jornal de abrantes edição marco 2014

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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha jornal abrantes de Novo Mapa Judiciário foi aprovado Presidentes das 13 Câmaras do Médio Tejo (CIMT) aprovaram por unanimidade a ins- tauração de uma ação popular contra o novo mapa judiciário. Autarcas lamentam o fecho dos tribunais locais. Pág 8 Farmácia gera polémica População de Bemposta pode ficar sem a sua única farmácia. Providência cautelar avança para travar transferência da far- mácia Torres para a freguesia urbana de Alferrarede. Pág 7 Sabores típicos à mesa Câmaras Municipais da região apostam na gastronomia típica. Sardoal apostou no fumeiro, Mação investe na lampreia e Vila Nova da Barquinha junta a lampreia ao sável. Págs 12 e 13 JUSTIÇA GASTRONOMIA SAÚDE MARÇO 2014 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5517 · ANO 114 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GRATUITO Tramagal - Portugal Passos Coelho desafia Mitsubishi Fuso a criar “pontes” Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE) de Tramagal anunciou a expansão do seu mercado comercial e o início das exportações do modelo Canter para a Turquia e para Marrocos. Maria do Céu Albuquerque apela a um novo olhar sobre as acessibilidades do concelho. Pág 4 Rios invadem sem pedir licença Pág 16 Pérsio Basso Hugo Esteves

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Jornal de Abrantes, Constância, VN Barquinha, Sardoal, Mação e Vila de Rei

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Page 1: Jornal de Abrantes edição marco 2014

Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinhajornal abrantesde

Novo Mapa Judiciário foi aprovado

Presidentes das 13 Câmaras do Médio Tejo (CIMT) aprovaram por unanimidade a ins-tauração de uma ação popular contra o novo mapa judiciário. Autarcas lamentam o fecho dos tribunais locais. Pág 8

Farmácia gera polémica

População de Bemposta pode ficar sem a sua única farmácia. Providência cautelar avança para travar transferência da far-mácia Torres para a freguesia urbana de Alferrarede. Pág 7

Sabores típicos à mesa

Câmaras Municipais da região apostam na gastronomia típica. Sardoal apostou no fumeiro, Mação investe na lampreia e Vila Nova da Barquinha junta a lampreia ao sável. Págs 12 e 13

JUSTIÇA GASTRONOMIA SAÚDE

MARÇO 2014 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5517 · ANO 114 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITAGRATUITO

Tramagal - Portugal

Passos Coelho desafi a Mitsubishi Fuso a criar “pontes”Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE) de Tramagal anunciou a expansão do seu mercado comercial e o início das exportações do modelo Canter para a Turquia e para Marrocos. Maria do Céu Albuquerque apela a um novo olhar sobre as acessibilidades do concelho. Pág 4

Rios invadem sem pedir licença Pág 16P

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Page 2: Jornal de Abrantes edição marco 2014

jornaldeabrantes

2 MARÇO 2014ABERTURA

IDADE? 38 AnosRESIDÊNCIA? Alferrarede - AbrantesPROFISSÃO? Gerente da Empresa Robalo & Filho, LdaUMA POVOAÇÃO? AveiroUM CAFÉ? Não bebo, mas acompanho. PRATO PREFERIDO? Arroz de MariscoUM RECANTO PARA DESCOBRIR? Serra do Gerês UM DISCO? U2 (360º At The Rose Bowl)UM FILME? Velocidade Furiosa 1UMA VIAGEM?

Praia do Forte (Brasil)UMA FIGURA DA HISTÓRIA? D. Afonso Herinques, uma das fi gu-ras importantes da história de Por-tugalUM MOMENTO MARCANTE? Dia da Licenciatura UM PROVÉRBIO? Viver não custa, o que custa é saber viverUM SONHO? Fazer uma prova como piloto no WRCUMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO? Desfrutar durante o dia na Albufeira Castelo Bode e, no fi nal do dia, jan-tar num dos restaurantes excelentes que temos na região.

FICHA TÉCNICA

DiretoraHália Costa Santos

(TE-865)[email protected]

RedaçãoJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)[email protected]

Mário Rui Fonseca (CP.4306)

[email protected]

ColaboradoresAlves Jana, André Lopes,

Francisco Rocha e Paulo Delgado

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 [email protected]

SecretariadoIsabel Colaço

Produção gráficaSemanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António VieiraImpressão

Grafedisport, S.A.

ContactosTel: 241 360 170Fax: 241 360 179jornaldeabrantes

@lenacomunicacao.pt

Editora e proprietáriaMedia On - Comunicação

Social, Lda.Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Rebelo dos Santos, Jo-

aquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel

Gonçalves da Silva Reis.

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves [email protected]

Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

[email protected]

Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de 10% de capital

Lena Comunicação SGPS, S.A.

jornal abrantesde

Maria MaiaDoméstica, 67 Anos, Mação

As feiras são uma distração para as pessoas puderem vir passar aqui um bocado, para saírem de casa, para comprarem e para fazerem compras.

Ana SimãoDoméstica, 54 Anos, Bemposta

Eu acho que é bom haver estas feiras, encontramos coisas mais económicas. Agora com a crise tal-vez agora não seja muito bom, mas sempre existiram feirantes e toda a minha vida eu conheci as feiras e os feirantes.

António DiasComerciante, 59 anos, Guimarães

As feiras são a minha vida. Como é a primeira feira do ano, é a partir daqui que se começa e, depois, se-guimos para outras feiras. A feira (S. Matias) não está mal localizada. As pessoas vão comprando, principal-mente ao domingo à tarde.

FOTO DO MÊS NOTA DA DIREÇÃO

INQUÉRITO

Nota da Direção relativa ao pedido de retifi cação de citações apresentado pela Sra. Deputada da Assembleia Municipal Margarida Togtema

A propósito da notícia intitulada “Re-forma do Mapa Judiciário - Assembleia Municipal constitui comissão de acom-panhamento e Câmara Municipal aprova parecer”, publicada na edição passada, na página 6, recebemos uma mensa-gem de Margarida Togtema, deputada do PSD, solicitando a retifi cação das cita-ções a ela atribuídas.

Efetivamente, embora as ideias subja-centes sejam as mesmas, as duas cita-ções atribuídas, no Jornal de Abrantes, a Margarida Togtema não correspondem exatamente às palavras que usou no seu discurso e, por isso, apresentamos as nossas desculpas à visada e aos leitores.

O Jornal de Abrantes resumiu as ideias da senhora deputada, da seguinte forma:

Margarida Togtema, deputada do PSD, criticou o Governo socialista de José Sócra-tes que “iniciou o processo de reforma ju-dicial”, referindo que esta é “uma proposta não adequada e justa e que se centra ape-nas em Santarém e Tomar”.

Para respeitar integralmente a ideia da deputada do PSD, deveríamos ter escrito que, na opinião da deputada, o Governo de José Sócrates iniciou “um processo com vista à reorganização judiciária que, por falta de vontade, por falta de cora-gem política ou por qualquer outra ra-zão, acabou por não ir além de mera de-claração de intenções”.

Relativamente à segunda citação, a frase que consta do discurso da senhora deputada Margarida Togtema é a se-guinte: “Em nome da coesão territorial do distrito não nos parece aceitável e equilibrada a polarização em torno de Santarém e Tomar, dada a distância a que ambas as cidades fi cam desta zona do distrito.”

Margarida Togtema gostaria ainda que os meios de comunicação social tives-sem referido que, na Sessão Extraordiná-ria da Assembleia Municipal de Abran-tes (a que dizia respeito a notícia), “a bancada do PSD foi a única bancada a apresentar uma posição concreta e de-vidamente fundamentada sobre a ques-tão em análise (o novo mapa judiciário)”. Ora, jornalisticamente, esta referência não tem interesse público, na medida em que o documento foi retirado antes de ser votado, não tendo, pois, qualquer consequência prática para os munícipes. A informação relevante foi a que o Jor-nal de Abrantes escreveu, dando conta da criação de uma comissão de acompa-nhamento constituída pelo presidente da Assembleia e um membro de cada partido/grupo com representação no órgão.

SUGESTÕES

Sérgio Robalo

Em Abrantes, um verdadeiro perigo para um veículo que tenho o azar de o pisar! Enquanto o problema não é reparado, o local poderia pelo menos estar sinalizado…

Qual a importância das feiras nos dias de hoje?

Page 3: Jornal de Abrantes edição marco 2014

jornaldeabrantes

3MARÇO 2014 ENTREVISTA

JOANA MARGARIDA CARVALHO E MÁRIO RUI FONSECA

Jorge Rosa, engenheiro, é o pre-sidente do conselho executivo da Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE) com fábrica no Tramagal. Esta é uma empresa que assinalou 50 anos de inauguração da Secção Berliet e do caminho percorrido até aos dias de hoje, da Mitsubishi Motors à Mitsubishi Fuso (ver página se-guinte).

No lugar antes ocupado por Duarte Ferreira senta-se agora Jorge Rosa - um líder com uma visão privilegiada sobre o passado da empresa e um papel determinante no seu futuro.

Entrou para a empresa pela mãos dos Duarte Ferreira em 1980. As-sistiu de forma privilegiada, por assim dizer, ao evoluir da empresa desde então. Como tem resistido a Mitsubishi a estes tempos contur-bados?

Há uma grande cumplicidade en-tre a empresa e os seus trabalhado-res e vice-versa. Nestes momentos, perceber que os problemas têm de ser ultrapassados por todos é algo que tem sido conseguido. Não há cartas na manga, a transparência é a palavra de ordem. Temos vindo a su-perar estes tempos, através de acor-dos de bancos de horas, algumas pa-ragens, etc… Já tivemos momentos mais complicados, como no ano de 2009, altura em que houve reduções salariais. Mas, desde então, temos vindo a encontrar soluções ano após ano, apostando muito na qualifi ca-ção do pessoal. Temos, obviamente, um grupo empresarial por trás de nós que nos tem apoiado nos mo-mentos mais difíceis.

Jorge Rosa está há 34 anos na

Mitsubishi no Tramagal…Nunca se sentiu tentado a experimentar novos desafi os? Qual é o grande desafi o que a MFTE representa para si?

Mentiria se dissesse que não pen-sei nisso, até porque fui desafiado a tal, contudo, nos momentos em que essas propostas surgiam, estava sempre com projetos entre mãos e, logo, nunca se concretizaram. A par-tir de uma certa altura, a empresa tornou-se um projeto de vida. Difi cil-mente pensei em aban doná-la.

Assume, portanto, a paternidade da ideia de celebrar o 50º ani-versário da inauguração da li-nha de montagem da Berliet no Tramagal, a que a Câmara Munici-pal de Abrantes se associou pron-tamente?

Sim, desde há seis meses que, na preparação destas celebrações, sem-pre considerei que as mesmas ti-nham duas dimensões: uma dimen-são interna do grupo Daimler, por-tanto uma celebração interna; e uma dimensão concelhia, para que a co-munidade pudesse ter uma leitura e uma visão destes 50 anos, do im-pacto dos mesmos.

Para si, qual foi a importância de assinalar de 50 anos de produção automóvel em Tramagal?

Para mim foi muito importante, foi celebrar o local onde me iniciei en-quanto profi ssional e ascendi até à sua liderança. Dois terços da exis-tência da vida empresa foram vivi-dos comigo, eu estive lá! Foi um mo-mento alto da minha vida profi ssio-nal, sem dúvida. Foi uma cerimónia muito bonita e com impacto interno, pois conseguimos alguma notori-edade: atraímos até nós o topo do grupo Daimler, o que não foi tarefa

fácil! O objetivo foi conseguido, tam-bém devido à visibilidade que as ce-lebrações obtiveram junto dos me-dia e da comunidade civil.

E para além da visibilidade, che-garam boas notícias para em-presa…

Sim. Trazer a Portugal os dois ges-tores da Daimler é comprometê-los também, fazê-los solidários com o projeto e, efetivamente, acabaram por trazer boas notícias.

E a entrega de um veículo Canter ao Centro de Recuperação Infantil de Abrantes (CRIA)?

A Daimler e a Mitsubishi Fuso têm um código de conduta de ética e de responsabilidade social muito claros nesse sentido. Pelo mundo fora te-mos dado a conhecer o nosso cunho humanista, e a entrega do veículo foi só mais um exemplo.

Nas cerimónias, Passos Coelho de-safi ou a Mitsubishi a criar “pontes” com outros mercados, da África à Ásia e à América…Esperava que o governante tivesse falado de ou-tras pontes, nomeadamente so-bre o Tejo?

É um investimento muito impor-tante, as acessibilidades são fun-damentais para nós, até porque é muito difícil explicar a quem nos vi-sita como surge uma fábrica ali, pois aos olhos de qualquer empresário da indústria não se entende por que é que estamos naquele espaço. Claro que há uma grande história, um pas-sado, que não descarta a importân-cia que damos às acessibilidades. No dia das celebrações a questão da ponte foi levantada e é um assunto que espero que continue na ordem do dia.

Outras acessibilidades…Temos o rio, ao lado da fábrica, mas não é navegável…e temos a li-nha ferroviária, também colada à Mitsubishi, que também nunca foi utilizada. Não foi equacionada esta questão?

Foi equacionada várias vezes, vá-rios Governos tentaram e sinaliza-ram alguns grupos de trabalho nesse sentido mas, por alguns motivos, nunca nenhum destes grupos che-gou a uma conclusão significativa. Para o nosso tipo de trabalho era necessário a criação de algumas in-fra estruturas pesadas e a nossa em-presa, apenas, não tinha dimensão que justificasse esse investimento. O transporte hoje é processado por camiões, entram e saem cerca de 50 veículos por dia. Do Japão chegam-nos as mercadorias através de na-vios, comboios e camiões.

Num relatório do ano passado, ref-ere-se que estão a produzir cerca de um terço dos camiões, em rela-ção a 2008. Mantêm-se esses valo-res?

O ano de 2013 ainda foi um ano de volume baixo, com cerca de 4 mil viaturas. Em 2014, a tendência é a mesma com a diferença que no fi nal do ano se possa sentir um acréscimo, já com expressão significativa em 2015, devido a Marrocos e à Turquia, os novos mercados. Hoje os horizon-tes são para lá da Europa, é o que-brar do paradigma é o abrir de por-

tas para outras áreas, estes mercados são muito importantes.

Desde 2011 que a empresa tem investido na fábrica da Mitsubishi, falamos de cerca de 27 milhões de euros, dos quais 5,5 milhões serão para investir este ano, parte dele na componente tecnológica de uma versão mais amiga do ambi-ente. O que é que isto signifi ca?

Uma boa parte desse investi-mento está relacionada com o ve-ículo elétrico. Estamos a desenvol-ver 10 canters elétricas, oito para cli-entes muito particulares e especiais que vão testar durante um ano estas novas viaturas. Será uma avaliação determinante para a passagem de uma produção em massa. Somos o centro de competência para este produto e uma das vertentes im-portantes é que tem havido transfe-rência de tecnologia. Trata-se de um conjunto de profissionais com for-mação e que agora estão connosco, é um projeto de facto muito interes-sante, onde há uma transferência do conhecimento japonês e essa é uma das mais-valias do projeto.

Olhando para o futuro, consegue imaginar o que será esta fábrica daqui a 50 anos?

Fazendo pura futurologia…eu acho que vai continuar a ser uma fá-brica de camiões, pelo menos não a imagino de outra forma.

• Jorge Rosa defende que “hoje os horizontes são para lá da Europa”

JORGE ROSA, O LÍDER DA MITSUBISHI FUSO TRUCK EUROPE

“Não há cartas na manga, a transparência é a palavra de ordem”

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Page 4: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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4 MARÇO 2014ECONOMIA

Mitsubishi do Tramagal vai iniciar exportações para Turquia e Marrocos

Câmara de Abrantes reclama inclusão do IC9 e nova ponte sobre o Tejo

A administração da atual fábrica da Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE) de Tra-magal, Abrantes, anunciou a expansão do seu mercado comercial e o início das ex-portações do modelo Canter para a Turquia e para Mar-rocos

A entrada da MFTE em Marrocos, onde detém uma quota de mercado na ordem dos 50% de veículos ligeiros e pesados de mercadorias, vai implicar um “aumento signifi cativo” da produção na fábrica do Tramagal, a única na Europa a produzir os mo-delos Canter.

