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  Avalia Dimen no Lit AAE – F Volume I o Paul Avalião Ambiental Est Di mensão Port ri a, Indu st ri al , N ARCADI ão Ambiental Estratégica – AAE ão Portuária, Industrial, Naval e ral Paulista ENTE I o, 10 de setembro de 2010. ratégica - AAE val e Offshore Litoral Paulista S Tetraplan 1 ffshore

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Avaliao Ambiental Estratgica - AAE Dimenso Porturia, Industrial, Naval e Offshore trial, Litoral Paulista

Avaliao Ambiental Estratgica AAE Dimenso Porturia, Industrial, Naval e Offshore no Litoral Paulista

AAE FRENTE I Volume I

So Paulo, 10 de setembro de 2010.

ARCADIS Tetraplan 1

Avaliao Ambiental Estratgica - AAE Dimenso Porturia, Industrial, Naval e Offshore Litoral Paulista

ndiceANTECEDENTES ......................................................................... 4 APRESENTAO ........................................................................ 9 1. 1.1. 1.2. 1.2.1. 1.2.1.1. 1.2.1.2. 1.2.2. 1.2.2.1. 1.2.3. 1.2.3.1. 1.2.3.2. 1.2.3.3. 1.3. Frente I: Objeto AAE ............................................................ 11 Concepo Metodolgica do Objeto AAE ......................... 11 Construo do Objeto AAE............................................... 11 Demandas Provocadoras.............................................. 12 Petrleo ..................................................................... 12 Transporte Martimo .................................................. 14 Espacialidade do Objeto AAE ....................................... 15 Disponibilidade Locacional no Litoral Paulista ........... 17 Dimenso do Objeto AAE ............................................. 18 Ncleo Base (Drivers) ............................................... 19 Ncleo Aderente........................................................ 20 Ncleo Complementar Potencial ............................... 21

Elenco dos Empreendimentos do Objeto AAE.................. 21

1.3.1. Objeto AAE - Dimenso Plena - Magnitude do Investimento ............................................................................... 22 1.4. 1.5. 1.5.1. 1.5.2. Direto 1.6. Convergncia Empreendimentos / Espacialidade............. 23 Magnitude do Emprego .................................................... 23 Objeto AAE - Dimenso Plena - Magnitude do Emprego 23 Objeto AAE - Dimenso Plena - Maturao do Emprego 26 Maturao dos Investimentos ........................................... 27

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1.6.1. Anlise Comparativa de Curvas de Maturao de Investimentos Estruturantes ........................................................ 29 1.7. 1.7.1. 1.7.2. Caractersticas Ambientais ............................................... 30 Magnitude do Potencial Poluidor................................... 31 Leitura Crtica ............................................................... 32

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ANTECEDENTESA aplicao do instrumento Avaliao Ambiental Estratgica (AAE) Dimenso Porturia, Industrial, Naval e Offshore (PINO) no Litoral Paulista constitui base para auxiliar os processos de deciso de origem publica e/ou privada, integrando questes socioambientais s estratgias de planejamento e investimento para alcanar processos sustentveis. Envolve dezenas de empreendimentos, projetos e intenes de investimentos, distribudos principalmente pela Baixada Santista e Litoral Norte com previso de implantao e operao at 2025, totalizando magnitude de R$209 bilhes e com cerca de 200 mil empregos diretos, quando em operao plena. Antev-se que esse processo ir desencadear transformaes na dinmica regional, inaugurando um novo ciclo de crescimento econmico e demogrfico de mdio e longo prazo, de desenvolvimento social e de apropriao de recursos naturais, exigindo polticas pblicas ativas em tempo hbil, rumo a sua insero otimizada na ambincia litornea. Alm do petrleo e gs contemporneos, as descobertas de petrleo nas camadas pr-sal ao longo da costa das regies sudeste e sul representam mais do que riquezas para o pas, mas tambm grandes perspectivas de investimentos no Litoral Paulista, onde h oportunidade para o apoio explorao e produo. Tambm em conexo a estes acontecimentos, as portas de entrada do estado de So Paulo - os portos de Santos e de So Sebastio - planejam suas expanses para atender crescente economia nacional e decorrentes exportaes, importaes e atividades de cabotagem. As demandas petrolferas e porturias conjugam-se em uma fora motriz de grande envergadura em termos de valor econmico, tecnologia, criao de postos de trabalho e gerao de renda, alterando significativamente as dinmicas locais e regional existentes. Assim sendo, mais do que um conjunto de projetos por si s estruturantes, a instalao e ampliao das atividades petrolferas e porturias detm um alto potencial transformador para o Litoral Paulista, com efeitos multiplicadores de renda e emprego por toda a cadeia produtiva. O que AAE Ao longo dos anos 2000, a AAE vem sendo aplicada, de forma cada vez mais consolidada, mostrando a importncia de sua aplicao para auxiliar decises acerca de investimentos pblico-privados. Suas definies seguem o mesmo contedo, destacando-se: O Ministrio do Meio Ambiente - MMA (2000) define AAE como um procedimento sistemtico e contnuo de avaliao da qualidade do meio ambiente e das consequncias ambientais decorrentes de vises e intenes de alternativas de desenvolvimento, incorporada em iniciativas, como a formulao de Polticas, Planos e Programas, de modo a assegurar a integrao efetiva dos aspectos econmicos,

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sociais, biofsicos e polticos, o mais cedo possvel, aos processos pblicos de planejamento e tomada de deciso. No Guia de Boas Prticas para Avaliao Ambiental Estratgica introduz-se a Avaliao Ambiental Estratgica como um instrumento de avaliao de impactos de natureza estratgica, cujo objetivo facilitar a integrao ambiental e a avaliao de oportunidades e riscos de estratgias de ao no quadro de um desenvolvimento sustentvel. As estratgias de ao esto fortemente associadas formulao de polticas, e so desenvolvidas no contexto de processos de planejamento e programao (Partidrio, 2007). Ainda segundo Partidrio (Seminrio sobre AAE, So Paulo, 2010), a AAE deve garantir anlises: Sobre um processo e no um estudo ou relatrio. Sobre o longo e mdio prazo e no sobre o curto prazo. Para auxiliar e no para controlar. Para criar conhecimento e no somente para fornecer informao. Para integrar e no para justificar. Para inovar e no para remediar ou mitigar. No caso da AAE aplicada ao PINO, trata-se de procedimento sistemtico, contnuo e voluntrio de avaliao dos efeitos sinrgicos de agrupamento de Empreendimentos, Projetos e Intenes de Investimentos, todos com natureza estruturante, funcionais entre si, de grande magnitude, pblicos e privados, obedecendo a uma dada curva de maturao, num dado horizonte temporal e em distintas configuraes espaciais do Litoral Paulista, de modo a assegurar - o mais cedo possvel - a integrao e a busca da sustentabilidade das dimenses econmica, social, ambiental e polticoinstitucional, aos processos de tomada de deciso das governanas envolvidas.

