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  • 7/23/2019 Volume1 2.Edicao Classicas

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    MATERIAL DIDTICOVOL.1

    DANA

    ORIENTAL

    CLSSICA

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    PrefcioEstudar, se aprimorar e se aperfeioar...

    No mundo da dana os requisitos acima so fundamentais

    para quem quer uma carreira profissional ou para lecionar,

    ou para quem quer simplesmente aprender a arte da dana

    do ventre com verdade e qualidade.

    Todos os investimentos na dana so importantes para a

    formao de uma bailarina no somente em figurinos as

    aulas so igualmente importantes, os cursos e os materiais

    de estudo, que podem ser CDs, apostilas, livros, entre outros.

    Na minha caminhada na dana, estudei e me aperfeioei

    para que eu pudesse dar o melhor s minhas alunas e a quem busca meu trabalho; desenvolvi

    algumas metodologias especficas e particulares, algumas criadas das experincias em sala de

    aula, outras adquiridas nos pases rabes em que morei e estudei, outras lendo e comparando

    histrias, textos, matrias e vertentes. Atravs disso tento manter de forma clara epertinente informaes que possam somar e auxiliar o aprendizado das alunas.

    Muitas vezes buscamos palavras rebuscadas, de alto grau de entendimento, mas muitas vezes

    no encontramos, pois a dana do ventre no nos presenteou com um vocabulrio especfico.

    Apesar de ser uma dana rica e milenar, no h palavras tcnicas para express-la na grande

    maioria das vezes, mas atravs do corpo quando danamos que todas as informaes so

    vivenciadas em forma de movimentos e emoo...

    Este trabalho foi feito com muito carinho para que possa trazer a voc todos seus objetivos. Este

    um pontap inicial para um estudo que contnuo. A histria da humanidade construda

    todos os dias e a nossa histria construda por ns mesmos. Nossa dana construda a cada

    palavra lida, a cada vdeo assistido e a cada passo dentro de nosso cotidiano em sala de aula.

    O estudo eterno!

    Najwa Zaidan

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    SUMRIO

    Dana Oriental Clssica: Elementos Essenciais.................................................... 04

    A estrutura da dana oriental clssica / noes de leitura musical ................. 05

    A msica rabe e sua estrutura nica ............................................................. 14

    A tpica estrutura de um show ......................................................................... 20

    Quesitos fundamentais a serem observados em sua dana ................................ 22

    Como avaliar sua prpria dana .............................................................................. 38

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    Dana Oriental ClssicaElementos Essenciais

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    Dana Oriental Clssica

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    A estrutura da Dana Oriental Clssica

    A leitura musical

    A interpretao da Dana Oriental Clssica considerada a mais complexa de nossa

    arte, pois atravs dela que demonstramos o domnio cnico e a interpretao das diferentes

    nuances da msica. O Clssico contm vrios elementos que devemos dominar para uma

    apresentao que seja tecnicamente perfeitadesde folclore, percusso, taksim, ritmos, vus,

    entre outros instrumentos.

    Utilizamos em nossos estudos o improviso, pois atravs dele que podemos enriquecer

    a nossa dana, e trabalhar a emoo que estamos sentindo no momento, alm de favorecer

    que possamos criar sequncias surpreendentes utilizar os movimentos que mais gostamos.

    A rotina clssica previsvel, ou seja, ela tem uma estrutura que podee deve ser

    estudada para que nossa dana seja considerada um sucesso, que cause encantamento e

    admirao do pblico. A tcnica importante para que tenhamos uma sequncia lgica de

    movimentos e impactos na medida correta.

    O estudo da rotina clssica se chama leitura musical. A partir desse momento devemos

    prestar muita ateno nas msicas clssicas de maneira a saber quando devemos encaixar os

    movimentos e interpretaes aprendidos em sala de aula, bem como saber, mesmo que nunca

    tenhamos escutado a msica, a sequncia que ela impreterivelmente seguir.

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    A estrutura bsica da rotina clssica

    Para fins didticos, a msica tem trs grandes momentos e em cada um deles temos

    um espao que deve ser utilizado para o desenvolvimento da msica. A msica possui

    comeo, meio e fim, e vamos nos pautar nesses trs momentos para analisar o espao que

    ser trabalhado. Considerando que o desenho abaixo seja o local que voc ir trabalhar,

    vamos dividir este espao em trs para demonstrar o deslocamento que deve ser realizado:

    1. Extremidades do palco: Devem ser utilizadas com grandes deslocamentos

    para a apresentao da bailarina (a entrada) e a rotina de despedida (final)

    3. Meio do palco (centro) : Local da

    finalizao da msica e (gran finale) e

    dos movimentos de impacto

    2. Espao intermedirio: dever ser

    utilizado para todo o desenvolvimento

    (o meio da msica)

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    1. O comeo (a apresentao da bailarina)

    Na rotina clssica, a introduo da msica um momento extremamente importante. O

    incio da msica sempre reservado apresentao da orquestra e dos msicos plateia.

    Aps a apresentao do incio, h uma variao (ou at mesmo um sinal) de mudana de ritmo

    para a apresentao da bailarina. nesse momento que a bailarina entra em cena. Postura,

    segurana, expresso corporal e facial devem ser lembrados nesse momento.

    O incio da msica extremamente delicado, pois a forma como iniciamos a nossa

    dana fica para sempre marcada no nosso pblico/avaliadores.

    O espao a ser utilizado dever ser sempre a extremidade do palco/local que

    danaremos. Lembrando que extremidade significa a extremidade do espao que voc definiu

    para danar, no precisa ser necessariamente o espao fsico completo disponvel. Alguns

    teatros possuem palcos enormes que o deslocamento se torna impossvel para o

    desenvolvimento de nossa dana, pois em determinados momentos teremos que voltar para o

    centro do palco. Observe o grfico:

    Utilize este espao para

    trabalhar no incio da

    msica

    Para os movimentos de impacto de vus, deve ser utilizado

    a poro central do espao que est sendo trabalhado.

    Para chegar ao centro do espao, faa giros ou chasss de

    maneira elegante.

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    Aps o reconhecimento do espao que vamos trabalhar, podemos definir um desenho para o

    deslocamento. Esse desenho no precisa ser necessariamente um crculo, isto vai depender

    se h pblico em todos os lados e no espao que voc tem disponvel, alm de outros fatores

    como iluminao de palco.

    Abaixo segue algumas sugestes de molduras para deslocamentos:

    O desenho espacial deve ser realizado de forma a conseguir ocupar todo o espao

    disponvel de forma esteticamente bonita e elegante nesse momento da msica temos que

    executar um trabalho primoroso de vu, mostrando sempre nossas melhores habilidades com

    esse instrumento.

    Melhores desenhos

    para pblicos em todasas direes

    Melhores desenhos para palcos

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    Os deslocamentos com ou sem vus que podem ser utilizados na entrada so

    inmeros. Podemos citar o chass, giros, arabesques, twists, andadas (evite andar todo o

    tempo), e corridas (conforme o ritmo determinar), acompanhando sempre a grandiosidade que

    a msica oferece;

    Os movimentos com vus podem ser todos aqueles aprendidos em sala de aula.

