manual sicro2 volume1 un 2003

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  • 7/22/2019 Manual Sicro2 Volume1 Un 2003

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    DNIT

    2003

    MINISTRIO DOS TRANSPORTESDEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES - DNIT

    MANUAL DE CUSTOS RODOVIRIOS

    VOLUME 1

    METODOLOGIA E CONCEITOS

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    MINISTRO DOS TRANSPORTESDr. Anderson Adauto Pereira

    DIRETOR GERAL DO DNITEng. Jos Antonio Silva Coutinho

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    MANUAL DE CUSTOS RODOVIRIOS

    VOLUME 1

    METODOLOGIA E CONCEITOS

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    MANUAL DE CUSTOS RODOVIRIOSSISTEMA DE CUSTOS RODOVIRIOS SICRO2

    Equipe Tcnica:

    Eng.o Manoelino Matos de Andrade - CoordenadorEng.a Maria das Graas da Silveira FariasEng.o Mrio Brugger da CunhaEng.o Jos GornsztejnEng.o Luciano Regazzi GerkEcon. Irma de Azevedo SampaioAnal. de Sist. Alexandre Jos Gavinho Geraldo

    Colaboradores:

    Dr. Tarcsio DelgadoEng Dirceu Csar FaanhaEng.o Jos Maurcio GomesEng.o Miguel Drio Ardissone NunesEng.o Guilherme Henrique de Barros MontenegroEng.o Jorge Nicolau PedroBibl. Tnia Bral MendesBibl. Heloisa Maria Moreira Monnerat

    Reproduo permitida desde que citado o DNIT como fonte.

    Brasil, Departamento Nacional de Infra-Estrutura deTransportes. Diretoria Geral.Manual de custos rodovirios. 3. ed. - Rio deJaneiro, 2003.7 v. em 13.

    v.1: Metodologia e conceitos.

    1. Rodovias - Construes - Estimativa e custo.I. Ttulo.

    CDD 625.7204

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    MINISTRIO DOS TRANSPORTESDEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DNIT

    DIRETORIA GERAL

    MANUAL DE CUSTOS RODOVIRIOS

    VOLUME 1

    METODOLOGIA E CONCEITOS

    3 edio

    RIO DE JANEIRO2003

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    DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DNITSISTEMA DE CUSTOS RODOVIRIOS SICRO2Av Presidente Vargas, 522 4qandar,CEP 20071-000 - Rio de Janeiro- RJTel: (0 XX 21) 2516-1990

    Fax: (0 XX 21) 2516-2120

    TTULO: MANUAL DE CUSTOS RODOVIRIOSVOLUME 1: Metodologia e conceitos

    Primeira edio: MANUAL DE COMPOSIO DE CUSTOS RODOVIRIOS, 1972

    Segunda edio: ATUALIZAO E COMPLEMENTAO DO MANUAL DE COMPOSIODE CUSTOS RODOVIRIOS, 1980

    Aprovado pelo Conselho Administrativo do DNER,em 17 de dezembro de 1998, Resoluo n 45/1998Sesso CA nq 19, de 17/12/1998

    Aprovado pela Diretoria do DNITem 16 de dezembro de 2003, Relato n 21, Ata n 29/2003

    Impresso no Brasil / Printed in Brazil

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    APRESENTAO

    Este documento apresenta o resultado dos estudos desenvolvidos na reviso, atualizaoe complementao dos Manuais de Custos Rodovirios, editado em 1972 e 1980, e a

    adequao do sistema informatizado SICRO ao novo manual. Nele esto incorporados osestudos desenvolvidos e as contribuies recebidas pela ento Gerncia de CustosRodovirios, aps a realizao de seminrios na sede do rgo em Braslia, com as demaisequipes do Departamento e a comunidade rodoviria em geral.

    Este manual foi elaborado em 1998, sendo sua metodologia implantada pelo DNER noano de 2000 e o seu lanamento em 2003.

    No clculo dos custos, levou-se em considerao as novas tecnologias e os atuaismtodos construtivos rodovirios, entretanto, faz-se necessrio ressalvar que essa atualizao

    dever constituir-se dinmica, tendo em vista o contnuo desenvolvimento da tecnologia e daeconomia do pas.

    Solicitamos a todos os usurios deste documento que tiverem dvidas, crticas ousugestes, que as enviem como contribuio para a equipe responsvel pelo SICRO2, Av.Presidente Vargas, 522 - 4qandar, CEP 20071-000, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

    Para fins de apresentao este Manual est organizado como se segue:

    Volume 1 METODOLOGIA E CONCEITOS

    Volume 2 MANUAL DO SISTEMA E MANUAL DO USURIO

    x Tomo 1 MANUAL DO SISTEMA - PROJETO CONCEITUALx Tomo 2 MANUAL DO SISTEMA - PROGRAMA FONTEx Tomo 3 MANUAL DO USURIO

    Volume 3 COMPOSIES DE CUSTOS UNITRIOS DE ATIVIDADESAUXILIARES

    Volume 4 COMPOSIES DE CUSTOS UNITRIOS DE REFERNCIAOBRAS DE CONSTRUO RODOVIRIA

    x Tomo 1 TERRAPLENAGEM E PAVIMENTAOx Tomo 2 OBRAS DE ARTE ESPECIAISx Tomo 3 DRENAGEM E OUTROS CUSTOS Ix Tomo 4 DRENAGEM E OUTROS CUSTOS II

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    Volume 5 COMPOSIES DE CUSTOS UNITRIOS DE REFERNCIASERVIOS DE CONSERVAO RODOVIRIA

    Volume 6 COMPOSIES DE CUSTOS UNITRIOS DE REFERNCIAOBRAS DE SINALIZAO RODOVIRIA

    Volume 7 COMPOSIES DE CUSTOS UNITRIOS DE REFERNCIAOBRAS DE RESTAURAO RODOVIRIA

    Anexo 1 MANUAL DE PESQUISA DE PREOS DE EQUIPAMENTOS EMATERIAIS

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    RESUMO

    Este documento apresenta a metodologia e os critrios adotados para o clculo dos custosunitrios dos insumos e servios necessrios execuo das obras de construo, restauraoe sinalizao rodoviria e dos servios de conservao rodoviria. Apresenta, ainda, as rotinase procedimentos empregados pelo sistema informatizado implantado para o clculo dos custos

    unitrios de referncia.

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    ABSTRACT

    This document presents the methodology and criteria adopted for the calculation of unit costsfor the production factors and services which are necessary to the execution of construction,restauration and signaling road-works. It also presents the routines and procedures employed

    by the software system implanted for the calculation of reference unit costs.

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    MANUAL DE CUSTOS RODOVIRIOS DO DNITMETODOLOGIA E CONCEITOS

    SUMRIO DO VOLUME 1

    1 INTRODUO................................................................................................................. 1

    1.1 OBJETIVO................................................................................................................... 11.2 METODOLOGIA ........................................................................................................ 2

    1.2.1 SISTEMA DE PESQUISA DE PREOS ................................................................. 21.2.2 CLCULO DOS CUSTOS DE MO-DE-OBRA .................................................... 31.2.3 CUSTOS HORRIOS DE EQUIPAMENTOS......................................................... 31.2.4 COMPOSIO DE CUSTOS UNITRIOS DIRETOS ........................................... 4

    1.2.5 PLANILHA DE ORAMENTO............................................................................... 62 PREO DE OBRA RODOVIRIA................................................................................ 7

    2.1 ESTRUTURA DE CUSTOS ....................................................................................... 72.2 CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS EM ORAMENTOS DE OBRAS

    RODOVIRIAS .......................................................................................................... 82.3 CARACTERIZAO DOS CUSTOS DE OBRA RODOVIRIA ......................... 102.4 PREO TOTAL OU PREO DE VENDA............................................................... 192.5 CONCEITO DE LDI.................................................................................................. 19

    3 SISTEMA DE LEVANTAMENTO DE PREOS DOS INSUMOS.......................... 23

    3.1 O SISTEMA SICRO2 DE COLETA DE PREOS................................................... 233.1.1 CARACTERSTICAS DA PESQUISA ................................................................... 233.1.2 COBERTURA DA PESQUISA .............................................................................. 233.1.3 CICLO DE ATUALIZAO.................................................................................. 24

    3.2 PROCESSAMENTO DA PESQUISA ...................................................................... 243.2.1 PREPARAO DOS QUESTIONRIOS.............................................................. 243.2.2 PESQUISA DE PREOS ...................................................................................... 243.2.3 TRANSCRIO E CRTICA DOS VALORES ...................................................... 263.2.4 SELEO DO PREO DE REFERNCIA.......................................................... 26

    3.3 INFORMATIZAO DO SISTEMA....................................................................... 26

    3.3.1 AMBIENTE DE PROCESSAMENTO ................................................................... 263.3.2 DESCRIO DAS FUNES.............................................................................. 28

    4 CUSTOS UNITRIOS DOS INSUMOS ...................................................................... 29

    4.1 CUSTO DA MO-DE-OBRA .................................................................................. 294.1.1 SALRIO............................................................................................................... 294.1.2 ENCARGOS SOCIAIS........................................................................................... 304.1.3 ADICIONAL MO-DE-OBRA........................................................................... 37

    4.2 EQUIPAMENTOS..................................................................................................... 394.2.1 CUSTO HORRIO................................................................................................ 394.2.2 EQUIPAMENTOS CUJO CUSTO HORRIO VARIA COM AS CONDIES

    DE TRABALHO..................................................................................................... 394.2.3 CRITRIOS DE CLCULO DO CUSTO HORRIO........................................... 42

    I

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    4.3 MATERIAIS .............................................................................................................. 734.3.1 PREOS LOCAIS E PREOS REGIONAIS......................................................... 744.3.2 CUSTO DOS MATERIAIS POSTOS NA OBRA.................................................... 744.3.3 MATERIAIS BETUMINOSOS............................................................................... 74

    5 TECNOLOGIA DE CONSTRUO ........................................................................... 75

    5.1 INTRODUO ......................................................................................................... 755.2 COMPOSIES DE CUSTOS UNITRIOS........................................................... 75

    5.2.1 PRINCPIOS QUE REGEM A MONTAGEM DAS COMPOSIES DECUSTOS UNITRIOS........................................................................................... 75

    5.2.2 CICLO DOS EQUIPAMENTOS ........................................................................... 765.2.3 EQUILBRIO DAS EQUIPES MECNICAS OU PATRULHAS .......................... 765.2.4 TEMPO OPERATIVO E TEMPO IMPRODUTIVO ............................................. 77

    5.3 PRODUO DAS EQUIPES MECNICAS........................................................... 775.3.1 MTODO TERICO ............................................................................................ 775.3.2 MTODO DE AVALIAO DA PRODUTIVIDADE DE EQUIPAMENTOS

    NA OBRA............................................................................................................... 805.4 OPERAES DE TRANSPORTE........................................................................... 84

    5.4.1 TRANSPORTE LOCAL ......................................................................................... 845.4.2 TRANSPORTE COMERCIAL ............................................................................... 875.4.3 TRANSPORTE DE MATERIAIS BETUMINOSOS ............................................... 88

