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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA UFRA CAMPUS CAPANEMA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ANDRÉIA SOARES VIDAL CARLOS RYAN DA FONSECA LELES EFETIVIDADE DOS INSTRUMENTOS UTILIZADOS PELA GESTÃO PÚBLICA NO MONITORAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE GERADOS POR EMPREENDIMENTOS NO MUNICÍPIO DE CAPANEMA-PA. CAPANEMA PA 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA

CAMPUS CAPANEMA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ANDRÉIA SOARES VIDAL

CARLOS RYAN DA FONSECA LELES

EFETIVIDADE DOS INSTRUMENTOS UTILIZADOS PELA GESTÃO

PÚBLICA NO MONITORAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

GERADOS POR EMPREENDIMENTOS NO MUNICÍPIO DE CAPANEMA-PA.

CAPANEMA – PA

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – CAMPUS CAPANEMA

ANDRÉIA SOARES VIDAL

CARLOS RYAN DA FONSECA LELES

EFETIVIDADES DOS INSTRUMENTOS UTILIZADOS PELA GESTÃO

PÚBLICA NO MONITORAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

GERADOS POR EMPREENDIMENTOS NO MUNICÍPIO DE CAPANEMA-PA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Administração da Universidade Federal

Rural da Amazônia do Campus Capanema, como

requisito para obtenção do título de bacharel em

Administração.

Orientadora: Msc. Salma Saraty de Carvalho.

CAPANEMA – PA

2017

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3

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Vidal, Andreia Soares

Efetividade dos instrumentos utilizados pela gestão pública no

monitoramento dos resíduos de serviço de saúde gerados por

empreendimentos no município de Capanema-PA / Andreia Soares

Vidal, Carlos Ryan da Fonseca Leles. – Capanema, PA, 2017.

63 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em

Administração) – Universidade Federal Rural da Amazônia, 2017.

Orientadora: Salma Saraty de Carvalho.

1. Resíduos de serviço de saúde - gestão2. Gestão pública3.

Empreendimentos de saúde. 4. Gerenciamento de RSS 5. Gestão

ambiental I. Leles, Carlos Ryan da Fonseca II. Carvalho, Salma

Saraty de, (orient) III. Título.

CDD – 363.728

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5

DEDICATORIAS

Dedico este trabalho aos meus pais Raimundo Vidal e Rosimeire Vidal, por

nunca medirem esforços para a realização dos meus sonhos e por ser o alicerce da

minha vida. Acredito que de alguma maneira estão realizado com o sonho de sua filha.

Agradeço ao meu irmão Anderson Vidal e amigos pelo carinho e compreensão nestes

quatro anos de vida acadêmica.

Dedico este trabalho a uma pessoa muito importante em minha vida: Fábio

Marques meu namorado pelo incentivo em todos esses anos de estudo, principalmente

agora, em que estão todos orgulhosos e felizes por mais essa conquista.

Andreia Soares Vidal

Dedico este trabalho ao meu padrasto Clebson Ferreira de Barros e minha mãe

Gercione Siqueira da Fonseca, por estarem sempre comigo me incentivando para

conquistar meus sonhos e por ser o alicerce da minha vida. Acrescentam todos os dias e

assim compartilham do meu sonho. Agradeço ao meu irmão Ítalo Fonseca de Barros e

familiares pelo carinho, paciência e toda força positiva nesses anos da minha vida

acadêmica.

Dedico este trabalho também a uma pessoa muito especial em minha vida:

Juliana Peres Negrão minha melhor namorada, companheira pelo incentivo e paciência

nesse período de estudo, todos estão felizes com mais uma conquista.

Carlos Ryan da Fonseca Leles

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA UFRA CAMPUS

6

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus, pela vida e por nos conceder esta

oportunidade de avanço e pela graça de estar cursando essa faculdade, que sempre foi

um sonho, pela força e coragem durante esta longa jornada.

Aos meus familiares, em especial aos meus pais, Raimundo Vidal e Rosimeire

Vidal pelo grande apoio que me derem em minha vida. E em especial ao meu

namorado, Fábio Marques, que sempre me incentivou e apostou plena confiança em

minha trajetória acadêmica esperando esse grande dia.

A minha madrinha que é minha mãe de coração, a quem eu admiro muito e ao

meu irmão pelo incentivo em todo anos de estudo.

A Profª. Orientadora Salma Saraty de Carvalho, pela presença constante,

incentivo, dedicação, compreensões acerca deste trabalho e a todos que contribuíram

direta ou indiretamente para a realização deste trabalho.

Andreia Soares Vidal

Primeiramente a Deus por permitir que pudesse chegar ate aqui, me

capacitando, dando saúde e dando sabedoria para as escolhas a serem feitas e

possibilitando cursa uma universidade federal e assim a realizar um sonho.

Aos meus amigos e familiares, principalmente a minha mãe Gercione Siqueira

da Fonseca que vem sendo minha inspiração e meu padrasto Clebson Ferreira Barros

que sempre me acompanhou. No meio de uma caminhada árdua sempre procurou ajudar

de qualquer maneira, agradeço a minha namorada pela paciência e força Juliana Peres

Negrão.

Agradeço imensamente minha Prof° e orientadora Salma Saraty de Carvalho,

que incansável sempre estingo a estudar e procurar melhorias para realização desse

trabalho e consequentemente de um sonho.

Carlos Ryan da Fonseca Leles

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RESUMO

Nos dias atuais os resíduos de serviços de saúde vêm se tornando um assunto de

grande repercussão por dispor de caraterísticas poluidoras para o meio ambiente e de

risco para a saúde humana. Por tanto os empreendimentos geradores de resíduos de

serviço de saúde (RSS) necessitam de uma fiscalização por parte dos órgãos

competentes desde o ato de geração a disposição dos resíduos perigosos. A gestão

pública contém de um arsenal robusto baseado em legislações que proporciona aos

órgãos responsáveis adequar normas, objetivos e planos de gerenciamento de RSS. Um

acompanhamento correto dos RSS significa não somente controlar e diminuir os riscos,

mas sim atingir a redução da quantidade de resíduos produzidos, proporcionando assim

a qualidade e a eficiência dos serviços prestados pelos estabelecimentos de saúde.

Todavia é relevante a análise sobre a efetividadedos instrumentos utilizados pelagestão

pública no gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde em especifico no município

de Capanema do nordeste paraense que dispõe de vários empreendimentos do ramo de

saúde contendo alto risco ao meio ambiente. O presente trabalho tem como intuito

identificar os empreendimentos de serviço de saúde no município de Capanema PA, os

órgãos competentes e analisa evidencia da efetividade dos instrumentos utilizados pelos

órgãos públicos no acompanhamento dos empreendimentos geradores de resíduos de

serviço de saúde. Os métodos adotados consistem através de coleta de dados, revisões

bibliográficas e de entrevistas em empreendimentos de saúde no município e em órgãos

públicos competentes. Algumas vertentes diante desse estudo contem de uma discursão

mais a fundo e de modo mais especifico deixando uma ponte para pesquisas futuras.

Palavra-chave: Resíduos de serviço de saúde (RSS). Gestão pública. Empreendimentos

de saúde. Gerenciamento de RSS.

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ABSTRACT

Nowdays the waste of health services are becoming a subject of great impact by

having characteristics of pollution to the environment and risk to human health. For

both the enterprises that generate waste from the health service (RSS) require an

inspection by the competent bodies since the act of generation to disposal of hazardous

waste.The public management contains of arobust arsenal based on legislation thatprovi

des to the responsible organs to adaptstandards, objectives and plans ofmanagement of

RSS.A correct attendance of the RSS meansnot only to control and to reduce theriss,but

yes to reach the reduction ofthe quantity of produced residues,providing so the quality a

nd theefficiency of the services given by theestablishments of health. However theanaly

sis is relevant on the effectivenessof the instruments used by the publicmanagement in t

he management of theresidues of services of health inespecifico in the local authority of

Capanema of the northeast from Paráthat disposes of several undertakings ofthe branch

of health containing high riskto the environment.The present work has as intentionidenti

fies the undertakings of service ofhealth in the local authoriy of CapanemaPA, the comp

etent organs andanalyses that it shows up of theeffectiveness of the instruments used byt

he public organs in the attendance of theundertakings creators of residues ofservice of h

ealth.The adopted methods consist throughcollection of data,bibliographical revisionsan

d of interviews of health undertakings inthe local authority and in competent publicorga

ns. Some slopes before this studycount of a discussion more to bottom andin way more i

specify leaving a bridge forfuture inquiries.