    Recomendo pelo menos 4 movimentos elaborados que causem grande impacto nos momentos

    em que a msica assim solicitar.

    As direes em que vamos trabalhar os vus dentro do desenho espacial escolhido

    tambm fator importante. Devemos trabalhar sempre a lateralidade (frente, trs, esquerda,

    direita) e todas as diagonais, principalmente se houver pblico em todas as direes.

    O passo seguinte seria o momento em que a msica modifica o seu ritmo. Trata-se do

    momento em que devemos deixar o vu. A msica deixar bem claro qual este momento e a

    sada do vu de cena deve ser feita com elegncia e delicadeza longe do nosso espao de

    trabalho.

    2. O meio da msica (o desenvolvimento e apresentao de tcnicas de quadril,

    folclore e taksin)

    Utilize o espao intermedirio

    para a miolo da msica

    Para taksin ou movimentos

    de impacto, prefira a poro

    central do espao

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    O meio da msica aquele momento em que vamos executar deslocamentos

    essenciais, ou seja, deslocamentos que exijam espaos menores para que possamos ligar um

    movimento em outro, e utilizar, caso a msica pea, as movimentaes sinuosas variadas e

    combinadas; batidas de quadril; folclores, caso a msica tenha; variaes de quadril caso a

    msica tenha percusso. muito importante sempre utilizarmos movimentos elaborados com

    combinaes criativas e, no momento em que a msica sugerir o folclore, trabalhar somente

    passos de folclore sem misturar outras combinaes. O meio da msica tambm chamado de

    momento tcnico, onde a bailarina mostrar todo o seu repertrio de movimentos e variaes.

    muito importante que nesse momento o quadril seja primoroso, limpo e com definio

    de movimento importante que tenhamos em mente o movimento que queremos executar;

    quando houver solicitao da msica, temos que estar atentos aos detalhes, s sutilezas que

    fazem toda a diferena.

    Os elementos surpresa so uma tima pedida para diversificar a apresentao! Estes

    elementos tornam a apresentao criativa, dinmica e atraente para o pblico. Uma boa

    apresentao em minha opinio aquela que imprevisvel, ou seja, nunca sabemos o

    momento em que a bailarina vai executar um movimento, se ser na frase ou no refro

    seguinte. Este o momento de encantamento e de seu melhor a sua marca e seu diferencial

    e o momento em que voc traz o pblico para o seu mundo!

    So exemplos de ritmos folclricos que podem aparecer em uma rotina clssica:

    Said

    Soudi (Khalige)

    Dabke

    Ayub

    Exemplos de instrumentos de taksin que devemos dominar para a rotina clssica:

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    Instrumentos de percusso:

    Derbak

    Pandeiro

    Katem

    Interpretar com o contedo aprendido em tcnicas de quadril;

    Instrumentos de sopro:

    Sax

    Nai

    Mizmar

    Mijuiz

    Acordeon

    Geralmente estes instrumentos so interpretados com braos;

    Instrumentos de corda:

    Violino

    Alade

    Rabeb

    Kanun

    Guitarra (em msicas mais modernas)

    Nos instrumentos de corda podemos utilizar quadril, em conjunto com molduras de braos.

    O Derbak, de todos os instrumentos apresentados, um captulo parte. Devemos nos

    atentar a todos os shimmies aprendidos e demonstrar definio de movimentos, isto , o

    espectador dever saber qual a nossa inteno, o movimento deve estar claro.

    So alguns exemplos de shimmies:

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    Shimmies de joelho, de coxa, plvicos, de quadril;

    Avaliar tamanho do quadril (pequeno, mdio, grande) e intensidade do movimento

    (forte, mdio e fraco), combinado com diversas direes e variaes.

    Devemos nos atentar tambm para uma possvel interpretao de Mowashahat dentro

    da msica clssica. Neste momento devero ser utilizados todos os movimentos aprendidos

    com o ritmo Samaai.

    3. O fim e o grand finale

    No menos importante e muito relevante, este literalmente o momento em que no

    devemos deixar a peteca cairdepois do grande esforo fsico no incio e no meio da msica,

    devemos sempre guardar oxignio para terminarmos nossa apresentao em grande estilo.

    Essa a hora de manter a empolgao e segurar a grandiosidade que a msica nos

    oferece. Isso significa que, mesmo cansada deve-se manter e primar pelas caractersticas do

    incio da msica, que so a empolgao, a energia, a dinmica, utilizando grandes

    deslocamentos, arabesques e braos em posies preferencialmente diferenciadas daquelas

    que utilizamos no incio conforme o crescimento da msica. A moldura de nossos braos deve

    acompanhar a grandiosidade do momento.

    Os movimentos de finalizao

    so grandiosos e dever ser

    retomada a energia do incio da

    msica

    No gran finale a

    bailarina dever estarposicionada no centro

    do palco/espao

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    Os giros so magnficos para cobrir estes momentos finais, suas combinaes de

    intensidade e variaes deixam qualquer finalizao grandiosa!

    Enfim com a juno de tudo isso chegamos ao nosso gran finale, terminando com

    entusiasmo e fora! Ao final, agradea a seu pblico e feche assim sua apresentao.

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    A msica rabe e sua estrutura nica

    A dana rabe determinada pela msica que se faz presente. Esta msica no tem o

    papel de servir com pano de fundo para a dana, muito pelo contrrio, ela a linha mestra que

    define o que vai acontecer enquanto movimento, atravs da bailarina.

    tarefa desta, expressar em forma de desenhos corporais, as emoes musicais, e

    durante os momentos de solo meldico realar o instrumento responsvel pela improvisao.

    O termo Msica rabe enganoso. Notas, ritmos instrumentos e estilos variam muito de pas

    a pas. Ainda assim, podemos notar que as msicas provenientes de pases rabes,

    compartilham sempre certas similaridades.

    Uma delas, que, dentro de sua estrutura formal, ainda existe retida uma forte

    tendncia para improvisao, que vem do passado e cuja essncia altamente meldica.

    Ao contrrio da msica ocidental, a msica rabe no desenvolveu o uso da harmonia. A razo

    bsica que a teoria da harmonia depende em grande parte de um sistema tonal fixo um

    espao invarivel entre as notas. Toda escala na msica oriental tem algumas posies fixas-

    tom e meio tom- assim como na msica ocidental mas entre elas, h notas sem lugares fixos,

    que caem incidentalmente em posies ligeiramente diferentes na escala, cada vez que so

    tocadas.

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    Na musica rabe, apenas uma oitava, pode conter algo entre 18 a 22 notas com pausas to

    pequenas como a nona parte de um tom. As nicas composies que podem conter harmonias

    simples so aquelas baseadas em escala e melodia ocidental.

    Dentro do elaborado sistema de escalas da

    musica rabe, os instrumentos tem espao para

    explorar a melodia, mais ou menos como numa

    improvisao de jazz. Isto feito usando a melodia e

    desenhando ornamentos em volta dela, exatamente

    como na arte islmica, que tem um padro central, e

    a ornamentao construda ao redor.