“A produção vai, natural-mente, aumentar. Não ne-cessariamente para o dobro, mas os resultados finais só poderemos aferir com mais precisão no início de 2015”, disse aos jornalistas o presi-dente do Conselho de Admi-nistração (CA) da MFTE, Jorge Rosa.

A MFTE, atualmente com 313 funcionários, produziu em 2013 cerca de 4 mil via-turas do modelo Canter e re-gistou um volume de fatura-ção de 100 milhões de euros o ano passado, sendo hoje considerada como a “espinha dorsal” da Daimler e da Mit-subishi para a Europa, África e América.

A modernização da em-presa, com capitais alemães, japoneses e portugueses, e o aumento da produção, fazem parte de um plano de investi-mento iniciado em 2011, de vinte e sete milhões de euros, que se prolongará até ao fi -nal de 2014.

Deste montante, cerca de 5,5 milhões de euros serão aplicados este ano na aquisi-ção de novo equipamento e no desenvolvimento de um

novo veículo elétrico – a Fuso Canter E-Cell, sendo Portugal o país que vai ter a rodar 10 protótipos em teste.

“Os carros ambientalmente integrados são o futuro da empresa, destinados a mer-cados de grandes aglomera-dos urbanos, e é um privilé-gio para nós que estes protó-tipos sejam testados a nível mundial, no nosso país”, su-blinhou Rosa.

A empresa instalada em

Portugal, que assinalou os 50 anos de produção automó-vel em fevereiro e durante os quais produziu mais de 200.000 veículos, dos quais 95% para exportação, produz atualmente o modelo Can-ter para 33 países europeus e ainda para Israel.

Wolfgang Bernhard, mem-bro do conselho de admi-nistração da Daimler Trucks, acionista maioritária da em-presa MFTE, esteve presente

em Portugal por ocasião dos 50 anos de produção auto-móvel na fábrica do Trama-gal, tendo referido aos jor-nalistas que os “mercados chave” em termos de vendas são os da Alemanha, Reino Unido e França.

“Enquanto os mercados da Europa do Sul passavam por um instável desenvolvi-mento económico durante os últimos anos, as vendas dos comerciais da Fuso na

Europa subiram no ano pas-sado para cerca de 4.500 uni-dades”, frisou.

“A disponibilização de um novo Fuso Canter, com peso bruto de 8,55 toneladas, de-verá conduzir a marca a um aumento na Europa ainda maior este ano”, antecipou Bernhard, tendo apontado a fábrica no Tramagal como a “espinha dorsal” do projeto da empresa que reúne ca-pitais alemães, japoneses e portugueses.

“Os investimentos demons-tram também que estamos muito orgulhosos do mo-delo de sucesso Fuso Canter – principalmente porque re-força a liderança tecnológi-ca da Daimler Trucks na ver-tente das mobilidades alter-nativas”, vincou.

A presidente da CM Abran-tes, Maria do Céu Albuquer-que, aproveitou a presença de Pedro Passos Coelho no Tramagal para solicitar um novo olhar para a necessi-dade da construção de uma nova ligação à A23, nomea-damente com a construção de uma ponte sobre o Tejo. O primeiro ministro ouviu, atento, a abordagem da au-tarca, a quem assegurou ir es-tudar a situação.

Mário Rui Fonseca

A Câmara Municipal de Abrantes reclama pela in-clusão do Itinerário Com-plementar 9 (IC9) e de uma nova ponte sobre o Tejo no documento de infraestrutu-ras de elevado valor acres-centado, considerando este investimento fundamental para a região

A presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque (PS) reclamou novamente pela inclusão da conclusão do troço do IC9 - Abrantes – Ponte de Sor -, e por uma nova travessia sobre o rio

Tejo”, manifestando “estra-nheza” pelo facto de não es-tarem inscritas no relatório fi -nal de infraestruturas de ele-vado valor acrescentado da Estradas de Portugal (EP), co-nhecido no fi nal de janeiro.

Maria do Céu Albuquerque afirma “lamentar que este investimento “fundamental para a região seja agora re-tirado das prioridades naci-onais”.

O projeto do IC9, de liga-ção Abrantes a Ponte de Sor e que previa a construção de uma nova travessia sobre o Tejo, foi suspenso em 2010

devido à crise económica e fi nanceira, embora se manti-vesse no PNR - Plano Rodo-viário Nacional, mantendo a categoria de interesse naci-onal.

Maria do Céu Albuquerque lembrou, em comunicado, que a Câmara de Abrantes expressou junto dos dois últi-mos Governos a preocupação da autarquia e da empresa Mitsubishi relativamente às consequências desta suspen-são, particularmente na inci-dência no desenvolvimento de projetos empresariais que esta empresa exportadora,

localizada no polo indus-trial do Tramagal, está a le-var a efeito, envolvendo um grande investimento na área da indústria automóvel.

“Os constrangimentos que existem hoje ao nível das acessibilidades dificultam a manutenção dos investimen-tos económicos na região”, vincou a autarca de Abrantes, que sublinha de forma “vee-mente” a importância deste eixo estruturante para o de-senvolvimento do concelho a que preside, mas também de outros projetos empresa-riais nos concelhos vizinhos,

como Constância (empresa Caima) e Ponte de Sor, mas também para o reforço da li-gação ao concelho da Cha-musca e a possibilidade de servir melhor a ligação à re-gião da Lezíria.

“Atendendo à situação fi-nanceira do país, o município de Abrantes renova a suges-tão que tem vindo a apresen-tar às instâncias decisórias para que em alternativa à sus-pensão da construção do IC9, seja feita uma intervenção fa-seada, dando prioridade à construção de uma nova tra-vessia sobre o Tejo, que ligue

a A23 à margem sul e, numa segunda fase, a construção do Itinerário”, propõe Céu Al-buquerque.

A autarca fez ainda notar que a Assembleia Munici-pal de Abrantes aprovou por unanimidade uma Moção que reclama ao grupo de tra-balho que elaborou o rela-tório fi nal de infraestruturas de elevado valor acrescen-tado “a inclusão, com caráter de urgência, desta via funda-mental para servir a região”.

Joana Margarida Carvalho

• Na celebração dos 50 anos da fábrica do Tramagal, autarca de Abrantes chamou a atenção do primeiro ministro para a necessidade de uma nova ponte sobre o Tejo

Page 5: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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5MARÇO 2014 ECONOMIA

Interioridade prejudica empresas de Mação

BARQUINHA 2020

Câmara implementa plano para atrair investimento

A Associação Empresarial de Santarém – NERSANT – está a auscultar as empresas do distrito para defi nir estra-tégia de inovação e compe-titividade para a Região de Santarém. A primeira sessão de trabalho decorreu em Ma-ção, reunindo as impressões dos empresários locais.

Com o objetivo de reunir contributos para delinear o seu plano estratégico de ino-vação e competitividade para a região de Santarém 2014-2020, a NERSANT esteve na Câmara Municipal de Mação, no dia 18 de fevereiro, onde, juntamente com o presi-dente da Câmara local, Vasco Estrela, recebeu um conjunto de empresários da região.

Na sessão de abertura, Ma-ria Salomé Rafael, presidente da direção da NERSANT, re-cebeu os empresários, expli-cando o intuito da reunião: “Pretendemos ouvir os em-presários, as suas opiniões e sugestões em prol de um maior crescimento da econo-

mia regional.” Sendo Mação o concelho

mais interior do distrito de Santarém, a problemática da interioridade foi largamente discutida pelos empresários presentes na sessão. Embora reconheçam que o concelho tem vias de comunicação de qualidade, admitem também que a principal fonte de esco-amento dos seus produtos, a A23, é cara, o que acaba por difi cultar o negócio.

“O país continua a funcio-nar a dois caminhos”, afi rma-ram os empresários, refer-indo-se ainda à fraca resposta da banca, especialmente no interior, e aos custos de ex-ploração (energia), que con-tinuam a ser mais elevados no interior do que no lito-ral. Desta forma, acreditam os empresários presentes na sessão, o interior vai conti-nuar a perder gente, o con-sumo será cada vez menor, o que mina as hipóteses de in-vestimento no concelho.

O setor primário, conside-

rado pelos presentes como o futuro do concelho e do país, foi abordado na sessão de trabalho. De acordo com os empresários, é necessário que haja uma desburocrati-zação e simplificação da le-gislação deste setor, tão tra-dicional: “Não faz sentido que micro ou pequenas empre-sas tenham que responder aos mesmos regulamentos,

às mesmas análises e testes, que as grandes indústrias.”

As empresas presentes afi r-maram ainda haver uma ne-cessidade de matéria-prima. No caso da olivicultura, por exemplo, existem centenas de hectares de terrenos par-ticulares onde a azeitona não é apanhada, quando muitas vezes os lagares têm difi cul-dade em conseguir a mesma.

Foi deixada uma sugestão que passa pela criação de uma associação para evitar o desperdício da azeitona. Outros entenderam que os projetos de agricultura de-vem ter maior fi nanciamento neste concelho do que nou-tros do Ribatejo, devido à in-terioridade deste território. Outras questões surgiram ainda durante o decorrer da

sessão, como a necessidade de criação de sinergias entre as instituições da região.

Em relação aos comentá-rios ouvidos, Vasco Estrela, o presidente da Câmara Muni-cipal de Mação deixou algu-mas palavras aos empresá-rios da região: “Tardiamente começamos a olhar para a in-terioridade de outro modo. O país está a fi car demasiado inclinado para o litoral, o que traz problemas estruturais aos territórios. Penso que fi -nalmente acordamos esta é a ocasião para resolver estas questões. Por isso, devemos olhar para os territórios e dif-erenciá-los, por forma a neles se fi xarem pessoas”.

Em março, a NERSANT vai ouvir as empresas no Sardoal, Abrantes, Golegã, Chamusca, Alcanena e Ourém. No mês de abril, vai ainda realizar es-tas sessões em Rio Maior, Car-taxo, Ferreira do Zêzere, En-troncamento, Coruche, San-tarém e Torres Novas.

O município de Vila Nova da Barquinha está a implan-tar um plano estratégico de desenvolvimento econó-mico. Chama-se Barquinha 2020 e tem como objetivo criar medidas de atracão ao investimento e apostar no desenvolvimento econó-mico do concelho.

Uma nova estratégia com vista ao aproveitamento dos fundos do próximo Qua-dro Comunitário de Apoio (2014-2020), direcionado para as empresas, estando previsto a concretização de um espaço físico dedicado ao empreendedorismo e in-vestimento concelhio que vai funcionar nas instalações do edifício dos paços do concelho, para atendimento personalizado a empresários e investidores.

“O objetivo é estabelecer o contacto direto com os em-presários que estão insta-

lados ou que queiram vir a desenvolver negócio, dando a conhecer os empresários, o panorama económico do concelho, mostrando as suas potencialidades e oportuni-dades existentes”, explicou Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal.

Plano estratégico prevê uma via Verde ao investimento

Esta medida de promo-ção do empreendedorismo tem como novidade a cria-ção da “Via Verde ao Investi-mento”, um ferramenta que dará prioridade aos proces-sos relacionados com o de-senvolvimento económico, acelerando a sua análise e licenciamento por parte da Câmara Municipal.

O plano de desenvolvi-mento económico pretende ser uma autêntica plata-

forma de emprego munici-pal, onde os empresários e os desempregados inserem os seus dados, e divulgam-nos, e ainda podem procu-rar a oferta existente, fomen-tando a empregabilidade no concelho.

O “Barquinha 2020” tem uma vertente educativa onde serão promovidas vi-sitas de alunos das escolas a empresas, estágios e ses-sões de empreendedorismo junto das crianças em âm-bito escolar, estando ainda previsto o desenvolvimento do projeto “Viveiro de em-presas”.

“Trata-se de uma estrutura que ainda estamos a prepa-rar, um viveiro destinado a pequenos empresários, jo-vens empreendedores que se queiram lançar no mer-cado com projetos inovado-res”, notou Fernando Freire.

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• NERSANT inicia conjunto de reuniões para ouvir empresários

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Page 6: Jornal de Abrantes edição marco 2014

jornaldeabrantes

6 MARÇO 2014SAÚDE

ARS-LVT “nada tem a opor” a incentivos fi nanceiros para médicos se fi xarem em Abrantes

Falta de médicos é dor de cabeça para Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo

A Presidente da Câmara Municipal de Abrantes disse em reunião de executivo que a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) informou que “não tem nada a opor” aos incentivos fi nanceiros que a autarquia quer dar a médi-cos para estes se fi xarem em Abrantes.

A posição da ARS-LVT mu-dou radicalmente no espaço de poucas semanas, se recor-darmos que a mesma Admi-nistração Regional de Saúde havia informado a autarquia, segundo relatou a presidente da Câmara à Antena Livre no passado dia 31 de janeiro, que a ARS não havia apro-vado intenção da autarquia para não criar situações de “desigualdade” entre muni-cípios.

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) considerou então que o incentivo de 9

mil euros anuais criado pela Câmara de Abrantes para a instalação de médicos na fu-tura Unidade de Saúde Fa-miliar (USF) era um “fator de promoção de desigualdade entre municípios”, uma leitura assente na disponibilidade fi -nanceira que Abrantes de-monstrou ter e que poderia

diferir em outros municípios.Maria do Céu Albuquerque,

presidente da autarquia, não concordou com o chumbo aos incentivos à contrata-ção de médicos e protestou, tendo lembrado que mais de 60% dos utentes do ACES do Médio Tejo não tem médico de família. “Não faz sentido”,

vincou, na ocasião.No dia 25 de fevereiro, a

autarca informou os vere-adores e os jornalistas pre-sentes na reunião de execu-tivo que a ARS-LVT “concorda com a proposta de incenti-vos” para a fi xação de médi-cos. “Sem mais explicações, simplesmente informaram

nada ter a opor”, notou.“A notícia é uma boa ajuda”,

vincou Céu Albuquerque, tendo observado que assim que o protocolo esteja assi-nado a autarquia estará em condições de concretizar esta USF em Abrantes. “A obra fí-sica já está adjudicada, está agora no Tribunal de Contas,

mas precisamos de profissi-onais de saúde que queiram integrar esta equipa no âm-bito da Unidade de Saúde Fa-miliar”, lembrou.

Com um total de 235.621 utentes, o ACES Médio Tejo tem por missão garantir a pres-tação de cuidados de saúde à população de 11 concelhos: Abrantes, Alcanena, Constân-cia, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, To-mar, Torres Novas, Sardoal e Vila Nova da Barquinha, numa área territorial de 2.706 Km2.

O ACES Médio Tejo tem em funcionamento sete Unida-des de Saúde Familiar (USF), 11 Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) e seis Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC). Tem também uma Unidade de Sa-úde Pública (USP) e uma Uni-dade de Recursos Assistenci-ais Partilhados (URAP).

Mário Rui Fonseca

Os profi ssionais da saúde na região do Médio Tejo apon-tam a falta de médicos na região como sendo o princi-pal problema na gestão de cuidados de proximidade, tendo identificado milha-res de utentes ‘a descoberto’ nos cuidados de saúde pri-mários.

“A falta de profi ssionais de saúde, nomeadamente mé-dicos de família, tem dei-xado a descoberto milhares de utentes na região do Mé-dio Tejo. Dos cerca de 230 mil utentes registados no Agru-pamento de Centros de Sa-úde (ACES) 18% estão sem médicos de família, em mé-dia, sendo que, no concelho de Abrantes, o número atual é de 40%”, disse ao JA a pre-sidente do Conselho da Co-munidade do ACES, Maria do Céu Albuquerque.

“São quase 35 mil pessoas sem acesso a cuidados médi-cos de proximidade, em ter-mos de extensões de saúde, e as previsões não são boas,

tendo em conta que não existem respostas imediatas para o problema nem há mé-dicos de família disponíveis”, disse Céu Albuquerque, que também preside ao municí-pio de Abrantes.

“Temos de esperar que no-vos profissionais concluam os respetivos processos de formação, o que não deverá acontecer antes do final do ano 2015, e hoje o que de-batemos, entre outros assun-tos, foi o procurar de alter-nativas para atenuar os atu-ais problemas e perspetivar, de forma articulada, o futuro dos cuidados primários neste ACES”, referiu.

Na sessão de trabalho que envolveu todos os respon-sáveis, foi feito um ponto de situação dos cuidados primá-rios de saúde no Médio Tejo, foi apresentado o perfil de saúde na região e as perspe-tivas futuras, e foi ainda apro-vado um plano conjunto de trabalho com o Centro Hospi-talar do Médio Tejo (CHMT), a par de várias outras propos-

tas de ação. “Assumindo a dificuldade

em atrair médicos para a re-gião, aprovámos um proto-colo com o CHMT que visa a articulação dos cuidados de saúde primários com os cuidados hospitalares, e que consiste na ida dos profissi-onais do hospital aos centros de saúde prestar consultas”, precisou a presidente da au-tarquia abrantina.