Keywords: waste from Health Services, Management in RSS, Public health,

Development health.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA1:Lixão a Céu Aberto de Capanema/PA ..................................................... 32

FIGURA 2: Aterro Sanitario de Porto Alegre/RS...................................................... 33

FIGURA3: Territorio de Capanema e municipios viznhos vizinhos ........................ 35

FIGURA4: Territorio de Capanema, municipios vizinhos e malha rodoviaria ...... 35

FIGURA5: Extensão territorial do municipio de Capanema/PA ............................. 36

FIGURA6:Sede do municipio de Capanema/PA ........................................................ 36

FIGURA 7: Etapas do gerenciamento de residuos de serviço de saude .................. 38

FIGURA8: Identificação dos empreendimentos atuantes no ramo de serviço de

saude em Capanema/PA .............................................................................................. 41

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Classificação e identicação dos RSS ..................................................... 19

QUADRO 2: Etapas e Caracteristicas dos RSS ......................................................... 22

QUADRO 3: Procedimento para acondicionamento e identificação dos RSS ........ 26

QUADRO 4: vantagens e desvantagens do treinamento por inceneração .............. 28

QUADRO 5: Principais vcantagens e desvantagens do tratamento de autoclave .. 29

QUADRO 6:Vantagens e desvantagens do tratanento de micro-ondas ................... 29

QUADRO 7: vantagens e desvantagens do tratamento de radiação ionizante ....... 30

QUADRO 8: Vantagens e desvantagens do processo de esterilização por processo

químicos ........................................................................................................................ 31

QUADRO 9: Atuação do Gerador e do poder publico e suas condutas no

gerenciamento de RSS .................................................................................................. 34

QUADRO 10: Lista de empreendimentos geradores de residuos de serviço de saude

segundo RDC 306/04 e CONAMA 358/05 .................................................................. 40

QUADRO 11: Estabelecimentos por classe de residuos gerados no municipio de

Capanema ..................................................................................................................... 42

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

RSS Resíduos de Serviços de Saúde

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

PGRSS Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

SEMMA Secretaria Municipal de Meio Ambiente

PNRS Politica Nacional de Resíduos Sólidos

CNEN Conselho nacional de energia nuclear

PNMA Politicas Nacionais de Meio Ambiente

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SUMARIO

1.INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 14

2.1. Os Resíduos de Serviço de Saúde: Um elo na Gestão Publica e no Meio

Ambiente ....................................................................................................................... 14

2.2 PANORAMA BRASILEIRO DE GERAÇÃO DOS RESÍDUOS SOLIDOS DE

SERVIÇO DE SAÚDE- CLASSIFICAÇÃO –LEGISLAÇÃO – TRATAMENTO –

DESTINAÇÃO FINAL. ............................................................................................... 16

2.2.1 Definição dos Resíduos de Serviço de Saúde- (RSS)............................................ 16

2.2.2 Classificação.. ........................................................................................................ 17

2.2.3 Legislação... ........................................................................................................... 20

2.2.4 O Sistema de Manejo de Resíduos Sólidos de Serviços de saúde ......................... 21

2.2.5 Etapas do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Rerviços de Saúde (PGRSS) 22

2.2.6 Destinação final de residuos solidos de serviço de saude .................................... 31

3.METODOLOGIA ...................................................................................................... 34

4. RESULTADOS E DISCURSÕES ......................................................................... 37

4.1.Instrumentos Regulamentados e Utilizados pelos Órgãos Públicos no Município

de Capanema ................................................................................................................. 37

4.2.Empreendimentos geradores de resíduos sólidos de saúde em Capanema.. ..... 39

4.3. Principais implicações no acompanhamento da gestão de resíduos de saúde dos

empreendimentos em Capanema ................................................................................ 43

4.3.1.Instrumentos Licenciamento Ambiental ................................................................. 43

4.3.2. Instrumentos PGRSS. .......................................................................................... 44

4.3.3. Instrumentos Fiscalização..................................................................................... 44

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 46

6.REFERENCIAS ........................................................................................................ 48

ANEXOS. ...................................................................................................................... 53

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, as ações antrópicas na natureza vêm alterando a qualidade

ambiental de maneira mais intensa em função do uso de técnicas e tecnologias que

proporcionam o aumento do consumo de recursos naturais por empreendimentos

vinculados aos diversos setores da economia, os quais buscam manutenção e melhor

competitividade do negócio no mercado(BARBIERI, 2007 apud, SOUZA. I, G, O,

2013).

As alterações da qualidade ambiental, a partir de diferentes intensidades,

natureza, grau de reversibilidade entre outros, vem levando a discussões e reflexões

sobre os impactos ambientais desencadeados sobre o meio ambiente, seus efeitos

acumulativos e possíveis danos à saúde humana.(CALDARELLIC. E, 2011)

BARTHICHOTO (2013) menciona que os setores públicos e privados,

contribuem de forma significativa para ações voltadas à responsabilidade ambiental,

através do desenvolvimento de políticas públicas ambientais e programas

socioambientais nas organizações.

O poder público regulamenta instrumentos legais para estabelecer objetivos,

princípios, critérios de funcionamento das atividades, sanções entre outros visando

assegurar boas práticas na utilização dos recursos naturais e os respectivos descartes de

resíduos no ambiente. (NÓBREGA, 2012).

Os empreendimentos investem em ações de responsabilidade ambiental através

de determinações legais e/ou por interesse em boas práticas ambientais que reduzam

custos, busque certificações entre outros.

O comprometimento dos empreendimentos com meio ambiente torna-se

obrigatório por lei, para organizações potencialmente ou efetivamente poluidoras, em

função de estar associada a possibilidades de gerar prejuízos à natureza e a saúde

humana. De acordo com a resolução 237/1997 do Conselho Nacional de Meio

Ambiente. (CONAMA 237/97).

Dentre as atividades potencialmente e/ou efetivamente poluidores, verifica-se

os empreendimentos de saúde pública e privada que geram resíduos sólidos

considerados perigosos por envolver riscos de contaminações químicas e biológicas no

meio ambiente e à sociedade implicando consequentemente na saúde humana e animal

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e, portanto, devem se seguir as normatizações legais, assim como devem ser

monitoradas pela gestão pública. (RIZZON; NODARES & REIS, 2015).

A quantidade de empreendimentos que atuam no ramo de serviço de saúde

humana e animal tem aumentado nos últimos anos no Brasil; assim como a quantidade

de resíduos sólidos gerado por esses serviços de saúde. (ALVES, SOUZA, TIPPLE,

REZENDE, REZENDE & RODRIGUES, 2012 apud, RIZZON; NODARES & REIS,

2015).

Diante do exposto, verificou-se a relevância em estudar a efetividade dos

instrumentos utilizados pela gestão pública para monitoramento dos resíduos de serviço

de saúde no município de Capanema – PA em função: de o município ser considerado

polo na região, de encontrar-se em implantação o Hospital Regional no município

indicando futuro incremento de resíduos, de ter havido um recente aumento na

quantidade de empreendimentos de saúde em Capanema e de haver duas indústrias

cujos trabalhadores que podem utilizar desses serviços. Tais fatos levam ao

entendimento de que a geração de resíduos sólidos de saúde em Capanema encontra-se

em progressão.

Assim, a presente proposta teve como finalidade investigar: Qual(is) o(s)

instrumento(s) utilizado(s) pelo poder público para acompanhar empreendimentos

de saúde no gerenciamento dos resíduos sólidos perigosos no município de

Capanema-PA?

Objetivou-se identificar e analisar os instrumentos utilizados pelo poder

público, assim como verificar quais os empreendimentos atuantes no ramo de serviços

de saúde em Capanema. Além disso, buscou-se detectar o(s) órgão(s) público

responsável(is) para acompanhar a destinação dos resíduos sólidos de serviços de saúde

e identificar evidências desse acompanhamento do(s) órgão(s) público(s) em

empreendimentos no município.

A monografia encontra-se estruturada em trêscapítulos. O primeiro Capítulo

corresponde a Revisão de Literatura, abordando os principais autores e bases legais

sobre o assunto. O segundo Capítulo consiste na Metodologia, o qual demonstra o

procedimento adotado para execução do trabalho. O terceiro Capítulo consiste nos

Resultados e Discussões demonstrando os instrumentos públicos adotados em

Capanema para acompanhar os gerenciamentos dos resíduos sólidos de saúde praticada

pelos empreendimentos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 OS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: UM ELO NA GESTAO

PÚBLICA E NO MEIO AMBIENTE.

Responsabilidade ambiental no decorrer dos anos e principalmente nessa

última década, vem sendo evidenciada por empreendimentos através de um conjunto de

práticas adotadas independente do porte e atividade, buscando credibilidade no mercado

e um diferencial competitivo a partir da minimização de resíduos que levam a

contaminação do solo, de lençóis freáticos, rios e do próprio ar.

(SCHREIBER&ECCEL, 2015).

Apesar dos esforços dos empreendimentos para monitoramento, mitigação,

eliminação e/ou compensação de impactos negativos, considera-se que as iniciativas

ainda são consideradas incipientes frente as necessidade para se manter ou recuperar a

qualidade ambiental (ETHOS, 2016).

Os resíduos sólidos são considerados aspectos ambientais advindos de

atividades potencialmente ou efetivamente poluidoras de maior expressividade para

alteração negativa da qualidade ambiental. Atualmente a preocupação com resíduos

sólidos está associada ao modelo consumista de desenvolvimento mundial presente no

processo produtivo de empreendimentos para produção de bens/serviços e na aquisição

desses bens/serviços pela sociedade, pois ambos são fontes de geração de resíduos

sólidos. (BELTRAME apud RIZZON; NODARES & REIS, 2015).

Em 2010, surge a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, através da

Lei nº 12.305/10, visando a aplicação de um conjunto de práticas socioambientais para

tratar a problemática no país através da redução da geração de resíduos, com proposta a

prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar

o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos, instituem responsabilidades e

cria metas para criação de planos de gerenciamentos de resíduos.

A PNRS reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes,

metas e ações adotadas pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de

cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares, e com vistas à

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16

gestão integrada ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos

(BRASIL, 2010).

Dentre as fontes geradoras de resíduos sólidos, têm-se os empreendimentos de

saúde, pois são responsáveis pelo descarte de materiais hospitalares com um teor de

infecção e risco considerável a saúde humana (BELTRAME, 2012).

Nos últimos anos, as organizações hospitalares passaram a se preocupar com a

forma de minimizar ou até mesmo anular os efeitos negativos dos resíduos de saúde

(CAMARGO M. E; MOTTA M. E. V.; LUNELLI M. O & SEVERO E. A, 2009).Os

estabelecimentos de saúde estão em constante evolução, desta forma a necessidade de se

conscientizar de outras responsabilidades, que não se limita em apenas prestar serviço,

mas sim em estar atento aos resíduos de saúde gerados durante suas atividades que

implicam em diversas ameaças ao meio ambiente e à saúde humana. (CAMARGO M.

E.; MOTTA M. E. V.; LUNELLI M. O & SEVERO E. A, 2009).