    O mais perto que podemos chegar da msica

    rabe antiga o que podemos ouvir numa pea

    rabe-andaluz, o estilo Maghreb. Os mouros, termo

    europeu usado para designar os rabes e berberes,

    ficaram na Espanha por 700 anos. Conquistaram primeiramente a Andaluzia, como era

    chamada no incio do sculo XVIII , e que permaneceu por algum tempo como nada mais do

    que uma remota provncia do imprio islmico em franca expanso. Andaluzia nesta poca era

    muito maior do que a rea conhecida por este nome hoje em dia, e se tornaria o maior canal da

    civilizao islmica no Ocidente.

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    Por volta de 750 AC a Dinastia Umayyad foi expulsa de Damasco e se estabeleceu na

    Andaluzia. Esta cultura fascinante trouxe consigo formas musicais persas que at hoje

    sobrevivem e podem ser apreciadas na msica flamenca. O primeiro conservatrio musical foi

    fundado no sculo 12 em Crdoba, sendo o mais celebrado plo cultural europeu.

    At aquele momento, a maioria dos habitantes da Andaluzia falava apenas rabe e

    tinham adotado a f islmica. A dominao islmica na Espanha durou at o sculo 15 ,

    quando a unidade de califados foi enfraquecida e ento divises tnicas e tribais tomaram

    lugar, expulsando os muulmanos da Europa em 1492.

    As mltiplas influncias do estilo artstico

    rabe na Espanha mourisca deixaram muito

    mais do que simples memrias arquitetnicas.

    A msica espanhola, em seus

    sentimentos e poemas cantados, muito mais

    rabes do que europeus. O Flamenco, uma mistura de elementos mouros, andaluzes e

    ciganos, e sua mais tradicional manifestao que essencialmente rabe , com ritmos

    separados por pausas muito curtas. Esta caracterstica acompanha tanto as canes quanto as

    peas instrumentais.

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    A guitarra flamenca, principal instrumento deste estilo de msica, se desenvolveu a

    partir do alade, o clssico instrumento da musica rabe. O alade que prov a melodia e

    tambm o ritmo, o prottipo sobre o qual a base terica da msica rabe se baseia. feito de

    uma nica pea de madeira. Atravs da Espanha mourisca, o alade encontrou seu caminho

    no resto da Europa, tornando-se mais tarde a guitarra que hoje conhecemos.

    Para examinar a msica de todos os pases rabes seria necessrio um longo livro e

    talvez o tempo de uma vida. Neste texto residem apenas informaes gerais sobre o estilo da

    msica oriental, exemplificado pela msica Egpcia, que tem absorvido a maior parte das

    mudanas atravs dos anos, e a que se conecta diretamente com os solos usados nas

    danas femininas.

    A msica oriental inclui muitas tradies do Iraque ao Egito. difcil fazer a distino

    entre msica clssica e msica popular. A msica clssica um refinamento da msica

    folclrica. A forma menos sofisticada ou chamada folclrica a msica que encontramos no

    norte da frica e tambm no Oriente Mdio, que acompanha danas tradicionais como o

    Shickhatt no Marrocos ou a dana Gawazee no Egito.

    Mulheres reunidas para celebrar poderiam produzir msica apenas batendo palmas e

    usando instrumentos simples de percusso como Bendir ou Daff para acompanh-las.

    O sincopado tocado usando diferentes formas de bater palmas. As mos em concha

    produzem um som de baixo enquanto as palmas usando as pontas dos dedos contra a palma

    da mo, acabam produzindo um som claramente mais agudo. Esta riqueza e elaborao nas

    palmas so uma das caractersticas especiais da msica do norte da frica. O tambor nico

    tocado com bates em lugar das mos e o Tabel baladi um tambor

    enorme com dupla face que fica pendurado numa tira , ao redor do

    pescoo do msico. Seu som grave e profundo fez dele um instrumento

    muito popular em diversos tipos de celebraes, como procisses,

    casamentos e festas pblicas religiosas ou no.

    O instrumento rtmico da msica rabe o Derbak ou Darabuka

    (frica) chamado tabla no Egito. Este instrumento produz uma

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    sonoridade intensa e, quando nas mos de um msico talentoso, o mais sutil dos

    embelezamentos para a msica.

    A msica moderna oriental, tem sido influenciada de diversas maneiras pelo Ocidente.

    Em alguns pontos estas influncias so bem vindas, e em outros no. No Yemen msicos que

    tocam peas tradicionais so altamente respeitados enquanto que os que usam a influencia

    ocidental, so deixados de lado.

    Por outro lado, Lbano e Egito tem aceito enormemente as influncias ocidentais em

    sua msica, pela diversidade que oferecem. No Egito, a influncia ocidental, teve lugar atravs

    das tentativas do pas de se modernizar. No final do sculo 19, foi o momento deste

    florescimento, que teve grande impacto na mdia e foi um acontecimento concentrado nas

    grandes cidades. O Cairo o exemplo perfeito.

    Desde o final do sculo 19, novas escalas meldicas, padres mtricos e tipos de

    composies diferentes foram absorvidos dentro da musica egpcia, enquanto a variedade de

    instrumentos era enriquecida pela presena de novas possibilidades e as orquestras

    aumentaram em tamanho e diversidade sonora.

    O tabla, originalmente um instrumento baladi, entrou na orquestra apenas aps o final

    da segunda guerra. O tradicional grupo de 4 ou 5 instrumentos cresceu at o tamanho de

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    orquestra que podemos ouvir hoje em dia. Gradualmente outros instrumentos foram aceitos

    dentro da orquestrao, vindos do Ocidente, como por exemplo: os pratos metlicos, herana

    das bandas militares, metais, violino, violoncelo e rgo eletrnico tambm passariam a fazer

    parte das orquestras egpcias.

    Quanto maior o nmero de instrumentos e a sua variedade, mais fcil se torna criar uma

    rica sonoridade. Msica ganha nova textura, com dominao exclusiva de certos instrumentos,

    dependendo do efeito desejado em certas partes da msica. Os percussionistas produzem

    uma ornamentao mais refinada dos ritmos e a msica que um dia foi absolutamente

    improvisada ganha ento uma estrutura melhor definida.

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    A tpica estrutura de um show

    O nome dana do ventre parece ser uma troca de nome para esta arte tradicional

    apesar de ser amplamente utilizado hoje em dia.

    Em rabe, o nome tradicional de dana Raks El Shark, que traduzido quer dizer

    Dana do Leste ou Dana Oriental.

    uma arte para ser apresentada no palco e com uma orquestra de msica ao vivo. Em

    sua forma ideal, seria apresentada sempre contando com msicos de qualidade e o grupo

    compreenderia uma gama de instrumentos variados; na sesso de percusso teramos uma

    variedade de derback, daff, violino, rgo eltrico, rabab, alade, flauta, e at mesmo guitarra

    eltrica.

    Uma tpica rotina de dana oriental consiste em pequenos trechos de msica, variando

    em ritmo e melodia mas formando um conjunto coeso e obedecendo a uma estrutura

    estabelecida.