Dessa forma, garante-se que a AAE: um processo e no um estudo ou relatrio A aplicao da AAE ao PINO, com procedimentos analticos sistemticos, e ainda em tempo hbil, abre a construo continuada para estabelecer consenso entre a governana de interesse sobre a entrada de capitais fsicos estruturantes das cadeias petrleo/porto e sua insero ambiental harmnica no Litoral Paulista. As analises se sucedem, absorvendo o prprio amadurecimento dos empreendimentos, projetos e investimentos, esclarecendo-se e informando seu papel a variados grupos de interesse em processo de melhoria contnua. Segue assim, sistematizando a dinmica principal e estruturante das transformaes, propondo-se movimentos estratgicos para a matriz institucional dos governos estadual e municipal e demais atores envolvidos. Trata de um potencial de investimentos no Litoral Paulista PINO, no de um conjunto de projetos consolidadosARCADIS Tetraplan 5

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So Empreendimentos, Projetos e Intenes de Investimentos do PINO, constituindo o Objeto AAE com dimenses incomuns e efeito multiplicador expressivo, decorrem de vises estratgicas setoriais as quais induzem a expanso das suas respectivas cadeias de bens e servios e exigiro pronta atuao de Polticas Pblicas em um novo patamar de crescimento. Trata-se de um ciclo da evoluo regional que provoca demandas inditas de infraestrutura e equipamentos como habitao, saneamento ambiental, educao, sade, energia e transportes. Refere-se ao longo e mdio prazo e no sobre o curto prazo. A complexidade e dimenso dos Empreendimentos, Projetos e Intenes de Investimentos contemplam uma condio de maturao que impe o mdio e o longo prazo como vetor temporal a ser considerado. H uma curva de maturao subjacente a esses investimentos. Ainda que algumas aes emergenciais sejam destacadas, na AAE procura-se antever o futuro do Litoral Paulista, quer quanto ao comportamento de agregados econmicos, quer quanto evoluo populacional, atrada por um novo mercado de trabalho, quantitativa e qualitativamente diferenciado que ir marcar o novo ciclo de crescimento ao longo dos prximos 15 anos. Esse novo ciclo ir desencadear repercusses socioambientais que, encontrando respostas na forma de movimentos estratgicos, podem significar uma oportunidade para o desenvolvimento do Litoral Paulista atendendo aos objetivos da sustentabilidade. Trabalha-se com ordem de grandeza e no com exatides Apesar de reunir dados, informaes e resultados baseados em fontes fidedignas e de se utilizar tcnicas e mtodos consagrados, como a Tcnica de Cenrios com modelagens consistentes, constri-se o futuro agora e antevem-se perspectivas no decorrer da prxima dcada. Dessa forma, a construo do futuro, considerando as vrias transformaes antevistas, embute um natural grau de incertezas. Procura-se reluzi-las, operando-se com situaes mais provveis de natureza estratgica, ressaltando-se que se pretende antever magnitudes e no se ter exatides. Os movimentos estratgicos que se desenham com a AAE almejam aumentar a capacidade de planejamento ex-ante. Neste sentido, impretervel que a construo do "futuro agora" seja visionria na considerao das magnitudes plenas dos investimentos. Criar conhecimento e no somente para fornecer informao. Considerando-se as sucessivas anlises que sistematizam os empreendimentos, projetos e intenes de investimentos (Objeto AAE); seguida do entendimento do que critico na regio, crucial e determinante para o futuro da regio (Fatores Crticos); e das repercusses que iro transform-la, levando a uma nova etapa de sua evoluo; essa trajetria, deve ser otimizada em termos de qualidade ambiental; impondo-se (Movimentos Estratgicos) para circunstanciar polticas publicas e auxiliar as decises pertinentes.ARCADIS Tetraplan 6

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Todo esse conhecimento compartilhado e melhorado com mecanismos de participao social, envolvendo discusses com representantes da governana local (prefeituras e organizaes ambientalistas, principalmente) em Oficinas de Trabalho e em reunies tcnicas. Esse acervo cria conhecimento sobre o futuro da regio de forma processual e no somente um acmulo de informaes discretas. Prepara o conhecimento para que as decises estratgicas sejam tomadas, incluindo grupos de interesse. assim um mecanismo de incluso. para auxiliar e no para controlar Com esse entendimento, a finalidade maior auxiliar processos pblicos e privados de tomada de decises de natureza estratgica e no focar no controle das repercusses. No se confunde com a gesto pblica e as polticas dos trs nveis de governo no Litoral Paulista com objetivos e metas setoriais estabelecidas, tampouco com instrumentos de licenciamento ambiental de projetos. Para integrar e no para justificar Neste contexto, a AAE se apia em uma viso de futuro - compreendendo e projetando a introduo de possveis investimentos nas realidades espaciais para assim dimensionar e orientar de forma integrada seu potencial transformador. No se trata de justificativas para uma oferta de infraestrutura ou da necessidade de petrleo e gs. Para inovar e no para remediar ou mitigar. elaborada, avaliando-se trade offs, para se inovar com a proposio de movimentos estratgicos no para remediar, mitigar, reduzir um ou outro impacto derivado de um ou outro Empreendimento ou Projeto. No um procedimento de Avaliao de Impactos Ambientais AIA, restrito a um projeto. Assim sendo, o elemento visionrio da AAE se funde com a realidade de modo a, diferentemente da concesso de uma licena ambiental para um projeto especfico analisado sob a tica de seus detalhados impactos individuais, intentar a busca da sustentabilidade, a insero regional e a competitividade empresarial no mbito do planejamento estratgico de mdio e longo prazo. Assim, a finalidade maior da AAE inovar, identificar e avaliar o potencial de investimentos associados s atividades porturias, industriais, navais e offshore no contexto do PINO, em tempo hbil, tendo em vista processos decisrios pblicos que garantam sua insero por meio de processos sustentveis no Litoral Paulista. Nesse contexto, so objetivos da AAE: a) integrar as questes ambientais o mais cedo possvel no ciclo de planejamento; b) discutir e avaliar as grandes opes estratgicas; e,ARCADIS Tetraplan 7

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c) manter um acompanhamento interativo para auxiliar a deciso na escolha das melhores opes para atingir objetivos setoriais, ambientais e de sustentabilidade e na implementao das decises de natureza estratgica (Partidrio, 2007).

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APRESENTAOO presente documento consiste em subsdio e apoio ao processo de aplicao do instrumento AAE ao PINO, ou seja, cumpre os dois primeiros objetivos. A AAE, que tem o papel de influenciar os processos de deciso, deve partilhar o comportamento de continuidade desses processos, pois as decises de priorizao, planejamento, escolha ou execuo so tomadas sucessivas vezes ao longo de um processo de planejamento e programao em momentos crticos, nas chamadas janelas de deciso (Partidrio, 2007). Esse processo dever ser contnuo com o envolvimento da governana no ciclo de decises. Estrutura-se em trso frentes, conforme evidenciado na figura a seguir:

Em sntese essas frentes do conta de: Objeto AAE contempla a caracterizao do conjunto de projetos estruturantes cujas foras motrizes advm dos setores petrolfero e porturio, somando potencial para alterar significativamente a dinmica econmica, demogrfica e ambiental do Litoral Paulista. Quadro Referencial e Fatores Crticos contextualiza o papel do Litoral Paulista na dinmica do Estado de So Paulo e identifica os fatores crticos passveis de transformao frente entrada do capital fsico com poder de modificar significativamente tais fatores. Tal identificao foi balizada emARCADIS Tetraplan 9

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oficinas realizadas em dezembro de 2009, reunindo atores atuantes no Litoral Paulista. Cenrios Referenciais e Repercusses Antevistas prev alteraes no ritmo de crescimento do valor adicionado e populacional frente entrada do conjunto de projetos do Objeto AAE ao longo do tempo, embasando o conhecimento das repercusses esperadas em termos de organizao territorial e demandas sociais cones.