O poder público, enquanto órgão executor das leis, acompanha a gestão dos

resíduos sólidos de saúde dos empreendimentos, monitorando a sua destinação. Assim,

o arcabouço legal consiste em uma ferramenta que regula o funcionamento das

atividades geradoras de resíduos de saúde, como por exemplo, a Resolução RDC 306 de

2004 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, que obriga o treinamento

de funcionários em estabelecimentos de saúde para a correta manipulação de resíduos.

(BERTO, CZYKIEL & BARCELLOS, 2012).

Órgãos competentes como o CONAMA, a própria ANVISA, PNRS,

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e Conselho nacional de energia

nuclear – CNEN tem finalidade de estar normatizando a maneira de gerenciar os

resíduos sólidos de saúde. A ABNT, por exemplo, classifica os resíduos de acordo com

suas especificações em classes A resíduos infectantes, B resíduo especial e C resíduo

comum, e tem como seus conselhos respectivos acionados o – CNEN, responsável pelos

rejeitos radioativos, CONAMA busca restringir as atividades através de resoluções

baseadas em leis estaduais e federais, com o raciocínio mais amplo, porém é de suma

importância considerar as Políticas Nacionais de Meio Ambiente (PNMA).

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17

2.2 PANORAMA BRASILEIRO DE GERAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

DE SERVIÇOS DE SAÚDE - CLASSIFICAÇÃO – LESGISLAÇÃO -

TRATAMENTO – DESTINAÇÃO FINAL.

2.2.1 Definição dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)

No Brasil a classificação de resíduos sólidos de saúde teve maior

representatividade a partir de 1990, especificamente no estado de São Paulo na

secretaria de saúde de São Paulo. Os resíduos dispõem de três categorias: infectantes,

especiais e comuns, onde por meio dessas categorias são detectadas cinco classificações

A, B, C, D e E. (PHILIPPI JR, 2005.)

Segundo NÓBREGA (2012) por volta de 1993, os resíduos de Serviços de

Saúde eram denominados de resíduos hospitalares ou “lixo hospitalar”, objetivando

definir a parcela solida dos resíduos originados dentro de um hospital. Entretanto, esse

chamado foi substituído por resíduos de serviços de saúde, pois se compreende que

esses resíduos não eram gerados somente por hospitais, mas sim por todas prestadoras

de serviços de saúde.

Atualmente a RESOLUÇÃO nº 358do CONAMA, de 2005 define que

Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) consistem em resíduos resultantes de atividades

desenvolvidas dentro de um estabelecimento de saúde, ou seja, de clinicas odontológica,

laboratorial, farmacêutica, veterinária, hospitais, todo um aglomerado de instituições de

ensino ou pesquisa humana e veterinária.

Os rejeitos ocasionados pelos serviços de saúde vêm ganhando grande

repercussão e tornando-se um assunto bastante questionado, proporcionando muitas das

vezes polemica e controvérsias por meio dos perigos que podem oferecer e pelas

medidas contundentes que seriam exigidas para evitá-los (NÓBREGA, 2012).

Por meio desses questionamentos, os resíduos hospitalares vêm caracterizando-

se como um dos fatores mais complexos dos dias atuais, onde busca meios para

minimizar essa problemática, onde começa desde a geração e se perpetua até a

disposição final, pois esses gestos implicara tanto ao meio ambiente e saúde humana,

pois e fundamental dispor de apenas um ato de cidadania e educação com as gerações

futuras.

Os resíduos de serviços de saúde são parte importante do total de resíduos

sólidos urbanos, não necessariamente pela quantidade gerada (cerca de 1% a 3% do

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA UFRA CAMPUS

18

total), mas pelo potencial de risco que representam à saúde e ao meio

ambiente(ANVISA, 2006).

O crescimento dos serviços de saúde público ou privado vem provocando

questionamentos sobre possíveis perigos e a adequada destinação dos RSS. Desta

forma, as exigências legais têm sido mais rigorosas, considerado a composição dos

RSS, a origem, quantidade entre outros aspectos que depende do estabelecimento e da

atividade que produz. (OLIVEIRA, 2002).

2.2.2 Classificação

Os resíduos de serviços de saúde onde eram denominados de resíduos

hospitalares ou “lixo hospitalar”, os quais são produzidos em umas enumeradas

unidades prestadoras de serviços de saúde, sendo ele público ou privado, como

normatiza a RESOLUÇÃO nº 358do CONAMA, de 2005 que identificam quais são os

estabelecimento de saúde tais como: clínica odontológica, laboratorial, farmacêutica,

veterinária, hospitais e todo um aglomerado de instituições de ensino ou pesquisa

humana e veterinária.

Esta classificação vem passando por um constante processo de aprimoramento,

pois é constante a introdução de novos tipos de resíduos dentro dos estabelecimentos de

saúde e já tomando conhecimento dos resultados ocasionados ao meio ambiente e à

saúde humana, em que tem como foco constituir uma gestão contundente por meio dos

gerenciamentos dos riscos envolvidos na sua manipulação, (ANVISA, 2006).

Segundo a norma NBR 10004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas –

ABNT (2004) A classificação de resíduos abrange um enumerado de procedimento

onde envolve para uma melhor identificação dos procedimentos ou atividades que lhe

originou que lhe constitui e suas respectivas características representadas por uma

listagem de resíduos e substancias tem como resultado seus impactos de grande

proporção ao meio ambiente

Para permitir um adequado gerenciamento dos RSS, em função da natureza

heterogênea destes, se faz necessária sua classificação, devendo considerar também a

área de geração e o potencial de risco dos mesmos (DANIEL; DANIEL; DANIEL,

2015).

Para permitir um melhor entendimento entre os (RSS), buscaram-se identificar

dentro da RESOLUÇÃO nº 358do CONAMA, de 2005, as suas possíveis classificações

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19

onde esclarecer os potencias riscos dos mesmos. Pois já que em estabelecimentos de

saúdes acontecem diversas atividades, onde podem vir a gerar resíduos absolutamente

inócuos, como destroços e entulho de materiais de construções ou ate mesmo matérias

perigosas, mas que não se encaixem nos resíduos de serviços como são chamado

“resíduos contaminados”, onde são peças anatômicas contaminas com elevada doses de

medicamentos.

Por meio dessa contextualização, é imprescindível que se conheça quais são as

suas classificações e características dos RSS (Quadro 1), no Brasil há duas normas que

regem essas classificações: a do (CONAMA) Conselho Nacional de Meio Ambiente e a

da (ABNT).

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA UFRA CAMPUS

20

QUADRO 1– Classificação e identificação dos RSS.

Classificação Características Exemplos

Grupo A

Resíduos

Perigosos

Materiais com possível presença de

agentes biológicos, os quais podem

apresentar risco de infecção. São

classificados em 5 subgrupos: A1,

A2, A3, A4 e A5.

Placas e lâminas de

laboratório, carcaças,

peças anatômicas

(membros), tecidos,

bolsas transfusionais de

sangue, etc.

Grupo B

Resíduos Químicos

Contém substâncias químicas que

podem apresentar risco à saúde ou

ao meio ambiente, dependendo de

suas características de

inflamabilidade, corrosividade,

reatividade e toxicidade.

Produtos hormonais e

antimicrobianos,

medicamentos

apreendidos, reagentes de

laboratório, resíduos

contendo metais pesados,

etc.

Grupo C

Rejeitos

Radioativos

Materiais com radionuclídeos em

quantidades superiores aos limites

especificados nas normas da

Comissão Nacional de Energia

Nuclear (CNEN).

Materiais de serviços de

medicina nuclear e

radioterapia

Grupo D

Resíduos

Domiciliares

Não apresentam risco biológico,

químico ou radiológico à saúde ou

ao meio ambiente.

Sobras de alimentos e do

preparo de alimentos,

resíduos das áreas

administrativas, etc.

Grupo E

Materiais perfuro-cortantes.

Lâminas de barbear,

agulhas, ampolas de

vidro, lâminas e bisturi,

lancetas, espátulas, etc.

FONTE: BARTHOLOMEU; CAIXETA (2011) adaptado pelos autores.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA UFRA CAMPUS

21

2.2.3 Legislação

Historicamente só no final do século XX foi que o Brasil iniciou uma preocupação

necessária contra os RSS através das leis federais que prepuseram diante aos resíduos

sólidos em geral, e com o tempo podem afunilar ate chegar aos RSS, que, mediante a

lenta observação legalmente, a única forma de destinação final era a incineração. Com o

passar dos tempos, alguns estudiosos afirmavam que a fumaça desses resíduos eram

ainda mais prejudiciais para saúde humana em uma escala considerável, inserido na

resolução do CONAMA 06/91. Pouco tempo depois a resolução do CONAMA de

05/95, que trouxe um diferencial e uma consistência mais valorosa que definia os

grupos de RSS em (A, B, C e D), e tinha como foco, assim como na resolução 06/91, a

exigência de um técnico que gerencie esse monitoramento. Entre outras importantes

situações menciona a relevância aos RSS de modo radioativo que se enquadra no grupo

C, que se adapta a resolução CNEN-NE (conselho nacional de energia nuclear), (1985),

definidos os padrões e critérios de gerenciamento desse tipo de resíduo.

A Politica Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, lei nº 12.305/10, tem como

intenção proporcionar o avanço da nação com instrumentos que facilitem redução na

geração de resíduos, proporcionando cultura de reciclagem enquanto resíduos que

evidencie a importância economicamente e que todos os envolvidos possam realmente

estar consciente desse descarte, principalmente daqueles geradores de resíduos. É uma

concepção atual que, além de instrumentos, institui metas e criam responsabilidades de

modo geral. (PHILIPPI JR, 2005.)

A PNRS proporciona o incentivo a política reversa que é trata dos resíduos e de

reutilização forma criativa e econômica, buscando assim patamares a um nível de pais

desenvolvido com relação aos resíduos sólidos. (BRASIL, 2016).