Aquela responsável subli-nhou ainda a importância de se criar uma “carta de sa-úde” a todo o Médio Tejo, por forma a colmatar a falta de planificação na distribuição dos equipamentos de saúde na região.

Por outro lado, observou, tendo em conta os índices e causas de mortalidade no ACES do Médio Tejo, foi apro-vado um plano de ação pre-ventiva para as áreas onco-lógicas, obesidade e sistema circulatório, entre outras.

• Precisamos de profi ssionais de saúde que queiram integrar esta equipa no âmbito da Unidade de Saúde Familiar

A redução sistemática do número de partos na mater-nidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), ins-talada em Abrantes, está a preocupar a administração do CHMT que anunciou a introdução de medidas que visam inverter a situação

“Vamos começar por apro-ximar os cuidados médicos da população, através de um protocolo piloto com o Cen-tro de Saúde de Ourém, e em que os nossos pediatras e obstetras vão fazer consulto-ria aos utentes daquele mu-nicípio, que é muito popu-loso e composto por muita gente jovem”, disse ao JA o presidente do Conselho de Administração (CA) do CHMT, Joaquim Esperancinha.

“As parturientes seguem, tendencialmente, os médi-cos que as acompanham na gravidez, seja para a ma-ternidade pública ou na privada, e o município de Ourém, que é parte inte-grante do CHMT, é um des-

ses exemplos, até pela capa-cidade de atração que Lei-ria exerce pela proximidade territorial. Vamos tentar in-verter a atual situação, que não é um exclusivo do Mé-dio Tejo, antes um problema nacional”, vincou o gestor.

Os números apresenta-dos por Esperancinha rela-tivamente aos últimos cinco anos indicam que, desde 2008, com cerca de 1200 partos, o número de partu-rientes a utilizar a materni-dade do CHMT caiu quase 40%, para valores que, em 2011 eram de 985 partos, em 2012 de 967 partos, e, em 2013, apenas de 784 partos.

“Este protocolo dá-nos es-peranças de poder inverter os resultados”, disse aquele responsável, tendo anunci-ado a intenção de replicar o projeto aos restantes cen-tros de saúde dos municí-pios do Médio Tejo, come-çando por Abrantes, onde está a maternidade, e onde cerca de 40% da população

não tem médico de família.“Temos de ir devagar, va-

mos vendo como decorre esta experiência, até por-que só temos oito obstetras e não conseguimos chegar a todo o lado. Temos vagas, abrimos concursos para re-forçar os quadros médicos, mas não há candidatos a concorrer”, criticou, tendo referido que “1200 partos era o número ideal a alcan-çar a médio prazo”.

A presidente da Comuni-dade Intermunicipal do Mé-dio Tejo (CIMT), Maria do Céu Albuquerque, que tam-bém preside à Câmara Mu-nicipal de Abrantes, disse, por sua vez, que a atual reali-dade “é preocupante”, tendo defendido a introdução de “medidas que confi ram no-vas dinâmicas e novos fa-tores de atratividade”. Entre outras iniciativas, a autarca defendeu a introdução de consultas de obstetrícia “em todos os centros de saúde” do Médio Tejo.

Centro Hospitalar do Médio Tejo quer inverter redução do número de partos em maternidade

Page 7: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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7MARÇO 2014 SAÚDE

População de Bemposta pode fi car sem farmáciaA anunciada transferência

da farmácia Torres, sediada na freguesia de Bemposta, para a freguesia urbana de Alferrarede, tem sido um pro-cesso que tem suscitado al-guma controvérsia e polé-mica junto dos partidos po-líticos em Abrantes.

No início do processo, o executivo camarário foi con-vidado pelo Infarmed, Auto-ridade Nacional do Medica-mento e Produtos de Saúde, a pronunciar-se, de acordo com a legislação em vigor, sobre o pedido de transfe-rência da farmácia para Al-ferrarede.

No passado dia 27 de de-zembro, a CM de Abrantes deu um parecer positivo à transferência, com os votos a favor dos eleitos pelo PS, o voto contra da vereadora Ri-cardina Lourenço (CDU) e a abstenção da vereadora Elza Vitório (PSD).

Segundo Maria do Céu Al-buquerque, presidente da Câmara Municipal de Abran-

tes, o último parecer apro-vado implicava três situações distintas: “Foi dado um pare-cer favorável no que diz res-peito à compatibilidade do novo local pretendido, pois o mesmo estava de acordo com os instrumentos de pla-neamento urbanísticos vi-gentes mas, por sua vez, o mesmo parecer demonstrava uma posição contra à transfe-rência, pois não estavam evi-denciadas as medidas que iriam salvaguardar a acessi-bilidade das populações aos medicamentos e, por sua vez, a melhoria dos serviços far-macêuticos. Ainda nos foi so-licitado um parecer relativo à questão da viabilidade eco-nómica da farmácia e, neste ponto, a Câmara entendeu que não se devia de pronun-ciar, pois considerámos que não era da nossa competên-cia estarmos a emitir um pa-recer sobre a viabilidade eco-nómica de determinada em-presa”.

Durante o processo, a po-

pulação da freguesia da Bemposta não tem visto com bons olhos o pedido de trans-ferência da Farmácia Torres, da Bemposta, para Alferra-rede, e, assim, elaborou uma petição com cerca de 600 as-sinaturas contra a mudança.

Já em Assembleia de Fre-

guesia tinha sido aprovada uma deliberação a repudiar a transferência. Manuel Alves, presidente da Junta de Fre-guesia, admitiu “que a falta de cuidados de saúde começa a ser uma verdadeira preocu-pação na medida em que já não há um médico de família

em Bemposta, e agora esta-mos na iminência de perder a única farmácia e a próxima fica a cerca de 12 quilóme-tros de distância, em Rossio ao Sul do Tejo”.

Em conferência de im-prensa, Rui Santos, presi-dente da concelhia do PSD de Abrantes, explicou que a Câmara Municipal “apenas deveria ter emitido um pa-recer sobre a falta de aces-sibilidades das populações para se deslocarem a outras farmácias” e que não deveria referir-se “a nenhuma outra questão técnica ou adminis-trativa”. Para Rui Santos, fi cou presente “um `nim´ e o Infar-med vai fi car confuso certa-mente”.

Por sua vez, José Amaral, advogado, e cerca de duas dezenas de cidadãos, apre-sentaram já, no Tribunal Ad-ministrativo de Leiria, uma providência cautelar, que tem por objetivo tentar tra-var a transferência da farmá-cia Torres para a cidade.

População contesta a possível transferência

Paula Bispo, natural da fre-guesia referiu ao JA, que “é um serviço indispensável à freguesia, pois temos uma população muito idosa e al-gumas famílias com crian-ças pequenas. Temos popu-lações de Água Travessa e da Foz que vêm aqui cons-tantemente buscar medica-mentos e agora como fazem? Sinto-me traída! ”. Já José Ma-tos recordou que a farmácia na localidade já se encontra há mais de cem anos, e que “ algumas pessoas idosas não têm maneira de se desloca-rem” contudo, acredita “que haja bom senso e que a far-mácia se mantenha”. Por úl-timo, Bernardo Duarte disse que é uma valência que “faz muita a falta todos, e com o posto médico a funcionar, faz todo o sentido que a farmá-cia se mantenha”.

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• Providência cautelar avança para travar transferência da farmácia Torres

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Page 8: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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8 MARÇO 2014TRIBUNAIS

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Autarcas do Médio Tejo interpõem ação popular conjunta contra mapa judiciárioOs presidentes das 13 Câma-ras Municipais do Médio Tejo (CIMT) aprovaram por una-nimidade a instauração de uma ação popular contra o novo mapa judiciário, afir-mando querer salvaguardar o direito de acesso à justiça

Reunidos em sede do Con-selho Intermunicipal do Mé-dio Tejo, e perante a aprova-ção do diploma que procede à regulamentação da Lei da Organização do Sistema Ju-diciário e estabelece o re-gime aplicável à organização e funcionamento dos tribu-nais judiciais, os autarcas de-liberaram apresentar queixa ao Provedor de Justiça, con-siderando a “necessidade de salvaguardar o direito funda-mental de acesso à justiça, um direito que consideram “claramente colocado em causa” com a presente re-forma.

“Decidimos, por unanimi-dade, instaurar uma ação po-pular visando a defesa dos interesses das populações, com objetivo da salvaguarda do direito fundamental de acesso à justiça. Esta deci-são será subscrita pela totali-dade dos 13 municípios, bem como pela Comunidade In-termunicipal do Médio Tejo enquanto entidade institu-cional representativa da re-gião”, referem, em comuni-cado.

“Para além do repúdio do encerramento dos tribunais de Mação e Ferreira do Zê-zere, a passagem do tribunal de Alcanena a mera secção de proximidade, e o desman-telamento do atual círculo ju-dicial de Abrantes, está em causa o grave esvaziamento de competências de âmbito criminal e civil em toda a re-gião do Médio Tejo, pondo em causa o acesso à justiça por parte das nossas popula-ções”, vincam os autarcas da-quela Região.

No comunicado, pode ainda ler-se: “Para além de provocar a perca de processos do Alto Alentejo, como até agora acontecia, esta reorganiza-ção fomenta a dispersão e a não fixação de muitos téc-nicos na região, incentiva o desinvestimento, nomeada-

mente de empresas, especi-almente num dos polos es-truturantes do Médio Tejo, conhecido pelas suas infraes-truturas ligadas à tecnologia, logística, formação e infraes-truturas empresariais”.

“Por esse motivo”, acres-centa, “e como mais uma vez é posto em causa o desenvol-vimento do interior do país, no presente caso da região do Médio Tejo, os autarcas do Médio Tejo apelam por jus-tiça, na defesa dos interes-ses legalmente consagrados no direito à justiça igual para todos, exigindo que sejam mantidos os tribunais exis-tentes e rejeitando liminar-mente a reforma do mapa ju-diciário para esta região”.

A Comunidade Intermu-nicipal do Médio Tejo é atu-almente constituída pelos municípios de Abrantes, Al-canena, Constância, Entron-camento, Ferreira do Zê-zere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Bar-quinha.

Mapa Judiciário: Distrital de Santarém do PSD afi rma-se solidária com municípios que perdem tribunais

A distrital de Santarém do

PSD declarou em fevereiro a sua solidariedade para com os autarcas de Ferreira do Zêzere e de Mação na “sua busca de soluções para evi-tar perdas de acesso à Jus-tiça nas suas populações”.

Num comunicado emi-tido após uma reunião da Comissão Política Distrital

Alargada, o PSD afi rma que “foram muitas as tentativas”, tanto da distrital como dos deputados eleitos pelo par-tido, para conseguir evitar o desfecho da nova organiza-ção do mapa judiciário, que dita o encerramento dos tri-bunais de Ferreira do Zêzere e de Mação, “mas todas elas

sem sucesso”.A distrital social-democrata

garante que estará “na linha da frente na procura de solu-ções para a existência de ser-viços de proximidade”, acre-ditando que o novo Quadro Comunitário de Apoio “terá forçosamente que contem-plar estas novas realidades

e dar sentido a estes territó-rios de baixa densidade”.

No distrito de Santarém, além do encerramento dos dois tribunais (em concelhos de gestão municipal social-democrata), o novo mapa judiciário ditou a passagem dos tribunais de Alcanena e Golegã (municípios liderados pelo PS) a secções de proxi-midade e a perda significa-tiva de valências no Tribunal de Abrantes.

“Sendo inevitáveis as refor-mas de serviços públicos, e recordamos que muitas de-las foram impostas por força do memorando da ‘troika’, te-mos a constatação que, in-felizmente provocaram dis-torções nas centralidades regionais que tínhamos em equilíbrio até aqui”, indica a nota do PSD.

Santana-Maia Leonardo, advogado e ex-vereador do PSD na Câmara de Abrantes, anunciou a cessação da sua inscrição no partido social-democrata

A aprovação do novo mapa judiciário foi “a gota de água” para o recém-eleito presidente da delegação da Ordem dos Advogados de Abrantes, uma “pseudo re-forma” que, no entender de Santana-Maia, “ espelha na perfeição a estratégia e a po-lítica deste Governo: sacrifi -car os pequenos e a classe / cidades médias para benefi -ciar os grandes”.

Dando como exemplos o mapa judiciário e a agre-gação de freguesias, Sant-ana-Maia acusa o Governo e o PSD de terem levado a cabo reformas “que não têm outro objetivo do que, por um lado, acelerar a deserti-ficação do interior do país e as assimetrias regionais e, por outro, afirmar definiti-vamente Lisboa como a Cid-ade-Estado da República”.

O advogado diz-se “convic-tamente na outra margem”, pelo que se torna impossível a sua “continuidade como militante do PSD”.

Mário Rui Fonseca

• “Está em causa o grave esvaziamento de competências de âmbito criminal e civil em toda a região do Médio Tejo”

A distrital socialista de Santarém quer que o dec-reto-lei sobre o mapa ju-diciário seja apreciado pelo parlamento para que a reforma, que reconhece como necessária, seja “ra-cional e territorialmente justa”.

Em comunicado, a Fe-deração Distrital do PS de Santarém considera que o diploma aprovado pelo Governo não tem em conta, no caso do distrito, a “vasta extensão territo-rial” nem a densidade ter-ritorial dos municípios en-volvidos na reforma, “nem todos servidos de uma boa rede de estradas”, o que “acaba por impedir o acesso das populações à Justiça”.

“No distrito de Santarém, além da passagem dos tri-

bunais de Alcanena e da Golegã a ‘secções de pro-ximidade’, o novo mapa judiciário ditou o encer-ramento dos tribunais de Ferreira do Zêzere e de Ma-ção e ainda a perda e esva-ziamento de competências de outros. As chamadas ‘secções de proximidade’ não serão mais do que um mero recetáculo de papéis desprovido da titularidade do poder judiciário”, refere a nota.

Os socialistas sublinham que “a centralização da secção civil e criminal” em Santarém, “com compe-tência territorial para todo o distrito, determina que os cidadãos passem a estar cada vez mais arredados do acesso aos Tribunais”.

A Federação lembra que o distrito de Santarém é

“um dos maiores distri-tos do país em área e o se-gundo maior em número de concelhos” e que “mui-tos locais estão a distân-cias signifi cativas da sede de distrito”.

Como exemplos apon-tam Mação (a cerca de 100 quilómetros), Ferreira do Zêzere (85 quilómetros) e Samora Correia (65 quiló-metros).

Para os socialistas do dis-trito de Santarém, “a re-forma que urge empreen-der não pode ser feita de forma cega, baseada ape-nas no número de proces-sos pendentes em cada Tri-bunal, com total desprezo pelas populações que se encontram mais afastadas dos centros de decisão e que acabam por ser víti-mas deste processo”.

PS de Santarém quer reapreciação de decreto-lei

Page 9: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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9MARÇO 2014 TRIBUNAIS

Fecho dos Tribunais é “dia negro” para autarcas de Mação e Ferreira do Zêzere

Ordem dos Advogados apela a “sobressalto cívico”

Os presidentes da Câmaras de Mação e Ferreira do Zê-zere, Vasco Estrela (PSD) e Ja-cinto Lopes (PSD) disseram “lamentar profundamente” o fecho dos tribunais locais, considerando a medida um “dia negro” para os seus mu-nicípios

“Esta decisão significa um dia triste e muito negro para Mação, na medida em que é uma opção desnecessária e reveladora de desconsidera-ção para com os municípios mais sujeitos às adversida-des da interioridade”, disse à Antena Livre o presidente da Câmara de Mação.

“Lamento profundamente a falta de sensibilidade aos argumentos aduzidos em devido tempo, e que enten-díamos enquadrados no es-pírito da própria lei, e mani-festo publicamente a minha

tristeza e solidariedade para com a comunidade de Ma-ção, neste dia negro para a história recente do concelho”, vincou Vasco Estrela.

O autarca disse ainda que vai “analisar conveniente-mente” a decisão, não des-cartando a possibilidade de acionar todos os recursos le-gais ao dispor, “dentro do res-peito pelos direitos e pelas regras democráticas”.

