ministÉrio da educaÇÃo universidade federal rural da...
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
BRUNA SUELLEN SALGADO DE OLIVEIRA
HORTAS ORNAMENTAIS: ESTUDO DE VIABILIDADE E
POTENCIALIDADES PARA ÁREAS URBANAS.
CAPANEMA – PA
2018
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
BRUNA SUELLEN SALGADO DE OLIVEIRA
HORTAS ORNAMENTAIS: ESTUDO DE VIABILIDADE E
POTENCIALIDADES PARA ÁREAS URBANAS.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Federal Rural da
Amazônia, como parte das exigências do
Curso de Bacharelado em Engenharia
Agronômica, para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Agronômica.
Orientador: Danilo Mesquita Melo
CAPANEMA – PA
2018
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Catalogação Internacional na Publicação (CIP)
Biblioteca Universitária Capanema Oliveira, Bruna Suellen Salgado de
Hortas ornamentais: estudo de viabilidade e potencialidades para áreas urbanas / Bruna Suellen
Salgado de Oliveira. – Capanema, 2018.
40 f.
Orientador: Danilo Mesquita Melo
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Agronômica) – Universidade Federal
Rural da Amazônia, 2018.
1. Hortas urbanas 2. Hortaliças 3. Jardins 4. Paisagismo I. Melo, Danilo Mesquita II. Título
CDD 23. ed.- 635 Bibliotecária-Documentalista: Cristiana Guerra Matos CRB2: 1143
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que me ajudou em cada etapa desse trabalho e
por todo o livramento em minha caminhada durante esses cinco anos. .
A Universidade, por me proporcionar a aquisição de conhecimento.
Agradeço a meus pais e meu irmão, que me deram apoio e incentivo nos
momentos difíceis que apareceram ao longo de minha trajetória.
A minha avó, Deusarina Oliveira e a todos os meus tios e tias pelas orações.
A meus primos e primas pelo incentivo e apoio.
A meu avô, José Augusto e meu tio Silmar (em memória), que foram exemplos
de caráter e dignidade e sempre me apoiaram em ir em busca dos meus sonhos e objetivos.
Thamyres Alves, amiga e irmã, pelo apoio, confiança, por acreditar em mim,
quando eu mesma não acreditava. Pelas horas dedicadas a mim para que esse trabalho
fosse concluído. Muito obrigada!
Aos meus amigos Wellen Rocha, Taiana Paiva, Amanda Lima, Tamyres Braun,
Dimas monteiro e Fabrício Farias pelo incentivo e apoio.
Ao meu Orientador Profº. Dr. Danilo Melo, pelo carinho, paciência, dedicação e
incentivo.
A todos os meus amigos pela força, palavra de incentivo e pelas orações.
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RESUMO
A integração de hortaliças no paisagismo surge como uma oportunidade para a
aproximação do consumidor de pequenas e grandes cidades. Assim, pode-se prover
alimentos de maior qualidade, integrados aos espaços urbanos já existentes sem que seja
necessário criar novos espaços, proporcionando o bem-estar social pela beleza,
conservação ambiental e a nutrição. O presente trabalho teve por objetivo realizar
levantamento do potencial de hortas ornamentais no paisagismo de pequenas e grandes
cidades por meio de estudo de demanda e propor um projeto de horta ornamental. Foi
realizada pesquisa de demanda por meio de questionários passados à população. Os
questionários foram elaborados e aplicados para caracterizar o perfil dos consumidores
de hortaliças nas pequenas e grandes cidades. O questionário possuía 24 perguntas e
foram aplicados nas cidades de Bragança e Belém. Após análise de demanda, foi proposto
um projeto de horta ornamental para uma praça da cidade de Bragança. Em Belém,
76,39% dos entrevistados conhecem pelo menos uma hortaliça ornamental dariam
prioridade na compra dessas hortaliças, gostariam de cultivar em casa, pagariam mais
caro, além de aumentarem o consumo diário. Esta mesma quantidade de entrevistados
também gostariam de ter uma horta ornamental em suas residências, dariam preferência
por visitar praças, shopping e outros lugares que tivesse uma horta ornamental e acham
mais interessante um jardim com hortaliças ornamentais, do que um jardim comum. Em
Bragança, as mesmas opiniões citadas acima foi detectada por 71,33% dos entrevistados.
O projeto foi realizado na Vila do Acarajó, localizada no município de Bragança, na
região nordeste do estado do Pará, distante 210 km de Belém. O espaço é de uma família
que mora na vila. O local foi escolhido após exposição da proposta e então aceitação da
comunidade. Os resultados demonstraram que a sociedade aprova o paisagismo
utilizando hortaliças com potencial ornamental, considerando ser uma importante
ferramenta para valorização do consumo de alimentos saudáveis proporcionando o bem-
estar ambiental nas cidades. O projeto de horta ornamental foi aprovado pela clientela, a
qual, irá executar na área proposta.
PALAVRAS-CHAVE: Hortas Urbanas; Hortaliças; Jardins; Paisagismo.
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ABSTRACT
The integration of vegetables in landscaping appears as an opportunity for the consumer
approach of small and large cities. Thus, it is possible to provide higher quality food,
integrated into existing urban spaces without creating new spaces, providing social well-
being for beauty, environmental conservation and nutrition. The objective of this work
was to survey the potential of ornamental gardens in small and large city landscaping
through a study of demand and propose an ornamental garden project. Demand research
was carried out through questionnaires passed to the population. The questionnaires were
elaborated and applied to characterize the profile of vegetable consumers in small and
large cities. The questionnaire had 24 questions and were applied in the cities of Bragança
and Belém. After analysis of demand, an ornamental vegetable garden project was
proposed for a square in the city of Bragança. In Belém, 76.39% of the interviewees know
at least one ornamental vegetable would give priority to the purchase of these vegetables,
would like to cultivate at home, pay more expensive, and increase daily consumption.
This same number of interviewees would also like to have an ornamental garden in their
residences, would prefer to visit squares, mall and other places that had an ornamental
garden and find more interesting a garden with ornamental vegetables, than a common
garden. In Bragança, the same opinions mentioned above were detected by 71.33% of
respondents. The project was carried out in Vila do Acarajó, located in the municipality
of Bragança, in the northeastern region of the state of Pará, distant 210 km from Belém.
The space is of a family that lives in the village. The site was chosen after exposure of
the proposal and then acceptance of the community. The results showed that the society
approves the landscaping using vegetables with ornamental potential, considering that it
is an important tool to valorize the consumption of healthy foods, providing the
environmental well-being in the cities. The ornamental garden project was approved by
the clientele, which will execute in the proposed area.