    Esta estrutura pode variar um pouco de rotina para a rotina mas bastante consistente

    no uso de ritmos especficos para diferentes partes da dana e para os modelos de transies

    entre essas partes.

    Vamos ver como seria a estrutura tradicional:

    A danarina entra no palco com um ritmo 2/4 que pode ser Malfouf, por exemplo,

    deslizando com o seu vu, acima da cabea, utilizando espao e conhecendo sua

    disponibilidade para a dana, apresentando a si prpria e cumprimentando o pblico. Seu

    deslocamento pode ser somente andando ou utilizando passos ao mesmo tempo.Se a msica mais complicada ela pode coreografar alguns movimentos com vus,

    giros e acentos. A sesso de Malfouf termina depois de alguns giros e a preparao da

    bailarina atravs de fortes acentos com o quadril que assinalam a transio desse ritmo para

    alegre maksoum. Agora o momento da danarina mostrar o que pode fazer com seu quadril,

    ela alterna movimentos estacionrios com deslocamentos acentuados e cheios de vida. O

    temperamento da msica muda abruptamente quando a melodia do maksoum termina e

    substituda por um nico instrumento que inicia um lamentoso solo ou taksim. Agora a bailarina

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    muda seus movimentos para vagarosas ondulaes e arredondadas linhas serpenteantes,

    alternando-os com pequenas trepidaes e isolamentos, tornando a dana altamente

    entorpecedora. Esta a parte enfeitiante e sensual da dana, cheia de curvas, tremidos e

    ondulaes. A prxima parte chamada de taksim beledi e desabrocha para fora do taksim

    gradualmente construindo uma tenso dinmica entre o padro de perguntas e respostas entre

    o instrumento responsvel pelo taksim e a percusso. A danarina reflete as pontuaes

    musicais atravs de pronunciados isolamentos corporais. Gradualmente os acentos musicais

    progridem para um forte e quente ritmo baladi que depois se transforma num saltitante e rpido

    falahi 2/4.

    Baladi e falahi podem se alternar para a frente e para trs at finalizar com falahi que

    desembocar no solo de percusso. Para muitas pessoas o solo de percusso a parte mais

    excitante da rotina. A bailarina ento abandona todas as paradas e realmente comea a suar

    na medida em que mostra todo o poder de seu quadril com acentos e isolamentos cada vez

    mais fortes e expressivos.

    Por ltimo vem a finalizao, seguida de uma repetio do tema de abertura com a qual

    ela se despede do pblico com um floreio.

    Este um exemplo muito simplificado da rotina de um show que pode sofrer diversas

    variaes ao sabor dos msicos e da bailarina responsvel por ele. O ritmo de abertura pode

    ser um masmoudi, por exemplo ou baladi; uma entrada com malfouf pode evoluir

    imediatamente para um taksim; ou um ritmo turco chiftetelli pode entrar no lugar deste solo.

    Uma nica cano pode conter diversos ritmos diferente seguidos diferentes um do outro para

    depois retornar estrutura inicial. Uma longa rotina pode conter diversos takisims-baladi e

    falahi entremeados dentro das melodias mais rpidas, at finalizar no taksim-baladi que

    propicia o solo de percusso final. s vezes nem h um solo de percusso ao final, nada

    obrigatrio.

    No importa o modelo; as muitas mudanas em ritmo, melodia, tempo e instrumentos

    oferecem abundando material para a danarina mostras sua especialidade e interpretao

    dessa complexa e multifacetada forma de dana.

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    Quesitos fundamentais a seremobservados em sua Dana

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    Como avaliar sua Dana do Ventre

    Este artigo tem por objetivo oferecer informaes teis para nortear seu caminho

    durante o desenvolvimento e a manuteno da sua qualidade na dana. No se angustie se,

    num primeiro momento, ele lhe parecer rido demais. Com o tempo perceber que as

    informaes so simples e facilmente digerveis.

    Sugerimos que voc o imprima para l-lo diversas vezes, pois existe uma gama de

    informaes preciosas nas linhas abaixo, difcil de assimilar em uma nica leitura.

    A idia esta: oferecer-lhe diretrizes e embasamento. Voc vai se surpreender com os

    resultados a longo prazo.

    Esperamos ser de alguma ajuda para voc que est trilhando seu prprio caminho

    dentro dessa arte.

    O resultado abaixo envolve trs dcadas observando, estudando e aperfeioando aquilo

    que chamamos, desde o incio da Khan el Khalili, de "A Arte da Dana do Ventre".

    Portanto, prepare-se para uma jornada! Se observar estes princpios, sua dana nunca

    mais ser a mesma. Pode acreditar!"

    "Aceite o fato de que nem todos os dias voc vai estar leve para danar como gostaria."

    O comeo de tudo

    O sonho de qualquer bailarina manter uma platia presa e atenta a seus movimentos,

    do comeo ao fim de uma apresentao. Se seu objetivo, ao entrar em cena, apenas esse,

    algo estar perdido. Agilidade e qualidade tcnica so pontos extremamente importantes, mas

    no so os nicos a serem observados.

    A naturalidade ao danar aliada a um bom preparo artstico so a garantia de seu

    carisma em cena. Existem muitos caminhos para seu desenvolvimento, pois cada mulher um

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    enigma. O estudo da dana e a intimidade consigo mesma criam, ao longo dos anos, um

    panorama intrincado e rico que vai transparecer em sua dana. Alguns pontos a serem

    observados:

    Dinmica

    A dinmica diz respeito a variedade de nuances e diversificao de momentos em sua

    apresentao.

    Voc pode favorecer a concentrao do pblico atravs da correta utilizao da msica

    em seus diferentes caminhos. Sua interao com o som a transforma no exemplo visual

    daquilo que apreciado por nossa audio. Se, porventura, optar por ignorar as modificaes

    sonoras que lhe so oferecidas, sua apresentao se tornar homognea e linear, e possuir

    poucos atrativos para segurar a ateno dos espectadores. A previsibilidade de seus

    movimentos nunca ser um fator de atrao, mas de disperso.

    Muitas vezes podemos perceber uma grande diferena de estilos ligada

    personalidade de cada bailarina. Uma pessoa com alta sensibilidade e dotada de gosto pelo

    sensorial ter uma dana mais calma e delicada, seu objetivo ao danar, provavelmente, estar

    conectado necessidade de expressar sentimentos mais profundos. Pessoas fortes e

    voluntariosas tendem a um estilo assertivo e gosto por msicas mais suntuosas ou marcantes,

    demonstrando sua imposio e energia e favorecendo a viso do poder durante as

    apresentaes.

    Logo, percebemos que "no possvel brincar com fogo sem se queimar!" Para atingir o

    equilbrio, devemos nos lembrar que, em primeiro lugar, antes de nosso estilo pessoal, os

    humores de nossa apresentao devem ser ditados pela msica que nos guia e no por nosso

    gosto individual. Claro que cada uma de ns ter uma forma nica de dizer o mesmo, mas

    sempre respeitando a inteno do compositor que criou a pea.