O quarto captulo do relatrio tem carter conclusivo, compreendendo as concluses e recomendaes, na forma de subsdios para a identificao das Decises e Movimentos Estratgicos necessrios, discutidos com as equipes das Secretarias Estaduais e representantes dos municpios envolvidos, rumo: Consolidao Setorial do PINO em articulao com a Poltica Ambiental do Estado; ao Planejamento e Gesto Territorial, de forma compatvel com instrumentos de gesto (ZEE, PDMs) e poltica conservacionista; ao atendimento das demandas sociais cones (habitao, saneamento, sade e educao), subsidiando o Plano Plurianual de Investimentos do Estado, a ser elaborado para a gesto 2012-2015, e os Planos Diretores Municipais PDMs; Gesto da Governana tendo em vista sua articulao e engajamento nas decises que faro parte dos processos da AAE.

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1. Frente I: Objeto AAE1.1. Concepo Metodolgica do Objeto AAEA Avaliao Ambiental Estratgica pressupe o vislumbro da rea de estudo, o Litoral Paulista, dentro de um horizonte pretendido, 2025, com a plena manifestao dos projetos estruturantes de natureza porturia, industrial, naval e offshore que hoje se configuram como perspectivas e intenes de investimentos. Para que se possa planejar tal futuro e dele derivar as mudanas de cunho ambiental que requerem decises estratgicas no presente, condio inicial a prospeco e conhecimento dos investimentos estruturantes que a dinmica porturia, industrial, naval e offshore impe. Tal prospeco diz respeito no apenas aos investimentos j definidos ou em estgios de percepo, planejamento e licenciamento, como tambm daqueles consequentes e eles potencialmente complementares. Isto significa a perspectiva da sincronia mercadolgica associada a tecnologia e dimenso dos empreendimentos. Ou seja, na ainda virtualidade deste complexo a maturao do investimento considera duas concepes tecnolgicas: a tecnologia de construo atual e a capacidade instalada em dimenso plena de cada empreendimento. A concepo mercadolgica, transcendendo a individualidade de cada investimento, reflete a agregao do sincronismo mercadolgico. Significa, em modelagem ideal, associar a relao de maturao de cada um deles em funo de suas demandas relativas com os outros investimentos, que lhe so ou fator de produo ou mercado de produtos e servios. Isto gera a formao agregada temporal no conjunto do complexo antevisto. Tal instrumento metodolgico deve ser entendido como mtodo de minimizao de subjetivismos das possibilidades de integrao das atividades do complexo constitudo pelo ncleo base (duas foras motrizes principais drivers Petrleo e Complexos Porturios), ncleo aderente e ncleo complementar potencial, de modo a considerar as alternativas que otimizem, virtualmente, os objetivos do Objeto AAE. Da viso ambiental prospectiva da rea de estudo ocupada por tais investimentos em sua dimenso plena, torna-se possvel antever aes de mbito pblico no presente que criem ambiente propcio ao desenvolvimento sustentvel. Somente com esse amplo espectro industrial e de servios com o conhecimento tecnolgico / mercadolgico e de movimentaes de insumos e outputs que o antevisto mosaico demandar e gerar, ser possvel desenvolver a AAE.

1.2.

Construo do Objeto AAE

O primeiro passo da Avaliao Ambiental Estratgica a construo de seu ponto de partida, seu Objeto: os investimentos cujas foras motrizes (drivers) advm dos setores petrolfero e porturio, somando potencial para alterar significativamente a dinmica econmica, demogrfica e ambiental da sua rea de abrangncia.ARCADIS Tetraplan 11

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1.2.1.

Demandas Provocadoras

O Objeto de estudo da AAE, que tem como seus drivers a instalao de expressivo complexo de prestadores de servio e produo de bens vinculados s atividades petrolferas e porturias no litoral do estado de So Paulo, est vinculado s demandas destas, aqui mencionadas pelas suas magnitudes e principalmente por seu determinismo. 1.2.1.1. Petrleo

O mundo consome uma equivalncia (boe) de pouco mais de 80 bilhes de barris de leo por ano. De toda essa energia, mais do que uma tera parte oriunda do petrleo. Carvo e gs suprem, respectivamente, cerca de uma quarta e uma quinta partes, levando a participao dos combustveis fsseis para alm de 80% da matriz energtica global1. No obstante as mudanas climticas estejam provocando uma inegvel corrida em busca de fontes renovveis de energia, que eventualmente conduziro o consumo de leo rumo ao zero, a matriz energtica mundial dever permanecer fortemente ancorada nos hidrocarbonetos por um nmero expressivo de anos. At l as reservas convencionais de leo tero atingido seus picos de produo, o que se traduz na necessidade de reposio de reservas com potencial da ordem de 60 milhes de barris por dia2. Tais projees implicam a necessidade tanto de aprimoramento da produo atual de leo como de incremento significativo na explorao e produo oriunda de fontes no convencionais, como as guas ultraprofundas Brasileiras e Africanas, o leo pesado (xisto betuminoso) dos areais Canadenses e vales Venezuelanos, entre outros3. O petrleo encontrado nas camadas ultraprofundas de pr-sal pela Petrobras em 2006, em uma rea de cerca de 150 mil km2 que se estende do norte de Santa

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International Energy Outlook 2009 de Maio de 2009, publicao da American Energy Information Administration

(EIA) e World Energy Outlook 2009 (ver nota seguinte).2

Dados do World Energy Outlook 2009, publicao da International Energy Agency (IEA) divulgada em Novembro de

2009. No cenrio otimista, prospectado a partir da premissa de estabilizao da concentrao de gases de efeito estufa na atmosfera em 450 partes por milho, haveria em vinte anos uma reduo na participao global de combustveis fsseis dos atuais 82% para 67%. O estudo aponta a necessidade de novos investimentos em energia da ordem de US$ 10 trilhes entre 2010 e 2030 para a realizao de tal feito, onde os ganhos financeiros em economia de combustvel so estimados em US$ 6 trilhes apenas no setor de transportes. Mesmo assim, o barril de petrleo projetado em cerca de US$ 90,00 em 2020.3

possvel incrementar a recuperao de leo de poos convencionais por meio da injeo de CO2 ou outros

qumicos, bem como estudam-se injees microbiticas e ondas de calor para se atingir tal objetivo. O leo pesado requer ser convertido em petrleo de alcatro (syncrude), processo de refino que o encarece - para alm de seu impacto ambiental quando da extrao. No obstante, estima-se que o Vale do Orinoco, na Venezuela, reserve mais de 1 trilho de barris de leo pesado. ARCADIS Tetraplan 12

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Catarina at o Esprito Santo e dista em cerca de 300 km da costa, insere-se nesse contexto. As acumulaes conhecidas montam em volumes aproximados de 14 bilhes de boe, sendo que no futuro essas dimenses podem ser ainda mais expressivas, podendo revelar reservas que ultrapassem a 100 bilhes de boe. Representando uma mudana de patamar na histria do petrleo Brasileiro, a provncia do pr-sal na Bacia de Santos torna-se hoje uma nova e indita Bacia de Campos da dcada de 80.Figura 1.2-1 - Provncia Estimada do Petrleo nas Camadas de Pr-Sal

Elaborao: ARCADIS TETRAPLAN

A Petrobras, por ser especialista em desenvolvimentos de gua profunda, encontra um patamar mnimo de viabilidade no preo de US$ 40 por barril para o desenvolvimento das acumulaes descobertas. Seu ltimo Plano de Negcios divulgado contempla investimentos da ordem de US$ 100 bilhes para tal, almejando atingir a marca de 1,1 milho de barris por dia (bpd) at 2020 que, agregado s expectativas das outras companhias de leo, levaria a extrao 1,8 milho de bpd4. A imposio do forte ritmo de investimento faz com que no haja intervalos de trajetria entre a explorao do petrleo contemporneo e o petrleo das camadas de