KEY WORDS: Urban Gardens; Vegetables; Gardens; Landscaping.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 9
2.1 HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA DO PAISAGISMO ............................................................ 9
1. “Projeto horta escola: ações de educação ambiental na escola Centro
Promocional Todos os Santos de Goiânia (GO). .................................................... 13
2. Horta Urbana na cobertura do Shopping Eldorado, São Paulo. ....................... 13
3. Hortão da Casa Verde, São Paulo. ..................................................................... 14
4. Fazenda Urbana no Brooklyn Nova York. .......................................................... 15
2.3 - INTEGRAÇÃO DE HORTALIÇAS NO PAISAGISMO .................................................... 16
1. Hong Kong Value Farm (Hong Kong-China). ................................................ 17
2. Horta do amanhã (Rio de Janeiro-RJ) ............................................................ 17
2.4. ESPÉCIES OLERÍCOLAS COM POTENCIAL PAISAGÍSTICO .......................................... 18
2.4.1 Mini alface.................................................................................................... 19
2.4.2 Pimenta ornamental ..................................................................................... 20
2.4.3 Mini tomate .................................................................................................. 20
2.4.4 Mini abóbora .................................................................................................. 21
2.4.5 Acelga colorida .............................................................................................. 22
2.4.6 Mini berinjela híbrida .................................................................................... 22
3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 23
3.1 PESQUISA DE DEMANDA ......................................................................................... 23
3.2 CONFECÇÃO DO PROJETO ....................................................................................... 24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 24
4.1 PESQUISA DE DEMANDA ......................................................................................... 24
4.2 PROJETO ................................................................................................................. 30
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 32
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 32
7. APÊNDICES .............................................................................................................. 35
9
1. INTRODUÇÃO
Originalmente associado ao desenho de parques, jardins e praças, o paisagismo
evoluiu para além de aspectos estéticos e cênicos, mas também abranger questões de
funcionalidade e sustentabilidade.
Deste modo passou-se a ter uma preocupação em estabelecer estratégias que
associassem estética, funcionalidade e sustentabilidade de modo a promover maior
qualidade de vida e bem-estar à população de áreas urbanas.
Com a evidente concentração da população brasileira em áreas urbanas e o
crescimento muitas vezes desordenado e não planejado dessas regiões, observa-se a
ausência ou pouca presença de áreas verdes, interferindo diretamente na qualidade de vida
da população.
Mudanças culturais e sociais têm levado pessoas a se preocuparem cada vez mais
com formas de prevenção de doenças e promoção da saúde, de modo que atualmente
existe muito mais cuidado e critério na escolha dos alimentos que vão ser ingeridos.
As hortaliças são um grupo de plantas com alto valor nutritivo, que promove
efeitos significativos na saúde. A baixa qualidade de hortaliças fornecidas pelo mercado
tem estimulado muitos consumidores a produzir ou procurar produtores mais próximos e
de confiança. No entanto, a falta de espaço nos grandes centros que possibilitem o cultivo
e a manutenção de hortas cria a necessidade de buscar alternativas funcionais e
sustentáveis que supram essa demanda.
A integração de hortaliças no paisagismo surge como uma oportunidade para a
aproximação do consumidor de pequenas e grandes cidades. Assim, pode-se prover
alimentos de maior qualidade, integrados aos espaços urbanos já existentes sem que seja
necessário criar novos espaços, proporcionando o bem-estar social pela beleza,
conservação ambiental e a nutrição.
O presente trabalho teve por objetivo realizar levantamento do potencial de hortas
ornamentais no paisagismo de pequenas e grandes cidades por meio de estudo de
demanda e propor um projeto de horta ornamental.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA DO PAISAGISMO
O conceito de paisagem pode ser compreendido como uma porção do espaço que
resulta da combinação dinâmica de vários elementos físicos, biológicos e antrópicos que
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reagem entre si formando um conjunto único e indissociável (BERTRAND, 1971 apud
FRACASSO et al., 2012).
O paisagismo é a arte de recriar a beleza da natureza, apresentando paisagens
bonitas, melhorando a qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade. Além de
contribuir para a diminuição do calor, elevação da umidade, diminuição da erosão, melhor
drenagem da água e preservação ambiental (FRACASSO, et al, 2012).
O paisagismo, segundo Fracasso et al. (2012), se caracteriza como a modificação
da paisagem natural através da combinação entre natureza e meio urbano. Essa atividade
é exercida no Brasil por diversos profissionais, dentre estes, engenheiros agrônomos,
engenheiros florestais, biólogos e arquitetos (Lei Federal 5.194 de 24 de dezembro de
1966- Seção IV Art7 e da Resolução 218 de CONFEA).
Pode-se compreender que o paisagismo, ao contrário do conceito de paisagem, é
um espaço projetado e criado pelo homem a fim de promover interação entre elementos
naturais e urbanos.
Desde a antiguidade, o homem projeta paisagens, criando jardins, pomares e
hortas. É possível observar ao longo da história a evolução destes elementos
acompanhando fatos históricos, como a ascensão, decadência e queda de impérios,
sempre associados a ideia de riqueza e poder (PAIVA, 2004).
No Brasil, os primeiros sinais de paisagismo surgiram no período colonial, quando
diversas espécies de árvores frutíferas foram trazidas pelos colonizadores. Neste período
não havia uma preocupação estética relacionada à plantação, pois, árvores e plantas
tinham finalidade alimentícia ou eram utilizadas para amenizar o calor tropical (PAIVA,
2004).
No final do período colonial foram criados os primeiros passeios públicos, espaços
abertos destinados aos pedestres, surgindo assim as primeiras manifestações estéticas
relacionadas ao paisagismo (PAIVA, 2004).
Com a vinda da família real para o Brasil, no século XIX, iniciou-se um período
de maior preocupação estética com a paisagem, a partir da criação do Jardim Botânico do
Rio de Janeiro, em 1807, em uma tentativa modernizar as características da colônia ao
progresso do mundo europeu (PAIVA, 2004; QUEIROZ, 2013).
Desde então, passou a existir uma preocupação cada vez maior com a estética dos
passeios públicos, jardins e parques municipais, bem como parques de residências
oficiais; havendo grande influência do modelo francês de cultura paisagística em meados
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do século XIX, com a contratação de um paisagista francês por Dom Pedro II para o cargo
de Diretor Geral de Parques e Jardins da casa imperial (QUEIROZ, 2013).
Com o passar dos anos os centros urbanos necessitaram de uma melhor qualidade
de vida, e o paisagismo é um dos instrumentos que podem ser utilizados para a melhoria
na qualidade urbana (GENGO e HENKES, 2013).