    Dentro de uma msica clssica, por exemplo, as falhas de dinmica soam

    absurdamente claras. So peas criadas de forma diferenciada, com um nmero maior de

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    instrumentos e, conseqentemente, com mais riqueza de possibilidades para a executora-

    bailarina. Cabe a ns a preparao necessria para poder aproveitar tudo o que a msica nos

    oferece.

    Normalmente, uma obra clssica tem muitos momentos diferentes, alguns suntuosos,

    outros melanclicos e dramticas finalizaes. Cada um deles convida para uma interpretao

    nica. Para estarmos tranqilas durante a leitura dessa msica, no podemos ter dvidas

    bsicas sobre tcnica ou ritmos. Um repertrio rico em passos e variaes solicitado, e nosso

    corpo responder automaticamente aos estmulos que o som oferece.

    A Dana viva

    A dana uma arte viva e, portanto, muda como

    voc, a cada ano. Ao adquirir novos conhecimentos ou

    passos, tudo se altera, incluindo a forma como se

    trabalha a dinmica.

    Sendo a dana uma forma de expresso

    sensvel, ela permevel a suas prprias flutuaes de

    humor. Tudo pode influenciar em sua dana. Sabendo

    disso antecipadamente, vale a pena preparar-se.

    Queremos dizer, nos momentos em que a fragilidade se

    instala, voc ter outros instrumentos para proteger a

    dana, se esta for sua opo profissional. Se voc for

    bailarina profissional, no h como fugir da raia. Os grandes auxiliares nestas situaes so o

    conhecimento tcnico e a experincia de palco. Assim munida, pode enfrentar um dia

    complicado apresentando a mesma qualidade de dana que oferecera se tudo estivesse bem.

    Por dentro, voc pode at saber que aquilo no foi o melhor, mas o pblico nunca perceber.

    O Deslocamento Espacial

    Ter noo do espao parece simples, mas no .

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    O que faz com que um gato passe numa fenda pequena de um porto? Seus "bigodes"

    indicam o tamanho da fenda a ser atravessada. Cortando-os, voc tira-lhe toda a noo

    espacial. Esses pequenos fios garantem tamanha preciso, que o clculo feito em frao de

    segundos, enquanto ele est correndo, por exemplo. Ento ele pula e passa de forma astuta.

    Deslocar-se requer mais que tcnica e elegncia. Requer criatividade! De posse dessa

    noo espacial, voc executa as evolues no momento certo e no lugar certo. Permita que

    todo o pblico possa apreciar sua apresentao e no apenas uma parte dele. Privilegiar

    apenas um segmento de espectadores uma das grandes falhas encontradas nas

    apresentaes. Nunca desmerea uma frao de seu pblico. Seus olhos devem estar atentos

    a cada ponto de sua rea coreogrfica, seja ela uma sala ou um palco. Acostume-se a medir,

    com os olhos e a sensibilidade do corpo, o espao a sua volta.

    Muitas vezes danamos perto das pessoas. Nossa sintonia fina deve, ao menos,

    pressentir at onde podemos nos aproximar sem tornar inconveniente a pequena distncia

    entre esses pontos. Como passear entre as mesas, quando numa festa os convidados esto

    dispostos dessa forma? Como nos livrar de algum que j bebeu um pouco alm da conta e

    esqueceu que no um rei ou um pax? Como medir o tempo certo de olhar, sem intimidar ou

    criar constrangimento?

    O deslocamento bem trabalhado nos oferece liberdade de movimentao e elegncia

    para fugir de situaes embaraosas sem dar o mnimo indcio de desconforto a quem quer

    que seja, em especial s mulheres presentes.

    Giros e Eixo de Equilbrio

    Os giros executados na dana esto diretamente ligados a seu "eixo de equilbrio".

    Pessoas que no tm esse eixo desenvolvido perdem a noo enquanto esto girando e

    acabam saindo do ponto onde esto pisando, pendendo para os lados. Durante os giros,

    necessria a elegncia e a simetria dos braos e pernas. Quanto mais impecveis eles forem,

    maior a facilidade dos giros.

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    A noo de eixo central sempre trabalhada em dana acadmica, no importa a rea

    escolhida: ballet clssico, moderno, contemporneo ou jazz. O giro sempre est presente em

    cada uma das vertentes da dana.

    Se voc tem uma professora ativa e habilidosa nos giros, pode solicitar-lhe ajuda no

    desenvolvimento de sua prpria habilidade. Se esse no o seu caso, procure por uma escola

    de ballet conceituada e entre na classe de iniciantes. Com certeza o desenvolvimento dessa

    tcnica ir lhe auxiliar no reconhecimento de seu centro de equilbrio e favorecer diversas

    facetas existentes na dana oriental. Dentro do trabalho com vus, por exemplo, os giros so

    fundamentais. Para os deslocamentos, so essenciais.

    A Emoo

    Paralelo a tudo o que foi dito at agora, corre a emoo. A expresso de seus

    sentimentos dentro da apresentao no acontece apenas pelas "caras e bocas", ou pelo

    famoso "sorriso automtico" estampado no rosto.

    Deixando de lado regras pr-concebidas e formatadas, o caminho da expresso dentro

    da dana se passa " dentro de voc". Se voc no se permite "sentir", no haver espao em

    sua arte para expressar a sua emoo.

    Ao acontecer a entrega, estabelece-se uma ligao entre o pblico e aquela que dana.

    O significado dessa interao difcil de ser explicado, mas traz algo mgico. Por

    alguns instantes no existe diviso entre ns. Cada bailarina sentir de uma forma diferente o

    impacto dessa comunicao sensvel, mas temos certeza de que a "marca emocional dessa

    conversa musical" deixar lembranas em todas elas.

    Por vezes, o caminho para a entrega emocional ser propiciado pelo instrumento solista

    dentro de uma msica: um violino triste e angustiado, o som de uma flauta suspirando e

    chamando por algum, um choroso alade dedilhando interminavelmente acerca da tristeza do

    amor perdido. Estimule sua sensibilidade ouvindo msica, tente absorver as impresses

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    deixadas por ela em voc. Que instrumento lhe inspira mais, qual lhe provoca tristeza, qual lhe

    convida para o silncio?

    Fuja da superficialidade, mergulhe dentro dos sons e imagine que seus movimentos devem ser

    a forma visual daquilo que ouve.

    "Qual o encanto que exerce uma pera?" Cenrio, luz, figurino, uma orquestra

    primorosa, os cantores lricos impecveis e tudo preparado para oferecer uma viagem sonora e

    visual para o pblico: uma estrutura enorme e perfeitamente orientada para falar direto ao

    nosso corao. Quando voc menos espera, a pera introjetou o sentimento em voc.

    Guardadas as devidas propores de grandiosidade e riqueza, deve-se preparar tudo,

    nica e exclusivamente, para fazer vir tona alguns segundos de emoo. Apenas estes

    instantes fazem valer sua noite ou seu final de semana. Sero lembrados para sempre e,

    provavelmente, no se apagaro de sua memria.