    5.5 CATEGORIAS DE SERVIOS................................................................................ 895.6 ESTRUTURA DO BANCO DE DADOS DE CUSTOS UNITRIOS DE

    REFERNCIA ........................................................................................................... 895.6.1 APRESENTAO DAS COMPOSIES DE CUSTOS UNITRIOS DE

    REFERNCIA....................................................................................................... 89

    6 TABELAS DE PREOS DO SICRO2.......................................................................... 91

    6.1 ORGANIZAO DAS TABELAS........................................................................... 916.2 PREOS DE INSUMOS ........................................................................................... 91

    6.2.1 MO-DE-OBRA .................................................................................................... 916.2.2 MATERIAIS........................................................................................................... 926.2.3 EQUIPAMENTOS................................................................................................. 92

    6.3 COMPOSIES DE CUSTOS UNITRIOS DE REFERNCIA........................... 92

    7 ELABORAO DE ORAMENTOS ......................................................................... 93

    7.1 ESTUDOS E CONSIDERAES PRELIMINARES .............................................. 93

    7.1.1 PLANO DE ATAQUE OU DE EXECUO DA OBRA ....................................... 937.2 ITEMIZAO DO ORAMENTO.......................................................................... 957.3 SELEO DE COMPOSIES DE SERVIOS.................................................... 957.4 PREOS UNITRIOS DOS SERVIOS................................................................. 957.5 QUANTITATIVOS DE SERVIOS......................................................................... 957.6 PREO TOTAL DA OBRA...................................................................................... 967.7 PLANILHA EXTRATORA DE DADOS DO SICRO2............................................ 96

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................................... 97

    II

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    1 INTRODUO

    1.1 OBJETIVO

    A obteno de parmetros de custo de construo, com vistas a servir de referencial para suaslicitaes de obras rodovirias, era uma preocupao antiga e constante do extinto DNER. Comeste objetivo em mira, o rgo dedicava esforos e recursos no sentido de manter uma estruturaadministrativa voltada para o assunto e tambm para criar, desenvolver e implantar metodologiasque incorporassem a melhor tcnica de clculo de custos disponvel. Esta dedicao foi coroadade pleno xito, pois o DNER era sem dvida, o rgo da Administrao Pblica que liderava eestabelecia padres nacionais para o trato da questo.

    Este xito se deveu, em grande parte, receptividade que seus tcnicos sempre demonstrarampara incorporar ao seu trabalho as mais modernas tecnologias disponveis. Este foi o caso, porexemplo, quando se passou a estimar custos unitrios atravs de Composies de Servios o que,

    na dcada de setenta, era absoluta novidade no pas.

    preciso levar em conta, entretanto, que as tarefas envolvidas no processo de estimar custos soextremamente trabalhosas e consumidoras de tempo e, portanto, onerosas. Por outro lado, ainflao, a que a moeda do pas esteve sujeita por longo perodo, tornava a informao resultantedesse processo muito efmera, ou seja, sua validade era to curta, que qualquer delonga em sua

    produo poderia torn-la ultrapassada e sem qualquer valor. Assim sendo, a abrangncia e aextenso de um Sistema de Custos, dentro das etapas que presidem a elaborao dos oramentosde obras rodovirias, tinha que se cingir ao imperativo da brevidade, a fim de conservar suautilidade. Estas circunstncias fizeram com que o Sistema, em uso hoje pelo DNIT, avanceapenas at a etapa de clculo de custos unitrios de servios e conseqente emisso das Tabelas

    Referenciais de Preos, com o valor dos insumos pesquisados em diversas regies do pas eatualizados mensalmente. Como se sabe, estas Tabelas Referenciais tm sido instrumento devalor inestimvel para o setor de construo rodoviria do pas, apesar de algumas dificuldadesimpostas pela sua pouca flexibilidade, quando se trata de utiliz-las os mesmos para elaboraroramentos especficos de obras.

    notrio que os custos de obras em geral so muito sensveis sua localizao geogrfica, scondies naturais, sociais, econmicas e logsticas que a so encontradas, bem como ao prprio

    plano de mobilizao e instalao que o construtor tenha em mente. Este fato ganha especialrelevo no caso das obras rodovirias federais, pois estas se realizam nas mais diversas regies do

    pas e, conseqentemente, vo defrontar com todo tipo de diferenciao locacional. bvio queuma mesma Tabela de Preos no pode ser adequada para a preparao de oramentos quereflitam, com preciso, os custos a serem incorridos em todos os casos. Para tanto, serianecessrio que o Sistema de Custos avanasse mais um passo e adentrasse a etapa de elaboraodos oramentos, gerando, para isso, custos unitrios especficos para cada obra.

    Com o advento da estabilizao monetria, decorrente do Plano Real, e a maior integrao daeconomia aos mercados externos, tornou-se extremamente oportuna esta Reviso do Manual deCustos Rodovirios, visto que tais fatos, por si s, alteraram significativamente o comportamentode construtores, fornecedores e empresrios de um modo geral, e, conseqentemente,modificaram a formao dos custos das suas respectivas atividades. Da mesma forma, a evoluo

    tecnolgica ocorrida no setor de construo nos ltimos anos, com a incorporao de recursos deinformtica, tanto na rea tcnico-administrativa quanto na modernizao de equipamentos,tornou-se fator de modificao de custos que no pode deixar de ser considerado.

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    H que levar em conta, ainda, que na rea especfica de apurao de custos, os recursos que ainformtica oferece atualmente, tornam possvel e fcil a realizao de tarefas que no passadoseriam extremamente penosas. Assim sendo, a presente Reviso abre oportunidade para que secogite de uma ampliao do alcance do prprio Sistema de Custos do DNIT.

    1.2 METODOLOGIA

    Como medida prvia reviso propriamente dita do Manual, foram estabelecidas algumasdiretrizes metodolgicas, de modo a orientar os trabalhos a serem desenvolvidos. Os aspectosabordados foram os seguintes:

    1.2.1 SISTEMA DE PESQUISA DE PREOS

    a) Tamanho da Amostra de Preos de Materiais e Equipamentos

    O SICRO buscar aumentar o tamanho das amostras de coleta de preos de materiais eequipamentos (ideal: mnimo de trs preos de cada item) ou, na impossibilidade, utilizarpreos colhidos por outras entidades, reconhecidamente idneas, como aferidores das reaiscondies de mercado, permitindo, ainda, que se alcance leque de ofertas mais amplo que noest sendo atingido pelas pesquisas.

    b) Pesquisas de Custos de Mo-de-Obra por Categoria ProfissionalOs nveis de remunerao da mo-de-obra no setor da construo rodoviria serodeterminados utilizando os pisos salariais acordados nas Convenes Coletivas de Trabalho,celebradas entre os Sindicatos de Trabalhadores e os Sindicatos Patronais para as categoriasservente, ajudante e oficial e multiplicadores, aferidos periodicamente por pesquisa direta, para

    as demais categorias. Sugere-se freqncia anual mnima para as revises de rotina,contemplando-se, entretanto a realizao de pesquisas intermedirias sempre que houver razo

    para se supor que tenham acontecido mudanas significativas no mercado de mo-de-obra daconstruo. Com a finalidade especfica de Reviso do Manual foi realizada pesquisa junto sconstrutoras e/ou sindicatos patronais, para uma aferio dos multiplicadores que reflitam asituao presente.

    c) Preo do Estado e Preo da RegioSer mantida a denominao de preo de insumos de um determinado Estado apenas quandoforem feitas pesquisas diretas locais. A denominao de preos regionais se aplicar aos

    utilizados nos demais casos, com vistas a distinguir perfeitamente as duas situaes. Autilizao de preos da regio num determinado estado subentende certa distoro de valoresque deve ficar clara para o usurio. A determinao de preos regionais obedecer ao seguintecritrio:

    Mo de obra: maior piso salarial da regio pesquisada, resultante de Conveno Coletivade Trabalho. Para as categorias no contempladas na Convenes Coletivas de Trabalho,realizar pesquisa salarial e adotar valor mdio.

    Materiais / equipamentos: menor valor pesquisado na regio

    d) Pesquisa e Cadastramento de Novas Materiais e EquipamentosForam cadastrados no sistema materiais e equipamentos, que ainda no eram utilizados em1980 e que, atualmente, so de uso corrente na construo rodoviria. Tal cadastramento

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    compreendeu o levantamento e registro de suas caractersticas construtivas, mecnicas eoperacionais, bem como das produtividades com que trabalham, alm de outras adequadas acada caso. Essas informaes foram recolhidas junto a fabricantes e usurios dos novosmateriais e equipamentos. A atualizao cadastral tem por objetivo dotar o sistema de recursos

    para compor os custos dos servios, levando em conta as tecnologias de emprego mais recente,incorporando os ganhos de produtividade a elas inerentes. Exemplos tpicos, na rea de

    equipamentos, so: a fresadora de pavimento, usina de asfalto drum-mixer, recicladora depavimentos de rodovias, mquinas com controles eletrnicos no lugar dos controleshidrulicos. Na rea de materiais, os reativadores de asfalto, mantas geotxteis, etc.

    1.2.2 CLCULO DOS CUSTOS DE MO-DE-OBRA

    a) Custo da Mo-de-obra em Horas Normais, Horas Extraordinrias e em TrabalhoNoturno

    O custo da mo de obra calculado pelo SICRO considerando todo o trabalho desenvolvidoem horas normais, o que satisfatrio para a obteno de preos de referncia. No seroincludos no sistema os clculos do custo da mo-de-obra em horas extraordinrias e emtrabalho noturno.

    b) Encargos Sociais

    Foram revistos os clculos dos percentuais de encargos sociais para horistas trabalhando emregime normal, com vista sua atualizao legal, bem como para avaliao da repercussosobre os mesmos dos custos com refeies e transportes, prtica hoje consagrada no mercado.

    Foi,tambm, avaliada a incidncia relativa ao fornecimento de material de segurana dotrabalho.

    c) Diferenciao de Encargos Sociais para Servios de Conservao Delegada

    Decidiu-se descontinuar a diferenciao dos encargos sociais para os servios de conservaocontratados e delegados, admitindo que os rgos que assumem a delegao, tambmtrabalham contratando mo-de-obra no pertencente aos seus quadros.

    1.2.3 CUSTOS HORRIOS DE EQUIPAMENTOS

    a) Custos Horrios para Condies Leves, Mdias e Pesadas

    Foram includos no sistema os custos nas trs condies de trabalho. No seu clculo, selevar em conta vida til dos equipamentos varivel, a fim de refletir o esforo a que estosujeitos em cada caso. Foram, ainda, indicados os servios em que normal osequipamentos trabalharem fora das condies mdias, com vistas confeco das tabelasdo DNIT. Ser permitido aos responsveis pelos oramentos selecionar as condies detrabalho dos equipamentos, de acordo com as caractersticas dos servios que estiverem

    compondo. As composies de servios do SICRO, entretanto, levam em conta os custoshorrios dos equipamentos trabalhando em condies mdias.