A utilização da arborização urbana, de jardins verticais, jardins filtrantes, espaços
verdes como telhados, calçadas e sacadas, são técnicas utilizadas que possibilita uma
melhoria da qualidade ambiental e pode promover um bem-estar visual do meio ambiente
(GENGO e HENKES, 2013).
2.2 Horticultura urbana
A horticultura é a ciência que estuda as técnicas e o aproveitamento dos frutos,
hortaliças, flores, arvores, entre outros. Dentro dela existem outras áreas que são
estudadas na agronomia, são elas: fruticultura, floricultura, olericultura, silvicultura e o
paisagismo (FILGUEIRA, 2008).
Os sistemas de produção de hortaliças são complexos, abrangendo desde práticas
agrícolas mais simples até as mais sofisticadas. As hortaliças podem ser cultivas por três
sistemas, cultivo de campo aberto, cultivo orgânico e cultivo hidropônico (BRANCO e
BLAT, 2014).
No cultivo de campo aberto, as hortaliças são produzidas sem proteção aérea,
ficam expostas as chuvas e fortes ventos que podem comprometer a produção e qualidade
dos produtos. Mesmo como essas dificuldades, é o sistema mais utilizado pelos
produtores. Para o cultivo de hortaliças no sistema de campo aberto, deve-se levar em
consideração que os canteiros devem ter 1 metro de largura e 25 a 30 centímetros de
altura; as covas devem possuir 15 a 20 centímetros de boca e 20 a 25 centímetros de
profundidade (BRANCO e BLAT, 2014; MAKISHIMA, et al., 2005).
O sistema de cultivo orgânico, não utiliza insumos agrícolas industrializados. Pelo
contrário, os fertilizantes utilizados são preparados de matéria orgânica, como dejetos de
animais e resíduos vegetais, são gerados nas próprias propriedades (BRANCO e BLAT,
2014).
Por outro lado, no sistema protegido as plantas ficam separadas do solo por filmes
de plásticos de polietileno, que são instalados nas estufas. Essas hortaliças podem ser
cultivas em sistemas hidropônicos, do tipo Nutrient Flim Techenic (NFT) ou em
substratos agrícolas como a fibra de coco, casca de arroz carbonizada, perlita, serragem,
entre outros (BRANCO e BLAT, 2014).
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A utilização de hortaliças no meio hidropônico vem se destacando, por apresentar
maior rendimento por área, melhor propagação da produção, controle de variáveis
climáticas como temperatura, vento e radiação solar. Menor incidência de doenças e
pragas e maior facilidade na utilização dos tratos culturais (MARTINEZ, 2002 apud
SILVA et al., 2006).
As hortaliças são consideradas alimentos reguladores, são fundamentais para que
o organismo funcione de maneira harmônica. São ricas em vitaminas, minerais, fibras e
antioxidantes (RODRIGUES, 2012).
Podem ser consumidas cruas ou cozidas, mas de maneira geral quando algum
alimento é cozido, os nutrientes presentes são perdidos devido ao aquecimento dos
mesmos. Por isso as hortaliças devem ser consumidas cruas, dessa maneira ocorrendo um
melhor aproveitamento das vitaminas e minerais (RODRIGUES, 2012).
As hortas urbanas constituem no uso de espaços variados, os espaços de áreas
verdes, espaços de alimentação, espaços de recreio e lazer, são fundamentais ao
desenvolvimento de qualquer cidade que busque ser sustentável. (RAMOS, et al, 2011).
Com o grande aumento da população, a necessidade de obter áreas que possam
ser cultivadas é cada vez maior, com isso o desmatamento é progressivo. As hortas feitas
nas áreas urbanas surgem como uma alternativa para o abastecimento em uma
comunidade local (DOURADO, et al., 2016).
Existem algumas vantagens com a produção de hortaliças na cidade, como a
qualidade dos alimentos em cultivo orgânico, criação de espaço verde, utilização de
resíduos orgânicos, utilização da água da chuva para a irrigação e o convívio social
(ROSA, 2017). Por outro lado, temos as desvantagens, que seriam o alto custo de
implantação, poluição do ar, pragas e doenças.
Nesse sentido, a implantação de hortas nas escolas e nas comunidades é uma
alternativa sustentável que beneficia diretamente a conservação do ambiente. Além da
utilização dessas hortaliças na alimentação da população. Também promovendo a
educação ambiental, reconhecendo a importância no cuidado ao ambiente através da
realização de atividades que promovem a reutilização, reciclagem, e manejo sustentável
que, quando somados, podem conduzir a uma qualidade de vida mais saudável
(SANTOS, 2014).
Alguns projetos de hortas urbanas têm sido bem-sucedidos com o passar dos anos,
alguns deles são realizados em comunidades, escolas, entre outros. Esses projetos visam
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buscar o melhoramento do meio ambiente, o bem-estar das pessoas e alimentação das
mesmas. Dentre estes, destacam-se:
1. “Projeto horta escola: ações de educação ambiental na escola Centro
Promocional Todos os Santos de Goiânia (GO).
O projeto visou promover mudanças de valores, hábitos e mudanças de atitudes
com plantio da horta e por meio da educação ambiental usando a sensibilização com a
participação dos alunos e colaboradores do Centro Promocional Todos os Santos
(PIMENTA e RODRIGUES, 2011).
Foi realizado aplicação de questionários como os pais dos alunos, depois foi feito a
correção, preparo do solo, adubação, plantio das sementes, onde as crianças dessa escola
ajudaram no plantio das hortaliças e na colheita das mesmas. Toda a produção foi
utilizada na alimentação das crianças. (PIMENTA e RODRIGUES, 2011).
O interesse desse projeto é a participação dos alunos, onde os mesmos puderam
acompanhar o início e fim da plantação das hortaliças.
Figura 1- Horta da escola
Fonte: Imagem do projeto, (2011)
2. HORTA URBANA NA COBERTURA DO SHOPPING ELDORADO, SÃO PAULO.
O shopping Eldorado teve a ideia de fazer em sua cobertura um projeto de
compostagem intitulado de Telhado Verde. Essa iniciativa tem como objetivo de dar um
destino correto para os orgânicos gerados diariamente em suas praças de alimentação
(GOUVEIA, 2017).
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Além desses restos de alimentos virarem adubo, a horta ganha uma função
importante de amenizar o calor, chegando a reduzir o consumo de energia e evitando o
desperdício de água utilizada nos equipamentos de refrigeração (ROSA, 2017).