Competem ao CONAMA, resoluções que proporcionam suas vertentes de controle,

que regulamentam e que tenham restrições quanto ao uso e desuso de resíduos de vários

gêneros, como é classificado. O art. 1o Esta Resolução aplica-se a todos os serviços

relacionados com o atendimento à saúde humana e animal, de serviços como serviços de

assistência domiciliar; trabalhos de campo; necrotérios; funerárias, serviços onde se

realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços

de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos

de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores

de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e

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22

controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços

de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares.

2.2.4 O Sistema de Manejo de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde.

Segundo a NBR 10004 (2004), resíduos sólidos são classificados como

resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem

industrial, doméstica, comercial, agrícola, serviços de varrição e hospitalar, onde por

sua vez distingue que os resíduos hospitalares se encaixam nesse aglomerados, onde são

classificados de resíduos sólidos. Onde o mesmo possui características distintas e

demanda de um cuidado especifico no seu gerenciamento.

O sistema de manejo de resíduos de serviços de saúde se dar através de etapas

(Quadro 2) tais como: Geração, Segregação, identificação e Acondicionamento,

Armazenamento e transporte, Equipamentos e instalações, tratamento e disposição final,

distingui na visão de (COSTA; FONSECA, 2009). Onde o mesmo é formado por um

conjunto de procedimentos, tendo como finalidade proporcionar aos resíduos gerados

uma trajetória segura e de forma eficiente, visando à proteção humana, a preservação do

meio ambiente, dos recursos naturais e da saúde pública (COSTA; FONSECA, 2009)

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QUADRO 2 – Etapas e Características dos RSS.

ETAPAS CARACTERISTICAS

Geração Transformação da matéria bruta em

resíduos.

Segregação Separação ou seleção apropriada dos

resíduos.

Identificação Identificar, por meio de cores, símbolos.

Acondicionamento Isolar do meio externo, evitando

contaminação.

Armazenamento Consiste, em dispor em um ambiente

apropriado.

Transporte Consiste na transferência de forma

segura

Tratamento Consiste na esterilização, incineração,

entre outros métodos.

Destinação Final Consiste em utilizar os aterros sanitários

ou lixões.

FONTE:Resolução da ANVISA RDC 306/04 e CONAMA 358/05

adaptadas pelos autores.

2.2.5 Etapas do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)

O Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde é um

documento que descreve as ações a serem adotadas no manejo dos resíduos, visando

suas características e riscos, identificados nos estabelecimentos de saúde (ALMEIDA,

R. S 2007). O gerenciamento deve sempre envolver todas as etapas de planejamento

(ANVISA 2004), norteando-se por meio da referencia à geração, segregação,

acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final

onde acompanha as ações de seguranças para a saúde e ao meio ambiente (ALMEIDA,

R. S 2007).

Na resolução RDC nº 306 de 2004 se afirma que toda gerador de resíduos deve

elaborar um plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde – PGRSS,

fundamentando –se nas características dos resíduos e nas suas classificações A, B, C, D,

e constituindo as diretrizes de manejo dos RSS.

Esses instrumentos de politica nacional são elaborados pelo poder publico para

uma maior contribuição e aperfeiçoamento das ações realizadas pelos estabelecimentos

de saúde (ALMEIDA, 2014). Por meio dessa elaboração e aplicações do PGRSS, tem

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seum maior controle e diminuição de ricos e contaminações, tanto para a saúde, quanto

para o meio ambiente (MARQUES, FERREIRA, 2006).

Geração: Essa etapa consiste na transformação de matérias utilizadas dentro de

um estabelecimento de saúde em resíduos. Fase inicial em meio a todo um processo, no

qual os profissionais da saúde devem está altamente treinado para que possa identificar,

no ato da geração dos resíduos, quais as suas propriedades é o seu potencial risco

infectante, e segregando em seu respectivo recipiente de acordo com cada tipo de

resíduos (GUEDES, 2006).

Segregação:A segregação incide em uma etapa de estrema importância para

assim possibilitar o comprimento dos objetivos de um sistema eficiente de manuseio de

resíduos, onde a segregação consiste em separar ou selecionar os resíduos em locais

adequados, dispondo de cuidados especiais para impedir os manuseios indevidos. Esta

etapa consiste em envolver todos os profissionais que atuam dentro da unidade de

saúde, pois essa operação deve ser realizada por pessoas capacitadas que produzem os

resíduos no ato da geração (médicos, enfermeiros, técnicos de laboratórios e etc.). A

separação precisa ser realizada sempre na origem, pois não se aceita manuseio posterior,

assim OLIVEIRA (2002); BRASIL(2012).

Essa etapa também é uma das primeiras mais importantes operações, pois

requer a participação ativa e consciente de toda comunidade hospitalar, onde um

processo de separação eficiente no ato da geração colaborará para, a minimização do

volume de resíduos infectantes, contaminantes e entre outros benefícios, tanto para a

saúde humana, quanto para o meio ambiente (GUEDES, 2006).

Na contextualização afirma que o principal objetivo não condiz apenas à

quantidade de resíduos com riscos biológicos, mas também arquitetar uma cultura

organizacional de segurança, visando o não desperdício e investindo na reutilização de

alguns resíduos. (BRASIL, 2012, p.15).

Por meio da segregação dos resíduos de serviço de saúde (RSS) no ato de sua

origem, proporciona uma redução de riscos para a saúde e meio ambiente, pois assim se

evita que os resíduos potencialmente contaminantes infectem os outros resíduos gerados

nas unidades de saúde (NÓBREGA, 2012).

Segundo a ANVISA (2006) relata que há três vantagens por meio da pratica da

segregação tais como: Minimização dos riscos para a saúde e o meio ambiente,

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prevenindo os resíduos infectados caso venham contaminar outros resíduos nos

hospitais, Redução de gastos, pois apenas utilizara de tratamentos especiais, Aumento

de eficiência na reciclagem.

Identificação e Acondicionamento:O acondicionamento e identificação “consiste

no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem

vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura” (NOBREGA, 2012).

Segundo SEVERO; CAMARGO (2009) para amenização dos riscos, todos os

resíduos devem ser acondicionado de modo especifica a seu ato de periculosidade, onde

deve ser feito em:

a) Sacos impermeáveis nas diferentes cores, colocados em recipientes

identificados;

b) Lixeiras com simbologia diferente para cada tipo de resíduo;

c) Carros;

d) Locais de armazenamento interno junto com os demais resíduos e externo

separados dos demais resíduos.

Alguns resíduos precisam de métodos diferenciados, ou seja, especiais no seu

condicionamento, tais como: os oriundos de serviços de saúde e os que possuem

características perfuro-cortantes, onde os mesmos possuem um potencial risco a saúde

dos coletores e catadores de lixo (MAGALHAES, 2008).

Por meio da contextualização de (OLIVEIRA, 2002), o Brasil e dentre outros

países também se utilizam de sacos plásticos para o acondicionamento de resíduos

infectantes comuns em geral, e recipientes rígidos comumente conhecidos como

coletores para os perfuro-cortantes.

Para a utilização de sacos devem-se evidenciar algumas características de suma

importância tais como: Espessura e tamanho apropriado dos sacos, resistência dos sacos

material utilizado na composição dos sacos (OLIVEIRA, 2002).

Para a utilização de outras embalagens os resíduos perfuro-cortantes se

enquadram nestas características, onde o mesmo necessita de uma embalagem mais

rígida, onde na maioria das vezes utilizam-se frascos ou recipientes de estatura pequena

e matérias de papelão, plástico ou metal. Para os resíduos especiais, dependerá muito do

seu potencial de periculosidade. Nestas embalagens devem conter as seguintes

particularidades (impermeabilidade, hermetismo e inviolabilidade), onde visão dificultar

ao estremo, a abertura e manuseio dos seus respectivos conteúdos (OLIVEIRA, 2002).

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Os sacos ou embalagens utilizados nos (RSS) devem conter de cores, símbolos e

sinalização aos recipientes, sacos e locais, onde são condicionados os resíduos, nelas

devem conter um código de cores e indicações notáveis sobre os resíduos e seu risco

(Quadro 3).

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QUADRO 3 – Procedimento para acondicionamento e identificação dos RSS. Classificação Acondicionamento Identificação

Grupo A

Seu acondicionamento deve ser realizado em

saco branco leitoso, resistente, impermeável

utilizando-se saco duplo para os resíduos

pesados e úmidos, devidamente identificado com

rótulos de fundo branco, desenho e contorno

preto contendo símbolo e a inscrição de “Risco

Biológico".

Grupo B

Devem ser acondicionados em saco branco

leitoso, resistente, impermeável utilizando-se

saco duplo para os resíduos pesados e úmidos,

devidamente identificado com rótulos de fundo

vermelho, desenho e contornos pretos, contendo

símbolo de substância tóxica e a inscrição de

“Resíduo Químico”.

Grupo C

Devem seguir as normas de uma legislação

própria da CNEN (Comissão Nacional de

Energia Nuclear).

Grupo D

Os materiais reutilizáveis e recicláveis devem ser

separados e acondicionados de acordo com as

normas dos serviços locais de limpeza. Os

demais são acondicionados em sacos pretos.

Grupo E

Devem ser acondicionados em recipientes

resistentes, rígidos, com tampa e identificados

como resíduos perfuro cortantes, sendo proibido

o reaproveitamento desses recipientes. O volume

não deve ultrapassar 2/3 da capacidade do

recipiente.

FONTE:BARTHOLOMEU; CAIXETA, 2011apud DOMINCIANO, 2014, p.13.

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Armazenamento e Transporte:O armazenamento nada mais é que um

condicionamento temporário, ou seja, provisório de resíduos em um local dispondo de

cômodos apropriados para o recebimento dos resíduos de acordo com suas classes e

especificações A, B, C, D, E (NÓBREGA, 2012).