    Lembro-me de um momento pessoal... Estava eu no Teatro Municipal de So Paulo

    para assistir a uma pera sobre uma saga grega: Xerxes. Isso aconteceu h mais de 15 anos

    e, para mim, parece que foi ontem. Se fecho os olhos, ouo novamente o tenor que

    representava Xerxes, sua voz preenchendo o teatro, fazendo meus olhos encherem-se d'gua.

    Aquilo foi tomando uma proporo dentro de mim que, por um instante, sentia que iria

    transbordar completamente em prantos... de felicidade! Compreende o sentido da emoo? Ela

    vai provocar voc durante milhares de vezes na vida, esperando sua reao.

    Quanto mais suscetvel s emoes, mais aguada ser sua sensibilidade. Quanto mais

    emoo a bailarina tiver dentro de si, quanto mais profunda sua entrega, o jogo eterno das

    emoes far sua parte. E voc no ser mais uma bailarina, mas sim uma mensageira da arte

    e da sensibilidade. Algum que oferece vida atravs de movimentos e beleza.

    A Expresso Facial

    "O rosto o retrato da alma."

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    Como traduzir expresso facial? No algo que se ensine em sala de aula. Podemos

    dizer que a expresso do rosto decorrente da emoo. O que voc sente ao danar pode ser

    visualizado pelo pblico atravs de seu rosto.

    Seus olhos podem denunciar qualquer coisa que esteja passando por sua cabea no

    momento da dana: insegurana, medo, indeciso, tranqilidade, fora e afetividade. A

    incontvel lista de possibilidades est guardada em sua face para dramatizar ou comunicar a

    quem lhe v e mostrar a forma como voc recebe a msica.

    Desenvolva, devagar e sem presso, essa parte da dana. Procure no som as pistas

    para sua expresso. Que sentimentos brotam ao ouvir determinada cano? O que lhe diz sua

    intuio e sensibilidade?

    Um repertrio musical sempre renovado e atual o melhor estmulo para a diversidade.

    Acostume-se a ouvir diversos estilos de msica, aprecie as diferenas, descubra os pontos

    mais importantes de cada grupo musical e procure, atravs das similaridades e dos detalhes

    diferenciados, desenvolver uma leitura pessoal para cada um dos estilos.

    Como seria ter que danar a mesma msica por anos e anos? A renovao

    necessria para as clulas e para o crebro. Enjoou? Guarde o CD at sentir saudades da

    msica. No a use por falta de opo. Mude suas msicas constantemente para renovar sua

    emoo.

    Presena de Palco e sua Finalizao

    A noo de palco, s o tempo vai lhe conferir.

    No comeo de nossa experincia como bailarinas, geralmente o palco nos apavora, e

    saber que h pblico sedento de apresentao se parece mais com um pesadelo que com um

    sonho.

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    Em primeiro lugar, tome seu espao e acredite no direito de utiliz-lo. Seja qual for o

    lugar oferecido para que sua dana acontea, as pessoas que l esto aguardam exatamente

    por isto: uma bela apresentao de dana. De certa forma, elas esto preparadas para receber

    o que ser oferecido e esto influenciadas positivamente para assistir ao espetculo. Tudo o

    que voc tem a fazer relaxar e mostrar o que organizou para o momento.

    Lembre-se de olhar e se dedicar a todo o pblico. Quando dizemos isso, para informar

    que seus movimentos devero ser direcionados, de forma equilibrada, para todos os lados que

    tenham olhos direcionados a voc. No se esquea de um pedao da sala ou do teatro apenas

    porque parece menos cheio ou animado. Cada pessoa presente merece sua ateno de forma

    igualitria e sem predilees aparentes.

    A finalizao deve ser absolutamente precisa. Qualquer engano a esse respeito retira

    grande parte de sua fora dramtica.

    Imagine sua apresentao como uma histria que tem comeo, meio e fim. Voc se

    interessaria por ler ou ouvir uma histria que no termina? Da mesma forma a sua dana: o

    final coroa tudo o que aconteceu antes. Ele a chave que fecha, de fato, a porta que se abriu

    aos primeiros acordes da msica. Recordando sempre a fidelidade que devemos msica.

    Nosso corpo deve encerrar em forma de movimento as impresses sonoras que so recebidas.

    Termine junto com a msica, nunca antes ou depois. Seu ouvido deve ser estimulado

    com os mais variados sons e, principalmente, com os acordes finais.

    Tranqilidade e segurana em cena

    perceptvel, mesmo para o leigo, a insegurana da artista numa dana. Seja num

    olhar de soslaio ou de dvida, num passo sem a medida certa e a percepo deste, ou na

    indeciso dentro de uma seqncia. Para adquirir segurana, uma de nossas metas passa pelo

    domnio tcnico.

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    De certa forma, a tranqilidade estar sempre ligada a ela. O conhecimento adquirido

    com estrutura propicia a calma necessria para sua permanncia despreocupada em cena.

    Ter um estudo baseado no improviso tambm ajuda, e muito, seu desenvolvimento.

    Trabalhando alerta e sem imprimir fora desnecessria em seus passos, oferecendo variaes

    que fluem naturalmente e obedecendo s nuances propostas na msica, seu caminho nasce

    sem esforo e tudo acontece como parte do todo. Voc e a msica passam a ser uma coisa s.

    No se esquea do que foi mencionado acima acerca da dinmica: danar

    tranqilamente no significa danar de forma tediosa.

    Hoje em dia, no Egito e Lbano por exemplo, praticamente todas danas so

    coreografadas. Pessoalmente, sempre fui um pouco reticente com relao criao de

    seqncias fixas para apresentaes, mas existem alguns fatores que devem ser levados em

    considerao. Um deles seria o caso especfico de um show de uma hora ou mais que se

    repete 6 vezes por semana. Nesse caso, vale a pena preparar um programa fechado que

    garanta a qualidade de sua performance, mesmo quando voc no vive um de seus melhores

    dias. Quando sua vida profissional baseada em apresentaes curtas, existe maior liberdade

    de ao e a opo pelo improviso dirigido parece muito mais estimulante do que a simples

    execuo de coreografias prontas.

    Para mim (Jorge), coreografias limitam a emoo. Voc no pode dar o melhor de si

    numa msica que j danou exaustivamente em ensaios. Torna-se maante e artificial para

    voc. Pense no caso de Mick Jagger cantando "Satisfaction". Ele j faz isso exaustivamente

    desde o incio dos anos 60. Voc acha mesmo que ele canta com "satisfao"? Tem que

    cantar, pois pedem, mas para o artista, a emoo j se diluiu h muito tempo. O que existe

    uma coreografia cnica, uma improvisao dirigida.

    Improvisao Dirigida

    Chamamos de improvisao dirigida o estudo detalhado de uma msica, com diversas

    repeties prticas de dana ligadas msica escolhida. Depois de algum tempo estudando,

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    voc treina suas reaes de acordo com cada flutuao que se apresente, e seu corpo reage

    adequadamente aos momentos, diferenciando a apresentao em harmonia com os sons que

    se apresentam.