A área utilizada para a horta é de 5 mil m², não utilização de agrotóxicos na
plantação. Na horta, são produzidas 11 espécies olerícolas: berinjela, jiló, cebola,
pimentões, pimentas, salsinhas, alfaces, gengibre, tomates, manjericão e abobrinha. E 9
espécies de plantas medicinais, como capim-cidreira, hortelã, erva doce, carquejo, malva,
sálvia, alecrim, bálsamo e poejo. As produções desses alimentos são doados aos próprios
colaboradores do Eldorado (ROSA, 2017).
Figura 2- Horta no teto do shopping Eldorado
Fonte: Abreu, (2018)
3. Hortão da Casa Verde, São Paulo.
Espaço criando há cerca de 4 anos, pelos paisagistas André Carretta e Carmem
Sampaio. Uma área de quase 2 mil m², foi ganhado vida com a utilização de técnicas de
agroecologia e permacultura. O objetivo é que as pessoas visitem o local para apreciar a
natureza e troquem experiências entre si (NOVA, 2014).
No espaço há diversos tipos de hortaliças, como tomate, alface, couve, manjericão,
orégano, alecrim. Árvores frutíferas, jabuticaba, mamão, banana e framboesa e uma
planta medicinal, citronela. Não são utilizados nenhum tipo de agrotóxicos, a adubação e
o controle de pragas e doença são feitos com os próprios insumos produzidos no local
(NOVA, 2014).
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O Hortão da Casa Verde, possui também é um berçário de anuros (sapos, pererecas
e rãs), que são de fundamental importância para o equilíbrio do ecossistema
(NOVA,2014).
Figura 3- Hortaliças da casa verde
Fonte: Nova, (2014)
4. FAZENDA URBANA NO BROOKLYN NOVA YORK.
A Brooklyn Grange, se destaca por ser a maior horta urbana de Nova York
construída no telhado de um prédio no Queens. Cultiva, constrói espaços verdes e
promove a vida sustentável e a ecologia local por meio de alimentos, educação e eventos
(ANDRADE, 2014).
A fazenda possui uma área de 43.000 metros quadrados e produz diferentes
alimentos. As oleícolas mais produzidas são acelga, couve, berinjela, manjericão, pepino
e cerejas, que resulta em 20.000 quilos de produtos frescos anualmente (ANDRADE,
2014).
Os produtores vão aproveitar o inverno para plantar trevo e ervilhaca, para evitar a
erosão do solo e repor os nutrientes. Além disso, o Brooklyn conta com mais de 30
colmeias que irão produzir aproximadamente 1.500 libras de mel por ano. Para o prefeito
Michael Bloomberg, Além de isolar o edifício do calor e do frio, o jardim vai absorver
mais de um milhão de litros de água da chuva e ajudar a manter os portos e rios limpos
(ANDRADE,2014).
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Figura 4- Fazenda Urbana no Brooklyn Nova York
Fonte: Edenworks, (2014)
2.3 - INTEGRAÇÃO DE HORTALIÇAS NO PAISAGISMO
O paisagismo tem acompanhado mudanças históricas e socioeconômicas da
cultura na qual se originou. Com a crescente urbanização e a disputa por espaços, o
paisagismo tem se evidenciando como indicador de qualidade de vida, se adequando a
um novo paradigma contemporâneo, buscando ser mais interativo e dinâmico. Mostra-se
como alternativa viável a verticalização, onde os espaços destinados ao verde são cada
vez menores (GENGO e HENKES, 2013).
Na procura por projetos mais interativos e dinâmicos, o paisagismo funcional tem
se mostrado como solução para atender a demanda de aproximar o homem moderno da
natureza, por intermédio da utilização de plantas de valor alimentício dentro dos projetos,
proporcionando uma alimentação disponível e saudável.
Os jardins contemporâneos valorizam a organização do espaço, do belo e da
estética, de maneira a enaltecer as expectativas sociais, prezando a relação da sociedade
com a natureza, faz relação à contemplação visual com o conjunto de sensações e
sentimentos de bem-estar.
A integração de hortaliças no paisagismo promove a harmonia de um ambiente
com diferentes funcionalidades, cooperando não apenas na ornamentação do ambiente e
não sendo apenas contemplação visual, mas tornando-se espaços de compósita integração
do indivíduo com o ambiente (ALVES e PAIVA, 2010). O cultivo de plantas de interesse
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alimentício no paisagismo, além de conceder alimentos, é uma prática que traz privilégios
para a saúde e bem-estar, seja no consumo de alimentos ou na realização de atividades
construtivas.
Além das plantas, outros elementos como os adornos, podem ser utilizados na
formação dos jardins, deixando o espaço belo e agradável. Eles podem ser de vários tipos,
pedras coloridas, vasos, estatuas, entre outros. A interação de horta no paisagismo tem a
intenção de unir o belo com o sustentável.
Existe alguns espaços que foram criados com esse objetivo:
1. Hong Kong Value Farm (Hong Kong-China).
Na China, foi desenvolvida uma horta urbana comunitária dentro de uma antiga
fábrica de vidro. A horta oferece a comunidade local uma variedade de alimentos que vão
de frutas à leguminosas e tubérculos, tudo de graça (ANDRADE, 2014).
O projeto se chama Value Farm porque busca o “valor de cultivar a terra em esforço
coletivo”. Em plena área industrial, a iniciativa aproxima os moradores da cidade com o
meio ambiente e a experiência do cultivo (ANDRADE, 2014).
Os arquitetos preservaram as características da fábrica que agora possui outro clima
devido à horta. O espaço ainda é utilizado para sediar eventos culturais e programas de
educação ambiental (ANDRADE, 2014).
Figura 5- Horta comunitária Hong Kong Value Farm (Hong Kong-China).
Foto: Archdaily, (2014).
2. Horta do amanhã (Rio de Janeiro-RJ)
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Da parceria entre o NOZ — Programa de Amigos do Museu do Amanhã e o Projeto
Altitude (uma realização Clube Orgânico e CARPE) nasce a Horta do Amanhã. É um
projeto sustentável, que visa a produção e o acesso a uma alimentação saudável e de
qualidade. Também é um espaço em que são ministradas oficinas gratuitas para a criação
de horta urbanas (MUSEU DO AMANHÃ).
Figura 6- Horta do amanhã.
Fonte: Melo, (2018).
2.4. ESPÉCIES OLERÍCOLAS COM POTENCIAL PAISAGÍSTICO
O mercado está cada vez mais exigente com a produção de hortaliças, com isso
estudos estão sendo realizados para o melhoramento das mesmas. Uma das novidades
atualmente são as hortaliças de pequeno porte. Elas chamam atenção pelo tamanho,
coloração diversificada, melhor aparência, sabor diferenciado, entre outros aspectos.
Além de estarem fazendo maior sucesso na gastronomia, elas também poder ser utilizadas
no paisagismo em quintais, escolas, praças, shopping, deixando assim os ambientes mais
bonitos.