O transporte é feito de duas formas o interno e o externo. Porem o que irá ser

enfatizado em meio a esta contextualização será o transporte externo. Este consiste no

translado dos resíduos de seu ponto de origem até a sua disposição final, onde os

resíduos devem estar todos separados, de acordo com cada grupo de resíduos e em

carros de coleta específicos a cada grupo de resíduos (NÓBREGA, 2012).

O transporte externo dos RSS deve ser realizado através de veículos dedicados

unicamente a esta tarefa e deve ser sempre devidamente documentado (KEPP;

ARAUJO; FIGUEREDO, 2013).

Tratamento:Segundo a RESOLUÇÃO nº 358 do CONAMA de 2005; sistema

de tratamento de resíduos de serviços de saúde é uma união de vários estabelecimentos,

processos e procedimento que modifica as características físicas, físico-químicas, ou

biológicas dos mesmos, assim tendo autonomia para lhe originar uma descaracterização,

almejando a minimização dos riscos a saúde e ao meio ambiente.

No Brasil os tratamentos mais realizados são a esterilização e a incineração.

Porém há quatro diferentes tipos de tratamento de RSS. No tópico seguinte são

contextualizados os principais processos de tratamento para o RSS, enfatizando quais

seus pontos positivos e negativos na visão de (DOMINCIANO 2014; GUEDES 2006).

Incineração:A incineração é um termo comumente utilizado para distinguir todos os

sistemas de queima, porém refere-se na realidade, ao processo de combustão efetuado e

dos incineradores de câmeras múltiplas (SHUMBO 2003; GUEDES 2006).

O exercício de diminuir o lixo por meio da queima perpetua-se por muito

tempo e, notoriamente, os meios utilizados para esta prática torna-se aprimoradas para

melhores resultados, principalmente nas ultimas décadas, pois a mesma tem como

finalidade primordial a disposição dos resíduos, com foco principal nos altamente

perigosos, para minimizar a agressão à saúde publica e ao meio ambiente (GUEDES,

2006).

A incineração é um processo de combustão realizado através de câmara

múltipla (GUEDES, 2006, p. 73)onde a mesma dispõe de vantagens e desvantagens

(Quadro 4)

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“A incineração e um processo de destruição térmica realizada sob altas

temperaturas (entre 900 a 1250°C) com tempo de permanência controlado,

plicado para tratamento de resíduos de elevada periculosidade ou que

necessita de destruição completa e segura. A decomposição térmica ocasiona

a oxidação da matéria, sob condições controladas, convertendo materiais

combustíveis, em resíduos não-combustíveis (escorias e cinzas), reduzindo o

volume e o peso e as características de periculosidade dos resíduos, além da

emissão de gases” (GUEDES, 2006, p.73)

QUADRO 4 - Vantagens e desvantagens do tratamento por incineração

VANTAGENS DESVANTAGENS

Redução de resíduos nos aterros

sanitários

Poluição atmosférica

Eliminação de resíduos perigosos

FONTE: GUEDES (2006), Adaptado pelos autores.

Autoclaves: No processo de autoclaves dispõem de vantagens e desvantagens (Quadro

5) neste processo é realizada a descontaminação concretizada por meio de vapor d’agua

com uma alta elevação de temperatura e pressão, realizado durante um interstício de

tempo satisfatório para aniquilar agentes patogênicos ou amortecer a nível que não

venha a oferecer riscos à saúde e ao meio ambiente (DOMINCIANO, 2014).

Os resíduos devem estar acondicionados em sacos plásticos adequados e

alocados em caixas metálicas sem a utilização de tampa, o vapor e injetado na câmera e

com alta temperatura os sacos são destruídos permitindo assim o contado com os

resíduos, por fase final e realizada a secagem dos resíduos para que se retirem os

mesmos sem perigos de influentes. Em seguida os resíduos são triturados e

encaminhados aos aterros sanitários para sua disposição final (GUEDES, 2006).

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30

QUADRO 5 - Principais vantagens e desvantagens do tratamento de Autoclave.

VANTAGENS DISVANTAGENS

Aplicável em qualquer resíduo de alta

periculosidade

Não há redução de pesos dos resíduos

Não casa danos ao ar Exigências de embalagens adequadas

Realizados a esterilização passa a ser

como um lixo comum.

Elevação no consumo de energia

FONTE: GUEDES (2006), adaptados pelos autores.

Micro-ondas:Esse método dispõe de vantagens e desvantagens em seu tratamento

(Quadro 6) onde este método tem como finalidade em desinfetar os resíduos através da

emissão de ondas de baixa ou alta frequência por meio de uma elevada temperatura. O

vapor ocasionado promove a ruína dos agentes patogênicos, entretanto os resíduos

devem ser previamente mitificados e estilhaçados para que este artificio possa ser

iniciado (DOMINCIANO, 2014).

Essa técnica incide na moagem dos resíduos, onde são submetidos. No local de

processamentos dos resíduos entra em ação o processo de vapor de radiação em alta

temperatura e pressão para que se obtenha o processo de esterilização por meio do

micro-onda. A esterilização onde corre dentro de 15 minutos com a temperatura em

torno de 115 a 121°C, onde nesse método de tratamento não são liberado influentes

ameaçador ao meio ambiente (GUEDES, 2006).

QUADRO 6 - Vantagens e desvantagens do tratamento de micro-ondas.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Não provoca poluição atmosférica Alto consumo de energia

Reduz os resíduos a 1/5 do volume A tecnologia dificulta o trabalho técnico

Os resíduos ficam irreconhecíveis

FONTE: RISSO 1993; Apud GUEDES 2006, p.71.

Radiação Ionizante: Os resíduos são sujeitados a raios gama, gerados por uma fonte de

cobalto 60, inativando os microrganismos (DOMINCIANO 2014). Essa tecnologia de

RSS é uma extremamente cara somando como uma desvantagem (Quadro 7) onde

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exigem instalações especiais e pessoais altamente qualificadas e treinadas (GUEDES

2006).

QUADRO 7 - Vantagens e desvantagens do tratamento de Radiação Ionizante

VANTAGENS DESVANTAGENS

Não utiliza de vapor Alto custo

Não deixa calor nos resíduos Alto custo em mão de obra qualificada

Depois da esterilização os resíduos

passam a ser comuns

Processo altamente espaçoso

FONTE: RISSO 1993; Apud GUEDES 2006, p.71.

Desativação Eletrotérmica:Essa técnica consiste previamente que os resíduos sejam

úmidos duplamente. Logo em seguida estes resíduos são mantidos a um campo de

elétrico com alta potencia gerando ondas magnéticas de baixa frequência, onde vem

atingir entre 95 a 98°C (DOMINCIANO, 2014).

Desinfetantes Químicos:Esta técnica consiste nos atributos reservados dos agentes

químicos para impossibilitar os agentes patogênicos nesta etapa dispõem de vantagens e

desvantagens (Quadro 8). Neste processo os resíduos devem passar por um processo de

moagem, em seguida, devem ser imersos por uma solução desinfetante, o vigor do

agente químico esta sujeito a temperatura do pH e da provável aspectos de outros

desinfetantes presentes, onde podem vir a causar efeitos positivos ou negativos

(DOMINCIANO, 2014).

Os resíduos químicos são despejados em sistemas de esgoto e os resíduos

sólidos resultantes são dispostos em aterros sanitários (GUEDES, 2006).

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32

QUADRO 8 - Vantagens e desvantagens do processo de esterilização por processos

químicos.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Facilidade no tratamento de resíduos

líquidos

Não indicados para resíduos anatomo

patológicos.

Baixo custo inicial Poluente químico

FONTE: RISSO 1993; Apud GUEDES 2006, p. 72.

2.2.6 Destinação Final de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde

Segundo a Resolução CONAMA nº 358/2005, Disposição final de resíduos de

serviços de saúde: é a prática de dispor os resíduos sólidos no solo previamente

preparado para recebê-los, de acordo com critérios, técnico-construtivos e operacionais

adequados, em consonância com as exigências dos órgãos ambientais competentes.

Entretanto o que é comumente notório na sociedade brasileira são os descartes

irregulares assim somando para a criação de um cenário prejudicial tanto para a saúde

humana quanto para o meio ambiente (ARAUJO; FIGUREDO; KOPP, 2013).

Lixão consiste, em uma forma inadequada de disposição final de resíduos

sólidos, onde os resíduos são jogados sobre, o solo, sem medidas de proteção ao meio

ambiente ou, à saúde publica; é a forma mais utilizada nos municípios Brasileiros

(JARDIM, 1995 Apud OLIVEIRA, 2009, p.21).

O lixão (Figura 1) ou vazadouro a céu aberto distingue-se pela disposição

desses resíduos diretamente ao solo, não dispondo de nenhum tratamento, acarretando

assim riscos e danos nocivos à população e ao meio ambiente (NOBREGA, 2012).

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FIGURA 1- Lixão a Céu Aberto de Capanema/PA

FONTE: Capturada pelos autores (2017).

Por meio do Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde

(PGRSS) ainda estarem em um estado embrionário é visível descrever quais os estados

que aderem a esse programa, o estado mais conhecido por adotar esse plano é em Porto

Alegre/RS, onde visão os aterros sanitários como uma prioridade para a sociedade,

gerando beneficio tanto para, a sociedade quanto para o meio ambiente.(HOPPE A. E

&SILVA C. E, 2005).

Aterro sanitário (Figura 2) condiz em um processo de destinação final de

resíduos sólidos no solo em sucessivas compactações e reconhecimento diários do lixo,

o aterro sanitário consiste na disposição final apropriada e metódica dos resíduos ao

solo, visando reduzir, o máximo o volume possível, por meio da compactação executada

por maquinas pesadas (tratores, esteiras e rolos compactadores), (GUEDES, 2006).