“Se isso implicar uma provi-dência cautelar ou outro tipo de ação, não o deixaremos de fazer”, fez notar Vasco Es-trela, em reação à nova ver-são da Lei de Organização do Sistema Judiciário, que prevê o encerramento de 20 tribu-nais, incluindo os de Mação e de Ferreira do Zêzere, ambos no distrito de Santarém.

Jacinto Lopes, presidente da Câmara Municipal de Fer-reira do Zêzere, disse por sua

vez que esta decisão “leva a que o interior do país fique cada vez mais pobre”, e que é “mais um motivo para afastar pessoas e empresas”.

Assegurando “não se con-formar” com o encerramento do Tribunal do município que preside, Jacinto Lopes disse à Antena Livre que vai “utilizar todas as ferramentas neces-sárias para tentar evitar ou adiar ao máximo” a concreti-zação da decisão anunciada.

“Isto anda tudo ao contrá-rio. Em vez da apregoada dis-criminação positiva para as regiões do interior, a cada dia que passa somos confron-tados com o esvaziamento do interior e com a perda de competitividade e capaci-dade de atração e fi xação de pessoas e empresas. Isto não faz sentido”, criticou.

O documento estipula ainda a conversão de 27 tri-

bunais em secções de proxi-midade, nove das quais com um regime especial que per-mite realizar julgamento.

Segundo a nova versão da Lei de Organização do Sis-tema Judiciário, o país, que tem atualmente 331 tribu-nais, fi ca dividido em 23 co-marcas, a que correspondem 23 grandes tribunais judici-ais, com sede em cada uma das capitais de distrito.

Dos 311 tribunais atuais, 264 são convertidos em 218 secções de instância central e em 290 secções de instân-cia local.

Quanto ao anunciado au-mento de mais de 60 por cento de instâncias especia-lizadas, o novo mapa prevê que em Santarém, onde ha-via seis instâncias especiali-zadas, passem a existir 22 ins-tâncias especializadas.

Mário Rui Fonseca

A bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga, ape-lou a um “sobressalto cívico” contra o mapa judiciário, considerando que este é um “fenómeno triste e trágico para o Estado de direito”, que vai encerrar “meia centena de tribunais” -

Elina Fraga falava aos jorna-listas à margem da tomada de posse dos conselhos dis-tritais da Ordem dos Advo-gados, tendo sido questio-nada sobre a Lei de Organi-zação do Sistema Judiciário aprovada em fevereiro, e que prevê o encerramento de 20 tribunais e a conversão de 27

tribunais em secções de pro-ximidade.

“A senhora ministra da Jus-tiça referiu, na cerimónia de abertura do ano judicial, que era necessário um sobres-salto cívico. Eu penso que, em função deste novo mapa judiciário, em que está em causa o Estado de Direito, aí sim é necessário um sobres-salto cívico e que as popu-lações demonstrem clara e inequivocamente que não querem este mapa judiciá-rio”, defendeu.

A bastonária antecipou que a Ordem dos Advogados “vai tentar mobilizar a população”

e “tentar conseguir estabe-lecer alianças com as autar-quias locais”, pretendendo ainda “sensibilizar os vários grupos parlamentares para este fenómeno triste e trá-gico para o Estado de Di-reito”.

“Encerram-se tribunais, desqualificam-se tribunais, há meia centena de tribunais que vai ser encerrada uma vez que, além dos 20 que vão ser encerrados, são criadas 27 secções de proximidade. Um tribunal tem dignidade e tem um juiz para administrar a justiça”, considerou ainda.

Elina Fraga explicou que,

quando se fala em secções de proximidade, trata-se de “bal-cões do cidadão”, sendo pe-rentória ao afi rmar que “bal-cões para entregar papéis não são tribunais”. “Já hoje te-mos um Portugal a duas ve-locidades. Com a aprovação do novo mapa judiciário, vão agravar-se as assimetrias e sobretudo o interior vai fi car votado defi nitivamente à de-sertifi cação”, criticou.

A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, considerou, por sua vez, em declarações à Lusa, ser “muito difícil” que o decreto-lei que procede à regulamentação da Reorga-

nização Judiciária possa ser objeto de uma providência cautelar.

“Parece-me muito difícil que um decreto-lei, geral e abstrato, possa ser objeto de uma providência caute-lar”, afi rmou Paula Teixeira da Cruz, comentando assim o facto de alguns autarcas te-rem anunciado que vão in-terpor providências cautela-res para impedir o encerra-mento de tribunais, previsto no novo mapa judiciário e aprovado em Conselho de Ministros.

A ministra salientou que esta reforma do mapa judi-

ciário, apesar de contestada por alguns autarcas, foi con-siderada por “profi ssionais fo-renses” como “urgente, ne-cessária e uma boa reforma”.

“De resto, ouviram-se vozes de quadrantes políticos di-ferentes do meu partido por parte de autarcas elogiando a reforma”, acrescentou, as-sumindo que tal “não quer dizer que não haja aqui e ali alguma questão pontual” em que haja discórdia.

A ministra reafirmou que esta reforma permite “levar para o interior [do país] 60% de especializações”.

Lusa

Page 10: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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10 MARÇO 2014REGIÃOM

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Requalifi cação do mercado diário de Tramagal concluída em março

O mercado diário em Tra-magal entrou em fase fi nal de requalifi cação, um equi-pamento que começou a ser intervencionado no pas-sado mês de junho. A obra está orçada em cerca de 220 mil euros, e a junta de fre-guesia do Tramagal com-participa com 132 mil eu-ros. A restante componente do investimento é assegu-rada pela Câmara Municipal de Abrantes.

Ao decano espaço, inaugu-

rado na década de 40, vai ser conferida uma modernidade e uma polivalência funcional que permitirá a realização de eventos de cariz cultural, como exposições, encontros convívio, eventos gastronó-micos, noites de fado e ou-tros espetáculos, para além da venda regular aos sába-dos de manhã e que a au-tarquia quer alargar a outros dias da semana.

Em declarações à Antena Li-vre, Vítor Hugo Cardoso, pre-sidente da junta de freguesia de Tramagal, referiu que o estado do equipamento era de “profunda degradação” e que o edifício estava neces-sitado de uma requalifica-ção. O autarca referiu que o seu encerramento forçado,

à semelhança do que acon-teceu no mercado diário de Abrantes, só não aconteceu porque nenhuma entidade fi scalizadora competente se deslocou ao local em dia de atividade.

“O espaço vai fi car dotado de bancadas amovíveis, que facilmente poderão ser re-tiradas para a realização de um qualquer evento, e vai ter uma qualidade inquesti-onável quer para quem com-pra, quer para quem vende”, frisou.

Durante os seis meses pre-vistos de obra, que deveria estar concluída em dezem-bro, o equipamento tem es-tado totalmente encerrado na sua atividade funcional, sendo que os vendedores e compradores utilizam pro-visoriamente alguns peque-nos pavilhões instalados para o efeito no Largo dos Combatentes, espaço contí-guo ao mercado diário.

O autarca explicou que o edifício vai ficar completa-mente arranjado, fi cará par-cialmente fechado para os meses mais frios do ano e terá equipamento especiali-zado para o tipo de serviço em causa.

“A sede da Cistus, associ-ação juvenil de Tramagal,

também aqui fi ca instalada, e o espaço pode ser aprovei-tado e dinamizado para ati-vidades culturais, gastronó-micas e para as tradicionais festas agosto, entre outras”, observou.

Vítor Hugo destacou ainda a importância daquele equi-pamento para as famílias que vendem naquele local, para a vila e para a região: “

Aquele é um equipamento que serve o Tramagal e a re-gião envolvente, é uma im-portante ajuda para o sus-tento de muitas famílias, e com estas novas condições estamos expectantes que tudo vai melhorar”, assegu-rou.

Mário Rui Fonseca

• Presidente de Junta diz que o mercado fi cará preparado para atividades culturais, gastronómicas e para festas tradicionais

A Câmara Municipal de Constância reclama pela construção de uma nova travessia sobre o Rio Tejo, de ligação entre a A23 e a Estrada Nacional 118, e exigiu o levantamento imediato das atuais res-trições no tabuleiro exis-tente

Através de um comuni-cado de imprensa, a autar-quia considera que a nova ponte é um “investimento imprescindível ao desen-volvimento económico da região e do país”, e deter-minante para a continui-dade de empresas como a Caima e a Mitsubishi, os serviços do EcoParque do Relvão, na Chamusca, e até do Campo Militar de Santa Margarida, entre outros”.

A Câmara sublinha ainda que “as difi culdades de cir-culação nesta zona central do país agravar-se-ão nos próximos tempos com o início das obras de reabili-tação da ponte de Abran-tes”, que se deverão esten-der por um período de 18 meses, tendo criticado que uma nova travessia não es-teja inscrita no relatório fi -nal de infraestruturas de elevado valor acrescen-tado da Estradas de Portu-gal (EP).

No documento, o municí-pio de Constância recorda que as quatro pontes sobre o Tejo (desde Santarém a Abrantes), “são todas obras de arte construídas no sé-culo XIX e princípios do sé-culo XX, e que, no que con-cerne à ligação Constân-cia Sul / Praia do Ribatejo, “a mesma funciona com as

condicionantes impostas em termos de tonelagem, altura e largura dos veícu-los, impedindo a circulação a pesados”.

“Voltamos a insistir na construção de uma nova ponte na zona do Médio Tejo, que sirva Constância, Abrantes e a Chamusca, a bem das populações e do desenvolvimento e pros-peridade desta região”, disse ao JA a presidente da Câmara de Constância, Jú-lia Amorim (CDU).

“Esta é a altura própria para insistir na construção desta obra estruturante, uma ponte que responda às necessidades do pre-sente e do futuro, tendo em conta o próximo qua-dro comunitário de apoio”, vincou.

A autarca disse que ainda vai insistir junto da EP para que levante “de imediato ou a curto prazo” as restri-ções que condicionam a passagem na atual traves-sia, composta por um ta-buleiro onde a circulação se desenrola num único sentido, alternadamente e regulado por via semafó-rica.

“Os custos inerentes à manutenção dessas restri-ções são suportados pela Câmara de Constância e, ironicamente, são essas restrições que estão a pre-judicar as populações, as empresas, e o nosso desen-volvimento turístico e eco-nómico”, fez notar.

Mário Rui Fonseca

Câmara de Constância reclama construção de nova ponte na região

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11MARÇO 2014 REGIÃO

Moção sobre desertifi cação do interior foi aprovada no Congresso Nacional do PSD

Autarcas do Médio Tejo preparam abordagem conjunta a QCA 2014/20

A moção intitulada “A De-sertifi cação do Interior – Que futuro para os Territórios de Baixa Densidade?”, que a dis-trital de Santarém do PSD apresentou no XXXV Con-gresso Nacional do partido, foi discutida e aprovada por maioria.

“Esta aprovação significa que o partido e, por sua vez, o Governo estão cada vez mais despertos para esta pro-blemática dos territórios de baixa densidade, do interior, e para uma tentativa de ul-trapassarmos os problemas com que nos debatemos hoje”, afi rmou Vasco Estrela, primeiro subscritor da mo-ção, tesoureiro da Comissão

Política Distrital do partido e presidente da Câmara de Mação.

“ Foram lançadas as bases sufi cientes para manter este assunto na ordem do dia, e para que o país possa discu-tir o assunto com a seriedade que merece”, adiantou ainda o autarca.

Com 14 propostas para tra-var os problemas estruturais do interior, a moção sublinha que o encerramento de ser-viços públicos de proximi-dade “não pode ser encarado numa perspetiva meramente económico-financeira, no `bolo´ nacional, ignorando-se os benefícios sociais e hu-manos” que esses serviços re-

presentam em áreas de baixa densidade, nomeadamente na atração e fi xação de pes-soas.

Entre as medidas apresen-tadas pela distrital contam-se a “manutenção de todos os serviços nas áreas de baixa densidade, como tribunais, serviços de finanças, segu-rança social, saúde, e outros, com o reforço das competên-cias dos municípios na ges-tão dos equipamentos e re-cursos humanos”.

A canalização dos fundos comunitários que promo-vam a coesão e a competiti-vidade territorial, a preserva-ção e desenvolvimento do setor primário e o fomento

de atividades artesanais e tradicionais, a melhoria das acessibilidades, a qualifica-ção e o apoio ao empreen-dorismo, entre outros, foram outras medidas que a distri-tal de Santarém do PSD apre-sentou no último Congresso Nacional.

“Espero que o PSD possa acolher de forma conveni-ente estas 14 propostas, num processo que se pode ir fa-zendo. É de realçar que das várias moções que foram à discussão, a maioria falava destas problemáticas, o que quer dizer que este assunto é uma preocupação no país”, fi -nalizou Vasco Estrela.

Joana Margarida Carvalho

Os presidentes das 13 autar-quias que constituem a Co-munidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) estiveram reunidos durante dois dias para prepararem uma abor-dagem conjunta aos fundos do próximo Quadro Comuni-tário de Apoio (2014/2020), anunciou a sua presidente

O “retiro”, que decorreu du-rante um fi m de semana no Vimeiro e envolveu a parti-cipação de especialistas em matérias como a administra-ção local, a intermunicipa-lidade e o marketing, para além do secretário executivo da CIMT, tinha por objetivo o “criar condições” para uma “abordagem que permita o desenvolvimento da região”, num novo ciclo tido como “crucial” para um futuro mais próspero, disse a presidente da CIMT, Maria do Céu Albu-querque, que também pre-side ao município de Abran-tes (PS).

“A reunião foi bastante pro-dutiva”, observou, tendo refe-rido que os autarcas apresen-taram os seus projetos estra-tégicos de desenvolvimento numa lógica de contexto re-gional, discutiram as compe-

tências da CIMT e dos muni-cípios, e analisaram as pos-sibilidades de obtenção de recursos para investimento à escala municipal e intermu-nicipal.

“Os 13 presidentes deram conta da sua visão concelhia e do que querem para esta região, em termos estraté-gicos de desenvolvimento para o novo ciclo 2014/2020, e quais os vetores que que-remos canalizar para gestão em sede de CIMT”, continuou a autarca, tendo apontado para questões como a mobi-lidade, a educação, a saúde,

as Tecnologias de Informa-ção e Comunicação (TIC), a informação geográfi ca, a cul-tura, o turismo, a proteção ci-vil, entre outras.

“Este território é composto por cidades médias e por municípios mais pequenos que se querem articular para ganhar dimensão e escala crítica”, observou Céu Albu-querque, tendo defendido que, “em conjunto, os municí-pios podem obter resultados mais rapidamente do que trabalhando ‘per si’”.

O plano estratégico defi-nido para a região do Médio

Tejo “vai ser objeto de apre-sentação pública em ocasião a definir oportunamente”, acrescentou a presidente da CIMT.

A Comunidade Intermu-nicipal do Médio Tejo é atu-almente constituída pelos municípios de Abrantes, Al-canena, Constância, Entron-camento, Ferreira do Zê-zere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Vila de Rei.

Mário Rui Fonseca

• CIMT quer ganhar “dimensão e escala crítica”

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O advogado e ex verea-dor da Câmara Municipal de Abrantes, Santana-Maia Le-onardo, tomou posse como presidente da Delegação da Ordem dos Advogados (OA) de Abrantes, no passado dia 10 de fevereiro.

Em declarações ao Jornal de Abrantes, Santana-Maia fez duras críticas à reforma do mapa judiciário, aprovada em conselho de ministros. “Este mandato vai começar de uma forma difícil, devido à reforma do mapa judiciário” mas, “se todos forem como eu, não vai adiante”.

Referindo-se ao desenho do novo mapa judiciário, o advogado admitiu que a re-forma “não foi bem estru-turada”. Para o novo presi-dente da Delegação da AO de Abrantes, a “reforma que deveria ser integrada, pe-los ciclos eleitorais, pelo Go-verno, pela reforma adminis-trativa e autárquica fazendo um levantamento dos equi-pamentos e recursos huma-nos existentes, distribuindo

as especialidades pelas ci-dades de cada distrito, mas não foi isso que se verifi cou. Tudo foi centrado nas capi-tais de distrito”.

Segundo reiterou Santa-na-Maia Leonardo, o novo mapa judiciário é marcado por um modelo com “ten-dência a centrar tudo nas capitais de distrito, todos os serviços e onde os peque-nos são constantemente su-gados pelos maiores”.

A nova equipa de lide-rança inclui os nomes dos advogados Bispo Chambel, como secretário, e Mariana Macide, como tesoureira.