As sementes das mini-hortaliças são híbridas e, predominantemente, têm origem
japonesa ou europeia. Esse insumo, em geral, torna o custo de produção das miniaturas
mais elevado que o do produto de tamanho normal. Na maior parte dos casos, a duração
do ciclo é a mesma do produto de tamanho normal. No entanto, hortícolas como a
beterraba, a abóbora e o nabo em miniatura se desenvolvem mais rápido.
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Pelo fato de o produto colhido ser menor, o espaçamento costuma também ser
menor. A proximidade entre as plantas, em alguns casos, contribui também para se manter
o tamanho miniatura. É importante salientar que plantas que apresentam ciclo entre
plantio e colheita mais curto que o do produto convencional devem ter período de carência
do defensivo também reduzido.
As hortaliças em miniaturas também possuem bom potencial para o cultivo em
vasos, paredes verticais, entre outros. Com isso podem ser cultivadas em espaços
pequenos.
2.4.1 Mini alface
Figura 7- Mini alface frisé
Fonte: Site Canal do Horticultor, (2017).
É uma hortaliça exótica, apresenta tamanho reduzido, são utilizada nos cardápios
de restaurantes de luxo, por ser atraente e delicada, trazendo novos sabores e enfeitando
pratos. (HORTALIÇAS, 1999 apud CASTOLDI et al., 2008). Pode ser cultivada em
espaçamentos diferentes, em cultivo hidropônico, em soluções nutritivas diferentes,
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substratos diferentes, em cultivo orgânicos, em consórcio com outras hortaliças. As
cultivares mais utilizadas na produção das mini alfaces são: Green Frizzly, red frizzly,
green grizzly, entre outras.
2.4.2 Pimenta ornamental
Figura 8- Pimenta ornamental no vaso.
Fonte: Braga, (2018).
As pimentas pertencem ao gênero Capsicum e a família Solanaceae. São
conhecidas em todo mundo, apresentam grande variabilidade genética. Possuem
excelente potencial para comercialização como planta em vaso. As espécies de pequeno
porte são as mais indicadas para o plantio em vaso e são as mais utilizadas na decoração
de um determinado ambiente. (Xavier et al.; 2006 apud NEUHAUS et al., 2010).
As pimentas ornamentais possuem frutos de diversas cores, as mais comuns são:
amarelas, vermelhas, alaranjadas e roxas. Um vaso pode contém frutos com cores
diversificadas, isso acontecer com os tipos de cultivares escolhidas na realização do
plantio.
As pimentas são cultivas em vasos, seus desenvolvimentos podem ser analisados
através das diferentes doses de adubo, diversos espaçamentos, na utilização de soluções
nutritivas, entre outros.
2.4.3 Mini tomate
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Figura 9- Mini tomate
Fonte: Site Flora, (2018).
Os mini tomates são comercializados no mercado Mundial. O grupo dos mini
tomates engloba uma série de tipos do fruto, como o cereja, sweet grape, tipo grape e tipo
italiano. Apesar de todos serem tomates e pertencerem ao segmento mini, eles diferem
entre si quanto ao sabor, tamanho, formato, coloração e brix (concentração de açúcar).
(SABIO et al., 2013).
2.4.4 Mini abóbora
A abóbora Mini Jack possui 8 centímetros de diâmetro e de 4 a 6 centímetros de
altura. O peso médio dos frutos varia de 120 a 150 gramas. A casca é amarela alaranjada
e a polpa na cor creme (GIACOMINI, 2008).
Figura 10- Mini abóbora
Fonte: Sanchez, (2011).
22
O ciclo da Abóbora Mini Jack é de 55 dias no verão. Pode ser plantada de agosto
a fevereiro nas cidades São Paulo, no sul de Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, em
Santa Catarina e no Paraná. Durante o ano inteiro, nas demais regiões e estados e regiões.
Leva de quatro a oito dias para germinar e a temperatura ideal para germinação é de 20
ºC e 30 ºC. Ela é muito produtiva, tendo em média cinco frutos por planta (GIACOMINI,
2008).
2.4.4 Acelga colorida
Figura 11- Acelga colorida
Fonte: Infoescola, (2018).
É da mesma família da beterraba e se diferencia pelo grande desenvolvimento das
folhas e do talo, que são as partes comestíveis. Rica em fibras e vitaminas A e C, além de
ser fonte de sais minerais como cálcio e ferro.
A semeadura é realizada em bandejas para a produção de mudas ou diretamente
no canteiro, sendo necessário o raleio (VIERIA, 2010)
O ciclo pode prolongar-se por cerca de 100 dias, sendo que a colheita inicia-se
entre 60 – 70 dias após o plantio. Época e regiões para plantio – Desenvolve-se melhor
sob temperaturas amenas (entre 15° e 25°C), sendo plantadas geralmente nos períodos de
outono e inverno em regiões de baixa altitude. Nas regiões mais altas, com verão suave,
pode-se plantar durante todo o ano (Vieira, 2010). São necessárias avaliações de
cultivares para verificar a viabilidade do cultivo na região amazônica. No entanto, em
ambientes fechados e refrigerados como shoppings e supermercado, há grande potencial
para produção e composição do paisagismo.
2.4.6 Mini berinjela híbrida
23
Figura 12- Mini berinjela.
Fonte: Site Campos & negócio
Sem espinhos no cálice, a cultivar Bilbo facilita o trabalho dos produtores na hora
da colheita. Sua planta bastante ereta e produtiva garante frutos pequenos, propícios para
o mercado de consumo in natura ou de processamento, garantindo bons resultados para a
comercialização com fim de produção de conservas e pastas (HORTICULTOR, 2018).
Além disto, a planta apresenta boa proteção dos frutos e resistência a doenças.
Adocicada e com coloração interna branca, a berinjela é um material apto a atender às
exigências do mercado do mercado e dos consumidores (HORTICULTOR, 2018).
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 PESQUISA DE DEMANDA
Foi realizada pesquisa de demanda por meio de questionários passados à
população. Os questionários foram elaborados e aplicados para caracterizar o perfil dos
consumidores de hortaliças nas pequenas e grandes cidades. Esta etapa objetiva também
verificar o conhecimento dos entrevistados sobre hortaliças ornamentais e a possível
implantação das mesmas em áreas urbanas.
O questionário possuía 24 perguntas e foram aplicados nas cidades de Bragança e
Belém. Bragança é um município brasileiro do Estado do Pará, localiza-se na latitude
01° 03' 13" sul e longitude 46° 45' 56" oeste, estando à altitude de 19 metros. Sua
população estimada em 2017 era de 124.184 habitantes. Belém, capital do Estado do Pará,
localiza-se na latitude de 01° 27” 21’ sul e longitude de 48° 30” 11’ oeste, estando à 10
metros ao nível médio do mar. Possui uma população de 1 446 042 habitantes.