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    b) Vida til dos Equipamentos

    Foi realizada pesquisa junto a fabricantes, usurios e publicaes especializadas, comvista a captar os valores de vida til dos equipamentos, ditados pelas modernas prticas deadministrao e de manuteno. A pesquisa destinou-se a trazer subsdios para definir osvalores de vida til que foram consideradas pelo SICRO no clculo dos custos demanuteno e depreciao.

    c) Custos de Manuteno de Equipamentos

    Os valores de Coeficientes de Manuteno K, utilizados anteriormente foram aferidos.Para tanto, tomaram-se por base dados sobre custos de manuteno de grupo selecionadode equipamentos, existentes em publicaes especializadas. Os resultados observados nogrupo de controle foram expandidos para o conjunto, atravs de consideraes sobre assemelhanas entre equipamentos considerados como pertencentes mesma classe. Comoconseqncia, foram estabelecidos novos valores para os Coeficientes de Manuteno K,nos casos em que se identificaram discrepncias, em relao aos seus valores anteriores.

    d) Critrio para Estabelecimento do Valor Residual dos Equipamentos

    Os percentuais utilizados pelo SICRO para estimar o valor residual dos equipamentosforam aferidos atravs de pesquisa de mercado de mquinas usadas, realizada nas praasdo Rio de Janeiro e So Paulo.

    e) Depreciao

    O critrio adotado para o clculo da depreciao o da Linha Reta.

    f) Seguro e Impostos

    Os custos horrios dos veculos devem contemplar parcela para cobertura do IPVA e doSeguro Obrigatrio.

    g) Custo de Equipamento Operativo e Improdutivo

    Foram redefinidas as parcelas que integram o clculo dos custos horrios dosequipamentos em situao operativa e improdutiva.

    1.2.4 COMPOSIO DE CUSTOS UNITRIOS DIRETOS

    a) Produo das Equipes Mecnicas

    Realizada pesquisa, junto a fabricantes e usurios, a fim de aferir as produtividadesutilizadas atualmente nos clculos dos custos rodovirios, levando em conta ascaractersticas dos novos equipamentos e as alteraes havidas nos mtodos construtivos,alm da prpria formao das equipes mecnicas que, em certos casos, sofreramalteraes.

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    b) Metodologia para Pesquisa de Campo com vistas Determinao de Produtividadede Equipamentos Novos

    Desenvolvida metodologia para pesquisar, no campo, a produtividade dos novosequipamentos com a utilizao de processo estatstico de observao.

    c) Atividades Auxiliares e Custos de RefernciaAs composies de custos unitrios foram classificadas como segue:

    Custos Unitrios Diretos para Atividades Auxiliares;

    Custos unitrios diretos para atividades de apoio tais como: fabricao na obra demateriais e componentes, transportes comerciais e outros assemelhados necessrios aosuprimento da obra, fornecimentos de materiais compreendendo, alm do custo domaterial, seu transporte e descarga na obra, assim como custos unitrios diretos para aexecuo de atividades elementares, isto , trabalhos no menor nvel de complexidade

    passvel de ser quantificado e que pode fazer parte, indiferentemente, de servio maiscomplexo de mais de uma categoria, ou seja, Construo, Conservao, Sinalizao ouRestaurao.

    Custos Unitrios Diretos de Referncia de Obras e de Servios;

    Custos unitrios nos nveis de agregao com que figuram usualmente nas Normas deMedio e Pagamento nas contrataes do DNIT. Tais custos sero obtidos pelaagregao de itens pertencentes s duas fases anteriores, classificados pelas categoriasque comporo as Tabelas de Custos Unitrios Regionais do DNIT.

    d) Carga, Descarga, Manobra e Transportes na Obra

    Os custos de transporte so, em geral, calculados atravs de equaes lineares quecomportam dois termos; um fixo e outro varivel, assumindo a forma geral: Y = ax + b,onde:

    Y- Custo total da tonelada transportada;

    a Custo unitrio por tonelada-quilmetro transportada

    x Distncia de transporte;

    b Custo fixo relativo s operaes de carga, descarga e manobra.

    Esta sistemtica de clculo foi revista. Adotou-se metodologia na qual a parte fixa includa diretamente nas composies dos custos dos servios para o qual esto sendorealizadas as operaes de carga, descarga e manobra. O custo do transporte, propriamentedito, calculado pelo produto do custo unitrio da tonelada x quilmetro, fornecido pelacomposio auxiliar respectiva, pela distncia mdia de transporte e pelo pesotransportado.

    e) Tabela de Custos Unitrios de RefernciaAs tabelas do SICRO apresentaro os Custos Unitrios de Referncia, que incluiro oscustos diretos e o LDI (lucro e despesas indiretas). Os custos Unitrios de Referncia, em

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    sua apresentao nas Tabelas, so discriminados de acordo com os diferentes categorias deobras, ou seja: Construo, Conservao, Sinalizao e Restaurao, muito embora

    possam ter origem em Composies de Servios Auxiliares, agregados segundo critriosconvenientes a cada caso.

    1.2.5 PLANILHA DE ORAMENTO

    a) Percentual de LDI

    Os Critrios adotados para o cmputo do LDI nos custos do SICRO, foram definidos pelaento Gerncia de Custos Rodovirios do Extinto DNER, posteriormente modificados

    por determinao do TCU, para atendimento do Art.40 da Lei n 8.666/93, conformemetodologia descrita no prximo captulo.

    b) Oramentos de Referncia de Obras EspecficasO Sistema propicia um primeiro nvel de adequao dos custos unitrios, atravs doclculo dos custos horrios dos equipamentos considerando sua utilizao em condiesleves, mdias e pesadas. Este sistema faculta a elaborao de oramentos de obrasrodovirias especficas, com a utilizao de Preos Unitrios de Servios de Referncia doDNIT, adequados s condies locais, materiais, sociais, econmicas e logsticas de cadaobra.

    Para a elaborao do oramento de uma obra com utilizao do SICRO, o projetista devedefinir se sero utilizados brita e areia produzidos ou extrados na obra, ou se estesmateriais sero adquiridos comercialmente. Esta opo levar em conta os volumesnecessrios e a viabilidade de explorao de areais e pedreiras na regio da obra,considerando-se ainda prvia analise dos aspectos ambientais e da disponibilidade dessesmateriais.

    O projetista dever apresentar a pesquisa de preos realizada na regio da obra, quandoadotadas brita e areia comerciais.

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    2 PREO DE OBRA RODOVIRIA

    2.1 ESTRUTURA DE CUSTOS

    A formao do Preo de Venda ou Preo Total de uma obra, em geral, e das obras rodovirias, emparticular, apresenta, na sua origem, estrutura assemelhada seguinte:

    Estrutura de Custos

    Custo Direto dos Servios

    Custo de Administrao Local

    Mobilizao e Desmobilizao

    Canteiro e AcampamentoEventuais

    Despesas Financeiras

    Administrao Central

    Margem

    Impostos sobre o Faturamento

    __________________________

    PREO DE VENDA

    onde:

    Custo Direto dos Servios representa a soma dos custos dos insumos(equipamentos, materiais e mo-de-obra) necessrios realizao dos servios detodos os itens da planilha:

    Custo de Administrao Local representa todos os custos locais que no sodiretamente relacionados com os itens da planilha e, portanto, no so considerados nacomposio dos custos diretos. Inclui itens como: Custo da Estrutura Organizacional(pessoal), Seguros e Garantias de Obrigaes Contratuais e Despesas Diversas.

    Mobilizao e Desmobilizao a parcela de mobilizao compreende as despesaspara transportar, desde sua origem at o local aonde se implantar o canteiro da obra,os recursos humanos, bem como todos os equipamentos e instalaes (usinas deasfalto, centrais de britagem, centrais de concreto, etc.) necessrios s operaes que asero realizadas. Esto, tambm, a includas as despesas para execuo das bases efundaes requeridas pelas instalaes fixas e para sua montagem, colocando-as emcondio de funcionamento. Como, de um modo geral, a desmobilizao deequipamentos e instalaes se faz a fim de transport-los para uma nova obra, no ser

    prevista parcela especifica para este fim, com vistas a evitar dupla remunerao.

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    Canteiro e Acampamento esta rubrica tem por finalidade cobrir os custos deconstruo das edificaes e de suas instalaes (hidrulicas, eltricas, esgotamento)destinadas a abrigar o pessoal (casas, alojamentos, refeitrios, sanitrios, etc.) e asdependncias necessrias obra, (escritrios, laboratrios, oficinas, almoxarifados,

    balana, guarita, etc.), bem como dos arruamentos e caminhos de servio.

    Eventuais percentual aplicado ao custo para cobertura de despesas no previstas:

    Despesas Financeiras resultam da necessidade de financiamento da obra por partedo Executor. Esta necessidade ocorre sempre que os desembolsos mensais acumuladosforem superiores s receitas acumuladas. As despesas financeiras decorrentes deinadimplncia do Contratante, por serem eventuais, no podem ser consideradas naestimativa de custos;

    Administrao Central a parcela do Preo Total que corresponde quota parte docusto da Administrao Central do Executor, a ser absorvida pela obra em tela;

    Margem uma parcela destinada a remunerar os fatores da produo do Executorque intervm na obra, tais como: capital aplicado em equipamento, capacidadeadministrativa, conhecimento tecnolgico e risco do negcio, bem como de proverrecursos para o pagamento de impostos sobre o resultado;

    Impostos Incidentes sobre o Faturamento so, no ano de 2003: o ISS (quando

    devido, e de acordo com as alquotas estabelecidas pelas Prefeituras Municipais), oPIS, a COFINS e a CPMF.

    2.2 CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS EM ORAMENTOS DE OBRAS RODOVIRIAS

    Muitos dos itens de custo que, nas obras rodovirias, so correntemente classificados comoindiretos no tm, a rigor, esta caracterstica conceitual. De fato, sob a tica dos rgosrodovirios, DNIT e DERs, somente os custos relativos sua prpria administrao seriamindiretos. Todos os demais itens do custo de construo poderiam ser perfeitamente apropriados a

    uma rodovia especifica ou a um de seus sub-trechos, caso assim se desejasse. J, sob o ponto devista do Executor da obra, os custos indiretos, propriamente ditos, se limitariam quelesreferentes parcela da administrao central da empresa a serem absorvidos pela obra emquesto, pois, como no caso precedente, todos os demais podem ser a ela atribudos semambigidade.

    Na prtica, no isso que ocorre. A classificao do custo de um servio como direto ou indiretoest apenas relacionada sua incluso ou no na respectiva planilha de preos a serem cotados

    por ocasio da licitao da obra. Todos os itens da planilha de preos, para os quais sorequeridas cotaes especficas e cujo pagamento se far de acordo com alguma forma demedio, so considerados como custos diretos. Os itens de servios que no constarem da

    planilha sero classificados como indiretos e, conseqentemente, vo integrar o LDI (Lucro eDespesas Indiretas), sendo, portanto, rateados sobre os custos diretos.