JMC

SANTANA MAIA TOMA POSSE

“Os pequenos são constantemente sugados pelos maiores”

Quinta da Parrada, Estrada Nacional, nº 2

2205-537 S. Miguel do Rio Tortotel: 241 365 269

[email protected]

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• Santana Maia

Page 12: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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12 MARÇO 2014TURISMO

MAÇÃO

Lampreia para todos os apreciadores Até ao próximo dia 20 de

abril, a lampreia vai ser rai-nha nos restaurantes do con-celho maçaense. Divulgar o concelho, a gastronomia e os agentes económicos ligados à restauração são objetivos de um ciclo anual de festivais gastronómicos que vão prin-cipiar em março e que se pro-longam até ao fi nal do ano.

A partir deste mês de março, a lampreia vai preencher as ementas dos restaurantes aderentes à iniciativa da Câ-mara Municipal, que tem por base o livro Carta Gastronó-mica à Mesa em Mação, re-centemente premiado em Paris (ver texto nesta página).

O festival respeita o mesmo figurino de há de três anos, e que tem sido um estímulo à economia local nomeada-mente à restauração e ao co-mércio. “Este é um prato com características muito parti-culares, com forte tradição no concelho, entende a Câ-mara e os restaurantes que é uma boa forma de promo-ver a região, o concelho e os espaços de restauração, cri-ando alguma riqueza”, expli-cou Vasco Estrela, em confe-

rência de imprensa. Este ano, o festival gastro-

nómico da lampreia está inte-grado na Rota da Lampreia e do Sável, promovida pela en-tidade de Turismo do Centro de Portugal. Segundo o pre-sidente, “é uma outra forma de dar projeção ao próprio certame”.

O presunto Marca Mação vai ter novamente um espe-cial destaque neste festival, uma vez que a autarquia irá entregar a cada restaurante um presunto para que possa ser servido de forma gra-tuita.

A novidade maior para 2014 é que, a par dos pratos gastronómicos principais, as sobremesas tradicionais tam-bém vão estar à mesa, como sejam as “fofas” de Mação, as tigeladas, o arroz doce ou os “bolos fi ntos”.

É o início de um ciclo anual de festivais gastronómicos que se prolongam até ao fi -nal do ano, sendo que, em ju-nho, surge o festival do peixe do rio, aproveitando as rique-zas naturais proporcionadas pelos 14 quilómetros de mar-gens ribeirinhas de rio Tejo.

Em setembro acontece o fes-tival do arroz e do maranho e em dezembro o destaque vai para o almeirão, enchidos e azeite novo.

Vasco Estrela faz um ba-lanço positivo da iniciativa de promoção gastronómica, ex-plicando que “foi necessário repensar a realização de al-guns festivais”, mas que ou-tros “continuam a ser um ver-dadeiro sucesso”.

Joana Margarida Carvalho

• A par dos pratos gastronómicos, as sobremesas tradicionais também vão estar em destaque

O livro “À Mesa em Mação – Carta Gastronómica” é um dos vencedores dos Prémios do Ano atribuídos pela Aca-demia Internacional de Gas-tronomia, que premeia as pessoas ou entidades que mais se distinguiram na área da gastronomia a nível inter-nacional

O livro, da autoria de Ar-mando Fernandes e com

edição da Câmara Munici-pal de Mação, ganhou o Pré-mio de Literatura Gastronó-mica – Prix de la Littérature Gastronomique, tendo im-pressionado “os jurados pela profundidade do estudo gastronómico, social e antro-pológico de grande valor ci-entífi co e cultural”, segundo informação da Academia Portuguesa de Gastronomia.

Lançada em julho de 2012,

a Carta Gastronómica é um documento que compila, num livro, os sabores e sabe-res de sempre da gastrono-mia do concelho de Mação. Resulta de um aturado traba-lho de pesquisa, junto da po-pulação, sobretudo dos ha-bitantes mais antigos, com o intuito de perceber o que se comia antigamente no dia-a-dia e nos dias de festa, atra-vés da recolha de muitas de-zenas de receitas de norte a sul do concelho.

Em declarações ao JA, o presidente da Câmara de Ma-ção, Vasco Estrela, disse que “o reconhecimento atribuído por um júri independente e prestigiado constituiu uma agradável e reconfortante surpresa”, tendo destacado a aposta da autarquia num do-cumento que pudesse “recu-perar, preservar e divulgar os

saberes e sabores ancestrais” concelhios.

“O desafi o é agora lançado às famílias, aos restaurantes e a todos quantos gostam de comer bem para que utilizem e repliquem os conteúdos deste livro como forma de apreciar aquilo que é nosso e, simultaneamente, dar con-tinuidade à genuinidade da nossa gastronomia, que é tão rica e diversifi cada”, vincou.

Contactado pelo JA, o in-vestigador gastronómico e autor do livro “À Mesa em Ma-ção – Carta Gastronómica”, disse que o reconhecimento público internacional, assim como que um “Nobel” da Li-teratura das Artes Culinárias e Gastronómicas, resulta de um “intenso trabalho de pes-quisa e de muitas conversas” com os mais antigos.

“A comunidade de Ma-

ção sempre teve muitas di-fi culdades em sobreviver ao longo dos tempos e sempre demonstrou capacidade, ar-gúcia e engenho para trans-formar produtos secundá-rios em produtos principais de uma refeição”, observou Armando Fernandes, tendo precisado que a cozinheira mais idosa entrevistada tinha 102 anos e a mais nova 58”.

O investigador, que tem dedicado boa parte dos últi-mos 20 anos à “demanda da gastronomia nacional”, disse que a base das suas investi-gações estão em “saber por que é que determinada co-munidade, em determinada época, comia determinados produtos e não comia ou-tros”.

Armando Fernandes está atualmente a produzir um documento sobre a cozinha

económica em Portugal, que deverá ser dado à estampa em julho, e que versa um tra-balho de investigação sobre a evolução, “desde a idade média até à sopa dos pobres e aos dias de hoje, dos con-teúdos alimentares forneci-dos aqueles que precisavam mais”.

Ao todo, Portugal arreca-dou dois prémios. O outro, o Prémio Chef do Futuro (Chef de l’Avenir), foi atribuído ao Chef David Jesus, que apre-senta “diariamente a mais so-fisticada e interessante cozi-nha portuguesa no Restau-rante Belcanto do Chef José Avillez”, sendo o seu trabalho desta equipa “altamente re-conhecido” em Portugal e no estrangeiro (3 estrelas no Guia Repsol, 1 estrela no Michelin), de acordo com a APG.

Mário Rui Fonseca

Livro gastronómico “À mesa em Mação” ganha prémio internacional

Restaurantes aderentes:

A Lena – OrtigaAvenida – MaçãoCasa Cardoso – EnvendosCasa Velha – MaçãoDona Flor – PenhascosoO Cantinho – MaçãoO Godinho – MaçãoO Pescador – MaçãoSolar do Moinho – Cardigos

A CP – Comboios de Por-tugal vai promover a Rota Gastronómica da Lampreia num programa de lazer que inclui viagens de comboio e a reserva em restaurantes da Beira Baixa para apreciar os melhores pratos confeci-onados com lampreia.

Destinado a grupos, o pro-grama é válido entre feve-reiro e abril, incluindo a vi-agem em comboios de

serviço regional ou interci-dades, que vão fazer uma paragem extraordinária na Barragem de Ortiga/Belver para os participantes na rota, bem como a reserva nos res-taurantes regionais aderen-tes à iniciativa. Para grupos de 10 ou mais pessoas, os bi-lhetes de comboio têm um desconto de 40% no serviço regional e até 50% no inter-cidades, enquanto o preço

dos almoços nos restauran-tes aderentes varia entre os nove e os 30 euros.

Os transferes entre a esta-ção e os restaurantes tam-bém estão incluídos no preço, assim como uma vi-sita guiada ao Museu Lagar de Azeite e um passeio de Barco no Tejo para visita ao Monumento Natural das Portas de Ródão.

CP associa-se à gastronomia regional

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13MARÇO 2014 GASTRONOMIA

SARDOAL

Feira Nacional do Fumeiro Queijo e Pão regressou ao fi gurino inicial

Sardoal recebeu durante o último fim de semana os bons sabores de Portu-gal com vários expositores. As alheiras de Mirandela, o queijo de Seia, os enchidos de Ponte de Lima, o queijo pi-cante de Vila Velha de Ródão, os maranhos de Vila de Rei, o pão caseiro e doçaria local fo-ram algumas das especialida-des que estiveram em desta-que junto às instalações dos Bombeiros Municipais.

A organização da feira na-cional esteve a cargo da CM Municipal de Sardoal e da TA-GUS – Associação para o De-senvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, que repen-saram o certame e voltaram a promovê-lo durante a época mais invernosa do ano.

“Entendemos que seria vantajoso voltar a realizar o festival nesta altura, uma vez que é uma época propícia à degustação destes produ-

tos. Em setembro, nas festas concelhias, não era tão agra-dável. Também os próprios vendedores nos demons-traram essa intenção e, por-tanto, nesta edição, tiveram connosco mais expositores”, vincou o presidente da autar-quia, Miguel Borges.

“Procurámos ter diversi-dade e qualidade de produ-tos e o principal objetivo foi dar a perceber a quem nos

visitou que este foi um mo-mento especial de autêntica promoção ao fumeiro, queijo e pão”, afi rmou Pedro Saraiva, técnico coordenador da TA-GUS.

Um desfi le de Carnaval, com a participação especial do grupo “Charanga Rambóia”, animou a tarde de domingo. A música esteve a cargo dos grupos “Seca Adegas” e “Cant’Abrantes” nas noites de

sexta-feira e sábado. No espaço da feira esteve

patente uma exposição de trabalhos, elaborados pelos alunos do Agrupamento de Escolas do concelho, alusivos ao tema “Mestre Gil e o Mis-tério de Sardoal”. O comércio local também se associou e embelezou as suas monstras com motivos alusivos ao fu-meiro, queijo e pão.

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usa

Durante este mês de fe-vereiro, os restaurantes de Abrantes, Constância e Sar-doal tiveram em destaque os enchidos da região.

O desafi o foi lançado pela TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Inte-grado do Ribatejo Interior, que pretendeu potenciar as iguarias mais típicas junto de 14 estabelecimentos de restauração.

“Neste tipo de iniciativas, a TAGUS tem trabalhado de forma supra municipal e tem procurado integrar a restauração e os produtores locais, potenciando as es-pecifi cidades e mostrando a diversidade de cada pro-duto. Assim, nos restauran-tes aderentes houve um

denominador comum, que foi a utilização dos enchi-dos dos nossos produtores locais”, explicou Pedro Sa-raiva, técnico coordenador da TAGUS.

Na atividade promocional foi possível encontrar entra-das como morcela assada com ananás ou maçã, qui-che de chouriço, paté de fumeiro, almofada de ovo com farinheira, cogumelos recheados com chouriço, bolachas de farinheira com sementes, entre muitos ou-tros, sempre confecionados com iguarias dos produto-res Guilherme Tomé, Mar-garido & Margarido e MF – Salsicharia Artesanal.

Joana Margarida Carvalho

REGIÃO

Enchidos do Ribatejo Interior passaram nos restaurantes da região

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14 MARÇO 2014TURISMO

No dia 1 de março teve início um festival gastronómico ibérico em mais de 50 res-taurantes dos territórios si-tuados nas margens do Tejo. Promover a gastronomia e os produtos associados ao rio, envolvendo os estabe-lecimentos de restauração, produtores de vinho, azeite, enchidos e fumeiro locais é um dos objetivos deste evento português e espa-nhol que se prolongará por todo o mês de março.

A atividade surge no âm-bito do Tajo/Tejo Vivo e pre-tende a valorização e pro-moção, não só da gastrono-mia associada ao rio, como também a típica das regiões

junto ao Tejo e os seus produ-tos, incentivando o consumo dos mesmos. Por outro lado, pretende também estimu-lar o trabalho em rede a nível Ibérico dos restaurantes, pro-dutores e das Associações de Desenvolvimento Local par-ceiras neste projecto de co-operação.

O Tajo/Tejo Vivo abrange municípios desde Castilla (Es-panha) ao Ribatejo (Portugal). Este 1º Festival Gastronómico decorrerá em 57 restaurantes localizados em Talavera, Si-erra de San Vicente y la Jara, Castilla la Mancha (Espanha), Raia Centro Sul, Pinhal Inte-rior, Sôr e Ribatejo (Portugal).

Pimientos de piquillo relle-nos de boletos com crema de

morcilla, ensalada de hiros, revuelto de morcilla conpi-ñones, solomillo, presa ibé-rica são alguns dos pratos castelhanos. Já no território nacional, a restauração terá maranhos, bucho, cabrito as-sado, ensopado de borrego, sopa de peixe do rio, pratos de sável, fataça, achigã, en-guias, lúcio, lampreia e pratos de caça. A que também se juntam açordas, migas e cozi-nha fervida.

Neste festival desafiam-se também os produtores de vinho, azeite e enchidos que durante o mês da ação poderão realizar provas dos seus produtos, visitas guia-das a instalações, vinhas e olivais.

Cinco novos investimentos turísticos privados e uma pousada da juventude vão oferecer mais 77 camas no concelhoO concelho de Vila Nova da Barquinha vai triplicar este ano a oferta de camas em turismo rural devido ao in-vestimento público e pri-vado em curso na ordem do 1,5 milhões de euros, anun-ciou a autarquia

O presidente da autarquia, Fernando Freire (PS), explica que a maioria dos projetos “decorre das mais valias que o projeto de regeneração ur-bana oferece a quem queira investir, aliado a outros fato-res de atratividade, como se-jam a centralidade territorial do município e a oferta tu-rística que, através castelo de Almourol e do Parque de Es-culturas de ar livre, entre ou-tros, traz dezenas de milhares de visitantes à Barquinha”.

“A procura de prédios de-gradados para reconversão tem sido bastante signifi ca-tiva”. Os benefícios do inves-timento em zona de regene-ração urbana são uma mais valia para quem investe: “Permite conciliar isenções em termos fi scais, em licen-ciamentos e impostos, e be-

nefi ciar de condições muito vantajosas por via dos fun-dos comunitários”.

“No total, e ainda durante este ano”, continuou o au-tarca, “os projetos em curso vão permitir triplicar a atual oferta de camas em aloja-mento turístico”, a maioria dos quais através de casas

degradadas que foram recu-peradas para o efeito.

“Cinco projetos de cariz pri-vado estão em curso no âm-bito do turismo rural, e um outro está mais vocacionado para a juventude, como é o caso do albergue da juven-tude, um investimento mu-nicipal na ordem dos 185 mil

euros que está a ser cons-truído na freguesia de Tan-cos e que vai ter uma capaci-dade de acolhimento de 31 pessoas”, adiantou o autarca. Este “Albergue de Juventude e Centro de Convívio” resul-tará da ampliação e conver-são da antiga escola primá-ria da localidade.

Os projetos turísticos em construção estão a decor-rer na freguesia de Limei-ras, através de uma Casa de Turismo de Habitação, em Barquinha, através da Casa de Campo “Barquinha Na-ture House”, e ainda a Casa de Campo “Art Inn Barqui-nha”, três projetos que perfa-

zem um investimento global na ordem dos 900 mil euros, comparticipados por fundos comunitários, e que vão dis-ponibilizar uma oferta con-junta de 36 camas.

A estes projetos soma-se a unidade de alojamento local “Sonetos do Tejo”, com um investimento na ordem dos 275 mil euros e disponibi-lização de cinco camas, e a “Atividades Rurais Turísticas e Pedagógicas”, que vai ter uma capacidade de oferta de cinco camas e implica um investimento de cerca de 145 mil euros.

“Falamos de um inves-timento global de 1,5 mi-lhões de euros e de um au-mento de 77 camas à atual oferta, que é atualmente de 31 camas no nosso conce-lho”, disse Fernando Freire, tendo observado que o in-vestimento em curso “vai permitir colmatar uma la-cuna em termos turísticos que é o da possibilidade da pernoita a viajantes, criando assim mais valias e mais ri-queza para o território”.