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A demanda global por petrleo, aliada aos custos competitivos do pr-sal Brasileiro, contemplam sua explorao -e

seus consequentes investimentos- independentemente do marco legal que o regrar. ARCADIS Tetraplan 13

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pr-sal. Ao contrrio, prev-se uma transio ininterrupta e crescente - j iniciada por meio da encomenda de plataformas, barcos de apoio, sondas etc. O fluxo de investimentos ainda exacerbado pela concomitncia das demais companhias de leo que compartilharo dos esforos de explorao e produo do pr-sal. So elas: Shell, BG, Chevron, Exxon Mobil, Repsol, Anadarko, StatoilHydro, OGX e a recm chegada BP. A somatria das magnitudes das reservas no pr-sal com a necessidade imediata de novos equipamentos e o largo prazo envolvido na manufatura de plataformas e afins sublinham a demanda provocadora dos investimentos previsto. O Litoral Paulista delineia-se como palco principal destes acontecimentos. 1.2.1.2. Transporte Martimo

Paralelamente explorao do petrleo nas camadas do pr-sal, ambas as portas de entrada do estado de So Paulo - os portos de Santos e de So Sebastio - planejam expanses de grande ordem, configurando esse segundo driver. Estas so explicitadas em seus Planos de Desenvolvimento e Zoneamento (publicados respectivamente em 2006 e 2009) e no estudo de expanso do Porto de Santos, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (divulgado em fevereiro de 2010). Ao passo em que o Brasil potencializa-se como um player mais portentoso no cenrio comercial internacional, como consequncia decorre o aumento na demanda por movimentao de carga em seus portos. Especialmente em um pas cuja vasta maioria das vendas ao exterior composta de commodities, a expanso das atividades porturias torna-se fator condicionante viabilizao tanto do escoamento dessa produo como na obteno de insumos produtivos e bens de capital do resto do mundo5. Enquanto a demanda de infraestrutura econmica no Brasil, notadamente associada a modais de transportes e logsticas crescente, seu atendimento por parte das polticas pblicas tem sido lento. Os custos sistmicos trazidos por isso produo nacional acabam por tolher sua competitividade, j cunhando no passado a expresso custo Brasil como ilustrao do constrangedor exemplo de estrico ao desenvolvimento do pas que isso representa. Em especial para os portos paulistas, cuja hinterlndia abriga 55% do PIB nacional, 45% do mercado consumidor e 49% da populao do pas, as demandas por servios

5

Mesmo tendo uma das dez maiores economias do mundo, a participao Brasileira no comrcio mundial de baixa

expresso - as exportaes representaram 1,18% do total global em 2007. Uma das macrometas da Poltica de Desenvolvimento Produtivo (2008) justamente aumentar essa participao para 1,25% at o final do corrente ano. Os fluxos comerciais (importaes + exportaes) representaram 23% do PIB Brasileiro em 2008, medida tambm tmida quando comparada a outros pases em desenvolvimento (na Colmbia representaram 30%, na Argentina 38%, no Mxico 55% e no Chile 70%). No obstante, em 1990 tal razo montava em 11%, indicando a tendncia de crescimento do setor. ARCADIS Tetraplan 14

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logsticos porturios advm de incrementos e concentrao: (i) na movimentao de carga geral conteneirizada, demanda tanto da hinterlndia como do mercado internacional; (ii) no escoamento da produo alcooleira do interior dos estados de So Paulo, Gois, Minas Gerais e Mato Grosso; (iii) nas exportaes de automveis, cujos volumes pretendem ser dobrados pelos fabricantes; e (iv) no escoamento de produtos agrcolas - granis e processados -, cujos volumes de produo e exportao tendem a aumentar. Quando analisadas em conjunto e projetadas para os prximos quinze anos, tais demandas traduzem-se em um volume anual de 260 milhes de toneladas (Mt) movimentadas pelo litoral paulista. As configuraes almejadas pelos portos de Santos e de So Sebastio, sob dimenso plena, prevem incrementos suficientes para movimentar tal volume, feito que requer dobrar a atual capacidade, avaliada conjuntamente em 130 Mt/ano6. A somatria das expanses previstas implica em uma ruptura no status quo porturio, alterando necessariamente as relaes quanto carga, trabalho e interao com a cidade onde os portos se inserem, aproximando-se do cumprimento da Lei Federal No. 8.630/1993 que regula a atividade. Prev-se (i) quanto carga: reduo no perodo de atracao, menor nmero de unidades de armazenagem, instalao de equipamentos eficientes de movimentao e maior especializao de cargas, com uso de terminais dedicados; (ii) quanto ao trabalho: reduo de atividades acessrias, acrscimo de prestao de servios e maior necessidade de qualificao profissional; e (iii) quanto cidade: existncia de maiores reas de retaguarda e maior interao entre porto e cidade, envolvendo planejamentos conjuntos e readequaes de reas. A crescente procura por transportes martimos, em conjunto com fatores geogrficos e econmicos, coloca mais uma vez o Litoral Paulista no epicentro de investimentos de magnitude estruturante movidos por demandas com alto grau de determinismo.

1.2.2.

Espacialidade do Objeto AAE

A AAE tem como amplitude geogrfica todo o Litoral Paulista. esta a regio que sofrer a influncia direta do conjunto de empreendimentos estruturantes que nela se localizaro. A Unio, o Estado de So Paulo e os municpios deste espao devero realizar mudanas em seus planos, programas e polticas como forma de se beneficiarem das transformaes antevistas e evitar seus efeitos negativos.

6

Projees do estudo Plano de Desenvolvimento e Expanso do Porto de Santos do Banco Interamericano de

Desenvolvimento (BID), Secretaria Especial dos Portos (SEP) e Companhia Docas do Estado de So Paulo (CODESP) de agosto de 2009 e do estudo Perspectivas de Ampliao dos Negcios de O&G e Atividades Porturias no Estado de So Paulo e Pr-avaliao de reas Potenciais da Verax Consultoria de fevereiro 2010. A demanda por portos paulistas, em quinze anos, ser de 48,5 Mt de granis vegetais, 8,5 Mt de granis minerais, 118,2 Mt de granis lquidos, 6,9 milhes de teus (twenty-foot equivalent unit), 6,6 Mt em carga geral e 430 mil veculos. ARCADIS Tetraplan 15

Avaliao Ambiental Estratgica - AAE Dimenso Porturia, Industrial, Naval e Offshore Litoral Paulista

Figura 1.2-2 - Litoral Paulista

Elaborao: ARCADIS TETRAPLAN

O espao do Objeto AAE, diferentemente de todo Litoral Paulista, o substrato para a formao das influncias e repercusses e determinado pela concentrao dos investimentos e seus efeitos no complexo de prestadores de servio e produo de bens vinculados s atividades petrolferas e porturias dentro do Litoral Paulista. Assim, ao construir prospectivamente os projetos de natureza estruturante que ocorrero por conta das foras motrizes petrolfera e porturia, a dimenso do Objeto passa a se importar com as consequncias diretas dos mesmos no Litoral de So Paulo com um todo. Ambas as foras motrizes investigadas detm intrnsecas relaes de dependncia de acessos ao mar e ao Planalto Paulista que, em maiores ou menores escalas, direcionam seus investimentos s regies do litoral do estado que j detm portos e so, por assim dizer, vocacionadas para tais atividades (construo naval, montagens e bases de apoio martimo) como, por exemplo, o esturio de Santos e o canal entre So Sebastio e Ilhabela. A instalao de tais projetos estruturantes desencadear tambm interaes empresariais de prestao de servios e fabricao de bens que nuclearo complexos industriais em seus entornos imediatos. Tambm por conta desta complementaridade espacial, o Objeto AAE considerar a seguinte espacialidade, representada na Figura 1.2-3: Baixada Santista Central: Santos, So Vicente, Cubato, Guaruj e Bertioga;ARCADIS Tetraplan 16

Avaliao Ambiental Estratgica - AAE Dimenso Porturia, Industrial, Naval e Offshore Litoral Paulista

Baixada Santista Sul: Perube, Itanham, Mongagu e Praia Grande; e, Litoral Norte: So Sebastio e Caragatatuba.