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    Em termos da realidade concreta dos empreendimentos rodovirios, a distino entre custosdiretos e indiretos est, portanto, vinculada relao de itens de servio que o rgo rodovirioresponsvel pela obra esteja disposto e fiscalizar e, conseqentemente, a medir e pagar de formaindividualizada.

    Existe outro aspecto importante a considerar, decorrente das ponderaes acima: o fato quedeterminado item seja considerado como custo indireto no impede que seu valor seja orado deforma analtica. Ao contrrio, sempre que possvel, devem ser buscados parmetros que permitamchegar a seu valor atravs de procedimentos analticos para, ento, verificar sua incidncia

    percentual. O procedimento corrente, que justamente o oposto, em que se busca chegar ao valordo item aplicando um percentual convencional sobre o total dos custos diretos ou sobre o preofinal da obra, pode levar a distores, visto que, dependendo das circunstncias, essa incidncia,

    para alguns dos itens usualmente includos no LDI, pode ter flutuaes importantes que no seropercebidas. Assim sendo, a metodologia oramentria deve ser independente da forma adotadapara o pagamento dos diferentes itens de servio, a fim de que se possam elaborar oramentosconsistentes e confiveis.

    O tratamento de itens de servio, para efeito de pagamento, como se fossem custos indiretos,deriva de certa comodidade do Contratante. Calculado seu valor, transformado em percentual dosdemais custos e includos no LDI, cessam, por parte deste, as preocupaes com a medioefetiva dos quantitativos realizados. Essa comodidade no ocorre, entretanto, sem inconvenientes.Toda vez que a norma adotada para o pagamento de determinado item se desvincula da lei deformao de seus custos, geram-se possibilidades de distores que podem conduzir a valoresfinais, pagos por esse item, inteiramente inadequados, ou seja, inferiores ou superiores ao quecorresponderia sua justa remunerao. Esse desajustamento provocado, basicamente, porquenem todos os itens de servio tm a mesma lei de formao de custos. Assim, sempre que seadotam formas de remunerao atreladas a quantidades de trabalho realizado para itens cujoscustos sejam fixos ou cresam com os prazos de execuo da obra, est-se criando a possibilidade

    de uma inadequao no valor pago em relao a seu custo. o que ocorre, por exemplo, quandose rateiam sobre os custos diretos pagos segundo quantidades realizadas os custos demobilizao e desmobilizao de equipamento ou de construo de instalaes de canteiros deobra que so itens que tm custos fixos. O mesmo acontece com os custos da administrao localdo Executor, que so proporcionais ao tempo de durao da obra. Se ocorrerem variaes, emrelao ao inicialmente previsto, nos quantitativos de servios arrolados como itens do custodireto, a remunerao dos itens indiretos tambm variar, sem que necessariamente seus custostenham se alterado nas mesmas propores.

    Alm disso, todo servio cuja remunerao includa no LDI tem seu retorno distribudo por todoo prazo de realizao da obra, diferentemente dos servios que geram custos diretos, os quais so

    pagos na poca em que so realizados. Essa situao pode configurar um financiamento por partedo Executor, o que obriga estimativa e incorporao de nus financeiro ao preo de venda ou aajustes nos preos dos itens da planilha.

    A reduo desses tipos de incertezas e, conseqentemente, dos contingenciamentos com que oexecutor se resguarda dos riscos que delas decorrem, s poder ocorrer se os contratantes dasobras rodovirias buscarem retirar do LDI, e passarem a encarar como itens do custo direto, todosservios passveis desse tratamento, e de formular normas para seu pagamento que sejamcompatveis com suas respectivas estruturas de custos.

    Conclui-se, portanto, que, por ocasio da elaborao do oramento da obra e, posteriormente, dopreparo das planilhas de preo a serem includas nos editais de licitao, todos os itens passveis

    de serem considerados como custos diretos devero ser classificados como tais, cabendo,naturalmente, ao rgo rodovirio estabelecer esse enquadramento em suas Normas de Medio e

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    Pagamento, em funo de sua experincia, convenincia, capacidade de fiscalizao,caractersticas da obra e das condies de sua realizao.

    o caso presente, que por deciso do TCU, foi recomendado ao DNIT que se retirassem do LDIos itens referentes a INSTALAO E MOBILIZAO, conforme preconizado pela Lei n8.666/93 em seu Art.40, inciso XIII.

    2.3 CARACTERIZAO DOS CUSTOS DE OBRA RODOVIRIA

    Observemos especificamente cada um dos itens usualmente includos nos oramentos rodovirioscomo Custos Indiretos. Conforme se mostra a seguir, existem alguns deles que tm valor

    percentual fixo e obrigatrio e que so parte integrante da carga tributria que incide sobre opreo da obra, um segundo grupo apresenta variaes percentuais que usualmente se limitam auma faixa restrita e, um terceiro, que pode apresentar variaes bastante significativas com o tipode obra e as circunstncias em que so realizadas.

    Sobre o primeiro grupo, no h grandes comentrios a fazer. Ele todo constitudo por tributos,cuja aplicao estabelecida e regulamentada por Lei. Inclui o PIS, a COFINS e a CPMF. Estaltima, por ser uma contribuio provisria, ser eliminada dos custos quando de sua revogao.As incidncias desses tributos se d sobre o Preo de Venda (PV), de acordo com as seguintesalquotas:

    Itens de Valor Percentual Fixo e Obrigatr io

    tens de Custo Percentuais

    A PIS

    B COFINS C - CPMF

    0,65% do PV

    3,00% do PV0,38% do PV

    O segundo grupo misto. Comporta tributos e outras despesas cujas incidncias admitem algumavariao, sobre as quais cabem os seguintes comentrios:

    ISS (Imposto sobre Servios) um tributo municipal; assim sendo, sua alquota no amesma para todo o pas. Ela varia, conforme o Municpio, desde aqueles que isentam aconstruo civil do tributo at os que a taxam com percentuais que variam na faixa de2,0% a 5,0% sobre o valor da obra. Tendo em vista essa circunstncia, o SICRO adotaralquota mdia de 3,5% para fazer face a esta despesa. Entretanto, caber ao projetista, porocasio da elaborao de um oramento real, relativo a uma obra bem definida, verificar aalquota real de ISS a ser paga.

    Administrao Central Cada operao que o Executor realiza deve absorver umaparcela dos custos relativos sua Administrao Central. Tais custos envolvem, entreoutros: honorrios de Diretoria, despesas comerciais e de representao, administraocentral de pessoal, administrao do patrimnio, aluguis da sede, comunicaes,materiais de expediente, treinamento e desenvolvimento tecnolgico, viagens do pessoallotado na sede, etc. um valor extremamente difcil de ser determinado por via analtica,

    pois depende do porte da empresa, de sua estrutura organizacional, de sua poltica denegcios e, ainda, do volume de obras que est realizando, ou seja, da composio do seu

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    faturamento, sobre o qual recair este nus. Este Manual adotou o percentual de 1,50%do Custo Direto de cada obra para atender estas despesas.

    Eventuais Como seu prprio nome indica, trata-se de reserva para cobrir eventuaisacrscimos de custos da obra no recuperveis contratualmente. Evidentemente, pela sua

    prpria natureza, os eventuais que possam ou no ocorrer numa obra vo dependerfundamentalmente do tipo de contrato sob o qual ela est sendo realizada. Numaempreitada por preo global ou num contrato turn-key os riscos de que aconteam fatosno previstos, com repercusso no custo da obra, que tenham que ser arcadas peloexecutante, so elevados. Outras formas de contratao minimizam tais riscos,

    principalmente quando as variaes de custo por eles causada tm outras formas de seremcompensadas. Numa empreitada por preos unitrios, que a forma de contratao maisusual no DNIT, as variaes para mais ou para menos nos quantitativos de servios soresolvidas pelas medies, que aferem as quantidades efetivamente realizadas. Asflutuaes nos preos dos insumos so compensadas pelo ndices de reajustamento dasfaturas e, finalmente, servios novos no previstos inicialmente nos editais de licitao,

    como aqueles decorrentes de alteraes de projeto, so possveis de aditivo atravs daincluso de novos preos no contrato. Dependendo do caso, reserva-se para esta rubrica

    percentuais de 0 a 5% do Custo Direto. No caso do SICRO, pelas razes apresentadas,considera-se este custo 0%.

    Custos Financeiros Resultam da necessidade de financiamento da obra por parte doExecutor, que ocorre quando os desembolsos mensais acumulados forem superiores sreceitas acumuladas. Tais custos so calculados como um percentual equivalente taxa de

    juros bsicos do Banco Central (SELIC) aplicado sobre o Preo de Venda menos aMargem, durante um ms. As despesas financeiras decorrentes de inadimplncia do

    Contratante, por serem eventuais, no podem ser consideradas na elaborao dos custosreferenciais do DNIT.

    Margem a rigor, a margem complementa a formao do Preo de Venda, sem que possaser considerada como item de custo, ela , na verdade, uma parcela destinada a remuneraros fatores da produo do Executor que intervm na obra, tais como: custo deoportunidade do capital aplicado nos equipamentos mobilizados na obra; capacidadeadministrativa e gerencial para a administrao do contrato e a conduo da obra,representada pelas estruturas organizacionais da empresa e pelo conjunto de normas e

    procedimentos de que se utiliza; conhecimento tecnolgico adquirido atravs de

    experincias pregressas e pelo investimento em formao, treinamento de pessoal ecompra de know how e, finalmente, o risco do negcio. A margem , assim, umexcedente sobre o custo orado, atravs do qual o Executor buscar realizar seu Lucro,

    bem como prover recursos para pagamento de impostos sobre o resultado. No presentemanual partiu-se de uma taxa de lucro definida no valor de 5,00% de PV, e acrescentando-se os valores referentes ao IRPJ e CSLL chegou-se ao valor da Margem.

    Fica bvio, pela observao efetuada, que a incluso de itens dos dois primeiros grupos no LDIno apresenta maiores inconvenientes e possibilita, inclusive, que se estabelea um balizamento

    para os valores mximos e mnimos que esse possa vir a assumir nos oramentos das obras. Omesmo no acontece, entretanto, quando se trata de itens do terceiro grupo. Por terem estruturasde custos que se formam de maneira peculiar em cada obra, qualquer tentativa de estabelecerfaixas percentuais para enquadra-los ser frustrada, a menos que estas sejam to largas que

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    perdero qualquer sentido prtico. Como, estes itens so perfeitamente passveis de seremorados analiticamente, a nova orientao que o presente Manual introduz por orientao do TCU

    Tribunal de Contas da Unio, atravs de sua Deciso n 1332/2002, de passar a tratar comoitens do custo direto, as despesas com Instalaes de Canteiro e Acampamento e Mobilizao eDesmobilizao como, inclusive, costumava-se fazer com relao Mobilizao eDesmobilizao, no extinto DNER, e como determina a Lei 8666/93.