Na cidade de Bragança, foram realizadas 150 entrevistas em bairros diferentes.
Foram eles: Aldeia, Alegre, Centro, Riozinho, Padre Luís e Vila Sinhá. Os entrevistados
24
estavam na faixa de 12 à 69 anos de idade, apresentando renda entre 1 a 5 salários
mínimos.
Na região metropolitana de Belém foram entrevistadas 233 pessoas. A pesquisa
de demanda ocorreu em 14 lugares diferentes: bairros do Coqueiro, Cidade Nova 4,
Cidade Nova 6, Cidade Nova 8, Águas lindas, 40 horas, Paar, São Braz, Icoraci, Shopping
Pátio Belém, Boulevarde Shopping, Praça Batista Campos e Estação das Docas. Os
entrevistados estavam na faixa de 12 à 70 anos de idade, apresentando renda entre 1 a 6
salários mínimos.
A análise dos dados obtidos pela pesquisa de campo foi transformada em gráficos
e tabelas com a utilização do programa Microsoft Excel (2018).
3.2 CONFECÇÃO DO PROJETO
Após análise de demanda, foi proposto um projeto de horta ornamental para uma
praça da cidade de Bragança. Para elaboração do desenho técnico da horta ornamental foi
utilizado o software AutoCAD®.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 PESQUISA DE DEMANDA
Observando o perfil dos entrevistados, podemos destacar que a maior parte é do
sexo masculino (57%). Em relação ao nível de escolaridade, foi identificado que a grande
maioria (49%) possui o ensino fundamental incompleto. Seguindo temos os entrevistados
com nível superior completo (28%) e médio incompleto (13%).
Gráfico 1 - Sexo dos entrevistados da cidade de Bragança-PA.
Fonte: Oliveira, 2018.
57%
43%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Masculino Feminino
Perc
en
tual
Sexo dos entrevistados
25
No gráfico 2 vemos que a maior parte dos entrevistados são estudantes (60,67%),
10,67% são empresários e 10% possuem outras ocupações.
Gráfico 2 - Ocupações dos entrevistados da cidade de Bragança-PA.
Fonte: Oliveira, 2018.
Foi observado que as espécies olerícolas de preferência dos entrevistados são alface
(32,76%), tomate (24.57%), couve (19,40%) e pimenta (9,91%) (Gráfico 3).
60,67%
0,67% 0,67% 2,00%
9,33%6,00%
10,67% 10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Perc
en
tag
em
(%
)
Ocupações dos entrevistados
26
Gráfico 3 - Principais hortaliças consumidas em Bragança-PA.
Fonte: Oliveira, 2018.
Cerca de 60% das pessoas procuram a feira, para adquirirem as hortaliças. 39,07%
consume as hortaliças todo dia e 23,84% consume 2 vezes por semana. Cerca de 98% dos
entrevistados levam as hortaliças em sacola de plástico para as suas residências e os itens
que esses consumidores levam em consideração na hora da compra é principalmente a
aparência (59,93%) e o preço (33,33%).
Gráfico 4 – Frequência hortaliças em Bragança-PA.
Fonte: Oliveira, 2018.
32,76%
24,57%
19,40%
9,91%
3,45% 2,59% 2,59% 2,59%0,86% 0,86% 0,43% 0,00% 0,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%P
erc
en
tag
em
de c
on
su
mo
de h
ort
aliças
(%)
Principais hortaliças consumidas em Bragança- PA
39,07%
2,65%
9,93% 10,60% 10,60%
23,84%
3,31%
0,00%0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
Todo dia 6x semana 5x semana 4x semana 3x semana 2x semana 1x semana Outros
Perc
en
tag
em
(%
)
Frequência de consumo de hortaliças em Bragança - PA
27
Metade dos entrevistados busca saber a origem do produto consumido na compra.
13,33% dessas pessoas cultivam alguma hortaliça em casa e 86,67% não cultiva. No
entanto, 76% gostaria de ter uma horta em casa, mas alegam que não tem espaço
suficiente para isso. 79,33% desses consumidores dariam preferência por comprar as
hortaliças de produtores conhecidos.
Na cidade de Bragança 71,33% dos entrevistados conhecem pelo menos uma
hortaliça ornamental, dariam prioridade na compra dessas hortaliças, gostariam de
cultivar em casa, pagariam mais caro, além de aumentarem o consumo diário. Também
gostariam de ter uma horta ornamental em suas residências. Essas pessoas dariam
preferência por visitar praças, shopping e outros lugares que tivesse uma horta
ornamental. E por fim 71% das pessoas acham mais interessante um jardim com
hortaliças ornamentais, do que um jardim comum.
Observando o perfil dos entrevistados, podemos destacar que a maior parte é do
sexo feminino (52,59%). Em relação ao nível de escolaridade, foi identificado que a
grande maioria (37,77%) possui o ensino fundamental incompleto. Seguindo temos os
entrevistados com nível superior completo (35,19%) e médio completo (10,30%).
Gráfico 5 – Sexo dos entrevistados da cidade de Belém-PA.
Fonte: Oliveira, 2018.
47,41%
52,59%
0,44
0,45
0,46
0,47
0,48
0,49
0,50
0,51
0,52
0,53
Masculino Feminino
Per
cen
tual
Sexo dos entrevistados
28
No gráfico 7 vemos que a maior parte dos entrevistados são estudantes (48,93%),
19,31% são empresários e 11,16% possuem outras ocupações.
Gráfico 6– Ocupações dos entrevistados da cidade de Belém-PA.
Fonte: Oliveira, 2018.
No gráfico 8 foi observado que as espécies olerícolas de preferência dos
entrevistados foi a alface (71,24%), Tomate (54,08%), couve (43,70%) e coentro
(22,75%).
Gráfico 7– Principais hortaliças consumidas em Belém-PA.
Fonte: Oliveira, 2018.
48,93%
0,43%6,87%
3,43% 6,01% 3,86%
19,31%
11,16%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Perc
en
tag
em
%
Ocupações dos entrevistados
71,24%
3,86%
54,08%
19,31%
43,78%
1,29% 0,86% 0,43%
22,75%
0,43%0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
Pe
rce
nta
gem
%
Principais hortaliças consumidas em Belém-PA
29
Cerca de 59,64% das pessoas procuram a feira para adquirirem as hortaliças.