Figura 1.2-3 - Espao do Objeto AAE

Elaborao: ARCADIS TETRAPLAN

1.2.2.1.

Disponibilidade Locacional no Litoral Paulista

O desenvolvimento dos drivers de Petrleo e Porto demandar extensas reas no Litoral Paulista, este contido por um lado pela Serra do Mar e suas unidades de conservao e por outro pelo Oceano Atlntico. Nele os diversos atores pblicos e privados elencaram reas como possveis para receber os investimentos em questo, sendo que so nestas reas que os investimentos estruturantes, aderentes e complementares, abrigados no Objeto AAE se localizaro. Ao Objeto AAE, da mesma forma como considera um espao delimitado dentro do Litoral Paulista, no compete neste conhecimento especfico de formao distinguir e detalhar a viabilidade ambiental e econmica de tais reas, e sim elenc-las como potenciais ocupaes espaciais. A compatibilizao destas reas com aspectos ambientais, locacionais e restries impostas pela legislao estadual e municipal (zoneamento) tratada na Frente II Item 2.3.

ARCADIS Tetraplan 17

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Figura 1.2-4 - Acervo de reas Indicadas pelos Atores

Elaborao: ARCADIS TETRAPLAN FONTE: AGEM, Prefeituras e CESPEG (2009)

1.2.3.

Dimenso do Objeto AAE

A dimenso do Objeto AAE tem amplitude necessria para subsidiar a avaliao do futuro resultante de um conjunto integrado de empreendimentos estruturantes, no sentido de criar referncias que subsidiem decises presentes. Para tanto imperativo a construo deste futuro em sua configurao mais ambiciosa e plena. A dimenso do Objeto AAE dada, portanto, pela configurao do conjunto de atividades petrolferas e porturias que tende a se estabelecer no Litoral Paulista dados os investimentos oriundos de seus drivers. Neste sentido, para se constituir o Objeto AAE faz-se necessria a prospeco e conhecimento dos investimentos estruturantes que a dinmica dos drivers envolve, abrangendo indicadores pertinentes aos processos produtivos, capacidade instalada, valor do investimento, cronograma de maturao e gerao de emprego. A construo deste mosaico de investimentos foi dividida em trs movimentos distintos, porm interdependentes, denominados de ncleos base, aderente e complementar potencial, distribudos territorialmente pelas trs subreas identificadas Litoral Norte, Baixada Santista Central e Baixada Santista Sul.

ARCADIS Tetraplan 18

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1.2.3.1.

Ncleo Base (Drivers)

A configurao do ncleo base se d a partir dos dois principais vetores motrizes em questo: desenvolvimento do conjunto de atividades petrolferas e expanso das atividades porturias, ambos abrangendo diversos setores industriais e de prestao de servios. Driver 1: Petrleo, Gs e Offshore Os investimentos diretamente relacionados explorao e produo de petrleo e gs na Bacia de Santos compem a primeira das foras motrizes do Ncleo Base. O Objeto AAE abriga em suas consideraes a parcela dos investimentos das companhias de explorao e produo de leo na Bacia de Santos que recai por meio de atividades de suporte e apoio com localizao nas reas de estudo. At o final de 2012, para os primeiros campos concedidos pela Agncia Nacional de Petrleo (ANP) e conforme a prioridade de investimento dos operadores, a expectativa que as empresas concentrem seus esforos na coleta e processamento de dados. A segunda fase, de otimizao de poos e incio de produo em maior escala, inicia-se por volta de 2017. Projeta-se que a produo atinja 1,8 Mbpd em 20207. Ademais, consideram-se como componentes do Driver 1 os investimentos destinados ao atendimento direto das demandas do setor que recaem sob a rea de estudo. Estes empreendimentos so oriundos tanto da investigao das intenes de investimento como da identificao de demandas suprveis pelo Litoral Paulista, notadamente na seara do setor da construo naval, tal como apoio martimo e montagens. O rol de tais investimentos abarca: gasodutos, oleodutos e terminais martimos dedicados; bases de apoio s operaes em alto-mar e suas retroreas primrias; heliportos e aeroportos; estaleiros para construo de embarcaes de apoio s atividades offshore; estaleiro para construo de cascos de plataformas flutuantes; estaleiros para construo de mdulos componentes de topside de plataformas; canteiro para fabricao de mdulos para embarcaes e plataformas; reas para reparo naval; e reas secas para instalaes empresariais8. Driver 2: Complexos Porturios Os planos de expanso de ambas as portas de entrada paulistas configuram-se na segunda fora motriz do Ncleo Base. A configurao prospectiva do Porto de So Sebastio contempla larga expanso da rea atualmente ocupada por via da construo de terminal dedicado para granis

7

Produo da Petrobras mais outras companhias de leo, conforme Plano de Negcios 2009-2013 da Petrobras,

publicado em Janeiro 2009.8

O incremento antevisto no segmento de construo naval ancora-se na demanda para a explorao e produo do

petrleo no pr-sal e em diversas polticas de incentivo nacional ao setor, dentre as quais destaca-se a adotada pela Petrobras, que contempla ndices mnimo de nacionalizao para seus investimentos. ARCADIS Tetraplan 19

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slidos e lquidos; terminal de contineres e veculos com seis beros; rea para servios logsticos e cais de mltiplo uso. J a expanso do Porto de Santos, por este estar localizado ao longo de vrias reas do esturio de Santos, composto pela somatria de (i) diversos projetos de novos terminais, (ii) ampliao de terminais j existentes e, finalmente, das (iii) obras de dragagem e derrocagem para aprofundamento e alargamento do canal de navegao. Dentre os novos terminais porturios, podem-se citar trs de uso mltiplo que j encontram-se ou em estgio avanado de licenciamento ou em fase de obras. So eles os terminais Brasil Intermodal Terminal Santos (BRITES), Brasil Terminal Porturio (BTP) e Empresa Brasileira de Terminais Porturios (Embraport). Os demais terminais prospectivos so de uso dedicado para contineres, granel mineral slido e lquido, granel vegetal slido e lquido, e sua espacializao se d em reas que se encontram livres de ocupaes. O prospectivo aumento nas atividades de transporte martimo de longa distncia e de cabotagem faz surgir, em conjunto com o aumento das operaes embarcadas para explorao de petrleo, a demanda por servios navais e estaleiros de reparos, caractersticas de um hub porturio. Estes servios, caracterizados por lavagem de tanques, destinao de resduos, reparos e destinao para gua de lastro, no so atualmente oferecidos no Porto de Santos. O estaleiro de reparos no Distrito Logstico Industrial Naval do Guaruj (DLING) e o Complexo de Servios Navais na Ilha de Bagres, contemplados no Driver 2, so unidades multi-propsito que poderiam suprir tal demanda. Finalmente, h a possibilidade de implantao de sistema de transporte hidrovirio no Esturio de Santos para movimentao de cargas entre terminais porturios e retroporturios. Nesse contexto, a ocupao de reas propcias para desenvolvimentos retroporturios no esturio se torna vivel com acessos via hidrovia. O sistema vislumbrado contempla obras de implantao (dragagem, sinalizao, regabaritagem de pontes), instalao de plataformas hidrovirias avanadas em diversos pontos do esturio, um terminal logstico aduaneiro para centralizar as operaes da hidrovia e, por fim, um estaleiro de barcaas, tugboats e/ou towboats. 1.2.3.2. Ncleo Aderente