    Itens cujo Valor Percentual Varia com o Tipo de Obra ou Servio

    Itens de Custo

    IAdministrao Local

    J Canteiro e Acampamento

    K Mobilizao e Desmobilizao

    Apresentam-se, a seguir, diretrizes gerais com vistas a orientar o clculo destes itens, cujosvalores, conforme se ressaltou, so altamente influenciados pelas condies particulares de cadacaso.

    Administrao Local Compreende o conjunto de atividades realizadas no local doempreendimento pelo Executor, necessrias conduo da obra e administrao docontrato. exercida por pessoal tcnico e administrativo, em carter de exclusividade.Seu custo representado pelo somatrio dos salrios e encargos dos componentes darespectiva equipe, que inclui pessoal de servios gerais e de apoio. Segundo ametodologia adotada, esto includos tambm na administrao local, os mestres e

    encarregados gerais, visto que os nveis inferiores da hierarquia esto includosdiretamente nas Composies de Atividades e Servios. Este custo depende daestrutura organizacional que o Executor vier a montar para a conduo de cada obra ede sua respectiva lotao de pessoal. No existe modelo rgido para esta estrutura. As

    peculiaridades inerentes a cada obra determinaro a estrutura organizacionalnecessria para bem administr-la.

    A concepo dessa organizao, bem como da lotao em termos de recursos humanosrequeridos, tarefa de planejamento, especfica do Executor da obra. Assim sendo,caber ao prprio Engenheiro de Custos realizar um ensaio sobre a questo, com vistasa estabelecer bases para estimar os custos envolvidos pela Administrao Local.

    A realizao dessa tarefa pode ser melhor orientada atentando-se para o fato que, emqualquer obra, independentemente de seu porte ou de suas demais caractersticas, aadministrao local deve exercer certo nmero de atividades bsicas, que so:

    - Chefia da Obra;

    - Administrao do Contrato;

    - Engenharia e Planejamento;

    - Segurana do Trabalho;

    - Produo;- Manuteno de Equipamento;

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    - Gesto de Materiais;

    - Gesto de Recursos Humanos;

    - Administrao da Obra.

    A montagem da estrutura administrativa local de cada obra passar a ser feita, ento,pelo desdobramento de cada uma dessas atividades bsicas e, conseqentemente, noscargos e funes a serem preenchidos, a fim de que elas possam ser executadas. Nessedesdobramento devem ser levados em considerao as caractersticas da obra, aestratgia adotada para sua execuo, o cronograma, bem como a disperso geogrficadas frentes de trabalho.

    As variaes de estrutura organizacional, de uma obra para outra, resultaro da maiorou menor complexidade das atividades em caso, bem como da possibilidade deatribu-las de forma mais ou menos agregada aos cargos criados para exerc-las.

    Seguros e Garantias de Obrigaes Contratuais so custos que resultam de exignciascontidas nos editais de licitao e s podem ser estimadas caso a caso, por meio deconsultas a empresas seguradoras.

    As Despesas Diversas incluem uma srie de dispndios que ocorrem em obras, taiscomo:

    - veculos leves para transporte depessoal, combustvel e manuteno;

    - energia eltrica para iluminaopblica e domiciliar;

    - cpias xerogrficas e heliogrficas;

    - telefonemas;

    - telex;

    - fotografias;

    - fax;

    - material de escritrio;- medicamentos;

    - consultoria externa;

    - aluguis;

    - segurana: polcia e vigilncia;

    - seguro sade

    Este Manual adotou o percentual de 2,50% do Custo Direto de cada obra para atender estasdespesas.

    Canteiro e Acampamento Denomina-se de Canteiro e Acampamento ao conjuntode instalaes destinadas a apoiar as atividades de construo. Compreende nmeroexpressivo de elementos, com caractersticas bastante diferenciadas, que embora nose incorporem fisicamente ao empreendimento, representam parcela significativa docusto de investimento e, como tal, devem ser criteriosamente orados.

    No existem padres fixos para esse tipo de instalaes. Elas so funo do porte e daspeculiaridades do empreendimento, das circunstncias locais em que ocorrer aconstruo e das alternativas tecnolgicas e estratgicas para sua realizao.

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    Instalaes de Acampamento Compreende as unidades residenciais einstalaes comunitrias, que sero necessrias ao longo da obra, para abrigar efornecer condies adequadas de conforto e segurana ao pessoal. Dependendo do

    porte da obra, no dimensionamento dessas instalaes deve-se levar em conta aspossibilidades de insero regional das populaes atradas pela obra, de modo a,sempre que possvel, tirar partido dos equipamentos j disponveis nos ncleos

    urbanos existentes na regio, de tal sorte que as instalaes a serem construdastenham apenas capacidade de atendimento complementar. Deve-se levar em conta,ainda, que alm das edificaes propriamente ditas, podero ser necessrios ossistemas de facilidades, compreendendo:

    - Sistema de Captao, Tratamento e Distribuio de gua;

    - Estao de Coleta, Tratamento e Despejo de Esgotos;

    - Subestao e Rede de Distribuio Eltrica e Iluminao Pblica.

    O Engenheiro Rodovirio, ao elaborar o oramento, dever calcular o custo de umaunidade residencial ou Comunitria tpica, a partir de preos disponveis no

    SINAPI, estabelecendo, assim, o custo do m de cada tipo de construo. Essevalor ser utilizado para orar os demais tipos de edificaes com especificaosemelhante, com os ajustes que o bom senso e a experincia indicarem. Se esses

    preos, por se referirem a outro local, no reproduzirem perfeitamente as condiesreais de custos no local da obra, sobretudo quando esta se situar em rea de difcilacesso, ser necessrio que se aplique, a esses preos por metro quadrado, fatorque espelhe os acrscimos de custos decorrentes dessa circunstncia.

    Deve ser dada especial ateno topografia e s condies de fundao do local deimplantao, que podem ter peso significativo no oramento das unidades.

    Devem ser previstos valores do mobilirio e da aparelhagem de que sero providasas instalaes comunitrias, a fim de capacit-las para suas funes. Quando nofor possvel obter esses valores no SINAPI, recomenda-se adotar, para os valoresreferentes a esses itens, acrscimos percentuais aos custos das respectivasconstrues. Apresentam-se, a seguir, faixas de variaes plausveis para os

    percentuais dos custos de construo que devero ser previstos para mobilirio eaparelhagem dos diferentes tipos de instalaes comunitrias. Caber aoEngenheiro de Custos selecionar o percentual adequado ao seu caso, em funo dasofisticao conferida s instalaes que estiver orando.

    Instalao Percentagem do Custo deConstruo

    Habilitaes unifamiliares

    Alojamentos

    Escolas

    Centros Recreativos e Esportivos

    Centro Comunitrio

    Ambulatrio / Centro de Sade

    Guarita Principal

    40 60

    20 50

    20 50

    20 50

    20 50

    60 100

    05 10

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    Instalaes de Canteiro As instalaes de Canteiro compreendem as seguintescategorias:

    a) Unidades de Armazenamento As principais unidades componentes so:

    - Almoxarifado;

    - Posto de combustveis e lubrificantes;

    - Paiol de explosivos.

    b) Unidades Administrativas e Tcnicas As principais unidades so:

    - Escritrio do Executor;

    - Laboratrios.

    c) Unidades de Apoio As principais so:

    - Refeitrio central e cozinha;

    - Sanitrios de campo;

    - Ambulatrio.

    d) Sistemas Os sistemas no canteiro de obras incluem as redes e instalaes defacilidades que compreendem, entre outras:

    - Abastecimento de gua;

    - Drenagem;

    - Distribuio de energia, iluminao e subestao;

    - Virio.

    e) Instalaes Industriais As instalaes industriais do canteiro so aquelas emque ocorrem atividades de produo ou de manuseio tendo, em geral, comofinalidade, o processamento de materiais, com vistas a prepar-los para emprego naobra. As instalaes industriais mais comuns no canteiro de obras rodovirias so:

    - Central de Britagem;

    - Usina de Asfalto- Usina de Solos

    - Central de Concreto;

    - Central de Carpintaria;

    - Central de Armao;

    - Ptio de Pr-Moldados;

    - Ptio de Estruturas Tubulares;

    - Central de Ar Comprimido;

    - Oficina de Manuteno;

    - Instalao de Beneficiamento de Areia Natural e/ou Cascalho.

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    Estas instalaes sero dimensionadas a partir dos Quadros de Quantidades deServios a serem executados e do cronograma da obra.

    Considerando que por determinao do TCU foi retirado do LDI o percentualdestinado ao pagamento das Instalaes, caber ao projetista considerar na

    elaborao do oramento de uma obra o valor a ser atribudo para o pagamentodeste item, utilizando para o efeito os preos da Construo Civil calculados peloSINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e ndices de Construo Civil),de acordo com Art.10, Captulo IX da Lei n 10.707 de 30/07/03 (LDO).

    Mobilizao e Desmobilizao A mobilizao e desmobilizao soconstitudas pelo conjunto de providncias e operaes que o Executor dos serviostem que efetivar a fim de levar seus recursos, em pessoal e equipamento, at o local daobra e, inversamente, para faz-los retornar ao seu ponto de origem, ao trmino dostrabalhos. No momento em que se necessita desses valores, para inclu-los no

    oramento, uma srie de parmetros relativos s circunstncias reais em que se daro amobilizao e a desmobilizao so ainda desconhecidas, pois dependem de

    particularidades inerentes empresa que vier a se encarregar dos servios. Esseobstculo s poder ser contornado atravs da admisso de algumas hipteses quesupram a deficincia apontada.

    Sendo a mobilizao e a desmobilizao essencialmente operaes de transportes, aprincipal fonte de incerteza, para clculo de seu custos, o desconhecimento dospontos de origem (mobilizao) e destino (desmobilizao) a partir dos quais elas sedaro e, conseqentemente, dos meios de transporte e das rotas disponveis paraexecut-las.

    Em condies reais, uma empresa contratada mobiliza seu pessoal a partir de sua sedeou escritrios regionais, desloca-o de outra obra e admite algumas categorias

    profissionais no prprio local da obra. O equipamento, tambm, pode ter diversasorigens, tais como ptios e oficinas da empresa, outras obras que a empresa tenharealizado ou que esteja realizando, ou ptios de fabricantes/representantes, quando setratar de equipamento novo, adquirido especialmente para determinada obra.

    Por outro lado, ao liberar o equipamento de uma obra, o Executor buscar sempredesloc-lo diretamente para outra, se possvel, na prpria regio. mesmo usual que asempresas constituam ptios de equipamentos em locais prximos s obras concludas, a

    fim de guardar o equipamento, durante algum tempo, antes de sua remobilizao parauma nova obra. Assim sendo, para efeito de oramento, pode-se considerar que adesmobilizao de equipamento , na realidade, a mobilizao de uma nova obra e,como tal, seus custos no devem ser imputados primeira, sob pena de duplacontagem.

    Resolvido o problema da origem e destino, cabe agora atentar para os aspectos daoperao de mobilizao propriamente dita, que apresenta peculiaridades quando setrata de deslocar pessoal ou equipamento. Examina-se, a seguir, cada um desses,individualmente.