Mário Rui Fonseca

• O Parque de Esculturas de Ar Livre é uma das principais atrações do concelho

DR

Parceria Tajo/Tejo Vivo dinamiza festival gastronómico ibérico durante todo o mês de março

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15MARÇO 2014 REGIÃO

Mação lança projeto municipal de intervenção para idosos que vivem sozinhos ou isolados

Municípios de Sardoal e Abrantes vão ter transportes públicos a pedido

Apresentando um dos maio-res números de idosos a vive-rem sozinhos e/ou isolados, a Câmara Municipal de Mação lançou em fevereiro um novo projeto de intervenção junto da população sénior assente em políticas de proximidade

Designado por “Mação, Um Concelho Amigo dos Idosos”, o projeto global integra um Gabinete de Apoio à Pessoa Idosa, entre outras medidas, iniciativas assentes em “polí-ticas da maior proximidade e de acompanhamento quase permanente” aos idosos, e em que participam todas as juntas de freguesias, institui-ções de solidariedade social, serviços sociais municipais e os colaboradores do Banco Local de Voluntariado.

“Reconhecendo que te-mos aqui um problema que

passa pelo facto de muitas destas pessoas viverem sozi-nhas e viverem isoladas, em pequenas aldeias dispersas pelo território e onde prati-camente já não reside nin-guém, entendemos que é nossa obrigação fazer tudo o que for possível para mino-rar as consequências que de-rivam desta condição”, disse à Antena Livre o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela.

“O número de pessoas que aqui vivem isoladas ou so-zinhas é um dos resultados desse fenómeno que é a de-sertifi cação, de políticas, deci-sões e dinâmicas sociais que se verificaram ao longo dos tempos, e este projeto é uma resposta a uma realidade que temos de assumir e enfrentar, e que pensamos que se pode configurar como uma res-

posta adequada às necessi-dades das pessoas mais ido-sas”, defendeu o autarca, que também é Provedor da Mise-ricórdia local.

Os resultados das últimas duas edições da operação Censos Sénior 2013, na área do distrito de Santarém e à responsabilidade da GNR, identificou o concelho de

Mação como sendo o mu-nicípio onde foi registado o maior número de idosos a vi-verem sozinhos (250) e a vi-verem em residências isola-das (37), valores que rivali-zam a nível nacional com os municípios que mais sofrem com o fenómeno da interiori-dade e da desertifi cação.

Com um território de 400

quilómetros de área e um to-tal de 7.338 habitantes dis-persos por seis freguesias e uma centena de pequenas aldeias e lugares, o novo pro-jeto municipal de apoio aos idosos do concelho assenta também no reativar da Aca-demia de Cooperação da Pessoa Idosa, na criação de uma Universidade Sénior, e

em criar balcões descentrali-zados de atendimento perso-nalizado, para identificação de necessidades e difi culda-des que ajudem ao delinear de estratégias de apoio.

A GNR, por sua vez, desen-volveu até ao passado dia 15 de fevereiro a “Operação Censos Sénior 2014”, cam-panha de segurança direcio-nada aos idosos que este ano cumpriu a sua quarta edição e que visa atualizar o registo dos idosos que vivem sozi-nhos e/ou isolados e identifi -car novas situações.

Na terceira edição da Ope-ração Censos Sénior, realiza-da entre 15 de janeiro e 28 de fevereiro de 2013, a GNR sinalizou 28.197 idosos a re-sidirem sozinhos e/ou em lo-cais isolados.

Mário Rui Fonseca

Um projeto de transportes públicos à medida e a pedido dos utentes, testado com su-cesso nas freguesias de Ma-ção ao longo de um ano, vai ser replicado nos municípios de Sardoal e Abrantes, infor-maram os presidentes das respetivas autarquias

“É um projeto que consi-deramos fundamental para melhorar as acessibilidades e para combater o isolamento das populações que vivem mais afastadas da sede do concelho”, disse ao nosso jor-nal o presidente da Câmara Municipal de Sardoal.

“Com o decorrer dos tem-pos”, apontou Miguel Bor-ges (PSD), “as empresas de transportes foram reduzindo a sua oferta nas freguesias mais pequenas, tendo dei-xado mesmo de prestar ser-viço em determinadas zonas do nosso território. O trans-porte a pedido tem a vanta-gem de vir melhorar as aces-sibilidades para pessoas que ali habitam, a maior parte de-las idosas e que não têm au-tonomia para se deslocarem”, defendeu.

À semelhança do transporte coletivo regular, o Transporte a Pedido tem circuitos, pa-ragens e horários defi nidos. No entanto, distingue-se do transporte regular porque o cliente é que desencadeia a viagem, através do seu pe-dido para uma central de re-servas. Deste modo, as viatu-ras só efetuam os percursos se, antecipadamente, o ser-viço tiver sido solicitado e só vão às paragens que tiverem reservas.

O concelho de Mação foi o escolhido para o programa piloto na região do Médio Tejo devido a fatores técnicos como a dispersão urbana, o envelhecimento da popula-ção e a grande carência de transportes públicos.

“As características do terri-tório são quase as mesmas, seja em Mação seja em Sar-doal, e este é um projeto fun-damental para que as pes-soas se possam deslocar com mais facilidade da perife-ria para a sede de concelho, onde têm de tratar dos seus assuntos em matéria de sa-úde ou outros serviços públi-cos”, observou Borges.

Em declarações ao JA, a presidente da CIMT, Maria do Céu Albuquerque (PS), que também preside à Câmara de Abrantes, disse que o pro-jeto-piloto “resultou muito bem”, tendo destacado a per-tinência da sua implementa-ção em territórios de “baixa densidade populacional e com défi ce de cobertura de transportes públicos”.

O projeto foi desenvolvido pela Comunidade Intermu-nicipal do Médio Tejo (CIMT) com o objetivo de assegurar a mobilidade da população em espaço rural, através de um novo tipo de oferta de transportes que permita uma cobertura territorial mais am-pla, com níveis de serviço adequados e com custos controlados.

O projeto inicial contou com um investimento global de 660 mil euros, cofinanci-ado pelo Programa Opera-cional Temático Valorização do Território (POVT), no mon-tante de 460 mil euros (taxa de comparticipação FEDER de 70%).

Mário Rui Fonseca

Page 16: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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16 MARÇO 2014REGIÃO

Cheias As condições meteorológicas que se fi zeram

sentir no último mês acabaram por ter um

impacto signifi cativo na região. A Proteção

Civil manteve, ao longo de vários dias, o nível

de alerta em amarelo devido às cheias, com a

submersão de diversos locais. Os rios Tejo e

Zêzere inundaram terrenos, estradas e algumas

habitações, em Vila Nova da Barquinha também

marcaram a sua presença, como documento as

fotos.

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ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) ADSE ADMG ADMMEDIS MINISTÉRIO DA JUSTIÇA PSP PT-ACS SAMS MULTICARE CAIXA GERALDE DEPÓSITOS ALLIANZ MEDICASSURMEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE

BOSCH SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS PEGOP

HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00)

PONTOS DE RECOLHA Sardoal Mouriscas Vila do Rei Vale das Mós Gavião Chamusca Longomel Carregueira Montalvo Stª Margarida Pego Belver

SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075

Page 17: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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17MARÇO 2014 EDUCAÇÃO

Projeto Comenius traz ao Sardoal e a Abrantes estudantes e professores estrangeiros

Escolas promovem consumo de fruta através da música

O Agrupamento de Escolas de Sardoal vai receber entre 5 e 19 de março 2014, o 2º Encontro de Parcerias Come-nius, no âmbito do projeto multilateral Coménius 2013-2015, cujo tema é “The Heri-tage of Cultures and Traditi-ons in Pluralistic Society – Re-ligious Traditions”.

De acordo com os profes-sores Carmina Nascimento e Pedro Neves, o encontro “representa uma oportuni-dade única para alunos, pro-fessores e comunidade em geral estabelecerem contac-tos com diferentes realida-des pedagógicas europeias, professores e alunos de paí-ses tão diferentes como a Tur-quia, Roménia, Bulgária, Po-lónia, Itália e Espanha”.

Neste encontro (que será para os alunos que visitaram

à Polónia um reencontro), as escolas parceiras irão traba-lhar questões relacionadas com a diversidade cultural e com a tolerância religiosa na Europa. A par das sessões de trabalho escolar previstas, irão ser desenvolvidas algu-mas atividades sociais, que incluem visitas à vila de Sar-doal, ao Santuário de Fátima, à Nazaré e a Lisboa.

A organização do encon-tro “conta com a dedicação e empenho de muitas pessoas e instituições locais, uma má-quina logística muito com-plexa e diversificada, que vai desde os alunos aos pro-fessores, pais e encarrega-dos de educação (que irão alojar cerca de 40 estudan-tes estrangeiros), Direção da Escola, Câmara Municipal e respetivas Juntas de Fregue-

sia, Tagus Ribatejo, Filarmó-nica União Sardoalense, Ran-cho Folclórico os Resineiros de Alcaravela, entre muitos outros”.

Também no âmbito do

projeto Comenius “Happy Children, Happy World with traditional games”, o Agru-pamento de Escolas nº1 de Abrantes irá receber a visita das escolas parceiras da Tur-

quia, Espanha, Gales, Croácia, Lituânia, Polónia e Hungria, num total de 20 professores e de 20 alunos. Nesta visita não estará presente a República Checa, outro dos parceiros.

Os organizadores explicam que “o projeto pretende di-vulgar os jogos tradicionais dos países envolvidos encon-trando pontos em comum e nuances na interpretação dos mesmos jogos, pelos vá-rios países”.

A visita decorrerá de 20 a 24 de março, coordenada pela professora Ana Diogo que, em conjunto com um grupo de professores das Es-colas D. Miguel de Almeida e Dr. Solano de Abreu, procura-rão dar a conhecer um pouco do sistema educativo portu-guês, bem como, da cultura do nosso país. Como forma

de estreitar laços entre os vá-rios intervenientes, os alunos estrangeiros fi carão em casas de famílias portuguesas.

Para tornar a participa-ção da comunidade educa-tiva mais ativa, os organiza-dores desta visita convida-ram a Câmara Municipal de Abrantes e as Associações de Pais e Encarregados de Edu-cação da Escola D. Miguel de Almeida e da Escola Dr. So-lano de Abreu a participar na iniciativa.

Estão previstas atividades para os vários dias da visita, incluindo um tour pela ci-dade de Abrantes, receção aos professores e alunos das duas escolas envolvidas, vi-sita à praia da Nazaré, mos-teiros da Batalha e dos Jeró-nimos e Baixa de Lisboa.

Os alunos do Centro Esco-lar de Rio de Moinhos partici-param no Projeto «Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudá-vel» que tem como objetivo combater a obesidade infantil e restantes doenças associa-das. Foi uma iniciativa de edu-cação para a saúde que incluiu um programa motivacional de âmbito nacional promovido pela APCOI – Associação Por-tuguesa Contra a Obesidade Infantil (ONG sem fins lucra-tivos) que visa motivar as cri-anças portuguesas até aos 10 anos para a ingestão diária de fruta no lanche escolar, uma vez que o atual consumo se si-tua muito abaixo do recomen-dado.

As docentes (professoras ti-tulares de turma, professora a

desempenhar funções na BE e professora da AEC- Expressão Musical) estiveram envolvidas, quer na coordenação do pro-jeto, quer na realização de ati-vidades que motivaram e sen-sibilizaram os seus alunos para um maior consumo de fruta.

Este projeto terminou com a apresentação de uma tarefa de caráter obrigatório, o Hino dos Heróis da Fruta.

Entre as escolas da região, também a Escola Básica com Jardim de Infância de Mação participa neste projeto/con-curso.

Os hinos das duas escolas po-dem ser vistos e www.herois-dafruta.com . Neste mesmo sí-tio da Internet são indicados os números de telefone para votação.

A Câmara Municipal de Constância atribuiu, no passado dia 8 de fevereiro, 18 bolsas de estudo a 18 jovens estudantes do con-celho.

Esta atribuição resultou de um apoio fi nanceiro de cerca de 11.700 euros para jovens provenientes de fa-mílias desfavorecidas. Para Júlia Amorim, presidente da autarquia, estas bolsas representam um reforço na educação e um apoio aos estudantes com menores recursos económicos.

“A Câmara Municipal tem adotado algumas medidas sociais e esta, na educa-ção, tem sido constante ao longo dos anos. Este ano, recebemos mais candida-

turas, o que quer dizer que há mais famílias a carecer deste apoio”, explicou a au-tarca.

O apoio relativo ao ano le-tivo 2013/2014 foi um “au-xílio, uma pequena ajuda, uma aposta na massa crí-tica do concelho”, acres-centou Júlia Amorim.

Sobre o desemprego jo-vem e poucas saídas pro-fissionais na região, Júlia Amorim referiu que ape-sar dessa realidade ainda vale a pena “apostar numa formação superior ou pro-fi ssional”.

Câmara de Constância atribuiu 18 bolsas de estudo

Já chegou às livrarias a 13.ª edição do livro Uma Aven-tura no Supermercado, de Ana Maria Magalhães e Isa-bel Alçada, que inclui uma secção especial com os tex-tos premiados no concurso “Uma aventura literária... 2013”, no qual Tomás Cha-leira, aluno da turma A do 10.º ano da Escola Secun-dária Dr. Solano de Abreu,

conquistou o 1.º lugar, a ní-vel nacional, na modalidade de crítica – 3.º ciclo.

Aquando da sua participa-ção no concurso, em 2013, o aluno frequentava o 9.º ano na Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos D. Miguel de Almeida.

O concurso, promovido pela Editorial Caminho, contou, em todas as moda-lidades, com o número de 10125 trabalhos, tendo par-ticipado mais de 400 esco-las do ensino básico e se-cundário de todo o país.

Jovem de Abrantes vence concurso nacional de escrita

Page 18: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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18 MARÇO 2014EDUCAÇÃO

Jovens estudantes correm o país com apenas 5 euros

Obra de Manuel António Pina inspirou peça de estudantes abrantinos

Cinco jovens estudantes, um deles natural do conce-lho de Mação, partiram pelo país com apenas cinco euros cada um.

“Até onde vais com 5 eu-ros?”, foi assim que chama-ram ao projeto que arrancou no passado dia 14 de feve-reiro numa verdadeira aven-tura.

Com o sonho de conhecer o país, de norte a sul, as suas pessoas, as suas tradições e a sua cultura, os jovens esti-veram numa viagem que de-correu durante 15 dias.

A ideia dos estudantes do interior de Portugal foi

conhecer o desconhecido, ou seja, conhecer o país de norte a sul, dos locais mais visitados àqueles que pou-cas pessoas conhecem, lo-cais recheados de histórias, paisagens, monumentos, pessoas...e tudo isto com apenas 5 euros cada um, o que os obrigou a serem cria-tivos na forma como geriram o dinheiro e originais nas di-versas formas para conse-guirem garantir tudo aquilo que uma viagem exigia.

O grupo era constituído por Alexandre Alverca, do con-celho de Almeida, André Oliveira, de Gouveia, Artur

Conde, de Mação, Patrícia Fé-lix, da Covilhã, e Tiago Leitão, do concelho do Fundão.

No final da viagem, Artur Conde contou ao JA que a experiência “foi ótima, cor-

reu muito bem” e que os cinco euros de cada um, a meio da viagem ainda não tinham sido gastos. A via-gem passou por locais como Lisboa, Costa Vicentina, Se-túbal, Sagres, Idanha Nova, Mação, Coimbra, Aveiro, Porto, Gerês, entre outros. Em todas as paragens toma-ram contacto com as mais diversas pessoas.

Durante aventura, e para darem continuidade à vi-agem, Artur Conde contou que fizeram os mais diver-sos serviços: “Limpámos e arrumámos cafés, lavámos a loiça, conhecemos herdades,

e em todos os locais as pes-soas foram fantásticas.”

“O cansaço acumulado foi o que nos afetou mais, mas al-ternámos a condução e cor-reu tudo pelo melhor. Já es-tamos mesmo a pensar em outros projetos ”, adiantou ainda o jovem maçaense.

Todas as aventuras foram testemunhadas no diário de bordo online que esteve dis-ponível na página do projeto em www.facebook.com/vai-comcinco. Uma página que no início do projeto já con-tava com mais de 2000 likes e 30.000 visualizações.

Joana Margarida Carvalho

O grupo de teatro do Agrupamento de Escolas N.º 1 de Abrantes foi um dos seis grupos seleciona-dos, a nível nacional, para participar na 35.ª edição dos “Encontros Nacionais de Teatro na Escola”, que, neste ano, decorrerão no Fundão e Penamacor, entre os dias 14 e 18 de maio.