O ncleo aderente do Objeto AAE composto de investimentos correlatos ao ncleo base, porm fora de seus movimentos principais. Podem ser considerados como sendo resultado de uma segunda onda de investimentos de mdio e longo prazos, embora possam ocorrer simultaneamente. Destacam-se: o potencial implantao de at quatro alcoodutos que escoariam a produo de diversas regies do pas ao Litoral Paulista; as intenes de investimento em uma zona de processamento de exportao; e, um complexo aduaneiro complementar. As futuras configuraes dos portos de Santos e de So Sebastio, em conjunto com o cenrio de explorao e produo de petrleo do pr-sal, demandam investimentos em logstica e em retroreas, contempladas pelo ncleo aderente em suas relaes deARCADIS Tetraplan 20

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causa-efeito especficas, incluindo ptios de apoio, instalaes de processamento alfandegrio, reas secas ou secundrias para instalao de empresas prestadoras de servio offshore. A revitalizao do porto antigo de Santos tambm compe o ncleo aderente, perfazendo obras civis para atividades comerciais e tursticas, incluindo terminal para navios de cruzeiros e a rea, no Valongo, que abrigar a futura sede administrativa da Petrobras para sua Unidade de Negcios da Bacia de Santos. Demais obras civis inclusas so as correlatas infraestrutura de acessos aos portos, notadamente as perimetrais rodovirias de Santos, a duplicao do trecho de serra da rodovia Tamoios e os contornos rodovirios de Caraguatatuba e de So Sebastio; e, mobilidade urbana por meio da ponte sobre o esturio ligando Santos ao Guaruj, alm do VLT (veculo leve sobre trilhos) entre Santos e So Vicente. 1.2.3.3. Ncleo Complementar Potencial

O ncleo complementar potencial do Objeto AAE consequente das associaes mercadolgicas e tecnolgicas que se originam na complementaridade com os ncleos base e aderente. Exemplos perfazem atividades como recuperao de tubos, recuperao de manifolds, recuperao de vlvulas e bombas, recuperao de motores, recuperao de conjuntos de vlvulas especiais, recuperao de tubules raisers, recuperao de conexes industriais umbilicais e recuperao de equipamentos para cabea de poo. Pode-se compreender tal ncleo como a terceira onda, que complementa as primeiras e delas depende para sua instalao. O dimensionamento do ncleo potencial se faz possvel por meio do conhecimento das relaes em cadeia provocadas pelos primeiros, sendo resultado direto deste clculo. O ncleo complementar potencial calculado para cada um dos drivers identificados e em seus gradientes de aderncia, visto que as dinmicas industriais geradas por estes diferem em intensidade de complementaridade. J o direcionamento do ncleo complementar potencial se faz a partir do uso da matriz insumo-produto para desvendar em quais setores industriais e de servios tais investimentos estaro. A definio setorial se d por meio do vetor mercado dos produtos / processos para a complementaridade setorial tecnolgica / mercadolgica, traduzida por meio da matriz insumo-produto e os gradientes de aderncia dos setores industriais ao ncleo base, e seus drivers, e ao ncleo aderente.

1.3.

Elenco dos Empreendimentos do Objeto AAE

O resultado da investigao abriga um elenco de aproximadamente 90 empreendimentos distintos, configurando um investimento da ordem de R$ 209 bilhes, com maturao em quinze anos e formao de 190 mil empregos diretos e indiretos consequentes. Os valores de investimento no litoral paulista contemplam a dimenso turn key plena do conjunto de empreendimentos antes da inicializao da operao, contemplando portanto a construo e implantao do projeto, as obras civis, dragagens, aterros,ARCADIS Tetraplan 21

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estruturas onshore e offshore, construo e montagem, mquinas, equipamentos etc. Assim sendo, em tais valores no se contemplam custos de operao e manuteno do empreendimento.

1.3.1.

Objeto AAE - Dimenso Plena - Magnitude do Investimento

A formao em dimenso plena do Objeto AAE, resultado da somatria dos ncleos base, aderente e complementar, resumida na tabela abaixo por ncleo e espacializao. Torna-se claro que, em conjunto, o elenco de empreendimentos que responde s demandas petrolferas e porturias no Litoral Paulista adquire potencial mais do que "estruturante" e configura-se como "transformador" da regio.Quadro 1.3-1 - Objeto AAE - Dimenso Plena - Magnitude do InvestimentoValor do Investimento Objeto AAE Total * R$ mm NCLEO BASE Driver 1: Petrleo, Gs & Offshore Driver 2: Complexos Porturios NCLEO ADERENTE NCLEO BASE + NCLEO ADERENTE NCLEO COMPLEMENTAR Driver 1: Petrleo, Gs & Offshore Driver 2: Complexos Porturios Nucleo Aderente TOTAL (R$ milhes) 338.867 320.342 Objeto AAE R$ mm 176.022 157.498 Espacializao do Investimento Litoral Norte R$ mm 5.039 3.040 % 2,9 1,9 Baixada Santista Central R$ mm 170.903 154.378 % 97,1 98,0 Baixada Santista Sul R$ mm 80 80 % 0,0 0,1

18.525 23.544 362.411 -

18.525 15.570 191.593 18.136 15.750

2.000 7.914 12.954 998 304

10,8 50,8 6,8 5,5 1,9

16.525 7.100 178.003 17.092 15.438

89,2 45,6 92,9 94,2 98,0

0 557 637 47 8

0,0 3,6 0,3 0,3 0,1

-

1.297 1.090 209.729

140 554 13.951

10,8 50,8 6,7

1.157 497 195.094

89,2 45,6 93,0

0 39 684

0,0 3,6 0,3

*O investimento total mencionado como forma de representar a magnitude maior, embora ele no recaia integralmente na rea de estudo, distinguida como "Objeto AAE".

ARCADIS Tetraplan 22

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1.4.

Convergncia Empreendimentos / Espacialidade

O elenco de empreendimentos componentes do Objeto AAE pode ser convergido no Litoral Paulista, resultando na alocao espacial que o configura. Certos empreendimentos mantm uma distinta segmentao espacial dada a natureza de suas atividades, o que lhes rende reas determinadas. Portos, estaleiros e bases de apoio offshore esto inevitavelmente linha d'gua, preferencialmente com calado adequado. Parte dos investimentos pertencentes aos ncleos aderente e complementar, entretanto, pode ser localizado fora de reas especficas. A convergncia destes investimentos se d por meio da anlise de suas caractersticas logsticas, industriais, processos produtivos e mercadolgicas versus as reas disponveis informadas pelos atores no Litoral Paulista. Com a convergncia entre empreendimentos e espacializaes alcana-se a formao do Objeto AAE em sua dimenso plena. A conjugao de causa e efeito entre os mdulos dos ncleos base, aderente e complementar potencial alicera a arquitetura de maturao do investimento em sua desagregao temporal por meio da identificao de manchas de investimentos e marcos temporais que so base para a construo das curvas de maturao dos investimentos. As informaes obtidas para a construo dos itens apresentados na formao do Objeto AAE consistiram um banco de dados que ser utilizado no processo de AAE, ficando disponvel para a equipe gestora do Governo do Estado de So Paulo.

1.5.