    Estimativa da Fora de Trabalho a Ser Deslocada A partir do Quadro deQuantitativos de servios e do respectivo cronograma de execuo, fornecidos peloProjeto Final de Engenharia e, ainda, das produtividades da mo-de-obra

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    calculadas a partir das Composies de Atividades e Servios, dimensiona-se afora de trabalho de horistas que ser necessrio empregar ao longo dodesenvolvimento da obra, segundo suas respectivas categorias profissionais, demodo a poder classifica-la em duas categorias empregados qualificadoseempregados no qualificados. Como a tendncia atual no sentido do Executorno deslocar, s suas custas, empregados no qualificados, salvo em situaes

    especiais, a estimativa da fora de trabalho a ser deslocada abrange apenas a mo-de-obra qualificada.

    Assim:

    p = po + ps

    e

    po = po1 + po2

    onde,

    p = nmero mximo de empregados, na obra;po = nmero mximo de empregados qualificados, na obra;

    po1 = parcela de po a ser deslocada para a obra;

    po2 = parcela de po a ser admitida no local da obra;

    Ps = nmero mximo de empregados no qualificados, na obra.

    O Projeto Final de Engenharia, no seu captulo referente s condies scio-econmicas da regio onde se pretende implantar o empreendimento, deve fornecer

    indicaes sobre as disponibilidades locais de mo-de-obra e, at mesmo, sobre amaior ou menor facilidade que esta ter para at a se deslocar espontaneamente,atrada pela oferta de emprego. De qualquer forma, o engenheiro encarregado defazer o oramento dever buscar novos dados estatsticos e, eventualmente, colherinformaes atualizadas. Ateno especial deve merecer, tambm, a conjunturaeconmica do pas e da regio na poca, que tem forte influncia na oferta de mo-de-obra. Essas informaes devem permitir estimar, com razovel aproximao, osvalores de po2 e, conseqentemente de po1.

    A fora de trabalho de mensalistas estimada segundo dimensionamento daestrutura organizacional que ser montada para a Administrao Local da Obra,

    cujo o contingente ser representado por:pm = pm1 + pm2,

    onde:

    pm = nmero mximo de mensalistas;

    pm1 = parcela de pm a ser deslocada para a obra;

    pm2 = parcela de pm a ser admitida no local da obra.

    O valor destas parcelas dependem, como no caso dos horistas, da localizao daobra e do nvel de emprego no pas e na regio.

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    Custo de Mobil izao de Equipamentos A partir dos estudos do planejamentoda obra, contidos em seu Projeto Final, que identificam os equipamentos principaisa serem utilizados, em funo dos Quadros de Quantidades de Servios, queindicam as incidncias dos equipamentos por unidade de produo e dodimensionamento das instalaes de canteiro, bem como no cronograma derealizao dos servios, dimensiona-se o parque de equipamentos que ser

    necessrio mobilizar para execuo da obra.Para fins de mobilizao, o parque de equipamentos habitualmente grupado emtrs tipos:

    - veculos leves;

    - equipamentos de pequenos porte;

    - equipamentos de grande porte.

    Seu deslocamento para a obra se faz de forma distinta, conforme indicado nos itens

    que seguem:

    - Veculos leves e caminhes comuns: Estes equipamentos se deslocam at olocal da obra por seus prprios meios, salvo situaes especiais, at onde a rederodoviria permita. Nos casos comuns, o custo de mobilizao correspondente,

    portanto, ao custo operacional de cada um desses veculos, para vencer adistncia a ser percorrida, acrescido das despesas de alimentao e hospedagemdo respectivo motorista. O deslocamento de frota de caminhes comuns gera,ainda, uma oferta de capacidade de transporte, que deve ser aproveitada paraabsorver parte da carga necessria a transportar para a obra.

    - Equipamentos de pequeno porte: A instalao de uma obra requer o concursode grande nmero de itens compostos por equipamentos de pequeno porte,

    peas, ferramentas e utenslios de toda ordem, que, em conjunto, chegam arepresentar tonelagem importante. Para efeito de distino, pode-se definir osequipamentos de pequenos porte como aqueles cujo peso individual no chegaa atingir 10 t. Estes equipamentos devem ter seu peso estimado peloEngenheiro de Custos, segundo seu bom senso, ou com base em informaesdos fabricantes.

    Parte dessa tonelagem ser absorvida pela capacidade de transporte do prprio

    Executor, gerada pelo deslocamento de seus caminhes comuns. Nesse clculodeve-se levar em conta que nos casos reais ocorrem algumasincompatibilidades entre as origens das cargas e dos caminhes, bem comoentre as datas em que as cargas e os caminhes devero chegar a obra, alm deinadequaes dos tipos de caminhes para as cargas a serem transportadas.Assim, deve-se utilizar com capacidade de transporte 70% da capacidade totaldos caminhes. O custo de mobilizao, nesse caso, ser representado peloscustos de carga, descarga e seguro.

    A tonelagem restante de equipamento , classificada nesse grupo, (que nopuder ser transportada pela frota prpria do Executor), ter seu custo de

    mobilizao estimada a partir dos nveis de custo de transporte comercialcomum, para a distncia considerada.

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    - Equipamentos de grande porte: Classificam-se neste grupo os equipamentosque pelo seu peso ou dimenses requeiram transporte em carreta, com ou semescolta. O transporte com escolta exigido para equipamentos de mais 60 t oude dimenses que ultrapassem 3,20 m de largura, 25 m de comprimento e 5 mde altura. No caso mais complexo, o custo desse transporte ser composto portrs parcelas. Cada uma delas calculada da seguinte forma:

    a) Preo Bsico: O preo bsico do transporte, em R$/t.km, fornecido porempresas especializadas na prestao desses servios e depende do tipo doveculo capaz de realiz-lo, tendo em vista o peso e as dimenses da carga.

    b) TUV Taxa de Utilizao Viria: Essa taxa cobrada pelo DNIT sempreque o peso bruto total (PBT) do conjunto carga/cavalo/carreta ultrapasse 45 t.

    c) Preo de Escolta: Sempre que o conjunto carga/cavalo/carreta ou qualquer

    de suas partes exceder s dimenses limites mencionadas no item a, ou que oPBT exceder a 60 t, o transporte ser obrigatoriamente acompanhado porescolta.

    Tendo sido retirado do LDI, por orientao do TCU o percentual que eradestinado ao pagamento de Mobilizao e Desmobilizao, o projetista poderseguir a orientao deste Manual para estipular o Custo destes itens.

    2.4 PREO TOTAL OU PREO DE VENDA

    Tendo em vista as consideraes acima, as frmulas gerais dos Custos Diretos e do Preo deVenda - (PV) assumiro as expresses:

    CD= Cd + (H + I)

    PV = CD + ( A+B+C+D+E+F+G)

    onde os smbolos tm o seguinte significado:

    PV: Preo de Venda

    A: PIS

    D: ISS

    G: Margem

    H: Canteiro e Acampamento

    CD: Custo Direto Total

    B: COFINS

    E: Administrao Central eLocal

    I: Mobilizao e Desmobilizao

    Cd: Custo Direto dosServios

    C: CPMF

    F: Custos Financeiros

    2.5 CONCEITO DE LDI

    Com base nessas consideraes foi construdo o quadro a seguir, em que so demonstrados osvalores das incidncias dos diferentes itens sobre o Preo Total ou Preo de Venda da obra (PV),

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    sobre seu Custo Direto (CD) e sobre o Prprio LDI. Alm disso procedeu-se, tambm, a aberturado valor considerado como Margem, destacando a carga tributria sobre ela incidente.

    A relao entre o Preo Total ou Preo de Venda (PV) e o Custo Direto(CD) constitui o fator deLDI (Lucro e Despesas Indiretas), que expresso por:

    Fator de LDI = PVCD

    O LDI em percentagem, dado pela expresso:

    LDI (%) = ( PV - 1) . 100CD

    Os custos relativos a uniformes, equipamentos de segurana, alimentao e transporte de pessoalsero considerados como integrantes dos Adicionais sobre Mo-de-Obra, por estarem diretamenterelacionados com a fora de trabalho empregada e por serem previstos, em muitos casos, nas

    prprias convenes coletivas de trabalho.

    Cabe observar que o LDI de 23,90% constante do quadro COMPOSIO DO LDI (LUCRO EDESPESAS INDIRETAS) a seguir apresentado, foi calculado a partir de Imposto e Taxasvigentes poca da edio deste Manual.

    A equipe responsvel pela operao do Sistema de Custos Rodovirios SICRO2, ficarencarregada de atualizar o valor do LDI acima, sempre que os Impostos e Taxas adotadassofrerem variaes advindas de atos governamentais.

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    COMPOSIO DO LDI (Lucro e Despesa Indiretas)

    ITENS DE VALOR PERCENTUALFIXO E OBRIGATRIO

    % sobre PV % sobre CD

    A - PIS 0,65 % de PV 0,65 0,81B - COFINS 3,00 % de PV 3,00 3,72C - CPMF 0,38 % de PV 0,38 0,47

    Sub - total 4,03 5,00

    ITENS DE VALOR PERCENTUAL VARIVELCOM O TIPO DA OBRA OU SERVIO

    D - ISS 3,50 % de PV 3,50 4,34

    E - Administrao 4,00 % de CD 3,23 4,00F - Custos financeiros SELIC / 12 do (PV - Margem) 1,32 1,64G - Margem 7,20 % de PV 7,20 8,92

    Sub - total 15,25 18,90

    LDI 19,28 23,90Custos Diretos - CD 80,72Preo de Venda - PV 100,00

    Margem 7,20 8,92IRPJ 1,20% do PV 1,20 1,48

    CSLL 1,00% do PV 1,00 1,24Lucro Lquido 5,00% do PV 5,00 6,20

    PIS, COFINS, IRPJ e CSLL IN/SRF no 306 de 12/03/03LDI TOTAL = 23,90%PV = Preo de VendaCD = Custo DiretoE = Administrao Central + Administrao LocalSELIC Nov/2003 = 17,50% aa

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    COMPOSIO DO LDI (Lucro e Despesa Indiretas)

    IMPOSTOS E TAXAS INCIDNCIA % sobre CD

    IMPOSTOS OBRIGATRIOS

    A - PIS 0,65 % de PV 0,81B - COFINS 3,00 % de PV 3,72C - CPMF 0,38 % de PV 0,47

    Sub - total 5,00

    IMPOSTO E TAXAS VARIVEIS (*)

    D - ISS 3,50 % de PV 4,34E - Administrao 4,00 % de CD 4,00F - Custos financeiros SELIC / 12 do (PV - Margem) 1,64G - Margem 7,20 % de PV 8,92

    Sub - total 18,90

    LDI 23,90

    (*) Imposto e Taxas Variveis com o Local, Tipo de Obra ou Servio

    LDI TOTAL = 23,90% PIS, COFINS, IRPJ e CSLL IN/SRF n

    o

    306 de 12/03/03PV = Preo de VendaCD = Custo DiretoE = Administrao Central + Administrao LocalSELIC Nov/2003 = 17,50% aa

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    3 SISTEMA DE LEVANTAMENTO DE PREOS DOS INSUMOS

    3.1 O SISTEMA SICRO2 DE COLETA DE PREOS

    Apresentam-se, a seguir, as principais caractersticas do PEP - Sistema de Pesquisa de Preos deEquipamentos, Materiais e Mo-de-obra, parte integrante do SICRO2 - Sistema de CustosRodovirios. O PEP o sistema responsvel pela coleta e manuteno dos preos dos insumosutilizados no clculo das composies de servios rodovirios do DNIT.O PEP mantm cadastro de estabelecimentos onde so pesquisados, periodicamente, os preos

    praticados para venda vista, de equipamentos e materiais contidos no Sistema de Cadastramentode Dados do SICRO2. Para cada estabelecimento participante da pesquisa so identificados,dentro do cadastro de equipamentos e materiais, os itens por eles comercializados. A cada ciclode pesquisa de preos, o PEP emite questionrios contendo a solicitao de informaes aosestabelecimentos.