Os “Encontros Nacionais de Teatro na Escola” consti-tuem um momento de re-fl exão e de troca de expe-riências no campo da ex-

pressão dramática e teatral, com uma mostra do que de melhor se faz nas escolas de todo o país. Para além de terem a oportunidade de expor o seu trabalho a um público mais especiali-zado nas artes performati-vas, os jovens que integram os grupos participantes po-derão também inscrever-se em ofi cinas de formação es-pecificamente concebidas para o desenvolvimento de competências nas mais diversas componentes da

produção e representação teatral.

O grupo de teatro do Agrupamento de Escolas N.º 1 de Abrantes irá parti-cipar no festival com uma peça inspirada na obra “His-tória do sábio fechado na sua biblioteca”, do escritor Manuel António Pina, pré-mio Camões 2011. Opor-tunamente, serão divulga-das as datas de apresenta-ção da peça à comunidade abrantina.

A Câmara de Abrantes anunciou em reunião de exe-cutivo um acordo com as Ir-mãs Doroteias para a aqui-sição do Colégio de Nossa Senhora de Fátima onde irá instalar um novo Centro Es-colar para os estudantes do 1º ciclo.

As aulas que ali decorrem em contexto de ensino parti-cular irão decorrer até ao fi nal do presente ano letivo, e ape-nas depois dessa altura o edi-fício irá sofrer obras de adap-tação para acolher os cerca de 200 alunos provenientes do anunciado encerramento da Escola nº 2 de Abrantes e da Escola dos Quinchosos, ambas do 1º Ciclo, anunciou a presidente da autarquia, no dia 25 de fevereiro.

A medida foi anunciada na reunião de executivo, e vai implicar a anulação da cons-trução do Centro Escolar do Barro Vermelho, um inves-timento orçado em 3,8 mi-lhões de euros.

“Com aquisição, adaptação e recheio do imóvel onde está atualmente o Colégio de Nossa Senhora de Fátima”, no centro da cidade, “a Câmara deve gastar sensivelmente o mesmo que estava previsto

para o antigo campo de fute-bol do Barro Vermelho”, disse Maria do Céu Albuquerque.

“A grande vantagem”, de-fendeu, “é que o acordo de compra daquele edifício vai permitir instalar o novo es-paço educativo no centro da cidade, ao contrário do es-paço do Barro Vermelho, para além de permitir manter as memórias de um colégio que está há cerca de 70 anos a funcionar em Abrantes”.

O edifício, instalado na Rua Ator Taborda e inaugurado em outubro de 1940, no cen-tro da cidade, tem dois pisos, amplas salas, espaços educa-

tivos ao ar livre e parque de estacionamento.

“É uma ótima notícia para Abrantes”, regozijou-se a au-tarca, tendo observado que os cerca de 200 a 300 alunos e dezenas de profissionais que o novo equipamento irá acolher vão ter “excelentes condições de estudo e de tra-balho”.

O valor de compra do imó-vel “ainda vai ser negociado” entre a Câmara Municipal e as Irmãs da Congregação de Santa Doroteia, notou Maria do Céu Albuquerque.

Mário Rui Fonseca

Câmara de Abrantes anuncia compra do Colégio de Nossa Senhora de Fátima às Irmãs Doroteias

• O Colégio deverá passar para a autarquia em 2016

• Grupo de teatro do Agrupamento de Escolas N.º1 de Abrantes selecionado para os “Encontros Nacionais de Teatro na Escola”

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Page 19: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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20 MARÇO 2014DIVULGAÇÃO

Nesta casa nasceu Francisco Mata

Francisco Ferreira da Mata, ou Francisco Mata, nasceu a 22 de agosto de 1915, na fre-guesia de S. Miguel do Rio Torto, no largo da Estação de Abrantes, onde seus pais ti-nham uma pensão e taberna. Na faculdade de Letras da Universidade de Lisboa fez a licenciatura em Histórico-Filo sóficas e profissional-mente foi jornalista, aliás um conceituado jornalista na im-prensa, na rádio e na televi-são. Colaborou na Emissora Nacional com os programas “Música e Palavras” (surge em 1943 e é interrompido entre 1945 e 1952 pela au-sência do autor na “BBC” em Londres), “Sinfonias Bárba-ras”, “Domingo Sonoro”, “Vo-zes do Mundo” e “Arco Íris”. Nos jornais, escreveu para “A Bola”, “Diário de Notícias”, “O Século” (foi correspondente deste periódico em Paris na década de 50 do século pas-sado) e “Diário Popular”. Na rádio, foi correspondente e locutor da BBC, onde traba-lhou com Fernando Pessa, em Londres, vários anos, e também durante vários anos foi chefe da Radiodifusão da NATO, em Paris, sediada no Pallais de Chaillot.

Foi ainda tradutor e escritor.

Escreveu para os programas de João Villarett na televisão e várias peças de teatro. Entre estas, Há Petróleo no Beato (com Raúl Solnado, Júlio Cé-sar e Gonçalves Preto), “um drama, comédia e revista à portuguesa”, um êxito de 1986, interpretado por Raúl Solnado, ao vivo e depois na televisão.

Desportivamente era do Benfica e politicamente era fi liado no PCP.

Baptista-Bastos lembra um episódio passado num re-moto Natal com Francisco Mata n’ “O Século”. “Faz agora anos: uma noite de frio e de morte. Naufrágio na Nazaré. Fora para lá uma equipa de quatro repórteres, dirigida por Francisco Mata, outro dos grandes, mas o Mata ficara impressionadíssimo com o que observara na praia, e não conseguia organizar a repor-tagem.” (DN, 24 dezembro

2008).Como jornalista, conviveu

com personagens hoje len-dárias, como Hemingway, Bogart, Amália, Eusébio e muitos outros.

Faleceu a 15 de abril de 1983, portanto há quase 31 anos e com 67 anos de idade, em Lisboa, onde residia, de doença cardiovascular, indo a sepultar no Cemitério do Alto de S. João.

Alves Jana

Nos meses de junho e julho, o Instituto Terra e Memória, em parceria com as Câma-ras Municipais de Mação e Abrantes, com Museu do Arte Pré-Histórico, o C.I.A.R. e com o Instituto Politécnico de To-mar, vai organizar a terceira edição da Escola de Verão de Arqueologia (E.V.A. 2014).

Focalizada na temática “Da investigação à Arqueologia Pública”, a Escola de Verão conta com quatro módulos: 1) Sociedades Humanas das Idades dos Metais (com es-cavação no Castelo Velho da Zimbreira-Mação); Arqueo-logia Urbana e Sociedades Humanas das Idades Históri-cas (com escavação no Cas-

telo de Abrantes); Arte Ru-pestre (com levantamento do Arte Rupestre do Tejo); so-ciedades Humanas do Paleo-lítico (com escavação no ter-raço quaternário de Vale do Junco-Mação).

Os cursos preveem traba-lhos de campo, laboratórios

e aulas teóricas com profes-sores nacionais e estrangei-ros. As inscrições são aber-tas para alunos do ciclo supe-rior (Licenciatura, Mestrado e Doutoramento), alunos dos últimos anos escolares, pro-fi ssionais e entusiastas da ar-queologia.

Mais informações em: http://pacadnetwork.com/si-teitm/ . Inscrições e informa-ções através do email: dav-delfi [email protected].

Ana CruzProfessora do Instituto Politécnico

de Tomar

ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DO CENTRO DE PRÉ-HISTÓRIA DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR

Escola de verão de arqueologia 2014

Diabetes! O que é? A Diabe-tes é uma doença em que os níveis de açúcar (glicose) no sangue se encontram anor-malmente elevados, pois o organismo não produz insu-lina sufi ciente para satisfazer as suas necessidades.

Como se manifesta? Urinar muito (poliúria), aumento do apetite (polifagia) e muita sede (polidipsia), acompa-nhados de perda de peso. Outros sintomas incluem vi-são turva, sonolência, náu-seas e diminuição da resis-tência durante o exercício.

Quais a consequência se não for diagnosticada e tra-tada precocemente? A dia-betes danifica os nervos e leva a alterações sensitivas. Danifi ca os vasos sanguíneos e aumenta o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, cegueira, insufi ciên-cia renal e maior risco de infe-ções, em particular na pele e no sistema urinário.

Se sentir estes sintomas, não hesite, consulte o seu médico.

O diagnóstico faz-se atra-vés da análise aos níveis de açúcar no sangue (glicémia).

As pessoas com diabetes precisam fazer: uma dieta po-bre em hidratos de carbono (os cereais, a batata, o arroz, a massa e as leguminosas se-cas [feijão, grão, lentilhas]) e em gordura, exercício físico e, geralmente, tomar medica-mentos para baixar os níveis de açúcar no sangue.

Perante esta realidade, cuide e vigie a sua saúde:

• Controle os valores da ten-são arterial (ex.: Tensão arte-

rial normal até 129/84 mmHg [fonte DGS, 31-3-2004]);

• Evite fumar;• Faça uma alimentação

saudável (tome sempre o pequeno almoço, evite estar mais de três horas sem co-mer, diminua o consumo de sal, evite ingerir açúcar e ou-tros produtos açucarados, aumente o consumo de hor-taliças e legumes, de fruta, consuma de preferência peixe e carnes magras [ex.: aves ou coelho], beba pelo menos 1,5 litros de água por dia, se consumir bebidas al-coólicas, faça-o com mode-ração, reduza o consumo to-tal de gorduras, prefira mé-todos culinários simples [ex.: estufados, cozidos e grelha-dos], não utilize gorduras que foram sobreaquecidas ou óleos queimados, privi-legie o consumo de azeite]. Faça uma alimentação vari-ada e polifracionada (cinco a sete refeições diárias).

• Mantenha os níveis de co-lesterol e triglicéridos contro-lados (procure o seu médico assistente e faça exames pe-riódicos de vigilância).

• Pratique exercício físico, pelo menos 30 minutos diá-rios de caminhada, nos adul-tos;

• Procure que o seu peso seja adequado (Índice de Massa Corporal entre 20 e 25 Kg/m2);

• Vigie os valores de glicé-mia com regularidade.

(Este artigo continua na próxima edição)

Nuno BarretaEnfermeiro – USP Médio Tejo

ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

Diabetes, uma doença silenciosa!

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Page 21: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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21MARÇO 2014 TRADIÇÕES

FEIRA DE S. MATIAS, NO TECNOPOLO, ATÉ 9 DE MARÇO

“Nem sei como é que as pessoas ainda vão comprando”

As luzes estão apagadas e o ambiente está escuro. Várias tendas de lona e caravanas alinham-se no espaço, dei-xando um pequeno e longo corredor entre si. Este é o ce-nário que se observa num dos pavilhões do Tecnopolo de Alferrarede. É aqui que de-corre a Feira de S. Matias, que começou no passado dia 21 de fevereiro e que se irá pro-longar até 9 de março.

Aqui, as bancas começam a abrir por volta das 10h00, en-quanto alguns transeuntes já vagueiam pelo espaço. Uns, somente por curiosidade. Outros, já com intenções de adquirir alguma coisa. Há ainda os que já sabem per-feitamente o que vão com-prar. E é nesta conjuntura que decorre esta feira secular, co-nhecida entre os comercian-tes por ser a primeira feira do

ano. “É aqui que se começa a olear a máquina”, brinca Ca-etano Pereiros, de 46 anos. Veio da Figueira da Foz. “Nasci em Elvas”, acrescenta ele. É comerciante ambulante e insere-se neste meio desde tenra idade. “Venho à Feira de S. Matias há 45 anos”. Tinha somente um ano quando aqui veio pela primeira vez, portanto. “Há quem consi-dere isto [de ser comerciante] uma fi losofi a de vida. Eu não concordo. Passamos muito tempo fora de casa, é ver-dade. Mas também os emi-grantes vão para longe de casa e, talvez, até por lá fi cam mais tempo do que nós.”

Muitos acabam por concor-dar que já existiram melhores tempos e melhores dias. Tal-vez devido à crise e ao cons-tante aumento das taxas. Ca-etano desabafa: “Há cada vez

mais caça às fugas ao fisco e, por isso, nós, comercian-tes, somos obrigados a pagar mais taxas. Mas, quando eu perco dinheiro, quando te-nho de estar com a tenda fe-chada três ou quatro dias por causa da chuva, ninguém me indemniza. Não há qualquer

subsídio.” Caetano Pereiros acaba por concluir: “Não vou dizer que gosto desta vida [de comerciante], mas tam-bém foi aquela à qual me adaptei melhor.”

António Dias veio de Gui-marães e tem 59 anos. Vem à Feira de S. Matias há 30 anos.

“Nem sei como é que as pes-soas ainda vão comprando”, desabafa. Mas, o que inte-ressa é que, efetivamente, ainda compram. É este ato de comprar que ainda serve de sustento às dezenas de comerciantes que vêm de vários pontos do país (e do

mundo), para tentarem ven-der os seus produtos.

E se, de repente, as feiras acabassem? “Reformava-me”, diz Maria Fragoso, de 54 anos. Veio de Alcobaça e, para ela, estes eventos são de extrema importância. “Vivemos disto.” Quanto ao local, prefere es-tar dentro do pavilhão. “Aqui está-se melhor. Prefiro mais este local do que aquele para onde nos queriam colocar.”

Mas quanto à continuação da Feira de S. Matias, nada aponta para um fi nal. É tradi-ção e continuará a fazer parte da agenda cultural do con-celho abrantino. E entre dias melhores e outros piores, os comerciantes vão fazendo as suas vendas uma e outra vez, confi antes de que no fi nal de tudo, o balanço seja positivo.

Flávio Nunesaluno de Comunicação Social da ESTA

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• Comerciantes: Maria Fragoso prefere estar dentro do pavilhão e Caetano Pereiros começou a vir à Feira de S. Matias com um ano de idade

2012 – Seat Mii 1.0 MPi 75 Cv Sport 22.000 Kms

2011 - Ford Focus 1.6 TDCi 115Cv Trend 42.000 Kms Azul e Cinza

2013 – Volkswagen Polo 1.6 TDi BlueMo on Technology

2013 – Audi A3 Sportback Sport 1.6 Tdi 105 CV

2013 - Toyota Auris 1.4 D-4D Pack Sport (Viatura de Serviço) 480 Kms

2013 – Hyundai i30 Sta on Wagon 1.6 CRDi 110Cv

2010 – Renault Grand Scénic 1.5 dCi 110Cv Dynamique (7 Lugares)

2010 – Renault Mégane Break 1.5 dCi 110Cv Dynamique S

2013- Nissan Qashqai 360 1.6 dCi 130Cv (Serviço)

2013 – Seat Ibiza SC FR 1.6 TDi 105Cv (Bi-Xénon + LED's)

2008 – Opel Astra 1.7 CDTi 125Cv Edi on

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2014 – Renault Kangoo Business Energy 1.5 dCi 90Cv (3 Lugares)

(Deduz IVA )(Novo Modelo)

2008 - 207 XA 1.4 HDi Van (Deduz IVA) 72.000 Kms

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Zona Industrial da Sertã

Page 22: Jornal de Abrantes edição marco 2014

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22 MARÇO 2014CULTURACOORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

Os Clã estão de regresso ao Cineteatro São Pedro, em Abrantes, no próximo dia 28 de março e na baga-gem trazem algumas músi-cas do novo disco, a ser edi-tado em breve. Ainda sem nome divulgado, o novo disco dos Clã foi co-produz-ido com o norte-americano Darrel Thorp e conta com as letras de Arnaldo Antunes, Sérgio Godinho, Regina Gui-marães, Samuel Úria e Nuno Prata. Com música de Helder Gonçalves e letra de Carlos Tê, “Rompe o Cerco” é o pri-meiro single de apresenta-ção do sétimo álbum, depois

do lançamento de “Disco Vo-ador”, editado em 2011, pen-sado para um público inf-anto-juvenil. A banda, com-posta por Manuela Azevedo, Helder Gonçalves, Miguel Ferreira, Pedro Biscaia, Pedro Rito e Fernando Gonçalves,

esteve em Abrantes em Se-tembro de 2008, aquando da apresentação de álbum “Cin-tura”. Os bilhetes têm o preço de 10€ e estão à venda no Posto de Turismo ou no Ci-neteatro São Pedro no dia do concerto.