Magnitude do Emprego

Agregando-se os empreendimentos que configuram o Objeto AAE tem-se a magnitude do emprego de construo (atuante ao longo da fase de maturao do investimento) e de operao (formao do emprego direto e indireto especfico que perdurar no processo produtivo dos bens e servios), assim como um cronograma de entrada desse universo novo de trabalhadores no Litoral Paulista. Tais dados so aqui sintetizados e apresentados de forma grfica em sua dimenso plena, abrangendo a amplitude do Objeto AAE e sua segmentao por ncleos e espacializao.

1.5.1.

Objeto AAE - Dimenso Plena - Magnitude do Emprego

A agregao das informaes e modelagem do emprego contempla os valores expostos nos quadros a seguir, sendo o primeiro (1.5.1) especfico para a magnitude do emprego nas fases de construo.

ARCADIS Tetraplan 23

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Quadro 1.5-1 - Objeto AAE - Dimenso Plena - Magnitude do Emprego de ConstruoMagnitude do Emprego de Construo Objeto AAE Total Objeto AAE * empregos NCLEO BASE Driver 1: Petrleo, Gs & Offshore Driver 2: Complexos Porturios NCLEO ADERENTE NCLEO COMPLEMENTAR Driver 1: Petrleo, Gs & Offshore Driver 2: Complexos Porturios Empreendimentos Definidos TOTAL (R$ milhes) 70.196 35.658 34.538 33.408 25.000 20.551 2.417 2.032 128.604 Litoral Norte empregos 3.302 2.402 900 11.888 1.690 397 261 1.033 16.881 % 4,7 6,7 2,6 35,6 6,8 1,9 10,8 50,8 13,1 Baixada Santista Central empregos 66.744 33.106 33.638 19.678 23.227 20.144 2.156 926 109.648 % 95,1 92,8 97,4 58,9 92,9 98,0 89,2 45,6 85,3 Baixada Santista Sul empregos 150 150 0 1.843 83 10 0 73 2,076 % 0,2 0,4 0,0 5,5 0,3 0,1 0,0 3,6 1,6

* Ressalta-se a perspectiva de ser um valor mnimo para a dimenso construo quando relacionada ao total do emprego direto. Significaria que este valor total de emprego na construo, da ordem de 130 mil pessoas, poderia ser considerado como potencialmente maior.

O quadro a seguir traz a magnitude da formao dos empregos diretos e indiretos que se perenizam com a operao em dimenso plena do Objeto AAE. Como metodologicamente no h a espacializao do emprego indireto pela impossibilidade de se afirmar que todo ele recaia sobre sua mesma rea espacial, sua formao mostrada no agregado.

ARCADIS Tetraplan 24

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Quadro 1.5-2 - Objeto AAE - Dimenso Plena - Magnitude da Formao do Emprego de Operao Direto e Indireto EspecficoMagnitude da Formao do Emprego de Operao Direto e Indireto Especfico Emprego Direto por Espacialidade Litoral Norte 2.006 546 Baixada Santista Central 45.079 27.814 Baixada Santista Sul 30 30 Emprego Indireto*

Objeto AAE

Total Direto + Indireto Ajustado

Total 47.115 28.390

Original 125.503 77.456

Ajustado 114.478 67.592

NCLEO BASE Driver 1: Petrleo, Gs & Offshore Driver 2: Complexos Porturios NCLEO ADERENTE NCLEO COMPLEMENTAR Driver 1: Petrleo, Gs & Offshore Driver 2: Complexos Porturios Empreendimentos Definidos TOTAL (R$ milhes)

161.593 95.981

65.611 18.810 12.000

18.725 12.315 12.000

1.460 355 811

17.265 11.710 11.149

0 250 40

48.046 7.470 -

46.886 6.495 -

9.865

9.865

190

9.669

5

-

-

1.160

1.160

125

1.035

0

-

-

975 192.402

975 71.430

496 3.172

445 67.938

35 320

132.973

120.973

* As definies do emprego direto e indireto nos ncleos base e aderente representam uma formao que demanda ajuste de causa e efeito. Significa retirar a duplicidade do emprego direto do ncleo complementar potencial j provocado no emprego indireto do ncleo base.

Destaca-se que o investimento do ncleo complementar potencial derivado da segmentao dos demais ncleos e a formao do emprego pela correlao de investimento / emprego. Assim sendo, no contempla a individualizao de investimentos, mas sim vocao industrial e gradientes de aderncia por meio da matriz insumo-produto, o que inibe o conhecimento da formao de seu emprego indireto.

ARCADIS Tetraplan 25

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1.5.2.

Objeto AAE - Dimenso Plena - Maturao do Emprego Direto

Formao Cumulativa do Emprego Direto - Curva de Maturao Consolidada (esquerda) e Setorial (direita) - Objeto AAE

Formao Cumulativa do Emprego Direto - Curva de Maturao Consolidada (esquerda) e Setorial (direita) - Litoral Norte.

Formao Cumulativa do Emprego Direto - Curva de Maturao Consolidada (esquerda) e Setorial (direita) - Baixada Santista Central.

ARCADIS Tetraplan 26

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Formao Cumulativa do Emprego Direto - Curva de Maturao Consolidada (esquerda) e Setorial (direita) - Baixada Santista Sul.

1.6.

Maturao dos Investimentos

O "desenho" do Objeto AAE, por contemplar a dimenso plena dos potenciais empreendimentos que o constitui, dissocia-se dos "timings" parciais das operaes. A composio temporal dos investimentos conduz a construo do cronograma de maturao do Objeto AAE, identificando as manchas de intensidade do investimento agregado. Com a curva de maturao torna-se possvel inferir a dinmica dos acontecimentos e os marcos temporais significativos, pressionando os fatores crticos e exigindo do setor pblicoe privado posicionamentos em determinados momentos previstos. Curva de Maturao Consolidada (esquerda) e Setorial (direita) dos Investimentos - Objeto AAE

ARCADIS Tetraplan 27

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Curva de Maturao Cumulativa Consolidada (esquerda) e Setorial (direita) dos Investimentos - Objeto AAE

Curva de Maturao Consolidada (esquerda) e Setorial (direita) dos Investimentos - Litoral Norte

Curva de Maturao Consolidada (esquerda) e Setorial (direita) dos Investimentos - Baixada Santista Central.

ARCADIS Tetraplan 28

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Curva de Maturao Consolidada (esquerda) e Setorial (direita) dos Investimentos - Baixada Santista Sul.

1.6.1.

Anlise Comparativa de Curvas de Maturao de Investimentos Estruturantes

Tanto o cronograma como a curva de maturao dos investimentos do Objeto AAE evidenciam concentrao que confere intensidade singular em sua realizao. Apresenta-se sua anlise comparativa com projetos estruturantes objeto de estudos AAE desenvolvidos pela ARCADIS Tetraplan de grande expresso e longa maturao, denominados A e B. As curvas tpicas de maturao agregada dos investimentos de projetos estruturantes e de portes expressivos compreendem gaussianas com picos e vales, refletindo as fases de expanso que se sucedem ao longo de sua construo, como se observa nas curvas dos projetos A e B. A existncia desses intervalos permite que, em seus vales, sejam tomadas decises pr-ativas em preparao aos prximos picos.