    Para pesquisar custos com mo-de-obra, o PEP registra as informaes levantadas junto asindicatos e rgos envolvidos regionalmente com obras rodovirias, de acordo com os perfisprofissionais previamente definidos no Sistema de Cadastramento de Dados do SICRO2.

    3.1.1 CARACTERSTICAS DA PESQUISA

    A pesquisa de preos para o SICRO2 executada, a nvel estadual, em estabelecimentos situadosnas capitais dos estados, naquelas unidades da federao onde as UNITs dispem de recursosdedicados ao apoio do sistema. Nos demais estados, onde a pesquisa de preos no realizadadiretamente, so considerados os preos selecionados de suas regies geogrficas.

    Os preos coletados junto aos estabelecimentos so criticados, no sentido de se aprimorar aqualidade da informao utilizada. Cada preo pesquisado comparado com os respectivosvalores informados pelos estabelecimentos nos trs meses anteriores ao da pesquisa. Caso avariao no valor no esteja situada no intervalo definido para aceitao, o valor coletado sofrenova verificao. A segunda crtica executada, a crtica interestadual, consiste em comparar omenor valor obtido num estado, para determinado item, com os menores valores levantados emoutros estados, visando verificar distores regionais de preos. Variaes nos preosconsideradas como distores regionais podero ser corrigidas com a atribuio do preo unitriovigente em outro estado.O preo unitrio dos itens, equipamentos e materiais, definido, a priori, pela seleo do melhor

    preo pesquisado no estado. O PEP permite interveno sobre o processo de definio do preounitrio, assistindo, de forma automtica ou manual, o processo de aceitao dos valores.

    3.1.2 COBERTURA DA PESQUISA

    Nos estados onde se realizam pesquisas, so coletados informaes de preo para cada material,em pelo menos trs estabelecimentos. So considerados como informantes os estabelecimentoscomerciais credenciados, preferencialmente atuando no comrcio atacadista, que comercializemregularmente os materiais pesquisados e que sejam expressivos para o comrcio local. Para a

    pesquisa de preo de equipamentos, so considerados, preferencialmente, os representantesautorizados e, quando possvel, so pesquisados preos, em pelo menos, trs estabelecimentos.

    Caso no exista representao local, so considerados os preos cobrados pelos fabricantes, ouseus distribuidores nacionais, para fornecimento do equipamento, acrescido do respectivo custo

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    de frete at a capital do estado. Para os estados onde no seja possvel a pesquisa de um item,equipamento ou material, ser considerado o preo unitrio estimado para a regio.

    3.1.3 CICLO DE ATUALIZAO

    Os ciclos de pesquisa de preos so mensais. Os preos estimados para um ms tm origem nas

    coletas feitas no ms imediatamente anterior. As pesquisas de preos junto aos estabelecimentosso realizadas entre os dias 05 e 15 de cada ms para a estimativa dos preos unitrios utilizadosno ms subseqente.O ciclo de pesquisa de preos pode ser alongado para perodos mltiplos do ms, seja devido estabilidade nos preos dos itens pesquisados seja por motivos operacionais. Assim, o PEP capaz de imputar preos, para o grupo de itens no pesquisados (equipamentos, materiais e mo-de-obra), nos meses em que a coleta de informaes no for realizada. A deciso de alongar ociclo de atualizao de valores poder ser tomada a nvel estadual, no obrigando igual tratamentoaos demais estados onde a pesquisa seja praticada.

    3.2 PROCESSAMENTO DA PESQUISA

    A pesquisa de preos processada para ciclos mensais de atualizao, tendo como referncia numms, os preos coletados ou imputados no ms anterior. Sempre que a pesquisa de um grupo deinformaes no for realizada num ms para um determinado estado, os preos unitrios para oms sero imputados. O processamento do PEP ser executado em quatro fases distintas:

    a) preparao dos questionrios: onde so identificados os itens comercializados pelosestabelecimentos cadastrados no PEP e emitidos os questionrios para a coleta de informaes;

    b)pesquisa de preos: realizada atravs das UNITs que apiam o SICRO2, no perodo de 05 a 15de cada ms;

    c) transcrio e crtica da informao: realizada pela Equipe tcnica do Sistema de CustosRodovirios, com a colaborao das UNITs, visando transcrever para meio legvel por

    processamento eletrnico de dados e submeter a informao a testes que assegurem suaqualidade;

    d) seleo do preo de referncia: seleo do menor preo unitrio informado, entre os preospesquisados para cada estado, ou imputao de seu valor, quando necessrio.

    3.2.1 PREPARAO DOS QUESTIONRIOS

    O PEP mantm cadastro de estabelecimentos onde sero identificados os estabelecimentos e asformas de acesso s suas informaes, como telefone, fax ou e-mail. O cadastro mantido emnvel estadual pela Equipe tcnica do Sistema de Custos Rodovirios, com o apoio das UNITs.Com base neste cadastro e nos dados mantidos pelo Sistema de Cadastramento de Dados doSICRO2, so elaborados os questionrios para coleta de informaes, atravs da identificao dositens comercializados pelos estabelecimentos cadastrados no PEP; equipamentos ou materiais.Periodicamente, de acordo com o ciclo de pesquisa de preos adotado, o PEP emitir osquestionrios de pesquisa de preos, personalizados por estabelecimento participante da pesquisa.

    3.2.2 PESQUISA DE PREOS

    Os questionrios preparados pelo PEP so submetidos aos estabelecimentos participantes dapesquisa para informao direta ou assistida. Conforme a disponibilidade de pessoal nas UNITs,os questionrios podem ser: levados em mos, por funcionrio do DNIT, at os estabelecimentos;

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    preenchidos pelo pessoal da UNIT atravs de entrevista efetuada por telefone com o funcionriodo estabelecimento; ou enviados pelo correio, e-mail ou fax, para serem preenchidos pelo prprioinformante e posterior devoluo UNIT.A UNIT zela pelos prazos da pesquisa de preos, do dia 05 a 15 de cada ms, mantendo contato

    permanente com os estabelecimentos e fornecendo subsdios necessrios a uma boa coleta deinformaes.

    Mo-de-obra: A pesquisa de custo com mo-de-obra efetuada junto aos sindicatosregionais que representem as categorias profissionais registradas no Sistema deCadastramento de Dados. Sero acompanhados os dissdios profissionais que poderovir alterar o padro de remunerao da mo-de-obra registrada no sistema. Os dados demo-de-obra sero registrados em nvel estadual, tomando como referncia os valoresacordados com os sindicatos da capital, registrando-se o padro da remunerao emsalrios mnimos e a taxa de encargos trabalhistas aplicveis a cada categoria

    profissional.O valor da remunerao o da jornada normal de trabalho, sem a incluso de qualqueradicional, encargos ou vantagens.

    Equipamentos: A pesquisa de preos efetuada junto aos fabricantes ou seusconcessionrios autorizados para equipamentos novos, sem uso. So pesquisadosequipamentos, devidamente descritos no Sistema de Cadastramento de Dados, conformeficha tcnica padronizada para cada classe de equipamento, elaborada com asespecificaes obtidas em manuais e folhetos dos fabricantes. Caso o equipamentonecessite de acessrios ou partes componentes, estes sero pesquisados a parte, para

    posterior montagem do equipamento e clculo do respectivo preo.O PEP dever considerar como preo do equipamento o seu valor unitrio para venda avista, acrescido dos impostos (ICM e IPI), frete e embalagem. Servios extras comosuperviso de montagem, garantia, assistncia tcnica, peas de reposio, etc, nodevero ser includos no preo dos equipamentos. Eventuais bonificaes praticadas pelo

    fabricante ou distribuidor autorizado, como desconto por quantidade ou qualquer outramensurvel em dinheiro, devero ser utilizadas visando melhor aproximar o preocoletado pelo PEP com o realmente cobrado pelo estabelecimento.

    Materiais: A pesquisa de preos efetuada junto aos fabricantes, revendedoresregionais, grandes distribuidores, estabelecimentos comerciais atacadistas e junto aosestabelecimentos que comercializem regularmente os materiais pesquisados e que sejamexpressivos para o comrcio local, nessa ordem de prioridade. Os materiais a serem

    pesquisados so devidamente descritos no Sistema de Cadastramento de Dados, visandoeliminar qualquer ambigidade na sua caracterizao.Deve ser considerado como preo do material seu valor unitrio para venda a vista,

    acrescido dos impostos (ICM e IPI), frete e embalagem. Caso existam diferenas dequalidade para o material pesquisado, dever ser sempre considerando o de melhorqualidade para uma mesma especificao. Custos extras como embalagem especial,quantidades mnimas, lotes, etc, no devem ser includos no preo dos materiais.Eventuais bonificaes praticadas pelos estabelecimentos, como desconto porquantidade ou qualquer outra mensurvel em dinheiro, devem ser utilizadas, de forma amelhor aproximar o preo coletado pelo PEP do realmente cobrado.Em geral, os preos dos materiais coletados no mercado se referem a unidades deacondicionamento comercial que no correspondem s unidades tcnicas com que estesfiguram nas composies. o caso, por exemplo, do cimento cujo preo cotado emsacos quando sua unidade tcnica o kg. Em todos as oportunidades em que isto possa

    ocorrer, o prprio Sistema dispe dos fatores de converso, que sero acionadosautomaticamente, de tal sorte que os preos dos materiais sero sempre referidos sunidades adequadas ao seu emprego

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    3.2.3 TRANSCRIO E CRTICA DOS VALORES

    Os questionrios preenchidos so conferidos, para verificar se os preos informadoscorrespondem aos itens pesquisados e se a discriminao do preo est de acordo com o preofinal de venda. Nesta fase, so introduzidos descontos ou acrscimos no preo, conforme asinformaes complementares obtidas. A transcrio dos preos informados efetuada no PEP

    pela Equipe tcnica do Sistema de Custos Rodovirios, com apoio das UNITs, aps a aceitaopreliminar dos questionrios.A Equipe tcnica do Sistema de Custos Rodovirios poder utilizar dois tipos de crtica para asinformaes: crtica de preos dos estabelecimentos e crtica interestadual de preos. A primeira,tem por objetivo verificar eventuais distores de preos no nvel individual do estabelecimento.A segunda, visa a verificar distores existentes nos menores preos estaduais, entre si.A crtica de preos dos estabelecimentos executada por comparao do preo informado no mscom o preo informado, pelo mesmo estabelecimento, nos trs ciclos anteriores. A taxa devariao comparada com o padro de aceitao estabelecido pela Equipe tcnica do Sistema deCustos Rodovirios e, caso esteja fora da faixa de aceitao, emitido aviso da ocorrncia.A crtica de preos interestadual feita por comparao do menor preo de um estado com omenor preo dos demais estados da pesquisa. So computadas as taxas de variao do estado emanlise, em relao aos preos considerados para os demais estados. Caso alguma, dentre estastaxas, esteja fora do padro de aceitao definido pela Equipe tcnica do Sistema de CustosRodovirios, emitido aviso especfico da ocorrncia.Durante o processo de crtica, os preos registrados no PEP podem ser corrigidos visando obter omelhor padro possvel de qualidade para a base de clculos do SICRO2.