Os Clã preparam novo disco e apresentam músicas novas em Abrantes

AbrantesAté 29 de março – Exposição “Álvaro Cunhal – vida, pensamento e luta” – Biblioteca António BottoAté 24 de abril – Exposição “Voando”, cerâmica contemporânea de António Vasconcelos Lapa – quARTel, Galeria Municipal de Arte, terça a sábado, das 10h às 13h e das 14 às 19h8 de março – Teatro infantil “Prometeu”, Lafontana Produções Artísticas – Cineteatro São Pedro, 10h – 1€14 de março – Teatro “Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos” – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 8€ A partir de 15 de março – Exposição “Mário Dionísio - Vida e Obra” – Sr. Chiado 15 de março – Workshop de fotografia por Tiago Garcia – Biblioteca António Botto, 10h às 18h – 35€15 a 30 de março – “Sabores do Tejo”, quinzena gastronómica do Peixe do rio – restaurantes aderentes 22 de março – Teatro Infantil “Raposa Vs. Galo & Corvo” – Cineteatro São Pedro, 10h – 1€ 25 de março – Apresentação do livro “Os Donos Angolanos de Portugal”, de Jorge Costa, Francisco Louçã e João Teixeira Lopes – Sr. Chiado, 21h30 27 de março – “Encontro com…” Maria João Lopo de Carvalho, apresentação das obras “O meu pai é melhor do mundo” (14h) e “Padeira de Aljubarrota” (21h30) - Biblioteca António Botto 28 de março – Conferências do Liceu “Não estás sozinho: Modulação do medo pelo contexto social”, por Marta Moita – Sr. Chiado, 21h12 28 de março – Concerto com Clã – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 10€29 de março – Feira Franca – Centro Histórico de Abrantes, 9h às 17h 4 de abril – Teatro “Dentro das Palavras” com Rui Catalão - Cineteatro São Pedro, 21h30Cinema – Org. Espalhafitas, Cineteatro São Pedro, 21h30: 5 de março – “Sisters in Law” 12 de março – “O Sonho de Wadjda”19 de março – “A Pedra da Paciência” 26 de março – “Água”

Constância

Até 9 de março – Exposição “Expo Animalia”, répteis de quatro continentes – Centro de Ciência Viva, 10h às 12h e das 14h às 18hAté 31 de março – Mostra bio-bibliográfi ca de António Tomás Botto – Biblioteca Alexandre O´Neill, 10h às 18h308 de março a 6 de abril – Exposição “Enigmas”, pintura de Laurinda Oliveira – Posto de Turismo17 a 21 de março – Semana da Leitura – Biblioteca Alexandre O´Neill, 10h às 18h3019 de março – DVDteca à Quarta, fi lme “O Grande Gatsby” - Biblioteca Alexandre O´Neill, 15h

SardoalAté 30 de março – Exposição “Retratos e Paisagens de uma Época”, pintura de Maria Conceição Pires Coelho – Centro Cultural Gil VicenteCinema – Centro Cultural, 16h e 21h30:8 de março – “Thor – O Mundo das Trevas”22 de março – “Frozen: O Reino do Gelo”

Vila de Rei Até 30 de março – Exposição de pintura e desenho do Concurso “Padre João Maia” – Museu Municipal Até 4 de Abril – Exposição “Os Meus Rabiscos”, desenho de Sílvia Brota – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires

Vila Nova da Barquinha 13 de abril – Teatro “Irmã Lúcia – Uma Oração” com Maria José Paschoal – Clube União de Recreios de Moita do Ribatejo, 21h – 5 €Até 25 de maio - Exposição “Bustos e Cabeças”, por Rui Sanches – Galeria do ParqueAté 25 de maio – Exposição “Território Comum”, imagens do Inquérito à Arquitectura regional portuguesa (1955-57) – Escola Ciência Viva

AGENDA DO MÊS

Shakespeare em 97 minutos no Cineteatro São Pedro

Exposição de pintura de Laurinda Oliveira em Constância

Duas exposições, um “Território Comum”: Vila Nova da Barquinha

O Cineteatro São Pedro, em Abrantes, recebe a peça de teatro “As obras comple-tas de William Shakespeare em 97 minutos” no dia 14 de março, pelas 21h30. Com interpretações de André Nunes, António Machado e Telmo Ramalho, este espe-táculo revisita as 37 obras de Shakespeare “à veloci-dade de uma verdadeira montanha-russa”, contando

com vários géneros que vão da tragédia à comédia, passando pelas peças his-tóricas e pelos sonetos. “As obras completas de William

Shakespeare em 97 minu-tos”, uma produção da UAU, foi estreado em 1996 pelo encenador Juvenal Garcês, e manteve-se em cena mais

de 15 anos, conquistando cerca de 300 mil espetado-res por todo o país. Os bilhe-tes para a peça em Abrantes têm o preço de 8€.

“Enigmas” é o nome da ex-posição de pintura que está patente no Posto de Turismo de Constância de 8 de março a 6 de abril. Laurinda Oliveira,

residente em Constância, pro-cura transmitir a ideia de que a “vida se depara com algu-mas difi culdades, umas ultra-passáveis, outras talvez não”,

contudo, a autora da exposi-ção procura uma “paz interior através da pintura, que a faz relaxar, que a torna uma pes-soa aberta para a vida e para

os outros”. O Posto de Turismo está aberto ao público nos dias úteis das 9h às 18h e aos sábados e domingos das 11h às 13h e das 14h às 18h.

“A Pedra da Paciência”

“Bustos e Cabeças” é o nome da exposição de Rui Sanches que está patente na Gale-ria do Parque, em Vila Nova da Barquinha, até ao dia 25 de maio de 2014. Em mos-tra estão trabalhos de dese-nho e escultura de um dos mais importantes escultores revelados nos anos 80 do sé-culo passado. Rui Sanches, em declaração ao Jornal de Abrantes, refere que a expo-sição trata de um tema gené-rico que são as cabeças, “um tema que tenho vindo a tra-tar na minha escultura desde o início dos anos 90”, acres-centando que “esta é uma sé-rie de meditações que vou fa-zendo do ponto de vista con-ceptual e numa relação que faço com a escultura tradicio-nal, o busto clássico”. Esta ex-

posição conta com a colabo-ração da Fundação EDP e do comissário João Pinharanda com o Município de Vila Nova da Barquinha e pretende ser um trabalho contínuo. “Vou fazer uma escultura no Cas-telo de Almourol e pensou-se que seria interessante, como uma primeira apresentação do meu trabalho na região, fazer-se esta exposição e, mais tarde, a escultura em Almou-rol. Fernando Freire, presi-dente do município, revelou que em Vila Nova da Barqui-nha “há uma aposta na cul-tura”, deixando o repto de que a cultura e a arte devem ser pensadas enquanto inseridas em “comunidade, com territó-rios comuns”. Quanto à escul-tura de grandes dimensões, de Rui Sanches, no Castelo de

Almourol, o edil clarifi ca que só se realizará “se houver fun-dos comunitários ou mece-nas”. A Galeria do Parque, que recebe a exposição “Bustos e Cabeças, funciona no Edifí-cio dos Paços do Concelho, de quarta a sexta-feira, das 11h às 13h e das 14h às 18h e aos fi ns-de-semana das 14h às 19h.

Também em Vila Nova da Barquinha, na Escola Ciên-cia Viva, está uma exposição de fotografia “Território Co-mum – Imagens do Inquérito à Arquitectura Regional Por-tuguesa”, que reúne 96 ima-gens, “resultado de uma in-vestigação que fi z com base no espólio de negativos que estão na pose da Ordem dos Arquitectos”, contou ao Jornal de Abrantes o arquiteto Fran-

cisco Keil do Amaral, coorde-nador do levantamento foto-gráfi co da exposição. “A ideia foi representar a arquitetura vernacular, como é que era o espaço público, qual é que era a relação entre a arquite-tura e a paisagem. Há fotogra-fi as que procuram descrever os materiais usados em certas regiões, como é que as pes-soas se vestem, onde é que as crianças brincam. É, de facto, um levantamento que procu-rou descrever modos de vida e a relação dos modos de vida com o espaço e a arquitetura”, acrescenta o arquiteto. “Ter-ritório Comum” pode ser visi-tada até 25 de maio, de terça a sexta-feira, das 10h às 16h30 e aos fi ns-de-semana e feriados das 14h30 às 16h30.

“A P d d P iê i ”

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23MARÇO 2014 PUBLICIDADE

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FISIATRIA - Dr. Joaquim Rosado - Dr.ª Almerinda Dias - Dr. Duarte Martelo ORTOPEDIA - Dr. António Júlio Silva DERMATOLOGIA - Dr. José Alberto Dores TERAPIA DA FALA - Dr.ª Ana Cláudia Fernandes PSICOLOGIA - Dr.ª Ana Torres NUTRIÇÃO E OBESIDADES - Dr.ª Carla Louro

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NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana TorresOBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João PinhelOFTALMOLOGIA Dr. Luís CardigaORTOPEDIA Dr. Matos MeloOTORRINOLARINGOLOGIADr. João EloiPNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís LousadaPROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia GerraPSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;Dr.ª Maria Conceição CaladoPSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima PalmaUROLOGIA Dr. Rafael PassarinhoNUTRICIONISTA Dr.ª Carla LouroSERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria JoãoTERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

NOTÁRIO Pedro Nunes Rodrigues

CERTIFICO, PARA EFEITOS DE PUBLICAÇÃO:

- Que neste Cartório de Lisboa, do Notário Pedro Alexandre Barreiros Nunes Rodrigues, sito na Rua Mouzinho da Silveira, n.º 32,1.º Andar, foi outorgada em 28/01/2014, a fl s 116 e seguintes do livro de notas n.º 344 uma escritura de justifi cação na qual a sociedade “SOPORCEL – SOCIEDADE PORTUGUESA DE PAPEL, S.A.”, com o número único de matricula e de pessoa coletiva 500.636.630, com sede em Lavos, 3090-451 Figueira da Foz, na freguesia de Lavos, concelho da Figueira da Foz, com o capital social de setenta e quatro milhões e setenta mil euros, matriculada na Conservatória do Registo Comercial da Figueira da Foz, declarou que com exclusão de outrem é dona e legítima possuidora do PRÉDIO MISTO, situado no Pessegueiro, na freguesia de Vale das Mós, concelho de Abrantes, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, sob o número 22, da dita freguesia, com a aquisição registada a favor de Edite Joaquina Matias Bairrão de Almeida, Esmeralda Matias Bairrão e Maria do Céu Matias Bairrão da Costa, em comum e sem determinação de parte ou direito nos termos da inscrição correspondente à Ap.7, de 14/02/1989, inscrito na matriz predial e parte rústica na freguesia de Vale das Mós, sob o artigo 29 da Secção H, e a parte urbana atualmente inscrito na matriz predial da freguesia de União das Freguesias de São Facundo e Vale das Mós sob o artigo 51 (anteriormente inscrito na matriz predial da freguesia de Vale das Mós sob o artigo 12). Que em um de Julho de 1989, os titulares inscritos, venderam verbalmente à dita sociedade o prédio acima identifi cado. Que, naquela data, a referida sociedade, pagou a totalidade do preço acordado sem que no entanto fi casse a dispor de título formal que lhe permita o respetivo registo na Conservatória do Registo Predial; mas desde logo entrou na posse e fruição do men-cionado imóvel, em nome próprio, posse que assim detém há mais de vinte anos, sem interrupção, ou ocultação de quem quer que seja. Que essa posse foi adquirida e mantida sem violência e sem oposição, ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, em nome próprio e com o aproveitamento de todas as utilidades do imóvel , tendo sempre suportado todos os encargos, impostos e despesas de conservação, procedendo às manutenções necessárias, plantando, limpando, e colhendo árvores, agindo de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, a qual conduziu à aquisição do imóvel por USUCAPIÃO, que invocou, justifi cando o seu direito de propriedade para efeitos de registo predial, dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro titulo formal extrajudicial.

Lisboa, 29 de Janeiro de 2014A Notária em substituição,Susana Ribeiro de Brito Valle

(Jornal de Abrantes, edição 5517 de março de 2014)

ADSACAgrupamento de Defesa Sanitária de Abrantes e Constância

Rua Cidade de Parthenay,63, Bloco E, Loja 8 – 2200-238 ABRANTES

CONVOCATÓRIAAo abrigo do art.º 12 dos estatutos convoco os associados a reunirem em Assembleia

Geral a realizar no dia 28 de março de 2014, pelas 15h00,na Rua Cidade de Parthenay. 63, Bloco E, Loja 8, em Abrantes, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Apresentação, apreciação e votação dos Relatório e Contas da Direção e Parecer do Conselho Fiscal.

2. Apresentação, apreciação e votação do plano de atividades e orçamento para 2014.

3. Apresentação, discussão e votação de proposta de alteração de estatutos.4. Eleição dos órgãos sociais para o triénio 2014/2017.Podem participar na assembleia os associados no pleno gozo dos seus direitos e

com animais incluídos no programa sanitário de 2014. Não estando presentes, na hora marcada, o número mínimo de associados previstos os estatutos para a Assembleia funcionar, esta funcionará uma hora depois com qualquer número de associados. Afi m de divulgação e preparação do ato eleitoral, a receção das listas concorrentes á eleição deve ser efetuada até 21 março de 2014.

Abrantes, 18 de fevereiro de 2014 O Presidente da Assembleia GeralVictor Manuel Freire Bastos e Silva

CONSERVATÓRIA DO REGISTO CIVIL,

PREDIAL, COMERCIAL E

CARTÓRIO NOTARIAL DE SARDOAL- CERTIFICO, narrativamente para efeitos de publicação, que no dia vinte e sete

de Fevereiro de dois mil e catorze, foi lavrada uma escritura de Justifi cação, exarada de folhas vinte e oito a folhas trinta verso do Livro de Notas para escrituras diversas número cento e um traço D, na qual os senhores, RAÚL MARIA DOS SANTOS, NIF 107.033.330, e mulher, OTILDE MARIA SILVÉRIO DOS SANTOS, NIF. 107.033.305, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Aldeia do Mato, concelho de Abrantes, residentes na Rua Principal n.º 1197, Carreira do Mato, Abrantes, titulares dos Cartões de Cidadão, número 02633674 0ZZ5; e número 04572344 3 ZZ7, ambos válidos até 17/05/2017 emitidos pela República Portuguesa. Que são donos e legítimos possuidores do prédio urbano sito em Carreira do Mato, União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, concelho de Abrantes, composto por casa de rés e primeiro andar, arrecadação, garagem e quintal, com a superfície coberta de oitenta e quatro metros quadrados e descoberta de cento e setenta metros quadrados, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 756, a confrontar do norte e sul com Estrada Pública, nascente João Jacinto Rosa e poente, Diamantino Silvério, NÃO DESCRITO na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, com o valor patrimonial de VINTE E QUATRO MIL NOVECENTOS E TRINTA EUROS, que é atribuído a esta justifi cação. O prédio acima identifi cado está inscrito na matriz em nome do justifi cante marido, o qual foi adquirido por doação verbal feita ao casal no ano de mil novecentos e setenta e oito, pelos pais da justifi cante mulher, Diamantino Silvério e mulher Cesaltina Maria, casados sob o regime da comunhão geral e residentes que foram em Carreira do Mato, Aldeia do Mato, Abrantes. A Doação foi realizada sem que os justifi cantes fi cassem a dispor de título formal que lhes permita efetuar o respetivo registo na competente Conservatória do Registo Predial. Que, desde logo, entraram na posse e fruição do citado prédio, em nome próprio, posse que, assim, vêm exercendo há mais de vinte anos, sem interrupção ou ocultação se quem quer que seja, adquirida e mantida sem violência e sem oposição, ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente e com aproveitamento de todas as utilidades do prédio, agindo sempre de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, usufruindo, como tal, do imóvel, conservando-o e mantendo-o, pagando os respetivos impostos e suportando os demais encargos.

Que, esta posse em nome próprio, de boa fé, pública, pacifica, contínua e do consenso que o prédio lhes pertence, desde o dito ano de mil novecentos e setenta e oito, conduziu à aquisição do identifi cado imóvel, por USUCAPIÃO, o que invocam, justifi cando o direito de propriedade para efeitos de primeira inscrição no registo predial, dado que não tem documentos que lhes permita fazer a prova da aquisição pelos meios extrajudiciais normais.

Está conforme o seu original, na parte respetiva.

Sardoal, 27 de Fevereiro de 2014A Adjunta de Conservador, em substituição legala) Maria Alice da Silva Rodrigues de Almeida

(Jornal de Abrantes, edição 5517 de Março de 2014)

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