Os aterros sanitários são localidades adequadas para receber os rejeitos e os

Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), tratados e dispostos em cavidades especiais, no

solo, por meio de confinamento em camadas cobertas com material inerte (mantas

impermeáveis). Essa atuação previne a percolação do chorume pelo solo em direção ao

lençol freático, de jeito a impedir a poluição no solo e nas águas ressalta (NOBREGA,

2012).

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34

FIGURA 2: Aterro de Sanitário de Porto Alegre/RS

FONTE: ROCHA (2014).

Pois um gerenciamento adequado dos resíduos de serviços de saúde não

significa somente a diminuição dos riscos, mas também a possível minimização da

quantidade de resíduos desde o ato de geração, onde assim proporcionaria uma melhor

qualidade, e eficiência dos serviços disponibilizados dentro de uma unidade de saúde.

Pois através de um sistema adequado proporciona a redução dos riscos e controlar com

a máxima segurança e economia os riscos proporcionado a saúde humana e ao meio

ambiente(OLIVEIRA, 2002).

Por meio da resoluçãoCONAMA nº 358/2005 determina, quecabe a

responsabilidade aos geradores de resíduos de serviço de saúde e ao responsável legal, o

gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a atender

aos requisitos ambientais e de saúde pública.

A destinação do resíduo produzido pelos serviços de saúde é uma questão de

saúde pública (Quadro 9), por essa razão passa a ser de responsabilidade do Estado.

Sendo assim cabe ao Município, em sua esfera de ação, responsabilizar-se pelo

recolhimento e destinação final, principalmente por se tratar de material de potencial

risco, o que exige um tratamento adequado por parte do Poder Público (Prefeituras)

(BRASIL, 2010, p.2).

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35

QUADRO 9 – Atuação do Gerador e do Poder Publico e suas condutas no

gerenciamento do RSS.

Geração

Geração;

Segregação;

Classificação;

Acondicionamento;

Armazenamento;

Coleta;

Poder Publico

Coleta;

Tratamento;

Disposição final;

Normatização;

Fiscalização;

Treinamento;

FONTE: Adaptado de OLIVEIRA, 2002, p.35.

3 METODOLOGIA

O estudo baseou-se no enfoque exploratório descritivo, com abordagem

qualitativa descritiva, onde o objetivo principal foi perceber quais os empreendimentos

geradores de resíduos sólidos de serviço de saúde, além disso, buscou se evidenciar os

órgãos públicos responsáveis pelas fiscalizações e seus instrumentos utilizados para

realização dessas atividades.

O trabalho foi desenvolvido no município de Capanema (Figura 3), localizado

na mesorregião nordeste paraense, latitude “01º11’45” sul e longitude “47º10'51" oeste,

abrangendo uma área de aproximadamente 614,7 km², com população estimada de

66.759 habitantes em 2016(CIDADE-BRASIL, 2016).

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36

FIGURA 3: Território do município de Capanema e municípios vizinhos

FONTE:http://cidades.ibge.gov.br.

FIGURA 4:Território de Capanema, municípios vizinhos e malha rodoviária.

FONTE:Imagem de Satélite caputurada pelo Google Earth – versão 2017, em 04/03/17.

FIGURA 5: Extensão Territorial do Município de Capanema-PA.

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37

FONTE:Imagem de Satélite caputurada pelo Google Earth – versão 2017, em 04/03/17.

FIGURA 6: Sede do Município de Capanema-PA.

FONTE:Imagem de Satélite caputurada pelo Google Earth – versão 2017, em

04/03/17.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA UFRA CAMPUS

38

Inicialmente houve pesquisa bibliográfica sobre o tema e bases legais que

identificassem a participação dos órgãos públicos no acompanhamento dos

empreendimentos geradores de resíduos sólidos de saúde. Houve a identificação dos

órgãos públicos no município e, através de conversas informais e aplicação de

questionários, verificou-se os instrumentos utilizados por cada entidade pública para o

acompanhamento dos empreendimentos.

Durante os meses de novembro a dezembro de 2016 e janeiro a março de 2017,

foram observados, na sede do município de Capanema, a quantidade de

empreendimentos públicos e privados atuantes no ramo de saúde em Capanema,

conforme especificado na resolução da ANVISA - RDC 306/04 e CONAMA 358/05.

Posteriormente, obteve-se a lista de empreendimentos de saúde fiscalizados pela

Secretaria Municipal de Saúde para comparação e a indicação de empreendimentos de

saúde acompanhados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Os resultados da pesquisa foram obtidos através da tabulação dos dados e

análises comparativas envolvendo a resolução da ANVISA RDC 306/04 e CONAMA

358/05, os quais demonstraram o cenário da atuação da gestão pública no município de

Capanema em relação a geração de resíduos sólidos perigosos por empreendimentos de

saúde.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 – Instrumentos Regulamentados e Utilizados Pelos Órgãos Públicos no

Município de Capanema-PA.

As etapas do gerenciamento de resíduos de saúde são mencionadas na

Resolução do CONAMA 358/05 e detalhada na Resolução da ANVISA RDC 306/2004.

O referido manejo é demonstrado inicialmente com a geração de resíduos, seguido da

segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento

temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta e transporte externo e

disposição final. (Figura 7)

FIGURA 7: Etapas do Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA UFRA CAMPUS

39

FONTE: ANVISA/RDC 306/2004

A partir da geração de resíduos, correspondente a etapa 1 da Figura 7, verifica-

se que os empreendimentos do ramo de saúde pode encontrar-se, ou já encontram-se,

em funcionamento e por isso são considerados potencialmente ou efetivamente

poluidores, pela possibilidade de ocasionar degradação ambiental através da geração e

disposição dos resíduos perigosos. Desta forma, esses empreendimentos são passíveis

de licenciamento ambiental na esfera federal ou estadual ou municipal, conforme

estabelecido na Resolução do CONAMA 237/97.

Desta forma, entendeu-se que além da atividade do estabelecimento de saúde

ser passível de licenciamento ambiental, os sistemas de tratamento e disposição final

dos resíduos de saúde, etapas 7 a 10 da figura 7, também devem ter um licenciamento

específico para essa finalidade, conforme estabelecido no artigo 10º da Resolução do

CONAMA 358/05 e no anexo da Resolução ANVISA/RDC 306/2004 no item 2.6 do

Capítulo IV - Responsabilidade.

A Política Municipal de Meio Ambiente de Capanema, estabelecida na Lei nº

6275/2009, dispõem sobre o licenciamento ambiental e consideram os

empreendimentos hospitalares, laboratórios de análise clínicos e posto de saúde como

atividades potenciais causadora de poluição e degradação do meio ambiente. Assim, o

licenciamento ambiental consiste no instrumento (procedimento) administrativo

Geração de Resíduos

Segregação

Acondicionamento

Identificação

Transporte Interno

Armazenamento Temporário

Tratamento

Armazenamento Externo

Coleta e Transporte

Externo

Disposição Final 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

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utilizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMMA para acompanhar as

atividades potencialmente e/ou efetivamente poluidoras capazes de gerar de resíduos de

saúde considerados perigosos para o ambiente e saúde humana.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS consiste

em um documento técnico obrigatório a ser apresentado no processo de licenciamento

ambiental (fase de instalação) sendo sua execução acompanhada durante o

funcionamento do empreendimento (fase de operação), visando a não geração e

minimização de resíduos. (CONAMA 358/05, art. 2º, inciso XI).

A ANVISA, a partir da RDC 306/2004, dispõe do Regulamento Técnico

específico para gerenciamento de resíduos de serviços de saúde cujo anexo, no Capítulo

III, estabelece a obrigatoriedade de elaboração do PGRSS por todos os estabelecimentos

geradores desses resíduos.

Desta forma, compreendeu-se que o PGRSS consistiu no instrumento de

carácter técnico que deve ser apresentado pelo empreendedor para o órgão ambiental e

para o órgão responsável pela vigilância sanitária, caso contrário poderão ser aplicadas

sanções por ambos os órgãos públicos (ANVISA/RDC 306/2004;CONAMA 358/05).

Outro instrumento verificado, de carácter administrativo do pode público,

consistiu na fiscalização da ANVISA (RDC 306/2004) e do órgão ambiental

(CONAMA 358/05) em relação a execução do PGRSS pelo empreendimento.

Desta forma, a fiscalização das condições higiênicas - sanitárias dos

estabelecimentos de saúde ocorrem pela ANVISA, onde os empreendimentos

necessitam obter e manter ativo o Alvará Sanitário emitido por esse órgão. A

fiscalização das condições ambientais dos empreendimentos de saúde vai desde o

funcionamento do estabelecimento, até sistemas de tratamento e disposição final dos

resíduos de saúde, pois os empreendimentos necessitam obter e manter ativa as licenças

ambientais emitidas pelo órgão ambiental.

4.2 - Empreendimentos geradores de Resíduos Sólidos de Saúde em Capanema

A resolução da ANVISA RDC 306/04 e CONAMA 358/05 estabelecem os

geradores de resíduos de serviços de saúde, cujos instrumentos identificados

(Licenciamento Ambiental, PGRSS e Fiscalização da ANVISA e SEMMA) podem ser

aplicados pela gestão pública nos empreendimentos. (Quadro 10).

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QUADRO 10: Lista de empreendimentos geradores de resíduos de serviço de saúde

segundo RDC 306/04 e CONAMA 358/05.

EMPREENDIMENTOS

Atendimento à saúde humana ou animal

Serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo

Laboratórios analíticos de produtos para saúde

Necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento

(tanatopraxia e somatoconservação)

Serviços de medicina legal

Drogarias e farmácias inclusive as de manipulação

Estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde

Centros de controle de zoonoses

Distribuidores de produtos farmacêuticos

Importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico

in vitro

Unidades móveis de atendimento à saúde

Serviços de acupuntura

Serviços de tatuagem

FONTE: RDC 306/04 e CONAMA 358/05

Tendo como base as resoluções, foram identificados na sede do município de

Capanema 46 estabelecimentos de saúde humana e animal, sendo 18 unidades publica e

28 unidades privadas (CAPANEMA, 2017) Dentre as unidades de saúde têm-se18 UFS

correspondendo a 39% no total de estabelecimentos no ramo de saúde, 2 Hospitais

representando 4% do total, 1 Clinicas Veterinárias sendo 2% do total de

empreendimentos de saúde, 12 Clinica Odontológicas 26% do total de estabelecimentos

de saúde, 9 Clinicas Laboratoriais 20% do total de empresas no ramo de saúde e 4

Funerárias com 9% do total existente no município. (Figura 8).