    De certa forma, a intimidade com a msica lhe oferece calma e tempo para definir o que

    usar e quando. Os momentos dramticos e cruciais j esto marcados dentro de seus ouvidos

    e, de posse desse conhecimento, poder escolher entre diferentes opes de passos,

    previamente testados, aquele que lhe parece mais apropriado. O fato de ter tentado outras

    vezes danar a mesma pea, enriquece seu repertrio de variaes. Assim, mesmo danando

    a mesma coisa mais de uma vez, estar apta a oferecer uma verso fresca, de acordo com

    suas emoes naquele exato instante.

    Aspectos importantes para um bom resultado em cena:

    Feminilidade claramente assumida. No se esquea, ao danar, que o charme

    fundamental na dana oriental. No h mal algum em exercitar sua delicadeza e elegncia em

    cena. Toda mulher possui dentro de si facetas nascidas em diferentes fases da vida. Em

    princpio, essas variadas expresses deveriam ter espao dentro de nossa dana para se

    manifestarem livremente. Dessa forma, em algum momento visualizamos a mulher, em outros

    uma menina: diversas faces pertencentes a apenas uma pessoa. Quando assumimos nosso

    papel feminino de forma ampla e verdadeira, no corremos o risco de ofender ningum. A

    sensualidade presente na dana faz parte de sua natureza e, se bem direcionada, no agride

    nunca.

    Cuidado esmerado com seu traje e produo visual. No se iluda ao pensar que os

    pequenos defeitos em sua roupa no sero notados, e que aquela lantejoula faltando passar

    desapercebida. Como bailarina, voc alimenta o pblico de diversas maneiras. Todos os

    sentidos so estimulados por meio dos sons, das cores, do perfume que usa ao danar, de sua

    roupa, e de sua aparncia. Tudo faz parte do contexto. Cuide com esmero de seu visual. No

    temos que ser magras como uma top model. Entretanto, nem mesmo no Egito, que no passado

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    tinha predileo por bailarinas generosas em suas curvas, essa posio mantida.

    Atualmente, h preferncia por corpos mais delineados, ainda que longe dos padres

    espartanos das modelos internacionais. Convm pensar a esse respeito. Toda profisso tem

    suas exigncias; a nossa no diferente.

    Conhecimento de folclore. Toda tradio traz consigo grandes riquezas, e isso no se

    modifica na dana oriental. O folclore d um colorido especial a sua dana e funciona como

    elemento surpresa em suas apresentaes. Dentro de um show longo, por exemplo, a

    apresentao folclrica cria momentos especiais e leves, dando a chance de alargar a viso do

    pblico acerca dessa arte.

    O trabalho com os vus. Apesar

    de a utilizao prolongada de vus

    na dana no fazer parte das

    tradies dos pases rabes,

    difcil deixar de lado esse elemento

    to cenicamente mgico. Como

    todas as outras possibilidades

    presentes na dana, o uso dos vus

    depende de treino e apuro tcnico: como utiliz-lo em suas entradas e sadas de cena, que

    fora imprimir para obter o melhor resultado, qual a velocidade exata para criar o efeito que

    transformar a dana em sonho. Em nossa opinio, o vu tambm desempenha um papel

    fundamental entre a sada de uma bailarina e a entrada de outra. Levado pelos movimentos

    sinuosos e envolventes do vu, o pblico se distrai e apaga, momentaneamente, a imagem da

    bailarina anterior, limpando a memria para receber a prxima performance.

    Agilidade e tcnica de quadril para percusso e partes lentas. O quadril, dentro da

    dana oriental, tem o papel fundamental de ler a msica em todas as suas variaes. No

    importa se num momento o instrumento solista o alade e, num outro instante, o que se pede a leitura dos ritmos ou frases de percusso. Tudo essencial e no temos como ignorar um

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    aspecto em detrimento de outro. A evoluo dessa parte da dana se d de forma gradativa e

    cresce na mesma medida em que o estudo se aprofunda, tanto em termos musicais quanto

    tcnicos. O aprendizado vai abarcar diversas reas na busca do domnio de nosso corpo.

    Precisamos sentir o que fazemos, pois o caminho desse domnio passa pela compreenso.

    No h atalho mais curto para se aprender: o nico jeito que conhecemos se traduz em aulas,

    prtica e perseverana.

    A simetria dos braos e elegncia das pernas. Os braos so a moldura de sua dana.

    Se bem colocados, ningum nota sua presena; mal colocados, estragam todo o resto. Pense

    neles como as molduras dos quadros: o mais importante a pintura, mas nenhuma obra de

    arte que se preze colocada em exposio sem uma moldura apropriada. Experimente o

    estudo das formas com um espelho que lhe oferea a dimenso de seus desenhos. Nesse

    caso em especial, o espelho um ajudante maravilhoso. Seus olhos crescem em tcnica antes

    de seu corpo; portanto, confie em seus parmetros visuais. Se olhar para o espelho e no

    gostar do que v, pode ter certeza de que algo est muito errado. Deixe-se levar por seu senso

    esttico, pois, nesse caso, ele tudo o que voc precisa.

    A simetria dever ser observada a fim de garantir harmonia e apuro na viso de sua

    dana como um todo. A movimentao assimtrica e descuidada revela falta de limpeza e tira

    a concentrao do que mais importante. incrvel como os pequenos erros se tornam

    enormes quando nos apercebemos deles. Se puder evitar esse desconforto, para que conviver

    com ele?

    No que diz respeito s pernas, seu bom senso tambm chamado ao servio. Danar

    com as pernas abertas demais prejudica terrivelmente sua linha e a execuo dos passos.

    Com distncia entre os ps seus esforos se multiplicam e no h garantia alguma de

    alinhamento. O equilbrio tambm est ligado forma como as pernas trabalham durante a

    dana. Essas constataes, por si s, j so um excelente motivo se tomar o devido cuidado.

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    Hoje as roupas oferecem mil possibilidades para exposio das pernas. Algumas

    bailarinas preferem ser discretas e usam roupas completamente fechadas, outras abusam das

    aberturas e chegam a causar polmica com a ousadia dos modelos. Cabe a cada uma de ns

    exercer escolhas de acordo com os parmetros que temos a nossa disposio. Dependendo

    do evento e do pblico para o qual vamos nos apresentar, podemos variar nosso figurino. O

    gosto pessoal tambm interferir na seleo. De qualquer forma, nenhum tipo de figurino

    poder esconder os defeitos decorrentes de m postura ou colocao errada das pernas.

    A sensualidade presente na dana deve andar lado a lado com o noo de esttica e

    bom senso. A beleza natural pode e deve ser mostrada.

    Em cada pas encontraremos um padro diferenciado. No Egito, temos todos os tipos

    de exemplo, desde os figurinos mais modernos e nada parecidos com o que chamamos de

    "traje tpico" at os mais tradicionais, que nos fazem lembrar os filmes das dcadas de 40 e 50.

    Posicionamento e uso dos joelhos

    Mantenha suas pernas prximas e, no caso de deslocamentos, d preferncia ao uso

    de meia ponta alta. Esses cuidados fornecer-lhe-o maior agilidade e garantia de uma

    movimentao delicada e elegante.