40,52% consume as hortaliças todo dia e 19,40% consume 2 vezes por semana. Cerca de
97,85% dos entrevistados em Belém levam as hortaliças em sacola de plástico para suas
casas e os itens que esses consumidores levam em consideração na hora da compra é
principalmente a aparência (56,22%) e o preço (38,20%).
Gráfico 8 – Frequência hortaliças em Belém-PA.
Fonte: Oliveira, 2018.
Do total de entrevistado 61,33% procuram saber a origem do produto que levam
para seus lares e 37,77% não procura saber a origem das mesmas. Cerca de 9,12% dessas
pessoas cultiva alguma hortaliça em casa e 90,88% não cultiva. No entanto, 78,45%
gostaria de ter uma horta em casa, mas alegam que não tem espaço para isso. 76,29%
desses consumidores dariam preferência por comprar as hortaliças de produtores
conhecido.
Dos 233 entrevistados 76,39% conhece pelo menos uma hortaliça ornamental,
dariam prioridade na compra dessas hortaliças, gostariam de cultivar em casa, pagariam
mais caro, além de aumentarem o consumo diário. Também gostariam de ter uma horta
ornamental em suas residências. Essas pessoas dariam preferência por visitar praças,
shopping e outros lugares que tivesse uma horta ornamental. Por fim, 75,54% das pessoas
40,52%
8,62%
3,45%
12,07% 11,21%
19,40%
4,74%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
Todo dia 6x semana 5x semana 4x semana 3x semana 2x semana 1x semana
Pe
rce
nta
gem
%
Frenquência do consumo de hortaliças em Belém-PA
30
acham mais interessante um jardim com hortaliças ornamentais, do que um jardim
comum.
4.2 PROJETO
Após análise de demanda e então verificação do desejo da população em possuir
ou usufruir de hortas ornamentais, buscou-se um ambiente comunitário para criação de
um projeto com este tema.
O projeto elaborado na Vila do Acarajó, localizada no município de Bragança, na
região nordeste do estado do Pará, distante 210 km de Belém. O espaço é de uma família
que mora na vila. O local foi escolhido após exposição da proposta e então aceitação da
comunidade.
A área foi de 312 m², onde o comprimento é de 24 m e a largura é de 13 m. Estas
foram utilizadas no projeto (Apêndice B), inserindo também, outras espécies para
enriquecer o paisagismo.
Descrição do projeto:
O projeto buscou como tema uma área de convívio familiar, tendo hortas
ornamentais como vegetação principal do jardim. A ideia principal da horta ornamental
é proporcionar beleza, integração familiar ao cuidar das plantas e fonte de alimento para
a família (anexo 2).
O traçado suave do desenho acompanha o estilo contemporâneo, ligando os
principais pontos de interesse de forma objetiva. O formato dos canteiros também são
desenhados com bordas suaves e sem forma geométrica definida, em sua maioria. A
irregularidade nas formas possui objetivo de desvincular a formalidade das áreas de
cultivo e proporcionar maior sensação de lazer aos usuários. A vegetação também é
compostas por espécies frutíferas e ornamentais, quebrando assim a sensação de estar em
um ambiente formal, além de proporcionar ritmo pelos variados tamanhos das espécies.
Toda à área do projeto foi constituída de jardins, canteiros com hortaliças
ornamentais e comuns, caminhos e pergolados. Na entrada, o visitante já se depara com
um caminho que o leva ao centro de convivência para refeições, ao pergolado e aos
canteiros.
Os canteiros estão divididos de acordo com as necessidades em tratos culturais.
Assim, na entrada, temos o primeiro canteiro com mini alface, o segundo com lantanas e
vincas e terceiro com mini tomate. As vincas e lantanas estão alternadas entre as hortaliças
31
proporcionando o entendimento que o espaço é uma mistura de plantas alimentícias e
ornamentais.
O caminho leva ao pergolado, ou caramanchão, o qual foi sugerido o cultivo da
abóbora mini Jack, que possui beleza em sua folhagem e frutos, podendo ser cultivados
sem proporcionar peso às plantas.
Seguindo adiante pelo caminho, o usuário encontra uma planta de acerola, sendo
um insumo importante para fornecer frutos para fazer sucos, sobremesas etc. Mais adiante
encontram-se os canteiros de tomate e pimentas. Apesar das dificuldades em se produzir
tomate, irá sugerir ao cliente o uso do cultivo em vaso de forma hidropônica. Caso não
seja possível, o tomate será enxertado em jurubeba. Será utilizada a pimenteira
ornamental cultivada em consórcio com o tomate.
À frente do canteiro de tomate e pimentas, está contido um dos pontos principais
de interesse do projeto, o qual possui uma fonte de água de tamanho pequeno, cercado
por canteiros de mini alface, couve e coentro. As formas suaves do canteiro acompanham
o caminho que leva a outro canteiro no final da área, o qual é composto por acelga colorida
e mini berinjela.
Na lateral inferior do projeto, estão contidos vários canteiros de plantas
medicinais, como boldo, gengibre e erva cidreira.
A área de convívio possui duas mesas no centro para a família realizar suas
refeições em momentos de descontração, para que a contemplação do jardim possa ser
exercida em sua totalidade. Entre as duas mesas, foi sugerida uma horta temática de
plantas aromáticas, que, em momentos de refeições, as ervas e temperos possam ser
destacadas no exato momento do consumo.
Nessa horta aromática foi sugerido o cultivo de tomilho, alecrim, coentro, agrião,
manjericão, entre outros. Cercando a área de refeição, inseriu-se quatro bananeiras, uma
em cada vértice da área. Estas espécies foram inseridas para proporcionar um ambiente
tropical e atribuir sombra ao local sem atrapalhar o fornecimento de luz às demais plantas.
O piso das demais áreas são compostas por grama esmeralda e os caminhos por
pedriscos coletados em igarapé, para manter a temática da região. Do lado de fora possui
uma quadra de areia para as crianças da residência poderem brincar. A quadra é cercada
para não danificar a área de cultivo.
O projeto foi apresentado aos membros da família com aprovação destes. Em
breve será realizada a execução, com acompanhamento da presente autora.
32
Figura 13 – Praça familiar na Vila do Acarajó.
Foto: Ferreira, (2018).
5. CONCLUSÃO
A população demostrou interesse em usufruir dos benefícios das hortas ornamentais
caracterizando como oportunidade o projeto paisagismo.
A pesquisa serviu de base para a confecção do projeto apresentado a comunidade Vila
do Acarajó, a qual demostrou interesse em implantar.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Ornamental. v. 16, n. 1, 2010, 47-49.
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Tecnologia. v. 11, n. 1, jan-jun/2014.