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Figura 8: Identificação dos empreendimentos atuante no ramo de serviços de saúde em

Capanema-PA.

FONTE: CAPANEMA, 2017.

Ao comparar a resolução da ANVISA e CONAMA com os estabelecimentos

de saúde em Capanema, verificou-se a classificação dos resíduos gerados considerados

potencialmente poluidores e degradadores do meio ambiente e saúde humana. (Quadro

11). A quantidade de estabelecimentos não representa o real impacto ambiental no

município, pois os impactos desencadeados por essas atividades dependeriam de uma

análise mais específica considerando a quantidade de resíduo de saúde gerado por

estabelecimento e a destinação final dos mesmos, os quais não foram objetos da

presente pesquisa.

39%

2%4%

9%

20%

26%

Identificação dos Empreendimentos

USF

clinica veterinaria

hospitais

funerarias

Clinicas Laboratorias

Clinicas Ondontologica

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QUADRO 11: Estabelecimentos em Capanema segundo a classe de resíduos.

Estabelecimento Quantidade Classes dos Resíduos

Clinicas

odontológica

12 unidades

Grupo D – Resíduos Comuns.

Grupo E – Resíduos perfuro Cortantes.

Clinicas

laboratoriais

9 unidades Grupo B – Resíduos Químicos.

Grupo C – Resíduos Radioativo.

Grupo D – Resíduos Comuns.

Grupo E – Resíduos Perfuro Cortantes.

Funerárias

4 unidades

Grupo A – Resíduos Biológicos.

Grupo D – Resíduos Comuns.

Grupo E – Resíduos perfuro cortantes.

Hospital

2 unidades

Grupo A - Resíduos Biológicos.

Grupos B – Resíduos químicos.

Grupo D – Resíduos comuns.

Grupo E – Resíduos perfuro-cortantes.

Clinica veterinária 1 unidade Grupo E – Resíduos perfuro cortantes.

USF

18 unidades Grupo D – Resíduos comuns.

Grupo E – Resíduos perfuro-cortantes.

UPA

1 unidade

Grupo A - Resíduos Biológicos.

Grupos B – Resíduos químicos.

Grupo D – Resíduos comuns.

Grupo E – Resíduos perfuro-cortantes.

EMOPA

1 unidade

Grupo A - Resíduos Biológicos.

Grupos B – Resíduos químicos.

Grupo D – Resíduos comuns.

Grupo E – Resíduos perfuro-cortantes.

FONTE: Elaborado pelos atores com base no RDC 306/04; CONAMA 358/05

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A lei municipal nº 6275/2009, indica que o licenciamento ambiental é realizado

pela SEMMA de Capanema considerando empreendimentos hospitalares, laboratórios

de análise clínico e posto de saúde, contudo não incluem as atividades de clínicas

odontológicas, clínica veterinária e funerárias. De acordo com a SEMMA, dentre os

estabelecimentos de saúde licenciados, os empreendimentos hospitalares apresentam o

PGRSS, além disso, a Secretaria não monitora a execução do referido Plano.

Segundo informações da ANVISA de Capanema, todos os estabelecimentos

são passíveis de fiscalização sanitária, mas geralmente ocorre apenas durante a vistoria

da vigilância sanitária cuja frequência é reduzida.

4.3 - Principais Implicações no Acompanhamento da Gestão de Resíduos de Saúde

dos Empreendimentos em Capanema.

As principais implicações verificadas no acompanhamento dos

empreendimentos de saúde pela gestão pública, estão relacionadas a subutilização dos

instrumentos de monitoramento dos resíduos de saúde no município: licenciamento

ambiental, PGRSS e fiscalização ambiental.

4.3.1 - Instrumento Licenciamento Ambiental

De acordo com § 1º do artigo 4º da Resolução do CONAMA 358/05, os órgãos

ambientais municipais deveriam definir critérios para indicar os serviços de saúde que

seriam objetos de licenciamento ambiental, onde obrigatoriamente apresentariam o

PGRSS. Tal fato não foi observado na legislação municipal de Capanema, pois a lei nº

6275/09 lista empreendimentos a serem licenciados pela esfera municipal, mas não

fornece informações quanto a obrigatoriedade na apresentação do PGRSS. Por outro

lado, o licenciamento ambiental municipal está voltado para hospitais, posto de saúde e

clínicas laboratoriais, não contemplando as clínicas odontológicas, clínicas veterinárias

e funerárias, as quais não seguem definições legais para o licenciamento ambiental. A

referida lacuna implica na ausência de acompanhamento da SEMMA em relação a esses

empreendimentos que geram resíduos de serviços de saúde e, por conseguinte, não

apresentam o PGRSS.

Em relação aos empreendimentos de saúde que geram resíduos perigosos e são

licenciados pelo município, verificou-se a terceirização do transporte externo até a

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destinação final desses resíduos, cuja área está localizada no município de Castanhal.

Assim, acredita-se que a terceirizada deve ter o licenciamento ambiental vinculada a

prefeitura de Castanhal, conforme define a Resolução da ANVISA e CONAMA. Desta

forma, compreendeu-se o fato de que o gerenciamento desses resíduos não é

acompanhado em sua totalidade pela SEMMA de Capanema, a qual geralmente analisa

a viabilidade técnica do PGRSS e não a execução.

4.3.2 - Instrumento PGRSS

De acordo com a resolução da ANVISA RDC 306/2004, no artigo 3º, a

vigilância sanitária do município poderá definir normas para adequação as realidades

locais, contudo não se obteve evidências sobre adequações no município de Capanema.

O artigo 4º do CONAMA 358/05 menciona que os geradores de resíduos de

saúde são condicionados a elaborar o PGRSS de acordo com as normas de vigilância

sanitária, a qual deverá contemplar coleta, transporte e disposição final dos resíduos de

saúde. O referido artigo destaca também que o PGRSS deverá ser apresentado no

licenciamento ambiental. Considerando que a SEMMA não licencia todos os

empreendimentos, ficando alguns sem enquadramento na legislação local, verificou-se a

existência de estabelecimentos geradores de resíduos de serviço de saúde, em

Capanema, que não elaboram e nem executam o PGRSS. Tal fato necessita ser

analisado, pois o cenário atual dificulta o monitoramento do poder público na geração

desses resíduos pelos empreendimentos locais, assim como realização de análise de

riscos e impactos, para o ambiente e saúde humana, e criação de indicadores de

desempenho ou cadastro de estabelecimentos que executam o PGRSS.

4.3.3 - Instrumento Fiscalização

Foi verificado junto a ANVISA de Capanema que a fiscalização sanitária

ocorre nas dependências do empreendimento, uma vez por ano, quando é solicitado o

alvará de vigilância sanitária. A implicação existente nesse contexto corresponde na

possibilidade de funcionamento de estabelecimentos onde não tenha ocorrido a

solicitação de alvará e, com isso a ANVISA local não tenha sido provocada a fiscalizar

o estabelecimento gerador de resíduos de saúde. Nas empresas terceirizadas,

responsáveis pelo transporte externo e destinação final dos resíduos, não houve relatos

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de fiscalização da ANVISA de Capanema. Em relação à SEMMA não houve relatos

sobre fiscalização direcionada para a execução do PGRSS, contribuindo para

dificuldade de controle sobre a problemática.

Além disso, não houve relatos sobre um banco de dados a ser compartilhado ou

ações conjunta entre a ANVISA e SEMMA, visando auxiliar no acompanhamento dos

empreendimentos geradores de resíduos de saúde.

A reduzida fiscalização da ANVISA ou SEMMA em Capanema vem

contribuindo para que a disposição final de resíduos de alguns estabelecimentos de

saúde ainda permaneça desconhecida, dificultando o monitoramento, medidas corretivas

e de prevenção de danos ambientais e à saúde humana.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho evidencia pontos cruciais para o melhor entendimento do

gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, tanto do ponto de vista teórico as

definições e conceitos composto por legislações e o ponto de vista empírico que é

canalizada pela efetivação dos instrumentos de gerenciamento.

Importante frisar que os descartes irregulares de Resíduos de Serviço de Saúde

que consiste no território brasileiro, contribuem para um cenário altamente prejudicial

em relação à saúde humana e para o meio ambiente.

Desta forma nascem à necessidade fundamental do licenciamento ambiental, dos

PGRSS e das fiscalizações, que por sua vez possuem objetivos e estratégias de

gerenciamentos que no fim fazem toda diferença e que são exigências legalmente pelas

RESOLUÇÕES nº 358/05 CONAMA e ANVISA RDC 306/04. Há uma preocupação

justificada de entre as partes, tanto nos empreendimentos geradores e dos órgãos

responsáveis, porém nos empreendimentos transparece que em meio ao planejamento da

organização a preocupação com os RSS vem em segundo plano.

Apesar de ter um amparo considerável de instrumentos legais, foi constatado que

os órgãos fiscalizam em poucos momentos, destacou-se que a fiscalização acontece na

regularização de funcionamento anualmente. Contudo a crescente geração de RSS em

todo município é inevitável, a distância da SEMMA e da secretaria de saúde ANVISA

sobre o tema colaboram a uma ineficiência no monitoramento dos empreendimentos, a

distância entre os órgãos sobre as informações do assunto se torna restrito aos

empreendimentos e a sociedade, se tornando uma lacuna que canaliza problemas

diversos no meio social e ambiental.