ARCADIS Tetraplan 29

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Curvas de Maturao de Projetos Estruturantes: Anlise Comparativa

Objeto AAE Profeto A

Objeto AAE Projeto B

Objeto AAE PINO

Todavia, neste Objeto AAE, a transio ininterrupta dos investimentos no petrleo , contemporneo e pr-sal (Driver 1) e a superposio com os investimentos porturios Driver (Driver 2), fazem com que no haja intervalos que permitam recuperar o flego para que o setor privado e principalmente o pblico consigam atender as demandas socioambientais consequentes. Isto cria, alm de sua expressiva dimenso, um ritmo de exigncia indito para a magnitude deste projeto. A curva de maturao agregada dos investimentos reflete o crescimento exponencial em sua realizao e somente um marco temporal de intensidade incomum, permitindo permitindose visualizar a caracterstica "transformadora" dos investimentos que compem o d imentos Objeto AAE. Ao lado desse comportamento, o momentum dos investimentos, j iniciado, contra o contrai tempo hbil para execuo ordenada, provocando um sentido de urgncia nos movimentos estratgicos decorrentes.

1.7.

Caractersticas Ambientais

Na dimenso estratgica da AAE, torna-se fundamental identificar a magnitude d torna se dos potenciais impactos ambientais que os empreendimentos, em conjunto, apresentam quando de sua operao. Estrategicamente, a qualificao do potencial poluidor da operao dos empreendimentos traduz este vetor na dimenso da AAE. Torna-se portanto um Torna se indicativo da magnitude do nvel previsto de interferncia ambiental - conhecimento para subsidiar as avaliaes decorrentes desta AAE.

ARCADIS Tetraplan 30

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A forma agregada de tal prospeco feita por meio da qualificao de potencial poluidor da operao dos empreendimentos, utilizando a definio de diferentes rgos ambientais tais como o IBAMA e os dos estados do Rio de Janeiro, Esprito Santo e Santa Catarina. No intuito de se compor um nico parmetro de classificao de potencial poluidor, elaborou-se uma matriz de definio onde as magnitudes qualitativas de cada um dos rgos listados foram hierarquizadas e ponderadas em um nico parmetro sob a classificao A (alto), M (mdio) e B (baixo). A matriz, em sua totalidade, compe o Banco de Dados da AAE. Como a classificao adotada para o potencial poluidor de cada rgo distinta, resume-se a seguir. IBAMA: Institudo por meio da Lei Federal No. 10.165/2000 como balizador da Taxa de Controle e Fiscalizao Ambiental (TCFA) por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA), 20 atividades econmicas so identificadas e classificadas em relao aos seus potenciais poluidores e graus de uso de recursos ambientais por meio da escala A (alto), M (mdio) e P (pequeno). (Disponvel em: http://servicos.ibama.gov.br/ctf/manual/html/010401.htm ) FEEMA/RJ: Estudo da Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Rio de Janeiro (atual INEA) MN-050.R-2, aprovado pela Deliberao No. 4.846/2007 do Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA). Tcnicos especializados em controle ambiental da referida instituio classificaram atividades industriais e no industriais, baseadas no IBGE, de acordo com o potencial em poluir a gua e o ar, o potencial de degradao ambiental e o potencial de risco utilizando-se de conhecimento emprico. O potencial poluidor resultante, classificado em A (alto), M (mdio), B (baixo) e I (insignificante), corresponde ao potencial mais elevado entre os quatro critrios. (Anexo I) IEMA/ES: Estabelecido pela Instruo Normativa No. 11/2008 do Instituto Estadual de Meio Ambiente do Esprito Santo como forma de enquadrar as atividades potencialmente poluidoras e/ou degradadoras do meio ambiente em funo da obrigatoriedade de licenciamento ambiental. A instruo classifica o potencial poluidor e de degradao ambiental de 28 tipologias de atividades econmicas como B (baixo), M (mdio) e A (alto). (Disponvel em: http://www.meioambiente.es.gov.br/default.asp) CONSEMA/SC: O Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina, por meio da Resoluo No. 01/2004, aprova a listagem das atividades consideradas potencialmente causadoras de degradao ambiental do rgo estadual, FATMA (Fundao do Meio Ambiente). Tal listagem classifica em P (pequeno), M (mdio) ou G (grande) o potencial poluidor das atividades econmicas em referncia ao ar, gua e solo, alm de uma classificao geral. (Disponvel em: http://www.mp.sc.gov.br/portal/site/portal/portal_lista.asp?campo=4628)

1.7.1.

Magnitude do Potencial Poluidor

ARCADIS Tetraplan 31

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A magnitude do potencial poluidor tem o seguinte perfil e representatividade em relao aos investimentos identificados para o Objeto AAE no Litoral Paulista, como se observa nos dois quadros a seguir.Quadro 1.7-1 - Objeto AAE - Dimenso Plena - Potencial Poluidor / InvestimentoInvestimento no Espao do Objeto AAE R$ mm NCLEO BASE Driver 1: Petrleo, Gs & Offshore Driver 2: Complexos Porturios NCLEO ADERENTE NCLEO COMPLEMENTAR Driver 1: Petrleo, Gs & Offshore Driver 2: Complexos Porturios Empreendimentos Definidos TOTAL (R$ milhes) 176.022 157.498 18.525 15.570 18.136 15.750 1.297 1.090 209.729 Potencial Poluidor PP A(alto) R$ mm 175.065 157.243 17.822 9.758 17.047 15.750 1.297 0 201.869 % 99,5 99,8 96,2 62,7 94,0 100,0 100,0 0,0 96,3 M (mdio) R$ mm 957 255 702 5.813 1.090 0 0 1.090 7.860 % 0,5 0,2 3,8 37,3 6,0 0,0 0,0 100,0 3,7 B (baixo) R$ mm 0 0 0 0 0 0 0 0 0 % 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Objeto AAE

A representatividade dos nveis de Potencial poluidor no investimento identificado no Espao do Objeto AAE alcana a seguinte expresso:Quadro 1.7-2 - Objeto AAE - Dimenso Plena - Potencial Poluidor / EspacializaoInvestimento no Espao do Objeto AAE R$ mm Litoral Norte Baixada Central Baixada Sul TOTAL (R$ milhes) 14.129 194.916 684 209.729 % 6,7 92,9 0,3 100 Potencial Poluidor - PP A (alto) R$ mm 10.927 190.443 498 201.869 % 5,4 94,3 0,2 100 M (mdio) R$ mm 3.202 4.473 185 7.860 % 40,7 56,9 2,4 100 B (baixo) R$ mm 0 0 0 0 % -

Objeto AAE

1.7.2.

Leitura Crtica

A leitura das intensidades reveladas de potencial poluidor deve incitar a AAE a ser um vetor de mudana. Essa expressiva concentrao de alto potencial poluidor dever ter

ARCADIS Tetraplan 32

Avaliao Ambiental Estratgica - AAE Dimenso Porturia, Industrial, Naval e Offshore Litoral Paulista

outra leitura, na ainda virtualidade do espao/ empreendimentos/ espacializao do Objeto AAE. Com esse entendimento, enfatiza-se o sentido de urgncia para se propor alternativas sustentveis e, ao mesmo tempo, oferecer opes de desenvolvimento regional rumo s finalidades maiores da aplicao da AAE. Contemplado o sentido de urgncia, a AAE far emergir e maturar ordenadamente, em timing e sinergia adequados para o Objeto AAE e para as economias externas de escala, solues ambientalmente adequadas, considerando a integrao dos efeitos socioambientais que iro se manifestar nesses quinze anos de maturao, quando se espera que o grande complexo petrolfero, porturio, logstico, industrial e servios esteja operando em sua dimenso plena. Nesses termos, envolver decises pblicas e privadas de natureza estratgica, impondo compartilhamentos e colaborao entre o privado e o pblico, com seu debruar na competitividade empresarial ambientalmente sustentvel e parcerias entre as polticas pblicas e a iniciativa privada, que convivero nesta circunstncia e neste complexo.

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