DOURADO, N.P. et al. Horta Comunitária para promoção da educação ambiental e
segurança alimentar: experiências e perspectivas futuras. In: Congresso Brasileiro de
Extensão Universitária, 7, 2016, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: 2016.
FRACASSO, R.M.; ZANATTA, P.; MARCO, R.M.R.; LYRIO, M.P.; BALDIM, T.
Proposta de arborização e paisagismo da praça de alimentação da universidade federal
33
de Santa Maria, campus Frederico Westphalen – RS. 1º FÓRUM INTERNACIONAL
ECOINOVAR Santa Maria/RS – 15 a 17 de Agosto de 2012.
GENGO, R.C.; HENKES, J.A. A utilização do paisagismo como ferramenta na preservação
e melhoria ambiental em área urbana. R. gest. sust. ambient. Florianópolis, v. 1, n. 2, p. 55
- 81, out. 2012/mar.2013.
MAKISHIMA, N. et al. Projeto horta solidária: cultivo de hortaliças. Jaguariuna/SP, 2005.
MELO, P.C.T.; VILELA, N.J. Importância da cadeia produtiva brasileira de hortaliças. In:
13ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças/MAPA.
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PAIVA, P.D. de O. Paisagismo I – histórico, definições e caracterizações. Lavras:
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QUEIROZ, T.N. Paisagismo. Revista Especialize on-line. Goiânia, v. 1, n. 5, jul/2013.
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2017 Disponível em: http://ciclovivo.com.br/inovacao/inspiracao/shopping-em-sp-e-o-
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NOVA, D. B. Fomos conhecer uma horta urbana no meio da cidade de São Paulo, 2014
Disponível em: https://www.hypeness.com.br/2014/09/cobertura-hypeness-fomos-conhecer-
uma-horta-urbana-no-meio-da-cidade-de-sao-paulo/ acesso em: 20/06/2018.
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ROSA, M. 7 benefícios da agricultura urbana para a sociedade atual, 2017 Disponível
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GOUVEIRA, J. Horta orgânica do Shopping Eldorado ganha visitação virtual, 2017
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do-shopping-eldorado-ganha-visitacao-virtual.shtml acesso em: 05/08/2018.
MUSEU DO AMANHÃ. Horta do amanhã, 2017 Disponível em:
https://museudoamanha.org.br/pt-br/horta-do-amanha acesso em: 05/08/2018
GIACOMINI, J. Isla lançaa abóbora mini, 2008 Disponível em:
http://www.paginarural.com.br/noticia/99740/isla-lanca-abobora-mini acesso 05/08/2018.
34
HORTICULTOR Bilbo: a mini berinjela que se destaca pelo sabor visual e
produtividade, 2018. Disponível em: <http://canaldohorticultor.com.br/bilbo-a-mini-
berinjela-que-se-destaca-pelo-sabor-visual-e-produtividade/>. Acesso em 05/08/2018.
PIMENTA, J. C.; RODRIGUES, K. S. M. Projeto horta escola: ações de educação ambiental
na escola centro promocional todos os santos de Goiânia (go).
Simpósio de Educação Ambiental e Transdisciplinaridade UFG / IESA / NUPEAT -
Goiânia, maio de 2011.
BRASIL. Lei Federal 5.194 de 24 de dezembro de 1966- Seção IV Art7 e da Resolução 218
de CONFEA.
35
7. APÊNDICES
Apêndice A. Questionário de avaliação
Universidade Federal Rural da Amazônia
Campus de Capanema
Curso: Agronomia
PERFIL DO CONSUMIDOR DE HORTALIÇAS NO MUNICÍPIO DE BELÉM/BRAGANÇA
1. Cidade:__________
2. Bairro: __________
3. Idade:___________
4. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
5. Nível de Escolaridade:
( ) Fundamental incompleto ( ) Fundamental completo ( ) Médio incompleto ( ) Médio completo ( ) Superior
incompleto ( ) Superior completo
6. Renda (em salários mínimos): ______________
7. Ocupação:
( ) Estudante ( ) Desempregado ( ) Aposentada ( ) Autônoma ( ) Empregado de empresa Privada
( ) Empregado de empresa Pública ( ) Empresário ( ) Outros Profissão:________________________
8. Qual(ais) a(s) espécie(s) olerícola(s) que você mais consome?
( ) Alface ( ) abóbora ( ) Tomate ( ) Pimenta( ) Couve ( ) Repolho ( ) Brócolis ( ) Pepino ( ) Batata (
) Pimentão ( ) Coentro ( ) Rúcula ( ) Cenoura ( ) Chicória ( ) Melão ( ) Melancia
9. Onde você adquire as suas hortaliças?
( ) Feira ( ) Supermercado ( ) Outros lugares. Quais? ___________________
10. Com que frequência você consome a(s) hortaliça(s)?
( ) Todo dia ( ) 6 x semana ( ) 5x semana ( ) 4x semana ( ) 3x semana ( ) 2x semana ( ) 1x semana ( )
Outros:_______________
11. Em que tipo de embalagem você compra a(s) hortaliça(s)?
( ) Sacola ( ) Sem embalagem ( ) Outros. Quais?
12. O que você leva em consideração na hora da compra da(s) hortaliça(s)?
( ) Aparência ( ) Cor ( ) Cheiro ( ) Preço ( ) Validade ( ) Outros. Quais?
13. Você procura saber a origem do produto?
( ) Sim ( ) Não
14. Você cultiva alguma hortaliça(s)? Quais?
15. Se não cultiva, gostaria de cultivar? Por que não cultiva?
16. Você daria preferência em comprar hortaliças de produtor conhecido?
( ) Sim ( ) Não
HORTALIÇAS ORNAMENTAIS
17. Você conhece alguma hortaliça ornamental?
( ) Sim ( ) Não
18. Você trocaria seu lugar de compra, ou seu supermercado, para comprar estas hortaliças?
( ) Sim ( ) Não
19. Você cultivaria em casa?
( ) Sim ( ) Não
20. Você pagaria mais caro por estas hortaliças?
( ) Sim ( ) Não
21. Considerando sua frequência de consumo, você aumentaria caso estas hortaliças estivessem facilmente disponíveis?
( ) Sim ( ) Não
22. Você gostaria de ter uma horta ornamental em casa?
( ) Sim ( ) Não
23. Você daria preferência por visitar espaços (supermercados, shoppings, praças, etc.) onde tivesse hortas ornamentais
com possibilidade de comprar?
( ) Sim ( ) Não
24. Entre um jardim comum e um jardim com hortaliças ornamentais, qual você escolheria para compor o paisagismo
de sua cidade?
36
Apêndice B. Projeto de implantação de uma horta
ornamental em Vila do Acarajó.