Assim, faz-se necessário utilizar da cooperação técnica entre os órgãos

envolvidos na gestão de resíduos de saúde para que os instrumentos legais sejam

efetivos no município, contribuindo para qualidade ambiental e saúde humana dos

moradores locais. Portanto constatado tais lacunas sugere:

Políticas de educação de RSS, por ser um assunto que deve ser tratado como

uma prioridade aos empreendimentos de saúde.

Movimentos sociais que alimente de informações a todos os envolvidos sobre a

importância dos RSS.

Fiscalização programada e com intuito de orientação as organizações.

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Punições com mais rigor em empreendimentos de saúde que violam as leis e

ignoram as consequências ao meio.

Maior investimento em pesquisas relacionadas ao destinatário final desses

resíduos.

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49

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54

ANEXOS

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ANEXO A

I - GRUPO A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas

característicasde maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção.

a) A1

1. Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos

biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou

atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou

mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética;

2. Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou

certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com

relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente

que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja

desconhecido;

3. Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por

contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas

oriundas de coleta incompleta;

4. Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes

e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos

corpóreos na forma livre.

b) A2

1. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais

submetidos a processos de experimentação com inoculação de micro-organismos, bem

como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de

microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram

submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica.

c) A3

1. Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais

vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 cm ou idade

gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha

havido requisição pelos pacientes ou familiares.

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56

d) A4

1. Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados;

2. Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de

equipamento médico hospitalar e de pesquisa, entre outros similares;

3. Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e

secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de

conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco

de disseminação, cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de

contaminação com príons;

4. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro

procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo;

5. Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não

contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre;

6. Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos

cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica;

7. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não

submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem

como suas forrações; e 8. Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-

transfusão.

e) A5

1. Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfuro cortantes ou escarificantes e

demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita

ou certeza de contaminação com príons.

II - GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar riscoà

saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

a) produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos;

imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados

por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou

apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela

Portaria MS 344/98 e suas atualizações;

b) resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais

pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes;

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57

c) efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores);

d) efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas; e

e) demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR-10.004 da

ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

III - GRUPO C: É enquadrado nesse regime os materiais resultantes de atividades

humanas que contenham quantidades superiores aos limites de eliminação especificados

nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN a qual reutilização é

imprópria ou não prevista radionuclídeos.

a) neste grupo os materiais resultantes de pesquisa e ensino na área de saúde,

laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que

contenham radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação.

IV - GRUPO D: Resíduos domiciliares que não é considerado risco ao meio ambiente e

humano tais como: papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças

descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia

e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados.

V - GRUPO E: São classificados os materiais perfuro cortantes ou escarificastes, tais

como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas

endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares;

micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados

no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placs de Petri) e outros similares.

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ANEXO B

Universidade Federal Rural da Amazônia

Campus Capanema

Nome: ___________________________________________________Idade:________

Grau de escolaridade:_________________ Função:_____________________________

Setor: ___________________Tempo de atuação:______________________________

1. Qual a relação da Secretaria com os resíduos sólidos de saúde em Capanema?

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Existe alguma legislação específica a nível municipal? Quais?

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. Quantos estabelecimentos de saúde (humana, veterinária, funerária e

odontológica), a Secretaria tem conhecimento no município? Existe alguma

listagem que poderia fornecer? Quantos são públicas e quantos são privada?

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

4. Qual a orientação ou procedimento fornecido/exigido pela Secretaria para o

gerenciamento de resíduos sólidos de saúde para os empreendimentos de saúde?

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Como é realizado o acompanhamento dos empreendimentos de saúde? Qual a

frequência é feito? Existe fiscalização? Como é realizada? (Ver fluxograma)

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59

________________________________________________________________

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

6. As fiscalizações/acompanhamentos realizadas monitoram somente as unidades

de saúdes ou as empresas terceirizadas?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

7. Essa fiscalização é realizada desde o ato de geração ate a disposição final dos

resíduos sólidos de serviço de saúde? (p/ averiguar se esta sendo feito as

adequações necessárias)

________________________________________________________________

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

8. Como se dar essa interação com os responsáveis dos estabelecimentos?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

9. Atualmente quantos colaboradores atuam para a realização dessas fiscalizações?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

10. Quais os resultados observados em relação ao manejo/gestão inadequados no

município de Capanema?

__________________________________________________________________

_________________________________________________________________

11. Quanto tempo o órgão atua no município de Capanema?

________________________________________________________________

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60

12. Quais os principais problemas observados pela Secretaria em relação a gestão de

resíduos sólidos de saúde realizada pelas empresas?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

13. A uma parceria entre órgão e essas unidades de saúde? Ou seja, através de

palestras ou algo do gênero que incentive o gerenciamento correto dos RSS?

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

14. É feito alguma visita ao lixão de Capanema para identificar a existência de

resíduos sólidos de saúde ? Como é monitorado essa questão?

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

15. Nota se que no município de Capanema ainda não há um programa de manejo

sustentável de resíduos como um aterro sanitário. Porem há planejamento futuro

para que isso seja implementado no município?

-

________________________________________________________________

________________________________________________________________

16. Depois do tratamento, tem um acompanhamento para onde estar sendo

destinado? (Detalhar no fluxograma)

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

17. Dentro dessas verificações quais as deficiências mais encontradas? Qual o papel

da Secretaria nessa situação?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

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61

18. Há algum tipo de encontro ou palestras entre hospital e as secretaria para

discussão de problemas e trocas de informações? Qual a periodicidade? Quem

promove os encontros?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

19. Esses estabelecimentos mantem a secretaria informada sobre a elaboração e o

cumprimento do PGRSS? Quais os resultados?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

20. Algum estabelecimento já sofreu multa aplicada pela Secretaria/ANVISA?

Quais as sanções aplicadas pela Secretaria no descumprimento das normas de

resíduos sólidos hospitalares?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

21. Há alguma articulação junto ao gestor municipal da secretaria de saúde e a

secretaria do meio ambiente? Quais?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

22. É notório que em Capanema dispõe de serviços de Funerárias e Clinicas

Veterinárias como é realizada essa verificações?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

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ANEXO C

Universidade Federal Rural da Amazônia

Campus Capanema

Nome: ___________________________________________________Idade:________

Grau de escolaridade:_________________ Função:_____________________________

Setor: ___________________Tempo de atuação:______________________________

1. Nome do estabelecimento?

_______________________________________________________________

2. Localização do estabelecimento?

________________________________________________________________

3. Numero de funcionário?

________________________________________________________________

4. Quais os tipos de resíduos gerados neste estabelecimento?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

5. Possuem algum tipo de Coleta seletiva?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

6. Qual a quantidade de resíduos gerados neste estabelecimento?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

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63

7. Há um acompanhamento do poder publico frente ao gerenciamento dos

resíduos?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

8. Que empresa faz a coleta seletiva?

________________________________________________________________

________________________________________________________________-

________________________________________________________________

9. Como e onde é armazenado cada tipo de resíduos sólidos?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

10. Já teve alguma fiscalização da ANVISA?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

11. O estabelecimento já sofreu alguma multa pela ANVISA?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

12. O deposito temporário de resíduos atende ao volume gerado?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

13. Existe alguma politica de educação ambiental no estabelecimento?

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________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

14. O responsável pelo gerenciamento possui que nível de escolaridade?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

15. Quantas pessoas estão envolvidos neste gerenciamento?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

16. Que tipo de treinamento é ofertado para quem cuida desse setor?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

17. Qual a frequência desses treinamentos?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

18. Os funcionários participam de eventos, palestras que tratem sobre os resíduos de

serviços de saúde?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

19. Onde o estabelecimento procura informações sobre gerenciamentos de resíduos

de saúde?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

20. Qual a frequência da coleta de resíduos?

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________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

21. O estabelecimento fica atento aos acondicionamentos desses resíduos, ou seja, se

estar sendo armazenado em seus devidos sacos e colocado em seus devidos

locais?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

22. Existe alguma fiscalização de algum órgão no estabelecimento?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

23. Como se dar as etapas do gerenciamento de resíduos desde o ato de geração ate

a sua disposição final?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

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ANEXO D

Relação dos Estabelecimentos de Saúde Privado

HOSPITAIS- 2

SAÚDE SENTER

JOÃO PEDROZA

CONSUTORIOS DENTÁRIO – 12

SAÚDE DENTAL

BERNARDINO ODONTO COMPANY

ODONTO CENTER

KARLA NOGUEIRA

ORTOMAIS

COIFE ODONTO

ODONTOVIP

PERTO DAS CLINICAS

INSTITUTO ORALMEDE MEDICINA E ODONTOLOGICA

BERNADINO

DENTAL LEMED

ORALWAY

CLINICAS LABORATORIAL - 9

LABCLIM

MÉDIO FISIO

MEDICINE IMAGEM

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BIOLABIO

DR.BELTRAO

AMARALCOSTA

CLINICAPROCARDIACO

DRª KATIA CILENE

CLINIMED

CLINICA VETERINÁRIA - 1

JULLY FASHION PETSHOP

FUNERÁRIAS - 4

BELÉM

CAPANEMA

VERACRUZ

TIMBOTEUA

ANEXO E

Relação dos Estabelecimentos de Saúde Público

USF Raimundo Reis

USF DelmiraTexeira

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USF Arnaldo Tavares

USF São Joao Batista

USF Wellington Pontes

USF Manoel Valente

USF Joaquim Costa

USF Inussum

USF Raimunda Reis II

USF Bairro de Fátima

USF Jorge Nogueira

USF 1° Travessa

USF Almir Gabriel

USF Waldemar de Queiroz

Pronto Atendimento Médico ( PAM)

Unidade de Pronto Atendimento (UPA)

Centro Especializado de Odontologia (CEO)

Centro de Saúde de Capanema ( SESP)