    3.2.4 SELEO DO PREO DE REFERNCIA

    Uma vez aceitos os preos informados pelos estabelecimentos, o PEP seleciona os preosunitrios a serem considerados para as diversas unidades da federao. A seleo de preos

    baseada no menor valor informado para o estado. Caso no exista valor informado paradeterminados itens, a Equipe tcnica do Sistema de Custos Rodovirios dever imputar um valor,optando entre repetir o adotado no ms anterior, utilizar os valores selecionados para outro estadoou definir individualmente os valores a serem utilizados.Para definio do preo unitrio adotado pelo sistema, os materiais, cujas unidades deacondicionamento comercial forem diferentes da unidades de trabalho no SICRO2, tero seusvalores pesquisados convertidos automaticamente, com a diviso do preo informado pelo fatorde converso definido no Sistema de Cadastramento de Dados, para aquele tipo de material.

    3.3 INFORMATIZAO DO SISTEMA

    3.3.1 AMBIENTE DE PROCESSAMENTO

    As funes do SICRO2 esto agrupadas em 4 sistemas, todos funcionando de forma integradanuma arquitetura multiusuria do tipo cliente-servidor em ambiente MS-Windows, com oSistema Gerenciador de Banco de Dados MS-Visual FoxPro. O SICRO2 est integrado redeintranet, do DNIT, e internet, permitindo o pleno acesso para funes de consulta sinformaes. De forma seletiva, devero estar disponveis transaes para atualizao dasinformaes do sistema.O SICRO2 utiliza interface grfica para as interaes do usurio, em que os comandos de ao

    so condicionados por opes, atravs de marcao em botes de seleo. A funo de auxlio aousurio est disponvel em todas as telas do sistema atravs de botes ou de tecla de funo,informando o erro cometido ou as aes possveis, tudo de forma sensitiva ao contexto. Para

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    acesso aos dados, tambm so definidos relatrios parciais, compostos com subconjuntos dastabelas de custos rodovirios.O SICRO2 ser atualizado em ciclos, inicialmente mensais, que acrescentaro novos conjuntos decomposio de custos ao banco de dados, de forma a manter sries histricas de informaes. Acada ciclo de atualizao do sistema, ser produzido um conjunto de arquivos planos,armazenados de forma comprimida, contendo a imagem dos principais relatrios do sistema,

    destinados aos usurios que no tenham acesso a rede do DNIT. Estes arquivos, tambm, podemser copiados para outros computadores atravs de FTP - anonymous- sistema genrico detransferncia de arquivos utilizados em redes do tipo Internet - utilizando portas de comunicaoentre a rede do DNIT e as redes pblicas.O SICRO2 reconhece trs grandes classes de usurios, aos quais sero atribudos privilgiosdiferenciados: usurio do sistema, colaborador do sistema e gestor do sistema. O usurio dosistema pode fazer consultas ao sistema atravs de aplicao prpria, restrita a consultas basede dados. O colaborador do sistema pode manusear as tabelas de preos pesquisados, conforme

    predicado de distribuio regional, alm de consultar a base de dados. O grupo denominado degestor do sistema tem acesso ilimitado s tabelas do SICRO2, podendo utilizar todos os tipos

    de consulta e de transaes para atualizao dos dados.O SICRO2 trabalha o clculo dos custos rodovirios mediante processo gradativo de composiode custos, conforme Figura 3-1

    PESQUISA DEPREOS

    (EQUIP, MAT,MO-DE-OBRA)

    CLCULO DOCUSTO

    HORRIO DEEQUIPAMENTOS

    COMPOSIODO CUSTO DEATIVIDADESAUXILIARES

    COMPOSIODO CUSTO DESERVIOS DEREFERNCIA

    PLANILHA DEANLISE DE

    CUSTOSRODOVIRIOS

    SISTEMA DE PESQUISA DE PREOS

    SISTEMA DE CUSTOS RODOVIRIOS

    SISTEMA DE ORAMENTO PARAPROJETOS

    O primeiro cmputo do SICRO2 executado no sistema de pesquisa de preos para determinar opreo unitrio dos elementos pesquisados, equipamentos, materiais e mo-de-obra, e dos

    equipamentos montados com a utilizao do menor preo pesquisado na unidade geogrfica. Aseguir, o SICRO2 inicia o sistema de custos rodovirios com o clculo do custo horrio deequipamentos. No prximo passo utiliza esta informao, em conjunto com os preos unitrios,

    Figura 3-1 - Esquema de Composio de Custos

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    para compor o custo das atividades auxiliares. O conjunto de todas as informaes calculadas ,ento, utilizado para calcular o custo dos servios de referncia. Finalmente, o conjunto de custosdas atividades auxiliares e dos servios de referncia pode ser extrado do banco de dados para seranalisado em planilhas de clculo, conforme oramento de projetos previamente definidos ou de

    padres que caracterizem o quilmetro tipo em rodovias selecionadas.

    3.3.2 DESCRIO DAS FUNES

    O SICRO2 est dividido em quatro sistemas: cadastramento de dados, pesquisa de preos, custosrodovirios e oramento. Somente o gestor do sistema tem acesso a todas as informaes destessistemas. Para os usurios do sistema consultarem os dados e extrarem informaes foidesenvolvida uma aplicao de consulta, restrita aos dados pblicos do SICRO2.O sistema de cadastramento de dados o responsvel pela manuteno dos dados bsicos dosistema, quais sejam: catlogo de equipamentos, de materiais, mo-de-obra e parmetros dosistema.O sistema de pesquisa coleta os preos referentes aos dados bsicos em estabelecimentos

    previamente designados, atravs de regies de pesquisa, que esto a cargo de um ou mais UNITs.

    O sistema de custos rodovirios utiliza as tabelas dos dois sistemas anteriores para clculo doscustos das atividades auxiliares e para clculo dos custos de servios rodovirios. As composiesde custos so descritas em tabelas prprias deste sistema e podem ser extradas no sistema deoramento para utilizao no clculo de novos projetos rodovirios.Finalmente, o sistema de oramento permite ao usurio selecionar e extrair servios do SICRO2,conforme esquema previamente descrito. Os dados extrados so carregados em planilha declculo (MS-Excel), onde podem ser manuseados para a composio de custo padro paraquilmetro de rodovia tipo ou utilizado na elaborao de oramento para novos projetosrodovirios.

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    4 CUSTOS UNITRIOS DOS INSUMOS

    4.1 CUSTO DA MO-DE-OBRA

    A coleta dos custos da mo-de-obra ser feita, em todos os estados, atravs de: pisos salariais acordados nas Convenes Coletivas de Trabalho, celebradas entre os

    Sindicatos dos Trabalhadores e Patronais, da Construo Pesada e, na ausncia deste, noda Construo Civil

    pesquisa dos valores mdios praticados, obtidos junto aos Sindicatos regionais ou emoutras fontes

    4.1.1 SALRIO

    Os custos referentes a mo-de-obra recebero o seguinte tratamento para serem inseridos noscustos dos servios rodovirios:

    Para as categorias de servente e operrio qualificados, que tm o piso bsico determinadonas convenes coletivas de trabalho sero adotados, para a regio, o maior valorencontrado nos diversos estados que o compem

    Para as demais categorias sero calculados pela frmula:

    salrio mnimosalrio horrio = padro salarial x

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    A seguir relacionam-se os padres salariais das categorias para as diversas regies que compemo SICRO2:

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    PADRO SALARIAL DA MO-DE-OBRAReferncia: Dezembro de 1996

    Cdigo Profisso Norte Nordeste Sudeste SulCentro-Oeste

    Rio deJaneiro

    SoPaulo

    MinasGerais

    T.3 OPERADOR DE MQUINA, VECULOS EEQUIPAMENTO

    T.30 MotoristaT.301 Motorista de veculo leve 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9

    T.302 Motorista de caminho 3,2 3,2 3,2 3,2 3,2 3,2 3,2 3,2

    T.303 Motorista de veculo especial 3,4 3,4 3,4 3,4 3,4 3,4 3,4 3,4

    T.31 Operador de equipamentoT.311 Operador de equipamento leve 1 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4 2,4

    T.312 Operador de equipamento leve 2 2,7 2,7 2,7 2,7 2,7 2,7 2,7 2,7

    T.313 Operador de equipamento pesado 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5 3,5

    T.314 Operador de equipamento especial 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7

    T.4 TCNICO

    T.401Pr marcador 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7 3,7T.5 ENCARREGADO

    T.50 Encarregado de turmaT.501 Encarregado de turma 3,7 3,6 4,4 4,1 3,3 4,3 4,4 3,5

    T.51 Encarregado de servioT.511 Encarregado de servio de pavimentao 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0

    T.512 Encarregado de britagem

    T.6 OPERRIO QUALIFICADO

    T.601 Blaster 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1 4,1

    T.602 Montador 2,6 2,6 3,1 3,0 2,4 3,0 3,1 2,5

    T.603 Carpinteiro 2,6 2,6 3,1 3,0 2,4 3,0 3,1 2,5

    T.604 Pedreiro 2,6 2,6 3,1 3,0 2,4 3,0 3,1 2,5

    T.605 Armador 2,6 2,6 3,1 3,0 2,4 3,0 3,1 2,5T.606 Ferreiro 2,6 2,6 3,1 3,0 2,4 3,0 3,1 2,5

    T.607 Pintor 2,6 2,6 3,1 3,0 2,4 3,0 3,1 2,5

    T.608 Soldador 2,6 2,6 3,1 3,0 2,4 3,0 3,1 2,5

    T.609 Jardineiro 2,6 2,6 3,1 3,0 2,4 3,0 3,1 2,5

    T.610 Serralheiro 2,6 2,6 3,1 3,0 2,4 3,0 3,1 2,5

    T.7 PROFISSIONAL NO ESPECIALIZADO

    T.701 Ajudante 2,1 1