode-se afirmar que são relatos de mulheres que com

força de vontade conseguiram atingir o objetivo da independência, mulheres que passaram por

dificuldades e souberam contornar a situação. A trajetória de mulheres que vieram de outros

lugares em busca de uma mudança de vida.

Conclui-se, portanto, que as empreendedoras são um mecanismo facilitador de

transição de emprego e renda. Seus empreendimentos colaboram com o desenvolvimento

social e econômico do município.

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Espera-se que o resultado desse estudo seja capaz de auxiliar trabalhos futuros

acadêmicos, visto a pouca produção acadêmica que existe nesse tema específico, esse estudo é

de grande importância para os empreendimentos locais, principalmente no que tange as

empreendedoras, que foi o foco desse estudo, vale salientar a pouca valorização da mulher,

principalmente para conseguir um financiamento bancário, onde é importante compreender

que essas mulheres contribuem de forma significativa para o comércio regional.

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APÊNDICE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CAMPUS CAPANEMA

QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO SOBRE A TRAJETÓRIA E O PERFIL

EMPREENDEDOR FEMININO EM CAPANEMA.

O presente questionário é parte complementar de uma pesquisa para o Trabalho de

Conclusão de Curso intitulado “Empreendedorismo feminino: história de vida e perfil de

mulheres empreendedoras no município de Capanema-PA” da discente Fernanda Eduarda

Mendes de Sousa, acadêmica do 8º semestre do Curso de Bacharelado em Administração sob

a orientação da professora Drª. Eleci Terezinha Dias da Silva.

O propósito deste questionário é contribuir na determinação das suas características

empreendedoras e assim traçar o seu perfil profissional. Desde já agradeço a sua

disponibilidade, atenção e colaboração em contribuir para esta pesquisa. Vale ressaltar que

esta é uma pesquisa anônima, ou seja, os autores das respostas não terão seus nomes

divulgados, sua identidade será preservada.

Local da Entrevista: __________________________ Data: __________________________

Início da Entrevista: ___________ Encerramento da Entrevista: ______________________

NOME ______________________________________________________

1. Perfil Socioeconômico

1.1. Idade:

( ) 18 a 23 ( ) 41 a 45

( ) 24 a 29 ( ) 46 a 50

( ) 30 a 35 ( ) 51 a 55

( ) 36 a 40 ( ) Acima de 55

1.2. Estado Civil

( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) União Estável ( ) Outros

1.3. Formação

( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo

( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo

( ) Ensino superior incompleto ( ) Ensino superior completo

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1.4. Qual sua renda mensal?

( ) 1 a 2 salários mínimos ( ) 3 a 4 salários mínimos

( ) 5 a 6 salários mínimos ( ) Acima de 6 salários mínimos

1.5. Quanto tempo você tem de profissão?

( ) Menos de 1 ano ( ) 4 a 6 anos ( ) 1 a 3 anos ( ) Acima de 6 anos

1.6. Quantos filhos possui

( ) Nenhum ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) Mais de 3

2. Características e Perfil Empreendedor4

Instruções de Preenchimento. Leia cada afirmação cuidadosamente e decida qual a escala que

melhor o descreve. Para isso, escolha um número que melhor descreva o seu comportamento

no dia-a-dia, com base nos seguintes critérios:

1 – Nunca 2 – Raramente 3 – Algumas vezes 4 - A maioria das vezes 5 - Sempre

Anote o número escolhido na linha à direita de cada declaração. Veja o exemplo:

Mantenho-me calmo em situações tensas 2

2.1. Busco as coisas que precisam ser feitas

2.2. Gosto de desafios e novas oportunidades

2.3. Quando enfrento um problema difícil, dedico grande quantidade de tempo

para encontrar uma solução

2.4. Quando começo uma atividade ou um novo projeto reúno toda informação

possível.

2.5. Aborreço-me quando as coisas não são bem feitas

2.6. Esforço-me muito para realizar meu trabalho

2.7. Encontro formas de fazer as coisas mais rapidamente

2.8. Estabeleço minhas próprias metas

2.9. Quando planejo um trabalho grande, divido-o em várias etapas

2.10. Penso em soluções diferentes para resolver os problemas

2.11. Alerto as pessoas quando seu desempenho não tem sido o esperado

2.12. Confio que terei êxito em qualquer tipo de atividade que me disponha a

fazer.

4 Esse tópico do formulário é baseado no SEBRAE (Adaptado pela autora)

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2.13. Prefiro situações em que possa controlar ao máximo o resultado final

2.14. Desenvolvo estratégias para influenciar os outros

2.15 Comparo minhas conquistas com minhas expectativas.

2.16 Sei quanto preciso (recursos materiais, humanos e financeiros), para

desenvolver meus projetos ou atividades.

2.17 Escuto com atenção qualquer pessoa com quem esteja conversando

2.18 Faço o que é necessário, sem que os outros tenham que me pedir (I)

2.19. Aproveito as oportunidades que surgem

2.20. Tenho várias formas de superar os obstáculos à realização dos meus objetivos

2.21. Procuro diferentes fontes de informação para realizar meu trabalho

3. Trajetória e Fatores oportunos e desfavoráveis na atividade empreendedora.

3.1. Quando e o que exatamente levou você a abrir seu próprio negócio?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.2. Qual o objetivo principal quando decidiu abrir seu próprio negócio? Ele mudou

com o tempo?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.3. Conte um pouco de sua trajetória para começar seu empreendimento?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.4. Mesmo diante do erro o empreendedor muitas vezes tem que continuar, até

conseguir alcançar os seus objetivos. De acordo com as suas experiências quais foram as

principais dificuldades no caminho empreendedor? Seja no âmbito legal e/ou pessoal.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.5. Você é capaz de dizer o que pretende daqui a 10 ou 20 anos?

a- Sim ( )

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b- Não sei ( )

c- Não pensei no assunto ( )

3.6. Onde você se vê com o seu empreendimento futuramente?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.7. Você tem medo de errar?

a- Não ( )

b- Sim ( )

c- Não pensei no assunto ( )

3.8. O que pode atrapalhar seus planos? O que você acha que pode ajudar a melhorar o

funcionamento da atividade empreendedora na cidade?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3.9. Você tem algum outro emprego fixo ou pensa em ter?

a- Sim, tenho ( )

b- Não tenho ( )

c- Não pensei no assunto ( )

d- Não, sei que quero ser empreendedora ( )

3.10. Como você concilia a vida pessoal com a vida profissional?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Obrigada!