    Outro cuidado que deve ser lembrado diz respeito ao posicionamento de seus joelhos

    durante a dana. Eles no devem se manter flexionados, pois essa colocao no lhe auxiliar

    em quase nada. Servir apenas para colocar mais fora sobre a articulao dos joelhos e

    oferecer um esforo adicional e desnecessrio para essa regio.

    O desbloqueio do quadril est relacionado ao controle de movimentos pequenos e

    delicados e habilidade de fazer trocas de peso alternadas, e no ao uso de fora e

    imposio de grandes desenhos para clarear o que est sendo feito.

    Musicalidade

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    Como definir musicalidade? Para a bailarina ser musical, poderamos dizer, por

    exemplo, que sua dana deveria ser harmoniosa. Com o que estabelecer esta harmonia? O

    som nosso caminho, apenas ele pode determinar a ordem, velocidade, humores e nuances

    de nossa execuo.

    O ritmo nasce conosco e est presente em nossa vida de forma natural. Nosso corao

    tem um ritmo prprio que se alterna de acordo com as experincias que passamos. Nossa

    respirao tambm obedece a estmulos externos, mas se mantm em nveis pr-

    determinados a fim de garantir a oxigenao necessria ao bom funcionamento do organismo.

    Com o ritmo musical no poderia ser diferente.

    Dentro da dana, essa diviso marca nossos passos e mudanas, definindo finalizaes

    de frase e troca de humores. A qualidade como bailarina passa pelo crivo da musicalidade.

    Sendo eficiente na leitura sonora do que proposto, pode-se libertar para sentir o que

    danado. Um pianista no tem o direito de alterar, s por gosto pessoal, o andamento de uma

    pea escrita h anos. Ele deve seguir o que est sendo solicitado pela partitura. Assim tambm

    conosco, bailarinas. Se a msica pede deslocamento, devemos responder com ele; se ela

    passa por um instante melanclico, que assim o seja: usaremos nossa capacidade dramtica

    para expressar a melancolia contada no som.

    Se pudermos usar essa sentena como guia, creio que estaremos suficientemente

    inspiradas para todo o necessrio no desenvolvimento de nossa musicalidade.

    O estilo pessoal: sua marca registrada na dana

    O seu estilo pessoal depende de tudo o que j viu, ouviu e sentiu at hoje, desde o

    incio de seu contato com a dana. Vemos o desenvolvimento de sua "marca", como a

    conseqncia esperada de seu crescimento e maturidade profissional.

    Devemos observar profundamente todas as grandes bailarinas que se desenvolveram

    antes de ns. Cada uma delas ter um papel fundamental em nossa formao. Algumas sero

    nossas musas inspiradoras, outras a perfeita indicao do que no queremos para nossa

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    Dana Oriental Clssica

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    prpria trajetria. Cada uma dessas mulheres desempenhou um papel dentro do cenrio de

    dana e transformou a prpria vida, assim como transformamos a nossa.

    Ao copiar grandes bailarinas, estudando seus diferentes estilos e formas pessoais de

    variao, desenvolvemos novas possibilidades. Num primeiro momento, tentamos realmente

    duplicar aquilo que vemos no vdeo ou em aula. Estudamos at que a qualidade de nosso

    movimento se aproxime daquela que foi nosso motivo de estudo. Isso, por si s, j um rduo

    caminho. Depois de algum tempo voc perceber que aquele passo foi incorporado a seu

    repertrio de movimentos e adquiriu caractersticas levemente diferenciadas. Nesse momento,

    seu estilo pessoal est nascendo.

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    Como av

    aliar sua prpria Dana

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    Como avaliar sua prpria dana sob um olhar mais detalhado

    Se voc quiser avaliar sua dana profissionalmente, atente para estes critrios: eles

    definem pontos a serem trabalhados de acordo com cada estilo escolhido em sua performance

    Alguns so pertinentes a todas os estilos.

    Perceba que o que est presente na anlise de uma pea clssica serve para todas as

    outras tambm.

    Relao de critrios por partes da apresentao:

    Entrada

    1 - Entrada, qualidade de entrada, calma e eixo

    2 - Trabalho com vus, desenvolvimento e habilidades previamente estruturados

    3 - Momento da entrada apropriado ou no. Toda msica clssica tem o momento adequado

    de entrada, portanto a escolha da bailarina exemplifica sua preparao e conhecimento.

    Msica clssica

    - Deslocamentos, respeitando a dinmica e solicitao sonora.

    - Expresso facial e capacidade dramtica

    - Aproveitamento espacial

    - Base dos ps e linha das pernas. Elegncia e qualidade durante o movimento.

    - Diferena entre contagem de tempo e interpretao musical

    - Noo das mudanas de humor na msica e respeito as frases meldicas. Como

    aproveitar da melhor maneira o arranjo orquestral, e os solos presentes na pea

    musical.

    - Qualidade da meia pontaLinha postural

    - Definio e limpeza na execuo dos passos

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    - Os braos como moldura de seu corpo Harmonia e delicadeza. Concepo da

    movimentao dos mesmos e dinmica dentro da dana.

    - Qualidade da emenda entre os passosquebra ou fluidez

    - Giros

    - Diversidade no repertrio de passos

    - Leitura potica da melodiaredondos, oitos e ondulaes

    - Decomposio de passos e criatividade

    - Construo da finalizao

    Variaes na qualidade de execuo:

    Efeitos que podem ser acoplados aos passos dependendo da forma como a tcnica utilizada:

    - Diferena entre o forte e o fraco

    - Intenso e delicado

    - Grande e pequeno

    - Acentos secos ou com reverberao

    - Movimentos longos ou curtos

    - O tamanho do som deve ser o tamanho do movimento

    Em outras palavras, o movimento deve ser igual em intensidade, inteno, e durao ao

    som que o provoca. A procura da harmonia perfeita entre som e movimento. Seu corpo a

    msica em cena!

    Msica moderna

    - Informalidade

    - Expresso com o pblico

    - Capacidade criativa mesmo quando a msica linear

    Solo de percusso

    - Grau de dificuldade dos passos escolhidos

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    - Elemento surpresa

    - Variaes na qualidade da execuo

    - Relaxamento ao estar danando

    - Presena de palco

    Folclore

    - Compreenso do estilo escolhido

    - Escolha da musica

    - Traje

    - Variao de passos

    - Capacidade criativa

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    Crditos

    Pesquisa: Najwa ZaidanBellydancer, Teacher and Coreographer

    Fontes:

    Casa de Ch Egpcia Khan El Khalili. Artigos escritos por Jorge Sabongi e Lulu Sabongi. (2002)

    Disponvel em:www.khanelkhalili.com.br

    Artigos de Lulu Sabongi, 2002 - 2010. Disponvel em: www.lulusabongi.com; Stio atual:

    www.lulufrombrazil.com.br

    Diagramao: Trainee Mariana Santos

    www.najwazaidan.com

    [email protected]

    +55 11 2021-1525 / 98183-4400

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